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Essa canção é um verdadeiro hino à vida, um belo pedido à criação de consciência por
parte de nós seres desse mundo/sociedade.
A vida seguirá seu curso. Você pode estar num dia de extremo cansaço, falta de
esperança ou de aceleração, a vida não irá parar ou desacelerar para você descansar e
tomar um copo de água. Lenine sabe disso e se recusa a ir assim tão depressa.
Como lição, compreende-se que, mesmo nessa aceleração, precisamos sentir mais os
momentos bons, sentimentos bons, fazer coisas que não são somente para nossa
realização pessoal, pois “vida” é um termo coletivo. Todos tem vida. Vida rara é vida
bem vivida.
Estamos tão acostumados com a nossa rotina que acabamos relativizando todas as
coisas. Queremos somente a resolução de nossos problemas. A consequência disso não
importa.
É loucura achar que podemos destruir florestas, poluir rios, que a tecnologia é absoluta,
que somos máquinas de trabalhar, que o sol existe porque tem que existir, que sou eu,
pronto e acabou! O autor diz não ter, mas fingir ter paciência.
Aqui temos uma questão complicada. O mundo espera que consigamos viver em paz
conosco mesmo para que ele consiga viver em paz conosco. Esperamos que ele nos
agracie com ventos calmos, chuvas brandas, boas colheitas, bons eventos da chamada
“natureza”. Falo de mundo no sentido Etimológico, mas também pode ser considerado
como sociedade. Dela (a sociedade) esperamos paz e amor, compreensão sem
compreender, sem dar paz e amor ao outro.
O mundo espera de nós um pouco mais de paciência em relação às coisas que fazemos
conosco e com ele próprio.
Termino com uma paráfrase do próprio Lenine: Será que conseguiremos perceber a
tempo? Será que viveremos o bastante para perceber que a vida é rara? A vida é rara e
isso significa que precisamos fazer enquanto temos vida. Com melodia calma e
expressiva, Lenine nos diz que continuar na aceleração da vida não nos fará perceber o
sentido real das coisas. Alguns até sabem desse valor, mas a ausência de preocupação
dos demais acaba por sobrepujar essa percepção.