Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Notas de Aula No 10
.5
Christian Q. Pinedo
ii Cálculo Vetorial e Séries
A meus pais
Noemi e Em memória: Christian .
iii
iv Cálculo Vetorial e Séries
Título do original
Cálculo Vetorial e Séries
Dezembro de 2009
PREFÁCIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ix
1 INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA 1
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Integrais duplas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Principais propriedades da integral dupla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4 Regras de cálculo das integrais duplas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Exercícios 6-1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Exercícios 6-1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2 INTEGRAL DE LINHA 9
2.1 Curvas regulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2 Campos vetoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2.1 Gradiente. Divergente. Rotacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.3 Integral de linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.3.1 Integral de linha de uma função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.3.2 Propriedades Fundamentais da integral de linha . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.3.3 Teorema fundamental do cálculo para integrais de linha . . . . . . . . . . 25
2.3.4 Aplicações da integral de linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.4 Teorema de Green . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Exercícios 3-1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3 INTEGRAL DE SUPERFÍCIE 35
3.1 Superfície . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.1.1 Plano tangente. Vetor normal a uma superfície . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.1.2 Existência da integral de superfície . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.2 Teorema de Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.3 Teorema de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Exercícios 4-1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4 SEQÜÊNCIAS NUMÉRICAS 47
4.1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.2 SEQÜÊNCIA DE NÚMEROS REAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
v
vi Cálculo Vetorial e Séries
5 SÉRIES 93
5.1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
5.2 SOMATÓRIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Exercícios 2-1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
5.3 SÉRIES DE NÚMEROS REAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
5.3.1 Série geométrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
5.3.2 Série harmônica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
5.3.3 Série p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
5.3.4 Critério do n-ésimo termo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
5.3.5 Condição de Cauchy. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
5.3.6 Propriedade de Cauchy. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
Exercícios 2-2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
5.4 SÉRIE DE TERMOS POSITIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
5.4.1 Critério de comparação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
5.4.2 Critério de integral. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
5.4.3 Critério de comparação no limite. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
5.4.4 Critério de Raabe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Exercícios 2-3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
5.5 SÉRIE ABSOLUTAMENTE CONVERGENTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
5.5.1 Condicionalmente convergente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
5.5.2 Critério de comparação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
5.5.3 Critério D’Alembert’s. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
5.5.4 Critério de Cauchy. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
Exercícios 2-4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
5.6 SÉRIES ALTERNADAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
Christian José Quintana Pinedo vii
APÊNDICE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
História do cálculo.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
viii Cálculo Vetorial e Séries
PREFÁCIO
derivada assim como as técnicas e aplicações básicas que acompanham tais conceitos; Integração
como "Integração e o cálculo diferencial e integral com funções de varias variáveis"com aplicações
aos diferentes ramos das ciências exatas úteis no estudo das equações diferenciais.
Esta obra representa o esforço de sínteses na seleção de um conjunto de problemas e temas que,
com freqüência se apresenta quando um estudante continúa com o estudo do cálculo diferencial.
No primeiro capítulo, apresenta-se os métodos para o cálculo de integrais, faz-se uma abor-
dagem prática com grande variedade de exemplos e técnicas para a solução das mesmas.
geométrica da integral.
O terceiro capítulo, está reservado para múltiplas aplicações em diferentes ramos do conhec-
imento científico.
mesmas.
O último capítulo está aborda o tema do calculo diferencial em funções de várias variáveis.
O objetivo deste trabalho é orientar a metodologia para que o leitor possa identificar e
Cada capítulo se inicia com os objetivos que se pretende alcançar; os exercícios apresentados
ix
x Cálculo Vetorial e Séries
profissional durante mais de vinte e cinco anos de exercício como Consultor em Matemáticas
Puras e Aplicadas, assim como professor de ensino superior, com atuação na graduação da
docência universitária.
Fico profundamente grato pela acolhida desde trabalho e pelas contribuições e sugestões dos
leitores.
Leibniz
Capítulo 1
INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA
1
2 Cálculo Vetorial e Séries
1.1 Introdução
Figura 1.1:
Seja A(ri ) = 4xi 4yi a área do i-ésimo retângulo ri ∈ P, e seja (xi , yi ) um ponto arbitrário
escolhido noi-ésimo retângulo ri .
A soma de Riemann da função f : D ⊆ R2 −→ R associada à partição P é
m
X m
X
f (xi , yi )A(ri ) = f (xi , yi )4xi 4yi
i=1 i=1
⇓
Z Z Z Z Z Z
1. [f (x, y) + g(x, y)]dA = f (x, y)dA + g(x, y)dA.
D D D
Z Z Z Z
2. C · f (x, y)dA = C · f (x, y)dA, onde C é uma constate..
D D
Z Z Z Z Z Z
3. f (x, y)dA = f (x, y)dA + f (x, y)dA, onde D = D1 ∪ D2 e D1 ∩ D2 = ∅.
D D1 D2
1. A região de integração D está limitada pelo lado esquerdo e direito pelas retas x = a e x = b
respectivamente, na parte superior pela curva y = f (x), e na parte inferior pela curva
y = g(x) e cada uma de elas se intercepta com a reta vertical somente num ponto (Figura
(1.2).
Para uma região assim defina integral dupla é calculada pela fórmula:
Z Z Zb fZ(x)
F (x, y)dA = F (x, y)dydx
D a g(x)
2. Para o caso a região integração D estivesse limitada na parte superior e inferior pelas retas
y =d e y =c, c < d e pelas linhas curvas x = g(y) e x = f (y) onde (g(y) < f (y)) cada
uma das quais se intercepta pela reta horizontal num ponto (Figura (1.3)), então
4 Cálculo Vetorial e Séries
Z Z Zd fZ(y)
F (x, y)dA = F (x, y)dxdy
D c g(y)
Exemplo 1.1.
Z Z
Calcular xLnydxdy onde D é o retângulo 0 ≤ x ≤ 4, 1 ≤ y ≤ e.
D
Solução.
Observe que
Z Z Z4 Ze Z4 e
x2 4
xLnydxdy = xLnydxdy = x(yLny − y) dx = (e − e + 1) = 8
1 2 0
D 0 1 0
Exemplo 1.2.
Definição 1.4.
Exemplo 1.3.
Definição 1.5.
Definição 1.6.
Definição 1.7.
Exemplo 1.4.
1.
2.
3.
Exemplo 1.5.
Exemplo 1.6.
Exemplo 1.7.
Exemplo 1.8.
Exemplo 1.9.
Exemplo 1.10.
Exemplo 1.11.
Definição 1.8.
Christian José Quintana Pinedo 5
Exemplo 1.12.
1.
2.
3.
Exemplo 1.13.
Exemplo 1.14.
Definição 1.9.
6 Cálculo Vetorial e Séries
Exercícios 6-1
Z1 Z 2
1−x
1. f (x, y)dydx
√
−1 − 1−x2
Z2 Z
2−x
2. f (x, y)dydx
−6 x2
−1
4
Ze Z
Lnx
3. f (x, y)dydx
1 0
√
Z1 1+ Z 1−y 2
4. f (x, y)dxdy
0 2−y
Z1 Zx
5. f (x, y)dydx
0 0
√
Z1 Z1−x2
6. f (x, y)dydx
0 (1−x)2
2
Zπ senx
Z
7. f (x, y)dydx
0 0
Z2π Za
8. XXXXXXXXXXXXXf (x, y)dydx
0 0
Z2π Za
9. XXXXXXXXXXf (x, y)dydx
0 0
3.
Christian José Quintana Pinedo 7
4.
5.
6.
8 Cálculo Vetorial e Séries
Exercícios 6-1
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Capítulo 2
INTEGRAL DE LINHA
Zb
Agora, queremos generalizar o conceito de integral simples f (t)dt de uma função f definida
a
em um intervalo [a, b], a uma integral de uma função definida sobre uma curva L. Esta integral se
chama “integral de linha de f sobre a curva L", observe que, esta curva pode estar determinada
pela imagem de outra função definida em R.
~u • ~v = (u1 , u2 , u3 ) • (v1 , v2 , v3 ) = u1 v1 + u2 v2 + u3 v3 ∈ R
9
10 Cálculo Vetorial e Séries
Exemplo 2.1.
Seja ~r : R → R2 definida por ~r(t) = (t, t3 ). Suas funções coordenadas x(t) = t e y(t) = t2
são contínuas em R, e suas derivadas também são contínuas, então ~r(t) é diferenciável de classe
C 1.
Exemplo 2.2.
A circunferência L : x2 + y 2 = 9 completa pode ser escrita pela parametrização ~r(t) =
(3 cos t, 3sent), t ∈ [0, 2π] de tal modo que o gráfico de ~r encontra-se sobre a circunferência L
percorrendo no sentido positivo (anti-horário).
A mesma curva deste exemplo, pode ser escrita na forma ~r1 (t) = (3 cos 2t, 3sen2t), t ∈
[0, π]. Ainda mais, a mesma curva pode ser representada como ~r1 (t) = (3 cos(2π − t), 3sen(2π −
t)), t ∈ [0, 2π]. Neste caso, o percorrido é no sentido horário.
Exemplo 2.3.
Seja L a curva do espaço descrita por ~r : [0, +∞) −→ R3 definida por ~r(t) = a · ~i cos t + a ·
~jsent + bt~k, onde a > 0, b > 0.
Suas funções coordenadas x(t) = a · cos t, y(t) = a · sent e z(t) = bt são diferenciáveis e
contínuas, logo a L é uma curva parametrizada.
Exemplo 2.4.
Seja ~r : [0, 2π] → R2 definida por ~r(t) = (4 cos t, 2sent) é fechada, pois ~r(0) = ~r(2π).
d~r
O vetor (t0 ) = ~r 0 (t0 ) = x0 (t0 )~i + y 0 (t0 )~j + z 0 (t0 )~k é chamado "vetor velocidade da curva L
dt
no ponto P0 ".
Exemplo 2.5.
Seja ~r(t) = (a · cos t, a · sent, bt) uma curva parametrizada. O vetor velocidade para esta
curva em qualquer ponto ~r(t0 ) = P0 do seu domínio é ~r 0 (t0 ) = (−a · sent0 , a · cos t0 , b).
Christian José Quintana Pinedo 11
Isto é, dizemos que uma curva L do espaço R3 é regular (ou suave) se tiver uma representação
d~r
da forma ~r(t) = x(t)~i + y(t)~j + z(t)~k tal que ~r(t) tem uma derivada ~r 0 (t) = (t) contínua e que
dt
nunca é igual ao vetor nulo.
Exemplo 2.6.
d~r
1. Seja ~r : [0, 2π] −→ R2 definida por ~r(t) = (a cos t, asent) é regular, pois (t) = (−asent, a cos t) 6=
dt
(0, 0), ∀ t ∈ [0, 2π].
2. Seja ~r : [0, +∞) −→ R3 a curva definida por ~r(t) = (a cos t, asent, bt) onde a > 0, b > 0.
d~r
Tem-se que esta curva é regular, pois (t) = (−asent, a cos t, 0) 6= (0, 0, 0), ∀t ∈ [0, +∞).
dt
Iremos denominar de “caminho de integração” a uma trajetória constituída por uma ou mais
(mas sempre em número finito) curvas regulares.
Zt1 Zt1 p
d~r
L(S) = (t) dt = [x0 (t)]2 + [y 0 (t)]2 + [z 0 (t)]2 dt
dt
t0 t0
Um campo vetorial em três dimensões, é uma função F~ cujo domínio D ⊆ R3 e sua imagem
(contradomínio) é um subconjunto de R3 .
12 Cálculo Vetorial e Séries
y
6
4
(x, y) F~ (x, y) P
i
3P
MBB
)
(1, 3) −3~i + ~j B
2
B
(1, −3) 3~i + ~j 1 B
−~i + 3~j
(3, 1) a a -
x
−2
−4 −3
a a
−1 0
a
1
a
2 3 4
(3, −1) ~i + 3~j
−1
(−1, 3) −3~i − ~j
B
B −2
3~i − ~j 1
(−1, −3) B q −3
P
P
(−3, 1) −~i − 3~j BNB
−4
(−3, −1) ~i − 3~j ?
Figura 2.1:
Exemplo 2.8.
Determinar o gradiente, divergente e rotacional de F~ (x, y, z) = xy 2 z 4~i + (2x2 y + z)~j + y 3 z 2~k.
Solução.
div F~ = y 2 z 4 + 2x2 + 2y 3 z
~
i ~j ~k
∂ ∂ ∂
rot F~ =
∂x ∂y ∂z
F1 F2 F3
∂F ∂F2 ~ ∂F3 ∂F1 ~ ∂F2 ∂F1 ~
3
rot F~ = − i− − j+ − k=
∂y ∂z ∂x ∂z ∂x ∂x
rot F~ = (3y 2 z 2 − 1)~i + 4xy 2 z 3~j + (4xy − y 2 z 4 )~k =
São regiões simplesmente conexa, Figuras as (2.5) e (2.7); a Figura (2.6) não é simplesmente
conexa
Exemplo 2.9.
t
• Considere-se o caminho ~h : [0, 2] → R2 definido por h(t) = (t, + 1): A curva ~h([0; 2]) é
2
o segmento de recta que une os pontos (0; 1) e (2; 2).
• Dado o caminho ~s : [0, 2] → R2 definido por ~s(t) = (t; t2 + 2); a correspondente curva
~s([0, 2]) é o pedaço da parábola y = x2 + 2 com 0 ≤ x ≤ 2 :
Exemplo 2.10.
as respectivas curvas, ~r([0, 2]) e ~s([0, 2]), coincidem com a circunferência de raio um
centrada na origem. O caminho ~s percorre a circunferência com o dobro da velocidade de
~r e no sentido oposto.
x2
percorre uma vez a elipse + y 2 = 1 no sentido anti-horário.
2
Suponha-se que temos um fio Γ, cuja configuração é dada por uma certa função diferenciável
~r : [a, b] → R3 , com uma densidade de massa ρ.
Para termos um valor aproximado desta quantidade, podemos adoptar o esquema que já deve
ser familiar ao leitor. Ou seja, primeiro decompomos o intervalo [a, b] num núumero finito de
subintervalos
a = t0 < t1 < · · · < tn−1 < tn = b
n−1
X
lim ρ(~r(t)) k ~r(ti + ∆t) − ~r(ti ) k (2.4)
∆t→0
i=0
n−1
X k ~r(ti + ∆t) − ~r(ti ) k
= lim ρ(~r(t)) · ∆t
∆t→0 ∆t
i=0
Zb
M= ρ(~r(t)) k ~r0 (t) k dt
a
Definição 2.13.
Seja f : Ω → R uma função, com Ω um aberto de Rn , e consideremos um caminho ~r : [a, b] →
Ω de classe C 1 . Notemos por Γ a respectiva curva, isto é, Γ = ~r([a; b]). Chamamos integral de
linha de f sobre o caminho ~r ao integral
Z Zb
f= ρ(~r(t)) k ~r0 (t) k dt (2.5)
Γ a
Z
Quando se define o integral f =, é preciso ter em atenção que a parametrização utilizada
Γ
deve ser previamente estabelecida, uma vez que a fórmula (2.5) depende em geral de ~r. No
entanto, como vamos ver agora, resta-nos alguma liberdade para escolher a parametrização.
Sejam ~r : [a, b] → Rn e ~s : [c, d] → Rn dois caminhos de classe C 1 , para os quais existe
um difeomorfismo1 ϕ : [a, b] → [c, d] de classe C 1 (em particular, ϕ0 = 0 em [a, b]), tal que
1
Função diferenciável de modo que sua função inversa também é diferenciável
16 Cálculo Vetorial e Séries
temos
Zd Zb Zb
0 0 0
f (~s(u)) k ~s (u) k du = f (~s(ϕ(t))) k ~s (ϕ(t)) kk ϕ (t) k du = f (~r(t)) k ~r 0 (t) k dt
c a a
onde na primeira igualdade utilizámos o Teorema da Mudança de Variável para integrais unidi-
mensionais.
Exemplo 2.11.
Consideremos os caminhos ~r : [0, 2π] → R2 e ~s : [0, π] → R2 , definidos por
Estes caminhos s ao parametrizações diferentes para uma mesma curva: ~r([0, 2π]) = ~s([0, π]).
Como ϕ(t)~ = ~r(t), sendo ϕ : [0, 2π] → [0; π] o difeomorísmo de classe C 1 definido por
t
ϕ(t) = π − , temos que o integral de linha de uma função f sobre o caminho ~r é igual ao
2
integral de linha de f sobre o caminho ~s.
Exemplo 2.12.
Calculemos o comprimento L da hélice cilíndrica parametrizada por ~r(t) = (cos 2t, sen2t, t), t∈
[0, 5π]
Z5π Z5π
Tem-se L = k ~r (t) k= k (−2sen2t, 2 cos 2t, 1) k=
0 0
Z5π p Z5π √ √
L= k 4(sen2 2t + cos2 2t) + 1 k= 5dt = 5 5π
0 0
Christian José Quintana Pinedo 17
Exemplo 2.13.
Exemplo 2.14.
Exemplo 2.15.
18 Cálculo Vetorial e Séries
Lembrando que integrais definidas (ou integrais duplas) de funções escalares cujas imagens
são não negativas em todos os pontos do domínio D, são números também não negativos e que
representam a área da região do plano acima de D e abaixo da curva gráfico da função de uma
variável (ou o volume do sólido no espaço acima de D e abaixo da superfície gráfico da função
de duas variáveis).
Existem situações não contempladas nos casos acima descritos. Por exemplo, se quisermos
calcular a área de um "muro"construído sobre uma curva e cuja altura é variável não é possível
fazê-lo através de integral definida nem de integral dupla.
Porém, o cálculo dessa área segue o mesmo princípio, dando origem a um novo tipo de
integrais, as integrais de linha ou integrais curvilíneas.
O conceito de integral de linha constitui uma generalização do conceito de integral definida
Zb
f (x)dx. No caso da integral definida, a integral é efetuada ao longo do segmento de reta ab
a
−
→
pertencente ao eixo dos 0x, sendo f (x) uma função definida em qualquer ponto deste segmento
de reta.
Problema 2.3.1.
Consideremos uma curva L unindo dois pontos no plano x0y e uma função z = F~ (x, y)
contínua em D onde D é uma região do plano contendo a curva L.
Um muro é construído ao longo de L e tem altura igual à F~ (x, y) (supondo que F~ seja não
negativa em D) em cada ponto (x, y)) de L. Qual é a área deste muro?.
Solução.
Zti p
L(Si ) = [x0 (t)]2 + [y 0 (t)]2 + [z 0 (t)]2 dt
ti−1
Como F~ é uma função contínua e a i-ésima tira é estreita podemos aproximar o valor de
F~ para F~ (x̂i , ŷi , ẑi ) em todo (x, y, z) do arco ~r(ti−1 )~r(ti ) . Assim, a área da i-ésima tira é
aproximada por
∆Ai ≈ F~ (x̂i , ŷi , ẑi )L(Si )
Definição 2.14.
Se existe um número M ∈ R tal que para todo > 0 existe um δ > 0 tal que
n
X
~
F (x̂i , ŷi , ẑi )L(Si ) − M <
i=1
Z Z Zb
d~r
F~ (x, y, z)dS = F~ (~r) • d~r = F~ [~r(t)] • (t)dt
dt
L L a
Z Z Zb
dx dy dz
F~ (~r) • d~r = (F1 dx + F2 dy + Fz dz) = [F1 + F2 + F3 ]dt (2.7)
dt dt dt
L L a
dx 0 dy dz
uma vez que temos x = x(t), y = y(t) e z = z(t) logo, x0 = ,y = e z0 = , etc.
dt dt dt
Observação 2.1.
Podemos calcular a integral de linha de uma função ao longo de uma curva, mesmo que
ela assuma também valores negativos em pontos desta curva. Como nas integrais definidas o
resultado será a diferença entre a área onde a F~ é não negativa e a área onde a F é negativa.
Desta forma, não há restrição para o resultado da integral de linha, podendo ser positivo, negativo
ou nulo.
Propriedade 2.1.
Seja ~r : [a, b] −→ R3 uma curva regular definida por ~r(t) = (x(t), y(t), z(t)) tal que ~r(t) =
L ⊂ R3 é a imagem de ~r.
Quando F~ : L ⊂ R3 −→ R seja uma função contínua sobre L, então:
Z Zb Zb
F~ (x, y, z)dS = F~ (~r(t))|~r (t)|dt =
0
F~ (x(t), y(t), z(t))∇~r(t)dt
L a a
Um caso típico de problemas em Física e Química que envolvem integrais de linha é o trabalho
efetuado por uma força variável para transportar um corpo de massa m do ponto A até ao ponto
B através de uma trajetória curvilínea L.
Exemplo 2.16.
Christian José Quintana Pinedo 21
De dois modos diferentes, calcular a integral de linha do campo F~ (x, y) = (x2 , y 2 ) sobre a
parábola L : y = x2 , desde A(0, 0) até B(1, 1).
Solução.
1. Parametrizamos a curva L mediante ~r(t) = (t, t2 ), t ∈ [0, 1], logo ~r 0 (t) = (1, 2t) e
F~ (~r(t)) = (t2 , t4 ). Aplicando a igualdade (2.7) segue
Z Z Z1 Z1
dx dy 2
F~ (~r) • d~r = 2 2
(x dx + y dy) = [F1 + F2 ]dt = [(t2 )(1) + (t4 )(2t)]dt =
dt dt 3
L L 0 0
√
t t 1 1 t t2
2. Parametrizamos L por ~r(t) = ( , ), t ∈ [0, 4], logo ~r 0 (t) = ( √ , ) e F (~r(t)) = ( , ).
2 4 4 t 4 4 16
Aplicando a igualdade (2.7) segue
Z Z4 Z4 √
t t2 1 1 t t2 2
F~ (~r) • d~r = ( , )( √ , )dt = [( + )]dt =
4 16 4 t 4 16 64 3
L 0 0
Exemplo 2.17.
Consideremos uma força ~r(t) = x(t)~i+y(t)~j +z(t)~k que atua sobre uma partícula que descreve
a trajetória ~r(t) = ~i cos t + ~jsent + 3t~k 0 ≤ t ≤ 2π, que corresponde à hélice ilustrada na Figura
(2.10):
Z Z2π
F~ (~r) • d~r = (−3tsent + cos2 t + 3sent)dt = 7π
L 0
Exemplo 2.18. Z
Calcular a integral de linha (xy + 3x)ds, sendo L o segmento que une o ponto A(−1, 0) ao
L
ponto B(2, 3).
Solução.
3−0
y−0= (x + 1), y =x+1
2+1
Observe que a parametrização usada foi através da equação reduzida de uma reta no plano,
e o intervalo de variação do parâmetro foi dado pelas abcissas dos pontos de extremidade do
segmento de reta, já que foi considerado x = t. O resultado obtido seria o mesmo se tomássemos
as equações paramétricas da reta para parametrizar o segmento(orientado) AB.~ Ou seja, o vetor
diretor é ~v = B − A = (3, 3) sendo a parametrização dada por
Claramente se observa mediante a definição a relação que existe entre uma “integral de linha"
e uma “integral definida" sobre o eixo coordenado. No entanto, não é difícil compreender que a
“integral de linha" é mais geral e flexível do que o seu parente mais pobre, a “integral definida".
Exemplo 2.19.
Calcular a integral de caminho da função F~ (~r) = 5z~i + xy~j + x2 z~k segundo dois caminhos de
integração distintos, mas com os mesmos pontos iniciais A = (0, 0, 0) e B = (1, 1, 1).
Solução.
