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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

DEPARTAMENTO CARAÚBAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

DISCENTES:
CAIO FELIPE DUARTE CAVALCANTE
ESTEVÃO HENRIQUE RODRIGUES MAIA
MÁDSON TAVARES PINTO

DOCENTE: DESIREÉ ALVES DE OLIVEIRA

ESCOLHA DE FUNDAÇÕES NA UNIDADE PZsq – CASO DE CANAVIEIRAS


FLORIANÓPOLIS-SC

CARAÚBAS
2017
1. INTRODUÇÃO

Com o crescimento das grandes cidades, houve uma necessidade de melhorar


cada vez mais o estudo geotécnico dos solos nos quais iriam receber esforços cada vez
maiores. Portanto, com a maior necessidade de melhorias no ramo da construção o
homem utiliza melhor seus recursos, sofisticando as tecnologias empregadas e
utilizando melhor seus materiais, a fim de adequar as suas necessidades.
Identificar e classificar o solo é cada vez mais necessário nos dias de hoje,
principalmente quando se trata de grandes construções onde as solicitações aplicadas na
área de construção são cada vez maiores. Portanto é onde se faz necessário um projeto
de fundação para assim poder identificar quais tipos de fundações serão usadas em
determinada obra, bem como a profundidade ideal que esta deve estar no solo, após se
efetuar diversos cálculos precisos e simular se a técnica escolhida estará sujeita a
patologias.
Andrade (2003) diz que uma procura por informações adicionais da região em
estudo se faz necessário, para assim se ter uma maior precisão ao se fazer a escolha
correta da fundação em questão. Dentre as diversas informações adicionais necessárias
podem ser citadas algumas como: mapeamento geotécnico, estudos prévios,
conhecimento sobre os tipos de fundações mais utilizadas na região, dentre outros. O
mapeamento geotécnico se torna um grande aliado durante o processo de escolha, pois
contribui ao conhecimento da qualidade do solo em questão, definindo a técnica
empregada e no dimensionamento de cada situação, dando as informações necessárias
para que as infraestruturas ofereçam credibilidade e segurança às respectivas
edificações.
1.1 OBJETIVOS

1.1.1 OBJETIVO GERAL


Identificar os tipos de fundações que mais se encaixam no perfil do solo em
estudo, sendo caracterizado do tipo PZsq, localizado em Florianópolis – SC.

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


· Escolher as soluções mais apropriadas para o perfil geotécnico característico da
região de Florianópolis – SC.
· Analisar os possíveis recalques diferenciais nas fundações e suas patologias;

2. DESENVOLVIMENTO

● Delimitação e caracterização da local de estudo

Florianópolis é a capital do estado de Santa Catarina, localizado na região sul do


país. O município é composto pela ilha principal, a ilha de Santa Catarina, a parte
continental e algumas pequenas ilhas circundantes. A cidade tem uma população de 485
838 habitantes, de acordo com estimativas para 2017 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). É o segundo município mais populoso do estado (após
Joinville) e o 47º do Brasil. A região metropolitana tem uma população estimada de 1
096 476 habitantes, a 21ª maior do país. A cidade é conhecida por ter uma elevada
qualidade de vida, sendo a capital brasileira com maior pontuação do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pelo PNUD, das Nações Unidas.
Florianópolis está situada a nível do mar, sua extensão voltada para o continente
apresenta um relevo caracterizado por planícies, mas no lado atlântico possui um relevo
predominantemente composto por morros e praias extensas. Com relação a hidrografia
da cidade, sabe-se que por esta situada numa ilha, existem muitas bacias hidrográficas,
mas a maioria são minúsculas, tendo apenas seis delas em destaque.
Canasvieiras é um bairro e uma praia localizados no norte da Ilha de
Florianópolis, no estado brasileiro de Santa Catarina, entre as praias de Jurerê e
Cachoeira do Bom Jesus. É sede do distrito de mesmo nome.
● Geologia e geomorfologia do local de estudo

