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UNIVERSIDADE PAULISTA

LARISSA BRAGHERI

A IMPORTÂNCIA DA ENTREVISTA NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO


PSICOLÓGICA

SÃO PAULO
2018
LARISSA BRAGHERI

A IMPORTÂNCIA DA ENTREVISTA NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO


PSICOLÓGICA

Trabalho de conclusão de curso para obtenção


do título de especialista em Psicologia do
Trânsito apresentado à Universidade Paulista -
UNIP.

Orientadores:

Profa. Ana Carolina S. de Oliveira

Prof. Hewdy L. Ribeiro

SÃO PAULO

2018
LARISSA BRAGHERI

A IMPORTÂNCIA DA ENTREVISTA NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO


PSCIOLÓGICA

Trabalho de conclusão de curso para obtenção


do título de especialista em Psicologia do
Trânsito apresentado à Universidade Paulista -
UNIP.

Orientadores:

Profa. Ana Carolina S. de Oliveira

Prof. Hewdy L. Ribeiro

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_______________________/__/___

Prof. Hewdy Lobo Ribeiro

Universidade Paulista – UNIP

_______________________/__/___

Profa. Ana Carolina S. Oliveira

Universidade Paulista – UNIP


AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos àqueles que direta ou indiretamente contribuíram, me


apoiaram e me incentivaram a concluir meu primeiro curso de pós graduação,
dando ênfase especial aos cuidados de minha família.
DEDICATÓRIA

Dedico com carinho especial àqueles que estiveram comigo nessa nova etapa,
sobretudo às minhas companheiras de turma que a vida me apresentou ou
reapresentou.
“Descobrir consiste em olhar para o que todo mundo está vendo e
pensar uma coisa diferente”.

(Roger Von Oech)


RESUMO

Buscou salientar através de revisão bibliográfica a importância da entrevista no


processo de avaliação psicológica de qualidade como complemento valioso dos
testes avaliativos, visto que a entrevista é uma ferramenta capaz de tornar
explícita e contextualizar as características aparentes em testes padronizados,
conhecer a realidade atual dos sujeitos avaliados e fazer ponderações das
respostas por eles apresentadas. Contudo os achados em pesquisas na área
foram em números expressivamente abaixo do esperado para um tema
consideravelmente relevante sobretudo pela riqueza de elementos que se pode
coletar.

Palavras chave: Entrevista, Psicologia, Avaliação Psicológica.


ABSTRACT

It sought to emphasize through bibliographic review the importance of the


interview in the process of quality psychological evaluation as a valuable
complement to the evaluative tests, since the interview is a tool capable of making
explicit and contextualize the apparent characteristics in standardized tests, to
know the current reality of the subjects evaluated and weighted the responses
presented by them. However, the research findings in the area were in numbers
significantly lower than expected for a considerably relevant theme, mainly due
to the wealth of elements that can be collected.

Keywords: Interview, Psychology, Psychological Assessment


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 10

2 OBJETIVOS..............................................................................................12

3 METODOLOGIA.......................................................................................13

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................14

4.1 A Entrevista Psicológica em Avaliação Psicológica...............................14

4.2 As especificidades da Entrevista Psicológica no contexto do Trânsito..15

4.3 Impactos da Entrevista Psicológica para o Resultado da Avaliação para


Candidatos à CHN........................................................................................17

5 CONCLUSÕES..........................................................................................19

REFERENCIAS.......................................................................................21
10

1 INTRODUÇÃO

A presente revisão bibliográfica buscou salientar a importância da Entrevista


no resultado final de um processo de avaliação psicológica de qualidade sendo
complementar a outras formas avaliativas, como por exemplo as baterias de
testes padronizados, fazendo um adendo com relação à Psicologia do Trânsito.

Entende-se por Entrevista:

Um conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado, dirigido


por entrevistador treinado que se utiliza de conhecimentos psicológicos
em uma relação profissional, com o objetivo de descrever e avaliar
aspectos pessoais, relacionais e sistêmicos (individuo, casal, família,
rede social), em um processo que visa fazer recomendações,
encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício
do entrevistado” (TAVARES, Marcelo, 2002, pág.45).

