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Instituto Tecnológico de Aeronáutica

LABORÁTORIO DE EST - 15
ESTRUTURAS AEROESPACIAIS I
1A EXPERIÊNCIA

Gustavo de Souza Medeiros


Lívia Fragoso Pimentel

15 de março de 2018
Sumário
1 INTRODUÇÃO 2

2 OBJETIVOS 5

3 MATERIAIS E METODOLOGIA 6
3.1 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.1.1 Parte 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.1.2 Parte 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.1.3 Parte 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.2 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.2.1 Parte 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.2.2 Parte 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.2.3 Parte 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

4 Resultados 10
4.1 Primeira parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.2 Segunda parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4.3 Terceira parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

5 Conclusões 13

1
1 INTRODUÇÃO
Práticas de medição de deformações em estruturas são prática amplamentes realizadas no âmbito da
engenharia e possuem grande importância em análises estruturais e de tensão. Elas são comumente realizadas
através de extensômetros (strain gages), dispositivos que transformam pequenas variações de dimensão em
variações equivalentes de resistência elétrica.Eles são recursos de alta aplicabilidade devido à precisão de
suas medidas, à facilidade de manipulação e à capacidade de monitoramento das deformações até o limite
de carga em ensaios destrutivos.[1]

Com efeito, o princípio de funcionamento de extensômetros reside no fato de que deformações decorrentes
de esforços mecânicos ocasionam uma variação no valor da resistência elétrica de materiais metálicos ohmicos,
conforme preconiza a segunda lei de Ohm 1.

ρL
R= (1)
A

Nesse contexto, a esforços mecânicos externos, são ocasionadas deformações nas superfícies livres dos
materiais metálicos, alterando as suas resistências. Para contrabalançar a ação de forças externas, passam
a atuar forças internas ao sistema, responsáveis pelo aparecimento de tensões que alteram a distância
relativa entre os pontos que o constituem. Quando pertencentes a uma região específica, denominada
”região elástica”, essas deformações seguem uma relação linear com a tensão que remete às leis de Hooke
[2]. Quando inseridas na ”região plástica”, essas deformações fogem completamente a esse padrão linear,
conforme pode-se observar na Figura 1. Tal tipo de deformação é descrito pela equação 2, em que εmedia ,
l0 e εx representam a deformação média relativa ao longo do eixo x, o comprimento inicial e a deformação
relativa de cada ponto pertencente a esse eixo.

Figura 1: Curva tensão-deformação


[1]

∫l0
1
εmedia = εx dx (2)
l0
0

Para medir a variação da resistência elétrica de um extensômetro e, consequentemente, a deformação à


qual ele está submetido, é empregada, frequentemente, a prática de inseri-lo em uma ponte de Wheatstone,
conforme o exemplo ilustrado na Figura 2.

2
Figura 2: Exemplo de ponte de Wheatstone que possui um extensômetro entre um de seus pontos. [4]

Calculando-se as correntes I1 e I2 que atravessam essa ponte, é possível determinar a diferença de


potencial E entre os pontos B e D da ponte apresentada na Figura 2, bem como a variação desse potencial
devido à variação das resistências participantes da associação. O cálculo dessas correntes, com a consideração
de que apenas a resistência do extensômetro varia, permite que seja encontrada a relação 3, em que ∆E,
V ,r e Rg representam, respectivamente, a variação de potencial entre B e D, a voltagem entre os terminais
A e C da ponte, a razão entre R2 e R1 e a resistência de um extensômetro inserido entre os pontos A e B.
( )
r ∆Rg
∆E = V (3)
(1 + r) 2 Rg
Nesse contexto, deve-se considerar a relação presente em 4 , em que FI representa o fator de medição do
instrumento, que pode ser igual ao fator de medição do extensômetro em casos em que pode-se desprezar
efeitos decorrentes da sensibilidade transversal desse elemento resistivo.

∆Rg
= FI εa (4)
Rg
A partir de 4, obtém-se a relação 5, em que εa indica a deformação do extensômetro e ∆E a mencionada
variação de potencial entre dois pontos da associação ponte de Wheatstone considerada.

