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RELATÓRIO DO
FÓRUM NACIONAL
PARA DEFINIÇÃO
DOUTRINÁRIA
“Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito” (Zc 4,6)
RELATÓRIO DO FÓRUM NACIONAL
PARA DEFINIÇÃO DOUTRINÁRIA
INTRODUÇÃO [1]
DONS DE CURAR [3]
O DOM DE PROFECIA [7]
DONS DE VARIEDADE DE LÍNGUAS [13]
VISÃO OU REVELAÇÃO [19]
UNÇÃO COM ÓLEO [23]
EXPULSÃO DE DEMÔNIO OU EXORCISMO [27]
QUEBRA DE MALDIÇÃO [29]
SINAIS E PRODÍGIOS [35]
SEGUNDA BENÇÃO [39]
CURA INTERIOR [43]
JEJUM [47]
MAÇONARIA [49]
Itatiaia (Penedo) – RJ
Documento final oriundo das reflexões, estudos e
sistematizações a que chegaram os participantes do
Fórum Nacional
Nós, participantes do Fórum Nacional para Definição Doutrinária, reunidos em
Itatiaia (Penedo), Rio de Janeiro, na semana de 28 de fevereiro a 5 de março de
1994, sob a direção e as bênçãos de Deus, estudamos, refletimos e expomos sobre
dons do Espírito Santo e outros assuntos.
Damos nosso testemunho que durante estes dias fomos alvos das bênçãos e da
direção do Espírito que atuou nos momentos de louvor, de oração, de estudos e
reflexão dos vários temas e nos momentos de meditação na palavra, através do
servo de Deus Rev. Ricardo Barbosa, especialmente convidado pela Comissão
Nacional para dirigir as devocionais.
Após exaustivos estudos e discussão dos temas constantes deste documento,
chegamos ao final do Fórum Nacional alegres pelo resultado de nosso trabalho.
Com a mesma alegria queremos passar às mãos dos lideres das igrejas da União
este documento, para a devi da apreciação.
Os irmãos lerão este documento e verificarão no seu conteúdo que os participantes
do Fórum Nacional procuraram, entre outras coisas:
1. Registrar as interpretações mais representativas e sólidas dentro de cada
tema, possibilitando deste modo, às igrejas, um conhecimento mais
extenso sobre o pensamento vigente das várias correntes.
[2]
1 DONS DE CURAR
2.4 CONCLUSÕES
Os pontos seguintes mostram a síntese de todo arrazoado sobre o dom de profecia:
a) Os defensores dos três posicionamentos supracitados evocam o apoio
bíblico para as suas respectivas teses, havendo, entre tanto, consenso de
que a prática ou não do dom em questão não prejudica a convivência
pacifica e harmoniosa entre as igrejas;
[12]
3 DONS DE VARIEDADE DE LÍNGUAS
Disseram ainda que Paulo deseja tal bênção para todos (1 Coríntios 14,5), pois a
possuía (1 Coríntios 14,18), entretanto deixa claro que nem todos possuem o dom,
e que para ser exercido no culto público necessita ser acompanhado do dom de
interpretação e discernimento.
Também defenderam a existência de uma língua angelical ou espiritual, que
ultrapassa o próprio raciocínio, com base em 1 Coríntios 14,14.
Os participantes do Fórum Nacional que fizeram parte do segundo subgrupo
apresentaram também seus argumentos. Disseram que o dom de variedade de
línguas é capacidade sobrenatural concedida pelo Espírito Santo de Deus para falar
em uma língua estrangeira não conhecida, ou anteriormente não aprendida. Isso se
deu igualmente conforme as narrativas de Atos e o ensinamento em Coríntios.
Fizeram uma exposição sobre o assunto, dizendo, primeiro, que a palavra “glossa”
significa línguas, idioma, uma linguagem usada por um povo em particular.
Também é empregada a palavra “dialeto” (Atos 2,6.8), com o sentido de uma
linguagem falada por um povo.
Em segundo lugar disseram que os textos que pare cem indicar a existência de uma
faia extática são descritivos, mas não normativos.
