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Balanço Hídrico
ÍNDICE DO CAPÍTULO 2
Lista de Figuras .................................................................................................................... 2.2
Lista de Quadros ................................................................................................................... 2.3
2 CICLO HIDROLÓGICO. BALANÇO HÍDRICO ................................................ 2.4
2.1 Conceito de ciclo hidrológico ............................................................................. 2.4
2.2 Balanço hídrico .................................................................................................... 2.9
2.3 Balanços hídricos globais .................................................................................. 2.13
EXERCÍCIOS ..................................................................................................................... 2.21
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 2.24
2.1
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
Lista de Figuras
Figura 2.1 — Esquematização do ciclo hidrológico .......................................................... 2.5
Figura 2.2 — Representação quantitativa do ciclo hidrológico (adaptada de Shiklomanov,
1998)...................................................................................................................................... 2.7
Figura 2.3 — O ciclo hidrológico como um sistema (adaptada de Chow et al., 1988) ... 2.8
Figura 2.4 — Representação conceptual do balanço hídrico........................................... 2.10
Figura 2.5 — Distribuição da precipitação mensal média em Portugal continental ...... 2.16
Figura 2.6 — Precipitação anual média em Portugal Continental (adaptada de INAG,
2002).................................................................................................................................... 2.17
Figura 2.7 — Delimitação das ARH em Portugal ............................................................ 2.18
Figura 2.8 — Delimitação das ARA em Moçambique .................................................... 2.20
2.2
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
Lista de Quadros
Quadro 2.1 — Balanço hídrico expresso em volumes anuais médios (km3 /ano) .......... 2.14
Quadro 2.2 — Balanço hídrico expresso em alturas anuais médias (mm/ano) .............. 2.14
Quadro 2.3 — Balanço hídrico dos oceanos (km3 /ano) ................................................... 2.14
Quadro 2.4 — Balanço hídrico dos oceanos (mm/ano) ................................................... 2.15
Quadro 2.5 — Balanço hídrico de Portugal e Moçambique (km3 /ano) .......................... 2.15
Quadro 2.6 — Balanço hídrico de Portugal e Moçambique (mm/ano) .......................... 2.16
Quadro 2.7 — Balanço hídrico por regiões em Portugal (mm/ano) ............................... 2.19
Quadro 2.8 — Balanço hídrico por regiões em Moçambique (mm/ano)........................ 2.20
2.3
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
O ciclo hidrológico não tem início ou fim: o ponto de início para a descrição do ciclo
hidrológico é arbitrário, podendo por exemplo partir-se da evaporação da água dos oceanos
e sua passagem para a atmosfera.
Sob condições adequadas, o vapor condensa-se para formar nuvens que, por sua vez,
podem dar origem a precipitação, quer sobre a terra quer sobre os oceanos. A precipitação
ocorre principalmente sob a forma de chuva e neve.
A precipitação que cai sobre a terra pode seguir caminhos diversos: uma parte
evapora-se durante a queda; outra parte é intercetada por árvores, vegetação ou coberturas
de edificações e volta a evaporar-se; uma outra parte atinge a superfície do solo, originando
escoamento superficial ou ficando armazenada em depressões superficiais.
2.4
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
estão subjacentes. Em cada instante, a água que se escoa à superfície, em trânsito para o
oceano, constitui um volume armazenado, que se designa por detenção superficial.
O impacto do efeito antropogénico faz-se sentir de maneira cada vez mais sensível
no ciclo hidrológico, alterando localmente de modo significativo a ocorrência da água, quer
do ponto de vista da sua quantidade, quer da sua qualidade. Os principais impactos resultam
do armazenamento de grandes volumes de água em albufeiras, alterando o regime natural
dos caudais dos rios e aumentando a evaporação; da extração de volumes importantes de
água dos rios, aquíferos, lagos e albufeiras para consumos diversos; da adução de volumes
significativos de água a grandes distâncias para fins de consumo; e da rejeição de efluentes
com qualidade degradada relativamente à água abstraída e ao meio recetor.
2.5
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
Por vezes consideram-se três ramos no ciclo hidrológico: o ramo oceânico, objeto da
oceanografia; o ramo aéreo ou atmosférico, objeto da meteorologia; e o ramo terrestre,
objeto da hidrologia.
