Sei sulla pagina 1di 24

Ciclo Hidrológico.

Balanço Hídrico

ÍNDICE DO CAPÍTULO 2
Lista de Figuras .................................................................................................................... 2.2
Lista de Quadros ................................................................................................................... 2.3
2 CICLO HIDROLÓGICO. BALANÇO HÍDRICO ................................................ 2.4
2.1 Conceito de ciclo hidrológico ............................................................................. 2.4
2.2 Balanço hídrico .................................................................................................... 2.9
2.3 Balanços hídricos globais .................................................................................. 2.13
EXERCÍCIOS ..................................................................................................................... 2.21
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 2.24

2.1
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

Lista de Figuras
Figura ‎2.1 — Esquematização do ciclo hidrológico .......................................................... 2.5
Figura ‎2.2 — Representação quantitativa do ciclo hidrológico (adaptada de Shiklomanov,
1998)...................................................................................................................................... 2.7
Figura ‎2.3 — O ciclo hidrológico como um sistema (adaptada de Chow et al., 1988) ... 2.8
Figura ‎2.4 — Representação conceptual do balanço hídrico........................................... 2.10
Figura ‎2.5 — Distribuição da precipitação mensal média em Portugal continental ...... 2.16
Figura ‎2.6 — Precipitação anual média em Portugal Continental (adaptada de INAG,
2002).................................................................................................................................... 2.17
Figura ‎2.7 — Delimitação das ARH em Portugal ............................................................ 2.18
Figura ‎2.8 — Delimitação das ARA em Moçambique .................................................... 2.20

2.2
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

Lista de Quadros
Quadro ‎2.1 — Balanço hídrico expresso em volumes anuais médios (km3 /ano) .......... 2.14
Quadro ‎2.2 — Balanço hídrico expresso em alturas anuais médias (mm/ano) .............. 2.14
Quadro ‎2.3 — Balanço hídrico dos oceanos (km3 /ano) ................................................... 2.14
Quadro ‎2.4 — Balanço hídrico dos oceanos (mm/ano) ................................................... 2.15
Quadro ‎2.5 — Balanço hídrico de Portugal e Moçambique (km3 /ano) .......................... 2.15
Quadro ‎2.6 — Balanço hídrico de Portugal e Moçambique (mm/ano) .......................... 2.16
Quadro ‎2.7 — Balanço hídrico por regiões em Portugal (mm/ano) ............................... 2.19
Quadro ‎2.8 — Balanço hídrico por regiões em Moçambique (mm/ano)........................ 2.20

2.3
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

2 CICLO HIDROLÓGICO. BALANÇO HÍDRICO

2.1 CONCEITO DE CICLO HIDROLÓGICO


O conceito de ciclo hidrológico é extremamente útil para se iniciar o estudo da
Hidrologia. O ciclo hidrológico descreve os diversos caminhos através dos quais a água na
natureza circula e se transforma, constituindo um sistema de enorme complexidade.

O ciclo hidrológico não tem início ou fim: o ponto de início para a descrição do ciclo
hidrológico é arbitrário, podendo por exemplo partir-se da evaporação da água dos oceanos
e sua passagem para a atmosfera.

O vapor de água resultante da evaporação nos oceanos acumula-se na atmosfera e é


transportado por massas de ar em movimento, por vezes a distâncias de milhares de
quilómetros. O conteúdo do vapor de água na atmosfera varia consideravelmente no espaço
e no tempo. A altura de água precipitável tem o valor médio de 25 mm, sendo mais elevado
na zona do equador (cerca de 44 mm) e decrescendo significativamente com o aumento da
latitude para norte e para sul. Cerca de 50 por cento do conteúdo de água da atmosfera
localiza-se entre a superfície da Terra e a altitude de 1500 m e mais de 90 por cento até à
altitude de 6000 m (Peixoto, 1979).

Sob condições adequadas, o vapor condensa-se para formar nuvens que, por sua vez,
podem dar origem a precipitação, quer sobre a terra quer sobre os oceanos. A precipitação
ocorre principalmente sob a forma de chuva e neve.

A precipitação que cai sobre a terra pode seguir caminhos diversos: uma parte
evapora-se durante a queda; outra parte é intercetada por árvores, vegetação ou coberturas
de edificações e volta a evaporar-se; uma outra parte atinge a superfície do solo, originando
escoamento superficial ou ficando armazenada em depressões superficiais.

A parte armazenada em depressões superficiais permeáveis divide-se numa


componente que se evapora e noutra que se infiltra. A parte que se infiltra contribui, por um
lado, para alimentar o processo de transpiração das plantas e de evaporação a partir do solo,
processo que no seu conjunto é designado por evapotranspiração e origina o retorno da água
para a atmosfera; por outro, por efeito da gravidade, pode percolar para zonas mais
profundas e vai alimentar reservatórios de água subterrânea (aquíferos).

Os aquíferos podem contribuir para os escoamentos dos rios. Parte da água


subterrânea escoa-se diretamente para o oceano.

