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NATAL-RN
Auxiliar de Farmácia
Edital Nº 001/2018 – SEMAD – SMS
FV084-2018
DADOS DA OBRA
• Língua Portuguesa
• Legislação do SUS
• Conhecimentos Específicos
Autora
Silvana Guimarães
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO
CURSO ONLINE
PASSO 1
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SUMÁRIO
Língua Portuguesa
1. Organização do texto......................................................................................................................................................................................... 83
1.1. Propósito comunicativo............................................................................................................................................................................ 83
1.2. Tipos de texto (dialogal, descritivo, narrativo, injuntivo, explicativo e argumentativo).................................................. 85
1.3. Gêneros discursivos................................................................................................................................................................................... 86
1.4. Mecanismos coesivos................................................................................................................................................................................ 86
1.5. Fatores de coerência textual................................................................................................................................................................... 86
1.6. Progressão temática.................................................................................................................................................................................. 83
1.7. Paragrafação................................................................................................................................................................................................. 50
1.8. Citação do discurso alheio...................................................................................................................................................................... 83
1.9. Informações implícitas.............................................................................................................................................................................. 83
1.10. Linguagem denotativa e linguagem conotativa........................................................................................................................... 76
2. Conhecimento linguístico...............................................................................................................................................................................101
2.1. Variação linguística...................................................................................................................................................................................101
2.2. Classes de palavras: usos e adequações............................................................................................................................................ 07
2.3. Convenções da norma padrão (no âmbito da concordância, da regência, da ortografia e da acentuação gráfica).........44
2.4. Organização do período simples e do período composto........................................................................................................ 63
2.5. Pontuação...................................................................................................................................................................................................... 50
2.6. Relações semânticas entre palavras (sinonímia, antonímia, hiponímia e hiperonímia).................................................. 76
Legislação do SUS
1. Políticas de Saúde no Brasil: do Movimento pela Reforma Sanitária aos dias atuais............................................................... 01
2. Sistema Único de Saúde (SUS): princípios doutrinários e organizativos; bases legais e normatização; e financiamento.........01
3. Política Nacional de Atenção Básica............................................................................................................................................................. 05
4. Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS)............................................................................................................................... 20
5. Redes de Atenção à Saúde (RAS) no âmbito do Sistema Único de Saúde: atributos, elementos, funções e redes prio-
ritárias............................................................................................................................................................................................................................ 22
6. Programas de avaliação dos serviços de saúde (Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica -
PMAQ; Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde – PNASS)..................................................................................... 22
7. Políticas de provimento de profissionais de saúde no SUS (Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica
- PROVAB; Programa Mais Médicos - PMM)................................................................................................................................................. 23
8. Fundamentos de Planejamento, Gestão e Avaliação em Saúde....................................................................................................... 23
9. Vigilância em Saúde............................................................................................................................................................................................ 27
10. Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente..................................................................................................................................... 35
11. Participação e Controle Social no SUS...................................................................................................................................................... 38
Conhecimentos Específicos
1. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA........................................................................................................................................................................ 01
1.1. Recepção, armazenamento, distribuição e controle de estoque de medicamentos, material médico-hospitalar e
correlatos................................................................................................................................................................................................................ 03
1.2. Sistemas de distribuição de medicamentos..................................................................................................................................... 06
1.3. Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos (Anexo 3 da Portaria MS/GM nº
2095 de 24 de setembro de 2013)............................................................................................................................................................... 09
2. LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA......................................................................................................................................................................... 27
2.1. Lei no 5.991, de 17 de dezembro de 1973 e suas atualizações................................................................................................ 27
2.2. Portaria n.º 344, de 12 de maio de 1998 e suas atualizações................................................................................................... 27
SUMÁRIO
Letra e Fonema.......................................................................................................................................................................................................... 01
Estrutura das Palavras............................................................................................................................................................................................. 04
Classes de Palavras e suas Flexões..................................................................................................................................................................... 07
Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 47
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 50
Concordância Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 52
Regência Verbal e Nominal................................................................................................................................................................................... 58
Frase, oração e período.......................................................................................................................................................................................... 63
Sintaxe da Oração e do Período......................................................................................................................................................................... 63
Termos da Oração.................................................................................................................................................................................................... 63
Coordenação e Subordinação............................................................................................................................................................................. 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação Pronominal............................................................................................................................................................................................ 74
Significado das Palavras......................................................................................................................................................................................... 76
Interpretação Textual............................................................................................................................................................................................... 83
Tipologia Textual....................................................................................................................................................................................................... 85
Gêneros Textuais....................................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e Coerência................................................................................................................................................................................................. 86
Reescrita de textos/Equivalência de Estruturas............................................................................................................................................. 88
Estrutura Textual........................................................................................................................................................................................................ 90
Redação Oficial.......................................................................................................................................................................................................... 91
Funções do “que” e do “se”................................................................................................................................................................................100
Variação Linguística...............................................................................................................................................................................................101
O processo de comunicação e as funções da linguagem......................................................................................................................103
LÍNGUA PORTUGUESA
Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina. Especialista pela Universidade Estadual Paulista
– Unesp
LETRA E FONEMA
A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da lín-
gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também,
de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento
Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.
Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.
- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi
- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
“n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.
1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
- Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas Existem basicamente dois tipos:
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de- e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão Há ainda grupos consonantais que surgem no início
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
história, série. psi-có-lo-go.
3) Consoantes Dígrafos
Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi- De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca- crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda- quatro letras.
deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu- Há, no entanto, fonemas que são representados, na es-
guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. letras.
2
LÍNGUA PORTUGUESA
Dígrafos Consonantais
Dígrafos Vocálicos
* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” repre-
senta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há
dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós
pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).
Dífonos
Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos
de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Questões
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI-
BRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há um
dígrafo, EXCETO em
(A) prazo. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
(B) cantor. de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
(C) trabalho. em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
(D) professor. tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
três elementos significativos:
1-)
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal In = elemento indicador de negação
(B) cantor – “an” é dígrafo Explic – elemento que contém o significado básico da
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo palavra
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- Ável = elemento indicador de possibilidade
grafo
RESPOSTA: “A”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
BRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os itens tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
destacados possuem o mesmo fonema consonantal em to- tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar
das as palavras da sequência. claro”.
(A) Externo – precisa – som – usuário.
MORFEMAS = são as menores unidades significativas
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão.
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo.
Classificação dos morfemas:
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema representado
Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
pela letra destacada:
tador de significado. É através do radical que podemos for-
(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/
mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/ mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez.
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
/z/ mesmo radical denomina-se família de palavras.
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/
RESPOSTA: “D”. Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO DE xo), prever (prefixo), infiel.
FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja Sangue
Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
duas letras representando um único fonema. Esse fenôme- têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
no também está presente em: amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida
A) cartola. que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
B) problema. plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
C) guaraná. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
D) água. (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
E) nascimento. concluir que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das pala-
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- vras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desi-
grafo nências nominais e desinências verbais.
A) cartola = não há dígrafo
B) problema = não há dígrafo • Desinências nominais: indicam o gênero e o número
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) dos nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) tuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
E) nascimento = dígrafo: sc menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
RESPOSTA: “E”. o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos
nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-
me a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.
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LÍNGUA PORTUGUESA
• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinências sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-tem-
porais) e outras que indicam o número e a pessoa dos ver- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
bos (desinência número-pessoais): sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Abreviação – é a redução de palavras até o limite per- 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
mitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu (pneu- ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
mático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa-
* Observação: ção. Para o exercício, basta “derivada”!
- Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini- RESPOSTA: “C”.
ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras ini-
ciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas impuras),
que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas puras);
DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas impu-
ras).
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
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LÍNGUA PORTUGUESA
de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, con- de madeira lígneo
cordando com este em gênero e número. de mestre magistral
de ouro áureo
As praias brasileiras estão poluídas.
de paixão passional
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de porco suíno ou porcino
Locução adjetiva dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vento eólico
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada). de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um
de águia aquilino adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de boi bovino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles:
de criança pueril
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal
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LÍNGUA PORTUGUESA
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.
* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.
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LÍNGUA PORTUGUESA
O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”
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- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.
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Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
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- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
soa. Alguns exemplos:
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)
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São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.
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- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra
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LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré
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LÍNGUA PORTUGUESA
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo
Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.
- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?
- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).
* Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)
- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:
32
LÍNGUA PORTUGUESA
* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.
- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem
2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.
* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular
Modos Verbais
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:
Formas Nominais
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:
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LÍNGUA PORTUGUESA
1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.
1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)
Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.
* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.
3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.
(Ziraldo)
Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.
Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
Modo Indicativo
Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M
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LÍNGUA PORTUGUESA
Pretérito mais-que-perfeito
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).
1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM
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LÍNGUA PORTUGUESA
Modo Imperativo
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
Infinitivo Pessoal
* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
** Saiba que:
ção das frases seguintes:
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões
2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.
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LÍNGUA PORTUGUESA
1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Regras ortográficas
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). O fonema s
RESPOSTA: “B”.
S e não C/Ç
2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
A) consideravam. - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
B) consideram. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
C) considerem. sentir - sensível / consentir – consensual.
D) considerarão.
E) considerariam.
SS e não C e Ç
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior marato-
nista de todos os tempos. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
RESPOSTA: “B”. - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
prometer - compromisso / submeter – submissão.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- trico / re + surgir – ressurgir.
sultante deverá ser *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
(A) terei glosado plos: ficasse, falasse.
(B) seria glosada
(C) haverá de ser glosada C ou Ç e não S e SS
(D) será glosada
(E) terá sido glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” çara, caçula, cachaça, cacique.
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
ORTOGRAFIA marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.
O fonema z
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
S e não Z
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
grafados segundo acordos ortográficos. sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor-
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é fose.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui-
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- seste.
mologia (origem da palavra). nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.
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LÍNGUA PORTUGUESA
G e não J * Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
so. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem.
Informações importantes
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
litígio, relógio, refúgio. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, lampar/relampadar.
mugir. - Os símbolos das unidades de medida são escritos
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
gir. ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- 120km/h.
do com j: ágil, agente. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
J e não G haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. quatro segundos).
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, - O símbolo do real antecede o número sem espaço:
manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).
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LÍNGUA PORTUGUESA
1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
-menina, erva-doce, feijão-verde. trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, ta, etc.
etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- to, benquerer, benquerido, etc.
per- quando associados com outro termo que é iniciado
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. -humano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, Fontes de pesquisa:
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
super-homem. tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está ** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu)
– médico – ônibus ainda são acentuados: dói, escarcéu.
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LÍNGUA PORTUGUESA
2- Separa partes de frases que já estão separadas por 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; * separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado
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4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.
5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.
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Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
o próximo semestre.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
Observação: com o verbo no singular, não se pode
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe: que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
ção”. Já em:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.
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Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:
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a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.
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Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos
deveria ser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.
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Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
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ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos.
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Observação: a mesma regência do verbo informar é
tos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. car, prevenir.
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- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.
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- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.
ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)
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Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Questões
1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.
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Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: 1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
sujeito. Bateram à porta;
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado nistro.
pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é * Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
possível identificar claramente a que se refere a concor- ou composto:
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte- Os meninos bateram à porta. (simples)
ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. 2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- verbos que não apresentam complemento direto:
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no Precisa-se de mentes criativas.
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, Vivia-se bem naqueles tempos.
sublinhei os núcleos dos sujeitos: Trata-se de casos delicados.
Nós estudaremos juntos. Sempre se está sujeito a erros.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
O sujeito composto é o sujeito determinado que apre- sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca-
sos de orações sem sujeito com:
senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
1-) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Está trovejando.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
geral:
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Está tarde.
desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.
* Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os prono- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
mes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
na desinência verbal “-mos” do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi- do sujeito numa oração é o seu predicado.
nência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós * Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um
também se as palavras que formam o predicado referem- verbal e outro nominal.
se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
de opinião. o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado
Termos integrantes da oração
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
direta ou indiretamente ao verbo. complemento nominal são chamados termos integrantes da
A cidade está deserta. oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo mente, por intermédio de preposição.
do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Compraste a apostila?
te:
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
cessos.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta- - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei- de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da Vossa Senhoria.
oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do a crise)
sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como ele- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele rela- Gosto de música popular brasileira.
cionadas. Necessito de ajuda.
* A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- ta por intermédio de preposição:
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao “necessária”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto). Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por in- Termos acessórios da oração e vocativo
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Os termos acessórios recebem este nome por serem
1- O dia amanheceu ensolarado; explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
– este, sem relação sintática com outros temos da oração.
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LÍNGUA PORTUGUESA
O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o lor na oração, em:
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a mundo.
pé àquela velha praça. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
adverbial são: tudo forma o carnaval.
- assunto: Falavam sobre futebol. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- causa: As folhas caíram com o vento. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
- companhia: Ficarei com meus pais.
- concessão: Apesar de você, serei feliz. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
- dúvida: Talvez ainda chova. relação sintática com outro termo da oração. A função de
- fim: Estudou para o exame. vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
- instrumento: Fez o corte com a faca. substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa-
- intensidade: Falava bastante.
pel na linguagem.
- lugar: Vou à cidade.
João, venha comigo!
- matéria: Este prato é feito de porcelana.
Traga-me doces, minha menina!
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo.
- negação: Não há ninguém que mereça.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. Questões
O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função UFAL/2014 - adaptada)
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais
e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.
O poeta português deixou uma obra inacabada. O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
O poeta deixou-a inacabada. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
objeto)
português da peça, funciona como:
A) objeto indireto.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
B) complemento nominal.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
relaciona apenas ao substantivo. C) adjunto adnominal.
D) adjunto adverbial.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, E) agente da passiva.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda- 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
feira, passei o dia mal-humorado. substantivo (nome – nominal). Portanto é um complemen-
to nominal. O verbo “ter” tem como complemento verbal
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo (objeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo objeto direto.
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira RESPOSTA: “B”.
passei o dia mal-humorado.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Podemos modificar o período acima. Veja: * Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim,
Quero ser aprovado. temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- principal:
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, - Verbos de ligação + predicativo, em construções do
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.
* Observação: as orações reduzidas não são introdu-
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se,
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
eventualmente, introduzidas por preposição.
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
1-) Orações Subordinadas Substantivas
A oração subordinada substantiva tem valor de subs- - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- importar - ocorrer - acontecer
grante (que, se). Convém que não se atrase na entrevista.
Não sabemos quando ele virá. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substan- (desenvolvidas) são iniciadas por:
tiva - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
vas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
Conforme a função que exerce no período, a oração
pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
É fundamental o seu comparecimento à reu- não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva
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LÍNGUA PORTUGUESA
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste 2-) Orações Subordinadas Adjetivas
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar a função de adjunto adnominal do antecedente.
elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)
d) Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
timos orgulho disso.) Perceba que a conexão entre a oração subordinada
Oração Subordinada Substantiva adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
Completiva Nominal feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso,
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- “redação” é sujeito, então o “que” também funciona como
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma sujeito).
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
Observação: para que dois períodos se unam num
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
período composto, altera-se o modo verbal da segunda
segundo, um nome.
oração.
e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois do
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser.
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Nosso desejo era sua desistência. Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Predicativo do Sujeito equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
era isso)
Oração Subordinada Substantiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Predicativa apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
que não fui bem na prova. (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
f) Apositiva = exerce função de aposto de algum ter- particípio).
mo da oração principal.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome re-
Oração subordinada lativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito per-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo feito do indicativo. No segundo, há uma oração subordina-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso) da adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo
e seu verbo está no infinitivo.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracteri- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas minha vida.
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especifi-
cam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-
subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações ti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o ante-
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi-
cedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois
orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1: é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando)
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
passava naquele momento. pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Oração obtendo-se:
Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
mas sim àquele que estava passando naquele momento. preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
cretizando-os. se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque
da de Infinitivo) (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
como necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio-
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me-
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me-
certamente o melhor time será campeão. nos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
mos.
d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con- expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam- simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal
bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
Só irei se ele for. ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Compare agora com:
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
Irei mesmo que ele não vá.
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Fontes de pesquisa:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
se-periodo-e-oracao
cessiva.
Observe outros exemplos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Embora fizesse calor, levei agasalho. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
tratada recentemente. verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Após a junção da preposição com o artigo (destacados - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
entre parênteses), temos: sas, à vontade...
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
recentemente. de...
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome Eu adoro a noite!
demonstrativo aquela (àquela). Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Observação importante: Alguns recursos servem de preposição.
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
crase. Eis alguns: Casos passíveis de nota:
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
está confirmada. nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *também é facultativa diante de pronomes possessivos
femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
são “voltar da”, há a confirmação da crase. aberta até as (às) dezoito horas.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Não me esqueço da viagem a Roma.
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
mais vividos.
* Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
a queima de fogos a distância.
está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?) - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -,
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) faz-se necessário o emprego da crase.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica- Ensino à distância.
do, ocorrerá crase. Veja: Ensino a distância.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” * Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
Irei à Salvador de Jorge Amado. das, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Eu o seguirei passo a passo.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. Casos em que não se admite o emprego da crase:
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) * Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
* Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian- Ele estava a cantar.
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)
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LÍNGUA PORTUGUESA
73
LÍNGUA PORTUGUESA
3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram lhe disse isso?
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade
de Tikal, na Guatemala. 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
O a empregado na frase acima, imediatamente depois se ofendem!
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o
segmento grifado seja substituído por: 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
(A) Uma tal ilação. Que Deus o ajude.
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
(D) Emitir uma opinião desse tipo. reto ou sujeito expresso:
(E) Semelhante resultado. Eu lhe entregarei o material amanhã.
Tu sabes cantar?
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
antes de artigo) verbo. A mesóclise é usada:
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes
de palavra no plural e o “a” no singular) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
vação precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(verbo no infinitivo) em prol da paz no mundo.
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala- Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
vra masculina) lizará”:
RESPOSTA: “C”. realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra
que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanha-
ria nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
pronomes oblíquos átonos na frase. ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
OBlíquo = OBjeto! Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- era minha intenção machucá-la.
vem ser observadas na linguagem escrita.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A inicia período com pronome oblíquo).
próclise é usada: Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, no concurso, mudo-me hoje mesmo!
jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor. 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem posta fazendo-se de desentendida.
tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Colocação pronominal nas locuções verbais
forçou. - após verbo no particípio = pronome depois do verbo
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- auxiliar (e não depois do particípio):
dade. Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Eu me tenho deliciado com a leitura!
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- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Exemplos de variação no significado das palavras:
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); teral)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
censo (recenseamento) e senso ( juízo); figurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
rece.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Seus olhos são como luzes brilhantes.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- através do emprego da palavra como.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
micidade. Repare na figura abaixo: qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
Trata-se de uma expressão que designa um ser através
desagradável ou chocante.
de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
(= morreu)
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
atraindo visitantes do mundo todo. Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican- intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí-
do o bem. da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo- passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis-
vem. sor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas. Hipérbole
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
ditivo; áspero = tátil) É a expressão intencionalmente exagerada com o intui-
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- to de realçar uma ideia.
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!
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LÍNGUA PORTUGUESA
É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
não humanos. Observe os exemplos: elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
As pedras andam vagarosamente. pelo contexto.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um A catedral da Sé. (a igreja catedral)
cego que guia. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dio)
Chora, violão.
Zeugma
Apóstrofe
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo português)
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de dernos. (só havia móveis)
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidên-
cia com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Silepse
Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A silepse é a concordância que se faz com o termo que
“Pai Nosso, que estais no céu” não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
Deus, ó Deus! Onde estás? concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
Gradação lepse: de gênero, número e pessoa.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei- terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), muitas vezes ser substituídos por pronomes.
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
os agricultores e os cariocas). cia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
Polissíndeto / Assíndeto ba.” (Padre Vieira)
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- Anacoluto
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordena- Consiste na mudança da construção sintática no meio
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
sintática com as demais.
figuras de construção:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni-
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) terrupção na sequência lógica do pensamento.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Figuras de Som
Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.
Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.
1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.
A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia
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LÍNGUA PORTUGUESA
2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais Normalmente, numa prova, o candidato deve:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da 1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
no lugar de “que morreram por nós”. procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
RESPOSTA: “D”. tempo).
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ ças entre as situações do texto.
UFAL/2014) 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. uma realidade.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera- vras.
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato,
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local Condições básicas para interpretar
alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso Fazem-se necessários:
em: 22 jan. 2014. - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
O texto cita que o dito popular “está tão quente que - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de texto) e semântico;
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin-
guagem? Observação – na semântica (significado das palavras)
A) Eufemismo. incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
B) Hipérbole. ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
C) Paradoxo. gem, entre outros.
D) Metonímia.
E) Hipérbato. - Capacidade de observação e de síntese;
- Capacidade de raciocínio.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura
Interpretar / Compreender
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a
hipérbole.
Interpretar significa:
RESPOSTA: “B”.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - o texto diz que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - é sugerido pelo autor que...
e decodificar). - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - o narrador afirma...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- Erros de interpretação
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
um significado diferente daquele inicial. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- nação.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir tendimento do tema desenvolvido.
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. cadas e, consequentemente, errar a questão.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Observação - Muitos pensam que existem a ótica do - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa geralmente mantém com outro uma relação de continua-
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
é o que o autor diz e nada mais. essas relações.
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que a ideia mais importante.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- resposta – o que vale não somente para Interpretação de
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se Texto, mas para todas as demais questões!
vai dizer e o que já foi dito. - Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Observação – São muitos os erros de coesão no dia - Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo-
verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer cábulos do texto.
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- Fontes de pesquisa:
cedente. http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- gues/como-interpretar-textos
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
a saber: ra-voce-interpretar-melhor-um.html
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
te, mas depende das condições da frase. tao-117-portugues.htm
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) Questões
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- como (modo) BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- onde (lugar) NICA – IADES/2014)
- quando (tempo)
- quanto (montante) Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
aparecer o demonstrativo O). os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
documento de identificação aos funcionários posicionados
Dicas para melhorar a interpretação de textos no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
a leitura. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.
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LÍNGUA PORTUGUESA
1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que 3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do
condiz com as informações expostas no texto é “Somente Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
RESPOSTA: “C”. mações contidas nas demais alternativas são incoerentes
com o texto.
2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - RESPOSTA: “A”.
adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um TIPOLOGIA TEXTUAL
trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
– mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes- do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
ma dois sentidos, que são que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
(A) o barulho e a propagação. interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
(B) a propagação e o perigo. em um texto escrito.
(C) o perigo e o poder. É de fundamental importância sabermos classificar os
(D) o poder e a energia. textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
(E) a energia e o barulho. dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi-
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora.
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
Você pode responder à questão por eliminação: a segun-
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al- naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
ternativa A! sertação.
RESPOSTA: “A”.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- tos de ordem linguística
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI-
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Os tipos textuais designam uma sequência definida
Concha Acústica pela natureza linguística de sua composição. São observa-
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. demarcados no tempo do universo narrado, como também
Foi o primeiro grande palco da cidade. de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, pois de muita conversa, resolveram...
com adaptações.
- Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
compatível com o texto. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
no Setor de Clubes Esportivos Norte. graúna...”
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
do DF. de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. de perder o benefício.
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c) Outras frases são construídas com verbos intransiti- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos, que não têm complemento: As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
O menino morreu na Alemanha. (sujeito + verbo + ad- quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
junto adverbial) vo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
d) Há ainda frases nominais que não possuem verbos: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos complemento.
existentes nelas.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
Levando em consideração a ordem direta, podemos no Brasil…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
disto: verbal e os adjuntos).
A globalização está causando desemprego no Brasil e na
América Latina. Observação: a simples negação em uma frase não exi-
ge vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração e na América Latina.
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” colocação da vírgula.
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito) No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego…
A globalização causa desemprego no Brasil, na América No fim do século XX, a globalização causou desemprego
Latina e na África. no Brasil…
(três adjuntos adverbiais)
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
A globalização está causando desemprego, insatisfação se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três complementos verbais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora- Quando o século XX estava terminando, a globalização
ção. Veja exemplos de tal incorreção: começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países
pobres.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, go no Brasil.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica nº 2 para a colocação da vírgula. Dito em Observação: quanto à equivalência e transformação de
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases estruturas, um exemplo muito comum cobrado em provas
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com é o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a passa-
vírgulas. Vejamos: gem para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu- mudança de tempos verbais.
lo XX, causa desemprego no Brasil.
Fonte de pesquisa:
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
sujeito e o verbo. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/
Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
na.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Questões
ESTRUTURA TEXTUAL
1-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014
- adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
de leitores. tamos as ações que interferem na realidade e organização
Embora alguns desses senhores afortunados ocasional- de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú- mento transformado em texto.
mero limitado de pessoas da própria classe ou família. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabe- lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
lecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por dizer, por meio da comunicação.
(A) Contudo. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
(B) Desde que. dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
(C) Porquanto. dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto. Introdução
1-) “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
uma exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “con- ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
quanto”. pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
RESPOSTA: “E”. tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém,
em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente.
2-) (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos
VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: “Se o senhor mais longos, em que o assunto é exposto em várias pági-
não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas nas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-
posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse trecho está te precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
corretamente reescrito e mantém o sentido em: parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm
(A) Uma vez que o senhor não se importe, vou levar mi- de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o galho
e fazer sua corrida. Desenvolvimento
(B) Já que o senhor não se importa, vou levar minha so-
brinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e fazer A maior parte do texto está inserida no desenvol-
sua corrida. vimento, que é responsável por estabelecer uma ligação
(C) À medida que o senhor não se importe, vou levar entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
minha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar o galho elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
e fazer sua corrida. tentam e dão base às explicações e posições do autor. É ca-
(D) Caso o senhor não se importe, vou levar minha so- racterizado por uma “ponte” formada pela organização das
brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho e fazer ideias em uma sequência que permite formar uma relação
sua corrida. equilibrada entre os dois lados.
(E) Para que o senhor não se importe, vou levar minha O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o galho e fazer determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
sua corrida. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
2-) “Se o senhor não se importa, vou levar minha so- clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
brinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o es-
corrida” critor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão.
O primeiro período é introduzido por uma conjunção Daí a importância em planejar o texto.
condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
conjunções apresentadas que têm a mesma classificação, mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas- Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
sificação das conjunções, conseguiria responder à questão o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
a têm. se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
RESPOSTA: “D”. em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O
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Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satis- corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
feito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa de rodapé;
Senhoria deve estar satisfeita”. - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
No envelope, o endereçamento das comunicações diri- man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se- - é obrigatório constar a partir da segunda página o
guinte forma: número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
A Sua Excelência o Senhor impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
Fulano de Tal gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
Ministro de Estado da Justiça páginas pares (“margem espelho”);
70.064-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
A Sua Excelência o Senhor
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
Senador Fulano de Tal
distância da margem esquerda;
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
cm;
Senhor Ministro, - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Fechos para Comunicações em branco;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina- - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
lidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor-
modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram re- das ou qualquer outra forma de formatação que afete a
gulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, elegância e a sobriedade do documento;
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
e uniformiza-los, este Manual estabelece o emprego de so- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
mente dois fechos diferentes para todas as modalidades de para gráficos e ilustrações;
comunicação oficial: - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7
da República: Respeitosamente, x 21,0 cm;
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
rarquia inferior: Atenciosamente, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elabora-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró- posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
prios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do gos;
Ministério das Relações Exteriores. - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira:
Identificação do Signatário
tipo do documento + número do documento + pala-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
vras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Aviso e Ofício
(espaço para assinatura)
Nome Definição e Finalidade
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
(espaço para assinatura) o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Nome para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí-
Ministro de Estado da Justiça cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa também com particulares.
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
seguinte forma de apresentação: destinatário, seguido de vírgula.
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A mensagem, como os demais atos assinados pelo Pre- Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunica-
sidente da República, não traz identificação de seu signa- ção por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
tário. interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
Telegrama comunicação oficial.
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, organização documental tanto do destinatário quanto do
passa a receber o título de telegrama toda comunicação remetente.
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utili-
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir- que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja nimas sobre seu conteúdo.
possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo- Valor documental - Nos termos da legislação em vi-
se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis gor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. documental, e para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste
Fax a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
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O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.
2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
junto adverbial) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
(adjunto adverbial). Frases Fragmentadas
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se- A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
tores). oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. dire-
literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
to - obj. indireto - (adj. Adv.)
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão.
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações -
Exemplo:
ao Deputado - (no Congresso). Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad- Nacional. Depois de ser longamente debatido.
verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Nacional, depois de ser longamente debatido.
Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa re-
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) cebeu a aprovação do Congresso Nacional.
6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad- Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
verbial) metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas
O problema - será - resolvido - prontamente. as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente subme-
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na cons- áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
trução de períodos, as várias funções podem ocorrer em or-
dem inversa à mencionada, misturando-se e confundindo-se. Erros de Paralelismo
Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões exis- Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
tentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
normal dos elementos nesses seis padrões básicos. Acrescen- cal idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se
te-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões bá- Vejamos alguns exemplos:
sicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios eco-
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am- nomizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelis-
Na frase temos, nas duas orações subordinadas que com-
mos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do des-
pletam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
conhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a
ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é
seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na
reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem
construção de frases, registrados em documentos oficiais. planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma
Sujeito possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que exe- a de apresentar as duas orações subordinadas como desen-
cuta a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemen- volvidas, introduzidas pela conjunção integrante que:
to, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto,
construções como: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
que economizassem energia e (que) elaborassem planos para
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. redução de despesas.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cor- como reduzidas de infinitivo:
tadas, (...). Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cor- economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
tadas, (...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.
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Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não um médico.
ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- Novamente, a não repetição dos termos comparados
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). confunde. Alternativas para correção:
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Por-
transformá-la em frase simples, substituindo as orações redu- taria.
zidas por substantivos: Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segu- Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
rança, inteligência e ambição. do que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- “demais”) acarretou imprecisão:
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, que os outros Ministérios do Governo.
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. que os demais Ministérios do Governo.
Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Pa-
ris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
de correção é transformá-la em duas frases simples, com o mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta últi- possam gerar equívocos de compreensão.
ma capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período que com:
não contém nenhum “que” anterior.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem - pronomes pessoais:
sólida formação acadêmica. Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
ele seria exonerado.
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida cretariado.
formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o pro- - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
grama. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior, ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
aqui podemos suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas pre- Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
cipitadas, que comprometam o andamento de todo o progra- acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
ma. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
Erros de Comparação
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compara-
ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín-
- pronome relativo:
gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A
costumava trabalhar.
ausência indevida de um termo pode impossibilitar o enten-
dimento do sentido que se quer dar a uma frase: Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gê-
médico. nero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais,
A omissão de termos provocou uma comparação indevi- as quais, que marcam gênero e número.
da: “o salário de um professor” com “um médico”. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o mava trabalhar.
salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu- dos pronomes de tratamento apresentados nas alternati-
mava trabalhar. vas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, en-
tão, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome ade-
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da quado a ser utilizado para deputados. Segundo o Manual
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: de Redação Oficial, temos:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
funcionário. b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. (...).
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este RESPOSTA: “D”.
indisciplinado.
2-) (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014)
chamou o médico. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de
chamado por uma senhora. acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re-
pública.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
Fontes de pesquisa:
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
blicacoes_ver.php?id=2
cargos públicos.
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cao-oficial-para-concursos.html
2-) Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
Questões forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) afinal, a
dignidade é condição primordial para que tais cargos públi-
1-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) cos sejam ocupados.
Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
de Redação da Presidência da República, no qual expres- cial_publicacoes_ver.php?id=2
sões foram substituídas por lacunas. RESPOSTA: “ERRADO”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob- Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o es-
jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi- tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
va sintética. É também chamada de pronome apassivador. controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
apassivar o verbo. errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
um estigma.
Vendem-se casas. Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
Aluga-se carro. gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
Compram-se joias. representam as variações de acordo com as condições so-
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito Dentre elas destacam-se:
indeterminado. Não exerce propriamente uma função sin-
tática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín-
de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do
do singular. tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far-
Trabalha-se de dia. mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con-
Precisa-se de vendedores. trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome fragmento exposto:
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su-
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí-
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), Antigamente
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
* objeto direto
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
Ele cortou-se com o facão.
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-
* objeto indireto
tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Ele se atribui muito valor.
Carlos Drummond de Andrade
* sujeito de um infinitivo
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
“Sofia deixou-se estar à janela.”
bulário antiquado.
* Texto adaptado por Por Marina Cabral Variações regionais: São os chamados dialetos, que
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi- giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade es-
tão os sotaques, ligados às características orais da lingua-
gem.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Para telha dizem teia Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Para telhado dizem teiado pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
E vão fazendo telhados. das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
Oswald de Andrade gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
perfeitamente normais construções do tipo:
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- Eu não vi ela hoje.
coes-linguisticas.htm Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- alteram:
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- Eu não a vi hoje.
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Ninguém o deixou falar.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem Deixe-me ver isso!
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- Eu te amo, sim, mas não abuses!
rando na educação; Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta:
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
à causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
sair daqui bem depressa.)
O conceito de erro em língua: O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu
a norma culta. tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um formas então legítimas impido, despido e desimpido, que
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de
praia, vestido de fraque e cartola. usar.
102
LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Canal de transmissão da mensagem: faz a ligação parte do emissor, nomeadamente com o fato de se tor-
entre o emissor e o receptor e representa o meio através narem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e
do qual é transmitida a mensagem. Existe uma grande as novas explicações para melhor compreensão após a sua
variedade de canais de transmissão, cada um deles com transmissão. Assim, os principais cuidados a ter para que
vantagens e inconvenientes: destacam-se o ar (no caso do a mensagem seja perfeitamente recebida e compreendida
emissor e receptor estarem frente a frente), o telefone, os pelo(s) receptor(es) são o uso de caligrafia legível e unifor-
meios eletrônicos e informáticos, os memorandos, a rádio, me (se manuscrita), a apresentação cuidada, a pontuação
a televisão, entre outros. e ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a ri-
queza vocabular e a correção frásica. O emissor deve ainda
- Receptor da mensagem: representa quem recebe e possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar
descodifica a mensagem. Aqui é necessário ter em atenção prever as reações/feedback à sua mensagem.
que a descodificação da mensagem resulta naquilo que Como principais vantagens da comunicação escrita,
efetivamente o emissor pretendia enviar (por exemplo, em podemos destacar o fato de ser duradoura e permitir um
diferentes culturas, um mesmo gesto pode ter significados registro e de permitir uma maior atenção à organização
diferentes). Podem existir apenas um ou numerosos recep- da mensagem sendo, por isso, adequada para a transmitir
tores para a mesma mensagem. políticas, procedimentos, normas e regras. Adequa-se tam-
bém a mensagens longas e que requeiram uma maior aten-
- Ruídos: representam obstruções mais ou menos in- ção e tempo por parte do receptor tais como relatórios e
tensas ao processo de comunicação e podem ocorrer em análises diversas. Como principais desvantagens destacam-
qualquer uma das suas fases. Denominam-se ruídos inter- se a já referida ausência do receptor o que impossibilita o
nos se ocorrem durante as fases de codificação ou desco- feedback imediato, não permite correções ou explicações
dificação e externos se ocorrerem no canal de transmissão. adicionais e obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.
