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2010
16/08/2010
Tópicos 12_15. Teorias clássicas do comércio. Novas teorias do comércio. Política comercial:
tarifas, Cota e outros instrumentos. A Crítica da Cepal e o Desenvolvimentismo.
Programa IRBr 2010 - 3. Economia internacional. 3.1. Política comercial. Efeitos de tarifas, cotas
e outros instrumentos de política governamental. 3.2. Teorias clássicas do comércio. Vantagens
absolutas e comparativas. Pensamento neoclássico e liberalismo comercial 3.3. A crítica de
Prebisch e da Cepal.
1
=> O dumping supõe preços diferenciados nos mercados interno e externo. Logo a
produção é fixada em um nível onde a receita marginal (preço) é inferior ao custo
marginal.
4. A hipótese de Linder de que o volume de comércio é maior entre países ricos e semelhantes do
que entre países com níveis de rendimento per capita distintos decorre, em parte, da existência de
economias de escala e dos padrões diferenciados de demanda que prevalecem nesses dois grupos de
países. (CESP 2008 CERTA)
=> Esta é a essência das novas teorias do comércio, do qual Linder é um dos pioneiros,
onde se procura explicar as divergências entre os padrões efetivos de comércio e a teoria
clássica. Imperfeições de mercado, como as economias de escala e dos padrões
diferenciados de demanda explicariam melhor os padrões de comércio N-N.
Referências Bibliográficas
Quando se toma por referência os trabalhos de Adam Smith, “A Riqueza das Nações”
(1776), e de David Ricardo, especialmente o seu clássico “Princípios de Economia Política e
Tributação” (1817), deve-se atentar para o fato de que a economia política ou escola clássica se
desenvolveu na Inglaterra no período de eclosão da Primeira Revolução Industrial, que fez deste
país a potência hegemônica do “longo século XIX”. Em geral, os economistas políticos defendiam o
princípio do “livre mercado” (ou “livre cambismo”) em oposição às políticas mercantilistas que
vigoraram no período de expansão comercial da Europa, nos séculos anteriores. No plano analítico,
havia o desafio de demonstrar que um país estaria em uma situação melhor (em termos de um
nível mais elevado de consumo) se optasse pelo livre comércio e repudiasse a autarquia. Este
foi um dos principais feitos de Smith e, mais ainda, de Ricardo. A noção de que os países
deveriam se especializar (produzir e exportar) naquilo que sabem “fazer melhor” tornou-se
um dos princípios mais disseminados na Economia. O modelo clássico de comércio exterior foi
2
posteriormente aprimorado, especialmente pelos economistas suecos Bertil Ohlin (1899-1979) e
Eli F. Heckscher (1879-1952), e também criticado, o que implicou a emergência das novas teorias
de comércio internacional.
Antes de avançarmos na análise dos modelos e de suas implicações normativas (o que os
Estados podem ou não fazer para promover os setores produtivos) é importante ressaltar que:
(1) Os modelos lógico-abstratos desenvolvidos pelos economistas clássicos e seus herdeiros
costumam trabalhar com uma visão dicotômica, onde de um lado há o “livre comércio”, que
significa a existência de comércio exterior, e de outro a “autarquia”, que é ausência de
comércio exterior. Ao se demonstrar logicamente que o livre comércio é uma situação
superior à autarquia, não se está determinando, necessariamente, que um país não possa
adotar políticas comerciais protecionistas em algum grau. Vale dizer, no mundo real havia e
há (ainda que em uma dimensão reduzida em função da globalização e dos acordos
comerciais) espaços para o arbítrio governamental na definição do “grau desejado” abertura
econômica;
(2) Historicamente, a existência de países que adotem políticas comerciais perfeitamente
alinhadas aos princípios originalmente formulados por Smith e Ricardo, configura-se mais
em exceção do que em regra. O caso mais relevante é, sem sombra de dúvidas, a Grã-
Bretanha entre as décadas de 1840 e 1920. No primeiro momento, anos 1840, foram
suprimidos dois conjuntos de políticas protecionistas que haviam estimulado por várias
décadas o desenvolvimento econômico do país e, em particular, sua marinha mercante, quais
sejam: as Leis dos Cereais, que impunham elevados impostos de importação sobre os
alimentos; e os Atos de Navegação, que concediam monopólios ao comércio para navios de
bandeira britânica. Por outro lado, a longa crise econômica que se inaugura no final dos anos
1920, e que soterrou o padrão-ouro, marcou o início de um período mais protecionista em
nível internacional;
(3) Os demais países europeus, especialmente a Alemanha, os EUA (sob a inspiração de um dos
Pais Fundadores da nação e primeiro Secretário do Tesouro, Alexander Hamilton), o Japão,
e os países periféricos, particularmente no período posterior à Segunda Guerra Mundial,
sempre adotaram algum tipo de política protecionista.
