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Algumas formas do verbo "ser" vieram do latim vulgar essere, que se origina do latim
esse, sum, enquanto outras formas, inclusive a forma do infinitivo "ser", vêm do latim
sedēre, sedeō, que significa "estar sentado". O esse do latim, se origina do grego εἰσί
(eisi), sendo εἰσί a terceira pessoa do plural do indicativo ativo presente do verbo
ser/estar em grego. A sua forma no infinitivo é εἶναι (einai), e a forma da primeira
pessoa do singular do indicativo ativo presente é εἰμί (eimi).
De οὖσα (ousa) surge uma palavra muito importante no vocabulário filosófico grego
que geralmente é vertida como "essência" e/ou "substância", a saber, οὐσία
(ousia). Originalmente οὐσία era usada com o sentido de "bens", "propriedade", e
depois também com as noções já citadas de "essência" e "substância", além de
"realidade imutável", "ser" etc.
PARMÊNIDES E O SER
2) O uso existencial, em virtude do qual dizemos "Sócrates é" (= existe) ou "a rosa é"
(= existe). Embora nem sempre explicitamente formulada, essa distinção é assumida
ou pressuposta quase universalmente. Em Parmênides. Platão dá destaque à
diferença entre a hipótese "o um é um" e a hipótese "o um é"; nesta última "É"
significa "participação no Ser." Aristóteles expressa de várias formas a mesma
diferença: como diferença entre É como terceiro predicado e É como segundo
predicado como diferença entre É como predicado por acidente, e é predicado
como diferença entre "Ser alguma coisa" e "Ser absolutamente.
Ser predicativo e Ser existencial baseiam-se ainda na distinção aristotélica entre tese
e hipótese, como premissas do silogismo: a primeira não assume a existência do
objeto a que se refere; a segunda, sim (An. post., 1, 2, 72 a 18).
"Ser tem dois significados: num modo significa o ato de Ser no outro significa a
composição da proposição que o homem encontra ao juntar o predicado ao
sujeito.”
Na lógica terminista medieval distinguia-se o verbo Ser como segundo constituinte
da proposição, do verbo Ser que aparece como terceiro constituinte, em função
predicativa ou de cópula (ligação). Kant estabeleceu a distinção entre a posição
predicativa ou relativa, expressa pela cópula de um juízo, e a posição absoluta ou
existencial, com que se põe a existência da coisa. Na filosofia moderna e
contemporânea, essa distinção é lugar-comum, embora nem sempre seja
explicitamente formulada. Na evolução sofrida pelas interpretações desses dois
significados de Ser ao longo da história, pode-se perceber uma correspondência entre
as interpretações do primeiro significado e as do segundo. Contudo, por uma questão
de clareza, o estudo de cada uma delas deverá ser feito em separado.
"A cópula (união) “É” vem da natureza do conceito, que é de ser idêntico a si
mesmo ao se tornar extrínseco: como momentos seus, o individual e o universal
são determinações que não podem ser isoladas".
"A proposição é um discurso que consta de dois nomes conjuntos: quem fala pretende
dizer que, para ele, o segundo nome é um nome da mesma coisa cujo nome é o
primeiro, ou — o que dá no mesmo — o primeiro nome está contido no segundo. Por
exemplo, o discurso 'O homem é animal', em que os dois nomes estão reunidos pelo
verbo é, é uma proposição porque quem a enuncia pretende dizer que, para ele, o
segundo nome 'animal' é nome da mesma coisa cujo nome é 'homem'".
Essa doutrina foi substancialmente reproduzida por Stuart Mill, que distinguia as
afirmações "essenciais", ou seja, gerais, que só explicam a essência nominal de uma
coisa das proposições "reais", que sempre implicam a existência do sujeito a que se
referem "porque, no caso de um sujeito inexistente, a proposição nada teria para
asseverar".
"Dos meus pensamentos, alguns são como imagens das coisas, e a eles só convém o
nome de ideia: como quando represento um homem. Uma quimera, o céu, um anjo, ou
Deus. Outros pensamentos têm, além destas, outras formas; p. ex. quando quero,
temo, afirmo ou nego, estou concebendo alguma coisa como objeto da ação de
meu espírito, mas, com essa ação, acrescento alguma outra coisa à ideia desse
objeto; desses pensamentos, alguns são chamados de vontades ou emoções;
outros, de juízos".
