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Capítulo 2

Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças:


Método Direto
A capacidade de prever o comportamento de máquinas e sistemas de engenharia em geral é de grande importância
todos os estágios, incluindo o projeto, a fabricação e a operação. Tais metodologias preditivas são possíveis
porque os engenheiros e cientistas tiveram enorme progresso no entendimento do comportamento físico dos mate¬
riais e estruturas e desenvolveram modelos matemáticos, ainda que aproximados, para descrever seu comportamento
f ísico. Na maioria das vezes, os modelos matemáticos resultam em equações algébricas, diferenciais ou integrais ou
em suas combinações. Raramente essas equações podem ser resolvidas de uma forma fechada, e por isso são usados
métodos numéricos para que possam ser obtidas suas soluções. O método das diferenças finitas é um método clás¬
sico que fornece soluções aproximadas para as equações diferenciais com precisão razoável. Há outros métodos de
resolver equações matemáticas que podem ser estudados em cursos de métodos numéricos tradicionais.1
O Método dos Elementos Finitos (MEF) é um dos métodos numéricos de resolver equações diferenciais. O MEF
teve origem na área da mecânica estrutural, estendeu-se para outras áreas da mecânica dos sólidos e posteriormente
para outros campos como a transferência de calor, dinâmica dos fluidos e eletromagnetismo. Na realidade, o MEF foi
reconhecido como uma ferramenta poderosa para resolver equações diferenciais parciais e equações integral-diferenciais
e, no futuro próximo, pode se tomar o método numérico preferido de muitas áreas da engenharia e da ciência aplica¬
da. Um dos motivos para a popularidade do MEF é que o método resulta em programas computacionais naturalmente
versáteis que podem resolver muitos problemas práticos com uma quantidade m ínima de treinamento. Obviamente,
há um perigo em usar programas computacionais sem o entendimento adequado da teoria que lhes serve de base, e
essa é uma das razões para haver um entendimento completo da teoria que fornece o fundamento do MEF.
O princípio básico do MEF é dividir ou discretizar o sistema em vários elementos menores denominados elemen ¬
tos finitos (EFs); identificar os graus de liberdade (GLs) que descrevem seu comportamento; e depois escrever as
equações que descrevem o comportamento de cada elemento e sua interação com os elementos vizinhos. As equações
no nível do elemento são reunidas e organizadas a fim de qtle sejam obtidas as equações globais, ffequentemente um
sistema linear de equações, que, ao serem resolvidas, fornecem os GLs desconhecidos. A expressão elemento finito
se refere ao fato de que os elementos possuem tamanho finito, em contraste com elementos infinitesimais ou diferen ¬
ciais considerados durante a obtenção das equações de governo do sistema. Outra interpretação é que as equações dos
elementos finitos (EFs) incluem um n úmero finito de graus de liberdade (GLs), em contraste com o n úmero infinito
de GLs de um sistema contínuo.
Em geral, as soluções de problemas práticos de engenharia são muito complexas e não podem ser representadas
com o uso de expressões simples. Um conceito importante de MEF é que a solução é aproximada usando polinómios
simples, ffequentemente lineares ou quadráticos, dentro de cada elemento. Considerarando que os elementos estão
-
conectados ao longo de todo o sistema, obtém se a solução aproximada do sistema usando os polinómios das partes
que o compõem. Tal aproximação pode conter erros quando o tamanho do elemento for grande. Entretanto, à medida
que o tamanho do elemento é reduzido, a solução aproximada convergirá para a solução exata.
Há três métodos que podem ser usados para a obtenção das equações de elementos finitos de um problema: (a)
método direto; (b) método variational; e (c) método dos resíduos ponderados. O método direto fornece uma noção
física clara do MEF e é o método preferido nos estágios iniciais de aprendizado dos fundamentos. Entretanto, ele
tem aplicação limitada, já que só pode ser usado para resolver problemas unidimensionais. O método variational é
similar ao método de cálculo das variações e é uma ferramenta poderosa para obter as equações dos elementos finitos.
Entretanto, ele exige a existência de um funcional, de cuja minimização resulta na solução das equações diferenciais.
O método de Galerkin é um dos populares métodos de resíduos ponderados e é adequado à maioria dos problemas.
Sc existir uma função variacional para o problema, então os métodos variacionais e de Galerkin conduzem a solu ¬
ções idênticas.
Neste capítulo, ilustraremos o método direto da análise dos elementos finitos usando elementos unidimensionais,
como molas lineares, barras uniaxiais e elementos de treliças. Serão enfatizadas sua construção e a solução das equa¬
ções de elementos finitos, além da interpretação dos resultados, em vez do desenvolvimento rigoroso dos princípios
gerais do MEF.

'Atkinson, K. E., An Introduction to Numerical Analysis, Wiley, Nova York, 1978.


49
50 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças: Método Direto

2.1 ILUSTRAÇÃO DO M ÉTODO DIRETO


Suponha a existência de um sistema de corpos rígidos conectados por molas, conforme mostra a Figura 2.1. Os corpos
só podem se mover na direção horizontal. Além disso, consideramos apenas o problema estático; por isso, os efeitos
r
da massa (inércia) serão ignorados. São aplicadas as forças externas F2, F3 e F4 aos corpos ígidos, conforme a figura.
Os objetivos consistem em determinar os deslocamentos de cada corpo, as forças nas molas e as reações de apoio.
Apresentaremos os princípios que fazem parte do MEF por meio desse exemplo. Observe que não há necessidade
de discretizar o sistema, uma vez que ele já é composto de elementos discretos, isto é, de molas. Os elementos estão
r
conectados aos nós. Neste caso, os corpos ígidos são os nós. Obviamente, há duas paredes que também são nós, pois
elas estão conectadas aos elementos. Os números no interior dos pequenos círculos marcam os nós.
Examine o diagrama de corpo livre de um típico Elemento e , conforme é mostrado na Figura 2.2 Ele tem dois .
nós, O Nó í e o Nó j , que também serão mencionados como primeiro c segundo nó, ou ainda Nó Local 1 e Nó Local
2, respectivamente. Admita um sistema de coordenadas da esquerda para a direita. A convenção para o primeiro e o
segundo nó é quex2 > xh As forças que agem nos nós são indicadas por fM e f }'\ Nessa notação, o subscrito in¬
dica o número do nó e o sobrescrito indica o número do elemento. Além disso, as forças são mostradas na direção
positiva. Os deslocamentos desconhecidos dos Nós i e j são «, e u2, respectivamente. Observe que não há sobrescrito
para u, já que o deslocamento é exclusivo para o nó indicado para o subscrito. Gostar
íamos de desenvolver a relação
entre os deslocamentos nodais M, e eas forças no elemento, ftM e fj'\
^
O alongamento da mola é indicado por Aw = u2 - u,. Então, a força na mola é dada por
p{ e ) = k{ e ) A{ e )
_ _ M .) (2. D
- „
onde kf é a constante de mola ou rigidez do Elemento e. Se u2 > n então a mola foi alongada e a força na mola é
l)

positiva (tração). Caso contrário, a mola estará sob compressão. A força na mola está relacionada à força nodal por

(2.2)

Para haver equilíbrio, a soma das forças que agem no Elemento e devem ser iguais a zero, i.e , .
ff + ff = 0 ou ff = - ff (2.3)


Das Eqs. (2.1) (2.3), podemos obter a relação entre as forças no elemento e os deslocamentos como
f f = *« («, - U j )
(2.4)
ff = k^ { -Ui + U j )
A Eq. (2.4) pode ser escrita na forma matricial como

f í(«”) (2.5)
í
f
Também podemos escrever a Eq. (2.5) em uma notação abreviada como

[k(e) ] <
ff
OU

[kW]{qW } = {fW } (2.6)

Fi

I -NNMN-
4
3

© — 4—
©
— — 1í
©
§ r
Figura 2.1 Corpos ígidos ( massas) conectados por molas
©
Figura 2.2 Elemento de mola ( e) conectado pelo Nó i e pelo Nó j

..
i 51
2.1 Dustração do Método Direto

J?
(D
Figura 2.3 Diagrama de corpo livre do Nó 3 no exemplo mostrado na Figura 2.1.
,
SSo mostradas a força externa F e as forças ff exercidas pelas molas ligadas ao fs
• 1 nó. Observe que as forças ff agem no sentido negativo

,
onde [k]( ) é a matriz de rigidez do elemento, { q(e) } é o vetor dos graus de liberdade associados com o Elemento ( e ) ,
e {f ** } é o vetor das forças no elemento. Algumas vezes, iremos omitir o sobrescrito e com o entendimento de que
estamos tratando de um elemento genérico. A Eq. (2.6) é chamada equação de equilíbrio do elemento .
A matriz de rigidez do elemento [k(e>] tem as seguintes propriedades:
.
1 Ela é quadrada, uma vez que relaciona o mesmo número de forças e de deslocamentos.
2. Ela é simétrica (uma consequência do Teorema de Reciprocidade de Betti-Rayleigh na mecânica dos sólidos
e na estrutural2).
3. Ela é singular, i.e , o determinante é igual a zero e não pode ser invertido.
.
4. Ela é positiva semidefinida.
As propriedades 3 e 4 estão relacionadas entre si e possuem significado f ísico. Examine a Eq. (2.6). Se forem dados
os deslocamentos nodais u, e uy de um elemento de mola em um sistema, então deve ser possível prever a força P na mola

a partir de sua variação de comprimento ty «,) e, em consequência, as foiças { F"1} que agem em seus nós podem ser
previstas. Na realidade, as forças no elemento podem ser calculadas realizando a multiplicação de matrizes [kw]{ qw ) .
Por outro lado, se for dada a força na mola, os deslocamentos não podem ser determinados de forma única, uma vez que
o deslocamento de corpo rígido (u, e Uj iguais) pode ser adicionado sem influir na força da mola. Se [kw] tivesse uma
-
inversa, então seria possível resolver {qwJ = [k<* ] 1{F' } e encontrar uma única solução, violando as leis da í
) ) f sica. A
propriedade também
4 tem uma interpretaçã o í
f sica, que será analisada em conjunto com os m étodos de energia.
Na próxima etapa , desenvolvemos uma rela ção entre as forç as internas fe as forç as externas F . Por exemplo , veja
o diagrama de corpo livre do Nó 3 (ou o corpo rígido nesse caso) na Figura 2.1. As forças que agem no nó são a força
externa Fz e as foiças das molas conectadas ao Nó 3 conforme mostra a Figura 2.3.
Para equilíbrio do nó, a soma das forças que agem no nó deve ser igual a zero:

OU
*- È
e
=
— ° l
^
e=l
i = 1, . ..ND (2.7)

.
onde i é o número de elementos conectados ao Nó I , e ND é o número total de nós no modelo. Tais equações podem
.
ser escritas para cada nó incluindo os nós no contorno, e.g . Nós 1 e 5 na Figura 2.1. As forças do elemento ff na
Eq. (2.7) podem ser substituídas pelos GLs desconhecidos q usando a Eq. (2.6). Por exemplo, o equilíbrio de forças
para as molas da Figura 2.1 pode ser escrito da seguinte forma
,
/ j J = fc(1) («, - «2) + *(4 («I - «3)

[
F\ = f l ) + )
,
F2 = /2( ) + /2W + /2W = *(1) («2 - «1 ) + *( ) ( «2 - «3 ) + km ( u2 - «4 )
3

' F3 = /f 4- /j + / = k ( u3 - u2 ) + JfcW (u3 Ur ) + ff\u3 - m )


4)
f ^ - (2.8)

F4 = /i + /is + fi = JfcTO («4 - U 2 ) +


2) ) 6)
- u3) + - u5 )
6)
Fs = fi = k® ( u5 - u4 )
Isso resultará em um número ND de equações lineares para 0 número ND de GLs:
' ' Fl
“1
u2 F2
— 4 (2.9)

UND - FND

*Y. C. Fung, Foundations of Solid Mechanics, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, New Jersey, 1965.
52 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças: Método Direto

Ou, em notação abreviada, [KJ { QJ = { FJ , onde [KJ é a matriz de rigidez estrutural, [ QJ é o vetor de desloca¬
mentos de todos os nós, e { FJ é o vetor das forças externas, incluindo as reações desconhecidas. A forma expandida
da Eq. (2.9) é dada na Eq. (2.10), abaixo.
~ '
kl + k* -kl -lê 0 0 ’ «1 ' ' Fr
-kl kl + lê + lê -lê -lê 0 «2 F2
-it 4 - k3 k3 k4
+ + lê -lê
0 M3 F3
0 -lê -lê lê + lê + it -lê
6 «4 F*
o o 0 1
. u5 . . FS .

[K,]{Cb} = {FJ (2.10)

Observe que na Eq. (2.10) os parênteses para os números de subscritos do elemento são omitidos a fim de facilitar a
leitura. Eles não devem ser confundidos com expoentes de k .
As propriedades da matriz de rigidez [KJ são similares àquelas da matriz de rigidez do elemento: quadrada, si¬
métrica, singular e positiva semidefinida. Além disso, quando os nós são numerados adequadamente, [KJ será uma
matriz diagonal (de banda). Deve-se observar que, quando os deslocamentos do contorno em [ QJ forem conheci¬
dos (normalmente iguais a zero*), as forças correspondentes em [FJ serão reações desconhecidas. Na ilustração em
,
pauta, M = «5 = 0, e as forças (reações) correspondentes Ft e F5 são desconhecidas.
As condições de contorno serão impostas da seguinte maneira: Em primeiro lugar, ignoraremos as equações
para as quais as forças no lado direito forem desconhecidas e retiraremos as linhas correspondentes em [KJ . Esse
procedimento é conhecido como eliminação de linhas. A seguir, eliminamos as colunas em [KJ que são multi¬
plicadas pelos valores nulos de deslocamentos dos nós do contorno. Esse procedimento é chamado eliminação de
-
colunas. Pode se observar que se a coluna de número n for eliminada (ignorada), então a linha de número n tam ¬
bém será eliminada (ignorada). Esse processo resulta em um sistema de equações dado por [K][ Q[ = {F}, onde
[K] é a matriz de rigidez global, { Q} é o vetor dos GLs desconhecidos e [ FJ é o vetor das forças conhecidas. A
matriz de rigidez global será quadrada, simétrica e positiva definida: em consequência, ela é não singular. Nor¬
malmente, [K] também será diagonal (de banda). Em sistemas grandes, isto é, em modelos com grande número
de graus de liberdade, [K] será uma matriz esparsa com uma pequena proporção de números diferentes de zero
em uma banda diagonal.
Depois de eliminar as linhas e as colunas correspondentes aos graus de liberdade iguais a zero (K e K5) na Eq , .
(2.10), obtemos as seguintes equações globais:

kl + k2 + k3 -lê -lê «2 F2
-lê lê + fc4 + lê -lê “«4
3
-lê -k5 kê + lê + k6 Fí

[K]{Q} = {F} (2.11 )

Em princípio, a solução pode ser obtida como { Q} = [K] '{ F}. Depois de serem determinados os graus de li ¬

\
berdade desconhecidos, as forças de mola podem ser obtidas usando-se a Eq. (2.1). As reações de apoio podem ser
obtidas tanto com as equações de equilíbrio nodal (2.7) como com as equações estruturais (2.10).

