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Metodologia e

Instrumentação do
Ensino de Ciências
Material Teórico
Como Agir: Planejar, Interagir e Contextualizar

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. João Paulo Silva Pinheiro

Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Como Agir: Planejar, Interagir
e Contextualizar

• O Papel do Professor em Ciências


• O Planejamento como Ferramenta Essencial na Prática Docente
• A Interação Professor x Aluno: deve ter afetividade?
• A Contextualização no Ensino de Ciências

OBJETIVO DE APRENDIZADO
Esta unidade tem o intuito de que cada aluno possa:
· Verificar o papel do professor no ensino de Ciências;
· Compreender o processo de preparação de uma aula;
· Reconhecer qual deve ser a relação entre o professor e o aluno;
· Contextualizar o ensino de Ciências.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir

Contextualização
Não há uma receita para ser professor e para ministrar uma “boa aula”, já que
a prática docente está relacionada com diversas variáveis, desde a formação do
professor até individualidade de cada aluno da turma. Para que haja um processo de
ensino-aprendizagem significativo, é importante que o professor planeje, interaja
com os alunos e promova a contextualização.

De que forma isso pode ser feito?

Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images

Nesta unidade, iremos estudar primeiramente sobre o papel do professor no


ensino de Ciências. Para você, qual deve ser? O professor deve ser o mediador?
O facilitador? O orientador? O detentor do conhecimento? A autoridade absoluta?
Vamos refletir sobre isso.

Além do mais, iremos analisar o ato de planejar uma aula, como a seleção do
conteúdo, as estratégias que serão utilizadas, a forma de avaliação, entre outros
aspectos. Será que o professor deve realizar o mesmo planejamento e/ou a mesma
aula para diferentes turmas?

Somado aos aspectos supracitados, como deve ser a relação entre o professor
e os alunos? Deve haver afetividade? Se sim, de que forma pode ser feita? Ou o
docente deve chegar, ministrar a aula e não se importar com quem está assistindo
e/ou participando? Existe uma melhor relação? A utilização da relação do dia a dia
dos alunos com o assunto proposto em aula facilita a construção do conhecimento?

Enfim, podemos perceber que há diversos questionamentos que permeiam a


prática docente. Dessa forma, esta unidade irá nos auxiliar a responder o que foi
proposto acima e possibilitar uma prática docente que torne mais fácil, prazeroso
e eficaz o processo de ensino-aprendizagem.

Mãos à obra!

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O Papel do Professor em Ciências
A eficiência do processo de ensino-aprendizagem depende da atuação do
docente, da forma que o mesmo “transmite” o conhecimento. Muitos alunos vão
para as aulas somente para receber a presença na frequência, sem haver certa
preocupação com o conteúdo a ser aprendido.

Por que será que isso acontece? Existe alguma responsabilidade do professor
em relação a isso?

Vamos analisar as seguintes tirinhas:


Explor

Tirinha 1. A relação do aluno com o objeto de estudo e o processo de ensino-aprendizagem.


https://goo.gl/4Q3ntY
Tirinha 2. O processo de ensino-aprendizagem – a preocupação que se deve ter quanto à
construção do conhecimento.
https://goo.gl/JdGIho

Na primeira tirinha (Calvin), vemos o aluno falando para a professora que ela
pode apresentar o material (conteúdo), mas não pode fazer com que ele queira
aprender e/ou gostar da disciplina. Será que o professor não pode despertar o
interesse pelo aprendizado naquela disciplina ou nas outras também?

O professor tem o papel de facilitar o entendimento e de promover a


aprendizagem significativa. Isso pode ser feito de acordo com a forma que o docente
atua tanto antes, quanto durante e após as aulas. Antes das aulas, é importante
que o professor realize o planejamento e faça um levantamento dos conhecimentos
prévios, durante as aulas, é necessário que sejam utilizadas estratégias eficientes e
haja a interação com os alunos e, após as aulas, o professor deve utilizar a forma
de avaliação que melhor se adeque ao que foi proposto na unidade.

Afinal, o que é uma aprendizagem significativa?

Aprendizagem Significativa: “A aprendizagem significativa é o processo por meio do


Explor

qual novas informações adquirem significado por interação (não associação) com aspectos
relevantes preexistentes na estrutura cognitiva” (MOREIRA, 2006, p. 38).