Obviamente estes ruídos variam consoante o tipo de canal
de transmissão utilizado e consoante as características do Comunicação Oral
emissor e do(s) receptor(es), sendo, por isso, um dos crité-
rios utilizados na escolha do canal de transmissão quer do No caso da comunicação oral, a sua principal caracte-
tipo de codificação. rística é a presença do receptor (exclui-se, obviamente, a
comunicação oral que utilize a televisão, a rádio, ou as gra-
- Retro-informação (feedback): representa a resposta vações). Esta característica explica diversas das suas prin-
do(s) receptor(es) ao emissor da mensagem e pode ser cipais vantagens, nomeadamente o fato de permitir o fee-
utilizada como uma medida do resultado da comunicação. dback imediato, permitir a passagem imediata do receptor
Pode ou não ser transmitida pelo mesmo canal de trans- a emissor e vice-versa, permitir a utilização de comunica-
missão. ção não verbal como os gestos a mímica e a entoação, por
exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais,
Embora os tipos de comunicação sejam inúmeros, po- permitir observar as reações do receptor, e ainda a grande
dem ser agrupados em comunicação verbal e comunica- rapidez de transmissão. Contudo, e para que estas vanta-
ção não verbal. Como comunicação não verbal podemos gens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos
considerar os gestos, os sons, a mímica, a expressão facial, temas, a clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável
as imagens, entre outros. É frequentemente utilizada em e a boa dicção, a linguagem adaptada, a segurança e auto-
locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação domínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
oral ou escrita como por exemplo as comunicações entre Como principais desvantagens da comunicação oral
“dealers” nas bolsas de valores. É também muito utilizada destacam-se o fato de ser efêmera, não permitindo qual-
como suporte e apoio à comunicação oral. quer registro e, consequentemente, não se adequando a
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunica- mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte
ção escrita e a comunicação oral, por ser a mais utilizada na do receptor.
sociedade em geral e nas organizações em particular, por
ser a única que permite a transmissão de ideias complexas Gêneros Escritos e Orais
e por ser um exclusivo da espécie humana, é aquela que
mais atenção tem merecido dos investigadores, caracteri- Gêneros textuais são tipos específicos de textos de
zando-a e estudando quando e como deve ser utilizada. qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discur-
sivas constituem as estruturas e as funções sociais (narra-
Comunicação Escrita tivas, discursivas, argumentativas) utilizadas como formas
de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser consi-
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje derados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites,
predomina, nas organizações burocráticas que seguem atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comé-
os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max dias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevis-
Weber. A principal característica é o fato do receptor estar tas, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, ins-
ausente tornando-a, por isso, num monólogo permanente truções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias.
do emissor. Esta característica obriga a alguns cuidados por São textos que circulam no mundo, que têm uma função
104
LÍNGUA PORTUGUESA
específica, para um público específico e com características Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
próprias. Aliás, essas características peculiares de um gêne- exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
ro discursivo nos permitem abordar aspectos da textualida- palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
de, tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de tex-
técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes tos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico,
ao gênero em questão. relatório oral de experiência.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. ções.
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes Aspectos tipológicos: Descrever ações.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Capacidade de linguagem dominante: Regulação mú-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tua de comportamentos.
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tan- Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de mon-
tos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa tagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de
sociedade. uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais. Funções da Linguagem
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic-
cional. Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
Aspectos tipológicos: Narrar. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
através da criação da intriga no domínio do verossímil. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, fá- ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção cien- a linguagem?
tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou his- - A linguagem serve para informar: Função Referencial.
tória engraçada, biografia romanceada, romance, romance
histórico, novela fantástica, conto, crônica literária, adivi- “Estados Unidos invadem o Iraque”
nha, piada.
Domínios sociais de comunicação: Documentação e Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
memorização das ações humana. bre um acontecimento do mundo.
Aspectos tipológicos: Relatar. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
Capacidade de linguagem dominante: Representação memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe- mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia, de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren-
Domínios sociais de comunicação: Discussão de proble- demos desde as mais banais informações do dia a dia até
mas sociais controversos. as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
Aspectos tipológicos: Argumentar. filosóficos mais avançados.
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- A função informativa da linguagem tem importância
futação e negociação de tomadas de posição. central na vida das pessoas, consideradas individualmente
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, É a função informativa que permite a realização do
ensaio. trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons- A função informativa costuma ser chamada também de
trução de saberes. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Aspectos tipológicos: Expor. que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
Capacidade de linguagem dominante: Apresentação coisas ou os eventos a que fazem referência.
textual de diferentes formas dos saberes.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem
Função Conativa. a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos
“Vem pra Caixa você também.” para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa
valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a nossa competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen- Função Fática.
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Que calorão, hein?
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende outros.
a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas.
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, não seja manter os laços sociais. Quando encontramos al-
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem guém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-
questionar. remos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem está doente, se está com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: que as pessoas não entendam bem o significado da letra
Função Emotiva. do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes
“Eu fico possesso com isso!” da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve- gem: Função Metalinguística.
zes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a
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LÍNGUA PORTUGUESA
própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Paro-
/k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
diando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
E o bosque estala, move-se, estremece...
podem pescar”.
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...
A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: cos.
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para barulho dos cavalos aumenta.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- Quando se usam recursos da própria língua para acres-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o que estamos usando a linguagem em sua função poética.
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra Para melhor compreensão das funções de linguagem,
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
amor nunca diminui e assim por diante.
cação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Poética. senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido outro escuta em silêncio, etc).
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de Exemplo:
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
para delas extrairmos satisfação. Elementos da comunicação
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- - Emissor - emite, codifica a mensagem;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emí- - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
lio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gor- - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
da se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco recepção da mensagem;
quebrar por excesso de fundos”. - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel tor;
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
“capital”, “dinheiro”.
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado
Virgílio Guimarães: te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e - locutor - quem fala (e responde);
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata - locutário - quem ouve e responde;
uma dor de consciência e bata em retirada.” - interlocução - diálogo
(Folha de S. Paulo)
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.
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LÍNGUA PORTUGUESA
(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
-detail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
grado.
ciedade como tais. (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente, (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
(A) perceba. ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
(B) foi percebido. ficação.
(C) tenham percebido. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(D) devam perceber. da vida (...).
(E) estava percebendo. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
RESPOSTA: “A” - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
concordância verbal e nominal está inteiramente corre-
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
ta na frase: vida (...).
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
valores que determinam as escolhas dos governantes, e da falsa consciência.
para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes RESPOSTA: “B”.
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
cípios que regem a prática política. 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
liberdades individuais quanto as coletivas. ambiental Geraldo Motta.
(D) As instituições fundamentais de um regime de- Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- nhados devem sofrer as seguintes alterações:
criminadas de um único poder central. (A) entrar − vira
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) entrava − tinha visto
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes (C) entrasse − veria
opiniões existentes na sociedade. (D) entraria − veria
(E) entrava − teria visto
Fiz os acertos entre parênteses:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
ria = entrasse / veria.
rir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- RESPOSTA: “C”.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
110
LEGISLAÇÃO DO SUS
1. Políticas de Saúde no Brasil: do Movimento pela Reforma Sanitária aos dias atuais............................................................... 01
2. Sistema Único de Saúde (SUS): princípios doutrinários e organizativos; bases legais e normatização; e financiamento.........01
3. Política Nacional de Atenção Básica............................................................................................................................................................. 05
4. Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS)............................................................................................................................... 20
5. Redes de Atenção à Saúde (RAS) no âmbito do Sistema Único de Saúde: atributos, elementos, funções e redes prio-
ritárias............................................................................................................................................................................................................................ 22
6. Programas de avaliação dos serviços de saúde (Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica -
PMAQ; Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde – PNASS)..................................................................................... 22
7. Políticas de provimento de profissionais de saúde no SUS (Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica
- PROVAB; Programa Mais Médicos - PMM)................................................................................................................................................. 23
8. Fundamentos de Planejamento, Gestão e Avaliação em Saúde....................................................................................................... 23
9. Vigilância em Saúde............................................................................................................................................................................................ 27
10. Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente..................................................................................................................................... 35
11. Participação e Controle Social no SUS...................................................................................................................................................... 38
LEGISLAÇÃO DO SUS
Principais leis
1. POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: DO
MOVIMENTO PELA REFORMA SANITÁRIA AOS Constituição Federal de 1988: Estabelece que “a saú-
DIAS ATUAIS. de é direito de todos e dever do Estado, garantido median-
te políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção,
O movimento da Reforma Sanitária nasceu no contexto proteção e recuperação”. Determina ao Poder Público sua
da luta contra a ditadura, no início da década de 1970. A ex- “regulamentação, fiscalização e controle”, que as ações e
pressão foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se os serviços da saúde “integram uma rede regionalizada e
tinha em relação às mudanças e transformações necessárias hierarquizada e constituem um sistema único”; define suas
na área da saúde. Essas mudanças não abarcavam apenas o diretrizes, atribuições, fontes de financiamento e, ainda,
sistema, mas todo o setor saúde, em busca da melhoria das como deve se dar a participação da iniciativa privada.
condições de vida da população.
Grupos de médicos e outros profissionais preocupados Lei Orgânica da Saúde (LOS), Lei n.º 8.080/1990:
com a saúde pública desenvolveram teses e integraram dis- Regulamenta, em todo o território nacional, as ações do
cussões políticas. Este processo teve como marco institucio- SUS, estabelece as diretrizes para seu gerenciamento e
nal a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986. descentralização e detalha as competências de cada esfe-
Entre os políticos que se dedicaram a esta luta está o sanita- ra governamental. Enfatiza a descentralização político-ad-
rista Sergio Arouca. ministrativa, por meio da municipalização dos serviços e
As propostas da Reforma Sanitária resultaram, finalmen- das ações de saúde, com redistribuição de poder, compe-
te, na universalidade do direito à saúde, oficializado com a tências e recursos, em direção aos municípios. Determina
Constituição Federal de 1988 e a criação do Sistema Único como competência do SUS a definição de critérios, valores
de Saúde (SUS). e qualidade dos serviços. Trata da gestão financeira; define
Fonte: https://pensesus.fiocruz.br/reforma-sanitaria o Plano Municipal de Saúde como base das atividades e da
programação de cada nível de direção do SUS e garante
a gratuidade das ações e dos serviços nos atendimentos
públicos e privados contratados e conveniados.
2. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): Lei n.º 8.142/1990: Dispõe sobre o papel e a parti-
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS E cipação das comunidades na gestão do SUS, sobre as
ORGANIZATIVOS; BASES LEGAIS E transferências de recursos financeiros entre União, estados,
NORMATIZAÇÃO; E FINANCIAMENTO. Distrito Federal e municípios na área da saúde e dá outras
providências. Institui as instâncias colegiadas e os instru-
mentos de participação social em cada esfera de governo.
Responsabilização Sanitária
Princípios do SUS: São conceitos que orientam o SUS,
previstos no artigo 198 da Constituição Federal de 1988 e no Desenvolver responsabilização sanitária é estabele-
artigo 7º do Capítulo II da Lei n.º 8.080/1990. Os principais são: cer claramente as atribuições de cada uma das esferas de
gestão da saúde pública, assim como dos serviços e das
Universalidade: significa que o SUS deve atender a to- equipes que compõem o SUS, possibilitando melhor pla-
dos, sem distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção nejamento, acompanhamento e complementaridade das
necessária, sem qualquer custo; ações e dos serviços. Os prefeitos, ao assumir suas respon-
Integralidade: o SUS deve oferecer a atenção necessária sabilidades, devem estimular a responsabilização junto aos
à saúde da população, promovendo ações contínuas de pre- gerentes e equipes, no âmbito municipal, e participar do
venção e tratamento aos indivíduos e às comunidades, em processo de pactuação, no âmbito regional.
quaisquer níveis de complexidade;
Equidade: o SUS deve disponibilizar recursos e serviços Responsabilização Macro sanitária
com justiça, de acordo com as necessidades de cada um, ca-
nalizando maior atenção aos que mais necessitam; O gestor municipal, para assegurar o direito à saúde
Participação social: é um direito e um dever da socie- de seus munícipes, deve assumir a responsabilidade pelos
dade participar das gestões públicas em geral e da saúde resultados, buscando reduzir os riscos, a mortalidade e as
pública em particular; é dever do Poder Público garantir as doenças evitáveis, a exemplo da mortalidade materna e in-
condições para essa participação, assegurando a gestão co- fantil, da hanseníase e da tuberculose. Para isso, tem de se
munitária do SUS; e responsabilizar pela oferta de ações e serviços que promo-
Descentralização: é o processo de transferência de res- vam e protejam a saúde das pessoas, previnam as doenças
ponsabilidades de gestão para os municípios, atendendo e os agravos e recuperem os doentes. A atenção básica à
às determinações constitucionais e legais que embasam saúde, por reunir esses três componentes, coloca-se como
o SUS, definidor de atribuições comuns e competências responsabilidade primeira e intransferível a todos os ges-
específicas à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos tores. O cumprimento dessas responsabilidades exige que
municípios. assumam as atribuições de gestão, incluindo:
1
LEGISLAÇÃO DO SUS
- execução dos serviços públicos de responsabilidade Espaços regionais: A implementação de espaços re-
municipal; gionais de pactuação, envolvendo os gestores municipais e
- destinação de recursos do orçamento municipal e uti- estaduais, é uma necessidade para o aperfeiçoamento do
lização do conjunto de recursos da saúde, com base em SUS. Os espaços regionais devem-se organizar a partir das
prioridades definidas no Plano Municipal de Saúde; necessidades e das afinidades específicas em saúde exis-
- planejamento, organização, coordenação, controle e tentes nas regiões.
avaliação das ações e dos serviços de saúde sob gestão
municipal; e Descentralização
- participação no processo de integração ao SUS, em
âmbito regional e estadual, para assegurar a seus cidadãos O princípio de descentralização que norteia o SUS se
o acesso a serviços de maior complexidade, não disponí- dá, especialmente, pela transferência de responsabilidades
veis no município. e recursos para a esfera municipal, estimulando novas com-
petências e capacidades político-institucionais dos ges-
Responsabilização Micro sanitária tores locais, além de meios adequados à gestão de redes
assistenciais de caráter regional e macro regional, permitin-
É determinante que cada serviço de saúde conheça o do o acesso, a integralidade da atenção e a racionalização
território sob sua responsabilidade. Para isso, as unidades de recursos. Os estados e a União devem contribuir para a
da rede básica devem estabelecer uma relação de compro- descentralização do SUS, fornecendo cooperação técnica e
misso com a população a ela adstrita e cada equipe de re- financeira para o processo de municipalização.
ferência deve ter sólidos vínculos terapêuticos com os pa-
cientes e seus familiares, proporcionando-lhes abordagem Regionalização: consensos e estratégias - As ações
integral e mobilização dos recursos e apoios necessários à e os serviços de saúde não podem ser estruturados ape-
recuperação de cada pessoa. A alta só deve ocorrer quando nas na escala dos municípios. Existem no Brasil milhares
da transferência do paciente a outra equipe (da rede básica de pequenas municipalidades que não possuem em seus
ou de outra área especializada) e o tempo de espera para territórios condições de oferecer serviços de alta e média
essa transferência não pode representar uma interrupção complexidade; por outro lado, existem municípios que
do atendimento: a equipe de referência deve prosseguir apresentam serviços de referência, tornando-se polos re-
com o projeto terapêutico, interferindo, inclusive, nos cri- gionais que garantem o atendimento da sua população e
térios de acesso. de municípios vizinhos. Em áreas de divisas interestaduais,
Instâncias de Pactuação são frequentes os intercâmbios de serviços entre cidades
próximas, mas de estados diferentes. Por isso mesmo, a
São espaços intergovernamentais, políticos e técnicos construção de consensos e estratégias regionais é uma so-
onde ocorrem o planejamento, a negociação e a imple- lução fundamental, que permitirá ao SUS superar as restri-
mentação das políticas de saúde pública. As decisões se ções de acesso, ampliando a capacidade de atendimento e
dão por consenso (e não por votação), estimulando o de-
o processo de descentralização.
bate e a negociação entre as partes.
O Sistema Hierarquizado e Descentralizado: As
ações e serviços de saúde de menor grau de complexida-
Comissão Intergestores Tripartite (CIT): Atua na di-
de são colocadas à disposição do usuário em unidades de
reção nacional do SUS, formada por composição paritária
saúde localizadas próximas de seu domicílio. As ações es-
de 15 membros, sendo cinco indicados pelo Ministério da
pecializadas ou de maior grau de complexidade são alcan-
Saúde, cinco pelo Conselho Nacional de Secretários Esta-
çadas por meio de mecanismos de referência, organizados
duais de Saúde (Conass) e cinco pelo Conselho Nacional
de Secretários Municipais de Saúde (Conasems). A repre- pelos gestores nas três esferas de governo. Por exemplo: O
sentação de estados e municípios nessa Comissão é, por- usuário é atendido de forma descentralizada, no âmbito do
tanto regional: um representante para cada uma das cinco município ou bairro em que reside. Na hipótese de precisar
regiões existentes no País. ser atendido com um problema de saúde mais complexo,
ele é referenciado, isto é, encaminhado para o atendimen-
Comissões Intergestores Bipartites (CIB): São consti- to em uma instância do SUS mais elevada, especializada.
tuídas paritariamente por representantes do governo esta- Quando o problema é mais simples, o cidadão pode ser
dual, indicados pelo Secretário de Estado da Saúde, e dos contra referenciado, isto é, conduzido para um atendimen-
secretários municipais de saúde, indicados pelo órgão de to em um nível mais primário.
representação do conjunto dos municípios do Estado, em
geral denominado Conselho de Secretários Municipais de Plano de saúde fixa diretriz e metas à saúde muni-
Saúde (Cosems). Os secretários municipais de Saúde costu- cipal
mam debater entre si os temas estratégicos antes de apre-
sentarem suas posições na CIB. Os Cosems são também É responsabilidade do gestor municipal desenvolver
instâncias de articulação política entre gestores municipais o processo de planejamento, programação e avaliação da
de saúde, sendo de extrema importância a participação saúde local, de modo a atender as necessidades da po-
dos gestores locais nesse espaço. pulação de seu município com eficiência e efetividade. O
Plano Municipal de Saúde (PMS) deve orientar as ações na
2
LEGISLAÇÃO DO SUS
área, incluindo o orçamento para a sua execução. Um ins- As Unidades Básicas são prioridades porque, quando
trumento fundamental para nortear a elaboração do PMS as Unidades Básicas de Saúde funcionam adequadamente,
é o Plano Nacional de Saúde. Cabe ao Conselho Municipal a comunidade consegue resolver com qualidade a maio-
de Saúde estabelecer as diretrizes para a formulação do ria dos seus problemas de saúde. É comum que a primeira
PMS, em função da análise da realidade e dos problemas preocupação de muitos prefeitos se volte para a reforma
de saúde locais, assim como dos recursos disponíveis. No ou mesmo a construção de hospitais. Para o SUS, todos os
PMS, devem ser descritos os principais problemas da saúde níveis de atenção são igualmente importantes, mas a prá-
pública local, suas causas, consequências e pontos críticos. tica comprova que a atenção básica deve ser sempre prio-
ritária, porque possibilita melhor organização e funciona-
Além disso, devem ser definidos os objetivos e metas a se-
mento também dos serviços de média e alta complexidade.
rem atingidos, as atividades a serem executadas, os crono-
Estando bem estruturada, ela reduzirá as filas nos
gramas, as sistemáticas de acompanhamento e de avalia-
prontos socorros e hospitais, o consumo abusivo de me-
ção dos resultados. dicamentos e o uso indiscriminado de equipamentos de
alta tecnologia. Isso porque os problemas de saúde mais
Sistemas de informações ajudam a planejar a saúde: comuns passam a ser resolvidos nas Unidades Básicas de
O SUS opera e/ou disponibiliza um conjunto de sistemas Saúde, deixando os ambulatórios de especialidades e hos-
de informações estratégicas para que os gestores avaliem pitais cumprirem seus verdadeiros papéis, o que resulta em
e fundamentem o planejamento e a tomada de decisões, maior satisfação dos usuários e utilização mais racional dos
abrangendo: indicadores de saúde; informações de assis- recursos existentes.
tência à saúde no SUS (internações hospitalares, produção
ambulatorial, imunização e atenção básica); rede assisten- Saúde da Família: é a saúde mais perto do cidadão.
cial (hospitalar e ambulatorial); morbidade por local de in- É parte da estratégia de estruturação eleita pelo Ministério
ternação e residência dos atendidos pelo SUS; estatísticas da Saúde para reorganização da atenção básica no País,
vitais (mortalidade e nascidos vivos); recursos financeiros, com recursos financeiros específicos para o seu custeio.
informações demográficas, epidemiológicas e socioeconô- Cada equipe é composta por um conjunto de profissionais
micas. Caminha-se rumo à integração dos diversos siste- (médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagem e agentes
mas informatizados de base nacional, que podem ser aces- comunitários de saúde, podendo agora contar com profis-
sados no site do Datasus. Nesse processo, a implantação sional de saúde bucal) que se responsabiliza pela situação
de saúde de determinada área, cuja população deve ser
do Cartão Nacional de Saúde tem papel central. Cabe aos
de no mínimo 2.400 e no máximo 4.500 pessoas. Essa po-
prefeitos conhecer e monitorar esse conjunto de informa-
pulação deve ser cadastrada e acompanhada, tornando-se
ções essenciais à gestão da saúde do seu município. responsabilidade das equipes atendê-la, entendendo suas
necessidades de saúde como resultado também das condi-
Níveis de atenção à saúde: O SUS ordena o cuidado ções sociais, ambientais e econômicas em que vive. Os pro-
com a saúde em níveis de atenção, que são de básica, mé- fissionais é que devem ir até suas casas, porque o objetivo
dia e alta complexidade. Essa estruturação visa à melhor principal da Saúde da Família é justamente aproximar as
programação e planejamento das ações e dos serviços do equipes das comunidades e estabelecer entre elas vínculos
sistema de saúde. Não se deve, porém, desconsiderar al- sólidos.
gum desses níveis de atenção, porque a atenção à saúde
deve ser integral. A saúde municipal precisa ser integral. O município é
A atenção básica em saúde constitui o primeiro nível responsável pela saúde de sua população integralmente,
de atenção à saúde adotada pelo SUS. É um conjunto de ou seja, deve garantir que ela tenha acessos à atenção bá-
ações que engloba promoção, prevenção, diagnóstico, tra- sica e aos serviços especializados (de média e alta comple-
tamento e reabilitação. Desenvolve-se por meio de práticas xidade), mesmo quando localizados fora de seu território,
gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a controlando, racionalizando e avaliando os resultados ob-
forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de tidos.
territórios delimitados, pelos quais assumem responsabi- Só assim estará promovendo saúde integral, como de-
termina a legislação. É preciso que isso fique claro, porque
lidade.
muitas vezes o gestor municipal entende que sua responsa-
Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa
bilidade acaba na atenção básica em saúde e que as ações
densidade, objetivando solucionar os problemas de saú-
e os serviços de maior complexidade são responsabilidade
de de maior frequência e relevância das populações. É o do Estado ou da União – o que não é verdade.
contato preferencial dos usuários com o sistema de saúde. A promoção da saúde é uma estratégia por meio da
Deve considerar o sujeito em sua singularidade, comple- qual os desafios colocados para a saúde e as ações sanitá-
xidade, inteireza e inserção sociocultural, além de buscar rias são pensados em articulação com as demais políticas e
a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de práticas sanitárias e com as políticas e práticas dos outros
doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que pos- setores, ampliando as possibilidades de comunicação e in-
sam comprometer suas possibilidades de viver de modo tervenção entre os atores sociais envolvidos (sujeitos, insti-
saudável. tuições e movimentos sociais). A promoção da saúde deve
3
LEGISLAÇÃO DO SUS
considerar as diferenças culturais e regionais, entendendo ções a todos os governantes. A Constituição Federal define
os sujeitos e as comunidades na singularidade de suas his- os gastos mínimos em saúde, por esfera de governo, e a
tórias, necessidades, desejos, formas de pertencer e se re- legislação sanitária, os critérios para as transferências in-
lacionar com o espaço em que vivem. Significa comprome- tergovernamentais e alocação de recursos financeiros. Essa
ter-se com os sujeitos e as coletividades para que possuam, vinculação das receitas objetiva preservar condições míni-
cada vez mais, autonomia e capacidade para manejar os mas e necessárias ao cumprimento das responsabilidades
limites e riscos impostos pela doença, pela constituição sanitárias e garantir transparência na utilização dos recur-
genética e por seu contexto social, político, econômico e sos disponíveis. A responsabilização fiscal e sanitária de
cultural. A promoção da saúde coloca, ainda, o desafio da cada gestor e servidor público deve ser compartilhada por
intersetorialidade, com a convocação de outros setores so- todos os entes e esferas governamentais, resguardando
ciais e governamentais para que considerem parâmetros suas características, atribuições e competências. O desafio
sanitários, ao construir suas políticas públicas específicas, primordial dos governos, sobretudo na esfera municipal,
possibilitando a realização de ações conjuntas. é avançar na transformação dos preceitos constitucionais
e legais que constituem o SUS em serviços e ações que
Vigilância em saúde: expande seus objetivos. Em um assegurem o direito à saúde, como uma conquista que se
país com as dimensões do Brasil, com realidades regionais realiza cotidianamente em cada estabelecimento, equipe e
bastante diversificadas, a vigilância em saúde é um grande prática sanitária. É preciso inovar e buscar, coletiva e criati-
desafio. Apesar dos avanços obtidos, como a erradicação vamente, soluções novas para os velhos problemas do nos-
da poliomielite, desde 1989, e com a interrupção da trans- so sistema de saúde. A construção de espaços de gestão
missão de sarampo, desde 2000, convivemos com doenças que permitam a discussão e a crítica, em ambiente demo-
transmissíveis que persistem ou apresentam incremento na crático e plural, é condição essencial para que o SUS seja,
incidência, como a AIDS, as hepatites virais, as meningites, cada vez mais, um projeto que defenda e promova a vida.
a malária na região amazônica, a dengue, a tuberculose e Muitos municípios operam suas ações e serviços de
a hanseníase. Observamos, ainda, aumento da mortalidade saúde em condições desfavoráveis, dispondo de recursos
por causas externas, como acidentes de trânsito, conflitos, financeiros e equipes insuficientes para atender às deman-
homicídios e suicídios, atingindo, principalmente, jovens e
das dos usuários, seja em volume, seja em complexidade
população em idade produtiva. Nesse contexto, o Ministé-
– resultado de uma conjuntura social de extrema desigual-
rio da Saúde com o objetivo de integração, fortalecimento
dade. Nessas situações, a gestão pública em saúde deve
da capacidade de gestão e redução da morbimortalidade,
adotar condução técnica e administrativa compatível com
bem como dos fatores de risco associados à saúde, expan-
os recursos existentes e criativa em sua utilização. Deve es-
de o objeto da vigilância em saúde pública, abrangendo as
tabelecer critérios para a priorização dos gastos, orientados
áreas de vigilância das doenças transmissíveis, agravos e
por análises sistemáticas das necessidades em saúde, veri-
doenças não transmissíveis e seus fatores de riscos; a vigi-
ficadas junto à população. É um desafio que exige vontade
lância ambiental em saúde e a análise de situação de saúde.
política, propostas inventivas e capacidade de governo.
Competências municipais na vigilância em saúde A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
compartilham as responsabilidades de promover a articu-
Compete aos gestores municipais, entre outras atribui- lação e a interação dentro do Sistema Único de Saúde –
ções, as atividades de notificação e busca ativa de doenças SUS, assegurando o acesso universal e igualitário às ações
compulsórias, surtos e agravos inusitados; investigação de e serviços de saúde.
casos notificados em seu território; busca ativa de decla- O SUS é um sistema de saúde, regionalizado e hierar-
ração de óbitos e de nascidos vivos; garantia a exames la- quizado, que integra o conjunto das ações de saúde da
boratoriais para o diagnóstico de doenças de notificação União, Estados, Distrito Federal e Municípios, onde cada
compulsória; monitoramento da qualidade da água para o parte cumpre funções e competências específicas, porém
consumo humano; coordenação e execução das ações de articuladas entre si, o que caracteriza os níveis de gestão
vacinação de rotina e especiais (campanhas e vacinações do SUS nas três esferas governamentais.
de bloqueio); vigilância epidemiológica; monitoramento da Criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamen-
mortalidade infantil e materna; execução das ações básicas tado pela Lei nº 8.080/90, conhecida como a Lei Orgânica
de vigilância sanitária; gestão e/ou gerência dos sistemas da Saúde, e pela Lei nº 8.142/90, que trata da participa-
de informação epidemiológica, no âmbito municipal; coor- ção da comunidade na gestão do Sistema e das transfe-
denação, execução e divulgação das atividades de informa- rências intergovernamentais de recursos financeiros, o SUS
ção, educação e comunicação de abrangência municipal; tem normas e regulamentos que disciplinam as políticas e
participação no financiamento das ações de vigilância em ações em cada Subsistema.
saúde e capacitação de recursos. A Sociedade, nos termos da Legislação, participa do
planejamento e controle da execução das ações e serviços
Desafios públicos, responsabilidades compartilha- de saúde. Essa participação se dá por intermédio dos Con-
das: A legislação brasileira – Lei de Responsabilidade Fiscal selhos de Saúde, presentes na União, nos Estados e Muni-
(LRF) e legislação sanitária, incluindo as Leis n.º 8.080/1990 cípios.
e 8.142/1990 – estabelece prerrogativas, deveres e obriga-
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LEGISLAÇÃO DO SUS
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LEGISLAÇÃO DO SUS
e aprimora pontos fundamentais do SIPACS - Sistema de Microárea - o espaço geográfico delimitado onde re-
Informação do PACS - mas mantém a lógica central de seu sidem cerca de 400 a 750 pessoas e corresponde à área de
funcionamento, que tem como referência uma determina- atuação de um agente comunitário de saúde (ACS).
da base populacional. O SIAB amplia o leque de informa-
ções, com novos instrumentos de coleta e de consolidação Área - o conjunto de microáreas sob a responsabili-
que permitirão sua utilização por toda a equipe de saúde dade de uma equipe de saúde. A composição da equipe
da unidade básica. de saúde e as coberturas assistenciais variam de acordo
com o modelo de atenção adotado e a área pode assumir
Conceitos Básicos diversas configurações:
- Área, no Programa de Agentes Comunitários de Saú-
Para o correto preenchimento das fichas e relatórios de (PACS) - é o conjunto de microáreas cobertas por uma
que compõem o SIAB, destacamos abaixo alguns conceitos equipe do PACS (1 instrutor/supervisor e, no máximo, 30
necessários aos que manipularão este sistema de informa- agentes comunitários de saúde) dentro de um mesmo seg-
ção. mento territorial. Neste caso, embora as microáreas sejam
referenciadas geograficamente, elas nem sempre são con-
Modelo de Atenção - é o resultado da combinação de tíguas.
tecnologias empregadas para assistência à saúde de uma
- Área, no Programa de Saúde da Família (PSF) - é o
dada população. O usuário do SIAB deverá identificar o
conjunto de microáreas contíguas sob a responsabilidade
modelo de atenção à saúde utilizado pelo município:
de uma equipe de saúde da família, onde residem em torno
de 2.400 a 4.500 pessoas.
- Programa de Agentes Comunitários de Saúde
(PACS), - Outros (demanda espontânea, oferta programática
- Programa de Saúde da Família (PSF) ou etc.) - nos modelos de atenção onde não há a adscrição
- Outro - Como outro compreende-se qualquer moda- de clientela por território, os dados coletados referem-se à
lidade de atenção básica diferente do modelo do PACS e população atendida na unidade de saúde. É muito comum
do PSF (demanda espontânea, oferta programática, entre haver uma área de abrangência para cada unidade de saú-
outros). de, mesmo não se tendo uma definição territorial formal.
Família - é o conjunto de pessoas ligadas por laços Segmento Territorial - o segmento é um conjunto de
de parentesco, dependência doméstica ou normas de con- áreas contíguas que pode corresponder à delimitação de
vivência que residem na mesma unidade domiciliar. Inclui um Distrito Sanitário, de uma Zona de Informação do IBGE
empregado(a) doméstico(a) que reside no domicílio, pen- ou a outro nível de agregação importante para o plane-
sionistas e agregados (BRASIL, 1988). jamento e avaliação em saúde no Município. É a divisão
territorial utilizada para a análise espacial dos dados em um
Domicílio - designa o “local de moradia estrutural- determinado município.
mente separado e independente, constituído por um ou
mais cômodos”. A separação fica caracterizada quando o Procedimentos Básicos
local de moradia é limitado por paredes (muros ou cer-
cas, entre outros) e coberto por um teto que permita que Para a utilização do SIAB em toda sua capacidade, o
seus moradores se isolem e cujos residentes arcam com município precisa:
parte ou todas as suas despesas de alimentação ou mo-
radia. Considera-se independente o local de moradia que Definir os segmentos territoriais, indicando quais
tem acesso direto e que permite a entrada e a saída de são urbanos ou rurais, e atribuir-lhes códigos sequenciais
seus moradores sem a passagem por local de moradia de de dois algarismos.
outras pessoas.
- Em casa de cômodos (cortiços), considera-se como
Definir as áreas de abrangência de cada equipe
um domicílio cada unidade residencial.
(PACS ou PSF) e atribuir-lhes códigos sequenciais com três
- Também são considerados domicílios: prédio em
algarismos.
construção, embarcação, carroça, vagão, tenda, gruta e ou-
tros locais que estejam servindo de moradia para a família
(BRASIL, 1998). Identificar o modelo de atenção à saúde existente
em cada área: Programa de Agentes Comunitários de Saúde
Peridomicílio - é o espaço externo próximo à casa e (PACS), Programa de Saúde da Família (PSF) ou outro (aten-
que inclui os seus anexos. dimento à demanda espontânea, oferta organizada etc.):
Anexos - é a unidade de construção, permanente ou
não, peridomiciliar, que sirva de abrigo para animais ou - Município com o SIAB informatizado: ao cadastrar
para depósito, assim como todas as demais dependências a equipe é necessário registrar a informação sobre o mode-
externas no peridomicílio, contíguas à casa. lo de atenção no campo correspondente.
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LEGISLAÇÃO DO SUS
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LEGISLAÇÃO DO SUS
registradas pelo ACS devem ser incluídas imediatamen- Toda família que tenha uma criança menor de cinco anos,
te no banco de dados, de forma a permitir sua contínua acompanhada por uma unidade de saúde deve possuir
atualização. Caso contrário, a consolidação dos dados do este Cartão. É ele que servirá como fonte básica dos dados
cadastramento deve ser realizada anualmente, no mês de que serão coletados pelos ACS.
janeiro, através do preenchimento dos Relatórios A1, A2, Para as crianças menores de 2 anos o ACS deve utilizar,
A3 e A4. como base para a coleta dos dados, o Cartão da Crian-
- Toda vez que cadastrar ou desligar uma família, o ça que está de posse da família, transcrevendo para o seu
agente deve levar a Ficha A para a reunião mensal para dis- cartão-sombra os dados registrados no Cartão da Criança.
cutir com o instrutor/supervisor. Neste caso, o número de Caso a família não tenha o Cartão, o ACS deverá preen-
famílias cadastradas deve ser alterado nos Relatórios SSA-2 cher o cartão-sombra com base nas informações referidas
e SSA-4 e, onde o sistema estiver informatizado, os dados e orientar a família a procurar a unidade de saúde de refe-
da família devem ser incluídos ou excluídos do banco de rência para providenciar a 2ª via.
dados.
Companhamento Domiciliar Cartão-sombra é a cópia do cartão da criança que fica
com o ACS
As fichas do grupo B (B-GES, B-HA, B-DIA, B-TB e
B-HAN) e a ficha C são utilizadas para o acompanhamento Ficha C - Orientação para Preenchimento
domiciliar dos grupos prioritários para monitoramento. A
cada visita mensal os dados destas fichas devem ser atua- A frente do Cartão da Criança destina-se à coleta de in-
lizados. O ACS deve guardar consigo as fichas de acompa- formações acerca da identificação da criança, sobre o tipo
nhamento e o instrutor/supervisor deve revisá-las perio- do parto e condições da criança ao nascer, devendo ser
dicamente. Sempre que cadastrar um caso novo, o agente preenchidos os seguintes dados:
comunitário de saúde deve discutir com o instrutor/super- Nome da criança - nome completo da criança.
visor o acompanhamento do mesmo. Nome da mãe - nome completo da mãe da criança.