A entrevista é parte de um processo e as estratégias a serem utilizadas e


seus limites dependem do objetivo de cada avaliação. Ela pressupõe a presença
de um entrevistador que deve ser treinado e preparado para conduzi-la de
acordo com a finalidade específica de cada uma em um processo de avaliação,
seja ela uma entrevista clínica para fins psicoterapêuticos, de encaminhamento,
para fins organizacionais como admissão ou alteração de cargo dentro de uma
empresa, para fins da psicologia forense ou mesmo – que é de interesse da
autora do trabalho – nas atribuições da Psicologia do Trânsito, na Avaliação
Psicológica para cidadãos que pretendem obter a permissão para dirigir, a titulo
de Carteira Nacional de Habilitação - CNH.

A Psicologia do Trânsito pode ser definida como uma área da


psicologia que estuda, através de métodos científicos válidos, os
comportamentos humanos no trânsito e os fatores e processos
externos e internos, conscientes e inconscientes que os provocam ou
alteram. (ROZESTRATEN, Reinier J.A., 2015, pág.9)

A entrevista psicológica, combinada com outras ferramentas, como os


testes psicológicos, é uma técnica de grande importância no processo de
avaliação para obtenção ou renovação da CNH, pois auxilia na identificação e
adequações mínimas para a maneira segura e correta de conduzir um veículo
automotor, colaborando para a segurança do motorista, do tráfego e dos demais
envolvidos.
11

As entrevistas possibilitam ao psicólogo levantar características do


indivíduo e compreender de maneira intensa e abrangente o outro, como está
inserido e como se compromete nas relações com o meio. No momento da
entrevista são favorecidos os contatos sociais entre os indivíduos, onde o
psicólogo do trânsito possibilita ao analisado mostrar os sentimentos e
pensamentos (PASQUALI, LAGO, 2013).

Segundo dados da OMS – Organização Mundial da Saúde – (2010), o


Brasil é o quinto colocado na lista dos países recordistas em mortes no trânsito,
acompanhado de perto por países como Irã, México, Indonésia, África do Sul e
Egito. Ainda conforme a OMS o problema é mais grave em países de média e
baixa renda onde ocorrem cerca de 90% das mortes no trânsito. Daí a
necessidade de se engajar, além de melhorias em educação para o trânsito e
fiscalização, em avaliações psicológicas de qualidade levando em consideração
o contexto em que o sujeito está inserido.

Os testes psicológicos surgiram por volta do século 30 e desde então


provocou-se ao longo do tempo mudanças nos comportamentos dos psicólogos
que ora idealizavam, ora menosprezavam este recurso. Atualmente sabe-se que
tal técnica recuperou seu status e importância na atuação do psicólogo desde
que produzidos, avaliados e atualizados conforme as normas do SATEPSI
Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos desenvolvido pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP) com o objetivo de avaliar a qualidade técnico-
cientifica de testes psicológicos para uso profissional. No entanto pesquisas
recentes quanto a qualidade dos testes revelou que uma grande parte dos
instrumentos carecem de fundamentação cientifica e não atende minimamente
aos requisitos impostos nacionais e internacionalmente como por exemplo, a
Resolução 25/2001 que define teste psicológico como método de avaliação
privativo do psicólogo e regulamenta sua elaboração, comercialização e uso. Tal
resolução possibilitou uma melhora seleção e qualidade dos testes, contudo um
profissional eficiente e embasado por uma formação adequada tende a gerar
ações mais qualificadas e se não resolver pelo menos minimiza as dificuldades
apontadas no processo. (NORONHA, A. P.; PRIMI, R.; ALCHIERI, J. C. 2004)
12

OBJETIVOS

Compreender as características e os impactos da Entrevista Diagnóstica para


o resultado final de um processo de avaliação psicológica de qualidade no
contexto do trânsito, complementando valiosamente as outras formas de
avaliação, como por exemplo baterias de testes padronizados, dados estes que
podem servir para reduzir o número de avaliações e diagnósticos equivocados.
13