Assim, por mais que haja, entre a maioria dos economistas de diferentes correntes de
pensamento, uma ampla concordância sobre o fato de que ao estar engajado ativamente no
comércio internacional um país obtenha ganhos importantes, e que tais ganhos podem
eventualmente superar perdas localizadas, há menos consenso sobre o grau ideal de exposição da
3
economia às forças competitivas internacionais e a conveniência da adoção de políticas setoriais de
promoção da produção e exportações, ou de contenção de importações.
1954
1958
1962
1966
1974
1978
1982
1986
1990
1994
1998
2002
1970
2006
PIB X
Fonte: Elaboração própria com base em WT O (2008, tabelas A1 e A2)
4
1.2 Exportações Mundiais de Bens e Serviços, 1980-2010*
(% do PIB Mundial)
35
32
30
27 27
25
21
20
15
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
Fonte: Elaboração própria com base World Economic Outlook Database, April 2008
(http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2009/01/weodata/index.aspx).
(*) Projeções para 2009 e 2010.
120
100
80
60
40
20
0
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
Elaboração própria com base nos dados do FMI - World Economic Outlook, April 2005, cap. 3
(ht tp://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2005/01/)
PEDs Eas
Elaboração própria com base nos dados do FMI - World Economic Outlook, April 2005, cap. 3
(http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2005/01/)
5
1.5 Coeficiente de AberturaComercial* emRegiões Selecionadas, 1980-2006(%)
painel a painel b
180
120 160
100 140
120
80
100
60 80
40 60
40
20
20
0 0
1980
1982
1988
1990
1992
2000
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2004
1984
1986
1994
1996
1998
2006
1980
1982
1986
1990
1992
1996
1998
2002
2006
1984
1988
1994
2000
2004
AL África SS Leste Europeu Ásia emDesenv. Oriente Médio NICs Ásia Economias Avançadas
Fonte: Elaboração própria combase nos dados do FMI - World Economic Outlook, October 2007 (http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2007/02/)
(*) Coeficiente de abertura: (X+ M/PIB), médias ponderadas pelo PIB, onde: Xdesigna exportações, e M, importações.
15
10
0
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
-5 -2,7 -1,1
-10
To tal Tend. 2000-2005
-10,7
-15
Fonte: Elaboração própria com base no IMF - World Economic Outlook, April 2009
(http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2010/01/index.htm). (*) Projeções do FMI para 2010-2011.
6
(ii) Fundamentos
KOR
15 BR - 2,4;8,2
HK
CHI
10
5
X (% aa)
-
(6,0) (4,0) (2,0) - 2,0 4,0 6,0 8,0
(5)
(10)
México Brasil AL
1988 1998 1988 1998 1988 1998
Produtos Básicos 43 10 19 20 36 24
Produtos Industrializados 57 90 81 80 65 76
Alimentos, bebidas e tabaco 4 2 17 16 12 9
Intensivos em recursos naturais e
21 8 32 24 30 18
com elevadas economias de escala
Bens de consumo duráveis 10 24 9 11 5 14
Difusores de progresso técnico 15 38 11 16 8 21
Outros 7 18 14 14 12 14
Total 100 100 100 100 101 100
F onte: CEP A L (2001) - Uma década de luzes e sombras: A mérica Latina e Caribe no s ano s no venta.
7
Latin America and Emergig Asia
% of Total World's Exports, 1965-2004
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
1965
1968
1971
1974
1977
1980
1983
1986
1989
1992
1995
1998
2001
2004
LA9 EA
Manufactured Exports
(% of merchandise exports)
100
86
78 79
75
80
55
60
36
40
20
0
East Asia and the High-income OECD Latin America and
Pacific the Caribbean
1990 2003
8
High-technology Exports, 2003
(% of merchandise exports)
South Asia 3
High-income
18
OECD
0 5 10 15 20 25 30 35
Fica evidente que o país “N” apresenta vantagens absolutas de custo com respeito ao país
“S” na produção de computadores, ao passo que este apresenta vantagens na produção de soja.
Considere agora qual seria a produção anual de cada produto ao se trabalhar 300 horas mensais.
Suponha que em metade do tempo as unidades produtivas estejam dedicadas à produção de cada um
dos produtos. Como se pode ver na tabela abaixo, utilizando todos os seus recursos o país “N” é
capaz de produzir 900 sacos de soja e 1.800 unidades de computadores por ano, ao passo que o país
“S” produz 1.800 sacos de soja e 900 computadores por ano. A produção mundial em autarquia é de
2.700 sacos de soja e 2.700 unidades de computadores em um ano.