Nome do pai - nome completo do pai da criança.
Campos iniciais de todas as fichas B - orientação Endereço - rua, avenida ou praça, número e bairro; ci-
para preenchimento dade/estado; telefone e CEP.
Local de referência - ponto de referência para facilitar
Os campos iniciais de todas as fichas B são iguais e a localização do domicílio.
servem para a identificação da microárea onde residem as Data de nascimento - dia, mês e ano do nascimento
pessoas acompanhadas, devendo ser preenchidos segun- da criança.
do as orientações abaixo: Comprimento - comprimento da criança ao nascer em
Ano - ano corrente. centímetros.
Município - código do município utilizado pelo IBGE. Peso em gramas - peso da criança ao nascer (até a 5ª
Segmento Territorial - código do segmento territo- hora de vida).
rial. Sendo cada código um número de dois algarismos, Perímetro cefálico - perímetro cefálico da criança ao
definido pela Secretaria Municipal de Saúde. nascer, em centímetros.
Unidade - código da Unidade de Saúde onde o ACS Apgar 5’- valor do índice de Apgar no 5º minuto de
está cadastrado e que consta no cadastro do Sistema de vida.
Informações Ambulatoriais/SIA-SUS. Tipo de parto - classificação do parto em natural, fór-
Área - código da área. Os códigos das áreas são se- ceps ou cesáreo.
quenciados em cada município, sendo cada código um nú-
mero de três algarismos, definido pela Secretaria Municipal Observações - campo aberto para o registro de outras
de Saúde. informações relacionadas ao nascimento. No Cartão que
Microárea - código da microárea. Os códigos das está de posse do ACS, este campo pode ser utilizado para
microáreas são sequenciados dentro de cada área, sendo informar que a família não possuía o cartão, na ocasião da
cada código um número de dois algarismos, definido pela visita domiciliar, caso isto tenha ocorrido.
equipe de saúde.
Nome do ACS - nome do agente comunitário de saú- Para o registro de informações relacionadas à vaci-
de. nação, o ACS deve requisitar à família, além do Cartão da
Criança, as senhas de Campanha de Vacinação pois muitas
Acompanhamento da Criança vezes a família do Cartão da Criança, as senhas de Campa-
nha de Vacinação pois muitas vezes a família acumula con-
O instrumento utilizado para o acompanhamento da sigo mais de um desses documentos. No verso do Cartão
criança - a Ficha C - é uma cópia do Cartão da Criança da Criança encontra-se impresso um quadro para registro
padronizado pelo Ministério da Saúde, utilizado pelos di- de informações sobre vacinação. O agente deve transcre-
versos serviços de saúde nos municípios. Este Cartão é pro- ver para o seu instrumento (o cartão-sombra), no campo
duzido em dois modelos distintos: um para a criança de correspondente, as datas em que a criança tomou a dose
sexo masculino e outro para a criança do sexo feminino. respectiva da vacina assinalada. Em geral essas datas estão
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LEGISLAÇÃO DO SUS
anotadas a caneta e rubricadas pelo funcionário da unida- - Criança com aleitamento exclusivo: será conside-
de de saúde que as aplicou. Às vezes, ao invés disso, en- rada como “com aleitamento exclusivo” a criança que uti-
contra-se afixado no campo uma etiqueta de campanha de liza diariamente apenas o leite materno. Não devem ser
vacinação, na qual também consta a data da dose aplicada. consideradas, portanto, aquelas crianças que usam água,
chá, ou qualquer outro líquido, regularmente. Entretanto,
Atenção pode ser considerada aquela criança que, no período de
referência, fez uso esporádico, por algum motivo (doença,
O ACS não deve transcrever para o Cartão de sua posse afastamento temporário da mãe etc.), de algum dos líqui-
(cartão-sombra) as datas que estiverem anotadas a lápis dos mencionados, sem que sua amamentação tenha sido
no Cartão da Criança que está de posse da família. As ano- interrompida.
tações a lápis referem-se a datas que são aprazadas pelo
serviço de saúde para comparecimento da criança, não cor- - Criança com aleitamento misto: é aquela que, ape-
respondendo, portanto, à dose de vacina aplicada. sar de estar sendo amamentada, utiliza regularmente água
O Cartão da Criança apresenta um gráfico peso-ida- e/ou qualquer outro tipo de alimento como chá, leite de
de que deve ser utilizado no acompanhamento da criança. vaca, leite em pó, frutas, sopas etc. No Cartão da Criança
Na linha horizontal desse gráfico observa-se uma nume- deve ser anotado, no espaço correspondente, AE se a criança
ração de 0 (zero) a 60 (sessenta) que corresponde à ida- estiver “com aleitamento exclusivo” e AM se a criança estiver
de da criança em meses. O marco zero refere-se à data de com aleitamento misto. Algumas intercorrências observa-
nascimento da criança. Os números ao lado e dentro do das durante o acompanhamento mensal das crianças de-
gráfico indicam o peso em quilos. As duas linhas vermelhas vem ser anotadas no mês correspondente, na parte inferior
mostram a faixa dentro da qual a maioria das crianças sadia do gráfico peso-idade, abaixo do espaço destinado para o
está situada. registro do aleitamento. Deve-se utilizar para o registro a
O peso da criança ao nascer deve ser registrado com letra inicial, conforme indicado abaixo:
uma bolinha no marco zero, na ordenada do gráfico (pri- - D - diarreia
meira linha vertical). Todos os meses a criança deverá ser - P - pneumonia
pesada e o seu peso, registrado com uma bolinha no pon- - O - outra doença
to correspondente do gráfico, de modo que seja construí- - H - hospitalização
da, no decorrer dos meses, uma curva peso-idade. Para a
construção da curva de crescimento, o ACS deverá unir as Registro de Atividades, Procedimentos e Notifica-
bolinhas relativas ao registro de peso de dois meses sub- ções
sequentes, procedendo dessa forma para todos os meses.
O desenho dessa curva é um indicativo do processo de Esta ficha é utilizada por todos os profissionais da equi-
crescimento da criança, devendo o ACS estar atento para a pe de saúde para o registro diário das atividades e procedi-
ocorrência de qualquer das seguintes situações: mentos realizados, além da notificação de algumas doenças
- o peso da criança está abaixo da curva inferior do ou condições que são objeto de acompanhamento siste-
gráfico; mático. Cada profissional entrega uma Ficha D preenchida
- a criança mantém o mesmo peso do mês anterior; ao final do mês. O preenchimento deste instrumento deve
- a criança apresenta peso inferior ao do mês anterior. ser efetuado diariamente (nos dias efetivos de trabalho de
cada mês). Alguns campos desta ficha são específicos para
Para o registro do peso da criança no mês correspon- determinadas categorias e apenas os profissionais da res-
dente, o agente deve pesar a criança no momento da visita pectiva categoria devem preenchê-los.
domiciliar, ou transcrever o peso que consta do Cartão de
posse da mãe, se este peso estiver atualizado, ou seja, se Ficha D - orientação para preenchimento
o último peso registrado no Cartão tiver ocorrido há me-
nos de 30 dias. Ao pesar uma criança, o ACS deve atualizar A maioria dos campos para identificação são seme-
também o Cartão que está de posse da família. Na parte lhantes aos das fichas anteriores e devem ser preenchidos
do cartão onde está escrito DATAS o ACS deve anotar, no conforme instrução. Os campos profissional e mês devem
espaço embaixo do 0 (zero), a data do nascimento, e nos ser preenchidos conforme instruções abaixo:
seguintes registrar, mês a mês, a data da visita domiciliar
em que foi pesada ou registrado o peso da criança. Uma Profissional - preencher os dois primeiros espaços
das ações do ACS é estimular o aleitamento materno, en- com o código atribuído a cada categoria profissional ou
fatizando a importância do aleitamento exclusivo até os especialidade utilizado pelo Sistema de Informações Am-
seis meses de idade. O ACS deve registrar mensalmente se bulatoriais - SIA/SUS e os dois últimos com um número
a criança está amamentando, durante todo o período em sequenciado de acordo com a quantidade de profissionais
que a criança fizer uso de aleitamento materno. Este regis- em uma categoria na mesma equipe de saúde. No caso do
tro será feito na parte inferior do gráfico peso-idade, logo ACS utilizar nos dois últimos algarismos, o código de sua
abaixo do número do mês correspondente, de acordo com microárea. Por exemplo: em uma equipe onde existem dois
os seguintes critérios: agentes comunitários de saúde, um deles terá o código
7701 e outro 7702.
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LEGISLAÇÃO DO SUS
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LEGISLAÇÃO DO SUS
- Nos campos Curativos, Inalações, Injeções, Retirada Notificações que devem ser realizadas apenas pelo
de pontos e Terapia de Reidratação Oral devem ser re- ACS, referentes aos indivíduos de sua microárea:
gistrados o número de procedimentos realizados. Comu- - < 2 anos que tiveram diarreia - registrar o número
mente esses procedimentos são realizados profissional de de crianças com idade até 23 meses e 29 dias tiveram um
saúde de nível médio, entretanto na eventualidade de um ou mais episódios de diarreia nos quinze dias anteriores à
profissional de nível superior realizar um desses procedi- visita domiciliar.
mentos, ele deve anotar em sua ficha. - < 2 anos que tiveram diarreia e usaram TRO - re-
gistrar o número de crianças com idade até 23 meses e
- Sutura - anotar o número de suturas realizadas. 29 dias que tiveram diarreia nos quinze dias anteriores à
visita domiciliar e usaram solução de reidratação oral (soro
- Atendimento em Grupo - Educação em saúde - nú- caseiro, ou distribuído pelo Ministério da Saúde, ou da far-
mero de atendimentos em grupo para desenvolvimento mácia). Não computar as crianças que utilizaram somente
de atividades de educação em saúde. Considera-se como chás, sucos ou outros líquidos.
grupo para a realização de ações de educação em saúde, - < 2 anos que tiveram infecção respiratória aguda
aqueles que contam com, no mínimo, dez participantes e - registrar o número de crianças com idade até 23 meses e
duração mínima de 30 minutos. Este procedimento pode 29 dias que tiveram infecção respiratória aguda nos quinze
ser realizado tanto por profissionais de nível superior como dias anteriores à visita domiciliar.
por aqueles de nível médio. Não considere as atividades
educativas realizadas pelos ACS. Notificações que devem ser realizadas exclusiva-
mente por médico, referentes aos indivíduos de sua área:
- Procedimentos Coletivos - Os procedimentos deste - Pneumonia em < 5 anos - neste campo devem ser
conjunto não deverão ser registrados diariamente. Ao final registrados todos os casos de pneumonia em crianças com
do mês deve ser informado na coluna “total” o número de idade até 4 anos 11 meses e 29 dias.
pessoas cobertas (número de crianças/mês). Procedimen- - Valvulopatias Reumáticas em pessoas de 5 a 14
to coletivo é um “conjunto de procedimentos de promo- anos - registrar o número de casos desta patologia em
pessoas na faixa etária de 5 a 14 anos 11 meses e 29 dias.
ção e prevenção em saúde bucal, de baixa complexidade,
- Acidente Vascular Cerebral - AVC - ao ser informa-
dispensando equipamentos odontológicos, desenvolvidos
do de caso suspeito de AVC, o médico deve procurar con-
integralmente em grupos populacionais previamente iden-
firmar o diagnóstico e, em seguida, registrar o caso no dia
tificados” (BRASIL, 1994) e cujos componentes estão des-
correspondente à sua confirmação.
critos abaixo:
- Infarto Agudo do Miocárdio - ao ser informado de
- Bochechos Fluorados - atividade realizada semanal-
caso suspeito de IAM, o médico deve procurar confirmar o
mente, com solução de fluoreto de sódio a 0,2%, ao longo do
diagnóstico e, em seguida, registrar o caso no dia corres-
ano (mínimo de 25 aplicações). pondente à sua confirmação.
- Higiene Bucal Supervisionada - atividade realizada - DHEG (forma grave) - Doença hipertensiva espe-
trimestralmente, envolvendo a evidenciação de placa bac- cífica da gravidez. Ao ser informado de caso suspeito de
teriana e escovação supervisionada com pasta fluoretada de DHEG, o médico deve procurar confirmar o diagnóstico e,
100 ou 90 gramas. em seguida, registrar no dia correspondente à confirmação
- Atividades Educativas em Saúde Bucal - atividade rea- do caso.
lizada trimestralmente, com o objetivo de enfatizar os cui-
dados com a saúde bucal (dieta, desenvolvimento orofacial, Notificações que devem ser realizadas exclusiva-
aleitamento materno etc.). mente por enfermeiro, referentes aos indivíduos de sua
área:
- Reuniões - registrar o número de reuniões realiza- - Doença Hemolítica Perinatal - ao ser informado de
das pelo ACS, que contaram com a participação de 10 ou caso suspeito de doença hemolítica perinatal, o enfermeiro
mais pessoas, com duração mínima de 30 minutos e com o deve procurar confirmação e notificar o caso.
objetivo de disseminar informações, discutir estratégias de - Fratura de colo de fêmur em > 50 anos - ao ser
superação de problemas de saúde ou de contribuir para a informado de caso suspeito de fratura de colo de fêmur
organização comunitária. em > 50 anos, o enfermeiro deve procurar confirmação e
notificar o caso.
- Visita Domiciliar - devem ser registradas neste cam- - Meningite Tuberculosa em < 5 anos - ao ser in-
po todas as visitas domiciliares realizadas qualquer que formado de caso suspeito de meningite tuberculosa em
seja a finalidade, exceto as de Inspeção Sanitária. As visitas crianças com idade até 4 anos 11 meses e 29 dias, o en-
domiciliares podem ser realizadas por: profissional de nível fermeiro deve realizar investigação do caso e, se confirmar
superior, profissional de nível médio e por agente comuni- a etiologia tuberculosa, anotar o caso na ficha, na data da
tário de saúde. confirmação.
- Hanseníase com grau de incapacidade II e III - todo
Notificações - este bloco destina-se à notificação diá- caso de hanseníase deve ter o grau de incapacidade esta-
ria de situações ou eventos mórbidos que foram seleciona- belecido e aqueles que forem classificados como grau de
dos para acompanhamento contínuo. incapacidade II ou III devem ser notificados.
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LEGISLAÇÃO DO SUS
- Citologia Oncótica NIC III/Carcinoma in situ - este A atual grande diretriz da Secretaria de Atenção à Saú-
campo destina-se ao registro de resultados de exames de de (SAS) para o período de 2011 a 2014 é a implantação
citologia oncótica que foram classificados como NIC-III/ das RAS, sendo sua gestora no âmbito federal.
Carcinoma in situ, na data de recebimento do resultado do No dia 30 de dezembro de 2010, o Documento de
exame. Referência contendo as “Diretrizes para a organização
das RAS no âmbito do SUS” foi oficializado por meio da
HOSPITALIZAÇÕES - todos os profissionais da equipe Portaria GM/MS nº 4.279, publicada no Diário Oficial de
de saúde devem preencher este campo ao tomarem co- 31/12/2010. Este documento havia sido aprovado pela Co-
nhecimento de qualquer caso de hospitalização na popula- missão Intergestores Tripartite (CIT) no dia 16 de dezembro.
ção adstrita, no mês de referência ou no mês anterior. Para assegurar resolutividade na rede de atenção, al-
guns fundamentos precisam ser considerados: economia
- Data - registrar dia e mês da hospitalização. de escala, qualidade, suficiência, acesso e disponibilidade
- Nome - anotar o nome completo da pessoa que foi de recursos.
hospitalizada.
- Endereço - anotar o endereço completo da pessoa PORTARIA Nº 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010
que foi hospitalizada.
- Sexo - anotar F para o sexo feminino e M para o Estabelece diretrizes para a organização da Rede de
masculino. Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde
- Idade - anotar a idade em anos completos. Se a pes- (SUS).
soa for menor de 1 ano, registrar a idade em meses.
- Causa - registrar a causa da hospitalização informada O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso da atribui-
pela família ou obtida através de laudos médicos. ção que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art.
- Nome do hospital - anotar o nome do hospital onde 87 da Constituição, e
o paciente foi internado.
Considerando a Lei Nº 8.080, de 19 de setembro de
ÓBITOS - referem-se aos registros de óbitos ocorridos 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o fun-
no mês de referência e no anterior. Devem ser registrados
cionamento os serviços correspondentes;
por qualquer profissional da equipe de saúde que tome
conhecimento de sua ocorrência.
Considerando a Portaria GM/MS Nº 399, de 22 de fe-
vereiro de 2006, que divulga o Pacto pela Saúde 2006 -
- Data - registrar dia e mês da ocorrência do óbito.
Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais
- Nome - anotar o nome completo da pessoa que fa-
do referido Pacto;
leceu.
- Endereço - anotar o endereço completo da pessoa Considerando a Portaria GM/MS Nº 699, de 30 de mar-
que faleceu. ço de 2006, que regulamenta as Diretrizes Operacionais
- Sexo - anotar F para o sexo feminino e M para o dos Pactos pela Vida e de Gestão;
masculino.
- Idade - anotar a idade em anos completos. Se a pes- Considerando que a Regionalização é uma diretriz do
soa for menor de 1 ano, registre a sua idade em meses. Sistema Único de Saúde e um eixo estruturante do Pacto
- Causa - registrar a causa do óbito segundo informa- de Gestão e deve orientar a descentralização das ações e
ções da família ou obtida através de atestado de óbito. serviços de saúde e a organização da Rede de Atenção à
Saúde;
Redes de Atenção à Saúde
Considerando a necessidade de definir os fundamen-
De acordo com o Ministério da Saúde, as Redes de tos conceituais e operativos essenciais ao processo de or-
Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações ganização da Rede de Atenção à Saúde, bem como as dire-
e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológi- trizes e estratégias para sua implementação;
cas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico,
logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do Considerando a decisão dos gestores do SUS na reu-
cuidado (Ministério da Saúde, 2010 – portaria nº 4.279, de nião da Comissão Intergestores Tripartite, realizada no dia
30/12/2010). 16 de dezembro de 2010, resolve:
A implementação das RAS aponta para uma maior
eficácia na produção de saúde, melhoria na eficiência da Art. 1º Estabelecer diretrizes para a organização da
gestão do sistema de saúde no espaço regional, e contri- Rede de Atenção à Saúde, no âmbito do SUS, na forma do
bui para o avanço do processo de efetivação do SUS. A Anexo a esta Portaria.
transição entre o ideário de um sistema integrado de saúde
conformado em redes e a sua concretização passam pela Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu-
construção permanente nos territórios, que permita conhe- blicação.
cer o real valor de uma proposta de inovação na organiza-
ção e na gestão do sistema de saúde. JOSÉ GOMES TEMPORÃO
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LEGISLAÇÃO DO SUS
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LEGISLAÇÃO DO SUS
No Brasil, o debate em torno da busca por maior inte- Caracteriza-se pela formação de relações horizontais
gração adquiriu nova ênfase a partir do Pacto pela Saúde, entre os pontos de atenção com o centro de comunicação
que contempla o acordo firmado entre os gestores do SUS na Atenção Primária à Saúde (APS), pela centralidade nas
e ressalta a relevância de aprofundar o processo de regio- necessidades em saúde de uma população, pela respon-
nalização e de organização do sistema de saúde sob a for- sabilização na atenção contínua e integral, pelo cuidado
ma de Rede como estratégias essenciais para consolidar os multiprofissional, pelo compartilhamento de objetivos e
princípios de Universalidade, Integralidade e Equidade, se compromissos com os resultados sanitários e econômicos.
efetivando em três dimensões: Fundamenta-se na compreensão da APS como primei-
Pacto Pela Vida: compromisso com as prioridades que ro nível de atenção, enfatizando a função resolutiva dos
apresentam impacto sobre a situação de saúde da popula- cuidados primários sobre os problemas mais comuns de
ção brasileira; saúde e a partir do qual se realiza e coordena o cuidado em
Pacto em Defesa do SUS: compromisso com a consoli- todos os pontos de atenção.
dação os fundamentos políticos e princípios constitucionais Os pontos de atenção à saúde são entendidos como
do SUS. espaços onde se ofertam determinados serviços de saúde,
Pacto de Gestão: compromisso com os princípios e por meio de uma produção singular.
diretrizes para a descentralização, regionalização, financia-
São exemplos de pontos de atenção à saúde: os do-
mento, planejamento, programação pactuada e integrada,
micílios, as unidades básicas de saúde, as unidades ambu-
regulação, participação social, gestão do trabalho e da edu-
latoriais especializadas, os serviços de hemoterapia e he-
cação em saúde.
O Pacto de Gestão estabeleceu o espaço regional como matologia, os centros de apoio psicossocial, as residências
lócus privilegiado de construção das responsabilidades terapêuticas, entre outros. Os hospitais podem abrigar dis-
pactuadas, uma vez que é esse espaço que permite a inte- tintos pontos de atenção à saúde: o ambulatório de pronto
gração de políticas e programas por meio da ação conjunta atendimento, a unidade de cirurgia ambulatorial, o centro
das esferas federal, estadual e municipal. cirúrgico, a maternidade, a unidade de terapia intensiva, a
A construção dessa forma de relações intergoverna- unidade de hospital/dia, entre outros.
mentais no SUS requer o cumprimento das responsabilida- Todos os pontos de atenção a saúde são igualmente
des assumidas e metas pactuadas, sendo cada esfera de go- importantes para que se cumpram os objetivos da rede de
verno corresponsável pela gestão do conjunto de políticas atenção à saúde e se diferenciam, apenas, pelas distintas
com responsabilidades explicitadas. densidades tecnológicas que os caracterizam.
Em sintonia com o Pacto pela Saúde, foi aprovada a Para assegurar seu compromisso com a melhora de
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e a Política Na- saúde da população, integração e articulação na lógica do
cional de Promoção à Saúde (PNPS), ambas voltadas para a funcionamento da RAS, com qualidade e eficiência para os
configuração de um modelo de atenção capaz de respon- serviços e para o Sistema, faz-se necessária a criação de
der as condições crônicas e as condições agudas e promo- mecanismos formais de contratualização entre os entes re-
ver ações de vigilância e promoção a saúde, efetivando a guladores / financiadores e os prestadores de serviço.
APS como eixo estruturante da RAS no SUS. Quando esses contratos abrangem todos os pontos de
No campo das políticas públicas, comprometida com atenção da rede o Sistema passa a operar em modo de
a garantia de oferecer acesso equânime ao conjunto de aprendizagem, ou seja, a busca contínua por uma gestão
ações e serviços de saúde, a organização do Sistema em eficaz, eficiente e qualificada, de forma a proporcionar a
rede possibilita a construção de vínculos de solidariedade democratização e a transparência ao SUS.
e cooperação. Nesse processo, o desenvolvimento da Rede A contratualização/contratos de gestão, nesse con-
de Atenção à Saúde é reafirmado como estratégia de rees- texto, pode ser definida como o modo de pactuação da
truturação do sistema de saúde, tanto no que se refere a demanda quantitativa e qualitativa na definição clara de
sua organização, quanto na qualidade e impacto da atenção
responsabilidades, de objetivos de desempenho, incluin-
prestada, e representa o acúmulo e o aperfeiçoamento da
do tanto os sanitários, quanto os econômicos, resultando
política de saúde com aprofundamento de ações efetivas
dessa negociação um compromisso explícito entre ambas
para a consolidação do SUS como política pública voltada
para a garantia de direitos constitucionais de cidadania. as partes. Esse processo deve resultar, ainda, na fixação de
critérios e instrumentos de acompanhamento e avaliação
2. CONCEITOS de resultados, metas e indicadores definidos. Dentre os ob-
A Rede de Atenção à Saúde é definida como arranjos jetivos da contratualização destacam-se:
organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes Melhorar o nível de saúde da população;
densidades tecnológicas, que integradas por meio de siste- Responder com efetividade às necessidades em saúde;
mas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garan- Obter um efetivo e rigoroso controle sobre o cresci-
tir a integralidade do cuidado. mento das despesas de origem pública com a saúde;
O objetivo da RAS é promover a integração sistêmi- Alcançar maior eficiência gestora no uso de recursos
ca, de ações e serviços de saúde com provisão de atenção escassos, maximizando o nível de bem-estar;
contínua, integral, de qualidade, responsável e humaniza- Coordenar as atividades das partes envolvidas;
da, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em Assegurar a produção de um excedente cooperativo;
termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e Distribuir os frutos da cooperação;
eficiência econômica. Assegurar que os compromissos sejam cumpridos; e
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LEGISLAÇÃO DO SUS
Disponibilizar, em tempo útil, a informação de produ- É importante ressaltar que na disputa dos interesses,
ção, financiamento, desempenho, qualidade e acesso, de o que deve permanecer é o interesse do usuário cidadão.
forma a garantir adequados níveis de informação ao cida- Portanto, os problemas de saúde da população e a busca de
dão. soluções no território circunscrito devem ser debatidos nas
Para atingir esses objetivos as partes adotam em três equipes multiprofissionais. Além da valorização do espaço
áreas de aplicação que são: cuidados primários, atenção do trabalho, há necessidade de buscar alternativas para os
especializada (ambulatorial e hospitalar) e cuidados de ur- problemas relacionados a não valorização dos trabalhado-
gência e emergência. res de saúde. Assim, todos os profissionais de saúde podem
A inovação desse modelo de contrato de gestão está e devem fazer a clínica ampliada, pois escutar, avaliar e se
comprometer na busca do cuidado integral em saúde são
em “contratualizar a saúde e não apenas cuidados de saú-
responsabilidades de toda profissão da área de saúde.
de, obtendo macroeficiência para o conjunto do sistema”
Além disso, é preciso considerar e valorizar o poder te-
- e para a superação de problemas cruciais como: rapêutico da escuta e da palavra, o poder da educação em
Passar de uma abordagem populacional isolada (hos- saúde e do apoio matricial a fim de construir modos para
pitais ou centros de saúde) para uma contratualização de haver a correponsabilização do profissional e do usuário.
âmbito da região de saúde, seguindo critérios de adscrição O trabalho vivo reside principalmente nas relações que
da população estratificada por grau de risco, e abordando são estabelecidas no ato de cuidar. É o momento de se pen-
os diversos estabelecimentos de saúde em termos de uma sar o projeto terapêutico singular, com base na escuta e na
rede de cuidados; responsabilização com o cuidado. O foco do trabalho vivo
O contínuo aumento dos gastos para a prestação de deve ser as relações estabelecidas no ato de cuidar que são:
serviços de alto custo devido ao tratamento tardio de con- o vínculo, a escuta, a comunicação e a responsabilização
dições e agravos sensíveis à APS, pela introdução de ferra- com o cuidado. Os equipamentos e o conhecimento estru-
mentas de microgestão e incentivos financeiros para paga- turado devem ser utilizados a partir desta relação e não o
mento por desempenho individual e institucional; contrário como tem sido na maioria dos casos.
Promover a participação efetiva do cidadão e da co-
munidade no processo de contratualização, nomeadamen- 3. FUNDAMENTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
te através da participação organizada e permanente dos Para assegurar resolutividade na rede de atenção, al-
utentes. guns fundamentos precisam ser considerados:
3.1 Economia de Escala, Qualidade, Suficiência, Acesso
Considerando a necessidade de fortalecimento da APS
e Disponibilidade de Recursos Economia de escala, quali-
vigente, no que se refere à prática dos seus atributos es-
dade e acesso são a lógica fundamental na organização da
senciais, a contratualização das ações de saúde a partir do rede de atenção à saúde.
primeiro nível de atenção, tem sido apontada como ins- A Economia de Escala - ocorre quando os custos mé-
trumento potente para induzir responsabilização e quali- dios de longo prazo diminuem, à medida que aumenta o
dade, sempre no sentido de alcançar melhores resultados volume das atividades e os custos fixos se distribuem por
em saúde. um maior número dessas atividades, sendo o longo prazo,
Adicionalmente, estratégias de articulação como a um período de tempo suficiente para que todos os insumos
análise da situação de saúde; a interoperabilidade entre sejam variáveis. Desta forma, a concentração de serviços em
os vários sistemas de informação; a existência de comple- determinado local racionaliza custos e otimiza resultados,
xos reguladores; as ações de educação permanente e de quando os insumos tecnológicos ou humanos relativos a
educação popular em saúde e o planejamento participati- estes serviços inviabilizem sua instalação em cada municí-
vo são igualmente importantes para superar para a imple- pio isoladamente.
mentação de um modelo de atenção de saúde pautado na Qualidade - um dos objetivos fundamentais do sistema
defesa da vida. de atenção á saúde e da RAS é a qualidade na prestação de
Os problemas vivenciados na área de educação e da serviços de saúde. A qualidade na atenção em saúde pode
gestão do trabalho necessitam de ações estratégicas. Nes- ser melhor compreendida com o conceito de graus de ex-
ta concepção, o trabalho deve ser visto como uma catego- celência do cuidado que pressupõe avanços e retrocessos
nas seis dimensões, a saber: segurança (reconhecer e evitar
ria central para uma política de valorização dos trabalha-
situações que podem gerar danos enquanto se tenta pre-
dores de saúde. É necessário visualizar o trabalho como um
venir, diagnosticar e tratar); efetividade (utilizar-se do co-
espaço de construção de sujeitos e de subjetividades, um nhecimento para implementar ações que fazem a diferença,
ambiente que tem pessoas, sujeitos, coletivos de sujeitos, que produzem benefícios claros aos usuários); centralidade
que inventam mundos e se inventam e, sobretudo, produ- na pessoa (usuários devem ser respeitados nos seus valores
zem saúde. e expectativas, e serem envolvidos e pró-ativos no cuidado
Portanto, o trabalho é um lugar de criação, invenção à saúde); pontualidade (cuidado no tempo certo, buscan-
e, ao mesmo tempo, um território vivo com múltiplas dis- do evitar atrasos potencialmente danosos); eficiência (evitar
putas no modo de produzir saúde. Por isso, a necessidade desperdício ou ações desnecessárias e não efetivas), e equi-
de implementar a práxis (ação-reflexão-ação) nos locais de dade (características pessoais, como local de residência,
trabalho para a troca e o cruzamento com os saberes das escolaridade, poder aquisitivo, dentre outras, não devem
diversas profissões. resultar em desigualdades no cuidado à saúde).
15
LEGISLAÇÃO DO SUS
Suficiência - significa o conjunto de ações e serviços A substituição pode ocorrer nas dimensões da localiza-
disponíveis em quantidade e qualidadepara atender às ne- ção, das competências clínicas, da tecnologia e da clínica.
cessidades de saúde da população e inclui cuidados pri- Ex: mudar o local da atenção prestada do hospital para o
mários, secundários, terciários, reabilitação, preventivos e domicílio; transição do cuidado profissional para o auto-
paliativos, realizados com qualidade. cuidado; delegação de funções entre os membros da equi-
Acesso - ausência de barreiras geográficas, financei- pe multiprofissional, etc.
ras, organizacionais, socioculturais, étnicas e de gênero ao
cuidado. Deverão ser estabelecidas alternativas específicas 3.4 Região de Saúde ou Abrangência
na relação entre acesso, escala, escopo, qualidade e custo, A organização da RAS exige a definição da região de
para garantir o acesso, nas situações de populações dis- saúde, que implica na definição dos seus limites geográfi-
persas de baixa densidade populacional, com baixíssima cos e sua população e no estabelecimento do rol de ações
oferta de serviços. O acesso pode se analisado através da e serviços que serão ofertados nesta região de saúde. As
disponibilidade, comodidade e aceitabilidade do serviço competências e responsabilidades dos pontos de atenção
pelos usuários: A disponibilidade diz respeito à obtenção no cuidado integral estão correlacionadas com abrangên-
da atenção necessária ao usuário e sua família, tanto nas cia de base populacional, acessibilidade e escala para con-
situações de urgência/emergência quanto de eletividade. formação de serviços.
A comodidade está relacionada ao tempo de espera A definição adequada da abrangência dessas regiões
para o atendimento, a conveniência de horários, a forma de é essencial para fundamentar as estratégias de organiza-
agendamento, a facilidade de contato com os profissionais, ção da RAS, devendo ser observadas as pactuações entre o
o conforto dos ambientes para atendimento, entre outros. estado e o município para o processo de regionalização e
A aceitabilidade está relacionada à satisfação dos parâmetros de escala e acesso.
usuários quanto à localização e à aparência do serviço,
à aceitação dos usuários quanto ao tipo de atendimento 3.5 Níveis de AtençãoFundamentais para o uso racional
prestado e, também, a aceitação dos usuários quanto aos dos recursos e para estabelecer o foco gerencial dos entes
profissionais responsáveis pelo atendimento. de governança da RAS, estruturam-se por meio de arranjos
Disponibilidade de Recursos - é outro fator importante produtivos conformados segundo as densidades tecno-
para o desenvolvimento da RAS. Recursos escassos, sejam lógicas singulares, variando do nível de menor densidade
humanos ou físicos, devem ser concentrados, ao contrário (APS), ao de densidade tecnológica intermediária, (atenção
dos menos escassos, que devem ser desconcentrados. secundária à saúde), até o de maior densidade tecnológica
(atenção terciária à saúde).
3.2 Integração Vertical e Horizontal
Na construção da RAS devem ser observados os con- 4. ATRIBUTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
ceitos de integração vertical e horizontal, que vêm da teo- Considera-se que não há como prescrever um modelo
ria econômica e estão associados à concepções relativas às organizacional único para as RAS, contudo as evidências
cadeias produtivas. mostram que o conjunto de atributos apresentados a se-
Integração Vertical - consiste na articulação de diversas guir são essenciais ao seu funcionamento:
organizações ou unidades de produção de saúde respon- 1. População e território definidos com amplo conhe-
sáveis por ações e serviços de natureza diferenciada, sendo cimento de suas necessidades e preferências que determi-
complementar (agregando resolutividade e qualidade nes- nam a oferta de serviços de saúde;
te processo). 2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que
Integração Horizontal: consiste na articulação ou fusão presta serviços de promoção, prevenção, diagnóstico, tra-
de unidades e serviços de saúde de mesma natureza ou es- tamento, gestão de casos, reabilitação e cuidados paliati-
pecialidade. É utilizada para otimizar a escala de atividades, vos e integra os programas focalizados em doenças, riscos
ampliar a cobertura e a eficiência econômica na provisão e populações específicas, os serviços de saúde individuais
de ações e serviços de saúde através de ganhos de escala e os coletivos;
(redução dos custos médios totais em relação ao volume 3. Atenção Primária em Saúde estruturada como pri-
produzido) e escopo (aumento do rol de ações da unida- meiro nível de atenção e porta de entrada do sistema,
de). constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a po-
pulação, integrando, coordenando o cuidado, e atendendo
3.3 Processos de Substituição as suas necessidades de saúde;
São definidos como o reagrupamento contínuo de re- 4. Prestação de serviços especializados em lugar ade-
cursos entre e dentro dos serviços de saúde para explorar quado;
soluções melhores e de menores custos, em função das de- 5. Existência de mecanismos de coordenação, conti-
mandas e das necessidades da população e dos recursos nuidade do cuidado e integração assistencial por todo o
disponíveis. contínuo da atenção;
Esses processos são importantes para se alcançar os 6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e
objetivos da RAS, no que se refere a prestar a atenção cer- na comunidade, tendo em conta as particularidades cultu-
ta, no lugar certo, com o custo certo e no tempo certo. rais, gênero, assim como a diversidade da população;
16
LEGISLAÇÃO DO SUS
7. Sistema de governança único para toda a rede com A gestão clínica dispõe de ferramentas de microgestão
o propósito de criar uma missão, visão e estratégias nas que permitem integrar verticalmente os pontos de atenção
organizações que compõem a região de saúde; definir ob- e conformar a RAS. As ferramentas de microgestão partem
jetivos e metas que devam ser cumpridos no curto, médio e das tecnologias-mãe, as diretrizes clínicas, para, a partir de-
longo prazo; articular as políticas institucionais; e desenvolver las, desenhar a RAS e ofertar outras ferramentas como a
a capacidade de gestão necessária para planejar, monitorar e gestão da condição de saúde, gestão de casos, auditoria
avaliar o desempenho dos gerentes e das organizações; clínica e as listas de espera.