A ilha de Santa Catarina possui uma forma alongada e estreita, com


comprimento médio de 55 km e largura média de 18 km. Com litoral bastante recortado,
possui várias enseadas, pontas, ilhas, baías e lagoas. A ilha está situada de forma
paralela ao continente, separada dele por um estreito canal. Seu relevo é formado por
cristas montanhosas e descontínuas, servindo como divisor de águas da ilha. O ponto
mais alto da ilha é o morro do Ribeirão, com 532 metros de altitude. Paralelamente às
montanhas, surgem esparsas planícies em direção leste e na porção noroeste da ilha. Na
face leste da ilha, há presença de dunas formadas pela ação do vento.

O relevo na Ilha de Santa Catarina é marcado pela associação de duas unidades


geológicas maiores: elevações dos maciços rochosos que compõem o Embasamento
Cristalino e áreas planas de sedimentação. Ambas delineiam respectivamente as
denominadas Serras Litorâneas e Planície Costeira, unidades geomorfológicas que
caracterizam a paisagem local.
De acordo com o TOMAZZOLI & PELLERIN (2014) o local de estudo é
constituído pelo depósito de solo de classificação Depósitos Marinhos Praiais sub-atuais
e é caracterizado por sedimentos arenosos esbranquiçados, com texturas variadas,
depositados sob influência marinha. Formam terraços elevados, muitas vezes exibindo
cristais praiais.

● Unidade geotécnica PZsq


“Uma unidade geotécnica pode ser definida como uma região formada por perfis
de solos que possuem comportamento geotécnico similar frente ao uso e a ocupação do
solo”, DAVISON DIAS (1995).
Para que as promíscuas acima sejam atendidas, estudos voltados à caracterização
de unidades geotécnicas são realizados, tal qual o trabalho realizado por Santos (1997)
que, a partir de perfis amostrados em laboratório, investigações de campo, análise de
sondagens e ensaios de caracterização física e mecânica, elaborou um mapa geotécnico
representando as unidades geotécnicas que compõem o município de Florianópolis-SC.
A unidade geotécnica que compreende a área do distrito de Canasvieiras é
classificada como PZsq. Segundo Santos (1997), esta unidade constitui-se da classe de
solos Podzol hidromórfico (PZ) e as Areias Quartzosas hidromórficas com substrato de
sedimentos quaternários. De um modo geral, ocorrem em grandes áreas com relevo
plano, na região Norte da ilha e próximo ao Aeroporto Hercílio Luz. Os Podzóis da ilha
apresentam textura arenosa e, por serem hidromórficos, apresentam problemas para a
instalação de fossas e sumidouros. Além disso, podem apresentar, na base do horizonte
B, uma camada extremamente dura, compacta e pouco permeável.

● Caracterização do solo:

As principais características, dos perfis longitudinais de distribuição dos solos


nesta região apontam para:

a) A presença de uma camada superficial de areia com espessura variando entre


6 e 10m, de boa resistência, com Nspt em torno de 30 golpes;

b) A camada de solo subjacente é constituída de argila mole, Nspt próximo de 5


golpes e com espessura variável;
c) Os podzóis são solos hidromórficos, sendo que o nível d’água é bem
superficial para todo o perfil em estudo;

d) De um modo geral, os solos desta unidade apresentam-se em regiões de


relevo plano e possuem textura arenosa.

Abaixo, temos a comparação do perfil fornecido para estudo de caso (figura 1)


com o perfil longitudinal da distribuição típica dos solos da área em que se está inserida
a praia de Canasvieiras na figura 2 (ANDRADE, 2003):

3. FUNDAÇÕES APLICÁVEIS A UNIDADE PZsq


● Considerações iniciais:

Antes de que se comece a escavação do subsolo e a execução do elemento de


fundação, é necessário que seja realizado a contenção das paredes do subsolo e o
rebaixamento do nível d’água através de sistemas de drenagem.
Para a contenção do subsolo, a solução adotada foi a parede diafragma de
concreto. Segundo (HACHICH, 1998) consiste “na execução de painéis de concreto
armado ou não, de uma mistura de cimento, bentonita e água (coulis), de profundidades
e espessuras variáveis formando uma cortina”.
A execução de uma parede diafragma, citado por (HACHICH, 1998): Inicia-se por
painéis chamados "primários ou iniciais", que são executados utilizando-se duas juntas
colocadas uma em cada extremidade do painel, antes da concretagem. Em seguida são
executados os painéis "secundários ou seqüências", ao lado de painéis já existentes;
neste caso, coloca-se apenas uma junta na extremidade oposta ao painel existente, antes
da concretagem. Finalmente, executam-se os painéis de "fechamento" sem chapa-junta,
pois estão, necessariamente, entre dois painéis existentes.
Para a drenagem do subsolo, a solução adotada foram drenos em formato de
espinha de peixe acoplados a um sistema de bombeamento da água drenada até
reservatórios instalados no subsolo e posterior reutilização da água coletada em locais
onde não haja contato com o ser humano, como na manutenção de jardins e nos
sistemas de descarga e incêndio das instalações. Para tal bombeamento seria necessário
um conjunto de motor-bombas, sendo um principal e um reserva, caso haja algum
possível imprevisto.

● Fundações:
Fundação é uma das várias partes da estrutura de uma edificação na qual recebe
esforços dos pilares, vigas, lajes e etc. e transmitindo ao solo, o seu próprio peso
também.
As fundações acompanham o recalque do solo que se dá em determinado
período de tempo, fazendo com que toda a construção também sofra deformações.
Sendo aplicado a qualquer tipo de estrutura, sejam edifícios, pontes, estradas ou
barragens. SIMONS (1981) relata que, o recalque admissível de uma estrutura é a
quantidade de recalque que esta pode tolerar, e depende de vários fatores, como por
exemplo: o tipo de estrutura, a sua altura, rigidez, funcionalidade, localização, além da
magnitude, velocidade e distribuição do recalque.
Existem várias formas de se escolher a melhor fundação para o caso a ser
solucionado, dentre eles podemos citar:

· As características do solo;

· Os elementos estruturais que formam as fundações;


· Os esforços que atuam na edificação;

· As características da construção;

· Viabilidade econômica e prazo de execução.

De um modo geral, BERBERIAN (2001) qualifica a profundidade adotada para


assentamento de sapatas segundo o número de golpes das sondagens SPT:

● Estudo de caso

O local escolhido para o estudo de caso está situado na costa norte da ilha de
Santa Catarina, mais precisamente no distrito de Canasvieiras e apresenta a unidade
geológica PZsq, caracterizada como Areias Quartzosas hidromórficas com substrato de
sedimentos quaternários. Abaixo, na figura 5, vemos o perfil estudado:
Horn Filho et al. (1999b) realizaram estudo das evidências erosivas presentes na
praia de Canasvieiras, onde constataram a presença de um foco erosivo no setor
nordeste da praia, associado à ocupação antrópica. E Horn (2006) acrescenta: Nas praias
com densa ocupação urbana junto ao ambiente praial, a duna frontal foi
descaracterizada, impedindo consequentemente a troca de sedimentos. Nestas, os
processos erosivos foram intensificados pela ação antrópica ocorrendo o recuo da linha
de costa, como foi observado nas praias de Armação, Barra da Lagoa, Canasvieiras e
Ingleses.

O levantamento das áreas com risco de destruição e/ou danificação de


edificações (SIMÓ, 2003) possibilitou a identificação de 6 (seis) praias possuindo
edificações com alto grau de risco (Naufragados, Pântano do Sul, Armação, Barra da
Lagoa, Canasvieiras e Ingleses). Portanto, ao realizar a escolha da fundação adequada,
deve-se levar em consideração este alto risco citado acima.