-EXEMPLO 2.1 Sistema de Corpos Rígidos (Massas) e Molas


Encontre os deslocamentos dos corpos rígidos mostrados na Figura 2.1. Admita que a única força diferente de zero

é Fs 1.000 N. Determine as forças nos elementos de molas (tração/compressão). Quais são as reações nas pare
des? Admita que os corpos podem sofrer apenas translação na direção horizontal. As constantes de mola (N/mm) são
¬

»> = 500, kP = 400, fc<3> = 600, #4> = 200, = 400 e = 300.


*

1
*Graus de liberdade diferentes de zero ou prescritos serão vistos no Capítulo 5.
!
*
.
SOLU ÇÃ O As equações de equilíbrio do elemento são as seguintes:
2.2 Elemento de Barra Uniaxial 53

f!
l)
500
1
' -1 «1 jf : 400
1 - «2
-1 1 . “2 yf -1 .“4
yf 1 -1 »2 yf 1 - U\
: 600 : 200 (2.12)
yf \ -1 1 .“3 yf -1 .“3 .
yf 1 -1 yf 1 - Ui
400 “3 300
yf -1 1 Ui yf -1 Us

As equações de equilíbrio nodal são:

An + A ) = Fi = Rl4

yf + yf + yf = = o
* (2- 13)
A + +
3)
yf yf = F3 = í ooo

yf + yf + yf = * = 0 .
A6 ) = F = RS
5

onde /?, e R5 são as forças desconhecidas de reação nos Nós 1 e 5, respectivamente. Nas equações anteriores, F2 e F4
são iguais a zero porque não existe FORÇA EXTERNA alguma agindo naqueles nós. Combinando as Eqs. (2.12) e
(2.13), obtemos a equação [KJlQs ) = { F },
*
7 -5 -2 0 0
“í *1
-5 15 -6 -4 0 u2 0
100 -2 -6 1 2 -4 0 us 1000 (2.14)
0 -4 -4 11 -3 Ui 0
0 0 0 -3 3 Rs
“ 5

Após implementar as condições de contorno nos Nós 1 e 5 (eliminando as linhas e colunas correspondentes aos des¬
locamentos nulos), obtemos as equações globais [K]{Q} = { F}:

— ——
4 ( u2 1 0 "I
15 6 (
100 -6 12 4 < U3 > = < 1000 l
-4 -4 11 «4 I I I 0 I
Invertendo a matriz de rigidez global, os deslocamentos desconhecidos podem ser obtidos com os valores de «2 =
0,854 mm, u3 = 1,55 mm e «4 = 0,875 mm.
As forças nas molas são calculadas usando-se P k( Uj ui): = -
= 427 N; = 8,3 N; P(2) f < 3> = 419 N
P<4> = 310 N; P( i ) = -271 N; Pí6) = -263 N
As reações nas paredes, Rt e R5 , podem ser calculadas tanto por meio da Eq. (2.14) após a substituição dos valores dos
deslocamentos, como por meio das Eqs. (2.12) e (2.13), e seus valores são encontrados como R\ = ~ 737 N; R5
N. Ambas as reações são negativas, significando que agem na estrutura (no sistema), da direita para a esquerda.
263 = —
2.2 ELEMENTO DE BARRA UNIAXIAL
j
Os procedimentos para a análise de Elementos Finitos (EF) do sistema mola-força na seção anterior podem ser esten¬
didos facilmente para barras uniaxiais. Treliças planas e espaciais consistem em barras uniaxiais; em consequência,
um estudo detalhado de elementos de barras uniaxiais fornecerá os fundamentos para a análise de treliças. Problemas
tradicionais que podem ser resolvidos por meio da utilização de elementos de barras uniaxiais são ilustrados na Fi¬
gura 2.4. Uma barra uniaxial é uma estrutura esbelta sujeita a duas forças onde o comprimento é muito maior do que
as dimensões de sua seção transversal. A barra pode possuir área de seção transversal variável, A( x ), e se constituir
de diferentes materiais, i.e., de materiais com diferentes módulos de elasticidade longitudinais (módulos de Young),
— :


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!!
E( x ) . Podem ser aplicadas tanto forças concentradas F como forças distribuídas p( x ) . As forças distribuídas podem
ser aplicadas em uma parte da barra. As forças F e p( x ) serão consideradas positivas se agirem no sentido positivo do
eixo x. Ambas as extremidades da barra podem estar engastadas (fixas), o que toma o problema estaticamente inde ¬

terminado. Resolver esse problema encontrando a solução das equações diferenciais de equilíbrio pode ser dif ícil, se
não impossível. Entretanto, esse problema pode ser resolvido facilmente por meio da análise de elementos finitos.

2.2.1 Formula çã o de Elementos Finitos para Barras Uniaxiais


Os procedimentos para a análise de elementos finitos de uma barra uniaxial são os seguintes:
1. Discretize a barra em vários elementos. Os critérios para a determinação do tamanho dos elementos se tomarão
óbvios após serem entendidas as propriedades do elemento. Admite-se que cada elemento possui rigidez axial
constante, EA, ao longo de todo seu comprimento. A rigidez axial pode variar de um elemento para outro.
2. Os elementos estão conectados a nós. Desta forma, mais de um elemento pode compartilhar um nó. Haverá nós
em pontos onde a barra estiver apoiada.
3. As forças externas são aplicadas apenas aos nós, e elas devem ser forças pontuais (cargas concentradas). Se
forem aplicadas cargas distribuídas às barras, essas cargas deverão ser aproximadas a cargas equivalentes apli¬
cadas aos nós. Nos contornos da barra, se for especificado algum deslocamento, a reação será desconhecida.
A reação será a força externa que age no nó do contorno. Se uma força externa em particular agir no contorno,
então o deslocamento correspondente será desconhecido.
4. A deformação da barra será determinada pelos deslocamentos axiais dos nós. Isto é, os deslocamentos nodais
são os graus de liberdade (GLs) no Método dos Elementos Finitos (MEF). Assim, os graus de liberdade são w„
u2, «3, ... , uN , onde N é o número total de nós.

O objetivo da análise de elementos finitos é determinar: (i) os graus de liberdade desconhecidos ( u,); (ii) a resul ¬
tante da força axial P em cada elemento; e (iii) as reações de apoio .
Usaremos o método direto da rigidez para obter a matriz de rigidez do elemento. Examine o diagrama de corpo
livre de um Elemento e típico, ilustrado na Figura 2.5. As forças e os deslocamentos são definidos como positivos
quando estiverem no sentido positivo de x . O elemento tem dois nós, mais precisamente, i ej . O Nó i será o primeiro
nó e o Nó j será chamado segundo nó. A convenção é que a linha i-j estará no sentido positivo do eixo x . Os deslo¬
camentos dos nós são K, e çr.
As forças que agem nas duas extremidades do corpo livre são: / w e fj‘\ O sobrescrito indica o número do ele¬
mento e o subscrito indica o número do nó. A for ça / (em letra minúscula) indica a for
ça interna em contraste com a
força externa Ft (em letra maiúscula) que age nos nós. Como não sabemos a direção de /, admitiremos que todas as -
forças agem no sentido positivo. Deve-se observar que os deslocamentos nodais não necessitam de um sobrescrito,
uma vez que eles são exclusivos dos nós. Entretanto, a força interna que age em um nó pode ser diferente para dife¬
rentes elementos ligados ao mesmo nó.
Em primeiro lugar, determinaremos uma relação entre os /’s e u’s do Elemento e . Para equilíbrio do diagrama de
corpo livre, temos
)
JÍ' + j}' ) = o (2.15)
Da mecânica dos materiais elementar, a força é proporcional à variação de comprimento do elemento. A variação
r
de comprimento do elemento de barra é indicada por AM = ç - ut . Então, similarmente ao elemento de mola, onde
/ = kA, o equilíbrio de forças do elemento de barra unidimensional pode ser escrito como

/
p( x )
F _v
Estaticamente indeterminado
p{ x ) Nó i
ti»
•—
tCr = EAIL
)
Nó j
/
! » >»>
• F ,
-• tit
I Elemento e |
/
Estaticamente determinado
Figura 2.4 Problemas unidimensionais típicos Figura 2.5 Elemento finito de barra uniaxial
I? 2.2 Elemento de Barra Uniaxial 55

I onde A , EtL, respectivamente, indicam a área da seção transversal, o módulo de elasticidade longitudinal (módulo
de Young) e o comprimento do elemento. Usando-se a notação matricial, as equações imediatamente anteriores po
¬
)

dem ser escritas como

(2.16)

A Eq. (2.16) é chamada equação de equilíbrio do elemento, que relaciona as forças nodais do Elemento e com os
.
deslocamentos nodais correspondentes. Pode se observar que a Eq (2.16) é similar à Eq. (2.5) do elemento de moía.
-
A Eq. (2.16) para cada elemento pode ser escrita de forma compacta como
{f (f ) } = [kW]{qW }, « = 1, 2, . . . ,1V, (2.17)

onde [kw] é a matriz de rigidez do Elemento e, {q<' } é o vetor dos deslocamentos nodais do Elemento e , e Ne é o
)

número total de elementos no modelo.


Observe que a matriz de rigidez do elemento na Eq. (2.16) é singular. O fato de que a matriz de rigidez do ele¬
mento não possui inversa tem um significado físico. Se os deslocamentos nodais de um elemento fossem especifica¬
dos, então existiria um e somente um valor a ser determinado para as forças do elemento realizando a multiplicação
matricial indicada na Eq. (2.16). Por outro lado, se forem dadas as forças que agem em um elemento, não haverá um
único valor a ser determinado para os deslocamentos porque sempre é possível haver a translação do elemento adi
¬

cionando um movimento de corpo rígido sem modificar as forças que nele atuam. Desta forma , sempre é necessário
remover o movimento de corpo rígido fixando alguns deslocamentos dos nós.

2.2.2 Equil í brio Nodal


Examine o diagrama de corpo livre de um nó i típico. Digamos que ele esteja conectado aos Elementos eee + 1.
Então, as forças que agem nos nós são a força extema Fte as reações às forças no elemento conforme mostra a Figura
2.6. As forças internas são aplicadas no sentido negativo de x porque são reações às forças que agem no elemento. A
soma das forças que agem no Nó i deve ser igual a zero:
)
Fi - - f +1? =0
ou
fi' ) + f '( +i ) = Fi (2.18)

Em geral, a força extema que age em um nó é igual à soma de todas as forças internas que agem em diferentes ele
¬

.
mentos conectados ao nó, e a Eq 2.28
( ) pode ser generalizada como

= «= i (2.19)

onde ie é o número de elementos conectados ao Nó /, e a soma é realizada incluindo todos os elementos conectados
ao Nó i.

2.2.3 Montagem
O próximo passo é eliminar as forças internas da Eq. (2.18) usando a Eq. (2.17) a fim de obter uma relação entre
os
deslocamentos desconhecidos ( QJ e as forças conhecidas {Fs}. Esse passo resulta em um processo denominado
montagem das matrizes de rigidez dos elementos. Substituímos OS /’s daEq. (2.17) na Eq. (2.19) a fim de obter
uma
e as forças F . O equilíbrio de forças na Eq. ( 2.19) pode ser escrito para cada
relação entre os deslocamentos nodais
grau de liberdade (GL) de cada nó, fazendo com que seja obtida a seguinte relação entre as forças externas e os des
¬

locamentos:
[KrKQr} = {Fj (2.20)

Elemento e
fT
" Elemento e + 1
Nó z
ças no Nó i
Figura 2.6 Equilíbrio de for
56 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças: Método Direto

Na equação anterior, [KJ é a matriz de rigidez estrutural que caracteriza o comportamento de cargas e deformaçõe
da estrutura como um todo; { QJ é o vetor de todos os deslocamentos nodais, conhecidos e desconhecidos; e { FJ
o vetor das forças externas que ãgem nos nós, incluindo as reações desconhecidas.
Há um procedimento mecânico pelo qual as matrizes de rigidez dos elementos [kw] podem ser reunidas de mod
a gerar [KJ. Atribuiremos um endereço de linha e um endereço de coluna para cada componente de [kw] e de [KJ
O endereço de coluna é o grau de liberdade com o qual ela é multiplicada na equação de equilíbrio. Por exemplo, o
.
endereços de coluna da primeira e da segunda coluna de [kw] são e up respectivamente Os endereços de colun

das colunas 1, 2, 3, ... em [Ks] são u u , n3, respectivamente. Os endereços de linha e os endereços de coluna sã
^
sempre simétricos. Isto é, o endereço de linha da linha i é igual ao endereço de coluna da coluna i.Tendo determinadi
os endereços de linha e de coluna de [kw] e [KJ , pode ser feita a montagem das matrizes de rigidez dos elemento
de uma maneira mecânica. Cada um dos quatro componentes (espaços) de uma matriz de rigidez de um elemento >
transferido para o espaço em [KJ com o endereço de linha e de coluna correspondentes.
É importante analisar as propriedades da .matriz de rigidez estrutural [KJ. Após a montagem, a matriz [KJ
1. é quadrada;
2. é simétrica;
3. é positiva semidefinida;
4. tem um determinante igual a zero e não possui inversa (singular); e
5. tem componentes de sua diagonal maiores ou iguais a zero.
Para um dado ( QJ , apenas um único [ FJ pode ser determinado; entretanto, para um dado [ FJ , não há um único [ Qj
a ser determinado porque o deslocamento de corpo rígido pode ser adicionado a { QJ , sem influir no valor de [ FJ

2.2.4 Condições de Contorno


Antes de resolver a Eq. (2.20), precisamos impor as condições de contorno em deslocamentos, i.e., substituir na Eq
(2.20) os deslocamentos nodais conhecidos. Matematicamente isso significa tomar a matriz de rigidez global positiv;
definida para que possa ser determinada uma solução única para o conjunto de deslocamentos desconhecidos. Vamo:
admitir que o tamanho total de [KJ seja m X m. Das m equações, descartaremos as equações para as quais não conhe
cemos o lado direito (forças de reação desconhecidas). Esse procedimento é conhecido por “ eliminação de linhas”
A matriz de rigidez estrutural se toma retangular, uma vez que o número de equações fica menor do que m. Agon
eliminaremos as colunas que serão multiplicadas por deslocamentos prescritos como nulos em {QJ . Normalmente
se for eliminada a i( sima linha, a ih>ma coluna também será eliminada. Desta forma, o número de colunas eliminadas seri
igual ao n úmero de linhas também eliminadas. Esse procedimento é conhecido por “ eliminação de colunas” . Agon
a matriz de rigidez se toma quadrada, com tamanho n X n, onde n é o nú mero de deslocamentos desconhecidos. A;
equações resultantes podem ser escritas como
[K]{Q} = {F} (2.21;

onde [K] é a matriz de rigidez global, ( Q ) é o vetor dos deslocamentos desconhecidos e ( F ) é o vetor das força;
externas conhecidas aplicadas aos nós. A matriz de rigidez global é sempre uma matriz positiva definida que possu
uma inversa. Ela é quadrada e simétrica, além de os elementos de sua diagonal serem positivos, i.e., Ku > 0. Dest;
forma, para um determinado conjunto de forças nodais { F}, a resolução da equação leva a um único valor para cad;
deslocamento em { Q }.

