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Ernani Pimentel • Márcio Wesley • Jorge Fernando • Marcelo Andrade • Maurício

Nicácio • Welma Maia • Livres Rocha • Samantha Pozzer Kühleis • Anderson Lopes
Edgard Antônio Lemos Alves • Fabrício Sarmanho • Eduardo Muniz Machado
Cavalcanti • Weslei Machado

Língua Portuguesa • Noções de Informática • Normas Aplicáveis aos Servidores


Públicos Federais • Regimento Interno do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia • Noções
de Sustentabilidade • Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência • Noções de
Gestão Pública • Noções de Direito Administrativo • Noções de Direito Constitucional
Noções de Direito Eleitoral

2017

Este eBook foi adquirido por IURI OLIVEIRA - CPF: 950.519.965-15.


A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
© 2017 Vestcon Editora Ltda.

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Título da obra: Tribunal Regional Eleitoral da Bahi – TRE‑BA


Técnico Judiciário – Área Administrativa
Conhecimentos Gerais e Específicos – Nível Médio
Atualizada até 5-2017 (AT695)

(De acordo com o Edital nº 1 – TRE/BA, de 20 de junho de 2017 - Cespe)

Língua Portuguesa • Noções de Informática • Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
Regimento Interno do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia • Noções de Sustentabilidade
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência • Noções de Gestão Pública
Noções de Direito Administrativo • Noções de Direito Constitucional
Noções de Direito Eleitoral

Autores:
Ernani Pimentel • Márcio Wesley • Jorge Fernando • Marcelo Andrade
Maurício Nicácio • Welma Maia • Livres Rocha • Samantha Pozzer Kühleis
Anderson Lopes • Edgard Antônio Lemos Alves • Fabrício Sarmanho
Eduardo Muniz Machado Cavalcanti • Weslei Machado

GESTÃO DE CONTEÚDOS ASSISTENTE DE REVISÃO


Welma Maia Pedro Igor

PRODUÇÃO EDITORIAL EDITORAÇÃO ELETRÔNICA


Érida Cassiano Marcos Aurélio Pereira
Adenilton da Silva Cabral
REVISÃO
Érida Cassiano
Mariana Lacerda
Ylka Ramos

www.vestcon.com.br

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TRE-BA

SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados.............................................................................................. 3

Reconhecimento de tipos e gêneros textuais........................................................................................................................ 9

Domínio da ortografia oficial................................................................................................................................................ 15

Domínio dos Mecanismos de Coesão Textual


Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e de outros elementos de
Sequenciação textual........................................................................................................................................................ 12
Emprego de tempos e modos verbais............................................................................................................................... 57

Domínio da estrutura morfossintática do período


Emprego das classes de palavras...................................................................................................................................... 44
Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração................................................................................. 34
Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração................................................................................ 25
Emprego dos sinais de pontuação..................................................................................................................................... 71
Concordância verbal e nominal................................................................................................................................... 78/82
Regência verbal e nominal................................................................................................................................................ 84
Emprego do sinal indicativo de crase................................................................................................................................ 88
Colocação dos pronomes átonos...................................................................................................................................... 56

Reescrita de frases e parágrafos do texto


Significação das palavras. Substituição de palavras ou de trechos de texto. Reorganização da estrutura de
Orações e de períodos do texto.................................................................................................................................... 9/75
Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade.........................................................................9/14/75

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Língua Portuguesa
Ernani Pimentel / Márcio Wesley

Ernani Pimentel INTERPRETAÇÃO


Interpretação significa dedução, inferência, conclusão,
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE ilação. As questões de interpretação não querem saber o
TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS que está escrito, mas o que se pode inferir, ou concluir, ou
deduzir do que está escrito.
Textum, em latim, particípio do verbo tecer, significa
tecido. Dessa palavra originou-se textus, que gerou, em Comandos para Questão de Interpretação
português, “texto”. Portanto, está-se falando de “tecido” de
frases, orações, períodos, parágrafos... Uma “tessitura” de Da leitura do texto, infere-se que...
ideias, de argumentos, de fatos, de relatos... O texto permite deduzir que...
Da fala do articulista pode-se concluir que...
INTELECÇÃO (OU COMPREENSÃO) Depreende-se do texto que...
Qual a intenção do narrador quando afirma que...
Intelecção significa entendimento, compreensão. Os Pode-se extrair das ideias e informações do texto que...
testes de intelecção exigem do candidato uma postura muito
voltada para o que realmente está escrito. Questão

1. Observe a tirinha a seguir, da cartunista Rose Araújo:


Comandos para Questão de Compreensão
O narrador do texto diz que...
O texto informa que...
Segundo o texto, é correto ou errado dizer que...
De acordo com as ideias do texto...

Questão

1. Assinale a opção correta em relação ao texto. (www.fotolog.com/rosearaujocartum)

O Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recur- Infere-se que o humor da tirinha se constrói:
sos Hídricos – PROÁGUA Nacional é um programa do a) pois a imagem resgata o valor original do radical que
Governo Brasileiro financiado pelo Banco Mundial. O compõe a gíria bombar.
Programa originou-se da exitosa experiência do PRO- b) pois o vocábulo bombar foi dito equivocadamente
5
ÁGUA / Semiárido e mantém sua missão estruturante, no sentido de “bombear”.
com ênfase no fortalecimento institucional de todos os c) pois reflete o problema da educação no país, em
atores envolvidos com a ges­tão dos recursos hídricos que os alunos só se comunicam por gírias, como é
no Brasil e na implantação de infraestruturas hídricas o caso de fessor.
viáveis do ponto de vista técnico, financeiro, econômico, d) porque a forma fessor é uma tentativa de incluir na
10
ambiental e social, promovendo, assim, o uso racional norma culta o regionalismo fessô.
dos recursos hídricos. e) porque o vocábulo bombar não está dicionarizado.

(http://proagua.ana.gov.br/proagua) Gabarito
a
a) O PROÁGUA / Semiárido é um dos subprojetos de-
rivados do PROÁGUA/Nacional.
b) A expressão “sua missão estruturante” (l. 5) refere- Preste, portanto, atenção aos comandos para não errar.
-se a “Banco Mundial” (l. 3). Se o texto diz que o rapaz está cabisbaixo, você não pode
“deduzir”, ou “inferir”, que ele está de cabeça baixa, porque
c) A ênfase no fortalecimento institucional de todos os
isso já está dito no texto. Mas você pode interpretar ou con-
atores envolvidos com a gestão de recursos hídricos cluir que, por exemplo, ele esteja preo­cupado, ou tímido, em
é exclusiva do PROÁGUA/Semiárido. função de estar de cabeça baixa.
d) Tanto o PROÁGUA/Semiárido como o PROÁGUA/
Nacional promovem o uso racional dos recursos
Comandos para Medir Conhecimentos Gerais
Língua Portuguesa

hídricos.
e) A implantação de infraestruturas hídricas viáveis do Tendo o texto como referência inicial...
ponto de vista técnico, financeiro, econômico, am- Considerando a amplitude do tema abordado no texto...
biental e social é exclusiva do PROÁGUA/Nacional. Enfocando o assunto abordado no texto...

Gabarito Nesses casos, o examinador não se apega ao ponto de


vista do texto em relação ao assunto, mas quer testar o
d conhecimento do candidato a respeito daquela matéria.

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Questões Aqui a questão pretende medir o conhecimento grama-
tical do candidato e pode abordar assuntos de morfologia,
Texto para os itens de 1 a 11. sintaxe, semântica, estilística, coesão e coerência...

Os oceanos ocupam 70% da superfície da Terra, Questões


mas até hoje se sabe muito pouco sobre a vida em suas
regiões mais recônditas. Segundo estimativas de ocea- Considerando as estruturas linguísticas do texto, julgue os
nógrafos, há ainda 2 milhões de espécies desconhecidas itens seguintes.
5
nas profundezas dos mares. Por ironia, as notícias mais 6. No trecho “até hoje se sabe” (l.2), o elemento linguís-
frequentes produzidas pelas pesquisas científicas relatam
tico “se” tem valor condicional.
não a descoberta de novos seres ou fronteiras marinhas,
mas a alarmante escalada das agressões impingidas
aos oceanos pela ação humana. Um estudo recente do 7. O trecho “muito pouco sobre a vida em suas regiões
10
Greenpeace mostra que a concentração de material mais recônditas” (ls.2-3) é complemento da forma
plástico nas águas atingiu níveis inéditos na história. Se- verbal “sabe” (l.2).
gundo o Programa Ambiental das Nações Unidas, existem
46.000 fragmentos de plástico em cada 2,5 quilômetros 8. A palavra “recônditas” (l.3) pode, sem prejuízo para
quadrados da superfície dos oceanos. Isso significa que a informação original do período, ser substituída por
15
a substância já responde por 70% da poluição marinha profundas.
por resíduos sólidos.
9. O termo “mas” (l.8) corresponde a qualquer um dos
Veja, 5/3/2008, p. 93 (com adaptações). seguintes: todavia, entretanto, no entanto, conquanto.

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a 10. Na linha 9, a presença de preposição em “aos oceanos”
amplitude do tema por ele abordado, julgue os itens de 1 a 5. justifica-se pela regência do termo “impingidas”.

1. Ao citar o Greenpeace, o texto faz menção a uma das 11. O termo “a substância” (l.15) refere-se ao antecedente
mais conhecidas organizações não governamentais “plástico” (l.11).
cuja atuação, em escala mundial, está concentrada na
melhoria das condições de vida das populações mais Gabarito
pobres do planeta, abrindo-lhes frentes de trabalho no
setor secundário da economia. Itens 6, 7 e 9 errados; itens 8, 10 e 11 certos.

2. Por se decompor muito lentamente, o plástico pas-


sa a ser visto como um dos principais responsáveis Erros Comuns de Leitura
pela degradação ambiental, razão pela qual cresce o
movimento de conscientização das pessoas para que Extrapolação ou ampliação
reduzam o consumo desse material. A questão abrange mais do que o texto diz.
O texto disse: Os alunos do Colégio Metropolitano es-
3. Considerando o extraordinário desenvolvimento cien- tavam felizes.
tífico que caracteriza a civilização contemporânea, é A questão diz: Os alunos estavam felizes.
correto afirmar que, na atualidade, pouco ou quase Explicação: o significado de “alunos” é muito mais amplo
nada da natureza resta para ser desvendado. que o de “alunos de um único colégio”.
4. A exploração científica da Antártida, que enfrenta enor-
mes dificuldades naturais próprias da região, envolve Redução ou limitação
a participação cooperativa de vários países, mas os A questão reduz a amplitude do que diz o texto.
elevados custos do empreendimento impedem que O texto disse: Muitos se predispuseram a participar do
representantes sul-americanos atuem no projeto. jogo.
A questão diz: Alguns se predispuseram a participar do
5. Infere-se do texto que a Organização das Nações Unidas jogo.
(ONU) amplia consideravelmente seu campo de atuação Explicação: o sentido da palavra “alguns” é mais limitado
e, sem deixar de lado as questões cruciais da paz e da que o de “muitos”.
segurança internacional, também se volta para temas
que envolvem o cotidiano das sociedades, como o meio Contradição
ambiente. A questão diz o contrário do que diz o texto.
O texto disse: Maria é educada porque é inteligente.
Gabarito A questão diz: Maria é inteligente porque é educada.
Explicação: no texto, “inteligente” justifica “educada”; na
Itens 1, 3 e 4 errados; itens 2 e 5 certos. questão se inverteu a ordem e “educada” é que justifica
Língua Portuguesa

“inteligente”.
Comandos para Medir Conhecimentos
Linguísticos Desvio ou Deturpação
O texto disse: A contratação da funcionária pode ser
Considerando as estruturas linguísticas do texto, julgue considerada competente.
os itens. A questão diz: A funcionária contratada pode ser consi-
Assinale a alternativa que apresenta erro gramatical. derada competente.
Aponte do texto a construção que não foge aos preceitos Explicação: no texto, “competente” refere-se a “contra-
da norma culta. tação” e não a “funcionária”.

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Leia o Texto 6. Errado Por quê? Primeiro, o texto não abrange as-
sunto nacional, mas internacional. Segun-
Em vida, Gustav Mahler (1860-1911), tanto por sua per- do, não se pode deduzir que haja unanimi-
sonalidade artística como por sua obra, foi alvo de intensas dade, mas uma boa ou grande aceitação.
polêmicas – e de desprezo por boa parte da crítica. A incom-
preensão estética e o preconceito antissemita também o 7. Certo
acompanhariam postumamente e foram raros os maestros 8. Certo
que, nas décadas que se seguiram à sua morte, se empe- 9. Certo
nharam na apresentação de suas obras. [...]
10. Certo
Julgue os itens a seguir. 11. Certo Por quê? Conforme o texto, tais críticos,
além de não compreenderem o lado esté-
1. Deduz-se do texto que Gustav Mahler foi alvo de inten- tico do artista, incorreram em preconceito.
sas polêmicas.
2. Deduz-se do texto que o personagem central (Mahler)
foi um compositor. IDEIA PRINCIPAL E SECUNDÁRIA
3. Deduz-se do texto que o personagem central (Mahler)
era de origem judaica. Em vida, Gustav Mahler (1860-1911), tanto por sua per-
4. Pode-se deduzir do texto que o personagem central sonalidade artística como por sua obra, foi alvo de intensas
(Mahler) foi um compositor de músicas eruditas. polêmicas – e de desprezo por boa parte da crítica. A incom-
5. Pode-se inferir do texto que só depois de se terem preensão estética e o preconceito antissemita também o
passado algumas ou várias décadas desde sua morte acompanhariam postumamente e foram raros os maestros
é que Mahler acabou por ser admirado artisticamente que, nas décadas que se seguiram à sua morte, se empenha-
e deixou de ter sua obra segregada. ram na apresentação de suas obras.
6. Pode-se inferir do texto que hoje a avaliação positiva da
obra de Mahler constitui uma unanimidade nacional. Julgue os itens.
7. Intelecção, ou entendimento do texto é a captação 12. O parágrafo lido constitui-se de dois períodos, residindo
objetiva das informações que o texto traz abertamente, a ideia principal no segundo.
explicitamente. 13. A ideia principal está contida no primeiro período,
8. Interpretação, ilação, dedução, conclusão, percepção representando o segundo um desenvolvimento das
do texto é resultado de raciocínio aplicado, permitindo ideias do primeiro.
captar-lhe tanto as informações explícitas, quanto as
implícitas. 14. Qual a ideia principal do texto?
9. A aplicação do raciocínio lógico às informações contidas a) Mahler foi um compositor.
no texto, expostas ou subentendidas, permite ao leitor b) Mahler tinha origem judaica.
tirar dele conclusões ou interpretá-lo corretamente. c) Mahler compunha música erudita.
10. A leitura de um texto deve levar em consideração o mo- d) O valor de Mahler só foi reconhecido devidamente
mento e as circunstâncias em que foi construído, bem a partir de algumas décadas após seu falecimento.
como à finalidade a que se propõe. e) A finalidade do texto é dizer que boa parte da críti-
11. Segundo opinião dedutível do texto, os críticos que ca foi contrária a Mahler.
desprezaram o compositor estavam errados.
Gabarito Comentado
Gabarito Comentado
12. Errado A questão seguinte esclarece o assunto.
1. Errado. Por quê? Esta informação – “foi alvo de in- 13. Certo
tensas polêmicas” – não “se deduz” do tex- 14. d
to, está claramente expressa nele.
2. Certo Por quê? Esta dedução se origina da infor- Nesta questão 14, todas as cinco alternativas exprimem
mação de que “maestros” apresentaram informações contidas no texto dado. Contudo, entre as
obras dele. ideias lançadas em qualquer texto, existe uma hierarquia,
uma gradação de importância. Daí os conceitos de IDEIA
3. Certo Por quê? A informação de que ele foi alvo CENTRAL OU PRINCIPAL e IDEIAS SECUNDÁRIAS OU PERIFÉ-
de ”preconceito antissemita” leva à conclu- RICAS. A ideia central ou principal será a responsável pelo
são de que ele era “de origem judaica”. TEMA, que não se define por uma só palavra, mas por uma
4. Certo Por quê? A palavra “maestro” tem uma co- AFIRMAÇÃO. Pode-se dizer que o tema do trecho lido é a
notação diferente (sem vírgula) de “cantor”, valorização póstuma da obra mahleriana. As demais ideias,
“compositor”, “DJ”, “intérprete” etc. Maes- secundárias, servem para dar maior compreensão ao texto
tro pressupõe erudição, por sua própria for- e propiciar ao leitor uma visão mais detalhada do assunto.
mação acadêmica; por isso, “pode-se dedu-
zir que as músicas sejam eruditas, pois ‘eru-
Língua Portuguesa

COMO ACHAR A IDEIA PRINCIPAL OU O TEMA


ditos’ se empenham na sua apresentação”.
O “pode-se deduzir” é aceitável, porque não Tratando-se de texto expositivo, argumentativo, os exa-
impõe que seja uma “dedução obrigatória”. minadores buscam avaliar no candidato a capacidade de
5. Certo Por quê? Essa inferência (dedução) nasce captar o mais importante. Quando você tem pouco tempo
da informação de que “foram raros os ma- na prova e precisa responder a uma questão que indaga
estros que, nas décadas que se seguiram à sobre o tema ou a ideia central de um longo texto, ou de
sua morte, se empenharam na apresenta- um texto completo, basta concentrar-se na leitura do último
ção de suas obras.” parágrafo. Necessariamente lá está a resposta da questão.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Normalmente, num parágrafo, a ideia principal se encon- Subentendidos
tra na parte inicial sendo seguida de um desenvolvimento, Os subentendidos se formam por dedução subjetiva do
em forma de explicação, detalhamento, exemplificação etc.. leitor, pois baseiam-se em sua visão de mundo, por isso são
Essa ideia principal também é conhecida por TÓPICO FRASAL. discutíveis.
Mais raramente, pode ser encontrada no final do parágrafo, Ex.: Teresa voltou da Índia.
sob a forma de conclusão das informações ou explanações
que a antecedem. Repetindo: a ideia central ou principal de Subentendidos: Teresa gastou muito (discutível, pois
um parágrafo se situa no início ou no final. Nas outras partes, pode alguém ter pago tudo); ela é uma felizarda, aproveitou
aparecem os argumentos. bastante (discutível, porque pode ter ido a trabalho, com
Quando a abordagem é não apenas de um parágrafo, pouco dinheiro, e ter ficado hospitalizada o tempo todo).
mas de um texto completo, o tema ou ideia principal se Exercícios
encontra no último parágrafo, podendo também aparecer
no primeiro, conhecido como parágrafo introdutório. Os Assinale C ou E nos parênteses.
parágrafos centrais são reservados às argumentações, que Na frase Carlos mudará de profissão,
contribuem para dar suporte à principal ideia. 1. ( ) tem-se como pressuposto que ele ganha pouco.
2. ( ) tem-se como pressuposto que ele tem profissão.
3. ( ) é possível que ele esteja contrariado.
INTERTEXTUALIDADE 4. ( ) é possível que ele tenha profissão.
Chama-se intertextualidade a relação explícita ou implí-
Gabarito
cita de um texto com outro.
Quando Chico Buarque diz, na música Bom Conselho, “de- 1. E 2. C 3. C 4. E
vagar é que não se vai longe”, “quem espera nunca alcança”,
cria uma intertextualidade implícita com os ditos populares
“devagar se vai ao longe” e “quem espera sempre alcança”. TIPOLOGIA TEXTUAL

Veja a estrofe seguinte: Narração ou história


Minha terra tem palmares Texto que conta uma história, curtíssima ou longa, tendo
Onde gorjeia o mar personagem, ação, espaço e tempo, mas o tempo tem de
Os passarinhos daqui estar em desenvolvimento.
Não cantam como os de lá Ela chegou, abriu a porta, entrou e olhou para mim. (As
(Oswald de Andrade) ações acontecem em sequência)

E responda C (certo) ou E (errado): Descrição ou retrato


( ) Esses versos lembram “Minha terra tem palmeiras, / 1. Texto que mostra um ambiente.
Onde canta o sabiá; / As aves, que aqui gorjeiam, / Não O Sol estava a pino, as portas trancadas, as janelas
gorjeiam como lá. /”, de Gonçalves Dias. escancaradas, as ruas vazias, os carros estacionados, os
( ) A criação de Oswald de Andrade constitui um combate galhos das árvores e o capim absolutamente parados.
à estética romântica.
( ) trata-se de bom exemplo de intertextualidade. 2. Texto que mostra ações simultâneas.
Enquanto ela falava, o cachorro latia, a criança cho-
Gabarito rava, o vizinho aplaudia. (As ações acontecem no
mesmo momento, o tempo está parado)
C, C, C
Dissertação ou ideias
IMPLÍCITOS: PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS
Texto construído não para contar história ou fazer um
retrato, mas para desenvolver um raciocínio.
Implícitos É sábio dizer-se que o limite de um homem é o limite de
Implícitos constituem informações que não se encontram seu próprio medo.
exteriorizadas (ou escritas ou pronunciadas) no texto, estando
apenas sugeridas por um ou outro índice linguístico. É a leitura Na prática, um texto pode misturar as tipologias, por isso
atenta e competente que permite ao leitor a percepção do que é comum classificá-lo com base em qual tipologia predomina,
ficou implícito, ou se mostra apenas nas entrelinhas. ou seja, para atender a qual tipologia o texto foi feito.

Pressupostos O tipo DISSERTAÇÃO modernamente vem sendo subs-


Língua Portuguesa

Os pressupostos são identificados por estarem sugeridos tituído, conforme o caso, por Argumentação, Exposição, ou
por palavras ou outros elementos do texto, não são difíceis Injunção:
de encontrar-se e não podem ser desmentidos pelo uso do • Argumentação: apresenta argumentos na defesa
raciocínio lógico. de um ponto de vista:
Ex.: Teresa voltou da Índia. A sua expansão industrial e comercial ocorreu muito antes
dos países vizinhos, não só porque dispunha de extensa
Pressupostos: ela foi à Índia (indiscutível); a viagem teve rede de ferrovias, hidrovias e rodovias, mas também por-
início há mais que dois dias (indiscutível). que detinha maiores recursos para investimento.

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• Exposição: apenas expõe as ideias, sem apresentar Texto 5.
argumentos: ( ) A manhã estava radiosa e cálida. Sequer uma nuvem.
A Bulgária se tornou membro da União Europeia em As folhagens das árvores, dos arbustos e das gramíneas
janeiro de 2007, após dez anos de negociação. oscilavam suavemente. Juritis, sabiás e bemtevis har-
• Injunção: orienta o comportamento do receptor: monizavam seus cantares, vez por outra salpicados por
Manuais de utilização de equipamentos. Orientações latidos um tanto quanto lentos e preguiçosos. O perfu-
de como tomar um remédio. Como ligar e desligar a me do jasmim ocupava a beira da piscina, envolvendo
irrigação do jardim... o tom rosado da pele de Janaína.

( ) Ponha nestes parênteses o número do texto que faz uso


Exercícios do diálogo em sua organização.
Use as letras iniciais das cinco frases seguintes para identificar
nos parênteses, os cinco textos que as acompanham. Gabarito
N. Constitui exemplo de narração. Texto 1 (I)
D. Predomina o caráter de descrição. Texto 2 (N)
I. Tem como base um parágrafo injuntivo. Texto 3 (A)
E. Exemplifica dissertação expositiva. Texto 4 (E)
A. Classifica-se como dissertação argumentativa. Texto 5 (D)
Texto 1
Atenção para as partes em itálico.

Texto 1 (EP). NÍVEIS DE FORMALIDADE/INFORMALIDADE


( ) Quando Clarice se mostrou chateada com algumas es-
trias no seio, Rogério prontamente informou: Níveis de Fala (Tipos de Norma)
– Tenho solução para isso.
– É verdade que você tem?
Registro formal ou adloquial
– Claro! No registro formal (adloquial, culto, padrão), as circuns-
– Então me ensina. tâncias exigem do emissor postura concentrada e adequada
– Ponha duas colheres de sopa de azeite numa frigi- a um grupo sofisticado de falantes. Tende ao uso da norma
deira. Amasse três dentes de alho, depois de tirar a culta (também chamada de padrão, ou erudita), que se
casca, e misture-os ao azeite. Deixe a mistura no fogo estuda nas gramáticas normativas.
médio por cinco minutos e apague o fogo. Aguarde que Por favor, entenda que seria importante para nós sua
ela esfrie um pouco até a temperatura ficar suportável presença.
ao tato. Durante oito minutos, embeba quantas vezes
necessárias um algodão naquele azeite, e passe-o su-
avemente em movimentos circulares no seio estriado. Registro informal ou coloquial
A informalidade ou coloquialismo acontece quando o
Vá ao espelho e veja o resultado.
ambiente permite ao emissor uma postura mais à vontade,
– As estrias vão embora?
sem preocupações gramaticais.
– Podem ir, mas se não forem, você pode estrear um
Vem, que sua presença é importante. (A gramática orien-
peitinho a alho e óleo.
ta: Vem, que tua presença... ou Venha, que sua presença...)
Na informalidade, a língua é usada na forma de cada
Texto 2 (EP).
região, profissão, esporte, gíria, internet...
( ) Paulo abriu a porta devagar, observou com calma o
ambiente, caminhou pé ante pé até a janela, abriu a
cortina, esperou que os olhos se acostumassem à clari- Registro vulgar
dade que invadiu o quarto, só então deitou-se no chão Normalmente envolve uso de calão ou gíria.
e vasculhou com os olhos a parte embaixo da cama. Oi, cara, pinta lá no pedaço.
Teve certeza de que o bicho não estava lá.
Registro de baixo calão
Texto 3 (EP). É o nível das gírias pesadas e dos palavrões.
( ) Berenice percebeu que André não lhe estava sendo fiel Naquele cafofo só vai ter piranha e Zé-mané, porra.
porque ele dissera não conhecer Isaura, mesmo depois Cada texto deve obedecer a um nível de formalidade
de ter dormido na casa dela. Além disso, as duas vezes ou informalidade, com a escolha do vocabulário e de cons-
que Berenice citou o nome de Isaura, André desviou truções frásicas adequada ao público e ao ambiente a que
primeiro o olhar, em seguida mudou de assunto. Sem se destina.
falar no perfume que o acompanhava quando entrou
em casa: o preferido de Isaura. Variação linguística
Língua Portuguesa

Uma língua se realiza na fala de grupos diferentes, no


Texto 4. tempo (compare os escritos da carta de Caminha, de José
( ) Para investigadores, há indícios de que parte do dinheiro de Alencar e de hoje), no espaço (veja as diferenças de ex-
desviado tenha sido usado por Collor para compra de pressão das várias regiões brasileiras), nas profissões (atente
carros de luxo em nome de empresas de fachada. Al- para seus jargões ou expressões características), em grupos
guns desses automóveis foram apreendidos pela Polícia de relacionamentos (cada um com suas gírias e constru-
Federal na Operação Politeia, um desdobramento da ções frásicas identificadoras: DJs, políticos, cantores de rap,
Lava Jato, realizada em 14 de julho. religiosos, surfistas, tatuadores, traficantes, escaladores...)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Já houve o tempo em que se considerava certo apenas o 2. prender a atenção do receptor – Bom dia. Como vai?
uso da norma então conhecida como culta ou erudita, porém a Até logo. Certo ou errado?
sociolinguística substituiu o conceito de certo/errado pelo de 3. distrair a atenção do receptor –
adequado/inadequado. Em termos de comunicação, fala-se Ele: Onde você estava até esta hora?
em o emissor adequar seu código ao do receptor para se Ela: Por favor, ligue agora para o José e lhe deseje
fazer entender bem. Por isso, tanto o “nós vai”, como o sorte. (Ela desviou a atenção do assunto dele)
“nós vamos” podem ou não estar adequados, dependendo
do ambiente ou do grupo de falantes a que se destine, bem Função Metalinguística
como da intenção do comunicador, que pode justamente Predomina o assunto “língua”, é o uso da língua para
pretender comunicar que pertence a outro grupo. falar da própria língua.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM Língua: tipo de código usado na comunicação.

Todo emissor, no momento em que realiza um ato de fala, Os dicionários, as gramáticas, os livros de texto, de re-
atribui, consciente ou inconscientemente, maior importância dação, as críticas literárias são exemplos de metalinguagem.
a um dos seis elementos da comunicação (emissor, recep-
tor, referente, canal, código ou mensagem). Descobrir qual Função Poética (ou Estética)
elemento está em destaque é definir a função da linguagem. Predomina em importância a elaboração da mensagem.

Função Emotiva (ou Expressiva) Mensagem, fala ou discurso: é o como se diz e não o
Predomina em importância o emissor e é muito usada que se diz.
em textos líricos, amorosos, autobiográficos, testemunhais...
Constitui uma característica de subjetividade. As frases “Você roubou minha caneta” e “Você achou
minha caneta antes de eu a perder”, embora tenham o mes-
Emissor: aquele que fala, representado por eu, nós, a mo assunto ou referente, são mensagens, falas ou discursos
gente (no sentido de “nós”). diferentes, tanto é que provocam sensações diferentes no
receptor.
São índices desta função: A função poética valoriza a escolha das palavras, ora pela
1. sujeito emissor – Eu vi Mariana chegar. A gente viu sonoridade, ora pelo ritmo (Quem casa quer casa. Quem tudo
Mariana chegar. Nós vimos Mariana chegar. quer tudo perde. Quem com ferro fere com ferro será ferido),
2. uso de exclamação – Mariana chegou! ora pelo significado inusitado (Penso, logo desisto), ora por
3. uso de interjeição – Ih! Mariana chegou. mais de uma dessas ou outras características.

Função Conativa (ou Apelativa) Obs.: todas essas funções podem interpenetrar-se no
Predomina em importância o receptor e é frequente em texto, mas uma (qualquer uma) tenderá a ser predominante.
linguagem de publicidade e de oratória. No caso de um texto poético ou estético, as demais funções
ocupam o segundo plano.
Receptor: com quem se fala, representado por tu, vós,
você(s), Vossa Senhoria, Vossa Alteza, Vossa... TIPOS DE DISCURSO
São índices desta função:
1. sujeito receptor – Você sabia que Mariana chegou? Discurso Direto
2. vocativo – Paulo, tu estás correto. Reprodução exata da fala do personagem.
3. imperativo – Por favor, venha cá. Beba guaraná. Julieta respondeu: Estou satisfeita com sua resposta.
Pode vir entre aspas: “Estou satisfeita com sua resposta.”
Função Referencial (ou Informativa) Pode vir após travessão: – Estou satisfeita com sua
Predomina em importância o referente e é empregada resposta.
nos textos científicos, jornalísticos, profissionais – correspon-
dências oficiais, atas... É uma característica de objetividade. Discurso Indireto
O narrador traduz a fala do personagem.
Referente: de que ou de quem se fala, representado por Julieta respondeu que estava satisfeita com a resposta
ele(s), ela(s), Sua Excelência, Sua Majestade, Sua..., ou por qual- dele.
quer substantivo ou pronome substantivo de terceira pessoa. Julieta respondeu estar satisfeita com a resposta dele.
É índice desta função:
1. sujeito referente – Mariana chegou. Ele chegou. Sua Discurso Indireto Livre
Senhoria chegou. Quem chegou? A fala do personagem se confunde com a do narrador.
Mariana sentou-se em frente ao guri, o que se passava
naquela cabecinha? Que sorrisinho maroto...
Função Fática
Língua Portuguesa

Predomina em importância o canal e normalmente


aparece em trechos pequenos, dentro de outras funções. Discurso do Narrador
É a fala de quem conta a história.
Canal: meio físico (ar, luz, telefone...) e psicológico (a Julieta respondeu: Estou satisfeita com sua resposta.
atenção) que interliga emissor e receptor.
Monólogo
Usa-se a função fática para: Fala de um personagem consigo mesmo.
1. testar o funcionamento do canal – Um, dois, três... Paulo atravessou o bar, resmungando: “Não acredito no
Alô, alô... que acabei de ver”.

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Diálogo moral. Famosas são as fábulas de Esopo, como A Raposa e
Conversa entre dois ou mais personagens. as Uvas, O Lobo e o Cordeiro.
– Você devia ser mais suave na sua fala.
– Vou tentar. Sátira
Texto crítico, picante, sarcástico, maledicente, irônico,
RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS zombeteiro para criticar instituições, costumes ou ideias.
TEXTUAIS
Apólogo
Desde os estudos de Bakhtin até os de Koch, chegou-se Narrativa didática, em prosa ou verso, em que se animam
à percepção de certas sequências relativamente estáveis de e dialogam seres inanimados. Um bom exemplo é o texto de
enunciados, voltadas a atender necessidades diferentes da Machado de Assis intitulado A Agulha e a Linha.
vida social, sequências essas definidoras do que se conven-
cionou chamar Gêneros do Discurso, adaptáveis à sociedade Lenda
e seus comportamentos. História com base em informações imaginárias. São len-
dários o saci-pererê, a boiuna, a mula sem cabeça...
Gêneros primários
São os que se desenvolvem primeiro, realizados em situa- Anedota
ções de comunicação, no âmbito social cotidiano das relações História curta engraçada ou picante.
humanas: diálogo, telefonema, bilhete, carta, piada, oração,
comando militar rápido, situações de interação face a face..
Paródia
Imitação artística, jocosa, satírica, bufa; arremedo de
Gêneros secundários outro texto. Vejam-se os segundos textos.
Referentes a circunstâncias mais complexas, públicas, de Quem com ferro fere com ferro será ferido.
interação social, muitas vezes escritas, monologadas, capazes Quem confere ferro, com ferro...
de incorporar e transmutar os gêneros primários. Necessitam Penso, logo existo.
de instrução formal e aparecem sob a forma de 1. Gêneros Penso, logo desisto.
literários: provérbios, crônicas, contos, novelas, romances,
dramas...; 2. Gêneros oficiais: cartas, ofícios, memorandos,
anais, tratados, textos de lei, documentos de escritório...; 3. Paráfrase ou frase paralela
Gêneros científicos: pesquisas, relatórios, críticas, análises, É um texto criado na tentativa de reproduzir o sentido
teses, ensaios... 4. Gêneros Jornalísticos: notícia, matéria, de outro. É um texto sinônimo, de sentido semelhante. Veja
entrevista, charge ... 5. Gêneros outros como dos círculos o segundo texto.
artísticos, sócio-políticos, retóricos, jurídicos, políticos, Todo dia ela faz tudo sempre igual / Me sacode às três
publicísticos, esportivos... horas da manhã / Me sorri um sorriso pontual / E me beija
com a boca de hortelã... (Chico Buarque)
Eis alguns tipos explorados em provas elaboradas pelo Dia após dia ela faz as mesmas coisas. Me tira da cama
Cespe: às três da madrugada. Me dá um sorriso rotineiro e um beijo
com gosto de pasta de dente...
Obs.: a paráfrase sempre altera algo no sentido subjetivo
Crônica do texto.
Texto curto dissertativo, comentando fato ou situação
do momento.
Epígrafe
Inscrição que antecede um texto (no frontispício de um
Conto livro, no início de um capítulo, de um poema, de uma crô-
História curta com poucos personagens em torno de um nica...).
núcleo de ação.

Novela Título: EPICÉDIO III


História mais longa que o conto e que também envolve
só um núcleo de ação. Epígrafe: À morte apressada de um amigo

Romance Texto: Comigo falas; eu te escuto; eu vejo
História longa e complexa em que os personagens atuam Quanto apesar de meu letargo, e pejo,
em torno de vários núcleos de ação. As chamadas novelas de Me intentas persuadir, ó sombra muda,
televisão literariamente são romances porque revezam vários Que tudo ignora quem te não estuda.
núcleos temáticos, revezando também como protagonistas
grupos diferentes de personagens. (Cláudio Manuel da Costa)

Parábola Significação das palavras. Substituição de


Língua Portuguesa

Narrativa que transmite uma mensagem indireta, geral- palavras ou de trechos de texto. Reorganização
mente de cunho moral, por meio de comparação ou analogia. da estrutura de orações e de períodos do texto
Cristo falava por parábolas, como a do Filho Pródigo e a
do Joio e do Trigo. Semântica
Fábula Sema é unidade de significado. A palavra “garotas” tem
Tipo de parábola curta, em prosa ou verso, que apresenta três semas:
animais como personagens e que ilustra um ensinamento 1. garot é o radical e significa ser humano em formação;

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2. a é desinência e significa feminino; QUALIDADES DO TEXTO
3. s é desinência e significa plural.
Um texto bem redigido deve ter algumas qualidades.
Monossemia ou unissignificação A seguir, cada tópico apresenta uma dessas qualidades e,
É o fato de uma expressão ter no texto apenas um sig- também, seu defeito, o oposto.
nificado.
Clareza
Polissemia ou plurissignificação Clareza é a qualidade que faz um texto ser facilmente
É o fato de uma expressão, no texto, ter múltiplos sig- entendido. Obscuridade é o seu antônimo.
nificados.
Questões
Ambiguidade ou anfibologia
Significa duplo sentido. O menino e seu pai foram hospedados em prédios diferentes
o que o fez ficar triste.
Denotação Assinale C para certo e E para errado.
Sentido objetivo da palavra – Teresa é agressiva. 1. ( ) A estruturação da frase se dá de maneira clara e
objetiva.
Conotação 2. ( ) A leitura desse trecho se torna ambígua em virtude
Sentido figurado da palavra – Teresa é um espinho. do mau uso do pronome oblíquo “o”.
3. ( ) Colocando-se o oblíquo “o” no plural, caberia plu-
ralizar “ficar triste” (o que os fez ficarem tristes) e a
Campo Semântico clareza se restaura porque o “triste” passa a se referir
Área de abrangência ou de interpenetração de
a ambos, “o menino” e “seu pai”.
significado(s).
4. ( ) Substituindo-se o oblíquo “o” por “este” (o que fez
Chuteira, pênalti, drible, estádio... pertencem ao campo
este ficar triste ), também se elimina a ambiguidade,
semântico do futebol.
Oboé, melodia, contralto... pertencem ao campo semân- passando a significar que só o pai ficou triste.
tico da música. 5. ( ) Substituindo-se o oblíquo “o” por “aquele” (o que
Aeromoça, aterrissar, taxiar... pertencem ao campo se- fez aquele ficar triste) comete-se uma incorreção
mântico da aviação. gramatical.
6. ( ) Substituindo-se o oblíquo “o” por “aquele” (o que
fez aquele ficar triste) resolve-se também a obscu-
Contexto ridade, pois afirma-se que só o menino ficou triste,
As palavras ou signos podem estar soltos ou contextua-
porque o demonstrativo “aquele” refere-se ao subs-
lizados. O contexto é a frase, o texto, o ambiente em que a
tantivo mais distante.
palavra ou signo se insere. Normalmente, uma palavra solta,
fora de um contexto, desperta vários sentidos (polissemia)
e os dicionários tentam relacioná-los, apresentando cada Gabarito
um dos sentidos (monossemia) ligado a um determinado Itens 2, 3, 4 e 6 certos; itens 1 e 5 errados.
contexto.
No Dicionário Houaiss, a palavra ponto tem 62 significa-
dos e contextos; linha tem outros 58, sendo que, em cada Coerência
um desses contextos, a monossemia prevalece. Se as ideias estão entrelaçadas harmoniosamente em
Nos textos literários ou artísticos, ambiguidade e po- termos lógicos, encontra-se no texto coerência. O seu an-
lissemia são valores positivos. O texto artístico pode ser tônimo é ilogicidade, incoerência.
considerado tão mais valioso quanto mais plurissignificativo.
Nos textos informativos (jornalísticos, históricos, cien- Questões
tíficos... ), a monossemia é valor positivo, enquanto a ambi-
guidade e a polissemia devem ser evitadas. I – Toda mulher gosta de ser elogiada. Se queres agradar a
uma, mostra-lhe suas qualidades.
Sinonímia
Existência de palavras ou termos com significados con- II – Toda mulher gosta de ser elogiada. Se queres agradar a
vergentes, semelhantes: vermelho e encarnado, brilho e uma, mostra-lhe seus defeitos.
luminosidade, branquear e alvejar...
Assinale C para certo e E para errado.
Antonímia 1. ( ) O texto I exemplifica raciocínio incoerente.
Existência de palavras ou termos de sentidos opostos: 2. ( ) O texto II desenvolve raciocínio coerente.
claro e escuro, branco e negro, alto e baixo, belo e feio... 3. ( ) A incoerência se faz presente em ambos os parágrafos.
4. ( ) Os dois parágrafos são perfeitamente coerentes.
Língua Portuguesa

Homonímia 5. ( ) O raciocínio do texto I é perfeitamente lógico e


Palavras iguais na escrita ou no som com sentidos dife- coerente.
rentes: cassa e caça, cardeal (religioso), cardeal (pássaro), 6. ( ) O desenvolvimento racional do texto II peca por
cardeal (principal)... incoerência.

Paronímia Gabarito
Palavras parecidas: eminência e iminência, vultoso e
vultuoso... Itens 1, 2, 3 e 4 errados; itens 5 e 6 certos.

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Concisão Coesão gramatical (ou coesão referencial
Concisão é a capacidade de se falar com poucas palavras. endofórica)
O seu oposto é prolixidade.
Os componentes de um texto se inter-relacionam, referin-
Questões do-se uns aos outros, evidenciando o que se chama coesão
referencial endofórica, ou coesão gramatical. Além do uso das
I – Andresa trouxe Ramiro e Osvaldo à minha presença, no preposições e conjunções, eis alguns recursos de coesão refe-
meu escritório e me apresentou essas duas pessoas. rencial endofórica e seus elementos coesivos ou conectores:

II – Andresa trouxe-me ao escritório Ramiro e Osvaldo e Nominalização


mos apresentou. Substantivo que retoma ideia de verbo anteriormente
expresso.
Assinale C para certo e E para errado. Os alunos esforçados foram aprovados e a aprovação
1. ( ) Os dois textos apresentam o mesmo teor informativo. lhes trouxe euforia.
2. ( ) O primeiro é mais prolixo (dezessete palavras, uma Elemento coesivo: “aprovação” retoma “foram apro-
vírgula e um ponto final). vados”.
3. ( ) O segundo é mais conciso (onze palavras e um ponto
final). Pronominalização
4. ( ) A última oração da frase II deve ser corrigida para Pronome retomando ou antecipando substantivo.
“e nos apresentou”. Conector: na frase anterior, “lhes” retoma “alunos”.
5. ( ) No período II, “mos” funciona como objeto indireto e
direto, porque representa a fusão de dois pronomes Repetição vocabular
oblíquos átonos (me + os). Repetição de palavra.
A mulher se apoia no homem e o homem na mulher.
Elemento coesivo: na segunda oração repetem-se os
Gabarito substantivos “homem” e “mulher”.
Itens 1, 2, 3 e 5 certos; item 4 errado.
Sintetização
Uso de expressão sintetizadora.
Correção Gramatical Viagens, passeios, teatros, espetáculos... Tudo nos mos-
Correção é o ajuste do texto a um determinado padrão tra o mundo.
gramatical. Tradicionalmente as provas sempre visaram a Conector: na segunda oração, a expressão “tudo” sinte-
medir o conhecimento da norma culta (também chamada de tiza “Viagens, passeios, teatros, espetáculos...”.
erudita ou padrão), por isso, quando simplesmente pedem
para apontar o que está certo ou errado gramaticalmente, Uso de numerais
estão-se referindo à adequação ou inadequação do texto a São possíveis três situações. A primeira é ela estar sendo
essa norma culta. sincera. A segunda é estar mentindo. A terceira é não saber
o que fala.
Questões Elemento coesivo: os ordinais, “primeira”, “segunda” e
“terceira” retomam o cardinal “três”.
I – Nóis num é loco, nóis só véve ansim pruquê nóis qué.
Uso de advérbios
Hesitando, entrou no quarto de Raquel. Ali deveria estar
II – Não somos loucos, só vivemos assim porque queremos.
escondida a resposta.
Conector: o advérbio “Ali” recupera a expressão “quarto
Assinale C ou E, conforme julgue a afirmação certa ou errada. de Raquel”.
a) O texto I está correto em relação ao padrão popular
regional e errado relativamente ao culto. Elipse
b) O texto II está certo de acordo com o padrão culto e Omissão de termo facilmente identificável.
errado se a referência for o popular regional. Nós chegamos ao jardim. Estávamos sedentos.
Elemento coesivo: a desinência verbal “mos” retoma o
Gabarito sujeito “nós” expresso na primeira oração.
Ambas as afirmações estão corretas. Sinonímia
Palavras ou expressões de sentidos semelhantes.
Coesão O extenso discurso se prolongou por mais de duas horas.
A peça de oratória cansativa foi responsável pelo desinte-
Língua Portuguesa

Coesão é a inter-relação bem construída entre as partes


resse geral.
de um texto. Seu antônimo é a incoesão ou desconexão.
Conector: o sinônimo “peça de oratória” retoma a ex-
pressão “discurso”.
COESÃO E CONECTORES
Hiperonímia
Coesão é a inter-relação bem construída entre as partes Hiperônimo é palavra cujo sentido abrange o de outra(s).
de um texto e se faz com o uso de conectores ou elementos Roupa constitui hiperônimo em relação a calça, vestido,
coesivos. paletó, camisa, pijama, saia...

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Ela escolheu a saia, a blusa, o cinto, o sapato e as meias... 6. a) Era uma situação que ele fugia.
Aquele conjunto estaria, sim, adequado ao ambiente. b) Era uma situação de que ele fugia.
Elemento coesivo: o hiperônimo “conjunto” retoma os
substantivos anteriores. 7. a) Estamos diante de um texto que falta coesão.
b) Estamos diante de um texto a que falta coesão.
Hiponímia
Hipônimo é palavra de sentido incluído no sentido de 8. a) Finalmente chegou ao quarto onde estava escondido
outra. Boneca, pião, pipa, bambolê, carrinho, bola de gude... o dinheiro.
são hipônimos de brinquedo. b) Finalmente chegou ao quarto aonde estava escon-
Naquela disputa havia cinco times, contudo apenas o dido o dinheiro.
Flamengo se pronunciou.
Conector: o hipônimo “Flamengo” cria coesão com a 9. a) Veja o local onde você chegou.
palavra “times”. b) Veja o local aonde você chegou.

Anáfora 10. a) Convide para a mesa as senhoras cujos os maridos


chama-se anafórico ao elemento de coesão que retoma estão presentes.
algo já dito. b) Convide para a mesa as senhoras cujos maridos estão
presentes.
O lobo e o cordeiro se olharam; aquele, com fome; este,
com temor. Gabarito
Coesivos anafóricos: “aquele” e “este” retomam “lobo”
e “cordeiro”. 1. b. Uso dos demonstrativos: aquele, para o mais dis-
tante; esse, para o intermediário; este, para o mais
Catáfora próximo.
Palavra ou expressão que antecipa o que vai ser dito. 2. a. Uso dos demonstrativos: este refere-se ao que se
vai falar; esse, ao que já foi dito.
Não se esqueça disto: já estamos comprometidos. 3. a. Uso dos demonstrativos: este refere-se ao que se
Conector catafórico: “disto” antecipa a oração “já esta- vai falar; esse, ao que já foi dito.
mos comprometidos”. 4. b (falar de um artigo).
5. a (falar uma frase).
Obs.: a coesão é uma qualidade do texto e sua falta cons- 6. b (fugir de algo).
titui erro. Desconexo ou incoeso é o texto a que falta coesão. 7. b (falta coesão a algo).
8. a (o dinheiro estava escondido no quarto).
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO 9. b (você chegou a um local).
TEXTUAL 10. b (cujo não vem seguido de artigo).

Emprego de Elementos de Referenciação,


Substituição e Repetição, de Conectores e de OUTROS CONCEITOS
Outros Elementos de Sequenciação Textual
Barbarismo
Os mecanismos de coesão textual exigem conhecimentos Erro no uso de uma palavra.
outros, como uso dos pronomes, regência, concordância, 1. Erro de pronúncia ou grafia: Ele é adevogado e co-
colocação... nhece o pograma.
2. Erro de flexão: Eu reavi os leitães. (O certo é reouve
Resolva as questões seguintes, onde aparecem 10 co- os leitões)
esões bem feitas e 10 imperfeitas, com relação à norma 3. Troca de sentido: tráfico x tráfego, estrutura x esta-
padrão oficial. tura, ascendente x descendente...

Qual dos dois textos está mais bem escrito, levando em con- Cacofonia
sideração os mecanismos de coesão textual? Som desagradável ou ambíguo.
1. a) O cavalo, o ganso e a ovelha andavam lado a lado; Meus afetos por ti são (tição). Louca dela (cadela), por
enquanto este relinchava, aquele grasnava e ela balia. não perceber que dedico a ti (quati) o meu amor.
b) O cavalo, o ganso e a ovelha andavam lado a lado; en-
quanto aquele relinchava, esse grasnava e esta balia. Eco ou Colisão
Rima na prosa.
2. a) Atenção a este aviso: “Piso Escorregadio”. Depois da primeira porteira, encontrou a costureira
b) Atenção a esse aviso: “Piso Escorregadio”. descendo a ladeira da goiabeira.
3. a) Silêncio e respeito. Essas palavras se viam por toda
Estrangeirismo
Língua Portuguesa

parte.
b) Silêncio e respeito. Estas palavras se viam por toda Uso de palavras ou expressões estrangeiras.
parte. Internet, slow motion, pick-up, abat-jour, débauche,
front-light...
4. a) Encontrei o artigo que você falou.
b) Encontrei o artigo de que você falou. Solecismo
Erro sintático.
5. a) Foi essa a frase que você falou. 1. De regência: Emprestei de você um calção. Ele obede-
b) Foi essa a frase de que você falou. ceu o pai.

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2. De concordância: Nós vai... A gente pensamos... As Elipse
menina... Omissão de termo facilmente identificável – (eu) cheguei,
(nós) chegamos.
Arcaísmo
Uso de palavras ou expressões antigas.
Palavras adrede escolhidas (especialmente). Brincavam
Zeugma
de trocar piparotes (petelecos). Elipse de termo já dito.
– Comprei dois presentes; ela, três.
Neologismo – José chegou cedo; Maria, não.
Palavra recém-inventada.
– O que ele está fazendo? Hipérbato
– Ah! Deve estar internetando. Inversão da frase – Para o pátio correram todos.

Preciosismo Pleonasmo vicioso


Preocupação exagerada com a construção do texto.
Repetição desnecessária de ideia – Chutou com o pé,
roeu com os dentes, saiu para fora, lustro de cinco anos...
FIGURAS DE LINGUAGEM
Podem-se subdividir em Figuras de Pensamento, Figuras Pleonasmo estilístico
de Sintaxe, Figuras de Sonoridade, e ainda Tropos (Uso de A mim, não me falaste. Aos pais, lhes respondi que...
Sentido Figurado ou Conotação).
Assíndeto
Figuras de Pensamento Ausência de conjunção coordenativa – Chegou, olhou,
sorriu, sentou.
São as figuras que atuam no campo do significado.

Antítese Polissíndeto
Aproximação de ideias opostas – O belo e o feio podem Repetição de conjunção coordenativa – Chegou, e olhou,
ser agressivos ou não. e sorriu, e sentou.

Paradoxo Gradação
Aparente contradição – Esta sua tia é uma beleza de Sequência de dados em crescendo – Balbuciou, sussur-
feiura. rou, falou, gritou...

Ironia Paralelismo Sintático


Afirmação do contrário – O animal estava limpo, com
Obediência a um mesmo padrão.
os cascos reluzentes, firme, saudável... Muito maltratado!
Sem paralelismo: Quero de você admiração, honestidade
e que me obedeça.
Eufemismo Ela é alta, inteligente e tem beleza.
Suavização do desagradável – Passou desta para a me- Com paralelismo: Quero de você admiração, honestidade
lhor (= morreu).
e obediência. (todos, substantivos)
Ela é alta, inteligente e bela. (todos, adjetivos)
Hipérbole
Exagero – Já repeti cem mil vezes.
Silepse
Concordância com a ideia, não com a palavra.
Perífrase
Substituição de uma expressão mais curta por uma mais
longa e pode ser estilisticamente negativa ou positiva, de- Silepse de Gênero: Vossa Senhoria está cansado?
pendendo do contexto.
Silepse de Número: E o casal de garças pousaram tran-
Texto: Apoio sinceramente sua decisão. quilamente.
Perífrase: Antes de mais nada, é importante que você
me permita neste momento comunicar-lhe meus sinceros Silepse de Pessoa: Todos deveis estar atentos.
sentimentos de apoio ao resultado de suas meditações.
Figuras de Sonoridade
Língua Portuguesa

Também constitui perífrase o uso de duas ou mais pala-


vras em vez de uma:
titular da presidência (= presidente); a região das mil e São as figuras relacionadas ao trabalho com os sons das
uma noites (= Arábia) palavras.

Figuras de Sintaxe Aliteração


Repetição de sons consonantais próximos – “Gil engendra
São as figuras relacionadas à construção da frase. em Gil rouxinol” (Caetano Veloso).

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Assonância Asa da xícara, asa do avião, barriga da perna, bico de
Repetição de sons vocálicos próximos – Cunhã poranga bule, pé de limão...
na manhã louçã.
Prosopopeia ou Personificação
O céu sorria aberto e cintilante... As folhas das palmeiras
Onomatopeia
sussurravam aos nossos ouvidos.
Tentativa de imitação do som – coxixo, tique-taque, zum-
-zum, miau...
PONTO DE VISTA DO AUTOR
Paronomásia ou trocadilho Todo e qualquer autor, ao produzir um texto, falado,
Contudo... ele está com tudo. cantado ou escrito, seja para descrever uma cena, narrar
um fato, ou desenvolver um raciocínio, coloca nesse texto,
mesmo que não o perceba, sua visão de mundo, sua posição
Tropos (Uso do Sentido Figurado ou
política, religiosa, artística, econômica, social etc., além de
Conotação) sua preferência por este ou aquele assunto, este ou aquele
personagem. A linguística textual levanta com base nos vo-
Comparação ou Analogia cábulos escolhidos e na organização dos enunciados, o que
Relação de semelhança explícita sintaticamente. se denomina Ponto de Vista do Autor.
Ele voltou da praia parecendo um peru assado.
Teresa está para você, assim como Júlia, para mim. INTENCIONALIDADE
Corria qual uma lebre assustada.
Paralelamente ao ponto de vista, o autor também mani-
Sua voz é igual ao som de panela rachada. festa uma intencionalidade, ou tendência psicológica, a favor
ou contra determinada realidade, personalidade ou atitude,
Metáfora o que se pode deduzir, também, das palavras utilizadas e/ou
Relação de semelhança subentendida, sem conjunção da organização das frases. Nos cartazes das ruas e da im-
ou palavra comparativa. prensa, duas frases usando as palavras “impeachment” e
Voltou da praia um peru assado. “golpe” se opuseram insistentemente: 1) Impeachment sem
A sua Tereza é a minha Júlia. crime é golpe e 2) Impeachment não é golpe. Por trás de
cada uma está a intencionalidade do emissor. A intenção da
Correndo, ele era uma lebre assustada.
frase 1 é impedir o impeachment, enquanto a frase 2 tem
Sua voz era uma panela rachada. como propósito a sua aprovação.

Metonímia Leia com atenção o depoimento de duas testemunhas


Relação de extensão de significado, não de semelhança. sobre o fato que presenciaram.
Continente x conteúdo Testemunha A: o irmão Antônio, com frieza, gestos con-
Só bebi um copo. (Bebeu o conteúdo e não o copo) trolados, voz macia e baixa, olhar de Madalena arrependida,
consciente da importância de sua postura no convencimento
dos irmãos, desfiava um rosário de mentiras que convencia os
Origem x produto presentes. Em dado momento, deixou escapar, numa fração
Comeu um bauru. (Bauru é a origem do sanduíche) de segundo, um esboço de sorriso vitorioso que fez o irmão
Lauro levantar-se e se aproximar dele. De repente estavam os
Causa x efeito dois no chão, irmão Antônio por cima, irmão Lauro por baixo
Cigarro incomoda os vizinhos. (A fumaça é que incomoda) e com dificuldade foram separados pelos outros.
Testemunha B: Seu Antônio estava falando, Seu Lauro
Autor x obra voou pra cima dele com um soco armado que passou no
Vamos curtir um Gilberto Gil? (Curtir a música) vazio. Seu Antônio, mais forte e mais pesado, atracou-se ao
agressor, derrubou-o no chão e o dominou completamente,
segurando-lhe ambos os punhos, numa montada completa,
Abstrato x concreto
sem desferir um golpe sequer, mas incapaz de impedir que o
Estou com a cabeça em Veneza. (O pensamento em Veneza) subjugado lhe mandasse, de baixo para cima, uma cusparada
no rosto. Eu e um colega caímos sobre eles, seguramos os
Símbolo x simbolizado dois e os separamos.
A balança impôs-se à espada. (Justiça... Forças Armadas)
Exercícios
Instrumento x artista
Língua Portuguesa

O cavaquinho foi a grande atração. (O artista) Veja agora como os pontos de vista das duas testemunhas são
diferentes, respondendo C ou E para as afirmações seguintes
Parte x todo e conferindo suas respostas com as do gabarito.
1 ( ) O fato motivador de ambas as narrativas foi o mes-
Havia mais de cem cabeças no pasto. (Cem reses)
mo: uma briga entre dois indivíduos.
2 ( ) Ambas as narrativas indicam que as duas testemu-
Catacrese nhas demonstram bom nível de escolaridade pelo
Metáfora estratificada, que já faz parte do uso comum. domínio do padrão linguístico apresentado.

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3 ( ) No trecho “o irmão Antônio, com frieza, gestos con- Márcio Wesley
trolados, voz macia e baixa, olhar de Madalena arre-
pendida, consciente da importância de sua postura ORTOGRAFIA OFICIAL
no convencimento dos irmãos, desfiava um rosário
de mentiras”, a testemunha A descreve psicologica- O Alfabeto
mente Antônio como frio, calculista e mentiroso.
4 ( ) as expressões “o irmão”, “Madalena arrependida”, Com a nova ortografia, o alfabeto passa a ter 26 letras.
“dos irmãos”, ”rosário”, “o irmão”, “outros irmãos” Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
e a própria repetitividade, refletem repertório reli-
gioso e caracterizam o autor do texto como conviva ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
do mesmo grupo dos demais personagens.
5 ( ) No segundo período a testemunha A indica que As letras k, w e y, que na verdade não tinham desapare-
Antônio agrediu moralmente com “um esboço de cido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas
sorriso vitorioso” a Lauro, tendo provocado a briga. em várias situações. Por exemplo:
6 ( ) A testemunha A se mostrou imparcial. a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km
7 ( ) Com a descrição psicológica (item 3) e a agressão (quilômetro), kg (quilograma), w (watt);
moral (item 5), pode-se perceber, na testemunha A, a b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus
tendência para construir a culpabilidade de Antônio. derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu,
8 ( ) A testemunha A narra em 3ª pessoa, como obser- yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
vadora dos acontecimentos.
9 ( ) O tratamento “Seu” usado em “Seu Antônio” e “Seu
Lauro” indica pouca intimidade e distanciamento Emprego das Letras
respeitoso da testemunha B.
• Ortho = Correta
10. ( ) A linguagem da testemunha B não indica ponto de
Graphia = Escrita
vista religioso, mas de quem entende ou convive
• No Português atual, segue-se o sistema ortográfico
com ambiente de luta (“voou pra cima dele com
aprovado em 12 de agosto de 1943 pela Academia
um soco armado que passou no vazio”, “mais forte
Brasileira de Letras. Esse sistema sofreu algumas al-
e mais pesado, atracou-se ao agressor, derrubou”,
terações em 18 de dezembro de 1971.
“dominou completamente”, “montada completa”,
• A Nova Ortografia, desde 2016, vigora como forma
“desferir golpe” , “subjugado” ).
obrigatória.
11. ( ) Segundo a testemunha B, “Seu Lauro” agrediu duas
vezes “Seu Antônio”: uma fisicamente (“voou pra
cima dele com um soco armado”) e outra física e Emprego do “S”
moralmente (“uma cusparada no rosto”).
12. ( ) A testemunha B mostrou-se imparcial. • O “s” intervocálico tem sempre o som de “z”:
13. ( ) Pode-se perceber na testemunha B a intencionali- casa, mesa, acesa etc.
dade de culpar “seu Lauro”. • O “s” em início de palavras tem sempre o som de “ss”:
14. ( ) A testemunha B, como narrador de 1ª pessoa (Eu sílaba, sabonete, seno etc.
e um colega caímos sobre eles, seguramos os dois
e os separamos), coloca-se na cena como um dos Usa-se o “S”
personagens, ou seja, como narrador participante.
• Depois de ditongos:
Neusa, Sousa, maisena, lousa, coisa, deusa, faisão,
Gabarito mausoléu etc.
1. V 8. V
2. V 9. V • Adjetivos terminados pelos sufixos “oso”, “osa” (indi-
3. V 10. V cadores de abundância):
4. V 11. V cheiroso, prazeroso, amoroso, ansioso etc.
5. V 12. F
6. F 13. V • Palavras com os sufixos “es”, “esa” e “isa” (indicadores
7. V 14. V de títulos de nobreza, de origem, gentílicos ou pátrios,
cargo ou profissão):
Conclusão: duquesa, chinês, poetisa etc.
Pela leitura dos dois textos, percebem-se pontos de vis-
ta diferentes dos dois autores, no caso os dois narradores. • Nas palavras em que haja “trans”:
Ponto de vista do narrador A: usa a 3ª pessoa, fala transigir, transação, transeunte etc.
Língua Portuguesa

como observador, visão de fora; demonstra bom domínio


linguístico; posta-se como integrante de uma irmandade; • Nos substantivos não derivados de adjetivos:
considera agressor e provocador o “irmão Antônio””. marquesa (de marquês), camponesa (de camponês),
Ponto de vista do narrador B: usa a 1ª pessoa, fala defesa (de defender).
como um dos personagens; demonstra bom domínio lin-
guístico; posta-se como entendedor de luta; mostra distan- • Nos derivados dos verbos “pôr” e “querer”:
ciamento e pouca intimidade com os envolvidos na briga; ela não quis; se quiséssemos; ela pôs o disco na estante;
considera agressor e provocador o “Seu Lauro”. compus uma música; se ela quisesse; eu pus etc.

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• Nos sufixos gregos “ese”, “ise”, “ose” (de aplicação b) Ela é uma mulher obesa.
científica, ou erudita – culta): c) Ela está com náusea, está grávida.
trombose, análise, metamorfose, virose, exegese, os- d) Ao dirigir, cuidado com os transeuntes.
mose etc. e) Devemos suavisar o impacto.

• Nos vocábulos derivados de outros primitivos que são GABARITO


escritos com “s”:
análise – analisar, analisado
1. b 2. d 3. e 4. d 5. e
atrás – atrasar, atrasado
casa – casinha, casarão, casebre
Emprego do “Z”
Porém há algumas exceções:
catequese – catequizar
Usa-se o “z”
síntese – sintetizar
batismo – batizar
• Nas palavras derivadas de uma primitiva já grafada
com “z”:
• Nos diminutivos “inho”, “inha”, “ito”, “ita”:
Obs.: Se a palavra primitiva já termina com “s”, basta cruz ‑ cruzamento – cruzeta – cruzeiro
acrescentar o sufixo de diminutivo adequado: juiz – juízo – ajuizado – juizado
pires – piresinho desliza – deslizamento – deslizante
casa – casinha, casita • Nos sufixos “ez/eza” formadores de substantivos abs-
empresa – empresinha tratos e adjetivos com o acréscimo dos sufixos citados:
beleza – belo + eza
• Usa-se o “s” nos substantivos cognatos (pertencentes gentileza – gentil + eza
à mesma família de formação) de verbos em “-dir” e insensatez – insensato + ez
“-ender”.
dividir – divisão • Nos diminutivos “inho” e “inha”:
colidir – colisão Obs. 1: Se a palavra escrita primitiva já termina com “z”,
aludir – alusão basta acrescentar o sufixo de diminutivo adequado:
rescindir – rescisão juiz – juizinho
iludir – ilusão raiz – raizinha
xadrez – xadrezinho
EXERCÍCIOS
Obs. 2: Se a palavra primitiva não tiver “s” nem “z”;
1. Assinale a alternativa em que, na frase, a palavra subli- então se acrescenta: “zinho” ou “zinha”:
nhada esteja escrita incorretamente. sofá – sofazinho
a) Paula saiu da sala muito pesarosa. mãe – mãezinha
b) Esta água possui muita impuresa. pé – pezinho
c) Faça a gentileza de sair rapidamente.
d) A nossa amizade é muito sólida. EXERCÍCIOS
e) A buzina do meu carro disparou, o que faço?
1. Em todas as alternativas abaixo as palavras são grafadas
2. Assinale a alternativa em que, na frase, a palavra subli- com “z”, exceto:
nhada esteja escrita incorretamente. a) limpeza – beleza.
a) O rapaz defendeu uma tese. b) canalizar – utilizar.
b) O teste será realizado amanhã. c) avizar – improvizar.
c) Comerei, mais tarde, um sanduíche misto. d) catequizar – sintetizar.
d) Deixe os parafusos em uma lata com querozene. e) batizar – hipnotizar.
e) A usina de açúcar fica distante da fazenda.
2. Complete corretamente os espaços do período a seguir
3. O sufixo “isar” foi usado incorretamente na alternativa:
com uma das alternativas abaixo.
a) É necessário bisar muitas músicas.
b) De longe, não consigo divisar as coisas. “Nossa ______ não tem ______ para terminar, disse a
c) É necessário pesquisar incansavelmente. ______.”
d) É muito importante paralisar as obras, agora. a) amizade – praso – meretriz
e) Não há erro em nenhuma alternativa. b) amisade – prazo – meretris
c) amizade – prazo – meretris
4. Há palavra estranha em um dos grupos abaixo: d) amizade – prazo – meretriz
e) amisade – praso – meretriz
Língua Portuguesa

a) pesaroso – previsão – empresário.


b) querosene – gasolina – música.
c) celsa – virose – maisena. 3. Há, nas alternativas abaixo, uma palavra diferente do
d) quiser – puser – hipnotisar. grupo em relação à ortografia:
e) anestesia – dosagem – divisa. a) avidez, beleza.
b) algoz, baliza.
5. Assinale a frase em que a palavra sublinhada esteja es- c) defesa, limpesa.
crita incorretamente. d) gozado, bazar.
a) Eu não quero acusar ninguém. e) miudeza, jeitoza.

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4. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação EXERCÍCIOS
à ortografia, exceto:
a) utilizar. 1. Todas as palavras sublinhadas nas frases abaixo são es-
b) grandeza. critas com “g”, exceto:
c) certeza. a) Joga esta geringonça no lixo.
d) orgulhoza. b) A geada foi muito forte na região Sul do Brasil.
e) agonizar. c) A giboia é uma serpente não venenosa.
d) Guarde a tigela no armário da sala.
5. Complete os espaços do período abaixo com uma das e) Pessoas cultas não falam muita gíria.
alternativas que se seguem de forma correta e ordenada.
“Ela era ______ de ______ e ______ o trabalho com 2. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas
______.” em relação à ortografia, exceto:
a) incapaz – atualizar – finalizar – presteza a) gengiva – Sergipe – evangelho.
b) trage – ogeriza – cangica.
b) incapás – atualisar – finalisar – prestesa
c) giz – monge – sargento.
c) incapas – atualizar – finalizar – presteza
d) vagem – ogiva – tangerina.
d) incapaz – atualisar – finalisar – presteza e) gim – ogiva – sugestão.
e) incapaz – atualizar – finalizar – prestesa
3. Todas as palavras das alternativas abaixo estão incorretas
GABARITO em relação à ortografia, exceto:
a) ultrage – lage – berinjela.
1. c 2. d 3. e 4. d 5. a b) cangerê – cafageste – magé.
c) refúgio – estágio – ferrugem.
d) geca – girau ‑cangica.
Emprego do “G”
4. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação
• Nas palavras que representam o mesmo som de “j” à ortografia, exceto:
quando for empregada antes das vogais “e” e “i”: a) fuselagem.
gente, girafa, urgente, gengiva, gelo, gengibre, giz etc. b) aflige.
Obs.: apenas nesses casos, surgem dúvidas quanto ao c) angina.
d) grangear.
uso. Nos demais casos, usa-se o “g”.
e) fuligem.
• Nas palavras derivadas de outras que já são escritas 5. Todas as palavras das alternativas abaixo são grafadas
com “g”: com “g”, exceto:
ágio – agiota – agiotagem a) ceregeira.
gesso – engessado – engessar b) cingir.
exigir – exigência – exigível c) contágio.
afligir – afligem – afligido d) algema.
e) página.
• Nas terminações “agem”, “igem” e “ugem”:
margem, coragem, vertigem, ferrugem, fuligem, GABARITO
garagem, origem etc.
1. c 2. b 3. c 4. d 5. a
Exceção:
pajem, lajem, lambujem.
Emprego do “J”
Note bem:
O substantivo viagem escreve-se com “g”, mas viajem Usa-se o “j”:
(forma verbal de viajar) escreve- se com “j”:
• Nos vocábulos de origem tupi:
Dica: maracujá, caju, jenipapo, pajé, jerimum, Ubirajara etc.
Quando podemos escrever artigo antes (a, uma), temos
o substantivo “viagem”, com “g”. Exceção:
A viagem para Búzios foi maravilhosa. Mogi das cruzes, Mogi-guaçu, Mogi-mirim, Sergipe.
Quando podemos ter o sujeito e conjugar, então tere-
mos o verbo, escrito com “j”: • Nas palavras cuja origem latina assim o exijam:
majestade, jeito, hoje, Jesus etc.
Que eles viajem muito bem.
Língua Portuguesa

• Nas palavras de origem árabe:


• Nas terminações “ágio”, “égio”, “ígio”, “ógio”, “úgio”, alforje, alfanje, berinjela.
“ege”, “oge”:
pedágio, relógio, litígio, colégio, subterfúgio, estágio, • Nas palavras derivadas de outras já escritas com “j”:
prodígio, egrégio, herege, doge etc. gorja – gorjeio, gorjeta, gorjear
laranja – laranjinha, laranjeira, laranjeirinha
• Nos verbos terminados em “ger” e “gir”: loja – lojinha, lojista
corrigir, fingir, fugir, mugir etc. granja – granjear, granjinha, granjeiro

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• Nas palavras de uso um tanto e quanto discutíveis: chocalho / enchocalhar
manjerona, jerico, jia, jumbo etc. chouriço / enchouriçar
chumaço / enchumaçar
• A terminação “aje” é sempre com “j”: cheio / encher, enchimento
ultraje, laje etc. enchova / enchovinha

EXERCÍCIOS • Nas palavras após “re”:


brecha, trecho, brechó
1. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia.
a) pajem. • Nas palavras aportuguesadas, oriundas de outros idio-
b) varejo. mas:
c) gorjeta. salsicha / do itálico “salsíccia”
d) ajiota. sanduíche / do inglês “sandwich”
e) rijeza. chapéu / do francês “chapei”
chope / do francês “chope” e do alemão “Schoppen”
2. Assinale a alternativa correta em relação à ortografia.
a) refújio. • O “ch” provém, também, da formação do dígrafo “ch”
b) estájio. latino que se originou da evolução ao longo dos tempos:
c) rijeza. cheirar, cheio, chão, chaleira etc.
d) pedájio.
e) ferrujem. EXERCÍCIOS

3. Observe as frases que se seguem: 1. Todas as palavras das alternativas abaixo estão correta-
I – Minha coragem é algo incontestável. mente grafadas, exceto:
II – O jiló é um fruto amargo, mas delicioso. a) enchumaçar.
III – A giboia é uma serpente brasileira. b) cachumba.
Agora, responda, em relação à ortografia das palavras c) chave.
sublinhadas. d) brecha.
a) Todas estão corretas. e) galocha.
b) Somente a III está correta.
c) Todas estão incorretas. 2. Todas as palavras abaixo estão incorretamente grafadas,
d) Somente a III está incorreta. exceto:
e) Somente a I está correta. a) faicha.
b) fachina.
4. Assinale a alternativa correta em relação à ortografia. c) repuchão.
a) Jertrudes. d) chuteira.
e) relachado.
b) jestão.
c) jerimum.
3. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia.
d) jesso.
a) chilindró.
e) jerminar.
b) estrebuchar.
c) facho.
5. Assinale a alternativa incorreta em relação à ortografia.
d) chafurdar.
a) jereré.
e) chamego.
b) jeropiga.
c) jenipapo. 4. Assinale a afirmação incorreta.
d) jequitibá. a) A palavra “boliche” está corretamente grafada.
e) jervão. b) A palavra “rocho” está corretamente grafada.
c) A palavra “mecha” está corretamente grafada.
GABARITO d) A palavra “richa” está incorretamente grafada.
e) A palavra “chereta” está incorretamente grafada.
1. d 2. c 3. d 4. c 5. e
5. Assinale a alternativa correta.
a) tachinha (prego).
Emprego do “ch” b) chilindró.
c) cocho (manco).
O “ch” provém da evolução de grupos consonantais la- d) muchocho.
tinos: e) muchiba.
Língua Portuguesa

CI ‑ clave / Ch – Chave
FI – Flagrae / Ch – Cheirar GABARITO
PI – Plenu / Ch – Cheio
PI – Planu / Ch – Chão. 1. b 2. d 3. a 4. b 5. a
• Na palavra derivada de outra que já vem escrita com
“ch”: Emprego do “X”
charco / encharcar, encharcado
chafurda / enchafurdar • O “x” representa cinco fonemas tradicionais:

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– “s” em final de sílabas seguido de consoante: 2. Assinale a alternativa correta.
extático, externo, experiência, contexto etc. a) enxarcar.
b) enxocalhar.
– “z” em palavras com prefixo “ex”, seguido de vogal: c) enxouriçar.
exame, exultar, exequível etc. d) enxurrada.
e) enxumaçar.
– “ss” como “ss” intervocálico:
trouxe, próximo, sintaxe etc. 3. Assinale a alternativa incorreta em relação ao uso do
“X”:
– “ch” no início ou no interior de algumas palavras: a) cambaxirra.
xícara, xarope, luxo, ameixa etc. b) flexar.
c) taxar (preço).
– “cs” no meio ou no fim de algumas palavras: d) explicar.
fixo, tórax, conexão, tóxico etc.
4. Todas as palavras abaixo estão corretas em relação ao
Obs.: uso do “X”, exceto:
Quando no final de sílabas o “x” não for precedido da a) enxerto.
vogal “a”, deve-se empregar o “s” em vez de “x”: b) sintaxe.
misto, justaposição etc. c) textual.
• Em vocábulos de origem árabe e castelhana: d) síxtole.
xadrez, oxalá, enxaqueca, enxadrista etc.
5. Complete as lacunas das palavras, com uma das alter-
• Em palavras de formação popular, africana ou indígena: nativas que se segue:
xepa, xereta, xingar, abacaxi, caxumba, muxoxo, xa- e__pontâneo; e__terior; e__perto; e__cessivo.
vante, xiquexique, xodó etc. a) x – s – x – s
b) s – x – s – x
• Geralmente é usado após a sílaba inicial “en”, em pa- c) s – s – x – x
lavras primitivas: d) x – x – s – s
enxada, enxergar, enxaqueca, enxó, enxadrezar, enxam-
brar, enxertar, enxoval, enxovalhar, enxurrada, enxofre, GABARITO
enxovia, enxuto etc.
Exceções: 1. c 2. d 3. b 4. d 5. b
encher, derivada de cheio
anchova ou enchova e seus derivados etc.
Uso do “E”
Obs.:
Se a palavra é derivada, dependerá da grafia da primitiva. • Nos verbos terminados em “uar”, “oar”, nas formas do
charco – encharcar; chocalho – enchocalhar presente do subjuntivo:
chafurda – enchafurdar; chouriço – enchouriçar continuar – continue – continues
chumaço – enchumaçar (estofar) etc. efetuar – efetue – efetues
habituar – habitue – habitues
• Emprega-se o “x” após ditongos: averigue – averigues
ameixa, caixa, peixe, feixe, frouxo, deixar, baixa, rou- perdoar – perdoe – perdoes
xinol etc. abençoar – abençoe – abençoes

Exceções: • Palavras formadas com o prefixo “ante”:


caucho, cauchal, caucheiro, recauchutar, recauchuta- antecipar, anterior, antevéspera
gem etc.
Uso do “I”.
• Emprega-se “ex” quando seguido de vogal:
exame, exército, exato etc. • Nos verbos terminados em “uir” nas segunda e tercei-
ra pessoas do singular do presente do indicativo e a
• Emprega-se “ex” quando se segue: segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo:
PLI – exPLIcar constituir – constitui – constituis
CI – exCItante possuir – possui – possuís
CE – exCElência influir – influi – influis
PLO – exPLOrar fluir – flui – fluis
diminuir ‑diminui – diminuis
Língua Portuguesa

EXERCÍCIOS instituir – institui – instituis

1. Assinale a alternativa incorreta. EXERCÍCIOS


a) enxada.
b) enxaqueca. 1. Assinale a alternativa incorreta em relação ao uso do
c) enxova. “e” e do “i”:
d) enxofre. a) destilar.
e) enxertar. b) cumeeira.

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c) quase. 3. Em relação às seguintes palavras:
d) cadiado. I – muleque;
II – mulambo;
2. Assinale a alternativa correta em relação ao uso do “e” III – buate,
e do “i”:
a) criolina. podemos afirmar:
b) cemitério. a) todas estão corretas.
c) palitó. b) somente a I e II estão corretas.
d) orquídia. c) somente a I e III estão corretas.
d) todas estão incorretas.
3. Todas as alternativas abaixo estão corretas em relação
ao uso do “e” e do “i”, exceto: 4. Em relação às seguintes palavras:
a) seringa. I – bueiro;
b) seriema. II – manoel;
c) umedecer. III – jaboticaba
d) desinteria.
podemos afirmar como verdadeiro:
4. Todas as alternativas abaixo estão incorretas em relação a) somente a II e III estão incorretas.
ao uso do “e” e do “i”, exceto: b) somente a II e III estão corretas.
a) crâneo. c) somente a I está correta.
b) meretíssimo. d) todas estão corretas.
c) previlégio. e) somente II está incorreta.
d) Filipe.
5. Assinale a alternativa de palavra incorretamente grafada.
5. Quanto às palavras a) custume.
I – impigem; b) tribo.
II – terebentina; c) romênia.
III – pinicilina. d) buliçoso.

podemos afirmar: GABARITO


a) somente a I está correta.
b) somente a II está correta. 1. d 2. a 3. d 4. e 5. a
c) todas estão incorretas.
d) todas estão corretas.
Algumas Dificuldades Gramaticais
GABARITO
Notações sobre o uso de “mal” e “mau”:
1. d 2. b 3. d 4. d 5. a
• Usa-se “mal” nos seguintes casos:

Como substantivo (opõe-se a “bem”)


Uso do “O” e do “U” Assim varia de número (males) e, geralmente, vem
precedido de artigo:
A letra “o” átono pode soar como “u”, acarretando he-
“O chato da bebida não é o mal que ela nos pode trazer,
sitação na grafia.
são os bêbados que ela nos traz.” (Leon Eliachar)
Pode-se recorrer ao artifício da comparação com palavras “Para se trilhar o caminho do mal, é indispensável não
da mesma família: se importar com o constrangimento.” (Fraga)
abolir – abolição
tábua – tabular Como advérbio (opõe-se a “bem”)
comprimento – comprido Nesse caso, modifica o verbo, o adjetivo e o próprio
cumprimento – cumprimentar advérbio:
explodir – explosão “Andam mal os versos de pé quebrado.” (Jaab)
“Varam o espaço foguetes mal intencionados.” (Cecília
EXERCÍCIOS Meireles)
“Mendicância vai muito mal: falta de verba.” (Sylvio
1. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas Abreu)
em relação à grafia, exceto:
a) nódoa. Como conjunção
b) óbolo. Equivale a quando, assim que, apenas:
Língua Portuguesa

c) poleiro. “Mal o Flamengo entrou em campo, foi delirantemente


d) pulir. aplaudido”.
“Mal colocou o papel na máquina, o menino começou
2. Todas as palavras das alternativas abaixo estão corretas a empurrar a cadeira pela sala, fazendo um barulho
em relação à grafia, exceto: infernal”. (Fernando Sabino)
a) capueira. 

b) embolo. • Usa-se “mau” nos seguintes casos
c) focinho.
d) goela. Como adjetivo (opõe-se a bom)

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Modifica o substantivo a que se relaciona: Notações sobre o uso do porquê (e variações)
“Um bom romance nos diz a verdade sobre o seu herói,
mas um mau romance nos diz a verdade sobre seu • Porque – Conjunção causal ou explicativa:
autor”. (Chesterton Apud Josué Montello) “Vende-se um segredo de cofre a quem conseguir abrir
“Quando a previsão diz tempo bom, isso é mau.” (Leon o cofre, porque o dono não consegue”. (Leon Eliachar)
Eliachar) “Os macróbios são macróbios porque não acreditam
em micróbios”. (Mário Quintana)
Como substantivo
Normalmente vem precedido de artigo: • Por que – Nas interrogações
“Por que não prender os maus para vivermos tranqui- “ – Diga-se cá, por que foi que você não apareceu mais
los?” lá em casa?” (Graciliano Ramos) (Interrogativa direta)
“O Belo e o Feio... O Bom e o Mau... Dor e Prazer”. “Não sei por que você foi embora”. (Interrogação indi-
(Mário Quintana) reta)
“... só que viera a pé e foi-se sentado, cansado talvez Como pronome relativo, equivalente a o qual, a qual,
de cavalgar por montes e vales do Oeste, e de tantas os quais, as quais.
lutas contra os maus”. (CDA) “Não sei a razão por que me ofenderam”.
“Contavam fatos da vida, incidentes perigosos por que
Notações sobre o uso de “a”, “há” e “ah” tinham passado”. (José Lins do Rego)

• Usa-se “há” • Por quê – No final da frase.


Com referência a tempo passado: “Mas por quê? Por quê? Por amor? (Eça de Queiroz)
“Estou muito doente. Há dez anos venho sofrendo de “Sou a que chora sem saber por quê”. (Florbela Espanca)
mal súbito”. (Aldu)
“Isso aconteceu há quatro ou cinco anos”. (Rubem Braga) • Porquê
Quando é formado do verbo haver: É substantivo e, então, varia em número; normalmen-
“Já não há mais tempo. O futuro chegou”. te, o artigo o precede:
“Eu sem você não tenho porquê”. (Vinícius de Morais)
“O garçom era atencioso, você sabia que há garçons
“Só mesmo Deus é quem sabe o porquê de certas von-
atenciosos?” (CDA)
tades femininas, se é que consegue saber.” (CDA)
• Usa-se “a”
Notações sobre o uso de “quê” e “’que”
Com referência a tempo futuro:
“... mas daí a pouco tinha a explicação”. (Machado de • Quê
Assis) Como interjeição exclamativa (seguida de ponto de
“Fui casado, disse ele, depois de algum tempo, daqui exclamação):
a três meses posso dizer outra vez: sou casado”. (Ma- “Quê! Você ainda não tomou banho?”
chado de Assis)
No final de frases:
• Usa-se “ah” Zombaria de todos, mesmo sem saber de quê.
Como interjeição enfatizante: “Medo de quê?” (José Lins do Reco)
“Ah, ia-se me esquecendo: um escritório funcional deve Como substantivo
ter também uma secretária funcional”. (Leon Eliachar) “Um quê misterioso aqui me fala.” (Gonçalves Dias)
“Ah! Disse o velho com indiferença”. (Machado de Assis) “A arte de escrever é, por essência, irreverente e tem
sempre um quê de proibido...” (Mário Quintana)
Notações sobre o uso de “mas”, “más” e “mais”
• Que
• Mas Em outros casos usa-se a forma sem acento:
É conjunção adversativa (dá ideia de oposição, retifi- “Da igreja – exclamou. Que horror.” (Eça de Queiroz)
cação): “E que sonho mau eu tive.” (Humberto de Campos)
“Sinto muito, doutor, mas não sinto nada”. (Aldu)
“O dinheiro não traz felicidade, mas acalma os nervos”. Notações sobre o uso de “onde”, “aonde” e “donde”
(Aldu)
• Onde
• Más É estático. Usa-se com os verbos chamados de repouso,
Plural feminino de “MAU” situação, fixação, como o verbo “ser” e suas modali-
“Não tinha más qualidades, ou se as tinha, eram de dades (estar – permanecer) e outros (ficar, estacionar
pouca monta”. (Machado de Assis) etc.); corresponde a “lugar em que” (ubi, em latim):
“Não há coisas, na vida, inteiramente más”. (Mário “Onde foi inventado o feijão com arroz? (Clarice Lis-
Língua Portuguesa

Quintana) pector)
“Vende-se uma bússola enguiçada. Infelizmente não
• Mais sei onde estou, senão não venderia a bússola”. (Leon
Advérbio de intensidade Eliachar)
“As fantasias mais usadas no carnaval são: homem
vestido de mulher e mulher vestida de homem”. (Leon • Aonde
Eliachar) É dinâmico. Usa-se com os verbos chamados de mo-
Ele nunca está satisfeito. Sempre quer mais do que vimento, como ir, andar, caminhar etc.; corresponde
recebe. a lugar em que (quo, em latim):

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“Tal prática era possível na cidade, aonde ainda não • Ao par
haviam chegado os automóveis.” (Manuel Bandeira) Tem o significado de igual, equilibrado, paralelo:
“Se chegares sempre aonde quiseres, ganharás”. (Paulo O câmbio está ao par.
Mendes Campos)
EXERCÍCIOS
• Donde
Equivale a “de onde” e apresenta ideia de afastamento; 1. Preencha as lacunas com “mal”, “mau”, “má”:
corresponde a lugar do qual (unde, em latim):
a) Foi um _______ resultado para a equipe.
“Tomás estava, mas encerrara-se no quarto, donde só
b) Foi um ______ irrecuperável.
saíra...” (Machado de Assis)
c) Não me interprete _____ quando lhe digo _____ que
“Às vezes se atiram a distantes excursões donde regres-
sas com uma enorme lava.” (Manoel Bandeira) responderá pelo que fez a esta criança.
d) ______ entrou no campo, deu um _______ jeito no
Notações sobre o uso de “senão” e “se não” pé, devido à _______ condição do gramado.
e) Uma redação _______ escrita pode ser, apenas, o
• Senão resultado de uma _______ organização de ideias.
Conjunção adversativa com o sentido de “em caso f) Ele organizou ______ o texto.
contrário”, “de outra forma”: g) Sua _______ redação foi um negócio ________ para
“Cala a boca, mulher, senão aparece polícia”. (Raquel ela.
de Queiroz) h) Este menino é _______ porque sempre aprendeu a
Com o sentido de “mas sim” e com o sentido de “a não praticar o _______.
ser”: i) Se não tivesse recebido ______ exemplos, evitaria os
“Ele, a quem eu nada podia dar senão minha sincerida- ______ que tem causado.
de, ele passou a ser uma acusação de minha pobreza”. j) Há pessoas que têm o _____ costume de fazer ______
(Clarice Lispector) juízo dos outros, ______ os conhecem.

Quando substantivo com o sentido de “falha”, “defei- 2. Preencha as lacunas com porque, por que, porquê, por
to”, “imperfeição”. Admite, então, flexão de número: quê, ou quê:
“Esfregam as mãos, têm júbilos de solteiras histéricas, dão a) Você não disse _________ veio, ontem, à festa.
pulinhos, apenas porque encontram senões miúdos nas b) Não sei ________ você não veio, ontem, à festa.
páginas que não saberiam compor”. (Josué Montello) c) Você sabe se José não veio à aula hoje, ________ não
chegou ainda do passeio de final de semana?
• Se não
d) Todos temos direitos inalienáveis, ________ somos
Quando conjunção condicional “se”:
pessoas humanas.
‘’Se não fosse Van Gogh, o que seria do amarelo?”
(Mário Quintana) e) _________ se questiona tanto o progresso e se ques-
tionam pouco os responsáveis pela ampliação desu-
Quando advérbio de negação “Não” mana da técnica? ___________?
“Os ex-seminaristas, como os ex-padres, permanecem f) Os caminhos __________ temos andado, os valores
ligados indissoluvelmente à Igreja. Se não, pela fé – _________ temos lutado, podem não ser os mais
pelo rito”. (Josué Montello) certos, porém são aqueles em que acreditamos.
‘’Se não fosse Van Gogh, o que seria do amarelo?” g) Há um _______ misterioso em tudo isso.
(Mário Quintana) h) Não consigo perceber o _________ de tudo isso, mas
as razões ________ não consigo perceber tudo isso
Notações sobre “afim” e “a fim de” já estão bem identificadas.

• Afim GABARITO
Adjetivo com o sentido de parente, próximo:
“... era meu parente afim, [...] interrogou-nos de cara
1. a) mau 2. a) por que
amarrada e mandou-nos embora.” (CDA) b) mal b) por que
Naquele grupo todos eram afins; por isso brigavam c) mal, mal c) porque
tanto. d) Mal, mau, má d) porque
e) mal, má e) Por que, Por quê
• A fim f) mal f) por que, por que
Locução prepositiva; dá ideia de finalidade; equivale g) má, mau g) porquê
a “para”: h) mau, mal h) porquê, por que
Viajou a fim de se esconder. i) maus, males
j) mau, mau, mal
Língua Portuguesa

“Metade da massa ralada vai para a rede da goma, a fim


de se lhe tirar o excesso de amido”. (Raquel de Queiroz)

Notações sobre o uso de “a par” e “ao par”


Emprego do Hífen
(Conforme a Nova Ortografia)
• A par
Tem o significado de conhecer, saber, tomar conheci- a) Não será usado hífen quando o prefixo termina em
mento: vogal e o segundo elemento começa com r ou s. Essas letras
Estamos a par da evolução técnica. serão duplicadas. Observe as regras no quadro abaixo.

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Velha Regra Nova Regra infra-escapular infraescapular
ante-sala antessala infra-escrito infraescrito
anti-reumatismo antirreumatismo infra-específico infraespecífico
infra-estrutura infraestrutura
auto-recuo autorrecuo infra-ordem infraordem
contra-senso contrassenso
intra-epidérmico intraepidérmico
extra-rigoroso extrarrigoroso intra-estelar intraestelar
infra-solo infrassolo intra-orgânico intraorgânico
ultra-rede ultrarrede intra-ósseo intraósseo
ultra-sentimental ultrassentimental neo-academicismo neoacademicismo
semi-sótão semissótão neo-aristotélico neoaristotélico
supra-renal suprarrenal neo-aramaico neoaramaico
supra-sigiloso suprassigiloso neo-escolástica neoescolástico
neo-escocês neoescocês
Os prefixos hiper-, inter- e super- se ligam com hífen a neo-estalinismo neoestalinismo
elementos iniciados por r. neo-idealismo neoidealismo
neo-imperialismo neoimperialismo
hiper-risonho, hiper-realidade, hiper-rústico, hiper-regu-
lagem, inter-regional, inter-relação, inter-racial, super- semi-erudito semierudito
-ramificado, super-risco, super-revista. supra-ocular supraocular
* Observe que a palavra extraordinário já era escrita sem hífen antes
b) Passa a ser usado o hífen, agora, quando o prefixo do novo acordo.
termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento.
Lembremos que, nas regras anteriores ao acordo ortográfico, d) Não se usa mais o hífen em palavras compostas por
os prefixos abaixo eram grafados sem hífen diante de vogal. justaposição, quando se perde a noção de composição e
Observe o quadro: surge um vocábulo autônomo. Observe o quadro:

Velha Regra Nova Regra Velha Regra Nova Regra


manda-chuva mandachuva
antiinflacionário anti-inflacionário
antiictérico anti-ictérico pára-quedas paraquedas
antiinflamatório anti-inflamatório pára-lama, pára-brisa paralama, parabrisa
arquiinimigo arqui-inimigo pára-choque parachoque
arquiinteligente arqui-inteligente
Devemos observar que continuam com hífen: ano-luz,
microondas micro-ondas
arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, tio-avô,
microônibus micro-ônibus
mato-grossense, norte-americano, sul-africano, afro-luso-
microorganismo micro-organismo
-brasileiro, primeiro-sargento, segunda-feira, guarda-chuva.
Exceção:
Não se usa hífen com o prefixo co-, mesmo que o segundo e) Fica sendo regra geral o hífen antes de h:
elemento comece com a vogal o: anti-higiênico, circum-hospitalar, co-herdeiro, contra-
coordenação, cooperação, coocorrência, coocupante, -harmônico, extra-humano, pré-histórico, sub-hepático,
coonestar, coobrigar, coobrar. super-homem.

c) Não será mais usado quando o prefixo termina em O que não muda no hífen
vogal diferente da que inicia o segundo elemento. Lem-
bremos que, nas regras anteriores ao acordo ortográfico, os Continua-se a usar hífen nos seguintes casos:
prefixos abaixo eram sempre grafados com hífen antes de • Em palavras compostas que constituem unidade sin-
vogal. Observe o quadro: tagmática e semântica e nas que designam espécies:
ano-luz, azul-escuro, conta-gotas, guarda-chuva,
segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor,
Velha Regra Nova Regra erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi.
auto-análise autoanálise • Com os prefixos ex-, sota-, soto-, vice-, vizo-:
auto-afirmação autoafirmação ex-mulher, sota-piloto, soto-mestre, vice-campeão,
auto-adesivo autoadesivo vizo-rei.
auto-estrada autoestrada • Com prefixos circum- e pan- se o segundo elemento
auto-escola autoescola começa por vogal h e m ou n:
auto-imune autoimune circum-adjacência, pan-americano, pan-histórico.
Língua Portuguesa

extra-estatutário extraestatutário • Com prefixos tônicos acentuados pré-, pró- e pós- se


extra-escolar extraescolar o segundo elemento tem vida à parte na língua:
extra-estatal extraestatal pré-bizantino, pró-romano, pós-graduação.
extra-ocular extraocular • Com sufixos de base tupi-guarani que representam for-
extra-oficial extraoficial mas adjetivas: -açu, -guaçu, e -mirim, se o primeiro
extraordinário* extraordinário elemento acaba em vogal acentuada ou a pronúncia
extra-urbano extraurbano exige a distinção gráfica entre ambos:
extra-uterino extrauterino amoré-guaçu, manacá-açu, jacaré-açu, paraná-mirim.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Com topônimos iniciados por grão- e grã- e forma ver- b) O ex-aluno fez a sua autodefesa.
bal ou elementos com artigo: c) O contra-regra comeu um contrafilé.
Grã-Bretanha, Santa Rita do Passa-Quatro, Baía de d) Sua autobiografia é um verdadeiro contrassenso.
Todos-os-Santos, Trás-os-Montes etc. e) O meia-direita deu início ao contra-ataque.
• Com os advérbios mal e bem quando formam uma
unidade sintagmática com significado e o segundo 5. Uma das alternativas abaixo apresenta incorreção quan-
elemento começa por vogal ou h: to ao emprego do hífen.
bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, mal- a) O pseudo-hermafrodita não tinha infraestrutura para
-estar, mal-humorado. assumir um relacionamento extraconjugal.
Obs.: Os compostos com o advérbio bem se escrevem b) Era extra-oficial a notícia da vinda de um extraterreno.
sem hífen quando tal prefixo é seguido por elemento c) Ele estudou línguas neolatinas nas colônias ultrama-
iniciado por consoante: rinas.
bem-nascido, bem-criado, bem-visto (ao contrário de d) O antissemita tomou antibiótico e vacina antirrábica.
“malnascido”, “malcriado” e “malvisto”). e) Era um suboficial de uma superpotência.
• Nos compostos com os elementos além, aquém, recém
e sem: 6. Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do
além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém- hífen.
-casados, sem-número, sem-teto. a) Pelo interfone ele me comunicou bem-humorado que
estava fazendo uma superalimentação.
Hífen em locuções b) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assombrada.
c) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido.
Não se usa hífen nas locuções (substantivas, adjetivas, d) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos.
pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjunti- e) O autodidata fez uma auto-análise.
vas), como em:  cão de guarda, fim de semana, café com leite,
pão de mel, pão com manteiga, sala de jantar, cor de vinho,
7. Fez um esforço ______ para vencer o campeonato
à vontade, abaixo de, acerca de, a fim de que.
_________.
São exceções algumas locuções consagradas pelo uso. É
a) sobre-humano – inter-regional
o caso de expressões como: água-de-colônia, arco-da-velha,
b) sobrehumano – interregional
cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à
c) sobreumano – interregional
queima-roupa.
d) sobrehumano – inter-regional
e) sobre-humano – inter-regional
EXERCÍCIOS
8. Usa-se hífen nos vocábulos formados por sufixos que re-
Responda conforme as novas regras da ortografia.
presentam formas adjetivas, como açu, guaçu, e mirim.
Com base nisso, marque as formas corretas.
1. Nas frases que seguem, indique a única que apresente a
a) capim-açu.
expressão incorreta, levando em conta o emprego do hífen.
b) anajá-mirim.
a) Aqueles frágeis recém-nascidos bebiam o ar com
c) paraguaçu.
aflição.
b) Nunca mais hei-de dizer os meus segredos. d) para-guaçu.
c) Era tão sem ternura aquele afago, que ele saiu mal-
-humorado. 9. Marque as formas corretas.
d) Havia uma super-relação entre aquela região deserta a) autoescola.
e esta cidade enorme. b) contra-mestre.
e) Este silêncio imperturbável, amá-lo-emos como uma c) contra-regra.
alegria que não deixa de ser triste. d) infraestrutura.
e) semisselvagem.
2. Suponha que você tenha que agregar o prefixo sub- às f) extraordinário.
palavras que aparecem nas alternativas a seguir. Assinale g) proto-plasma.
aquela que tem que ser escrita com hífen. h) intra-ocular.
a) (sub) chefe. i) neo-republicano.
b) (sub) entender. j) ultrarrápido.
c) (sub) desenvolvido.
d) (sub) reptício. 10. Marque, então, as formas corretas.
e) (sub) liminar. a) supra-renal.
b) supra-sensível.
3. Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do hífen: c) supracitado.
a) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo. d) supra-enumerado.
Língua Portuguesa

b) O meia-direita fez um gol sem-pulo na semifinal do e) suprafrontal.


campeonato. f) supra-ocular.
c) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
d) O recém-chegado veio de além-mar. GABARITO
e) O vice-reitor está em estado pós-operatório.
1. b 4. c 7. a 10. c, e
4. Em qual alternativa ocorre erro quanto ao emprego do 2. d 5. b 8. a, b, c
hífen? 3. a 6. e 9. a, d, e, f, j
a) Foi iniciada a campanha pró-leite.

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SINTAXE DO PERÍODO locuções conjuntivas coordenativas explicativas, que são:
pois (antes do verbo), que, porque, por quanto etc.
Saia logo, pois já são nove horas.
Relações Morfossintáticas e Semânticas no Ele está lutando, pois precisa vencer.
Período Composto Não a prejudique, porque ela é doente.
Período Composto por Coordenação
EXERCÍCIOS
No período composto por coordenação, as orações re-
cebem o nome de orações coordenadas e podem ser assin- Coloque nos parênteses que precedem os períodos a seguir,
déticas ou sindéticas. em relação às orações sublinhadas:
• São assindéticas quando não são introduzidas por co- (A) para oração coordenada assindética.
nectivos (conjunções). (B) para oração coordenada sindética adversativa.
• São sindéticas quando são introduzidas por conectivos (C) para oração coordenada sindética aditiva.
(conjunções). (D) para oração coordenada sindética alternativa.
(E) para oração coordenada sindética explicativa.
Observe: (F) para oração coordenada sindética conclusiva.
No período:
Compramos, vendemos, fazemos qualquer negócio. 1. ( ) O vaqueiro do Sul ou está cavalgando ou está par-
Há quatro orações coordenadas e todas assindéticas. ticipando de corrida.
2. ( ) Havia muita gente na sala, mas ninguém socorreu
Porém no período: a vítima.
As casas estavam fechadas e as ruas desertas. 3. ( ) O vaqueiro no Norte conhece bem os seus espaços,
Há duas orações coordenadas, sendo a primeira assin- pois nasceu nas caatingas.
dética e a segunda sindética. 4. ( ) Ele devia estar muito enfraquecido, pois desmaiou.
5. ( ) O trabalho do vaqueiro é duro, portanto ele tem de
As orações coordenadas sintédicas podem ser: ser um homem forte.
6. ( ) Você vem comigo, ou vai-se embora com eles?
1. Orações coordenadas sindéticas aditivas 7. ( ) Telefonei-lhe ontem, mas você tinha saído.
Quando simplesmente ligadas à anterior, sendo introdu- 8. ( ) Meus amigos, o verdadeiro homem não foge, en-
zidas por conjunções ou locuções conjuntivas coordenativas frenta tudo.
aditivas, que são: e, nem, e não, mas também, bem como, 9. ( ) Ele foi a São Paulo de automóvel e voltou de avião.
também etc. 10. ( ) Passou a noite, veio o novo dia e ele continuava
Ele não toma uma atitude nem nos apoia. dormindo.
A casa foi vendida e o carro trocado.
11. ( ) Você não estuda, portanto não passará de ano.
Ele comprou o carro e não comprou a casa.
12. ( ) Tudo parecia difícil, mas ela não reclamava, nem
perdia o ânimo.
2. Orações coordenadas sindéticas adversativas
Quando o seu sentido se opõe ao da anterior, sendo in- 13. ( ) Havia problemas, mas ninguém tentava resolvê-los.
troduzidas por conjunções ou locuções conjuntivas coorde- 14. ( ) Ninguém nos atendeu; ou estavam dormindo, ou
nativas adversativas, que são: mas, porém, todavia, contudo, tinham saído.
entretanto, no entanto, não obstante etc. 15. ( ) Não perturbes teu pai, que ele está trabalhando.
Queremos lutar, mas ninguém nos apoia. 16. ( ) Nós o prevenimos; portanto ele acautelou-se.
Estou estudando, porém preciso parar. 17. ( ) Ele não só me atrapalha, como também me preju-
Ele estudou, contudo não passou. dica.
18. ( ) Nós o prevenimos, mas ele descuidou-se.
3. Orações coordenadas sindéticas alternativas 19. ( ) Vocês sentem-se prejudicados; ninguém, no entan-
Quando têm significados que se excluem (ou um ou ou- to, protesta.
tro), sendo introduzidas por conjunções ou locuções conjun- 20. ( ) Certamente ele acautelou-se, pois nós o prevenimos.
tivas coordenativas alternativas, que são: ou, ou... ou, já... 21. ( ) Tudo já está terminado, portanto vamo-nos embora.
já, ora... ora, seja... seja, quer... quer etc. 22. ( ) Provavelmente seremos punidos, porque transgre-
Ou ele resolve tudo, ou tenho de ir eu mesmo. dimos a lei.
Quer estude, quer trabalhe, ele não muda. 23. ( ) O professor não veio; logo não haverá aula.
Esta terra é assim mesmo, ora chove, ora faz sol. 24. ( ) Transgredimos a lei, logo seremos punidos.
25. ( ) Você se diz meu amigo, todavia nem sempre o en-
4. Orações coordenadas sindéticas conclusivas tendo.
Quando exprimem uma conclusão, sendo introduzidas
por conjunções ou locuções conjuntivas coordenativas con- GABARITO
Língua Portuguesa

clusivas, que são: logo, portanto, então, por isso, por con-
seguinte, pois (depois do verbo) etc.
1. D 8. A 15. E 22. E
Houve algum engano, por isso vamos verificar.
2. B 9. C 16. F 23. F
Ele estudou muito, logo venceu na vida.
3. E 10. A 17. C 24. A
Ele pagou seus compromissos, então merece crédito.
4. E 11. F 18. B 25. B
5. F 12. B 19. B
5. Orações coordenadas sindéticas explicativas
6. D 13. A 20. E
Quando encerram uma explicação daquilo que vem ex-
7. B 14. D 21. F
presso na anterior, sendo introduzidas por conjunções ou

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Período Composto por Subordinação Período simples:
Meu desejo é a vossa felicidade.
Vimos no período composto por coordenação que as (predicativo do sujeito)
orações são independentes, não havendo nenhuma ligação Período composto:
de subordinação entre elas, ou seja, uma principal e uma, Meu desejo é que sejais feliz.
ou várias subordinadas. (oração subordinada substantiva predicativa)
Quanto ao período composto por subordinação, haverá f) Aposto – oração subordinada substantiva apositiva
uma espécie de dependência entre elas, havendo é claro, Desempenha a função de aposto da oração principal.
uma principal e uma ou mais subordinadas. Veja:
As orações de um período composto por subordinação Período simples:
podem ser. Só quero uma coisa: a tua absolvição.
• substantivas (aposto)
• adjetivas Período composto:
• adverbiais Só quero uma coisa: que sejais absolvido.
(oração subordinada substantiva apositiva)
• Orações Subordinadas Substantivas
Observação:
As orações subordinadas substantivas, além de desempe- Você deve ter notado que as orações subordinadas subs-
nharem as funções de substantivo, desempenham também tantivas começaram todas por:
as funções dos elementos de um período simples, ou seja: • Conjunção integrante: que ou se
a) Sujeito – oração subordinada substantiva subjetiva Todavia podem também ser introduzidas por:
Desempenha a função de sujeito da oração principal. • Advérbio interrogativo: por que? onde? quando?
Veja: como?
Período simples: • Pronomes interrogativos: que? quem? qual? quanto?
É necessário a morte do peru.
(sujeito) • Pronomes indefinidos: quem? quantos?
Período composto:
É necessário que o peru morra. EXERCÍCIOS
(oração subordinada substantiva subjetiva)
Coloque nos parênteses que precedem os períodos a seguir,
b) Objeto direto – oração subordinada substantiva ob- analisando o que estiver sublinhado.
jetiva direta (OSSSU) para oração subordinada substantiva subjetiva.
Desempenha a função de objeto direto da oração prin- (OSSSOD) para oração subordinada substantiva objetiva di-
cipal. reta.
Veja: (OSSSOI) para oração subordinada substantiva objetiva in-
Período simples:
direta.
Eu quero a tua colaboração.
(objeto direto) (OSSSPR) para oração subordinada substantiva predicativa.
Período composto: (OSSSAP) para oração subordinada substantiva apositiva.
Eu quero que tu colabores. (OSSSCN) para oração subordinada substantiva completava
(oração subordinada substantiva objetiva direta) nominal.
1. ( ) Ali, bem ali, esperávamos que os balões caíssem.
c) Objeto indireto – oração subordinada substantiva 2. ( ) É necessário que você colabore.
objetiva indireta 3. ( ) Alberto disse que não morava na cidade.
Desempenha a função de objeto indireto da oração 4. ( ) Ficamos à espera de que o barco se aproximasse.
principal. 5. ( ) Somos gratos a quem nos ajuda.
Veja: 6. ( ) Reconheço-lhe uma qualidade: você é sincera.
Período simples: 7. ( ) O sonho do pai era que o filho se formasse.
Eu preciso de tua colaboração. 8. ( ) Convém que te justifiques.
(objeto indireto)
Período composto: 9. ( ) Está provado que esta doença já tem cura.
Eu preciso de que tu colabores. 10. ( ) Roberto era quem mais reclamava.
(oração subordinada substantiva objetiva indireta)
11. No período: “Que conversassem de amores, é possível”.
d) Complemento nominal – oração subordinada subs- A primeira oração classifica-se como:
tantiva completiva nominal a) subordinada substantiva predicativa.
Desempenha a função de complemento nominal da b) subordinada substantiva apositiva.
oração principal. c) subordinada substantiva subjetiva.
Veja: d) subordinada substantiva objetiva direta.
Período simples: e) Principal.
Sou favorável à execução da fera.
Língua Portuguesa

(complemento nominal)
12. A oração sublinhada em: “Não permita Deus que eu
Período composto:
morra...” tem:
Sou favorável a que executem a fera.
(oração subordinada substantiva completiva nominal) Valor de função sintática de
a) adjetivo objeto direto
e) Predicativo – oração subordinada substantiva pre- b) substantivo sujeito
dicativa c) advérbio adjunto adverbial
Desempenha a função de predicativo do sujeito da ora- d) substantivo objeto direto
ção principal. e) adjetivo sujeito

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13. Observe as orações sublinhadas nos períodos seguintes: Que: Mulher que muito se mira, pouco fiado tira.
I – Era necessário que Tistu compreendesse. Quem: Sou eu quem perde.
II – Todos esperavam que vencêssemos.
III – Tistu precisava de que o ajudassem. Observação:
Para analisar orações em que entre o relativo quem, é
São respectivamente: necessário desdobrá-lo em: aquele que.
a) objetiva direta, objetiva direta e subjetiva. Qual: Dê-me o troco do dinheiro com o qual você pagou
b) subjetiva, objetiva direta e objetiva indireta. a entrada.
c) subjetiva, subjetiva e completiva nominal. Cujo: Xadrez é um jogo cujas regras nunca entendi.
Onde: Conheço a rua onde mora o professor.
d) predicativa, completiva nominal e subjetiva.
e) subjetiva, objetiva indireta e objetiva direta. Observação:
Onde = em que
14. Numere corretamente, de acordo com a classificação Quanto: Tudo quanto existe é obra divina.
das orações subordinadas substantivas:
(1) Subjetiva A oração subordinada adjetiva pode ser:
(2) Objetiva direta
(3) Objetiva indireta Restritiva ou Explicativa
(4) Predicativa
(5) Completiva nominal É restritiva quando restringe ou limita o sentido do nome
(6) Apositiva ou pronome a que se refere. A qualidade ou propriedade
expressa pela oração subordinada adjetiva, nesses casos, não
( ) Fabiano viu que tudo estava perdido. é intrínseca, não é essencial ao nome ou pronome a que se
( ) O seu desespero era que os bichos se finavam. reporta a oração.
( ) Era preciso que chovesse. O homem que crê, nunca se desespera.
( ) Tudo dependia de que Deus fizesse um milagre. Oração principal: O homem nunca se desespera.
( ) Eles só esperavam uma coisa: que chovesse. Oração subordinada adjetiva: que crê.
( ) Sinhá Vitória fez referência a que Fabiano a acom- Justificativa: Nem todo homem crê.
panhasse. Logo, a crença não é qualidade comum a todos os ho-
mens.
Assinale a sequência obtida: A oração restringe ou limita o sentido do termo homem,
a) 2 – 4 – 1 – 3 – 6 – 5 pois o autor refere-se somente ao homem que crê, e não a
b) 2 – 4 – 3 – 1 – 5 – 6 todo e qualquer homem.
c) 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6
d) 2 – 4 – 1 – 6 – 5 – 3 É explicativa quando exprime uma qualidade inerente,
essencial ao nome com que se relaciona.
GABARITO O homem, que é mortal, tem no túmulo o epílogo da vida.
Oração principal: O homem tem no túmulo o epílogo da
1. OD 5. CN 9. SU 13. b vida.
2. SU 6. AP 10. PR 14. a Oração subordinada adjetiva explicativa: que é mortal.
3. OD 7. PR 11. c Justificativa: todo homem é mortal.
4. CN 8. SU 12. d Logo, a morte é inerente à natureza do homem.

Os exemplos apresentados revelam-nos que a adjetiva


• Orações Subordinadas Adjetivas restritiva é indispensável ao sentido do período, enquanto
que a adjetiva explicativa pode ser retirada do período sem
A oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor prejudicar o sentido. A adjetiva explicativa vem sempre en-
de um adjetivo e funciona como adjunto adnominal de um tre vírgulas e as restritivas aceitam vírgulas apenas, onde
termo que a antecede. Observe: terminam.
Na hora da despedida, o japonês disse uma frase co-
movente. Importante:
A palavra sublinhada funciona como adjunto adnominal Se, no entanto, as palavras: quem, qual, onde, quan-
da palavra frase. to, quando e como figuram na oração, sem antecedente
expresso, as orações por eles introduzidas não mais serão
Veja agora a substituição: adjetivas, mas sim, subjetivas.
Na hora da despedida, o japonês disse uma frase que Exemplifiquemos comparando adjetivas com subjetivas:
me comoveu. Conheço a rua onde mora o professor.
Antecedente expresso: rua
O termo sublinhado, que substitui a palavra comovente
Or. sub. adj. restr.: onde mora o professor
da oração, recebe o nome de oração subordinada adjetiva,
Língua Portuguesa

e está sendo introduzida pelo pronome relativo que. Diga-me onde mora o professor.
oração sub. sub. ob. direta
Veja outros exemplos:
Restavam-se as conversas interrompidas à noite. Ficamos admirados todos quantos o viram.
Restavam-se as conversas que eram interrompidas à noite. Antecedente expresso: todos
Algumas fábricas liberam gases prejudiciais à saúde. Or. sub. adj. restr.: quantos o viram
Algumas fábricas liberam gases que prejudicam à saúde.
As orações subordinadas adjetivas são introduzidas por Veja quanto pode emprestar-me.
um pronome relativo (que, quem, qual, cujo, onde, quando). or. sub. sub. obj. direta

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• Oração Subordinada Adjetiva • Orações Subordinadas Adverbiais

1. Restritiva Além das orações subordinadas substantivas e adjeti-


vas, existem as adverbiais, que exercem a função de adjunto
Características adverbial, ou seja, funcionam como adjunto adverbial de
a) Restringe a significação do substantivo ou do pronome outras orações e vêm, normalmente, introduzidas por uma
antecedente . conjunção subordinativa (com exceção das integrantes).
b) É indispensável ao sentido da frase. São classificadas de acordo com a conjunção ou locução
c) Não se separa por vírgula da oração principal. conjuntiva que as introduz.
O livro que ela lia era a loucura do homem agoniado.
1) Causal
2. Explicativa Indica a causa da ação expressa pelo verbo da oração
principal. As principais conjunções introdutoras são: porque,
Características visto que, já que, uma vez que, como.
a) Acrescenta uma qualidade acessória ao antecedente. Só não morri à míngua, porque o povo daqui me socorreu.
b) É dispensável ao sentido da frase.
c) Vem separada por vírgulas da oração principal. 2) Comparativa
Jorge de Lima, que foi um poeta da segunda fase, do Estabelece uma comparação com a ação indicada pelo
Modernismo brasileiro, escreveu uma obra junto com verbo da oração principal. As principais conjunções introdu-
Murilo Mendes. toras são: que e do que (precedidos do mais, menos, melhor,
pior, maior, menor), como.
EXERCÍCIOS Obs.: frequentemente, omite-se nas comparativas o ver-
bo da oração subordinada.
Coloque nos parênteses que precedem os períodos seguin- Ela é tão bela como uma flor.
tes, em relação à oração que estiver sublinhada.
(R) para oração subordinada adjetiva restritiva. 3) Concessiva
(E) para oração subordinada adjetiva explicativa. Indica uma concessão às ações do verbo da oração prin-
cipal. Isto é, admite uma contradição ou um fato inesperado.
1. ( ) Os alunos que chegarem atrasados serão advertidos. As principais conjunções introdutoras são: embora, a menos
2. ( ) A vida, que é curta, deve ser bem aproveitada. que, se bem que, ainda que, contanto etc.
3. ( ) A perseverança, que a marca dos fortes, leva a su-
Fiz a prova, embora tivesse chegado atrasado.
cessos na vida.
4. ( ) Quero somente as fotos que saírem perfeitas.
5. ( ) Pedra que rola fica lisa. 4) Condicional
6. ( ) O carro que bateu vinha a mais de oitenta. Indica a situação necessária à ocorrência da ação do
7. ( ) O Amazonas, que é o maior rio do mundo em vo- verbo da oração principal. As principais conjunções condi-
lume d’água, nasce nos Andes. cionais que as introduzem são: se, salvo se, exceto, desde
8. ( ) O cavalo que ganhou o grande prêmio Brasil chama- que, contanto que, sem que.
-se Sun Set. Só irei com vocês, se me pagarem a passagem.
9. ( ) Os carros que não tiverem placa serão multados.
10. ( ) O homem, que é um ser mortal, tem uma missão 5) Conformativa
sobre a terra. Indica uma conformidade entre o fato que expressa e a
11. ( ) A lua, que é um satélite da terra, recebe a luz solar. ação do verbo da oração principal. As principais conjunções
12. ( ) O negro que está faminto precisa de cuidados especiais. introdutórias são: como, consoante, segundo, conforme.
13. ( ) A vida, que é boa, deve ser aproveitada. Como havíamos previsto, a festa esteve ótima.
14. ( ) Ali fica o consultório que pertence a meu amigo.
15. ( ) As justificativas, que escutei, são do pobre coitado. 6) Consecutiva
16. ( ) Ontem vi o amigo que vai viajar comigo. Indica a consequência resultante da ação do verbo da
17. ( ) O médico, que está a serviço do povo, atendeu a oração principal. As principais conjunções introdutórias são:
um chamado. (tão)... que, (tanto) ... que, (tamanho)... que etc.
18. ( ) Era um homem que tinha muita coragem. Tremia tanto, que mal podia andar.
19. ( ) O médico prestou favores que não podem ser esti-
mados. 7) Final
20. ( ) É deliciosa a sensação inusitada que senti. Indica o fim, o objetivo a que se destina o verbo da oração
21. ( ) Ontem examinei a senhora gorda que está diabética. principal. As principais conjunções que as introduzem são:
22. ( ) O cliente que chegar atrasado será advertido.
para que, afim de que, (= para que).
23. ( ) O médico que ajudou o preto chama-se Jamur.
24. ( ) O Rio de Janeiro, que é a cidade rica em belezas Fiz-lhe sinal, para que viesse.
naturais, é hospitaleira.
25. ( ) O homem que desmaiou vinha mal intencionado. 8) Proporcional
Língua Portuguesa

Indica uma relação de proporcionalidade com o verbo


da oração principal. As principais conjunções introdutoras
GABARITO são: à medida que, enquanto, quanto mais... mais, quanto
mais... menos, à proporção que.
1. R 6. R 11. E 16. R 21. R À medida que caminhávamos, víamos aparecer a casa.
2. E 7. E 12. R 17. E 22. R
3. E 8. R 13. E 18. R 23. R 9) Temporal
4. R 9. R 14. R 19. R 24. E Indica a circunstância de tempo em que ocorre a ação do
5. R 10. E 15. E 20. R 25. R verbo da oração principal. As principais conjunções introdu-

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toras são: antes que, quando, assim que, logo que, até que, h) ( ) Os preços dos gêneros alimentícios aumentam
depois que, mal, apenas. diariamente, porque a inflação está acelerada.
Assim que deu o sinal, os alunos saíram. i) ( ) Semeie hoje, para que colha bons frutos amanhã.
j) ( ) Os deveres tomam-se agradáveis, se os cumpri-
EXERCÍCIOS mos com boa vontade.
k) ( ) Os outros nos tratam, conforme os tratamos.
1. No período: “As nuvens são cabelos crescendo como l) ( ) À proporção que lemos, vamos adquirindo mais
rios” (JCMN). cultura.
A oração sublinhada é classificada como: m) ( ) Só valorizamos certas coisas, quando as perdemos.
a) adverbial consecutiva. n) ( ) Tanto vai o vaso à fonte, que um dia se rompe.
b) adverbial final. o) ( ) O amor só floresce, se o regarmos com muito
c) adverbial proporcional. carinho.
d) adverbial comparativa. p) ( ) O silêncio pode comunicar tanto, quanto a palavra.
q) ( ) Habituai-vos a obedecer, para aprender a mandar
2. Nos versos: (R.R.)
r) ( ) Se eu não fosse imperador, desejaria ser profes-
“... delas se emite um canto
sor (D. Pedro II)
de uma tal continuidade
s) ( ) Os olhos nunca enganam; nem mesmo quando
que continua cantando (1)
pretendem enganar.
se deixa de ouvi-lo a gente; t) ( ) Se os espelhos falassem, haveria menos gente
como a gente às vezes canta (2) diante deles.
para sentir-se existente” (3)
(J.C.M.N.)
GABARITO
Temos nos versos (1), (2) e (3) sublinhados, respectiva-
mente, orações subordinadas adverbiais: 1. d c) 4 i) 7 o) 4
a) consecutiva ‑ comparativa – final. 2. a d) 2 j) 4 p) 2
b) final – proporcional – comparativa. 3. c e) 9 k) 5 q) 7
c) Causal – conformativa – final. 4. c f) 3 l) 8 r) 4
d) causal – comparativa – final. 5. a) 8 g) 6 m) 9 s) 9
b) 5 h) 1 n) 6 t) 4
3. No período: “Não permita Deus que eu morra sem que
eu volte para lá”. (Gonçalves Dias)
A oração subordinada adverbial deve ser classifica como: EXERCÍCIOS
a) comparativa.
b) consecutiva. (MMA) Foram expedidas cerca de 7 mil cartas de expulsão
de brasileiros no ano passado. O medo faz parte da rotina
c) condicional.
de boa parte dos cerca de 60 mil brasileiros sem papéis,
d) final.
que vivem de casa para o trabalho e do trabalho para casa,
receosos de serem detidos e repatriados.
4. No período: “Como havia pouca gente presente, a reu-
1. O uso das vírgulas justifica-se por isolar oração subor-
nião foi suspensa”. dinada adjetiva restritiva.
A oração destacada apresenta uma circunstância de:
a) tempo. (MMA/Analista) Quando, há cerca de cinco anos, chegou ao
b) condição. mercado brasileiro o primeiro modelo de carro bicombustí-
c) causa. vel, que pode utilizar gasolina e álcool em qualquer propor-
d) consequência. ção, ninguém apostava no seu êxito imediato e muito menos
na sua permanência no mercado por muito tempo.
5. Coloque nos parênteses que precedem os períodos 2. A vírgula após “bicombustível” isola oração subordinada
abaixo, em relação às orações subordinadas adverbiais adjetiva explicativa.
sublinhadas:
(1) para causal (MPE-RR/Atendente) Os Estados Unidos da América (EUA),
(2) para comparativa que desde a última década vinham relegando para um segun-
(3) para concessiva do plano esforços direcionados à conservação de energia – os
(4) para condicional carros grandes têm hoje maior participação relativa, no total
(5) para conformativa da frota norte-americana, que a registrada antes do primeiro
(6) para consecutiva choque do petróleo, em 1973/1974 –, até estabeleceram me-
(7) para final tas ambiciosas de redução do consumo de óleo no setor de
(8) para proporcional transportes, contando com expressiva produção de etanol.
(9) para temporal 3. A vírgula empregada após “transportes” isola oração
adjetiva restritiva.
a) ( ) À medida que o trem se aproximava, o barulho
Língua Portuguesa

aumentava. (MRE/Assistente de chancelaria) Segundo o ex-assessor es-


b) ( ) Ele agia, como devia. pecial de Lula, Frei Betto, que chegou recentemente de Cuba,
c) ( ) Nada farei, sem que me auxilies. onde esteve com Raúl Castro, de quem é amigo pessoal, os
d) ( ) Leem, como analfabetos. cubanos fazem sérias ressalvas ao processo chinês, exata-
e) ( ) Sempre que posso, leio alguma coisa. mente por valorizar o crescimento econômico sem levar em
f) ( ) Ainda que as estatísticas comprovem, não acre- conta o desenvolvimento social.
dito no que dizem. 4. O trecho “que chegou recentemente de Cuba” está entre
g) ( ) A inflação está tão acelerada, que os preços dos vírgulas por tratar-se de oração subordinada adjetiva
gêneros alimentícios aumentam diariamente. restritiva.

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(Teresina-PI/Agente Fiscal) A produtividade industrial, que Anita trabalhou e estudou.
se mede dividindo o volume da produção pelo número de O povo não só exige respeito, mas também paga im-
trabalhadores, vem crescendo há bastante tempo, mas, até postos.
recentemente, o crescimento era fruto da redução do nível
de emprego. Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto,
5. A oração “que se mede dividindo o volume da produ- entretanto, não obstante.
ção pelo número de trabalhadores” está entre vírgulas O país cresceu, mas não gerou empregos.
porque tem natureza restritiva.
Alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja.
Emprego das Conjunções Ou saio para ir com você ou fico em casa.

1) Conjunções subordinativas e locuções prepositivas Conclusivas: logo, pois (após o verbo da oração e entre
Causais: porque, pois, visto que, já que, na medida em vírgulas), portanto, assim, por isso, por conseguinte, dessar-
que, que, visto como, uma vez que, como (anteposto à oração te/destarte, posto isso.
principal), porquanto. Mílvio estuda Português faz dois anos, portanto já sabe
Os turistas desistiram da visita, visto que chovia. muito.
Já que o país não crescia, o investidor se retirava.
Explicativas: pois (antes do verbo), que ( = porque), por-
Concessivas: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, porquanto.
que, posto que, apesar de que, por mais que, por menos que, Feche a porta, que está frio.
apesar de, não obstante, malgrado, conquanto. O país cresceu, porque o desemprego diminuiu.
Embora chova, sairei.
Por mais que tente, não te entendo. EXERCÍCIOS
A fé ainda move montanhas, posto que esteja abalada.
Malgrado seja domingo, ela está trabalhando. (Banco do Brasil/Escriturário) As empresas que pretendem
fazer um investimento social mais eficaz tendem a não ser as
Condicionais: se, caso, desde que, contanto que, a não executoras dos projetos, contratando consultores ou orga-
ser que, sem que. nizações especializadas para desenvolvê-los. Ao adotar essa
O amor não se rompe, desde que sejam fortes os laços. estratégia, a empresa compartilha o papel de produtora so-
Se viagens instruíssem homens, os marinheiros seriam cial com a organização executora.
o mais sábios. 6. A substituição de “Ao adotar” por Quando adota man-
A não ser que trabalhe, não prosperará. tém a correção gramatical e o sentido original do perí-
odo.
Consecutivas: tal que, tanto que, de sorte que, de modo
que, de forma que, tamanho que. (Banco do Brasil/Escriturário) O número de mulheres no
A fé era tamanha que muitos milagres se operavam. mercado de trabalho mundial é o maior da História, tendo
Choveu tanto que a ponte caiu. alcançado, em 2007, a marca de 1,2 bilhão, segundo relatório
da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em dez anos,
Conformativas: conforme, como, segundo, consoante. houve um incremento de 200 milhões na ocupação feminina.
Chorarão as pedras das ruas, como diz Jeremias sobre as Ainda assim, as mulheres representaram um contingente
de Jerusalém destruída. distante do universo de 1,8 bilhão de homens empregados.
7. O desenvolvimento das ideias do texto confere à ora-
Comparativas: como, assim como, tal qual, que, do que, ção reduzida iniciada por “tendo alcançado” um valor
(tanto) quanto / como. adjetivo, correspondente a que tem alcançado.
Janete estuda mais que trabalha. 8. A relação de sentidos entre as orações do 1º parágrafo
Elias canta tal qual Zezé. do texto permite substituir “Ainda assim” por No en-
Jesus crescia tanto em estatura quanto em sabedoria. tanto ou por Apesar disso, sem prejuízo da correção
gramatical do texto.
Finais: para que, porque, a fim de que, para, a fim de.
O gerente deu ordens para que nada faltasse aos hós- (Banco do Brasil/Escriturário) Vale notar, também, que os
pedes. bons resultados dos bancos médios brasileiros atraíram gran-
Estudei porque vencesse na vida. des instituições do setor bancário internacional interessa-
das em participação segmentada em forma de parceria. O
Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao pas- Sistema Financeiro Nacional só tem a ganhar com esse tipo
so que, quanto mais... mais, quanto mais... menos, quanto de integração. Dessa forma, o cenário, no médio prazo, é
menos... mais, quanto menos... menos. de acelerado movimento de fusões entre bancos médios,
Quanto mais conhecia os homens, mais Pafúncio confiava processo que já começou. Será um novo capítulo da história
em Deus. bancária do país.
À medida que enxergava, o ex-cego se alegrava. 9. A relação semântico-sintática entre o período que ter-
mina em “parceria” e o que começa com “O Sistema
Língua Portuguesa

Temporais: quando, enquanto, logo que, antes que, de- Financeiro” seria corretamente explicitada por meio da
pois que, mal, sempre que. conjunção Entretanto.
Sempre que corríamos à janela, assistíamos ao pôr-do-sol.
Mal as provas chegaram, os alunos se agitaram. (Banco do Brasil/Escriturário) A Airbus mantém 4.463 aerona-
ves em operação, enquanto a Boeing tem 24 mil – incluindo
2) Conjunções coordenativas (para comparar e distin- 5 mil Boeing 737, o principal rival do Airbus 320, o mesmo
guir) modelo do envolvido em recente acidente aéreo. As duas
Aditivas: e, nem ( = e não), mas também. empresas travam um duelo à parte pelo mercado da aero-
Astolfo não cantou nem dançou. náutica. No ano passado, a Airbus recebeu 791 encomendas

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
contra 1.044 da Boeing. No entanto, a Airbus entregou 434 E então a paz começa a chegar.
aviões a jato; sua concorrente, 398. 46 A paz é uma infatigável busca de valores para o bem
10. O termo “enquanto” pode, sem prejuízo para a correção de todos. É o esforço criador da humanidade gerando
gramatical do período, ser substituído por ao passo que. recursos econômicos, culturais, sociais, morais, espiri-
49 tuais, que são indispensáveis à subsistência, ao cresci-
(Banco do Brasil/Escriturário) Uma pesquisa realizada em 16 mento e ao relacionamento consciente e fraterno da
países mostrou que os jovens brasileiros são os que colecio- humanidade.
nam o maior número de amigos virtuais. A média brasileira
de contatos é mais do que o dobro da mundial, que tem como Acerca das ideias e da sintaxe do texto, julgue os itens.
base países como Estados Unidos da América (EUA) e China. 14. A oração “Pois o que importa são as situações concretas”
11. Em “mais do que”, a eliminação de “do” prejudica a cor- (l.11-12) estabelece uma relação de causa com a oração
reção gramatical do período. anterior.
15. A oração “Se a humanidade quiser a paz efetiva” (l. 20)
(Banco do Brasil/Escriturário) O século XX testemunhou o estabelece uma relação de condição.
desenvolvimento de grandes eventos esportivos, tanto em 16. Nos períodos “A paz conformista que adia soluções”
escala mundial – como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mun- (l. 25), “A paz alienante que distrai a consciência” (l. 28)
do – quanto regional, com disputas nos vários continentes. e “A paz cúmplice que disfarça absurdos” (l. 31), o vo-
12. O emprego de “tanto” está articulado ao emprego de cábulo “que” é um pronome relativo que exerce função
“quanto” e ambos conferem ao período o efeito de sen- de sujeito.
tido de comparação. 17. Na oração “A paz é uma infatigável busca de valores”
13. Subentende-se após “quanto” a elipse da expressão (l. 46), a expressão sublinhada é predicativo do sujeito.
como.
Julgue os itens subsequentes, relativos à sintaxe do trecho:
(CBM-ES/Soldado) Exigências da paz “Expressa o modo existencial como os homens trabalham,
se relacionam e conduzem o destino da História”.
1 Acredito na paz e na sua possibilidade como forma 18. Subentende-se a expressão essa forma de convivência
normal de existência humana. Mas não acredito nas ca- como sujeito da forma verbal “Expressa”.
ricaturas de paz que nos são constantemente propostas, 19. Antes de “se relacionam” e de “conduzem” subentende-
4 e até inculcadas. Há por aí uma paz muito proclamada, -se o conector “como”.
mas que na realidade atrapalha a verdadeira paz. 20. A expressão “o destino da história” é complemento
A paz não é uma abstração. É uma forma de convi- direto das formas verbais “trabalham”, “relacionam” e
7 vência humana. Expressa o modo existencial como os “conduzem”.
homens trabalham, se relacionam e conduzem o destino
da História. (CPC) Se a Holanda tivesse vencido os portugueses no Nor-
10 Sendo assim, não adianta apregoar a sublime paz. deste no século XVII, nosso herói não seria Matias de Albu-
Que não passe de fórmula sem conteúdo. Pois o querque, mas Domingos Fernandes Calabar, senhor de terras
que importa são as situações concretas em que vive a e contrabandista que traiu os portugueses e se passou para
13 humanidade. o lado dos batavos.
Sociedade pacífica não é a sociedade que usa e con- 21. A substituição de “Se a Holanda tivesse vencido” por
Tivesse a Holanda vencido preserva a correção e o sig-
some slogans de paz, mas a que desenvolve concreta-
nificado.
16 mente formas de existência social em que os homens
vivam com dignidade, e possam participar dos valores
(Seplag/DFTrans/Técnico)
materiais e espirituais que respondam às necessidades
19 básicas da vida humana. 1 A compreensão dos processos históricos relacio-
Se a humanidade quiser a paz efetiva, deve estar nados a determinados assuntos é possível quando se
disposta a remover tudo aquilo que a impede. E a buscar levam em consideração manifestações concretas que
22 tudo aquilo que a possibilita. Antes de tudo, remover a 4 acontecem na vida das pessoas, contextualizando-as no
falsa paz: A paz concordista que aceita, com tolerância espaço e no tempo. Assim sendo, é de suma importância
descabida, situações injustas. relacionar fatos históricos brasileiros ao desenvolvimen-
25 A paz conformista que adia soluções contorna pro- 7 to dos meios de transporte para facilitar o entendimento
blemas, silencia dramas sob a alegação de que o mun- da participação e da importância destes na integração
do sempre foi assim, e de que é preciso esperar com das regiões brasileiras e no seu desenvolvimento so-
28 paciência. 10 cioeconômico.
A paz alienante que distrai a consciência para que Tão antigos quanto a existência do próprio homem
não se percebam os males que machucam o corpo e são o desejo e a necessidade humanos de se deslocar, de
31 encolerizam a alma da humanidade. A paz cúmplice que 13 se mover, de transportar, enfim, de transitar, fato que se
disfarça absurdos, desculpa atrocidades, justifica opres- antecipa mesmo ao surgimento dos meios de transporte.
sões e torna razoáveis espoliações desumanas. Foi exatamente pela necessidade de transitar que, há
34 A paz não tem a missão de camuflar erros, mas 16 500 anos, os europeus chegaram ao continente ameri-
de diagnosticá-los com lucidez. Não é um subterfúgio cano e fizeram do território que hoje se chama Brasil o
Língua Portuguesa

para evitar a solução reclamada. Existe para resolver o seu espaço de exploração. Entretanto, para descobrir as
37 problema. 19 potencialidades de um país com tamanha vastidão terri-
Pode haver paz onde há fome crônica? Pode haver torial e conhecê-lo em sua totalidade, desenrolaram-se
paz no lar em que a criança está morrendo por falta de muitas histórias.
40 remédios? Pode haver paz onde há desemprego? Pode
haver paz onde o ódio domina? Pode haver paz onde a 22. A relação que o período iniciado por “Assim sendo”
perseguição age bem acobertada? Nesses casos, o pri- (l. 5-6) mantém com as ideias do período imediatamente
43 meiro passo é suprimir a fome, a doença, o desemprego, anterior permite que esse termo seja substituído por
o ódio, a perseguição. Desse modo ou Por isso.

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23. As ocorrências da preposição “para” nas linhas 7 e 18 30. A expressão “A despeito da” pode, sem prejuízo para a
introduzem, no desenvolvimento da argumentação, fi- correção gramatical e as informações originais do perí-
nalidades para as ações centradas em “relacionar” (l. 6) odo, ser substituída por qualquer uma das seguintes:
e em “desenrolaram-se” (l. 20), respectivamente. Apesar da, Embora haja, Não obstante a.

(MMA/Analista) Por ironia, as notícias mais frequentes pro- (Prefeitura de Vila Velha-ES) O restante corresponde à água
duzidas pelas pesquisas científicas relatam não a descober- salgada dos mares (97%) e ao gelo nos polos e no alto das
ta de novos seres ou fronteiras marinhas, mas a alarmante montanhas. Administrar essa cota de água doce já desperta
escalada das agressões impingidas aos oceanos pela ação preocupação.
humana. 31. A oração “Administrar essa cota de água doce” exerce
24. O termo “mas” corresponde a qualquer um dos seguin- função sintática de sujeito.
tes: todavia, entretanto, no entanto, conquanto.
Ele só descobre que um bem é fundamental quando dei-
(MPE-RR/Atendente) Enquanto autoridades internacionais xa de possuí-lo. Preso naquele porão, eu descobria que a
vêm condenando duramente a expansão da produção de liberdade mais importante que existia era a liberdade de ir
biocombustíveis, o governo federal arma-se, acertadamente, e vir, a liberdade de movimento. Eu tinha todas as outras
para enfrentar a onda de rejeição daí nascida. liberdades, preso no porão.
25. A substituição do termo “Enquanto” por À medida que 32. A oração “que um bem é fundamental” exerce a mesma
prejudica a correção gramatical do período. função sintática que “todas as outras liberdades”.

(MRE/Assistente de Chancelaria) O boom no preço das com- 33. No trecho “de que me adiantava isso”, o pronome “isso”
modities exportadas pelo Brasil amplia o fôlego da economia complementa a forma verbal “adiantava”.
nacional para absorver importações crescentes sem ameaçar
o equilíbrio externo. O nível do câmbio, entretanto, também (Abin/Analista) A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência
produz efeitos adversos, não neutralizados pela política eco- (Sisbin) e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligência
nômica. (Abin) permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a ativi-
26. O termo “entretanto” pode, sem prejuízo para a corre- dade de Inteligência, mediante uma ação coordenadora do
ção gramatical e a informação original do período, ser fluxo de informações necessárias às decisões de governo, no
substituído por qualquer um dos seguintes: contudo, que diz respeito ao aproveitamento de oportunidades, aos
mas, porém, todavia, conquanto. antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, relativos
aos mais altos interesses da sociedade e do país.
34. O primeiro período sintático permaneceria gramatical-
(MRE/Assistente de Chancelaria) Certamente, o recorde de
mente correto e as informações originais estariam pre-
atração de investimentos externos confirmado agora tem
servadas com a substituição da palavra “mediante” por
relação direta com o fato de o país ter-se transformado de
qualquer uma das seguintes expressões: por meio de,
devedor em credor internacional. Ao assegurar um volume
por intermédio de, com, desencadeando, realizando,
de reservas cambiais superior ao necessário para garantir o
desenvolvendo, empreendendo, executando.
pagamento da dívida externa, o Brasil tranquilizou os credo-
res sobre a sua possibilidade de honrar os compromissos. O dinheiro foi aplicado em um poderoso esquema para evitar
27. A substituição de “Ao assegurar” por Quando assegurou ataques terroristas, como ocorreu nos Jogos de Munique, em
prejudica a correção gramatical do período e altera as 1972, quando palestinos da organização Setembro Negro
suas informações originais. invadiram a Vila Olímpica e mataram dois atletas israelenses.
35. A inserção de o que imediatamente antes de “ocorreu”
(MRE/Assistente de Chancelaria) O afastamento de Fidel Cas- prejudicaria a sintaxe do período e modificaria o sentido
tro, como quer que deva ser analisado de diversos pontos da informação original.
de vista, tem certamente significado simbólico. Ele aponta
para o fim de uma singular experiência revolucionária no 36. (TRT 1ª R/Analista)As conjunções destacadas nos trechos
hemisfério, que, não obstante o que aparece como sobrevi- a seguir estão associadas a uma determinada interpre-
da melancólica nas condições de hoje, ao nascer incendiou tação. Assinale a opção que apresenta trecho do texto
romanticamente a imaginação de muitos de nós e nos mo- seguido de interpretação correta da conjunção desta-
bilizou. cada.
28. O termo “não obstante o” pode, sem prejuízo para a a) A série de dados do Caged tem início em 1992. Con-
correção gramatical e para as informações originais do tra os três primeiros meses de 2007, quando foram
período, ser substituído por apesar do ou a despeito do. criadas 399 mil vagas (recorde anterior), segundo
informações do MTE, o crescimento no número de
(Teresina-PI/Agente Fiscal) No ano passado, a produção in- empregos formais criados foi de 38,7%. (proporcio-
dustrial cresceu 6%, enquanto o emprego aumentou 2,2% e o nalidade)
total de horas pagas pela indústria aumentou 1,8%. Isso quer b) “Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos,
dizer que a produtividade cresceu sem necessidade de de- bombou”, afirmou o ministro do Trabalho a jornalis-
Língua Portuguesa

missões de trabalhadores, como ocorreu entre 1990 e 2003. tas. (comparação)


29. O termo “enquanto” pode, sem prejuízo para a correção c) “É um erro imaginar que há inflação no Brasil. ‘É um
gramatical e para as informações originais do período, erro imaginar que há inflação no Brasil’. (consequência)
ser substituído por qualquer um dos seguintes: ao passo d) “Os preços dos bens duráveis (fogões, geladeiras e
que, na medida que, conquanto. carros, por exemplo, que são impactados pela decisão
dos juros) não estão aumentando”, disse ele a jorna-
(Teresina-PI/Agente Fiscal) A despeito da desaceleração listas. O ministro avaliou, entretanto, que o impacto
econômica nas nações ricas, as cotações das commodities maior se dará nas operações de comércio exterior.
agrícolas, minerais e energéticas persistem em ascensão. (oposição)

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e) “Os preços dos bens duráveis (fogões, geladeiras e (Abin/Oficial de Inteligência) Há histórias, no plural; o mundo
carros, por exemplo, que são impactados pela de- tornou-se intensamente complexo e as respostas não são
cisão dos juros) não estão aumentando”, disse ele diretas nem estáveis. Mesmo que não possamos olhar de
a jornalistas. O ministro avaliou, entretanto, que o um curso único para a história, os projetos humanos têm um
impacto maior se dará nas operações de comércio assentamento inicial que já permite abrir o presente para a
exterior. Isso porque a decisão sobre juros tende a construção de futuros possíveis.
trazer mais recursos para o Brasil “Isso porque a de- 45. A relação que a oração iniciada por “e as respostas” man-
cisão sobre juros tende a trazer mais recursos para tém com a anterior mostra que a função da conjunção
o Brasil”. (conclusão) “e” corresponde à função de por isso.

(SGA-AC) A sentença determina, entre outras medidas, que (Detran/Analista de Trânsito) Construções e usos de interesse
as penitenciárias somente acolham presos que residam em particular desrespeitam sistematicamente os códigos de obra
um raio de 200 km. Segundo o juiz, as medidas que tomou e as leis de ocupação do solo. Invadem o espaço público, e
são previstas pela Lei de Execução Penal. Sua sentença foi o resultado é uma cidade de edificação monstruosa e hostil
muito elogiada. Contudo, o governo estadual anunciou que ao transeunte. É preciso, portanto, que o espírito da blitz na
irá recorrer ao Tribunal de Justiça. avenida Paulista seja estendido para toda a cidade.
37. As orações subordinadas “que as penitenciárias somente 46. A palavra “portanto” estabelece relação de condição
acolham presos”, “que tomou” e “que irá recorrer ao entre segmentos do texto.
Tribunal de Justiça” desempenham a função de com-
plemento do verbo. (Detran/Analista de Trânsito) Há, porém, outras mais graves,
que se instalam lentamente no organismo, como o aumento
(SGA-AC) Sua sentença foi muito elogiada. Contudo, o gover- da pressão arterial e a ocorrência de paradas cardíacas. Estas
no estadual anunciou que irá recorrer ao Tribunal de Justiça. podem passar despercebidas, já que nem sempre apresen-
38. O emprego da conjunção “Contudo” estabelece uma tam uma relação tão clara e direta com o fator ambiental.
relação de causa e efeito entre as orações. De imediato, existe o alerta: onde morar em metrópoles?
47. A locução “já que” estabelece uma relação de compa-
(SGA-AC) Falara com voz sincera, exaltando a beleza da pai- ração no período.
sagem e revelando que, se dependesse só dele, passaria o
resto da vida ali, morreria na varanda, abraçado à visão do (Detran/Analista de Trânsito) Todavia, foi somente após a
rio e da floresta. Era isso o que mais queria, se Alícia estivesse Independência que começou a se manifestar explicitamente,
ao seu lado. no Brasil, a preocupação com o isolamento das regiões do
39. As orações “se dependesse só dele” e “se Alícia estivesse país como um obstáculo ao desenvolvimento econômico.
ao seu lado” estabelecem circunstância de condição em 48. O termo “Todavia” estabelece uma relação de causa
relação às orações às quais se subordinam. entre as ideias expressas no primeiro e no segundo pe-
ríodos do texto.
(SGA-AC) Não parecia estar no iate, e sim em sua casa, em
Manaus: sentado, pernas e pés juntos, tronco ereto, a cabeça (Detran/Analista de Trânsito) Observe o trecho:
oscilando, como se fizesse um não em câmera lenta. linguagem. S.f. 1. o uso da palavra articulada ou escrita como
40. A oração “como se fizesse um não em câmera lenta” meio de expressão e de comunicação entre as pessoas.
expressa uma comparação estabelecida pelo narrador. 49. No texto do verbete de dicionário, o valor de comparação
da palavra “como” deixa subentender uma expressão
(SGA-AC) Eu esperava o fim da tarde com ansiedade. mais complexa: assim como.
41. A correção gramatical e o sentido do texto seriam manti-
dos se a preposição a fosse incluída após a forma verbal (Ibama/Analista) Preso em diversas ocasiões, só foi defini-
“esperava”: Eu esperava ao fim da tarde com ansiedade. tivamente absolvido em 1º de março de 1984, quatro anos
depois, portanto, de iniciadas as perseguições. De acordo
(DFTrans/Analista) Acho que se compreenderia melhor o com a conselheira Sueli Bellato, embora o relatório não tenha
funcionamento da linguagem supondo que o sentido é um se aprofundado na questão, foi possível constatar que Chico
efeito do que dizemos, e não algo que existe em si, inde- Mendes também foi torturado enquanto estava sob custódia
pendentemente da enunciação, e que envelopamos em um de policiais federais.
código também pronto. 50. Os termos “portanto” e “enquanto” estabelecem idên-
42. O valor condicional da oração iniciada por “supondo” ticas relações de sentido.
permite sua substituição, no texto, por se supusermos,
sem que sejam prejudicadas a coerência ou a correção GABARITO
gramatical.
1. E 14. E 27. E 40. C
(MS/Agente) Para aumentar o volume de doações e trans- 2. C 15. C 28. C 41. E
plantes de órgãos no país, o ministro da Saúde lançou a Cam-
3. E 16. C 29. E 42. E
panha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos.
4. E 17. C 30. C 43. E
43. A primeira oração do texto estabelece com a segunda
5. E 18. E 31. C 44. E
Língua Portuguesa

uma relação de tempo.


6. C 19. C 32. C 45. C
(MS/Agente) Acredito que todos possam fazer uma reflexão 7. E 20. E 33. E 46. E
diante disso: 28,6% das intoxicações por medicamentos ocor- 8. C 21. C 34. C 47. E
ridas com 25 crianças são acidentais, portanto, poderiam ser 9. E 22. C 35. E 48. E
evitadas, observa a coordenadora. 10. C 23. C 36. d 49. E
44. O termo “portanto” estabelece uma relação adversativa 11. E 24. E 37. E 50. E
entre as informações da oração que o precede e as da 12. C 25. E 38. E
oração subsequente. 13. E 26. E 39. C

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SINTAXE DA ORAÇÃO • Termos acessórios: adjunto adnominal, adjunto ad-
verbial, aposto.
Relações Morfossintáticas e Semânticas no • Vocativo.
Período Simples
Estudo dos Termos em Sequência Didática
Conceituando frase, período e oração
1) Sujeito
Frase precisa ter sentido completo. Sem verbo, é frase O primeiro passo para uma análise sintática correta é
nominal. Com verbo, é frase verbal. Início com maiúscula, fim encontrar o sujeito.
com ponto, exclamação, interrogação ou reticências. Para encontrar o sujeito, lembremos que o sujeito é o
Psiu! Chuva, fogo, vento, neve, tudo de uma vez. (frases assunto da oração.
nominais) Uma pergunta bem feita ajuda a encontrar o sujeito com
Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (frase verbal) segurança. Devemos perguntar antes do verbo: O que é que
O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (frase + verbo? ou Quem é que + verbo?
verbal) Aqui faltava um caderno.
Pergunte: O que é que faltava?
Período é frase com verbo, ou seja, é frase verbal. Sen- Resposta (sujeito): um caderno.
tido completo. Início com maiúscula, fim com ponto, excla-
mação, interrogação ou reticências. A resposta pode estar onde estiver (antes ou depois do
O período é simples quando tem só uma oração. Esta verbo). Ela será o sujeito. Só depois de encontrar o sujeito,
oração é chamada de oração absoluta. podemos procurar complementos para o verbo.
Entre as várias oportunidades de trabalho no mercado,
destacam-se as vagas em concurso público. (período simples São quatro casos de sujeito inexistente
tem apenas um verbo ou locução, com o mesmo sujeito; a
oração é absoluta) VERBO SENTIDO
= existir
O período é composto quando tem mais de uma ora- haver = ocorrer
ção. Haverá oração principal, oração coordenada e oração
subordinada. = tempo decorrido
Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (período com- = tempo
fazer
posto tem dois ou mais verbos independentes. Orações in- = clima
dependentes são coordenadas) = tempo
O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (perí- ser = data, hora
odo composto. Uma oração tem função sintática para outra:
= distância
uma é subordinada e a outra é principal).
Fenômenos naturais: chover, ventar, nevar etc.
Oração só precisa ter verbo. O sentido não precisa ser
Coloque nos parênteses que precedem as orações:
completo.
(S) para sujeito simples (um só núcleo).
Choveu, ventou, nevou, tudo de uma vez. (três orações, (C) para sujeito composto (dois ou mais núcleos).
porque são três verbos independentes) (O) para sujeito oculto, elíptico ou implícito (subentendido
O governo descobriu que mais sanguessugas havia. (duas no contexto).
orações, porque são dois verbos com sentidos próprios, in- (I) para sujeito indeterminado (3ª plural; ou com índice e
dependentes, ou seja, não formam locução verbal) verbo na 3ª singular).
Entre as várias oportunidades de trabalho no mercado, (SS) para sujeito inexistente ou oração sem sujeito.
destacam-se as vagas em concurso público. (uma oração (SO) para sujeito for uma oração (sujeito oracional).
absoluta)
8. ( ) Voavam, nas alturas, os pássaros.
EXERCÍCIOS 9. ( ) Entraram, apressadamente na sala, o diretor e o
secretário.
Identifique frases, períodos e orações 10. ( ) Deixaremos a cidade amanhã.
11. ( ) Havia muitas pessoas no gabinete do diretor.
1. Casa de ferreiro, espeto de pau. 12. ( ) Todos os dias passavam muitos vendedores pelas
2. Todos os que lançam mão da espada, à espada perece- estradas.
rão. (Mt. 26, 52) 13. ( ) Entregaram a ela um bilhete anônimo.
3. O temer ao Senhor é o princípio da sabedoria. 14. ( ) Choveu copiosamente no dia de ontem.
4. Foi escolhido o projeto que tinha sido mais bem elaborado. 15. ( ) Apareceu um pássaro no jardim.
16. ( ) Hoje, pela manhã, telefonaram muitas vezes para você.
5. Dentre as mais belas histórias, uma não tão bela.
Língua Portuguesa

17. ( ) A mente humana é poderosa arma contra o mal.


6. Sobre a mesa, um copo de leite.
18. ( ) A vida e a morte são os extremos da raça humana.
7. O candidato da oposição está melhor do que os da situação. 19. ( ) Necessitamos de muita paz.
20. ( ) O querer e o fazer são alcançáveis.
Termos da Oração 21. ( ) ( ) ( ) Querer e fazer é alcançável.
22. ( ) Todos necessitam de ajuda.
• Termos essenciais: sujeito e predicado. 23. ( ) O valor do homem é medido pela cultura.
• Termos integrantes: objeto, complemento nominal, 24. ( ) Houve dias de sol em pleno inverno.
agente da passiva. 25. ( ) Caíram ao solo os lápis e os cadernos.

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26. ( ) Assaltaram um banco na cidade. 534 km da cidade de São Paulo, impondo critérios bastante
27. ( ) Já é muito tarde. rígidos para que os estabelecimentos penais da região pos-
28. ( ) São sete horas da noite. sam receber novos presos, confirma a dramática dimensão
29. ( ) ( ) Convém que o país cresça. da crise do sistema prisional.
30. ( ) Abre a porta, Maria! 43. O trecho “pequena cidade a 534 km da cidade de São
31. ( ) Chegaste antes da hora marcada. Paulo” encontra-se entre vírgulas por exercer a função
32. ( ) Devagar, caminhavam os tropeiros na estrada. de aposto.
33. ( ) Aquelas aves azuis cruzavam o céu cinzento.
34. ( ) Nada o aborrecia. (MS/Agente) A diretora-geral da OPAS, com sede em Washing-
35. ( ) Poucos entenderam a palavra do chefe. ton (EUA), Mirta Roses Periago, elogiou a iniciativa de estados
36. ( ) Brincavam na calçada os meninos e as meninas. e municípios brasileiros de levar a vacina contra a rubéola
37. ( ) Chegaram os primeiros imigrantes italianos. aos locais de maior fluxo de pessoas, especialmente homens,
38. ( ) Ouviu-se uma voz de choro dentro da noite brasi- como forma de garantir a maior cobertura vacinal possível.
leira. 44. O nome próprio “Mirta Roses Periago” funciona como
39. ( ) Ao longe, tocavam os sinos da aldeia. aposto de “A diretora-geral da OPAS”.
40. ( ) Atropelaram um cão na estrada.
Indique se o termo destacado é aposto ou predicativo.
41. (MJ/Adm.) Aparece uma oração sem sujeito em: 45. A moça, bonita, chegou.
a) “... há uma linha divisória entre o trabalho formal e Morfologia:
informal...” Sintaxe:
b) “No entanto, creditam à prática apenas um ‘jeito de Semântica:
ganhar a vida’ sem cometer crimes.”
c) “Todos gostariam de trabalhar tendo um patrão...” 46. A moça, chefe da seção, chegou.
d) “Isso é quase um sonho para muitos” Morfologia:
e) “São pouquíssimos os que ganham mais de R$ 300 Sintaxe:
por mês.” Semântica:

2) Predicativo Versus Aposto 47. A mãe, carinhosa, observava o filho.


Morfologia:
Observe a Questão: Sintaxe:
(Cespe/Abin) A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência Semântica:
(Sisbin) e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligên-
cia (Abin) permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a 48. A mãe, fonte de carinho, observava o filho.
atividade de Inteligência, mediante uma ação coordenadora Morfologia:
do fluxo de informações necessárias às decisões de governo, Sintaxe:
no que diz respeito ao aproveitamento de oportunidades, Semântica:
aos antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, relativos
aos mais altos interesses da sociedade e do país. 49. As ameaças, reais ou potenciais, ainda existem.
42. As vírgulas que isolam a expressão “reais ou potenciais” Morfologia:
são obrigatórias, uma vez que se trata de um aposto Sintaxe:
explicativo. Semântica:

Veja o quadro: 3) Adjunto Adnominal Versus Predicativo

Predicativo Aposto Adjunto adnominal Predicativo


É adjetivo ou equivalente. É substantivo ou equivalente. É adjetivo ou equivalente. É adjetivo ou equivalente.
Refere-se a um substantivo Refere-se a um substantivo Refere-se ao substantivo. Refere-se ao substantivo.
ou equivalente. ou equivalente. Estado passageiro ou perma-
Estado passageiro ou perma- Explica, resume, restringe, Estado permanente.
nente.
nente. enumera. Restrição. Explicação.
Separado explica, junto res-
Separado do nome. Indique se o termo sublinhado é adjunto adnominal ou
tringe.
predicativo.
Exemplos de Predicativo 50. A moça bonita chegou.
Morfologia:
Nós somos estudantes. (substantivo na função de pre- Sintaxe:
dicativo) Semântica:
Nós somos vinte. (numeral na função de predicativo)
Língua Portuguesa

Eu sou seu. (pronome na função de predicativo) 51. A moça, bonita, chegou.


