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Refletindo sobre a fé de forma crítica e analítica está o teólogo, que pelo carisma
recebido do espírito e pelo reconhecimento e recepção da comunidade, é quem
interpreta e se esforça para levar a palavra à vivência pessoal e coletiva. Em suas
reflexões o teólogo experimenta a solidão, a dúvida e a contestação. Sua solidão é
devida a uma incompreensão e julgamento feitos, não só pelo “mundo”, mas também
pela igreja, que tanto ama e serve com espírito e coração. Tal sentimento pode ser
observado sempre que, em nome da fé, exige o crivo da solidão de quem arrisca tudo
em primeira pessoa, deixando-se capturar pelo Deus invisível. Todavia, essa solidão
jamais deve tornar-se orgulhosa. E é aqui que o teólogo deve conhecer a dúvida, o
temor de estar errado, a hesitação de quem sabe que não se deve jamais absolutizar
tudo o que é menos de Deus, a começar por si mesmo.
E, por fim, a contestação que a teologia está exposta é o fato de que Deus se
retira da obra empreendida e continuada pelos homens. Esse fato acaba por gerar
uma espécie de silêncio, pois o próprio Deus que se pretende que fale, cala-se a
respeito de tudo isso que se pensa e se diz, porque, infelizmente, se pensa e se diz
somente a respeito Dele e não a partir Dele. E esse silêncio é para o teólogo que
pensa a experiência do advento um tempo de angústia. Entretanto, sendo o silêncio de
Deus, Ele próprio preenche-o da Palavra como consolação.
É entre esses perigos e tentações que o teólogo exerce seu ministério. Em sua
relação com a igreja ele faz um caminho de mão dupla. Ao mesmo tempo em que
inspira e auxilia o magistério da igreja, também o é inspirado e ajudado por ele. Ao
magistério cabe a missão ordinária de guarda e testemunho da palavra do advento e
no caráter extraordinário dos atos solenes de definição e intervenção dogmática.
O objeto da teologia não pode estar distante, muito menos deixar de envolver-se
com o espírito e a esposa. Pensar em teologia como ciência autônoma, distante de
sua rica fonte, é reduzi-la a uma ciência humana como qualquer outra. Seu objeto traz
todo um mistério incluso. Seu objeto é Deus, como vemos na síntese tomista “tudo é
tratado na sacra doutrina em relação a Deus”. Uma vez que “ninguém jamais
contemplou a Deus” (1Jo 4,12) sendo ele que se deu a conhecer no desígnio livre e
secreto da sua revelação histórica, a teologia, ciência de Deus, é também a ciência da
revelação.