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Carina Henkels
UFSC-Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas,
Campus da Trindade, Florianópolis-SC. Cx Postal: 476 chenkels@terra.com.br
Abstract: this article presents the Business Process Improvement (BPI), a new vision of the
organization that consider a company as a group of processes. Originally, BPI merged as
a methodology with the purpose of implanting continuous improvement. But it had its
benefits enlarged through the insert of the environmental variable in its analysis. This
initiative, besides to avoid environmental problems and provide the image promotion,
enlarged its benefits as reduction of costs and productivity increase. Those benefits are
evidenced in a paper and cellulose manufacturing case that the methodology of BPI was
applied.
Keywords: Process, Management, Improvement.
1. Introdução
A indústria de papel e celulose é uma das mais agressivas ao meio ambiente sendo,
portanto, um alvo constante de ambientalistas e leis de proteção ambiental. Por causa deste
fato, o setor tem investido maciçamente no desenvolvimento de tecnologias que
minimizem os danos ambientais provocados por suas atividades. Apesar do presente estudo
de caso apresentar as melhorias obtidas apenas na área industrial através da utilização da
metodologia do GP, estes investimentos não se restringirem apenas a este setor.
A indústria que foi objeto do estudo de caso localiza-se no estado de Santa Catarina e tem
como principal produto o papel KRAFT.
Além da madeira de pinheiros das espécies Pinus Taeda e Pinus Elliottii, espécies que têm
crescimento rápido, alta densidade e elevado rendimento em celulose, são recicladas aparas
de papel para a obtenção da celulose, principal matéria-prima do papel.
Toda a produção de papel destina-se ao mercado de embalagens, tanto para confecção de
sacos de papel, como para a confecção de caixas de papelão ondulado. Por isso utiliza-se a
celulose não branqueada.
Esta unidade fabril possui estação de tratamento de efluentes por lodo ativado com
capacidade para tratar o esgoto de uma cidade de 300.000 habitantes, sendo até hoje a
maior estação do estado de Santa Catarina.
Os resíduos sólidos gerados na empresa são separados em dois grupos básicos, os quais
têm destinos diferentes, os recicláveis e não recicláveis. Os recicláveis (papel, plástico,
vidro, madeira, metal, óleo) são recolhidos e vendidos como sucata. Os resíduos não
recicláveis são depositados em caçambas estacionárias, em vários pontos da fábrica, as
cascas são aproveitadas como combustível e as cinzas da caldeira de força são
transportadas para uma área de exploração de cascalhos, onde são misturadas e utilizadas
para recompor a paisagem. Os demais resíduos sólidos são transportados para um aterro
industrial da empresa, onde são depositados em valas e cobertos em seguida. A área
aterrada é posteriormente reflorestada.
A fábrica possui três caldeiras cujo combustível são resíduos do processo produtivo (licor
preto e mistura de cascas de pinus e cavacos de lenha) e óleo, onde quase 90% de todo o
vapor gerado é enviado para turbinas de geração de energia elétrica.
O consumo de energia elétrica é suprido por três fontes de energia distintas: uma usina
hidroelétrica própria (4% do total), três turbogeradores a vapor (75% do total) e a
concessionária estadual CELESC (21% do total).
Estudo de caso:
Na metodologia de implementação do GP com a variável ambiental proposta por Varvakis
é sugerido um conjunto de formulários que visam conhecer a organização e os processos
que a compõe, analisar os processos, propor melhorias e definir sistemas de controle.
Devido a limitação de páginas imposta pelo presente artigo, serão apresentados somente
parte dos formulários propostos por Varvakis.
Inicialmente descreve-se a missão e os produtos finais da empresa para que fique claro
para todos o que a organização produz e qual é seu ambiente competitivo.
A missão da indústria em questão é: “Fornecer produtos e serviços competitivos que
atendam às necessidades dos nossos clientes, assegurando a perpetuação do
empreendimento através de um retorno justo do seu investimento".E os produtos finais são:
papel Kraft, subprodutos, resíduos aproveitáveis, resíduos não aproveitáveis. Apesar de a
missão não ser clara em relação ao que a empresa produz e em qual ambiente competitivo
ela atua, percebe-se que a organização tem uma preocupação em satisfazer os clientes,
através de processos, investimentos e preços competitivos.
Em seguida identifica-se as entradas e saídas do processo produtivo a ser analisado.Onde
as entradas são todos os insumos necessários nas diferentes fases do processo de
transformação. E as saídas, por sua vez, são tudo o que é oriundo do processo de
transformação, podendo ser desejáveis (produtos e subprodutos) ou indesejáveis (resíduos
e impactos). Este formulário está ilustrado pela figura 01.
ENTRADAS E SAÍDAS
ENTRADAS
SAÍDAS
Matéria Prim a:
Produto:
•Madeira (Pinus)
•Aparas •Papel Kraft
Produtos Quím icos: Subprodutos:
•Soda IGARAS •Terem bentina
•Sulfata Al •Sabão (tal-oil)
•Antraquinona Processo de
Fabricação de Resíduos:
•Cola
Papel KRAFT •Cascas
•Licor Branco
•Licor Preto
Energia:
•Efluentes Líq.
•Celesc
•Usina Perimbó
•Efluentes Gas.