2.2.5 Cá lculo das Forças nos Elementos e das Forças de Reação


Agora que todos os graus de liberdade são conhecidos, a força no Elemento e pode ser determinada por meio da Eq
(2.16). A força axial resultante f*'1 no Elemento e é dada por

p{ e ) (2.22

Outro método de determinar a distribuição das forças axiais resultantes ao longo do comprimento de um elemento <
o seguinte: Examine o elemento na Eq. (2.16). No primeiro nó ou Nó i, a força axial é dada por P ,= —
f . Isto é, sej
agir no sentido positivo, tal extremidade está submetida à compressão. Se f estiver no sentido negativo, o element;
está submetido à tração. Por outro lado, o contrário acontece no segundo nó, Nó j. Nesse caso, Pj = +fp Assim sendo
podemos modificar a Eq. (2.16) de forma a obter

1 («) 1 -1

J -1 1 (2.23
2.2 Elemento de Garra Uniaxial 57

ável F ,] para indicar a força axial em um elemento,


Acontece que P, = Pj e, em consequência, usamos uma única Yari
•es como já foi mostrado na Eq. (2.22).
lé , as reações são forças que agem na
É importante notar que, conforme a convenção usada na mecânica estrutural
as reaçõ es de apoio . O método direto é usar a Eq.
lo estrutura por meio dos apoios . Há dois métodos de determinar
em alguns programas de elementos finitos, a matriz
(2.20) para determinar o vetor desconhecido { Fs } . Entretanto,
si
DS i
- de rigidez estrutural [KJ nunca é montada. A eliminação de linhas e colunas
(
é realizada
2.19 ) é usada
no nível do elemento e a
para calcular as reações.
matriz de rigidez global [K] é montada diretamente . Em tais situa ções , a Eq .
,â as forç as internas nos elementos conectados ao Nó i e somando
Por exemplo, a reação no 1* ° nó é obtida calculando
10 7
0 i todas as forças internas .

»5
é
pEMPLO 2.2 Barra Uniaxial Biengastada

Use o Método dos Elementos Finitos para determinar a força axial P em cada segmento, AB e BC , da bana uniaxial
l (módulo de Young)
mostrada na Figura 2.7 . Quais são as reações de apoio? O módulo de elasticidade longitudina
, 1 X 10 4 m2 e 2 X
~
é E = 100 GPa; áreas das seções transversais dos dois segmentos AB e BC são , respectivam ente
10 4 m2 e F = 10.000 N. A for
' ça F é aplicada na seção transversal em B .

SOLUÇÃO A força aplicada é uma for ça concentrada ou pontual, portanto é suficiente utilizar dois elementos, AB e BC. Os Nós
A , B e C serão, respectivamente, os Nós 1 , 2 e 3.
dois elementos da
Usando a Eq. (2.16), inicialmente são calculadas as matrizes de rigidez elementares para os
seguinte forma

1011 x IO-4 [ 1 - l ]
“41 -“42
[k ](1) 107 ] «i
0,25 [ -1 lj -4 4 J U2

[k<2) ]
IO11 x 2 x 10~4 f 1 -11 107 [ 55 -5 ] «2
0,4 -1 [ lj [- 5 «3J
elementos e os
Observe que os endereços das linhas são escritos ao lado de cada linha nas matrizes de rigidez dos
as 2.19) e (2.20) os dois elementos são
endereços das colunas são mostrados acima de cada coluna. Usando Eqs . ( ,

reunidos para produzir as seguintes equações estruturais de equilíbrio:

«1 «2 “3
{h«2l> = <í 10.000 }
1

'
4 -4 0 Fi
107 -4 4 + 5 -5 (2.24)
0 -5 5 UJ l ^3 J
Observe que os Nós 1 e 3 são fixos e possuem forças de reação desconhecidas. Depois de eliminar as linhas
e as co¬
lunas correspondentes aos graus de liberdade nulos (u, e u3), obtemos [K]{ Q } = {F }:

107[9]{«2} = {10.000} => «2 = MHxl0~4 m


livre.
Observe ainda que a equação final fica sendo uma equação escalar porque há apenas um grau de liberdade { n„«2. u3 } =
Reunindo todos os graus de liberdade, o vetor de deslocamentos nodais pode ser obtido como { QJr =
-4 as equa es e os valores dos deslocamen tos nodais desconhecid os, as
{ 0, 1 ,111 X 10 , 0 } . Após resolver çõ encontrar
forças axiais dos elementos podem ser calculadas a partir da expressão P = ( AE/L) uj
( — uj) e chega-se a

P1 107 (U2 - ui ) = 4.444 N


* ' = 54 xx 107
P<2) = (« - u2 ) = -5.556 N
3

A B C

RL RK
0,25 m 0,4 m
Figura 2.7 Duas estruturas de barras uniaxiais engastadas
,
58 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças: Método Direto

Observe que o primeiro elemento está sob tração, ao passo que o segundo está submetido a uma força de compres ¬

são.
As forças de reação podem ser calculadas a partir da primeira e da terceira coluna na Eq. (2.24), usando os graus
de liberdade (GL, ou DOF) nodais calculados, da seguinte forma:

RL = Fl = -4 x 107 ií2 = 4.444 N


RR

rr F2 = -5 x 107 U2 = -5.556 N

Como uma alternativa, a partir do equilíbrio entre as forças internas e externas [Eq. (2.19)], as duas forças de
reação podem ser calculadas da seguinte maneira, usando as forças internas:

RL = -pW = — 4.444W
R» = + P{ 2 ) = -5.556N
Observe que ambas as forças de reação estão' no sentido negativo de x.

EXEMPLO 2.3 Três Elementos de Barras Uniaxiais


Seja um conjunto de três elementos de barra sujeitos a apenas duas forças axiais em suas extremidades, conforme a
Figura 2.8. O movimento está restrito a uma dimensão, ao longo do eixo x . Determine o deslocamento do elemento
rígido, as forças nos elementos e as forças de reação na parede. Admita que Kx = 50 N/cm, K2 30 N/cm, K3 = 70 =
N/cm e Fj = 40 N.

SOLU ÇÃ O A montagem consiste em três elementos e quatro nós. A Figura 2.9 ilustra o diagrama de corpo livre do sistema com
os n ú meros dos nós e dos elementos.
Escrevemos a matriz de rigidez de cada elemento e os endereços das linhas. Deste ponto em diante não escreve ¬

remos os endereços das colunas sobre as matrizes de rigidez.

Elemento 1:

Mi, ?] £
Elemento 2:

« - [ -% t ] Z
Elemento 3:

« = [5, t]z
Após montar as matrizes de rigidez dos elementos, obtemos a seguinte matriz de rigidez estrutural:

K\ -K , 0 0
-K, ( K , + K 2 + Kj ) - K2 - K3 “i
u2
0 - K2 K2 0
"3
0 -K} 0 K -s u4
Matriz de Rigidez Estrutural

K2


K2
F, K, Elemento 2 | p Elemento 2 A6 Ej
« V • -
>
iemento 1 K)
li
Fi
-> *© - K\
u2 “3
Elemento Elemento I Er
éèI * h"- «11
Elemento 3

t

“4
>
Figura 2.8 Estrutura unidimensional com três elementos de barras
uniaxiais Figura 2.9 Modelo de elemento finito
:r 2.2 Elemento de Barra Uniaxial 59

.
Ki -12 N
F\ = 40N

|— >
Ki
f
1 ,2 cm
0,4 cm

Ki
-28 N
Figura 2.10 Diagrama de corpo livre da estrutura

A equação [Ks]{ } = { Fs } assume a seguinte forma:


- Ki 0 0
'
' '
F\ '
*
1 “i
Ki ( KI + K 2 + K3 ) - Ki
- — Ki “2 Fi (2.25)
0 - KI Ki 0 «3 Fi
0 - K3 0 Ki . . UA. . . F4 .

o valor dos des¬


O próximo passo é substituir as condições de contorno e resolver as equações a fim de encontrar
aplicado extemamente,
locamentos desconhecidos. Nos contornos (Nós 1, 3 e 4), ou é especificado o carregamen to
2 = 3 = u4 = 0 na Eq.
ou é especificado o deslocamento. Substituindo as rigidezes Ku K2 e K3 , F , = 40 N e F 0, e u
(2.25), obtemos
F, = 40 ' 8 8 o O
i «i
F2 = 0 -50 (50 + 30 + 70) -30 -70 (2.26)
Fi = Ri 0 -30 30 0 «3 = 0
F4 = RA 0 -70 0 70 u4 0 ^ —
exemplo, a terceira e a
A seguir, eliminamos as linhas e colunas correspondentes aos deslocamentos nulos. Neste
o essas linhas e colu¬
quarta linhas e a terceira e a quarta colunas correspondem aos deslocamentos nulos Eliminand
.
:
nas, obtemos a equação global na forma [K]{ QJ = { F }, onde [K] é a matriz de rigidez global
50 (2.27)
-50 150 J\ / \ /«2 0

forma:
Os deslocamentos desconhecidos u , e u2 podem ser obtidos resolvendo a Eq. (2.27) da seguinte
ui —
1 ,2 cm e «2 = 0,4 cm (2.28)

Reunindo todos os graus de liberdade, o vetor dos deslocamentos nodais pode ser obtido como
{Qí }r = K «2, K3 , «4} = {1 ,2, 0,4, 0, 0}.
F3 e F4 :
A seguir, substituímos ux e u2 nas linhas 3 e 4 da Eq. (2.26) para calcular as forças das reações
F3 = Ou, - 30«2 + 30U3 + 0u4 = - 12 N (2 29)
-
F4 = Oui 70M2 + 0«3 + 70I<4 = -28 N

Com base nos resultados obtidos, agora podemos desenhar novamente o diagrama de corpo livre do
sistema, conforme
mostra a Figura 2.10. Ambas as forças de reação estão no sentido negativo do eixo x.

2.2.6 Organização dos Programas de Elementos Finitos


; portanto, é pos¬
A análise dè Elementos Finitos segue um procedimento padrão, conforme descrito na seção anterior
, os programas
sível construir um programa geral de elemento finito que atenda a todas as finalidades. Normalmente solução em
o da
comerciais de elementos finitos consistem em três partes: pré-processador, bloco de processament
que o usu ário defina a estrutura,
elementos finitos (denominado solver ) e pós-processador. O pré processador permite
-
elementos
divida-a em vários elementos, identifique os nós e suas coordenadas, defina a conectivida de entre os v ários
o gr áfica e na tecnologia de CAD
e defina as propriedades dos materiais e as cargas. Avanços na área de computa çã
s que
{ computer aided design, ou projeto com auxílio do computado r) resultaram em pr é-processado res sofisticado
interativam ente no pr ó prio terminal do computa ¬

permitem aos usuários criar modelos e definir várias propriedades á fica


em uma forma gr
dor. Um pós-processador utiliza os resultados da análise de Elementos Finitos e os apresenta
em software e computa çã o gr áfica resultaram em anima¬
amigável ao usuário. Mais uma vez, os desenvolvimentos
modelo de elementos finitos. Este
ções muito sofisticadas para ajudar os analistas a entenderem os resultados de um
núcleo de um programa de ele¬
livro trata, em sua maior parte , dos princípios que envolvem o desenvolvimento do
conjunto final de equações . Isso será
mentos finitos, que calcula a matriz de rigidez e faz sua montagem e resolve o
ndice é fornecida uma breve introdução à realização da
analisado mais adiante, no Capítulo 7. Além disso, no Apê
60 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças: Método Direto

análise de elementos finitos em programas comerciais. Também nos Apêndices são apresentados vários programas
para análise de Elementos Finitos, incluindo o Pro/Mechanics, o NE/NASTRAN, o ANSYS e o Toolbox (caixa de
ferramentas) do MATLAB.

2.3 ELEMENTOS DE TRELIÇAS PLANAS


Esta seção apresenta a formulação da matriz de rigidez e os procedimentos gerais para resolver treliças bidimensio-
nais ou planas usando o método da rigidez direta. Uma treliça composta de dois elementos é usada para ilustrar os
procedimentos de solução.
Seja a treliça plana consistindo em dois elementos ou barras, conforme está ilustrado na Figura 2.11. É aplicada
uma força horizontal F = 50 N ao nó do topo. Embora os elementos da treliça sejam barras uniaxiais, os métodos des¬
critos na seção anterior não podem ser aplicados imediatamente a este problema, por duas razões: os dois elementos
não estão na mesma direção, mas sim inclinados segundo diferentes ângulos, e as forças externas em um nó podem
ser aplicadas tanto na direção x como na direção y.
Entretanto, a matriz de rigidez de elementos de barras uniaxiais será adequada para os elementos isolados da tre ¬
li se for utilizado um sistema de coordenadas local. Para um elemento de treliça plana, podem ser definidos os dois
ça
sistemas de coordenadas a seguir:
. -
1 O sistema de coordenadas global, x y para toda a estrutura.
-
2. Um sistema de coordenadas local, x y para cada elemento em particular, tal que o eixo x esteja ao longo do
comprimento da barra.
Com referência à Figura 2.12, a relação força-deslocamento de um elemento de treliça pode ser escrita no sistema
de coordenadas local como

{ } = T [- KS}
^
"

I I

onde E , AcL são, respectivamente, o módulo de elasticidade transversal, a área da seção transversal e o comprimento
do elemento, e EAJL corresponde à constante de mola K na Eq. (2.16).
Observe que a força e o deslocamento são representados no sistema de coordenadas local. A fim de tomar mais ge¬
ral a equação mencionada anteriormente, vamos levar em consideração o deslocamento transversal v{ e v2 na direção
.
y As forças transversais correspondentes em cada nó podem ser definidas como fly e Entretanto, no elemento
de treliça, essas forças não existem e por isso são igualadas a zero. Assim, a matriz de rigidez anterior (sistema de
equações na forma matricial) pode ser expandida de modo a incorporar a força e os deslocamentos na direção y , de
acordo com o ilustrado a seguir.
f ' '
\x 1 0 -1 0
fxy _ EA 0 0 0 0
Ml
Vi
' ~
L -1 -
(2 31)
^ 2X
0
0
0
1
0
0
0
U2
V2

A matriz de rigidez local expandida na equação imediatamente anterior tem as seguintes características:
.
1 é uma matriz quadrada;
2. é simétrica; e
.
3 tem elementos de sua diagonal maiores que zero ou iguais a zero.