1 ∆E (1 + r) 2
εa = (5)
FI V r
Durante o funcionamento de extensômetros, um fator que contribui para o surgimento das deformações é
a variação da temperatura. Devido a ela, é preciso considerar na expressão 3 um fator adicional, representado
em 6 como (∆Rg )∆T [4].
[ ]
r (∆Rg )def + (∆Rg )∆T (∆Rg )∆T
∆E = V − (6)
(1 + r) 2 Rg Rg

Antes de empregar extensômetros em pontes de Wheatstone, é importante realizar a calibração do instru-


mento. Para isso, é comum associar uma resistêcia de calibração em paralelo ao extensômetro utilizado para
verificar a disparidade entre os valores nominal e experimental de seu fator de sensibilidade. Comparando-se
o valor da deformação indicada experimentalmente com a calculada de acordo com a expressão 7, derivada
de 5, é possível comparar o fator de medição do instrumento com o fator de sensibilidade do strain gage.
Em 7, Rc representa a resistência de calibração utilizada e GF o fator de sensibilidade do extensômetro
utilizado na associação.

3
R1
εcalc = (7)
GF (R1 + Rc )
Utilizando a teoria que descreve a deformação de materiais submetidos a flexão, é possível determinar
valores estimados para a variação de comprimento de extensômetros empregados sobre a superfície livre de
sólidos. A expressão 8, advinda dessa teoria, descreve a relação entre a deformação transversal ε, o momento
fletor Mz , a distância à linha neutra do sólido y, o módulo de elasticidade E e o momento de inércia Iz . A
partir dessa equação, para o caso hipotético em que há um carregamento P agindo na extremidade de uma
viga circular de diâmetro d e de momentos de elasticidade e de inércia iguais a E e I, utiliza-se a relação 9
para estabelecer o valor da deformação transversal experimentada pela viga.

Mz y
ε=− (8)
EIz

4∆E d
∆ε = = .P.L (9)
V.GF EI
Sejam 3 extensômetros dispostos em três direções diferentes em uma superfície: a,b e c, de modo que as
deformações nessas três direções sejam conhecidas. É possível determinar o estado de deformação na super-
fície, ou seja, encontrar os valores das deformações em duas direções perpendiculares, o que é suficiente pra
determinar as deformações em quaisquer sistemas de coordenadas apenas com uma rotação de coordenadas.
Para isso, podem ser utilizadas as equações 10, 11 e 12, em que θa , θb e θc são os ângulos que o eixo x faz
com as direções a, b e c, respectivamente, e ϵx , ϵy e γxy são as deformações a serem determinadas[4].

εa = εx cos 2 θa + εy cos 2 θa + γxy senθa cos θa (10)

εb = εx cos 2 θb + εy cos 2 θb + γxy senθb cos θb (11)

εc = εx cos 2 θc + εy cos 2 θc + γxy senθc cos θc (12)

Usando dos valores das deformações ϵ1 e ϵ2 , em duas direções perpendiculares 1 e 2, é possível obter o
valor da tensão σ em ambos os eixos, por meio da equação 13, em que E é o módulo de elasticidade e ν é o
coeficiente de poisson do material analisado.

E
σ1 = (ε1 + υε2 ) (13)
(1 − υ 2 )
Os valores de tensão σx e σy , assim como o valor da tensão de cisalhamento γx,y , podem ser obtidos para
um sistema de coordenadas específico, o qual pode ser rotacionado para obter valores de tensões equivalentes,
em outro sistema de coordenadas. Para melhor visualização do conceito, o engenheiro civil Christian Otto
Mohr criou o diagrama ”Círculo de Mohr”, apresentado na Figura 3, que relaciona os valores das tensões
em um estado de tensão como se fossem pontos de uma circunferência.[5].
Tendo conhecidos os valores das deformações dos extensômetros em duas diferentes direções x e y, é
possível usar a equação 14 para determinar os valores das deformações principais do objeto em estudo,
que são as deformações nas direções em que não existe tensão de cisalhamento[5], já que a deformação é
proporcional à tensão. São também o par de deformações com os valores máximo e mínimo na dada situação.

