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XIV Encontro Regional dos Estudantes de Biblioteconomia, Documentação, Ciência da Informação e Gestão da Informação -

Região Sul - Florianópolis - 28 de abril a 01 de maio de 2012

LETRAMENTO INFORMACIONAL: formação do leitor na biblioteca escolar

Amanda Cavalcante Perillo1


Raidan Cruz Silveira2

RESUMO

Este trabalho é um relato de experiência de letramento informacional aplicado na


biblioteca escolar Mônica de Castro Carneiro, situada no município de Goiânia – GO.
Apresenta-se uma breve revisão de literatura sobre letramento informacional para
fundamentar as atividades realizadas. Objetivando formar leitores competentes,
elaborou-se um projeto com rotinas de incentivo a leitura aos alunos do ensino
fundamental. Observou-se nos alunos o aumento do interesse pela leitura e busca
de informações na biblioteca.

Palavras-chave: Letramento informacional. Biblioteca escolar. Leitura.

1 INTRODUÇÃO

O letramento informacional é um processo através do qual o indivíduo


aprende a buscar, encontrar e avaliar informações de que necessita para a tomada
de decisão e produção de conhecimento. Quando o ser humano está inserido desde
a mais tenra idade nesse processo consciente de busca e uso da informação,
aumenta as possibilidades de se obter cidadãos competentes em informação.
Nesse sentido, discorre uma breve revisão de literatura sobre o letramento
informacional para fundamentar as atividades realizadas na Biblioteca Mônica de
Castro Carneiro, situada na Escola Municipal Mônica de Castro Carneiro, localizada
no município de Goiânia – GO.
Com o objetivo de formar leitores competentes, elaborou-se um projeto com
rotinas de incentivo a leitura aos alunos do ensino fundamental. Observou-se o
interesse pela leitura e busca de informações nos alunos, mas ainda há barreiras por
parte da comunidade escolar, de perceberem a biblioteca como um ambiente
importante no processo de ensino-aprendizagem dentro da escola.

1
Graduanda da 7ª fase de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás e funcionária pública municipal de Goiânia E-
mail: amandacperillo@gmail.com
2
Graduando da 7ª fase de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás e estagiário da biblioteca Indústria do
Conhecimento (SESI/SENAI). E-mail: raidan_hb@hotmail.com
2

2 BIBLIOTECA ESCOLAR

A biblioteca escolar é

uma instituição do sistema social que organiza materiais bibliográficos,


audiovisuais e outros meios e os coloca à disposição de uma comunidade
educacional. Constitui parte integral do sistema educativo e participa de
seus objetivos, metas e fins. A biblioteca escolar é um instrumento de
desenvolvimento do currículo e permite o fomento da leitura e a formação
de uma atividade científica; Constitui um elemento que forma o indivíduo
para a aprendizagem permanente, estimula a criatividade, a comunicação,
facilita a recreação, apóia os docentes em sua capacitação e lhes oferece a
informação necessária para a tomada de decisão em aula. Trabalha
também com os pais de família e com outros agentes da comunidade
(MODELO flexível para um sistema nacional de bibliotecas escolares, 1985,
p. 22 apud GASQUE; TESCAROLO, 2010, p. 53)