3 METODOLOGIA

O presente estudo buscou ampla revisão bibliográfica na base Google


Acadêmico e Lilacs - maior base de dados latino-americana, selecionando
artigos científicos ou módulos de livros, em português. Os descritores para as
buscas foram: “entrevista psicológica”, “a importância da entrevista psicológica”,
“a importância da entrevista no processo de avaliação psicológica” e “Avaliação
Psicológica e Trânsito”. O único critério de inclusão utilizado foi se o conteúdo
realmente se tratava de avaliação psicológica, visto que as buscas contaram com
um número de achados expressivamente abaixo do esperado. A seleção seguiu
a seguinte ordem: leitura dos títulos, dos resumos e então leitura dos textos
completos.
14

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pressupõe-se pelo número reduzido de achados nas pesquisas realizadas


que o tema não é amplamente discutido ou mesmo valorizado, o que é uma pena
e grande desperdício do trabalho diferenciado que o psicólogo pode oferecer,
visto que a anamnese feita com os avaliados é qualitativamente mais completa,
permite que o profissional obtenha informações sobre o histórico de doenças,
sobre o consumo de remédios ou drogas que podem alterar sua motricidade,
capacidade de raciocínio, etc, sendo assim, a Entrevista leva em consideração
não só o histórico de vida do paciente ou a padronização de seus
comportamentos aprendidos e apresentados até o momento, mas o aqui-agora,
permite uma avalição do indivíduo em sua situação de vida momentânea e faz
toda diferença como complemento da análise e interpretação dos testes
padronizados.

4.1 A Entrevista Psicológica em Avaliação Psicológica

As Entrevistas Psicológicas vão sempre buscar coletar informações para


buscar dar alguma forma de retorno, esse retorno pode ser de encaminhamento
psicoterapêutico, vagas de emprego, permissão para dirigir, e para isso
pressupõem uma estruturação própria conforme o tipo de Entrevista que se
pretende fazer, podendo ser Estruturada, ou seja, com roteiro predefinido do
manejo da situação de avaliação; Semiestruturada, com apenas parte do roteiro
de avaliação predefinido ou o que chamam de Não-estruturada, que seria o
entrevistador não ter nenhum roteiro preestabelecido para manejar a situação
com o entrevistado/avaliado. Mas há críticas acerca desta última forma de
estruturação pois entende-se que em qualquer tipo de Entrevista o avaliador
precisa ter algum tipo de controle da situação para que se consiga chegar no
resultado desejado, não sendo possível, portanto ele deixar que a entrevista
tome qualquer rumo durante o processo (TAVARES, 2002.).
15

A entrevista psicológica é definida por SULLIVAN (1970), como:

Uma situação de comunicação vocal entre duas pessoas (a two-group)


mais ou menos voluntariamente integrados num padrão terapeuta cliente
que se desenvolve progressivamente com o propósito de elucidar formas
características de vida das pessoas entrevistadas, e vividas por elas
como particularmente penosas ou especialmente valiosas e, de cuja
elucidação ela espera tirar algum benefício (p. 4).

Na prática, a entrevista apesar de ser uma técnica, deve ser considerada como
um contato social entre dois ou mais indivíduos. O sucesso dessa está
intrinsecamente ligado à qualidade geral de um bom contato social, sobre o qual
são embasadas as técnicas clínicas especificas (TAVARES, 2002).

4.2 As especificidades da Entrevista Psicológica no contexto do Trânsito

A Avaliação Psicológica para o trânsito é composta por questionário,


entrevistas, autobiografia, dinâmica de grupo e instrumentos psicológicos, como
os testes. Com enfoque na avaliação da inteligência, personalidade, diferentes
tipos de atenção, raciocínio lógico, aptidões e habilidades. Aos candidatos a
Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é obrigatória a utilização da entrevista
individual e os testes psicológicos, para que a avaliação psicológica seja
completa (ALCHIERI & STROEHER, 2002).

