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GRAU
GRAUCIENTÍFICA
ÁREA
Ciências de Enfermagem
ÁREA CIENTÍFICA
Título
Título
Autor
Necessidades da Família em Cuidados
Autor
Intensivos
M
M
Tradução, adaptação e validação do instrumento
2014
Critical Care Family Needs Inventory
2014
Sara Campos
M
2014
Sara Filipa Barros de Campos
Verificou-se que em Portugal não existe nenhum instrumento validado para a população
portuguesa que permita avaliar as necessidades da família na UCI. Portanto, a finalidade
da presente dissertação é obter um instrumento válido, fiável e culturalmente adaptado à
população portuguesa, que permita esta avaliação.
Apesar do INFUCI necessitar de mais estudos para averiguar de forma mais alargada a
sua validade e os resultados obtidos não poderem ser generalizados, este é um primeiro
contributo que poderá permitir a avaliação das necessidades da família na UCI, e
posteriormente possibilitar o planeamento e implementação de intervenções de
enfermagem centradas na unidade familiar.
Admission in the Intensive Care Unit (ICU) is for the patient’s family a stressful experience
as it is usually a sudden event, in which the family hasn’t had time to adapt to. In this
situation the family may feel weak, unprotected and with difficult to organize themselves,
which triggers different kinds of needs, this can be experienced as a traumatic event,
which may result in a family crisis.
In Portugal doesn’t exist an instrument that allows the assessment of family needs in the
ICU, validated for the Portuguese population. Therefore, the purpose of this study is to
obtain an instrument valid, reliable and culturally adapted to the Portuguese population,
that allows this assessment.
It was assembled a sample of 79 family members of ICU patients, aged between 21 and
65 years old, who met the inclusion criteria. It was respected their right to confidentiality
and self-determination. Data collection occurred between March 2013 and April 2014.
It was obtained a translated and culturally adapted version of CCFNI. The results showed
an acceptable validity. Construct validity evaluated by factor analysis revealed a 5
dimensions structure, labelled as needs for participation, visiting, searching for
information, emotional support and resources and support systems. Criterion validity
evaluated by concurrent validity showed a weak but significant correlation. Reliability
analysis revealed a very good internal consistency with alpha Cronbach coefficient value
of 0.935.
The most important needs identified by family members are related with questions
answered honestly, obtaining information regarding patient’s condition like prognosis and
treatment, in regular periods of time, and feeling confidence and assurance in the care
and in the healthcare team, while keeping a realistic hope for a desirable outcome.
Although more studies are needed to a broader evaluation of INFUCI validity and the
results can’t be generalized, this study is the first step to allow family needs assessment in
the ICU, and in the future it could help planning and implementing nursing interventions
centred on the family unit.
Keywords: Needs Assessment, Family, Intensive Care Unit.
ABREVIATURAS E SIGLAS
0. INTRODUÇÃO 15
BIBLIOGRAFIA 107
ANEXOS 119
Figuras
Tabelas
Apesar da mudança ser uma constante na vida familiar, os momentos de mudança são
uma fonte de stress e correspondem a situações de crise. Estas situações de crise são
experienciadas pela família como ameaçadoras, quer pela sua imprevisibilidade, quer
pela exigência da alteração dos processos familiares, que causam uma rutura no
equilíbrio familiar.
O ambiente tecnológico da UCI e o estado crítico dos doentes contribuiu para que a
família fosse considerada um interveniente pouco importante na recuperação do doente,
sendo o foco de atenção do enfermeiro constituído unicamente pelo doente. Contudo,
numa perspetiva holística dos cuidados, se se atender que o individuo se apresenta
como um ser social, o foco de atenção da assistência de enfermagem não pode ficar
limitado ao ser único, tem que integrar o todo da pessoa, logo, tem que integrar a sua
origem, o seu meio, a sua família, assim, novas exigências se colocam aos cuidados quer
na avaliação inicial quer na intervenção. Devido a estas novas exigências a nível dos
cuidados de saúde o foco de atenção do enfermeiro tem vindo a mudar, deixando de se
centrar unicamente no doente para passar a incluir a unidade familiar.
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Na disciplina de enfermagem, o cuidar implica uma preocupação e um desejo de ajudar o
outro através de uma abordagem holística, que promova uma relação terapêutica entre
enfermeiro, doente e família. A essência dessa relação reside na responsabilidade do
enfermeiro cuidar, simultaneamente, do doente e família, enquanto dá resposta às
necessidades práticas e tecnológicas da UCI. O cuidado centrado na família baseia-se,
então, na partilha da responsabilidade, entre profissionais de saúde e família, na tomada
de decisão e no cuidado ao doente, considerando doente e família como uma unidade
única de cuidados que requer a atenção, ajuda e apoio (Pardavila Belio & Vivar, 2011).
Esta abordagem vem de encontro ao preconizado por Wright e Laehey (2012) quando
referem que a evidência teórica, prática e a investigação têm demonstrado que a família
tem significado para a saúde e o bem estar das pessoas que a constituem e pode
influenciar o percurso da doença.
Para que a inclusão da família no processo de cuidados seja uma realidade, é necessário
o estabelecimento de uma relação de ajuda e confiança, que só é possível se os
enfermeiros conseguirem avaliar as reais necessidades da família (Esteves, 2012). Deste
modo, os enfermeiros prestadores de cuidados em UCI, têm o dever de avaliar, identificar
e intervir perante as necessidades da família. A existência de um instrumento que seja de
fácil utilização, no contexto da prática clínica, e permita uma identificação eficaz das
necessidades da família, poderá facilitar tanto a identificação dessas necessidades, bem
como, o desenvolvimento de estratégias que visem supri-las.
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contexto de UCI, bem como o seu grau de importância, com vista à melhoria contínua da
qualidade dos cuidados de enfermagem.
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PARTE I – PROBLEMÁTICA DA FAMÍLIA NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
Nos presentes capítulos será realizada uma revisão teórica dos conceitos basilares da
presente dissertação, essenciais à sua compreensão, fundamentação e à
contextualização do problema em estudo.
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1. CRISES ACIDENTAIS NA FAMÍLIA
Hoje em dia, a família já não é constituída apenas pelas tradicionais famílias nucleares,
existe uma diversidade de famílias, como por exemplo, famílias homossexuais ou famílias
monoparentais, podendo estas ser tipificadas pela sua estrutura, pelos laços afetivos,
pelos aspetos legais ou mesmo pelo momento de desenvolvimento familiar. Por este
motivo é essencial identificar, reconhecer e aceitar a unidade familiar como ela própria se
define, reconhecendo a importância dos laços afetivos, o que pode não se encaixar na
visão convencional da família (Kaakinen et al., 2010; Whyte, 1997).
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Para ser compreendida, a família deve ser analisada numa perspetiva holística, isto é,
deve ser considerada um sistema, uma globalidade em que “o todo é mais do que a
soma das partes” Relvas (2000, pág. 10).
Pode então afirmar-se, que o sistema familiar enquanto procura manter a sua
estabilidade tem, em simultâneo, de acomodar o seu próprio crescimento e
desenvolvimento e isso implica mudança (Whyte, 1997).
Existem mudanças esperadas que resultam da evolução natural do ciclo vital da família,
tais como as seis etapas definidas por McGoldrick et al. (2011): entre famílias o jovem
adulto independente; junção de famílias pelo casamento o novo casal; famílias com filhos
pequenos; famílias com filhos adolescentes; saída dos filhos; e a última fase da família.
Portanto, o ciclo vital da família consiste numa sequência previsível de transformações,
quer a nível da organização familiar, quer no cumprimento de tarefas bem definidas mas
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apesar destas transformações internas serem previsíveis, ainda assim, elas constituem
momentos de stress e naturalmente de crise (Martins, 2002; Relvas, 2000).
Na família a mudança é contínua, uma vez que esta está permanentemente sujeita a
estímulos internos e externos, que a obrigam a reagir e mudar. Isto é, a família está
sujeita a flutuações que quando ultrapassam a margem de estabilidade neutra onde
estão contidas e nas quais o sistema permanece estável, ocorre uma reestruturação do
sistema familiar o que implica mudanças imprevisíveis e irreversíveis, de onde emerge
um novo padrão funcional (Martins, 2002; Relvas, 2000). Os momentos de mudança
correspondem a situações de crise e acarretam grande stress na vida familiar. Com
efeito, a crise é sentida pela família como ameaçadora por conter uma certa
imprevisibilidade, ao exigir a transformação de um modelo de relação que previamente
controlava (Relvas, 2000).
Crise pode ser entendida como uma condição pautada por desconforto e desequilíbrio
que se carateriza por angústia, sensação de perda, perigo ou humilhação, em que a
pessoa sente que os eventos são incontroláveis e existe uma incerteza relativamente ao
futuro. Então, considera-se que ocorre uma crise familiar quando a família não consegue
aceder nem utilizar os seus recursos para controlar ou conter a mudança. Não é o caráter
agradável ou desagradável de um acontecimento que o define como crise mas sim o seu
caráter de mudança, pois, é exigida uma transformação do modelo relacional do sistema
familiar (Whyte, 1997; Relvas, 2000).
Embora toda a família seja afetada pela crise, cada elemento é atingido de forma
específica (Carter & McGoldrick, 2007). Existe, então, um potencial conflito nas relações
familiares, enquanto os elementos tentam equilibrar as suas próprias necessidades com
as necessidades de cada um dos outros elementos, bem como as da unidade familiar. É
provável que a tensão influencie a saúde e o bem estar de cada elemento, assim como, a
sua capacidade para lidar com situações imprevistas. Portanto, enquanto a família luta
para manter ou recuperar o seu equilíbrio e encontrar estratégias efetivas de coping para
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lidar com a crise, o enfermeiro encontra-se numa posição privilegiada de proximidade,
com o doente e sua família, para desempenhar um papel de suporte (Whyte, 1997).
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1.1. PROCESSO FAMILIAR
A estrutura, a função e o processo familiar influenciam-se mutuamente e por sua vez são
influenciados pelo estado de saúde quer a nível individual, quer a nível do sistema
familiar, como se verificou anteriormente. Enumeras variáveis internas e externas à
família afetam individualmente os elementos da família e a família como um todo. As
variáveis internas incluem caraterísticas próprias do indivíduo como a comunicação e a
interação, enquanto que as variáveis externas incluem a localização dos membros da
família, tendências sociopolíticas e económicas. Apesar dos membros da família
apresentarem dificuldade na resposta a estas variáveis e, embora alguns fatores externos
não possam ser facilmente modificados, o enfermeiro pode assistir os membros da
família a gerir a mudança, o conflito e a necessidade de cuidados (Kaakinen et al., 2010).
Um exemplo desta situação é a doença crítica do elemento provedor da família, em que o
enfermeiro pode ajudar a família a desenvolver estratégias de coping, a identificar
recursos, a utilizar uma comunicação efetiva e a criar rotinas familiares. Possuir esta
consciência permite ao enfermeiro avaliar o estado de saúde familiar, o efeito da família
no estado de saúde dos seus elementos e trabalhar com a família no desenvolvimento e
implementação de um plano de ação para melhorar a saúde familiar (Hanson et al.,
2005).
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acordo com o compromisso que os seus elementos assumem para com as atividades
familiares; porém, existe uma outra opção que ignora os critérios anteriores e família é
simplesmente o que as pessoas que a compõem dizem que ela é (Hanson et al., 2005).
Relativamente à dimensão da família, constata-se que o tamanho das famílias tem vindo
a diminuir. Tal fato deve-se ao decréscimo da taxa de natalidade que reduziu o número
de famílias alargadas e à diminuição da taxa de mortalidade que implicou o aumento do
número de famílias pós-parentais (Hanson et al., 2005).
A rede social da família é constituída por pessoas, que embora estejam fora do ambiente
habitacional da família, se comprometem com as suas atividades de natureza afetiva ou
material. Uma rede social forte promove a saúde e a satisfação da família e proporciona
suporte instrumental e expressivo (Hanson et al., 2005).
A função familiar corresponde aos objetivos que o sistema familiar permite alcançar face
às expetativas individuais, familiares, de outros sistemas sociais, bem como, da
sociedade em geral. A determinação do efeito da família na função familiar exige que o
enfermeiro tenha em consideração o efeito da unidade familiar no crescimento,
desenvolvimento e manutenção do sistema familiar; e o efeito da família enquanto
instituição social (Hanson et al., 2005).
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2008). A família precisa de identificar os seus objetivos e os meios que dispõem para os
atingir, este processo de consecução de objetivos nem sempre é consciente e, por vezes,
os objetivos são inferidos através das interações dos membros (Hanson et al., 2005). A
integração consiste nos meios através dos quais a família adquire identidade, coesão,
solidariedade e lhe permitem manter um relacionamento coeso (Hanson et al., 2005).
Quanto à manutenção de padrões e controlo da tensão, estes estão relacionados com o
estado interno da família. Ou seja, os elementos da família nas suas interações
desenvolvem expetativas relativamente aos comportamentos uns dos outros, mas, para
que o sistema familiar mantenha a sua integridade tem que existir um certo grau de
concordância e flexibilidade, nos valores que regulam as atividades familiares (Hanson et
al., 2005).
Uma das principais funções da família consiste em criar e socializar as crianças para que
se integrem na sociedade. É através do processo de socialização que as crianças
adquirem competências sociais e psicológicas, que lhes permitem determinar o seu lugar
no mundo adulto (Kaakinen et al., 2010; Hanson et al., 2005).
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Durante o século vinte a mudança mais óbvia na função familiar deveu-se a fatores
económicos. Se há alguns séculos os elementos da família trabalhavam em conjunto, sob
a liderança do chefe de família, e constituíam a principal fonte de produção de bens
(Hanson et al., 2005), na atualidade, a função económica da família deixou de ser a
produção de bens e passou a ser o consumo de bens e serviços, de forma a manter a
economia viável. Quando a economia é turbulenta também o é a estrutura, a função e o
processo familiar, pois as pessoas tomam decisões como: quando começar a trabalhar,
quando casar ou quando ter filhos, baseadas em fatores económicos (Kaakinen et al.,
2010).
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repertório de estratégias de coping que poderão, ou não, ser adequadas em situações de
crise. O sucesso do coping reside na resiliência familiar, ou seja, na sua capacidade de
resistir e responder à crise, que pode ser afetada pelas crenças familiares, pelos seus
padrões organizacionais e pela comunicação (Kaakinen et al., 2010).
A cada posição ocupada pelos elementos da família estão associados papéis e cada
papel está acompanhado de expetativas referentes ao comportamento esperado do
desempenho desse papel. Papel é, então, um padrão estabelecido de comportamento
constante e específico, numa situação também ela específica (Kaakinen et al., 2010;
Wright e Laehey, 2012). Hanson et al. (2005) identificaram oito papéis familiares:
provedor, dona de casa, prestador de cuidados à criança, socialização, sexual,
terapêutico, recreativo e parentesco. Kaakinen et al. (2010) corroboram esta opinião mas
defendem a existência de mais dois papéis que afetam a família, o papel de cuidador e o
papel de doente, que os seus elementos assumem numa situação de doença. Os papéis
familiares são particularmente afetados aquando da doença de um elemento, porque esta
situação poderá causar dificuldade, conflito ou exaustão no desempenho do papel.
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O poder e a comunicação são processos familiares que influenciam a tomada de decisão.
A tomada de decisão em família é um esforço conjunto, que oferece aos seus elementos
uma oportunidade de contribuírem para este processo, de se apoiarem uns aos outros,
de estabelecerem objetivos e juntamente lutarem pela sua consecução (Kaakinen et al.,
2010). A resolução de problemas é parte do processo de tomada de decisão e,
geralmente, significa que diferentes opiniões e emoções têm de ser consideradas.
As famílias têm rotinas e rituais únicos que proporcionam organização e significado à vida
familiar. Os rituais estão associados às celebrações, tradições e eventos simbólicos,
enquanto que as rotinas são comportamentos ligados às atividades diárias. As rotinas
familiares são portanto, comportamentos contínuos que os membros da família utilizam
no desempenho dos seus papéis para definir responsabilidades, organizar os eventos
diários e para identificar peculiaridades familiares (Kaakinen et al., 2010).
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inesperada e imprevista, existe incerteza quanto ao prognóstico e uma forte possibilidade
de o doente falecer, esta é então uma situação de crise emocional que rompe o equilíbrio
e as rotinas familiares (Esteves, 2012; Kaakinen et al., 2010; Carter & McGoldrick, 2007).
Desde a década de oitenta que Wright e Leahey (2012) têm vindo a desenvolver uma
abordagem estruturada, multidimensional e integrada para avaliar e intervir na família,
designada respetivamente de Modelo de Avaliação de Calgary da Família (MACF) e
Modelo de Intervenção de Calgary da Família (MICF).
A estrutura interna abrange seis categorias: a composição familiar que indica quem
pertence ao sistema familiar; o género porque existem crenças e expetativas
comportamentais, relacionadas com prescrições culturais, religiosas e familiares que
promovem diferenças significativas na distribuição dos papéis; a orientação sexual; a
ordem de nascimento indica a posição dos filhos na família em relação à idade e ao sexo,
o que poderá influenciar as relações intra e extra familiares e os recursos de cuidados à
família; os subsistemas que caraterizam o nível de diferenciação do sistema familiar, uma
vez que, cada pessoa pertence simultaneamente a vários subsistemas e em cada um
deles adota diferentes níveis de poder e diferentes capacidades, comportando-se de
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acordo com a posição que ocupa; e os limites que se referem às regras que definem
quem e como participa no sistema familiar (Wright & Leahey, 2012).