Nós somos esforçados. (adjetivo na função de predicativo) Morfologia:
Nós somos de ferro. (locução adjetiva na função de pre- Sintaxe:
dicativo) Semântica:
A solução é que você venha. (oração não função de pre-
dicativo) 52. A moça parece bonita.
Morfologia:
(SGA-AC/Administrador) Uma decisão singular de um juiz Sintaxe:
da Vara de Execuções Criminais de Tupã, pequena cidade a Semântica:

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53. A mãe carinhosa observava o filho. 65. O juiz considerou a jogada ilegal.
Morfologia: Na voz passiva: A jogada foi considerada ilegal pelo juiz.
Sintaxe: Note: “ilegal” separado de “a jogada”. Então:
Semântica: Morfologia: adjetivo.
Sintaxe: predicativo do objeto.
54. A mãe, carinhosa, observava o filho. Semântica: estado.
Morfologia:
Sintaxe: 66. O juiz observou a jogada ilegal.
Semântica: Na voz passiva: A jogada ilegal foi observada pelo juiz.
Note: “ilegal” junto de “a jogada”. Então:
55. A mãe era carinhosa. Morfologia: adjetivo.
Morfologia:
Sintaxe: adjunto adnominal.
Sintaxe:
Semântica: característica.
Semântica:

56. O trem atrasado chegou. 67. O edital deixou a turma agitada.


Morfologia: Morfologia:
Sintaxe: Sintaxe:
Semântica: Semântica:

57. O trem chegou atrasado. 68. Um fraco rei faz fraca a forte gente.
Morfologia: Morfologia:
Sintaxe: Sintaxe:
Semântica: Semântica:

58. O trem, atrasado, chegou. 69. Gosto de vocês alegres.


Morfologia: Morfologia:
Sintaxe: Sintaxe:
Semântica: Semântica:

59. O trem continua atrasado. 70. O pai tornou o filho um vencedor.


Morfologia: Morfologia:
Sintaxe: Sintaxe:
Semântica: Semântica:
60. Os inquietos meninos esperavam o resultado.
71. Helena virou professora.
Morfologia:
Sintaxe: Morfologia:
Semântica: Sintaxe:
Semântica:
61. Os meninos esperavam o resultado inquietos.
Morfologia: 72. A vida fez dele um lutador.
Sintaxe: Morfologia:
Semântica: Sintaxe:
Semântica:
62. Os meninos, inquietos, esperavam o resultado.
Morfologia: 73. (Idene-MG/Analista) No fragmento a seguir (...) não con-
Sintaxe: sidero desertor um jogador que, por qualquer motivo,
Semântica: não queira defender a seleção de seu país), o termo
“desertor” desempenha a função de
63. O furioso Otelo matou Desdêmona. a) predicativo do sujeito.
Morfologia: b) predicativo do objeto direto.
Sintaxe: c) predicativo do objeto indireto.
Semântica: d) adjunto adverbial de modo.
e) adjunto adverbial de causa.
64. Otelo estava furioso.
Morfologia:
5) Adjunto Adnominal Versus Adjunto Adverbial
Sintaxe:
Semântica:
Língua Portuguesa

Adjunto adnominal Adjunto adverbial


4) Adjunto Adnominal Versus Predicativo do Objeto É advérbio ou locução ad-
É adjetivo ou equivalente.
verbial.
Técnica. Fazer a voz passiva. Ver se fica junto ou separado, Refere-se a um verbo, um
quando faz mais sentido. Refere-se a um substantivo.
adjetivo ou um advérbio.
Lembrar que junto é adjunto adnominal.
Lembrar que separado é predicativo. Varia. Não varia.
Obs.: separado significa fora do objeto, quando anali- Tempo, modo, lugar, causa,
Estado, situação.
samos. intensidade etc.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Analise os termos destacados colocando ADN para adjunto 8) Complemento Nominal Versus Adjunto Adnominal
adnominal e ADV para adjunto adverbial.
74. Muitos animais da floresta são perigosos. Complemento nominal Adjunto adnominal
75. Estes belos animais vieram da floresta. Pode ser agente, posse ou
76. Ele é um narciso às avessas. É alvo, é passivo.
espécie.
77. Ele sempre agiu às avessas. Completa adjetivo, advérbio
78. Investigaram em sigilo os escândalos de alguns políticos. Só determina substantivo.
ou substantivo abstrato.
79. Uma investigação em sigilo desvendou alguns mistérios.
80. É saudável caminhar de manhã. Identifique os termos destacados conforme o código: CN
81. Passeios de manhã fazem bem à saúde. para complemento nominal e ADN para adjunto adnominal.
82. Devemos dirigir com cautela. 111. Foi forte o chute do jogador na bola.
83. Manobras com cautela são mais seguras. 112. O mergulho do atleta no mar causou espanto.
84. As enchentes causam muito prejuízo à população. 113. A comunicação do crime à polícia deixou revoltada a
85. A população sofre muito com as enchentes. população do bairro.
114. O ataque dos EUA ao Iraque promoveu inimizade do
6) Adjunto Adverbial povo árabe contra o Ocidente.
115. Nenhum de nós seria capaz de tanto.
Indique a circunstância expressa pelos adjuntos adverbiais 116. Rumor suspeito quebra a doce harmonia da seta.
destacados. 117. As outras filhas do latim se mantiveram mais ou menos
86. No Pátio do Colégio afundem meu coração paulistano. fiéis às suas tradições.
87. As cores das janelas e da porta estão lavadas de velhas. 118. Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!
88. Clara passeava no jardim com as crianças. 119. As leis de assistência ao proletariado ainda não são
89. Ainda era muito cedo, não podia aparecer ninguém. muito eficientes.
90. Foi para vós que ontem colhi, senhora, este ramo de 120. O interesse do povo não diminuiu.
flores que ora envio. 121. Minha terra tem macieiras da Califórnia.
91. A gente não pode dormir com os oradores e os perni- 122. Os vigilantes, enérgicos, regularizavam a ocupação dos
lugares.
longos.
123. O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração.
92. Quando Ismália enlouqueceu, pôs-se na torre a sonhar...
124. (...) fez o paraíso cheio de amores e frutos, e pôs o
93. És tão mansa e macia, que teu nome a ti mesma acaricia.
homem nele.
94. Sigo depressa machucando a areia.
125. O olho da vida inventa luar.
95. Saio de meu poema como quem lava as mãos. 126. Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
96. O céu jamais me dê a tentação funesta de adormecer 127. O estudante de Direito elogiou o leitor de alfarrábios.
ao léu, na lomba da floresta.
97. A bunda, que engraçada. Está sempre sorrindo, nunca (Jucerja/Administrador)
é trágica.
98. Talvez um dia o meu amor se extinga. “Velhos e novos”

7) Predicativo Versus Adjunto Adverbial Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2006.

Predicativo Adjunto adverbial Quero discutir uma questão que vem há muito me in-
É advérbio ou locução ad- comodando. Há alguns anos, o governo e a sociedade se
É adjetivo ou equivalente. preocupam com o ingresso no mercado de trabalho de jo-
verbial.
vens e idosos (o que acho válido). E a faixa intermediária,
Refere-se a um verbo, um
Refere-se ao substantivo. como fica? Sendo velhos para o mercado de trabalho e novos
adjetivo ou um advérbio.
para se aposentarem, ficam esquecidos, sujeitos a todo tipo
Estado passageiro ou perma- Tempo, modo, lugar, causa, de humilhação, caindo muitas vezes na depressão, no alcoo-
nente. intensidade etc. lismo, com baixa autoestima. Por que até o momento ainda
Varia. Não varia. não foram lembrados? Alguém já fez alguma pesquisa a esse
respeito, para saber o número dos cidadãos brasileiros que
Analise os termos destacados colocando PDV para predica- passam por esse momento?
tivo e ADV para adjunto adverbial.
99. A moça chegou bonita. Atenciosamente,
100. A moça chegou rápido. Jussimar de Jesus
101. A moça chegou rápida.
102. A moça chegou rapidamente. 128. Com referência às palavras e expressões empregadas
Língua Portuguesa

103. A cerveja desceu redondo. no texto, está incorreto o que se afirma em:
104. A cerveja desceu redonda. a) A carta foi escrita em linguagem formal, e as inter-
105. Dona Vitória entrou lenta. rogações cumprem um papel retórico.
106. Dona Vitória lentamente entrou. b) A maioria dos verbos está no presente do indicativo,
107. Dona Vitória, lento, entrou. mas “ainda não foram lembrados” está no pretérito
108. Dona Vitória, lenta, entrou. perfeito passivo.
109. Vivem tranquilos os anões do orçamento. c) “que vem há muito me incomodando”, que refere-se
110. Vivem na tranquilidade os anões do orçamento. à questão e é sujeito de vem.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
d) “de jovens e idosos” é locução adjetiva e funciona 146. O leitor deve permitir-se repousar um pouco.
como complemento nominal de ingresso. 147. O leitor deve perguntar-se a razão da leitura.
e) O emprego dos parênteses em “(o que acho válido)” 148. O professor deu-se férias.
deve-se à intercalação de um comentário à margem. 149. A minha paz vos dou.
150. Esta regra vos permitirá entender o caso.
129. (Idene-MG/Analista) O segmento inicial do Hino Na- 151. Batei na porta e abrir-se-vos-á.
cional Brasileiro diz o seguinte: “Ouviram do Ipiranga
as margens plácidas// De um povo heroico o brado (Jucerja/Administrador)
retumbante”. Mantendo o sentido original do excerto,
reescrevendo seus versos a partir do sujeito da oração Operário em construção (fragmento)
original e desfazendo as inversões nele ocorrentes, o
texto resultaria em Era ele que erguia casas
a) As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado Onde antes só havia chão.
retumbante de um povo heroico. Como um pássaro sem asas
b) As plácidas margens ouviram do Ipiranga o heroico Ele subia com as casas
brado retumbante de um povo. Que lhe brotavam da mão.
c) As margens do Ipiranga, plácidas, ouviram de um Mas tudo desconhecia
povo o retumbante brado heroico. De sua grande missão:
d) Do Ipiranga as margens plácidas ouviram o brado Não sabia, por exemplo
retumbante de um povo heroico. Que a casa de um homem é um templo
e) Ouviram as margens plácidas do Ipiranga de um povo Um templo sem religião
o heroico brado retumbante. Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
9) Função Sintática dos Pronomes Oblíquos Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
Indique a função sintática dos pronomes oblíquos destaca-
dos: De fato, como podia
(OD) objeto direto Um operário em construção
(OI) objeto indireto Compreender por que um tijolo
(CN) complemento nominal Valia mais do que um pão?
(ADN) adjunto adnominal Tijolos ele empilhava
(S) sujeito Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Técnica: trocar o pronome por o menino e analisar. Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
130. Agora, meu filho, diga-me toda a verdade. Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Trocando por “o menino”: Agora, meu filho, diga toda a Adiante um apartamento
verdade AO MENINO. Além uma igreja, à frente
Assim, temos “diga” como VTDI e “AO MENINO” como Um quartel e uma prisão:
objeto indireto. Portanto, o pronome “me” também será Prisão de que sofreria
objeto indireto. Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
131. O vento batia-me gostosamente no rosto.
(MORAES, Vinícius de. Poesia completa e prosa. Org.
Eucanaã Ferraz. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004, p. 461)
Trocando por “o menino”: O vento batia gostosamente
no rosto DO MENINO. 152. Considere as afirmações a seguir sobre o emprego dos
Assim, temos “DO MENINO” conectado a “rosto”, que pronomes nos versos.
é substantivo concreto. Portanto, “do menino” só pode ser I – “Era ele que erguia casas” – pronome pessoal reto,
adjunto adnominal e, portanto, o pronome “me” também em função de sujeito.
será adjunto adnominal. II – “Que lhe brotavam da mão.” – pronome pessoal
oblíquo, em função de objeto indireto.
Agora, continue seguindo o modelo acima. III – “Que a casa que ele fazia” – pronome relativo, em
132. Aquele mal atormentou-me durante muito tempo. função de objeto direto.
133. Deixei-me ficar ali em paz. IV – “Sendo a sua liberdade” – pronome possessivo,
134. O processo me foi favorável. em função de adjunto adnominal.
135. Comuniquei-lhe os fatos ontem de manhã.
136. Os meus conselhos foram-lhe bastante úteis. É correto apenas o que se afirma na alternativa:
Língua Portuguesa

137. Vejo-lhe na fronte uma certa amargura. a) I e II.


138. Confiei-lhe todos os meus segredos. b) I e III.
139. Sempre te considerei um grande amigo. c) I, II e IV.
140. Vocês devem ser-me sempre fiéis. d) I, III e IV.
141. Contou-nos essa jovem uma triste história. e) I, II e III.
142. Deixou-nos o moribundo uma bela obra.
143. Eles nos viram entrar aqui. (Prefeitura Cel. Fabriciano-MG/) Há duas expressões no fute-
144. O resultado nos será benéfico. bol que me incomodam. (...) Sem ditar regras, e muito menos
145. Chora-lhe de saudade o coração. sem a pretensão de dar aula de educação cívica, prefiro que a

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
cidadania, muitas vezes com o hino nacional de fundo, seja 170. Muitos vícios são curados pelas boas leituras.
exercida em outras atividades do dia-a-dia. Por exemplo? Na 171. Ana continua a mesma doçura.
cobrança de transparência das ações de políticos, no con- 172. Elogiaram Pafúncio.
trole do dinheiro arrecadado pelos impostos, no banimento 173. Faz quatro noites que me estão observando.
da vida pública daqueles que nos roubam recursos, mas, 174. A cantora apareceu sorridente e parecia cansada.
sobretudo sonhos. 175. Alguém chegou atrasado.
153. Os pronomes pessoais são muito versáteis quanto aos 176. Eles falaram sério.
valores sintáticos que expressam, em função dos con- 177. Elas falaram sérias.
textos frasais em que se encontrem. Considerando essa 178. Joana e eu entramos apressados no cinema.
reflexão, compare, nos dois fragmentos retirados do
texto de Grecco, o emprego dos pronomes pessoais 12) Aposto Versus Vocativo
nele presentes e indique a alternativa que contém a
indicação correta das funções que eles desempenham Aposto Vocativo
nas orações.
Fala sobre. Fala com.
I. “que nos roubam recursos”
II. “que me incomodam” Explica, resume, restringe ou enumera. Chama.
Ambos os termos desempenham a função de:
a) objeto direto tanto de roubar quanto de incomodar. Identifique predicativos, adjuntos adnominais, apostos e
b) objeto indireto tanto de roubar quanto de incomodar. vocativos nas orações.
c) objeto direto e indireto, respectivamente. 179. Bem-vindo sejas às terras dos Tabajaras, senhores da
d) objeto indireto e direto, respectivamente. aldeia.
e) adjunto adnominal e complemento nominal. 180. Bem-vindo sejas às terras dos Tabajaras, senhor da al-
deia.
10) Podem ser Verbos de Ligação 181. A mãe, dona de bela voz, entre cantos dizia:
– Vá ao mercado para mim, filho!
Veja o mnemônico: CAFÉ SPP MTV 182. Durante sete anos, Jacó serviu Labão, pai de Raquel,
serrana, bela.
183. Jacó serviu ao pai de Raquel, serrana bela.
C Continuar
A Andar Tipos de Aposto
F Ficar
E Estar Aposto Explicativo Versus Aposto Restritivo
Obs.: somente serão verbos de liga-
ção se tiverem predicativo do sujeito. Restrição significa atributo dado a uma parte do todo.
S Ser
Explicação significa atributo dado à totalidade.
P Parecer Nota: Outros verbos sinônimos des-
P Permanecer tes podem ser de ligação. Entendendo restrição e explicação
184. homem honesto.
M Manter-se 185. homem mortal.
186. pedra amarela.
T Tornar-se 187. pedra dura.
V Virar 188. homem fiel.
189. céu azul.
Classifique os verbos.
154. Ana estava tranquila. Entendendo aposto explicativo e aposto restritivo
155. Ana estava em casa. • Aposto restritivo é nome próprio atribuído a um substan-
156. Fernando foi elogiado. tivo anterior, com a finalidade de particularizar um ser
157. Fernando era calmo. entre outros.
158. O país anda preocupado. • Aposto explicativo repete o sentido com outras palavras,
159. O país anda depressa com as reformas. igualando o sentido das expressões.
160. João continua esforçado.
161. João continua no trabalho. 190. Gosto do poeta Fernando Pessoa e do Drummond, mi-
162. A moça chegou bonita. neirão ensimesmado.
163. A moça chegou rápido. 191. A obra de Drummond é orgulho da citada de Itabira.
164. A moça chegou a piloto. 192. O rio São Francisco nasce na serra da Canastra, no es-
165. Ela vive despreocupada. tado de Minas Gerais.
166. Ela vive bem aqui.
193. O rio Amazonas nasce na Cordilheira dos Andes, maior
167. Ele tornou o setor mais produtivo.
acidente geográfico das Américas.
168. Ele tornou-se mais produtivo.
Língua Portuguesa

Aposto Enumerativo Versus Aposto Resumitivo


11) Termo Essencial: Predicado
• Aposto enumerativo constitui lista de seres que especifica
V.LIG. + P.S. => P.N. um termo genérico antecedente. Veja:
SUJEITO V. NÃO LIG. + SEM P.S. => P.V. Lemos autores românticos: Castro Alves, Casimiro de
V. NÃO LIG. + COM predvo.=> P.V.N. Abreu, Álvares de Azevedo.
=> Aposto enumerativo: Castro Alves, Casimiro de Abreu,
Classifique os predicados: verbal, nominal ou verbo-nominal. Álvares de Azevedo.
169. Todo aquele monumento foi restaurado. Termo genérico antecedente: autores românticos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Aposto resumitivo consiste de termo que sintetiza uma (PM/Vila Velha-ES) Apenas 1% de toda a água existente no
lista de elementos já citados. Veja: planeta é apropriado para beber ou ser usado na agricultura.
Lemos Castro Alves, Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, O restante corresponde à água salgada dos mares (97%) e
todos poetas do Romantismo. ao gelo nos pólos e no alto das montanhas. Administrar essa
Obs.: aposto resumitivo: todos. cota de água doce já desperta preocupação.
204. A oração “Administrar essa cota de água doce” exerce
194. A cidade, os campos, as plantações, as montanhas, tudo função sintática de sujeito.
era mar.
195. João, Maria, Lúcio e Teresa, ninguém acreditava. (Sebrae-BA) Falido e perplexo, o homem que descobriu a lei
196. Piratas modernos, os sequestradores precisam ser de- da gravidade, conjecturou: “consigo calcular os movimentos
tidos. dos corpos celestes, mas não a loucura dos homens”. Pode
197. Piratas modernos, os sequestradores, serão detidos. ser discurso de mau perdedor, mas na verdade foi uma gran-
198. Nem todos estavam escalados. Restavam alguns: Robi- de sacada. Sem saber, Newton estava prevendo a criação de
nho, Fernando e Franco. uma nova ciência, cujas descobertas podem ajudar a enten-
der a crise atual: a neuroeconomia, que vasculha a mente
EXERCÍCIOS humana em busca de explicações para o comportamento
do mercado.
(Idene-MG/Analista) 205. O “homem que descobriu a lei da gravidade” é o sujei-
199. O termo “Brasil”, presente no estribilho a seguir repro- to enunciador da sentença “Pode ser discurso de mau
duzido, desempenha a função sintática de perdedor, mas na verdade foi uma grande sacada”.

(Detran/Analista de Trânsito) O poluente associado à maior


Terra adorada,
probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono
Entre outras mil,
(CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima
És tu, Brasil,
incompleta dos combustíveis.
Ó Pátria amada!,
206. O trecho “um gás sem cor nem cheiro que resulta da
queima incompleta dos combustíveis” exerce a função
a) adjunto. de aposto.
b) aposto.
c) predicativo. (MCT) O pesquisador Lambert Lumey, principal autor do estu-
d) sujeito. do, afirmou que o resultado dessa pesquisa “é a prova, mais
e) vocativo. uma vez, de que o ambiente tem um poder muito grande
sobre os nossos genes.
200. (Ibama/Analista) No período que se inicia abaixo, o su- 207. A expressão “principal autor do estudo” tem natureza
jeito da oração principal está posposto ao verbo. explicativa e faz referência ao termo que a antecede.
“E ela veio na quarta-feira 10, no palco do Teatro Plácido
de Castro, em Rio Branco, na forma de uma portaria (Min. Esportes) Talento só não basta”, disse Phelps na entre-
assinada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. Antes, vista coletiva após a sexta medalha de ouro. “Muito trabalho,
porém, realizou-se uma sessão de julgamento da Co- muita dedicação, é uma combinação de tudo... Tentar dormir
missão de Anistia, cujo resultado foi o reconhecimento, e se recuperar, armar cada sessão de treino da melhor forma
por unanimidade, da perseguição política sofrida por possível e acumular muito treino.
Chico Mendes no início dos anos 80 do século passado. 208. No último parágrafo, o sujeito dos verbos “Tentar”, “re-
A viúva do líder seringueiro, Izalmar Gadelha Mendes, cuperar”, “armar” e “acumular” é o pronome “tudo”,
vai receber uma pensão vitalícia de 3 mil reais mensais, que funciona como aposto.
além de indenização de 337,8 mil reais.”
(MPE-RR/Analista) Mais preocupante, no entanto, é a situa-
(M.C.) Do sucesso no circuito comunicacional dependem a ção criada pelo relator da ONU para o direito à alimentação,
existência e a felicidade pessoal. Jean Ziegler, que classificou os biocombustíveis como “um
201. Na assertiva, o sujeito composto – “a existência e a feli- crime contra a humanidade”,...
cidade pessoal” – está posposto ao núcleo do predicado 209. O nome “Jean Ziegler” está entre vírgulas por constituir
verbal. um vocativo.

(MMA/Analista) O bom momento que vive a economia na- (TCE-TO) Marx, herdeiro e defensor das postulações do Ilu-
cional estimula suas vendas, mas a indiscutível preferência minismo, indagou se as relações de produção e as forças
do consumidor pelo modelo flex tem outras razões. produtivas do capitalismo permitiriam, de fato, a realização
202. No trecho “O bom momento que vive a economia nacio- da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.
nal estimula suas vendas”, o sujeito das formas verbais 210. O trecho “herdeiro e defensor das postulações do Ilumi-
“vive” e “estimula” é o mesmo. nismo” exerce, na oração, a função sintática de vocativo.
Língua Portuguesa


(MS/Redação Oficial) Segundo a observação de H. von Stein, 211. (TCE-AC/ACE) Nos trechos “cinco fatores estão atuan-
ao ouvir a palavra “natureza”, o homem dos séculos XVII e do, em escala mundial, nessa crise”, “e a crise norte-
XVIII pensa imediatamente no firmamento; o do século XIX -americana” e “o diretor-geral do FMI rompeu o silêncio
pensa em uma paisagem. constrangedor...”, os termos sublinhados qualificam os
203. Em “o homem dos séculos XVII e XVIII pensa imediata- nomes aos quais se referem.
mente no firmamento; o do século XIX pensa em uma “Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala mun-
paisagem”, o núcleo do sujeito está elíptico, na segunda dial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de
ocorrência do verbo pensar. biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta

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do petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertili- que não os profissionaliza, não os torna livres da dependên-
zantes; o aumento do consumo em países como China, cia química, e onde inexistem programas que os reintegrem
Índia e Brasil; a seca e a quebra de safras em vários saudavelmente e os acompanhem após o desligamento.
países; e a crise norte-americana, que levou investi- 217. O sujeito do verbo “passam” é “resultados”.
dores a apostar no aumento dos preços de alimentos
em fundos de hedge. Foi de olho nessa situação que o (Funiversa/Terracap) A partir da análise morfossintática da
diretor-geral do FMI rompeu o silêncio constrangedor frase “Só em Brasília se anda de camelo ou de baú”, julgue:
que pairava sobre os escritórios de Washington.” 218. Brasília é o sujeito da oração, pois protagoniza a frase.
219. As expressões “de camelo” e “de baú” transmitem ideia
(Banco do Brasil/Escriturário) O código de acesso exigido em de lugar.
transações nos caixas eletrônicos do Banco do Brasil é uma
sequência de letras, gerada automaticamente pelo sistema. O português de todas as origens,
Até o dia 17/12/2007, o código de acesso era composto por o modo de falar da capital
3 letras maiúsculas. Os códigos de acessos gerados a partir
de 18/12/2007 utilizam, também, sílabas de 2 letras – uma O sotaque não é carioca. Mesmo assim, o erre é carrega-
letra maiúscula seguida de uma letra minúscula. do. Não é nordestino, mas, ao ser contrariado, o brasiliense
Exemplos de código de acesso no novo modelo: imediatamente dispara um “ôxe”. Brasília tem ou não tem
Ki Ca Be; Lu S Ra; T M Z. sotaque, afinal? Sim e não. Stella Bortoni, doutora em linguís-
212. Os termos “automaticamente” e “a partir de tica e organizadora do livro O Falar Candango, a ser publicado
18/12/2007” acrescentam, às orações em que se in- pela Editora Universidade de Brasília em 2010, explica: “A
serem, informações circunstanciais de modo e tempo, marca do dialeto do Distrito Federal é justamente a falta de
respectivamente. marcas. A mistura faz com que os sotaques das diferentes
regiões do país percam muito de sua peculiaridade”.
(Abin/Analista) Do esquema grego, montado em colabora-
ção com sete países – Estados Unidos da América (EUA), 220. (Funiversa/Terracap) Ao se analisar a frase “Não é nor-
Austrália, Alemanha, Inglaterra, Israel, Espanha e Canadá destino, mas, ao ser contrariado, o brasiliense imedia-
–, faz parte o sistema de navegação por satélite da Agência tamente dispara um ‘ôxe’, é correto afirmar que
Espacial Europeia. a) o sujeito do verbo “é” é inexistente.
213. A presença da preposição em “Do esquema grego” é b) o sujeito referente a “ser contrariado” é simples e está
uma exigência sintática justificada pela regência da pa- alocado de acordo com a ordem direta da oração.
lavra “sistema”. c) as expressões verbais “é”, “ser contrariado” e “dis-
para” possuem o mesmo sujeito.
Da terra, ar e água, 70 mil policiais, bombeiros, guarda cos- d) a expressão “ôxe” está entre parênteses por ser um
teira e mergulhadores da Marinha vão zelar pela segurança. neologismo muito conhecido no Brasil.
Até a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em- e) o sujeito da oração “Não é nordestino (...)” pode ser
prestará sua experiência militar no combate ao terrorismo. recuperado na primeira oração do texto.
214. A substituição do trecho “Da terra, ar e água” por Da
terra, do ar e da água representaria uma transgressão ao 221. (Funiversa/Adasa) No trecho “Onde a chuva caía, quase
estilo próprio do texto informativo, pois se trata de um todo dia, já não chove nada”, a expressão sublinhada
recurso de subjetividade próprio dos textos literários. desempenha a função de sintática de
a) objeto direto.
A alternativa existente seria o aproveitamento da energia b) complemento nominal.
elétrica da Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada, das c) conectivo conjuntivo.
Centrais Elétricas de Goiás S/A-CELG, no Rio Parnaíba, divisa d) adjunto adnominal.
dos estados de Minas Gerais e Goiás, distante quase 400 km e) adjunto adverbial.
de Brasília.
215. A expressão “divisa dos estados de Minas Gerais e Goi- 222. (Funiversa/Adasa) O rio que desce as encostas, já quase
ás” está entre vírgulas por ser um vocativo. sem vida, parece que chora. O sujeito do verbo “parece” é
a) “as encostas”.
Na perspectiva de quem não tem o mínimo, o fundamental b) “a vida”.
é não morrer de fome e ver supridas certas necessidades c) “O rio”.
básicas. d) “o lamento das águas”.
216. Na frase “o fundamental é não morrer de fome e ver e) “o triste lamento”.
supridas certas necessidades básicas.”, os verbos “mor-
rer” e “ver” têm sujeitos diferentes. 223. (Funiversa/Adasa) Assinale a alternativa em que o termo
sublinhado desempenha a função a ele relacionada.
(Funiversa/Sejus) Os resultados mostram que os adolescen- a) “A segunda campanha do Projeto Brasil das Águas”
tes são induzidos ao encontro da marginalidade pela de- – objeto direto.
Língua Portuguesa

sestrutura familiar, dos quais quase a metade (48%) vem b) “Mas também encontramos muitos outros” – conec-
de famílias com pais separados; pela baixa escolaridade, tivo prepositivo.
quando a maioria (81%) é excluída do sistema educacional; c) “várias coletas foram feitas” – sujeito paciente.
pela entrada precoce no mundo do trabalho, pois 83% dos d) “Cientes da preocupação dos índios” – adjunto ad-
adolescentes já tinham experiência laborativa antes de co- nominal.
meter o ato infracional e pelo uso de drogas lícitas e ilícitas e) “houve um incidente” – sujeito.
por 97,6% dos meninos. No atual sistema, após entrar no
mundo infracional e de proferida a sentença de internação, 224. (Funiversa/Adasa) Quanto ao trecho “Bancos de areia
passam a vivenciar a violência dentro do centro educacional, submersa traçando desenhos ondulados por baixo das

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águas transparentes.”, assinale a alternativa que apre- 55. Morfologia: adjetivo
senta termos exercendo a mesma função sintática. Sintaxe: predicativo
a) “submersa” – “transparentes” Semântica: estado
b) “ondulados” – “traçando” 56. Morfologia: adjetivo
c) “de areia” – “desenhos” Sintaxe: adj. adn.
d) “por baixo” – “Bancos” Semântica: característica
e) “de areia” – “das águas” 57. Morfologia: adjetivo
Sintaxe: predicativo
GABARITO Semântica: estado
58. Morfologia: adjetivo
1. frase nominal. Sintaxe: predicativo
2. frase verbal, período composto, duas orações. Semântica: estado
3. frase verbal, período simples, oração absoluta. 59. Morfologia: adjetivo
4. frase verbal, período composto, duas orações. Sintaxe: predicativo
5. frase nominal. Semântica: estado
6. frase nominal. 60. Morfologia: adjetivo
7. frase verbal, período composto, duas orações (note Sintaxe: adj. adn.
verbo subentendido: estão). Semântica: característica
8. S 27. SS 61. Morfologia: adjetivo
9. C 28. SS
Sintaxe: predicativo
10. O 29. SO,S
Semântica: estado
11. SS 30. O
62. Morfologia: adjetivo
12. S 31. O
Sintaxe: predicativo
13. I 32. S
Semântica: estado
14. SS 33. S
63. Morfologia: adjetivo
15. S 34. S
Sintaxe: adj. adn.
16. I 35. S
Semântica: característica
17. S 36. C
64. Morfologia: adjetivo
18. C 37. S
38. S Sintaxe: predicativo
19. O
20. C 39. S Semântica: estado
21. I,I,SO 40. I 65. Morfologia: adjetivo
22. S 41. a Sintaxe: predicativo do objeto
23. S 42. E Semântica: estado
24. SS 43. C 66. Morfologia: adjetivo
25. C 44. C Sintaxe: adj. adn.
26. I Semântica: característica
45. Morfologia: adjetivo 67. Morfologia: adjetivo
Sintaxe: predicativo Sintaxe: predicativo
Semântica: estado Semântica: estado
46. Morfologia: substantivo (chefe) 68. Morfologia: adjetivo
Sintaxe: aposto Sintaxe: adj. adn.
Semântica: explicação Semântica: característica
47. Morfologia: adjetivo 69. Morfologia: adjetivo
Sintaxe: predicativo Sintaxe: predicativo do objeto
Semântica: estado Semântica: estado.
48. Morfologia: substantivo (mãe) 70. Morfologia: substantivo (vencedor)
Sintaxe: aposto Sintaxe: predicativo do objeto
Semântica: explicação Semântica: estado
49. Morfologia: adjetivo 71. Morfologia: substantivo
Sintaxe: predicativo Sintaxe: predicativo do sujeito
Semântica: estado Semântica: estado
50. Morfologia: adjetivo 72. Morfologia: substantivo
Sintaxe: adj. adn. Sintaxe: predicativo do sujeito
Semântica: característica Semântico: estado
51. Morfologia: adjetivo 73. b
Sintaxe: predicativo 74. ADN
Semântica: estado 75. ADV
52. Morfologia: adjetivo 76. ADN
Língua Portuguesa

Sintaxe: predicativo 77. ADV


Semântica: estado 78. ADV
53. Morfologia: adjetivo 79. ADN
Sintaxe: adj. adn. 80. ADV
Semântica: característica: 81. ADN
54. Morfologia: adjetivo 82. ADV
Sintaxe: predicativo 83. ADN
Semântica: estado 84. ADN

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
85. ADV 151. OI
86. lugar 152. D
87. causa 153. D
88. companhia 154. VL
89. tempo, intensidade, tempo, negação 155. VI
90. finalidade 156. VTD (loc. verbal)
91. causa 157. VL
92. lugar 158. VL
93. intensidade 159. VI
94. modo 160. VL
95. lugar 161. VI
96. negação, lugar, lugar 162. VI
97. tempo, negação/tempo 163. VI
98. negação 164. VL
99. PDV 165. VL
100. ADV 166. VI
101. PDV 167. VL
102. ADV 168. VL
103. ADV 169 - PV
104. PDV 170. PV
105. PDV 171. PN
106. ADV 172. PV
107. ADV 173. PV, PV
108. PDV 174. PVN, PN
109. PDV 175. PVN
110. ADV 176. PV
111. CN 177. PVN
112. ADN, CN 178. PVN
113. CN, CN, ADN 179. aposto
114. AND, CN, ADN, CN 180. vocativo
115. CN 181. aposto, vocativo
116. ADN 182. aposto
117. CN 183. aposto
118. ADN 184. restrição
119. CN 185. explicação
120. ADN 186. restrição
121. ADN 187. explicação
122. CN 188. restrição
123. ADN 189. explicação
124. CN 190. restritivos: Fernando Pessoa, Drummond.
125. ADN Explicativo: Mineirão ensimesmado.
126. ADN 191. ADN: de Drummond.
127. ADN, ADN Aposto restritivo: de Itabira.
128. D (ADN) 192. apostos restritivos: São Francisco, da Canastra, de Minas
129. A Gerais. ADV: no estado de Minas Gerais.
130. OI 193. apostos restritivos: Amazonas, dos Andes.
131. ADN Aposto explicativo: maior acidente geográfico das
132. OD Américas. ADN: das Américas.
133. S 194. aposto resumitivo: TUDO.
134. CN 195. aposto resumitivo: NINGUÉM.
135. OI 196. aposto explicativo: piratas modernos.
136. CN 197. aposto explicativo: os sequestradores.
137. ADN 198. aposto enumerativo: Robinho, Fernando e Franco.
138. OI 199. e 212. C
139. OD 200. E 213. E
140. CN 201. C 214. E
141. OI 202. E 215. E
142. OI 203. C 216. E
Língua Portuguesa

204. C 217. C
143. S
205. E 218. C
144. CN
206. C 219. E
145. ADN
207. C 220. e
146. S
208. E 221. e
147. OI
209. E 222. e
148. OI
210. E 223. e
149. OI
211. C 224. e
150. OI

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CLASSES DE PALAVRAS (pena; nota musical), o lança-perfume, o matiz, o pro-
clama.
Substantivo • Só femininos: a agravante, a aguardente, a alface,
a apendicite, a bacanal, a cal, a cataplasma, a cólera,
É a palavra que se emprega para nomear seres, coisas, a comichão, a elipse, a gênese, a ioga, a libido, a nuança,
ideias, qualidades, ações, estados, sentimentos. a sentinela.
• Masculinos ou femininos: ágape, aluvião, amálgama,
Classificação dos Substantivos diabete (ou diabetes), ilhós, laringe, sabiá, suéter,
usucapião.
• Comuns (nomes comuns a todos os seres da mesma
espécie): casa, felicidade, mesa, chão, criança, bondade.
Gênero e Semântica
• Concretos (seres com existência própria, real ou ima-
ginária): fada, saci, mesa, cadeira, caneta.
• Abstratos (nomeiam ações, qualidades ou estados, to- Cabeça Masculino: o chefe, o dirigente, o líder.
mados como seres. Indicam coisas que não existem por Feminino: parte do corpo; pessoa muito in-
si, que são o resultado de uma abstração): felicidade, teligente; extremidade mais dilatada de um
pobreza, honra, caridade. objeto; pessoa ou animal numericamente.
• Próprios (designam um ser específico, determinado):
Tânia, Pagu, Recife, Brasil, Coca-Cola. Caixa Masculino: livro contábil.
• Simples (um só radical): janela, livro, trem, porta. Feminino: recipiente; seção de pagamentos;
• Composto (mais de um radical): arco-íris, sempre-viva, estabelecimento financeiro.
arranha-céu. Capital Masculino: riqueza, conjunto de bens.
• Primitivo (forma outros substantivos): rosa, pedra, mar. Feminino: cidade onde se localiza a sede do
• Derivado (formado a partir de um primitivo): roseiral, Poder Executivo.
rosácea, pedreiro, pedregulho.
Moral Masculino: ânimo, brio.
• Coletivos (nomeiam uma coleção de seres ou coisas
Feminino: conjunto de regras de comporta-
da mesma espécie): acervo (bens, obras artísticas), al-
mento; parte da filosofia que estuda essas
cateia (lobos), atilho (espigas), arsenal (armas), atlas
regras; conclusão que se tira de uma história.
(mapas), baixela (utensílios de mesa), banca (exami-
nadores), bandeira (exploradores), boana (peixes miú- Grama Masculino: unidade de massa.
dos), cabilda (selvagens), cáfila (camelos), código (leis), Feminino: erva, relva, planta rasteira.
corja (bandidos), cortiço (abelhas, casas velhas), correi-
ção (formigas), dactilioteca (anéis), enxoval (roupas), Número dos Substantivos
falange (soldados, anjos), farândola (maltrapilhos),
fressura (vísceras), girândola (fogos), hemeroteca (jor- Alguns substantivos usados só no plural: as núpcias, as
nais, revistas), matilha (cães), mó (gente), pinacoteca
fezes, os óculos, as cócegas, os víveres.
(quadros), tertúlia (amigos), súcia (gente ordinária).
Outros são uniformes, ou seja, uma única forma tanto
Gênero dos Substantivos para o plural como singular: tênis, vírus, lápis, ônibus, pires.
Nesses casos, o número será indicado por artigo, pronome
Uniformes (uma só forma para o masculino e para o ou outra palavra que especifique o substantivo: o ônibus, os
feminino): ônibus, um pires, dois pires, meu lápis, meus lápis.
• Comum de dois gêneros (masculino e feminino dis-
tinguem-se com artigo, pronome ou outra): dentista, 1) Formação do plural dos substantivos simples
jovem, imigrante, fã, motorista, jornalista, rival.
• Sobrecomum (um só gênero, sem flexão nem do ar- a) Substantivos terminados em vogal ou ditongo.
tigo): a criança, o cônjuge, o sósia, a vítima, o ídolo,
Acrescenta-se a desinência s: caneta(s), livro(s), rei(s), pai(s),
a mascote.
• Epiceno (designa certos animais, diferindo-se pelo herói(s), mãe(s).
acréscimo de macho e fêmea): o jacaré, a cobra, b) Substantivos terminados em ão. Plural em ôes, ães ou
a onça, a borboleta, mosca, tatu, barata, anta. ãos: balão – balões; alemão – alemães; cidadão – cidadãos.
Admitem mais de uma forma para o plural: ancião – anciões,
Biformes (uma forma para masculino e outra para o fe- anciães, anciãos; corrimão – corrimões, corrimãos; guardião
minino): – guardiões, guardiães; vilão – vilões, vilãos.
• Feminino com o mesmo radical (flexão por desinên- c) Substantivos terminados em r ou z. Acrescenta-se es
cia): menino / menina, aluno / aluna, prefeito / prefeita, ao singular (no caso, o e é vogal temática; o s é desinência):
pintor / pintora. pintor – pintores, cruz – cruzes, hambúrguer – hambúrgueres,
• Heterônimos (feminino com radical diferente da for-
júnior – juniores, sênior – seniores.
ma masculina): bode / cabra, cão / cadela, carneiro /
Língua Portuguesa

ovelha, cavaleiro / amazona, cavalheiro / amazona, d) Substantivos terminados em s. Podemos distinguir


compadre / comadre, genro / nora, homem / mulher, dois casos: se o substantivo é proparoxítono ou paroxítono,
patriarca / matriarca. ele invariável (ônibus, pires, lápis); se é oxítono, acrescenta-
-se es (país – países, japonês – japoneses).
Substantivos que podem Suscitar Dúvidas e) Substantivos terminados em n. Podem formar o plural
em es ou s, sendo a última forma a mais usada (hífen – hífens
• Só masculinos: o alvará, o anátema, o aneurisma, o ou hífenes; pólen – pólens ou pólenes; abdômen – abdomens
apêndice, o axioma, o champanha, o diadema, o dó ou abdômenes).

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f) Substantivos terminados em al, el, ol, ul. Perdem o l advérbio + adjetivo: sempre-viva – sempre-vivas;
final, que é substituído por is: varal – varais, papel – papéis, abaixo-assinado – abaixo-assinados; alto-falante –
farol – faróis, paul – pauis. Exceções: cônsul – cônsules, mal alto-falantes.
– males, real – réis (a moeda). prefixo + substantivo: vice-reitor – vice-reitores; pré-
g) Substantivos terminados em il: -candidato – pré-candidatos.
• quando oxítonos, trocam o l por s: fuzil – fuzis, barril Reduplicação (palavras repetidas ou quase): ono-
– barris. matopeias (pingue-pongues, tico-ticos, tique-taques,
bem-te-vis, reco-recos), mas verbos repetidos têm dois
• quando paroxítonos, trocam o l por eis: projétil – pro-
plurais (pisca-piscas ou piscas-piscas, corre-corres ou
jéteis, réptil – répteis, fóssil – fósseis. corres-corres).
h) Todos os substantivos terminados em x são unifor- • Varia somente o primeiro ou variam os dois
mes: o tórax – os tórax, o látex – os látex, a fênix – as fênix. Substantivo + substantivo (o segundo especifica tipo,
finalidade, semelhança ao primeiro, parecendo um ad-
2) Formação do plural dos substantivos compostos jetivo): pombo-correio – pombos-correio ou pombos-
a) Elementos grafados sem hífen, o plural segue as re- -correios; peixe-espada – peixes-espada ou peixes-es-
gras utilizadas para os substantivos simples: passatempo – padas; manga-rosa – mangas-rosa ou mangas-rosas.
passatempos, pontapé – pontapés, televisão – televisões, • Invariáveis
planalto – planaltos. Verbo + advérbio: pisa-mansinho – os pisa-mansinho.
b) Radicais unidos por hífen: Verbos antônimos: senta-levanta – os senta-levanta.
• Ambos se flexionam: Frases substantivas: deus-nos-acuda – os deus-nos-
substantivo + substantivo: couve-flor – couves-flores. -acuda; maria-vai-com-as-outras – os/as maria-vai-
substantivo + adjetivo: guarda-florestal – guardas- -com-as-outras; louva-a-deus – os louva-a-deus, estou-
-florestais, obra-prima – obras-primas. -fraco – os estou-fraco.
• Alguns substantivos que admitem dois plurais
adjetivo + substantivo: puro-sangue – puros-sangues.
guarda-marinha – guardas-marinhas ou guardas-
numeral + substantivo: terça-feira – terças-feiras. -marinha
• Somente o primeiro varia salvo-conduto – salvos-condutos ou salvo-condutos
Substantivo + preposição + substantivo: pé de mole- xeque-mate – xeques-mates ou xeques-mate
que – pés de moleque; mula sem cabeça – mulas sem fruta-pão – frutas-pães ou frutas-pão
cabeça; água-de-colônia – águas-de-colônia.
• Somente o segundo varia: 3) Plural com metafonia. Alguns substantivos, no singu-
verbo + substantivo: guarda-sol – guarda-sóis; beija- lar, têm o o tônico fechado e, quando se pluralizam, trocam
-flor – beija-flores; arranha-céu – arranha-céus. o o tônico fechado pelo o tônico aberto. Principais casos:

Singular (ô) Plural (ó) Singular (ô) Plural (ó) Singular (ô) Plural (ó)
aposto apostos fogo fogos poço poços
caroço caroços forno fornos porco porcos
corno cornos foro foros porto portos
coro coros fosso fossos posto postos
corvo corvos imposto impostos povo povos
despojo despojos jogo jogos reforço reforços
desporto desportos miolo miolos socorro socorros
destroço destroços olho olhos tijolo tijolos
esforço esforços ovo ovos troco trocos

Grau dos Substantivos nho agradável ou que Fulano é um amigão são formas que
expressam juízos de valor, possuem conotação afetiva e não
A flexão de grau exprime ideia de aumento ou de dimi- podem ser classificadas como flexão de grau.
nuição de tamanho, tendo como referência um grau normal, Por outro lado, a flexão de grau é mais nítida com o uso
que seria o substantivo tal como aparece no dicionário. do processo analítico.
Outra curiosidade é perceber que o grau pode conduzir
Formação do grau do substantivo a novos significados. Exemplo: portão, cartão, cartilha, fo-
lhinha (calendário).
Utilizamos dois processos para formar o aumentativo e
o diminutivo: EXERCÍCIOS
a) sintético: acrescentam-se sufixos ao grau normal:
Língua Portuguesa

concurso – concursão (aumentativo sintético) e concursinho 1. Indique a opção em que só aparecem substantivos abs-
(diminutivo sintético). tratos.
b) analítico: o substantivo é modificado por adjetivos que
a) tempo, angústia, saudade, ausência, esperança, ima-
expressem ideia de aumento ou de diminuição: concurso –
gem.
concurso grande e concurso pequeno.
b) angústia, choro, sol, presença, esperança, amizade.
É curioso notar que o processo sintético expressa, com c) amigo, dor, claridade, esperança, luz, tempo.
frequência, não uma variação de tamanho, mas uma carga d) angústia, saudade, presença, esperança, amizade.
afetiva, ou pejorativa. Exemplo: falar que tal obra é um livri- e) espaço, mãos, claridade, rosto, ausência, esperança.

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2. Aponte a opção em que haja erro quanto à flexão do Artigo
nome composto.
a) vice-presidentes, amores-perfeitos, os bota-fora. Canção Mínima
b) tico-ticos, salários-família, obras-primas.
c) reco-recos, sextas-feiras, sempre-vivas. No mistério do Sem-Fim,
d) pseudoesferas, chefes de seção, pães de ló. Equilibra-se um planeta.
e) pisca-piscas, cartões-postais, mulas sem cabeças. E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
3. Preencha a frase seguinte com uma das opções. Dese- no canteiro, uma violeta,
javam transformar os...... em ....... do céu.
e, sobre ela, o dia inteiro,
a) pagões – cidadões
b) pagãos – cidadões entre o planeta e o sem-fim,
c) pagões – cidadãos a asa de uma borboleta.
(Cecília Meireles)
d) pagãos – cidadãos

4. Assinale o par de vocábulos que formam o plural como Julgue os itens.


balão e caneta-tinteiro: 1. Nesse jogo de retomadas e acréscimos, os substantivos
a) vulcão, abaixo-assinado. surgem inicialmente precedidos pelo artigo um (“um
b) irmão, salário-família. planeta”, “um jardim”) e depois pelo artigo o (“no pla-
c) questão, manga-rosa. neta”, “no jardim”). A diferença que essa troca de artigo
d) bênção, papel-moeda. estabelece constitui passagem do particular para o geral.
e) razão, guarda-chuva. 2. A introdução do substantivo asa, no último verso do po-
ema, precedido pelo artigo a, rompe o processo indicado
5. Assinale a opção incorreta. na questão anterior, produzindo o efeito de retomar o
a) Borboleta é substantivo epiceno. texto como um todo.
b) Rival é comum de dois gêneros.
c) Omoplata é substantivo masculino. Comentários:
d) Vítima é substantivo sobrecomum. No poema “Canção mínima”, ocorre seguidamente um
e) Nenhuma opção. mesmo processo: um substantivo surge inicialmente pre-
cedido pelo artigo um para, pouco depois, ser repetido,
6. Indique o período que não contém um substantivo no desta vez precedido do artigo o. Dessa forma, passa-se de
grau diminutivo. “um planeta” para “o planeta”, de “um jardim” para “o
a) Todas as moléculas foram conservadas com as pro- jardim” e de “um canteiro” para “o canteiro”. Há, nessa
priedades particulares, independentemente da atu- substituição de um artigo por outro, uma evidente dife-
ação do cientista. rença de significado: aquilo que era genérico e indefinido
b) O ar senhoril daquele homúnculo transformou-o no ao ser nomeado pela primeira vez surge como particula-
centro de atenções na tumultuada assembleia. rizado e definido ao ser retomado. No poema, esse jogo
c) Através da vitrina da loja, a pequena observava curio-
envolvendo artigos e substantivos é o principal recurso
samente os objetos decorativos expostos à venda,
por preço bem baratinho. no caminho do amplo e universal ao mínimo e particular.
d) De momento a momento, surgiam curiosas sombras
e vultos apressados na silenciosa viela. Artigo é a palavra que pressupõe substantivo escrito.
e) Enquanto distraía as crianças, a professora tocava Generaliza ou particulariza o sentido desse substantivo. Ob-
flautim, improvisando cantigas alegres e suaves. serve: um planeta/o planeta; um canteiro/o canteiro; um
jardim/o jardim; uma violeta/a violeta.
7. Numere a segunda coluna de acordo com o significado Em muitos casos, o artigo é essencial na especificação
das expressões da primeira coluna e assinale a opção do gênero e do número do substantivo.
que contém os algarismos na sequência correta. O jornalista recusou o convite do representante dos ar-
(1) o óleo santo ( ) a moral tistas. A jornalista recusou o convite da representante das
(2) a relva ( ) a crisma artistas.
(3) um sacramento ( ) o moral A empresa colocou em circulação o ônibus de três eixos.
(4) a ética ( ) o crisma A empresa colocou em circulação os ônibus de três eixos.
(5) a unidade de massa ( ) a grama
(6) o ânimo ( ) o grama Quando antepostos a palavras de qualquer classe gra-
matical, os artigos as transformam em substantivos. Nesses
a) 6, 1, 4, 3, 5, 2 d) 4, 3, 6, 1, 2, 5 casos, ocorre a chamada derivação imprópria.
b) 6, 3, 4, 1, 2, 5 e) 6, 1, 4, 3, 2, 5 É um falar que não tem fim.
c) 4, 1, 6, 3, 5, 2 O assalariado vive um sofrer interminável.
O aqui e o agora nem sempre se conjugam favoravel-
8. Assinale a opção em que a flexão do substantivo com- mente.
posto está errada.
a) os pés de chumbo.
Sintaticamente, os artigos atuam sempre como adjuntos
b) os corre-corre.
Língua Portuguesa

c) as públicas-formas. adnominais.
d) os cavalos-vapor.
e) os vai-véns. Classificação dos artigos

GABARITO a) Artigo indefinido: indica seres quaisquer dentro de


uma mesma espécie; seu sentido é genérico. Assume as for-
1. d 3. d 5. c 7. d mas um, uma; uns, umas.
Gosto muito de animais: queria ter um cachorro, uma
2. e 4. c 6. e 8. e gata, uns tucanos e umas araras.

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b) Artigo definido: indica seres determinados dentro d) preposição, pronome, artigo.
de uma espécie; seu sentido é particularizante. Assume as e) artigo, pronome, pronome.
formas o, a; os, as.
Meu vizinho gosta muito de animais: você precisa ver o 4 Assinale a opção correta.
cachorro, a gata, os tucanos e as araras que ele tem em casa. a) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos cinco.
b) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos cinco livros.
Combinações dos Artigos c) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos os cinco.
d) Mostraram-me cinco livros. Comprei a todos cinco
É muito frequente a combinação dos artigos definidos e livros.
indefinidos com preposições. O quadro seguinte apresenta
e) Nenhuma das alternativas.
a forma assumida por essas combinações:
5 “O policial recebeu o ladrão a bala. Foi necessário ape-
Preposições Artigos Combinações nas um disparo: o assaltante recebeu a bala na cabeça e
a ao, aos, à, às morreu na hora.”
o, os, a, do, dos, da, das, dum, duma, No texto, os vocábulos destacados são, respectivamente:
de a) preposição e artigo.
as, um, duns, dumas
uma, uns, no, nos, na, nas, num, numa, b) preposição e preposição.
em c) artigo e artigo.
umas nuns, numas
d) artigo e preposição.
por (per) pelo, pelos, pela, pelas
e) artigo e pronome indefinido.
Observações:
1. As formas à e às indicam a fusão da preposição a com 6 Procure e assinale a única opção em que há erro no em-
o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhe- prego do artigo.
cida por crase. a) Nem todas as opiniões são valiosas.
2. As formas pelo(s) /pela(s) resultam da combinação b) Disse-me que conhece todo o Brasil.
dos artigos definidos com a forma per, equivalente a por. c) Leu todos os dez romances do escritor.
d) Andou por todo Portugal.
EXERCÍCIOS e) Todas as cinco, menos uma, estão corretas.

1. Os artigos são responsáveis por diversos detalhes de sig- 7 Assinale a opção em que há erro.
nificação nas diferentes situações comunicativas em que a) Li a notícia no Estado de S. Paulo.
são empregados. Leia as frases seguintes e comente o b) Li a notícia em O Estado de S. Paulo.
valor dos artigos destacados. c) Essa notícia, eu a vi em A Gazeta.
a) Estou levando produtos da região. d) Vi essa notícia em A Gazeta.
b) O menino estava tão encabulado que não sabia o que
e) Foi em O Estado de S. Paulo que li a notícia.
fazer com as mãos.
c) Em poucos instantes, pôs-se a chorar e a chamar pela
mãe. 8 Indique o erro quanto ao emprego do artigo.
d) A carne está custando 20 reais o quilo. a) Em certos momentos, as pessoas as mais corajosas
e) Aquele era o momento de minha vida. se acovardam.
b) Em certos momentos, as pessoas mais corajosas se
2. Explique as diferenças de significado entre as frases de acovardam.
cada par: c) Em certos momentos, pessoas as mais corajosas se
a) Todo dia ele faz isso. acovardam.
Todo o dia ele faz isso. d) Em certos momentos, as mais corajosas pessoas se
b) Pedro não veio. acovardam.
O Pedro não veio.
c) Essa caneta é minha. GABARITO
Essa caneta é a minha.
d) O dirigente sindical apresentou reivindicações dos
trabalhadores na reunião. 1. a) Região específica.
O dirigente sindical apresentou as reivindicações dos b) Sentido de posse (mãos dele).
trabalhadores na reunião c) Posse (mãe dele).
e) Chico Buarque, grande compositor brasileiro, é tam- d) Sentido de cada quilo.
bém escritor. e) Momento específico.
Chico Buarque, o grande compositor brasileiro, é tam-
bém escritor. 2. a) Diariamente x O dia inteiro.
b) Qualquer Pedro, pouco conhecido x Pedro especí-
Língua Portuguesa

3. Observe: fico, bem conhecido.


“... foram intimados a comparecer...” c) Uma entre minhas canetas x Minha única caneta.
“... não a fizeram...” d) Algumas reivindicações x A totalidade das reivindi-
“... a sua oração...” cações.
e) Um dos grandes compositores brasileiros x O único
As três ocorrências do a são, respectivamente: grande, o maior compositor brasileiro.
a) preposição, pronome, preposição.
b) artigo, artigo, preposição. 3. d 4. c 5. a 6. d 7. a
c) pronome, artigo, preposição.

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Adjetivo pássaro frágil/ave frágil
ator ruim/atriz ruim
Adjetivo é a palavra que caracteriza o substantivo, empresa agrícola/planejamento agrícola
atribuindo-lhe qualidades (ou defeitos) e modos de ser, ou vida exemplar/comportamento exemplar
indicando-lhe o aspecto ou o estado. homem audaz/mulher audaz
Imprensa injusta, sensacionalista, partidária, tenden- • São uniformes os adjetivos compostos em que o se-
ciosa. gundo elemento é um substantivo.
Acusações substantivas, ferozes, infundadas, justas. casaco amarelo-limão – camisa amarelo-limão
carro verde-garrafa – bicicleta verde-garrafa
A palavra adjetivo significa “colocado ao lado de, jus- papel verde-mar – tinta verde-mar
taposta a”. Esse significado enfatiza o caráter funcional do • Também são uniformes os compostos azul-marinho e
conceito de adjetivo: observe que é necessário apresentar azul-celeste.
a relação que se estabelece entre o substantivo e o adjetivo
para poder conceituar este último. Na realidade, substantivos Flexão de Número
e adjetivos apresentam muitas características semelhantes e,
em muitas situações, a distinção entre ambos só é possível O adjetivo concorda em número com o substantivo a
a partir de elementos fornecidos pelo contexto: que se refere.
O jovem brasileiro tornou-se participativo. governante capaz / governantes capazes
O brasileiro jovem enfrenta dificuldades profissionais. salário digno/salários dignos

Na primeira frase, jovem é substantivo, e brasileiro é Formação do plural dos adjetivos compostos
adjetivo. Na segunda, invertem-se esses papéis: brasileiro O plural dos adjetivos compostos segue os mesmos pro-
é substantivo, e jovem passa a ser adjetivo. Ser adjetivo ou cedimentos da variação de gênero desses adjetivos:
ser substantivo não decorre, portanto, de características • Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos,
morfológicas da palavra, mas de sua situação efetiva numa apenas o segundo elemento vai para o plural:
frase da língua. tratado luso-brasileiro / tratados luso-brasileiros
Há conjuntos de palavras que têm o valor de um adjetivo: intervenção médico-cirúrgica / intervenções médico-
são as locuções adjetivas. Essas locuções são normalmente -cirúrgicas
formadas por uma preposição e um substantivo ou por uma Destaque-se novamente surdo-mudo:
preposição e um advérbio; para muitas delas, existem adje- rapaz surdo-mudo / rapazes surdos-mudos
tivos equivalentes. • Os adjetivos compostos em que o segundo elemento
Conselho de pai (= paterno) / Jornal de ontem / Inflama- é um substantivo são invariáveis também em número:
ção da boca (= bucal) Gente de longe. recipiente verde-mar / recipientes verde-mar
uniforme amarelo-canário / uniformes amarelo-canário
Flexões dos Adjetivos Também são invariáveis azul-marinho e azul-celeste:
camisa azul-marinho / camisas azul-marinho
Os adjetivos se flexionam em gênero e número e apre- camiseta azul-celeste / camisetas azul-celeste
sentam variações de grau bem mais complexas que as dos
substantivos. Flexão de Grau

Flexão de Gênero Os adjetivos variam em grau quando se deseja comparar


ou intensificar as características que atribuem. Há, portanto,
O adjetivo concorda em gênero com o substantivo a que dois graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo.
se refere:
Um comportamento estranho. Grau comparativo
Uma atitude estranha. Compara-se a mesma característica atribuída a dois ou
Um jornalista ativo. mais seres ou duas ou mais características atribuídas a um
Uma jornalista ativa. mesmo ser. Observe as frases seguintes:

Formação do feminino dos adjetivos biformes Comparativo Ele é tão exigente quanto justo.
Os adjetivos biformes possuem uma forma para o gênero
de igualdade Ele é tão exigente quanto (ou
masculino e outra para o feminino. A formação do feminino
desses adjetivos costuma variar de acordo com a terminação como) seu irmão.
da forma masculina.
Comparativo de Estamos mais atentos (do) que
• Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos, superioridade eles.
apenas o último elemento sobre flexão: Estamos mais atentos (do) que
cidadão luso-brasileiro – cidadã luso-brasileira ansiosos.
casaco verde-escuro – saia verde-escura
Língua Portuguesa

consultório médico-dentário – clínica médico-dentária


Comparativo de Somos menos passivos (do) que
Destaque-se surdo-mudo, em que variam os dois ele- inferioridade eles.
mentos: Somos menos passivos (do) que
rapaz surdo-mudo – moça surda-muda tolerantes

Adjetivos uniformes Os adjetivos bom, mau, grande e pequeno têm formas


São os adjetivos que possuem uma única forma para sintéticas para o grau comparativo de superioridade: melhor,
o masculino e o feminino. pior, maior e menor, respectivamente:

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Essa solução é melhor (do) que a outra. Locução Adjetiva
Minha voz é pior (do) que a sua.
O descaso pela miséria é maior (do) que o senso huma- Compõe-se de preposição (de) e substantivo. Ex.: de pai
nitário. (paterno), bucal (da boca). Essa correspondência entre lo­
A preocupação social é menor (do) que a ambição in- cução adjetiva e adjetivo, no entanto, nem sempre se verifica,
dividual. ou por não existir um dos dois, ou por não ser preservado o
sentido quando se substitui um pelo outro. Colar de marfim,
As formas analíticas correspondentes (mais bom, mais por exemplo, é expressão usada cotidianamente, mas seria
mau, mais grande, mais pequeno) só devem ser usadas quan- pouco recomendável dizer, no mesmo contexto cotidiano,
do se comparam duas características de um mesmo ser: colar ebúrneo ou colar ebóreo, porque tais adjetivos têm
Ele é mais bom (do) que inteligente. uso restrito à linguagem literária e, portanto, seriam ade-
Todo corrupto é mais mau (do) que esperto. quados somente em contextos eruditos, mais formais. Ana-
Meu salário é mais pequeno (do) que justo. logamente, contrato leonino é uma expressão empregada na
Este país é mais grande (do) que equilibrado. linguagem jurídica; entretanto, é pouquíssimo provável que
os advogados passem a dizer contrato de leão.
Observe:
Atente para o fato de que a forma menor é um compara-
A greve de professores tem tomado proporções incontro-
tivo de superioridade, pois equivale a mais pequeno.
láveis. O movimento docente se justifica em face da inércia
do governo.
Grau superlativo
A característica atribuída pelo adjetivo é intensificada de
forma relativa ou absoluta.
EXERCÍCIOS
No grau superlativo relativo, a intensificação da caracte-
1. Complete as frases abaixo com a forma apropriada do
rística atribuída pelo adjetivo é feita em relação a todos os adjetivo colocado entre parênteses.
demais seres de um conjunto que a possuem. a) Apesar de ser uma dentista ___________________
O superlativo relativo pode exprimir superioridade ou (recém-formado), possuía já uma ______________
inferioridade, e é sempre expresso de forma analítica: (numeroso) clientela.
b) Comprei uma camisa __________________ (ama-
Superlativo relativo Ele é o mais atento de todos. relo-claro) e um chapéu __________________ (cor-
de superioridade Ele é o mais exigente de todos -de-rosa) para desfilar no Carnaval.
os irmãos. c) Aquela moça é __________ (sandeu). Onde já se viu
dar tanto dinheiro por uma motocicleta __________
____________ (amarelo-limão)!
Superlativo relativo Você é o menos crítico de todos. d) Todas aquelas famílias __________ (sulino) são de
de inferioridade Você é o menos passivo de to- origem __________ (europeu).
dos os amigos. e) Sou do tempo em que se usava camisa __________
(branco), calça _____________________ (azul-ma-
As formas do superlativo relativo de superioridade dos rinho) e sapatos __________ (preto) como uniforme
adjetivos bom, mau, grande pequeno também são sintéticas: nos colégios ____________ (estadual).
o melhor, o pior, o maior e o menor.
No grau superlativo absoluto, intensifica-se a caracterís- 2. Seguindo o modelo, construa frases comparativas a
tica atribuída pelo adjetivo a um determinado ser. O super- partir dos elementos fornecidos em casa item seguinte.
lativo absoluto pode ser analítico ou sintético: A relação de comparação a ser feita vem indicada entre
a) O superlativo absoluto analítico é formado normal- parênteses.
mente com a participação de um advérbio: País pobre – países vizinhos (igualdade)
Você é muito crítico. Ele é demasiadamente exigente. É um país tão pobre quanto (ou como) os países vizinhos.
Somos excessivamente tolerantes. a) indivíduo capaz – seus companheiros (igualdade).
b) rio poluído – outros rios (inferioridade).
b) O superlativo absoluto sintético é expresso com a c) animal feroz – outros animais (superioridade).
participação de sufixos. O mais comum deles é -íssimo; nos d) cidade pequena – cidades vizinhas (superioridade).
adjetivos terminados em vogal, esta desaparece ao ser acres-
centado o sufixo do superlativo: 3. Complete as frases de acordo com o modelo.
Trata-se de um artista originalíssimo. Ela não é apenas uma funcionária competente: ela é a
Ele é exigentíssimo. Seremos tolerantíssimos. mais competente de todas!
a) Esta não é apenas uma solução razoável:
Muitos adjetivos possuem formas irregulares para expri- b) Ele não é apenas um aluno aplicado:
c) Esta não é apenas uma má saída:
mir o grau superlativo absoluto sintético. Muitas dessas irre-
d) Ele não é apenas um grande amigo:
gularidades ocorrem porque o adjetivo, ao receber o sufixo,
reassume a forma latina. É o caso dos adjetivos terminados
Língua Portuguesa

4. Complete as frases de acordo com o modelo:


em -vel, que assumem a terminação -bilíssimo: É um poema belo. Não: é belíssimo!
volúvel – volubilíssimo / indelével – indelebilíssimo a) A vida é frágil.
b) Era um homem talentoso.
Os adjetivos terminados em -io formam o superlativo c) É um jogador ágil.
absoluto sintético em -íssimo: d) Foi um lugar agradável.
sério – seriíssimo e) Será uma pessoa amável.
necessário – necessariíssimo f) É uma moeda antiga.
frio – friíssimo g) É um corredor audaz.

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h) Seria um homem bom. Pronomes
i) É uma solução boa.
j) Teria sido um animal feroz. Pronome substitui e/ou acompanha o nome.
k) Fora um espírito livre. Pedro acordou tarde. Ele ainda dormia, quando sua mãe
l) É um sujeito magro. o chamou.
m) É um país pobre. Pronomes: Ele = Pedro (só substitui).
n) Tinha sido uma pessoa simpática. Sua = de Pedro (substitui Pedro e acompanha “mãe”).
o) É uma alma volúvel. O = Pedro (só substitui Pedro).
5. Alguns concursos cobram diferença entre o nível formal Existem seis tipos de pronomes:
e o nível coloquial. Observe algumas dessas formas co- • pessoais
loquiais nas frases abaixo; reescreva as frases utilizando • demonstrativos
o superlativo absoluto apropriado à língua formal. • possessivos
a) É um piloto hiperveloz!
• relativos
b) Crianças subnutridas têm uma constituição vulnerá-
• interrogativos
vel, vulnerável.
• indefinidos
c) Ela adotou uma posição supercrítica.
d) É superpossível que a gente vá viajar.
e) Tem uma cabeça arquipequena! As provas cobram muito os pronomes relativos, os de-
f) É um cão supermanso. monstrativos e os pessoais “o” e “lhe”.
g) Ele é arquiamigo de meu irmão.
h) É uma planta fragilzinha. Pronomes Substantivos e Pronomes Adjetivos
i) Saiu daqui felizinho da silva!
j) É um cara sabidão! Quando um pronome é empregado junto de um subs-
tantivo, ele é chamado de pronome adjetivo; e quando um
GABARITO pronome aparece isolado, sozinho na frase, ele é chamado
de pronome substantivo.
1. a) recém-formada, numerosa. Ninguém pode adivinhar suas vontades?
b) amarelo-clara, cor-de-rosa. Ninguém → pronome substantivo (pois está sozinho).
c) sandia, amarelo-limão. suas → pronome adjetivo (pois está junto do substantivo
d) sulinas, europeia. vontades).
e) branca, azul-marinho, pretos.
Encontrei minha caneta, mas não a apanhei.
2. a) É um indivíduo tão capaz quanto seus companheiros. minha → pronome adjetivo.
b) É um rio menos poluído (do) que outros. a → pronome substantivo.
c) É um animal mais feroz (do) que outros.
d) É uma cidade menor (do) que as cidades vizinhas. EXERCÍCIO
3. a) é a mais razoável de todas. Coloque: (1) para pronome substantivo e (2) para pro-
b) é o mais aplicado de todos. nome adjetivo.
c) é a pior de todas. a) Estas montanhas escondem tesouros.
d) é o maior de todos. b) Aquilo jamais se repetirá.
c) Qualquer pessoa o ajudaria.
4. a) fragílima d) Nossa esperança é que ele volte.
b) talentosíssimo.
c) agílimo
d) agradabilíssimo
Pronomes Pessoais
e) amabilíssima
f) antiguíssima Vamos supor que a Gorete esteja com fome e que ela
g) audacíssimo queira contar isso para uma outra pessoa que a esteja ouvin-
h) boníssimo do. É claro que, numa situação normal de comunicação, não
I) boníssima usaria a frase Gorete está com fome, e sim a frase:
j) ferocíssimo Eu estou com fome.
k) libérrimo • eu designa o que chamamos de 1ª pessoa gramatical,
l) macérrimo/magríssimo isto é, a pessoa que fala.
m) pobríssimo/paupérrimo Se, no entanto, fosse mais de uma pessoa que estivesse
n) simpaticíssima com fome, uma delas poderia falar assim:
o) volubilíssima Nós estamos com fome.

5. a) velocíssimo Vamos supor, agora, que Gorete esteja conversando com


Língua Portuguesa

b) vulnerabilíssima um amigo e queira saber se tal amigo está com fome. Ela,
c) criticíssima então, usaria a seguinte frase:
d) possibilíssimo Tu estás com fome? ou: Você está com fome?
e) mínima • Tu (você) designa o que chamamos de 2ª pessoa gra-
f) mansuetíssimo matical, isto é, a pessoa com quem se fala.
g) amicíssimo
h) fragílima Se, por outro lado, Gorete estiver conversando com mais de
i) felicíssimo uma pessoa e quiser saber se elas estão com fome, falará assim:
j) sapientíssimo Vós estais com fome? ou: Vocês estão com fome?

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Vamos imaginar, agora, que Gorete esteja conversando sujeito. Nas frases em que isso ocorre, tais pronomes são
com um amigo e queira afirmar que o cão que acompanha chamados pronomes reflexivos.
esse amigo está doente. Ela pode se expressar assim: Eu me machuquei. me (= a mim mesmo) → pronome
O cão está doente, ou então, Ele está doente. reflexivo.
• ele designa o que chamamos de 3ª pessoa gramatical,
isto é, a pessoa, o ser a respeito de quem se fala. b) Os pronomes oblíquos si e consigo são sempre re-
flexivos.
eu, nós, tu, vós, ele, eles são, nas frases analisadas, exem- Márcia só pensa em si. (= pensa nela mesma)
plos de pronomes pessoais. Ele trouxe consigo o livro. (= com ele mesmo)

Podemos concluir, então, que pronomes pessoais são Note, portanto, que frases como as exemplificadas a se-
aqueles que substituem os nomes e representam as pessoas guir são gramaticalmente incorretas.
gramaticais. Marcos, eu preciso falar consigo.
São três as pessoas gramaticais: Eu gosto muito de si, minha amiga.
• 1ª pessoa (a que fala): eu, nós
• 2ª pessoa (com quem se fala): tu, vós c) Os pronomes oblíquos nos, vos e se, quando significam
• 3ª pessoa (de quem se fala): ele(s), ela(s). um ao outro, indicam a reciprocidade (troca) da ação. Nesse
caso são chamados de pronomes reflexivos recíprocos.
Quadro dos pronomes pessoais Os jogadores se abraçavam após o gol. Onde: se (= um
ao outro) → pronome reflexivo recíproco.
Caso oblíquo (outras funções)
Caso reto
(sujeito) Átonos (sem Tônicos (com d) Eu x mim: eu (pronome reto) só pode funcionar como
preposição escrita) preposição escrita) sujeito, enquanto mim (pronome oblíquo) só pode ter outras
Singular: funções, nunca sujeito. Daí termos frases como:
eu, me, mim, comigo Ela trouxe o livro para eu ler. (correto)
tu te, ti, contigo
ele(a) se, o, a, lhe si, consigo, ele, ela Sujeito

Plural: Ela trouxe o livro para mim. (correto)


nós, nos, nós, conosco
vós, vos, vós, convosco Não pode ser sujeito
eles(as) se, os, as, lhes si, consigo, eles, elas Ela trouxe o livro para mim ler. (errado)

Observações: Não pode ser sujeito
1. Um pronome pessoal é pronome reto quando exerce a
função de sujeito da oração e é um pronome oblíquo e) Entre todos os pronomes pessoais somente os pro-
quando exerce função que não seja a de sujeito da nomes eu e tu não podem ser pronomes oblíquos (reveja
oração. o quadro). Esses dois pronomes só podem exercer a função
Ela pediu ajuda para nós. de sujeito da oração. Nas frases em que não for para exercer
Ela: pronome reto (funciona como sujeito). a função de sujeito, tais pronomes devem ser substituídos
nós: pronome oblíquo (não funciona como sujeito). pelos seus pronomes oblíquos correspondentes.
Eu → me, mim; Tu → te, ti.
Nós jamais a prejudicamos.
Nós: pronome reto (sujeito). Eu e ela iremos ao jogo. (correto)
a: pronome oblíquo (não sujeito).
Sujeito
2. Os pronomes oblíquos átonos nunca aparecem pre-
cedidos de preposição. Uma briga aconteceu entre mim e ti. (correto)
A vida me ensina a ser realista.
Sujeito não sujeito

pron. obl. átono Não houve nada entre eu e ela. (errado)
Não houve nada entre mim e ela. (correto)
3. Os pronomes oblíquos tônicos sempre aparecem
precedidos de preposição. Pronomes Pessoais de Tratamento
Ela jamais iria sem mim.
Os pronomes de tratamento* são pronomes pessoais
prep. pron. obl. tônico usados no tratamento cerimonioso e cortês entre pessoas.
Língua Portuguesa

Os principais são:
4. Os pronomes oblíquos tônicos, quando precedidos da Vossa Alteza (V.A.) → Príncipe, Duques
preposição com, combinam-se com ela, originando as Vossa Majestade (V.M.) → Reis
formas: comigo, contigo, consigo, conosco, convosco. Vossa Santidade (V.S.) → Papas
Vossa Eminência (V.Emª.) → Cardeais
Emprego dos Pronomes Pessoais Vossa Excelência (V.Exª.) → Autoridades em geral

a) Os pronomes oblíquos me, nos, te, vos e se podem * Ver Manual de Redação da Presidência da República, para usos
indicar que a ação praticada pelo sujeito reflete-se no próprio conforme normas de redação oficial.

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Observação: Pronomes Indefinidos
Existem, para os pronomes de tratamento, duas formas
distintas: Vossa (Majestade, Excelência etc.) e Sua (Majesta- Pronomes indefinidos são pronomes que se referem à 3ª
de, Excelência etc.). Você deve usar a forma Vossa quando pessoa gramatical (pessoa de quem se fala), quando consi-
estiver falando com a própria pessoa e usar a forma Sua derado de modo vago e indeterminado.
quando estiver falando a respeito da pessoa. Acredita em tudo que lhe dizem certas pessoas.
Vossa Majestade é cruel. (falando com o rei)
Sua Majestade é cruel. (falando a respeito do rei) Quadro dos pronomes indefinidos

Pronomes Possessivos
Variáveis Invariáveis
Pronomes possessivos são aqueles que se referem às algum(ns); alguma(s) alguém
três pessoas gramaticais (1ª, 2ª e 3ª), indicando o que cabe nenhum(ns); nenhuma(s) ninguém
ou pertence a elas. todo(s); toda(s) tudo
Tuas opiniões são iguais às minhas. outro(s); outra(s) outrem
• tuas: pronome possessivo correspondente à 2ª pessoa muito(s); muita(s) nada
do singular (tu). pouco(s); pouca(s) cada
• minhas: pronome possessivo correspondente à 1ª certo(s); certa(s) algo
pessoa do singular (eu). tanto(s); tanta(s)
quanto(s); quanta(s)
É importante fixar bem que há uma relação entre os pro- qualquer; quaisquer
nomes possessivos e os pronomes pessoais.
Observe atentamente o quadro abaixo: Observação:
Um pronome indefinido pode ser representado por ex-
pressões formadas por mais de uma palavra. Tais expressões
Pronomes pessoais Pronomes possessivos
são denominadas locuções pronominais. As mais comuns
eu → meu, minha, meus, minhas são: qualquer um, todo aquele que, um ou outro, cada um,
seja quem for.
tu → teu, tua, teus, tuas Seja qual for o resultado, não desistiremos.
ele → seu, sua, seus, suas
nós → nosso, nossa, nossos, nossas Pronomes Interrogativos
vós → vosso, vossa, vossos, vossas Pronomes interrogativos são aqueles empregados para
eles → seu, sua, seus, suas fazer uma pergunta direta ou indireta. Da mesma forma que
ocorre com os indefinidos, os interrogativos também se re-
Emprego dos Pronomes Possessivos ferem, de modo vago, à 3ª pessoa gramatical.
Os pronomes interrogativos são os seguintes:
a) Quando são usados pronomes de tratamento (V.Sª, Que, quem, qual, quais, quanto(s) e quanta(s).
V.Excia etc.), o pronome possessivo deve ficar na 3ª pessoa
Que horas são? (frase interrogativa direta)
(do singular ou do plural) e não na 2ª pessoa do plural.
Gostaria de saber que horas são. (interrogativa indireta)
Vossa Majestade depende de seu povo.
Quantas crianças foram escolhidas?

Pron. tratamento 3ª pessoa
Pronomes Relativos
Vossas Majestades confiam em seus conselheiros?
Vamos supor que alguém queira transmitir-nos duas in-
Pron. tratamento 3ª pessoa formações a respeito de um menino. Esse alguém poderia
falar assim:
b) Os pronomes possessivos seu(s) e sua(s) podem se Eu conheço o menino. O menino caiu no rio.
referir tanto à 2ª pessoa (pessoa com quem se fala), como
à 3ª pessoa (pessoa de quem se fala). Mas essas duas informações poderiam também ser trans-
Sua casa foi vendida (sua = de você) mitidas utilizando-se não duas frases separadas, mas uma
Sua casa foi vendida (sua = dele, dela) única frase formada por duas orações. Com isso, seria evitada
a repetição do substantivo menino. A frase ficaria assim:
Essa dupla possibilidade de uso de tais pronomes pode

gerar ambiguidade ou frases com duplo sentido. Quando isso
Eu conheço o menino que caiu no rio.
ocorrer, você deve procurar trocar os pronomes seu(s) e sua(s)
por dele(s) ou dela(s), a fim de tornar a frase mais clara.
Língua Portuguesa

1ª oração 2ª oração
c) Os pronomes seu(s) e sua(s) são usados tanto para 3ª
pessoa do singular como para 3ª pessoa do plural (confira Observe que a palavra que substitui, na segunda oração,
tal afirmação no quadro acima). a palavra menino, que já apareceu na primeira oração. Essa
é a função dos pronomes relativos.
d) Os pronomes possessivos podem, em muitos casos, Podemos dizer, então, que pronomes relativos são os que
ser substituídos por pronomes oblíquos equivalentes. se referem a um substantivo anterior a eles, substituindo-o
A chuva molha-me o rosto. (= molha meu rosto). na oração seguinte.

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Quadro dos pronomes relativos EXERCÍCIOS
Variáveis
Invariáveis (Cespe/Prefeitura do Rio Branco) À semelhança do Brasil, o
Masculino Feminino Acre compõe-se de uma grande diversidade de povos indí-
o qual, os quais, a qual, as quais, genas, cujas situações frente à sociedade nacional também
que, quem, são muito variadas.
cujo, cujos, quanto, cuja, cujas,
onde, como 1. A substituição de “cujas” por as quais mantém a correção
quantos quanta, quantas
gramatical do período e as relações lógicas originais.
Observações:
• Como relativo, o pronome que é substituível por o qual, Analisando o emprego do pronome relativo CUJO
a qual, os quais, as quais. • acompanha substantivo posterior;
Já li o livro que comprei. (= livro o qual comprei) • refere-se a substantivo anterior;
• sentido de posse;
• Há frases em que a palavra retomada, repetida pelo • varia com a palavra posterior.
pronome relativo, é o pronome demonstrativo o, a,
os, as. Observo os povos indígenas cujo líder é guerreiro.
Ele sempre consegue o que deseja. Observo os povos indígenas cuja cultura é milenar.
Observo as tribos indígenas cujos líderes são guerreiros.
pron. dem. pron. relativo Observo as tribos indígenas cujas culturas são milenares.
(= aquilo) (o qual)
Cuidado!
• O relativo quem só é usado em relação a pessoas e São estruturas inadequadas as seguintes:
aparece sempre precedido de preposição. Observo os povos indígenas que o líder é guerreiro.
O professor de quem você gosta chegou. Observo os povos indígenas que o líder deles é guerreiro.

pessoa preposição Regra:
Para “ligar” dois substantivos com relação de posse entre
• O relativo cujo (e suas variações) é, normalmente, em- si, somente é correto no padrão da Língua Portuguesa o
pregado entre dois substantivos, estabelecendo entre emprego do relativo cujo e suas variações.
eles uma relação de posse e equivale a do qual, da
qual, dos quais, das quais. (PMVTEC/Analista) Na saúde, o município destaca o proje-
Compramos o terreno cuja frente está murada. (cuja to MONICA – Monitoramento Cardiovascular –, em que se
frente = frente do qual) quantificou o risco de a população de Vitória na faixa de 25
a 64 anos ter problemas cardiovasculares.
Note que após o pronome cujo (e variações) não se 2. Mantendo-se a correção gramatical do período, o trecho
usa artigo. Por isso, deve-se dizer, por exemplo: “em que se quantificou” poderia ser reescrito da seguinte
Visitei a cidade cujo prefeito morreu, e não: maneira: por meio do qual se quantificou.
Visitei a cidade cujo o prefeito morreu.
(PMVSEMUS/Médico) Texto dos itens 3, 4 e 5:
• O relativo onde equivale a em que. Preocupam-se mais com a AIDS do que os meninos e as me-
Conheci o lugar onde você nasceu. ninas da África do Sul, onde a contaminação segue em ritmo
alarmante. Chegam até a se apavorar mais com a gripe do
(em que) frango do que as crianças chinesas, que conviveram com a
epidemia. Esses dados constam de uma pesquisa inédita que
• Quanto(s) e quantas(s) só são pronomes relativos se ouviu 2.800 crianças com idade entre 8 e 15 anos das classes
estiverem precedidos dos indefinidos tudo, tanto(s), A e C em catorze países.
tanta(s), todo(s), toda(s). 3. Preservam-se as ideias e a correção gramatical do texto
Sempre obteve tudo quanto quis. ao se substituir o pronome “onde” por cuja, apesar de
o texto tornar-se menos formal.
indefinido relativo
Estudando o pronome relativo ONDE
Outros exemplos de reunião de frases por meio de pro- Observe:
nomes relativos: Visitei o bairro. Você mora no bairro.
Eu visitei a cidade. Você nasceu na cidade. Note que no = em + o.
Então: Visitei o bairro no qual você mora.
onde Note que no qual = em + o qual.
Eu visitei a cidade em que você nasceu.
na qual Empregando onde, teremos:
Visitei o bairro onde você mora.
Observe que, nesse exemplo, antes dos relativos que e
qual houve a necessidade de se colocar a preposição em, que é Regras:
Língua Portuguesa

exigida pelo verbo nascer (quem nasce, nasce em algum lugar). • onde só pode se referir a um lugar;
Você comprou o livro. Eu gosto do livro. • podemos substituir onde por no qual e suas variações;
• podemos substituir onde por em que.
de que
Você comprou o livro eu gosto.
do qual ONDE versus AONDE
Observe:
Da mesma forma que no exemplo anterior, aqui houve Visitei o bairro onde você mora. (Quem mora, mora em...)
a necessidade de se colocar a preposição de, exigida pelo Visitei o bairro aonde você foi. (Quem foi, foi a...)
verbo gostar (quem gosta, gosta de alguma coisa). Então: aonde = a + onde.

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Pronomes Demonstrativos Senhor Governador,
Informo a V. Exa. que esta Casa colocará em pauta na
Pronomes demonstrativos são os que indicam a posição quarta-feira próxima a análise do projeto que destina
ou o lugar dos seres, em relação às três pessoas gramaticais. verba para reforma do Ginásio Américo de Almeida.
Aquela casa é igual à nossa. Essa Governadoria pode aguardar informativo na
quinta-feira.
Pron. dem.
Exemplo 2:
Quadro dos pronomes demonstrativos Aqui nesta sala onde estamos, às vezes, escutamos vo-
zes vindas daquela sala onde estão tendo aula de Finanças
Variáveis Invariáveis Públicas.
este, esta, estes, estas isto
2) Para referência a termos anteriores e posteriores
esse, essa, esses, essas isso
Regra:
aquele, aquela, Para termos a serem mencionados: este, esta, isto.
aquilo
aqueles, aquelas Para termos já mencionados: esse, essa, isso.
o, a, os, as o
3) Para referência a termos anteriores separadamente
Atenção! Regra:
Também podem funcionar como pronomes demonstra- Para referência ao primeiro mencionado: aquele, aquela,
tivos as palavras: o(s), a(s), mesmo(s), semelhante(s), aquilo.
tal e tais, em frases como: Para referência ao último mencionado: este, esta, isto.
Chegamos hoje, não o sabias? (o = isto) Para referência ao termo entre o primeiro e o último:
Quem diz o que quer, ouve o que não quer. (o = aquilo) esse, essa, isso.
Tais coisas não se dizem em público! (tais = estas)
4. (AFRF) Em relação aos elementos que constituem a coe­
É importante saber distinguir quando temos artigo o, são do texto abaixo, assinale a opção correta.
a, os, as e quando pronomes demonstrativos o, a, os, as.
O livro que você trouxe não é o que te pedi. 1 O caráter ético das relações entre o cidadão e o
– Note que o equivale a aquele. poder está naquilo que limita este último e, mais que
A revista que você trouxe não é a que te pedi. isso, o orienta. Os direitos humanos, em sua primei-
– Note que a equivale a aquela. 4 ra versão, como direitos civis, limitavam a ação do
Pode fazer o que você quiser. Estado sobre o indivíduo, em especial na qualidade
– Note que o equivale a aquilo. que este tivesse, de proprietário. Com a extensão
7 dos direitos humanos a direitos políticos e sobretudo
Cuidado! sociais, aqueles passam – pelo menos idealmente
Artigo pressupõe um substantivo ligado a ele na expressão. – a fazer mais do que limitar o governante: devem
O livro, a revista, o grande e precioso livro, a nova e in- 10 orientar sua ação. Os fins de seus atos devem estar di-
teressante revista. recionados a um aumento da qualidade de vida, que
não se esgota na linguagem dos direitos humanos,
São três situações de uso dos pronomes demonstrativos: 13 mas tem nela, ao menos, sua condição necessária,
este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, essas, isso, ainda que não suficiente.
aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.
1) Para referência a objetos em relação às pessoas que a) Em “o orienta” (l. 3), “o” refere-se a “cidadão” (l. 1).
participam de um diálogo (pessoas do discurso). b) Em “este tivesse” (l. 6), “este” refere-se a “Estado” (l. 5).
c) Em “aqueles passam” (l. 8), “aqueles” refere-se a “di-
Regra: reitos políticos” (l. 7).
Primeira pessoa: eu, nós (pessoa que fala). Deve-se em- d) “sua ação” (l. 10) e “seus atos” (l. 10) remetem ao
pregar este, esta, isto com referência a objeto próximo de mesmo referente: “proprietário” (l. 6).
quem fala. e) “sua condição” (l. 13) refere-se a “um aumento na
Segunda pessoa: tu, vós, você (pessoa que ouve). Deve- qualidade de vida” (l. 11).
-se empregar esse, essa, isso com referência a objeto pró-
ximo de quem ouve. (PMDF/Médico)
Terceira pessoa: ele, ela, eles, elas (pessoa ou assunto
da conversa). Deve-se empregar aquele, aquela, aquilo com 1 Notaria apenas que, em nossos dias, as regiões
referência a objeto distante tanto de quem fala, como de onde essa grade é mais cerrada, onde os buracos
quem ouve. negros se multiplicam, são as regiões da sexualidade
4 e as da política: como se o discurso, longe de ser
Língua Portuguesa

Exemplo 1: elemento transparente ou neutro no qual a sexua-


• Correspondência do Governador para o Presidente da lidade se desarma e a política se pacifica, fosse um
Assembleia Legislativa. 7 dos lugares onde elas exercem, de modo privilegiado,
Senhor Presidente, alguns de seus mais temíveis poderes. Por mais que
Solicito a V. Exa. que essa Casa Legislativa analise com o discurso seja aparentemente bem pouca coisa, as
urgência o projeto que destina verba para reforma do 10 interdições que o atingem revelam logo, rapidamen-
Ginásio Estadual Américo de Almeida. te, sua ligação com o desejo e com o poder.
• Resposta do Presidente da Assembleia Legislativa para Nisto não há nada de espantoso, visto que o
o Governador. 13 discurso — como a psicanálise nos mostrou — não

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é simplesmente aquilo que manifesta (ou oculta) o 13. Os pronomes “essa” e “dela” são flexionados no feminino
desejo; é, também, aquilo que é objeto do desejo; e porque remetem ao mesmo referente do pronome em
16 visto que — isto a história não cessa de nos ensinar “completá-la”.
— o discurso não é simplesmente aquilo que traduz 14. Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual,
as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo por ao se retirar do texto a expressão “que são”.
19 que, pelo que se luta, o poder do qual nos queremos
apoderar. É preciso sublinhar o fato de que todas as posições existen-
ciais necessitam de pelo menos duas pessoas cujos papéis
Julgue os itens, relativos às estruturas linguísticas do texto. combinem entre si. O algoz, por exemplo, não pode continuar
5. Preservam-se a correção gramatical e o sentido do texto a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima procurará seu
se o pronome “onde” (l. 2) for substituído por as quais. salvador e este último, uma vítima para salvar.
6. A expressão “no qual” (l. 5) tem como referente a ex- 15. O pronome “cujos” atribui a “pessoas” a posse de uma
pressão “elemento transparente ou neutro”. característica que também pode ser expressa da seguinte
7. O pronome “aquilo” (l. 14 e 17) pode ser substituído maneira: com papéis que combinem entre si.
por o, sem prejuízo do sentido original e de correção
gramatical. (MS/Agente) “Tempo é Vida” é o bordão da campanha, que
8. O pronome “isto” (linha 16) recupera o sentido do trecho expressa o apelo daqueles que estão à espera de um trans-
“visto que o discurso (…) desejo”. (l. 12-15) plante.
16. A substituição de “daqueles” por dos prejudica a correção
(TCE-AC/Analista) Há umas ocasiões oportunas e fugitivas, gramatical e a informação original do período.
em que o acaso nos inflige duas ou três primas de Sapucaia;
outras vezes, ao contrário, as primas de Sapucaia são an- (TRT1ª R/Analista) A raça humana é o cristal de lágrima / Da
tes um benefício do que um infortúnio. Era à porta de uma lavra da solidão / Da mina, cujo mapa / Traz na palma da mão.
igreja. Eu esperava que as minhas primas Claudina e Rosa 17. A respeito do emprego dos pronomes relativos, assinale
tomassem água benta, para conduzi-las à nossa casa, onde a opção correta.
estavam hospedadas. a) É correto colocar artigo após o pronome relativo cujo
9. Na oração “em que o acaso nos inflige duas ou três pri- (cujo o mapa, por exemplo).
mas de Sapucaia”, a substituição de “em que” por onde b) O relativo cujo expressa lugar, motivo pelo qual apare-
manteria o sentido original e a correção gramatical do ce no texto ligado ao substantivo mapa na expressão
texto. “cujo mapa”.
c) O pronome cujo é invariável, ou seja, não apresenta
(Cariacica/Assistente Social) Em alguns segmentos de nossa flexões de gênero e número.
d) O pronome relativo quem, assim como o relativo que,
sociedade, o trabalho fora de casa é considerado inconve-
tanto pode referir-se a pessoas quanto a coisas em
niente para o sexo feminino. É óbvio que a participação de
geral.
um indivíduo em sua cultura depende de sua idade. Mas é
e) O pronome relativo que admite ser substituído por o
necessário saber que essa afirmação permite dois tipos de
qual e suas flexões de gênero e número.
explicações: uma de ordem cronológica e outra estritamente
cultural. (DFTrans/Analista) Ao se criticar a concepção da linguagem
10. A expressão “essa afirmação” retoma a ideia de que o como representação do outro e para o outro, não se a de-
trabalho fora de casa pode ser considerado inconveniente sautoriza nem sequer a refuta.
para as mulheres. 18. Mantêm-se a coerência e a correção da estrutura sintá-
tica e das relações semânticas do texto ao se inserir o
(Iema-ES/Advogado) O destino dos compostos orgânicos pronome se logo após “sequer”.
no meio ambiente, dos mata-matos aos medicamentos, é
largamente decidido pelos micróbios. Esses organismos que-
Pronomes Pessoais Oblíquos
bram alguns compostos diretamente em dióxido de carbono
(CO2), mas outros produtos químicos permanecem no meio (Emprego e Colocação Pronominal)
ambiente por anos, absolutamente intocados.
o, a, os, as → somente no lugar de trechos sem prepo-
11. O termo “Esses organismos” está empregado em referên-
sição inicial.
cia a “mata-matos” e “medicamentos”, ambos na mesma
lhe, lhes → somente no lugar de trechos com preposição
linha.
inicial.
Devemos dar valor aos pais. → Devemos dar-lhes valor.
(BB/Escriturário) Em meio a uma crise da qual ainda não sabe
Amo os pais. → Amo-os.
como escapar, a União Europeia celebra os 50 anos do Tra- Apertei os pregos da caixa. → Apertei-lhe os pregos.
tado de Roma, pontapé inicial da integração no continente. Apertei os pregos da caixa. → Apertei-os.
12. O emprego de preposição em “da qual” atende à regência
do verbo “escapar”.
Língua Portuguesa

Cuidado!
Pronomes que podem ficar no lugar de trechos com ou
(TRT 9ª R/Analista) Relação é uma coisa que não pode exis- sem preposição: me, te, se, nos, vos.
tir, que não pode ser, sem que haja uma outra coisa para Eu lhe amo. (errado)
completá-la. Mas essa “outra coisa” fica sendo essencial Eu te amo. (certo)
dela. Passa a pertencer à sua definição específica. Muitas Eu a amo. (certo)
vezes ficamos com a impressão, principalmente devido aos Dei-lhe amor. (certo)
exemplos que são dados, de que relação seja algo que “une”, Dei-te amor. (certo)
que “liga” duas coisas. Dei-a amor. (errado)

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Alterações gráficas dos pronomes Correção: Tenho-me dedicado. (Portugal)
Verbo com final -r, -s, -z, diante de pronomes o, a, os, as. Tenho me dedicado. (Brasil)
Vamos cantar os hinos. →Vamos cantá-los.
Cantamos os hinos. → Cantamo-los. • Não escrever esses pronomes após verbo no futuro:
Fiz o relatório. → Fi-lo. Ele faria-me um favor. (errado)
Ele me faria um favor. (correto)
Verbo com final -m, -ão, -õe, diante de pronomes o, a,
os, as. Casos de próclise obrigatória
Eles cantam os hinos. → Eles cantam-nos. 1. Advérbios.
Pais dão presentes aos filhos. → Pais dão-nos aos filhos. 2. Negações.
Põe o livro aqui. → Põe-no aqui. 3. Conjunções subordinativas (que, se, quando, embora
etc.).
19. (S. Leopoldo-RS/Advogado) A substituição das palavras 4. Pronomes relativos (que, o qual, onde, quem, cujo).
grifadas pelo pronome está incorreta em: 5. Pronomes demonstrativos (este, esse, aquele, aquilo).
a) “que transpõe um conceito moral” – que o transpõe. 6. Pronomes indefinidos (algo, algum, tudo, todos, vários
b) Em “a democracia convida a um perpétuo exercício de etc.).
reavaliação. Isso quer dizer que, para bem funcionar, 7. Exclamações.
exige crítica. Substituir “exige crítica” por exige-a. 8. Interrogações.
c) “o que expõe o Brasil” – o que o expõe. 9. Em mais pronome mais gerúndio (-ndo).
d) “seria extirpar suas camadas iletradas” – seria extir-
par-lhes. Observação:
e) “mais apto a exercer a crítica” – mais apto a exercê-la. Em caso de não ser obrigatória a próclise, então ela
será facultativa.
20. (Guarapari/Técnico de Informática) A substituição do
segmento grifado pelo pronome está feita de modo in- 22. Julgue os itens seguintes, quanto à colocação pronominal.
correto em: a) Jamais devolver-te-ei aquela fita.
a) “o privilégio de acessar o caminho da universidade” b) Deus pague-lhe esta caridade!
= o privilégio de acessá-lo. c) Tenho dedicado-me ao estudo das plantas.
b) “no final têm que saltar o muro do vestibular” = no d) Ali fazem-se docinhos e salgadinhos.
final têm que saltar-lhe. e) Te amo, Maria!
c) “ficam impedidos de desenvolver seus talentos” = f) Algo vos perturba?
ficam impedidos de desenvolvê-los. g) Eu me feri.
d) “perdendo a proteção de escolas especiais desde a h) Eu feri-me.
infância” = perdendo-a desde a infância. i) Eu não feri-me.
e) “Injusta porque usa seus recursos” = injusta porque j) O rapaz que ofendeu-te foi repreendido.
os usa. k) Em me chegando a notícia, tratarei de divulgá-la.
Colocação dos pronomes oblíquos átonos: me, te, se, Colocando pronomes na locução verbal
nos, vos, o, a, os, as, lhe, lhes.
Pronome antes do verbo chama-se próclise: Regra:
Eu te amo. Você me ajudou. • Se não houver caso de próclise, o pronome está livre.
Pronome depois do verbo chama-se ênclise: • Se houver caso de próclise, o pronome só pode ficar
Eu amo-te. Você ajudou-me. antes do verbo auxiliar ou após o verbo principal, sem-
pre respeitadas as regras básicas.
Pronome no meio da estrutura do verbo chama-se me-
sóclise: 23. Julgue as alternativas em C ou E.
Amar-te-ei. Ajudar-te-ia. a) Elas lhe querem obedecer.
b) Elas querem-lhe obedecer.
21. (Seplan/MA) Quanto aos jovens de hoje, falta a estes c) Elas querem obedecer-lhe.
jovens maior perspectiva profissional, sem a qual não d) Elas não querem-lhe obedecer.
há como motivar estes jovens para a vida que os espera. e) Elas não querem obedecer-lhe.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituin-
do-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: Casos de ênclise obrigatória
a) faltam-lhes - motivar-lhes. 1. Verbo no início de oração:
b) falta-lhes - motivar-lhes. Me trouxeram este presente. (errado)
c) lhes falta - lhes motivar. Trouxeram-me este presente. (certo)
d) falta-lhes - motivá-los.
e) lhes faltam - os motivar. 2. Verbo no imperativo afirmativo:
Vá ali e me traga uma calça. (errado)
Língua Portuguesa

Colocação Pronominal Vá ali e traga-me uma calça. (certo)

Pronomes oblíquos átonos: me, nos, te, vos, se, o, a, lhe. Casos de mesóclise obrigatória
A mesóclise é obrigatória somente se o verbo no futuro
Regras básicas: iniciar a oração:
• Não iniciar oração com pronome oblíquo átono: Te darei o céu. (errado)
Me dedico muito ao trabalho. (errado) Dar-te-ei o céu. (certo)
• Não escrever tais pronomes após verbo no particípio: Eu te darei o céu. (certo)
Tenho dedicado-me. (errado). Eu dar-te-ei o céu. (certo)

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Observação: EMPREGO/CORRELAÇÃO DE TEMPOS E
Se houver caso de próclise, prevalece o pronome antes MODOS VERBAIS
do verbo.
Eu não te darei o céu. (certo)
Eu não dar-te-ei o céu. (errado) Tempos Verbais

Cuidado! Para visualizar e memorizar melhor, vamos esquematizar os


Verbo no infinitivo fica indiferente aos casos de próclise. tempos e modos verbais com suas desinências (terminações).
É importante não se irritar à toa. (certo) No esquema a seguir, observe as letras a, b, c, d, e, f, g,
É importante não irritar-se à toa. (certo) h, i. Essas letras representam os tempos verbais.
Já as letras I e S representam os modos indicativo e sub-
24. “Encontrará lavrado o campo”. Com pronome no lugar juntivo, respectivamente.
de “campo”, escreveríamos assim: Em cada tempo, observe a terminação que o verbo ado-
a) encontrará-o lavrado tará, conforme a conjugação.
b) encontrará-lhe lavrado 1 – primeira conjugação: final – ar. Cantar.
c) encontrar-lhe-á lavrado 2 – segunda conjugação: final – er. Comer.
d) lhe encontrará lavrado 3 – terceira conjugação: final – ir. Sorrir.
e) encontrá-lo-á lavrado
I – Modo Indicativo S – Modo Subjuntivo
(Abin/Analista) Em 2005, uma brigada completa, atualmente a – presente g – presente
instalada em Niterói – com aproximadamente 4 mil soldados –, b – futuro do presente h – futuro
será deslocada para a linha de divisa com a Colômbia. c – futuro do pretérito i – pretérito imperfeito
25. A substituição de “será deslocada” por deslocar-se-á d – pretérito imperfeito
mantém a correção gramatical do período. e – pretérito perfeito
f – pretérito mais-que-perfeito
26. (Metrô-SP/Advogado) O termo grifado está substituído
de modo incorreto pelo pronome em:
a) Como forma de motivar funcionários = como forma
Padrão dos Verbos Regulares
de motivar-lhes.
Na primeira pessoa singular (EU)
b) De que todos na empresa tenham habilidades múlti-
plas = de que todos as tenham.
c b
c) Para obter sucesso = para obtê-lo.
1 – ria 1 – rei
d) Essas mudanças causam perplexidade = essas mudan-
2 – ria 2 – rei
ças causam-na.
3 – ria 3 – rei
e) As pessoas buscam novas regras = as pessoas bus-
cam-nas.

27. (TRT 19 R) Antonio Candido escreveu uma carta, fez có- a


pias da carta e enviou as cópias a amigos do Rio. Substi- 1–o
tuem de modo correto os termos sublinhados na frase, 2–o
respectivamente,
3–o
a) destas – enviou-as
b) daquela – os enviou
c) da mesma – enviou-lhes
d) delas – lhes enviou
e) dela – as enviou d (antigamente) e (ontem) f (outrora)
1 – ava 1 – ei 1 – ara
28. Assinale abaixo a alternativa que não apresenta correta 2 – ia 2 – i 2 – era
colocação dos pronomes oblíquos átonos, de acordo com 3 – ia 3 – i 3 – ira
a norma culta da língua portuguesa:
a) Eu vi a menina que apaixonou-se por mim na juven-
tude. h
b) Agora se negam a falar. 1-r
c) Não te afastes de mim. 2-r
d) Muitos se recusaram a trabalhar. (se/ quando) 3-r

GABARITO
Língua Portuguesa

1. E 9. E 17. e 24. e
2. C 10. E 18. C 25. C
3. E 11. E 19. e 26. a g 1–e
4. e 12. C 20. b 27. e (que) 2–a
5. E 13. E 21. d 28. a 3–a
6. C 14. C 22. E E E E E i (se) 1-asse
7. C 15. C CCCEEC 2-esse
8. E 16. E 23. C C C E C 3-isse

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EXERCÍCIOS Nas provas de concursos em geral, podemos observar
que basta conhecer a conjugação de nove verbos irregulares.
Conjugue os verbos cantar, vender e partir em todos os E, melhor ainda, basta conhecer bem três tempos verbais
tempos simples. em que as questões incidem mais. É claro que não ficamos
dispensados de conhecer todos os tempos verbais.
Esses verbos mais importantes formam famílias de verbos
Verbos irregulares sofrem mudança de letra e som no derivados deles. O resultado é que ficamos sabendo, por
radical e ou nas terminações padronizadas acima, para ver- tabela, um número grande de verbos.
bos regulares. Repito: muda letra e som. Não basta mudar São eles: ser, ir, ver, vir, intervir, ter, pôr, haver, reaver.
letra para ser verbo irregular.
Certa vez a prova do concurso do Senado perguntou se Conjugação dos Verbos Irregulares Ver e Vir
o verbo “agir” é irregular. Vamos fazer o teste?
O teste consiste em conjugar o verbo em uma pessoa c b
qualquer, no presente, no passado e no futuro. Se for regu- 2 – veria 2 – verei
lar, o verbo passa no teste completo, mantém-se inalterado. 3 – viria 3 – virei
Talvez mude letra, mas não muda o som.
Já para ser irregular, o verbo só precisa de uma mudança a
em um desses tempos. 2 – vejo
3 – venho
TESTE:
d (antigamente) e (ontem) f (outrora)
Verbo Presente Passado Futuro Classifi- 2 – via 2 – vi 2 – vira
cação 3 – vinha 3 – vim 3 – viera
Agir Eu ajo Eu agi Eu agirei Regular
(muda só (no padrão) (no padrão) h
letra) (se / quando) 2 – vir
3 – vier
Fazer Eu faço Eu fiz Eu farei Irregular
(mudou (mudou Observe
letra e letra e som) que perde g
som) o “z”. (que) 2 – veja
3 – venha
Observação:
Alguns verbos sofrem tantas alterações que seu radical i
desaparece e muda totalmente ao longo da conjugação. Cha- (se) 2 – visse
mamos tais verbos de anômalos: SER e IR. 3 – viesse
EXERCÍCIOS
Conjugação dos Dois Verbos Anômalos: Ser e Ir
Conjugue os verbos ver e vir em todos os tempos simples.
c b Conjugação dos Verbos Irregulares Haver, Ter e Pôr
2 – seria 2 – serei
3 – iria 3 – irei c b
haveria haverei
teria terei
a poria porei
2 – sou
3 – vou a
hei
d (antigamente) e (ontem) f (outrora) tenho
2 – era 2 – fui 2 – fora ponho
3 – ia 3 – fui 3 – fora d (antigamente) e (ontem) f (outrora)
havia houve houvera
h tinha tive tivera
(se / quando) 2 – for punha pus pusera
3 – for
h
(se / quando) houver
tiver
g puser
(que) 2 – seja
3 – vá
Língua Portuguesa

g
i
(que) haja
(se) 2 – fosse
3 – fosse tenha
ponha
i
EXERCÍCIOS (se) houvesse
tivesse
Conjugue os verbos ser e ir em todos os tempos simples. pusesse

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EXERCÍCIOS Os tempos podem assumir duas formas:
• Simples: um só verbo: Estudo Francês. Terminamos o
Conjugue os verbos haver, ter e pôr em todos os tempos livro. Faremos revisão.
simples. • Composto: verbos “ter” ou “haver” com particípio:
tenho estudado, tínhamos estudado, haveremos feito.
Verbos defectivos apresentam falhas na conjugação. Mas
tenha cuidado: a falha ocorre apenas no presente. Esses Flexão de Modo
verbos não serão defectivos no passado, nem no futuro.
Modo Indicativo
Flexão Verbal
Verbo é a palavra variável que expressa: Indica atitude do falante e condições do fato.
• ação (estudar) O modo indicativo traduz geralmente a segurança: Estu-
• posse (ter, possuir) dei. Não agi mal. Amanhã chegarão os convites.
• fato (ocorrer)
• estado (ser, estar) Tempos do Modo Indicativo
• fenômeno (chover, ventar), situados no tempo: chove Presente: basicamente significa o fato realizado no mo-
agora, choveu ontem, choverá amanhã. mento da fala. Ele estuda Francês. A prova está fácil.
Pode significar também:
Conjugação é a distribuição dos verbos em sistemas con- • Permanência: O Sol nasce no Leste. José é pai de Jesus.
forme a terminação do infinitivo: A Constituição exige isonomia.
-ar → cantar, estudar: primeira conjugação • Hábito: Márcio leciona Português. Vou ao cinema todos
-er → ver, crer: segunda conjugação os domingos.
-ir → dirigir, sorrir: terceira conjugação. • Passado histórico: Cabral chega ao Brasil em 1500.
Militares governam o Brasil por 20 anos.
As vogais a, e, i dessas terminações chamam-se vogais • Futuro próximo: Amanhã eu descanso. No próximo ano,
temáticas. Somente “pôr” e derivados (compor, repor) ficam o país tem eleições.
sem vogal temática no infinito, mas têm nas conjugações: • Pedido: Você me envia os pedidos do memorando
põe, pusera etc. amanhã.
• Radical: é a parte invariável do verbo no infinitivo, re-
tirada a vogal temática e a desinência “-r”: cant-, cr-,
O presente dos verbos regulares se forma com adição ao
dirig-.
radical das terminações:
• Tema: é o resultado de juntar a vogal temática ao ra-
dical: canta-, cre-, dirigi-. • 1a conjugação: -o, -as, -a, -amos, -ais, -am: canto, can-
• Rizotônica: é a forma verbal com vogal tônica no radi- tas, canta, cantamos, cantais, cantam.
cal: estUda, vIvo, vImos. • 2a conjugação: -o, -es, -e, -emos, -eis, -em: vivo, vives,
• Arrizotônica: é a forma verbal com vogal tônica fora vive, vivemos, viveis, vivem.
do radical: estudAmos, vivEis, virIam. • 3a conjugação: -o, -es, -e, -imos, -is, -em: parto, partes,
• Flexão verbal: pode ser de número (singular e plural), parte, partimos, partis, partem.
de pessoa (primeira, segunda, terceira) ou de tempo e
modo. Pretérito imperfeito
– flexão de número: no singular, eu aprendo, ele che- Passado em relação ao momento da fala, mas simultâneo
ga; no plural, nós aprendemos, eles chegam. em relação a outro fato passado. Pode significar:
– flexão de pessoa: na primeira pessoa, ou emissor • Hábitos no passado: Quando jogava no Santos, Pelé
da mensagem, eu canto, nós cantamos; eu venho, fazia gols espetaculares.
nós vimos. Na segunda pessoa, o receptor da men- • Descrição no passado: Ela parecia satisfeita. A estrada
sagem: tu cantas, vós cantais; tu vens, vós viestes. fazia uma curva fechada.
Obs.: Quando “vós” se refere a uma só pessoa, indica • Época: Era tempo da seca quando Fabiano emigrou.
singular apesar de tomar a flexão plural: Senhor, Vós • Simultaneidade: Paulo estudava quando cheguei. Es-
que sois todo poderoso, ouvi minha prece. tava conversando quando a criança caiu.
• Frequência, causa e consequência: Eu sorria quando
Flexão de Tempo ela chegava.
• Ação planejada, mas não feita: Eu ia estudar, mas
Situa o momento do fato: presente, pretérito e futuro.
São três tempos primitivos: infinitivo impessoal, presente chegou visita. Pretendíamos chegar cedo, mas houve
do indicativo e pretérito perfeito simples do indicativo. congestionamento.
• Fábulas, lendas: Era uma vez um professor que canta-
Derivações: va...
• Do infinitivo impessoal, surge o pretérito imperfeito • Fato preciso, exato: Duas horas depois da prova, o ga-
barito saía no site da banca.
Língua Portuguesa

do indicativo, o futuro do presente do indicativo, o


futuro do pretérito do indicativo, o infinitivo pessoal,
o gerúndio e o particípio. O imperfeito se forma com adição ao radical das termi-
• Da primeira pessoa do singular (eu) do presente do nações a seguir (exceto ser, ter, vir e pôr):
indicativo, obtemos o presente do subjuntivo. • 1a conjugação: -ava, -avas, -ava, -ávamos, -áveis, -avam:
• Da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito sim- cantava, cantavas, cantava, cantávamos, cantáveis,
ples do indicativo, encontramos o pretérito mais que cantavam.
perfeito do indicativo, o pretérito imperfeito do sub- • 2a e 3a conjugação: -ia, -ias, -ia, -íamos, -íreis, -iam:
juntivo e o futuro do subjuntivo. vivia, vivias, vivia, vivíamos, vivíeis, viviam.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Pretérito perfeito simples Futuro do presente composto
Ação passada terminada antes da fala. Forma-se, nos Indica:
verbos regulares, com adição ao radical das terminações: • Futuro realizado antes de outro futuro: Já teremos lido
• 1ª conjugação: -ei, -aste, -ou, -amos, -astes, -aram: can- o livro quando o professor perguntar.
tei, cantaste, cantou, cantamos, cantastes, cantaram. • Possibilidade: Já terão chegado?
• 2ª conjugação: -i, -este, -eu, -emos, -estes, -eram: vivi,
viveste, viveu, vivemos, vivestes, viveram. Forma-se com o futuro do presente de ter (ou haver)
• 3ª conjugação: -i, -iste, -iu, -imos, -istes, -iram: parti, mais o particípio: teremos lido, haveremos lido.
partiste, partiu, partimos, partistes, partiram.
Futuro do pretérito simples
Pretérito perfeito composto • Futuro em relação a um passado: Ele me disse que
Indica repetição ou continuidade do passado até o pre- estaria aqui até as 17h.
sente: Tenho feito o melhor possível. Não temos nos preju- • Hipóteses, suposições: Iríamos se ele permitisse.
dicado. • Incerteza sobre o passado: Quem poderia com isso?
Forma-se com o presente do indicativo de ter (ou haver) Ele teria 25 anos quando se formou.
mais o particípio. • Surpresa ou indignação: Nunca aceitaríamos tal humi-
lhação! Seria possível uma crise assim?
Pretérito mais que perfeito simples • Desejo presente de modo educado: Gostariam de sair
Fato concluído antes de outro no passado. Usa-se: conosco? Poderia me ajudar?
• Em situações formais na escrita: Já explicara o conte-
údo na aula anterior. Forma-se com adição ao infinitivo de: -ia, -ias, -ia, -íamos,
• Para substituir o imperfeito do subjuntivo: Comportou- -íeis, -iam:
-se como se fora (=fosse) senhora das terras. cantaria, cantarias, cantaria, cantaríamos, cantaríeis,
• Em frases exclamativas: Quem me dera trabalhar no cantariam.
Senado. viveria, viverias, viveria, viveríamos, viveríeis, viveriam.
(Exceto fazer, dizer, trazer, que trocam “z” por “r”: faria,
diria, traria)
Forma-se trocando o final –ram (cantaram, viveram, par-
tiram) por: -ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -ram:
Futuro do pretérito composto
cantara, cantaras, cantara, cantáramos, cantáreis, can-
• Suposição no passado: Se os juros caíssem, o consumo
taram.
teria aumentado.
vivera, viveras, vivera, vivêramos, vivêreis, viveram.
• Incerteza no passado: Quando teriam entregado as
partira, partiras, partira, partíramos, partíreis, partiram. notas?
• Possibilidade no passado: Teria sido melhor ficar.
Pretérito mais que perfeito composto
O mesmo sentido da forma simples. Usado na língua fa- Forma-se com o futuro do pretérito simples de ter (ou
lada e também na escrita, sem causar erro, nem diminuir o haver) mais o particípio: teria aumentado, teriam entregado.
nível culto: Já tinha explicado o conteúdo na aula anterior.
Forma-se com o imperfeito de ter ou haver mais o par- Modo Subjuntivo
ticípio: havia explicado, tinha vivido (=vivera), havia partido
(partira). Indica incerteza, dúvida, possibilidade. Usado sobretudo
em orações subordinadas: Quero que ele venha logo. Gosta-
Futuro do presente simples ria que ele viesse logo. Será melhor se ele vier a pé.
Fato posterior em relação à fala: Trabalharei no Senado
em dois anos. E também: Tempos do Modo Subjuntivo
• Fatos prováveis, condicionados: Se os juros caírem,
existirá mais consumo. Presente
• Incerteza, dúvida: Será possível uma coisa dessas? Por Indica presente ou futuro: É pena que o país esteja em
que estarei aqui? crise. (presente) Espero que os empregos voltem. (futuro)
Forma-se trocando o final -o do presente (canto, vivo,
Forma-se com adição ao infinitivo das seguintes termi- parto) por:
nações: -ei, -ás, -á, -emos, -eis, -ão: • 1a conjugação: -e, -es, -e, -emos, -eis, -em: cante, can-
cantarei, cantarás, cantará, cantaremos, cantareis, tes, cante, cantemos, canteis, cantem.
cantarão. Viverei, viverás, viverá, viveremos, vivereis, • 2a e 3a conjugação: -a, -as, -a, -amos, -ais, -am: viva,
viverão. vivas, viva, vivamos, vivais, vivam.
partirei, partirás, partirá, partiremos, partireis, partirão. Exceção: dar, ir, ser, estar, querer, saber, haver: dê, dês,
(Exceto fazer, dizer e trazer, que mudam o “z” em “r”.) dê, demos, deis, deem; vá, vás, vá, vamos, vais, vão; seja...;
queira...; saiba...; haja...
Língua Portuguesa

Obs.: Locuções verbais substituem o futuro do presente


simples. Veja: Pretérito imperfeito
• com ideia de intenção: Hei de falar com ele até do- Ação simultânea ou futura: Duvidei que ele viesse. Eu
mingo. queria que ele fosse logo. Gostaríamos que eles trouxessem
• com ideia de obrigação: Tenho que falar com ele até os livros.
domingo. Forma-se trocando o final -ram do perfeito simples do
• com ideia de futuro próximo ou imediato: verbo “ir” indicativo (cantaram, viveram, partiram) por: -sse, -sses,
mais infinitivo (exceto ir e vir): Que fome! Vou almoçar. -sse, -ssemos, -sseis, -ssem: cantasse, cantasses, cantasse,
Corre, que o carro vai sair. (vou ir, vou vir – erros) cantássemos, cantásseis, cantassem; vivesse...; partisse...

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Pretérito perfeito b) Negativo
• Suposta conclusão antes do tempo da fala: Talvez ele Copia exatamente o presente do subjuntivo: não
tenha chegado. Duvido que ela tenha saído sozinha. deixes tu, não deixe você, não deixemos nós, não
• Suposta conclusão antes de um futuro: É possível que deixeis vós, não deixem vocês.
ele já tenha chegado quando vocês voltarem. ð Verbos sem “eu” no presente indicativo não pos-
suem imperativo negativo.
Forma-se com o presente do subjuntivo de ter (ou haver)
mais o particípio: tenha chegado, tenha saído. Formas Nominais

Pretérito mais que perfeito Não exprimem tempo nem modo. Valores de substantivo
Passado suposto antes de outro passado: Se tivessem ou adjetivo. São: infinitivo, gerúndio e particípio.
lido o aviso, não se atrasariam. Infinitivo é a pura ideia da ação. Subdivide-se em infini-
Forma-se com o imperfeito do subjuntivo de ter (ou ha- tivo impessoal e pessoal.
ver) mais o particípio: tivessem lido. 1. Infinitivo impessoal: não se refere a uma pessoa, ne-
nhum sujeito próprio. É agradável viajar. Posso falar
Futuro simples com João. Usos:
Suposição no futuro: Posso aprender o que quiser. Poderei • Como sujeito: Navegar é preciso, viver não é preciso.
aprender o que quiser. • Como predicativo: Seu maior sonho é cantar.
Forma-se trocando o final -ram do perfeito do indicati- • Objeto direto: Admiro o cantar dos pássaros.
vo (cantaram, viveram, partiram) por: r, res, r, rmos, rdes, • Objeto indireto: Gosto de viajar.
rem. Quando/que/se cantar, cantares, cantar, cantarmos, • Adjunto adnominal: Comprei livros de desenhar.
cantardes, cantarem. Quando/que/se viver, viveres, viver, • Complemento nominal: Este livro é bom de ler.
vivermos, viverdes, viverem. • Em lugar do gerúndio: Estou a pensar (=Estou pen-
sando).
Futuro composto • Valor passivo: O dano é fácil de reparar. Frutas boas
Futuro suposto antes de outro: Isso será resolvido depois de comer.
que tivermos recebido a verba. • Tom imperativo: O que nos falta é estudar.
Forma-se com o futuro simples do subjuntivo de ter (ou
haver) mais o particípio: tivermos recebido. Duas formas do infinitivo impessoal:
Simples (valor de presente). Ações de aspecto não con-
Modo Imperativo cluído: Estudar Português ajuda em todas as provas. Perder
o jogo irrita.
Composto (passado). Ações de aspecto concluído: Ter es-
Expressa ordem, conselho, convite, súplica, pedido, a de-
tudado Português ajuda nas provas. Ter perdido o jogo irrita.
pender da entonação da voz. Dirige-se aos ouvintes apenas:
tu, você, vós, vocês.
2. Infinitivo pessoal: refere-se a um sujeito próprio. Não
• Quando o falante se junta ao ouvinte, usa-se a primeira
estudou para errar. Não estudei para errar. Não estu-
pessoa plural (nós): cantemos, vivamos.
damos para errarmos. Não estudaram para errarem.
• O imperativo pode ser suavizado com: Usos:
a) Presente do indicativo: Você me ajuda amanhã. • Mesmo sujeito: Para nós sermos pássaros, precisa-
b) Futuro do presente: Não matarás, não furtarás. mos de imaginação.
c) Pretérito imperfeito do subjuntivo: Se você falasse • Sujeitos diferentes: (Eu) Ouvi os pássaros cantarem.
baixo! (eu x os pássaros)
d) Locução com imperativo de ir mais infinitivo: Felipe • Preposicionado: Nós lhes dissemos isso por sermos
rasgou a roupa; não vá brigar com ele. amigos. Nós lhes dissemos por serem amigos.
e) Expressões de polidez (por favor, por gentileza etc.): • Sujeito indeterminado: Naquela hora ouvi chegarem.
Feche a porta, por favor.
f) Querer no presente ou imperfeito (interrogação), Duas formas do infinitivo pessoal:
ou imperativo, mais infinitivo: Quer calar a boca? Simples (presente). Aspecto não concluído: Por chegar-
Queria calar a boca? Queira calar a boca. mos cedo, estamos em dia. Por chegarmos cedo, obtivemos
g) Infinitivo (tom impessoal): Preencher as lacunas uma vaga.
com a forma verbal adequada. Composto (passado). Aspecto concluído: Por termos
• O imperativo pode ser reforçado: chegado cedo, estamos em dia. Por termos chegado cedo,
a) Com repetição: Saia, saia já daqui! obtivemos uma vaga.
b) Advérbio e expressões: Venha aqui! Repito outra
vez, fique quieto! Suma-se, seu covarde! Gerúndio é processo em ação. Papel de adjetivo ou de
• O imperativo pode ser: advérbio: Chegou com os olhos lacrimejando. Vi-o cantando.
a) Afirmativo Usos:
1. Tu e vós vêm do presente do indicativo, retiran- • Início da frase para: I) ação anterior encerrada (Jurando
do-se -s final: deixa (tu), deixai (vós). vingança, atacou o ladrão.); II) ação anterior e continu-
Língua Portuguesa

ð Exceção: “ser” forma sê (tu) e sede (vós). ada (Fechando os olhos, começou a imaginar a festa.).
ð Verbo “dizer” e terminados em -azer e -uzir • Após um verbo, para ação simultânea: Saí cantando.
podem perder “-es” ou só “-s”: diz/dize (tu), Morreu jurando inocência.
traz/traze (tu), traduz/traduze (tu). • Ação posterior: Os juros subiram, reduzindo o consumo.
2. Você, nós e vocês vêm do presente do subjunti-
vo: deixe (você), deixemos (nós), deixem (vocês). Duas formas de gerúndio:
ð Verbos sem a pessoa “eu” no presente indi- Simples (presente): aspecto não concluído. Sorrindo, olha
cativo terão apenas tu e vós: abole (tu), aboli para o pai. Ignorando os perigos, continuou na estrada. =>
(vós). Forma-se trocando o -r do infinitivo por -ndo.

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Composto (passado): aspecto de ação concluída. Tendo • Auxiliar são os verbos anteriores na locução. Servem
sorrido, olhou para o pai. Tendo compreendido os perigos, para matizar aspectos da ação do verbo principal:
abandonou a estrada. ser, estar, ter, haver, ir, vir, andar. Devo estudar.
Comecei a sorrir. O carro foi lavado. Temos vivido.
Particípio Ando estudando. Vou lavar.
Com verbo auxiliar
• ter ou haver, locução verbal chamada tempo composto Ser: forma a voz passiva de ação. O livro será aberto
(não varia em gênero e número): A polícia tem pren- pelo escolhido.
dido mais traficantes. Já havíamos chegado quando
você veio. Estar:
• ser ou estar, locução verbal (varia em gênero e nú- ð Na voz passiva de estado: O livro está aberto.
mero): Muitos ladrões foram presos pela milícia. Os ð Com gerúndio, ação duradoura num momento
corruptos estão presos. preciso: Estou escrevendo um livro.

Sem verbo auxiliar ter e haver


Estado resultante de ação encerrada: Derrotados, os sol- ð Nos tempos compostos com particípio: Já tinham
dados não ofereceram resistência. (ou haviam) aberto o livro. Se tivesse (ou houvesse)
Forma-se trocando o -r do infinitivo por -do: beber ⇒ ficado, não perderia o trem.
bebido, aparecer ⇒ aparecido, cantar ⇒ cantado. ð Com preposição “de” e infinitivo, sentido de obriga-
ção (ter) ou de promessa (haver): Tenho de estudar
Atenção! mais. Hei de chegar cedo amanhã.
• Vir e derivados têm a mesma forma no gerúndio e no Ir
particípio: Tenho vindo aqui todo dia. (particípio) Estou ð Com gerúndio, indicando:
vindo aqui todo dia. (gerúndio) – ação duradoura: O professor ia entrando devagar.
• Se apenas estado, trata-se de adjetivo: A criança as- – ação em etapas sucessivas: Os alunos iam chegando
sustada não dorme. a pé.
• Pode ser substantivado: A morta era inocente. Muitos ð No presente do indicativo mais infinitivo, indicando
mortos são enterrados como indigentes. intenção firme ou certeza no futuro próximo: Vou
encerrar a reunião. Corra! O avião vai decolar!
Vozes do Verbo
Vir
Verbos que indicam ação admitem voz ativa, voz passiva, ð Com gerúndio, indica:
– ação gradual: Venho estudando este fenômeno há
voz reflexiva. A voz verbal consiste em uma atitude do sujeito
tempo.
em relação à ação do verbo.
– duração rumo à nossa época ou lugar: Os alunos
Lembrete! Sujeito é o assunto da oração. Não precisa ser
vinham chegando, quando o sinal tocou.
o praticante da ação.
ð Com infinitivo, sentido de resultado final: Viemos
a descobrir o culpado mais tarde.
1. Voz ativa: o sujeito só pratica ação.
O governo aumentou os juros. Andar, com gerúndio, sentido de duração, continui-
2. Voz passiva: o sujeito só recebe ação. dade: Ando estudando muito. Ele anda escrevendo
Os juros foram aumentados pelo governo. livros.
Note que o sentido se mantém nas duas frases acima.
Há dois tipos de voz passiva: b) Pela Flexão: regular, irregular, defectivo e abundante.
a) Passiva analítica: com verbo ser (passiva de ação) • Regular: o radical e as terminações do padrão de
ou estar (passiva de estado): Os juros foram au- cada conjugação não mudam letra e som. Pode até
mentados pelo governo. O ladrão foi preso pelos mudar letra, mas o som permanece: agir ⇒ ajo, agi,
guardas. O ladrão está preso. agirei; ficar ⇒ fico, fiquei, ficarei; tecer ⇒ teço, teci,
Repare: tecerei.
• O agente da voz passiva (pelo governo, pelos • Irregular: o radical e/ou as terminações mudam letra
guardas) indica o ser que pratica a ação sofrida e som. Não basta mudar letra. Deve mudar também
pelo sujeito. Preposição “por” ou “de”: Ele é o som: fazer ⇒ faço, fiz, farei.
querido de todos. Obs.: fazer é capaz de substituir outro verbo na
• Locuções: temos sido amados. Tenho sido ama- sequência de frases. Veja: Gostaríamos de reverter
do. Estou sendo amado. o quadro do país como fez (=reverteu) o governo
b) Passiva sintética: a partícula apassivadora “se” anterior.
com verbo transitivo direto (não pede preposi- • Defectivo: não possui certas formas, em razão de
ção): Não se revisou o relatório = O relatório não eufonia ou homofonia.
foi revisado. Grupo 1: impessoais e unipessoais, conjugados
3. Voz reflexiva: o sujeito pratica e recebe ação. Ocorre apenas na terceira pessoa. Indicam fenômenos da
Língua Portuguesa

pronome oblíquo reflexivo (me, te, se, nos, vos): Eu me natureza, vozes de animais, ruídos, ou pelo sentido
lavei. Ele se feriu com facas. Nós nos arrependemos tarde. não admitem certas pessoas. chover, zurrar, zunir.
Grupo 2: verbos sem a primeira pessoa do singular
Classificando os Verbos no presente do indicativo e suas derivadas: abolir,
jungir, puir, soer, demolir, explodir, colorir.
a) Pela função: Grupo 3: adequar, doer, prazer, precaver, reaver,
• Principal é sempre o último verbo de uma locução urgir, viger, falir.
(verbos com o mesmo sujeito): Devo estudar. Co- • Abundante: possui mais de uma forma correta.
mecei a sorrir. Diz/dize, faz/faze, traz/traze, requer/requere, tu

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destruis/destróis, tu construis/constróis, nós he- c) Os consumidores se absteram de comprar produtos
mos/havemos. A maioria possui duplo particípio: de empresas que não consideram a sustentabilidade
Tinha expulsado os invasores. Os invasores foram do planeta.
expulsos. A gráfica havia imprimido o livro. O livro d) A constatação de que a vida humana estaria compro-
está impresso. Tínhamos entregado a encomenda. metida deteu a exploração descontrolada daquela
A encomenda será entregue. área de mata nativa.
Como regra: ter e haver pedem o particípio regular e) Com a alteração climática sobreviu o excesso de chuvas
(-ado/-ido); ser e estar pedem o particípio irregular. que destruiu cidades inteiras com os alagamentos.

EXERCÍCIOS 6. (FCC/Bagas) Ambos os verbos estão corretamente fle-


xionados na frase:
1. (FCC/TCE-SP) “... quando há melhoria também em fa- a) O descrédito sofrido pelo mais recente relatório so-
tores de qualidade de vida ...”. O verbo flexionado nos breviu da descoberta de ter havido manipulação dos
mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado dados nele apresentados.
está na frase: b) As informações que comporam o relatório sobre
a) que levou nota máxima... Mudanças Climáticas contiam erros só descobertos
b) O destaque, aqui, cabe ao Tocantins. depois de algum tempo.
c) era um dos estados menos desenvolvidos do país. c) Os relatórios sobre o aquecimento global, sem que
d) ainda que siga como um dos mais atrasados ... se queresse, troxeram conclusões pessimistas sobre
e) conseguiu se distanciar um pouco dos retardatários. a vida no planeta.
d) Alguns cientistas de todo o mundo tiveram sua repu-
2. (FCC/Bagas) “De um lado, havia Chega de Saudade, de tação abalada por fazerem previsões aleatórias, sem
Tom Jobim e Vinicius de Morais”. A frase cujo verbo está base científica.
flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado na e) Ninguém preveu com segurança as consequências
frase é: que o derretimento de geleiras poderia trazer para
diversas populações.
a) A “Divina” era uma cantora presa ao sambacanção...
b) um compacto simples que ele gravou em julho de
7. (FCC/Bagas) Transpondo-se o segmento “João Gilberto
1958.
segue as duas estratégias” para a voz passiva, a forma
c) A batida da bossa nova, por sua vez, aparecera no
verbal resultante é:
LP...
a) eram seguidos.
d) Quando se pergunta a João Gilberto por que...
b) segue-se.
e) Ele recompõe músicas tradicionais e contemporâneas.
c) é seguido.
d) são seguidas.
3. (FCC/PBGAS) “Assim, mesmo que tal evolução impacte e) foram seguidas.
as contas públicas ...”. O verbo flexionado nos mesmos
tempo e modo em que se encontra o grifado está tam- 8. (FCC/Sergas) Transpondo-se para a voz passiva a cons-
bém grifado na frase: trução “um artista plástico pesquisando linguagem”, a
a) Entre os fatores apontados pela pesquisa, deve ser forma verbal resultante será:
considerado o controle dos índices de inflação. a) sendo pesquisada.
b) Com a valorização do salário mínimo, percebe-se um b) estando a pesquisar.
aumento do poder de compra dos trabalhadores mais c) tendo sido pesquisada.
humildes. d) tendo pesquisado.
c) A última pesquisa Pnad assinala expressiva melhoria e) pesquisava-se.
das condições de vida em todas as regiões do país.
d) É desejável que ocorra uma redução dos índices de 9. (FCC/Bagas) “Os relatórios do IPCC são elaborados por
violência urbana, consolidando as boas notícias tra- 3000 cientistas de todo o mundo ...”. O verbo que ad-
zidas pela pesquisa. mite transposição para a voz passiva, como no exemplo
e) Segundo a pesquisa, a renda obtida por aposentados grifado, está na frase:
acaba sendo veículo de movimentação da economia a) Cientistas de todo o mundo oferecem dados para os
regional. relatórios sobre os efeitos do aquecimento global.
b) As geleiras do Himalaia estão sujeitas a um rápido der-
4. (FCC/PBGAS) “Apesar do rigor científico das pesquisas retimento, em virtude do aquecimento do planeta.
que conduzira ...”. O tempo e o modo em que se encontra c) Os cientistas incorreram em erros na análise de dados
o verbo grifado acima indicam sobre o derretimento das geleiras do Himalaia.
a) ação passada anterior a outra, também passada. d) Populações inteiras dependem da água resultante do
b) fato que acontece habitualmente. derretimento de geleiras, especialmente na Ásia.
c) ação repetida no momento em que se fala. e) São evidentes os efeitos desastrosos, em todo o mun-
d) situação presente em um tempo passado. do, do aquecimento global decorrente da atividade
e) situação passada num tempo determinado. humana.
Língua Portuguesa

5. (FCC/Assembl.Leg./SP) Os verbos grifados estão corre- 10. (FCC/PBGAS) “... de como se pensavam essas coisas antes
tamente flexionados na frase: dele”. A forma verbal grifada acima pode ser substituída
a) Após a catástrofe climática que se abateu sobre a corretamente por
região, os responsáveis propuseram a liberação dos a) havia pensado.
recursos necessários para sua reconstrução. b) deveriam ser pensadas.
b) Em vários países, autoridades se disporam a elaborar c) eram pensadas.
projetos que prevessem a exploração sustentável o d) seria pensada.
meio ambiente. e) tinham sido pensados.

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11. (FCC/Assembl.Leg./SP) Quanto à flexão e à correlação instâncias internacionais, como a Organização Mundial do
de tempos e modos, estão corretas as formas verbais Comércio (OMC).
da frase: 15. Pelo emprego do subjuntivo em “estivesse”, estaria de
a) Não constitue desdouro valer-se de uma frase feita, a acordo com a norma culta escrita a substituição de “ti-
menos que se pretendesse que ela venha a expressar nha de apelar” por teria de apelar.
um pensamento original.
b) Se os valores antigos virem a se sobrepor aos novos, a (Cespe/IRBr/Diplamata) Píndaro nos preveniu de que o futu-
sociedade passaria a apoiar-se em juízos anacrônicos ro é muralha espessa, além da qual não podemos vislumbrar
e hábitos desfibrados. um só segundo. O poeta tanto admirava a força, a agilidade
c) Dizia o Barão de Itararé que, se ninguém cuidar da e a coragem de seus contemporâneos nas competições dos
moralidade, não haveria razão para que todos não estádios quanto compreendia a fragilidade dos seres huma-
obtessem amplas vantagens. nos no curto instante da vida. Dele é a constatação de que o
d) Para que uma sociedade se cristalize e se estaguine, homem é apenas o sonho de uma sombra. Apesar de tudo,
basta que seus valores tivessem chegado à triste con- ele se consolará no mesmo poema: e como a vida é bela!
solidação dos lugares-comuns. 16. Embora o efeito de sentido seja diferente, no lugar do
e) Não conviria a ninguém valer-se de um cargo público futuro do presente em “consolará”, estaria gramatical-
para auferir vantagens pessoais, houvesse no hori- mente correto e textualmente coerente o emprego do
zonte a certeza de uma sanção. futuro do pretérito consolaria ou do pretérito perfeito
consolou.
12. (FCC/Bagas) Está correta a flexão verbal, bem como
adequada a correlação entre os tempos e os modos na (Cespe/STJ/Ttécnico) Tudo o que signifique para os negros
frase: possibilidades de ascensão social mais amplas do que as
a) Zeus teria irritado-se com a ousadia de Prometeu e oferecidas pelo antigo e caricato binômio futebol/música
o havia condenado a estar acorrentado ao monte popular representará um passo importante na criação de
Cáucaso. uma sociedade harmônica e civilizada.
b) Seu sofrimento teria durado várias eras, até que Hér- 17. O emprego do tempo futuro do presente do verbo re-
cules intercedera, compadecido que ficou. presentar é exigência do emprego do modo subjuntivo
c) O sofrimento de Prometeu duraria várias eras ainda, em signifique.
não viesse Hércules a abater a águia e livrá-lo do su-
plício. A opinião é de Paul Krugman, um dos mais importantes e
d) Irritado com a ousadia que Prometeu cometesse, polêmicos economistas do mundo, atualmente. Segundo ele,
Zeus o teria condenado e acorrentado ao monte países emergentes como o Brasil embarcaram, durante a dé-
Cáucaso. cada passada, na ilusão de que a adoção de reformas liberais
e) Prometeu haveria de sofrer por várias eras, quando resolveria todos os seus problemas. Isso não aconteceu. E,
Hércules o livrara do suplício, e abateu a águia. segundo ele, está claro que faltaram políticas de investimento
em educação e em saúde.
13. (FCC/Sergas) Está plenamente adequada a correlação 18. Como introduz a ideia de probabilidade, se a forma ver-
entre tempos e modos verbais na frase: bal “resolveria” fosse substituída por poderia resolver,
a) Se separássemos drasticamente o visível do invisível, estariam preservadas as relações semânticas e a corre-
o efeito de beleza das obras de arte pode reduzir-se, ção gramatical.
ou mesmo perder-se.
b) Diante do frêmito que notou na relva, o autor com- O Brasil ratificou o Protocolo de Kyoto, para combater o au-
pusera um verso que havia transcrito nesse texto. mento do efeito estufa, e apresentou uma proposta à Rio+10
c) Ambrosio Bierce lembraria que houvesse sons inau- de aumento da participação de energias renováveis na matriz
díveis, da mesma forma que nem todas as cores se energética em todo o mundo. Se os líderes mundiais não
percebam no espectro solar. foram capazes de dar um passo significativo em prol das
d) Se o próprio ar que respiramos é invisível, argumenta energias do futuro, o Rio de Janeiro demonstrou que não
Mário Quintana, por que não viéssemos a crer que aceita mais os impactos ambientais negativos da energia do
pudesse haver cor na passagem do tempo? passado, apontando a direção a ser seguida por uma política
e) A caneta esferográfica, de onde saírem as mágicas energética realmente sustentável no país.
imagens de um escritor, é a mesma que repousará 19. Por fazer parte de uma estrutura condicional, a forma
sobre a cômoda, depois de o haver servido. verbal “foram” pode ser substituída por fossem.

(Cespe/Anatel/Analista) Durante muitos anos discutiu-se (Cespe/TRT-PE/Analista Judiciário) Talvez o habeas corpus da
apaixonadamente se as empresas multinacionais (EMNs) iam saudade consinta o teu regresso ao meu amor.
dominar o mundo, ou se serviam aos interesses imperialistas 20. O advérbio “Talvez” admite que a forma verbal “Consin-
de seus países-sede, mas esses debates foram murchando, ta” seja alterada para Consente, no modo indicativo.
seja porque não fazia sentido econômico hostilizar as EMNs,
Língua Portuguesa

seja porque elas pareciam, ao menos nas grandes questões, (Cespe/TRT 9 R/Técnico) O material orgânico presente no
alheias e inofensivas ao mundo da política. lixo se decompõe lentamente, formando biogás rico em
14. A substituição das formas verbais “iam” e “serviam” por metano, um dos mais nocivos ao meio ambiente por con-
iriam e serviriam preserva a coerência e a correção textual. tribuir intensamente para a formação do efeito estufa. No
Aterro Bandeirantes, foi instalada, no ano passado, a Usina
(Cespe/Anatel/Analista) Até agora, quando os países-mem- Termelétrica Bandeirantes, uma parceria entre a prefeitura
bros divergiam sobre assuntos comerciais, era acionado o e a Biogás Energia Ambiental. Lá, 80% do biogás é usado
Tribunal Arbitral. Quem estivesse insatisfeito com o resul- como combustível para gerar 22 megawatts, energia elétrica
tado do julgamento, no entanto, tinha de apelar a outras suficiente para atender às necessidades de 300 mil famílias.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Em relação às ideias e a aspectos morfossintáticos do texto 28 superintendências e sua modernização tecnológica tam-
acima, julgue os itens a seguir. bém foram algumas das ações realizadas no período. Foram
21. A substituição de “se decompõe” por é decomposto nomeados 1.300 servidores aprovados no concurso realizado
mantém a correção gramatical do período. em 2005. Somado aos nomeados desde 2003, o número de
22. A substituição de “foi instalada” por instalou-se preju- novos servidores passou para 1.800, o que representa um
dica a correção gramatical do período. aumento de mais de 40% na força de trabalho do Instituto.
Em questão, nº 481, Brasília, 14/2/2007 (com adaptações).
(Cespe/TRT 9 R) Relação é uma coisa que não pode exis-
tir, que não pode ser, sem que haja uma outra coisa para 25. Estão empregadas em função adjetiva as seguintes pala-
completá-la. vras do texto: “investidos”, “aplicados”, “beneficiando”
23. O emprego do modo subjuntivo em “haja”, além de ser e “assentados”.
exigido sintaticamente, indica que a existência de “uma 26. O vocábulo “Somado” é forma nominal no particípio e
outra coisa” é uma hipótese ou uma conjectura. introduz oração reduzida com valor condicional.

É preciso sublinhar o fato de que todas as posições existen- (TCU)


ciais necessitam de pelo menos duas pessoas cujos papéis Veja – Dez anos não é tempo curto demais para mudanças
combinem entre si. O algoz, por exemplo, não pode continuar capazes de afetar o clima em escala global?
a sê-lo sem ao menos uma vítima. A vítima procurará seu Al Gore – Não precisamos fazer tudo em dez anos. De qual-
salvador e este último, uma vítima para salvar. O condicio- quer forma, seria impossível. A questão é outra. De acordo
namento para o desempenho de um dos papéis é bastante com muitos cientistas, se nada for feito, em dez anos já não
sorrateiro e trabalha de forma invisível. teremos mais como reverter o processo de degradação da
24. O uso do futuro do presente em “procurará” sugere mais Terra. (Veja, 11/10/2006, com adaptações).
uma probabilidade ou suposição decorrente da situação 27. O emprego do futuro-do-presente do indicativo em “te-
do que uma realização em tempo posterior à fala. remos” indica que a preposição “em”, que precede “dez
anos”, tem o sentido de daqui a.
(TRE-AP)
Nesse período foram implantados 2.343 projetos de Época – Em seu livro, o senhor diz que todos os países devem
assentamento (PA). A criação de um PA é uma das etapas ter uma estratégia para se desenvolver.
do processo da reforma agrária. Quando uma família de Vietor – Qualquer país precisa ter uma estratégia de cres-
trabalhador rural é assentada, recebe um lote de terra para cimento.
morar e produzir dentro do chamado assentamento rural. 28. A locução verbal “devem ter” expressa uma ação ocor-
A partir da sua instalação na terra, essa família passa a ser rida em um passado recente.
beneficiária da reforma agrária, recebendo créditos de apoio
(para compra de maquinários e sementes) e melhorias na (Cespe/Prefeitura de Rio Branco/AC) As sociedades indígenas
infraestrutura (energia elétrica, moradia, água etc.), para se acreanas dividem-se de maneira desigual em duas grandes
estabelecer e iniciar a produção. O valor dos créditos para famílias linguísticas: Pano e Arawak. Alguns desses povos
apoio à instalação dos assentados aumentou. Os montantes encontram-se também nas regiões peruanas e bolivianas
investidos passaram de R$ 191 milhões em 2003 para R$ fronteiriças ao Acre.
871,6 milhões, empenhados em 2006. 29. A substituição de “dividem-se” por são divididas man-
Também a partir do assentamento, essa família passa a tém a correção gramatical do período.
participar de uma série de programas que são desenvolvidos 30. Em “encontram-se”, o pronome “se” indica que o sujei-
pelo governo federal. Além de promover a geração de renda to da oração é indeterminado, o que contribui para a
das famílias de trabalhadores rurais, os assentamentos da impessoalização do texto.
reforma agrária também contribuem para inibir a grilagem
de terras públicas, combater a violência no campo e auxiliar A história do Acre começou a se definir em 1895, quando
na preservação do meio ambiente e da biodiversidade local, uma comissão demarcatória foi encarregada de estabelecer
especialmente na região Norte do país. os limites entre o Brasil e a Bolívia, com base no Tratado de
Na qualificação dos assentamentos, foram investidos R$ Ayacucho, de 1867.
2 bilhões em quatro anos. Os recursos foram aplicados na No processo demarcatório foi constatado, no ponto inicial
construção de estradas, na educação e na oferta de luz elétri- da linha divisória entre os dois países (nascente do Javari),
ca, entre outros benefícios. O governo também construiu ou que a Bolívia ficaria com uma região rica em látex, na época
reformou mais de 32 mil quilômetros de estradas e pontes, ocupada por brasileiros. Internet: <www.agenciaamazonia.
beneficiando diretamente 197 mil assentados. Além disso, o com.br> (com adaptações).
número de famílias assentadas beneficiadas com assistência 31. A substituição de “se definir” por ser definida prejudica
técnica cresceu significativamente. Em 2006, esse número a correção gramatical e a informação original do período.
foi superior a 555 mil. 32. O emprego do futuro do pretérito em “ficaria” justifica-
O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrá- -se por se tratar de uma ideia provável no futuro.
ria (PRONERA), que garante o acesso à educação entre os
Língua Portuguesa

trabalhadores rurais, promoveu, mediante convênios com O Brasil tem-se caracterizado por perenizar problemas, para
instituições de ensino, a realização de 141 cursos. Com o os quais não se encontram soluções ao longo de décadas.
programa Luz Para Todos – parceria do Ministério do Desen- Ellen Gracie e Paulo Skaf. Folha de S. Paulo, 18/3/2007
volvimento Agrário, INCRA e Ministério das Minas e Energia 33. Para o trecho “não se encontram soluções”, a redação
–, os assentamentos também ganharam luz elétrica. Mais de não são encontradas soluções mantém a correção gra-
132 mil famílias em 2,3 mil assentamentos já foram benefi- matical do período.
ciadas com o programa.
O fortalecimento institucional do INCRA, com a realiza- Na região entre Caravelas, sul da Bahia, e São Mateus, norte
ção de dois concursos públicos, e o aumento no número de do Espírito Santo, a plataforma continental prolonga-se por

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mais de 200 quilômetros para fora da costa, formando 25 Os pequenos tecercam, perguntam se você será o pai delas,
extensos planaltos submersos com profundidades médias disputam o teu colo ou a garupa como que implorando pelo
de 200 metros. toque físico, TE convidam para voltar, te perguntam se você
34. A redação para fora da costa e forma em lugar de “para irá passear com elas.
fora da costa, formando” mantém a correção gramatical 43. O pronome “te” destacado pode ser corretamente subs-
do período. tituído por lhe.

A Petrobras e o governo do Espírito Santo assinaram um “Ações que não emancipam os usuários, pelo contrário, re-
protocolo de intenções com o objetivo de identificar opor- forçam sua condição de subalternização perante os serviços
tunidades de negócios que potencializem o valor agregado prestados.”
da indústria de petróleo e gás no estado. 44. O fragmento ações que não emancipam os usuários,
35. O emprego do modo subjuntivo em “que potencializem” pelo contrário, reforçam a condição deles de subalter-
justifica-se por tratar-se de uma hipótese. nização perante os serviços prestados substitui corre-
tamente o original.
(PM-ES) A economia colonial brasileira gerou uma divisão
de classes muito hierarquizada e bastante simples. No topo (Terracap) A respeito do fragmento “qualquer país que passe
da pirâmide, estavam os grandes proprietários rurais e os pela nossa mente – e alguns outros de cuja existência sequer
grandes comerciantes das cidades do litoral. No meio, loca- desconfiávamos.”
lizavam-se os pequenos proprietários rurais e urbanos, os 45. O pronome “cuja” tem valor possessivo, já que equivale
pequenos mineradores e comerciantes, além dos funcioná- a sua.
rios públicos.
36. A substituição de “localizavam-se” por estavam locali- Ao coração, coube a função de bombear sangue para o res-
zados prejudica a correção gramatical do período. to do corpo, mas é nele que se depositam também nossos
mais nobres sentimentos. Qual é o órgão responsável pela
(Petrobras/Advogado) Cabe lembrar que o efeito estufa saudade, pela adoração? Quem palpita, quem sofre, quem
existe na Terra independentemente da ação do homem. É dispara? O próprio.
importante que este fenômeno não seja visto como um pro- 46. A repetição do pronome na frase “Quem palpita, quem
blema: sem o efeito estufa, o Sol não conseguiria aquecer sofre, quem dispara?” cria destaque e certo suspense
a Terra o suficiente para que ela fosse habitável. Portanto o na informação.
problema não é o efeito estufa, mas, sim, sua intensificação. 47. A resposta “O próprio.”, dada às perguntas feitas ante-
37. Preservam-se a coerência da argumentação e a correção riormente, omite o nome (coração) ao qual se refere o
gramatical do texto ao se substituir “que este fenômeno adjetivo, o que valoriza enfaticamente o termo “próprio”.
não seja” por este fenômeno não ser.
(Terracap) Foi pensando nisso que me ocorreu o seguinte:
Trabalho Semiescravo se alguém está com o coração dilacerado nos dois sentidos,
biológico e emocional, e por ordens médicas precisa de um
Autoridades europeias ameaçam impor barreiras não tari- novo, o paciente irá se curar da dor de amor ao receber o
fárias ao etanol e exigir certificados de que, desde o cultivo, órgão transplantado?
são observadas relações de trabalho não degradantes e pro- Façamos de conta que sim. Você entrou no hospital com o
cessos autossustentáveis. coração em frangalhos, literalmente. Além de apaixonado por
38. No fragmento intitulado “Trabalho semiescravo”, pre- alguém que não lhe dá a mínima, você está com as artérias
servam-se a correção gramatical e a coerência textual obstruídas e os batimentos devagar quase parando. A vida
ao se empregar forem em lugar de “são”. se esvai, mas localizaram um doador compatível: já para a
mesa de cirurgia.
(Inmetro) Atualmente, o PEFC é composto por 30 membros Horas depois, você acorda. Coração novo.
representantes de programas nacionais de certificação flo- 48. O pronome “Você” é empregado na frase como forma
restal. de indeterminar o agente da ação, traço característico
39. A substituição da expressão “é composto” por com- da oralidade brasileira. Assim, “Você entrou no hospital”
põem-se mantém a correção gramatical do período. corresponde a Entrou-se no hospital.
49. A sequência “a mínima”, à qual falta o nome importân-
Em dezembro de 2004, foi editado o Decreto nº 5.296. cia, faz do qualificativo “mínima” o núcleo, o foco da
40. A substituição de “foi editado” por editou-se mantém informação.
a correção gramatical do período.
(Adasa) Na história da humanidade, a formação de grandes
O Inmetro tem realizado estudos aprofundados que visam comunidades, com a sobrecarga do meio natural que ela
diagnosticar a realidade do país e encontrar melhores solu- implica, priva cada vez mais os seres humanos de seu acesso
ções técnicas para que o Programa de Acessibilidade para livre aos recursos de subsistência de que eles necessitam e re-
Transportes Coletivos e de Passageiros seja eficaz. Idem, cai, necessariamente, sobre a sociedade enquanto sistema de
ibidem (com adaptações). convivência, a tarefa (responsabilidade) de proporcioná-los.
41. O segmento “tem realizado” pode, sem prejuízo para Essa tarefa (responsabilidade) é frequentemente negada com
Língua Portuguesa

a correção gramatical do período, ser substituído por algum argumento que põe o ser individual como contrário ao
qualquer uma das seguintes opções: vem realizando, ser social. Isso é falacioso. A natureza é, para o ser humano, o
está realizando, realiza. reino de Deus, o âmbito em que encontra à mão tudo aquilo
de que necessita, se convive adequadamente nela.
(MS/Agente) Não ingira nem dê remédio no escuro para que 50. O pronome demonstrativo ‘Isso’ tem como referência
não haja trocas perigosas. anafórica o termo “ser social” do período anterior.
42. Em “para que não haja trocas perigosas”, o emprego do
modo subjuntivo justifica-se por se tratar de situação (Iphan) Os povos da oralidade são portadores de uma cul-
hipotética. tura cuja fecundidade é semelhante à dos povos da escrita.

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Em vez de transmitir seja lá o que for e de qualquer ma- Advérbio e Locução Adverbial
neira, a tradição oral é uma palavra organizada, elaborada,
estruturada, um imenso acervo de conhecimentos adquiridos Advérbio exprime uma circunstância do fato expresso
pela coletividade, segundo cânones bem determinados. Tais pelo verbo, pelo adjetivo ou pelo advérbio.
conhecimentos são, portanto, reproduzidos com uma meto-
dologia rigorosa. Existem, também, especialistas da palavra Um advérbio
cujo papel consiste em conservar e transmitir os eventos do Longe, o rio roncava ameaçadoramente.
passado: trata-se dos griôs.
51. O termo “cujo” refere-se a palavra. Uma locução adverbial
Fabiano falava com dificuldade.
(Terracap) Há cinquenta anos, a cidade artificial procura en-
contrar uma identidade que lhe seja natural. “Nós queremos Uma oração adverbial
ação! Acabar com o tédio de Brasília, essa jovem cidade mor- Quando começou a chuva, todos se recolheram.
ta! Agitar é a palavra do dia, da hora, do mês!”, gritava Renato
Russo, com todas as exclamações possíveis, no fim dos anos 70, Conforme a circunstância que exprimir, o advérbio ou a
quando era voz e baixo da banda punk Aborto Elétrico. Em locução adverbial podem ser:
meio à burocracia oficial, o rock ocupou o espaço urbano, os De modo: O vento soprava fortemente.
parques, as superquadras de Lucio Costa, cresceu e apareceu. De lugar: A família estava em tomo da fogueira.
Foi a primeira manifestação cultural coletiva a dizer ao país De tempo: Amanhã procuraremos água fresca.
que a cidade existia fora da Praça dos Três Poderes e que, De afirmação: De fato, o tempo se apresenta nublado.
além disso, estava viva. De negação: Não era propriamente uma conversa de
52. A palavra “que” pode ser substituída por o(a) qual em amigos.
todas as ocorrências do primeiro parágrafo. De dúvida: Talvez o frio diminua pela madrugada.
De intensidade: Iniciou uma história bastante confusa.
Texto: A alternativa existente seria o aproveitamento da De causa: Os meninos tremiam de frio.
energia elétrica da Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada De companhia: Os meninos mais velhos saíram com o pai.
53. O tempo do verbo indica um fato passado em relação a De instrumento: O garoto feriu-se com a faca.
outro, ocorrido também no passado. De meio: Fabiano navegava a vela.
De fim ou finalidade: O lenhador trouxe o machado para
Texto: No que se refere às práticas assistenciais, tem sido o trabalho.
comum a confusão na utilização dos termos assistência e De concessão: Apesar do calor, permanecemos na praia.
assistencialismo. De preço: Vendemos os ovos a cinco cruzeiros.
54. O fragmento Referindo-se às práticas assistenciais, era De opção: Lutava contra a tempestade.
comum a confusão na utilização dos termos assistência
e assistencialismo é uma reescrita correta, de acordo OBS.: Estudaremos as conjunções, com maior detalhe,
com as normas gramaticais, do original acima. juntamente com as orações subordinadas.