A hidrologia no âmbito da engenharia civil está mais focada nos processos que
ocorrem no ramo terrestre do ciclo hidrológico, por ser aí que é mais importante a interação
com a actividade humana.
2.6
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
A evaporação anual média dos oceanos excede a precipitação que sobre eles ocorre,
passando-se o inverso nos continentes. O diferencial de cerca de 44 800 km3 é o escoamento
anual médio, superficial e subterrâneo, para os oceanos. A componente do escoamento
superficial é muito superior à do escoamento subterrâneo, correspondendo a
aproximadamente 95 por cento do escoamento total.
2.7
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
destas quantidades de ano para ano num mesmo local significa que a sua caraterização
apenas é possível numa base estatística a partir de longas séries de valores observados. Por
isso, a manutenção duma rede de estações de medição das principais variáveis hidrológicas
é da maior importância.
A Figura 2.3, adaptada de Chow et al. (1988), representa o ciclo hidrológico como
um sistema, dividido em três subsistemas: água atmosférica, englobando os processos de
precipitação, evaporação, interceção e transpiração; água superficial, incluindo os processos
de escoamento à superfície do terreno, escoamento superficial, descarga para rios, lagos e
oceanos; e água subsuperficial, com os processos de infiltração, escoamento subsuperficial,
recarga e escoamento subterrâneo.
Figura 2.3 — O ciclo hidrológico como um sistema (adaptada de Chow et al., 1988)
2.8
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
dS
IO= na sua forma contínua
dt
ou como
onde I representa o volume de água entrado no sistema por unidade de tempo, O, volume
saído do sistema também por unidade de tempo e S, o volume armazenado no interior do
sistema. Designa-se por balanço hídrico a aplicação da equação da continuidade a uma certa
região durante determinado período de tempo, sendo escrita em função das variáveis do
ciclo hidrológico.
A Figura 2.2 ilustra como o balanço hídrico é aplicado ao nosso planeta em distintas
partes. O balanço é feito em termos dos valores médios das variáveis, considerando essas
médias obtidas para um período de tempo bastante longo. Para um período longo, a variação
média do armazenamento é nula, pelo que a entrada de água no domínio considerado tem de
ser igual à saída de água. Assim, com os valores expressos em milhares de km3, para os
oceanos a precipitação (458) mais o escoamento superficial e subterrâneo (44,8) igualam a
evaporação (502,8). A nível dos continentes, a precipitação (119) iguala a evaporação e a
evapotranspiração (74,2) mais o escoamento superficial e subterrâneo (44,8). Finalmente,
quando se considera a atmosfera, a evaporação dos oceanos (502,8) mais a evaporação e
evapotranspiração dos continentes (74,2) igualam a precipitação sobre os oceanos (458)
mais a precipitação sobre os continentes (119).
A Figura 2.4, uma versão do ciclo hidrológico duma região onde se consideram três
camadas – a superfície do terreno, a camada superficial do solo e a camada profunda
(aquífero), é um esquema útil, porque permite uma tradução fácil do balanço hídrico em
termos matemáticos considerando diversos volumes de controlo.
2.9
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
P precipitação;
Q1, Q2 escoamento superficial que entra e sai da região;
G1, G2 escoamento subterrâneo que entra e sai da região;
E evaporação a partir de águas superficiais;
ET evaporação do solo e transpiração das plantas;
rso, raq água do solo e água subterrânea que reaparecem à superfície
(ressurgência);
I infiltração (no solo);
R recarga (percolação para os aquíferos);
e as variáveis que representam os volumes de água armazenados em determinado instante
têm o seguinte significado:
Ss, Sso, Saq retenção e detenção superficiais, armazenamento na camada
superficial do solo, armazenamento no aquífero (água subterrânea);
(P Q1 G1 ) (Q 2 G 2 E ET) ΔS (2.1)
2.10
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
onde ΔS representa a variação total do volume armazenado. Note-se que nesta equação não
aparecem a infiltração, a recarga e a ressurgência que, por serem processos que ocorrem no
interior da região em estudo, não afectam o respectivo balanço hídrico.