O escoamento superficial sobre o solo dá origem a linhas de água que se fundem em


rios os quais vão desaguar no oceano, alimentando no seu percurso lagos, pântanos e
albufeiras. Em todo este processo, há continuamente evaporação da água da mesma forma
que pode haver precipitação diretamente sobre os rios e lagos. Também os rios contribuem
muitas vezes para alimentar as toalhas de água subterrânea com que comunicam ou que lhes

2.4
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

estão subjacentes. Em cada instante, a água que se escoa à superfície, em trânsito para o
oceano, constitui um volume armazenado, que se designa por detenção superficial.

Com a descarga da água no oceano por escoamento superficial e escoamento


subterrâneo fecha-se o ciclo hidrológico. Neste ciclo não há perdas – a quantidade de água
existente no planeta Terra tem permanecido praticamente constante há milhões de anos. A
Figura 2.1 representa esquematicamente o ciclo hidrológico.

Figura 2.1 — Esquematização do ciclo hidrológico

O impacto do efeito antropogénico faz-se sentir de maneira cada vez mais sensível
no ciclo hidrológico, alterando localmente de modo significativo a ocorrência da água, quer
do ponto de vista da sua quantidade, quer da sua qualidade. Os principais impactos resultam
do armazenamento de grandes volumes de água em albufeiras, alterando o regime natural
dos caudais dos rios e aumentando a evaporação; da extração de volumes importantes de
água dos rios, aquíferos, lagos e albufeiras para consumos diversos; da adução de volumes
significativos de água a grandes distâncias para fins de consumo; e da rejeição de efluentes
com qualidade degradada relativamente à água abstraída e ao meio recetor.

O motor do ciclo hidrológico é a energia solar, que transmite às moléculas de água a


energia necessária para a evaporação e a passagem para a atmosfera. O regresso da água ao

2.5
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

oceano resulta da libertação de parte da energia de que as moléculas estão dotadas,


originando a sua condensação, e do efeito da gravidade, que causa a precipitação e o
escoamento superficial e subterrâneo. A energia potencial que a gota de água na atmosfera
possuía é totalmente dissipada neste percurso de regresso.

Por vezes consideram-se três ramos no ciclo hidrológico: o ramo oceânico, objeto da
oceanografia; o ramo aéreo ou atmosférico, objeto da meteorologia; e o ramo terrestre,
objeto da hidrologia.

A hidrologia no âmbito da engenharia civil está mais focada nos processos que
ocorrem no ramo terrestre do ciclo hidrológico, por ser aí que é mais importante a interação
com a actividade humana.

A Figura 2.2 é uma representação descritiva do ciclo hidrológico, adaptada de


Shiklomanov (1998), na qual se faz uma avaliação quantitativa das variáveis envolvidas,
com os valores expressos em km3. Os volumes totais anuais médios precipitado e evaporado
são obviamente iguais e valem cerca de 577 000 km3, equivalendo a uma altura de água de
1131 mm. Nesta figura e na continuação deste capítulo, considerou-se a evapotranspiração
englobada na evaporação dos continentes.

2.6
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

Figura 2.2 — Representação quantitativa do ciclo hidrológico (adaptada de Shiklomanov, 1998)

A evaporação anual média dos oceanos excede a precipitação que sobre eles ocorre,
passando-se o inverso nos continentes. O diferencial de cerca de 44 800 km3 é o escoamento
anual médio, superficial e subterrâneo, para os oceanos. A componente do escoamento
superficial é muito superior à do escoamento subterrâneo, correspondendo a
aproximadamente 95 por cento do escoamento total.

Nas regiões fechadas (bacias endorreicas), não há ligação com os oceanos, e a


precipitação iguala a evaporação.

É preciso salientar que os valores de precipitação, evaporação, escoamento e outras


variáveis hidrológicas apresentam enormes irregularidades quer na sua distribuição
geográfica quer na sua distribuição temporal. O facto de poder haver grandes variações

2.7
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

destas quantidades de ano para ano num mesmo local significa que a sua caraterização
apenas é possível numa base estatística a partir de longas séries de valores observados. Por
isso, a manutenção duma rede de estações de medição das principais variáveis hidrológicas
é da maior importância.

Chow et al. (1988) sugerem que, devido à complexidade dos fenómenos


hidrológicos, o ramo terrestre do ciclo hidrológico pode ser tratado como um sistema, tendo
como processos a precipitação, evaporação, escoamento e outras fases do ciclo hidrológico.
Estes processos podem ser agrupadas em subsistemas do ciclo global, tratando esses
subsistemas separadamente e combinando os seus resultados de acordo com as interações
entre os subsistemas.

A Figura 2.3, adaptada de Chow et al. (1988), representa o ciclo hidrológico como
um sistema, dividido em três subsistemas: água atmosférica, englobando os processos de
precipitação, evaporação, interceção e transpiração; água superficial, incluindo os processos
de escoamento à superfície do terreno, escoamento superficial, descarga para rios, lagos e
oceanos; e água subsuperficial, com os processos de infiltração, escoamento subsuperficial,
recarga e escoamento subterrâneo.