A edificação utilizada para análise estrutural dos elementos de fundações foi


retirada do trabalho de França Junior (2015) e dispõe das seguintes plantas baixas
(figura 6) e projeto estrutural (figura 7), respectivamente. O pilar mais carregado, P8,
apresenta uma carga de cálculo Fd = 860 kN e será a carga adotada para a análise do
caso escolhido.
A capacidade de carga de cada estaca está listada abaixo, conforme
quadro adaptado de HACHICH et al. (1998):
Por meio destas informações, iniciaremos a análise do estudo de caso, apontando
qual fundação é a mais adequada para a ocasião, primeiramente através de critérios
técnicos e, caso haja mais de uma possibilidade, elencamos as opções através de
critérios econômicos.

A determinação do elemento de fundação para a unidade PZsq, em especial para


os perfis longitudinais abordados, tem fundamental importância na implantação de
edificações, bem como no comportamento das fundações vizinhas. Isto porque, frente à
possibilidade de empregar-se sapata, para carregamentos menos expressivos, como na
edificação em estudo, deve-se precaver para que as tensões aplicadas no solo sejam
dissipadas na camada de areia, onde se verifica uma resistência elevada. Esta situação
agrava-se na medida em que são projetados subsolos, aumentam-se as cargas nas
fundações e intensifica-se a ocupação destas regiões. (ANDRADE, 2003)

Fundações Diretas:

Sapatas: Fundações desse tipo não podem ser executadas na presença de água,
devido a impossibilidade de execução da forma, apiloamento do fundo e concretagem.
Sapatas pré moldadas até seriam uma opção, mas o bulbo de tensões atingiria a faixa de
argila marinha. A seguir, os cálculos comprovam esta afirmação. Segundo a NBR
6122/1998, a tensão admissível do solo é calculada pela seguinte fórmula:

σadm = σ0 (10/S)½

onde:

σ0 = pressões básicas

S = área total da parte considerada ou da construção inteira, em m².

Com σ0 = 0,4 e S = 104,69 m², obtém-se uma tensão admissível de 123,625


KPa. Então, através da fórmula a seguir, calcula-se a área necessária para que a sapata
resista (A) ao carregamento oriundo do pilar (V):

σ = V/A

logo, obtém-se uma área de 6,96 m², podendo ser distribuídos em formato quadrado ou
retangular. Para exemplificar, utilizaremos o formato quadrado nas dimensões 2,64 m x
2,64 m. Conforme HACHICH et al. (1998), o bulbo de pressões de uma sapata atinge
profundidades equivalentes a uma vez e meia a largura destas, logo o bulbo de tensões
atingirá uma profundidade de 4,14 metros. Como no projeto consta a existência de um
subsolo, a cota de assentamento da sapata estaria na cota de 4 m, aproximadamente, o
que levaria seu bulbo a camada de argila marinha, aumentando drasticamente a
possibilidade de recalque na fundação.

Além disso, deve-se estimar a magnitude e profundidade das tensões que


mobilizam o solo, oriundas de edificações vizinhas, possibilitando a identificação e a
viabilidade de se empregar com segurança, fundações por sapatas nestes terrenos.

Bloco de concreto: Blocos de concreto levariam mais material que uma sapata,
devido a inexistência de armadura que suportam os esforços de compressão. Além de
que, a execução de tal fundação é inviável quando se executa no nível da água,
acarretando em desmoronamento da escavação, inundação e segregação do concreto
fresco. Mesmo tendo em vista que o lençol freático será rebaixado para a construção da
estrutura no subsolo, ainda assim o bulbo de tensões do elemento de fundação estaria
assentado sob um solo pouco compactado, aumentando o risco de recalque, devido ao
seu baixo NSPT, que está na faixa de 10 golpes, que segundo BERBERIAN (2001) é
um valor caracterizado como ruim para resistir às tensões oriundas de carregamentos.

Laje Radier: comumente usado em construções de casas térreas, sobrados e


prédios com poucos andares, o radier é uma laje de concreto armado ou protendido,
onde suas cargas podem ser distribuídas tanto de maneira uniforme como também em
forma de cargas concentradas, funcionando apoiado no solo. Sua preferência na maioria
das obras de construção civil, é devido a sua agilidade e economia, porém não deixa de
ser limitado quanto a depender da topografia do terreno .