P (Q 2 E ET) 0 (2.4)
1
É uma aproximação válida quando o escoamento subterrâneo que atravessa os limites da bacia hidrográfica é pouco
importante.
2.11
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
Por outro lado, verificam-se anos em que ocorre elevada precipitação e grandes
escoamentos, até mesmo cheias, ao passo que em outros anos a precipitação é escassa,
podendo originar situações de seca.
Toma-se para início do ano hidrológico o fim da época de estiagem, o que evita a
divisão duma mesma época de chuvas e permite considerar que a variação do volume de
água armazenado, ΔS, é desprezável.. Assim, para o hidrológico pode escrever-se
P (Q 2 E ET) 0 (2.6)
O balanço hídrico é uma ferramenta muito útil e que é utilizada numa grande
variedade de situações. Um exemplo é a estimação do erro global cometido na medição ou
estimação das variáveis hidrológicas, quando todas as que entram no balanço hídrico são
conhecidas.
2.12
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
(P Va ) (E Ve ) St 1 St (2.7)
Faz-se ainda notar que caso haja transferências importantes de água de ou para a
região em análise, por ação do homem, estas deverão também ser contabilizadas no balanço
hídrico.
O conhecimento quantitativo cada vez melhor que se tem das principais variáveis
hidrológicas permite estabelecer balanços hídricos em grandes regiões como os
continentes. Os quadros seguintes, baseados em L’vovich (1979), Quintela (1996) e
Shiklomanov (1998), apresentam esses balanços hídricos médios anuais para os vários
continentes em termos de volumes e de alturas de água. Nestes quadros, a América do
2
Os modelos de simulação hidrológica são modelos matemáticos em que se procura reproduzir as características
principais do movimento de água numa região a partir da ocorrência de precipitação.
2.13
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
Quadro 2.1 — Balanço hídrico expresso em volumes anuais médios (km3 /ano)
2.14
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
Há dois aspetos importantes a notar nos quadros dos balanços hídricos dos
continentes:
- como as variáveis hidrológicas têm grande variabilidade temporal, o balanço
hídrico numa dada região num dado ano irá diferir bastante do apresentado, não se
podendo igualmente ignorar a variação do volume total de água armazenada;
- sendo estabelecido para as grandes regiões do mundo que são os continentes, o
balanço não reflete evidentemente a grande variabilidade de condições dentro de
cada continente.
3
Sempre que no texto se referir Portugal quer-se significar Portugal continental.
2.15
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
Destes quadros vê-se que Portugal se situa claramente acima da média da Europa
em termos de precipitação e de escoamento total, mesmo sem entrar em conta com os
importantes caudais transfronteiriços. Os caudais transfronteiriços, no entanto, mais que
duplicam o valor do escoamento total anual médio.
160
140
Precipitação média mensal (mm)
120
100
80
60
40
20
0
OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET
2.16
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
mensal médio segue o mesmo tipo de curva, afetado no entanto por um certo atraso
devido aos vários efeitos de armazenamento natural que ocorrem. Estes efeitos de
armazenamento fazem com que o escoamento máximo seja em fevereiro, embora a
precipitação máxima ocorra em dezembro; e que embora a precipitação em setembro seja
muito superior à de agosto, o escoamento nesses dois meses seja praticamente o mesmo,
sendo a precipitação mais elevada em setembro absorvida pela recarga para as camadas
superficiais e profundas do solo, cujo teor de humidade se encontra muito baixo.
Verifica-se que a precipitação anual média para o período dos anos hidrológicos
de 1941/42 a 1990/91 variou entre os 564 mm (1944/45) e os 1466 mm (1965/66). A
década de 40 foi particularmente seca, contrastando com a década de 60 que
correspondeu a um período mais húmido.
2.17
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
continental, ARH, criadas pela Lei da Água (Lei 58/2005)4, Figura 2.7, verifica-se que há
diferenças muito significativas entre essas várias regiões, conforme se pode ver no
Quadro 2.7.
