América

Análise comparativa das Projeções da América, em vários autores (cada uma à sua maneira). As suas obras
marcam tempos sociais e culturais na História Americana, perenes até agora e sempre atuais como veículos
portadores de grandes mensagens de valores - daí serem ideológicas - para a sociedade americana.
Pertencem a uma fase de re-mitologização de uma certa América.

• Obra: 'Walden ou a Vida nos Bosques'

• Área artística: Literatura - aparentemente ilegibilidade, é uma obra dificíl
para o leitor contemporâneo, por ter uma densidade alegórica e alusiva
Henry D. Thoreau • Corrente: Transcendentalismo
1817 - 1862 • Visão Crítica da sociedade industrial, capitalista, materialista
Sec. XIX

• Obra: Poema 'Canto de Mim Mesmo'

• Área artística: Poesia (fusão das poesias lírica e épica; verso livre; O "eu"
multiplo). Provoca uma ruptura “com o olhar europeu”, inaugurando o
nascimento de uma nova literatura nacional exclusivamente americana
Walt Whitman • Corrente: Transcendentalismo; Panteísmo; Positivismo; Individualismo
1819 - 1892 • Visão Artística da América: Procura incorporar a 'diferença' e a
Sec. XIX 'multiplicidade' [sendo a voz de todos], numa ideia de nação (a américa
é uma força unificadora), numa entidade que há-de vir, por se realizar.
Estética inclinada ao naturalismo e ao realismo

• Obra: Filme 'O Nascimento de uma Nação'

• Área artística: Cinema
• Visão Formal da América. Coexistência de duas linguagens: A linguagem
D. W. Griffith cinematográfica e um discurso cultural conservador - ambas procuram
1875 - 1948 fundar ou refundar a identidade cultural americana. Expressava a visão
Sec. XIX e XX patriótico-nacionalista racista do sul, da época, uma visão da história a
partir da imagem idealizada da sociedade branca (supremacia racial)

Walt Whitman

 Eleva e canta (positivamente) a condição do homem moderno

 Celebra a natureza humana e a vida em geral
 Contempla-se a si próprio, enquanto ser, com deslumbramento
 Transcendentalismo (ideal de unidade cósmica)
 Crença no amor, na liberdade e na pureza do indivíduo (apoiado em si mesmo (individualismo) e
independente)
 Optimismo (no Homem, na exaltação do progresso, na América, na capacidade do futura da mesma).
 Ideais de progresso, democracia, direitos e crença nas capacidades do povo americano.
 Necessidade de reinventar uma forma de poema épico (fusão da lírica com a épica) que correspondesse
a um sentimento, a um propósito de missão civilizacional e a uma identidade nacional americanas,
sendo a sua ‘voz’ representativa.
 Provoca uma ruptura “com o olhar europeu”, inaugurando o nascimento de uma nova literatura
nacional, exclusivamente americana, quer para com a forma original de trás (métrica), quer pelos
conteúdos (o tema agora é a própria américa e somente o que está dentro dela, analisando-a, a partir
de um ‘olhar’ de dentro).

Henry Thoreau

 Protestava contra o estado da cultura e da sociedade na época vigente (século XIX)

 Obra Autobiográfica. Espécie de declaração pessoal de independência, mais intimista e não tão
coletivo. Descrição da vida em sintonia com a simplicidade da natureza. Grandiosa capacidade de
reflexão sobre a vida e as pequenas “coisas” e sobre o comportamento humano
 Contra o intelectualismo, que colocava o pensamento filosófico acima da inspiração e da consciência
individual, bem como contra a doutrina que a igreja Unitária ensinava
 Desilusão relativamente ao estilo de vida “moderno” (industrial/capitalista). Contra a sobrevalorização
dos bens materiais em detrimento dos bens espirituais
 Nómada. Vida dedicada ao essencial. Procura uma vida auto-suficiente, em comunhão com as origens,
a natureza, uma experiência social de uma viagem espiritual
 Atitude social de não-conformidade
 Transcendentalismo (ideal de unidade cósmica)
 Crença no amor, na liberdade e na pureza do indivíduo (apoiado em si mesmo (individualismo) e
independente)
 Ideais de democracia e direitos.

Whitman vs. Henry Thoreau

 Diferenças: Desilusão relativamente ao estilo de vida “moderno” - Whitman, que é a favor do

progresso e canta a condição do homem moderno; Whitman faz a apologia ao corpo humano, ao nu e
à liberdade sexual, Thoreau não. Whitman é apologista do ‘individualismo coletivo’, Thoreau é
autobiográfico, mais uma espécie de ‘declaração pessoal de independência’, mais intimista, do que
coletivista no projeto para a sociedade.
 Semelhanças: Transcendentalismo; Humanismo; Amor e admiração pela natureza e ecologia;
Verdadeiros valores da vida [elevação moral, riqueza espiritual, humildade, vivência em simplicidade,
Nomadismo e sobrevivência]. Autodescoberta; forte e iluminadora introspeção; Solidariedade com os
oprimidos, operários, etc.; Abolicionista (anti escravatura); Democracia, Patriotismo; Liberdade (de
espírito, de opressões [libertário]); Reconhecimento das prioridades essenciais da vida humana; Não
 abandonam a tradição cultural europeia, mas, antes, procuram descobrir nela algo que não conheceu
a sua plena realização.

Geração beat

 São os novos boémios hedonistas

 Davam intensa ênfase em experiências com as palavras combinadas
 Assumiam uma atitude social de contravenção, de não-conformidade, negando os valores sociais
das classes médias, repudiando qualquer intelectualismo (ponto em comum com Walt Whitman e
Henry Thoreau)
 Foram buscar a sua inspiração no jazz, no budismo Zen e em certos cultos índios (tudo associado à
libertação da mente e do corpo, daí as associações com os Hippies na década seguinte).

Whitman vs. Geração beat (aspetos comuns)

 Walt Whitman é considerado um dos pais espirituais dessa “Geração beat”.

 O estilo de vida nómada
 O caráter libertário e a ‘obscenidade’
 Criatividade espontânea
 Procura de um entendimento espiritual mais profundo
 A sua liberdade na escrita (verso livre)
 O casamento da gíria e da linguagem elevada
 A linguagem espiritual
 Intenção de escrever para um mundo governado pela democracia, liberdade, pela tolerância e não
pelas tradições e pela religião.