8. Participação social ampla; Diretrizes clínicas - entendidas como recomendações
9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrati- que orientam decisões assistenciais, de prevenção e pro-
vo, clínico e logístico; moção, como de organização de serviços para condições
10. Recursos humanos suficientes, competentes, com- de saúde de relevância sanitária, elaboradas a partir da
prometidos e com incentivos pelo alcance de metas da rede; compreensão ampliada do processo saúde-doença, com
11. Sistema de informação integrado que vincula todos foco na integralidade, incorporando as melhores evidên-
os membros da rede, com identificação de dados por sexo, cias da clínica, da saúde coletiva, da gestão em saúde e
idade, lugar de residência, origem étnica e outras variáveis
da produção de autonomia. As diretrizes desdobram-se em
pertinentes;
Guias de Prática Clínica/Protocolos Assistenciais, orientam
12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, ali-
as Linhas de Cuidado e viabilizam a comunicação entre as
nhado com as metas da rede;
equipes e serviços, programação de ações e padronização
13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes
da saúde e da equidade em saúde; de determinados recursos.
14. Gestão baseada em resultado. Linhas de Cuidado (LC) - uma forma de articulação de
A integração dos sistemas de saúde deve ser entendida recursos e das práticas de produção de saúde, orientadas
como um contínuo e não como uma situação de extremos por diretrizes clínicas, entre as unidades de atenção de uma
opostos entre integração e não integração. Dessa forma, dada região de saúde, para a condução oportuna, ágil e
existem graus de integração, que variam da fragmentação singular, dos usuários pelas possibilidades de diagnóstico
absoluta à integração total. Por sua vez, a integração é um e terapia, em resposta às necessidades epidemiológicas de
meio para melhorar o desempenho do sistema, de modo maior relevância.
que os esforços justificam-se na medida em que conduzam a Visa à coordenação ao longo do contínuo assistencial,
serviços mais acessíveis, de maior qualidade, com melhor re- através da pactuação/contratualização e a conectividade
lação custo-benefício e satisfaçam aos usuários (OPAS, 2009). de papéis e de tarefas dos diferentes pontos de atenção e
profissionais.
5. PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE MICRO GESTÃO DOS Pressupõem uma resposta global dos profissionais en-
SERVIÇOS volvidos no cuidado, superando as respostas fragmenta-
A Rede de Atenção à Saúde organiza-se a partir de um das. A implantação de LC deve ser a partir das unidades da
processo de gestão da clínica associado ao uso de critérios APS, que têm a responsabilidade da coordenação do cui-
de eficiência microeconômica na aplicação de recursos, me- dado e ordenamento da rede. Vários pressupostos devem
diante planejamento, gestão e financiamento intergoverna- ser observados para a efetivação das LC, como garantia dos
mentais cooperativos, voltados para o desenvolvimento de recursos materiais e humanos necessários à sua operacio-
soluções integradas de política de saúde. nalização; integração e co-responsabilização das unidades
É preciso ampliar o objeto de trabalho da clínica para de saúde; interação entre equipes; processos de educação
além das doenças, visando compreender os problemas de permanente; gestão de compromissos pactuados e de re-
saúde, ou seja, entender as situações que ampliam o risco ou sultados. Tais aspectos devem ser de responsabilidade de
a vulnerabilidade das pessoas.
grupo técnico, com acompanhamento da gestão regional.
Os problemas ou condições de saúde estão em sujeitos,
Gestão da condição da saúde - é a mudança de um mo-
em pessoas, por isso, a clínica do sujeito é a principal amplia-
delo de atenção à saúde focada no indivíduo, por meio de
ção da clínica, que possibilita o aumento do grau de autono-
procedimentos curativos e reabilitadores, para uma abor-
mia dos usuários, cabendo uma decisão compartilhada do
projeto terapêutico. dagem baseada numa população adscrita, que identifica
A gestão da clínica aqui compreendida implica “a apli- pessoas em risco de adoecer ou adoecidas, com foco na
cação de tecnologias de micro-gestão dos serviços de saúde promoção da saúde e/ou ação preventiva, ou a atenção
com a finalidade de: a) assegurar padrões clínicos ótimos; b) adequada, com intervenção precoce, com vistas a alcançar
aumentar a eficiência; c) diminuir os riscos para os usuários e melhores resultados e menores custos. Sua premissa é a
para os profissionais; d) prestar serviços efetivos; e e) melho- melhoria da qualidade da atenção à saúde em toda a RAS.
rar a qualidade da atenção à saúde”. Para tanto, engloba o conjunto de pontos de atenção à
Como subsídio à gestão da clínica utiliza-se a análise da saúde, com o objetivo de alcançar bons resultados clínicos,
situação de saúde em que o objetivo é a identificação e estra- a custos compatíveis, com base em evidência disponível
tificação de riscos em grupos individuais expostos a determi- na literatura científica. Pode ser definida como a gestão de
nados fatores e condições que os colocam em situação de processos de uma condição ou doença que envolve inter-
prioridade para a dispensação de cuidados de saúde, sejam venções na promoção da saúde, na prevenção da condição
eles preventivos, promocionais ou assistenciais. ou doença e no seu tratamento e reabilitação.
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LEGISLAÇÃO DO SUS
A gestão dos riscos coletivos e ambientais passa pela de saúde como espaços territoriais complexos, organiza-
vigilância, prevenção e controle das doenças, agravos e dos a partir de identidades culturais, econômicas e sociais,
fatores de risco, onde o foco é a identificação oportuna de redes de comunicação e infra-estrutura de transpor-
de problemas de saúde na população, a identificação das tes compartilhados do território. Assim, a população sob
causas e fatores desencadeantes, a descrição do compor- responsabilidade de uma rede é a que ocupa a região de
tamento, a proposição de medidas para o controle ou eli- saúde definida pelo Plano Diretor de Regionalização e In-
minação e o desencadeamento das ações. Os problemas vestimentos (PDRI).
podem se manifestar através de doenças transmissíveis, A região de saúde deve ser bem definida, baseada em
doenças crônicas não transmissíveis, agravos à saúde como parâmetros espaciais e temporais que permitam assegurar
as violências, exposição a produtos danosos à saúde, alte- que as estruturas estejam bem distribuídas territorialmen-
rações do meio ambiente, ou ambiente de trabalho, entre te, garantindo o tempo/resposta necessário ao atendimen-
outros. to, melhor proporção de estrutura/população/território e
Gestão de caso - é um processo que se desenvolve viabilidade operacional sustentável.
entre o profissional responsável pelo caso e o usuário do 6.2 Estrutura Operacional
serviço de saúde para planejar, monitorar e avaliar ações e
A estrutural operacional da RAS é constituída pelos di-
serviços, de acordo com as necessidades da pessoa, com
ferentes pontos de atenção à saúde, ou seja, lugares insti-
o objetivo de propiciar uma atenção de qualidade e hu-
tucionais onde se ofertam serviços de saúde e pelas liga-
manizada. Seus objetivos são: a) atender às necessidades
ções que os comunicam.
e expectativas de usuários em situação especial; b) prover
o serviço certo ao usuário no tempo certo; c) aumentar a Os componentes que estruturam a RAS incluem: APS -
qualidade do cuidado; e d) diminuir a fragmentação da centro de comunicação; os pontos de atenção secundária
atenção. É, portanto, uma relação personalizada entre o e terciária; os sistemas de apoio; os sistemas logísticos e o
profissional responsável pelo caso e o usuário de um ser- sistema de governança.
viço de saúde.
Auditoria clínica - segundo BERWICK E KNAPP, 1990, há APS - Centro de Comunicação
três enfoques principais de auditoria clínica: auditoria im- A Atenção Primária à Saúde é o centro de comunicação
plícita, que utiliza opinião de experts para avaliar a prática da RAS e tem um papel chave na sua estruturação como
de atenção à saúde; a auditoria explícita, que avalia a aten- ordenadora da RAS e coordenadora do cuidado.
ção prestada contrastando-a com critérios pré-definidos, Para cumprir este papel, a APS deve ser o nível funda-
especialmente nas diretrizes clínicas; e a auditoria por meio mental de um sistema de atenção à saúde, pois constitui
de eventos- sentinela. o primeiro contato de indivíduos, famílias e comunidades
A auditoria clínica consiste na análise crítica e sistemá- com o sistema, trazendo os serviços de saúde o mais pró-
tica da qualidade da atenção à saúde, incluindo os proce- ximo possível aos lugares de vida e trabalho das pessoas e
dimentos usados no diagnóstico e tratamento, o uso dos significa o primeiro elemento de um processo contínuo de
recursos e os resultados para os pacientes em todos os atenção.
pontos de atenção, observada a utilização dos protocolos Deve exercer um conjunto de ações de saúde, no âm-
clínicos estabelecidos. Essa auditoria não deve ser confun- bito individual e coletivo, que abrange a promoção e a pro-
dida com a auditoria realizada pelo Sistema Nacional de teção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o
Auditoria (SNA). tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde.
Lista de espera - pode ser conceituada como uma tec- A coordenação do cuidado é desenvolvida por meio
nologia que normatiza o uso de serviços em determina- do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráti-
dos pontos de atenção à saúde, estabelecendo critérios cas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, di-
de ordenamento por necessidades e riscos, promovendo a
rigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas
transparência, ou seja, constituem uma tecnologia de ges-
quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a
tão da clínica orientada a racionalizar o acesso a serviços
dinamicidade existente no território em que vivem essas
em que exista um desequilíbrio entre a oferta e a demanda.
populações.
6. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA REDE DE ATENÇÃO Cabe a APS integrar verticalmente os serviços que, nor-
À SAÚDE malmente são ofertados de forma fragmentada, pelo siste-
A operacionalização da RAS se dá pela interação dos ma de saúde convencional.
seus três elementos constitutivos: população/região de Uma atenção primária de qualidade, como parte inte-
saúde definidas, estrutura operacional e por um sistema grante da Rede de atenção à saúde estrutura-se segundo
lógico de funcionamento determinado pelo modelo de sete atributos e três funções:
atenção à saúde. Atributos - Primeiro Contato; Longitudinalidade; Inte-
gralidade; Coordenação; Centralidade na Família; Aborda-
6.1 População e Região de Saúde gem Familiar e Orientação Comunitária.
Para preservar, recuperar e melhorar a saúde das pes- O Primeiro Contato: evidências demonstram que o
soas e da comunidade, as RAS deve ser capazes de identi- primeiro contato, pelos profissionais da APS, leva a uma
ficar claramente a população e a área geográfica sob sua atenção mais apropriada e a melhores resultados de saúde
responsabilidade. O Pacto pela Saúde define as regiões a custos totais mais baixos.
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LEGISLAÇÃO DO SUS
A Longitudinalidade: deriva da palavra longitudinal e A Orientação Comunitária: a APS com orientação co-
é definida como “lidar com o crescimento e as mudanças munitária utiliza habilidades clínicas, epidemiológicas,
de indivíduos ou grupos no decorrer de um período de ciências sociais e pesquisas avaliativas, de forma comple-
anos” (STARFIELD, 2002). É uma relação pessoal de longa mentar para ajustar os programas para que atendam às
duração entre profissionais de saúde e usuários em suas uni- necessidades específicas de saúde de uma população defi-
dades de saúde, independente do problema de saúde ou até nida. Para tanto, faz-se necessário:
mesmo da existência de algum problema. Está associada a Definir e caracterizar a comunidade;
diversos benefícios: menor utilização dos serviços; melhor Identificar os problemas de saúde da comunidade;
atenção preventiva; atenção mais oportuna e adequada; me- Modificar programas para abordar estes problemas;
nos doenças evitáveis; melhor reconhecimento dos proble- Monitorar a efetividade das modificações do progra-
mas dos usuários; menos hospitalizações; custos totais mais ma.
baixos. Os maiores benefícios estão relacionados ao vínculo Funções - Resolubilidade, Organização e Responsabi-
com o profissional ou equipe de saúde e ao manejo clínico lização.
adequado dos problemas de saúde, através da adoção dos A Atenção Primária à Saúde deve cumprir três funções
instrumentos de gestão da clínica - diretriz clínica e gestão essenciais (MENDES, 2002):
de patologias.
Resolução: visa resolver a grande maioria dos proble-
A Integralidade da Atenção: a integralidade exige que a
mas de saúde da população;
APS reconheça as necessidades de saúde da população e os
Organização: visa organizar os fluxos e contra-fluxos
recursos para abordá-las. A APS deve prestar, diretamente,
dos usuários pelos diversos pontos de atenção à saúde, no
todos os serviços para as necessidades comuns e agir como
um agente para a prestação de serviços para as necessida- sistema de serviços de saúde;
des que devam ser atendidas em outros pontos de atenção. Responsabilização: visa responsabilizar-se pela saúde
A integralidade da atenção é um mecanismo importante dos usuários em qualquer ponto de atenção à saúde em
porque assegura que os serviços sejam ajustados às neces- que estejam.
sidades de saúde da população. Pontos de Atenção Secundários e Terciários:
A Coordenação: é um “estado de estar em harmonia Somente os serviços de APS não são suficientes para
numa ação ou esforço comum” (SARFIELD, 2002). É um de- atender às necessidades de cuidados em saúde da popu-
safio para os profissionais e equipes de saúde da APS, pois lação. Portanto, os serviços de APS devem ser apoiados
nem sempre têm acesso às informações dos atendimentos e complementados por pontos de atenção de diferentes
de usuários realizados em outros pontos de atenção e, por- densidades tecnológicas para a realização de ações espe-
tanto, a dificuldade de viabilizar a continuidade do cuidado. cializadas (ambulatorial e hospitalar), no lugar e tempo cer-
A essência da coordenação é a disponibilidade de infor- tos.
mação a respeito dos problemas de saúde e dos serviços
prestados. Os prontuários clínicos eletrônicos e os sistemas Sistemas de Apoio
informatizados podem contribuir para a coordenação da São os lugares institucionais da rede onde se prestam
atenção, quando possibilitam o compartilhamento de in- serviços comuns a todos os pontos de atenção à saúde.
formações referentes ao atendimento dos usuários nos di- São constituídos pelos sistemas de apoio diagnóstico e
versos pontos de atenção, entre os profissionais da APS e terapêutico (patologia clínica, imagens, entre outros); pelo
especialistas. sistema de assistência farmacêutica que envolve a organi-
A Centralidade na Família: remete ao conhecimento pela zação dessa assistência em todas as suas etapas: seleção,
equipe de saúde dos membros da família e dos seus pro- programação, aquisição, armazenamento, distribuição,
blemas de saúde. No Brasil, atualmente, tem se adotado um prescrição, dispensação e promoção do uso racional de
conceito ampliado e a família é reconhecida como um grupo medicamentos; e pelos sistemas de informação em saúde.
de pessoas que convivam sobre o mesmo teto, que possuam
entre elas uma relação de parentesco primordialmente pai e/
Sistemas Logísticos
ou mãe e filhos consanguíneos ou não, assim como as de-
Os sistemas logísticos são soluções em saúde, forte-
mais pessoas significativas que convivam na mesma residên-
mente ancoradas nas tecnologias de informação, e ligadas
cia, qualquer que seja ou não o grau de parentesco.
A centralização na família requer mudança na prática das ao conceito de integração vertical.
equipes de saúde, através da abordagem familiar. A equipe Consiste na efetivação de um sistema eficaz de referên-
de saúde realiza várias intervenções personalizadas ao longo cia e contrarreferência de pessoas e de trocas eficientes de
do tempo, a partir da compreensão da estrutura familiar. produtos e de informações ao longo dos pontos de aten-
A Abordagem Familiar: deve ser empregada em vários ção à saúde e dos sistemas de apoio na rede de atenção
momentos, como, por exemplo, na realização do cadastro à saúde. Estão voltados para promover a integração dos
das famílias, quando das mudanças de fase do ciclo de vida pontos de atenção à saúde. Os principais sistemas logísti-
das famílias, do surgimento de doenças crônicas ou agudas cos da rede de atenção à saúde são: os sistemas de iden-
de maior impacto. Estas situações permitem que a equipe tificação e acompanhamento dos usuários; as centrais de
estabeleça um vínculo com o usuário e sua família de for- regulação, registro eletrônico em saúde e os sistemas de
ma natural, facilitando a aceitação quanto à investigação e transportes sanitários.
intervenção, quando necessária.
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LEGISLAÇÃO DO SUS
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LEGISLAÇÃO DO SUS
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LEGISLAÇÃO DO SUS
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LEGISLAÇÃO DO SUS
OBJETIVO GERAL
Avaliar a totalidade dos estabelecimentos de aten- 7. POLÍTICAS DE PROVIMENTO DE
ção especializada em saúde, ambulatoriais e hospitalares, PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO SUS
contemplados com recursos financeiros provenientes de (PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DO
programas, políticas e incentivos do Ministério da Saúde, PROFISSIONAL DA ATENÇÃO BÁSICA -
quanto às seguintes dimensões: estrutura, processo, resul- PROVAB; PROGRAMA MAIS MÉDICOS - PMM).
tado, produção do cuidado, gerenciamento de risco e a sa-
tisfação dos usuários em relação ao atendimento recebido.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Consolidar o processo de avaliações sistemáticas dos O Programa Mais Médicos (PMM) é parte de um amplo
estabelecimentos de atenção especializada em saúde, am- esforço do Governo Federal, com apoio de estados e mu-
bulatoriais e hospitalares. nicípios, para a melhoria do atendimento aos usuários do
Conhecer o perfil da gestão dos estabelecimentos de Sistema Único de Saúde (SUS). Além de levar mais médicos
Atenção Especializada avaliados. para regiões onde há escassez ou ausência desses profis-
Aferir a satisfação dos usuários do SUS nos estabele- sionais, o programa prevê, ainda, mais investimentos para
construção, reforma e ampliação de Unidades Básicas de
cimentos avaliados.
Saúde (UBS), além de novas vagas de graduação, e residên-
Incorporar indicadores que meçam o resultado da
cia médica para qualificar a formação desses profissionais.
atenção/assistência prestada pelos estabelecimentos ava-
Assim, o programa busca resolver a questão emergen-
liados.
cial do atendimento básico ao cidadão, mas também cria
Conhecer a inserção dos estabelecimentos de Atenção
condições para continuar a garantir um atendimento quali-
Especializada avaliados como ponto de atenção da Rede de
ficado no futuro para aqueles que acessam cotidianamente
Atenção à Saúde. o SUS. Além de estender o acesso, o programa provoca
Incentivar, pedagogicamente, a cultura avaliativa no melhorias na qualidade e humaniza o atendimento, com
processo de trabalho dos gestores de saúde. médicos que criam vínculos com seus pacientes e com a
Incentivar a cultura avaliativa em estabelecimentos de comunidade.
saúde do SUS. O Mais Médicos se somou a um conjunto de ações e
Consolidar o PNASS como um instrumento de gestão iniciativas do governo para o fortalecimento da Atenção
do SUS. Básica do país. A Atenção Básica é a porta de entrada pre-
Transformar o PNASS em uma ferramenta estratégica ferencial do Sistema Único de Saúde (SUS), que está pre-
de regulação do SUS. CRITÉRIOS DE INCLU- sente em todos os municípios e próxima de todas as comu-
SÃO DOS ESTABELECIMENTOS nidades. É neste atendimento que 80% dos problemas de
Estabelecimentos que receberam recursos financeiros saúde são resolvidos.
do Incentivo de Adesão à Contratualização (IAC). Nesses dois anos, o Mais Médicos conseguiu implantar
Estabelecimentos habilitados/qualificados na Rede e colocar em desenvolvimento os seus três eixos pilares: a
Cegonha. estratégia de contratação emergencial de médicos, a ex-
Estabelecimentos habilitados/qualificados na Rede de pansão do número de vagas para os cursos de Medicina e
Urgências e Emergências. residência médica em várias regiões do país, e a implanta-
Estabelecimentos habilitados em Terapia Renal Subs- ção de um novo currículo com uma formação voltada para
titutiva (TRS). o atendimento mais humanizado, com foco na valorização
Estabelecimentos habilitados como Centro Especiali- da Atenção Básica, além de ações voltadas à infraestrutura
zados de Reabilitação (CER). das Unidades Básicas de Saúde.
Estabelecimentos habilitados em Oncologia. Fonte: http://maismedicos.gov.br/conheca-programa
Estabelecimentos hospitalares de natureza jurídica pú-
blica (federais, estaduais ou municipais)
Foram excluídos os estabelecimentos hospitalares con-
siderados como Hospitais de Pequeno Porte (HPP), defini- 8. FUNDAMENTOS DE PLANEJAMENTO,
dos como aqueles que tinham 49 leitos ou menos (leitos GESTÃO E AVALIAÇÃO EM SAÚDE.
de especialidades mais os complementares). Os HPP foram
objeto de avaliação pelo Departamento de Atenção Hos-
pitalar e Urgências do Ministério da Saúde (DAHU/SAS/
MS) por outro tipo de instrumento de avaliação. Somente Planejamento familiar.
serão avaliados pelo PNASS os HPP que possuam algum
tipo de habilitação de acordo com os critérios citados an- Tem por objetivo a difusão da doutrina da paternidade
teriormente. consciente e responsável e o oferecimento da instrução e
Fonte: http://u.saude.gov.br/index.php/pnass de métodos anticoncepcionais seguros aos casais para que
seguros aos casai para que eles voluntariamente, planejem
a prole dentro de suas possibilidades econômicas, sociais e
psicológicas. As consequências imediatas são:
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LEGISLAÇÃO DO SUS
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LEGISLAÇÃO DO SUS
Não é seguro totalmente, pois o organismo humano Importante: durante a menstruação a mulher deve evi-
não funciona como se fosse máquina; tar as relações sexuais.
Pouco indicado para casais com vida sexual com gran-
de frequência; Vantagens do método billings
14% de falhas a cada 1000 mulheres - 140 engravidam; A grande vantagem é que ele pode ser utilizado por
Abstinência sexual no período fértil; todas as mulheres, mesmo as de ciclo menstrual irregular. A
Vantagens do método presença do muco branco sempre indica o começo do pe-
Não traz nenhum prejuízo à saúde da mulher; ríodo fértil. O “dia do pico” corresponde à véspera da ovu-
Com ele talvez se evite uma gravidez indesejada de lação e três dias depois do “dia do pico” começa o período
uma forma simples dispensando o uso de outros métodos; infértil. Não importa quanto tempo dure o ciclo menstrual
O método tanto é útil para quem quer evitar gravidez da mulher.
ou engravidar. Pois a partir do momento, em que a mulher
sabe seu dia fértil, poderá evitar a concepção. No caso de Obs.: Antes de começar a utilizar o método da ovula-
querer engravidar, saberá o período mais provável para tal; ção, a mulher deve ficar um ou dois meses sem ter relações
Há mulheres que não podem usar outros métodos e sexuais, examinando o muco todos os dias em que ele apa-
conseguem levar a termo a tabela; recer, até que ela aprenda identificar com segurança o “dia
Controvérsia: mulheres que engravidam - a tabela não do pico”.
deu certo ou a pessoa que estava fazendo não respeitou o Coito interrompido
período fértil? É a técnica contraceptiva que vem sendo utilizada há
Método Billings - viscosidade no muco cervical ou mé- longo tempo. Talvez o método mais antigo, e com certeza
todo da ovulação o mais comum. O casal tem relações até que a ejaculação
O método da ovulação foi elaborado por um casal de seja inevitável, momento em que o homem retira o pênis
médicos australianos, John Evelyn Billings, após diversos da vagina. A ejaculação ocorrer fora da vagina, e da genitá-
anos de estudos e pesquisas. Através desse método, pode- lia externa da mulher, evitando a possibilidade de concep-
se conseguir ou evitar uma gravidez de maneira totalmente ção. Este método é mencionado na Bíblia (Gênesis, cap.38,
natural. A natureza tem seus tempos secos e tempos fér- versículo 9). A interrupção do coito possui vantagens dis-
teis. A mulher é semelhante a natureza. Tem seus tempos
tintas da maioria dos outros métodos:
secos e férteis. O homem do campo não planta em tem-
Não necessita dispositivos;
pos secos. Ele espera o tempo úmido, fértil para começar
Não envolve o uso de produtos químicos;
a plantar. Quando a mulher deseja engravidar ela recebe
Pode ser utilizada a qualquer momento;
a semente do homem em seu tempo fértil. Se não deseja
Não requer conhecimento material e é muito comum
engravidar, basta evitar as relações sexuais no seu período
em todas as classes sociais, quase todos os casados recor-
de fertilidade, que é o tempo úmido. O número de dias que
rem a ele com maior ou menor regularidade. Entretanto,
a mulher pode ter relações sexuais, sem engravidar, é maior
do que o número de dias férteis. É muito fácil saber os dias possui uma grande desvantagem:
férteis da mulher: Assim que termina a menstruação, co- Apesar de não possuir efeitos colaterais, a interrupção
meça o período seco que dura em geral dois ou três dias. A do ato sexual na fase alta do ciclo de resposta sexual pode
mulher pode ter relações sexuais sem engravidar. A seguir diminuir muito o prazo do casal, uma vez que sua atenção
vem o período fértil, que pode ser percebido pela mulher estará voltada para o êxito da retirada do pênis.
porque o seu útero começa a soltar um muco branco, que A taxa de falha é de 9 a 15 gestações por 100 mu-
pode ser visto todos os dias em papel higiênico. Assim que lheres/ano, em caso de uso constante (eficácia teórica); na
aparece o muco, a mulher deve suspender a relação sexual, prática, a taxa é de 20 a 25 gestações por 100 mulheres/
se não deseja engravidar. Às vezes o muco aparece logo ano (eficácia de uso real).
no primeiro dia depois da menstruação. Havendo muco,
não deve haver relações sexuais. A presença desse muco Curva da temperatura basal
não é nenhuma anormalidade. Ao contrário, ele indica que Aumento da temperatura no dia da ovulação. A mulher
o organismo está funcionando bem. A quantidade desse deverá obrigatoriamente tomar a temperatura (bucal ou
muco não é importante, mais sim a sua qualidade. Porque retal, etc) toda manhã, antes de qualquer atividade, ano-
o muco, que de início é branco e pegajoso vai se tornando tando-a num gráfico. A temperatura basal é inferior a 37º
cada dia mais elástico e lubrificante. Quando o muco fica durante a 1ª metade do ciclo; depois no momento da ovu-
transparente como clara de ovo e tão elástico que se pode lação sobe progressivamente em alguns dias, ou repentina-
puxar um fio, é sinal de que a mulher está no seu dia fértil, mente a 37º; mantém-se, enfim, acima de 37º durante treze
chamado de “dia de pico do muco”. No dia seguinte ocor- dias e cai com o aparecimento da menstruação. Devemos
rerá a ovulação. Se a mulher desejar engravidar, deverá ter observar que existe, muitas vezes, na véspera da elevação
relações no “dia do pico” e nos três dias seguintes que tam- térmica uma flecha de hipotermia prenúncio da ovulação.
bém são férteis. No 4º dia depois do dia do pico, a mulher Pode-se considerar que, a partir da noite do 3º dia em que
volta a entrar no período não fértil, que dura em geral, 12 a temperatura se manteve, acima de 37º, a ovulação já
dias. Após os quais virá uma nova menstruação. Em todos ocorreu, permitindo então as relações, sem que haja ris-
os dias antes da menstruação a mulher pode ter relações co, independentemente de outras precauções, tal método
sexuais sem engravidar. faculta, pois, a ocorrência das relações de 8 a 10 dias por
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LEGISLAÇÃO DO SUS
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LEGISLAÇÃO DO SUS
Dispositivo intrauterino (DIU) Alta eficácia (realmente evitar a gravidez não desejada);
Pequeno objeto plástico, às vezes revestido com um Reversibilidade (quando o método for suspenso, a fer-
fio de cobre, que se coloca dentro do útero da mulher para tilidade retorna sem causar nenhum dano ao futuro bebê);
evitar a gravidez. Pode ser encontrado em diferentes for- Baixo índice de efeitos colaterais (preservação da saúde
mas e tamanhos. pública);
Raras contraindicações (para atingir o maior número
Como se coloca o DIU? possível de usuários);
O DIU só pode ser colocado por um médico ou uma Não interferir na mecânica do ato sexual (apara ser bem
pessoa bem treinada, no final de menstruação ou um mês aceito);
após o parto, quando o colo do útero está dilatado. Ele é Uso fácil (principalmente quando é o caso de popula-
colocado através de um tubo plástico, em apenas 30 se- ção sem cultura ou analfabeta);
gundos. O tubo é introduzido no canal uterino, e o DIU é Baixo custo (para não obstruir a viabilidade econômica);
injetado por simples pressão. Após a retirada do tubo, o ht t p:/ / po r t al deenf er mag em.bl o gspo t. c o m .
DIU permanece no fundo do útero. A colocação do DIU não br/2008/07/planejamento-familiar.html
requer anestesia, pois não é muito dolorosa.
Desvantagens
Geralmente torna as menstruações mais abundantes; 9. VIGILÂNCIA EM SAÚDE.
Pode provocar cólicas nos primeiros dias de uso, que
passam logo;
Pode provocar pequenas perdas de sangue entre uma
menstruação e outra; A educação permanente dos profissionais de saúde vem
O DIU com revestimento de cobre precisa ser trocado ganhando cada vez mais relevância no país, fato decorrente
de 3 em 3 anos; das demandas efetivas geradas com a consolidação do Sis-
O DIU não produz câncer. Não existe nenhuma relação tema Único de Saúde (SUS) e a partir do redesenho oriundo
da Reforma da Educação Brasileira. As mudanças ocorridas
comprovada entre o uso de DIU e essa doença. Apenas um
na saúde pública nos últimos anos no Brasil, com forte des-
tipo de DIU, o Eseido de Dalkon foi condenadoe pratica-
centralização dos serviços e deslocamento da responsabili-
mente não foi usado no Brasil.
dade de execução e oferta da atenção à saúde para o nível
local, apoiada na reorientação do modelo assistencial, obri-
Espermicida sem diafragma
gatoriamente forçam mudanças no processo de formação
Espermicida em formas de supositórios vaginais ou
dos profissionais de saúde.
pessários, podem ser inseridos com o dedo. Geralmente o
A formação de recursos humanos é uma questão estra-
veículo é a manteiga de cacau, que se derrete em poucos tégica não só no Brasil, mas em países que tem uma política
minutos no calor da vagina. Quando o veículo é um creme voltada para processos de formação vinculada às necessi-
(gorduroso) ou uma geleia (solúvel em água) o uso requer dades apontadas pelo sistema de saúde, que exige profis-
o emprego de um aplicador especial, geralmente um tipo sionais com capacidade de atuar nos diferentes subsetores,
de seringa de injeção, sem agulha. Tanto quanto os pessá- áreas e serviços, de forma a contribuir para promover a me-
rios, também cremes e geleias precisam ser aplicados pro- lhoria dos indicadores sociais e de saúde, em qualquer nível
fundamente, junto ao colo do útero, uns 15 minutos antes do Sistema. Neste cenário de transformações, no ano 2000,
do coito. é criado o Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores
Vantagens da Área da Enfermagem (PROFAE) como uma estratégia do
Não precisa de receita médica; Ministério da Saúde para melhorar a qualidade da assistên-
Pode ser usado diariamente; cia prestada pelos trabalhadores de enfermagem nas unida-
Desvantagem des do Sistema Único de Saúde. Três fatores foram decisivos
Pouca segurança quando usado sozinho; para que a implementação do PROFAE fosse reconhecida,
Deve ser recolocado a cada 30 minutos; no circuito acadêmico e de serviços, como uma iniciativa
Deve ser colocado no máximo 30 minutos antes; de grande significado social: falta de qualificação dos tra-
É melado, faz sujeira; balhadores que atuavam nos múltiplos espaços e ações de
Ocasionalmente irrita a vagina ou provoca alergia; Saúde, no campo da Enfermagem, risco de desemprego
Contracepção injetável em conseqüência do exercício ilegal da profissão e o risco
a que a população estava submetida pela baixa qualidade
Uma injeção de contraceptivo injetável protege contra das ações desempenhadas por estes trabalhadores.
a gestação por um período de 90 dias. Não há necessi- Foi desenvolvido com recursos oriundos de emprés-
dade de usar também outro método anticoncepcional. É timo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento
considerado normal um atraso de 15 dias na menstruação. (BID), do Tesouro Nacional e do Fundo de Amparo ao Tra-
São também, normais pequenos sangramentos entre as balhador (FAT). A Unesco, Organização das Nações Unidas
menstruações. Em face do exposto, podemos alinhar quais para a Educação, a Ciência e a Cultura, oferece suporte e
seriam os requisitos básicos para a escolha de um método cooperação técnica como agência de cooperação interna-
contraceptivo “IDEAL”: cional.
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LEGISLAÇÃO DO SUS
Metas do profae acordadas com o bid atuar na formação profissional. O PROFAE faz parte deste
mosaico de ações na área da formação dos trabalhadores
- Qualificação de 180 mil Auxiliares de Enfermagem de nível médio no universo de profissionais inseridos nos
dos 225 mil trabalhadores cadastrados; serviços de saúde, na qualificação do quadro de docentes
- Formação de 72 mil Técnicos em Enfermagem dos 90 envolvidos no processo e, também, incentivando a articula-
mil Auxiliares de Enfermagem cadastrados; ção das escolas com os gestores do SUS para o atendimen-
- Formação Pedagógica de 12 mil enfermeiros para to de suas demandas.
atuar como docentes dos cursos de educação profissional; O Ministério da Saúde com o estabelecimento desta
- Fortalecimento e modernização de Escolas Técnicas política incorporou definitivamente a formação profissio-
do SUS e apoio à criação de novas Escolas. nal à sua pauta de prioridades, sendo o PROFAE um bom
exemplo de implementação dessa estratégia de descentra-
Técnicas lização estabelecida pelo SUS. O modelo operacional ado-
- Investimento em estrutura física e equipamentos tado incluiu uma gestão centralizada, com execução des-
- Criação de escolas técnicas em 11 estados centralizada, além das outras estruturas de gerenciamento
- Fortalecimento gerencial também descentralizadas. Esse desenho de gestão buscou
garantir qualidade aos cursos, com reflexos significativos
- Investimento em sistemas de informação
na humanização e qualificação da assistência à saúde.
Implantação de Estações de Trabalho para desenvolvi-
Sinal eloqüente da importância dos profissionais de
mento de estudos e pesquisas para Acompanhamento de
enfermagem no Sistema Único de Saúde: a categoria res-
Sinais de Mercado de Trabalho do Setor Saúde, com foco ponde por 25,7 % do total de 2.180.568 trabalhadores da
em Enfermagem. área de saúde que reúne 45 profissões de nível técnico e
superior atuantes em todos os níveis de atenção à saúde.