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A família é a primeira fonte de suporte do doente, especialmente, aquando da sua
admissão em cuidados intensivos (Kaakinen et al., 2010; Verhaeghe, Van Suuren,
Duijnstee & Grypdonck, 2005). O internamento em UCI é uma vivência stressante tanto
para o doente como para a sua família, pois implica uma alteração na vida familiar, sendo
importante para a família durante a vivência desta situação, a união familiar (Esteves,
2012; Kaakinen et al., 2010).
Perante uma doença crítica a família fica desorganizada, o modo de ser das pessoas é
alterado assim como as dinâmicas do grupo, esta mudança conduz a alterações dos
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papéis familiares, ao redimensionamento da estrutura do grupo e à rutura de projetos e
compromissos assumidos, pelo que a família poderá ter dificuldade em tomar decisões,
em solucionar problemas e em se cuidar (Esteves, 2012). Deste modo, avaliar o
desenvolvimento familiar é pertinente, uma vez que permite identificar necessidades de
apoio familiar quer para o desempenho de novos papéis, quer a nível dos recursos
familiares para manutenção do funcionamento familiar.
Como se referiu, o internamento em UCI é uma crise acidental que provoca alterações
nas rotinas e no desempenho dos papéis familiares (Kaakinen et al., 2010). As alterações
provocadas pela admissão do doente em UCI podem refletir-se, por exemplo, a nível
familiar, pela alterações dos planos de vida, pela desorganização e apatia na realização
das atividades familiares habituais, a nível profissional, com a eventual necessidade de
interrupção da atividade profissional para poder visitar e estar com o doente, ou mesmo a
nível escolar, pela diminuição da motivação e concentração dos mais jovens (Esteves,
2012). A identificação destas alterações no desempenho das tarefas familiares poderá
possibilitar a definição de estratégias que permitam manter a continuidade funcional do
sistema familiar.
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O MICF é alicerçado nas forças e orientado à resiliência familiar e, constitui uma estrutura
organizada que concetualiza a convergência entre um domínio particular do
funcionamento familiar e uma intervenção específica proposta pelo enfermeiro (Wright &
Leahey, 2012). Este modelo centra-se na promoção, melhoria e sustentação de um
funcionamento familiar eficaz nos domínios cognitivo, afetivo e comportamental. As suas
intervenções visam promover, melhorar ou sustentar o funcionamento familiar num ou
nos três domínios deste, contudo, importa salientar que a alteração de um domínio
poderá afetar os outros.
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suporte familiar atuando como agente facilitador da comunicação, incentivando os seus
elementos a ouvirem preocupações e sentimentos mútuos.
Uma das dificuldade apresentadas pela família na UCI é saber como se comportar
quando está junto do doente, a família manifesta dificuldade em saber como se
aproximar e como proceder junto do doente (Camponogara et al., 2013). Compete ao
enfermeiro apoiar a família explicando as atividades que poderá fazer com o doente e
incentivando-a na realização das mesmas.
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Para que exista uma mudança efetiva no foco de atenção do enfermeiro de cuidados
intensivos, e este deixe de se centrar unicamente no doente e passe a centrar-se na
unidade familiar, é essencial em primeiro lugar saber o que é família, como ela se
comporta como evolui, o que a influencia e pelo que é influenciada, isto, só é possível
através da compreensão da estrutura, da função e do processo familiar, uma vez que só
assim o enfermeiro poderá compreender as complexas interações familiares que afetam
a saúde, a doença e o bem estar da família.
A enfermagem enquanto profissão teve o seu início no século XIX com o trabalho
desenvolvido por Florence Nightingale. Durante a Guerra da Criméia (1854-1856),
Nightingale agrupou soldados gravemente feridos em enfermarias próximas das áreas de
trabalho de enfermagem, para que recebessem uma maior vigilância e um melhor
atendimento, pois verificou que existiam melhorias no seu estado de saúde, quando
estes estavam alocados num espaço físico comum (Gullo, Besso, Lumb & Williams,
2009; Urden, Stacy & Lough, 2008; Cintra, Nishide & Nunes, 2000).
Em 1923, nos Estados Unidos da América o Dr. Walter Dandy abriu, no Hospital Johns
Hopkins, uma unidade pós-operatória neurocirúrgica com três camas, que possuía equipa
de enfermagem própria. Nesta unidade o enfermeiro encontrava-se permanentemente
junto do doente para o monitorizar e prestar cuidados, deste modo, os enfermeiros
tornaram-se os primeiros especialistas em cuidados intensivos (Gullo et al., 2009). Esta
unidade serviu como modelo de referência para as unidades de recobro pós-operatório
instituídas durante a II Guerra Mundial. As elevadas necessidade dos soldados aliadas à
escassez de enfermeiros, auxiliou a proliferação destas unidades que originaram, na
década de 50, as unidades pós-anestésicas destinadas ao recobro pós-operatório de
doentes civis, este acontecimento permitiu melhores resultados após a realização de
cirurgias que se tornavam progressivamente mais invasivas (Gullo et al., 2009; Urden et
al., 2008).
36
A epidemia de poliomielite que ocorreu entre 1940 e 1950 na Europa e nos Estados
Unidos da América foi considerada o evento impulsionador do desenvolvimento das
atuais UCI. A paralisia respiratória causada pela poliomielite, fez com que se ventilassem
doentes do foro não cirúrgico fora do bloco operatório e que a ventilação mecânica se
tornasse pioneira no tratamento da falência respiratória, o que subsequentemente levou a
uma crescente utilização dos ventiladores.
As UCIs são de acordo com o Ministério da Saúde (2003, pág. 6) os “locais qualificados
para assumir a responsabilidade integral pelos doentes com disfunções de órgãos,
suportando, prevenindo e revertendo falências com implicações vitais”, são também um
departamento com uma equipa multidisciplinar dedicada, que opera em consonância com
políticas e procedimentos definidos e, tem o seu próprio programa de desenvolvimento
da qualidade, educação contínua e investigação (Bersten & Soni, 2009).
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necessários, deve dispor ou implementar medidas de controlo contínuo de
qualidade e ter programas de ensino e treino em cuidados intensivos. Este
nível constitui o Serviço ou Unidade típica dos hospitais com Urgência
Polivalente”.
Esta é também a classificação utilizada nesta dissertação e o termo UCI reporta-se
unicamente às unidades de nível III.
Os doentes admitidos em UCI são doentes críticos, por doente crítico entende-se a
pessoa “cuja vida está ameaçada por falência ou eminência de falência de uma ou mais
funções vitais e cuja sobrevivência depende de meios avançados de vigilância,
monitorização e terapêutica” e que o seu estado clínico é potencialmente reversível, de
acordo com o Regulamento n.º 124/2011 de 18 de fevereiro de 2011. Geralmente, estes
doentes são provenientes das salas de emergência dos Serviços de Urgência e, em
menor frequência, dos Blocos Operatórios (Bersten & Soni, 2009).
O ambiente altamente tecnológico da UCI e o estado crítico dos doentes, fez com que
durante muito tempo o foco de atenção do enfermeiro fosse o doente, contudo, esse foco
tem vindo a mudar deixando de se centrar unicamente no doente para passar a abranger
a unidade familiar. O cuidar na disciplina de enfermagem implica uma preocupação e um
desejo de ajudar o outro através de um enfoque holístico, que promova a relação
terapêutica entre enfermeiro, doente e família. A essência desta relação reside na
responsabilidade do enfermeiro cuidar do doente e da família, ao mesmo tempo que dá
resposta às necessidades práticas e tecnológicas da UCI. Assim, o cuidado centrado na
família é um enfoque inovador que tem por base ações benéficas, a tomada de decisão e
o cuidado do doente, entre os prestadores de cuidados e a família, considera o doente e
os seus familiares uma unidade única de cuidados que requer a atenção, ajuda e apoio
por parte dos profissionais de saúde (Pardavila Belio & Vivar, 2011). Esta mudança de
paradigma possibilitou também o desenvolvimento de novas teorias de enfermagem, que
permitiram estruturar a atuação do enfermeiro em UCI para, deste modo, prestar uma
melhor ajuda e apoio à família que vivencia esta situação.
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2.1. CUIDADO DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS
39
Face à doença crítica e consequente admissão em UCI a família tem necessidade de
entender o que está a acontecer e compreender o seu novo papel de cuidadora. Ignorar
estas necessidades pode dificultar ou mesmo impedir a capacidade de coping familiar
perante esta situação. Se a família receber cuidados estruturados de modo a
compreender o que aconteceu e perceber o que pode fazer na atual situação, a família
sentir-se-á mais saudável e capaz de enfrentar a situação de uma forma mais positiva
(Davidson, 2010; Davidson et al., 2010; Davidson, 2009).
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pessoa. Deste modo, o papel do enfermeiro consiste em assistir o esforço de adaptação
da pessoa, gerindo o ambiente de forma a alcançar uma adaptação bem sucedida, que
permitirá à pessoa a obtenção de um nível ótimo de bem estar (Masters, 2012; Alligood &
Tomey, 2010).
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criar ou construir algo. A Teoria de Sensemaking Organizacional de Weick advoga que
numa organização, a informação é construída através de um processo coletivo, ou seja,
perante um novo evento os colaboradores dessa organização, partindo de fragmentos de
informação, criam uma rede de significados para esse evento. Este fenómeno pode
alterar o funcionamento da organização, uma vez que o processo de formação de sentido
da informação, na visão do sensemaking, é dirigido pelas crenças e ações. As crenças e
experiências passadas influenciam o processo de construção de significado, já que existe
uma tendência para que o significado atribuído seja compatível com aquilo em que se
acredita ou com o que já foi vivido no passado (Weick, 1995; Leitão e Nassif, 2009).
Contudo, o sensemaking não é um processo passivo de interpretação de informação,
mas sim um processo de autoria e construção de sentido para uma situação que
inicialmente não faz sentido (Weick, 2001; Weick, 1995).
Assim, de acordo com Weick (1995) o sensemaking tem sete caraterísticas que o tornam
único: é fundado na criação de uma identidade, retrospetivo, capaz de criar ambientes,
social, contínuo, focado em e por sinais, e dirigido pela plausibilidade em vez da precisão.
Parte vital do processo de sensemaking é a reflexão, uma vez que, esta é a chave para a
compreensão. Este processo não consiste apenas em dar informação, consiste em
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proporcionar uma interpretação para uma situação e para o ambiente que a envolve. Por
outro lado, a ação é a componente chave do sensemaking porque sem ação não há
sobre o que refletir para definir o evento, então, a ação torna-se parte do próprio evento e
contribui para a sua compreensão, pois, o modo como as pessoas agem cria um valor e
um significado únicos para a ação (Weick, 2001; Davidson, 2010).
Quando uma pessoa vivencia uma experiência traumática, a nível cerebral o hipocampo
recolhe informação sensorial enquanto que a amígdala lhe atribui um significado
emocional. Se a emoção atribuída for medo ou horror a glândula pituitária, o hipocampo e
a amígdala, recebem um sinal para iniciar uma resposta de luta ou fuga libertando
hormonas de stress. O córtex pré-frontal não consegue processar experiências extremas,
pelo que o processo através do qual normalmente uma pessoa poderia aprender e
contextualizar a experiência, é impedido pela sobrecarga de hormonas de stress, fazendo
com que a resposta afetiva negativa seja a única reação disponível quando a pessoa for
reexposta ao mesmo estímulo (Davidson, 2010).
43
associados ao DSPT como o evitamento, entorpecimento, estado de hipervigilância,
pensamentos ou pesadelos repetidos. Reciprocamente, quando o córtex pré-frontal é
ativado e envolvido em atividades familiares como, por exemplo, o familiar aplicar protetor
labial ao doente, torna-se possível aprender com o evento e atribuir um significado
racional à experiência. Portanto, a participação em atividades protege a família do
desespero, reduzindo o medo do desconhecido e o horror causado pelos equívocos, o
que medeia a ativação da glândula pituitária e diminui a libertação de hormonas de stress
(Davidson, 2010).
Intervenções !Comunicação
Disrupção Antecedentes
Sensemaking !Clarificação eventos DSPT
familiar DSPT
Facilitado "Concepções erradas
Escuta
empática
Reunião
Compreender a potenciais
cuidados "Medo
situação "Horror
Inquérito
reflexivo
Compreender "DSPT
Clarificação
o novo papel
eventos final
visita
Revisão "Desespero
necessidades
não supridas
Questões
médico
Atividades
no leito
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enfermagem propostas nesta teoria. Estas intervenções de enfermagem têm como
objetivo diminuir o medo, o horror e o desespero da família, enquanto a ajudam a retirar
sentido do que aconteceu e a compreender o seu novo papel. Este é um processo
iterativo, que terá de ser repetido sempre que existam alterações na condição do doente.
45
As intervenções de enfermagem preconizadas para ajudar a família a compreender o seu
novo papel incluem o auxílio na preparação de informação a ser transmitida pelo líder
aos restantes elementos da família e a identificação de atividades para realizar com o
doente. Estas atividades poderão incluir: aplicação de protetor labial, realização de
massagem às mãos ou aos pés, assistir em mobilizações passivas, rezar, realizar
exercícios cognitivos com cartões ou puzzles, ler em voz alta, falar sobre os
acontecimentos do dia ou ainda trazer cartões ou fotografias de casa (Davidson, 2010;
Davidson et al., 2010). A eficácia destas atividades para a melhoria do doente não é tão
importante quanto a ocupação que proporciona à família.
De acordo com a ênfase dada por Weick (2001) à ação durante a crise, a participação em
atividades com o doente oferece à família um modo concreto de avaliar alterações
quando combinada com a atividade reflexiva do enfermeiro. Portanto, verifica-se que as
atividades familiares oferecem um propósito e um valor acrescido durante as visitas, e
que estes fatores ajudam na adaptação familiar (Davidson, 2010).
46
A necessidade de informação é considerada pela família como uma das mais importantes
(Llamas-Sánchez et al., 2009; Verhaeghe at al., 2005; Álvarez & Kirby, 2006; Azoulay et
al., 2001). A família pretende informação sobre o estado clínico do doente mas também
sobre o ambiente que o rodeia (Lee & Lau, 2003). Usualmente, o enfermeiro é a primeira
fonte de informação, pois é ele que elucida a família sobre as normas de visita, o estado
de saúde, os cuidados e o conforto do doente, a necessidade de utilização dos diversos
equipamentos tecnológicos e o tratamento, o que transmite segurança e contribui para
que a família compreenda o trabalho dos profissionais de saúde (Esteves, 2012;
Pardavila Belio & Vivar, 2011).
47
2012; Kinrade et al., 2009; Omari, 2009; Maxwell, Stuenkel & Saylor, 2007; Fabrellas,
Pérez & Ribas, 2007).
48
fortalecer a capacidade de interação e apoio ao doente e aumentar a satisfação familiar
com os cuidados prestados (Buckley e Andrews, 2011).
49
50
PARTE II – PERCURSO METODOLÓGICO
51
3. OBJETIVOS E QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO
De acordo com Fortim (2009, pág. 160) os objetivos de investigação devem “indicar de
forma clara e límpida qual é o fim que o investigador persegue”. Considerando o
problema de investigação definiram-se os seguintes objetivos de investigação:
Uma questão de investigação é, no entender de Polit, Beck & Hungler (2004, pág. 104) “a
declaração de uma indagação específica que o pesquisador deseja responder para
abordar o problema de pesquisa” e tem como finalidade orientar o decorrer da
52
investigação, no sentido de atingir os objetivos propostos. As questão de investigação às
quais se pretendem dar resposta com a tradução, adaptação e validação do CCFNI são:
4. DESENHO DE ESTUDO
Uma vez que se pretende traduzir, adaptar culturalmente e avaliar a fidelidade e validade
do CCFNI, este é um estudo metodológico pois, de acordo com Fortin (2009, pág. 255)
53
examinar simultaneamente um ou vários cohortes da população (...), num determinado
tempo, em relação a um fenómeno presente no momento da investigação”.
Desenho de estudo
Tradução
Validação
Aplicação na
População
Portuguesa
Representação das
Escala
Validada necessidades na
população Portuguesa
5. MATERIAL E MÉTODOS
54
5.1. INSTRUMENTO DE COLHEITA DE DADOS
O questionário utilizado contém quatro partes (anexo I). A primeira parte reporta-se ao
âmbito e objetivos do estudo, às considerações éticas e às indicações de preenchimento
do questionário. A segunda parte refere-se aos dados demográficos para caraterização
da amostra. Na terceira parte encontra-se o Inventário das Necessidades da Família na
Unidade de Cuidados Intensivos (INFUCI) que é composto por 45 afirmações referentes
a necessidades da família em UCI, que são classificadas mediante o seu grau de
importância através de uma escala de Likert de quatro categorias, correspondendo: 1 a
sem importância, 2 pouco importante, 3 importante e 4 muito importante. No final existe
ainda uma questão aberta onde o familiar poderá acrescentar alguma necessidade que
não foi contemplada previamente. A quarta parte é constituída pela Escala de Ansiedade,
Depressão e Stress – 21 (EADS-21) que possui 21 afirmações referentes a sintomas
emocionais negativos, às quais os participantes respondem em que medida cada
afirmação se aplicou a si na última semana, utilizando uma escala de Likert de quatro
categorias correspondendo: 0 a não se aplicou nada a mim, 1 a aplicou-se a mim
algumas vezes, 2 a aplicou-se a mim muitas vezes, e 3 a aplicou-se a mim a maior parte
das vezes (Pais-Ribeiro, Honrado & Leal, 2004).