Coordenadas locais
50 N fa
V2 ã2

V , 17l
v *
8 cm V

Coordenadas globais

12 cm
Figura 2.11 Uma treliça plana composta de duas barras Figura 2.12 Sistemas de coordenadas locais e globais
2.3 Elementos de Treliças Planas 61
»
I
nas
m y
ide
V Elemento 2
fx
Elemento l >^ T 0a
io- Figura 2.13 Sistemas de coordenadas locais e globais
da treliça de duas barras
os
da
A matriz de rigidez anterior só é válida para um determinado elemento em particular, o Elemento 1 no exemplo
anterior. Ela não pode ser aplicada a outros elementos porque as coordenadas locais x -y são diferentes para diferen¬
tes elementos. As coordenadas locais para o Elemento 2 são mostradas na Figura 2.13.
Para desenvolver um sistema de equações que esteja associado a todos os elementos da treliça, precisamos trans¬
formar as relações força-deslocamento, e .g ., Eq. (2.31), para as coordenadas globais, que são comuns para todos os
elementos da treliça. Isso exige o uso de transformações vetoriais de coordenadas.

2.3.1 Transforma ção de Coordenadas


As forças e os deslocamentos são vetores, por isso podemos usar a transformação de vetores para encontrar a relação
entre os deslocamentos de um nó em coordenadas locais e globais. Por exemplo, os deslocamentos locais do Nó 1
podem ser escritos como

{? } T cos <p
[ -sen <p
sen 0
cos 0 ]{;; }
Uma relação similar para o Nó 2 será
T cos <)>
[ — sen 4>
sen <f>
cos 4> ]{:}
Na realidade, podemos combinar as relações anteriores e obter

Ui cos 0 sen 0 0 0 u1

vi — sen 0 cos 0 0 0
u2 0 0 COS0 sen 0 «2
Th 0 0 — sen 0 cos 0 vz
local global

A relação anterior entre os deslocamentos locais e globais pode ser escrita usando uma notação abreviada como
{ã} = [T]{q} (2.32)

onde ( q ) e { q } são os graus de liberdade do elemento em coordenadas locais e globais, respectivamente, e [T] é a ma¬
triz de transformação . Em alguns livros, [T] é denominada matriz de rotação. As forças também são vetores, por isso
as forças ( f } em coordenadas locais estão relacionadas às forças { f } em coordenadas globais, da seguinte forma
f
\x cos 0 sen 0 0 0 Í AO
fxy -sen 0 cos 0 0 0 fly
0 0 COS0 sen 0 /2*
fzy 0 0 — sen 0 cos 0 . fly

global
local

ou em notação abreviada

{ { } = [T]{f > (2.33)


62 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças: Método Direto

Na seção seguinte, expressaremos a equação local do elemento (2.31) em coordenadas globais usando as relações
de transformação das Eqs. (2.32) e (2.33). Depois que todas as equações dos elementos estiverem expressas em
coordenadas globais, elas poderão ser combinadas usando procedimentos similares aos de elementos de barras
uniaxiais.

2.3.2 Matriz de Rigidez Global


Para um elemento de treliça isolado, usando a equação de transformação de coordenadas podemos realizar a trans¬
formação da matriz de rigidez do elemento das coordenadas locais para as coordenadas globais.
Considere o elemento de treliça posicionado arbitrariamente no espaço bidimensional, conforme mostra a Figura
2.14.
-
As equações de força deslocamento podem ser expressas em coordenadas locais como:

1 0 -1 0
'

«1
fiy EA 0 0 0 0
VI
' = L -1 0 1 0 ú2
(2.34)

0 0 o o . V2
4 matriz de rigidez do elemento

Em notação abreviada, a Eq. (2.34) assume a seguinte forma:


{f } = [k]{q} (2.35)

A substituição das Eqs. (2.32) e (2.33) na Eq. (2.34) leva a

[T]{f } = [k][T]{q}.
Multiplicando ambos os lados da equação por [T]-1,
_
W =m 1
[k] fr] {q}
global global

ou
{f } = M {q } (2.36)

Agora a matriz de rigidez do elemento [k] em coordenadas globais pode ser expressa em termos de [k ] como

[k] = [T]-1 [k][T] (2.37)

-
Pode se mostrar que a inversa da matriz de transformação [T] é igual a sua transposta, e por isso [k] pode ser escrita
como

M = [T]r [k][T] (2.38)

y
vV2 U
1 _/ 2T

Si

fir
Ni
x

Figura 2.14 Definição do elemento de treliça bidimensional


2.3 Elementos de Treliças Planas 63

.
Realizando a multiplicação de matrizes indicada na Eq (2.38), obtemos uma expressão explícita para [k] como

EA
2
COS < >
cos 0 sen 0
t cos 0 sen 0
sen20
—-coscos0 20sen 0 — - sen0 20 0
cos sen
(2.39)
L -
_ — coscos20 —
0 sen 0 — sen20
cos 9 sen 0 cos20
cos 0 sen 0
cos 0 sen 0
sen20

Da Eq. (2.39), fica claro que a matriz de rigidez elementar de um elemento de treliça plana depende do comprimento
L, da rigidez axial £Aedo ângulo de orientação 0. Conforme foi mencionado, a matriz de rigidez elementar ó simé¬
trica. Seu determinante é igual a zero e, por isso, não possui uma inversa. Além disso, a matriz de rigidez elementar
é positiva semidefinida e os elementos da diagonal da matriz ou são iguais a zero ou são maiores do que zero.

1EXEMPLO 2.4 Treliça com Duas Barras

A treliça de duas barras mostrada na Figura 2.15 possui seção transversal circular com diâmetro de 0,25 cm e mó ¬

dulo de elasticidade longitudinal, E = 30 X IO6 N/cm2. Uma força externa horizontal F = 50 N é aplicada ao Nó 2.
Calcule o deslocamento de cada nó e a tensão em cada elemento.

SOLU ÇÃ O
Elemento 1:
No sistema de coordenadas locais mostrado na Figura 2.16, as equações força-deslocamento para o Elemento 1 são
dadas na Eq. (2.31), que podem ser transformadas para o sistema de coordenadas globais similar ao da Eq. (2.36), e
assim obtém-se
(f *1)} = [kdKqí O} (2.40)

Como o ângulo de orientação do elemento é 0, = 33,7°, a equação do elemento em coordenadas globais pode ser
obtida usando a matriz de rigidez da Eq. (2.39), da seguinte maneira:
& 0,692 0,462 -0,692 -0,462
'
«i

4 l)
102150
0,462 0,308 -0 ,462 -0,308 t/ i

-0,692 -0,462 0,692 0,462 U2

-0,462 -0,308 0.462 0,308 V2

50 N

Elemento 1
8 cm
Elemento 2

N , Vi
12 cm
Figura 2.15 Estrutura de treliça com duas barras

>•

VV2 fii /* •

i
V1’1

Nx
Si .
01

^ 2
fa = tan'1(8/12) = 33,7°
£ 30 x 10s N/cm2
=
A = /ir2 = 0,049 cm2
f\í L = 14,4 cm
x

Figura 2.16 Coordenadas locais do Elemento 1


64 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças: Método Direto

ty fix

<h = -90
a
2
AM
pr
ll 2
£ = 30 x 106 N/cm
2
A 7crí 0,049 cm
= =
=
6 8 cm
,(
N X

^
fix'
1 ^3
"u 2

Figura 2.17 Coordenadas locais do Elemento 2

Elemento 2:
Para o Elemento 2, o mesmo procedimento pode ser aplicado, com o ângulo de orientação sendo </>, = -90° (ver a
Figura 2.17). Em coordenadas globais, a equação do elemento se toma
tf ] '
0 0 0 0
'
’ '

tf 0 1 0 -1
“v22
184125 * ( 2.41)
tf 0 0 0 0 «3
tf 0 - 1 0 1 . Ul .

Observe que a orientação é medida no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio a partir do eixo
x positivo das
coordenadas globais,
de equa¬
Agora, estamos prontos para montar a matriz de rigidez global da estrutura. Somando os dois conjuntos
-
ções de força deslocamento em coordenadas globais ,

I Elemento 1 |
47193 -70687 -47193 0 0 «1
Fu ] 70687
Fly 47193 31462 -47193 -31462 0 0
"1
'

Fu -70687 -47193 70687 47193 0 0 «2


Fy -47193 -31462 47193 215587 0 -184125 «2

Fu 0 0 0 0 0 0
“3
F3 y 0 0 0 -184125

Observe que as matrizes de rigidez dos dois elementos se sobrepõem nos graus de liberdade (GLs correspon
)
-I 0 184125
Elemento n
«3

dentes a u2 e v2 porque os dois elementos estão ligados ao Nó 2. A seguir, são aplicadas as seguintes condições
d
contorno conhecidas:
(a) Os Nós 1 e 3 estão fixos; portanto, os componentes de deslocamento desses dois nós são iguais a zero («[ , V
e u3, v 3 ).
(b) As únicas forças externas aplicadas estão no Nó 2: F-^ = 50 N e F2y = 0 N.

Tirl
'
70687 47193 -70687 -47193 0 0 '
0 '

f 47193 31462 -47193 -31462 0 0 0


FU
50 -70687 -47193 70687 47193 0 0
“2
0 -47193 -31462 47193 215587 0 - 184125 «2
0 0 0 0 0 0 0
UsJ
Fu
0 0 0 -184125 0 184125 _ .0.

Em primeiro lugar eliminamos as colunas correspondentes aos deslocamentos nulos. Neste exemplo, a terceira e
quarta colunas correspondem aos deslocamentos diferentes de zero. Conservamos essas duas colunas e eliminamc
todas as outras, de modo que obtemos
2.3 Elementos de Treliças Planas 65

' Fu '
'
-70687 -47193 '

Fiy -47193 -31462


50
0
70687
47193
47193
215587 fl "^ J) ( 2.42)

Fu 0 0

J* . 0 - 184125

Em face de Fu, FXy, Fu e Fly serem forças de reação desconhecidas, eliminamos suas linhas correspondentes. Então,
por fim, temos a seguinte equação matricial 2 X 2 para os deslocamentos nodais u2 e v2:

/ 501 _ [ 70687 47193 ] «2 1


J/
\ 0 / ~ [.47193 213587 [ «2 J

Devido ao fato de a matriz de rigidez global na equação anterior ser positiva definida, é possível inverter a matriz
para resolver a equação e encontrar o valor dos seguintes deslocamentos nodais desconhecidos:
«2 = 8,28 x IO-4 cm
V2 = -1,81 x IO- cm
4

Substituindo os valores conhecidos de e v2 na equação matricial (2.42), encontramos as forças de reação:


Fu
'
-70687 -47193 ' '
-50 '

Fl , -47193 -31462
/ -812881xx1010 * * 1
,
~
~
-33,39
Fu 0 0 \ , J ^ 0
F> y . 0 - 184125 . 33,39 .

Como o elemento de treliça é uma barra com apenas duas forças axiais em suas extremidades, fica claro que a força
de reação no Nó 3 está na direção vertical e que a força de reação no Nó 1 é paralela à direção do elemento.
Para determinar a tensão normal em cada elemento de treliça, uma opção é usar as equações de transformação de
deslocamentos para transformar os resultados do sistema de coordenadas globais novamente no sistema de coorde¬
nadas locais. Por exemplo, os deslocamentos do Elemento 1 no sistema de coordenadas locais podem ser obtidos a
partir da Eq. (2.32), como
' ' '
'
*i 0,832 0,555 0 0 0 0
«i 0,555 0,832
• 0 0 0 0
Ú2 0 0 0,832 0,555 u2 5,89 x 10-4
. "2 . — 0,555 0,832 . V .
0 0 2 -6, 11 x IO-4 .

Então, podem ser usadas as equações locais de força-deslocamento (2.35) para calcular as forças no elemento, da
seguinte maneira:

*x
\

Ay , EA 0
O 7
0 0
o
0
~ 0
0 '
— 60,2
0
fix = T -1 0 1 0 5.89 x 10-4 60,2
(2.43)

. Ay . . 0 0 0 0 . -6,11 x IO 4 "
. 0

A Eq. (2.43) representa as forças que agem no elemento no sistema de coordenadas locais. Conforme esperado, não
há Componente de força na direção y (direção y local). Na direção x (direção x local), os dois nós possuem o mes¬
mo módulo de força interna, mas em direções opostas. Como se vê na Figura 2.18, as duas forças iguais e opostas
agem no elemento de treliça, o que resulta em tensões de tração no elemento. Em geral, o sinal da força no N6 j
(segundo nó) será de mesmo sinal que a resultante de forças P. Neste exemplo, a força elementar no Elemento 1 é
.
positiva e tem 0 módulo de 60,2 N Portanto, a tensão normal no Elemento 1 é de tração e pode ser calculada como
(60,2/0,049) = 1228 N/cm2.

- 60,2 N
^
1 2
602 N

Figura 2.18 Forças elementares no Elemento 1 cm coordenadas locais


66 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças: Método Direto
T
Outro método de calcular a força axial em um elemento de treliça é descrito a seguir. Esse segue o método usado na
obtenção da Eq. (2.22). Para um elemento de treliça em uma orientação arbitrária, a Eq. (2.22) é modificada como

(2.44)

Usando as relações de transformação na Eq. (2.32), podem-se expressar os deslocamentos em coordenadas globais.
=
Seja l cos <f> e m = sen <t>. Então, a expressão para P assume a seguinte forma:

(2.45)
{ l( uj - ui ) + m( vj - Vi ) )

No exemplo anterior, os princípios básicos da análise de Elementos Finitos usados foram: (1) obter as relações
entre forças e deslocamentos de cada barra da treliça; (2) montar as equações para obter as equações globais; e (3)
resolver as equações para encontrar os valores dos deslocamentos desconhecidos. Entretanto, em problemas práticos
com grande número de elementos, não é necessário escrever as equações de equilíbrio para cada elemento. Convém
desenvolver um procedimento sistemático que seja adequado a um grande número de elementos. Nesse método, são
atribuídos a cada elemento um primeiro nó e um segundo nó. Esses n úmeros de nós são indicados por i e j. A escolha
do primeiro e do segundo nós é arbitrária; entretanto, essa escolha precisa ser consistente ao longo de toda a solução
-
do problema. A orientação do elemento é definida pelo ângulo que a direção i j faz com a direção positiva do eixo x
e é indicada por d>. Os cossenos diretores do elemento são / = cos d> e m = sen <fi. Atribuímos endereços de linhas e
de colunas à matriz de rigidez dos elementos, conforme mostrado a seguir. A matriz de rigidez do elemento na Eq.
(2.39) pode ser escrita da seguinte forma em termos delem com os endereços de linhas e colunas
Ui Vi Uj Vj

l2 Im — —
l2 Im Ui
Im m2 — Im — m2 «,
(2.46)
— I2 — Im l2 Im
_
Uj

— Im — m 2 Im m2 Vj

Conforme será ilustrado no exemplo a seguir, os endereços de linhas e colunas são ú teis para a montagem das matri¬
zes de rigidez dos elementos na matriz de rigidez global. Pode-se observar que os endereços de linhas consistem na
transposição dos endereços de colunas.

‘/ EXEMPLO 2.5 Treliça Plana com Três Elementos


A treliça plana mostrada na Figura 2.19 consiste em três barras conectadas entre si e as paredes por intermédio de
pinos. As barras fazem ângulos iguais entre si, e o Elemento 2 está na vertical. As barras são idênticas e possuem as
seguintes propriedades: módulo de elasticidade longitudinal (módulo de Young) E = 206 GPa, área da seção trans¬
-
versal A = 1 X 10 4 m2 e comprimento L = 1 m. É aplicada uma força inclinada F = 20.000 N ao Nó 1. Encontre o
valor dos deslocamentos no Nó 1 e as tensões nos três elementos.