4
Figura 3: Círculo de Mohr para um estado plano de tensões, em que σx e σy são as tensões principais e φ é
o ângulo principal. [5]

√( )2
εx + ε y εx − εy (γ )2
xy
ε1,2 = ± + (14)
2 2 2
Utilizando os valores de deformações obtidos na equação 14, pode-se usar a equação 15 para encontrar
o valor das tensões principais, trocando apenas o índice 1 pelo índice 2 para obter a outra tensão principal.

E
σ2 = (ε2 + υε1 ) (15)
(1 − υ 2 )
Para encontrar a direção em que as tensões principais atuam, ou seja, o sistema de coordenadas em que
as tensões obtidas são as tensões principais, pode-se usar a fórmula 16, que relaciona as tensões nas direções
x e y com o ângulo principal θp (na Figura 3, esse ângulo está representado como φ), que é o ângulo entre
os sistemas x, y e 1, 2.

2τxy
tan 2θp = (16)
σx − σy
A tensão tangencial, ou tensão de cisalhamento, é a tensão originada de forças em direções semelhantes
mas com intensidades diferentes. É a componente tangencial da força por unidade de área em determinada
superfície e, no caso de um cilindro oco, pode ser calculada pela expressão 17, em que a é o raio interno do
cilindro, b é o raio externo e P é a pressão interna ao cilindro [4].

2a2 P
σt = (17)
b2 − a2
Já a tensão longitudinal, que corresponde à tensão ao longo do eixo longitudinal do cilindro, pode ser
relacionada com a tensão tangencial por meio da expressão 18[4].

σt
σl = (18)
2

2 OBJETIVOS
Os principais objetivos do laboratório experimental são:

• Verificar o fator de sensibilidade de um extensômetro elétrico de resistência, tanto em tração quanto

5
em compressão;

• Medir o esfoço cortante em uma viga utilizando o extensômetro elétrico de resistência;

• Determinar as intensidades e as direções das tensões principais em um ponto de um elemento estrutural


sob estado bi-axial de tensões, por meio de extensômetros elétricos de resistência do tipo roseta;

3 MATERIAIS E METODOLOGIA
3.1 Materiais
Para a realização do experimento, foram utilizados os seguintes materiais:

3.1.1 Parte 1

• Viga de base retangular, de material ALCLAD 2024-T3, de módulo de elasticidade E = 10, 5 · 106 psi

• Dois extensômetros elétricos de resistência, do fabricante Micro-Measurements, tipo EA-06-125 BT-


120, de resistência 120Ω e fator de sensibilidade Γ = 2, 11;

• Um resistor para a calibração do instrumento de medidas;

• Multímetro da marca Minipa, modelo ET-1002

• Indicador de deformações do modelo P3 do fabricante Vishay.

• Dois pesos de massa 10lbs

• Fios de cobre

3.1.2 Parte 2

• Viga cilíndrica de liga de alumínio 2024-T3, com módulo de elasticidade E = 10, 5 · 106 psi e diâmetro
d = 0, 75”.

• Quatro extensômetros elétricos de resistência EA-06-125 BT-120, de resistência 120Ω e Γ = 2, 08.

• Indicador de deformações do modelo P3 do fabricante Vishay.

• Um peso de massa a ser determinada

• Fios de cobre

3.1.3 Parte 3

• Cilindro oco de aço fechado em ambas extremidades, de diâmetro interno d = 3, 5in, espessura da
parede e = 0, 12in e comprimento l = 30in. Sua tensão de ruptura é 55.000psi, sua tensão de
escoamento é 36.000psi, seu módulo de elasticidade é 29, 0 · 106 psi e o coeficiente de poisson é 0, 283

• Cinco extensômetros elétricos de resistência tipo CEA-06- 250UR-120, do fabricante Micro-Measurements,


de resistência nominal 120Ω e fator de sensibilidade 2, 08

• Indicador de deformações do modelo P3 do fabricante Vishay.

6
• Bomba de gás pressurizado;

• Fios de cobre

3.2 Metodologia
3.2.1 Parte 1

Para a montagem do experimento, foram fixados no meio da viga, alinhados com o comprimento dela,
os dois extensômetros nas faces superior e inferior, respectivamente, como apresentado na Figura 4. Para
a viga utilizada, sabe-se que t = 0, 255in e b = 1in. Os extensômetros foram conectados a fios de cobre
que foram utilizados posteriormente para conectar os extensômetros ao aparelho de medição. Foi medida
também a resistência do resistor de calibração com o auxílio do multímetro.