Uma vez que o INFUCI corresponderá à versão portuguesa do CCFNI, importa explorar o
motivo pelo qual o CCFNI foi selecionado, a sua origem e as suas propriedades
psicométricas.
55
5.2. CRITICAL CARE FAMILY NEEDS INVENTORY
O NMI desenvolvido por Warren (1993) é constituído por 45 itens, que correspondem às
45 afirmações do CCFNI e tem por objetivo avaliar as necessidades que os familiares
percebem como satisfeitas, durante a permanência do doente na UCI. Harvey (1993)
desenvolveu a versão reduzida do CCFNI, composta por 14 itens avalia a capacidade
dos profissionais de saúde satisfazerem as necessidades da família. Enquanto que o
FNQ, construído por Kreutzer e Marwitz (1989), avalia as necessidades da família do
doente vítima de traumatismo crâneo-encefálico.
Uma vez que a finalidade desta dissertação reside na obtenção de um instrumento que
permita avaliar e identificar as necessidades da família, do doente internado em UCI,
optou-se pela tradução e adaptação cultural do CCFNI de Molter e Leske (1983), pois
este tem como objetivos: produzir um grau de importância para as necessidades
específicas da família, em contexto de cuidados intensivos; proporcionar um instrumento
genérico que permita abranger um conjunto amplo de necessidades; e ainda
proporcionar um instrumento prático e útil para utilizar na prática clínica (Leske, 1991). O
CCFNI é constituído por 45 afirmações, distribuídas aleatoriamente, que expressam
necessidades específicas da família e às quais esta atribui diferentes graus de
importância, utilizando uma escala de Likert de quatro categorias, que varia de (1) sem
importância, (2) pouco importante, (3) importante a (4) muito importante. No final existe
uma questão aberta cujo objetivo é identificar necessidades não previstas.
56
quantidade de necessidades percecionadas como muito importantes (Molter & Leske,
1995).
Portanto, o CCFNI é uma escala pois a sua finalidade é atribuir um score numérico às
pessoas, para colocá-las numa sequência em relação aos atributos que estão a ser
avaliados, ou seja, as escalas “discriminam quantitativamente as pessoas com diferentes
atitudes, motivos, perceções, traços da personalidade e necessidades” (Polit, et al. 2004,
pág. 257).
57
dimensão segurança (α =0.61) contém os itens 1, 5, 14, 17, 35, 42 e 43 que refletem
honestidade, segurança e esperança. Esta dimensão implica a capacidade da equipa
inspirar confiança, segurança e libertação das dúvidas (Leske, 1991).
Apesar do CCFNI ter algumas décadas constatou-se que a sua utilização se manteve ao
longo do tempo, tendo sido utilizado por diversos autores, em diversos estudos. Foi
utilizado para avaliar as necessidades da família UCI nos estudos realizados por
Rucholm et al. (1991), Lee, Chien e Mackenzie (2000), Lee e Lau (2003), Al-Hassan e
Hweidi (2004), Chien et al. (2006), Freitas et al. (2007), e Hoghauh, Fagermoen e Lerdal
(2011). E para avaliar e comparar a perceção de enfermeiros e médicos, das
necessidades da família, nos estudos de Quinn, Redmond e Begley (1996), Kosco e
Warren (2000), Bijttebier, Vanoost, Delva, Ferdinande e Frans (2001), Kinrade et al.
(2009) e Hinkle e Fitzpatrick (2011).
O CCFNI foi também traduzido e adaptado para várias línguas e culturas. Coutu-
Wakulczyk e Chartier (1990) traduziram-no para francês e Zazpe, Margal, Otano,
Perochena e Asian (1997) para espanhol. Lee (1998) traduziu-o para chinês e
posteriormente Chien, Ip e Lee (2005) avaliaram as suas propriedades psicométricas,
tendo concluído que a versão Chinesa do CCFNI é consistente com a natureza
multidimensional da versão original Inglesa e, que o instrumento demonstra capacidade
para diagnosticar as necessidades das famílias chinesas. Foi traduzido para o português,
adaptado e validado para a cultura brasileira por Castro (1999) tendo recebido a
designação de Inventário de Necessidades e Estressores de Familiares de Pacientes
Internados em Terapia Intensiva (INEFTI). Bijttebier et al. (2001) traduziram-no para o
Alemão e avaliaram as suas propriedades psicométricas, tendo verificado que é um
instrumento de diagnóstico válido e fiável para a população Belga de língua Alemã.
Visando avaliar a perceção que enfermeiros e médicos possuem das necessidades da
família Takman e Severinsson traduziram o CCFNI em 2004 para o sueco e em 2005
para o norueguês. Este instrumento foi ainda traduzido para o Coreano (Yang, 2008) e
para o Árabe (Omari, 2009).
O CCFNI tem, também, sido utilizado em populações diferentes daquela para a qual foi
criado. Redley e Beanland (2004) adaptaram o questionário para avaliar as necessidades
da família num serviço de urgência australiano. E no Brasil Soares, Santos, e Gasparino
(2010) utilizaram o INEFTI para avaliar as necessidades da família de recém-nascidos
em UCI Neonatal.
58
5.3. VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE AUTO PREENCHIMENTO
Os instrumentos para serem utilizados numa língua e/ou cultura diferente daquela para a
qual foram concebidos têm de ser submetidos a um processo sistemático, já que a
transposição de um instrumento do seu contexto cultural original para um outro exige,
não só uma boa tradução linguística mas também uma adaptação cultural para manter a
validade de conteúdo do instrumento a nível concetual (Beaton, Bombardier, Guillemin &
Ferraz, 2000). Quando se utiliza um instrumento concebido noutra língua, apreciar a sua
fidelidade e validade transculturais é mandatório, pois qualquer modificação na escala
pode afetar a sua validade e fiabilidade (Fortin, 2009).
59
5.3.1. Processo de tradução e adaptação cultural
A tradução é a primeira etapa deste processo e para a sua realização a WHO (2011)
recomenda que se utilize um tradutor conhecedor da cultura linguística inglesa, mas cuja
língua materna seja a língua alvo da tradução, e de preferência, que esteja familiarizado
com a terminologia da área abrangida pelo instrumento. Ferrer et al. (1996) salientam que
se deve pedir ao tradutor uma tradução focada na equivalência concetual em vez da
equivalência linguística.
60
Por outro lado, Wild et al. (2005) e Beaton et al. (2000) recomendam que em vez de um,
se utilizem dois tradutores bilingues e se produzam duas traduções independentes. De
acordo com os mesmos autores, um dos tradutores deverá estar familiarizado com os
conceitos presentes no instrumento, uma vez que o seu conhecimento poderá
proporcionar uma perspetiva mais clínica e produzir uma tradução mais fiável do ponto de
vista da medida, enquanto que o segundo tradutor, designado de tradutor ingénuo, não
deverá possuir qualquer conhecimento sobre o instrumento, este tradutor será menos
influenciado pelos objetivos académicos e poderá oferecer uma tradução que reflete
melhor a linguagem utilizada pela população. A realização de, pelo menos, duas
traduções do instrumento tem como objetivo comparar as traduções, para que se possam
identificar discrepâncias ou expressões ambíguas resultantes do processo de tradução
(Beaton et al. 2000).
Desta etapa resultarão duas versões, que serão comparadas com o intuito de selecionar
as frases que melhor expressam o sentido contido na versão original e, daqui resultará
uma nova versão que será submetida ao painel de peritos.
61
aos objetivos da investigação e foram também fornecidas orientações relativamente à
forma de abordagem da tradução tendo-se salientado a importância de realizar uma
tradução concetual em detrimento de uma tradução literal e a necessidade de utilizar uma
linguagem natural, compreensível pela população em geral.
Desta etapa resultaram a versão portuguesa traduzida do CCFNI 1.0 (VPT-CCFNI 1.0) e
a versão portuguesa traduzida do CCFNI 1.1 (VPT-CCFNI 1.1). Estas duas versões
foram comparadas pela investigadora e orientadora, e selecionadas as frases que melhor
expressam o sentido contido na versão original. Deste processo resultou a versão
portuguesa de consenso CCFNI 1.2 (VPC-CCFNI 1.2).
A estratégia a utilizar, para avaliar as equivalências anteriormente referidas, será ler cada
item do instrumento e seguidamente, discuti-lo em conjunto. As eventuais alterações
sugeridas serão aceites quando apresentarem uma percentagem de concordância
superior a 80% (Fortim, 2009; Alexandre & Coluci, 2011).
Portanto, reuniu-se um painel de peritos onde a VPC-CCFNI 1.2 foi comparada com
versão original para avaliar a equivalência cultural, concetual, semântica e idiomática
entre estas duas versões. Este procedimento permitiu identificar e clarificar expressões e
conceitos inadequados resultantes da tradução, bem como algumas discrepâncias
62
existentes entre a tradução e a versão original. O painel de peritos foi constituído pela
orientadora, pela investigadora, por um perito em desenvolvimento de instrumentos de
medida, por um perito em enfermagem de cuidados intensivos, um perito em
enfermagem de família, um perito em traduções na área da saúde e por um familiar de
um doente internado em UCI. A cada participante foi previamente disponibilizado a
versão original do CCFNI e a VPC-CCFNI 1.2.
No processo de retradução a VPC-CCFNI 1.3 foi traduzida para a língua Inglesa por um
tradutor independente de língua materna inglesa, residente em Portugal com domínio da
língua e cultura portuguesa, que não possuía qualquer conhecimento prévio do
instrumento. Assim, tal como na tradução inicial, o tradutor foi informado, por correio
eletrónico, quanto aos objetivos da investigação e fornecidas orientações relativamente à
forma de abordagem da tradução, mais uma vez solicitou-se ênfase à equivalência
63
concetual e cultural. Desta etapa resultou a versão retraduzida CCFNI (VR-CCFNI 2.0)
que foi comparada com a versão original e solicitada a apreciação da autora do CCFNI.
64
A versão final do instrumento na língua alvo (versão final 3.0) será então o resultado da
iteração de todas as etapas descritas anteriormente.
Tradução
(Dois tradutores bilingues - língua
materna Portuguesa)
Painel de Peritos
Equivalência semântica e
idiomática Equivalência Cultural e conceptual
(Orientadora, Investigadora, Peritos: (Peritos: Cuidados Intensivos;
Tradução; Desenvolvimento de Família; Familiar )
Instrumentos)
Retradução
(Um tradutor bilingue - língua
materna Inglesa)
Pré-teste
(Entrevista cognitiva)
Versão final
Uma vez que a demonstração das propriedades métricas resulta do tratamento estatístico
dos dados, neste subcapítulo será apenas realizada uma breve abordagem teórica do
65
processo de avaliação da validade e fidelidade, essencial à justificação dos
procedimentos estatísticos utilizados no capítulo 8 (pág. 80).
A estabilidade consiste no grau de concordância entre dois scores obtidos pela aplicação
do mesmo instrumento, às mesmas pessoas, nas mesmas condições mas em momentos
diferentes, e a sua avaliação é realizada através do procedimento de teste-reteste (Polit
et al., 2004).
66
instrumento pode ser avaliada pela validade de conteúdo, pela validade de critério e pela
validade de constructo.
Quanto à validade de critério, esta procura estabelecer uma correlação entre os scores
obtidos pela utilização de um instrumento de medida e um critério externo, isto é, uma
medida objetiva e independente do que o instrumento se propõe a medir, assim, o
primeiro instrumento poderá predizer o resultado que será produzido pelo segundo
instrumento que, no mesmo momento, avalia o mesmo conceito (Ribeiro, 2010; Fortin,
2009; Polit et al., 2004). As duas formas de validade ligadas ao critério são a validade
concomitante e a validade preditiva. A validade concomitante diz respeito à correlação
entre duas medidas que avaliam o mesmo conceito, realizadas ao mesmo tempo junto
dos mesmos indivíduos, enquanto que a validade preditiva refere-se à correlação entre
as duas medidas de um mesmo conceito realizadas mais ou menos espaçadas no tempo.
67
“(...) conjunto de técnicas estatísticas que procura explicar a
correlação entre as variáveis, simplificando os dados através da redução
do número de variáveis necessárias para os descrever.(...) Esta análise
permite ainda avaliar a validade das variáveis que constituem os fatores,
informando se medem ou não os mesmos conceitos”.
Este método permite então reter agrupamentos de conceitos fortemente ligados entre si,
que são designados de fatores, e revela-se particularmente útil para determinar se os
enunciados de um instrumento de medida se reagrupam em torno de um só fator (Fortin,
2009).
! ser referenciado pela primeira pessoa que visita o doente como familiar com
significado no relacionamento do doente.
Como critério de exclusão definiu-se que o período de colheita de dados não deve
ultrapassar as 96 horas, após admissão do doente.
68
e assim, conseguisse expressar as suas necessidades, uma vez que a vivência desta
situação é necessária para viabilizar a colheita de dados (Castro, 1999). A limitação
temporal das 96 horas como tempo limite para a colheita de dados vai de encontro ao
critério utilizado por Castro (1999) quando procedeu à avaliação das propriedades
psicométricas do INEFTI. Embora inicialmente se tenha optado por um período máximo
de 72 horas para realizar a colheita de dados, de acordo com o procedimento de Leske
(1991), dada a baixa taxa de devolução dos questionários optou-se por um período de
tempo mais alargado.
Embora não exista um método preciso para avaliar o grau de representatividade de uma
amostragem acidental Kerlinger (1973; citado por Fortim, 2009, pág. 321) refere que a
amostra pode ser reforçada “implementando meios de controlo, tais como a
homogeneidade, esta pode ser obtida particularmente pela utilização de critérios de
inclusão mais restritivos”. Assim, a seleção dos participantes prendeu-se com o fato de
estarem presentes no local de colheita de dados (UCI e sala de espera da UCI),
mostrarem-se disponíveis para participar no estudo e reunirem os critérios de inclusão.
69
5.5. PROCEDIMENTOS E CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Pelo fato da investigação em enfermagem envolver seres humanos, logo desde o início
do processo de investigação e, independentemente dos aspetos a estudar, este deve ser
conduzido com respeito pelos princípios éticos e pelos direitos humanos.
Sendo um dos objetivos desta dissertação a tradução e adaptação cultural do CCFNI foi
obtida autorização de utilização da sua autora (anexo II), e dado que se utilizou também
a EADS – 21 para verificar a validade de critério, obteve-se também autorização do seu
autor (anexo III). Foi ainda solicitada autorização para a utilização do instrumento de
avaliação semântica (anexo IV).
Posteriormente e para que a colheita de dados fosse possível, foi obtido consentimento
do Conselho de Administração da instituição onde foi efetuado o estudo, após parecer
positivo da Comissão de Ética (anexo V).
O respeito pela vida privada e pela confidencialidade das informações pessoais remete
para o direito à intimidade, ao anonimato e à confidencialidade. Este princípio foi
assegurado pelo consentimento livre do familiar em comunicar informações pessoais, por
sua vez o investigador garantiu a confidencialidade dessa informação pela codificação
dos questionários, que tornou impossível a identificação do participante.
A recolha dos dados decorreu numa UCI de um Hospital Central da Região Metropolitana
do Porto, no período de março de 2013 a abril 2014. Aquando do momento da visita foi
70
solicitado ao primeiro familiar que visitou o doente, a identificação das pessoas com as
quais o doente mantinha um relacionamento significativo e considerava ser família. Após
este primeiro contato foram abordados os familiares na UCI ou na sala de espera da UCI,
no final do período da visita. Optou-se por este período para não se atrasar a visita nem
diminuir o tempo de permanência do familiar junto do doente. Após concordância em
participar no estudo foi entregue o questionário ao familiar para preencher nesse
momento, contudo, muitos familiares alegando falta de tempo pediram para preencher o
questionário em casa, pelo que também foi dada essa possibilidade.
71
72
PARTE III – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
73
6. TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO CULTURAL DO CCFNI
Do processo de retradução obteve-se a VR-CCFNI 2.0 que foi comparada com a versão
original, não tendo sido encontradas discrepâncias. Foi solicitada a apreciação da autora
do CCFNI que não sugeriu alterações (anexo VII).
Os familiares que constituíram a amostra apresentaram uma média (M) de idades de 40.3
anos, com desvio padrão (DP) de 10.3 anos, sendo a maioria do sexo feminino (70.0%).
