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1a Edição
1
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Tolentino, Nathalia Motta de Carvalho
Processos químicos industriais : Matérias-primas, técnicas de produção e métodos de controle de corrosão /
Nathalia Motta de Carvalho Tolentino. – 1. ed. – São Paulo : Érica, 2015.
Bibliograa
ISBN 978-85-365-1650-9
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1 janeiro de 2009.
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tem os editores.
Agradeço a Deus, aos familiares e amigos pelas oportunidades, apoio, contribuições e forças
que me fizeram chegar aonde cheguei e que me tornaram capaz de escrever este livro.
3
Sobre a autora
Como a grande maioria das crianças, que não conhecem o grande universo de profissões que
existe, na minha infância tinha o sonho de ser médica, dançarina e até mesmo dona de padaria. Uma
das coisas que nunca me passara pela cabeça foi virar professora. Porém, aos 13 anos, como uma boa
aluna, comecei a dar aulas de reforço escolar para crianças da rua, no início somente por favores.
Surpreendentemente, descobri não só um dom como também uma vocação.
Ao entrar no Ensino Médio, descobri o universo da química e junto com ele a profissão que
iria seguir: professora de química.
No ano de 2012 me formei em licenciatura em química pela Universidade Federal Fluminense.
Comecei a dar aula em escolas particulares, e atualmente pertenço ao programa de Pós-Graduação
da Universidade Federal Fluminense como aluna de Mestrado em química, trabalhando na área de
síntese de novas moléculas que possam apresentar atividade antivirais, antibióticas e anticâncer.
5
3.1.3 Eletrólise em células de membrana........................................................................................................35
Agora é com você!....................................................................................................................................................36
Capítulo 4 – Fertilizantes............................................................................................ 37
4.1 Introdução .......................................................................................................................................................... 37
4.2 Qualidade ...........................................................................................................................................................38
4.3 Fertilizantes fontes de nitrogênio ....................................................................................................................38
4.3.1 Ureia ..........................................................................................................................................................39
4.3.2 Sulfato de amônio..................................................................................................................................... 39
4.3.3 Fosfato monoamônico MAP e fosfato diamônico DAP...................................................................... 40
4.3.4 Nitrocálcio ................................................................................................................................................40
4.4 Fertilizantes fontes de fósforo .......................................................................................................................... 40
4.4.1 Superfosfato triplo
4.4.2 Superfosfato simples...................................................................................................................................
...............................................................................................................................40
41
4.4.3 Termofosfato ............................................................................................................................................ 41
4.5 Fertilizantes fontes de potássio ........................................................................................................................42
4.6 Impactos ao ambiente .......................................................................................................................................43
4.7 Informações de periculosidade e efeitos ao ambiente ..................................................................................44
4.7.1 Ureia ...........................................................................................................................................................44
4.7.2 Sulfato de amônio..................................................................................................................................... 44
4.7.3 MAP e DAP............................................................................................................................................... 44
4.7.4 Superfosfato simples ................................................................................................................................44
4.7.5 Superfosfato triplo ................................................................................................................................... 44
4.7.6 Termofosfato .............................................................................................................................................44
4.8 Adubação orgânica ........................................................................................................................................... 45
Agora é com você!....................................................................................................................................................46
Capítulo 5 – Gases Industriais..................................................................................... 47
5.1 O que são gases industriais? .............................................................................................................................47
5.2 Gases industriais,.................................................................................................................................................49
5.2.1 Nitrogênio aplicações e obtenção ........................................................................................................49
5.2.2 Oxigênio ....................................................................................................................................................50
5.2.3 Argônio...................................................................................................................................................... 50
5.2.4 Hidrogênio ................................................................................................................................................51
5.2.5 Hélio ........................................................................................................................................................... 53
5.2.6 Acetileno.................................................................................................................................................... 53
5.2.7 Dióxido de carbono.................................................................................................................................. 54
5.2.8 Monóxido de carbono..............................................................................................................................54
5.2.9 Gás natural ................................................................................................................................................56
5.2.10 Gás liquefeito de petróleo......................................................................................................................57
Agora é com você!....................................................................................................................................................58
Capítulo 6 – Polímeros ............................................................................................... 59
6.1 Conceitos ............................................................................................................................................................59
6.1.1 Polímeros ...................................................................................................................................................59
6.1.2 Monômeros ...............................................................................................................................................59
6.2 Tipos de polímeros ...........................................................................................................................................60
6.2.1 Quanto ao método de preparação ..........................................................................................................60
6.2.2 Quanto ao aumento de temperatura ......................................................................................................60
6.2.3 Quanto à srcem....................................................................................................................................... 61
6.2.4 Quanto ao número de monômeros.......................................................................................................61
6.2.5 Quanto à função química ........................................................................................................................61
6.2.6 Quanto à estrutura da cadeia ..................................................................................................................61
6.116.10.10 Politeriftalato
Aditivos de etileno (PET)...........................................................................................................72
.............................................................................................................................................................73
6.11.1 Cargas ......................................................................................................................................................73
6.11.2 Plastificantes ...........................................................................................................................................73
6.11.3 Retardantes de chamas ..........................................................................................................................73
6.11.4 Lubrificantes ...........................................................................................................................................74
6.11.5 Estabilizadores ........................................................................................................................................ 74
6.11.6 Corantes ...................................................................................................................................................74
6.11.7 Agentes antiestéticos ..............................................................................................................................74
Agora é com você!....................................................................................................................................................75
Capítulo 7 – Papel e Celulose...................................................................................... 77
7.1 Parede celular vegetal ........................................................................................................................................77
7.2 Separação dos componentes lignocelulósicos ...............................................................................................79
7.2.1 Processos mecânicos ................................................................................................................................79
7.2.2 Processos físicos........................................................................................................................................79
7.2.3 Processos biotecnológicos .......................................................................................................................80
7.2.4 Processos químicos ..................................................................................................................................80
7.3 Preparo da polpa da celulose............................................................................................................................80
7.3.1 Descascamento .........................................................................................................................................80
7.3.2 Picagem...................................................................................................................................................... 80
7.3.3 Classificação .............................................................................................................................................80
7.3.4 Cozimento ................................................................................................................................................ 81
7.3.5 Depuração .................................................................................................................................................81
7
7.3.6 Branqueamento......................................................................................................................................... 81
7.3.7 Recuperação do licor................................................................................................................................82
7.4 Indústria de celulose e papel ............................................................................................................................ 83
7.5 Fabricação do papel........................................................................................................................................... 84
7.5.1 Preparo da massa...................................................................................................................................... 84
7.5.2 Seção de formação.................................................................................................................................... 84
7.5.3 Prensagem e secagem...............................................................................................................................84
7.5.4 Acabamento ..............................................................................................................................................84
7.6 Aditivos ..............................................................................................................................................................84
7.7 Impactos ambientais e reciclagem...................................................................................................................85
Agora é com você!....................................................................................................................................................86
Capítulo 8 – Petróleo
8.1 Histórico e Gás ........................................................................................ 87
.............................................................................................................................................................87
8.2 Características do petróleo ...............................................................................................................................88
8.3 Processamento primário................................................................................................................................... 89
8.4 Refino .................................................................................................................................................................. 90
8.4.1 Destilação ..................................................................................................................................................90
8.4.2 Craqueamento ..........................................................................................................................................92
8.4.3 Tratamentos das frações ..........................................................................................................................97
8.5 Gás natural e GLP............................................................................................................................................100
8.6 Gasolina e óleo diesel ............................................................................................................. .........................101
Agora é com você!..................................................................................................................................................102
Capítulo 9 – Óleos e Gorduras .................................................................................. 103
9.1 Economia ..........................................................................................................................................................103
9.2 Conceitos importantes ....................................................................................................................................104
9.2.1 Óleos e gorduras .....................................................................................................................................104
9.2.2 Ácidos graxos ..........................................................................................................................................104
9.2.3 Triglicerídeos, monoglicerídeos e diglicerídeos .................................................................................104
9.3 Outros componentes dos óleos e gorduras ..................................................................................................105
9.4 Propriedades.....................................................................................................................................................106
9.5 Preparação de óleos e gorduras.....................................................................................................................106
9.5.1 Extração dos óleos e gorduras ..............................................................................................................106
9.5.2 Degomado ...............................................................................................................................................107
9.5.3 Refino .......................................................................................................................................................107
9.5.4 Branqueamento.......................................................................................................................................107
9.5.5 Desodorização ........................................................................................................................................107
9.5.6 Hidrogenação ..........................................................................................................................................107
9.5.7 Interesterificação ....................................................................................................................................108
9.5.8 Fracionamento .......................................................................................................................................109
Agora é com você!..................................................................................................................................................110
Capítulo 10 – Sabões e Detergentes .......................................................................... 111
10.1 História do sabão ..........................................................................................................................................111
10.2 Características dos sabões e detergentes ....................................................................................................112
10.2.1 Surfactantesde
10.2.2 Capacidade oulimpeza
tensoativos .................................................................................................................112
........................................................................................................................113
10.3 Produção de sabão.........................................................................................................................................114
10.3.1 Saponificação ........................................................................................................................................115
10.3.2 Semicotura ............................................................................................................................................115
10.3.3 Refino .....................................................................................................................................................115
11.4.11 Propelentes
11.4.12 Estabilizantes de espuma...................................................................................................................130
..........................................................................................................................................130
11.5 Técnicas de produção....................................................................................................................................130
11.5.1 Agitação .................................................................................................................................................130
11.5.2 Moagem .................................................................................................................................................131
11.5.3 Controle de micro-organismos .........................................................................................................131
11.5.4 Cristalização..........................................................................................................................................131
11.5.5 Degasagem ...........................................................................................................................................131
11.5.6 Filtração .................................................................................................................................................132
11.5.7 Tratamento de água..............................................................................................................................132
Agora é com você! ...........................................................................................................................................132
Capítulo 12 – Tecnologias Farmacêuticas ................................................................... 133
12.1 Histórico .........................................................................................................................................................133
12.2 Conceitos ........................................................................................................................................................134
12.3 Formas farmacêuticas ...................................................................................................................................134
12.3.1 Formas semissólidas ............................................................................................................................134
12.3.2 Formas sólidas ......................................................................................................................................135
12.3.3 Formas líquidas ....................................................................................................................................135
12.4 Instabilidades das formulações farmacêuticas ..........................................................................................137
12.4.1 Instabilidade química ..........................................................................................................................137
12.4.2 Instabilidade física ................................................................................................................................137
12.4.3 Instabilidade biológica .........................................................................................................................137
12.5 Adjuvantes ......................................................................................................................................................137
9
12.5.1 Veículos..................................................................................................................................................138
12.5.2 Solventes ...............................................................................................................................................138
12.5.3 Absorventes ...........................................................................................................................................138
12.5.4 Agentes molhantes ...............................................................................................................................138
12.5.5 Agentes tamponantes...........................................................................................................................138
12.5.6 Corantes, aromatizantes e flavorizantes ............................................................................................138
12.5.7 Agentes emulsificantes.........................................................................................................................138
12.5.8 Surfactantes ...........................................................................................................................................138
12.5.9 Agentes suspensores.............................................................................................................................139
12.5.10 Agentes alcalinizantes ou acidificantes............................................................................................139
12.5.11 Conservantes.......................................................................................................................................139
12.5.12 Antioxidantes ......................................................................................................................................139
12.5.13 Agentes sequestrantes ........................................................................................................................139
Agora é com você!..................................................................................................................................................140
Capítulo 13 – Fundamentos de Corrosão .................................................................... 141
13.1 Conceitos ........................................................................................................................................................141
13.1.1 Corrosão ................................................................................................................................................141
13.1.2 Reações de oxirredução .......................................................................................................................142
13.1.3 Pilhas eletroquímicas...........................................................................................................................142
13.2 Mecanismos de corrosão ..............................................................................................................................147
13.2.1 Mecanismo eletroquímico ..................................................................................................................147
13.2.2 Mecanismo químico ............................................................................................................................148
13.3 Classificação e tipos de corrosão .................................................................................................................148
13.3.1 Uniforme ...............................................................................................................................................149
13.3.2 Em placas...............................................................................................................................................149
13.3.3 Alveolar..................................................................................................................................................149
13.3.4 Puntiforme ou pite ...............................................................................................................................149
13.3.5 Intergranular .........................................................................................................................................149
13.3.6 Intragranular .........................................................................................................................................149
13.3.7 Por
13.3.8 Filiforme ................................................................................................................................................149
esfoliação ........................................................................................................................................149
13.3.9 Em torno do cordão de solda ..............................................................................................................150
13.3.10 Empolamento por hidrogênio ..........................................................................................................150
13.3.11 Grafítica ...............................................................................................................................................150
13.3.12 Desineificação.....................................................................................................................................150
13.4 Velocidade e taxa de corrosão................................................................................................................150
13.5 Passivação ......................................................................................................................................................151
13.6 Polarização .....................................................................................................................................................152
13.6.1 Polarização por concentração .............................................................................................................153
13.7 Fatores que afetam a velocidade de corrosão.............................................................................................153
13.7.1 Oxigênio dissolvido..............................................................................................................................154
13.7.2 Efeito do pH ..........................................................................................................................................154
13.7.3 Efeito da temperatura ..........................................................................................................................154
13.7.4 Efeito de sais dissolvidos .....................................................................................................................154
13.8 Controle e combate à corrosão ....................................................................................................................154
13.9 Revestimentos de superfície .........................................................................................................................155
O livro Processos Químicos Industriais apresenta em seu primeiro capítulo conceitos básicos
sobre processos químicos, cuidados com o meio ambiente e precauções durante a produção não só
para fornecer condições adequadas de trabalho como para gerar produtos de qualidade. Nos capítu-
los seguintes o leitor vai conhecer as técnicas de produção de cerâmica, vidros e cimento; soda e gás
cloro; fertilizantes; gases industriais; derivados de petróleo e gás; polímeros; papel e celulose; óleos e
gorduras; sabões e detergentes; cosméticos e tecnologias farmacêuticas. Além disso, são descritos
também os prejuízos que essas indústrias trazem ao ambiente. O último capítulo apresenta os con-
ceitos de corrosão e as maneiras de evitá-la ou reduzi-la.
A autora
11
12 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
1
Introdução
aos Processos
Industriais
Para começar
Este capítulo tem como objetivo mostrar os conceitos básicos sobre os processos industriais, bem
como algunsdeequipamentos
tratamento utilizados nas indústrias, e os controles necessários durante a produção e o
água e efluentes.
raçõesTodos os processos
unitárias. industriaissão
Essas operações podem ser divididos
caracterizadas porem etapas,químicas,
reações as quais são chamadas
operações de ope-
mecânicas
(transporte, moagem, mistura, separação mecânica, fragmentação, peneiração etc.), operações de
trocas de calor (aquecimento e resfriamento de fluídos, condensação, evaporação, ebulição) e opera-
ções de transferência de massa (destilação, extração, cristalização, adsorção etc.).
13
1.2 Classicação dos sistemas
Imagine também que o produto final de um processo se decomponha em altas temperaturas. Caso
não haja o controle dessas temperatu
ras, o produto seria degradadoe todo o processo estariaperdido.
Para o controle dessas variáveis é necessário que sejam inseridos instrumentos de medida, como
termômetros e barômetros, e alguns instrumentos de segurança, como válvulas e discos de ruptura.
Além da segurança, outros objetivos para o controle de variáveis são a redução do impacto
ambiental, a otimização na qualidade do produto e a economia nos gastos durante o processo.
Vamos recapitular?
Neste capítulo você pôde conhecer os conceitos de processos industriais e operaçõesunitárias, assim
como a classificação dos processos. Conheceu também alguns equipamentos utilizados nas indústrias.
Pôde perceber a importância do controle de variáveis para a segurança dos trabalhadores e para a
qualidade do produto e economia nos gastos dos processos e também a importância do tratamento de
efluentes para a não contaminação do meio ambiente.
Destilação
Etanol Mosto
Resíduo
mento de efluentes.
Hidróxido de alumínio é insolúvel em solução aquosa, porém acima do pH 10
»
Para começar
As cerâmicas têm a argila como matéria-prima que, quando molhada, se torna plástica e moldável.
O vidroaepequenas
devido o cimentodiferenças
fazem parte
na da classe dos materiais
matéria-prima utilizadacerâmicos, porém muitos
e nas características desconsideram
do processo. esse fato
Neste capítulo,
você vai conhecer os processos de produção de materiais cerâmicos, incluindo o vidro e o cimento.
21
» Cerâmicas vermelhas: são as telhas, tijolos e blocos de coloração avermelhada utilizados
na construção civil e louças de barro utilizadas na decoração doméstica.
» Materiais refratários: são resistentes a choques mecânicos, variações de temperatura e ata-
ques químicos utilizados principalmente em equipamentos industriais.