Figura 4: Esquema de montagem do primeiro experimento

Colocou-se ambos os pesos nas extremidades da viga a uma distância a = 4in dos apoios, como mostrado
na Figura 4, e conectou-se o extensômetro inferior e a resistência de calibração em paralelo no instrumento
de medição, na conformação de quarto de ponte, como apresentado na Figura 5, e o valor da deformação
específica da barra foi registrado.

Figura 5: Extensômetro 2 (cabo vermelho) ligado em paralelo com o resistor de calibração no instrumento
de medição.

Com os pesos ainda nas extremidades, foram conectados os extensômetros no instrumento de medição,
primeiro separados em quartos de ponte e depois em uma uníca entrada, na conformação meia ponte, como
mostrado na Figura 6 e os valores de deformação foram registrados.

7
(a) Extensômetros conectados em (b) Extensômetros conec-
quartos de ponte tados em meia ponte

Figura 6: Configurações dos extensômetros no instrumento de medida

3.2.2 Parte 2

A viga foi presa em uma extremidade em um suporte fixo e os extensômetros foram colocados em dois pares,
o primeiro a 15 polegadas da extremidade fixa e o segundo a 25 polegadas, como apresentado na Figura 7.
Cada par de extensômetros era fixado de modo que os dois extensômetros ficassem diametralmente opostos,
um na parte superior do cilindro e o outro na parte inferior. Cada extensômetro foi fixado a um fio de cobre
para ser conectado posteriormente ao instrumento de medição de deformações.

Figura 7: Esquema de montagem do segundo experimento

Os extensômetros foram conectados ao indicador de deformações na conformação de ponte completa,


conforme apresentado na Figura 8, de forma que a deformação indicada fosse proporcional à carga P aplicada.
Com o valor de deformação observado, foi calculado o esforço cortante P da viga, por meio da equação 9.

Figura 8: Esquema de montagem dos extensômetros na configuração de ponte completa.

8
3.2.3 Parte 3

Em cima do cilindro foram fixados os cinco extensômetros, cada um conectado a um fio de cobre, como
mostrado na Figura 9. Os extensômetros números 3, 4 e 5 foram colocados formando ângulos de 25°, 70°
e 105° com o eixo do cilindro, respectivamente. Os extensômetros 1 e 2 foram ligados ao indicador de
deformações, na ponte 1, formando um transdutor de pressões que media a pressão no interior do cilindro,
o qual foi conectado a uma bomba de gás para regular a pressão.

Figura 9: Extensômetros fixados no cilindro.

Figura 10: Conexão dos extensômetros no instrumento de medição. Na ponte 1 estão os extensômetros 1 e
2, formando um transdutor, e nas pontes 2, 3 e 4 estão os extensômetros 3, 4 e 5, respectivamente

Já os extensômetros 3, 4 e 5 foram conectados nas pontes 2, 3 e 4 do indicador, respectivamente, conforme


mostrado na Figura 10, para indicar a deformação do cilindro.

Primeiramente, foram zerados os canais de aquisição de dados referentes aos extensômetros e ao transdutor
de pressão. Em seguida, foi utilizada a bomba para aumentar a pressão do cilindro até um valor máximo
de 400psi, armazenando as leituras de todos os extensômetros e do transdutor de pressão para as pressões

9
de 200psi, 300psi e 400psi. A partir dos dados obtidos, foram traçadas as curvas da pressão em função
da deformação para cada extensômetro, e com elas foram calculadas as deformações para uma pressão de
350psi. Foram também calculadas as tensões principais no cilindro e suas direções.