Quanto ao nível educacional 58.0% concluíram o ensino secundário e 32.0% o ensino
superior. Relativamente à relação que possuíam com o doente verificou-se que 40.0%
eram filhos, 20.0% cônjuges, 10.0% pais e 10.0% eram irmãos, sendo as restantes
relações de importância reduzida. Dos familiares 72.0% não tinham experiência prévia
em UCI.
n %
Idade (n=50)
< 30 anos 7 14
31 – 40 anos 20 40
74
Tabela 1. Caraterísticas dos familiares respondentes ao pré-teste (continuação)
n %
41 – 50 anos 15 30
51 – 60 anos 5 10
> 61 anos 3 6
Sexo (n=50)
Feminino 35 70
Masculino 15 30
Nível educacional (n=50)
Ensino primário 5 10
Ensino secundário 29 58
Ensino Superior 16 32
Relação com o doente (n=50)
Cônjuge 10 20
Pai/Mãe 5 10
Filho(a) 20 40
Irmão(ã) 5 10
Outros 10 20
Experiência anterior UCI (n=50)
Sim 14 28
Não 36 72
75
Tabela 2. Principais resultados da avaliação semântica
76
7. IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS NECESSIDADES DA FAMÍLIA NA UNIDADE
DE CUIDADOS INTENSIVOS
A análise estatística dos dados foi realizada com recurso ao programa informático de
tratamento estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 20.
N %
Idade (n=79)
< 30 anos 11 13.9
31 – 40 anos 30 38.0
41 – 50 anos 26 32.9
51 – 60 anos 7 8.9
> 61 anos 5 6.3
Sexo (n=79)
Feminino 57 72.2
Masculino 22 27.8
77
Tabela 3. Caraterísticas dos familiares (continuação)
n %
Frequência (%)
importância
Importante
importante
importante
Pouco
Muito
Total
Sem
Necessidades
78
Tabela 4. Frequência das respostas, dos familiares, ao INFUCI (continuação)
Frequência (%)
importância
Importante
importante
importante
Pouco
Muito
Total
Sem
Necessidades
79
Tabela 4. Frequência das respostas, dos familiares, ao INFUCI (continuação)
Frequência (%)
importância
Importante
importante
importante
Pouco
Muito
Total
Sem
Necessidades
A análise individual dos itens permitiu identificar as necessidades com maior grau de
importância. Com um grau de importância muito elevado, em que as respostas “muito
importante” e “importante” em conjunto representam a totalidade das respostas dos
80
familiares, destacam-se as necessidades: obter respostas sinceras às questões
colocadas em que “muito importante” é a resposta maioritária 97.5%, seguindo-se de
“importante” 2.5%; ter a certeza que o seu familiar tem os melhores cuidados
possíveis à semelhança da necessidade anterior a resposta maioritária é “muito
importante” 97.5%, seguindo-se de “importante” 2.5%; na necessidade saber o
prognóstico do seu familiar “muito importante” é a resposta mais frequente 96.2%,
seguida de “importante” 3.8%; saber exatamente o que está a ser feito pelo seu
familiar apresenta uma frequência de resposta “muito importante” de 93.7% e
“importante” de 6.3%; a necessidade saber qual é o tratamento médico do seu familiar
apresenta “muito importante” como resposta maioritária com 86.1%, seguida de
“importante” com 13.9%. Similarmente a necessidade ter instruções sobre como
proceder junto do seu familiar tem como resposta maioritária “muito importante”
86.1%, seguida de “importante” 13.9%. Contrariamente às necessidades anteriores,
conhecer o motivo daquilo que é feito (técnicas, exames, etc.) ao seu familiar tem
como resposta mais frequente “muito importante” para 84.8% dos familiares, seguindo-se
“importante” 12.7% e “pouco importante” 2.5%, não existindo qualquer resposta “sem
importância”. Porém, apesar de 2.5% dos familiares considerarem esta necessidade
pouco importante, o grau de importância atribuído é muito elevado, porque “muito
importante” e “importante” em conjunto representam 97.5% das respostas, e a primeira
representa uma percentagem muito elevada. Quanto à necessidade sentir que os
profissionais hospitalares se preocupam com o seu familiar “muito importante”
representa 84.8% das resposta dos familiares e “importante” 15.2%. Sentir que existe
esperança “muito importante” é a resposta maioritária com 83.5% dos familiares,
seguindo-se “importante” com 16.5%. A necessidade receber informações sobre o
estado do seu familiar pelo menos uma vez por dia tem como resposta maioritária
“muito importante” com 82.3% dos familiares, seguindo-se “importante” 15.2% e “pouco
importante” 2.5%, não existindo respostas “sem importância”. O grau de importância
atribuída pelos familiares a esta necessidade é também muito elevado pois “muito
importante” e “importante” em conjunto representam 97.5% das respostas.
81
Com um baixo grau de importância, atribuído pelos familiares salientam-se: ter
mobiliário confortável na sala de espera pois, é considerado “pouco importante” por
46.8% dos familiares, seguindo-se “importante” 30.4%, “sem importância” 12.7% e “muito
importante” com 10.1%, e em conjunto “pouco importante” e “sem importância”
representam 59.5% das respostas. Quanto à necessidade ter acesso a alimentação no
hospital a resposta mais frequente é “pouco importante” 44.3%, seguindo-se
“importante” 29.1%, “sem importância” 24.1% e “muito importante” 2.5%, conjuntamente
“pouco importante” e “sem importância” representam 68.4% das respostas dos familiares.
Ter um lugar no hospital para poder estar sozinho(a) apresenta “pouco importante”
como resposta mais frequente 44.2%, seguindo-se “importante” 36.4%, “sem importância”
16.9% e “muito importante” 2.6%, sendo que “pouco importante” e “sem importância” em
conjunto representam 61.0% das respostas. Em relação a receber informação sobre a
assistência religiosa/espiritual hospitalar “pouco importante” é a resposta maioritária
com 41.8% dos familiares, seguida de “importante” 35.4%, “sem importância” 12.7% e
“muito importante” 10.1%, pelo que conjuntamente “pouco importante” e “sem
importância” representam 54.5% das respostas. A necessidade ter assistência
religiosa/espiritual é “pouco importante” para 39.2% dos familiares, seguindo-se
“importante” 30.4%, “muito importante” 17.7% e “sem importância” 12.7%. As respostas
“pouco importante” e “sem importância” em conjunto representam 51.9% das respostas.
Ter alguém que ajude nos problemas financeiros tem como resposta mais frequente
“pouco importante” com 36.7% dos familiares, seguindo-se “importante” com 35.4%,
“muito importante” com 15.2% e “sem importância” com 12.7%. Assim, o grau de
importância atribuído pelos familiares é um pouco baixo, uma vez que, “pouco
importante” e “sem importância” em conjunto representam 49.4% das respostas.
A necessidade poder estar sozinho sempre que sinta essa necessidade apresenta
“importante” como resposta maioritária com 57.1% dos familiares, seguindo-se “pouco
importante” 32.5%, “muito importante” 7.8% e “sem importância” 2.6%. Portanto, o grau
de importância atribuído pelos familiares é moderado, dado que se verifica que “muito
importante” e “importante” em conjunto representam 64.9% das respostas, mas “pouco
importante” representa 32.5%.
82
outras pessoas me ajudarem nos meus problemas apresenta para os familiares um
grau de importância um pouco elevado, pois, “muito importante” e “importante” em
conjunto representam 70.9% das respostas, uma vez que “importante” é a resposta mais
frequente 48.1% dos familiares, seguindo-se “pouco importante” 26.6%, “muito
importante” 22.8% e “sem importância” 2.5%.
O último item do INFUCI consiste numa questão aberta, onde o familiar pode acrescentar
livremente alguma necessidade não contemplada previamente. Após análise das
respostas foram identificadas três necessidades:
! “Ter meios/equipamentos para que o familiar que pretende passar todo o tempo
de direito a acompanhá-lo” (questionário n.º 221);
! “Mesmo que o familiar não pergunte diretamente (e por várias vezes), o
profissional de saúde (médico/enfermeiro) deve informar sempre acerca da
situação real e objetiva do paciente, por mais grave que seja” (questionário n.º
321);
! “Ter uma pessoa de referência para contatar, e saber como e em que horário
pode ser contatada” (questionário n.º 341).
Em suma, após análise individual dos itens foi possível identificar as necessidades de
maior e menor importância para os familiares. Embora, na generalidade as necessidades
sejam consideradas “muito importantes” ou “importantes”, pois representam 81.9% das
respostas dos familiares, existem também necessidades cujo grau de importância é
menor, em que “pouco importante” e “sem importância” representam 18.0% das suas
respostas.
83
8. VALIDAÇÃO DO INVENTÁRIO DAS NECESSIDADES DA FAMÍLIA NA UNIDADE
DE CUIDADOS INTENSIVOS
A análise fatorial é uma técnica de interdependência, que tem por objetivo descobrir e
analisar a estrutura de um conjunto de variáveis intercorrelacionadas, de modo a
encontrar fatores latentes que não são diretamente observáveis, atribuindo-lhe uma
quantificação (Marôco, 2014). Assim, esta técnica permitirá identificar fatores subjacentes
às respostas dos familiares, através da redução do número de variáveis utilizadas,
identificando fatores comuns entre as mesmas. Ou seja, os fatores permitirão identificar
as dimensões que descrevem as variáveis, e deste modo, compreender as motivações
que estão por trás do padrão encontrado nos dados. Assim, será possível apreciar a
validade de constructo do INFUCI para o objetivo pretendido.
Porém, em primeiro lugar, para verificar se os dados seriam apropriados para realizar
uma análise fatorial, analisou-se a matriz de correlações do grau de importância das
necessidades (anexo X), tendo-se observado a existência de muitas correlações
moderadas e de algumas elevadas.
No entanto, após realização da análise fatorial, esta revelou muito fraca qualidade devido
à existência de necessidades em que as respostas estavam muito fortemente
concentradas numa ou em duas categorias, conforme foi indicado na análise descritiva,
84
que correspondem às necessidades: obter respostas sinceras às questões colocadas; ter
a certeza que o seu familiar tem os melhores cuidados possíveis; saber o prognóstico do
seu familiar; saber exatamente o que está a ser feito pelo seu familiar; saber qual é o
tratamento médico do seu familiar; ter instruções sobre como proceder junto do seu
familiar; conhecer o motivo do que é feito ao seu familiar; sentir que os profissionais
hospitalares se preocupam com o seu familiar; sentir que existe esperança; e receber
informações sobre o estado do seu familiar pelo menos uma vez por dia. Por esta razão,
optou-se por realizar a análise sem estas necessidades.
Nec. KMO Nec. KMO Nec. KMO Nec. KMO Nec. KMO
2 0.508 11 0.501 23 0.652 30 0.719 37 0.596
3 0.292 12 0.657 24 0.598 31 0.800 38 0.481
4 0.435 15 0.605 25 0.305 32 0.658 39 0.322
6 0.710 18 0.633 26 0.311 33 0.624 40 0.345
7 0.730 20 0.734 27 0.663 34 0.613 43 0.334
8 0.700 21 0.640 28 0.509 35 0.220 44 0.641
10 0.665 22 0.568 29 0.596 36 0.443 45 0.642
Portanto, realizou-se uma análise fatorial com extração de fatores pelo método das
componentes principais. Contudo, em primeiro lugar, é necessário determinar o número
de fatores a reter e, as regras utilizadas para selecionar o número de fatores a reter na
análise, conduzem a diferentes soluções, conforme pode ser observado no (anexo XI).
Assim, de acordo com a regra de Kaiser selecionam-se os fatores cujos valores próprios
associados sejam superiores a 1, sendo o décimo fator o último que a cumpre, pelo que,
esta regra apontaria para uma solução com 10 fatores, explicando 78.4% da variância
total, o que é muito bom. Segundo a regra Pearson, esta consiste em explicar 80.0% da
variância total, o que conduz a uma solução com 11 fatores, explicando 81.1% da
variância total, o que também é aceitável. Finalmente, de acordo com regra de Cattell os
fatores são retidos até àquele em que o ganho da variância explicada já não é relevante,
85
ou seja, até àquele em que ocorre a inflexão da curva que relaciona o número do fator e
o respetivo valor próprio, designada por “scree plot”, o que conduz a reter apenas 2
fatores, um número muito baixo, explicando apenas 41.1% da variância total, o que é
muito pouco. Assim, como a escolha do número de fatores não é clara, optou-se por
ensaiar várias soluções, desde 5 fatores até 11, mas, a primeira revelou-se mais
adequada para interpretação. A consideração de um número de fatores mais elevado
conduz a fatores desnecessários, ou de difícil interpretação ou ainda a um pequeno
acréscimo da variância explicada e a consideração de um número inferior não é
suficiente. Pois faz com que a representação de várias necessidades seja de má
qualidade, conduz a fatores de difícil interpretação, e com pouco significado, e diminui a
percentagem da variância explicada. Deste modo, conclui-se que 5 fatores, explicando
60.2% da variância total, são suficientes para descrever a estrutura subjacente aos
dados.
86
Tabela 6. Estrutura fatorial do INFUCI (continuação)
Nec. Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Fator 5 Comunalidades
30 0.345 0.747 0.211 -0.170 0.268 0.822
21 0.231 0.394 0.628 0.022 0.064 0.608
26 0.067 -0.117 0.572 0.265 0.359 0.545
32 0.299 0.282 0.589 -0.065 -0.350 0.643
35 -0.106 0.112 0.628 0.132 0.127 0.451
36 0.228 -0.212 0.696 0.081 0.082 0.595
44 0.144 0.241 0.609 0.214 0.116 0.509
45 0.489 0.355 0.518 0.040 -0.303 0.727
10 0.452 0.029 0.275 0.561 0.312 0.693
25 0.225 -0.070 -0.073 0.429 0.423 0.424
38 0.144 -0.006 -0.024 0.790 0.064 0.649
39 0.129 -0.055 0.307 0.518 -0.214 0.428
40 0.007 0.221 0.135 0.732 -0.098 0.613
43 -0.024 0.216 0.128 0.734 0.212 0.648
2 0.462 0.104 -0.027 0.230 0.663 0.718
3 -0.108 0.226 0.112 -0.028 0.609 0.447
11 0.334 0.165 0.331 -0.086 0.512 0.518
29 0.275 0.304 0.255 -0.039 0.429 0.419
De salientar, que os pesos fatoriais apresentam, em geral, valores elevados ou, pelo
menos, aceitáveis, o que permite concluir novamente que a solução fatorial obtida tem
uma qualidade aceitável. A tabela 6 também mostra as comunalidades, ou seja, a
percentagem da variância de cada necessidade explicada conjuntamente pelos 5 fatores
extraídos. Verifica-se que essa percentagem é superior a 50.0% em quase todas as
necessidades, sendo mesmo elevada em algumas e, naquelas em que não o é,
encontra-se próxima deste valor, o que significa mais uma vez que os resultados desta
análise fatorial são de qualidade aceitável.
O primeiro fator apresenta pesos fatoriais elevados das necessidades: ter um horário de
visitas adaptável a condições especiais (do familiar); ter acesso a alimentação no
hospital; saber quem são os diferentes membros da equipa que cuidam do seu familiar;
ter mobiliário confortável na sala de espera; ter alguém que ajude nos problemas
financeiros; ter telefone perto da sala de espera; ter assistência religiosa/espiritual; ter
alguém que se preocupa com a sua saúde; receber informação sobre a possibilidade de
outras pessoas me ajudarem nos meus problemas; poder estar sozinho sempre que sinta
essa necessidade; receber informações sobre quem me pode ajudar nos problemas
familiares; e receber informação sobre a assistência religiosa/espiritual hospitalar. Uma
vez que, os itens que saturam este fator reúnem uma diversidade de recursos
hospitalares materiais e não materiais esta dimensão foi designada de recursos e
sistemas de apoio. Os recursos materiais consistem em ter acesso a alimentação, à
existência de mobiliário confortável e telefone na sala de espera (Verhaeghe et. al.,
87
2005). Os recursos não materiais referem-se aos sistemas de apoio hospitalares, tais
como: o apoio espiritual ou religioso, o apoio financeiro e familiar, bem como, o apoio
pessoal do familiar, através da demonstração de preocupação com a sua saúde e pela
disponibilidade para o ajudar a resolver os seus problemas pessoais, ou apenas à
possibilidade de o familiar estar sozinho quando o desejar (Verhaeghe et. al., 2005;
Leske, 1991). Este apoio é prestado pela equipa multidisciplinar e inclui o capelão, o
assistente social, o enfermeiro e o médico (Davidson et al., 2007). E às dinâmicas da UCI
como a regulação do horário de visitas e a identificação dos profissionais, para a família é
importante saber quem são os diferentes profissionais que trabalham na UCI porque esse
conhecimento facilita o seu acesso à informação relacionada, tanto com o funcionamento
da própria UCI como à informação sobre o doente (Camponogara et al., 2013; Verhaeghe
et. al., 2005).