(Terracap) A respeito do fragmento “qualquer país que passe Numeral


pela nossa mente – e alguns outros de cuja existência sequer
desconfiávamos.”, julgue. Do Ponto de Vista Semântico
55. A forma verbal “desconfiávamos” indica a ideia de tempo
passado inacabado. Numeral é a palavra que quantifica numericamente os
56. A forma verbal “passe” indica a ideia de possibilidade, seres ou indica a ordem que eles ocupam numa certa se-
um fato incerto de acontecer. quência.
Apenas dois fatos ocorreram.
(Iphan) Pode-se dizer que ele assume o papel de historiador Apenas o segundo fato merece atenção.
se admitirmos que a história é sempre um reordenamento
dos fatos proposto pelo historiador. Subclassificação do Numeral
57. A forma verbal “é” pode ser substituída por seja.
• Cardinal: indica uma quantidade determinada de seres.
GABARITO Há cinco vagas para cem candidatos.
• Ordinal: indica a posição relativa de um ou vários seres
1. b 16. C 31. E 46. C numa determinada sequência.
2. a 17. E 32. C 47. C Acerte o quarto botão da esquerda para a direita.
3. d 18. C 33. C 48. C • Multiplicativo: indica quantas vezes uma quantidade
4. a 19. E 34. C 49. C é multiplicada.
5. a 20. E 35. C 50. E Os especuladores lucraram o triplo do capital investido.
6. d 21. C 36. E 51. E • Fracionário: indica em quantas partes uma quantidade
7. d 22. E 37. C 52. E é dividida.
Língua Portuguesa

8. a 23. C 38. E 53. C Os agricultores só recuperaram um terço das sementes


9. a 24. C 39. E 54. E plantadas.
10. c 25. E 40. C 55. C
11. e 26. E 41. C 56. C Do Ponto de Vista Sintático
12. c 27. C 42. C 57. C
13. e 28. E 43. E O numeral, sintaticamente, pode funcionar como:
14. C 29. C 44. C • palavra adjetiva
15. C 30. E 45. C O juiz expulsou dois jogadores.
O corretor cometeu duplo engano.

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• palavra substantiva • por um cardinal (representando o numerador da fra-
Dois mais dois são quatro. ção) seguido de um ordinal (representando o deno-
A inflação subiu o dobro em 1982. minador). 1/4 = um quarto; 2/8 = dois oitavos ; 5/10 =
cinco décimos ; 3/100 = três centésimos;
Do Ponto de Vista Mórfico • por um cardinal (representando o numerador) e outro
cardinal seguido de avos (representando o denomina-
Numeral cardinal: exceto um, os cardinais são todos dor). Esse processo é utilizado para os ordinais que se
plurais. Os cardinais terminados em ão ocorrem sob forma situam no intervalo de onze a noventa e nove.
singular e plural (um milhão / dois milhões) e são masculinos. 5/12 = cinco doze avos ; 3/67 = três sessenta e sete
Os milhares de vítimas (certo). avos
As milhares de vítimas (errado).
Alguns numerais cardinais e ordinais apresentam formas
variantes: quatorze / catorze; bilhão / bilião; septuagésimo /
Os cardinais um, dois e todas as centenas a partir de
setuagésimo. Entretanto, as formas cincoenta (50) e hum (1),
duzentos apresentam forma masculina e feminina.
ainda que usadas nas relações bancárias, não são registradas
um – uma; dois – duas; duzentos – duzentas; novecentos e, portanto, devem ser tidas como erradas.
– novecentas
Leitura do cardinal
Numeral ordinal: flexiona-se em gênero e número.
primeiro – primeira Na leitura (ou escrita por extenso) do cardinal, coloca-se
primeiro – primeiros e após as centenas e após as dezenas.
2623 = dois mil seiscentos e vinte e três.
Numeral multiplicativo: flexiona-se em gênero e número
quando funcionam como palavras adjetivas. Caso contrário, Leitura dos ordinais superiores a dois mil
ficam invariáveis.
Arriscou dois palpites duplos. Segundo a tradição gramatical, nos ordinais superiores
O atacante cometeu dupla falta. a dois mil (2000), lê-se o milhar como cardinal e os demais
Os atletas renderam o dobro do que costumavam. como ordinais. Ex.: 2101ª inscrição – a duas milésima centési-
ma primeira inscrição. Nesse caso, entretanto, o número todo
Alguns numerais multiplicativos pode ser lido como ordinal. Ex.: 10203º quilômetro rodado –
o décimo milésimo ducentésimo terceiro quilômetro rodado.
duplo ou dobro = duas vezes Obs.: Muitas vezes, como forma de compensar a dificul-
triplo ou tríplice = três vezes dade de se ler um ordinal muito extenso, usa-se o cardinal
quádruplo = quatro vezes posposto ao substantivo. O cardinal, nessa situação, fica
quíntuplo = cinco vezes invariável. Ex.: Usa-se inscrição 2101 e lê-se: inscrição dois
sêxtuplo = seis vezes mil cento e um, em vez de 2101ª inscrição (dois milésima
séptuplo, sétuplo = sete vezes centésima primeira inscrição).
óctuplo = oito vezes
nônuplo = nove vezes Bento XVI – Século XIX
décuplo = dez vezes Na inscrição de séculos, reis, papas, capítulos de obras:
undécuplo = onze vezes • Usa-se o ordinal até dez:
duodécuplo = doze vezes século V = século quinto
cêntuplo = cem vezes Paulo VI = Paulo sexto
• Usa-se o cardinal acima de dez:
Desses, os mais usados são duplo ou dobro e triplo ou século XIX = século dezenove
tríplice. Os demais, muito menos usados, são substituídos Luiz XIV = Luiz quatorze
pelo cardinal seguido de vezes. Assim, em vez de undécuplo, Bento XVI = Bento dezesseis
usa-se onze vezes; em vez de duodécuplo, usa-se doze vezes. Obs.: se, nesses casos, o numeral vier antes do substan-
tivo, sempre se usa o ordinal:
Obs.: Muitas vezes o numeral foge do seu significado exato,
vigésimo século
indicando uma quantidade indefinida e conseguindo, com
décimo nono século
isso, um efeito expressivo ou enfático.
Eu já lhe disse mil vezes que não gosto dessa sua atitude.
(exagero) EXERCÍCIOS
1. Complete os espaços, segundo o modelo:
Numeral fracionário: concorda com o cardinal indicador
O dólar subiu duas vezes mais. (o dobro)
do número de partes em que se dividiu a quantidade. Com-
a) Cada quilo de grão produziu dez vezes mais. _________
prou um terço das terras do município.
b) Em condições mais favoráveis, os operários renderão
Comprou dois quartos da produção anual. cem vezes mais. __________
Obs.: O fracionário meio concorda em gênero e número
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com o substantivo a que se refere. 2. Complete os espaços vazios com o numeral fracionário,
É meio-dia e meia (hora). segundo o modelo:
São homens de meias palavras. Queria duas de cada cem sacas de café. (dois centésimos)
a) Seu lucro era de um por mil. ___________________
Leitura dos Numerais Fracionários ______________________
b) Pretendia nove partes entre cinquenta da produção.
Apenas dois numerais fracionários apresentam formas _______________________
típicas: meio e terço. Os demais fracionários são indicados c) A seca estragou sete de cada dez alqueires da plan-
de duas maneiras: tação. _____________________________

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d) Treze entre vinte e cinco perfurações jorravam petró- 8. Muitas vezes os numerais são utilizados para indicar
leo. _____________________________ quantidade indeterminada. Assinale, dentre as frases
abaixo, aquela em que isso ocorreu:
3. Classifique os numerais destacados nos versos a seguir. a) “já pedi duzentos mil réis emprestados ao André
“A primeira vez que te vi, / Era menino e tu menina (...) Gonzaga, para as alianças e outros proveitos.” (José
Quando te vi pela segunda vez, / Já eras moça. (...) Candido de Carvalho)
Vejo-te agora. Oito anos faz / Oito anos que não te via... b) “Como e por que lhe veio aos vinte anos a determina-
(...)” (Manuel Bandeira) ção de sair do convento, não sei (...)” (Clarice Lispector)
c) “Mas reconheço que em Frederico viveu uma raposa
Resposta: de mil astúcias.” (José Cândido de Carvalho)
Primeira: _____________________________________
Segunda: _____________________________________ GABARITO
Oito: _________________________________________
1. a) O décuplo
4. “Inquietante expectativa marcou a aproximação do 800º. b) O cêntuplo
pavimento.” (Murilo Rubião) 2. a) Um milésimo
A leitura correta do numeral destacado na frase acima é: b) Nove cinquenta avos
a) octogésimo. c) Sete décimos
b) octagésimo. d) Treze vinte avos
c) octogenário. 3. Ordinal, ordinal, cardinal.
4. d
d) octingentésimo.
5. c, d, a, b, e ,f
6. Cinco mil seiscentos e cinquenta e sete reais e doze
5. Estabeleça correspondência entre as duas colunas, rela- centavos.
cionando o numeral cardinal ao ordinal correspondente. 6. b
a) 91 ( ) quinquagésimo quinto 7. C
b) 901 ( ) quingentésimo quinto 8. c
c) 55 ( ) nonagésimo primeiro
d) 505 ( ) noningentésimo primeiro
e) 704 ( ) setingentésimo quarto Preposição
f) 74 ( ) setuagésimo quarto
Preposição é a palavra invariável que liga dois termos da
6. No preenchimento de cheques, faz-se uso dos numerais oração, subordinando um ao outro.
cardinais. Preencha o cheque abaixo com a quantia indi- Chegou de ônibus.
cada.
Pague por este cheque a quantia de: R$5657,12 O termo que antecede a preposição é denominado re-
______________________________________________ gente; o termo que a sucede é denominado regido.
______________________________________________
_____________________________________________ Classificação das Preposições
ou a sua ordem.
a) Essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde,
em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
6. Assinale a alternativa em que o numeral não está em-
Obs.: A preposição per só é utilizada na expressão de per
pregado corretamente. si (que significa cada um por sua vez, isoladamente) ou nas
a) A citação encontra-se à altura da página vinte e duas. contrações pelo, pela, pelos, pelas.
b) As declarações estão na página duzentos e trinta e b) Acidentais. Não são efetivamente preposições, mas
dois. podem funcionar como tal: afora, conforme, consoante, du-
c) A vigésima quarta hora já havia soado. rante, exceto...
d) A encomenda foi entregue na Rua Vinte e um, casa
dois. Locução Prepositiva
7. Assinale a alternativa que traz a leitura correta dos nu- Conjunto de duas ou mais palavras com valor de pre-
merais destacados nas frases seguintes. posição:
I – “João Paulo II manteve-se em Roma por 27 anos.” abaixo de, acerca de, a fim de, ao lado de, apesar de,
II – Segundo dizem, o capítulo X é o mais interessante através de, de acordo com, em vez de, junto de, para
do livro todo. com, perto de, ...
III – A supremacia papal entrou em declínio no fim do
século XI. Emprego das Preposições
IV – Tutmósis III subiu ao trono egípcio em 174+9 1479
a.C. Algumas preposições podem aparecer combinadas com
Língua Portuguesa

outras palavras. Quando na junção da preposição com outra


a) João Paulo Dois; capítulo dez; século onze; Tutmósis palavra não houver alteração fonética, temos combinação.
três. Caso a preposição sofra redução, temos contração.
b) João Paulo Segundo; capítulo décimo; século décimo
primeiro; Tutmósis terceiro. combinação contração
c) João Paulo segundo; capítulo décimo; século onze;
ao (a + o) do (de + o)
Tutmósis terceiro.
d) João Paulo segundo; capítulo dez; século onze; Tut- aos (a + os) dum (de + um)
mósis terceiro. aonde (a + onde) desta (de + esta)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Obs.: Não se deve contrair a preposição de com o artigo b) falta, companhia, posse, meio, fim.
que encabeça o sujeito de um verbo. c) companhia, falta, posse, fim, meio.
Está na hora da onça beber água. (errado) d) companhia, posse, falta, meio, fim.
Está na hora de a onça beber água. (certo) e) companhia, falta, meio, posse, fim.

Esta regra vale também para construções como: GABARITO


Chegou a hora de sair. (Errado)
Chegou a hora de ele sair. (Errado) 1. a) oposição i) lugar de destino
b) lugar fixo j) posição
As preposições podem assumir inúmeros valores: c) distância k) tempo de início
• de lugar: ver de perto d) causa l) intervalo de tempo
• de origem: ele vem de Brasília e) material m) posição
• de causa: morreu de fome f) modo n) condição
• de assunto: falava de futebol g) instrumento o) assunto.
• de meio: veio de trem h) assunto
• de posse: casa de Paulo 2. a) dentro do museu para visitante comprar.
• de matéria: chapéu de palha b) para o museu comprar.
3. a) apesar de, de acordo com
b) em vez de, perto de, junto de
Morfossintaxe da Preposição 4. a) Está na hora de o menino sair.
b) Chegou a hora de o povo falar.
A preposição não desempenha função sintática na ora- 5. a
ção. Ela apenas une termos, palavras. É um conectivo e, como
tal, é responsável pela coesão de um texto.
Interjeição
EXERCÍCIOS
Palavra invariável que exprime sensações e estados emo-
1. Indique as relações estabelecidas pelas preposições des- cionais.
tacadas nas frases seguintes.
a) Ergueram-se todos contra Getúlio. Tipos de Interjeição
b) Resido em São Paulo há anos.
c) O estádio fica a dois quilômetros daqui. Classifica-se de acordo com o sentimento traduzido:
d) O mendigo morreu de fome. • Alegria: oba!, oh!, ah! Viva!, aleluia!, maravilha
e) Ganhei uma linda caneta de ouro. • Alívio: ufa!, uf!, arre!, até que enfim
f) Os cavalos partiram a galope. • Animação ou estímulo: coragem!, vamos!, avante!,
g) Arrombaram a porta com uma chave falsa. eia!, firme!
h) Ele não entende nada de política. • Aplauso: bravo!, bis!, viva!
i) A vaca não vai para o brejo. • Desejo: tomara!, oxalá!
j) Ante o crime organizado, o governo tomará atitude. • Dor: ai!, ui!
k) Desde maio, chove continuamente. • Espanto ou surpresa: ah!, chi!, ih!, oh!, ué!, puxa!,
l) Entre hoje e amanhã, sairá o resultado. uau!, opa!, caramba!, gente!, céus!, uai!, hem! (va-
m) Tu vais comparecer perante o trono. riante: hein!), hã!
n) Sem combater a inflação, não se pode baixar os juros. • Impaciência: hum!
o) Existe interesse por concursos aqui. • Invocação ou chamamento: olá!, alô!, ô!, psiu!, psit!,
ó!, atenção!, olha!
2. Explique a diferença de sentido entre:
• Silêncio: silêncio!, psiu!
a) Ele queria vender antiguidades no museu.
• Suspensão: alto!, basta!, chega!
b) Ele queria vender antiguidades ao museu.
• Medo ou terror: credo!, cruzes!, uh!, ai!, Jesus!, ui!
• Tristeza: oh! meu Deus! que pena! que azar!
3. Nas frases seguintes, selecione as locuções prepositivas.
a) Apesar de João ter saído cedo, de acordo com as ins-
Obs.: Essa lista pode ser aumentada com palavras que
truções de seu pai, não chegou a tempo.
passam a funcionar como interjeições, dependendo do con-
b) Em vez de Marica ficar perto de mim, ela preferiu ficar
texto em que ocorrem.
junto de ti.

4. Reescreva as frases seguintes, corrigindo-as. Locuções Interjetivas


a) Está na hora do menino sair.
b) Chegou a hora do povo falar. São grupos de duas ou mais palavras que funcionam
como interjeições:
Língua Portuguesa

5. As relações expressas pelas preposições estão corretas Valha-me Deus! Que horror!
na sequência: Meu Deus do céu! Puxa vida!
I – Sai com ela. Ai, meu Deus! Raios o partam!
II – Ficaram sem um tostão. Minha Nossa Senhora! Quem me dera!
III – Esconderam o lápis de Maria. Jesus Cristo! Que coisa incrível!
IV – Ela prefere viajar de navio. Macacos me mordam! Quem diria!
V – Estudou para passar. Ai de mim! Cruz-credo!
Ora, bolas! Alto lá!
a) companhia, falta, posse, meio, fim. Oh, céus! Bico fechado!

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EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO • Antes de citações.
Ana gritava: “Eu faço tudo!”.
• Antes de explicação ou esclarecimento.
Aspectos Sintáticos, Semânticos, Estilísticos – Sombra e água fresca: as férias começaram.
Prática Aplicada Festa no prédio: o síndico se mudou.
• Depois da invocação nas correspondências.
Vírgula Cara amiga:
• Depois de exemplo, nota, observação.
• Separa objeto direto ou indireto antecipado e com Nota: aos domingos o preço será maior.
pleonástico. • Depois de a saber, tais como, por exemplo.
Ao injusto, nada lhe devo. Combate doenças, tais como: dengue, tifo e malária.
• Separa adjunto adverbial longo e deslocado.
Antes do início do mês, começam as obras.
• Separa predicativo do sujeito deslocado, com verbo Aspas
intransitivo ou transitivo.
Descrente, chorou. Ivo, aflito, pedia explicações. • No início e no final das transcrições.
• Separa aposto explicativo. O preso se defendia: “Não fui eu”.
Salvador, minha cidade natal, tem muitas igrejas. • Só aparecem após a pontuação final se abrangem o
• Separa vocativo. período inteiro.
Não diga isso, Mariana. “Fica, amor”. Quantas vezes eu te disse isso.
• Separa expressões explicativas e corretivas. • Destacam palavras ou expressões nos enunciados de
Falei, quer dizer, explodi! São, aliás, somos felizes. regras.
• Separa nome de lugar antes de data. A preposição “de” não cabe aqui.
Brasília, 17 de janeiro de 1998. • Indicam estrangeirismos, gírias, arcaísmos, formas po-
• Entre elementos enumerados. pulares etc. (tais expressões podem vir sublinhadas ou
Estão aí Júlio, Carlos, Maria e Sílvia. em itálico).
• Indica verbo oculto. Você foi muito “legal” com a gente.
O pai trabalha na capital; a mãe, no interior. Ortografia é o seu maior “problema”.
• Antes de subordinada substantiva apositiva. • Destacam palavras empregadas em sentido irônico.
Teve um pressentimento, que morreria jovem. Foi “gentilíssimo”: gritou comigo e bateu a porta.
• Antes de subordinada adjetiva explicativa. • Destacam títulos de obras.
Esta é a minha casa, que recebeu tanta gente. “Quincas Borba” é o meu livro preferido.
• Separa subordinada adverbial deslocada.
Se perder o emprego, vou para outra cidade. Reticências
• Entre coordenadas assindéticas.
Entrou no carro, ligou o rádio, ficou à espera. • Indicam interrupção ou suspensão por hesitação, sur-
• Separa conjunção coordenativa deslocada. presa, emoção.
Não se defende; quer a própria condenação, portanto. Você... Aqui... Para sempre... Não acredito!
• Antes de conjunção coordenativa. • Para realçar uma palavra ou expressão seguinte.
Decida logo, pois seu concorrente age rápido. Abriu a caixa de correspondência e... nada.
• Antes de e e nem só em oração com sujeito diferente
• Indicam interrupção por ser óbvia a continuação da
do da anterior.
frase.
A vida continua, e você não muda.
Eu cumpro cada um dos meus deveres; já você...
• Antes de mas também, como também (em correlação
com não só). • Indicam a supressão de palavras num texto transcrito.
Não só reclama, mas também torce contra nós. Ficar ou fugir, “... eis a questão”.
• Podem vir entre parênteses, se o trecho suprimido é
longo.
Ponto e vírgula “São onze jogadores: José, Mário (...) e Paulo”.
• Para fazer uma pausa maior que a da vírgula e menor
que a do ponto.
Parênteses
A sala está cheia de móveis; o quadro cheira a mofo.
• Separa coordenadas adversativas e conclusivas com • Separam a intercalação de uma explicação ou de um
conjunção deslocada. comentário.
Não estuda; não quer, pois, a aprovação. Ativistas (alguns armados) exigiam reforma.
• Separa orações que já tem vírgula no seu interior. • Separam a indicação da fonte da transcrição.
Ivo, sozinho, lutava; Ana, sem forças, rezava. “Todo óbvio é ululante.” (Nelson Rodrigues).
• Separa coordenadas que formam um paralelismo ou • Separam a sigla de estado ou de entidade após seu
um contraste. nome completo.
Muitos entendem pouco; poucos entendem muito. Vitória (ES). Programa de Integração Social (PIS).
Língua Portuguesa

• Aparece no final dos itens de uma enumeração. • Separam uma unidade (moeda, peso, medida) equi-
Há duas hipóteses para o seu gesto: a) não conseguiu valente a outra.
o emprego; b) saúde da filha pirou. O animal pesaria 10 arrobas (150 kg).
• Separam números e letras, numa relação de itens, e
Dois-pontos asterisco.
(1), (2), (a), (b), (*).
• Antes de aposto (explicativo ou enumerativo) e de • Deslocado para a linha seguinte, basta usar o segundo
oração apositiva. parêntese.
Tem um sonho: viajar. Leu três itens: “a”, “c” e “i”. 1), 2), a), b).

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• Separa o latinismo sic (confirma algo exagerado ou 4. A substituição dos sinais de ponto e vírgula por ponto
improvável). final, no último tópico, mesmo com ajuste na letra ini-
Levava na mala US$20 milhões (sic). cial para maiúscula da palavra seguinte, prejudicaria a
• O ponto sempre vem após o segundo parêntese, salvo correção gramatical do período.
se um período inteiro estiver entre parênteses.
Todos votaram contra (alguns rasgaram a célula). (Banco do Brasil) Representantes dos maiores bancos brasi-
O perigo já passara. (A mão ainda tremia.) leiros reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir um tema
desafiante.
Travessão 5. Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do
texto, é possível deslocar a oração “para discutir um
• É usado, duplamente, para destacar uma palavra ou tema desafiante”, que expressa uma finalidade, para
expressão. o início do período, fazendo-se os devidos ajustes nas
A vida – quem sabe? – pode ser melhor. letras maiúsculas e acrescentando-se uma vírgula logo
• Aparece, nos diálogos, antes da fala de um interlocutor após “desafiante”.
e, depois dela, quando se segue uma identificação de
quem falou. 6. (Pref. Mun. S.P.) A frase corretamente pontuada é:
– Agora? – indaguei. a) Nas cidades europeias; onde foram implantados pe-
– imediatamente! – explodiu Júlio. dágios o fluxo de automóveis se reduziu, diminuindo
• Liga palavras ou expressões que indicam início e final o número, e a extensão dos engarrafamentos.
de percurso. b) Nas cidades, europeias onde foram, implantados pe-
Inaugurada a nova estrada Rio-Petrópolis. dágios o fluxo de automóveis se reduziu; diminuindo
• É usando duplamente quando um trecho extenso se o número e a extensão dos engarrafamentos.
intercala em outro. c) Nas cidades europeias onde foram implantados pe-
Vi Roma – quase me perdi pelas vielas – e Paris. dágios o fluxo de automóveis se reduziu diminuindo,
o número e a extensão, dos engarrafamentos.
Ponto d) Nas cidades europeias onde foram implantados pe-
dágios; o fluxo de automóveis se reduziu diminuindo
• Aparece no final da frase, quando se conclui todo o o número, e a extensão dos engarrafamentos.
pensamento. e) Nas cidades europeias onde foram implantados pe-
Mudemos de assunto. O povo espera fortes medidas. dágios, o fluxo de automóveis se reduziu, diminuindo
• É usado nas abreviaturas. o número e a extensão dos engarrafamentos.
Gen., acad., ltda.
• Estando a abreviatura no final da frase, não há outro 7. (TCE-AL) Está inteiramente correta a pontuação da se-
ponto. guinte frase:
Comprou ações da Multimport S.A.
a) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano
• Separa as casas decimais nos números, salvo os indi-
Novo, pois não há como de fato alguém começar algo
cativos de ano.
inteiramente do nada.
127.814; 22.715.810. Nasceu em 1976.
b) É realmente muito difícil: cumprir propósitos de Ano
Novo; pois não há como, de fato, alguém começar
QUESTÕES DE CONCURSOS algo inteiramente do nada.
c) É, realmente, muito difícil – cumprir propósitos de
(TST) Os trabalhadores cada vez mais precisam assumir novos
Ano Novo: pois não há como de fato, alguém começar
papéis para atender às exigências das empresas.
algo inteiramente do nada.
1. Por constituir uma expressão adverbial deslocada para
d) É, realmente, muito difícil cumprir propósitos de Ano
depois do sujeito, seria correto que a expressão “cada
Novo, pois não há como, de fato, alguém começar
vez mais” estivesse, no texto, escrita entre vírgulas.
algo inteiramente do nada.
(TST) O cenário econômico otimista levou os empresários e) É realmente muito difícil, cumprir propósitos de Ano
brasileiros a aumentarem a formalização do mercado de Novo; pois não há como de fato alguém começar algo,
trabalho nos últimos cinco anos. inteiramente do nada.
2. Preservam-se a coerência e a correção do texto ao se
deslocar o trecho “nos últimos cinco anos” para depois (MMA) O alívio dos que, tendo a intenção de viver irregular-
de “brasileiros”, desde que esse trecho seja seguido de mente na Espanha, conseguem passar pelo controle de imi-
vírgula. gração do Aeroporto Internacional de Barajas não dura muito
tempo. A polícia está pelas ruas, uniformizada ou à paisana,
(TJDFT) Investir no país é considerado uma burrice; constituir e constantemente faz batidas em lugares que os imigrantes
uma família e mantê-la saudável, um atraso de vida. frequentam ou onde trabalham. Foram expedidas cerca de
7 mil cartas de expulsão de brasileiros no ano passado.
Língua Portuguesa

3. A vírgula depois da oração “e mantê-la saudável” indica


que essa oração constitui um aposto explicativo para a 8. As vírgulas da primeira linha justificam-se por isolar ora-
oração anterior. ção reduzida de gerúndio intercalada na principal.

(MS) Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, bri- 9. (TRF 5 R) A frase cuja pontuação está inteiramente cor-
lhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a reta é:
atenção e a curiosidade natural das crianças; não estimule a) Momentos de extrema felicidade, sabe-se, costumam
essa curiosidade; mantenha medicamentos e produtos do- ser raros e efêmeros; por isso, há quem busque tirar
mésticos trancados e fora do alcance dos pequenos. o máximo proveito de acreditar neles e antegozá-los.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
b) É muito comum que as pessoas valendo-se do sen- 14. No segundo parágrafo do texto, os dois travessões de-
so comum, vejam o pessimismo e o otimismo como marcam a inserção de uma informação que define o que
simples oposições: no entanto, não é esta a posição é “Per Capita”.
do autor do texto.
c) Talvez, se não houvesse a expectativa da suprema (STF/Analista) A ação ética só é virtuosa se for livre e só o
felicidade, também não haveria razão para sermos será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão
pessimistas, ou otimistas, eis uma sugestão, das en- interior do próprio agente e não de uma pressão externa.
trelinhas do texto. Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre
d) O autor nos conta que outro dia, interessou-se por um a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana
fragmento de um blog; e o transcreveu para melhor apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valores
explicar a relação entre otimismo e pessimismo. morais de sua sociedade (os valores são dados externos ao
e) Quem acredita que o pessimismo é irreversível, não sujeito).
observa que, na vida, há surpresas e espantos que 15. Os sinais de parênteses têm a função de organizar as
deveriam nos ensinar algo, sobre a constante impre- ideias que destacam e de inseri-las na argumentação do
visibilidade de tudo.
texto; por isso, sua substituição pelos sinais de travessão
preservaria a coerência textual e a correção do texto.
(DFtrans) As estradas da Grã-Bretanha tinham sido constru-
ídas pelos romanos, e os sulcos foram escavados por carru-
agens romanas: (STF/Analista) Muito da experiência humana vem justamente
10. A vírgula que precede a conjunção “e” indica que esta de nos constituirmos como sujeitos. Esse papel é pesado. Por
liga duas orações de sujeitos diferentes; mas a retirada isso, quando entra ele em crise — quando minha liberdade
desse sinal de pontuação preservaria a correção e a co- de escolher amorosa ou política ou profissionalmente resulta
erência textual. em sofrimento —, posso aliviar-me procurando uma solução
que substitua meu papel de sujeito pelo de objeto.
(TCU/Analista) Ao apresentar a perspectiva local como infe- 16. O deslocamento do travessão para logo depois de “pro-
rior à perspectiva global, como incapaz de entender, de ex- fissionalmente” preservaria a correção gramatical do
plicar e, em última análise, de tirar proveito da complexidade texto e a coerência da argumentação, com a vantagem
do mundo contemporâneo, a concepção global atualmente de não acumular dois sinais de pontuação juntos.
dominante tem como objetivo fortalecer a instauração de um
único código unificador de comportamento humano, e abre o (Banco do Brasil/Escriturário) O século XX testemunhou o
caminho para a realização do sonho definitivo de economias desenvolvimento de grandes eventos esportivos, tanto em
globais de escala. escala mundial — como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mun-
11. A supressão da vírgula logo após o termo “humano” não do — quanto regional, com disputas nos vários continentes.
prejudica a correção gramatical do texto. 17. A substituição dos travessões por parênteses prejudica
a correção gramatical do período.
12. (TRT 18 R) Está inteiramente adequada a pontuação da
seguinte frase: 18. (SADPB/Agente Seg.Penitenciaria) “O estudo do cérebro
a) Quem cuida da saúde, conta com os recursos do conheceu avanços sem precedentes nas últimas duas
corpo, já quem cultiva uma amizade, conta com o décadas, com o surgimento de tecnologias que permi-
conforto moral. tem observar o que acontece durante atividades como
b) No que me diz respeito, não me interessam os amigos o raciocínio, a avaliação moral e o planejamento. Ao
de ocasião: prezo apenas os verdadeiros, os que me mesmo tempo, essa revolução na tecnologia abre novas
apoiam incondicionalmente. possibilidades para um campo da ciência que sempre
c) De que pode valer, gozarmos um momento de felici- despertou controvérsias de caráter ético – a interferên-
dade, se não dispomos de alguém, a quem possamos cia no cérebro destinada a alterar o comportamento de
estendê-la?
pessoas.
d) Confio sempre num amigo; pois minha confiança
– a interferência no cérebro destinada a alterar o com-
nele, certamente será retribuída com sua confiança
portamento de pessoas”.
em mim.
e) São essas enfim, minhas razões para louvar a amiza-
de: diga-me você agora quais as suas? O emprego do travessão indica, considerando-se o con-
texto,
13. (TCESP/Agente Fiscal) O emprego das vírgulas assinala a) enumeração de fatos de caráter científico.
a ocorrência de uma ressalva em: b) retomada resumida do assunto do parágrafo.
a) onde é vista como a pequena, mas muito respeitada, c) repetição destinada a introduzir o desenvolvimento
irmã. posterior.
b) que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito, d) retificação de uma afirmativa feita anteriormente.
no restrito clube... e) especificação de uma expressão usada anteriormente.
Língua Portuguesa

c) de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de


Buenos Aires, se estão esgotando. 19. (Metrô-SP) No trecho “– e comerciais, por meio das pa-
d) abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades. tentes.” O emprego do travessão
e) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das a) confere pausa maior no contexto, acrescentando
reservas totais, é úmido e rico em etano... sentido de crítica ao segmento.
b) introduz segmento desnecessário no contexto, pois
(TST/Técnico) É preciso “investir no povo”, recomenda o Per repete o que foi afirmado anteriormente.
Capita — um centro pensante, criado recentemente na Aus- c) assinala apenas escolha pessoal do autor, sem signi-
trália —, com seus dons progressistas. ficação importante no parágrafo.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
d) indica a aceitação de um fato real e comum, sem 23. Preservam-se a coerência da argumentação e a correção
qualquer observação particular. gramatical do texto ao se inserir um sinal de dois-pontos
e) introduz enumeração das possibilidades decorrentes depois da primeira ocorrência de “é” e um ponto de
das descobertas antes citadas. interrogação depois de “DNA”.

24. (TCEAM/Analista Controle Externo) Está inteiramente


(Banco do Brasil/Escriturário) Os brasileiros com idade entre correta a pontuação da seguinte frase:
14 e 24 anos têm em média 46 amigos virtuais, enquanto a) A realização de estudos com primatas não humanos,
a média global é de 20. No mundo, os jovens costumam tem revelado que a inteligência ao contrário do que
ter cerca de 94 contatos guardados no celular, 78 na lista se pensa, não é nosso dom exclusivo.
de programas de mensagem instantânea e 86 em sítios de b) A conclusão é, na verdade, surpreendente: a cons-
relacionamento como o Orkut. ciência humana, longe de ser um dom sobrenatural,
20. O emprego da vírgula após “celular” justifica-se por iso- emerge da consciência dos animais.
lar oração de natureza explicativa. c) Ernst Mayr, eminente biólogo do século passado não
teve dúvida em afirmar que, a nossa consciência, é
(Banco do Brasil) Nas Américas, os jogos estimulam a reflexão uma evolução da consciência dos animais.
sobre as possibilidades de um continente unido, pacífico, d) Sejam sinfonias sejam equações de segundo grau, há
próspero, com a construção de uma rede de solidariedade operações que de tão sofisticadas, não são acessíveis
e cooperação por meio do esporte, uma das principais ex- à inteligência de outros animais.
pressões do pan-americanismo. e) O que caracteriza efetivamente o verdadeiro altruís-
21. O emprego de vírgulas após “unido” e após “pacífico” mo, é o comportamento cooperativo que se adota,
tem justificativas diferentes. de modo desinteressado.

22. (Metrô-SP/Téc.Segurança) Apontado por entidades 25. (GOVBA/Soldado/PMBA) Analise as frases a seguir:
internacionais como um dos mais bem estruturados e I – Este quadro moral levou a duas situações dramáticas:
bem geridos programas ambientais do mundo, o Projeto o gosto do mal e o mau gosto.
Tietê está sob ameaça de ser interrompido. Sua segunda II – O grande desafio de hoje é de ordem ética: construir
etapa está terminando e, apesar do cumprimento do uma vida em que o outro não valha apenas por satisfazer
cronograma e do vulto das obras – que permitiram sig- necessidades sensíveis.
nificativo avanço nos serviços de coleta e de tratamento
de esgoto –, a diretoria de Controle Ambiental da Cetesb Considerando-se o emprego dos dois-pontos nos perí-
alerta: a meta de aumentar o número de empresas no odos acima, é correto o que se afirma em:
monitoramento de efluentes despejados no rio não foi a) Os dois-pontos introduzem segmentos de sentido
cumprida. O não atendimento dessa exigência do con- enumerativo e conclusivo, respectivamente, assina-
trato de financiamento, firmado pelo governo estadual lando uma pausa maior em cada um deles.
com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), b) Os segmentos introduzidos pelos dois-pontos apre-
poderá impedir a liberação dos recursos para a terceira sentam sentido idêntico, de realce.
etapa do programa. Essa fase prevê a universalização da c) Os sinais marcam a presença de afirmativas redun-
coleta de esgoto e o combate à poluição nos afluentes dantes no contexto, mas que reforçam a opinião do
do rio. autor.
d) Os dois-pontos indicam a interferência de um novo
Considere as afirmativas seguintes, a respeito dos sinais interlocutor no contexto, representando o diálogo
de pontuação empregados no texto. com o leitor.
I – Os travessões isolam um segmento explicativo, mar- e) Os dois segmentos introduzidos pelos dois-pontos
cado por uma pausa maior do que haveria caso esse são inteiramente dispensáveis, pois seu sentido está
segmento estivesse separado por vírgulas. exposto com clareza nas afirmativas anteriores a eles.
II – Os dois-pontos (9ª linha) assinalam a causa da amea-
ça referida anteriormente, introduzida pela forma verbal Na frase: “Ela encontrou um bebê recém-nascido em um
alerta. terreno baldio em frente de sua casa, em Curitiba.”
III – A vírgula que aparece após a expressão do mundo 26. No trecho “de sua casa, em Curitiba”, a eliminação da
(3ª linha) pode ser corretamente substituída por ponto- vírgula e a substituição da preposição “em” por de man-
-e-vírgula. têm o sentido original da frase.

Está correto o que se afirma em 27. (Funiversa/Terracap) A vírgula da frase “Ao coração, cou-
a) I e II, somente. be a função de bombear sangue para o resto do corpo”
b) I e III, somente. justifica-se pelo deslocamento do termo “Ao coração”,
c) II e III, somente. com finalidade estilística de criar ênfase.
d) III, somente.
Língua Portuguesa

e) I, II e III. (Funiversa/Terracap) Acerca da frase “São emissoras trans-


mitidas de qualquer país que passe pela nossa mente – e
(Banco do Brasil) A turbulência decorrente do estouro de alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.”
mais essa bolha ainda não teve suas consequências totalmen- 28. O travessão foi usado para enfatizar trecho do enuncia-
te dimensionadas. A questão que se coloca é até que ponto do. Efeito similar se conseguiria com o uso de negrito,
é possível injetar alguma previsibilidade em um mercado tão ou, no discurso oral, com entonações enfáticas.
interconectado, gigantesco e que tem o risco no DNA. O único
consenso é que o mercado precisa ser mais transparente. 29. (Funiversa/Sejus/Téc. Adm.) Cada uma das alternativas
(Veja, 12/3/2008 0 com adaptações). a seguir apresenta reescritura de fragmento do texto.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Assinale aquela em que a reescritura não apresenta erro Hoje, a Capital Federal conta com a CEB, Companhia
de pontuação. Energética de Brasília, que já recebeu vários prêmios. Em
a) A cooperação entre seus países, permitiria à região novembro de 2009, ela conquistou uma importante vitória
fazer frente a outras potências, como os Estados Uni- em seu esforço pela melhoria no atendimento aos clientes.
dos e o Japão, e assim, assegurar o bem-estar social Venceu o prêmio IASC - Índice Aneel de Satisfação do Con-
e a segurança da população. sumidor, pela quinta vez. A empresa foi escolhida a melhor
b) Com o passar dos anos o bloco incorporou nações distribuidora de energia elétrica do Centro-Oeste, a partir
menos desenvolvidas do continente; e instituiu uma de pesquisa que abrange toda a área de concessão das 63
moeda única – o euro que atraiu investidores e che- distribuidoras no Brasil.
gou a ameaçar o domínio do dólar como reserva in- Na premiação, que ocorreu na sede da Aneel, a CEB
ternacional de valor. foi apontada como uma das cinco melhores distribuidoras
c) Mas, a crise financeira mundial fez emergir as fragi- de energia elétrica do País. O Índice Aneel de Satisfação do
lidades na estrutura econômica de algumas nações Consumidor para a CEB, de 70,33 pontos, ficou acima da mé-
do bloco: à medida que, a turbulência dos mercados dia nacional, de 66,74 pontos. Anteriormente, a Companhia
se acentuou, veio à tona a irresponsabilidade fiscal obteve o Prêmio IASC em 2003, 2004, 2006 e 2008.
de alguns países, sobretudo a Grécia. Entre suas importantes iniciativas sociais, destaca-se o
d) Diante do risco de que o deficit crescente no orça- Programa CEB Solidária e Sustentável, um projeto de inser-
mento grego pudesse contaminar outros europeus ção e reinserção social de crianças, denominado “Gente de
com situação fiscal semelhante e pôr em xeque a Sucesso”, que foi implementado em parceria com o Instituto
confiabilidade do bloco, líderes regionais reuniram-
de Integração Social e Promoção da Cidadania — INTEGRA
-se, às pressas, na semana passada.
e com a Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal.
e) Levar as reformas adiante terá um custo político. Na Internet: <http://www.ceb.com.br> (com adaptações).
semana passada, as ruas de Atenas, foram tomadas Acesso em 3/1/2010.
por manifestantes e os funcionários públicos entra-
ram em greve. 31. (Funiversa/CEB – Adaptada) Em cada uma das alternativas
a seguir, há uma reescritura de parte do texto. Assinale
(Funiversa/HFA/Ass.Téc.Adm.) Na frase: “As demissões re- aquela em que a reescritura altera o sentido original.
cordes nas companhias americanas devido à crise fizeram a) A empresa foi escolhida a melhor distribuidora de
vítimas inusitadas – os próprios executivos de recursos hu- energia elétrica do Centro-Oeste / Escolheu-se a em-
manos.” presa como a melhor distribuidora de energia elétrica
30. Não haverá incorreção gramatical, caso o travessão seja
do Centro-Oeste.
substituído por vírgula.
b) A partir de pesquisa que abrange toda a área de con-
cessão das 63 distribuidoras no Brasil / A partir de
Reescritura de Frases e Parágrafos – Substituição pesquisa que abrange todas as áreas de concessão
de palavras ou de trechos de texto de todas as distribuidoras no Brasil.
c) O suprimento de energia elétrica foi um dos sérios
Texto para responder à questão seguinte. problemas que os responsáveis pela construção da
Nova Capital da República enfrentaram / O suprimen-
O suprimento de energia elétrica foi um dos sérios pro- to de energia elétrica foi um dos sérios problemas
blemas que os responsáveis pela construção da Nova Capital enfrentados pelos responsáveis pela construção da
da República enfrentaram, desde o início de suas atividades
Nova Capital da República.
no Planalto Central, em fins de 1956.
d) O prazo, imposto pela data fixada para a inauguração
A região não contava com nenhuma fonte de geração de
da capital – 21 de abril de 1960 –, era relativamente
energia elétrica nas proximidades, e o prazo, imposto pela
data fixada para a inauguração da capital — 21 de abril de curto para a instalação de uma fonte de energia local /
1960 —, era relativamente curto para a instalação de uma O prazo (...) era relativamente curto para a instalação,
fonte de energia local, em caráter definitivo. em caráter definitivo, de uma fonte de energia local.
A alternativa existente seria o aproveitamento da ener- e) Paralelamente à adoção de providências / Paralela-
gia elétrica da Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada, das mente ao fato de se adotarem providências.
Centrais Elétricas de Goiás S/A-CELG, no Rio Parnaíba, divisa
dos estados de Minas Gerais e Goiás, distante quase 400 km Texto para responder à questão seguinte.
de Brasília. Assim, tendo em vista o surgimento da nova Ca-
pital do Brasil, as obras foram aceleradas, e a primeira etapa A preocupação com o planeta intensificou-se a partir
da Usina de Cachoeira Dourada foi inaugurada em janeiro de dos anos 1970, com a crise petroleira, ocasião em que as
1959, com 32 MW e potência final prevista para 434 MW. questões ambientais começaram a ser tratadas de forma
Entretanto, paralelamente à adoção de providências relevante e participativa nos diversos setores socioeconômi-
para o equacionamento do problema de suprimento de ener- cos. Preservar o ambiente e economizar os recursos naturais
gia elétrica da nova Capital após sua inauguração, outras me- tornou-se importante tema de discussão, com ênfase no uso
Língua Portuguesa

didas tiveram de ser tomadas pela Companhia Urbanizadora racional, em especial de energia elétrica.
da Nova Capital do Brasil — NOVACAP — objetivando à ins- O processo de reciclagem é muito relevante na medida
talação de fontes de energia elétrica necessárias às ativida- em que o lixo recebe o devido destino, retornando à cadeia
des administrativas desenvolvidas no gigantesco canteiro de produtiva.
obras. Assim sendo, já nos primeiros dias de 1957, a energia Uma economia de 15,3 gigawatts.hora (GWh) em dois
elétrica de origem hidráulica era gerada, pela primeira vez, anos foi um dos resultados do projeto desenvolvido pela
no território do futuro Distrito Federal, pela usina pioneira Companhia Energética do Ceará (COELCE). O montante é
do Catetinho, de 10 HP, instalada em pequeno afluente do equivalente ao suprimento de quase oito mil residências
Ribeirão do Gama. com perfil de consumo da ordem de 80 kilowatts.hora/mês.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O Programa Ecoelce de troca de resíduos por bônus na Em uma manhã de inverno de 1978, a assistente social Zé-
conta de luz gerou créditos de R$ 570 mil a 88 mil clientes res- lia Machado, 49 anos de idade, encontrou um bebê recém-
ponsáveis pelo recolhimento de pouco mais de quatro mil tone- -nascido em um terreno baldio.
ladas de lixo reciclável, como vidro, plástico, papel, metal e óleo. 33. A expressão “a assistente social”, caso seja colocada após
A COELCE instalou 62 pontos de coleta no Ceará a partir o substantivo próprio a que se refere, cria, necessaria-
de pesquisas em comunidades de baixa renda de Fortaleza e mente, uma falha gramatical.
região metropolitana da capital, para montar a arquitetura
do programa. Essa é uma questão delicada, daí a importância que se tenha
Para participar, o cliente procura o posto de coleta ou a clareza sobre ela.
associação comunitária e solicita o cartão do Programa Ecoel- 34. A frase Essa é uma questão delicada, por isso é impor-
ce. A cada entrega, o operador do posto registra o volume de tante que se tenha clareza sobre ela é uma reescrita
resíduos, com informações sobre o tipo de material e peso, e, adequada da original registrada.
por meio da máquina de registro de coleta, calcula o bônus a
ser creditado na conta do cliente. Os resíduos recebidos são Parte da população torna-se receptora de “benefícios” não
separados e encaminhados para a indústria de reciclagem. no sentido do patamar do direito e, sim, na perspectiva da
Reconhecido pela Organização das Nações Unidas troca votos-favores.
(ONU), o programa tem como vantagens estimular a eco- 35. A frase parte da população torna-se receptora de “be-
nefícios” não somente no sentido do patamar do direi-
nomia de energia com melhoria da qualidade de vida das
to, mas também na perspectiva da troca votos-favores
comunidades envolvidas, tanto pela diminuição da conta
é uma reescrita adequada da original.
de luz quanto pela redução dos resíduos nas vias urbanas.
Alberto B. Gradvohl et alii. Programa Ecoelce de troca de
resíduos por bônus na conta de energia. Agência Nacional de (Funiversa/Terracap) Acerca da frase “São emissoras trans-
Energia Elétrica (Brasil). In: Revista pesquisa e desenvolvimento mitidas de qualquer país que passe pela nossa mente – e
da ANEEL, n.º 3, jun./2009, p. 115-6 (com adaptações). alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.”
36. A sequência “de qualquer país” pode ser reescrita, sem
32. (Funiversa/CEB – Adaptada) Em cada uma das alternativas perda de sentido, como por seja qual for o país.
a seguir, há uma reescritura de uma parte do texto. Assi-
nale aquela em que a reescritura mantém a ideia original. (Funiversa/Terracap) A respeito do fragmento “qualquer país
a) A preocupação com o planeta intensificou-se a partir que passe pela nossa mente – e alguns outros de cuja exis-
dos anos 1970, com a crise petroleira, ocasião em que tência sequer desconfiávamos.”
as questões ambientais começaram a ser tratadas de 37. A conjunção “e” poderia ser substituída, sem perda de
forma relevante e participativa nos diversos setores sentido, pela locução além de.
socioeconômicos. / A preocupação com o planeta
intensificou-se com a crise petroleira, a partir dos (Funiversa/Terracap) A vida se esvai, mas localizaram um
anos 1970, pois as questões ambientais começaram doador compatível: já para a mesa de cirurgia.
a ser tratadas de forma relevante e participativa nos 38. A seguinte reescritura do trecho está gramaticalmente
diversos setores socioeconômicos. correta: localizaram um doador compatível; portanto,
b) O processo de reciclagem é muito relevante na medi- vá urgente para a mesa de cirurgia. Porém, ela perde em
da em que o lixo recebe o devido destino, retornan- qualidade para a original, mais sintética e mais expressiva.
do à cadeia produtiva. / O processo de reciclagem é
muito relevante à medida que o lixo recebe o devido 39. (Funiversa/Adasa) O trecho “É a conduta dos seres hu-
manos, cegos entre si mesmos e ao mundo na defesa da
destino, retornando à cadeia produtiva.
negação do outro, o que tem feito do presente humano
c) A COELCE instalou 62 pontos de coleta no Ceará a
o que ele é.” pode ser reescrito, sem que haja alteração
partir de pesquisas em comunidades de baixa renda
de sentido, da seguinte forma:
de Fortaleza e região metropolitana da capital, para a) É o agir humano, cego ao outro e ao mundo na negação
montar a arquitetura do programa. / Por causa de de outro mundo, o que faz do presente o que ele é.
pesquisas em comunidades de baixa renda de For- b) É o mal inerente ao homem, que o torna cego em
taleza e região metropolitana da capital, a COELCE relação ao próximo e ao mundo, que faz do presente
instalou 62 pontos de coleta no Ceará, para montar o que ele é.
a arquitetura do programa. c) É a maneira de agir do homem, alienado ao negar o
d) Para participar, o cliente procura o posto de coleta outro seja na forma do semelhante ou na forma do
ou a associação comunitária e solicita o cartão do mundo, que faz do presente o que ele é.
Programa Ecoelce. / O cliente, para participar, assim d) É a forma de agir dos homens que se tornam cegos
que procura o posto de coleta ou a associação comu- para com os outros e para com o mundo que faz deste
nitária, solicita o cartão do Programa Ecoelce. mundo o que ele é.
e) Reconhecido pela Organização das Nações Unidas e) É a conduta da humanidade, cega entre si e ao mundo
(ONU), o programa tem como vantagens estimular por negar o outro, o que torna o homem mau como
a economia de energia com melhoria da qualidade
Língua Portuguesa

o presente em que ele vive.


de vida das comunidades envolvidas, tanto pela di-
minuição da conta de luz quanto pela redução dos Texto para responder às questões 40 e 41.
resíduos nas vias urbanas. / Reconhecido pela ONU,
o programa tem como vantagens estimular a econo- Cidadezinha qualquer
mia de energia com melhoria da qualidade de vida
das comunidades envolvidas, em virtude tanto da Casas entre bananeiras
diminuição da conta de luz quanto da redução dos mulheres entre laranjeiras
resíduos nas vias urbanas. pomar amor cantar.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Um homem vai devagar. d) Um bom “tratamento penal” resiste a um processo
Um cachorro vai devagar. de superação de uma história de conflitos.
Um burro vai devagar. e) Um bom “tratamento penal” supõe a superação dos
conflitos da história, promovendo direitos e recom-
Devagar... as janelas olham. pondo os vínculos da sociedade, para que o sujeito
Eta vida besta, meu Deus. se torne mais responsável.
Carlos Drummond de Andrade. Reunião, 10.ª ed.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1980, p. 17.
1 A União Europeia inaugurou um novo patamar de
integração política e econômica no globo. A cooperação
40. (Funiversa/Iphan) Com base no texto, assinale a alter- entre seus países permitiria à região fazer frente a outras
nativa incorreta. 4 potências, como os Estados Unidos e o Japão, e, assim,
a) Para o autor, em uma visão integral, porém dinâmica assegurar o bem-estar social e a segurança de sua po-
da cidade, a ausência de artigos na primeira estrofe pulação. Com o passar dos anos, o bloco incorporou na-
do texto reflete a similaridade conceitual estabele- 7 ções menos desenvolvidas do continente e instituiu uma
cida entre os substantivos. moeda única, o euro, que atraiu investidores e chegou a
b) A fusão dos elementos humanos à paisagem natu- ameaçar o domínio do dólar como reserva internacional
ral, em uma visão panorâmica, ratifica a ausência de 10 de valor. Mas a crise financeira mundial fez emergir as
artigos na primeira estrofe. fragilidades na estrutura econômica de algumas nações
c) Ao longo do texto, quase não há inserção de adje- do bloco. À medida que a turbulência dos mercados
tivos, dado o fato de a dinamicidade do texto não 13 se acentuou, veio à tona a irresponsabilidade fiscal de
promover espaço para o detalhamento. alguns países, sobretudo a Grécia. Diante do risco de que
d) O emprego da pontuação ao longo do texto sugere o deficit crescente no orçamento grego pudesse conta-
ausência de conhecimento sintático, promovendo 16 minar outros europeus com situação fiscal semelhante e
lentidão e morosidade na leitura. pôr em xeque a confiabilidade do bloco, líderes regionais
e) É empregada a sinonímia de estruturação sintática e reuniram-se às pressas na semana passada. Ao fim do
lexical na segunda estrofe. 19 encontro, chegou-se a um acordo para ajudar a Grécia.
Ainda que não tenha sido feita menção formal a um
41. (Funiversa/Iphan) Com base no texto, assinale a alter- resgate financeiro, a reunião serviu para acalmar o te-
nativa incorreta. 22 mor dos investidores internacionais. In: Veja, 17/2/2010,
a) Se, ao penúltimo verso, for dada a seguinte redação:
p. 57 (com adaptações).
Devagar... às janelas olham ter-se-á modificação se-
mântica da estrutura textual.
b) A variação da abordagem semântica na estrutura 43. (Funiversa) Cada uma das alternativas a seguir apresenta
sintática do texto tornou-o incoeso e inacessível ao reescritura de fragmento do texto. Assinale aquela em
leitor. que a reescritura mantém a ideia original.
c) Nenhum atributo é legado aos substantivos da se- a) A União Europeia lançou um novo andar para a inte-
gunda estrofe, porém, apesar desta característica, é gração política e econômica no globo (linhas 1 e 2).
perceptível a introdução de movimentação espacial. b) A cooperação entre seus países faria que a região
d) No texto, é possível verificar a ocorrência de artigo esbarrasse em outras potências, como os Estados
indefinido. Unidos e o Japão (linhas de 2 a 4).
e) No trecho “Devagar... as janelas olham.”, foi emprega- c) A crise, contudo, trouxe à tona a solidez da econo-
da a personificação, processo que humaniza objetos. mia de certos países que integram a União Europeia
(linhas de 10 a 12).
Partindo-se desse entendimento, vê-se que um bom “trata- d) Diante do risco de que o deficit crescente no or-
mento penal” não pode residir apenas na abstenção da vio- çamento grego pudesse influenciar outros países
lência física ou na garantia de boas condições para a custódia europeus que apresentam situação fiscal similar e
do indivíduo, em se tratando de pena privativa de liberdade: comprometer a confiabilidade da União Europeia, lí-
deve, antes disso, consistir em um processo de superação de deres regionais encontraram-se às pressas na semana
uma história de conflitos, por meio da promoção dos seus passada (linhas de 14 a 18).
direitos e da recomposição dos seus vínculos com a socie- e) Ainda que não tenha sido discutida uma solução fi-
dade, visando criar condições para a sua autodeterminação nanceira, o encontro teve como objetivo reduzir o
responsável. medo dos investidores internacionais (l. 20 a 22).
42. (Funiversa/Sejus) Nas alternativas a seguir, são apresen- GABARITO
tadas reescrituras de trechos do segundo parágrafo do
texto. Assinale aquela em que se preserva o sentido do
trecho original. 1. C 12. b 23. C 34. C
a) Um tratamento eficaz da pena não pode dispensar 2. E 13. a 24. b 35. E
3. E 14. C 25. a 36. C
Língua Portuguesa

a agressão física ou a garantia de uma permanência


prolongada do indivíduo por um certo tempo privado 4. E 15. C 26. E 37. C
de sua liberdade. 5. C 16. E 27. C 38. E
b) A abstenção da violência física e a garantia de boas 6. e 17. E 28. C 39. c
condições para a custódia do indivíduo correspondem 7. d 18. e 29. d 40. d
a um bom “tratamento penal”. 8. C 19. a 30. C 41. b
c) Em se tratando de pena privativa de liberdade, um bom 9. a 20. E 31. b 42. c
“tratamento penal” não é garantido pela falta de vio- 10. C 21. E 32. e 43. d
lência física ou pela boa guarda do detento na prisão. 11. C 22. a 33. E

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CONCORDÂNCIA VERBAL • Sujeito = que, verbo de acordo com o antecedente.
Fui eu que prometi.
• Sujeito composto com pessoas gramaticais diferentes. Foste tu que prometeste.
Verbo no plural e na pessoa de número mais baixo. Foram eles que prometeram.
Carlos, eu e tu vencemos.
Carlos e tu vencestes ou venceram. • Sujeito = quem
a) verbo na 3ª pessoa singular; ou
• Sujeito composto posposto ao verbo. Verbo no plural ou Fui eu quem prometeu. (prometer, passado)
de acordo com o núcleo mais próximo. Foste tu quem prometeu. Foram eles quem prometeu.
Vencemos Carlos, eu e tu. Ou: b) verbo concorda com o antecedente.
Venceu Carlos, eu e tu. Fui eu quem prometi. Foste tu quem prometeste. Foram
eles quem prometeram.
• Sujeito composto de núcleos sinônimos (ou quase) ou em
gradação. Verbo no plural ou conforme o núcleo próximo. • Dar, bater, soar
A alegria e o contentamento rejuvenescem. Ou: a) Se o sujeito for número de horas, concordam com nú-
A alegria e o contentamento rejuvenesce. mero.
Os EUA, a América, o mundo lembraram ontem o Onze de Deu uma hora. Deram duas horas.
Setembro. Ou: Soaram dez horas no relógio.
Os EUA, a América, o mundo lembrou ontem o Onze de b) Se o sujeito não for número de horas.
Setembro. O relógio deu duas horas. Soou dez horas no relógio.
• Núcleos no infinitivo, verbo no singular.
• Faltar, restar, sobrar, bastar, concordam com seu sujeito
Obs.: artigo e contrários, verbo no plural.
Cantar e dançar relaxa. normalmente.
Obs.: O cantar e o dançar relaxam. Obs.: sujeito oracional, verbo no singular.
Subir e descer cansam. Faltam cinco minutos para o fim do jogo.
Restavam apenas algumas pessoas.
• Sujeito = mais de, verbo de acordo com o numeral. Sobraram dez reais.
Obs.: repetição ou reciprocidade, só plural. Basta uma pessoa.
Mais de um político se corrompeu. Obs.: Ainda falta depositar dez reais. (note o sujeito ora-
Mais de dois políticos se corromperam. cional)
Obs.: Mais de um político, mais de um empresário se cor-
romperam. Mais de um político se cumprimentaram. • Com os verbos mandar, deixar, fazer, ver, ouvir e sentir
a) seguidos de pronome oblíquo, o infinitivo não se fle-
• Sujeito coletivo, partitivo ou percentual, verbo concorda xiona.
com o núcleo do sujeito ou com o adjunto. Mandei-os sair da sala. Ele deixou-as falar. O professor
Obs.: coletivo distante do verbo fica no singular ou no plural. viu-os assinar o papel. Eu os senti bater à porta.
O bando assaltou a cidade (assaltar, no passado). b) seguidos de substantivo, o infinitivo pode se flexionar
O bando de meliantes assaltou ou assaltaram a cidade. ou não.
A maior parte das pessoas acredita nisso. Ou: Mandei os rapazes sair ou saírem. Ele deixou as amigas
A maior parte das pessoas acreditam nisso. falar ou falarem. O professor viu os diretores assinar ou
A maior parte acredita. assinarem.
Oitenta por cento da turma passaram ou passou. c) seguidos de infinitivo reflexivo, este pode se flexionar
Obs.: O povo, apesar de toda a insistência e ousadia, não ou não.
conseguiu ou conseguiram evitar a catástrofe. Cuidado: Na locução verbal, o infinitivo é impessoal
(sem variação).
• Sujeito = pronome pessoal preposicionado Vi-os agredirem-se no comício. Ou: Vi-os agredir-se no
a) núcleo singular, verbo singular. comício. Ele prefere vê-las abraçarem-se ou abraçar-se.
Algum de nós errou. Qual de nós passou. Cuidado: Os números da fome podem ficar piores. (fi-
b) núcleo plural, verbo plural ou com o pronome pessoal. carem: errado)
Alguns de nós erraram ou erramos. Quais de nós
erraram ou erramos.
• Concordância especial do verbo ser.
a) se sujeito indica coisa no singular, e predicativo indica
• Sujeito = nome próprio que só tem plural
coisa no plural, ser prefere o plural, mas admite o sin-
a) Não precedido de artigo, verbo no singular.
Estados Unidos é uma potência. Emirados Árabes fica gular.
no Oriente Médio. Tua vida são essas ilusões. (presente). Ou: Tua vida é
b) precedido de artigo no plural, verbo no plural. essas ilusões.
Os Estados Unidos são uma potência. Os Emirados Ára- b) se sujeito ou predicativo for pessoa, ser conforme a
Língua Portuguesa

bes ficam no Oriente Médio. pessoa.


Você é suas decisões. Seu orgulho eram os velhinhos.
• Parecer + outro verbo no infinitivo, só um deles varia. O motorista sou eu. Ou: Eu sou o motorista.
Os alunos parecem gostar disso. Ou: c) data, hora e distância, verbo conforme o numeral.
Os alunos parece gostarem disso. É primeiro de junho. (presente) São ou é quinze de maio.
É uma hora. São vinte para as duas. É uma légua. São
• Pronome de tratamento, verbo na 3ª pessoa. três léguas.
Vossas Excelências receberão o convite. d) indicando quantidade pura, verbo na 3ª pessoa singular.
Vossa Excelência receberá seu convite. Quinze quilos é pouco. Três quilômetros é suficiente.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
EXERCÍCIOS mas apenas pelo sentido, jamais pela análise sintática. A aná-
lise sintática deve ser feita dentro de cada oração.
Regra Básica
(TCU) “Se virmos o fenômeno da globalização sob esta luz,
O núcleo do sujeito conjuga o verbo. creio que não poderemos escapar da conclusão de que o pro-
cesso é totalmente coerente com as premissas da ideologia
Dica: econômica que têm se afirmado como a forma dominante
Núcleo do sujeito começa sem preposição. de representação do mundo ao longo dos últimos 100 anos,
aproximadamente.”
1. (TRT 1ª R/Analista) Julgue os fragmentos de texto apre- 2. A forma verbal “têm” em “têm se afirmado” estabele-
sentados nos itens a seguir quanto à concordância verbal. ce relação de concordância com o termo antecedente
I – De acordo com o respectivo estatuto, a proteção “ideologia”.
à criança e ao adolescente não constituem obrigação 3. Qual é o sujeito sintático de “têm”?
exclusiva da família. 4. Qual é o sujeito semântico de “têm”?
II – A legislação ambiental prevê que o uso de água para 5. Qual é a função sintática de “as premissas da ideologia”?
o consumo humano e para a irrigação de culturas de
subsistência são prioritários em situações de escassez. (TCU) “Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no
III – A administração não pode dispensar a realização mês seguinte cinquenta e cinco; em março de 1877 contava
do EIA, mesmo que o empreendedor se comprometa quatrocentas e noventa.”
expressamente a recuperar os danos ambientais que, 6. O verbo ter está empregado no sentido de haver, existir,
porventura, venham a causar. por isso mantém-se no singular, sem concordar com o
IV – A ausência dos elementos e requisitos a que se sujeito da oração – “vinte aranhas”.
referem o CPC pode ser suprida de ofício pelo juiz, em
qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não for Obs.: Verbo sem sujeito chama-se verbo impessoal.
proferida a sentença de mérito. A regra é ficar na 3ª pessoa do singular. Ver verbo haver.

A quantidade de itens certos é igual a “Novos instrumentos vêm ocupar o lugar dos instrumentos
a) 0. velhos e passam a ser utilizados para fazer algo que nunca
b) 1. tinha sido imaginado antes.”
c) 2 7. É gramaticalmente correta e coerente com a argumen-
d) 3. tação do texto a seguinte reescrita para o período final:
e) 4. Cada novo instrumento que vêm ocupar o lugar dos ins-
trumentos antigos passam a ser utilizados para fazer algo
Obs.: 1 que ainda não fôra imaginado.
Depois que o primeiro núcleo do sujeito já está escrito,
o segundo que houver deve estar escrito ou representado “Agora, ao vê-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar
por um pronome. o tempo todo e murmurando palavras que me escapavam,
O uso de água e o de combustível são prioritários. (dois temia que me abordasse para conversar sobre o filho.”
núcleos) 8. A forma verbal “temia” concorda com o sujeito de tercei-
Veja a repetição do “o”. O segundo é pronome. Sem ra pessoa do singular ele, que foi omitido pelo narrador.
preposição. É núcleo.
Mas em: O uso de água e de combustível é prioritário. 9. A substituição de “teria” por teriam não altera o sentido
(um só núcleo = uso) nem a adequação gramatical do trecho “o valor de suas
casas, que serviam de garantia para os empréstimos,
Obs.: 2 teria de continuar subindo indefinidamente”.
O pronome relativo pode exercer a função de sujeito,
de objeto, de complemento etc., sempre dentro da oração Regras Especiais
adjetiva.
Verbo haver com sujeito.
Cuidado! Eles haviam chegado.
O pronome relativo refere-se a um termo antes, mas
Verbo haver sem sujeito tem o sentido de existir, acon-
esse termo faz parte de outra oração. O termo referido pre-
tecer ou tempo decorrido.
enche, supre apenas o sentido. Esse termo referido não é o
sujeito, o objeto etc. da oração subordinada adjetiva. Regra:
A casa / que comprei / era velha. Verbo sem sujeito (impessoal) fica no singular (3ª pessoa).
Aqui havia uma escola. → Aqui existia uma escola.
Oração principal: A casa era velha uma escola = objeto direto
Sujeito = A casa uma escola = sujeito
Língua Portuguesa

Oração subordinada adjetiva: que comprei


Sujeito = eu Aqui havia duas escolas. → Aqui existiam duas escolas.
Objeto direto (sintático) = que Cuidado: Aqui haviam duas escolas. (errado)

Atenção: Obs.: O verbo haver no sentido de existir é invariável.


Somente o sentido é que nos leva a ver que: comprei a casa.
Porém, o pronome relativo está no lugar da casa. O pronome Certo ou errado?
relativo é o objeto sintático. 10. ( ) Na sala, havia vinte pessoas.
Podemos chamar de objeto semântico o termo “A casa”, 11. ( ) Na sala, haviam vinte pessoas.

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12. ( ) Na sala, existiam vinte pessoas. Sujeito com Núcleo Coletivo, Partitivo ou Percentual
13. ( ) Na sala, existia vinte pessoas.
14. ( ) No carnaval, houve menos acidentes. Regra:
15. ( ) No carnaval, houveram menos acidentes. O núcleo conjuga o verbo, ou o adjunto adnominal
16. ( ) No carnaval, ocorreram menos acidentes. conjuga o verbo.
17. ( ) No carnaval, ocorreu menos acidentes.
18. ( ) Haverá dois meses que não o vejo. (Ibram-DF) “Um caso de amor e ódio. A maioria dos estudio-
19. ( ) Haverão dois meses que não o vejo. sos evita os clichês como o diabo foge da cruz, mas as frases
20. ( ) Jamais pode haver incoerências no texto.
feitas dão o tom do uso da língua.”
21. ( ) Jamais podem haver incoerências no texto.
22. ( ) Jamais podem existir incoerências no texto. 32. No segundo período do texto, a forma verbal “evita”, em-
23. ( ) Jamais pode existir incoerências no texto. pregada no singular, poderia ser substituída pela forma
24. ( ) Haviam sido eleitos novos presidentes. flexionada no plural, evitam, caso em que concordaria
25. ( ) Havia sido eleito novos presidentes. com “estudiosos”, sem que houvesse prejuízo gramatical
para o período.
Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens a se-
guir quanto à concordância verbal. (MPU) “A maioria dos países prefere a paz.”
33. Está de acordo com a norma gramatical escrever “pre-
26. (TRT 9ª R) Na redação da peça exordial, deve haver indi- ferem”, em lugar de “prefere”.
cações precisas quanto à identificação das partes bem
como do representante daquele que figurará no polo (PF) “Hoje, 13% da população não sabe ler.”
ativo da eventual ação. 34. A forma verbal “sabe”, no texto, está flexionada para
concordar com o núcleo do sujeito.
(TCU) “O melhor é afrouxar a rédea à pena, e ela que vá
andando, até achar entrada. Há de haver alguma”. (PCDF) “Uma equipe de policiais está junta por dez anos e
27. Na expressão Há de haver verifica-se o emprego impes-
aprenderam a investigar.”
soal do verbo haver na forma “Há”.
35. Está adequada à norma culta a redação do texto.
(DFTrans) “As estradas da Grã-Bretanha tinham sido cons-
truídas pelos romanos, e os sulcos foram escavados por car- (TCU) “Os meus pupilos não são os solários de Campanela
ruagens romanas”. ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que
28. Devido ao valor de mais-que-perfeito das duas formas não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares.”
verbais, preservam-se a coerência textual e a correção 36. A forma verbal “formam” está flexionada na 3ª pessoa
gramatical ao se substituir “tinham sido” por havia sido. do plural para concordar com a ideia de coletividade
que a palavra “povo” expressa.
(PMDF) “Jamais houve tanta liberdade e o crescimento das
democracias foi extraordinário”. Cuidado com a exceção!
29. A substituição do verbo impessoal haver, na sua forma Quando o núcleo coletivo, partitivo ou percentual está
flexionada “houve”, pelo verbo pessoal existir exige após o verbo, somente o núcleo conjuga o verbo.
que se faça a concordância verbal com “liberdade” e
“crescimento”, de modo que, fazendo-se a substituição, (Iema-ES) “Quando se constrói um transgênico, os objetivos
deve-se escrever existiram. são previsíveis, bem como seus benefícios. Entretanto, os
riscos de efeitos indesejáveis ao meio ambiente e à saúde
(Abin) “Melhorar o mecanismo de solução de controvérsias
é um dos requisitos para o fortalecimento do Mercosul, vide humana são imprevisíveis, a não ser que se gere também
as últimas divergências entre Brasil e Argentina”. uma série de estudos para avaliar suas reais consequências.”
30. Mantém-se a obediência à norma culta escrita ao se 37. Seria mantida a correção gramatical do período caso a
substituir a palavra “vide” por haja visto, uma vez que forma verbal “gere” estivesse flexionada no plural, em
as relações sintáticas permanecem sem alteração. concordância com a palavra “estudos”.

Outros Verbos Impessoais Sujeito com Núcleos Sinônimos ou Quase

Verbo fazer indicando tempo ou clima. Regra:


Os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo
31. (Metro-DF) Assinale a opção correspondente ao período próximo conjuga o verbo.
gramaticalmente correto. A paz e a tranquilidade descansam a alma.
a) Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas, A paz e a tranquilidade descansa a alma.
mas até agora eles não tem nenhum resultado con-
clusivo.
(Abin) “A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin)
Língua Portuguesa

b) Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas. En-


e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
tretanto, até agora, eles não têm nenhum resultado
conclusivo. permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a atividade de
c) Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas, Inteligência.”
mas, até agora eles não têm nenhum resultado con- 38. Como o sujeito do primeiro período sintático é formado
clusivo. por duas nominalizações articuladas entre si pelo sentido
d) Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas en- – “criação” e “consolidação” –, estaria também gramati-
tretanto, até agora, eles não tem nenhum resultado calmente correta a concordância com o verbo permitir
conclusivo. no singular – permite.

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Sujeito Composto Escrito após o Verbo Os países precisam investir em novas tecnologias e oti-
mizar os processos burocráticos. (certo)
Regra:
Os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo Note:
próximo conjuga o verbo. Subentendemos “precisam” antes de “otimizar”. Então,
“otimizar” é verbo principal. Forma locução verbal.
“Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz
um livro, um governo, ou uma revolução”. Dica:
39. No trecho “assim se faz um livro”, a expressão “um livro” O verbo principal é o último da locução verbal. O pri-
exerce a função de sujeito. meiro é auxiliar. Conforme o padrão da Língua Portuguesa,
só o verbo auxiliar se flexiona.
Atenção:
Com a palavra se, o verbo de ação não tem objeto direto. Regra 2:
Quando temos a palavra se, o objeto direto vira sujeito pacien- Como verbo que complementa algum termo, o infinitivo
te. Então, chamamos a palavra se de partícula apassivadora. pode se flexionar ou não. É facultativo. Claro que precisa se
referir, pelo menos, a um sujeito semântico no plural.
“Acho que se compreenderia melhor o funcionamento da lin-
guagem supondo que o sentido é um efeito do que dizemos, (TRT 9ª R) “E a crise norte-americana, que levou investidores
e não algo que existe em si, independentemente da enun- a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos
ciação, e que envelopamos em um código também pronto. de hedge.”
Poderiam mudar muitas perspectivas: se o sentido nunca 42. No trecho “que levou investidores a apostar no aumento
é prévio, empregar ou não um estrangeirismo teria menos a dos preços de alimentos em fundos de hedge”, a substi-
ver com a existência ou não de uma palavra equivalente na tuição de “apostar” por apostarem manteria a correção
língua do falante. O que importa é o efeito que palavras es- gramatical do texto.
trangeiras produzem. Pode-se dar a entender que se viajou,
que se conhecem línguas. Uma palavra estrangeira em uma (Iema-ES) “O Ibama tem capacitado seus quadros para au-
placa ou em uma propaganda pode indicar desejo de ver-se xiliar as comunidades a elaborarem o planejamento do uso
associado a outra cultura e a outro país, por seu prestígio.” sustentável de áreas de proteção ambiental, florestas nacio-
40. Para se manter o paralelismo com o primeiro e o último nais e reservas extrativistas.”
períodos sintáticos do texto, o segundo período também 43. Se a forma verbal “elaborarem” estivesse no singular
admitiria uma construção sintática de sujeito indeter-
elaborar, a correção gramatical seria preservada.
minado, podendo ser alterado para Poderia se mudar
muitas perspectivas.
(HFA) “Essa fartura de tal modo contrasta com o padrão de
vida médio, que obriga aquelas pessoas a se protegerem
Atenção:
do assédio, do assalto e da inveja, sob forte esquema de
Muito cuidado com as duas opções de análise! Em lo-
segurança.”
cução verbal com a palavra SE na função de partícula apas-
sivadora, podemos analisar como sujeito simples nominal, 44. Se o infinitivo em “se protegerem” fosse empregado,
(regra: o núcleo conjuga o verbo) ou como sujeito oracional, alternativamente, na forma não flexionada, o texto man-
(regra: o verbo fica no singular). teria a correção gramatical e a coerência textual.

41. A flexão de plural em lugar de “Pode-se” respeita as Regra 3:


regras de concordância com o sujeito oracional “dar a Muita atenção com os verbos causativos mandar, fazer,
entender”. deixar e semelhantes e os sensitivos ver, ouvir, notar, per-
ceber, sentir, observar e semelhantes.
Regra: Esses verbos não são auxiliares do infinitivo, ou seja, não
Sujeito oracional pede verbo no singular. formam locução verbal como verbo principal do infinitivo.
Cantar e dançar relaxa. (certo) => O sujeito de “relaxa” É simples: basta ver que o sujeito de um, geralmente,
é oração: cantar e dançar. não é o mesmo do outro. E verbos que formam locução
Cantar e dançar relaxam (errado). verbal devem possuir o mesmo sujeito sintático.

Atenção: Vejamos as regras em três situações diferentes:


Caso os verbos do sujeito oracional expressem sentidos a) O sujeito do infinitivo é representado por substantivo.
opostos, teremos plural. Regra:
Subir e descer cansam. (certo) => Note os opostos: subir A flexão do infinitivo é opcional.
e descer. Mandei os meninos entrar. (certo)
Subir e descer cansa. (errado) Mandei os meninos entrarem. (certo também)

Verbo no Infinitivo b) O sujeito do infinitivo é representado por pronome.


Língua Portuguesa

Regra:
Regra 1: A flexão do infinitivo é proibida.
Como verbo principal, não pode ser flexionado. Mandei-os entrar. (certo)
Temos de estudarmos. (errado) Mandei-os entrarem. (errado)
Temos de estudar. (certo)
Observação:
Observe: Note o pronome “OS” no lugar de “os meninos”.
Os países precisam investir em novas tecnologias e oti-
mizarem os processos burocráticos. (errado) c) O sentido do infinitivo é de reciprocidade.

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Regra: Sem Sujeito Com o Numeral Hora
A flexão volta a ser opcional, mesmo que o sujeito Distância
do infinitivo seja representado por pronome. Data
Mandei-os abraçar-se. (certo)
São nove horas.
Mandei-os abraçarem-se. (certo também)
Eram vinte para a uma da tarde.
Note que o sentido de “abraçar” é fazer ação um ao
É uma e quarenta da manhã.
outro (recíproca).
Até lá são duzentos quilômetros.
(MI) “A primeira ideia do Pádua, quando lhe saiu o prêmio,
Obs.: nas datas, o núcleo do predicativo conjuga o verbo.
foi comprar um cavalo do Cabo, um adereço de brilhantes
Hoje são 19.
para a mulher, uma sepultura perpétua de família, mandar
Amanhã serão 20.
vir da Europa alguns pássaros etc.”
É dia 20.
45. Em “mandar vir da Europa alguns pássaros”, a forma
(núcleo = dia)
verbal “vir” poderia concordar com a expressão nominal
“alguns pássaros”, que é o sujeito desse verbo. Quantidade pura Singular Nada
Pouco
Regra 4: Bastante...
Infinitivo após o verbo parecer. Dois litros é bastante.
Vinte milhões de reais é muito.
Regra: Três quilômetros será suficiente.
Flexionamos o verbo parecer, mas não o verbo no infini- Quinze quilos é pouco.
tivo; ou deixamos o verbo parecer no singular e flexionamos
o verbo no infinitivo. (PMDF) “Antes da Revolução Industrial, um operário só pos-
Os meninos parecem brincar. (certo) suía a roupa do corpo. Sua maior riqueza eram os pregos
Os meninos parece brincarem. (certo também) de sua casa.”
46. A flexão de plural na forma verbal “eram” deve-se à
Atenção: concordância com “os pregos”; mas as regras gramaticais
Somente quando flexionamos apenas o verbo auxiliar é permitiriam usar também a flexão de singular, era.
que se pode considerar de fato uma locução verbal.
Os meninos parecem brincar. GABARITO
Portanto, não temos locução verbal em 1. a 20. C
Os meninos parece brincarem. 2. E 21. E
Trata-se de uma figura de linguagem de ordem sintáti- 3. que, pronome relativo 22. C
ca que consiste em antepor a uma oração parte da oração com função de sujeito 23. E
seguinte (prolepse). sintático. 24. C
Traduzindo: a oração subordinada substantiva subjetiva 4. As premissas da ideolo- 25. E
tem seu sujeito escrito antes do verbo da oração principal, gia econômica, referen- 26. C
mas o predicado da oração subordinada substantiva subjetiva te do pronome relativo. 27. C
permanece após o verbo da principal. 5. Complemento nominal 28. E
do adjetivo “coerente”. 29. E
Os meninos parece brincarem. É o mesmo que, na ordem 6. E 30. E
direta: Os meninos brincarem parece. 7. E 31. b
Oração principal: parece. 8. E 32. C
Oração subordinada substantiva subjetiva: Os meninos 9. E 33. C
brincarem. 7. C 34. E
8. C 35. E
Regra especial do verbo ser. 9. E 36. E
10. C 37. E
Sujeito “Ser” varia Predicativo 11. E 38. E
12. C 39. C
13. E 40. E
Coisa Singular Singular ou Plural Coisa Plural 14. C 41. E
Obs.: o plural é preferível. 15. E 42. C
Seu orgulho são os livros. 16. C 43. C
Seu orgulho é os livros. 17. E 44. C
18. C 45. C
Cuidado! 19. E 46. C
Língua Portuguesa

Se o plural vier primeiro, somente verbo no plural.


Os livros são seu orgulho.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Coisa Com a Pessoa Pessoa
Obs.: a ordem não importa. Regra Geral
Seu orgulho eram os filhos.
Os filhos eram seu orgulho. Adjetivo concorda com substantivo
As alegrias da casa será Gabriela. Acordo diplomático, relação diplomática, acordos diplo-
Gabriela será as alegrias da casa. máticos, relações diplomáticas.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Substantivos + Adjetivo Não varia = somente.
Adjetivo concorda com substantivo mais próximo ou com Não estamos sós na sala.
todos. No plural, o masculino prevalece sobre o feminino. Só nós estamos na sala.
Acordo e relação diplomática / diplomáticos
Proposta e relação diplomática / diplomáticas Variam
Relação e acordos diplomáticos • Mesmo, próprio
Os membros mesmos / próprios ignoram a solução.
Adjetivo + Substantivo • mesmo = realmente ou até: não varia
Adjetivo concorda com substantivo mais próximo. A solução será mesmo essa.
Novo acordo e relação, nova relação e acordo. Mesmo os membros criticaram.
• extra
As horas extras serão pagas.
Substantivo + Adjetivos
• quite
Artigo e substantivo no plural + adjetivos no singular. Os servidores estão quites com suas obrigações.
Artigo e substantivo no sing. + adjetivos no sing. (2º com • nenhum
artigo) Não entregaremos propostas nenhumas.
As embaixadas brasileira e argentina. • obrigado
A embaixada brasileira e a argentina. – Obrigada, disse a secretária.
O mercado europeu e o americano. • anexo, incluso
Os mercados europeu e americano. As planilhas estão anexas / inclusas.
Em anexo não varia
Ordinais + Substantivo As planilhas estão em anexo.
Ordinais com artigo => substantivo no singular ou no plural. • todo
Só o 1º ordinal com artigo => substantivo no plural. As regras todas foram estabelecidas.
O penúltimo e o último discurso / discursos
O penúltimo e último discursos. Não variam
• alerta
É bom, é necessário, é proibido Os vigias do prédio estão alerta.
Não variam com sujeito em sentido vago ou geral (sem • menos
artigo definido, pronome...) Essas eram nações menos desenvolvidas.
É necessário aprovação rápida do acordo. • haja vista
É necessária a aprovação rápida do acordo. Haja vista as negociações, os americanos não cederão.
• em via de
Os europeus estão em via de superar os americanos.
Um e outro, nem um nem outro
• em mão
Substantivo seguinte no singular, adjetivo no plural.
Entregue em mão os convites.
Um e outro memorando foi encaminhado. • a olhos vistos
O governo não aprovou nem uma nem outra medida A reforma agrária cresce a olhos vistos.
provisória. • de maneira que, de modo que, de forma que
Os ouvintes silenciaram, de maneira que estão do nosso
Particípio lado.
Só não varia nos tempos compostos (com ter ou haver) • cor com nome proveniente de objeto
– voz ativa. Papéis rosa, tecidos abóbora. Carros vinho.
O Ministério havia obtido informações.
Informações foram obtidas. Terminada a conferência, EXERCÍCIOS
procedeu-se ao debate.
Julgue os itens seguintes quanto à concordância nominal.
De + Adjetivo 1. É proibida entrada de pessoas não autorizadas.
Adjetivo não varia ou concorda com termo a que se refere. 2. Fica vedada visita às segundas-feiras.
Essa decisão tem pouco de sábio / de sábia. 3. Os consumidores não somos nenhuns bobocas.
4. Traga cervejas o mais geladas possível.
Meio, bastante, barato e caro 5. Houve menas gente no comício hoje.
Variam quando adjetivos (modificam substantivo). 6. Vai inclusa à relação o recibo dos depósitos.
Não variam quando advérbios (modificam verbo ou ad- 7. Era deserta a vila, a casa, o campo.
jetivo). 8. É necessária muita fé.
Bastantes índios invadiram o Ministério. Reivindicações 9. Em sua juventude, escreveu bastantes poemas.
de meias palavras, porém protestos meio confusos. 10. Ele usava uma calça meia desbotada.
Atendê-las custa caro, pois não são baratos os prejuízos. 11. A Marinha e o Exército brasileiro participaram do desfile.
12. A Marinha e o Exército brasileiros participaram do desfile.
Possível 13. Remeto-lhe incluso uma fotocópia do certificado.
14. O garoto queria ficar a só.
Língua Portuguesa

O mais, o menos, o maior... + possível.


15. Os Galhofeiros é um ótimo filme dos Irmãos Marx.
Os mais, os menos, os maiores... + possíveis. 16. Descontado o imposto, restou apenas R$10.000,00.
Quanto possível não varia. 17. Muito obrigada – disse-me ela – eu mesma resolverei o
Haverá reuniões o mais curtas possível. problema: vou comprar trezentos gramas de presunto.
Haverá reuniões as mais curtas possíveis. 18. Necessitam-se de leis mais rigorosas para controlar os
As reuniões serão tão curtas quanto possível. abusos dos motoristas inescrupulosos.
19. Já faziam duas semanas que a reunião estava marcada,
Só mas os diretores não compareciam para concretizá-la.
Varia = sozinho. 20. Senhor diretor, já estamos quite com a tesouraria.

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Julgue os itens seguintes. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
“Ainda estava sob a impressão da cena meio cômica entre
sua mãe e seu marido”. Observe:
21. O vocábulo meio é um advérbio, por isso não concorda
com cômica.
Todos leram o relatório.
“Existe toda uma hierarquia de funcionários e autoridades re- Todos se referiram ao rela- Verbo + objeto
Regência
presentados pelo superintendente da usina, o diretor-geral, tório.
verbal
o presidente da corporação, a junta executiva do conselho Todos chegaram ao colégio. Verbo + adjunto
de diretoria e o próprio conselho de diretoria.” adverbial
22. Com relação à norma gramatical de concordância, o Todos fizeram referência ao
autor poderia ter usado, sem incorrer em erro, a forma relatório. Nome +
funcionários e autoridades representadas. Regência
O voto foi favorável ao re- complemento
nominal
“Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, latório. nominal
alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio
desbotado.”
23. No texto lido seria gramaticalmente correta a construção Problemas estudados pela regência:
apertada em uma roupa de chita, meia desbotada. 1) Diferença entre o uso formal e o uso informal: Chegamos
em São Paulo. (informal) x Chegamos a São Paulo. (formal)
(Iades) “Oitenta e cinco por cento dos casos estudados foram 2) Diferença de sentido com diferentes regências: Assis-
muito bem-sucedidos”. timos ao filme. (sentido de “ver”) x Assistimos os doentes.
24. O verbo ser, conjugado como “foram”, pode ser empre- (sentido de “ajudar”)
gado também no singular.
Atenção!
(Iades) “O fundamental é não morrer de fome e ver supridas Os verbos que serão estudados aqui exigem cuidado,
certas necessidades básicas”. porque podem receber diferentes tipos de complemen-
25. O termo “supridas” poderia ser usado no masculino to e mudar de sentido. CUIDADO também para notar
singular, sem prejuízo gramatical. que pode existe uma forma culta (correta) e uma forma
coloquial (incorreta). E as provas podem pedir que o can-
(Iades) “Essa é uma questão delicada, daí a importância que didato saiba a diferença.
se tenha clareza sobre ela, pois, quando se trabalha com a
política de assistência social nos espaços”, Verbos Importantes:
26. O verbo “trabalha” poderia ser usado no plural, sem assistir, avisar, informar, comunicar, visar, aspirar, custar, cha-
prejuízo gramatical. mar, implicar, lembrar, esquecer, obedecer, constar, atender,
proceder.
(Funiversa/Terracap) “São emissoras transmitidas de qual-
quer país que passe pela nossa mente – e alguns outros de Para as provas de diversas bancas, é importante estudar
cuja existência sequer desconfiávamos.” e saber a maneira correta de completar esses verbos.
27. A forma verbal “passe”, se usada no plural, provocaria
mudança inaceitável de sentido, uma vez que remeteria Verbo Prep. Complemento Sentido
a emissoras, e não mais a país. Assistir a algo = ver
Assistir (a) alguém = ajudar
(Funiversa/Terracap) “Já existem vários portais ativos e em
crescimento que disponibilizam para o internauta canais de Obs.: Entre parênteses (a) quando for elemento facultativo.
televisão. O wwitv, por exemplo, oferece atualmente nada
menos de 1.827 estações on-line (número de 4 de dezembro, Julgue os itens a seguir.
crescendo à razão de duas por dia). São emissoras transmiti- 1. Ontem, assistimos ao jogo do Vasco.
das de qualquer país que passe pela nossa mente – e alguns 2. Ontem, assistimos o jogo do Vasco.
outros de cuja existência sequer desconfiávamos.” 3. O bombeiro assistiu o acidentado.
28. A forma verbal “São” é usada no plural porque concorda 4. O bombeiro assistiu ao acidentado.
com o sujeito implícito duas por dia. 5. Foi bom o jogo que assistimos.
6. Foi bom o jogo a que assistimos.
(Funiversa/Terracap) “Em meio à burocracia oficial, o rock 7. Foi bom o jogo ao qual assistimos.
ocupou o espaço urbano, os parques, as superquadras de 8. Foi bom o jogo o qual assistimos.
Lucio Costa, cresceu e apareceu.” 9. O acidentado que o bombeiro assistiu melhorou.
29. Os verbos “cresceu” e “apareceu” deveriam vir flexio- 10. O acidentado a que o bombeiro assistiu melhorou.
nados no plural para concordar com seus referentes, os 11. O acidentado a quem o bombeiro assistiu melhorou.
parques e as superquadras. 12. O acidentado ao qual o bombeiro assistiu melhorou.
13. O acidentado o qual o bombeiro assistiu melhorou.
Língua Portuguesa

GABARITO
Verbo Prep. Complemento Sentido
1. E 7. C 13. E 19. E 25. E visar a algo = almejar
2. C 8. E 14. E 20. E 26. E visar (a) verbo = almejar
3. C 9. C 15. C 21. C 27. E
4. C 10. E 16. E 22. C 28. E visar algo/alguém = mirar
5. E 11. C 17. C 23. E 29. E
Julgue os itens a seguir.
6. E 12. C 18. E 24. E
14. O plano visa o combate da inflação.

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15. O plano visa ao combate da inflação. 63. O prazo que os avisei expirou.
16. O plano visa combater a inflação. 64. Avisamos-lhe que é feriado.
17. O plano visa a combater a inflação. 65. Avisamos-lhe de que é feriado.
18. O policial visou o sequestrador e atirou. 66. Avisamo-lo que é feriado.
19. O policial visou ao sequestrador e atirou. 67. Avisamo-lo de que é feriado.
20. O combate que o plano visa exige rigor.
21. O combate a que o plano visa exige rigor. Verbo Prep. Complemento Sentido
22. O combate ao qual o plano visa exige rigor.
23. O combate a quem o plano visa exige rigor. aspirar a algo = almejar
24. O sequestrador que o policial visou fugiu. aspirar algo = respirar, sorver
25. O sequestrador a que o policial visou fugiu.
26. O sequestrador a quem o policial visou fugiu. Julgue os itens.
Obs.: o pronome relativo “quem” sempre é preposicio- 68. Estava no centro de São Paulo. Ali, aspirava o ar puro
nado, quando seu papel é complemento. do campo.
27. O sequestrador ao qual o policial visou fugiu. 69. Estava no centro de São Paulo. Ali, aspirava ao ar puro
do campo.
70. Estava na fazenda. Ali, aspirava o ar puro do campo.
Verbo Prep. Complemento Sentido 71. Estava na fazenda. Ali, aspirava ao ar puro do campo.
implicar algo = acarretar  
implicar com alguém = embirrar Verbo Prep. Complemento Sentido
Julgue os itens. chamar alguém = convidar, invocar
28. A crise implicou em desemprego. chamar (a) alguém = qualificar, atribuir
29. A crise implicou desemprego. característica
30. Ele implica com a sogra.
31. Foi grande o desemprego em que a crise implicou. Julgue os itens.
32. Foi grande o desemprego que a crise implicou. 72. Chamaram o delegado para o evento.
33. O estudo implica vitória. 73. Chamaram ao delegado para o evento.
34. O estudo implica na vitória. 74. Chamaram o delegado de corajoso.
75. Chamaram ao delegado de corajoso.
76. Chamaram corajoso o delegado.
Verbo Prep. Complemento 77. Chamaram corajoso ao delegado.
obedecer a algo/alguém 78. Chamaram-lhe corajoso.
79. Chamaram-lhe de corajoso.
Julgue os itens. 80. Chamaram-no de corajoso.
35. Os motoristas obedecem o código de trânsito. 81. Chamaram-no corajoso.
36. Os motoristas obedecem ao código de trânsito.  
37. Eles estudaram o código e o obedecem.
38. Eles estudaram o código e lhe obedecem. Verbo Prep. Complemento
39. Eles estudaram o código e obedecem a ele. esqueci algo ou alguém
40. O código que eles obedecem é rigoroso. esqueci-me de algo ou alguém
41. O código a que eles obedecem é rigoroso. esqueci-me (de) algo ou alguém
42. Os funcionários obedecem o chefe.
43. Os funcionários obedecem ao chefe. Lembre-se: entre parênteses (de), preposição facultativa.
44. Eles ouvem o chefe e o obedecem.
45. Eles ouvem o chefe e lhe obedecem. Julgue os itens.
46. Eles ouvem o chefe e obedecem a ele. 82. Esqueci dos eventos.
47. O chefe que eles obedecem é rigoroso. 83. Esqueci os eventos.
48. O chefe a que eles obedecem é rigoroso. 84. Esqueci-me dos eventos.
49. O chefe a quem eles obedecem é rigoroso. 85. Esqueci-me que era feriado.
86. Esqueci-me de que era feriado.
avisar algo a alguém 87. Esqueci de que era feriado.
informar 88. Esqueci que era feriado.
alguém de / algo
comunicar sobre Atenção! Existe um uso literário raro:
Esqueceu-me o seu aniversário. Sentido: o seu aniversário
Julgue os itens. saiu de minha memória.
50. Avise o prazo aos estudantes. Sujeito: o seu aniversário (não é complemento). Aqui o com-
51. Avise os estudantes sobre o prazo. plemento é representado pelo pronome “me”.
52. Avise do prazo os estudantes. Obs.: A mesma regra do verbo “esquecer” vale também para
53. Avise aos estudantes o prazo. os verbos “lembrar” e “recordar”.
Língua Portuguesa

54. Avise aos estudantes sobre o prazo.  


55. Avise-lhes o prazo.
56. Avise-lhes do prazo. Verbo Prep. Complemento
57. Avise-os do prazo. atender (a) algo
58. Avise-os o prazo. atender (a) alguém
59. Avise-o a eles.
60. O prazo que lhes avisei expirou. Julgue os itens a seguir.
61. O prazo de que lhes avisei expirou. 89. Atendi o cliente.
62. O prazo de que os avisei expirou. 90. Atendi ao cliente.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
91. Atendi o telefonema. (TRT 9 R/Analista) Há séculos os estudiosos tentam entender
92. Atendi ao telefonema. os motivos que levam algumas sociedades a evoluir mais
93. Vi o cliente e o atendi. rápido que outras. Só recentemente ficou patente que, além
94. Vi o cliente e lhe atendi. da liberdade, outros fatores intangíveis são essenciais ao
desenvolvimento das nações.
O principal deles é a capacidade de as sociedades criarem
Verbo Prep. Complemento Sentido
regras de conduta que, caso desrespeitadas, sejam impla-
proceder a algo = realizar, fazer cavelmente seguidas de sanções.
proceder = ter fundamento 111. O emprego da preposição de separada do artigo que
proceder de lugar = ser originário de determina “sociedades”, em “a capacidade de as socie-
dades”, indica que o termo “as sociedades” é o sujeito
proceder = agir, comportar-se da oração subordinada.
Julgue os itens seguintes. (Crea-DF) Caso uma indústria lance uma grande concentra-
95. O delegado procedeu ao inquérito. ção de poluentes na parte alta do rio, por exemplo, a coleta
96. O delegado procedeu o inquérito. de uma amostra na parte baixa não será capaz de detectar
97. Os argumentos do advogado procedem. o impacto, mesmo que esta seja feita apenas um minuto
98. O delegado procede de Brasília. antes de a onda tóxica atingir o local. Esse tipo de controle,
99. O delegado procedeu com firmeza. portanto, pode ser comparado à fotografia de um rio.
  112. No trecho “antes de a onda tóxica atingir o local”, a
Verbo Prep. Complemento Sentido substituição da parte grifada por da resulta em um su-
constar de partes = ser formado de jeito preposicionado.
partes
(HUB) É possível comparar a saúde mental de pessoas que
constar em um todo = estar dentro de um vivem em uma região de conflitos à das pessoas que vivem
todo em favelas ou na periferia das grandes cidades brasileiras?
constar = estar presente 113. Considerando, para a regência do verbo comparar, o se-
guinte esquema: comparar X a Y, é correto afirmar que,
Julgue os itens. no texto, X corresponde a “a saúde mental de pessoas
100. O nome do candidato constava na lista de aprovados. que vivem em uma região de conflitos” e Y corresponde
101. O nome do candidato constava da lista de aprovados. a “[a saúde mental] das pessoas que vivem em favelas
102. O relatório consta de dez páginas. ou na periferia das grandes cidades brasileiras”.
103. O relatório consta com dez páginas.
104. Tais informações constam. 114. (MPE-RS/Agente Administrativo) “... para aprovar, até o
105. Consta uma multa. final de 2009, um texto ...” O verbo que exige o mesmo
  tipo de complemento que o sublinhado está na frase:
a) De fato, o resultado é modesto.
Verbo Prep. Complemento Sentido
b) como fugir aos temas ...
custar adverbial = valor c) já respondem por 20% do total das emissões globais.
d) que já estão na atmosfera ...
Julgue os itens. e) só prejudica formas insustentáveis de desenvolvimento.
106. O carro custa R$20.000,00.
Atenção! O sentido não pode ser “demorar”: 115. (Metrô-SP/Advogado) “... que preferiu a vida breve glorio-
107. O desfile custou a terminar. sa a uma vida longa obscurecida”. O verbo que apresenta
Cuidado! O sujeito não pode ser pessoa. o mesmo tipo de regência que o destacado está na frase:
108. O pai custou a acreditar no filho. a) para finalizar com uma celebridade do contagiante
Importante! O sentido adequado é algo (sujeito) custar futebol.
(ser difícil) para alguém (complemento). Veja: b) “as fronteiras entre a ficção e realidade são cada vez
O relatório custou ao especialista. mais vagas”.
Custou-me acreditar. (Sentido: acreditar foi difícil para c) e retirou a menininha do berço incendiado.
mim). Aqui o sujeito é oracional: acreditar. d) Lembrei o exemplo de mártires...
Custou ao pai acreditar no filho. (Certo). Aqui o sujeito e) Não foram estes homens combatentes de grandes
é a oração: acreditar no filho. O complemento é: ao pai. feitos militares ...

Julgue os itens. 116. (Seplan-MA) Está correto o emprego da expressão des-


(PMDF/Médico) A leitura crítica pressupõe a capacidade do tacada na frase:
indivíduo de construir o conhecimento, sua visão de mundo, a) É vedada a exposição às cenas de violência a que
sua ótica de classe. estão sujeitas as crianças.
109. O trecho “de construir o conhecimento” estabelece b) Os fatos violentos de que se deparam as crianças
relação de regência com o termo “capacidade”, espe- multiplicam-se dia a dia.
Língua Portuguesa

cificando-lhe o significado. c) O autor refere-se a um tempo em cujo os índices de


violência eram bem menores.
(TRT 9 R/Técnico) Ao realizar leilões de créditos de carbono d) As tensões urbanas à que se refere o autor já estão
no mercado internacional, São Paulo dá o exemplo a outras banalizadas.
cidades brasileiras de como transformar os aterros, de fontes e) As mudanças sociais de cujas o autor está tratando
de poluição e de encargos onerosos para as finanças muni- pioraram a qualidade de vida.
cipais, em fontes de receitas, inofensivas ao meio ambiente.
110. Em “de como transformar”, o emprego da preposição 117. (AFRF) Marque o item em que a regência empregada
“de” é exigido pela regência de “transformar”. atende ao que prescreve a norma culta da língua escrita.

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a) A causa por que lutou ao longo de uma década po- (TJBA) Por seis julgamentos passou Cristo, três às mãos dos
deria tornar-se prioridade de programas sociais de judeus, três às dos romanos, e em nenhum teve um juiz. Aos
seu estado. olhos dos seus julgadores refulgiu sucessivamente a inocên-
b) Seria implementado o plano no qual muitos funcio- cia divina, e nenhum ousou estender-lhe a proteção da toga.
nários falaram a respeito durante a assembleia anual. 126. “Lhe” equivale à expressão a Ele e se refere a “Cristo”.
c) A equipe que a instituição mantinha parceria a lon-
go tempo manifestou total discordância da linha de (TJBA) Julgue o trecho abaixo quanto à correção gramatical.
pesquisa escolhida. 127. Exatamente no processo do justo por excelência, daquele
d) Todos concordavam que as empresas que a licença em cuja memória todas as gerações até hoje adoram por
de funcionamento não estivesse atualizada deveriam excelência o justo, não houve no código de Israel norma
ser afastadas do projeto. que escapasse à prevaricação dos seus magistrados.
e) Alheio aos assuntos sociais, o diretor não se afinava
com a nova política que devia adequar-se para de- (DFTrans/Analista) Seja qual for a função ou a combinatória
senvolver os projetos. de funções dominantes em um determinado momento de
comunicação, postula-se que preexiste a todas elas a função
(Detran-DF) Das 750 filiadas ao Instituto Ethos, 94% dos car- pragmática de ferramenta de atuação sobre o outro, de recur-
gos das diretorias são ocupados por homens brancos. so para fazer o outro ver/conceber o mundo como o emissor/
118. A substituição de “Das” por Nas não acarretaria pro- locutor o vê e o concebe, ou para fazer o destinatário tomar
blema de regência no período, que se manteria gama- atitudes, assumir crenças e eventualmente desejos do locutor.
ticalmente correto. 128. No período sintático “postula-se que (...) desejos do lo­
cutor”, as três ocorrências da preposição “de” estabelecem
De janeiro a maio, as vendas ao mercado chinês atingiram a dependência dos termos que regem para com o termo
US$ 1,774 bilhão. “função pragmática”, como mostra o esquema seguinte.
119. Pelos sentidos textuais, a substituição da preposição a,
imediatamente antes de “mercado”, por em não alte- de ferramenta
raria os sentidos do texto.
de atuação sobre o outro
função pragmática:
(MRE/Assistente) O Brasil só conseguiu passar da condição de de recurso para fazer o outro con-
país temerário para a aplicação de recursos, em uma época ceber o mundo
de prosperidade mundial, para a de mercado preferencial dos
investidores, justamente no auge de um período de turbu- (MS/Agente) A diretora-geral da OPAS, com sede em Washing-
lência financeira nos mercados internacionais, porque está ton (EUA), Mirta Roses Periago, elogiou a iniciativa de estados
colhendo agora os resultados de uma política econômica e municípios brasileiros de levar a vacina contra a rubéola
ortodoxa. (Zero Hora (RS), 26/2/2008 – com adaptações). aos locais de maior fluxo de pessoas, especialmente homens,
120. Imediatamente após “para a”, subentende-se o termo como forma de garantir a maior cobertura vacinal possível.
elíptico condição. 129. O emprego de preposição em “aos locais” justifica-se
pela regência de “vacina”.
A ética aponta o caminho por meio da consideração daquilo
que se convencionou chamar de direitos e deveres. 130. (TRT 21 R) Está correto o emprego do elemento desta-
121. O pronome “daquilo” pode ser substituído, sem prejuízo cada na frase:
para a correção gramatical do período, por do ou por a) Quase todas as novidades à que os moradores tive-
de tudo. ram acesso são produtos da moderna tecnologia.
b) O gerador a diesel é o meio pelo qual os moradores
Estudo do Banco Mundial (BIRD) sobre políticas fundiá- de Aracampinas têm acesso à luz elétrica.
rias em todo o mundo defende que a garantia do direito à c) A hipertensão na qual foram acometidos muitos mo-
posse de terra a pessoas pobres promove o crescimento radores tem suas causas na mudança de estilo de vida.
econômico. d) O extrativismo, em cujo os caboclos tanto se empe-
122. As regras de regência da norma culta exigem o emprego nhavam, foi substituído por outras atividades.
da preposição “a” imediatamente antes de “pessoas e) Biscoitos e carne em conserva são alguns dos alimen-
pobres” para que se complemente sintaticamente o tos dos quais o antropólogo exemplifica a mudança
termo garantia. dos hábitos alimentares dos caboclos.

A cocaína é um negócio bilionário que conta com a proteção 131. (Sesep-SE) Isso proporciona à fábula a característica de
das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), cujo ser sempre nova. A mesma regência do verbo detacado
contingente é estimado em 20.000 homens. na frase acima repete-se em:
123. No texto, “cujo”, pronome de uso culto da língua, corres- a) Histórias criadas por povos primitivos desenvolviam
ponde à forma mais coloquial, mas igualmente correta, explicações fantasiosas a respeito de seu mundo.
do qual. b) As narrativas de povos primitivos constituem um rico
acervo de fábulas, tanto em prosa quanto em versos.
(TRF) Um dos motivos principais pelos quais a temática das c) Pequenas narrativas sempre foram instrumento,
identidades é tão frequentemente focalizada tanto na mídia nas sociedades primitivas, de transmissão de va-
Língua Portuguesa

assim como na universidade são as mudanças culturais. lores morais.


124. Preserva-se a correção gramatical e a coerência textual d) Nas fábulas, seus autores transferem atitudes e
ao usar o pronome relativo que em lugar de “quais”, características humanas para animais e seres ina-
desde que precedido da preposição por. nimados.
e) Fábulas tornaram-se recursos valiosos de transmissão
(TRF) A busca de sentido para o cosmos se engata com a de valores, desde sua origem, em todas as sociedades.
procura de sentido para a existência da família humana.
125. Substituir “com a” por na não prejudicaria os sentidos 132. (Ipea) Preferimos confiar e acreditar nas coisas ..., a
originais ou a correção gramatical do texto. expressão destacada complementa corretamente, ao

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mesmo tempo, dois verbos que têm a mesma regên- EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE
cia: confiar em, acreditar em. Do mesmo modo, está
também correta a seguinte construção: Preferimos
CRASE
a) ignorar e desconfiar das coisas...
b) subestimar e descuidar das coisas... Crase é a contração de a + a = à.
c) não suspeitar e negligenciar as coisas... O acento (`) é chamado de acento grave, ou simplesmen-
d) nos desviar e evitar as coisas... te de acento indicador de crase.
e) nos contrapor e resistir às coisas... Gostei de + o filme. = Gostei do filme.
Acredito em + o filho. = Acredito no filho.
133. (Ipea) Ambos os elementos destacados estão empre- Refiro-me a + o filme. = Refiro-me ao filme.
gados de modo correto na frase: Refiro-me a + a revista. = Refiro-me à revista.
a) Nas sociedades mais antigas, em cujas venerava-
-se a sabedoria dos ancestrais, não se manifestava Exercitando e fixando a diferença entre a letra “a” como ar-
qualquer repulsa com os valores tradicionais. tigo somente e a letra “a” como preposição somente.
b) Os pais experientes, a cujas recomendações o ado- 1. Ponha nos parênteses P se o a for preposição, A se for
lescente não costuma estar atento, não devem es- artigo:
morecer diante das reações rebeldes. a) A nave americana Voyager chegou a ( ) Saturno.
c) A autoridade da experiência, na qual os pais julgam b) O Papa visitou a ( ) nação brasileira.
estar imbuídos, costuma mobilizar os filhos em bus- c) Admirava a ( ) paisagem.
car seu próprio caminho. d) Cabe a ( ) todos contribuir para o bem comum.
d) Quando penso em fazer algo de que ninguém tenha e) Ele só assiste a ( ) filmes de cowboy.
ainda experimentado, arrisco-me a colher as desven- f) Procure resistir a ( ) essa tentação.
turas com que me alertaram meus pais. g) Ajude a ( ) Campanha.
e) A autoridade dos pais, pela qual os adolescentes cos- h) O acordo satisfez a ( ) direção do Sindicato.
tumam se esquivar, não deve ser imposta aos jovens, i) Falou a ( ) todos com simpatia contagiante.
cuja a reação tende a ser mais e mais libertária. j) O acordo convém a ( ) funcionários e a ( ) funcionárias.
134. (Codesp) A matança ............estão sujeitas as baleias é Exercitando e fixando a regra prática de crase com artigo.
preocupação da Comissão Baleeira Internacional, ........ 2. Complete as lacunas com a, as, à ou às junto dos subs-
atuação se iniciou em 1946 e ........ participam mais de tantivos femininos, observando as correspondências
50 países. necessárias: o = a; os = as; ao = à; aos = às.
As formas que preenchem corretamente as lacunas na Observe o paralelismo.
frase acima são, respectivamente: a) Dava comida aos gatos e ____ gatas.
a) a que – cuja – de que
b) Estimava o pai e ____ mãe.
b) que – cujo – de que
c) Perdoa aos devedores e ___ devedoras.
c) à que – cuja – com que
d) Prefiro o dia para estudar; ela prefere ____ noite.
d) à que – cuja a – com que
e) Terás direito ao abono e ____ gratificação.
e) a que – cuja a – de que
f) Confessou suas dúvidas ao amigo e ___ amiga.
g) Nunca faltava aos bailes e _____ festas de São João.
GABARITO h) Sempre auxilio os vizinhos e __ vizinhas.
i) Tinha atitudes agradáveis aos homens e ___ mulheres.
1. C 28. E 55. C 82. E 109. C
2. E 29. C 56. E 83. C 110. E
3. C 30. C 57. C 84. C 111. C
Pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo
4. C 31. E 58. E 85. C 112. C
5. E 32. C 59. C 86. C 113. C Método prático
6. C 33. C 60. C 87. E 114. e Entregue o livro a este menino.
7. C 34. E 61. E 88. C 115. c Note: a + este  a + aquele (veja que temos a + a).
8. E 35. E 62. C 89. C 116. a
9. C 36. C 63. E 90. C 117. a Então:
10. C 37. E 64. C 91. C 118. C Entregue o livro àquele menino.
11. C 38. E 65. E 92. C 119. E
12. C 39. C 66. E 93. C 120. C Leia este livro.
13. C 40. E 67. C 94. C 121. C Note: só temos este, sem preposição a. Então ficará sem
14. E 41. C 68. E 95. C 122. C crase com “aquele”:
15. C 42. E 69. C 96. E 123. E Leia aquele livro.
16. C 43. C 70. C 97. C 124. C
17. C 44. E 71. E 98. C 125. C Exercitando e fixando a regra prática de crase com pronome
18. C 45. C 72. C 99. C 126. C aquele(s), aquela(s), aquilo.
Língua Portuguesa

19. E 46. C 73. E 100. C 127. C 3. Preencha as lacunas com aquele, aqueles, aquela, aque-
20. E 47. E 74. C 101. E 128. E las, aquilo, se não houver preposição a; ou então com
21. C 48. C 75. C 102. C 129. e àquele, àqueles, àquela, àquelas, àquilo, se ocorrer a
22. C 49. C 76. C 103. E 130. b preposição a exigida pelo termo anterior regente.
23. E 50. C 77. C 104. C 131. d a) A verba aprovada destinava-se apenas ________ des-
24. C 51. C 78. C 105. C 132. e pesas inadiáveis.
25. E 52. C 79. C 106. C 133. b b) Prefiro este produto __________.
26. C 53. C 80. C 107. E 134. a c) As providências cabem ________ que estejam inte-
27. E 54. E 81. C 108. E ressados.

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d) Submeterei _________ alunos a uma prova. Conclusão:
e) Nunca me prestaria a isso nem ____________. O artigo definido é necessário para acompanhar nomes
f) Ficaram todos obrigados ____________ horário. já definidos, únicos, específicos. Mas é facultativo, do ponto
g) Já não amava __________ moça. de vista de correção gramatical, quando o nome não está
h) Ofereceu uma rosa _______ moça. definido, não é específico. Apenas o sentido se altera.
i) Reprovo _______ atitude.
j) Não teremos direito ______ abono. 5. (TJDFT) Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase,
k) Não se negue alimento _______ que têm fome. julgue os fragmentos apresentados nos itens a seguir.
l) ___________ hora tudo estava tranquilo. a) Direito a trabalho e a remuneração que assegure con-
m) Deves ser grato _______ que te fazem benefícios. dições de uma existência digna.
n) Traga-me _____ cadeira, por favor. b) Direito à unir-se em sindicatos.
o) Diga _______ candidatos que logo os atenderei. c) Direito a descanso e à lazer.
p) É isso que acontece ______ que não têm cautela. d) Direito à uma segurança social.
q) Ofereça uma cadeira ______ senhora. e) Direito à proteção à família.
r) Abra ___________ janelas: o calor está sufocante. f) Assistência para a mãe e às crianças.
g) Direito à boa saúde e à educação de qualidade.
s) Compareceste ________ festa?
(TST) “São parâmetros hoje exigidos pelo mercado no que
Exercitando e fixando a regra prática de crase com a(s) =
se refere à empregabilidade.”
aquela(s). 6. Ocorre acento grave em “à” antes de “empregabilida-
Faça o exercício a seguir observando as comparações entre de” para indicar que, nesse lugar, houve a fusão de uma
parênteses. Onde tiver a + o no masculino, você usará crase preposição, exigida pelo vocábulo antecedente, com um
(a + a) no feminino. artigo definido, usado antes dessa palavra feminina.
4. Preencha as lacunas com a, as, quando se tratar do artigo
ou do pronome demonstrativo; e com à, às, quando hou- (TJDFT) “A fé crescente na revolução científica gerava otimis-
ver crase da preposição a com artigo ou o demonstrativo mo quanto às futuras condições da humanidade.”
a, as: 7. O acento indicativo de crase é opcional no texto; por-
a) Estavam acostumados tanto ____ épocas de guerra tanto, pode ser retirado sem prejuízo para a correção
quanto ____ de paz. (Compare: Estavam acostumados gramatical da frase.
tanto aos tempos de guerra quanto aos de paz.)
b) Confiava ____ tarefas difíceis mais _____ velhas (HUB) “Há contradições entre o mundo universitário tradi-
amizades do que _____ novas. (Compare: Confiava cional e as aspirações dos estudantes e de seus familiares
os trabalhos difíceis mais aos velhos amigos do que quanto a possibilidades finais de inserção profissional no
aos novos.) mundo real.”
c) ______ espadas antigas eram mais pesas que ___ de 8. O emprego do sinal indicativo de crase (à) em “quanto
hoje. (Compare: Os rifles antigos eram mais pesados a possibilidades” dispensaria outras transformações no
que os de hoje.) texto e manteria a correção gramatical do período.
d) _____ forças de Carlos Magno eram tão valentes como
____ do Rei Artur. (Compare: Os soldados de Carlos (PRF) “Muitos creem que a Internet é um meio seguro de
Magno eram tão valentes como os do Rei Artur.) acesso às informações.”
e) _____ forças de Bernardo deram combate ____ que 9. A omissão do artigo definido na expressão “acesso às
defendiam Carlos Magno. (Compare: Os homens de informações”, semanticamente, reforçaria a noção ex-
Bernardo deram combate aos que defendiam Carlos pressa pelo substantivo em plena extensão de seu sig-
Magno.) nificado e, gramaticalmente, eliminaria a necessidade
f) Esta moça se assemelha ____ que você me apresentou do emprego do sinal indicativo de crase, resultando na
ontem. (Compare: Este rapaz se assemelha ao que seguinte forma: acesso a informações.
você me apresentou ontem.)
g) ______ Medicina dá combate ____ doenças dos ho- Julgue os itens 10, 11 e 12 quanto ao uso da crase.
mens e ____ dos animais. (Compare: Os médicos dão 10. (TRF) “O TCU quer avaliar o controle exercido pela Supe-
rintendência da Receita Federal sobre à rede arrecada-
combate aos males dos homens e aos dos animais.)
dora de receitas federais.
h) Esta tinta não se compara ___ que usaram antes.
(Compare: Este papel não se compara ao que usaram
11. (AFRF) Para os membros da Comissão de Assuntos Eco-
antes.) nômicos do Senado (CAE), a qual os acordos internacio-
i) Prestava atenção ___ palavras dos velhos, mas não nais são submetidos, cabe ao Brasil novas solicitações de
____ dos jovens. (Compare: Prestava atenção aos empréstimos ao FMI.
ensinamentos dos velhos, mas não aos dos jovens.)
12. (AFRF) As Metas de Desenvolvimento do Milênio preve-
Importante: em a redução da pobreza a metade até 2015.
Língua Portuguesa

Precisamos enxergar situações em que o artigo definido


pode ser suprimido corretamente. Apenas o sentido mudará. 13. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas
Todo o país comemorou. do texto.
Sentido: país definido. Para incentivar o cumprimento dos Objetivos de Desen-
Todo país comemorou. volvimento do Milênio no Brasil, o presidente Luiz Inácio
Sentido: país qualquer. Lula da Silva lançou o Prêmio ODM BRASIL. A iniciativa
do governo federal em conjunto com o Movimento Na-
Todo Brasil comemorou. (errado) cional pela Cidadania e Solidariedade e o Programa das
Todo o Brasil comemorou. (certo) Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) vai se-

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
lecionar e dar visibilidade __1___ experiências em todo à maneira de
o país que estão contribuindo para o cumprimento dos à beira de
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), como à procura de
__2__ erradicação da extrema pobreza e __3__ redu-
ção da mortalidade infantil. Os ODM fazem parte de um Locução adverbial possui a seguinte estrutura:
compromisso assumido, perante __4__ Organização das Preposição + substantivo
Nações Unidas, por 189 países de cumprir __5__ 18 me- à vista
tas sociais até o ano de 2015. a prazo
1 2 3 4 5 a lápis
a) a à à a às à caneta
b) as a a à as
c) às à a à às 3. Locução adjetiva
d) a a a a as Estrutura: preposição + substantivo
e) as a a à às Relação: qualifica, especifica um substantivo.
Houve pagamento à vista.
Casos Especiais de Crase Houve pagamento a prazo.
O risco à caneta não sai.
Sinal de Crase em Locuções Femininas O risco a lápis sai.

1. Locuções adverbiais 4. Locução conjuntiva


Risquei o lápis. À proporção que / À medida que
Risquei a caneta. Ele enriqueceu à medida que investiu na bolsa.
Risquei a lápis. Foi grande a medida que ele investiu na bolsa. (Notemos
Risquei à caneta. aqui o sujeito: a medida foi grande)
À proporção que estudava, surgiam dúvidas.
Regra: Os matemáticos estudam a proporção que existe entre
O sinal de crase distingue entre a locução adverbial fe- os números. (Note aqui o objeto direto de “estudam”: estu-
minina e o objeto direto. dam o quê? Resposta: estudam a proporção..., como alguém
Vendo a prazo. estuda o limite e a derivada).
Vendo à vista.
Vendo a vista. Sinal de Crase na Indicação de Horário
Dobrei a direita.
Dobrei à direita. Regra:
Ocorre crase somente se indicarmos a hora como horário
Nota: quando algo ocorre, ocorreu ou ocorrerá.
Será facultativo o sinal de crase somente com a locução Não ocorre crase quando indicamos quanto tempo pas-
adverbial feminina de instrumento, apenas no caso de não sou ou passará.
haver duplo sentido sem o sinal de crase. Nós vamos chegar lá às duas horas.
Risquei o muro a caneta. (certo) Compare com: Nós chegaremos lá ao meio-dia.
Risquei o muro à caneta. (certo) Nós vamos estar lá daqui a duas horas. (quantidade de
Perceba que se trata de locução adverbial de instrumen- tempo que vai passar)
to, mesmo sem ter visto o sinal de crase. Nós estamos aqui há duas horas. (quantidade de tempo
que já passou, tempo decorrido)
2. Locuções prepositivas
A espera de vagas terminou. Sinal de Crase após a Palavra “Até”
Consegui matricular-me.
À espera de vagas, ficamos todos. Vou ao clube.
Ainda não nos matriculamos. Vou até o clube.
Vou até ao clube.
Regra:
O sinal de crase é necessário para indicar a locução pre- Nota:
positiva feminina. O sinal distingue entre a locução e outras Após “até”, será facultativa a preposição pedida pelo
estruturas. termo anterior.

Quais outras estruturas? Então:


Sujeito, objeto, complemento não constituem locução Vou à praia.
prepositiva. Vou até a praia.
Vou até à praia.
Dica:
Língua Portuguesa

De modo geral, a locução prepositiva introduz locução Conclusão:


adverbial. Crase facultativa após “até”, desde que seja pedida pre-
Os trabalhadores já concluíram a cata de cocos. posição pelo termo anterior.
Os trabalhadores saíram cedo à cata de cocos.
Mas, cuidado!
Observação: Vi o clube. (certo)
Locução prepositiva possui a seguinte estrutura: Vi até o clube. (certo)
Preposição + substantivo + preposição Vi até ao clube. (errado)
à custa de Vi a praia. (certo)

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Vi até a praia. (certo) Sinal de Crase diante de Pronome Possessivo Feminino:
Vi até à praia. (errado) minha, sua, tua, nossa, vossa
Meu livro chegou. (certo)
Sinal de Crase diante de Pronomes de Tratamento O meu livro chegou. (certo)

Vossa Senhoria deve comparecer. (certo) Conclusão:


A Vossa Senhoria deve comparecer. (errado) O artigo definido é facultativo antes de pronomes pos-
sessivos.
Regra: Minha revista chegou. (certo)
De modo geral, não se pode empregar artigo antes de A minha revista chegou. (certo)
pronomes de tratamento.
Refiro-me a Vossa Senhoria. (certo) Aplicação (Como o artigo fica facultativo, então a crase
Refiro-me à Vossa Senhoria. (errado) ficará também facultativa):
Refiro-me a meu livro. (certo)
Observe também: Refiro-me ao meu livro. (certo)
O senhor deve comparecer. (certo) Refiro-me a minha revista. (certo)
Senhor deve comparecer. (errado) Refiro-me à minha revista. (certo)
Regra: Informação:
Exigem artigo os pronomes de tratamento: Senhor, Se- Artigo pressupõe substantivo escrito ao qual se refere
nhora, Madame, Senhorita. na sequência.
Refiro-me ao Senhor. O uso de água e o de combustível são prioritários.
Refiro-me à Senhora.
Note:
Mas, cuidado! Substantivo “uso”. Artigo “o”, que acompanha “uso”.
Visitarei o Senhor. Mas, em “o de combustível”, apenas subentendemos
Visitarei a Senhora. “uso”. Não está escrito. Então, não temos aqui artigo defini-
do. Trata-se de pronome demonstrativo “o = aquele”.
Atenção:
O artigo é opcional com o tratamento dona. Observe ainda:
Dona Maria chegou. Meu livro chegou e o seu não.
A Dona Maria chegou.
Note que o artigo é facultativo, porém o pronome “o”
não é. O pronome é obrigatório para representar o termo
Então:
“livro” não repetido.
Refiro-me a Dona Maria.
Refiro-me à Dona Maria.
Aplicação (Onde o pronome “o” ou “a” for obrigatório,
então a crase também será obrigatória):
Vamos analisar uma questão interessantíssima!
(MI/Agente Adm.) A expressão nominal “D. Fortunata” é em- Refiro-me a meu livro e não ao seu. (certo)
pregada, no texto, sem artigo. Por essa razão, caso a palavra Refiro-me a meu livro e não a seu. (errado)
sublinhada em “deu joias à mulher” fosse substituída por “D. Refiro-me ao meu livro e não ao seu. (certo)
Fortunata”, o acento grave sobre o a que sucede “joias” não Refiro-me ao meu livro e não a seu. (errado)
deveria ser empregado.
Resposta: Certo Então:
Refiro-me a minha revista e não à sua. (certo)
(MJ/Analista) “Às vezes faz bem chorar / E nas velhas cordas Refiro-me a minha revista e não a sua. (errado)
procurar / Notas e acordes esquecidos / Os dedos calejados Refiro-me à minha revista e não à sua. (certo)
deslizar / Recordar, saudoso, um samba antigo”. Refiro-me à minha revista e não a sua. (errado)
14. A letra de Ivor Lancelllotti emprega adequadamente o
acento de crase. Também está correto esse uso do acento 16. (MJ/Agente) “À margem das rodovias de grande movi-
em mento...” Diferente do exemplo destacado, o único caso
a) Deixei o carro no lava à jato e fui à confeitaria escolher em que o acento grave foi usado de forma ERRADA, nas
uns doces. alternativas abaixo, é
b) Quando saímos à cavalo estamos apenas à procura a) Ficamos à vontade no evento.
de paz e sossego. b) Refiro-me à minha irmã.
c) Retiraram-se às pressas para não responderem às c) Chegarei à uma hora, não ao meio-dia.
perguntas da mídia. Nota:
d) Daqui à uma hora e meia irei até à piscina para exa- Aqui temos o numeral “uma”. Só ele pode ter crase
minar a água e o cloro. antes de si. Não há crase antes do artigo indefinido
Língua Portuguesa

e) Encaminhamos ontem à V. Sa. os convites para a re- “uma”.


cepção à família. d) Dirija-se à qualquer moça do balcão.
Nota:
(MJ/Economista) Presente à entrevista de apresentação da Proibido crase diante de palavras indefinidas. Lembre
pesquisa, o secretário de Educação Continuada, Alfabetiza- que o artigo que a crase contém é definido.
ção e Diversidade do MEC, André Luiz Lázaro, admitiu que e) À medida que os anos passam, fico pior.
há um desafio de qualidade a ser superado no EJA.
15. A supressão do acento grave em “presente à entrevista” 17. (IBGE) Assinale a opção incorreta com relação ao empre-
manteria a correção gramatical e o sentido do texto. go do acento indicativo de crase.

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a) O pesquisador deu maior atenção à cidade menos b) Pedimos silêncio a todos. Pouco a pouco, a praça cen-
privilegiada. tral se esvaziava.
b) Este resultado estatístico poderia pertencer à qual- c) Esta música foi dedicada a ele. / Os romeiros chegaram
quer população carente. a Bahia.
c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu à entre- d) Bateram a porta! Fui atender. / O carro entrou a direita
vista. da rua.
d) A verba aprovada destina-se somente àquela cidade e) Todos a aplaudiram. / Escreve a redação a tinta.
sertaneja.
e) Veranópolis soube unir a atividade à prosperidade. GABARITO
Sinal de Crase diante de Nomes Próprios de Lugar (To- 1. a) P c) àqueles f) à
pônimos) b) A d) aqueles g) a,às,às
c) A e) àquilo h) à
Regra Prática: d) P f) àquele i) às,às
Se volto da, crase no a. e) P g) aquela
Se volto de, crase pra quê. f) P h) àquela 5. CEEECCC
g) A i) aquela 6. C
Saímos de Brasília, fomos a Fortaleza (voltamos de Forta- h) A j) àquele 7. E
leza), depois fomos a Natal (voltamos de Natal), descemos i) P k) àqueles 8. E
à Bahia (voltamos da Bahia). Então retornamos a Brasília j) PP l) àquela 9. C
(voltamos de Brasília). m) àqueles 10. E
2. a) às n) aquela 11. E
Mas: b) a o) àqueles 12. E
Saímos de Brasília, fomos à Fortaleza dos sonhos (volta- c) às p) àqueles 13. d
mos da Fortaleza dos sonhos), depois fomos à Natal dos d) a q) àquela 14. c
holandeses (voltamos da Natal dos holandeses), desce- e) à r) aquelas 15. E
mos à Bahia (voltamos da Bahia). Então retornamos à f) à s) àquela 16. d
bela Brasília (voltamos da bela Brasília). g) às 17. b
h) as 4. a) às, às 18. d
18. (IBGE) Assinale a opção em que o a sublinhado nas duas i) às b) as,às,às
frases deve receber acento grave indicativo de crase. c) as,as
a) Fui a Lisboa receber o prêmio. / Paulo começou a falar 3. a) àquelas d) as,as
em voz alta. b) àquele e) as,às

QUADRO-RESUMO DE CRASE

CRASE OBRIGATÓRIA CRASE PROIBIDA CRASE FACULTATIVA


Antes de hora = trocar por ao meio-dia. Antes de palavra masculina. Antes de pronome possessivo adjetivo
Chegou às duas horas. (ao meio-dia) Andava a pé. feminino.
Espero desde as três horas. (o meio-dia) Foi assassinato a sangue-frio. Refiro-me à/a sua tia.
Escreveu a lápis.
Com as palavras moda ou maneira Antes de verbo. Antes de nome de mulher.
ocultas. Estava decidido a fugir. Dei o carro à/a Maria.
Quero bife à milanesa. (à moda milanesa) Tudo a partir de 1,99.
Estilo à Rui Barbosa. (à maneira de Rui
Barbosa)
Subentendendo as palavras faculdade, A (no singular) + palavra no plural. Depois da preposição Até.
universidade, escola, companhia, em- Só faço favor a pessoas dignas. Fui até à / a praia.
presa e semelhantes. Dê isto a suas irmãs. Mas: Visitei até a praia. (VTD)
O Governo não fez concessões à Ford.
Preferiu a Faculdade de Letras à Hélio
Afonso.
Antes da palavra distância, quando de- Antes de pronome indefinido ou pala- Antes de Europa, Ásia, África, Espanha,
terminada. vra por ele modificada. França, Inglaterra, Escócia e Holanda
Fiquei à distância de dez metros. Disse isso a toda pessoa.
Fiquei a distância. Não irei a festa alguma.
Língua Portuguesa

Aqui não cabe crase, pois a palavra “fes-


ta” está determinada por pronome in-
definido. Compare com masculino: Não
irei a baile algum.
Nas locuções com palavras femininas. Antes de pronome de tratamento, salvo Antes do tratamento dona.
Choveu à noite. Dona, Senhora, Madame, Senhorita. Ele dirigiu a palavra a / à dona Maria.
Ele melhora à medida que é medicado. Enviarei tudo a Vossa Senhoria.
Houve um baile à fantasia.

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Antes de terra, salvo quando antônimo Antes de terra antônimo de bordo. Em locuções adverbiais femininas de
de bordo. Mandou o marinheiro a terra. instrumento.
O agricultor tem apego à terra. Galdesteu matou o rei a / à faca.
Do céu à terra. Voltou à terra onde nasceu. Antes de quem e cujo(s), cuja(s). Mas: Preencher à máquina ou em letra
O prêmio cabe a quem chegar primeiro. de forma. (crase obrigatória para evitar
Esta é a autora a cuja peça me referi. duplo sentido)
Antes de Senhora, Madame, Senhorita. Entre palavras repetidas.
Ninguém resiste à Senhora Neide. (Mas: Estavam cara a cara.
Vi a Senhora Neide. – VTD) Venceu a corrida de ponta a ponta.
Antes de nomes de lugar especificados Depois de preposições (ante, após, com,
ou que aceitem artigo. conforme, contra, desde, durante, entre,
Fui à bela Brasília. mediante, para, perante, sob, sobre, se-
Fui à Bahia. gundo).
Após as aulas, conforme a ocasião, para
a paz; segundo a lei etc.
Quando ocorre as diante de pronome Quando se subentende um indefinido
possessivo adjetivo no plural. entre a preposição a e o substantivo
Refiro-me às suas tias. feminino.
Estacionamento sujeito a multa. (a uma
multa)
Antes da palavra casa, quando deter- Antes de casa = lar.
minada por adjunto de posse. Retornei a casa.
Chegamos à casa de Pafúncio.
Antes de nomes de lugar que não ad-
mitem o artigo.
Fui a Brasília.
Chegamos a Maceió.
Antes de numerais.
O número de acidentes chegou a 35.
Antes de nomes de santas.
Sou grato a Santa Clara.
EXERCÍCIOS elas remete a “crianças”, substantivo feminino utilizado
no texto.
(Funiversa/Terracap) Acerca da frase “Às vezes até esqueço
que fui adotada”. (Funiversa/Iphan) Os povos da oralidade são portadores de
1. O verbo esquecer está empregado com traços tipica- uma cultura cuja fecundidade é semelhante à dos povos da
mente coloquiais, pois a forma padrão culta exige que, escrita.
na frase, ele seja acompanhado de pronome me e pre- 5. O acento indicativo de crase em “semelhante à dos povos
posição de. da escrita” pode ser eliminado, pois é opcional.

(Funiversa/Terracap) Acerca da frase “São emissoras trans- 6. (Funiversa/Sejus) Cada uma das alternativas a seguir
mitidas de qualquer país que passe pela nossa mente – e apresenta reescritura de fragmento do texto. Assinale
alguns outros de cuja existência sequer desconfiávamos.” aquela em que a reescritura apresenta erro relacio-
2. A troca da preposição “de”, na segunda ocorrência, por nado ao emprego ou à ausência do sinal indicativo de
em provocaria uma falha na regência do verbo descon- crase.
fiar. a) Seu desenvolvimento pode ser atribuído a violações
de direitos humanos.
(Funiversa/Terracap) A respeito do texto “Cada órgão do b) O legado do nazismo foi condicionar a titularidade de
nosso corpo tem uma função vital e precisa estar 100% em direitos aquele que pertencesse à raça ariana.
condições.” c) Pelo horror absoluto à exterminação.
3. A expressão “em condições”, segundo a gramática da d) A ruptura do paradigma deve-se à barbárie do totali-
língua portuguesa, exige um complemento que integre tarismo.
o seu sentido. Porém, no texto, a ausência desse com- e) É necessária a reconstrução dos direitos humanos.
Língua Portuguesa

plemento não promoveu prejuízo para a compreensão


da informação. 7. (Funiversa/Terracap) No trecho: “Em meio à burocracia
oficial, o rock ocupou o espaço urbano, os parques, as
Por maiores que sejam os esforços e a generosidade dos superquadras de Lucio Costa, cresceu e apareceu.”, o uso
que lhes oferecem atenção e cuidado, essas crianças estarão do sinal indicativo de crase é
desprovidas do fundamental: carinho e referência familiar. a) facultativo, pois antecipa palavra feminina seguida de
4. O termo “lhes” pode ser substituído pela expressão à adjetivo masculino.
elas, com acento indicativo de crase, pois o pronome b) inadequado, pois não indica contração.

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c) proibido, porque não se admite crase antes de subs- d) a - a - à
tantivos abstratos. e) à - à - à
d) obrigatório, pois indica uma vogal átona representada
por um artigo. 14. (FCC/TRE-RN) Graças ...... resistência de portugueses e
e) adequado, pois representa a contração da preposição espanhóis, a Inglaterra furou o bloqueio imposto por Na-
a e do artigo definido feminino a. poleão e deu início ...... campanha vitoriosa que causaria
...... queda do imperador francês.
(Funiversa/Terracap) Na frase “O que se opõe à nossa cultura Preenchem as lacunas da frase acima, na ordem dada,
de excessos e complicações é a vivência da simplicidade”. a) a - à - a
8. O acento indicativo de crase é facultativo. b) à - a - a
c) à - à - a
No texto “A simplicidade sempre foi criadora de excelên- d) a - a - à
cia espiritual e de liberdade interior. Henry David Thoreau e) à - a - à
(+1862), que viveu dois anos em sua cabana na floresta junto
a Walden Pond, atendendo estritamente às necessidades 15. (DNOCS) Muitos consumidores não se mostram atentos
vitais, recomenda incessantemente em seu famoso livro- ...... necessidade de sustentabilidade do ecossistema e
-testemunho: Walden ou a vida na floresta: “simplicidade, não chegam ...... boicotar empresas poluentes; outros
simplicidade, simplicidade”.” se queixam de falta de tempo para se dedicarem ......
9. O acento indicativo de crase antes de “necessidades vi- alguma causa que defenda o meio ambiente. As lacu-
tais” é exigência da palavra “estritamente”. nas da frase acima estarão corretamente preenchidas,
respectivamente, por
(Funiversa/HFA) Na frase: “As demissões recordes nas com- a) à - a - a
panhias americanas devido à crise fizeram vítimas inusitadas b) à - a - à
– os próprios executivos de recursos humanos.” c) à - à - a
10. O uso da crase em “à crise” deve-se ao fato de ser uma
d) a - a - à
locução adverbial feminina.
e) a - à – à
11. (Alesp) Orientação espiritual ...... todas as pessoas é um
16. (SP/BIBLIOT) Alguns atribuem ...... linguagem as infindá-
dos propósitos ...... que escritores e pensadores vêm se
veis possibilidades de comunicação entre os homens.
dedicando, porque a perplexidade e a dúvida são inevi-
Mas é comum que durante uma conversa o falante faça
táveis ...... condição humana.
alusões ...... conteúdos implícitos que ultrapassam aquilo
As lacunas da frase acima estarão corretamente preen-
que está de fato sendo dito; tais conteúdos podem ser
chidas, respectivamente, por:
corretamente inferidos pelo interlocutor, devido, por
a) à - a – à
exemplo, ...... entonação usada pelo falante.
b) à - à - a
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
c) a - a – à
ordem dada:
d) a - à - à
e) a - a - a a) a − à − à
b) à − a − à
12. (Bagas) Tomando a melodia ...... música europeia, ao c) a − a − à
mesmo tempo em que a harmonia era inspirada no jazz d) à − à − a
americano, a bossa nova foi buscar o ritmo na música e) a − à − a
africana, o que resultou numa mistura que parece encan-
tar ...... todos os estrangeiros que vêm ...... conhecê-la. GABARITO
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
ordem dada: 1. E 9. E
a) à - a – a 2. C 10. E
b) à - a - à 3. C 11. c
c) a - à – a 4. E 12. a
d) a - à - à 5. E 13. c
6. b 14. c
e) à - à - a
7. e 15. a
8. C 16. b
Língua Portuguesa

13. (TCE/SP) A alimentação diária, ...... base de feijão com


arroz, fornece ...... população brasileira os nutrientes
necessários ...... uma boa saúde.
As lacunas da frase acima estarão corretamente preen-
chidas, respectivamente, por:
a) a - à – à
b) à - a - a
c) à - à – a

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TRE-BA

SUMÁRIO

Noções de Informática

Noções de sistema operacional (ambientes Linux e Windows)...................................................................................... 13/3

Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office e BrOffice)................................................. 16/36

Redes de computadores. Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet..............53

Programas de navegação (Microsoft Internet Explorer, Mozilla Firefox e Google Chrome)...............................................58

Programas de correio eletrônico (Windows Live Mail, Zimbra)........................................................................................ 103

Sítios de busca e pesquisa na Internet................................................................................................................................. 83

Grupos de discussão............................................................................................................................................................. 86

Redes sociais......................................................................................................................................................................... 89

Computação na nuvem (cloud computing).......................................................................................................................... 97

Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas..........................................3

Segurança da informação. Procedimentos de segurança. Noções de vírus, worms e pragas virtuais. Aplicativos
para segurança (antivírus, anti-spyware)............................................................................................................................. 90

Procedimentos de backup.................................................................................................................................................... 96

Armazenamento de dados na nuvem (cloud storage)...................................................................................................... 101

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Noções de Informática
Jorge Fernando / Marcelo Andrade

Jorge Fernando vida dos consumidores que têm acesso a essa ferramenta.
O Windows Update for Business também estará presente
WINDOWS 10 aqui, juntamente com o Long Term Servicing Branch, como
uma opção de distribuição de updates de segurança para
O Windows 10 é um excelente sistema operacional e está situações e ambientes críticos.
sendo considerado um dos melhores de todos os tempos.
O Windows 10 oferece o melhor do Windows 7 e 8 devol- Windows 10 Education
vendo ao usuário o “Menu Iniciar” (uma grande novidade/ Construído sobre o Windows 10 Enterprise, a versão
diferença e que pode cair em prova). Education é destinada a atender às necessidades do meio
Como o Cespe já cobrou várias vezes em concursos as educacional. Os funcionários, administradores, professores
edições do “Windows 7”, a exemplo do concurso recente do e estudantes poderão aproveitar os recursos desse sistema
STJ na questão: “(Cespe/STJ/Analista/2015) O Windows 7 foi operacional que terá seu método de distribuição baseado
lançado em quatro versões, cada uma direcionada a um pú- através da versão acadêmica de licenciamento de volume.
blico específico. A versão Starter possibilita a encriptação de
Windows 10 Mobile Enterprise
dados mediante o uso do recurso conhecido como BitLocker.”
Projetado para smartphones e tablets do setor corpora-
Questão errada. O Windows 7 foi lançado em seis versões,
tivo. Essa edição também estará disponível através do Licen-
cada uma direcionada a um público específico. Outro erro ciamento por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do
é afirmar que o recurso BitLocker, de criptografia de dados, Windows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas para
existe na edição STARTER. Já o Windows 10, que nos interessa o mercado corporativo.
nesse módulo, foi lançado nas sete seguintes edições:
Windows 10 Iot Core
Edições do Windows 10 Claro que a Microsoft não deixaria de pensar no setor de IoT
Windows 10 Home (Internet of Things), que nada mais é do que o grande “boom”
no mercado para os próximos anos. Trata-se da intenção de
Esta é a versão mais simples, destinada aos usuários do-
interligar todos os dispositivos à rede. A Microsoft prometeu que
mésticos que utilizam computadores de mesa, notebooks,
haverá edições do Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile
tablets e dispositivos 2 em 1. Será disponibilizada gratuita- Enterprise destinados a dispositivos como caixas eletrônicos,
mente em formato de atualização (durante o primeiro ano de terminais de autoatendimento, máquina de atendimento para
lançamento) para usuários do Windows 7 e do Windows 8.1. o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será destinada
Haverá também uma segunda versão, destinada ao varejo. O para dispositivos pequenos e de baixo custo.
Windows 10 Home vai contar com a maioria das funcionalida-
des apresentadas até agora: Cortana como assistente pessoal Mudanças do Windows 10
(em mercados selecionados), navegador Microsoft Edge, o
recurso Continuum para os aparelhos compatíveis, Windows O Windows 10 é a mais recente versão do sistema opera-
Hello (reconhecimento facial, íris e digitais para autenticação), cional da Microsoft. Multiplataforma, ele pode ser instalado
streaming de jogos do Xbox One e alguns dos primeiros apps em PCs e dispositivos móveis como smartphones e tablets.
universais, como Photos, Maps, Mail, Calendar, Music e Vídeo. A versão liberada para computadores une a interface clássica
do Windows 7 com o design renovado do Windows 8, criando
Windows 10 Mobile um ambiente versátil capaz de se adaptar a telas de todos os
Essa é a versão do Windows 10 destinada ao setor móvel, tamanhos e perfeito para uso com teclado e mouse, como
que engloba os dispositivos de tela pequena sensíveis ao to- o tradicional desktop.
que, como smartphones e tablets. Disponível gratuitamente Vamos explorá-lo:
para atualização (durante o primeiro ano de lançamento)
para usuários do Windows Phone 8.1. Essa versão irá contar Menu Iniciar
com os mesmos aplicativos da versão Home, além de uma Fiquem atentos ao novo MENU INICIAR, pois o Cespe
versão otimizada do Office. também cobrou o Windows 7, e não podem existir confu-
sões. De um lado ele possui uma lista de locais, aplicativos
Windows 10 Pro instalados e documentos, e do outro lado, ficam os blocos
Assim como a Home, essa versão também é destinada dinâmicos (live tiles), onde são exibidos ícones de programas,
para os PCs, notebooks, tablets e dispositivos 2 em 1. A ver- informações de clima, notícias e dados de softwares. Há tam-
são Pro difere-se do Home em relação a certas funcionali- bém atalhos para contatos e websites prediletos.
dades que não estão presentes na versão mais básica. Essa
é a versão recomendada para pequenas empresas, graças
aos seus recursos para segurança digital, suporte remoto,
Noções de Informática

produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem. Dis-


ponível gratuitamente para atualização (durante o primeiro
ano de lançamento) para clientes licenciados do Windows
7 e do Windows 8.1.

Windows 10 Enterprise
A versão Enterprise do Windows 10 é construída sobre o
Windows 10 Pro e é destinada ao mercado corporativo. Conta
com recursos de segurança digital que são prioridade para
perfis corporativos. Essa edição vai estar disponível através
do programa de Licenciamento por Volume, facilitando a Figura 01

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O menu do sistema pode ser personalizado: os blocos • Rede e Internet
podem ser rearranjados e redimensionados, e tudo pode ser • Personalização
fixado e desafixado do Menu Iniciar, permitindo que o mesmo • Contas
fique cheio de informações, de acordo com as necessidades • Hora e Idioma
do usuário. O Menu Iniciar também pode ser expandido de • Facilidade de Acesso
forma que fique como uma janela maximizada. Muito cui- • Privacidade
dado aos detalhes desse novo recurso tão importante que • Atualização e Segurança
mostraremos agora:
Essas categorias são apresentadas de acordo com a ima-
gem abaixo:

Figura 03

Figura 02 É possível usar o antigo painel de controles no novo Win-


dows 10? Sim, é possível. Muitos preferem usar a antiga
Aí está, na Figura 2, o aspecto do novo menu Iniciar do forma de configurar o computador, pois alguns recursos de
estágio (“build”) 9926 de Windows 10. E não se deixe enganar configuração não estão facilmente acessíveis no “Configu-
pelo fato de ele parecer tanto com o antigo (Windows 7). rações” do Windows 10. Para isso basta seguir os seguintes
Vamos analisá-lo para que se entenda a diferença. passos:
1. A seta 01 indica “Todos os aplicativos” que nos remete Passo 1. Clique com o botão direito do mouse no canto
a uma lembrança do “Todos os programas” do Windows 7. inferior esquerdo da tela – sobre o botão Iniciar. Em segui-
A diferença é que a do novo menu Iniciar abre, no painel da, no menu decorrente que aparece, clique em “Painel de
esquerdo, um conjunto de entradas absolutamente análogo Controle”;
ao que aparece no velho e saudoso menu Iniciar do Windows
7, mudando apenas a aparência dos ícones. Mas a lista de
todos os aplicativos e sua estrutura de pastas é exatamente
a mesma a que todos estavam acostumados.
2. A seta 02 aponta para a “Caixa de Pesquisar” que sem-
pre foi um recurso útil, porém foi removida no Windows 8.
Além de efetuar pesquisas em todos os programas e arquivos
do computador, executa também uma busca na Internet.
Mudou, e mudou para melhor. Incidentalmente: o acionar
do menu Iniciar apenas aumenta seu tamanho. Porque ela
existe, permanentemente, na Barra de Tarefas, representada
pelo ícone em forma de lupa (que fica encoberto quando se
abre o menu Iniciar). Só lembrando que era possível inserir
uma barra de endereços na barra de tarefas no Windows
7, que aceitava todo tipo de caminho ou endereço. Já no
Windows 10 essa mesclagem já é padrão.
3. A seta 03 indica as “Configurações” do Windows 10
que substitui o “Painel de controles” e permite manipular
Noções de Informática

toda a parte de Software e Hardware do computador. Isto,


naturalmente, caso seja este o desejo do usuário, pois este
ícone, assim como todos os outros que aparecem no painel
esquerdo ao se abrir o novo menu Iniciar, é opcional, já que
todo o conteúdo e aparência do novo menu Iniciar será confi- Figura 04
gurável pelo usuário. Essa nova central configurativa do Win-
dows 10 possui, por padrão, nove categorias que agrupam Passo 2. O Painel de Controle antigo do Windows será
os recursos configurativos do sistema operacional. São elas: aberto. Você pode adicionar um atalho na barra de tarefas
• Sistema ou na área de trabalho clicando sobre o ícone à esquerda
• Dispositivos do nome e arrastando.

Este eBook foi adquirido por IURI OLIVEIRA - CPF: 950.519.965-15.


A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
É muito provável que o Cespe faça alguma questão com
o “Menu Iniciar” do Windows 10, logo toda atenção é pouca.
Para começar, o que aparece na Figura 7 é o menu Iniciar
expandido, não a antiga Tela Iniciar do Windows 8. O “Iniciar”
do Windows 8 foi eliminado da Microsoft e muito rejeitado
pelos usuários, pois o menu Iniciar do Windows 10 expandido
cumpre, e bem melhor, o papel que cumpria o Iniciar do 8.
O menu Iniciar expandido também pode ser personalizado,
pode incluir qualquer dos blocos dinâmicos de Windows
(que permanecem redimensionáveis), pode receber grupos
de aplicativos e apresenta todas as facilidades da extinta Tela
Figura 05 Iniciar, porém é dotado de maior funcionalidade. Tudo nesta
nova configuração (ou praticamente tudo) é personalizável.
Passo 3. Para ficar um atalho na barra de tarefas, clique A lista de programas representados pelos blocos dinâmicos é
com o botão direito do mouse sobre o ícone e, no menu que a mesma tanto no menu Iniciar padrão quanto no expandido.
aparece, clique em “Fixar este programa na barra de tarefas”. A diferença é que o expandido contém mais blocos dinâmi-
cos. Esta, sim, é uma solução que oferece tudo aquilo que
o usuário precisa e pode ser usada de uma forma bastante
semelhante àquela a que ele já está acostumado há anos
com seus menus Iniciar tradicionais.
7. A seta 07 aponta uma identificação do usuário, mos-
trando um nome e podendo inserir uma foto. Como todos
os últimos sistemas operacionais da Microsoft são “Multiu-
suários” e permitem organizar o acesso ao computador por
meio de uma conta específica que pode ter uma senha de
acesso. Isso tudo pode ser personalizado por meio do “Con-
Figura 06
figurações”, disponibilizado no próprio menu iniciar.
4. A Seta 04 aponta para o “Menu Iniciar” que classica-
Barra de Tarefas
mente, por padrão, permanece no canto inferior esquerdo
A “Barra de tarefas” sempre foi um recurso muito aliado
da tela, na barra de tarefas. Como já falamos anteriormente,
o menu Iniciar é uma grande vantagem que reconquistou os ao usuário que a utiliza constantemente. A seguir mostramos
usuários do Windows. Esse botão também é acionado por uma imagem de uma barra de tarefas e sua forma padrão.
uma tecla do teclado chamada “Winkey” que fica situada um
pouco à esquerda da barra de espaço e tem como imagem
de representação a clássica “Janelinha do windows” que é Figura 08
a mesma mostrada na figura 02. Só que agora ele não mais
aciona a Tela Iniciar, que desapareceu para sempre, mas o Na imagem, há uma nova barra de ferramentas que agora
próprio Menu Iniciar. E um clique com o botão secundário no tem um fundo preto, ícones monocromáticos e planos, muito
pequeno botão Windows abre o mesmo menu de contexto minimalista. Da esquerda para a direita, observa-se o menu
com todas as facilidades para gerenciamento da máquina. Iniciar, uma barra de pesquisa, em que vemos um ícone de
5. A Seta 05 aponta para o botão de desligar, porém além microfone, que pode ser a busca por voz ou acesso à Cortana.
de desligar oferece outras opções como “Suspender” e “Rei- A barra de tarefas é altamente personalizável, assim
niciar”. Caso o usuário clique sobre o referido ícone com o como todo o Windows 10, porém caso o usuário não queira
botão direito do mouse será mostrada a estrada “Opções o campo de busca por ocupar muito espaço da barra de tare-
de Energia”, importante para gerenciar a alimentação de
fas ou por qualquer outro motivo poderá clicar com o botão
dispositivos móveis.
direito do mouse em qualquer lugar da barra de tarefas.
6. A seta 06 aponta para uma grande novidade da Mi-
Selecione “Pesquisar” e clique em “Oculto” para esconder
crosoft. Um clique nele e será acionado o modo “Tela cheia”
completamente o campo de busca ou “Mostrar ícone de
para que o usuário possa procurar melhor o item que deseja
usar/acionar. Essa facilidade proporcionada para o usuário pesquisa” para mostrar o botão da lupa ao invés do campo
resultou nessa tela: completo.
Noções de Informática

Figura 09

Agora para remover o botão “Visão de Tarefas” basta


clicar com o botão direito do mouse na barra de tarefas e
Figura 07 desmarcar a opção “Mostrar botão Visão de Tarefas”.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Em seguida, acesse a aba “Cores” e explore as três opções
de customização do botão que fornece acesso aos programas
do sistema:
• Escolha uma cor: desmarque a chave desta opção e
selecione a cor que deverá ser aplicada à Barra de ta-
refas – clique em “Ativar” se você deseja permitir a
escolha automática das cores de destaque. Atenção:
a tela de fundo e as marcações exibidas pelos ícones
dos programas ativos também terão sua tonalidade
modificada.
• Mostrar cor em Iniciar, na Barra de tarefas e na Central
Figura 10 de Ações: ative esta função para que as modificações
ajustadas pela opção acima sejam aplicadas – a Barra
A barra de tarefas do Windows 10 sem campo de pes- de tarefas, assim, será colorida de acordo com as pre-
quisa e sem botão “Visão de Tarefas”. ferências do campo “Escolha uma cor”.
• Deixar o menu Iniciar, a Barra de tarefas e a Central
de Ações transparentes: deseja atribuir ao botão uma
cor sólida? Então deixe esta opção desativada. Caso
contrário, ligue a chave (“Ativado”) para deixar a Barra
de tarefas translúcida.

Figura 11

A versatilidade do Windows 10 ainda nos permite re-


alizar uma busca de forma prática mesmo escondendo a
barra de pesquisa e o botão/ícone da lupa. Para isso basta
clicar no botão da janelinha do Windows (no teclado ou no
computador) e não clique em mais nada, digite no teclado
a palavra que quiser procurar, o campo de pesquisa surgirá
automaticamente.
E mesmo removendo o botão Visão de Tarefas você ainda
pode visualizar as tarefas abertas apertando e segurando no
teclado o botão da janelinha do Windows e depois o “Tab”.
O efeito é o mesmo do botão Visão de Tarefas.

Figura 14

As alterações sobre os parâmetros de controle visual são


aplicadas instantaneamente – o que facilita a escolha pelo
tema que melhor corresponde às necessidades do usuário.
Outras configurações acerca das preferências estéticas do
sistema podem ser ajustadas em “Configurações de alto con-
traste”; selecione as opções disponíveis e avalie as sugestões
Figura 12
gráficas sugeridas pelo próprio Windows.
Dentre as alterações visuais da “Barra de tarefas” temos
as opções de cores e a TRANSPARÊNCIA, grande marca do
Windows 10, e para alterá-las abra as “Configurações” (ou
“Settings”) por meio do botão Iniciar e clique sobre a opção
“Personalização”.
Noções de Informática

Figura 13 Figura 15

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Configurações de Touchpad
O Windows 10 também trouxe uma série de melhorias
no que diz respeito às configurações de notebooks com tou-
chpad de precisão.
Antes, a maioria dos recursos só era acessível e confi-
gurável em ferramentas de configurações específicas do
fabricante de cada dispositivo. Agora, a Microsoft tornou
essa opção nativa no Windows 10. Os touchpads de precisão
vêm com várias configurações que geralmente não estão in-
cluídas nos outros touchpads. Por exemplo, você pode rolar
a página passando o dedo a partir das bordas esquerda ou Figura 17
direita, ou inverter a direção de rolagem. Alguns dos novos
gestos adicionados pela Microsoft no Windows 10 incluem: O Novo Prompt de Comando
deslizar com três dedos para cima para abrir a visualização de Pela primeira vez em anos, a Microsoft adicionou novos
tarefas e ver todos os aplicativos abertos; deslizar com três recursos ao Prompt de Comando. No lançamento do Win-
dedos para baixo para visualizar a área de trabalho; deslizar dows 10, a empresa divulgou que, finalmente, os comandos
com três dedos para a esquerda ou para a direita para mudar de copiar (Ctrl + C) e colar (Ctrl + V) poderão ser usados com
entre aplicativos abertos; deslize os dedos lentamente pelo mais facilidade.
touchpad para percorrer todos os aplicativos. Para verificar
se você possui um touchpad de precisão e usufruir dos re-
cursos citados, basta ir até o Menu Iniciar > Configurações
> Dispositivos e procurar pela opção “Mouse e touchpad”,
localizada no lado esquerdo da janela.

Figura 18

Além disso, você poderá clicar com o botão direito do


mouse na barra de título, selecionar propriedades e clicar
na guia “Experimental” para conferir diversos novos recursos
que podem ser habilitados. Entre as opções estão a capacida-
Aplicativos Janeláveis de de alterar a transparência da janela, ajustar o texto para a
Outra grande mudança do Windows 10 é a possibilida- borda e reconfigurar a largura e a altura. Também é possível
de de usar aplicativos diretamente no Desktop. E, em vez ativar novos recursos de seleção de texto, filtrar entradas
de visualizá-los apenas em tela cheia, como no Windows quando coladas para evitar erros e muito mais.
8 e 8.1, você poderá redimensioná-los para ver (quase) no Para testar a novidade, procure pelo Prompt de Comando
tamanho que quiser. na barra de pesquisa do Windows 10, localizada na parte
inferior da área de trabalho, e clique no aplicativo. Na versão
final do Windows 10, essas melhorias no prompt são ativadas
por padrão, mas você pode conferir se elas estão habilita-
das clicando com o botão direito sobre a barra de título do
Prompt e, em seguida, selecionando “Propriedades”.
Desmarque a opção “Usar console herdado” e certifique-
-se de que as caixas destacadas a seguir estão selecionadas
antes de clicar em “OK”.