1. Suponhamos o caminho L1 do segmento de reta que liga A a B, mediante a função ~r1 (t) =
t~i + t~j + t~k. Fazendo as substituições de ~r(t) em F~ (~r) obtemos:
d
F~ (r~1 (t)) = 5t~i + t2~j + t3~k ~r1 (t) = ~i + ~j + ~k
dt
Z Z1 Z1
37
F~ (~r) • d~r = (5t~i + t2~j + t3~k)(~i + ~j + ~k)dt = (5t + t2 + t3 )dt =
12
L1 0 0
2. Por outro lado, suponhamos o caminho L2 que é o arco da curva parabólica ~r2 (t) = t~i+t~j+t2~k.
Fazendo as substituições de ~r2 (t) em F~ (~r) obtemos:
d
F~ (r~2 (t)) = 5t2~i + t2~j + t4~k ~r2 (t) = ~i + ~j + 2t~k
dt
Z Z1 Z1
7
F~ (~r) • d~r = (5t i + t j + t k)(~i + ~j + 2t~k)dt =
2~ 2~ 4~
(5t2 + t2 + 2t5 )dt =
3
L2 0 0
−
→
Suponhamos agora a curva não está restrita a ser parte do eixo 0x, mas sim pode ser um
caminho de integração qualquer, inclusive esta curva pode ser do tipo “curva fechada" como se
ilustra na Figura (2.12).
Fica então a questão:
Será que existem funções para as quais os integrais de linha entre dois pontos
específicos não dependa da trajetória que os liga?
24 Cálculo Vetorial e Séries
Figura 2.12:
Neste caso, quando a curva L for fechada teremos que a integral nem sempre é zero sendo a
pergunta natural. Porque?
Como é evidente da expressão acima, a complicação reside na representação paramétrica da
curva, que nem sempre é trivial. I
Se o caminho de integração é uma curva é fechada, geralmente a integral escreve-se F~ (~r) •
d~r.
Exemplo 2.20.
Z
Determine o valor da integral F~ para F~ (x, y) = (x + y, y 2 ),
L 6y
onde L é a curva fechada da Figura (2.13). (1, 1)
1
Solução.
L3 L2
Temos que L = L1 ∪ L2 ∪ L3 , logo 6
x
Z Z Z Z - -
0 L1 1
F~ = F~ + F~ + F~
L L1 L2 L3
Figura 2.13:
a) L1 : x = t, e y = 0, t ∈ [0, 1],dx = dt, dy = 0, logo
Z Z Z1
1
F~ = 2
(x + y, y )(dx, dy) = (t, 0)(dt, 0) = (2.8)
2
L1 L1 0
Z Z Z1 Z1
1
F~ = (x + y, y 2 )(dx, dy) = (1 + t, t)(0, dt) = t2 dt = (2.9)
3
L2 L2 0 0
Z Z Z1 Z1
4
F~ = 2
(x + y, y )(dx, dy) = 2
(2 − 2t, (1 − t) )(−dt, −dt) = − (2t − t2 )dt = − (2.10)
3
L3 L3 0 0
Z
1 1 4 1
Das igualdades (2.8), (2.9) e (2.10) segue que F~ = + − = − .
2 3 3 2
L
Christian José Quintana Pinedo 25
Demonstração.
∂f ~ ∂f ~ ∂f ~
Com efeito, seja F~ = (F1 , F2 , F3 ) = ∇f = i+ j+ k, então
∂x ∂y ∂z
Z Z Zb
F~ (~r) • d~r = (F1 dx + F2 dy + F3 dz) = (F1 x0 + F2 y 0 + F3 z 0 )dt
C C a
Zb Zb
∂f dx ∂f dy ∂f dz df
= + + dt = dt = f (a) − f (b)
∂x dt ∂y dt ∂z dt dt
a a
Isso significa que o integral de linha de uma função deste tipo ao longo de uma trajetória
fechada é nula, independente da trajetória.
Como vimos, a independência do caminho de integração relaciona o campo vetorial com o
gradiente de um campo escalar f . Não é de estranhar o seguinte resultado
Propriedade 2.2.
Sejam
Z F1 , F2 , F3 funções
Z contínuas com derivadas parciais contínuas num domínio D ⊂ R3
tal que F~ (~r) • d~r = (F1 dx + F2 dy + F3 dz). Então:
L L
Exemplo 2.21.
Uma partícula se movimenta no plano XY ao longo da reta A(a, b) ao ponto B(c, d), devido
x y
à força F~ = (− 2 ,− 2 ). Determine o trabalho W realizado pela força F~ .
x + y2 x + y2
Solução.
Tem-se que a curva esta representada pela função ~r(t) = (a + t(c − a), b + t(d − b)) sendo
0 ≤ t ≤ 1, logo o trabalho ao longo da curva L é
Z Z
x y
W = F~ • d~r = (− ,− 2 )(dx, dy)
x2 + y 2 x + y2
L L
Z1 2
[a + t(c − a)]c + [b + t(d − b)]d 1 a + b2
W =− dt = Ln 2
[a + t(c − a)]2 + [b + t(d − b)]2 2 c + d2
0
Christian José Quintana Pinedo 27
A demonstração deste teorema, implica um argumento de aproximação que não será apre-
sentado. É exercício para o leitor.
Isto é, suponhamos que o conjunto D tem como fronteira as curvas fechadas α 1 e α2 que
percorrem no sentido positivo (anti-horário) em relação a D. Isto significa que a região D sempre
fica no lado esquerdo quando uma partícula se movimenta sobre α1 e α2 .
Corolario 2.4.1.
Seja D um conjunto fechado e limitado de R2 tal que a fronteira percorre um número finito
de curvas fechadas simples Lk e suponhamos que cada Lk está orientada positivamente respeito
de D.
Se F1 , F2 : D ⊂ R2 −→ R são funções contínuas em uma vizinhança de D, então
Z Z n I
∂F2 ∂F1 X
− dxdy = F1 dx + F2 dy (2.13)
∂x ∂y
D k=1L
k
1−x
Z1 Z Z1
1 2 1−x 1 1 1
y dx = (1 − x)3 =
= ydydx =
2 0 2 0 6
0 0 0
Observe que se hubiesemos resolvido a integral curvilínea deveriamos ter resolvido três inte-
grais com as correspondentes parametrizações.
Exemplo 2.23.
I
Calcular a integral I = [(xy+x+y)dx+(xy+x−y)dy] onde L é a fronteira da circunferência
L
x2 + y 2 = ax
Solução.
∂F1 ∂F2
= x + 1, =y+1
∂y ∂x
Christian José Quintana Pinedo 29
π π
A mudança de variável x = r cos θ e y = rsenθ para 0 ≤ r ≤ a cos θ e − ≤θ≤
2 2
descreve a circunferência dada, logo
π
Z Z Z2 cos
Z θ
I= (y − x)dxdy = = (−r cos θ + rsenθ)rdrdθ
D − π2 0
π
Z2
a3 a2 π
= [−cos4 θ + cos3 θsenθ]dθ = −
3 8
− π2
a2 π
Portanto, o valor da integral I = − .
8
Observação 2.2.
Existe uma ambigüidade no sentido em que a curva fechada é percorrida. Como vimos, neste
−π π
caso, ao integrar entre e estamos explicitamente a rodar no sentido anti-horário. Este
2 2
coincide com o sentido de circulação positivo.
O sentido de circulação é positivo quando se circula ao longo da curva fechada de tal modo
que a área que esta delimita se encontra à esquerda como indica a Figura (2.14).
Solução.
a) Parametrizando a circunferência x2 + y 2 = 1
−y −sent
F1 (x, y) = ⇒ F1 (x(t), y(t)) = ⇒ F1 dx = sen2 tdt
(x2 + y 2 ) (cos t2 + sent2 )
x cos t
F2 (x, y) = ⇒ F2 (x(t), y(t)) = ⇒ F2 dy = cos2 tdt
(x2 + y2 ) (cos t2+ sent2 )
Integrando obtemos:
Z Z2π
[F1 dx + F2 dy] = [sen2 t + cos2 t]dt = 2π
L 0
30 Cálculo Vetorial e Séries
Z Z
∂F2 ∂F1
Área = − dA = 0
∂x ∂y
D
c) Aparentemente estes resultados contradizem o Teorema de Green. Não obstante, este último
não é aplicável à região en questão, dado que as funções F1 e F2 não têm derivadas parciais
contínuas no ponto (0; 0), que está contido na região.
Determine a área da região limitada pela hipociclóide que tem como equação vetorial
Solução.
Da parametrização da curva temos:
x = cos3 t ⇒ x2/3 = cos2 t e y = sen3 t ⇒ y 2/3 = sen2 t.
Somando membro a membro temos:
√
3
(1−x 2/3 )2
p Z1 Z
x2/3 + y 2/3 = cos2 t + sen2 t = 1 então y = ± 3 (1 − x2/3 )2 e; Área = dydx.
−1 −
√
3
(1−x2/3 )2
Este cálculo, utilizando a integral de área, é bas-
tante complicado.
O teorema de Green permite transformar esta in-
tegral em uma outra integral curvilínea, usando como
trajetoria a hipociclóide do enunciado e definindo uma
função apropriada para a integração. Lembre
Z Z que a
área de uma região D é dada por Área = dA.
D
Assim, para aplicar Green deberíamos achar funções
∂F2 ∂F1
F1 e F2 tais que − = 1.
∂x ∂y
Um par de funções simples que cumprem esta Figura 2.16:
condição são: F1 = 0 e F2 = x.
do a parametrização, podemos escrever:
d d
x(t) = cos3 t ⇒ x(t) = −3 cos2 tsent e y(t) = sen3 t ⇒ y(t) = 3sen2 t cos t
dt dt
Christian José Quintana Pinedo 31
Z Z Z Z2π
Logo, Área = dA = [F1 dx + F2 dy] = cos3 t3sen2 t cos tdt =
D L 0
Z2π Z2π
3 2 2 3
Área = (sen 2t + sen 2t cos 2t)dt = (1 − cos 4t) + 2sen2 2t cos 2t)dt =
8 16
0 0
3 1 2 3 2π 3
Área = t − sen4t + sen 2t = π
16 4 3 0 8
Deste modo como podemos observar, aplicamos uma ferramenta para obter a área de uma
região limitada por uma curva fechada, que podemos adicionar ao método das coordenadas
polares.
Exemplo 2.26. Aplicação do teorema de Green a un problema físico sobre uma região não
conexa.
Determinar o momento de inércia de uma arandela homogênea de radio interno a, radio
externo b e massa M , respecto a um de seus diâmetros.
Solução.
Assim, podemos calcular a integral dupla do momento de inércia como duas integrais.
∂F2 ∂F1
Para isto debemos achar funções F1 , F2 tais que: − = y2
∂x ∂y
1
Consideremos por exemplo F2 = 0 e F1 = − y 3
3
32 Cálculo Vetorial e Séries
Substituindo em (2.14)
Z2π Z2π
1 1 sen2 2t
Ix = ρ (b4 − a4 ) sen t(1 − cos t)dt = ρ (b4 − a4 )
2 2
(sen2 t − )dt
3 3 4
0 0
Z2π
1 1 − cos 2t 1 − cos 4t 1
Ix = ρ (b4 − a4 ) − dt = ρ(b4 − a4 )π
3 2 8 4
0
1 1
Ix == ρπ(b4 − a4 ) = ρπM (b2 − a2 )
4 4
Exercícios 3-1
Fórmula de Green
1. Diretamente.
2. Aplicando a fórmula de Green.
Capítulo 3
INTEGRAL DE SUPERFÍCIE
Para contornos que não pertencem ao plano, o Teorema de Green é generalizado pelo Teorema
de Stokes.
As integrais de superfície estão para as integrais duplas como as integrais de linha estão para
as integrais definidas.
Com efeito, as integrais definidas correspondiam a uma integral de linha muito particular,
em que a trajetória é um segmento de reta coincidente com o eixo dos −
→ e a função correspondia
ox
apenas à componente segundo x da função vetorial. Ao generalizar o conceito de integral para
uma linha curva qualquer, tivemos de recorrer à notação vetorial, bem como vimos a conveniência
de representar paramétricamente a curva.
Do mesmo modo, as integrais duplas correspondem a integrais de superfícies no plano XY , ou
seja, superfícies planas, representáveis por funções escalares de duas variáveis. Como é evidente,
muitas superfícies de grande interesse - e mesmo até de elevada simetria, como é o caso das
superficies cilíndricas e esféricas - não são planas, pelo que, uma vez mais, vamos generalizar o
conceito de integral dupla, recorrendo a funções vetoriais.
Tal como no caso dos integrais de linha, será muito útil representar paramétricamente as su-
perfícies, pois desta forma conseguiremos transformar integrais de superfície em integrais duplas.
Comecemos portanto, por estabelecer a notação e ver alguns exemplos de superfícies curvas e
sua representação paramétrica.
3.1 Superfície
As representações de superfícies no espaço cartesiano XY Z podem escrever-se nas formas
z = x2 + y 2 ou explicitamente como g(x, y, z) = 0.
p
Por exemplo, z = + a2 − x2 − y 2 ou x2 +y 2 = a2 com a > 0 representam um semi-hemisfério
de raio a centrado na origem.
Como vimos, para as curvas C nas integrais de linha, a representação paramétrica ~r = ~r(t)
onde a ≤ t ≤ b , permitia estabelecer um mapeamento do intervalo a ≤ t ≤ b , pertencente ao
eixo t na curva C no espaço XY Z - ver Figura (3.1) seguinte.
Do mesmo modo, na representação paramétrica de uma superfície far-se-á um mapeamento
semelhante. Uma vez que as superfícies são bidimensionais, serão necessários dois parâmetros
35
36 Cálculo Vetorial e Séries
1. r é injetora.
Exemplo 3.1.
Sejam D = { (u, v) ∈ R2 /. u2 + v 2 < 1 } e r : D ⊂ R2 −→ R3 definido por r(u, v) =
√
(u, v, 1 − u2 − v 2 . Tem-se que r é uma parametrização própria de R3 .
onde , (u, v) ∈ D sendo D uma dada região no plano-uv . Assim, todo o ponto (u, v) ∈ D é
mapeado num ponto S de cujo vetor posição é dado por r(u, v).
Exemplo 3.2.
Consideremos a representação paramétrica de um cilindro.
A equação que representa uma superfície cilíndrica de raio a e altura 2 pode escrever-se, em
coordenadas cartesianas, na forma.
Uma possível representação paramétrica é dada por ~r(u, v) = a~i cos u + a~jsenv + v~k onde
0 ≤ u ≤ 2π, −1 ≤ v ≤ 1 (recordar coordenadas polares).
Exemplo 3.3.
Z Z p
Calcular g(x, y, z)dσ , onde g(x, y, z) = x2 z, E= 1 − x2 − y 2 .
E
Solução.
Temos
s
Z Z Z Z p x2 y2
g(x, y, z)dσ = x2 1 − x 2 − y 2 1+ + dxdy
E 1 − x2 − y 2 1 − x2 − y 2
D
Seja S ⊂ R3 uma superfície regular e P ∈ S, sabemos que existe uma parametrização própria
r : D −→ S tal que r(u, v) = (r1 (u, v), r2 (u, v), r3 (u, v))
Seja (u0 , v0 ) ∈ D tal que r(u0 , v0 ) = P e seja C1 = { r(u0 , v0 ) ∈ S /. (u0 , v0 ) ∈ D } uma
curva que resulta de interceptar a superfície S com o plano u = u0 , conseqüentemente
é uma curva regular em S, assim o vetor velocidade à curva C1 no ponto P é dado por
Por ser r uma parametrização própria cumpre que o vetor ~ru × ~rv 6= 0.
Logo, dada uma superfície curva S, define-se o vetor normal ~n a essa superfície num ponto
P como o vetor que é normal ao plano tangente à superfície nesse ponto como mostra a Figura
(3.3).
Para encontrar o vetor normal unitário a essa su-
∇g
perfície no ponto P basta considerar ~n = onde
|∇g|
g(u, v, r(u, v)) = 0.
Que forma tem ~n quando se representa paramétri-
camente a superfície ?
Uma vez que u e v são coordenadas no plano-uv,
~
N ~ru × ~rv
~n = =
~|
|N |~ru × ~rv |
Quando ~ru e ~rv satisfazem ~ru × ~rv 6= 0, sendo contínuos em todos os pontos P em S, então
S tem uma tangente bem definida em todos os seus pontos, bem como uma única normal que
é gerada pelos vetores ~ru e ~rv , cuja direção depende continuamente dos pontos P de S. Diz-se
então que é uma superfície regular.
Existe sempre uma ambigüidade na definição do ve-
tor normal unitário a uma superfície. Essa ambigüidade
refere-se ao seu “sentido", e essa vai constituir, na maior
Christian José Quintana Pinedo 39
Claro que uma porção suficientemente pequena de qualquer superfície regular é orientável.
No entanto, esta propriedade não se verifica necessariamente em superfícies finitas (é como nas
rotações dos corpos - rotações infinitesimais comutam, mas rotações finitas não - recordar as
aulas de mecânica, por exemplo). Um exemplo claro é a banda de Möbius (Figura (3.4)).
Consideremos então uma superfície S que se pode representar como um conjunto finito de
superfícies regulares. Esta diz-se orientável se conseguirmos orientar cada uma das superfícies
regulares de tal modo que ao longo de cada curva C ∗ que constitui uma fronteira comum entre
2 superfícies regulares S1 e S2 , a direção positiva de C ∗ relativamente a S1 é oposta à direção
positiva de C ∗ relativamente a S2 - ver Figura (3.5):
Figura 3.5:
Desta forma também temos um modo de definir um sentido para o vetor normal unitário a
cada superfície regular, da forma como se ilustra na Figura (3.5) acima - é o sentido de avanço
de um saca rolhas posicionado perpendicularmente à superfície no ponto em causa, fazendo-o
rodar no sentido de circulação positivo ao longo da curva C (à esquerda) ou C ∗ (à direita).
Figura 3.6:
i = 1, 2, 3, · · · , n.
Seja (u0i , vi0 ) ∈ Ri um ponto arbitrário tal que r(u0i , vi0 ) = (x0i , yi0 , zi0 ), a soma de Riemann de
g correspondente à partição P ∗ é
n
X
g(x0i , yi0 , zi0 )A(σi ), onde A(σi ) = Área de σi
i=1
n
X
Caso exista o limite lim g(x0i , yi0 , zi0 )A(σi ) onde kA(σi )k é a área máxima da superfície
kA(σi )k→0
i=1
σi na partição P ∗ .
O valor deste limite é a integral de superfície g sobre S e denotamos
Z Z n
X
I= g(x, y, z)dσ = lim g(x0i , yi0 , zi0 )A(σi )
kA(σi )k→0
S i=1
Observação 3.1.
2. A integral de superfície representa a área da superfície, é por isso que sua grandeza é medida
em unidades quadradas.
Observação 3.2.
Seja D ⊂ R2 uma região fechada, e f : D −→ R uma função diferenciável de classe C 2 , e seu
gráfico é a superfície S = { (x, y, z) /. z = f (x, y), ∀ (x, y) ∈ D } a parametrização própria
de S é r : D −→ S ⊂ R3 definida por r(x, y) = (x, y, f (x, y)).
Seja g : S −→ R uma função contínua, então
s 2 2
Z Z Z Z
df df
g(x, y, z)dσ = g(x, y, f (x, y)) 1+ + dA
dx dy
S S
Exemplo 3.4. Z Z
Calcular a integral I = (x2 + y 2 )dσ sendo S a superfície do cone z 2 = 3(x2 + y 2 ) entre
S
z = 0 e z = 3.
Solução.
√ √
p dz 3x dz 3y
Temos que z = 3(x2 + y 2 ), =p , =p , logo
dx x + y2
2 dy x + y2
2
v " √ #2 " √ #2
Z Z u Z Z
2
u
2 t 3x 3y
I= (x + y ) 1 + p + p =2 (x2 + y 2 )dxdy
2
x +y 2 2
x +y 2
S S
√ √
Z 3 Z3−x2
I=8 (x2 + y 2 )dydx = 8π
0 0
Sendo uma superfície regular ou então a soma de um número finito de superfícies regulares,
de tal forma que tem um vetor normal N ~ = ~ru × ~rv e um vetor normal unitário ~n = ~ru × ~rv
|~ru × ~rv |
em todos os pontos de S (exceto, eventualmente em alguns pontos angulosos, como os vértices
Teorema 3.2.
Seja S ⊂ R3 uma superfície regular ou que se decompõe num número finito de superfícies
orientadas regulares, consideremos C a fronteira de S, constituindo uma curva suave ou que se
decompõe num número finito de curvas suaves. Então, se F~ (u, v, z) é uma função vetorial
contínua com primeiras derivadas parciais contínuas num dado domínio que contém S. Nestas
condições, temos que Z Z I
(∇ × F~ ) • ~ndA = F~ • d~r (3.2)
S C
~ - ver Figura
onde ~n é o vetor normal unitário a S de acordo com o sentido de circulação em C
(3.7).
Exemplo 3.5.
Seja S a parte do parabolóide z = 9 − x2 − y 2 com z ≥ 0 e seja C o traço de S o plano-xy.
Verifique o teorema de Stokes.
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 43
2x~i + 2y~j + ~k
A superfície é um parabolóide elíptico, obtém-se que n = p o rotacional
4x2 + 4y 2 + 1
~i ~j ~k
∂ ∂ ∂
= 2~i + 3~j + 4~k
rotF =
∂x ∂y ∂z
3z 4x 2y
Conseqüentemente
Z Z Z Z
4x + 6y + 4
(∇ × F~ ) • ~ndA = p dS
4x2 + 4y 2 + 1
S S
onde R é a região do plano-xy limitada pelo círculo de raio 3 e centro na origem. Passando para
coordenadas polares, obtemos
Z Z Z2π Z3
(∇ × F~ ) • ~ndA = (4r cos θ + 6rsenθ)rdrdθ =
S 0 0
Z2π
= (36 cos θ + 54senθ + 18)dθ = 36π
0
Por outro lado, para o calculo da integral curvilínea, podemos escrever na forma
I I
F~ • d~r = (3zdx + 4xdy + 2ydz)
C C
I
Como xdy é a áres da região (um círculo de raio 3) delimitada por C e, assim
C
Z Z
(∇ × F~ ) • ~ndA == 36π
S
44 Cálculo Vetorial e Séries
Teorema 3.3.
Seja T uma região fechada e limitada no espaço R3 , cuja fronteira é uma superfície S orien-
tável ou então se pode decompor num conjunto finito de superfícies orientáveis. Seja uma função
vetorial contínua com primeiras derivadas parciais contínuas num dado domínio que contém T .
Nestas condições, temos que
Z Z Z Z Z
F~ • ~ndA = div F~ dV (3.3)
S T
onde ~n é o vetor unitário normal que aponta para fora da superfície S. Em coordenadas
cartesianas, podemos escrever
Z Z Z Z Z
∂Fx ∂Fy ∂Fz
+ + dxdydz = (F1 dydz + F2 dzdx + F3 dxdy)
∂x ∂y ∂z
T S
Exercícios 4-1
1. Diretamente.
p
2. Aplicando a fórmula de Stokes e considerando a semiesfera z = r2 − x2 − y 2 como
superficie. A integração ao longo da circunferência no plano xOy, debe efetuarse no
sentido positivo.
Definição 3.7.
Exemplo 3.6.
Definição 3.8.
Definição 3.9.
Definição 3.10.
Exemplo 3.7.
1.
2.
3.
Exemplo 3.8.
Exemplo 3.9.
Exemplo 3.10.
Exemplo 3.11.
Exemplo 3.12.
Exemplo 3.13.
Exemplo 3.14.
Definição 3.11.
Capítulo 4
SEQÜÊNCIAS NUMÉRICAS
A publicação de diversos artigos e de seu livro “Mechanica”(1736 − 37) - no qual apresentava pela
primeira vez a dinâmica Newtoniana na forma de análise matemática - iniciaram Euler nos caminhos de
um trabalho matemático mais incisivo.
