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A HORA E O LUGAR DOS PROFETAS

A profecia surge num período relativamente preciso da caminhada do povo de


Deus. Além disso, os estudiosos têm chamado a atenção para o fato de que a
palavra profética responde à circunstâncias bem específicas. Por isso, profeta
tem hora e lugar. Sua pregação está vinculada a lugares e épocas específicas.

Uma das maiores riquezas da palavra profética reside na capacidade de


transcender o tempo e espaço e continuar atual e relevante para a vida em
nossos dias.

As palavras dos profetas não são genéricas, mas correspondem à situações e


pessoas bem específicas. Os próprios livros se apresentam desta maneira.
Senão vejamos:

Primeiro, com exceções, cada profeta tem nome. O nome do profeta aparece
logo no início de cada livro. Ao falar com Deus ou com pessoas o nome do
profeta é mencionado. De muitos profetas conhecemos inclusive sua família (Sf
1,1). De vários são conhecidas a profissão ou ocupação. Amós é criador.
Ezequiel e Jeremias eram descendentes de sacerdotes e exerceram funções
sacerdotais. Sabemos até de detalhes relacionados com a vida pessoal e
familiar dos profetas. Jeremias provavelmente foi celibatário (Jr 16,1ss). De
Isaías sabemos que era casado com uma profetiza (Is 8,3). Oséias fez de sua
vida matrimonial e afetiva um paradigma para falar do relacionamento do povo
com Deus.
Mesmo quando os livros não estão preocupados e ocupados e em falar da
pessoa do profeta, suas palavras e atos são concretos, históricos, encarnados
e localizados. Profetas não são super-heróis, muito menos fantasmas. São
pessoas cujas histórias podem ser percebidas muitas vezes até mesmo nas
entrelinhas dos textos.

Segundo, os próprios livros dos profetas nos informam acerca da época em


que as palavras do profeta foram vividas e pronunciadas. O profeta Isaías nos
informa que sua atuação ocorreu “no tempo de Osias, Joatão, Acaz e
Ezequias, reis de Judá” (Is 1,1).
Várias palavras proféticas podem ter sua situação histórica descrita com certa
exatidão, em alguns casos até com grande precisão. É o caso, por exemplo, do
discurso do profeta Jeremias junto ao átrio do Templo pronunciado “no princípio
do governo do rei de Judá Joaquim” (Jr 26,1).
Dos profetas que atuaram após o exílio temos uma indicação cronológica ainda
mais precisa. Depois do exílio os profetas chegam até mesmo a informar o dia
para indicar a situação na qual a palavra foi proclamada. A primeira palavra do
profeta Ageu ocorreu “no primeiro dia do sexto mês do segundo ano do rei
Dario” (Ag 1,1).

Além de precisar a palavra do profeta, também é possível contextualiza-la na


história do povo de Deus. A situação na qual os profetas atuaram pode ser
ainda melhor definida na medida em que constatamos que o local da profecia
clássica não é o nomadismo ou a época dos juízes, por exemplo.

Israel não conheceu profetas em sua origem mais remota. O aparecimento da


profecia em Israel é contemporâneo da transição para a monarquia. A
atribuição do título de profeta à personagens do tempo do deserto tem duas
explicações. Numa delas se afirma que a terminologia de tempos posteriores
foi projetada para tempos antigos. Tratar-se-ia de um anacronismo. Noutra o
argumento reside no próprio fenômeno. Nesse caso, o fenômeno profético
poderia ser assumido diferentes formas e se desenvolvido de diferentes modos
nos vários períodos da história de Israel, até ao ponto de desaparecer no
período pós-exílico.

A época da profecia é a época dos reis. A época da monarquia dividida coincide


com o período do “profetismo clássico”. A grosso modo, a profecia pode ser
localizada ente o ano 1000 a.C até por volta de 450 a.C. Porém, o profetismo
clássico coincide com os reinados de Israel e de Judá.

De modo geral, profetas são contemporâneos dos reis. Contudo, mesmo os


profetas clássicos não acompanharam toda a história do reinado. Estão
presentes tão somente em acontecimentos bem precisos da história do
reinado. São apontados cinco momentos históricos dos profetas clássicos, a
saber:

8º Século (760 -700 a.C.)

7º Século (650 – 600 a.C.)

6º Século ( 600 – 550 a.C.; época do exílio)

6º / 5
º Séculos (520 – 470 a.C.; pós-exílio)

5º/4º Séculos ( após 470 a.C.)

Esta localização dos profetas clássicos acompanha as alterações ocorridas no


cenário político internacional da época e combina as mudanças provocadas em
Israel e Judá em função da dominação exercida sobre estes reinos.

Praticamente todo período de atuação dos profetas clássicos pode ser reduzido
a dois momentos, a saber: Primeiro, momento do anúncio da destruição de
Israel e Judá. O cenário é determinado pela presença assíria.
Segundo, a partir do sétimo século, quando por volta de 650 a.C. a Babilônia
surge no cenário internacional como a grande potência. Os profetas que
atuaram neste tempo concentram sua pregação no fim de Judá e Jerusalém.
Mesmo depois da destruição, os babilônios continuam a dominar Israel até a
chegada do rei persa Ciro.

Segundo Russel (apud SICRE, 1995, p.264), contribuíram para o


desaparecimento da profecia as seguintes causas:
- o surgimento do Pentateuco;
- o empobrecimento da temática profética;
- a identificação de magos e adivinhos de outras religiões com profetas.
De qualquer modo, mesmo com o desaparecimento das instituições políticas e
religiosas em Israel, a profecia continuou gozando de grande prestígio entre o
povo. Além da estima pelos profetas do passado, cresce a esperança pelo
grande profeta do futuro (1 Mc 4,46; 14,41).

Você Sabia ?
Depois do exílio a profecia, na sua forma tradicional e clássica, deixa de existir.
A mudança de situação política faz com que também a profecia se apresente
de forma diferente depois do cativeiro. Ela se torna memória e esperança.
Passa a colecionar, lembrar e transmitir a palavra dos antigos profetas. Ao
mesmo tempo, a profecia passa a alimentar a esperança pela realização de
profecias do passado, como Joel (3,1-2), por exemplo. A profecia assume uma
roupagem mais apocalíptica. Todo este movimento do Espírito culmina no Novo
Testamento, “O Reino de Deus está aí” (Mt 3,1).

Para Aprofundamento:
Leia as páginas 20 -24 do livro “Os profetas e os Livros Proféticos”.
Leia também as palavras de Carlos Mesters no livreto “Profeta: Saudade e
Esperança”, p. 26-42.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMSLER, S. et alli. Os Profetas e os Livros Proféticos. SãoPaulo, Paulinas, 1992.


MESTERS, Carlos; SCHWANTES, Milton. Profeta: Saudade e Esperança. Belo
Horizonte, CEBI, 1989. (Série; A Palavra na Vida, 17-18).
SICRE, José L. Introdução ao Antigo Testamento. Petrópolis, Vozes, 1995.

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