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Apresentação 03
Movimento Honório Gurgel 04
Pudim da Neusa 09
Arroz Doce da Sonia 11
Carne Assada da Adriana 13
Parfait da Verônica 15
Farofa do Bené 17
Hambúrguer do Carlinhos 19
Maionese do Thiago 21
Torta de Morango do Vinícius 23
APRESENTAÇÃO
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MOVIMENTO HONÓRIO GURGEL
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RECE
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EITAS
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Açúcar e afeto
“Pudim é facílimo de fazer. Manjar tem mais ciência. Pudim, não. Mas tem um
segredo”. Quem dá a dica é Neusa Acioli, moradora de Honório Gurgel desde
os seis anos de idade. Hoje, aos 73, ela tem inúmeras histórias sobre o lugar que
não tinha sequer luz ou asfalto, quando os pais se instalaram por lá, na casa
escolhida pelo pai, operário da indústria. Ele quis uma casa que não fosse nem
perto da linha do trem – achava que ali “ia ser sempre deserto” -, nem perto da
Estrada João Paulo – achava que “ia ter muito movimento”. “Ele disse para mi-
nha mãe: ‘Bebete, vamos ficar pelo meio da rua’. E assim escolheu a nossa casa”,
conta Neusa, que é uma memória viva sobre os primeiros tempos do IAPI, onde
as famílias com mais de quatro filhos podiam morar nas casas e as com menos
de três, nos apartamentos. “O presidente Getúlio Vargas que deu a chance dos
industriários de comprar as casas aqui”, lembra ela, uma das poucas moradoras
a manter as características originais do imóvel.
Frequentadora das festas do antigo GREI, eleita Rainha da
Primavera em uma delas, e animada foliã nos carnavais em
volta dos coretos sempre bem decorados que eram montados
na praça do IAPI, Neusa fala do passado com nostalgia. E
mantém com os vizinhos uma relação tão próxima, como se
fossem a própria família. “Quando faço uma receita, nunca
faço pouquinho. Gosto de fazer muito! Faço pra mim e
pros meus vizinhos. A gente aqui foi criado assim”.
O segredo do pudim da Neusa? Vários pequenos
detalhes, como a quantidade de leite, de açú-
car – “só um pouquinho pra ficar docinho”
–, não bater muito no liquidificador e deixar
firmar na geladeira de um dia para o outro.
Quem se habilita?
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PUDIM
DA NEUSA
Tempo de Preparo
40 min
Rendimento
20 pedaços
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Doces memórias
Tem sempre gente sentada na porta da casa de Dona Sonia, batendo papo na
calçada. Em geral, comendo alguma coisa. Parece festa. Mas é só mais um dia
normal em que os vizinhos chegam para contar novidades, espairecer depois
de um dia de trabalho. O cardápio é variado e depende da inspiração da dona
da casa, uma cozinheira de mão cheia, que aprendeu o que sabe com a mãe,
uns livros e revistas de receita, compradas em banca de jornal. “Ficava perto da
minha mãe para aprender a cozinhar. Ela me chamava para mostrar: ‘olha aqui
como se faz um arroz’, ‘como se tempera carne’, ‘como parte o frango’...”, conta
Sonia Lima, moradora de Honório Gurgel desde os dois anos de idade.
As criações na cozinha ficaram famosas e chegaram à televisão: numa das tem-
poradas do programa Tempero de Família, exibido no GNT, o apresentador
Rodrigo Hilbert foi ao bairro mostrar como se faz uma sobremesa típica dela:
arroz doce. “Gosto de fazer porque é fácil e gostoso. Todo
mundo pede, principalmente meus netos”, resume.
Aos 69 anos, a memória de Dona Sonia vem acompa-
nhada dos cheiros das comidas de Honório, entre elas o
famoso frango do Bilanha - “cheirava até aqui em casa!
