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EXPEDIENTE

Copyright © Movimento Honório Gurgel

Publicação online disponível no site:


www.honoriogurgel.com.br/noponto
Visualização gratuita

Qualquer parte desta publicação pode ser


reproduzida, para fins não comerciais, desde que
citada a fonte.

Organização: Victor Hugo Rodrigues


Projeto audiovisual: Manaíra Carneiro
Projeto Gráfico: Mariane Martins
Texto: Ana Claudia Souza
Fotos: Orlando Calheiros

Movimento Honório Gurgel


No Ponto! Culinária Afetiva de Honório Gurgel
Victor Hugo Rodrigues – Rio de Janeiro, RJ
2017 – 24 p.
ÍNDICE

Apresentação 03
Movimento Honório Gurgel 04
Pudim da Neusa 09
Arroz Doce da Sonia 11
Carne Assada da Adriana 13
Parfait da Verônica 15
Farofa do Bené 17
Hambúrguer do Carlinhos 19
Maionese do Thiago 21
Torta de Morango do Vinícius 23
APRESENTAÇÃO

Este trabalho lança um novo


olhar sobre o bairro Honório
Gurgel e seus moradores, di-
vulgando memórias contidas
no preparo de receitas da culi-
nária local. É um registro das
vivências que marcam - ou
marcaram - o cotidiano dessas
pessoas, e aqui estão apresen-
tados sob os olhares e visões de
diferentes gerações. Cada uma a
seu tempo, mas todas recheadas
por lembranças que identificam
o lugar que escolheram viver.
Das cadeiras nos portões, às
festas na rua, às casas sempre
cheias de visitas, à vizinhan-
ça que se torna família, estas
histórias definem o subúrbio
carioca, sua gente e as riquezas
contidas nele. Por isso, garanto
que estas páginas darão sauda-
de, vontade de comer e muitas
alegrias com sabor.
Uma boa leitura,
Victor Hugo Rodrigues

4
MOVIMENTO HONÓRIO GURGEL

Nós somos amigos, vizinhos, moradores, ex-


moradores de Honório Gurgel. Acreditamos
nas boas histórias e na importância delas serem
contadas. Por esta razão, há quatro anos vivemos
inventando oportunidades de registros e encontros,
como: o Quintal da Memória, laboratório audiovisual
patrocinado pela Secretaria Municipal de Cultura do
Rio de Janeiro e RioFilme, através do Edital Viva o
Cinema!; a Galeria de Grafite a Céu Aberto, usando
os muros da linha férrea; o Viva Honório!, projeto
vencedor do Edital Ações Locais - Rio 450 Anos, para
manutenção do Cine Gurgel e o Um Tal de Sarau.
E fizemos a mobilização Aqui é Honório Gurgel,
em parceria com o Meu Rio, para que a região do
IAPI de Honório Gurgel seja reanexada ao bairro de
origem. Agora, apresentamos o No Ponto!. Todos
estes projetos nos ajudam a reunir a vizinhança
e fortalecer laços de identidade para que nossas
vivências neste espaço, que é nosso e da cidade do
Rio de Janeiro, não sejam esquecidas.

Você pode conhecer mais sobre


a gente nas nossas redes sociais:

5
RECE
6
EITAS
7
Açúcar e afeto

“Pudim é facílimo de fazer. Manjar tem mais ciência. Pudim, não. Mas tem um
segredo”. Quem dá a dica é Neusa Acioli, moradora de Honório Gurgel desde
os seis anos de idade. Hoje, aos 73, ela tem inúmeras histórias sobre o lugar que
não tinha sequer luz ou asfalto, quando os pais se instalaram por lá, na casa
escolhida pelo pai, operário da indústria. Ele quis uma casa que não fosse nem
perto da linha do trem – achava que ali “ia ser sempre deserto” -, nem perto da
Estrada João Paulo – achava que “ia ter muito movimento”. “Ele disse para mi-
nha mãe: ‘Bebete, vamos ficar pelo meio da rua’. E assim escolheu a nossa casa”,
conta Neusa, que é uma memória viva sobre os primeiros tempos do IAPI, onde
as famílias com mais de quatro filhos podiam morar nas casas e as com menos
de três, nos apartamentos. “O presidente Getúlio Vargas que deu a chance dos
industriários de comprar as casas aqui”, lembra ela, uma das poucas moradoras
a manter as características originais do imóvel.
Frequentadora das festas do antigo GREI, eleita Rainha da
Primavera em uma delas, e animada foliã nos carnavais em
volta dos coretos sempre bem decorados que eram montados
na praça do IAPI, Neusa fala do passado com nostalgia. E
mantém com os vizinhos uma relação tão próxima, como se
fossem a própria família. “Quando faço uma receita, nunca
faço pouquinho. Gosto de fazer muito! Faço pra mim e
pros meus vizinhos. A gente aqui foi criado assim”.
O segredo do pudim da Neusa? Vários pequenos
detalhes, como a quantidade de leite, de açú-
car – “só um pouquinho pra ficar docinho”
–, não bater muito no liquidificador e deixar
firmar na geladeira de um dia para o outro.
Quem se habilita?