10
(6 * 300)/2 (6 * 300)/1
(meses) * (horas/mês)/ horas (meses) * (horas/mês)/ horas
O país “N” pode consumir as mesmas 1.800 unidades de computadores que em situação de
autarquia. Com as 1.800 unidades restantes poderia adquirir do país “S” 1.800 sacas de soja, um
incremento de 100% no consumo original de soja que “N” teria em condições de autarquia. Já o
país “S” poderia manter o consumo original (em autarquia) de 1.800 sacos de soja. O excedente
seria exportado com vistas à aquisição de 1.800 computadores, que implicaria o dobro do consumo
quando se está comparando com as condições de autarquia. Conclui-se que há ganhos de comércio
derivados da especialização, ou seja, cada país estaria melhor se produzisse e vendesse no exterior
aqueles bens em que apresentasse vantagens absolutas de custo.
11
David Ricardo irá avançar sobre o raciocínio de Adam Smith ao demonstrar que, mesmo
tendo desvantagens absolutas de custo em todos os produtos, ainda assim é possível haver
ganhos de comércio pela especialização naquilo em que um país é relativamente melhor (ou menos
pior). Trata-se do princípio das vantagens comparativas. Assim, a principal previsão do modelo
clássico é que um determinado país tenderá a ter um padrão de especialização produtiva e, assim, de
comércio exterior, determinado pelos custos relativos de produção. Um país “A” qualquer produzirá
e exportará bens nos quais tenha menores custos relativos de produção e importará os bens em que
tenha custos relativamente maiores. Com livre comércio todos os países tenderão a ser especializar
na produção daqueles bens onde há maior eficiência relativa (menos horas de trabalho para produzir
um bem). Todos ganham com o livre comércio, mesmo os países que são, do ponto de vista dos
custos absolutos, menos eficientes em tudo. Estes podem se especializar naqueles bens em que
apresentam custos relativamente menores. Em contrapartida, os países que têm vantagens absolutas
de custo em todos os bens também poderão se especializar no que “sabem fazer melhor”.
Todavia, o país Norte tem vantagem comparativa na produção de computadores, pois seu
custo relativo é 40% do custo no país Sul; ao passo que custo relativo de produzir soja é 75%
do equivalente no país Sul.
12
Assim, o N se especializa em computadores e S em soja.
Relação de Troca
(i) Para qualquer preço acima de 0,80 vale a pena S exportar soja.
(ii) Para qualquer preço abaixo de 1,50 vale a pena N importar soja.
(iii) Para qualquer preço acima de 0,67 vale a pena N exportar computador.
(iv) Para qualquer preço abaixo de 1,25 vale a pena N importar computador.
Consideremos o país S, assumindo que há 1.200 horas de trabalho disponível. Se todo o trabalho for
alocado na produção de soja seria possível produzir 300 sacos (= 1.200/4). Por outro lado, se todo o
trabalho fosse alocado na produção de computador haveria o resultado de 240 unidades ( =
13
1.200/5)
240
soja
300
600
soja
400
14
Aplicação Prática: Brasil e EUA produzem dois bens, laranjas e computadores, cujos coeficientes
técnicos estão expressos abaixo em termos de horas de trabalho.
Para saber o padrão de vantagens comparativas há que se confrontar os custos relativos. O Brasil
tem vantagem relativa na produção de laranja.
PRBR = IBR l / IBR c = 20/20 = 1 (no Brasil, o computador custa uma unidade de laranja)
PREUA = IEUA l / IEUA c = 15/10 = 1,5 (nos EUA para produzir uma unidade de laranja, há o custo de
1,5 computador)
Logo, para haver comércio, o Brasil tem que receber mais do que um computador por
laranja, ao passo que para os EUA, tal custo deve ser inferior a 1,5.
15
Ganhos de Comércio
Computador Computador
CBR
E E
C2
D
C1 EUA
C1
D
Resultados:
1. Brasil: em autarquia o Brasil poderia consumir 0L1BR em laranja e 0C1 em computadores. Com
comércio a “fronteira de possibilidade de produção” se expande e com o mesmo consumo de laranja
é possível consumir 0C2 computadores (D -> E).
2. EUA: em autarquia os EUA consumiriam 0C1 computadores e 0L1 laranjas. Com livre comércio
o consumo de laranjas se expande para 0L2.
Excedente do Consumidor: é a diferença entre o preço que o consumidor estaria disposto a pagar
para não abrir mão de um bem e o preço que ele efetivamente paga.
16
Estimativa de Excedente de Consumidor de Leite
Preço (R$/litro) Demanda (litros por Pagamento Pagamento Efetivo Excedente (R$)
semana) Aceitável (R$) (R$)
2,00 1 2,00 2,00 0,00
1,50 2 3,50 3,00 0,50
1,20 3 4,70 3,60 1,10
1,00 4 5,70 4,00 1,70
0,90 5 6,60 4,50 2,10
a
“a” – excedente do consumidor
b
“b” – excedente do produtor
17
Parte-se de um conjunto de pressupostos para explicar o comércio internacional, com destaque
para:
(i) concorrência perfeita em todos os mercados (fatores e produtos) e, por isso mesmo;
(ii) a tecnologia é um bem livre;
(iii) a estrutura de gostos e preferências dos consumidores é igual nos diversos países;
(iv) há dois fatores de produção, capital e trabalho; e
(v) há dois produtos, um intensivo na utilização de capital e outro na utilização de trabalho.