» Isolantes térmicos: podem ser ou não das classes dos materiais refratários e, como o nome
diz, têm a função de isolar termicamente os materiais que envolvem.
» Cerâmica avançada: sua produção é rigorosamente controlada, pois são utilizadas em
naves espaciais e satélites principalmente, mas também podem ser encontradas em apare-
lhos de som e vídeos e em catalisadores de carros.
»
Fritas: vidro moído utilizado no acabamento e em outras cerâmicas.
» Abrasivos: são considerados parte da indústria cerâmica por apresentar matéria-prima
semelhante. São exemplos óxido de silício e carbeto de silício.
» Vidros e cimento: têm a areia como matéria-prima e por isso muitos não os consideram
materiais cerâmicos, porém esquecem que tanto a argila quanto a areia são constituídas
por óxido de silício.
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orgânico presente.
2.2.5 Secagem
A aplicação de água na massa é essencial para sua moldagem, porém, para que a peça adquira
estabilidade sem apresentar defeitos como rachaduras e bolhas, é necessário que ocorra a secagem de
maneira lenta. Essa etapa é realizada emsecadores de gás natural que atingem a temperatura de 170 ºC.
2.2.6 Esmaltação
O esmalte é uma camada fina aplicada à cerâmica, cuja composição irá depender da peça a ser
produzida e da temperatura de queima. Além da função estética, o esmalte também fornece à peça
uma melhor resistência mecânica e elétrica.
2.2.7 Queima
A queima
secagem ocorre antes
seja realizada na faixa
comde atemperatura
retirada do de 800 a 1700
excesso °C, por
de água. essefaixa
Nessa motivo é necessário formar-
de temperatura que a
-se-iam bolhas de vapor d’água, deformando a peça. A queima tem como objetivo dar estabilidade
ao formato da peça, resistência à temperatura, à água e a ataques químicos, assim como fornecer as
características finais de cor, brilho e porosidade.
2.2.8 Acabamento
Algumas peças podem necessitar de acabamentos como polimento, corte e furos.
A água é utilizada em grande quantidade, já que está presente nos processos de preparo da
massa, na extrusão e moldagem, na moagem por via úmida, naconfecção de esmaltes líquidos, além de
ser utilizada na lavagem das peças finais. A água utilizada preferencialmente vem de fontes subter -
râneas, pois produtos químicos adicionados à água tratada podem interferir na qualidade da cerâmica.
Outro impacto causado por essas indústrias é a emissão de gases e material particulado para a
atmosfera. Em todos os processos de fabricação (mineração, transporte, moagem, secagem, esmalta-
ção e queima) podem ser liberadas partículas provenientes da matéria-prima e dos aditivos que
podem causar problemas respiratórios. No processo de queima e secagem são liberados gases prove-
nientes da queima dos combustíveis, além de gases produzidos pela combustão do material orgânico
presente na argila e de substâncias voláteis presentes nas colas e resinas utilizadas para decoração. Os
principais gases emitidos são o monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e dióxido de enxofre.
Os efluentes líquidos são gerados durante a lavagem da cerâmica e podem conter sulfatos, fos-
fonatos, ácido silícico e metais pesados provenientes dos corantes. O descarte sem tratamento desses
efluentes pode trazer grandes problemas ao ambiente.
2.4.2 Fusão
Depois que todos os componentes são dosados e homogeneizados, a mistura passa para um
forno regenerativo, que chega à temperatura de 1600 °C na qual ocorrerá a fusão, ou seja, a mistura
sólida
ratura.passará
No finala da
serzona
um líquido,
de fusão,o ovidro,
vidrocuja viscosidade
fundido aumenta
sai na forma à medida
de fios quecortado
e é então se diminui a tempe-
por tesouras,
formando peças chamadas gotas.
2.4.3.4 Lã de vidro
A massa fundente passa por pequenos orifícios e ao sair pelo outro lado é atingida por jatos de
ar, produzindo a lã. A lã de vidro é muito utilizada na construção civil como forro, pois atua como
isolante térmico e acústico.
2.4.5 Recozimento
Nesse processo, o vidro é reaquecido e resfriado de maneira lenta e controlada para que sua
superfície fique homogênea e sem falhas que possam levar a tensão e quebra.
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2.6 Processo de fabricação s
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do cimento S /
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O cimento tem grande importância econômica, já m
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que é a base de toda infraestrutura do país como princi- V
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2.6.1 Composição
Argila e calcário (CaCO3) são os constituintes prin-
cipais do cimento, em percentual que varia entre 75 e
80% de argila e 20 e 25% de calcário. Outros componen-
tes são dosados e adicionados de acordo com o tipo de
cimento que se deseja produzir. A argila utilizada é com- Figura 2.4 – O cimento é utilizado
posta basicamente de silicatos de alumínio e óxidos de em todo tipo de construção.
2.6.3 Pré-calcinação
Nessaà etapa
chegando a farinha
temperatura depassa porNa
800 ºC. umpré-calcinação
forno que aproveita os gases
é iniciada de sua saída para
a descarbonatação do aquecê-la,
calcário, ou
seja, este começa a se transformar na cal.
CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)
2.6.4 Clinquerização
Após a pré-calcinação, a mistura passa para o forno rotativo, que faz com que a massa percorra
todo o seu comprimento, começando a fundir quando a temperatura chega a 1450 ºC, formando o
clínquer. Nessa temperatura o CaO reage com a sílica e o alumínio, formando silicato e aluminato de
cálcio. Esses compostos reagem com a água, formando seus derivados hidratados.
2.6.5 Resfriamento
Em seguida o clínquer é resfriado e passa por novo processo de moagem junto com gesso, que é
responsável por aumentar o tempo de manuseio do cimento, formando uma espécie de película e a
escória, restos da indústria siderúrgica. Como alguns componentes do clínquer são instáveis, é necessá-
rio que o resfriamento seja rápido. O resfriamento é feito por uma passagem de ar no clínquer.
Neste capítulo você conheceu os métodos de preparação de materiais cerâmicos. Apesar de apre-
sentarem algumas diferenças no uso de matérias-primas e no modo de produção, o vidro e o cimento
também podem ser considerados materiais cerâmicos. De maneira geral, esses materiais são preparados
nas seguintes etapas: seleção da matéria-prima, preparo da massa, moldagem e secagem.
Para começar
Neste capítulo, você irá conhecer três processos de produção de gás cloro, hidróxido de sódio e gás
hidrogênio, bem como as vantagens e desvantagens de cada processo.
3.1 Eletrólise
As reações de eletrólise são reações de oxirredução (com troca de elétrons) não espontâneas
que ocorrem somente com a passagem de uma corrente elétrica.
Na eletrólise há dois eletrodos, o catodo (polo negativo), em que ocorre a redução de uma
espécie, e o anodo (polo positivo), em que ocorre a oxidação de outra espécie.
Há dois tipos de eletrólise: a ígnea, que utiliza o sal fundido, e a aquosa, que usa o sal dissol-
vido em água. No último caso, o próprio solvente compete com o eletrólito, podendo ser oxidado
ou reduzido.
O gás cloro (Cl2), a soda cáustica (NaOH) e o gás hidrogênio (H 2) são produzidos em paralelo
pela eletrólise de salmouras (soluções concentradas de cloreto de sódio – NaCl).
31
Em 1774, o sueco Carl Wilhelm Scheele realizou a primeira reação que teve como produto o
gás cloro, misturando dióxido de manganês e ácido clorídrico. Na época, Scheele acreditava ter des-
coberto algum composto contendo oxigênio.
MnO2 + 4HCl → MnCl2 + Cl 2 + 2H2O
Somente em 1810 Humphry Davy, químico inglês, descobriu que esse gás era um novo ele-
mento químico e deu o nome cloro por causa de sua cor (do grego chlorós, que significa amarelo-
-esverdeado). Cerca de cem anos mais tarde, começou a ser utilizado na síntese de produtos
químicos, entre estes na produção do bis(2-cloroetil)sulfeto (gás mostarda), primeira arma química
utilizada na Primeira Guerra Mundial.
Atualmente 94% do cloro produzido é consumido na indústria petroquímica. O gás é muito
utilizado também para a síntese do policloreto de vinila (PVC), do poliuretano, na indústria de papel
e celulose, na indústria de tintas, na síntese de ácido clorídrico e hipoclorito de sódio (princípio
ativo da água sanitária), além do tratamento da água.
Já o hidróxido de sódio, popularmente conhecido como soda cáustica, é utilizado para con-
trole de pH em tratamento de efluentes e de indústrias alimentícias, na produção de detergentes,
sabões, borrachas remanufaturadas e vidros opacos, no tratamento da celulose; é catalisador de
diversas reações de síntese e ainda tem uso doméstico, principalmente para desentupimento de pias.
Há três técnicas utilizadas nas indústrias de soda-cloro: a célula de mercúrio, a célula de dia-
fragma e a célula de membrana seletiva. Todas as tecnologias empregam a eletrólise para a obtenção
dos produtos. Veremos a seguir como ocorrem esses processos, bem como as vantagens e desvanta-
gens de cada tipo de célula, mas antes veja um exemplo de como ocorre a eletrólise.
A Indústria Soda-Cloro 33
O uso do mercúrio no catodo diminui a reatividade do sódio com a água. Assim como os
outros metais alcalinos, a reação do sódio com a água é muito violenta, libera muito calor e produz o
gás hidrogênio, que é explosivo. O amálgama será então conduzido a outro compartimento, a célula
secundária. Nessa nova divisão, o amálgama será o anodo e irá produzir o íon Na +, enquanto no
catodo de ferro ou grafite a água será reduzida a H2. A água é injetada contracorrente para que a rea-
ção ocorra de maneira amena. A seguir, estão as reações que ocorrem na célula secundária.
Anodo: 2 Na(Hg) → 2 Na+ + 2 Hg0 + 2e–
Catodo: 2 H2O + 2e– → 2 OH–(aq) + H2(aq)
Equação global: 2 Na(Hg)+ 2 H O → 2 NaOH + H + Hg0
2 (aq) 2
Tratamento Tratamento
Salmoura
químico de efluente
Cl2 Filtração
Célula
eletrolítica
Hg
Decomposição NaOH e
do Na(Hg) H2
Reunindo as equações globais que ocorrem em cada etapa, obtém-se a seguinte equação global
para o processo:
2 NaCl(aq) + H2O → 2 NaOH(aq) + Cl2(g) + H2(g)
Ao final do processo pode haver íons Hg 2+ na salmoura proveniente das células eletrolíticas.
Outro fator que pode aumentar a concentração desse cátion é a queda de energia, pois quando isso
ocorre o aparelho pode ficar parado por tempo suficiente para que o gás cloro formado oxide o mer-
cúrio metálico a Hg²+. Por causa desses fatos, a salmoura deve ser tratada antes de retornar ao início
do processo. Costuma-se adicionar agentes precipitantes, como o sulfeto de sódio (Na2S), que for-
mará um sal insolúvel de mercúrio HgS e que poderá ser retirado por filtração.
Tratamento Tratamento
Salmoura
químico de efluente
Filtração
Cl2 Célula H2
eletrolítica
NaOH
As equações que ocorrem no anodo e no catodo dos dois últimos processos estão descritas a seguir:
Anodo: 2 NaCl(aq) → 2 Na+(aq) + 2 Cl–(aq)
2 Cl–(aq) → Cl2(g) + 2e–
A Indústria Soda-Cloro 35
Como podemos perceber, os três processos fornecem a mesma reação global.
Tabela 3.1 – Comparação das células eletrolíticas
Va n t a g e n s D es va n t a g e n s
Vamos recapitular?
Neste capítulo você conheceu três processos de produção de gás cloro, soda cáustica e gás hidro-
gênio, todos eles a partir da eletrólise de salmouras. Após conhecer suas vantagens e desvantagens, pode-
mos perceber
utiliza célula deque, apesar de apresentar alto custo de manutenção, o processo mais vantajoso é o que
membrana.
Para começar
Neste capítulo você irá conhecer a importância dos ertilizantes para a agricultura, assim como as
ormas de produção dos seus dierentes tipos.
4.1 Introdução
Os ertilizantes têm como unção ornecer ao solo os nutrientes necessários para o bom cresci-
mento do cultivo agrícola ou repor esses nutrientes após a colheita. Podem ser orgânicos ou inorgâ-
nicos, naturais ou sintéticos.
Os elementos que compõem os ertilizantes são classificados em macro e micronutrientes. Os
macronutrientes (nitrogênio, carbono, potássio, ósoro, hidrogênio, enxore, cálcio e magnésio) são
aqueles de que a planta necessita em maior quantidade, ao passo que os micronutrientes (cloro, boro,
zinco, sódio, manganês, cobalto, silício, erro e cobre) são necessários em quantidades menores. Porém,
as maiores deficiências do solo costumam ser dos nutrientes ontes de nitrogênio, ósoro e potássio.
As principais
duos asálticos matérias-primas
do petróleo, utilizadas
nafa, rochas na produção
osáticas, de ertilizantes
rochas potássicas são o gás natural, resí-
e de enxore.
37
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4.2 Qualidade
Os ertilizantes têm sua qualidade medida de acordo com a granulometria e a fluidez, que irão
aetar, respectivamente, a dissolução e a acilidade de escoamento; e a consistência, que é responsável
pela resistência dos grãos, permitindo armazenagem e transporte.
Apesar de ter uma concentração de nitrogênio mais baixa que a ureia, o sulato de amônio
(NH4)2SO4 possui 20% de enxore em sua composição. É muito utilizado quando o solo, além de
necessitar de nitrogênio, é pobre em enxore.
Fertilizantes 39
É sintetizado a partir da reação de neutralização da amônia com ácido sulúrico.
2 NH3(g) + H2SO4(aq) → (NH4)2SO4(aq)
4.3.4 Nitrocálcio
Dentre todos os ertilizantes nitrogenados o nitrocálcio é o mais instável quimicamente
no solo. Possui em sua composição 7% de cálcio. Consiste na mistura do sal nitrato de amônio,
NH4NO3, e o calcário, CaCO 3, ambos sólidos.
O nitrato de amônio, por sua vez, é sintetizado a partir da reação entre nitrato de prata e amônia.
NH3(aq) + AgNO3(aq) + H2O(l) → NH4NO3(aq) + AgOH(aq)
A amônia diluída em água orma a solução de NH4OH, que também costuma ser utilizada
como onte de nitrogênio.
4.4.3 Termofosfato
É preparado a partir do aquecimento de rochas osáticas enriquecidas com silicatos de cálcio
e magnésio, chegando à temperatura de 1500 °C quando unde. A rocha incandescente é então res-
riada com jatos de água, transormando-se em um pó granulado. Além de ser onte de ósoro, pode
apresentar em sua composição até 16% de cálcio, além de 5% de magnésio e silício.
Todos os ertilizantes nitrogenados e osatados que são comercializados na orma sólida, mas são
sintetizados na orma aquosa, têm a água evaporada após a síntese para serem obtidos na orma comercial.
Exemplo
Estequiometria
Através de cálculos estequiométricos é possível prever a massa dos produtos de uma reação, a quantidade de reagentes
necessária, o rendimento de uma reação e o grau de pureza dos produtos. Para fazer esses cálculos basta conhecer a
reação e a relação a seguir para fazer as contas, que são regras de três simples:
Hidrogênio gasoso reage com nitrogênio gasoso em altas temperaturas e pressão para formar amônia, de acordo com a
reação a seguir:
a) Qual a massa de amônia produzida a partir de 18 g de hidrogênio? Dados: massa do H = 1g/mol; massa do
N = 14 g/mol.
Pela reação e pelos dados de massa da tabela periódica, podemos tirar a primeira linha da regra de três; a segunda
será obtida a partir do enunciado da questão.
18 . 2 . 17
x= = 102 g
3.2
Fertilizantes 41
b) Qual o rendimento da reação, sabendo que foram produzidos somente 96 g?
Sabemos que 102 g seriam produzidos se o rendimento fosse de 100%, ou seja, se todo o hidrogênio reagisse.
Como foram produzidos somente 96 g, temos que descobrir qual a porcentagem do hidrogênio que reagiu, ou seja,
qual o rendimento da reação.
102 g 100%
=
96
g x
96 . 100
x= = 94%
102
óxidos
tos de enxoree do
e carbonatos e deprocesso
nitrogênio, além de material particulado provenientes da produção de nitra-
de granulação.
Exemplo
O pH ou potencial hidrogeniônico pode ser calculado a partir da fórmula:
pH = – log [H+],
Qual o pH de uma amostra de solo que apresenta concentração de cátion hidrogênio igual a 0,03 mol/L?
pH = – log [H+]
pH = – log [0,03]
Fertilizantes 43
4.7 Informações de periculosidade e
efeitos ao ambiente
4.7.1 Ureia
A ureia é um sólido branco, corrosivo e irritante à pele que se decompõe quando aquecida.