Execução
Enfermeiros: São os principais agentes envolvidos no
Envolvimento das três esferas de governo esde a insti- processo de supervisão do trabalho dos auxiliares e técni-
tuição do Sistema Único de Saúde, em 1988, a descentrali- cos em enfermagem, nos serviços de saúde e no processo
zação é a palavra de ordem para os serviços e a gestão do de ensino-aprendizagem nas instituições formadoras de
sistema. Este princípio norteador do SUS é realidade tanto recursos humanos. Exercem um papel de liderança indis-
nos grandes centros urbanos como nos menores municí- cutível.
pios brasileiros. Este novo paradigma tem gerado neces-
sidades em relação à profissionalização dos trabalhadores Técnicos em Enfermagem: Formados por escolas pro-
nos inúmeros postos de trabalho distribuídos pelo país, es- fissionalizantes de ensino médio, os técnicos em enferma-
pecialmente na área da atenção básica à saúde. Com este gem atuam principalmente nos serviços de saúde de média
novo dimensionamento em relação às realidades locais, e alta complexidade.
o PROFAE estendeu sua atuação ao oferecer seus cursos Auxiliares de Enfermagem: Constituem o esteio de
de forma descentralizada, ofertando turmas em 2.617 mu- todo o trabalho de enfermagem no Brasil. São formados
nicípios brasileiros, atendendo trabahadores oriundos de por escolas de educação profissional e são os profissionais
5.077 municípios e, com isso, se aproximando o máximo que assumem o cuidado direto ao paciente no dia a dia dos
possível do trabalhador a ser qualificado. serviços de saúde.
Para o desenvolvimento das classes descentralizadas
o projeto estabeleceu parcerias com os gestores do SUS, Organização
no nível federal, estadual e municipal, buscando condições
para a implementação das turmas nos municípios e, tam- Gerência de Escolarização e Profissionalização
- Qualificação Profissional de Auxiliar de Enfermagem
bém, com os sistemas estaduais de regulação da educação
- Complementação da Qualificação de Auxiliar de En-
para que reconhecessem o espaço extra muros da escola,
fermagem para Técnico em Enfermagem
como espaços passíveis de desenvolvimento de processo
- Complementação do Ensino Fundamental
educativos.
Gerência de Fortalecimento Institucional
Qualificação Profissional - Formação Pedagógica de Docentes
- Sistema de Certificação de Competências
A busca pela qualidade na atenção à saúde formação - Sistema de Acompanhamento de Sinais de Mercado
dos recursos humanos do SUS, em sintonia com os prin- de Trabalho do Setor Saúde, com foco em Enfermagem
cípios e as diretrizes assegurados constitucionalmente, - Fortalecimento das Escolas Técnicas de Saúde do SUS
expressa, historicamente, um dos principais desafios no
campo da saúde pública, sendo um destes a formação Escolarização e Profissionalização
profissional que atenda às necessidades do SUS. Existe um
grande leque de frentes de trabalho nas unidades básicas Meta alcançada foi a profissionalização intensiva dos
de saúde e unidades de média e alta complexidade. Este trabalhadores em enfermagem. O objetivo final conquista-
cenário crescente, principalmente na última década, coloca do foi um grande salto de qualidade dos serviços de saú-
na agenda das políticas públicas a certeza de que é preciso de públicos, privados e filantrópicos. Houve um empenho
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LEGISLAÇÃO DO SUS
concentrado na valorização dos profissionais, buscando, de É composta pelas ações de vigilância, promoção, pre-
um lado, melhorar o atendimento à população, e de ou- venção e controle de doenças e agravos à saúde, devendo
tro, estimular a expansão de oportunidades para grandes constituir-se em um espaço de articulação de conhecimen-
contingentes de trabalhadores que possam dedicar-se ao tos e técnicas vindos da epidemiologia, do planejamento e
exercício consciente e responsável da profissão. das ciências sociais, é, pois, referencial para mudanças do
Além da qualificação profissional, os cursos do PROFAE modelo de atenção. Deve estar inserida cotidianamente na
constituÍram-se em grande estímulo e incentivo para que prática das equipes de saúde de Atenção Básica. As equi-
esses profissionais buscassem aprimorar seus níveis de es- pes Saúde da Família, a partir das ferramentas da vigilância,
colaridade. Esses trabalhadores, na condição de alunos do desenvolvem habilidades de programação e planejamento,
PROFAE, receberam mensalmente o Auxilio Aluno, destina- de maneira a organizar ações programadas e de atenção
do ao custeio parcial de suas despesas de transporte e ali- a demanda espontânea, que garantam o acesso da popu-
mentação. Todos os cursos, assim como os livros didáticos lação em diferentes atividades e ações de saúde e, desta
utilizados, foram oferecidos gratuitamente pelo PROFAE. maneira, gradativamente impacta sobre os principais indi-
cadores de saúde, mudando a qualidade de vida daquela
“ É consenso entre gestores e profissionais da área
comunidade.
de saúde que a qualificação de trabalhadores nessa
O conceito de Vigilância em Saúde inclui: a vigilância e
escala e nesse prazo se traduziu em impacto positivo
controle das doenças transmissíveis; a vigilância das doen-
na qualidade do atendimento oferecido à população.
Porém, esse não foi o único efeito da implantação do ças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de
PROFAE. Seu desenho trouxe diversas inovações que pos- saúde, vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde
sivelmente influenciarão os atuais e os futuros projetos na do trabalhador e a vigilância sanitária.
área de formação de pessoal de saúde”. Este conceito procura simbolizar, na própria mudança
de denominação, uma nova abordagem, mais ampla do
Vigilância em Saúde que a tradicional prática de vigilância epidemiológica, tal
como foi efetivamente constituída no país, desde a década
A Atenção Básica (AB), como primeiro nível de aten- de 70. Em um grande número de doenças transmissíveis,
ção do Sistema Único de Saúde (SUS), caracteriza-se por para as quais se dispõe de instrumentos eficazes de pre-
um conjunto de ações no âmbito individual e coletivo, que venção e controle, o Brasil tem colecionado êxitos impor-
abrange a promoção e proteção da saúde, a prevenção de tantes.
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e visa à Esse grupo de doenças encontra-se em franco declínio,
manutenção da saúde. Deve ser desenvolvida por equipes com reduções drásticas de incidência. Entretanto, algumas
multiprofissionais, de maneira a desenvolver responsabili- dessas doenças apresentam quadro de persistência, ou de
dade sanitária sobre as diferentes comunidades adscritas à redução, ainda recente, configurando uma agenda incon-
territórios bem delimitados, deve considerar suas caracte- clusa nessa área, sendo necessário o fortalecimento das
rísticas sócio-culturais e dinamicidade e, de maneira pro- novas estratégias, recentemente adotadas, que obrigato-
gramada, organizar atividades voltadas ao cuidado longi- riamente impõem uma maior integração entre as áreas de
tudinal das famílias da comunidade. prevenção e controle e à rede assistencial. Um importante
A Saúde da Família é a estratégia para organização da foco da ação de controle desses agravos está voltado para
Atenção Básica no SUS. o diagnóstico e tratamento das pessoas doentes, visando
Propõe a reorganização das práticas de saúde que leve à interrupção da cadeia de transmissão, onde grande parte
em conta a necessidade de adequar as ações e serviços à das ações encontra-se no âmbito da Atenção Básica/Saú-
realidade da população em cada unidade territorial, defini- de da Família. Além da necessidade de promover ações de
da em função das características sociais, epidemiológicas e
prevenção e controle das doenças transmissíveis, que man-
sanitárias. Busca uma prática de saúde que garanta a pro-
tém importante magnitude e/ou transcendência em nosso
moção à saúde, à continuidade do cuidado, a integralidade
país, é necessário ampliar a capacidade de atuação para
da atenção, a prevenção e, em especial, a responsabilização
pela saúde da população, com ações permanentes de vigi- novas situações que se colocam sob a forma de surtos ou
lância em saúde. devido ao surgimento de doenças inusitadas. Para o de-
Na Saúde da Família, os profissionais realizam o cadas- senvolvimento da prevenção e do controle, em face dessa
tramento domiciliar, diagnóstico situacional e ações dirigi- complexa situação epidemiológica, têm sido fortalecidas
das à solução dos problemas de saúde, de maneira pactua- estratégias específicas para detecção e resposta às emer-
da com a comunidade, buscando o cuidado dos indivíduos gências epidemiológicas.
e das famílias. A atuação desses profissionais não está li- Outro ponto importante está relacionado às profundas
mitada à ação dentro da Unidade Básica de Saúde (UBS), mudanças nos perfis epidemiológicos das populações ao
ela ocorre também nos domicílios e nos demais espaços longo das últimas décadas, nos quais se observa declínio
comunitários (escolas, associações, entre outros). das taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasi-
A Vigilância em Saúde, entendida como uma forma de tárias e crescente aumento das mortes por causas externas
pensar e agir, tem como objetivo a análise permanente da e pelas doenças crônico-degenerativas, levando a discus-
situação de saúde da população e a organização e execu- são da incorporação das doenças e agravos não-transmis-
ção de práticas de saúde adequadas ao enfrentamento dos síveis ao escopo das atividades da vigilância epidemioló-
problemas existentes. gica.
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LEGISLAÇÃO DO SUS
Vigilância Epidemiológica é um “conjunto de ações que (3) A Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à
proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de Qualidade do Ar (VIGIAR) tem por objetivo promover a saú-
qualquer mudança nos fatores determinantes e condicio- de da população exposta aos fatores ambientais relaciona-
nantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de dos aos poluentes atmosféricos - provenientes de fontes
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle fixas, de fontes móveis, de atividades relativas à extração
das doenças ou agravos”. mineral, da queima de biomassa ou de incêndios florestais
O propósito da Vigilância Epidemiológica é fornecer - contemplando estratégias de ações intersetoriais.
orientação técnica permanente para os que têm a respon- Outra área que se incorpora nas ações de vigilância
sabilidade de decidir sobre a execução de ações de con- em saúde é a saúde do trabalhador que entende-se como
trole de doenças e agravos. Sua operacionalização com- sendo um conjunto de atividades que se destina, através
preende um ciclo completo de funções específicas e arti- das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sani-
culadas, que devem ser desenvolvidas de modo contínuo, tária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores,
permitindo conhecer, a cada momento, o comportamento assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos
epidemiológico da doença ou agravo escolhido como alvo trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos
das ações, para que as intervenções pertinentes possam das condições de trabalho, abrangendo entre outros: (1)
ser desencadeadas com oportunidade e efetividade. assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho
Tem como função coleta e processamento de dados; ou portador de doença profissional e do trabalho; (2) par-
análise e interpretação dos dados processados; investiga- ticipação em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos
ção epidemiológica de casos e surtos; recomendação e riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo
promoção das medidas de controle adotadas, impacto ob- de trabalho; (3) informação ao trabalhador e à sua respec-
tido, formas de prevenção de doenças, dentre outras. Cor- tiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de aci-
responde à vigilância das doenças transmissíveis (doença dentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem
clinicamente manifesta, do homem ou dos animais, resul- como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais
tante de uma infecção) e das doenças e agravos não trans- e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão,
missíveis (não resultante de infecção). É na Atenção Básica respeitados os preceitos da ética profissional.
/ Saúde da Família o local privilegiado para o desenvolvi- Outro aspecto fundamental da vigilância em saúde é
o cuidado integral à saúde das pessoas por meio da Pro-
mento da vigilância epidemiológica. A Vigilância da Situa-
moção da Saúde. A Promoção da Saúde é compreendida
ção de Saúde desenvolve ações de monitoramento con-
como estratégia de articulação transversal, à qual incorpo-
tínuo do país/estado/região/município/equipes, por meio
ra outros fatores que colocam a saúde da população em
de estudos e análises que revelem o comportamento dos
risco trazendo à tona as diferenças entre necessidades, ter-
principais indicadores de saúde, dando prioridade a ques-
ritórios e culturas presentes no país. Visa criar mecanismos
tões relevantes e contribuindo para um planejamento de
que reduzam as situações de vulnerabilidade, defendam a
saúde mais abrangente.
equidade e incorporem a participação e o controle social
As ações de Vigilância em Saúde Ambiental, estrutu-
na gestão das políticas públicas.
radas a partir do Sistema Nacional de Vigilância em Saú-
Nesse sentido, a Política Nacional de Promoção da
de Ambiental, estão centradas nos fatores não-biológicos Saúde prevê que a organização da atenção e do cuidado
do meio ambiente que possam promover riscos à saúde deve envolver ações e serviços que operem sobre os deter-
humana: água para consumo humano, ar, solo, desastres minantes do adoecer e que vão além dos muros das uni-
naturais, substâncias químicas, acidentes com produtos dades de saúde e do próprio sistema de saúde. O objetivo
perigosos, fatores físicos e ambiente de trabalho. Nesta es- dessa política é promover a qualidade de vida e reduzir a
trutura destaca-se: vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus de-
(1) A Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à terminantes e condicionantes – modos de viver, condições
Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA) de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura
consiste no conjunto de ações adotadas continuamen- e acesso a bens e serviços essenciais. Tem como ações es-
te pelas autoridades de saúde pública para garantir que pecíficas: alimentação saudável, prática corporal/atividade
a água consumida pela população atenda ao padrão e às física, prevenção e controle do tabagismo, redução da mor-
normas estabelecidas na legislação vigente e para avaliar bimortalidade em decorrência do uso de álcool e outras
os riscos que a água consumida representa para a saúde drogas, redução da morbimortalidade por acidentes de
humana. Suas atividades visam, em última instância, a pro- trânsito, prevenção da violência e estímulo à cultura da paz,
moção da saúde e a prevenção das doenças de transmissão além da promoção do desenvolvimento sustentável.
hídrica; Pensar em Vigilância em Saúde pressupõe a não dis-
(2) À Vigilância em Saúde Ambiental de Populações sociação com a Vigilância Sanitária. A Vigilância Sanitária
Potencialmente Expostas a Solo Contaminado (VIGISOLO) é entendida como um conjunto de ações capazes de eli-
compete recomendar e adotar medidas de promoção à minar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos
saúde ambiental, prevenção e controle dos fatores de risco problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da
relacionados às doenças e outros agravos à saúde decor- produção e circulação de bens e da prestação de serviços
rentes da contaminação por substâncias químicas no solo; de interesse da saúde. (BRASIL, 1990)
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LEGISLAÇÃO DO SUS
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LEGISLAÇÃO DO SUS
É fundamental o uso de protocolos assistenciais que Essa ficha é utilizada para notificar um caso a partir
prevejam ações de promoção, prevenção, recuperação da suspeição do agravo, devendo ser encaminhada para
e reabilitação, que são dirigidos aos problemas mais fre- digitação após o seu preenchimento, independentemente
quentes da população. Tais protocolos devem incluir a in- da confirmação do diagnóstico, por exemplo: notificar um
dicação da continuidade da atenção, sob a lógica da re- caso de dengue a partir da suspeita de um caso que atenda
gionalização, flexíveis em função dos contextos estaduais, os critérios estabelecidos na definição de caso.
municipais e locais. Alia-se a importância de adotar o pro- A ficha de investigação contém, além dos dados da
cesso de Educação Permanente em Saúde na formação e notificação, dados referentes aos antecedentes epidemio-
qualificação das equipes, cuja missão é ter capacidade para lógicos, dados clínicos e laboratoriais específicos de cada
resolver os problemas que lhe são apresentados, ainda que agravo e dados da conclusão da investigação.
a solução extrapole aquele nível de atenção (da resolubi- A impressão, controle da pré-numeração e distribuição
lidade, da visão das redes de atenção) e a necessidade de das fichas de notificação e de investigação para os muni-
criar mecanismos de valorização do trabalho na atenção cípios são de responsabilidade da Secretaria Estadual de
básica seja pelos incentivos formais, seja pela co-gestão Saúde, podendo ser delegada à Secretaria Municipal de
(participação no processo decisório). Saúde.
Finalmente, como forma de democratizar a gestão e Os instrumentos de coleta padronizados pelo Minis-
tério da Saúde são específicos para cada agravo de noti-
atender as reais necessidades da população é essencial a
ficação compulsória, e devem ser utilizados em todas as
constituição de canais e espaços que garantam a efetiva
unidades federadas.
participação da população e o controle social.
Para os agravos hanseníase e tuberculose são coleta-
dos ainda dados de acompanhamento dos casos. As notifi-
1.4 Sistema De Informação De Agravos De Notifi- cações de malária e esquistossomose registradas no Sinan
cação – Sinan correspondem àquelas identificadas fora das respectivas
regiões endêmicas. Esses agravos quando notificados em
A informação é instrumento essencial para a tomada local onde são endêmicos devem ser registrados em siste-
de decisões, ferramenta imprescindível à Vigilância em mas específicos.
Saúde, por ser o fator desencadeador do processo “infor- Dados dos Inquéritos de Tracoma, embora não seja
mação-decisão-ação”. doença de notificação compulsória no país devem ser re-
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação gistrados no Sinan - versão NET, por ser considerada de
(Sinan) foi desenvolvido no início da década de 90, com interesse nacional.
objetivo de padronizar a coleta e processamento dos da- A população sob vigilância corresponde a todas as
dos sobre agravos de notificação obrigatória em todo o pessoas residente no país. Cada município deve notificar
território nacional. Construído de maneira hierarquizada, casos detectados em sua área de abrangência, sejam eles
mantendo coerência com a organização do SUS, pretende residentes ou não nesse município.
ser suficientemente ágil na viabilização de análises de situa- As unidades notificantes são, geralmente, aquelas que
ções de saúde em curto espaço de tempo. O Sinan fornece prestam atendimento ao Sistema Único de Saúde, incluin-
dados para a análise do perfil da morbidade e contribui do as Unidades Básicas de Saúde/Unidades de Saúde da
para a tomada de decisões nos níveis municipal, estadual Família. Os profissionais de saúde no exercício da profissão,
e federal. Seu uso foi regulamentado por meio da Portaria bem como os responsáveis por organizações e estabele-
GM/MS nº. 1.882, de 18 de dezembro de 1997, quando se cimentos públicos e particulares de saúde e ensino, têm
tornou obrigatória a alimentação regular da base de dados a obrigação de comunicar aos gestores do Sistema Único
nacional pelos municípios, estados e Distrito Federal, e o de Saúde a ocorrência de casos suspeito/confirmados dos
Ministério da Saúde foi designado como gestor nacional agravos listados na LNDC.
do sistema. O Sinan permite a coleta, processamento, armazena-
O Sinan é atualmente alimentado, principalmente, pela mento e análise dos dados desde a unidade notificante,
sendo adequado à descentralização de ações, serviços e
notificação e investigação de casos de doenças e agravos
gestão de sistemas de saúde. Se a Secretaria Municipal de
que constam da Lista Nacional de Doenças de Notificação
Saúde for informatizada, todos os casos notificados pelo
Compulsória em todo Território Nacional - LDNC, confor-
município devem ser digitados, independente do local de
me Portaria SVS/MS nº. 05, de 21/02/2006, podendo os
residência. Contudo, caso as unidades de saúde não dis-
estados e municípios incluir outros problemas de saúde ponham de microcomputadores, o sistema informatizado
pública, que considerem importantes para a sua região. pode ser operacionalizado a partir das secretarias munici-
1.5 Ficha De Notificação Individual pais, das regionais e da secretaria de estado de saúde.
As unidades notificantes enviam semanalmente as fi-
É o documento básico de coleta de dados, que inclui chas de notificação/ investigação ou, se for informatizada,
dados sobre a identificação e localização do estabeleci- o arquivo de transferência de dados por meio eletrônico
mento notificante, identificação, características socioeco- para as secretarias municipais de saúde, que enviam os
nômicas, local da residência do paciente e identificação do arquivos de transferência de dados, pelo menos uma vez
agravo notificado. por semana, à regional de saúde ou Secretaria de Estado
32
LEGISLAÇÃO DO SUS
da Saúde. Os municípios que não têm implantado o pro- Já os dados das fichas de investigação somente serão
cessamento eletrônico de dados pelo Sinan encaminham transmitidos quando for encerrado o processo de investi-
as fichas de notificação/investigação e seguem o mesmo gação, conseguindo dessa forma, separar essas duas eta-
fluxo descrito anteriormente. A SES envia os dados para o pas.
Ministério da Saúde, por meio eletrônico, pelo menos uma Outras rotinas, como o fluxo de retorno, serão imple-
vez por semana. mentadas, permitindo que o município de residência tenha
Dentre as atribuições de cada nível do sistema cabe a na sua base de dados todos os casos, independentemente
todos efetuar análise da qualidade dos dados, como veri- do local onde foram notificados. A base de dados foi pre-
ficar a duplicidade de registros, completitude dos campos parada para georreferenciar os casos notificados naqueles
e consistência dos dados, análises epidemiológicas e di- municípios que desejem trabalhar com geoprocessamento
vulgação das informações. No entanto, cabe somente ao de dados.
primeiro nível informatizado a complementação de dados, A utilização efetiva do Sinan possibilita a realização
correção de inconsistências e vinculação/exclusão de du- do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na
plicidades e exclusão de registros. população; podendo fornecer subsídios para explicações
As bases de dados geradas pelo Sinan são armazena- causais dos agravos de notificação compulsória, além de
das pelo gerenciador de banco de dados PostgreSQL ou vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, con-
Interbase. Para analisá-las utilizando programas informati- tribuindo assim, para a identificação da realidade epide-
zados tais como o SPSS, o Tabwin e o Epi Info, é necessá- miológica de determinada área geográfica.
rio exportá-las para o formato DBF. Esse procedimento é O desafio não só para o Sinan, mas para todos os de-
efetuado em todos os níveis, utilizando rotina própria do mais sistemas de informação de saúde no Brasil, é criar
sistema. uma interface de comunicação entre si descaracterizando
Com o objetivo de divulgar dados, propiciar a análise -os como um sistema cartorial de registro, para se transfor-
da sua qualidade e o cálculo de indicadores por todos os mar em sistemas ágeis que permitam desencadear ações
usuários do sistema e outros interessados, a Secretaria de imediatas e realizar análises em tempo oportuno.
Vigilância em Saúde – SVS do Ministério da Saúde criou um O uso sistemático dos dados gerados pelo Sistema, de
site do Sinan que pode ser acessado pelo endereço www. forma descentralizada, contribui para a democratização da
informação, permitindo que todos os profissionais de saú-
saude.gov.br/svs - sistemas de informações ou www.saude.
de tenham acesso à informação e a disponibilize para a
gov.br/sinanweb. Nessa página estão disponíveis:
comunidade. É, portanto, um instrumento relevante para
• Relatórios gerenciais;
auxiliar o planejamento da saúde, definir prioridades de
• Relatórios epidemiológicos por agravo;
intervenção, além de possibilitar que sejam avaliados os
• Documentação do sistema (Dicionários de dados -
impactos das intervenções.
descrição dos campos das fichas e das características da
variável correspondente nas bases de dados);
1.7 O Trabalho Da Equipe Multiprofissional
• Fichas de notificação e de investigação de cada agra-
vo; Os diferentes profissionais das equipes de saúde da
• Instrucionais para preenchimento das Fichas; Atenção Básica/Saúde da Família têm importante papel
• Manuais de uso do sistema; e contribuição nas ações de Vigilância em Saúde. As atri-
• Cadernos de análise da qualidade das bases de dados buições específicas dos profissionais da Atenção Básica,
e cálculo de indicadores epidemiológicos e operacionais; já estão definidas na Política Nacional de Atenção Básica
• Produção - acompanhamento do recebimento pelo (PNAB).
Ministério da Saúde dos arquivos de transferência de cada Como atribuição comum a todos os profissionais das
UF; equipes, descreve-se:
• Base de dados - uso da ferramenta TabNet para tabu- • Garantir atenção integral e humanizada à população
lação de dados de casos confirmados notificados no Sinan adscrita;
a partir de 2001. • Realizar tratamento supervisionado, quando neces-
sário;
1.6 Sinan NET • Orientar o usuário/família quanto à necessidade de
concluir o tratamento;
Novo aplicativo desenvolvido pela SVS/MS em conjun- • Acompanhar os usuários em tratamento;
to ao DATASUS, objetiva modificar a lógica de produção de • Prestar atenção contínua, articulada com os demais
informação para a de análise em níveis cada vez mais des- níveis de atenção, visando o cuidado longitudinal (ao longo
centralizados do sistema de saúde. Subsidia a construção do tempo);
de sistemas de vigilância epidemiológica de base territo- • Realizar o cuidado em saúde da população adscrita,
rial, que esteja atento ao que ocorre em toda sua área de no âmbito da unidade de saúde, no domicílio e nos demais
atuação. Possibilita ao município que estiver interligado à espaços comunitários (escolas, associações, entre outros),
internet, a transmissão dos dados das fichas de notificação quando necessário;
diariamente às demais esferas de governo, fazendo com • Construir estratégias de atendimento e priorização de
que esses dados estejam disponíveis em tempo oportuno, populações mais vulneráveis, como exemplo: população de
às três esferas de governo. rua, ciganos, quilombolas e outras;
33
LEGISLAÇÃO DO SUS
• Realizar visita domiciliar a população adscrita, conforme ACS. Esta relação entre o número de ACE e de ACS será va-
planejamento assistencial; riável, pois, se baseará no perfil epidemiológico e nas demais
• Realizar busca ativa de novos casos e convocação dos características locais (como geografia, densidade demográfi-
faltosos; ca e outras).
• Notificar casos suspeitos e confirmados, conforme fi- Na divisão do trabalho entre os diferentes agentes, o ACS,
chas anexas; após as visitas domiciliares e identificação dos problemas que
• Preencher relatórios/livros/fichas específicos de registro não poderão ser resolvidos por ele, deverá transmití-las ao
e acompanhamento dos agravos/doenças, de acordo com a ACE, seu parceiro, que planejará conjuntamente as ações de
rotina da UBS; saúde caso a caso como, por exemplo, quando o ACS identi-
• Alimentar e analisar dados dos Sistemas de Informação ficar uma caixa d’água de difícil acesso ou um criadouro que
em Saúde – Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), necessite da utilização de larvicida.
Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), Sistema de In- O ACE deve ser incorporado nas atividades das equipes
formação de Nascidos Vivos (SINASC), Sistema de Informação da Atenção Básica/Saúde da Família, tomando como ponto
de Agravos de Notificação (Sinan) e outros para planejar, pro- de partida sua participação no processo de planejamento e
gramar e avaliar as ações de vigilância em saúde; programação. É importante que o ACE esteja vinculado a uma
• Desenvolver ações educativas e de mobilização da co- Unidade Básica de Saúde, pois a efetiva integração das ações
munidade relativas ao controle das doenças/agravos em sua de controle está no processo de trabalho realizado cotidiana-
área de abrangência; mente.
• Orientar a comunidade quanto ao uso de medidas de Um dos fatores fundamentais para o êxito do trabalho
proteção individual e familiar para a prevenção de doenças/ é a integração das bases territoriais de atuação dos Agentes
agravos; Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Controle de En-
• Mobilizar a comunidade para desenvolver medidas sim- demias (ACE). O gestor municipal, junto às equipes de saúde,
ples de manejo ambiental para o controle de vetores; deve organizar seus serviços de saúde, e definir suas bases
• Articular e viabilizar as medidas de controle vetorial e territoriais, de acordo com sua realidade, perfil epidemiológi-
outras ações de proteção coletiva; co, aspectos geográficos, culturais e sociais, entre outros.
• Identificar possíveis problemas e surtos relacionados à
qualidade da água, em nível local como a situação das fontes 1.8 Atribuições Específicas Dos Profissionais Da Aten-
de abastecimento e de armazenamento da água e a variação ção Básica/Saúde Da Família
na incidência de determinadas doenças que podem estar as-
sociadas à qualidade da água; 1.8.1 Agente Comunitário de Saúde – ACS
• Identificar a disposição inadequada de resíduos, indus- - Identificar sinais e sintomas dos agravos/doenças e en-
triais ou domiciliares, em áreas habitadas; a armazenagem caminhar os casos suspeitos para a Unidade de Saúde;
inadequada de produtos químicos tóxicos (inclusive em pos- - Acompanhar os usuários em tratamento e orientá-lo
tos de gasolina) e a variação na incidência de doenças poten- quanto à necessidade de sua conclusão;
cialmente relacionadas a intoxicação; - Desenvolver ações educativas e de mobilização da co-
• Identificar a poluição do ar derivada de indústrias, auto- munidade relativas ao controle das doenças/agravos, em sua
móveis, queimadas, inclusive nas situações intra-domiciliares área de abrangência;
(fumaça e poeira) e as variações na incidência de doenças, - Orientar a comunidade quanto ao uso de medidas de
principalmente as morbidades respiratórias e cardiovascula- proteção individual e familiar para a prevenção de doença;
res, que podem estar associadas à poluição do ar. - Mobilizar a comunidade para desenvolver medidas sim-
Na organização da atenção, o Agente Comunitário de ples de manejo ambiental para o controle de vetores;
Saúde (ACS) e o Agente de Controle de Endemias (ACE) de- - Planejar/programar as ações de controle das doenças/
sempenham papéis fundamentais, pois se constituem como agravos em conjunto ao ACE e equipe da Atenção Básica/
elos entre a comunidade e os serviços de saúde. Assim como Saúde da Família.
os demais membros da equipe, tais agentes devem ter co
-responsabilização com a saúde da população de sua área de 1.8.2 Agente de Controle de Endemias – ACE
abrangência. Por isso, devem desenvolver ações de promo- - Identificar sinais e sintomas dos agravos/doenças e en-
ção, prevenção e controle dos agravos, sejam nos domicílios caminhar os casos suspeitos para a Unidade de Saúde;
ou nos demais espaços da comunidade, e embora realizem - Acompanhar os usuários em tratamento e orientá-los
ações comuns, há um núcleo de atividades que é específico a quanto à necessidade de sua conclusão;
cada um deles. - Desenvolver ações educativas e de mobilização da co-
No processo de trabalho, estes dois atores, ACS e ACE, munidade relativas ao controle das doenças/agravos, em sua
devem ser coresponsáveis pelo controle das endemias, inte- área de abrangência;
grando suas atividades de maneira a potencializar o traba- - Orientar a comunidade quanto ao uso de medidas de
lho e evitar a duplicidade das ações que, embora distintas, se proteção individual e familiar para a prevenção de doenças;
complementam. - Mobilizar a comunidade para desenvolver medidas sim-
Os gestores e as equipes de saúde devem definir cla- ples de manejo ambiental para o controle de vetores;
ramente os papéis, competências e responsabilidades de - Realizar, quando indicado a aplicação de larvicidas/
cada um destes agentes e, de acordo com a realidade local, moluscocidas químicos e biológicos; a borrifação intradomi-
definir os fluxos de trabalho. Cada ACE deverá ficar como ciliar de efeito residual; e a aplicação espacial de inseticidas
referência para as ações de vigilância de um número de por meio de nebulizações térmicas e ultra-baixo-volume;
34
LEGISLAÇÃO DO SUS
- Realizar atividades de identificação e mapeamento de 1.8.6 Cirurgião Dentista, Técnico em Higiene Dental –
coleções hídricas de importância epidemiológica; THD e Auxiliar de Consultório Dentário – ACD
- Planejar/programar as ações de controle das doen-
ças/agravos em conjunto ao ACS e equipe da Atenção Bá- - Identificar sinais e sintomas dos agravos/doenças e en-
sica/Saúde da Família. caminhar os casos suspeitos para consulta;
- Desenvolver ações educativas e de mobilização da co-
1.8.3 Médico munidade relativas ao controle das doenças/agravos em sua
área de abrangência;
- Diagnosticar e tratar precocemente os agravos/doen- - Participar da capacitação dos membros da equipe
ças, conforme orientações, contidas neste caderno; quanto à prevenção, manejo do tratamento, ações de vigilân-
- Solicitar exames complementares, quando necessá- cia epidemiológica e controle das doenças;
rio; - Orientar a comunidade quanto ao uso de medidas de
- Realizar tratamento imediato e adequado, de acordo proteção individual e familiar para a prevenção de doenças.
com esquema terapêutico definido neste caderno;
- Encaminhar, quando necessário, os casos graves para
a unidade de referência, respeitando os fluxos locais e
mantendo-se responsável pelo acompanhamento; 10. QUALIDADE EM SAÚDE E SEGURANÇA DO
- Realizar assistência domiciliar, quando necessário; PACIENTE.
- Orientar os Auxiliares e técnicos de enfermagem, ACS
e ACE para o acompanhamento dos casos em tratamento
e/ou tratamento supervisionado;
- Contribuir e participar das atividades de educação Risco Biológico
permanente dos membros da equipe quanto à prevenção,
manejo do tratamento, ações de vigilância epidemiológica A Norma Regulamentadora 32 (NR 32) considera risco
biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes
e controle das doenças;
biológicos: microrganismos geneticamente modificados ou
- Enviar mensalmente ao setor competente as infor-
não, culturas de células, parasitas, toxinas e príons.
mações epidemiológicas referentes às doenças/agravo na
No setor de saúde, esse risco é representado sobretudo
área de atuação da UBS, analisar os dados para propor pos-
pelas infecções causadas por bactérias, vírus, rickettsias, cla-
síveis intervenções.
mídias e fungos e, em menor grau, pelas parasitoses produzi-
das por protozoários, helmintos e artrópodos.
1.8.4 Enfermeiro A exposição do pessoal de enfermagem ao risco biológi-
co torna-se maior devido seu contato íntimo e frequente com
- Realizar consulta de enfermagem, solicitar exames os pacientes infectados.
complementares e prescrever medicações, conforme pro- Muitas vezes, o próprio rosto (conjuntiva ocular, mucosas
tocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo da boca e do nariz) ao alcance do ar por eles expirado, ao
gestor municipal, observadas as disposições legais da pro- alcance de respingos de sangue e de outros fluidos corporais,
fissão; durante procedimentos invasivos, tosses, espirros...
- Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações de- Excreções, produtos de vômito, bile, saliva, escarro, san-
senvolvidas pelos ACS; gue e pus são observados e controlados antes do rejeito; seus
- Realizar assistência domiciliar, quando necessário; recipientes são lavados e desinfectados, ou esterilizados; pija-
- Enviar mensalmente ao setor competente as infor- mas, camisas e roupa de cama são trocados. E tudo isso é feito
mações epidemiológicas referentes às doenças/agravo na pelo trabalhador de enfermagem.
área de atuação da UBS e analisar os dados para possíveis
intervenções; Infecções apontadas como risco biológico para o tra-
- Orientar os auxiliares/técnicos de enfermagem, ACS e balhador de saúde
ACE para o acompanhamento dos casos em tratamento e/ 1. Principais:
ou tratamento supervisionado; Tuberculose pulmonar
- Contribuir e participar das atividades de educação Ccytomegalovirus (CMV)
permanente dos membros da equipe quanto à prevenção, Hepatite virais (B, C, G)
manejo do tratamento, ações de vigilância epidemiológica Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
e controle das doenças. Síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA/AIDS)
2. Outras infecções às quais o pessoal de enfermagem en-
1.8.5 Auxiliar/Técnico de Enfermagem contra-se potencialmente exposto:
Difteria
- Participar das atividades de assistência básica, reali- Febre tifóide
zando procedimentos regulamentados para o exercício de Gastroenterite infecciosa
sua profissão; Herpes simplex
- Realizar assistência domiciliar, quando necessária; Meningites
- Realizar tratamento supervisionado, quando necessá- Infecções respiratórias por vírus
rio, conforme orientação do enfermeiro e/ou médico. Parotidite
35
LEGISLAÇÃO DO SUS
36
LEGISLAÇÃO DO SUS
37
LEGISLAÇÃO DO SUS
O gás óxido de etileno, por exemplo, é altamente tóxi- NR 07 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocu-
co, facilmente inflamável e explosivo, além de ser carcinogê- pacional
nico, mutagênico, teratogênico e neurotóxico. NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
Acrescente-se que as exposições ocupacionais envolvem NR 15 - Atividades e Operações Insalubres
várias substâncias, simultâneas ou sucessivamente. E a inte- NR 26 - Sinalização de Segurança
ração entre os tóxicos absorvidos simultaneamente pode ser Portaria Interministerial MS/MTE n.º 482 de 16/04/1999.
antagônica ou sinérgica.
Os seguintes fatores podem interagir e modificar, para
pior, a reposta do organismo ao tóxico: 11. PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL NO
• Ambientais - temperatura ambiente, pressão atmosféri-
SUS.
ca, ruído, vibrações e radiações.