O modelo prognostica que países ricos em capital deverão se especializar na produção e
exportação de produtos intensivos em capital, ao passo que países onde o trabalho é
relativamente mais abundante deverão se especializar na produção e exportação de produtos
intensivos em trabalho. A razão para esse fato deve ser buscada na estrutura relativa de custos (e
no conceito de custo de oportunidade). Onde o capital (trabalho) é abundante, seu custo relativo ao
trabalho (capital) é menor, o que torna economicamente mais rentável a produção de bens
intensivos em capital (trabalho). Com isso os países ricos (centro ou norte) deveriam exportar
manufaturas (máquinas, equipamentos, bens de consumo mais sofisticados, etc.) e importar
alimentos e matérias-primas. Os países em desenvolvimento (periféricos ou sul) exportariam bens
intensivos em seus recursos abundantes – trabalho e/ou recursos naturais – e importariam
manufaturas capital-intensivas. Da mesma forma (e com argumentos semelhantes) assume-se que o
livre comércio gera mais bem-estar do que a autarquia. Por isso, do ponto de vista normativo o
modelo neoclássico contesta a necessidade e eficácia de políticas comerciais protecionistas.
Vejamos uma representação gráfica deste modelo através da utilização das curvas de
possibilidade de produção. Estas nos informam o máximo de produção possível de dois bens
quaisquer – no caso, alimentos e computadores – supondo-se a plena utilização dos fatores de
produção – capital e trabalho. Cada ponto das respectivas curvas representa uma combinação de
certa produção de cada um dos bens considerando-se o pleno emprego. Assim, em um dado
momento do tempo, só seria possível ampliar a produção de alimentos com a redução da produção
de computadores (e vice-versa), na medida em que capital e trabalho deverão ser realocados de um
setor para outro. A redução na produção de um bem para que se possa produzir mais do outro é seu
custo de oportunidade. No gráfico abaixo mostramos duas curvas, uma para o país Norte,
relativamente melhor dotado em capital, e outra para o país Sul, relativamente melhor dotado de
trabalho.
A curva de possibilidade de produção de Norte é mais achatada, sugerindo que para produzir
uma unidade adicional de alimentos o país deverá abrir mão de uma quantidade muito maior de
computadores. O mesmo raciocínio vale para a curva do país Sul, ou seja, por esse ser relativamente
melhor dotado em trabalho, e porque os alimentos são produtos trabalho-intensivos seu custo de
18
produção tende a ser menor que o de computadores, que são capital-intensivos. Sul tem pouco
capital. Para este país produzir uma unidade adicional de computadores deverá abrir mão de muitas
unidades de alimentos.
alimentos
Sul
Norte
computadores
19
Norte), conforme sugeriu Linder (1961). Para este influente teórico do comércio internacional
os padrões de comércio seriam explicados pela demanda, e não pelas vantagens comparativas.
A teoria do ciclo de vida do produto de Vernon associa o comércio ao desenvolvimento de novas
tecnologias em um contexto onde estas não são consideradas um bem livre, conforme sugerem os
modelos neoclássicos.
A partir dos anos 1970 os modelos de comércio foram incorporando avanços da teoria
da organização industrial e das novas teorias de crescimento econômico. Nos dois casos
trabalha-se com estruturas de mercado em concorrência imperfeita (“concorrência monopolística”
ou “oligopólio”) onde há retornos crescentes de escala, externalidades, diferenciação de
produtos, tecnologia como um bem proprietário, efeitos dinâmicos de aprendizagem (learning
by doing, learning by using, etc.), dentre outros fatores que permitem explicar não só as
“anomalias” citadas anteriormente como, também, criam espaço para a justificativa de políticas
comerciais estratégicas. Assim, diante de retornos crescentes de escala e custos decrescentes
associados ao aprendizado tecnológico, seria racional proteger certos setores estratégicos –
por sua capacidade de disseminar novas tecnologias, por exemplo – por meio de políticas
protecionistas (cotas, tarifas, crédito subsidiado, redução de impostos, etc.) até que eles
pudessem “amadurecer” e assim concorrer com empresas de outros países que operam em
condições de oligopólio ou concorrência monopolística. Há um retorno aos argumentos de
Hamilton e List – também incorporados na tradição da Cepal – quanto à relevância do
protecionismo no caso da defesa da indústria infante. Muitos economistas alinhados a esta
perspectiva encontram nas novas teorias do comércio fundamentos analíticos para compreender o
sucesso das políticas industriais ativas de países como Japão, Taiwan e Coréia do Sul.