Vantagens: Baixo custo em relação à sapatas corridas; tempo de execução reduzido;


redução na mão de obra; indicado para terrenos argilosos.

Desvantagens: com o aumento de cargas atuantes, haverá a necessidade de aumentar a


resistência do radier, logo é preciso aumentar também o volume de concreto, elevando
assim o custo da fundação e dificultando sua execução.

Para o caso estudado, ela não pode ser utilizada devido à situação similar usada
na sapata, onde o bulbo de tensões iria ultrapassar a parte rígida do solo em questão. O
bulbo é determinado como sendo aproximadamente uma vez e meia a largura da
fundação. Sendo assim, este atingiria a camada de argila mole, gerando, então,
recalques em toda estrutura.

Fundação corrida: fundação utilizada em construções onde há atuação de pequenas


cargas. Os elementos estruturais, no caso os blocos, são de grande rigidez, sendo
posteriormente reforçado por cintas de concreto armado, tendo como principal objetivo
apoiar a fundação reduzindo os efeitos causados pelos recalques diferenciais

Vantagens: rápida execução; baixo custo de execução e mão de obra; após 24 horas de
realizada a concretagem, já é possível iniciar a execução da alvenaria de embasamento.

Desvantagens: não suporta cargas elevadas; dificuldade na execução quando o terreno


for inclinado.
A inviabilidade construtiva da fundação se dá pelo fato de a mesma não suportar
cargas elevadas, fazendo com que, caso executada iria elevar os custos da fundação.
Vale salientar também que um dos elementos estruturais, no caso os blocos, terão o
bulbo de tensões também atingindo a parte instável do solo.

Fundações profundas

Estaca de madeira: Oferecem boa resistência, na sua utilização é conveniente


que seja abaixo do nível d’água, caso utilizadas para uso permanente, tais condições
praticamente anulariam o risco de apodrecimento e posterior perda de resistência da
estaca. Se não estiverem submersas estarão sujeitas à solo úmido, pois na natureza o
solo sempre está úmido quando não está saturado, e no caso dessas estacas estarem em
solo úmido que causa o apodrecimento pelo desenvolvimento de organismos vivos que
precisam de água e oxigênio. Possuem um pequeno custo e causam muita vibração e
ruído na sua cravação, tendo as desvantagens em vista, vemos que essa estaca não é
indicada para essa obra. Além destes empecilhos há o fato de ser necessário um alto
número de estacas para suportar a carga. No pior dos casos, seriam necessárias 6 estacas
de madeira, o que aumentaria consideravelmente o tamanho do bloco de coroamento
das estacas.

Estaca pré-moldada ou pré-fabricada de concreto: Estacas deste tipo tem


maior controle de qualidade devido ao seu processo de fabricação, além de boa
capacidade de carga, resistência à esforços de flexão e cisalhamento, podendo também
ser cravada de baixo d'água. Com relação ao solo PZsq, esse tipo de estaca não se torna
uma boa alternativa, pois sua cravação ultrapassa uma camada de 3 metros de areia fina
compacta deixando sua execução arriscada, pois a areia fina compactada quando
atravessada pela estaca, proporciona a mesma uma boa resistência lateral, ocorrendo
então uma falsa nega que nem mesmo com o jateamento de água, o método de cravação
seria satisfatório, isso faz com que se impeça a cravação de ir até a profundidade
correta. A estaca pré-moldada também tem inviabilidade construtiva quando levada em
consideração a geração de vibrações, ocasionando transtornos na vizinhança, além de as
próprias vibrações podem danificar a estaca. Devido a sua limitação de profundidade
(12 m), neste caso se faz necessário a execução de emendas, que são de difícil execução
e podem se tornar local potencial de ruptura, além do alto número de estacas necessárias
para suportar o carregamento oriundo dos pilares. No pior dos casos seriam necessárias
6 estacas, o que aumentaria bastante o tamanho do bloco de coroamento.