• Genéticos - reações de hiper e hipossensibilidade.
• Fisiológicos - idade, sexo (suscetibilidade da mulher a
hormônios sexuais, gravidez). A lei 8142/90, determina duas formas de participação da
• Profissionais ou relacionados com o estilo de vida - estres- população na gestão do Sistema Único de Saúde – SUS: Con-
se, fadiga, sobrecarga de trabalho, dieta alimentar, tabagismo. ferências de Saúde e Conselhos de Saúde. Conferências de
Medicamentos - os efeitos tóxicos dos medicamentos Saúde – no artigo 1º da 8142/90 parágrafo 1º diz:
utilizados no meio hospitalar são frequentemente comparti- – A Conferência de Saúde reunir-se-á cada 4(quatro) anos
lhados pelo pessoal de enfermagem e da farmácia. Suspeita-se com a representação dos vários segmentos sociais, para ava-
que muitos dos efeitos nocivos da maioria dos medicamentos liar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formula-
continuam ignorados. O trabalhador de enfermagem expõe- ção da política de saúde nos níveis correspondentes, convo-
se, todos os dias, ao risco de absorção de vários medicamen- cada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este
tos através das vias cutâneo-mucosa, respiratória e digestiva. ou pelo Conselho de Saúde.
Com um agravante: se a exposição profissional sensibili- Conselhos de Saúde – no artigo 1º da 8142/90 parágrafo 2º diz:
zar um trabalhador a um determinado medicamento, há o pe- – O Conselho de Saúde, é um órgão colegiado de caráter
rigo de reação mais grave (choque anafilático, por exemplo), permanente e deliberativo do Sistema Único de Saúde- SUS
quando esse receber a substância diretamente, mais tarde. O colegiado do Conselho de Saúde é composto por:
Um pouco sobre as dermatoses - dermatose profissio- – 25% de representantes do governo e prestadores de
nal é qualquer anormalidade da pele produzida ou agravada serviços, 25% de profissionais de saúde e 50% de usuários,
pelo trabalho, abrangendo desde eritemas ou descamações, atua na formulação e proposição de estratégias e no contro-
até sérias lesões eczematosas, acneiformes, neoplásicas, gra- le da execução das políticas de saúde, inclusive nos aspectos
nulomatosas ou ulcerativas. As dermatoses profissionais po- econômicos e financeiros, cuja decisões serão homologadas
dem ser causadas por agentes químicos, físicos e biológicos. pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera
Os trabalhos úmidos apresentam risco de dermatoses de governo.
profissionais. A Resolução nº 333 de 04/11/2003, do Conselho Nacio-
Fatores domésticos, como cuidar de crianças e ausência nal de Saúde aprova diretrizes para a Criação , reformulação ,
de máquina de lavar roupa, uma vez combinados com os tra- estruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde.
balhos úmidos no hospital, quadruplicam os riscos de derma- Direitos dos Usuários do SUS
tose. As diferentes tarefas de homens e mulheres explicam o A “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” traz in-
maior número de casos de eczema entre estas. formações para que você conheça seus direitos na hora de
A legislação em vigor estabelece medidas capazes de procurar atendimento de saúde. Ela reúne os seis princípios
minimizar os danos causados pelos riscos químicos. Lutemos básicos de cidadania que asseguram ao brasileiro o ingresso
pelo cumprimento da mesma! digno nos sistemas de saúde, seja ele público ou privado. A
A NR32 aborda as medidas de proteção contra os efeitos Carta é uma importante ferramenta para que você conheça
tóxicos de gases medicinais, medicamentos e drogas de risco, seus direitos e, assim, ajude o Brasil a ter um sistema de saúde
quimioterápicos antineoplásicos, gases e vapores anestésicos. ainda mais efetivo.
Segundo essa norma, por exemplo, com relação aos quimio- Os princípios da Carta são:
terápicos antineoplásicos: 1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e orga-
1. É vedado: • iniciar qualquer atividade na falta de EPI • dar con- nizado aos sistemas de saúde
tinuidade às atividades de manipulação quando ocorrer qualquer 2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e
interrupção do funcionamento da cabine de segurança biológica. efetivo para seu problema
2. Compete ao empregador: • proibir fumar, comer ou be- 3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado,
ber, bem como portar adornos ou maquiar-se • afastar das acolhedor e livre de qualquer discriminação
atividades as trabalhadoras gestantes e nutrizes • proibir que 4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a
os trabalhadores expostos realizem atividades com possi- sua pessoa, seus valores e seus direitos
bilidade de exposição aos agentes ionizantes. 5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que
• fornecer aos trabalhadores os EPIs e recursos neces- seu tratamento aconteça da forma adequada
sários à execução das tarefas. 6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos
Para a prevenção e controle dos riscos químicos, a pró- gestores da saúde para que os princípios anteriores sejam
pria NR32 lembra a necessidade de se cumprir o estabele- cumpridos.
cido nos seguintes dispositivos: Fonte: http://portalamm.org.br/controle-social-no-sus/
38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
1. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA........................................................................................................................................................................ 01
1.1. Recepção, armazenamento, distribuição e controle de estoque de medicamentos, material médico-hospitalar e
correlatos................................................................................................................................................................................................................ 03
1.2. Sistemas de distribuição de medicamentos..................................................................................................................................... 06
1.3. Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos (Anexo 3 da Portaria MS/GM nº
2095 de 24 de setembro de 2013)............................................................................................................................................................... 09
2. LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA......................................................................................................................................................................... 27
2.1. Lei no 5.991, de 17 de dezembro de 1973 e suas atualizações................................................................................................ 27
2.2. Portaria n.º 344, de 12 de maio de 1998 e suas atualizações................................................................................................... 27
2.3. Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999 e suas atualizações................................................................................................... 27
2.4. Resolução-RDC nº 20, de 5 de maio de 2011 e suas atualizações.......................................................................................... 27
2.5. Resolução-RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007 e suas atualizações................................................................................... 27
2.6. Resolução nº 44, de 17 de agosto de 2009 e suas atualizações.............................................................................................. 27
3. FARMACOLOGIA................................................................................................................................................................................................... 28
3.1. Conceitos básicos em farmacologia e toxicologia (fármaco, medicamento, remédio, denominação comum brasi-
leira e reação adversa a medicamentos).................................................................................................................................................... 29
3.2. Classes terapêuticas do componente básico da Relação Nacional de Medicamentos................................................... 46
3.3. Vias de administração de medicamentos (oral, retal, tópico e parenteral).......................................................................... 51
4. FARMACOTÉCNICA.............................................................................................................................................................................................. 53
4.1. Formas farmacêuticas: sólidas, semi-sólidas, líquidas, retais, vaginais, oftálmicas, auriculares e parenterais................. 55
4.2. Operações farmacêuticas: pesagem e medição de volume de líquidos, fracionamento............................................... 60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
1. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Assistência Farmacêutica é um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto indivi-
dual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e uso racional. Esse conjunto envol-
ve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aqui-
sição, distribuição, prescrição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação
da sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população.
A organização da Assistência Farmacêutica é caracterizada por ações articuladas entre si, que são executadas em uma
ordem sequencial. Como dependem umas da outras, a execução imprópria de uma das fases influencia nas demais e com-
promete o objetivo e os resultados de toda a cadeia. Veja, a seguir, cada uma dessas etapas.
1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
O de financiamento bloco da Assistência Farmacêutica não abrange os medicamentos de uso hospitalar, os quais são
que estes estão contemplados pelo bloco da Atenção de Média e Alta Complexidade.
Os medicamentos de uso oncológico são disponibilizados por estabelecimentos credenciados no SUS os quais são
reembolsados com o lançamento do procedimento no subsistema de Autorização de Procedimentos de Alta Complexida-
de (APAC), do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA-SUS).
Recebimento
Ato de conferência em que se verifica a compatibilidade dos produtos solicitados e recebidos, ou seja, se os medica-
mentos entregues estão em conformidade com as condições estabelecidas em Edital (BRASIL, 2006).
1 Fonte: www.ccates.org.br
3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Armazenamento Ventilação:
Etapa do Ciclo da Assistência Farmacêutica que tem • Circulação interna de ar: elementos vazados nas jane-
por finalidade assegurar as condições adequadas de con- las, exaustores eólicos.
servação dos produtos (BRASIL, 2006). • Pé direito alto (mínimo 3 m)
Estabilidade Luminosidade:
Propriedade de um produto em preservar – dentro de • A incidência direta de luz, principalmente de raios
limites estabelecidos e sob determinadas condições am- solares, sobre os medicamentos, acelera a velocidade das
bientais – as mesmas características físicas, químicas e far- reações químicas (principalmente oxirredução), alterando a
macológicas, durante seu período de vida útil (validade do estabilidade dos mesmos;
medicamento) (MARIN, 2003). • Medicamentos fotossensíveis possuem embalagens
de cor âmbar ou blister de alumínio;
• No caso de iluminação artificial, recomenda-se a uti-
O armazenamento e a distribuição são as etapas do lização de lâmpadas fluorescentes.
Ciclo da Assistência Farmacêutica que visam assegurar a
qualidade dos medicamentos através de condições adequa-
das de armazenamento e um controle de estoque eficaz,
Requisitos Básicos
bem como garantir a disponibilidade dos medicamentos em
todos os locais de atendimento ao usuário.
(Cosendey, 2000). Higienização periódica e controle de pragas e in-
setos;
Comunicação (telefone, fax, internet);
ESTABILIDADE DE MEDICAMENTOS Segurança: manutenção periódica das instalações
• Devem ser contempladas os aspectos de estabilida- elétricas, controle de acesso de pessoas não autorizadas,
de física, química, microbiológica, terapêutica e toxicológica. uso de EPIs, extintores de incêndio, sinalização do ambien-
• Fatores intrínsecos: pH, qualidade do recipiente, te, empilhamento adequado;
presença de impurezas, etc. Instalações elétricas e sanitárias adequadas;
• Fatores extrínsecos: temperatura, luminosidade, ar, Deve possuir profissional farmacêutico devida-
umidade. mente registrado no CRF.
Temperatura e Umidade:
• Ausência de fontes de calor e umidade (luz solar, RECEBIMENTO DE MEDICAMENTOS
telhas de amianto, lâmpadas quentes, infiltrações, bolor);
• Registro e controle de temperatura/umidade: - Ter- Recebimento Administrativo
mohigrômetro - Desumidificador - Sistema de ar condicio- DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica):
nado • Natureza da Operação, Nome do Destinatário, Data
da Emissão, Descrição do Medicamento, Quantidade, Preço
Temperatura: Unitário, Valor Total, Empenho, Dados adicionais (local de
• Especificações segundo a Farmacopeia Americana entrega, por exemplo).
(USP):
• Ambiente (em torno de 25 ºC), permitindo-se variação Recebimento Físico
entre 15 a 30 ºC; Comissão de Recebimento (sob supervisão do farma-
• Fresca: entre 8 e 15 ºC;
cêutico):
• Fria ou refrigerada (insulinas, vacinas): entre 2 e 8 ºC;
Conferência qualitativa:
• Congeladores (vacinas e imunobiológicos): entre 0 e
• Integridade das embalagens
-20 ºC.
• Termômetros nas áreas de estocagem, geladeiras e câ- • Condições de transporte
maras frias;
• Registros diários em mapas de controle, com registro Conferência quantitativa dos medicamentos.
mensal consolidado, relatório com gráficos e intervenções
de correção. Atendimento às especificações do edital
• Verificação da inscrição “Venda Proibida ao Comércio”
Umidade: • Verificação do prazo de validade
• Dependendo da forma do medicamento, a alta umi- • Se a marca e embalagem atende ao que foi ofertado
dade pode afetar sua estabilidade ao desencadear reações pela empresa na proposta .
químicas (acelerar a degradação química), biológicas (cres-
cimento de fungos e bactérias) e físicas (amolecimento de Verificar Laudos de Controle de Qualidade;
cápsulas); Atestar o recebimento na DANFE com carimbo es-
• Umidade relativa do ar deve estar entre 40 e 70%; pecífico da Comissão de Recebimento, e assinar;
• A medição é realizada com higrômetro ou psicrôme- Lançar entrada do produto no estoque;
tro. Arquivar documentos.
4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
O que fazer quando ocorre não conformidade? Obedecer as orientações do fabricante com rela-
Diferente do solicitado - falta/sobra ção a empilhamento máximo;
Medicamento com avaria Não armazenar mais que um medicamento num
mesmo pallet ou prateleira.
• Comunicar fornecedor por escrito; Usar áreas distantes e altas para itens fáceis de se-
• Segregar o produto, se for o caso; rem manuseados (leves, pequenos e/ou de baixo giro) e
• Solicitar troca ou reposição, conforme o caso. locais próximos à área de expedição para medicamentos
mais pesados, de maior volume e rotatividade.
• Lançar entrada do medicamento no estoque – infor- Ampolas, frascos de vidro e outros materiais frá-
matizar; geis devem ser guardados com cautela, em lugar seguro e
• Dados importantes: número do DANFE, fornecedor, menos exposto a acidentes.
lote, validade, quantidade, empenho;
• HÓRUS: Sistema Nacional de Gestão da Assistência
Farmacêutica. CONTROLE DE ESTOQUE
“Atividade administrativa que tem por objetivo manter
informação confiável sobre níveis e movimentação física e
ARMAZENAMENTO financeira de estoques necessários ao atendimento da de-
O armazenamento constitui-se como um conjunto de manda, evitando-se a superposição de estoques ou desa-
procedimentos técnicos e administrativos que envolve di- bastecimento do sistema” (MARIN, 2003).
versas atividades (Vecina Neto & Reinhardt Filho, 1998).
Recebimento de Medicamentos – examinar e Objetivos
conferir quanto à quantidade e documentação. Equilibrar demanda e suprimento em níveis eco-
Estocagem ou guarda – guarda em área definida, nômicos satisfatórios;
organizada, dentro de parâmetros que permitam seguran- Assegurar o suprimento dos produtos;
ça e rapidez. Evitar perdas;
Segurança – capacidade de manter o material sob Fornecer dados confiáveis ao setor de compras;
cuidados contra danos físicos, furtos e roubos. Manter inventários periódicos e registrados;
Conservação – capacidade de manter assegurada Identificar problemas e obter resolutividade;
as características dos produtos durante o período de esto- Implantar sistemas de controle.
cagem.
Controle de Estoque – monitoramento da movi- Inspeções de Frequência:
PEPS, PVPS;
mentação física dos produtos (entrada, saída e estoque).
Prazo de Validade;
Entrega – entrega de acordo com as necessidades
Degradação visível;
do solicitante, garantindo condições de transporte, e ras-
Medicamentos controlados (Portaria 344/98) –
treabilidade do produto.
realizar conferência diária por amostragem.
Devem existir condições de segurança adequada
para o armazenamento de produtos inflamáveis. RASTREABILIDADE
Os procedimentos (rotinas) quanto à estocagem/ Deverá existir um sistema informatizado que per-
armazenamento e distribuição de produtos devem estar mita a fácil localização, através da rastreabilidade, do rece-
escritos. bimento e distribuição até a dispensação;
Os produtos devem estar armazenados em prate- O plano de emergência consiste no recolhimento
leiras e afastados do piso e da parede. imediato dos medicamentos após a constatação de irregu-
Os medicamentos com o prazo de validade venci- laridades como desvio de qualidade, adulteração e outros;
do ou outra irregularidade devem ficar na área de quaren- Os produtos com irregularidades sanitárias esta-
tena, aguardando destinação final. rão indisponíveis ao consumo e deverão permanecer na ala
Medicamentos com validade próxima ao venci- de quarentena até destinação final;
mento devem ser identificados; Deverá ser efetuada uma comunicação oficial à vi-
A geladeira para medicamentos que necessitam gilância sanitária;
de baixa temperatura deve possuir termômetro para con- Os medicamentos controlados permanecerão em
trole e registro da temperatura; sala específica, mas segregados dos demais para que não
Ordenar os produtos para permitir fácil identifica- ocorra a distribuição dos mesmos.
ção:
Formas de ordenamento: por ordem alfabética do ESTRUTURAÇÃO DE FARMÁCIAS
nome genérico, por validade, por programa, aleatória; O MS elaborou o manual Diretrizes para estruturação
PEPS: primeiro que entra, primeiro que sai; de Farmácias no Sistema Único de Saúde.2
Manter distância entre produtos e paredes, teto, Está disponível no sítio: www.saude.gov.br
etc., para facilitar a circulação interna de ar;
Não colocar medicamentos em contato com o 2 Fonte: www.crf-pr.org.br
chão;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Objetivos: Vantagens:
Distribuir os medicamentos de forma ordenada e Menor número de prescrições;
racional. Menor número de recursos humanos na farmácia;
Prestar informações sobre os mesmos no que diz Rápida disponibilidade de medicamentos na uni-
respeito a estabilidade, características organolépticas, indi- dade assistencial.
cação terapêutica, contraindicação.
Diminuir erros de medicação. Desvantagens:
Diminuir os custos com medicamentos. Maior quantidade de estoque imobilizado;
Aumentar a segurança para o paciente. Maior perda por deterioração, roubo, etc...;
Racionalizar a distribuição e administração. Maior probabilidade de erros na medicação;
Aumentar o controle sobre os medicamentos, Requer tempo de trabalho da enfermagem;
acesso do Farmacêutico as informações sobre o paciente. Aumento dos gastos;
Difícil integração do farmacêutico à equipe de
A elaboração de um sistema de distribuição de medi- saúde;
camentos requer uma investigação em profundidade, de Ausência de opções para intervir, de forma opor-
atividades que possam garantir eficiência, economia e se- tuna, em favor da racionalização da terapia.
gurança.
A sequência de eventos que envolve a distribui- B - Sistema de Distribuição por Prescrição Indivi-
ção do medicamento começa quando o mesmo é ad- dualizada:
quirido e a partir de então um modelo é seguido até É o sistema de distribuição baseado na prescrição
sua administração ao paciente ou, por algum motivo médico do paciente.
seja devolvido à Farmácia, para se concluir o processo.
Um sistema de distribuição deve atender a todas as áreas da Vantagens:
instituição onde são utilizados medicamentos e correlatos. A prescrição médica pode ser revisada pelo far-
Na prática existem quatro (04) tipos de sistema de distri- macêutico;
buição de medicamentos a saber: coletivo, individual, com- Maior controle sobre o material estocado;
binado e dose unitária. (Garrinson, 1979.p.257). Permite calcular para cada paciente o gasto com
medicamentos durante a internação.
Quando se vai implantar um sistema de distribuição de Redução potencial de erros de medicação;
medicamentos é necessário que se considere alguns fato- Aumento da integração do farmacêutico à equipe
res que tornarão essa escolha a mais indicada: de saúde.
A estrutura física do hospital, a localização da far-
mácia e sua relação com as diversas clínicas; Desvantagens:
O tamanho do hospital em função do número de ¬ Aumento da necessidade de recursos humanos e in-
leitos disponíveis; fra-estrutura da Farmácia Hospitalar;
A disponibilidade de recursos humanos na farmá- ¬ Todos os inconvenientes da transcrição das prescri-
cia; ções médicas;
Os sistemas especiais de controle de algumas ¬ Requer excesso de tempo de trabalho da enferma-
substâncias como os medicamentos psicotrópicos e entor- gem;
pecentes, antibióticos, etc... ¬ Faltam de controle sobre a deterioração, perdas, des-
As características dos diferentes serviços existen- vios, etc...;
tes na unidade que incluem: ¬ Não há devolução de medicamento não utilizado.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
ETAPAS DO PROCESSO DE DISTRIBUIÇÃO E DIS- data, nome do paciente, nome e apresentação do medica-
PENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS mento, quantidade expedida, nº de registro do profissional
prescritor (CRM,CRO, CRMV) e nome do dispensador. De-
1) Receber e verificar a validade da receita. volver a receita para o paciente.
Ao receber a receita, solicitação ou prescrição, o dis- Quando computadores são usados no processo de
pensador deve verificar se ela contém as exigências legais dispensação, o programa deve reter todas as informações
como: nome do paciente, nome do medicamento (nome relativas ao medicamento e ao paciente. Os dados que de-
genérico sempre que possível), dose, posologia, duração vem ser registrados são os mesmos referidos anteriormen-
do tratamento, data, assinatura do prescritor, carimbo com te.
CRM ou CRO. Este programa deve se prestar também ao aspecto ad-
Verificar se o receituário é compatível com o tipo de ministrativo da farmácia, registrando entradas, saídas, for-
medicamento prescrito. (Medicamentos controlados pela necedores, lote, validade, mapas diários dos medicamentos
portaria 344/98, que exigem receituários específicos e disponíveis etc.
preenchimento correto).
Observar a data da prescrição: medicamentos como 5) Expedir os medicamentos aos pacientes com instru-
antibióticos e analgésicos tem a receita válida por 7 dias ções e orientações claras.
Após certificar-se de que todas as especificações estão
- alguns previstos em portaria 15 dias – e os demais medi-
corretas, o dispensador coloca o medicamento num saqui-
camentos por 30 dias.
nho e o entrega para enfermagem/ paciente pessoalmente
ou a seu representante, com instruções claras, abordando
2) Compreender e interpretar a receita ou prescrições: os seguintes aspectos:
Ler a receita, solicitação ou prescrição, e só dis- Nome do medicamento - o paciente deve identifi-
pensar os medicamentos se não houver duvidas sobre o car claramente qual ou quais medicamentos está tomando,
que está sendo prescrito. a fim de saber posteriormente para que servem e que cui-
Interpretar corretamente qualquer abreviação dados devem ser tomados com cada um, para tanto o fun-
usada por quem prescrever. cionário que esta dispensado como a enfermagem deve ter
Observar se a dose prescrita é adequada ao pa- o maior cuidado no decorrer do processo de dispensação.
ciente (observar sexo e idade). Finalidade terapêutica - quando se dispõe de far-
Executar corretamente qualquer cálculo da dose e macêutico para dispensação, ele deve esclarecer para que
efetuar a entrega de quantidade suficiente para o trata- servem os medicamentos prescritos e desta forma criar no
mento completo. Conferir o cálculo sempre que possível. paciente a necessidade de aderir ao tratamento.
Identificar qualquer interação comum entre as Esquema posológico – repassar ao paciente os ho-
drogas prescritas . rários de ingestão dos medicamentos, em especial quando
Alertar o paciente para possíveis interações da houver mais de um, devendo os mesmos ser bem identifi-
droga prescrita com alimentos e álcool. cados para evitar trocas. (Enfermagem)
Modo de usar – deve ser repassada a forma como
3) Identificação do medicamento: os medicamentos serão tomados (por exemplo: com água,
Se a receita estiver correta , o dispensador vai até a com leite, antes, durante ou após as refeições), a quantida-
prateleira, identifica o medicamento, a concentração , a de a ser ingerida, o tempo de duração do tratamento, a via
forma farmacêutica, os aspectos físicos e a embalagem do de administração (para evitar o uso incorreto dos mesmos,
mesmo. Só após confirmar que todos estes itens estão cor- como por exemplo: que produtos de uso externo sejam
retos, ele retira o medicamento da prateleira e parte para o ingeridos, supositórios, comprimidos efervescentes sejam
registro da ação. engolidos, drágeas e cápsulas de uso entérico sejam aber-
tas).
Precauções: os cuidados que devem ser tomados
4) Registrar a ação executiva:
no uso dos medicamentos em relação ao ambiente: expo-
Registrar as dispensações é essencial para controle do
sição ao sol, a patologia, a forma de absorção, os efeitos
estoque existente, do gasto usual do medicamento para
colaterais, e precauções com determinados medicamentos
fins estatísticos e previsões de consumo. Este controle tam- (não dirigir, não beber bebidas alcoólicas, alergias, gesta-
bém é útil caso venha a ocorrer algum problema entre me- ção).
dicamento/paciente.
Todas as receitas, solicitações ou cópias de prescrições 6) Alertas sobre possíveis efeitos colaterais devem ser
provenientes do atendimento devem ser em duas vias, nes- prestados com cuidado sempre que possível para enferma-
te caso o dispensador retém e arquiva a 2º via, devolven- gem, médico e paciente.
do a 1º via à enfermagem. Em seguida deve dar baixa da Efeitos colaterais leves como náuseas, diarreia
quantidade dispensada do medicamento. leve, urina e fezes com coloração diferente, devem ser
Quando a receita ou prescrição, ou formulário padro- mencionados para evitar que um paciente interrompa o
nizado pelo hospital estiver em apenas uma (1) via, e caso tratamento.
está primeira via fique com a enfermagem deve-se anotar Efeitos colaterais mais sérios devem ser menciona-
em livro de registro próprio, antes dos itens serem entre- dos apenas com a concordância de quem prescreveu, que é
gues ao a enfermagem/paciente. Este livro deve conter: quem deve considerar estes riscos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Nesse sentido, devem-se incluir estratégias como a pa- - Nome completo do paciente;
dronização de processos, o uso de recursos de tecnologia - endereço; e data de nascimento.
da informação, educação permanente e, principalmente, o A identificação do paciente na prescrição hospitalar
acompanhamento das práticas profissionais em todas as deve ser realizada em formulário institucional e conter, no
etapas do processo que envolve o medicamento. mínimo, as seguintes informações:
No Brasil, pesquisa bibliográfica realizada na base de - nome do hospital;
dados PubMed em 10 de abril de 2013, utilizando os ter- - nome completo do paciente;
mos “medication errors” e “Brazil” encontrou 74 artigos pu- - número do prontuário ou registro do atendimen-
blicados entre 1978 a 2012, sendo 66 deles em instituições to;
hospitalares e 08 em estabelecimentos de saúde não hos- - leito;
pitalares. Esses dados revelam a necessidade de maior es- - serviço;
tímulo à pesquisa e publicação nacional nesse importante - enfermaria/apartamento; e
campo de investigação como forma de conhecer a situação - andar/ala.
da segurança do uso de medicamentos.
Obs.: todos os itens da identificação do paciente nas
Abrangência (âmbito, ponto de cuidado, local de prescrições, tanto ambulatoriais quanto hospitalares, de-
aplicação). vem ser legíveis.
O protocolo de segurança na prescrição, uso e admi- A identificação do paciente na prescrição deverá uti-
nistração de medicamentos deverá ser aplicado em todos lizar exclusivamente o nome completo do paciente. A uti-
os estabelecimentos que prestam cuidados à saúde, em lização do nome incompleto e do nome abreviado deve
todos os níveis de complexidade, em que medicamentos ser excluída da prática cotidiana dos estabelecimentos de
sejam utilizados para profilaxia, exames diagnósticos, tra- saúde.
tamento e medidas paliativas. Para os pacientes que são admitidos nas unidades de
saúde sem possibilidade de identificação (emergências e
Práticas seguras para prescrição de medicamentos situações de catástrofes) devem-se adotar códigos dife-
As prescrições, quanto ao tipo, classificam-se como: rentes por paciente, acrescidos minimamente do número
Urgência/emergência: quando indica a necessidade de prontuário ou registro de atendimento. Nessa situação,
do início imediato de tratamento. Geralmente possui dose algum dispositivo deve ser utilizado, de forma que fique
única; aderido ao corpo do paciente a codificação definida na
Pro re nata ou caso necessário: quando o tratamento unidade para identificá-lo provisoriamente.
prescrito deve ser administrado de acordo com uma neces- A utilização da abreviatura “NI” (não identificado) ou
sidade específica do paciente, considerando-se o tempo outra abreviatura para todos os pacientes nessas condições
mínimo entre as administrações e a dose máxima; deve ser abolida, em virtude do risco de erro de medicação.
Baseada em protocolos: quando são preestabelecidas
com critérios de início do uso, decurso e conclusão, sendo b) Identificação do prescritor na prescrição
muito comum em quimioterapia antineoplásica; A identificação do prescritor deverá ser realizada con-
Padrão: aquela que inicia um tratamento até que o tendo o nome completo e número de registro do conselho
prescritor o interrompa; profissional e assinatura. Esse registro poderá ser manus-
Padrão com data de fechamento: quando indica o iní- crito ou com a utilização de carimbo contendo os elemen-
cio e fim do tratamento, sendo amplamente usada para tos de identificação.
prescrição de antimicrobianos em meio ambulatorial; e A identificação do prescritor deverá ser legível para
Verbal: utilizada em situações de emergência, sendo conferir autenticidade à prescrição.
escrita posteriormente, em decorrência, possui elevado ris-
co de erros e deverá ser restrita às situações para as quais c) Identificação da instituição na prescrição
é prevista. Na prescrição ambulatorial e hospitalar deverá cons-
Quanto à origem, a prescrição pode ser: ambulatorial, tar a identificação completa do estabelecimento de saúde
hospitalar ou proveniente de outro tipo de estabelecimen- (nome, endereço completo e telefone), para que o paciente
to de saúde. possa manter contato com os profissionais de saúde para
Os medicamentos prescritos podem ser: medicamen- esclarecimentos de dúvidas posteriores à consulta.
tos fabricados pela indústria (referência, similar e intercam-
biável), magistrais ou farmacopeicos. d) Identificação da data de prescrição
A data da prescrição é imprescindível para conferir va-
Intervenções lidade à mesma. Em meio ambulatorial, a validade da pres-
Itens de verificação para a prescrição segura de medi- crição deve ser definida e registrada na própria prescrição,
camentos pelo prescritor.
a) Identificação do paciente A data na prescrição é imprescindível para a dispensa-
A identificação do paciente na prescrição realizada em ção e a administração dos medicamentos, assegurando-se
ambulatório deve conter, no mínimo, as seguintes informa- de que o que foi indicado está baseado na avaliação médi-
ções: ca do dia em que foi emitida a prescrição.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
A supressão da data na prescrição está relacionada à Caso exista padronização de abreviatura para via de
ocorrência de vários erros de medicação, entre eles a per- administração, preferir o uso de “EV” (para endovenosa) em
manência da utilização de medicamentos por tempo ina- vez de IV (intravenosa), em função do risco de erro de inter-
dequado e a administração de medicamentos sem indica- pretação do “IV” como “IM”, sobretudo quando associado a
ção para a condição clínica atual do paciente. pouca legibilidade da prescrição.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Indicação, cálculos de doses e quantidades dos me- Preconiza-se que a farmácia disponibilize, em meio
dicamentos hospitalar, o maior número possível de medicamentos
a) Alergias prontos para uso (dose unitária) e que dispensem a mani-
Deve-se registrar com destaque na prescrição as aler- pulação prévia à administração.
gias relatadas pelo paciente, familiares e/ou cuidadores.O Deve-se implantar a dupla checagem (na farmácia e
registro do relato de alergia na prescrição subsidia adequa- no momento do recebimento pela enfermagem) das doses
da análise farmacêutica das prescrições e os cuidados de en- prescritas principalmente para medicamentos potencial-
fermagem, reduzindo, assim, a chance da dispensação e ad- mente perigosos/alta vigilância.
ministração de medicamento ao qual o paciente é alérgico. Nova dupla checagem deve ser feita pela enfermagem
Em hospitais que utilizam prontuários e prescrições ele- antes da administração do medicamento. A dupla checa-
trônicas, as alergias do paciente devem ser registradas no gem é particularmente importante para medicamentos
sistema eletrônico e constar em todas as prescrições emiti- prescritos em Pediatria, Oncologia e Unidades de Trata-
das para o paciente.
mento Intensivo, principalmente no momento da adminis-
tração.
b) Informações importantes
O prescritor deverá registrar na prescrição qualquer in- A prescrição ambulatorial deverá trazer a quantidade
formação que considere relevante para que a assistência ao total de unidades farmacêuticas do medicamento prescrito,
paciente seja segura e efetiva, considerando-se os múltiplos que deverá ser dispensada para o tratamento proposto. As
atores no processo assistencial e a necessidade de informa- quantidades máximas de medicamentos prescritas devem
ção completa, clara e precisa. obedecer à legislação vigente.
É importante ressaltar que nas prescrições ambula-
toriais, deverão ser registradas todas as orientações sobre Duração do tratamento
como utilizar o medicamento, bem como as recomendações A prescrição deverá conter informação sobre a duração
não farmacológicas devem constar também na prescrição. do tratamento, procurando evitar, dessa maneira, que o(s)
medicamento(s) possa(m) ser consumido(s) continuamente
c) Padronização de medicamentos sem indicação.
O estabelecimento de saúde deve ter uma lista de me- Quando ambulatorial, a prescrição de medicamentos
dicamentos selecionados/padronizados considerando-se de uso crônico deverá indicar a duração do tratamento,
critérios de efetividade, segurança e custo. A padronização pois é necessário estabelecer um prazo para que o paciente
deve ser homologada, publicada e divulgada a todos os pro- seja reavaliado pelo médico.
fissionais do estabelecimento de saúde. A expressão “uso contínuo” ou “usar sem parar”, sem
Recomenda-se que o estabelecimento de saúde ela-
prazo para o paciente ser reavaliado, não deve ser utilizada
bore uma relação de medicamentos por especialidade, em
em prescrições ambulatoriais.
consonância com a padronização da instituição, de forma
a permitir mais familiaridade do prescritor com indicação,
contraindicação, doses, reações adversas, entre outros as- Utilização de expressões vagas
pectos relacionados aos medicamentos. Expressões vagas como “usar como de costume”,
A prescrição de medicamentos que já estão seleciona- “usar como habitual”, “a critério médico”,“se necessá-
dos e padronizados no estabelecimento de saúde aumenta rio” (sem indicação de dose máxima, posologia e condição
a segurança do uso, em virtude da maior familiaridade dos de uso), “uso contínuo” e “não parar” devem ser abolidas
prescritores, farmacêuticos e equipe de enfermagem com das prescrições.
esses medicamentos. Quando for preciso utilizar a expressão “se necessá-
Outros benefícios da padronização de medicamentos rio”, deve-se obrigatoriamente definir:
ainda observados são relacionados a racionalização do es- Dose;
toque, rastreabilidade e política de compras. posologia;
dose máxima diária deve estar claramente descrita; e
d) Doses condição que determina o uso ou interrupção do uso
O cálculo das doses de medicamentos é fonte impor- do medicamento.
tante de erros graves e este problema pode ser minimiza- Exemplo: paracetamol comprimido de 500mg uso
do com a familiaridade do prescritor com o medicamento e oral. Administrar 500mg de 6 em 6h, se temperatura igual
com a conferência do cálculo.
ou acima de 37,5ºC. Dose máxima diária 2 gramas (quatro
Recomenda-se que as doses prescritas sejam conferi-
comprimidos de 500mg).
das pelo prescritor antes da assinatura da prescrição, tendo
como referência o melhor nível de evidência científica dis-
ponível. Posologia, diluição, velocidade, tempo de infusão e
Para medicamentos cujas doses são dependentes de via de administração
peso, superfície corporal e clearance de creatinina, recomen- a) Posologia
da-se que o prescritor anote tais informações na prescri- Recomenda-se que a posologia desejada para o me-
ção, para facilitar a análise farmacêutica e a assistência de dicamento seja prescrita observando-se as doses máximas
enfermagem. preconizadas e a comodidade do paciente.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Obs. Para o acesso à lista completa de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância de uso hospitalar
e ambulatorial, recomenda-se o acesso no sítio eletrônico e endereço eletrônico abaixo:
site: www.ismp-brasil.org
link: www.ismp-brasil.org/faq/medicamentos potencialmente perigosos.php
Importante:
Prescrições pré-digitadas podem aumentar a segurança no uso de medicamentos e devem ser adotadas quando
possível.
Utilizar para impressão formulário sem pauta, pois as linhas podem encobrir pontos e vírgulas ou transformar “0”
em “8”, aumentando, assim, a possibilidade de erros.