Já na segunda tirinha (Calvin e Haroldo), quando a professora questiona a


turma sobre o entendimento daquela aula, um dos alunos afirmou que não estava
entendendo desde março, expressando que não é algo presente, mas que faz alguns
dias ou meses (apesar de não sabermos o período que está acontecendo o fato da
tirinha). Qual a “culpa” do professor frente a essa situação?

O professor deve despertar nos alunos a curiosidade em relação ao conteúdo


proposto, fazendo com que o discente seja responsável pela construção do
conhecimento. Para isso, o professor deve ser um orientador, um facilitador, um
mediador da transmissão do conhecimento.

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UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir

Tudo isso, pode ser alcançado por meio da utilização de diversas estratégias
de ensino, como a aplicação de jogos didáticos, a explanação do conteúdo com o
auxílio de modelos tridimensionais, ou paródias, ou teatro dentre outras maneiras.
Somado a isso, a aplicação de avaliações antes da aula propriamente dita é
importante para que ocorra a verificação dos conhecimentos prévios, com o intuito
de que o professor possa direcionar o conteúdo a ser ministrado. Além do mais, o
uso de avaliações durante e após as aulas irão permitir que o professor intervenha
de forma imediata e até mesmo individual, sane dúvidas e adapte metodologias.
A aprendizagem também pode ser alcançada pela utilização de situações
práticas, pela relação com fatos do cotidiano e pela interdisciplinaridade.
Santos (2008, p.73) apresenta algumas atitudes (Fig.2) que podem ser
desenvolvidas na sala de aula:
1. Dar sentido ao conteúdo: toda aprendizagem parte de um significado
contextual e emocional.
2. Especificar: após contextualizar o educando precisa ser levado a
perceber as características específicas do que está sendo estudado.
3. Compreender: é quando se dá a construção do conceito, que garante a
possibilidade de utilização do conhecimento em diversos contextos.
4. Definir: significa esclarecer um conceito. O aluno deve definir com suas
palavras, de forma que o conceito lhe seja claro.
5. Argumentar: após definir, o aluno precisa relacionar logicamente
vários conceitos e isso ocorre por meio do texto falado, escrito, verbal e
não verbal.
6. Discutir: nesse passo, o aluno deve formular uma cadeia de raciocínio
pela argumentação.
7. Levar para a vida: o sétimo e último passo da (re)construção do
conhecimento é a transformação. O fim último da aprendizagem
significativa é a intervenção na realidade. Sem esse propósito, qualquer
aprendizagem é inócua (SANTOS, 2008, p. 73-74).

Contextualizar

Transformar Especificar

Atitudes
Discutir Compreender

Argumentar Definir

Figura 2. Atitudes a serem desenvolvidas na sala de aula

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De acordo com Silva e Magalhães (2011), no mundo contemporâneo é
necessário que:
[...] o educador tenha uma postura alicerçada num processo constante de
reflexão, que o leve a uma prática em busca de resultados inovadores na
educação. Diante disto, o processo de formação docente deve ter alguns
pressupostos relevantes no seu percurso, tais como: contribuir de maneira
efetiva para a instrumentalização, sensibilização, preparação técnica
e política do aluno, capacitando-o a uma postura de reflexão crítica da
prática, que implica saber dialogar e escutar, o que supõe o respeito pelo
saber do educando e reconhece a identidade cultural do outro.

Dessa forma, o docente não deve se comportar como o detentor do


conhecimento, o “dono” da verdade absoluta, em que o conhecimento é transferido
e o aluno comporta-se como uma tábua rasa, recebendo o conteúdo e havendo
uma aprendizagem mecanicista (=decorar o assunto). Porém, o professor deve ser
o mediador para que o aluno consiga construir o próprio conhecimento e haja a
formação de cidadãos críticos.