O segundo fator revela pesos fatoriais elevados das necessidades: poder telefonar para
uma pessoa de referência quando for impossível estar presente na visita; poder falar dos
seus sentimentos relativamente à situação; ter amigos próximos para me apoiarem; ter
um lugar no hospital para poder estar sozinho(a); ter a certeza que é seguro deixar o
hospital por instantes; e sentir que pode chorar. Esta dimensão revela um conjunto de
itens indicadores de necessidades emocionais, pois, estas estão relacionadas com os
sentimentos que a família experiencia aquando da admissão do doente em UCI, e com a
sua capacidade de enfrentar o internamento (Pardavila Belio & Vivar, 2011; Verhaeghe
et. al., 2005). Na fase inicial do internamento do doente em UCI, devido à confusão, à
incerteza e ao stress, a família pode não conseguir colmatar as suas próprias
necessidades emocionais, pelo que poderá tentar obter esse apoio através da presença
de amigos ou da equipa de saúde (Camponogara et al., 2013; Davidson et al., 2007
Verhaeghe et. al., 2005; Molter, 1979). Oferecer à família a possibilidade de poder
telefonar, se for impossível visitar o doente, é uma forma importante de controlar a
ansiedade, uma vez que, ao telefonar para saber o estado do doente e saber que alguém
vai responder, faz com que o sentimento de confiança e segurança nos profissionais de
saúde aumente (Esteves, 2012; Blom, Gustavsson & Sundler, 2013). Face ao
internamento em UCI, a família experiencia diferentes sentimentos que provocam
diversas manifestações, enquanto algumas pessoas choram, outras sentem necessidade
de expressar os seus sentimentos, conversando sobre a situação, enquanto outras se
isolam optando pelo recato na vivência de emoções (Esteves, 2012; Verhaeghe et. al.,
2005). Portanto, esta dimensão foi designada de apoio emocional.
88
quando visita o seu familiar na unidade de cuidados intensivos; ter uma casa de banho
perto da sala de espera; receber informações que eu compreenda; ter um horário de
visitas que comece à hora marcada; poder visitar o seu familiar com frequência; e ter uma
sala de espera perto do seu familiar. O internamento em UCI provoca uma rutura na
normalidade familiar, criando um afastamento entre a família e o doente. O momento da
visita é, então, uma forma da família se manter próxima do doente, vê-lo com
regularidade e de preservar a sua relação, pelo que tenta passar o maior tempo possível
junto dele (Esteves, 2012; Pardavila Belio & Vivar, 2011, Yang, 2008). Contudo, visitar o
doente pode não ser uma experiência agradável, e a família pode considerar a presença
de pessoas, da sua rede social, um recurso importante para a apoiar (Esteves, 2012). A
visita é também um momento importante para a família comunicar com a equipa de
saúde e obter informações do estado clínico do doente, pelo que é importante que essa
informação seja compreensível (Camponogara et al., 2013; Esteves, 2012; McKiernan &
McCarthy 2012; Davidson et al., 2007). A presença da família, na UCI, nem sempre é
bem aceite pelos profissionais de saúde, pelo que é congruente que a necessidade de
sentir aceitação por parte dos profissionais esteja presente nesta dimensão, mesmo
porque para a família é importante sentir-se reconhecida como sendo um elemento
importante na envolvência do doente (Esteves, 2012; Blom et al., 2013). Durante a visita,
é também importante proporcionar condições físicas que garantam à família algum
conforto, como a existência de uma casa de banho perto da sala de espera e que essa
sala de espera se encontre próxima da UCI, pois, o período de espera para poder visitar
o doente é melhor tolerado pela família quando estão próximos do doente (McKiernan &
McCarthy, 2012). Como se verificou, este agrupamento de itens aponta para
necessidades relacionadas com o momento da visita ao doente, pelo que esta dimensão
foi designada de visitar.
89
física ou emocionalmente. Deste modo, a participação engloba a comunicação à família
de alterações que possam ocorrer, bem como, dos planos de transferência. A
transferência da UCI para a enfermaria é, geralmente, considerada como um aspeto
positivo, contudo, o período de transição pode criar ansiedade nos familiares, devido à
mudança no nível de cuidados (Paul & Rattray, 2007). Portanto, quando a família é
excluída da participação, quer nos cuidados quer na tomada de decisão, a família sente
essa exclusão como angustiante (Blom et al., 2013). Quanto à necessidade de conversar
sobre a possibilidade do doente falecer é quase inevitável, a gravidade da doença e o
internamento em UCI são associados, pela família, à questão da morte (Camponogara et
al., 2013).
Por último, o quinto fator revelou pesos fatoriais elevados das necessidades: obter
informações sobre o ambiente da unidade de cuidados intensivos antes de entrar pela
primeira vez; falar diariamente com um médico; saber que tipo de informação cada
membro da equipa me pode dar; e falar diariamente com o(a) mesmo(a) enfermeiro(a).
Os itens que saturam este fator indicam uma necessidade de obter informação. O
primeiro contato com o ambiente da UCI e com o doente pode ser um choque para a
família. Proporcionar informação, antes que a família visite o doente pela primeira vez,
pode diminuir a sua desorientação por não saber como proceder junto do doente,
diminuir o choque inicial e contribuir para o aumento da compreensão do ambiente da
UCI (Camponogara et al., 2013; McKiernan & McCarthy, 2012; Davidson, 2010). A família
pretende saber que tipo de informação os diferentes profissionais podem dar, uma vez
que, considera frustrante e confuso, lidar com vários profissionais na UCI, a insatisfação
familiar aumenta quando dois ou mais médicos tratam do doente ou se o doente tem uma
enfermeira diferente todos os dias (Davidson et al., 2007). Geralmente, do médico a
família pretende informação sobre o estado clínico, o prognóstico e o tratamento e, do
enfermeiro pretendem informação sobre os cuidados, os motivos dos tratamentos, do
ambiente da UCI e sobre como proceder junto do doente (Verhaeghe et. al., 2005).
Mediante o exposto, esta dimensão foi designada de procura de informação.
90
Seguidamente procedeu-se à caraterização e comparação do grau de importância das
dimensões identificadas previamente. Na tabela 7 encontra-se a distribuição da totalidade
das respostas por categoria em cada dimensão.
Frequência (%)
importância
Importante
importante
importante
Pouco
Muito
Total
Sem
Dimensões
91
importância atribuída pelos familiares a esta dimensão dado o fato de “muito importante”
e “importante” em conjunto representarem 88.3% das respostas.
Uma vez que, o grau de importância assume intensidades diferentes nas várias
dimensões, tornou-se necessário compará-las. Com este intuito, recorreu-se ao teste de
Wilcoxon para comparações múltiplas, pois tratam-se de amostras emparelhadas,
medidas numa escala ordinal (Marôco, 2014). Dado que, as dimensões incluem um
número diferente de necessidades, para efetuar o teste, o grau de concordância foi
expresso em percentagem, de modo a obter uma medida independente do número de
necessidades abrangidas por cada dimensão. Portanto, para a aplicação do teste foram
formuladas as seguintes hipóteses: a hipótese nula - o grau de importância é igual para
duas quaisquer dimensões; e a hipótese alternativa - o grau de importância é diferente
para duas quaisquer dimensões.
92
o INFUCI com a Escala de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS-21) já adaptada à
população portuguesa por Pais-Ribeiro, Honrado e Leal (2004). Não é do âmbito nem
objetivo desta dissertação explorar os sintomas de ansiedade, depressão e stress da
família em contexto de cuidados intensivos, razão pela qual não vão ser descritos os
resultados obtidos da aplicação da escala, contudo, podem ser consultados no anexo
XIV.
Dimensão Alfa
1 – Recursos e sistemas de apoio 0.919
2 – Apoio emocional 0.850
3 – Visitar 0.799
4 – Participação 0.769
5 – Procura de informação 0.665
Salienta-se, que o valor de Alfa para a totalidade da escala original, isto é, incluindo todas
as suas 45 necessidades é de 0.935, um valor muito elevado e que mostra uma
excelente consistência interna. É de realçar, também, que este valor é quase coincidente
com o obtido para a escala utilizada nesta análise 0.936, isto é, excluindo as 10
necessidades previamente indicadas, o que demonstra grande robustez da consistência
do INFUCI.
93
9. DISCUSSÃO
Durante o período inicial de crise, a maior preocupação da família está direcionada para o
estado clínico do doente, o seu prognóstico e para a qualidade dos cuidados, ou seja,
para a garantia que o doente está a receber os melhores cuidados possíveis (Omari,
94
2009; Yang, 2008; Verhaegh et al., 2005). Para a família é muito importante ser
assegurada que o seu familiar está a receber o melhor cuidado possível, uma vez que na
maioria das vezes, confia na equipa de saúde para tomar as melhores decisões possíveis
para o doente (Omari, 2009). A necessidade ter a certeza que o seu familiar tem os
melhores cuidados possíveis (97.5% de respostas “muito importante”) tem um grau de
importância muito elevado para a família, tendo resultados similares sido encontrados por
Obringer et al. (2012), Hinkle e Fitzpatrick (2011), Omari (2009), Maxwel et al. (2007) e
Bijttebier et al. (2001).
Identificado por Obringer et al. (2012), Hashim e Hussin (2012), Hinkle e Fitzpatrick
(2011), Kinrade et al. (2009), Omari (2009), Maxwel et al. (2007), Chien et al. (2006), Lee
e Lau (2003) e Bijttebier et al. (2001) com um grau de importância semelhante, a
necessidade de saber o prognóstico do seu familiar (96.2% de respostas “muito
importante”) apresenta um grau de importância muito elevado para a família, dado que
aquando do internamento do doente em UCI, esta experiencia uma crise com ansiedade
e incerteza em relação à sobrevivência do doente, pelo que, saber o prognóstico é
importante para a família se preparar tanto física como psicologicamente para enfrentar a
situação, ou eventualmente, para a morte do doente (Hashim & Hussin, 2012).
As necessidades de saber exatamente o que está ser feito pelo seu familiar (93.7%
de respostas “muito importante”) com grau de importância similar identificado por Hinkle e
Fitzpatrick (2011) e Omari (2009), saber qual é o tratamento médico do seu familiar
(86.1% de respostas “muito importante”) semelhante ao identificado por Obringer et al.
(2012), Hinkle e Fitzpatrick (2011), Omari (2009), Maxwel et al. (2007), Freitas et al.
(2007), Chien et al. (2006) e Lee e Lau (2003) e conhecer o motivo daquilo que é feito
(técnicas, exames, etc.) ao seu familiar (84.8% de respostas “muito importante”)
idêntico ao reportado por Hinkle e Fitzpatrick (2011), Omari (2009), Maxwel et al. (2007),
Freitas et al. (2007), Chien et al. (2006) e Bijttebier et al. (2001), representam para a
família necessidades com um grau de importância muito elevado. A importância atribuída
a estas necessidades pode estar associada a mudanças na participação da família no
ambiente de UCI. Cada vez mais as famílias estão atentas e tentam acompanhar de
perto os cuidados prestados ao doente, o que aumenta a sua compreensão relativamente
ao tratamento e ao prognóstico (Kinrade et al., 2009). Este fato contribui para a grande
95
necessidade de informação realista, em relação ao estado clínico, ao tratamento e à
evolução do doente, sendo que, esta necessidade de informação específica também é
importante para que a família possa tomar decisões em relação ao que fazer perante a
situação, e para se preparar em relação ao futuro (Esteves, 2012; Al-Hassan & Hweidi,
2004, Lee & Lau, 2003).
Apesar da necessidade ter instruções sobre como proceder junto do seu familiar
(86.1% de respostas “muito importante”) apresentar um grau de importância muito
elevado para os familiares deste estudo, apenas Hinkle e Fitzpatrick (2011)
documentaram um grau de importância moderado referente a esta necessidade. A
elevada importância desta necessidade pode estar relacionada com a ausência de
práticas estabelecidas de acolhimento à família, dependendo de cada enfermeiro a
explicação do que o familiar poderá ou não, fazer junto do doente. Camponogara et al.
(2013) e Blom et al. (2013) verificaram que a família refere dificuldade em saber como se
aproximar e como proceder junto do doente, no ambiente de UCI, pelo que manifestam
necessidade de receber orientação sobre como o fazer.
A família sente segurança quando confia nos cuidados e nas decisões da equipa de
saúde, pois sabe que agem de acordo com o melhor interesse do doente (Blom et al.,
2013). Este sentimento de segurança ajuda a justificar a elevada importância atribuída à
necessidade sentir que os profissionais hospitalares se preocupam com o seu
familiar (84,8% de respostas “muito importante”) também identificada por Hinkle e
Fitzpatrick (2011), Omari (2009), Kinrade et al. (2009), Freitas et al. (2007) e Bijttebier et
al. (2001).
Tal com observado por Hashim e Hussin (2012), Hinkle e Fitzpatrick (2011), Omari
(2009), Maxwel et al. (2007) e Lee et al. (2000) sentir que existe esperança (83,5% de
respostas “muito importante”) tem um elevado grau de importância para a família, pois,
para ela é essencial sentir esperança, não só enquanto confia nas decisões tomadas
pela equipa de saúde, mas também porque qualquer resquício de esperança recebida
quer do enfermeiro quer do médico ajuda a diminuir o medo, o que torna mais fácil a
visita ao doente (Hashim e Hussin, 2012; Omari, 2009; Yang, 2008).
A família apega-se à menor possibilidade de esperança pelo que recebe de bom grado
qualquer informação (Hashim & Hussin, 2012). Esta necessidade de sentir esperança
reforça a necessidade de informação previamente verificada, e ajuda a explicar a
necessidade da proporcionar à família, em períodos regulares, informação precisa e
atualizada relativamente ao doente (Kinrade et al., 2009), uma vez que receber
informações sobre o estado do seu familiar pelo menos uma vez por dia (82,3% de
96
respostas “muito importante”) tem um elevado grau de importância para a família, o que
foi também verificado por Hashim e Hussin (2012), Maxwel et al. (2007), Lee e Lau
(2003) e Bijttebier et al. (2001).
97
menor prioridade às tarefas de auto cuidado enquanto tenta reduzir o stress e aliviar a
incerteza, durante o período inicial de crise (Verhaegh et al., 2005; Bijttebier et al., 2001).
Esteves (2012) realizou um estudo etnográfico numa UCI portuguesa, tendo observado
que para a família é importante a sua união e apoio mútuo, para a ajudar a superar o
internamento em UCI, sendo por vezes fundamental evitar o isolamento. Esta postura
perante o internamento em UCI pode ajudar a compreender o baixo grau de importância
atribuído à necessidade ter um lugar no hospital para poder estar sozinho(a) (44.2%
de respostas “pouco importante”) que apresentou um grau de importância equivalente
nos trabalhos de Hashim e Hussin (2012), Hinkle e Fitzpatrick (2011), Freitas et al.
(2007), Lee e Lau (2003) e Bijttebier et al. (2001), e poder estar sozinho sempre que
sinta essa necessidade (32.5% de respostas “pouco importante”) com um grau de
importância moderado à semelhança dos resultados obtidos por Obringer et al. (2012) e
Kinrade et al. (2009).
Ter alguém que ajude nos problemas financeiros (36.7% de respostas “pouco
importante”) com um grau de importância um pouco baixo apresentou um grau de
importância semelhante nos estudos de Hashim e Hussin (2012), Hinkle e Fitzpatrick
(2011), Bijttebier et al. (2001) e Lee et al. (2000). É possível que a baixa importância
desta necessidade esteja relacionada com a política de saúde e o acesso
tendencialmente gratuito aos cuidados de saúde. Ao contrário dos Estados Unidos da
América país de origem do CCFNI, as despesas de saúde no hospital em que decorreu o
estudo, são asseguradas pelo sistema nacional de saúde. E quando as dificuldades
financeiras surgem por falta de rendimento devido ao internamento em UCI, a família é
encaminhada para o assistente social.
98
Receber informação sobre a possibilidade de outras pessoas me ajudarem nos
meus problemas (48.1% de respostas “importante”) à semelhança do estudo de Maxwel
et al. (2007) apresenta um grau de importância um pouco elevado, sendo estas
necessidades, usualmente, colmatadas pela equipa multidisciplinar (Maxwel et al., 2007).
Para validar o INFUCI deveria ter sido constituída uma amostra de 225 participantes,
para cumprir a proporção mínima de 5 participantes, para cada uma das 45 variáveis em
análise (Ribeiro, 2010; Moreira, 2004). Apesar do período de colheita de dados ter
decorrido entre março de 2013 e abril de 2014, só se obteve uma amostra de 79
participantes. No projeto de investigação previu-se incluir 4 UCIs no estudo, contudo,
verificou-se uma adesão à resposta do questionário muito baixa em 3 delas,
provavelmente por considerarem a investigadora como um elemento estranho, com o
qual não tinham estabelecido uma relação de ajuda, o que aliado à ansiedade causada
99
pela situação que estavam a vivenciar pode ter contribuído pela opção de não participar
no estudo. Continuou-se o estudo apenas numa UCI onde a investigadora exerce
funções, tendo-se verificado um boa adesão à resposta do questionário, contudo a
devolução dos questionários foi baixa, distribuíram-se 180 questionários dos quais foram
devolvidos 79. A não devolução pareceu relacionar-se essencialmente com a
transferência ou o falecimento do doente. A participação dos familiares foi assim, a maior
dificuldade encontrada ao longo do processo de investigação.