=> Uma economia possui livre comércio quando o governo não tenta reduzir nem aumentar os
níveis de exportações e importações que ocorrem naturalmente como resultado da oferta e demanda.
=> Políticas para limitar as importações são conhecidas como proteção comercial ou simplesmente
como proteção.
=> As duas políticas protecionistas mais comuns são tarifas e cotas de importação. Em casos raros,
os governos subsidiam indústrias exportadoras.
20
A. Vantagem Comparativa e Fronteira de Possibilidade de Produção
Produção
EUA
Quantidade de Rosas (caixas) 1.000 0
Quantidade de Computadores 0 2.000
Colômbia
Quantidade de Rosas (caixas) 2.000 0
Quantidade de Computadores 0 1.000
O custo de oportunidade de produzir rosas nos EUA é de 2,00 computadores. Ou seja, é preciso
renunciar a 2,00 computadores para cada caixa de rosa produzida.
Na Colômbia este custo é de 0,5. Logo, em termos de vantagens comparativas, a Colômbia deve se
especializar na produção de rosas.
21
Produção e Consumo em Autarquia
Produção Consumo
a. EUA
Quantidade de Rosas (caixas) 500 500
Quantidade de Computadores 1.000 1.000
b. Colômbia
Quantidade de Rosas (caixas) 1.000 1.000
Quantidade de Computadores 500 500
c. Mundo (a +b)
Quantidade de Rosas (caixas) 1.500 1.500
Quantidade de Computadores 1.500 1.500
Os ganhos do comércio neste modelo podem ser derivados da noção de “especialização”. Neste
caso, com os EUA especializando-se na produção de computadores (Qus), e a Colômbia (Qco)
fazendo o mesmo com as rosas, a produção e o consumo mundiais se expandem.
22
Produção e Consumo Depois do Comércio Internacional
Produção Consumo
a. EUA
Quantidade de Rosas (caixas) 0 750
Quantidade de Computadores 2.000 1.250
b. Colômbia
Quantidade de Rosas (caixas) 2.000 1.250
Quantidade de Computadores 0 750
c. Mundo (a +b)
Quantidade de Rosas (caixas) 2.000 2.000
Quantidade de Computadores 2.000 2.000
Com livre comércio o Mundo produz e consome um adicional de 500 computadores e 500 caixas de
rosa.
Comércio: EUA trocam 750 computadores por 750 caixas de rosa (1:1); a Colômbia troca 750
caixas de rosa por 750 computadores.
23
C. EXCEDENTE DO PRODUTOR E DO CONSUMIDOR EM AUTARQUIA
Na ausência de comércio internacional, o preço doméstico é PA, que equivale ao preço de autarquia
pelo qual a curva de oferta doméstica se iguala à curva de demanda doméstica. A quantidade
produzida e consumida internamente é QA. Os respectivos excedentes do consumidor e produtor
estão destacados.
A importação altera este equilíbrio, com o novo preço de mercado sendo dado por aquilo que ocorre
no mercado mundial: PW, que é menor do que PA. Com a penetração das importações no mercado
interno o preço doméstico cai, sendo agora equivalente ao preço mundial. A quantidade demandada
sobre de QA para CT, e a quantidade ofertada domesticamente cai para QT. As importações
equivalem a CT-QT
24
D. MERCADO DOMÉSTICO COM IMPORTAÇÃO
25
F. MERCADO DOMÉSTICO COM EXPORTAÇÃO
Para o país que exporta, há um ganho que se concentra nos produtores, em virtude do aumento do
preço de PA para PW.
26
F. EFEITO DA EXPORTAÇÃO SOBRE O EXCEDENTE
A tarifa é um imposto seletivo que incide sobre bens importados. Ela altera o preço praticado nos
mercados.
Veja no gráfico que a tarifa faz com que o preço suba de PW (preço em livre mercado) para PT
(preço com tarifa).
Efeitos
27
H. UMA TARIFA REDUZ O EXCEDENTE TOTAL
28
I. Efeito de uma Cota: uma Cota de importação é um limite quantitativo legal sobre
importações. Seu efeito é como o de uma tarifa, exceto que as receitas, ou seja, as rendas das
cotas, vão para os detentores das licenças e não para o governo.