Enfim, ao longo da docência o professor irá aperfeiçoar seu “papel”, em que


a formação continuada e a própria experiência possibilitarão uma reflexão e
uma atuação significativa no processo de ensino-aprendizagem. Ao se falar em
experiência, também podemos relembrar a época de que éramos estudantes no
ensino básico, e a partir daí exercermos a carreira docente por meio da repetição
de boas maneiras e/ou estratégias ou aperfeiçoamento de outras. Por exemplo,
para auxiliar como guia, podemos questionar o seguinte:
• O tempo escolar era organizado de que forma?
• A escola estabelecia regras a serem seguidas? Se sim, como era o
“comportamento” dos alunos frente a isso?
• Como as aulas aconteciam? No quadro? No laboratório? Outro ambiente?
• Durante as aulas como os alunos se comportavam? O professor tinha domínio
sobre a turma?
• Como era a didática dos professores? Lembra de alguma estratégia que você
mais gostou e uma que menos gostou?
• Quais disciplinas você mais gostava e quais você menos gostava? Pense nos
motivos para essa decisão de escolha.
• Você lembra de algum professor do ensino básico? Essa lembrança deve-se a quê?

Muitos professores utilizam boa parte das respostas a esses questionamentos


para guiar a docência, no entanto, é necessário que seja considerado o contexto
histórico atual, como o uso de tecnologias no ensino, e dessa maneira haja uma
educação crítica, reflexiva e transformadora baseada no conhecimento científico.

O professor de Ciências deve possibilitar ao aluno uma formação biológica, que


de acordo com Krasilchik (2003, p.11):

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UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir

[...] contribua para que cada indivíduo seja capaz de compreender e


aprofundar as explicações atualizadas de processos e de conceitos
biológicos, a importância da ciência e da tecnologia na vida moderna,
enfim, o interesse pelo mundo dos seres vivos. Esses conhecimentos
devem contribuir, também, para que o cidadão seja capaz de usar o que
aprendeu ao tomar decisões de interesse individual e coletivo, no contexto
de um quadro ético de responsabilidade e respeito que leve em conta o
papel do homem na biosfera.

Logo, o docente deve compreender o conteúdo e saber a aplicação desse


conteúdo em diversos contextos, como o histórico, familiar, social e científico, com
a finalidade de formar cidadãos críticos e atuantes na sociedade.
Explor

Você já pensou como fará isso?

O Planejamento como Ferramenta


Essencial na Prática Docente
No desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, é de grande relevância
a realização das seguintes etapas (Fig. 3):

Planejar

Revisar Preparar

Executar
Avaliar (Aula)

Acompanhar

Figura 3 – Etapas do processo de ensino-aprendizagem

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Dentre essas etapas, vamos destacar uma das mais importantes, que é o ato
de planejar. Para que serve um planejamento na prática docente? Quais são os
sujeitos envolvidos nesse ato, que antecede a aula propriamente dita? Deve ser
registrado ou somente pensado? A escola deve interferir ou impor algo? Quais
itens devo “planejar” para uma aula? Existem várias turmas da mesma série, o
planejamento deve ser igual para todas? Como saber se o que foi planejado está
sendo adequado para o processo de construção do conhecimento? Por algum
motivo, não consiga realizar o que está “escrito”, como proceder? Várias ou todas
essas perguntas estão presentes na “mente” do professor. É possível respondê-
las? Algumas sim, outras não, pois irão depender do contexto educacional,
principalmente da gestão escolar.

O planejamento deve refletir a ação docente, em que deve ser utilizado a relação
com a gestão escolar, com os funcionários da escola, com os alunos e até mesmo
com os familiares dos mesmos. Além do mais, é importante a análise de todos os
recursos disponíveis (como os espaços físicos e materiais didáticos) para a realização
das atividades. Essa etapa da prática docente é essencial para que sejam evitadas a
improvisação e a aprendizagem baseada no ato de decorar.

Em linhas gerais, para Padilha (2001, p. 63):


Lembramos que realizar planos e planejamentos educacionais e escolares
significa exercer uma atividade engajada, intencional, científica, de
caráter político e ideológico e isento de neutralidade. Planejar, em sentido
amplo, é um processo que visa dar respostas a um problema, através do
estabelecimento de fins e meios que apontem para a sua superação, para
atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o
futuro, mas sem desconsiderar as condições do presente e as experiências
do passado, levando-se em conta os contextos e os pressupostos filosófico,
cultural, econômico e político de quem planeja e de com quem se planeja.