Figura 2.3 — O ciclo hidrológico como um sistema (adaptada de Chow et al., 1988)

2.8
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

2.2 BALANÇO HÍDRICO

Se se considerar uma certa região geográfica durante um determinado período de


tempo, o movimento da água obedece ao princípio da conservação da massa traduzido pela
equação da continuidade. Essa equação pode escrever-se como

dS
IO= na sua forma contínua
dt

ou como

(I  O) Δt = ΔS na sua forma discreta

onde I representa o volume de água entrado no sistema por unidade de tempo, O, volume
saído do sistema também por unidade de tempo e S, o volume armazenado no interior do
sistema. Designa-se por balanço hídrico a aplicação da equação da continuidade a uma certa
região durante determinado período de tempo, sendo escrita em função das variáveis do
ciclo hidrológico.

As regiões em que se fazem estudos de balanços hídricos são definidas normalmente


em função do objetivo que se pretende alcançar, podendo, no entanto, haver restrições de
carácter político e administrativo a atender na definição dessas regiões.

A Figura 2.2 ilustra como o balanço hídrico é aplicado ao nosso planeta em distintas
partes. O balanço é feito em termos dos valores médios das variáveis, considerando essas
médias obtidas para um período de tempo bastante longo. Para um período longo, a variação
média do armazenamento é nula, pelo que a entrada de água no domínio considerado tem de
ser igual à saída de água. Assim, com os valores expressos em milhares de km3, para os
oceanos a precipitação (458) mais o escoamento superficial e subterrâneo (44,8) igualam a
evaporação (502,8). A nível dos continentes, a precipitação (119) iguala a evaporação e a
evapotranspiração (74,2) mais o escoamento superficial e subterrâneo (44,8). Finalmente,
quando se considera a atmosfera, a evaporação dos oceanos (502,8) mais a evaporação e
evapotranspiração dos continentes (74,2) igualam a precipitação sobre os oceanos (458)
mais a precipitação sobre os continentes (119).

A Figura 2.4, uma versão do ciclo hidrológico duma região onde se consideram três
camadas – a superfície do terreno, a camada superficial do solo e a camada profunda
(aquífero), é um esquema útil, porque permite uma tradução fácil do balanço hídrico em
termos matemáticos considerando diversos volumes de controlo.

2.9
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

Figura 2.4 — Representação conceptual do balanço hídrico

Nesta figura, as variáveis que representam os volumes de água entrados ou saídos


em determinado intervalo de tempo têm o seguinte significado:

P precipitação;
Q1, Q2 escoamento superficial que entra e sai da região;
G1, G2 escoamento subterrâneo que entra e sai da região;
E evaporação a partir de águas superficiais;
ET evaporação do solo e transpiração das plantas;
rso, raq água do solo e água subterrânea que reaparecem à superfície
(ressurgência);
I infiltração (no solo);
R recarga (percolação para os aquíferos);
e as variáveis que representam os volumes de água armazenados em determinado instante
têm o seguinte significado:
Ss, Sso, Saq retenção e detenção superficiais, armazenamento na camada
superficial do solo, armazenamento no aquífero (água subterrânea);

Conforme a região que se considere, assim se podem estabelecer os correspondentes


balanços hídricos. Por exemplo, se se considerar toda a região representada na Figura 2.4,
ter-se-á a seguinte equação:

(P  Q1  G1 )  (Q 2  G 2  E  ET)  ΔS (2.1)

2.10
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

onde ΔS representa a variação total do volume armazenado. Note-se que nesta equação não
aparecem a infiltração, a recarga e a ressurgência que, por serem processos que ocorrem no
interior da região em estudo, não afectam o respectivo balanço hídrico.

Se agora se considerar apenas a superfície do terreno, o balanço hídrico será:

(P  Q1  rso  raq )  (Q 2  E  ET  I)  ΔSs (2.2)

Note-se a ausência das variáveis G e R nesta equação.

O balanço hídrico para o aquífero será:

(G1  R)  (G 2  raq )  ΔSaq (2.3)

É um exercício relativamente simples estabelecer os balanços hídricos para outras


regiões, como por exemplo, a camada do solo subsuperficial. Tenha-se em atenção que
todas as variáveis de fluxo que intervêm nas equações de balanços hídricos são expressas
como volumes num dado intervalo de tempo.

A equação do balanço hídrico pode ser consideravelmente simplificada quando a


região considerada é a bacia hidrográfica e quando se adotem longos períodos de tempo, da
ordem de 30 anos ou mais. Numa bacia hidrográfica, não há, em condições naturais, outra
entrada de água além da precipitação e há uma única saída de água1. Por outro lado, num
longo período de tempo, a variação do volume armazenado pode ser desprezada perante os
valores acumulados das outras variáveis. Assim, nessas condições, a equação do balanço
hídrico pode ser escrita na seguinte forma:

P  (Q 2  E  ET)  0 (2.4)

A equação anterior, com as variáveis divididas pelo número de anos de observação,


escreve-se

P  (Q2  E  ET)  0 (2.5)

onde a ― ‖ representa a média anual de cada variável.