Figura 16
Noções de Informática

Cada programa agora contará com um menu-padrão, lo-


calizado no canto superior esquerdo, que permite realizar
ações comuns. Esse menu nada mais é que a barra charms,
que foi removida do Windows e agora aparece, de certa
forma, dentro de cada app, com algumas funções novas.
Além dos botões de pesquisar, compartilhar e configurações,
temos também as opções executar, imprimir, projetar e tela
cheia. O botão de dispositivos desaparece, até porque não
faria sentido mantê-lo dentro de um menu de programa.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Após certificar-se de que os novos recursos do controle Agora, além de encaixar janelas para a metade esquerda
estão ativos, é só testar os novos atalhos: ou direita da tela, você pode jogar janelas para quatro lados
– Ctrl + C: copia o texto selecionado para a área de trans- da tela. Isto lhe dará um pouco mais de flexibilidade quando
ferência. for trabalhar com múltiplas aplicações ao mesmo tempo.
– Ctrl + V: cola o texto. Ao clicar em um botão localizado na barra de tarefas, um
– Ctrl + A: seleciona todo o texto. desktop novo com programas e pastas independentes poderá
– Alt + F4 : fecha a janela do prompt de comando. ser criado para oferecer mais organização ao computador.
– Shift + Esquerda / Direita / Cima / Baixo: move o cursor Note na tela abaixo a organização de 6 janelas:
para a esquerda ou para a direita de um caractere, para
cima ou para baixo de uma linha, selecionando o texto.
– Ctrl + Shift + Esquerda / Direita: move o cursor uma
palavra para a esquerda ou para a direita, selecionando
a palavra.
– Shift + Home / End: move o cursor para o início ou para
o fim da linha atual selecionando o texto.
– Shift + Page Up / Page Down: move o cursor para cima
ou para baixo de uma tela, selecionando o texto.
– Ctrl + Shift + Home / End: move o cursor para o início
ou fim, selecionando o texto.
– Ctrl + Cima / Baixo: move uma linha para cima ou para
baixo na história do Prompt.
– Ctrl + Page Up / Page Down: move uma página para Figura 20
cima ou para baixo na história do Prompt.
– Ctrl + F: abre uma caixa de diálogo “Pesquisar” para Cortana
pesquisar palavras e caracteres no Prompt de Comando. É um assistente pessoal de integração ao sistema. Nasceu
no Windows Phone e é um dos melhores recursos desse
sistema, que agora chega ao Windows 10. Uma das apostas
TASK VIEW da Microsoft com seu recém-lançado Windows 10 é a central
Bastante útil durante a alternância de apps, a prévia de de ações rápidas CORTANA. Por meio do aplicativo, pesqui-
programas abertos exibe miniaturas grandes dos softwares sas via comandos de texto e voz podem ser feitas; cotação
em execução, facilitando a identificação de cada um deles. de moedas, resultados de jogos ou a previsão do tempo de
Esse recurso é manifestado por esse botão à direita, que fica cidades ou e-mails usando apenas a voz são algumas das
situado na barra de tarefas. informações que podem ser buscadas às custas do assistente.
Há duas maneiras de usar este modo no Windows 10. Cli- Mas nem todos têm acesso a essa regalia do novo siste-
que no ícone Task Vista na barra de tarefas (mostrado acima ma. O Windows 10, contudo, permite a alteração das prefe-
e destacado em vermelho), ou pressione as teclas “Winkey rências de regiões. Significa, então, que é possível ativar o app
+ Tab”, simultaneamente. Qualquer opção irá abrir o Visua- Cortana em português Brasil e utilizá-lo aqui em nosso país.
lizador de Tarefas, assim como o mostrado abaixo.
Continuum
Esse recurso resolve um grande problema dos apaixona-
dos pelo Windows 7 que gostam de tablets.
Quando o Windows 8 foi lançado, a Microsoft enfrentou
muitas críticas, já que o sistema trazia para computadores
com mouse e teclado uma interface que funcionava bem
apenas em tablets. Com isso, muita gente preferiu retornar
para o velho Windows 7 e esperar para adotar o sistema
mais recente. Agora, com o Continuum, a Microsoft pre-
tende acabar com esses problemas e trazer novas funções.
O Continuum pretende fazer com que o sistema se adapte a
diferentes modalidades de uso, especialmente em compu-
tadores híbridos e smartphones, evitando erros de uso do
Figura 19 Windows 8 em diferentes resoluções de tela e hardwares.
A funcionalidade irá se estender ainda aos telefones. Nesse
Snap caso, esse modo deve fazer com que os aparelhos funcionem
Esse recurso é muito funcional e o Windows 10 recebeu como um computador ao serem conectados em monitores,
uma grande atualização na ferramenta Snap, que divide a mouses e teclados.
Noções de Informática

tela em mais de um aplicativo. Embora a função não seja Devemos ficar atentos com a malícia do Cespe e uma
nova, a Microsoft adicionou atalhos e liberou um recurso característica bastante interessante revelada pela Microsoft
para abrir e redimensionar até quatro programas diferen- é que o Continuum para smartphones reconhecerá também
tes ao mesmo tempo. Esse recurso é acionado facilmente os atalhos do teclado. Assim, você pode copiar e colar algo
ao arrastar e soltar uma janela para diferentes bordas da usando o clássico “Ctrl + C” e “Ctrl + V”, entre outras pos-
tela. Basta arrastar uma aplicação para um dos lados que o sibilidades.
sistema encaixa e já oferece uma miniatura das outras para
que você escolha qual quer colocar no outro lado da tela. Windows Hello
Assim que você soltar o botão do mouse, a janela irá pular Esse recurso promove uma identificação de acesso rápi-
para essa posição. do, prático e seguro do usuário. Como a própria Microsoft

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
afirmou: “O Windows Hello é uma maneira mais pessoal de e também oferecerá acesso aos novos recursos e funcio-
entrar em seus dispositivos Windows 10. Basta seu olhar ou nalidades para o sistema operacional disponibilizados via
touch. Você receberá segurança de nível empresarial sem Windows Update.
precisar digitar uma senha.” Para os usuários que ficam pre- Ele permitirá que os administradores especifiquem quais
ocupados com a descoberta de suas senhas pessoais para aparelhos/PCs receberão primeiro as atualizações, especifi-
acessos no computador, a função Windows Hello funciona quem horários para a implantação das atualizações e distri-
de forma mais completa. buam as atualizações usando tecnologia “Peer to peer”. Só
A ideia é se distanciar do que pode ser hackeado facil- para finalizar, sobre a expansão do “Windows Update for Bu-
mente, como os códigos de acesso com números, letras e siness” precisamos entender que o modelo de comunicação
caracteres. A função integrada à plataforma Windows 10, da internet é o “Cliente Servidor”, onde o usuário é o cliente
apresentada pela Microsoft, utiliza recursos de biometria que consome os dados, produtos ou serviços do servidor. Já
para fazer o reconhecimento do usuário. Dessa forma, os o modelo “Peer to peer” seria o usuário trocando dados com
dispositivos que vêm integrados com leitor de digitais, por outro usuário. E o Windows Update for Business trabalha
exemplo, terão compatibilidade com o Windows Hello. com esses dois modelos de comunicação da internet.
E o reconhecimento facial? Referimo-nos ao scan da íris
ocular ou reconhecimento da face. Este precisará de um Apps “Modern” em Janelas
equipamento mais avançado, com um hardware especial de Fiquem atentos ao termo “Modern”, pois se refere à in-
infravermelho para fazer a análise em diferentes ambientes, terface visual de exploração do windows. Nessa versão todos
com condições de luz diversas. A função não será tão simples os aplicativos, mesmo os feitos para a interface “Modern”
quanto o reconhecimento facial implementado em alguns – antiga Metro – do Windows 8, ficam dentro de uma janela
modelos de smartphones, por exemplo, que tem o funcio- completa e integram-se bem com o Desktop, podendo até
namento anulado em ambientes escuros. mesmo ser redimensionados, maximizados e minimizados.
O Windows Hello deve servir como mais um aliado para No novo sistema, apps “Modern” e programas comuns tra-
oferecer mais segurança para o usuário no seu acesso diário, balharão lado a lado em janelas redimensionáveis.
de forma simples. Porém, a iniciativa da Microsoft depen- Para entender melhor, apesar de evoluir bastante, desde
de dos aparatos de hardware dos dispositivos dos usuários, o lançamento do Windows 8, o Windows 10 ainda é um
como os sensores de biometria. Já o suporte de compatibili- conflito entre duas interfaces: uma mais antiga, sustentada
dade com os leitores fica por conta do Windows Hello. Logo, pela Área de trabalho, com pastas e programas; e outra mais
fiquem atentos candidados: O Windows Hello dependerá de nova, sustentada pelo agora Menu Iniciar, com aplicativos
um dispositivo de Hardware para seu correto e adequado modernos que podem ser baixados em uma única loja e são
funcionamento. operados de forma distinta.
Dessa forma, ainda deve levar um tempo para o desenvol- A Microsoft ainda se esforça para reduzir o atrito entre os
vimento de dispositivos mais completos, que tenham as três dois ambientes, como a adição de um menu de contexto nos
leituras de biometria, por exemplo. Além disso, uma das van-
apps modern, dos aplicativos janeláveis, do Menu Iniciar que
tagens para alguns usuários é que não será mais necessário
reúne programas e apps e dos novos formatos dos ícones.
ficar decorando dezenas de senhas em serviços, para quem
preferir adotar o recurso implementado no Windows 10.
Explorer
O Explorador de Arquivos do Windows (antigo Windows
Windows Update for Business
Explorer) ajuda os usuários na organização de arquivos e pas-
Esse recurso daria uma excelente questão de prova, pois
tas no OneDrive, computador e na rede. Desde o Windows
todos que estudam para concurso sabem que o “Windows
8, o recurso recebeu diversas novidades e no Windows 10
Update” baixa e atualiza recursos do sistema operacional e isso
ele ganhou um acesso rápido por meio do novo Menu Iniciar.
já caiu diversas vezes em prova. O windows update for business
continua com sua ideia central de atualização de recursos,
porém com um foco especial para as aplicações de segurança.
Com o Windows Update for Business as empresas terão
maior controle sobre o processo de atualização e começa-
rá a usar o método “plataforma como serviço”. Com isso a
empresa poderá disponibilizar correções e adicionar novos
recursos e funcionalidades ao sistema operacional com maior
frequência e sem ter que esperar pelo lançamento de no-
vas versões. O Windows Update for Business pode ajudar
as empresas a reduzir os custos de gerenciamento, fornecer
controle sobre implantações de atualizações, oferecer acesso
mais rápido a atualizações de segurança e dar acesso às mais
Noções de Informática

recentes inovações da Microsoft. Figura 21


Para usuários domésticos isto não chega a ser um pro-
blema. No caso das empresas, ter completo controle sobre Esse atalho oferece acesso a pastas e arquivos usados
o processo de atualização é algo necessário principalmente com frequência recentemente; uma grande ajuda para os
por questões de compatibilidade. usuários menos experientes que não conseguem encontrar
O Windows Update for Business é uma nova opção de arquivos importantes rapidamente, eliminando a frustração
gerenciamento voltada para o mercado corporativo e ajudará de cavar todo o sistema atrás do documento.
a reduzir custos com gerenciamento, oferecerá maior con- Nessa versão do sistema, a aba “Computador” foi remo-
trole sobre a implantação de atualizações, oferecerá acesso vida e o app recebeu as abas “Compartilhar” e “Início”, além
mais rápido às atualizações de segurança e correções críticas, das tradicionais “Arquivos” e “Exibir”.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A nova aba chamada “Início” funciona como uma página E por falar em jogos no Windows 10, você candidato ao
inicial padrão ao abrir uma nova janela do programa. Essa INSS não pode esquecer que dois famosos jogos estarão no
janela mostra os locais que você marcou como favoritos, Windows 10: O tradicional Candy Crush dos celulares o e
bem como seus arquivos e pastas utilizados recentemente. clássico de cartas do Windows – Paciência. Os dois jogos, o
clássico das cartas e o hit dos smartphones, estarão presen-
tes no novo sistema. Instalados de fábrica, os games não
precisarão ser baixados.
• Xbox One no Windows

Figura 22

Para completar, o Windows Explorer permite fixar as suas


pastas favoritas na Home para facilitar o acesso a elas. Apesar
de simples, o recurso se destaca por dar mais agilidade na
hora de acessar arquivos e pastas.
Mas se você prefere a exibição padrão na janela do Jogue jogos do Xbox One no PC, laptop ou tablet com
Explorador de Arquivos, basta abrir o aplicativo, clicar em Windows 10. Use o recurso de DVR do Jogo para gravar os
“Arquivo” e, em seguida, “Alterar opções de pasta e pesqui- melhores movimentos do seu herói e enviar para os seus ami-
sa”. Na guia “Geral”, clique na seta ao lado da opção “Abrir gos imediatamente, sem sair do jogo. O Windows agora está
o Explorador de Arquivos” (que estará configurado como mais integrado do que nunca com o console da Microsoft.
“Acesso Rápido”) e altere para “Meu computador”. Junto com o novo sistema operacional vem um aplicativo
Xbox renovado com uma lista de jogos e amigos, incluin-
Jogos do chat da Xbox Live. A interface “My Games” organiza o
Uma das novidades mais legais do Windows 10 é a cha- conteúdo em colunas, tornando design e usabilidade muito
mada Barra de Jogos, que permite a gravação de vídeos de parecidos no desktop, tablet e smartphone. Nele você poderá
gameplay e também a captura de screenshots graças ao postar na sua timeline, ver as atividades de seus amigos,
recurso Game DVR. As configurações para essa ferramenta assistir vídeos de gameplay em DVR e muito mais.
estão disponíveis no aplicativo nativo do Xbox. Apesar de ser Com o programa também é possível interagir com amigos
destinado aos games, o recurso pode ser usado para capturar da Xbox Live no computador. Mas a melhor novidade é uma
vídeos de outros aplicativos e programas em seu desktop. função que concorre como o Remote Play, do Playstation 4:
Isso quer dizer que você “ganhou” um gravador de tela na- no novo Windows, jogos do Xbox One poderão ser transmi-
tidos pela rede e jogados em qualquer dispositivo Windows
tivo que pode ser utilizado por meio de um atalho rápido no
10 sem a ajuda de fios. Com isso, é possível usar o recurso
teclado. Para visualizar a barra de jogos basta apertar a tecla
de gravação de cenas para criar vídeos do gameplay e até
do Windows + G e – após você confirmar que está entrando editá-los no PC, para compartilhar nas redes sociais.
em um jogo e deseja abrir a barra de jogos – ela aparecerá
na barra de tarefas do seu PC. Busca do Sistema
A ferramenta de busca do Windows agora está fixada
no Menu Iniciar e na Barra de tarefas, o que facilita seu uso
e a vida do usuário. Uma busca do Windows é possível en-
contrar não apenas arquivos e documentos, mas também
apps instalados no PC e resultados na web. Já citamos esse
recurso ao tratarmos da barra de tarefas, pois a barra de
Figura 24 busca pode ser removida.

Para iniciar ou parar a captura de clipes e screenshots Temporizador na Captura de Tela


com o Game DVR basta usar o atalho Win + ALT + R. Já a A Ferramenta de Captura nativa do Windows é muito
gravação em plano de fundo/background pode ser ativada útil e prática, pois nos permite obter imagens e recortes da
usando Win + ALT + G, e a captura de screenshots por Win tela do PC com poucos cliques. A ferramenta é uma velha
Noções de Informática

+ ALT + PrtScr. Depois de conseguir as imagens desejadas, o conhecida dos usuários, mas a novidade é que no Windows
aplicativo Xbox pode ser utilizado para ajustar seus clipes e 10 ela ganhou um “plus” muito interessante: um recurso
compartilhá-los (ou não) na Xbox Live para que seus amigos chamado “Atraso”. Trata-se de um temporizador que per-
possam ver. mite ao usuário definir um espaço de tempo entre 1 e 5
segundos antes que a captura de tela seja obtida. Antes,
era preciso utilizar ferramentas de terceiros para ganhar
um pouco de tempo antes de obter uma nova captura.
Para encontrar a Ferramenta de Captura no seu PC, digite
“Ferramenta de Captura” na caixa de pesquisa do Windows
Figura 25 10 e abra o aplicativo.

10

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Para tirar um print da tela, basta clicar na seta ao lado Porém, se você passar batido por essa etapa, basta clicar
do botão “Novo” e selecionar entre as opções “Recorte de com o botão direito do mouse no ícone do OneDrive na área
Formato Livre”, “Captura Retangular”, “Captura de Janela” de notificação do seu PC. Em seguida, clique em “Configura-
ou “Recorte de Tela Cheia” na lista e selecionar a área da ções” e, na guia “Geral”, selecione a opção “Deixe-me usar
tela a ser capturada. Caso você precise de mais tempo antes o OneDrive para buscar qualquer um dos meus arquivos no
do clique, o novo temporizador está indicado pela palavra PC”. Em seguida, reinicie o aplicativo do OneDrive para con-
“Atraso”. É só clicar na seta ao lado do recurso para escolher cluir o processo.
o tempo de espera antes que a captura seja obtida e, em
seguida, clicar em “Novo”.

Para não esquecer: O OneDrive também recebeu algumas


Onedrive melhorias no seu método de funcionamento. Agora o usuário
Com o OneDrive disputando a preferência dos usuários já pode escolher os arquivos que serão armazenados em nu-
com ferramentas amplamente utilizadas como Dropbox e vem. Também é possível escolher o local onde o documento
Google Drive, o serviço de armazenamento na nuvem da será guardado, mesmo quando o computador estiver sem
Microsoft largou atrasado na competição. Porém, o One- uma conexão com a Internet.
Drive mudou muito desde o seu lançamento e chegou até
a oferecer armazenamento ilimitado para seus usuários no Impressora PDF Nativa
ano passado. O lançamento do Windows 10 também mar- Desde o lançamento do Windows Vista, a Microsoft in-
cou a chegada de novidades no serviço, como o retorno da troduziu a opção de transformar um documento em arquivo,
ferramenta de busca inteligente de arquivos no computa- mas o grande problema é que a empresa de Redmond ficou
dor. No Windows 8.1 não era possível obter os arquivos em esse tempo todo obcecada em empurrar para os usuários
um computador com essa versão do sistema operacional. seu formato proprietário XPS. Nem precisamos dizer que
Basicamente, é possível usar um computador executando não colou. Atualmente, a grande maioria das pessoas ainda
o Windows 8.1 para buscar arquivos que estão em outro recorre a programas de terceiros para gerar arquivos em
computador, mas não é possível buscar arquivos que estão PDF, mas isso pode mudar com a chegada do Windows 10.
em um computador executando o Windows 8.1, mesmo se Isso porque a empresa resolveu adicionar uma impressora
o usuário instalar o aplicativo do OneDrive. Agora, com o chamada “Microsoft Print to PDF”, que já vem instalada no
Windows 10 é possível utilizar o recurso de busca de arquivos sistema. A novidade permite imprimir um documento em
para acessar todos os arquivos do seu computador em outros PDF a partir de qualquer lugar do Windows, tudo sem a ne-
dispositivos. Na primeira vez que você utilizar o aplicativo do cessidade de instalar outros softwares.
OneDrive no seu PC, o app irá perguntar se deseja habilitar O procedimento não tem nenhum segredo: se você sabe
como imprimir uma cópia de um arquivo em papel, já sabe
o recurso de busca; basta assinalar essa opção e concluir a
como criar um PDF. Basta abrir o arquivo que deseja trans-
configuração do OneDrive.
formar em PDF em um aplicativo do Windows que possua a
opção “Imprimir”. Na caixa de diálogo de impressão procure
por “Microsoft Print to PDF” no campo “Nome” da impres-
sora e clique em “Imprimir”. Por fim, clique em OK, dê um
nome ao arquivo PDF e salve-o no local desejado.

Suporte Nativo para Arquivos MKV


Bastante popular, o formato de arquivos multimídia MKV
Noções de Informática

agora é suportado nativamente pelo sistema. Ou seja, ar-


quivos nesse formato podem ser reproduzidos diretamente
no Windows Media Player, bem como nas aplicações de sua
preferência, sem a necessidade de instalar codecs. O suporte
é tão completo que o sistema exibe miniaturas e metadados
dos arquivos no Windows Explorer.

Suporte para Tecnologia DLNA


A Microsoft também melhorou o suporte para a tecno-
logia DLNA ou Digital Living Network Alliance. Isso tornará

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bem mais fácil a integração do PC com dispositivos de mídia, fez no Windows Phone, ela tem potencial para mudar a ex-
e ouvir músicas ou assistir vídeos do computador na sua TV periência de uso do sistema no desktop.
será muito mais simples. Embora não traga uma nova funcionalidade, o Edge se
destaca por dar uma nova chance a um navegador da Mi-
Central de Notificações crosoft, já que o Internet Explorer perdeu seu espaço e a
Seguindo uma tendência dos sistemas mobile e do OS X, simpatia dos usuários no decorrer dos últimos anos.
o novo Windows agora tem uma Central de notificações. Ela Veja algumas vantagens do “Microsoft Edge” que podem
exibe alertas interativos que podem ser executados instan- ser abordadas em prova:
taneamente, e pode ser acessada através de um botão em
formato de balão localizado perto do relógio. Quando che- 1. Velocidade e Aprimoramento de Acesso: O novo nave-
gam novas notificações, o botão da Central fica preenchido; gador da Microsoft teve o motor totalmente otimizado para
caso contrário, exibe apenas contornos. garantir mais velocidade no carregamento de páginas. E é
A Central do Windows traz ainda atalhos rápidos para possível dizer que a desenvolvedora realmente teve sucesso,
que o usuário alterne entre o modo tablet e computador, se pois o browser está mais rápido do que o consolidado Google
conecte a outros dispositivos sem fio, acesse configurações, Chrome. Em um dos testes realizados por críticos da internet
use VPN, modo avião, entre outros. Tudo de forma bem pa- compararam as velocidades de acesso dos dois navegado-
recida com o que é encontrado em telefones com Windows res: O Edge atingiu 163,55 pontos, enquanto o Chrome teve
Phone e Android. apenas 145,75.

Barra Microsoft Edge:

Google Chrome:

2. Modo Leitura: Se você adora ler na internet, mas não


consegue se acostumar com o layout dos sites, pode utilizar
um modo de leitura bem simples no Edge. Tudo o que você
precisa fazer para ativá-lo é clicar sobre o atalho representa-
do por um livro (ao lado da barra de endereços). Em instantes
Microsoft Edge a página será modificada e você terá muito mais conforto
em suas leituras.

3. Lista de Leitura: Caso você queira adicionar algum


website à lista de leitura — ou seja, uma lista em que ficam
os links que você deseja acessar novamente, mas não são
Fiquem atentos a esse tópico, pois todas as provas do os “favoritos” —, encontra muita facilidade no Edge. Basta
Cespe caem questões de navegadores e o Microsoft Edge clicar sobre a estrela (ao lado da barra de endreços) e então
tem grandes chances de cair no INSS. O nome do projeto selecionar “Lista de leitura”. Todas as páginas armazenadas
inicial do novo navegador da Microsoft era “Project Spartan” nesse segmento ficarão disponíveis no caminho “Hub > Lista
e depois se tornou o atual “Edge”. de Leitura” (no canto superior direito).
O tão falado Edge pode cair na prova do INSS de forma
implícita, pois, no edital cobra o Windows 10, e o Edge é o
navegador padrão. Lembre-se de que em todas as provas
atuais do Cespe tem-se questões de navegadores. O novo
navegador da Microsoft promete superar o atual Internet
Explorer em desempenho e funcionalidades. Visualmente
ele é bastante parecido com o Google Chrome: abas ficam
na parte superior e o restante fica logo abaixo.
No novo browser, a Microsoft investiu em um modo de
leitura para sites de notícia, anotações manuscritas e sincro-
Noções de Informática

nizadas com o OneDrive e, claro, a integração com a assis-


tente de voz Cortana, explicado mais acima nesse material.
Assim como o Google Chrome e o Mozilla Firefox, o Microsoft
Edge também suportará complementos, plugins e extensões.
O Windows 10 é o resultado de um trabalho conjunto da
Microsoft com seus usuários e uma grande autocrítica. O Anotações e Compartilhamento
resultado é um sistema com boas funções e que entrega Logo ao lado da Hub do navegador, você pode encontrar
uma ótima experiência de uso. um ícone representando um pedaço de papel e uma caneta.
Sem dúvida, um dos maiores destaques dessa nova ver- Clicando sobre ele, você ativa o modo de anotações, que per-
são do sistema é a assistente pessoal Cortana. Assim como mite o destaque de textos, criação de comentários e também

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de desenhos à mão livre. Isso é bem interessante para quem dos anos 1990 o Projeto GNU já havia conseguido produzir
quer compartilhar telas com seus amigos. todos os componentes principais do sistema operacional,
exceto um, compiladores, editores, formatadores de texto,
software de e-mail e muitos outros estavam prontos, mas
faltava o kernel, o núcleo do sistema.
Em 1991, o  estudante finlandês Linus Torvalds de-
senvolveu um kernel Unix-like, batizou-o Linux e o dispo-
nibilizou em 1992. A  combinação do Linux com o quase
completo sistema GNU resultou em um sistema operacional
completo: o sistema GNU/Linux.
A meta do Projeto GNU era dar liberdade aos usuários,
não apenas ser popular. Então, foram criadas algumas
regras de distribuição que evitassem a transformação do
software GNU em software proprietário. O método utilizado
é chamado de Copyleft, o qual usa a lei de direitos auto-
rais dos softwares licenciados (copyright), mas no sentido
oposto de seu propósito habitual: em vez de um meio de
privatização do software, torna-se um meio de manter o
software livre.
A GNU General Public License (Licença Pública Geral),
4. Simples Para Qualquer Um: Um dos grandes desta- GNU GPL ou simplesmente GPL é a licença com maior uti-
ques do Edge está na simplicidade com que ele é mostrado lização por parte de projetos de software livre, em grande
a qualquer consumidor — dos que já usam computadores parte devido à sua adoção para o Linux.
há muito tempo até aqueles que estão começando agora. Em termos gerais, a GPL baseia-se em quatro liberdades:
Essa interface simples e as funcionalidades já mostradas
podem fazer dele uma excelente opção no mercado in-
ternacional — mesmo com a ausência de extensões tão LIBERDADE NRO 0 – Executar o programa, para qual-
completas quanto as do Chrome. quer propósito.
LIBERDADE NRO 1 – Estudar como o programa funciona
Marcelo Andrade e adaptá-lo para as suas necessidades.
LIBERDADE NRO 2 – Redistribuir cópias de modo que
o usuário possa ajudar ao seu próximo.
LINUX E SOFTWARE LIVRE LIBERDADE NRO 3 – Aperfeiçoar o programa e liberar os
seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade
Histórico se beneficie deles.

Em 1971, quando Richard Stallman iniciou sua carreira Software livre é o software que vem com permissão
no Laboratório de Inteligência Artificial do Massachusetts para qualquer um copiar, usar e distribuir, com ou sem mo-
Institute of Technology (MIT), fazia parte de uma comuni- dificações, gratuitamente ou por um preço. Em particular,
dade que incluía empresas e programadores onde havia co- isso significa que o código fonte deve estar disponível.
operação entre seus membros, compartilhando programas.
Porém, no início dos anos 1980, quase todos os softwares Kernel e Distribuições
passaram a ser proprietários, proibindo e impedindo a livre
troca de softwares entre os usuários. No Linux, o kernel é o próprio sistema operacional – o
Em uma tentativa de trazer de volta o espírito coope- restante é acessório. O kernel do Linux em si é muito pe-
rativo que prevalecia na comunidade de informática nos queno e não tem muita coisa, mas claro que tem o mais im-
seus primórdios, Stallman idealizou o Projeto GNU (Gnu portante, já que ele é o sistema propriamente dito. Porém,
não é Unix) em 1983, com a intenção de criar um sistema para que o Linux seja utilizável, é necessário que existam,
operacional livre e tornar a cooperação possível outra também, outros programas que, junto com o kernel, façam
vez, removendo os obstáculos impostos pelos donos dos o sistema completo e amigável para um usuário qualquer.
softwares proprietários. Como o interesse pelo Projeto É aí que entram os Shell (ambientes onde o usuário
GNU e seus softwares começou a crescer, outras pessoas pode comandar o sistema por meio de comandos de texto),
se envolveram no projeto e, em 1985, foi criada a Free as interfaces gráficas (ambientes que apresentam ícones
Noções de Informática

Software Foundation, uma instituição filantrópica para o e janelas, como o Windows), os  aplicativos (para digitar
desenvolvimento dos softwares livres e arrecadar fundos textos, construir planilhas, desenhar e acessar a Internet,
para ajudar a desenvolver o GNU. O primeiro objetivo do por exemplo) e outros mais.
projeto deveria ser a construção de um sistema operacio- Muitas empresas e programadores obtêm o Kernel do
nal, que serviria como base para a instalação de qualquer Linux e juntam a ele outros programas que julgam impor-
outro software livre. tantes. Cada uma dessas mesmas pessoas ou instituições
O sistema operacional Unix foi escolhido como modelo relança o Linux com seu próprio nome, ou com algum
por ser um software com design geral já testado e portável, “apelido”, chamado Distribuição Linux.
e  porque a compatibilidade tornava fácil para os atuais Algumas distribuições são bem pequenas (cabendo em
usuários do Unix a mudança para o GNU. De 1984 ao início um disquete ou em um CD) e outras já são bem maiores

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(com centenas de programas juntos). O que diferencia uma Exemplo 1 Exemplo 2
da outra é a maneira como são organizados e pré-configura- root@tosha: /root# marrrcelo@queijominas:~$
dos os aplicativos e como será feita a instalação do sistema.
São exemplos de distribuições: Red Hat, Slackware, Suse,
Fedora, Debian, Mandrake, Conectiva, Mandriva, Kuru- Nos exemplos, a palavra existente antes do símbolo @
min, Ubuntu, Gentoo, Knopix, Turbo Linux, Mint. diz qual o nome do usuário que está usando o terminal.
Os nomes que aparecem depois do @ indicam o computa-
dor que está sendo acessado seguido do diretório.
Dual Boot
O caractere que aparece no final indica qual o poder
do usuário. Se o símbolo for #, significa que usuário tem
Dual boot ou multi boot é a possibilidade de se escolher poderes de administrador (root). Por outro lado, se o sím-
um entre vários sistemas operacionais disponíveis para bolo for $, significa que este é um usuário comum, incapaz
um mesmo computador. Quando dois ou mais sistemas de acessar todos os recursos que um administrador acessa.
estão instalados em um mesmo disco rígido particionado, Independentemente de qual seja, é depois do caractere $
é necessária a instalação de um gerenciador de boot (boot
ou # que o usuário pode digitar os comandos.
manager) que consiste em um programa instalado a partir
Interface Gráfica: o sistema Linux pode se apresentar
do Linux que gerencia o setor de boot do HD (MBR – Master
Boot Record) permitindo a inicialização seletiva do sistema para o usuário do mesmo modo amigável que o Windows.
operacional, ou seja, ele apresenta um menu de opções O Linux tem ambientes gráficos, permite o uso do mouse
para que o usuário possa escolher um entre os sistemas e ícones, janelas e menus. As interfaces gráficas mais co-
operacionais disponíveis para aquela inicialização. nhecidas são a KDE, Gnome (GNU Network Object Model
Environment), Blackbox e X11 (X Windows System).
Entre os gerenciadores de boot mais comuns estão
o GNU/Grub (GRand Unified Bootloader) e o LILO (LInux
LOader). Comandos

Conceitos Gerais Para utilizar os comandos em Linux, basta digitá-los e


pressionar a tecla Enter. É importante frisar que, dependen-
do da distribuição Linux utilizada, um ou outro comando
Sistemas de arquivos: um sistema de arquivos é uma
pode estar indisponível. Além disso, alguns comandos só
estrutura que indica como os dados devem ser gravados
podem ser executados por usuários com privilégios de
em dispositivos de gravação. É de acordo com os recursos
administrador.
oferecidos por essa estrutura que é possível determinar o
espaço disponível e ocupado em disco, e gerenciar como A relação a seguir mostra os principais comandos se-
partes de um arquivo podem ficar “distribuídas” nas áreas guidos de uma descrição:
de armazenamento. É também o sistema de arquivos que
determina como os dados podem ser acessados, copiados, cal (calendar) – exibe um calendário.
movidos, renomeados, protegidos e eliminados. Portanto, cat arquivo (concatenate)  – concatena arquivos ou
sem um sistema de arquivos, é impossível utilizar um dis- mostra o conteúdo de um arquivo.
co rígido (e outros dispositivos) para armazenamento de cat info.txt
informações. O Linux possui suporte de leitura e escrita a resultado: mostra o conteúdo do arquivo info.txt na tela.
vários sistemas de arquivos, de diversos sistemas operacio-
cat info.txt info2.txt
nais, além de alguns sistemas nativos. Por isso, quando o
Linux é instalado em dual boot com outros sistemas, como resultado: concatena os arquivos info.txt e info2.txt e
Windows, por exemplo, ele poderá ler e escrever nas parti- mostra o resultado na tela.
ções formatadas em FAT e NTFS. Entre os sistemas nativos, cd diretório (change directory) – abre um diretório. Por
destacam-se o EXT2 (similar ao FAT32), o EXT3 (similar ao exemplo, para abrir a pasta /mnt, basta digitar cd /mnt. Para
NTFS), EXT4 e o Reiser. ir ao diretório raiz a partir de qualquer outro, digite cd / ou
cd ~ para ir à pasta pessoal do usuário atual.
Shell e Usuários clear – elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha
de comando no topo, como se o sistema acabasse de ter
sido acessado.
O Linux, assim como qualquer sistema operacional
cp origem destino (copy) – copia um arquivo ou diretório
moderno, é perfeitamente capaz de oferecer interação com
para outro local. Por exemplo, para copiar o arquivo info.
o usuário por meio de gráficos, fazendo com que seja pos-
txt com o nome info2.txt para /home, basta digitar cp info.
sível utilizar a maioria de seus recursos através do mouse.
txt /home/info2.txt.
Noções de Informática

Porém, em dado momento, o modo gráfico pode não estar


disponível, restando apenas o modo texto (para a inserção df – mostra o espaço livre/ocupado pelas partições.
de comandos). Além disso, determinadas tarefas só podem du diretório (directory usage)  – mostra o espaço em
ser executadas por comandos digitados. disco ocupado por um diretório recursivamente.
Quando o comando é inserido, cabe ao interpretador emacs – abre o editor de textos emacs.
de comandos, o shell, executá-lo. O Linux conta com mais find diretório parâmetro termo – o comando find ser-
de um, sendo os mais conhecidos o bash e o sh. ve para localizar informações. Para isso, deve-se digitar o
Quando um terminal é acessado, uma informação comando seguido do diretório da pesquisa mais um parâ-
aparece no campo de inserção de comandos. É importante metro e o termo da busca. Parâmetros:
saber interpretá-la. Para isso, veja os exemplos abaixo: – name – busca por nome

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– type – busca por tipo find – name info.txt &
– size – busca pelo tamanho do arquivo resultado: procura pelo arquivo de nome info.txt em
– mtime – busca por data de modificação segundo plano, liberando o Shell para a digitação de outros
halt – desliga o computador. comandos.
kill – encerra (mata) processos em andamento. Para a execução de comandos concatenados (encadea-
dos ou conectados) onde o segundo aproveite o resultado
ls (list) – lista os arquivos e diretórios da pasta atual.
do primeiro na sua execução pode-se utilizar o caractere
lpr arquivo – imprime o arquivo especificado. “|” (pipe, barra vertical).
mv origem destino (move) – move o arquivo ou o dire-
tório para o destino especificado. ls – R | lpr
mkdir diretório (make directory)  – cria um ou vários resultado: lista diretórios e sub-diretórios recursiva-
diretórios (separados por espaços) dentro do diretório mente e envia essa informação para o próximo comando,
atual. que irá imprimi-la.
passwd usuário (password) – cadastra ou altera senha,
bloqueia (-l) e desbloqueia (-u) usuários.
Diretórios
ps (process stat) – mostra os processos em execução.
pwd (pathway directory) – mostra o diretório em que No Linux, o  sistema de diretórios e arquivos começa
o usuário está. na raiz, simbolizada por “/”. Abaixo dela é possível achar
rm arquivo (remove) – apaga o arquivo especificado. os diretórios dos usuários, das configurações globais, dos
rmdir diretório (remove directory) – apaga o diretório programas instalados e dos dispositivos disponíveis no
especificado, desde que vazio. computador. Essa estrutura foi inspirada no Unix e é usada
shutdown – desliga ou reinicia o computador. em quase todas as distribuições Linux.
su (subsitute user) – alterna o usuário atual.
tar -xzvf arquivo.tar.gz – extrai um arquivo compactado /bin – contém arquivos programas do sistema que são
em tar.gz. usados com frequência pelos usuários.
who – mostra os usuários conectados ao sistema, o ter- /boot – contém arquivos necessários para a inicialização
minal, data e hora da conexão. do sistema.
whoami – exibe o nome do usuário que está conec- /cdrom – ponto de montagem da unidade de CD-ROM.
tado. /media – ponto de montagem de dispositivos diversos
do sistema (rede, pendrives, CD-ROM em distribuições
mais novas).
Praticamente todos os comandos citados possuem
parâmetros que permitem incrementar suas funcionalida- /dev – contém arquivos usados para acessar dispositivos
des. Por exemplo, se o usuário digitar o comando ls com (periféricos) existentes no computador.
o parâmetro -R (/s -R), este mostrará todos os arquivos /etc  – arquivos de configuração de seu computador
do diretório atual e subdiretórios, inclusive os arquivos local.
ocultos (o parâmetro R gera uma operação recursiva, pois /floppy – ponto de montagem de unidade de disquetes.
varre diretórios). /home – diretórios contendo os arquivos dos usuários.
A forma mais prática de conhecer os parâmetros dispo- /lib – bibliotecas compartilhadas pelos programas do
níveis para cada comando é consultando as informações de sistema e módulos do kernel.
ajuda. Para isso, pode-se usar a chave --help após o coman- /lost+found – local para a gravação de arquivos/dire-
do para o qual se deseja conseguir informações. Também é tórios recuperados pelo utilitário fsck.ext2. Cada partição
possível utilizar os comandos man, help ou info, seguidos possui seu próprio diretório lost+found.
do comando para o qual se deseja obter informações mais /mnt – ponto de montagem temporário.
detalhadas. /proc – sistema de arquivos do kernel. Este diretório
Alguns comandos podem ser utilizados em conjunto, não existe em seu disco rígido, ele é colocado lá pelo ker-
um após o outro, na mesma linha de comando, usando nel e usado por diversos programas que fazem sua leitura,
alguns caracteres especiais. Para a execução de dois ou verificam configurações do sistema ou modificar o funcio-
mais comandos de forma sequencial, sem nenhuma relação namento de dispositivos do sistema através da alteração
de dependência entre eles, usa-se o caractere “;” (ponto em seus arquivos.
e vírgula): /root – diretório do usuário root.
/sbin – diretório de programas usados pelo superusuá-
Noções de Informática

cd /home/marrrcelo;cat info.txt;sleep 60;shutdown – h +5 rio (root) para administração e controle do funcionamento


do sistema.
resultado: vai para a pasta do usuário marrrcelo, mos- /tmp  – diretório para armazenamento de arquivos
tra o conteúdo do arquivo info.txt, aguarda 60 segundos e temporários criados por programas.
desliga o computador em 5 minutos. /usr – contém maior parte de seus programas. Normal-
Para a execução de comandos em segundo plano (back- mente acessível somente como leitura.
ground), deixando o Shell livre para a execução de outros /var – contém maior parte dos arquivos que são grava-
comandos, deve-se usar o “&” (E comercial) ao final do dos com frequência pelos programas do sistema, e-mails,
comando: spool de impressora, cache etc.

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WORD 2013 Faixas de Opções
Também chamadas de menus horizontais, guias ou abas
① foram introduzidas no Office 2007. Esse novo componen-
te substitui menus, barras de ferramentas e a maioria dos
painéis de tarefas das versões anteriores do Word por um
mecanismo único simples e fácil de explorar. Os novos menus
O Microsoft Office Word 2013 é a 15ª versão do proces- agrupam as ferramentas por tarefa, mantendo os comandos
sador de textos mais usado do mundo, lançado em 1983 para usados com mais frequência sempre à mão.
DOS e em 1989 para Windows. É um software que facilita O local onde o Excel (e Word) mantém os botões faz parte
a criação, edição e publicação de textos, permitindo ainda da composição da barra de ferramentas do software, nome
a inserção de imagens, tabelas e gráficos. A instalação do comum inclusive em diversos aplicativos Microsoft. O nome
Office 2013 exige um computador com processador de 1 faixa de opções faz menção inclusive à barra de ferramentas
GHz (32 ou 64 bits), 1 GB (32 bits) ou 2 GB (64 bits) de RAM, (equivalente ao conjunto de ícones na parte superior do sof-
3 GB de espaço livre no HD, sistema operacional Windows tware, onde o usuário pode acessar diversas funcionalidades
7, 8, Server 2008 ou 2012. do software através de um único clique).

Os antigos menus e barras de ferramentas do Word A sequência, os nomes e os botões dos menus podem
2003 foram fundidos e se estendem em sentido horizontal ser alterados.
de uma ponta à outra da interface. Cada uma das nove guias
básicas (Arquivo, Página Inicial, Inserir, Design, Layout da Localização dos Comandos nos Menus
Página, Referências, Correspondências, Revisão e Exibição)
possui vários Grupos ② que mostram os comandos agru- De forma generalizada, os programas guardam em seus
pados por funcionalidade. Um Comando ③ pode ser um menus todos os comandos disponíveis aos usuários, organi-
botão, uma caixa ou um menu (galeria). Mais opções de zados em uma ou outra lista de acordo com alguma caracte-
cada grupo podem ser acessadas em uma janela, clicando rística comum entre eles. Mais importante do que memorizar
nos Iniciadores de caixa de diálogo ④, marcas em forma quais comandos estão dispostos em certo menu é conseguir
de seta diagonal existentes no canto inferior direito de al- perceber em qual deles deve estar certo comando, asso-
guns grupos. ciando seu funcionamento e características principais às de
Guias adicionais aparecerão sob demanda ⑤, sem- outros pertencentes ao mesmo menu.
pre que imagens, tabelas, desenhos, diagramas (SmartArts) Não existe uma definição oficial a respeito do tipo de co-
e gráficos forem selecionados. Essas ferramentas contextuais mando que pertence a cada menu. Obtida com a prática, uma
permitem trabalhar com um conjunto específico de coman- proposta para essa definição, apresentando o conteúdo dos
dos voltados para o objeto selecionado, que aparecem com menus e seus representantes de uso mais comum ,vem a seguir.
uma cor de ênfase, próximo às guias padrão.
Um clicar duplo sobre qualquer guia irá ocultar/mi- Menu Página Inicial
nimizar toda a Faixa de Opções, até que uma das guias seja
clicada duas vezes novamente. A tecla de atalho CTRL+F1 ou Em entrevistas com usuários, a Microsoft registrou os
o botão ⑥ também podem ser usados com a mesma comandos utilizados com maior frequência e os dispôs numa
finalidade. guia exibida sempre que o Word é iniciado. Com isso, co-
Menu Arquivo/Opções ou clicar com o botão direi- mandos dos antigos menus Editar e Formatar, como Fonte,
to numa área livre da Faixa de Opções mostra opções que Parágrafo e Estilo, do Word 2003, entre os mais usados, são
permitem: facilmente encontrados no Menu Página Inicial.
• adicionar o botão clicado à Barra de Acesso Rápido ⑦; No Word, ao se selecionar um trecho de texto e se cli-
• personalizar a Barra de Acesso Rápido; car o menu Página Inicial, é exibido um menu com diversas
• mostrar a Barra de Acesso Rápido abaixo da Faixa de opções, entra as quais, a opção Copiar, que permite copiar
Opções; o trecho selecionado para a área de transferência, além de
• personalizar a Faixa de Opções; funcionalidade que permite localizar palavras no documento
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• minimizar a Faixa de Opções. que está sendo editado.

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Menu Arquivo

Comandos usados com menor frequência durante a edição do texto e que executam ações no documento como um
todo, sem alterar seu conteúdo. Então, como durante a utilização dos itens do menu Arquivo não há necessidade de en-
xergar o documento, o visual do menu Arquivo foi alterado para ocupar todo o espaço destinado à visualização e edição
do texto com opções dos comandos desse menu, denominado Backstage. Muito do que se faz no Word tem a ver com o
gerenciamento de arquivos, executando-se tarefas comuns como abrir, fechar, salvar, imprimir e criar novos documentos.
A organização dos comandos no menu Arquivo mostra as tarefas de “bastidores” no programa - em resumo, tudo aquilo
que o usuário faz para um arquivo e não no arquivo.

Menu Layout da Página

Apresenta comandos para configurar as páginas, onde os mais importantes alteram todo o documento, ou partes dele,
gerando modificações na formatação do seu conteúdo.

Menu Exibição

Mostra recursos já disponibilizados pelo Word que alteram a visualização do documento e não necessitam configuração
antes de exibidos ao redor do documento, para orientar o trabalho do usuário.

Menu Inserir

Em oposição aos itens do menu Exibição, o menu Inserir mostra recursos que poderão ser trazidos de fora do Word e
necessitam configuração antes de inseridos dentro do documento.
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Menu Referências

Disponibiliza comandos para a inserção de Sumários (índices analítico, remissivo, de ilustrações e autoridades), Legenda
e Notas de rodapé.

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Menu Revisão

Mostra comandos usados após a edição do documento, como revisão da ortografia, inserção de comentários e controle
de alterações do revisor.

Menu Correspondências

Mostra comandos para a criação de Malas Diretas, Envelopes e etiquetas.

Menu Página Inicial Considerando-se que o computador em uso esteja exe-


cutando o sistema operacional Windows, é correto afirmar
Grupo Área de Transferência

A Área de Transferência (clipboard, em inglês – prancheta)


é um espaço da memória RAM do computador usado como que, por meio do ícone , pode-se saber se a área de
área de armazenamento temporário para os itens que são co- transferência do Windows está vazia.
piados ou recortados e podem ser depois aplicados (colados)
no mesmo aplicativo ou em outro. Os comandos do Word que, Colar Especial (CTRL + ALT + V)
de alguma forma, usam a área de transferência do Windows A parte inferior do botão Colar permite optar por um
ficam dispostos neste grupo, como Recortar, Copiar, Colar. formato de colagem diferente do padrão – Colar Especial...
A seguinte sequência de ações permitirá copiar a palavra Um trecho de planilha do Excel será colado, por padrão,
“fértil” em outro ponto do texto: aplicar um clicar duplo sobre como tabela comum no Word se usado CTRL+V, simples-
mente. Caso se necessite aplicar de outra forma a planilha
a palavra “fértil”; clicar o botão ; clicar no local onde
no documento atual, como uma imagem, apenas seu texto
ou mantendo vínculo com a planilha de origem (colar como
se deseja colocar a cópia da palavra; clicar o botão . objeto), o atalho de teclado CTRL+ALT+V pode ser usado,
Como as teclas de atalho para os comandos Copiar
(CTRL+C) e Colar (CTRL+V) são amplamente usadas e conhe- assim como o pequeno ícone que aparece
cidas, é comum que sejam exigidas as imagens dos botões ao lado do trecho colado de forma simples, permitindo es-
associadas a eles. Memorize-as. colher entre as opções:
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Grupo Parágrafo
Pincel de Formatação

Copia a FORMATAÇÃO de um trecho de texto ou elemen-


to gráfico para outro. Basta selecionar o trecho que possui
a formatação desejada, clicar no pincel e selecionar o tre-
cho que receberá a formatação. Clicar duas vezes no botão
mantém a ferramenta ativa enquanto a formatação copiada
é colada em vários trechos de texto.
① Marcadores, ②Numeração e ③Lista de Vários Ní-
Página Inicial / Área de Transferência / Pincel de For-
veis: criam listas destacando o início de cada pa-
matação ou (CTRL + SHIFT + C – copiar formatação e CTRL + rágrafo com símbolos ou números. Podem-se criar
SHIFT + V – colar formatação). listas com vários níveis, usando quaisquer símbolos,
imagem, letras e números variados.
3.3. Grupo Fonte ④ Diminuir Recuo (esquerdo): CTRL + SHIFT + M.
⑤ Aumentar recuo (esquerdo): CTRL + M.
⑥ Classificar: coloca o texto selecionado em ordem al-
fabética ou classifica dados numéricos.
⑦ Mostrar Tudo (CTRL+*): mostra os caracteres não
imprimíveis, como marcas de parágrafo e outros
símbolos de formatação ocultos.

Alinhamento: define a posição dos parágrafos com


① Tipo da Fonte (CTRL+SHIFT+F).
relação a qualquer formatação de recuo. Para alinhar os
② Tamanho da Fonte (CTRL+SHIFT+P): tamanhos de 8 a parágrafos com relação às margens esquerda e direita do
72. Limites: mínimo 1 e máximo 1638, com variações documento, deve-se remover qualquer formatação de recuo.
de 0,5 ponto.
③ Aumentar Fonte: CTRL + > (lista pré-definida) ou CTRL ⑧ ⑨
+ ] (um ponto mais). Alinhar à Esquerda Centralizar
④ Reduzir Fonte: CTRL + < (lista pré-definida) ou CTRL CTRL + Q CTRL + E
+ [ (um ponto menos).
⑤ Maiúsculas e Minúsculas: altera a capitalização do
⑩ ⑪
texto selecionado. O atalho de teclado SHIFT+F3
Alinhar à Direita Justificar
alterna o texto selecionado entre maiúsculas e mi-
CTRL+G CTRL + J
núsculas, como no ciclo representado a seguir, fun-
cionando como alternativa ao uso desse botão.
⑫ Espaçamento entre linhas: define o espaço vertical
⑥ Limpar Formatação: remove formatos de fonte (CTRL entre as linhas dentro dos parágrafos selecionados
+ Espaço) e parágrafo (CTRL + F), devolvendo o texto texto.
selecionado ao estilo Normal, padrão de formatação
que o documento usava quando criado.
O comando Limpar Formatação não removerá o re-
alce do seu texto. Para limpá-lo, selecione o texto
realçado e clique na seta ao lado de Cor de Realce Simples (CTRL + 1) 1,5 (CTRL + 5) Duplo (CTRL + 2)

de Texto e clique em Sem Cor. ⑬ Sombreamento: colore o plano de fundo atrás do
⑦ Negrito: CTRL + N ou CTRL + SHIFT + N texto ou parágrafo selecionado.
⑭ Bordas
⑧ Itálico: CTRL + I ou CTRL + SHIFT + I.
⑨ Sublinhado: aplica à seleção o último estilo de su- Estilos (e formatação)
blinhado selecionado nas opções da seta. A tecla de
atalho sempre aplica sublinhado simples (CTRL + S Conjunto de ações de formatação que podem ser apli-
Noções de Informática

ou CTRL + SHIFT + S). cadas ao texto, tabelas e listas do documento para alterar
⑩ Tachado
rapidamente sua aparência. Ao aplicar um estilo, todo um
grupo de formato é aplicado em uma simples operação.
⑪ Subscrito: CTRL + =
⑫ Sobrescrito: CTRL + +
⑬ Efeitos de texto: aplica um efeito visual ao texto se-
lecionado como sombra, brilho e reflexo.
⑭ Realce
⑮ Cor da Fonte.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
É possível criar e modificar os estilos. As modificações http://office.microsoft.com/client/helppreview14.aspx
em um estilo serão aplicadas automaticamente a todos os ?AssetId=HA010355788&lcid=1046&NS=WINWORD&Versi
trechos de texto que usem esse estilo no documento atual. on=14&tl=2&pid=CH010369342&CTT=4
No Word, as opções de modificação de um estilo, por
exemplo, o Normal, incluem alterações na formatação de • PDF ou XPS – publica uma cópia do documento como
fonte e de tabulação do texto. um arquivo PDF ou XPS.
Um índice analítico pode ser inserido no Word para faci-
litar a identificação de conteúdos de um documento, sendo PDF (Portable Document Format) PDF é um formato
necessárias configurações específicas que atribuam estilos de arquivo eletrônico de layout fixo que preserva a
de títulos como entradas para formar o índice. É necessário formatação do documento e possibilita o comparti-
aplicar estilos apropriados aos títulos do documento a serem lhamento de arquivo. O formato PDF garante que
quando o arquivo é exibido online ou é impresso,
inseridos no sumário, para, dessa forma, o programa poder
mantenha exatamente o formato pretendido e os da-
identificar tais títulos.
dos no arquivo não podem ser facilmente alterados.
O formato PDF também é útil para documentos que
Menu Arquivo (ALT + A) serão reproduzidos usando métodos de impressão
comercial.
Substitui o Botão Office da versão anterior, apresentando XPS (XML Paper Specification) XPS é um formato de
várias opções do menu Arquivo do Word 2003, como Novo, arquivo eletrônico de layout fixo que preserva a for-
Abrir, Salvar, Salvar como, Imprimir, Fechar. Uma nova coluna matação do documento e possibilita o compartilha-
com várias opções aparece à direita dos botões mostrando mento de arquivo. O formato XPS garante que quando
recursos adicionais, como em Recente, Novo e Imprimir. o arquivo é exibido online ou é impresso, mantenha
A exibição padrão Informações, que mostra informações exatamente o formato pretendido e os dados no ar-
sobre o arquivo em uso, como tamanho, número de palavras quivo não podem ser facilmente alterados.
e páginas e a data da última alteração. É aqui também onde
se converte um arquivo de versão anterior, definem per- Um documento elaborado no Microsoft Word pode ser
missões, prepara o compartilhamento de um documento e convertido em um arquivo no formato pdf, o que impede
gerencia diferentes versões que tenham sido salvas. que ele seja alterado.
A principal vantagem do formato pdf é a consistência
Salvar Como... (F12) obtida em todos os tipos de computadores, ou seja, o docu-
mento aparecerá de maneira idêntica independentemente
da plataforma em que ele estiver sendo lido.

• Outros formatos – abre a caixa de diálogo Salvar como


Mostra uma lista de opções para que o usuário salve o para selecionar entre todos os tipos de arquivos pos-
documento atual com outro nome, em outro local (cria cópias síveis
de segurança) e com outras extensões: – TXT – texto sem formatação (compatibilidade com
• Documento do Word – mantém a extensão DOCX ou Bloco de Notas)
DOTX (modelo de arquivo, sem macro). – RTF – Rich Text Format (compatibilidade com Wor-
• Documento Habilitado para Macro – extensão DOCM dPad, editor de textos do Windows)
ou DOTM (modelo do Word com macro). – HTML – página Web
– XML – linguagem de marcação extensível
No Word, um modelo pode assumir as extensões .dotx
ou .dotm. O tipo de terminação de arquivo .dotx permite No Word, por meio do recurso de compartilhamento de
habilitar macros no arquivo. documento, diferentes usuários podem editar um mesmo
Documentos, planilhas e apresentações criados na ver- documento, ao mesmo tempo, mantendo a sincronia das
são 2010 do Office são salvos no formato XML e, por isso, alterações efetuadas.
apresentam as letras “x” ou “m” nas extensões de nome É possível definir senhas para proteger um documen-
de arquivo; “x” significa um arquivo XML sem macros. Por to, permitindo que somente os revisores autorizados mo-
exemplo, ao salvar um documento no Word, o arquivo utili- difiquem o conteúdo de um arquivo. Na caixa de diálogo
zará, por padrão, a extensão .docx em vez da extensão .doc. Salvar como, o item Ferramentas / Opções Gerais... mostra
• Documento do Word 97-2003 – salva uma cópia do as seguintes opções:
documento que será totalmente compatível com o
Word 97-2003.
• Documento do Works – salva uma cópia com formato
Noções de Informática

WPS.
• Texto OpenDocument – salva o documento no formato
Documento Aberto (ODT).

Quando o usuário trabalha com dois formatos de arquivo,


como .docx e .odt, pode haver diferenças de formatação e
nem todos os recursos estarão disponíveis. O usuário po-
derá converter dados e conteúdo, mas a maneira como se
trabalha com o conteúdo pode ser diferente, dependendo
dos formatos usados.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
No Word, as informações de um documento podem ser Próxima Página: insere uma quebra de seção e começa
protegidas/desprotegidas, por meio de senha, de modo a a nova seção na próxima página. Útil para iniciar novos ca-
restringir/permitir a determinados usuários os processos de pítulos em um documento.
formatação e de edição do texto. Por meio dessa opção, é
possível atribuir funções específicas apenas aos usuários aos
quais foi concedida permissão.

Menu Layout da Página


Colunas (estilo de boletim informativo)

Contínua: insere uma quebra de seção e começa a nova


seção na mesma página. Útil para criar uma alteração de
formatação, como um número diferente de colunas em uma
mesma página.
Em colunas em estilo de boletim informativo, o texto
flui continuamente do fim de uma coluna para o início da
coluna seguinte. O usuário pode especificar o número de
colunas que deseja em estilo de boletim informativo, ajus-
tar suas larguras e adicionar linhas verticais entre colunas.
Também é possível adicionar um título de faixa que abranja
a largura da página.

Quebras

Página Ímpar ou Página Par: insere uma quebra de seção


Seção é uma parte independente de um documento em e inicia a nova seção na próxima página de número ímpar ou
que o usuário define determinadas opções de formatação par. Útil para que os capítulos do documento sejam sempre
de página, como numeração de linha, número de colunas ou
iniciados em uma página ímpar ou par.
cabeçalhos e rodapés. As seções permitem variar o layout de
Quando uma linha, coluna ou página é preenchida com
um documento em uma página ou entre páginas.
texto ou elementos gráficos, o Word insere uma quebra “au-
tomática” (ou involuntária) e cria uma nova. O usuário pode
forçar uma quebra em um local específico inserindo uma
quebra de linha, coluna ou página “manual” (ou forçada).

① Seção formatada como uma única coluna


② Seção formatada como duas colunas

Quebras de seção dividem o documento em seções que, ① Quebra de página automática


depois, podem ser formatadas independentemente. É possí- ② Quebra de página manual
vel formatar um documento em seções diferentes para que
uma use orientação retrato e, outra, paisagem.
Por exemplo, o usuário pode forçar uma quebra de página
Numa monografia onde a capa não deve mostrar núme-
para assegurar que o título de um capítulo comece sempre
ros de página, o índice deve ter numeração romana e o corpo
em uma nova página.
do trabalho numeração arábica, a quebra do documento em
três seções permite que todas estas partes permaneçam jun-
tas num arquivo único.
Tipos de quebras de seção (a linha pontilhada dupla re-
presenta uma quebra de seção):
Noções de Informática

Quebra de página: o Word insere uma quebra de página


automaticamente quando o texto digitado atinge o final de
uma página. Se for necessário que a página seja quebrada
em um local diferente, o usuário poderá inserir uma quebra
de página manual, que marca o ponto em que uma página
termina e outra página começa.
Quebra de linha: a quebra de linha manual encerra a
linha atual e faz com que o texto continue na linha seguinte.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Referência Cruzada: insere um hiperlink automático
para o local atual, que pode mais tarde ser citado em
outros pontos do documento e trazer o usuário de
volta àquele local específico.
• Cabeçalho e Rodapé: áreas situadas nas margens su-
perior e inferior, de cada página de um documento,
em que se pode inserir textos ou elementos gráficos
Quebra de coluna: leva o texto após o cursor para uma – como números de página, data, logotipo de uma em-
nova coluna. presa, o nome de arquivo do documento— que são
impressos no início ou no fim de cada página de um
documento.
Os cabeçalhos e rodapés aparecem apenas no modo
de exibição de layout de impressão (modo de exibição
de um documento da forma como ele aparecerá quan-
do for impresso. Por exemplo, itens como cabeçalhos,
Quebra Automática de Texto: separa o texto ao redor do notas de rodapé, colunas e caixas de texto aparecem
objeto. Por exemplo, separa o texto das legendas do corpo em suas posições reais) e em documentos impressos.
do texto. Eles não aparecem nem são impressos nos documen-
tos da Web exibidos em navegadores. No entanto, são
quebras atalhos (ENTER) mantidos no documento da Web, de modo que apa-
coluna CTRL + SHIFT + ENTER reçam quando o usuário retornar ao formato .docx do
documento.
linha SHIFT + ENTER
• Número de Página: insere numeração da página com
página CTRL + ENTER formatações e posições pré-definidas. A numeração
da página pode ser formatada pelo usuário para iniciar
No MS Word, a opção de inclusão de uma quebra de em numeração específica e usar algarismos romanos
seção contínua possibilita, na seção selecionada, atribuir al- ou letras
guns recursos de formatação, exclusivos à seção desejada, • Caixa de Texto: insere caixas de texto pré-formatadas,
sem que os mesmos recursos sejam efetivos nas demais se- que podem ser redimensionadas, colocadas sobre
ções do documento, como formatação de colunas, margens qualquer parte do texto e apresentar formatação in-
e parágrafos. dependente do restante do texto no documento.
• Partes Rápidas: cria, armazena, localiza e insere partes
Menu Inserir reutilizáveis de conteúdo, incluindo AutoTexto, proprie-
dades do documento, como título e autor, e campos.
• Folha de Rosto: insere uma página no início do do- – AutoTexto: conteúdo reutilizável que pode ser arma-
cumento, completamente formatada, com alguns zenado e acessado sempre que necessário. O usuá-
campos para preenchimento com informações sobre rio pode salvar o AutoTexto na galeria de AutoTexto
o arquivo, autor e data. selecionando o texto que deseja reutilizar, clicando
• Página em Branco: insere uma nova página em branco em AutoTexto e em Salvar Seleção na Galeria de
na posição do cursor.
AutoTexto (ALT+F3), definindo um pequeno nome
• Quebra de Página: insere quebra de página na posição
pelo qual o bloco de texto deve ser conhecido e ar-
do cursor, levando o texto à sua direita dele para uma
mazenado. Para reutilizá-lo basta digitar seu nome
nova página, na mesma seção.
e pressionar F3.
• Imagem: abre caixa de diálogo para seleção de imagem
– Propriedade de Documento: permite escolher em
a ser inserida na posição atual do cursor.
• Clip-Art: mostra um painel para pesquisa por imagem uma lista de propriedades que o usuário pode inserir
vetorial, filmes, sons ou fotos de catálogo no docu- no documento.
mento. campo para inserir campos que podem fornecer
• Formas: insere formas geométricas prontas, como cír- informações atualizadas automaticamente, como a
culos, quadrados e setas. hora, título, números de página e assim por diante.
• SmartArt: um elemento gráfico SmartArt é uma re- – Organizador de Blocos de Construção: mostra todos
presentação visual das informações que podem ser os blocos de construção disponíveis no Word. Tam-
criadas com rapidez e facilidade, escolhendo entre bém é possível editar propriedades, excluir e inserir
vários layouts diferentes, para comunicar mensagens blocos de construção.
ou ideias com eficiência. • WordArt: forma rápida de fazer o texto se destacar com
• Gráfico: insere vários tipos de gráficos de dados, como efeitos especiais. Após definição do efeito artístico a
gráficos de colunas linhas, pizza, barras, área, disper- ser aplicado ao texto selecionado, a guia contextual
são, ações, superfície, rosca, bolha e radar. Ferramentas de Desenho permite configurar o efeito
Noções de Informática

• Instantâneo: tira uma foto de todas as janelas aber- aplicado.


tas no computador ou de parte delas e as adiciona ao • Letra Capitular: transforma a primeira letra do parágrafo
documento. selecionado em letra maiúscula grande, destacando-o.
• Hyperlink (CTRL+K): cria uma ligação entre o objeto • Linha de Assinatura: insere uma linha de assinatura
selecionado e um outro objeto (página da web, arqui- que especifica quem deve assinar.
vo, outro local do mesmo documento, envio de email • Data e Hora: adiciona rapidamente a data e hora atuais
ou criação de novo documento). no ponto de inserção, permitindo escolher o formato
• Indicador: atribui um nome ao ponto do documento e solicitar atualização automática.
onde está o cursor, para que um hiperlink possa ser • Objeto: insere um objeto externo que permanecerá
criado apontando para este local específico. vinculado ao programa que o criou. Quando clicado

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
duas vezes o programa será executado para modificar Criado o sumário dessa maneira, pode-se atualizá-lo fa-
o objeto, como planilhas, apresentações, imagens, cilmente após alterações no documento, clicando sobre ele
fórmulas e gráficos. com o botão direito do mouse, a opção Atualizar Sumário
• Equação (ALT+=): para criar e editar equações e fórmu- da guia Referências ou o atalho de teclado F9.
las as versões anteriores do Word usavam o suplemen-
to Microsoft Equation 3.0. O Word 2013 inclui suporte Notas de Rodapé
interno para escrever e editar equações.
• Símbolo: adiciona ao texto caracteres que não estão
disponíveis no teclado, como letras gregas, símbolos
matemáticos, de moeda, etc.

Tabela

O Word oferece diversas maneiras de criar uma tabela. A


Notas de Rodapé são usadas para apresentar informa-
melhor maneira depende do grau de complexidade desejado.
ções adicionais que são inapropriadas para o corpo do texto
Tabelas Rápidas: modelos de tabelas para inserir uma
e para identificar as citações incluídas no documento. São
tabela com base em uma galeria de tabelas pré-formatadas.
exibidas ao final da página onde a nota foi inserida e o Word
Os Converter Texto em Tabela...: transforma o texto sele-
acrescenta automaticamente uma marca no ponto de sua
cionado em tabela, usando caracteres separadores – como
inserção no texto.
vírgulas ou tabulações – para indicar onde se deseja dividir
As notas de fim são idênticas às notas de rodapé, exceto
o texto em colunas e marcas de parágrafo para indicar onde
pelo fato de aparecerem ao final do documento, e não no
se deseja começar uma nova linha.
fim da página onde foram inseridas.
É possível criar uma tabela dentro de outra tabela
(tabela aninhada) para elaborar páginas da Web ou inserir
textos e elementos gráficos em diferentes células de tabela Menu Revisão
compondo um layout diferenciado. Uma tabela pode ainda
ser copiada para dentro de outra. Ortografia e Gramática
Planilha do Excel: insere uma pasta de trabalho do Excel
no ponto de inserção, como um objeto, a qual pode ser edi- No Microsoft Word, é possível encontrar recursos como
tada no Word, usando-se todas as ferramentas e recursos dicionário de sinônimos, verificação ortográfica, controle de
alterações e, ainda, criar restrições de formatação e edição
do Excel.
do documento.
Inserir Tabela... : arrastar o mouse sobre a grade selecio-
na o número de linhas e colunas que se deseja inserir no local
AutoVerificação
do cursor. O comando Inserir Tabela... permite que o usuário:
Sinaliza trechos de texto usando um sublinhado ondulado
– Especifique as dimensões e o formato da tabela antes
vermelho para indicar possíveis problemas de ortografia e
da inserção da tabela no documento.
sublinhado ondulado verde para indicar possíveis problemas
– Em Tamanho da tabela, insira o número de colunas e
gramaticais, facilitando sua identificação e posterior corre-
linhas. ção, usando as seguintes opções:
– Em Comportamento de AutoAjuste, escolha as opções 1) clicar com botão direito no trecho sublinhado com
para ajustar o tamanho da tabela. ondulado vermelho ou verde
Após criar uma tabela, o Word oferece diversas maneiras
2) clicar em na barra de status
de formatar essa tabela. Se o usuário decidir usar Estilos
3) ALT + F7
de tabela (guia contextual Ferramentas de Tabela/Design),
poderá formatar sua tabela de uma vez e até mesmo ter
uma visualização de como será a aparência de sua Tabela
formatada em um determinado estilo antes de aplicar de 4) na Guia Revisão
fato o estilo (Visualização Dinâmica). 5) F7
6) alteração direta no texto
Menu Referências 7) alterar o idioma da revisão

Sumário (Índice Analítico) Durante a correção, é possível ignorar, adicionar ao
Dicionário ou alterar os erros baseado em sugestões que o
Word apresenta. Os erros gramaticais mais comuns são: con-
cordância nominal e verbal, pontuação, excesso de espaços,
crase, capitalização.
No Microsoft Word, o recurso de verificação de ortografia
Noções de Informática

e gramática é útil para o usuário corrigir termos ou trechos


que são marcados conforme determinada convenção. Por
exemplo, quando a marcação aparece como uma linha ver-
O Sumário é um campo do Word que prepara uma pe- melha ondulada abaixo do termo, significa que esse termo
quena lista organizada e enumerada para exibir a sequência apresenta grafia incorreta; se a marcação aparece como uma
dos assuntos abordados em um documento. linha verde ondulada abaixo do segmento marcado, há indí-
A preparação para a criação de um sumário consiste na cios de potenciais erros gramaticais nesse segmento.
aplicação de estilos de título — por exemplo, Título 1, Título
2 e Título 3 — ao texto que deseja incluir no sumário. O Word Controlar Alterações (CTRL+SHIFT+E): para evitar que o
pesquisa esses títulos e os insere no sumário do documento. usuário distribua documentos inadvertidamente contendo

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alterações controladas e comentários, o Word exibe as alte- elementos em um documento. Podem ser ocultadas e pos-
rações controladas e os comentários por padrão. sibilitam controlar a formatação das margens, cabeçalho e
rodapé, recuos, tabulação.

Margens: clicar duas vezes a região escura da régua mos-


tra a caixa de diálogo Configurar Página, onde pode-se definir
o tamanho das margens.

Tabulação e Recuos: as marcas de tabulação sobre a ré-


Novo Comentário: insere uma observação ou anotação gua permitem indicar onde começa um recuo ou uma coluna
ao documento. O Word exibe o comentário em um balão na de texto, indicando o alinhamento do texto à esquerda, à
margem direita ou no Painel de Revisão com as iniciais do direita, centralizado ou de acordo com um caractere decimal
usuário que inseriu o comentário. Eles podem ser impressos. ou de barra.
Os recuos determinam a distância das linhas dos pará-
grafos selecionados em relação às margens esquerda ou
direita.

Menu Correspondências
No Word, é possível criar uma mala direta a partir de
um modelo de carta. Nesse caso, o modelo é conectado a Recuo especial de primeira linha
uma fonte de dados, a qual é um arquivo que contém as Recuo especial de deslocamento
informações a serem mescladas no documento principal. Recuo à esquerda
Mala direta Recuo à direita

No Microsoft Word, pode-se usar a mala direta para Botão esquerdo 2x: Página Inicial / Parágrafo ou
enviar e-mails personalizados a uma lista de endereços de (CTRL + M) - os recuos especiais não podem ser negativos.
e-mail contida no Outlook ou em um banco de dados.
Visualização Dinâmica

Área de Trabalho Mostra uma visualização da forma como um recurso


afeta o documento ao passar o mouse sobre uma opção de
Réguas formatação de fonte, estilo, imagem, etc. A formatação será
aplicada ao documento apenas após o clicar com o mouse
As réguas horizontais e verticais no Word são normal- (desativação em Arquivo / Opções / Geral / Visualização Di-
mente usadas para alinhar texto, gráficos, tabelas e outros nâmica).

Seleção com o Mouse

Local clicar... seleciona...


2x sobre uma palavra a palavra
1x sobre uma palavra, com a tecla CTRL pressionada a frase onde está a palavra
3x sobre uma palavra o parágrafo onde está a palavra
texto

e arrastar ou com a tecla SHIFT pressionada do início ao fim do trecho


selecionando um trecho, segurar CTRL, selecionar outros trechos trechos não adjacentes
e arrastar sob qualquer trecho, com a tecla ALT pressionada uma área retangular
1x a linha mais próxima do clicar
esquerda
margem

2x o parágrafo próximo ao clicar


Noções de Informática

3x (ou CTRL + clicar) o documento todo (texto todo)

Minibarra de Ferramentas

Ao selecionar texto em um documento, a Minibarra de


ferramentas aparecerá de maneira desbotada. Apontar o
mouse para ela fará com que fique sólida e será possível
clicar em uma opção de formatação nela.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
EXCEL 2013 bética, da esquerda para a direita, e 1.048.576 linhas (220)②
numeradas de cima para baixo.
No MS Excel, a planilha corresponde às páginas dispo-
níveis ou criadas para uso dentro de um arquivo do Excel,
enquanto a pasta de trabalho é o nome do arquivo propria-
O Microsoft Office Excel 2013 é a 15ª versão da planilha mente dito. Ao se salvar um arquivo, salvam-se todas as
eletrônica mais usada no mundo, lançado em 1987 para Win- planilhas nele contidas.
dows. É um software que facilita a análise de dados inseridos
em uma grande tabela (folha de cálculo), realizando cálculos Guia das Planilhas④: mostra a planilha atual de tra-
e construindo gráficos. Excel é destinado à elaboração de balho e, por padrão, outras duas disponíveis. Podem ser
tabelas e planilhas eletrônicas para cálculos numéricos, além renomeadas e coloridas, excluídas ou adicionadas, movidas
de servir para a produção de textos organizados por linhas e ou duplicadas.
colunas identificadas por números e letras. Para se alterar o nome da planilha é suficiente dar um

Área de Trabalho duplo clique em ; digitar o nome e pressionar


a tecla Enter.
Pasta: arquivo do Excel criado com três planilhas (pági- Página Inicial / Células / Inserir / Inserir Planilha
nas) prontas para edição.
(SHIFT + F11) ou
Planilha: tabela, folha ou página de cálculo, formada por Página Inicial / Células / Formatar / Renomear Pla-
16.384 colunas (214)①, dispostas na vertical, em ordem alfa- nilha

Célula③: retângulo formado pelo cruzamento de uma


Conteúdo x Resultado: o que é mostrado na barra
coluna e uma linha, onde são inseridos os dados e cálculos.
de fórmulas é o conteúdo – o que é mostrado na célula é a
O nome, endereço ou referência de uma célula é dado pela
representação do conteúdo, ou o seu resultado.
coluna, seguida da linha que a formam. O Excel 2010 possui
17.179.869.184 células (234). Quando é inserido um cálculo
na célula, esta pode ser chamada célula de absorção ou cé- Caracteres Especiais
lula de resultado.
Para se inserir dados em uma planilha do Microsoft Excel, Iniciadores de Cálculo
deve-se, inicialmente, selecionar a célula onde os dados serão
inseridos. Esse procedimento pode ser realizado com o uso do caractere nome características
mouse, posicionando o cursor na célula desejada, ou a partir
= igual caractere amplamente utilizado
das setas do teclado, ou teclando ENTER, para, em seguida, se
digitar os dados na célula e, por fim, confirmar a operação com. mesma funcionalidade do =, menos
+ mais
usado
Caixa de nome⑤: identifica a célula ativa, gráfico ou - menos altera o sinal do primeiro valor
objeto de desenho selecionado, localiza uma célula qualquer,
@ arroba usado apenas para funções
atribui nome a uma célula ou intervalo de células.
Noções de Informática

Página Inicial / Edição / Localizar e Selecionar / Ir Operadores Matemáticos


para...
Fórmulas / Nomes Definidos / Definir Nome... ou prioridade caractere operação
Gerenciador de Nomes
1º ()e% Parênteses e Porcentagem
Barra de fórmulas⑥: mostra o CONTEÚDO da célula Potenciação (Exponenciação)
ativa e permite editá-lo. 2º ^ e ^(1/x)
e Radiciação
Ao se realizar um cálculo no Excel, a fórmula é inserida
3º *e/ Multiplicação e Divisão
na barra de fórmulas, no campo e
o resultado é disponibilizado em uma célula. 4º +e- Soma e Subtração

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Operadores de Comparação

caractere operação caractere operação


= igual a >= maior ou igual a
> maior que <= menor ou igual a
< menor que <> diferente de

Operadores de Referência

SÍMBOLO FUNÇÃO / EXEMPLO LEITURA


Representa intervalos de células (células adjacentes) Soma de
: dois pontos
=SOMA(A1:A20) A1 ATÉ A20
Operação de união, usada para unir células ou interva-
Soma de
; ponto-e-vírgula los distintos
A1 E A20
=SOMA(A1;A20)
Operação de interseção. O espaço em branco é usado
Soma da interseção de A1 até A10
espaço simples para destacar células comuns a dois intervalos
com A1 até C5
=SOMA(A1:A10 A1:C5)
Cria referências mistas e absoluta. Fixa o endereço da
A1 multiplicado
$ cifrão célula.
por B2
=$A$1*B$2
Identifica uma célula de outra planilha, na mesma pasta Multiplica a célula A1, da planilha
! exclamação
=Plan2!A1*B5 Plan2 por B5 da planilha atual
Multiplica a célula A1, da planilha
Identifica uma célula de outra planilha, em outra pasta
[] colchetes Plan2, da pasta Teste.xls por B5 da
=[Teste.xls]Plan2!A1*B5
planilha atual

Operador de Texto

caractere operação
& conecta, ou concatena, valores de células diferentes para produzir um valor de texto único

Precedência (prioridade)

Funções seguir. Para obter uma lista das funções disponíveis, clique
em uma célula e pressione SHIFT+F3.
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos Argumentos ③: os argumentos podem ser números,
usando valores específicos, denominados argumentos, em texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matri-
uma determinada ordem ou estrutura. As funções podem zes, valores de erro como #N/D ou referências de célula. O
ser usadas para executar cálculos simples ou complexos. argumento que o usuário atribuir deve produzir um valor
Por exemplo, a função ARRED arredonda um número na válido para esse argumento. Os argumentos também podem
célula A10. ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Sintaxe (estrutura) de uma função Principais Funções do Excel

=SOMA(núm1; núm2;...)
Noções de Informática

• Retorna a soma de todos os números na lista de argu-


mentos.
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 255 que se de-
Estrutura ①: a estrutura de uma função começa com um seja somar.
sinal de igual (=), seguido do nome da função, um parêntese
de abertura, os argumentos da função separados por ; e um =MÍNIMO(núm1;núm2;...)
parêntese de fechamento. • Retorna o menor número na lista de argumentos.
Nome da função ②: comando que indica qual o cálculo • núm1, núm2,... são de 1 a 255 números dos quais se
ou avaliação será realizada com os argumentos da lista a deseja saber o valor mínimo.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Caso o texto e os valores lógicos não devam ser igno- • valor1; valor2, ... são argumentos de 1 a 255 que con-
rados, utilize a função MÍNIMOA. têm ou se referem a uma variedade de diferentes tipos
• Se os argumentos não contiverem números, MÍNIMO de dados, mas somente os números são contados.
retornará 0. • Os argumentos que são números, datas ou representa-
ções de texto de número são calculados; os argumen-
=MÁXIMO(núm1;núm2;...) tos que são valores de erro ou texto que não podem
• Idem MÍNIMO, retorna o maior número na lista de ser traduzidos em números são ignorados.
argumentos.
=CONT.SE(intervalo;critérios)
=MENOR(matriz;k) • Calcula o número de células não vazias em um intervalo
• Retorna o k-ésimo menor valor do conjunto de dados. que corresponde a determinados critérios.
Use esta função para retornar valores com uma posição • intervalo é o intervalo de células no qual se deseja
específica relativa em um conjunto de dados. contar células não vazias.
• matriz é um intervalo de dados numéricos cujo menor • critérios é o critério na forma de um número, expressão
k-ésimo valor se deseja determinar. ou texto que define quais células serão contadas. Por
• k é a posição (a partir do menor) no intervalo de dados exemplo, os critérios podem ser expressos como 32,
a ser fornecido. “32”, “>32”, “maçãs”.
• Se matriz estiver vazia, MENOR retornará o valor de
erro #NÚM!. =SE(teste_lógico;valor_se_verdadeiro;valor_se_falso)
• Se k ≤ 0 ou k exceder o número de pontos de dados, • Retorna um valor se uma condição especificada for
MENOR retornará o valor de erro #NÚM!. avaliada como VERDADEIRO e um outro valor se for
• Se n for o número de pontos de dados em ma- avaliado como FALSO. Use SE para conduzir testes con-
triz, MENOR(matriz;1) será igual ao menor valor, e dicionais sobre valores e fórmulas.
MENOR(matriz;n) será igual ao maior valor. teste_lógico é qualquer valor ou expressão que possa
ser avaliado como VERDADEIRO ou FALSO. Esse argu-
=MAIOR(matriz;k) mento pode usar qualquer operador de comparação.
• Idem MENOR, retorna o k-ésimo maior valor do con- valor_se_verdadeiro é o valor retornado se teste_ló-
junto de dados. gico for VERDADEIRO e pode ser uma fórmula, uma
outra função, texto ou simplesmente um número.
=MÉDIA(núm1;núm2; ...)
valor_se_falso é o valor retornado se teste_lógico for
• Retorna a média aritmética dos argumentos.
FALSO.
• núm1; núm2;... são de 1 a 255 argumentos numéricos
Se teste_lógico for FALSO e valor_se_falso for omitido
para os quais se deseja obter a média.
(ou seja, se não houver ponto-e-vírgula após valor_se_
• Se uma matriz ou argumento de referência contiver
verdadeiro), o valor lógico FALSO será retornado. Se
texto, valores lógicos ou células vazias, estes valores
teste_lógico for FALSO e valor_se_falso for vazio (ou
serão ignorados; no entanto, células com valor zero
seja, se houver um ponto-e-vírgula após valor_se_ver-
serão incluídas (devem ser consideradas no cálculo).
dadeiro seguida dos parênteses de fechamento), o va-
=MED(núm1;núm2;...) lor 0 (zero) será retornado.
• Retorna a mediana dos números indicados. A mediana É possível aninhar até sete funções SE como argumen-
é o número no centro de um conjunto de números tos valor_se_verdadeiro e valor_se_falso para cons-
ORGANIZADOS; isto é, metade dos números possui truir testes mais elaborados.
valores que são maiores do que a mediana e a outra
metade possui valores menores. Ao se executar a função Se do Excel, verifica-se se uma
• núm1; núm2;... são de 1 a 255 números dos quais se condição é satisfeita ou não. Caso a condição seja satisfeita,
deseja obter a mediana. haverá o retorno de um valor relativo a verdadeiro, se a con-
• Se houver uma quantidade par de números no conjun- dição for falsa, haverá o retorno de outro valor.
to, MED calculará a média dos dois números do meio. No Microsoft Excel, a função SE pode avaliar uma con-
dição e retornar um valor, se a condição for verdadeira, ou
=MODO(núm1;núm2;...) retornar outro valor, se a condição for falsa.
• Retorna o valor que ocorre com mais frequência em
uma matriz ou intervalo de dados. =SOMASE(intervalo;critérios;intervalo_soma)
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 255 para os • Adiciona as células especificadas por um determinado
quais se deseja calcular o modo. critério.
• Se o conjunto de dados não contiver pontos de dados • intervalo é o intervalo de células que se deseja calcular.
Noções de Informática

duplicados (amodal), MODO retornará o valor de erro • critérios são os critérios na forma de um número, ex-
#N/D. pressão ou texto, que define quais células serão adi-
• Numa amostra bimodal, o Excel mostrará como res- cionadas.
posta o valor que aparecer primeiro, entre aqueles • intervalo_soma são as células que serão realmente
que se repetem, na sequência de leitura e escrita (da somadas.
esquerda para direita e de cima para baixo). • As células em intervalo_soma são somadas somente se
suas células correspondentes em intervalo coincidirem
=CONT.NÚM(valor1;valor2;...) com os critérios estipulados.
• Conta quantas células contêm números e também os • Se intervalo_soma for omitido, as células em intervalo
números na lista de argumentos. serão somadas.

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Atualização de Cálculos 1999, 2000 2001, 2002, 2003
1-Jan, 1-Mar 1-Mai, 1-Jul, 1-Set,...
Quando células que contenham cálculos com referências
são arrastadas pela alça de preenchimento, as células são Trim3 (T3 ou Trim4, Trim1, Trim2,...
preenchidas com uma atualização do conteúdo da célula Trimestre3)
original. texto1, textoA texto2, textoA, texto3, textoA,...
Essa operação pode ser usada para automatizar a cons- 1o Período 2o Período, 3o Período,...
trução de cálculos repetitivos, construindo nas demais células Produto 1 Produto 2, Produto 3,...
cálculos com a mesma estrutura da original, porém com re-
ferências de célula atualizadas, de acordo com o movimento Para preencher a célula ativa com o conteúdo da célula
realizado a partir da primeira. posicionada acima (preencher para baixo), pressione CTRL+D.
As referências nos cálculos serão atualizadas também Para preencher com o conteúdo da célula posicionada à es-
quando copiadas e coladas em outra célula, sem a neces- querda (preencher à direita), pressione CTRL+R.
sidade da alça. Recortar e colar não irá atualizá-las, apenas Para obrigar o Excel a repetir um valor que está sendo
movê-las. atualizado quando arrastado pela alça de preenchimento,
mantenha o CTRL pressionado. Essa mesma ação irá atua-
Referências Relativas, Absolutas e Mistas lizar um número, acrescendo-o em uma unidade, quando
arrastado pela alça.
No aplicativo Excel, um sinal de cifrão ($) deve ser utili-
zado imediatamente antes de uma referência absoluta a ser
É possível usar Opções de AutoPreenchimento
fixada. Esse procedimento evita que a referência da célula
para escolher opções de como preencher a seleção. Por
possa ser alterada ao ser usada uma alça de preenchimento
exemplo, pode-se escolher Preencher Formatação Somente
ou comandos, como copiar e colar.
ou Preencher sem Formatação.
A inserção do símbolo $ na identificação de uma célula,
como, por exemplo, em $A$1, NÃO permite a proteção do
conteúdo dessa célula contra alterações. AutoSoma

O Excel disponibiliza aos usuários um recurso que facilita


Alça de Preenchimento
a soma de um conjunto de valores contidos em células. O
A alça de preenchimento é o pequeno quadrado preto botão (ALT + =) pode ser usado de diversas formas,
visível sempre no canto inferior direito da seleção. Quando o automatizando o uso da função SOMA.
ponteiro está sobre a alça sua aparência muda de uma cruz
Página Inicial / Edição / Soma ou Fórmulas / Auto-
branca e grossa para uma cruz preta e fina.
Soma
Arrastar a alça de preenchimento de uma célula copia o
As funções MÉDIA, CONT.NÚM, MÁXIMO e MÍNIMO tam-
conteúdo de uma célula para outras células na mesma linha bém podem ser automatizadas através do clique na seta ao
ou coluna. Entretanto, o Excel pode preenchê-las rapidamen- lado da imagem do botão Soma, que ainda dá acesso a um
te com vários tipos de séries de dados como, por exemplo, assistente de funções, permitindo acesso a todas as outras
meses do ano, dias da semana, datas, sequências numéricas
(Editar/Preencher/Série). funções do Excel - SHIFT + F3 ou .
É possível criar séries de preenchimento personalizadas
através do menu Ferramentas/Opções/Listas personalizadas. Seleção da célula de resposta e aceitação da sugestão
Arrastar a alça de preenchimento para baixo ou para a • Selecionar a célula onde se deseja que o resultado da
direita (no sentido crescente das linhas e colunas) cria uma soma apareça.
sequência progressiva. • Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
Arrastar a alça de preenchimento para cima ou para a • Visualizar a sugestão de intervalo dada pelo Excel (su-
esquerda (no sentido decrescente das linhas e colunas) cria gere somar os valores adjacentes à célula selecionada).
uma sequência regressiva. O intervalo de sugestão será interrompido por células
Por exemplo, as seleções iniciais na tabela a seguir são com funções, vazias ou com texto.
estendidas da forma mostrada. Os itens separados por vír- • Mostrar o resultado, pressionando ENTER (move célula
gulas estão em células adjacentes. ativa para baixo), TAB (move célula ativa para a direita),
clicando Inserir ou novamente no botão Soma (man-
Seleção inicial Série expandida têm a seleção na mesma célula).
Noções de Informática

1, 2, 3 4, 5, 6
Seleção da célula de resposta e alteração da sugestão
9:00 10:00, 11:00, 12:00 • Selecionar a célula onde se deseja que o resultado da
Seg Ter, Qua, Qui soma apareça.
Segunda-feira Terça-feira, Quarta-feira • Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
Jan Fev, Mar, Abr • Visualizar e alterar a sugestão de intervalo dada pelo
Excel, editando-a ou selecionando-se um novo inter-
Jan, Abr Jul, Out, Jan
valo de células a serem somadas.
Jan-99, Abr-99 Jul-99, Out-99, Jan-00 • Mostrar o resultado, pressionando ENTER, TAB, clican-
15-Jan, 15-Abr 15-Jul, 15-Out do Inserir ou novamente no botão Soma.

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• Reduzir para caber: reduz o tamanho dos caracteres
para que todos os dados de uma célula selecionada
caibam dentro da coluna. O tamanho dos caracteres
será ajustado automaticamente caso a largura da co-
luna seja modificada.
• Mesclar células: combina duas ou mais células selecio-
nadas em uma única célula. A referência de célula de
uma célula mesclada será a da célula superior esquerda
da faixa original de células selecionadas. Caso várias cé-
lulas com conteúdos diferentes estejam selecionadas,
mesclar as células irá manter apenas o dado da célula
superior esquerda, desprezando os demais. Pode-se

usar ainda o botão Mesclar e centralizar .

Seleção do intervalo a ser somado


• Selecionar o intervalo de células que se deseja somar.
• Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
• A função soma será automatizada, mostrando o resul-
tado na primeira célula livre e adjacente aos valores
previamente selecionados.
• Caso mais de um valor tenha sido selecionado numa
mesma coluna, o Excel os somará em colunas.

No Excel, o recurso de mesclar células de uma planilha


permite criar uma célula de planilha a partir de células vizi-
nhas selecionadas.

Congelar Painéis
Quando se rola para baixo numa planilha para ver as
linhas de dados, mas, ao chegar no final da tela, os nomes
das colunas na primeira superior desaparecem, ou deixam de
Formatação e Alinhamento de Células estar visíveis. Para corrigir isso, a opção de congelar painéis
no programa Excel permite que, a partir do menu Exibição/
Menu Página Inicial / Número Janela, seja fixada, em tela, uma parte desejada da tabela
para que essa parcela permaneça visível mesmo quando a
Este grupo oferece ao usuário as principais opções de tabela estiver sendo rolada.
formatação das células e seus valores, permitindo ainda a É possível congelar quantas linhas e colunas forem ne-
formatação de itens selecionados de gráficos. A tecla de ata- cessárias, desde que esteja selecionada, antes de aplicar o
lho CTRL + 1 pode ser usada para abrir uma caixa de diálogo congelamento, selecionada a linha abaixo da última que se
e acessar configurações da célula ou objeto selecionado. pretende congelar e selecionada a coluna à direita da última
Para exibir mais ou menos dígitos após a vírgula decimal, que se pretende congelar, clicando então em Congelar Pai-
pode-se também utilizar os botões Aumentar casas decimais néis. Todas as colunas à esquerda e linhas acima da célula que
estiver selecionada serão impedidas de se movimentarem
e Diminuir casas decimais . quando a planilha for rolada.
O recurso Congelar Painéis não impede a alteração
Alinhamento de Texto
das informações nas células congeladas.

Orientação : altera a inclinação do texto nas Classificar – Menu Dados


células selecionadas e permite criar texto empilhado. Pode
A classificação de dados permite colocar uma lista de
Noções de Informática

ser usada para economizar espaço em células, na direção


horizontal. nomes em ordem alfabética, compilar uma lista de níveis
de inventário de produtos do mais alto para o mais baixo,
Controle de texto: ajusta a maneira como o texto deve por exemplo. A classificação de dados ajuda a visualizar e a
ser exibido em uma célula. compreender os dados de modo mais rápido e melhor, or-
ganizar e localizar dados desejados e por fim tomar decisões
mais efetivas.
• Quebrar texto automaticamente: divide o tex- O usuário pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A),
to automaticamente em várias linhas dentro de uma números (dos menores para os maiores ou dos maiores para
célula. O número de linhas depende da largura da co- os menores) e datas e horas (da mais antiga para o mais nova
luna e do comprimento do conteúdo da célula. e da mais nova para a mais antiga) em uma ou mais colunas.

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POWERPOINT 2013

Interface (Área de Trabalho) Novo Slide: adiciona um slide à sequência da apresen-


tação com o MESMO LAYOUT do anterior.
Painel de Slides

Grande espaço de trabalho central ①, com áreas me- • Guia Página Inicial / Grupo Slides / Novo slide…
nores ao redor. Os textos podem ser digitados diretamente (CTRL + M)
nas caixas com uma borda tracejada, chamadas de espaços • Copiar e colar no painel de miniaturas
reservados. Todo o texto digitado em um slide fica em uma • Segurar CTRL e arrastar com o botão esquerdo
caixa como essa.
• Arrastar um slide com o botão direito
A maioria dos slides inclui um ou mais espaços reserva-
dos para títulos, corpo de texto, como listas ou parágrafos
normais, e outros conteúdos, como imagens ou gráficos. Adicionar Seção: no PowerPoint é possível usar o novo
recurso Seções para organizar os slides, muito semelhante
à maneira como usam-se pastas para organizar arquivos. O
usuário pode usar seções nomeadas para controlar grupos
de slides e pode atribuir seções a colegas para esclarecer a
propriedade durante a colaboração. Se estiver começando
do zero, as seções poderão até ser usadas para destacar os
tópicos na apresentação.
Painel de Miniaturas
Layout do Slide: aplica um layout (distribuição de con-
Região que apresenta versão em miniatura do slide no teúdo predefinida) aos slides selecionados.
qual está trabalhando ②. O usuário pode clicar nas minia-
turas lá exibidas para navegar entre os slides, num painel Guia Página Inicial / Grupo Slides / Layout
chamado Slides. Clicar essas miniaturas com o botão direito
do mouse mostra um menu de contexto com opções. Os layouts de slides contêm formatação, posicionamento
Em um slide em branco de uma apresentação criada uti- e espaços reservados para todo o conteúdo que aparece
lizando-se o Microsoft PowerPoint (em português), uma das em um slide. Os espaços reservados são os contêineres em
maneiras de acessar alguns dos comandos mais importantes layouts que retêm esse conteúdo como texto (incluindo
é clicando-se com o botão direito do mouse sobre a área vazia texto do corpo, listas com marcadores e títulos), tabelas,
do slide. Dentre as opções presentes nesse menu, estão as gráficos, gráficos SmartArt, filmes, sons, imagens e clip-art.
que permitem mudar o layout do slide e a formatação do E um layout também contém o tema (cores, fontes, efeitos
plano de fundo do slide. e plano de fundo) de um slide.
Noções de Informática

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
do autor abaixo do slide que contém as anotações) e usá-las
para si mesmo enquanto executa a apresentação, ou então,
se forem anotações a serem fornecidas ao público, podem ser
distribuídas para que acompanhem a apresentação de slides.
No MS PowerPoint, o usuário pode utilizar o modo de
anotações para fazer comentários sobre conteúdos ou partes
dos slides, na condução de uma apresentação ou para im-
pressão do material. No entanto, durante a transição de um
slide para outro, essas anotações não são exibidas em tela no
modo tela cheia, ficando invisíveis durante a apresentação,
inclusive para o apresentador.

Modos de Exibição

Os modos de exibição do PowerPoint 2013 que o usuário


pode usar para editar e imprimir apresentações são:
1. Modo de exibição Normal ④
2. Modo de exibição de Estrutura de Tópicos
3. Modo de exibição de Classificação de Slides
4. Modo de exibição de Anotações
5. Modo de exibição Apresentação de Slides (inclui o
modo de exibição Apresentador)
Redefinir slide: remove todas as formatações aplicadas 6. Modo de exibição Leitura
ao slide, devolvendo-o ao formato do slide mestre. 7. Modos de exibição mestres: Slide, Folheto e Anotações

Ocultar slide: oculta os slides selecionados para impres- Normal: visualização padrão, mais usada, mostra todas
são e apresentação, mantendo a possibilidade de edição. as ferramentas de edição. O modo de exibição Normal é o
principal modo de exibição de edição, no qual o usuário pode
Guia Apresentação de Slides / Configurar / Ocultar
escrever e criar sua apresentação.

Classificação de Slides: amplia o painel Slides para fa-


slide cilitar a reorganização dos slides e visualização ampla da
apresentação. Clique duplo edita o slide clicado no modo
Normal. Esse modo de exibição facilita a classificação e a
organização da sequência de slides à medida que o usuário
cria a apresentação e também quando prepara a apresen-
tação para impressão. Nesse modo, também é possível
adicionar seções.
Um eslaide oculto é mostrado, no modo de Classificação
de Slides ou na guia Slides, com um símbolo especial, para Modo de exibição Leitura: fornece a apresentação não
informar que ele está oculto. Quando se faz a apresentação, para um público (por exemplo, em uma tela grande), mas,
os eslaides ocultos são ignorados automaticamente. em vez disso, para uma pessoa que a visualizará no próprio
computador.
Estrutura de Tópicos
Apresentação de Slides (F5): inicia a apresentação dos
slides em tela cheia (ESC para sair) e mostra a apresentação
à audiência. O primeiro slide da apresentação é exibido. Esse
modo ocupa toda a tela do computador, exatamente como a
apresentação será vista pela audiência em uma tela grande.
Para iniciar a apresentação a partir do slide atual, deve-se
O painel de Slides pode ser alternado para outro cha- executar o seguinte atalho de teclado SHIFT + F5.
mado Tópicos, onde a visualização dos slides em forma de
tópicos permite a leitura dos títulos e tópicos, o que facilita Anotações: localizado abaixo do painel Slide, permite
a revisão do texto, sem características de edição de leiaute
digitar anotações que se apliquem ao slide atual. Mais tarde,
e design – opção do Menu Exibição.
o usuário poderá imprimir suas anotações e consultá-las ao
Noções de Informática

fornecer a apresentação.
Painel de Anotações
Modo de Exibição do Apresentador: maneira de exibir
a apresentação com as anotações do orador em um com-
putador (o laptop, por exemplo), ao mesmo tempo que o
público-alvo exibe a apresentação sem anotações em um
Painel no modo de exibição normal ③ usado para incluir monitor diferente.
anotações no slide, as quais serão impressas ou salvas com a A função do Modo de Exibição do Apresentador, presente
apresentação. O usuário pode imprimir anotações como pá- no MS Powerpoint, é exibir as anotações na tela do laptop/
ginas de anotações (páginas impressas que exibem anotações desktop, mas não no projetor.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Slide Mestre paçamento entre caracteres de um texto da apresentação
que for selecionado.
Exibe uma guia especial onde é possível editar os slides
com layout padrão, os quais poderão ser aplicados a qual-
quer outro slide.

É possível se alterar a orientação (de horizontal para ver-


tical) do texto que está dentro do retângulo tracejado com

O eslaide mestre é um elemento do modelo de design o auxílio da ferramenta .


que armazena informações sobre o modelo, inclusive esti-
los de fontes, tamanhos e posições de espaços reservados,
design do plano de fundo e esquemas de cores.
Quando se deseja que no PowerPoint 2010 todos os
slides contenham as mesmas fontes e imagens (como lo-
gotipos), essas alterações devem ser feitas no Slide Mestre.
Cada apresentação contém, pelo menos, um slide mes-
tre. O principal benefício de modificar e usar slides mestres
é que o usuário pode fazer alterações de estilo universal
em todos os slides de sua apresentação, inclusive naqueles
adicionados posteriormente a ela. Ao usar um slide mestre,
o usuário poupa tempo, pois não precisa digitar as mesmas
Menu Inserir
informações em mais de um slide.
O eslaide mestre serve de modelo para os eslaides da
apresentação, de modo que modificações feitas na estru-
tura desse eslaide refletirão em todos os outros eslaides da
apresentação.
Para que uma apresentação contenha dois ou mais estilos
ou temas diferentes (como planos de fundo, esquemas de
cores, fontes e efeitos), o usuário precisa inserir um slide
mestre para cada tema diferente. Durante a criação de uma apresentação no PowerPoint
2007, para inserir uma figura, deve-se clicar na guia Inserir,
Folheto Mestre: visualiza a impressão de vários slides por no grupo Ilustrações, clicar em Imagem e, em seguida, sele-
página e mostra as opções para edição dos folhetos (1, 2, 3, cionar a figura que se deseja a partir de seu local.
4, 6 e 9 slides por página), incluindo cabeçalho e rodapé.

Anotações Mestras: personaliza a impressão das anota-


ções, incluindo cabeçalho e rodapé.

Faixas de Opções
Menu Página Inicial

Menu com opções semelhantes àquelas encontradas no


mesmo menu do Word 2013. Novo Slide, Layout, Redefinir
e Seção aparecem também no menu de contexto das minia-
turas do painel Slides.

No Microsoft PowerPoint, as caixas de texto são elemen-


tos gráficos que podem ser dimensionados com a finalidade
de inclusão, no eslaide, de letras, palavras ou textos que se
deseje digitar e inserir em qualquer espaço do eslaide, dentro
Noções de Informática

de uma apresentação.
Utilizando-se o Microsoft PowerPoint, é possível importar
para um mesmo slide tanto planilha do Excel quanto texto
do Word.

A ferramenta correspondente ao botão pode


ser usada em uma sequência de ações para se ajustar o es-

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Ao se criar uma apresentação no MS Power Point, é Formatos de arquivo de vídeo compatíveis:
possível inserir textos do MS Word ou da Internet e ainda
inserir planilha do MS Excel bem como imagens e vídeos de Formato de arquivo Extensão
diversos tipos.
Uma vantagem do PowerPoint 2010, em relação às ver- Adobe Flash Media .swf
sões anteriores, é o suporte aos arquivos de vídeo do tipo Arquivo do Windows Media .asf
MPEG. Arquivo de vídeo do Win-
Com o Microsoft PowerPoint 2013, o usuário pode sal- .avi
dows
var sua apresentação em qualquer um dos tipos de arquivo
Arquivo de filme .mpg ou .mpeg
listados na tabela a seguir:
Arquivo Windows Media
.wmv
Video
Salvar Como tipo de arquivo Extensão
Apresentação do PowerPoint .pptx Guia sob Demanda – Ferramentas de Desenho
Apresentação do PowerPoint Habilitada
.pptm Depois de inseridos com opção do menu Inserir, selecio-
para Macro
nar uma imagem, SmartArt, tabela ou desenho faz com que
Apresentação do PowerPoint 97-2003 .ppt seja exibida uma guia especial com comandos específicos
Formato de Documento PDF .pdf adaptados para o objeto selecionado. Selecionar um desenho
faz com a guia abaixo seja mostrada:
Formato de Documento XPS .xps
Modelos de Design do PowerPoint .potx
Modelo de Design Habilitado para Macros
.potm
do PowerPoint
Modelo de Design do PowerPoint 97-2003 .pot
Tema do Office .thmx
Apresentação do PowerPoint .pps; ppsx
Apresentação de Slides Habilitada para
.ppsm
Macro
Apresentação do PowerPoint 97-2003 .ppt
Suplementos do PowerPoint .ppam
Suplemento do PowerPoint 97-2003 .ppa
A inserção, por meio da guia Inserir, de uma caixa de texto
Vídeo do Windows Media wmv no slide mostrado causa a exibição do comando Ferramentas
GIF (Graphics Interchange Format) .gif de Desenho. Nesse caso, se, em seguida, for aplicado um
clique na guia Formatar, serão disponibilizadas ferramentas
JPEG (Joint Photographic Experts Group) .jpg
que permitem definir o estilo do texto e a cor de preenchi-
Formato PNG (Portable Network Graphics) .png mento para a caixa de texto.
TIFF (Tag Image File Format) .tif No Microsoft PowerPoint, a opção de agrupar objetos
permite que sejam unidas em uma única autoforma diversos
Bitmap independente de dispositivo .bmp itens de um eslaide, de modo que se atribua a todos eles um
Metarquivo do Windows .wmf único comando, como, por exemplo, alterar o tamanho dos
Metarquivo Avançado do Windows .emf objetos por proporção.

Estrutura de tópicos/RTF .rtf Menu Design


Apresentação de Imagens do PowerPoint .pptx
Apresentação OpenDocument .odp

Formatos de arquivo de áudio compatíveis:

Formato de arquivo Extensão


Noções de Informática

Arquivo de áudio AIFF .aiff No Microsoft PowerPoint, conjuntos de eslaides para


Arquivo de áudio AU .au apresentação podem ser criados em mesmo tamanho,
respeitando-se as dimensões padrão dos eslaides para que
Arquivo MIDI .mid ou .midi
caibam na tela ou possam ser projetados em superfícies.
Arquivo de áudio MP3 .mp3
Arquivo de áudio do Windo-
.wav
ws
Arquivo Windows Media
.wma
Audio

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
No PowerPoint, a ferramenta Pincel de Animação permi-
te copiar efeitos de animação de um objeto para outro, de
forma semelhante à cópia de formatação de texto realizada
com a ferramenta Pincel de Formatação.

Na guia Design, encontra-se a opção que permite defi-


nir, para o slide mostrado na figura, a aparência do plano
de fundo, o layout de espaço reservado, além das cores e
estilos de fonte.

Menu Transições Menu Apresentação de Slides

No aplicativo PowerPoint, o tipo de efeito de animação


em que o slide é apresentado por meio de um efeito do tipo
padrão quadriculado ou de exibição gradativa é chamado
Transição.

Para se iniciar a apresentação dos eslaides a partir do

eslaide atual, é suficiente clicar o botão .


No PowerPoint, em uma apresentação definida como
personalizada, apenas os slides que tenham sido seleciona-
dos serão exibidos.
No aplicativo Microsoft PowerPoint, uma das maneiras
possíveis de se iniciar a apresentação dos slides de um arqui-
vo em edição é clicar no menu Apresentações e selecionar a
opção Exibir Apresentação.

No PowerPoint, é possível controlar a velocidade de cada No PowerPoint, é possível associar a emissão de sons a
efeito de transição de eslaides e também adicionar a execu- um slide, devendo esse slide ser adequadamente configu-
ção de som em cada transição. rado para indicar o momento exato em que será iniciada a
No PowerPoint, os slides podem ter imagens animadas execução do som.
do tipo gif e a transição de um slide para o próximo pode Uma narração pode ser adicionada a uma apresentação
ocorrer de forma automática, por meio da configuração de de eslaides nos seguintes casos: para uma apresentação com
um temporizador. base na Web; para arquivar uma reunião de modo que os
oradores possam examiná-la mais tarde e ouvir os comen-
Menu Animações tários feitos durante a apresentação; e para apresentações
executadas automaticamente.
Uma das funções do recurso Testar Intervalos do MS Po-
werpoint é gravar o tempo utilizado em cada slide e trocar
automaticamente os slides com base neste tempo.
Noções de Informática

Menu Revisão

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Para exibir um slide mestre no Microsoft PowerPoint ou
no BrOffice.org Impress, deve-se clicar, sucessivamente, o
menu Exibir, a opção Mestre e a subopção Slide Mestre.
No MS PowerPoint, os mestres que contêm e refletem os
elementos de estilo, usados na apresentação toda, podem
ser aplicados em slides, anotações e folhetos.

Menu Exibição

Menu Arquivo

No Microsoft PowerPoint, é possível enviar uma cópia de


uma apresentação a outra(s) pessoa(s) por meio do comando
Enviar que se encontra, por padrão, no menu Arquivo.

Se, como anexo à mensagem em questão, constar um ar- Converter apresentação em vídeo
quivo de nome recibo.gif, é correto afirmar que esse arquivo Agora, no PowerPoint 2010, o usuário pode salvar a apre-
pode ter sido criado por meio de funcionalidades disponibi- sentação em um arquivo Windows Media Video (.wmv) e
lizadas na opção Salvar como do PowerPoint. distribuí-la com tranquilidade, sabendo que sua apresen-
Uma apresentação elaborada no MS PowerPoint 2003 tação em multimídia, animada e narrada, será exibida sem
pode ser impressa na forma de folhetos para consultas. Es- nenhuma falha. Caso não queira usar o formato de arquivo
paços em linhas para que se façam anotações sobre as apre- .wmv, use um utilitário preferido de terceiros para converter
sentações são reservados no folheto de três slides por página. o arquivo em outro formato (.avi, .mov etc.).
Por intermédio do Microsoft PowerPoint, é possível sal- O usuário pode gravar, sincronizar a narração de voz
Noções de Informática

var uma apresentação como vídeo, sendo possível, ainda, e movimentar o apontador laser no vídeo.
visualizar a apresentação mesmo por meio de computador
O usuário pode controlar o tamanho do arquivo mul-
sem o PowerPoint instalado em seu sistema, e configurar a
timídia e a qualidade do vídeo.
resolução e o tamanho desses arquivos de vídeo tanto para
dispositivos móveis como para monitores de computadores O usuário pode incluir animações e transições no vídeo.
de alta resolução HD. As pessoas que vão assisti-lo não precisam ter o Po-
No programa PowerPoint do Microsoft Office, quando se werPoint instalado em seus computadores.
grava um pacote de apresentações em um CD, essas apresen- Se a sua apresentação contiver um vídeo inserido,
tações são configuradas, por padrão, para serem executadas o vídeo será reproduzido corretamente sem que o usuário
automaticamente. precise controlá-lo.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• é um software multiplataforma, podendo ser instalado
em sistemas operacionais diferentes como Windows
e Linux;
• é capaz de abrir, editar e salvar documentos usando as
Na década de 1990, uma empresa alemã, a Star Division, extensões de arquivos do pacote Office da Microsoft,
distribuía gratuitamente o StarOffice, pacote de escritório como .doc e .xls;
gratuito, mas o código fonte era fechado. Em 1999, a Sun • exporta arquivos diretamente para PDF, com funções
Microsystems comprou a Star e, em outubro de 2000, doou nativas do programa;
parte do código fonte do StarOffice 5.2 para a comunidade • o arquivo de instalação e o espaço ocupado pelo
de código aberto, apoiando o projeto OpenOffice.org. programa instalado são muito menores;
Em fevereiro de 2002, alguns brasileiros receberam a • há uma grande integração entre os programas do
missão de traduzir o OpenOffice, criando o OpenOffice.org.
BrOffice;
br. Em 2004, devido a problemas com uma empresa do Rio
de Janeiro, o nome do pacote precisou ser trocado, nascendo • um ícone pode ser disponibilizado na área de notifica-
o BrOffice.org, ONG sem fins lucrativos que sobrevive de ção do Windows para permitir a criação de arquivos
doações e realiza atualização constante do software com de qualquer programa do pacote;
o auxílio de usuários comuns. O  software atualizado está
disponível para download no endereço www.broffice.org.

Programas e Extensões usadas no Pacote

Funcionalmente
Nome Extensão de arquivo
idêntico a
Writer .odt (open document text) Word (editor de textos)
Calc .ods (spreadsheet) Excel (ed. planilhas)
Impress PowerPoint (apres.
.odp (presentation)
slides)
Base .odb (base) Access (Banco de Dados)
Math .odf (formula) Equation (ed. fórmulas)
Draw .odg (graphic) --- (desenho vetorial) • os botões de programas abertos do pacote podem
ser agrupados em um único botão, ocupando menos
BROFFICE WRITER 3.2 espaço na barra de tarefas;
• o botão Novo em um dos programas serve para criar
1. Área de Trabalho arquivos de outro programa do pacote.
Como vantagens do pacote BrOffice podem-se destacar:
• o visual de seus programas e sua operação são quase O Writer é o editor de textos do pacote de escritório
idênticos ao pacote da Microsoft, o que facilita seu gratuito e livre da BrOffice, concorrente direto do Word da
uso imediato e aprendizado; Microsoft. É uma ferramenta em que o usuário pode criar
• todos os seus programas são gratuitos, as  atualiza- documentos usando os mais diversos recursos de edição
ções, correções e melhorias são constantes e podem e formatação, inserção e manipulação de objetos (como
ser propostas por usuários comuns; gráficos, imagens, tabelas, molduras).
Noções de Informática

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
1.1. Barra de Menus : mostra os comandos do Writer de arquivo do documento – que são impressos no início ou
em listas verticais. no fim de cada página de um documento.
ALT + Letra sublinhada (teclas de acesso) ou F10. Inserir / Cabeçalho e Inserir / Rodapé
1.2. Barra de Ferramentas Padrão : apresenta coman-
dos de todos os menus (exceto Janela) acessíveis na forma 1.5.3. Recuos : determinam a distância das linhas dos
de botões e listas de opções. parágrafos selecionados em relação às margens esquerda
ou direita.
1.3. Barra de Ferramentas Formatação : apresenta
comandos do menu Formatar, permitindo aplicar efeitos e
formatos ao texto de forma prática. Quando uma imagem Recuo de Primeira Linha
é selecionada, a Barra de Ferramentas Quadro é mostrada Recuo Antes do Texto
em seu lugar. Recuo Depois do Texto
1.4. Barra de Ferramentas Desenho : apresenta botões Botão esquerdo 2x: Formatar / Parágrafo...
que permitem inserir, editar e formatar figuras, imagens e
1.6. Janela / Dividir: no Word, divide a janela em dois
FontWork (semelhante ao WordArt do Word). painéis, permitindo a visualização e edição de duas regiões
diferentes do documento ao mesmo tempo. Não está dis-
ponível no Writer.
Exibir/ Barras de ferramentas / Desenho
1.5. Réguas : as réguas horizontais e verticais no 1.7. Barras de Rolagem : permitem navegar e visuali-
Word são normalmente usadas para alinhar texto, gráficos, zar regiões diferentes do documento sem alterar a posição
tabelas e outros elementos em um documento. Possibilitam do cursor.
controlar a formatação das margens, cabeçalho e rodapé,
recuos, tabulação. 1.8. Navegação : permite navegar pelo documento,
1.5.1. Margens da página : espaço em branco em acessando com agilidade alguns objetos como páginas,
volta das bordas da página, fora da área de impressão. gráficos, tabelas e seções.
Em geral, texto e elementos gráficos são inseridos na área
imprimível entre as margens. No entanto, é possível posicio-
nar alguns itens nas margens, como cabeçalhos, rodapés e Editar / Localizar e Substituir... (CTRL + F) e
números da página.
Exibir / Navegador (F5)
1.5.2. Cabeçalho e Rodapé : áreas situadas nas regiões
superior e inferior de cada página de um documento, em O Navegador exibe as diferentes partes do documento,
que se pode inserir textos ou elementos gráficos  – como como títulos, tabelas, quadros, objetos ou hyperlinks e per-
números de página, data, logotipo de uma empresa, o nome mite uma rápida movimentação entre eles.

Clique no sinal de +: mostra


a lista de objetos existentes na
categoria.
Clique duplo no objeto: leva
a visualização até o objeto no
documento.
Clique com o botão direito
/ Objeto / Renomear: permite
alterar o nome padrão para fa-
cilitar a identificação do objeto.
Noções de Informática

1.9. Modos de Exibição: visualizações diferenciadas do texto aparecem em suas posições reais. É  o único
documento em edição, adequadas à tarefa realizada. No modo de exibição em que se pode visualizar e editar
Writer, os modos de exibição estão disponíveis apenas no o cabeçalho e o rodapé. Mostra todas as ferramentas
menu Exibir e com as opções Layout de Impressão e da de edição disponíveis no Word.
Web. • Modo de Exibição Layout da Web: apresenta o do-
• Modo de Exibição Layout de Impressão: mostra como cumento sem a divisão entre as páginas, útil para do-
o texto, os  elementos gráficos e outros elementos cumentos que serão apresentados em um navegador.
serão posicionados na página impressa. Itens como A opção Arquivo / Visualizar no navegador da Web
cabeçalhos, notas de rodapé, colunas e caixas de pré-visualiza o documento no navegador padrão.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
1.10. Barra de Status

Status Significado Clique...


Está sendo visualizada a página de número duplo: abre a janela Navegador.
58, a qual é a sexta página de um total de 15 com o botão direito: mostra os marcadores
páginas existentes no documento. existentes no documento (Inserir/Marcador...).
duplo: abre a janela Estilo de página.
Estilo de página em uso no documento atual. com o botão direito: menu suspenso com
estilos de página.
Idioma de verificação de ortografia e gramá- simples ou duplo: mostra um menu com idio-
tica em uso no trecho atual. mas disponíveis.
simples: alterna entre INSER e SOBRE (sobres-
Modo de inserção atual.
crever, ativado também pela tecla Insert).
Ativa os modos de seleção extensão, adição simples: alterna entre PADRÃO, EXT (SHIFT),
e bloco. ADIC (CTRL) e BLOCO (ALT).
O arquivo foi alterado e ainda não foi salvo. nada acontece.

duplo ou com o botão direito: Arquivo / Assi-


Assinatura digital.
naturas digitais ...
Informações sobre o objeto selecionado,
duplo: abre a janela Formatar / Quadro...
como figuras e tabelas.
em cada imagem para ativar um layout de
visualização diferente: Página Individual (exibe
as páginas uma em baixo da outra e nunca lado
Layouts de visualização. a lado), Colunas (páginas lado a lado) e Modo
de Livro (a primeira página é uma página à
direita com um número de página ímpar e as
demais lado a lado como em um livro aberto).
na guia deslizante aumenta ou diminui o zoom.
Os símbolos de + e – alteram o zoom em 5% a
Zoom.
cada clique e com o botão direito é mostrado
um menu para seleção de valor de zoom.

2. Seleção de Texto com o Mouse 3. Menu Arquivo

clicar... seleciona...
2x sobre uma palavra a palavra 3.1. Novo (CTRL + N): quando acionado pela
3x sobre uma palavra a frase onde está a palavra imagem do botão ou tecla de atalho cria, imediatamente, um
o parágrafo onde está a documento novo, em branco, pronto para edição, em uma
4x sobre uma palavra nova janela, sem alterar o documento atual. Se o comando
palavra
e arrastar ou a tecla SHIFT for acionado pelo menu Arquivo/Novo ▶ ou pela seta ao
do início ao fim do trecho lado da imagem do botão serão apresentadas opções para
pressionada
criação de novos arquivos de qualquer programa do pacote
com a tecla CTRL pressionada trechos não adjacentes BrOffice, como planilhas, apresentações e modelos para
e arrastar sob qualquer tre- formulários e etiquetas.
uma área retangular
cho, pressionando a tecla ALT
Noções de Informática

Diferentemente do que acontece no Word, clicar na


margem esquerda do Writer não realiza nenhuma forma 3.2. Abrir (CTRL + O): mostra uma caixa de
de seleção especial. diálogo (janela) que permite ao usuário escolher arquivos,
previamente gravados em uma unidade de armazenamento
Para selecionar todo o documento, pode usar o menu qualquer, que serão recolocados na memória RAM e altera-
Editar / Selecionar tudo, o  atalho CTRL + A ou o botão dos no Writer.

. Se o cursor estiver dentro de uma tabela, o  CTRL


+ A selecionará inicialmente a célula, depois a tabela e, só 3.3. Fechar (CTRL + F4 ou CTRL + W): fecha a
então, o documento todo. janela atual (encerra a sessão de uso do documento atual),

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mantendo o Writer aberto. Também está disponível no uma cópia, de todo o documento (independentemente
menu Janela. Sair (ALT + F4 ou CTRL + Q): fecha o programa. da seleção atual), na impressora padrão, sem apresentar
qualquer opção ao usuário. Se o comando for acionado
pelo menu Arquivo/Imprimir ou por meio da tecla de atalho,
uma janela com opções da impressão será aberta, onde é
3.4. Salvar (CTRL + S): salva as alterações realiza- possível, além de enviar o documento para a impressora,
das no documento atual, usando as mesmas informações do escolher determinadas opções, como intervalos de páginas,
arquivo aberto (nome, local de armazenamento, extensão). quantidade de cópias, qualidade de impressão.
Se o arquivo foi aberto como somente leitura ou estiver sen-
do salvo pela primeira vez, a janela Salvar como... aparecerá. 4. Menu Editar

3.5. Salvar como... (CTRL + SHIFT + S): abre uma 4.1. Desfazer (CTRL + Z): desfaz as ações
janela onde o usuário poderá salvar o documento atual com realizadas na sessão de uso atual do documento. Clicar na
outro nome e em outro local (duplica o arquivo original sem imagem do botão desfaz apenas a última ação.
alterá-lo, cria backup). Permite ainda alterar a extensão do A setinha preta ao lado da ferramenta dá acesso a uma
arquivo, criar pastas, salvar com senha. listagem das ações que podem ser desfeitas, sempre em
conjunto. Por padrão, podem ser desfeitas 100 ações.
.odt (documento completo ODF) .xls (planilha Excel) não Através do menu Ferramentas / Opções / BrOffice.org /
.ott (modelo de documento ODF) disponível Memória pode-se o número de etapas para qualquer valor
.doc (documento completo) .pdf (portable document entre 1 e 999.
.sxw (documento do OpenOffice) format) não disponível
.txt (texto sem formatação)
.rtf (rich text format)
.html (página web) 4.2. Refazer (CTRL + Y): refaz as ações desfei-
.xml (xtensible markup language) tas pelo comando Desfazer. Clicar na setinha preta à direita
da ferramenta dá acesso a uma lista das ações que se pode
3.6. Salvar tudo: salva alterações realizadas em todos os refazer. As  ações devem ser refeitas imediatamente após
arquivos do Writer atualmente abertos. desfeitas, sob pena de se desabilitar a ferramenta.

3.7. Recarregar: substitui o documento atual pela 4.3. Repetir (CTRL + SHIFT + Y): disponível quan-
última versão salva. Todas as alterações efetuadas após o do não há ações a serem refeitas, repete o último comando.
último salvamento serão perdidas.
5. Menu Formatar

3.8. Exportar... e  Exportar como PDF...: abrem


uma janela para configuração de opções de criação de ar-
quivo PDF a partir do documento atual, como definição do 5.1. Formatar/Caractere: para se formatar toda
intervalo de páginas, qualidade das imagens e senhas de uma palavra não é necessário selecioná-la. Basta que o cursor
abertura e permissão do arquivo gerado. esteja dentro da palavra (entre dois caracteres quaisquer da
palavra) – exceto com o uso do botão cor da fonte, que exige
seleção de texto.

3.9. Exportar diretamente como PDF: abre uma


janela para definição do local onde um arquivo PDF será
criado a partir do documento atual, sem a possibilidade de
configurar o intervalo de páginas, qualidade das imagens
e senhas para o arquivo gerado. O documento atual não é
fechado ou alterado.

3.10. Enviar: permite enviar o documento atual por


email, criar documento mestre e arquivo HTML, estrutura Fonte: permite selecionar um tipo de letra (fonte)
de tópicos para apresentação e autorresumo. O documento a ser aplicado, disponibilizadas pelo Windows. A  escolha
poderá ser enviado anexado com a extensão de arquivo da fonte pode ser realizada digitando-se o nome da fonte
Noções de Informática

pelo teclado.
atual ( email com o documento anexado...), como ODT Tamanho da Fonte: apresenta uma lista de tamanhos
(email com o documento em formato OpenDocument...), de fontes sugeridas, com valores de 6 a 96 (em intervalos
DOC (email com o documento em formato Microsoft irregulares). Esta ferramenta aceita a digitação e aplicação
Word...), ou PDF (email com o documento em formato PDF...). de qualquer tamanho de fonte entre 2 e 999,9 (com varia-
ções de 0,1).
Aumentar Fonte: aumenta o tamanho da fonte do
texto selecionado de dois em dois pontos.
3.11. Imprimir (CTRL + P): quando acionado pelo Reduzir Fonte: diminui o tamanho da fonte do texto
botão da barra de ferramentas, imprime imediatamente selecionado de dois em dois pontos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Negrito (CTRL + B – bold): aplica o efeito (também
chamado estilo) negrito ao texto selecionado, dando-lhe
destaque.
Itálico (CTRL + I): aplica o efeito itálico ao texto sele-
cionado, dando-lhe destaque.
Sublinhado (CTRL + U – underline): aplica uma linha
contínua sob todo o trecho de texto selecionado, dando-lhe
destaque. A opção Formatar / Caractere / Efeitos de fonte
/ Sublinhado permite a escolha de cores e outros tipos de
sublinhado, como duplo, pontilhado e ondulado.
Alinhar à Esquerda (CTRL + L): mantêm as linhas
Sobrelinha: aplica uma linha contínua sobre todo o tre- do parágrafo alinhadas apenas à esquerda em relação aos
cho de texto selecionado, dando-lhe destaque. recuos definidos.
Centralizar (CTRL + E): mantêm as linhas do parágrafo
Os estilos negrito, itálico e sublinhado (aplicado pelo alinhadas pelo centro em relação aos recuos definidos.
botão ou tecla de atalho) acompanham a cor da fonte em
uso e não apresentam opções: podem apenas ser aplicados Alinhar à Direita (CTRL + R): mantêm as linhas do
ou removidos. A ativação de um desses estilos não desativa parágrafo alinhadas apenas à direita em relação aos recuos
outro e podem ser ativados todos ao mesmo tempo. definidos.
Justificado (CTRL + J): mantêm as linhas do parágra-
Sobrescrito (CTRL + SHIFT + P): eleva a posição e fo alinhadas ao mesmo tempo pela direita e esquerda em
reduz o tamanho da fonte do trecho de texto selecionado. relação aos recuos definidos aplica.
Exemplos: 23 – 1º. Espaçamento de linhas: altera o espaçamento entre
Subscrito (CTRL + SHIFT + B): rebaixa a posição e as linhas dentro do parágrafo selecionado. O espaçamento
reduz o tamanho da fonte do trecho de texto selecionado. simples acomoda a maior fonte na linha, além de uma
Exemplo: H2O. pequena quantidade de espaço adicional. A quantidade de
Cor da Fonte: aplica a última cor utilizada ao texto se- espaço adicional varia de acordo com a fonte usada. O es-
lecionado. A pequena seta permite selecionar uma nova cor. paçamento 1,5 aplica uma vez e meia o espaçamento
Realce: faz o texto selecionado parecer marcado com simples entre linhas e o duplo , o dobro. Outras opções
marca-texto ou ativa a ferramenta Realce com a última cor estão disponíveis no menu Formatar / Parágrafo.
usada. A  pequena seta permite escolher cores e remover
o realce. Ativar/Desativar numeração: destaca e recua o início
de cada parágrafo selecionado com uma sequência numérica.
Selecionar Tudo (CTRL + A  – all): seleciona todo o
documento (inclusive tabelas e imagens  – não seleciona Ativar/Desativar marcadores: destaca e recua o início
cabeçalho, rodapé, números de página). de cada parágrafo selecionado com um símbolo.
Diminuir recuo: reduz em 1,25 cm o recuo esquerdo
Intermitente: cria texto que pisca a cada dois segundos. do parágrafo.
Tachado: marca a parte central de um trecho de texto Aumentar recuo: aumenta em 1,25 cm o recuo es-
com um ou dois traços, com / ou X. querdo do parágrafo.
Rotação / Dimensionamento: gira e altera a compri-
mento do trecho de texto selecionado, dentro do parágrafo. 5.2.1. Fluxo do Texto
Efeitos / Maiúsculas: faz com que todas as letras tenham
o mesmo formato e tamanho das letras maiúsculas. Controle de linhas órfãs/viúvas: evita que o Writer im-
Efeitos / Minúsculas: faz com que todas as letras tenham
prima a última linha do parágrafo sozinha no início de uma
o mesmo formato e tamanho das letras minúsculas.
Título: faz com que todas as primeiras letras do trecho página (viúva) ou a primeira linha do parágrafo sozinha no
selecionado apresentem letras maiúsculas. final de uma página (órfã).
Caixa alta (Versalete): faz com que todas as letras tenham
o mesmo formato das letras maiúsculas e tamanho reduzido. 6. Verificação da Ortografia
Formatar / Formatação Padrão (CTRL + M): desfazer
todas as formatações diretas (que não foram aplicadas por 6.1. AutoVerificação: sinaliza trechos de texto usando
estilos). um sublinhado ondulado vermelho para indicar possíveis
Oculto: transforma o trecho selecionado em caracteres problemas de ortografia, facilitando sua identificação e
não imprimíveis. Para visualizar o trecho novamente, o botão posterior correção. Para remover o sublinhado dos trechos
marcados, as seguintes opções podem ser usadas:
Caracteres não imprimíveis deverá ser ativado. Outros
Noções de Informática

1) clique com botão direito no trecho sublinhado com


caracteres não imprimíveis serão também mostrados: ondulado vermelho ou verde

2)
3) F7
4) Ferramentas/Ortografia e Gramática

5.2. Formatar/Parágrafo: para se formatar um Durante a correção, é possível ignorar, adicionar ao


parágrafo não é necessário selecioná-lo todo. Basta sele- Dicionário ou alterar os erros baseado em sugestões que o
cionar uma parte qualquer ou manter o cursor dentro dele. Writer apresenta.

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A AutoVerificação pode ser desativada com um clique no documento, ele se tornará Somente leitura e não será
possível realizar modificações.
sobre o botão ou pelo menu Ferramentas / Opções
/ Configurações de idioma / Recursos para redação / Verificar
ortografia ao digitar. Galeria (Ferramentas / Galeria): mostra uma
faixa horizontal entre as Barras de Ferramentas e a régua
6.2. AutoCorreção: corrige automaticamente a ortografia com listas de imagens que podem inseridas no documento
e a gramática AO DIGITAR, sem precisar confirmar cada cor- arrastando e soltando.
reção. É possível alterar a lista de palavras automaticamente
corrigidas, acrescentando novos pares ou excluindo alguns
já inseridos através do menu Ferramentas / Opções da au- Fontes de dados (F4 ou Exibir / Fontes de
tocorreção. Um aviso ao usuário aparece no canto inferior Dados): mostra uma faixa horizontal entre as Barras de
direito da janela informando que a ferramenta foi utilizada. Ferramentas e a régua mostrando os bancos de dados re-
gistrados. A exibição da fonte de dados pode ser usada para
arrastar campos de tabela de bancos de dados registrados
e soltá-los nos documentos, bem como para criar arquivos
de mala direta.

7. Reutilização de Formatação 9. Menus Resumidos


Arquivo: ações para o documento como um todo.
Editar: 1) Recortar, Copiar e Colar 3) Localizar
7.1. Pincel: copia a formatação de um trecho 2) Desfazer e Refazer 4) Selecionar Tudo
de texto ou elemento gráfico para outro. Basta selecionar o Exibir: mostra objetos e recursos já disponibilizados
trecho que possui a formatação desejada, clicar no pincel e pelo Word.
selecionar o trecho que receberá a formatação. Inserir: acrescenta objetos e recursos que ainda não
existem no documento.
Formatar: recursos para modificação do texto já inserido.
Ferramentas: recursos dispensáveis, mas úteis.
Tabela: recursos relacionados à inserção e modificações
7.2. Estilos e formatação: conjunto de ações
em tabelas, exceto Bordas e sombreamento (menu Formatar,
de formatação que podem ser aplicadas ao texto, tabelas e
listas do documento para alterar rapidamente sua aparência. pois a borda pode ser aplicada também a parágrafos).
Ao aplicar um estilo, todo um grupo de formatos é aplicado
com um clique do mouse. Clicar o botão ou acessar o menu 10. Diferenças entre Menus Word e Writer
Formatar / Esilos e formatação (F11) mostrará uma janela
com estilos para parágrafos, caracteres, quadros, página e Comando no Word 2003 no Writer
listas que podem ser aplicados ao documento com um clique Configurar página Arquivo Formatar / Página
duplo sobre o nome do estilo ou usando o botão Modo Pincel
Cabeçalho e Rodapé Exibir Inserir
Fechar Arquivo Janela
de formato . Novos estilos podem ser criados usando a
Quebra de seção Inserir / Quebras... Inserir / Seção...
seleção atual, usando o botão .
11. Teclas de Atalho

Ctrl+A Seleciona tudo (all)


Ctrl+B Negrito (bold)
Ctrl+Shift+B Subescrito
Ctrl+D Sublinhado duplo (double)
Ctrl+E Alinhamento centralizado
Ctrl+F Editar / Localizar e substituir (find)
Ctrl+Shift+F Busca pelo último termo de pesquisa
inserido
Noções de Informática

Ctrl+J Alinhamento Justificado


Ctrl+Shift+J Exibir / Tela Inteira
Ctrl+L Alinhamento à esquerda (left)
Ctrl+M Formatar / Formatação padrão
8. Recursos Especiais Ctrl+N Cria um novo documento
Ctrl+Shift+N Abre a janela Modelos e documentos
Ctrl+O Abre um documento (open)
Editar arquivo: ativa ou desativa o modo de Ctrl+P Imprime o documento
edição. Para desativá-lo, será necessário salvar as alterações Ctrl+Shift+P Sobrescrito

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Ctrl+Q Sai do aplicativo (quit) Shift + F6 Ativa barras de menus e ferramentas no
Ctrl+R Alinhamento à direita (right) sent. inverso
Ctrl+S Salva o documento atual F7 Ferramentas / Ortografia e gramática
Ctrl+Shift+S Arquivo / Salvar como... F8 Ativa EXT (seleção estendida) na barra
Ctrl+U Sublinhado (underline) de status
Ctrl+Shift+V Editar / Colar especial Shift + F8 Ativa ADIC (seleção múltipla) na barra
Ctrl+W Fechar de status
Ctrl+Y Refaz a última ação F10 Ativa a barra de menus
Ctrl+Shift+Y Repete o último comando Shift + F10 Mostra opções do clique com botão
Ctrl+Z Desfaz a última ação direito
F1 Ajuda / Ajuda do BrOffice.org Ctrl+F10 Mostra/oculta caracteres não-imprimíveis
F2 Tabela / Fórmula :: mostra barra de F11 Formatar / Estilos e formatação
fórmulas Ctrl+F11 Foco na caixa Estilos
Ctrl+F2 Inserir / Campos / Outros
Shift + F11 Criar estilo a partir da seleção
F3 Insere entrada de autotexto
F12 e Shift + F12 Ativar / desativar numeração
Ctrl+F3 Editar / AutoTexto
Ctrl+F12 Inserir / Tabela
F4 Exibir / Fontes de Dados
Shift + F4 Próximo quadro ou figura Ctrl+Backspace Exclui até o início da palavra
F5 Exibir / Navegador Ctrl+Delete Exclui até o fim da palavra
F6 Ativa as barras de menus e ferramentas Ctrl++ Calcular

BROFFICE CALC 3.2


O Calc é o editor de planilhas eletrônicas do pacote de escritório gratuito e livre da BrOffice.org, concorrente direto
do Excel da Microsoft. É um software que facilita a análise de dados inseridos em uma grande tabela (folha de cálculo),
realizando cálculos e construindo gráficos.

1. Área de Trabalho

1.1. Pasta: arquivo do Calc criado com três planilhas


1.3. Célula : retângulo formado pelo cruzamento
(páginas) prontas para edição. de uma coluna e uma linha, onde são inseridos os dados e
1.2. Planilha: tabela, folha ou página de cálculo, formada
cálculos. O nome, endereço ou referência de uma célula é
NOçõES dE INFORMÁTICA

por 1.024 colunas (AMJ) , dispostas na vertical, em ordem dado pela coluna, seguida da linha que a formam.
alfabética, da esquerda para a direita, e 65.536 linhas 1.4. Caixa de Nome : identifica a célula ou intervalo
numeradas de cima para baixo.
selecionado, localiza uma célula qualquer, atribui nome a
1.2.1. Guia das Planilhas : mostra a planilha atual de uma célula ou intervalo de células.
trabalho e, por padrão, outras duas disponíveis. Podem ser
renomeadas e coloridas, excluídas ou adicionadas, movidas Exibir / Navegador (F5)
ou duplicadas. Inserir / Nome / Definir... (Ctrl+F3)
Inserir / Planilha 1.5. Linha de Entrada : mostra o conteúdo da célula
Formatar / Planilha... ativa e permite editá-lo.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Conteúdo x Resultado: o que é mostrado na barra
de fórmulas é o conteúdo – o que é mostrado na célula é a
representação do conteúdo, ou o seu resultado.
1.6. Autocálculo : recurso presente na barra de status 3.3. Operadores de Comparação
que mostra, por padrão, a soma dos valores selecionados
na planilha. Pode mostrar ainda média, contagens, mínimo,
caractere operação caractere operação
máximo.
= igual a >= maior ou igual a
1.7. Janela / Dividir : ferramenta presente na ponta
das barras de rolagem vertical e horizontal que permite di- > maior que <= menor ou igual a
vidir a janela atual em quatro painéis que mostram regiões < menor que <> diferente de
diferentes da mesma planilha.

2. Seleção e Edição de Células

clicar... seleciona... 3.4. Operadores de Referência


1x em uma célula a célula
2x em uma célula edita o conteúdo na célula
SÍMBOLO FUNçÃO / EXEMPLO LEITURA
intervalo de células
e arrastar Representa intervalos
(células adjacentes)
em uma célula, manter a dois de células (células adja- Soma de
intervalo de células :
tecla SHIFT pressionada, pontos centes) A1 ATÉ A20
(células adjacentes) =SOMA(A1:A20)
clicar em outra célula
em uma célula, manter a adiciona células à seleção Operação de união,
tecla CTRL pressionada, anterior (seleciona células ponto e usada para unir células Soma de
;
clicar em outra célula não adjacentes) vírgula ou intervalos distintos A1 E A20
no cabeçalho da coluna ou =SOMA(A1;A20)
toda a coluna ou linha
linha Operação de interse-
Soma da inter-
no retângulo entre os ção, usado para desta-
todas as células da planilha excla- seção de A1 até
cabeçalhos das colunas e ! car células comuns a
atual mação A10
linhas dois intervalos
com A1 até C5
altera a largura da coluna =SOMA(A1:A10!A1:C5)
no ponto médio entre duas
anterior ou altura da linha Cria referências mistas
colunas ou linhas e arrastar
anterior e absolutas. Fixa o en- A1 multiplicado
$ cifrão
dereço da célula. por B2
2.1. Alinhamento Padrão de Valores =$A$1*B$2
Multiplica a
Resultado de testes Identifica uma célula de
Texto Número Erros célula A1, da
lógicos outra planilha, na mes-
. ponto planilha Plan2
Mengão 1983 VERdAdEIRO #dIV/0! ma pasta
por B5 da plani-
=Plan2.A1*B5
lha atual
3. Caracteres Especiais
Multiplica a
Identifica uma célula
3.1. Iniciadores de Cálculo célula A1, da
de outra planilha, em
planilha Plan2,
# cerquilha outra pasta
No Calc, apenas os caracteres igual (=), mais (+) e menos da pasta Teste.
=‘Teste.ods’#Plan2.
(-) podem ser usados como iniciadores de cálculos, para fór- xls por B5 da
A1*B5
mulas ou funções. O arroba (@), usado no Excel, não inicia planilha atual
cálculos, inserindo apenas texto nas células do Calc.
Diferentemente do Excel, as funções que utilizam acen- A referência a uma célula de outro documento contém o
tos, como MÉDIA, MÍNIMO e MÁXIMO, devem ser acentu- caminho e o nome do outro documento entre aspas inver-
NOçõES dE INFORMÁTICA

adas pelo usuário para que sejam aceitas no Calc. tidas simples, depois o caractere # e, em seguida, o nome
da planilha do outro documento, seguido por um ponto e
3.2. Operadores Matemáticos pelo nome da célula.

prioridade caractere operação 3.5. Operador de Texto


1º () parênteses (tranfere prioridade)
2º ^ potenciação (exponenciação) caractere operação
3º */ multiplicação e divisão conecta, ou concatena, valores de células
4º +- soma e subtração &
diferentes para produzir um valor de texto único

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3.6. Precedência (prioridade)

4. Funções =MULT(núm1;núm2;...)
• Multiplica todos os números fornecidos como argu-
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos mentos e retorna o produto.
usando valores específicos, denominados argumentos, em • núm1, núm2,... são números de 1 a 30 que se deseja
uma determinada ordem ou estrutura. As funções podem multiplicar.
ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Por exemplo, a função ARRED arredonda um número na =SOMAQUAd(núm1;núm2; ...)
célula A10. • Retorna a soma dos quadrados dos argumentos.
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 30 para os
4.1. Estrutura de uma função quais se deseja a soma dos quadrados.

=MÍNIMO(núm1;núm2;...)
• Retorna o menor número na lista de argumentos.
• núm1, núm2,... são de 1 a 30 números dos quais se
deseja saber o valor mínimo.
• Caso o texto e os valores lógicos não devam ser igno-
Estrutura: a estrutura de uma função começa com um rados, utilize a função MÍNIMOA.
sinal de igual (=), seguido do nome da função, um parêntese • Se os argumentos não contiverem números, MÍNIMO
de abertura, os argumentos da função separados por ; e um retornará 0.
parêntese de fechamento.
Nome da função: para obter uma lista das funções =MÁXIMO(núm1;núm2;...)
disponíveis, clique em uma célula e pressione Ctrl+F2. • Idem MÍNIMO, retorna o maior número na lista de
argumentos.
Argumentos: os argumentos podem ser números,
texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matri- =MENOR(matriz;k)
zes, valores de erro ou referências de célula. O argumento • Retorna o k-ésimo menor valor do conjunto de dados.
que você atribuir deve produzir um valor válido para esse Use esta função para retornar valores com uma posi-
argumento. Os argumentos também podem ser constantes, ção específica relativa em um conjunto de dados.
fórmulas ou outras funções. • matriz é um intervalo de dados numéricos cujo menor
k-ésimo valor se deseja determinar.
Se um argumento for uma matriz ou referência, apenas • k é a posição (a partir do menor) no intervalo de dados
os números nesta matriz ou referência serão contados. a ser fornecido.
Células vazias, valores lógicos, texto ou valores de erro na • Se matriz estiver vazia, MENOR retornará o valor de
matriz ou referência são ignorados. Nos cálculos simples, erro #VALOR!. Se k ≤ 0 a função MENOR retornará o
em que apenas referências e operadores matemáticos são valor de erro Erro:502 (argumento inválido). Se k ex-
utilizados, células com texto geram erro e células vazias ceder o número de pontos de dados, a função MENOR
são tratadas como zero. retornará o valor de erro #VALOR!.
• Se n for o número de pontos de dados em ma-
Os argumentos que são valores de erro ou texto que não triz, MENOR(matriz;1) será igual ao menor valor,
podem ser traduzidos em números geram erros. e MENOR(matriz;n) será igual ao maior valor.

dica de ferramenta Argumentos: uma dica de ferra- =MAIOR(matriz;k)


menta com a sintaxe e argumentos é exibida à medida que • Idem MENOR, retorna o k-ésimo maior valor do con-
você digita a função. Por exemplo, digite =ARRED( e a dica de junto de dados.
NOçõES dE INFORMÁTICA

ferramenta aparecerá. As dicas de ferramenta são exibidas


somente para funções internas. =ARREd(núm;núm_dígitos)
• Arredonda um número até uma quantidade especifi-
4.2. Principais funções do Calc cada de dígitos.
• núm é o número que você deseja arredondar.
=SOMA(núm1; núm2;...) • núm_dígitos especifica o número de dígitos para o
• Retorna a soma de todos os números na lista de ar- qual você deseja arredondar núm.
gumentos. • Se núm_dígitos for maior que 0, então núm será
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 30 que se arredondado para o número especificado de casas
deseja somar. decimais.

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• Se núm_dígitos for 0, então núm será arredondado
para o inteiro mais próximo.
• Se núm_dígitos for menor que 0, então núm será
arredondado para a esquerda da vírgula decimal.

=CONT.VALORES(valor1;valor2;...)
• Calcula o número de células não vazias e os valores
na lista de argumentos.
=HOJE( ) • valor1; valor2;... são argumentos de 1 a 30 que repre-
• Retorna o número de série da data atual. O número sentam os valores que se deseja calcular. Neste caso,
de série é o código de data-hora usado pelo Calc para um valor é qualquer tipo de informações, incluindo
cálculos de data e hora. texto vazio (“”), mas não incluindo células em branco.
• Se um argumento for uma matriz ou referência, as cé-
lulas vazias na matriz ou referência são ignoradas.
O Calc armazena datas como números de série se-
quenciais para que eles possam ser usados em cálculos. =CONT.NÚM(valor1;valor2;...)
Por padrão, 30 de dezembro de 1899 é o número de série • Conta quantas células contêm números e também os
0 (zero) e 1° de janeiro de 2010 é o número de série 40179 números na lista de argumentos.
porque está 40.179 dias após 30 de dezembro de 1899. • valor1; valor2, ... são argumentos de 1 a 30 que con-
têm ou se referem a uma variedade de diferentes tipos
=AGORA( ) de dados, mas somente os números são contados.
• Retorna o número de série sequencial da data e hora • Os argumentos que são números, datas ou repre-
atuais. sentações de texto de número são calculados; os
• Os números à direita da vírgula decimal no número argumentos que são valores de erro ou texto que não
de série representam a hora; os números à esquerda podem ser traduzidos em números são ignorados.
representam a data. Por exemplo, o número de série
0,5 representa a hora 12:00 (meio-dia). =CONT.SE(intervalo;critérios)
• A função AGORA só muda quando a planilha é cal- • Calcula o número de células não vazias em um inter-
culada ou quando a macro que contém a função é valo que corresponde a determinados critérios.
executada (ao abrir a pasta, por exemplo), não sendo • intervalo é o intervalo de células no qual se deseja
atualizada continuamente. contar células não vazias.
• critérios é o critério na forma de um número, expres-
=MÉDIA(núm1;núm2; ...) são ou texto que define quais células serão contadas.
• Retorna a média aritmética dos argumentos. Por exemplo, os critérios podem ser expressos como
• núm1; núm2;... são de 1 a 30 argumentos numéricos 32, “32”, “>32”, “maçãs”.
para os quais se deseja obter a média.
• Se uma matriz ou argumento de referência contiver
texto, valores lógicos ou células vazias, estes valores
serão ignorados; no entanto, células com valor zero
serão incluídas (devem ser consideradas no cálculo).

=MED(núm1;núm2;...)
• Retorna a mediana dos números indicados. A mediana
é o número no centro de um conjunto de números
ORGANIZADOS; isto é, metade dos números possui
valores que são maiores do que a mediana e a outra
metade possui valores menores.
• núm1; núm2;... são de 1 a 30 números dos quais se =SE(teste_lógico;valor_se_verdadeiro;valor_se_falso)
deseja obter a mediana. • Retorna um valor se uma condição especificada for
• Se houver uma quantidade par de números no con- avaliada como VERDADEIRO e outro valor se for
junto, MED calculará a média dos dois números do avaliado como FALSO. Use SE para conduzir testes
meio. condicionais sobre valores e fórmulas.
• teste_lógico é qualquer valor ou expressão que possa
Noções de Informática

=MODO(núm1;núm2;...) ser avaliado como VERDADEIRO ou FALSO. Esse argu-


• Retorna o valor que ocorre com mais frequência em mento pode usar qualquer operador de comparação.
uma matriz ou intervalo de dados. • valor_se_verdadeiro é o valor retornado se teste_ló-
• núm1, núm2,... são argumentos de 1 a 30 para os gico for VERDADEIRO e pode ser uma fórmula, uma
quais se deseja calcular o modo. outra função, texto ou simplesmente um número.
• Se o conjunto de dados não contiver pontos de dados • valor_se_falso é o valor retornado se teste_lógico for
duplicados (amodal), MODO retornará o valor de erro FALSO.
#VALOR!. • É possível aninhar até sete funções SE como argu-
• Numa amostra bimodal, o Excel mostrará como res- mentos valor_se_verdadeiro e valor_se_falso para
posta o MENOR valor entre aqueles que se repetem. construir testes mais elaborados.

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relativas. Por exemplo, se você copiar uma referência rela-
tiva que está na célula B2 para a célula B3, a referência será
automaticamente ajustada de =A1 para =A2.

=SOMASE(intervalo;critérios;intervalo_soma)
• Adiciona as células especificadas por um determinado
critério.
• Intervalo é o intervalo de células que se deseja calcular.
5.1.2. Referências absolutas: uma referência absoluta
• Critérios  são os critérios na forma de um número,
de célula em uma fórmula, como $A$1, sempre se refere a
expressão ou texto, que define quais células serão
uma célula em um local específico. Se a posição da célula
adicionadas.
que contém a fórmula se alterar, a referência absoluta per-
• Intervalo_soma são as células que serão realmente
manecerá a mesma. Se você copiar a fórmula ao longo de
somadas.
linhas ou colunas, a referência absoluta não se ajustará. Por
• As células em intervalo_soma são somadas somente
padrão, novas fórmulas usam referências relativas e você
se suas células correspondentes em intervalo coinci-
precisa trocá-las para referências absolutas. Por exemplo, se
direm com os critérios estipulados.
você copiar uma referência absoluta na célula B2 para a célula
• Se Intervalo_soma é omitido, as células em intervalo
B3, ela permanecerá a mesma em ambas as células =$A$1.
são somadas.
5.1.3. Referências mistas: uma referência mista tem uma
coluna absoluta e linha relativa, ou linha absoluta e coluna
relativa. Uma referência de coluna absoluta tem o formato
$A1, $B1 e assim por diante. Uma referência de linha absoluta
tem o formato A$1, B$1 e assim por diante. Se a posição da
5. Atualização de Cálculos célula que contém a fórmula se alterar, a referência relativa
será alterada e a referência absoluta não se alterará. Se você
Quando células que contenham cálculos com referências copiar a fórmula ao longo de linhas ou colunas, a referência
são arrastadas pela alça de preenchimento, as células são pre- relativa se ajustará automaticamente e a referência absoluta
enchidas com uma atualização do conteúdo da célula original. não se ajustará. Por exemplo, se você copiar uma referência
Essa operação pode ser usada para automatizar a cons- mista da célula A2 para B3, ela se ajustará de =A$1 para =B$1.
trução de cálculos repetitivos, construindo nas demais células
cálculos com a mesma estrutura da original, porém com re-
ferências de célula atualizadas, de acordo com o movimento
realizado a partir da primeira.
As referências nos cálculos serão atualizadas também
quando copiadas e coladas em outra célula, sem a neces-
sidade da alça. Recortar e colar não irá atualizá-las, apenas
movê-las.
6. Alça de Preenchimento

A alça de preenchimento é o pequeno quadrado preto


visível sempre no canto inferior direito da seleção. Quando o
ponteiro está sobre a alça sua aparência muda de uma cruz
branca e grossa para uma cruz preta e fina.
Arrastar a alça de preenchimento de uma célula copia o
conteúdo de uma célula para outras células na mesma linha
ou coluna. Entretanto, o Excel pode preenchê-las rapidamen-
5.1. Referências Relativas, Absolutas e Mistas te com vários tipos de séries de dados como, por exemplo,
meses do ano, dias da semana, datas, sequências numéricas
(Editar / Preencher).
É possível criar séries de preenchimento personalizadas
através do menu Ferramentas / Opções / BrOffice Calc /
Noções de Informática

Listas de Classificação.
Arrastar a alça de preenchimento para baixo ou para a
direita (no sentido crescente das linhas e colunas) cria uma
5.1.1. Referências relativas: uma referência relativa em sequência progressiva.
uma fórmula, como A1, é  baseada na posição relativa da Arrastar a alça de preenchimento para cima ou para a
célula que contém a fórmula e da célula à qual a referência esquerda (no sentido decrescente das linhas e colunas) cria
se refere. Se a posição da célula que contém a fórmula se uma sequência regressiva.
alterar, a referência será alterada. Se você copiar a fórmula Por exemplo, as seleções iniciais na tabela a seguir são
ao longo de linhas ou colunas, a referência se ajustará auto- estendidas da forma mostrada. Os itens separados por vír-
maticamente. Por padrão, novas fórmulas usam referências gulas estão em células adjacentes.

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Seleção inicial Série expandida • Visualizar e alterar a sugestão de intervalo dada pelo
Calc, editando-a ou selecionando-se um novo inter-
1, 2, 3 4, 5, 6
valo de células a serem somadas.
1 2,3,4
• Mostrar o resultado, pressionando ENTER, TAB ou
Seg Ter, Qua, Qui Aceitar.
Segunda-feira Terça-feira, Quarta-feira
Jan Fev, Mar, Abr
Jan, Abr Jul, Out, Jan
texto1, textoA texto2, textoA, texto3, textoA,...
1o Período 2o Período, 3o Período,...
Produto 1 Produto 2, Produto 3,...

7.3. Seleção do Intervalo a ser Somado


Para obrigar o Calc a repetir um valor que está sendo
atualizado quando arrastado pela alça de preenchimento, • Selecionar o intervalo de células que se deseja somar.
mantenha o CTRL pressionado. • Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
• A função Soma será automatizada, mostrando o resul-
7. Soma tado na primeira célula livre e adjacente aos valores
previamente selecionados.
O Calc disponibiliza aos usuários um recurso que facilita • Caso mais de um valor tenha sido selecionado numa
a soma de um conjunto de valores contidos em células. mesma coluna, o Excel os somará em colunas.

O botão pode ser usado de diversas formas, auto-


matizando o uso da função SOMA. Este botão não permite
como acontece no Excel, automatizar também o uso de
outras funções além da soma.

7.1. Seleção da Célula de Resposta e Aceitação da


Sugestão

• Selecionar a célula onde se deseja que o resultado da


soma apareça.
• Clicar uma vez na imagem do botão Soma.
• Visualizar a sugestão de intervalo dada pelo Calc (suge-
re somar os valores adjacentes à célula selecionada).
O intervalo de sugestão será interrompido por células
com funções, vazias ou com texto.
• Mostrar o resultado, pressionando ENTER (move 8. Formatação de Células
célula ativa para baixo), TAB (move célula ativa para
a direita) ou clicando Aceitar – clicar novamente o 8.1. Formatar / Células
botão Soma não mostra o resultado, como no Excel.
Este menu oferece ao usuário as principais opções de
formatação das células e seus valores, permitindo ainda a
formatação de itens selecionados de gráficos. A tecla de ata-
lho CTRL + 1 pode ser usada para abrir uma caixa de diálogo
e acessar configurações da célula selecionada.
Noções de Informática

8.1.1. Números

8.1.1.1. Categoria: mostra opções para um formato


numérico. A caixa Exemplo mostra como ficarão as células
7.2. Seleção da Célula de Resposta e Alteração da selecionadas com a formatação escolhida. Clicar em Defini-
Sugestão do pelo usuário permite criar formatos personalizados para
números.
• Selecionar a célula onde se deseja que o resultado da • Número: usada em células que devem mostrar nú-
soma apareça. meros em geral. É  possível escolher quantas casas
• Clicar uma vez na imagem do botão Soma. decimais e zeros a esquerda serão mostrados, ativar

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o separador de milhar e escolher o estilo de número • Reduzir para caber no tamanho da célula: reduz o
negativo. Para exibir mais ou menos dígitos após a tamanho dos caracteres para que todos os dados de
vírgula decimal, pode-se também utilizar os botões uma célula selecionada caibam dentro da coluna. O ta-
manho dos caracteres será ajustado automaticamente
caso a largura da coluna seja modificada.
Adicionar casa decimal e Excluir casa decimal
8.2. Formatar / Mesclar Células
, na barra de ferramentas Formatação.
Combina duas ou mais células selecionadas em uma
• Moeda (CTRL + $): usado para quantias mone- única célula. A referência de célula de uma célula mesclada
tárias em geral – permite selecionar a quantidade de será a da célula superior esquerda da faixa original de células
casas decimais e zeros a esquerda, símbolo de moeda selecionadas. Caso várias células com conteúdos diferentes
e estilo de número negativo. estejam selecionadas, mesclar as células poderá manter
apenas o dado da célula superior esquerda, desprezando os
demais ou agrupar todos os conteúdos na célula mesclada,
separados por espaços. Pode-se usar ainda o botão Mesclar

células .