Pelo referido, o processo de validação pode ter sido comprometido pela pequena
dimensão da amostra, sendo esta também uma limitação deste estudo, que juntamente
com a utilização de uma amostra não probabilística, numa única UCI compromete a
generalização dos dados, uma vez que, as práticas assistências diferem entre as UCIs, o
que poderá dar origem a diferenças nas classificações do grau de importância das
necessidades.
100
poderá ser uma forma da família zelar pelo interesse e bem estar do doente, quase como
uma necessidade de proteger o doente identificada por Burr (1998). Visitar reflete uma
necessidade de proximidade com o doente, é através do momento da visita que a família
mantém a sua relação com o doente e que comunica pessoalmente com a equipa de
saúde no sentido de obter informação sobre o doente (Esteves, 2012; Pardavilla Bellio &
Vivar, 2011; Davidson et al., 2007). A procura de informação revela, essencialmente, uma
procura dos profissionais, nomeadamente do enfermeiro e do médico, para que a família
possa obter informação relativa ao estado de saúde do doente (Davidson et al., 2007;
Verhaegh et al., 2005). Durante o período de crise inicial, a principal preocupação da
família é o doente e a sua recuperação, apelo que dá menor prioridade às suas próprias
necessidades e às tarefas de auto cuidado (Omari, 2009; Verhaegh et al., 2005; Bijttebier
et al., 2001), este fato, pode justificar a maior importância destas necessidades
relativamente às necessidade de apoio emocional e recursos e sistemas de apoio.
As dimensões obtidas não podem ser comparadas com as dimensões definidas por
Leske (1991), dado que não correspondem ao mesmo conjunto de necessidades. Apesar
de Leske (1991) ter obtido uma estrutura fatorial de 5 fatores que explicavam 40,2% da
variância total, em posteriores validações do CCFNI continuou-se a verificar uma
estrutura de 5 fatores, contudo, alguns itens foram agrupados em dimensões diferentes
das definidas por Leske (1991). O CCFNI é uma escala com aproximadamente 30 anos.
Talvez a evolução tecnológica, a diferença entre os sistemas de saúde Português e Norte
Americano, e as melhoria das instalações físicas, tenham contribuído para alguma
desatualização do instrumento. Contudo, será necessária uma aplicação a uma amostra
de maior dimensão e em diferentes UCIs para avaliar com segurança a validade de
constructo do instrumento.
101
et al., 2005; Azoulay et al., 2005). Pode então concluir-se, que o INFUCI permite avaliar
as necessidades da família em UCI.
102
PARTE IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas considerações finais realiza-se uma refleção sobre os resultados obtidos, que
permitem dar resposta às questões de investigação, bem como, sobre as principais
conclusões da investigação.
103
10. CONCLUSÃO
104
! as principais necessidades da família, com um grau de importância muito elevado
são: obter respostas sinceras às questões colocadas; ter a certeza que o seu
familiar tem os melhores cuidados possíveis; saber o prognóstico do seu familiar;
saber exatamente o que está a ser feito pelo seu familiar; saber qual é o
tratamento médico do seu familiar; conhecer o motivo daquilo que é feito
(técnicas, exames, etc.) ao seu familiar; ter instruções como proceder junto do seu
familiar; sentir que os profissionais hospitalares se preocupam com o seu familiar;
sentir que existe esperança; e receber informação sobre o estado do seu familiar
pelo menos uma vez por dia.
Em suma, apesar do INFUCI necessitar de mais estudos para averiguar de forma mais
alargada a sua validade e os resultados obtidos não poderem ser generalizados, este é
um primeiro contributo que poderá permitir a avaliação das necessidades da família na
105
UCI, e posteriormente possibilitar o planeamento e implementação de intervenções de
enfermagem, baseadas na evidência e o desenvolvimento de um foco de cuidados mais
holístico baseado na unidade familiar.
106
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117
Anexos
Anexo I
Questionário: Inventário das Necessidades da Família na Unidade de Cuidados
Intensivos
(Pré-teste)
Inventário das Necessidades da Família
na Unidade de Cuidados Intensivos
INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE
Antes de tomar a decisão de participar neste estudo, deverá em primeiro lugar compreender qual
a sua finalidade, o que é esperado da sua parte, bem como, os riscos e benefícios da sua
participação.
Assim, leia com atenção todo o documento e sinta-se à vontade para expor todas as suas duvidas
e questões.
O meu nome é Sara Filipa Barros de Campos, enfermeira a exercer funções no Centro Hospital
de São João, E.P.E. e a frequentar o Mestrado em Ciências de Enfermagem, do Instituo de
Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto. Com o intuito de
elaborar a tese de mestrado pretendo desenvolver uma investigação que tem como objetivo
traduzir, adaptar culturalmente e validar um questionário designado de Critical Care Family
Needs Inventoy (CCFNI) para a população Portuguesa. Este questionário tem por objetivo
identificar as necessidades da família, com um doente internado em Unidade de Cuidados
Intensivos, e o grau de importância dessas necessidades. Para que este estudo seja possível, é
necessário que os familiares, que estão a vivenciar esta situação preencham o questionário. Por
este motivo acredito que seja a pessoa indicada para participar no estudo.
Embora não existam benefício imediatos, este estudo pretende ser um contributo para a melhoria
da qualidade dos cuidados de enfermagem que são prestados nos serviços de Cuidados
Intensivos, de modo a progressivamente introduzir melhorias no processo de assistência à família
durante a doença crítica do seu familiar.
Procedimento:
A participação é voluntária, pelo que se desejar participar solicito que responda ao
questionário, que demora aproximadamente 40 minutos, e assine o documento do consentimento
informado.
Liberdade de escolha e direito de recusar:
A participação no estudo tem um caráter voluntário, ou seja, tem liberdade para decidir se
quer ou não participar no estudo. Se concordar em participar e depois decidir que não quer
continuar a sua participação, tem liberdade para decidir retirar-se do estudo qualquer momento,
sem que isso comprometa a assistência que lhe é devida.
Riscos e Benefícios:
Consideramos não haver riscos em participar no estudo, contudo, poderá existir
penosidade em abordar este assunto, pelo que não necessita de responder ao questionário isso lhe
causar desconforto.
Privacidade e confidencialidade:
A sua identidade será mantida anónima e confidencial. O questionário que preencher será
codificado, isto é, ser-lhe-á atribuído um número, pelo que nem a própria investigadora o
conseguirá identificar.
Contatos:
Para qualquer esclarecimento poderá entrar em contato com a Investigadora Sara Campos
através de email: saracampos.icbas@gmail.com ou por telefone 965675969; ou com a Professora
Doutora Maria Manuela Martins, na Escola Superior de Enfermagem do Porto, através do email:
mmartins@esenf.pt.
Esta investigação foi aprovada pela Comissão de Ética para a Saúde do Centro Hospitalar de S.
João – EPE.
TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO CRITICAL CARE
FAMILY NEEDS INVENTORY
Este questionário tem como objetivo colher dados relativamente às necessidades da família, com
um familiar internado em Unidade de Cuidados Intensivos (UCI).
Leia atentamente as seguintes indicações antes de responder ao questionário:
! Não existem respostas certas ou erradas para nenhuma das questões;
! Preencha todo o questionário e seja o mais sincero(a) possível
! O questionário é anónimo e confidencial, motivo pelo qual não deverá assinalar qualquer
elemento de identificação pessoal.
A sua participação é essencial para a realização deste estudo, pelo que agradecemos desde já a
sua colaboração.
PARTE I – Caraterização
1. Idade:______ anos
2. Sexo:
Masculino ☐
Feminino ☐
Parte II
Por favor indique (X) qual o grau de IMPORTÂNCIA Sem Pouco Importante Muito
que atribui a cada uma das seguintes necessidades: Importância Importante Importante
(1) (2) (3) (4)
10. Poder visitar o seu familiar em qualquer momento. ________ ________ ________ ________
12. Ter amigos próximos para me apoiarem. ________ ________ ________ ________
13. Conhecer o motivo do que é feito ao seu familiar. ________ ________ ________ ________
16. Saber qual é o tratamento médico do seu familiar. ________ ________ ________ ________
Por favor indique (X) qual o grau de IMPORTÂNCIA Sem Pouco Importante Muito
que atribui a cada uma das seguintes necessidades: Importância Importante Importante
(1) (2) (3) (4)
20. Ter mobiliário confortável na sala de espera. ________ ________ ________ ________
22. Ter alguém que ajude nos problemas financeiros. ________ ________ ________ ________
23. Ter telefone perto da sala de espera. ________ ________ ________ ________
27. Ter alguém que se preocupa com a sua saúde. ________ ________ ________ ________
32. Ter uma casa de banho perto da sala de espera. ________ ________ ________ ________
\
Por favor indique (X) qual o grau de IMPORTÂNCIA Sem Pouco Importante Muito
que atribui a cada uma das seguintes necessidades: Importância Importante Importante
(1) (2) (3) (4)
38. Poder ajudar nos cuidados físicos do seu familiar. ________ ________ ________ ________
44. Poder visitar o seu familiar com frequência. ________ ________ ________ ________
45. Ter uma sala de espera perto do seu familiar. ________ ________ ________ ________
46. Outra:
Parte III
A classificação é a seguinte:
0 – não se aplicou nada a mim
1 – aplicou-se a mim algumas vezes
2 – aplicou-se a mim de muitas vezes
3 – aplicou-se a mim a maior parte das vezes
I am a Portuguese student, studying a Nursing Sciences Master's Degree at the Oporto University - Instituto de
Ciências Biomédicas Abel Salazar.
For my thesis, I would like to study the assessment of the Critical Care Family Needs Inventory. My concern is that
there is no tool available in Portugal (translated and culturally adequate), that allows adequate evaluation. Through
my research I have found that in Portugal there is very few scientific surveys related to intensive care nursing and
family.
I would like to ask if there is any possibility that you could give me permission to translate your Critical Care Family
Needs Inventory? I believe the translation and it's validation to Portuguese culture will allow better clinical practice
(family centered) and further investigations to meet family’s needs.
--
Sara Campos
2 anexos
CCFNI.doc
32K
letter.doc
22K
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=f85f3bdca8&view=pt&cat=MCE%20Investigação&search=cat&th=134f0441eb2009e7 Página 1 de 3
Dear Researcher,
Please find enclosed a copy of the Critical Care Family Needs Inventory. You have my
permission to use and/or translate the tool to meet your research needs as long as credit is
referenced in your work. The psychometric properties of the instrument are published in
Leske, J.S. (1991). Internal psychometric properties of the Critical Care Family Needs
Inventory, Heart & Lung, 20, 236-244. Please do not hesitate to contact me if you have
any questions. Best wishes for a successful research project.
O meu nome é Sara Campos sou enfermeira e aluna do XIX Curso de Mestrado de Ciências de Enfermagem, do
Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto.
A área que vou trabalhar são as necessidade da família em unidade de cuidados intensivos, em particular
pretendo efectuar a tradução, adaptação cultural e validação de um questionário o Critical Care Family Needs
Inventory (CCFNI). Este instrumento é constituído por 45 afirmações, que representam necessidades
frequentemente manifestadas pelos familiares do doente crítico, internado em unidade de cuidados intensivos
(UCI), e são classificadas numa escala de Likert mediante o seu grau de importância.
Contudo, para proceder à avaliação da validade de critério, por validade concomitante preciso de utilizar um outro
instrumento que se correlacione com o CCFNI.
Tem sido verificado em vários estudos que a família do doente internado em UCI pode desenvolver ansiedade,
depressão e/ou sintomas sugestivos de risco para o desenvolvimento de stress pós-traumático (Davidson et. al.,
2010).
Por estes motivos gostaria de lhe pedir permissão para utilizar a escala de ansiedade, depressão e stress (EADS)
no meu estudo.
Sara Campos
[Citação ocultada]
--
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believed to be clean.
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=f85f3bdca8&view=pt&cat=MCE%20Investigação&search=cat&th=138567bde335d2d6 Página 1 de 2
Anexo IV
Autorização para utilização do Instrumento de Validação Semântica
Gmail - Pedido de autorização - instrumento de validação semântica 03/07/14, 16:08
para mim e um honor y com gostou podi fazer uso do instrumento, si mais oferecer podimelo. Elizabeth
Bom dia Exma. Sra. Professora Doutora Maria Elizabeth Medina Castro
O meu nome é Sara Campos sou enfermeira e aluna do Curso de Mestrado de Ciências de Enfermagem, do
Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto, Portugal.
A área que vou trabalhar são as necessidade da família em unidade de terapia intensiva (UTI), em particular
pretendo efectuar a tradução, adaptação cultural e validação de um questionário o Critical Care Family Needs
Inventory (CCFNI), para a população portuguesa. Este instrumento é constituído por 45 afirmações, que
representam necessidades frequentemente manifestadas pelos familiares do doente crítico, internado em UTI e
são classificadas numa escala de Likert mediante o seu grau de importância.
Estive a ler sua tese de doutoramento "Adaptação transcultural e validação do instrumento genérico de
mensuração de Qualidade de Vida relacionada à Saúde, DISABKIDS 37, para crianças e adolescentes
mexicanos com doenças crônicas e seus pais ou cuidadores: fase I" e gostaria de lhe pedir autorização para
utilizar o seu instrumento de validação semântica. Considero que a utilização do seu instrumento de validação
semântica será um contributo muito importante para a minha tese de mestrado, uma vez que permitirá realizar a
validação semântica do questionário de uma forma rigorosa e sistematizada.
--
Sara Campos
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=f85f3bdca8&view=pt&…search=cat&msg=13b77f4ae1a932cd&dsqt=1&siml=13b77f4ae1a932cd Página 1 de 1
Anexo V
Autorização do Conselho de Administração e Comissão de Ética da Instituição.
Anexo VI
Reunião de peritos: resultados
REUNIÃO DE PERITOS: RESULTADOS
CCFNI Versão Portuguesa de Consenso CCFNI 1.2 Versão Portuguesa de Consenso CCFNI 1.3 %
Concordância
Please check ( ) how IMPORTANT each of Assinale como é IMPORTANTE, para si, cada Por favor indique () qual o grau de IMPORTÂNCIA 100%
the following needs is to you. uma das seguintes necessidades: que atribui a cada uma das seguintes
necessidades:
Not Slightly Important Very Nada Porco Importante Muito Sem Pouco Importante Muito 100%
Important Important Important Importante Importante Importante importância Importante importante
1. To know the expected outcome Saber o prognóstico (resultado) esperado do Saber o prognóstico do seu familiar. 100%
paciente.
2. To have explanations of the environment Obter informações sobre o ambiente da UCI antes Obter informações sobre o ambiente da unidade 100%
before going into the critical care unit for the de entrar pela primeira vez. de cuidados intensivos antes de entrar pela
first time primeira vez
3. To talk to the doctor every day Falar todos os dias com o médico. Falar diariamente com um médico. 100%
4. To have a specific person to call at the Poder telefonar para uma pessoa de referência Poder telefonar para uma pessoa de referência 100%
hospital when unable to visit quando for impossível estar presente na visita. quando for impossível estar presente na visita.
5. To have questions answered honestly Obter respostas honestas às questões colocadas. Obter respostas sinceras/honestas às questões 100%
colocadas.
6. To have visiting hours changed for special Ter um horário de visitas adaptável a condições Ter um horário de visitas adaptável a condições 88%
conditions especiais. especiais (do familiar).
7. To talk about feelings about what has Expressar os meus sentimentos face ao que Poder falar das suas emoções/sentimentos 100%
happened aconteceu. relativamente à situação.
8. To have good food available in the hospital Ter acesso a boa alimentação no hospital. Ter acesso a alimentação no hospital. 100%
9. To have directions as to what to do at the Ter instruções sobre o que fazer junto à cama do Ter instruções sobre como proceder junto do seu 100%
bedside paciente. familiar.
10. To visit at any time Poder visitar o paciente em qualquer momento. Poder visitar o seu familiar em qualquer momento. 100%
11. To know which staff members could give Saber que tipo de informação cada membro da Saber que tipo de informação cada membro da 100%
what type of information equipa me pode dar. equipa me pode dar.
12. To have friends nearby for support Ter amigos próximos para me apoiarem. Ter amigos próximos para me apoiarem. 100%
13. To know why things were done for the Conhecer o motivo dos cuidados prestados ao Conhecer o motivo do que é feito ao seu familiar. 100%
patient paciente.
14. To feel there is hope Sentir que existe esperança. Sentir que existe esperança. 100%
15. To know about the types of staff Saber quem são os diferentes membros da Saber quem são os diferentes membros da equipa 100%
members taking care of the patient equipa que cuidam do paciente. que cuidam do seu familiar.
REUNIÃO DE PERITOS: RESULTADOS (continuação)
CCFNI Versão Portuguesa de Consenso CCFNI 1.2 Versão Portuguesa de Consenso CCFNI 1.3 %
Concordância
16. To know how the patient is being treated Saber qual é o tratamento médico do paciente. Saber qual é o tratamento médico do seu familiar. 100%
medically
17. To be assured that the best care possible Ter a certeza que o paciente teve os melhores Ter a certeza que o seu familiar tem os melhores 100%
is being given to the patient cuidados possíveis. cuidados possíveis.
18. To have a place to be alone while in the Ter um lugar no hospital para poder estar Ter um lugar no hospital para poder estar 88%
hospital sozinho(a). sozinho(a).