As variáveis hidrológicas, como a precipitação, o escoamento ou a evaporação, são


claramente influenciadas por uma ciclicidade anual. Em Portugal como em Moçambique,
isto é bem evidente nas duas mais importantes variáveis do ciclo hidrológico, a precipitação
e o escoamento. Com efeito, tanto a precipitação como o escoamento atingem valores
elevados nos meses de dezembro a março ao passo que no período de junho a setembro os
seus valores são bastante baixos.

1
É uma aproximação válida quando o escoamento subterrâneo que atravessa os limites da bacia hidrográfica é pouco
importante.

2.11
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

Por outro lado, verificam-se anos em que ocorre elevada precipitação e grandes
escoamentos, até mesmo cheias, ao passo que em outros anos a precipitação é escassa,
podendo originar situações de seca.

Por isso, em muitas aplicações, interessa utilizar os valores acumulados anuais de


precipitação e escoamento, por exemplo para balanços hídricos anuais. Nesses casos, não
convém adotar como período de registo o ano civil (1 janeiro-31 dezembro) pois isso
corresponderia a repartir por dois anos uma mesma época húmida. Considera-se por isso um
ano especial designado por ano hidrológico.

Toma-se para início do ano hidrológico o fim da época de estiagem, o que evita a
divisão duma mesma época de chuvas e permite considerar que a variação do volume de
água armazenado, ΔS, é desprezável.. Assim, para o hidrológico pode escrever-se

P  (Q 2  E  ET)  0 (2.6)

Procura-se, também, que os anos hidrológicos sejam estatisticamente independentes


uns dos outros, o que obviamente não aconteceria caso se usasse o ano civil.

O procedimento adotado para a definição do início do ano hidrológico é então o de


procurar minimizar a dependência estatística dos sucessivos anos hidrológicos. Para tal,
formam-se séries de escoamentos anuais adotando, alternadamente, diferentes meses para o
seu início e determina-se, para cada alternativa de mês de início, o valor do coeficiente de
autocorrelação. O mês que origine o mais baixo coeficiente de autocorrelação deve ser o
adotado para início do ano hidrológico.

Em Portugal e em Moçambique, adotou-se como ano hidrológico o período que vai


de 1 de outubro de um ano a 30 de setembro do ano seguinte. Em Moçambique, o início do
ano hidrológico para a região Norte seria, de acordo com o procedimento acima indicado,
em 1 de novembro mas, para manter a uniformidade em todo o país, também nessa região o
ano hidrológico começa a 1 de outubro.

O maior obstáculo na resolução de problemas práticos com utilização do balanço


hídrico reside principalmente na dificuldade de medir ou estimar adequadamente as
variáveis intervenientes. Por exemplo, a precipitação é medida pontualmente, fazendo-se
depois a extrapolação para toda a área envolvida. Os caudais em rios podem ser medidos
com razoável precisão exceto durante as cheias. As maiores dificuldades surgem, no
entanto, associadas à medição ou estimação dos valores de infiltração, recarga, escoamento
subterrâneo, evaporação, transpiração e volumes armazenados no solo e em aquíferos.

O balanço hídrico é uma ferramenta muito útil e que é utilizada numa grande
variedade de situações. Um exemplo é a estimação do erro global cometido na medição ou
estimação das variáveis hidrológicas, quando todas as que entram no balanço hídrico são
conhecidas.

2.12
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

Uma outra situação frequente em que o balanço hídrico é utilizado é a determinação


do valor duma variável hidrológica quando todas as restantes que entram no balanço são
conhecidas. Por exemplo, no caso da albufeira de uma barragem, o balanço hídrico pode
escrever-se, em termos de volumes contabilizados durante um intervalo de tempo Δt, como:

(P  Va )  (E  Ve )  St 1  St (2.7)

em que P, Va, E e Ve são respectivamente os volumes da precipitação, do volume afluente,


da evaporação e do volume efluente durante Δt, e St e St+1 são os volumes armazenados na
albufeira no início e no fim do intervalo de tempo. Como P, Ve e S são fáceis de medir ou
calcular e E pode ser estimado com algum rigor, a equação do balanço hídrico permite
determinar o volume afluente e o correspondente caudal. Isto é muito útil em casos como os
das grandes albufeiras moçambicanas de Corumana e Massingir, que se estendem até à
fronteira com a África do Sul e, por isso, não permitem medir em território nacional o
caudal afluente. Em outros casos, o valor do caudal afluente obtido por balanço hídrico
permite calibrar o valor do caudal nas estações hidrométricas a montante da albufeira. Por
outro lado, quando se possam medir também os volumes afluentes, pode estimar-se E a
partir de (2.7) e confrontar o valor obtido com o valor obtido por outros métodos de cálculo.

O balanço hídrico é igualmente uma componente central dos modelos de simulação


hidrológica2, conforme se apresenta no Capítulo 10. Também o dimensionamento e
exploração de albufeiras, que se referem no Capítulo 14, utilizam frequentemente modelos
de simulação cuja base é a aplicação sequencial no tempo da equação (2.7) do balanço
hídrico.

No estudo das necessidades de irrigação, consideradas no Capítulo 13, utiliza-se a


equação do balanço hídrico para a camada superficial do solo para calcular o volume de
água necessário para o ótimo crescimento das culturas, assim como a frequência da
aplicação da água.