Neusa Acioli, 73 anos


Comerciária aposentada

8
PUDIM
DA NEUSA

Tempo de Preparo
40 min

Rendimento
20 pedaços

Ingredientes: Modo de Preparo:


2 latas de leite condensado Em uma panela, derreta o
6 ovos açúcar até dourar. Adicione
2 xícaras de chá de leite água e deixe engrossar. Despeje
5 colheres de sobremesa a calda em uma forma de pudim
de açúcar e reserve. No liquidificador, bata
2 xícaras de água bem os ovos, o leite condensado
e o leite. Na forma caramelizada,
acrescente a mistura e leve-a ao
forno por 40min. Deixe esfriar e
desenforme.

9
Doces memórias

Tem sempre gente sentada na porta da casa de Dona Sonia, batendo papo na
calçada. Em geral, comendo alguma coisa. Parece festa. Mas é só mais um dia
normal em que os vizinhos chegam para contar novidades, espairecer depois
de um dia de trabalho. O cardápio é variado e depende da inspiração da dona
da casa, uma cozinheira de mão cheia, que aprendeu o que sabe com a mãe,
uns livros e revistas de receita, compradas em banca de jornal. “Ficava perto da
minha mãe para aprender a cozinhar. Ela me chamava para mostrar: ‘olha aqui
como se faz um arroz’, ‘como se tempera carne’, ‘como parte o frango’...”, conta
Sonia Lima, moradora de Honório Gurgel desde os dois anos de idade.
As criações na cozinha ficaram famosas e chegaram à televisão: numa das tem-
poradas do programa Tempero de Família, exibido no GNT, o apresentador
Rodrigo Hilbert foi ao bairro mostrar como se faz uma sobremesa típica dela:
arroz doce. “Gosto de fazer porque é fácil e gostoso. Todo
mundo pede, principalmente meus netos”, resume.
Aos 69 anos, a memória de Dona Sonia vem acompa-
nhada dos cheiros das comidas de Honório, entre elas o
famoso frango do Bilanha - “cheirava até aqui em casa!
Era muito gostoso, chamava muito atenção do povo. Era
um frango caseiro, assado, com aquela farofa gostosa”
-, e os doces da padaria do Seu Inácio – “comia muito
quindim, sonho e pão quentinho”. Coisas que não
existem mais, assim como o GREI, o Grêmio
Recreativo onde jovens do bairro se divertiam
e que há muitos anos desapareceu. “Até hoje
gosto daqui, um lugar que tinha uma praça
muito bonita, muitos carnavais, muitos co-
retos lindos, boas amizades, bons vizinhos.
Não posso reclamar desse bairro”.

Sonia Lima, 69 anos


Dona de casa
ARROZ DOCE
DA SONIA

Tempo de Preparo
25 min

Rendimento
40 porções

Ingredientes: Modo de Preparo:


2 xícaras de arroz Cozinhe o arroz branco sem
2 paus de canela lavar. Em seguida, acrescente
1 colher de sopa rasa de cravos leite integral, leite condensado,
1 xícara de açúcar leite de coco, açúcar, cravos,
1 lata de leite condensado canela em pau e deixe engrossar.
1 garrafa média de leite de coco
1 litro de leite integral