4 Resultados
4.1 Primeira parte
Na introdução à presente atividade experimental, foi realizada a calibração do instrumento medidor de
deformações e a verificação do valor do fator de sensibilidade do extensômetro através de um resistor de
calibração. A magnitude da resistência utilizada para isso foi medida com o multímetro e correspondeu a
9, 73+
− 0,577 kΩ. Ao conectá-la em paralelo com o extensômetro posicionado na superfície livre da barra e
inserido na associação de um quarto de ponte no indicador de deformações P3 , obteve-se uma deformação
específica da barra igual a 5718µε, correspondente a um esforço de compressão. Tal resultado é 3,08%
menor do que o seu valor teórico correspondente, igual a 5900µε, obtido por meio da expressão 7, em que
R1 , GF e Rc representam, respectivamente, a resistência do extensômetro, seu fator de sensibilidade e a
resistência de calibração. A esse valor experimental de deformação, correspondeu um fator de sensibilidade
do extênsometro igual a 2,13, valor 2,14% maior do que seu valor nominal. Tal disparidade observada entre
os valores teórico e nominal do fator de sensibilidade do extensômetro deve-se à influência da temperatura
sobre o sistema. Certamente, durante a deformação do strain gage, pode ocorrer um autoaquecimento
do dispositivo. Nesse caso, é fundamental destacar que o fator de medição é dependente da temperatura,
sendo necessários, para a obtenção de resultados mais precisos e representativos, artifícios que viabilizem
uma compensação de sua influência sobre o sistema. Em casos gerais de medição de deformações, para
compensar a parcela proveniente da temperatura, pode-se adaptar ao extensômetro um material específico
de modo que eles compensem a deformação aparente induzida pela temperatura.[3].

Os valores experimentais das deformações da barra obtidos em seguida por meio da utilização dos ex-
tensômetros inseridos em arranjos de um quarto de ponte e de meia ponte apresentados na seção 3 são
demonstrados na Tabela 1. Nela, também pode-se observar o valor correspondente à soma das deformações
obtidas por ambos os dispositivos quando conectados ao sensor em uma única ponte, bem como os desvios
dos valores experimentais com relação aos dados esperados de acordo com a expressão 8.

Tabela 1: Valores experimentais e teóricos das deformações específicas das superfícies livres superior e
inferior da barra nos casos em que os extensômetros foram utilizados de forma isolada e simultânea.

Extensômetro(s) Deformação experimental [µε] Deformação teórica [µε] Desvio [µε]


1 354 351,92 2,08
2 362 351,92 10,08
1e2 717 703,84 13,16

Analisando-se os resultados obtidos, pode-se constatar que os desvios dos valores teóricos com relação
aos experimentais decorrem das diversas aproximações utilizadas no equacionamento das deformações, que
desconsideram importantes fatores que interferem nas medições. Nesse caso, além de observar a influência
da temperatura, é fundamental atentar para o fato de que, quando é utilizado um circuito para interligar os
extensômetros ao dispositivo indicador de deformações, a resistência de cada cabo de medição é adicionada à
resistência de cada strain gage e, portanto, há uma interferência sobre a medição.[3] Outro importante fator

10
é o efeito da dimensão do extensômetro. Decerto, a deformação medida por meio de um extensômetro é uma
deformação média ao longo de um comprimento finito, e não a deformação em um ponto, conforme atesta
a expressão 2. Dessa forma, quanto menor o comprimento do extensômetro,menor será o erro associado à
medição.[4]
Além disso, os dados presentes na Tabela 1 revelam uma diminuição da relação percentual entre os
desvios e as deformações teóricas correspondentes quando se passou a utilizar os dois extensômetros na
configuração de meia ponte, com relação à configuração de um quarto de ponte utilizada com o extensômetro
2. Certamente, essa atenuação de desvio deve-se à compensação do erro referente à influência da temperatura
sobre a medida da deformação indicada em 6 ocasionada pela inserção dos extensômetros na ponte de
Wheatstone.