Reage violentamente com oxidantes ortes, nitritos, cloretos e percloratos inorgânicos, causando
incêndio e explosão. Não causa danos à auna e flora aquáticas.
4.7.6 Termofosfato
É um sólido preto ou marrom, parcialmente solúvel em água, que apresenta pH maior que 7.
Por não ser muito solúvel, não é tóxico para a vida aquática e não é bioacumulativo.
Os adubos
cada sara. Tambémde srcem
é comum vegetal
o usonormalmente são provenientescomo
de resíduos agroindustriais, dos arestos deixados
vinhaça ao de
e a torta fimfiltro,
de
oriundos das destilarias de álcool e da indústria açucareira, respectivamente.
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Fertilizantes 45
Vamos recapitular?
Neste capítulo você conheceu os meios de produção e obtenção dos ertilizantes, assim como suas
unções para as plantas. Você também pôde conhecer os perigos que alguns ertilizantes podem causar e
ainda o processo de adubação orgânica.
1) A cal virgem, jogada ao solo, entra em contato com a água, produzindo a cal hidra-
tada, de acordo com a equação a seguir:
CaO + H2O → Ca(OH)2
Se, na correção de um solo ácido oram utilizados 15 gramas de cal virgem, que apre-
senta 60% em massa de CaO, qual será massa de cal hidratada obtida?
2) Qual o pH de uma amostra de solo que apresenta concentração de cátion hidrogênio
igual a 0,01 mol/L?
3) Qual o pH de uma amostra de solo que apresenta concentração de cátion hidrogênio
igual a 0,03? Dado log 3 = 0,47.
4) De acordo com a síntese da ureia, qual a quantidade dessa substância que é produzi-
da a partir de 170 g de amônia, sabendo que a reação apresenta 100% de rendimento?
5) Uma amostra de 5 kg de uma rocha osática é aquecida para a obtenção do termo-
osato. Sabendo que oram obtidos 2 kg do ertilizante, determine o percentual desse
componente na rocha.
6) A granulometria é uma das propriedades que determina a qualidade dos ertilizantes.
Quanto maiores os grãos, pior a eficiência do ertilizante. Justifique.
7) Quais são as vantagens e as desvantagens da adubação orgânica?
Para começar
Neste capítulo você vai conhecer os gases utilizados nas indústrias, bem como suas funcionalida-
des e métodos de produção.
47
Na Tabela 5.1 você irá encontrar as demandas de alguns gases industriais.
Tabela 5.1 – Gases e suas demandas
G a se sin du st ri a i s Se t o r e sd e ma n d a n t e s
Bebidas
Gelo seco
Gás carbônico Indústria têxtil
Saneamento
Metalurgia
Hospitalar
Gases atmosféricos Química
Nitrogênio Mecânica
Oxigênio Metalúrgica
Argônio Siderúrgica
Transporte
Alimentos
Hidrogênio Química
Fertilizantes
Acetileno Eletroeletrônica
G as e si n du st ri a i s G as e sm e d i c i n a i s
Oxigênio
Nitrogênio
Oxigênio
Argônio
Óxido nitroso
Óxido nitroso
Misturas binárias ou terciárias
Dióxido de carbono
Hidrogênio
Além disso, podem ainda ser classificados como gases especiais, que são gases mais raros, que
existem em pouca quantidade, como o hélio, e ainda quanto ao tipo de obtenção, que pode ser por
fracionamento do ar atmosférico ou por processos químicos.
Aléme usos
pesquisas de todas
para essas
o gás aplicações,
combustível,osvisto
setores
quede ciência
uma e tecnologia
de nossas maiorestêm investido
fontes bastante
de energia, em
o petró-
leo, tende a acabar.
5.2.1 Nitrogênio
Nossa atmosfera é composta por 78% de gás nitrogênio, 21% de gás oxigênio e 1% de outros
gases. Apesar de ser muito abundante na atmosfera, o nitrogênio encontra-se em uma concentração
muito baixa na crosta terrestre, de apenas 19 ppm (partes por milhão).
O nitrogênio é um gás inerte e não participa da nossa respiração, porém esse elemento é indis-
pensável ao nosso organismo, pois faz parte das proteínas que formam nosso corpo, assim como das
moléculas formadoras do DNA. Assim, nosso organismo consegue todo o nitrogênio necessário por
meio da alimentação.
Alguns micro-organismos têm a capacidade de fixar o nitrogênio, tornando-o disponível para
absorção pelas plantas. Essas plantas são a maior fonte de nitrogênio para a alimentação dos animais.
O gás nitrogênio tem grande aplicação na indústria química, por exemplo quando é necessária
a utilização de uma atmosfera inerte nas reações. O nitrogênio líquido é utilizado como gás refrige-
rante na indústria de alimentos para o congelamento e transporte e também na indústria química,
quando se deseja chegar a temperaturas muito baixas. O nitrogênio líquido fornece ao sistema uma
temperatura de –78 ºC.
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Gases Industriais 49
O maior uso do gás nitrogênio pela indústria química é na produção de amônia (NH3).
N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g)
Esse gás, por sua vez, é utilizado como gás refrigerante na produção de gelo e na manutenção
de baixas temperaturas em diversas indústrias. A amônia também é matéria-prima para a produção
de ácido nítrico e para a síntese da ureia, (NH2)2CO, e de outros fertilizantes.
2 NH3(g) + CO2(g) → (NH2)2CO(s) + H2O(g)
A obtenção do nitrogênio em larga escala atualmente ocorre somente por um processo: a
liquefação seguida da destilação fracionada do ar atmosférico. Como os gases presentes na atmosfera
apresentam pontos de ebulição muito próximos, é necessário que a destilação fracionada seja ben-
feita para a separação bem-sucedida dos componentes.
5.2.2 Oxigênio
O gás oxigênio é o segundo mais abundante de nossa atmosfera. É um gás inodoro, incolor,
insípido e atóxico. Sozinho não é inflamável, mas é um gás comburente, ou seja, alimenta chamas,
podendo causar explosões. Possui um alto poder oxidante. É indispensável ao nosso organismo,
visto que faz parte de nossa respiração e das reações de produção de energia para nosso corpo.
Nas indústrias metalúrgicas e siderúrgicas, o oxigênio é utilizado para a combustão e ajuste
do teor de carbono no aço e na solda. A combustão permite aumentar a concentração de CO 2 nos
fumos industriais, sendo a primeira etapa de armazenagem desse gás.
É utilizado ainda como branqueador nas indústrias de papel e celulose, representando uma
5.2.3 Argônio
O argônio é um gás nobre, incolor, inodoro, insípido e inerte. Foi o primeiro gás nobre a
ser descoberto em nosso planeta, visto que já se havia descoberto o gás hélio no Sol por métodos
espectroscópicos.
O argônio é produzido de maneira natural pelo decaimento do isótopo radioativo potás-
sio-40
tamenteexistente nas para
das rochas rochas, através daAemissão
a atmosfera. dataçãodedeuma partícula β (beta).
argônio-potássio O argônio
em rochas migrapara
é utilizada len-
calcular a idade da Terra.
Os principais usos para o argônio são a soldagem de metais que necessitam de uma atmosfera
inerte para que não sofram oxidação, como alumínio, aço inoxidável, zircônio, titânio e urânio; a
5.2.4 Hidrogênio
O hidrogênio é o elemento mais leve da tabela periódica. Não é encontrado puro em nosso
planeta, estandoenergia
então fornecer semprepara
ligado a outro elemento químico. Para se obter o gás hidrogênio, é necessário
dissociá-lo.
Esse gás foi sintetizado pela primeira vez misturando-se ácido sulfúrico com ferro. Mais tarde
observou-se que a reação entre ácido clorídrico e zinco também produzia esse gás.
Gases Industriais 51
Atualmente há vários processos de produção de hidrogênio, todos eles necessitando de energia
para ocorrer.
A eletrólise da água utiliza células com membranas de troca iônica é uma técnica que pro-
duz hidrogênio gasoso perfeitamente puro e pode utilizar energia renovável, como solar, eólica ou
hídrica. Porém, atualmente, são utilizadas somente fontes de energia não renováveis e poluidoras.
2 H2O(l) → 2 H2(g) + O2(g)
A reforma a vapor de hidrocarbonetos é um processo muito utilizado para a geração do gás
hidrogênio nas refinarias de petróleo. Esse processo consiste no aquecimento do gás natural e dos
gases produzidos na refinaria, todos eles hidrocarbonetos, com vapor d’água sob altas temperaturas e
utilizando-se um catalisador.
CH4(g) + H2O(g) → CO(g) + 3H2(g)
O monóxido de carbono pode continuar reagindo com o vapor d’água, produzindo CO
2 e H2,
aumentando assim o rendimento na produção de hidrogênio.
A desvantagem desse processo é que a matéria-prima utilizada é uma fonte não renovável e
tende a se esgotar no futuro.
O hidrogênio pode ser sintetizado ainda pela reação de metais alcalinos com água e de ácidos
clorídrico ou sulfúrico com metais como ferro ou zinco.
Na(s) + H2O(l) → NaOH(aq) + H2(g)
2 HCl(aq) + Zn(s) → H2(g) + ZnCl2(aq)
Processos biológicos de produção de hidrogênio têm ganhado bastante destaque, pois não são
poluentes e não necessitam de matéria-prima não renovável.
Na década de 1990 foram descobertas bactérias que produzem uma enzima resistente ao calor
que é capaz de degradar a molécula de glicose produzindo hidrogênio. Essa tecnologia pode ser
usada para esse fim a partir da celulose da madeira, que é um polímero da glicose. O calor pode ser
usado, visto que as enzimas são resistentes, para acelerar o processo. Recentemente foram descober-
tas microalgas capazes de produzir hidrogênio em condições específicas.
O hidrogênio é um gás inflamável e explosivo, logo deve ser armazenado e transportado com
cuidado, longe de materiais que produzam fogo ou faíscas.
O gás hidrogênio é utilizado na síntese da amônia, ácido clorídrico e metanol, por exemplo.
Também é muito usado na indústria alimentícia para a saturação de gorduras que serão utilizadas
em margarinas e chocolates. O deutério (hidrogênio-2), isótopo do hidrogênio, é utilizado em usinas
de fusão nuclear, produzindo energia.
5.2.5 Hélio
O gás hélio monoatômico, incolor e inodoro, apresenta o menor ponto de ebulição (–268,93 °C)
de todos os elementos químicos. É o segundo elemento mais abundante no universo, atrás somente
do hidrogênio, porém é escasso na nossa atmosfera terrestre. Pode ser encontrado em depósitos sub-
terrâneos naturais de gás em quantidade para exploração. É utilizado no enchimento de balões e
dirigíveis, como líquido refrigerante de materiais supercondutores.
5.2.6 Acetileno
O acetileno é um gás de fórmula molecular C 2H2 bastante reativo devido à ligação tripla entre
os carbonos. Sofre polimerização e ciclização facilmente. É um gás explosivo se for armazenado em
altas pressões, por isso deve ser armazenado com gases inertes, que diminuem o risco de explosão, e
não deve ser comprimido a pressões acima de 2 atm.
Não é comum se encontrar acetileno na composição do petróleo, por se tratar de um gás muito
reativo, porém durante os processos de refino esse gás pode ser produzido.
Nas indústrias químicas, o acetileno é produzido a partir da reação do carbureto de cálcio,
CaC2, com água. O carbureto por sua vez é sintetizado a partir da reação de cal, CaO, com carvão
em fornos elétricos.
CaO(s) + C(s) → CaC2(s) + CO(g)
CaC2(s) + H2O(l) → C2H2(g) + Ca(OH)2(aq)
A síntese por via úmida utiliza um excesso de água que absorve a energia térmica liberada na
reação e forma uma suspensão de hidróxido de cálcio. Na via seca é utilizada somente a quantidade
de água necessária para a reação, sendo o pequeno excesso vaporizado pelo calor da reação. Forma-
-se nesse processo hidróxido de cálcio finamente dividido.
As principais etapas do processo são a geração do gás, a purificação e o armazenamento. O flu-
xograma na Figura 5.3 apresenta um esquema da produção do acetileno.
Gases Industriais 53
CaC2 C2H2
H2O Reator Resfriador Compressor Cilindros
Ca(OH)2
Purificador Filtro
Gases Industriais 55
5.2.9 Gás natural
O gás natural é encontrado no subsolo armazenado em rochas porosas e composto predomi-
nantemente pelo metano, mas também por outros hidrocarbonetos como etano, propano e butano,
além de gás carbônico, nitrogênio e ácido clorídrico. Forma-se a partir da decomposição da matéria
orgânica fossilizada por milhares de anos. A primeira etapa da decomposição desse material orgâ-
nico forma o petróleo, e dando continuidade à decomposição forma-se o gás natural.
O gás natural é extraído dos reservatórios petrolíferos. Dependendo do local de formação, a
quantidade de gás misturado ao petróleo pode variar bastante. Após a extração do gás, este passa por
processamento para a separação dos componentes seguida de tratamento para retirada de contami-
nantes, e então pode ser armazenado e transportado. Após o tratamento, a composição do gás natu-
ral é de 80-95% de metano e o restante de etano.
Nos últimos anos o gás natural tem sido utilizado como combustível. Nas áreas urbanas, é dis-
tribuído em tubulações para servir como gás de cozinha. Alguns carros e ônibus também passaram a
funcionar operando com gás natural.
CH3
CH2 CH3 CH
butano isobutano
Vamos recapitular?
Neste capítulo você conheceu os principais gases utilizados pelas indústrias e na área hospitalar.
Pôde conhecer também os métodos de obtenção desses gases por meio da liquefação do ar ou por
processos químicos.
Gases Industriais 57
1) Qual é a importância do gás nitrogênio para a indústria de fertilizantes?
2) Quantos quilos de ureia podem ser obtidos a partir de 100 kg de amônia com excesso
de gás carbônico, considerando reação de 100% de rendimento?
3) A ordem de ligação entre os átomos de uma molécula está diretamente ligada à força
da ligação, ou seja, quanto maior a ordem de ligação entre dois átomos, maior a força
dessa ligação. Sabendo que o oxigênio apresenta ordem de ligação 2 e o nitrogênio
ordem de ligação 3, justifique o emprego do gás nitrogênio como atmosfera inerte
pelas indústrias químicas.
4) O oxigênio reage com muitos metais, formando óxidos. Sabendo disso, justifique o
emprego do argônio durante a soldagem de materiais metálicos.
5) O argônio é produzido de maneira natural pela emissão de partículas β pelo isótopo
radioativo do potássio K40.
40 40 0
19K → 18Ar + –1β
Sabendo que a meia-vida do isótopo potássio-40 é de 1,248 × 10 9 anos, determine
quantos anos serão necessários para a formação de 0,75 g de argônio a partir de 1,0 g
da amostra de potássio radioativo.
Obs.: A meia-vida é o tempo necessário para que uma quantidade de amostra radioa-
tiva se reduza à metade após o decaimento.
6) Um pequeno pedaço de potássio metálico é colocado em um béquer com água, pro-
duzindo uma reação exotérmica com desprendimento de um gás. Qual o gás produ-
zido? Equacione a reação.
7) No Capítulo 3, A indústria soda-cloro, você pôde conhecer um método de produção
de alguns gases pelo processo de eletrólise. Que gases são esses? Sugira outros gases
que possam ser produzidos pelo mesmo método.
Para começar
Neste capítulo você conhecerá dierentes tipos de polímeros, suas técnicas deprodução e utilidades.
6.1 Conceitos
6.1.1 Polímeros
Um polímero é uma macromolécula de alta massa molecular constituída pela repetição de várias
unidades, os monômeros que normalmente apresentam baixo peso molecular. Essa estrutura é or-
mada por cadeias longas e retorcidas. Os polímeros podem sersintéticos ou naturais, como a madeira.
6.1.2 Monômeros
São as menores unidades ormadoras de um polímero. São hidrocarbonetos cujas ligações
intramoleculares são ligações covalentes ortes, ao passo que as ligações intermoleculares são liga-
ções racas de Van der Vals, justificando o baixo ponto de usão dos polímeros.
59
6.2 Tipos de polímeros
Os polímeros podem ser classificados em plásticos, borrachas ou fibras, dependendo do tipo
de monômero e de ligação. Podem ainda ser classificados de acordo com a estrutura química, o
método de polimerização, a solubilidade ou as propriedades mecânicas.
C C C C C C C C
» Polímeros de condensação
Para que esse tipo de polimerização ocorra é necessário que haja dois grupos uncionais
dierentes nos monômeros. A polimerização resulta na perda de uma molécula menor, nor-
malmente a água.