11
Cozinha afetiva

Na cozinha, quem cria é ela. A memória, quem tem é ele. Os sonhos são com-
partilhados e realizados pelos dois, que encontraram nas receitas uma forma
não só de criar um negócio familiar, mas também de manter vivas relações
importantes de afeto. Casados há 29 anos, pais de cinco filhos e muito festeiros,
Adriana e Marcelo têm inúmeras histórias em torno do fogão, da gastronomia
e do bairro onde cresceram, se conheceram e vivem até hoje. “O gosto dela
pela culinária vem da adolescência, da infância. A inspiração foram as avós”,
explica Marcelo, orgulhoso.
Entre tantos pratos elaborados por Adriana, a carne assada ao molho ma-
deira tem lugar de destaque porque cruza a história da família: transferidos
para Manaus por causa do trabalho de Marcelo, era comum eles abrirem a
casa para reunir amigos na mesma situação. A receita de Adriana diminuía
a saudade imposta pela distância. “Lá, a gente se reunia com outras pessoas
que também tinham deixado família no Rio ou outros estados, e essa carne
assada marcou. A receita foi da minha avó paterna, mas houve adaptações.
Minha avó fazia e todo mundo amava. A minha não é igual à dela. A da mi-
nha avó era o máximo”.
Apesar da observação, quem não provou a carne fei-
ta por Dona Filhinha adora a que é preparada por
Adriana, que já fez diversos cursos de gastronomia –
de doces e bolos à cozinha industrial. Nas festas que
ela e o marido promovem na rua em que moram,
em Honório Gurgel, as comidas da chef de cozi-
nha também fazem sucesso. E os dotes culiná-
rios também reforçam o orçamento da casa,
já que Adriana é sempre contratada para
fazer almoços, festas, o que for preciso
ter comida gostosa, feita com talento e
afeto. “Eu amo cozinhar!”, resume.

Adriana Assumpção, 47 anos


Chef de cozinha

12
CARNE ASSADA
DA ADRIANA

Tempo de Preparo
50 min

Rendimento
12 porções

Ingredientes: Modo de Preparo:


2 kg de lagarto Em uma panela grande misture
1 cebola grande açúcar e óleo até caramelizar.
1 tomate grande Coloque a carne e vire-a
1 colher de sopa rasa de açúcar até que esteja totalmente
3 colheres de sopa de óleo selada. Adicione os demais
3 colheres de sopa de massa ingredientes e ponha água aos
de tomate poucos até que a carne está
Cheiro verde a gosto totalmente cozida. Retire-a do
Pimenta do reino a gosto fogo, espere esfriar e corte-a
Sal a gosto em fatias. Bata o caldo da carne
Água no liquidificador e coe. Leve
a carne novamente ao fogo e
adicione o caldo coado até o
ponto de fervura em fogo baixo.

13
Delícia sem frescura

Os amigos de Verônica gostam tanto da sobremesa sempre presente em datas


especiais que, nas festas de aniversário dela, logo após cantar Parabéns, eles
pedem em coro: “Parfait, parfait, parfait”. É assim que se chama o doce que
parece pudim, mas é congelado como um sorvete e tem duas camadas: uma de
creme, outra de chocolate. “Aprendi essa receita com uma amiga de infância,
aqui de Honório, a Claudia, quando eu tinha uns 14 anos. Aí ficou na família”,
conta Verônica Gonçalves, cria de Honório Gurgel, que mora na mesma casa
onde cresceram a mãe e os tios. “Minha família deve morar aqui há uns 60
anos”, calcula.
A casa vive cheia e tem sempre algo gostoso preparado por ela para oferecer
a quem chega. “Aqui a cozinha não para. Toda hora tem alguma coisinha pra
comer, alguém que chega... Essa casa aqui é quase uma Central do Brasil: uma
passagem”, brinca. Diferente da tradição, Verônica não aprendeu a cozinhar
com a avó ou com a mãe. “Elas nunca gostaram de cozinhar. Por isso me inte-
ressei em aprender, porque aqui em casa sempre foi tudo muito básico”,
diz. Se vai comer fora e gosta do prato, pede o nome, procura a receita
e prepara em casa. Em geral dá certo e as visitas – que pode ser a fa-
mília, os amigos ou os vizinhos – adoram. “Todo dia tem uma visita
aqui. As pessoas mandam zap e perguntam: tem o que aí pra comer?
Sempre foi assim”.
Apesar do nome chique, o Parfait não tem frescura. “Gosto dessa
receita porque não vai ao forno, não perco tempo assando e,
se eu quiser, posso fazer um mês antes e congelar”, diz. Ou-
tra vantagem: os ingredientes. “São coisas simples, qualquer
vendinha tem. Compro tudo que preciso por aqui mesmo.”