SOLU ÇÃ O De acordo com a Figura 2.19, as propriedades dos elementos, a conectividade dos nós e os cossenos diretores podem
ser calculados da forma apresentada na Tabela 2.1.

HH Figura 2.19 Estrutura plana com três elementos de treliça


2.3 Elementos dc Treliças Planas 67

ia Tabela 2.1 Propriedades dos Elementos e Cossenos Diretores da Treliça Plana do Exemplo 2.5
/ = COS <j>
Elemento A£/L i ~* j <>
* m = sen è

« 1 206 X 103 l -> 3 — n/6 0,866 -0, 5


2
3
206 X 103
206 X 103
1 >2-
1 -» 4
TT/ 2

-5 -17/6 -0,866
0 1
-0,5
s.

:) Então, usando a Eq. (2.46), as matrizes de rigidez dos elementos no sistema de coordenadas globais podem ser ob¬
I tidas da seguinte forma;
'
0,750 -0,433 -0,750 0,433 *

“í
-0,433 0,250 0,433 — 0,250 Vi
*) [k( l ) ] = 206 x 105
-0,750 0,433 0,750 -0 433 «3
,
1
. 0,433 -0,250 -0,433 0,250 . v3

'
0 0 0 0 '
«i
0 1 0 -1
[k{2) ] = 206 x 103
0 0 0 0 “2
.0 - 1 0 1 . V2


0,750 0,433 -0,750 -0,433 '
Ul
0,433 0,250 -0,433 -0,250 Vl
[k < 3> ] = 206 x 103
-0,750 -0,433 0,750 0,433 «4
. -0,433 — 0 250 , 0,433 0,250 . «4

Observe que os endereços de linhas estão indicados no lado direito das matrizes de rigidez e são úteis para a monta¬
gem da matriz de rigidez estrutural. Podem-se identificar facilmente os endereços de coluna, embora eles não estejam
escritos acima das matrizes de rigidez. A matriz de rigidez estrutural e as equações de elementos finitos são obtidas
pela montagem das matrizes de rigidez dos três elementos:
"
1 ,5 0 0 0 -0 ,750 0,433 -0,750 -0,433 '
' u\ '
F,i
f Fy
1 ,5 0 -1 0,433 —
0,250 -0,433 -0,250 Vl 1
0 0 0 0 0 0 «2 Fa
1 0 0 0 0 «2 Fy2
0,750 -0,433 0 0 «3 FJC3
Simétrico 0,250 0 0 «3 Fy»
0,750 0,433 “4 F,4
0,250 . «4 , I 'vJ
Ou
M ÍQ.} = W
Agora, as forças externas e os deslocamentos conhecidos são aplicados à equação matricial imediatamente ante¬
rior. Em primeiro lugar, a força inclinada no Nó 1 é decomposta nas direções x e y como
Fix = 20000 cos(;r/4) = 14, 142

F\y = 20000 sen (7r/4) = 14, 142


Adicionalmente, em face de os Nós 2, 3 e 4 serem fixos, os deslocamentos são iguais a zero:


2 = «2 = “ 3 = V3 = “ 4 = v4 = 0.

Eliminamos as linhas e as colunas na matriz [Ks] que correspondem aos graus de liberdade que apresentam desloca¬
mento nulo. Então, as equações globais de Elementos Finitos são escritas na forma [K]{ Q } = { F }:

206 x 10s 1.5


0 14j
0 1 J\ vM = J 14 142!
'
i J 114, 142 /
f '
.

Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças: Método


Direto
68 Capítulo 2
j:
Agora a matriz de rigidez global é positiva definida e inversível. Depois
de resolver a equação e encontrar o valor dos
deslocamentos desconhecidos, temos
m — 0,458 mm
1 vi = 0,458 mm
Incluindo todos os outros deslocamentos nulos, o vetor de deslocamentos nodais
pode ser escrito como { Q,} r =
{0,458, 0,458, 0, 0, 0, 0, 0, 0} . dadas na Tabela 2.1.
A força em cada elemento pode ser obtida usando a Eq. (2:45) e as propriedades do elemento
Por exemplo, a força no Elemento 1 é
= 206 x 105 (0,866( U3 - m ) - 0,5( v3 - »i ) ) = -3.450 N
Os mesmos cálculos podem ser repetidos para outros elementos para obter
pW = -9,440 N
P(3) = 12,900 N

Os valores negativos de P01 e P indicam forças de compressão nesses elementos


As tensões nos elementos podem .
ser obtidas dividindo a força pela área da seção transversal :
( )
ff = -34,5 MPa ‘
<T® = -94,4 MPa
ff ® = 129 MPa
de todos os elemen¬
Uma vez listadas as propriedades dos elementos, a conectividade dos nós e os cossenos diretores
que possa construir a matriz de rigidez global e
tos como na Tabela 2.1, fica fácil fazer um programa de computador
resolver o sistema a fim de encontrar os valores dos deslocament os desconhecid os.

2.4 ELEMENTOS DE TRELIÇAS TRIDIMENSIONAIS (TRELIÇAS ESPACIAIS)


Esta seção apresenta a formulação da matriz de rigidez e os procedimentos gerais para resolver
a treliça tridimensional
é similar ao da treliça plana, exceto que é admitidc
ou espacial usando o método direto da rigidez. O procedimento
um grau de liberdade adicional em cada nó.

2.4.1 Transformação Tridimensional de Coordenadas


generalizada para os ele
A transformação de coordenadas usada para o elemento de treliça bidimensional pode ser
¬

mentos tridimensionais de treliças espaciais.


Um elemento de treliça espacial tem três graus de liberdade (GL, ou DOF), u , vew , em cada
nó. Desta forma
. ês forças e fz corresponde ntes aos trê:
o elemento de treliça espacial é um elemento com 6 GLs e 2 Nós Há tr , ,

.
deslocamentos em cada nó Os deslocamentos e as forças também podem ser expressos no sistema de coordenada
locais ou do elemento, x -y -z , conforme mostra a Figura 2.20. As forças e os deslocamentos
no sistema de coorde
nadas locais estão relacionados entre si por uma equação simples, similar à Eq . (2.30), da forma

{%} - ¥ [ -, ,']{!} '

v , r K
“« t X
MPf .
Ni
X

:z Figura 2.20 Transformação de coordenadas tridimensionais


r

2.4 Elementos de Treliças Tridimensionais (Treliças Espaciais) 69




ou
{!} = [b]{q} (2.47)

Para a montagem dos elementos da treliça, a equação dos elementos (2.47) deve ser transformada para o sistema de
coordenadas globais. A transformação dos deslocamentos em um nó segue a regra de transformações vetoriais tri¬
dimensionais:
Ui
Vi

t «jJ\ J['o
'

h m n 0 0
0 0 l m n ° Wi
ui
Vj
Wj

ou
{q} = [T]{q} -
(2 48)

onde l , men são os cossenos diretores do elemento que possui os Nós i e j. Esses cossenos diretores podem ser cal¬
culados a partir do comprimento do elemento L e das coordenadas nodais, da seguinte forma:
Z
Xj ~ Xj
L ’
m
yj y -
L '
n
-
L
.
Zj ~ Zj

(2.49)

J -
L = \ ( xJ - xi ) + yJ yi ) + ( Zj zif
2 ( 2
-
Similarmente, as forças nodais no sistema de coordenadas locais podem ser transformadas da maneira a seguir.
' ‘
fu } l 0
fiy m 0
A n 0
/A 0 Z
fjy 0 m
UA J 0 n
ou
{f } = [T]r{f } (2.50)

2.4.2 Matriz de Rigidez


Substituindo o valor de q dado pela Eq. (2.48) na Eq. (2.47) e multiplicando ambos os lados da equação por [T]T,
obtemos
[T]r{f } = [T]r{k}[T]{q}
ou
{f } = [k]{q} (2.51)

onde [k] é a matriz de rigidez do elemento que relaciona as forças nodais e os deslocamentos expressos em coorde¬
nadas globais. Da Eq. (2.51), fica claro que [k] é obtida como o produto de [T]7'[k] [T]. A seguir, é apresentada uma
forma explícita de [k],

—— -—— —-—
/2 Im In l1 Im In
m 2
mn Im m2 mn t),
-
ru
W -—
EA n2 — In
Z2
mn
Im
n2
In
w,-
Uj
(2.52)

simétrico m2 mn Vj
n2 . Wj

onde os graus de liberdade correspondentes às linhas são mostrados ao lado da matriz. A montagem de [k] na matriz
de rigidez da estrutura [Kj e a eliminação de linhas e de colunas para obter a matriz de rigidez global [K] seguem
procedimentos idênticos aos das treliças planas.
r ~
70 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças: Método Direto

K E-
E v
4

* 10.OOON

Figura 2.21 Estrutura de treliça espacial com três barras

Tabela 2.2 Coordenadas Nodais da Estrutura em Treliça Espacial do Exemplo 2.6


Nó X y z
1 0 0 0
2
3
0
0
-íí 1
1
4 1 0 1

EXEMPLO 2.6 Treliça Espacial


Use o MEF para determinar os deslocamentos e as forças na treliça espacial, mostrada na Figura 2.21. As coordena¬
das dos nós em unidades do SI (metros) são dadas na Tabela 2.2. Admita que o módulo de elasticidade longitudinal

(módulo de Young) E = 70 GPa e a área da seção transversal A 1 cm2. O valor da força dirigida para baixo (sen¬
tido negativo de z) no Nó 4 é igual a 10.000 N.

SOLU ÇÃ O O primeiro passo é determinar os cossenos diretores dos elementos. Seu comprimento e seus cossenos diretores sãc
calculados utilizando as fórmulas apresentadas na Eq. (2.49).

Elemento t ~* j i (m) l m n

1 1 -44 J2 y /212 0 y /2 / 2
2 2 — 44 y/2 y /2 / 2 y /2/ 2 0
3 3 — 44 y/2 y /2 / 2 - /212
y 0

-
Usando a Eq. (2.52), podem se construir as matrizes de rigidez dos elementos. Como todos os nós são fixos, excel
0 Nó 4, as linhas e as colunas correspondentes aos graus de Uberdade nulos podem ser eliminadas nessa etapa e
matriz de rigidez do elemento só possuirá os graus de Uberdade ativos. No caso do Elemento 1, por exemplo, a m
triz 6 X 6 do elemento na Eq. (2.52) corresponde a 2 nós, i = 1 ej = 4. Em face de o Nó 1 ser fixo, as três linhas
colunas que correspondem ao Nó 1 podem ser eliminadas no nível do elemento. Então, a matriz elementar reduzii
3 X 3 pode ser obtida. Repetindo o procedimento para todos os três elementos, podemos obter as seguintes matriz
elementares reduzidas:
'
0,5 0 0,5 «4
( I)
^
[k ] = 35v 2 x 105 0 0 0 t)4
. 0,5 0 0,5 w4
'
0,5 0,5 0 «4
(z )
-^
[k ] = 35 2 x 105 0,5 0,5 0
0
t>4
0 0 W4
0,5 -0,5 0 U4

[k(3)] = 35 x 105 -0,5 0,5 0 «4


0 0 oj W4
- H: 2.4 Elementos de Treliças Tridimensionais (Treliças Espaciais) 71

Após a montagem, obtemos as equações globais na forma [K]{ QJ = {F}:


'
1,5 0 0,5 0
“ 4

^
35 2 x 105 0 1,0 0
0,5 0 0,5
V4
W4
0
-10.000
A matriz de rigidez global anterior é positiva definida, uma vez que as condições de contomo em deslocamentos já
foram implementadas. Resolvendo a equação da matriz global, os deslocamentos desconhecidos são obtidos como
u4 = 02,020 x 10~3 m
_
——
V4 = 3m
w4 6,061 x 10

Para calcular as forças do elemento, os deslocamentos dos nós de cada elemento precisam ser transformados em
coordenadas locais usando a relação {q} = [T]{q} na Eq. (2.48). A seguir, as forças dos elementos são calculadas
usando { f } = [É]{qj. A resultante das forças axiais P pode ser obtida a partir das forças dos elementos f para o -
elemento correspondente. Para o Elemento 1, os deslocamentos nodais no sistema de coordenadas locais podem ser
obtidos como
ui =0
vi = 0.
ft }" V2 Í 1
2
0 10 0 0
[O 0 0 1 0 1
w\ = 0
«4
v4
x 10 3m

w4

Da relação entre forças e deslocamentos, a força do elemento pode ser obtida como

- *. -.iftj - ra
Assim, a força do elemento é
f
ô (fn
/>0) = ( /«)(1) = -14, 141 N
Os cálculos anteriores são repetidos para o Elemento 2 e o Elemento 3:
«2

V2 r i
V2
_
{!}" 2 [
í o o o o
0 0 0 1 1 0
W2
«4 { ,428 }
1
X 10 3 m
t/4
vv4

W (2) I
1 -1 -7.070 \
-1 1 +7.070 j
P(2) = ( AC) (2) : +7.070 N
"
“V33
ã3
«4 J
(3)

2
fi -í
[0 0
o o o
0 1
— 1 0
0 W3


V4
4 { J4 —
10i 3.m

{ ní HrlVt^ í]ft}-{;iS}
/>(3) = ( )(3) = +7.070 N
Altemativamente, podemos calcular as forças axiais em um elemento usando uma equação similar à Eq. (2.45). Para
elementos tridimensionais, essa equação assume a forma
M
' P(‘) = -
(l( uj Ui ) + m( vj - vi) + n( wj - w,-)) (2.53)

Observe que o Elemento 1 está comprimido, ao passo que os Elementos 2 e 3 estão tracionados.
f !
e de Treliças: Método Direto
72 Capítulo 2 Elementos de Banas Uniaxiais
L L AL

Sem tensão, Sem tensão,


sem deformação com deformação devida
à variação térmica

Com tensão devida


à variação térmica,
sem deformação Figura 2.22 Efeitos da variação de tempera¬
(a) para 7" = TK r (b) para r = TnC + AT tura na estrutura

2.5 TENSÕES TÉRMICAS


As tensões térmicas aparecem em elementos estruturais quando estes estão submetidos a variações de temperatura
em relação à temperatura de referência. Na temperatura de referência, conforme mostra a Figura 2.22(a), se não hou¬
ver cargas externas atuando na estrutura, não haverá tensões; não aparecem tensões e deformações simultaneamente.
2.22(b),
Quando a temperatura de um ou mais elementos em uma estrutura for alterada, conforme mostra a Figura
as barras tendem a se dilatar. Entretanto, se a dilata ção for restringida parcialmente pelas barras vizinhas , então se
desenvolverão tensões em consequ ência das restriçõ es. Nas barras que servem de restriçã o tamb ém aparecer á uma
força como reação a essa restrição. Essa reaçã o, por sua vez , produz tensõ es termais nas barras. A mesma ideia pode
ser estendida a tensões termais em um sólido, se imaginarmos que o sólido pode conter muitos elementos pequenos e
cada um deles restringe os outros de se expandir ou de se contrair em consequência da variação de temperatura.
A relação linear entre as tensões e deformações para sólidos elásticos vista na Seção 1.3 só é válida quando a
,
temperatura se mantém constante e na ausência de tensões residuais. Na presença de um diferencial de temperatura
usar as relaçõ es termoel ásticas entre
i.e., quando a temperatura é diferente da temperatura de refer ência , precisamos
tensões e deformações. Tal relação em uma dimensão é


o E( B aAT ) — (2.54)

),
onde cr é a tensão uniaxial, e é a deformação total, E é o módulo de elasticidade longitudinal (módulo de Young a
é o coeficiente de dilatação térmica (CDT) e AT é a diferença entre a temperatura de servi ço e a temperatura de re ¬

a na
ferência. Observando a Eq. (2.54), fica evidente que a temperatura de refer ência é definida como temperatura
. .
quando não existem cargas externas A Eq
qual tanto as tensões como as deformações desaparecem simultaneamente
deforma ção mecânica e a ela é proporcional . A deforma ção mec â nica é
(2.54) estabelece que a tensão é causada pela
a diferença entre a deformação total e = AL/ L e a deformação térmica aAT. A relação entre tensões e deforma
ções
assume agora a seguinte forma :
e=

^ + aAT
A deformação total é a soma da deformação mecânica causada pelas tensões e a deformação térmica causada pela
elevação de temperatura. Similarmente, as relações termoelásticas entre tensões e deformações podem ser desenvol
o
(2.55)

vidas em duas e três dimensões.3 A relação acima entre tensões e deformações pode ser convertida em uma relaçã
entre forças e deslocamentos multiplicando a Eq. (2.54) pela área da seção transversal da barra uniaxial, A:
Í AL \
— -
P = AE \ - ctAT \ = AE
AL
- AECLAT — (2.56)

onde o primeiro termo no interior dos parênteses é a deformação total ou simplesmente deformação, e o segundo
termo é a deformação térmica.
Antes de apresentarmos o método formal de resolver um problema de tensão térmica usando o MEF, será instru
¬

tivo analisar m
o é todo da superposição para resolver problemas de tensões térmicas.

