CURSO – TJMG – Nível Médio – Oficial de Apoio Judiciário Nº

DATA – 14/06/2016

DISCIPLINA – Português - Gramática

PROFESSOR – Ricardo Erse

MONITOR – Paula Moura

AULA – 01/07

Ementa
1 – Concordância .......................................................................................................................... 2
a) Concordância nominal:...................................................................................................... 2
b) Concordância verbal .......................................................................................................... 2
- SER: ..................................................................................................................................... 4
- Nomes próprios no plural ...................................................................................................... 5
- Sujeito composto .................................................................................................................. 5
- Expressões problemáticas .................................................................................................... 6
- Verbo “fazer” ......................................................................................................................... 6
- CREDELEVÊ – eem ............................................................................................................. 6
- Ter e vir................................................................................................................................. 6
- Sujeito composto de pessoas diferentes ............................................................................... 7

Contatos:
ricardoaerse@yahoo.com.br
1 – Concordância

Ela poderá ser nominal ou verbal.

Estar em concordância é estar de acordo.
A concordância nominal é o acordo entre substantivo e adjetivo.
A concordância verbal é o acordo entre o sujeito da frase e o verbo.

a) Concordância nominal:

Ex. Pessoas ansiosas sofrem mais.

Subst. Adjetivo

O adjetivo é um termo que se flexiona em função do substantivo.

Exemplos:
Muitas pessoas vivem na miséria. – Nessa frase não há um adjetivo, mas a palavra “muitas” tem
“função adjetiva”, trata-se de um pronome indefinido.

Ele veio de terno e sapatos pretos. O adjetivo está no plural sugerindo que a cor do terno e sapato
é preta.
Ele veio de terno e sapato preto. O adjetivo no singular sugere que só o sapato é preto.

Níveis de concordância:
- Lógica: o adjetivo concorda com os dois substantivos.
- Atrativa: o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo.

Casos
Ser + adjetivo:
Ex. É permitid(a/o) a entrada de menores.
Adj. Subst.

Ex. É proibido permanência sem camisa.

Adj. Subst.

O adjetivo só varia se o substantivo a que se refere vier determinado, isto é, precedido de

artigo. (continuará na próxima aula)

b) Concordância verbal

Ex. A maioria aplaudiu a decisão.

Suj. Verbo

Se o artigo está no singular o sujeito estará no singular.

Ex. Aconteceu um imprevisto.
Verbo Suj.

Estando o sujeito no singular o verbo também estará no singular.

- Um grupo de turistas ___________ a ave. (fotografar)

Núcleo

Na frase grupo é o núcleo do sujeito.

O núcleo será o primeiro substantivo que aparecer na frase, se não houver substantivo será o
primeiro pronome. Além disso, o núcleo não pode ser preposicionado.
Níveis de concordância:
Lógica: grupo fotografou. A concordância ocorre com o núcleo do sujeito.
Atrativa: turistas fotografaram. A concordância atrativa ocorre com o mais próximo.

- Alguns de nós (irão/iremos) ao show.

Núcleo 1

Lógica: alguns – irão

Atrativa: nós – iremos

- Qual dos alunos (representará) a turma?

Núcleo

Concordância lógica: representará

Atrativa: não tem
O núcleo do sujeito está no singular, consequentemente o verbo é singular. Assim como não se
pode falar:
- Nenhum dos alunos irão.
- Um de vocês ganharão.
- Qual das pessoas virão.

No exemplo dos turistas, há a concordância atrativa, pois vários turistas podem estar contidos em
um grupo, como vários peixes podem estar dentro de um cardume Por outro lado, ”vários alunos”
não poderão estar contidos em “qual”, por isso o verbo neste caso não poderá ir para o plural.

Obs. NÃO há crase antes de palavra masculina.

- O verbo haver no sentido de existir, estando sozinho ou em uma expressão, será usado no
somente singular, enquanto o verbo “existir” varia normalmente. Os verbos que não tem plural são
chamados pela gramática de verbos impessoais.

Ex. Existiam/havia alguns ajustes a fazer.

Ex. Devem existir/deve haver métodos mais diretos.
 Contudo, se o verbo “haver” adquirir sentido diverso a “existir” ele será variável.

Ex. Os turistas haviam (tinham) conseguido o visto.

Ex. Hão (devem) de existir pessoas honestas por lá.

- Verbos seguidos da partícula “se”.

Notou-se o problema do motor.
VTD sujeito

Todas as vezes que o verbo for transitivo direto e estiver acompanhado com a partícula
“se” o que vier depois será sujeito e não objeto direto.

O problema do motor foi notado.

Sujeito

O sujeito não pode ser preposicionado, portanto na hipótese de verbo transitivo indireto mias a
partícula “se” o sujeito é indeterminado. Além disso, o verbo intransitivo indireto não admite
transformação para a voz passiva.
Precisa-se de um doador.
VTI Objeto indireto

Precisa-se de doadores.

Verbo transitivo direto + se = o verbo é variável, irá acompanhar o sujeito. Esse “se” é chamado
de pronome apassivador ou partícula apassivadora.
Ex. Descobriu-se o erro. / O erro foi descoberto.
Ex. Distribuíram-se cestas básicas. / Cestas básicas foram distribuídas.