A questão da natureza expansiva das economias de mercado sempre foi objeto da atenção
dos economistas. Na economia política clássica, especialmente a partir de Adam Smith e David
Ricardo, tratava-se de explicar a origem da “riqueza das nações”, o processo de “acumulação de
capital” e a distribuição da riqueza entre as classes sociais. Todavia, o estudo sistemático dos
fenômenos do que hoje se denomina de “desenvolvimento econômico” ganhará impulso
29
adicional a partir dos anos 1940. É importante lembrar que o cenário político e econômico do
imediato pós-guerra era propício para o surgimento de ações políticas contundentes na direção do
desenvolvimento da periferia capitalista. A instabilidade econômica e política dos anos entre as
guerras passou a ser percebida como a origem da ascensão do nazi-fascismo e, assim, de um
conflito armado sem precedentes. Isto gerou uma forte desconfiança nas virtudes auto-
reguladoras dos mercados (Polanyi, 1944, Hobsbawm, 1994). A crítica de Keynes à ortodoxia
clássica deu credibilidade às idéias reformistas e seduziu toda uma nova geração de economistas
insatisfeitos com as respostas convencionais ao grave problema do desemprego. Havia um
otimismo com relação à capacidade de se alocar recursos a partir de prioridades estabelecidas
no plano político. O planejamento central soviético, a resposta de Roosevelt à crise estadunidense,
o bem sucedido esforço de guerra dos aliados ocidentais e a reconstrução européia seriam as provas
históricas da viabilidade da coordenação das atividades econômicas “fora” dos mercados (Meier,
1984).
Com a ruptura dos impérios coloniais dos países europeus e o avanço soviético na
geopolítica internacional, criou-se um espaço de legitimidade para a colocação do problema do
desenvolvimento das regiões “atrasadas” na ordem do dia. As novas instituições multilaterais, como
a ONU e o Banco Mundial (BM), bem como os governos dos países desenvolvidos e dos países em
desenvolvimento passaram a se defrontar com demandas objetivas pelo avanço do progresso
material e do bem estar social, tanto no centro quanto na periferia capitalista. A necessidade de se
desenvolver técnicas e argumentos de convencimento estimulou o avanço da teoria e da política
econômica. Por outro lado, do ponto de vista dos países periféricos, as lembranças dos recentes
“choques adversos”, como a crise de 1929 e a guerra, reforçavam a desconfiança no crescimento
baseado nas exportações de produtos primários. E, assim, reafirmavam a busca por maiores graus
de liberdade na determinação das suas trajetórias de crescimento. A industrialização periférica
torna-se uma necessidade econômica e política, ainda que contrariando a teoria ricardiana
das vantagens comparativas.
Nos anos 1940 e 1950, a emergência do desenvolvimento econômico como um campo
autônomo de pesquisa, introduziu elementos de racionalização da intervenção consciente do
Estado para coordenar o processo, até então espontâneo, de industrialização nos países
periféricos. Em essência, argumentava-se que as falhas de mercado, estruturais naqueles países,
justificariam a adoção de políticas ativas de suporte à industrialização. Rosentein-Rodan (1943,
1984) apontava que em economias descentralizadas o problema central do desenvolvimento seria
garantir a coordenação dos investimentos. Individualmente os empresários tenderiam a refrear suas
decisões de inversão, na medida em que não haveria garantias de que sua produção futura teria
demanda suficiente. Esta seria gerada pelo conjunto dos investimentos correntes. Portanto, seria
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crucial coordenar os blocos de investimento quando da montagem simultânea de vários setores da
cadeia produtiva. O planejamento seria crucial dada a presença de indivisibilidades e externalidades
pecuniárias e tecnológicas – especialmente no que se refere ao treinamento da mão de obra, onde o
capitalista individual não teria estímulos a investir em um ativo de baixa apropriabilidade. Isto
levaria a idéia do big push, ou seja, da necessidade de estabelecer uma seqüência planejada de
investimentos capazes de promover a industrialização. Este tipo de “crescimento equilibrado”
estaria associado ao planejamento estatal.
Da mesma forma, Nurkse (1953) considerava estes elementos cruciais para a ruptura do
“ciclo vicioso da pobreza”, na medida em que o progresso econômico não seria nem espontâneo,
nem automático. Enfatizando o papel das economias de escala, das externalidades e dos vínculos
“para frente” e para “trás” na cadeia produtiva, Hirschman (1958, 1981) defendia o “crescimento
desequilibrado”, vale dizer: a priorização dos esforços de planejamento e ação política do Estado no
suporte à implantação de setores industriais com fortes ligações entre si. Se a noção de crescimento
equilibrado sugeria a busca de coordenação dos investimentos a partir de uma seqüência ideal de
implantação dos setores industriais, a de crescimento desequilibrado remeteria à descontinuidade do
processo de industrialização. Nos dois casos, o planejamento central ganharia maior importância do
que o sistema de preços, dada a especificidade de mercados caracterizados pela existência estrutural
de falhas.