9. Assistente de Gráfico

• Data e hora: exibem números de série de data e hora Os gráficos são a forma mais simples de mostrar ao seu
como valores de data e hora – valores numéricos po- público o que seus números estão dizendo, e o assistente de
dem ser apresentados na forma de data e vice-versa. gráfico do Calc o ajuda a criá-los com apenas alguns cliques.
• Porcentagem: multiplica o valor das células selecio- O coração de um gráfico do Calc é a área de plotagem, a área
nadas por 100 e exibe o resultado com um símbolo que exibe os dados graficamente. A  área de plotagem é
de porcentagem. Pode ser ativado por meio do uso do envolvida por elementos de gráfico opcionais, como títulos,
legendas ou rótulos, que o usuário pode usar para explicar
botão Estilo de porcentagem (com duas casas exatamente o que a área de plotagem está mostrando.
decimais) ou pelo atalho CTRL + %. A criação de um gráfico personalizado, em quatro etapas,
• Fração: mostra o valor atual na forma de um número
inteiro acrescido de uma fração, na base escolhida, será iniciada clicando-se o botão Assistente de Gráfico
que represente seus valores decimais. ou pelo menu Inserir / Gráfico.
• Científico: usa notação científica para representar • Etapa 1 de 4 – tipo de gráfico: definição do estilo do
número de valores elevados. gráfico a ser usado. O Calc oferece nove tipos – coluna,
• Texto: exibe células com formato de texto mesmo barra, pizza, área, linha, XY (dispersão), rede (radar),
quando houver um número na célula  – a célula é cotações (ações), coluna e linha. Muitos deles podem
exibida exatamente como digitada. ser apresentados com efeito 3D.
• Etapa 2 de 4 – intervalo de dados: permite selecionar
8.1.2. Alinhamento de Texto e alterar os dados que participarão da construção do
gráfico.
8.1.2.1.1. Horizontal: altera o posicionamento horizontal • Etapa 3 de 4 – série de dados: personaliza a sequencia
do conteúdo das células. As alterações no alinhamento dos com que os dados serão mostrados no gráfico.
dados não alteram os tipos de dados. • Etapa 4 de 4 – elementos do gráfico: acrescenta título
8.1.2.1.2. Vertical: altera o posicionamento vertical do e subtítulo, configura legenda, eixos e grades.
conteúdo das células.
8.1.2.1.3. Recuo: recua o conteúdo das células a partir de Mesmo depois de pronto, todas as configurações do
qualquer borda da célula, dependendo das opções escolhidas gráfico podem ser alteradas, inclusive seus valores. Sempre
em Horizontal e Vertical. Cada incremento na caixa Recuo que o valor de uma célula que tenha participado da constru-
equivale à largura de um caractere. ção do gráfico for alterado, o gráfico será automaticamente
8.1.2.1.4. Orientação do texto: altera a inclinação do atualizado.
Noções de Informática

texto nas células selecionadas e permite criar texto empi-


lhado. Pode ser usada para economizar espaço em células, 10. Mensagens de Erro
na direção horizontal.
8.1.2.1.5. Propriedades: ajusta a maneira como o texto Quando um usuário digita o nome da função ou argumen-
deve ser exibido em uma célula. tos de fórmulas e funções errados o Calc retornará um valor
• Quebrar texto automaticamente: divide o texto auto- de erro, que varia de acordo com o tipo de erro ocorrido.
máticamente em várias linhas dentro de uma célula. A tabela a seguir é uma visão geral das mensagens de erro do
O número de linhas depende da largura da coluna e BrOffice.org Calc. Se o erro ocorrer na célula que contém o
do comprimento do conteúdo da célula. cursor, a mensagem de erro será exibida na Barra de status.

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Código de erro Mensagem Explicação
O caractere em uma fórmula não é válido, por exemplo, “=1Eq”
501 Caractere inválido
em vez de “=1E2”.
O argumento da função não é válido, por exemplo, um número
502 Argumento inválido
negativo para a função de raiz quadrada.
503 Operação de ponto flutuante
Um cálculo resulta em overflow no intervalo de valores definido.
#NUM! inválida
Um parâmetro da função não é válido, por exemplo, um texto
504 Erro na lista de parâmetros em vez de um número ou uma referência de domínio em vez de
uma referência de célula.
Parênteses ausentes, por exemplo, um parêntese de
508 Erro: par não encontrado
fechamento sem um parêntese de abertura.
Falta o operador, por exemplo, “=2(3+4) * “, onde o operador
509 Falta o operador
entre “2” e “(“ está faltando.
Uma variável está faltando, por exemplo, quando dois
510 Variável não encontrada
operadores estão juntos “=1+*2”.
A função requer mais variáveis do que foram fornecidas, por
511 Variável não encontrada
exemplo, E() e OU().
O número total de operadores, variáveis ou parênteses na
512 Overflow na fórmula
fórmula excede 512.
513 Overflow na cadeia de caracteres Um identificador na fórmula excede 64 KB em tamanho.
Tentativa de classificação de dados com dados numéricos em
514 Overflow interno
excesso (máx. 100.000) ou um overflow na pilha de cálculo.
Uma matriz é esperada na pilha de cálculo, mas não está
516 Erro de sintaxe interno
disponível.
Código desconhecido, por exemplo, um documento com uma
517 Erro de sintaxe interno função mais recente foi carregado em uma versão mais antiga,
que não contém a função.
518 Erro de sintaxe interno A variável não está disponível.
A fórmula resulta em um valor que não corresponde à sua
519 Sem resultado (#VALOR está na
definição; ou a célula que é referenciada na fórmula contém um
#VALOR célula, em vez de Err:519!)
texto em vez de um número.
520 Erro de sintaxe interno O compilador cria um código de compilação desconhecido.
521 Erro de sintaxe interno Sem resultado.
A fórmula refere-se direta ou indiretamente a ela mesma e a
522 Referência circular opção Iterações não está definida em Ferramentas – Opções –
BrOffice.org Calc – Calcular.
A função não encontrou um valor desejado ou as referências
O procedimento de cálculo não
523 iterativas não conseguem uma alteração mínima dentro do
converge
número máximo de etapas definidas.
524 Referências inválidas (em vez de Em uma fórmula, está faltando a coluna, a linha ou a planilha
#REF Err:524 a célula contém #REF) que contém uma célula referenciada.
Um identificador não pôde ser avaliado, por exemplo, nenhuma
525 Nomes inválidos (em vez de referência válida, nenhum nome de domínio válido, nenhum
#NOME? Err:525 a célula contém #NOME?) rótulo de coluna/linha, nenhuma macro, divisor decimal
Noções de Informática

incorreto, suplemento não encontrado.


Obsoleto, não é mais usado, mas poderia ter origem em
526 Erro de sintaxe interno documentos antigos se o resultado for uma fórmula de um
domínio.
As referências, por exemplo, quando uma célula referencia
527 Overflow interno
outra célula, estão muito encapsuladas.
532
Divisão por zero Operação de divisão / quando o denominador é zero.
#DIV/0!

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
11. Teclas de Atalho

Ctrl+Enter Insere quebra de linha na célula


F2 Permite editar o conteúdo da célula
Ctrl+F2 Assistente de Funções
Ctrl+F3 Definir nomes
Shift+F4 Alterna tipos de referências na linha de entrada
Ctrl+F8 Realça células com valores inseridos
Alt+direcionais Aumentam ou diminuem largura da coluna ou altura da linha
Ctrl+1 Formatar / Células...
Ctrl+Shift+1 Duas casas decimais e separador de milhar
Ctrl+Shift+2 Formato exponencial padrão
Ctrl+Shift+3 Formato de data padrão
Ctrl+Shift+4 Formato monetário padrão
Ctrl+Shift+5 Formato de porcentagem padrão (duas casas decimais)
Ctrl+Shift+6 Formato padrão

12. Exclusão Seletiva: Editar / Excluir conteúdo ou Anotações – exclui as anotações adicionadas às células.
Tecla Delete Todos os demais elementos permanecem inalterados.
Formatos – exclui os atributos de formato aplicados às
Especifica o conteúdo a ser excluído da célula ativa ou células. Todo o conteúdo das células permanece inalterado.
de um intervalo de células selecionado. Pressionar a tecla Objetos – exclui objetos. Todo o conteúdo das células
DELETE não excluirá os valores das células selecionadas: permanece inalterado.
mostrará a caixa de diálogo representada a seguir, permitindo
que o usuário defina quais tipos de valores pretende excluir, Pressionar Backspace exclui o conteúdo sem que seja cha-
mada a caixa de diálogo ou sem alterar os formatos. É possível
entre os vários selecionados.
usar o comando Cortar na barra de ferramentas Padrão para
excluir o conteúdo e os formatos sem a caixa de diálogo.

IMPRESS 3.2
O BrOffice Impress 3.2 é uma versão do editor de apre-
sentações de slides que compõe o pacote de escritório livre
e gratuito BrOffice. É um software que facilita a criação e
animação de slides, permitindo a inserção de imagens, sons,
vídeos, tabelas e gráficos, apresentando-se como programa
funcionalmente idêntico ao Microsoft Office PowerPoint.
Quando aberto, o Impress ativa um assistente que ajuda
o usuário a configurar uma apresentação inicial.

Excluir tudo  – exclui todo o conteúdo do intervalo de


Noções de Informática

células selecionado.
Texto – exclui somente o texto. Os formatos, as fórmulas,
os números e as datas não são afetados.
Números – exclui somente números. Os formatos e as
fórmulas permanecem inalterados.
Data e hora – exclui os valores de data e hora. Os for-
matos, o  texto, os  números e as fórmulas permanecem
inalterados.
Fórmulas – exclui fórmulas. O texto, os números, os for-
matos, as datas e as horas permanecem inalterados.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
1. Principais Comandos do Menu Arquivo 3.4. Apresentação de slides (F5): inicia a apresentação
de slides.
1.1. Novo (CTRL + N): cria arquivos novos de qualquer 3.5. Exibição de notas: alterna para a exibição de página
programa do pacote BrOffice. de notas, em que você pode adicionar notas aos slides. Du-
1.2. Salvar tudo: salva todos os arquivos abertos do rante a apresentação, o público não consegue vê-las, porque
pacote BrOffice. permanecem ocultas.
1.3. Recarregar: desfaz todas as alterações realizadas 3.6. Exibição de folhetos: alterna para a exibição da pá-
desde a última gravação do arquivo. gina mestre de folhetos, onde é possível dimensionar vários
1.4. Versões: salva, mostra e compara versões da apre- slides para que se ajustem a uma página impressa.
sentação atual. 3.7. Mestre: alterna para uma das várias exibições mes-
1.5. Exportar: cria uma cópia da apresentação para for- tre, onde é possível adicionar elementos que deverão ser
matos, como HTML, SWF (Flash), PDF e arquivos de imagem, exibidos em todos os slides da apresentação.
como BMP, JPG e GIF. 3.8. Navegador (CTRL+SHIFT+F5): abre o um painel com
o qual é possível saltar para outros slides ou mover entre
2. Principais Comandos do Menu Editar arquivos abertos.
3.9. Cabeçalho e rodapé: adiciona ou altera o texto em
2.1. Duplicar... (SHIFT + F3): cria cópias do objeto espaços reservados na parte superior ou inferior dos slides
selecionado, permitindo identificar a quantidade de có- e dos slides mestre.
pias, deslocamento, ampliação e cores dos novos objetos
criados. 4. Principais Comandos do Menu Inserir
2.2. Pontos (F8): permite a modificação das bordas de
uma figura geométrica (para arredondar os cantos de um 4.1. Slide: insere um slide depois do slide atual.
quadrado, por exemplo). 4.2. Duplicar slide: insere uma cópia do slide após o
2.3. Mapa de imagem: permite definir uma URL a slide atual.
uma região de uma imagem de modo que, quando essa Expandir slide
região for clicada, o usuário será levado a abrir uma página 4.3. Slide de resumo: cria um novo slide com uma lista
Noções de Informática

web. de marcadores contendo os títulos dos slides seguintes ao


slide selecionado. O  slide de resumo é inserido atrás do
3. Principais Comandos do Menu Exibir último slide.
4.4. Número da página, Data e hora, Campos, Anotação,
3.1. Normal: alterna para a exibição normal na qual é Caractere especial (símbolo), Marca de formatação, Hyper-
possível criar e editar slides. link, Tabela, Figura, Objeto de desenho, Gráfico, Quadro
3.2. Estrutura de tópicos: alterna para a exibição de flutuante.
estrutura de tópicos em que é possível reordenar slides e 4.5. Imagem animada: cria uma animação personalizada
editar os títulos e cabeçalhos dos slides. no slide atual. Só é possível usar objetos existentes para criar
3.3. Classificador de slides: exibe miniaturas dos slides. uma animação.

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4.6. Arquivo: insere um arquivo no slide ativo. Você pode 6.8. Opções: abre uma caixa de diálogo para configuração
inserir arquivos do BrOffice.org Draw ou Impress, ou textos personalizada do programa.
de um documento HTML ou de um arquivo de texto.
4.7. Filme e som: insere um arquivo de vídeo ou de som 7. Principais Comandos do Menu Ferramentas
no documento, com os formatos: AIF Audio (.aiff), AU Audio
(.au), AVI (.avi), CD Audio (.cda), MIDI Audio (.midi), MPEG 7.1. Apresentação de slides (F5): inicia a apresentação
Audio (.mp2, .mp3, .mpa), MPEG Video (.mpg, .mpeg, .mpv, de slides.
.mp4), Ogg Bitstream (.ogg), Quicktime Video (.mov), Vivo 7.2. Configurações da apresentação de slides: define as
Video (.viv), WAVE Audio (.wav). configurações da apresentação de slides, inclusive com que
slide iniciar, o tipo de apresentação, o modo como os slides
5. Principais Comandos do Menu Formatar avançam e as opções de ponteiro.
7.3. Ensaio cronometrado: inicia uma apresentação de
5.1. Formatação padrão: remove a formatação direta e a slides com um temporizador no canto inferior esquerdo.
formatação por estilos de caracteres da seleção. 7.4. Interação: define como o objeto selecionado se
5.2. Caractere: muda a fonte e a formatação de fonte dos comportará quando ele for clicado durante uma apresen-
caracteres selecionados. tação de slides.
5.3. Parágrafo: modifica o formato do parágrafo atual, 7.5. Animação personalizada: atribui um efeito ao objeto
por exemplo, alinhamento e recuo. selecionado que será executado durante a apresentação
5.4. Marcadores e numeração: adiciona marcadores ou de slides.
numeração ao parágrafo atual e permite que você edite o 7.6. Transição de slides: define o efeito especial que
formato da numeração ou dos marcadores. será executado quando um slide for exibido durante uma
5.5. Página: define a orientação da página, as margens da apresentação de slides.
página, o plano de fundo e outras opções de layout. 7.7. Mostrar / Ocultar slide: oculta o slide selecionado para
5.6. Alterar caixa: altera o uso de maiúsculas e minúsculas que não seja exibido durante uma apresentação de slides.
nos caracteres selecionados ou, se o cursor estiver em uma 7.8. Apresentação de slides personalizada: define uma
palavra, altera o uso de maiúsculas e minúsculas de todos apresentação de slides personalizada utilizando slides con-
os caracteres nela. tidos na apresentação atual. Podem-se selecionar os slides
5.7. Posição e tamanho: redimensiona, move, gira ou que atendem às necessidades do público.
inclina o objeto selecionado.
5.8. Modelo de slide: exibe a caixa de diálogo Modelos BROFFICE 3.3
de slides, para selecionar um esquema de layout para o slide
atual. Os objetos no modelo de slides são inseridos atrás dos O BrOffice 3.3 traz várias funcionalidades exclusivas.
objetos contidos no slide atual. As  10 mais populares entre os membros da comunidade
5.9. Layout de slide: abre o painel Layout de slide no são, não necessariamente nessa ordem: a capacidade de
painel Tarefas. importar e manipular arquivos SVG; Facilidade para formatar
5.10. Estilos e formatação (F11): lista os estilos disponí- páginas de título e a paginação no Writer; Uma ferramenta
veis em uma janela flutuante. de navegação mais útil para o Writer; ergonomia melhorada
5.11. Agrupar: agrupa os objetos selecionados de forma no Calc para o gerenciamento de planilhas e células; e filtros
que possam ser movidos ou formatados como um único de importação para documentos do Microsoft Works e do
objeto. Lotus Word Pro. Além disso, várias ótimas extensões estão
agora incorporadas, oferecendo importação de arquivos
6. Principais Comandos do Menu Ferramentas PDF, um painel de apresentação de slides, um assistente de
relatório melhorado e muito mais. Uma lista mais completa e
detalhada de todas as novas funcionalidades oferecidas pelo
6.1. Verificação ortográfica (F7): verifica a ortografia
LibreOffice 3.3 está disponível na seguinte página da internet:
manualmente. http://www.libreoffice.org/download/new-features-and-fixes/.
6.2. Galeria: abre a Galeria, onde se encontram figuras
e sons para inserir no documento. O BrOffice 3.3 também oferece todas as novas funcio-
6.3. Conta-gotas: abre a caixa de diálogo do conta-gotas nalidades do OpenOffice.org 3.3, tais como manipulação de
para substituir cores em figuras de meta-arquivo e de bitmap. novas propriedades personalizadas; incorporação de fontes
6.4. Player de mídia: abre a janela do Player de mídia PDF padrão em documentos PDF; nova fonte Liberation
para poder visualizar arquivos de filme e som e inseri-los Narrow; proteção melhorada em documentos do Writer e do
no documento atual.
Noções de Informática

Calc; dígitos decimais automáticos para o formato “Geral” no


6.5. Macros: permite gravar, organizar e editar macros. Calc; 1 milhão de linhas em uma planilha; novas opções para
a importação de arquivos CSV no Calc; inserção de objetos
Gerenciador de extensão nas planilhas; rótulos hierárquicos para o eixo de rótulos
nos gráficos; manipulação do layout dos slides melhorado
6.6. Opções da Autocorreção: define as opções para a no Impress; uma nova interface de impressão fácil de usar;
substituição automática de texto à medida que você digita. mais opções para alteração de capitalização; e abas coloridas
6.7. Personalizar: personaliza menus, teclas de atalho, para as planilhas no Calc. Muitas dessas novas funcionalida-
barras de ferramentas e atribuições de macros do BrOffice. des foram contribuições de membros da equipe do BrOffice
org para eventos. anteriores à formação da TDF.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET empresa. Consequentemente, todos os conceitos aplicados
à Internet podem ser também aplicados à Intranet, que
Redes e Internet pode ser então considerada uma Internet “em miniatura”
ou “privada”.
Uma rede de computadores é qualquer estrutura física Extranet é a parte de uma Intranet que usa a Internet
e lógica que permita a conexão de computadores, com a para compartilhar parte de suas informações. Uma Extranet
finalidade de troca de informações e compartilhamento de também pode ser entendida como uma porção da rede da
recursos. empresa que é disponibilizada a usuários externo. Outro uso
A Internet é o conjunto das redes, em escala mundial, comum do termo Extranet se dá na designação da “parte
interligadas utilizando uma mesma tecnologia (protocolos privada” de um site, onde somente “usuários registrados”
TCP/IP), permitindo o acessoà informações e transferência podem navegar, previamente autenticados por sua senha
de dados. (login de acesso).
Normalmente, um computador que se conecta a Inter-
net pode acessar informações a partir de uma vasta gama VPN (Rede Privada Virtual)
de servidores disponíveis e outras informações a partir de
computadores, movendo-os para a memória do computador
Uma VPN é uma rede privada que usa a infraestrutura
local. A  mesma conexão permite que o computador para
das redes públicas para transmitir dados. Porém, como as
enviar informações para servidores da rede e que, por sua
redes são públicas há, normalmente, necessidade de se
vez, a informação é acessada e potencialmente modificada
por uma variedade de outros computadores interligados. utilizar protocolos de segurança para que os dados sejam
A maioria das informações amplamente acessíveis na Inter- transmitidos de forma sigilosa.
net consiste de hipertexto (documentos interligados) e de As VPNs seguras utilizam protocolos de segurança e con-
outros recursos da World Wide Web (WWW). troles de acesso (criptografia e firewall). A VPN é bloqueada
A circulação de informações na Internet é alcançada por da parte pública para assegurar que mesmo estando fisica-
meio de um sistema de redes interconectadas que compar- mente hospedada, apenas os usuários autorizados tenham
tilham dados com comutação por pacotes padronizados. acesso a ela, garantindo assim a integridade dos dados e a
Trata-se de uma “rede de redes”, que consiste de milhões confidencialidade da comunicação.
de redes públicas e privadas, acadêmicas, empresariais, As redes VPNs também são conhecidas pelos termos
governamentais e de redes de âmbito local ao global que “Túneis Virtuais” ou simplesmente “tunelamento”.
estão ligados por fios de cobre, fibra óptica, cabos, ligações
sem fios, e outras tecnologias. Classificação das Redes quanto a Extensão
Geográfica

PAN (Personal Area Network): rede pessoal; dispositivos


ligados a um único computador.

LAN (Local Area Network): rede local, de pequena ex-


tensão (1 km), capaz de conectar salas e prédios vizinhos.

MAN (Metropolitan Area Network): rede metropolitana,


com a extensão de uma cidade (10 km) – campus de univer-
sidades e TV a cabo.

WAN (Wide Area Network): rede extensa, sem limita-


ção geográfica – grandes bancos e operadoras de cartão de
crédito.

Os termos Internet e World Wide Web são frequente-


mente utilizados sem muita distinção. No entanto, a Internet
e a World Wide Web não são a mesma. A Internet é um siste-
ma de comunicações de dados global. É uma infraestrutura
Noções de Informática

de hardware e software que fornece conectividade entre os


computadores. Em contraste, a Web é um dos serviços de co-
municação através da Internet. É uma coleção interligada de
documentos e outros recursos, ligadas por hiperlinks e URLs.

Intranet e Extranet
A Intranet é uma rede privada que se baseia na mesma
tecnologia da Internet, mas que é utilizada para agilizar e
incrementar a comunicação e a produtividade dentro de uma

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Meios Físicos de Transmissão
Com Fios

coaxial par trançado fibra ótica


cabeamento

tipos fino ou grosso UTP ou STP monomodo ou multimodo


conector BNC, formato de T e terminadores RJ 45 SC, FC, ST, FDDI
velocidade de
10 Mbps 10, 100 ou 1.000 Mbps 100 ou 1.000 Mbps
transmissão
padrão 10base2 e 10base5 10, 100 ou 1.000baseT 100baseF, 1.000baseS ou L

não sofre interferência


características eletromagnética. Resistente à
corrosão

Sem Fios (ondas eletromagnéticas)

tipos infravermelho (IrDA) microondas (radiofrequência RF)


obstáculos entre os dispositivos não podem existir podem existir
alcance máximo 1m 1 m a 50 km
velocidade de transmissão 4 a 16 Mbps 3 a 108 Mbps
características requer “sight line”: ponto focal e desvio máximo de 15 o
Bluetooth, WiFi, WiMAX

Topologias e Arquiteturas
Topologias são formas de construção das redes que definem a forma de conexão (física) e o funcionamento da rede (lógica).

BARRA ANEL ESTRELA


através de cabo central diretamente um ao outro, por meio do concentrador,
ligação entre os PCs
compartilhado formando caminho fechado ou núcleo da rede
se um computador falha a rede NÃO para a rede PARA a rede NÃO para
tipo de cabo coaxial UTP ou fibra UTP ou fibra
chega a todos da rede e é chega ao destinatário, que o passa sempre pelo núcleo
distribuição da
descartada, exceto pelo destinatário copia e reenvia até o emissor, da rede e de lá segue até
informação
(difusão, ou broadcast) cruzando todo o anel seu destino

A arquitetura de uma rede é um conjunto de características padronizadas que especificam como uma rede funciona
(cabos, conectores, concentradores, placas de rede, protocolos, regras). É o “modelo” da rede. Todos os equipamentos
usados em uma mesma rede devem ter as mesmas especificações (mesma arquitetura).
Noções de Informática

arquiteturas Ethernet FDDI Token Ring Wi-Fi


IEEE 802.3 802.4 802.5 802.11
topologia barra (coaxial) ou estrela (par trançado) anel duplo anel barra, sem cabos
A mais usada atualmente. Gerações:
Com 4 ou 16 Mbps,
1. Ethernet 10 Mbps (coaxial ou PT) Self Healing Estrutura de WLAN mais
características é pouco usada
2. Fast Ethernet 100 Mbps (PT ou FO) CDDI (PT) usada atualmente
atualmente
3. Giga Ethernet 1.000 Mbps (PT ou FO)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Wi-Fi: Modos de funcionamento

Infraestrutura: requer equipamento central (concentrador sem fio), chamado ponto de acesso.
Ad-Hoc: as placas de rede dos computadores se comunicam diretamente entre si, sem a necessidade de concentradores.

Subpadrões Wi-Fi

802.11b 802.11a 802.11g 802.11n


velocidade de 104 Mbps
11 Mbps (6) 54 Mbps (30) 54 Mbps
transmissão (600-MIMO)
frequência 2,4 GHz 5 GHz 2,4 GHz 2,4 e 5 GHz
alcance 100 m 50 m 100 m 500 m
telefones sem fio,
interferência rede menos saturada
microondas, bluetooth
mais cara, usada em compatível com o
mais usado em hotspots,
características empresas, não se comunica “b” e mais rápido
mais barato (2001)
com outros padrões (2002) (2006)

Protocolos sucessivamente de uma camada a outra chegar à camada


Física que levará a solicitação ao destinatário. Ao se chegar
Até o fim dos anos de 1970 cada desenvolvedor de ao destino, o caminho é feito ao inverso.
tecnologias para redes era responsável por criar seu pró- As camadas são dividas em três grupos: Aplicação (Apli-
prio método de transporte que se encarregasse de fazer a cação, Apresentação, Sessão), Transporte (Transporte) e Rede
comunicação entre dois computadores em uma rede. Como (Rede, Link de Dados e Física), onde em cada uma alguns
os padrões eram muito divergentes a ISO (International Or- softwares específicos (protocolos) atuarão.
ganization for Standardization – Organização Internacional Um Protocolo é um conjunto de regras que estabelece
para Padronização) criou um modelo chamado OSI (Open um padrão de comunicação entre os computadores de uma
Systems Interconnection  – 1977) para que os fabricantes rede. Ou seja, para que esses computadores possam inte-
pudessem criar tecnologias a partir deste modelo. ragir, se entender, devem seguir a mesma regra de envio e
O modelo OSI é estruturado em sete camadas: Aplicação, recebimento de informações. Com isso pode-se dizer que o
Apresentação, Sessão, Transporte, Rede, Link de Dados e protocolo é uma linguagem que permite aos computadores
Física. Quando uma informação é solicitada, deverá passar ligados a uma rede se comuniquem.

Modelo de camadas OSI

• define o protocolo a ser usado de acordo com a solicitação do aplicativo


7 APLICAÇÃO
e usuário (SMTP, POP, IMAP, HTTP, FTP, ONS)

6 Apresentação • traduz as mensagens para um formato padrão universal

• negocia o método de comunicação, estabelece e encerra as sessões de


5 Sessão
comunicação

4 TRANSPORTE • divide a mensagem em pacotes sequenciais e adiciona um número de


controle (TCP, UDP)

3 REDE • adiciona aos pacotes um endereço para que localizem o destino, trans-
formando-os em datagramas (IP, roteador)
Noções de Informática

2 Link de Dados • adiciona o MAC e transforma datagramas em quadros – conjuntos de


bits (placas de rede, switch)

1 Física • os bits são transferidos (cabos, conectores, hub, repetidor)

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Protocolos da Camada de Aplicação vez recebida a mensagem, está impossibilitado o acesso à
mesma em outros computadores.
SMTP (Simple Mail Tranfer Protocol): usado para o IMAP4 (Internet Message Access Protocol): recebe men-
envio de e-mails do remetente para o servidor de saída de sagens do servidor de correio eletrônico, mantendo uma cópia
mensagens e entre os servidores de e-mails. e permitindo que a mesma mensagem seja vista em diferentes
POP3 (Post Office Protocol): usado no recebimento de computadores. Útil para situações em que o usuário utiliza o
e-mails e, por regra, os apaga do servidor de entrada. Uma correio eletrônico em dois ou mais ambientes distintos.

HTTP (Hyper Text Tranfer Protocol): realiza a transfe- são gratuitas, enquanto chamadas de VoIP para rede pública
rência de documentos hipermídia (hipertexto), escritas em podem ter custo.
linguagem HTML (HyperText Markup Language) entre um SNMP (Simple Network Management Protocol): pro-
servidor Web e um programa cliente (navegador, browser), tocolo de gerência e monitoramento de redes TCP/IP, que
os  quais interpretam as páginas e as descarregam para o facilita a troca de informação entre os dispositivos de rede,
computador do usuário final. A implementação do protocolo como placas e comutadores. O SNMP permite aos adminis-
HTTP sobre uma camada adicional, SSL (Secure Socket Layer) tradores de rede verificar o desempenho da rede, encontrar
ou TLS (Transport Layer Security), fazem com que as informa- e resolver problemas, e reunir informações para planejar sua
ções sejam enviadas através de uma conexão criptografada expansão, dentre outras.
e autenticada entre servidor e cliente e cria uma variação DNS (Domain Name Service): protocolo que realiza o ser-
do HTTP, o HTTPS (o “S” lembra seguro). viço de consulta a um banco de dados hierárquico, realizando
FTP (File Transfer Protocol): transfere arquivos entre a tradução (resolução, transformação) de um nome amigável,
dois computadores usando a arquitetura servidor/cliente, nome domínio ou URL (fácil de guardar na memória, como
sendo um dos mais utilizados na Internet. Pode-se usar um www.google.com.br) em um endereço IP (74.125.93.103),
navegador ou programas específicos para acessar, copiar, usado para acessar recursos em redes.
apagar e renomear arquivos remotos. Todos os recursos presentes em servidores na Internet
TELNET (Terminal Emulator): protocolo para acesso são localizados por meio de um endereço padronizado – o
remoto a um computador numa intranet ou na Internet, URL (Uniform Resource Locator), que obedece ao formato
permitindo controle sobre seus recursos – simula a presença protocolo://domínio/recurso. O nome de domínio deve ser
de um usuário diante da máquina de outro. adquirido junto a um órgão competente e será único na
SSH (Secure Shell): conecta dois computadores na rede, Internet, para que não haja confusões no acesso às páginas.
permitindo que um envie comandos que serão executados No Brasil, a responsável pela distribuição dos nomes de do-
na unidade remota. Tem as mesmas funções do TELNET, mínio é a Registro.br, ligada ao Comitê Gestor da Internet
com a vantagem da conexão entre o cliente e o servidor ser Brasileira (CGI.br).
criptografada e, consequentemente, segura, criando um Quando desejamos visualizar o site do Google, por
Noções de Informática

túnel de dados. exemplo, informamos ao navegador sua URL (www.google.


VoIP (Voice over Internet Protocol): voz sobre IP, tele- com.br), o qual enviará a requisição de consulta ao servidor
fonia IP, telefonia Internet, telefonia em banda larga ou voz DNS do provedor de acesso à Internet. Caso seja encontrado
sobre banda larga é o roteamento de conversação humana o endereço IP correspondente, o servidor DNS retorna ao
usando a Internet ou qualquer outra rede de computadores usuário essa informação que será usada para, então, trazer
baseada na pilha de protocolos TCP/IP, tornando a transmis- os arquivos da página.
são de voz mais um dos serviços suportados pela rede de Cada provedor de acesso possui um servidor DNS que é
dados. Usa softwares como o Skype e um conjunto de proto- alimentado pelo servidor DNS principal no Brasil. Os regis-
colos especiais nas camadas de aplicação (SIP) e transporte tros DNS brasileiros (.br) começaram a ser feitos na Fapesp
(RTCP). Ligações de sistemas VoIP para VoIP normalmente (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo),

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de forma espontânea. Atualmente, quem mantém o registro IRC (Internet Relay Chat): utilizado em salas de bate-
de domínios brasileiros é a NIC.br (Núcleo de Informação e -papo (chat) e para a troca de arquivos, permite conversa
Coordenação do Ponto Br), ligada ao CGI. em grupo ou privada. No fim da década de 1990, o IRC foi
A localização do endereço IP pelo DNS, a partir da URL substituído por mensageiros instantâneos como o MSN e
solicitada, obedece a uma sequência hierárquica, em três sites de relacionamento como o Orkut. O IRC é hoje usado
níveis, analisando o nome de domínio da direita para a para fins específicos como troca de arquivos e suporte
esquerda: domínio geográfico ou de 1º nível (indica o país técnico.
onde o domínio foi registrado  – .br indica que o registro WAP (Wireless Application Protocol): conjunto de proto-
aconteceu no Brasil), domínio de tipo ou 2º nível (indica a colos que define um ambiente semelhante à web, mas que
natureza do domínio, ou tipo da instituição – .com mostra funciona em redes de aparelhos sem fio e em velocidades
fins comerciais) e nome da instituição ou 3º nível (mostra o mais baixas, como celulares e PDAs. O acesso à web é feito
nome adquirido – google). através de um browser miniatura que interpreta linguagem
WML ou XML, disponibilizada por alguns sites.
IDNA (Internationalizing Domain Names in Applica- NNTP (Network News Transfer Protocol): protocolo da
tions): nome de Domínio Internacionais em Aplicação é uma Internet para grupo de discussão, ou fórum. Especifica o
tecnologia que permite o registro de nomes de domínios modo de distribuição, busca, recuperação e postagem de
com caracteres permitidos na língua portuguesa (vogais informações usando um sistema de transmissão confiável.
acentuadas e a cedilha exclusivamente). O IDNA converte
uma URL com caracteres especiais em uma URL compreendia Protocolos da Camada de Transporte
pelo serviço DNS.
DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol): protocolo Na camada de transporte atuam, basicamente, dois
de serviço da pilha de protocolos TCP/IP que configura de protocolos de suma importância: o TCP e o UDP. Têm como
forma dinâmica os terminais, concedendo endereços IP de responsabilidade dividir as mensagens em pacotes no com-
host e outros parâmetros de configuração para clientes de putador de origem, recebê-las e montá-las no computador
rede. É um protocolo sucessor do limitado BOOTP. de destino.

TCP UDP
(Transmission Control Protocol) (User Datagram Protocol)
Serviço orientado por conexão Serviço sem conexão
(é estabelecida uma sessão entre os hosts) (nenhuma sessão é estabelecida entre os hosts)
Garante a entrega através de confirmações e entrega sequen- Não garante e nem confirma a entrega dos dados
ciada dos dados
Numera os pacotes e garante sua entrega no destino; controla o Não numera os pacotes e não garante sua entrega no destino;
fluxo para que o destino não receba mais do que pode processar não controla o fluxo e não dá falta por nenhum pacote extraviado
É confiável, porém mais lento Não é confiável, porém é rápido
Usado em quase todos os serviços: páginas, email, transferência Usado em situações de menor prioridade, como músicas e
de arquivos vídeos, VoIP

Protocolos da Camada de Rede atribuição a operadores se esgote é de Outubro de 2010,


o que mostra que a implantação do IPv6 era inevitável.
IPv4 (Internet Protocol): é um dos mais importantes Como os endereços IPv6 usam agora 128 bits em sua
protocolos da pilha TCP/IP. Sua função é criar meios para que construção, são escritos em 8 grupos de 4 dígitos hexadeci-
as informações trafeguem pela estrutura física das redes, mais cada, separados por dois pontos (:), como estes:
facilitando a decisão do melhor caminho a ser tomado pela
mensagem para a chegada ao destino. 8000:0000:0000:0000:0123:4567:89AB:CDEF
O IP é o identificador numérico de um computador,
definindo um endereço de origem e outro de destino para Como os endereços IPv6 possuem muitos bytes usando
cada pacote entregue pela camada de transporte. Cada o valor 0 (zero), duas otimização dos números podem ser
computador conectado à Internet possui um número que o realizadas:
identifica na rede. Ele deve ser único para que as informações • zeros podem ser omitidos no início do grupo. Assim,
possam chegar até este computador. Este endereço pode ser 0123 pode ser escrito como 123.
estático (fixo) ou dinâmico. • grupos com 4 bytes usando o valor 0 (zero) podem ser
As informações são enviadas para a camada física em omitidos, e substituídos por um par de dois pontos.
pacotes que têm o endereço do remetente, do destinatário
e o tempo de vida do pacote. O IP é um protocolo de ende- IPSec (IP Security Protocol): é um protocolo da camada
reçamento e permite roteamento dos pacotes. de rede (ou camada 3) do modelo OSI. Outros protocolos de
Noções de Informática

O protocolo IP não garante a entrega dos pacotes no segurança como SSL e TLS trabalham da camada de trans-
destino. Essa função é do TCP. porte (camada 4) até a camada de aplicação (camada 7).
É uma variação do protocolo IP que visa fornecer privacidade
IPv6: é a versão mais atual do protocolo IP. Ele está sendo ao usuário (aumentando a confiabilidade das informações
implantado gradativamente na Internet e deve funcionar em fornecidas pelo usuário), integridade dos dados (garantindo
conjunto com o IPv4, numa situação temporária chamada que o mesmo conteúdo que chegou ao seu destino seja a
de “pilha dupla” ou “dual stack”. A longo prazo, o IPv6 deve mesma da origem) e autenticidade das informações ou
substituir o IPv4, que aceita criar cerca de 4 bilhões (4 x 109) identity spoofing (garantia de que uma pessoa é quem diz
de endereços, contra 3.4 x 1038 endereços do novo protocolo. ser), quando se transferem informações através de redes IP
A previsão para que todos os endereços livres do IPv4 para pela internet.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
INTERNET EXPLORER 11

1. Área de Trabalho

Seguindo a tendência minimalista dos demais navegadores, a interface (janela, área de trabalho, sessão) do Internet
Explorer está bastante enxuta – alguns de seus recursos foram removidos ou agrupados para dar mais espaço às páginas
e aos serviços web. Com essas mudanças, o Internet Explorer 9 é o browser com maior espaço para as páginas web ④,
dando ao navegador sua real função: a de palco de teatro, não a de espetáculo*.

2. Barra de Título • Clicar e manter pressionado um desses botões mos-


tra um menu com atalhos para os dez últimos sites
acessados na guia atual e para o Histórico, a ser usado
caso o site desejado não se encontre nessa relação.
• Quando um atalho de site fixado na Barra de Tarefas
do Windows (Pinned Site) é aberto, um ícone o re-
presenta ao lado do botão Voltar e a cor dos botões
é alterada para o tom predominante desse ícone (o
botão Home fica indisponível).

2.2 Sites Fixos (Pinned Sites)

Podem ser abertos diretamente da Barra de Tarefas do


Windows 7 – sem ter que abrir o Internet Explorer antes.
Para fixar um site pode‑se clicar no ícone à esquerda do
endereço da web na barra de endereços, na guia do site ou
2.1 Voltar e Avançar
o ícone do site na página nova guia e, em seguida, arrastá‑lo
para a Barra de Tarefas. Uma vez que um site é fixado, ele
Noções de Informática

Os botões Voltar (ALT+ ←) e Avançar (ALT+ →) ② re-


tornam e avançam para páginas visitadas anteriormente. aparece como sua própria miniatura, separado do Internet
Explorer. Cada site fixado na Barra de Tarefas tem uma Lista
Os  botões 1permitem recuar ou avançar, de Atalhos (Jump List).
de maneira linear, nas páginas que foram abertas no IE. Alguns mostrarão tarefas especiais do site, como contro-
• Funcionam de forma independente para cada aba. les de visualização em miniatura (tocar ou pausar um vídeo);
• O comando Voltar ficou maior por ter sido identificado sobreposições de ícone, que fornecem informações sobre
como o botão mais utilizado pelos internautas. o status de um site, como o número de novas mensagens
na caixa de entrada. Fixando um site, ele estará no centro
*
http://info.abril.com.br/downloads/windows/internet‑explorer-9.
da experiência, não o navegador.

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2.3 Barras de Endereços Ⓐ e Pesquisa Ⓑ integradas –
One Box (F4) que estará disponível no lugar do botão Atualizar
Ⓔ, o site será carregado na guia atual – ALT+ENTER abre o
Permite digitar o endereço do site que se deseja visitar site digitado em nova guia e SHIFT+ENTER abre a primeira
e, pressionando a tecla ENTER ou clicando‑se o botão Ir página sugerida na guia atual.

Basta o usuário começar a digitar na barra de endereços 2.3.1 Realce de domínio


➀ qualquer texto que não seja uma URL válida ou se o texto O Internet Explorer 8 é o primeiro navegador a fornecer
começa com as palavras “pesquisar,” “encontrar,” “ir” ou realce de domínio, para que o usuário sempre saiba ime-
um ponto de interrogação e o Internet Explorer recomenda diatamente qual site está visitando. Com o realce de domí-
automaticamente sites ② (Sites Sugeridos, que podem ser nio, o usuário pode interpretar URLs com mais facilidade,
abertos com o pressionamento de SHIFT+ENTER), termos de ajudando‑o a evitar sites enganosos, que tentam levá‑lo para
pesquisa com base nos sites que o usuário mais visita ③, endereços errados. É mais fácil identificar os sites visitados
em seus favoritos ④ ou nos termos de pesquisa populares com o realce de domínio porque o nome do domínio na barra
⑤. Sites sugeridos não funcionam em janelas de Navegação de endereço é exibido de forma destacada, em preto, com o
InPrivate. restante da URL aparecendo em cinza mais claro.

2.4 Modo de Exibição de Compatibilidade Ⓓ enquanto a página é carregada, interromper; depois de


carregada, atualizar.
O conjunto de botões pode ocupar o lado esquerdo
da barra de endereços: clicar com o botão direito o botão
Atualizar / Exibir os botões Parar e Atualizar antes da Barra
de endereços.
O Modo de Exibição de Compatibilidade ajuda a me- F5, CTRL + R ou CTRL + F5, menu Exibir / Atualizar, ou
lhorar a aparência dos sites desenvolvidos para navega- ainda no menu de contexto das guias Atualizar e Atualizar
dores mais antigos quando exibidos no Internet Explorer. Tudo, são opções para a ativação do comando Atualizar.
Às vezes, um site que o usuário está visitando não tem a
aparência que se espera. Podem estar faltando imagens, 2.6 Interromper (ESC) Ⓔ
os menus podem estar fora do lugar e o texto pode estar
todo amontoado. Isso pode ser causado por um problema
de compatibilidade entre o Internet Explorer e o site visita-
do. Quando um site é incompatível com o Internet Explorer,

o botão Modo de Exibição de Compatibilidade aparece Interrompe o carregamento do sítio mostrado na guia
na barra de endereços. Ativando o Modo de Exibição de atual. Não interrompe downloads de arquivos em janelas
Compatibilidade, a página da Web que está sendo exibida diferentes da atual, nem desconecta o computador da In-
é recarregada e será mostrada como se estivesse usando ternet ou fecha a janela do navegador.
uma versão anterior do Internet Explorer. A opção de menu Exibir / Parar também permite a
ativação do comando Interromper.
2.5 Atualizar (F5) Ⓔ
Caso haja processo de download em execução no acesso

acima referido, o  uso do botão permite que esse


Noções de Informática

processo seja interrompido.

Recarrega (refresh, refresca) a página atual usando, 2.7 Abas (guias, separadores de molduras) ➑
quando possível, arquivos da pasta de Arquivos da Internet
Temporários, o que faz a página ser exibida mais rapida- O Internet Explorer é um browser que permite acessar
mente. Os comandos Atualizar, Interromper e Ir comparti- mais de um site da Internet em uma mesma sessão de usos.
lham um único botão na extremidade direita da barra de A  navegação por abas caracteriza‑se pela possibilidade
endereços, que muda de acordo com a necessidade do de abrir várias páginas na mesma janela do navegador da
usuário: enquanto se digita na barra, exibe‑se o botão ir; Internet.

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2.8.2 Exibir favoritos, feeds e histórico (ALT+C) – Central
de Favoritos
De forma semelhante às versões anteriores do navegador,
clicar o botão com formato de estrela ➋ exibe uma janela
suspensa apresentando três guias com listas de atalhos
2.7.1 Nova Guia (CTRL + T) armazenados pelo usuário e pelo navegador, para acesso
Cria uma nova guia, pronta para navegação, mais à futuro facilitado:
direita da última guia aberta, mostrando uma página local • Favoritos (CTRL+I) Ⓐ  – Atalhos para páginas web
(about:Tabs). Essa nova guia apresenta as seguintes opções: armazenados em arquivo HTML, criados pelo usuário
• clicar um dos dez atalhos para as páginas mais aces- (páginas preferenciais).
sadas pelo usuário, exibidas na forma de um mosaico, • Feeds (CTRL+G) Ⓑ – Atalhos para pastas com resumos
onde um ícone, a cor principal de cada site e barras de novidade de conteúdos atualizados em servidores
com o grau de atividade de cada uma delas (muito web, criados pelo usuário.
ativo, ativo, menos ativo) facilitam a identificação de • Histórico (CTRL+H) Ⓒ – Atalhos para as páginas web
cada site; acessadas pelo usuário nos últimos 20 dias, registradas
• remover um dos atalhos para sites frequentemente pelo próprio navegador.
usados, que será substituído por outro;
• reabrir uma guia fechada recentemente, disposta em
uma lista;
• reabrir a última sessão de navegação;
• iniciar navegação InPrivate.

Para abrir uma nova janela do Internet Explorer, já se


estando em uma janela desse aplicativo, é suficiente pres-
sionar simultaneamente as teclas CTRL+N.
Para abrir uma nova guia quando segue‑se um link
em uma página da Web, deve‑se pressionar a tecla CTRL
enquanto o link é clicado ou clicar com o botão direito do
mouse no link e clicar em Abrir na Nova Guia. Se um mouse
com scroll está sendo usado, pode‑se clicar em um link com
o scroll para abri‑lo em uma nova guia.
Quando uma nova guia é aberta, o IE11 pode exibir a
primeira home page definida pelo usuário. Para isso, deve‑se
clicar no menu Ferramentas / Opções da Internet, clicar na
guia Geral / Guias / Guias. Na caixa de diálogo Configura- O botão Adicionar a Favoritos Ⓓ permite, por meio de
ções de Navegação com Guias, clicar na lista em Quando caixa de diálogo mostrada, acrescentar à lista de Favoritos
uma nova guia é aberta, abrir: clicar em Sua primeira home um atalho para a página atual através da utilização da janela
page e, em seguida, clicar em OK duas vezes. Outras opções ilustrada abaixo (CTRL + D). É possível atribuir um nome ao
disponíveis são Uma página em branco e, o padrão, A página atalho e gravá‑lo em uma pasta existente ou criar uma nova.
da nova guia. A seta ao lado do botão (ALT + Z) permite Adicionar à Barra
de Favoritos, Adicionar Guias Atuais a Favoritos..., Importar
e Exportar e Organizar Favoritos (criar novas pastas, arrastar
2.8 Início, Central de Favoritos e Ferramentas
atalhos para elas).
Para acessar sites favoritos ainda mais rapidamente,
é possível salvá‑los na Barra de Favoritos. Basta clicar no bo-
tão Favoritos , clicar a seta para baixo ao lado de Adicionar
a Favoritos e selecione Adicionar à Barra de Favoritos. Todo
atalho criado nessa pasta será exibido na Barra de Favoritos,
abaixo da barra de endereços, quando solicitada sua exibi-
ção, clicando‑se com o botão direito na barra de título e, no
Com a simplificação do visual da área de trabalho do IE11, menu de contexto, Barra de Favoritos. Essa tarefa pode ser
apenas três botões de função são exibidos na extremidade
Noções de Informática

direita da tela, logo após a última guia aberta e o botão Nova facilitada usando‑se o botão , da Barra de Comandos.
Guia – eles abrigam as funções mais úteis do navegador, de
uso mais frequente. 2.8.2.1 Feeds
Exibe a lista dos sites cadastrados para receber atualiza-
ções de conteúdo de forma prática e rápida.
2.8.1 Início (ALT+HOME) RSS é uma tecnologia que começou a ser desenvolvida
Quando clicado o botão Início ➊, carregam‑se todas as em 1999 pela Netscape com o nome de Rich Site Summary
páginas iniciais (máximo oito) definidas pelo usuário, a partir (RSS 0.91) e hoje é amplamente utilizada como Really Simple
da guia atualmente selecionada. Não é possível configurar Syndication (RSS 2.0). Permite a criação e envio de arquivos
páginas iniciais com recursos desse botão. (chamados Feeds, ou alimentadores) em linguagem RSS e

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Atom, baseados em XML, contendo resumos de informa-
ções atualizadas disponibilizadas por um sítio nos formatos pelos sítios, onde o botão fica ativo (muda de cinza
de texto, áudio (podcasting) ou vídeo. Esses arquivos serão para laranja) e permite fácil inscrição. Alternativamente,
enviados, sempre que disponíveis, ao usuário que se inscre- deve‑se procurar por outros ícones dentro da página, como
va nesse serviço, evitando visitas constantes ao sítio para ou . Inscreva‑se no RSS do MTE (por exemplo,
manter‑se informado. Um gerenciador de correio eletrônico incluindo o endereço http://www.mte.gov.br/imprensa/rss/
ou um software chamado Agregador (leitor RSS) recebe RSSdoMTE.xml ao seu agregador) e resumos das últimas
automaticamente os arquivos enviados por todos os sítios notícias lhe serão enviadas assim que publicadas. Se forem
onde o usuário se cadastrou. O  IE11 apresenta um leitor do seu interesse, clicar neles para ser levado ao sítio, onde
RSS integrado e monitora o fornecimento da tecnologia RSS a notícia completa estará disponível.

Quando um site de notícias, como o PCIConcursos, des- primeiros duzentos caracteres da novidade, por exemplo,
cobre um edital novo lançado por algum órgão ou prefeitura é  criado e armazenado em arquivo .XML, normalmente
ele é copiado e deve ser publicado no site www.pciconcursos. na forma de texto, e armazenado numa pasta especial do
com.br na forma de uma novidade ①, a ser consultada pelos servidor web ③. Vários destes feeds (alimentadores) são
visitantes do site. criados, um para cada novidade do site, e aguardam a visita
De forma automatizada, um resumo ② contendo os dos usuários.

Noções de Informática

Usando o IE11, um usuário acessa a página inicial do Clicar no cabeçalho do Feed levará o usuário até o site
servidor da PCI e percebe que o botão Feeds, antes sem cor, da PCI onde a novidade completa, postada anteriormente,
se acende e torna‑se laranja ④: é um sinal do navegador ao estará disponível para leitura de forma completa. Para
usuário que o site oferece a tecnologia de RSS Feeds para sua receber os resumos das novidades desse site com maior
consulta e inscrição. Clicar o botão laranja trará o conteúdo facilidade, basta assinar seu Feed – copiar um atalho para a
pasta FEEDS da PCI e deixá‑lo pronto para uso na guia Feeds
da pasta FEEDS da PCI para o leitor de RSS Feeds embutido da Central de Favoritos. Isso é sinônimo de realizar a inscrição
no IE11 ⑤ para que o usuário defina se o conteúdo real- ou assinatura nos Feeds da PCI. Para isso, o botão Assinar
mente o interessa. este Feed na página mostrada ou na Central de Favoritos.

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Feed é um conteúdo frequentemente atualizado e Rastreamento se refere à maneira como sites, provedo-
publicado por um sítio. O recurso RSS (Rich Site Summary res de conteúdo terceirizados, anunciantes e outros ficam
ou Really Simple Syndication) é uma forma simplificada sabendo sobre o modo como o usuário interage com sites.
de apresentar o conteúdo de um sítio, permitindo, por Eles podem, por exemplo, monitorar as páginas que o usuário
exemplo, que o usuário receba notícias do MTE em tem- visita, os links em que o usuário clica e os produtos que o
po reala. É uma forma de agregar notícias e blogs por meio usuário compra ou avalia. Isso ajuda esses sites a oferecer
de assinatura. conteúdo personalizado como anúncios ou recomendações,
Podcasting é uma forma de publicação de arquivos de mas também significa que a sua atividade de navegação está
mídia digital que permite aos usuários acompanhar a sua sendo coletada e, muitas vezes, compartilhada com outras
atualização. empresas.
O recurso Proteção contra Rastreamento ajuda a evi-
tar que as informações de navegação sejam enviadas a
provedores de conteúdo terceirizados nos sites visitados,
bloqueando o conteúdo desses provedores. Isso ajuda
a manter sua atividade de navegação mais privada. Para
Web Slices: conteúdos ou porção específica de uma ativar a Proteção contra Rastreamento, é preciso instalar
página da Web que o usuário pode monitorar por meio de uma Lista de Proteção contra Rastreamento. Uma Lista de
assinatura, que permite saber quando um conteúdo atuali-
Proteção contra Rastreamento é como um aviso de “não
zado (como a temperatura atual ou a alteração do preço de
um leilão) está disponível nos sites favoritos. perturbe”. O Internet Explorer bloqueia todo o conteúdo
Após a assinatura do Web Slice, ele será exibido como um de terceiros proveniente dos sites dessa lista e limita as
link na barra de Favoritos. Quando o Web Slice for atualizado, informações que esses sites de terceiros podem coletar
o link na barra Favoritos será exibido em negrito. O usuário sobre o usuário.
pode, então, clicar no link para visualizar o conteúdo atua­ Enviar uma solicitação Do Not Track não garante a
lizado. Quando um Web Slice estiver disponível em uma proteção da sua privacidade. Alguns sites podem respeitar a
página da Web, aparecerá o botão do Web Slice na barra de solicitação, mas outros podem continuar realizando ativida-
Comandos. O botão Web Slice também irá aparecer na página des que o usuário consideraria rastreamento mesmo depois
da Web, próximo ao conteúdo que está disponível quando de o usuário ter expressado sua preferência. Tudo depende
esse conteúdo for apontado com o mouse. das práticas de privacidade de cada site.
2.8.2.2 Histórico
Exibe a lista dos atalhos para os sites visitados pelo usuá- 3. Barra de Comandos
rio (criados pelo IE8), facilitando o acesso a eles. Por padrão
são armazenados todos os sítios visitados nos últimos vinte 3.1 Home
dias (três semanas). Este valor pode ser alterado com nú-
meros entre 0 e 999. É possível pesquisar dentro dos sítios
visitados e excluí‑los, usando opções disponíveis no menu
Ferramentas / Opções da Internet / Geral / Histórico de Na-
vegação. Com essa ação, os sítios deixarão de ser sugeridos
Noções de Informática

na barra de endereços até que uma nova visita seja feita.


Durante a navegação, o pressionamento da imagem do
2.8.3 Ferramentas botão mostra as páginas definidas como iniciais em abas
separadas, na ordem em que foram configuradas. A pequena
2.8.3.1 Do Not Track seta ao lado da imagem do botão permite visualizar apenas
Quando o recurso Do Not Track está ativado, o Internet uma das páginas iniciais na aba atual, adicionar, alterar e
Explorer envia uma solicitação Do Not Track aos sites que o remover páginas iniciais.
usuário visita e a terceiros cujo conteúdo está hospedado ALT + HOME mostra as páginas iniciais e ALT + M ativa
nesses sites para informar a eles que o usuário prefere não as opções da seta do botão.
ser rastreado. Exibir / Ir Para / Home Page.

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3.2 Feeds e Web Slices (ALT+J) 3.5.1 Excluir Histórico de Navegação.

O IE11 procura feeds e Web Slices em cada página da Arquivos de Internet Temporários são arquivos (ele-
Web visitada. Quando encontra feeds disponíveis, o botão mentos gráficos, pequenos aplicativos) e informações que
passa de cinza a laranja e emite um som. Se encontrar Web o IE armazena no computador, incluindo uma lista de sites
Slices, o botão muda para o botão do Web Slice. visitados, cookies, informações digitadas em formulários
da Web, senhas de site e outras informações salvas tem-
3.3 Ler Email porariamente. Um programa navegador na Internet pode
armazenar uma cópia dos itens acessados recentemente.
A vantagem desse procedimento é permitir acelerar a visão
novamente desses itens. A desvantagem é o gasto de espaço
de armazenamento.
Excluir regularmente o histórico de navegação ajuda a
Abre o cliente de email padrão, substituindo algumas proteger a privacidade, especialmente se o usuário estiver
funções do botão Correio do IE6. usando um computador compartilhado ou público. O usuário
pode configurar o Internet Explorer para excluir seu histórico
3.4 Página (ALT+G) toda vez que o usuário fechar uma sessão de navegação ou
excluir manualmente todos os arquivos de internet tempo-
rários, usando o menu Ferramentas/Opções da Internet/
Geral, ou atalho de teclado CTRL SHIFT+DEL.

3.5.2 Filtro do SmartScreen


Conjunto de botões que permite ativar, de forma prática,
comandos disponíveis em alguns menus  – Arquivo (Nova
janela, Salvar como, Enviar Página por Email, Enviar Link por
Email, Editar com), Editar (Recortar, Copiar, Colar) e Exibir
(Zoom, Tamanho da fonte, Codificação, Exibir Código‑Fonte).
Ajuda a detectar sites de phishing, fraude online, sites
3.4.1 Salvar como...: armazena o conteúdo completo ou
falsos e sites que distribuem softwares mal‑intencionados
apenas o HTML da página atual.
ou malwares, que são programas que manifestam compor-
3.4.2 Editar com...: copia o conteúdo da página atual para
tamento ilegal, viral, fraudulento ou mal‑intencionado.
uma pasta temporária e abre o HTML em um editor padrão.
Não é possível republicar o conteúdo modificado. Se o usuário visitar um site e acreditar que o SmartScreen
3.4.3 Enviar por email: abre o gerenciador de correio deve avisá‑lo no futuro, poderá relatar o site para a Microsoft.
Para isso, deve clicar o botão Ferramentas , apontar para
eletrônico padrão e inclui o link da página atual ou Segurança e escolha Relatar Site Não Seguro, ou através do
seu conteúdo completo por email em uma janela de botão Segurança/Filtro SmartScreen.
nova mensagem.
3.5.3 Navegação InPrivate
3.4.4 Navegação por Cursor
Em vez de usar um mouse para selecionar texto e mo-
ver‑se pela página da Web, o usuário pode usar as teclas de
navegação padrão do teclado – HOME, END, PAGE UP, PAGE
DOWN e as teclas de seta. Esse recurso é chamado Navega-
Navegadores da Web podem ser configurados para não
ção por Cursor e é conhecido como o sinal de intercalação
registrar os registros (logs) de navegação ou para excluí‑los
ou – cursor – que aparece quando se edita um documento.
automaticamente. Esse tipo de ação dificulta o exame de
A Navegação por Cursor pode ser ativa usando a tecla informações acerca de sítios web visitados a partir de de-
F7, no menu Exibir/Navegação por cursor ou Ferramentas/ terminado sistema.
Opções da Internet/Avançado/Acessibilidade/Habilitar Na-
Caso se Deseje, na Sessão de Uso do Ie, Dar Início a uma
vegação por Cursor para novas janelas e guias.
Navegação Inprivate, Buscando Evitar, Dessa Forma, Deixar
3.5 Segurança (ALT+S) Vestígios nos Arquivos de Armazenamento do Ie Acerca de
Informações Referentes a Sítios Visitados, é Correto o Uso
Noções de Informática

da Opção Navegação Inprivate, que Pode Ser Selecionada a


Partir do Menu Ferramentas.
Quando o usuário navegar usando a Navegação InPriva-
te, o Internet Explorer armazenará algumas informações,
como cookies e arquivos de Internet temporários, de forma
Conjunto de botões que permite ativar, de forma prática, que as páginas da Web visitadas funcionem corretamente.
comandos disponíveis no menu Ferramentas relacionados Entretanto, no final da sessão da Navegação InPrivate, es-
à segurança e privacidade da navegação – Navegação InPri- sas informações são descartadas. Esse modo de navegação
vate, Filtro do SmartScreen, Excluir Histórico de Navegação, permite, então, que o usuário navegue na Web sem deixar
Filtragem InPrivate, Windows Update. vestígios, impedindo que qualquer outra pessoa que possa

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
estar usando o computador veja quais páginas foram visita- podem ter sua visualização limitada ou bloqueada, de acordo
das e o que foi procurado na Web. com configuração do usuário.
O modo de navegação InPrivate impede que o IE ar- Nesse navegador, é  possível habilitar bloqueador de
mazene informações sobre os websites visitados. No entanto, pop‑ups. O Internet Explorer fornece alguns recursos que
é possível que os websites visitados ainda tenham registros ajudam a proteger a privacidade e a tornar o computador e
da visita do usuário. Além disso, os  arquivos e favoritos as informações de identificação pessoal mais seguras, como,
salvos no computador serão mantidos após o fechamento por exemplo, alertas de privacidade que informam quando o
da janela anônima. usuário está tentando acessar um sítio que não atende aos
critérios das configurações de privacidade.
Durante a navegação na janela InPrivate, as barras de
ferramentas e extensões são desabilitadas por padrão, uma 3.6.2 Exibir Downloads
vez que poderiam armazenar informações sobre a navegação O Internet Explorer possui um modo integrado para o
do usuário sem controle do navegador. usuário acessar, monitorar e interagir com os arquivos que
No IE, com a ativação da opção Navegação InPrivate baixar: o Gerenciador de Download. Trata‑se de um único
no menu Segurança, informações da sessão de navegação, programa que lhe permite ver o status dos downloads,
tais como cookies, arquivos de Internet temporários e fornece informações sobre eles serem, possivelmente,
histórico, são excluídas quando o IE é fechado. Para ativar perigosos ou não, oferece uma ampla gama de verificações
a Navegação InPrivate, pode‑se usar o botão Segurança e, de segurança nos arquivos baixados e mostra ao usuário a
em seguida, clicar em Navegação InPrivate ou simplesmente localização final dos downloads.
pressionar CTRL+SHIFT+P. O Gerenciador de Download está integrado à pasta de
download do Windows. É um modo fácil de interagir com
3.5.4 Filtragem ActiveX os downloads de arquivos, o  que significa que o usuário
O ActiveX é uma tecnologia inserida em muitos dos prin- pode classificar, imprimir ou enviar seus downloads para
cipais sites para aprimorar sua experiência de navegação. Ele outro local, da mesma forma que faria com outros arquivos.
pode ser usado para ações como reproduzir vídeos, exibir Também é possível usar o Gerenciador de Download para
animações e visualizar determinados tipos de arquivos. controlar seus downloads, inclusive tudo desde executar ou
Entretanto, o  ActiveX também pode representar riscos à abrir arquivos até pausar ou cancelar downloads. O usuário
segurança e tornar seu computador lento. pode até excluir downloads do Gerenciador de Download.
Os controles ActiveX e os complementos do navegador da
Web são pequenos programas bastante usados na Internet. 3.6.3 Gerenciar Complementos
Eles permitem que o usuário use barras de ferramentas,
barras de cotação de ações, podem reproduzir áudio, vídeo
ou mostrar imagens em uma página da Web. Entretanto,
às vezes, esses programas podem funcionar mal ou fornecer
conteúdo indesejado.
Browsers como Mozilla Firefox, Google Chrome ou
Em alguns casos, esses programas podem ser usados
Microsoft Internet Explorer podem ser customizados, adi-
para coletar informações, danificar informações e instalar
cionando‑se novas funcionalidades, por meio de extensões,
software em seu computador sem o consentimento do também denominadas add‑ons.
usuário ou permitir que outra pessoa controle o computador O Internet Explorer 9.0 permite que sejam instaladas
remotamente. Esses controles podem ainda exercer impacto extensões que acrescentem funcionalidades ao navegador.
sobre o desempenho, a segurança e a confiabilidade do In- Complementos, são aplicativos usados pelo Internet Ex-
ternet Explorer. Com a Filtragem ActiveX, é possível navegar plorer para interagir com conteúdo da Web como vídeos e jo-
pela Web com esses controles desativados. Quando o usuário gos, também conhecidos como controles ActiveX, extensões
exibe uma página da Web que tenha Controles ActiveX, parte do navegador, objetos auxiliares ou barras de ferramentas
do conteúdo dessa página pode ser desabilitada. do navegador, os quais podem melhorar a experiência de
navegação em um site habilitando conteúdo, como anima-
3.6 Ferramentas (ALT+T) ções de alta qualidade. No entanto, alguns complementos
também podem funcionar incorretamente ou exibir conte-
údo indesejado, como anúncios pop‑up.
Os complementos podem ser identificados, habilita-
dos, desabilitados e localizados através do menu Ferramentas /
Conjunto de botões que permite ativar, de forma práti- Gerenciar complementos ou Gerenciar complementos
ca, comandos disponíveis em alguns menus – Ferramentas no Botão Ferramentas. A janela mostrada permite também
(Opções da Internet, Bloqueador de Pop‑ups, Gerenciar configurar Provedores de Pesquisa, Aceleradores e Proteção
Complementos, Configurar o Modo de Exibição de Compa- contra Rastreamento.
tibilidade), Arquivo (Trabalhar Offline), Exibir (Tela Inteira, Nem todos os complementos podem ser removidos.
Noções de Informática

Barras de Ferramentas e Barras do Explorer). Alguns deles são necessários ao funcionamento correto do
Internet Explorer e do computador.
3.6.1 Bloqueador de pop‑up
3.6.3.1 Acelerador

Pop‑up é pequena janela do navegador que aparece


sobre a página em exibição, geralmente, assim que se entra Cria um link instantâneo para executar tarefas como abrir
em um site e quase sempre é criada por anunciantes. Pop‑ups um endereço físico em um site de mapeamento da Web,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
tradução ou pesquisa quando uma palavra ou frase em uma 5.2 Proteção Contra Click‑Jacking
página da Web é realçada. O usuário também pode esco-
lher os serviços da Web ou sites que os Aceleradores usam Click‑jacking é uma ameaça online em que a página
para executar vários tipos de tarefas. O Internet Explorer é de um invasor faz com que o usuário clicar em conteúdo
fornecido com uma seleção de Aceleradores incluídos por mal‑intencionado, apresentando‑o como conteúdo legítimo.
padrão, mas o usuário pode adicionar outros ou removê‑los Por exemplo, uma página da Web legítima pode ser oculta
como desejar. como um “quadro” dentro de uma página mal‑intencionada.
Para usar um Acelerador, basta selecionar um trecho de Ao clicar nela, na verdade, o usuário está clicando em outras
locais: comprando algo do site, alterando algumas configu-
texto da página e clicar no botão para exibir uma lista rações do seu navegador ou computador ou visualizando
de Aceleradores. Se o usuário passar o ponteiro do mouse anúncios pelos quais os criminosos cibernéticos são pagos.
sobre cada Acelerador, terá uma visualização de informações O Internet Explorer permite que os desenvolvedores de sites
ou conteúdo. Em muitos casos, a visualização trará o que protejam seus sites desses tipos de ataques, evitando que
o usuário procura, como a definição ou tradução de uma páginas legítimas sejam “enquadradas”.
palavra. Caso contrário, clicar em Acelerador e em Internet
Explorer para abrir o serviço da Web usando o texto que o 5.3 Dashboard de Desempenho
usuário realçou.
Para gerenciar os Aceleradores disponíveis, clicar Esta ferramenta exibe em tempo real informações como
no botão Ferramentas / Gerenciar Complementos / Tipos taxa de quadros por segundo, uso de CPU e outras.
de Complemento / Aceleradores para exibir uma lista dos
Aceleradores atuais.

4. Barra de Notificações

A Barra de notificação é uma barra dourada e branca


exibida na parte inferior de uma página da Web contendo
informações sobre o status do navegador, de uma página da
Web ou de um download. Ela geralmente fornece ao usuário
uma ou mais ações que podem ser executadas, como Abrir
ou Salvar, e, em seguida, desaparece se o usuário navegar
Clicar em uma das quatro informações disponíveis mos-
para fora da página da Web. trará detalhes sobre ela no Dashboard, que pode ser posicio-
Essas notificações permitem uma navegação mais rápida nado em qualquer posição da área de trabalho do navegador
e fluida, exibindo informações sobre segurança, downloads,
Para acessar a ferramenta, o  usuário pode usar o
janelas pop‑up bloqueadas e outras atividades. No lugar de
menu Ferramentas ou a combinação de teclas CTRL+SHIFT+U.
caixas de diálogo sendo abertas inesperadamente na frente
do usuário, todas as mensagens de notificação são conso- 5.4 Modo de Exibição de Leitura
lidadas na Barra de Notificação, localizada na parte inferior
do quadro do navegador. O Internet Explorer no Windows 8.1 fornece um modo
de exibição de leitura para proporcionar uma experiência de
5. Recursos Diversos leitura de páginas da Web mais simplificada e semelhante à
leitura de um livro, sem a distração de conteúdo secundário
5.1 Filtro XSS (Cross‑Site Scripting) ou não relacionado na página. O modo de exibição de leitura
é um modo do Internet Explorer na nova interface de usuário
Os ataques de scripts entre sites tentam explorar vul- do Windows que, quando disponível para uma determinada
nerabilidades nos sites que o usuário visita. Em um ataque página, pode ser ligado ou desligado no modo de exibição
desse tipo, o usuário poderá clicar em um link e ser dire- Alternar para o botão do modo de exibição de leitura / Sair
cionado a um site legítimo comprometido com conteúdo do modo de exibição de leitura (ícone do livro) na barra de
endereços (ou com CTRL+SHIFT+R).
mal‑intencionado, que pode capturar os toques nas teclas
e registrar seu login e senha. Esses ataques surgiram como Esse recurso não tem suporte no IE11 no Windows
uma dominante ameaça online. 7 ou no Internet Explorer para a área de trabalho no Win-
O Internet Explorer inclui um filtro Cross‑Site Scripting dows 8.1.
(XSS), que pode detectar esses tipos de ataques e desativar
5.5 Sincronizando Dispositivos
scripts danosos, impedindo que sites mal‑intencionados
Noções de Informática

roubem as informações pessoais do usuário durante visita A sincronização de guias e configurações do usuário no
a sites confiáveis. Os níveis de segurança mais altos podem IE11 no Windows 8.1 permite que os usuários possam tran-
proteger de hackers e ataques na Web. O filtro XSS perma- quilamente ver e interagir com o site em seus dispositivos.
nece ativado por padrão para ajudar a protegê‑lo. Os novos recursos de sincronização do IE11 no Windows 8.1
O Filtro XSS analisa como os sites interagem e, quando foram projetados com base na alternância entre dispositivos.
reconhece um ataque em potencial, ele bloqueia automati- Quando um usuário sai de um dispositivo, todas as guias
camente a execução do código de script. Se isso acontecer, abertas, com exceção das guias Navegação InPrivate, são
o usuário verá uma mensagem na Barra de notificação in- sincronizadas por meio dos servidores Microsoft OneDrive;
formando que a página da Web foi modificada para ajudar portanto, elas são prontamente disponibilizadas quando o
a proteger sua privacidade e segurança. usuário abre o IE em outro dispositivo.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
PROJETO MOZILLA 1.7. Limpar tudo sobre este site: disponível nos menus
de contexto do painel Histórico e da janela Biblioteca, per-
O projeto Mozilla traduz-se numa comunidade global mite remover todos os dados de um site que constem nos
de pessoas que acreditam que a abertura da rede, inovação registros do Firefox, incluindo histórico, cookies e senhas
e oportunidade são elementos-chave para a continuidade memorizadas.
de uma Internet saudável. O projeto Mozilla foi criado em
1998 com a liberação do código-fonte do browser Netscape, 1.8. Novo autocompletar: ao digitar no campo de en-
que foi destinado a aproveitar o poder criativo de milhares dereço, são sugeridas páginas do histórico ou dos favoritos.
de programadores na internet e foi um incentivo sem pre- A relevância do resultado baseia-se em acessos anteriores
cedentes para a inovação no mercado de navegadores. No ao endereço. O Firefox 3 localiza pelo título ou endereço das
primeiro ano, novos membros da comunidade ao redor do páginas. A pesquisa pode ser feita por várias partes de um
mundo já tinham contribuído para novas funcionalidades, endereço, separando-as com espaço.
para melhorar os recursos existentes, e se envolveram na
gestão e no planejamento do projeto em si.
Ao criar uma comunidade aberta, o projeto Mozilla havia
se tornado maior do que qualquer empresa. Os membros
da comunidade se envolveram e expandiram o escopo do
projeto original: em vez de apenas trabalhar com o próximo
navegador Netscape, as  pessoas começaram a criar uma
variedade de navegadores, ferramentas de desenvolvimento
e uma série de outros projetos. Pessoas contribuíram para 1.9. Criando e editando favoritos: é possível adicionar
o Mozilla de diferentes maneiras, mas todo mundo estava a página visitada aos favoritos clicando na estrela do lado
apaixonado pela criação de softwares livres que permitiriam direito do endereço. Quando uma página salva nos favoritos
que as pessoas pudessem escolher como experimentariam é aberta, a estrela muda de cor. Clicar nela permite editar as
a Internet. propriedades ou removê-la dos favoritos.

MOZILLA FIREFOX 3
Mozilla Firefox é um navegador livre e multiplataforma,
desenvolvido pela Fundação Mozilla com ajuda de centenas
de colaboradores. A intenção da fundação é desenvolver um
navegador leve, seguro, intuitivo e altamente extensível.

1. Novidades
1.1. Filtro para sugestão de endereços: para procurar
por um endereço que está nos favoritos, o  usuário pode 1.10. Biblioteca: substitui o gerenciador de favoritos das
digitar o filtro * no campo de endereços. O Firefox vai su- versões anteriores (Favoritos > Organizar favoritos). Engloba
gerir apenas os itens dos favoritos. Os outros filtros são: ^ favoritos e histórico; backup mais fácil (há um menu dedi-
histórico, + tags, # título da página, @ endereço, ~ endereços cado a essa função); propriedades de favoritos podem ser
que foram digitados. modificadas rapidamente; pastas de pesquisa – salva uma
pesquisa de forma permanente como uma pasta.

1.2. Botão na barra de abas: para abrir uma aba,


foi adicionado um botão do lado direito da última aba. Outra
mudança é que a barra de abas aparece mesmo quando há
apenas uma página aberta. Isso pode ser modificado pela
janela de preferência, painel Abas.

1.3. Reabrir janela: reabre uma janela com todas as suas


abas (menu Histórico > Reabrir janela ou CTRL+SHIFT+N).

1.4. Abas destacáveis: arrastar uma aba para fora da barra


de abas abre uma nova janela e a aba será movida para ela.
1.11. Navegação: os botões Voltar e Avançar foram
Mover uma aba para a barra de abas de outra janela a moverá
unificados. O  histórico das páginas recentes está reunido
para lá (menu de contexto da aba > Abrir em nova janela).
em uma única lista.
Noções de Informática

1.5. Navegação privativa: quando o Firefox está nesse


1.12. Novo memorizar senha: a janela Deseja memorizar
modo (Ferramentas > Iniciar navegação privativa), nenhum
esta senha foi removida. Agora o Firefox exibe os botões na
rastro da navegação é armazenado, incluindo histórico,
barra de notificação no topo da página. Isso permite ignorar
cookies e arquivos temporários.
a pergunta sem clicar em nada e o usuário pode memorizar
a senha só depois que o login tiver ocorrido.
1.6. Limpeza de dados pessoais com mais controle:
é possível remover os dados de navegação armazenados
pelo Firefox apenas de um determinado período, como, por
exemplo, apenas das últimas 4 horas (Ferramentas > Limpar
histórico recente).

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1.13. Proteção contra download de malware: sites 1.14. Verificação de plugins e extensões: o Firefox 3
que reconhecidamente distribuem programas espiões são desativa versões que contém falhas de segurança tanto de
bloqueados pelo Firefox. É  um complemento à proteção plugins (como o Java) quanto de extensões do Firefox.
existente contra sites fraudados, que agora não exibe mais
o conteúdo da página, apenas o aviso de bloqueio.

1.15. Atualização segura: extensões sem suporte a um


método seguro de atualização são desativadas e não podem
ser instaladas.

2. Interface (Área de Trabalho)

3. Barra de Menus

Noções de Informática

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4. Ferramentas / Opções
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GOOGLE CHROME 58 de 2008 com base em componentes de código aberto
do Chromium, escrito em C++, Assembly, Java e Python,
disponível em 47 idiomas. Hoje, o Google Chrome já é o
browser mais usado do mundo, deixando para trás Inter-
net Explorer e Mozilla Firefox. Em fevereiro de 2017, cerca
de 60% dos usuários de Internet do mundo mantinham o
Google Chrome como seu browser principal, segundo a
O Google Chrome é um navegador freeware, multi- StatCounter. Está disponível gratuitamente sob condições
plataforma (Windows, Linux, MacOS, iOS, Chrome OS, de serviço específicas, usa licenças BSD, LGPL e a Google
Android) desenvolvido pelo Google a partir de setembro V8 JavaScript Engine.

1. Interface (Área de Trabalho)

1.1. Facilitadores de Navegação


Recarregar esta página (F5): ④ quando clicado,
faz novamente download dos arquivos que compõe a pá-
Nova Guia (CTRL+T) ①: cria nova guia mais à gina atual. Quando a página está sendo carregada, o botão
direita da guia atual, contendo atalhos em forma de minia-
Parar de carregar esta página (ESC) é exibido em seu
turas para as seis páginas mais visitadas pelo usuário atual. lugar e interrompe o processo de download dos arquivos
Para remover um site visitado com frequência, basta que montam a página.
passar o mouse sobre sua miniatura e clicar no ícone X, no
canto superior direito da miniatura. Adicionar esta página aos favoritos ⑤: a ferramenta
Para abrir um link em uma nova guia, pressionar pode ser utilizada para adicionar a página em exibição
CTRL ao clicar no link. a lista de favoritos. Localizada na extremidade direita da
Para duplicar a guia atual, clicar com o botão direito barra de endereços, cria um favorito por meio da caixa de
Noções de Informática

do mouse na guia que contém a página da Web em questão diálogo exibida:


e selecionar Duplicar.

Voltar (ALT+←) e Avançar (ALT+→): visitam páginas


anteriormente abertas no sentido anterior (Voltar ②) ou
posterior (Avançar ③) à navegação na sessão atual.
Clicar e manter pressionado o Clicar mostra uma lista
de atalhos para as últimas páginas acessadas para onde se
pode Voltar ou Avançar, além de atalho para o Histórico.

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Mostrar aplicativos ⑥: abre a página local chrome://
O ícone aparece ao lado dos sites já adicionados
apps com atalhos para sites comuns do Google (Chrome
como favoritos. Web Store, Google Docs, Gmail, Google Drive, YouTube) e
Atalhos favoritos criados na pasta Barra de Favoritos aplicativos web do Google instalados pelo usuário (Wunder-
serão mostrados na Barra de Favoritos ⑦. list, Gliffy, LucidChart, Lockify).

1.2. Personalizar e Controlar o Google Chrome ⑨


Noções de Informática

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Noções de Informática

2. Trabalhando com Guias

Para reorganizar as guias abertas, basta clicar em uma guia e arrastá‑la para uma posição diferente na parte superior
da janela do navegador.

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Para mover uma guia para uma nova janela, basta clicar Se não desejar que alguma guia apareça cada vez
a guia e arrastá‑la para baixo e para fora da barra de endereço. em um local diferente, pode‑se fixá‑la à esquerda da janela
O usuário verá uma miniatura da guia se movendo. Da mesma do navegador. Basta clicar na guia com o botão direito do
forma, para mover a guia para uma janela diferente, é suficiente mouse e selecionar Fixar guia. O usuário saberá que uma
clicar a guia e arrastá‑la da janela original até a parte superior da guia está fixada se ela estiver menor e exibir apenas o
janela de destino – a guia deve se encaixar automaticamente. ícone do site.

2.1. Modo de Navegação Anônima (navegar em modo visitados ainda tenham registros da visita do usuário.
privado) Além disso, os arquivos salvos no computador ou nos
dispositivos móveis serão mantidos. Por exemplo, se o
O modo de navegação anônimo, disponibilizado no nave- usuário fizer login na Conta do Google enquanto estiver
gador Google Chrome, possibilita que o usuário navegue na no modo de navegação anônima, suas pesquisas do
Internet sem que as páginas por ele visitadas sejam gravadas Google serão registradas no seu Histórico da Web do
no histórico de navegação. Google. Neste caso, para impedir que suas pesquisas
Quando o usuário quiser navegar na Web sem salvar sejam armazenadas na Conta do Google, o  usuário
determinadas informações, pode usar o modo de navegação pode desativar o Histórico da Web do Google.
anônima do Google Chrome. Uma nova janela anônima pode • As páginas da Web que o usuário abrir e os arquivos
Noções de Informática

ser criada clicando na barra de ferramentas do navegador que transferir por download no modo anônimo não
e selecionando a seguir Nova janela anônima. Uma nova são registrados nos seus históricos de navegação e de
download.
janela será aberta com o ícone de anonimato exibido • Todos os novos cookies são excluídos depois que o
no canto superior esquerdo. O usuário também pode usar usuário fecha todas as janelas anônimas que estavam
os atalhos do teclado CTRL+SHIFT+N para abrir uma janela abertas.
anônima. Detalhes importantes: • As alterações que o usuário faz nos favoritos e nas
• O modo de navegação anônima impede que o Google configurações gerais do Google Chrome enquanto
Chrome armazene informações sobre os websites está no modo de navegação anônima AINDA SERÃO
visitados. No entanto, é  possível que os websites SALVAS.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
3. Trabalhando com Arquivos 3.1.2. Histórico de download
No Chrome, é  possível excluir informações referentes
Para abrir um arquivo o usuário pode arrastar o arquivo ao histórico de navegação. O usuário pode remover alguns
da área de trabalho ou da pasta do computador para o Goo- ou todos os downloads da lista de downloads mantida pelo
gle Chrome. Quando a ação é concluída, o cursor exibe um Google Chrome. Essa ação não remove os arquivos reais do
pequeno sinal de “+”. Outra alternativa seria digitar o local, computador.
também conhecido como caminho, do arquivo na barra de 1. Clicar no ícone na barra de ferramentas do na-
endereço e pressione Enter. O  atalho de teclado CTRL+O vegador.
também pode ser usado. 2. Selecionar Mais ferramentas.
3. Selecionar Limpar dados de navegação (CTRL+
3.1. Fazer o Download de um Arquivo SHIFT+DEL).
4. Usar o menu na parte superior para selecionar a quan-
Quando o usuário faz o download de algo da web no tidade de dados que deseja excluir.
Google Chrome, é possível observar o progresso do downlo- 5. Marcar a opção Histórico de download.
ad na barra de downloads na parte inferior da guia. Quando 6. Clicar em Limpar dados de navegação.
o download do arquivo é concluído, basta clicar no botão
para abri‑lo. Todos os arquivos dos quais o usuário já fez o A opção limpar dados de navegação do Google Chrome
download estão listados na página Downloads (CTRL+J ou aplica‑se aos sistemas operacionais Windows, Mac, Linux e
chrome://downloads/). Chrome, e o usuário pode excluir o histórico de navegação,
Para ver onde o arquivo está localizado no computa- histórico de downloads, esvaziar o cache, excluir cookies e
dor, Clicar na seta ao lado do botão do arquivo na barra de outros dados do sítio e de plug‑in, apagar senhas salvas e
downloads e Selecionar Mostrar na pasta. limpar dados de formulário.

4. Navegação 4.2. Pesquisa

4.1. Página Inicial A barra de endereços, algumas vezes chamada “OMNI-


BOX”, pode ser usada para pesquisar na Web, em favoritos e
O usuário pode adicionar o botão da página inicial à barra histórico de navegação. Basta digitar o termo de pesquisa na
de ferramentas do navegador e clicar nesse botão a qualquer barra e pressione ENTER para ver os resultados do mecanis-
Noções de Informática

momento para ir para sua página inicial. mo de pesquisa padrão. São várias as formas e ferramentas
Personalizar / Configurações / Aparência / Mos- para pesquisa no navegador:
trar botão “Página inicial” • Se o Google Chrome tiver um registro do mecanismo
de pesquisa do site, ele oferecerá automaticamente
Quando a caixa de seleção Mostrar botão “Página inicial” a opção de pesquisar nesse site. Caso se lembre da
está selecionada, um endereço da Web aparece abaixo. Se palavra‑chave do mecanismo de pesquisa, o usuário
desejar que o botão “Página inicial” abra uma página da também pode digitar a palavra‑chave na barra de
Web diferente, pode‑se clicar em Alterar para inserir um endereço. Digitado o termo de busca, pressionar TAB
link. O usuário também pode escolher a página “Nova guia” para escolher o mecanismo de pesquisa, digitar o
como sua página inicial. termo de pesquisa e pressionar ENTER.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• A barra de localização para pesquisar palavras ou ter- O preenchimento automático é integrado à Pesquisa
mos específicos na página que se está visualizando. do Google e não pode ser desativado.
Pressionar o atalho de teclado CTRL+F mostra a barra
Localizar na página. 4.5. Pesquisa por Voz e Ações de Voz no Google
• Pesquisar no histórico de navegação, downloads e Chrome
favoritos: o usuário também pode usar as caixas de
pesquisa na parte superior da página “Histórico”, pá- O usuário pode falar para o seu Google Chrome fazer
gina “Downloads” e no gerenciador de favoritos para coisas como pesquisar, conseguir direções e enviar mensa-
pesquisar seu histórico de navegação, histórico de gens. Por exemplo, o usuário pode perguntar ao Google como
download e favoritos, respectivamente. Esses recursos estará o tempo amanhã ou configurar um lembrete para o
estão disponíveis no menu do Google Chrome na usuário pegar o sabão em pó no supermercado.
barra de ferramentas do navegador.
1. Clicar no ícone do microfone no canto direito da
• Pesquisa com o botão direito do mouse: usando o
caixa de pesquisa.
cursor para destacar qualquer texto ou imagem em
2. Quando o alerta “Fale agora” for exibido, o usuário
uma página da Web, clicar a seleção com o botão
deve dizer os termos de pesquisa.
direito do mouse e selecionar a opção “Pesquisar...”
Quando o usuário clica no ícone do microfone, o Goo-
realizará uma pesquisa sobre a imagem ou o texto em
gle ouve o usuário falar e inicia a pesquisa. Se a Pesquisa por
destaque no mecanismo de busca padrão.
voz não entender o que o usuário disse, alguns significados
• Colar e pesquisar: destacar qualquer texto em uma
possíveis serão listados e o usuário pode clicar na sugestão
página da Web com o cursor e o copia‑lo, clicar com o
desejada.
botão direito do mouse na barra de endereço e selecio-
nar Colar e pesquisar facilita o processo de pesquisa.
4.6. Gerenciador de Tarefas
• Destacar e arrastar a pesquisa: destacar qualquer
texto em uma página da web com o cursor e arrasta‑o
Se uma guia, janela ou extensão não estiver funcionando
para a barra de endereço exibirá automaticamente os
corretamente, o gerenciador de tarefas no Chrome ou no
resultados da pesquisa fornecidos pelo mecanismo de
Windows pode forçá‑la a fechar. O Chrome usa uma arquite-
pesquisa padrão para o texto destacado.
tura de vários processos, o que significa que seus processos
são desenvolvidos para funcionar independentemente um do
4.3. Previsões na Barra de Endereço
outro. Desse modo, os problemas de uma guia não devem
afetar o desempenho de outras guias nem a capacidade de
Quando o usuário digita na barra de endereço, o Google
resposta geral do navegador.
Chrome pode usar um serviço de previsões para ajudá‑lo a
O Gerenciador de tarefas é como um monitor de hospital:
completar os endereços da Web e os termos de pesquisa
o usuário pode usá‑lo para monitorar o desempenho de seus
que se está inserindo. Por exemplo, digitar vestcon na barra
processos internos. Se o navegador estiver lento, o usuário
de endereços pode trazer http://www.vestcon.com como
pode abrir o gerenciador de tarefas para encontrar mais
uma previsão de site ou [vestconcursos] como uma previsão
detalhes sobre cada processo ativo e fechar o que parece
de pesquisa.
estar usando uma grande quantidade de recursos.
Para ajudar o usuário a diferenciar entre endereços da
1. Clicar no menu do Google Chrome , na barra de
Web e pesquisas, o ícone aparecerá ao lado das pes- ferramentas do navegador.
quisas, se o serviço de previsões estiver ativado, e um ícone 2. Selecionar Mais ferramentas / Gerenciador de tarefas
aparece ao lado de endereços da Web. A não ser que o (SHIFT+ESC).
mecanismo de pesquisa padrão use um serviço de previsões 3. Na caixa de diálogo exibida, selecionar o processo que
diferente, os termos de pesquisa exibidos serão os mesmos deseja fechar.
que apareceriam se o usuário estivesse pesquisando no 4. Clicar em Encerrar processo.
Google.
5. Privacidade
4.4. Preenchimento Automático
5.1. Pop‑ups
Quando o usuário digita na caixa de pesquisa no Google,
o preenchimento automático ajuda a encontrar informações O Google Chrome impede que os pop‑ups apareçam
rapidamente, apresentando pesquisas semelhantes ao que automaticamente e poluam a tela. Sempre que o navega-
o usuário está digitando. Enquanto o usuário digita, o pre-
dor bloquear pop‑ups de um site, o  ícone aparecerá
enchimento automático prevê e exibe consultas que podem
na barra de endereço. Clicar nesse ícone mostra os pop‑ups
ser selecionadas. As consultas de pesquisa que o usuário vê
que foram bloqueados e permite gerenciar as configurações
como parte do preenchimento automático são um reflexo
de pop‑up do site.
da atividade de pesquisa de usuários e do conteúdo das pá-
Noções de Informática

1. Se pop‑ups tiverem sido bloqueados, o usuário verá o


ginas da Web indexadas pelo Google. Além dessas consultas,
o usuário também pode ver sugestões de: ícone na barra de endereço. Clicar no ícone mostra uma
• Pesquisas anteriores relevantes (se estiver conectado lista de pop‑ups bloqueados.
e tiver o Histórico da Web ativado); 2. Clicar no link da janela pop‑up que o usuário deseja ver.
• Perfis do Google+ que correspondem ao nome de uma 3. Para ver sempre os pop‑ups do site, selecionar “Sem-
pessoa que o usuário está procurando; pre mostrar pop‑ups de [site].” O site será adicionado à lista
• Além dos perfis do Google+ que podem aparecer, to- de exceções, que pode ser gerenciada na caixa de diálogo
das as consultas previstas mostradas na lista suspensa “Configurações de conteúdo” – Personalizar / Configu-
foram digitadas anteriormente por usuários do Google rações / Mostrar configurações avançadas... / Privacidade /
ou aparecem na Web. Configurações de conteúdo / Pop‑ups / Gerenciar exceções.

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5.2. Senhas de Site 5.5. Preenchimento Automático de Formulários

O Google Chrome pode salvar nomes de usuários e Na primeira vez que o usuário preenche um formulário,
senhas para diferentes sites. O  navegador poderá, então, o Google Chrome salva automaticamente as informações
preencher os campos de login automaticamente, na próxima inseridas, por exemplo, “nome”, “endereço”, “telefone” ou
vez em que o usuário visitar esses sites. “endereço de email”, como uma entrada do Preenchimento
Essas senhas são armazenadas no mesmo sistema que automático. O  usuário pode armazenar vários endereços
contém suas senhas salvas de outros navegadores. Todas como entradas separadas.
essas senhas, incluindo as senhas salvas de outros nave- Quando o usuário começa a preencher um formulário,
gadores, podem ser sincronizadas com a Conta do Google, as entradas do Preenchimento automático que correspon-
para que estejam disponíveis em outros computadores que dem àquelas que o usuário está digitando aparecem em um
o usuário for usar. menu. Selecionar uma entrada completará automaticamente
Decidir se o usuário quer salvar senhas (o Google o formulário com as informações anteriormente armazena-
Chrome deve perguntar se o usuário deseja salvar sua senha das. O Google Chrome também salva o texto que o usuário
digitou em campos específicos de formulários. A  próxima
sempre que fizer login em um novo site): Personalizar /
vez que o usuário preencher o mesmo campo, o texto que
Configurações / Mostrar configurações avançadas... / Senhas
o usuário digitou anteriormente aparecerá em um menu.
e formulários / Oferecer para salvar senhas com o Google
Smart Lock para senhas. Editar entradas do Preenchimento automático: Perso-
Excluir senhas salvas: Personalizar / Configura- nalizar / Configurações / Mostrar configurações
ções / Mostrar configurações avançadas... / Senhas e formu- avançadas... / Senhas e formulários / Gerenciar confi-
lários / Gerenciar senhas (lista as senhas salvas, pesquisa, gurações do preenchimento automático
mostra e exclui as senhas).
5.6. Configurações de Privacidade
5.3. Sincronização
Várias opções do navegador usam informações como as
Tanto o Google Chrome quanto o Mozilla Firefox pos- páginas da Web visitadas, a fim de aprimorar e proteger a
suem recursos que possibilitam aos usuários sincronizarem experiência do usuário na Web.
para uma determinada conta o histórico de navegação, Todos esses recursos são ativados por padrão, exceto
os favoritos e as senhas e, desse modo, estarem acessíveis “Enviar automaticamente estatísticas de uso e relatórios de
em outras máquinas. erros” e “Enviar uma solicitação para “Não rastrear” com
A sincronização do Google Chrome salva as personaliza- seu tráfego de navegação”. O usuário também pode optar
ções do navegador na Web e permite acessá‑las a partir do por desativá‑los nas configurações “Privacidade”, clicando
Google Chrome em qualquer computador. no menu do Google Chrome / Configurações / Mostrar
Quando o usuário faz login no navegador Google Chrome configurações avançadas... / Privacidade.
ou em um Chromebook, seus favoritos, guias, histórico e • Utilizar um serviço da Web para ajudar a solucionar
outras preferências do navegador são salvos e sincronizados erros de navegação: em casos em que o endereço da
com sua Conta do Google. O usuário pode então carregar Web não funciona ou não é possível estabelecer uma
essas configurações sempre que usar o Google Chrome em conexão, o navegador envia ao Google o URL da página
outros computadores e dispositivos. Fazer login no Google que o usuário tentou acessar e recebe sugestões de
Chrome também facilita a utilização de serviços do Google páginas da Web alternativas que sejam parecidas com
como Gmail, YouTube e Google Maps, pois geralmente é a página que o usuário está tentando acessar.
necessário fazer login apenas uma vez no navegador. • Utilizar um serviço de previsão para ajudar a preen-
cher pesquisas e URLs digitados na barra de endere-
Para fazer login: Personalizar / Fazer login.
ço: o navegador pode usar um serviço de previsões,
Opções de sincronização: Personalizar / Fazer à medida que o usuário digita na barra de endereço,
login / Configurações de sincronização avançadas... para mostrar pesquisas da Web relacionadas, corres-
pondências com seu histórico de navegação e websites
5.4. Gerenciamento de Usuários populares.
• Usar um serviço de previsão para carregar páginas
Se o usuário compartilha o computador com alguém mais rapidamente: os navegadores usam o endereço
regularmente, adicionar novos usuários ao Google Chrome IP para carregar uma página. Ao pesquisar essas infor-
pode manter suas configurações de navegação separadas. mações com antecedência, os links em que o usuário
Os perfis de usuários também são úteis se o usuário deseja clicar na página da Web serão carregados mais rapi-
manter suas configurações de navegação profissionais e damente. Websites também podem usar tecnologia
pessoais separadas. de pré‑processamento para carregar previamente os
Personalizar / Configurações / Pessoas / Adi- links em que o usuário pode clicar depois.
Noções de Informática

cionar pessoa... • Proteger você e seu dispositivo de sites perigosos:


A capacidade de adicionar vários usuários ao mostra um alerta instantâneo sempre que o navega-
Google Chrome tem por objetivo fornecer uma maneira dor detectar que o site que o usuário está tentando
simples e rápida de configurar cópias personalizadas do acessar pode ser prejudicial. Quando o usuário visita
Google Chrome para pessoas que compartilham o navega- uma página da Web, a Navegação segura consulta o
dor no mesmo computador. O objetivo não é proteger os site que o usuário está visitando em uma lista de sites
dados do usuário de outras pessoas que usam o computa- conhecidamente suspeitos que fica armazenada no
dor. Para realmente impedir que seus dados sejam vistos computador. Se o URL que o usuário está visitando está
por outras pessoas, deve‑se usar as contas de usuários do na lista, seu navegador envia uma cópia parcial do URL
sistema operacional. ao Google para determinar se o site é arriscado.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Utilizar um serviço da Web para ajudar a solucionar começam o processo de instalação fazendo o download de
erros de ortografia: permite que o Google Chrome um arquivo de instalação no computador, devendo o usuá-
use a mesma tecnologia de verificação ortográfica da rio confirmar o download clicando em “Salvar” na barra de
Pesquisa do Google. Para ativar esse recurso, deve‑se downloads que aparece na parte inferior da janela do nave-
clicar com o botão direito do mouse dentro do campo gador. Depois que o download tiver sido concluído, é preciso
de texto em que o usuário está digitando e selecionar reiniciar o Google Chrome fechando todas as janelas abertas
Opções do corretor ortográfico / Solicite sugestões para concluir o processo de instalação.
ao Google. Todos os plug‑ins são permitidos por padrão (a menos
• Enviar automaticamente estatísticas de uso e relató- que o Google Chrome detecte que eles estejam desatuali-
rios de erros ao Google automaticamente: permite zados). Para bloquear determinados plug‑ins: Personalizar
que o sistema envie ao Google informações sobre os / Configurações / Mostrar configurações avançadas... /
arquivos, aplicativos e serviços em execução no mo- Privacidade / Configurações de conteúdo... / Acesso a plug‑in
mento de uma falha, para ajudar o Google a priorizar os sem sandbox / Gerenciar exceções...
recursos e aprimoramentos nos quais devem trabalhar. Se optou por não permitir plug‑ins, o usuário verá um
• Enviar uma solicitação “Não rastrear” com seu
tráfego de navegação: o usuário pode solicitar para ícone na barra de endereço sempre que uma página
“Não rastrear”, mas o efeito depende da resposta dos contiver plug‑ins bloqueados.
websites a essa solicitação e de como a solicitação é
interpretada. Por exemplo, alguns sites podem respon- 6.3. Temas, Aplicativos e Extensões
der a essa solicitação mostrando‑lhe anúncios que não
são baseados em outros sites que o usuário visitou. Extensões são recursos e funcionalidades extras que
Muitos sites ainda coletarão e usarão seus dados de podem ser adicionados ao Chrome. Por exemplo, a extensão
navegação, por exemplo, para melhorar a segurança, Verificador de mensagens do Gmail avisa quando novos
fornecer conteúdos, serviços, anúncios e recomenda- emails chegaram.
ções em seus sites e gerar estatísticas de relatórios.
O usuário pode aplicar, selecionar outro ou redefinir
6. Complementos um tema através do menu Personalizar / Configurações /
Aparência.
6.1. Verificar ortografia
6.3.1. Aplicativos
O corretor ortográfico integrado do Google Chrome pode Os aplicativos baseados na Web são programas proje-
verificar automaticamente sua ortografia em formulários da tados para serem usados totalmente dentro do navegador.
web e em campos de texto. Com eles, é possível criar documentos, editar fotos e ouvir
Considera‑se que o Google Chrome seja o primeiro música, sem ter de instalar softwares complicados.
navegador a incorporar tradução automática no próprio Hoje em dia, os  websites possuem a funcionalidade
navegador, sem a necessidade de plug‑ins ou extensões dinâmica esperada de aplicativos de área de trabalho no
adicionais. Ou seja, quando o idioma da página da web não computador. Chamamos esses sites robustos de app da Web
corresponde às preferências de idioma definidas no nave- ou “apps” na forma abreviada. Caso use serviços como Gmail
gador, ele oferece automaticamente a tradução da página ou Google Maps, o  usuário já está usando os aplicativos.
da web para o seu idioma preferido. Os aplicativos possuem as seguintes vantagens em relação
aos aplicativos de área de trabalho:
É possível adicionar idiomas e usá‑los como linguagem • Os aplicativos são instalados em apenas alguns segun-
padrão no Chrome ou apenas para verificar a ortografia. dos com o clicar de um botão. Não é necessário nem
O Chrome pode traduzir páginas em idiomas que mesmo reiniciar o navegador ou computador.
forem marcados em Sugerir a tradução de páginas que não • Os aplicativos estão sempre disponíveis. Independente
estão em um idioma que você conheça. do computador utilizado, será sempre possível acessar
Se o corretor ortográfico continua sublinhando os aplicativos.
uma palavra que o usuário utiliza com frequência, pode‑se • Os aplicativos estão sempre atualizados. Como os
clicar nela com o botão direito e selecionar Adicionar ao aplicativos são hospedados na Web, onde eles podem
dicionário. ser atualizados instantaneamente, é  possível ter a
Uma vez adicionada palavra ao dicionário, ela pode certeza de estar usando sempre a versão mais recente
ser removida em Configurações / Idioma / Configurações de disponível do aplicativo.
Idioma e de entrada... / Dicionário ortográfico personalizado. • Os aplicativos não causam falhas ao computador. Se um
aplicativo não funcionar corretamente, pode‑se fechar
6.2. Plug‑ins apenas uma guia, e o navegador e o computador não
serão afetados.
Noções de Informática

Os plug‑ins ajudam o navegador a processar tipos espe-


ciais de conteúdo da web, como arquivos Flash ou Windows 7. Outras Características
Media. O Google Chrome suporta os plug‑ins mais populares,
incluindo Adobe Flash Player, Adobe Reader, Java, Win- 7.3. Atualizações automáticas: garante que a versão do
dows Media Player, Real Player, QuickTime, e  Microsoft Google Chrome seja automaticamente atualizada com os
Silverlight. últimos recursos de segurança e correções, sem que seja
Se o usuário permitir que sites usem plug‑ins e o Google necessária qualquer ação por parte do usuário.
Chrome detectar que está faltando um plug‑in para uma de-
terminada página, na parte superior da página da web será 7.4. Chrome Web Store: mercado on‑line no qual o
solicitado que o usuário instale esse plug‑in. Alguns plug‑ins usuário pode descobrir milhares de aplicativos, extensões e

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temas interessantes usando a caixa de pesquisa ou nave- • Segurança: cada renderizador é executado em uma
gando em diferentes categorias. Cada item da loja tem sua Sandbox, o que significa que ele tem quase nenhum
própria página, na qual o usuário pode ler e contribuir com acesso direto ao disco, rede ou tela. Todas as soli-
comentários e avaliações. citações precisam ser executadas pelo processo do
navegador. Isso permitirá que o processo do navegador
7.5. Arquitetura de vários processos do Chrome: o monitore qualquer atividade suspeita;
usuário poderá observar que há várias entradas do Google • Desempenho: computadores modernos possuem vá-
Chrome no Gerenciador de tarefas do Windows (chrome. rias CPUs. A arquitetura de vários processos aproveita
exe), porque o Chrome mantém processos de guias, exten- o uso dessas CPUs. Além disso, quando o usuário fecha
sões, aplicativos da Web e plug‑ins independentes um do a guia associada ao renderizador, toda a memória é de-
outro. Dessa forma, um problema com um processo não irá volvida ao sistema para permitir que outros processos
afetar negativamente outros processos ou a capacidade de a utilizem.
resposta geral do navegador.
Por exemplo, quando o usuário está navegando em
SANDBOX (caixa de areia): mecanismo de segurança
um site, o Chrome usa um renderizador ou um mecanismo
de renderização para processar o código do site para ser que realiza a separação, o isolamento de programas em exe-
exibido corretamente. Como os renderizadores ficam mais cução. É normalmente usado para avaliar o funcionamento
complexos com o passar do tempo, a  página pode travar de programas não testados ou perigosos em um ambiente
ocasionalmente. controlado. O programa isolado na “caixa de areia” não tem
Ao separar diferentes processos, o Google Chrome ofe- acesso a recursos do computador como inspeção do sistema
rece os seguintes benefícios: operacional, leitura de dispositivos de entrada e acesso às
• Resposta: quando uma guia trava ou encontra um redes, impedindo que cause danos à máquina. Todos os
problema que congela o renderizador, isso não afetará registros e danos causados pelo programa executado dentro
outras guias que usam renderizadores diferentes nem da SandBox são apagado quando o programa hospedeiro é
travará o navegador inteiro; fechado ou o computador reiniciado.

8. Menus

Noções de Informática

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9. Configurações
Noções de Informática

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10. Teclas de Atalho
Atalhos de Guias e Janelas

AÇÃO ATALHO
Abrir uma nova janela CTRL + N
Abrir uma nova janela no modo de navegação anônima CTRL + SHIFT + N
Abrir uma nova guia e acessá‑la CTRL + T
Reabrir a última guia fechada e acessá‑la CTRL + SHIFT + T
Acessar a próxima guia aberta CTRL + TAB ou CTRL + PGDN
Acessar a guia aberta anterior CTRL + SHIFT + TAB ou CTRL + PGUP
Acessar uma guia específica CTRL + 1 a CTRL + 8
Acessar a última guia CTRL + 9
Abrir a página inicial na guia atual ALT + HOME
Abrir a página anterior do histórico de navegação na página atual ALT + SETA PARA A ESQUERDA
Abrir a próxima página do histórico de navegação na página atual ALT + SETA PARA A DIREITA
Fechar a guia atual CTRL + W ou CTRL + F4
Fechar todas as guias abertas e o navegador CTRL + SHIFT + W
Minimizar a janela atual ALT + ESPAÇO + N
Maximizar a janela atual ALT + ESPAÇO + X
Fechar a janela atual ALT + F4
Sair do Google Chrome CTRL + SHIFT + Q

Atalhos de Recursos do Google Chrome

AÇÃO ATALHO
Abrir o menu do Google Chrome ALT + F ou ALT + E ou F10
Exibir ou ocultar a barra de favoritos CTRL + SHIFT + B
Abrir o Gerenciador de favoritos CTRL + SHIFT + O
Abrir a página do histórico em uma nova guia CTRL + H
Abrir a página de downloads em uma nova guia CTRL + J
Abrir o Gerenciador de tarefas do Chrome SHIFT + ESC
Definir o foco no primeiro item na barra de ferramentas do Chrome SHIFT + ALT + T
Mover o foco para frente entre a barra de endereço, a barra de favoritos F6
(se ela estiver sendo exibida) e o conteúdo da página
Mudar o foco para trás entre a barra de endereço, a barra de favoritos SHIFT + F6
(se ela estiver sendo exibida) e o conteúdo da página
Abrir a barra “Localizar” para pesquisar na página atual CTRL + F ou F3
Ir para a próxima correspondência da pesquisa da barra “Localizar” CTRL + G
Ir para a correspondência anterior da pesquisa da barra “Localizar” CTRL + SHIFT + G
Abrir as ferramentas do desenvolvedor CTRL + SHIFT + J ou F12
Abrir as opções de “Limpar dados de navegação” CTRL + SHIFT + DELETE
Abrir a Central de Ajuda do Chrome em uma nova guia F1
Fazer login como um usuário diferente ou navegar como visitante CTRL + SHIFT + M
Abrir um formulário de feedback ALT + SHIFT + I

Atalhos da Barra de Endereço

AÇÃO ATALHO
Noções de Informática

Pesquisar com o mecanismo de pesquisa padrão Digitar um termo de pesquisa + ENTER


Pesquisar usando um mecanismo de pesquisa diferente Digitar o nome de um mecanismo de
pesquisa + TAB
Adicionar www. e .com a um nome de site e abri‑lo na guia atual Digitar o nome de um site + CTRL + ENTER
Abrir uma nova guia e realizar uma pesquisa no Google Digitar um termo de pesquisa + ALT + ENTER
Ir para a barra de endereço CTRL + l ou ALT + d ou F6
Pesquisar a partir de qualquer lugar da página CTRL + k ou CTRL + e
Remover previsões da barra de endereço Seta para baixo para destacar + SHIFT +
DELETE

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Atalhos de Páginas da Web

AÇÃO ATALHO
Abrir opções para imprimir a página atual CTRL + P
Abrir opções para salvar a página atual CTRL + S
Atualizar a página atual F5 ou CTRL + R
Atualizar a página atual, ignorando o conteúdo armazenado em cache SHIFT + F5 ou CTRL + SHIFT + R
Interromper o carregamento da página ESC
Navegar por itens clicáveis deslocando‑se para a frente TAB
Navegar por itens clicáveis deslocando‑se para trás SHIFT + TAB
Abrir um arquivo do computador no Chrome CTRL + O + SELECIONAR UM ARQUIVO
Exibir o código fonte HTML não editável da página atual CTRL + U
Salvar a página da Web atual como um favorito CTRL + D
Salvar todas as guias abertas como favoritos em uma nova pasta CTRL + SHIFT + D
Ativar ou desativar o modo de tela cheia F11
Aumentar tudo na página CTRL E +
Diminuir tudo na página CTRL E -
Retornar tudo na página para o tamanho padrão CTRL + 0
Rolar para baixo em uma página da Web, uma tela por vez ESPAÇO ou PGDN
Rolar para cima em uma página da Web, uma tela por vez SHIFT + ESPAÇO ou PGUP
Ir para a parte superior da página HOME
Ir para a parte inferior da página FIM
Rolar a página na horizontal SHIFT + ROLAR O MOUSE
Mover o cursor para o final da palavra anterior em um campo de texto CTRL + SETA PARA A ESQUERDA
Mover o cursor para o começo da próxima palavra em um campo de texto CTRL + SETA PARA A DIREITA
Excluir a palavra anterior em um campo de texto CTRL + BACKSPACE
Mover o foco para uma notificação ALT + N
Conceder permissão dentro de uma notificação ALT + SHIFT + A
Negar permissão dentro de uma notificação ALT + SHIFT + D
Abrir a página inicial na guia atual ALT + HOME

Atalhos do Mouse

Ação Atalho
Abrir um link em uma guia atual (somente com o mouse) Arrastar um link para uma guia
Abrir um link em uma nova guia em segundo plano CTRL + clicar em um link
Abrir um link e acessá‑lo CTRL + SHIFT + clicar em um link
Abrir um link e acessá‑lo (somente com o mouse) Arrastar um link para uma área em
branco na barra de guias
Abrir um link em uma nova janela SHIFT + clicar em um link
Abrir uma guia em uma nova janela (somente com o mouse) Arrastar a guia para fora da barra
de guias
Mover uma guia para a janela atual (somente com o mouse) Arrastar a guia para uma janela já exis-
tente
Retornar uma guia para a posição original Pressionar ESC ao arrastar
Salvar a página da Web atual como um favorito Arrastar o endereço da Web para a bar-
ra de favoritos
Noções de Informática

Fazer o download do destino de um link ALT + clicar em um link


Exibir o histórico de navegação Clicar com o botão direito do mouse em
Voltar   ou Próxima ou clicar e man-
ter pressionada a opção Voltar   ou
Próxima
Alternar entre o modo maximizado e de janela Clicar duas vezes em uma área em bran-
co da barra de guias
Aumentar tudo na página CTRL + Rolar o mouse para cima
Diminuir tudo na página CTRL + rolar o mouse para baixo

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A PESQUISA DO [ iraque site:.gov ] somente retornará resultados de
sites com domínio .gov, enquanto [ iraque site:.iq ]
GOOGLE somente retornará resultados de sites iraquianos.
• Termos a serem excluídos (-) : Colocar um sinal de
Pesquisar é simples: basta digitar o que quiser na caixa
menos antes de uma palavra indica que o usuário
de pesquisa, pressionar Enter ou clicar o botão Pesquisar,
não deseja que apareçam nos resultados as páginas
e o Google pesquisará na web conteúdos relevantes para
que contenham essa palavra. O sinal de menos deve
a pesquisa.
aparecer imediatamente antes da palavra, precedida
Na maioria das vezes, o usuário encontrará exatamente
por um espaço. Por exemplo, na consulta [ couve‑flor ]
o que procura fazendo uma consulta básica (a palavra ou
o sinal de menos não será interpretado como um
frase pesquisada). Porém, as dicas a seguir poderão ajudá‑lo
símbolo de exclusão, enquanto que a consulta [ couve
a obter o máximo das suas pesquisas. No artigo, serão usados
-flor ] pesquisará por ocorrências de “couve” em sites
colchetes [] para assinalar uma consulta de pesquisa, por-
que não apresentem a palavra flor. O usuário poderá
tanto [ Preto e branco ] é uma consulta, enquanto [ preto ]
excluir quantas palavras desejar, usando o sinal – antes
e [ branco ] são duas consultas distintas.
de todas, como, por exemplo [ universal -studios -canal
-igreja ]. O sinal – pode ser usado para excluir mais do
Algumas Noções Básicas que palavras. Por exemplo, coloque um hífen antes
do operador “site:” (sem espaço) para excluir um site
• Todas as palavras são importantes. Geralmente, todas específico dos resultados de pesquisa.
as palavras inseridas na consulta serão usadas. • Preenchimento de espaços (*) : O asterisco * ou
• As pesquisas nunca diferenciam o uso de maiúsculas caractere curinga é um recurso pouco conhecido que
e minúsculas. Uma pesquisa sobre [new york times ] pode ser muito útil. Se o usuário incluir o * em uma
gera os mesmos resultados que uma pesquisa sobre consulta, o Google considerará o asterisco como um
[ New York Times ]. espaço reservado para termos desconhecidos e ten-
• Geralmente, a  pontuação é ignorada, incluindo tará encontrar os resultados que melhor correspon-
@#$%^&*()=+[]\ e outros caracteres especiais. derem. Por exemplo, a pesquisa [ Google * ] retornará
resultados sobre muitos dos produtos Google (vá para
Para garantir que as pesquisas do Google retornem os a página seguinte, e para a seguinte -- nós temos di-
resultados mais relevantes, existem algumas exceções às versos produtos). A consulta [ * ganhou oscar de * ]
regras citadas acima. Mesmo os usuários mais avançados, retornará resultados sobre diferentes ganhadores do
como os membros do grupo de pesquisa do Google, utilizam Oscar. Observe que o operador * funciona somente
os recursos avançados de pesquisa em menos de 5% do com palavras completas, e não com partes de palavras.
tempo. Geralmente, a pesquisa básica é suficiente. • Pesquisa exata (+) : O Google emprega sinônimos
• Pesquisa de frase (“”) : Ao colocar conjuntos de pala- automaticamente, de maneira que sejam encontradas
vras entre aspas, o usuário estará dizendo ao Google páginas que mencionem, por exemplo, “catavento” nas
para procurar exatamente essas palavras, nessa consultas por [ cata vento ] (com espaço), ou prefeitura
mesma ordem, sem alterações. O Google já utiliza a de Porto Alegre para a consulta [ prefeitura de poa ].
ordenação e o fato de palavras estarem juntas como No entanto, às vezes o Google ajuda um pouco além da
um forte sinal e desviará desse padrão somente por um conta, fornecendo um sinônimo quando o usuário não
bom motivo. Portanto, as aspas são desnecessárias. o deseja. Colocar um sinal + antes de uma palavra, sem
A insistência na pesquisa de frases poderá fazer com deixar um espaço entre o sinal e a palavra, o usuário
que o usuário não tenha acesso a bons resultados. Por estará informando ao Google que está procurando por
exemplo, uma pesquisa por [ “Pedro Cabral” ], entre resultados idênticos ao que digitou. Colocar palavras
aspas, excluirá páginas que possam se referir a Pedro entre aspas também funcionará do mesmo modo.
Álvares Cabral. • O operador OR : Por padrão, o Google considera todas
• Pesquisa em um site específico (site:) : O Google as palavras em uma pesquisa. Se o usuário deseja que
permite que se especifique de qual site deverão sair qualquer uma das palavras pesquisadas retornem
os resultados de pesquisa. Por exemplo, a  consulta resultados, poderá usar o operador OR (observe que o
[ iraque site:estadao.com.br ] retornará páginas sobre usuário precisará digitar OR em LETRAS MAIÚSCULAS).
o Iraque, mas somente dentro do site estadao.com.br. Por exemplo, [ campeão brasileiro 1994 OR 2005 ]
As consultas mais simples [ iraque estadao.com.br ] retornará resultados sobre qualquer um desses anos,
ou [ iraque Estadão ] geralmente funcionarão com a enquanto [ campeão brasileiro 1994 2005 ] (sem OR)
mesma eficiência, ainda que possa haver resultados mostrará páginas que incluam ambos os anos na mesma
de outros sites que mencionem o Estadão. Também página. O símbolo | pode substituir OR. A propósito,
é possível especificar um tipo de site, por exemplo, o operador AND é o padrão; portanto, não é necessário.

Resumo dos Principais Operadores de Pesquisa


Noções de Informática

Função (operador) Exemplo Descrição


“sorvete de morango” Busca pelo termo completo, exatamente como aparece
Pesquisa exata “aspas” ou (+)
sorvete+de+morango entre as aspas (com a expressão)
Mostra resultados para sorvete sem o termo morango (sem
Exclusão de termos (-) sorvete -morango
as palavras)
sorvete morango OR cho- Procura por sorvete com quaisquer dos dois termos, moran-
Busca alternativa (OR)
colate go ou chocolate (com qualquer uma das palavras)
Curingas (*) “receitas de * com morango” Permite trocar o * por qualquer palavra na busca
Pesquisa em site específico Busca por sorvete no site da Globo. site:com (sem espaço)
sorvete site:globo.com
(site:) procuraria em todos os sites .com

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Busca por tipo de arquivo
sorvete filetype:pdf Procura por sorvete apenas em arquivos do tipo pdf
(filetype:)
Busca na URL (inurl:) inurl:wiki Busca por sites que tenham o termo wiki em sua URL
Busca no título (intitle:) intitle:wiki Busca por sites que tenham o termo wiki em seu título
Busca por conceitos (define:) define:sorvete Busca pela definição de sorvete em sites da internet
Visualizar página em cache cache:www.google.com. Mostra a página do Google armazenada no cache com o
(cache:) br gmail termo gmail destacado
Links para sites (link:) link:globo.com Lista sites que possuam links para a página indicada
Páginas similares (related:) related:cespe.unb.br Lista sites que sejam similares ao indicado
Informações sobre sites info:www.globo.com Mostra informações sobre o site

O uso desses operadores pode ser feito também, de e o nome da sua cidade ou seu código postal. A  maioria
forma simplificada, usando a Pesquisa Avançada do Google. das consultas não necessitam de operadores avançados ou
sintaxes incomuns. A simplicidade é eficaz.
Exceções • Pense em como a página que você busca foi escrita
Um mecanismo de pesquisa não é um ser humano,
A pesquisa raramente é absoluta. Os mecanismos de pes- é um programa que combina as palavras pesquisadas
quisa utilizam uma variedade de técnicas para imitar como com páginas da web. Use as palavras com maior pos-
as pessoas pensam e para aproximar seu comportamento. sibilidade de aparecer na página. Por exemplo, em vez
Consequentemente, a maioria das regras têm exceções. Por de dizer [ minha cabeça dói ], diga [ dor de cabeça ],
exemplo, a consulta [ to be or not to be ] (em inglês) não porque esse é o termo usado em uma página sobre
será interpretada pelo Google como uma consulta que uti- medicina. A consulta [ em que país os morcegos são
lize o operador OR, e sim, como uma expressão conhecida. considerados prenúncio de boa sorte? ] é bastante cla-
O Google mostrará resultados matemáticos [ 34 * 87 ] em vez ra para uma pessoa, mas o documento que responde
de utilizar o operador para “preencher espaços em branco”. a essa pergunta pode não ter essas palavras. Em vez
Ambos os casos seguem a óbvia intenção da consulta. disso, use a consulta [ morcegos são considerados boa
sorte em ] ou até mesmo [ morcegos boa sorte ], já
Exceções para a regra “Todas as palavras são que é o que a página certa irá dizer.
importantes” • Descreva o que você precisa com o menor número
de termos possível. O  objetivo de cada palavra em
• Palavras de uso comum, como “a”, “um” e “de” geral- uma consulta é aumentar o seu foco. Como todas as
mente são ignoradas, porque são conhecidas como “stop palavras são usadas, cada palavra adicional limita o
words” ou palavras de parada. Também há exceções número de resultados. Se a limitação for demasiada,
nessa exceção. A pesquisa [ a fazenda ] provavelmente informações úteis serão perdidas. A maior vantagem
estará se referindo ao programa de TV, enquanto que de começar com um número menor de palavras‑chave
a consulta [ fazenda ] provavelmente estará buscando é que, se o usuário não encontrar o que busca, os re-
informações sobre o Ministério da Fazenda. O Google sultados provavelmente indicarão quais palavras adi-
não irá ignorar o termo “a” na primeira pesquisa. cionais serão necessárias para refinar seus resultados
• Sinônimos poderão substituir algumas palavras em sua na próxima pesquisa. Por exemplo, [ tempo cancun ] é
consulta original. (Como adicionar o + antes de uma uma forma simples de encontrar informações sobre o
palavra desativa sinônimos). tempo e é provável que forneça melhores resultados
• Uma palavra específica pode não aparecer em uma pá- do que [ previsão do tempo para cancun méxico ].
gina de resultados se ficar comprovado que a página é • Escolha palavras descritivas. Quanto mais específica for
relevante. A comprovação poderá vir de uma análise do a palavra, maior será a chance de obter resultados re-
idioma que o Google faz ou de outras fontes. Por exem- levantes. Palavras que não são muito descritivas, como
plo, a consulta [visão aérea do Maracanã] trará imagens “documento”, “website”, “empresa” ou “informação”,
aéreas de páginas que não apresentem a palavra “aérea”. geralmente não são necessárias. Porém, lembre‑se de
que se a palavra tiver o significado correto, mas não for a
A pontuação não é ignorada mais usada pelas pessoas, ela poderá não corresponder
às páginas que o usuário busca. Por exemplo, [ toques
• Pontuações existentes em termos comuns, com signifi- de celebridades ] é uma pesquisa mais descritiva e
cados específicos, como [C++ ] ou [ C# ], que são nomes específica do que [ sons de celebridades ].
de linguagens de programação, não são ignoradas.
• O sinal de cifrão ($) é usado para indicar preços. [nikon Resultados da pesquisa no Google
400 ] e [ nikon $400 ] trará resultados diferentes.
• O hífen – poderá ser usado como sinal de que as duas
palavras unidas por ele têm forte relação. No entanto,
isso somente ocorrerá se não houver um espaço antes
e depois de -. Nesse caso, significará que se trata de
Noções de Informática

um sinal negativo.
• O caractere de sublinhado _ não será ignorado quando
conectar duas palavras. Ex.: [ quick_sort ]. Título: a primeira linha de qualquer resultado da pes-
quisa é o título da página da web. Clicar no título acessa a
Dicas para aperfeiçoar as pesquisas página da web.
Snippet: abaixo do título, há uma descrição dessa página
Mantenha a simplicidade. Se estiver procurando por da web, que pode incluir um trecho real do texto. Os termos
uma empresa em particular, insira apenas o nome ou a parte de pesquisa aparecerão em negrito para que o usuário decida
dele que o usuário souber. Se estiver procurando por um mais facilmente se a página contém o que a busca desejava.
conceito, lugar ou produto específico comece pelo nome. No URL: o endereço da página da web relativa a cada resul-
caso de estar buscando uma pizzaria, insira apenas “pizza” tado é exibido em verde.

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Em cache: o Google rastreia a web e obtém imagens ins- • Mapas :: Digite o nome ou código postal dos EUA de
tantâneas de cada página. Ao clicar em Em cache, o usuário um local e a palavra “mapa”. Exibiremos um mapa
terá acesso à versão da página exibida no momento da última dessa região. Se o usuário clicar no mapa, acessará
indexação. O link “Em cache” não estará disponível para sites uma visualização ampliada no Google Maps.
que não tenham sido indexados ou para qualquer site cujo
conteúdo, a pedido do proprietário, não tenha sido indexado mapa Brasília
pelo Google.
Similares: clicar em Similares mostrará outros websites • Refinamentos de consulta – Operador de adição (+) ::
relacionados ao mesmo resultado. O Google ignora palavras e caracteres comuns como
Resultados secundários: quando o Google encontra vá- onde, o/a, como e outros dígitos e letras que afetam o
rios resultados do mesmo website, o resultado mais relevan-
te é listado em primeiro lugar e as outras páginas relevantes desempenho da pesquisa sem melhorar os resultados.
desse site são relacionadas abaixo. Se encontrados mais Se uma palavra comum for essencial para obter os resul-
de dois resultados no mesmo site, os resultados restantes tados desejados, coloque o sinal “+” antes dessa palavra.
poderão ser acessados ao clicar no link Mais resultados de.
Resultados integrados: a tecnologia de pesquisa do Google queijo + goiabada
busca as informações mais relevantes em todos os tipos de
conteúdo da Internet, e por isso seus resultados podem incluir • Preencha a lacuna :: Às vezes, a melhor maneira de fazer
imagens, mapas, vídeos, artigos de notícias, livros e muito mais. uma pergunta é deixar que o Google “preencha a lacuna”
Resultados marcados com uma estrela: um resultado adicionando um asterisco (*) como parte da sentença ou
de pesquisa específico pode ser salvo pelo usuário ao clicar pergunta que deseja fazer à caixa de pesquisa do Google.
em . Quando tiver feito login na sua Conta do Google,
o usuário verá seus resultados marcados com estrela sempre Isaac Newton descobriu*
que fizer pesquisas iguais ou semelhantes.
Pré‑visualizações do Instant: clicar no ícone de lupa • Rastreamento de pacotes :: O usuário pode acompa-
ao lado do resultado da pesquisa mostra uma prévia da nhar os pacotes digitando o número de rastreamento
página antes de clicar no resultado. do seu pacote UPS, Fedex ou USPS (correio america-
no) diretamente na caixa de pesquisa. Os resultados
Outros Recursos de Pesquisa incluirão links rápidos para acompanhar o status do
envio com facilidade.
A página de pesquisas do Google inclui um botão cha-
mado Estou com sorte (I’m Felling Lucky). 1Z9999W99999999999
• Definições de dicionário :: Para ver a definição de uma
palavra ou frase, digite a palavra “definir”, coloque um
espaço e, em seguida, a palavra desejada. Para obter
Quando um usuário clica esse botão, será levado direta- uma lista com diferentes definições de várias fontes
mente para o primeiro resultado de pesquisa, ignorando a on‑line, digite “definir:” seguido por uma palavra ou
página completa de resultados. A ideia é que, se um usuário está frase. Os resultados definirão a frase inteira.
“com sorte”, o motor de pesquisa irá abrir de imediato a página
desejada sem ter que procura‑la nos resultados da pesquisa. Definir pescar
Além de fornecer acesso fácil a bilhões de páginas da
web, o Google tem muitos recursos especiais para ajudar • Corretor ortográfico :: O software de correção ortográfica
o usuário a encontrar exatamente o que está procurando. do Google verifica automaticamente se a sua consulta usa
Alguns dos recursos mais populares estão listados abaixo. a ortografia mais comum de uma determinada palavra.
• Meteorologia :: Para ver a previsão do tempo de mui- Se o programa considerar que o usuário provavelmente
tas cidades dos EUA e do mundo todo, digite “tempo” teria melhores resultados com uma ortografia alternati-
seguido pela cidade e pelo estado, pelo CEP dos EUA
ou pela cidade e pelo país. va, fará a pergunta “O usuário quis dizer: (ortografia mais
comum)?”. Clique na ortografia sugerida para iniciar uma
pesquisa do Google para esse termo.
Tempo Brasília
imobiriaria
• Calculadora :: Para usar a função de calculadora inte-
grada do Google, basta inserir o calculo que o usuário • Pesquisa local :: Se o usuário estiver procurando uma loja,
gostaria que fosse feito na caixa de pesquisa. um restaurante ou alguma outra empresa local, poderá
pesquisar pela categoria da empresa e pelo local. Retor-
(5*9)+3= naremos os resultados na lateral direita da página, junto
• Conversão de unidades :: O usuário pode usar o com um mapa, comentários e informações de contato.
Google para converter diferentes unidades de medida
de altura, peso e massa, entre outras. Basta inserir a pizzaria Rio de Janeiro
Noções de Informática

conversão desejada e pesquisar.


• Horários de exibição de filmes :: Para encontrar co-
mentários e horários de exibição de filmes perto de o
10,5 cm em pol usuário, digite “filmes” ou o nome de um filme atual na
caixa de pesquisa do Google. Se sua localização já tiver
• Conversão de moeda :: Para usar o nosso conversor de
sido salva em uma pesquisa anterior, o primeiro resulta-
moeda, basta inserir a conversão que o usuário gostaria
de fazer na caixa de pesquisa do Google e forneceremos do de pesquisa mostrará horários de cinemas próximos
a resposta diretamente na página de resultados. de o usuário que estão exibindo o filme escolhido.

250 libras em reais Filmes Rio de Janeiro

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E Ferramentas síncronas são aquelas que requerem tempo de
FERRAMENTAS DE COLABORAÇÃO, resposta imediato, como mensagens instantâneas (ICQ, Mes-
senger), conferências e videoconferências. Já as ferramentas
CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE assíncronas não necessitam de um tempo de resposta curto ou
DISCUSSÃO, FÓRUNS E WIKIS imediato, como os e-mails e os fóruns de discussão. Ferramen-
tas de fluxo de trabalho (Workflow) e calendários (Groupware)
Sistemas de Colaboração (ou Colaborativos) são ferra- também são consideradas ferramentas assíncronas.
mentas de software utilizadas em redes de computadores A Tabela a seguir mostra a tradução do esquema mos-
para facilitar a execução de trabalhos em grupos. Essas trado no site Usability First (http://www.usabilityfirst.com/
ferramentas devem ser especializadas o bastante, a fim de groupware), que classifica e exemplifica as formas de inte-
oferecer aos seus usuários formas de interação, facilitando ração dos Sistemas Colaborativos:
o controle, a coordenação, a colaboração e a comunicação
entre as partes envolvidas que compõe o grupo tanto no Em tempo
mesmo local como em locais geograficamente diferentes, Ao mesmo Tempo
diferente
e que as formas de interação aconteçam tanto ao mesmo “Síncrono”
“Assíncrono”
tempo ou em tempos diferentes. Percebe-se com isso que o
objetivo dos Sistemas Colaborativos é diminuir as barreiras Mesmo lugar Pessoas votando Computadores
impostas pelo espaço físico e o tempo. (colaboração local) num auditório compartilhados
Existem vários termos para designar Sistemas Colabo- Conferências
Lugar diferente
rativos, porém a ideia principal ou objetivo desses sistemas de áudio
(colaboração a E-mail
continuam sendo os mesmos, que é o suporte e a promoção Mensagens
distância, ou workflow
da colaboração. Dois termos muito utilizados no mercado de instantâneas
distribuída)
sistemas colaborativos são Sistemas Workflow e Groupwa- videoconferência
re, junção das palavras inglesas group (grupo) e software
(programas de computação). Um jargão muito usado para Características dos Sistemas Colaborativos
designar Sistemas Colaborativos se refere ao acrônimo CSCW
(Computer Supported Cooperative Work – Trabalho Coope- As empresas estão cada vez mais dependentes de Siste-
rativo Apoiado por Computador). Há muitos outros sinôni- mas Colaborativos, devido ao excelente desempenho que,
mos, tais como: Online Collaboration, Web Collaboration, aliado ao uso de forma consciente, tem proporcionado
Colaboração Online, Collaboration tools, Colaboração via bons resultados nos negócios e nos processos empresa-
web, Ambiente de Colaboração, Ambiente Colaborativo etc. riais. Acredita-se que sistemas de colaboração facilitam o
Segue abaixo algumas taxionomias para Sistemas Cola- uso da informação e da gestão do conhecimento, servindo
borativos: de suporte à informação e ao trabalho do conhecimento.
• Sistemas colaborativos de gerenciamento de con- As principais finalidades de um sistema colaborativo podem
teúdo – Ferramentas para publicação automatizada ter as seguintes definições:
com a participação de diversas pessoas e grupos na • gerenciamento e coordenação do trabalho em equipe
elaboração do conteúdo. dos manipuladores dos dados e conhecimento;
• Sistemas colaborativos de gestão do conhecimento – • integração do trabalho dos manipuladores da infor-
Ferramentas de armazenamento, indexação, avaliação mação em todos os níveis e funções da organização,
e distribuição de conhecimento tácito e explicito. conforme a customização e distribuição definida pelo
• Real Time Collaboration Tools (RTC) (áudio/vídeo/data usuário;
conferencing) – Ferramentas de colaboração síncronas • integração da organização com o meio externo, como:
que usam áudio, vídeo e dados. clientes, fornecedores, órgãos governamentais públi-
• Virtual Team Tools (DPM, virtual team and process- cos e regulamentadores etc.;
-oriented tools)  – Ferramentas para grupos de tra- • gerenciamento, criação, armazenamento, recupera-
balho. Dividem-se em três classes: Gerenciamento ção e disseminação de documentos;
• definição da programação de tarefas/compromissos
distribuído de projetos, Local de trabalho virtual,
para indivíduos e grupos;
Processos e workflow.
• facilitar a comunicação de voz e dados para indivíduos
• CRM Colaborativo (customer resource management)
internos e externos à organização;
(CRM)  – Ferramentas para auxílio a processos de
• gerenciamento de contatos e relacionamentos in-
venda e atendimento a clientes.
ternos/externos e das informações sobre usuários,
• Portais e Comunidades On-line  – Ferramentas para
clientes e fornecedores.
comunidade virtuais para troca de informações e
ideias.
Funcionalidades de um Sistema Colaborativo
• Ferramentas e infraestrutura para colaboração Wire-
less – Ferramentas para mensagens em dispositivos Todas as finalidades descritas acima são enquadradas
wireless. Normalmente, integram-se com as demais em formas de itens ou componentes que compõem um
Noções de Informática

soluções de colaboração. Sistema Colaborativo. Portanto, um Sistema Colaborativo


deve ser composto, basicamente, pelos seguintes compo-
Formas de Interação e comunicação dos Sistemas nentes: Agenda, Repositório de Documentos, Áudio e Vídeo
Colaborativos Conferência, Reuniões Virtuais, Suporte à Decisão, Fóruns
de Discussão, Bate papo, Correio Eletrônico, Coautoria de
De acordo com o site Usability First (http://www.usa- Documentos, Fluxo de trabalho (Workflow) e Geradores de
bilityfirst.com/groupware), as ferramentas de colaboração Formulários. É importante frisar que um Sistema Colabora-
(sistemas colaborativos) são classificadas de acordo com o tivo pode ser formado por todos esses itens ou por partes
lugar das interações (presenciais ou a distância) e o tempo deles, a escolha destes dependerá da necessidade da orga-
(síncronas ou assíncronas). nização. Seguem a seguir as descrições destes componentes:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Agenda: capacidade para efetuar a criação de agendas Correio Eletrônico: o correio eletrônico tornou-se uma
individuais, por equipes ou corporativas, incluindo opções de ferramenta básica de comunicação, praticamente todas
reserva de salas, horários e recursos necessários à interação as organizações já se adaptaram ao uso desta tecnologia.
entre a equipe. Repositório central de contatos com infor- É considerada uma ferramenta de colaboração para grupos,
mações de todas as entidades e pessoas que se relacionam sendo necessário, no entanto, tomar alguns cuidados, pois
com a equipe, incluindo o armazenamento de nomes de o uso indevido pode acarretar sérios problemas, como o
organizações e pessoas, telefones, contas de e-mails e demais recebimento de mensagens indesejáveis, que podem trazer
atributos de interesse para esse tipo de cadastro. riscos ao sistema, além da sobrecarga gerada pelo envio e
recebimento desses tipos de mensagens.
Repositório de documentos: repositório central de ar-
quivos, que fornece segurança no armazenamento, acesso a Fórum de discussão
dados, controle de versões e facilita o uso e a manipulação
por múltiplos usuários. Ferramenta para páginas de Internet destinada a promo-
ver debates, por meio de mensagens publicadas, abordando
Áudio e Videoconferência: a áudio e a videoconferência uma mesma questão de forma assíncrona e encadeada.
são formas de se estabelecer uma comunicação síncrona Também é chamado de “comunidade” ou “board”.
(em tempo real) para pessoas ou grupos de pessoas que Os fóruns de discussão basicamente possuem duas divi-
estão geograficamente distantes. A audioconferência pode sões organizacionais: a primeira faz a separação por assunto e
ser realizada por meio de sistemas de áudio, como aparelho a segunda, uma divisão desse em tópicos. As mensagens ficam
telefônico com viva voz ou por conexão de rede, mediante a ordenadas decrescentemente por data, da mesma forma que
tecnologia VOIP (Comunicação de voz sobre o protocolo IP). os tópicos ficam ordenados pela data da última postagem.
A videoconferência é um conjunto formado pela transmissão A maioria dos fóruns exige que o visitante se cadastre
de áudio e imagens de forma sincronizada, podendo também para postar. Os usuários registrados são chamados de mem-
permitir o envio de dados. Sistemas Colaborativos devem bros. O processo de registro geralmente envolve verificação
permitir o uso destas duas formas de comunicação. da idade (alguns fóruns proíbem ou restringem o registro de
pessoas menores de 13 anos, 18 anos ou etc.), seguida de
Reuniões Virtuais: utilizando os recursos de áudio e uma declaração dos termos de serviço (outros documentos
videoconferência, é possível realizar reunião com um grupo também podem estar presentes) que deve ser aceita para
de pessoas geograficamente distantes, compartilhar o con- que o usuário possa se registrar. Depois disso, o usuário é
teúdo da apresentação do discurso para todos os membros apresentado a um formulário de registro para preencher
presentes, com transmissão de voz, juntamente com dados requerente, no mínimo: um apelido (que depois pode ser
mostrados na tela simultaneamente. mudado pelo usuário ou pela moderação), uma senha, o e-
-mail e o código de verificação (serve para impedir programas
Suporte à decisão: por oferecer recursos de conhecimento automáticos de se cadastrarem no fórum).
e inteligência, que podem facilmente ser consultados, (desde Todo fórum possui regras próprias. Entretanto, a grande
que a informação disponível esteja bem estruturada), propor-
maioria dos fóruns possui regras em comum contra spam,
cionam agilidade na tomada de decisão. Recursos de Brain
fakes, flood, brigas, tópicos inúteis, double posting e ressus-
Storming Eletrônico (geração rápida de múltiplas ideias para
citar tópicos. Geralmente, quando um usuário desrespeita
a solução de um dado problema), enquetes e votações ele-
uma dessas regras, é punido com alerta, advertência, sus-
trônicas são exemplos de recursos que dão suporte à decisão.
pensão ou banimento. As regras são mantidas, executadas
Coautoria de documentos: é comum a necessidade de e modificadas por uma equipe de moderação e os usuários
múltiplos usuários trabalharem sobre o mesmo documento. também podem ajudar via sistema de report.
A maioria dos sistemas colaborativos foi projetada para suprir Os status de usuários registrados num fórum geralmente
essa necessidade. Eles permitem um controle de edição de variam em quatro níveis de permissão: usuários, moderado-
documentos, uma vez que um usuário tenha editado um ar- res, administradores e banidos. O membro com status de
quivo, este ficará indisponível para outros usuários editarem, usuário possui liberdade para publicar mensagens em tópi-
até que esse usuário o libere para aprovação ou edição por cos abertos ao debate e respondê-los independentemente
parte de outras pessoas. de quem os publicou. O membro com status de moderador
tem a permissão de editar, mover, deletar, adequar o que for
Fluxo de Trabalho (WorkFlow): os sistemas colaborati- necessário na sala de tópicos que tenha permissão de mo-
vos possuem a capacidade de controlar e gerenciar o fluxo deração. Na maioria dos fóruns, cada assunto possui um ou
de trabalho, ou seja, aqueles que exigem a necessidade de mais moderadores, os quais possuem funções diversas, que
tramitação de processos. Essa tramitação consiste em um variam de fórum para fórum, mas, basicamente, eles podem
conjunto de possíveis estados do processo, aliado às regras editar mensagens postadas, eliminar publicações, moderar e
de transição entre estados. eliminar tópicos, como também trocar uma mensagem que
foge do assunto (chamadas de off-topic), postá-la no lugar
Geradores de Formulários: é comum aos sistemas correto e comunicar o usuário, entre outros. O membro com
colaborativos disponibilizarem recursos de montagem de status de administrador é o que agrega as funções de admi-
Noções de Informática

formulários. Isto é, uma forma de padronização no forne- nistração e configuração do fórum, criação e adequação de
cimento das informações em que os usuários, em vez de novas salas. Tem permissão para enviar e-mails em massa,
produzir um novo documento, preenchem um formulário pode bloquear, suspender ou expulsar outros membros,
preestabelecido. Essa funcionalidade promove ganhos na entre inúmeras outras funções administrativas. O membro
qualidade e tempo nos processos de Workflow. com status de banido é aquele que foi expulso do fórum por
desrespeitar as regras. Ele não pode postar nada e não pode
Bate papo: mais conhecido como Chat ou messaging, alterar seu perfil.
permite a troca de mensagens instantâneas por meio da Existem dois tipos de fórum: o público e o privado. No
rede a qual o sistema colaborativo está conectado. Solução fórum de discussão público, provedores, empresas ou insti-
rápida e de baixo custo para pessoas que se encontram tuições disponibilizam espaços para discussão sobre os mais
geograficamente distantes. variados tópicos de interesse geral, durante um determinado

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
período de tempo. O acesso e a participação nesse tipo de editar a página do mesmo modo, editando diretamente o
fórum são livres e irrestritos, sem limite de tempo ou espaço texto em código HTML.
para a troca de mensagens escritas. Em contrapartida, no A ideia por trás de controlar usuários é diretamente re-
fórum de discussão privado, uma empresa ou instituição lacionada ao tamanho do universo gerado pelo wiki. Quanto
abre espaço para discussão sobre tópicos específicos rela- mais pessoas estiverem usando o wiki, menor deveria ser a
cionados à área de interesse, durante um período de tempo necessidade de níveis de controle, pois o controle é fornecido
determinado; o usuário apenas precisa ter acesso ao sistema pela própria sociedade. Mas o controle sempre se faz neces-
do fórum na web, por meio de cadastramento prévio, para sário, em pelo menos dois níveis: gerenciamento e utilização.
obtenção da senha competente. Desta forma, um wiki muito pequeno costuma ter a
necessidade de adicionar um controle que impede autores
Wiki anônimos para evitar vandalismo. Por outro lado, a maioria
dos wikis públicos, que costumam ser grandes, dispensa
Os termos wiki (pronunciado /uíqui/ ou /víqui/) e Wi-
qualquer tipo de registro.
kiWiki são utilizados para identificar um tipo específico de
De todo modo, muitos dos principais mecanismos wiki
coleção de documentos em hipertexto ou o software cola-
(incluindo MediaWiki, MoinMoin, UseModWiki e TWiki)
borativo usado para criá-lo. O  termo “Wiki wiki” significa
“extremamente-rápido” no idioma havaiano. têm como limitar o acesso à publicação. Alguns mecanismos
Uma Web Wiki permite que os documentos sejam edita- wiki permitem que usuários sejam banidos do processo de
dos, coletivamente, com uma linguagem de marcação muito edição pelo bloqueio do seu endereço particular na Internet
simples e eficaz, por meio da utilização de um navegador endereço IP, ou, quando disponível, o seu nome de usuário.
web. Visto que a grande maioria dos wikis é baseada na web, Ainda assim, muitos provedores de acesso à Internet atri-
o termo wiki é normalmente suficiente. Uma única página buem endereços de Internet endereço IP diferentes para
num wiki é referida como uma “única página”, enquanto o cada usuário registrado, então o banimento de IP pode
conjunto total de páginas, que estão, geralmente, altamente ser superado facilmente. Para lidar com esse problema,
interligadas, chama-se ‘o wiki’. embargos temporários de IP são utilizados ocasionalmente
Uma das características definitivas da tecnologia wiki é a e estendidos a todos os endereços IP dentro de um determi-
facilidade com que as páginas são criadas e alteradas – nor- nado âmbito, assegurando, deste modo, que um vândalo não
malmente não existe qualquer revisão antes de as modifica- consiga editar páginas durante um certo tempo; entende-se
ções serem aceitas, e a maioria dos wikis são abertos a todo que isso seja uma barreira suficiente. Pode, contudo, impedir
o público ou pelo menos a todas as pessoas que têm acesso alguns usuários não problemáticos – que venham do mesmo
ao servidor wiki. Nem o registro de usuários é obrigatório servidor de acesso à Internet – de utilizar o serviço durante
em todos os wikis. o período de embargo.
O que faz o “wiki” tão diferente das outras páginas da Como uma medida de emergência, alguns wikis per-
Internet é certamente o fato de poder ser editado pelos usu- mitem que o banco de dados seja alterado para o modo
ários que por ele navegam. Por exemplo, essa parte do artigo apenas-leitura, enquanto outros adotam uma política em que
foi adicionada anos após a criação do próprio, e, com certeza, apenas usuários que tenham sido registrados antes de algum
não será a última edição; ela será modificada por usuários e corte arbitrário possam editar. Em geral, qualquer prejuízo
visitantes ao longo do tempo. Desse jeito, é possível corrigir infligido por um “vândalo” pode ser revertido rápida e facil-
erros, complementar ideias e inserir novas informações. mente. Mais problemáticos são os erros sutis que passam
Assim, o conteúdo de um artigo se atualiza graças à coleti- despercebidos, como a alteração de datas de lançamento
vidade. Os problemas que se podem encontrar em wikis são de álbuns e discografias na Wikipedia.
artigos feitos por pessoas que nem sempre são especialistas Exemplificando a ideia de que o wiki essencialmente pre-
no assunto, ou até vandalismo, substituindo o conteúdo do cisa de somente dois níveis de controle, podem ser traçados
artigo. Porém, o intuito é, justamente, que a página acabe alguns paralelos entre as três áreas de estudos científicos
por ser editada por alguém com mais conhecimentos. Está (exatas, biológicas e humanas), o que facilita a visualização.
fortemente relacionado com o conceito de crowdsourcing. Criando um paralelo com o funcionamento de um
Alternativamente, existem algumas wikis utilizadas como computador simples, como uma calculadora, por exemplo,
wikis pessoais (Personal Wiki). pode-se imaginar o wiki como sendo o próprio computador
Em wikis tradicionais, existem 3 (três) representações e o processador que executa o controle, enquanto o resto
para cada página: o código HTML, a  página resultante do da calculadora a mantém funcionando, fornecendo entradas
código da sua edição pelo web browser e o código-editado e saídas de dados em dois dispositivos diferenciados para o
em HTML que o servidor produziu. processador.
O raciocínio por detrás deste design é que o HTML. Com Fazendo um paralelo com o funcionamento de uma célula
sua enorme biblioteca de tags, dificulta uma edição mais rá- viva, pode-se imaginar o wiki como sendo a própria célula,
pida. Ele, às vezes, não pode usar toda a sua funcionalidade, e o núcleo faz o gerenciamento de tudo que acontece dentro,
como JavaScript e folhas de estilo, por causa da consistência enquanto o resto da célula, o núcleo, inclusive, utiliza-se dos
da linguagem. recursos disponibilizados por meio da membrana externa
Alguns mecanismos de edição wiki mais recentes usam (membrana plasmática), entre outros componentes da célula
Noções de Informática

um método diferente: suportam a edição “WYSIWYG” (“What que executam múltiplas funções para mantê-la viva.
You See Is What You Get”, que significa, basicamente, “o Fazendo um paralelo com o funcionamento de uma
que se vê é o que será”), geralmente com o suporte de sociedade, pode-se imaginar o wiki como sendo a própria so-
um controle ActiveX ou um plug-in, que traduz instruções ciedade e o núcleo seria o governo, que cria a quantidade de
graficamente introduzidas, como “negrito” ou “itálico”, nas regras que forem sendo necessárias para manter a sociedade
tags correspondentes de HTML. Em tais implementações, funcionando com base na vida e dentro das possibilidades
salvar uma edição corresponde ao envio de uma nova oferecidas pela própria sociedade e pelo ecossistema.
versão HTML da página ao servidor, embora o usuário seja No ambiente da Educação Corporativa, diversas organi-
preservado desse detalhe técnico, uma vez que o código é zações estão utilizando esta tecnologia, como, por exemplo,
gerado automaticamente, de forma transparente. Usuários o Banco do Brasil e sua Universidade Corporativa utilizam em
que não possuem o plug-in necessário podem, em geral, larga escala a Tecnologia Wiki.