Polímeros 61
6.3 Nomenclatura de polímeros
Polímeros 63
6.5 Técnicas de polimerização
Há cinco técnicas utilizadas para reações de polimerização: em massa, em solução, em suspen-
são, em emulsão e em ases, sendo a última pouco utilizada. Cada técnica irá gerar polímeros com
características dierentes.
6.6.1 Porosidade
Você já parou para pensar no porquê de as bexigas de aniversário esvaziarem com o tempo,
mesmo não estando uradas? O espaço entre as macromoléculas dos polímeros é muito grande,
principalmente comparado a outros materiais. Desse modo, são bastante permeáveis perante os
gases, acarretando a limitação desse material para o uso em embalagens.
6.6.2 Densidade
Outra consequência do espaçamento entre as macromoléculas é a densidade relativamente
baixa. Quanto maior o volume do material, menor a densidade. A distância entre as moléculas az
com que o volume dos polímeros seja grande e consequentemente que a densidade seja baixa.
A baixa densidade indica que os polímeros são materiais leves, sendo bastante utilizados em
embalagem para diminuir o peso da carga no transporte, exceto quando o polímero é incompatível
com o material a ser transportado.
Polímeros 65
6.6.3 Condutividade térmica e elétrica
Os polímeros possuem baixa condutividade térmica e elétrica. O motivo em ambos os casos é
a alta de elétrons disponíveis na estrutura dos polímeros. Por isso os polímeros são bastante utiliza-
dos como isolantes térmicos na orma de espumas e isolantes elétricos.
6.6.7 Flexibilidade
A flexibilidade se deve ao tamanho das moléculas que se entrelaçam. Essa propriedade varia de
acordo com o tipo de polímero e com os aditivos utilizados na ormulação.
Os polímeros
Os polímeros não dois
possuem se cristalizam totalmente
estados ísicos, devido
líquido às cadeiasNolongas
e cristalino. e ao
estado peso molecular
líquido alto.
há a completa
ausência de cristalinidade, e no estado sólido a cristalinidade é parcial.
Há duas grandezas relacionadas ao estado ísico dos polímeros: a temperatura de usão cris-
talina (Tm) e a temperatura de transição vítrea (T g), sendo que, na última, não ocorre mudança de
estado ísico, ao passo que na outra há mudança da ase cristalina para ase líquida.
Todos os polímeros possuem temperatura de transição vítrea, mas os polímeros amoros não
possuem temperatura de usão cristalina por já se encontrarem em um estado desordenado, assim
como os polímeros na ase líquida. Esses polímeros passam do estado vítreo para o fluido ao passa-
rem da temperatura de transição vítrea.
Abaixo dessa temperatura as moléculas dos polímeros amoros vibram pouco; quando a atin-
gem amolecem, tornando-se mais deormáveis, e acima dessa temperatura, ormam um fluido de
baixa viscosidade.
Polímeros semicristalinos possuem regiões amoras e regiões cristalinas, nesse caso, as molé-
culas dos cristais permanecerão imóveis até atingirem a temperatura de usão.
Polímeros 67
A temperatura de transição vítrea está relacionada à estrutura das moléculas e sua capacidade de
movimentação e rotação. Quanto mais livres orem as moléculas, menor será a temperatura de transi-
ção do polímero. Logo, polímeros com ligações cruzadasapresentarão temperaturas altas de transição.
O fluxograma a seguir mostra a dierença entre polímeros termoplásticos e termofixos, cristali-
nos ou amoros, levando em conta as características da cadeia.
Ligações cruzadas
Termofixo Amorfo
entre cadeias
H H
C C
H H
H H
C C
H CH3
Polímeros 69
6.10.3 Poliestireno
H H
C C
Sintetizado a partir do monômero etil-benzeno (estireno). Quando gases são injetados durante
a polimerização, o polímero se expande, ormando o isopor. É um termoplástico duro, porém que-
bradiço e de baixa resistência a solventes orgânicos, apesar de apresentar boa resistência perante áci-
dos e bases. Seu maior uso está nos eletrodoméstico, embalagens, pratos, copos e xícaras.
H H
C C
H Cl
É sintetizado a partir de um monômero cancerígeno, o cloroeteno, CH2 = CHCH3. Para sua sín-
tese, primeiramente o petróleo é estilado, produzindo a nafa. Esta por sua vez passa pelo processo de
craqueamento, no qual as moléculas grandes são quebradas em moléculas menores, ormando assim
o eteno. Em um processo separado ocorre a eletrólise do cloreto de sódio, quando irá ser produzido o
gás cloro. Ambos os gases, eteno e cloro, reagem ormando o dicloroetano, que, por sua vez, passa pelo
processo de pirólise, produzindo então o cloroeteno, monômero utilizado para a síntese do PVC.
A polimerização é eita normalmente utilizando-se a técnica de suspensão, na qual deve ser
adicionado um estabilizante devido à baixa estabilidade do monômero. Suas principais aplicações
são em telhas, tubulações, conexões etc.
F F
C C
F F
H CH3
C C
H C
O
OCH3
6.10.7 Poliuretano
O O H H
H H
C N N C O C C O
H H
CH2
Polímeros 71
Sua síntese também ocorre a partir de dois monômeros, enol e metanal. Inicialmente orma-se
um polímero de cadeia linear que é utilizado na abricação de tintas, vernizes e colas. Quando a rea-
ção não é interrompida, srcina então a baquelita, ou baquelite, um polímero tridimensional e ter-
mofixo utilizado na conecção de cabos de panelas e tomadas.
O O H H
C C O C C
H H
O PET é um polímero da amília dos poliésteres, já que apresenta a unção química éster em
sua unidade repetitiva. É um copolímero ormado pelos monômeros ácido terifálico e pelo etileno-
glicol, ambos obtidos a partir de produtos derivados do petróleo.
A polimerização
deve passar ocorre
pelo processo sob alta pressão
de cristalização e temperatura,
em seguida. O PET é levando a um higroscópico,
extremamente polímero amoro
o queque
pode prejudicar o seu reaquecimento e usão, pois o excesso de água pode degradá-lo.
6.11.1 Cargas
Esse tipo de aditivo tem como unçõesbaratear o custo de produção ealterar propriedades mecâ-
nicas. São chamadas de carga de reorço aquelas que aumentam a resistência mecânica dos polímeros.
Dentre elas destacam-se o negro-umo, as fibras de vidro e as fibras de carbono. Recebem o nome de
cargas de diluição aquelas que tornam mais barata a produção, tais como serragem e talco.
As cargas adequadas são aquelas que apresentam baixo custo, grande disponibilidade, são neu-
tras, áceis de manusear e não impedem o escoamento de polímeros.
6.11.2 Plastifcantes
Os plastificantes diminuem as orças intermoleculares e, consequentemente, diminuem a tem-
peratura de amolecimento, acilitando a moldagem, além de conerir maior flexibilidade. São utiliza-
dos principalmente quando o polímero se decompõe antes da temperatura de amolecimento.
Os plastificantes são substâncias de alto ponto de usão e devem apresentar compatibilidade e mis-
cibilidade com o polímero, não devem ser inflamáveis e devem apresentar resistência ao calor e à luz.
Polímeros 73
6.11.4 Lubrifcantes
Têm como objetivo melhorar a capacidade de escoamento do polímero, assim como impedir a
aderência destes à superície dos moldes. As substâncias mais utilizadas para essa finalidade são áci-
dos graxos, ceras, silicones, óleos minerais, entre outras.
Esses aditivos não devem ser voláteis, nem migrar para a superície durante a moldagem, nem
alterar as propriedades dos polímeros.
6.11.5 Estabilizadores
São bastante utilizados em polímeros que se decompõem quando expostos a radiação ultravio-
leta ou a temperatura. Aminas impedidas, derivados da benzoenona, compostos de organo-níquel,
silicatos e derivados de benzoatos são utilizados para absorver a energia ornecida pelos raios UV,
impedindo assim a degradação desses polímeros.
Os estabilizadores térmicos são utilizados principalmente no PVC, que, quando se decompõe
por causa da temperatura, libera HCl. Esses aditivos têm a capacidade de absorver o ácido produ-
zido, e entre eles podemos citar sais de chumbo e derivados orgânicos de cálcio, zinco, cádmio etc.
6.11.6 Corantes
Têm como objetivo ornecer coloração aos polímeros. Podem ser divididos em corantes pro-
priamente ditos ou pigmentos.
Os pigmentos são sólidos que não apresentam compatibilidade com os polímeros, logo encon-
tram-se como sólidos finamente divididos e dispersos homogeneamente pelo polímero. São insolú-
veis em praticamente todos os solventes e podem ser utilizados para encobrir deeitos de abricação
no material eito do polímero.
Os corantes por sua vez possuem bastante afinidade com polímeros e solventes, além de serem
instáveis em altas temperaturas e apresentarem grande capacidade de migração. São usados geral-
mente em plásticos rígidos. Os corantes mais utilizados são diazocompostos e antraquinona.
H H
C C
H C O
OCH3
C CH2
Polivinilpirrolidona
a) Escreva a órmula estrutural do monômero.
b) Essa reação de polimerização ocorre via adição ou condensação?
c) Equacione a reação de polimerização.
3) Qual a dierença entre polímeros termoplásticos e termorrígidos?
Polímeros 75
4) Nomex é um polímero resistente à tração utilizado como corda de paraquedas. A
seguir encontra-se sua órmula estrutural.
O O
C C NH NH
Para começar
Neste capítulo você irá conhecer a matéria-prima e o seu tratamento para a produção de celu-
lose
para eo papel, assim como cada etapa de fabricação desses produtos e os danos desse tipo de indústria
ambiente.
77
É um polímero linear constituído pelo monômero glicose. É encontrado nos materiais
lignocelulósicos em uma faixa de 40-50%. Possui regiões cristalinas e regiões amorfas.
Essa diferença estrutural confere diferenças às propriedades da celulose. As regiões amor-
fas são mais flexíveis e incham quando absorvem água. As regiões cristalinas possuem
ligações cruzadas de hidrogênio, o que resulta em uma maior rigidez e faz com que essa
região não inche na presença de água.
» Hemicelulose
Esse polímero compõe 23-35% da massa parede celular vegetal. É um polissacarí-
deo, cujos monômeros formadores são diferentes tipos de açúcares, tais como D-xilose,
D-manose, D-glicose, D-galactose e D-galactourônico. É um polímero amorfo com
grande capacidade de retenção de água.
» Lignina
É um polímero amorfo cuja unidade repetitiva é o fenil-propano. Constitui de 15-25% da
massa da parede celular vegetal. É extremamente resistente e confere rigidez à celulose.
Independentemente da finalidade com que será empregado o material lignocelulósico, é
necessário que ele passe por técnicas de separação de seus componentes. Cada compo-
nente será matéria-prima para diferentes tipos de produtos, como mostra o fluxograma
na Figura 7.2.
Papel
Celulose
Celulose
Álcool Ácidos
Lignocelulose Hemicelulose
Xilitol Solventes
Aglutinante Plásticos
Lignina
Adesivos Antioxidante
O material
passa por passanopor
um ciclone, umocorrerá
qual aquecimento na faixa de(diminuição
a descompressão temperaturadadepressão).
180-250Essa
°C ebrusca
em seguida
varia-
ção de pressão leva à ruptura da lignina.
Papel e Celulose 79
7.2.3 Processos biotecnológicos
O processo consiste no uso de fungos e/ou bactérias que produzem enzimas capazes de que-
brar as cadeias poliméricas da lignina. Essa técnica visa reduzir a poluição causada pela indústria
de papel e celulose, mas ainda está em estudo, pois os micro-organismos utilizados degradam não
só a lignina como também podem degradar parte da celulose e da hemicelulose, causando uma
perda no material.
7.3.1 Descascamento
A casca consiste em 10-20% da massa total da madeira, porém apresenta um teor muito baixo
de fibras. Por isso o aproveitamento dela para a produção de celulose gastaria uma grande quanti-
dade de reagentes químicos e forneceria um percentual muito pequeno do material desejado, sendo
mais favorável sua remoção. Além disso, a casca pode ser reaproveitada no processo como combustí-
vel para geração de vapor.
O descascamento pode ser realizado por diversos tipos de descascadores, tais como descasca-
dor hidráulico, de corte, de faca e de tambor.
7.3.2 Picagem
A picagem tem como objetivo reduzir as toras de madeira a pedaços pequenos, chamados de
cavacos, a fim de facilitar não só o transporte como a penetração dos reagentes químicos durante o
processo de cozimento. Pode ser realizada por picadores de disco com múltiplas facas ou por picado-
res de tambor.
7.3.3 Classifcação
A etapa tem a finalidade de separar os cavacos de acordo com o tamanho. Alguns poderão
seguir para as etapas futuras, enquanto os grandes deverão voltar ao processo de picagem.
7.3.5 Depuração
Nesta etapa as fibras são separadas por processos mecânicos e enviadas para o processo de
lavagem, no qual serão retirados os componentes solúveis da mistura reacional. A seguir as fibras
passarão para o processo de branqueamento ou para a produção de papel.
7.3.6 Branqueamento
Após o cozimento, pode restar até 5% de lignina na celulose. O branqueamento tem a função
de purificar a celulose extraindo o restante da lignina. Existem diversas sequências de branquea-
mento que utilizam diferentes tipos de agentes alvejantes de acordo com as características e o grau
de alvura que se deseja obter.
O sucesso do branqueamento depende não só da absorção dos reagentes pelas fibras, como
também da dessorção e eliminação deles para que não as desgastem. Desse modo, ao final de cada
etapa de branqueamento deve ser realizada a lavagem.
A seguir serão descritas algumas etapas do branqueamento.
7.3.6.1 Cloração
O cloro reage com a lignina formando a clorolignina, substância parcialmente solúvel e que
pode ser extraída por soluções alcalinas. Logo esta etapa tem por finalidade a remoção da lignina.
Outros reagentes podem ser utilizados com o fim de degradar a lignina, como o dióxido de cloro,
porém o cloro gasoso é o mais barato.
Papel e Celulose 81
7.3.6.2 Extração alcalina
A celulose é insolúvel em meios alcalinos, desse modo a pasta obtida pode passar por banhos
de hidróxidos (normalmente NaOH) sem que a celulose seja destruída e, ao mesmo tempo, a cloro-
lignina é extraída do meio.
7.3.7.1 Evaporação
Ao sair da etapa de depuração, o licor contém cerca de 15% de lignina, além de água e dos
reagentes químicos que não foram consumidos no processo de cozimento. O licor é conduzido
então para evaporadores em que o teor de lignina chega a 60%. Após esse processo o licor é cha-
mado de licor forte.
7.3.7.2 Queima
O licor é então encaminhado para caldeiras, nas quais ocorrerá a queima. A lignina, ainda
presente, queima, liberando grande quantidade de calor. Ao término da queima o sólido exultante
passará por um processo de fusão. O sólido fundido é solubilizado e passa a ser chamado de licor
verde, que tem essa coloração devido a resíduos de ferro. O licor verde possui também carbonato e
sulfeto de sódio.
Papel e Celulose 83
7.5 Fabricação do papel
O outros
além de material recebeque
aditivos uma camada
terão de cola especificadas
suas funções em dosagensmais
específicas
adiante.para a formação do papel,
7.5.4 Acabamento
O papel produzido é armazenado em rolos e somente depois cortado, embalado e enviado
para o destino final.
7.6 Aditivos
O papel é constituído pelas fibras de celulose após tratamento com diversos tipos de aditivos.
Os aditivos são escolhidos e dosados de acordo com o tipo de papel que se quer produzir. Os seguin-
tes aditivos são utilizados:
» Carga mineral: talco e dióxido de titânio têm como objetivo melhorar a maciez, a alvura e
a opacidade do papel.
» Cola: aumenta a união das fibras, impede o espalhamento de tinta e aumenta a resistência
à umidade.
» Sulfato de alumínio: faz com que a cola precipite sobre as fibras.
» Amido: aumenta a retenção e união das fibras.
» Corantes: podem servir para aumentar a alvura ou para dar cor.
»
Outros: plastificantes, antiespumantes, estabilizantes.
Vamos recapitular?
Neste capítulo você conheceu os componentes que formam a madeira, matéria-prima para a pro-
dução de celulose e papel e seus métodos de separação. Aprendeu também todas as etapas que fazem
parte do processo de fabricação do papel e da celulose e conheceu ainda os efeitos que esse tipo de
indústria causa no ambiente.
Papel e Celulose 85
1) Cite as vantagens e desvantagens de cada processo de separação dos materiais ligno-
celulósicos.
2) Por que a casca da madeira não é utilizada para extração da celulose?
3) Como a picagem influencia no cozimento da polpa para preparo da celulose?