Era muito gostoso, chamava muito atenção do povo. Era
um frango caseiro, assado, com aquela farofa gostosa”
-, e os doces da padaria do Seu Inácio – “comia muito
quindim, sonho e pão quentinho”. Coisas que não
existem mais, assim como o GREI, o Grêmio
Recreativo onde jovens do bairro se divertiam
e que há muitos anos desapareceu. “Até hoje
gosto daqui, um lugar que tinha uma praça
muito bonita, muitos carnavais, muitos co-
retos lindos, boas amizades, bons vizinhos.
Não posso reclamar desse bairro”.
Tempo de Preparo
25 min
Rendimento
40 porções
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Cozinha afetiva
Na cozinha, quem cria é ela. A memória, quem tem é ele. Os sonhos são com-
partilhados e realizados pelos dois, que encontraram nas receitas uma forma
não só de criar um negócio familiar, mas também de manter vivas relações
importantes de afeto. Casados há 29 anos, pais de cinco filhos e muito festeiros,
Adriana e Marcelo têm inúmeras histórias em torno do fogão, da gastronomia
e do bairro onde cresceram, se conheceram e vivem até hoje. “O gosto dela
pela culinária vem da adolescência, da infância. A inspiração foram as avós”,
explica Marcelo, orgulhoso.
Entre tantos pratos elaborados por Adriana, a carne assada ao molho ma-
deira tem lugar de destaque porque cruza a história da família: transferidos
para Manaus por causa do trabalho de Marcelo, era comum eles abrirem a
casa para reunir amigos na mesma situação. A receita de Adriana diminuía
a saudade imposta pela distância. “Lá, a gente se reunia com outras pessoas
que também tinham deixado família no Rio ou outros estados, e essa carne
assada marcou. A receita foi da minha avó paterna, mas houve adaptações.
Minha avó fazia e todo mundo amava. A minha não é igual à dela. A da mi-
nha avó era o máximo”.
Apesar da observação, quem não provou a carne fei-
ta por Dona Filhinha adora a que é preparada por
Adriana, que já fez diversos cursos de gastronomia –
de doces e bolos à cozinha industrial. Nas festas que
ela e o marido promovem na rua em que moram,
em Honório Gurgel, as comidas da chef de cozi-
nha também fazem sucesso. E os dotes culiná-
rios também reforçam o orçamento da casa,
já que Adriana é sempre contratada para
fazer almoços, festas, o que for preciso
ter comida gostosa, feita com talento e
afeto. “Eu amo cozinhar!”, resume.
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CARNE ASSADA
DA ADRIANA
Tempo de Preparo
50 min
Rendimento
12 porções
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Delícia sem frescura
Tempo de Preparo
45 min
Rendimento
15 pedaços
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Mistura deliciosa
Quem acha que farofa é um prato simples de fazer é porque ainda não desco-
briu como é feita a do Bené. Nela, o rapaz de 24 anos coloca alho, calabresa
bacon bem picadinho, colorau, temperinhos diversos, alho granulado, além
de couve ou cenoura, acrescentadas quase no fim, depois que a farinha crua é
misturada por uns 40 minutos, sempre em fogo baixo. Luiz Felipe Fernandes, o
Bené, foi acrescentando ingredientes para melhorar a farofa, que caiu no gosto
de quem compra o frango assado vendido todos os finais de semana no merca-
dinho Casal 20, onde ele trabalha. “No início, eu achava que os outros falavam
que ela estava boa só para ganhar um saquinho a mais da farofa. Mas depois vi
que as pessoas estavam gostando mesmo”, conta ele.
Tão cheia de ingredientes, a farofa do Bené acaba virando alvo da reclama-
ção do dono do estabelecimento, preocupado com os custos. Para não baixar
o padrão da própria receita, Bené encontra soluções criativas para continuar
fazendo a farofa do jeito que ele e os clientes gostam. “Da-
qui a pouco vão botar uma câmera no fogão”, brinca.