Estaca de concreto moldada in loco: Este tipo de estaca pode ser escavada
manual ou mecanicamente. Para executar manualmente, a ferramenta necessária é o
trado. Este tipo de estaca não é de fácil execução em terrenos mais coesos, devido a
limitação do torque, além de não alcançar profundidades superiores a 8 m e suportarem
cargas relativamente baixas. Devido a sua limitação na profundidade, esta solução se
torna inviável por não atingir a camada resistente do solo. O nível d’água também
atrapalha a execução, fazendo com que o esgotamento do furo se torne necessário. A
escavação com trado mecânico, apesar de atingir profundidades superiores, não atende
as necessidades do caso, pois é adequada para terrenos coesos e acima do nível d'água,
justamente ao contrário do que acontece no caso estudado. A execução de tal tipo de
estaca poderia causar colapso no solo e/ou posteriormente segregação e perda de
resistência do concreto utilizado na estaca. Para a estaca escavada mecanicamente,
seriam necessárias no mínimo 5 estacas e para a estaca escavada manualmente, seriam
necessárias no mínimo 9 estacas, aumentando a dimensão do bloco de coroamento e o
tornando mais susceptível à problemas.

Estaca de reação (mega ou prensada): É a estaca mais utilizada em reforços


estruturais devido ao fácil acesso do equipamento aos locais onde o reforço é
necessário, além de poder ser executada sem a desocupação do local, tornando-a muito
prática. Este tipo de estaca e composto por peças de concreto pré moldado, o que
possibilita sua execução abaixo do nível d’água. Porém, para sua execução é necessária
a existência de um contra peso, para auxiliar na cravação, o que tornaria o processo
executivo mais oneroso e caro.

Estaca Strauss: Este é um tipo de estaca escavada que resulta em poucas


vibrações e ruídos em sua execução. O equipamento necessário para sua produção é
leve, o que facilita sua locomoção pela obra. Porém sua execução abaixo do nível
d’água é difícil, visto que tanto pode ocorrer estrangulamento da estaca na retirada da
camisa, como segregação do concreto, além de que a sonda Strauss não consegue retirar
a água presente no furo e a necessidade de no mínimo 5 estacas para suportar a carga
solicitante, o que tornaria a execução das estacas e dos blocos de coroamento mais
onerosos.
Estaca escavada com Lama Bentonítica: material utilizado para o auxílio na
execução de determinados tipos de solos e estacas. O mineral montimorilonita, causa
um efeito estabilizante, pois a coluna de lama exerce uma pressão sobre as paredes da
vala impedindo assim o seu desmoronamento, no qual forma uma película
impermeável. Quando há uma diferença de pressões com relação a pressão hidrostática
contida no interior da escavação e a pressão exercida externamente no lençol, sendo a
primeira superior, e a granulometria do terreno for adequada para que impeça a
dispersão de lama, esse chamado efeito estabilizante se torna eficaz.

Assim como as estacas Franki apresentam-se como alternativa viável para


solicitações maiores e/ou com a presença de subsolos, nos quais torna-se fundamental
atravessar a camada de argila mole para segurança da obra. Ainda contra o seu
emprego, há o aspecto do lençol freático, muito superficial em toda a região.

Estaca Franki: É uma estaca que oferece alta resistência executada por meio da
cravação de um tubo de ponta fechada no terreno, por meio de uma bucha e execução
de uma base alargada. Na produção da estaca Franki observa-se alto nível de vibrações
e até danificação de construções vizinhas, devido ao peso do equipamento necessário à
sua execução, tornando o uso dessa estaca inviável em certas situações, como a situação
estudada que apresenta alto risco de danificação e deterioração das construções. Outro
contraponto é o elevado tempo de execução, demandando maiores custos com
equipamentos e mão de obra. Seu uso é justificado em edificações acima de 8
pavimentos, onde os custos se tornam proporcionalmente menores devido ao acréscimo
de carga. Para este tipo de estaca seriam necessárias no mínimo 2 estacas do tipo
Franki, tornando sua produção ainda mais danosa a situação encontrada no estudo de
caso, devido ao alto nível de vibrações.