Em terceiro lugar mostraram qual o propósito da glossolália: [15]
a) Anunciar a verdade (1 Coríntios 14,21-22.24-25), de maneira
miraculosa, falando no Idioma do incrédulo, as grandezas de Deus;
Admite-se que o dom sirva para edificação pessoal, embora isso vá de encontro ao
propósito geral dos dons, que é edificar o Corpo — a igreja. Em quarto lugar,
foram apresentadas algumas limitações à glossolália:
a) Paulo não indica em nenhum lugar que a glossolália é prova indispensável
de que o Espírito Santo foi recebido. Também não diz que os que faiam
em línguas são os membros do Corpo que possuem um nível mais elevado
de vivência cristã. Ao contrário, Paulo deixa claro que este dom não era
dado a todos os crentes e não era um dos principais (1 Coríntios 12,27-
30);
3.4 CONCLUSÃO
Diante das argumentações sobre o dom de variedade de línguas e a sua
contemporaneidade e tendo em vista os dois subgrupos em que se dividiram os
participantes do Fórum Nacional, deve-se admitir:
a) Os defensores da não contemporaneidade do dom evocam apoio bíblico
para a sua posição, e por isso não se deve rotulá-los de anti-bíblicos ou
menos espirituais pelo lato de assim crerem;
d) Que aqueles que praticam o dom não devem exceder ao que a Palavra de
Deus claramente expõe, conforme explicado no item 3 do presente
documento.
[18]
4 VISÃO OU REVELAÇÃO
Este assunto mereceu suficiente discussão por parte dos participantes do Fórum
Nacional, que apresentaram argumentos a favor da não-ocorrência ou da
ocorrência nos dias atuais de visões ou revelações, e consideraram o perigo dos
exageros quanto à questão.
4.4 CONCLUSÕES
As reflexões dos participantes do Fórum Nacional sobre o assunto em foco levaram
às seguintes considerações finais:
a) Visões e revelações ainda podem ocorrer. Porém, o assunto sempre deve
ser encarado pela Igreja com o devido critério, conforme foi exposto no
item 3 do presente documento;
[21]
[22]
5 UNÇÃO COM ÓLEO
Nos dias de hoje a prática da unção cerimonial não tem sentido porque, no período
da Lei, representava o Espírito, que já foi concedido no Pentecoste (Atos 2,1-4).
Assim, já que o tipificado está presente, o tipo perde o seu valor, não tendo mais
razão de ser. Por este motivo, tal prática não se encontra no Novo Testamento, que
também não a recomenda. As ocorrências da unção em Marcos e em Tiago
mostram a aplicação do óleo com finalidade terapêutica.
Uma observação mais detalhada de Tiago 5,14 mostra a inutilidade da prática da
unção com óleo em sentido cerimonial ou simbólico, pois este texto deixa claro
que todo o benefício é trazido pela oração da fé e não por um ritual onde o óleo
seja usado.
Os representantes que advogam a não prática da unção com óleo fizeram ainda
várias considerações sobre o [23] assunto mostrando que a sua prática foi
passageira no Novo Testamento; que o poder do Espírito Santo não está na
dependência da unção com óleo; que o óleo foi elemento circunstancial.
Argumentaram ainda que os símbolos usados na Ceia e no Batismo (pão, vinho e
água) não servem para fundamentar o uso do óleo como símbolo, pois água, pão é
vinho são elementos de duas ordenanças instituídas por Jesus Cristo.
Mostraram também que a unção com óleo nos seus vá rios aspectos e usos é
desnecessária para a Igreja de Deus hoje, inclusive no sentido cerimonial, pois,
como tal, a unção simbolizava uma realidade espiritual, hoje experimentada pelo
crente ao receber o Espírito Santo (Lucas 4,18; Atos 4,27; 10,38; 1 João 2,20.27;
João 14,17.26; 16,13).
c) O ato da unção com óleo sobre os enfermos deve ser restrito a pastores e
presbíteros com base em Tiago 5,14-15.
5.4 CONCLUSÕES
Tendo em vista as argumentações favoráveis e contrárias à unção com óleo,
concluímos:
a) A unção com óleo realmente foi usada no Antigo e no Novo
Testamentos com vários sentidos e finalidades, conforme foi mostrado
nas argumentações contidas neste texto final;
[26]
6 EXPULSÃO DE DEMÔNIO OU EXORCISMO
6.1 CONCLUSÕES
Diante das considerações acima, os participantes do Fórum Nacional chegaram às
seguintes conclusões:
a) Deve-se tomar cuidado para não confundir possessão demoníaca com
certas enfermidades, tais como: epilepsia, esquizofrenia e outras; ainda
que, em alguns casos, enfermidades resultem de possessão demoníaca
(Mateus 9,32-34; 17,14-18; Lucas 13,10-13);
b) Deve-se entender que as obras da came, embora possam ser [27] usadas
pelos demônios, não são, em sua essência, consequência de sua ação.