Verbo transitivo indireto + se = o verbo será utilizado somente no singular, pois o sujeito será
indeterminado. O “se” é chamado de índice de indeterminação do sujeito.
Ex. Recorreu-se ao juiz. / Recorreu-se aos advogados.

- SER:
O verbo ser admite a concordância normal, verbo + sujeito, e a concordância especial, em que o
verbo não concorda com o sujeito.
Exemplos:
Na vida tudo é flores. (Concordância “normal”)
Tudo são flores. (Flores não é o sujeito)

Sujeito singular + ser + termo plural (predicativo) = o verbo ser pode ficar no singular ou no plural.
Segundo a gramática, preferencialmente utiliza-se o plural.
Ex. O colchão do mendigo eram uns panos velhos. (correto)
Sujeito verbo de lig. Predicativo
O colchão do mendigo era uns panos velhos. (correto)

- Nomes próprios no plural

Ex. Estados Unidos está em campanha presidencial. (correto)

Um país
Os Estados Unidos representam o capitalismo. (correto)
Um país

Os nomes próprios no plural só levam o verbo ao plural se forem determinados por artigos no
plural. O artigo deverá concordar com o nome.
Os Estados Unidos. (correto) O Estados Unidos (errado)
As Minas Gerais. (correto) A Minas Gerais (errado)

“Os sertões” é obra regionalista do modernismo e o artigo “os” faz parte do nome, por isso a frase
ficará no singular, pois é uma única obra. O mesmo ocorre com “Os lusíadas”.
Ex. Os sertões é uma excelente obra literária.
“Vidas secas” apresenta a realidade nordestina. (Não ficará no plural, pois não tem artigo.)

- Sujeito composto

É o sujeito que possui mais de um núcleo.

Existe o sujeito composto antes do verbo, anteposto, bem como há o sujeito composto que fica
após o verbo, sujeito posposto.
Ex. O advogado e seu cliente / chegaram juntos.
Núcleo núcleo

Sujeito anteposto no plural = verbo no plural.

Ex. Vieram ao fórum / o juiz e a sua assessora.

Núcleo núcleo

Sujeito posposto no plural = verbo no plural

Exceção:
Quando o sujeito composto está depois do verbo, posposto, ele será plural ou concordará com o
mais próximo.
Exemplos:
Entrou / o garoto e a mãe dele na sala. (correto)
Núcleo núcleo
Entraram / os garotos e a mãe dele na sala. (correto)
Entraram / o garoto e a mãe dele na sala. (correto)
 - Expressões problemáticas

“Um dos que” – imagina-se que o verbo deve ficar no singular em decorrência da palavra “um”, no
entanto poderá ir para o plural. Isto é, o singular e o plural são usados indistintamente.
“dos” significa um daqueles que/ uma daquelas que.
Exemplos:
O aluno foi um dos que questionou o teste. (correto)
O deputado foi um dos que vetaram o projeto. (correto)

“Mais de um” - poderá estar no plural ou singular. Contudo, o plural será utilizado quando os
verbos indicarem reciprocidade, a partícula “se”, neste caso, é pronome reflexivo. E no singular
quando a ação não indicar reciprocidade.
Ex. Mais de um participante se cumprimentaram no evento.
Ex. Mais de um aluno chegou atrasado.

- Verbo “fazer”

Quando o verbo “fazer” indicar tempo e temperatura é considerado impessoal, portanto será
usado apenas no singular, independente de estar sozinho ou em expressão.
Exemplos:

Ontem fez um ano que trabalho aqui. (correto)

Ontem fez três anos que trabalho aqui. (correto)
Vai fazer um mês que se casaram. (correto)
Vai fazer dois meses que se casaram. (correto)
Esta madrugada fez 1ºC em São Paulo.
Esta madrugada fez 15ºC em São Paulo.
Segundo a meteorologia vai fazer 5ºC hoje.

- CREDELEVÊ – eem

Crer dar ler ver

Exemplos:
Ele não crê em Deus, nem lê a Bíblia.
Vocês leem muito?
Vocês creem.

- Ter e vir

Exemplos:
Ele vem a pé, porque não tem carro.
Eles vêm a pé, porque não têm carros.
Neste caso são marcas do plural, ou seja, a não acentuação caracteriza erro de concordância.

- Sujeito composto de pessoas diferentes

Eu e ela participaremos do evento. (1ª pessoa do plural)

Eu – 1ª pessoa do singular; ela – 3ª pessoa do singular.
Nós – 1ª pessoa do plural.
Tu e eu seremos os líderes. (1ª pessoa do plural)
Tu – 2ª pessoa; eu – 1ª pessoa;
Tu e ele ireis/irão juntos?
Tu – 2ª pessoa (erudito); ele – 3ª pessoa (coloquial, porém não errado);
1ª p. + 2ª p. = 1ª pessoa do plural
1ª p. + 3ª p. = 1ª pessoa do plural
2ª p. + 3ª p. = tanto faz usar 2ª pessoa quanto 3ª pessoa

GABARITO
Questão 01 – D
Questão 02 - B
Questão 03 – C
Questão 05 – D
Questão 06 (1) – D
Questão 06 (2) – C
Questão 07 – D
Questão 08 – B