2.5.1 Método da Superposição


.
Seja a treliça mostrada na Figura 2.23(a) Admita que a temperatura do Elemento 2 é aumentada de um valor AT e
que os Elementos 1 e 3 permanecem na temperatura de referência. Não há forças externas agindo no Nó 4. O obje¬
tivo é calcular os deslocamentos nodais e as forças que serão desenvolvidas em cada barra. Em primeiro lugar, se
todos os três elementos estivessem isolados, apenas o Elemento 2 se dilataria em consequência do aumento de tem
¬

peratura. Imagine que tenha sido aplicado um par de forças iguais e opostas nos dois nós do Elemento 2, forças essas
que restringissem a expansão térmica do elemento [ver a Figura 2.23(b)]. Essa força pode ser determinada fazendo

3A. P. Boresi e R. J. Schmidt, Advanced Mechanics of Materials, 6.* ed., John Wiley & Sons, Nova Iorque, 2003.
2.5 Tensões Térmicas 73

AEaAT AEaAT

J
-4
3

*
2
\T

L
L
AT

L
y 30°

d AEaAT AEaAT
(a) (b) (c)

Figura 2.23 Uma treiiça com três elementos: (a) O elemento do centro está sujeito a
uma elevação de temperatura. Esse é o problema pro¬
posto. (b) É aplicado um par de forças compressivas ao Elemento 2 para evitar que ele se alongue. Esse é o denominado Problema L (c) As
. éo Problema II.
forças do Problema 1 são invertidas Não há tensões térmicas envolvidas neste problema. Esse denominado

.
AZ, = 0 na Eq. (2.56), e a mesma é igual a -AEaAT Isto é, exige-se uma força compressiva ® para evitar que o Ele¬
, é compressiva com
mento 2 aumente de comprimento. Em consequê ncia, a resultante das forças no Elemento 2, P
a varia ções de temperatura, entã o um par de forças cor¬
módulo igual a AEaAT. Se árias
v barras estiverem sujeitas
respondentes será aplicado a cada elemento.
nodais são iguais a
A solução para esse problema, que chamaremos Problema I, é óbvia: todos os deslocamentos
zero porque a nenhuma barra é permitido se dilatar ou se contrair , e a força no Elemento 2 é igual a AEaAT. Não -
que resolver . O par de forças aplicado ao
há força nos Elementos 1 e 3. Entretanto esse, n ão é o problema desejamos
. Por isso , precisamos remover essas forças que foram adicionada s.
Elemento 2 não existia no problema original
Para remover as forças fictícias na Figura 2.23 (b ), superpomo s os resultados do Problema n , onde nã o há efeito térmico ,
mas todas as forças aplicadas no Problema I são invertidas. Isso é ilustrado na Figura 2.23(c . Algumas vezes
) as forças que
agem no Problema II são chamadas for ças térmicas fictícias , já que não existem realmente . O Problema n é um problema
típico de treiiça e por isso o MEF, que já analisamos, pode ser usado para determinar os deslocamen
tos nodais e as forças
Problemas I e IL
nos elementos. A solução do problema na Figura 2.23(a) pode ser obtida adicionando as solu es çõ dos

EXEMPLO 2.7 Tensões Térmicas em uma Treiiça Plana


do problema de treiiça plana da Figura 2.23. Use os se¬
Encontre os deslocamentos nodais e as forças nos elementos
guintes dados numéricos: AE = 107 N, L 1 m, a = 1CT / C AT = 100°C.
=
3 0 ,

SOLU ÇÃ O A solução do Problema I é a seguinte:


«4 = «4 = 0
/>( ) o, PP) • — — AEaAT = -10.000 N, P& = 0
estão listados
(2.57)

O Problema n está ilustrado na Figura 2.23(c). As propriedades dos elementos e os cossenos diretores
na Tabela 2.3.
As matrizes de rigidez dos elementos em coordenadas globais são escritas a seguir. Por conveni
ência, as linhas e
foram retiradas e apenas aquelas que corresponde m aos
as colunas que correspondem aos graus de liberdade nulos
graus de liberdade ativos são apresentadas.

- /3
1
y
—/ y
3
3
“v
4

0 OU (2.58)
[k 2> ] = 107
' 0 1 «4 J
x/3 "
'

(3) l “4
[
* ]=
T 3 t>4

Tabela 23 Propriedades dos Elementos e Cossenos Diretores da Estrutura em Treiiça da


Figura 2.23
l = cos <>j m = sen $
Elemento i j -* AE/L( N / m ) AEaAT (N) <j) (Graus)

1 -
1 »4 107 0 -60 - /3 / 2
y

2 —
2 »4 107 10.000 -90 0 -1
3 3—>4 107 0 240 -1/2 - y /3 / 2
Treliças: Método Direto
74 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de

étodo da Superposição
Tabela 2.4 Solução de Tensões Térmicas em uma Treliça Usando o M
Problema I Problema II Solução final
Variável
0 0 0
“v
4
0 -0,4 X 10-3 m -0,4 X 10~ 3
m
4
3.464 N
/*» -A£aA7 = 0 3.464 N
-6.000 N
pra -
-AEotAT» = 10.000 N 4.000 N
3.464 N
pO) -A£aAT3> = 0 3.464 N

global [K]. A única força externa


Combinando as matrizes de rigidez dos elementos, obtemos a matriz de rigidez

nesse problema é F4y = 10.000 N.
2
— f ° U 41/ í\
“ = -10.000 0 \ (2 59)
^ ^
4 [ 0 íoj \ v4 /
- valores para os deslocamentos que
A matriz de rigidez global é positiva definida, por isso obtêm se os seguintes
solucionam o problema:

^
(2 6 )
-
= 0,4 x 10 3 m '
'

°
As resultantes de forças nós elementos para o Problema II podem ser obtidas por meio da Eq. (2.45). Substituindo
as propriedades dos elementos e os deslocamentos, obtemos:
P(1> = 3.464 N
P® = 4.000 N (2.61)
P® = 3.464 N

Assim , a solução (deslocamentos e forças) ao problema enunciado é a soma das solu


ções dos Problemas I e II, con ¬

s, ao passo que o Elemento 2


forme mostra a Tabela 2.4. Observe que o Elemento 1 e o Elemento 3 estão tracionado
está comprimido.
s às forças fictícias no
Se houvesse forças externas agindo no Nó 4 neste problema, elas poderiam ser adicionada
Problema H.

2.5.2 Tensões Térmicas Utilizando a Aná lise de Elementos Finitos


problemas na subseção anterior como um
Ao usar o MEF para problemas de tensões térmicas, combinamos os dois
. Esse procedimento é si¬
problema e o resolvemos a fim de encontrar os deslocamentos e as forças simultaneamente
ao método da superposição. Examine a equação de equilíbrio do elemento Eq
milar na . (2.30) para o elemento unia ¬

xial de barra. Ela estabelece que as forças que agem em um elemento são o produto da matriz
de rigidez do elemento
o el stica linear entre tensões
pelo vetor de deslocamentos nodais, i.e., {f } = [k]{q}. Essa relação é similar à relaçã
á
e deformações no nível do elemento, onde as tensões são uma combinação linear das deformações em um ponto,
a de temperatur a, as tensões não são uma
{ cr} = [E]{ e }. Entretanto, observamos que na presenç de um diferencial
. feito na equação no ní¬
combinação linear das deformações [ver a Eq. 2.54( )] Um ajuste similar tamb é m precisa ser
vel do elemento. Na presença de tensões térmicas, a Eq . ( 2.35) pode ser modificada para

{ri’ Hi'-1]{«!<•> } - {!?> } (2.62!

onde o vetor de forças térmicas no elemento { í} } no sistema de coordenadas locais é dado por
e)

-1
0 Vi
{f j = AEaáT
^ <
(2.63
+1
0 “
Vj
j

do ve
Observe que os endereços das linhas ou o grau de liberdade correspondente a cada força s indicados ao lado
ão
da matriz de transform ação, [T]r, e usandi
tor de forças. Multiplicando ambos os lados da Eq . (2.62) pela transposta
também a relação {q} = [ T]{q}, obtemos
{f } = [k]{q} - {fr} (2.64

1 ,
r 2.5 Tensões Térmicas 75

onde [k] é a matriz de rigidez do elemento definida na Eq. (2.39) e {fr} é o vetor de forças térmicas em coordenadas
globais e dado por
-l '
Ui
{fr} = AEaAT < —
+1
m Vi
Uj
(2.65)
+m VJ
O vetor {fr} tem quatro linhas, e os endereços de suas linhas estão na mesma ordem daquelas em [k].
Se a Eq. (2.65) for substituída nas equações de equilíbrio nodal, obteremos as equações globais no nível estrutu¬
ral como
[Kí]{a} = {Fí } + {Frí} (2.66)

onde { Fn } é o vetor de cargas térmicas, que é obtido pela combinação dos vetores { fr} dos vários elementos.
Observando a Eq. (2.66), fica claro que o aumento de temperatura é equivalente a aplicar uma força adicional
à barra. Depois de eliminar as linhas e as colunas que correspondem aos graus de liberdade nulos, obtemos a
equação global como
[K]{Q} = {F} + {Fr} (2.67)

A montagem de { Fr} é idêntica à da matriz de rigidez. A Eq. (2.67) é resolvida de forma a fornecer os deslocamentos
desconhecidos {Q}. Para encontrar as forças nos elementos, devemos usar a Eq. (2.56).

EXEMPLO 2.8 Tensões Térmicas em uma Treliça Plana Usando 0 MEF


Resolva o problema de tensões térmicas no Exemplo 2.7 usando o método dos elementos finitos.

SOLU ÇÃ O . .
As matrizes de rigidez dos elementos são fornecidas pela Eq (2.58) Os vetores de forças térmicas são escritos a se¬
guir. Por conveniência, as linhas e as colunas que correspondem aos graus de liberdade iguais a zero foram retiradas
e apenas aquelas que correspondem aos graus de liberdade ativos estão apresentadas.
U4
(2.68)
t>4

1/ 2 0 I u4

^
{f } = A£«AT< 3)
- V3/ 2 oI vA

Observe que não há vetor de forças térmicas para os Elementos 1 e 3 porque eles estão na temperatura de referência.
Os endereços das linhas são mostrados ao lado do vetor de forças térmicas na Eq. (2.68).
Combinando as matrizes de rigidez dos elementos, obtemos a matriz de rigidez global [K] e, combinando os ve¬
tores de forças térmicas dos elementos { fr} , obtemos o vetor térmico global [Fr] como

{Fr} - |_10 ooo } (2.69)

Os deslocamentos que fornecem a solução podem ser obtidos usando as equações globais
[K]{Q} = {F} + {Fr} (2.70)

Por não haver forças externas neste problema, { F}

—í
4
2
° U\ ti
[ 0 lOJ -
= 0. Portanto, as equações globais são:

.U -J
A solução das equações anteriores é obtida com os seguintes valores:
«4 = 0
Í
\ 10.000
0
1J (2.71)

Vi = -0,4 x 10-3 m
ças: Método Direto
76 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treli

As resultantes de forças nos elementos são obtidas por meio da Eq. (2.56):

(2.72)
= - »/) + MVi - V,-)] - AEaAT

Substituindo as propriedades dos elementos e os deslocamentos, obtemos


/>(1) = 3.464 N
P® = -6.000 N
pW = 3.464 N
A solução anterior em elementos finitos (EF) que fornece os deslocamentos e as forças pode ser comparada com
aquela obtida pela utilização do método da superposição apresentado na Tabela 2.4.
.
Pode-se verificar o equilíbrio de forças no Nó 4 As três forças que agem no Nó 4 são mostradas na Figura 2.24.
Somando as forças nas direções xey,
2 Fx - — P, sen 30 4- P^sen 30 = 0
^
(1)

J2 Fy = P cos 30 - P + / cos 30
( ) {2) >(3)
(2.73)

= 3464 x
=0
-6000 + 3464 x

^
A análise de tensões térmicas de treliças espaciais segue os mesmos procedimentos. O vetor de forças térmicas {fr}
é uma matriz 6 X 1 e é dado por
Ut Vi Wi Uj Vj Wj
{ fT }T = AEcxAT [ -l -m - +1 +m
n +n ] (2.74) í

Na equação anterior, {fr}r é dado como uma matriz linha com os endereços mostrados acima dos elementos da ma¬
triz. Outra diferença entre os problemas de tensões térmicas bi- e tridimensionais reside nos cálculos das forças em
um elemento. Uma equação similar à Eq. (2.72) para a treliça tridimensional pode ser obtida da seguinte forma:
p (
= A£ T - aAr ) (2.75)
= — [Kuj - “ ) + mivJ
< ]
~ vi ) + n( wJ ~ wi ) - A£OLA.T

onde l , men são os cossenos diretores do elemento.