Faz-se ainda notar que caso haja transferências importantes de água de ou para a
região em análise, por ação do homem, estas deverão também ser contabilizadas no balanço
hídrico.

2.3 BALANÇOS HÍDRICOS GLOBAIS

O conhecimento quantitativo cada vez melhor que se tem das principais variáveis
hidrológicas permite estabelecer balanços hídricos em grandes regiões como os
continentes. Os quadros seguintes, baseados em L’vovich (1979), Quintela (1996) e
Shiklomanov (1998), apresentam esses balanços hídricos médios anuais para os vários
continentes em termos de volumes e de alturas de água. Nestes quadros, a América do

2
Os modelos de simulação hidrológica são modelos matemáticos em que se procura reproduzir as características
principais do movimento de água numa região a partir da ocorrência de precipitação.

2.13
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

Norte inclui também a América Central.

Quadro 2.1 — Balanço hídrico expresso em volumes anuais médios (km3 /ano)

Região Área (106 km2) Precipitação Evaporação Escoamento


África 30,3 20 780 16 730 4 050
América do Norte 20,8 13 910 6 020 7 890
América do Sul 17,8 29 355 17 325 12 030
Ásia 45,0 32 690 19 180 13 510
Europa 9,8 7 165 4 265 2 900
Oceânia 8,7 6 405 4 000 2 405
Antártida 16,3 2 690 0 2 690
TOTAL 148,7 112 995 67 520 45 475

Quadro 2.2 — Balanço hídrico expresso em alturas anuais médias (mm/ano)

Região Área (106 km2) Precipitação Evaporação Escoamento


África 30,3 686 552 134
América do Norte 20,8 669 289 380
América do Sul 17,8 1 649 973 676
Ásia 45,0 726 426 300
Europa 9,8 731 435 296
Oceânia 8,7 736 460 276
Antártida 16,3 165 0 165
TOTAL 148,7 760 454 306

No que se refere ao balanço hídrico dos oceanos, o Quadro 2.3, adaptado de


Quintela (1996) e de Vowinckel e Orvig (1962), apresenta estimativas de valores médios
anuais, porém afectados por um grau de incerteza bastante superior ao do balanço hídrico
dos continentes. Como refere Peixoto (1994), a precipitação e o escoamento dos rios e
aquíferos não compensam a evaporação nos oceanos Atlântico e Índico, pelo que deve
existir uma contínua transferência de água para esses oceanos a partir dos oceanos
Pacífico e Ártico.

Quadro 2.3 — Balanço hídrico dos oceanos (km3 /ano)

Oceano Área (106 Precipitação Evaporação Escoamento Transferência


km2) entre oceanos

Atlântico 91,7 92 700 124 700 21 100 -10 900


Pacífico 178,7 260 900 269 800 14 300 5 400
Índico 76,2 100 600 108 200 6 100 -1 500
Ártico 14,7 2 600 0 4 400 7 000
TOTAL 361,3 456 800 502 700 45 900 0

2.14
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

Quadro 2.4 — Balanço hídrico dos oceanos (mm/ano)

Oceano Área (106 Precipitação Evaporação Escoamento Transferência


km2) entre oceanos

Atlântico 91,7 1 010 1 360 230 -120


Pacífico 178,7 1 460 1 510 80 30
Índico 76,2 1 320 1 420 80 -20
Ártico 14,7 180 0 300 480
TOTAL 361,3 1 264 1 391 127 0

Relativamente aos continentes, a América do Sul é claramente o continente com


maiores disponibilidades de água doce, ao passo que a Oceânia e especialmente a África
são continentes bastante secos. Nestes quadros, os escoamentos superficial e subterrâneo
são escoamentos para os oceanos.

Há dois aspetos importantes a notar nos quadros dos balanços hídricos dos
continentes:
- como as variáveis hidrológicas têm grande variabilidade temporal, o balanço
hídrico numa dada região num dado ano irá diferir bastante do apresentado, não se
podendo igualmente ignorar a variação do volume total de água armazenada;
- sendo estabelecido para as grandes regiões do mundo que são os continentes, o
balanço não reflete evidentemente a grande variabilidade de condições dentro de
cada continente.

Estas observações continuam válidas quando se consideram regiões geográficas


mais pequenas, como países. Nestes casos, o balanço hídrico torna-se mais complexo,
mesmo quando estabelecido em termos de valores anuais médios, pela necessidade de
considerar entradas ou saídas de água através das fronteiras terrestres da região. Tal é o
caso de Portugal 3 e de Moçambique: Portugal recebe escoamento superficial através da
sua fronteira com a Espanha; Moçambique recebe igualmente escoamento superficial
através das suas fronteiras com os países vizinhos – África do Sul, Suazilândia,
Zimbabwe, Zâmbia, Malawi e Tanzânia. Os quadros seguintes, adaptados de INAG
(2002) e Vaz (1995), ilustram esta situação, com os valores entre parênteses
representando o escoamento total englobando a componente transfronteiriça.