Gerschenkron (1962) analisou o processo histórico de industrialização dos principais países
europeus, constatando a emergência de distintos padrões institucionais. De modo geral, quanto mais
atrasado o país, maior o grau de intervenção do Estado sobre os mercados. O pioneirismo da
revolução industrial inglesa esteve associado à incorporação de inovações tecnológicas em setores
pouco sofisticados tecnologicamente, e cujos requisitos de capital eram relativamente baixos
(Landes, 1969). Com isso, a industrialização inglesa pôde se dar forma mais gradual e com um uso
menos intensivo de capital. E, assim, com um padrão de intervenção estatal menos direto,
caracterizado mais pela busca da manutenção da estabilidade do ambiente econômico. Já os países
“atrasados”, como Alemanha, Itália e Rússia, iniciaram o desenvolvimento dos setores “modernos”
no bojo da disseminação de uma segunda geração de indústrias – especialmente nos complexos
químico, siderúrgico e metal-mecânico – muito mais intensivas em tecnologia e capital. Diante da
escassez de recursos, especialmente de capital, da inércia da elite empresarial, do baixo
desenvolvimento dos mercados de capitais etc., coube ao Estado envolver-se diretamente no
processo de industrialização: controlado a realocação dos recursos, normalmente com a
transferência de renda do setor agrícola para o industrial, com a constituição de bancos públicos
fortemente comprometidos com o financiamento das atividades industriais e, no limite, com o
estabelecimento de empresas estatais ou com a participação do Estado. Esse padrão não seria muito
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diferente do verificado em processos ainda mais recentes, como no caso japonês e, no pós II Guerra
Mundial, nos países em desenvolvimento, especialmente na América Latina, sul da Europa e Leste
Asiático (Shapiro & Taylor, 1990). É por isso que autores contemporâneos apontam para o fato
de que, em uma perspectiva histórica, deve-se reconhecer que os países hoje considerados
avançados utilizaram, em maior ou menor grau, políticas (industrial, tecnológica, comercial,
etc.) ativas de promoção da industrialização. Ou seja, não seguiram as recomendações de não
intervencionismos que muitos destes mesmos países hoje propugnam como fundamentais para
o avanço dos países em desenvolvimento (Chang, 2002).
Os trabalhos de Prebisch (1950, 1984) foram centrais no esforço de reflexão crítica e
propositiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Procurava-se
entender as especificidades históricas do processo de desenvolvimento econômico latino-americano,
desde sua etapa primário exportadora até a industrialização espontânea, substitutiva de importações.
A inserção periférica dos países latinos, o caráter dual1 de suas economias e a necessidade de
superar a dependência da produção exportadora de produtos primários, de menor
elasticidade preço e renda, e cujos preços tenderiam a crescer menos que o das manufaturas
(importadas), geravam o imperativo da industrialização como forma de consolidação
nacional. E, para tanto, seria necessária uma postura ativa dos Estados Nacionais, através da
promoção de políticas comerciais, industriais e cambiais ativas. Os mercados domésticos, mais do
que a demanda externa, seriam a base para um novo padrão de crescimento. Esse padrão,
compartilhado por outros países periféricos, passou a ser denominado de estratégia de substituição
de importações ou estratégia de introversão.
1
Dada a existência de um segmento mais eficiente, associado ao núcleo exportador de commodities, e o restante da economia
caracterizado pela baixa produtividade.
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5. Questões Adicionais
Comentários: Sim. É uma questão conceitual. Um dos focos da análise cepalina é a crítica à teoria
das vantagens comparativas.
Comentários: Quando se toma por referência os trabalhos de Adam Smith, “A Riqueza das
Nações” (1776), e de David Ricardo, especialmente o seu clássico “Princípios de Economia Política
e Tributação” (1817), deve-se atentar para o fato de que a economia política ou escola clássica se
desenvolveu na Inglaterra no período de eclosão da Primeira Revolução Industrial, que fez deste
país a potência hegemônica do “longo século XIX”. Em geral, os economistas políticos defendiam o
princípio do “livre mercado” (ou “livre cambismo”) em oposição às políticas mercantilistas que
vigoraram no período de expansão comercial da Europa, nos séculos anteriores. No plano analítico,
havia o desafio de demonstrar que um país estaria em uma situação melhor (em termos de um nível
mais elevado de consumo) se optasse pelo livre comércio e repudiasse a autarquia. Este foi um dos
principais feitos de Smith e, mais ainda, de Ricardo. A noção de que os países deveriam se
especializar (produzir e exportar) naquilo que sabem “fazer melhor” tornou-se um dos princípios
mais disseminados na Economia. O modelo clássico de comércio exterior foi posteriormente
aprimorado, especialmente pelos economistas suecos Bertil Ohlin (1899-1979) e Eli F. Heckscher
(1879-1952), e também criticado, o que implicou a emergência das novas teorias de comércio
internacional. Tomando por base a visão dos modelos clássicos (Smith-Ricardo) e neoclássicos de
comércio (Heckscher-Ohlin, Stoper-Samuelson etc.) há ganhos de eficiência e aumento da produção
com a eliminação das barreiras protecionistas.