4.2 Segunda parte


Na etapa de medição do esforço cortante da viga de seção circular, ligaram-se os extensômetros 1,2,3
e 4 posicionados sobre a suas superfícies posterior e inferior, conforme demonstrado na Figura 7. No
experimento, eles formavam uma ponte completa de Wheatstone quando conectados ao dispositivo medidor
de deformações P3, que indicou o valor correspondente a uma deformação da viga igual a 152µε. A partir
desse valor, foi possível obter a magnitude do esforço cortante na extremidade da viga, seguindo a relação
presente na equação 9, em que d equivale ao seu diâmetro, L à distância entre os extensômetros e E e I ao
seu módulo de elasticidade e seu momento de inércia de área. Por meio de J, pôde-se constatar um valor
de esforço constante igual a 3,30 lbf.
Frente aos resultados teórico e experimental dessa etapa, um importante fato digno de nota é que o esforço
calculado independe da distância entre o ponto de aplicação da carga e o extensômetro mais próximo. De
fato, conforme atesta a expressão 9, a carga necessária para certa deformação depende somente da distância
entre os extensômetros utilizados, do diâmetro da barra circular e de suas propriedades inerciais e elásticas.

4.3 Terceira parte


Ao longo da etapa de determinação do completo estado de tensões do cilindro de aço submetido a diferentes
valores de pressão interna, foram obtidos os resultados das deformações correspondentes aos extensômetros
3, 4 e 5, configurados no arranjo de roseta retangular, conforme indica a Figura 9. Na Tabela 2, podem ser
constatadas as deformações de cada extensômetro nas etapas em que o cilindro foi submetido às pressões de
208,4psi, 298,5psi e 398,3 psi.

Tabela 2: Deformações indicadas pelo dispositivo P3, referentes aos extensômetros demonstrados na Figura
W nas diferentes condições de pressão utilizadas.

Pressão [psi] Extensômetro 3[µε] Extensômetro 4[µε] Extensômetro 5[µε]


208,4 33 81 71
298,5 47 116 101
398,3 63 154 134

A partir desses valores, pôde-se traçar as curvas que relacionam as deformações de cada extesômetro
com as pressões às quais o cilindro foi submetido. Tais curvas encontram-se na Figura 11. A partir dela,
pôde-se estimar os valores das deformações de cada extensômetro quando da aplicação de uma pressão igual
a 350 psi através de uma interpolação linear do gráfico realizada com o suporte da função interp1 do software
MATLAB. Desse modo, foram obtidas deformações iguais a 55 µε , 135 µε e 117,5 µε para os extensômetros
3, 4 e 5 respectivamente.

11
Figura 11

140

Deformação (µε)
120

100

80

60 ε3
ε4
40 ε5

200 250 300 350 400


Pressão (psi)

Figura 11. Curvas que relacionam as deformações de cada extensômetro contido na roseta com a pressão
aplicada sobre o cilindro.

Dos dados obtidos, constata-se que, apesar de os valores nominais dos fatores de sensibilidade e das
resistências dos extensômetros serem as mesmas, as tendências de deformações de cada um deles, apesar
de serem similarmente lineares, foram distintas. Isso deve-se ao fato de que as deformações de cada ponto
de um sistema submetido à aplicação de tensões depende do posicionamento em que eles se encontram
com relação a algum eixo de coordenadas escolhido. Decerto, essas deformações dependem do estado de
tensões do sistema, matematicamente caracterizado pelas componentes normal e tangencial das pressões que
constituem o seu vetor de tensão [4].
Ademais, através dos dados demonstrados na Tabela 2, pôde-se determinar, de acordo com as equações
13, 15 e 14, as deformações principais ε1 e ε2 e as tensões principais σ1 e σ2 atuantes no cilindro segundo
um sistema de coordenadas em que os componentes do estado de tensão são apenas devido às tensões
normais. Os valores dessas deformações e tensões estão indicados na Tabela 3, em que ε1 , ε2 , σ1 e σ2 são
as deformações principais e tensões principais, respectivamente. Em 13, 15 e 14 foi realizada uma rotação
de 25º do sistema de coordenadas apresentado inicialmente, a partir da qual os ângulos θa , θb e θc foram
considerados iguais a zero, 45º e 90º respectivamente.

Tabela 3: Deformações e tensões principais atuantes sobre o cilindro.