19. To know exactly what is being done for Saber com exatidão o que está a ser feito pelo Saber exatamente o que está a ser feito pelo 100%
the patient paciente. seu familiar.
20. To have comfortable furniture in the Ter mobiliário confortável na sala de espera Ter mobiliário confortável na sala de espera. 100%
waiting room.
21. To feel accepted by the hospital staff Sentir que sou aceite pelos profissionais do Sentir que sou aceite pelos profissionais do 100%
hospital. hospital.
22. To have someone to help with financial Ter alguém que ajude nos problemas financeiros. Ter alguém que ajude nos problemas financeiros. 100%
problems
23. To have a telephone near the waiting Ter telefone perto da sala de espera. Ter telefone perto da sala de espera. 100%
room
24. To have a pastor visit Ter assistência espiritual e religiosa. Ter assistência religiosa/espiritual. 100%
25. To talk about the possibility of the Falar sobre a possibilidade do paciente morrer. Conversar sobre a possibilidade do seu familiar vir 100%
patient's death a falecer.
26. To have another person with you when Estar acompanhado de outra pessoa quando Estar acompanhado de outra pessoa quando visita 100%
visiting the critical care unit visito o paciente na UCI. o seu familiar na unidade de cuidados intensivos.
27. To have someone be concerned with Ter alguém que se preocupa com a sua saúde. Ter alguém que se preocupa com a sua saúde. 100%
your health
28. To be assured it is alright to leave the Ter a certeza que não é errado deixar o hospital Ter a certeza que é seguro deixar o hospital por 100%
hospital for awhile por instantes instantes.
29. To talk to the same nurse every day Falar todos os dias com o(a) mesmo(a) Falar diariamente com o(a) mesmo(a) 100%
enfermeiro(a). enfermeiro(a).
30. To feel it is alright to cry Sentir que se pode chorar. Sentir que pode chorar. 100%
31. To be told about other people that could Receber informação sobre a possibilidade de Receber informação sobre a possibilidade de 100%
help with problems outras pessoas me ajudarem nos meus outras pessoas me ajudarem nos meus
problemas. problemas.
REUNIÃO DE PERITOS: RESULTADOS (continuação)
CCFNI Versão Portuguesa de Consenso CCFNI 1.2 Versão Portuguesa de Consenso CCFNI 1.3 %
Concordância
32. To have a bathroom near the waiting Ter uma casa de banho perto da sala de estar. Ter uma casa de banho perto da sala de espera. 100%
room
33. To be alone at any time Estar sozinho(a) em qualquer momento. Poder estar sozinho sempre que sinta essa 100%
necessidade.
34. To be told about someone to help with Receber informações sobre quem me pode ajudar Receber informações sobre quem me pode ajudar 100%
family problems nos problemas familiares. nos problemas familiares.
35. To have explanations given that are Receber informações que eu compreenda. Receber informações que eu compreenda. 100%
understandable
36. To have visiting hours start on time Ter um horário de visitas que comece à hora Ter um horário de visitas que comece à hora 100%
marcada. marcada.
37. To be told about chaplain services Receber informação sobre a assistência espiritual Receber informação sobre a assistência 100%
e religiosa hospitalar. religiosa/espiritual hospitalar.
38. To help with the patient's physical care Ajudar o paciente nos cuidados físicos. Poder ajudar nos cuidados físicos do seu familiar. 100%
39. To be told about transfer plans while they Receber informação sobre o plano de Ser informado das intensões e planos de 100%
are being made transferência do paciente enquanto este é feito. transferência enquanto, ainda, estão a ser
planeados.
40. To be called at home about changes in Receber informação em casa sobre alterações da Receber informação em casa sobre alterações da 100%
the patient's condition condição do paciente. condição do seu familiar.
41. To receive information about the patient Receber informações sobre o estado do paciente Receber informações sobre o estado do seu 100%
at least once a day. pelo menos uma vez por dia. familiar pelo menos uma vez por dia
42. To feel that the hospital personnel care Sentir que o pessoal hospitalar se preocupa com Sentir que os profissionais hospitalares se 100%
about the patient o paciente. preocupam com o seu familiar.
43. To know specific facts concerning the Conhecer dados específicos relativos à evolução Conhecer dados específicos relativos à evolução 100%
patient's progress do paciente. do seu familiar.
44. To see the patient frequently Ver o paciente com frequência. Poder visitar o seu familiar com frequência. 100%
45. To have the waiting room near the patient Ter uma sala de espera perto do paciente. Ter uma sala de espera perto do seu familiar. 100%
46. Other: Outra: Outra: 100%
Legenda:
Alteração semântica
Alteração cultural
Anexo VII
Resposta da autora do CCFNI ao documento retraduzido
Gmail - Critical Care Family Needs Inventory - permission to translate. 19/05/14, 16:15
A few months ago I asked for your permission to translate and use the Critical Care Family Needs Inventory for my
master thesis.
I have already translated the CCFNI into Portuguese. The translated version was submitted to a panel of experts
to identify and resolve the inadequate expressions and the discrepancies in the translation. The panel consisted of
an expert in: family nursing, critical care nursing, a family member, the investigator, a senior investigator, a
translator and an expert in instruments development.
I´m now sending you the back-translated version of the CCNFI. I would like to know if you consider this version
similar to the original, and if it has your approval.
This version isn´t the final one, it will be submitted to a pre-test and cognitive interviewing to best fit the CCFNI
into the Portuguese population.
Yours sincerely,
--
Sara Campos
--
Jane S. Leske PhD, ACNS-BC
Professor
College of Nursing
University of WI-Milwaukee
https://mail.google.com/mail/u/0/?ui=2&ik=f85f3bdca8&view=pt…search=cat&msg=1385c38768490e7d&dsqt=1&siml=1385c38768490e7d Página 1 de 2
Anexo VIII
Validação semântica: resultados
VALIDAÇÃO SEMÂNTICA: RESULTADOS
SUPORTE
9 Ter instruções sobre como proceder junto do seu familiar. 100 % 100 % 100 %
12 Ter amigos próximos para me apoiarem. 60 % 20 % 20 % 20 % 80% 100 %
18 Ter um lugar no hospital para poder estar sozinho(a). 60 % 40 % 100 % 100 %
22 Ter alguém que ajude nos problemas financeiros. 70 % 30 % 100 % 100 %
24 Ter assistência religiosa/espiritual. 50 % 50 % 100 % 100 %
25 Conversar sobre a possibilidade do seu familiar vir a falecer. 50 % 30 % 20 % 100 % 100 %
26 Estar acompanhado de outra pessoa quando visita o seu familiar na 40% 40 % 20 % 100 % 90 % 10 %
unidade de cuidados intensivos.
27 Ter alguém que se preocupa com a sua saúde. 20 % 80 % 100 % 100 %
30 Sentir que pode chorar. 60 % 30 % 10 % 100 % 100 %
31 Receber informação sobre a possibilidade de outras pessoas me ajudarem 50 % 50% 100 % 100 %
nos meus problemas.
33 Poder estar sozinho sempre que sinta essa necessidade. 70 % 20 % 10 % 100 % 100 %
34 Receber informações sobre quem me pode ajudar nos problemas 50% 30% 20 % 10 % 90% 100 %
familiares.
37 Receber informação sobre a assistência religiosa/espiritual hospitalar. 50 % 40 % 10% 100 % 100 %
CONFORTO
INFORMAÇÃO
SEGURANÇA
Por favor indique (X) qual o grau de IMPORTÂNCIA Sem Pouco Importante Muito
que atribui a cada uma das seguintes necessidades: Importância Importante Importante
(1) (2) (3) (4)
10. Poder visitar o seu familiar em qualquer momento. ________ ________ ________ ________
12. Ter amigos próximos para me apoiarem. ________ ________ ________ ________
16. Saber qual é o tratamento médico do seu familiar. ________ ________ ________ ________
Por favor indique (X) qual o grau de IMPORTÂNCIA Sem Pouco Importante Muito
que atribui a cada uma das seguintes necessidades: Importância Importante Importante
(1) (2) (3) (4)
20. Ter mobiliário confortável na sala de espera. ________ ________ ________ ________
22. Ter alguém que ajude nos problemas financeiros. ________ ________ ________ ________
23. Ter telefone perto da sala de espera. ________ ________ ________ ________
27. Ter alguém que se preocupa com a sua saúde. ________ ________ ________ ________
32. Ter uma casa de banho perto da sala de espera. ________ ________ ________ ________
Por favor indique (X) qual o grau de IMPORTÂNCIA Sem Pouco Importante Muito
que atribui a cada uma das seguintes necessidades: Importância Importante Importante
(1) (2) (3) (4)
38. Poder ajudar nos cuidados físicos do seu familiar. ________ ________ ________ ________
44. Poder visitar o seu familiar com frequência. ________ ________ ________ ________
45. Ter uma sala de espera perto do seu familiar. ________ ________ ________ ________
46. Outra:
Anexo X
Matriz de correlação do grau de importância das necessidades
Matriz de correlações do grau de importância das necessidades
Necessidades
Nec. 1 2 3 4 5 6 7 8 9
1 1.000 0.178 -0.115 -0.028 -0.034 0.159 0.113 0.030 -0.085
2 0.178 1.000 0.336 0.214 0.076 0.538 0.500 0.304 0.313
3 -0.115 0.336 1.000 0.241 0.295 0.347 0.243 -0.012 0.120
4 -0.028 0.214 0.241 1.000 0.323 0.157 0.536 0.484 0.101
5 -0.034 0.076 0.295 0.323 1.000 0.078 0.233 0.025 0.399
6 0.159 0.538 0.347 0.157 0.078 1.000 0.450 0.339 0.457
7 0.113 0.500 0.243 0.536 0.233 0.450 1.000 0.506 0.339
8 0.030 0.304 -0.012 0.484 0.025 0.339 0.506 1.000 0.402
9 -0.085 0.313 0.120 0.101 0.399 0.457 0.339 0.402 1.000
10 -0.164 0.547 0.135 0.210 0.033 0.479 0.385 0.361 0.478
11 0.110 0.527 0.145 0.349 0.089 0.427 0.433 0.293 0.183
12 -0.059 0.267 0.101 0.317 0.067 0.409 0.595 0.465 0.452
13 0.091 0.299 0.031 0.071 -0.072 0.100 0.131 0.065 0.019
14 -0.093 0.087 -0.010 0.011 -0.076 0.062 0.019 0.054 0.208
15 -0.093 0.376 0.252 0.484 0.124 0.282 0.449 0.451 0.255
16 -0.085 0.157 0.032 0.028 0.399 0.186 0.085 0.103 0.467
17 -0.034 -0.064 0.101 0.031 -0.027 0.078 0.021 0.132 -0.069
18 -0.117 0.361 0.121 0.333 0.070 0.380 0.512 0.595 0.343
19 -0.055 -0.239 -0.025 0.103 -0.044 -0.198 -0.215 -0.109 -0.111
20 0.177 0.535 0.151 0.410 0.082 0.455 0.608 0.513 0.373
21 -0.093 0.166 0.125 0.418 0.124 0.309 0.462 0.186 0.311
22 0.173 0.322 0.077 0.256 -0.100 0.395 0.203 0.411 0.320
23 -0.081 0.355 0.203 0.242 -0.066 0.501 0.353 0.404 0.350
24 0.129 0.607 0.152 0.266 0.261 0.430 0.511 0.619 0.619
25 -0.092 0.345 0.307 0.078 0.274 0.255 0.114 0.378 0.432
26 0.076 0.324 0.179 0.342 0.062 0.008 0.225 0.067 0.035
27 -0.174 0.362 0.014 0.355 0.034 0.404 0.353 0.422 0.506
28 -0.043 0.183 0.221 0.424 0.167 0.179 0.343 0.225 0.139
29 0.116 0.350 0.187 0.297 0.029 0.308 0.373 0.273 0.055
30 0.093 0.376 0.214 0.605 0.000 0.402 0.760 0.563 0.155
31 0.171 0.367 0.044 0.156 -0.012 0.494 0.507 0.459 0.370
32 0.108 -0.010 -0.109 0.318 0.000 0.168 0.189 0.174 0.119
33 0.007 0.505 0.009 0.442 -0.090 0.477 0.581 0.698 0.418
34 0.257 0.259 0.055 0.355 0.004 0.115 0.357 0.509 0.174
35 -0.114 0.128 0.217 0.316 0.283 0.089 0.124 0.051 0.110
36 -0.057 0.027 -0.025 0.285 0.048 0.117 0.139 0.215 0.098
37 0.132 0.495 -0.110 0.151 0.107 0.141 0.385 0.525 0.422
38 -0.034 0.296 -0.134 0.064 0.087 0.157 0.169 0.225 0.427
39 -0.162 -0.076 0.067 0.007 0.208 0.207 -0.003 0.097 0.367
40 -0.015 0.191 -0.041 0.148 -0.123 0.143 0.122 0.310 0.298
41 -0.089 0.168 0.169 0.196 0.366 0.188 0.160 0.042 0.419
42 -0.089 0.106 0.181 0.423 0.379 0.179 0.156 0.347 0.436
43 0.060 0.331 0.165 0.277 0.318 0.213 0.107 0.239 0.520
44 -0.015 0.191 0.147 0.396 -0.123 0.132 0.297 0.374 0.071
45 -0.208 0.140 0.007 0.384 -0.008 0.271 0.337 0.379 0.251
Matriz de correlações do grau de importância das necessidades (continuação)
Necessidades
Nec. 10 11 12 13 14 15 16 17 18
1 -0.164 0.110 -0.059 0.091 -0.093 -0.093 -0.085 -0.034 -0.117
2 0.547 0.527 0.267 0.299 0.087 0.376 0.157 -0.064 0.361
3 0.135 0.145 0.101 0.031 -0.010 0.252 0.032 0.101 0.121
4 0.210 0.349 0.317 0.071 0.011 0.484 0.028 0.031 0.333
5 0.033 0.089 0.067 -0.072 -0.076 0.124 0.399 -0.027 0.070
6 0.479 0.427 0.409 0.100 0.062 0.282 0.186 0.078 0.380
7 0.385 0.433 0.595 0.131 0.019 0.449 0.085 0.021 0.512
8 0.361 0.293 0.465 0.065 0.054 0.451 0.103 0.132 0.595
9 0.478 0.183 0.452 0.019 0.208 0.255 0.467 -0.069 0.343
10 1.000 0.290 0.271 0.042 0.110 0.325 0.167 0.033 0.445
11 0.290 1.000 0.109 0.276 -0.075 0.559 0.227 -0.053 0.185
12 0.271 0.109 1.000 0.268 0.198 0.305 0.256 0.067 0.488
13 0.042 0.276 0.268 1.000 0.174 0.199 0.119 -0.072 0.197