Em 1741, por convite de Frederico o Grande, Euler associou-se à Academia de Ciência de Berlim,
onde ele permaneceu por vinte e cinco anos. Neste período em Berlim ele escreveu cerca de 200 artigos,
três livros de análise matemática, e uma publicação científica popular, “Cartas para uma princesa da
Alemanha” (3 volumes, 1768 − 72).
Em 1766 Euler voltou à Rússia e perdeu a visão do olho direito aos 31 anos e logo após retornar a
São Petersburgo ficou quase inteiramente cego após uma operação de catarata. Graças à sua formidável
memória ele foi capaz de continuar seus trabalhos em Ótica, Álgebra e movimentos lunares. Surpreen-
dentemente após 1765 (quando tinha 58 anos) ele produziu quase metade de seu trabalho, a despeito de
estar totalmente cego.
Depois de sua morte, em 1783, a Academia de São Petersburgo continuou a publicar todos os seus
trabalhos ainda não publicados durante quase cinqüenta anos.
47
48 Cálculo Vetorial e Séries
4.1 INTRODUÇÃO
Ao definir uma função f sobre um conjunto A com imagem no conjunto B, denotada por
f : A −→ B, estamos associando a cada a ∈ A um único elemento b ∈ B, para todos os elementos
de A.
O que caracteriza o nome da função é o contradomínio B da mesma. Se B é um conjunto de:
estas seqüências representam a idéia de seqüências infinitas. Esses três pontos indicam que na
escrita, temos a continuar indefinidamente.
Este capítulo trata principalmente de seqüências em números reais, porém as propriedades
fundamentais sobre convergência explicam-se com a mesma facilidade para casos mais gerais. A
menos que se faça referência, estaremos considerando seqüências com elementos no conjunto de
números reais R.
Representamos por N+ o conjunto dos números naturais positivos, isto é:
N+ = { 1, 2, 3, 4, · · · , n, · · · }
Deve-se escrever uma seqüência {an }n∈N+ na ordem dos valores que ela representa, assim por
exemplo:
a1 , a2 , a3 , · · · , an , · · ·
Exemplo 4.1.
Seqüência alternada : Uma seqüência alternada {an } pode ser definida por an = (−1)n n. Esta
seqüência de números fica alternando o sinal de cada termo, sendo um negativo e o seguinte
positivo, e assim por diante.
Seqüência recursiva : Uma seqüência é recursiva se, o termo de ordem n é obtido em função dos
termos das posições anteriores.
A importante seqüência de Fibonacci, definida por a1 = 1, a2 = 1 e an+2 = an+1 + an .
A seqüência de Fibonacci aparece de uma forma natural em estudos de Biologia, Arquite-
tura, Artes e Padrões de beleza 1 .
Exemplo 4.2.
Seja a seqüência de termo geral an = (−1)n , observe que a2 = 1 e a4 = 1, isto não implica
que 2 = 4.
Portanto, a função que determina a seqüência {(−1)n }n∈N+ não é injetiva.
1
O livro "A divina proporção", Huntley, Editora Universidade de Brasília, trata do assunto.
50 Cálculo Vetorial e Séries
Em particular o conjunto {an }n∈N+ = {a1 , a2 , a3 , · · · , an , · · · } pode ser finito, ou até mesmo
reduzir-se a um único elemento, como é o caso de uma seqüência constante, em que a n = α ∈ R
para todo n ∈ N+ .
Uma seqüência pode ser representada pelo seu termo geral, ou explicitando-se seus primeiros
termos, como mostra o exemplo a seguir.
Exemplo 4.3.
2 2 2 2
(a) ; ; ; · · · seu termo geral é an =
1 2 3 n
(b) 12 ; 22 ; 32 ; · · · seu termo geral é a n = n2
Em cada um destes exemplos exibimos o termo n-ésimo ( termo geral), para assim ter uma
forma compacta do modo geral na formação dos elementos da seqüência.
4 n
Na seqüência (e) o quarto termo é , e o n-ésimo termo é an =
5 n+1
Uma representação gráfica bastante conveniente de uma seqüência é obtida assinalando os
pontos a1 ; a2 ; a3 ; · · · ; an ; · · · num segmento da reta numérica real como se indica no seguinte
desenho.
n n o
1/2 2/3 3/4
{cn }n∈N+ = r r r r
n + 1 n∈N+ 0 c1 c2 c3 ···
−1 1
{bn }n∈N+ = {(−1)n }n∈N+ r r r
b1 = b3 = · · · 0 b2 = b4 = · · ·
n2o
1/2 2/3 1 2
{an }n∈N+ = r r r r r
n n∈N+ 0 a4 a3 a2 a1
Uma seqüência {an }n∈N+ é dita limitada superiormente, quando existe um número real N ,
denominado cota superior da seqüência, que atende à seguinte condição:
an ≤ N ∀ n ∈ N+ (4.1)
Isto significa que todos os termos an pertencem à semi-reta (−∞, N ]. Logo, qualquer número
real maior do que N também será uma cota superior da seqüência {an }n∈N+ .
A menor dessas cotas é denominada supremo da seqüência {an }n∈N+ e denotada sup .{an }.
Definição 4.3. Limitada inferiormente.
Uma seqüência {an }n∈N+ é dita limitada inferiormente, quando existe um número real M ,
denominado cota inferior da seqüência, que atende à seguinte condição:
M ≤ an ∀ n ∈ N+ (4.2)
Isto significa que todos os termos an pertencem à semi-reta [M, +∞). Logo, qualquer número
real menor do que M também será uma cota inferior da seqüência {an }n∈N+ .
A maior dessas cotas é denominada ínfimo da seqüência {an }n∈N+ e denotada inf .{an }.
Exemplo 4.4.
• A seqüência {−2n}n∈N+ é limitada superiormente; observe que existe N ≥ −2 tal que
−2n ≤ N ∀ n ∈ N+ . Neste caso sup .{−2n} = −2
2. Para todo ε > 0, o número real α = sup .{an }−ε por ser menor do que o supremo da seqüência,
não pode ser cota superior de {an }n∈N+ . Logo pode existir um elemento an1 ∈ {an }n∈N+
tal que:
α = sup .{an } − ε < an1 (4.3)
3. Sendo β = inf .{an } + ε um número real maior do que o ínfimo da seqüência, não pode ser
cota inferior de {an }n∈N+ . Logo pode existir um elemento an2 ∈ {an }n∈N+ tal que:
|an | ≤ C ∀ n ∈ N+ (4.5)
52 Cálculo Vetorial e Séries
A conclusão desta definição é que, uma seqüência {an }n∈N+ é limitada quando o conjunto de
todos os termos da seqüência pertencem ao intervalo [M, N ].
Observemos que todo intervalo [M, N ] está contido num intervalo da forma [−C, C], sendo
C > 0. Para isto é suficiente considerar C = max{|M |, |N |}.
Como a condição an ∈ [M, N ] ⊆ [−C, C] é equivalente a |an | ≤ C, então justifica-se (4.5);
isto é, uma seqüência {an }n∈N+ é limitada se, e somente se, existe um número real C > 0 tal
que |an | ≤ C para todo n ∈ N+ .
Daí resulta que {an }n∈N+ é limitada se, e somente se, {|an |}n∈N+ é limitada.
Quando uma seqüência {an }n∈N+ não é limitada, diz-se que ela é “ilimitada”.
Evidentemente, uma seqüência é limitada se, e somente se, é limitada superior e inferiormente.
Exemplo 4.5.
Mostre que a seqüência {n}n∈N+ não é limitada.
Demonstração.
Suponhamos que esta seqüência seja limitada. Então existe um C ∈ R tal que n ≤ C, ∀n ∈
N+ .
Pelo Axioma de Arquimedes2 , sempre existe um q ∈ N tal que C + 1 ≤ q.
Comparando estas duas últimas desigualdades tem-se que n ≤ C e C + 1 ≤ q ⇒ n≤
C ≤ C + 1 ≤ q. Sem perda de generalidade, podemos considerar n = q ∈ N, assim q ≤ C <
C +1≤q ⇒ q < q. Contradição!
Portanto {n}n∈N+ não é limitada.
Exemplo 4.6.
4. A seqüência de termo geral an = (−1)n é limitada , sendo que sup .{an } = 1 e inf .{an } = −1.
5. A seqüência de termo geral an = (−1)n n não é limitada nem superiormente, nem inferior-
mente.
n 1
6. A seqüência de termo geral an = é limitada , tem-se que sup .{an } = 1 e inf .{an } = ;
n+1 2
note que o supremo não é termo da seqüência.
1o Toda seqüência monótona crescente é limitada inferiormente pelo seu primeiro termo.
2o Toda seqüência monótona decrescente é limitada superiormente pelo seu primeiro termo.
Exemplo 4.7.
1
1. A seqüência de termo geral an = é decrescente.
n
1
2. As seqüências de termos gerais an = − e bn = n2 são crescentes.
n
3. A seqüência de termo geral an = 0n é monótona crescente.
(−1)n+1
4. A seqüência de termo geral an = não é crescente nem decrescente.
n
Exemplo 4.8.
Exemplo 4.9.
n
Mostre que a seqüência de termo geral an = é crescente.
n+1
Demonstração.
n n+1
Tem-se que an = e an+1 = , logo
n+1 n+2
Exemplo 4.10.
n 1 o
Determine se a seqüência é crescente ou decrescente.
n2 + 1 n∈N+
Solução.
1 2x
Considere a função f (x) = ⇒ f 0 (x) = − 2 < 0, ∀ x > 0, isto quer indicar
n2 + 1 x +2
que f (x) é decrescente para todo x > 0.
n 1 o
Portanto, a seqüência é decrescente.
n2 + 1 n∈N+
Esta técnica embora eficiente, não podemos aplicar a todas as seqüências como mostra o
seguinte exemplo.
Exemplo 4.11.
n!
Mostre que a seqüência de termo geral an = é decrescente.
(2n − 1)!
Demonstração.
x!
Observe que aqui não podemos definir a função extensão f (x) = , isto pelo fato que
(2x − 1)!
o fatorial somente é definido para números inteiros não negativos. Por outro lado
Exemplo 4.12.
A seqüência cujo termo geral é:
1 1 1 1
an = 1 + 1 + + + + ··· +
2! 3! 4! n!
é crescente.
Ela também é limitada, pois como n! ≥ 2n−1 ∀n ∈ N+
1 1 1 1
2 ≤ an ≤ 1 + 1 + + 2 + 3 + · · · + n−1 < 3
2 2 2 2
Christian José Quintana Pinedo 55
4.2.2 Subseqüências.
Consideremos o subconjunto infinito N0 = {n1 < n2 < · · · < nk < · · · } de N+ lembre que,
se existe alguma função f : N+ −→ R, também existem funções g : N0 −→ R, chamadas “função
restrição de f ” e denotadas f |N0 = g.
Em principio poderíamos denominar seqüência qualquer função a : N 0 −→ R. A esta restrição
daremos o nome de subseqüência ou subsucessão.
Representando a seqüência pelo conjunto ordenado {an }n∈N+ podemos dizer que suas subse-
qüências são da forma {ank }nk ∈N0 , sendo N0 um subconjunto infinito de N+ .
Lembre que N0 ⊂ N+ é subconjunto infinito se, e somente se, é ilimitado; isto é, para todo
n0 ∈ N+ existe nk ∈ N0 com nk > n0 .
Naturalmente, uma toda seqüência é subseqüência dela própria.
Exemplo 4.13.
n 1 o n1o
• Tem-se que é subseqüência de .
2n n∈N+ n n∈N+
• Tem-se que {3n}n∈N+ é subseqüência de {n}n∈N+ .
n 2n o n n o
• Tem-se que é subseqüência de .
2n + 1 n∈N+ n + 1 n∈N+
Observação 4.2.
n 1 o n1o
Observe que podemos escrever na forma , onde N0 = 2N+ .
2n n∈N+ m m∈N0
n 1 o n1o
Isso justifica que seja subseqüência de .
2n n∈N+ n n∈N+
Exemplo 4.14.
n n2 + 1 o
Demonstre que a seqüência é limitada.
n2 + 2 n∈N+
Demonstração.
x2 + 1
Considere a função de variável real definida por: f (x) = 2 , calculando a primeira
x +2
2x
derivada respeito de x tem-se que f 0 (x) = 2 > 0, ∀ x ≥ 1.
(x + 2)2
n n2 + 1 o
Logo a seqüência é crescente.
n2 + 2 n∈N+
n2 + 1 1 2 5 10
Podemos escrever an = 2 = 1− 2 . Observe que a1 = , a2 = , a3 = , ···
n +2 n +2 3 6 11
quando n cresce indefinidamente para +∞, tem-se que an decresce para o valor 1.
2
Portanto, 1 ≤ an ≤ , ∀ n ∈ N+ .
3
Dentre as subseqüências de uma seqüência dada {an }n∈N+ , destacamos duas particularmente
importantes: a subseqüência par {a2k }k∈N+ e a subseqüência ímpar {a2k−1 }k∈N+ .
Toda subseqüência de uma seqüência limitada é limitada (respectivamente limitada superior
ou inferiormente)
56 Cálculo Vetorial e Séries
Propriedade 4.1.
Toda seqüência monótona é limitada se ela possui uma subseqüência limitada.
Demonstração.
Seja, por exemplo, an1 ≤ an2 ≤ · · · ≤ ank ≤ · · · ≤ N uma subseqüência limitada, da seqüência
não-decrescente {an }n∈N+ . Então, para qualquer n ∈ N+ , existe um nk > n e, portanto, an ≤
a nk ≤ N .
Logo an ≤ N para todo n ∈ N+ ; isto é {an }n∈N+ é limitada.
Exemplo 4.15.
1
Seja a seqüência de termo geral an = é monótona e limitada, 0 ≤ an ≤ 1.
n!
Em virtude da Propriedade (4.1), ela possui uma subseqüência limitada {a2n }n∈N+ , observe
1
que a2n = , também é limitada e é uma subseqüência de {an }n∈N+ .
(2n)!
Exemplo 4.16.
1, se, n-ímpar
Seja a seqüência de termo geral an = n
n, se, n-par
Tem-se que a seqüência {an }n∈N+ possui uma subseqüência limitada {a2n−1 }n∈N+ , observe
que |a2n−1 | ≤ 1, porém a Propriedade (4.1) não se aplica.
Pois, {an }n∈N+ não é monótona.
Christian José Quintana Pinedo 57
Exercícios 1-1
4. Quantos números inteiros positivos formados por 3 algarismos são múltiplos de 13.
5. Um atleta corre sempre 400 metros a mais que no dia anterior. Ao final de 11 dias ele
percorre um total de 35200 metros. Quantos metros ele correu no último dia.
6. Qual a quantidade de meios aritméticos que se devem interpolar entre −m e 20m, a fim de
se obter uma PA de razão 7?
9. Um relógio que bate de hora em hora o número de vezes correspondente a cada hora, baterá
, de zero às 12 horas x vezes. Calcule o dobro da terça parte de x.
10. Determinar o centésimo termo da progressão aritmética na qual a soma do terceiro termo
com o sétimo é igual a 30 e a soma do quarto termo com o nono é igual a 60.
11. Escreva uma P.A. de três termos, sabendo que a soma desses termos vale 12 e que a soma
de seus quadrados vale 80.
12. Um operador de máquina chegou 30 minutos atrasado no seu posto de trabalho, mas como
a máquina que ele monitora é automática, começou a trabalhar na hora programada. a)
Sabendo-se que a máquina produz 10n peças por minuto, em que n é o números de minutos,
quantas peças a máquina produziu até a chegada do operador? b) Sabendo-se que depois
de 1 hora, a máquina produz a mesma quantidade de peças, quantas peças terá feito a
máquina ao final do expediente de 4 horas?
13. Dar exemplo de uma seqüência não constante, para ilustrar cada situação abaixo indicada:
1. limitada e crescente. 2. limitada e decrescente.
3. limitada e não monótona 4. não limitada e não decrescente.
5. não limitada e não monótona.
n
15. Esboce o gráfico da seqüência de termo geral an = e verifique quantos pontos da
n+1
forma (n, an ) estão fora da faixa horizontal determinada pelas retas 5y = 4 e 5y = 6.
58 Cálculo Vetorial e Séries
16. Escreva a forma mais simples para o termo n-ésimo de cada uma das seguintes seqüências.
Determine se ela é limitada.
17.
1 1 1 1 1 1 1
1. 1, , , , ··· 2. , , , , ··· 3. 1, 0, 1, 0, 1, · · ·
2 3 4 2 4 8 16
4. 0, 2, 0, 2, 0, 2, · · · 5. 1, 9, 25, 49, 81, · · · 6. 0, 3, 2, 5, 4, · · ·
3 4 3 2 5 4 3 5
7. 2, 1, , 1, , 1, · · · 8. 0, , − , , − , · · · 9. 1, , 2, , 3 · · ·
2 3 2 3 4 5 2 2
1 2 3 4 3 7 15 31
1. 1, , , , , ··· 2. 2, 1, 2, , 2, , 2, , 2, , ···
2 3 4 5 2 4 8 16
Ln2 Ln3 Ln4 2 3 4
3. 0, , , , , ··· 4. 1, 2 , 2 , 2 , ···
2 3 4 2 − 1 3 − 2 4 − 32
2 2
1 2 3 sen2o sen3o
5. 0, 2 , 2 , 2 , · · · 6. sen1o , , , ···
2 3 4 2 3
19. Dê um exemplo de uma seqüência limitada e não monótona que possui uma subseqüência
crescente.
20. Classifique as seqüências do Exercício 1-1 (??) quanto à limitação e monotonia, e selecione
de cada uma delas uma subseqüência monótona. Qual de aquelas seqüências possui uma
subseqüência constante?.
22. Dê um exemplo de uma seqüência {an }n∈N+ não constante, crescente e limitada superior-
mente.
23. Dê exemplo de uma seqüência {an }n∈N+ cuja distância entre quaisquer de seus termos
consecutivos seja sempre 4.
24. Determine para cada caso, se a seqüência dada é crescente, decrescente ou não monótona:
n (2n − 1)! o n 5n o n 5n o
1. 2. 3.
2n · n! n∈N+ 1 + 52n n∈N+ (30 − k0 ) + 52n n∈N+
n 2n o n n! o n 1 o
4. 5. 6.
1 + 2n n∈N+ 3n n∈N+ n + sen(n2 ) n∈N+
n nn o n n! o n n! o
7. 8. 9.
n! n∈N+ (2n − 1)! n∈N+ 1.3.5...(2n − 1) n∈N+
Christian José Quintana Pinedo 59
Outra notação para indicar que uma seqüência {an }n∈N+ converge para L é:
an → L; n → +∞
Exemplo 4.17. n n o
Utilizar a definição de limite de uma seqüência, para demonstrar que tem o
2n + 1 n∈N+
1
limite .
2
3
Christian Q. Pinedo.- Elementos de Cálculo I - Volume I (Notas de aula no 10). − 2003.
60 Cálculo Vetorial e Séries
Demonstração.
Devemos mostrar que para qualquer ε > 0, existe um número n0 > 0 tal que:
n 1
2n + 1 − 2 < ε
para todo n > n0
n 1 2n − (2n + 1) −1 1
Com efeito,
− = = =
2n + 1 2 2(2n + 1) 4n + 2 4n + 2
Logo, devemos determinar um número n0 > 0 tal que:
1
<ε para todo n > n0
4n + 2
1 1 1 − 2ε
Tem-se que < ε é equivalente a 2n + 1 > ⇒ n> .
4n + 2 2ε 4ε
1 − 2ε n n o 1
Portanto, se n0 = , a definição é válida; e tem o limite .
4ε 2n + 1 n∈N + 2
Exemplo 4.18.
Mostre que a seqüência {n}n∈N+ não é convergente.
Demonstração.
1
Suponhamos que a seqüência {n}n∈N+ seja convergente para algum L ∈ R. Dado ε = >0
3
existe n0 ∈ N+ tal que |an − L| = |n − L| < ε sempre que n > n0 .
1 1 1 1
Como |an − L| < , |an+1 − L| < , logo |n − L| < , |n + 1 − L| < .
3 3 3 3
Sendo n < n + 1, deduzimos que:
1 1 2
1 = |(n + 1) − n| ≤ |n + 1 − L| + |n − L| < + =
3 3 3
2
então 1 < , isto é contradição !
3
Portanto, supor que {n}n∈N+ converge é falso!
Observação 4.3.
Para o Exemplo (4.11), a seqüência cujo termo geral é:
1 1 1 1
an = 1 + 1 + + + + ··· +
2! 2! 4! n!
Exemplo 4.19.
Mostre que a seqüência cujo termo geral é : an = rn onde r ∈ R é um número fixado tal
que −1 < r < 1 converge para zero.
Demonstração.
Christian José Quintana Pinedo 61
Lnε
|rn − 0| = |r n | < ε ⇔ nLn|r| < Lnε ⇔ n>
Ln|r|
Lnε
É suficiente escolher qualquer número natural n0 = , e teremos que an → 0 quando
Ln|r|
n → +∞. Por exemplo, isso acontece quando ε = |r|k onde k ∈ N+ .
Exemplo 4.20.
n
1o
A seqüência: − converge no conjunto de números reais negativos para 0; porém
n n∈N+
não converge no conjunto dos números reais positivos.
Exemplo 4.21. n n o
Mostre usando a definição, que a seqüência: converge para o número L = 1.
n + 1 n∈N+
Demonstração.
A mostrar que, dado qualquer ε > 0, existe um n0 ∈ N+ tal que |an − 1| < ε sempre que
n > n0 .
Com efeito, dado qualquer ε > 0 :
n 1 1
|an − 1| = | − 1| = <ε ⇔ n> − 1.
n+1 n+1 ε
1−ε
Isto quer dizer que, dado qualquer ε > 0, existe n0 = tal que
ε
Exemplo 4.22.
3n
Mostre que a seqüência de termo geral an = converge.
n + sen2n
Demonstração.
Observa-se que seu limite deve ser 3, é suficiente dividir numerador e denominador por n e
sen2n
lembrar que → 0.
n
Observe que:
3|sen2n| 3 3 3
|an − 3| = ≤ ≤ ≤
|n + sen2n| |n + sen2n| n − |sen2n| n−1
3+ε
Isto quer dizer que, dado qualquer ε > 0, existe n0 = tal que
ε
3n
Portanto, a seqüência de termo geral an = converge para 3.
n + sen2n
Exemplo 4.23.
Determine o limite das seguintes seqüências:
1 1 1 (−1)n−1
a) 1; − ; ; − ; · · · ; ; ···
2 3 4 n
4 6 8 2n
b) 2; ; ; ; ;··· ; ···
3 5 7 2n − 1
q p
√ p √ √
c) 2; 2 2; 2 2 2 ; · · ·
Solução.
(−1)n−1
a) O termo geral da seqüência está dado por an = , ∀ n ∈ N+ , n > 1, logo se n par
n
(−1)n−1 1 (−1)n−1 −1
resulta lim = lim = 0; para o caso n ímpar lim = lim =
n→+∞ n n→+∞ n n→+∞ n n→+∞ n
0.
(−1)n−1
Portanto, lim =0
n→+∞ n
2n 2n
b) Observe que o termo geral da seqüência é: an = , calculando o limite temos: lim =
2n − 1 n→+∞ 2n − 1
2 2n
lim 1 = 1. Portanto lim =1
n→+∞ 2 − n→+∞ 2n − 1
n
c) Observe que:
√ 1
a1 = 2 = 2 2
p √ 1 1 1 1
a2 = 2 2 = 2 2 2 4 = 2 2 + 4
q p
√ 1 1 1 1 1 1
a3 = 2 2 2 = 2 2 2 4 2 8 = 2 2 + 4 + 8
..