De acordo com o CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) Resolução


nº 425 de 27 de novembro de 2012, institui que deverão ser avaliados através
de técnicas psicológicas, os processos psíquicos (Anexo XIII):

I - tomada de informação;
II - processamento de informação;
III - tomada de decisão;
IV - comportamento;
V – auto avaliação do comportamento;
VI - traços de personalidade.
No seu Art. 6º: Na avaliação psicológica serão utilizados as seguintes
técnicas e instrumentos:
I - entrevistas diretas e individuais (Anexo XIV);
II - testes psicológicos, que deverão estar de acordo com resoluções
vigentes do Conselho Federal de Psicologia - CFP, que definam e
regulamentem o uso de testes psicológicos;
III - dinâmicas de grupo;
IV - escuta e intervenções verbais.
Parágrafo único. Para realização da avaliação psicológica, o psicólogo
responsável deverá se reportar às Resoluções do Conselho Federal de
16

Psicologia que instituem normas e procedimentos no contexto do


Trânsito e afins.
Art. 7º A avaliação psicológica do candidato portador de deficiência física
deverá ser realizada de acordo com as suas condições físicas.
Fica o Psicólogo do Trânsito obrigado a realizar a entrevista devolutiva,
apresentando de forma clara e objetiva, o resultado de sua avaliação
psicológica. (Resolução nº 007/2009 – CFP).

O CONTRAN, em 2008 institui a Resolução nº 267 que revoga a resolução


nº 80/1998. Com a prática do psicólogo do trânsito regulamentada pelo Conselho
Federal de Psicologia (CFP), por meio da Resolução nº 012/2000, de acordo
com a Resolução nº 267/2008, a avaliação psicológica passou a avaliar seis
processos psíquicos: processamento de informação, tomada de decisão, tomada
de informações, traços de personalidade e autoavaliação do comportamento.
Sendo utilizados os instrumentos e técnicas as entrevistas individuais e diretas,
dinâmicas de grupo, testes psicológicos, escuta e intervenções verbais. A
resolução também acrescenta um roteiro específico de entrevista, integrando
nove itens a serem registrados e observados, no entanto em 2011 a Resolução
n 425 revoga a Resolução nº 267/2008, determinando apenas seis itens no
roteiro de entrevista:
ANEXO XIV ROTEIRO DE ENTREVISTA PSICOLÓGICA

1. Na entrevista deverão ser observados e registrados os seguintes


dados:

1.1. identificação pessoal;

1.2. motivo da avaliação psicológica;

1.3. histórico escolar e profissional;

1.4. histórico familiar;

1.5. indicadores de saúde/doença;

1.6. aspectos da conduta social;

2. Os itens contidos no roteiro de entrevista psicológica deverão seguir


as normas e legislações estabelecidas pelo Conselho Federal de
Psicologia.

A entrevista é considerada um modelo de relação entre duas pessoas, um


diálogo direcionado a um objetivo definido que, na clínica, é um instrumento
essencial não apenas para o diagnóstico como para a intervenção terapêutica.
Sendo uma técnica de investigação científica fundamental no método clínico
(OLIVEIRA, 2005). Porém na avaliação psicológica, seja avaliação pericial ou
psicodiagnóstico, é uma ferramenta que complementa os dados levantados
pelos testes e outros procedimentos (ARAÚJO,2007).
17

4.3 Impactos da Entrevista Psicológica para o Resultado da Avaliação para


Candidatos à CHN.

É enfatizado pela Resolução nº 012/2000 - CFP que, a entrevista


psicológica está exposta a interpretações subjetivas, sendo indispensável
estruturar objetivos de avaliação adequados ao perfil examinado. No âmbito de
avaliação psicológica para a aquisição da CNH, a Resolução nº 007/09 do
Conselho Federal de psicologia determina que a entrevista psicológica deva
apresentar um propósito definido de avaliação, propiciando recursos técnicos,
completando os dados alcançados pelos outros instrumentos utilizados. É
através da entrevista que são levantadas as condições psíquicas e físicas e a
identificação de ocorrências que possam comprometer negativamente no
processo de avaliação psicológica (ARAÚJO, 2007).