Por isso se deve evitar nomear de “espíritos” as obras da came;
c) Quanto à metodologia para a prática da expulsão de demônios, não se
apresenta de forma específica nas Escrituras. Alguns exemplos bíblicos
apresentam apenas uma ordem dada (Mateus 8,16; Marcos 1,25; Atos
16,18). Assim se deduz que qualquer crente em Cristo, cheio do Espírito
Santo, pode ordenar em nome de Jesus que o demônio se retire da
pessoa, sem perverter a liturgia do culto com inserções desnecessárias
tais como: passes místicos, entrevistas com demônio etc.
[28]
7 QUEBRA DE MALDIÇÃO
A maldição das consequências dos pecados dos pais pode ser quebrada. Mas isto só
acontece quando o homem se volta para Deus, arrependido, contrito, com um
coração quebrantado (Atos 2,14-40). Jesus Cristo quebra toda a força do pecado,
inclusive das suas consequências (1 Pedro 1,18-19; Colossenses 1,13-14).
Os ritos para quebra de maldição por parte dos que advogam tal prática são
condenáveis por duas razões: primeiramente, porque incluem súplica de perdão dos
pecados dos antepassados, o que se assemelha à oração orn favor dos mortos; em
segundo lugar, porque contrariam o próprio bom senso, uma vez que ignoram o
fato de que as árvores genealógicas sobem em progressão geométrica.
Os que se posicionaram contrariamente à prática da quebra de maldições
argumentaram ainda, que: [32]
a) Não há lugar para esta prática na Igreja porque quem está em Cristo está
fora da maldição da Lei e do pecado. Ademais argumentaram que o
fundamento bíblico tal prática é muito fraco e contraditório;
7.3 CONCLUSÕES
Após esgotados os estudos sobre a queda de maldição e na base do texto sobre a
matéria, os participantes do Fórum Nacional chegaram às seguintes conclusões:
a) A maldição procede da boca de Deus e da autoridade que Ele concede a
homens;
d) Para os que aceitam a quebra de maldição deve haver cuidado para que
orações ou outras liturgias não se assemelhem a cultos pelos mortos ou
intercessão por eles, Ainda não se deve tirar a responsabilidade
individual, lançando os problemas do individuo sobre seus antepassados;
[34]
8 SINAIS E PRODÍGIOS
8.1 CONCLUSÕES
À luz do que foi dito anteriormente, não se deve tomar uma atitude de
incredulidade quanto a sinais e prodígios, mas crer que Deus, por sua vontade
soberana e livre, em ocasião oportuna, pode operar sinais que confirmem o anúncio
de sua mensagem ou sirvam para a glorificação do Seu nome (Atos 5,1-11). Muitos
sinais espetaculares ainda [36] estão para acontecer, segundo a profecia bíblica,
especialmente a do Apocalipse. Por outro lado, deve-se cuidar para não atribuir aos
sinais valor e lugar além daquele que a Palavra lhes dá. Advirta-se que a Igreja e os
crentes estão sempre sujeitos a buscar e seguir usinais que não são de Deus, que às
vezes não passam de circunstâncias ou fenômenos naturais sobre carregados de
mistificação.
[37]
[38]
9 SEGUNDA BENÇÃO
Mostraram ainda que há textos em abundância que provam que o batismo com o
Espírito Santo é uma experiência já realizada em todos os cristãos (Romanos 5,5; 2
Coríntios 1,21-22; Efésios 1,13; 4,30; 1 Tessalonicenses 4,8; 1 João 2,20).
Os componentes deste grupo declararam também que o crente em Cristo pode
experimentar, após essa bênção [39] inicial e universal, outras bênçãos do Espírito
Santo, resultado do viver no Espírito (Gálatas 5,22-26) ou da plenitude do Espírito
(Efésios 5,15-21).
Afirmaram entender que batismo e plenitude são experiências diferentes. Sendo a
primeira um ato único e a segunda um ato ou processo (Atos 4,31, 13,52; Efésios
5,18). Mas nenhuma experiência tem que, necessariamente ser acompanhada de
fenômenos excepcionais, tal como falar em línguas.