.
q p
√ 1 1 1 1 1 1
an = 2 2 2 · · · = 2 2 + 22 + 23 + 24 + 25 +··· 2n
1 1 1 1 1 1
Porém + 2 + 3 + 4 + 5 + ··· n =
2 2 2 2 2 2
1 1 1 1 1 1 1 1
1 + + 2 + 3 + 4 + 5 + · · · n−1 = 2(1 − n ).
2 2 2 2 2 2 2 2
1
(1 − n ) lim .f (x)
Assim, an = 2 2 , aplicando propriedade seguinte lim K f (x) = K x→a , resulta
x→a
(1− 21n ) lim (1− 21n ) 1
lim 2 =2 n→+∞
= 2 = 2.
n→+∞
Portanto lim an = 2.
n→+∞
Christian José Quintana Pinedo 63
Propriedade 4.2.
Seja {an }n∈N+ uma seqüência, e L ∈ R, então as seguintes afirmações são equivalentes:
Propriedade 4.3.
Demonstração.
i) Como x ≥ 0, então x = 0 ou x > 0. A possibilidade x > 0 não pode acontecer, pois se x > 0
então do fato x < ε e como ε > 0 em particular podemos escolher ε = x de onde ε = x < x
o que é contraditório.
Por tanto x = 0.
Observação 4.4.
a) Se os termos de uma dada seqüência permanecem, a partir de uma certa ordem, constante,
então a seqüência é convergente e seu limite é esse valor constante.
b) Existem seqüências (não limitadas) cujos termos crescem indefinidamente à medida que o
índice n aumenta, neste caso dizemos que a seqüência tem limite infinito e denotamos
lim an = ∞
n→+∞
c) Dizer que uma seqüência {an }n∈N+ diverge equivale a admitir que lim an = ∞ ou que não
n→+∞
existe lim an .
n→+∞
64 Cálculo Vetorial e Séries
e) Ao invés de escrever uma seqüência na forma {an }n∈N+ , simplesmente escreveremos {an },
entendendo que o índice n percorre o conjunto N+ .
Demonstração.
Seja ε > 0 qualquer número real; e suponha que lim an = L1 e lim an = L2 sendo L1 6= L2 .
n→∞ n→∞
Será suficiente mostrar que | L1 − L2 |< ε para todo ε > 0.
Do fato lim an = L1 da definição de limite temos que, dado qualquer ε > 0, existe um
n→∞
ε
n1 > 0 tal que | an − L1 |< sempre que n > n1 ; de modo análogo dado lim an = L2 da
2 n→∞
ε
definição de limite temos que, dado qualquer ε > 0, existe um n2 > 0 tal que | an − L2 |<
2
sempre que n > n2 .
ε
Considere n0 = max .{ n1 , n2 } e n > n0 então cumprem-se as desigualdades | an − L1 |<
2
ε
e | an − L2 |< .
2
Das propriedades de números reais, temos que:
| L1 − L2 |=| L1 − an + an − L2 |≤
ε ε
≤| an − L1 | + | an − L2 |< + =ε para n > n0
2 2
Assim mostramos que para todo ε > 0, sendo n > n0 verifica-se pela Propriedade (4.3)
| L1 − L2 |< ε o que implica L1 = L2 .
Exemplo 4.24.
n n o 1
Demonstre que a seqüência converge para .
3n − 1 3
Demonstração.
n 1 1 1
Com efeito, tem-se que − = < ε ⇔ 6n − 3 >
3n − 1 3 6n − 3 ε
1 + 3ε n 1
Considerando n0 = tem-se que para todo n > n0 , então − < ε.
6ε 3n − 1 3
n n o 1
Portanto, a seqüência converge a .
3n − 1 3
Exemplo 4.25.
Mostre que a seqüência {(−1)n } não é convergente.
Demonstração.
Christian José Quintana Pinedo 65
Suponhamos que lim (−1)n = L e consideremos ε = 1, então existe n0 > 0 tal que para
n→∞
todo n > n0 tem-se |(−1)n − L| < 1.
Suponha n1 seja par, logo tem-se que se n1 > n0 ⇒ |1 − L| < 1; para o caso n2 ímpar
tal que n2 > n0 tem-se | − 1 − L| < 1.
Assim, resulta que | − 1 − 1| < | − 1 − L| + |1 − L| < 2 ⇔ 2 < 2 contradição !.
Portanto, a seqüência {(−1)n } é divergente.
Exemplo 4.26. n πo
Determine se a seqüência n · sen é convergente.
n
Solução.
π sen π sen π
Tem-se que lim n · sen = lim 1 n = π · lim π n .
n→∞ n n→∞ n n→∞
n
π
Podemos considerar a mudança de variável m = , assim quando n → ∞ tem-se que m → 0;
n
logo no limite:
π sen π senm
lim n · sen = π · lim π n = π · lim = π. · 1 = π
n→∞ n n→∞
n
m→0 m
n πo
Portanto, a seqüência n · sen é convergente para π.
n
Exemplo 4.27.
n1o
Mostre que a seqüência é de Cauchy.
n
Demonstração.
Com efeito, para todo ε > 0, tem-se que:
1 1
|am − an | = −
(4.6)
m n
1
Logo como n > m > n0 , é suficiente considerar n0 = .
ε
n1o
Portanto, a seqüência é de Cauchy.
n
Propriedade 4.5.
Toda seqüência convergente é de Cauchy.
Demonstração.
Suponhamos que a seqüência {an } seja convergente para L.
Podemos adaptar a definição de convergência para afirmar que, dado ε > 0 existe um inteiro
n0 > 0 tal que:
ε
|an − L| < sempre que n > n0 (4.7)
2
Tanto faz m ou n, desde que sejam maiores que n0 , podemos adaptar nossa definição de
convergência para obter:
ε
|am − L| < sempre que m > n0 (4.8)
2
ε ε
|am − an | = |(am − L) − (an − L)| < + +ε sempre que m, n > n0
2 2
Exemplo 4.28.
O conjunto dos números racionais Q com a métrica d(p, q) = |p − q| não é completo. Observe
a seqüência:
Propriedade 4.6.
Se f : R −→ R é contínua então: lim f (x) = f ( lim x)
x→∞ x→∞
Exemplo 4.29.
Determine se a seqüência de termo geral an = en é convergente.
Solução.
Exemplo 4.30.
p √
Calcular o limite de an = n n
n.
Solução. q
n√ 1 1 1 1 Lnn
Como an = n
n = (n n ) n = n n2 = exp(Ln(n n2 )) = exp( 2 ), então aplicando
n
L’Hospital
q e a Propriedade (4.6) temos:
n √n
Lnn 1
lim n = lim exp( 2 ) = exp( lim ) = exp(0) = 1
n→∞ n→∞ n n→∞ 2n2
a1 + a 2 + a 3 + · · · + a n (L + δ1 ) + (L + δ2 ) + (L + δ3 ) + · · · + (L + δn )
=
n n
δ1 + δ 2 + δ 3 + · · · + δ n
=L+
n
Sendo lim δn = 0 ⇒ |δn | < ε sempre que n > n0 , logo a soma δ1 + δ2 + δ3 + · · · + δp = k
n→∞
(constante) para algum p ∈ N+ , e |δk | < ε, ∀ k > p.
Então |δp+1 + δp+2 + δp+3 + · · · + δn | < |δp+1 | + |δp+2 | + |δp+3 | + · · · + |δn | < (n − p)ε.
a1 + a 2 + a 3 + · · · + a n k (n − p)ε
Logo, 0 ≤ lim
− L ≤ lim + lim
< ε.
n→∞ n n→∞ n n→∞ n
a1 + a 2 + a 3 + · · · + a n
Portanto, lim = L, em virtude da Propriedade (4.3) ii).
n→∞ n
68 Cálculo Vetorial e Séries
Demonstração.
Como lim an = L, tem-se aplicando a Propriedade (4.6) à função f (x) = Lnx x > 0 , que
n→∞
Ln( lim an ) = LnL, de onde lim (Lnan ) = LnL.
n→∞ n→∞
√ 1
Seja un = n a · a · a ···a
1 2 3 n ⇒ Lnun = (Lna1 + Lna2 + Lna3 + · · · + Lnan ).
n
Calculando o limite quando n → ∞ e aplicando a Propriedade (4.6) segue que:
√
lim un = lim n a1 · a2 · a3 · · · an ⇒
n→∞ n→∞
1
⇒ Ln( lim un ) = lim (Lna1 + Lna2 + Lna3 + · · · + Lnan ) = LnL.
n→∞ n→∞ n
Exemplo 4.32.
r
n 3 5 7 2n + 1
Calcular lim · · ···
n→∞ 5 8 11 3n + 2
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 69
3 5 7 2n + 1 2n + 1 2
Observe que a1 = , a2 = , a3 = , · · · , an = de onde lim = .
5 8 11 3n + 2 n→∞ 3n + 2 3
Logo pela propriedade da média geométrica segue que:
r
n 3 5 7 2n + 1 2
lim · · ··· =
n→∞ 5 8 11 3n + 2 3
Propriedade 4.9.
Se uma seqüência {an } converge para um limite L, e se M < L < N , então, a partir de um
certo índice n tem-se que M < an < N .
Demonstração.
Dado qualquer ε > 0, existe n0 ∈ N+ tal que a partir desse índice L − ε < an < L + ε.
Assim, podemos reescrever ε como o menor dos números L − A e B − L, para obter L − ε >
L − (L − A) = A e L + ε < L + (B − L) = B sempre que n0 > n.
De onde para n < n0 tem-se que A < an < B.
Exemplo 4.33.
São seqüências contrativas:
n1o
•
n
n (−1)n o
•
n
Propriedade 4.10.
Toda seqüência contrativa é limitada.
Demonstração.
Observe que |an+2 − an+1 | ≤ c|an+1 − an | ≤ c2 |an − an−1 | ≤ · · · ≤ cn |a2 − a1 | ∀n ∈ N+ .
Seja sn = (an − an−1 ) + (an−1 − an−2 ) + · · · + (a3 − a2 ) + (a2 − a1 ), então sn = an − a1 .
Logo, |an − a1 | = |sn | ≤ |an − an−1 | + |an−1 − an−2 | + · · · + |a3 − a2 | + |a2 − a1 | ≤ [cn−1 +
cn−2 + · · · c2 + c + 1]|a2 − a1 |.
1 − cn
Como 0 < c < 1 ⇒ 0 < 1 − cn < 1, ∀ n ∈ N+ , assim |an − a1 | ≤ |a2 − a1 | <
1−c
1
|a2 − a1 |
1−c
|a2 − a1 | |a2 − a1 |
M = a1 − ≤ an ≤ a1 + =N
1−c 1−c
Considere o max .{|M |, |N |} = P e teremos que existe P ∈ R tal que |an | ≤ P, ∀n ∈ N+ .
Portanto, toda seqüência contrativa é limitada.
Sejam {an } e {bn } duas seqüências tais que: lim bn = +∞ e {bn } monótona. Então:
n→∞
an an+1 − an
lim = lim =λ∈R
n→∞ bn n→∞ bn+1 − bn
Exemplo 4.34.
Ln(n!)
Determine se a seqüência de termo geral cn = converge.
Ln(nn )
Solução.
1
Ln(n + 1) n Ln(n + 1)
= lim n+1 = lim n+1 1
n→∞ nLn + Ln(n + 1) n→∞ Ln n + n Ln(n + 1)
n
√
Ln n n + 1 Lne 1
= lim √ = = =1
n→∞ Ln 1 + 1 + Ln n n + 1 Ln1 + Lne 1
n
Exercícios 1-2
3an + 1
1. Mostre que a seqüência {an }n∈N+ , onde a1 = 0, an+1 = ∀ n ∈ N+ é crescente
4
e limitada.
6. Você deve ter estudado seqüências limitadas que não possuem l,imite. Pense na propriedade
recíproca. Existem seqüências com limite que não sejam limitadas?
8. Construa uma seqüência que tenha subseqüências convergindo, cada uma para cada um
dos números inteiros positivos.
9. Construa uma seqüência que tenha uma subseqüência convergindo para −3 e outra con-
vergindo para 8.
10. Se lim an = L então lim |an | = |L|. Dar um contra-exemplo mostrando que a recíproca
n→∞ n→∞
é falsa, salvo quando a = 0.
n1o
11. Demonstre que a seqüência converge para zero.
n2
nn + 1o
12. Demonstre que a seqüência converge para 1.
n
72 Cálculo Vetorial e Séries
13. Para os seguintes exercícios, escreva os quatro primeiros termos da seqüência e determine
se ela é convergente ou divergente. Caso seja convergente, achar seu limite:
n n+1 o n n2 + 1 o n 3 − 2n2 o
1. 2. 3.
2n − 1 n n2 − 1
n en o n o n 2n2 + 1 o
4. 5. senhn 6.
n 3n2 − n
n n nπ o n senhn o n 1 o
7. sen 8. 9. √
n+1 2 senn n2 + 1 − n
n 1 o n (−1)n+1 (n + 1) o n Lnn o
10. √ 11. 12.
2
n +1 2n n2
n 1 o n√ √ o n 1o
13. √ 14. n+2− n+1 15. n
n2 + 1 − 1 n
n 1 no
16. (1 + ) Sugestão: use lim (1 + x)1/x = e.
3n x→0
n o
17. r1/n e r > 0 Sugestão: considere os dois casos: r ≤ 1 e r > 1.
15. No Exercício anterior, qual o valor de n para que, o valor absoluto da diferença entre a n e
seu limite não seja maior do que 0, 0001?
18. Nos seguintes exercícios, use a Definição (4.10) para provar que a seqüência dada tem o
limite L.
n 4 o n
3 o n 1 o
1. ; L=0 2. ; L=0 3. √ ; L=0
2n − 1 n−1 n
n 8n o n 5−n o 1 n 2n2 o 2
4. ; L=4 5. ; L=− 6. 2
; L= .
2n + 3 2 + 3n 3 5n + 1 5
n 5k n o 5k0 n 3(30 − k ) o
0 0
7. ; L= 8. ; L=0 .
2n + 3 2 2n − 1
n n2 o n n2 o n n2
19. Mostre que as seqüências e divergem; porém, a seqüência −
n−3 n+4 n−3
n2 o
é convergente.
n+4
n log
k0 n2 o √
20. Calcule o 4to elemento das seqüências e { k0 n n} e determine se elas convergem
n
ou divergem. Caso convergir ache o seu limite.
21. Determine quais das seguintes seqüências são convergentes. Caso seja convergente, calcular
seu limite.
n n2 + 1 o nn o n√
3
n + 4o
1. 2. 3. √
n2 − 2n + 3 Ln(n + 1) n−1
n 3n + n 4 o n 5 + Lnn o
4. 5. 6. {e−n · senn}
4n − n 5 n2 + n
√ pn
7. { n n} 8. { n2 + n}
q
√ p √ p √
22. Determine o limite da seqüência: 2, 2 + 2, 2+ 2+ 2, · · ·
23. Determine o limites das seguintes seqüências, sendo seu termo geral:
1 3n+1 1 n 1 2
1. an = 1 + 2. an = 1 + 3. an = 1 +
3n − 1 n+4 2n
1 6n 1 n 2 1 n!
4. an = 1 + 5. an = 1 + 6. an = 1 +
n+1 n2 n!
2 n 3 n
7. an = 1 + 8. an = 1 +
n n
n k3 − 1
Q
28. Estudar a convergência da seqüência de termo geral: an = 3
.
k=2 k + 1
2n · n!
29. Mostre que lim = 0.
n→∞ nn
2an−1 + 3
30. Sejam a1 = 1, an = para n ≥ 2. Mostre que a seqüência {an } converge.
4
an−2 + an−1
31. Sejam a1 = 1, a2 = 2, · · · , an = para n ≥ 3. Mostre que a seqüência {an }
2
converge.
12 + 32 + 52 + · · · + (2n − 1)2
32. Determine se a seqüência de termo geral, an = converge.
12 + 2 2 + 3 2 + · · · + n 2
Christian José Quintana Pinedo 75
Propriedade 4.12.
Toda seqüência monótona convergente, é necessariamente limitada.
Demonstração.
Seja {an } uma seqüência convergente com limite L.
Der acordo com a definição de limite, para qualquer ε > 0, em particular para ε = 1, existe
n0 a partir do qual se tem |an − L| < 1.
Usando a desigualdade triangular podemos assegurar que:
Os únicos termos da seqüência que possivelmente não atendem esta condição (4.9) são:
a1 , a2 , a3 , · · · , an0 −1 .
Considerando o número real c como o maior entre os números 1+|L|, |a 1 |, |a2 |, |a3 |, · · · , |an0 −1 |
teremos |an | ≤ C ∀ n > n0
Observe que a recíproca desta propriedade nem sempre é verdadeira; por exemplo a seqüência
{(−1)n } ela é limitada, porém não é convergente.
Exemplo 4.35.
√ p √ q p √
Mostre que a seqüência 2, 2 2, 2 2 2, · · · é limitada.
Demonstração.
Pelo Exemplo (4.23) sabe-se que esta seqüência é convergente.
√ √ √ √
Seja a1 = 2, a2 = 2a1 , a3 = 2a2 , · · · , an = 2an−1 .
Mostrarei que ela crescente, logo limitada.
Afirmo : Para todo n ∈ N+ tem-se an ≤ an+1 .
√ √ p √
Com efeito, se n = 1 segue que a1 = 2 < 2 além disso a1 = 2 < 2 2 = a2 .
Suponhamos para n = h que ah ≤ ah+1 e além disso que ah < 2.
Para n = h + 1 tem-se:
√
O termo geral é da forma ah+1 = 2ah , aplicando a hipótese de indução seque (ah+1 )2 =
√
2ah ≤ 2ah+1 , logo ah+1 ≤ 2ah+1 = ah+2 .
√ √
Por outro lado, ah+1 = 2ah ≤ 4q = 2, pois 2a ≤ 4 pela hipótese indutiva.
√ p √ p √
Portanto, a seqüência 2, 2 2, 2 2 2, · · · é limitada.
Propriedade 4.13.
Se f : [β, +∞) −→ R é uma função tal que lim f (x) = L, então a seqüência de termo geral
x→∞
an = f (n), n > β, é convergente e seu limite é igual a L.
Demonstração.
Pela definição de limite no infinito para funções reais definidas em intervalos, segue que para
cada ε > 0 , existe um número real N > 0, tal que |f (x) − L| < ε, ∀ x ≥ N.
Considerando que a seqüência de termo geral an = f (n), n > β é uma ‘´função restrição”
de f (x), escolhemos um índice n0 ≥ N e teremos |f (n) − L| < ε, ∀ n ≥ n0 .
A propriedade acima mencionada, resulta importante para o caso em que seja possível utiliza-
la.
O cálculo de limites torna-se relativamente simples, especialmente quando se usam técnicas
de Cálculo, particularmente a Regra de L’Hospital.
Propriedade 4.14.
Se lim an = L, então toda subseqüência de {an }n∈N+ converge para o limite L.
n→∞
Demonstração.
Seja {an1 , an2 , · · · , ani , · · · } uma subseqüência de {an }n∈N+ . Dado ε > 0, existe n0 ∈ N+
tal que n > n0 ⇒ |an − L| < ε.
Como os índices da subseqüência formam um subconjunto infinito, existe entre eles um n i0 >
n0 . Então ni > ni0 ⇒ ni > n0 ⇒ |ani − L| < ε.
Portanto, lim ani = L
ni →∞
Propriedade 4.15.
Uma seqüência {an } converge para L se, e somente se, as subseqüências {a2n } e {a2n−1 }
convergem para L.
Uma seqüência divergente pode ter uma ou mais subseqüências convergentes, para limites dis-
tintos. Pode acontecer também que dada uma seqüência divergente, todas as suas subseqüências
também sejam divergentes, como o caso da seqüência {n}.
Isso não contradiz o resultado da Propriedade (4.15), pois as duas subseqüências citadas na
propriedade, juntas contém todos os termos da seqüência original {a n }.
Exemplo 4.36.
A seqüência {(−1)n } é divergente, pois suas subseqüências par e ímpar convergem a valores
distintos.
De fato a2n = (−1)2n = 1, ∀ n ∈ N+ converge para 1, enquanto a2n−1 = (−1)2n−1 =
−1, ∀ n ∈ N+ converge para −1.
Exemplo 4.37.
(−1)n
A seqüência de termo geral an = embora possua seus termos alternadamente positivos
n
e negativos, ela converge para zero.
(−1)2n (−1)2n+−1
Isto pelo fatos das subseqüências a2n = e an = convergem para zero.
2n 2n − 1
Christian José Quintana Pinedo 77
Exemplo 4.38.
n, se, n ímpar
A seqüência de termo geral an = 1 é divergente.
, se n par
n
De fato, a subseqüência ímpar tem como termo geral a2n−1 = 2n − 1, ∀ n ∈ N+ ela diverge;
1
e a seqüência par a2n = , ∀ n ∈ N+ , ela converge.
2n
Exemplo 4.39.
1 , se n par ou primo
Consideremos a seqüência de termo geral an = n .
n, se, n ímpar ou não-primo
Observe que esta seqüência {an } é divergente pelo fato não ser limitada.
Note que pelo menos possui duas subseqüências convergentes.
Propriedade 4.16.
Sejam {an } e {bn } seqüências convergentes com limite L e M respectivamente, então:
5. Tem-se que:
− L = M · an − L · bn − LM + LM ≤
an
bn M M · bn
1 |L| |L|
≤ |an − L| + |bn − M | < C 1 + ε
|bn | |M | |M |
78 Cálculo Vetorial e Séries
1
Onde C é um número positivo tal que ≤ C, ∀ n ≥ n0 (demonstre !).
|bn |
Observação 4.5.
De posse das propriedades apresentadas na Propriedade (4.16), fica mais prático o cálculo de
limites. Não é mais necessário utilizar da função extensão f (x), a menos que se faça referencia
às propriedades analíticas como continuidade, derivabilidade, etc.
Exemplo 4.40.
n3 + 4
Por exemplo para calcular lim , procedemos aplicando a Propriedade (4.16)
n→∞ 3n3 − 2n + 3
colocando em evidência o termo de maior grau, resultando:
n3 + 4 n3 (1 + n43 ) 1
lim = lim =
n→∞ 3n3 − 2n + 3 n→∞ n3 (3 − 22 + 33 ) 3
n n
1
lembre que lim = 0, p > 0.
n→∞ np
n3 + 4 1
Portanto, lim =
n→∞ 3n3 − 2n + 3 3
Observação 4.6.
Mostra-se que, se {an } é uma seqüência convergente então:
1. Se α ≤ an , ∀n ∈ N+ , então α ≤ lim an .
n→∞
2. Se an ≤ β, ∀n ∈ N+ , então lim an ≤ β.
n→∞
Propriedade 4.17.
Se uma seqüência {an } converge para zero, e {bn } é limitada, então a seqüência {an · bn }
converge para zero.
Demonstração.
Seja ε > 0; como {an } converge para zero, para este ε, corresponde um n0 > 0 tal que
|an | < ε, sempre que n ≥ n0 .
Por outro lado, sendo {bn } uma seqüência limitada, existe uma constante N > 0 tal que
|bn | ≤ N, ∀ n ∈ N+ .
E certamente para qualquer n ≥ n0 teremos:
Para a propriedade que acabamos de demonstrar, se exige que a seqüência {b n } seja somente
limitada, podendo ser convergente ou não; por essa razão não foi usada na demonstração a pro-
priedade referente au produto de seqüências, a qual exige a existência dos limites das seqüências
envolvidas.
Exemplo 4.41.
sen(nπ + 2)
Determine se a seqüência de termo geral an = é convergente.
n2
Solução.