Verônica Coutinho, 36 anos


Consultora de vendas
PARFAIT
DA VERÔNICA

Tempo de Preparo
45 min

Rendimento
15 pedaços

Ingredientes: e chocolate em pó. Leve ao


1 copo de água forno e deixe ferver. Depois,
5 colheres de açúcar despeje sobre a calda de
1 copo de chocolate em pó chocolate na forma de pudim e
1 copo de leite integral deixe descansando no freezer
1 lata de leite condensado até endurecer. Misture o leite
3 ovos condensado, o leite integral, a
1 lata de creme de leite manteiga e as gemas em uma
1 colher de sopa rasa de panela. Leve a mistura ao forno
manteiga e mexa até ficar um creme
consistente. Deixe na panela.
Modo de Preparo:
Bata as claras dos três ovos em
Em uma panela, misture açúcar e
ponto de neve e acrescente as
água até caramelizar. Em seguida
colheres de açúcar. Misture o
despeje o caramelo ainda quente
creme consistente com as claras
em uma forma de pudim. Na
em neve, ponha na forma e
mesma panela, misture leite
deixe no freezer por 12 horas.

15
Mistura deliciosa

Quem acha que farofa é um prato simples de fazer é porque ainda não desco-
briu como é feita a do Bené. Nela, o rapaz de 24 anos coloca alho, calabresa
bacon bem picadinho, colorau, temperinhos diversos, alho granulado, além
de couve ou cenoura, acrescentadas quase no fim, depois que a farinha crua é
misturada por uns 40 minutos, sempre em fogo baixo. Luiz Felipe Fernandes, o
Bené, foi acrescentando ingredientes para melhorar a farofa, que caiu no gosto
de quem compra o frango assado vendido todos os finais de semana no merca-
dinho Casal 20, onde ele trabalha. “No início, eu achava que os outros falavam
que ela estava boa só para ganhar um saquinho a mais da farofa. Mas depois vi
que as pessoas estavam gostando mesmo”, conta ele.
Tão cheia de ingredientes, a farofa do Bené acaba virando alvo da reclama-
ção do dono do estabelecimento, preocupado com os custos. Para não baixar
o padrão da própria receita, Bené encontra soluções criativas para continuar
fazendo a farofa do jeito que ele e os clientes gostam. “Da-
qui a pouco vão botar uma câmera no fogão”, brinca.
Bené também tempera o frango assado, num processo
que leva três a quatro dias de preparo. Aprendeu a fazer
com o pai, que trabalha no mesmo lugar que ele. “Na
minha família, os homens cozinham mais que as mu-
lheres. Meu tio faz bolo até para festa. Meu pai, vira e
mexe faz almoço, sopa, tira gosto”, conta ele, morador
de Honório desde pequeno. “A coisa mais gosto-
sa daqui são os moradores: você fala com todo
mundo e todo mundo te trata bem”. A gente de-
seja vida longa ao Bené e suas receitas!

Felipe Bené, 24 anos


Repositor de supermercado

16
FAROFA
DO BENÉ

Tempo de Preparo
20 min

Rendimento
20 porções

Ingredientes: Modo de Preparo:


2 colheres de manteiga Coloque a manteiga em uma
100g de bacon panela pré aquecida. Quando
1 cebola grande derreter, acrescente o bacon
100g de linguiça calabresa e a linguiça calabresa - ambos
500g de farinha de mesa picados - e deixe corar. Em fogo
Alho granulado a gosto baixo, junte a cebola, adicione
1 cenoura ralada farinha e mexa sempre para
Sazón de legumes a gosto não agarrar. Coloque a cenoura
Colorau a gosto ralada, alho granulado, colorau,
Sal a gosto sazón e sal.