Enfim, o planejamento está presente em diversas situações da vida, pois temos


que decidir o que vamos realizar, de que forma isso será feito, quais objetivos que
devemos alcançar, como e quando iremos fazer, repensar e avaliar o que será
obtido. Além do mais, pode-se levar em consideração diversas formas para alcançar
os objetivos, como alternativas de ação, caso a principal, descrita no planejamento,
não ocorra de forma satisfatória e sejam superadas as dificuldades do processo.

Na ação educativa, é importante que sejam definidas as atividades para cada


sujeito envolvido no processo de ensino-aprendizagem, como o professor e o
aluno, além da ordem de que cada uma será desenvolvida e qual a finalidade de
cada atividade.

No contexto do ensino, o planejamento pode ser em três níveis: planejamento


de curso, de unidade e de aula. Esses planejamentos de ensino são previstos pela
escola ao longo de todo o período letivo. Inicialmente, geralmente no início do
ano, a escola realiza uma semana pedagógica, em que é realizado o planejamento
do curso pela gestão e professores da escola, em que são traçadas ações para
todo o ano letivo baseadas nas diretrizes curriculares nacionais. Ao longo de

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UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir

cada bimestre, ou mensal, ou quinzenal, os professores se reúnem para planejar,


repensar e reavaliar as ações, ou seja, realizam o plano de unidade, que acontece
de forma mais específica em relação aos objetivos e aos conteúdos. Depois disso,
cada professor elabora o plano de aula de acordo com a especificidade de cada
turma e com os recursos disponíveis, permitindo a organização e a sistematização
do processo educativo, mas não o controle total.

Em um planejamento, o professor precisa relacionar alguns tópicos inerentes


para a realização de uma aula, tais como: conhecimentos prévios, objetivos, con-
teúdo, procedimentos metodológicos e recursos didáticos, avaliação e referências.
Abaixo será descrito cada um desses tópicos.
a) Conhecimentos Prévios
Nesse tópico, o professor deverá elencar todos os assuntos necessários
para que o aluno possa compreender a aula. Esse conteúdo pode ser
descrito de acordo com o que foi ministrado no ano letivo ou em
séries anteriores.
Esses conhecimentos prévios podem ser levantados no início da aula
pelo docente por meio da avaliação diagnóstica, possibilitando a revisão
desses conhecimentos e até mesmo permitindo o professor aprofundar
ou não o tema da presente aula.
b) Objetivos
O estabelecimento dos objetivos é essencial para a realização da
aula, uma vez que o professor irá descrever o que os alunos deverão
ser capazes de saber após a realização da aula, além de expressar o
desenvolvimento de atitudes, habilidades e competências dos discentes.
Os objetivos devem ser escritos com verbos no infinitivo e na voz ativa e
durante e/ou no fim da aula, o professor poderá realizar auto avaliação
da prática docente ou avaliação dos alunos com base nesses objetivos.
O professor precisa saber avaliar a pertinência dos objetivos e conteúdos
propostos pelo sistema escolar oficial, verificando em que medida
atendem exigências de democratização política e social; deve, também,
compatibilizar os conteúdos com necessidades, aspirações, expectativas
da clientela escolar, bem como torná-los exequíveis face às condições
socioculturais e da aprendizagem dos alunos (LIBÂNEO, 1994, p. 121).

Seguem alguns verbos utilizados para a escrita dos objetivos: analisar, argumen-
tar, avaliar, classificar, comparar, conhecer, construir, criticar, definir, demonstrar,
descrever, determinar, diferenciar, discutir, escolher, escrever, explorar, identificar,
investigar, ler, listar, praticar, reconhecer, selecionar entre outros.

Você foi convidado a ministrar uma aula sobre a Teoria da Evolução. Quais objetivos você
Explor

elencaria em seu plano de aula?