•CR’s •Lodo ETE
Água: •Sólidos em
Geral
•Rio Canoas
AVALIAÇÃO DE ENTRADAS
Toxidade Risco de Custo Grau de
Entrada Disponibilidade Prioridade
(T) Manipulação (R) (C) Impacto
Madeira 1 1 1 3 3 5
Soda 1 3 5 3 45 1
Sulfato de Al 1 3 3 3 27 2
Outraquinona 1 3 1 5 15 3
Cola (amido) 1 1 1 1 1 6
Licor Branco 1 3 5 1 15 3
Água 3 1 1 1 3 5
Aparas 3 1 1 3 9 4
Figura 02 - Avaliação de Entradas
A avaliação das saídas é baseada em critérios: toxidade (T) que considera a necessidade
tratamento dos resíduos devido às características tóxicas dos mesmos, quantidade (Q) que
é analisada através da relação entre antes e depois do processamento e, reutilização (R) que
verifica a possibilidade de reaproveitamento do resíduo. Esta avaliação busca minimizar a
geração de resíduos, bem como definir alternativas de utilização dos mesmos quando não
for possível sua eliminação. A escala utilizada nesta planilha é 1 fraco, 3 médio, 5 forte e 7
muito forte.
A figura 03 evidencia que efluentes líquidos, efluentes gasosos e lodo proveniente da
estação de tratamento têm prioridade 1 na análise de melhorias a serem implementadas
sobre os resíduos. No caso em análise a empresa utilizou os efluentes gasosos para a
geração de energia elétrica e lodos como combustível nas caldeiras. Em um primeiro
momento, não foi possível diminuir a quantidade de efluentes líquidos, mas esta avaliação
de saídas despertou a necessidade de reutilização dos mesmos.
AVALIAÇÃO DAS SAÍDAS
Toxidade Quantidade Reutilização Grau de
Resíduos Prioridade
(T) (Q) (R) Im pacto
Cascas 1 5 3 15 3
Licor Preto 5 7 1 35 2
Efluente Líquido 3 7 5 105 1
Efluente Gasoso 3 5 7 105 1
Lodo ETE 3 7 5 105 1
Sólidos Gerais 1 3 3 9 4
Figura 03 - Avaliação das Saídas
Através do mapeamento dos processos constrói-se o fluxograma produtivo para análise da
cadeia de valor. A partir desta análise definem-se os processos e atividades que devem ser
eliminas, quando possível, e as que mais contribuem para agregar valor ao produto e,
portanto, deve-se fazer os maiores investimentos e buscar excelência de operação. A cadeia
de valor para o processo produtivo de papel Kraft pode ser vista na figura 04.
Depois de definidos os processos da organização desenvolve-se uma análise mais
detalhada dos subprocessos que vária de acordo com o quanto deseja-se investir e nível de
detalhamento que espera-se deste estudo. Para tanto é necessário definir as fronteiras de
análise e detalhar o processo até o nível de atividades para que permita o conhecimento
necessário a busca de melhorias.
D C A D E IA D E V A L O R
I C a d e ia d e V a lo r d a Á r e a d e P r o d u ç ã o d e P a p e l K r a ft
V
I
S R e c e b im e n to to ra s D e s c a s c a m e n to cavaco F á b ric a C e lu lo s e
à d a M a d e ira e P ic a g e m (c o z im e n to )
O
F
L ro lo p a p e l
b o b in a p a p e l F a b ric a ç ã o d e p a p e l m assa C
O R e b o b in a d e ira
c e lu lo s e L
R
E I
S E
In s p e ç ã o E m b a la g e m E x p e d iç ã o
T N
A T
L E
Figura 04 - Cadeia de Valor
F a b r ic a ç ã o
de papel
Água p/
d ilu iç ã o
S o lu ç ã o d e c e lu lo s e P a p e l p re n s a d o
P re p a ra ç ã o P re n s a s /
da m assa d e s a g u a d o re s Secagem
Á g u a c / f ib r a s + C o n t a m in a n t e s
Figura 05 - Definição das Fronteiras de Análise
Reaproveitamento de resíduos
Fabricação de papel
Modificações
Resíduo e origem Disposição atual Alternativa Benefício
necessárias
*Construir
tanques de
Diminuição
Reutilizar estocagem
do consumo
Água com fibra dos água na *Sistema para
Lançado na ETE de m3 de
processos MP1, 2 e 3 preparação de reter as fibras
água/ ton de
massa *Sistemas para
papel
retirar os
contaminantes
Figura 06 - Reaproveitamento de Resíduos
Pode-se observar na figura 07 que entre outros indicadores está o consumo de água na
fabricação de papel, onde é definido a unidade em que será medido, a meta a ser atingida,
detalhado a maneira de medição, a periocidade com que são efetuadas as medidas e o
responsável pelas mesmas.
INDICADORES DE DESEMPENHO
In d icad o r Ín d ice Meta F o rm a m ed ir F req ü ên cia R esp o n sável
C onsumo de
litros
óleo na litros óleo Setor das
- consumidos de D iária
caldeira de ton. de papel caldeiras
óleos
biomassa
C onsumo de
toneladas de
cascas na ton. cascas Setor das
- cascas D iária
caldeira de ton. de papel caldeiras
consumidas
biomassa
5. Bibliografia