EXEMPLO 2.9 Tensões Térmicas em uma Treliça Espacial


Use o MEF para determinar os deslocamentos e as forças na treliça espacial mostrada na Figura 2.25. As coordena¬
das dos nós em unidades métricas são dadas na Tabela 2.5. A temperatura do Elemento 1 é elevada de 100°C acima

da temperatura de referência. Admita o módulo de elasticidade longitudinal E 10 GPa e a área da seção transversal

E
2
6.000 N E2 v
4
3.464 N 3.464 N Ei

i 10.000N
L i c

Figura 2.24 Equilíbrio de forças no Nd 4 Figura 2.25 Estrutura de treliça espacial com três barras
s1F§
# '

2.5 Tensões Térmicas 77


-•

Tabela 2.5 Coordenadas Nodais da Estrutura


em Treliça Espacial do Exemplo 2.9
Nó X y z
1 0 0 0
2 0 -í 1
3 0 í 1
4 1 0 1
5 0 0 1

A = 1 cm2. Admita o coeficiente de dilatação térmica a = 20 X 10 6/°C. O módulo da força dirigida de cima para
baixo (sentido negativo de z) no Nó 4 é igual a 10.000 N.

SOLU ÇÃ O O primeiro passo é determinar os cossenos diretores dos elementos. O comprimento e os cossenos diretores de cada
elemento são calculados usando as fórmulas da Eq. (2.49).

Elemento -
i >j Lixo) i m n

1
2
—-
1 »4
2 +4
ã JT.II
"

J2 / 2
• •ãi 2
0 yã/ 2
0
3 -
3 44 ã V2/2 — /2 / 2
y 0
4 •

5 44 í 1 0 0

As matrizes de rigidez do Elemento 1 até o Elemento 3 são iguais como no Exemplo 2.6. A matriz de rigidez do Ele¬
mento 4 é a seguinte:

' '
1 0 0 «4
(4)
[k ] = 70 x 105 0 0 0 V4
0 0 0 W4

Precisamos calcular o vetor .de forças térmicas apenas para o Elemento 1, uma vez que sua temperatura é diferente
da temperatura de referência. Usando a fórmula da Eq. (2.74), obtemos
«1 Vi w i «4 V4 w»
{fW }r = 7000V2[ -1 0 -1 1 0 1 ] (2.76)

Depois da montagem, obtemos equações globais na forma [K]{Q} = { F} 4- {Fx}:

1,5 + y /2 0 0,5 0 ) f 9900


35 y / 2 x 105 0 1.0 0 0 + 0
0,5 0 0,5 -10.000 9900

Resolvendo as equações acima, os deslocamentos nodais desconhecidos são obtidos com os seguintes valores:

U4= 0,8368 x IO- m


v =0
3

4
w = -0,8772 x 10-3 m
4

As forças nos elementos podem ser calculadas por meio da Eq. (2.75) e elas possuem os seguintes valores:
pO ) =
_ i4.141 N
P = +2.929 NN
F® = +2.929
P(4) = +5.858 N
Pode-se verificar que o equilíbrio de forças é satisfeito no Nó 4.
Uniaxiais e de Treliças: Método Direto
78 Capítulo 2 Elementos de Barras
!
2.6 PROJETOS
Treliça Espacial
Projeto 2.1. Análise e Dimensionamento de uma
, em 25 barras. Inicialmente, todas as barras possuem
Uma treliça espacial, como a ilustrada na Figura 2.26 consiste
( ,1 cm). Nos nós 1 e 2, é aplicada uma força constante
a mesma seção transversal circular com diâmetro d = 2,0 in 5
no solo. A estrutura reticulada é feita de
F = 60.0001b (266,9 kN) na direção y. Quatro nós (7, 8, 9 e 10 estão fixos
)
um material metálico cujas propriedades são módulo de elasticidade
longitudinal (módulo deYoung) E = 3 X 107 psi
(2,07 X 10s MPa), coeficiente de Poisson v = 0,3, tensão de escoament
o oy = 37.000 psi (255,1 MPa) e massa espe¬
cífica p = 7,3 X IO 41b • secVin (7,8 X 103 kg/m ). Utiliza-se o coeficient
- 4 3
variar entre

e de segurança N 1,5. Em consequência
0,1 in (2,54 mm ) e 2,5 in (6,35 cm).
das restrições de fabricação, o diâmetro das barras da treliça deve

.
1 Resolva a estrutura de treliça inicial usando os elementos finitos de treliça.
Faça um gráfico que mostre a iden¬
. Mostre a geometria deformada
tificação dos elementos e dos nós além de mostrar as condições de contorno
da estrutura e uma tabela que apresente as tensões de cada elemento.
elemento da treliça, de modo que
2. Minimize o peso estrutural alterando 0 diâmetro da seção transversal de cada
todas as barras estejam trabalhando dentro dos limites dados pela tens o de
ã escoamento e pelo coeficiente de
as com força zero (ou seja, que
segurança. Pode-se usar a geometria simétrica da estrutura. Identifique barras
for ça zero , use o limite inferior de diâmetro de
não estão sujeitas a ação de qualquer força). Para as barras de
para o melhor dimension amento junto a uma tabela com as
seção transversal. Forneça a geometria deformada
amento inicial e do melhor dimensiona¬
tensões de cada elemento. Forneça os pesos estruturais do dimension
mento (dimensionamento ótimo).

Projeto 2.2 Análise e Dimensionamento de uma Treliça Plana 1


de uma seção transversal quadrada e va¬
A treliça mostrada na Figura 2.27 tem dois elementos. As banas são feitas
ã interna é de 9 mm. (A espessura de
zada de alumínio. A dimensão externa do quadrado é de 12 mm e a dimens o
parede é de 1,5 mm em todos os quatro lados.) Admita o módulo de elasticidad e longitudinal E = 70 GPa e a tensão
de escoamento oy = 70 MPa. O módulo da força no Nó 1 ( F ) é igual a 1.000 N .
Elementos 1 e 2. Use a teoria de
1. Use o MEF para determinar os deslocamentos do Nó 1 e as forças axiais dos
escoamento de Von Mises para determinar se os elementos escoar ão ou não . Use a carga de flambagem de Euler
( Pcr = TEEIIL para determinar se os
1) elementos submetido s a tensõ es compressi vas irão flambar. Nas expres¬
sões anteriores, Pcr é a força axial de compressão, E é o módulo de elasticidade
longitudinal, / é o momento de

Figura 2.26 Treliça espacial com 25 barras


2.6 Projetos 79

1m
Ei 9 mm || [ Jl 2 mm

Ei
2m F

Figura 2.27 Treliça plana e domínio do projeto para o Projeto 2.2


inércia da seção transversal dado por / = ( a* - a- )/ 12, onde a,e a respectivamente, são a dimensão externa
e a dimensão interna da seção transversal quadrada vazada, e L é o comprimento do elemento.
2. Dimensione novamente a treliça de forma que tanto a restrição de tensão como a de flambagem estejam satis ¬

feitas respeitando um Coeficiente de Segurança de N não menor do que 2 para tensões e N não menor do que
1,2 para a flambagem. O objetivo de seu dimensionamento deve ser reduzir ao máximo o peso da treliça. A
treliça deve estar contida dentro do retângulo virtual mostrado pelas linhas tracejadas. O Nó 1 deve receber
uma carga vertical de cima para baixo F = 1.000 N. Os nós na parede da esquerda estão totalmente fixos. Os
nós que não estão presos à parede estão completamente livres para se moverem nas direções xty. Use a mesma
seção transversal para todos os elementos. Calcule a massa da treliça que foi dimensionada. Admita a massa
específica do alumínio como 2.800 kg/m3.
Desenhe a treliça que foi dimensionada e fomeça as coordenadas dos nós e a conectividade dos elementos na
forma de uma tabela. Os resultados também devem incluir os deslocamentos nodais, as forças em cada elemento
e os coeficientes de segurança para as tensões e para a flambagem de cada elemento na forma de tabela.

Projeto 2.3 Análise e Dimensionamento de uma Treliça Plana 2


Seja a treliça plana da Figura 2.28. As barras horizontais e verticais possuem comprimento L, ao passo que as barras

transversal A = 1,0 cm2 e L 0,3 m.


=
-
inclinadas possuem comprimento JlL. Admita o módulo de elasticidade longitudinal E = 100 GPa, a área da seção

1. Use um programa de EF para determinar as deflexões e as forças nos elementos para os três casos seguintes de
carregamento. Apresente seus resultados na forma de uma tabela.
Caso de Carregamento A: Fm = FxU = 10.000 N
Caso de Carregamento B: F/13 = Fyli = 10.000 N
=
Caso de Carregamento C: FM 10.000 N e Fxii = -10.000 N
.
2 Admitindo que a treliça se comporte como uma viga engastada e livre, podem ser determinadas as proprie¬
dades da seção transversal equivalente da viga, a partir dos resultados para os Casos A, B e C anteriores. As
três propriedades das vigas são rigidez axial ( EA )eq (essa é diferente da AE das barras da treliça), rigidez à
flexão (F/),, e a rigidez ao cisalhamento (GA
\g. Admita que o comprimento da viga seja igual a / (Z = 6 X
0,3 = 1,8 m).
A deflexão axial de uma viga devida a uma força axial F é dada por
Fl
-{E
^
‘ ÃÚ (2 -77)

7 4 (D 9 ® 10 © II © 12 ©
13 4 15 16 17 18 19
Í.I 3

© 2
© 3
© 4
® 5
© 6
©
Figura 2.28 Treliça plana e domínio do projeto para o Projeto 2.3
e de Treliças: M étodo Direto
80 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais
é
A deflexão transversal devida a uma força transversal F na extremidade i

FP Fl
aponta — 3 ( EI )eg
+ ( GA )
eq
(2.78)

Na Eq. (2.78), o primeiro termo no lado direito da equação representa a deflexão devida à flexão
e o segundo
o de cisalhamento. Na teoria elementar das vigas (teoria das
termo representa a deflexão devida à deformaçã
o por cisalhamento, uma vez que normalmente ela é muito
vigas de Euler-Bemoulli), ignoramos a deformaçã
menor do que a deflexão devida à flexão.
A deflexão transversal devida a um momento C na extremidade é dada por

Vponta — Cfi
2( EÍ )eq
(2.79)

Substitua as deflexões médias da extremidade obtidas na Parte 1 nas Eqs. (2.77)- 2.79) para calcular <
as pro¬
„ ,
priedades da seção equivalente: (£A) , (£/), e (GA), . ,
.
Pode-se usar a média das deflexões nos Nós 13 e 14 para determinar as deflexões na viga equivalente
3 Verifique o modelo da viga adicionando dois painéis à treliça ( / = 8 0 =
. X ,3 2 ,4 m ). Calcule as defle ¬

xões da extremidade da treliça estendida para os três casos de carregamento - A C usando o programa de
EF. Compare os resultados de EF com as deflexões obtidas do modelo de viga equivalente [Eqs. 2.77
( ) -
(2.79)].

Projeto 2.4 Dimensionamento em Tensão Máxima de uma Treliça com Dez Barras
O dimensionamento em tensão máxima é usado ffequentemente para estruturas de treliça. A ideia
é que devemos
à tensã o máxima, a menos que haja uma restrição de área
remover material das barras que não estejam submetidas
mínima para a seção transversal. Praticamente, em cada ciclo de dimensioname nto, a nova área de seção transversal
pode ser encontrada por meio da seguinte relação:

cargas, P, e
Uma estrutura de treliça com 10 barras mostrada na Figura 2.29 está submetida à ação de duas
peso W , variando as áreas das se ções transversais , A,-, das
P2. O objetivo do dimensionamento é minimizar o ,
ser menor do que a tens ão admiss ível com o coeficiente de seguran ¬
barras da treliça. A tensão da barra deve
ça. Por motivo de fabricação, as áreas das seções transversais devem ser maiores do que o
valor m ínimo . Os
ento
dados de entrada estão resumidos na tabela. Encontre o dimensionamento ótimo usando o dimensionam
em tensão máxima.

Parâmetros Valores
Dimensão, b 360 polegadas
Coeficiente de segurança, SF 1,5
Carga, P , 66,67 kips
Carga, P2 66,67 kips
Massa específica, p 0,1 Ib/in3
Módulo de elasticidade, E KPksi
Tensão admissível, cr^ 25 ksi*
Área inicial A, 1,0 in2
Área mínima de seção transversal 0,1 in2
•para o Elemento 9, a tensão admissível c 75 ksi
2.7 Exercícios 81

D i _© 2 O
r 3 10

' '
5 b
7

3 4

© ©
Figura 2.29 Estrutura de treliça com dez barras
Pi Pi para o Projeto 2.4

2.7 EXERCÍCIOS
1. Três corpos rígidos, 2, 3 e 4, estão unidos por quatro molas, conforme mostra a figura. Uma força horizontal de
1.000 N é aplicada ao Corpo 4, conforme a figura. Encontre os deslocamentos dos três corpos e as for ças (tra¬
ção/compressão) nas molas. Qual é a reação na parede? Admita que os corpos só possam sofrer translação na
direção horizontal. As constantes de mola (N/mm) são r, = 400, r2 500, r3 = 500, r4 = 300.

mm
If m m - -M
FA
'

2. Três corpos rígidos, 2, 3 e 4, estão unidos por seis molas, conforme mostra a figura. As paredes rígidas são re¬
,
presentadas por 1 e 5. Uma força horizontal F = 1.000 N é aplicada ao Corpo 3 no sentido mostrado na figura.
Encontre os deslocamentos dos três corpos e as forças (tração/compressão) nas molas. Quais são as reações nas
paredes? Admita que os corpos só possam sofrer translação na direção horizontal. As constantes de mola (N/mm)
são r, = 500, r2 = 400, r3 = 600, r4 = 200, r5 = 400, r6 = 300.

mm
© í
'

© Fj
-
m
.
3 Vejao sistema massa-mola descrito no Problema 2. Que força Fz deve ser aplicada ao Corpo 2 para evitar que
ele se mova? Como isso influirá nas reações de apoio?
Sugestão: Imponha a condição de contomo = 0 no MEF e encontre os deslocamentos w3 e u4. A seguir, a força
F2 será a reação no Nó 2.
4. Quatro corpos rígidos, 1, 2, 3 e 4, estão unidos a quatro molas conforme mostra a figura. Uma força horizontal
de 1.000 N é aplicada ao Corpo 1, conforme a figura. Usando a análise de EF, (a) encontre os deslocamentos dos
ça nos elementos (tração/compressão) da mola 1, e (c) as forças de reação
dois Corpos (1 e 3), (b) encontre a for
na parede da direita (Corpo 2). Admita que os corpos só podem apresentar translação na direção horizontal. As
,
constantes de mola (N/mm) são it = 400, = 500, fcj = 500 e t4 = 300. Não altere os números dos nós e dos
elementos. ^
4

3
2

©
I
82 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças M
: étodo Direto

5. Determine os deslocamentos nodais e as forças de reação usando o método direto de


rigidez . Calcule os deslo¬

camentos nodais e as forças nos elementos usando o programa de EF.

.
6 Na estrutura mostrada, os blocos rígidos estão unidos a molas lineares. Imagine que só são permitidos desloca¬
mentos horizontais. Escreva as equações de equilíbrio global [K]{ Q } = { F} depois de aplicar as condições de
contorno em deslocamentos em termos das rigidezes das molas, kt , dos graus de liberdade (GLs), u„e das
cargas
aplicadas, Ft .