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c) Conteúdo

Tirinha 3. Compreensão equivocada do conteúdo de Ciências


Explor

https://goo.gl/R4Yn2g

O conteúdo trata do(s) tema(s) a ser(em) abordado(s) na aula, que pode


seguir a sequência lógica ou não do livro didático. O conteúdo pode
trazer conceitos, fatos, procedimentos, atitudes entre outros.
É importante que o professor estabeleça relações na explanação do
conteúdo, como a ligação de um tema a outro da mesma disciplina, a
interdisciplinaridade, a multidisciplinaridade e a contextualização. Tudo
isso irá favorecer que não haja a compreensão equivocada do conteúdo
de Ciências, como podemos observar na tirinha 3.
d) Procedimentos Metodológicos e Recursos Didáticos
A sala de aula é um ambiente propício para que sejam realizadas
discussões sobre diversos temas, que irão permitir a formação e a atuação
de cidadãos críticos no meio em que vivem. Para que isso ocorra, é
fundamental que sejam utilizados vários recursos e estratégias didáticas
com a finalidade de que o aluno não seja um agente passivo (só receber
conteúdo), mas tenha o papel ativo na construção do conhecimento.
Para que o docente possa escolher a metodologia da aula, leva-se em
consideração alguns fatores, como o espaço da escola, os recursos
disponíveis, o projeto Político Pedagógico, o conteúdo a ser ministrado,
o nível da turma e o comportamento da turma, sendo esses dois últimos
essenciais para prever o tempo e o desenvolvimento da proposta da aula.
Os procedimentos metodológicos constituem o “passo a passo” que
será desenvolvido para a realização da aula, enquanto que os recursos
são os meios, materiais e instrumentos que serão utilizados para esse
“passo-a-passo” e, consequentemente, alcançar os objetivos da aula.

Cuidado com a escolha dos procedimentos e recursos didáticos!


Explor

Muitos docentes buscam o que há de mais moderno para utilizar na aula ou então utilizam
o recurso da “moda” (exemplo: Datashow) sem ter atenção no conteúdo e na realidade do
contexto educacional. Será que o uso frequente desses recursos “inovadores” não torna o
ensino “tradicional”? Nem sempre o moderno é inovador na educação.

e) Avaliação
A avaliação constitui o “instrumento” que atesta o desempenho do
aluno, do professor e de todo o contexto educacional, podendo pro-
mover decisões que melhorem o processo de ensino-aprendizagem.

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UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir

Essa etapa pode ser no início, durante e após a realização das aulas
(Fig. 4).

Por quê?

Avaliar

Quando? Como?

Figura 4 – O que pensar sobre a avaliação

No início, terá o papel de conhecer o aluno, verificar os conhecimentos prévios


e possibilitar a escolha da “metodologia” das aulas pelo professor. Já durante as
aulas, permitirá avaliar o grau de aprendizagem e fazer com que o docente mude
algo que não está auxiliando na compreensão do conteúdo e até mesmo retornar
o que não foi entendido. Enquanto que, no final da aula ou do bimestre, servirá
como instrumento de verificação da aprendizagem e de classificação dos alunos
(instrumento de nota), além de permitir analisar se os objetivos propostos no plano
de aula foram alcançados.

Há uma diversidade de instrumentos e técnicas de avaliação, tais como: prova


escrita, prova oral, seminário, produção de relatório, de textos críticos e de materiais
tridimensionais, dentre outras formas.
f) Referências
As referências (básica e/ou complementar) constituem a lista de fontes
de pesquisa utilizadas para a preparação e realização da aula. Além do
mais, pode conter fontes que auxiliarão no estudo dos alunos, como
artigos, notícias, livros e recursos digitais.
A lista pode ser formatada de acordo com as normas da instituição de
ensino, caso existam, ou com a da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT).

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A Interação Professor x Aluno: deve ter
afetividade?
Será que a relação entre o professor e o aluno pode interferir no processo de
aprendizagem?

Possivelmente sim, uma vez que essa relação possibilita um processo de parceria
e de trocas, seja de informações, como o conhecimento científico, ou até mesmo
de situações do cotidiano de ambas as partes, que poderão ser transpostas para a
sala de aula e possibilitar a formação de cidadãos.

Muitas vezes, essa relação professor x aluno é regida por normas da instituição,
porém, não deve gerar conflitos, mas permitir que se tenha confiança, respeito,
ajuda, afetividade e a formação moral.

Muitos estudos buscam compreender o papel da afetividade no processo de


ensino-aprendizagem, a fim de que o professor possa exercer um comportamento
adequado na sala de aula para que haja a aprendizagem significativa e garanta
também a permanência do aluno na escola.

Figura 5 – Posicionamento do aluno frente a um “conceito” dado pela professora


Fonte: https://goo.gl/Sp28kG

Será que um diálogo poderia resolver a situação abordada na figura 5 ou que


outra forma você poderia propor?