4) Quais os prejuízos da indústria de papel para o ambiente?
5) Quais as vantagens da reciclagem de papel?
6) Na caustificação de licor verde foram recuperados 10 kg de NaOH. Qual a quanti-
dade de cal utilizada?
7) Para a recuperação do NaOH utilizado no cozimento foram utilizados 560 g de CaO
para tratar 10 L de licor:
a) Qual a concentração de carbonato de sódio no licor?
b) Qual o volume de gás carbônico produzido em seguida para arecuperação da cal?
Para começar
Neste capítulo você vai aprender como o petróleo e o gás natural se ormam e quais são as subs-
tâncias que os derivados
dos dierentes compõem.deAlém disso, vai conhecer as técnicas de tratamento do óleo cru e da produção
petróleo.
8.1 Histórico
Em 1953, durante o governo de Getúlio Vargas, oi criada a Petrobras. O Brasil recebeu então
campos de petróleo no recôncavo baiano, uma refinaria em Mataripe (BA) e outra em Cubatão (SP).
Ao final da década a produção de petróleo em nosso país já tinha crescido em 24 vezes.
Em 1961, com o uncionamento de uma nova refinaria em Duque de Caxias (Reduc), no Rio
de Janeiro a Petrobras alcançou um de seus grandes objetivos: tornar o país autossuficiente na pro-
dução de petróleo e derivados.
A década de 1970 oi marcada por algumas crises, e, assim, os países exportadores de petróleo
87
Foram desenvolvidos aqui no Brasil tecnologias e equipamentos a fim de azer perurações a
mais de 500 m abaixo do oceano, eito que até então não tinha sido alcançado por nenhum país. A
partir da melhoria desses equipamentos, já oram realizadas perurações que ultrapassam 2.000 m
de proundidade.
Parafínicos Aromáticos
Naftênicos Oleofínicos
Com essa grande variedade de composições e características das misturas que ormam o
petróleo, é necessário que se analisem amostras para se possa determinar que substâncias estão pre-
sentes, assim como suas quantidades, dando início ao refino.
Petróleo e Gás 89
8.4 Refno
O refino consiste na separação dos componentes que ormam o petróleo. Três etapas são
comuns para o refino de qualquer tipo de petróleo: a destilação, o craqueamento e o tratamento que
irá conerir as características exigidas por lei.
8.4.1 Destilação
A destilação consiste num processo de separação de líquidos miscíveis com base na dierença
de ponto de ebulição desses componentes. Quando uma mistura é aquecida, orma-se uma mistura
de vapores rica no composto de ponto de ebulição mais baixo que se encontra em equilíbrio com a
mistura de líquidos, que por sua vez estará rica no componente menos volátil. Essa mistura é cha-
mada de azeótropo. O vapor é recolhido e então condensado, ormando um líquido rico no com-
posto mais volátil. Raras são as misturas de líquidos que não ormam azeótropo; assim, uma
destilação simples não é eficiente para a separação completa dos componentes.
A destilação racionada consiste em sucessivas destilações que ocorrem em colunas (ou torres,
no caso de processos em grande escala) que possuem ao longo de seu comprimento pratos ou
recheios, além de diversas saídas laterais, nas quais ocorrerá a condensação dos vapores. Cada pata-
mar entre dois pratos ou dois conjuntos de recheio unciona como uma microdestilação simples. O
tamanho das torres pode variar, influenciando na eficiência da separação. Quanto maior a torre,
melhor a eficiência da separação dos componentes.
Na destilação do petróleo, o óleo cru é aquecido em ornos que ficam na parte inerior da
torre. Os hidrocarbonetos mais voláteis, ou seja, os mais leves, irão evaporar primeiro e ao entrarem
em contato com os pratos ou recheios irão condensar, sendo retirados pelas saídas laterais.
As dierentes regiões da torre apresentam temperaturas dierentes. Quanto mais alto o ponto,
mais baixa temperatura ele apresentará. Assim, os componentes que apresentam temperaturas de
ebulição dierentes se condensarão em regiões dierentes da torre, podendo ser recolhidos separada-
mente. Nessa primeira destilação são recolhidos o gás natural, GLP, nafa e querosene. Todas as ra-
ções retiradas ainda necessitarão de tratamentos posteriores.
A porção que não oi separada irá passar por uma nova destilação, porém com maior tempera-
tura e a vácuo. Nessa etapa serão separados o óleo diesel e o óleo combustível. Restará ainda na parte
inerior da torre uma mistura composta pelos hidrocarbonetos mais pesados que serão utilizados
para a produção de asalto e óleo diesel pesado.
As torres de destilação de petróleo baseiam-se no princípio de destilação racionada. Há die-
rentes tipos de torre que vão atender as necessidades dos dierentes tipos de petróleo e as dierentes
características das rações produzidas. Essas torres serão descritas a seguir.
Petróleo e Gás 91
8.4.2 Craqueamento
As rações da destilação a vácuo que contêm os hidrocarbonetos mais pesados seguem então
para o craqueamento, processo no qual as cadeias longas são quebradas, srcinando hidrocarbonetos
de cadeias menores, com o objetivo de gerar uma maior quantidade de GLP e nafa, produtos de
maior valor comercial.
O processo de craqueamento começou a ser utilizado a partir de 1915. Até então, os hidrocar-
bonetos leves que ormam o GLP e a nafa eram obtidos somente através da destilação do petróleo,
porém o rendimento era baixo, variando entre 20-50%, dependendo do tipo de petróleo.
O craqueamento pode ser térmico ou catalítico: o primeiro exige temperatura e pressão eleva-
das, produz uma grande quantidade de gases combustíveis e também de coque, um resíduo sólido
contendo ainda hidrocarbonetos pesados. O segundo ocorre em condições um pouco mais brandas,
porém, com o uso de um catalisador, consome o coque ormado e ainda gera menor quantidade de
gases e produtos de melhor qualidade. O craqueamento térmico ocorre por batelada, pois o coque
ormado se acumula no reator, prejudicando a continuação do processo em novas quantidades do
petróleo. Assim, após o craqueamento de determinada quantidade de petróleo o processo é inter-
rompido para que seja realizado o descoqueamento, ou seja, para que o coque seja retirado.
No processo de craqueamento, a carga de óleo passa por diversos trocadores de calor, podendo
ser aquecida ou resriada. Os gases provenientes desse processo e da queima do coque são retirados
pela ação de ciclones e encaminhados para as torres de destilação, que irão promover a separação do
GLP, da nafa e ainda de gases como amônia, ácido cianídrico e ácido sulúrico. Esses gases tóxicos,
depois de liqueeitos, são chamados de água ácida e recolhidos em tanques de armazenamento. As ra-
ções separadas de GLP e nafa passam por tratamentos que serão descritos no decorrer do capítulo.
Figura 8.2 – O equilíbrio mostra que, da mesma maneira que os radicais se ormam,
eles podem reagir ormando um hidrocarboneto.
As reações que ocorrem no processo térmico costumam ser a quebra de paraínicos de cadeia
longa em parafinicos ou olefinas de cadeias menores, de olefinas de cadeia longa em olefinas de
cadeias menores e a quebra de anéis também em olefinas. Desse modo, é comum a produção de uma
grande
veis, quantidade
porém de olefinas.
aromáticos Os aromáticos
com ramificações podemnão costumam
perder reagir,
essa cadeia pois são compostos muito está-
lateral.
O processo catalítico é realizado em condições mais amenas de temperatura e pressão, che-
gando a 500 ºC e 100 kPa. Essas condições são uma vantagem trazida pelo catalisador, que diminui a
energia de ativação (energia necessária para que a reação ocorra), promovendo uma menor neces-
sidade de energia. Além da vantagem de necessitar de menor energia, o processo catalítico também
produz uma menor quantidade de coque e uma maior quantidade de nafa, consequentemente causa
um maior rendimento na produção de GLP.
As reações com uso do catalisador ocorrem via ormação de carbocátions. Nesse tipo de rea-
ção um carbono perde o par de elétrons, ormando um cátion que é chamado de carbocátion. A or-
mação desses cátions é realizada pelo catalisador. Nesse tipo de reação é comum a ormação de
ciclos e aromáticos.
As reações de craqueamento térmico, chamadas de reações primárias, também ocorrem no
processo catalítico,
temperatura diminui.porém vão cedendo lugar as reações secundárias, via catalítica, à medida que a
H H H H H
+
H C C C H H C C C H
+
H H H
H C H H C H
H H
Petróleo e Gás 93
A ciclização ocorre principalmente entre oleinas para a ormação de ciclos de cinco ou
seis carbonos.
H H H H H H H H + 4H C CH2
2
4H C CH3
3
Gásderefinaria Petroquímica,gásderua
Eteno Petroquímica
GLP Combustíveldoméstico
Gasolina Combustívelautomotivo
Nafta Solventes,petroquímica
Aguarrás mineral Solventes
Solventesdeborracha Solventes
Hexanocomercial Petroquímica
Benzeno Petroquímica
Xileno Petroquímica,solventes
Tolueno Petroquímica,solventes
Queroseneparaaviação Combustívelparaaviões
Óleodiesel Combustívelautomotivo
Lubrificantes Lubrificantes
Parafinas Velas,indústriadealimentosedetergentes
Resíduoaromático Negrodefumo
Extratoaromático Extensordeborrachaeplastificante
Asfalto Pavimentação
Coque Indústriadealumínio
Enxofre Produçãodeácidosulfúrico
Óleoscombustíveis Combustívelindustrial
Petróleo e Gás 95
Passaram a ser utilizados então catalisadores sintéticos ou amoros. Estes também são compos-
tos por sílica (SiO2) e óxido de alumínio, Al2O3, porém, os óxidos são tratados separadamente e em
seguida dosados na proporção ideal para a ormação do catalisador.
As vantagens desse tipo de catalisador é a possibilidade de se controlar a granulometria, a
porosidade, a superície de contato, a quantidade de alumínio e a ausência de outros metais. Nos
catalisadores sintéticos, quanto maior or o teor de alumínio, maior o rendimento na produção de
nafa e GLP em relação aos catalisadores naturais.
Outro tipo de catalisador muito utilizado é o zeolítico. Este é produzido a partir da zeólita,
uma rocha de alta porosidade que absorve água de maneira tão rápida que o calor liberado no pro-
cesso de absorção acarreta a ervura da água.
Devido ao seu alto grau de porosidade e superície de contato, o catalisador zeolítico possui
uma atividade muito maior que os sintéticos. A vantagem desse catalisador é o aumento do rendi-
mento da nafa através do aumento de produção de paraínicos e aromáticos. Esse catalisador apre-
senta, por outro lado, um alto custo de produção.
8.4.2.3 O coque
O coque é um resíduo sólido ormado após o craqueamento que contém hidrocarbonetos
pesados, mas também contém uma pequena quantidade de hidrocarbonetos voláteis. É muito utili-
zado como combustível, onte direta de carbono e como eletrodo em algumas indústrias.
A ormação do coque é proveitosa, pois a sua queima irá gerar o calor necessário para o cra-
queamento, ou seja, o coque ormado no craqueamento de uma carga de petróleo será queimado
para geração de calor para o craqueamento de outra carga.
Porém no craqueamento catalítico a ormação do coque é prejudicial, pois ele se acumula
sobre o catalisador, ocupando seus sítios ativos e interrompendo sua atividade, e também se acu-
mula no reator.
O coqueamento consiste na queima do coque em temperatura de aproximadamente 1200 ºC
para a eliminação dos hidrocarbonetos voláteis que não oram liberados nos processos anteriores.
Há vários tipos de coque que irão ter características dierentes dependendo do tipo de petróleo
que o srcinou e do processamento. Os coques mais comuns são: esponja, agulha e chumbinho, sendo
este último o menos utilizado, por possuir pouca superície decontato e tendência a aglomeração.
A Tabela 8.2 mostra as características dos dierentes tipos de coque.
Quando o coque se deposita na superície do catalisador, este é enviado para regeneração a fim
de que possa ser reaproveitado em outras operações de craqueamento. O coque ormado no reator é
retirado mecanicamente pela ação de britadeiras ou por um sistema hidráulico que utiliza água em
alta pressão. Esse processo é chamado de descoqueamento.
Aparência esponjosa
Grande superfície de contato
Esponja
Poucos contaminantes
Rico em material volátil
Esférico
Pouca superfície de contato
Chumbo
Pobre em material volátil
Tendência à aglomeração
Forma de agulha
Agulha Pobre em material volátil
Alto conteúdo de carbono
8.4.3.1 Dessulforização
Após as etapas de destilação e craqueamento, as rações separadas ainda possuem certas quan-
tidades de contaminantes, por isso devem passar por tratamentos para a descontaminação, gerando
um produto de melhor qualidade.
O enxore é um contaminante presente em grandes quantidades que causa vários prejuízos
como corrosão, acidez e poluição. Os processos de tratamento para essa impureza são a dessuluriza-
ção, que consiste na retirada total dos compostos de enxore, e o adoçamento, que transorma esses
compostos em outros menos agressivos.
Petróleo e Gás 97
Quando a quantidade de enxore é pequena e os hidrocarbonetos da ração a ser tratada são
leves, a dessulurização ocorre por meio de uma lavagem com hidróxido de sódio (NaOH), que irá
ormar compostos solúveis em água, os quais serão separados por decantação. Se a ração contiver
hidrocarbonetos pesados, estes ormarão compostos insolúveis, e em vez de ocorrer a dessuluriza-
ção ocorrerá o adoçamento.
As principais reações que ocorrem entre o hidróxido de sódio e os derivados de enxore estão
descritas a seguir.
H2S(g) + 2 NaOH(aq) → Na2S(aq) + 2 H2O(l)
RSH + NaOH → NaSR +H O
(aq) (aq) (aq) 2 (l)
Para a remoção de ácido sulídrico (H2S) o tratamento é eito passando-se uma mistura de
dimetilamina (DEA) e metilamina (MEA) contracorrente com o óleo a ser tratado. O ácido irá rea-
gir com a DEA/MEA e o fluxo é encaminhado para recuperação dos reagentes.
Os derivados nitrogenados também são prejudiciais, pois causam alteração de cor e a orma-
ção de gomas. A extração da amônia é eita pela lavagem com água, os compostos nitrogenados bási-
cos são extraídos com ácido sulúrico e os neutros, com ácido sulúrico ou hidróxido de sódio.
m
o
c.
k
c
ot
rs
te
t
u
h
S
/
8
7
r
b
y
Z
8.4.3.3 Hidroprocessamento
O hidroprocessamento consiste em reações entre o gás hidrogênio e as rações de óleo com o
objetivo de retirar contaminantes como enxore e nitrogênio da amostra, saturar olefinas e aromáti-
cos, melhorando então a qualidade dos derivados, em um processo chamado de hidrotratamento, ou
promover o hidrocraqueamento para a obtenção de cargas mais leves.
Petróleo e Gás 99
8.4.3.5 Alquilação catalítica
Esse tipo de reação é utilizado para a produção de hidrocarbonetos de cadeia longa a partir de
hidrocarbonetos terciários com olefinas para serem utilizados em gasolina de alta octanagem. É
comum o uso de ácido fluorídrico ou sulúrico como catalisador.
componente; também
se orma a partir há impurezas
da decomposição dacomo N2 eorgânica,
matéria H 2S. É encontrado
assim comoarmazenado
o petróleo. em rochas porosas e
100 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
A quantidade de gás natural misturado ao petróleo varia de acordo com a região onde se
orma. Há jazidas em que há predominantemente o petróleo, assim como há outras em que o gás
natural se encontra em uma proporção muito maior que o petróleo.
Quando a quantidade de petróleo excede a de gás natural, é ele que irá determinar a viabili-
dade do processamento de gás. Quando esse processamento não é economicamente avorável, o gás
natural é queimado para evitar o aumento da quantidade de metano na atmosera.
O gás natural necessita passar pelos mesmos processos de descontaminação que as rações
extraídas do petróleo.
O gás liqueeito de petróleo (GLP) é uma mistura dos gases liberados durante a destilação ra-
cionada e o craqueamento do petróleo. É composto por propano, isobutano e n-butano.
Ambos os gases são utilizados como combustível.
Vamos recapitular?
Neste capítulo você conheceu o processo de ormação do petróleo e do gás natural, assim como a
sua composição. Além disso, pôde aprender as etapas de tratamento e separação dos derivados de petró-
leo e as utilidades desses derivados para as indústrias e para a sociedade.
102 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
9
Óleos e
Gorduras
Para começar
Neste capítulo você irá conhecer as semelhanças e diferenças entre os óleos e gorduras, seus méto-
dos de obtenção e suas aplicações em outras indústrias.