Estaca metálica ou de aço: A estaca metálica oferece boa resistência ao


manuseio e a cravação, além de causar pouco deslocamento no solo, devido suas
laterais lisas. Como a resistência máxima desse tipo de estaca é de 700 kN, seriam
necessárias no mínimo duas estacas metálicas. O único problema encontrado para esta
situação seria na manutenção dessas estacas, pois caso não haja tratamento adequado,
corrosões ou oxidações podem surgir. Seriam necessárias, no mínimo 3 estacas para
resistirem à carga oriunda dos pilares, fazendo com que o bloco de coroamento não se
torne demasiado grande.
Estaca hélice contínua monitorada: São estacas escavadas com um trado
contínuo, atingindo profundidades de até 25 m e que perfura solos com valor de NSPT
de até 50 golpes. Este tipo de estaca permite monitoramento eletrônico de todas suas
etapas de execução e pode ser utilizada em faixas de solos acima do nível d’água, além
de oferecer alta produtividade, além de não causar vibrações ou ruídos em seu processo
de execução. Os principais problemas encontrados na execução desse tipo de estaca são
o difícil acesso do equipamento, por ser muito robusto e exigir acessos planos, a
necessidade de concreteiras nas proximidades, além de seu alto custo. Para o caso
estudado, o elevado peso de seu equipamento seria um empecilho à execução deste tipo
de estaca, devido ao alto grau de instabilidade do solo estudado. Para tal tipo de
fundação, seriam necessárias no mínimo 4 estacas.

Estaca hélice de deslocamento monitorada (Ômega): A estaca Ômega é uma


estaca de concreto moldada “in loco”, com ausência total de vibração ou distúrbios
durante a execução e sem a retirada do solo da escavação comportando-se como uma
estaca de deslocamento. Apresenta alta capacidade de carga, devido ao seu processo de
execução, no qual é aplicado um torque ao trado, que por sua vez empurra o solo
escavado, realizando assim uma compactação no solo que fica em contato com o fuste
da estaca e aproveitando toda área do furo, produzindo um empuxo passivo que
aumenta a resistência por atrito.

Os diâmetros do trado ômega disponíveis iniciam com 270mm a 470mm e


quanto a profundidade, é possível executar estacas de até 28m de profundidade,
dependendo do tipo de solo e do equipamento, torque e diâmetros a serem utilizado.
Para tal tipo de fundação, seriam necessárias no mínimo 4 estacas.

Tubulão: são elementos de fundação profundos e diretos, pois a maioria das


cargas oriundas dos pilares são dissipadas no solo através de sua base alargada. O
diâmetro mínimo do fuste deste tipo de fundação e de 70 cm, o que possibilita a
passagem de uma pessoa para o alargamento da base. Para a execução do tubulão no
caso estudado, é necessária a utilização de ar comprimido e camponas de
descompressão. Como o perfil do solo estudado não apresenta grandes matacões e
rochas, este tipo de fundação se torna viável para o estudo de caso. Além de que, devido
ao fato de ser escavado, não provoca grandes vibrações ou ruídos. Apenas um tubulão
suportaria a carga oriunda do pilar de maior carregamento, tornando o bloco de
coroamento menor e menos espendioso.

Estaca raiz: Estaca armada, executada com argamassa de cimento e areia,


moldada in loco, executada através de perfuração rotativa ou rotopercussiva, revestida
integralmente por tubos metálicos recuperáveis. Estas estacas não impõem restrições
quanto ao nível d’água ou a existência de matacões e rochas, além de oferecerem
elevadas resistências e podem ter sua cota de assentamento na primeira faixa de areia,
devido ao seu bulbo de pressões gerado mobilizar principalmente o entorno da raiz, não
atingindo grande profundidade abaixo da cota em que forem injetadas ou podem
também atravessar a camada de argila, caso as cargas solicitantes sejam altas. O
equipamento de execução do furo é relativamente pequeno, possibilitando fácil acesso
ao local e injeta ar comprimido durante a execução da estaca, compactando-a melhor e
aumentando sua resistência. Vibrações e ruídos também não são problemas para este
tipo de estaca. O único ponto negativo na execução deste tipo de estaca é o grande
desperdício d’água na perfuração, que causa aspectos visuais indesejados. Este tipo de
estaca necessitaria, na pior das situações, de 3 estacas para suportar o esforço
solicitante, tornando o bloco de coroamento menor e facilitando a execução dos
elementos de fundação.