Portanto, segundo Descartes, juízo é uma ação do espírito por meio da qual "se
acrescenta alguma coisa" a ideia que se tem de um objeto; em outros termos, é um
ato de unificação ou síntese. Esta noção é claramente expressa na Lógica: "Quando
digo 'Deus é justo', 'Deus' é o sujeito dessa proposição, justo' é o atributo, e a palavra
'é' marca A AÇÃO do MEU ESPÍRITO que afirma, ou seja, que liga as ideias 'Deus' e
'justo' como convenientes um ao outro". A definição lockiana de conhecimento
como "percepção de vínculo e concordância ou de discordância e oposição entre
nossas ideias" expressa exatamente a mesma tese. Locke diz:
"Tudo o que sabemos ou podemos afirmar sobre uma ideia qualquer reside em ser
ou não essa ideia igual a uma outra; em coexistir ou não com alguma outra ideia no
mesmo sujeito; em ter uma ou outra relação com alguma outra ideia; ou em ter
existência real ou fora do espírito".
Portanto, mesmo em seu USO existencial, o verbo Ser só faz expressar relações
percebidas pelo espírito, vale dizer, as relações cuja realidade está no sujeito
cognoscente, embora não somente nele. Kant expressou esse mesmo conceito ao
afirmar que o ato de juízo, atividade própria do intelecto, é a síntese:
"Entendo por síntese, no sentido mais amplo dessa palavra, o ato de unir diversas
representações e compreender a sua multiplicidade num só conhecimento".
A doutrina da cópula (verbo que liga o sujeito ao predicado) como relação objetiva foi
apresentada pela primeira vez por De Morgan e adotada pelo criador da lógica
matemática, Boole. Para este, a lógica tem duas espécies de relações: entre coisas
e entre fatos; estas últimas também podem ser chamadas de relações entre
proposições. De acordo com essa teoria, a relação expressa pela cópula é a mesma
em todas as formas proposicionais, não porque sua natureza esteja expressa na
proposição, mas porque é estabelecida por convenção. A cópula pode então
expressar uma relação qualquer. Nesse sentido, ela foi chamada por De Morgan de
cópula abstrata. Peirce distinguiu os vários tipos de cópula da seguinte maneira:
"Cópula transitiva é aquela para a qual é válido o modo Barbara (tipo de silogismo
válido). Alguns autores demonstraram o importante teorema de que, se usamos A1
para representar a espécie de cópula cujo exemplo é 'maior que', então existe algum
termo relativo R tal que a proposição S e P seja precisamente equivalente a 'S é R a P
e é R a qualquer coisa à qual P seja R'. Cópula de inclusão correlativa é aquela
para a qual são válidos tanto o modo Barbara quanto a fórmula de identidade. Se
representarmos essa cópula com é, existirá um termo relativo R tal que a proposição
'S é P' seja precisamente equivalente a S é R a qualquer coisa à qual P é R. Se a
última proposição se seguir da penúltima, qualquer que seja o termo relativo R, a
cópula será a de inclusão, usada por Peirce e outros. De Morgan usa uma cópula que
vale para qualquer relação que seja ao mesmo tempo transitiva e conversível, como
p. ex. 'igual a' ou 'da mesma cor de'. Para cada cópula desse tipo existirá algum termo
relativo R tal que a proposição 'S é P' será exatamente equivalente a 'S é R a cada
coisa e só a cada coisa à qual P é f. Tal cópula pode ser chamada de identidade
correlativa. Se a última proposição se seguir da penúltima, a cópula é a de
identidade, usada por Thompson, Hamilton, Baynes, Jevons e muitos outros"
(Coll. Pap., 3, 622). Com mais simplicidade, hoje se costuma distinguir uma cópula de
pertença, simbolizada por E, que designa a relação entre um indivíduo e uma classe;
uma cópula de inclusão, simbolizada por U, que designa a relação entre uma
classe e outra classe; estas duas espécies de cópulas são distinguidas de operador
(ou quantificador) existencial (v. OPKRADOR). De qualquer forma, a característica
fundamental desta concepção de S. predicativo é a máxima generalidade: as outras
interpretações de cópula podem ser consideradas casos especiais de relação, e
como tais analisados. Além desses, é possível considerar outros casos. É exatamente
essa teoria da cópula que possibilita a doutrina da proposição como função,
segundo a qual o predicado é a função, e o sujeito é a variável da função (v.
FUNÇÀO).
"Se a verdade tem significado, necessariamente quem diz homem diz animal bípede
porque isso significa homem. Mas se isso é necessário, não é possível que o
homem não seja animal bípede: necessidade significa exatamente isto: é
impossível que o Ser não seja".