Bené também tempera o frango assado, num processo
que leva três a quatro dias de preparo. Aprendeu a fazer
com o pai, que trabalha no mesmo lugar que ele. “Na
minha família, os homens cozinham mais que as mu-
lheres. Meu tio faz bolo até para festa. Meu pai, vira e
mexe faz almoço, sopa, tira gosto”, conta ele, morador
de Honório desde pequeno. “A coisa mais gosto-
sa daqui são os moradores: você fala com todo
mundo e todo mundo te trata bem”. A gente de-
seja vida longa ao Bené e suas receitas!
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FAROFA
DO BENÉ
Tempo de Preparo
20 min
Rendimento
20 porções
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Amigos e alquimia
Tempo de Preparo
20 min
Rendimento
1 pessoa
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Vida inventiva
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MAIONESE
DO THIAGO
Tempo de Preparo
40 min
Rendimento
6 pessoas
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Pequeno grande chef
Das coisas que mais gosta em Honório Gurgel, soltar pipa e ter muitas crianças
para brincar na rua são as que Vinicius acha mais legais. Mais novo entre os
moradores que compartilham suas receitas nesse livro, o menino de 13 anos
não se aperta na cozinha: “Já sei cozinhar quase tudo. Só não sei fazer panqueca
e sopa”, diz ele, que aprendeu a fazer arroz, bife e temperar feijão. “Fica gosto-
so”, garante. “Acho legal me virar na cozinha”.
A sobremesa que ensina aqui, ele aprendeu a fazer com um dos irmãos mais
velhos. “Um dia, vi o Thiago, meu irmão, fazendo. Achei muito gostosa, pedi
a receita pra ele, fiz e deu certo. Achei bom e continuei fazendo outras vezes”,
conta. “É uma sobremesa muito gostosa e não é tão difícil. Pode fazer para ani-
versário, para festa, para um montão de coisas.”
Vinicius é um menino participativo e curte os eventos que o outro irmão, Vic-
tor Hugo, promove no bairro, como sessões de filmes, muitos deles feitos pelos
próprios moradores, sobre a história de Honório Gurgel. “Eu par-
ticipo porque é legal e um montão de gente vem e participa tam-
bém. É importante contar a vida do bairro, pra gente conhecer
não só o hoje e o amanhã, mas o antes. Antigamente era melhor
que agora, né?”, ele acredita.
Ainda muito jovem para ter saudade de uma época que só co-
nhece de ouvir falar, Vinicius ocupa o tempo na escola e fazendo
projetos para o futuro, como estudar para ser médico ou enge-
nheiro. Ou unir de alguma forma as duas profissões. “Posso
ser pediatra, porque falta médico para as crianças. Posso
ser engenheiro, para construir casas. Ou também cons-
truir cama para hospital”, imagina. Uma coisa é certa: a
vontade dele é ingrediente indispensável para essa recei-
ta ser um sucesso!
Tempo de Preparo
25 min
Rendimento
12 pedaços
Ingredientes:
1 pacote de biscoito Maizena em uma forma de fundo falso
2 colheres de sopa manteiga até cobrir toda a superfície. Faça
1 sachê de gelatina de furos na massa e leve-a ao forno
morango pré aquecido por 10 minutos.
1 lata de leite condensado Misture leite condensado, creme
2 colheres de sopa de amido de leite, sachê de gelatina e
de milho (Maizena) amido de milho no liquidificador
1 lata de creme de leite e deixe bater por cinco minutos.
1 caixa de Morangos Depois, jogue o conteúdo
batido em uma panela e em fogo
Modo de Preparo: médio mexa com uma colher
Em um liquidificador, triture os de pau até ficar em ponto de
biscoitos de maizena e adicione brigadeiro. Desenforme a massa
manteiga até ficar uma massa e adicione o creme. Enfeite com
homogênea. Espalhe a massa os morangos.
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