17
Amigos e alquimia

Se a primeira ideia que vem à cabeça quando se pensa em hambúrguer é ape-


nas uma porção de carne entre dois pães redondos, você ainda não experi-
mentou as criações do Alquimistas Bistrô. “As pessoas às vezes me conhecem
por causa do meu hambúrguer”, diz Carlos Brasil, o Carlinhos, um dos sócios
da marca, especializada em receitas elaboradas do sanduíche. “Aprendi a co-
zinhar com meu pai e minha mãe”, diz ele.
Inspirados por Jorge Ben Jor, Carlos e os amigos batizaram as principais cria-
ções do Alquimistas Bistrô com versos da música do cantor e compositor,
gravada no disco A Tábua de Esmeralda, de 1974. Tem o Hambúrguer Dis-
creto, mais simples de todos, o Miraculoso, mais elaborado, e o Trismegisto,
que leva o nome do egípcio Hermes Trismegisto, que viveu há mais de 3000
anos e que seria o criador da alquimia.
“Fui pegando várias referências e fazendo minhas próprias receitas. Até que
a gente chegou no produto final, deu certo, ficou bom e a gente fez”, conta
Carlos, um empreendedor nato, que aprendeu a ter o espírito
comerciante com o pai, dono de bar desde que Carlinhos
era pequeno. Mas o público que ele mira é diferente do
que frequenta o bar do pai, na Rua Nova. E a hamburgue-
ria, depois de funcionar em dois bairros diferentes, agora
vai se estabelecer em Rocha Miranda, vizinho a Honório
Gurgel, onde Carlos já fez várias iniciativas, sempre
cercado por amigos – entre eles, Roberto Uóli,
o Marinho, Lucas Zampieri, Bruno Lopes,
Leandro Neguinho. “Honório é um local
aconchegante para quem nasceu aqui.
Quem é daqui sabe o que é bom”, diz
Carlinhos, um jovem e promissor em-
preendedor alquimista.

Carlos Brasil, 24 anos


Empreendedor
HAMBÚRGUER
DO CARLINHOS

Tempo de Preparo
20 min

Rendimento
1 pessoa

Ingredientes: Modo de Preparo:


Azeite a gosto Em uma vasilha, misture a
200g de carne moída carne moída com sal, alecrim,
(preferência acém) hortelã, pimenta do reino e
2 fatias de bacon noz moscada. Com as mãos,
1 pão de hambúrguer molde a mistura em forma
Alface, tomate e cebola de hambúrguer. Aqueça
2 fatias de queijo cheddar uma frigideira com um fio de
Sal a gosto azeite e frite o bacon. Deixe o
Alecrim a gosto hambúrguer fritar por 5 minutos
Hortelã a gosto cada lado. Coloque as fatias de
Pimenta do reino a gosto queijo em cima do hambúrguer.
Noz moscada a gosto Tampe a frigideira por 1 minuto.
Monte seu sanduíche com os
demais ingredientes.

19
Vida inventiva

Versatilidade. Essa é a principal característica do prato escolhido pelo ator,


professor e pernauta (que anda sobre pernas de pau) Thiago Tarolli. Não por
acaso. Essa é também uma característica marcante do criativo Thiago, que co-
meçou a inventar receitas quando decidiu parar de comer carne e produtos de
origem animal. A mudança de hábito foi reforçada depois que ele frequentou
um curso no Observatório de Favelas, na Maré, sobre alimentação sustentável
e reaproveitamento de alimentos, parceria com a UFRJ e uma universidade de
Londres. “A gente teve muitas palestras e assistiu a filmes sobre como é a in-
dústria da carne, dos produtos industrializados, e entendeu como isso é nocivo
pro mundo inteiro”, conta.
Vegano aos 23 anos, ele também percebeu como é grande o desconhecimento
sobre o movimento e sobre as inúmeras possibilidades que existem para comer
bem, gastando menos. “Quero desmistificar essa história de que para ser vega-
no é preciso gastar muito dinheiro. É possível fazer comidas simples, rápidas,
práticas. Não é nenhum desafio, como as pessoas acreditam”, diz ele, que criou
uma página e um canal no Youtube, No Talo com Tarolli, para com-
partilhar receitas e experiências.
Thiago encontra quase tudo o que precisa no Mercadinho
Casal 20, na Rua Proença Rosa, perto de casa em Honório
Gurgel. “Tem uma seção lá de produtos integrais”, desta-
ca. Parte de uma família que aprecia comer e cozinhar, o
ator convive bem com os não-veganos ao redor. E não tem
medo de oferecer o que inventa na cozinha: “É preciso se jogar.
Tem horas que dá errado, tem horas que dá certo. É pre-
ciso tentar”. O ensinamento vale para as receitas e para
a vida também.