9.1 Economia
Nosso corpo é capaz de produzir alguns ácidos graxos, porém diversos fatores podem inibir
essa síntese, sendo essencial a ingestão de óleos e gorduras por meio da alimentação. As indústrias
alimentícias têm grande foco na modificação de gorduras e óleos naturais para que estes adquiram
características que melhorem sua qualidade para o uso em alimentos.
Os óleos e gorduras têm grande aplicação não só na indústria alimentícia, mas também em
diversos outros setores industriais, tais como indústria farmacêutica, de sabões e detergentes, de per-
fumes, metalúrgica, de polímeros, explosivos entre outras.
103
9.2 Conceitos importantes
O CH2 O C R
CH2 OH
O
+ 3 C R
CH O C
CH OH R
HO
CH2 O C R
CH2 OH
104 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
O O
O
O
Triglicerídeo simples Triglicerídeo composto
O
O
CH OH CH OH
O
Diglicerídeo Monoglicerídeo
R (CH2)nCOOH R H
Cis Trans
106 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
9.5.2 Degomado
Consiste na eliminação de fosfatídeos devido ao fato de essas substâncias formarem gomas.
Esse processo ocorre por meio da reação entre os óleos e gorduras e a água, ocorrendo a hidratação
dos fosfatídeos, que serão separados por centrifugação.
9.5.3 Refno
Nessa etapa a gordura ou óleo é tratado com uma base com o objetivo de eliminar os ácidos
graxos livres, convertendo-os em sabões solúveis em água.
9.5.4 Branqueamento
A gordura ou óleo é tratado com argila de branqueamento para que sejam retiradas as substân-
cias que dão cor.
9.5.5 Desodorização
Tem como objetivo retirar as substâncias que dão odor e sabor indesejáveis ao óleo ou gordura
pela técnica de destilação por arraste a vapor d’água a vácuo.
9.5.6 Hidrogenação
A hidrogenação catalítica é um tipo de reação que transforma hidrocarbonetos insaturados
em saturados, ou seja, transforma as ligações duplas e/ou triplas em ligações simples pela adição
do hidrogênio.
A indústria de alimentos utiliza muito esse tipo de reação para transformar óleos em gorduras
semissólidas, aumentando seu ponto de fusão. Esse tipo de gordura costuma ser utilizado em marga-
rinas e chocolate hidrogenado, por exemplo, para que esses alimentos ganhem mais resistência ao
calor e não derretam.
A hidrogenação ocorre com o auxílio de um catalisador. Normalmente o níquel é utilizado
para essa função nas indústrias pelo seu menor custo. Essa reação ocorre em alta pressão, para que o
gás hidrogênio se aproxime da superfície do catalisador. Esse gás será adsorvido e terá suas ligações
enfraquecidas, tornando-o mais reativo diante das ligações duplas.
Nem todas as ligações duplas dos ácidos graxos são hidrogenadas. Por esse motivo, algumas
ligações com configuração cis são convertidas pelo catalisador em gordura com conformaçãotrans,
que é prejudicial à saúde.
9.5.7 Interesterifcação
A interesterificação consiste na troca dos ácidos graxos do óleo ou gordura por outros ácidos
graxos. Pode ser realizada pela reação de um triglicerídeo com um alcóxido ou entre dois triglice-
rídeos. O esquema a seguir demonstra como ocorre essa reação.
-
+
O O Na
- +
CH2 O Na O
CH2 O C R1 CH2 O C R1
C R1
+ Na+MO- OMe
+
OMe
- +
O Na O
-
O
+
CH2 O Na
CH2 O C CH2 CH2 O C + -
Na O CH2
C OCH2
R2
+ R2
+
R2
108 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
Esse processo é muito utilizado na indústria de alimentos visando otimizar algumas caracterís-
ticas da gordura, como aumentar o ponto de fusão ou evitar que se cristalize durante a validade do
alimento. É um método alternativo para a confecção de gorduras com características mais favoráveis
sem produzir grandes índices de gordura trans.
9.5.8 Fracionamento
As gorduras são formadas por diversos tipos de triglicerídeos, cada qual com ácidos graxos
diferentes e, consequentemente, com pontos de fusão diferentes. Essas gorduras podem ser separa-
das em outras pela técnica de cristalização fracionária por solvente ou fusão fracionária. A primeira
é um processo mais caro, utilizado somente quando se deseja a obtenção de gorduras especiais.
Essa técnica permite que gorduras com alto ponto de fusão sejam separadas das demais; além
disso, são separados óleos ou gorduras em diversas frações, e é possível a obtenção de gorduras espe-
ciais com propriedades específicas e bem definidas.
O processo de cristalização é feito com rigoroso controle de temperatura e agitação e pode
formar grandes cristais do óleo ou gordura desejado, que podem ser separados da parte líquida
por filtração.
O fracionamento produz uma fração líquida chamada oleína e uma fração sólida, a estearina.
Vamos recapitular?
Neste capítulo você conheceu as semelhanças e diferenças entre óleos e gorduras, os processos de
fabricação ou obtenção, e viu ainda como é feita a conversão dos óleos vegetais em gorduras saturadas
que serão utilizadas na indústria de alimentos.
a) Equacione
rada dessesas reações que ocorrem durante o refino e diga como é possível a reti-
ácidos.
b) Que cuidados devem ser tomados nessa etapa com relação à quantidade de base?
4) Quais as vantagens e desvantagens trazidas pela hidrogenação de óleos?
5) Quais as vantagens trazidas pela interesterificação?
110 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
10
Sabões e
Detergentes
Para começar
Neste capítulo você irá conhecer as características e propriedades do sabão, as diferenças entre
sabão e detergente e os métodos de produção destes.
111
10.2 Características dos sabões e detergentes
Sabões e detergentes possuem cadeias longas de carbono (apolar) e uma parte polar que dife-
rencia um do outro. Logo, suas moléculas possuem uma parte hidrofílica (que interage com água) e
uma parte hidrofóbica (que não interage com água, mas interage com gorduras). A parte hidrofílica
corresponde à parte polar, enquanto a parte hidrofóbica corresponde à grande cadeia apolar de car-
bonos do ácido graxo.
Essas características de suas cadeias são responsáveis por duas propriedades dos sabões e
detergentes: o comportamento surfactante e a capacidade de limpeza.
Figura 10.1 – A tensão ocorrerá na molécula da superfície, pois no interior as forças se anulam.
112 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
Quanto mais fortes forem as interações entre as moléculas, maior será a tensão superficial. A água,
que apresenta ligações de hidrogênio, é um dos líquidos com maior tensão. Essa propriedade dos líquidos
é responsável, por exemplo, pelo fato de mosquitos conseguirem pousar na água para colocar seus ovos.
m
o
c.
k
c
ot
rs
tet
u
h
/S
ia
d
e
M
g
n
i
R
e
u
l
B
Figura 10.2 – Os mosquitos só conseguem depositar seus ovos na água por causa da tensão superficial.
R C O CH2 HO CH2 O
O
+ 3 Na OH + 3
C O CH HO CH
- +
R R O Na
R C O CH2 HO CH2
114 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
O processo de produção do sabão é dividido em quatro etapas: saponificação, semicotura,
refino e descanso.
10.3.1 Saponifcação
A matéria-prima para a fabricação do sabão é a gordura, líquida ou sólida, que é colocada em
uma caldeira com água e hidróxido de sódio ou potássio. A mistura então é aquecida até a temperatura
de 150 ºC por cerca de 30 minutos. Formam-se então duas fases, uma aquosa e outra composta pelo
sabão. Cloreto de sódio é adicionado à mistura para facilitar a separação das duas fases no refino.
10.3.2 Semicotura
O processo descrito anteriormente é repetido com a adição de hidróxido em excesso e aqueci-
mento a fim de que seja garantida a completa transformação de toda a gordura em sabão.
10.3.3 Refno
Consiste na separação da glicerina e do sabão pela diferença de solubilidade na salmoura. A gli-
cerina se dissolve na fase aquosa. O sabão, menos denso, fica na fase superior, e assim a fase aquosa é
retirada pelo fundo da caldeira. A glicerina pode ser recuperada e utilizada em diversos fins.
A lavagem com a salmoura pode ser repetida quantas vezes for necessário, de acordo com a quali-
dade desejada para o sabão. Porém, esse processo resulta em um grande gasto de água. Atualmente as
indústrias estão investindo em uma nova técnica de refino que consiste na passagem da mesma salmoura
em um fluxo contracorrente ao sabão. À medida que a salmoura passa, ela se enriquece de glicerina.
10.3.4 Descanso
A massa de sabão ainda contém uma grande quantidade de sal. Por isso é adicionada uma
pequena quantidade de água e a mistura é deixada em repouso por um período de até 48 horas.
A mistura se apresentará dividida em três fases: a superior contendo sabão de alta qualidade,
viscosidade e aspecto claro; a do meio contendo um fluido salgado e escuro e até 40% de sabão; a
inferior contendo um líquido alcalino e salgado denominado lixívia.
10.3.5.3 Sabão em pó
São adicionados à massa anticorrosivos, tampões, detergentes auxiliares, alcalinizantes e sul-
fato de sódio como enchimento. A mistura é homogeneizada a quente, e o fluido resultante passa por
atomizadores em alta pressão. Na saída do atomizador há um fluxo de ar quente que transforma o
fluido em pequenas gotículas que, ao caírem, secam, se transformando nos grãos.
10.3.5.4 Sabonete
São adicionados à massa antirancificantes, corantes, perfumes e bactericidas. A massa é então
homogeneizada, seca, prensada e cortada.
116 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
» Detergente aniônico
São os detergentes cuja parte hidrofílica é um ânion. Os detergentes mais comuns desse
tipo são os alquilbenzenossulfonatos de sódio.
» Detergente não iônico
São constituídos por moléculas que não se dissociam em água. Enquanto os detergentes
catiônicos e aniônicos são sais, os detergentes não iônicos mais comuns são poliálcoois.
» Detergente anfótero
São detergentes que podem se comportar como ácidos ou como bases, dependendo do
meio em que serão utilizados.
É muito comum o uso de misturas de tensoativos para que se atinja uma determinada caracte-
rística de detergência e espuma. Porém não é possível que se faça qualquer mistura. Detergentes cati-
ônicos e aniônicos são incompatíveis, pois reagem formando um composto insolúvel.
10.4.1.5 Silicatos
Os silicatos de sódio são utilizados com o objetivo de evitar a corrosão das máquinas e prolon-
gar a qualidade do detergente durante o armazenamento.
São substâncias
do ultravioleta, quecom
fazendo se depositam sobrevisível
que a radiação os tecidos e são capazes
seja emitida de absorver
em grande radiação
intensidade, na região
disfarçando
o amarelado dos tecidos.
+ H2SO4
SO 3H
+ NaOH
- +
SO 3H SO3 Na
+ H2O
C12H23
cat
+ C12H23Cl
C12H23
C12H23
+ H SO + SO
2 4 3
HO3S
C12H23
C12H23
+ H2O
+ NaO H
+ -
Na O3S
HO3S
118 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
10.5.2 Torre de secagem
O excesso de água é retirado por aquecimento do tensoativo, em seguida são acrescentados os
aditivos que descrevemos anteriormente e a mistura é homogeneizada passando por um atomizador
em alta pressão. Na saída há um fluxo de ar que transforma a mistura em grânulos.
Vamos recapitular?
Neste capítulo você conheceu as propriedades dos sabões e detergentes, suas diferenças, seus
métodos de produção e como as indústrias que fabricam esses produtos afetam o ambiente.
120 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
11
Cosméticos
Para começar
Neste capítulo, estudaremos os cosméticos, sua definição, suas matérias-primas e composição quí-
mica, as técnicas de produção e suas aplicações.
O capítulo está estruturado em cosméticos para a pele, para os cabelos, para os lábios e encerra
com as técnicas para a fabricação bem-sucedida por meio da escolha de matérias-primas e seu processa-
mento adequado.
11.1 Denição
Entende-se por cosméticos qualquer substância ou mistura que tem como finalidade melhorar
a aparência ou odor e proteger o corpo humano. Porém os cosméticos são percebidos de maneira
diferente no mundo. Na França, por exemplo, os perfumes não estão incluídos na classe dos cosmé-
ticos, e nos Estados Unidos os sabonetes também não são classificados dessa maneira.
No Brasil, os cosméticos são controlados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária –
Anvisa,
pessoal ee,perfumes
de acordoque
com essecompostos
sejam órgão, a definição oficial para
por substâncias cosméticos
naturais consiste
ou sintéticas emaplicação
cuja produtospode
de uso
ser realizada em qualquer parte do corpo (dependendo do tipo de cosmético) e que tem como finali-
dades limpá-lo, perfumá-lo, corrigir a aparência ou mantê-lo em bom estado.
121
11.2 Histórico
Os primeiros registros do uso de cosméticos relatam o uso de sais de antimônio para pintura
dos olhos no Egito Antigo. Também era comum nessa região o uso de ceras de abelha e gorduras de
srcem animal ou vegetal para a proteção da pele contra o calor e a perda de água. Os gregos e roma-
nos foram uns dos primeiros povos a produzir sabões. Também em Roma era muito comum o uso
de maquiagens pelos atores de teatro, que extraíam pigmentos de extratos vegetais e rochas e os mis-
turavam com óleos.
Com a peste negra os banhos foram proibidos na Europa, pois acreditava-se que a água quente
abria os poros e facilitava a entrada da doença. Com isso a produção de perfumes começou a crescer.
No século XIX voltaram a ser reconhecidos os benefícios causados pelos banhos, e, nessa
época, cosméticos eram produzidos em residências pelas donas de casa. A partir do século XX então
a indústria de cosméticos começou a crescer exponencialmente.
O pH
dos pés, é umdapouco
pele émais
ácido, porémOs
elevado. nascosméticos
regiões emaplicados
que o suor é excessivo,
nessa região têmcomo
o pHaxilas,
próximovirilha
de 7.e dedos
11.3.1.1 Sabonetes
Como já vimos no capítulo anterior, os sabonetes são sintetizados a partir da reação de hidró-
lise básica entre triglicerídeos de srcem animal ou vegetal e hidróxido de sódio ou potássio. Sua
estrutura é constituída por sais de ácidos graxos com cadeias longas.
As moléculas desses sais possuem uma parte que interage com água e outra que interage
com a gordura. Desse modo o sabonete é capaz de retirar a gordura da pele, facilitando sua disper-
são na água.
Os sabonetes são produzidos na faixa de pH de 6,0-7,5, dependendo do fabricante.
122 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
11.3.1.2 Desodorantes e antitranspirantes
Os desodorantes e antitranspirantes são usados nas axilas e nos pés com o objetivo de disfarçar
ou evitar o mau cheiro. Essas regiões do corpo produzem maior quantidade de suor. O suor não tem
odor, e o mau cheiro é causado pela sua decomposição por bactérias existentes na nossa pele.
O O
O O
- -
CH3 CH2 OH Cl O Cl
N N
HO N OH
OH
Etanol Triclosan DTPA
O
CH2OH
+
N -
Cl
Cosméticos 123
Tabela 11.1 – Composição química de desodorantes
M at ér ia -p ri ma % Fu n ç ã o
124 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
A radiação UV danifica não só nossa pele, mas também nossos cabelos, sendo comum a adi-
ção de filtros solares em xampus e condicionadores.
Tabela 11.2 – Principais substâncias utilizadas como absorvedores ou refletores de radiação ultravioleta
C l a s s eq u í m i c a F i l t r os o l a r Ti p o
Etil-hidroxipropilPABA UVB
Gliceril
PABA UVB
p – aminobenzoato
OctidimetilPABA UVB
PABA UVB
Salicilatodehomometila UVB
Salicilatos Octilsalicilato UVB
Salicilatodetrietanoamina UVB
Metoxicinamatodedietanoamina UVB
Cinamatos
Octilmetoxicinamato UVB
2-hidróxi-4-metoxi-benzofenona UVA
2,2-di-hidróxi-4-metoxibenzofenona-5-sulfônico UVA
Benzofenona 2,4-di-hidroxibenzofenona UVA
2,2’-di-hidroxi-4,4’dimetoxibenzofenona UVA
3,2’,4,4’-tetra-hidroxibenzofenona UVA
Antranilatodemetila UVA
Octocrileno UVA
Outros grupos
Butil-metoxidibenzoilmetano UVA
4-isopropildibenzoilmetano UVA
11.3.1.4 Perfumes
Os perfumes têm como único objetivo melhorar e fornecer odores agradáveis ao corpo
humano. São compostos por álcool, que serve como solvente, óleos essenciais extraídos de flores,
madeira, frutos ou sementes, fixadores, que atualmente são de srcem sintética, e água.
Cosméticos 125
Costumam apresentar pH levemente alcalino a fim de romper a barreira de proteção de lipí-
dios para que então os princípios ativos sejam absorvidos pela pele.