14 0.110 -0.075 0.198 0.174 1.000 0.253 0.208 -0.076 0.246
15 0.325 0.559 0.305 0.199 0.253 1.000 0.391 -0.026 0.471
16 0.167 0.227 0.256 0.119 0.208 0.391 1.000 -0.069 0.077
17 0.033 -0.053 0.067 -0.072 -0.076 -0.026 -0.069 1.000 0.070
18 0.445 0.185 0.488 0.197 0.246 0.471 0.077 0.070 1.000
19 -0.269 -0.040 -0.003 0.167 -0.122 0.007 -0.111 -0.044 -0.285
20 0.512 0.332 0.488 0.260 0.324 0.590 0.331 -0.152 0.657
21 0.406 0.509 0.387 0.087 0.088 0.400 0.215 0.124 0.220
22 0.413 0.249 0.301 0.117 0.128 0.312 0.252 0.112 0.357
23 0.401 0.345 0.335 0.094 0.095 0.580 0.292 -0.066 0.439
24 0.593 0.426 0.295 0.145 0.089 0.403 0.379 -0.109 0.362
25 0.279 0.205 0.116 0.284 0.143 0.246 0.110 -0.027 0.443
26 0.435 0.182 -0.020 0.038 0.059 0.125 -0.131 -0.064 0.175
27 0.670 0.271 0.514 0.286 0.265 0.492 0.388 0.034 0.540
28 0.329 0.081 0.487 0.371 0.072 0.184 0.004 0.167 0.326
29 0.332 0.406 0.167 0.314 0.220 0.458 -0.087 0.029 0.430
30 0.213 0.472 0.552 0.209 -0.096 0.436 -0.052 0.113 0.544
31 0.314 0.356 0.463 0.018 0.016 0.390 0.370 0.214 0.346
32 0.086 0.260 0.324 0.297 0.181 0.273 0.202 0.000 0.227
33 0.620 0.336 0.527 0.255 0.352 0.486 0.168 0.054 0.566
34 0.159 0.264 0.253 0.164 -0.095 0.453 0.228 0.123 0.277
35 0.187 0.202 0.120 0.077 -0.256 0.201 -0.061 0.095 0.146
36 0.430 0.290 -0.136 0.075 0.042 0.140 -0.042 0.048 0.039
37 0.458 0.266 0.233 0.266 0.226 0.399 0.422 -0.144 0.335
38 0.498 0.068 0.296 0.150 0.054 0.169 0.096 -0.037 0.200
39 0.317 0.072 0.247 -0.056 -0.002 0.088 0.367 0.039 0.090
40 0.400 0.032 0.392 0.102 0.014 0.171 0.147 0.210 0.175
41 0.042 0.235 0.361 0.185 0.174 0.050 0.319 0.147 -0.018
42 0.216 0.153 0.409 0.195 0.377 0.234 0.230 -0.072 0.279
43 0.390 0.228 0.313 0.204 0.191 0.259 0.336 0.116 0.208
44 0.385 0.314 0.306 0.245 0.085 0.296 -0.005 0.210 0.254
45 0.352 0.172 0.499 0.178 0.192 0.428 0.319 -0.008 0.383
Matriz de correlações do grau de importância das necessidades (continuação)
Necessidades
Nec. 19 20 21 22 23 24 25 26 27
1 -0.055 0.177 -0.093 0.173 -0.081 0.129 -0.092 0.076 -0.055
2 -0.239 0.535 0.166 0.322 0.355 0.607 0.345 0.324 -0.239
3 -0.025 0.151 0.125 0.077 0.203 0.152 0.307 0.179 -0.025
4 0.103 0.410 0.418 0.256 0.242 0.266 0.078 0.342 0.103
5 -0.044 0.082 0.124 -0.100 -0.066 0.261 0.274 0.062 -0.044
6 -0.198 0.455 0.309 0.395 0.501 0.430 0.255 0.008 -0.198
7 -0.215 0.608 0.462 0.203 0.353 0.511 0.114 0.225 -0.215
8 -0.109 0.513 0.186 0.411 0.404 0.619 0.378 0.067 -0.109
9 -0.111 0.373 0.311 0.320 0.350 0.619 0.432 0.035 -0.111
10 -0.269 0.512 0.406 0.413 0.401 0.593 0.279 0.435 -0.269
11 -0.040 0.332 0.509 0.249 0.345 0.426 0.205 0.182 -0.040
12 -0.003 0.488 0.387 0.301 0.335 0.295 0.116 -0.020 -0.003
13 0.167 0.260 0.087 0.117 0.094 0.145 0.284 0.038 0.167
14 -0.122 0.324 0.088 0.128 0.095 0.089 0.143 0.059 -0.122
15 0.007 0.590 0.400 0.312 0.580 0.403 0.246 0.125 0.007
16 -0.111 0.331 0.215 0.252 0.292 0.379 0.110 -0.131 -0.111
17 -0.044 -0.152 0.124 0.112 -0.066 -0.109 -0.027 -0.064 -0.044
18 -0.285 0.657 0.220 0.357 0.439 0.362 0.443 0.175 -0.285
19 1.000 -0.249 0.007 0.044 -0.215 -0.269 -0.090 0.100 1.000
20 -0.249 1.000 0.303 0.516 0.595 0.563 0.229 0.276 -0.249
21 0.007 0.303 1.000 0.340 0.391 0.348 -0.032 0.226 0.007
22 0.044 0.516 0.340 1.000 0.611 0.479 0.063 0.409 0.044
23 -0.215 0.595 0.391 0.611 1.000 0.518 0.094 0.135 -0.215
24 -0.269 0.563 0.348 0.479 0.518 1.000 0.418 0.260 -0.269
25 -0.090 0.229 -0.032 0.063 0.094 0.418 1.000 0.154 -0.090
26 0.100 0.276 0.226 0.409 0.135 0.260 0.154 1.000 0.100
27 -0.115 0.630 0.537 0.608 0.615 0.445 0.250 0.257 -0.115
28 -0.024 0.364 0.201 0.268 0.141 0.135 0.098 0.240 -0.024
29 -0.179 0.429 0.487 0.261 0.408 0.274 0.129 0.207 -0.179
30 -0.146 0.486 0.488 0.330 0.457 0.374 0.039 0.176 -0.146
31 -0.308 0.451 0.267 0.489 0.559 0.464 0.032 -0.057 -0.308
32 0.169 0.391 0.539 0.422 0.348 0.204 -0.023 0.090 0.169
33 -0.280 0.625 0.406 0.455 0.525 0.607 0.320 0.219 -0.280
34 0.007 0.463 0.206 0.678 0.533 0.476 0.056 0.217 0.007
35 0.457 0.120 0.400 0.201 0.151 0.143 0.082 0.253 0.457
36 0.077 0.250 0.351 0.321 0.216 0.369 0.073 0.470 0.077
37 -0.233 0.543 0.201 0.465 0.442 0.836 0.321 0.223 -0.233
38 0.190 0.192 0.050 0.178 0.071 0.206 0.222 0.245 0.190
39 0.117 0.174 0.307 0.281 0.195 0.155 0.279 0.102 0.117
40 0.339 0.207 0.162 0.197 -0.074 0.140 0.164 0.239 0.339
41 0.167 -0.006 0.114 0.087 0.023 0.162 0.167 0.140 0.167
42 0.175 0.262 0.196 0.175 0.028 0.295 0.371 0.253 0.175
43 0.122 0.197 0.214 0.220 -0.044 0.324 0.373 0.211 0.122
44 0.124 0.341 0.410 0.439 0.178 0.261 0.100 0.531 0.124
45 0.059 0.562 0.521 0.504 0.522 0.359 0.066 0.135 0.059
Matriz de correlações do grau de importância das necessidades (continuação)
Necessidades
Nec. 28 29 30 31 32 33 34 35 36
1 -0.174 -0.043 0.116 0.093 0.171 0.108 0.007 0.257 -0.114
2 0.362 0.183 0.350 0.376 0.367 -0.010 0.505 0.259 0.128
3 0.014 0.221 0.187 0.214 0.044 -0.109 0.009 0.055 0.217
4 0.355 0.424 0.297 0.605 0.156 0.318 0.442 0.355 0.316
5 0.034 0.167 0.029 0.000 -0.012 0.000 -0.090 0.004 0.283
6 0.404 0.179 0.308 0.402 0.494 0.168 0.477 0.115 0.089
7 0.353 0.343 0.373 0.760 0.507 0.189 0.581 0.357 0.124
8 0.422 0.225 0.273 0.563 0.459 0.174 0.698 0.509 0.051
9 0.506 0.139 0.055 0.155 0.370 0.119 0.418 0.174 0.110
10 0.670 0.329 0.332 0.213 0.314 0.086 0.620 0.159 0.187
11 0.271 0.081 0.406 0.472 0.356 0.260 0.336 0.264 0.202
12 0.514 0.487 0.167 0.552 0.463 0.324 0.527 0.253 0.120
13 0.286 0.371 0.314 0.209 0.018 0.297 0.255 0.164 0.077
14 0.265 0.072 0.220 -0.096 0.016 0.181 0.352 -0.095 -0.256
15 0.492 0.184 0.458 0.436 0.390 0.273 0.486 0.453 0.201
16 0.388 0.004 -0.087 -0.052 0.370 0.202 0.168 0.228 -0.061
17 0.034 0.167 0.029 0.113 0.214 0.000 0.054 0.123 0.095
18 0.540 0.326 0.430 0.544 0.346 0.227 0.566 0.277 0.146
19 -0.115 -0.024 -0.179 -0.146 -0.308 0.169 -0.280 0.007 0.457
20 0.630 0.364 0.429 0.486 0.451 0.391 0.625 0.463 0.120
21 0.537 0.201 0.487 0.488 0.267 0.539 0.406 0.206 0.400
22 0.608 0.268 0.261 0.330 0.489 0.422 0.455 0.678 0.201
23 0.615 0.141 0.408 0.457 0.559 0.348 0.525 0.533 0.151
24 0.445 0.135 0.274 0.374 0.464 0.204 0.607 0.476 0.143
25 0.250 0.098 0.129 0.039 0.032 -0.023 0.320 0.056 0.082
26 0.257 0.240 0.207 0.176 -0.057 0.090 0.219 0.217 0.253
27 1.000 0.406 0.464 0.324 0.375 0.412 0.661 0.351 0.188
28 0.406 1.000 0.303 0.423 0.167 0.206 0.354 0.252 0.036
29 0.464 0.303 1.000 0.443 0.138 0.167 0.455 0.292 0.202
30 0.324 0.423 0.443 1.000 0.470 0.303 0.467 0.429 0.207
31 0.375 0.167 0.138 0.470 1.000 0.059 0.519 0.543 -0.080
32 0.412 0.206 0.167 0.303 0.059 1.000 0.213 0.309 0.258
33 0.661 0.354 0.455 0.467 0.519 0.213 1.000 0.417 -0.118
34 0.351 0.252 0.292 0.429 0.543 0.309 0.417 1.000 0.118
35 0.188 0.036 0.202 0.207 -0.080 0.258 -0.118 0.118 1.000
36 0.234 0.167 0.141 0.088 0.017 0.334 0.284 0.195 0.303
37 0.443 0.063 0.194 0.200 0.355 0.304 0.582 0.596 -0.012
38 0.491 0.218 0.169 -0.064 0.108 -0.105 0.319 0.132 0.174
39 0.440 -0.001 -0.003 -0.112 0.161 0.230 0.043 0.130 0.332
40 0.367 0.257 -0.078 0.083 0.134 0.085 0.313 0.062 0.193
41 0.156 0.285 -0.056 0.145 0.179 0.025 0.058 -0.012 0.157
42 0.292 0.436 0.102 0.199 0.019 0.165 0.257 0.011 0.251
43 0.390 0.462 0.114 0.134 0.088 0.144 0.215 0.055 0.152
44 0.344 0.267 0.258 0.432 0.094 0.308 0.321 0.286 0.284
45 0.556 0.204 0.099 0.430 0.277 0.682 0.442 0.371 0.313
Matriz de correlações do grau de importância das necessidades (continuação)
Necessidades
Nec. 37 38 39 40 41 42 43 44 45
1 0.132 -0.034 -0.162 -0.015 -0.089 -0.089 0.060 -0.015 -0.208
2 0.495 0.296 -0.076 0.191 0.168 0.106 0.331 0.191 0.140
3 -0.110 -0.134 0.067 -0.041 0.169 0.181 0.165 0.147 0.007
4 0.151 0.064 0.007 0.148 0.196 0.423 0.277 0.396 0.384
5 0.107 0.087 0.208 -0.123 0.366 0.379 0.318 -0.123 -0.008
6 0.141 0.157 0.207 0.143 0.188 0.179 0.213 0.132 0.271
7 0.385 0.169 -0.003 0.122 0.160 0.156 0.107 0.297 0.337
8 0.525 0.225 0.097 0.310 0.042 0.347 0.239 0.374 0.379
9 0.422 0.427 0.367 0.298 0.419 0.436 0.520 0.071 0.251
10 0.458 0.498 0.317 0.400 0.042 0.216 0.390 0.385 0.352
11 0.266 0.068 0.072 0.032 0.235 0.153 0.228 0.314 0.172
12 0.233 0.296 0.247 0.392 0.361 0.409 0.313 0.306 0.499
13 0.266 0.150 -0.056 0.102 0.185 0.195 0.204 0.245 0.178
14 0.226 0.054 -0.002 0.014 0.174 0.377 0.191 0.085 0.192
15 0.399 0.169 0.088 0.171 0.050 0.234 0.259 0.296 0.428
16 0.422 0.096 0.367 0.147 0.319 0.230 0.336 -0.005 0.319
17 -0.144 -0.037 0.039 0.210 0.147 -0.072 0.116 0.210 -0.008
18 0.335 0.200 0.090 0.175 -0.018 0.279 0.208 0.254 0.383
19 -0.233 0.190 0.117 0.339 0.167 0.175 0.122 0.124 0.059
20 0.543 0.192 0.174 0.207 -0.006 0.262 0.197 0.341 0.562
21 0.201 0.050 0.307 0.162 0.114 0.196 0.214 0.410 0.521
22 0.465 0.178 0.281 0.197 0.087 0.175 0.220 0.439 0.504
23 0.442 0.071 0.195 -0.074 0.023 0.028 -0.044 0.178 0.522
24 0.836 0.206 0.155 0.140 0.162 0.295 0.324 0.261 0.359
25 0.321 0.222 0.279 0.164 0.167 0.371 0.373 0.100 0.066
26 0.223 0.245 0.102 0.239 0.140 0.253 0.211 0.531 0.135
27 0.443 0.491 0.440 0.367 0.156 0.292 0.390 0.344 0.556
28 0.063 0.218 -0.001 0.257 0.285 0.436 0.462 0.267 0.204
29 0.194 0.169 -0.003 -0.078 -0.056 0.102 0.114 0.258 0.099
30 0.200 -0.064 -0.112 0.083 0.145 0.199 0.134 0.432 0.430
31 0.355 0.108 0.161 0.134 0.179 0.019 0.088 0.094 0.277
32 0.304 -0.105 0.230 0.085 0.025 0.165 0.144 0.308 0.682
33 0.582 0.319 0.043 0.313 0.058 0.257 0.215 0.321 0.442
34 0.596 0.132 0.130 0.062 -0.012 0.011 0.055 0.286 0.371
35 -0.012 0.174 0.332 0.193 0.157 0.251 0.152 0.284 0.313
36 0.274 0.044 0.143 0.184 0.025 0.219 0.067 0.382 0.388
37 1.000 0.250 0.122 0.072 -0.001 0.136 0.173 0.225 0.402
38 0.250 1.000 0.415 0.485 0.327 0.242 0.509 0.132 -0.036
39 0.122 0.415 1.000 0.236 0.235 0.326 0.322 0.236 0.226
40 0.072 0.485 0.236 1.000 0.174 0.334 0.578 0.296 0.267
41 -0.001 0.327 0.235 0.174 1.000 0.581 0.549 0.245 -0.014
42 0.136 0.242 0.326 0.334 0.581 1.000 0.661 0.334 0.158
43 0.173 0.509 0.322 0.578 0.549 0.661 1.000 0.268 0.041
44 0.225 0.132 0.236 0.296 0.245 0.334 0.268 1.000 0.437
45 0.402 -0.036 0.226 0.267 -0.014 0.158 0.041 0.437 1.000
Anexo XI
Valores próprios e variância explicada do INFUCI
Valores próprios e variância explicada dos fatores relativos ao INFUCI
Valor % da %
Fator Próprio Variância Acumulada
1 11.642 33.264 33.264
2 2.759 7.882 41.146
3 2.546 7.275 48.421
4 2.162 6.177 54.599
5 1.974 5.640 60.239
6 1.629 4.653 64.892
7 1.257 3.591 68.483
8 1.199 3.425 71.908
9 1.173 3.351 75.260
10 1.108 3.165 78.424
11 0.922 2.634 81.058
12 0.816 2.332 83.390
13 0.756 2.160 85.551
14 0.708 2.023 87.574
15 0.639 1.825 89.400
16 0.540 1.544 90.944
17 0.456 1.302 92.246
18 0.420 1.201 93.447
19 0.388 1.109 94.556
20 0.350 1.001 95.557
21 0.280 0.800 96.357
22 0.228 0.651 97.008
23 0.198 0.565 97.573
24 0.157 0.450 98.022
25 0.142 0.407 98.429
26 0.131 0.373 98.802
27 0.097 0.277 99.079
28 0.074 0.212 99.292
29 0.069 0.196 99.488
30 0.054 0.156 99.643
31 0.042 0.121 99.764
32 0.037 0.107 99.871
33 0.023 0.066 99.937
34 0.011 0.033 99.970
35 0.011 0.030 100.000
Anexo XII
Matriz de correlação e teste de significância das dimensões do INFUCI
Matriz de correlação de Spearman e teste de significância das dimensões do INFUC
Dimensões
Dimensões 1 2 3 4 5
1 coef. 1.000 0.676 0.540 0.448 0.591
valor-p 0.000 0.000 0.000 0.001
2 coef. 0.676 1.000 0.501 0.373 0.512
valor-p 0.000 0.000 0.001 0.002
3 coef. 0.540 0.501 1.000 0.377 0.296
valor-p 0.000 0.000 0.001 0.010
4 coef. 0.448 0.373 0.377 1.000 0.387
valor-p 0.000 0.001 0.001 0.001
5 coef. 0.591 0.512 0.296 0.387 1.000
valor-p 0.001 0.002 0.010 0.001
Anexo XIII
Teste de Wilcoxon: resultados
Teste de Wilcoxon para comparações múltiplas das dimensões do INFUCI
Estatística Valor
Comparação Teste p
Recursos e sistemas de apoio vs. Apoio emocional 127.5 0.000
Recursos e sistemas de apoio vs. Visitar 81.0 0.000
Recursos e sistemas de apoio vs. Participação 45.0 0.000
Recursos e sistemas de apoio vs. Procura de informação 22.0 0.000
Apoio emocional vs. Visitar 764.0 0.003
Apoio emocional vs. Participação 281.0 0.000
Apoio emocional vs. Procura de informação 556.5 0.000
Visitar vs. Participação 728.0 0.001
Visitar vs. Procura de informação 1036.5 0.120
Participação vs. Procura de informação 1454.0 0.049
Anexo XIV
Escala de Ansiedade, Depressão e Stress-21: resultados
Escala de Ansiedade, Depressão e Stress – 21
Frequência (%)
A maior parte
Muitas vezes
das vezes
Algumas
vezes
Nada
Total
Afirmação