Segundo Libâneo (1994, p. 251), o professor deve ter o papel de escutar os


alunos, não apenas de fornecer as informações científicas:
“Não estamos falando da afetividade do professor para com determinados
alunos, nem de amor pelas crianças. A relação maternal ou paternal deve ser
evitada porque a escola não é um lar. Os alunos não são nossos sobrinhos e
muito menos filhos. Na sala de aula, o professor se relaciona com o grupo
de alunos. Ainda que o professor necessite atender um aluno especial ou que
os alunos trabalhem individualmente, a interação deve estar voltada para a
atividade de todos os alunos em torno dos objetivos e do conteúdo da aula.”

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UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir

Afinal, deve haver afetividade?

Quando o aluno não tem afeto em casa, o professor deverá trazer o afeto para
a sala de aula?

A afinidade não se trata apenas do contato físico, mas de uma relação entre
professor e aluno, em que o respeito, a interação, a comunicação e a construção
das regras juntos são praticados. Alguns autores relatam que isso permitirá a
elevação da autoestima e a busca da autonomia do aluno.

Então, será bom ou ruim para o processo de ensino-aprendizagem?

Wallon destaca em sua teoria da Psicogênese da Pessoa Completa, que


a afetividade, ao longo do desenvolvimento humano, tem uma importância
fundamental para o processo de construção do indivíduo e do conhecimento. Além
do mais, essa afetividade é influenciada pela ação do meio social e não deve ser
separada da inteligência.

Dessa maneira, é importante que o professor considere a afetividade como um


fator crucial para que haja o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem,
aliando o afetivo ao cognitivo. Isso poderá ser incorporado no planejamento da
aula, em que a afetividade pode estar inserida nos objetivos, no material e métodos,
no conteúdo e no processo avaliativo.

Além do mais, é importante que o professor e o aluno “exerçam” a afetividade


um com o outro, ou seja, possuam o mesmo objetivo, pois o comportamento
de um poderá influenciar no comportamento do outro e, consequentemente, no
contexto da aprendizagem.

Em um estudo realizado por Veras e Ferreira (2010, p. 233) sobre as impli-


cações da afetividade no contexto universitário, as mesmas chegaram às seguin-
tes conclusões:
[...] foi possível perceber a presença da afetividade positiva tanto nas
relações entre professor e aluno, como na prática pedagógica assumida
pelos docentes, expressa nas seguintes posturas: no planejamento da
disciplina, levando em consideração os limites e possibilidades dos alunos;
na escolha dos procedimentos de ensino, ao buscar a melhor forma de expor
o conteúdo; na avaliação, acompanhando o aluno e fazendo o feedback no
decorrer de todo processo de ensino e aprendizagem; no compartilhamento
das responsabilidades que as situações pedagógicas exigem.

O estudo das mesmas autoras também concluiu que a postura do professor


influencia na relação positiva entre os alunos e os conteúdos acadêmicos, já
que os discentes relataram que a atuação do professor fez com que os mesmos
tivessem interesse no aprendizado, além de buscarem dar um retorno ao professor
por meio da realização de atividades propostas e pela participação nas aulas.
Também, o diálogo e a proximidade contribuíram para um ambiente de ensino e
aprendizagem prazeroso.

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Logo, é importante que haja esse vínculo entre o docente e o discente, uma
vez que a afetividade irá facilitar e o professor será o mediador do processo de
construção do conhecimento.

A Contextualização no Ensino de Ciências


A contextualização torna-se uma ferramenta facilitadora no processo de
construção do conhecimento, já que o docente busca as experiências dos alunos
para que o conteúdo possa ser explicado e haja a compreensão do assunto (Fig. 8).