.
7 Uma estrutura é composta de dois elementos unidimensionais de barra. Quando uma força de 10 N é aplicada
ao nó 2, calcule o vetor dos deslocamentos {Q}
r
= .
{ u, u2, u3 j usando o método de elementos finitos.

it , = 200 N/m =
k2 300 N/m

8. Use o MEF para determinar a força axial P em cada parte, AB e BC , da barra uniaxial. Quais são as reações de4
apoio? Admita E = 100 Gpa; as áreas da seção transversal das duas partes AB e BC são, respectivamente, 10
-
m2 e 2 X 10 4 m2, e F = 10.000 N. A força F é aplicada na seção transversal em B.
'

A B C

.
9 Considere uma barra biengastada de seção transversal circular. O comprimento da barra é de 1 m e o raio varia
segundo a fórmula r( x ) = 0,050 - 0,040x, onde rei estão em metros. Admita o módulo de elasticidade longi
¬

tudinal = 100 MPa. Ambas as extremidades da barra estão fixas, ef = 10.000 N está aplicada no centro. De¬
termine os deslocamentos, a distribuição das forças axiais e as reações nas paredes usando quatro elementos de
comprimentos iguais.

Sugestão: Para aproximar a área da seção transversal de um elemento de barra, use a média geométrica das áreas
das extremidades do elemento, i.e., AM
. —^
AiAi = trr rj. -
10 A barra com trechos diferentes de seções transversais constantes mostrada na figura está sujeita a uma força no
centro. Use o MEF para determinar o deslocamento no centro e as reações Q e RDm.

Admita: E = 100 GPa; as áreas das seções transversais das três partes mostradas são, respectivamente,
IO 4 m2, 2 X 10 4 m 2 e IO"4 m2, e F = 10.000 N.
' "
2.7 Exercícios 83

11. Usando o método direto da rigidez, encontre os deslocamentos nodais, as forças em cada elemento e as rea*
ções.

500 lb/in
3
2000 b/ n 4001b
#2

500 lb/ in 4

.
12 Uma barra com duas partes de seções transversais constantes e de áreas diferentes está fixa em uma extremidade
e está sujeita a forças concentradas conforme ilustrado. Observação: Os números dos nós não estão na ordem
usual!

3) 5 AN » 0 - 2 <fcN

I m I m

Admita: E = 100 GPa, área menor de seção transversal = 1 cm2 e área maior de seção transversal 2 cm2. =
(a) Escreva as matrizes de rigidez dos Elementos 1 e 2 mostrando os endereços das linhas.
(b) Combine as matrizes de rigidez do item anterior de modo a obter as equações correspondentes no nível es-
trutural na forma [KJ {Qs} { F }=^
.
(c) Elimine as linhas e colunas que correspondam a graus de liberdade nulos para obter as equações globais na
forma [K]{ Q} { F}.=
(d) Determine os deslocamentos e as forças nos elementos.
.
13 A equação de elementos finitos de barra uniaxial pode ser usada para outros tipos de problemas de engenharia,
se a analogia adequada for aplicada. Por exemplo, considere a rede de tubos mostrada na figura. Cada seção da
rede pode ser modelada usando um elemento finito. Se o fluxo for laminar e permanente, podemos escrever as
equações para um único elemento de tubo, da seguinte forma:
qi
qj

= K ( Pt P j )
= K { P j - Pi )
onde q{ e qt são os fluxos de fluido nos nós i e j , respectivamente; P, e Pj são as pressões nos fluidos nos nós i e
j, respectivamente; e K é
f
128/tí.

onde D é o diâmetro do tubo, p, é a viscosidade e L é o comprimento do tubo. O fluxo do fluido é considerado


positivo quando se afasta do nó. A viscosidade do fluido é 9 X 10~ 4 Pa • s.
(a) Escreva a equação matricial do elemento para o fluxo no elemento de tubo.
(b) Os valores dos fluxos que entram nos Nós 1 e 2 são de 10 e 15 m3/s, respectivamente As pressões nos Nós .
6, 7 e 8 são iguais a zero. O valor do fluxo de entrada nos Nós 3, 4 e 5 é zero. Qual é o fluxo de saída dos
Elementos 4, 6 e 7?

fii -KD L
(D 3 © 4 ©
&“ © 2 5
6 ©
©
7 ©
84 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças M
: étodo Direto

Elem 1 2 3 4 5 6 7

D(mm) 40 40 50 25 40 25 25
L(m) 1 1 1 4 2 3 3

14. Para a estrutura de treliça tridimensional, conforme a figura, determine os deslocamentos dos nós e as tensões I
normais desenvolvidas nas barras usando o método direto de rigidez. Use E = 30 X 106 N/cm e um diâmetro
2

da seção transversal circular de 0,25 cm.


- 60 N

Ligação com pino


9 cm

Apoio de rolete

12 cm
^

15. Para uma estrutura de treliça bidimensional, conforme a figura, determine os deslocamentos dos nós e as tensões |
normais desenvolvidas usando um programa de EF dos Apêndices. Use £ = 30 X 106 N/cm e um diâmetro da
2

seção transversal circular de 0,25 cm.

50 N

9 cm

Ni NA
12 cm

16. A estrutura de treliça mostrada na figura suporta uma força F no Nó 2. O MEF é usado para analisar essa estru¬
tura por meio de dois elementos de treliça, conforme a ilustração.

©
P E, A , L 2
E, A, L
2

(a) Calcule a matriz de transformação para os Elementos 1 e 2.


(b) Calcule as matrizes de rigidez dos elementos para ambos os elementos no sistema de coordenadas globais.
(c) Combine as matrizes de rigidez e os vetores de forças para a equação matricial da estrutura [KyKQj} = { Fs}
antes de aplicar as condições de contorno.
(d) Resolva a equação de EF após aplicar as condições de contorno. Escreva os deslocamentos nodais em coor¬
denadas globais.
(e) Calcule a tensão no Elemento 1. Ela é de tração ou de compressão?
.
17. A estrutura de treliça mostrada na figura suporta a força F Usa-se o MEF para analisar essa estrutura por meio
de dois elementos de treliça, conforme a ilustração. Área da seção transversal (para todas as barras) A = 2 inJ =
= =
(12,9 cm2). Módulo de Elasticidade longitudinal E 30 X 106 psi (2,07 X 105 MPa). Ambos os elementos
=
possuem o mesmo comprimento L 10 ft (3,05 m).
(a) Calcule a matriz de transformação para os Elementos 1 e 2 para transformações entre o sistema de coorde¬
nadas globais e locais de cada element .
*
( b) Calcule as matrizes de rigidez dos Elementos 1 e 2.
(c) Faça a montagem da equação matricial da estrutura [Ks]{ Qs} = { Fs } (sem aplicar as condições de con¬
torno).
2.7 Exercícios 85

(d) Após resolver as equações finais determina-se que os componentes de deslocamentos do Nó 1 são u ,
1,5 x 10~2 in (3,81 X IO 2 cm), uly
"

=- -
0,5 X 10 ~2 in ( 1,27 X IO'2 cm). Calcule a carga aplicada F. *
(e) Calcule a tensão e a deformação no Elemento 1.

©
18. Use o MEF para resolver a treliça plana mostrada a seguir. Admita AE
camentos nodais, as forças em cada elemento e as reações de apoio.
— 10s N, L = 1 m. Determine os deslo¬

2 2
L

L 3
10.000 N
3

19. A treliça plana mostrada na figura tem dois elementos e três nós. Calcule as matrizes de rigidez 4 X 4 dos ele¬
mentos. Mostre claramente os endereços das linhas. Desenvolva as equações finais (depois de aplicar as condi¬
ções de contorno) para a treliça na forma de [K]{ Q} = {F}. Quais são os deslocamentos nodais e as forças nos
elementos? Admita E = 10" Pa, A = 10 4 m2, L = 1 m, F = 14.142 N.
"

L ©

2 L
v

.
20 Use o MEF para resolver os dois problemas de treliças planas mostrados na figura a seguir. Admita AE = 106 N,
L = 1 m. Antes de resolver as equações globais [K] ( Q ) = ( F ). encontre o determinante de [KL A matriz [K]
possui uma inversa? Explique sua resposta.

2
L L 3 V

Q
L
2) © L

1.000 N 1.000 N

21. Determine as forças e as tensões axiais em cada barra da treliça mostrada na figura usando um dos programas
de elementos finitos do Apêndice. Admita que o módulo de elasticidade transversal é de 104 psí (689,5 MPa)
e todas as seções transversais são circulares com um diâmetro de 2 in (5,1 cm). Compare os resultados com as
soluçOes exatas obtidas do diagrama de corpo livre.
r
86 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças: Método Direto

4001b

Material: Barra de aço


Diâmetro: 2 polegadas

12 ' 12 ' 1 2'

1.200 lb

22. Determine a tensão normal em cada barra da estrutura de treliça. Todos os nós são juntas esféricas e o material
é aço, cujo módulo de elasticidade longitudinal é E = 210 GPa.

8 kN

a=b - - 10 cm
6m
C

D 6m
5m

23. A treliça espacial mostrada tem quatro barras. Determine os componentes de deslocamentos do Nó 5 e a força
em cada barra. Os números dos nós são os números no interior dos círculos na figura. As dimensões da caixa
imaginária que encerra a treliça são: 1 X 1 X 2 m. Admita AE = 106 N. As coordenadas dos nós são dadas na
tabela a seguir.

3
I
10.000 N

Nó y z
1 0 1 2
2 0 0 2
3 1 0 2
4 0 0 0
5 1 0 0

. _
24 A barra uniaxial mostrada a seguir pode ser modelada como uma treliça unidimensional. A barra tem as seguintes
propriedades: L — 1 m, A IO-4 m2, E = 100 GPa, e a = 10 4/°C. A partir do estado inicial, livre de tensões, é
aplicada uma força de 5.000 N no Nó 2 e a temperatura é levada para 100°C abaixo da temperatura de referên ¬

cia. I
(a) Calcule a equação matricial global após a aplicação das condições de contorno.
(b) Resolva a equação e encontre o deslocamento u2.
(c) Qual é a força P que atua na barra?

5.000 N
.
A E, L

25. Na estrutura mostrada a seguir, a temperatura do Elemento 2 está 100°C acima da temperatura de referência. J
É aplicada uma força externa de 20.000 N na direção x (direção horizontal) no Nó 2. Admita E = 10 Pa A =
IO'4 m2.
"
s. 2.7 Exercícios 87

20.000 N

1m 1m

(a) Escreva as matrizes de rigidez e os vetores das forças térmicas de todos os elementos.
(b) Escreva a equação matricial global .
(c) Resolva as equações globais para determinar o deslocamento do Nó 2.
(d) Determine a força em cada elemento. Diga se ela é de tração ou de compressão.
(e) Mostre que o equilíbrio de forças é satisfeito no Nó 2.
.
26 Use a análise de elementos finitos para determinar os deslocamentos nodais na treliça plana mostrada na Figura
(a). A temperatura do Elemento 2 está 100°C acima da temperatura de referência, i.e., AT® = 100°C. Calcule a
força em cada elemento. Mostre que o equilíbrio de forças é satisfeito no Nó 3. Admita L = 1 m, AE = 107 N,
a = 5 X 10-6/°C.

© I, AT © Ar AT IO.OOON
2 / \ 2 y X 2 /
V // X.5 /4
1
yt 3 1
\ 4
Y 3 1
X/
X 3

(a) (b) (c)


;
27. Repita o Problema 26 com a nova configuração onde foi adicionado o Elemento 5, conforme ilustra a Figura
(b).
28. Repita o Problema 26 com uma força externa adicionada no Nó 3, conforme ilustra a Figura (c).
.
29 As propriedades das barras da treliça mostrada na figura do lado esquerdo são dadas na tabela. Calcule os des¬
locamentos nodais e as forças nos elementos. Mostre que o equilíbrio de forças é satisfeito no Nó 3.

Elem L ( m) A (cmJ) E (GPa) a(/°C) AT(°C )


6
1 1 1 100 20 X IO '
0
2 1 1 100 20 X IO ’ 6 0
1 6
3 1 100 20 X 10 ‘
0
4 1 1 100 20 X 10-< 0
5 1 100 20 X IO '6
-200

© © 0
4 2 4
-
'

.
30 Repita o Problema 29 para a treliça mostrada na figura do lado direito. As propriedades do Elemento 6 são idên¬
ticas às do Elemento 5, mas AT 0°C.
=
. _
31 A treliça mostrada na figura suporta a força F = 2.000 N. Ambos os elementos possuem a mesma rigidez axial
de AE = 107 N, 0 mesmo coeficiente de dilatação térmica a = 10 6/°C e o mesmo comprimento L = 1 m. En¬
quanto a temperatura no Elemento 1 permanece constante, a temperatura do Elemento 2 é abaixada de 100°C.
(a) Escreva as matrizes de rigidez 4 x 4 [k] dos elementos e os vetores de forças térmicas 4 X l { fT} para o
Elemento 1 e o Elemento 2. Mostre claramente os endereços das colunas.
(b) Combine os dois elementos e aplique as condições de contorno para obter a equação matricial global [K]
Í Q 1 = IF ) + { Fr} .
F "

88 Capítulo 2 Elementos de Barras Uniaxiais e de Treliças: Método Direto

(c) Resolva a equação e encontre os deslocamentos nodais. 1


ív
'
© F
1 L
2
X
:

.
32 A análise por elementos finitos foi usada para resolver o problema de treliça mostrado a seguir. Os deslocamen¬ 1

tos que fazem parte da solução foram obtidos como Uj = 1 mm, V 2 = 1 mm , u3 = 2 mm et)3 = 1 mm Nota:
Os deslocamentos são dados em mm.

(a) Determine as forças axiais P nos Elementos 2 e 4.
(b) As forças nos Elementos 3 e 5 foram encontradas com os valores de P°> = -2.000 N, f *® = 7.070 N. De¬
termine a reação de apoio R no Nó 4 usando as equações de equilíbrio nodal.
^
As propriedades das barras são listadas na tabela abaixo.

Elem -
i *j AE [N] L [ m] A7T°C] a[2/°C] 4>
1 1, 2 107 1 - 100 10 «
"
90°
2 2, 3 10’ 1 0. IO 6
'

3 3, 4 107 1 + 100 io-« -90°
4 1, 3 107 1 ,414 + 200 io-« 45°
5 2, 4 107 1 ,414 + 200 10 «

-45 °

2
'

33. Use o MEF p ara resolver a treliça plana mostrada a seguir. Admita AE = 106 N, L = 1 m, a = 20 X 10 6/°C.
_
A temperatura do Elemento 1 é 100°C abaixo da temperatura de referência, ao passo que os Elementos 2 e 3
|
estão na temperatura de referência. Determine os deslocamentos nodais, a força em cada elemento e as reações
de apoio. Mostre que o equilíbrio nodal é satisfeito no NÓ 4. í
2
4
L

L 3 V
10.000 N
3

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