3. CONCLUSÃO

A partir das análises feitas acima, pode-se concluir que as alternativas mais
adequadas para a fundação da estrutura são fundações profundas, visto os efeitos
indesejados que fundações rasas podem causar como recalques diferenciais, parciais,
etc, devido ao alto carregamento sugerido, sendo necessário a utilização de fundações
que atinjam profundidades superiores a 14 metros, onde se encontra uma areia rija
adequada ao assentamento de fundações.

Fundações como estaca Raiz, estaca hélice contínua, estaca ômega, estaca
metálica, estacas de madeira e tubulão são adequadas para esta situação, porém, a partir
deste ponto, levam-se em consideração aspectos de viabilidade e econômicos para a
escolha da fundação mais adequada. A estaca raiz é adequada para qualquer situação,
porém, segundo ANDRADE (2003) o emprego deste elemento de fundação representa
alto custo, principalmente devido à indisponibilidade da tecnologia em nossa região. O
peso do equipamento utilizado na execução de estacas do tipo hélice contínua e ômega
podem ser fatores decisivos para a não utilização deste tipo de fundação, devido à
instabilidade superficial do solo estudado. Tubulões também são desconsiderados
devido ao seu alto preço de execução e por oferecer resistência maior que a suficiente,
caracterizando um superdimensionamento.

As estacas de madeira seriam uma boa alternativa, não fossem as vibrações e


ruídos gerados no processo de cravação. Outro cuidado necessário a se tomar com estas
estacas seria a constância do nível d’água, a fim de evitar deterioração, além do alto
número de estacas necessárias para suportar as cargas, o que aumentaria o tamanho do
bloco de coroamento.

Ao elencarmos as opções por preço médio por metro, temos as seguintes


posições:

1. Estaca Raiz – R$ 139,92 por metro de estaca


2. Estaca Hélice contínua - R$ 164,76 por metro de estaca
3. Estaca Metálica - R$ 173,51 por metro de estaca
4. Tubulão - R$ 619,45 por metro de tubulão
Fonte: Gerador de preços

Portanto, devido ao baixo preço em comparação às demais e a necessidade de


poucas estacas para suportar a carga solicitante, além da possibilidade de execução
abaixo do nível d’água, a estaca raiz é a melhor opção para o estudo de caso. A estaca
metálica também seria indicada para o caso estudado como segunda opção, devido ao
baixo nível de vibrações e ruídos causados, a disponibilidade do material no mercado
local, ao fato de suas emendas serem de fácil execução, o que possibilita obter fustes de
tamanhos variados, além de mão de obra qualificada para sua execução e da
possibilidade do uso abaixo do lençol freático, além de ter uma capacidade de carga
semelhante à estaca raiz para o caso estudado, necessitando das mesmas três estacas
para resistir ao esforço solicitante.

A estaca do tipo Hélice contínua também seria viável para esta situação, devido
a possibilidade de execução abaixo do NA, bem como a ausência de matacões no
terreno em que foram realizadas as sondagens, além de sua alta capacidade de carga,
fazendo com que sejam necessárias 4 estacas no pior dos casos.
E a ultima solução a ser tomada, seria o tubulão, a fundação mais onerosa e
dispendiosa, porem viável tecnicamente. O fato de a análise econômica pesar na escolha
torna este tipo de fundação o plano ‘D’ para o estudo de caso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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aplicáveis em edificações na região de Florianópolis. 2003.
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Disponível em: http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=sc. Acesso em:
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