O aspecto pelo qual é necessário que um Ser seja (o único graças ao qual o Ser é
objeto de ciência, visto que do Ser acidental não há ciência, Ibicl., VI, 2. 1027 u) é a
sua substância. Aristóteles diz:
"É um só o significado do Ser, a sua SUBSTÂNCIA. Indicar a substância de uma
coisa é indicar o seu Ser" (Ibid., IV, 4, 1007 a 26).
Mesmo quando esses atributos deixaram de referir-se à estrutura formal do Ser (o que
ocorreu no neoplatonismo antigo e árabe e no aristotelismo medieval), e passaram
a referir-se a um ENTE PRIVILEGIADO (ou seja, não a todas as substâncias, mas à
substância superior QUE SERIA DEUS), considerou-se que as outras substâncias
derivariam ou participariam desta, e que derivariam ou participariam de sua
necessidade e de seus atributos. Assim, segundo S. Tomás, a participação das coisas
criadas no Ser de Deus é participação da perfeição e da imutabilidade d'Ele (.V.
Th., I, q. 65. a. I). Mas o conceito que dominou a metafísica medieval e, através dela, a
moderna e a contemporânea, foi exposto por Avicena no séc. XI: a necessidade do
Ser como tal. Todo Ser enquanto tal, é necessário. Avicena dizia:
"Se Uma coisa não é necessária em relação a si mesma, é preciso que seja possível
em relação a si mesma, mas necessária em relação a uma coisa diferente" (Met., II,
I. 2).
Hegel expressou esse mesmo conceito com o famoso aforismo que serviu de base
para toda a sua filosofia:
Noutras palavras, só com falsas abstrações distingue-se o que deveria ser do que é,
racionalidade de Ser real; isso significa que o SER REAL é tudo o que DEVE SER, e
que sua modalidade, seu sentido primário, é essa NECESSIDADE. Por outro lado,
toda a filosofia de Hegel está voltada para a demonstração da necessidade das
determinações do Ser, visa a mostrar que o Ser, em sua realidade, é tudo o que
deve ser. A necessidade continua sendo o caráter primário do Ser em concepções
filosóficas díspares. Quando Johann Gottlieb Fichte afirma que Ser e atividade do
eu são a mesma coisa, está reconhecendo como caráter essencial dessa atividade a
necessidade com que ela se põe e o não-eu (Wissenschaftslehre, 1798, § 1).
Conceber o Ser como "Consciência" ou "Matéria" não faz diferença: as
determinações qualitativas não influenciam sua determinação formal primária.
Tanto o Absoluto dos idealistas (Green, Brad- ley e outros) quanto a matéria dos
materialistas são Ser necessários. Necessária é a HISTÓRIA, de que fala Croce,
tanto quanto é necessário o Ato Puro, de que fala Gentile. Este afirmava: "A
necessidade do Ser coincide com a liberdade do espírito" (Teoria generale, XII, §
20). Mesmo Rosmini, para quem a idéia do Ser como "Ser possível" é fundamento do
conhecimento humano, vê na necessidade e na universalidade os caracteres primários
do Ser. Husserl afirma energicamente a necessidade do Ser que ele considera
primário, que é o Ser da consciência:
"A tese do mundo, que é acidental, opõe-se a tese do meu eu puro e do viver do eu,
que é necessária e indubitável. Toda coisa dada, mesmo que presente em carne e
osso, pode não ser; mas uma vivência, dada em carne e osso, não pode não ser.
Esta é a lei essencial que define essa necessidade e essa acidentalidade.”
Ao que parece, a ontologia de Hartmann escapa a essa tradição, pois não assume a
necessidade como significado primário do Ser, mas a efetividade (à qual seriam
redutíveis possibilidades e necessidades. A efetividade e a terceira alternativa da
modalidade do Ser, a ASSERTORIEDADE. O Ser ao qual o dever ser e o poder ser se
reduzem, segundo Hartmann, é o Ser simplesmente existente, em sua pura
efetividade ou atualidade, o Ser que, no domínio da realidade de fato, apresenta-se
"desse modo e não de outro", ou seja, como existência análoga à matéria. Mas os
enunciados nos quais, segundo Hartmann, se expressa a redução do necessário e do
possível ao atual demonstram que, na realidade, a efetividade ainda é e sempre foi
necessidade. Esses enunciados são os seguintes: Aquilo que é realmente possível é
também realmente efetivo; o que é realmente efetivo é também realmente
necessário; e o que é realmente possível é também realmente necessário.
Negativamente: a aquilo cujo Ser é realmente impossível também é realmente
inefetivo; o que é realmente inefetivo também é realmente impossível; Aquilo cujo não-
Ser é realmente possível também é realmente impossível.