Uma propriedade importante dos números reais, é o fato que eles são completos. Intuitiva-
mente, isto significa que a reta real não tem buracos; isto não ocorre com o conjunto dos números
racionais, não satisfaz esta propriedade.
Propriedade 4.18.
Toda seqüência que é ao mesmo tempo limitada e monótona, é convergente. Se {an }n∈N+ é
crescente, então lim an = sup .{an }.
n→∞
Demonstração.
Suponhamos que a seqüência {an }n∈N+ seja monótona crescente e limitada, suponha que
L = sup .{an }.
Para todo ε > 0, L − ε não é o limite superior, pois L − ε < L e L é o menor dos limites
superiores da seqüência.
Assim, para algum número natural n0 > 0, tem-se que:
L − ε < a n0 (4.12)
r r r r r r r r
a1 a2 ··· ··· L−ε a n0 L
80 Cálculo Vetorial e Séries
an ≤ L, ∀ n ∈ N+ (4.13)
Observação 4.7.
• Se {an }n∈N+ é crescente e suponhamos que D seja limite superior desta seqüência, então
{an }n∈N+ é convergente, e lim an ≤ D.
n→∞
• Se {an }n∈N+ é decrescente e suponhamos que C seja limite inferior desta seqüência, então
{an }n∈N+ é convergente, e lim an ≥ D.
n→∞
Propriedade 4.19.
Se lim an = L, então para todo k ∈ N+ , lim an+k = L.
n→∞ n→∞
Demonstração.
Com efeito, {a1+k , a2+k , · · · , an+k , · · · } é uma subseqüência de {an }n∈N+ .
Exprime-se esta propriedade acima dizendo que o limite de uma seqüência não se altera
quando dela se omite um número finito de termos.
Pelas Propriedades (4.4) e (4.14) podemos concluir que:
Para mostrar que uma seqüência {an }n∈N+ não converge: basta obter duas subseqüências
com limites diferentes.
Para determinar o limite de uma subseqüência {akn }kn ∈N+ que, a- priori, se sabe que con-
verge: basta determinar o limite de alguma subseqüência. Ele será o limite procurado.
Exemplo 4.42.
Consideremos a seqüência {an }, onde:
2an + 4
a1 = 0, an+1 = para todo n ∈ N+
3
2an + 4 2L + 4
lim an+1 = lim = .
n→∞ n→∞ 3 3
De onde 3L = 2L + 4 ⇒ L = 4.
Portanto, lim an = 4.
n→∞
Propriedade 4.20.
Sejam: {an } uma seqüência; L ∈ R, e {bn } uma seqüência positiva de números reais tal que
lim bn = 0.
n→∞
Se |L − an | ≤ bn , ∀ n ∈ N+ , então lim an = L.
n→∞
Demonstração.
Por hipótese {bn } converge para zero, pela Definição (4.10), para todo ε > 0, existe n 0 ∈ N+
tal que bn = |bn − 0| < ε sempre que n > n0 .
Para todo n > n0 tem-se que: |L − an | ≤ bn < ε.
De onde |an − L| < ε sempre que n > n0 .
Portanto, como ε é arbitrário segue-se que {an } converge para L.
Exemplo 4.43. n n o
Determine se a seqüência converge.
n+1
Solução.
n (n + 1) − 1 1 1 1
Observe que = =1− , além disso sabe-se que < .
n+1 n+1 n+1 n+1 n
n1o
n 1 1
Logo, 1 −
= < , como é uma seqüência de números positivos tal que
n + 1 n+1 n n
1 n
lim = 0, então aplicando a Propriedade (4.20) tem-se que: lim = 1.
n→∞ n n→∞ n+1
n n o
Portanto, a seqüência converge.
n+1
82 Cálculo Vetorial e Séries
Demonstração.
Como lim an = lim an = L, então dado ε > 0, existe n0 > 0 a partir do qual tem-se:
n→∞ n→∞
Exemplo 4.44.
1 1
Dada as seqüências de termos gerais an = sen2nπ, cn = e bn = 2 usando a Propriedade
n n
(4.21) verificar que {bn } converge para zero.
Solução.
1 1
Tem-se que: 0 = sen2nπ ≤ 2
≤ , ∀ n ∈ N+ , então:
n n
1 1
0 = lim sen2nπ ≤ lim 2
≤ lim =0
n→∞ n→∞ n n→∞ n
1
Conseqüentemente, lim = 0.
n→∞ n2
Exemplo 4.45.
n1o
Determine se a seqüência converge.
2n
Solução.
1
Em virtude da Propriedade (4.21) segue que lim n = 0.
n→∞ 2
n1o
Portanto a seqüência converge.
2n
Demonstração.
an+1 an+1
Seja 0 < L < 1, e suponhamos que lim = L, então existe n0 > 0 tal que
< L,
n→∞ an an
sempre que n0 > 0.
4
Teorema da seqüência intercalada ou Teorema do sanduíche.
Christian José Quintana Pinedo 83
Exemplo 4.46.
n 5n o
Determine se a seqüência é convergente.
n!
Solução.
5n+1
an+1 (n+1)! 5n+1 n! 5
Tem-se lim = lim 5n = lim n
= lim = 0 < 1.
n→∞ an n→∞ n→∞ 5 (n + 1)! n→∞ n + 1
n!
n 5n o
Logo a seqüência converge para zero.
n!
Exemplo 4.47.
n 2n + n 4 o
Determine se a seqüência é convergente.
3n − n 7
Solução.
Aplicando o critério da razão separadamente a cada um dos limites, concluímos que a se-
n 2n + n 4 o
qüência converge para zero.
3n − n 7
Propriedade 4.23. Desigualdade de Bernoulli 5
Demonstração.
Como x ≥ −1 ⇒
! 0 ≤ (x + 1),!pela fórmula do binômio
! tem-se:
n n n
(1 + x)n = x0 (1)n + x1 (1)n−1 + x2 (1)n−2 + · · ·
0 1 2
! !
n n
··· + x1 (1)n−1 + x0 (1)n
n−1 n
! !
n n 0 n n
Logo, (1 + x) ≥ x (1) + x1 (1)n−1 = 1 + nx.
0 1
Portanto, (1 + x)n ≥ 1 + nx sempre que x > −1.
Exemplo 4.48.
5
Jaques Jacob Bernoulli (1654 − 1705)
84 Cálculo Vetorial e Séries
Demonstração. (a)
Como 1 < r ⇒ r < r2 < r3 ⇒ r < rn < · · · , ∀ r ∈ N+ , logo {r n } é limitada
inferiormente por r.
Por outro lado, temos que r = 1 + d, e pela desigualdade de Bernoulli, seque que rn =
(1 + d)n ≥ 1 + dn.
Assim, dado qualquer c ∈ R, podemos obter r n > c, desde que consideremos 1 + dn > c, isto
c−1
én> .
d
Demonstração. (b)
Como |r| > 1 ⇒ |r| = 1 + b para algum b > 0, pela desigualdade de Bernoulli tem-se que
|r|n = (1 + b)n ≥ 1 + nb ∀ n ∈ N+ .
Dado qualquer número positivo L ∈ R, pelo axioma de Arquimedes existe p ∈ N + tal que
1
p ≥ (L − 1).
b
Considerando p = n e como 1 + nb ≥ L ⇒ 1 + (1 + n)b ≥ L de onde |r n+1 | = |r|n+1 ≥
1 + (n + 1)b > L.
Conseqüentemente, não existe L ∈ R tal que L ≥ |r n |, ∀ n ∈ N+ .
Portanto, a seqüência {r n } diverge se, |r| > 1.
Exemplo 4.49.
√
Mostre que se r > 0, então a seqüência { n r} converge para 1.
Demonstração.
√
Suponhamos bn = r − 1; então bn > 0.
n
√ √
Por outro lado, como n r = bn + 1 pela desigualdade de Bernoulli tem-se que r = ( n r)n =
r−1
(bn + 1)n ≥ 1 + nbn , de onde bn ≤ .
n
r−1
Deste modo 0 < bn ≤ de onde pelo critério do confronto segue que bn → 0; isto é
√ n
n
r→1.
Demonstração.
De fato, se p ∈ N+ então lim (an − ap ) = L − ap .
n→∞
Como {an } é crescente então an −ap ≥ 0 se n ≥ p. Aplicando a primeira parte da Observação
(4.6) segue que ap ≤ L ∀ p ∈ N+ .
Se ap ≤ α ∀ p ∈ N+ , aplicando a segunda parte da Observação (4.6) segue que lim an =
n→∞
L ≤ α.
Christian José Quintana Pinedo 85
Propriedade 4.25.
Seja {bn } uma seqüência decrescente que converge para M . Então M ≤ bn , ∀ n ∈ N+ , além
disso se β ≤ bp , ∀ n ∈ N+ então β ≤ M .
Demonstração.
De fato, se p ∈ N+ então lim (bn − bp ) = M − bp .
n→∞
Como {bn } é decrescente então bn − bp ≤ 0 se n ≥ p. Aplicando a primeira parte da
Observação (4.6) segue que M ≤ bp ∀ p ∈ N+ .
Se β ≤ bp ∀p ∈ N+ , aplicando a segunda parte da Observação (4.6) segue que β ≤ lim bn =
n→∞
M.
Propriedade 4.26.
ii) Suponhamos que lim (bn − an ) = 0. Então existe um único c ∈ R que satisfaz (4.17). Além
n→∞
disso, se λn ∈ [an , bn ] ∀ n ∈ N+ , então {λn } converge para c.
Demonstração. i)
Das inclusões (4.16) deduzimos que a seqüência {an } é crescente, e a seqüência {bn } é de-
crescente. Como os termos desta seqüência estão contidos em [a1 , b1 ] logo elas são limitadas;
pela Propriedade (4.18) concluímos que elas convergem.
Selam L = lim an e M = lim bn .
n→∞ n→∞
Pelas propriedades (4.25) e (4.26) temos que an ≤ L e M ≤ bn , ∀ n ∈ N+ . Da desigualdade
(4.15) tem-se que ap ≤ bq , ∀ p, q ∈ N+ de onde pela primeira parte da Observação (4.6)
concluímos que L ≤ bq . Sendo para todo p ∈ N+ , novamente usando a primeira parte da
Observação (4.6) concluímos que L ≤ M .
Seja c ∈ R tal que L ≤ c ≤ M ⇒ c ∈ [an , bn ] ∀ n ∈ N+ .
Portanto, então existe c ∈ R tal que: c ∈ [an , bn ] ∀ n ∈ N+ .
Demonstração. ii)
Seja c ∈ [an , bn ] ∀n ∈ N+ , então pela Observação (4.6) L ≤ c ≤ M . Como lim (bn −an ) = 0
n→∞
então:
L = lim an + lim (bn − an ) =
n→∞ n→∞
A condição de seqüência limitada é essencial. por exemplo a conclusão não é válida para a
seqüência {n}.
Por outro lado, seja {an } uma seqüência e A ⊆ R então uma e somente uma das seguintes
situações cumpre:
Para o caso 1. os únicos termos da seqüência {an } que podem pertencer a A são a1 , a2 , a3 , · · · , an0 −1 .
Isto é A contém um número finito de termos da seqüência.
O caso 2. diz que A contem um número infinito de termos da seqüência.
Isto tem a er com a demonstração pelo seguinte:
Seja [a, b] um intervalo, e a < c < b. Suponhamos que [a, b] contenha um número infinito
de termos da seqüência {an }, então ao menos um dos intervalos [a, c], [c, b] também contém um
número infinito de termos da seqüência {an }. Caso contrario, como [a, b] = [a, c] ∪ [c, b] teria
um número finito de termos (contradição!).
α1 + β 1 α1 + β 1
[α1 , ], [ , β1 ] (4.18)
2 2
contém um número infinito de termos da seqüência {an }. Denotemos um dos intervalos que
contém um número infinito de termos da seqüência {an } por [α2 , β2 ].
Agora consideremos:
α2 + β 2 α2 + β 2
[α2 , ], [ , β2 ] (4.19)
2 2
contém um número infinito de termos da seqüência {an }. Denotemos um dos intervalos que
contém um número infinito de termos da seqüência {an } por [α3 , β3 ].
Continuando com este processo, obtém-se uma seqüência de intervalos:
Propriedade 4.28.
Seja {an } uma seqüência convergente para L ∈ R, e seja N0 = { n1 < n2 < n3 < · · · < nk <
· · · }, então {ank }nk ∈N0 converge para L.
Demonstração.
Seja ε > 0, como {an } converge a L, então existe n0 ∈ N+ tal que |an − L| < ε sempre que
n > n0 . Se j > n0 , ⇒ nj > j > n0 e assim |anj − L| < ε.
Conseqüentemente se j > n0 , então |anj − L| < ε. Como ε > 0 é arbitrário, deduzimos que
{ank }nk ∈N0 converge a L.
Propriedade 4.29.
Se L ∈ R, então existe um número natural n ∈ N+ tal que n ≥ L.
Demonstração.
Pelo absurdo.
Suponhamos que, n < L, ∀ n ∈ N+ , então a seqüência {n} é limitada por L, além disso
sabemos que é crescente.
Pela Propriedade (4.18) a seqüência {n} é convergente; isto contradiz o que foi mostrado no
Exemplo (4.18).
Portanto, se L ∈ R, então existe um número natural n ∈ N+ tal que n ≥ L.
88 Cálculo Vetorial e Séries
Exercícios 1-3
11. Sejam {an} e {bn} duas seqüências tais que an ≤ bn , ∀ n ∈ N+ . Mostre que lim an ≤
n→∞
lim bn .
n→∞
1. Se α ≤ an , ∀ n ∈ N+ , então α ≤ lim an .
n→∞
2. Se bn ≤ β, ∀n∈ N+ , então lim bn ≤ β.
n→∞
a) De uma seqüência que possui duas subseqüências divergentes mostrando pelo menos
duas delas.
b) De uma seqüência que seja limitada superiormente e não seja de Cauchy.
c) De uma seqüência não monótona e de Cauchy.
14. Quais das seguintes afirmações são verdadeiras respeito a seguinte seqüência:
senn
an = −4 cos n5 + 7(−1)2n+1
n3
17. Quais das seguintes afirmações são verdadeiras respeito a seguinte seqüência:
cos n2
an = −4 + [4(−1)2n+6 ]sen2n
en
cos n2
zn = −4 + [4(−1)n+5 ]sen2n
en
19. Usando
a definição
provar que a seguinte seqüência converge para L:
5k0 n 5k0
a) ; L= onde k0 é constante.
7n − 3 7
20. Resolva as seguintes questões :
√
(a) Calcule o 4◦ elemento das seqüências n e determine se ela converge ou diverge.
2n
21. Dê um exemplo de uma seqüência que seja limitada e convergente, porém não monótona.
22. Dada a seqüência (an ), onde an < 0 para todo n e an+1 > kan com 0 < k < 1. Prove que
(an ) é convergente.
Christian José Quintana Pinedo 91
Miscelânea 1-1
2 3 4 5 2 3 4 5
a) , , , , ··· b) , , , , ···
3 5 7 9 3 5 7 9
3 9 19 33 2 5 10 17
c) , , , , ··· d) , , , , ···
2 10 24 44 1 6 15 28
4 25 82 193 1 2 3 4
e) , , , , ··· f) , , , , ···
3 17 55 129 3 5 7 9
@
@
2. Um triângulo isósceles cuja base esta dividida em @
2n partes (quadrados) tem inscrito uma figura @
.. ··· .. @
escalonada segundo a Figura 1.. Demonstre que . .
@
@
a diferença entre a área do triângulo e a figura @
escalonada é infinitesimal quando n cresce infini-
tamente. F igura 1.
√
n
4. Mostre que a seqüência { an + bn }n≥1 converge para b, sempre que 0 < a < b.
a1 + a 2 + a 3 + · · · + a n
lim =a
n→∞ n
√ √
(n + 1)3 − (n − 1)3 n3 − 2n + 1 + 3 n4 + 1
5. lim 6. lim √ √
n→∞ (n + 1)2 + (n − 1)2 n→∞ 4 n6 + 6n5 + 2 − 5 n7 + 3n3 + 1
n3 + n 1 1 1
7. lim 4 8. lim + + ···
n→∞ n − 3n2 + 1 n→∞ 1 × 3 3×5 (2n − 1)(2n + 1)
n2 − 2n + 1 x+2 x−4
9. lim 10. lim 2 +
n→1 n3 − n n→1 x − 5x + 4 2
3(x − 3x + 2)
xm − 1 3n 2 (2n + 1)(3n2 + n + 2
11. lim n m, n ∈ Z 12. lim −
x→1 x − 1 n→∞ 2n + 1 4n2
100n3 + 3n2 3 2
5n − n + n − 1
13. lim 14. lim
n→∞ 0, 001n4 − 100n3 + 1 n→−∞ n4 − n3 − 2n + 1
SÉRIES
5.1 INTRODUÇÃO
Seja {an } uma seqüência de números reais, a partir de ela podemos obter os seguintes ele-
mentos:
s1 = a 1 ;
s2 = a 1 + a 2 ;
s3 = a 1 + a 2 + a 3 ;
..
.
sn−1 = a1 + a2 + a3 + · · · + an−2 + an−1 ;
sn = a1 + a2 + a3 + · · · + an−2 + an−1 + an
Isto é, podemos obter outra seqüência {sn }, chamada série onde seus elementos são somas
parciais de elementos da seqüência {an }.
Quando o índice n seja o maior possível (por exemplo n → +∞), teremos a escrever o termo
geral da seqüência {sn } como uma soma de uma quantidade indeterminada de elementos da
forma ai , i ∈ N+ .
n
X
A notação que permite exprimir esta soma é: sn = ak .
k=1
Por se tratar {sn } de uma seqüência de números reais, todo o estudado no Capítulo I
podemos aplicar a nossa série {sn }; por exemplo limitação, monotonia, convergência entre
∞outros.
X
Logo, a série {sn } é limitada, se existe uma constante C ∈ R tal que |sn | ≤ C ou
an ≤
n=1
C, ∀ n ∈ N+ . " #
n
X
A série {sn } é convergente, se lim sn = S ou lim ai = S, para algum S ∈ R fixo e
n→∞ n→∞
i=1
único.
Logo, podemos dizer que existem séries convergentes e séries divergentes. O objetivo deste
capítulo é aprender a distinguir umas das outras.
Antes de continuar com a análise de nossa seqüência {sn }, temos a entender melhor como
X
trabalhar com o símbolo (sigma) que abrevia nossas somas.
93
94 Cálculo Vetorial e Séries
5.2 SOMATÓRIOS
Considere m e n dois números inteiros tais que m ≤ n e f (x) uma função definida para
Xn
cada i ∈ Z , onde m ≤ i ≤ n. A expressão f (i) representa uma soma da seguinte forma:
i=m
n
X
f (m) + f (m + 1) + f (m + 2) + · · · + f (n − 1) + f (n) ; isto é f (i) = f (m) + f (m + 1) +
i=m
f (m + 2) + · · · + f (n − 1) + f (n) .
X
A letra grega “sigma” é o símbolo do somatório, i é o índice ou variável, m é o limite
inferior e n é o limite superior.
Exemplo 5.1.
Observação 5.1.
Xn
Na expressão f (i) existem, (n − m + 1) somandos.
i=m
Propriedade 5.1.
n
X
a) K = (n − m + 1)K.
i=m
n
X n
X n
X
b) [f (i) ± g(i)] = f (i) ± g(i). · · · distributiva
i=m i=m i=m
n
X
c) [f (i) − f (i − 1)] = f (n) − f (m − 1) · · · telescópica
i=m
n
X
d) [f (i − 1) − f (i − 1)] = f (n + 1) + f (n) − f (m) − f (m − 1) · · · telescópica
i=m
Demonstração.
A demonstração desta propriedade, é exercício para o leitor.
Exemplo 5.2.
200
X √ √
Calcular o valor de S = [ i + 1 − i − 10].
i=1
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 95
200 200
X √ √ X √ √
S= [ i + 1 − i] − 10 = [ 201 − 1] − 200(10) = −2001
i=1 i=1
200
X √ √ √
Portanto S = [ i + 1 − i − 10] = 201 − 2001.
i=1
Exemplo 5.3.
n
X
Calcular uma fórmula para S = [(i + 1)2 − (i + 1)2 ].
i=m
Solução.
Exemplo 5.4.
Usando as propriedades do somatório, mostre as seguintes igualdades:
n n
X n(n + 1) X n(n + 1)(2n + 1)
1. S= i= 2. T = i2 =
2 6
i=1 i=1
n n
X n2 (n + 1)2 X n(n + 1)(6n3 + 9n2 + n + 1)
3. U= i3 = 4. V = i4 =
4 30
i=1 i=1
Solução. a)
n n n
X
P P
É conseqüência do Exemplo (5.3), observe que 4i = 4 i = 2n(n + 1) então S = i=
i=1 i=1 i=1
n(n + 1)
2
Solução. b)
Consideremos f (i) = i3 , pela Propriedade (5.1) d) temos que a soma:
n
X
[(i + 1)3 − (i + 1)3 ] = (n + 1)3 + n3 − 13 − 03 = 2n3 + 3n2 + 3n (5.1)
i=1
96 Cálculo Vetorial e Séries
n
P
De (5.1) e (5.2) segue que 6 [i2 ] + 2n = 2n3 + 3n2 + 3n.
i=1
n
X n(n + 1)(2n + 1)
Portanto, i2 =
6
i=1
Solução. c)
Consideremos f (i) = i4 , pela Propriedade (5.1) d) temos que a soma:
n
X
[(i + 1)4 − (i + 1)4 ] = (n + 1)4 + n4 − 14 − 04 = 2n4 + 4n3 + 6n2 + 4n (5.3)
i=1
n
X n
X n
X
4 4 3
Por outro lado, da parte a) deste exemplo, [(i + 1) − (i + 1) ] = 8 i +8 i =
i=1 i=1 i=1
n
X
8 [i3 ] + 4n(n + 1).
i=1
n
X
Igualando a (5.3), temos 8 [i3 ] + 4n(n + 1) = 2n4 + 4n3 + 6n2 + 4n.
i=1
n 2
X n (n + 1)2
Portanto, U = [i3 ] =
4
i=1
Solução. d)
Exercício para o leitor.
Exemplo 5.5.
n
X
Se a > 0, determine uma fórmula para a progressão geométrica ak .
k=1
Solução.
n
X
Seja S = ak = a + a2 + a3 + a4 + · · · + an−2 + an−1 + an , se multiplicamos por −a à soma
k=1
S obtém-se −aS = −a2 − a3 − a4 − · · · − an−2 − an−1 − an − an+1 ; logo S - aS = a − an+1 onde
S(a − 1) = a(an − 1)
n
X a(an − 1)
Portanto, S = ak = .
a−1
k=1
Exemplo 5.6.
n
X 6
Achar uma fórmula para S = .
2k−1
k=1
Solução.
n n n
X 6 X 2 X 1
Temos que S = = 6 = 12 ; pelo Exemplo (5.5) concluímos: S =
2k−1 2 k 2k
k=1 k=1 k=1
1
12(1 − ( )n ].
2
Christian José Quintana Pinedo 97
n
X 6 1
Portanto, S = = 12[1 − )n ].
2k−1 2
k=1
Exemplo 5.7.
n
X k
Determine uma fórmula para .
3k
k=1
Solução.
n
X k k−1 n
Aplicando a propriedade telescópica, [ k − k−1 ] = n − 0.
3 3 3
k=1
n n n n n
X k X k−1 X k X k X 1
Por outro lado, k
− k−1
= k
− 3[ k
− ]=
3 3 3 3 3k
k=1 k=1 k=1 k=1 k=1
n n n 1 1 n n
k 1 k 3 [( 3 ) − 1] k 3 1
X X X X
= −2 + 3 = −2 + 3 · 1 = −2 + [1 − ( )n ]
3k 3k 3k 3 −1
3 k 2 3
k=1 k=1 k=1 k=1
n n
X k 3 1 n n X k 3 3 + 2n
logo −2 k
+ [1 − ( ) ] = n
− 0 onde k
= − .