Thiago Tarolli, 24 anos


Ator

20
MAIONESE
DO THIAGO

Tempo de Preparo
40 min

Rendimento
6 pessoas

Ingredientes: Modo de Preparo:


1,5 kg de batatas médias Corte as batatas ao meio,
1 couve-flor em forma de canoa. Unte um
1 dente de alho refratário e distribua as batatas.
1/2 xícara de óleo ou azeite Tempere com sal e asse por 30
Talos de couve a gosto minutos em forno médio, até
Sal a gosto que fiquem douradas. Cozinhe
a couve-flor, de preferência no
vapor, até ficar bem macia. Bata
no liquidificador com o óleo, o
alho e sal. Se precisar, ponha
mais ou menos óleo/azeite, de
acordo com o que deseja de
consistência. Depois, coloque
a mistura de couve sobre as
batatas assadas.

21
Pequeno grande chef

Das coisas que mais gosta em Honório Gurgel, soltar pipa e ter muitas crianças
para brincar na rua são as que Vinicius acha mais legais. Mais novo entre os
moradores que compartilham suas receitas nesse livro, o menino de 13 anos
não se aperta na cozinha: “Já sei cozinhar quase tudo. Só não sei fazer panqueca
e sopa”, diz ele, que aprendeu a fazer arroz, bife e temperar feijão. “Fica gosto-
so”, garante. “Acho legal me virar na cozinha”.
A sobremesa que ensina aqui, ele aprendeu a fazer com um dos irmãos mais
velhos. “Um dia, vi o Thiago, meu irmão, fazendo. Achei muito gostosa, pedi
a receita pra ele, fiz e deu certo. Achei bom e continuei fazendo outras vezes”,
conta. “É uma sobremesa muito gostosa e não é tão difícil. Pode fazer para ani-
versário, para festa, para um montão de coisas.”
Vinicius é um menino participativo e curte os eventos que o outro irmão, Vic-
tor Hugo, promove no bairro, como sessões de filmes, muitos deles feitos pelos
próprios moradores, sobre a história de Honório Gurgel. “Eu par-
ticipo porque é legal e um montão de gente vem e participa tam-
bém. É importante contar a vida do bairro, pra gente conhecer
não só o hoje e o amanhã, mas o antes. Antigamente era melhor
que agora, né?”, ele acredita.
Ainda muito jovem para ter saudade de uma época que só co-
nhece de ouvir falar, Vinicius ocupa o tempo na escola e fazendo
projetos para o futuro, como estudar para ser médico ou enge-
nheiro. Ou unir de alguma forma as duas profissões. “Posso
ser pediatra, porque falta médico para as crianças. Posso
ser engenheiro, para construir casas. Ou também cons-
truir cama para hospital”, imagina. Uma coisa é certa: a
vontade dele é ingrediente indispensável para essa recei-
ta ser um sucesso!

Vinícius Lima, 13 anos


Estudante
TORTA DE MORANGO
DO VINÍCIUS

Tempo de Preparo
25 min

Rendimento
12 pedaços

Ingredientes:
1 pacote de biscoito Maizena em uma forma de fundo falso
2 colheres de sopa manteiga até cobrir toda a superfície. Faça
1 sachê de gelatina de furos na massa e leve-a ao forno
morango pré aquecido por 10 minutos.
1 lata de leite condensado Misture leite condensado, creme
2 colheres de sopa de amido de leite, sachê de gelatina e
de milho (Maizena) amido de milho no liquidificador
1 lata de creme de leite e deixe bater por cinco minutos.
1 caixa de Morangos Depois, jogue o conteúdo
batido em uma panela e em fogo
Modo de Preparo: médio mexa com uma colher
Em um liquidificador, triture os de pau até ficar em ponto de
biscoitos de maizena e adicione brigadeiro. Desenforme a massa
manteiga até ficar uma massa e adicione o creme. Enfeite com
homogênea. Espalhe a massa os morangos.

23

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