A biblioteca Mônica de Castro Carneiro está situada na Escola Municipal


Mônica de Castro Carneiro, Goiânia – GO. Caracterizada como biblioteca escolar,
atende a comunidade escolar e geral, restringindo a última aos serviços de pesquisa
e consulta local.
Possui um acervo com aproximadamente 6.000 livros de literatura brasileira,
estrangeira, enciclopédias e história de Goiás, além de materiais pedagógicos,
DVDs e periódicos. O acervo é desenvolvido através de doações da comunidade
local e dos materiais que chegam anualmente através do PNBE (Programa Nacional
Biblioteca da Escola).
Apesar de suas características, ela é nomeada como sala de leitura, assim
como todas as outras bibliotecas das escolas municipais de Goiânia, uma vez que a
Prefeitura da cidade ainda não possui concurso para bibliotecário. Sendo esse
profissional um requisito para uma biblioteca, a nomenclatura sala de leitura é
utilizada de forma legal em toda Rede Municipal de Educação de Goiânia. Para
atuar nesse ambiente, são nomeados funcionários administrativos concursados de
nível médio, tendo a função de auxiliar de sala de leitura. Estes passam por um
curso preparatório, ministrado por um profissional bibliotecário. O curso tem total de
100h/aula e aborda: a função social da sala de leitura; procedimentos técnicos e
administrativos para seu funcionamento; uso do software livre BIBLIVRE;
orientações sobre o PNDL (Programa Nacional do Livro Didático) e PNBE (Programa
Nacional Biblioteca da Escola) e incentivo à leitura através de orientações para
contação de histórias.
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3 LETRAMENTO INFORMACIONAL

O termo Information literacy surgiu na década de 70, mais precisamente em


1974, cunhado pelo bibliotecário norte-americano Paul Zurkowski. Segundo
Campello (2009, p. 35) no que diz respeito ao termo e seu conceito no Brasil, ambos
foram introduzidos por Caregnato, em 2000. Os estudos a cerca do letramento
informacional3, está diretamente ligado à “sociedade da aprendizagem” (DUDZIAK,
2002). É um processo no qual a aprendizagem se constrói de maneira constante e
deve ser instrumentalizada nos primeiros anos de vida do indivíduo. Gasque (2010,
p. 89) define letramento informacional como sendo “um processo de aprendizagem,
compreendido como ação contínua e prolongada, que ocorre ao longo da vida.” A
IFLA (2005 apud Pereira, 2009) estabelece que:

A information literacy está no cerne do aprendizado ao longo da vida. Ela


capacita as pessoas em todos os caminhos da vida para buscar, avaliar,
usar e criar a informação de forma efetiva para atingir suas metas pessoais,
sociais, ocupacionais e educacionais. É um direito humano básico em um
mundo digital e promove a inclusão social em todas as nações.
(INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY..., 2005)

Esse método de aprendizagem ocorre em etapas. Ao longo do tempo, o


indivíduo letrado informacionalmente modifica a forma como recebe a informação.
Esta passa a ser processada em etapas de análise, interpretação e uso. Assim, se
transforma efetivamente em conhecimento. A American Library Association (1989,
apud PEREIRA, 2009, p. 29) destaca que uma pessoa competente em informação:

deve ser capaz de reconhecer quando uma informação é necessária e deve


ter a habilidade de localizar, avaliar e usar efetivamente a informação (...).
Resumindo, as pessoas competentes em informação são aquelas que
aprenderam a aprender. Elas sabem como aprender, pois sabem como o
conhecimento é organizado, como encontrar a informação e como usá-la de
modo que as outras pessoas aprendem a partir dela.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Inicialmente foi elaborado um projeto para a sala de leitura, juntamente com a


coordenação pedagógica e professores. O projeto compôs o PPP (Projeto Político

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No Brasil, foram publicados vários artigos e pesquisas, a partir de 2000, que utilizaram expressões como
‘Information Literacy’, ‘letramento informacional’, ‘alfabetização informacional’, ‘habilidade informacional’ e
‘competência informacional’ para se referir, em geral, à mesma ideia ou grupo de ideias. (GASQUE, 2010, p.
83). Utilizar-se-à no relato o termo letramento informacional.
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Pedagógico) da escola, para todo o ano letivo. Essa parceria entre professores e
bibliotecário é de grande valia na formação do aluno, pois ambos vão mediar esse
processo.