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do trabalho) apresentam desavantagens absolutas em todos os setores. O importante é se
especializar no que se faz de melhor (ou no que se faz de “menos pior”). David Ricardo irá avançar
sobre o raciocínio de Adam Smith ao demonstrar que, mesmo tendo desvantagens absolutas de
custo em todos os produtos, ainda assim é possível haver ganhos de comércio pela especialização
naquilo em que um país é relativamente melhor (ou menos pior). Trata-se do princípio das
vantagens comparativas. Assim, a principal previsão do modelo clássico é que um determinado país
tenderá a ter um padrão de especialização produtiva e, assim, de comércio exterior, determinado
pelos custos relativos de produção. Um país “A” qualquer produzirá e exportará bens nos quais
tenha menores custos relativos de produção e importará os bens em que tenha custos relativamente
maiores. Com livre comércio todos os países tenderão a ser especializar na produção daqueles bens
onde há maior eficiência relativa (menos horas de trabalho para produzir um bem). Todos ganham
com o livre comércio, mesmo os países que são, do ponto de vista dos custos absolutos, menos
eficientes em tudo. Estes podem se especializar naqueles bens em que apresentam custos
relativamente menores. Em contrapartida, os países que têm vantagens absolutas de custo em todos
os bens também poderão se especializar no que “sabem fazer melhor”.
O modelo ricardiano pressupõe um ambiente de “concorrência perfeita” em todos os
mercados – bens finais e fatores de produção –, o que implica aceitar a livre mobilidade de fatores e
bens, a tecnologia e as informações como bens livres, produtos homogêneos, estruturas de gostos e
preferências também homogêneas, ausência de barreiras ao comércio e de custos de transação
significativos. As economias de escala (redução dos custos unitários quando há o aumento na
produção) representam um “desvio” das condições de livre concorrência, e, portanto, não
encontram respaldo no corpo analítico das teorias clássicas (Smith-Ricardo) e neoclássicas de
comércio.
Comentários: É uma questão conceitual. A teoria das vantagens comparativas desenvolvida por
Ricardo sugere que um país deve se especializar na produção e exportação de bens em que
apresente uma maior eficiência relativa. Vale dizer, os custos de produção de todos os bens de uma
economia podem ser superiores a do resto do mundo. Ainda assim, o país em questão poderia eleger
os bens em que consegue produzir com menor custo relativo. Em termos de custos de oportunidade,
trata-se de utilizar o que se tem de melhor (ou menos pior).
5. Restrições comerciais, como a imposição de tarifas e quotas, por elevarem o preço dos
produtos importados, elevam o índice de preços ao consumidor, porém não alteram,
diretamente, o deflator do PIB. (IMETRO 2007 – Unb-CESPE)
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vida de famílias que ganham entre 1 e 40 salários mínimos. Já o INPC, também calculado pelo
IBGE, considera famílias que ganham até 8 salários mínimos. Impactos sobre os preços de bens
comercializáveis quem compõem as cestas de tais índices se traduzem diretamente na inflação
assim apurada.
Há, ainda, o deflator implícito do PIB, que é uma forma indireta de se calcular a variação dos
preços na economia. No caso do Brasil, o IBGE adota o seguinte procedimento. Primeiro, calcula-se
o PIB nominal que, na ótica do produto, envolve apurar o valor bruto da produção, descontando o
consumo de bens intermediários. A seguir, estima-se o crescimento real da produção (quantos
automóveis, geladeiras, etc., “a mais” foram produzidos. A diferença entre a variação nominal e a
real será o deflator implícito.
Assim, o deflator implícito é mais amplo, pois atinge, em tese, toda a economia. Mudanças de
preços provocados por tarifas e quotas afetam, indiretamente, este indicador que, por definição, é
apurado também indiretamente (por ser um resíduo estatístico).
6. Os ganhos potenciais do comércio externo dependem dos custos relativos e não dos custos
absolutos associados à produção de bens e serviços. (Petrobras, 2001 e 2004, Unb-CESPE).
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Comentários: As teorias de comércio sugerem que o comércio internacional é um jogo de soma
positiva, onde todos ganham evitando a autarquia. Por esta ótica, não seria correto supor que o
ganho de quem exporta equivale à perda de quem importa.
Adicionalmente, a questão foi formulada de modo tal que, mesmo assumindo que o comércio
internacional é um “jogo de soma zero”, as nações importadoras teriam “perdas” e não “ganhos”
com o comércio.
10. A idéia segundo a qual, o comércio internacional piora a situação econômica de um país
caso seus trabalhadores, empregados nas atividades envolvidas nesse comércio, receberem
salários mais baixos do que àqueles que prevalecem em outros países, é compatível com o
modelo ricardiano das vantagens comparativas. (Petrobras, 2001 e 2004, Unb-CESPE).
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