4
ARH do Norte, contendo as bacias hidrográficas do Minho, Lima, Cávado, Ave, Leça e Douro; ARH do Centro,
com as bacias do Vouga, Mondego, Lis e Ribeiras do Oeste; ARH do Tejo; ARH do Alentejo, com as bacias do Sado,
Mira e Guadiana; e ARH do Algarve, com as bacias das ribeiras do Algarve
2.18
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
O Quadro 2.7 mostra que a precipitação anual média nas regiões do Norte e do
Centro é mais do dobro da que se verifica na região do Alentejo e a altura de escoamento
nas duas regiões mais a norte do País é duas a três vezes superior à que se regista nas
restantes três regiões mais a sul.
2.19
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
2.20
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
Nos quadros anteriores não estão incluídos nos valores dos escoamentos a
componente gerada nos países vizinhos e cujo contributo é muito grande, como se viu
nos Quadros 2.4 e 2.5. No caso de Portugal, essa contribuição aumenta grandemente a
disponibilidade de água nas regiões das ARH não só do Norte (onde ela já é alta) mas
também nas do Tejo e Alentejo. Em Moçambique, os grandes contributos acontecem nas
regiões das ARAs do Sul e Zambeze, o que faz com que particularmente a região Sul
dependa em extremo dos caudais provenientes dos países vizinhos.
EXERCÍCIOS
2.1 Apresente um esquema da fase terrestre do ciclo hidrológico, incluindo de forma
razoavelmente pormenorizada os diversos caminhos da água.
2.7 Compare os resultados que obteve nos exercícios 2.5 e 2.6 com os valores
apresentados no Quadro 1.2 do capítulo anterior.
2.9 Sabendo que a precipitação anual média sobre os oceanos (70 por cento da área do
Globo) é 1264 mm e que sobre os continentes é 760 mm, calcule a evaporação anual
média de todo o Globo (mm). Justifique.
2.10 O escoamento anual médio dos continentes é de cerca de 306 mm. Sabendo que a área
dos continentes é 150 × 106 km2 e que o escoamento do rio Amazonas corresponde a
cerca de 12 por cento do total, estime o caudal médio do referido rio em m3/s.
2.11 Em Portugal continental, com uma área de 89 000 km2 e 10 000 000 de habitantes, o
abastecimento público de água é, em média, de cerca de 200 l/hab/d. Estime em mm/a
2.21
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
2.13 Escreva a equação do balanço hídrico para uma região administrativa do seu país para
um período de tempo curto (um mês ou um trimestre). Mostre como podia simplificar
a equação, caso a) a região administrativa coincidisse com uma bacia hidrográfica; b)
o período de tempo fosse de um ano hidrológico.
2.14 Um temporal sobre uma bacia de 510 km2 originou uma altura de precipitação de 225
mm. Se 20 por cento da precipitação se transformou em escoamento de cheia, qual o
volume de armazenamento necessário para conter inteiramente esse escoamento?
2.15 Numa albufeira com uma área de 10 km2 registaram-se durante um período de 5 dias
os seguintes valores:
- caudal afluente = 15 m3/s;
- caudal efluente = 3 m3/s;
- nível da água no 1º dia = 25,0 m;
- nível da água no 6º dia = 25,4 m;
- precipitação = 0 mm.
a) Calcule o volume da água evaporada na albufeira durante os 5 dias.
b) Calcule a altura média diária de evaporação da albufeira nesse período.
2.16 A precipitação média sobre uma bacia hidrográfica com uma área de 645 km2, durante
o mês de setembro de 1978, foi de 26 mm. Nesse mesmo mês, a evapotranspiração e o
caudal médio mensal na secção de jusante da bacia foram estimados em 87 mm e 0,54
m3/s, respectivamente.
a) Sabendo que as quantidades de água trocadas com o exterior pela ação humana ao
longo desse período foram nulas, determine a variação conjunta da quantidade de água
no solo e das reservas subterrâneas, em volume e em altura uniformemente distribuída
na bacia, para o referido mês.
b) Calcule o caudal anual médio na secção de jusante da bacia nesse ano hidrológico,
admitindo para a precipitação média sobre a bacia e para a evapotranspiração os
valores de 1149 mm e 562 mm, respetivamente.