A Resolução CFP nº 007/2009 é semiestruturada, seu roteiro é composto


com itens de informações básicas e perguntas fundamentadas no contexto da
avaliação psicológica no trânsito. Baseado nesta resolução, a resolução nº
425/2011 CONTRAN, apresenta um roteiro básico acerca da motivação da
avaliação; histórico escolar e profissional; identificação pessoal; histórico
familiar; aspectos de conduta social e indicadores de saúde/doença. No entanto,
na Resolução nº 007/2009, no Anexo I, aparece como sugestão de roteiro para
entrevista, questionamentos específicos para cada item citado acima. Essa
resolução, outro aspecto relevante, refere-se ao item V. onde aparece treze
questões sobre a opinião e avaliação do próprio avaliado sobre o trânsito
(MANZINI, 2004).

Levando em conta que a perícia psicológica no contexto de trânsito,


procura indícios para contrapor ou não o avaliado a função de motorista, torna-
se imprescindível a investigação de psicopatológica. Mesmo que a Resolução
007/2009 estabelece que os testes psicológicos são uma medida padronizada e
objetiva de uma amostra do comportamento do indivíduo e considera a entrevista
psicológica como uma ferramenta complementar às informações obtidas pelos
testes, os processos psíquicos podem ser investigados por meio da entrevista
(MANZINI, 2004).
18

Alguns roteiros de entrevista podem apresentar certa confusão, quando


estabelecem uma única pergunta para averiguar uma ideia muito ampla, Manzini
afirma que é difícil investigar um conceito se o roteiro não estiver preciso e claro.
Pergunta como: Apresenta algum problema psicológico? (ansiedade,
irritabilidade excessiva, depressão, insônia, agressividade, dificuldades de
memória, atenção e outros?) caracteriza-se com muita amplitude, englobando
diferentes conceitos em um único questionamento. Ao passo que uma
especificação maior de problemas psicológicos no roteiro de entrevista, com
perguntas mais direcionadas e precisas, proporcionaria uma investigação melhor
de prováveis traços psicopatológicos do avaliado. O uso em excesso de
perguntas com maior exigência de maior elaboração mental é considerado
desvantajosa para a entrevista devido ao tempo de demora para sua realização
(MANZINI, 2004).
19

5 CONCLUSÕES

Percebe-se na condução de uma avaliação psicológica que a Entrevista


possui um caráter mais abrangente com relação ao estado físico, emocional e
mental do avaliando em tempo real, visto que ela engloba perguntas sobre a
situação atual do sujeito de forma direta e pode ser remanejada de acordo com
as percepções do profissional que está avaliando, levando-o a coletar
informações mais precisas e esclarecedoras para o resultado final. Ela também
dá todo o suporte para a interpretação dos testes padronizados, que não deixam
de ser importantes, mas que devem ser considerados dentro do contexto social,
físico, emocional e mental do sujeito no momento em que se faz necessária sua
avaliação para determinado fim.

Com relação ao âmbito do trânsito, mas que não se restringe só a ele, é


possível saber sobre vários fatores sociais, emocionais, psicológicos e
ambientais que podem interferir nas respostas do sujeito durante a execução dos
testes padronizados como por exemplo, se o examinando teve uma noite de
sono satisfatória, está sob efeito de algum tipo de substância medicamentosa,
faz uso de remédios controlados, fez exercícios de alta intensidade no período
que antecedeu a avalição, ou mesmo se está passando por momentos de
tensões na vida particular e profissional, dados estes que não são possíveis de
serem expressados através dos testes padronizados e podem acarretar em
avaliações negativas para que obtenha a então desejada permissão para dirigir,
cujos efeitos não param por aí e podem culminar em frustrações pessoais
profundas, como perdas de empregos, de prestígio pessoal, sentimento de
incapacidade, inferioridade, impotência, dentre muitos outros.