O manifesto da IFLA (Federação Internacional de Associações de


Bibliotecas) e da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura) para bibliotecas escolares comprova que o
trabalho em conjunto de bibliotecários e professores contribui para melhorar
o desempenho dos estudantes na leitura e na escrita, na aprendizagem, na
resolução de problemas, no uso da informação e das tecnologias de
comunicação e informação. (GASQUE; TESCAROLO, 2010, p.53)

O projeto contemplou os alunos do ensino fundamental dos Ciclos de


Desenvolvimento Humano II e III do turno vespertino. Foi elaborado um cronograma
de visitas junto com os professores, no qual cada turma possuía um horário dentro
da semana para a realização de atividades de incentivo a leitura e formação de
usuários na biblioteca.
Antes do início das atividades, o ambiente era preparado de forma a ficar
mais atraente e convidativo, além da construção de um mural com informações de
curiosidades diversas e divulgação de eventos da escola e da comunidade.
“Percebe-se, nesse ânimo constante de criar „ambiências de leitura‟, proporcionando
espaço agradável para ler na biblioteca, a convicção de que essa prática seria
necessária para levar ao gosto pela leitura.” (CAMPELLO, 2009, p. 114)
Na primeira visita de cada turma, o auxiliar da sala de leitura expunha sobre a
biblioteca: funcionamento, função, acervo e serviços oferecidos. Nos momentos
subseqüentes, era realizada “a hora do conto” com a exposição oral de obras
literárias de gêneros diferentes com uma breve biografia do autor da obra. Para
Campello (2009, p. 25) “a função educativa da biblioteca escolar, tradicionalmente,
tem sido a de promover a leitura, procurando desenvolver nas crianças e nos jovens,
durante seu período de educação formal, o gosto de ler, que os levem a ser adultos
leitores.” Nesse contexto, Campello (2009, p. 25) cita que “esse objetivo seria
atingido por meio de inúmeras atividades, sendo a principal a hora do conto”.
Posteriormente, era apresentada aos alunos a localização da obra trabalhada
e de outras do mesmo gênero e/ou do mesmo autor, dentro do acervo. Neste
momento da visita, eles ficavam a vontade para percorrerem o acervo e escolherem
uma obra de seu interesse para o empréstimo domiciliar. Os alunos eram, então,
convidados a buscarem as informações no acervo, a partir da exposição da obra
literária e das informações diversas oferecidas dentro da biblioteca, inclusive as
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curiosidades afixadas no mural, visando assim, induzi-los nesse processo contínuo


de busca, localização e uso da informação, diante das necessidades que foram
despertadas através dessas atividades.
Durante os intervalos das aulas, os alunos procuravam a biblioteca para a
realização de empréstimos e devoluções das obras literárias. No recreio, eles
ficavam a vontade para percorrerem o acervo, folhearem os livros e pedirem auxílio
na localização de algum assunto do interesse ou pesquisa de curiosidades. O auxílio
se dirigia no sentido de encontrar a obra no acervo e como encontrar dentro do
volume a informação desejada. Em relação à pesquisa escolar, esse assistência era
realizada a partir da solicitação dos alunos além dos atendimentos à comunidade
externa na busca de informação e pesquisa.
Negativamente observou-se que, além dos alunos não atingidos, houve
dificuldade de envolvimento da comunidade escolar nas atividades da biblioteca,
principalmente por parte dos professores que nem sempre viam a necessidade de
comparecerem com os alunos nas visitas programadas. Entretanto, constatou-se
que os casos positivos foram efetivos. Os alunos ficavam atentos às exposições
orais da contação de histórias e logo após pediam para ler a obra; outros queriam
saber onde poderia encontrá-la. A apresentação de obras literárias relacionadas
causava empolgação quando descobriam a existência de informações semelhantes
ali mesmo na biblioteca da escola. As informações do mural eram motivações de
pesquisa para alguns que queriam saber mais e onde encontrá-las. Em outros
momentos, esse processo de busca era iniciativa do próprio aluno, sendo solicitada
a ajuda do auxiliar só em caso de dúvidas.