3 2 3 3 3 4 4(3)n
k=1 k=1
n
X k 3 3 + 2n
Portanto, = −
3k 4 4(3)n
k=1
Exemplo 5.8.
n
X
Determine a soma S = k · (k!).
k=1
Solução.
Exemplo 5.9.
n
X
Achar uma fórmula para sen(kx).
k=1
Solução.
Exemplo 5.10.
n
X
Calcular a soma S = sen2n 2x.
k=1
Solução.
98 Cálculo Vetorial e Séries
n
X n
X n
X
Por outro lado, [sen2k 2x − sen2(k−1) 2x] sen2k 2x − sen−2 2x · sen2(k−1) 2x = [1 −
k=1 k=1 k=1
n n n
X −1 Xsen2 2x X
sen−2 2x] sen2k 2x = [ ] sen 2k
2x = cot 2
2x sen2k 2x .
sen2 2x
k=1 k=1 k=1
Xn
De (5.4) temos cot2 2x sen2k 2x = sen2n 2x − 1.
k=1
Portanto, S = tan2 2x(sen2n 2x − 1).
Exemplo 5.11.
n
X 1
Determine o valor da seguinte soma T =
loga (22k ) log a (2
2k+2 )
k=1
Solução.
1 1 1 1
Temos que: = −
loga (22k ) loga (22k+2 ) loga (22 ) loga (22x ) loga (22x+2)
n
X 1 1 1
Logo T = −
loga (22 ) loga (22k ) loga (22k+2)
k=1
1 1 1
Assim, T = − .
loga (22 ) loga 22 log2 (22n+2 )
Exemplo 5.12.
n
X tanh(19kx)
Calcular a soma T = .
sech(19kx)
k=1
Solução.
n n
X tanh(19kx) X
Observe que, T = = senh(19kx) , análogo ao Exemplo (5.9) temos da
sech(19kx)
k=1 k=1
identidade para funções hiperbólicas cosh(a + b) − cosh(a − b) = − 2senh(a)senh(b).
n
X n
X
Logo [−2senh(19x)senh(19kx)] = [cosh(19(k+1)x)−cosh(19(k−1))] então −2senh(19x)·
k=1 k=1
n
P
senh(19kx) = cosh(19(n + 1)x) + cosh(19nx) − cosh(19x) − 1,
k=1
Portanto,
n
X tanh(19kx) cosh(19(n + 1)x) + cosh(19nx) − cosh(19x) − 1
T = =
sech(19kx) 2senh(19x)
k=1
Exemplo 5.13.
n
X
Determine uma fórmula para bk · sen(x + ky).
k=1
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 99
n
X
Considere S = [bk · sen(x + ky) − bk−1 sen(x + (k − 1)y)] , temos pela Propriedade (5.1) d):
k=1
n
X
S= [bk · sen(x + ky) − bk−1 sen(x + (k − 1)y)] = bn sen(x + ny) − senx (5.5)
k=1
n
X
Por outro lado, S = [bk · sen(x + ky) − bk−1 sen(x + (k − 1)y)] =
k=1
n n
X
k 1X k
b sen(x + ky) − b sen(x + (k − 1)y) =
b
k=1 k=1
n n
X
k 1X k
b sen(x + ky) − b [sen(x + ky) · cos y − seny · cos(x + ky)]
b
k=1 k=1
logo:
n n
1 X 1 X
S = (1 − cos y) bk · sen(x + ky) − seny bk · cos(x + ky) (5.6)
b b
k=1 k=1
n
X
Para determinar U = bk · cos(x + ky), pela Propriedade (5.1).
k=1
n
P
Seja T = [bk · cos(x + ky) − bk−1 cos(x + (k − 1)y)] = bn cos(x + ny) − cos x , isto é
k=1
n
1X k
T =U− b cos(x + (k − 1)y) =
b
k=1
n
1X k
U− b [cos(x + ky) · cos y + seny · sen(x + ky)] =
b
k=1
n
1 1 X
(1 − cos y)U − seny bk sen(x + ky) = bn cos(x + ny) − cos x
b b
k=1
n
X
De onde U = bk · cos(x + ky) =
k=1
n
seny X k b
b · sen(x + ky) + [bn · cos(x + ny) − cos x]
b − cos y b − cos y
k=1
n n
1 X 1 X b
Em (5.6) temos S = (1− cos y) bk sen(x+ky)− seny[ bk sen(x+ky)]+ [bn cos(x+
b b b − cos y
k=1 k=1
ny) − cos x]
ny) − senx.
n
X b(b − cos y)
Portanto: bk · sen(x + ky) = [bn sen(x + ny)−
b2 − cos2 y + sen2 y
k=1
bn seny · cos(x + ny) + seny · cos x
−senx − ].
b − cos y
Christian José Quintana Pinedo 101
Exercícios 2-1
n 20 10 n
X k X 2k + 1 X k 2 − 2k + 3 X ak
1. 2. 3. 4. (−1)k
k+1 3k + 2 2k 2 + k + 1 k3
k=1 k=0 k=1 k=1
∞ 30 ∞ n
X 3 X X 3 X k2
5. ( )k 6. sen(kπ) 7. Ln( ) 8.
2 k k+1
k=1 k=1 k=1 k=1
n n 100
X √ √ X 4 X k
1. [ 2i + 1 − 2i − 1] 2. 3. Ln[ ]
(4k − 3)(4k + 1) k+2
i=1 k=1 k=1
n n n
X 2k
+ k(k + 1) X k X 2k + 3 k
4. 5. 6.
2 (k 2 + k)
k+1 2
(k + 1)(k + 5k + 6) 6k
k=1 k=1 k=1
n √ √ n n
X k+1− k X Ln[(1 + k1 )k (1 + k] X ek + 2
7. [ √ ] 8. 9.
k 2+k (Lnk k )(Ln(k + 1))k+1 3k
k=1 k=1 k=1
n n n
X 1 X ek − [3sena · cos a]k X 2k + 1
10. 11. 12.
2x2 + 6x + 4 3k k 2 (k + 1)2
k=1 k=1 k=1
n n n
X 1 X 16 csc5 kx X
13. 14. 15. cos(3kx)
k2 −1 cot5 kx · sec9 kx
k=1 k=1 k=1
n n n
X 25 6 X X k
16. [ k
− ] 17. sen2k (2x) 18.
10 100k 5k
k=1 k=1 k=1
n
X n
X n
X
19. 5k · sen(5k − x) 20. k · xk+1 21. k · 2k
k=1 k=1 k=1
n n n
X 1 X X √
22. 23. cos2k 24. [ 3 + x]k
24 + 10k − 25k 2
k=1 k=1 k=1
n
X n(n + 1)
3. Determine a validade da igualdade: Ln 2k = Ln2.
2
k=1
n
X (m + k)! (m + n + 1)!
4. Mostre que a fórmula é evidente: = .
k! (m + 1)n!
k=1
n n n n
1 X P P P
5. Se X = [ Xk ] , mostre que [Xk − X]2 = Xk2 − X Xk .
n k=1 k=1 k=1
k=1
n
X n
X
2
6. Determine o valor de n ∈ N , se: (2 + k ) = (k + k 2 ).
k=1 k=1
n
X 1
7. Seja | a | < 1, mostre que : S = ak = quando n → ∞.
1−a
k=1
102 Cálculo Vetorial e Séries
8. Nos seguintes exercícios expresse as dizimas periódicas dadas como series geométricas e em
seguida expresse as somas destas últimas como o quociente de dois inteiros.
1. 0, 6666 2. 0, 2323 3. 0, 07575 4. 0, 21515
9. Quando um determinado empregado recebe seu pagamento ao final de cada mês, ele de-
posita P reais em uma conta especial para a aposentadoria. Esses depósitos são feitos
mensalmente, durante t anos e a conta rende juros anuais de r%. Se os juros são capital-
izados mensalmente, o saldo A na conta ao final de t anos é:
r r r r
A = P + P (1 + ) + · · · + P (1 + )12t−1 = P ( )[(1 + )12t − 1]
12 12 12 12
r
Se os juros são capitalizados continuamente, o saldo A ao final de t anos é: A = P + P e 12 +
2r (12t−1)r P (en − 1)
P e 12 + · · · + P · e 12 = r . Use a fórmula para a n-ésima soma parcial de uma
e 12 − 1
série geométrica para provar que cada uma das somas acima está correta.
10. Uma bola, jogada de uma altura de 6 metros, começa a quicar ao atingir o solo, como
indica a Figura (5.1). A altura máxima atingida pela bola após cada batida no solo é
igual a três quartos da altura da queda correspondente. Calcule a distância vertical total
percorrida pela bola.
6
6y
C
C
4 C u
C C
C C
2 C C C
u
C C
C C
u
CC C u
u CCu
Cu C u -
0 T empo x
?
Figura 5.1:
n
X
11. Mostre que Ln(k + 1) = Ln[(n + 1)!].
k=1
Christian José Quintana Pinedo 103
Exemplo 5.14.
∞
1 1 1 1 X 1
Consideremos a série 1 + + + + + · · · que representaremos por n−1
.
2 4 8 16 2
n=1
1 1 1 1 1 1 − ( 12 )n 1
sn = 1 + + + + + · · · + n−1 = 1 = 2[1 − ( )n ]
2 4 8 16 2 1− 2 2
de modo que:
1
lim sn = lim 2[1 − ( )n ] = 2 (5.7)
n→∞ n→∞ 2
∞
X 1
Ora a soma infinita entenda-se como o limite da soma parcial sn quando n → ∞ e,
2n−1
n=1
∞
X 1
desse modo, segue de (5.7) que = 2.
2n−1
n=1
Exemplo 5.15.
1 1
Suponhamos temos a estudar a série 1 + + +
2 3
1 P∞ 1
+ · · · que representa a série infinita .
4 n=1 n
Zn
f (1) + f (2) + f (3) + · · · + f (n) ≥ f (x)dx
Figura 5.2:
1
esta soma pelo fato de que cada área de retângulo de base uma unidade e altura f (n) é o proprio
f (n), assim:
1 1 1 1
1+ + + + · · · + ≥ Lnn (5.8)
2 3 4 n
104 Cálculo Vetorial e Séries
P∞ 1
Logo é justo afirmar que = +∞
n=1 n
Estes dois exemplos tratados, motivam o conceito de convergência para séries numéricas.
∞
P
A convergência de uma série an está relacionado com a convergência de sua seqüência de
n=1
somas parciais {sn }. O n-ésimo termo sn é denominado n-ésima soma parcial da série.
Definição 5.1.
Dizemos que a série é convergente, quando a seqüência {sn } de suas somas parciais for
convergente. Neste caso, a soma da série é o limite da seqüência {sn }, isto é:
∞
X
an = lim sn = S (5.9)
n→∞
n=1
Exemplo 5.16.
Se an = 0 ∀ n ∈ N+ , a série gerada pela seqüência {an } é convergente, sua soma é zero; isto
∞
P
é an = 0.
n=1
Exemplo 5.17.
Se bn = 1∀n ∈ N+ , a série gerada pela seqüência {bn } é divergente, sua soma é indeterminada;
P∞
na verdade bn = +∞
n=1
Exemplo 5.18.
Se an = (−1)n+1 ∀ n ∈ N+ , então a série gerada pela seqüência {an } é divergente, a soma
∞
P P∞
de todos seus termos é indefinida; isto é (−1)n+1 = 1 ou (−1)n+1 = −1.
n=1 n=1
Pela unicidade do limite lim sn = S, concluímos que essa soma não existe.
n→∞
Exemplo 5.19.
Determine se a série geométrica converge.
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 105
∞
P ∞
P
Pela propriedade de somatório podemos escrever S = αrn−1 = α rn−1 . Pelo resultado
n=1 n=1
do Exemplo (5.5) segue-se que:
n
X 1 − rn
sn = α ri−1 = α (5.10)
1−r
i=1
Quando |r| < 1, mostramos no Exemplo (4.19) que lim rn = 0, tomando o limite em (5.10)
n→∞
1 − rn α
quando n → ∞ tem-se: lim sn = α lim = = S.
n→∞ n→∞ 1 − r 1−r
P∞ α
Isto é: S = arn−1 = lim sn = converge quando |r| < 1.
n=1 n→∞ 1−r
É imediato que para o caso |r| > 1 a série diverge.
Exemplo 5.20.
P∞ 4 4 4 4 1
A série n
= + 2 + 3 + · · · é uma série geométrica com r = < 1, então a série
n=1 3 3 3 3 3
converge e sua soma é 2.
P∞ 1
Sabe-se que esta série representa o termo n-ésimo de uma seqüência {s n }, onde sn = .
n=1 n
Consideremos duas subseqüência de sn :
1 1 1 1
sn = 1 + + + + ··· + + ···
2 3 4 n
1 1 1 1 1 1
s2n = 1 + + + + ··· + + ··· + +
2 3 4 n 2n − 1 2n
Suponha que sn → L quando n → ∞, então pela Propriedade (4.15) tem-se que sn → L
quando n → ∞ e s2n → L quando n → ∞, e pela Propriedade (4.16) (sn − s2n ) → 0 quando
n → ∞.
1 1 1 1 1 1 1 1
Porém, sn − s2n = + + + +··· + + ··· + + ≥ + +
n+1 n+2 n+3 n 2n − 1 2n 2n 2n
1 1 1 1
+ ··· + = de onde lim (sn − s2n ) ≥ 6= 0, caso o limite existisse.
2n 2n 2 n→∞ 2
∞
P 1
Portanto, a série harmônica . é divergente.
n=1 n
106 Cálculo Vetorial e Séries
5.3.3 Série p.
∞ 1
P
Uma “série p” é da forma p
, onde p ∈ R é uma constante fixa.
n=1 n
Na próxima seção mostraremos que a série:
∞
X 1 1 1 1
= 1 + p + p + ··· + p + ··· (5.11)
np 2 3 n
n=1
Observação 5.2.
∞
X
A série (bn − bn+1 ) é denominada série de encaixe devido á natureza de seus termos:
n=1
Se a seqüência {bn } convergir para um número L, segue que {sn } converge para b1 − L.
Exemplo 5.22.
∞
X 1
Mostre que a série converge.
n2 + n
n=1
Demonstração.
∞ ∞
X 1 X 1 1 1
Observe que 2
= − =1− , logo;
n +n n n+1 n+1
n=1 n=1
n
X 1 1
lim = lim 1 − =1−0=1
n→∞ n2 + n n→∞ n+1
i=1
∞
X 1
Portanto, a série converge.
n2 +n
n=1
Exemplo 5.23.
∞
P n
Determine se a série Ln converge.
n=1 n+1
Solução.
∞
n X
X ∞
Observe que, podemos escrever = Ln [Lnn − Ln(n + 1)].
n+1
n=1 n=1
∞ n X∞ n
P
Logo, Ln = Ln1 − Ln(n + 1) ⇒ lim Ln = lim [Ln1 − Ln(n +
n=1 n+1 n→∞ n+1 n→∞
n=1
1)] = 1 − ∞ = −∞
P∞ n
Portanto, a série Ln diverge.
n=1 n+1
Christian José Quintana Pinedo 107
ii) lim an = 0.
n→∞
Demonstração. i)
∞
P
Se an converge, então existe em R o limite L = lim sn logo, sendo {sn } uma seqüência
n=1 n→∞
convergente, ela é limitada.
Demonstração. ii)
∞
P
Denotando por {sn } a seqüência de somas parciais da série, an temos que an = sn − sn−1
n=1
e admitindo que a série é convergente, resulta que a seqüência de somas parciais {s n } converge
para um certo número L, o mesmo ocorrendo com a subseqüência {sn−1 }, então:
Observação 5.3.
P∞ 1 P∞ n
Nos Exemplos (5.21) e (5.23) observamos que as séries e Ln divergem,
n=1 n n=1 n+1
1 n
embora lim = 0 e lim Ln = 0.
n→∞ n n→∞ n+1
Com isso justificamos que a condição lim an = 0 não é suficiente para garantir a convergên-
n→∞
cia.
Propriedade 5.3.
∞
P
Se lim an 6= 0, então a série an diverge.
n→∞ n=1
Exemplo 5.24.
P∞ n ∞ √
P
A séries e n ambas são divergentes.
n=1 n + 1 n=1
∞
- {an } diverge - -
P
an diverge Fim
n=1
∞
- - -
P
L 6= 0 an diverge Fim
n=1
∞
-
P
an
n=1
- lim an = L -
n→∞
- -
L=0 ?
∞
P
A condição lim an = 0 não dá informação sobre a convergência da série an sendo
n→∞ n=1
necessária uma análise adicional para determinar se a série converge ou diverge.
Exemplo 5.25.
A seguinte tabela ilustra algumas situações:
∞
P
an lim an situação
n=1 n→∞
P∞ en
2
∞ divergente
n=1 n
∞
P n 1
divergente
n=1 3n + 5 3
P∞ Lnn
2
0 indefinida
n=1 n
Observação 5.4.
∞
X
Suponha temos uma série an convergente; isto é lim sn = S existe. Então é correto
n→∞
n=1
afirmar que:
lim (sn − S) existe se, e somente se lim sn = S existe.
n→∞ n→∞
Deduzimos assim, que podemos omitir um número finito de termos (entre os primeiros) de
uma série infinita sem afetar sua convergência.
Como no caso das seqüências numéricas, o acréscimo ou a omissão de um número finito de
termos não altera a convergência de uma série, podendo alterar o valor de sua soma.
Christian José Quintana Pinedo 109
Propriedade 5.4.
∞
X ∞
X
Se as séries an e bn diferem apenas em seus primeiros termos em uma quantidade
n=1 n=1
finita, então ambas são convergentes ou ambas são divergentes.
Demonstração.
Por hipótese, existe um índice n0 a partir do qual an = bn e, se {sn } e {tn } são as seqüências
X∞ X∞
de somas parciais de an e bn respectivamente, então para n > n0 temos:
n=1 n=1
sn = a 1 + a 2 + a 3 + · · · + a n (5.13)
tn = b 1 + b 2 + b 3 + · · · + b n (5.14)
Exemplo 5.26.
∞ ∞ ∞ ∞
X 1 X 1 X 1 X 1
As séries e ambas são divergentes, entanto as séries 2
e
n n−8 n (n − 8)2
n=9 n=9 n=9 n=9
ambas são convergentes.
Procure justificar estas afirmações, identificando a quantidade de termos que elas diferem.
Ainda mais, uma conseqüência da Propriedade (5.4), temos que para cada número k ∈ N + ,
∞
X ∞
X
as séries an e an são ambas convergentes ou ambas divergentes.
n=1 n=k
Propriedade 5.5.
∞
X ∞
X
Sejam an e bn duas séries numéricas e α ∈ R.
n=1 n=1
∞
X ∞
X ∞
X ∞
X
(a) Se as séries an e bn são convergentes, então (an + bn ) e α · an também
n=1 n=1 n=1 n=1
convergem, e valem as relações:
∞
X ∞
X ∞
X
(an + bn ) = an + bn (5.16)
n=1 n=1 n=1
∞
X X∞
α · an = α · an (5.17)
n=1 n=1
∞
X ∞
X ∞
X
(b) Se an e convergente e bn é divergente, a série (an + bn ) diverge.
n=1 n=1 n=1
110 Cálculo Vetorial e Séries
∞
X ∞
X
(c) Se an é divergente e α 6= 0, então a série α · an é também divergente.
n=1 n=1
Demonstração.
Na demonstração utilizaremos a Propriedade (4.16).
∞
X ∞
X ∞
X
Denotando por {sn }, {tn }, {un } e {vn } as seqüencias de somas parciais das séries: an , bn , (an +
n=1 n=1 n=1
∞
X
bn ) e α · an respectivamente, temos un = sn + tn e vn = α · sn , e se as seqüencias {sn } e
n=1
{tn } forem convergentes, então as seqüencias {un } e {vn } também serão convergentes e, além
disso
lim un = lim sn + lim tn e lim vn = α · lim sn
n→∞ n→∞ n→∞ n→∞ n→∞
Demonstração. (b)
Pelo absurdo.
∞
X
Suponhamos que a série (an + bn ) seja convergente, então a seqüência {un } é convergente
n=1
e, por conseguinte, a seqüência {tn } também é convergente, pois tn = un − sn .
X∞
Logo a série bn é convergente. Isto é contradição com a hipótese.
n=1
∞
X
Portanto, a série (an + bn ) diverge.
n=1
Demonstração. (c)
Pelo absurdo.
∞
X
Suponhamos que a série α · an seja convergente, então a seqüência {vn } é convergente
n=1
1
e, por conseguinte, a seqüência {sn } também é convergente, pois sn = · vn .
α
∞
X
Logo a série sn é convergente. Isto é contradição com a hipótese.
n=1
∞
X
Portanto, a série α · an diverge.
n=1
Observação 5.5.
∞
X ∞
X
Quando as séries an e bn são ambas divergentes, a Propriedade (5.5) não dá infor-
n=1 n=1
∞
X
mação sobre a convergência da série (an + bn ).
n=1
Exemplo 5.27.
∞ ∞ ∞
X 1 X −1 X 1 −1
As séries e são ambas divergentes, entanto que a serie ( + )
n n n n
n=1 n=1 n=1
converge.
Christian José Quintana Pinedo 111
Exemplo 5.28.
∞ ∞
X 1 3 X 1
Observe, a série + é convergente, enquanto as séries e
n2 + n 4n−1 n2 + n
n=1 n=1
∞
X 3
são convergentes.
4n−1
n=1
Exemplo 5.29.
∞
X n+1
A série é convergente.
n4
n=1
n+1 1 1
Observe que 4
= 3 + 4 ∀ n ∈ N+ ; sabemos que a série p converge se p > 1, logo as
n n n
∞ ∞
X 1 X 1
séries 3
e são convergentes.
n n4
n=1 n=1
∞
X n+1
Portanto, é convergente.
n4
n=1
Demonstração.
X∞
Como an é convergente, seja S sua soma, isto é lim sn = S; pela definição de seqüência
n→∞
n=1
convergente segue que:
ε
Em particular podemos considerar: |sn − S| < , portanto, se m, n > n0 :
2
ε ε
|sm − sn | = |sm − S + S − sn | ≤ |sn − S| + |sm − S| < + =ε
2 2
Assim, ∀ ε > 0, ∃ n0 > 0 tal que |sm − sn | < ε sempre que m, n > n0 .
Exemplo 5.30.
Determine quais das séries convergem ou divergem:
∞
X (n − 1)!
1. .
n · n!
n=1
112 Cálculo Vetorial e Séries
∞ √
X n(n − 1)!
2. .
n!
n=1
Solução. 1.
Observe que
∞ ∞ ∞
X (n − 1)! X (n − 1)! X 1
= = onde p = 2 > 1
n · n! n · n(n − 1)! n2
n=1 n=1 n=1
∞
X (n − 1)!
Logo a série é convergente.
n · n!
n=1
Solução. 2.
Tem-se que
∞ √ ∞ √ ∞
X n(n − 1)! X n(n − 1)! X 1 1
= = √ onde p = <1
n! n · (n − 1)!! n 2
n=1 n=1 n=1
∞ √
X n(n − 1)!
Logo a série é divergente.
n!
n=1
Propriedade 5.7.
Suponhamos temos uma série de termo geral an de modo que an+1 ≤ an para todo n ∈ N+ ;
logo:
∞
X ∞
X
A série an converge se, e somente se, a série 2n · a2n também converge.
n=1 n=1
Exemplo 5.31.