Quadro 2.5 — Balanço hídrico de Portugal e Moçambique (km3 /ano)

País Área (km2) Precipitação Evaporação Escoamento


Portugal 89 200 86 52 34 (77)
Moçambique 780 000 741 641 100 (216)

3
Sempre que no texto se referir Portugal quer-se significar Portugal continental.

2.15
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

Quadro 2.6 — Balanço hídrico de Portugal e Moçambique (mm/ano)

País Área (km2) Precipitação Evaporação Escoamento


Portugal 89 200 962 577 385 (867)
Moçambique 780 000 950 822 128 (277)

Destes quadros vê-se que Portugal se situa claramente acima da média da Europa
em termos de precipitação e de escoamento total, mesmo sem entrar em conta com os
importantes caudais transfronteiriços. Os caudais transfronteiriços, no entanto, mais que
duplicam o valor do escoamento total anual médio.

Moçambique situa-se bastante acima da média de África em termos de


precipitação e também de escoamento quando se considera o afluxo transfronteiriço,
ficando abaixo da média africana quando se consideram apenas os escoamentos gerados
no interior do território.

É interessante notar que, apesar de as alturas de precipitação anual média de


Portugal e Moçambique serem quase iguais, as alturas de escoamento gerado em cada
território são muito diferentes, numa relação de 3:1, devido ao alto valor da evaporação e
evapotranspiração em Moçambique.

A Figura 2.5 representa os valores mensais médios da precipitação em Portugal,


com o ciclo anual atingindo os valores máximos nos meses de novembro a fevereiro e
descendo para mínimos muito baixos nos meses de julho e agosto.

160

140
Precipitação média mensal (mm)

120

100

80

60

40

20

0
OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET

Figura 2.5 — Distribuição da precipitação mensal média em Portugal continental

Sendo a precipitação a origem do escoamento, a distribuição do escoamento

2.16
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

mensal médio segue o mesmo tipo de curva, afetado no entanto por um certo atraso
devido aos vários efeitos de armazenamento natural que ocorrem. Estes efeitos de
armazenamento fazem com que o escoamento máximo seja em fevereiro, embora a
precipitação máxima ocorra em dezembro; e que embora a precipitação em setembro seja
muito superior à de agosto, o escoamento nesses dois meses seja praticamente o mesmo,
sendo a precipitação mais elevada em setembro absorvida pela recarga para as camadas
superficiais e profundas do solo, cujo teor de humidade se encontra muito baixo.

Esta grande variabilidade intraanual é agravada pela variabilidade interanual da


precipitação e do escoamento. O Plano Nacional da Água (INAG, 2002) apresenta uma
série de 50 anos de precipitação anual sobre o território, conforme se ilustra na figura
seguinte.

Figura 2.6 — Precipitação anual média em Portugal Continental (adaptada de INAG,


2002)

Verifica-se que a precipitação anual média para o período dos anos hidrológicos
de 1941/42 a 1990/91 variou entre os 564 mm (1944/45) e os 1466 mm (1965/66). A
década de 40 foi particularmente seca, contrastando com a década de 60 que
correspondeu a um período mais húmido.

Situações semelhantes ocorrem em Moçambique e na grande maioria dos países.


Por conseguinte, os balanços hídricos em períodos curtos de tempo tornam-se bastante
mais complexos do que os que se estabelecem para longos períodos de dezenas de anos.

Como já se referiu anteriormente, para além da irregularidade temporal há a


considerar a irregularidade das variáveis hidrológicas no que respeita à distribuição
geográfica, mesmo quando se consideram regiões bastante menos extensas do que os
continentes, como Portugal continental e Moçambique.

Considerando as cinco administrações de regiões hidrográficas de portugal

2.17
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

continental, ARH, criadas pela Lei da Água (Lei 58/2005)4, Figura 2.7, verifica-se que há
diferenças muito significativas entre essas várias regiões, conforme se pode ver no
Quadro 2.7.

Figura 2.7 — Delimitação das ARH em Portugal

4
ARH do Norte, contendo as bacias hidrográficas do Minho, Lima, Cávado, Ave, Leça e Douro; ARH do Centro,
com as bacias do Vouga, Mondego, Lis e Ribeiras do Oeste; ARH do Tejo; ARH do Alentejo, com as bacias do Sado,
Mira e Guadiana; e ARH do Algarve, com as bacias das ribeiras do Algarve

2.18
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

Quadro 2.7 — Balanço hídrico por regiões em Portugal (mm/ano)

Região Área (km2) Precipitação Evaporação Escoamento


Norte 24 630 1 233 586 647
Centro 14 000 1 185 672 513
Tejo 25 160 884 632 252
Alentejo 21 660 593 429 164
Algarve 3 840 840 633 207
TOTAL 89 290 962 577 385

O Quadro 2.7 mostra que a precipitação anual média nas regiões do Norte e do
Centro é mais do dobro da que se verifica na região do Alentejo e a altura de escoamento
nas duas regiões mais a norte do País é duas a três vezes superior à que se regista nas
restantes três regiões mais a sul.