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REDES SOCIAIS Redes Sociais Visitantes (em milhares) Porcentagem
Facebook.com 792,999 55.1 %
Um serviço de rede social é um serviço online, plataforma Twitter.com 167,903 11.7 %
ou site que se concentra na construção e reflexão de redes Linkedln.com 94,823 6.6 %
sociais ou das relações sociais entre as pessoas que, por exem- Google Plus 66,756 4.6 %
plo, compartilham interesses e/ou atividades. Um serviço de MySpace 61,037 4.2 %
rede social consiste de uma representação de cada usuário Outros 255.539 17.8 %
(geralmente um perfil), os seus laços sociais e uma variedade Total 1,438,877 100 %
de serviços adicionais. Serviços de rede sociais são baseados
na web e fornecem meios para que os usuários interajam por Facebook
meio da Internet, como email e mensagens instantâneas. Sites
de redes sociais permitem aos usuários compartilhar ideias, ati- Na Internet, o Facebook é uma rede social que permite a
vidades, eventos e interesses dentro de suas redes individuais. comunicação com um grupo de amigos predefinido, aceitando
As redes sociais digitais estão cada vez mais inseridas no dia os amigos e restringindo o acesso de estranhos aos seus dados.4
a dia das pessoas. Os jovens, adultos e até mesmo a terceira Os usuários devem se registrar antes de utilizar o site
idade vêm cedendo às novas tecnologias que reorganizam as e podem, então, criar um perfil pessoal, adicionar outros
relações sociais neste novo milênio. São exemplos de redes usuários como amigos, trocar mensagens, incluindo noti-
sociais utilizadas no Brasil Orkut, Twitter, Facebook e MySpace.1 ficações automáticas quando atualizarem seu perfil. Além
O Orkut é caracteristicamente definido como rede social 2 disso, os usuários podem participar de grupos de interesse
e Linkedin é uma rede de negócios principalmente utilizada comum dos utilizadores, organizados pela escola, trabalho ou
por profissionais.3 faculdade, ou outras características, e categorizar seus amigos
em listas como “pessoas do trabalho” ou “amigos íntimos”.
Características Típicas Facebook foi fundada por Mark Zuckerberg com os colegas
de quarto da faculdade: Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz
Sites de redes sociais compartilham uma variedade de e Chris Hughes. A composição do site foi inicialmente limi-
características técnicas. O mais básico deles são perfis visíveis tado pelos fundadores para os estudantes de Harvard, mas
na forma de uma lista de “amigos” que também são usuários foi expandido para outras faculdades na área de Boston, da
do site. Um perfil é gerado a partir de respostas a perguntas Ivy League, e Stanford University. Gradualmente adicionado
como idade, localização, interesses etc. Alguns sites permitem suporte para os alunos em várias outras universidades antes
que usuários façam upload de fotos, adicionem conteúdo de abrir para estudantes do ensino médio e, eventualmente,
multimídia ou modifiquem a aparência do perfil. Outros, como alguém com 13 anos ou mais.
o Facebook, permitem que os usuários melhorem seu perfil
adicionando módulos ou “aplicativos”. Muitos sites permitem Twitter
que aos usuários postem entradas de blog, buscar outras pes-
soas com interesses semelhantes e compilar e compartilhar O twitter é definido como uma rede social e servidor para
listas de contatos. Os perfis de usuário muitas vezes têm uma microblogging que permite aos usuários o envio e a leitura de
seção dedicada aos comentários de amigos e outros usuá- atualizações pessoais de outros contatos utilizando a web e
rios. Para proteger a privacidade do usuário, as redes sociais outros meios específicos em dispositivos portáteis. Pode ser
costumam ter controles que permitem aos usuários escolher chamado de “SMS da Internet”, possibilita seguir pessoas
quem pode ver seu perfil, entre seus contatos, adicioná-los à entrando na página deles e clicando em “follow”. Utiliza
sua lista de contatos, e assim por diante. textos de até 140 caracteres conhecidos como “tweets” e usa
@usuariodapessoa no começo da mensagem para enviá-la
Tendências Emergentes especificamente a uma pessoa.5
Twitter é uma rede social na qual os usuários fazem atua-
Na vanguarda das novas tendências em sites de redes
lizações de textos curtos, que podem ser vistos publicamente
sociais está o conceito de “web em tempo real” e “baseado
ou apenas por um grupo restrito escolhido pelo usuário.6
em localização”. Em tempo real, ou real-time, permite que os
O Twitter foi criado em março de 2006 por Jack Dorsey
usuários adicionem eventos à rede que é transmitido assim
e lançado em julho do mesmo ano. O serviço rapidamente
que ele acontece – o conceito é análogo às transmissões de
ganhou popularidade em todo o mundo, com mais de 300
rádio e televisão ao vivo. O Twitter definiu a tendência para
milhões de usuários a partir de 2011, gerando mais de 300
serviços “real-time”, em que os usuários podem transmitir
milhões de tweets.
para o mundo o que estão fazendo, ou o que está em suas
mentes dentro de um limite de 140 caracteres. Facebook se- Google+
guiu a tendência com o seu “Live Feed”, no qual as atividades
dos usuários são transmitidas assim que acontecem. Google+ é uma rede social operada pela Google Inc. O servi-
Um uso popular para esta nova tecnologia é a rede social ço foi lançado em 20 de setembro de 2011, aberta a todos de 18
entre as empresas. As empresas descobriram que os sites de anos de idade ou mais velhos, sem a necessidade de um convite.
redes sociais como Facebook e Twitter são ótimas maneiras de Google+ integra serviços sociais, como o Google Profiles
construir sua imagem de marca. Estas empresas são capazes de e Buzz Google, e introduz novos serviços identificados como
direcionar o tráfego para seus próprios sites on-line ao mesmo círculos, pontos de reunião e Sparks. Google+ está disponível
Noções de Informática

tempo incentivando seus consumidores e clientes a ter discus- em um site e em dispositivos móveis. Google+ é considerado a
sões sobre como melhorar ou modificar produtos ou serviços. quarta incursão da empresa em redes sociais, começando com
Google Buzz (lançado 2010, aposentado em 2011), o Google
Market Share Friend Connect (lançado 2008, a ser aposentado em março
de 2012) e Orkut, caracteristicamente definido como rede
De acordo com a ComScore, até o fim de novembro de
social 7 (lançado em 2004, agora totalmente operada pela
2011, o mercado de redes sociais era dividido entre os usuários
subsidiária da Google Brasil).
da seguinte forma:
1
Consulplan/Câmara Municipal de Santo Antônio do Grama-MG/Assessor 4
FCC/TRE-TO/Analista Judiciário – Área Administrativa/2011.
Legislativo/2010. 5
FGV/Sefaz-RJ/Fiscal de Rendas/2010.
2
FCC/TRF 1ª Região/Analista Judiciário – Área Judiciária/2011. 6
FCC/TRT 14ª Região/Técnico Judiciário – Área Judiciária/2011.
3
FCC/TRF 1ª Região/Analista Judiciário – Área Judiciária/2011. 7
TRF – 1ª Região – Analista Judiciário – Área Judiciaria – FCC (03/2011)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
MELHORES PRÁTICAS EM POLÍTICAS DE e) todas as portas corta‑fogo do perímetro de segurança
SEGURANÇA sejam providas de alarme, monitoradas e testadas juntamen-
te com as paredes, para estabelecer o nível de resistência
Muitos sistemas de informação não foram projetados exigido, de acordo com os códigos locais de prevenção de
para serem seguros. A segurança da informação que pode incêndios e prevenção de falhas;
ser alcançada por meios técnicos é limitada e deve ser f) sistemas adequados de detecção de intrusos sejam
apoiada por uma gestão e por procedimentos apropriados. instalados e testados em intervalos regulares, e cubram todas
A  identificação de controles a serem implantados requer as portas externas e janelas acessíveis;
um planejamento cuidadoso e uma atenção aos detalhes. g) as instalações de processamento da informação geren-
A norma técnica ABNT NBR ISO/IEC n°  17799:2005, ciadas pela organização devem ficar fisicamente separadas
adaptada para ISO 27002, define uma série de parâmetros daquelas que são gerenciadas por terceiros.
para iniciar, implementar, manter e melhorar a gestão de
segurança da informação em uma organização. Algumas Proteção Contra Códigos Maliciosos
das melhores práticas indicadas para essa gestão são rela-
cionadas a seguir. Os recursos de processamento da informação e os
softwares são vulneráveis à introdução de código malicioso,
Segurança em Recursos Humanos tais como vírus de computador, worms de rede, cavalos de
troia e bombas lógicas. É necessário que os usuários estejam
Convém que papéis e responsabilidades pela segurança conscientes dos perigos do código malicioso e que a proteção
da informação de funcionários, fornecedores e terceiros contra códigos maliciosos seja baseada em softwares de de-
sejam definidos e documentados de acordo com a política tecção de códigos maliciosos e reparo, na conscientização da
de segurança da informação da organização e incluam re- segurança da informação, no controle de acesso adequado e
quisitos para: nos controles de gerenciamento de mudanças, considerando
a) implementar e agir de acordo com as políticas de as seguintes diretrizes:
segurança da informação da organização; a) estabelecer uma política formal proibindo o uso de
b) proteger ativos contra acesso não autorizado, divulga- softwares não autorizados;
ção, modificação, destruição ou interferência; b) estabelecer uma política formal para proteção contra
c) executar processos ou atividades particulares de se- os riscos associados com a importação de arquivos e sof-
gurança da informação; twares, seja de redes externas, ou por qualquer outro meio,
d) assegurar que a responsabilidade é atribuída à pessoa indicando quais medidas preventivas devem ser adotadas;
para tomada de ações; c) conduzir análises críticas regulares dos softwares e da-
e) relatar eventos potenciais ou reais de segurança da dos dos sistemas que suportam processos críticos de negócio;
informação ou outros riscos de segurança para a organização. convém que a presença de quaisquer arquivos não aprovados
ou atualização não autorizada seja formalmente investigada;
Segurança Física e do Ambiente d) instalar e atualizar regularmente softwares de de-
tecção e remoção de códigos maliciosos para o exame de
As instalações de processamento da informação críticas computadores e mídias magnéticas, de forma preventiva
ou sensíveis devem ser mantidas em áreas seguras, protegi- ou de forma rotineira; convém que as verificações realizadas
das por perímetros de segurança definidos, com barreiras de incluam:
segurança e controles de acesso apropriados. Convém que 1) verificação, antes do uso, da existência de códigos
sejam fisicamente protegidas contra o acesso não autorizado, maliciosos nos arquivos em mídias óticas ou eletrônicas, bem
danos e interferências, e que sejam levadas em consideração como nos arquivos transmitidos através de redes;
e implementadas as seguintes diretrizes para perímetros de 2) verificação, antes do uso, da existência de software
segurança física, quando apropriado: malicioso em qualquer arquivo recebido através de correio
a) os perímetros de segurança sejam claramente defi- eletrônico ou importado (download). É importante que essa
nidos e que a localização e a capacidade de resistência de avaliação seja feita em diversos locais, como, por exemplo,
cada perímetro dependam dos requisitos de segurança dos nos servidores de correio eletrônico, nos computadores
ativos existentes no interior do perímetro; pessoais ou quando da sua entrada na rede da organização;
b) os perímetros de um edifício ou de um local que 3) verificação da existência de códigos maliciosos em
contenha instalações de processamento da informação se- páginas web;
jam fisicamente sólidos (ou seja, o perímetro não deve ter e) definir procedimentos de gerenciamento e respectivas
brechas nem pontos onde poderia ocorrer facilmente uma responsabilidades para tratar da proteção de código malicio-
invasão); convém que as paredes externas do local sejam so nos sistemas, treinamento nesses procedimentos, reporte
de construção robusta e todas as portas externas sejam e recuperação de ataques de códigos maliciosos;
Noções de Informática

adequadamente protegidas contra acesso não autorizado f) preparar planos de continuidade do negócio adequa-
por meio de mecanismos de controle, por exemplo, barras, dos para a recuperação em caso de ataques por códigos
alarmes, fechaduras etc.; maliciosos, incluindo todos os procedimentos necessários
c) seja implantada uma área de recepção, ou outro meio para a cópia e recuperação dos dados e softwares;
para controlar o acesso físico ao local ou ao edifício; o acesso g) implementar procedimentos para regularmente cole-
aos locais ou edifícios deve ficar restrito somente ao pessoal tar informações, tais como, assinaturas de listas de discussão
autorizado; e visitas a sites informativos sobre novos códigos maliciosos;
d) sejam construídas barreiras físicas, onde aplicável, para h) implementar procedimentos para a verificação de
impedir o acesso físico não autorizado e a contaminação do informação relacionada a códigos maliciosos e garantia de
meio ambiente; que os boletins com alertas sejam precisos e informativos;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
convém que os gestores garantam que fontes qualificadas, a) solicitar aos usuários a assinatura de uma declaração,
como, por exemplo, jornais com reputação idônea, sites para manter a confidencialidade de sua senha pessoal e
confiáveis ou fornecedores de software de proteção contra das senhas de grupos de trabalho, exclusivamente com os
códigos maliciosos, sejam utilizadas para diferenciar boatos membros do grupo;
de notícias reais sobre códigos maliciosos; convém que todos b) garantir, onde os usuários necessitam manter suas
os usuários estejam cientes dos problemas decorrentes de próprias senhas, que sejam fornecidas inicialmente senhas
boatos e capacitados a lidar com eles. seguras e temporárias, o  que obriga o usuário a alterá‑la
imediatamente;
Cópias de Segurança c) estabelecer procedimentos para verificar a identidade
de um usuário antes de fornecer uma senha temporária, de
Procedimentos de rotina devem ser estabelecidos para substituição ou nova;
implementar as políticas de estratégias para a geração de d) fornecer senhas temporárias aos usuários de maneira
cópias de segurança e possibilitar a geração das cópias de segura; convém que o uso de mensagens de correio eletrô-
segurança dos dados e sua recuperação em um tempo acei- nico de terceiros ou desprotegido (texto claro) seja evitado;
tável, com o objetivo de garantir que toda informação e sof- e) senhas temporárias sejam únicas para uma pessoa e
tware essenciais possam ser recuperados após um desastre não sejam de fácil memorização;
ou a falha de uma mídia. É importante que os seguintes itens f) usuários acusem o recebimento de senhas;
para a geração das cópias de segurança sejam considerados: g) as senhas nunca sejam armazenadas nos sistemas de
a) definição do nível necessário das cópias de segurança um computador de forma desprotegida;
das informações; h) as senhas padrão sejam alteradas logo após a instala-
b) produção de registros completos e exatos das cópias ção de sistemas ou software.
de segurança e documentação apropriada sobre os proce-
dimentos de restauração da informação; Uso de Senhas
c) a extensão (por exemplo, completa ou diferencial) e
a frequência da geração das cópias de segurança reflita os Senhas são um meio comum de verificar a identidade de
requisitos de negócio da organização, além dos requisitos um usuário antes que acessos sejam concedidos a um siste-
de segurança da informação envolvidos e a criticidade da ma de informação ou serviço de acordo com a autorização
informação para a continuidade da operação da organização; do usuário. Outras tecnologias para identificação de usuário
d) as cópias de segurança sejam armazenadas em uma e autenticação, como biométrica, verificação de digitais, ve-
localidade remota, a uma distância suficiente para escapar rificação de assinatura, uso de tokens e cartões inteligentes,
dos danos de um desastre ocorrido no local principal; estão disponíveis, devem ser consideradas, se apropriado.
e) deve ser dado um nível apropriado de proteção física É importante que os usuários sejam solicitados a seguir
e ambiental das informações das cópias de segurança, con- as boas práticas de segurança da informação na seleção e uso
sistente com as normas aplicadas na instalação principal; os de senhas e que todos os usuários sejam informados para:
controles aplicados às mídias na instalação principal sejam a) manter a confidencialidade das senhas;
usados no local das cópias de segurança; b) evitar manter anotadas senhas (por exemplo, papel,
f) as mídias de cópias de segurança sejam testadas arquivos ou dispositivos móveis), a menos que elas possam
regularmente para garantir que elas são suficientemente ser armazenadas de forma segura e o método de armaze-
confiáveis para uso de emergência, quando necessário; namento esteja aprovado;
g) os procedimentos de recuperação sejam verificados c) alterar senha sempre que existir qualquer indicação de
e testados regularmente, de forma a garantir que estes são possível comprometimento do sistema ou da própria senha;
efetivos e que podem ser concluídos dentro dos prazos d) selecionar senhas de qualidade com um tamanho
definidos nos procedimentos operacionais de recuperação; mínimo que sejam:
h) em situações onde a confidencialidade é importante, 1) fáceis de lembrar;
cópias de segurança sejam protegidas através de encriptação. 2) não baseadas em nada que alguém facilmente possa
adivinhar ou obter usando informações relativas à pessoa,
Monitoramento por exemplo, nomes, números de telefone e datas de ani-
versário;
O uso inapropriado de privilégios de administrador de 3) não vulneráveis a ataque de dicionário (por exemplo,
sistemas (qualquer característica ou recursos de sistemas não consistir em palavras inclusas no dicionário);
de informação que habilitam usuários a exceder o controle 4) isentas de caracteres idênticos consecutivos, todos
de sistemas ou aplicações) pode ser um grande fator de numéricos ou todos alfabéticos sucessivos;
contribuição para falhas ou violações de sistemas. e) modificar senhas regularmente ou com base no nú-
Convém que os sistemas sejam monitorados e eventos de mero de acessos (as senhas de acesso a contas privilegiadas
segurança da informação sejam registrados. Registros (log) devem ser modificadas mais frequentemente do que senhas
Noções de Informática

de operador e registros (log) de falhas devem ser utilizados normais) e evitar a reutilização ou reutilização do ciclo de
para assegurar que os problemas de sistemas de informação senhas antigas;
são identificados, com o objetivo de detectar atividades não f) modificar senhas temporárias no primeiro acesso ao
autorizadas de processamento da informação. sistema;
g) não incluir senhas em nenhum processo automático
Gerenciamento de Senha do Usuário de acesso ao sistema, como, por exemplo, as armazenadas
em um macro ou funções‑chave;
É necessário que a concessão de senhas seja controlada h) não compartilhar senhas de usuários individuais;
por meio de um processo de gerenciamento formal, consi- i) não utilizar a mesma senha para uso com finalidades
derando os seguintes requisitos: profissionais e pessoais.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO envolvem Engenharia Social e que tentam persuadir o
usuário a fornecer seus dados pessoais e financeiros.
Ameaças aos Sistemas de Informação Em muitos casos, o usuário é induzido a instalar um
código malicioso (malware), preencher um formulário
São componentes que podem prejudicar, de forma tem- ou acessar uma página falsa, para que dados pessoais
porária ou permanente, o funcionamento de um sistema de e sensíveis possam ser furtados.
informação.
Malwares (Softwares Maliciosos)
Agentes Humanos
Vírus
Hacker: invasor passivo: tem conhecimentos avançados
de informática e explora falhas de segurança em sistemas Programa malicioso que infecta (parasita) outros progra-
de informação. Normalmente não é uma ameaça: invade, mas e arquivos (hospedeiros) fazendo cópias de si mesmo, na
espiona, copia, entra em contato com os responsáveis, sem tentativa de se espalhar para outros computadores.
gerar prejuízos. A principal característica do vírus, fora a sua capacidade
Cracker: invasor ativo, é um hacker que usa seus conhe- de destruição, é a capacidade de se propagarem de diversas
cimentos para quebrar sistemas de segurança, danificar os maneiras. Geralmente os vírus ficam alojados em outros
dados acessados e/ou obter vantagens ilícitas. Normalmente programas, após este programa hospedeiro ser executado
é uma ameaça e gera prejuízos. o vírus entra no sistema e faz seu papel malicioso. Por estas
semelhanças com os vírus biológicos: ser um programa pe-
SPAM queno, aloja-se dentro de um arquivo que contenha códigos
de instrução e por se autoreplicarem é que surgiu o nome
E-mail não solicitado, enviado para um grande número vírus. Alguns vírus podem também ficar em estado de dor-
de pessoas. Esse fenômeno é conhecido como spamming, mência no computador, atacando em datas programadas.
as mensagens em si como spam e seus autores como spam- Para ativar o vírus, o programa, parte do programa ou
mers. Como motivação para a manutenção dessa prática, arquivo que o esconde tem que ser executado, ou seja, tem
podemos citar seu baixo custo, automatização do processo que estar na memória RAM.
e anonimato dos spammers. A simples cópia do arquivo infectado não significa que o
Etimologia: SPiced hAM – presunto condimentado en- vírus ficou ativo, portanto, não significa que o computador
latado da Hormel Foods, associado ao envio de mensagens está infectado.
não solicitadas devido a um quadro do grupo de humoristas A maioria das contaminações ocorre pela ação do usuário
ingleses Monty Python. executando o anexo de um e-mail. Podem ocorrer por meio
de outras ações, como:
Tipos de SPAMs • abrir arquivos do pacote Office da Microsoft;
• abrir arquivos disponíveis em recursos compartilhados
• Corrente (Chain Letter): pede para que o usuário (redes);
(destinatário) repasse a mensagem “para todos os • abrir arquivos de qualquer tipo de mídia removível
amigos” ou “para todos que ama”. Prometem sorte, (FD, HD, CD, DVD, pen drive);
riqueza ou algum outro tipo de benefício àqueles • instalar programas não confiáveis, de procedência
que a repassarem. O texto pode contar uma história duvidosa ou desconhecida.
antiga, descrever uma simpatia (superstição) ou,
simplesmente, desejam sorte. Worm (Verme, Praga)
• Boato (Hoax): pessoas que necessitam urgentemente
de algum tipo de ajuda, alerta a algum tipo de ameaça Programa autônomo e autorreplicante que se copia
ou perigo, difamação de marcas e empresas ou ofertas usando a estrutura de uma rede de computadores (como a
falsas de produtos gratuitos. Internet ou intranets), tornando-as lentas.
• Ofensivo: divulga conteúdo agressivo e violento, como Normalmente, o  Worm não causa maiores danos aos
por exemplo: acusações infundadas contra indivíduos sistemas de computador, a não ser pelo fato de consumir
específicos, defesa de ideologias extremistas, apolo- recursos desnecessariamente (como o envio de milhares de
gia à violência contra minorias, racismo, xenofobia, e-mails com cópias dele mesmo), mas também pode deletar
pedofilia, pornografia. arquivos e enviar arquivos por e-mail.
• Propaganda: divulga desde produtos e serviços até O Worm não precisa de hospedeiro, ele é um malware
propaganda política. autônomo, que pode se copiar automaticamente para vários
• Golpe (scam): pirâmides, oportunidades enganosas e computadores, lotando caixas postais e HDs.
ofertas de produtos que prometem falsos resultados, Sua propagação se dá através da exploração de vulnera-
Noções de Informática

propostas para trabalhar em casa e empréstimos bilidades existentes ou falhas na configuração de softwares
facilitados. instalados em computadores.
• Spit (spam via Internet Telephony): mensagens não
solicitadas atingindo os usuários dos “telefones IP” Cavalo de Troia (Trojan Horse)
(VoIP).
• Spim (spam via Instant Messenge): envio de spam É um programa, normalmente recebido como um “pre-
por meio dos aplicativos de troca de mensagens ins- sente” (cartão virtual, álbum de fotos, protetor de tela, jogo
tantâneas como o Messenger e o ICQ. etc.), que além de executar as funções para as quais foi apa-
• Estelionato (Phishing): consiste no envio de e-mails, rentemente projetado, também executa funções maliciosas
mensagens instantâneas ou scraps com textos que e sem o conhecimento do usuário.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Entre as funções maliciosas executadas por um Trojan es- Princípios da Segurança da Informação
tão a instalação de malwares como keyloggers, screenloggers,
backdoors e spywares. Conjunto de técnicas, processos e componentes que
O Trojan distingue-se de um vírus ou de um worm por não visa garantir CONFIABILIDADE às transações digitais, ou seja,
infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si mesmo
o Sistema de Informação funcionará de forma eficiente de
automaticamente.
acordo com suas atribuições – DICA.
Spyware

Programa automático que monitora informações sobre


o usuário e as transmite a uma entidade externa na Internet,
sem o conhecimento ou consentimento da vítima.
Diferem dos Trojans por não terem como objetivo que
o sistema do usuário seja dominado e manipulado por uma
entidade externa (hacker).
• Monitoramento de páginas acessadas na Internet;
• Varredura dos arquivos armazenados no disco rígido Disponibilidade: garantia de que um sistema estará
do computador; sempre disponível quando necessário (estar disponível,
• Alteração da página inicial do browser do usuário acessível).
(Hijacker);
Integridade: garantia de que uma informação não foi
• Monitoramento de teclas digitadas pelo usuário
(Keylogger) ou regiões da tela próximas ao clique do alterada durante seu trajeto do emissor ao receptor.
mouse (Screenlogger). Confidencialidade (Privacidade, Sigilo): garantia de que
os dados serão acessados apenas por pessoas autorizadas.
Adware é um tipo de software especificamente projetado Autenticidade: garantia da identidade de quem está
para apresentar propagandas por maio de um browser ou enviando a mensagem.
outro programa, como o MSN e Kazaa. Não repúdio: garantia de que um emissor não consiga
Ransomwares criptografam o conteúdo do HD, exigindo negar falsamente um ato ou documento de sua autoria.
da vítima o pagamento de um “resgate”.

Agentes de Segurança Criptografia

Processo matemático utilizado para reescrever uma


mensagem de forma ilegível para pessoas não autorizadas.
Do grego kryptos = enigma, oculto e graphe = escrita (escrita
enigmática, oculta). O emissor da mensagem realiza o proces-
so de embaralhar a mensagem original, tornado-a codificada
e a envia. Ao receber a mensagem, o receptor irá transformar
a mensagem codificada de volta em mensagem original.

Termos da criptografia :
• Algoritmo de criptografia: programa (sequên­cia
finita de passos) usado para realizar a encriptação e
decriptação.
• Chave: é um número binário, um código que o progra-
ma deve conhecer para cifrar e decifrar a mensagem.
• Tamanho da chave: é a medida, em bits, do tamanho
Firewall do número usado como chave. Quanto maior a chave,
mais complexa ela será para ser descoberta (mais
Pode ser definido como uma barreira de proteção, que segura).
controla o tráfego de dados entre seu computador e a Inter-
net (ou entre a rede onde seu computador está instalado e a Criptografia Simétrica (Chave Secreta)
Internet). Seu objetivo é permitir somente a transmissão e a
recepção de dados autorizados. Existem firewalls baseados Utiliza a mesma chave tanto para codificar quanto para
Noções de Informática

na combinação de hardware e software e firewalls baseados decodificar mensagens. Apesar de ser um método bastan-
somente em software. Este último é o tipo recomendado ao te eficiente em relação ao o tempo gasto para codificar e
uso doméstico e também é o mais comum.
decodificar mensagens tem como principal desvantagem
Explicando de maneira mais precisa, o  firewall é um
mecanismo que atua como “defesa” de um computador ou a necessidade de utilização de um meio seguro para que a
de uma rede, controlando o acesso ao sistema por meio de chave possa ser compartilhada entre pessoas ou entidades
regras e a filtragem de dados. A vantagem do uso de firewalls que desejem trocar informações criptografadas  – a chave
em redes é que somente um computador pode atuar como precisa ser compartilhada entre emissor e receptor para que
firewall, não sendo necessário instalá-lo em cada máquina a mensagem possa ser cifrada ou decifrada, mas somente
conectada. os dois sujeitos podem possuir a chave.

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Criptografia Assimétrica (Chaves Pública e Privada) A chave que encripta mensagens (chave de codificação,
ou chave de encriptação) será distribuída livremente e, por
Utiliza duas chaves distintas, uma que serve apenas para isso, pode ser chamada de Chave Pública, ou Chave Com-
encriptar e outra que serve apenas para decriptar mensa- partilhada.
gens – uma fecha, a outra abre. Por sua vez, a chave que decripta mensagens (chave de
As duas chaves são matematicamente relacionadas, não decodificação criptográfica, ou chave de decriptação) será
podendo haver uma delas sem a outra – ambas tem que ser armazenada secretamente com seu titular – servirá pra seu
geradas ao mesmo tempo. uso exclusivo. É a chamada Chave Privada.
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Simétrica alteradas durante uma interceptação. Também não garante a
Assimétrica Autenticidade e, consequentemente, o não repúdio.
(Convencional)
Usa uma única chave para Usa duas chaves diferentes:
cifrar e decifrar mensagens. uma para cifrar e outra para Assinatura Digital
decifrar mensagens.
A assinatura digital consiste na criação de um código,
A chave tem que ser compar- Apenas a chave de cifragem através da utilização de uma chave privada, de modo que a
tilhada entre os usuários que é compartilhada (pública). pessoa ou entidade que receber uma mensagem contendo
irão se comunicar e deve ser A  chave de decifragem é este código possa verificar se o remetente é mesmo quem
distribuída por meio seguro. mantida em segredo (pri- diz ser e identificar qualquer mensagem que possa ter sido
vada). modificada. Garante, portanto, autenticidade aos documen-
Processo mais simples e Processo muito mais lento, tos digitais. Se as chaves forem reconhecidas por um terceiro
mais rápido, porém pouco porém quase impossível de de confiança (Autoridade Certificadora), a assinatura garante
seguro. ser quebrado. também não repúdio (irretratabilidade, irrefutabilidade) e
256 = 72 quatrilhões de com- validade jurídica. Na prática, é um hash + criptografia e o
binações, quebrada em me- algoritmo mais usado é o DSA.
nos de um dia usando força A Assinatura Digital será útil quando um emissor ne-
bruta cessitar transmitir uma mensagem autêntica e quer que o
Principais algoritmos: DES (40 Principal algoritmo: RSA, com receptor tenha certeza acerca de quem a enviou. Poderá
e 56 bits), 3DES (168 bits) e chaves de 256, 512, 1024 e então utilizar a sua chave privada para cifrar uma mensagem
AES (256 bits) 2048 bits e enviá-la para um ou mais destinatários.
O receptor pode decifrá-la por meio da chave pública do
A criptografia impede que uma mensagem seja entendida próprio emissor, tendo assim certeza de quem enviou e de
por pessoas não autorizadas atingindo, com isso, o princípio da que a mensagem não foi alterada na transmissão. Porém,
Confidencialidade (privacidade). Entretanto, a criptografia não qualquer pessoa pode decifrar a mensagem por que a chave
garante a Integridade das informações, porque elas podem ser pública está disponível a todos.

Certificado Digital Algumas das principais informações encontradas em um


certificado digital são:
Documento emitido por uma Autoridade Certificadora • dados que identificam o dono (nome, número de
(CA), que garante a identidade de uma pessoa ou empresa identificação, estado etc.);
Noções de Informática

em transações digitais. Garante autenticidade, irretrata- • nome da Autoridade Certificadora (AC) que emitiu o
bilidade e validade jurídica aos documentos e transações certificado;
comerciais realizadas pela Internet. • o número de série e o período de validade do certifi-
Instalado no browser e no programa de correio ele-
cado;
trônico do proprietário do certificado digital, contém as
seguintes informações: nome e endereço de e-mail do titular • a assinatura digital da AC.
do certificado, chave pública, data de validade da chave
pública, identificação e assinatura digital da CA, algoritmos O objetivo da assinatura digital no certificado é indicar
usados. Pode ser visto nos sites por meio de duplo clique no que outra entidade (a Autoridade Certificadora) garante a
cadeado da barra de status. veracidade das informações nele contidas.

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BACKUP Tipos de Backup
O termo backup é usado para descrever uma cópia de Normal
segurança. Caso dados originais sejam apagados ou substi-
tuídos por engano ou se tornem inacessíveis devido a falhas, O backup Normal copia todos os arquivos indicados,
é possível usar a cópia para restaurá-los. não verificando dentre eles quais possuem marcação. Após
a realização do processo de cópia, marca todos os arquivos
Fazer backup NÃO significa compactar arquivos para que como tendo passado por backup. Pode realizar a compressão
ocupem menos espaço e liberarem espaço em disco. dos arquivos copiados, é demorado e ocupa muito espaço
em mídia.
O procedimento de arrastar o ícone de arquivos e pastas para É utilizado quando os arquivos são copiados pela primeira
um local qualquer, criando uma cópia deles, é considerado vez ou no início de uma estratégia de backup, podendo ser
uma forma de backup de dados. seguido por repetidos processos de backup diferencial ou
incremental.
A realização de backups objetiva minimizar a probabilida- O backup Normal pode também é conhecido por Total,
de de perda de dados importantes, enquanto a realização de Global, Full ou Completo.
restauração visa recuperar dados previamente armazenados.
Qualquer mídia não volátil pode ser usada para armaze- Incremental
namento de dados “backupeados”, sendo comum o uso de
fita magnética, pois sendo uma unidade de armazenamento Backup que copia somente os arquivos criados ou alte-
removível, possui a vantagem de permitir transporte de rados desde o último backup normal ou incremental (veri-
dados de maneira prática e rápida. fica marcação) e marca todos os arquivos como tendo sido
Dispositivos como pen drives, disquetes de 3½” e discos submetidos a backup, ou seja, o atributo de arquivamento
rígidos locais ou acessíveis em rede também são úteis para é desmarcado.
a realização de cópias de segurança. Quando se está executando uma combinação de backups
Existem softwares capazes de automatizar o processo de normais e incrementais para restaurar os dados, será preciso
criação de backups, como o Microsoft Backup, incluído no ter o último backup normal e todos os conjuntos de backups
Windows XP e acessível em Iniciar / Todos os programas / incrementais criados deste o último backup normal.
Acessórios / Ferramentas do Sistema / Backup. Este utiliza a Usa menor quantidade de mídia porque apenas os dados
extensão .bkf (backup files) em seus arquivos e pode realizar que foram modificados ou criados desde o último backup
os procedimentos mais comuns de backup: Cópia Simples, total ou incremental são copiados. Entretanto, a restaura-
Diário, Normal, Diferencial e Incremental. ção de arquivos gravados em backups incrementais é mais
trabalhosa do que a restauração de um arquivo em um
Marcação backup completo ou diferencial, porque diferentes arquivos
de backup incremental podem conter versões diferentes do
No Windows, todos os arquivos têm três atributos mesmo arquivo.
básicos: Oculto, Somente Leitura e Arquivamento. Se este
último estiver marcado, o  arquivo deverá ser copiado no Diferencial
próximo backup.
Backup que copia somente os arquivos criados ou alte-
rados desde o último backup normal (verifica marcação) e
não os marca como arquivos que passaram por backup (não
remove a marcação). Usa maior quantidade de mídia que o
backup incremental, porque todos os dados que foram modi-
ficados ou criados desde o último backup total são copiados.
Quando se está executando uma combinação de backups
normal e diferencial, para restaurar arquivos e pastas serão
necessários apenas o último backup normal e o último ba-
ckup diferencial. Portanto, a restauração de arquivos grava-
dos em backups diferenciais é mais simples e rápida do que
a restauração de um arquivo em um backup incremental.

Cópia Simples

O backup de cópia copia todos os arquivos selecionados,


Noções de Informática

mas não marca cada arquivo como tendo sofrido backup.


É útil no caso de se efetuar backup de arquivos entre os ba-
ckups normal e incremental, pois ele não afeta essas outras
operações de backup.
Novos arquivos têm, por padrão, o  atributo marcado.
Alguns processos de backup removem essa marcação quando
realizados. Nesses casos, os arquivos que tiveram a opção O
Diário
arquivo está pronto para ser arquivado desativada são ditos
identificados ou “marcados” como tendo participado de pro- O backup diário copia todos os arquivos selecionados que
cesso de backup ou “perderam a marcação”. Se o usuário mo- tenham sido criados ou modificados na data da execução
dificar e salvar o arquivo, o atributo será ativado novamente. do backup.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CLOUD COMPUTING – COMPUTAÇÃO zon. Mesmo preparada para uma grande capacidade de
EM NUVEM processamento, na maior parte do tempo utiliza aproxima-
damente apenas 10% de sua total capacidade, deixando o
excesso para eventuais picos (Natal, Dia das Mães). Analisan-
Introdução do este cenário, a empresa decidiu inovar, e modernizou sua
plataforma de TI para oferecer como serviço estes recursos
É inegável a importância atual da Tecnologia da Informa- não utilizados. Partiu então para o desenvolvimento de um
ção para o mundo dos negócios. O ambiente empresarial novo produto, oferecendo serviços de Cloud Computing para
exige que novas soluções de software sejam desenvolvidas clientes externos, e com isso, em 2006, nascia a Amazon Web
frequentemente, assim como aplicações já existentes se Service (AWS), estrutura baseada em um modelo conhecido
adaptem a mudanças. O  uso da informação por meio de como computação utilitária, em que armazenamento, pro-
infraestruturas computacionais apoiadas por redes de cessamento e outros serviços são empacotados como recur-
computadores de alta velocidade revolucionou o cenário sos computacionais a serem fornecidos. Atualmente, é uma
das tecnologias da informação. A  realização diária de das opções mais famosas que provê serviços na nuvem.
muitas atividades depende, cada vez mais, das tecnologias
da informação1. Tudo isto busca garantir a continuidade de Definição
uma organização ou, ainda, possibilitar meios para o apro-
veitamento de oportunidades ainda inexploradas. Cloud computing (computação em nuvem), um termo
Uma gama de sistemas exige, contudo, vultosos e amplamente utilizado na área de tecnologia da informa-
constantes investimentos em infraestrutura de hardware ção, consiste em uma tecnologia de armazenamento e
e suporte. Além disso, diversos requisitos, como disponibi- processamento de informações2, em que recursos com-
lidade, segurança e escalabilidade, devem ser levados em putacionais são compartilhados através da Internet por
consideração. provedores de serviços especializados, e se cobra pelo nível
Atentos a isso, grandes fornecedores de soluções de de uso dos mesmos, mediante acordo prévio estabelecido
tecnologia desenvolveram serviços computacionais que entre fornecedor e a empresa contratante. Esses provedores
podem ser utilizados por outras companhias, mediante entregam aos usuários um conjunto de recursos que, por
prévio acordo entre as partes. Este modelo de serviço recebe meio da combinação de hardware, rede, armazenamento e
o nome de cloud computing ou “computação nas nuvens”. funcionalidades, fornece funções de computação na forma
O conceito de nuvem não é recente. Já utilizamos re- de serviços ao invés de um produto. É uma ferramenta de
cursos armazenados ou “hosteados” há bastante tempo. compartilhamento de capacidade de processamento de
E‑mail gratuito, blogs, aluguel de espaço em provedores memória para acesso, via Internet, a um grande volume de
para colocar servidores e hosting de sites web estão entre informações disponíveis em locais remotos, previamente
as opções mais conhecidas. Entretanto, com a evolução mapeados e independentes de plataformas3, oferecendo
das tecnologias e links de acesso, provavelmente muitos aplicações de software, acesso a dados, gerenciamento de
fabricantes pensaram: porque eu preciso “vender” o meu dados e recursos de armazenamento sem que os usuários da
software/hardware se eu posso “alugar” e garantir minha nuvem conheçam o local e outros detalhes da infraestrutura
sustentabilidade, além de propor um modelo de utilização de computação.
bastante atrativo para todos os tamanhos de organização? E Os usuários finais acessam aplicativos na nuvem por meio
assim nasceu a mais nova onda da informática, como tantas de um navegador web, desktop leve ou aplicativo móvel,
outras que já tivemos (linguagens visuais, por exemplo): o enquanto o software e os dados são armazenados em servi-
Cloud Computing. dores em um local remoto. Os provedores de aplicações na
nuvem se esforçam para manter o mesmo nível de serviço
Uma metáfora muito utilizada para se compreender a
e desempenho que os softwares instalados localmente em
natureza e o impacto que o Cloud Computing pode pro-
computadores de usuários finais.
duzir em TI é a comparação com o modelo de serviço que
fornece energia elétrica. Se este serviço fosse igual à forma
Vantagens
como TI funciona, teríamos cada instituição possuindo seu
próprio gerador de eletricidade, onde a própria instituição • Diminuição da carga de responsabilidade dos pro-
deveria se preocupar com todo o trabalho de construção e fissionais de TI, disponibilizando mais tempo destes
manutenção para que o provimento de eletricidade seja o profissionais para tratar de assuntos que suportem
suficiente e nunca cesse. É assim que o serviço de TI funciona o núcleo de negócio da empresa – não cabe ao usu-
na sua vasta maioria. ário do serviço se responsabilizar pelas tarefas de
Porém, com o amadurecimento do Cloud Computing, armazenamento, atualização e backup da aplicação
havendo o aumento da confiança com relação à seguran- disponibilizada na nuvem4, e sim ao terceirizado.
ça, privacidade e disponibilidade, os serviços de TI podem • Possibilidade de utilizar softwares sem que estes
Noções de Informática

funcionar de modo semelhante a como são fornecidos os estejam instalados no computador.


serviços de eletricidade atualmente. • Melhor controle de gastos com aplicativos, pois a
Assim, cada instituição não precisaria se ocupar com os maioria dos sistemas de computação em nuvem
detalhes de manutenção e fornecimento dos serviços de TI, fornece aplicações gratuitamente e, quando não
e teria disponível um modelo do tipo: “utilize conforme o gratuitas, são pagas somente pelo tempo de utilização
necessário e pague somente pelo o que utilizou”. dos recursos. Não é necessário pagar por uma licença
Uma empresa que desempenhou um papel importante integral de uso de software.
na definição e consolidação do Cloud Computing foi a Ama-
2
PM‑AL/Oficial Combatente/2012.
3
PC‑AL/Delegado de Polícia/2012.
1
PC‑AL/Delegado de Polícia/2012. 4
Câmara dos Deputados/Conhecimentos Básicos para todos os cargos/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Diminui a necessidade de manutenção da infraes- novos servidores, mais espaço de armazenamento,
trutura física de redes locais cliente/servidor, bem load balancing (balanceamento de carga) etc.
como da instalação dos softwares nos computadores • Alta disponibilidade dos recursos, mediante a adoção
corporativos, pois esta fica a cargo do provedor do de medidas de contingência pelo provedor de um
software em nuvem, bastando que os computadores serviço. Um exemplo disto seria a redundância de
clientes tenham acesso à Internet. servidores em que a falha num dispositivo pode ser
• Disponibilização de uma estrutura que seja equi- tolerada, tudo isso graças à existência de outros com-
valente à necessidade e tamanho da demanda do putadores para atender o mesmo tipo de requisição.
serviço. Em um serviço instalado na nuvem, se paga • Aprovisionamento automatizado: o usuário requisita
pelo que foi efetivamente utilizado, evitando assim o uma determinada quantidade de recursos de comu-
desperdício de recursos que se traduz em desperdício tação (software, armazenamento) para o provedor.
financeiro, como no caso da construção de uma estru- Após o uso destes recursos, eles são automaticamente
tura superdimensionada esperando por um provável dispensados, caracterizando um desabastecimento.
pico de acessos. Desta forma os usuários podem aprovisionar os ser-
• Eficiência no controle do custo financeiro de aquisição viços da nuvem sem ter que passar por um extenso
e manutenção de licenças de software. Sendo esta processo burocrático, mantendo adequada a magni-
uma responsabilidade do provedor do serviço, é um tude da sua demanda.
custo que pode diminuir, em relação ao método con- • Medição de uso de serviço: a utilização dos recursos
vencional, em que as empresas devem arcar com o é medida e somente é cobrado o que foi consumido,
custo de licenças de usuários e de atualização. Esta isto é, “pague pelo que usou”. Como a cobrança dos
vantagem pode oscilar entre alta e baixa, conforme a
serviços se faz mediante o uso dos mesmos, épocas
política de cobrança e repassagem de custos do pro-
de baixa demanda pela utilização de recursos podem
vedor de serviços de Cloud Computing para o cliente.
se traduzir, por sua vez, em economia orçamentária
• Segurança melhorada devido à centralização dos da- para a organização.
dos. Os provedores são capazes de dedicar recursos
• Multitenacidade/Multi‑inquilinos: permite que vá-
para resolver problemas de segurança pelos quais os
rios “locatários” (tenant, em inglês) compartilhem a
clientes não podem pagar.
mesma instância do serviço oferecido pela nuvem.
• Atualizações dos softwares feitas de forma automáti-
Vários clientes podem estar centralizados no mesmo
ca, sem necessidade de intervenção do usuário.
provedor, o  que resulta numa divisão e diminuição
• Acesso aos dados do usuário do serviço de computa-
dos custos.
ção na nuvem independentemente do sistema ope-
• Virtualização: compartilhamento de servidores, dispo-
racional e hardware usado no computador pessoal.
sitivos de armazenamento e plataforma de hardware,
• Velocidade na implementação de novos projetos de
executando múltiplos sistemas operacionais em uma
software, uma vez que uma empresa ao adotar este
mesma máquina, permitindo a migração de aplicações
paradigma utilizará melhor o tempo de sua equipe
entre servidores físicos com maior facilidade.
de Tecnologia, focando nas funcionalidades que são
vitais no negócio e diminuindo a preocupação com a • Os utilizadores dos serviços não necessitam se preo-
administração da infraestrutura que estaria envolvida. cupar com a plataforma de hardware envolvida no su-
• Possibilidade de acesso aos softwares e dados arma- porte às suas aplicações. Preocupações com detalhes
zenados de qualquer lugar, desde que seu compu- físicos são ocultadas por quem adquire uma solução
tador esteja conectado a Internet, não havendo ne- de cloud computing, processo este conhecido como
cessidade de os dados serem salvos no computador virtualização;
local5, nem dependendo da sincronização de mídias • Custo: ao invés de ter que constituir toda uma pla-
removíveis. taforma de hardware, aplicativos e dispositivos de
• Simplificação do processo de compartilhamento de armazenamento, se atribui toda essa responsabilidade
arquivos, uma vez que todas as informações corpo- para o meio externo, economizando com custos de
rativas se encontram no mesmo “lugar”, ou seja, na manutenção, monitoramento, espaço físico e evolu-
“nuvem computacional”. ção da plataforma.
• Vantagem do provisionamento automático conforme • Redução de custos ao eliminar a necessidade contínua
o volume da demanda. As empresas podem aumentar e dispendiosa de compra de novos equipamentos,
ou diminuir seus recursos de acordo com sua própria gastos com instalações e energia, licenças de software
necessidade. e pessoal qualificado para manter as operações.
• Elasticidade (Escalabilidade): a flexibilidade de escalar
Noções de Informática

é poder se adaptar conforme o volume de deman- Desvantagens


da do usuário. A  alocação de recursos pode variar,
aumentando para atender aos grandes momentos • Diminuição do controle sobre as informações, softwa-
de pico e diminuindo para os momentos de baixa res e servidores, que agora se encontram instalados
demanda. Escalabilidade, que se traduz na capacidade em um ambiente remoto.
da infraestrutura utilizada estar preparada para de- • Exposição de informações potencialmente sensíveis
mandas crescentes, o que pode ser obtido através da ao ambiente de terceiros. Para mitigar esses riscos,
facilidade de expansão dos recursos utilizados como é  importante garantir a contratação de provedores
de serviços altamente confiáveis e renomados, com-
5
PM‑AL/Oficial Combatente/2012. panhias que podem assegurar que as informações

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estarão bem protegidas, mesmo na nuvem. Isto • Security‑as‑a‑service: dispositivos de segurança como
aumenta a dependência em relação a terceiros, para gerenciamento de usuários, disponibilizados através
garantir segurança e confidencialidade dos seus dados da “nuvem”.
armazenados no provedor Cloud Computing. • Testing‑as‑a‑service: mecanismos para testes de apli-
• Vulnerabilidade a ataques de hackers. Com informa- cações.
ções expostas na rede (Internet), sempre haverá à • Storage‑as‑a‑service: envolve recursos de armazena-
espreita a possibilidade de ataques a informações mento em disco remotamente.
sensíveis.
• Necessidade de acesso à Internet para acesso às Infraestrutura como Serviço (IaaS)
informações.
Neste modelo mais básico de serviços na nuvem, prove-
Como sempre, faz‑se necessário uma busca de equilí- dores de cloud computing oferecem computadores (físicos
brio entre vantagens e desvantagens para uma decisão de ou virtuais) para o armazenamento de dados, firewalls e
se optar por colocar uma solução na nuvem. Para algumas redes de área local. Prestadores de IaaS fornecem estes
instituições, o nível de confidencialidade e segurança exigi- recursos sob demanda em centros de dados e, para a co-
do para com os dados de uma solução pode ser muito alto nectividade em grandes áreas, a Internet pode ser usada.
para que a vantagem de um custo mais baixo compense a Neste modelo, o usuário da nuvem (empresa contratante,
exposição das informações de seus clientes na nuvem. Não consumidor) realiza a terceirização do equipamento (har-
existe um alicerce de regras e leis que normatizem este dware, rede, armazenamento, servidores) utilizado para
modelo de serviço. Portanto, a consolidação e maturidade sua operação e o provedor do serviço é o proprietário dos
tanto do modelo de serviço quanto das empresas que o equipamentos e responsável pela correção e manutenção
fornecem ainda devem percorrer um bom caminho para dos sistemas operacionais e softwares aplicativos.
se posicionarem como parte totalmente confiável em uma
arquitetura de referência de uma empresa. Plataforma como um Serviço (PaaS)
Sendo assim, ao contratar uma solução de cloud com-
puting, as  organizações deverão levar em conta aspectos No modelo de PaaS, provedores de cloud computing
como a segurança dos serviços oferecidos, questões legais fornecem, além da infraestrutura, uma plataforma de com-
relativas a processos de auditoria envolvendo logging de putação incluindo softwares para a construção e execução de
transações de dados e SLAs (Service‑Level Agreements/ aplicações, sistema operacional, banco de dados e servidor
Acordos de níveis de serviço) que definam claramente as web. Os desenvolvedores de aplicativos podem desenvolver
responsabilidades, garantias e riscos inerentes às atividades e executar suas soluções de software em uma plataforma de
do provedor contratado. nuvem, sem o custo e a complexidade de comprar e gerenciar
o hardware e software.
Soluções On‑premise x Off‑premise Em um ambiente com Sistema Operacional e outros
softwares instalados, o provedor tem a responsabilidade de
Serviços computacionais e aplicações corporativas, manter atualizado e funcionando a plataforma para o consu-
levando‑se em conta o paradigma de “computação nas midor do serviço. Este modelo é o que melhor se encaixa para
nuvens”, podem ser classificados em: desenvolvedores que querem tirar proveito da realização de
• On‑premise: implantados e gerenciados por uma orga- soluções via Cloud Computing. Algumas vantagens podem
nização com seus próprios recursos de infraestrutura ser notadas com este modelo, como times de desenvolvi-
de TI. mento geograficamente distribuídos poderem trabalhar
• Off‑premise: aplicações e serviços na nuvem, ou seja, sobre uma mesma plataforma centralizada, sem o custo e a
hospedados em data centers de um provedor, sendo dificuldade de se manter instalações de ambientes locais com
este último responsável por oferecer toda a infraes- processos de trabalho compartilhado. Uma desvantagem é
trutura necessária para atender às necessidades da que o provedor do serviço pode não evoluir rapidamente e,
organização. O elemento central de processamento assim, não atender necessidades específicas de softwares
e armazenamento dos dados e das informações na mais recentes e sofisticados desejados por alguns times de
nuvem é o datacenter na rede, que normalmente é desenvolvimento.
provido por terceiros6.
Windows Azure
Modelos de Serviços
A computação em nuvem (cloud computing) oferece,
Noções de Informática

Provedores de computação em nuvem oferecem seus entre outros, os benefícios de uma plataforma como serviço
serviços de acordo com três modelos fundamentais: Infra- (PaaS) com escalabilidade e hospedagem na Web. O Windo-
estrutura como serviço (IaaS – Infrastructure as a Service), ws Azure é um exemplo de plataforma para hospedagem e
Plataforma como serviço (PaaS  – Platform as a Service) e gerenciamento de aplicativos nos data centers da Microsoft
Software como Serviço (SaaS – Software as a Service). Outras na Internet7.
formas de serviço podem ser também oferecidas, como: A plataforma Windows Azure é uma solução de cloud
• Database‑as‑a‑service: acesso remoto a bancos de computing lançada oficialmente pela Microsoft em outubro
dados. de 2008. O objetivo dela é prover uma estrutura escalável

TJ‑RR/Cargos de nível médio/2012.


6 7
Assembleia Legislativa‑CE/Analista Legislativo/Informática/2011.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
e baseada na Internet, facilitando o processo de criação e data centers a companhias interessadas nela. Dentre os
implantação de aplicações e serviços na “nuvem”. diversos serviços oferecidos pela Amazon, há o ambiente
O ambiente de desenvolvimento Microsoft Visual Studio virtual chamado Amazon EC2, que permite a utilização de
.Net possui amplo suporte para a concepção e disponibili- diversos sistemas operacionais (Windows Server e diversas
zação de aplicativos na “nuvem”, com uma abordagem que distribuições de Linux como Red Hat, Ubuntu, Fedora), ser-
em nada difere daquela utilizada com softwares on‑premise. vidores de bancos de dados e de aplicação (IIS/ASP.Net, Java
Tudo isso possibilita um maior foco na criação de soluções, Application Server, JBoss).
diminuindo, assim, a  preocupação com detalhes de infra-
estrutura. Essa plataforma é composta por três serviços Outras plataformas
principais:
• Windows Azure: sistema operacional na “nuvem” que • Google App Engine: é um ambiente para desenvolvi-
atua como ambiente para execução de aplicações, mento e publicação de aplicações Web utilizando a
além de contar com recursos de armazenamento de infraestrutura da Google. Iniciou suas atividades em
dados; 2008 e oferece, atualmente, suporte às plataformas
• AppFabric: mecanismo de middleware da plataforma Java e Python, bem como disponibiliza plugins para a
Azure, com funcionalidades de service bus e controle criação de soluções por meio da ferramenta Eclipse.
de acesso; • Force.com: é uma plataforma para o desenvolvimento
• SQL Azure: serviço de banco de dados relacional na de aplicações corporativas distribuídas. Conta com
“nuvem” e que estende, assim, as capacidades ofe- uma IDE para desenvolvimento na Web, chamada
recidas por servidores SQL Server convencionais. Force.com Builder, além de um plugin para utilização
por meio do Eclipse (Force.com IDE). Proporciona,
Esses três serviços podem tanto ser empregados sepa- ainda, funcionalidades para a realização de testes
radamente no desenvolvimento de novas soluções, quanto automatizados, assim como fórmulas e workflows
combinados, conferindo, assim, flexibilidade na sua utiliza- pré‑definidos voltados às áreas de CRM (Customer
ção. O acesso aos mesmos ocorre através da criação de uma Relationship Management), SCM (Supply Chain Ma-
conta no Windows Live ID, além da vinculação desta última nagement) e ERP (Enterprise Resource Planning).
a cada um dos serviços desejados, mediante acesso ao site • No Brasil, a  LocaWeb, companhia de destaque no
dos mesmos. segmento de hospedagem de aplicações, também
É importante ressaltar, ainda, a  possibilidade de se disponibiliza uma solução de cloud computing. Além
escolher em qual data center aplicações ou dados serão dela, a  operadora Telefônica, em parceria com a
hospedados, técnica essa conhecida como geolocalização. empresa de tecnologia NEC, anunciou, desde o início
Tal necessidade pode surgir em virtude de razões legais que de 2010, planos em que este tipo de serviço seria
obriguem o armazenamento de dados numa determinada oferecido futuramente.
localidade, fatores políticos ou mesmo questões de perfor-
mance (uma aplicação executando numa maior proximidade Software como Serviço (SaaS)
geográfica de dados dos quais depende, por exemplo).
A questão financeira pode representar um item impor- Nesse modelo, os  provedores de nuvem instalam e
tante a possíveis interessados nos componentes oferecidos mantêm disponíveis toda a solução e plataforma instalada,
pelo Azure, já que a cobrança se faz mediante o grau de uti- tanto de hardware como de softwares aplicativos para seu
lização dos serviços. O que, por outro lado, vem de encontro acesso por clientes da nuvem. Os usuários não gerenciam a
à necessidade que muitas empresas possuem em reduzir infraestrutura de nuvem ou a plataforma na qual o aplicativo
investimentos, gastos com recursos em hardware, dando está sendo executado. Isso elimina a necessidade de instalar
maior ênfase ao desenvolvimento de soluções específicas e executar o aplicativo em computadores do próprio usuário,
de software, essencial para o sucesso dos negócios. simplificando a manutenção e apoio, sendo essa a solução
Sua arquitetura, assim como a de outras plataformas usualmente fornecida para o usuário‑final. Web services,
do mesmo tipo, prima pelo fornecimento de serviços com exemplo de arquiteturas orientadas a serviço, permitem ex-
alta disponibilidade, tolerância a falhas, escalabilidade e trair dados na Internet, por exemplo, de uma possível base
segurança. de dados com informações acerca de pequenas empresas
Levando‑se em conta todos estes fatores, bem como que se relacionem com o Sebrae8. O modelo de preços para
à sua estrutura, ao  suporte dado a desenvolvedores pela aplicações SaaS é normalmente uma taxa mensal ou anual
fixa por usuário.
Microsoft e à utilização de padrões de comunicação de
grande aceitação como REST, a plataforma Azure possibilita A contratação de um serviço de computação em nu-
Noções de Informática

vem do tipo PaaS (platform as a service) demandará do


o desenvolvimento de aplicações robustas e dotadas de
adquirente do serviço maior conhecimento de ferramentas
grande flexibilidade.
automatizadas de gestão da infraestrutura, especialmente
Tais aspectos são, portanto, muito apreciados em um ce-
as relacionadas à administração de dados, quando compa-
nário corporativo de contínuas e aceleradas transformações. rada à contratação deum serviço do tipo SaaS (software
as a service)9.
Amazon Web Services

Surgiram em 2006, quando a empresa de comércio 8


Sebrae/Relações Públicas/2011.
eletrônico Amazon decidiu alocar sua infraestrutura de 9
Basa/Técnico/Produção e Infraestrutura/2012.

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Office 365
Microsoft Office 365 é um software comercial mais ser-
viços que oferecem o pacote Microsoft Office de aplicativos
para desktop e versões hospedadas de produtos de servi-
dor da Microsoft (incluindo o Exchange Server, SharePoint
Server e Lync Server), entregues e acessado através da
Internet. A versão Microsoft Office 365 (Office Web Apps) é
uma suíte de ferramentas de produtividade e colaboração
fornecida e acessada por meio de computação em nuvem
(cloud computing)13, e inclui o Word, o PowerPoint, o Excel,
o Outlook e o OneNote, e permite criar, editar e compar-
tilhar documentos e mensagens instantâneas online 14
em navegadores da Web, preservando a formatação dos
Separação de responsabilidade entre o documentos originais.
cliente e o fornecedor no Cloud Computing. • Microsoft Exchange Online: solução de correio eletrô-
nico, calendário e contatos entregue como um serviço
Google Docs de nuvem, organizado pela Microsoft. O  serviço é
baseado no Microsoft Exchange Server e oferece 25
O Google, além de ser uma ferramenta de busca na GB de armazenamento de e‑mail por usuário. Além
Internet por páginas indexadas, também oferece outras disso, o Exchange Online oferece aos usuários calen-
funcionalidades, como o GoogleDocs, um espaço virtual dários personalizados e contatos com capacidade de
para armazenar arquivos de usuários, com acesso por meio compartilhamento e confiabilidade de 99,9%.
de conta e senha10. • Microsoft SharePoint Online: é um ambiente de cola-
Google Docs é uma suíte de programas de escritório boração, compartilhamento e edição de documentos
livre, baseada na Web e que conta com o serviço de arma- usando sites internos e externos.
zenamento de dados oferecido pelo Google. O conjunto de • Microsoft Lync Online: oferece recursos de comu-
ferramentas do Google Docs permite a criação on‑line de nicação, incluindo mensagens instantâneas, áudio/
documentos, planilhas e apresentações11, formulários em vídeo‑chamadas de PC‑para‑PC e reuniões on‑line
HTML com vários temas e tipos de perguntas12, colaborando que pode incluir áudio/vídeo e web conferência com
o compartilhamento de aplicativos, quadros e outras
em tempo real com outros usuários.
ferramentas de colaboração.
Google Docs é um “software como serviço”  – docu-
mentos, planilhas e apresentações podem ser criados com
o Google Docs, importados por meio da interface web, ou
Cloud Storage (Armazenamento de Dados na
enviados via e‑mail. Os documentos podem ser salvos em um
Nuvem)
computador local do usuário em uma variedade de formatos
O cloudstorage é um serviço de aluguel de espaço em
(ODF, HTML, PDF, RTF, TXT ou formatos do Microsoft Office).
disco via Internet, no qual as empresas pagam pelo espaço
O  serviço é oficialmente suportado em versões recentes utilizado, pela quantidade de dados trafegados, tanto para
do Firefox, Internet Explorer, Safari e Chrome rodando em download como para upload, e pelo backup15. Armazena-
Microsoft Windows, Apple OS X, e Linux. mento em nuvem é um modelo de armazenamento on‑line
Google Docs serve como uma ferramenta colaborativa em rede onde os dados são armazenados em servidores de
para edição entre em tempo real. Os documentos podem armazenamento virtualizados que são geralmente hospe-
ser compartilhados, abertos e editados por vários usuários dados por terceiros. As empresas de hospedagem operam
ao mesmo tempo. Os usuários não podem ser notificados grandes centros de dados, e as pessoas que necessitam arma-
das alterações, mas a aplicação pode notificar os usuários zenar seus dados compram ou alugam uma certa capacidade
quando um comentário ou discussão é feito ou respondido, de armazenamento deles. Serviços de armazenamento em
facilitando a colaboração. nuvem podem ser acessados através de uma página na web.
A maioria dos serviços de compartilhamento de do- Armazenamento em nuvem tem as mesmas caracterís-
cumento exigem taxas de usuários, enquanto o Google Docs ticas que a computação em nuvem em termos de agilidade,
é gratuito. Sua popularidade entre as empresas, estudantes e escalabilidade, elasticidade e atendimento a vários clientes.
instituições educacionais está crescendo devido aos recursos São exemplos de armazenamento em nuvem: Microsoft
de maior partilha e acessibilidade. SkyDrive, GoogleDrive, DropBox (ferramenta de backup dis-
Google Cloud Connect é um plug‑in para o Microsoft Offi- ponibilizada na Internet, permite que sejam feitos backups16
ce 2003, 2007 e 2010 que pode armazenar e sincronizar auto- de tipos variados), iDrive, iCloud by Apple, Amazon S3, EMC
Noções de Informática

maticamente qualquer documento do Word, PowerPoint, ou Atmos, FilesAnywhere, Ubuntuone, Windows Azure Storage.
planilha do Excel para o Google Docs. A cópia no Google Docs Outras ferramentas de Cloud Computing podem ser usa-
das para armazenamento de dados, como o Google Groups
é atualizada automaticamente a cada vez que o documento
(groups.google.com.br), com o qual é possível criar grupos
do Office é salvo. Documentos do Office podem ser editados
de discussão gratuitamente, os quais podem compartilhar
offline e sincronizados mais tarde, quando online.
documentos, imagens e outras informações, que ficam,

13
DPF/Polícia Federal/Papiloscopista/2012.
10
Ancine/Técnico Regul. Cinemat. Audiovisual/2012.
14
TCE‑ES/Auditor/2012.
11
PC‑AL/Escrivão de Polícia/2012.
15
Basa/Técnico Bancário/2012.
12
SSP‑CE/Perícia Forense/Conhecimentos Gerais/2012.
16
Assembleia Legislativa‑CE/Analista Legislativo/Revisão Ortográfica/2011.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
então, disponíveis para qualquer um de seus membros, que iCloud by Apple
podem visualizar essas informações, contribuir com conte-
údos e emitir comentários a partir da página do grupo17. iCloud é um sistema da Apple que permite ao usuário
armazenar determinadas informações que, por sua vez,
Vantagens poderão ser acessadas por meio de diversos dispositivos,
via Internet22. Conjunto de novidades de serviços em nuvem
• Uma ferramenta de virtualização de storage tem
gratuito que inclui iTunes na nuvem, Photo Stream e Docu-
como um de seus benefícios centrais o ganho de
mentos na Nuvem, que funciona com iPhone®, iPad®, iPod
mobilidade no armazenamento18.
• O armazenamento de dados em nuvens (cloudstora- touch®, Mac® ou PC para armazenar automaticamente e sem
ge) representa hoje um benefício tanto para o acesso fio o conteúdo do usuário no iCloud e transferi‑lo a todos
a informações a partir de qualquer lugar em que se os seus dispositivos. O iCloud armazena as músicas, fotos,
tenha acesso à Internet quanto para a segurança aplicativos, contatos, calendários e documentos do usuário,
dessas informações, pois permite que uma cópia de mantendo‑os atualizados em todos os seus dispositivos.
segurança delas seja mantida em outra área de ar- Quando o conteúdo muda em um dispositivo, todos os seus
mazenamento, apesar de requerer cuidados quanto outros dispositivos são atualizados de modo automático e
a controle de versão19. por conexões sem fio.
• O CloudStorage, como o Google Drive e o Microsoft O iTunes na nuvem permite baixar automaticamente
SkyDrive, possibilita ao usuário armazenar seus ar- novas compras de músicas em quaisquer dos dispositivos do
quivos em nuvens, tornando esses arquivos acessíveis usuário. Rastreia as músicas em sua biblioteca de música e as
em sistemas operacionais diferentes. Por meio desse oferece em codificação de alta qualidade para que o usuário
serviço, o usuário pode fazer backups de seus arqui- possa reproduzir músicas, álbuns ou listas de reprodução de
vos salvos no desktop, transferindo‑os para nuvens, sua biblioteca de músicas em seus dispositivos. Foto tiradas
podendo, ainda, acessar esses arquivos mediante
no iPhone são enviadas para o iCloud e automaticamente en-
a utilização de um computador com plataforma
viadas para o iPad, iPod touch, Mac ou PC do usuário. Ao criar
diferente ou um celular, desde que estes estejam
um documento usando o Pages® num iPad, esse documento
conectados à Internet20.
• Proporciona melhora no compartilhamento de é enviado automaticamente para o iCloud. Quando o usuário
arquivos entre sistemas operacionais diferentes e usa o Pages em outro dispositivo iOS, pode abrir o mesmo
possibilita a recuperação de arquivos, caso ocorram documento com as alterações mais recentes e continuar a
problemas inesperados no equipamento físico onde edição ou a leitura de onde parou.
estiver instalado o servidor21. O iCloud permite que o usuário veja seu histórico de
• Empresas e usuários finais só precisam pagar pelo compras da App Store™ e iBookstore℠ e baixe os aplicativos
armazenamento efetivamente utilizado. e livros para qualquer um dos seus dispositivos a qualquer
• Não é necessário instalar dispositivos físicos de arma- momento. O iCloud Backup faz o backup das informações
zenamento em seu próprio datacenter ou escritórios. mais importantes automaticamente e com segurança para
• Tarefas de manutenção, como backup, replicação de o iCloud diariamente em Wi‑Fi sempre que o dispositivo
dados e aquisição de dispositivos de armazenamento iOS for conectado a uma fonte de energia. Uma vez ligado,
adicionais são transferidas para a responsabilidade de é feito o backup de tudo de forma rápida e eficiente. O iCloud
um prestador de serviços, permitindo que as organi- já armazena suas músicas compradas, programas de TV,
zações se concentrem no seu core business. aplicativos, livros e stream de fotos; o iCloud Backup cuida
• Armazenamento em nuvem oferece aos usuários aces-
de tudo, fazendo o backup de suas fotos e vídeos do Rolo
so imediato a uma vasta gama de recursos e aplicações
de Câmera, configurações do dispositivo, dados de aplicati-
hospedadas na infraestrutura de outra organização
por meio de uma interface de serviço web. vos, tela inicial e organização dos aplicativos, mensagens e
ringtones.
Preocupações Potenciais
Preço e Disponibilidade
• Segurança dos dados armazenados e os dados em
trânsito podem ser uma preocupação quando dados O iCloud estará disponível para download gratuito para
confidenciais são guardados em um provedor de os usuários de iPhone, iPad ou iPod touch rodando iOS 5 ou
armazenamento em nuvem. um Mac rodando Mac OS X Lion com um ID da Apple válida.
• O desempenho pode ser menor do que o armazena- O iCloud inclui 5 GB de armazenamento em nuvem gratuito
mento local, dependendo de quanto o cliente está para Mail, Armazenamento de Documentos e Backup. Músi-
Noções de Informática

disposto a investir em largura de banda WAN. cas compradas, programas de TV, aplicativos, livros e stream
• Confiabilidade e disponibilidade dependem da dis- de fotos não contam contra o limite de armazenamento.
ponibilidade da rede WAN e do nível de precauções Os upgrades de armazenamento adicionais do iCloud estão
tomadas pelo prestador de serviço. disponíveis para compra a partir de US$ 20 por ano para
10 GB, US$ 40 por ano para 20 GB e US$ 100 por ano para
17
TJ‑RR/Agente de Acompanhamento/2011. 50 GB.
18
Basa/Técnico/Produção e Infraestrutura/2012.
19
Basa/Técnico Científico/2012.
20
TJ‑RR/Cargos Nível Superior/2012.
21
FNDE/Técnico em Financiamento e Execução de Programas e Projetos Educa-
cionais/2012. TJ‑AL/Analista Judiciário/2012.
22

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
WINDOWS LIVE MAIL

1. Interface

2. Painel de Pastas 2.4. Caixa de Saída: guarda as mensagens prontas para


envio ao servidor de e‑mail, mas que ainda não saíram efe-
2.1 Caixa de Entrada: guarda as mensagens que o usuá- tivamente do computador.
rio recebeu (entre parênteses aquelas marcadas como não
lidas). 3. Nova conta de e‑mail
2.2. Rascunhos: mensagens que o usuário está escre-
vendo ou as salvou sem enviá‑las. O usuário pode concluir Para criar ou modificar a configuração de contas de
a edição das mensagens e enviá‑las posteriormente. e‑mail, use uma das seguintes opções:
2.5. Itens Enviados: guarda uma cópia das mensagens que
foram enviadas para o servidor de saída (SMTP).
2.5. Lixo Eletrônico: armazena mensagens identificadas Contas / Nova conta / Email ou botão Mail
como spam. / Opções / Contas de email...
2.6. Itens Excluídos: armazena mensagens que foram
excluídas (como uma lixeira do Windows, dentro do Live Na caixa de diálogo que se abre, informar endereço de
Mail); as mensagens podem ser restauradas e a pasta pode e‑mail, senha e nome para exibição – o Windows Live Mail
ser esvaziada. cria a conta ao clicar em Avançar. Noções de Informática

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Caso o usuário deseje informar as configurações dos ser- Imagem Nome Atalho Menu
vidores de entrada e saída, deve marcar Definir configurações
do servidor manualmente e clicar Avançar. Início/Responder/
Encami- Encaminhar ou
CTRL + F
nhar botão direito/Enca-
minhar
Ativado pela seleção de uma mensagem recebida. Abre a
janela Nova Mensagem, com campos preenchidos auto-
maticamente:
• Assunto e barra de título (Fw: Título anterior )
• Para (em branco) e Corpo (mensagem original)

5. Nova Mensagem
5.1. Barra de título: mostra os botões de controle da
janela e, em sua área livre, o título da janela, na forma do
assunto da mensagem (Nova mensagem, quando o campo
assunto está em branco). Mostra ainda a Barra de ferra-
mentas Acesso Rápido, com atalhos para os comandos mais
frequentemente utilizados.
5.2. Barra de menus: apresenta botões e menus dro-
pdown distribuídos em grupos para utilizar os recursos do
programa.
4. Barra de Ferramentas
Imagem Nome Atalho Menu
Imagem Nome Atalho Menu
Início/Novo/Men-
sagem de email Enviar ALT + S
Mensa-
Mail/Novo/Mensa-
gem de CTRL+N
gem de email
e‑mail
Guia de acesso Coloca a mensagem na Caixa de Saída.
rápido/Novo
Abre uma janela Nova Mensagem, em branco, para criação
Mensagem / Con-
de nova mensagem de e‑mail. Verificar
--- tatos / Verificar no-
nomes
mes
Email com Início/Novo/E‑mail
CTRL+ALT+P
imagem com imagem
Permite que endereços de e‑mail escritos parcialmente
nos campos Para, Cc e Cco sejam verificados no catálogo
Abre uma janela Nova Mensagem e uma janela Adicionar
de endereços e sejam completados.
fotos, permitindo ao usuário selecionar um grupo de ima-
gens a serem enviadas apenas como anexos ou em usando Mensagem / Entre-
um estilo de álbum. Prioridade ga / Prioridade...
Alta / Bai- --- Barra de ferramen-
Início/Ferramentas/
xa tas de acesso rápido
Enviar/ Enviar‑Receber
F5 / Prioridade...
Receber Guia de acesso rá-
pido/Atualizar tudo Aplica alta ou baixa Prioridade à mensagem. Não altera a
forma como a mensagem vai chegar ao destinatário, ou a
Faz conexão com o servidor POP/IMAP e SMTP do serviço torna mais rápida ou segura.
de e‑mail configurado, enviando todas as mensagens que
estiverem na Caixa de Saída e recebendo todas as mensa- Mensagem / Inserir
gens armazenadas no servidor, colocando‑as na Caixa de Anexar / Anexar Arquivo
---
Entrada. O menu dropdown permite enviar/receber usando arquivo Inserir / Incluir /
uma conta específica. Anexar Arquivo
Início/Responder/ Abre a caixa de diálogo Inserir / Anexo, que permite esco-
Noções de Informática

Responder lher arquivos para serem anexados à mensagem. Inserir /


Responder CTRL+R botão direito/Res- Imagem... coloca imagens no corpo da mensagem.
ponder ao Reme-
tente
Mensagem / Edição
Ativado pela seleção de uma mensagem recebida. Abre a Ortografia F7
/ Ortografia
janela Nova Mensagem, com campos preenchidos auto-
maticamente:
• Assunto e barra de título (Re: Título anterior ) Permite analisar e corrigir a ortografia das palavras escritas
• Para (remetente da mensagem original) no corpo da mensagem. Não corrige a gramática, como
• Corpo (mensagem original). no Word.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Imagem Nome Atalho Menu Imagem Nome Atalho Menu
Permite incluir uma assinatura digital à mensagem, per-
Mensagem / Inserir mitindo que o destinatário confirme a identidade do re-
/ Emoticon metente. Para usá‑la é preciso adquirir uma identificação
Emoticon ---
Inserir / Mídia / digital na Internet.
Emoticon
Criptogra- Opções / Ferramen-
Mostra uma lista de emoticons para ilustrar a mensagem. ---
far tas / Criptografar
Opções / Ferra-
Assinar di- Permite enviar a mensagem criptografada (com seu con-
--- mentas / Assinar
gitalmente teúdo “embaralhado”). A  criptografia só é possível se o
digitalmente
usuário possuir uma identificação digital.

5.3. Campos 2. Ações para a regra: definir qual ação deverá ser reali-
• De: endereço de e‑mail que será usado para enviar a zada sobre a mensagem recebida, quando obedecida
mensagem (remetente). a condição.
• Para: endereços de e‑mail dos destinatários principais, 3. Descrição: além de mostrar um resumo da regra,
separados por vírgula ou ponto e vírgula. permite indicar palavras que devem aparecer no cri-
• Cc: destinatários secundários que receberão uma cópia tério de filtragem e para qual local deverá ser levada
da mensagem (com cópia, ou cópia carbono). a mensagem filtrada.
• Cco: destinatários ocultos a todos (cópia carbono 4. Nome da regra: nome usado para identificar aregra
oculta ou BCc). numa lista.

Nenhum dos campos de destinatário é de preenchimento


obrigatório.

• Assunto: resumo da mensagem – deve ser preenchido,


mas não tem preenchimento obrigatório.
• Anexar: arquivos selecionados para envio junto com
a mensagem.

5.4. Corpo da Mensagem: espaço disponível para re-


digir a mensagem. É possível inserir texto de um arquivo,
imagem, linha horizontal, mudar o plano de fundo e aplicar
papel de carta.

6. Regras para Mensagens


Noções de Informática

As regras permitem classificar e redirecionar mensagens


de acordo com uma condição obedecida por mensagens
recebidas. O recurso pode ser acessado em Pastas / Regras

de mensagens . Uma janela dividida em 4 etapas


será mostrada: As regras ficam armazenadas e podem ser modificadas,
1. Condições para a regra: definir qual será o critério de duplicadas e removidas. Podem ainda ser aplicadas a qual-
filtragem (remetente, assunto, corpo da mensagem). quer momento.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
ZIMBRA DESKTOP Qualquer tipo de conta profissional ou email pessoal
usando POP ou IMAP é facilmente configurada no Zimbra
O Zimbra Collaboration Suite (ZCS) é uma solução de Desktop, sendo mantidas as contas separadamente. De-
colaboração de e‑mail, calendário e colaboração de classe pois de configurar as contas, as mensagens de e‑mail são
empresarial construída para a nuvem, tanto pública como baixadas para o computador e podem ser acessadas se o
privada, pertencente à empresa Synacor. O ZCS inclui o Zim- usuário estiver conectado à Internet ou não. As mensagens
bra Desktop, que é um cliente offline para gerenciamento de e‑mail em todas as contas podem ser lidas, respondidas,
de várias contas de e‑mail em um único programa, muito encaminhadas e excluídas do Zimbra Desktop.
semelhante ao MSOutlook.

Interface

Aprimoramentos da versão ZWC7.0 de saída que são salvas na pasta Enviada para outras pastas,
para marcar mensagens automaticamente ou encaminhar
Melhorias de e‑mail uma mensagem de saída para outro endereço.

GAL People Search: os usuários podem pesquisar a Lista Trabalhando com o Porta‑arquivos
Global de Endereços (GAL) para pessoas dentro de sua orga-
nização e ver informações detalhadas, incluindo número de O porta‑arquivos pode ser usado para compartilhar e
telefone, localização do escritório e foto do contato. gerenciar documentos que o usuário cria no porta‑arquivos
Restaurar mensagens de e‑mail excluídas anterior- ou no documento e nas imagens que são carregadas no
mente: os usuários podem restaurar automaticamente as porta‑arquivos. O porta‑arquivos permite que arquivos sejam
mensagens de e‑mail excluídas anteriormente de suas pastas salvos em sua conta para que se possa acessar esses arquivos
de lixo eletrônicas. sempre que o login for realizado em sua conta a partir de
Desfazer ações ao trabalhar com mensagens de e‑mail
qualquer computador.
e contatos: as ações de Correio e Contatos (incluindo excluir,
Noções de Informática

Podem‑se enviar documentos, planilhas, apresentações,


mover e marcar mensagens como Spam) podem ser desfeitas
usando a caixa de diálogo “desfazer” que é exibida quando imagens, arquivos pdf do computador ou da rede de com-
uma ação é executada. putadores e ainda pode‑se salvar anexos enviados com suas
Ver membros de uma lista de distribuição: veja os mensagens de e‑mail para uma pasta de pasta. Podem‑se
membros da lista de distribuição usando o link Expandir no criar diferentes pastas de porta‑arquivos para organizar os
endereço de e‑mail. A lista de membros do grupo é exibida arquivos.
em uma lista suspensa. Os usuários podem selecionar mem- Os arquivos carregados no porta‑arquivos são cópias do
bros da lista para enviar uma mensagem. arquivo original em seu computador. As  alterações feitas
Filtrar e‑mails de saída: os usuários podem criar regras em um arquivo em uma pasta não alteram o arquivo ori‑
para filtrar mensagens de saída para classificar mensagens ginal.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
EXERCÍCIOS 7. Uma forma de realçar uma palavra, em um documento
no Word 2013, é adicionar um sombreamento a ela; no
1. (Cespe/TRE-PE/Técnico Judiciário/2017) Com refe- entanto, esse recurso não está disponível para aplicação
rência aos ícones da interface de edição do MS Word a um parágrafo selecionado.
disponíveis na guia Página Inicial, assinale a opção que 8. No canto esquerdo superior da janela inicial do Excel
apresenta associação correta entre o(s) ícone(s) e a 2013, consta a informação acerca do último arquivo
acessado bem como do local onde ele está armazenado.
descrição de sua(s) funcionalidade(s).

a) Permitem alternar, (Cespe/SEDF/Apoio Administrativo/2017) Com relação aos


conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, fer-
ramentas, aplicativos e procedimentos associados à Internet
no texto selecionado, palavras maiúsculas e mi- e à intranet, julgue os próximos itens.
núsculas. 9. Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na
b) Permite acesso a opções de edição de bordas Internet para diversas finalidades, ainda não é possível
das células de uma tabela inserida dentro do docu- extrair apenas o áudio de um vídeo armazenado na
mento. Internet, como, por exemplo, no Youtube (http://www.
c) Exibem o texto em forma de tópicos youtube.com).
10. É correto conceituar intranet como uma rede de infor-
para permitir a visualização da estrutura do docu-
mações internas de uma organização, que tem como
mento. objetivo compartilhar dados e informações para os seus
d) Permitem alternar as páginas do colaboradores, usuários devidamente autorizados a
documento. acessar essa rede.
e) Tem a função exclusiva 11. Cookies são arquivos enviados por alguns sítios da In-
de realçar com cores palavras do texto. ternet aos computadores dos usuários com o objetivo
de obter informações sobre as visitas a esses sítios; no
2. (Cespe/TRE-PE/Técnico Judiciário/2017) Acerca da rea- entanto, o usuário pode impedir que os cookies sejam
lização de cópias de segurança ou becape do Windows, armazenados em seu computador.
assinale a opção correta. 12. Embora os gerenciadores de downloads permitam que
usuários baixem arquivos de forma rápida e confiável,
a) Para que sejam efetivamente recuperados, os dados
essas ferramentas ainda não possuem recursos para
do becape são armazenados em outra pasta da mes- que arquivos maiores que 100 MB sejam baixados.
ma unidade de armazenamento dos dados originais. 13. Na Internet, existem ferramentas que otimizam a tarefa
b) O becape é uma atividade executada exclusivamente de manipular arquivos, como o Google Docs, que per-
por administradores de redes. mite o armazenamento online e o compartilhamento
c) Após a realização da cópia de segurança, gera-se de arquivos, dispensando a necessidade, por exemplo,
um arquivo em formato .bkf, o qual não pode ser de um usuário enviar um mesmo arquivo por email para
alterado para outra extensão. vários destinatários.
d) Na cópia de segurança, são copiados todos os arqui-
vos existentes no computador. 14. (Cespe/TRE-PE/Técnico Judiciário/2016) No BrOffice
e) No becape incremental, são copiados apenas os Calc, para se eliminar casas decimais de um número,
arquivos novos ou os que foram alterados a partir utiliza-se, exclusivamente, a função
do último becape. a) COMBINA. c) RADIANOS. e) SOMASE.
b) EXP. d) TRUNCAR.
3. (Cespe/TRE-PE/Técnico Judiciário/2017) O mecanismo
de embaralhamento ou codificação utilizado para pro- 15. (Cespe/TRE-PI/Técnico Judiciário/2016) Assinale a op-
teger a confidencialidade de dados transmitidos ou ção que apresenta o comando, no sistema operacional
armazenados denomina-se Linux, que deve ser utilizado para determinar quanto
a) assinatura digital. espaço em disco está sendo ocupado por um diretório
b) certificação digital. e seus subdiretórios.
c) biometria. a) pwd c) du e) lshw
b) file d) head
d) criptografia.
e) proxy. 16. (Cespe/TRE-PI/Técnico Judiciário/2016) Considere
que, utilizando uma máquina com sistema operacional
(Cespe/SEDF/Apoio Administrativo/2017) Julgue os próximos Windows, um usuário tenha inserido uma linha em
itens, relativos aos aplicativos para edição de textos, planilhas branco em uma planilha do Microsoft Excel, em sua
e apresentações do ambiente Microsoft Office 2013. configuração padrão. Assinale a opção que apresenta
4. Em uma planilha do Excel 2013, ao se tentar inserir a a tecla que deverá ser acionada, nessa situação, para
fórmula =$a$3*(b3-c3), ocorrerá erro de digitação, pois repetir essa última ação do usuário.
NOçõES dE INFORMÁTICA

as fórmulas devem ser digitadas com letras maiúsculas. a) F5 c) F2 e) F4


5. Uma apresentação criada no PowerPoint 2013 não po- b) F1 d) F3
derá ser salva em uma versão anterior a esta, visto que
a versão de 2013 contém elementos mais complexos 17. (Cespe/TRE-PI/Técnico Judiciário/2016) Assinale a opção
que as anteriores. que apresenta a combinação de teclas que permite abrir
6. No Word 2013, ao se clicar, com o botão esquerdo uma nova aba no navegador Mozilla Firefox, em sua ver-
do mouse, a seta no botão , localizado na guia são mais recente e com configuração padrão, instalada
Página Inicial, grupo Fonte, serão mostradas opções em uma máquina com sistema operacional Windows.
para sublinhar um texto, tais como sublinhado duplo a) Ctrl + B c) Ctrl + E e) Ctrl + A
e sublinhado tracejado. b) Ctrl + D d) Ctrl + T

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
18. (Cespe/Prefeitura de São Paulo-SP/Assistente de Gestão/2016) Tendo como referência a figura apresentada, assinale
a opção correta acerca do BrOffice Writer.

a) É possível salvar um arquivo em formato PDF por d) Textos que forem digitados no campo representado
meio da opção . pelo ícone serão buscados na
Internet mediante o sítio de buscas Google.
b) Selecionando-se, sequencialmente, o menu , e) É possível alterar a cor da fonte utilizada em um
a opção e a subopção , documento ao se selecionar o texto e, em seguida,
pode-se criar uma planilha, que será aberta dentro clicar o botão .
do Writer.
19. (Cespe/Prefeitura de São Paulo-SP/Assistente de
Gestão/2016) Considerando a figura precedente, que
c) Clicando-se uma vez o botão , é possível inserir,
ilustra uma janela do Microsoft Word contendo um
em arquivos editados no Writer, links para outros documento em edição no qual há uma palavra selecio-
arquivos ou páginas da Internet. nada, assinale a opção correta.

a) O botão permite mostrar as marcas de pará- d) Clicando-se os botões , o parágrafo em que a


grafo e outros símbolos de formatação que estão palavra selecionada está contida poderá ser alinhado
ocultos no documento, como, por exemplo, espaços à esquerda, no centro, à direita ou justificado.
NOçõES dE INFORMÁTICA

entre palavras e recuos de parágrafos.


e) Os botões , localizados na parte
b) A ferramenta representada pelo botão permi- inferior da janela, mostram as opções de formatação
te colorir o texto com a cor que for selecionada pelo de leiaute da página.
usuário, bem como oferece opções avançadas de
formatação do texto. 20. (Cespe/Prefeitura de São Paulo-SP/Assistente de Ges-
tão/2016) Um usuário que está acessando a intranet de
c) Clicando-se os botões , cada pa- uma empresa deseja transferir, para o seu computador,
lavra do parágrafo em que se encontra a palavra um arquivo armazenado em um outro computador
selecionada será convertida em tópicos numerados conectado à Internet. Nessa situação, é recomendável
ou separados por marcadores. a esse usuário

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
a) usar o aplicativo TELNET, ferramenta desenvolvida b) é o diretório de trabalho do usuário.
para esse tipo de transferência. c) contém os arquivos de inicialização do sistema.
b) usar o aplicativo SSH (secure shell), visto que se d) armazena as ferramentas de administração do sis-
trata de transferência de arquivo de um ambiente tema.
inseguro para um ambiente seguro. e) contém os arquivos de configuração dos principais
c) solicitar auxílio do administrador da intranet, que é serviços.
o único usuário de uma rede interna com privilégio
para o acesso à Internet. 24. (Cespe/Prefeitura de São Paulo-SP/Assistente de Ges-
d) utilizar o FTP (file transfer protocol), protocolo que tão/2016) É procedimento correto de segurança da
permite a transferência de arquivos entre computa- informação
dores. a) realizar transações bancárias usando computadores
e) ativar a ferramenta DHCP (dynamic host configu- diferentes, ação que dificulta o mapeamento dos
ration protocol) para fazer a transferência, caso o computadores pelos crackers.
sistema operacional Windows esteja instalado no b) desativar a atualização de programas como Java e
computador. os demais plug-ins.
c) não acessar sítios cujos endereços se iniciem com
21. (Cespe/Prefeitura de São Paulo-SP/Assistente de https.
Gestão/2016) Com relação a redes de computadores, d) bloquear, por meio de mecanismos de controle
assinale a opção correta. no computador, o acesso a notícias relacionadas à
a) Computadores que utilizam o Linux não acessam segurança da Internet.
computadores que usam o Windows, pois, em uma e) usar soluções de segurança como antivírus e fi-
rede de computadores, não é possível a conexão rewalls.
entre sistemas operacionais diferentes.
b) Para a implantação de uma rede de computadores, 25. (Cespe/CPRM/Técnico de Geociências – Hidrolo-
são necessários, no mínimo, um computador servi- gia/2016) A respeito do Microsoft Word, assinale a
dor e quatro computadores clientes. opção correta.
c) Access point é um dispositivo usado para a conexão a) A opção Caixa de Texto, da guia Inserir, permite que
de computadores em uma rede sem fio. o usuário inclua dentro do texto em edição partes
d) Para garantir o acesso de um computador a uma de conteúdos pré-formatados e suplementos inde-
rede local, é suficiente conectar a placa de rede, pendentes do texto original.
dispensando-se qualquer tipo de configuração do b) A função WordArt, da guia Inserir, permite, para fins
usuário e do administrador de rede. decorativos, editar imagens e desenhos dentro do
e) LAN (local area network) é uma rede que conecta próprio documento que está sendo criado.
computadores localizados a, no máximo, dez metros c) O Microsoft Word é uma ferramenta exclusiva para
de distância do servidor e fisicamente próximos uns a edição de textos; ele não dispõe de recursos que
aos outros. permitam editar ou inserir equações ou símbolos
matemáticos.
22. (Cespe/Prefeitura de São Paulo-SP/Assistente de Ges- d) Na edição de cabeçalhos e rodapés, o texto editado
tão/2016) A respeito do gerenciamento de mensagens no cabeçalho se repetirá automaticamente no roda-
no programa de correio eletrônico Outlook Express 6, pé, não havendo a necessidade de copiá-lo e colá-lo.
assinale a opção correta. e) Ao se inserir a opção Número de Página, da guia
a) Para cada conta de correio eletrônico do usuário, Inserir, a numeração será localizada no rodapé da
uma área de visualização deve ser criada, uma vez página, centralizada e com tamanho editável.
que não é possível visualizar todas as contas em uma
única janela. GABARITO
b) É necessário estar conectado à Internet para enviar
uma mensagem usando-se tal programa, no entanto 1. b 14. d
essa exigência é dispensada no momento da produ- 2. e 15. c
ção da mensagem. 3. d 16. e
c) Embora não seja possível salvar os anexos das men- 4. E 17. d
sagens recebidas pelo Outlook Express, o usuário 5. E 18. c
pode salvar em seu computador as mensagens em 6. C 19. a
formato de arquivo. 7. E 20. d
d) Por meio da função Sincronizar, é possível atualizar 8. C 21. c
o Outlook Express, substituindo-o pela versão mais 9. E 22. b
recente disponível no sítio da Microsoft. 10. C 23. b
NOçõES dE INFORMÁTICA

11. C 24. e
e) Na figura , que ilustra 12. E 25. a
parte da tela inicial do Outlook Express, o número 13. C
“10” indica a quantidade de mensagens que contêm
arquivos anexados.

23. (Cespe/Prefeitura de São Paulo-SP/Assistente de Ges-


tão/2016) O diretório /home, que faz parte da estrutura
do Linux, definida no momento da instalação desse
sistema,
a) armazena os arquivos dos dispositivos do sistema.

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TRE-BA

SUMÁRIO

Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais


Ética no serviço público. Comportamento profissional. Atitudes no serviço. Organização do trabalho. Prioridade
em serviço..............................................................................................................................................................................47

Lei nº 8.112/1990 e suas alterações (Regime jurídico dos servidores públicos civis da União). Provimento,
vacância, remoção, redistribuição e substituição. Direitos e vantagens. Regime disciplinar. Deveres, proibições,
acumulação, responsabilidades, penalidades. Processo Administrativo Disciplinar.............................................................3

Código de Ética dos Servidores da Justiça Eleitoral da Bahia (Resolução Administrativa nº 3/2017).................................47

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NORMAS APLICÁVEIS AOS SERVIDORES
PÚBLICOS FEDERAIS Maurício Nicácio / Welma Maia

Maurício Nicácio cionais impugnados, todos oriundos da EC 19/1998,


aparentemente inexistentes ante a constatação de
REGIME JURÍDICO DO SERVIDOR PÚBLICO que as mudanças de redação promovidas no curso
FEDERAL do processo legislativo não alteraram substancial-
mente o sentido das proposições ao final aprovadas
e de que não há direito adquirido à manutenção de
Considerações Iniciais
regime jurídico anterior. (ADI 2.135-MC, Rel. p/o ac.
A Lei nº 8.112, que é uma lei federal, veio instituir em Min. Ellen Gracie, julgamento em 2/8/2007, Plenário,
1990 o Regime Jurídico Único (RJU), pois o seu texto origi- DJE de 7/3/2008)
nal só previa servidores “dentro” da administração direta,
autárquica e fundacional federais. Das Disposições Preliminares, Provimento,
Com o advento da Emenda Constitucional nº  19, em Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição
1998, o regime deixa de ser único e passa a ser considerado
por alguns doutrinadores como administrativo, pois houve Servidor
o permissivo de poderem conviver empregados públicos É importante ter ciência do conceito de servidor público,
e servidores públicos na administração direta, autarquias que segundo a Lei nº 8.112/1990, é “a pessoa legalmente
e fundações públicas federais1. Porém, a referida emenda investida em cargo público”.
sofreu um vício de forma e foi declarada inconstitucional Nesse sentido, para os efeitos da Lei n° 8.112/1990, ser-
no art. 39 da Constituição Federal de 1988, logo o regime vidor público é o ocupante de cargo público, conceituação
voltou a ser único, ou seja, hoje só podem existir servidores que abrange os ocupantes de cargo em comissão e função
públicos na administração direta, autárquica e fundacional. de confiança3.
Apesar de, em decisão liminar, o Supremo Tribunal Esse conceito perante a visão dos administrativistas
Federal (STF) ter reconhecido a existência de vícios na não é amplo, pois os doutrinadores seguem conceitos mais
emenda constitucional que alterou o art. 39 da CF, e de ter apurados e abrangentes (lato sensu) sobre o que vem a ser
restabelecido o regime jurídico único, foram mantidas as o servidor, mas em concursos públicos, em relação às per-
contratações de agentes pelo regime trabalhista, por parte guntas inerentes à Lei nº 8.112/1990, o candidato deve ter
da administração pública direta, autárquica e fundacional, em mente o conceito legal.
no período compreendido entre a promulgação desta
emenda constitucional e aquela decisão da Corte2. Cargo Público
A decisão sobre a inconstitucionalidade pelo STF teve Às vezes as bancas cobram o conceito de cargo público,
efeito não retroativo (ex nunc), logo a Lei nº 9.962/2000 que segundo o Regime Jurídico do Servidor Público Federal
ainda regulamenta os empregados na administração direta, é “o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas
autárquica e fundacional federais. na estrutura organizacional que devem ser cometidas a
um servidor”4.
JURISPRUDÊNCIA: Ainda em relação aos cargos públicos, o candidato deve
A matéria votada em destaque na Câmara dos Depu- ter ciência do seguinte:
tados no DVS 9 não foi aprovada em primeiro turno, • eles são acessíveis a todos os brasileiros;
pois obteve apenas 298 votos e não os 308 necessá- • devem ser criados por lei (decretos não podem criar
rios. Manteve-se, assim, o então vigente caput do art. cargos);
39, que tratava do regime jurídico único, incompatível • têm que ter denominação própria; e Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
com a figura do emprego público. O deslocamento do
• devem ser pagos pelos cofres públicos, tanto para
texto do § 2º do art. 39, nos termos do substitutivo
cargo de provimento efetivo, como também para os
aprovado, para o caput desse mesmo dispositivo
cargos em comissão.
representou, assim, uma tentativa de superar a não
aprovação do DVS 9 e evitar a permanência do regime
jurídico único previsto na redação original suprimida, Enfim, a Lei nº 8.112/1990 proíbe a prestação de servi-
circunstância que permitiu a implementação do con- ços gratuitos, a não ser nos casos previstos em lei5.
trato de emprego público ainda que à revelia da regra É oportuno mencionar que o legislador da Lei
constitucional que exige o quorum de três quintos nº 8.112/1990 não definiu o que vem a ser “cargo de car-
para aprovação de qualquer mudança constitucional. reira” e “cargo isolado”, portanto, mister se faz buscar estes
Pedido de medida cautelar deferido, dessa forma, conceitos na doutrina do Direito Administrativo.
quanto ao caput do art. 39 da CF, ressalvando-se, Segundo o mestre Hely Lopes Meirelles, cargo isolado
em decorrência dos efeitos ex nunc da decisão, a é o tipo de cargo que não vem a ser escalonado em classes,
subsistência, até o julgamento definitivo da ação, tendo a natureza de ser único.
da validade dos atos anteriormente praticados com O cargo de carreira vem a ser aquele, nas palavras do
base em legislações eventualmente editadas durante mestre, que pode ser escalonado em classes, que é a junção
a vigência do dispositivo ora suspenso. [...] Vícios de cargos da mesma da área (profissão).
formais e materiais dos demais dispositivos constitu-

1
Assunto cobrado na prova do Cespe/DPE-AL/Defensor Público de 1ª Clas- 3
Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2012.
se/2009. 4
FCC/TST/Técnico Judiciário/Segurança Judiciária/2012.
2
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/PFN/PGFN/2012 e Cespe/TEFC/ 5
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-PR/Analista Judiciário/
TCU/Apoio Técnico e Administrativo/Técnica Administrativa/2012. Análise de Sistemas/2009 e Cespe/TRE-PR/Analista Judiciário/Médico/2009.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Requisitos para investidura em cargos públicos acarreta a nulidade de concurso público quando não
Segundo o Estatuto do Servidor Público Federal deve-se demonstrado prejuízo aos concorrentes. (AO 1.395-
comprovar: ED, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 24/6/2010,
• a nacionalidade;6 Plenário, DJE de 22/10/2010)
• estar em gozo dos direitos políticos;
A modificação de gabarito preliminar, anulando
• estar em dia com as obrigações militares e eleitorais;
questões ou alterando a alternativa correta, em de-
• o nível de escolaridade exigido para o exercício do corrência do julgamento de recursos apresentados
cargo;7 por candidatos não importa em nulidade do concurso
• ter a idade mínima de dezoito anos;8 público se houver previsão no edital dessa modifica-
• ter aptidão física e mental.9 ção. [...] Não cabe ao Poder Judiciário, no controle
jurisdicional da legalidade, substituir-se à banca
Urge ressaltar que as atribuições do cargo também po- examinadora do concurso público para reexaminar
dem trazer a necessidade de outros requisitos, desde que os critérios de correção das provas e o conteúdo
haja previsão em lei. das questões formuladas [...]. (MS 27.260, Rel. p/o
Das vagas para os portadores de deficiência ac. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 29/10/2009,
A Constituição Federal de 1988, por meio do consti- Plenário, DJE de 26/3/2010.) Vide: MS 30.344-AgR,
tuinte originário, deu um permissivo para que o legislador Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 21/6/2011,
infraconstitucional trouxesse o percentual de vagas para os Segunda Turma, DJE de 1º/8/2011; RE 434.708, Rel.
portadores de deficiência. A Lei nº 8. 112/1990 veio obe- Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 21/6/2005,
decer este comando constitucional e preceitua que deverá Primeira Turma, DJ de 9/9/2005.
ser de até 20 por cento10.
O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no
sentido de que a eliminação do candidato de con-
Da situação do estrangeiro no serviço público federal curso público que esteja respondendo a inquérito
A Constituição de 1988 também trouxe no seu corpo ou ação penal, sem pena condenatória transitada em
a possibilidade do estrangeiro poder prover cargos em julgado, fere o princípio da presunção de inocência.
instituições de pesquisa tecnológicas e científicas, como (AI 741.101-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento
professores, pesquisadores e também cientistas, mas re- em 28/4/2009, Segunda Turma, DJE de 29/5/2009)
gulamentados por meio da Lei nº 8.112/199011.
A Constituição não proíbe o acesso do estrangeiro, mas Prazo de validade do concurso público
ela restringe.
Sabe-se que o concurso público é obrigatório para ad-
missão de servidores na Administração Pública, podendo
Observação: No Brasil, o cargo de diplomata não pode deixar de ser exigido em algumas situações, citando-se
ser ocupado por um estrangeiro naturalizado brasileiro12. entre elas a contratação por tempo determinado, para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse
JURISPRUDÊNCIA: público13.
Nos termos da jurisprudência do STF, é cabível a in- A Lei nº 8.112/1990, por meio de comando constitucio-
denização por danos materiais nos casos de demora nal, afirma que o prazo de validade dos concursos públicos
na nomeação de candidatos aprovados em concursos será de até 2 (dois) anos, prorrogável uma única vez por
públicos, quando o óbice imposto pela administra- igual período. A data do início da contagem do prazo é da
ção pública é declarado inconstitucional pelo Poder homologação.
Judiciário. (RE 339.852-AgR, Rel. Min. Ayres Britto,
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

SÚMULAS SOBRE CONCURSOS PÚBLICOS:


julgamento em 26/4/2011, Segunda Turma, DJE de
É inconstitucional toda modalidade de provimento
18/8/2011)
que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
aprovação em concurso público destinado ao seu
Não há violação aos princípios da isonomia e da provimento, em cargo que não integra a carreira na
publicidade quando a divulgação das notas dos can- qual anteriormente investido. (Súmula nº 685)
didatos em concurso público ocorre em sessão pú-
blica, mesmo que em momento anterior ao previsto É inconstitucional o veto não motivado à participação
no edital, ainda mais quando, como no caso, todos de candidato a concurso público. (Súmula nº 684)
forem informados de sua ocorrência. A inobservância
de regra procedimental de divulgação de notas não A nomeação de funcionário sem concurso pode ser
desfeita antes da posse. (Súmula nº 17)
6
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Analista Judiciário/Administrativa/
Contabilidade/2012. Funcionário nomeado por concurso tem direito à
7
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área Adminis- posse. (Súmula nº 16)
trativa/2012.
8
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área Adminis-
trativa/2012. Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato
9
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Técnico Judiciário/Apoio
Especializado/Programação/2012 e Coperve/UFSC/Secretário Executivo/2011. aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo
10
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funrio/MJ/Administrador/2009 e FCC/ for preenchido sem observância da classificação.
TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Segurança/2011.
11
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/
(Súmula nº 15)
Administrativa/Contabilidade/2013, Funrio/MPOG/Analista Técnico Adminis-
trativo – Administraçao/2009 e Cespe/CNPq/Assistente 1/2011.
12
Assunto cobrado na prova do Cespe/MPS/Administrador/2010. Instituto Cidades/DPE-AM/Defensor Público/2011.
13

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Da Posse A título de exemplo: Deocleciano foi empossado como
A posse se configura pela assinatura do termo, que de- servidor efetivo do cargo público “X”. De acordo com a Lei
verão estar insertos: nº 8.112/1990, Deocleciano terá o prazo de quinze dias para
• as atribuições do cargo; entrar em exercício, contados da data da posse21.
• os deveres inerentes ao servidor; Caso o servidor não cumpra o prazo supra ele será exo-
• as responsabilidades que cabem ao servidor; nerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua
• os direitos relativos ao cargo ocupado. designação para função de confiança22.
A título de exemplo: Rivaldo Batera prestou concurso
A lei afirma que o termo de posse não poderá ser alterado público e foi classificado em 1º lugar. Foi nomeado, passou
unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos por inspeção médica, tomou posse e deixou decorrer in albis
de ofício previstos em lei. o prazo para entrar em exercício. Nessa situação, Rivaldo
O servidor aprovado em concurso, segundo a jurispru- será exonerado23.
dência, tem o direito subjetivo à nomeação, desde que te-
nha sido aprovado dentro do número de vagas do certame14. Do Provimento
Ao ser nomeado, a publicidade será por meio de diário A lei preceitua as maneiras legais de preencher, com-
oficial e o servidor terá 30 dias para tomar posse15. pletar, ou seja, “prover” os cargos que estão vagos. Ela
É salutar para o candidato, e também para o candidato enumera sete institutos. São eles: Nomeação, Promoção,
já servidor, ter conhecimento que a lei trata de uma exceção Aproveitamento, Reintegração, Readaptação, Reversão e
para o prazo da posse, ou seja, caso ele esteja em gozo de a Recondução24.
férias; licença para tratamento de saúde de pessoa da famí- As bancas, em regra, cobram o que vem a ser cada for-
lia; licença para capacitação; licença para o serviço militar; ma de provimento, logo é salutar ter sempre em mente os
participação em programa de treinamento regularmente conceitos de cada uma destas formas:
instituído, conforme dispuser o regulamento; júri e outros
serviços obrigatórios por lei; licenças gestante, adotante e Nomeação
paternidade, para tratamento da própria saúde, até o limite
JURISPRUDÊNCIA:
de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de
Dentro do prazo de validade do concurso, a admi-
serviço público prestado à União, em cargo de provimento
nistração poderá escolher o momento no qual se
efetivo; por motivo de acidente em serviço ou doença profis-
realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre
sional; para capacitação e finalmente por convocação para o
a própria nomeação, a qual, de acordo com o edital,
serviço militar, o servidor terá o prazo de 30 dias contados passa a constituir um direito do concursando apro-
após o término destes eventos impeditivos e não necessa- vado e, dessa forma, um dever imposto ao Poder
riamente do ato de nomeação publicado no diário oficial. Público. Uma vez publicado o edital do concurso com
Observações importantes inerentes à posse. São elas: número específico de vagas, o ato da administração
• Só poderá ocorrer a posse nos casos de provimento que declara os candidatos aprovados no certame cria
de cargo por nomeação16. um dever de nomeação para a própria administração
• Deverá declarar os bens e valores que constituem o e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo
patrimônio. candidato aprovado dentro desse número de vagas.
• Declarar ter ou não ter exercício em outro cargo, [...] O dever de boa-fé da administração pública
emprego ou função pública. exige o respeito incondicional às regras do edital,
• A posse dependerá de prévia inspeção médica ofi- inclusive quanto à previsão das vagas do concurso
cial17. público. Isso igualmente decorre de um necessário e
• O servidor empossado já ocupa cargo público, ainda incondicional respeito à segurança jurídica como prin-
que não tenha entrado em exercício18. cípio do Estado de Direito. Tem-se, aqui, o princípio
da segurança jurídica como princípio de proteção à Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
confiança. Quando a administração torna público um
Do Exercício edital de concurso, convocando todos os cidadãos a
É o efetivo desempenho das atribuições do cargo públi- participarem de seleção para o preenchimento de
co ou da função de confiança19. determinadas vagas no serviço público, ela impre-
Após ocorrer a investidura no cargo com a posse, o ser- terivelmente gera uma expectativa quanto ao seu
vidor terá o prazo de quinze dias para entrar em exercício20. comportamento segundo as regras previstas nesse
edital. Aqueles cidadãos que decidem se inscrever
14
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciá- e participar do certame público depositam sua con-
ria/2013.
15
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AP/Analista Judiciário – Con- fiança no Estado administrador, que deve atuar de
tabilidade/2011, FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010, forma responsável quanto às normas do edital e ob-
FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Administrativa/2009, FCC/TRE-PI/ servar o princípio da segurança jurídica como guia de
Analista Judiciário/2009 e FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área Admi-
nistrativa/2010. comportamento. Isso quer dizer, em outros termos,
16
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área que o comportamento da administração pública no
Administrativa/2010, FCC/TRE-PI/Analista Judiciário/2009 e FCC/TRF 4ª Região/
Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010.
17
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário 21
FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2011.
– Administrativa/2009 e FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrati- 22
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Bacen/Procurador/2009 e
va/2010. Consulplan/TSE/fevereiro/2012.
18
Cespe/Seplag-Seapa/2009. 23
Vunesp/TJ-SP/Juiz/2011.
19
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário 24
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Anatel/Técnico Administrati-
– Área Administrativa/2010, Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal Substituto e vo/2012, FCC/TST/Técnico Judiciário/Administrativa/2012, Esaf/MDIC/ACE/Gru-
Unemat/SAD-MT/Delegado de Polícia/2010/2009. po 1/2012, Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Operação de
20
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário Computador/2012, FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010,
– Administrativa/2009, FCC/TRE-PI/Analista Judiciário/2009, Cespe/TRF 1º FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul/Técnico Judiciário – Área
Região/Juiz Federal Substituto/2009 e FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa, Analista Judiciário – Área Administrativa/2010 e Funrio/MPOG/
Administrativa/2010. Analista Técnico Administrativo – Administraçao/2009.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
decorrer do concurso público deve se pautar pela 29/5/2001, Primeira Turma, DJ de 29/6/2001. Vide:
boa-fé, tanto no sentido objetivo quanto no aspecto MS 24.660, Rel. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julga-
subjetivo de respeito à confiança nela depositada mento em 3/2/2011, Plenário, DJE de 23/9/2011.
por todos os cidadãos. [...] Quando se afirma que a
Administração Pública tem a obrigação de nomear os É a forma de provimento sempre originária, ou seja, sem
aprovados dentro do número de vagas previsto no a ocorrência desta não poderão ocorrer as demais. Ela será
edital, deve-se levar em consideração a possibilida- para cargo efetivo ou em comissão, inclusive na condição
de de situações excepcionalíssimas que justifiquem de interino.
soluções diferenciadas, devidamente motivadas de
acordo com o interesse público. Não se pode ignorar Promoção
que determinadas situações excepcionais podem Quando um servidor “cresce” no mesmo cargo, ou seja,
exigir a recusa da Administração Pública de nomear “sobe” um degrau no mesmo cargo, ocorrerá a promoção.
novos servidores. Para justificar o excepcionalíssi- A promoção decorre do desenvolvimento do servidor
mo não cumprimento do dever de nomeação por na carreira, mediante o cumprimento dos requisitos esta-
parte da Administração Pública, é necessário que belecidos pela lei25.
a situação justificadora seja dotada das seguintes O legislador acreditou que o servidor ao ser promovido
características: a) Superveniência: os eventuais fatos “sobe um degrau” na carreira, ocorrendo assim a vacância
ensejadores de uma situação excepcional devem ser no “degrau” inferior, logo foi considerada como forma de
necessariamente posteriores à publicação do edital provimento e concomitantemente de vacância26.
do certame público; b) Imprevisibilidade: a situação
deve ser determinada por circunstâncias extraordi- JURISPRUDÊNCIA:
nárias, imprevisíveis à época da publicação do edital; A Administração Pública, observados os limites dita-
c) Gravidade: os acontecimentos extraordinários dos pela CF, atua de modo discricionário ao instituir
e imprevisíveis devem ser extremamente graves, o regime jurídico de seus agentes e ao elaborar novos
implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou planos de carreira, não podendo o servidor a ela
mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das estatutariamente vinculado invocar direito adquirido
regras do edital; d) Necessidade: a solução drástica para reivindicar enquadramento diverso daquele de-
e excepcional de não cumprimento do dever de terminado pelo Poder Público, com fundamento em
nomeação deve ser extremamente necessária, de norma de caráter legal. (RE 116.683, Rel. Min. Celso
forma que a administração somente pode adotar tal de Mello, julgamento em 11/6/1991, Primeira Turma,
medida quando absolutamente não existirem outros DJ de 13/3/1992) No mesmo sentido: AI 641.911-AgR,
meios menos gravosos para lidar com a situação Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8/9/2009,
excepcional e imprevisível. De toda forma, a recusa Primeira Turma, DJE de 2/10/2009.
de nomear candidato aprovado dentro do número
de vagas deve ser devidamente motivada e, dessa Aproveitamento
forma, passível de controle pelo Poder Judiciário. O aproveitamento, como forma de provimento, foi
[...] Esse entendimento, na medida em que atesta recepcionado pela Constituição Federal vigente27.
a existência de um direito subjetivo à nomeação, É o retorno do servidor que se encontrava em disponibi-
reconhece e preserva da melhor forma a força nor- lidade. Para ocorrer a disponibilidade, a CF/1988 preceitua
mativa do princípio do concurso público, que vincula no seu art. 41, que o servidor deverá ser estável (ter 3 anos
diretamente a administração. É preciso reconhecer de efetivo exercício), ter o cargo extinto e com isto ficará
que a efetividade da exigência constitucional do con- em disponibilidade aguardando o seu aproveitamento em
curso público, como uma incomensurável conquista cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o an-
da cidadania no Brasil, permanece condicionada teriormente ocupado.
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

à observância, pelo Poder Público, de normas de Podemos afirmar que o retorno do servidor a deter-
organização e procedimento e, principalmente, de minado cargo, tendo em vista que o cargo que ocupava
garantias fundamentais que possibilitem o seu pleno foi extinto ou declarado desnecessário se dará a o provei-
exercício pelos cidadãos. O reconhecimento de um tamento28.
direito subjetivo à nomeação deve passar a impor
limites à atuação da administração pública e dela Reintegração
exigir o estrito cumprimento das normas que regem É o retorno do servidor estável, demitido injustamente.
os certames, com especial observância dos deveres A título de exemplo: João, servidor público da Aneel,
de boa-fé e incondicional respeito à confiança dos teve sua demissão invalidada por decisão administrativa.
cidadãos. O princípio constitucional do concurso pú- Nessa situação, João deverá ser reintegrado ao cargo an-
blico é fortalecido quando o Poder Público assegura teriormente ocupado29.
e observa as garantias fundamentais que viabilizam Armando, Técnico Judiciário do Tribunal Regional
a efetividade desse princípio. Ao lado das garantias Eleitoral do Amazonas (estável), foi reinvestido no cargo
de publicidade, isonomia, transparência, impessoali- anteriormente ocupado, diante da invalidação da sua
dade, entre outras, o direito à nomeação representa demissão por decisão administrativa, com ressarcimento
também uma garantia fundamental da plena efetivi- de todas as vantagens. Nos termos da Lei nº 8.112/1990,
dade do princípio do concurso público. (RE 598.099, ocorreu a reintegração30.
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 10/8/2011,
Plenário, DJE de 3/10/2011, com repercussão geral.) 25
Esaf/CGU/AFC/Administrativa/2012.
26
Assunto cobrado na prova: Consulplan/TSE/fevereiro/2012.
No mesmo sentido: RE 227.480, Rel. p/o ac. Min. 27
Assunto cobrado na prova da Funiversa/Iphan/Auxiliar Institucional – Adminis-
Cármen Lúcia, julgamento em 16/9/2008, Primeira trativo/2009.
Turma, DJE de 21/8/2009. Em sentido contrário: Assunto cobrado na prova: Consulplan/TSE/fevereiro/2012.
28
29
Assunto cobrado na prova do Cespe/Aneel/Todos os Cargos/2010.
RE 290.346, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 30
FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Convém ressaltar que o legislador não vislumbrou a • servidor estável quando em atividade35;
possibilidade de um servidor não estável vir a ser demitido • servidor não ter mais de 5 anos de aposentado;
injustamente, logo como seria a sua volta ao serviço público • não ter 70 anos36;
federal? Acreditamos que ele retornaria, principalmente se • que haja cargo vago (percebe-se que o legislador
um direito ou garantia constitucional fosse suprimido. Como não permitiu nesta reversão o servidor ficar como
houve esta “lacuna” da lei, ele deveria retornar por meio de excedente)37;
uma forma de provimento inominada. • que cabe ao servidor aposentado fazer o pedido de
reversão38.
Readaptação
É para o servidor que está incapacitado física ou men- A título de exemplo: um ex-Agente do Departamento
talmente de exercer as atribuições inerentes ao seu cargo. de Polícia Federal, após ocupar esse cargo por trinta anos,
Após comprovação por junta médica, ele será readapta- aposentou-se voluntariamente em 2008, quando contava
do com equivalência de vencimentos e atribuição do cargo 60 anos de idade. Nessa situação, havendo cargo vago e
compatível. Podendo ficar como excedente, caso não haja interesse por parte da administração, há amparo legal para
cargo vago. eventual pedido de reversão desse servidor39.
Vamos imaginar um professor de uma escola técnica O retorno à atividade, a pedido do servidor público que
federal, ou até de uma faculdade federal, que trabalhasse ocupava cargo efetivo, com estabilidade, aposentado vo-
em contato diário com o giz, e  este fosse nocivo à saúde luntariamente há menos de cinco anos, para ocupar cargo
deste servidor público federal e a nocividade o incapacitas- vago na Administração Pública, denomina-se reversão40.
se para as atividades inerentes ao seu cargo de professor. Quanto à questão dos proventos e da nova remuneração
A Administração Pública deveria aposentar precocemente após a sua reversão, a lei preceitua que o servidor aposenta-
este servidor? Ou tentar “alocá-lo” em outra seção, longe do revertido deixará de receber os proventos relativos à sua
do contato com o giz, com as atribuições do cargo compatí- aposentadoria e passará a receber a remuneração inerente
veis com a de um professor? Segundo princípios do direito ao cargo que ocupava em atividade e somente terá os novos
administrativo a segunda opção é a mais sensata. proventos calculados, caso venha a se aposentar de novo,
Vamos mais longe, o  que aconteceria se o professor com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco
readaptado chegasse a nova seção e não tivesse vaga? anos no cargo.
O que iria acontecer como ele? O legislador fez a previsão
de que ele exerceria as suas novas funções como excedente. Recondução
Reversão O art. da Lei nº 8.112/1990 que trata deste instituto é o
O legislador de 1990 só fez alusão a uma reversão, mas 29, que afirma que é o retorno do servidor estável ao cargo
em 2001 foi inserida no corpo da Lei nº 8.112/1990, uma anteriormente ocupado e decorrerá em razão da inabilitação
nova reversão, por questões de didática vamos chamá-las em estágio probatório relativo a outro cargo e da reintegra-
de reversão 1 e reversão 2. ção do anterior ocupante.
A título de exemplo: Maria, que era servidora pública
Reversão 1 estável de um TRE, foi demitida do seu cargo em decorrência
É o retorno do servidor aposentado por invalidez, quando de um processo administrativo disciplinar, razão pela qual
cessa a causa incapacitante que deu origem à aposentadoria. ajuizou ação judicial para impugnar o ato de demissão.
Caso o seu cargo anterior já esteja ocupado, ele poderá O Poder Judiciário analisou a prova dos autos e proferiu
ficar como excedente. sentença que invalidou a demissão e determinou a rein-
A título de exemplo: Odair, servidor público federal, foi tegração da servidora ao cargo anteriormente ocupado,
regularmente aposentado por invalidez, no ano de 2005, após com ressarcimento de todas as vantagens. Entretanto, logo
perícia médica. Decorridos dois anos de sua aposentadoria, após a demissão de Maria, José, que também era servidor
Odair submeteu-se a uma nova perícia, oportunidade em que estável, e que ocupava outro cargo passou a ocupar a vaga
a junta médica oficial declarou insubsistentes os motivos da dela. Na situação hipotética, José deveria ser reconduzido Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
aposentadoria. A forma de provimento dos cargos públicos ao cargo de origem41.
adequada para que Odair retorne à atividade é a reversão31. Ao funcionário público federal estável aprovado em
No mesmo sentido, Clotilde, servidora pública civil novo concurso público, para outro órgão, mas não habi-
federal, está aposentada por invalidez. Na última perícia litado no estágio probatório desse novo cargo aplica-se,
realizada para avaliação das condições de sua saúde, uma para que retorne ao cargo por ele anteriormente ocupado,
junta médica oficial declarou insubsistentes os motivos de o instituto da recondução42.
sua aposentadoria determinando o retorno de Clotilde à Obs.: A exoneração de servidor público em consequên-
atividade. Neste caso, ocorreu a reversão32. cia de inabilitação em estágio probatório não configura
Logo, podemos afirmar que o restabelecimento, por punição43.
laudo médico de servidor aposentado por invalidez dará
a reversão33.
Reversão 2
35
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especiali-
zado/Programação de Sistemas/2012.
Por interesse da administração, neste caso deve-se 36
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especiali-
sempre observar: zado/Programação de Sistemas/2012.
• servidor aposentado voluntariamente34;
37
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especiali-
zado/Programação de Sistemas/2012.
38
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especiali-
zado/Programação de Sistemas/2012.
31
Cesgranrio/Bacen/Analista/2010. 39
Assunto cobrado na prova da Movens/Ministério da Cultura/Analista Adminis-
32
FCC/TRE-AP/Analista Judiciário – Contabilidade/2011. trativo/2010.
33
Assunto cobrado na prova: Consulplan/TSE/fevereiro/2012. 40
FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012.
34
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio 41
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
Especializado/Programação de Sistemas/2012 e Cespe/Ibama/Técnico Admi- 42
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/2013.
nistrativo/2012. 43
Cespe/PC-CE/Inspetor/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Logo será necessário o estudo das duas reconduções. Questão interessante é a que pertine ao prazo do estágio
probatório. O art. 20 da Lei nº 8.112/1990 preceitua sobre
JURISPRUDÊNCIA: estágio probatório e afirma que será de 24 meses45.
Se o servidor federal estável, submetido a estágio A questão sobre estágio sempre traz dúvidas e chega a
probatório em novo cargo público, desiste de exercer ser polêmica, mas vamos tentar dirimi-la:
a nova função, tem ele o direito a ser reconduzido A Constituição Federal em 5 de outubro de 1988 precei-
ao cargo ocupado anteriormente no serviço público. tuava no seu corpo, ou seja, no art. 41, que a estabilidade do
Com esse entendimento, o Tribunal deferiu mandado servidor público seria adquirida após dois anos de efetivo
de segurança para assegurar ao impetrante, servidor exercício.
sujeito a estágio probatório no cargo de Escrivão da A Lei nº 8.112/1990 surge em dezembro de 1990 e seu
Polícia Federal, o retorno ao cargo de Policial Rodo- art. 20 preceituava que o estágio probatório para o servidor
viário Federal, observado, se for o caso, o disposto detentor de cargo efetivo seria de vinte e quatro meses,
no art. 29, parágrafo único da Lei nº 8.112/1990 onde eram avaliados a sua assiduidade, responsabilidade,
(“Encontrando-se provido o cargo de origem, o produtividade, capacidade de iniciativa e a sua disciplina.
servidor será aproveitado em outro, observado o Como se percebe, eram atos praticamente “casados”,
disposto no art. 30.”). Considerou-se que o art. 20, § a habilitação no estágio probatório e a aquisição da estabi-
2º, da Lei nº 8.112/1990 (“O servidor não aprovado lidade. Nesta época não pairavam dúvidas.
no estágio probatório será exonerado ou, se estável, Porém, a  Constituição Federal de 1988 sofreu uma
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, ...”) alteração por meio da Emenda Constitucional nº 19, e o
autoriza a recondução do servidor estável na hipó- art. 41 modificaram a estabilidade para três anos de efe-
tese de desistência voluntária deste em continuar o tivo exercício46 e a Lei nº 8.112/1990 não sofre alteração e
estágio probatório, reconhecendo ele próprio a sua o estágio probatório permanece em vinte e quatro meses.
inadaptação no novo cargo. Precedente citado: MS A partir da referida Emenda Constitucional começam a
22.933-DF (DJU de 13/11/1998). MS 23.577-DF, rel. surgir celeumas.
Min. Carlos Velloso, 15/5/2002. (MS-23577). A Advocacia Geral da União, por volta de abril de 2004,
emite um parecer, por meio do Advogado Geral da União,
Recondução do Servidor Inabilitado no Estágio afirmando que o estágio probatório em toda Administração
Probatório Pública seria de três anos, fazendo com isto que os atos
administrativos voltassem novamente a ser praticamente
JURISPRUDÊNCIA: casados, como antes da Emenda Constitucional nº 19.
Estágio probatório. Funcionário estável da Imprensa Com isto ficou a indagação: o que tem mais “força”, um
Nacional admitido, por concurso público, ao cargo regulamento ou uma lei? Para resolver tal problema, este
de Agente de Polícia do Distrito Federal. Natureza, parecer do Advogado Geral da União foi levado à apreciação
inerente ao estágio, de complemento do processo do senhor Presidente da República que anuiu ao parecer e
seletivo, sendo, igualmente, sua finalidade a de mandou publicá-lo em Diário Oficial.
aferir a adaptabilidade do servidor ao desempenho Em razão de tal procedimento, o referido parecer passou
de suas novas funções. Consequente possibilidade, a ter força normativa, pois preencheu os requisitos da Lei
durante o seu curso, de desistência do estágio, com
Complementar nº 73, no seu art. 40, que afirma que todo
retorno ao cargo de origem (art. 20, § 2º, da Lei
parecer oriundo do Advogado Geral da União que for levado
nº 8.112/1990). Inocorrência de ofensa ao princípio
da autonomia das Unidades da Federação, por ser à apreciação do Presidente da República e essa publicação
mantida pela União a Polícia Civil do Distrito Federal em diário oficial vinculará toda Administração Pública.
(Constituição, art. 21, XIV). Mandado de segurança Tal problema, a princípio, estaria resolvido, porém alguns
servidores insatisfeitos com tal comando, porque alguns
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

deferido. (STF, MS 22933, DF, Tribunal Pleno, Relator


Min. OCTAVIO GALLOTTI, Julgamento: 26/6/1998, DJ órgãos ou entidades não promoviam o servidor enquanto
DATA-13/11/1998 PP-00005)”. estivesse em estágio probatório. Logo, foram ajuizadas
ações pleiteando o estágio probatório por meio da Lei
Vamos imaginar um servidor público federal estável (a nº 8.112/1990, ou seja, vinte e quatro meses.
estabilidade é adquirida com 3 anos de efetivo exercício) do A questão sobredita, na época, foi apreciada pelo STJ e
Ministério da Cultura. Ele foi aprovado e nomeado para um ficou entendido que deveria ser cumprido o prazo do estágio
novo cargo em outro órgão ou entidade da Administração probatório de vinte e quatro meses. Tanto que o próprio
Pública Federal. Os cargos não são acumuláveis (fogem a ex- tribunal passou a entender que os seus servidores deveriam
ceção prevista na CF/1988, art. 37, XVI). Este servidor deverá ter o estágio probatório segundo a Lei nº  8.112/1990. (O
declarar a vacância no seu órgão (Ministério da Cultura) e STF, TJDFT e o TCU passaram a ter tal entendimento para
irá para o novo órgão ou entidade. Caso ele não consiga ser seus servidores).
habilitado no estágio do novo cargo, ele será reconduzido ao Ante o exposto alguns órgãos tratavam o estágio proba-
cargo de origem. Em suma, ele retornará para o Ministério tório segundo o parecer da Advocacia Geral da União e os
da Cultura, no cargo que anteriormente ocupava. tribunais acima segundo a Lei nº 8.112/1990.
A título de exemplo: Mélvio, Analista Judiciário, será Em abril de 2008, surge a Medida Provisória nº  431,
reintegrado no cargo anteriormente ocupado. Porém, que alterava o art.  20 da Lei nº  8.112/1990 para trinta e
esse cargo anterior já encontra-se provido e ocupado por seis meses.
Isabela, servidora pública estável. Nesse caso, entre outras
hipóteses, Isabela será reconduzida ao cargo de origem, Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área Adminis-
45

sem direito a indenização, ou aproveitada em outro cargo44. trativa/2011.


Assunto cobrado nas seguintes provas: Exames/Prefeitura de Ingá-PB/Auditor
46

de Controle Interno/2011 e Fepese/MPE/Procurador Geral do Ministério


FCC/TRE-AL/Analista Judiciário – Administrativa/2010.
44
Público/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Aparentemente a questão inerente ao estágio probatório Agora como resolver a questão em concursos quando
estava dirimida. Porém, na conversão da Medida Provisória tratar do estágio probatório? Afirmar de forma contundente
em Lei, o Congresso Nacional não permite a referida altera- é difícil ante a todo histórico inerente ao prazo do estágio
ção e o art. 20 voltou a ser de vinte e quatro meses. probatório, mas entendemos que se o comando da questão re-
Em abril de 2009 o STJ, por meio do MS nº 12. 523-DF ferir ao texto expresso da Lei nº 8.112/1990 o candidato deve
Relator Ministro Felix Fischer, volta a apreciar a questão marcar o que pede a questão, ou seja, vinte e quatro meses.
inerente ao estágio probatório e decidiu que: E se pedir o entendimento jurisprudencial? O candidato
deve marcar três anos, igualando-se a estabilidade.
I  – estágio probatório é o período compreen­dido A indagação que fica é: se o examinador não se referir a
entre a nomeação e a aquisição de estabilidade no nada, nem a lei e nem a jurisprudência? Acredito que quais-
serviço público, no qual são avaliadas a aptidão, quer das respostas poderiam responder a questão, pois com
a eficiência e a capacidade do servidor para o efetivo certeza muitos candidatos iriam interpor recursos.
exercício do cargo respectivo. Nesta situação, acredito que o candidato deve primeiro
II – Com efeito, o prazo do estágio probatório dos ser- avaliar o tipo de prova, ou seja, se o examinador está apenas
vidores públicos deve observar a alteração promovida copiando a lei para formular as questões, neste caso ele
pela Emenda Constitucional nº 19/1998 no art. 41 poderia estar cobrando o comando da Lei nº 8.112/1990,
que preceitua vinte e quatro meses.
da Constituição Federal, no tocante ao aumento do
Caso a prova contenha questões que exijam raciocínio
lapso temporal para a aquisição da estabilidade no
do candidato ou as questões sejam contextualizadas, onde
serviço público para 3 (três) anos, visto que, apesar
se percebe que o examinador quer ir além do “decoreba”
de institutos jurídicos distintos, encontram-se prag-
da lei, a resposta plausível seria três anos, igualando-se a
maticamente ligados. estabilidade.
III – Destaque para a redação do art. 28 da Emenda Urge ressaltar que quaisquer das respostas iriam dar
Constitucional nº 19/1998, que vem a confirmar o ra- subsídios a recursos.
ciocínio de que a alteração do prazo para a aquisição Vamos às perguntas clássicas sobre a recondução:
da estabilidade repercutiu no prazo do estágio pro- A uma, se o cargo do servidor reconduzido estiver ex-
batório, senão seria de todo desnecessária a menção tinto?
aos atuais servidores em estágio probatório; bastaria, – Este servidor seria colocado em disponibilidade, aguar-
então, que se determinasse a aplicação do prazo de dando seu aproveitamento.
3 (três) anos aos novos servidores, sem qualquer A duas, se o servidor estável pedisse a sua recondução
explicitação, caso não houvesse conexão entre os por desistência do estágio probatório no novo cargo?
institutos da estabilidade e do estágio probatório... – A Lei nº  8.112/1990 não trouxe previsão sobre esta
[...] situação, porém o STF entende que ele tem direito a ser
reconduzido.
Logo, ante o exposto, o  STJ passou a entender que o E por fim, se o servidor não estável não conseguir ser
prazo do estágio probatório e a estabilidade se igualam47. habilitado no novo estágio?
O STF, por meio do AI n° 754802, de 7 de junho de 2011, – Ele será exonerado.
também passou a entender que deve ocorrer a aplicação do
prazo COMUM para o instituto da estabilidade e também do Da Reintegração do Anterior Ocupante
estágio probatório (Vide o Julgado): Para entendermos este tipo de recondução será melhor
por meio de uma situação hipotética.
STF Vamos imaginar que um servidor estável, cujo nome é
Processo: AI 754802 DF Azarildo, esteja ocupando um determinado cargo e a pessoa
Relator(a): Min. GILMAR MENDES que antes ocupava cargo de Azarildo tenha voltado, pois a sua
Julgamento: 07/06/2011 demissão foi injusta. O que vai acontecer com Azarildo? Ele Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
Órgão Julgador: Segunda Turma irá retornar ao seu cargo anterior, por meio da recondução.
Publicação: DJe-118 DIVULG 20/6/2011 PUBLIC Logo, quem será reconduzido é o servidor estável que ocupa
21/6/2011 EMENT VOL-02548-02PP-00357 o cargo do servidor reintegrado.
Parte(s): MIN. GILMAR MENDES
UNIÃO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Da Vacância
CHRISTINE PHILIPP STEINER E OUTRO(A/S) Este instituto aborda as maneiras de deixar um cargo
JOÃO BELMINO CHAVES vago, para que se possa ocorrer um futuro provimento.
As formas estão expressas na Lei nº 8.112/1990:
Ementa
1. Embargos de declaração em agravo regimental em
Promoção
agravo de instrumento.
Se um Servidor Público Federal “cresce” dentro da sua
2. Vinculação entre o instituto da estabilidade,
carreira, ele hipoteticamente está subindo um “degrau”,
definida no art. 41 da Constituição Federal, e o do logo o legislador vislumbrou que o “degrau” que ele ocupava
estágio probatório. antes ficou vazio, gerando assim vacância48. Percebemos
3. Aplicação de prazo comum de três anos a ambos
os institutos. Cespe/Superior Tribunal Militar/Analista Judiciário – Apoio Especializado –
48

4. Precedentes. Arquitetura, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Economia, Técnico


Judiciário – Administrativa – Telecomunicações e Eletricidade, Analista Judiciário
5. Embargos de declaração acolhidos com efeitos – Apoio Especializado – Medicina – Geriatria, Analista Judiciário – Apoio Especia-
infringentes. lizado – Revisor de Texto, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Psicologia,
Analista Judiciário – Apoio Especializado – Engenharia Mecânica, Analista
Judiciário – Apoio Especializado – Engenharia Civil, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Análise de Sistemas, Analista Judiciário – Apoio Especializado –
Assunto cobrado na prova do Cespe/TCE-ES/Procurador Especial de Con-
47
Biblioteconomia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatística, Analista
tas/2009. Judiciário – Apoio Especializado – Comunicação Social, Analista Judiciário –

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
com isto que a promoção é forma concomitante de provi- de perita criminal com especialidade em medicina
mento e vacância. veterinária, como ocorre neste mandado de seguran-
ça. A especialidade médica não pode ser confundida
Posse em Cargo Inacumulável sequer com a especialidade veterinária. Cada qual
guarda característica própria que as separam para
JURISPRUDÊNCIA: efeito da acumulação vedada pela Constituição da
Servidor público em situação de acumulação ilícita de República. (RE 248.248, Rel. Min. Menezes Direito,
cargos ou empregos pode se valer da oportunidade julgamento em 2/9/2008, Primeira Turma, DJE de
prevista no art. 133, § 5º, da Lei nº 8.112/1990 para 14/11/2008)
apresentar proposta de solução, comprovando o
JURISPRUDÊNCIA:
desfazimento dos vínculos, de forma a se enquadrar
Magistério. Acumulação de proventos de uma apo-
nas hipóteses de cumulação lícita. Contudo, o art. sentadoria com duas remunerações. Retorno ao ser-
133, § 5º, da Lei nº 8.112/1990 não autoriza que viço público por concurso público antes do advento
o servidor prolongue indefinidamente a situação da EC 20/1998. Possibilidade. É possível a acumulação
ilegal, esperando se valer do dispositivo legal para de proventos oriundos de uma aposentadoria com
caracterizar, como sendo de boa-fé, a proposta de duas remunerações quando o servidor foi aprovado
solução apresentada com atraso. No caso em exame, em concurso público antes do advento da EC 20.
os empregadores do impetrante, quando consultados O art. 11 da EC 20 convalidou o reingresso – até a data
a respeito do desfazimento dos vínculos – fato que da sua publicação – do inativo no serviço público, por
tinha sido informado pelo próprio impetrante ao INSS meio de concurso. A convalidação alcança os venci-
–, informaram que estes não haviam sido desfeitos, mentos em duplicidade se os cargos são acumuláveis
tendo um deles sido inclusive renovado. Recurso or- na forma do disposto no art. 37, XVI, da Constituição
dinário a que se nega provimento. (RMS 26.929, Rel. do Brasil, vedada, todavia, a percepção de mais de
Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 19/10/2010, uma aposentadoria. (RE 489.776-AgR, Eros Grau,
Segunda Turma, DJE de 11/11/2010) julgamento em 17/6/2008, Segunda Turma, DJE de
1º/8/2008.) No mesmo sentido: RE 599.909-AgR,
A Constituição Federal de 1988, no seu art.  37, XVI, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 7/12/2010,
Segunda Turma, DJE de 1º/2/2011; AI 483.076-AgR-
trata da acumulação legal e ela firma que o servidor pode
-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em
acumular dois cargos de professor, um técnico ou científico 16/11/2010, Segunda Turma, DJE de 1º/12/2010.
e mais outro de professor e, também dois privativos de
profissionais da área da saúde desde que a profissão esteja Para efeitos do disposto no art. 37, XVII, da Consti-
regulamentada em lei49. Logo, caso o servidor não se enqua- tuição são sociedades de economia mista aquelas
dre nessas exceções estará na acumulação ilegal, portanto, – anônimas ou não – sob o controle da União, dos
deverá ser notificado para optar no prazo de dez dias, sendo Estados-membros, do Distrito Federal ou dos Mu-
obrigatória a vacância em um dos cargos ou nos dois. nicípios, independentemente da circunstância de
terem sido ‘criadas por lei’. Configura-se a má-fé do
JURISPRUDÊNCIA: servidor que acumula cargos públicos de forma ilegal
Acumulação de emprego de atendente de telecomu- quando, embora devidamente notificado para optar
nicações de sociedade de economia mista, com cargo por um dos cargos, não o faz, consubstanciando, sua
público de magistério. Quando viável, em recurso omissão, disposição de persistir na prática do ilícito.
extraordinário, o reexame das atribuições daquele (RMS 24.249, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em
emprego (atividade de telefonista), correto, ainda 14/9/2004, Primeira Turma, DJ de 3/6/2005)
assim, o acórdão recorrido, no sentido de se revesti- A acumulação de proventos e vencimentos somente
rem elas de ‘características simples e repetitivas’, de
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

é permitida quando se tratar de cargos, funções ou


modo a afastar-se a incidência do permissivo do art. empregos acumuláveis na atividade, na forma per-
37, XVI, b, da Constituição. (AI 192.918-AgR, Rel. Min. mitida pela Constituição. CF, art. 37, XVI, XVII; art. 95,
Octavio Gallotti, julgamento em 3/6/1997, Primeira parágrafo único, I. Na vigência da Constituição de 1946,
Turma, DJ de 12/9/1997) art. 185, que continha norma igual a que está inscrita
no art. 37, XVI, CF/1988, a jurisprudência do Supremo
A Constituição Federal prevê a possibilidade da Tribunal Federal era no sentido da impossibilidade da
acumulação de cargos privativos de profissionais da acumulação de proventos com vencimentos, salvo se
saúde, em que se incluem os assistentes sociais. (RE os cargos de que decorrem essas remunerações fos-
553.670-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em sem acumuláveis. Precedentes do STF: RE 81.729-SP,
14/9/2010, Segunda Turma, DJE de 1º/10/2010) Vide: ERE 68.480, MS 19.902, RE 77.237-SP, RE 76.241-RJ.
AI 169.323-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento (RE 163.204, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em
em 18/6/1996, Segunda Turma, DJ de 14/11/1996. 9/11/2004, Plenário, DJ de 31/3/1995)

O art. 37, XVI, c, da CF autoriza a acumulação de dois Observação: Conforme entendimento do STJ, é vedada
cargos de médico, não sendo compatível interpre- a acumulação do cargo de Professor com o de Agente de
tação ampliativa para abrigar no conceito o cargo Polícia Civil, o qual não se caracteriza como cargo técnico50.

Apoio Especializado – Contabilidade, Analista Judiciário – Apoio Especializado Falecimento


– Arquivologia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Engenharia Elétrica, Com a morte do servidor é fato que irá gerar vacância
Técnico Judiciário – Administrativa – Mecânica, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Administração, Analista Judiciário – Apoio Especializado – no cargo.
Restauração, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista
Judiciário – Apoio Especializado – Medicina – Clínica Médica/2011.
49
Assunto cobrado nas seguintes provas: FMP-RS/TCE-RS/Auditor – Ciências
Econômicas/2011 e Fepese/MPE/Procurador Geral do Ministério Público/2010. Cespe/TCE-ES/Procurador Especial de Contas/2009.
50

10

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Exoneração consumado, entendeu, ainda, a Turma em afastá-la,
Existem várias maneiras de ocorrer a exoneração, como pois a lotação na cidade do Rio de Janeiro decorreu
já vimos. Poderá ser a pedido, caso o servidor não estável de decisão judicial provisória por força de tutela an-
não seja habilitado no estágio probatório51; se o servidor tecipatória e tornar definitiva essa lotação, mesmo
não estável tenha seu cargo extinto; na hipótese da União com a declaração judicial de não cumprimento dos
ultrapassar o limite de despesas (LRF – Lei de Responsabili- requisitos legalmente previstos, permitiria consolidar
dade Fiscal) e venha a ser mal avaliado anualmente (segundo uma situação contrária à lei. Daí negou provimento
regulamentos) etc. ao recurso. Precedentes citados do STF: RE 587.260-
RN, DJe 23/10/2009; do STJ: REsp 616.831-SE, DJ
Readaptação 14/5/2007; REsp 674.783-CE, DJ 30/10/2006, e REsp
Caso o servidor sofra limitações físicas ou mentais e 674.679-PE, DJ 5/12/2005. REsp 1.189.485-RJ, Rel.
não possa exercer as funções do seu cargo, ele poderá ser Min. Eliana Calmon, julgado em 17/6/2010.
readaptado gerando assim vacância neste cargo.
É necessário ter em mente que a reversão não é forma Agora, caso o cônjuge tenha sido “afastado”, o cônjuge
de vacância, pois as bancas gostam de tentar confundir não deslocado, a princípio, terá direito a licença por afasta-
o candidato afirmando que ela é forma concomitante de mento do cônjuge (art. 84, § 1º da Lei nº 8.112/1990).
provimento de vacância.
INFORMATIVO STJ Nº 0456
Aposentadoria LICENÇA. DESLOCAMENTO. CÔNJUGE. EXERCÍCIO
Também é fato, que a passagem do servidor para a ina- PROVISÓRIO.
tividade gera vacância. No caso, servidora da Justiça trabalhista lotada em
Porto Alegre formulou pedido administrativo para
Demissão
que lhe fosse concedida licença por motivo de des-
É importante salientar que a demissão tem cunho puni-
locamento de cônjuge (art. 84 da Lei nº 8.112/1990),
tivo, ou seja, disciplinar, conforme preceitua o art. 127 da
pois seu esposo foi aprovado em concurso público
Lei nº 8.112/1990 e a exoneração não tem cunho punitivo.
realizado em prefeitura no Estado do Rio de Janeiro,
tendo tomado posse em 16/7/1999. Solicitou, ainda,
Da Remoção, Redistribuição e Substituição que exercesse provisoriamente cargo compatível
Remoção com o seu, o que poderia se dar no TRT da 1ª Região,
Caso o servidor esteja lotado em um determinado órgão com sede no Rio de Janeiro. Indeferido o pedido,
ou entidade de um ente da federação e ele tenha que ir ajuizou ação ordinária. A Turma, entre outras ques-
para outro Estado ou cidade, este deslocamento é chamado tões, entendeu que o pedido de concessão de licença
de remoção, que pode ser de ofício, a pedido, a critério da formulado na referida ação possui natureza distinta
Administração e ao seu pedido independente. da atinente ao instituto da remoção, previsto no art.
A remoção não é uma forma de provimento52. 36, parágrafo único, III, a, da Lei nº 8.112/1990. O
Questão interessante que está sendo cobrada pelas ban- pedido está embasado no art. 84 da mencionada lei
cas é aquela que menciona um casal de servidores, sendo e, uma vez preenchidos pelo servidor os requisitos
um deles deslocado da sede. O que poderá ocorrer com o ali previstos, não há espaço para juízo discricionário
cônjuge que não foi deslocado? da Administração, devendo a licença ser concedida,
Na situação do servidor ser removido no interesse da pois se trata de um direito do servidor, em que a
administração, o cônjuge que ficou terá o direito de ser remo- Administração não realiza juízo de conveniência e
vido a pedido independente do interesse da administração. oportunidade. Quanto ao exercício provisório em
Caso o cônjuge que foi deslocado for tomar posse em outro órgão, este é cabível, pois preenchidos todos
outro órgão ou entidade em localidade distinta da atual, os pressupostos para o seu deferimento. Sendo a
o cônjuge que ficou não terá o direito subjetivo, segundo o autora analista judiciária, poderá exercer seu mister
STJ, de ser removido. no TRT da 1ª Região. REsp 871.762-RS, Rel. Min. Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
Laurita Vaz, julgado em 16/11/2010.
INFORMATIVO STJ Nº 0439
REMOÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO. Redistribuição
Trata-se da remoção de servidor público, ora recor- A remoção, como vimos, desloca o serviço e a redistri-
rente, que tomou posse no cargo de auditor fiscal da buição irá gerar o deslocamento do cargo de provimento
Receita Federal com lotação em Foz do Iguaçu-PR e, efetivo ocupado ou vago para outro órgão ou entidade
posteriormente, casou-se com servidora pública do sempre do mesmo poder com autorização do Sistema de
estado do Rio de Janeiro, a qual veio a engravidar. Na Pessoal Civil (Sipec)53.
origem, obteve antecipação de tutela que permitiu Na redistribuição, deve ser sempre observado o interesse
sua lotação provisória na cidade do Rio de Janeiro, há da administração, a equivalência remuneratória, atribuições,
quase dez anos. Diante disso, a Turma entendeu que responsabilidades, e complexidades do cargo compatíveis.
O legislador prevê que o servidor que não foi redistribuí­
a pretensão recursal não encontra respaldo no art. 36,
do ou colocado em disponibilidade, ficará sob a tutela do
III, a, da Lei nº 8.112/1990 nem na jurisprudência, uma
Sipec e poderá também ter exercício provisório em outro
vez que o recorrente já era servidor quando, volunta-
órgão ou entidade54.
riamente, casou-se com a servidora estadual. Assim,
somente após o casamento, pleiteou a remoção, não
Substituição
havendo o deslocamento do cônjuge no interesse
Um servidor que possua funções de direção ou chefia
da Administração, logo não foi preenchido um dos
terá, a  princípio, seu substituto indicado em regimento
requisitos do referido artigo. Quanto à teoria do fato
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNPq/Assistente 1/2011.
51
Assunto cobrado na prova do Cespe/OAB-Nacional/2009-1.
53

Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MF/ATA/2012, Cespe/TRE-RJ/


52
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Seguran-
54

Técnico Judiciário/Administrativa/2012 e Cespe/PC-CE/Inspetor/2012. ça/2011.

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interno. Caso este servidor tenha que ser substituído, o seu de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiên-
substituto irá assumir automaticamente e cumulativamente cia de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas
suas funções55. até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
Ele fará jus à retribuição do substituído no prazo supe- § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica
rior a 30 dias consecutivos e deverá optar pela remuneração e tecnológica federais poderão prover seus cargos com pro-
de um deles durante o respectivo período56. fessores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com
O Cespe recentemente cobrou uma questão relativa as normas e os procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei
à substituição, porém, a  banca entendeu que o servidor nº 9.515, de 20/11/1997)
substituto tem direito a retribuição por chefia ou direção, Art.  6º O provimento dos cargos públicos far-se-á
ainda que o período seja inferior a 30 dias. O embasamento mediante ato da autoridade competente de cada Poder58.
se deu por meio do Acórdão do Tribunal de Contas da União Art.  7º A investidura em cargo público ocorrerá com
(TCU – Acórdão nº 3.275/2006). a posse59.
Em suma, quando se desloca o servidor, trata-se de Art. 8º São formas de provimento de cargo público:
remoção; quando se desloca o cargo, será a redistribuição. I – nomeação;
II – promoção;
LEITURA DA LEI Nº 8.112/1990 III – (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
IV – (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
TÍTULO I V – readaptação;
VI – reversão;
CAPÍTULO ÚNICO VII – aproveitamento;
VIII – reintegração;
Das Disposições Preliminares
IX – recondução.
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores
Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em re- Observação: Não são formas de provimento de cargo
gime especial, e das fundações públicas federais. público a ascensão e a transferência60.
Art.  2º  Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa Ademais, ascensão ou acesso é a forma de progres-
são pela qual o servidor é elevado de cargo situado
legalmente investida em cargo público.
na classe mais elevada de uma carreira para cargo
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e res-
da classe inicial de carreira diversa ou de carreira
ponsabilidades previstas na estrutura organizacional que
tida como complementar da anterior61.
devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos
Seção II
os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria
Da Nomeação
e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento
em caráter efetivo ou em comissão57.
Art. 9º A nomeação far-se-á:
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado
os casos previstos em lei. de provimento efetivo ou de carreira62;
II  –  em comissão, inclusive na condição de interino,
TÍTULO II para cargos de confiança vagos63. (Redação dada pela Lei
DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, nº 9.527, de 10/12/1997)
REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
A título de exemplo: Lupércio é servidor ocupante do
CAPÍTULO I cargo em comissão X. A autoridade administrativa
Do Provimento competente pretende nomeá-lo para ter exercício
interinamente, em outro cargo de confiança, o
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

Seção I cargo Y, sem prejuízo das atribuições do que atu-


Disposições Gerais almente ocupa. Esta hipótese é permitida pela Lei
nº 8.112/1990, mas Lupércio deverá optar pela
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo remuneração de um dos cargos durante o período
público: da interinidade.64
I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos; Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em co-
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais; missão ou de natureza especial poderá ser nomeado para
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança,
cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos; 58
FCC/TRE-AM/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010.
VI – aptidão física e mental. 59
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Área Administrati-
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência va/2012, Cespe/MEC/Agente Administrativo/2009, Fepese/MPE/Procurador
Geral do Ministério Público/2010 e FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Área
de outros requisitos estabelecidos em lei. Administrativa/2010.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o 60
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/CNPq/Assistente 1/2011, FCC/TRT 7ª
Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2009, FCC/Tribunal Regional
direito de se inscrever em concurso público para provimento Eleitoral do Rio Grande do Sul/Técnico Judiciário – Área Administrativa, Analista
Judiciário – Área Administrativa/2010 e FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área
55
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Analista Judiciário – Área Admi- Administrativa/2010.
nistrativa/2010. 61
Unemat/SAD-MT/Delegado de Polícia/2010.
56
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área 62
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área
Administrativa/Contabilidade/2013 e Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010 e FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrati-
Administrativa/2013. va/2010.
57
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário 63
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AP/Analista Judiciário – Contabilida-
– Administrativa/2009 e Funrio/MPOG/Analista Técnico Administrativo – Ad- de/2011.
ministração/2009. 64
FCC/TRE-AP/Analista Judiciário – Área Administrativa/2011.

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sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, §  3º A posse poderá dar-se mediante procuração es-
hipótese em que deverá optar pela remuneração de um pecífica73.
deles durante o período da interinidade65. (Redação dada § 4º Só haverá posse nos casos de provimento de car-
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) go por nomeação74. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo iso- 10/12/1997)
lado de provimento efetivo depende de prévia habilitação § 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração
em concurso público de provas ou de provas e títulos, obe- de bens e valores que constituem seu patrimônio e decla-
decidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade66. ração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e ou função pública.
o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante pro-
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a
moção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes
do sistema de carreira na Administração Pública Federal e posse não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo.
seus regulamentos67. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia
10/12/1997) inspeção médica oficial75.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for
Seção III julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
Do Concurso Público
JURISPRUDÊNCIA:
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, Concurso
podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuse- Razoabilidade da exigência de altura mínima para
rem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, ingresso na carreira de delegado de polícia, dada a
condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do natureza do cargo a ser exercido. Violação ao princí-
valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, pio da isonomia. Inexistência. (RE 140.889, Rel. para o
e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 30/5/2000,
previstas68. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Segunda Turma, DJ de 15/12/2000.)
(Regulamento)
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições
anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual do cargo público ou da função de confiança. (Redação dada
período69. pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de § 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado
sua realização serão fixados em edital, que será publicado em cargo público entrar em exercício, contados da data da
no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande posse. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
circulação.
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tor-
§  2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver
nado sem efeito o ato de sua designação para função de
candidato aprovado em concurso anterior com prazo de
validade não expirado70. (Vide o Decreto nº 6.944 de 21 de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos
agosto de 2009, que dispõe sobre as normas gerais relativas neste artigo, observado o disposto no art. 1876. (Redação
a concursos) dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para
Seção IV onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe
Da Posse e do Exercício exercício. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 4º O início do exercício de função de confiança coin-
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo cidirá com a data de publicação do ato de designação,
termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por
as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocu- qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no
pado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por primeiro dia útil após o término do impedimento, que não Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos poderá exceder a trinta dias da publicação77. (Incluído pela
em lei. Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício
da publicação do ato de provimento71. (Redação dada pela do exercício serão registrados no assentamento individual
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) do servidor78.
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apre-
publicação do ato de provimento, em licença prevista nos
sentará ao órgão competente os elementos necessários ao
incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos
incisos I, IV, VI, VIII, alíneas a, b, d, e e f, IX e X do art. 102, seu assentamento individual.
o prazo será contado do término do impedimento72. (Reda- Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exer-
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) cício, que é contado no novo posicionamento na carreira

73
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Área Administrati-
65
FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010. va/2012, Funiversa/Iphan/Auxiliar Institucional – Administrativo/2009 e FCC/
66
Assunto cobrado nas seguintes provas: FMP-RS/TCE-RS/Auditor – Ciências TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Administrativa/2009.
Econômicas/2011 e Fepese/MPE/Procurador Geral do Ministério Público/2010. 74
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área
67
FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010. Administrativa/2010, FCC/TRE-PI/Analista Judiciário/2009 e FCC/TRF 4ª Região/
68
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/DPE-ES/Defensor Público/2009, Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010.
PUC-PR/TJ-RO/Juiz Substituto/2011 e Exames/Prefeitura de Ingá-PB/Auditor de 75
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário
Controle Interno/2011. – Administrativa/2009 e FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrati-
69
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário va/2010.
– Estatística/2011 e Funrio/MJ/Administrador/2009. 76
Assunto cobrado na prova da FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/
70
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário Contabilidade/2012.
– Estatística/2011 e Cespe/TCE-ES/Procurador Especial de Contas/2009. 77
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-PI/Analista Judiciário/2009.
71
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. 78
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AP/Analista Judiciário – Con-
72
Assunto cobrado na prova da Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. tabilidade/2011 e FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
a partir da data de publicação do ato que promover o da turma, não pode ser dissociado do período de
servidor79. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) estágio probatório.
Art.  18. O  servidor que deva ter exercício em outro
município em razão de ter sido removido, redistribuído, I – assiduidade;
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no II – disciplina;
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da III – capacidade de iniciativa;
publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho IV – produtividade;
das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo ne- V – responsabilidade83.
cessário para o deslocamento para a nova sede. (Redação § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) probatório, será submetida à homologação da autoridade
competente a avaliação do desempenho do servidor, realiza-
A título de exemplo: Helena, Analista Judiciária, da por comissão constituída para essa finalidade, de acordo
passou a ter exercício em outro Município em ra- com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva
zão de ter sido removida. Nesse caso, contados da carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração
publicação do ato, o prazo para Helena retomar o dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste
efetivo exercício das atribuições do cargo será, no artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008)
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, § 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será
podendo declinar do referido prazo80. exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-
mente ocupado, observado o disposto no parágrafo único
Pedro é servidor público federal, exercendo suas do art. 29.
funções na cidade de Campinas-SP, e é removido de § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer
ofício pela Autoridade Competente para a cidade quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções
de Ribeirão Preto. Neste caso, Pedro, em razão de de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade
sua remoção, terá, no mínimo dez e, no máximo, 30 de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou
dias de prazo, contados da publicação do ato, para entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos
a retomada do efetivo desempenho das atribuições de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessora-
do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário mento Superiores – DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
para o deslocamento para a nova sede81. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente pode-
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença rão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos
ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afasta-
será contado a partir do término do impedimento. (Parágrafo mento para participar de curso de formação decorrente de
renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) aprovação em concurso para outro cargo na Administração
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabe- Pública Federal84. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
lecidos no caput. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1º,
fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso
cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de formação, e será retomado a partir do término do im-
de quarenta horas e observados os limites mínimo e má- pedimento85. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
ximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente82.
(Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991) JURISPRUDÊNCIA:
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de con- NOMEAÇÃO DE SERVIDOR, EM ESTÁGIO PROBATÓ-
fiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, RIO, PARA CARGO DE CONFIANÇA.
observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado I – A Constituição Federal não estabelece óbice à
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

sempre que houver interesse da Administração. (Redação nomeação de servidor – integrante de quadro de car-
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) reira técnica ou profissional e que esteja no período
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de do estágio probatório – para o exercício de funções
trabalho estabelecida em leis especiais. (Incluído pela Lei de confiança (cargo comissionado ou função gratifica-
nº 8.270, de 17/12/1991) da). No entanto, nos termos do preconizado pela Lei
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para Maior, artigo 37, I, norma infraconstitucional poderá
cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probató- estabelecer requisitos para o provimento destas fun-
rio por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual ções de confiança, dentre os quais poderá figurar a
a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para exigência do cumprimento do estágio probatório. Na
o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: hipótese de não haver vedação de natureza legal, a
(Vide EMC nº 19) nomeação deste servidor – no curso do estágio pro-
batório, para exercer funções de confiança – implicará
A Terceira Seção do STJ decidiu que com o advento a SUSPENSÃO do período probatório, que só voltará
da EC nº 19 de 1998, o prazo do estágio probatório a ser computado a partir do retorno do servidor ao
dos servidores públicos é de três anos. A mudança exercício do cargo efetivo. Neste caso, se o servidor
na Constituição Federal instituiu o prazo de três anos não for estável no serviço público, a suspensão do
para o alcance da estabilidade, o que, no entender estágio probatório implicará, necessariamente, a
suspensão da contagem do tempo de serviço para
79
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário efeito da estabilidade funcional. Só após o cumpri-
– Administrativa/2009 e FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área Adminis-
trativa/2010.
80
FCC/TRE-AL/Analista Judiciário – Contabilidade/2010. 83
Assunto cobrado na prova da Funrio/MJ/Administrador/2009.
81
FCC/TST/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Segurança Judiciária/2012. 84
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciá-
82
Assunto cobrado na prova da FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área ria/2013.
Administrativa/2010. 85
Assunto cobrado na prova da Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.