Determine quais das séries convergem ou divergem:
∞ ∞
X 1 X 1
1. 2.
n nLnn
n=1 n=1
∞
X 1
3. .
n2
n=1
Solução. 1.
1 1
Temos que an = , logo a2n = n .
n 2
∞ ∞
X
n 1 X
Assim, 2 · n = 1 = +∞ diverge.
2
n=1 n=1
Christian José Quintana Pinedo 113
∞
X 1
Pela Propriedade (5.7) a série diverge.
n
n=1
Solução. 2.
1 1
Tem-se que an = , logo a 2n = .
nLnn 2n Ln2n
∞ ∞ ∞ ∞
X X 1 X 1 1 X1
Então, 2 n · a 2n = 2n · = = = +∞ isto último pela parte
2n Ln2n nLn2 Ln2 n
n=1 n=1 n=1 n=1
1.
∞
X 1
Portanto, a série diverge.
nLnn
n=1
Solução. 3.
1 1
Tem-se que an = , então a 2n = .
n2 (2n )2
1 n
∞
X ∞
X 1
∞
X 2n
∞
X 1 1 1−
Logo, 2 n · a 2n = 2n · = = = lim · 2
= 1.
(2n )2 22n 2 n n→∞ 2 1
n=1 n=1 n=1 n=1 1−
2
∞ ∞
X 1 X 1
Como a série converge, então a série também converge.
2n n2
n=1 n=1
114 Cálculo Vetorial e Séries
Exercícios 2-2
∞
X
1. O que significa uma série an ser divergente?
n=1
2. Expresse cada decimal periódica como uma série e ache a expressão ord inária que ela
representa.
1. 0, 232323 · · · 2. 5, 146146146 · · · 3. 3, 2394394 · · ·
∞
X
6. Encontre os valores de x que tornam a série x2n convergente; e calcule o valor da soma.
n=1
Christian José Quintana Pinedo 115
∞
X (x − 3)n
7. Idem ao Exercício 6 para a série .
2n+1
n=1
∞
X
9. A série an converge se, e somente se, para todo ε > 0, existe um n0 > 0 tal que n > n0
n=1
implica:
|an+1 + an+2 + an+3 + · · · + an+p | < ε para cada p ∈ N+
10.
11.
12.
116 Cálculo Vetorial e Séries
Propriedade 5.8.
∞
X
Seja {an } uma seqüência com an ≥ 0 para todo n ∈ N+ . Então a série an é convergente
n=1
se, e somente se, a seqüência de somas parciais {sn } é limitada.
Demonstração.
∞
X
Temos pela Propriedade (5.5) que se a série an converge, então sua seqüência de somas
n=1
parciais é limitada.
Inversamente.
Suponhamos que a seqüência de somas parciais {sn } é limitada, como an ≥ 0 para todo
n ∈ N+ então:
sn = a1 + a2 + a3 + · · · + an ≤ a1 + a2 + a3 + · · · + an + an+1 = sn+1
Logo, a seqüência de somas parciais {sn } é crescente; ainda mais sendo limitada segue pela
∞
X
Propriedade (4.18) que {sn } é convergente, assim an é convergente .
n=1
Exemplo 5.32.
∞
X 1
A série é convergente.
n(n + 1)
n=1
1 1 1
Observe que = − para todo n ∈ N+ .
n(n + 1) n n+1
1 1 1 1 1
Como sn = + + + ··· + , tem-se que sn = 1 − ≤ 1 para todo
1·2 2·3 3·4 n(n + 1) n+1
n ∈ N+ .
∞
X 1
Sendo os termos positivos, e a seqüência de somas parciais {sn } limitada, então série
n(n + 1)
n=1
é convergente.
Definição 5.2.
∞
X ∞
X
Dizemos que a série an é dominada pela série bn quando an ≤ bn , ∀ n ∈ N+ .
n=1 n=1
∞
X ∞
X
Nesse caso an é a série dominada e bn é a série dominante.
n=1 n=1
Observação 5.6.
Para séries de termos positivos, os seguintes fatos são imediatos:
∞
X ∞
X
2. Se a série an é dominada pela série bn , as respectivas séries de somas parciais {sn }
n=1 n=1
e {tn } satisfazem a relação sn ≤ tn , ∀ n ∈ N+ .
Estes fatos junto com a Propriedade (4.21) estabelecem o seguinte critério de convergência
conhecido como critério de comparação.
∞
X ∞
X
i) Se a série bn converge e an ≤ bn , ∀ n ∈ N+ , então a série an também converge.
n=1 n=1
∞
X ∞
X
ii) Se a série an diverge e an ≤ bn , ∀ n ∈ N+ , então a série an também diverge.
n=1 n=1
Demonstração. i)
∞
X ∞
X
Sejam {sn } e {tn } as seqüências de somas parciais das séries an e bn respectivamente.
n=1 n=1
Como {tn } é uma seqüência convergente, ela é limitada e; sendo 0 ≤ sn ≤ tn , ∀ n ∈ N+ então
{sn }, além do monótona também é limitada e, portanto convergente.
∞
X
Logo a série an correspondente é convergente.
n=1
Observação 5.7.
Embora os resultados que envolvem uma série dominada por outra sejam, em geral, enuncia-
dos e demonstrados, admitindo-se que esse domínio ocorra para todos os termos das séries, eles
continuam sendo válidos quando uma das séries é dominada pela outra a partir de uma certa
ordem.
Exemplo 5.33.
∞
X 1+n
Determine a convergência ou divergência da série
1 + n2
n=1
Solução.
1+n 1
Como n ≥ 1, então 1 + n2 ≤ n + n2 ≤ n(n + 1), logo ≥ , ∀ n ∈ N+
1 + n2 n
∞ ∞
X 1 X 1+n
Sendo a série é divergente, segue pelo critério de comparação que a série
n 1 + n2
n=1 n=1
também diverge.
Exemplo 5.34.
118 Cálculo Vetorial e Séries
∞
Lnn 1 X 1
(a) Da relação Lnn ≥ 1, ∀ n ≥ 3, segue que ≥ , n ≥ 3 e, como a série harmônica
n n n
n=1
∞
X Lnn
diverge, segue pelo critério de comparação que a série também diverge.
n
n=1
∞ ∞
X 1 X 1
(b) As séries e são convergentes, pois elas são dominadas respectivamente, pelas
n! 2n2
n=1 n=1
∞ ∞
X 1 X 1
séries e .
2n−1 n2 +n
n=1 n=1
Exemplo 5.35.
Se a série dominada for convergente, então a série dominante pode convergir ou divergir.
∞ ∞
X 1 X 1
A série convergente 2
é dominada pela série divergente .
n n
n=1 n=1
Exemplo 5.36.
∞
X 1
Mostre que a série é divergente se p ∈ R, p ≤ 1.
np
n=1
Demonstração.
1 1
Com efeito, se p ≤ 1 ⇒ np ≤ n, ∀ n ∈ N+ , logo ≤ p ∀ n ∈ N+ . Como a série
n n
∞ ∞
X 1 X 1
harmônica é divergente, então a série p ∈ R, p ≤ 1 também é divergente.
n np
n=1 n=1
(a) f (x) ≥ 0, ∀ x ≥ 1.
Demonstração.
Seja sn = f (1)+f (2)+f (3)+· · ·+f (n) para n ∈ N+ , e consideremos a função F : [1, +∞) −→
R definida por:
Zt
F (t) = f (x)dx para t ∈ [1, +∞)
1
como f (x) é contínua, pelo Teorema do Valor Médio para Integrais existe α ∈ R tal que
Zk+1
f (x)dx = [(k + 1) − k]f (α) = f (α) sendo que α ∈ (k, k + 1); isto é k < α < k + 1.
k
Christian José Quintana Pinedo 119
k+1
Z
0 ≤ f (k + 1) ≤ f (x)dx ≤ f (k)
k
Z2 Z3 Z4 n+1
Z
F (n + 1) = f (x)dx + f (x)dx + f (x)dx + · · · + f (x)dx
1 2 3 n
De onde:
F (n + 1) ≤ sn ≤ f (1) + F (n) para n ∈ N+ (5.18)
Z∞
Suponhamos que a integral f (x)dx seja convergente. Como F (x) é decrescente, temos em
1
(5.18) que:
Z∞
sn ≤ f (1) + F (n) ≤ f (1) + lim F (n) ≤ f (1) + f (x)dx
n→∞
1
para todo n ∈ N+ . Assim a seqüência de somas parciais {sn } é limitada e, sendo monótona, pela
∞
X
Propriedade (5.8) segue que a série f (n) é convergente.
n=1
Inversamente.
∞
X
Suponhamos que a série f (n) seja convergente então existe N ∈ R tal que sn ≤ N para
n=1
todo n ∈ N+ .
De (5.18) temos que F (n + 1) ≤ N para todo n ∈ N+ .
Como F (t) é decrescente, isto implica que F (t) ≤ N para todo t ∈ [1, +∞). Sendo f (x)
Z∞
positivo, deduzimos de (5.18) que a integral imprópria f (x)dx converge.
1
Além de dar informação relativa à convergência de uma série, o critério da integral pode ser
usado para calcular a soma da série.
Exemplo 5.37.
1
A função f (x) = atende as condições da propriedade no intervalo [1, ∞). De fato, nesse
x3
−3
intervalo a função f (x) é claramente contínua e não negativa e como sua derivada f 0 (x) = 4
x
é negativa para todo x ≥ 1, então f (x) é decrescente.
120 Cálculo Vetorial e Séries
Z∞ ∞
X 1
A integral imprópria f (x)dx = 1 é convergente, por conseguinte a série converge.
n3
1 n=1
Observação 5.8.
Quando utilizamos o critério da integral, o valor da integral imprópria não é necessariamente
igual ao valor da soma da série, no caso de esta convergir.
Propriedade 5.11.
Consideremos a função f : [1, +∞) −→ R contínua e suponhamos que f (x) seja não negativa
Z∞ X∞
e monótona decrescente. Se a integral imprópria f (x)dx converge, então a série f (n)
1 n=1
Z∞ ∞
X Z∞
converge, e: f (x)dx ≤ f (n) ≤ f (1) + f (x)dx.
1 n=1 1
Exemplo 5.38.
∞
X 1
Mostre que a série , p ∈ R converge se p > 1 e diverge se p ≤ 1.
np
n=1
Demonstração.
1
Tem-se f (x) = , e observe que, quando p 6= 1:
xp
+∞
Z m
1 1 = 1
1
f (x)dx = · lim − 1 (5.19)
1−p xp−1 1 1 − p m→+∞ mp−1
1
Z∞ ∞
1 X 1
Na igualdade (5.19) quando p > 1 tem-se que f (x)dx = , logo a série converge
p−1 xp
1 n=1
quando p > 1, p ∈ R.
Z∞ ∞
X 1
Para o caso p < 1, na igualdade (5.19) tem-se que f (x)dx = −∞, logo a série
xp
1 n=1
diverge quando p < 1, p ∈ R.
Z∞ +∞
Se p = 1
⇒ f (x)dx = Lnx = lim Lnm = +∞.
1 m→+∞
1
Exemplo 5.39.
∞
X
A série e−n é convergente.
n=1
Z∞ +∞ 1
e−x dx = − e−x
Com efeito, =
1 e
1
Christian José Quintana Pinedo 121
∞
X ∞
X
i) Se L > 0, então as séries an e bn são ambas convergentes ou ambas divergentes.
n=1 n=1
∞
X ∞
X
ii) Se L = 0 e bn converge, então an também converge.
n=1 n=1
∞
X ∞
X
iii) Se L = ∞ e bn diverge, então an também diverge.
n=1 n=1
Demonstração.
A demonstração é conseqüência imediata da Propriedade (5.9) observe que em i) e ii) a série
∞
X ∞
X
bn a partir de um certo momento, passa a dominar a série an , enquanto em iii) a série
n=1 n=1
∞
X ∞
X
bn passa a ser dominada pela série an .
n=1 n=1
1
Por exemplo, em i), fixando ε = na definição de limite de seqüência encontramos um índice
3
1 4
n0 tal que bn ≤ an ≤ bn , ∀ n ≥ n0 .
3 3
Exemplo 5.40.
∞
X 1
Determine se a série converge ou diverge.
nn
n=1
Solução.
∞
1 1 X 1
Seja an = e consideremos b n = ; sabe-se que a série geométrica é convergente
nn 2n 2n
n=1
1
(r = < 1).
2
1 n
an n n 2n 2
Então, lim = lim = lim n = lim = 0.
n→∞ bn n→∞ 1 n→∞ n n→∞ n
2n
∞
X 1
Pela parte ii) da Propriedade (5.12) segue que a serie é convergente.
nn
n=1
Exemplo 5.41.
∞ √ √
X 7 n 7 n
Estamos a estudar a convergência da série , logo an = .
6n − 3 6n − 3
n=1
√
7 n √ √
1 7 n n 7
Observe que quando bn = √ , resulta lim 6n−3 = lim · = > 1.
n n→∞ √1 n→∞ 6n − 3 1 6
n
122 Cálculo Vetorial e Séries
∞ ∞ √
X 1 X 7 n
Como a série √ diverge, então também diverge.
n 6n − 3
n=1 n=1
Observação 5.9.
Observemos que a propriedade associativa não é válida para qualquer soma infinita.
∞
X
Por exemplo, a série (−1)n torna-se convergente quando seus termos são agrupados de
n=1
modo conveniente. De fato:
Este fenômeno não ocorre para série de termos positivos convergentes como mostra a seguinte
propriedade.
Demonstração.
X∞ ∞
X
Seja an uma série convergente para S, e seja bn a série obtida por reagrupamento.
n=1 n=1
∞
X ∞
X
Se {sn } e {tn } denotam, respectiva,mente, as somas parciais de an e bn , então a
n=1 n=1
seqüência {sn } converge para S e para cada n temos tn ≤ S.
Ora, a seqüência {tn } é monótona e limitada por S, logo convergente. Se T é seu limite,
∞
X X∞
então T ≤ S e, invertendo o raciocínio podemos analisar a série an como obtida de bn
n=1 n=1
por reagrupamento, e uma repetição do argumento acima descrito implica que S ≤ T .
Por tanto S = T .
Propriedade 5.14.
∞
X an+1
Seja an uma série de termos positivos, se k = lim n 1 − então:
n→∞ an
n=1
∞
X
1. k > 1, a série an converge.
n=1
∞
X
1. k < 1, a série an diverge
n=1
1. k = 1 nada a concluir.
Exemplo 5.42.
Determine quais das seguintes séries são convergentes, ou quais são divergentes:
∞ ∞
X 1 X n2 − 1
1. 2
2.
n +1 2n2 + 1
n=1 n=1
∞
X a
3.
4n2 −1
n=1
Solução. 1.
1 1
Tem-se que an = e an+1 = .
n2 + 1 (n + 1)2 + 1
an+1 n2 + 1
Logo k = lim n 1 − = lim n 1 − =
n→∞ an n→∞ (n + 1)2 + 1
2n2 + n
= lim = 2 > 1.
n→∞ n2 + 2n + 2
∞
X 1
De acordo com a Propriedade (5.14) a série é convergente.
n2 +1
n=1
Solução. 2.
Observe que para todo n ∈ N+ tem-se:
n2 − 1 (n + 1)2 − 1 n2 + 2n
an = e an+1 = =
2n2 + 1 2(n + 1)2 + 1 2n2 + 4n + 3
an+1
De onde: k = lim n 1 − =
n→∞ an
n2 + 2n 2n2 + 1 −6n2 − 3n
= lim n 1 − 2 · 2 = lim = 0 < 1.
n→∞ 2n + 4n + 3 n − 1 n→∞ (n2 − 1)(2n2 + 4n + 3)
∞
X n2 − 1
De acordo com a Propriedade (5.14) a série é divergente.
2n2 + 1
n=1
Solução. 3.
∞
X a a a
Na série tem-se que: an = 2 e an+1 = .
4n2 −1 4n − 1 4(n + 1)2 − 1
n=1
Pelo critério da Propriedade (5.14) tem-se:
an+1 a 4n2 − 1
k = lim n 1 − = lim n 1 − · =
n→∞ an n→∞ 4(n + 1)2 − 1 a
8n + 4 8n2 + 4n
k = lim n = lim 1 − 2 =2>1
n→∞ 4n2 + 3n + 3 n→∞ 4n + 3n + 3
∞
X a
De acordo com a Propriedade (5.14) a série é convergente.
4n2 −1
n=1
Exemplo 5.43.
124 Cálculo Vetorial e Séries
∞ 2n + 1
X 1
A seguinte série cos · sen é convergente., calcular sua soma.
n2 + n n2 + n
n=1
sol
Exercícios 2-3
∞
X ∞
X 1
2
2. Usando o critério de comparação no limite, determine se as séries e−n e sen4
n
n=1 n=1
∞ ∞
X 1 X 1
são convergentes. Sugestão compará-las com as séries e
n2 n4
n=1 n=1
∞ ∞
X 7 X
[2 + (−1)2n+3 ]
(4n − 3)(4n + 1)
i=1 i=1
126 Cálculo Vetorial e Séries
∞
X
5. A função zeta de Riemann para números reais é dada por : ξ(x) = n−x . Determine
i=1
o domínio dessa função.
6.
7.
Christian José Quintana Pinedo 127
Exemplo 5.44.
Toda série convergente, cujos termos não mudam de sinal é absolutamente convergente. Em
X∞
particular quando −1 < r < 1, a série geométrica rn é absolutamente convergente, pois
n=1
|rn | = |r|n , com 0 ≤ |r| < 1.
“se tomarmos uma série convergente cujos termos são todos positivos e, de um
modo completamente arbitrário, trocamos as sinais de alguns dos seus termos, obter-
emos ainda uma série convergente”.
Propriedade 5.15.
Toda série absolutamente convergente, é convergente.
Demonstração.
X∞
Seja an uma série absolutamente convergente, para cada n ∈ N+ , seja bn = |an | − an .
n=1
∞
X
Por hipótese, a série |an | é convergente, além disso como:
n=1
Exemplo 5.45.
∞
X (−1)n
A série é absolutamente convergente. Observe que:
n2
n=1
(−1)n 1
n2 = n2 ,
∀ n ∈ N+
∞ ∞
X 1 X (−1)n
Como é convergente, segue-se que a série é absolutamente convergente.
n2 n2
n=1 n=1
128 Cálculo Vetorial e Séries
Exemplo 5.46.
∞
X (−1)n
A série não é absolutamente convergente. Observe que:
n
n=1
(−1)n 1
n = n,
∀ n ∈ N+
∞ ∞
X 1 X (−1)n
Como é divergente, segue-se que a série não é absolutamente convergente.
n n
n=1 n=1
∞
X (−1)n
Mais ainda, mostraremos na Seção 5.6 que a série é convergente.
n
n=1
|an | + an |an | − an
pn = , qn = n ∈ N+ (5.20)
2
∞
X ∞
X ∞
X
i) Se an é condicionalmente convergente então, pn e qn são ambas divergentes.
n=1 n=1 n=1
∞
X ∞
X ∞
X ∞
X
ii) Se |an | é convergente então, pn e qn são ambas convergentes, e temos: an =
n=1 n=1 n=1 n=1
∞
X ∞
X
pn − qn .
n=1 n=1
Demonstração. i)
Consideremos an = pn − qn , |an | = pn + qn .
X∞ ∞
X
Suponhamos que se an seja convergente e |an | seja divergente.
n=1 n=1
∞
X ∞
X
Caso qn seja convergente então pn também é convergente, pois pn = an + qn . De
n=1 n=1
∞
X ∞
X
modo análogo, se pn é convergente então qn também é convergente.
n=1 n=1
Christian José Quintana Pinedo 129
Por conseguinte, se uma ou outra das séries convergem, ambas devem convergir, e deduzimos
∞
X
que a série |an | converge pelo fato |an | = pn + qn .
n=1
Esta contradição mostra i).
Demonstração. ii)
Para demonstrar ii) utilizamos as igualdades em (5.20) junto com a Propriedade (5.5)
A Propriedade (5.13) pode ser considerada de forma mais geral para as séries absolutamente
convergentes.
Propriedade 5.17.
∞
X ∞
X ∞
X
Se a série an é absolutamente convergente com soma S, e bn é obtida de an por
n=1 n=1 n=1
∞
X
um reagrupamento, então bn é absolutamente convergente e tem soma S.
n=1
Demonstração.
É claro que:
∞
X ∞
X
0≤ |bn | ≤ |an |, ∀ n ∈ N+
n=1 n=1
∞
X
de onde segue que as somas parciais da série |bn | formam uma seqüência monótona crescente
n=1
e limitada, sendo portanto convergente.
∞
X
Assim, a série bn converge absolutamente, e resta mostrar que ela tem soma S.
n=1
∞
X ∞
X
Denotemos, por {sn } e {tn } as somas parciais das séries an e bn , respectivamente
n=1 n=1
∞
X
e consideremos ε > 0 dado. A convergência absoluta da série an garante a existência de um
n=1
índice n tal que
ε ε
|sn − S| < e |an+1 | + |an+2 | + |an+3 | · · · + |an+p | < , ∀ p ∈ N+
2 2
t m = a 1 + a 2 + a 3 + · · · + a n + a k1 + a k2 + · · · + a kr
ε
|tm − sn | ≤ |ak1 | + |ak2 | + |ak3 | · · · + |akr | ≤ |an+1 | + |an+2 | + |an+3 | · · · + |an+p0 | <
2
130 Cálculo Vetorial e Séries
ε ε
|tm − S| ≤ |tm − sn | + |sn − S| < + =
2 2
Propriedade 5.18.
∞
X X ∞
Sejam an é bn séries absolutamente convergentes, então:
n=1 n=1
∞
X
i) A série an bn é absolutamente convergente.
n=1
∞ ∞
X ∞
X
P
ii) O produto de Cauchy cn das séries an é bn é absolutamente convergente, e:
n=1 n=1 n=1
∞
X ∞
X ∞
X
cn = an an
n=1 n=1 n=1
Demonstração. i)
∞
X ∞
X
Se a série |bn | é convergente, pela Propriedade (5.12) segue-se que |an | é convergente,
n=1 n=1
∞
X
de onde pela Propriedade (5.15) segue que an é absolutamente convergente.
n=1
Exemplo 5.48.
∞
X sen n
A série é absolutamente convergente.
2n
n=1
sen n ∞
1 +
X 1
É imediato que n ≤ n para todo n ∈ N . Como a série é absolutamente
2 2 2n
n=1
∞
X sen n
convergente, pela Propriedade (5.19), a série é absolutamente convergente.
2n
n=1
Exemplo 5.49.
∞
X n−2
A série (−1)n 3 é absolutamente convergente.
n +1
n=1
n n − 2 ≤ n + 2 para todo n ∈ N+ .
Com efeito, (−1) 3
n + 1 n3 + 1
Por outro lado, como n + 2 ≤ 3n e n3 < n3 + 1 então temos que:
(−1)n n − 2 ≤ n + 2 ≤ 3n = 3
n + 1 n3 + 1
3 n3 n2
∞ ∞
X
n3 X n−2
Como a série (−1) 2 é convergente, obtemos que a série (−1)n 3 é absoluta-
n n +1
n=1 n=1
mente convergente.
Observação 5.10.
∞
X
Se a série an é absolutamente convergente, então ela é convergente e:
n=1
∞ ∞
X X
an ≤ |an |
n=1 n=1
Propriedade 5.20.
∞
X
Seja bn una série absolutamente convergente, com bn 6= 0 para todo n ∈ N+ . Se a seqüên-
n=1
na o ∞
X
n
cia for limitada (em particular se for convergente), então a série an será absolutamente
bn
n=1
convergente
Demonstração. na o a
n n
Pelo fato a seqüência ser limitada, ent çao existe C ∈ R tal que a seqüência ≤
bn bn
C ⇒ |an | ≤ C|bn | para todo n ∈ N+ .