No caso de Moçambique, com uma área territorial e uma extensão em termos de


latitude bastante superiores às de Portugal, os contrastes na distribuição geográfica das
principais variáveis hidrológicas são ainda mais marcantes. Considerando as cinco
regiões que correspondem às actuais administrações regionais de águas (ARA) – Sul,
Centro, Zambeze, Centro-Norte e Norte, conforme se ilustra na Figura 2.8, os valores
anuais médios são os dados no Quadro 2.8.

2.19
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

Figura 2.8 — Delimitação das ARA em Moçambique

Quadro 2.8 — Balanço hídrico por regiões em Moçambique (mm/ano)

Região Área (1000 km2) Precipitação Evaporação Escoamento


Sul 190 590 570 20
Centro 84 1 072 853 219
Zambeze 140 870 741 129
Centro-Norte 196 1 218 1 038 180
Norte 170 1 050 902 148
TOTAL 780 950 822 128

Assim, no caso de Moçambique, podem ver-se as dramáticas diferenças entre as


disponibilidades de água em termos de precipitação e escoamento entre a região Sul, de
clima predominantemente semiárido, e o resto do País. Em termos de escoamento, a
altura anual média da região Sul é de apenas 20 mm, contrastando com as alturas de
escoamento nas restantes regiões, que são entre 6 e 11 vezes superiores.

2.20
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

Nos quadros anteriores não estão incluídos nos valores dos escoamentos a
componente gerada nos países vizinhos e cujo contributo é muito grande, como se viu
nos Quadros 2.4 e 2.5. No caso de Portugal, essa contribuição aumenta grandemente a
disponibilidade de água nas regiões das ARH não só do Norte (onde ela já é alta) mas
também nas do Tejo e Alentejo. Em Moçambique, os grandes contributos acontecem nas
regiões das ARAs do Sul e Zambeze, o que faz com que particularmente a região Sul
dependa em extremo dos caudais provenientes dos países vizinhos.

EXERCÍCIOS
2.1 Apresente um esquema da fase terrestre do ciclo hidrológico, incluindo de forma
razoavelmente pormenorizada os diversos caminhos da água.

2.2 Analise a influência da criação de grandes albufeiras de armazenamento no ciclo


hidrológico considerado para um país ou uma região.

2.3 Refira exemplos de impactos da atividade humana no ciclo hidrológico que se


verifiquem na sua região.

2.4 Refaça a Figura 2.2, transformando os volumes em percentagens da precipitação total.

2.5 Considerando os dados apresentados neste capítulo e no capítulo anterior, e admitindo


que toda a água dos oceanos e mares está envolvida no ciclo hidrológico, calcule o
tempo de residência respetivo.

2.6 Repita o exercício para os rios e para a água subterrânea.

2.7 Compare os resultados que obteve nos exercícios 2.5 e 2.6 com os valores
apresentados no Quadro 1.2 do capítulo anterior.

2.8 Calcule a precipitação anual média sobre todo o planeta em cm/ano.

2.9 Sabendo que a precipitação anual média sobre os oceanos (70 por cento da área do
Globo) é 1264 mm e que sobre os continentes é 760 mm, calcule a evaporação anual
média de todo o Globo (mm). Justifique.

2.10 O escoamento anual médio dos continentes é de cerca de 306 mm. Sabendo que a área
dos continentes é 150 × 106 km2 e que o escoamento do rio Amazonas corresponde a
cerca de 12 por cento do total, estime o caudal médio do referido rio em m3/s.

2.11 Em Portugal continental, com uma área de 89 000 km2 e 10 000 000 de habitantes, o
abastecimento público de água é, em média, de cerca de 200 l/hab/d. Estime em mm/a

2.21
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

o volume anual de água abastecido.

2.12 Escreva a equação do balanço hídrico da camada superficial do solo a partir da


representação esquemática da Figura 2.4.

2.13 Escreva a equação do balanço hídrico para uma região administrativa do seu país para
um período de tempo curto (um mês ou um trimestre). Mostre como podia simplificar
a equação, caso a) a região administrativa coincidisse com uma bacia hidrográfica; b)
o período de tempo fosse de um ano hidrológico.

2.14 Um temporal sobre uma bacia de 510 km2 originou uma altura de precipitação de 225
mm. Se 20 por cento da precipitação se transformou em escoamento de cheia, qual o
volume de armazenamento necessário para conter inteiramente esse escoamento?

2.15 Numa albufeira com uma área de 10 km2 registaram-se durante um período de 5 dias
os seguintes valores:
- caudal afluente = 15 m3/s;
- caudal efluente = 3 m3/s;
- nível da água no 1º dia = 25,0 m;
- nível da água no 6º dia = 25,4 m;
- precipitação = 0 mm.
a) Calcule o volume da água evaporada na albufeira durante os 5 dias.
b) Calcule a altura média diária de evaporação da albufeira nesse período.