» Máscaras detergentes: retiram impurezas e excesso de ácidos graxos. Devem estar na faixa
de pH de 7,5 a 8 para a facilitação da limpeza e devem conter um agente detergente na
formulação.
» Máscaras sedativas e refrescantes: adicionam-se à composição substâncias refrescantes e
anti-inflamatórias como cânfora, mentol e camomila.
» Máscaras hidratantes: têm a função de manter a água na camada córnea da pele. São
agentes hidratantes: hidrolisado de proteínas, lactato de amônio, ureia, entre outros.
»
Máscaras nutritivas: repõem componentes dos quais a pele necessita, como ácidos graxos
em pele envelhecida.
» Máscaras esfoliantes: são utilizados hidroxiácidos e enzimas para promover a esfoliação
da camada córnea.
» Máscaras adstringentes: retiram o excesso de graxa e diminuem a dilatação do orifício
folicular. São usados como agentes adstringentes sais de alumínio ou ácido lático, que irão
precipitar proteínas cutâneas.
Muitas máscaras contêm em sua composição agentes antiacne. O descontrole na produção de
hormônios acarreta um acúmulo de gordura na pele, facilitando a proliferação de bactérias que se
alimentam da gordura e crescem, causando o inchaço dos poros. São utilizados como agentes
antiacne bactericidas como enxofre, sais de enxofre e peróxido de benzoíla. Além disso, cremes
antiacne apresentam pH ácido para auxiliar na retirada do excesso de gordura.
Óleosdesementes Emoliente
Mica Diluente,agentede texturae consistência
Óxidodezinco Protetorsolar
Dióxido de titânio e alumina Pigmento
126 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
11.3.2 Cosméticos para os cabelos
Os fios de cabelo são compostos principalmente por queratina recoberta por uma fina camada
de água, sais minerais e lipídeos. Os fios de cabelo são produzidos por células chamadas folículos
que se localizam abaixo do couro cabeludo. Essas células são diferentes de pessoa para pessoa, por
isso há cabelos com diferentes características de espessura, cor e ondulação.
11.3.2.1 Xampus
A camada formada por lipídios que recobrem os fios de cabelo tem a capacidade de atrair
sujeiras. Os xampus são detergentes aniônicos, normalmente sais de alquilsulfonados, cuja função é
retirar
banho, essa camada de gordura, facilitando sua dispersão na água e limpando os fios. Após cada
a camada de lipídeos é reposta.
Como o cabelo é diferente de pessoa para pessoa, há muitos tipos de xampus com diferentes
propriedades para o tratamento de cada um. Uma das características que varia é a faixa de pH. Os
fios de cabelo são formados basicamente por três tipos de ligações intermoleculares: ligações de
nitrogênio, pontes de dissulfeto e pontes salinas. Xampus que apresentam pH ácido rompem as liga-
ções de hidrogênio, resultando em cabelos ressecados. Já os xampus que apresentam pH básico rom-
pem as pontes de dissulfeto, resultando em pontas duplas.
O couro cabeludo sofre uma descamação mensal para a eliminação e reposição de células mor-
tas, porém, algumas vezes pode ocorrer descamação excessiva devido a problemas de estresse ou
doenças no couro cabeludo, causadas pela ação de fungos ou ácaros, ocasionando a caspa. Para com-
batê-la, os xampus anticaspa apresentam pH básico, surfactantes não iônicos ou catiônicos e pouca
quantidade de sólidos. Além disso, são adicionados em sua composição ureia, ácido salicílico, alca-
trão, piritionato de zinco ou sulfeto de selênio, devido às propriedades queratinizante e fungicida.
11.3.2.2 Condicionadores
Como já foi descrito, os xampus são formados por tensoativos aniônicos. A carga negativa des-
ses ânions promove um acúmulo de eletricidade estática que deixa os cabelos arrepiados e difíceis de
pentear. Os condicionadores, por sua vez, são formados por tensoativos catiônicos, com o objetivo
de eliminar essa carga, deixando o cabelo mais macio e maleável.
11.3.3 Lábios
A pele dos lábios é três vezes mais fina que a do restante do corpo e possui muitos vasos san-
guíneos perto da superfície. Além disso, não possui folículos, não produz secreções, nem é coberta
por camadas de lipídeos, por isso é muito vulnerável a desidratação e rachaduras.
Cosméticos 127
11.3.3.1 Batom
Os batons são misturas sólidas ou líquidas e viscosas que apresentam finalidades estéticas ou
de hidratação para os lábios. São constituídos principalmente por bases graxas além de corantes,
antioxidantes, conservantes e hidropelentes, que evitam a retirada do batom pela saliva ou pela água.
As bases são formadas em sua maior parte por ceras que apresentam alto ponto de fusão,
porém amolecem à temperatura do corpo humano, facilitando o espalhamento. As ceras são ésteres
de ácidos graxos de cadeia longa e podem ser de srcem animal ou sintética derivada do petróleo.
Os corantes podem ser lipossolúveis ou hidrossolúveis, extraídos de vegetais ou de srcem sin-
tética. Os hidropelentes mais comuns são óleos de silicone, misturas de álcool etílico, estearílico e
manteiga de cacau e têm a capacidade de formar um filme sobre os lábios, impedindo que a cor seja
retirada pela saliva. Já os conservantes e antioxidantes previnem a degradação e oxidação das maté-
rias-primas, evitando a modificação do sabor, cheiro ou cor. São substâncias utilizadas o BHT, a vita-
mina C e a vitamina E.
A faixa de pH para todos os cosméticos que são aplicados na boca está entre 6 e 7, que corres-
ponde ao pH da saliva.
Tabela 11.4 –Componentes do b atom
Co m p o n e n t e s % Fu n ç ã o
Óleoderícino qs Veículo
128 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
11.4.1 Agentes de perolização
Agentes de perolização são preparados a partir da moagem de minerais, como, por exemplo,
mica e quartzo, junto com ceras. São muito utilizados em batons, sombras belushes, além de xampus
e condicionadores, com o objetivo de refletir a luz, dando brilho aos cosméticos.
11.4.2 Antioxidantes
São adicionados com o objetivo de prevenir a degradação e consequentemente a alteração no
cheiro, na cor e aparência dos cosméticos. São comuns principalmente na composição dos cosméti-
cos que têm bases oleosas, pois estas podem degradar na presença de luz ou do ar.
Os agentes antioxidantes mais utilizados são ácido cítrico, ácido ascórbico, componentes aro-
máticos e hidroquinonas. Estas últimas também têm a capacidade de clarear manchas.
11.4.4 Biocidas
Têm como
ser nocivos objetivo
à saúde. Podem neutralizar, impedir
ser sintéticos ou controlar
ou naturais a ação
e devem de micro-organismos
ser atóxicos, eficientes em que possam
baixas con-
centrações e em várias faixas de pH.
11.4.6 Corretores de pH
O controle de pH é de extrema importância, pois cada cosmético deve apresentar pH próximo
ao da região de aplicação. São usados ácidos orgânicos fracos, como o cítrico e o ascórbico, e para
pH alcalino, hidróxido de alumínio ou borato de sódio.
11.4.7 Emolientes
São substâncias oleosas de srcem natural ou sintética que têm o objetivo de manter a pele
macia e hidratada, evitando a perda de água. Podem ser polares ou apolares.
Cosméticos 129
11.4.8 Agentes umectantes
São agentes higroscópicos, ou seja, têm a capacidade de absorver água do ambiente. São usa-
dos normalmente em cremes para hidratação. O umectante mais comum é a ureia.
11.4.9 Espessantes
Os espessantes têm o objetivo de dar viscosidade ao cosmético, facilitando então a sua fixação
no local de aplicação. É comum o uso de polímeros solúveis em água. São muito utilizados nos géis.
11.4.10 Essências
São substâncias extraídas de flores, madeira, frutas e sementes cujo odor é agradável e pode
ser usado na perfumaria. Os principais grupos funcionais presen tes nessas substâncias são ésteres,
aldeídos e cetonas.
Para a obtenção das essências, a matéria-prima é aquecida com água e o óleo essencial é extra-
ído por arraste a vapor e em seguida destilado. O processo tem um rendimento muito baixo, e por
isso os óleos essenciais são muito caros.
11.4.12 Propelentes
Essas substâncias são utilizadas em cosméticos cuja aplicação ocorre na forma de spray. São
gases ou solventes de baixo ponto de ebulição que são armazenados em alta pressão com os outros
componentes do cosmético e têm por função arrastá-los no momento da aplicação. Os propelentes
devem ser inodoros e não devem atacar a saúde humana nem o ambiente.
11.5.1 Agitação
Tem como objetivo formar uma mistura homogênea dos componentes que formam o cosmé-
tico que será incorporada a uma base. As misturas podem ser líquidas, pós em líquidos ou pós em
pós. As bases podem ser aquosas, oleosas ou formadas por um solvente orgânico. A mistura e homo-
geneização ocorrem dentro de equipamentos chamados de reatores acoplados com agitadores. A agi-
tação deve ser controlada, pois a eficiência da mistura e homogeneização depende do número de
repetições do processo. A agitação também irá variar de acordo com a viscosidade da mistura.
130 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
11.5.2 Moagem
A técnica de moagem é utilizada principalmente para a confecção dos pós utilizados nas bases,
sombras e blushes. Consiste em transformar o material sólido em um pó fino. As características de
cor, brilho, textura, fineza e a boa cobertura dependem da qualidade e homogeneidade dos pós.
Após a moagem, o pó produzido passa por um processo de peneiração, o qual separa as partí-
culas de tamanhos diferentes. As partículas que não atingiram o tamanho satisfatório retornam ao
processo de moagem a fim de que não se tenha desperdício de matéria-prima.
A moagem produz pós muito finos e que podem causar problemas respiratórios nos trabalha-
dores desse tipo de indústria, por isso a coleta do pó é feita por um sistema de exaustão acoplado a
um filtro e um coletor.
11.5.4 Cristalização
Esse processo é realizado principalmente em batons e protetores labiais que são sólidos à tem-
peratura ambiente e amolecem e se espalham na hora da aplicação. Esses cosméticos são fabricados a
quente, na forma líquida, para facilitar a mistura e homogeneização. Durante a moldagem, a mistura
é resfriada rapidamente quando cristaliza.
O resfriamento ocorre submergindo-se o molde em água gelada, pela passagem de nitrogênio
líquido ou colocando-se o molde em uma estufa a vácuo em baixa temperatura.
11.5.5 Degasagem
Consiste na extração de gases, principalmente o oxigênio, visto que ele pode oxidar alguns
componentes dos cosméticos, além de causar bolhas e espuma.
Cosméticos 131
Para a retirada de oxigênio em cosméticos que possuem pigmentos que podem ser oxidados
é comum a passagem de um fluxo contínuo de gás nitrogênio. Já para a degasagem de xampus e
sabonetes líquidos que podem formar espumas é comum a retirada de todos os gases por uma
câmara de vácuo.
11.5.6 Filtração
A filtração é necessária para a retirada de sólidos residuais ou que possam ter se formado
durante a fabricação dos cosméticos. Normalmente é realizada a frio para que a maior parte dos sóli-
dos seja removida. As técnicas de filtração vão depender do tamanho das partículas sólidas que
devem ficar retidas.
11.5.7 Tratamento de água
A água é utilizada na fabricação e/ou composição de quase todos os cosméticos. Antes disso,
deve passar por tratamentos para a retirada de resíduos sólidos, para a descontaminação de micro-
-organismos e para a retirada de íons.
A retirada de resíduos sólidos ocorre pela filtração, a descontaminação ocorre pelos mesmos
métodos descritos aqui anteriormente, e a retirada de íons se dá pela desmineralização com resinas
de troca iônica.
Vamos recapitular?
Neste capítulo você conheceu as características de diferentes cosméticos destinados a diversas partes
do corpo e suas funções. Você aprendeu a composição dos cosméticos e algumas técnicas depreparação.
1) Que propriedade do sabão faz com que ele seja capaz de retirar a gordura do corpo?
2) Faça um esquema representando a ação dos desodorantes e antitranspirantes na ini-
bição do suor e do mau cheiro.
3) Qual das substâncias você espera que apresente melhor ação como filtro solar: a
2-metil-5-hidroxi-ciclo-hexanona ou a 2,4 – di-hidroxibenzofenona? Justifique.
4) Xampus e condicionadores podem ser considerados detergentes sintéticos? Justifique.
5) Qual é a importância de oscondicionadores serem formados porsurfactantes aniônicos?
132 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
12
Tecnologias
Farmacêuticas
Para começar
Neste capítulo você irá conhecer alguns conceitos sobre a armacotécnica, área da indústria
armacêutica quenotem
uncionalidades como objetivo produzir ormas armacêuticas visando curar ou alterar algumas
organismo.
Você irá conhecer também as dierentes ormas armacêuticas e suas vantagens e desvantagens.
12.1 Histórico
Registros históricos indicam que no século X a medicina e a armácia eram uma só profissão.
Eram chamados de boticários aqueles cuja profissão exigia que conhecessem e curassem as doenças,
preparando eles mesmos os medicamentos.
Somente no século XVIII a armácia e a medicina oram separadas, sendo os médicos respon-
sáveis por diagnosticar doenças e os armacêuticos, por misturarem matérias para a conecção de
remédios que iriam curar as doenças.
133
12.2 Conceitos
Todo composto químico utlizado com o objetivo de alterar algum desempenho ou ação bioló-
gica no organismo é chamado de droga. As drogas que têm unção terapeutica são chamadas de ár-
macos; já as que têm objetivo adverso ao terapêutico são chamadas de tóxicos.
Os medicamentos são ormulações armacêuticas elaboradas com o objetivo de proporcionar
cura, reposição de substâncias, métodos contraceptivos etc.
Os princípios ativos são as substâncias químicas da ormulação que serão responsáveis por
desempenhar a unção ou eeito armacológico, ou seja, são responsáveis pela ação do ármaco.
Os veículos
polímeros mais
orgânicos. utilizados
O veículo temsão
queceras, silicones,
ser capaz géis de osrcem
de dissolver mineral
ármaco comonaaaplicação
e auxiliar bentonitae na
e
penetração cutânea, além de ser inerte diante do ármaco.
134 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
12.3.2 Formas sólidas
As ormas armacêuticas sólidas podem ser encontradas como pós e granulados, comprimidos,
drágeas, cápsulas ou supositórios.
Os pós e granulados são misturas de ármacos e adjuvantes finamente divididos. São consumi-
dos normalmente na orma de eervescentes e são vantajosos por apresentar uma grande superície
de contato, acilitando na absorção e interação com o organismo.
Os comprimidos consistem na mistura em pó de ármacos e adjuvantes, a qual irá sorer com-
pressão até se compactar.
As drágeas são comprimidos recobertos por camadas grossas de açúcar, ceras e outros adjuvan-
tes. São usadas para proteger ármacos que se degradam no estômago antes de chegar ao local de ação.
As cápsulas, assim como as drágeas, possuem uma proteção para que o ármaco consiga
ser absorvido antes de se degradar, porém esse invólucro é ormado por uma gelatina, que pode ser
mole ou dura.
Os supositórios são sólidos à temperatura ambiente, porém undem na temperatura do corpo
humano. São utilizados via retal.
12.5 Adjuvantes
Os componentes adjuvantes são adicionados à ormulação dos ármacos não só para auxiliar
na absorção e transporte, mas também para evitar os desgastes descritos na seção anterior.
A escolha do melhor adjuvante deve levar em conta as características ísico-químicas dos ármacos,
assim como possíveis interações entre eles.
12.5.2 Solventes
Substância utilizada para dissolver os princípios ativos no meio. Podem ser aquosos ou não.
12.5.3 Absorventes
Substâncias adicionadas para absorver água ou fixar compostos voláteis.
12.5.8 Surfactantes
Os tensoativos são substâncias com a capacidade de diminuir a tensão superficial de líquidos.
Nas ormulações armacêuticas, podem ser usados com agentes molhantes ou emulsificantes.
138 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
12.5.9 Agentes suspensores
Aumentam a viscosidade do meio, dificultando assim a sedimentação de partículas.
12.5.11 Conservantes
São substâncias utilizadas principalmente em ormas armacêuticas líquidas ou semissólidas
que são mais vulneráveis ao crescimento de micro-organismos. Essas substâncias têm como objetivo
impedir a prolieração de ungos e bactérias.
12.5.12 Antioxidantes
Utilizados principalmente em ármacos que possuem óleos ou gorduras em sua composição
para impedir a oxidação, degradação e, consequentemente, a ormação de ranço.
Vamos recapitular?
