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Universidade de Brasília

Departamento de História
Disciplina: Prática de Pesquisa Histórica Professora Dra. Adrianna Setemy
Estudante: Matheus Mendonça e Silva Matrícula: 160138281
Assunto: Prova final

Comando: A partir dos textos discutidos na disciplina e do filme “Uma cidade sem
passado” elabore um texto que responda a seguinte questão: A chave de acesso ao
passado está no acesso irrestrito aos arquivos? A ausência de documentos ou a
impossibilidade de acesso a eles nos privam do conhecimento histórico?

Pode algum historiador abrir mão de sua subjetividade e imaginação quando


estuda o passado? Certamente não. As análises que o pesquisador empreende sobre seu
objeto de estudo, alguma pergunta que ele faz sobre o passado, depende do seu contexto
presente; da visão de mundo do pesquisador; do quanto ele se interessa e se apropria
desse passado; bem como também pela ótica principal na qual pretende trabalhar, isso é,
se realizará uma história social, econômica, cultural ou política); e, da metodologia
adotada.

No filme “Uma cidade sem passado”, temos o exemplo de uma pesquisadora


que, ao realizar um estudo de como sua cidade natal comportou-se diante do III Reich,
defronta-se com dificuldades impostas pela burocracia para conseguir acesso as fontes
que poderiam consubstanciar sua hipótese. No entanto, o seu convívio social,
cotidianamente, havia formado aquela ideia de que, por exemplo, a igreja e a cidade
tivessem resistido ao Nazismo.

Isso não quer dizer que as fontes arquivísticas contrariassem a todo o momento
o que a pesquisadora levantou como hipótese. Precisou que ela fizesse perguntas sobre o
passado para as pessoas daquela cidade, e que as sensibilizassem por elas. A
historiadora Sônia ficou durante sua vida envolvida com um passado que se fazia
presente no imaginário daquela sociedade e que era vergonhoso. Utilizando, por
exemplo da história oral, ao entrevistar um refugiado comunista ou da conversa com a
sua avó, ela obteve fragmentos do passado que ajudava a montar o quebra-cabeças do
caso dos dois padres na compra de 100 cuecas de judeus, ou, de como só uma pessoa, o
prefeito, foi julgado como se fosse o único a ter apoiado o regime.

O contexto do filme é similar aos de outras sociedades nacionais, como as


latino-americanas e a brasileira, com um passado vergonhoso presente e que é sensível
nas disputas de narrativas. A reaproximação da história com a ciência política, em
meados dos anos 70 do século XX, segundo Ângela de Castro Gomes, reconfigurou a
ciência História academicamente no aspecto em que vinha se mostrado mais deficitária:
a interdisciplinaridade. Enquanto as questões das ciências sociais vinham sendo
atendidas sem menor déficit teórico em termos de teoria política e social, os
historiadores permaneciam resistentes a uma revitalização da história políticai.

Contudo, conclui-se que a chave de acesso ao passado não está irrestrita aos
arquivos e que a ausência de documentos não necessariamente nos privam do
conhecimento histórico. O conhecimento histórico é construído muito mais pelas
perguntas que somos capazes de fazer para o passado do que para as respostas que
conseguimos elaborar para respondê-las. A ciência histórica precisa dos arquivos e é
intimamente ferida quando setores da sociedade tentam apagar o passado, como foi o
caso da queima de arquivos pelas Forças Armadas. Mas a história não se cala, ela
continua investigando e narrando.
i
GOMES, Ângela de Castro. Política: história, ciência, cultura etc. Estudos Históricos - Historiografia, Rio de
Janeiro, v.9, nº 17, p.59-84, 1996.

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