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"Ó Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome de Cristo para ensinar-nos tudo, ensinai-nos
a conhecer-Vos e a amar-Vos." (Jo 14,26)
"Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai, que ouvistes
de meus lábios" (At 1,4). Obedecendo à ordem recebida, reuniram-se os Apóstolos em
oração: foi a primeira novena de Pentecostes. Em sintonia com a Igreja primitiva, é belo
voltarmos a mente e o coração para o Espírito Santo com o desejo de melhor conhecê-Lo,
de amá-Lo mais, de preparar-nos com mais intensa oração à sua vinda.
Diz o Vaticano II: "É Deus Pai... o Princípio sem Princípio, do qual é gerado o Filho e, pelo
Filho, procede o Espírito Santo" (AG 2)*. Desde sempre o Pai gera o Verbo, Idéia perfeita,
substancial, em Quem o Pai se exprime e a Quem comunica toda a Sua bondade,
amabilidade, natureza e essência divinas. O Pai e o Verbo, pela Sua bondade e beleza
infinitas, desde toda a eternidade se amam e deste amor que os une Um ao Outro, procede o
Espírito Santo. Como o Verbo é gerado pelo Pai por via de conhecimento, assim o Espírito
Santo procede do Pai e do Filho por via de amor. É o Espírito Santo o termo, a efusão do
amor mútuo do Pai e do Filho, efusão tão substancial e perfeita que é Pessoa, a terceira
Pessoa da Santíssima Trindade, à qual o Pai e o Filho, pela sublime fecundidade do Seu
amor, transmitem Sua mesma natureza e essência, sem se privar delas.
Este Espírito Santo, Espírito de amor, a Igreja invoca para que venha acender nos corações
de Seus filhos a chama da caridade.
Embora de modo velado, já o Antigo Testamento fala do Espírito Santo, e desde o princípio
o Espírito agia no mundo. Mas a revelação explícita do Espírito Santo e de Sua efusão
sobre todo o povo de Deus é reservada ao Novo Testamento, fruto e dom supremo da
redenção operada por Cristo. Jesus mesmo o anunciou: "O Paráclito que eu vos enviarei da
parte do Pai, o Espírito de Verdade que procede do Pai, dará testemunho de mim" (Jo
15,26).
Apresenta Jesus o Espírito Santo como Pessoa divina que "procede do Pai", e que Ele
mesmo, junto com o Pai, "enviará", justamente porque o Espírito Santo procede também
dEle enquanto é o Verbo.
Este Divino Espírito, "o Espírito de Verdade", virá continuar a obra do Redentor e dará
"testemunho" dEle. Será, com efeito, o Espírito Santo que iluminará interiormente os
Apóstolos e todos os fiéis sobre o mistério de Cristo, sobre a verdade de Sua mensagem,
sobre a realidade de Sua Pessoa Divina.
Espírito de Amor enquanto procede do amor mútuo do Pai e do Filho, Espírito de Verdade
enquanto dá a inteligência dos mistérios divinos e completa o ensinamento de Cristo, o
Espírito Santo tem a missão particular de santificar os fiéis no amor e na verdade. "O Amor
de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo", diz São Paulo (Rm 5,5); e
declara Jesus aos Apóstolos: "O Espírito da Verdade vos ensinará toda a verdade" (Jo
16,13).
Justamente sob estes aspectos nos convida a Igreja a invocar o Espírito Santo: "Vinde, ó
Espírito Criador, visitai as almas de Vossos fiéis, enchei de graça celeste os corações que
criastes" (Hino Veni Creator). Ele que, com o Pai e o Filho, é um único Deus Criador do
universo, é solicitado a santificar Suas criaturas, a iluminar as inteligências com Sua luz
divina, a encher os corações de graça e de amor. "Dom do Deus altíssimo, fonte viva, fogo,
caridade, espiritual unção", venha Ele purificar-nos, inflamar-nos com Seu amor ardente,
confortar-nos com Sua doçura! "Dedo da mão direita do Pai", venha indicar-nos o caminho
da santidade: seja o nosso Mestre e Guia.
O ESPIRITO DE CRISTO
"Ó Espírito Santo, que consagrastes Cristo com Vossa unção, e O conduzistes em toda a
Sua vida, dignai-Vos dirigir meus passos." (Lc 4, 18.1)
Toda a vida do Salvador está sob o impulso do divino Paráclito. Sua conceição se dá por
obra do divino Espírito Santo que desce sobre Maria e a cobre com Sua sombra. Quando se
encontra a Virgem Mãe com Isabel, também esta é investida pelo Espírito e "cheia do
Espírito Santo" (Lc 1,41) saúda em Maria a Mãe de Deus. Do mesmo modo, quando Jesus é
apresentado ao Templo, Simeão "movido pelo Espírito" (Lc 2,27) vai ao seu encontro e
reconhece nEle o Salvador.
Desde os primeiros instantes de Sua existência terrena, Cristo, cheio do Espírito Santo,
derrama-O em torno de Si. E quando for ao Jordão para ser batizado, dará o Batista
testemunho dEle, dizendo: "Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele"
(Jo 1,32): era a manifestação externa da incomensurável plenitude do Espírito Santo que
enchia a alma de Cristo.
Jesus possui o Espírito Santo com plenitude sem medida, não só porque como Verbo é Um
com o Pai e com o Espírito Santo, mas também porque como Homem, em força da união
hipostática, Sua Santíssima Alma é totalmente invadida pelo divino Espírito Santo. "Aquele
que Deus enviou – diz São João – fala palavras de Deus; porque ele dá o Espírito sem
medida" (Jo 3,34). Jesus, que possui "toda a plenitude da divindade" (Cl 2,9), possui
também toda a sabedoria do Espírito Santo, que é por excelência o "Seu" Espírito.
Particularmente atento está Lucas em evidenciar como toda a conduta de Jesus é reta, e
guiada pelo Espírito Santo: "Jesus, cheio do Espírito Santo, afastou-se do Jordão e foi
levado pelo Espírito ao deserto" (4,1). O Espírito Santo operava incessantemente em Cristo,
inspirando todos os Seus atos, Sua pregação, Seus milagres e a própria oração, a propósito
da qual escreve Lucas: "Jesus exultou no Espírito Santo e disse: ‘Louvo-te, ó Pai, Senhor
do Céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos doutos e inteligentes e as revelaste aos
pequeninos’ " (10,21). Toda a vida do Salvador move-se assim sob o impulso do Espírito
Santo, como sob Seu impulso completa-se o supremo sacrifício, segundo o ensina São
Paulo: "Cristo... ofereceu-se a si mesmo, sem mácula, a Deus, por virtude do Espírito
Santo" (Hb 9,14).
Opera o divino Espírito continuamente na alma de Jesus que lhe é docílima e vive sob Seu
impulso do modo mais perfeito. O Espírito Santo encontra esta sublime criatura que é a
alma de Cristo e a invade, dirige-a, move-a ao cumprimento de Sua missão, impele-a à total
adesão à vontade divina e a leva para Deus com impulso fortíssimo, justamente por estar
ela em total dependência de Sua moção. E como o Pai tem Suas complacências em Cristo,
Seu dileto Filho, assim o Espírito Santo "pões suas delícias em habitar na alma do Redentor
como em seu templo preferido" (MC).*
Mereceu Jesus com Sua Paixão e Morte, para todos os homens, Seu Espírito e o quer
derramar cada vez mais em seus corações, para que possa dirigir-lhes toda a vida e conduzi-
los à santidade.