14

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
mento integral do estágio probatório, onde a admi- § 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readap-
nistrativa terá a oportunidade de aferir a sua aptidão tando será aposentado.
(assiduidade, idoneidade moral, eficiência etc.) para §  2º A readaptação será efetivada em cargo de atri-
o exercício do cargo efetivo, é que o servidor poderá buições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de
ser considerado estabilizado no serviço público. Sen- escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese
do, contudo, o servidor já detentor de estabilidade de inexistência de cargo vago, o  servidor exercerá suas
funcional – em decorrência do exercício de cargo atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga88.
efetivo anterior, no âmbito do mesmo Ente Estatal e (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
sem que tenha havido solução de continuidade entre
os dois provimentos efetivos – não haverá alteração Seção VIII
na sua estabilidade funcional, de sorte que apenas o Da Reversão
período probatório ficará suspenso. Ressalte-se, por (Regulamento Decreto nº 3.644, de 30/11/2000)
fim, que na hipótese de haver MANIFESTA CORRELA-
ÇÃO entre as atribuições das funções de confiança
Art.  25. Reversão é o retorno à atividade de servidor
e as atribuições do cargo efetivo do servidor, não
há que se falar em suspensão do estágio probatório aposentado: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-
nem da contagem do prazo para efeito de estabili- 45, de 4/9/2001)
dade funcional. II – Nos termos do artigo 19 do Ato I – por invalidez, quando junta médica oficial declarar
das Disposições Constitucionais Transitórias (C.F.), é insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído
considerado estável no serviço público, só podendo pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
ser demitido em razão de processo administrativo ou II – no interesse da administração, desde que: (Incluído
sentença judicial irrecorrível, o servidor que em 5 de pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
outubro de 1988 (data da promulgação da Lei Maior) a)  tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida
contasse com pelo menos 5 (cinco) anos de tempo Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
de serviço público (TCE-PE, Decisão T.C.N: 0408/1996, b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela
ÓRGÃO JULGADO: FAC.DE FORM.DE PROFES.DE BELO Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
JARDIM-PRESIDENTE, Data Publicação: 11/4/1996) c)  estável quando na atividade; (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
Seção V d)  a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
Da Estabilidade anteriores à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória
nº 2.225-45, de 4/9/2001)
Art.  21. O  servidor habilitado em concurso público e e)  haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória
empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá es- nº 2.225-45, de 4/9/2001)
tabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de § 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo
efetivo exercício. (Prazo 3 anos – vide EMC nº 19) resultante de sua transformação. (Incluído pela Medida
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
de sentença judicial transitada em julgado ou de processo
administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada
A título de exemplo: Benedita aposentou-se por
ampla defesa86.
invalidez. Entretanto, junta médica oficial julgou
insubsistente os motivos de sua aposentadoria.
Seção VI
Da Transferência Nesse caso, é certo que, dentre outras situações
pertinentes, a reversão far-se-á no mesmo cargo ou
Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) no cargo resultante de sua transformação89.
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
Seção VII § 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será
Da Readaptação considerado para concessão da aposentadoria. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
Art.  24. Readaptação é a investidura do servidor em § 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o car-
cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com go, o  servidor exercerá suas atribuições como excedente,
a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou até a ocorrência de vaga. (Incluído pela Medida Provisória
mental verificada em inspeção médica87. nº 2.225-45, de 4/9/2001)
§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da
86
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funrio/MPOG/Analista Técnico Adminis- administração perceberá, em substituição aos proventos da
trativo – Jurídico/2009, FCC/Defensoria Pública do Estado de São Paulo/Defen-
sor Público/2010, Fepese/MPE/Procurador Geral do Ministério Público/2010,
aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer,
Cespe/DPE-PI/Defensor Público/2009, OAB-MG/Exame de Ordem/2009.3, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que perce-
Ieses/TJ-MA/Analista Judiciário – Direito/2011 e Fepese/MPE/Procurador Geral bia anteriormente à aposentadoria. (Incluído pela Medida
do Ministério Público/2010.
87
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
Substituto/2009, FMP-RS/TCE-RS/Auditor – Ciências Econômicas/2011, Cespe/ § 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os
Superior Tribunal Militar/Analista Judiciário – Apoio Especializado – Arquite-
tura, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Economia, Técnico Judiciário proventos calculados com base nas regras atuais se perma-
– Administrativa – Telecomunicações e Eletricidade, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Medicina – Geriatria, Analista Judiciário – Apoio Especializa- – Arquivologia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Engenharia Elétrica,
do – Revisor de Texto, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Psicologia, Técnico Judiciário – Administrativa – Mecânica, Analista Judiciário – Apoio
Analista Judiciário – Apoio Especializado – Engenharia Mecânica, Analista Especializado – Administração, Analista Judiciário – Apoio Especializado –
Judiciário – Apoio Especializado – Engenharia Civil, Analista Judiciário – Apoio Restauração, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista
Especializado – Análise de Sistemas, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Judiciário – Apoio Especializado – Medicina – Clínica Médica/2011 e Unemat/
Biblioteconomia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatística, Analista SAD-MT/Delegado de Polícia/2010.
Judiciário – Apoio Especializado – Comunicação Social, Analista Judiciário – 88
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal Substituto/2009.
Apoio Especializado – Contabilidade, Analista Judiciário – Apoio Especializado 89
FCC/TRE-AL/Analista Judiciário – Judiciária/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
necer pelo menos cinco anos no cargo. (Incluído pela Medida JURISPRUDÊNCIA:
Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001) O servidor público ocupante de cargo efetivo, ainda
§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste que em estágio probatório, não pode ser exonerado
artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de ad nutum, com base em decreto que declara a des-
4/9/2001) necessidade do cargo, sob pena de ofensa à garantia
Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, do devido processo legal, do contraditório e da ampla
de 4/9/2001) defesa. Incidência da Súmula nº 21 do STF. (RE 378.041,
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 21/9/2004,
completado 70 (setenta) anos de idade90. Primeira Turma, DJ de 11/2/2005.) No mesmo sentido:
AI 623.854-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento
Seção IX em 25/8/2009, Primeira Turma, DJE de 23/10/2009.
Da Reintegração Vide: RE 223.904, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento
em 8/6/2004, Segunda Turma, DJ de 6/8/2004; RE
Art.  28. A  reintegração é a reinvestidura do servidor 222.532, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo 8/8/2000, Primeira Turma, DJ de 1º/9/2000.
resultante de sua transformação, quando invalidada a
sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com Art.  31. O  órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
ressarcimento de todas as vantagens91. determinará o imediato aproveitamento de servidor em
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor fica- disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou
rá em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31. entidades da Administração Pública Federal.
§  2º Encontrando-se provido o cargo, o  seu eventual Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do art. 37,
ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob
à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal
posto em disponibilidade. Civil da Administração Federal – Sipec, até o seu adequado
aproveitamento em outro órgão ou entidade. (Parágrafo
Seção X incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Da Recondução Art.  32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exer-
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta
cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: médica oficial.
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro
cargo; CAPÍTULO II
II – reintegração do anterior ocupante92. Da Vacância
Parágrafo  único. Encontrando-se provido o cargo de
origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o JURISPRUDÊNCIA:
disposto no art. 30. Art. 122 da Lei Estadual nº 5.346, de 26/5/1992, do
Estado de Alagoas. Preceito que permite a reinserção
no serviço público do policial militar licenciado. Des-
Seção XI
ligamento voluntário. Necessidade de novo concurso
Da Disponibilidade e do Aproveitamento
para retorno do servidor à carreira militar. Violação
do disposto nos arts. 5º, I; e 37, II, da CF. Não guarda
Art.  30. O  retorno à atividade de servidor em dispo-
consonância com o texto da Constituição do Brasil o
nibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

preceito que dispõe sobre a possibilidade de ‘rein-


em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o
clusão’ do servidor que se desligou voluntariamente
anteriormente ocupado.
do serviço público. O fato de o militar licenciado ser
considerado ‘adido especial’ não autoriza seu retorno à
A título de exemplo: Miguel servidor público federal, Corporação. O licenciamento consubstancia autêntico
ocupava o cargo de analista judiciário da área desligamento do serviço público. O licenciado não
administrativa, junto ao Tribunal Regional Eleito- manterá mais qualquer vínculo com a administração.
ral. Atualmente encontra-se em disponibilidade. O licenciamento voluntário não se confunde o retorno
Entretanto será possível seu retorno à atividade, a do militar reformado ao serviço em decorrência da ces-
ser feita por aproveitamento obrigatório em cargo sação da incapacidade que determinou sua reforma.
de atribuições e vencimentos compatíveis com o O regresso do ex-militar ao serviço público reclama
anteriormente ocupado93. sua submissão a novo concurso público [art. 37, II, da
CF/1988]. O entendimento diverso importaria flagran-
te violação da isonomia [art. 5º, I, da CF/1988]. (ADI
90
Assunto cobrado na prova do Cespe/Seplag-Seapa/2009.
91
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área 2.620, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 29/11/2007,
Judiciária/2013, Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/Arquite- Plenário, DJE de 16/5/2008)
to/2012, FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010,
FCC/TRE-PI/Técnico Judiciário – Administrativa/2009 e FCC/TRF 4ª Região/
Analista Judiciário – Área Administrativa/2010. Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
92
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área I – exoneração94;
Administrativa/2011, Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal Substituto/2009, FCC/
TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2010 e FCC/TRF 4ª
Região/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010 e Unemat/SAD-MT/Delegado
de Polícia/2010. Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Seguran-
94
93
FCC/TRE-SP/Analista Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/2012. ça/2011.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – demissão95; União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
III – promoção96; que foi deslocado no interesse da Administração106; (Incluído
IV – (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
V – (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) b)  por motivo de saúde do servidor, cônjuge, compa-
VI – readaptação97; nheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste
VII – aposentadoria98; do seu assentamento funcional, condicionada à comprova-
ção por junta médica oficial; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
VIII – posse em outro cargo inacumulável99;
10/12/1997)
IX – falecimento.
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hi-
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido pótese em que o número de interessados for superior ao
do servidor, ou de ofício. número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados107.
I  –  quando não satisfeitas as condições do estágio (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
probatório100;
II – quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar INFORMATIVO Nº 460 STJ.
em exercício no prazo estabelecido. ESTÁGIO PROBATÓRIO. CONCURSO. REMOÇÃO.
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa A Turma negou provimento ao RMS, uma vez que o
de função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei art. 36, III, c, da Lei nº 8.112/1990 (com a redação
nº 9.527, de 10/12/1997) dada pela Lei nº 9.527/1997), que cuida da hipótese
I – a juízo da autoridade competente; de remoção a pedido em processo seletivo, afirma
II – a pedido do próprio servidor. ser do órgão de lotação do servidor a competência
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) para estabelecer normas próprias a fim de regula-
mentar os concursos de remoção. No mesmo sentido,
CAPÍTULO III apregoa a Resolução nº 387/2004 do Conselho da
Da Remoção e da Redistribuição Justiça Federal (CJF). Assim, não caberia ao Poder
Judiciário examinar a conveniência de edital de re-
moção que vedou a participação de servidores em
Seção I
estágio probatório, sob pena de invasão do campo
Da Remoção
de discricionariedade conferido expressamente pela
lei ao órgão de lotação do servidor. Ademais, no caso
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido dos autos, a autoridade impetrada esclareceu que o
ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro101, com ou sem edital do concurso público do qual participaram os
mudança de sede102. impetrantes já estabelecia que, se eles aceitassem a
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, nomeação, deveriam permanecer por três anos na
entende-se por modalidades de remoção: (Redação dada localidade de ingresso no cargo público. Precedente
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) citado: RMS 22.055-RS, DJ 13/8/2007. RMS 23.428-
I – de ofício, no interesse da Administração103; (Incluído RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) em 16/12/2010.
II – a pedido, a critério da Administração104; (Incluído
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Seção II
III  – a pedido, para outra localidade, independente- Da Redistribuição
mente do interesse da Administração105: (Incluído pela Lei Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
nº 9.527, de 10/12/1997)
Art.  37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também provimento efetivo, ocupado ou vago108 no âmbito do quadro
servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo
Poder109, com prévia apreciação do órgão central do Sipec,
95
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Seguran- observados os seguintes preceitos: (Redação dada pela Lei
ça/2011.
96
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área Adminis-
nº 9.527, de 10/12/1997)
trativa/2011.
97
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário –
Segurança/2011 e FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área Administrativa/2011. 106
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Área
98
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área Adminis- Judiciária/2011.
trativa/2011. 107
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Área
99
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário Judiciária/2011.
– Segurança/2011 e FCC/TRF 4ª Região/Técnico Judiciário – Área Administra- 108
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª
tiva/2010. Região/Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário
100
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010 – Apoio Especializado – Tecnologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio
e Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010. Especializado – Fisioterapia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatís-
101
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Área tica, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina do Trabalho, Analista
Judiciária/2011. Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio
102
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Área Especializado – Psicologia/2010.
Judiciária/2011. 109
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª
103
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Região/Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário
Área Judiciária/2011 e Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário – Administrativa/2010. – Apoio Especializado – Tecnologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio
104
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Especializado – Fisioterapia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatís-
Área Judiciária/2011 e Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário – Administrativa/2010. tica, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina do Trabalho, Analista
105
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário – Administra- Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio
tiva/2010. Especializado – Psicologia/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I  –  interesse da administração110; (Incluído pela Lei § 1º O substituto assumirá automática e cumulativa-
nº 9.527, de 10/12/1997) mente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do
II  –  equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza
nº 9.527, de 10/12/1997) Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regu-
III – manutenção da essência das atribuições do cargo111; lamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) que deverá optar pela remuneração de um deles durante
IV  –  vinculação entre os graus de responsabilidade e
o respectivo período. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
complexidade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10/12/1997)
de 10/12/1997)
V  –  mesmo nível de escolaridade, especialidade ou § 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do
habilitação profissional112; (Incluído pela Lei nº 9.527, de cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natu-
10/12/1997) reza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga
finalidades institucionais do órgão ou entidade. (Incluído pela na proporção dos dias de efetiva substituição, que excede-
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) rem o referido período. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamen- de 10/12/1997)
to de lotação e da força de trabalho às necessidades dos
serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou
Em face da substituição é salutar fazer a seguinte
criação de órgão ou entidade113. (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10/12/1997) explanação:
§  2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará (Cespe/STF/Técnico Judiciário/Questão 97/2008) O
mediante ato conjunto entre o órgão central do Sipec e os servidor substituto fará jus à retribuição pelo exer-
órgãos e entidades da Administração Pública Federal envol- cício do cargo ou função de direção ou chefia ou de
vidos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) cargo de natureza especial, nos casos de afastamen-
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão tos ou impedimentos legais do titular, superiores a
ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessi- trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias
dade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for de efetiva substituição, que excederem o referido
redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu período.
aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31114. (Parágrafo
Gabarito Preliminar: C
renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em Gabarito Definitivo: E
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do Justificativa do Cespe para alteração: Alterado de C
órgão central do Sipec, e ter exercício provisório, em outro para E, pois, de acordo com a legislação vigente, que
órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. atualiza a Lei nº 8.112/1990, a retribuição é devida
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) a partir do primeiro dia de substituição do titular,
mesmo quando essa não superar o prazo de trinta
CAPÍTULO IV dias. Salienta-se que o Tribunal de Contas da União
Da Substituição em mais de uma oportunidade (TC-013.977/2000-2
e TC-000.399/2001-8) firmou a orientação de que a
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função retribuição é devida a partir do primeiro dia de subs-
de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza
tituição do titular, mesmo quando essa não superar
Especial terão substitutos indicados no regimento interno
ou, no caso de omissão, previamente designados pelo o prazo de trinta dias, com fundamento no disposto
dirigente máximo do órgão ou entidade115. (Redação dada no art. 38 da Lei nº 8.112/1990, com a redação dada
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) pela Lei nº 9.527/97, c/c Portaria TCU nº 266/2000.
Cabe ressaltar, por fim, que o item não se entrou na
seara de que a retribuição só seria devida a partir de
110
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª
Região/Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário tal ou qual dia.
– Apoio Especializado – Tecnologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio A prova supra foi aplicada em 6 de julho de 2008.
Especializado – Fisioterapia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatís-
tica, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina do Trabalho, Analista Em 28 de setembro de 2010 o STJ pronunciou-se
Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio sobre o tema em tela e passou a ter o seguinte
Especializado – Psicologia/2010.
111
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª entendimento:
Região/Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário RECURSO ESPECIAL Nº 548.340 – RN (2003/
– Apoio Especializado – Tecnologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Fisioterapia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatís- 0095482-0)
tica, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina do Trabalho, Analista
Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio
EMENTA
Especializado – Psicologia/2010. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ART. 38, 2º,
112
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª
Região/Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário DA LEI Nº 8.112/1990. SUBSTITUIÇÃO DE TITULAR DE
– Apoio Especializado – Tecnologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio FUNÇÃO COMISSIONADA. PERÍODO INFERIOR A 30
Especializado – Fisioterapia, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatís-
tica, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Medicina do Trabalho, Analista (TRINTA) DIAS. RETRIBUIÇÃO INDEVIDA.
Judiciário – Apoio Especializado – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Psicologia/2010 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/
Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010. Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titu-
113
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Seguran- lares de unidades administrativas organizadas em nível de
ça/2011.
114
Assunto cobrado na prova do Ieses/TJ-MA/Analista Judiciário – Direito/2011. assessoria.
115
FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Programação de Siste-
mas/2012.
[...]

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
PRINCIPAIS DIREITOS E VANTAGENS DO Das concessões
SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL É outro direito de suma importância, pois vem a permitir
que o servidor possa praticar certo ato humanitário, praticar
Serão tratados os principais institutos de Lei nº 8.112/1990 certo ato jurídico e venha a poder gozar de situações oriundas
que trazem ao servidor tudo aquilo que ele pode usufruir de fatos jurídicos, computando-se como efetivo exercício os
como um servidor público federal. dias das concessões:
• Servidor que for doar sangue terá um dia de conces-
são119;
Direitos • Para alistamento eleitoral terá dois dias120;
• Para casamento e falecimento de ente familiar terá
Da Remuneração oito dias121.
Começaremos com um dos direitos chamado remunera- As concessões também abrangem a pessoa que estuda,
ção. Ela consiste no somatório do vencimento (é a retribui- concedendo-se horário especial, quando comprovada a
ção em pecúnia pelo exercício do cargo) mais as vantagens incompatibilidade entre o horário de estudo com o da re-
pecuniárias permanentes previstas em lei116. partição, sempre por meio de compensação de horários122.
De forma bem simples, para melhor fixação, poderíamos O servidor que for portador de deficiência terá direito
desenvolver uma hipotética “fórmula matemática”: a horário especial, independentemente de compensação
REMUNERAÇÃO = VENCIMENTO + VANTAGENS PERMA- de horários123.
NENTES.
Sempre que falarmos em vantagens, interessante, para Das Férias
melhor fixação, a expressão G.A.I., que corresponde: Um dos direitos que, em regra, é  o mais “esperado”
Gratificações; pelo servidor:
Adicionais; • O servidor faz jus a trinta dias de férias, onde não
Indenizações. se descontam as faltas ao serviço em dias de férias,
diferenciando-se da Consolidação das Leis do Traba-
O legislador em 2008, por meio da Lei nº 11.784 revo- lho (CLT)124.
gou o parágrafo único do art. 40 da Lei nº 8.112/1990, que • As férias poderão ser divididas em até três etapas,
preceituava que o vencimento não poderia ser inferior ao a pedido do servidor e com a anuência da Adminis-
salário mínimo, logo, hoje ele poderá ser inferior, o que não tração125.
pode ser inferior a é a remuneração. • As férias poderão ser acumuladas no máximo por dois
É preciso observar que o legislador trouxe em 1994 a Lei períodos, em caso de necessidade de serviço, salvo
nº 8.852, que inseriu no corpo do Regime Jurídico do servidor que existam hipóteses em legislação específica126.
os “vencimentos”. Porém, segundo alguns administrativistas, • Para angariar o direito às férias o servidor deve cum-
“vencimentos” poderia ser sinônimo de remuneração, pois prir o primeiro período aquisitivo de doze meses.
são institutos bem próximos, cujas diferenças são mínimas, • A remuneração de férias deverá ser paga até dois
logo quando falarmos em vencimentos poderemos entender dias antes do seu início127.
que seria mais ou menos a mesma coisa que remuneração. • O legislador trouxe hipóteses de interrupção de férias,
É fato que o servidor quando faltar ao serviço terá o dia sendo: em caso de calamidade pública; comoção in-
da falta descontado da sua remuneração, se a falta for jus- terna; prestar serviços para o Tribunal do Júri; serviço
tificada em razão de caso fortuito ou força maior poderão militar ou eleitoral e por necessidade do serviço decla-
ser compensadas a critério do chefe imediato e computadas rada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.
como efetivo exercício117.
O legislador “resguardou”, ou seja, “protegeu” a remu- Das Licenças
neração de tal maneira que sobre ela não incidirá nenhum As licenças são tratadas em vários momentos no corpo Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
desconto, salvo se for por meio de lei ou por ordem judi- da Lei nº 8.112/1990, para tentarmos ser didáticos, vamos
cial, e  que ela não será objeto de arresto, sequestro ou trabalhá-las de forma “combinada”, ou seja, iremos fazer a
penhora, salvo no caso de pensão alimentícia oriunda de junção dos artigos inerentes às licenças.
decisão judicial118. O art. 20, em seu parágrafo quarto, menciona quais as
Caso a Administração venha “cobrar” (descontar) uma licenças que o servidor em estágio probatório pode tirar e os
reposição ou indenização, o servidor deverá ser antecipa- arts. 102 e 103 preceituam a contagem do tempo de serviço.
damente avisado para que possa pagar no prazo de 30 dias,
podendo ainda pedir o parcelamento. 119
Assunto cobrado na prova da Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010.
O legislador especificou que o valor de cada parcela 120
Assunto cobrado na prova da Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010.
não poderá ser inferior a dez por cento da remuneração, 121
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/Susep/Analista Técnico da Su-
provento ou pensão. sep/2010 e Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010.
122
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/MEC/Agente Administrativo/2009
Se um servidor for demitido, exonerado ou cassada a sua e Movens/Ministério da Cultura/Agente Administrativo/2010.
aposentadoria ou disponibilidade e encontrar-se em débito 123
Assunto cobrado na prova da Movens/Ministério da Cultura/Agente Adminis-
com o erário, ele terá o prazo de 60 dias para pagar e caso não trativo/2010.
124
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Técnico Judiciário/
cumpra esta obrigação, ocorrerá a inscrição em dívida ativa. Área Administrativa/2011 e FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Adminis-
trativa/2009.
125
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Técnico Judiciário/
Área Administrativa/2011 e FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Adminis-
116
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funiversa/Iphan/Auxiliar Institucional trativa/2009.
– Administrativo/2009 e FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Administrati- 126
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Técnico Judiciário/
va/2009. Área Administrativa/2011, FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Administrati-
117
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área Adminis- va/2009, Cespe/MEC/Agente Administrativo/2009 e FCC/TRT 7ª Região/Técnico
trativa/2012. Judiciário – Administrativa/2009.
118
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área Adminis- 127
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 23ª Região/Técnico Judiciário/Área
trativa/2012. Administrativa/2011.

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Então, vamos começar o estudo de cada uma das licenças perante a justiça federal, mas durante este período o servidor
que quase sempre são lembradas pelos examinadores, onde não será remunerado.
o índice de erro dos candidatos é sempre considerável: A partir do registro da candidatura e até dez dias após
as eleições, o servidor terá direito à remuneração do cargo
Licença por motivo de doença de pessoa da família efetivo, estando expresso em lei que será somente pelo
• O servidor em estágio probatório pode ter direito a período de três meses.
licença. O período remunerado será contado para aposentadoria
• Os entes familiares serão o cônjuge, pais, filhos, ou e disponibilidade.
dependentes que constem dos assentamentos indi- A título de exemplo: Carlos, servidor público federal há
viduais do servidor. onze meses, pretende disputar eleições para uma vaga de
• Poderá ser concedida por até 60 dias consecutivos deputado federal. Para tanto, protocolou no órgão em que
ou não, com remuneração128. está lotado um pedido de licença do cargo para o exercício
• Por até 90 dias consecutivos ou não, sem remune- de atividade política. Considerando essa situação hipotéti-
ração129. ca, Carlos tem direito a licença com vencimentos integrais,
• Ela poderá ser concedida a cada doze meses. a partir do registro da candidatura na Justiça Eleitoral até o
• O somatório dos dias com e sem remuneração chegará décimo dia seguinte ao pleito, desde que esse período não
a cento e cinquenta dias. ultrapasse três meses130.
• O tempo será contado para aposentadoria e disponi-
bilidade no período com remuneração que exceder a Licença para Capacitação
trinta dias em períodos de doze meses. Até dezembro de 1997, os servidores públicos federais
tinham o direito a pleitear a licença prêmio por assiduidade,
Licença por motivo de afastamento do cônjuge porém a Lei nº 9.527/1997 revoga a referida licença e insere
Vamos imaginar um casal de servidores e que um deles a licença para capacitação.
foi afastado ou deslocado para outro Estado, para o Exterior Ela poderá ser concedida a cada cinco anos de efetivo
ou para exercer um mandato eletivo. O servidor que ficou exercício e será remunerada por até três meses, mas o
poderá ter o direito à licença em razão ao afastamento do servidor será obrigado a participar de cursos de formação
cônjuge, porém, o legislador determina que antes se deva profissional131.
tentar o exercício provisório em órgão ou entidade da Admi­ O candidato não pode confundir a extinta licença
nistração Federal Direta, Autárquica ou Fundacional. Caso prêmio com a capacitação e deve ter em mente que ela é
não consiga este exercício, será concedida a referida licença inacumulável.
sem remuneração e por prazo indeterminado.
Na omissão dos arts.  102 (contagem do tempo como JURISPRUDÊNCIA:
efetivo exercício) e 103 (contagem do tempo para aposen- Servidor público. Conversão de licença-prêmio não
tadoria e disponibilidade), o tempo desta licença não será gozada em tempo de serviço. Direito adquirido antes
contado para nenhum efeito. da vigência da EC 20/1998. Conversão de licença-
-prêmio em tempo de serviço: direito adquirido na
Licença para o Serviço Militar forma da lei vigente ao tempo da reunião dos requi-
Vamos imaginar uma das possíveis situações para esta sitos necessários para a conversão. (RE 394.661-AgR,
licença: Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 20/9/2005,
Um jovem com dezoito anos, já alistado no serviço militar, Segunda Turma, DJ de 14/10/2005.) No mesmo senti-
prestou concurso público para um órgão federal. Foi nome- do: RE 517.274-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento
ado e apresentou-se para assinatura do termo de posse, em 20/10/2009, Segunda Turma, DJE de 13/11/2009;
dentro dos trinta dias previstos em lei. Como já vimos, no RE 411.545-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento
em 26/5/2009, Primeira Turma, DJE de 1º/7/2009.
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

ato da posse ele tem que estar em dia com a situação militar.
Em face desta situação, você daria posse para ele? A resposta
positiva se impõe, pois ele cumpriu a sua obrigação no que Licença para tratar de interesses particulares
pertine à situação militar com a apresentação do certificado Poderá ser concedida ao servidor detentor de cargo
do alistamento militar. efetivo, mas desde que já esteja habilitado no estágio
No prazo de quinze dias ele entrou em exercício (marco probatório e será pelo prazo de até três anos consecutivos
inicial do estágio probatório), quando as forças armadas e sem remuneração132.
chamarem o servidor para o serviço militar obrigatório, ele Urge ressaltar que os arts. 102 e 103 são omissos em
entrará de licença para o serviço militar. relação a contagem de tempo de serviço para esta licença,
O tempo será contado como efetivo exercício e após o logo, legalmente, não será contado o tempo para nenhum
efeito no serviço público.
término da referida licença ele terá trinta dias não remune-
A administração poderá interrompê-la a qualquer tempo,
rados para retornar ao órgão de origem.
desde que declare necessidade do serviço, cabendo também
ao servidor poder interrompê-la.
Licença para Atividade Política
O legislador obedecendo ao comando constitucional deu
Licença para mandato classista
direito ao servidor público federal de poder se candidatar a
Todo servidor que queira desempenhar um mandato
mandatos eletivos, mesmo estando no estágio probatório.
na direção ou representação de confederação, federação,
Esta licença iniciará no período das convenções partidá-
rias e se estenderá até a véspera do registro da candidatura 130
Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013.
131
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/
128
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/Execução Área Administrativa/2011, FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região/
de Mandados/2011. Analista Judiciário/Área Administrativa/2010 e Movens/Ministério da Cultura/
129
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/Execução Agente Administrativo/2010.
de Mandados/2011. 132
FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011.

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sindicato etc., terá direito a esta licença não remunerada, Afastamento para servir em organismo internacional
onde o tempo será contado como efetivo exercício, salvo a que o Brasil participe ou coopere
sua promoção por merecimento. O prazo da licença poderá O servidor, mesmo em estágio probatório, poderá ser
ser de um mandato mais uma reeleição. afastado para organismo internacional que o Brasil partici-
A Administração, para poder conceder a licença para pe, porém será sem remuneração e o tempo será contado
tratar de assuntos particulares, deverá aferir um número como efetivo exercício137.
de associados:
I – para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, Afastamento para participação em programa de pós-
2 (dois) servidores; -graduação stricto sensu no Brasil
II – para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 O legislador insere, em 2009, este tipo de afastamento,
(trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; permitindo que o servidor possa fazer mestrado, doutorado
III – para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) asso- ou pós-doutorado, desde que não possa ocorrer simultanea-
ciados, 8 (oito) servidores. (Lei nº 12.998/2014) mente com o exercício do cargo ou por meio de compensação
de horários. O afastamento será remunerado e o tempo será
contado como efetivo exercício.
Requisitos temporais para Mestrado:
Dos Afastamentos • Só poderá ser concedido para servidores detentores
de cargo efetivo no respectivo órgão ou entidade com
Para servir a outro órgão ou entidade pelo menos três anos, incluindo o período de estágio
O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro probatório138.
órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- • Não tenha se afastado para tratar de assuntos particu-
trito Federal, dos Municípios ou em serviço social autônomo lares e nem ter se afastado por este artigo nos últimos
instituído pela União que exerça atividades de cooperação dois anos.
com a administração pública federal, nas seguintes hipóteses:
• para exercício de cargo em comissão, função de con- Requisitos temporais para Doutorado:
fiança ou, no caso de serviço social autônomo, para o • Só poderá ser concedido para servidores detentores
exercício de cargo de direção ou de gerência; de cargo efetivo no respectivo órgão ou entidade
• em casos previstos em leis específicas. com pelo menos quatro anos, incluindo o período de
estágio probatório.
Afastamento para exercício de mandato eletivo • Não tenha se afastado para tratar de assuntos par-
Se um servidor teve direito a uma licença para candi- ticulares, tiver tirado licença capacitação ou ter se
datar-se a um cargo eletivo, ele também deve ter o direito, afastado por este artigo nos últimos dois anos.
mesmo no estágio probatório, a ser afastado para exercer
o mandato eletivo. Requisitos para temporais para o Pós-Doutorado:
Deve observar: • Só poderá ser concedido para servidores detentores
• Para mandato federal, estadual ou distrital, ele sim- de cargo efetivo no respectivo órgão ou entidade
plesmente será afastado do cargo público. a pelo menos quatro anos, incluindo o período de
• Para mandato de prefeito, ele será afastado do órgão estágio probatório.
• Não tenha se afastado para tratar de assuntos parti-
público podendo escolher pela sua remuneração.
culares e nem se afastado por este artigo nos últimos
• Para mandato de vereador, caso existam meios de
quatro anos.
compatibilizar horários, receberá as vantagens de seu
cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. Convém ressaltar que, neste afastamento, a obrigação
Caso não existam meios de compatibilizar horários, de indenizar assemelha-se à obrigação do afastamento para
ele deverá ser afastado do cargo público, podendo estudo ou omissão no exterior. Se o servidor não obtiver o
escolher pela sua remuneração. título da pós-graduação, ele terá obrigação de indenizar a Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
• O tempo de afastamento será contado como efetivo Administração.
exercício, salvo a sua promoção por merecimento.
Direito de Petição
Afastamento para estudo ou missão no exterior Todo servidor que se sentir lesado ou insatisfeito por
• O servidor estando em estágio probatório poderá determinado ato de superior poderá fazer o pedido de recon-
ter direito a esse afastamento, desde que seja au- sideração, que deverá ser dirigido à autoridade competente
torizado pelo Presidente da República, Presidente (autoridade que praticou o “ato lesivo”) para decidi-lo e
da Câmara, Presidente do Senado ou Presidente do encaminhá-lo por intermédio da sua chefia imediata.
STF133. O servidor terá o prazo de trinta dias para decidir se vai
• Ele poderá ficar até quatro anos remunerados, tendo querer pedir a reconsideração. Caso decida dentro deste
seu tempo contado como efetivo exercício134. prazo, o seu chefe imediato terá o prazo de cinco dias para
• O servidor só poderá ser afastado novamente para o despachar e a autoridade que julgar o pedido terá o prazo
exterior, tirar licença por interesse particular ou pedir de trinta dias para decidir.
exoneração, sem a obrigação de indenizar, depois de A autoridade ao indeferir o pedido de consideração gera
decorrido igual período que ficou no exterior135. ao servidor o direito ao recurso administrativo.
• A carreira diplomática não é regida por este artigo136.
JURISPRUDÊNCIA:
O STF fixou entendimento no sentido de que a lei
nova não pode revogar vantagem pessoal já incorpo-
133
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 1/Técnico Judiciário/Segurança/2011.
134
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 1/Técnico Judiciário/Segurança/2011.
135
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 1/Técnico Judiciário/Segurança/2011. Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 1/Técnico Judiciário/Segurança/2011.
137
136
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 1/Técnico Judiciário/Segurança/2011. Assunto cobrado na prova do Cespe/Bacen/Procurador/2009.
138

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
rada ao patrimônio do servidor sob pena de ofensa Das diárias
ao direito adquirido. (AI 762.863-AgR, Rel. Min. Eros São destinadas a custear as despesas extraordinárias
Grau, julgamento em 20/10/2009, Segunda Turma, que o servidor tem em razão da saída de sua sede em
DJE de 13/11/2009) Vide: RE 538.569-AgR, Rel. Min. caráter eventual, como alimentação, a  sua locomoção e
Cezar Peluso, julgamento em 3/2/2009, Segunda hospedagem.
Turma, DJE de 13/3/2009. Se por ventura um servidor se afastar de sua sede e
este deslocamento não exigir o pernoite, ele terá direito a
Vantagens meia diária.
As vantagens são divididas em indenizações, gratificações A lei afirma que o servidor que receber as diárias e a
e adicionais. viagem venha a ser cancelada, será obrigado a restituir
Antes de iniciar o estudo de cada uma das vantagens, integralmente as diárias no prazo de cinco dias.
mister se faz ressaltar que as indenizações não podem ser
incorporadas ao vencimento ou provento, mas as gratifica- Ex.: Antonia, servidora pública federal, recebeu
ções ou os adicionais podem ser incorporadas, desde que R$ 1.000,00 (um mil reais) a título de diárias. Entretanto,
haja previsão em lei. atendendo a ordens superiores, não houve necessidade de
afastar-se da sede. Nesse caso, no que se refere às diárias,
Das Indenizações Antonia ficará obrigada a restituí-las, integralmente, no
prazo de cinco dias143.
Ajuda de custo
Serve para compensar as despesas que o servidor, remo- Este prazo também é exigido para o servidor que retorna
vido de ofício no interesse da administração, tem em razão de um deslocamento em caráter eventual antes do término
da mudança de domicílio em caráter permanente. previsto para a execução do serviço.
O valor pode chegar até três remunerações do servidor,
e, no caso de casal de servidores removidos nas mesmas Ex.: Determinado servidor do Ministério da Educação
circunstâncias, a  ajuda de custo será destinada apenas a deslocou-se de Brasília até Belo Horizonte para participar de
um dos cônjuges. auditoria em instituição de ensino superior sediada na capital
mineira, tendo retornado no mesmo dia. Nessa situação, o
Ex.: Uma servidora de determinado órgão federal servidor fará jus à metade de uma diária144.
foi transferida de ofício de Brasília para Goiânia.
Seu marido é servidor administrativo do Ministério Indenização de Transporte
da Educação na capital federal. Nessa situação, ele Serve para custear as despesas inerentes às atribuições
poderá exercer provisoriamente suas atribuições, externas do cargo do servidor.
por exemplo, na área administrativa da Defensoria
Pública da União na capital goiana, ficando vedado Auxílio-Moradia
ao casal o recebimento de dupla indenização a título O legislador insere na Lei nº  8.112/1990, em 2006,
de ajuda de custo139. o auxílio-moradia, que será destinado ao cargo em comissão
(DAS 4, 5, 6, natureza especial e de Ministro ou equivalen-
O legislador afirma que não poderá ser concedida te) e a função de confiança poderem custear as despesas
a ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo ou realizadas com aluguel ou hospedagem145.
reassumi-lo em razão de mandato eletivo140. Algumas negativas para o recebimento do auxílio-moradia:
• caso exista imóvel funcional vago na nova sede;
Ex.: Sérgio exerce o cargo de analista judiciário. Afastou- • caso o cônjuge ou companheiro ocupe imóvel funcional;
-se de seu cargo por ter sido eleito deputado federal. • caso o servidor ou seu cônjuge tenha sido proprietário,
Terminado o mandato eletivo, reassumiu suas funções de comprador ou cessionário de imóvel na nova sede no
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

servidor público e está pleiteando ajuda de custo. Nesse prazo de doze meses;
caso, não será concedida a ajuda de custo em ambas as • caso a pessoa que resida com o servidor já esteja
situações, tanto pelo afastamento como pela reassunção recebendo o auxílio;
do cargo efetivo141. • caso o servidor tenha residido na nova sede nos últi-
Se por ventura um servidor que tenha recebido ajuda mos doze meses.
de custo não se apresentar na nova sede no prazo de trinta
dias, ele ficará obrigado a restituir a indenização. Quanto ao valor do referido auxílio, ele não poderá ser
superior a vinte e cinco por cento da “remuneração” de
Obs.: Se, por exemplo, na semana passada, André foi Ministro de Estado146.
investido no cargo de delegado de polícia do Distrito Federal
e foi inicialmente lotado em uma delegacia em Taguatinga- Das Gratificações
-DF. Antes disso, ele exerceu, por quatro anos, cargo público A Lei nº 8.112/1990 só trata de duas gratificações que
federal, de natureza técnica, no Supremo Tribunal Federal são: a gratificação natalina e a gratificação por encargo de
(STF), motivo pelo qual ele fixou residência no Plano Pi- curso ou concurso.
loto, onde está localizado esse Tribunal. Nessa situação
hipotética, o fato de André se mudar do Plano Piloto para Gratificação Natalina
Taguatinga não lhe dará direito a ajuda de custo142. É o chamado décimo terceiro do servidor público, cujo
valor poderá ser de uma remuneração.
143
FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário – Administrativa/2010.
139
Movens/Ministério da Cultura/Agente Administrativo/2010. 144
Assunto cobrado na prova da Movens/Ministério da Cultura/Agente Adminis-
140
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/Área trativo/2010.
Judiciária/2011. 145
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNPq/Analista em Ciência e Tecnologia
141
FCC/TRE-AL/Analista Judiciário – Administrativa/2010. Júnior/2011.
142
FUNIVERSA/PC-DF/Delegado de Polícia/2009. 146
Assunto cobrado na seguinte prova: Cespe/Ibama/Técnico Administrativo/2012.

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O servidor que entrar em exercício em um determinado A lei preceitua que o máximo de horas diárias sujeitas
mês, e este possa ser computado como fração de 1/12, terá ao adicional será de duas horas.
que trabalhar quinze ou mais dias no referido mês. Vamos imaginar um servidor que tenha terminado a sua
O legislador garante ao servidor que esta gratificação jornada normal diária às 18:00 h e exista a necessidade de
deve ser paga até o dia vinte de dezembro. permanecer por mais uma hora e o valor da hora trabalhada
seja de R$ 10,00 (dez reais).
Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso Qual o valor devido por ter trabalhado uma hora a mais?
Ele receberia R$ 15,00 (quinze reais) pelo lapso temporal
Curso das 18:00 até as 19:00 h.
Hoje, se um servidor atuar como instrutor em cursos,
ele poderá receber até 2,2%, por hora, do maior vencimento Noturno
básico pago pela Administração Pública, e se por ventura esta Para fazer jus ao adicional noturno, o servidor deve exer-
atividade for desenvolvida durante o horário de expediente, cer as atribuições do seu cargo no período compreendido
haverá a necessidade da compensação de horários no prazo entre as 22:00 h até as 05:00 h da manhã do dia seguinte.
de um ano. O valor será de 25% do valor da hora noturna. Cada hora será
contada de forma diferenciada, ou seja, não terá 60 minutos,
Concurso e sim 52 minutos e 30 segundos.
Se houver a necessidade do servidor ter que atuar em O adicional de serviço extraordinário pode ser acumu-
concursos, elaborando questões, atuando em bancas, jul- lado com o noturno, mas para o cálculo do valor devido,
gando recursos ou avaliando currículos, ele terá o mesmo o  adicional de serviço extraordinário deve ser calculado
tratamento do servidor que atua em cursos como instrutor. primeiro e “em cima” deste valor encontrado é que se deve
O servidor atuando em concurso, na fiscalização ou mon- calcular o noturno.
tagem receberá 1,2%, por hora, do maior vencimento pago Considere que Luísa tenha sido aprovada em concurso
no serviço público, devendo também compensar horários público para o cargo de auditora da Receita Federal, tendo
se a atividade for realizada durante o horário de expediente. sido nomeada para assumir o cargo em outro estado da fe-
Esta gratificação é paga por hora, limitando-se ao máximo deração. Na hipótese de Luísa trabalhar horas extras, além
de 120 horas anuais, podendo ser prorrogada, em situação da jornada regular de trabalho, no período noturno, ela terá
excepcional, por mais 120 horas no mesmo ano. direito ao acréscimo do adicional noturno que incidirá sobre
a remuneração do adicional por serviço extraordinário147.
Dos Adicionais
Insalubridade
Serviço extraordinário O servidor que venha exercer, de forma habitual as
O servidor público federal tem uma carga horária diária atribuições inerentes ao seu cargo em locais insalubres, em
oscilando, em regra, entre seis e oito horas. Se o servidor contato permanente com substâncias radioativas ou também
ultrapassar o número de horas diárias previstos, ele terá de natureza tóxica faz jus a um adicional sobre o vencimento
direito a este adicional, que corresponderá a 50% do valor do cargo efetivo.
da sua hora de trabalho normal.
Periculosidade
Será devido ao servidor cujas atribuições do cargo sejam
INFORMATIVO Nº 461 STJ
perigosas e possam até gerar risco de morte.
SERVIDOR PÚBLICO. ESCALA. TRABALHO. HORAS
Observações relativas aos adicionais de insalubridade e
EXTRAS.
periculosidade:
Os ora recorrentes aduzem, no recurso, que laboram
• são inacumuláveis entre si;
em regime de escala de 24 horas de trabalho por
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
• cessada a causa insalubre ou perigosa, cessará o
72 horas de descanso e, assim, estariam cumprindo
recebimento do adicional148;
jornada superior a oito horas diárias e a 40 horas
• a servidora gestante será afastada das suas atribuições,
semanais, o que levaria ao recebimento de horas
caso as exerça em local insalubre, perigoso ou penoso;
extras trabalhadas. A Turma, entre outras questões, • os servidores que operam com raios X serão subme-
negou provimento ao recurso por entender que, nos tidos a exames médicos semestrais e terão férias de
termos do art. 19 da Lei nº 8.112/1990, a jornada vinte dias a cada seis meses.
máxima de trabalho dos servidores públicos federais
é de 40 horas semanais. Atividades Penosas
Assim, conforme jurisprudência deste Superior Tri- Será devido ao servidor que exerça suas funções em
bunal, dividindo-se 40 (máximo de horas semanais) zonas de fronteira. Regulamentos podem estipular outras
por seis dias úteis e se multiplicando o resultado por localidades cujas condições justifiquem.
30 (total de dias do mês) teríamos o total de 200
horas mensais, valor que deve ser adotado como Adicional de Férias
parâmetro para o cômputo de eventuais horas extras. O servidor tem direito, independentemente de solicita-
No caso, os recorrentes trabalham sete dias no mês, ção, quando entrar de férias, ao valor de 1/3 de sua remune-
o que, multiplicado por 24 horas trabalhadas por ração. Urge ressaltar que caso o servidor esteja recebendo
dia, chega-se ao valor de 168 horas trabalhadas no uma retribuição por direção, chefia ou assessoramento, ela
mês, ou seja, número inferior às 200 horas [...]. Pre- será considerada no cálculo deste adicional.
cedentes citados: REsp 1.086.944-SP, DJe 4/5/2009;
REsp 419.558-PR, DJ 26/6/2006, e REsp 805.437-RS,
DJe 20/4/2009. REsp 1.019.492-RS, Rel. Min. Maria Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013.
147

Assunto cobrado na prova da FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/


148
Thereza de Assis Moura, julgado em 3/2/2011. Análise de Sistemas/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
JURISPRUDÊNCIA: Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
A norma legal, que concede a servidor inativo gra- acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabe-
tificação de férias correspondente a um terço (1/3) lecidas em lei.
do valor da remuneração mensal, ofende o critério § 1º A remuneração do servidor investido em função ou
da razoabilidade que atua, enquanto projeção con- cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62.
cretizadora da cláusula do substantive due process of § 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão
law, como insuperável limitação ao poder normativo ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remunera-
do Estado. Incide o legislador comum em desvio ção de acordo com o estabelecido no § 1º do art. 93.
ético-jurídico, quando concede a agentes estatais § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van-
determinada vantagem pecuniária cuja razão de ser tagens de caráter permanente, é irredutível149.
se revela absolutamente destituída de causa. (ADI § 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de
1.158-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre
29/12/1994, Plenário, DJ de 26/5/1995) servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de cará-
ter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
§ 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
LEITURA DA LEI Nº 8.112/1990 salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmen-
TÍTULO III te, a título de remuneração, importância superior à soma
DOS DIREITOS E VANTAGENS dos valores percebidos como remuneração, em espécie,
a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos
CAPÍTULO I Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional
Do Vencimento e da Remuneração e Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exer- vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
cício de cargo público, com valor fixado em lei. Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2/4/1998) (Vide
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008) Lei nº 9.624, de 2/4/1998)
Art. 44. O servidor perderá:
JURISPRUDÊNCIAS:
CF/88, art. 7, IV – salário mínimo, fixado em lei, JURISPRUDÊNCIA:
nacionalmente unificado, capaz de atender a suas Ação direta de inconstitucionalidade. Reserva de
iniciativa. Aumento de remuneração de servidores.
necessidades vitais básicas e às de sua família com
Perdão por falta ao trabalho. Inconstitucionalidade.
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
Lei 1.115/1988 do Estado de Santa Catarina. Projeto
vestuário, higiene, transporte e previdência social, de lei de iniciativa do governador emendado pela
com reajustes periódicos que lhe preservem o po- Assembleia Legislativa. Fere o art. 61, § 1º, II, a, da
der aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para CF de 1988 emenda parlamentar que disponha sobre
qualquer fim. aumento de remuneração de servidores públicos
estaduais. Precedentes. Ofende o art. 61, § 1º, II, c,
Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/1998), da e o art. 2º da CF de 1988 emenda parlamentar que
Constituição, referem-se ao total da remuneração per- estabeleça perdão a servidores por falta ao trabalho.
cebida pelo servidor público. (Súmula Vinculante nº 16) Precedentes. Pedido julgado procedente. (ADI 13, Rel.
Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17/9/2007,
CF/88, art. 7, VII, garantia de salário, nunca inferior ao Plenário, DJ de 28/9/2007)
mínimo, para os que percebem remuneração variável.
I – a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem
motivo justificado150; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

Constitucional. Serviço militar obrigatório. Soldo.


Valor inferior ao salário mínimo. Violação aos arts. 1º, 10/12/1997)
III, 5º, caput, e 7º, IV, da CF. Inocorrência. Recurso II – a parcela de remuneração diária, proporcional aos
extraordinário desprovido. A CF não estendeu aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões de
militares a garantia de remuneração não inferior ao que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese
salário mínimo, como o fez para outras categorias de de compensação de horário, até o mês subsequente ao
trabalhadores. O regime a que submetem os militares da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata151.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
não se confunde com aquele aplicável aos servidores
Parágrafo  único. As  faltas justificadas decorrentes de
civis, visto que têm direitos, garantias, prerrogativas caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a
e impedimentos próprios. Os cidadãos que pres- critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como
tam serviço militar obrigatório exercem um múnus efetivo exercício. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
público relacionado com a defesa da soberania da
pátria. A obrigação do Estado quanto aos conscritos A título de exemplo: Eduardo, Técnico Judiciário do
limita-se a fornecer-lhes as condições materiais para Tribunal Regional Eleitoral teve duas faltas, poste-
a adequada prestação do serviço militar obrigatório riormente justificadas, durante o mês de dezembro
nas Forças Armadas. (RE 570.177, Rel. Ricardo Lewan- de 2009, em razão de enchentes provocadas por
dowski, julgamento em 30/4/2008, Plenário, DJE de
27/6/2008, com repercussão geral) No mesmo senti- 149
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área
do: RE 551.453, RE 551.608, RE 551.713, RE 551.778, Judiciária/2013, Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Administrativa/Contabi-
lidade/2013, FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Administrativa/2009 e
RE 555.897, RE 556.233, RE 556.235, RE 557.542, RE Funrio/MPOG/Analista Técnico Administrativo – Jurídico/2009.
557.606, RE 557.717, RE 558.279, Rel. Min. Ricardo 150
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário – Administra-
Lewandowski, julgamento em 30/4/2008, Plenário, tiva/2010.
151
Assunto cobrado na prova da PGM RR/Analista Municipal Procurador Municipal/
DJE de 27/6/2008. Cespe/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
chuvas intensas. Nesse caso, é correto afirmar que provimento ao recurso por entender que, na espécie,
as faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou não houve ilegalidade no ato da Administração. Prece-
de força maior poderão ser compensadas a critério dentes citados: AgRg no Ag 756.226-RS, DJ 14/8/2006;
da chefia imediata, sendo assim consideradas como REsp 751.408-DF, DJ 7/11/2005, e RMS 19.980-RS, DJ
efetivo exercício152. 7/11/2005. RMS 33.034-RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves
Lima, julgado em 15/2/2011.
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial,
nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. § 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência
(Regulamento) de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou
§ 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão
consignação em folha de pagamento em favor de terceiros, eles atualizados até a data da reposição. (Redação dada pela
a critério da administração e com reposição de custos, na Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
forma definida em regulamento. (Redação dada pela Lei Art.  47. O  servidor em débito com o erário, que for
nº 13.172, de 2015) (Grifo nosso) demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou
§ 2º O total de consignações facultativas de que trata disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para
o § 1º não excederá a 35% (trinta e cinco por cento) da re- quitar o débito154. (Redação dada pela Medida Provisória
muneração mensal, sendo 5% (cinco por cento) reservados nº 2.225-45, de 4/9/2001)
exclusivamente para: (Redação dada pela Lei nº 13.172, de
2015) (Grifo nosso) A título de exemplo: Um ex-servidor do Ministério da
I – a amortização de despesas contraídas por meio de Cultura foi demitido quando estava em débito com
cartão de crédito; ou (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015) o erário no valor de R$ 100.000,00. Nessa situação,
II – a utilização com a finalidade de saque por meio do ele deverá devolver a quantia devida em 60 dias155.
cartão de crédito. (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015)
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atuali-
Paulo, servidor público federal, requereu exone-
zadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comuni-
ração de seu cargo efetivo. O departamento de
cadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para
recursos humanos do órgão, ao analisar a situação
pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser
funcional do servidor a fim de preparar o ato exone-
parceladas, a  pedido do interessado. (Redação dada pela
ratório, constatou que Paulo havia recebido, meses
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
§  1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior antes, uma gratificação em duplicidade. Constatado
ao correspondente a dez por cento da remuneração, pro- o equívoco, Paulo foi notificado a devolver a verba
vento ou pensão153. (Redação dada pela Medida Provisória recebida indevidamente. Com base na situação hi-
nº 2.225-45, de 4/9/2001) potética, caso Paulo não quite o débito em sessenta
§ 2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido no dias, seu nome será inscrito em dívida ativa156.
mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será
feita imediatamente, em uma única parcela. (Redação dada Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo pre-
pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001) visto implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação dada
pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
INFORMATIVO Nº 463 STJ. Art.  48. O  vencimento, a  remuneração e o provento
SERVIDOR PÚBLICO. RECEBIMENTO INDEVIDO. RES- não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto
TITUIÇÃO. nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão
É pacífico o entendimento deste Superior Tribunal judicial157.
de que, diante da boa-fé no recebimento de valores
pelo servidor público, é incabível a restituição do CAPÍTULO II
pagamento em decorrência de errônea interpretação Das Vantagens
ou má aplicação da lei pela Administração. Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
Todavia, quando ela anula atos que produzem efeitos Art.  49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao
na esfera de interesses individuais, é necessária a servidor as seguintes vantagens:
prévia instauração de processo administrativo a fim I – indenizações;
de garantir a ampla defesa e o contraditório (art. 5º, II – gratificações;
LV, da CF/1988 e art. 2º da Lei nº 9.784/1999). No caso III – adicionais158.
dos autos, antes que os valores fossem pagos (gratifi- § 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento
cação de substituição), a Administração comunicou a ou provento para qualquer efeito159.
existência de erro na geração da folha de pagamento e § 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
a necessidade de restituição da quantia paga a maior. vencimento ou provento, nos casos e condições indicados
Dessa forma, os servidores não foram surpreendidos. em lei160.
Portanto, não há que falar em boa-fé no recebimento
da verba em questão, tendo em vista que o erro foi 154
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Adminis-
constatado e comunicado pela Administração antes trativa/2009.
155
Assunto cobrado na prova da Movens/Ministério da Cultura/Agente Adminis-
que o pagamento fosse efetivado e os valores passas- trativo/2010.
sem a integrar o patrimônio dos servidores. Ademais, 156
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/2013.
a decisão de efetuar descontos nos meses seguintes 157
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário –
Administrativa/2009, Cespe/DPF/Agente/2009 e Funrio/MPOG/Analista Técnico
foi adotada com o objetivo de evitar atrasos no pa- Administrativo – Administraçao/2009.
gamento do pessoal em decorrência de confecção 158
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área
de nova folha de pagamento. Assim, a Turma negou Administrativa/2013 e FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Con-
tabilidade/2012.
159
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área
FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário – Administrativa/2010.
152
Administrativa/2013 e FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Con-
Assunto cobrado na prova da Funiversa/Iphan/Auxiliar Institucional – Adminis-
153
tabilidade/2012.
trativo/2009. 160
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computa- território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens
das, nem acumuladas, para efeito de concessão de quais- e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas
quer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo extraordinária com pousada, alimentação e locomoção
título ou idêntico fundamento161. urbana, conforme dispuser em regulamento166. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Seção I
Das Indenizações A título de exemplo: Celso, servidor público federal em
São Paulo, foi designado para prestar serviço no Rio
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor: de Janeiro, com afastamento em caráter eventual. No
I – ajuda de custo; caso, o servidor terá despesas extraordinárias, entre
II – diárias; outras, com pousada. Esse deslocamento ocorre por
III – transporte; força de alteração de lotação. Assim, essas despesas
IV – auxílio-moradia. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) serão ressarcidas com a concessão de diárias167.
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos
incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a sua §  1º A diária será concedida por dia de afastamento,
concessão, serão estabelecidos em regulamento. (Redação sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir
dada pela Lei nº 11.355, de 2006) pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio
diverso, as  despesas extraordinárias cobertas por diárias.
Subseção I (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Da Ajuda de Custo § 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir
exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.
Art.  53. A  ajuda de custo destina-se a compensar as §  3º Também não fará jus a diárias o servidor que se
despesas de instalação do servidor que, no interesse do deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglome-
serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança ração urbana ou microrregião, constituídas por municípios
de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pa- limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle
gamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e
cônjuge ou companheiro que detenha também a condição competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros
de servidor, vier a ter exercício na mesma sede162. (Redação considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as
§ 1º Correm por conta da administração as despesas de fixadas para os afastamentos dentro do território nacional.
transporte do servidor e de sua família, compreendendo (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
passagem, bagagem e bens pessoais. Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar
§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede são da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las
assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito163.
Parágrafo  único. Na hipótese de o servidor retornar à
§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de
sede em prazo menor do que o previsto para o seu afasta-
remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do
art. 36. (Redação dada pela Lei nº 12.998/2014) mento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remune- previsto no caput.
ração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, Subseção III
não podendo exceder a importância correspondente a 3 Da Indenização de Transporte
(três) meses.
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor Art.  60. Conceder-se-á indenização de transporte ao
que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de servidor que realizar despesas com a utilização de meio
mandato eletivo. próprio de locomoção para a execução de serviços externos,
Art.  56. Será concedida ajuda de custo àquele que,
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

por força das atribuições próprias do cargo, conforme se


não sendo servidor da União, for nomeado para cargo em dispuser em regulamento.
comissão, com mudança de domicílio164. Subseção IV
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do Do Auxílio-Moradia
art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário,
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
quando cabível.
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento
de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na
nova sede no prazo de 30 (trinta) dias165. das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor
com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem
Subseção II administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês
Das Diárias após a comprovação da despesa pelo servidor. (Incluído
pela Lei nº 11.355, de 2006)
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede Art.  60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor
em caráter eventual ou transitório para outro ponto do se atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei
nº 11.355, de 2006)
Administrativa/2013 e FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/ I – não exista imóvel funcional disponível para uso pelo
Contabilidade/2012. servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
161
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/MPS/Agente Administrati-
vo/2010, Cespe/CNPq/Assistente 1/2011 e FCC/TRT 23ª Região/Analista II – o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe
Judiciário/Área Judiciária/2011 e Consulplan/TSE/fevereiro/2012. imóvel funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
162
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
163
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
164
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Área Administrati- 166
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Analista Judiciário – Área Admi-
va/2012, Funiversa/Iphan/Auxiliar Institucional – Administrativo/2009 e nistrativa/2010.
Consulplan/TSE/fevereiro/2012. 167
FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Programação de Siste-
165
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. mas/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
III  – o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não IV  – adicional pelo exercício de atividades insalubres,
seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, perigosas ou penosas;
cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Mu- V – adicional pela prestação de serviço extraordinário;
nicípio aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de VI – adicional noturno;
lote edificado sem averbação de construção, nos doze VII – adicional de férias;
meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela VIII – outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho;
Lei nº 11.355, de 2006) IX – gratificação por encargo de curso ou concurso. (In-
IV – nenhuma outra pessoa que resida com o servidor cluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
receba auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de
2006) Subseção I
V – o servidor tenha se mudado do local de residência Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção,
para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Chefia e Assessoramento
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, níveis (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou
equivalentes; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido
VI – o Município no qual assuma o cargo em comissão em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de
provimento em comissão ou de Natureza Especial é devi-
ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses do
da retribuição pelo seu exercício. (Redação dada pela Lei
art. 58, § 3º, em relação ao local de residência ou domicílio
nº 9.527, de 10/12/1997)
do servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remunera-
VII – o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha ção dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9º.
residido no Município, nos últimos doze meses, aonde (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nomi-
desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro nalmente Identificada – VPNI a incorporação da retribuição
desse período; e (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) pelo exercício de função de direção, chefia ou assessoramento,
VIII – o deslocamento não tenha sido por força de alte- cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial a
ração de lotação ou nomeação para cargo efetivo; (Incluído que se referem os arts. 3º e 10 da Lei nº 8.911, de 11 de julho
pela Lei nº 11.355, de 2006) de 1994, e o art. 3º da Lei nº 9.624, de 2 de abril de 1998.
IX – o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
de 2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007) Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será consi- somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos
derado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro servidores públicos federais. (Incluído pela Medida Provisória
cargo em comissão relacionado no inciso V. (Incluído pela nº 2.225-45, de 4/9/2001)
Lei nº 11.355, de 2006)
Art. 60-C. (Revogado pela Lei nº 12.998/2014) Subseção II
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado Da Gratificação Natalina
a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comis-
são, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um
ocupado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008) doze avos)  da remuneração a que o servidor fizer jus no
§ 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
(vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quin-
Estado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008) ze) dias será considerada como mês integral.
§  2º Independentemente do valor do cargo em co- Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do
missão ou função comissionada, fica garantido a todos os mês de dezembro de cada ano.
Parágrafo único. (Vetado).
que preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluído pela Lei
nº 11.784, de 2008) natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada
Art.  60-E. No caso de falecimento, exoneração, co- sobre a remuneração do mês da exoneração.
locação de imóvel funcional à disposição do servidor ou Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para
aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
pago por um mês168. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) INFORMATIVO STJ Nº 0449
HORA EXTRA. GRATIFICAÇÃO NATALINA. SERVIDORES
Seção II PÚBLICOS FEDERAIS.
Das Gratificações e Adicionais O adicional pela prestação de serviço extraordinário
(hora extra) não integra a base de cálculo da gratifi-
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas cação natalina dos servidores públicos federais, pois
nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retri- não se enquadra no conceito de remuneração do
buições, gratificações e adicionais: (Redação dada pela Lei caput do art. 41 da Lei nº 8.112/1990. REsp 1.195.325-
nº 9.527, de 10/12/1997) MS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/9/2010.
I – retribuição pelo exercício de função de direção, che-
fia e assessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de Subseção III
10/12/1997) Do Adicional por Tempo de Serviço
II – gratificação natalina;
III – (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4/9/2001) 2001, respeitadas as situações constituídas até 8/3/1999)169
Assunto cobrado na prova da Cespe/Polícia Civil do Estado do Espírito Santo/
169

FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/2011.


168
Escrivão de Polícia/2011.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Subseção IV Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário
Dos Adicionais de Insalubridade, para atender a situações excepcionais e temporárias, respei-
Periculosidade ou Atividades Penosas tado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.

Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade Subseção VI


em locais insalubres ou em contato permanente com subs- Do Adicional Noturno
tâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a
um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo. Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compre-
endido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco)
JURISPRUDÊNCIA: horas do dia seguinte170, terá o valor-hora acrescido de 25%
Servidor público. Adicional de remuneração para as (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como
atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
da lei. Art. 7º, XXIII, da Constituição Federal. O art. 39, Parágrafo  único. Em se tratando de serviço extraordi-
§ 2º, da Constituição Federal apenas estendeu aos ser- nário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a
vidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito remuneração prevista no art. 73.
Federal e dos Municípios alguns dos direitos sociais por Subseção VII
meio de remissão, para não ser necessária a repetição Do Adicional de Férias
de seus enunciados, mas com isso não quis significar
que, quando algum deles dependesse de legislação Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao
infraconstitucional para ter eficácia, essa seria, no servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente
âmbito federal, estadual ou municipal, a trabalhista. a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias.
Com efeito, por força da Carta Magna Federal, esses Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função
direitos sociais integrarão necessariamente o regime de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em
jurídico dos servidores públicos civis da União, dos comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mas, do adicional de que trata este artigo.
quando dependem de lei que os regulamente para
dar eficácia plena aos dispositivos constitucionais de Subseção VIII
que deles decorrem, essa legislação infraconstitucional Da Gratificação por Encargo de
terá de ser, conforme o âmbito a que pertence o servi- Curso ou Concurso
dor público, da competência dos mencionados entes (Incluída pela Lei nº 11.314 de 2006)
públicos que constituem a federação. (RE 169.173, Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concur-
Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 10/5/1996, so é devida ao servidor que, em caráter eventual: (Incluído
Primeira Turma, DJ de 16/5/1997) pela Lei nº 11.314 de 2006) (Regulamento)
I – atuar como instrutor em curso de formação, de de-
§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubri- senvolvimento ou de treinamento regularmente instituído
dade e de periculosidade deverá optar por um deles. no âmbito da administração pública federal; (Incluído pela
§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculo- Lei nº 11.314 de 2006)
sidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos II  – participar de banca examinadora ou de comissão
que deram causa a sua concessão. para exames orais, para análise curricular, para correção de
Art.  69. Haverá permanente controle da atividade de provas discursivas, para elaboração de questões de provas
servidores em operações ou locais considerados penosos, ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;
insalubres ou perigosos. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será III – participar da logística de preparação e de realização
afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das opera- de concurso público envolvendo atividades de planejamento,
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

ções e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado,
em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso. quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades peno- atribuições permanentes; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
sas, de insalubridade e de periculosidade, serão observadas IV – participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de
as situações estabelecidas em legislação específica. exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos essas atividades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
servidores em exercício em zonas de fronteira ou em loca- § 1º Os critérios de concessão e os limites da gratifica-
lidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, ção de que trata este artigo serão fixados em regulamento,
condições e limites fixados em regulamento. observados os seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam nº 11.314 de 2006)
com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob I – o valor da gratificação será calculado em horas, ob-
controle permanente, de modo que as doses de radiação servadas a natureza e a complexidade da atividade exercida;
ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na le- (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
gislação própria. II – a retribuição não poderá ser superior ao equivalente
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada
serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses. situação de excepcionalidade, devidamente justificada e
previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão
Subseção V ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120
Do Adicional por Serviço Extraordinário (cento e vinte) horas de trabalho anuais; (Incluído pela Lei
nº 11.314 de 2006)
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora
Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Operação de Computa-
170
normal de trabalho. dor/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
III – o valor máximo da hora trabalhada corresponderá o pagamento do terço constitucional independente
aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior venci- do exercício desse direito. A ausência de previsão
mento básico da administração pública federal: (Incluído pela legal não pode restringir o direito ao pagamento do
Lei nº 11.314 de 2006) terço constitucional aos servidores exonerados de
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se cargos comissionados que não usufruíram férias. O
tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput não pagamento do terço constitucional àquele que
deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) não usufruiu o direito de férias é penalizá-lo duas
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se vezes: primeiro por não ter se valido de seu direito
tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput ao descanso, cuja finalidade é preservar a saúde física
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) e psíquica do trabalhador; segundo por vedar-lhe o
direito ao acréscimo financeiro que teria recebido
A título de exemplo: Mariana, servidora pública se tivesse usufruído das férias no momento correto.
federal, participa de uma Comissão para a elabora- (RE 570.908, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em
ção de questões de provas, enquanto Lucas, também 16/9/09, Plenário, DJE de 12/3/10, com repercussão
servidor público federal, supervisiona a aplicação, geral.). No mesmo sentido: RE 588.937-AgR, Rel. Min.
fiscalização e avaliação de provas de concurso públi- Eros Grau, julgamento em 4/11/08, Segunda Turma,
co para provimento de cargos no âmbito do Tribunal DJE de 28/11/2008; RE 324.656-AgR, Rel. Min. Gilmar
Regional Eleitoral. Ambos os servidores têm direito Mendes, julgamento em 6/2/07, Segunda Turma,
à gratificação por encargo de concurso, sendo que o DJ de 2/3/2007; RE 324.880-AgR, Rel. Min. Carlos
valor máximo da hora trabalhada corresponderá a
Britto, julgamento em 24/5/2005, Primeira Turma,
valores incidentes sobre o maior vencimento básico
DJ de 10/3/06.
da Administração Pública Federal, respectivamente,
2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento) e 1,2%
§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
(um inteiro e dois décimos por cento)171.
serviço.
§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso § 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas,
somente será paga se as atividades referidas nos incisos do desde que assim requeridas pelo servidor, e  no interesse
caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribui- da administração pública. (Incluído pela Lei nº 9.525, de
ções do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto 10/12/1997)
de compensação de carga horária quando desempenhadas Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será
durante a jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98 efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo perío­
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) do, observando-se o disposto no § 1º deste artigo. (Férias
§ 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso de Ministro – Vide)
não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para § 1º e § 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de § 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em co-
cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins missão, perceberá indenização relativa ao período das férias
de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões172. a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior
a quatorze dias173. (Incluído pela Lei nº 8.216, de 13/8/1991)
CAPÍTULO III § 4º A indenização será calculada com base na remune-
Das Férias ração do mês em que for publicado o ato exoneratório. (In-
cluído pela Lei nº 8.216, de 13/8/1991)
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que § 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o va-
podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no lor adicional previsto no inciso XVII do art. 7º da Constituição
caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses Federal quando da utilização do primeiro período. (Incluído
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
em que haja legislação específica. (Redação dada pela Lei pela Lei nº 9.525, de 10/12/1997)
nº 9.525, de 10/12/1997) (Férias de Ministro – Vide) Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente
com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias
JURISPRUDÊNCIA: consecutivos de férias, por semestre de atividade profissio-
O Supremo Tribunal Federal, em sucessivos julga- nal, proibida em qualquer hipótese a acumulação.
mentos, firmou entendimento no sentido da não Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de
incidência de contribuição social sobre o adicional 10/12/1997)
de um terço (1/3), a que se refere o art. 7º, XVII, da Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por
Constituição Federal. Precedentes. (RE 587.941-AgR, motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação
Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 30/9/2008, para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade
Segunda Turma, DJE de 21/11/2008.) No mesmo
do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou
sentido: AI 710.361-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia,
entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
julgamento em 7/4/2009, Primeira Turma, DJE de
(Férias de Ministro – Vide)
8/5/2009.
Parágrafo  único. O  restante do período interrompido
§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão será gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77.
exigidos 12 (doze) meses de exercício. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)

JURISPRUDÊNCIA: JURISPRUDÊNCIA:
O direito individual às férias é adquirido após o É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido
período de doze meses trabalhados, sendo devido de que o servidor público aposentado tem direito
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 23ª Região/Técnico Judiciário/
173
171
FCC/TRE-SP/Analista Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/2012. Área Administrativa/2011 e FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Adminis-
172
FCC/TRE-AL/Analista Judiciário – Judiciária/2010. trativa/2009.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
ao recebimento de indenização pelas férias não go- I  – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não,
zadas, adquiridas ao tempo da atividade, sob pena mantida a remuneração do servidor; e  (Incluído pela Lei
de enriquecimento sem causa da administração. (RE nº 12.269, de 2010)
234.485-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem
2/8/2011, Primeira Turma, DJE de 19/9/2011) No remuneração177. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
mesmo sentido: RE 285.323-AgR, Rel. Min. Joaquim § 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será con-
Barbosa, julgamento em 4/10/2011, Segunda Turma, tado a partir da data do deferimento da primeira licença
DJE de 21/10/2011. concedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
§  4º A soma das licenças remuneradas e das licenças
CAPÍTULO IV não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações,
Das Licenças concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses,
observado o disposto no §  3º, não poderá ultrapassar os
Seção I limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2º. (Incluído pela
Disposições Gerais Lei nº 12.269, de 2010)

Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: Seção III


I – por motivo de doença em pessoa da família; Da Licença por Motivo de
II – por motivo de afastamento do cônjuge ou compa- Afastamento do Cônjuge
nheiro;
III – para o serviço militar; Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para
IV – para atividade política; acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado
V – para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527, para outro ponto do território nacional, para o exterior ou
de 10/12/1997) para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo
VI – para tratar de interesses particulares; e Legislativo.
VII – para desempenho de mandato classista. §  1º A licença será por prazo indeterminado e sem
§ 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo remuneração.178
bem como cada uma de suas prorrogações serão precedidas §  2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou
de exame por perícia médica oficial, observado o disposto no companheiro também seja servidor público, civil ou militar,
art. 204 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório
§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada du- em órgão ou entidade da Administração Federal direta,
rante o período da licença prevista no inciso I deste artigo. autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias atividade compatível com o seu cargo. (Redação dada pela
do término de outra da mesma espécie será considerada Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
como prorrogação.
A título de exemplo: Silvia exerce o cargo de analis-
A título de exemplo: Suponha que um servidor esteve ta judiciário (área administrativa) há mais de dez
licenciado por quinze dias e, decorrido esse prazo, anos no Tribunal Regional Federal. Concorrendo a
solicitou outro afastamento da mesma espécie após eleições, foi eleita Deputada Federal. Seu marido
quarenta dias de seu retorno. Nesse caso, para fins Diógenes é técnico judiciário, área administrativa,
de cômputo, a segunda licença será considerada no Tribunal Regional Eleitoral. Ambos residem no
prorrogação da primeira174. Município de São Paulo. Nesse caso, poderá ser
concedida licença a Diógenes para acompanhar
Seção II Silvia que tomou posse junto à Câmara dos Depu-
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

Da Licença por Motivo de Doença tados em Brasília, Distrito Federal. Diante disso, a
em Pessoa da Família licença de Diógenes será por prazo indeterminado e
sem remuneração, facultado o exercício provisório
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por em órgão da Administração Federal direta, desde
motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos que para o exercício de atividade compatível com
filhos, do padrasto ou madrasta175 e enteado, ou dependen- o seu cargo179.
te que viva a suas expensas e conste do seu assentamento
funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. INFORMATIVO STJ Nº 0456
(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) LICENÇA. DESLOCAMENTO. CÔNJUGE. EXERCÍCIO
§  1º A licença somente será deferida se a assistência PROVISÓRIO.
direta do servidor for indispensável e não puder ser presta- No caso, servidora da Justiça trabalhista lotada em
da simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante Porto Alegre formulou pedido administrativo para
compensação de horário, na forma do disposto no inciso II que lhe fosse concedida licença por motivo de des-
do art. 44. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) locamento de cônjuge (art. 84 da Lei nº 8.112/1990),
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorro- pois seu esposo foi aprovado em concurso público
gações, poderá ser concedida a cada período de doze meses realizado em prefeitura no Estado do Rio de Janeiro,
nas seguintes condições176: (Redação dada pela Lei nº 12.269, tendo tomado posse em 16/7/1999. Solicitou, ainda,
de 2010) que exercesse provisoriamente cargo compatível com
174
Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Programação de Siste-
mas/2012. 177
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especia-
175
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região/ lizado/Operação de Computador/2012.
Analista Judiciário – Área Administrativa/2010. 178
Assunto cobrado na prova do FCC/Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região/
176
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especia- Analista Judiciário – Área Administrativa/2010.
lizado/Operação de Computador/2012. 179
FCC/TRE-SP/Analista Judiciário/Área Administrativa/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
o seu, o que poderia se dar no TRT da 1ª Região, com Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o
sede no Rio de Janeiro. Indeferido o pedido, ajuizou caput não são acumuláveis. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
ação ordinária. A  Turma, entre outras questões, de 10/12/1997)
entendeu que o pedido de concessão de licença Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
formulado na referida ação possui natureza distinta Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
da atinente ao instituto da remoção, previsto no Art. 90. (Vetado)
art. 36, parágrafo único, III, a, da Lei nº 8.112/1990.
O pedido está embasado no art. 84 da mencionada Seção VII
lei e, uma vez preenchidos pelo servidor os requisitos Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
ali previstos, não há espaço para juízo discricionário
da Administração, devendo a licença ser concedida, Art. 91. A critério da Administração, poderão ser con-
pois se trata de um direito do servidor, em que a cedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que
Administração não realiza juízo de conveniência e não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de
oportunidade. Quanto ao exercício provisório em assuntos particulares pelo prazo de até três anos conse-
outro órgão, este é cabível, pois preenchidos todos os cutivos, sem remuneração183. (Redação dada pela Medida
pressupostos para o seu deferimento. Sendo a autora Provisória nº 2.225-45, de 4/9/2001)
analista judiciária, poderá exercer seu mister no TRT Parágrafo  único. A  licença poderá ser interrompida,
da 1ª Região. REsp 871.762-RS, Rel. Min. Laurita Vaz, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do
julgado em 16/11/2010. serviço. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
de 4/9/2001)
Seção IV
Da Licença para o Serviço Militar A título de exemplo: Rogério, na qualidade de
servidor público federal, tem alguns problemas
Art.  85. Ao  servidor convocado para o serviço militar pessoais a serem resolvidos com urgência e outros
será concedida licença, na forma e condições previstas na a médio prazo. Diante disso, Rogério ingressou
legislação específica. com um pedido de licença para tratar de assuntos
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor particulares. Nesse caso, a Administração poderá
terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir conceder a referida licença, desde que observe,
o exercício do cargo.180 dentre outros requisitos, ser o servidor ocupante
de cargo efetivo184.
Seção V
Da Licença para Atividade Política Seção VIII
Da Licença para o Desempenho
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, de Mandato Classista
durante o período que mediar entre a sua escolha em conven-
ção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem
registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. remuneração185 para o desempenho de mandato em confe-
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade deração, federação, associação de classe de âmbito nacional,
onde desempenha suas funções e que exerça cargo de di- sindicato representativo da categoria ou entidade fiscaliza-
reção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou
dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro administração em sociedade cooperativa constituída por
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo servidores públicos para prestar serviços a seus membros,
dia seguinte ao do pleito.181 (Redação dada pela Lei nº 9.527, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102
de 10/12/1997) desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, as- 2005) (Regulamento)
segurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo I – para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2
período de três meses.182 (Redação dada pela Lei nº 9.527, (dois) servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
de 10/12/1997) II – para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000
(trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada
Seção VI pela Lei nº 12.998, de 2014)
Da Licença‑Prêmio por Assiduidade III  – para entidades com mais de 30.000 (trinta mil)
Da Licença para Capacitação associados, 8 (oito) servidores. (Redação dada pela Lei
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) nº 12.998, de 2014)
§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores elei-
Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o ser-
vidor poderá, no interesse da Administração, afastar‑se do tos para cargos de direção ou de representação nas referidas
exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por entidades, desde que cadastradas no órgão competente.
até três meses, para participar de curso de capacitação pro- (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
fissional. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) § 2º A licença terá duração igual à do mandato, podendo
ser renovada, no caso de reeleição. (Redação dada pela Lei
nº 12.998, de 2014)
180
Funrio/MJ/Agente Administrativo/2009.
181
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Espe-
cializado/Análise de Sistemas/2012 e FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/
Área Administrativa/2011. 183
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ibama/Técnico Administrativo/2012.
182
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área 184
FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Programação de Siste-
Administrativa/2012, FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Análise mas/2012.
de Sistemas/2012 e FCC/TRT 23ª Região/Analista Judiciário/Execução de Man- 185
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico JudiciárioAdministrati-
dados/2011. va/2012.

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CAPÍTULO V II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do
Dos Afastamentos cargo, sendo‑lhe facultado optar pela sua remuneração186;
III – investido no mandato de vereador:
Seção I a)  havendo compatibilidade de horário, perceberá as
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do
cargo eletivo;
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado
outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do do cargo, sendo‑lhe facultado optar pela sua remuneração.
Distrito Federal, dos Municípios ou em serviço social autôno- § 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contri-
mo instituído pela União que exerça atividades de cooperação buirá para a seguridade social como se em exercício estivesse.
com a administração pública federal, nas seguintes hipóteses: § 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista
(Redação dada pela Medida Provisória nº 765, de 2016) não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para
I  – para exercício de cargo em comissão, função de localidade diversa daquela onde exerce o mandato.
confiança ou, no caso de serviço social autônomo, para o
exercício de cargo de direção ou de gerência; (Redação dada Seção III
pela Medida Provisória nº 765, de 2016) Do Afastamento para Estudo
II – em casos previstos em leis específicas. (Redação dada ou Missão no Exterior
pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991)
§ 1º Na hipótese de que trata o inciso I do caput, sendo Art. 95. O servidor não poderá ausentar‑se do País para
a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente
Federal, dos Municípios ou para serviço social autônomo, da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo
o ônus da remuneração será do órgão ou da entidade ces- e Presidente do Supremo Tribunal Federal187.
sionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos. § 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda
(Redação dada pela Medida Provisória nº 765, de 2016) a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública, permitida nova ausência.
sociedade de economia mista ou serviço social autônomo, nos § 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo
termos de suas respectivas normas, optar pela remuneração não será concedida exoneração ou licença para tratar de
do cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acres- interesse particular antes de decorrido período igual ao do
cida de percentual da retribuição do cargo em comissão, de afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da
direção ou de gerência, a entidade cessionária ou o serviço despesa havida com seu afastamento.
social autônomo efetuará o reembolso das despesas realizadas
pelo órgão ou pela entidade de origem. (Redação dada pela A título de exemplo: Considere que determinada ser-
Medida Provisória nº 765, de 2016) vidora pública federal ocupante de cargo efetivo no
§ 3º A cessão far‑se‑á mediante Portaria publicada no Superior Tribunal de Justiça pretenda cursar um mes-
Diário Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, trado, em sua área de atuação, em uma renomada
de 17/12/1991) universidade do exterior. A partir dessa situação, caso
§  4º Mediante autorização expressa do Presidente da seja beneficiada com o afastamento para estudo no
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício exterior, a referida servidora não poderá ser exone-
em outro órgão da Administração Federal direta que não rada antes de decorrido período igual ao que esteve
tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e afastada, ressalvada a hipótese de ressarcimento da
a prazo certo. (Incluído pela Lei nº 8.270, de 17/12/1991) despesa havida com seu afastamento188.
§ 5º Aplica‑se à União, em se tratando de empregado ou
servidor por ela requisitado, as  disposições dos §§  1º e 2º § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.470, de 25/6/2002) da carreira diplomática.
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou § 4º As hipóteses, condições e formas para a autorização
de que trata este artigo, inclusive no que se refere à remu-
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

de sociedade de economia mista, que receba recursos de Te-


souro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de neração do servidor, serão disciplinadas em regulamento.
pagamento de pessoal, independem das disposições contidas (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício Art. 96. O afastamento de servidor para servir em or-
do empregado cedido condicionado a autorização específica ganismo internacional de que o Brasil participe ou com o
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto qual coopere dar‑se‑á com perda total da remuneração189.
nos casos de ocupação de cargo em comissão ou função (Vide Decreto nº 3.456, de 2000)
gratificada. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25/6/2002)
§ 7º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, A título de exemplo: Alexandre, analista judiciário
com a finalidade de promover a composição da força de (área judiciária), ausentou-se do Brasil, pelo período
trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pública de 4 (quatro) anos, para a realização de um traba-
Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício de em- lho científico de natureza jurídica em instituição de
pregado ou servidor, independentemente da observância do ensino superior na Inglaterra, com a regular auto-
constante no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela rização do Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Lei nº 10.470, de 25/6/2002) (Vide Decreto nº 5.375, de 2005) Referida situação diz respeito ao afastamento para
estudo no exterior190.
Seção II
Do Afastamento para Exercício 186
Assunto cobrado nas seguintes provas: Fepese/MPE/Procurador Geral do
de Mandato Eletivo Ministério Público/2010 e Exames/Prefeitura de Ingá-PB/Auditor de Controle
Interno/2011.
187
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio
Art.  94. Ao  servidor investido em mandato eletivo Especializado/Programação de Sistemas/2012 e Esaf/SRFB/ATRFB/2012.
aplicam‑se as seguintes disposições: 188
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/2013.
189
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciá-
I – tratando‑se de mandato federal, estadual ou distrital, ria/2013.
ficará afastado do cargo; 190
FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2012.

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Seção IV II – pelo período comprovadamente necessário para alis-
Do Afastamento para Participação em Programa de tamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer
Pós‑Graduação Stricto Sensu no País caso, a dois dias; e (Redação dada pela Lei nº 12.998/2014)
(Incluída pela Lei nº 11.907, de 2009) III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
Art.  96-A. O  servidor poderá, no interesse da Admi- b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta
nistração, e  desde que a participação não possa ocorrer ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela
simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante e irmãos192.
compensação de horário, afastar‑se do exercício do cargo Art.  98. Será concedido horário especial ao servidor
efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o
programa de pós‑graduação stricto sensu em instituição de horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício
ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) do cargo193.
§  1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade § 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a
definirá, em conformidade com a legislação vigente, os pro- compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exer-
gramas de capacitação e os critérios para participação em cício, respeitada a duração semanal do trabalho. (Parágrafo
programas de pós‑graduação no País, com ou sem afastamen- renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
to do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído § 2º Também será concedido horário especial ao servidor
para este fim. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) portador de deficiência, quando comprovada a necessidade
§  2º Os afastamentos para realização de programas por junta médica oficial, independentemente de compensa-
de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos ção de horário. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão § 3º As disposições constantes do § 2º são extensivas
ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com
(quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio deficiência. (Redação dada pela Lei nº 13.370, de 2016)
probatório, que não tenham se afastado por licença para § 4º Será igualmente concedido horário especial, vincula-
tratar de assuntos particulares para gozo de licença capa- do à compensação de horário a ser efetivada no prazo de até
citação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista
anteriores à data da solicitação de afastamento. (Incluído
nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei. (Redação
pela Lei nº 11.907, de 2009)
dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
§ 3º Os afastamentos para realização de programas de
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no
pós‑doutorado somente serão concedidos aos servidores
interesse da administração é assegurada, na localidade da
titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade
nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição
há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio
probatório, e que não tenham se afastado por licença para de ensino congênere, em qualquer época, independente-
tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste mente de vaga.
artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de Parágrafo único. O disposto neste artigo estende‑se ao
afastamento. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010) cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor
§ 4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos pre- que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob
vistos nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo terão que permanecer sua guarda, com autorização judicial.
no exercício de suas funções após o seu retorno por um
período igual ao do afastamento concedido. (Incluído pela A título de exemplo: Considere que Lucas tenha
Lei nº 11.907, de 2009) tomado posse no seu primeiro cargo efetivo no
§  5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração do serviço público federal e que esteja em exercício há
cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de seis meses. Caso Lucas esteja cursando faculdade
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
permanência previsto no § 4º deste artigo, deverá ressarcir o e tenha de mudar de localidade no interesse da
órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei nº 8.112, de 11 administração, ele terá direito a matrícula em ins-
de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. tituição de ensino congênere, em qualquer época,
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) independentemente de vaga194.
§ 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que
justificou seu afastamento no período previsto, aplica‑se o CAPÍTULO VII
disposto no § 5º deste artigo, salvo na hipótese comprovada Do Tempo de Serviço
de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente
máximo do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 11.907, Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de ser-
de 2009) viço público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas.
§ 7º Aplica‑se à participação em programa de pós‑gra- Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em
duação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano
Lei, o disposto nos §§ 1º a 6º deste artigo. (Incluído pela Lei como de trezentos e sessenta e cinco dias.195
nº 11.907, de 2009) Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997)
CAPÍTULO VI Art.  102. Além das ausências ao serviço previstas no
Das Concessões art. 97, são considerados como de efetivo exercício os afas-
tamentos em virtude de:
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausen- I – férias;
tar‑se do serviço: (Redação dada pela Lei nº 12.998/2014)
I – por 1 (um) dia, para doação de sangue191; 192
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
193
Assunto cobrado na prova: Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
194
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/Contabilidade/2013.
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
191 195
FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – exercício de cargo em comissão ou equivalente, em V – o tempo de serviço em atividade privada, vinculada
órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Mu- à Previdência Social;200
nicípios e Distrito Federal; VI – o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
III – exercício de cargo ou função de governo ou admi- VII – o tempo de licença para tratamento da própria saú-
nistração, em qualquer parte do território nacional, por de que exceder o prazo a que se refere a alínea b do inciso
nomeação do Presidente da República; VIII do art. 102. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
IV – participação em programa de treinamento regular- § 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será
mente instituído ou em programa de pós‑graduação stricto contado apenas para nova aposentadoria.201
sensu no País, conforme dispuser o regulamento; (Redação § 2º Será contado em dobro o tempo de serviço prestado
dada pela Lei nº 11.907, de 2009) às Forças Armadas em operações de guerra.202
V – desempenho de mandato eletivo federal, estadual, § 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de ser-
municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por viço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou
merecimento;196 função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado,
VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei; Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública,
VII – missão ou estudo no exterior, quando autorizado o sociedade de economia mista e empresa pública.
afastamento, conforme dispuser o regulamento; (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) CAPÍTULO VIII
VIII – licença: Do Direito de Petição
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte JURISPRUDÊNCIA:
e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço Direito à informação de atos estatais, neles embutida
público prestado à União, em cargo de provimento efetivo; a folha de pagamento de órgãos e entidades públicas.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) [...] Caso em que a situação específica dos servido-
c) para o desempenho de mandato classista ou partici- res públicos é regida pela 1ª parte do inciso XXXIII
pação de gerência ou administração em sociedade coopera- do art. 5º da Constituição. Sua remuneração bruta,
tiva constituída por servidores para prestar serviços a seus cargos e funções por eles titularizados, órgãos de sua
membros, exceto para efeito de promoção por merecimento; formal lotação, tudo é constitutivo de informação de
(Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005) interesse coletivo ou geral. Expondo‑se, portanto,
d) por motivo de acidente em serviço ou doença pro- a divulgação oficial. Sem que a intimidade deles, vida
fissional197; privada e segurança pessoal e familiar se encaixem
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; nas exceções de que trata a parte derradeira do mes-
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) mo dispositivo constitucional (inciso XXXIII do art. 5º),
f) por convocação para o serviço militar; pois o fato é que não estão em jogo nem a segurança
IX – deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; do Estado nem do conjunto da sociedade. Não cabe,
X – participação em competição desportiva nacional ou no caso, falar de intimidade ou de vida privada, pois
convocação para integrar representação desportiva nacional, os dados objeto da divulgação em causa dizem res-
no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica; peito a agentes públicos enquanto agentes públicos
A título de exemplo: Um jogador de futebol e servi- mesmos; ou, na linguagem da própria Constituição,
dor do Senado foi convocado pelo técnico da seleção agentes estatais agindo ‘nessa qualidade’ (§  6º do
brasileira de futebol para a disputa do mundial da art. 37). E quanto à segurança física ou corporal dos
África do Sul, devendo ficar à disposição da Confe- servidores, seja pessoal, seja familiarmente, claro que
deração Brasileira de Futebol pelo prazo de 60 dias. ela resultará um tanto ou quanto fragilizada com a
Nesse caso, o prazo do eventual afastamento do divulgação nominalizada dos dados em debate, mas
servidor será considerado como de efetivo exercício é um tipo de risco pessoal e familiar que se atenua
com a proibição de se revelar o endereço residencial,
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

no serviço público198.
o CPF e a CI de cada servidor. No mais, é o preço que
XI – afastamento para servir em organismo internacional se paga pela opção por uma carreira pública no seio
de que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído de um Estado republicano. [...] A negativa de pre-
pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) valência do princípio da publicidade administrativa
Art. 103. Contar‑se‑á apenas para efeito de aposentado- implicaria, no caso, inadmissível situação de grave
ria e disponibilidade: lesão à ordem pública (SS 3.902-AgR‑segundo, Rel.
I  – o tempo de serviço público prestado aos Estados, Min. Ayres Britto, julgamento em 9/6/2011, Plenário,
Municípios e Distrito Federal; DJE de 3/10/2011)
II – a licença para tratamento de saúde de pessoal da
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer
família do servidor, com remuneração, que exceder a 30
aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse
(trinta) dias em período de 12 (doze) meses. (Redação dada
legítimo.203
pela Lei nº 12.269, de 2010)
III  – a licença para atividade política199, no caso do Art.  105. O  requerimento será dirigido à autoridade
art. 86, § 2º; competente para decidi‑lo e encaminhado por intermé-
IV – o tempo correspondente ao desempenho de man- dio daquela a que estiver imediatamente subordinado o
dato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior requerente.204
ao ingresso no serviço público federal; 200
Assunto cobrado na prova da FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Execução
de Mandados/2010.
196
FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2010. 201
FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2010.
197
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Adminis- 202
FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2010.
trativa/Contabilidade/2013. 203
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Judiciá-
198
Movens/Ministério da Cultura/Agente Administrativo/2010. ria/2009.
199
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especia- 204
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Adminis-
lizado/Programação de Sistemas/2012. trativa/2009.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qual-
que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, quer tempo, quando eivados de ilegalidade.215
não podendo ser renovado.205 (Vide Lei nº 12.300, de 2010) Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabele-
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de recon- cidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
sideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser
despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DO SERVIDOR
de 30 (trinta) dias.206
Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
PÚBLICO FEDERAL
I – do indeferimento do pedido de reconsideração;207
II  – das decisões sobre os recursos sucessivamente Auxílio‑natalidade
interpostos.
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente A servidora que vier dar à luz terá direito ao recebimento
superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, de um valor em pecúnia relativo ao menor vencimento pago
e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais auto- no serviço público, mesmo na situação do natimorto.
ridades208. O servidor também terá direito a receber este benefício
§  2º O recurso será encaminhado por intermédio da no caso do nascimento de seu filho, se a sua esposa ou
autoridade a que estiver imediatamente subordinado o companheira não for servidora.
requerente. No parto de gêmeos, ou seja, parto múltiplo, o filho pri-
Art.  108. O  prazo para interposição de pedido de re- mogênito irá gerar o direito a 100% do auxílio e os demais
consideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar 50% cada um.
da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão
recorrida.209 (Vide Lei nº 12.300, de 2010) Licença para tratamento de saúde
Art.  109. O  recurso poderá ser recebido com efeito Caso o servidor venha sofrer uma enfermidade, e  a
suspensivo, a juízo da autoridade competente.210 perícia médica acredite que ele não tenha condições tempo-
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de rariamente de exercer as atribuições inerentes ao seu cargo,
reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroa- será concedida esta licença.
girão à data do ato impugnado. Deve‑se sempre atentar que, a princípio, este tipo de li-
cença não prejudica o servidor em relação à contagem de seu
A título de exemplo: A Walter, como servidor público tempo de serviço, porém o legislador afirma, no corpo da Lei
federal, é assegurado o direito de requerer do Poder nº 8.112/1990, que o tempo será contado como efetivo exer-
Público, em defesa de direito ou interesse legítimo. cício até o limite de vinte e quatro meses de licenças. Caso
Diante disso, Walter deverá observar peculiaridades o servidor ultrapasse este limite, o tempo de licença será
do direito de petição, dentre outras, o fato de que contado somente para aposentadoria e disponibilidade.
no caso do provimento do pedido de reconsidera-
ção, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato Licença‑gestante
impugnado211. Quando a servidora estiver grávida, terá o direito a esta
licença, podendo ser iniciada a partir do primeiro dia do nono
Art. 110. O direito de requerer prescreve: mês de gestação, e, no caso de parto prematuro, a licença terá
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e início a partir do nascimento e seu prazo será de 120 dias.
de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que Em 2008, surge a Lei nº 11.770, regulamentada pelo
afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das Decreto nº 6.690/2008, onde esta legislação “alienígena”
relações de trabalho;212 permite a prorrogação por mais sessenta dias, desde que
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo seja requerida no prazo de trinta dias contados do início dos
quando outro prazo for fixado em lei213. cento e vinte dias da licença gestante.
Observações
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da
• Urge ressaltar que, no caso de natimorto, decorridos Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência
pelo interessado, quando o ato não for publicado. trinta dias de licença, a servidora passará por exames
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando médicos e, se estiver em condições, voltará a exercer
cabíveis, interrompem a prescrição. as atribuições inerentes ao seu cargo.
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo • No caso de aborto espontâneo, sempre por meio de
ser relevada pela administração.214 atestado médico oficial, a servidora terá direito a trinta
Art.  113. Para o exercício do direito de petição, é  as- dias de repouso remunerado.
segurada vista do processo ou documento, na repartição, • Durante a jornada de trabalho a servidora tem direito
ao servidor ou a procurador por ele constituído. a uma hora de descanso para amamentar o próprio
filho, que poderá ser divida em dois períodos de
meia hora.
205
FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Judiciária/2009.
206
FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2009.
207
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Judiciá- Licença‑paternidade
ria/2009. Quando nasce o filho de um servidor ou mesmo na ado-
208
Assunto cobrado na prova da Esaf/PGFN/PFN/2012.
209
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – ção, ele terá direito a cinco dias consecutivos.
Judiciária/2009 e FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Execução de Manda-
dos/2009. Licença‑adotante (guarda judicial)
210
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Execução
de Mandados/2009. A servidora quando adota criança de até um ano terá
211
FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2012. direito a 90 dias de licença, porém a Lei nº 11.770/2008
212
Assunto cobrado na prova da Movens/Ministério da Cultura/Agente Adminis-
trativo/2010.
permite a prorrogação por mais 45 dias.
213
Assunto cobrado na prova da Esaf/PGFN/PFN/2012.
214
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Execução Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Judi-
215

de Mandados/2009. ciária/2009 e FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2009.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Se a criança adotada tiver mais de um ano serão conce- não estão presentes os pressupostos da responsabilidade
didos trinta dias que podem ser prorrogados, por meio da civil do Estado217.
Lei nº 11.770/2008, por mais quinze dias. As responsabilidades poderão ser acumuladas sendo
independentes entre si.218
Licença por acidente de serviço A responsabilidade administrativa será afastada na
O legislador não mencionou expressamente um prazo absolvição criminal, onde seja negada a existência do fato
determinado para esta licença, cabendo à autoridade médica (a infração não existiu) ou sua autoria (não foi o servidor
discriminar o número de dias. que praticou a infração).219
O acidente de serviço não se configura somente dentro No caso de absolvição criminal por falta de provas,
da repartição pública, podendo ser estendido ao percurso o servidor poderá responder administrativamente.220
da residência para o trabalho e vice‑versa. É  interessante
salientar que caso o servidor acidentado necessite de tra-
Penalidades
tamento especializado, ele poderá ser tratado à custa da
Administração Pública em instituição privada.
O art. 127 da Lei nº 8.112/1990 enumera as penalidades
Para configurar acidente de serviço, deverá ser feita a
prova do acidente no prazo, a princípio, de dez dias. que o servidor pode sofrer, sendo: advertência, suspensão,
Caso a lesão oriunda do acidente de serviço não permita demissão, cassação da aposentadoria, cassação da disponi-
de forma definitiva que ele exerça as atribuições do cargo, bilidade, destituição do cargo em comissão e destituição da
e seja de tal forma que ele não possa ser readaptado, caberá função comissionada.
aposentadoria por invalidez com proventos integrais.
Ver arts. 196 a 214 da Lei nº 8.112/1990. JURISPRUDÊNCIA:
Embora o Judiciário não possa substituir‑se à admi-
nistração na punição do servidor, pode determinar a
O REGIME DISCIPLINAR E O PROCESSO esta, em homenagem ao princípio da proporcionali-
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR dade, a aplicação de pena menos severa, compatível
com a falta cometida e a previsão legal. (RMS 24.901,
Regime Disciplinar Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 26/10/2004,
Primeira Turma, DJ de 11/2/2005.)
Responsabilidades Observação: A exoneração não possui caráter punitivo.221
Para entendermos melhor as responsabilidades, vamos Advertência
tratá‑las por meio de uma situação hipotética. Para ser configurada esta penalidade deverá ser inicia-
Vamos imaginar que, ao  chegar a repartição pública da uma sindicância, e se após o julgamento o servidor for
federal, um servidor perceba que um determinado bem da
considerado “culpado”, a penalidade deverá ser inserida nos
Administração tenha sumido. Qual seria o dever deste servi-
seus assentamentos individuais, não existindo advertência
dor? Segundo o art. 116 da Lei nº 8.112/1990, este servidor
verbal e somente escrita.
deve comunicar o fato à autoridade superior.
Quando a penalidade é inserta nos assentamentos,
A princípio, seria instaurada uma sindicância com o in-
tuito de investigar. O sindicante percebendo que o sumiço o servidor poderá cancelá‑la, caso não venha a reincidir pelo
do bem se deu em razão do crime de peculato (art. 312 do período de três anos. O  efeito deste cancelamento não é
Código Penal Brasileiro) praticado pelo servidor “X”, ocorrerá retroativo, ou seja, tem efeito ex nunc.
a necessidade de abertura de um processo disciplinar surgin- As infrações que geram advertência têm previsão no
do uma responsabilidade administrativa para o servidor “X”. art. 117, I ao VIII e XIX (ver a lei).
Como ocorreu um crime na repartição pública, o Minis- O rol das infrações não é taxativo, os  regulamentos
tério Público deverá ter ciência, cabendo aí, possivelmente, podem trazer outras condutas passíveis de advertências.
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

uma responsabilidade penal para o referido servidor. As sobreditas infrações prescrevem em 180 dias.
Se, por ventura, durante o processo disciplinar e duran- Necessário se faz ressaltar o que vem a ser a prescrição
te a ação penal, o bem não for devolvido à Administração, administrativa. É a perda do poder de punir da administração
ocorrerá um dano e, sendo assim, o servidor deverá restituir em razão da passagem do tempo. O início desta contagem
a Administração, ocorrendo uma obrigação de indenizar, ou será da ciência do fato e não necessariamente do fato.
seja, uma responsabilidade civil.
Ante o exposto, percebemo s as três responsabilidades: Suspensão
civil, penal e administrativa. Esta punição, além de constar nos assentamentos
• Penal – Decorrerá tanto por crime como também pela individuais, também trará, a  princípio, consequências na
contravenção penal (ilícitos leves). remuneração ou vencimento do servidor, sendo que ele não
• Administrativa – Decorre de sindicância ou processo exercerá as atribuições do seu cargo.
disciplinar. Em razão do silêncio dos arts.  102 e 103 da Lei
• Civil – Decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso nº 8.112/1990, que tratam da contagem do tempo de servi-
ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a ço, os dias de suspensão não serão computados para nenhum
terceiros.216 efeito no serviço público federal.
A título de exemplo: Um cidadão, caminhando por 217
FCC/PGE‑RJ/Técnico Superior de Procuradoria/2009.
uma rua, é atingido por um raio e morre. A prova técnica 218
Assunto cobrado na prova da Defensoria Pública do Estado de São Paulo – FCC
evidencia que não houve conduta comissiva nem omissiva -FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS – DEFENSOR PÚBLICO, – 2010 – Questão 62.
219
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cesgranrio/Casa da Moeda/Advoga-
do Estado, que contribuísse para esse evento. Neste caso, do/2009 e FCC/MPE‑AP/Técnico Ministerial/2009.
220
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/OAB‑Nacional/2009-1, Vunesp/
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE‑AM/Técnico Judiciário – Área Adminis-
216
TJM‑SP/Escrevente Técnico Judiciário/2011 e Cespe/Secont‑ES/Auditor/2009.
trativa/2010. 221
Cespe/MPS/Administrador/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Existe a hipótese de o servidor ser suspenso e continuar a • atuar, como procurador ou intermediário, junto a
exercer normalmente as atribuições inerentes ao seu cargo, repartições públicas, salvo quando se tratar de be-
porém recebendo cinquenta por cento do vencimento ou nefícios previdenciários ou assistenciais de parentes
remuneração em razão dos dias de suspensão, somente na até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro228.
hipótese de conveniência para o serviço.
O servidor está obrigado a realizar exames médicos de Caso o servidor seja demitido por inassiduidade habi-
tempos em tempos, porém se o servidor, injustificadamen- tual, abandono de cargo ou acumulação ilegal, será obri-
te, recusar‑se a fazer os exames, ele poderá ser suspenso gatória a abertura de processo sumário.229
por até 15 dias.222 Caso ele realize ou comprove os exames, A inassiduidade habitual configura‑se quando o servidor
e ainda não terem findados os dias de suspensão, os demais faltar por 60 dias, interpoladamente, não justificados no
dias serão desconsiderados. período de doze meses.230
A título de exemplo: Determinado servidor público recu- A título de exemplo: Manoel, servidor público estável de
sou submeter-se à inspeção médica regularmente determi- uma fundação pública, faltou ao serviço por diversos dias
nada pela autoridade competente. Instado a se explicar, não sem qualquer justificativa, razão pela qual seu superior
apresentou qualquer justificativa pela recusa. A autoridade hierárquico determinou que o fato fosse apurado, com
competente pode, nos termos da Lei n° 8.112/1990, aplicar posterior aplicação da Lei nº 8.112/1990 no que se refere
ao servidor suspensão de até 15 dias, cessando os efeitos ao processo administrativo disciplinar. Uma comissão de
da penalidade uma vez cumprida a determinação223. sindicância, após regular processamento, ouvido o servidor,
O limite máximo imposto pelo legislador para os dias de concluiu que as faltas de Manoel ao serviço eram habituais
suspensão é de 90 dias. e sem qualquer justificativa legal. Com base nessa situação
O cancelamento dos assentamentos individuais se dará hipotética, a materialidade da infração de Manoel ficará
em cinco anos e a prescrição será de dois anos (da ciência caracterizada pela indicação dos dias de falta ao serviço
do fato). sem justificativa, por período igual ou superior a sessenta
dias intercalados, num de prazo de doze meses231.
Demissão Não se incluem fins de semana, feriados e dias de ponto
As infrações que geram demissão têm previsão no facultativo, intercalados entre dias de ausência, para a
art. 132, que possui 13 incisos, sendo que o inciso treze nos
configuração da inassiduidade habitual232.
remete ao art. 117, dos incisos 9º ao 16.
Ante o exposto, temos 19 infrações que podem gerar a
O abandono de cargos configura‑se quando o servidor
demissão do servidor público. Alguns doutrinadores enten-
faltar por mais de 30 dias consecutivos, não justificados e
dem que o rol é taxativo.
intencionais. Aqui se percebe que existe um critério subjetivo
O art. 137, parágrafo único, traz condutas demissivas que
para a demissão do servido, que é a intencionalidade.
proíbem o servidor público de retornar ao serviço público fe-
deral. A doutrina majoritária e a jurisprudência entendem ser Na acumulação ilegal, quando descoberta, o  servidor
inconstitucional, pois fere o comando constitucional inserto deverá ser notificado para que possa optar no prazo de dez
no art. 5º, XLVII, que impede a perpetuação de penalidades. dias, caso não faça a escolha, será configurada a má‑fé e o
Infrações: servidor poderá ser demitido dos dois.
• crimes contra a administração pública; Existem, como já vimos, outras formas de demissão
• improbidade administrativa; que estarão presentes nos arts. 132 e 117, IX ao XVI, da Lei
• aplicação irregular de dinheiros públicos; nº 8.112/1990.
• lesão aos cofres públicos;224
• dilapidação do patrimônio nacional;225 JURISPRUDÊNCIA:
• corrupção. Não pode prosperar, aqui, contra a demissão, a ale-
gação de possuir o servidor mais de trinta e sete anos
O mesmo artigo no seu caput preceitua duas infrações de serviço público. A demissão, no caso, decorre da Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
disciplinares que geram demissão, porém o servidor não apuração de ilícito disciplinar perpetrado pelo funcio-
poderá retornar ao serviço público federal por cinco anos. nário público, no exercício de suas funções. Não é, em
Infrações: consequência, invocável o fato de já possuir tempo de
• valer‑se do cargo para lograr proveito pessoal ou serviço público suficiente à aposentadoria. A lei pre-
de outrem, em detrimento da dignidade da função vê, inclusive, a pena de cassação da aposentadoria,
pública;226 aplicável ao servidor já inativo, se resultar apurado
que praticou ilícito disciplinar grave, em atividade.
A título de exemplo: Crisela, servidora pública civil (MS 21.948, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento
federal efetiva, valeu‑se de seu cargo para lograr proveito em 29/9/1994, Plenário, DJ de 7/12/1995.) No mes-
pessoal em detrimento da dignidade da função pública. mo sentido: RE 552.682-AgR, Rel. Min. Ayres Britto,
Neste caso, a demissão incompatibiliza‑a para nova inves- julgamento em 26/4/2011, Segunda Turma, DJE de
tidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos227. 18/8/2011; MS 23.299, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
julgamento em 6/3/2002, Plenário, DJ de 12/4/2002.
222
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário –
Judiciária/2009, FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul/Analista
Judiciário – Área Judiciária/2010, FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande
do Sul/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010 e FCC/TRE‑PI/Técnico Judiciário – 228
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Correição/2012 e FCC/
Administrativa/2009. TRT 23ª Região/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2011.
223
FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012. 229
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE‑BA/Analista Judiciário – Área Admi-
224
Assunto cobrado na prova do Cespe/OAB‑Nacional/2009. nistrativa/2010.
225
Assunto cobrado na prova do Cespe/OAB‑Nacional/2009. 230
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário –
226
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 14ª Região/Analista Judiciário – Execução Administrativa/2009 e FCC/TRE-AM/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010.
de Mandados/2011. 231
Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013.
227
FCC/TRE‑AP/Analista Judiciário – Contabilidade/2011. 232
Esaf/CGU/AFC/Correição/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Cassação da Aposentadoria competência do governador do Estado de Goiás para
Esta penalidade será aplicada caso o servidor em ati- [...] aplicar penalidade de demissão aos servidores
vidade pratique infração passível de demissão, e antes da do Executivo, tendo em vista o princípio da simetria.
abertura do processo, ele venha se aposentar (RE 633.009-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgamento em 13/9/2011, Segunda Turma, DJE de
Cassação da Disponibilidade 27/9/2011)
O procedimento é bem parecido com o da cassação da
aposentadoria, ou seja, ela será aplicada quando o servidor • Penalidade de suspensão por mais de trinta dias e
em atividade praticar qualquer infração passível de demissão até noventa dias: será aplicado pela autoridade hie-
e antes da abertura do processo o cargo é extinto. rarquicamente inferior àquelas que tenham poder de
demissão.
Destituição do Cargo em Comissão • Advertência e suspensão até trinta dias: cabe ao chefe
É a sanção cabível ao servidor que exerce cargo em da repartição e a outras autoridades previstas em
comissão podendo ser aplicada nas infrações cabíveis de regimento ou regulamento.
suspensão e demissão.233 • A destituição do cargo em comissão: cabe a autoridade
que nomeou o servidor para o cargo em comissão.
Destituição da Função comissionada
O legislador é silente em relação a esta penalidade, Processo Administrativo Disciplinar
pois ela somente é mencionada no art.  127, VI, da Lei
nº 8.112/1990. Sindicância

Julgamento É fato que o legislador tratou a sindicância de forma


superficial, dando aos regulamentos poderes de ingerência
JURISPRUDÊNCIA: nas sindicâncias.
Não há ilegalidade na ampliação da acusação a ser- A Lei nº 8.112/1990 preceitua o prazo da sindicância,
vidor público, se durante o processo administrativo que será de até trinta dias, prorrogável por igual período,
forem apurados fatos novos que constituam infração podendo chegar ao máximo de sessenta dias e, também,
disciplinar. O  princípio do contraditório e da ampla menciona as penalidades que podem ser oriundas por meio
defesa deve ser rigorosamente observado. É permitido deste procedimento, sendo a advertência e a suspensão de
ao agente administrativo, para complementar suas até trinta dias.
razões, encampar os termos de parecer exarado por Aberta a sindicância por meio de portaria, podemos
autoridade de menor hierarquia. A autoridade julga- esperar os seguintes resultados:
dora não está vinculada às conclusões da comissão • arquivamento da sindicância;
processante. Precedentes: (MS 23.201, Rel. a  Min. • aplicação da penalidade;
Ellen Gracie, DJ de 19/8/2005 e MS 21.280, Rel. o Min. • instauração do processo disciplinar.
Octavio Gallotti, DJ de 20-31992). Não houve, no pre-
sente caso, ofensa ao art. 28 da Lei nº 9.784/1998, eis Processo Disciplinar
que os ora recorrentes tiveram pleno conhecimento
da publicação oficial do ato que determinou suas O processo disciplinar será composto por uma comissão
demissões em tempo hábil para utilizar os recursos de três servidores estáveis, sendo que um deles será o seu
administrativos cabíveis. Não há preceito legal que presidente.234
imponha a intimação pessoal dos acusados, ou permita Obedecendo aos princípios da Administração, o presiden-
a impugnação do relatório da comissão processante, te deverá ter cargo superior ou de mesmo nível, ou ter nível
devendo os autos serem imediatamente remetidos à de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
autoridade competente para julgamento (arts. 165 e A escolha do secretário caberá ao presidente do proces-
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

166 da Lei nº 8.112/1990). Precedente: (MS 23.268, so disciplinar, podendo a indicação recair em um de seus
Rel. a Min. Ellen Gracie, DJ de 7/6/2002). (RMS 24.526, membros.
Rel. Min Eros Grau, julgamento em 3/6/2008, Primeira O prazo para o processo disciplinar será de até sessenta
Turma, DJE de 15/8/2008) dias prorrogável por igual período, sendo o prazo máximo
de cento e vinte dias235.
O sindicante e o presidente do processo disciplinar não As penalidades oriundas do processo disciplinar são as
aplicam penalidades ao servidor, e a lei deu competência às seguintes, segundo o art. 146:
seguintes autoridades: • suspensão por mais de trinta e até noventa dias;
• Penalidade de demissão e cassação: cabe à autoridade
máxima de cada poder estendendo‑se também ao A título de exemplo, analise a seguinte assertiva de pro-
Procurador Geral da República e aos Presidentes dos va: Uma servidora pertencente aos quadros de funda-
Tribunais. ção pública federal, após sindicância instaurada para
apuração de ilícito administrativo a ela imputado, foi
JURISPRUDÊNCIA: penalizada com suspensão por quarenta e cinco dias.
Esta Corte firmou orientação no sentido da legitimi- Com base na Lei nº 8.112/1990, a aplicação da pena
dade de delegação a ministro de Estado da compe- disciplinar, na hipótese, afigura‑se incorreta, pois a
tência do chefe do Executivo Federal para, nos termos aplicação da pena de suspensão por mais de trinta dias
do art. 84, XXV, e parágrafo único, da CF, aplicar pena pressupõe a instauração de processo disciplinar.236
de demissão a servidores públicos federais. [...] Le-
gitimidade da delegação a secretários estaduais da
234
Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal Substituto/2009.
235
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Analista Judiciário/Área Adminis-
Assunto cobrado na prova do Cespe/Tribunal de Contas da União/Auditor
233
trativa/Contabilidade/2012.
Federal de Controle Externo/AUFC/2010. 236
Cesgranrio/Bacen/Analista/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• demissão; de irregularidade na portaria que instaurou o feito.
• cassação da aposentadoria; (RMS 24.902-ED, Rel. Min. Eros Grau, julgamento
• cassação da disponibilidade; em 9/2/2010, Segunda Turma, DJE de 26/3/2010.)
• destituição do cargo em comissão.
Observações importantes sobre as fases de processo
As fases do processo disciplinar são: disciplinar:
• instauração; • A regra é que a autoridade julgadora deve obedecer
• inquérito administrativo, que será dividido em: ins- ao relatório, salvo se ele for “suicida”, ou seja, se ele
trução, defesa e relatório; for ao contrário às provas dos autos.
• julgamento, que será em vinte dias. • Se o servidor estiver atrapalhando o processo, de
maneira tal que venha a influir na apuração, a auto-
Assim, observe a seguinte assertiva de prova: Determi- ridade instauradora do processo disciplinar poderá
nado servidor público federal foi acometido de doença que, determinar o afastamento preventivo pelo prazo
por recomendação de seu médico particular, devidamente de até sessenta dias prorrogável por igual período,
atestada, render-lhe-ia quatro dias de licença para trata- porém com remuneração238.
mento da própria saúde. O referido servidor afastou-se de
suas atividades laborais sem, todavia, entregar à chefia A título de exemplo: Vanda, analista judiciário (área
imediata o atestado médico para fins de homologação. judiciária), ocupando cargo de direção, praticou gra-
Também não compareceu ao serviço médico do seu local ve infração administrativa. Instaurado o processo
de trabalho durante o afastamento nem nos cinco dias administrativo disciplinar e para que a servidora
subsequentes a ele. Tendo em vista que o servidor não foi não influa na apuração da irregularidade, a auto-
periciado, nem sequer apresentou atestado médico para ridade instauradora desse processo, dentre outras
que a licença médica pudesse ser formalizada, a chefia providências, poderá determinar seu afastamento
imediata efetuou o registro das faltas em sua folha de do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta)
controle de frequência. Ao final do mês, o referido servidor dias, sem prejuízo da remuneração239.
fora descontado da remuneração correspondente aos dias
faltosos. Considerando a legislação de pessoal em vigor e a • Caso o servidor indiciado encontre‑se em lugar incerto
recente jurisprudência do STJ, é descabida a instauração de e não sabido será publicada a sua citação por meio de
processo administrativo disciplinar quando não se colima edital em diário oficial e em jornal de grande circula-
a aplicação de sanção de qualquer natureza, mas o mero ção. O prazo para exercer defesa será de quinze dias
desconto da remuneração pelos dias não trabalhados237. a partir da última publicação do edital.
• Para defender um indiciado revel será designado pela
O legislador, obedecendo ao comando constitucional autoridade instauradora do processo, um defensor
previsto no art. 5º, LV, menciona os seguintes prazos para dativo, que será um servidor detentor de cargo efe-
defesa: tivo superior ou igual ao do indiciado, ou ter nível de
escolaridade igual ou superior.
JURISPRUDÊNCIA: • A Súmula Vinculante nº  5 (STF) autoriza que o
A jurisprudência desta Corte tem‑se fixado no sentido servidor possa ser demitido sem defesa técnica
de que a ausência de processo administrativo ou a (advogado)240.
inobservância aos princípios do contraditório e da • É vedada a extensão da responsabilidade, de modo
ampla defesa tornam nulo o ato de demissão de ser- genérico, quando não for possível a individualização
vidor público, seja ele civil ou militar, estável ou não. da responsabilidade241.
(RE 513.585-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em • Pode a comissão deixar de indiciar o acusado caso
17/6/2008, Segunda Turma, DJE de 1º/8/2008) No entenda, motivadamente, e com fundamento nas
mesmo sentido: RE 594.040-AgR, Rel. Min. Ricardo
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
provas, pela ausência de materialidade disciplinar242.
Lewandowski, julgamento em 6/4/2010, Primeira • Descrito o fato na peça de indiciação, é vedado, à
Turma, DJE de 23/4/2010; RE 562.602-AgR, Rel. Min. comissão, sugerir aplicação de penalidade quanto a
Ellen Gracie, julgamento em 24/11/2009, Segunda fato não constante da indiciação243.
Turma, DJE de 18/12/2009. Vide: RE 289.321, Rel. • A defesa do indiciado em processo administrativo,
Min. Marco Aurélio, julgamento em 2/12/2010, como ocorre no processo penal, se faz com relação
Primeira Turma, DJE de 2/6/2011; RE 217.579-AgR, aos fatos que lhe são imputados, e não quanto a
Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 16/12/2004, enquadramento legal244.
Primeira Turma, DJ de 4/3/2005. • É vedada a extensão da responsabilidade, de modo
genérico, quando não for possível a individualização
• um servidor envolvido, serão dez dias; da responsabilidade245.
• dois ou mais servidores envolvidos, serão vinte dias.
Processo Sumário
Caso exista a necessidade de novas diligências, os prazos Serve para apurar, como já foi estudado, as  infrações
de defesa poderão ser dobrados. disciplinares passíveis de demissão, sendo a inassiduidade
habitual, abandono de cargo e acumulação ilegal.
JURISPRUDÊNCIA:
Não há cerceamento de defesa quando servidor 238
Assunto cobrado na prova do Cespe/MPE-TO/PJ/2012.
público, intimado diversas vezes pessoalmente do 239
FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Programação de Siste-
mas/2012.
andamento do processo administrativo disciplinar 240
Assunto cobrado na prova da FGV/Sefaz-RJ/Analista de Controle Interno/2011.
e da necessidade de arrolamento de testemunhas, 241
Esaf/CGU/AFC/Correição/2012.
permanece inerte, limitando‑se a alegar a existência Esaf/CGU/AFC/Correição/2012.
242
243
Esaf/CGU/AFC/Correição/2012.
244
Esaf/CGU/AFC/Correição/2012.
Esaf/SRFB/AFRFB/2012.
237 245
Esaf/CGU/AFC/Correição/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Sua composição será de dois servidores estáveis. Pública Federal, em razão do cargo que ocupa. Por
• Seu prazo será de até trinta dias prorrogável por até medo de retaliação, não relatou os fatos de que teve
mais quinze dias. conhecimento. Nos termos da Lei n° 8.112/1990,
• As penalidades, ante o exposto, só podem ser a de- Sérgio deveria ter levado os fatos ao conhecimento
missão e as cassações. da autoridade superior251.

São fases do Processo Sumário: VII – zelar pela economia do material e a conservação
• instauração; do patrimônio público252;
• instrução sumária, que é composta da indiciação, VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;253
defesa em cinco dias e relatório; IX  – manter conduta compatível com a moralidade
• julgamento em cinco dias. administrativa;254
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
A Revisão XI – tratar com urbanidade as pessoas255;
Poderá ocorrer a qualquer tempo, a  pedido do servi- XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
dor, de ofício, por qualquer pessoa da família, em caso de de poder256.
falecimento ou ausência e por meio de curador no caso de Parágrafo único. A representação de que trata o inciso
incapacidade mental, desde que surjam fatos novos ou cir- XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela
autoridade superior àquela contra a qual é formulada,
cunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do servidor,
assegurando‑se ao representando ampla defesa257.
ou mesmo a inadequação da penalidade aplicada.
A revisão do Processo Administrativo Disciplinar, quan-
CAPÍTULO II
do cabível, far-se-á por meio da constituição de comissão,
Das Proibições
nos mesmo moldes da comissão processante246.
A comissão composta para a revisão terá o prazo de ses-
Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória
senta dias, e o julgamento caberá à autoridade que aplicou nº 2.225-45, de 4/9/2001)
a penalidade. I  – ausentar‑se do serviço durante o expediente, sem
Urge ressaltar que da revisão do processo não pode prévia autorização do chefe imediato;258
ocorrer agravamento da penalidade. II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competen-
te, qualquer documento ou objeto da repartição;259
LEITURA DA LEI Nº 8.112/1990 III – recusar fé a documentos públicos;260
IV – opor resistência injustificada ao andamento de docu-
TÍTULO IV
mento e processo ou execução de serviço;
DO REGIME DISCIPLINAR
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no
CAPÍTULO I recinto da repartição;261
Dos Deveres VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua
Art. 116. São deveres do servidor: responsabilidade ou de seu subordinado;
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;247 VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem‑se
II – ser leal às instituições a que servir; a associação profissional ou sindical, ou a partido político;
III – observar as normas legais e regulamentares;248 VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun-
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando ma- ção de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o
nifestamente ilegais;249 segundo grau civil;262
V – atender com presteza: IX – valer‑se do cargo para lograr proveito pessoal ou de
a) ao público em geral, prestando as informações reque- outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

ridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; X  – participar de gerência ou administração de socie-


b) à expedição de certidões requeridas para defesa de dade privada, personificada ou não personificada, exercer
direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 251
FCC/INSS/Técnico/2012.
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão 252
Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Operação de Computa-
dor/2012.
do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quan- 253
Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010.
do houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento 254
Assunto cobrado nas seguintes provas: Coperve/UFSC/Auxiliar em Administra-
de outra autoridade competente para apuração; (Redação ção/Nível Fundamental/2011 e Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010.
255
Assunto cobrado na prova da FCC/INSS/PMP/2012.
dada pela Lei nº 12.527, de 2011) 256
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MPOG/ATPS/Assistência So-
cial/2012 e Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010.
A título de exemplo: Determinado servidor público 257
Assunto cobrado na prova da FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/
federal presenciou a subtração de resmas de papel Taquigrafia/2012.
258
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Técnico Judiciário/Apoio
por parte de funcionários terceirizados. Nessa situ- Especializado/Programação/2012 e Cespe/TRE‑BA/Técnico Judiciário – Admi-
ação, o servidor está obrigado a levar esse fato ao nistrativa/2010.
conhecimento da autoridade superior.250 259
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Técnico Judiciário/Apoio
Especializado/Programação/2012 e Cespe/TRE‑BA/Analista Judiciário – Área
Sérgio, servidor público federal, teve ciência de irre- Administrativa/2010.
gularidades ocorridas no âmbito da Administração 260
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário –
Segurança/2011 e PUC‑PR/TJ‑RO/Juiz Substituto/2011.
261
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Técnico Judiciário/Apoio Es-
246
Esaf/CGU/AFC/Correição/2012. pecializado/Programação/2012, Esaf/CGU/AFC/Administrativa/2012, Coperve/
247
PUC‑PR/TJ‑RO/Juiz Substituto/2011. UFSC/Auxiliar em Administração/Nível Fundamental/2011, FCC/TRT 4ª Região/
248
Assunto cobrado na prova do Coperve/UFSC/Auxiliar em Administração/Nível Técnico Judiciário – Segurança/2011 e FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário –
Fundamental/2011. Judiciária/2009.
249
Assunto cobrado na prova da Esaf/Susep/Analista Técnico da Susep/2010. 262
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área
250
Assunto cobrado na prova da Movens/Ministério da Cultura/Agente Adminis- Judiciária/2013, FCC/TST/Técnico Judiciário/Apoio Especializado/Programa-
trativo/2010. ção/2012 e FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Segurança/2011.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou CAPÍTULO III
comanditário;263 (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008) Da Acumulação

A título de exemplo: Servidor público federal, lo- Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição,
calizado em autarquia federal, após responder a é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.
processo administrativo disciplinar, por ser cotista de §  1º A proibição de acumular estende‑se a cargos,
Sociedade Comercial, sendo que a função de gerente empregos e funções em autarquias, fundações públicas,
empresas públicas, sociedades de economia mista da
era exercida por sua esposa, vem a ser demitido,
União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e
em face da participação no quadro societário de dos Municípios.274
sociedade privada comercial. Em face do narrado, § 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica con-
é  correto afirmar que a participação como cotista dicionada à comprovação da compatibilidade de horários.275
em sociedade comercial não é vedada, em tese, §  3º Considera‑se acumulação proibida a percepção
ao servidor público.264 de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com
proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a decorram essas remunerações forem acumuláveis na ativi-
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios dade276. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo Art.  119. O  servidor não poderá exercer mais de um
grau, e de cônjuge ou companheiro265; cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo
XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem único do art.  9º, nem ser remunerado pela participação
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições266; em órgão de deliberação coletiva277. (Redação dada pela
XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
estrangeiro;267 Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas; à remuneração devida pela participação em conselhos de
administração e fiscal das empresas públicas e sociedades
XV – proceder de forma desidiosa;268
de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem
XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição como quaisquer empresas ou entidades em que a União,
em serviços ou atividades particulares;269 direta ou indiretamente, detenha participação no capital
XVII – cometer a outro servidor atribuições estranhas social, observado o que, a respeito, dispuser legislação es-
ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e pecífica. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
transitórias;270 de 4/9/2001)
XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam incompa- Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que
tíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido
de trabalho; em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
XIX – recusar‑se a atualizar seus dados cadastrais quan- ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver
do solicitado271. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) compatibilidade de horário e local com o exercício de um
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos: (Incluído entidades envolvidos278. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
pela Lei nº 11.784, de 2008) de 10/12/1997)
I – participação nos conselhos de administração e fiscal CAPÍTULO IV
Das Responsabilidades
de empresas ou entidades em que a União detenha, direta
ou indiretamente, participação no capital social ou em Art. 121. O servidor responde civil, penal e administra-
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a tivamente pelo exercício irregular de suas atribuições279.
seus membros;272 e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008) Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo
II – gozo de licença para o trato de interesses particu- ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao
lares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação erário ou a terceiros. Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
sobre conflito de interesses.273 (Incluído pela Lei nº 11.784, § 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao
de 2008) erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46,
na falta de outros bens que assegurem a execução do débito
pela via judicial.
263
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Correição/2012, Cespe/ §  2º Tratando‑se de dano causado a terceiros, res-
TRE-RJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2012, FCC/TST/Técnico Judiciário/ ponderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
Apoio Especializado/Programação/2012, Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio
Especializado/Programação de Sistemas/2012, FCC/TRF 4ª Região/Analista regressiva280.
Judiciário – Área Administrativa/2010 e Consulplan/TSE/fevereiro/2012. § 3º A obrigação de reparar o dano estende‑se aos su-
Funrio/PRF/Policial Rodoviário Federal/2009. cessores e contra eles será executada, até o limite do valor
264
265
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio Especia-
lizado/Programação de Sistemas/2012. da herança recebida281.
266
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE‑BA/Técnico Judiciário – Administra-
tiva/2010.
267
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – 274
Assunto cobrado na prova de Exames/Prefeitura de Ingá-PB/Auditor de Controle
Segurança/2011 e Consulplan/TSE/fevereiro/2012. Interno/2011.
268
Assunto cobrado nas seguintes provas: PUC‑PR/TJ‑RO/Juiz Substituto/2011, 275
Assunto cobrado na prova de Exames/Prefeitura de Ingá-PB/Auditor de Controle
Coperve/UFSC/Auxiliar em Administração/Nível Fundamental/2011, Cespe/ Interno/2011.
MPS/Agente Administrativo/2010 e Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010. 276
Assunto cobrado na prova da Esaf/CGU/Correição/AFC/2012.
269
Coperve/UFSC/Auxiliar em Administração/Nível Fundamental/2011. 277
Assunto cobrado na prova da Esaf/PGFN/PFN/2012.
270
Assunto cobrado nas seguintes provas: PUC‑PR/TJ‑RO/Juiz Substituto/2011, 278
Assunto cobrado na prova da FCC/TST/Técnico Judiciário/Área Administrativa/
FCC/TRT 4ª Região/Técnico Judiciário – Segurança/2011 e PUC‑PR/TJ‑RO/Juiz Segurança Judiciária/2012.
Substituto/2011. 279
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
271
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Técnico Judiciário/Área Admi- 280
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012
nistrativa/Segurança Judiciária/2012 e Consulplan/TSE/fevereiro/2012. e FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Taquigrafia/2012.
272
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNPq/Assistente 1/2011. 281
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/Apoio
273
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE‑BA/Analista Judiciário – Área Admi- Especializado/Operação de Computador/2012, Funrio/MPOG/Analista Técnico
nistrativa/2010. Administrativo – Jurídico/2009 e FCC/TRE-PI/Analista Judiciário/2009.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e V – destituição de cargo em comissão290;
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade282. VI – destituição de função comissionada.
Art. 124. A responsabilidade civil‑administrativa resulta Art.  128. Na aplicação das penalidades serão consi-
de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do deradas a natureza e a gravidade da infração cometida,
cargo ou função283. os danos que dela provierem para o serviço público, as cir-
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas po- cunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes
derão cumular‑se, sendo independentes entre si284. funcionais291.
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade men-
A título de exemplo: Se um servidor tiver sido ab- cionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção
solvido, na esfera criminal, pela prática de dano disciplinar.292 (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
patrimonial à administração pública, essa decisão Art.  129. A  advertência será aplicada por escrito, nos
não influirá na esfera civil se ficar comprovada a casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos
existência do dano e for constatada a imprudência, I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto
imperícia ou negligência do servidor, do que se deduz em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique
que a instância criminal não obriga a instância civil285. imposição de penalidade mais grave. (Redação dada pela Lei
nº 9.527, de 10/12/1997)
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor
será afastada no caso de absolvição criminal que negue a A título de exemplo: De acordo com a Lei
existência do fato ou sua autoria286. nº 8.112/1990, em regra, João, servidor público
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabi- civil efetivo, que nunca praticou qualquer infração
lizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência administrativa, terá a penalidade de advertência
à autoridade superior ou, quando houver suspeita de escrita aplicada se manter sob sua chefia imediata,
envolvimento desta, a outra autoridade competente para em cargo ou função de confiança, cônjuge, compa-
apuração de informação concernente à prática de crimes nheiro ou parente até o segundo grau civil.293
ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que
em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de rein-
pública287. (Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011) cidência das faltas punidas com advertência e de violação
das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita
INFORMATIVO STJ Nº 0457 a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. ABSOL- (noventa) dias.294
VIÇÃO PENAL. § 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o
Cinge-se a controvérsia à possibilidade de condenar servidor que, injustificadamente, recusar‑se a ser submetido
servidor público na área administrativa, por infração a inspeção médica determinada pela autoridade competen-
disciplinar, após sua absolvição criminal pela impu- te, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a
tação do mesmo fato. O entendimento do STJ é que, determinação.
afastada a responsabilidade criminal do servidor § 2º Quando houver conveniência para o serviço, a pe-
por inexistência daquele fato ou de sua autoria, fica nalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na
arredada também a responsabilidade administrativa, base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento
exceto se verificada falta disciplinar residual sancio- ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer
nável (outra irregularidade que constitua infração em serviço.
administrativa) não abarcada pela sentença penal
absolutória (Súmula nº 18-STF). No entanto, a Turma A título de exemplo: Joaquim, servidor público fe-
não conheceu do recurso em face do óbice da Súm. deral, por exercer atividades particulares incompa-
n. 7-STJ. Precedentes citados: REsp 1.199.083-SP, tíveis com o horário de trabalho sofreu penalidade
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

DJe 8/9/2010; MS 13.599-DF, DJe 28/5/2010, e Rcl disciplinar de sessenta dias de suspensão. Porém,
611-DF, DJ 4/2/2002. REsp 1.012.647-RJ, Rel. Min. por necessidade de força de trabalho e conveniência
Luiz Fux, julgado em 23/11/2010. para o serviço, essa penalidade pode ser convertida
em multa (pena pecuniária), com objetivo corretivo
CAPÍTULO V na base de cinquenta por cento por dia de vencimen-
Das Penalidades to ou remuneração, ficando o servidor obrigado a
permanecer em serviço.295
Art. 127. São penalidades disciplinares:
I – advertência288; Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão
II – suspensão289; terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e
III – demissão; 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade; servidor não houver, nesse período, praticado nova infração
282
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
disciplinar296.
283
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012
e FCC/TRT 7ª Região/Analista Judiciário – Execução de Mandados/2009 e OAB-
-MG/Exame de Ordem/2009.3 290
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Administra-
284
Assunto cobrado na prova da Esaf/SRFB/ATRFB/Geral/2012. tiva/Contabilidade/2013.
285
Cespe/TCU/TEFC/Apoio Técnico e Administrativo/Técnica Administrativa/2012. 291
FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Análise de Sistemas/2012.
286
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. 292
FCC/TRE‑AM/Analista Judiciário – Área Administrativa/2010.
287
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-RJ/Analista Judiciário/Área 293
FCC/TRE‑AP/Analista Judiciário – Área Judiciária/2011.
Administrativa/Contabilidade/2012 e FCC/TST/Técnico Judiciário/Área Admi- 294
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/OAB‑Nacional/2009-1, Vunesp/
nistrativa/Segurança Judiciária/2012. TJM‑SP/Escrevente Técnico Judiciário/2011 e Cespe/SECONT‑ES/Auditor/2009.
288
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Administra- 295
FCC/TRE‑AL/Analista Judiciário – Contabilidade/2010.
tiva/Contabilidade/2013. 296
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Rio
289
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Administra- Grande do Sul/Analista Judiciário/Área Judiciária/2010 e FCC/TRE-AM/Analista
tiva/Contabilidade/2013. Judiciário – Área Administrativa/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Parágrafo  único. O  cancelamento da penalidade não § 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará rela-
surtirá efeitos retroativos297. tório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos,
I – crime contra a administração pública; opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará
II – abandono de cargo298; o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à au-
III – inassiduidade habitual299; toridade instauradora, para julgamento. (Incluído pela Lei
IV – improbidade administrativa; nº 9.527, de 10/12/1997)
V  – incontinência pública e conduta escandalosa, na § 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento
repartição300; do processo, a  autoridade julgadora proferirá a sua deci-
VI – insubordinação grave em serviço; são, aplicando‑se, quando for o caso, o disposto no § 3º do
VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, art. 167. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
salvo em legítima defesa própria ou de outrem; § 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para
VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos; defesa configurará sua boa‑fé, hipótese em que se converterá
IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.
do cargo; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio § 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má‑fé,
nacional; aplicar‑se‑á a pena de demissão, destituição ou cassação de
XI – corrupção; aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, em-
XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções pregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal,
públicas;301 hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão
XIII – transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. comunicados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
Art.  133. Detectada a qualquer tempo a acumulação § 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta
a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermé- dias, contados da data de publicação do ato que constituir
dio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze
improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na dias, quando as circunstâncias o exigirem.303 (Incluído pela
hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
a sua apuração e regularização imediata, cujo processo ad- § 8º O procedimento sumário rege‑se pelas disposições
ministrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases: deste artigo, observando‑se, no que lhe for aplicável, sub-
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) sidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.
I – instauração, com a publicação do ato que constituir (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
a comissão, a  ser composta por dois servidores estáveis, Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibi-
e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da lidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta
transgressão objeto da apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, punível com a demissão.304
de 10/12/1997) Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido
II – instrução sumária, que compreende indiciação, de- por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos
fesa e relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) de infração sujeita às penalidades de suspensão e de de-
III  – julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de missão.305
10/12/1997) Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este
§  1º A indicação da autoria de que trata o inciso I artigo, a  exoneração efetuada nos termos do art.  35 será
dar‑se‑á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialida- convertida em destituição de cargo em comissão.
de pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comis-
em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades são, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a
de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem
prejuízo da ação penal cabível.
e do correspondente regime jurídico302. (Redação dada pela Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a publicação A título de exemplo: André é titular de cargo em
do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão comissão de natureza gerencial no Tribunal Regional
transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, Eleitoral. Em razão de sua conduta inadequada foi
bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, responsabilizado por lesão aos cofres públicos. As-
ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de sim, André foi punido com a destituição do cargo em
comissão. Nesse caso, a penalidade aplicada implica
cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando‑se‑lhe
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
vista do processo na repartição, observado o disposto
erário, sem prejuízo da ação penal cabível306.
nos arts.  163 e 164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10/12/1997)
Art.  137. A  demissão ou a destituição de cargo em
comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, in-
297
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Rio compatibiliza o ex‑servidor para nova investidura em cargo
Grande do Sul/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010 e FCC/TRE-AM/Analista
Judiciário – Área Administrativa/2010. público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.307
298
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio
Especializado/Contabilidade/2012 e FCC/TRE-AP/Técnico Judiciário – Área 303
Assunto cobrado nas seguintes provas: MS/TRE‑SC/Analista Judiciário/2009 e
Administrativa/2011. FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Administrativa/2009.
299
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio 304
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/Sefaz‑RJ/Analista de Controle
Especializado/Contabilidade/2012, FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Interno/2011, FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – Administrativa/2009 e
Administrativa/2009 e FCC/TRE-AM/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010 FCC/TRE‑AM/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010.
300
Assunto cobrado na prova da FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/ 305
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRE-RJ/Analista Judiciário/Área
Contabilidade/2012. Administrativa/2012, FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário  – Administrati-
301
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio va/2009 e FCC/TRE‑AM/Analista Judiciário – Área Administrativa/2010.
Especializado/Contabilidade/2012 e FCC/TRE‑AP/Técnico Judiciário  – Área 306
FCC/TRE-SP/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012.
Administrativa/2011. 307
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE‑AM/Analista Judiciário – Área Judiciá-
302
Assunto cobrado na prova da Esaf/CGU/AFC/Correição/2012. ria/2010.

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Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público §  3º A abertura de sindicância ou a instauração de
federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão
comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI. final proferida por autoridade competente315.
Art.  138. Configura abandono de cargo a ausência § 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo come-
intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias çará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção316.
consecutivos.308
Art. 139. Entende‑se por inassiduidade habitual a falta Observação.: Conforme o disposto na Lei nº 8.112/1990,
ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpo- a instauração de PAD interrompe a prescrição até a decisão
ladamente, durante o período de doze meses.
final, a ser proferida pela autoridade competente; conforme
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inas-
siduidade habitual, também será adotado o procedimento entendimento do STF, não sendo o PAD concluído em cento
sumário a que se refere o art. 133, observando‑se especial- e quarenta dias, o prazo prescricional volta a ser contado
mente que: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) em sua integralidade317.
I – a indicação da materialidade dar‑se‑á: (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10/12/1997) TÍTULO V
a)  na hipótese de abandono de cargo, pela indicação DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
precisa do período de ausência intencional do servidor ao
serviço superior a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de CAPÍTULO I
10/12/1997) Disposições Gerais
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos
dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularida-
igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante de no serviço público é obrigada a promover a sua apuração
o período de doze meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
10/12/1997) disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa318.
II – após a apresentação da defesa a comissão elaborará
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005)
relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005)
do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos,
indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese § 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação da
de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência autoridade a que se refere, poderá ser promovida por auto-
ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à ridade de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha
autoridade instauradora para julgamento. (Incluído pela Lei ocorrido a irregularidade, mediante competência específica
nº 9.527, de 10/12/1997) para tal finalidade, delegada em caráter permanente ou
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: temporário pelo Presidente da República, pelos presidentes
I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo pelo Procurador‑Geral da República, no âmbito do respecti-
Procurador‑Geral da República, quando se tratar de demissão vo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competências
e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor para o julgamento que se seguir à apuração. (Incluído pela
vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade; Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
II – pelas autoridades administrativas de hierarquia ime- Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão ob-
diatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior jeto de apuração, desde que contenham a identificação e o
quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito,
III – pelo chefe da repartição e outras autoridades na for-
confirmada a autenticidade319.
ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar
de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;309
IV – pela autoridade que houver feito a nomeação, quan- evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

do se tratar de destituição de cargo em comissão. arquivada, por falta de objeto.


Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com I – arquivamento do processo;
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e II – aplicação de penalidade de advertência ou suspen-
destituição de cargo em comissão310; são de até 30 (trinta) dias;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;311 III – instauração de processo disciplinar320.
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.312 Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por
que o fato se tornou conhecido313. igual período, a critério da autoridade superior.
§  2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal Art.  146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor
aplicam‑se às infrações disciplinares capituladas também ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de
como crime314. 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será
308
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 7ª Região/Técnico Judiciário – obrigatória a instauração de processo disciplinar.
Administrativa/2009 e FCC/TRT 14/Técnico Judiciário  – Área Administrati-
va/2011.
309
FCC/TRE‑AM/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010.
310
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
311
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE‑AM/Técnico Judiciário – Área 315
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
Administrativa/2010, Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal Substituto/2009, 316
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
FCC/TRE‑AP/Analista Judiciário  – Contabilidade/2011, FCC/TRE‑AM/Analista 317
Cespe/AGU/Advogado/2012.
Judiciário – Área Judiciária/2010 e Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009. 318
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012
312
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRF 1º Região/Juiz Federal e Cespe/TCU/TEFC/Apoio Técnico e Administrativo/Técnica Administrati-
Substituto/2009 e FCC/TRE‑AM/Analista Judiciário – Área Judiciária/2010. va/2012.
313
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. 319
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.
314
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. 320
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CAPÍTULO II Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo
Do Afastamento Preventivo disciplinar, como peça informativa da instrução.
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor concluir que a infração está capitulada como ilícito penal,
não venha a influir na apuração da irregularidade, a autori- a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao
dade instauradora do processo disciplinar poderá determinar Ministério Público, independentemente da imediata instau-
o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até ração do processo disciplinar.
60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado A título de exemplo: Encerrada uma sindicância, ins-
por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda taurada em razão do conhecimento de irregularidades
que não concluído o processo. no serviço de um determinado setor do Tribunal Regional
Eleitoral, o relatório conclui que a infração está capitulada
CAPÍTULO III como ilícito penal. Nesse caso, Marcelo, analista judiciário,
Do Processo Disciplinar como autoridade competente, em conformidade com a Lei
nº 8.112/1990, encaminhará cópia dos autos ao Ministério
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento desti- Público, independentemente da imediata instauração do
nado a apurar responsabilidade de servidor por infração processo disciplinar.324
praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha
relação com as atribuições do cargo em que se encontre Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá
investido321. a tomada de depoimentos, acareações, investigações e
Art.  149. O processo disciplinar será conduzido por diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recor-
comissão composta de três servidores estáveis designados rendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a
pela autoridade competente322, observado o disposto no § 3º permitir a completa elucidação dos fatos325.
do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente, que
deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo Observação: Não nulifica o processo disciplinar, por si só,
nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do o fato de colher-se o depoimento do acusado previamente
indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997) ao de testemunha326.
§ 1º A Comissão terá como secretário servidor designado
pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acom-
seus membros. panhar o processo pessoalmente ou por intermédio de
§ 2º Não poderá participar de comissão de sindicância procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas
ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acu- e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de
sado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até prova pericial.
o terceiro grau323. § 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos
Art.  150. A  Comissão exercerá suas atividades com considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo ne- nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
cessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da § 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quan-
administração. do a comprovação do fato independer de conhecimento
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comis- especial de perito327.
sões terão caráter reservado. Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor me-
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas se- diante mandado expedido pelo presidente da comissão,
guintes fases: devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser
I – instauração, com a publicação do ato que constituir anexado aos autos328.
a comissão; Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público,
II – inquérito administrativo, que compreende instrução, a expedição do mandado será imediatamente comunicada Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
defesa e relatório; ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e
III – julgamento. hora marcados para inquirição.
Art.  152. O  prazo para a conclusão do processo disci- Art.  158. O  depoimento será prestado oralmente e
plinar não excederá 60 (sessenta)  dias, contados da data reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê‑lo
de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a por escrito.
sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias § 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.
o exigirem. § 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo se infirmem, proceder‑se‑á à acareação entre os depoentes.
integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensa- Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a co-
dos do ponto, até a entrega do relatório final. missão promoverá o interrogatório do acusado, observados
§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.
que deverão detalhar as deliberações adotadas. § 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será
ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas
Seção I declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida
Do Inquérito a acareação entre eles.
§  2º O procurador do acusado poderá assistir ao in-
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao prin- terrogatório, bem como à inquirição das testemunhas,
cípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa,
com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito. 324
FCC/TRE‑AL/Analista Judiciário – Administrativa/2010.
325
Esaf/CGU/AFC/Correição/2012.
321
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. 326
Esaf/CGU/AFC/Correição/2012.
322
Esaf/CGU/AFC/Área Administrativa/2012. 327
Esaf/CGU/AFC/Correição/2012.
323
Esaf/CGU/AFC/Correição/2012. 328
Esaf/CGU/AFC/Correição/2012.

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Este eBook foi adquirido por IURI OLIVEIRA - CPF: 950.519.965-15.


A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
sendo‑lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, nistrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas
facultando‑se‑lhe, porém, reinquiri‑las, por intermédio do pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra
presidente da comissão. outros servidores cujos supostos ilícitos teriam des-
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental pontado à colheita dessa prova. (Inq. 2.424-QO‑QO,
do acusado, a comissão proporá à autoridade competente Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 20/6/2007,
que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da Plenário, DJ de 24/8/2007). No mesmo sentido: Inq
qual participe pelo menos um médico psiquiatra. 2.424-QO, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em
Parágrafo  único. O  incidente de sanidade mental será 25/4/2007, Plenário, DJ de 24/8/2007.
processado em auto apartado e apenso ao processo princi-
pal, após a expedição do laudo pericial. § 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocên-
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada cia ou à responsabilidade do servidor.
a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele § 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a co-
imputados e das respectivas provas. missão indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgre-
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo dido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da co-
prazo de 10 (dez) dias, assegurando‑se‑lhe vista do processo missão, será remetido à autoridade que determinou a sua
na repartição. instauração, para julgamento.
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será co-
mum e de 20 (vinte) dias. Seção II
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, Do Julgamento
para diligências reputadas indispensáveis.
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do re-
na cópia da citação, o prazo para defesa contar‑se‑á da data cebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a
declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão sua decisão.
que fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas. § 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da
Art.  162. O  indiciado que mudar de residência fica autoridade instauradora do processo, este será encaminhado
obrigado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.
encontrado. §  2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de
Art. 163. Achando‑se o indiciado em lugar incerto e não sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para
sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial a imposição da pena mais grave.
da União e em jornal de grande circulação na localidade do § 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação
último domicílio conhecido, para apresentar defesa. de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para às autoridades de que trata o inciso I do art. 141.
defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação § 4º Reconhecida pela comissão a inocência do servidor,
do edital. a autoridade instauradora do processo determinará o seu
Art. 164. Considerar‑se‑á revel o indiciado que, regular- arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos
mente citado, não apresentar defesa no prazo legal. autos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão,
processo e devolverá o prazo para a defesa. salvo quando contrário às provas dos autos.
§  2º Para defender o indiciado revel, a  autoridade Parágrafo único. Quando o relatório da comissão con-
instauradora do processo designará um servidor como trariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá,
defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá‑la
superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade ou isentar o servidor de responsabilidade.
igual ou superior ao do indiciado.329 (Redação dada pela Lei Art.  169. Verificada a ocorrência de vício insanável,
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

nº 9.527, de 10/12/1997) a autoridade que determinou a instauração do processo ou


Art.  165. Apreciada a defesa, a  comissão elaborará outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total
relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra
autos e mencionará as provas em que se baseou para formar comissão para instauração de novo processo. (Redação dada
a sua convicção. pela Lei nº 9.527, de 10/12/1997)
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nuli-
Prova emprestada. Penal. Interceptação telefônica. dade do processo.
Escuta ambiental. Autorização judicial e produção § 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição
para fim de investigação criminal. Suspeita de delitos de que trata o art. 142, § 2º, será responsabilizada na forma
cometidos por autoridades e agentes públicos. Dados do Capítulo IV do Título IV.
obtidos em inquérito policial. Uso em procedimento Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a auto-
administrativo disciplinar, contra outros servidores, ridade julgadora determinará o registro do fato nos assen-
cujos eventuais ilícitos administrativos teriam des- tamentos individuais do servidor.
pontado à colheita dessa prova. Admissibilidade. Art.  171. Quando a infração estiver capitulada como
Resposta afirmativa a questão de ordem. Inteligên- crime, o  processo disciplinar será remetido ao Ministério
cia do art. 5º, XII, da CF e do art. 1º da Lei federal Público para instauração da ação penal, ficando trasladado
9.296/1996. [...] Dados obtidos em interceptação de na repartição.
comunicações telefônicas e em escutas ambientais, Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar
judicialmente autorizadas para produção de prova só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado volunta-
em investigação criminal ou em instrução processual riamente, após a conclusão do processo e o cumprimento
penal, podem ser usados em procedimento admi- da penalidade, acaso aplicada330.

Assunto cobrado na prova da Funrio/MPOG/Agente Administrativo/2009.