O Trânsito vem sendo a maior causa de morte no mundo, e principalmente


no Brasil, há anos. Para que esse número seja reduzido é necessário que mais
medidas de educação para o trânsito e fiscalizações sejam implantadas, mas
dentre elas, com certeza está um processo de avaliação minucioso para
conceder permissão de dirigir, bem como para a renovação da CNH
independentemente da idade do sujeito, o que não cessa as chances de um
acidente mas que ao selecionar melhor os sujeitos aptos (àqueles que recebem
20

a permissão para dirigir), inaptos temporários (àqueles que por qualquer motivo
que seja não realizaram um bom teste mas que no geral apresentaram um bom
comportamento), ou inapto (àqueles que não podem obter a permissão por dirigir
porque apresentaram algum comprometimento grave para tal atividade) pode
reduzir significativamente a probabilidade destas ocorrências. Visto que além
dos diagnósticos requeridos pelo órgão competente – DETRAN na capital ou
CIRETRAN nas demais localidades – é possível através da entrevista dar uma
devolutiva ao cliente sobre um possível encaminhamento a uma psicoterapia, ao
médico, ou demais profissionais dependendo do comprometimento percebido
pelo avaliador.

É importante que se dê mais atenção ao tema em questão dadas suas


riquezas na obtenção de dados relevantes e inúmeras contribuições para uma
avaliação psicológica de qualidade qualquer que seja seu fim, reduzindo assim
a possibilidade de avaliações equivocadas tanto para o processo a que se
destina o psicotécnico quanto para a vida pessoal do sujeito avaliado propiciando
uma melhor qualidade de vida.
21

REFERÊNCIAS

ALCHIERI, J. C., & STROEHER, F. Avaliação psicológica no trânsito: O


estado da arte no Brasil sessenta anos depois. Avaliação e Medidas
Psicológicas, 2002, São Paulo: Casa do Psicólogo
CONTRAN. Resolução nº 425/2012: Dispõe sobre o exame de aptidão física e
menta, avaliação psicológica e o credenciamento das entidades públicas e
privadas. Disponível em:
<http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/(Resolu%C3%A7%C3%A3
o%20425.-1).pdf>. Acesso em 19/03/2018.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução n° 012/2000 Institui o
Manual para Avaliação Psicológica de candidatos à Carteira Nacional de
Habilitação e condutores de veículos automotores. Disponível em:
<https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2000/12/resolucao2000_12.pdf>.
Acesso em 19/03/2018.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução nº 25/2001Define teste


psicológico como método de avaliação privativo do psicólogo e regulamenta sua
elaboração, comercialização e uso. Disponível em
<http://satepsi.cfp.org.br/docs/Resolu%C3%A7%C3%A3o-CFP-n%C2%BA-09-
2018-com-anexo.pdf>. Acesso em 12/06/2018.

MANZINI, E.J. Entrevista semiestruturada: análise de objetivos e de roteiros.


In: Seminário Internacional sobre pesquisa e //estudos qualitativos 2, Bauru,
2004.

NORONHA, A. P.; PRIMI, R.; ALCHIERI, J. C.. Psicologia Ciência e


Profissão. v.24 n.4 Brasília dez. 2004

OLIVEIRA, M. F. Entrevista psicológica – o caminho para aceder ao outro. Portal


dos psicólogos, 2005.
PASQUALI, D. S. H. B.; LAGO, V. M. A avaliação psicológica no trânsito:
desafios para o psicólogo no exercício da atuação. 2013.
ROZESTRATEN, Reinier J.A.. Psicologia do trânsito: conceitos e processos
básico. – [Reimpr]. – São Paulo: E.P.U.: Editora da Universidade de São Paulo,
2015.
SATEPSI. Disponível em: <http://satepsi.cfp.org.br/>. Acesso em 12/06/2018.
SENADO FEDERAL. Disponível em:
<http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/motos/saude/estudo-
da-organizacao-mundial-da-saude-oms-sobre-mortes-por-acidentes-de-
transito-em-178-paises-e-base-para-decada-de-acoes-para-seguranca.aspx>.
Acesso em 23/03/2018.
22

SULLIVAN, R. S. (1970). The psychiatric interview. New York: The Norton


Library.
TAVARES, M. A entrevista clínica. In: J. A. Cunha, Psicodiagnóstico - V (5ª ed.,
rev. e ampl.). Porto Alegre, RS: Artmed, 2002.

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