Definiram plenitude do Espírito Santo como uma experiência do enchimento ou de
concessão da vida para ser guiada ou dominada pelo Espírito Santo (Efésios 5,18-
21), e como um revestimento de poder para o exercício do ministério (Atos
19,9.17; Lucas 24,49 comparado com Atos 1,8). Declararam também que plenitude
é uma experiência que tanto pode ser repetida como progressiva, uma vez que o
crente promove atitudes que invalidam ou interrompem o enchimento, que são:
a) Apagar (1 Tessalonicenses 5,19);
Consideraram também que tem havido uma confusão de termos que deve ser
evitada. Batismo é um termo que está ligado a ideia de iniciação, enquanto
plenitude significa enchimento e só ocorre naquele que já experimentou a
regeneração efetuada pelo mesmo Espírito. Para ter a experiência do batismo com
o Espírito Santo é necessário que a pessoa se aproprie, pela fé, da salvação
oferecida por Cristo. Para ter a experiência da plenitude, o crente é exortado a
buscá-la (Efésios 5,18). O batismo é graça, é dom; a plenitude é exigência feita ao
cristão.
Interpretaram o texto de João 20,22 como uma capacitação do Espírito concedida
aos discípulos para o serviço, semelhante à atuação comum do Espírito na antiga
dispensação.
[40]
[41]
[42]
10 CURA INTERIOR
10.1 CONCLUSÕES
À luz das considerações acima, os participantes do Fórum Nacional admitem que a
doutrina da cura interior encontra respaldo bíblico, sendo apenas necessário que
igrejas e obreiros se atenham aos parâmetros trazidos pelas Sagradas Escrituras
para a sua realização, evitando adotar certos modismos relacionados à prática da
cura da alma. Concordaram também que não se pode menosprezar os recursos
científicos à disposição, pois são instrumentos benditos para a cura interior, quando
devidamente utilizados.
[45]
[46]
11 JEJUM
[49]
[50]
FORUM NACIONAL PARA DEFINIÇÃO DOUTRINARIA
Definições de termos de acordo com o “Novo Dicionário Aurélio da
Língua Portuguesa”.
01 — Dom
Do grego “Charis”, graça, favor, gratidão etc... “Charisma”, presente oferecido de
boa vontade. Dom imerecido. Paulo chama de “Charisma” (um revestimento
pessoal com graça) a operação multiforme da única graça nos cristãos individuais,
mediante o único — Espírito.
02 — Curar
Do grego “Therapeuo”, sarar, curar. Na antiguidade era usado para o serviço
prestado a alguém. No Novo Testamento, mencionado 43 vezes, é usado para
“cura”. Outro termo grego.
03 — Profeta
Do grego “Profhetês”, profeta, proclamador etc... (ocorre 144 vezes no Novo
Testamento); “profhêtis”, profetisa, (ocorre 2 vezes no Novo Testamento);
04 — Língua
Do grego “Glôssa”, língua, idioma, linguagem. Paulo usa “guêne glôsson”, para
variedade de línguas em 1 Cor. 12: 10; “lalein glôsse”, para aquele que fala em
língua, em I Cor. 14:4 e “lalein glôssais”, para o falar em outras línguas, em 1 Cor.
14,5. Há outras citações do apóstolo que se assemelham a estas.
05 — Revelação
Do grego “Apokalypto”, descobrir, desvendar, revelar, revelação e manifestação
(Mt 10,26; 11,25; 16,17; Lc 2,35; 10,21; Jo 12,38; Rm 1,17-18; 8,18; 1 Cor 2,10;
3,13; Gl 1,16; 3,23; Ef 3,5; etc.). Outros termos são: “epiphaneia”, aparecimento,
revelação (2 Ts 2,8; 1 Tm 6,14; 2 Tm 4,1.8; Tt 2,13); “epiphaino”, mostrar,
aparecer (Lc 1,79; At 27,20; Tt 2,11; 3,14); “phanerosis”, revelação, manifestação
descoberta (1 Cor 12,7; 2 Cor 4,2).
06 — Visão
Do grego “Horama”, visão, coisa maravilhosa, estupenda (Mt 17,9; At 7,31; 9,10.
Hb 10,3.17.19; 11,5 etc.).
[52]