UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE- UFF

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: HISTÓRIA DA AMÉRICA I
PROFESSOR: LEONARDO MARQUES
ALUNO: CARLOS MAGNO DA SILVA OLIVEIRA JUNIOR

O capítulo As Ilhas Afortunadas, o quarto da obra Imperialismo Ecológico: a

expansão biológica da Europa 900-1900 de Alfred W. Crosby busca expor ao leitor o
processo de expansão dos domínios marítimos europeus, enfatizando as experiências
das nações ibéricas que fizeram das novas ilhas, descobertas ou redescobertas, um
“laboratório” de um novo imperialismo europeu. Dessa forma conduziu-se a conquista
dos arquipélagos do atlântico oriental.

Inicialmente, é notável a apresentação de argumentos que expõe a ideia de que

as ilhas Canárias, a Madeira e os Açores já eram possivelmente conhecidos pelos
romanos e por outros povos navegadores antigos do mundo mediterrânico, que
lapidaram a ideia de ilhas Afortunadas. Características como relevo, clima e a
proximidade das regiões com o continente europeu são vistos como temas importantes
para a análise da história do desenvolvimento do imperialismo europeu nessas áreas.
Tal fato é justificável, pois, sendo os arquipélagos instrumentos de um experimento no
processo de expansão das atividades agrícolas, as condições geográficas e naturais são
fatores importantes a serem considerados. De sinais de orientação no oceano à locais
de abastecimento, as ilhas passaram por tentativas frustradas de implantação de novas
espécies de animais que posteriormente acabaram causando alterações nos elementos
da flora e da fauna local. Analisando-se o contato dos europeus com a população
nativa das Canárias, é possível afirmar que o mesmo processo possui semelhanças com
a experiência da América Espanhola, tal fato se confirma na maneira como os nativos
resistiram e a forma como foram dizimados.

Dessa forma, podemos entender que Crosby tenta apresentar a forma como o
imperialismo europeu se desenvolveu a partir das primeiras tentativas de navegação
no Atlântico e busca mostrar que tal expansão além de possuir um fundo econômico
também se manifesta como a antecessora da experiência espanhola na América. A
experiência com a atividade açucareira, a inserção de espécies de animais não nativos
nos dão base suficiente para afirmar que a exploração de tais ilhas obteve um caráter
experimental. O que possibilitou aos europeus uma vitória iminente? Sua
superioridade cultural? Sua superioridade demográfica e bélica? Ou a profusão de
doenças tipicamente nativas do Velho Mundo?