2.16 A precipitação média sobre uma bacia hidrográfica com uma área de 645 km2, durante
o mês de setembro de 1978, foi de 26 mm. Nesse mesmo mês, a evapotranspiração e o
caudal médio mensal na secção de jusante da bacia foram estimados em 87 mm e 0,54
m3/s, respectivamente.
a) Sabendo que as quantidades de água trocadas com o exterior pela ação humana ao
longo desse período foram nulas, determine a variação conjunta da quantidade de água
no solo e das reservas subterrâneas, em volume e em altura uniformemente distribuída
na bacia, para o referido mês.
b) Calcule o caudal anual médio na secção de jusante da bacia nesse ano hidrológico,
admitindo para a precipitação média sobre a bacia e para a evapotranspiração os
valores de 1149 mm e 562 mm, respetivamente.

2.17 Considere um lago com uma saída natural. A área do lago é de 260 km2, e a da bacia
hidrográfica, de 2800 km2 (incluindo a área do lago). Durante um ano hidrológico
verificou-se que a precipitação na região foi de 600 mm, e a evaporação no lago, de
800 mm, não se tendo verificado uma variação sensível do nível do lago. O caudal
médio na saída do lago ao longo do ano foi de 4,5 m3/s.
a) Calcule o caudal drenado da bacia para o lago.
b) Calcule a evapotranspiração na bacia hidrográfica.

2.18 Comente em que condições é que a precipitação numa dada área não produz
a) nenhum escoamento superficial,

2.22
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

b) nenhum escoamento subterrâneo,


c) nenhum escoamento.

2.19 Construiu-se uma barragem numa secção de um rio com uma bacia hidrográfica de
300 km2. A albufeira tem uma capacidade de armazenamento de 180 hm3 e uma área
inundada de 35 km2. Duma série longa de medições (antes da construção da
barragem), registaram-se os seguintes valores anuais médios:
- caudal do rio na secção de saída – 2 m3/s,
- precipitação sobre a bacia – 980 mm,
- evaporação na albufeira – 1220 mm.
Determine:
a) o caudal médio que entra na albufeira após a construção da barragem;
b) o tempo de enchimento da albufeira, sabendo que, durante o mesmo, a barragem
descarregou um caudal médio de 0,6 m3/s.

2.20 Construiu-se uma barragem numa secção dum rio com uma bacia hidrográfica de
1800 km2. A albufeira tem uma área inundada média de 35 km2 e uma capacidade de
armazenamento de 600 milhões de m3. O caudal médio (afluente) do rio é de 5,6 m3/s.
A precipitação anual média sobre a bacia é de 700 mm. O enchimento da albufeira
depois da sua construção levou 5 anos. Durante esse período, o caudal médio
descarregado pela albufeira foi de 0,5 m3/s. Logo depois da construção da barragem
(durante e depois do enchimento da albufeira) começaram a tirar-se, anualmente, 12
milhões de m3 de água da albufeira para o abastecimento duma vila e para um
regadio.
a) Calcule o caudal médio descarregado pela albufeira depois do seu enchimento.
b) Calcule a evaporação anual média na albufeira.
c) Calcule a evapotranspiração anual média na bacia.

2.21 Considere uma bacia hidrográfica do seu país com uma área não superior a 10 000
km2. Obtenha para essa bacia hidrográfica dados que lhe permitam estimar a
precipitação anual média sobre a bacia e o escoamento na secção de saída da bacia.
a) Escreva a equação do balanço hídrico da bacia para um período de tempo longo (de
muitos anos).
b) Utilize os dados obtidos e calculados, para determinar os valores das restantes
variáveis que intervêm no balanço hídrico. Explique quaisquer hipóteses que tenha
assumido.

2.22 Durante uma chuvada intensa com a duração de 10 minutos, a altura de precipitação
sobre um parque de estacionamento com uma área de 38 hectares foi de 25 mm. A
drenagem do parque de estacionamento faz-se para uma linha de água onde o caudal
médio durante a chuvada era de 3 m3/s. Determine o aumento do caudal na linha de
água devido à drenagem do parque de estacionamento.

2.23
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico

BIBLIOGRAFIA
Chow, Ven Te, D. Maidment e L. W. Mays, Applied hydrology, McGraw-Hill, New York,
1988.

INAG, Plano Nacional da Água, Instituto da Água, Lisboa, 2002.

L’vovich, M., World water resources and their future, American Geophysical Union,
Washington D.C., 1979.

Peixoto, J., As circulações planetárias e o ciclo hidrológico, separata do Boletim da


Sociedade de Geografia de Lisboa, 1979.

Peixoto, J. P., The role of the atmosphere in the water cycle, in ―The role of water and the
hydrological cycle in global change‖, NATO ASI Series, Global Environmental Change,
vol. 31, Springer, Heidelberg, 1994.

Quintela, A., Hidrologia e recursos hídricos, Instituto Superior Técnico, Lisboa, 1996.

Shiklomanov, I., World water resources, a new appraisal and assessment for the 21 st
century, UNESCO, Paris, 1998.

Vaz, A. C., Recursos hídricos de Moçambique – potencial, problemas e políticas,


Associação Moçambicana de Ciência e Tecnologia, Maputo, 1995.

Vowinckel, E. e S. Orvig, Water balance and heat flow of the Arctic Ocean, Arctic, vol.
15, nº 3, pp. 205-223, 1962.

2.24

Potrebbero piacerti anche