Quando se implantar novo sistema de prescrição na unidade de saúde (prescrições pré-digitadas, eletrônicas e
outras), o prescritor, farmacêutico e enfermeiro devem acompanhar o processo de prescrição para identificar e corrigir erros
decorrentes do uso do novo sistema.
O prescritor deverá conhecer a história clinica e os medicamentos de que o paciente faz uso e conciliá-los com a nova
prescrição, procurando evitar duplicidades, interações, doses inadequadas e outras discrepâncias, podendo nessa etapa
contar com o suporte do farmacêutico.
Para apoiar a decisão de prescrever, utilizar fontes de informação sobre medicamentos atualizadas e baseadas nos
melhores níveis de evidência científica.
Na prescrição para uso ambulatorial, quando necessário, deverá ser registrado na prescrição o tempo que o paciente
deverá permanecer em observação no estabelecimento de saúde após a administração do medicamento.
Caso exista a suspeita de reações adversas a medicamentos ou a ocorrência de erros ou eventos adversos no processo
assistencial, estes devem ser notificados ao Núcleo de Segurança do Paciente/Gerência de Riscos do estabelecimento de
saúde.
A compreensão das informações da prescrição e ações que possibilitem esclarecimentos aos pacientes sobre riscos de
medicação e medidas de prevenção deve ser garantida por ações colaborativas entre prescritores, farmacêuticos e enfer-
meiros.
As atividades clínicas dos farmacêuticos devem ser incentivadas, pois podem diminuir os erros de prescrição e medica-
ção em geral e têm embasamento em evidência científica comprovada.
Para o adequado cumprimento da prescrição, todas as informações deverão estar claras e completas, em cada item
prescrito.
Em prescrições eletrônicas, recomenda-se que o cadastro do medicamento permita somente a prescrição das vias de
administração descritas na literatura e pelo fabricante, o que aumenta a segurança, impedindo administração por via errada.
Recomenda-se que os medicamentos devam ser prescritos conforme estrutura a seguir:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
O sistema coletivo é caracterizado pela distribuição A farmácia deverá possuir estrutura organizada, bem
dos medicamentos por unidade de internação ou serviço, como processos de trabalho escritos e difundidos que pro-
mediante solicitação da enfermagem para todos os pa- movam a prevenção, identificação e redução de erros de
cientes da unidade. Implica a formação de subestoques de prescrição e dispensação. A farmácia deve contar com re-
medicamentos nas unidades, os quais ficam sob respon- cursos humanos capacitados e em número suficiente para
sabilidade da equipe de enfermagem. A reposição é feita realizar a contento suas atividades.
periodicamente, em nome da unidade, por meio de requi- Itens de verificação para a distribuição segura de medi-
sições enviadas à farmácia. camentos
Para garantir maior segurança ao processo de dispen-
IMPORTANTE: Esse sistema de distribuição de medi- sação e o adequado fluxo de trabalho, o ambiente destina-
camentos é considerado inseguro e DEVE ser abolido dos do à dispensação deve:
estabelecimentos de saúde. Ser reservado;
O sistema individualizado é caracterizado pela distri- Contar com fluxo restrito de pessoas; e
buição dos medicamentos por paciente, de acordo com a Ser tranquilo, sem fonte de interrupção e distração (tais
prescrição médica, geralmente para um período de 24 ho- como televisão, rádio e outras).
ras de tratamento. Esse sistema se mostra mais seguro que Os ambientes da farmácia onde são armazenados e
o sistema coletivo, entretanto, menos seguro que o sistema dispensados os medicamentos devem ser limpos, organi-
por dose unitária. zados, bem iluminados e com adequado controle e registro
O Sistema misto é caracterizado pela combinação dos de temperatura, umidade e controle de pragas.
sistemas coletivo e individualizado coexistindo: A dispensação segura nos estabelecimentos de saúde
- Sistema Individualizado – é utilizado nas unidades deverá ser precedida pelas seguintes atividades:
de internação, ocorrendo de forma parcial ou integral, me- Seleção;
diante prescrição, Padronização;
- Sistema Coletivo: é utilizado nos serviços de ra- Aquisição;
diologia, endoscopia, urgência, ambulatórios, entre outros, Recebimento;
mediante requisição. Armazenamento;
Importante: O Sistema misto mantém riscos elevados Fracionamento; e
associados à distribuição coletiva.
Identificação segura dos medicamentos.
Recomenda-se aos estabelecimentos de saúde o siste-
O número de apresentações e concentrações de medi-
ma de dose unitária.
camentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância,
O sistema de distribuição por dose unitária consiste na
padronizados na instituição, deve ser restrito e suas doses
distribuição dos medicamentos com doses prontas para a
máximas estabelecidas e divulgadas.
administração de acordo com a prescrição médica do pa-
O estabelecimento de saúde deverá realizar ações de
ciente. A dose do medicamento é embalada, identificada e
educação permanente, de forma sistemática e registrada,
dispensada pronta para ser administrada, sem necessidade
de transferências, cálculos e manipulação prévia por parte para farmacêuticos e auxiliares de farmácia, com foco na
da enfermagem antes da administração ao paciente. segurança do uso de medicamentos, envolvendo os pro-
Nas unidades de internação são estocados apenas cessos de: seleção, padronização, armazenamento, fracio-
os medicamentos para atendimento de emergências e as namento, análise farmacêutica da prescrição e dispensação
doses necessárias para suprir as 24 horas de tratamento dos medicamentos.
dos pacientes. Nesse sistema, os medicamentos também O estabelecimento de saúde deverá manter farmacêu-
poderão ser dispensados por horário de administração, re- ticos e auxiliares de farmácia em número suficiente para
duzindo a quantidade e variedade de medicamentos nas permitir a dispensação segura de medicamentos.
unidades de internação.
O sistema automatizado pode ser caracterizado por Estratégias para dispensação segura relacionadas ao ar-
unidades de dispensação eletrônica capazes de realizar o mazenamento
atendimento de 100% das prescrições médicas ou confor- O ambiente no qual é realizada a dispensação de me-
me rotina da instituição como suporte ao sistema de dose dicamentos deve possuir as condições adequadas (tempe-
unitária, substituindo o estoque da unidade de internação ratura, iluminação, umidade, ruído) para o armazenamento
para a dispensação das primeiras doses, além dos medica- e dispensação segura de medicamentos.
mento controlados, de urgência e itens prescritos no regi- a) Restricao de acesso
me se necessário. Medidas de restrição de acesso deverão ser estabeleci-
das, para o armazenamento de produtos que possibilitam
Intervenções riscos elevados de troca (em virtude de similaridade de
A farmácia tem, entre suas importantes funções, a dis- nomes e apresentação), bem como os medicamentos po-
pensação dos medicamentos e deve assegurar que os me- tencialmente perigosos/alta vigilância e aqueles com sons,
dicamentos estejam disponíveis para administração ao pa- grafias e embalagens semelhantes.
ciente no tempo adequado, na dose correta, assegurando b) Procedimento Operacional
a manutenção das características físicas, químicas e micro- A farmácia deve possuir procedimento operacional
biológicas, contribuindo para o uso seguro dos mesmos. atualizado que contemple a validação/conferência do ar-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
mazenamento do produto certo, no local certo. Esse pro- sos ou de alta vigilância, observando-se concentração, via-
cedimento deverá ser realizado de forma contínua e siste- bilidade, compatibilidade físico-química e farmacológica
mática, com registro de execução, propiciando segurança dos componentes, dose, dosagem, forma farmacêutica, via
aos processos de armazenamento e dispensação de me- e horários de administração, devendo ser realizada antes
dicamentos, sobretudo após devolução de medicamentos. do início da dispensação e manipulação.
O controle de medicamentos sob controle especial deve Com base nos dados da prescrição, devem ser regis-
seguir legislação específica. trados os cálculos necessários ou à manipulação da for-
O processo de dispensação de medicamentos deve mulação prescrita, verificando-se a aplicação dos fatores
possuir procedimento operacional de padrão escrito, ho- de conversão, correção e equivalência, quando for o caso,
mologado, atualizado e de conhecimento de todos os pro- sendo checados e assinados pelo farmacêutico.
fissionais da farmácia. Recomenda-se, para auxilio ao farmacêutico no pro-
c) Boas Práticas de Armazenamento cesso de análise da prescrição, a utilização de programa
A farmácia deve seguir as Boas Práticas de Armaze- informatizado com suporte terapêutico que incorpore ade-
namento de Medicamentos e possuir padrões atualizados quado conjunto de verificações automatizadas em prescri-
que definam regras para o armazenamento, privilegiando ções, tais como:
a segurança do processo de dispensação. Pode-se lançar Triagem para duplicidade terapêutica;
mão de ordenamento alfabético e/ou por forma farmacêu- Alergias;
tica associado à identificação, com etiquetas coloridas dos Interações medicamentosas;
medicamentos com elevado risco de troca e os potencial- Intervalos de dose adequados;
mente perigosos/alta vigilância. Alerta para doses superiores às máximas;
Deve-se identificar os locais de armazenamento de Alertas para nomes semelhantes, entre outros.
medicamentos que apresentam grafias e sons semelhan- Fontes de ruídos e distrações devem ser reduzidas
tes, com etiquetas de alerta que proporcionem a escrita de (conversas) e eliminadas (televisão, música, uso de telefo-
parte do nome do medicamento com letras maiúsculas e nes celulares e fixos) no momento da análise e dispensação
em negrito, destacando-se a diferença entre nomes pareci- dos medicamentos e o ambiente de dispensação deve ser
dos, como, por exemplo: restrito a essa atividade.
LAMIvudina; Preconiza-se adotar o uso de rótulos diferenciados, no-
tas em sistema informatizado e cartazes de alerta no local
ZIDOvudina.
de armazenamento e dispensação de medicamentos com
d) Centrais de Abastecimento Farmacêutico (CAF) am-
elevada propensão a trocas.
bulatorial É importante assegurar práticas adequadas para
Recomenda-se a implantação de sistemas seguros, or-
a distribuição dos medicamentos das Centrais de Abasteci-
ganizados e eficazes de dispensação para reduzir a ocor-
mento Farmacêutico (CAF) para as unidades de saúde a fim
rência de erros, privilegiando a dispensação por dose indi-
de evitar erros, seguindo as boas práticas de distribuição
vidualizada e unitária, com controle por código de barras
de medicamentos.
ou equivalente superior, de modo a assegurar a rastreabi-
Toda a movimentação de medicamentos deve ser lidade do lote, fabricante e validade dos medicamentos e
realizada por um eficiente sistema de controle de estoque, produtos para a saúde.
preferencialmente eletrônico, que garanta a correta identi- Em farmácias ambulatoriais e hospitalares, as etapas de
ficação do medicamento, lote, validade e quantidade, per- recebimento da prescrição, separação e dispensação dos
mitindo a sua rastreabilidade; medicamentos ao paciente devem ser realizadas com du-
Os medicamentos devem ser corretamente sepa- pla conferência dos medicamentos em ambiente exclusivo
rados, organizados, identificados e realizada a dupla checa- para essa finalidade.
gem, evitando-se erros; Deve-se elaborar e disponibilizar procedimentos ope-
Quando necessário manter estoques de medica- racionais atualizados para a dispensação de medicamen-
mentos potencialmente perigosos/alta vigilância, estes de- tos, com destaque especial para os medicamentos poten-
verão ser corretamente identificados, diferentemente dos cialmente perigosos ou de alta vigilância.
demais; A dispensação deve ser restringida por meio de or-
O transporte deve ser feito de modo correto e se- dem verbal exclusivamente para situações de urgência e
guro, observando-se aspectos técnicos tais como aqueles emergência, devendo a prescrição do medicamento ser
necessários para o transporte de termolábeis; entregue na farmácia imediatamente após a normalização
Durante o recebimento dos medicamentos na uni- da situação que gerou a ordem. Nesses casos, o profissio-
dade de saúde, nova conferência deve ser feita, conside- nal da farmácia que ouviu a ordem verbal deverá repetir o
rando-se a identificação do medicamento, lote, validade, que escutou para certificar-se da informação, procedendo
quantidade e sua integridade física. à dispensação e registrando sua ocorrência em formulário
específico.
Estratégias para dispensação segura relacionadas à
prescrição Procedimento operacional padrão para dispensa-
Realizar a análise farmacêutica das prescrições (Porta- ção de medicamentos
ria GM/MS 4283/2010), priorizando aquelas que contêm Para dispensação segura de medicamentos deve-se se-
antimicrobianos e medicamentos potencialmente perigo- guir os seguintes procedimentos:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
“Por favor, diga-me o seu nome completo?” Importante: Informações sobre compatibilidade de
Além disso, é importante verificar se esse paciente cor- medicamentos e produtos para a saúde utilizados na admi-
responde ao: nistração de medicamentos, deverão estar disponíveis em
Nome identificado na pulseira; manual ou em base de dados para consulta no local do
Nome identificado no leito; preparo ou pode-se consultar o farmacêutico.
Nome identificado no prontuário. IV. Hora certa
Importante: caso o paciente apresente baixo nível Preparar o medicamento de modo a garantir que a sua
de consciência, impossibilitando-o de confirmar o nome administração seja feita sempre no horário correto, para
completo, a equipe assistencial deverá conferir o nome do garantir adequada resposta terapêutica.
paciente descrito na prescrição com a pulseira de identifi- Preparar o medicamento no horário oportuno e de
cação, devendo, ainda, associar pelo menos mais dois iden- acordo com as recomendações do fabricante, asseguran-
tificadores diferentes. do-lhe estabilidade.
Outra estratégia que auxilia a evitar a administração de A antecipação ou o atraso da administração em rela-
medicamentos ao paciente errado, é existir norma interna ção ao horário predefinido somente poderá ser feito com o
consentimento do enfermeiro e do prescritor.
do estabelecimento de saúde que evite, dentro do possível,
V. Dose certa
que dois pacientes com o mesmo nome fiquem interna-
Conferir atentamente a dose prescrita para o medica-
dos simultaneamente no mesmo quarto ou enfermaria.
mento.
II. Medicamento certo Doses escritas com “zero”, “vírgula” e “ponto” devem
Conferir se o nome do medicamento que tem em mãos receber atenção redobrada, conferindo as dúvidas com o
é o que está prescrito. prescritor sobre a dose desejada, pois podem redundar em
O nome do medicamento deve ser confirmado com a doses 10 ou 100 vezes superiores à desejada.
prescrição antes de ser administrado. Certificar-se de que a infusão programada é a prescrita
Conhecer o paciente e suas alergias. Conferir se ele não para aquele paciente.
é alérgico ao medicamento prescrito. Verificar a unidade de medida utilizada na prescrição,
Identificar os pacientes alérgicos de forma diferencia- em caso de dúvida ou medidas imprecisas (colher de chá,
da, com pulseira e aviso em prontuário, alertando toda a colher de sopa, ampola), consultar o prescritor e solicitar a
equipe. prescrição de uma unidade de medida do sistema métrico.
Todos os fatos descritos pelo paciente/cuidador ou ob- Conferir a velocidade de gotejamento, a programação
servado pela equipe, sejam eles reações adversas, efeitos e o funcionamento das bombas de infusão contínua em
colaterais ou erros de medicação, devem ser registrados caso de medicamentos de infusão contínua.
em prontuário e, notificados. Realizar dupla checagem dos cálculos para o preparo
Importante: alguns medicamentos são associações. e programação de bomba para administração de medica-
Nesses casos, é necessário conhecer a composição dos mentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância.
medicamentos para identificar se o paciente não é alérgico Medicações de uso “se necessário” deverão, quando
a algum dos componentes do medicamento. prescritas, ser acompanhadas da dose, posologia e condi-
III. Via certa ção de uso.
Identificar a via de administração prescrita. Solicitar complementação do prescritor em caso de
Verificar se a via de administração prescrita é a via tec- orientações vagas, tais como “fazer se necessário”, “confor-
nicamente recomendada para administrar determinado me ordem médica” ou “a critério médico”, para possibilitar
medicamento. a administração.
Lavar as mãos antes do preparo e administração do Importante: Não deverão ser administrados medi-
camentos em casos de prescrições vagas como: “fazer se
medicamento.
necessário”, “conforme ordem médica” ou “a critério mé-
Verificar se o diluente (tipo e volume) foi prescrito e
dico”.
se a velocidade de infusão foi estabelecida, analisando sua
VI. Registro certo da administração
compatibilidade com a via de administração e com o medi- Registrar na prescrição o horário da administração do
camento em caso de administração de por via endovenosa. medicamento.
Avaliar a compatibilidade do medicamento com os Checar o horário da administração do medicamento a
produtos para a saúde utilizados para sua administração cada dose.
(seringas, cateteres, sondas, equipos, e outros). Registrar todas as ocorrências relacionadas aos medi-
Identificar no paciente qual a conexão correta para a camentos, tais como adiamentos, cancelamentos, desabas-
via de administração prescrita em caso de administração tecimento, recusa do paciente e eventos adversos.
por sonda nasogástrica, nasoentérica ou via parenteral. VII. Orientação correta
Realizar a antissepsia do local da aplicação para admi- Esclarecer dúvidas sobre a razão da indicação do me-
nistração de medicamentos por via parenteral. dicamento, sua posologia ou outra informação antes de
Esclarecer todas as dúvidas com a supervisão de enfer- administrá-lo ao paciente junto ao prescritor.
magem, prescritor ou farmacêutico previamente à adminis- Orientar e instruir o paciente sobre qual medicamento
tração do medicamento. está sendo administrado (nome), justificativa da indicação,
Esclarecer as dúvidas de legibilidade da prescrição di- efeitos esperados e aqueles que necessitam de acompa-
retamente com o prescritor. nhamento e monitorização.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Garantir ao paciente o direito de conhecer o aspecto Registrar, conforme protocolo da instituição, todas as
(cor e formato) dos medicamentos que está recebendo, a ações imediatamente após a administração do medica-
frequência com que será ministrado, bem como sua indi- mento.
cação, sendo esse conhecimento útil na prevenção de erro O enfermeiro deve supervisionar o preparo e a admi-
de medicação. nistração de medicamentos realizados por técnicos e auxi-
VIII. Forma certa liares de enfermagem.
Checar se o medicamento a ser administrado possui a Seguir o protocolo da instituição quanto ao preparo de
forma farmacêutica e via administração prescrita. pacientes para exames ou jejum que possam interferir na
Checar se forma farmacêutica e a via de administração administração do medicamento.
prescritas estão apropriadas à condição clínica do paciente. Em casos de preparo de pacientes para exames ou je-
Sanar as dúvidas relativas à forma farmacêutica e a via jum, não administrar nem adiar a administração de doses
de administração prescrita junto ao enfermeiro, farmacêu- sem discutir conduta com o prescritor.
tico ou prescritor. Registrar adequadamente a omissão de dose e comu-
A farmácia deve disponibilizar o medicamento em dose nicar ao enfermeiro.
unitária ou manual de diluição, preparo e administração de Adequar os horários de administração dos medica-
medicamentos, caso seja necessário realizar a trituração e mentos à rotina de uso já estabelecida pelo paciente antes
suspensão do medicamento para administração por sonda da internação, sempre que possível.
nasogástrica ou nasoentérica. Evitar, dentro do possível, interações medicamento-
IX. Resposta certa
medicamento e medicamento-alimento quando realizar o
Observar cuidadosamente o paciente, para identificar,
aprazamento de medicamentos.
quando possível, se o medicamento teve o efeito desejado.
Discutir a prevenção das interações medicamentosas
Registrar em prontuário e informar ao prescritor, todos
com a equipe multiprofissional (médico, farmacêutico e
os efeitos diferentes (em intensidade e forma) do esperado
nutricionista).
para o medicamento.
Seguir o protocolo institucional quanto à verificação
Deve-se manter clara a comunicação com o paciente
das prescrições na passagem de plantão.
e/ou cuidador.
Seguir o protocolo institucional quanto aos cuidados
Considerar a observação e relato do paciente e/ou cui-
para que não haja a administração de medicamentos sus-
dador sobre os efeitos dos medicamentos administrado,
incluindo respostas diferentes do padrão usual, pensos pelo médico.
Registrar todos os parâmetros de monitorização ade- Padronizar o armazenamento adequado e a identifica-
quados (sinais vitais, glicemia capilar.). ção completa e clara de todos os medicamentos que estão
sob a guarda da equipe de enfermagem.
Intervenções específicas Monitorar a temperatura da geladeira de acondicio-
Instituir a prática de dupla checagem por dois profis- namento de medicamentos, observando-se o parâmetro
sionais, para os cálculos de diluição e administração de me- mínimo e máximo de temperatura diariamente, dirimindo
dicamentos potencialmente perigosos ou medicamentos dúvidas com o farmacêutico.
de alta vigilância. Organizar local adequado para o preparo de medica-
REMOVER do estoque das unidades de internação os mentos, preferencialmente sem fontes de distração e que
eletrólitos concentrados (especialmente cloreto de potás- permita ao profissional concentrar-se na atividade que está
sio injetável) e bloqueadores neuromusculares. realizando.
Deverão permanecer nas unidades de internação APE- A instituição deve disponibilizar e atualizar guias de
NAS os medicamentos potencialmente perigosos ou de prevenção de incompatibilidades entre fármacos e solu-
alta vigilância que sejam absolutamente necessários à as- ções e guias de diluição de medicamentos.
sistência ao paciente. Solicitar revisão por um colega sempre que calcular
doses para medicamentos potencialmente perigosos ou
Procedimento operacional padrão para administra- medicamentos de alta vigilância.
ção de medicamentos Fazer consultas ao farmacêutico e em fontes de infor-
Implementar a prática de verificação dos nove certos mações atualizadas e idôneas em caso de dúvidas sobre o
da terapia medicamentosa. nome do medicamento, posologia, indicações, contraindi-
Certificar-se de que as informações sobre o processo cações, precauções de uso, preparo e administração.
de medicação estejam documentadas corretamente. Utilizar instrumentos de medida padrão no preparo de
Somente administrar medicamento se as dúvidas fo- medicamentos (ex: seringas milimetradas) para medir do-
rem esclarecidas. ses com exatidão.
Estabelecer protocolos institucionais de administração Seguir os sistemas de identificação do paciente e do
de medicamentos e atualizá-los periodicamente. leito ou sala de medicação estabelecidos nos protocolos
Utilizar materiais e técnicas assépticas para administrar institucionais.
medicamentos por via intravenosa e para outras vias que
exijam esse tipo de técnica.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
4.1. Uso seguro de medicamentos: inexistência de injúria acidental ou evitável durante o uso de medicamentos. A uti-
lização segura engloba atividades de prevenção e minimização dos danos provocados por eventos adversos que resultam
do processo de uso dos medicamentos.
4.2. Erro de medicação: é qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente, possa levar ao uso inadequado
de medicamento quando o medicamento se encontra sob o controle de profissionais de saúde, de paciente ou do consu-
midor, podendo ou não provocar dano ao paciente. Os erros de medicação podem ser relacionados à prática profissional,
produtos usados na área de saúde, procedimentos, problemas de comunicação, incluindo prescrição, rótulos, embalagens,
nomes, preparação, dispensação, distribuição, administração, educação, monitoramento e uso de medicamentos.
4.3. Erro de prescrição: erro de medicação que ocorre durante a prescrição de um medicamento, em decorrência tanto
de redação da prescrição, como do processo de decisão terapêutica. O erro decisão terapêutica pode surgir de um desvio
não intencional de padrões de referência, como: conhecimento científico atual, práticas normalmente reconhecidas, espe-
cificações técnicas dos medicamentos e legislação sanitária17. Um erro de prescrição pode estar relacionado à seleção do
medicamento (considerando-se as indicações, as contraindicações, as alergias, as características do paciente, as interações
medicamentosas e outros fatores), a dose, a concentração, o esquema terapêutico, a forma farmacêutica, a via de adminis-
tração, a duração do tratamento e orientações de utilização, assim como pela ausência de prescrição de um medicamento
necessário para tratar uma doença já diagnosticada ou para impedir os incidentes com outros medicamentos.
4.4. Erros de dispensação: pode ser definido como um desvio na interpretação da prescrição, cometido pela equipe
da farmácia quando da realização da dispensação de medicamentos para as unidades de internação ou na farmácia ambu-
latorial. Incluem também erros relacionados às normas e à legislação.
Podem ser classificados em: erros de conteúdo, erros de rotulagem e erros de documentação.
4.5. Erros de administração: erro decorrente de qualquer desvio no preparo e administração de medicamentos de
acordo com a prescrição médica, da não observância das recomendações ou guias do hospital ou das instruções técnicas
do fabricante do produto. Considera-se, ainda, que não há erro se o medicamento for administrado de forma correta, mes-
mo que a técnica utilizada contrarie a prescrição médica ou os procedimentos do hospital.4
4 www.hospitalsantalucinda.com.br/
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
2. LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA
2.1. LEI NO 5.991, DE 17 DE DEZEMBRO DE
1973 E SUAS ATUALIZAÇÕES.
2.2. PORTARIA N.º 344, DE 12 DE MAIO DE
1998 E SUAS ATUALIZAÇÕES.
2.3. LEI Nº 9.787, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1999
E SUAS ATUALIZAÇÕES.
2.4. RESOLUÇÃO-RDC Nº 20, DE 5 DE MAIO DE
2011 E SUAS ATUALIZAÇÕES.
2.5. RESOLUÇÃO-RDC Nº 67, DE 8 DE
OUTUBRO DE 2007 E SUAS ATUALIZAÇÕES.
2.6. RESOLUÇÃO Nº 44, DE 17 DE AGOSTO DE
2009 E SUAS ATUALIZAÇÕES.
O Profissional Farmacêutico deve dominar o conhecimento sobre as legislações relacionadas ao seu local de trabalho.
Essas legislações se dividem em duas áreas:
Legislação Sanitária
Legislação Farmacêutica
Ressalta-se que todos os dispositivos solicitados nesse edital referem-se à legislação sanitária.
Abaixo, uma tabela que consta os dispositivos legais em cada área.5
LEI Nº 9.787, DE 10 DE FEVEREIRO DE Altera a Lei no 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe
1999 sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico,
dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos
[MEDICAMENTOS GENÉRICOS] farmacêuticos e dá outras providências.
5 /farmaceuticodigital.com/
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
3. FARMACOLOGIA
A farmacologia é sem dúvida umas das principais ferramentas para profissionais da área de saúde, ou em sentido mais
amplo, para todos os profissionais que necessitam ou lidam diretamente e indiretamente com fármacos e medicamentos. A
compreensão do modo com o qual os fármacos agem no organismo é de fundamental importância para o melhor emprego
dos medicamentos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
A Farmacodinâmica já estuda como o medicamento vai interagir com o corpo humano para realizar a sua função, logo
ela descreve o mecanismo de ação dos fármacos. Fica notório que para cada classe de fármacos a farmacodinâmica será
bem particular.
Segundo Goodman & Gilman (1987) podemos definir estes termos de uma maneira bem simples e prática como: O que
o organismo faz à droga (seria a Farmacocinética) e o que a droga faz ao organismo (seria a Farmacodinâmica).
É na junção destas duas ramificações que a Farmacologia constrói o seu alicerce e é em cima dele que os nossos estu-
dos serão realizados.6
Ou seja: “O que o fármaco faz com o corpo”
Na farmacodinâmica é estudado:
• Local de ação;
• Mecanismo de ação;
• Efeito biológico desencadeado.7
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
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Auxiliar de Farmácia
Quadro 1.4: Sistema Harmonizado Globalmente para a classificação e rotulagem de produtos químicos (GHS)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Intoxicação
Intoxicação e um processo patológico causado por substancias endógenas ou exogenas, caracterizado por desequilí-
brio fisiológico, consequente das alterações bioquímicas no organismo. O processo de intoxicação e evidenciado por sinais
e sintomas ou mediante dados laboratoriais e pode ser desdobrado em quatro fases: exposição, toxicocinetica, toxicodina-
mica, clinica (MORAES; SZNELWAR; FERNICOLA, 1991).
• Fase de exposição – e a fase em que as superfícies externa ou interna do organismo entram em contato com o toxi-
canicas, assim como a dose ou a concentracao do xenobiotico e a suscetibilidade individual.
• Fase de toxicocinética – inclui todos os processos envolvidos na relação entre a disponibilidade quimica e a concen-
tracao do agente nos diferente tecidos do organismo. Intervem nessa fase a absorcao, a distribuicao, o armazenamento,
a biotransformacao e a excrecao das substancias quimicas. As propriedades fisico-quimicas dos toxicantes determinam o
grau de acesso aos orgaos-alvos, assim como a velocidade de sua eliminação do organismo.
• Fase de toxicodinâmica – compreende a interacao entre as moléculas do toxicante e os sitios de acao, especificos ou
nao, dos orgaos e, consequentemente, a alteracao do equilíbrio homeostático.
• Fase clínica – e a fase em que ha evidencias de sinais e sintomas, ou ainda, alteracoes patologicas detectaveis me-
diante provas diagnosticas, caracterizando os efeitos nocivos provocados pela interacao do toxicante com o organismo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Toxicocinética
Nessa fase, tem-se a acao do organismo sobre o agente toxico, procurando diminuir ou impedir a acao nociva da subs-
tancia sobre ele. Dela resulta a quantidade de toxicante disponivel para interagir com o sitio alvo e, consequentemente,
exercer a acao toxica. A toxicocinetica e constituida pelos seguintes passos: absorcao, distribuicao, biotransformacao e ex-
crecao. A movimentacao do agente toxico no organismo, desde a sua entrada ate a sua eliminacao, envolve a transposicao
de membranas celulares.
Absorção
Absorcao e quando o agente toxico passa de um meio externo para um meio interno, ou seja, e introduzido no orga-
nismo e vai para a circulacao sistemica. A absorcao do agente quimico depende de fatores ligados ao agente químico e a
membrana celular e pode acontecer pelas vias respiratorias, via dérmica ou pelo trato gastrointestinal.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Os efeitos do agente toxico na pele podem ser topicos ou sistemicos. Efeitos topicos sao a corrosao, sensibilizacao e
mutacao. Os efeitos sistemicos podem resultar em acao do toxicante em tecidos distantes.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
O fluxo sanguineo continuo exerce uma boa acao de dissolucao e muitos agentes quimicos podem ser absorvidos
rapidamente a partir dos pulmoes.
Os agentes passiveis de sofrerem absorcao pulmonar sao os gases e vapores e os aerodispersóides. Essas substancias
poderao ser absorvidas, tanto nas vias aereas superiores, quanto nos alveolos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
A retencao parcial ou total dos agentes nas vias aereas superiores esta ligada ao diametro de particula, hidrossolubili-
dade, condensacao e temperatura.
Geralmente, as particulas com diametro maior do que 30 μm ficarao retidas nas regioes menos profundas do trato
respiratorio. Tambem quanto maior a sua solubilidade em agua, maior sera a tendencia de ser retido no local (TORLONI;
VIEIRA, 2003).
Nos alveolos pulmonares duas fases estao em contato, uma gasosa formada pelo ar alveolar e outra liquida represen-
tada pelo sangue. Diante de um gas ou de um vapor, o sangue pode se comportar de duas maneiras diferentes.
O agente toxico pode dissolver-se simplesmente por um processo fisico ou, ao contrario, combinar-se quimicamente
com elementos do sangue. No primeiro caso, tem-se a dissolucao do toxicante no sangue e no segundo caso, a reacao
quimica. Ja as particulas presentes nos alveolos, que nao foram removidas ou absorvidas, podem ficar retidas na regiao,
causando as chamadas pneumoconioses (TORLONI; VIEIRA, 2003).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
No trato gastrintestinal (TGI) um agente toxico podera sofrer absorcao desde a boca ate o reto. Poucas substancias
sofrem a absorcao na mucosa oral, porque o tempo de contato e pequeno nesse local. Estudos experimentais, no entanto,
mostram que a cocaina, a estricnina, a atropina e varios opioides podem sofrer absorcao na mucosa bucal. Nao sendo ab-
sorvido na mucosa oral, o toxicante podera sofrer absorcao na porcao do TGI onde existir a maior quantidade de sua forma
nao ionizada (lipossolúvel). Um dos fatores que favorecem a absorcao intestinal de nutrientes e xenobioticos e a presenca
de microvilosidades, que proporcionam grande area de superficie.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Distribuição
Na distribuicao, o agente toxico e transportado para o resto do organismo, podendo deslocar-se para diversos tecidos
e celulas. A concentracao do agente e desigual para os varios pontos no sistema, e locais de maior area nao necessariamen-
te terao maior concentracao do toxicante. Ao ircular, o agente toxico pode ser biotransformado, ligar-se ao sitio de acao,
ser eliminado, ligar-se a proteinas plasmaticas ou eritrocitos ou ser armazenado.
Os fatores que influem na distribuicao e acumulo sao a irrigacao do orgao, pois uma maior vascularizacao facilita o
contato do agente toxico, o conteúdo aquoso ou lipidico e a integridade do orgao. Os principais locais de armazenamento
sao: proteinas plasmaticas, figado e rins, tecido osseo, tecido adiposo, placenta, leite materno, cabelos.
Biotransformação
Para reduzir a possibilidade de uma substancia desencadear uma resposta toxica, o organismo apresenta mecanismos
de defesa que buscam diminuir essa quantidade que chega de forma ativa ao tecido alvo, assim como reduzir o tempo de
permanencia em seu sitio de acao. Para isso, e necessario diminuir a difusibilidade do toxicante e aumentar a velocidade de
sua excrecao. Logo a biotransformacao pode ser compreendida como um conjunto de alterações quimicas ou estruturais
que as substancias sofrem no organismo, geralmente, ocasionadas por processos enzimaticos, com o objetivo de diminuir
ou cessar a toxicidade e facilitar a excrecao.
A biotransformacao pode ocorrer em qualquer orgao ou tecido orgânico como, por exemplo, no intestino, rins, pul-
moes, pele, testiculos, placenta, entre outros. A grande maioria das substancias, sejam elas endogenas ou exogenas, e
biotransformada no figado.
O figado e o maior orgao do corpo humano com diversas e vitais funcoes, destacando-se entre elas, as transformacoes
de xenobioticos e nutrientes.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
A biotransformacao e efetuada, geralmente por enzimas. A eficiencia do processo depende de fatores como dose e
frequencia de exposicao, especie, idade, genero, variabilidade genetica, estado nutricional, estado patológico e a exposicao
a outros agentes que podem inibir ou induzir as enzimas biotransformadoras de xenobioticos.
Excreção
Os xenobioticos que penetram no organismo sao, posteriormente, excretados atraves da urina, bile, fezes, ar expirado,
leite, suor e outras secrecoes, sob forma inalterada ou modificada quimicamente. A excrecao pode ser vista como um pro-
cesso inverso ao da absorcao, pois os fatores que interferem na entrada do xenobiotico no organismo, podem dificultar a
sua saida.
Basicamente existem tres classes de excrecao – a eliminacao atraves das secrecoes, tais como a biliar, sudoripara, la-
crimal, gastrica, salivar, lactea; a eliminacao atraves das excrecoes, tais como urina, fezes e catarro; a eliminação pelo ar
expirado. Os fatores que atuam sobre velocidade e via de excrecao sao:
• Afinidade por elementos do sangue e outros tecidos – geralmente o agente toxico na sua forma livre esta dispo-
nivel a eliminacao.
• Facilidade de biotransformação – com o aumento da polaridade a secrecao por via urinaria fica facilitada.
• Frequência respiratória – em relacao a excrecao pulmonar, o aumento da frequencia respiratoria, acelera as trocas
gasosas.
• Função renal – como a via renal e a principal via de excrecao dos xenobioticos, qualquer disfuncao dos orgaos ira
interferir na velocidade e proporcao de excrecao.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Toxicodinâmica
A fase da toxicodinamica e caracterizada pela presenca, em sitios especificos, do agente toxico ou dos produtos da bio-
transformacao, que ao interagirem com as moleculas organicas constituintes das celulas produzem alteracoes bioquimicas,
morfologicas e funcionais que caracterizam o processo de intoxicacao.