∞
X
Pela Propriedade (5.19) segue que a série an é absolutamente convergente.
n=1
∞
X
ii) Se r > 1, a série an diverge.
n=1
Demonstração. i)
an+1
Seja r < 1, e s ∈ R de modo que r < s < 1. Como lim = r < s, existe p ∈ N+ tal
n→∞ a n
an+1
que < s para n ≥ p.
an
De onde |ap+1 | < s|ap |, também |ap+2 | < s|ap+1 | e assim sucessivamente, obtém-se que
|ap+k | ≤ sk |up | para k ∈ N+ .
|ai |
Seja K = max .{ /.i = 1, 2, 3, · · · p } então:
si
∞
X ∞
X
Como 0 < s < 1, e sabemos que sn converge; logo pelo critério de comparação |an |
n=1 n=1
também converge.
∞
X
Portanto an é absolutamente convergente.
n=1
Demonstração. ii)
an+1
Seja r > 1 e consideremos t ∈ R tal que 1 < t < r, logo existe p ∈ N+ que satisfaz
>t
an
para n ≥ p.
de modo análogo mostra-se que:
∞
X ∞
X
Temos que: tk · |ap | ≤ |ap+k |.
n=1 n=1
∞
X ∞
X
k
Sendo t > 1, e |ak | > 0, a série t · |ap |diverge quando k → ∞; logo |ap+k | também
k=1 k=1
diverge.
∞
X
Portanto, an
n=1
Observação 5.11.
an+1
1. Se o limite lim não existe ou for igual a 1, o critério D’Alembert’s não pode ser
n→∞ an
usado, e teríamos que recorrer a outros métodos.
Christian José Quintana Pinedo 133
an+1
3. Se lim
= +∞, as séries divergem.
n→∞ an
Fica como exercício para o leitor a demonstração da parte 3. desta observação.
Exemplo 5.50.
∞
X n
A série é absolutamente convergente.
2n
n=1
n
Com efeito, seja an = n para n ∈ N+ , então:
2
1
an+1 n + 1 2n (1 + )
n
an = 2n · n =
2
an+1 1
Calculando o limite, r = lim = .
n→∞ an 2
∞
X n
Portanto a série é absolutamente convergente.
2n
n=1
Exemplo 5.51.
∞
X an
A série é absolutamente convergente, para todo a ∈ R.
n!
n=1
Com efeito, se a = 0 é imediato.
an
Suponhamos que a 6= 0, e seja an = para n ∈ N+ , então:
n!
an+1 an+1 n! |a|
an (n + 1)! · an = n + 1
=
= lim |a| = 0.
an+1
Calculando o limite, r = lim
n→∞ an n→∞ n + 1
∞
Xa n
Portanto a série é absolutamente convergente.
n!
n=1
Exemplo 5.52.
∞
X 3n
A série é divergente.
2n + 3
n=1
3n
Seja an = para todo n ∈ N+ , logo
2n + 3
3
an+1 3n+1 2n + 3 2+
n
an = 2n + 5 · 3n = 3 ·
5
2+
2n
134 Cálculo Vetorial e Séries
an+1
Calculando o limite, r = lim = 3.
n→∞ an
∞
X 3n
Portanto a série é divergente.
2n + 3
n=1
Demonstração. i)
p
Seja r < 1, e s ∈ R de modo que r < s < 1. Como lim n
|an | = r < s, existe p ∈ N+ tal
p n→∞
que | n |an || < s para n ≥ p.
|ai |
Seja K = max .{ 1, i /.i = 1, 2, 3, · · · p } então:
s
Demonstração. ii)
p
Se r > 1, então existe p ∈ N+ tal que n
|an | ≥ 1 para n ≥ p.
Como |an | ≥ 1 para n ≥ p, seqüência {|an |} não converge para zero, pela Propriedade (5.2)
esta série diverge.
p
Portanto, lim n
|an | diverge se r > 1.
n→∞
Observação 5.12.
p
1. Se o limite lim n
|an | não existe ou for igual a 1, o critério de Cauchy não pode ser usado,
n→∞
e teríamos que recorrer a outros métodos.
2. Segue do critério de Cauchy e da Propriedade (5.2) que se {an } é uma seqüência se:
p
n
lim |an | < 1, ⇒ lim an = 0
n→∞ n→∞
p
3. Se lim n
|an | = +∞, as séries divergem.
n→∞
2
Também conhecido como Critério da Raíz
Christian José Quintana Pinedo 135
Exemplo 5.53.
∞
X n
Mostre que a série é absolutamente convergente.
2n
n=1
Demonstração.
Exemplo 5.54.
X∞
A série np an é absolutamente convergente se |a| < 1, e é divergente se |a| > 1.
n=1 p
√ p
Com efeito, n |np an | = ( n n)p |a| para n ∈ N+ , de onde lim n |np an | = |a|.
n→∞
Se |a| < 1 pelo critério de Cauchy, a série é absolutamente convergente.
Se |a| > 1 a série diverge.
Propriedade 5.23.
an+1
Seja {an } uma seqüência cujos termos são diferentes de zero. Se lim
= L, então
p
n→∞ a n
n
lim |an | = L
n→∞
Demonstração.
Sem perda de generalidade podemos supor que an > 0 para todo n ∈ N+ .
Dado ε > 0, fixemos K, M tais que L − ε < K < L < M < L + ε. Existe p ∈ N+ tal que
an+1
n≥p ⇒ K< < M.
an
ap+i
Multiplicando ambos os membros as n−p desigualdades K < < M, i = 1, 2, · · · , (n−
ap+i−1
an
p), obtemos K n−p < < M n−p para n > p.
ap
ap ap
Ponhamos α = p e β = p .
K M √ √ √
Então K n α < an < M n β. Extraindo raízes, temos que K n α < n an < M n β para todo
n > p.
√ √
Considerando que L − ε < K, M < L + ε, lim n α = 1 e lim n β = 1, concluímos que
√ √ n→∞ n→∞
existe n0 > p tal que L − ε < K n α e M n β < L + ε sempre que n > n0 .
√
Assim, L − ε < n an < L + ε sempre que n > n0 . isto mostra a propriedade quando L > 0.
Para o caso L = 0, é suficiente somente considerar M e não K e M .
Exemplo 5.55.
n nn o
Por exemplo, dada a seqüência estamos a determinar a convergência da seqüência
n n o n!
√n
.
n!
136 Cálculo Vetorial e Séries
nn p n
Consideremos an = , então n |an | = √
n
.
n! n!
an+1 (n + 1)(n+1) n! (n + 1)(n + 1)n n! 1 n
Como = · n = · n = 1+ , então, no limite
an (n + 1)! n (n + 1)n! n n
an+1 1 n
lim = lim 1 + = e.
n→∞ an n→∞ n
n n o
Portanto, a seqüência √ n
converge para a constante e.
n!
Propriedade 5.24. Riemann.
∞
X
Seja an uma série condicionalmente convergente. Alterando convenientemente ordem dos
n=1
termos da série dada, podemos fazer que sua soma fique igual a qualquer número pre-fixado.
Demonstração.
X∞
Seja an a série dada. Fixado o número c, começamos a somas os termos positivos de
n=1
∞
X
an , na sua ordem natural, um a um, parando quando, ao somar an1 , a soma pela primeira
n=1
∞
X
vez ultrapasse o número c (isto é possível, pois a soma dos termos positivos de an é +∞).
n=1
Fazemos o mesmo processo com os termos negativos até parar quando somando a n2 que é
negativo fique o mais próximo possível inferior que c (isto é possível, pois a soma dos termos
X∞
negativos de an é −∞).
n=1
∞
X
Prosseguindo analogamente, obtemos uma nova série, cujos termos são os mesmos de an
n=1
numa ordem diferente.
As reduzidas desta nova série oscilam em torno do valor c, de tal modo que (a partir da
ordem n1 ) a diferença entre cada uma delas e c é inferior, em valor absoluto ao termo a nk , onde
houve a última mudança de sinal.
∞
X
Ora lim ank = 0 porque a série an converge.
k→∞
n=1
Portanto as reduzidas da nova série convergem para c.
Exemplo 5.56.
Christian José Quintana Pinedo 137
Exercícios 2-4
1. Determine quais das seguintes séries são absolutamente convergentes. Quais são conver-
gentes? Quais são divergentes?
∞ ∞ ∞
X 1 X 1 X 1
1. (−1)n−1 2. (−1)n 3. (−1)n √
2n − 1 (2n)2 n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X 1 X cos n X n3 + 2
4. (−1)n 5. 6.
n+3 n2 + 1 n4 + 1
n=1 n=1 n=1
∞ ∞
X n (−1)n X
7. (−1)n 8. 9. (−1)n sen(n−3/2 )
Lnn n2 − n
n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X n X n3 X
10. (−1)n 11. 12. n2 3 n
n+1 2n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X n2 X (−2)n X senhn
13. (−1)n 14. 15.
2n n! n2
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X nn X nn X n!
16. 17. 18.
2n n! 3n n! 10n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X (−1)n n! X 22n X (n − 3)2
19. 20. 21.
(2n − 1)! (2n)! n4
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ 2 ∞
X (2n + 1)! X 2n X 1
22. 23. 24.
(3n)! n! (2n + 1)!
n=1 n=1 n=1
n
2. Suponha mostrado que lim √ = e. Usando este resultado, discuta a convergência das
n→∞ n n!
séries:
P∞ nn ∞ nn
P P∞ (2n)!
1. n
2. n
3. n
n=1 2 n! n=1 3 n! n=1 (2n) n!
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
138 Cálculo Vetorial e Séries
12.
13.
14.
15.
16.
17.
Christian José Quintana Pinedo 139
Definição 5.5.
Uma série cujos termos são alternadamente positivos e negativos, é denominada “série alter-
nada”
Séries alternadas encontramos quando estamos a estudar fenômenos ondulatórios, cujos mod-
elos matemáticos tem por solução funções representadas mediante séries trigonométricas (séries
de Fourier) da forma:
∞
X nπt nπt nπt
u(x, t) = an cos + bn sen sen (5.21)
L L L
n=1
i) a1 ≥ a2 ≥ a3 ≥ · · · ≥ 0 para todo n ∈ N+
ii) lim an = 0
n→∞
∞
X
Então a série (−1)n−1 an é convergente
n=1
Demonstração.
∞
X
Seja {sn } uma seqüência de somas parciais de (−1)n−1 an , então:
n=1
Como (ak − ak+1 ) ≥ 0 então a seqüência {s2n } é limitada por a1 , isto é s2n ≤ a1 para todo
n ∈ N+ .
Sendo {sn } uma seqüência crescente limitada, pela Propriedade (4.18) ela é convergente para
algum S ∈ R, onde S ≤ a1 .
A mostrar que a seqüência {sn } converge para S.
Dado ε > 0 seja n0 > 0 tal que para n > n0
ε ε
|s2n − S| ≤ e |a2n+1 | ≤
2 2
ε ε
|s2n+1 − S| = |s2n + a2n+1 − S| ≤ |s2n − S| + |a2n+1 | ≤ + =ε
2 2
Observação 5.13.
O critério de Leibnitz pode ser modificado de modo a exigir apenas que 0 < an+1 ≤ an , para
todo n maior ou igual a algum inteiro N .
Exemplo 5.57.
∞
X 1
Determine se a série alternada (−1)n+1 converge ou diverge.
Lnn
n=1
Solução.
1 1
Temos que an = , então an+1 = , além disso sendo n < n + 1 para todo
Lnn Ln(n + 1)
n ∈ N+ , ⇒ Lnn < Ln(n + 1).
1 1 1
Logo, < para n ≥ 2, e como lim an = lim = 0.
Ln(n + 1) Lnn n→∞ n→∞ Lnn
∞
X 1
Segue da Propriedade (5.25) que a série (−1)n+1 é convergente.
Lnn
n=1
Exemplo 5.58.
∞
X 1
Estude a série (−1)n+1 .
2n
n=1
Solução.
Christian José Quintana Pinedo 141
1 1
Observe que an = e an+1 = para todo n ∈ N+ . Do fato 2n < 2n+1 ⇒ an+1 =
2n n+1
1 1
< = an para todo n ≥ 1.
2n+1 2n
∞
1 X 1
Como lim n
= 0. Segue da Propriedade (5.25) que a série (−1)n+1 n é convergente.
n→∞ 2 2
n=1
A Propriedade (5.25) é útil para determinar o ínfimo da n-ésima soma parcial de uma
série convergente. Para o caso de séries alternadas, isto é facilmente determinado; de fato,
nós mostraremos que o erro é não é maior que o primeiro termo.
Demonstração.
Sejam m, n ∈ N+ tais que m ≥ n, então:
Exemplo 5.59.
∞
X 1
Aproxime a série (−1)n−1 pelos seus seis primeiros termos.
n!
n=1
Solução.
1 1 1
O critério de Leibnitz diz que esta série converge, pois ≤ e lim = 0.
(n + 1)! n! n→∞ n!
A soma dos seus seis primeiros termos é:
1 1 1 1
s6 = 1 − + − + ≈ 0, 63194
2 6 24 120
1
|S − s6 | = |R6 | ≤ a7 = ≈ 0, 0002 ⇒ |S − 0, 63194| ≤ 0, 0002
5.040
Propriedade 5.27.
∞
X ∞
X
Se a série |an | converge, então a série alternada an também converge.
n=1 n=1
142 Cálculo Vetorial e Séries
Demonstração.
∞
X
Por hipótese a série |an | converge; pela propriedade do valor absoluto −|an | ≤ an ≤ |an |,
n=1
Exemplo 5.60.
∞
X (−1)n−1
A série é convergente se p > 0 e, é divergente se p ≤ 0.
np
n=1
1
Para o caso p > 0, a seqüência { p } é monótona decrescente e tende para zero.
n
1
Se p = 0, então p = 1 para todo n ∈ N+ , e a série diverge. Se p < 0 é imediato que a série
n
diverge.
Exemplo 5.61.
∞
X (−1)n−1
A série é convergente.
n
n=1
1
É claro que a seqüência { } é monótona decrescente e tende para zero. Conseqüentemente
n
esta série é convergente (embora não o seja absolutamente convergente).
Exemplo 5.62.
Determine quais das séries convergem ou divergem:
∞ ∞
X n X (−1)n n
(a) (b)
(−2)n−1 Ln2n
n=1 n=1
Solução. (a)
1 n
Para aplicar o teste, note que, para n ≥ 1, tem-se ≤ .
2 n+1
2n−1 n n+1 n
Isto implica que n
≤ de onde n
≤ n−1 , então an+1 ≤ an .
2 n+1 2 2
n
Por outro lado, temos a calcular lim n−1 .
n→∞ 2
Aplicando a regra de L´Hospital , tem-se que:
x 1 n
lim = lim =0 ⇒ lim =0
x→∞ 2x−1 x→∞ 2x−1 Ln2 n→∞ 2n−1
Christian José Quintana Pinedo 143
∞
X n
Portanto, a série converge.
(−2)n−1
n=1
Solução. (b)
x 1
Pela regra de L´Hospital temos que: lim = lim 1 = ∞.
n→∞ Ln2x n→∞
x
Portanto o critério para séries alternadas não se aplica; porém, aplicando o critério do n-ésimo
termo podemos concluir que a série diverge,
Observação 5.14.
X∞ ∞
X
A notação an < +∞ significa que a série é convergente; e an ≮ +∞ indica que a
n=1 n=1
série diverge.
Definição 5.6.
∞
X ∞
X
Dizemos que a série alternada an é absolutamente convergente, se a série |an | é con-
n=1 n=1
vergente.
Definição 5.7.
∞
X
Uma a série alternada an que é convergente, porém não absolutamente convergente, dize-
n=1
mos que ela é condicio0nalmente convergente.
Observação 5.15.
A Propriedade (5.27) estabelece que toda série absolutamente convergente é convergente. Não
obstante, uma série convergente pode não ser absolutamente convergente.
Exemplo 5.63.
∞ ∞
n+1 1 (−1n+1 1 =
X X
(a) A série alternada (−1 é convergente, não obstante a série
n n
n=1 n=1
∞
X 1
, não é convergente.
n
n=1
∞ ∞
X 3
n
X
(−1)n 3 =
(b) A série (−1) n é absolutamente convergente, pois a série n
2 2
n=1 n=1
∞
X 3 1
é uma série geométrica de razão r = <.
2n 3
n=1
∞
X 3
Portanto, a serie (−1)n é convergente.
2n
n=1
Observação 5.16.
Para determinar a convergência ou divergência de uma série alternada, recomenda-se utilizar
o critério da razão.
144 Cálculo Vetorial e Séries
∞
X se, 0 ≤ an ≤ bn se, 0 ≤ bn ≤ an
de comparação an
∞
X ∞
X
n=1
(an , bn > 0) e bn < +∞ e bn ≮ ∞
n=1 n=1
∞
X
an Z∞ Z∞ resto:
Z∞
da integral (f con- n=1 f (x)dx < +∞ f (x)dx ≮ +∞
tínua, positiva e 0 < RN < f (x)dx
decrescente) an = f (n) ≥ 0
1 1
N
∞
an an X
lim =L>0 lim =L>0 an < +∞ caso L=
dos limites da com- ∞
X n→∞ bn n→∞ bn
n=1
paração an ∞ ∞ ∞
X X X
(an , bn > 0) n=1 e bn < +∞ e bn ≮ +∞ 0 e bn < +∞
n=1 n=1 n=1
∞
X an+1
de Raabe an k>1 k<1 k = lim n 1 −
n=1
n→∞ an
an+1
∞
X lim <1 an+1 inconclusivo se:
de D’Alembert’s ou an nto∞ an lim >1
n=1
nto∞ an an+1
da razão absolutamente lim =1
n→∞ an
∞
X p
lim n |an | < 1 p
de Cauchy ou da an nto∞ lim n
|an | > 1 inconclusivo se:
n=1 nto∞ p
raíz absolutamente lim n |an | = 1
nto∞
∞
X n
de Leibnitz ou para (−1) an 0 < an+1 ≤ an
n=1 Resto: |RN | ≤ aN +1
séries alternadas e lim an = 0
nto∞
Christian José Quintana Pinedo 145
Exercícios 2-5
1. Determine quais das seguintes séries são convergente ou divergentes. Quias delas são ab-
solutamente convergentes?
∞ ∞ ∞
X 1 X 1 X 1
1. (−1)n−1 2. (−1)n−1 √ 3. (−1)n−1
2n + 1 n Lnn
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X n X 1 X 1
4. (−1)n−1 5. (−1)n−1 6. (−1)n−1
Lnn (2n − 1)! n2n
n=1 n=1 n=1
∞ 1 ∞ ∞
X X 1 X Lnn
7. (−1)n−1 sen 8. (−1)n−1 9. (−1)n−1
n n2 + n n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X Lnn X X
10. (−1)n−1 11. (−1)n−1 12. (−1)n−1
n2
n=1 n=1 n=1
1 2 1 2 1 2 1 2 1
2. A série 1 − + − + − + − + − + · · · tem termos alternados positivos e
2 3 3 4 4 5 5 6 6
negativos e seu termo geral tende para zero. Entretanto é divergente. Porque não contradiz
a Propriedade (5.25)?
3.
146 Cálculo Vetorial e Séries
4.
APÊNDICE
História do Cálculo.
"Se um corpo se movimenta de A até B então antes que alcance B tem que
passar pelo ponto médio, suponhamos B1 de AB. Para mover-se agora de A até B1
deve primeiramente alcançar o ponto médio B2 de AB1 Continue este argumento
para observar que o corpo a partir de A deve se movimentar um número infinito das
distâncias e assim que não possa mover-se."
Leucippus (480 − 420 a.C), Democritus (460 - 370 a.C) e Antiphon (480 − 411 a.C)
todos fizeram contribuições ao método grego da exaustão que foi posto sobre uma base científica
por Eudoxus (408 − 355a.C) aproximadamente em 370 a.C. O método da exaustão é assim
chamado porque a pessoa calcula a área de uma determinada figura a partir de áreas conhecidas
expandindo estas últimas de forma que cada vez mais se aproximem para a área da figura exigida.
Entretanto Arquimedes (287 − 212 a.C), aproximadamente em 225 a.C, fez uma das mais
significativas contribuições gregas. O primeiro avanço importante devia mostrar que a área de o
4 2
segmento de uma parábola é da área de um triângulo com a mesma base e vértice e da área
3 3
do paralelogramo circunscrito. Arquimedes construiu uma seqüencia infinita dos triângulos que
começam com uma da área A para logo adicionar continuamente área de triângulos semelhantes
entre o existente e a parábola para conseguir a área procurada segundo o seguinte roteiro:
A A A A A A
A, A+ , A+ + , A+ + + , ...
4 4 16 4 16 64
A A A A A A
A, A+ , A+ + , A+ + + , ...
4 4 16 4 16 64
147
148 Cálculo Vetorial e Séries
1 1 1 4
A( + + + . . .) = ( )A.
4 16 64 3
0m + 1m + 2m + · · · + (n − 1)m
nm+1
1
Roberval afirmou então que todo esta expressão tende para quando n tende infinito,
m+1
Christian José Quintana Pinedo 149
como uma soma, uma maneira bastante similar á de Cavalieri. Ele também estava feliz em usar
os infinitesimais dx e dy entanto Newton usava x0 e y 0 que representavam velocidades finitas.
Naturalmente nem Leibniz nem Newton pensaram nos termos das funções, entretanto, ambos
pensaram sempre nos termos dos gráficos. Para Newton o cálculo era geométrico entanto Leibniz
levou isto para análise.
Leibniz era muito consciente sobre este achado, já que encontrar uma notação boa era da
importância fundamental e foi pensado muito sobre ela. Newton, na outra mão, escreveu mais
para ele mesmo e, conseqüentemente,
Z suja notação não foi aceita em geral.
A notação de Leibniz de d e destacava o aspecto dos operadores que provou importante
desenvolvimentos. Já em 1675 Leibniz tinha-se estabelecido como notação
Z
y2
y · dy =
2
escritos exatamente como seria hoje. Seus resultados no cálculo integral foram publicados em
1684 e em 1686 conhecido sob o nome ”Calculus Summatorius” o nome que cálculo integral foi
sugerido por Jacob Bernoulli (1654 − 1705) em 1690.
Depois do Newton e Leibniz o desenvolvimento do cálculo foi continuado por Jacob Bernoulli
e Johann Bernoulli (1667 − 1748). Porém quando Berkeley (1685 − 1753) publicou ”Analyst”
em 1734 claramente notava-se a falta de rigor no cálculo e disputando com a lógica o leitor tinha
que fazer muito esforço para entender-lo. Maclaurin (1698 − 1746) tentou pôr o cálculo em uma
base geométrica rigorosa, mas a base realmente satisfatória para o cálculo teve que esperar pelo
trabalho de Cauchy (1789 − 1857) no 19o século.
Índice
152
Christian José Quintana Pinedo 153
geométrica, 104
harmônica, 105
Série infinita, 148
Séries
infinitas, 103
Segmento
da parábola, 148
Seqüência
constante, 50
contrativa, 69
convergente, 59
crescente, 52
de Cauchy, 65
decrescente, 53
limitada, 51
monótona, 53
Serie de
Maclaurin, 150
Taylor, 150
Somatórios, 94
Stolz, 70
Subseqüência, 55
ímpar, 55
par, 55
Sucessão, 48
Supremo, 51
Telescópica, 94
Teorema
de Bolzano - Weirstrass, 86
do sanduíche, 82
Fundamental do Cálculo, 149
Torricelli, 149
Weirstrass, 86
Rio de Janeiro.
Decada do 80 tos.
DO MESMO AUTOR
Livros Páginas
Notas de Aula
No 20 Manual do Estudante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
No 25 Matemática II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100