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O Espírito Santo e a Oração

Espírito Santo, ensinai-me a clamar convosco: "Abba, Pai" (Gl 4,6)

São nossas relações com Deus essencialmente relações de filhos; devem, portanto, ser
cheias de plena confiança e abandono, já que não somos estrangeiros, mas "familiares de
Deus" (Ef 2,19), pertencentes à Sua família. Eis por que há de ser a oração cristã a
expressão dos sentimentos do filho que gosta de se entreter coração a coração com o Pai e
se lança nos Seus braços com todo o abandono. Infelizmente, porém, o homem sempre é
pecador, e a consciência das próprias misérias e infidelidades procura paralisar seu ímpeto
filial, gerando certo temor, pelo que muitas vezes lhe sai espontâneo aos lábios o grito de
Pedro: "Senhor, afastai-vos de mim, que sou um pecador" (Lc 5,8). Tal se dá mormente
quando a alma atravessa períodos obscuros de lutas, tentações, dificuldades que tentam
lançá-la na agitação, na perturbação, impedindo aquele surto do coração que mergulha em
Deus todas as preocupações. Eis, porém, que, num momento, vê-se de repente a alma
inundada de nova luz que expulsa todo temor; não é uma idéia, mas certeza nova, íntima,
com que profundamente percebe ser filha de Deus e ser Deus seu Pai. É influência do dom
de piedade, atuado pelo Espírito Santo. Já dizia São Paulo aos primeiros cristãos: "Não
recebestes um espírito de escravidão, para viverdes ainda no temor, mas recebestes o
espírito de adoção pelo qual chamamos: ‘Abba, Pai!’ O Espírito mesmo se une ao nosso
espírito para testemunhar que somos filhos de Deus" (Rom 8,15-16). É, pois, o Espírito
Santo que infunde no coração este profundo senso de piedade filial, de plena confiança no
Pai celeste, aliás, Ele próprio em nós, com gemidos inenarráveis, vai sussurrando: "Pai!"
Reforça o Vaticano II este conceito e afirma: "O Espírito Santo habita na Igreja e nos
corações dos fiéis como num templo. Neles ora e dá testemunho de que são filhos adotivos"
(LG 4).
A oração profunda é uma comunicação íntima com Deus; mas quem poderá ensinar ao
homem, tão grosseiro e material, as finezas requeridas para tratar intimamente com o Rei
do Céu e da terra? Jamais haverá cerimonial nem livro devoto capaz de regular, de modo
digno, as íntimas relações de amizade entre a criatura e o Criador. Há, porém, um Mestre
cuja capacidade é plenamente adequada à finalidade e cujo ensinamento está ao alcance de
qualquer cristão. É o Espírito Santo: "O Espírito vem em auxílio de nossa fraqueza. Porque
não sabemos o que devemos pedir, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos
inefáveis" (Rom 8,26). Realidade tanto mais consoladora para quem sabe da própria
impotência e incapacidade de tratar com Deus; para quem sente a necessidade de uma
oração proporcionada à bondade infinita daquele Deus que amou os homens até se fazer um
de nós; e sente ao mesmo tempo a necessidade de uma oração conveniente à soberana
majestade, à transcendência infinita do Altíssimo. E eis que o Espírito Santo alterna no
cristão sentimentos de plena confiança e de profunda adoração, de amizade amorosa e de
confissão da suprema grandeza de Deus. "Enviou Deus aos nossos corações o Espírito de
Seu Filho que grita: ‘Abba, Pai!’ " (Gl 4,6); e o mesmo Espírito repete: "A bênção, a glória,
a sabedoria, a graça, a honra, o poder e a força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos!"
(Ap 7,12). Mesmo quando nosso espírito está árido, o coração frio, a mente entenebrecida,
reza em nós o Espírito Santo, e podemos sempre oferecer a Deus a prece do Espírito. Eis a
mais verdadeira oração, a mais preciosa, e que certamente será atendida, visto não poder o
Espírito Santo inspirar sentimentos e desejos contrários ao divino beneplácito, mas
"intercede pelos santos (os fiéis) conforme os desígnios de Deus" (Rm 8,27).

Preces

"Ó minha alma, não sentiste alguma vez no íntimo da consciência o Espírito do Filho a
clamar ‘Abba, Pai’? Podes, pois, presumir seres amada com afeto paterno, tu que te sabes
tomada pelo mesmo Espírito com que foi tomado o Filho. Confia... confia, sem a mínima
hesitação. No Espírito do Filho, reconhece-te filha do eterno Pai, esposa e irmã do Filho
(In Cantica Cant. 8,9).
Ó Espírito Santo, só em Vós podemos exclamar: Abba, Pai; em Vós que rezais pelos
santos, com gemidos inenarráveis. E se assim rezais em nossos corações, qual será Vossa
oração no coração do Pai?... Em nossos corações sois Advogado junto ao Pai, no coração
do Pai sois o Senhor nosso. Enquanto nos capacitais para pedir, nos inspirais o que pedir;
e assim como nos elevais ao Pai com filial confiança, assim, por Vossa benigna
misericórdia, inclinais Deus para nós (Na festa de Pentecostes 1,4)." (São Bernardo)

" ‘O mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis’. Como podeis Vós
gemer, ó Espírito de amor, enquanto gozais plena e eterna beatitude juntamente com o Pai
e o Filho? Sois Deus, como Deus é o Pai... É que não gemeis em Vós mesmo nem junto a
Vós, naquela Trindade, naquela beatitude, naquela eterna essência; mas é em nós que
gemeis, porque nos fazeis gemer... assim é que, por meio de Vós, nos sentimos peregrinos
neste mundo: ensinai-nos a suspirar pela pátria; e esta saudade nos faz gemer.
Quem se sente bem neste mundo, ou antes, julga estar bem, quem se deleita nos prazeres
carnais, na abundância dos bens temporais e numa ilusória felicidade, este... não geme.
Quem, ao contrário, sente a opressão desta vida mortal, sabe-se exilado longe de Vós, ó
Senhor, e sem possuir ainda aquela perpétua bem-aventurança a nós prometida, a não ser
apenas em esperança, apenas em expectativa de vir a possuí-la na plena realidade... quem
tudo isto sabe, este geme. Fazei-me, ó Senhor, gemer por este motivo: então é bom meu
gemido, é o Espírito Santo que me ensinou a gemer assim. Não gema eu por causa de
infelicidades terrenas, ou porque atormentado pela desventura, afligido pelas doenças...
Fazei com que eu gema com gemidos de pomba, gema por Vosso amor, gema no Espírito."
(Sto. Agostinho, Em Jo 6,2)

Fonte: "Intimidade Divina" – Pe. Gabriel de Sta. Maria Madalena, O.C.D. – Edições Loyola

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