6 CONCLUSÃO

O letramento informacional aplicado na biblioteca escolar proporciona


desenvolver leitores e usuários aptos a buscarem informação adequada para sua
necessidade e satisfação. Esse processo aplicado nos primeiros anos do ensino
básico do aluno e continuado nos anos seguintes condiciona a formação de
indivíduos letrados, capazes de não só buscar informação, mas também de saber
avaliá-la de forma eficiente para uso.
A biblioteca escolar deve proporcionar ao visitante (usuário real ou potencial)
um ambiente fértil para a promoção da informação, principalmente aos alunos que
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compõem o corpo escolar. Não basta a existência da biblioteca, mas o conjunto que
a forma - recursos pessoais e financeiros, serviços prestados, ações desenvolvidas,
entre outros.
Nessa concepção, alerta-se uma figura importante: o bibliotecário. Ele deve
possuir competências para efetivamente mediar esse processo de busca e uso da
informação. A biblioteca escolar carece dessa harmonia para o bom funcionamento.
Várias atividades que correspondem ao letramento informacional estão diretamente
vinculadas às práticas pedagógicas - que é o caso da contação de histórias.
Foi possível perceber que a aplicação do projeto causou um impacto positivo
na postura dos alunos envolvidos nas atividades de letramento informacional. Isso
se justifica pelo fato de que houve mudança de comportamento nos alunos.
Esse relato de experiência nos mostrou ainda que os conhecimentos
adquiridos na vida acadêmica do bibliotecário aliados às experiências práticas de
aplicação do conhecimento viabilizam aprendizagem e segurança ao profissional
egresso da graduação que, por sua vez, possuirá bagagem e competências para
atuar no mercado de forma efetiva e seguro.
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REFERÊNCIAS

BECKER, Caroline da Rosa Ferreira; GROSCH, Maria Selma. A formação do leitor


através da biblioteca: o letramento e a ciência da informação como pressupostos.
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Nova Série, São Paulo,
v.4, n.1, p. 35-45, jan./jun. 2008. Disponível em:
<http://www.febab.org.br/rbbd/index.php/rbbd/article/view/59/79>. Acesso em: 17 fev
2012.

CAMPELLO, Bernadete Santos. Letramento informacional: função educativa do


bibliotecário na escola. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009, p. 79.

CAMPELLO, Bernadete Santos. Letramento informacional no Brasil: práticas de


bibliotecários em escolas de ensino básico [manuscrito]. Tese (Doutorado). Belo
Horizonte, 2009. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/1843/ECID-
7UUPJY/1/tesebernadetesantoscampello.pdf>. Acesso em: 17 fev 2012.

CAMPELLO, Bernadete Santos. O movimento da competência informacional: uma


perspectiva para o letramento informacional. Ci. Inf., Brasília, v. 32, n. 3, p. 28-37,
set./dez. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/ci/v32n3/19021.pdf>.
Acesso em: 17 fev 2012.

DUDZIAK, Elisabeth Adriana. Information literacy e o papel educacional das


bibliotecas e do bibliotecário na construção da competência em informação. In:
Anais XII ENDECOM, XXV Congresso Anual em Ciência da comunicação,
Salvador, 05. Set. 2002.

DUDZIAK, Elisabeth Adriana. Information literacy: princípios, filosofia e prática. Ci.


Inf., Brasília, v. 32, n. 1, p. 23-35, jan./abr. 2003.

GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias. Arcabouço conceitual do letramento


informacional. Ci. Inf., Brasília, DF, v. 39 n. 3, p.83-92, set./dez., 2010. Disponível
em: < http://www.scielo.br/pdf/ci/v39n3/v39n3a07.pdf>. Acesso em: 22 fev 2012.

GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias; TESCAROLO, Ricardo. Desafios para


implementar o letramento informacional na Educação Básica. Educação em
Revista. Belo Horizonte, v. 26, n. 01, p. 41-56, abr 2010. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/edur/v26n1/03.pdf>. Acesso em: 17 fev 2012.

PEREIRA, Lídia Maria Lima. Letramento informacional: atuação do bibliotecário na


formação de usuários [manuscrito]. Monografia (Bacharelado em Biblioteconomia) –
8

Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia, Universidade Federal de Goiás,


Goiânia, 2009, 60 f.

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