Nessa etapa podem ocorrer interacoes de adicao, sinergismo, potenciação e antagonismo entre as substancias. Essas
interacoes poderao aumentar ou diminuir os efeitos toxicos.
• Adição – quando o efeito induzido por dois ou mais compostos e igual a soma dos efeitos de cada agente isolado.
• Sinergismo – o efeito induzido por dois ou mais compostos juntos e maior do que a soma dos efeitos de cada agente.
• Potenciação – quando um agente que primariamente e desprovido de acao toxica aumenta a toxicidade de um
agente toxico.
• Antagonismo – o efeito de um agente e diminuido, inativado ou eliminado quando combinado com outro agente.
Um exemplo da fase da toxicodinamica e a formacao de tumores. Qualquer molecula ou seu produto de biotransfor-
macao, que possa agir com agente alquilante ou arilante pode atacar o DNA provocando modificacoes na estrutura mole-
cular com consequentes mutacoes (mutagenese). Essas mutacoes são hereditarias quando ocorrem no nivel de gametas e
podem afetar gerações futuras. Mutacoes somaticas sao as que aparecem em outras celulas do organismo e podem levar
ao desenvolvimento de tumores benignos ou malignos.8
42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Veja cada uma das listas acessando o link a seguir: A necessidade da farmacovigilância
http://portal.anvisa.gov.br/denominacao-comum-brasilei- Para que um medicamento obtenha registro, ato que
ra autoriza sua comercialização, submete-se a ensaios pré-
clínicos - pesquisas realizadas in vitro e em animais, para
Reações adversas ao medicamentos avaliar o perfil físico-químico, toxicológico e teratogênico
Embora os medicamentos sejam formulados, indiscuti- do fármaco em análise - e ensaios clínicos - pesquisas rea-
velmente sob critérios de proteção e segurança, convive-se lizadas em seres humanos, com o objetivo de verificar a
com o risco associado ao seu uso. eficácia do medicamento, estabelecer a dose segura para
Motivos diversos expõem as pessoas a efeitos inde- sua utilização e detectar a ocorrência de possíveis efeitos
sejados. A utilização de medicamentos em situações não indesejáveis.
indicadas ou em circunstâncias que desrespeitem os crité- Tais ensaios, entretanto, possuem uma série de limita-
rios de uso racional pode provocar danos. É comum haver ções. Uma delas consiste na diferença de resposta terapêu-
consequências como intoxicação. tica entre animais e seres humanos. Na maioria das vezes,
Ainda que sejam respeitados os critérios de segurança, os testes são insuficientes para prever a segurança do me-
pode-se deparar com uma RAM (reação adversa aomedi-
dicamento em questão.
camento), definida como “reação nociva e não-intencional
Considera-se também como limitador o número de in-
(...), que ocorre em doses normalmente usadas no homem
divíduos submetidos aos ensaios clínicos, que chega, no
para profilaxia, diagnóstico, terapia da doença ou para a
modificação de funções fisiológicas”. máximo, a cinco mil. A probabilidade de se identificar RAM
Para prevenir ou reduzir os efeitos nocivos manifesta- cuja incidência seja de 1:10.000 é remota, com amostras
dos pelo paciente e melhorar as ações de saúde pública, é dessa grandeza.
fundamental dispor de um sistema de farmacovigilância. A seguir, temos que a duração dos ensaios é relativa-
Conforme define a OMS (Organização Mundial de Saú- mente curta, não retratando as conseqüências de utilização
de), farmacovigilância é a “ciência relativa à identificação, continuada do medicamento por parte da população, nem
avaliação, compreensão e prevenção dos efeitos adversos possibilitando a identificação de efeitos tardios.
ou quaisquer problemas relacionados a medicamentos”. Alguns grupos populacionais (crianças, idosos, gestan-
Esta matéria aborda questões relacionadas com os ris- tes, mulheres em período de amamentação, pacientes com
cos na utilização de medicamentos, precisamente as rea- disfunções hepáticas ou renais) são excluídos dos estudos,
ções adversas, e apresenta fundamentos teóricos e concei- porém, quando o medicamento entra em comercialização,
tuais básicos de farmacovigilância. todos esses grupos podem estar expostos.
Pretende sensibilizar e chamar atenção dos profissio- Consideram-se também fatores limitadores: as condi-
nais da saúde e dos profissionais envolvidos na produção e ções do teste, que diferem das aplicadas na prática clínica;
comercialização dos medicamentos para o impacto social e a associação medicamentosa, que é uma prática freqüente,
econômico das RAMs. não considerada em tais estudos; e as diferenças étnicas
entre as populações que utilizam o medicamento, não ava-
Breve histórico da farmacovigilância liadas.
Os efeitos nocivos ao uso de medicamentos são co- Dessa forma, informações sobre reações adversas raras,
nhecidos desde a Antigüidade, porém a farmacovigilância, toxicidade crônica, uso em grupos especiais ou interações
com caráter institucional, tem seu início após um episódio medicamentosas encontram-se frequentemente incomple-
de fibrilação em uma jovem de 15 anos, decorrente do uso tas ou indisponíveis. Esses dados demonstram a necessi-
de clorofórmio como anestésico em uma cirurgia de rotina dade dos estudos pós-comercialização e a importância da
do pododáctilo. Na época, a revista médica britânica The farmacovigilância na monitorização do perfil de segurança
Lancet solicitou aos médicos que notificassem morte asso-
dos medicamentos na prática clínica, já que alguns efei-
ciada com anestesia. A notificação espontânea se tornou
tos adversos sérios e raros só são descobertos após vários
realidade naquele país e hoje é fonte significativa de novas
anos de utilização do produto.
e valiosas informações sobre reações graves pouco conhe-
cidas ou não descritas na literatura.
Em 1968, iniciou-se o Programa OMS de Vigilância In- Tipos, categorias de freqüência e critérios de gravi-
ternacional de Medicamentos, com o objetivo de acumular dade das reações adversas a medicamentos
e organizar os dados existentes em todo o mundo sobre Reações adversas, tradicionalmente, foram separadas
RAMs. Com a instalação de um sistema de notificação para entre aquelas que se apresentavam como efeito farmaco-
registro de suspeitas de reações adversas a medicamentos, lógico aumentado, também chamadas reações tipo A - au-
os países dotados de Centro Nacional de Monitorização mentada - a partir de uma proposta mnemônica ou dose
de Medicamentos enviam seus registros ao Centro Colabo- relacionadas, e aquelas que resultavam de um efeito aber-
rador de Uppsala, na Suécia, coordenado pela OMS, que é rante, também chamadas reações tipo B - bizarras - não
responsável pela manutenção do Vigibase, base mundial relacionadas à dose.
de dados sobre RAMs . Reações tipo A tendem a ocorrer com maior frequência
Com o decorrer do tempo, a farmacovigilância amplia e estão relacionadas à dose. São previsíveis e menos gra-
seu campo de ação, incorporando, além das reações adver- ves. Podem ser tratadas simplesmente com a redução da
sas, perda da eficácia, desvios da qualidade e uso indevido dose do medicamento. Tendem a ocorrer entre indivíduos
ou abuso dos medicamentos. que apresentem uma destas três características:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
1) os indivíduos podem ter recebido dose maior que a que lhes é apropriada;
2) podem ter recebido quantidade convencional do medicamento, mas metabolizá-lo ou excretá-lo de forma mais lenta
que o usual, apresentando níveis quantitativos muito elevados;
3) podem apresentar níveis normais do medicamento, porém, por alguma razão, são demasiadamente sensíveis a ele.
Em contraste, reações tipo B tendem a ser incomuns, não relacionadas à dose, imprevisíveis e potencialmente mais
graves. Quando ocorrem, freqüentemente é necessária a suspensão do medicamento. Elas podem ser conseqüentes do que
é conhecido como reações de hipersensibilidade ou reações imunológicas. Também podem constituir reações idiossincráti-
cas ao medicamento ou ser conseqüentes de algum outro mecanismo. Por isso, reações tipo B são mais difíceis de predizer,
ou mesmo de identificar, e representam o foco principal da farmacoepidemiologia.
Com a inclusão de novos tipos de RAMs, atualmente são considerados os tipo A, B, C, D, E, F. Ainda assim, nem sempre
é possível classificar uma RAM nessas categorias, uma vez que o mecanismo que leva à sua ocorrência pode não ser conhe-
cido. O quadro seguinte apresenta essa classificação:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Um dos maiores empecilhos para se definir a frequên- As reações adversas graves e as reações não descritas
cia com que ocorre uma reação adversa é a subnotificação ou pouco conhecidas merecem atenção especial e consti-
de suspeitas de reações adversas, outro é a incerteza em tuem o principal interesse da farmacovigilância.
estimar o número de pacientes que fazem uso do medica- O formulário de notificação de suspeita de reação ad-
mento (denominador). versa a medicamento poderá ser preenchido e enviado
A avaliação de gravidade de uma reação é, às vezes, por meio eletrônico em : https://www.anvisa.gov.br/mul-
subjetiva. Os critérios para definição de gravidade foram timidia/Formulario/notifica_med.asp. Para preenchimento
definidos pela OMS. por escrito, encontra-se disponível no endereço eletrônico:
Reação adversa grave é um efeito nocivo, que ocorre http://www.anvisa.gov.br/servicos/form/farmaco/notifica-
durante tratamento medicamentoso e pode resultar em cao_prof.pdf, e deve ser enviado por fax, pelo número (61)
morte, ameaça à vida, incapacidade persistente ou signifi-
448-1275, ou pelo correio à Unidade de Farmacovigilân-
cante, anomalia congênita, efeito clinicamente importante,
cia, no seguinte endereço: SEPN 515, bloco B, 2º andar. Ed.
hospitalização ou prolongamento de hospitalização já exis-
Ômega. CEP: 70770-502. Brasília, DF.
tente.
O termo “ameaça à vida” se refere a uma reação em que
o paciente apresenta risco de morte no momento da ocor- Reações adversas a medicamentos e saúde pública
rência da reação, não se referindo a uma reação que pode- Apesar do avanço da farmacovigilância no mundo, os
ria ter causado a morte se ocorresse com maior intensidade. efeitos nocivos, conhecidos ou não, de medicamentos co-
O termo “efeito clinicamente importante” é apropriado mercializados ainda acarretam grande impacto à saúde dos
quando a reação for perigosa ou requeira intervenção para indivíduos. Por esse motivo, torna-se de grande importân-
se prevenirem os outros desfechos descritos na definição. cia a utilização racional de medicamentos.
A reação adversa não-grave é aquela que não se enqua- Podem-se relatar alguns desastres relacionados a rea-
dra no conceito de reação adversa grave, descrito acima. ções adversas. A talidomida, sintetizada em 1953, a partir
de 1958 passou a ser prescrita e utilizada de forma indiscri-
Como reconhecer as reações adversas? minada, principalmente para o tratamento do enjôo mati-
Os profissionais de saúde são os mais aptos a identificar nal de mulheres grávidas.
as reações adversas a medicamentos, devido à sua estreita Com isso, provocou numerosos casos de má formação
relação com os pacientes. A participação ativa desses pro- rara (focomelia). Esse fato representou um marco para a
fissionais garante a efetividade da vigilância durante o pe- farmacovigilância, pois estimulou a instalação de sistemas
ríodo de comercialização dos medicamentos.
de monitorização da segurança de medicamentos e a ela-
Alguns critérios são úteis para minimizara dificuldade
boração de legislação específica.
de reconhecer as RAMs e diferenciá-las dos mecanismos
As substâncias fenfluramina e dextrofenfluramina fo-
fisiológicos e patológicos de diferentes doenças. Deve-se
proceder da seguinte maneira: ram proscritas no Brasil mediante a comprovação científica
I. certificar-se de que o paciente utilizou o medica- de que podem causar lesões nas válvulas cardíacas.
mento prescrito e na dose recomendada; Em 2001, houve a retirada da cerivastatina do merca-
II. questionar se a RAM suspeita ocorreu após a ad- do mundial por ocorrência de vários casos de rabdomiólise
ministração do medicamento; associados ao seu uso.
III. determinar se o intervalo de tempo entre o início Em outubro de 2001, o Kava-Kava (Piper methysticum
do tratamento com o medicamento e o início do evento é L), um dos fitoterápicos mais utilizados no mundo para
plausível; alívio dos sintomas da ansiedade e insônia, considerado
IV. avaliar o que ocorreu com a suspeita RAM após a inócuo, foi responsável por vinte e cinco casos de hepato-
descontinuidade do uso do medicamento e, se reiniciado, toxicidade na Suíça e Alemanha. Dentre estes, seis foram
monitorar a ocorrência de quaisquer eventos adversos; de insuficiência hepática grave, com, pelo menos, um óbi-
V. analisar as causas alternativas que poderiam expli- to. Além da insuficiência hepática, o Kava-Kava apresenta
car a reação; interações com diversas substâncias, acarretando outras
VI. verificar, na literatura e na experiência profissional, reações adversas graves.
a existência de reações prévias descritas sobre essa reação. Em 2004, o rofecoxibe, um dos antiinflamatórios mais
vendidos no mundo, também teve sua comercialização
suspensa no mercado mundial, a partir de dados de es-
Como notificar suspeitas de RAM?
tudos clínicos que evidenciaram a ocorrência de eventos
Todos os profissionais de saúde devem notificar as
RAMs, mesmo quando houver dúvidas quanto à sua rela- cardiovasculares graves, se usado continuamente.
ção com determinado medicamento. A notificação deve ser As reações adversas a medicamentos refletem de for-
remetida a instituições de saúde, desde que a instituição te- ma negativa na saúde da população e aumentam os gastos
nha profissional designado especificamente para recebê-la, com saúde. No ano de 1987, foram notificadas nos EUA,
aos centros de vigilância locais ou diretamente ao Centro aproximadamente, 12 mil mortes e quinze mil hospitaliza-
Nacional de Monitorização de Medicamentos, sediado da ções por RAM. Um trabalho feito em 1994 estimou que um
Unidade de Farmacovigilância da ANVISA (Agência Nacio- de cada mil pacientes hospitalizados sofre reação cutânea
nal de Vigilância Sanitária). grave relacionada ao uso de medicamento.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
O conservante utilizado no Lacrima (cloreto de bensal- • Diabete Tipo 2 – não insulino-dependente – ocorre
cônio) não permite o seu uso por pessoas que usam lentes na idade adulta. Pode ter como origem a hereditariedade,
de contato do tipo gelatinosa. No entanto, tais pessoas po- fatores emocionais, problemas de obesidade e crescimento.
dem fazer uso do Lacrima Plus.
Anticolesteral
Broncodilatadores Conceito: são medicamentos utilizados para reduzir os
Conceito – medicamentos que promovem uma maior níveis de gordura no sangue, ou seja, colesterol e triglicéri-
expansão pulmonar, ou seja, broncodilatação, aliviando as- des. A origem da doença pode ser hereditária e por alimen-
sim crises de asma e bronquite. tação rica em gorduras.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Antineoplásicos Ovulatórios
Conceito – são quimioterápicos usados no tratamento Conceito – é um hormônio que atua no SNC no senti-
do câncer. O objetivo do seu emprego é a destruição sele- do de induzir a ovulação. Este medicamento pode induzir a
tiva das células tumorais. Ex. Alkeran e Zoladex liberação de 1 ou mais óvulos, aumentando as chances da
Comentários: Neoplasia é uma massa de células anor- mulher engravidar. Ex: Clomid e Serofene.
mais que se desenvolvem de maneira desordenada. Hoje
em dia é muito comum a utilização de associações de qui- Antidepressivos
mioterápicos, evitando assim o desenvolvimento de células Conceito – são medicamentos que melhoram o humor.
resistentes num curto espaço de tempo e procurando tam- Ex: Anafranil, cloridrato de clomipramida e Pondera.
bém resultados mais eficientes. Comentários: A depressão pode ser causada por distúr-
bios hormonais ou emocionais.
Anticoagulantes
Conceito – são agentes que prolongam o tempo de Ansiolíticos
coagulação do sangue. São usados em diversos distúrbios Conceito – são medicamentos usados para diminuir a
cardiovasculares, tais como infarto do miocárdio, embolia ansiedade.
pulmonar, doença vascular cerebral periférica e trombose. EX: Alprazolan e Bromazepan.
Ex. Marevan, Heparina Sódica e Clexane. Comentários: A ansiedade não tem origem definida, va-
Comentários: O coágulo é uma rede de finíssimas fibras riando de pessoa para pessoa. Pode apresentar-se como um
que são formadas pelo próprio organismo. A formação do distúrbio do pânico (medo), de ansiedade ou pós-traumático.
coagulo envolve uma série de reações e de substâncias.
Antiparkinsoniano
Anti-Herpéticos Conceito – são medicamentos utilizados para tratar os
Conceito - medicamentos de ação paliativa usados sintomas do mal de Parkinson.
para diminuir os sinais e sintomas do herpes. O herpes é Comentários: A doença de Parkinson deve-se à deficiên-
uma doença sem cura causada pelo o vírus herpex, muito cia de uma substância existente no cérebro chamada DOPA-
comum no ser humano, mas que só se manifesta com baixa MINA, que é responsável pela coordenação dos movimen-
tos juntamente com a ACETILCOLINA (é preciso que ocorra
resistência imunológica. Caracteriza-se por lesões da pele
o equilíbrio entre elas). A LEVODOPA, no sistema central, é
e mucosas.
convertida em DOPAMINA. O CLOR. DE BIPERIDENO promo-
Comentários: Nunca utilizar pomadas à base de corti-
ve a diminuição de ACETILCOLINA, restabelecendo assim o
sona em herpes, pois pode ocorre piora do quadro clínico.
equilíbrio entre a mesma e a DOPAMINA.
Orexígenos
Hipnóticos e Sedativos
Conceito – são medicamentos utilizados para estimular Conceito – são usados para o tratamento de diversos ti-
o apetite. EX. Carnabol, Profol etc. pos de insônia, tensão emocional, pois reduz a inquietação
e induz o sono e a sedação. Agem deprimindo o SNC de
Hormônios maneira não seletiva ou geral. Em doses elevadas, são usados
Conceito – são substâncias secretadas por glândulas e como hipnóticos e em doses menores como sedativos. Ex.
liberadas na corrente sangüínea para que possam atingir Dormonid e Sonebon.
os tecidos onde irão exercer seus efeitos.
Alguns hormônios: Neurolépticos
• Hormônio do Crescimento – chamado somatropi- Conceito – são usados para o tratamento de pacientes com
na, é produzido pela hipófise e sua deficiência durante a desorganização mental de pensamento e comportamento, como
fase de crescimento pode gerar nanismo. por exemplo: obsessão, mania de perseguição e no alívio de ten-
• Hormônios Tiroidianos – T3 e T4, o exame do são emocional grave. Não curam, mas diminuem os sintomas da
pezinho feito em lactentes tem como um dos objetivos a doença. Portanto, não são curativos, sua ação é primariamente e
detecção precoce do hipotiroidismo, que deve ser tratado, paliativa. Ex. Carbonato de lítio, baloperidona e risperidona.
evitando assim o cretinismo. Já o hipertiroidismo é tratado Comentários: Neurose – distúrbio da pessoa com ela
com fármacos antitiroidianos, que impedem a síntese do mesma.
hormônio tiroidiano. Ex. Propiltiouracil. Ex. mania de limpeza
Psicose – distúrbio da pessoa com a realidade.
Comentários: Quando o organismo não produz ou Ex. ouvir vozes
produz insuficientemente os hormônios é necessária a re-
posição hormonal, que é feita por substâncias sintéticas, ou Analgésicos Narcóticos
seja, produzidas em laboratórios. Conceito – são medicamentos utilizados para deprimir o
SNC, ou seja, diminuem o ritmo cerebral que está acelerado.
Anticoncepcionais Ex: Fenobarbital e Fenitoína.
Conceito – são hormônios utilizados para evitar a fe- Comentários: A epilepsia caracteriza-se por crises de
cundação (gravidez), no tratamento de algumas patologias convulsão que são decorrentes de uma disritmia cerebral,
ovarianas (cistos) bem como regular o ciclo menstrual. Ex. levando a um equilíbrio das cargas elétricas, podendo
Gracial e Minulet. ocorrer em intensidade e freqüências variadas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
O Ministério da Saúde, por meio da PORTARIA No – 1.897, Veja o anexo I na integra acessando o link a seguir:
publicada no Diário Oficial da União no dia 14 de agosto de bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relacao_nacio-
2017, estabeleceu a nova Relação Nacional de Medicamentos nal_medicamentos_rename_2017.pdf
Essenciais – Rename 2017 no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS), atualizando o elenco de medicamentos e insu-
mos da Rename 2014. 3.3. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE
A Rename é uma lista de medicamentos que deve aten-
MEDICAMENTOS (ORAL, RETAL, TÓPICO E
der às necessidades de saúde prioritárias da população brasi-
leira. Essa seleção de medicamentos essenciais é proposta da PARENTERAL).
Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das estraté-
gias da sua política de medicamentos para promover o acesso
e uso seguro e racional de medicamentos.
A via de administração é a maneira como o medica-
Anexo I – Relação Nacional de Medicamentos do mento entra em contato com o organismo; é sua porta de
Componente Básico da Assistência Farmacêutica entrada. Podemos administrar via oral (boca), retal (ânus),
O Componente Básico da Assistência Farmacêutica (Cbaf) sublingual (embaixo da língua), injetável (intravenoso), der-
é constituído por uma relação de medicamentos (Anexo I) e matológica (pele), nasal (nariz) e oftálmica (olhos), dentre
uma de insumos farmacêuticos (Anexo IV) voltados aos prin- outras. Cada via é indicada para uma situação específica;
cipais agravos e programas de saúde da Atenção Básica. cada uma apresenta vantagens e desvantagens.
O financiamento desse componente é responsabilidade Para conhecer um pouco mais as vias de administração,
dos três entes federados, sendo o repasse financeiro regu- podemos dividi-las em dois grandes grupos: a via enteral e
lamentado pela Portaria GM/MS n° 1.555, de 30 de julho de a parenteral. A fim de identificá-las melhor, basta verificar o
2013. De acordo com tal normativa, o governo federal deve significado das palavras:
repassar, no mínimo, R$ 5,10/ habitante/ano, e as contrapar- Enteral vem do grego enteron (intestino): são as vias
tidas estadual e municipal devem ser de, no mínimo, R$ 2,36/ oral, sublingual e retal.
habitante/ano cada. Esse recurso pode ser utilizado somente Parenteral vem de para (ao lado), mais enteron. Ou
para aquisição de itens desse componente. seja, uma via que não é a enteral.
A responsabilidade pela aquisição e pelo fornecimento São as vias intravenosa, intramuscular, subcutânea, res-
dos itens à população fica a cargo do ente municipal, ressal- piratória e tópica, entre outras.
vadas as variações de organização pactuadas por estados e Quando temos uma doença que se manifesta no inte-
regiões de saúde. rior do nosso corpo, muitas vezes não conseguimos injetar
O Ministério da Saúde é responsável pela aquisição e o medicamento diretamente no local. Para isso, utilizamos
distribuição dos medicamentos insulina humana NPH, insu- medicamentos que possam penetrar no nosso corpo e se
lina humana regular e daqueles que compõem o Programa espalhar para locais menos acessíveis, esperando um efeito
Saúde da Mulher: contraceptivos orais e injetáveis, dispositivo sistêmico. Entretanto, se temos uma ferida superficial na
intrauterino (DIU) e diafragma. pele, por exemplo, é melhor o uso local, porque é mais fá-
Em relação aos medicamentos fitoterápicos, na coluna cil administrar o medicamento sobre a ferida do que fazer
concentração/ composição é apresentada a quantidade de com que ele se distribua no corpo todo, podendo ter o
marcador. Para alguns casos, esse valor refere-se à dose diária, risco de esse medicamento atuar em outros locais e causar
conforme consta na Instrução Normativa nº 2, de 13 de maio efeitos indesejados. Essa ação é designada uso tópico.
de 2014, da Anvisa, que publica a “Lista de medicamentos
fitoterápicos de registro simplificado” e a “Lista de produtos VIA ENTERAL
tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. Oral
Nos demais fitoterápicos, a concentração é apresentada A administração de medicamentos por via oral é a mais
por forma farmacêutica, também baseada na IN nº 2/2014. utilizada, segura e econômica, além de ser bastante confor-
Ressalta-se que os medicamentos fitoterápicos podem tável, sem apresentação de dor, por exemplo. No uso dessa
ser: industrializados; ou manipulados, que podem ser obti- via, os medicamentos podem ter apresentação em com-
dos em farmácias de manipulação do SUS, Farmácias Vivas primidos, cápsulas, pós ou líquidos; eles se espalham pelo
ou farmácias de manipulação conveniadas. corpo principalmente através do intestino, assim como os
10 Fonte:www.boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com. alimentos, quando comemos.
br 11 http://crfsc.gov.br/rename-2017
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Depois de indicar a composição pretendida, o médico pode ser aberta e ser administrada na forma de pó, porém,
menciona a forma farmacêutica desejada. Algumas vezes isto só poderá ser feito com indicação médica e orientação
as quantidades indicadas refere-se a várias unidades galê- do farmacêutico.
nicas. Ex.: 12 papéis, 5 supositórios, 6 comprimidos. Em geral, não se pode abrir, quebrar ou triturar as cáp-
Outras vezes menciona-se o quantitativo para uma sulas, pois o medicamento pode perder seu efeito. Pode ser
unidade indicando-se depois, o número de unidades pre- usada para mascarar sabor desagradável.
tendidas. Ex.: 1 cápsula.
Em certos casos, o médico inclui, nesta parte da receita, • Comprimidos
a abreviatura F.S.A. (faça segundo a arte).
O médico deve mencionar na receita o modo e a fre-
qüência de administração do medicamento. Quando este
for destinado ao uso externo, deverá assinalar o fato.
Ao farmacêutico competente incluir no rótulo do me-
dicamento que dispensa, algumas indicações auxiliares.
Ex.: colheres de sopa, café, sobremesa, para gargarejo; uso
ocular; para inalação; para fricção; AGITE ANTES DE USAR.
É a compressão de uma ou mais substâncias químicas na
O nome, endereço e assinatura do médico devem cons-
forma de pó ou grânulo.
tar na receita, de modo a garantirem-lhe sua autenticidade. Segue abaixo alguns Tipos de comprimidos:
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS ♦ COMPRIMIDOS DE REVESTIMENTO ENTÉRICO » Os
O efeito de um medicamento depende da quantidade de comprimidos prontos são revestidos por um produto que ga-
substancia que penetra no organismo, podendo atuar local- rante sua passagem integra pelo estômago e chegando per-
mente no local de sua aplicação ou ser absorvido de modo feito ao intestino onde irá se dissolver e iniciar sua ação.
a que atinja os órgãos e tecidos, cuja resposta é pretendida. O revestimento é necessário para os casos em que os
1 - Medicamentos tópicos e locais: medicamentos, quando em contato com o líquido ácido do
De uso tópico - são aqueles que se aplicam externa- estômago são destruídos e perdem imediatamente sua ação
mente, sobre uma região limitada do corpo, não propor- terapêutica. Pode ser utilizado também em casos de medica-
cionando absorção sistêmica dos seus constituintes. Ex.: mentos que agridem a parede do estômago.
pomada de ácido salicílico, colírio de sulfato de zinco. ♦ COMPRIMIDOS SUBLINGUAIS » Os comprimidos são co-
De uso local - são aqueles que desempenham sua ação locados, obrigatoriamente, embaixo da língua, e se dissolvem com
em uma zona específica do organismo. Ex.: Subnitrato de auxílio da saliva e são absorvidos na própria boca. É usado no caso
bismuto em pó (uso oral). Não é absorvido, atua localmen- de medicamentos que, em contato com o líquido ácido do estô-
te, protege a mucosa gástrica e duodenal. Ex.2: antibióticos, mago são destruídos e perdem imediatamente sua ação terapêuti-
anti-helmínticos; atuam localmente no intestino. Atividade ca, também para aqueles que são pouco absorvidos pelo intestino.
antibacteriana ou vermicida.13 ♦ COMPRIMIDOS EFERVESCENTES » São comprimidos
preparados com uma ou mais substâncias químicas associa-
das a alguns sais que liberam gases quando em contato com
a água. Este mecanismo facilita o comprimido a desintegrar e
4.1. FORMAS FARMACÊUTICAS: SÓLIDAS, a dissolver para ser absorvido.
SEMI-SÓLIDAS, LÍQUIDAS, RETAIS, VAGINAIS, ♦ COMPRIMIDOS MASTIGÁVEIS » São comprimidos pre-
OFTÁLMICAS, AURICULARES E PARENTERAIS. parados para terem a sua desintegração facilitada pela mas-
tigação. Depois de mastigados, eles são engolidos, para aí
serem dissolvidos e absorvidos.
♦ COMPRIMIDOS DE AÇÃO LENTA/PROLONGADA » É
FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS
um comprimido que possui um revestimento que controla a
liberação da substância química. Isso permite que esses com-
• Cápsulas primidos, ao serem dissolvidos, iniciem sua ação lentamen-
te de forma que seja prolongada/duradoura, mas somente
quando ingeridos inteiros. Já um comprimido simples quando
é totalmente dissolvido, sofre completa absorção e tem sua
ação iniciada rapidamente.
São utilizados, geralmente, para doenças crônicas, po-
dendo aumentar o intervalo entre as tomadas dos medica-
mentos em pacientes que precisam de altas doses por dia.
É o armazenamento de uma ou mais substâncias quí- →Um tipo de comprimido de ação lenta/prolongada é
micas em recipientes de gelatina que pode ser mole (arma- o chamado de “Oros”, esse comprimido permite a liberação
zenando líquidos, semi-sólidos e sólidos) ou duro (arma- lenta da substância ativa no organismo, o que garante a ação
zenando sólidos). Há casos específicos em que a cápsula durante 24 horas. Uma vez concluído este processo, o com-
13 Fonte: www.farmaciaunifor.hpg.ig.com.br/farmaco- primido vazio é eliminado pelo organismo através das fe-
tecnica.html (www.portaleducacao.com.br) zes. Ex: Adalat® Oros.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
• Drágeas
São pós liofilizados ou grânulos, podem ser solúveis, resul- Para aplicação externa na pele. Contém maior porcen-
tando em soluções, ou insolúveis, resultando em suspensões. tagem de material sólido, por isso são mais firmes e espes-
São preparações para substâncias que não são estáveis na presen- sas. Apresentam consistência macia e firme pela quantida-
ça da água (se degradam facilmente depois de um curto tempo de de sólidos, são pouco gordurosas e têm grande poder
de contato). Assim, é necessário que as substâncias sejam acres- de absorção de água ou de exsudados.
centadas à água filtrada ou fervida somente no momento da ad-
ministração, para se fazer a solução ou suspensão. Geralmente, • Emulsões ou cremes
esses produtos devem ser utilizados por um período máximo de
14 dias após sua preparação, quando armazenado em geladeira.
Se armazenado em temperatura ambiente esse período cai para
7 dias. Se não utilizado por completo dentro desses períodos e
nessas condições, o que restar no frasco deve ser descartado.
Ter atenção, pois há produtos com especificações diferentes.
Os granulados devem ser consumidos em no máximo 24hs
após serem preparados.
FORMAS FARMACÊUTICAS SEMI-SÓLIDAS
As preparações tópicas semi-sólidas são para aplicação Preparações com parte de água e parte de óleo. Em
na pele ou em certas mucosas, para ação local ou penetra- comparação com as pomadas, são bem menos oleosas e
ção percutânea dos medicamentos, ou ainda por sua ação se espalham facilmente. Portanto, são mais aplicadas para
emoliente ou protetora. áreas extensas do corpo e também em regiões com pêlos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
• Géis
• Soluções
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
• Tinturas
• Espíritos
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
Filtração: Processo de separação de partículas sólidas Esterilização: O processo de esterilização pode ser
de um líquido por meio de material permeável (filtro). Isto realizado por uma variedade de métodos, como calor úmi-
é obtido através do efeito de pressão sobre uma superfície do, calor seco, irradiação, gases antissépticos, filtração e
porosa permeável, que retém as partículas sólidas. O líquido altas pressões hidroestáticas.15
passa através das aberturas do septo filtrante. Os objetivos
da filtração são isolamento e aproveitamento dos sólidos em OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS DE USO GERAL
suspensão em um líquido e obtenção de soluções límpidas e/ PESAGEM
ou clarificadas. Balanças de Precisão - 0,1 mg
Decantação: Operação mecânica que visa a separação
de um líquido sobrenadante de um sólido (insolúvel) ou de
um líquido (imiscível). A decantação pode ser por escoamen-
to, por pipeta, por funis de separação ou em ampolas de de-
cantação e centrifugação.
Clarificação: Consiste em tornar límpido um líquido turvo.
Expressão: Consiste na separação de um ou mais líqui-
dos de uma substância mole ou sólida que o(s) contenha. Um
exemplo seria a obtenção de uma solução extrativa por re-
cuperação máxima do conteúdo extraído do resíduo de uma
droga vegetal. A expressão pode ser realizada por torção à
mão ou pelo uso de prensa hidráulica. Balanças ordinárias - 0,1 a 0,2 g
Dessecação ou Secagem: A dessecação ou secagem
consiste na eliminação de um corpo volátil (geralmente água)
de um volátil (geralmente um sólido) por evaporação (no
caso da liofilização). Na dessecação a água eliminada pode
ser classificada em água de constituição, água de absorção
ou água livre. Algumas técnicas de secagem empregadas na
prática farmacêutica são:
• Exposição ao ar livre: Procedimento normalmente
utilizado para secagem de plantas medicinais que apresentam
princípios ativos frágeis e sensíveis a altas temperaturas;
• Secagem por ar seco à temperatura ambiente: Cuidados com as balanças
Este tipo de secagem é efetuado em recipientes ou pequenos
aparelhos, geralmente de vidro, denominados excicadores ou Ajuste e limpeza
dessecadores, contendo substâncias desidratantes; Estabilidade da corrente
• Secagem por ar quente: que faz uso das estufas de corrente de ar- ar condicionado
ar quente e secadores em túnel; Trepidação
• Secagem por radiação infravermelha: Esta técnica contaminação cruzada
é comumente utilizado para secagem de alguns tipos de ve- balança mecânica – travar sempre
getais e produtos opoterápicos; verificar posição dos pesos
• Secagem sob vácuo: utiliza-se de armário de vácuo limpeza final e arejamento
ou aparelhos rotativos; diferença entre as balanças – utilização das balan-
• Secagem por nebulização ou dispersão;
ças corretas
• Secagem por liofilização: consiste em congelar o
conteúdo de água de uma substância e em seguida promover
a sua sublimação.
Dissolução: é a desagregação de uma substância sólida VOLUME
em um líquido. A dissolução resulta em uma única fase líquida
homogênea, chamada de solução. O líquido de dissolução é Instrumentos utilizados:
chamado solvente ou veículo, e a substância dissolvida, so- Copo graduado
luto. Balão volumétrico
Dispersão: é a divisão de um produto sólido em um meio Proveta
fluido. Entre as formas mais comuns de dispersão encontra- Pipetas
mos: suspenção, emulsão e nebulização. Becker
Mistura: Consiste em obter uma associação homogênea Conta-gotas
de várias substâncias, as quais podem ser sólidas, pastosas, Medidor ou colher
líquidas ou gasosas.
Destilação: é uma operação que permite a separação
dos constituintes voláteis e líquidos de uma substância.
Consiste em fazer um líquido passar para o estado gasoso
e em seguida voltar ao estado líquido por resfriamento. O 15 Por Sidnei José Da Costa
produto obtido é chamado de destilado.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Auxiliar de Farmácia
EXERCÍCIOS
Resposta: B
Resposta: A
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