Pressão [psi] ε1 [µε] ε2 [µε] σ1 [kpsi] σ2 [kpsi]


208,4 86,67 17,33 2,88 1,32
298,5 123 24,93 4,12 1,86
398,3 171,25 25,75 5,28 2,34

Em seguida, pôde-se determinar as direções das tensões principais que atuam sobre o cilindro. O ân-
gulo entre o eixo das abscissas do sistema de coordenadas previamente escolhido (em que θa , θb e θc são
respectivamente iguais a zero, 45º e 90º) foi obtido a partir da equação 15 e do resultado demonstrado na
equação 19, em que G, γxy , E, εx e εy representam, respectivamente, o módulo de elasticidade transversal do
cilindro sua deformação de cisalhamento seu módulo de elasticidade (ou módulo de Young) e as deformações
a ele impostas nos eixos do sistema de coordenadas utilizado após a rotação. Através dessas relações, a um

12
Figura 12: Ângulo formado entre o eixo das abscissas do sistema de coordenadas considerado e a direção
das tensões principais atuantes sobre o sistema.

dos ângulos calculados correspondeu um valor de 25,21º, cuja direção encontra-se indicada no esquema da
Figura 12.

2τxy 2Gγxy
tan(2θp ) = = (19)
σx − σy E (εx − εy )
Considerando-se que o cilindro possui um raio interno de 1,63 polegadas e um raio externo de 1,75
polegadas, por meio das equações 17 e 18 pôde-se obter os valores teóricos das tensões tangencial e axial na
superfície externa do cilindro. Tais tensões encontram-se na Tabela 4, indicadas por σt e σl , juntamente com
os valores dos erros das tensões principais encontradas previamente com relação a essas grandezas teóricas.

Tabela 4: Valores das tensões tangencial e longitudinal atuantes sobre o cilindro e os erros relativos entre
essas tensões teóricas e as tensões principais encontradas a partir dos dados experimentais.

Pressão [psi] σt [kpsi] σl [kpsi] erro σ1 [kpsi] erro σ2 [kpsi]


208,4 2,62 1,31 9,92% 1,32%
298,5 3,93 1,96 4,83% 1,86%
398,3 5,24 2,62 0,76% 2,34%

Frente a esses dados, pode-se observar que, na média,houve um aumento dos erros relativos com a
pressão. Tal fato deve-se à influência das sensibilidades transversal e angular dos extensômetros, que são
comumente desprezadas nos cálculos, mas que atuam sobre o sistema proporcionando os desvios observados
neste ensaio de deformação.

5 Conclusões
Certamente, conforme pôde-se constatar na presente prática laboratorial, extensômetros são ferramentas
muito úteis para a medição de deformações de superfícies livres de estruturas devido ao baixo custo e à
linearidade que eles oferecem às medições , bem como à fácil instalação requerida por eles. No entanto,
para que apresentem medidas dotadas de maior precisão, é importante prevenir efeitos que influenciam
nas medidas experimentais, causando desvios consideráveis com relação aos valores teóricos. Tais efeitos
são principalmente devidos à interferência dos cabos de conexão utilizados para ligar os strain gages ao
instrumento indicador de deformações e à influência da temperatura, que dá origem a uma componente de
deformação adicional àquela advinda de esforços mecânicos. Frente a isso, a fim de tornar mais confiáveis
os dados obtidos por esses instrumentos, pode-se adotar simples estratégias como associá-los em pontes de

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Wheatstone a fim de compensar o efeito da temperatura e utilizar strain gages autocompensados.

Referências
[1] ANDOLFATO, R. R., CAMACHO, J. S., BRITO, G. A.Extensometria Básica. Ilha Solteira, 2004.
(Apostila);

[2] BEER, F.P. e JOHNSTON Jr., E.R. Resistência dos Materiais. Editora McGraw-Hill Ltda. 1982

[3] HBM, Visão geral: Quais grandezas se alteram com a variação da temperatura e o que você pode
fazer para neutralizar isso. Disponível em: <https://www.hbm.com/pt/6725/artigo-compensacao-de-
temperatura-de-strain-gages/>. Acesso em: 12/03/2018.

[4] NETO, A.C. Notas de Aula - EST-10 - Mecânica dos Sólidos. São José dos Campos, 2017.

[5] WIKIPEDIA, Tensão de cisalhamento. Disponível em: < https :


//pt.wikipedia.org/wiki/T ens%C3%A3od ec isalhamento/ >. Acesso em: 14/03/2018.

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