2.17 Considere um lago com uma saída natural. A área do lago é de 260 km2, e a da bacia
hidrográfica, de 2800 km2 (incluindo a área do lago). Durante um ano hidrológico
verificou-se que a precipitação na região foi de 600 mm, e a evaporação no lago, de
800 mm, não se tendo verificado uma variação sensível do nível do lago. O caudal
médio na saída do lago ao longo do ano foi de 4,5 m3/s.
a) Calcule o caudal drenado da bacia para o lago.
b) Calcule a evapotranspiração na bacia hidrográfica.
2.18 Comente em que condições é que a precipitação numa dada área não produz
a) nenhum escoamento superficial,
2.22
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
2.19 Construiu-se uma barragem numa secção de um rio com uma bacia hidrográfica de
300 km2. A albufeira tem uma capacidade de armazenamento de 180 hm3 e uma área
inundada de 35 km2. Duma série longa de medições (antes da construção da
barragem), registaram-se os seguintes valores anuais médios:
- caudal do rio na secção de saída – 2 m3/s,
- precipitação sobre a bacia – 980 mm,
- evaporação na albufeira – 1220 mm.
Determine:
a) o caudal médio que entra na albufeira após a construção da barragem;
b) o tempo de enchimento da albufeira, sabendo que, durante o mesmo, a barragem
descarregou um caudal médio de 0,6 m3/s.
2.20 Construiu-se uma barragem numa secção dum rio com uma bacia hidrográfica de
1800 km2. A albufeira tem uma área inundada média de 35 km2 e uma capacidade de
armazenamento de 600 milhões de m3. O caudal médio (afluente) do rio é de 5,6 m3/s.
A precipitação anual média sobre a bacia é de 700 mm. O enchimento da albufeira
depois da sua construção levou 5 anos. Durante esse período, o caudal médio
descarregado pela albufeira foi de 0,5 m3/s. Logo depois da construção da barragem
(durante e depois do enchimento da albufeira) começaram a tirar-se, anualmente, 12
milhões de m3 de água da albufeira para o abastecimento duma vila e para um
regadio.
a) Calcule o caudal médio descarregado pela albufeira depois do seu enchimento.
b) Calcule a evaporação anual média na albufeira.
c) Calcule a evapotranspiração anual média na bacia.
2.21 Considere uma bacia hidrográfica do seu país com uma área não superior a 10 000
km2. Obtenha para essa bacia hidrográfica dados que lhe permitam estimar a
precipitação anual média sobre a bacia e o escoamento na secção de saída da bacia.
a) Escreva a equação do balanço hídrico da bacia para um período de tempo longo (de
muitos anos).
b) Utilize os dados obtidos e calculados, para determinar os valores das restantes
variáveis que intervêm no balanço hídrico. Explique quaisquer hipóteses que tenha
assumido.
2.22 Durante uma chuvada intensa com a duração de 10 minutos, a altura de precipitação
sobre um parque de estacionamento com uma área de 38 hectares foi de 25 mm. A
drenagem do parque de estacionamento faz-se para uma linha de água onde o caudal
médio durante a chuvada era de 3 m3/s. Determine o aumento do caudal na linha de
água devido à drenagem do parque de estacionamento.
2.23
Ciclo Hidrológico. Balanço Hídrico
BIBLIOGRAFIA
Chow, Ven Te, D. Maidment e L. W. Mays, Applied hydrology, McGraw-Hill, New York,
1988.
L’vovich, M., World water resources and their future, American Geophysical Union,
Washington D.C., 1979.
Peixoto, J. P., The role of the atmosphere in the water cycle, in ―The role of water and the
hydrological cycle in global change‖, NATO ASI Series, Global Environmental Change,
vol. 31, Springer, Heidelberg, 1994.
Quintela, A., Hidrologia e recursos hídricos, Instituto Superior Técnico, Lisboa, 1996.
Shiklomanov, I., World water resources, a new appraisal and assessment for the 21 st
century, UNESCO, Paris, 1998.
Vowinckel, E. e S. Orvig, Water balance and heat flow of the Arctic Ocean, Arctic, vol.
15, nº 3, pp. 205-223, 1962.
2.24