Figura 6 – Contextualização no ensino


Fonte: iStock/Getty Images

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) nos remetem que para haver a


contextualização e, consequentemente, o aprendizado, é necessário assumir que
todo conhecimento envolve uma relação entre o sujeito e o objeto.
Como isso vem acontecendo? Será que os professores utilizam a contextua-
lização no ensino?
Observa-se que a forma que os professores mais utilizam no ensino é, ainda, a
de transmissão de conceitos sem que haja a interação com a realidade do aluno
e, até mesmo, com outras disciplinas. Dessa maneira, faz com que a maioria dos
discentes faça o seguinte questionamento:
Qual a importância desse conteúdo para o dia a dia?
Possivelmente, todos já fizeram essa pergunta em alguma disciplina durante a
vida escolar e em virtude da maneira de como o professor aborda o conteúdo em
sala de aula.
De acordo com as Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros
Curriculares Nacionais, PCN + Ensino Médio, o professor deve:
[...] inverter o que tem sido a nossa tradição de ensinar Biologia como
conhecimento descontextualizado, independentemente de vivências, de
referências a práticas reais, e colocar essa ciência como “meio” para

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UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir

ampliar a compreensão sobre a realidade, recurso graças ao qual os


fenômenos biológicos podem ser percebidos e interpretados, instrumento
para orientar decisões e intervenções (BRASIL, 2002, p. 33).

Então, é difícil fazer a contextualização?

Alguns estudos mostram que alguns professores não a utilizam por dificuldades
intelectuais, ambientais e pela experiência prévia, ou seja, de não terem visto dessa
forma na época em que estavam no ensino regular ou acadêmico, trazendo assim
para o contexto escolar atual.

Ainda de acordo com os PCN:


O tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a escola
tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo. Se bem
trabalhado permite que, ao longo da transposição didática, o conteúdo
do ensino provoque aprendizagens significativas que mobilizem o
aluno e estabeleçam entre ele e o objeto do conhecimento uma relação
de reciprocidade. A contextualização evoca por isso áreas, âmbitos
ou dimensões presentes na vida pessoal, social e cultural, e mobiliza
competências cognitivas já adquiridas (BRASIL, 1999, p.91).

Logo, no ensino de Ciências quais temas e ambientes poderiam ser utilizados


para praticar a contextualização e permitir uma aprendizagem significativa?

A resposta para essa pergunta é: todos os assuntos e em vários ambientes,


desde a residência do aluno, as ruas, as praças, a escola entre outros.

Agora, você consegue responder com mais segurança aos questionamentos


levantados na introdução desta unidade?

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Rubem Alves - O papel do professor
https://youtu.be/_OsYdePR1IU
Papel do professor: instruir ou educar?
https://goo.gl/CF7d2H

Leitura
Artigos e resumos:
O significado pedagógico da contextualização para o Ensino de ciências: análise dos documentos curriculares
Oficiais e de professores
https://goo.gl/eOAhUP
A contextualização no ensino de ciências: a voz de elaboradores de textos teóricos e metodológicos do exame
nacional do ensino médio
https://goo.gl/uBtU8p
Atividade contextualizada no ensino de ciências como forma de enriquecer os conteúdos, levando o aluno a uma
aprendizagem cognitiva significativa
https://goo.gl/2uz3yo
Afetividade, motivação e construção de conhecimento científico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais
https://goo.gl/yaXQnZ
A afetividade no ensino de ciências como mecanismo de qualificação aos processos de ensino e aprendizagem
https://goo.gl/WGnByU
A importância do planejamento no processo de ensino de ciências naturais na visão de professores de escolas
públicas de sergipe
https://goo.gl/aRPPfN

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UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir

Referências
BRASIL, Ministério da Educação. Orientações Educacionais Complementares
aos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN + Ensino Médio. Brasília, 2002.

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1999.

KRASILCHIK, M. Prática de ensino de biologia. 4. ed. rev. e ampl. São Paulo:


EDUSP, 2003.

LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

MOREIRA, M. A. A teoria da aprendizagem significativa e sua implementação


em sala de aula. Brasília: Universidade de Brasília, 2006.

PADILHA, P. R. Planejamento Dialógico: Como construir o projeto político


pedagógico da escola. São Paulo: Cortez, 2001.

SANTOS, J. C. F. Aprendizagem Significativa: modalidades de aprendizagem e


o papel do professor. Porto Alegre: Mediação, 2008.

SILVA, J. S.; MAGALHÃES, A. C.B. O Papel do Professor como Facilitador de


Aprendizagem. Maiêutica, v.01, n.01, jul./dez., p.13-17, 2011.

VERAS, R. S.; FERREIRA, S. P. A. A afetividade na relação professor-aluno


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