Neste capítulo você pôde perceber que há dierentes ormas armacêuticas que possuem die-
rentes características de acordo com as propriedades ísico-químicas do ármaco, do seu local e meca-
nismo de ação e da dosagem. Você também conheceu algumas técnicas de preparação e controle de
produção dos medicamentos.
140 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
13
Fundamentos de
Corrosão
Para começar
Neste capítulo você irá aprender como ocorre a corrosão, quais os tipos mais comuns de corrosão,
os prejuízos causados por ela e algumas técnicas para inibi-las ou evitá-las.
13.1 Conceitos
13.1.1 Corrosão
A corrosão é um processo espontâneo de deterioração de metais em razão de ações químicas e
eletroquímicas destes com o ambiente. Alguns autores consideram também corrosão a deterioração
de materiais não metálicos, como o concreto e a borracha.
A deterioração desses materiais prejudica sua durabilidade e desempenho, fazendo com que
deixem de realizar suas funções. A corrosão ataca metais e ligas existentes em tubulações de oleodu-
tos e gasodutos, em cabos de comunicação de redes elétricas, em píeres de atracação de embarca-
ções, em tanques
eletrônicos, entrede armazenagem de combustíveis, em meios de transporte, construções, aparelhos
outros.
A corrosão é um fenômeno de superfície, e a substância formada pela deterioração do metal
funciona como uma barreira entre seu interior e o meio corrosivo, diminuindo a velocidade de cor-
rosão. Todos os metais estão sujeitos a corrosão, dependendo do meio em que estão inseridos.
141
A corrosão dos metais ocorre via reações de oxirredução normalmente entre o metal e o oxigê-
nio presente no ar. Metais de tubulações de plataformas petrolíferas, por exemplo, podem ser ataca-
dos ainda pela presença de ácidos existentes no petróleo.
142 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
Essa corrente é srcinada a partir da diferença de potencial dos materiais que formam o ele-
trodo. Cada elemento tem seu potencial padrão de redução e oxidação, conforme a Tabela 13.1.
Quando dois elementos diferentes formam os eletrodos, há uma diferença de potencial chamada
força eletromotriz. Para uma pilha, que é uma reação espontânea, a diferença de potencial é sempre
maior que zero. A seguir veremos os tipos de pilhas mais comuns na corrosão e seus exemplos.
144 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
A tabela de potenciais apresenta os valores de potenciais de redução em condições padrão e
concentração do elemento igual a 1 unidade. Porém os valores de potencial variam quando se
variam também as condições e a concentração. A equação de Nerst permite calcular calores de
potencial para concentrações diferentes de 1 unidade:
Uma pilha de concentração iônica é formada por dois eletrodos do mesmo metal submersos
em soluções com concentrações diferentes.
Um eletrodo metálico qualquer apresenta a seguinte equação de equilíbrio:
Mn+ + n e– ⇆ M0
Quando se diminui a concentração do íon, o equilíbrio tende a se deslocar para a esquerda no
sentido da perda de elétron. Logo um eletrodo que está mergulhado na solução de concentração
menor irá perder elétrons (anodo). De maneira contrária, quando a concentração do íon é aumen-
tada, o equilíbrio se desloca para a direita, no sentido de ganho de elétrons. O eletrodo imerso na
solução de maior concentração irá receber elétrons (catodo).
As pilhas de aeração diferencial são constituídas por eletrodos do mesmo metal, imersos no
mesmo eletrólito, porém com diferentes concentrações de gases dissolvidos. Para saber qual dos ele-
trodos é o catodo e qual é o anodo, vamos utilizar a equação de Nerst.
Considerando uma pilha com diferentes concentrações de oxigênio, temos o seguinte equilí-
brio para o gás:
2 H2O + O2 + 4e– ⇆ 4 OH– E0 = + 0,401V
Para o catodo temos:
Ecatodo = 0,401 – 0,014775 log (a4/pO2catodo)
Para o anodo temos:
Eanodo = 0,401 – 0,014775 log (a4/pO2anodo)
em que pO2catodo e pO2anodo são as pressõesparciais do oxigênio no catodo e no anodo, respectivamente.
Para calcular o potencial de uma pilha, usamos a equação:
Epilha = Ecatodo – Eanodo
Substituindo nessa equação os potenciais dos eletrodos, temos
Epilha = [0,401 – 0,014775 log (a4/pO2catodo)] – [0,401 – 0,014775 log (a4/pO2anodo)]
Epilha = 0,014775 log (a4/pO2anodo) – 0,014775 log (a4/pO2catodo)
Epilha = 0,014775 [log (a4/pO2anodo) – log (a4/pO2catodo)]
Epilha = 0,014775 (log a4 – log pO2anodo – log a4 + log pO2catodo)
Epilha = 0,014775 (log pO2catodo/pO2anodo)
O valor de Epilha só será positivo se (log pO2catodo/pO2anodo) também for positivo. Para que isso
ocorra, pO2catodo/pO2anodo tem que ser maior que 1, ou seja, para pO2catodo >pO2anodo.
Logo, o eletrodo com maior concentração de gases dissolvidos será sempre o catodo.
146 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
13.1.3.3 Pilhas de temperatura diferentes
Essa pilha é constituída por eletrodos de metais iguais, porém em diferentes temperaturas.
Apesar de o aumento da temperatura contribuir para o aumento da velocidade de reações, nesse
caso também irá contribuir para a eliminação de gases como o oxigênio, diminuindo então a possi-
bilidade de corrosão.
148 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
13.3.1 Uniforme
Ocorre em toda a superfície do metal de maneira regular, de modo que a perda da massa
metálica é a mesma em qualquer ponto.
13.3.2 Em placas
A corrosão não ocorre em toda asuperfície e sim forma placas emdeterminadas regiões do metal.
13.3.3 Alveolar
Recebe esse nome por formar estruturas semelhantes a alvéolos. São perfurações de formato
arredondado, cuja profundidade normalmente é menor que o diâmetro.
13.3.5 Intergranular
Ocorre entre os cristais metálicos, normalmente provocada por acúmulo de impurezas que
aumentam a concentração de um dos metais da liga.
13.3.6 Intragranular
Ocorre dentro dos cristais metálicos, causando fragmentação destes e a perda de propriedades
mecânicas.
13.3.7 Filiforme
Ocorre normalmente em superfícies metálicas revestidas em regiões em que há riscos ou em
arestas. Tem o formato de filamentos não profundos que se propagam em diferentes sentidos.
13.3.11 Grafítica
É comum em ligas de ferro com grafite, nas quais pode haver a corrosão do ferro, deixando
uma estrutura frágil de grafite que pode ser retirada com espátula.
13.3.12 Desineifcação
Ocorre em estruturas feitas com ligas de zinco e cobre, nas quais o zinco sofre corrosão e o
cobre permanece intacto, dando a cor avermelhada à estrutura metálica.
Tanto a corrosão grafítica quanto a desineificação são consideradas corrosões seletivas, pois
atingem somente um dos componentes da liga.
Além desses tipos de corrosão citados, também há classificações de acordo com a causa e o
mecanismo de corrosão, tais como aeração diferencial, eletrolítica ou galvânica, e ainda de acordo
com o meio corrosivo, que são a atmosfera, o solo, micro-organismos, água ou sais minerais.
150 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
Para se determinar a velocidade instantânea, é necessário medir a corrente de corrosão, que é
igual à corrente anódica, relacionando-a com a perda de massa pela lei de Faraday.
k.i.t
m =
F
t = tempo
F = Faraday
Esses métodos são indicados para os casos de corrosão uniforme. Como a medida de diferença
de massa ou concentração é feita em diferentes pontos do equipamento, espera-se que a corrosão
ocorra de maneira igual em toda a sua extensão.
Quando o meterial está perdendo uma grande quantidade de massa, diz-se que a corrosão é -in
tensa. Porém a corrosão puntiforme acarreta uma perda de massa muito pequena e mesmo assim é
considerada intensa, pois pode causar perfuraçãodos aparelhos. Para os tipos de corrosão que ocorrem
somente em determinadas regiões do equipamento são necessários outros tipos de monitoramento.
13.5 Passivação
ajuda A passivação
a prevenir consiste
a sua na formação
corrosão. de uma
Esse processo película
pode ocorrerprotetora
de formasobre a superfície
natural ou pode do
ser metal que
induzido.
O ferro, por exemplo, quando sofre corrosão devido ao oxigênio dissolvido na água, forma uma pelí-
cula composta pelo óxido de ferro, que funciona como uma barreira, impedindo que o gás oxigênio
continue a se difundir e a corroer o restante do material.
A formação da película pode ser induzida pela aplicação de correntes e pelo uso de ácidos for-
temente oxidantes, sendo o ácido nítrico o mais usado para esse fim.
Os gráficos da Figura 13.1 mostram como pode variar a velocidade de corrosão em determi -
nado metal.
Tempo Tempo
(a) (b)
a
s
s
a
m
e
d
a
d
r
e
P
Tempo
(c)
Na Figura 13.1 (a), a corrosão ocorre quando a superfície metálica não varia, pois o produto de
corrosão é inerte e a concentração do agente corrosivo é constante. Em (b), a velocidade decresce de
acordo com a formação do produto de corrosão, ocorre quando o produto de corrosão adere à
superfície metálica, formando uma barreira, ou seja, quando ocorre a passivação. Em (c), a veloci-
dade de corrosão aumenta constantemente, pois o produto de corrosão é solúvel e a área anódica
aumenta, aumentando também a facilidade de corrosão.
13.6 Polarização
Qualquer metal submerso em uma solução contendo seu próprio íon possui um valor de
potencial. Se passarmos uma corrente através desse metal, o valor do potencial irá se alterar. Essa
variação de potencial é chamada de polarização.
152 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
Quando dois metais diferentes são ligados e submersos em um eletrólito, haverá uma dife-
rença de potencial entre eles devido ao fato de serem formados por materiais diferentes. Com o
passar do tempo de funcionamento do circuito os potenciais dos eletrodos tendem a se aproximar,
diminuindo a diferença de potencial. À medida que os potenciais se aproximam diminui a veloci-
dade de corrosão, pois diminui a tendência do fluxo de elétrons. Chamamos esse fenômeno de
polarização dos eletrodos. A polarização é então a variação do potencial dos metais em um cir-
cuito de acordo com a corrente.
Para comprovar esse fenômeno foram realizadas experiências com uma pilha de zinco/cobre, e
se percebeu que o valor da velocidade de corrosão medido chegava a ser até 50 vezes menor que o
calculado quando se usavam os potenciais padrões de cada metal. Medindo-se o potencial de cada
eletrodo durante o funcionamento da pilha foi possível mostrar que eles não se mantêm iguais e
variam com a corrente.
A polarização pode ocorrer por diversas causas, tais como diferença de concentração iônica,
diferença de temperatura, diferença de aeração, ou por influência externa.
13.7.2 Efeito do pH
Certos metais não têm sua velocidade de corrosão alterada nas faixas de pH entre 4 e 10. Em
pH abaixo de 4, porém, a velocidade de corrosão aumenta, pois há a possibilidade de o íon H+ se
reduzir além do O2 presente no meio.
Pegando o ferro como exemplo, em pH maior que 10 há a formação de óxidos (NaFeO2),
ocorrendo a passivação e, por consequência, a diminuição da velocidade de corrosão.
154 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
13.9 Revestimentos de superfície
Durante a corrosão, o metal se transforma em uma substância química mais estável, que pode ser
um óxido, hidróxido ou sal, dependendo do meio corrosivo. A maioria dos métodos de controle de
corrosão utiliza uma película protetora natural ou artificial. Para que essa película tenha uma boa ade-
rência e não apresente falhas, é necessário que a superfície do material passe por tratamento e limpeza
para a retirada de impurezas como graxas, materiais oleosos eóxidos provenientes da corrosão.
Os principais métodos de limpeza da superfície são: a detergência, que utiliza substâncias surfac-
tantes para a retirada de compostos oleosos, a solubilidade, que utiliza solventes orgânicos, o trata-
mento químico ou decapagem com ácidos ou bases que irão reagir e retirar os óxidos formados na
superfície, e a ação mecânica com abrasivos, que pode ser feita de modo manual ou com equipamentos.
Entre as películas protetoras utilizadas para a proteção no combate à corrosão são comuns
substâncias para revestimento metálico, não metálico orgânico e não metálico inorgânico.
13.9.1.1 Cladização
Consiste na laminação conjugada do metal base e do metal de revestimento a quente, for-
mando então uma placa metálica. Normalmente a cladização é feita somente em um lado da chapa
de metal que será exposta ao meio corrosivo.
de plasma.
13.9.1.4 Eletrodeposição
É um processo vantajoso por ser capaz de formar uma película bem fina, necessitando de
pouca quantidade de metal para o revestimento. Consiste num processo de eletrólise no qual o metal
a ser revestido é utilizado como catodo e imerso numa solução contendo um sal do metal que ser-
virá de revestimento. Durante a eletrólise, o íon do metal irá se depositar na sua forma metálica na
superfície do catodo.
13.9.1.5 Cementação
A peça metálica é colocada com o pó do metal de revestimento em vasos rotativos que serão
aquecidos a altas temperaturas a fim de formar a película protetora.
13.9.2.1 Anodização
Essa técnica utiliza o metal a ser produzido como anodo que será oxidado eletroliticamente para
a formação do seu óxido na superfície, formando a camada protetora. É muito utilizada para a proteção
de peças de alumínio, havendo a formação deóxido de alumínio, como mostra a reaçãoa seguir.
2 Al + 3 H 2O → Al2O3+ 6 H+ + 6e–
13.9.2.2 Cromatização
Nesse processo é produzida uma camada de revestimento a partir de soluções contendo cro-
mato ou ácido crômico, que irão srcinar óxidos e/ou hidróxidos de cromo.
156 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
13.9.3 Revestimentos não metálicos orgânicos
As tintas são muito utilizadas como proteção de peças metálicas contra corrosão devido à faci-
lidade de aplicação, ao custo baixo, além de proporcionarem aspecto decorativo. São misturas com-
postas por um veículo não volátil, veículos voláteis, aditivos e pigmentos.
Os componentes não voláteis são óleos vegetais ou resinas responsáveis por unir as partículas
do pigmento e por formar a película após evaporação do solvente. Os solventes por sua vez têm a
função de misturar os pigmentos e aditivos no veículo não volátil. Diversos tipos de aditivos podem
ser utilizados na fabricação das tintas para secar, plastificar, evitar formação de espumas, agir como
antifúngicos, entre outras funções.
As películas formadas pelas tintas impedem a corrosão pelo mecanismo de barreira, pela inibição
(passivação anódica) ou por mecanismo eletroquímico (proteção catódica). O mecanismo de barreira
ocorre pelo simples fato de a película ser impermeável, fazendo com que o meio corrosivo não entre em
contato com a peça metálica. Porém qualquer tinta é parcialmente permeável, e com o tempo o eletrólito
consegue chegar ao metal. O que irá definira eficiência daproteção é a espessura da película protetora.
A passivação anódica consiste na formação da película protetora no anodo, evitando que este
libere íons, ou seja, evitando a corrosão. As substâncias utilizadas para a formação da película são
cromato e fosfato de zinco.
A proteção catódica consiste em forçar um metal a agir como um catodo, ou seja, deve-se ligá-
-lo a um metal que aja como anodo. Para que isso ocorra, este último deve ter uma maior facilidade
em se oxidar, ou seja, deve ter um menor potencial de redução. Para a proteção do ferro, por exem-
plo, costuma-se utilizar tintas com alto teor de zinco, alumínio ou magnésio.
13.9.3.1 Manutenção
Diversos fatores podem ocasionar a ineficiência das tintas como agentes anticorrosivos, porém
todos eles podem ser contornados com uma boa preparação da pintura e com sua manutenção.
Para que a aplicação seja bem-sucedida, por exemplo, a superfície deve ser tratada antes da
pintura. Riscos e falhas na pintura podem deixar áreas expostas e vulneráveis à corrosão. Por isso
deve ser feita a manutenção da pintura.
As áreas mais afetadas por falhas são as que possuem parafusos, frestas e arestas ou aquelas
afetadas por substâncias químicas ou fatores climáticos. Algumas das falhas mais comuns são o
empolamento, a fratura e o descascamento, que poderão acarretar ferrugem e corrosão.
Vamos recapitular?
Neste capítulo você aprendeu como ocorre a corrosão, viu os prejuízos causados por ela e métodos
para inibi-la ou preveni-la.
158 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão
Bibliografa
Bibliografia 159
MARTINS, M.A.C. A economia do Brasil. Disponível em
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PASSATORE, C.R. Química dos polímeros. Apostila 3. Escola Técnica Estadual Tiquatira. São Paulo, 2013.
160 Processos Químicos Industriais – Matérias-primas, Técnicas de Produção e Métodos de Controle de Corrosão