2) e o Ser é uma possibilidade que pode ser expressa só por uma proposição
contingente.
Locke contrapõe a certeza das proposições universais, que não dizem respeito à
realidade, à contingência das proposições particulares, que dizem respeito à
existência.
Esse conceito da sensação como órgão de conhecimento do que existe nada mais é
que o antigo conceito estoico de REPRESENTAÇÃO CATALÉPTICA, que "deriva de
um ente subsistente e é impressa e marcada por ele, de tal modo que se conforma a
ele.” Essa doutrina equivale a definir o Ser das coisas como possibilidade de
manifestação delas à percepção ou como percepção mesma.
"possível é o que não implica contradição, vale dizer, o que não é impossível.”
"O jogo de prestígio, em virtude do qual a possibilidade lógica do conceito (que não se
contradiz) é confundida com a possibilidade transcendental das coisas (em virtude da
qual ao conceito corresponde um objeto), pode enganar e contentar só os
inexperientes".
Husserl diz:
"Para mim, o lato (amplo) de uma natureza, um mundo cultural e humano, com as
suas formas sociais, etc, existirem significa que as experiências correspondentes me
são possíveis, ou seja, que, independentemente de minha experiência real desses
objetos, posso, a qualquer instante, realizá-los e desenvolvê-los em certo estilo
sintético. Isso significa que me são possíveis outros modos de consciência
correspondentes a essas experiências como atos de pensamento indistinto etc, e
que é inerente a esses atos a possibilidade de eles serem confirmados ou invalidados
por meio de experiências de um tipo previamente estabelecido.”
Algumas Significações:
1. Existência: para exprimir o fato de que determinada coisa existe. Por exemplo: "a
erva é" (= existe)", mas também "o unicórnio é" (ao menos no sentido de existência
mental). Lembremos que os gregos não tinham uma palavra específica para a
existência.
2. Identidade: para identificar e/ou distinguir algo e/ou alguém em relação a si mesmo
e/ou aos outros. Por exemplo "A=A" ou "A beleza é bela"
3. Predicação: para exprimir uma propriedade de determinado objeto. Por exemplo: "y
é x" ou a maçã é vermelha. Platão descobriu que é condição da predicação "não haver
identidade entre os referentes dos nomes colocados nas posições de sujeito e
predicado." Por exemplo: "Vênus é a estrela da manhã". Gramaticalmente, temos um
sujeito e um predicado, mas logicamente temos uma falsa predicação, pois "Vênus" e
a "estrela da manhã" são termos cujo objeto é o mesmo, um dos planetas do
Sistema Solar.
Em filosofia, ser é considerado não só como um verbo (existir) mas também como
substantivo ("tudo o que é"). Os termos ser e existência podem ter significados
diferentes, embora, na linguagem corrente, possam ser sinônimos ("ser" como "o fato
de ser" = existência). As formas identitativa e predicativa são objeto de estudo da
lógica.
Bertrand Russell percebe que a lógica de Hegel foi construída sobre uma confusão a
respeito dos significados do verbo ser
"O argumento de Hegel nesta porção de sua 'Lógica' depende completamente de
confundir o 'é' da predicação, como em 'Sócrates é mortal', com o 'é' da identidade,
como em 'Sócrates é o filósofo que bebeu a cicuta'.
Devido a esta confusão, ele pensa que 'Sócrates' e 'mortal' precisam ser idênticos.
Vendo que eles são diferentes, ele não infere, como outros fariam, que há um erro
em algum lugar, mas que eles exibem 'identidade na diferença. Novamente,
Sócrates é particular, 'mortal' é universal. Portanto, diz ele, dado que Sócrates é
mortal, segue que o particular é o universal — tomando completamente o 'é' como
expressivo da identidade. Mas dizer que 'o particular é o universal' é auto-
contraditório. De novo, Hegel não suspeita de um erro mas prossegue para sintetizar
particular e universal no indivíduo, ou universal concreto. Isto é um exemplo de como,
por descuido desde o início, sistemas de filosofia vastos e imponentes são
construídos sobre confusões estúpidas e triviais, que, senão pelo fato quase
incrível de que não são intencionais, se estaria tentado a caracterizar como
trocadilhos."
FONTES:
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 878 - 888
"Ser es simplemente poder": Más de 2.000 años después los científicos ratifican una teoría de Platón
DIAS, J. R. Barbosa. O Ser no "Sofista" de Platão. Kalagatos, revista de filosofia. Fortaleza. v.7 n. 14,
2010. p. 57 - (Wikipédia).