329
FCC/TST/Analista Judiciário/Apoio Especializado/Análise de Sistemas/2012.
330

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o estuda o valor das condutas humanas, seus motivos e fina-
parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em lidades.
demissão, se for o caso. A ética pode ser dividida em duas partes:
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias: 1) a ética normativa; e
I – ao servidor convocado para prestar depoimento fora 2) a metaética.
da sede de sua repartição, na condição de testemunha,
denunciado ou indiciado; A ética normativa propõe os princípios da conduta cor-
II – aos membros da comissão e ao secretário, quando reta. Já a metaética investiga o uso de conceitos como bem
obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a e mal, certo e errado etc.
realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos. Daí a confusão entre ética e moral, entretanto, os dois
termos não se confundem. O termo moral deriva do latim
Seção III – mores –, e significa costumes. A Ética, portanto, é teoria;
Da Revisão do Processo a Moral é prática. Logo, a Moral é a ferramenta de trabalho
da Ética.
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qual- Para Chiavenato332 a ética constitui o conjunto de valores
quer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos ou princípios morais que definem o que é certo ou errado
novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência para uma pessoa, grupo ou organização. O comportamento
do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. ético acontece quando a organização incentiva seus membros
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimen- a se comportarem eticamente de maneira que os membros
to do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer aceitem e sigam tais valores e princípios. Em termos amplos,
a revisão do processo. a ética é uma preocupação com o bom comportamento: é
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revi- uma obrigação de considerar não apenas o bem-estar pes-
são será requerida pelo respectivo curador. soal, mas o das outras pessoas.
Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe No setor público, dentre as normas de conduta que nor-
ao requerente331. teiam o comportamento do servidor está o Código de Ética.
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade Nele constam as atitudes a serem tomadas na organização
não constitui fundamento para a revisão, que requer ele- do trabalho e prioridades na prestação do serviço.
mentos novos, ainda não apreciados no processo originário.
No âmbito do Poder Executivo Federal, tem-se o Decreto
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será di-
nº 1.171, de 22 de junho de 1994.
rigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que,
No Poder Judiciário, cada Tribunal cria o seu próprio
se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do
órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar. Código de Ética, a exemplo do que fez recentemente o Tri-
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade com- bunal Regional Eleitoral da Bahia, por meio da Resolução
petente providenciará a constituição de comissão, na forma Administrativa nº 3, aprovada em 17 de maio de 2017. Nele
do art. 149. foram estabelecidas as regras de conduta que devem ser
Art.  178. A  revisão correrá em apenso ao processo observados por todos os servidores, com vistas a alcançar
originário. os princípios norteadores da Administração Pública.
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá Para efeitos de aplicação do Código de Ética dos Servido-
dia e hora para a produção de provas e inquirição das tes- res da Justiça Eleitoral da Bahia, consideram-se servidores, os
temunhas que arrolar. ocupantes de cargo efetivo do quadro de pessoal do Tribunal,
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para os ocupantes de cargo em comissão ou função comissionada,
a conclusão dos trabalhos. removidos, cedidos, requisitados e, no que lhes couber, todos
Art. 180. Aplicam‑se aos trabalhos da comissão reviso- aqueles que, por força de lei ou qualquer outro ato jurídico,
ra, no que couber, as normas e procedimentos próprios da prestem serviço de natureza permanente, temporária ou
comissão do processo disciplinar. excepcional, vinculados direta ou indiretamente ao Tribunal.
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou
a penalidade, nos termos do art. 141. CÓDIGO DE ÉTICA DOS SERVIDORES DA Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vin- JUSTIÇA ELEITORAL DA BAHIA
te) dias, contados do recebimento do processo, no curso do
qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada Resolução Administrativa nº 3/2017
sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo‑se todos
os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do Institui o Código de Ética dos
cargo em comissão, que será convertida em exoneração. Servidores da Justiça Eleitoral da
Parágrafo  único. Da revisão do processo não poderá Bahia, cria a Comissão de Ética e
resultar agravamento de penalidade. dá outras providências.
..............................................................................................
O TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA, no uso
de suas atribuições legais e regimentais;
Welma Maia
RESOLVE:
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO. CAPÍTULO I
COMPORTAMENTO PROFISSIONAL. Das Disposições Preliminares
ATITUDES NO SERVIÇO. ORGANIZAÇÃO DO
TRABALHO. PRIORIDADE EM SERVIÇO. Art. 1º Fica instituído o Código de Ética dos Servidores
da Justiça Eleitoral da Bahia com o objetivo de:
A palavra ética deriva do grego -ethos-, e significa com- I – fixar as regras éticas de conduta dos servidores do
portamento. Ética, portanto, é uma disciplina filosófica que Tribunal Regional Eleitoral da Bahia;

Chiavenato, Idalberto. Administração Geral e Pública – 2ª ed. – Rio de Janeiro:


332

Esaf/CGU/AFC/Correição/2012.
331
Elsevier, 2008 Provas e concursos) 4ª reimpressão. P.273

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – preservar a imagem e a reputação do servidor do Seção III
Tribunal, cuja conduta esteja de acordo com as normas éticas Dos Deveres
previstas neste Código;
III – oferecer um mecanismo de consulta, destinado a Art. 5º São deveres das pessoas relacionadas no § 1º do
possibilitar o prévio e pronto esclarecimento de dúvidas art. 1º, sem prejuízo da observância das demais obrigações
acerca da conformidade ética da conduta do servidor, por legais e regulamentares:
meio da Comissão Permanente de Ética, criada com o obje- I – desempenhar com zelo e eficiência as atribuições do
tivo de implementar e gerir o presente Código; cargo ou função que exerçam;
IV – reduzir a subjetividade das interpretações pessoais II – resguardar, em sua conduta pessoal, a integridade,
sobre os princípios e normas éticos adotados no Tribunal, a honra e a dignidade de sua função pública, agindo em har-
facilitando a compatibilização dos valores de cada servidor monia com os compromissos éticos assumidos neste Código
com a missão e os valores da instituição; e com os valores institucionais;
V – contribuir para transformar visão, missão, objetivos e III – ser probo, leal e justo, escolhendo sempre, quando
valores institucionais do Tribunal em atitudes, comportamen- estiver diante de mais de uma opção, a que melhor atenda
tos, regras de atuação e práticas organizacionais, orientados ao interesse público;
pelo padrão de conduta ético‑profissional, de modo a garan- IV – encaminhar tempestivamente qualquer prestação
tir o aprimoramento da prestação dos serviços eleitorais. de contas, condição essencial na gestão dos bens, direitos e
§ 1º Consideram‑se servidores do TRE‑BA, para os efeitos
serviços da coletividade a seu cargo;
de aplicação deste Código, servidores ocupantes de cargo
V – quando em serviço, tratar a todos com cortesia, ur-
efetivo do quadro de pessoal deste Tribunal, ocupantes de
cargo em comissão ou função comissionada, removidos, banidade, disponibilidade e atenção, respeitando a condição
cedidos, requisitados e, no que lhes couber, todos aqueles e as limitações de cada indivíduo, sem qualquer espécie de
que, por força de lei ou qualquer outro ato jurídico, prestem preconceito ou distinção de raça, sexo, orientação sexual,
serviço de natureza permanente, temporária ou excepcional, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político ou parti-
vinculados direta ou indiretamente a este Tribunal. dário e condição social;
§ 2º Os contratos administrativos de prestação de ser- VI – ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor
viço, bem como os termos de compromisso dos estagiários de representar contra qualquer comprometimento indevido
e os termos de adesão dos voluntários, firmados com este da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
Tribunal, deverão conter normas de observância do presente VII  – apresentar‑se ao trabalho com vestimentas ade-
Código de Ética. quadas ao exercício do cargo ou função, evitando o uso de
vestuário e adereços  que comprometam a boa apresen-
CAPÍTULO II tação pessoal, a  imagem institucional ou a neutralidade
Das Normas de Conduta Ética profissional;
VIII – manter‑se atualizado com a legislação, as instruções
Seção I e as normas de serviço editadas no âmbito do Tribunal;
Das Regras Gerais IX – manter a neutralidade político‑partidária, religiosa
e ideológica no exercício de suas funções;
Art. 2º A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia, a pre- X – declarar seu impedimento ou suspeição nas situações
servação do patrimônio, da honra e da tradição dos serviços que possam afetar o desempenho de suas funções com
públicos e a conduta ética devem ser observados pelos servi- independência e imparcialidade;
dores do Tribunal com vistas ao atendimento dos princípios XI  – exercer com estrita moderação as prerrogativas
norteadores da Administração Pública. funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo‑se de fazê‑lo
Art.  3º Salvo os casos previstos em lei, a  publicidade contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do
constitui elemento indispensável aos atos administrativos e serviço público;
sua inobservância enseja comprometimento ético. XII – recusar encargos ou obrigações que perturbem ou
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

impeçam o cumprimento apropriado de suas funções;


Seção II XIII – observar, no exercício de seus misteres, a responsa-
Dos Direitos bilidade social e ambiental, no primeiro caso, privilegiando,
no ambiente de trabalho, a adoção de práticas que favoreçam
Art.  4º É direito das pessoas relacionadas no §  1º do a inclusão social e, no segundo, de práticas que combatam o
art. 1º: desperdício de recursos naturais e materiais e evitem danos
I – trabalhar em ambiente adequado, que preserve sua ao meio ambiente;
integridade física, moral, psicológica e o equilíbrio entre a XIV – no relacionamento com outros órgãos, entidades e
vida profissional e familiar; funcionários da administração, o servidor deverá esclarecer
II – ser tratado com equidade nos sistemas de seleção,
a existência de eventual conflito de interesses, bem como
avaliação e reconhecimento de desempenho individual, re-
comunicar circunstância ou fato impeditivo de sua participa-
muneração, promoção e transferência, bem como ter acesso
às informações inerentes a tais procedimentos; ção em decisão coletiva ou em órgão colegiado;
III  – participar das atividades de capacitação e treina- XV – comunicar à chefia imediata, com antecedência mí-
mentos necessários ao seu desenvolvimento profissional; nima de 5 (cinco) dias, a intenção de requerer a participação
IV – estabelecer interlocução livre com colegas e superio- em atividades que impliquem ausência provisória ao local
res, podendo expor ideias, pensamentos e opiniões, inclusive de trabalho ou mudança de lotação.
para discutir aspecto controverso em instrução processual
ou procedimento; Seção IV
V  – ter respeitado o sigilo das informações de ordem Das Vedações
pessoal, que somente a ele digam respeito, inclusive mé-
dicas, ficando o acesso restrito ao próprio servidor e aos Art.  6º É vedado às pessoas relacionadas no §  1º do
responsáveis pela guarda, manutenção e tratamento dessas art. 1º, sem prejuízo da observância das demais proibições
informações, salvo os casos previstos legalmente. legais e regulamentares:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I – participar ou apoiar qualquer instituição que atente XXII – manifestar‑se em nome do Tribunal, quando não
contra a moral, a  honestidade ou a dignidade da pessoa autorizado e habilitado para tal, nos termos da política in-
humana ou exercer atividade profissional antiética, ligando terna de comunicação social;
o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso; XXIII – participar de atividades político‑partidárias, bem
II – prestar consultoria técnica ou qualquer tipo de ser- como usar vestimentas ou adereços que contenham qual-
viço a partidos políticos, candidatos ou a qualquer pessoa quer forma de propaganda eleitoral partidária;
física ou jurídica, ligada direta ou indiretamente ao processo XXIV  – acessar os estacionamentos vinculados ou sob
eleitoral, bem como a empresas licitantes ou que prestem administração deste Tribunal, Cartórios ou Fóruns Eleitorais
serviços ao Tribunal; conduzindo veículo que exiba propaganda político‑partidária;
III – usar cargo ou função, facilidades, amizades, posição XXV – permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
e influências para obter favorecimento indevido para si ou caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram
para outrem no Tribunal; no trato com o público ou com colegas;
IV – ser conivente com erro ou infração que resulte em XXVI – cometer assédio sexual ou moral;
inobservância deste código de conduta; XXVII  – cometer a outrem, valendo‑se da relação hie-
V  – usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o rárquica, atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto
exercício regular de direito de qualquer pessoa; em situações emergenciais e transitórias, devidamente
VI – desviar material, servidor, estagiário ou colaborador justificadas.
para atendimento a interesse particular; Art. 7º É vedado aceitar presentes, salvo de autorida-
VII – fazer uso de informações privilegiadas obtidas no des estrangeiras nos casos protocolares em que houver
âmbito interno do Tribunal, em benefício próprio ou de reciprocidade.
terceiros; §  1º Não se consideram presentes para os fins deste
VIII – deixar, injustificadamente, qualquer pessoa à espe- artigo os brindes sem valor comercial, bem como aqueles
ra de atendimento na unidade em que exerça suas funções, distribuídos a título de cortesia, propaganda, divulgação
permitindo a formação de longas filas, ou outra espécie de habitual ou por ocasião de eventos especiais ou datas come-
atraso na prestação do serviço; morativas, cujo aceite, em ambos os casos, não gere dúvida
IX  – ausentar‑se injustificadamente de seu local de sobre a autonomia, probidade, honorabilidade e ética das
trabalho; pessoas relacionadas no § 1º do art.1º deste Código, e não
X – quando no exercício das atividades inerentes ao car- ultrapassem o valor correspondente a 5% (cinco por cento)
go ou posto de trabalho ocupado, inviabilizar, por ação ou do vencimento básico do cargo de técnico judiciário.
omissão, a identificação funcional requerida por eleitores, § 2º Os presentes que, por alguma razão, não possam ser
partes, advogados, prestadores de serviço, fornecedores ou recusados ou devolvidos sem ônus para o servidor ou para a
pelo público em geral; administração pública serão doados a entidades de caráter
XI – atribuir a outrem erro próprio; filantrópico ou cultural.
XII  – prejudicar deliberadamente a reputação de ou-
tros servidores ou de cidadãos, bem como persegui‑los ou CAPÍTULO III
submetê‑los a situação humilhante; Das Comissões
XIII – manter sob subordinação hierárquica, em cargo ou
função de confiança, afim ou parente até o 3º grau, compa- Seção I
nheiro ou cônjuge; Da Comissão Especial de Ética
XIV – receber salário ou qualquer outra remuneração,
de quaisquer fontes, que esteja em desacordo com a lei; Art.  8º Será criada a Comissão Especial de Ética, com
XV  – receber transporte, hospedagem ou favores de natureza investigativa, para apurar infrações imputadas
particulares, de forma a permitir situação que possa gerar ao Diretor‑Geral da Secretaria do Tribunal e Secretários,
dúvida sobre a sua autonomia, probidade ou honorabilidade; composta por um Juiz Membro da Corte, titular ou substi-
XVI – apresentar como de sua autoria ideias ou trabalhos tuto, a quem caberá a Presidência da Comissão, e por dois Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
de outrem; servidores estáveis e dois suplentes, todos designados pelo
XVII – fazer ou extrair cópias de relatórios ou de quaisquer Presidente do Tribunal.
outros trabalhos ou documentos, pertencentes ao Tribunal, § 1º O Juiz membro da Comissão Especial de Ética será
para utilização em fins estranhos aos seus objetivos ou à substituído, nas suas faltas e impedimentos, nos termos do
execução dos trabalhos a seu encargo; Regimento Interno do Tribunal.
XVIII  – divulgar ou facilitar a divulgação, por qualquer § 2º Quando o assunto a ser apreciado envolver afim ou
meio, de informações sigilosas obtidas por qualquer forma parente, até o 3º grau, companheiro ou cônjuge de integrante
em razão do cargo ou função, bem assim de relatórios, ins- titular da Comissão, este ficará impedido de participar do pro-
truções e informações constantes em processos cujo objeto cesso, assumindo automaticamente o respectivo suplente.
ainda não tenha sido apreciado ou publicizado; §  3º A Comissão Especial de Ética apurará infrações
XIX – divulgar ou facilitar a divulgação, sem prévia au- imputadas ao Diretor‑Geral da Secretaria do Tribunal e aos
torização, de estudos, pareceres e pesquisas realizados no Secretários, mesmo que posteriormente exonerados do
desempenho de suas atividades no cargo ou função; cargo, devendo impulsionar o processo de ofício.
XX – alterar ou deturpar, por qualquer forma, o exato teor § 4º O Presidente do Tribunal não poderá ocupar o cargo
de documentos, informações, citação de obra, lei, decisão de Presidente da Comissão Especial.
judicial, inclusive do próprio Tribunal; § 5º A Comissão Especial de Ética será dissolvida após
XXI  – utilizar sistemas e canais de comunicação do a conclusão dos seus trabalhos, reunindo‑se novamente se
Tribunal para a propagação e divulgação de trotes, boatos, sobrevier nulidade no procedimento ou ainda por despacho
pornografia, propaganda comercial ou político‑partidária, do Presidente do Tribunal para cumprimento de diligências.
assim como a rede da internet para acessar sites, inclusive Art. 9º Compete à Comissão Especial de Ética:
salas de bate papo virtuais e congêneres, de conteúdo por- I – conhecer de denúncias ou representações formuladas
nográfico ou ofensivo aos direitos humanos. contra o Diretor‑Geral ou Secretários, nas quais, mediante

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identificação do denunciante, se apresente ato contrário à Parágrafo único. A decisão da Comissão pela instauração
ética; ou arquivamento de procedimento apuratório, conforme
II  – instaurar, ex officio ou de ordem, desde que haja mencionado nos incisos I, II e III, bem como a conclusão pela
indícios suficientes, procedimento sobre conduta que con- instauração de procedimento administrativo disciplinar serão
siderar passível de violação às normas éticas imputadas ao publicadas de forma sucinta no Diário de Justiça Eletrônico,
Diretor‑Geral ou aos Secretários; contendo o número do procedimento, vedada a identificação
III – arquivar ex officio as denúncias sem identificação do investigado.
do denunciante ou que não atendam aos preceitos deste Art.  13. Cabe ao Presidente da Comissão Permanente
Código; de Ética:
IV – apreciar as matérias que lhes forem submetidas; I – convocar e presidir as reuniões;
V – solicitar informações a respeito de matérias subme- II – orientar os trabalhos da Comissão, ordenar os deba-
tidas a sua apreciação. tes, iniciar e concluir as deliberações;
Art.  10. Cabe ao Presidente da Comissão Especial de III – convocar suplente(s);
Ética: I – convocar e presidir as reuniões; IV – comunicar ao Presidente do Tribunal a vacância do
II – orientar os trabalhos da Comissão, ordenar os deba-
cargo de membro ou solicitar sua substituição na hipótese
tes, iniciar e concluir as deliberações;
de ausência do suplente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias
III – convocar suplente(s);
após a ocorrência;
IV – comunicar ao Presidente do Tribunal a vacância do
cargo de membro ou solicitar sua substituição na hipótese V  – decidir os casos de urgência, ad referendum da
de ausência do suplente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias Comissão.
após a ocorrência;
V  – decidir os casos de urgência, ad referendum da Seção III
Comissão. Das Disposições Comuns às Comissões

Seção II Art. 14. É vedada a designação simultânea de membros


Da Comissão Permanente de Ética e suplentes para as Comissões previstas neste Código.
§ 1º Os membros e suplentes que tiverem atuado em
Art. 11. Fica criada a Comissão Permanente de Ética, com comissão de ética não poderão ser designados para partici-
natureza consultiva e investigativa, composta por 5 (cinco) par de comissão de processo administrativo disciplinar que
servidores estáveis, sendo 3 (três) membros efetivos e 2 envolva a análise do mesmo fato apurado.
(dois) suplentes, exigindo‑se a graduação em Direito para § 2º Os suplentes substituirão os titulares em caso de
nomeação e exercício do cargo de Presidente. vacância ou impedimento no procedimento, não sendo razão
§ 1º Quando o assunto a ser apreciado envolver afim ou para substituição a mera ausência.
parente, até o 3º grau, companheiro ou cônjuge de integrante § 3º A perda ou alteração da natureza do vínculo do ser-
titular da Comissão, este ficará impedido de participar do pro- vidor investigado com o Tribunal não retira a competência
cesso, assumindo automaticamente o respectivo suplente. das Comissões.
§  2º Os titulares e suplentes serão designados pelo §  4º Servidores que estejam respondendo a processo
Presidente do Tribunal, para mandato de um ano, contado penal ou administrativo ficam impedidos de compor quais-
ininterruptamente, permitida 1 (uma) recondução. quer das Comissões.
Art. 12. Compete à Comissão Permanente de Ética: Art. 15. Ficará suspenso da Comissão o membro que vier
I – conhecer de denúncias ou representações formuladas a ser indiciado criminalmente, responder a processo criminal
contra as pessoas indicadas no § 1º do art. 1º deste Código, ou administrativo disciplinar.
nas quais, mediante identificação do denunciante, se apre- Parágrafo único. Caso o servidor venha a ser responsabi-
sente ato contrário à ética; lizado, será automaticamente excluído da Comissão.
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

II – instaurar, ex officio ou de ordem, desde que haja indí- Art.  16. Quando o assunto a ser apreciado envolver
cios suficientes, procedimento sobre conduta que considerar
afim ou parente, até o 3º grau, companheiro ou cônjuge
passível de violação às normas éticas;
de integrante titular da Comissão, este ficará impedido
III – arquivar ex officio as denúncias sem identificação
de participar do processo, assumindo automaticamente o
do denunciante ou que não atendam aos preceitos deste
Código; respectivo suplente.
IV – propor a organização de cursos, manuais, cartilhas, Art. 17. Os integrantes das Comissões desempenharão
palestras, seminários e outras ações de treinamento e dis- suas atribuições sem prejuízo daquelas inerentes a seus car-
seminação deste Código; gos efetivos, cargos em comissão ou funções comissionadas.
V – dirimir dúvidas a respeito da interpretação e apli- Parágrafo único. Eventuais conflitos de interesse que pos-
cação deste Código, bem como apresentar, ao  Presidente sam surgir em função do exercício das atividades profissionais
do Tribunal, por requisição deste, ou sempre que entender dos componentes das Comissões deverão ser informados
necessário, proposta de edição de normas complementares, ao Presidente da Comissão, ou, em se tratando de conflitos
interpretativas e orientadoras das suas disposições; relacionados a este, ao Presidente do Tribunal.
VI – receber propostas e sugestões para o aprimoramento Art. 18. As reuniões da Comissão de Ética ocorrerão por
e modernização deste Código e propor a elaboração ou a iniciativa do seu Presidente.
adequação de normativos internos aos seus preceitos; Art. 19. As matérias em exame nas reuniões da Comissão
VII – apresentar relatório de atividades ao final da gestão serão consideradas de caráter sigiloso.
ao Presidente do Tribunal; Art. 20. Os integrantes da Comissão não poderão se ma-
VIII – solicitar informações a respeito de matérias sub- nifestar publicamente sobre situação específica que possa vir
metidas à sua apreciação; a ser objeto de deliberação formal do Colegiado.
IX – desenvolver outras atividades inerentes à sua fina- Art.  21. Eventuais ausências às reuniões deverão ser
lidade. justificadas pelos integrantes da Comissão.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Seção IV deverá ser acompanhada da prestação de compromisso de
Do Funcionamento das Comissões acatamento e observância das regras estabelecidas neste
Código de Ética.
Art. 22. Os trabalhos das Comissões devem ser desenvol- § 1º O servidor designado ou equiparado assinará decla-
vidos com celeridade e observância dos seguintes princípios: ração sobre a observância dessas regras.
I – proteção à honra e à imagem da pessoa investigada; § 2º Este Código de Ética integrará o Conteúdo Progra-
II – proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mático do Edital de Concurso Público para provimento de
mantida sob reserva, caso assim deseje, e em observância à cargos no Tribunal.
legislação aplicável; Art. 30. Aplicam‑se aos trabalhos da Comissão Permanen-
III – independência e imparcialidade dos seus membros te de Ética e da Comissão Especial de Ética, no que couber,
na apuração dos fatos. as normas relativas aos processos administrativos disciplina-
res constantes na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
CAPÍTULO IV Art. 31. Os casos omissos serão dirimidos pelo Presidente
Dos Procedimentos Apuratórios do Tribunal.
Art. 32. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
Art. 23. A apuração da conduta supostamente em de- publicação.
sacordo com as normas éticas será realizada com base nas
orientações constantes deste Código de Ética e regulamen- Sala de Sessões do TRE da Bahia, em 17 de maio de 2017.
tos pertinentes e não excederá o prazo de 30 (trinta) dias,
contados da data de instauração do processo, admitida a
JOSÉ EDIVALDO ROCHA ROTONDANO
sua prorrogação por igual período, a critério da Presidência
Juiz‑Presidente
do Tribunal, devendo a prorrogação ser publicada no Diário
EDMILSON JATAHY FONSECA JÚNIOR
de Justiça eletrônico.
§ 1º Será mantido com a chancela de “reservado”, até Vice‑Presidente
que esteja concluído, qualquer procedimento instaurado FÁBIO ALEXSANDRO COSTA BASTOS
para apuração de prática em desrespeito às normas éticas, Corregedor Regional Eleitoral
devendo tramitar em envelope lacrado, cujo recebimento em GUSTAVO MAZZEI PEREIRA
condição diversa deverá ser certificado nos autos. Juiz
§ 2º Na hipótese de os autos estarem instruídos com do- PAULO ROBERTO LYRIO PIMENTA
cumento acobertado por sigilo legal, o acesso somente será Juiz
permitido a quem detiver igual direito perante a unidade, ór- DIEGO FREITAS RIBEIRO
gão ou entidade originariamente encarregado da sua guarda. Juiz
§ 3º Para resguardar o sigilo de informações que assim RUY NESTOR BASTOS MELLO
devam ser mantidas, depois de concluída a investigação, Procurador Regional Eleitoral
as Comissões adotarão providências para que os documentos
respectivos sejam lacrados e acautelados, ou ainda desentra- EXERCÍCIOS
nhados, observadas as disposições legais e regulamentares.
§ 4º As Comissões poderão requisitar os documentos ne- 1. (FCC/TRT 24ª Região‑MS/Técnico Judiciário/Área Admi-
cessários ao esclarecimento dos fatos, bem como promover nistrativa/2017) Claudia e Joana são servidoras públicas
diligências e solicitar parecer de especialista. federais, tendo praticado faltas disciplinares no exercí-
Art. 24. As unidades administrativas do Tribunal ficam cio de suas atribuições. Claudia faltou ao serviço, sem
obrigadas a prestar esclarecimentos em apoio ao desempe- causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente,
nho das atividades das Comissões. durante o período de doze meses. Joana, de histórico
Art.  25. É  irrecusável a prestação de informações por exemplar vez que nunca sofrera qualquer penalidade
parte de servidor convocado pelas Comissões, sob pena de administrativa, opôs resistência injustificada à execução
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
abertura de sindicância ou instauração de processo admi- de determinado serviço. Cumpre salientar que ambas as
nistrativo disciplinar, nos termos da Lei nº 8.112, de 11 de
servidoras ainda não foram processadas administrativa-
dezembro de 1990.
mente embora a Administração já tenha conhecimento
Art.  26. As  deliberações da Comissão de Ética serão
dos fatos praticados. Nos termos da Lei nº 8.112/1990,
tomadas por votos da maioria de seus membros.
Parágrafo único. O integrante que discordar das decisões as ações disciplinares relativas às infrações praticadas
colegiadas poderá requerer a juntada de voto em apartado. pelas servidoras prescreverão em
Art. 27. Se a conclusão for pela inexistência de falta ética, a) 5 anos e 2 anos, respectivamente, contados tais
as Comissões arquivarão os processos, devendo comunicar a prazos a partir da data em que os fatos se tornaram
decisão ao Presidente do Tribunal, que poderá determinar, conhecidos pela Administração.
fundamentadamente, a apuração da eventual infração. b) 2 anos e 180 dias, respectivamente, contados tais
Art. 28. Se a conclusão for pela existência de falta ética, prazos a partir da data em que os fatos se tornaram
as Comissões comunicarão a decisão ao Presidente do Tri- conhecidos pela Administração.
bunal, a quem caberá baixar portaria destinada a instaurar c) 5 anos e 180 dias, respectivamente, contados tais
Comissão de Processo Administrativo Disciplinar. prazos a partir da data em que os fatos se tornaram
Parágrafo único. O  Presidente do Tribunal somente conhecidos pela Administração.
poderá manifestar- se contrário à conclusão da Comissão d) 2 anos, contado tal prazo da data em que praticadas
mediante decisão fundamentada. as condutas.
e) 5 anos, contado tal prazo da data em que praticadas
CAPÍTULO V as condutas.
Das Disposições Finais
2. (FCC/TRT 24ª Região‑MS/Técnico Judiciário/Área Ad-
Art. 29. A assunção de cargo ou função neste Tribunal ministrativa/2017) Luciana, servidora pública federal,
pelas pessoas relacionadas no § 1º do art. 1º deste Código, faltou justificadamente ao serviço em razão de forte

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enchente que atingiu local próximo à sua residência, 6. (FCC/TRE‑SP/Técnico Judiciário/Área Administrativa/
impedindo‑a de se deslocar até seu local de seu traba- 2017) Joaquim é servidor público federal e está cur-
lho. Nos termos da Lei nº 8.112/1990, a falta de Luciana sando o terceiro ano da faculdade de Direito da sua
a) poderá ser compensada a critério da chefia imediata, cidade. Ocorre que Joaquim terá que mudar de sede,
mas não será considerada como efetivo exercício. no interesse da Administração pública. Nos termos da
b) poderá ser compensada a critério da chefia imediata, Lei nº 8.112/90, desde que preenchidos os demais re-
sendo assim considerada como efetivo exercício. quisitos legais, será assegurada matrícula em instituição
c) não poderá ser compensada, haja vista a natureza de ensino congênere,
da falta. a) apenas no início do próximo ano letivo e desde que
d) poderá ser compensada a critério da chefia mediata exista vaga, arcando a Administração com eventual
e não será considerada como efetivo exercício. prejuízo pelo período em que eventualmente fique
e) poderá ser compensada a critério da chefia mediata, sem estudar.
sendo assim considerada como efetivo exercício. b) na localidade da nova residência ou na mais próxima
e em qualquer época do ano, independentemente
3. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/2017) No que se de vaga.
refere ao Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis c) exclusivamente na localidade da nova residência,
da União, assinale a opção correta. independentemente de vaga.
a) A Lei nº 8.112/1990 reúne as normas aplicáveis aos d) em qualquer época do ano, mas desde que exista
servidores públicos civis da União, das autarquias e vaga, arcando a Administração com eventual preju-
das empresas públicas federais. ízo pelo período em que eventualmente fique sem
b) Tanto os servidores estatutários quanto os celetistas estudar.
submetem‑se ao regime jurídico único da Lei nº e) apenas no início do próximo ano letivo, independen-
8.112/1990. temente de vaga.
c) Os cargos públicos dos órgãos dos Poderes Legisla-
tivo e Judiciário são criados por lei, e os dos órgãos 7. (FCC/TRE‑SP/Técnico Judiciário/Área Administrati-
do Poder Executivo, por decreto de iniciativa do va/2017) Considere:
presidente da República. I – Exercício de cargo ou função de governo ou admi-
d) O regime estatutário é o regime jurídico próprio das nistração, em qualquer parte do território nacional, por
pessoas jurídicas de direito público e dos respectivos nomeação do Presidente da República.
órgãos públicos. II – Desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
e) Consideram‑se cargos públicos apenas aqueles para municipal ou do Distrito Federal, inclusive para promo-
os quais se prevê provimento em caráter efetivo. ção por merecimento.
III – Participação em competição desportiva nacional
4. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati-
ou convocação para integrar representação desportiva
va/2017) Assinale a opção correta acerca dos venci-
nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em
mentos e das remunerações dos servidores públicos.
lei específica.
a) Os acréscimos pecuniários recebidos por servidor
IV – Licença por motivo de acidente em serviço.
público tornam‑se vinculativos para o futuro.
b) De regra, é permitida a acumulação remunerada de
cargos públicos, ressalvadas as exceções constitucionais. Nos termos da Lei nº  8.112/1990, são considerados
c) É possível a concessão de equiparação de remune- como de efetivo exercício os afastamentos constantes
ração de servidores públicos. apenas em
d) Os vencimentos dos cargos do Poder Judiciário po- a) I, II e III.
derão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. b) I e III.
e) Como regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupan- c) I, II e IV.
tes de cargos e empregos públicos são irredutíveis. d) I, III e IV.
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

e) II e IV.
5. (FCC/TRT 11ª Região (AM e RR)/Técnico Judiciário/Área
Administrativa/2017) Flora é servidora pública federal 8. (FCC/TRE‑SP/Técnico Judiciário/Área Administrati-
e, por preencher os requisitos legais, foi recentemen- va/2017) O vínculo funcional a que se submetem os
te, promovida. Sua promoção foi concedida em 10 de servidores públicos pode variar de acordo com a estru-
outubro de 2016 e, um mês depois, ou seja, em 10 de turação da Administração pública e a natureza jurídica
novembro de 2016, ocorreu a publicação do ato de pro- do ente a que estão subordinados, por exemplo,
moção. Nos termos da Lei nº 8.112/1990, a promoção a) quando vinculados à Administração direta devem,
a) não interrompe o tempo de exercício, que será con- obrigatoriamente, se submeter a prévio concurso
tado no novo posicionamento na carreira a partir de de provas e títulos para provimento de cargos, em-
10 de novembro de 2016. pregos e funções públicas.
b) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no b) os empregados de empresas públicas ou de socie-
novo posicionamento na carreira a partir de 10 de dades de economia mista que explorem atividades
outubro de 2016. econômicas necessariamente devem seguir o mes-
c) não interrompe o tempo de exercício, que será con- mo regime de obrigações trabalhistas das empresas
tado no novo posicionamento na carreira a partir de privadas.
10 de outubro de 2016. c) os ocupantes de empregos públicos e funções pú-
d) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no blicas devem se submeter a prévio concurso público
novo posicionamento na carreira a partir de 10 de somente quando o vínculo funcional pretendido se
novembro de 2016. der com entes integrantes da Administração indireta
e) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no que tenham natureza jurídica de direito público.
novo posicionamento na carreira a partir de 01 de d) os entes que integram a Administração indireta
novembro de 2016, ou seja, no primeiro dia do mês podem preencher cargos em comissão, de livre
seguinte à promoção. provimento, que prescindem de concurso público,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
para suprir as necessidades do quadro funcional
até que seja possível o provimento dos respectivos 12. (FCC/PGE‑MT/Técnico Administrativo/2016) A nomea-
empregos públicos. ção para cargo público de carreira em caráter efetivo,
e) os entes que integram a Administração indireta pos- seguida da tomada de posse no cargo, envolve
suem natureza jurídica de direito privado e, como a) a impossibilidade jurídica de o servidor nomeado e
tal, seus servidores somente podem ocupar emprego empossado vir a ser exonerado, contra a sua vonta-
público. de, do cargo que passou a ocupar.
b) a imediata aquisição da estabilidade no cargo, consis-
9. (FCC/TRE‑SP/Técnico de Enfermagem/2017) Em uma tente no direito de nele permanecer, somente vindo
situação hipotética, Magda é servidora pública do a perdê‑lo em virtude de sentença judicial transitada
TRE‑SP e ocupa cargo em comissão no âmbito do cita- em julgado ou de processo administrativo disciplinar
do Tribunal. Ocorre que Magda foi nomeada para ter no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, c) a observância do requisito da prévia habilitação em
sem prejuízo das atribuições do cargo que atualmente concurso público de provas ou de provas e títulos,
ocupa, hipótese em que, durante o período da interi- obedecida a ordem de classificação e o prazo de sua
nidade, nos termos da Lei nº 8.112/90, validade, tornando‑se, posteriormente, impossível
a) receberá, obrigatoriamente, a  remuneração do a exoneração do servidor, contra a sua vontade, do
primeiro cargo. cargo que passou a ocupar.
b) cumulará a remuneração de ambos os cargos. d) o cumprimento, pelo servidor, de estágio probatório
de 2 anos, podendo ser o mesmo exonerado em caso
c) deverá optar pela remuneração de um dos cargos.
de avaliação negativa de sua aptidão e capacidade
d) receberá a remuneração do primeiro cargo, acresci-
no desempenho do cargo, independentemente de
da de metade do valor da remuneração do segundo processo regular de avaliação.
cargo. e) a observância do requisito da prévia habilitação em
e) receberá, obrigatoriamente, a  remuneração do concurso público de provas ou de provas e títulos,
segundo cargo. obedecida a ordem de classificação e o prazo de
sua validade, assim como a observância de outros
10. (FCC/PGE‑MT/Técnico Administrativo/2016) Agente pú- requisitos previstos em lei.
blico estatutário viola dever funcional de assiduidade,
ao faltar reiteradamente ao serviço sem justificativas 13. (FCC/PGE‑MT/Técnico Administrativo/2016) A estabilidade
ou mediante justificativas não aceitas por lei. Por tal é um direito dos servidores públicos garantido na Cons-
razão, o mesmo pode vir a sofrer sanções de natureza tituição Federal. O objetivo é evitar que sejam demitidos
a) disciplinar, independentemente de processo admi- sempre que um novo governante é eleito, protegê‑los
nistrativo, visto tratar‑se de verdade sabida, isto é, de represálias em casos que afetem interesses e garantir
testemunhada pela chefia e por todos os agentes que a máquina do Estado funcione de maneira constante.
lotados na repartição pública. Os servidores que já adquiriram estabilidade,
b) disciplinar, mediante processo administrativo, por a) podem perder o cargo em virtude de sentença judi-
meio do qual lhe sejam assegurados o contraditório cial transitada em julgado.
e a ampla defesa. b) podem perder o cargo em virtude de sentença judi-
c) judicial tão somente, mediante devido processo cial de primeira instância, dependendo da gravidade
legal, por meio do qual lhe sejam assegurados o da infração cometida.
contraditório e a ampla defesa. c) podem perder o cargo mediante processo adminis-
d) hierárquica, independentemente de processo admi- trativo com ou sem apresentação de defesa.
nistrativo, visto tratar‑se de verdade sabida, isto é, d) podem perder o cargo mediante procedimento de
testemunhada pela chefia e por todos na repartição avaliação de desempenho, a critério da chefia ime-
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
pública. diata.
e) disciplinar, independentemente de processo admi- e) não podem perder o cargo.
nistrativo, tendo em vista a aplicação dos princípios
da verdade sabida e da celeridade processual. 14. (FCC/TRT 20ª Região‑SE/Técnico Judiciário/Tecnologia
da Informação/2016) Joaquim é Técnico de Enferma-
11. (FCC/PGE‑MT/Técnico Administrativo/2016) Empresa gem no Tribunal Regional do Trabalho da 20a Região.
estatal pretende contratar pessoal para desempenhar Há um ano, Joaquim está afastado de seu cargo por
funções técnico‑administrativas, não correspondentes motivo de licença para tratar de assuntos particulares.
às de direção, chefia ou assessoramento. Para tanto deve Nos termos da Lei no8.112/1990, a mencionada licença
a) abrir processo de concurso público, por exigência da poderá ser
a) interrompida a qualquer tempo, não se exigindo um
Constituição Federal.
prazo mínimo para tanto.
b) abrir processo de concurso público, em decorrência
b) renovada, no entanto, não comporta interrupção,
do princípio da razoabilidade. devendo transcorrer seu prazo integral, para então
c) abrir processo de concurso público, em decorrência ser declarada encerrada.
do princípio da continuidade dos serviços públicos. c) interrompida apenas no interesse do serviço e não
d) realizar contratações diretas, sem concurso público, a pedido do servidor.
desde que transparentes, por tratar‑se de entidade d) concedida pelo prazo máximo de dois anos conse-
de direito privado da Administração indireta e, como cutivos.
tal, não submetida a todos os deveres típicos do e) usufruída, mantendo o servidor a sua remuneração.
regime de direito público.
e) realizar contratações diretas, sem concurso público, 15. (FCC/TRT 20ª Região‑SE/Técnico Judiciário/Tecnologia
calcadas na supremacia do interesse público residen- da Informação/2016) Aristides, servidor público do
te na celeridade do processo. Tribunal Regional do Trabalho da 20a Região, usufruiu

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de afastamento para estudar no exterior,tendo o men- minado documento da repartição pública. Cumpre
cionado período perdurado por quatro anos, ou seja, salientar que ambas as servidoras tinham histórico
até 2014. Aristides pretende novo afastamento para exemplar, sem nunca terem sofrido qualquer penali-
estudo em Paris. Nos termos da Lei nº  8.112/1990, dade administrativa. Nos termos da Lei nº 8.112/1990,
além da autorização do Presidente a) apenas Joaquina está sujeita a determinada pena-
a) do Tribunal Regional do Trabalho da 20a  Região, lidade administrativa, sendo que a ação disciplinar
deverá aguardar até 2017, ou seja, é  necessário para a penalidade cabível prescreverá em dois anos.
aguardar o transcurso de três anos para que tenha b) ambas servidoras estão sujeitas a determinada pe-
direito a nova ausência. nalidade administrativa, sendo que a ação disciplinar
b) da República, não necessitará aguardar qualquer para a penalidade cabível prescreverá em 180 dias.
lapso temporal, pois já faz jus ao novo afastamento. c) nenhuma das servidoras está sujeita a qualquer
c) do Supremo Tribunal Federal, deverá aguardar até penalidade, sendo apenas avisadas para que tais
2018, ou seja, é necessário aguardar o transcurso de condutas não se repitam mais.
quatro anos para que tenha direito a nova ausência. d) apenas Josefa está sujeita a determinada penalidade
d) do Tribunal Regional do Trabalho da 20a Região, não administrativa, sendo que a ação disciplinar para a
necessitará aguardar qualquer lapso temporal, pois penalidade cabível prescreverá em dois anos.
já faz jus ao novo afastamento. e) ambas servidoras estão sujeitas a determinada pe-
e) do Supremo Tribunal Federal, deverá aguardar até nalidade administrativa, sendo que a ação disciplinar
2017, ou seja, é necessário aguardar o transcurso de para a penalidade cabível prescreverá em dois anos.
três anos para que tenha direito a nova ausência.
19. (FCC/TRF 3ª Região/Técnico Judiciário/Informáti-
16. (FCC/TRT 20ª Região‑SE/Técnico Judiciário/Tecnologia ca/2016) Francisco é servidor público do Tribunal
da Informação/2016) Luciana é técnica administrativa Regional Federal da 3ª Região, tendo sido processado
do Tribunal Regional do Trabalho da 20a  Região há administrativamente em razão da prática de conduta
quinze anos, tendo, dentre outras atribuições, a  de sujeita à penalidade de suspensão. No curso do pro-
classificar e autuar os processos. Cumpre salientar cesso disciplinar, Francisco preencheu os requisitos
que Luciana detém um histórico funcional exemplar, legais para sua aposentadoria. Em razão disso, pleiteou
haja vista nunca ter sofrido qualquer penalidade ad- à autoridade competente a extinção do processo disci-
ministrativa. Em 2015, opôs resistência injustificada plinar e a concessão da aposentadoria. Nos termos da
à autuação de determinados processos,retardando Lei nº 8.112/1990,
propositadamente os seus andamentos. Nos termos da a) Francisco somente poderá ser aposentado volunta-
Lei nº 8.112/1990, a ação disciplinar quanto à infração riamente após a conclusão do processo e o cumpri-
praticada por Luciana prescreverá em mento da penalidade, acaso aplicada.
a) 5 anos. b) deve ser imediatamente concedida a aposentadoria
b) 2 anos. voluntária de Francisco; no entanto, o  processo
c) 180 dias. deverá prosseguir até seu desfecho final e, se con-
d) 1 ano. cluída pela falta, a sanção será convertida em multa
e) 90 dias.
pecuniária.
c) o processo deverá ser extinto, em razão do pre-
17. (CESPE/Prefeitura de São Paulo‑SP/Assistente de Ges-
enchimento dos requisitos para a aposentadoria
tão/2016) Acerca das exigências posteriores à nomea-
voluntária.
ção em cargo público, assinale a opção correta.
d) Francisco somente poderá ser aposentado volunta-
a) É vedado à administração pública municipal solicitar
riamente após a conclusão do processo, não sendo
do indivíduo aprovado em concurso, no ato da posse
ou posteriormente ao início do exercício, a entrega necessário que se aguarde o cumprimento da pe-
nalidade, pois poderá cumpri‑la de outra forma, ou
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

da Declaração de Bens e Valores que compõem seu


patrimônio. seja, mediante o pagamento de multa.
b) Nomeado para um cargo público na PMSP, o indiví- e) a instauração do processo disciplinar suspende os
duo tem até vinte dias corridos para tomar posse e requisitos para a aposentadoria voluntária, isto é,
iniciar suas atividades relativas ao cargo. Francisco somente preencherá os requisitos para
c) Para tomar posse em cargo público, em regra, o in- aposentar‑se após o trânsito em julgado do processo
divíduo deve comprovar a idade mínima de vinte e disciplinar.
um anos completos antes da data da inscrição no
concurso. 20. (FCC/TRF 3ª Região/Técnico Judiciário/Informáti-
d) Para entrar em exercício, o indivíduo deverá apre- ca/2016) João, servidor público federal, foi convocado
sentar documentos comprobatórios do grau de para o serviço militar, razão pela qual lhe foi concedida
escolaridade exigido para o cargo em questão. licença, na forma e condições previstas na legislação
e) Ao tomar posse em cargo público na PMSP, o indi- específica. Nos termos da Lei nº 8.112/1990, concluído
víduo está dispensado de declarar ser ocupante de o serviço militar, João
outro cargo público, se os horários de trabalho forem a) terá quinze dias com remuneração para reassumir
compatíveis. o exercício do cargo.
b) deverá imediatamente reassumir o exercício do
18. (FCC/TRF 3ª Região/Técnico Judiciário/Informáti- cargo.
ca/2016) Joaquina, servidora pública do Tribunal c) terá somente quinze dias sem remuneração para
Regional Federal da 3ª Região, ausentou‑se do serviço reassumir o exercício do cargo.
durante o expediente, sem prévia autorização do seu d) terá quarenta e cinco dias sem remuneração para
chefe imediato. Já Josefa, também servidora pública reassumir o exercício do cargo.
do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, retirou sem e) terá até trinta dias sem remuneração para reassumir
prévia autorização da autoridade competente, deter- o exercício do cargo.

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21. (FCC/TRF 3ª Região/Técnico Judiciário/Informáti- da dignidade da função pública incompatibiliza o
ca/2016) Considere três situações: (I) Claudio, servidor ex‑servidor para nova investidura em cargo público
público federal, afastou‑se da sua sede de trabalho, federal pelo prazo de cinco anos.
em caráter eventual e transitório, para outro ponto do b) O processo administrativo disciplinar pode ser re-
território nacional, entretanto, o mencionado desloca- visto a qualquer tempo na hipótese de se aduzirem
mento não exige pernoite fora da sede. (II) Já Manoela, fatos novos suscetíveis de justificar inadequação da
também servidora pública federal, afastou‑se da sua penalidade aplicada, podendo resultar, inclusive, em
sede de trabalho, em caráter eventual e transitório, agravamento de penalidade.
para o exterior. (III) Por fim, Rômulo, também servidor c) A penalidade de suspensão poderá ser aplicada ao
público federal, afastou‑se da sua sede de trabalho, servidor na hipótese de infração disciplinar consis-
em caráter eventual e transitório, sendo o mencionado tente em insubordinação grave em serviço.
deslocamento dentro da mesma região metropolitana d) A responsabilidade administrativa do servidor de-
e não exigindo pernoite fora da sede. Nos termos da verá ser afastada caso tenha ocorrido absolvição
Lei nº 8.112/1990, as diárias são devidas criminal por insuficiência de provas.
a) em nenhum dos casos narrados. e) O processo administrativo disciplinar destinado à apu-
b) apenas nos itens II e III, sendo em ambos os casos ração da infração disciplinar de acumulação ilegal de
devidas integralmente. cargos, empregos ou funções públicas desenvolve‑se
c) nos itens I, II e III, sendo em todos os casos devidas em procedimento sumário nas fases de instauração,
integralmente. inquérito administrativo e julgamento.
d) apenas nos itens I e III, sendo no item III, devidas
pela metade. 25. (FCC/TRT 14ª Região (RO e AC)/Técnico Judiciário/Área
e) apenas nos itens I e II, sendo no item I, devidas pela Administrativa/2016) Claudio, servidor público do Tri-
metade. bunal Regional do Trabalho da 14ª Região, ausentou‑se
do País para missão oficial no exterior. O mencionado
22. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário/Área afastamento observou todos os trâmites legais e perdu-
Administrativa/2016) No que diz respeito aos agentes rou por quatro anos, tendo Claudio regressado ao Brasil
públicos, assinale a opção correta em 2012, assumindo suas atividades. Em 2014, Claudio
a) Permite‑se que os gestores locais do Sistema Único pleiteou novo afastamento para estudo no exterior. Nos
de Saúde admitam agentes comunitários de saúde termos da Lei nº 8.112/1990, o afastamento pleiteado
e agentes de combate às endemias por meio de a) não será possível, pois somente decorrido o período
contratação direta. de três anos contados do término do anterior afas-
b) Não se permite o acesso de estrangeiros não natu- tamento é que se admite a nova ausência.
ralizados a cargos, empregos e funções públicas. b) é possível.
c) O prazo de validade de qualquer concurso público é c) não será possível, pois somente decorrido o período
de dois anos, prorrogável por igual período. de quatro anos contados do término do anterior
d) As funções de confiança somente podem ser exer- afastamento é que se admite a nova ausência.
cidas pelos servidores ocupantes de cargo efetivo. d) não é cabível, pois trata‑se da mesma espécie de
e) Como os cargos em comissão destinam‑se à atri- afastamento concedido anteriormente, sendo ne-
buição de confiança, não há previsão de percentual cessário o transcurso de dez anos para que o servidor
mínimo de preenchimento desses cargos por servi- tenha direito.
dores efetivos. e) não se aplica a servidores que já fizeram jus a bene-
fício semelhante, como é o caso de Claudio.
23. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/2016) Com relação ao
regime jurídico dos servidores públicos da União, assi- 26. (FCC/TRT 23ª Região‑MT/Técnico de Administração/
nale a opção correta nos termos da Lei nº 8.112/1990. 2016) Mara, servidora pública federal, pleiteou licença
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais
a) A nomeação para cargo isolado de provimento de seu cargo público para acompanhar seu companhei-
efetivo depende de prévia habilitação em concurso ro Mauro, também servidor público federal e que fora
público. deslocado do Mato Grosso para o Estado do Acre. Nos
b) Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício termos da Lei n°8.112/1990, a licença pleiteada
de cargo público, acrescido das indenizações que a) caso concedida, será por prazo determinado e sem
porventura sejam devidas ao servidor. remuneração.
c) O auxílio‑moradia consiste no ressarcimento das b) não é cabível, por ausência de previsão legal.
despesas comprovadamente realizadas pelo servidor c) caso concedida, será por prazo indeterminado e sem
com moradia, sendo cabível o seu pagamento na remuneração.
hipótese de deslocamento do servidor por força de d) caso concedida, será por prazo determinado e com
alteração de lotação. remuneração.
d) Constitui requisito básico para investidura em cargo e) não é cabível, pois só se aplica entre cônjuges.
público a quitação com as obrigações trabalhistas,
militares e eleitorais. 27. (FCC/TRT 23ª Região‑MT/Técnico de Administra-
e) A demissão de ocupante de cargo em comissão ção/2016) Gabriel, servidor público federal, exerceu seu
pode dar‑se a pedido do servidor ou de ofício pela direito de petição em defesa de interesse legítimo. Em
administração. razão do indeferimento de seu requerimento, formulou
pedido de reconsideração à autoridade competente. Nos
24. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/2016) Com relação termos da Lei n°8.112/1990, o pedido de reconsideração
ao regime disciplinar dos servidores públicos civis da a) interrompe a prescrição.
União, assinale a opção correta. b) pode ser renovado uma única vez.
a) A destituição de servidor de cargo em comissão c) deve ser interposto no prazo de quinze dias, a contar
por infração à proibição de se valer do cargo para da publicação ou da ciência, pelo interessado, da
lograr proveito pessoal ou de outrem em detrimento decisão que pretende ver reconsiderada.

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d) deve ser decidido dentro do prazo máximo de no- A partir dessa situação hipotética, assinale a opção
venta dias. correta.
e) caso indeferido, não admite recurso. a) O referido servidor não terá direito ao ressarcimento
das vantagens decorrentes de sua reinvestidura no
28. (FCC/TRT 23ª Região‑MT/Técnico de Administração/ cargo.
2016) Em janeiro de 2012, Maria, servidora pública do b) Caso a demissão houvesse sido invalidada por
Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, foi punida decisão administrativa, o servidor teria de recorrer
com a penalidade de advertência. Em março de 2014, ao Poder Judiciário para ser reinvestido no cargo
isto é, após o decurso de dois anos de efetivo exercício, anteriormente ocupado.
sendo que, nesse período, não praticou qualquer infra- c) O servidor em questão deverá ser reinvestido no cargo
ção disciplinar, pelo contrário, teve histórico exemplar, anteriormente ocupado por meio da recondução.
elogiado pelos seus superiores, a servidora pleiteou que a d) Na hipótese de o cargo de técnico judiciário ter sido
penalidade tivesse seu registro cancelado, inclusive com extinto, esse servidor terá de ser removido para
efeitos retroativos. Nos termos da Lei n°8.112/1990, cargo com atribuições semelhantes.
a) o prazo está correto, no entanto, não é possível com e) Na hipótese de o cargo de técnico judiciário em
efeitos retroativos. questão estar ocupado, o  seu eventual ocupante
b) é cabível o pleito de Maria. poderá ser reconduzido ao cargo de origem, sem
c) apenas o prazo para pleitear o cancelamento da direito à indenização.
penalidade está incorreto.
d) o prazo para pleitear o cancelamento da penalidade 32. (Cespe/TRE‑PI/Técnico de Administração/2016) Com
está incorreto, além de não poder ser com efeitos base no disposto na Lei nº 8.112/1990, assinale a opção
retroativos. correta acerca do estágio probatório.
e) Maria não é parte legítima para pleitear o cancela- a) Se o servidor não for aprovado no estágio probatório,
mento, vez que tal atribuição deve ser efetivada pela ele será demitido.
própria Administração pública, ex officio. b) O técnico judiciário em estágio probatório poderá
acumular seu cargo público com um emprego pú-
29. (Cespe/TRE‑PI/Técnico Judiciário/2016) Com relação blico no Banco do Brasil, caso haja compatibilidade
à conduta que a Lei nº 8.112/1990 impõe ao servidor de horários.
público, assinale a opção correta. c) Os vencimentos de técnico judiciário em estágio
a) O servidor pode emprestar dinheiro e cobrar juros probatório poderão ser reduzidos, caso essa redução
similares aos bancários, desde que observada a taxa seja de interesse público.
média do mercado. d) Se, em razão de doença de genitor, o servidor usu-
b) O servidor pode, no turno contrário a sua jornada fruir de licença durante o período de seu estágio
de trabalho, exercer o comércio, mantendo, por probatório, este ficará suspenso durante a licença e
exemplo, pequena padaria no bairro em que resida. será retomado a partir do término do impedimento.
c) O servidor público não pode recusar fé a documentos e) Devido ao fato de ainda não ter adquirido a esta-
públicos. bilidade, o técnico judiciário que esteja em estágio
d) O servidor não pode atuar como procurador junto probatório não poderá exercer função de chefia, em
a repartições públicas, para tratar de benefício pre- seu órgão de lotação, durante o estágio.
videnciário de seu irmão.
e) O servidor pode ausentar‑se do serviço, durante o 33. (Cespe/TRE‑PI/Técnico de Administração/2016) Teobal-
expediente, para tratar de assunto particular, sem do, servidor público do estado do Piauí, adquiriu sua
prévia autorização do chefe imediato, desde que estabilidade em 27/1/2012. Em novembro de 2012,
reponha o tempo em outra oportunidade. ele foi nomeado para o cargo de técnico judiciário no
TRE/PI. Dentro do prazo legal, Teobaldo tomou posse e
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

30. (Cespe/TRE‑PI/Técnico Judiciário/2016) Ainda sobre a entrou em exercício em seu novo cargo, após solicitar
disciplina legal acerca dos servidores públicos, assinale vacância por posse em outro cargo inacumulável. Na
a opção correta. avaliação de seu estágio probatório, no tribunal, Teo-
a) A abertura de sindicância punitiva não interrompe baldo foi reprovado, ou seja, foi considerado inapto
a prescrição.
para o exercício do cargo ocupado no TRE/PI.
b) A responsabilidade civil do servidor público pode
Nessa situação hipotética, a administração deve aplicar,
decorrer de ato comissivo, doloso ou culposo, que
em relação a Teobaldo, o instituto denominado
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros, mas não
a) recondução.
de ato omissivo.
b) aproveitamento.
c) Não se admite a cumulação de sanções civis, penais
c) exoneração.
e administrativas.
d) demissão.
d) A incontinência pública do servidor sujeita‑se à pena
e) readaptação.
de suspensão.
e) A ação disciplinar prescreve em cinco anos quanto
às infrações punidas com demissão, cassação de GABARITO
aposentadoria ou disponibilidade e destituição de
cargo em comissão. 1. c 8. b 15. c 22. d 29. c
2. b 9. c 16. c 23. a 30. e
31. (Cespe/TRE‑PI/Técnico de Administração/2016) Após 3. d 10. b 17. d 24. a 31. e
regular processo administrativo disciplinar, servidor 4. e 11. a 18. b 25. c 32. d
público estável, ocupante do cargo de técnico judiciário, 5. a 12. e 19. a 26. c 33. a
regido pela Lei nº 8.112/1990, foi demitido, tendo sua 6. b 13. a 20. e 27. a
demissão sido posteriormente invalidada por meio de 7. d 14. a 21. e 28. d
decisão judicial.

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TRE-BA

SUMÁRIO

Regimento Interno do TRE-BA

Resolução Administrativa nº 1/2017..................................................................................................................................... 3

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Regimento Interno do TRE-BA
Livres Rocha

RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 01, DE cesso e das garantias processuais das partes, dispondo sobre
27 DE ABRIL DE 2017 a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
jurisdicionais e administrativos.
Segundo Hely Lopes Meirelles:
Atenção! Este material não dispensa a leitura integral dos
Atos normativos em comento. Portanto, é  obrigatório o Os Regimentos Internos são atos normativos de
conhecimento literal das referidas normas legais e suas atuação interna, dado que se destinam a reger o
atualizações até o dia da prova. funcionamento de órgãos colegiados e de corpora-
ções legislativas.
Considerações Iniciais
O Regimento estabelece a organização, a composição,
A elaboração do Regimento Interno é uma competên- a  competência e o funcionamento do Tribunal Regional
cia privativa dos tribunais, de acordo com a Constituição Eleitoral da Bahia e regula o trâmite dos feitos adminis-
Federal/1988, em seu art. 96, I, a: Compete privativamente trativos e judiciais que lhe são atribuídos pela Constitui-
aos tribunais: eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus ção da República Federativa do Brasil e pela legislação
regimentos internos, com observância das normas de pro- eleitoral.

ORGANOGRAMA

Regimento Interno do TRE-BA

Organização do Tribunal Composição:


• mediante eleição, pelo voto secreto:
Composição do Tribunal – de dois juízes, dentre os desembargadores do Tribu-
nal de Justiça;
Sede do TRE‑BA: Salvador. – de dois juízes escolhidos pelo Tribunal de Justiça,
Jurisdição: em todo o território do Estado. dentre juízes de direito;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• de um juiz federal escolhido pelo Tribunal Regional • Analisar pedido de parcelamento de multa eleitoral
Federal; aplicada pelo Tribunal e determinar a remessa de peças
• de dois juízes, dentre seis advogados de notável sa- processuais à Procuradoria da Fazenda Nacional para
ber jurídico, reputação ilibada e idoneidade moral, inscrição na Dívida Ativa da União.
indicados pelo Tribunal de Justiça e nomeados pelo • Cumprir e fazer cumprir as deliberações do Tribunal,
Presidente da República. ressalvada a competência do relator.
• Mandar publicar, no prazo legal, a relação dos candida-
Presidente e do Vice‑Presidente tos que tiveram requerimento de registro protocolado
regularmente perante o Tribunal.
Eleição de Presidente e Vice‑Presidente: eleição secre- • Nomear os membros das juntas eleitorais, depois de
ta, dentre os juízes da classe de desembargador, cabendo aprovados seus nomes pelo Tribunal, e designar‑lhes
ao outro a Vice‑Presidência. Efetuar‑se‑á a eleição com a as respectivas sedes.
presença de seis juízes efetivos, no mínimo. • Assinar os diplomas dos eleitos para os cargos de Go-
Quórum de eleição: será considerado eleito o que obtiver vernador, Vice‑Governador, Senador, Deputado Federal
maioria absoluta de votos; se nenhum alcançar essa votação, e Estadual e dos suplentes.
proceder‑se‑á ao segundo escrutínio, sendo considerado • Comunicar a diplomação de militar à autoridade a que
eleito o mais votado. Havendo empate no segundo escrutí- esteja subordinado.
nio, considerar‑se‑á eleito o juiz mais antigo no Tribunal e, • Propor a data e as instruções das eleições suplemen-
se igual a antiguidade, o mais idoso. tares.
Posse: o Presidente eleito assumirá imediatamente as • Designar, por delegação do Tribunal, juiz de direito
funções, lavrando‑se o termo de posse. para a função de juiz eleitoral, inclusive no caso de
Mandato: o mandato terá a duração de um biênio, que substituição.
será contado a partir da data da posse, vedada a reeleição. • Superintender os serviços da Secretaria do Tribunal
Vacância: vagando o cargo de Presidente e faltando mais e dos cartórios eleitorais, ministrando aos juízes as
de sessenta dias para o término do biênio, proceder‑se‑á à devidas instruções.
eleição do sucessor. Assumirá interinamente a Presidência, • Baixar atos para execução do Regulamento da Secre-
até a realização de nova eleição, o Vice‑Presidente. taria.
• Fixar o horário do expediente da Secretaria.
Substituição nas faltas e impedimento do: • Prorrogar ou suspender os prazos, mediante ato
• Presidente: pelo Vice‑Presidente; administrativo devidamente publicado na imprensa
• Vice‑Presidente: pelo Corregedor Regional Eleitoral. oficial, em decorrência de interrupção ou suspensão
extraordinária do expediente da Secretaria.
Competência do Presidente do Tribunal • Abrir concurso público para o provimento dos cargos
• Presidir as sessões do Tribunal, colher os votos e pro- da Secretaria e dos cartórios das zonas eleitorais e
clamar o resultado. submeter à aprovação do Tribunal os nomes dos com-
• Participar das discussões e dos julgamentos, bem como ponentes da respectiva comissão.
proferir votos em todos os processos de competência • Nomear, empossar, exonerar, demitir e aposentar, nos
da Corte, sejam judiciais ou administrativos. termos da lei, os servidores do quadro da Secretaria
• Convocar sessões extraordinárias. do Tribunal e dos cartórios das zonas eleitorais, decla-
• Manter a ordem e exercer o poder de polícia nas rando, também, a vacância dos cargos efetivos.
sessões e no edifício do Tribunal, adotando as provi- • Prover os cargos em comissão e as funções comissiona-
dências que julgar oportunas. das do quadro da Secretaria do Tribunal e dos cartórios
• Zelar pelo decoro do Tribunal, determinando as me- das zonas eleitorais.
didas processuais cabíveis quando a parte ou seus • Prover, por indicação do Corregedor, as funções co-
patronos se excederem em atos contrários à dignidade missionadas e os cargos em comissão que integram a
da Justiça. estrutura da Corregedoria Regional Eleitoral.
• Assinar as atas das sessões, depois de aprovadas. • Conceder aos servidores do quadro da Secretaria do
• Assinar os termos de posse dos juízes do Tribunal. Tribunal e dos cartórios das zonas eleitorais adicional
• Convocar os juízes substitutos. de insalubridade, periculosidade ou atividade penosa,
• Justificar as faltas dos membros do Tribunal. remoção, bem como licença por motivo de afastamen-
• Submeter à apreciação do Tribunal Superior Eleitoral to do cônjuge ou companheiro, para tratar de inte-
o afastamento temporário de juízes do Tribunal, do resses particulares e para desempenho de mandato
exercício dos cargos de origem. classista.
• Comunicar aos Tribunais competentes o afastamento • Aplicar penas disciplinares aos servidores.
concedido aos seus membros e aos juízes eleitorais. • Julgar, em grau de recurso, os atos do Diretor‑Geral.
Regimento Interno do TRE-BA

• Estabelecer escala dos juízes do Tribunal para atender • Aprovar e encaminhar ao Tribunal Superior Eleitoral
ao plantão judiciário. a proposta orçamentária anual e plurianual.
• Ordenar a distribuição dos feitos. • Solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral a abertura de
• Exercer o juízo de admissibilidade dos recursos in- crédito adicional suplementar.
terpostos contra as decisões do Tribunal, quando for • Aplicar aos fornecedores ou executores de obras e
o caso. serviços, quando inadimplentes, as  penalidades e
• Apreciar pedido de medida cautelar em recurso espe- proibições previstas em lei.
cial pendente de juízo de admissibilidade. • Submeter ao Tribunal a Tomada de Contas Anual.
• Decidir o pedido de carta de sentença. • Instaurar o processo de tomada de contas especial,
• Decidir pedido de suspensão de execução de tutela bem como dispensá‑lo, quando for o caso.
antecipada e de execução de sentença com efeitos • Apresentar ao Tribunal, na sessão inaugural de cada
imediatos concedidos contra pessoa jurídica de direito ano, relatório das atividades jurisdicionais e adminis-
público. trativas do exercício anterior.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Representar o Tribunal nas solenidades e atos oficiais, • Supervisionar, orientar e fiscalizar os procedimentos
podendo delegar essa função a um dos membros do relativos ao encaminhamento de dados de filiação
colegiado. pelos partidos políticos;
• Delegar atribuição em matéria administrativa. • Verificar, no âmbito de sua jurisdição, se há erros,
• Promover a apuração imediata dos fatos que tiver abusos ou irregularidades que devam ser corrigidos,
ciência sobre irregularidade atribuída a juiz do Tribu- determinando, por provimento, as necessárias medi-
nal, obedecidas às regras do devido processo legal, das para que sejam sanadas as ocorrências;
determinando o arquivamento de plano quando o fato • Convocar juiz eleitoral para prestar informações de
revelado não configurar infração disciplinar ou ilícito interesse da Justiça Eleitoral;
penal. • Conhecer, processar e relatar as representações rela-
• Instaurar e processar sindicância contra juiz do Tri- tivas a irregularidades na propaganda partidária, na
bunal, garantidas a ampla defesa e o contraditório, modalidade de inserções;
submetendo o relatório conclusivo à apreciação do • Verificar se as denúncias relativas a crimes eleitorais
colegiado. já oferecidas têm curso normal;
• Relatar proposta de abertura de processo administra-
• Determinar a correição nas representações, reclama-
tivo disciplinar contra juiz do Tribunal.
ções e demais procedimentos que lhe forem subme-
• Votar no julgamento de proposta de instauração de
tidos;
processo administrativo disciplinar contra juiz eleitoral.
• Levar ao conhecimento do Tribunal, do Presidente
• Votar no julgamento de processo administrativo dis-
ciplinar contra juiz do Tribunal e juiz eleitoral. ou do juiz competente, os  assuntos eleitorais perti-
• Praticar ato reputado urgente, inserido na competên- nentes a fatos ou providências que escapem à sua
cia privativa do Tribunal, submetendo‑o, na primeira competência, bem como a ocorrência de falta grave
sessão plenária, ao referendo do colegiado. ou procedimento que não lhe couber corrigir dentro
de suas atribuições;
Corregedor Regional Eleitoral • Delegar a função correicional a juiz eleitoral, em casos
especiais, fixando o prazo respectivo para a conclusão
Escolha do Corregedor Regional Eleitoral: por escrutínio dos trabalhos delegados;
secreto, dentre os juízes do Tribunal, exceto o Presidente; • Promover a apuração imediata dos fatos que tiver
o Vice‑Presidente, se eleito, acumulará as duas funções. ciência sobre irregularidade atribuída a juiz eleitoral,
Eleições: aplicam‑se, no que couber, os  dispositivos observadas as regras do devido processo legal, de-
pertinentes à eleição do Presidente. terminando o arquivamento de plano quando o fato
Jurisdição: o Corregedor, que exerce as suas funções revelado não configurar infração disciplinar ou ilícito
cumulativamente com as de juiz do Tribunal, terá jurisdição penal;
em todo o Estado. • Instaurar e processar sindicância contra juiz eleitoral,
Ao Corregedor incumbem a inspeção e a correição dos garantidos a ampla defesa e o contraditório, subme-
serviços eleitorais do Estado e especialmente: tendo o relatório conclusivo à apreciação do Tribunal;
• Cumprir e fazer cumprir as determinações do Tribunal, • Relatar proposta de abertura de processo administra-
no âmbito de sua competência; tivo disciplinar contra juiz eleitoral;
• Velar pela fiel execução das leis e das instruções, pela • Votar no julgamento de proposta de instauração de
boa ordem e celeridade dos serviços eleitorais; processo administrativo disciplinar contra juiz eleitoral;
• Verificar se os juízes eleitorais, membros de juntas • Votar no julgamento de processo administrativo dis-
eleitorais e servidores das zonas eleitorais mantêm ciplinar contra juiz eleitoral;
exação no cumprimento dos seus deveres; • Receber, processar e julgar as reclamações e represen-
• Orientar os juízes eleitorais sobre a regularidade dos tações contra servidor requisitado lotado em cartório
serviços nos respectivos juízos e cartórios; eleitoral e oficial de justiça, aplicando, conforme a
• Expedir provimentos e demais atos normativos neces- gravidade da falta, as penalidades de advertência ou
sários ao bom e regular funcionamento dos serviços
de suspensão, até trinta dias, mediante instauração de
eleitorais sob sua supervisão;
procedimento disciplinar;
• Determinar e fiscalizar os serviços a serem execu-
• Conhecer, processar e relatar as reclamações e repre-
tados pelos servidores da Corregedoria, podendo
sentações formuladas contra os juízes eleitorais;
incumbi‑los de quaisquer verificações nos cartórios
das zonas eleitorais, respeitada a competência dos • Conhecer, processar e relatar ação de investigação
respectivos juízes; para apurar o uso indevido, desvio ou abuso do poder
• Verificar se são observados, nos processos e atos elei- econômico ou do poder de autoridade, ou a utilização
Regimento Interno do TRE-BA

torais, os prazos legais, se há ordem e regularidade nos indevida de veículo ou meio de comunicação social, em
papéis e nos registros de tramitação de expedientes e benefício de candidato ou partido político, nas eleições
processos, bem como se os livros estão devidamente federais e estaduais;
escriturados e conservados de modo a serem preser- • Instruir e submeter ao Tribunal processos relativos à
vados de perda, extravio ou qualquer dano; correição e revisão eleitoral;
• Supervisionar, orientar e fiscalizar os serviços de • Comunicar ao Presidente do Tribunal a sua ausência,
alistamento, regularização de situação de eleitor e quando se locomover, em correição, para qualquer
administração e manutenção do cadastro eleitoral do zona fora da Capital;
Estado; • Apresentar ao Tribunal e à Corregedoria‑Geral Eleito-
• Verificar se os Oficiais de Registro Civil comunicam à ral, no mês de dezembro de cada ano, relatório de suas
Justiça Eleitoral, com a regularidade prevista em lei, atividades durante o respectivo exercício, acompanha-
os  óbitos ocorridos nas respectivas jurisdições, pro- do de elementos elucidativos e sugestões do interesse
cedendo contra os infratores; da Justiça Eleitoral;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Solicitar ao Presidente, motivadamente, a designação, Antiguidade: nos casos previstos neste Regimento, a an-
pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, de até dois tiguidade regular‑se‑á, sucessivamente:
juízes de direito para auxiliar nos atos relativos à ins- • pela posse no Tribunal;
trução processual dos feitos judiciais e administrativos • pela nomeação ou eleição;
eleitorais e na realização de correição cartorária nas • pela idade.
zonas eleitorais, de competência exclusiva do Correge-
dor Regional Eleitoral, pelo prazo de um ano, renovável Recondução: havendo recondução, será considerada,
por igual período, a critério do Tribunal cedente; para efeito de antiguidade, a data da primeira investidura,
• Levar ao conhecimento da Procuradoria Regional ainda que haja interrupção do exercício.
Eleitoral e da Corregedoria‑Geral do Ministério Pú- Gratificação:
blico do Estado da Bahia fatos que tiver ciência sobre • Os juízes do Tribunal e o Procurador Regional Eleitoral
irregularidade atribuída a promotor eleitoral, para a fazem jus à gratificação, devida por sessão a que efeti-
adoção das providências cabíveis; vamente comparecerem, não cabendo a sua percepção
• Exercer quaisquer outras atribuições fixadas em lei, por motivo de férias, licença de qualquer natureza ou
instruções e demais normas supletivas ou complemen- falta.
tares, baixadas pelos órgãos competentes. • Ao Presidente é devida a gratificação de presença
quando não puder comparecer às sessões em virtude
Ouvidor Regional Eleitoral de estar representando o Tribunal perante os demais
Poderes e autoridades.
Escolha do ouvidor e seu substituto: o Ouvidor e o seu • Juiz substituto: Estando o Presidente impossibilitado
substituto serão escolhidos, por escrutínio secreto, dentre de representar a Corte, o juiz do Tribunal que o subs-
os juízes do Tribunal, exceto o Presidente e o Corregedor, tituir faz jus à gratificação.
para mandato de dois anos, permitida a recondução, por • O Corregedor, o Ouvidor, o Juiz Cooperador e o Dire-
igual período. tor da Escola Judiciária Eleitoral, se juiz do Tribunal,
Atividade de direção: o Ouvidor exercerá a direção das quando impossibilitados de comparecer às sessões,
atividades da Ouvidoria Regional Eleitoral de acordo com em virtude de sua atuação, fazem jus à gratificação de
regulamento específico, podendo baixar regras complemen- presença.
tares dispondo sobre procedimentos internos. • Juiz auxiliar faz jus à gratificação mensal pelo exercício
de suas funções, na forma estabelecida pelo Tribunal
Superior Eleitoral.
Escola Judiciária Eleitoral

Unidade administrativa: a Escola Judiciária Eleitoral é Competências do Tribunal


unidade administrativa ligada à Presidência do Tribunal.
Escolha dos dirigentes: a escolha dos seus dirigentes Competência Privativa
e suas atribuições, bem como a estrutura e organização
dos serviços da unidade serão definidos em regulamento Compete, privativamente, ao Tribunal, além de outras
atribuições que lhe forem conferidas por lei:
específico.
• Eleger o Presidente, o Corregedor, o Ouvidor, e o Juiz
Cooperador;
Núcleo de Cooperação Judiciária
• Empossar o Presidente, Vice‑Presidente, Corregedor,
Ouvidor, Juiz Cooperador e demais juízes efetivos e
A cooperação judiciária será conduzida pelo Núcleo de
substitutos;
Cooperação Judiciária, em conformidade com as diretrizes
• Elaborar o Regimento Interno;
estabelecidas por Tratados e Convenções Internacionais • Aprovar o Regimento Interno da Corregedoria Regio-
subscritas pela República Federativa do Brasil, pelo Conselho nal Eleitoral, da Ouvidoria, do Núcleo de Cooperação
Nacional de Justiça, pelo Tribunal Superior Eleitoral e por Judiciária, da Escola Judiciária Eleitoral e dos Juízos e
este Tribunal. Cartórios Eleitorais e o Regulamento da Secretaria do
Direção: o Núcleo de Cooperação Judiciária, órgão dire- Tribunal, bem como suas emendas;
tamente vinculado à Presidência do Tribunal, será dirigido • Organizar a sua Secretaria, a Corregedoria Regional,
por um Juiz Cooperador. a Ouvidoria, o Núcleo de Cooperação Judiciária, a Es-
cola Judiciária Eleitoral e as zonas eleitorais;
Dos Juízes do Tribunal • Submeter ao Tribunal Superior Eleitoral proposta de
Os juízes do Tribunal, no exercício de suas funções e no criação, transformação ou extinção de cargos efetivos
que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão do Quadro de Pessoal do Tribunal;
Regimento Interno do TRE-BA

inamovíveis. • Fixar dia e hora das sessões;


Mandato: os juízes do Tribunal, salvo motivo justificado, • Cumprir e fazer cumprir as decisões, instruções e
servirão obrigatoriamente por dois anos, permitida uma outros atos emanados do Tribunal Superior Eleitoral;
recondução. • Formular consulta ao Tribunal Superior Eleitoral sobre
Biênios consecutivos: nenhum juiz efetivo poderá voltar matéria eleitoral;
a integrar o Tribunal, na mesma ou em classe diversa, após • Responder consulta sobre matéria eleitoral;
servir por dois biênios consecutivos, salvo se transcorridos • Representar ao Tribunal Superior Eleitoral sobre qual-
dois anos do término do segundo biênio. quer medida necessária ao bom funcionamento dos
Quarentena para Juízes e Advogados: ao magistrado serviços eleitorais;
e ao advogado que tenha integrado o Tribunal como juiz • Expedir instrução com vistas a regulamentar matéria
efetivo ou substituto, é  vedado nele exercer a advocacia, de sua competência privativa;
antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por • Dividir a circunscrição em zonas eleitorais, submeten-
aposentadoria, exoneração ou término do biênio. do essa divisão, bem como a criação de novas zonas,

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à homologação do Tribunal Superior Eleitoral, se for • A reclamação e a representação formuladas em razão
o caso; do descumprimento da Lei nº 9.504, de 1997 (Lei das
• Designar o juiz de direito a quem incumbirá o serviço eleições), nas eleições federais e estaduais;
eleitoral, pelo prazo de dois anos, observado o critério • A ação de investigação judicial eleitoral pertinente
de rodízio, por antiguidade, bem assim os juízes auxi- à eleição de Governador, Vice‑Governador, Senador,
liares, nos casos previstos em lei; Deputado Federal e Estadual;
• Determinar a instauração de processo administrativo • A ação de impugnação de mandato eletivo de Gover-
disciplinar contra juiz do Tribunal e juiz eleitoral, ga- nador, Vice Governador, Senador, Deputado Federal e
rantidos a ampla defesa e o contraditório; Estadual;
• Decidir sobre a necessidade de afastamento preventivo • O recurso contra expedição de diploma de Prefeito,
de juiz do Tribunal e de juiz eleitoral; Vice‑Prefeito e Vereador;
• A ação de decretação da perda de cargo eletivo em
• Aplicar as penas disciplinares ao juiz do Tribunal e ao
desfavor de Deputado Estadual e Vereador, bem como
juiz eleitoral;
a de justificação de desfiliação partidária;
• Constituir junta eleitoral e designar a respectiva sede • O conflito de competência entre juízes eleitorais;
e jurisdição; • A suspeição ou o impedimento de juiz do Tribunal, do
• Constituir a comissão apuradora e aprovar o relatório Procurador Regional Eleitoral e de servidor do Tribunal,
geral das eleições estaduais e federais; assim como de juiz eleitoral e membro de junta;
• Apurar e totalizar os resultados finais das eleições de • O crime eleitoral cometido por juiz eleitoral ou por
Governador, Vice‑Governador, Senador, Deputado outra autoridade que, pela prática de crime comum,
Federal e Estadual; responda perante o Tribunal de Justiça ou o Tribunal
• Proclamar os eleitos para os cargos de Governador, Regional Federal;
Vice Governador, Senador, Deputado Federal e Es- • O pedido de habeas corpus e de mandado de segu-
tadual e diplomá‑los juntamente com os respectivos rança, em matéria eleitoral, contra ato de juiz e junta
suplentes; eleitoral e demais autoridades que respondam perante
• Determinar a renovação de eleições federais, estaduais o Tribunal de Justiça e o Tribunal Regional Federal por
e municipais; crime comum e de responsabilidade;
• Fixar data, aprovar calendário e expedir instruções para • O pedido de habeas corpus quando houver perigo
a realização de novas eleições e consultas populares; de se consumar a violência antes que o juiz eleitoral
• Requisitar à autoridade competente a força pública competente possa prover a impetração;
necessária ao cumprimento da lei e de suas decisões • O pedido de mandado de segurança impetrado contra
e solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral a requisição ato de natureza administrativa do próprio Tribunal; e
de força federal; ato administrativo ou eleitoral de seu Presidente, de
• Administrar o cadastro dos eleitores do Estado; seus membros e demais autoridades que respondam
perante o Tribunal de Justiça por crime de responsa-
• Conceder aos juízes do Tribunal e aos juízes eleitorais
bilidade;
afastamento do exercício dos cargos de origem, sub-
• O pedido de habeas data e mandado de injunção,
metendo a decisão, quanto aos primeiros, à aprovação quando versarem sobre matéria eleitoral;
do Tribunal Superior Eleitoral; • O pedido de desaforamento de feito não decidido por
• Solicitar ao Tribunal de Justiça que suspenda, entre três juiz eleitoral;
meses antes e dois meses após as eleições, as férias • A reclamação relativa a obrigações impostas por lei
e licenças‑prêmio dos juízes de direito que exerçam aos partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à
função eleitoral; apuração da origem dos seus recursos financeiros;
• Determinar providências para o efetivo cumprimento • A prestação de contas anual de órgão regional de
da lei eleitoral na circunscrição; partido político e de despesas de campanha eleitoral
• Autorizar a realização de concurso público para pro- de comitê financeiro, de órgão regional de partido
vimento dos cargos efetivos do Quadro de Pessoal do político e de candidato a Governador, Vice‑Governador,
Tribunal, nomear a respectiva comissão e homologar Senador, Deputado Federal e Estadual;
o resultado; • O pedido de acesso gratuito ao rádio e à televisão, por
• Determinar, nos casos previstos em lei, a revisão do meio de inserções;
eleitorado; • O pedido de registro de partido político em formação;
• Publicar, mensalmente, no Diário da Justiça eletrônico, • A reclamação para preservar a competência ou garantir
dados estatísticos de sua produtividade; a autoridade de suas decisões;
• Emitir pronunciamento sobre a Tomada de Contas • A ação rescisória dos julgados do Tribunal e de juiz
Anual do Tribunal e o conteúdo do parecer da Secre- eleitoral, em matéria não eleitoral.
Regimento Interno do TRE-BA

taria de Controle Interno e determinar a remessa ao


Competência Recursal
Tribunal de Contas da União;
• Exercer outras atribuições inerentes a sua autonomia
Compete ao Tribunal julgar:
administrativa ou decorrentes de lei, ainda que não • O recurso da decisão:
especificadas neste Regimento. – do Presidente, do Corregedor, dos juízes do Tribunal,
dos juízes auxiliares e da comissão apuradora;
Competência Originária – dos juízes e das juntas eleitorais;
– do juiz eleitoral que conceder ou denegar habeas
Compete ao Tribunal processar e julgar originariamente: corpus, mandado de segurança, mandado de injun-
• O pedido de registro e a impugnação do registro de ção e habeas data.
candidato aos cargos de Governador, Vice‑Governador,
Senador, Deputado Federal e Estadual; • A revisão criminal.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Ministério Público Eleitoral Defensoria Pública da União Junto ao Tribunal

Procurador Regional Eleitoral: Funcionamento: junto ao Tribunal funcionarão Defen-


As funções do Ministério Público junto ao Tribunal serão sores Públicos designados pelo Defensor Público‑Geral da
exercidas pelo Procurador Regional Eleitoral, designado pelo União.
Procurador‑Geral da República, e, nas suas faltas e impedi- Membros da Defensoria: os membros da Defensoria
mentos, pelo seu substituto legal, tendo assento exclusivo Pública da União atuarão, perante o Tribunal, na conformi-
dade da lei.
nas sessões de julgamento.
Intimação da Defensoria: a intimação da Defensoria Pú-
blica da União será feita pessoalmente ao Defensor Público
Solicitação ao Procurador‑Geral Eleitoral: que atuar junto ao Tribunal ou, na falta deste, ao Defensor
Por necessidade do serviço, o Procurador Regional Elei- Público para isso designado pelo Defensor Público‑Geral
toral poderá solicitar ao Procurador‑Geral Eleitoral: da União.
• a designação de outros membros do Ministério Público
Federal para oficiar, sob sua coordenação, perante o Processo no Tribunal
Tribunal, não tendo assento nas sessões de julgamento;
• autorização para requisitar membros do Ministério Autuação e da Classificação dos Feitos
Público local para auxiliá‑lo.
Os processos, petições e inquéritos policiais serão autu-
Competências do Procurador Regional Eleitoral: ados, mediante sistema informatizado, segundo a ordem de
• Assistir às sessões do Tribunal; entrada na Secretaria Judiciária.
• Recorrer nos casos previstos em lei; Prioridade de autuação: terão prioridade na autuação
• Exercer a ação penal pública e promovê‑la até o final, os feitos da classe de habeas corpus, mandado de seguran-
bem como requerer o arquivamento de inquérito ça, registro de candidatura, representação e reclamação
policial ou de peças informativas, nos casos de com- pelo descumprimento da Lei nº  9.504, de 1997 (Lei das
petência originária do Tribunal; eleições), pedido de direito de resposta e respectivos
• Oficiar em todos os processos da competência origi- recursos, bem como os procedimentos cautelares com
nária e recursal do Tribunal, ressalvados os de cunho pedido de liminar.
administrativo, sendo‑lhe facultado reservar‑se para Feitos de competência originária: A autuação dos feitos
manifestação oral na assentada de julgamento; de competência originária far‑se‑á em numeração única e
• Funcionar junto à comissão apuradora designada para sequencial, gerada automaticamente pelo sistema infor-
matizado, nos moldes estabelecidos pelo Tribunal Superior
as eleições estaduais e federais;
Eleitoral.
• Oficiar em sindicância e procedimento administrativo
Os processos autuados nas zonas eleitorais e recebidos
disciplinar contra juiz do Tribunal e juiz eleitoral; no Tribunal em grau de recurso manterão o número atribuído
• Acompanhar, quando solicitado, as diligências realiza- na origem.
das pelo Corregedor, podendo delegar tais atribuições; Os feitos obedecerão à seguinte classificação, com sua
• Pedir a palavra, pela ordem, para esclarecer equívoco respectiva denominação, sigla e código:
ou dúvida relacionados à matéria de fato, que possam
influir no julgamento;
Ação Cautelar – AC – 1
• Defender a jurisdição do Tribunal;
• Representar ao Tribunal no interesse da fiel observân- Ação de Impugnação de Mandato Eletivo – AIME – 2
cia das leis eleitorais; Ação de Investigação Judicial Eleitoral – AIJE – 3
• Requisitar diligências, documentos e quaisquer escla- Ação Penal – AP – 4
recimentos necessários ao bom desempenho de suas Ação Rescisória – AR – 5
funções; Apuração de Eleição – AE – 7
• Expedir aos promotores de justiça as instruções neces- Conflito de Competência – CC – 9
sárias ao cumprimento de suas funções institucionais
Consulta – Cta – 10
na esfera eleitoral;
• Representar ao Tribunal para o exame da escrituração Correição – Cor – 11
dos partidos políticos e a apuração de qualquer ato Criação de Zona Eleitoral ou Remanejamento – CZER – 12
que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, Embargos à Execução – EE – 13
em matéria financeira, eles e os seus filiados estejam Exceção – Exc – 14
sujeitos;
Regimento Interno do TRE-BA

Execução Fiscal – EF – 15


• Designar membro do Ministério Público de primeiro
Habeas Corpus – HC – 16
grau para exercer a função eleitoral, com base em
indicação do Procurador‑Geral de Justiça; Habeas Data – HD – 17
• Apreciar o pedido de prorrogação de prazo nos inqué- Inquérito – Inq – 18
ritos e peças informativas; Instrução – Inst – 19
• Solicitar ao Tribunal servidor que deva ser posto à Mandado de Injunção – MI – 21
disposição da Procuradoria Regional Eleitoral; Mandado de Segurança – MS – 22
• Adotar as providências cabíveis ao tomar ciência sobre Pedido de Desaforamento – PD – 23
irregularidade atribuída a promotor eleitoral;
Petição – Pet – 24
• Exercer qualquer outra atribuição própria do Ministério
Público Eleitoral não especificada neste Regimento ou Prestação de Contas – PC – 25
que lhe for conferida por lei. Processo Administrativo – PA – 26

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Propaganda Partidária – PP – 27 • Expedir ordem de prisão e de soltura;
• Decidir sobre a legalidade da prisão em flagrante;
Reclamação – Rcl – 28
• Conceder e arbitrar ou denegar fiança;
Recurso contra Expedição de Diploma – RCED – 29 • Mandar riscar, a requerimento do interessado ou ex
Recurso Eleitoral – RE – 30 officio, as expressões injuriosas, difamatórias ou calu-
Recurso Criminal – RC – 31 niosas encontradas em papéis e processos sujeitos ao
Recurso em Habeas Corpus – RHC – 33 seu conhecimento, oficiando‑se ao Conselho da Ordem
dos Advogados quando decorram de atos praticados
Recurso em Habeas Data – RHD – 34 por advogado;
Recurso em Mandado de Injunção – RMI – 35 • Solicitar a inclusão do feito em pauta, obedecida,
Recurso em Mandado de Segurança – RMS – 36 preferencialmente, a ordem cronológica de conclusão,
Registro de Candidatura – RCand – 38 ressalvadas as exceções estabelecidas pelo Código de
Processo Civil;
Registro de Comitê Financeiro – RCF – 39 • Adiar o julgamento e retirar o feito de pauta;
Registro de Órgão de Partido Político em Formação – RO- • Apresentar em mesa para julgamento os feitos que
PPF – 40 independem de pauta;
Representação – Rp – 42 • Submeter ao Tribunal questões de ordem para o bom
Revisão Criminal – RvC – 43 andamento dos feitos;
• Redigir o voto condutor do acórdão;
RESOLUÇÃO ADMINISTRATIVA Nº 1/2017 (27/4/2017)
• Lavrar voto vencido;
Revisão de Eleitorado – RvE – 44 • Delegar ao assessor a prática de ato de mero expe-
Suspensão de Segurança/Liminar – SS – 45 diente sem caráter decisório;
• Apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e
Distribuição dos Feitos nos processos de competência originária do Tribunal.

Distribuição: a distribuição será feita, mediante sistema Processamento dos Feitos


informatizado, por classe, observando‑se o rodízio, segundo
a ordem decrescente de antiguidade dos juízes, asseguran- Forma dos Atos Processuais, dos Prazos e das
do‑se a equitatividade da distribuição de processos. Notificações
Distribuição por prevenção: os feitos serão distribuídos
por prevenção quando se relacionarem por conexão ou Em processo de competência originária do Tribunal,
continência, salvo se um deles já tiver sido julgado, estando a citação será feita:
prevento o relator sorteado em primeiro lugar. • Pelo correio, com aviso de recebimento, ou por ofício,
Ocorrendo o término do biênio ou o afastamento defini- mediante comprovante de entrega;
tivo do juiz titular, os feitos pendentes de julgamento serão • Por oficial de justiça: (mandado expedido por juiz do
redistribuídos ao seu sucessor ou substituto. Tribunal ou pelo juiz eleitoral do domicílio da parte,
Em caso de impedimento ou de suspeição, o feito será mediante carta de ordem ou precatória);
redistribuído, procedendo‑se à devida compensação. • Pela secretaria, se o citando comparecer em cartório (o
Distribuição de recursos: distribuídos, os recursos serão edital, com prazo de vinte dias, será publicado uma vez
encaminhados ao Procurador Regional Eleitoral, no prazo de no Diário da Justiça eletrônico, afixado em Secretaria
vinte e quatro horas. durante o transcurso do prazo e divulgado no sítio do
Os feitos da competência originária serão conclusos ao Tribunal na internet e na plataforma de editais do Con-
relator, no prazo de vinte e quatro horas, salvo se houver selho Nacional de Justiça, certificando‑se nos autos);
pedido de liminar, hipótese em que os autos serão imedia- • Por edital, nas hipóteses previstas nas leis processuais
tamente conclusos. civil e penal;
• Por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
Atribuições do Relator
Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a
São atribuições do relator: vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser
• Ordenar e dirigir o processo até o julgamento; praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando
• Zelar pela duração razoável do processo; necessário.
• Determinar a abertura de vista dos autos ao Procura- As intimações serão realizadas, sempre que possível, por
dor Regional Eleitoral; meio eletrônico, na forma da lei.
• Fixar prazo para o saneamento de incapacidade proces- • Intimações não realizadas por meio eletrônico: quan-
do não realizadas por meio eletrônico, consideram‑se
Regimento Interno do TRE-BA

sual ou de irregularidade de representação das partes;


• Delegar atribuições, mediante carta precatória ou de feitas as intimações pela publicação dos atos no Diário
ordem, para a realização de diligências indispensáveis da Justiça eletrônico, por correio, por oficial de justiça,
ao processamento e instrução do feito; diretamente pela secretaria, às partes, aos seus repre-
sentantes legais, aos advogados e aos demais sujeitos
• Requisitar autos principais ou originais;
do processo, se presentes em cartório, ou por edital,
• Determinar o retorno do processo ao juízo de origem
salvo se a lei dispuser de modo contrário.
para que seja suprida irregularidade sanável;
• Intimações válidas: presumem‑se válidas as intimações
• Presidir as audiências de instrução;
dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que
• Nomear curador ao réu;
não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a
• Nomear advogado dativo; modificação temporária ou definitiva não tiver sido
• Analisar pedido de assistência de acusação no proces- oportunamente comunicada ao Tribunal, fluindo os
so criminal e de intervenção de terceiros nos demais prazos a partir da juntada aos autos do comprovante
processos; de entrega da correspondência no primitivo endereço.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Segredo de justiça: na hipótese de processo que Perícia
tramite em segredo de justiça, será publicada, em
lugar do nome da parte ré, do assunto e do município, Nomeação de perito: na instrução de processos de com-
a expressão SIGILOSO. petência originária do Tribunal, quando a prova depender
• A intimação do Ministério Público será pessoal, com de conhecimento técnico, o relator nomeará perito para a
vista dos autos. realização de perícia, no prazo que fixar.
• A intimação da Advocacia‑Geral da União, da Procu- • O custo da perícia correrá por conta da parte que a
radoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública tenha requerido.
e do defensor nomeado será sempre pessoal. • Assistente técnico: as partes podem indicar assistente
técnico no prazo de cinco dias contados da intimação
Prazos peremptórios: os prazos no Tribunal são peremp- do despacho de nomeação do perito.
tórios, terminam no fim do expediente ordinário e correm • Realizada a perícia, o perito apresentará laudo escrito,
em Secretaria, salvo as exceções de lei. no prazo que lhe foi concedido.
• Início do prazo: os prazos começam a correr a partir • Manifestação sobre laudo pericial: as partes serão
do primeiro dia útil após a intimação. intimadas para, querendo, manifestar‑se sobre o laudo
do perito no prazo comum de cinco dias, podendo o
• Contagem de prazo em dia: na contagem de prazo em
assistente técnico de cada uma das partes, em igual
dia, estabelecido por lei ou pelo relator, não se aplica
prazo, apresentar seu respectivo parecer.
a regra do art. 219 do Código de Processo Civil.
• Se a intimação se der em véspera de dia em que não Audiência
haja expediente ordinário, o  termo inicial do prazo
será o primeiro dia útil subsequente. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.
• Se a intimação se der em dia em que não haja expe- O relator realizará, quando necessário, as audiências para
diente, ou após o término do expediente ordinário, instrução dos feitos de competência originária do Tribunal,
considerar‑se‑á realizada no primeiro dia útil seguinte. presidindo‑as em dia e hora designados, intimadas as partes
• Intimação no Diário de Justiça eletrônico: quando e dando‑se ciência ao Procurador Regional Eleitoral.
a intimação ocorrer no Diário da Justiça eletrônico, • Servirá como escrivão o servidor que for designado
o prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao para esse fim pelo relator.
da publicação e, sendo em hora, será contado a partir • Do transcurso das audiências, lavrar‑se‑á termo sumá‑
da abertura do protocolo. rio, que será encartado aos autos.
• Suspensão de prazo (recesso judiciário): suspende‑se
o curso do prazo processual nos dias compreendidos Gravação de audiências: Nos feitos de competência
entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive, perí- originária, os atos e manifestações orais, em audiência de
odo em que não se realizarão audiências nem sessões instrução, poderão ser gravados.
de julgamento. Condução faltosa: Nos processos em que for necessária
a presença da parte ou de terceiro que não tenha atendido
Prazos a partir do último dia para requerimento de intimação ou notificação prévia, o  relator poderá expedir
registro de candidatura: a partir do último dia para o re- ordem de condução do faltoso, sem prejuízo da penalidade
querimento de registro de candidato e até a data fixada legal e do processo a que estiver sujeito.
no calendário eleitoral, os  prazos relativos aos processos
judiciais da eleição em curso serão contínuos e peremptórios Sessões
e não se suspenderão aos sábados, domingos e feriados.
Ano de eleições: Em ano de realização de eleição, a Se- O  Tribunal reunir‑se‑á, ordinariamente, oito vezes por
cretaria do Tribunal permanecerá aberta aos sábados, do- mês e, extraordinariamente, tantas vezes quantas necessá-
mingos e feriados, em regime de plantão, segundo dispuser rias, mediante convocação do seu Presidente ou do próprio
norma específica. Tribunal.
Prioridade de tramitação: durante o processo eleitoral, • No período compreendido entre noventa dias antes e
os feitos das classes de registro de candidatura e reclamação depois das eleições, será de quinze o número de que
trata o caput.
e representação pelo descumprimento da lei das eleições
• No dia em que se realizarem eleições gerais ou muni-
terão prioridade, na tramitação, sobre quaisquer outros,
cipais em todo o Estado da Bahia, o Tribunal se reunirá
ressalvados o habeas corpus e o mandado de segurança.
em sessão permanente, instalada às oito horas com
término às dezessete horas.
Documentos e das Provas • O calendário das sessões ordinárias será publicado no
Regimento Interno do TRE-BA

Obstrução na instrução: se a parte não puder instruir Diário da Justiça eletrônico, bem assim a convocação
suas alegações, desde logo, por impedimento ou demora em de sessão extraordinária.
obter certidões ou cópias autenticadas de notas ou registros • O Tribunal realizará, preferencialmente, duas sessões
em estabelecimentos públicos, o relator poderá conceder semanais ordinárias, exceto no período eleitoral e nos
prazo para esse fim ou as requisitará diretamente. meses de janeiro, junho e dezembro, bem assim no
Impedimento para juntada de documentos: não será mês em que recair o feriado de carnaval.
admitida a juntada de documentos ou alegação escrita após
recebido o recurso no Tribunal, ressalvadas as hipóteses Publicidade das sessões: As sessões serão públicas,
previstas em lei. ressalvadas as hipóteses previstas em lei.
Reprografia: fazem a mesma prova que os originais as Observar‑se‑á, nas sessões, a  seguinte ordem dos
cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial, trabalhos:
declaradas autênticas pelo advogado sob sua responsabili- • verificação do número de juízes presentes para aber-
dade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade. tura da sessão;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• discussão e aprovação da ata da sessão anterior; • No caso do parágrafo primeiro, se ocorrer impedi-
• franquia da palavra aos juízes do Tribunal e ao Procu- mento ou suspeição de algum juiz, será convocado o
rador Regional Eleitoral; suplente da mesma classe.
• comunicações ao Tribunal;
• exposição de assuntos de ordem administrativa para Ordem do feito: no julgamento, observar‑se‑á a ordem
deliberação do Tribunal; seguinte dos feitos:
• discussão e julgamento dos feitos, na ordem. • aqueles cujo julgamento tenha sido adiado em sessão
anterior e expressamente indicados para julgamento
A ata da sessão conterá as seguintes informações: na sessão;
• a data e hora da abertura e encerramento da sessão; • os relativos a pedido de vista, expressamente indicados
• o nome do juiz que a tiver presidido; para julgamento na sessão ou aqueles devolvidos no
• os nomes dos demais juízes e do Procurador Regional prazo máximo de cinco dias, se o vistor não estabelecer
Eleitoral, que estiverem presentes; outro;
• a ausência dos juízes e do Procurador Regional Eleitoral; • constantes da pauta, observada a prioridade daqueles
• a classe do feito, seu número de ordem, a procedência, nos quais houver sustentação oral, de acordo com a
o nome do juiz relator e das partes, resumo do assunto, ordem dos requerimentos;
os nomes dos advogados que fizeram sustentação oral, • que independem de pauta.
o resultado proclamado, com a designação do juiz, se
vencido o relator, para lavrar a resolução ou o acórdão, Prioridade de tramitação: durante o período eleitoral,
e tudo o mais que ocorrer; terão prioridade no julgamento os feitos relacionados à
• os números dos acórdãos que forem publicados em eleição em curso.
sessão.
Conectividade: os processos conexos deverão ser
Serão solenes as sessões destinadas a: apensados e julgados simultaneamente, sendo o original
• comemorações, recepções e homenagens; do acórdão anexado ao primeiro e, aos demais, a sua cópia,
• posse do Presidente, do Vice‑Presidente e dos juízes; conforme determinação do relator.
• entrega de diplomas aos eleitos; Julgamento comum: serão reunidas para julgamento
• concessão de Medalha do Mérito Eleitoral da Bahia. comum as ações eleitorais propostas por partes diversas
sobre o mesmo fato, sendo competente para apreciá‑las o
Pauta relator que tiver recebido a primeira.
Concluído o relatório, o prazo para sustentação oral dos
Julgamento do feito: O julgamento dos feitos realizar‑se‑á advogados das partes e do representante do Ministério
conforme a pauta organizada pela ordem cronológica de de- Público será de:
volução dos processos à Secretaria pelo relator, ressalvados • quinze minutos nos feitos originários;
os processos das classes de habeas corpus e mandado de • dez minutos nos recursos eleitorais;
segurança, que terão prioridade no julgamento. • vinte minutos nos recursos contra expedição de
Publicação da pauta: A pauta será publicada no Diário diploma, nos recursos criminais e nos incidentes de
da Justiça eletrônico. A exigência de publicação em pauta resolução de demandas repetitivas.
não se aplica: – O Procurador Regional Eleitoral, agindo como fiscal
• aos feitos administrativos, de competência do Presi- da ordem jurídica, poderá apresentar parecer oral
dente; ou aditar parecer escrito, após o relatório e a sus-
• à continuidade de julgamento de processos decorren- tentação oral das partes.
tes da devolução tempestiva de pedido de vista; – Havendo litisconsorte, assistente ou terceiro interes-
• aos incidentes de suspeição ou de impedimento; sado, ou sendo a parte representada por mais de um
• aos embargos de declaração, quando julgados na advogado, o tempo será dividido igualmente entre
sessão subsequente à respectiva oposição ou, se for o eles, salvo se convencionarem de modo diverso.
caso, à apresentação da manifestação do embargado; – O assistente falará depois do assistido, salvo na
• durante o período eleitoral, aos processos atinentes hipótese de recurso por ele interposto.
ao respectivo pleito; – Quando houver mais de um recorrente, falará cada
• às questões de ordem; qual na ordem da interposição dos recursos, ainda
• ao julgamento de habeas corpus, tutela provisória, que figurem também como recorridos.
habeas data e respectivos recursos; – Nos recursos criminais, havendo corréus, se não
• aos feitos não apreciados cujo julgamento tiver sido tiverem o mesmo defensor, o prazo para sustentação
Regimento Interno do TRE-BA

expressamente adiado para a sessão indicada pelo oral será contado em dobro e dividido igualmente
relator. entre os defensores, salvo se convencionarem outra
divisão do tempo.
Julgamento – Nas ações penais originárias, acusação e defesa
terão, sucessivamente, nessa ordem, quinze minutos
Deliberação: o Tribunal deliberará por maioria de votos, para sustentação oral na deliberação sobre o rece-
em sessão pública, com a presença mínima de quatro de seus bimento da denúncia e uma hora no julgamento do
membros, além do Presidente, salvo nos casos expressos na feito.
legislação e neste Regimento. – Será de até cinco minutos o tempo para as partes
• As decisões do Tribunal sobre quaisquer ações que im- ou o Procurador Regional Eleitoral esclarecerem
portem cassação de registro, anulação geral de eleições equívoco ou dúvida relacionados a matéria de fato
ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a que possa influir no julgamento, bem assim para se
presença de todos os seus membros. manifestarem sobre fundamento de decisão sobre

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a qual não se tenha dado às partes oportunidade Incidente de Inconstitucionalidade
de se pronunciar, ainda que se trate de tema sobre
o qual deva o Tribunal decidir de ofício. Quando, no julgamento de qualquer feito concernente à
– Será assegurado, à assistência da acusação, o tempo matéria eleitoral, for arguida a inconstitucionalidade de lei
de um quarto daquele atribuído ao Procurador Re- ou de ato normativo do poder público, o Tribunal, depois de
gional Eleitoral, se por ambos não for apresentada findo o relatório e ouvido o Procurador Regional Eleitoral,
outra forma de divisão do tempo entre si. se deliberar pela sua admissibilidade, suspenderá o julga-
– Não serão aparteados os advogados e o Procurador mento para decidir sobre esse incidente na primeira sessão
Regional Eleitoral. subsequente, com a presença de todos os seus membros.
– Não haverá sustentação oral no julgamento de in- A arguição de inconstitucionalidade incidental poderá ser
cidente de suspeição ou de impedimento, consulta, formulada por qualquer das partes, pelo Procurador Regional
embargos de declaração e agravo interno, salvo Eleitoral, pelo relator e pelos demais juízes do Tribunal.
se este for interposto contra decisão extintiva de
processo disciplinar, ação eleitoral de competência Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas
originária, mandado de segurança ou habeas corpus.
– Anunciado o processo para julgamento, havendo Cabe a instauração de incidente de resolução de deman-
pedido da parte ou do Procurador Regional Eleitoral, das repetitivas quando houver, simultaneamente, efetiva
o relator poderá antecipar a conclusão do voto, hi- repetição de processos que contenham controvérsia sobre
pótese em que será facultado ao interessado desistir a mesma questão unicamente de direito e risco de ofensa à
da sustentação oral, sendo‑lhe assegurada a palavra, isonomia e à segurança jurídica.
se houver qualquer voto divergente do antecipado Não será conhecido o incidente quando o Tribunal Supe-
pelo relator. rior Eleitoral ou o Supremo Tribunal Federal já tiver afetado
– Na hipótese de antecipação da conclusão do voto, recurso para definição de tese sobre questão de direito
quando as partes ou o Procurador Regional Eleitoral material ou processual repetitiva.
manifestarem interesse na sustentação oral, com te- O incidente será julgado no prazo de até seis meses e
ses antagônicas entre si, a sustentação oral ocorrerá terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que
na forma acima, logo após a divulgação do voto pelo envolvam réu preso, pedidos de habeas corpus, bem como
relator. registro de candidatura e feitos que versem sobre cassação
– É permitido ao advogado, com domicílio profissional de mandato ou diploma.
em cidade diversa da Capital, realizar sustentação
oral por meio de videoconferência ou outro recurso Decisões do Tribunal
tecnológico de transmissão de sons e imagens em
Acórdão: as decisões do Tribunal constarão de acórdão,
tempo real, desde que o requeira até o dia anterior
exceto as de caráter administrativo e normativo, que serão
ao da sessão, respeitado o horário de funcionamento
lavradas sob a forma de resolução.
do protocolo.
Os acórdãos e as resoluções do Tribunal serão lavrados
– Na sustentação oral por videoconferência, o advo-
no prazo de cinco dias e deverão conter:
gado deverá obedecer ao tempo previsto para cada
• a classe, o número do feito, os nomes das partes e dos
processo e usar traje adequado.
advogados;
• a ementa;
Encerramento de votação: encerrada a votação, o Pre- • a declaração de que a decisão foi unânime, ou não,
sidente proclamará o resultado, não mais podendo haver mencionando, se for o caso, os nomes dos juízes ven-
modificação de voto. cidos;
A súmula do julgamento, que também constitui parte in- • as questões debatidas e decididas;
tegrante do acórdão, será assinada pelo Presidente e conterá: • os fundamentos e conclusões do julgamento;
• a classe e o número do processo; • o voto de vista, facultativamente, a  critério do juiz
• os nomes do relator, do Presidente e do Procurador prolator;
Regional Eleitoral; • o voto vencido;
• os nomes das partes e dos advogados; • a data em que foi concluído o julgamento;
• a sustentação oral; • as assinaturas do Presidente, do relator e do Procura-
• a decisão proclamada, consignando se foi unânime ou dor Regional Eleitoral.
não e mencionando, se for o caso, os nomes dos juízes
vencidos, impedidos e ausentes, ainda que justificada- Publicação e Execução das Decisões
Regimento Interno do TRE-BA

mente;
• a data em que a decisão foi proclamada; Ressalvados os casos previstos em lei e nas instruções do
• circunstância relevante, de fato ou jurídica, a pedido do Tribunal Superior Eleitoral, a ementa do acórdão ou resolu-
relator ou do Procurador Regional Eleitoral, a critério ção, o dispositivo da decisão monocrática, bem como o in-
do Presidente do Tribunal. teiro teor das resoluções administrativas serão publicados no
Diário da Justiça eletrônico, em até dez dias, certificando‑se,
Conclusão do julgamento: o julgamento, uma vez inicia- nos autos, a data da publicação.
do, será concluído na mesma sessão, salvo se houver pedido Exceção: nos casos em que seja prevista a publicação da
de vista ou se o feito for convertido em diligência. decisão em sessão, esta poderá ser excepcionalmente feita
Suspensão do julgamento: o Tribunal poderá suspender na sessão subsequente a sua prolação.
o julgamento para realização de diligência, quando neces- Cumprimento das decisões: após a publicação, as de-
sária à decisão da causa, hipótese em que não ensejará a cisões do Tribunal serão comunicadas ao juiz eleitoral por
lavratura de acórdão ou resolução. meio eletrônico para cumprimento imediato.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Jurisprudência Mandado de Segurança

O Tribunal deve uniformizar sua jurisprudência e man- Conceder‑se‑á mandado de segurança para proteger
tê‑la estável, íntegra e coerente. direito líquido e certo em matéria eleitoral, não amparado
Edição de enunciados: na forma estabelecida neste por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
Regimento, o  Tribunal editará enunciados de súmula cor- pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública
respondentes a sua jurisprudência dominante. ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Publicação: a jurisprudência do Tribunal será divulgada poder público.
mediante publicação dos julgados relevantes da Corte. Transcorrido o prazo para a autoridade prestar as infor-
Composição de comissão de jurisprudência: o Tribunal mações, com ou sem estas, serão os autos encaminhados
designará até três de seus juízes para compor comissão de ao Procurador Regional Eleitoral, que emitirá parecer no
jurisprudência, que será presidida por um deles e assistida prazo de dez dias.
pelos servidores da Seção de Jurisprudência. Devolvidos os autos, o relator, em cinco dias, pedirá dia
À Comissão de Jurisprudência incumbe: para julgamento.
• velar pela expansão, atualização e publicação da sú-
mula da jurisprudência predominante do Tribunal; Habeas Data
• supervisionar os serviços de sistematização da jurispru-
dência do Tribunal, sugerindo medidas que facilitem a O Tribunal concederá habeas data, em matéria eleitoral,
pesquisa de julgados ou processos; observadas as disposições da lei de regência.
• propor ao Tribunal que seja sintetizada em súmula a
jurisprudência do Tribunal, quando verificar a presença Mandado de Injunção
dos pressupostos para a sua edição.
O Tribunal concederá mandado de injunção sempre que
Enunciado de Súmula a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
de direitos políticos.
Súmula: a jurisprudência firmada pelo Tribunal será No mandado de injunção, enquanto não editada a lei
compendiada em Súmula. específica, observar‑se‑ão, no que couber, o  Código de
• Poderá ser objeto de enunciado a tese jurídica firmada Processo Civil e a legislação sobre mandado de segurança.
em julgamento colegiado com a presença de todos os
membros do Tribunal e pelo voto da maioria absoluta Ação Penal
de seus membros efetivos.
• Ao editar enunciado, o  Tribunal deve ater‑se às cir- O processamento e julgamento dos crimes eleitorais e
dos comuns que lhes forem conexos, da competência origi-
cunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram
nária do Tribunal, obedecerão ao rito processual estabelecido
sua criação.
na Lei nº 8.038, de 1990 (Institui normas procedimentais para
• A edição de enunciado será proposta pelo relator do
os processos que especifica, perante o Superior Tribunal de
caso paradigma ao colegiado, impondo‑se a manifes-
Justiça e o Supremo Tribunal Federal).
tação do Procurador Regional Eleitoral antes de ser
O interrogatório do acusado será realizado no final da
aprovada a sua redação.
instrução criminal.
• O enunciado deverá indicar o número dos recursos
Havendo procedimento investigativo prévio, após o
ou ações de competência originária apontados como recebimento da denúncia, a Secretaria reautuará o feito na
precedentes motivadores da sua edição. classe Ação Penal, trasladando a peça acusatória para o início
• Competirá ao Presidente do Tribunal editar ato pró- dos autos, logo após a capa.
prio regulamentando os procedimentos necessários
à efetivação do quanto previsto neste artigo. Inquérito Policial

Competência Originária A distribuição e a tramitação de inquérito policial e de-


mais peças informativas estão disciplinadas em resolução
Habeas Corpus específica.
Incumbe ao Presidente ou ao relator determinar a remes-
O Tribunal concederá habeas corpus sempre que alguém sa do inquérito ao juízo eleitoral respectivo, quando a atri-
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação buição para oferecer a denúncia seja de promotor eleitoral.
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder, em matéria eleitoral. Registro de Candidatura
Regimento Interno do TRE-BA

Distribuída a inicial, o  relator requisitará informações


à autoridade indigitada como coatora, no prazo que fixar, O pedido de registro de candidatura e eventual impug-
podendo, ainda: nação serão processados e julgados nos termos e prazos
• em casos de urgência, conceder, liminarmente, a or- fixados pela legislação eleitoral e pelas instruções baixadas
dem impetrada, se os documentos que instruírem a pelo Tribunal Superior Eleitoral.
petição evidenciarem a coação;
• nomear advogado dativo para acompanhar e defender Ação de Investigação Judicial Eleitoral
oralmente o pedido;
• ouvir o paciente, se necessário; Serão observadas as disposições da legislação de regên-
• no habeas corpus preventivo, expedir salvo‑conduto cia na ação de investigação judicial instaurada para apurar
em favor do paciente até decisão do feito, se houver uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do
grave risco de consumar‑se a violência; poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou
• fixar o valor da fiança, se for o caso. meio de comunicação social, em benefício de candidato ou

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partido político, nas eleições para os cargos de Governador, • O detentor de cargo eletivo mencionado no caput
Vice‑Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual. pode pedir ao Tribunal a declaração da existência de
justa causa, em caso de desfiliação ou pretensão de
Ação de Impugnação de Mandato Eletivo desligar‑se do partido.
• A ação de que trata o caput, bem como o pedido
A ação de impugnação de mandato de Governador, constante no parágrafo primeiro, serão processados
Vice‑Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual nos termos e prazos fixados em instrução baixada pelo
obedecerá ao rito da impugnação ao registro de candidato, Tribunal Superior Eleitoral.
previsto na Lei Complementar nº 64, de 1990 (Estabelece, de
acordo com o art. 14, § 9º da Constituição Federal, casos de Pedido de Acesso Gratuito ao Rádio e à Televisão
inelegibilidade, prazos de cessação, e determina outras provi‑ pelos Partidos Políticos
dências), e tramitará em segredo de justiça, até o julgamento.
O Tribunal, à  vista do pedido formulado por órgão de
Recurso Contra Expedição de Diploma direção regional de partido político, autorizará a veiculação
de propaganda partidária gratuita, sob a forma de inserções,
Na hipótese de competência originária do Tribunal, a serem feitas nos intervalos da programação normal das
havendo necessidade de dilação probatória, será adotado o emissoras de rádio e televisão.
rito previsto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 1990. O procedimento a ser observado obedecerá ao quanto
O recurso contra expedição de diploma aos cargos de previsto na legislação específica, bem como nas instruções do
Governador, Vice‑Governador, Senador e Deputado Federal Tribunal Superior Eleitoral e resolução específica do Tribunal.
e Estadual será recebido e encaminhado ao Tribunal Superior
Eleitoral, após a abertura de prazo para manifestação da Prestações de Contas Eleitorais e Partidárias
parte contrária e da Procuradoria Regional Eleitoral.
O termo inicial do prazo para a interposição do recurso A apreciação das prestações de contas anuais dos órgãos
é a data da diplomação. de direção estadual dos partidos políticos, bem como das de
arrecadação e gastos de campanha eleitoral para os cargos de
Reclamação Governador, Vice‑Governador, Senador, Deputado Federal e
Estadual observará o quanto previsto na legislação específica
Admitir‑se‑á, antes do trânsito em julgado da decisão, e nas instruções do Tribunal Superior Eleitoral.
reclamação do Procurador Regional Eleitoral ou da parte
interessada para: Pedido de Registro de Partido Político em Formação
• preservar a competência do Tribunal;
• garantir a autoridade das decisões do Tribunal; O Tribunal, apreciando pedido apresentado por partido
• garantir a observância de enunciado de súmula vin- político em formação, verificará o atendimento aos requisi-
culante e de precedente proferido em julgamento tos previstos na legislação de regência, tendo por finalidade
de casos repetitivos ou em incidente de assunção de
a obtenção de certidão necessária à instrução do pedido
competência.
definitivo de registro perante o Tribunal Superior Eleitoral.
A petição deverá ser instruída com prova documental e
Ação Rescisória
será distribuída ao relator da causa principal, sempre que
possível.
Quem foi parte no processo, o terceiro interessado ou o
O relator, se entender necessário, mandará proceder às
Ministério Público poderão ajuizar ação rescisória, que será
diligências para melhor esclarecimento do caso, determinan-
do, ainda, que a secretaria preste informações, após o que processada na forma prevista no Código de Processo Civil.
solicitará parecer do Procurador Regional Eleitoral.
Poderá, ainda, o relator ordenar a suspensão do processo Competência Recursal
ou do ato impugnado para evitar dano irreparável.
Julgando procedente a reclamação, o Tribunal cassará a Recurso Eleitoral
decisão atacada ou determinará medida adequada à preser-
vação de sua competência. O recurso eleitoral, após distribuído, será encaminhado
O Presidente, ao proclamar o resultado, determinará o com vista ao Procurador Regional Eleitoral, que emitirá pa-
imediato cumprimento da decisão, lavrando‑se o acórdão recer no prazo de cinco dias; em seguida, os autos irão con-
posteriormente. clusos ao relator em vinte e quatro horas, que os devolverá
no prazo de oito dias, para inclusão na pauta de julgamento.
Representação por Descumprimento da Lei nº 9.504, • Realizada diligência probatória, o relator abrirá vista
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de 1997 (Lei das eleições) dos autos, por vinte e quatro horas, seguidamente,
ao recorrente e ao recorrido.
A representação prevista na Lei nº 9.504, de 1997, ob- • Findo o prazo concedido às partes, serão os autos
servará o rito nela estabelecido e em instrução do Tribunal conclusos ao relator, que instará nova manifestação
Superior Eleitoral. do Procurador Regional Eleitoral.

Ação de Decretação da Perda de Cargo Eletivo e da O recurso eleitoral, em processo de prestação de contas,
Justificação de Desfiliação Partidária após a distribuição, será encaminhado para a Secretaria de
Controle Interno e, posteriormente, ao Procurador Regional
O partido político, o interessado ou o Ministério Público Eleitoral.
podem pedir a decretação da perda de cargo eletivo em de- O opinativo da Secretaria de Controle Interno se res-
corrência de desfiliação partidária sem justa causa, referente tringirá à análise da matéria objeto do recurso interposto,
a mandato de Deputado Estadual e Vereador. dispensado o reexame de toda a prestação de contas.

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Recurso e da Revisão Criminal de omissão, aplicar‑se‑á o disposto na Lei nº 9.784, de 1999,
e supletiva e subsidiariamente o Código de Processo Civil.
Das decisões finais de condenação ou absolvição, cabe
recurso para o Tribunal, interposto no prazo de dez dias, Competência Privativa
observado o processo estabelecido para julgamento das
apelações criminais. Matéria Administrativa
No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos
comuns que lhes forem conexos, assim como nos recursos, O Presidente é o relator nato da matéria administrativa
na execução e na revisão criminal que lhes digam respeito, de competência privativa do Tribunal, podendo, a seu crité-
aplicar‑se‑á o Código de Processo Penal. rio, determinar a distribuição.
A revisão criminal será admitida nos casos previstos em
lei, cabendo ao Tribunal o reexame de seus próprios julgados Consulta
e dos de juízes eleitorais.
• Em caso de conexão, as  revisões serão julgadas em
O Tribunal responderá às consultas sobre matéria elei-
conjunto.
toral formuladas em tese, por autoridade pública ou partido
• Julgada procedente a revisão, a execução do julgado
político, sendo vedada a sua apreciação durante o processo
será imediata.
• Anulado o processo original, será determinada sua eleitoral, que compreende o período da realização das con-
renovação. venções partidárias até a diplomação dos eleitos.
• A cópia do acórdão que julgar a revisão deverá ser Com vistas dos autos, o  Procurador Regional Eleitoral
juntada ao processo original e, sendo modificativo da emitirá parecer no prazo de cinco dias.
sentença, outra cópia será enviada ao juízo da execução. Após o opinativo do Procurador Regional Eleitoral, o rela-
tor, no prazo de cinco dias, submeterá a questão ao Tribunal.
Embargos de Declaração A secretaria providenciará a publicação da decisão no
Diário da Justiça eletrônico e a divulgação de seu inteiro teor
Os embargos de declaração são admissíveis nas hipó- na rede mundial de computadores.
teses previstas no Código de Processo Civil e serão opostos
no prazo legal, contado da data de publicação da decisão Instrução
embargada, em petição dirigida ao relator, com a indicação
do ponto que lhes deu causa. Ressalvada a competência do Tribunal Superior Eleitoral,
• Quando os embargos de declaração forem opostos o  Tribunal expedirá instrução com vistas a regulamentar
com pedido de efeitos modificativos, o relator, se não matéria de sua competência privativa.
for o caso de negativa de seguimento liminar, ordenará • O relator, antes de submeter a matéria a julgamento,
a intimação do embargado e do Procurador Regional determinará a distribuição da minuta de resolução aos
Eleitoral para apresentar manifestação. demais juízes, com a antecedência mínima de dois dias.
• Os embargos de declaração interrompem o prazo para • A instrução que verse sobre matéria eleitoral deverá
a interposição de recurso. ser submetida à manifestação do Procurador Regional
• Quando manifestamente protelatórios os embargos Eleitoral.
de declaração, o Tribunal, em decisão fundamentada, • O Procurador Regional Eleitoral poderá apresentar ao
condenará o embargante a pagar ao embargado multa Tribunal proposta de edição de resolução administra-
não excedente a dois salários‑mínimos. tiva sobre matéria eleitoral.
• Na reiteração de embargos de declaração manifesta-
mente protelatórios, a multa será elevada a até dez Se o relator, ao apreciar causa a ele submetida, entender
salários‑mínimos. pela necessidade da expedição de instrução, poderá, após o
• O recurso de embargos de declaração será conhecido julgamento do caso concreto, apresentá‑la ao colegiado sob
como agravo interno, caso o relator entenda ser este a forma de minuta.
o recurso cabível, devendo determinar previamente a
intimação do recorrente para, no prazo de vinte e quatro
horas, complementar as razões recursais, de modo a
Recursos para o Tribunal Superior Eleitoral
ajustá‑las às exigências do Código de Processo Civil.
Recursos Especial e Ordinário
Agravo Interno
Ressalvadas as exceções previstas em lei e nas instruções
Cabe agravo interno, sem efeito suspensivo, no prazo de do Tribunal Superior Eleitoral, o recurso deverá ser interposto
três dias, contra decisão proferida pelo relator; pelo Corre- em três dias contados da publicação da decisão.
gedor, em processo disciplinar; ou pelo Presidente. Interposto recurso ordinário contra decisão do Tribunal,
Regimento Interno do TRE-BA

O agravo será juntado aos próprios autos e submetido ao o  Presidente determinará a abertura de prazo para o re-
prolator da decisão agravada, que, após intimar o agravado corrido oferecer contrarrazões, findo o qual os autos serão
para manifestar‑se no prazo de três dias, poderá reconsi- remetidos ao Tribunal Superior Eleitoral.
derar a decisão; não havendo retratação, o relator levará a Interposto recurso especial contra decisão do Tribunal,
julgamento pelo colegiado. os autos serão conclusos ao presidente, que deverá:
É vedado ao relator limitar‑se à reprodução dos funda- • negar seguimento, se o acórdão recorrido estiver em
mentos da decisão agravada para julgar improcedente o conformidade com entendimento do Tribunal Superior
agravo interno. Eleitoral exarado no regime de julgamento de recursos
repetitivos;
Recurso Administrativo • encaminhar o processo ao Tribunal para realização do
juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir do
Das decisões administrativas do Presidente caberá recur- entendimento do Tribunal Superior Eleitoral exarado
so para o Tribunal consoante a legislação específica; em caso no regime de recursos repetitivos;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de oralmente em sessão, remetendo os autos imediatamente
caráter repetitivo ainda não decidida, conforme se para redistribuição, se for o relator.
trate de matéria constitucional ou infraconstitucional; A arguição de suspeição ou de impedimento de juiz do
• selecionar o recurso como representativo de contro- Tribunal, fundada em motivo preexistente, será arguida no
vérsia constitucional ou infraconstitucional, que será prazo de defesa, nos feitos da competência originária, ou, em
encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral para fins de até três dias após a distribuição, em se tratando de processo
afetação, nos termos previstos no Código de Processo da competência recursal.
Civil; Quando o impedimento ou a suspeição recair sobre juiz
• realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, de- substituto, o prazo será contado de sua convocação ou do
terminar a intimação do recorrido para apresentar momento do seu primeiro ato no processo.
contrarrazões no prazo de três dias, findo o qual os A arguição será sempre individual, não ficando os
autos serão remetidos ao Tribunal Superior Eleitoral, demais juízes impedidos de apreciá‑la, ainda que também
desde que: arguidos em outras exceções opostas de referência ao mes-
– o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime mo processo.
de julgamento de recursos repetitivos; Recebida a petição, o  Presidente determinará o seu
– o recurso tenha sido selecionado como representa- encaminhamento ao arguido para manifestação no prazo
tivo da controvérsia; ou de três dias.
– o Tribunal tenha refutado o juízo de retratação. A arguição de impedimento ou suspeição será distribuída
ao relator do processo principal e tramitará em apenso; caso
Agravo em Recurso Especial o arguido seja o relator, a exceção será distribuída entre os
demais juízes.
Cabe agravo contra decisão do Presidente que inadmitir Distribuído o incidente, o  relator deverá declarar os
recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de seus efeitos.
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou • Se o incidente for recebido sem efeito suspensivo,
em julgamento de recursos repetitivos. o  processo voltará ao curso normal, caso contrário,
• A petição de agravo dirigida ao Presidente será juntada
permanecerá suspenso até o julgamento da suspeição
aos autos, devendo a secretaria, de imediato, intimar o
ou do impedimento.
agravado para, no prazo de três dias, oferecer resposta.
• Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido
• Após o prazo de resposta, não havendo retratação,
o incidente ou quando este for recebido com efeito
o  Presidente determinará a remessa do agravo, nos
suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao juiz
próprios autos, ao Tribunal Superior Eleitoral.
que seguir na ordem decrescente de antiguidade, caso
• O agravo interposto contra decisão que inadmitir o
recurso especial contra decisão interlocutória será o arguido seja o relator do processo principal.
processado em autos suplementares, prosseguindo o
curso da demanda nos autos principais. Concluída a instrução probatória, se houver, os autos
serão encaminhados ao Procurador Regional Eleitoral, pelo
prazo de cinco dias, após o que o relator solicitará a inclusão
Processos Incidentes do feito em pauta para julgamento.
Nos casos de impedimento ou de suspeição de servidor
Conflito de Competência
do Tribunal, o  Presidente providenciará para que passe a
servir no feito o respectivo substituto.
O conflito será suscitado ao tribunal:
• pelo juiz, por ofício; Na hipótese de redistribuição do processo principal,
• pela parte e pelo Ministério Público, por petição. o  novo relator apresentará o feito em mesa para que se
– O ofício e a petição serão instruídos com os docu- decida a validade dos atos praticados pelo arguido.
mentos necessários à prova do conflito.
– O incidente será distribuído a um relator e seguirá Arguição de Impedimento ou de Suspeição dos Juízes
o rito do Código de Processo Civil. Eleitorais, Servidores e Membros de Juntas Eleitorais

O Tribunal, pelo voto da maioria, poderá suscitar conflito O impedimento ou suspeição de juiz, de servidor lotado
ao órgão competente. em cartório eleitoral e de membro de junta eleitoral será
arguido em petição endereçada ao próprio juiz.
Incompetência • Se o arguido for juiz eleitoral e, reconhecida a suspei-
ção ou o impedimento, este oficiará ao Presidente do
Regimento Interno do TRE-BA

A incompetência será arguida pelo réu no prazo de defesa


e dirigida ao relator do processo principal, indicando o órgão Tribunal solicitando a designação de substituto; caso
para o qual declina. não reconheça, determinará a autuação do incidente e
A incompetência superveniente poderá ser arguida pelas o seu apensamento aos autos principais, remetendo‑os
partes no prazo de quarenta e oito horas, contado do fato ao Tribunal, com as razões, no prazo de três dias.
que a houver originado. • Se o arguido for servidor, o  juiz mandará processar
O incidente tramitará em apenso ao principal e será o incidente em separado e sem suspensão da causa,
submetido a julgamento, após manifestação do Procurador ouvindo o arguido no prazo de cinco dias, facultando
Regional Eleitoral. a prova quando necessária e julgando o pedido.

Impedimento e da Suspeição Nos casos de impedimento ou de suspeição de servidor,


O juiz do Tribunal que se considerar impedido ou sus- o juiz eleitoral providenciará para que passe a servir no feito
peito deverá assim declarar‑se por despacho nos autos ou o respectivo substituto.

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Autuado e distribuído o feito, o relator, após instruí‑lo, TÍTULO I
dará vista ao Procurador Regional Eleitoral, no prazo de DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA
cinco dias, e solicitará a inclusão em pauta para julgamento.
CAPÍTULO I
Arguição de Falsidade Da Organização do Tribunal

Cabe à parte contra quem foi produzido o documento Seção I


suscitar incidente de falsidade, que será processado na forma Da Composição do Tribunal
prevista no Código de Processo Civil.
Art.  2º O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, com
Restauração de Autos sede na Capital, Salvador, e jurisdição em todo o território
do Estado, compõe‑se:
A restauração de autos poderá ser requerida pelas partes I – mediante eleição, pelo voto secreto:
ou será determinada pelo relator, de ofício, e será processada a) de dois juízes, dentre os desembargadores do Tribunal
na forma dos Códigos de Processo Civil e Processo Penal. de Justiça;
Não se altera a classe do processo pela restauração de b) de dois juízes escolhidos pelo Tribunal de Justiça,
autos. dentre juízes de direito;
II – de um juiz federal escolhido pelo Tribunal Regional
Totalização dos Votos e da Expedição de Federal;
Diplomas III  – de dois juízes, dentre seis advogados de notável
saber jurídico, reputação ilibada e idoneidade moral, indi-
A totalização dos votos será realizada por sistema ele- cados pelo Tribunal de Justiça e nomeados pelo Presidente
trônico, com observância do disposto na legislação eleitoral da República.
e nas instruções baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. § 1º Os juízes substitutos serão escolhidos pelo mesmo
Nas eleições para os cargos de Governador, Vice‑Gover- processo em número igual para cada categoria.
nador, Senador, Deputado Federal e Estadual, o  Tribunal, §  2º Não podem ter assento no Tribunal pessoas que
antes de iniciar a apuração, constituirá, com três de seus tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até
juízes, presidida por um deles, uma comissão apuradora. o quarto grau, excluindo‑se, neste caso, a  que tiver sido
A sessão solene de diplomação será convocada pelo escolhida por último.
Presidente e organizada pelo cerimonial. § 3º Da homologação da respectiva convenção partidária
até a diplomação e nos feitos decorrentes do processo
Secretaria do Tribunal eleitoral, não poderão servir como juízes no Tribunal,
o  cônjuge ou o parente consanguíneo ou afim, até o
À Secretaria, provida com os cargos efetivos e em co- segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na
missão, criados e preenchidos na forma da lei, incumbe a circunscrição.
execução dos serviços administrativos do Tribunal. § 4º Nas eleições municipais, o impedimento do juiz do
• A estrutura organizacional, as competências das suas Tribunal se restringe aos processos oriundos do município
unidades e as atribuições dos titulares dos cargos em em que o parente, até o segundo grau, concorra ao cargo
comissão e funções comissionadas constam de Regu- de Prefeito, Vice‑Prefeito ou Vereador.
lamento aprovado pelo Tribunal.
• O projeto que contemple proposta de alteração do Re- Seção II
gulamento da Secretaria deverá ser encaminhado aos Do Presidente e do Vice‑Presidente
juízes do Tribunal e ao Procurador Regional Eleitoral,
até quinze dias antes da data em que será discutido e Subseção I
votado, podendo receber emendas até a abertura da Da Eleição e da Posse
sessão.
Art. 3º O Tribunal, mediante eleição secreta, elegerá o
Presidente dentre os juízes da classe de desembargador,
REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL cabendo ao outro a Vice‑Presidência.
REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA § 1º Efetuar‑se‑á a eleição com a presença de seis juízes
efetivos, no mínimo.
Resolução Administrativa nº 01, de 27 de abril § 2º Caso não haja número legal, realizar‑se‑á a eleição
de 2017.
Regimento Interno do TRE-BA

na sessão seguinte, participando da votação, nesta hipó-


tese, os juízes efetivos presentes, qualquer que seja o seu
O TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA, no uso das número.
atribuições que lhe são conferidas pelos arts.  96, I, a, da §  3º Será considerado eleito o que obtiver maioria
Constituição Federal, e  30, I, do Código Eleitoral, resolve absoluta de votos; se nenhum alcançar essa votação,
aprovar o seguinte: proceder‑se‑á ao segundo escrutínio, sendo considerado
eleito o mais votado. Havendo empate no segundo escru-
REGIMENTO INTERNO tínio, considerar‑se‑á eleito o juiz mais antigo no Tribunal
e, se igual a antiguidade, o  mais idoso.
Art. 1º Este Regimento estabelece a composição, a orga- Art. 4º O Presidente eleito assumirá imediatamente as
nização e o funcionamento do Tribunal Regional Eleitoral da funções, lavrando‑se o termo de posse.
Bahia, bem como regula a instrução e o julgamento dos pro- Art.  5º O mandato terá a duração de um biênio, que
cessos de sua competência privativa, originária e recursal. será contado a partir da data da posse, vedada a reeleição.

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Art. 6º Vagando o cargo de Presidente e faltando mais XXV  – designar, por delegação do Tribunal, juiz de di-
de sessenta dias para o término do biênio, proceder‑se‑á à reito para a função de juiz eleitoral, inclusive no caso de
eleição do sucessor. substituição;
Parágrafo único. Assumirá interinamente a Presidência, XXVI – superintender os serviços da Secretaria do Tri-
até a realização de nova eleição, o Vice‑Presidente. bunal e dos cartórios eleitorais, ministrando aos juízes as
Art.  7º O Vice‑Presidente substituirá o Presidente nas devidas instruções;
suas faltas e impedimentos, enquanto aquele será substitu- XXVII  – baixar atos para execução do Regulamento da
ído pelo Corregedor Regional Eleitoral e, quando acumular Secretaria;
as duas funções, pelo juiz mais antigo no Tribunal. XXVIII – fixar o horário do expediente da Secretaria;
XXIX – prorrogar ou suspender os prazos, mediante ato
Subseção II administrativo devidamente publicado na imprensa oficial,
Das Atribuições em decorrência de interrupção ou suspensão extraordinária
do expediente da Secretaria;
Art. 8º Compete ao Presidente do Tribunal: XXX  – abrir concurso público para o provimento dos
I  – presidir as sessões do Tribunal, colher os votos e cargos da Secretaria e dos cartórios das zonas eleitorais e
proclamar o resultado; submeter à aprovação do Tribunal os nomes dos componen-
II – participar das discussões e dos julgamentos, bem tes da respectiva comissão;
como proferir votos em todos os processos de competência XXXI – nomear, empossar, exonerar, demitir e aposentar,
da Corte, sejam judiciais ou administrativos; nos termos da lei, os servidores do quadro da Secretaria do
III – convocar sessões extraordinárias; Tribunal e dos cartórios das zonas eleitorais, declarando,
IV – manter a ordem e exercer o poder de polícia nas também, a vacância dos cargos efetivos;
sessões e no edifício do Tribunal, adotando as providências XXXII – prover os cargos em comissão e as funções
que julgar oportunas; comissionadas do quadro da Secretaria do Tribunal e dos
V – zelar pelo decoro do Tribunal, determinando as cartórios das zonas eleitorais;
medidas processuais cabíveis quando a parte ou seus patro- XXXIII – prover, por indicação do Corregedor, as funções
nos se excederem em atos contrários à dignidade da Justiça; comissionadas e os cargos em comissão que integram a
VI – assinar as atas das sessões, depois de aprovadas; estrutura da Corregedoria Regional Eleitoral;
VII – assinar os termos de posse dos juízes do Tribunal; XXXIV – conceder aos servidores do quadro da Secreta-
VIII – convocar os juízes substitutos; ria do Tribunal e dos cartórios das zonas eleitorais adicio-
IX – justificar as faltas dos membros do Tribunal; nal de insalubridade, periculosidade ou atividade penosa,
X – submeter à apreciação do Tribunal Superior Eleitoral remoção, bem como licença por motivo de afastamento do
cônjuge ou companheiro, para tratar de interesses particu-
o afastamento temporário de juízes do Tribunal, do exercício
lares e para desempenho de mandato classista;
dos cargos de origem;
XXXV – aplicar penas disciplinares aos servidores;
XI – comunicar aos Tribunais competentes o afastamen-
XXXVI  – julgar, em grau de recurso, os  atos do Dire-
to concedido aos seus membros e aos juízes eleitorais, na
tor‑Geral;
forma do disposto no inciso XXVI do art. 32;
XXXVII  – aprovar e encaminhar ao Tribunal Superior
XII – estabelecer escala dos juízes do Tribunal para
Eleitoral a proposta orçamentária anual e plurianual;
atender ao plantão judiciário;
XXXVIII  – solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral a
XIII – ordenar a distribuição dos feitos; abertura de crédito adicional suplementar;
XIV  – exercer o juízo de admissibilidade dos recursos XXXIX – aplicar aos fornecedores ou executores de obras
interpostos contra as decisões do Tribunal, quando for o caso; e serviços, quando inadimplentes, as penalidades e proibi-
XV – apreciar pedido de medida cautelar em recurso ções previstas em lei;
especial pendente de juízo de admissibilidade; XL – submeter ao Tribunal a Tomada de Contas Anual;
XVI – decidir o pedido de carta de sentença; XLI – instaurar o processo de tomada de contas especial,
XVII – decidir pedido de suspensão de execução de tutela bem como dispensá‑lo, quando for o caso;
antecipada e de execução de sentença com efeitos imedia- XLII  – apresentar ao Tribunal, na sessão inaugural de
tos concedidos contra pessoa jurídica de direito público; cada ano, relatório das atividades jurisdicionais e adminis-
XVIII – analisar pedido de parcelamento de multa trativas do exercício anterior;
eleitoral aplicada pelo Tribunal e determinar a remessa XLIII  – representar o Tribunal nas solenidades e atos
de peças processuais à Procuradoria da Fazenda Nacional oficiais, podendo delegar essa função a um dos membros
para inscrição na Dívida Ativa da União; do colegiado;
XIX – cumprir e fazer cumprir as deliberações do Tri- XLIV – delegar atribuição em matéria administrativa;
bunal, ressalvada a competência do relator; XLV  – promover a apuração imediata dos fatos que
Regimento Interno do TRE-BA

XX – mandar publicar, no prazo legal, a relação dos can- tiver ciência sobre irregularidade atribuída a juiz do Tribunal,
didatos que tiveram requerimento de registro protocolado obedecidas as regras do devido processo legal, determinan-
regularmente perante o Tribunal; do o arquivamento de plano quando o fato revelado não
XXI – nomear os membros das juntas eleitorais, depois configurar infração disciplinar ou ilícito penal;
de aprovados seus nomes pelo Tribunal, e designar‑lhes as XLVI  – instaurar e processar sindicância contra juiz do
respectivas sedes; Tribunal, garantidas a ampla defesa e o contraditório, sub-
XXII – assinar os diplomas dos eleitos para os cargos de metendo o relatório conclusivo à apreciação do colegiado;
Governador, Vice- Governador, Senador, Deputado Federal XLVII – relatar proposta de abertura de processo admi-
e Estadual e dos suplentes; nistrativo disciplinar contra juiz do Tribunal;
XXIII – comunicar a diplomação de militar à autoridade XLVIII – votar no julgamento de proposta de instauração
a que esteja subordinado; de processo administrativo disciplinar contra juiz eleitoral;
XXIV – propor a data e as instruções das eleições suple- XLIX – votar no julgamento de processo administrativo
mentares; disciplinar contra juiz do Tribunal e juiz eleitoral;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
L  – praticar ato reputado urgente, inserido na com- XVI – levar ao conhecimento do Tribunal, do Presidente
petência privativa do Tribunal, submetendo‑o, na primeira ou do juiz competente, os assuntos eleitorais pertinentes a
sessão plenária, ao referendo do colegiado. fatos ou providências que escapem à sua competência, bem
como a ocorrência de falta grave ou procedimento que não
Seção III lhe couber corrigir dentro de suas atribuições;
Do Corregedor Regional Eleitoral XVII – delegar a função correicional a juiz eleitoral, em
casos especiais, fixando o prazo respectivo para a conclusão
Art.  9º O Corregedor Regional Eleitoral será escolhido, dos trabalhos delegados;
por escrutínio secreto, dentre os juízes do Tribunal, exceto XVIII – promover a apuração imediata dos fatos que
o Presidente; o Vice‑Presidente, se eleito, acumulará as tiver ciência sobre irregularidade atribuída a juiz eleitoral,
duas funções. observadas as regras do devido processo legal, determi-
Art.  10. Aplicam‑se à eleição do Corregedor, no que nando o arquivamento de plano quando o fato revelado
couber, os  dispositivos pertinentes à eleição do Presidente. não configurar infração disciplinar ou ilícito penal;
Art.  11. O  Corregedor, que exerce as suas funções XIX  – instaurar e processar sindicância contra juiz
cumulativamente com as de juiz do Tribunal, terá jurisdição eleitoral, garantidos a ampla defesa e o contraditório, sub-
em todo o Estado. metendo o relatório conclusivo à apreciação do Tribunal;
Parágrafo único. O  Corregedor será substituído, nas XX – relatar proposta de abertura de processo admi-
suas férias, licenças, faltas ou impedimentos, pelo juiz mais nistrativo disciplinar contra juiz eleitoral;
antigo do Tribunal. XXI – votar no julgamento de proposta de instauração
Art.  12. Ao  Corregedor incumbem a inspeção e a de processo administrativo disciplinar contra juiz eleitoral;
correição dos serviços eleitorais do Estado e especialmente: XXII – votar no julgamento de processo administrativo
I – cumprir e fazer cumprir as determinações do Tribunal, disciplinar contra juiz eleitoral;
no âmbito de sua competência; XXIII  – receber, processar e julgar as reclamações e
II – velar pela fiel execução das leis e das instruções, representações contra servidor requisitado lotado em
pela boa ordem e celeridade dos serviços eleitorais; cartório eleitoral e oficial de justiça, aplicando, conforme
III – verificar se os juízes eleitorais, membros de juntas a gravidade da falta, as penalidades de advertência ou de
eleitorais e servidores das zonas eleitorais mantêm exação suspensão, até trinta dias, mediante instauração de proce-
no cumprimento dos seus deveres; dimento disciplinar;
XXIV – conhecer, processar e relatar as reclamações e
IV – orientar os juízes eleitorais sobre a regularidade
representações formuladas contra os juízes eleitorais;
dos serviços nos respectivos juízos e cartórios;
XXV – conhecer, processar e relatar ação de investigação
V  – expedir provimentos e demais atos normativos
para apurar o uso indevido, desvio ou abuso do poder
necessários ao bom e regular funcionamento dos serviços
econômico ou do poder de autoridade, ou a utilização
eleitorais sob sua supervisão;
indevida de veículo ou meio de comunicação social, em
VI – determinar e fiscalizar os serviços a serem executa-
benefício de candidato ou partido político, nas eleições
dos pelos servidores da Corregedoria, podendo incumbi‑los federais e estaduais;
de quaisquer verificações nos cartórios das zonas eleitorais, XXVI – instruir e submeter ao Tribunal processos rela-
respeitada a competência dos respectivos juízes; tivos à correição e revisão eleitoral;
VII – verificar se são observados, nos processos e atos XXVII – comunicar ao Presidente do Tribunal a sua au-
eleitorais, os  prazos legais, se há ordem e regularidade sência, quando se locomover, em correição, para qualquer
nos papéis e nos registros de tramitação de expedientes zona fora da Capital;
e processos, bem como se os livros estão devidamente XXVIII – apresentar ao Tribunal e à Corregedoria‑Geral
escriturados e conservados de modo a serem preservados Eleitoral, no mês de dezembro de cada ano, relatório de
de perda, extravio ou qualquer dano; suas atividades durante o respectivo exercício, acompa-
VIII – supervisionar, orientar e fiscalizar os serviços de nhado de elementos elucidativos e sugestões do interesse
alistamento, regularização de situação de eleitor e admi- da Justiça Eleitoral;
nistração e manutenção do cadastro eleitoral do Estado; XXIX – solicitar ao Presidente, motivadamente, a designa-
IX – verificar se os Oficiais de Registro Civil comunicam ção, pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, de até dois
à Justiça Eleitoral, com a regularidade prevista em lei, juízes de direito para auxiliar nos atos relativos à instrução
os óbitos ocorridos nas respectivas jurisdições, procedendo processual dos feitos judiciais e administrativos eleitorais e
contra os infratores; na realização de correição cartorária nas zonas eleitorais,
X – supervisionar, orientar e fiscalizar os procedimentos de competência exclusiva do Corregedor Regional Eleitoral,
relativos ao encaminhamento de dados de filiação pelos pelo prazo de um ano, renovável por igual período, a critério
partidos políticos; do Tribunal cedente;
Regimento Interno do TRE-BA

XI – verificar, no âmbito de sua jurisdição, se há erros, XXX – levar ao conhecimento da Procuradoria Regional
abusos ou irregularidades que devam ser corrigidos, de- Eleitoral e da Corregedoria‑Geral do Ministério Público do
terminando, por provimento, as  necessárias medidas para Estado da Bahia fatos que tiver ciência sobre irregularidade
que sejam sanadas as ocorrências; atribuída a promotor eleitoral, para a adoção das providên-
XII – convocar juiz eleitoral para prestar informações de cias cabíveis;
interesse da Justiça Eleitoral; XXXI – exercer quaisquer outras atribuições fixadas em
XIII  – conhecer, processar e relatar as representações lei, instruções e demais normas supletivas ou complemen-
relativas a irregularidades na propaganda partidária, na tares, baixadas pelos órgãos competentes.
modalidade de inserções; § 1º Na hipótese do inciso XXIX, havendo necessidade de
XIV – verificar se as denúncias relativas a crimes elei- deslocamento, o  pagamento de diárias será custeado por
torais já oferecidas têm curso normal; este Tribunal, observada dotação orçamentária específica.
XV – determinar a correição nas representações, recla- §  2º Nas diligências que realizar, o  Corregedor poderá
mações e demais procedimentos que lhe forem submetidos; solicitar o comparecimento do Procurador Regional Eleitoral.

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Seção IV Art.  19. Ao  magistrado e ao advogado que tenha in-
Do Ouvidor Regional Eleitoral tegrado o Tribunal como juiz efetivo ou substituto, é vedado
nele exercer a advocacia, antes de decorridos três anos do
Art.  13. O  Ouvidor e o seu substituto serão escolhidos, afastamento do cargo por aposentadoria, exoneração ou
por escrutínio secreto, dentre os juízes do Tribunal, exceto término do biênio.
o Presidente e o Corregedor, para mandato de dois anos, Art.  20. Até trinta dias antes do término do biênio
permitida a recondução, por igual período. de juiz pertencente às classes da magistratura estadual
Parágrafo único. O Ouvidor exercerá a direção das ativi- e federal, ou imediatamente após a vacância do cargo
dades da Ouvidoria Regional Eleitoral de acordo com regu- por motivo diverso, o Presidente comunicará a ocorrência
lamento específico, podendo baixar regras complementares ao Tribunal competente para a escolha, esclarecendo, no
dispondo sobre procedimentos internos. primeiro caso, tratar‑se de primeiro ou segundo biênio.
Art. 21. Até noventa dias antes do término do biênio de
Seção V juiz pertencente à classe de advogado, ou imediatamente
Da Escola Judiciária Eleitoral após a vacância do cargo por motivo diverso, o  Presiden-
te comunicará a ocorrência ao Tribunal de Justiça para a
Art.  14. A  Escola Judiciária Eleitoral é unidade admi- indicação em lista tríplice, esclarecendo, no primeiro caso,
nistrativa ligada à Presidência do Tribunal. tratar‑se de primeiro ou segundo biênio.
Parágrafo único. A  escolha dos seus dirigentes e suas Parágrafo único. A  lista tríplice será encaminhada ao
atribuições, bem como a estrutura e organização dos servi- Tribunal Superior Eleitoral, instruída com os documentos
ços da unidade serão definidos em regulamento específico. previstos na regulamentação de regência.
Art.  22. Nos casos previstos neste Regimento, a  anti-
Seção VI guidade regular‑se‑á, sucessivamente:
Do Núcleo de Cooperação Judiciária I – pela posse no Tribunal;
II – pela nomeação ou eleição;
Art.  15. A  cooperação judiciária será conduzida pelo III – pela idade.
Núcleo de Cooperação Judiciária, em conformidade com Parágrafo único. Havendo recondução, será considerada,
as diretrizes estabelecidas por Tratados e Convenções In- para efeito de antiguidade, a data da primeira investidura,
ternacionais subscritas pela República Federativa do Brasil, ainda que haja interrupção do exercício.
pelo Conselho Nacional de Justiça, pelo Tribunal Superior Art. 23. Perderá automaticamente a jurisdição eleitoral
Eleitoral e por este Tribunal. o magistrado que deixar de ocupar o cargo de origem ou
§  1º O Núcleo de Cooperação Judiciária, órgão dire- que terminar o biênio.
tamente vinculado à Presidência do Tribunal, será dirigido Art. 24. Os  juízes do Tribunal e o Procurador Regional
Eleitoral fazem jus à gratificação, devida por sessão a que
por um Juiz Cooperador.
efetivamente comparecerem, não cabendo a sua percepção
§ 2º O Juiz Cooperador e o seu substituto serão eleitos
por motivo de férias, licença de qualquer natureza ou falta.
pelo Plenário do Tribunal entre os seus membros, exceto
§ 1º Ao Presidente é devida a gratificação de presença
o Presidente e o Corregedor, para mandato de dois anos,
quando não puder comparecer às sessões em virtude de
permitida a recondução, por igual período.
estar representando o Tribunal perante os demais Poderes
§ 3º O Núcleo de Cooperação Judiciária terá as atribui-
e autoridades.
ções definidas em resolução específica editada pelo Tribunal. §  2º Estando o Presidente impossibilitado de repre-
sentar a Corte, o juiz do Tribunal que o substituir faz jus à
Seção VII gratificação.
Dos Juízes do Tribunal §  3º O Corregedor, o  Ouvidor, o  Juiz Cooperador e o
Diretor da Escola Judiciária Eleitoral, se juiz do Tribunal,
Art. 16. Os juízes do Tribunal, no exercício de suas fun- quando impossibilitados de comparecer às sessões, em
ções e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias virtude de sua atuação, fazem jus à gratificação de presença.
e serão inamovíveis. § 4º O juiz auxiliar, de que trata o art. 31, faz jus à gra-
Art.  17. Os  juízes do Tribunal, salvo motivo justificado, tificação mensal pelo exercício de suas funções, na forma
servirão obrigatoriamente por dois anos, permitida uma estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral.
recondução.
§  1º O biênio será contado ininterruptamente a partir Subseção I
da data da posse, sem o desconto do tempo de qualquer Da Posse e dos Afastamentos
afastamento, salvo na hipótese do § 3º do art. 2º.
§  2º O tempo de atuação como juiz efetivo não será Art.  25. A  posse dos juízes do Tribunal realizar‑se‑á
considerado para fins de cômputo dos biênios como juiz dentro do prazo de trinta dias da escolha, da publicação
substituto. oficial da nomeação ou da vacância do cargo, o que ocorrer
Regimento Interno do TRE-BA

§  3º Compete ao Tribunal a apreciação da justa causa por último, e  dar‑se‑á, mediante compromisso, perante o
para dispensa da função eleitoral. Tribunal, lavrando‑se o termo competente.
Art. 18. Nenhum juiz efetivo poderá voltar a integrar o §  1º Os juízes efetivos e substitutos prestarão o seguin-
Tribunal, na mesma ou em classe diversa, após servir por te compromisso: “Prometo bem e fielmente desempenhar os
dois biênios consecutivos, salvo se transcorridos dois anos deveres do meu cargo de juiz do Tribunal Regional Eleitoral
do término do segundo biênio. da Bahia, cumprindo e fazendo cumprir a Constituição e as
§ 1º Para os efeitos deste artigo, consideram‑se também leis da República e pugnando sempre pelo prestígio e
consecutivos dois biênios, quando, entre eles, tenha havido respeitabilidade da Justiça Eleitoral”.
interrupção inferior a dois anos. § 2º Excepcionalmente, a posse poderá ocorrer perante
§  2º Ao juiz substituto, enquanto nessa categoria, o Presidente.
aplicam‑se as regras deste artigo; entretanto, poderá vir a § 3º Quando a recondução se operar antes do término
integrar o Tribunal como efetivo, sem limitar‑se essa inves- do primeiro biênio, não haverá nova posse, sendo suficiente
tidura pela condição anterior de juiz substituto. o apostilamento no termo da investidura inicial.

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§  4º O prazo para a posse poderá ser prorrogado, tórios Eleitorais e o Regulamento da Secretaria do Tribunal,
pelo Tribunal, por até trinta dias após o término do prazo bem como suas emendas;
previsto no caput, desde que assim o requeira, motivada- V – organizar a sua Secretaria, a  Corregedoria Regional,
mente, o juiz a ser empossado. a  Ouvidoria, o  Núcleo de Cooperação Judiciária, a Escola
Art.  26. Os  juízes do Tribunal da classe de magistra- Judiciária Eleitoral e as zonas eleitorais;
do serão afastados automaticamente, pelo mesmo prazo, VI  – submeter ao Tribunal Superior Eleitoral proposta
quando obtiverem, nos seus cargos de origem, férias, licença de criação, transformação ou extinção de cargos efetivos do
ou afastamento. Quadro de Pessoal do Tribunal;
Parágrafo único. Cabe ao juiz do Tribunal, efetivo e subs- VII – fixar dia e hora das sessões;
tituto, comunicar à Corte os seus afastamentos, bem como VIII – cumprir e fazer cumprir as decisões, instruções e
as ausências eventuais. outros atos emanados do Tribunal Superior Eleitoral;
Art.  27. Durante o processo eleitoral, mediante apro- IX  – formular consulta ao Tribunal Superior Eleitoral
vação do colegiado e representação do Presidente ao sobre matéria eleitoral;
Tribunal Superior Eleitoral, os  juízes do Tribunal poderão X – responder consulta sobre matéria eleitoral;
pedir afastamento do exercício dos seus cargos de origem, XI  – representar ao Tribunal Superior Eleitoral sobre
sem prejuízo dos vencimentos e vantagens, na forma dis- qualquer medida necessária ao bom funcionamento dos
ciplinada pelo Tribunal Superior Eleitoral. serviços eleitorais;
Art.  28. Os  juízes do Tribunal que não usufruírem as XII – expedir instrução com vistas a regulamentar
férias que lhes couberem poderão gozá‑las no ano seguinte, matéria de sua competência privativa;
acumuladas ou não. XIII  – dividir a circunscrição em zonas eleitorais, sub-
Art. 29. Em caso de necessidade, as férias dos juízes do metendo essa divisão, bem como a criação de novas zonas,
Tribunal poderão ser interrompidas, assegurando‑se‑lhes a à homologação do Tribunal Superior Eleitoral, se for o caso;
devida compensação. XIV – designar o juiz de direito a quem incumbirá o ser-
viço eleitoral, pelo prazo de dois anos, observado o critério
Subseção II de rodízio, por antiguidade, bem assim os juízes auxiliares,
Da Convocação dos Substitutos nos casos previstos em lei;
XV – determinar a instauração de processo administrativo
Art. 30. Nos casos de vacância do cargo, licença, férias disciplinar contra juiz do Tribunal e juiz eleitoral, garantidos
ou afastamento de juiz efetivo, será obrigatoriamente a ampla defesa e o contraditório;
convocado, por ato do Presidente, pelo tempo que durar XVI  – decidir sobre a necessidade de afastamento
o motivo, o  juiz substituto da mesma classe, obedecida preventivo de juiz do Tribunal e de juiz eleitoral;
a ordem de antiguidade. XVII – aplicar as penas disciplinares ao juiz do Tribunal e
§  1º Nas faltas eventuais ou impedimentos, somente ao juiz eleitoral;
serão convocados os substitutos se assim o exigir o quorum XVIII – constituir junta eleitoral e designar a respectiva
regimental. sede e jurisdição;
§  2º Salvo motivo justificado, o  mesmo substituto so- XIX – constituir a comissão apuradora e aprovar o rela-
mente será convocado para outra substituição depois de ter tório geral das eleições estaduais e federais;
servido o outro da mesma categoria. XX – apurar e totalizar os resultados finais das elei-
ções de Governador, Vice‑Governador, Senador, Deputado
Subseção III Federal e Estadual;
Dos Juízes Auxiliares XXI – proclamar os eleitos para os cargos de Governa-
dor, Vice- Governador, Senador, Deputado Federal e Estadu-
Art. 31. Os juízes auxiliares serão designados pelo Tribu- al e diplomá‑los juntamente com os respectivos suplentes;
nal, dentre os seus juízes substitutos, para a apreciação XXII – determinar a renovação de eleições federais, es-
das reclamações, das representações  e dos pedidos de taduais e municipais;
direito de resposta que lhe forem dirigidos por ocasião XXIII – fixar data, aprovar calendário e expedir instruções
das eleições federais e estaduais. para a realização de novas eleições e consultas populares;
Parágrafo único. O período de atuação dos juízes auxi- XXIV  – requisitar à autoridade competente a força
liares encerra‑se com a diplomação dos eleitos, na forma pública necessária ao cumprimento da lei e de suas deci-
disciplinada pelo Tribunal Superior Eleitoral. sões e solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral a requisição
de força federal;
CAPÍTULO II XXV – administrar o cadastro dos eleitores do Estado;
Da Competência XXVI  – conceder aos juízes do Tribunal e aos juízes
eleitorais afastamento do exercício dos cargos de origem,
Seção I submetendo a decisão, quanto aos primeiros, à  aprovação
Regimento Interno do TRE-BA

Da Competência Privativa do Tribunal Superior Eleitoral;


XXVII – solicitar ao Tribunal de Justiça que suspenda,
Art. 32. Compete, privativamente, ao Tribunal, além de entre três meses antes e dois meses após as eleições,
outras atribuições que lhe forem conferidas por lei: as férias e licenças‑prêmio dos juízes de direito que exerçam
I – eleger o Presidente, o Corregedor, o Ouvidor, e o Juiz função eleitoral;
Cooperador; XXVIII – determinar providências para o efetivo cumpri-
II  – empossar o Presidente, Vice‑Presidente, Correge- mento da lei eleitoral na circunscrição;
dor, Ouvidor, Juiz Cooperador e demais juízes efetivos e XXIX  – autorizar a realização de concurso público
substitutos; para provimento dos cargos efetivos do Quadro de Pessoal
III – I – elaborar o Regimento Interno; do Tribunal, nomear a respectiva comissão e homologar o
IV  – aprovar o Regimento Interno da Corregedoria resultado;
Regional Eleitoral, da Ouvidoria, do Núcleo de Cooperação XXX – determinar, nos casos previstos em lei, a revisão
Judiciária, da Escola Judiciária Eleitoral e dos Juízos e Car- do eleitorado;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
XXXI – publicar, mensalmente, no Diário da Justiça ele- XVIII – o pedido de registro de partido político em for-
trônico, dados estatísticos de sua produtividade; mação;
XXXII – emitir pronunciamento sobre a Tomada de Contas XIX – a reclamação para preservar a competência ou
Anual do Tribunal e o conteúdo do parecer da Secretaria garantir a autoridade de suas decisões;
de Controle Interno e determinar a remessa ao Tribunal de XX – a ação rescisória dos julgados do Tribunal e de
Contas da União; juiz eleitoral, em matéria não eleitoral.
XXXIII  – exercer outras atribuições inerentes a sua
autonomia administrativa ou decorrentes de lei, ainda que Seção III
não especificadas neste Regimento. Da Competência Recursal

Seção II Art. 34. Compete ao Tribunal julgar:


Da Competência Originária I – o recurso da decisão:
a) do Presidente, do Corregedor, dos juízes do Tribunal,
Art. 33. Compete ao Tribunal processar e julgar origi- dos juízes auxiliares e da comissão apuradora;
nariamente: b) dos juízes e das juntas eleitorais;
I – o pedido de registro e a impugnação do registro de c) do juiz eleitoral que conceder ou denegar habeas
candidato aos cargos de Governador, Vice‑Governador, corpus, mandado de segurança, mandado de injunção e
habeas data.
Senador, Deputado Federal e Estadual;
II – a revisão criminal.
II – a reclamação e a representação formuladas em
razão do descumprimento da Lei nº 9.504, de 1997, nas CAPÍTULO III
eleições federais e estaduais; Do Ministério Público Eleitoral
III – a ação de investigação judicial eleitoral pertinente à
eleição de Governador, Vice‑Governador, Senador, Deputado Art.  35. As  funções do Ministério Público junto ao
Federal e Estadual; Tribunal serão exercidas pelo Procurador Regional Eleito-
IV – a ação de impugnação de mandato eletivo de Go- ral, designado pelo Procurador‑Geral da República, e, nas
vernador, Vice- Governador, Senador, Deputado Federal e suas faltas e impedimentos, pelo seu substituto legal, tendo
Estadual; assento exclusivo nas sessões de julgamento.
V – o recurso contra expedição de diploma de Prefeito, Parágrafo único. Por necessidade do serviço, o Procura-
Vice‑Prefeito e Vereador; dor Regional Eleitoral poderá solicitar ao Procurador‑Geral
VI – a ação de decretação da perda de cargo eletivo em Eleitoral:
desfavor de Deputado Estadual e Vereador, bem como a a) a designação de outros membros do Ministério
de justificação de desfiliação partidária; Público Federal para oficiar, sob sua coordenação, perante
VII – o conflito de competência entre juízes eleitorais; o Tribunal, não tendo assento nas sessões de julgamento;
VIII – a suspeição ou o impedimento de juiz do Tribunal, b) autorização para requisitar membros do Ministério
do Procurador Regional Eleitoral e de servidor do Tribunal, Público local para auxiliá‑lo.
assim como de juiz eleitoral e membro de junta; Art. 36. Compete ao Procurador Regional Eleitoral:
IX  – o crime eleitoral cometido por juiz eleitoral ou I – assistir às sessões do Tribunal;
por outra autoridade que, pela prática de crime comum, II – recorrer nos casos previstos em lei;
responda perante o Tribunal de Justiça ou o Tribunal III – exercer a ação penal pública e promovê‑la até
Regional Federal; o final, bem como requerer o arquivamento de inquérito
X – o pedido de habeas corpus e de mandado de policial ou de peças informativas, nos casos de competência
segurança, em matéria eleitoral, contra ato de juiz e junta originária do Tribunal;
eleitoral e demais autoridades que respondam perante o IV  – oficiar em todos os processos da competência
Tribunal de Justiça e o Tribunal Regional Federal por crime originária e recursal do Tribunal, ressalvados os de cunho
comum e de responsabilidade; administrativo, sendo‑lhe facultado reservar‑se para mani-
XI – o pedido de habeas corpus quando houver perigo festação oral na assentada de julgamento;
de se consumar a violência antes que o juiz eleitoral com- V  – funcionar junto à comissão apuradora designada
petente possa prover a impetração; para as eleições estaduais e federais;
XII – o pedido de mandado de segurança impetrado VI – oficiar em sindicância e procedimento administrativo
contra ato de natureza administrativa do próprio Tribunal; disciplinar contra juiz do Tribunal e juiz eleitoral;
e ato administrativo ou eleitoral de seu Presidente, de seus VII  – acompanhar, quando solicitado, as  diligências
realizadas pelo Corregedor, podendo delegar tais atribuições;
membros e demais autoridades que respondam perante o
VIII  – pedir a palavra, pela ordem, para esclarecer
Tribunal de Justiça por crime de responsabilidade;
equívoco ou dúvida relacionados a matéria de fato, que
XIII – o pedido de habeas data e mandado de injunção,
possam influir no julgamento;
Regimento Interno do TRE-BA

quando versarem sobre matéria eleitoral; IX – defender a jurisdição do Tribunal;


XIV – o pedido de desaforamento de feito não decidido X – representar ao Tribunal no interesse da fiel obser-
por juiz eleitoral; vância das leis eleitorais;
XV – a reclamação relativa a obrigações impostas por XI  – requisitar diligências, documentos e quaisquer
lei aos partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à esclarecimentos necessários ao bom desempenho de suas
apuração da origem dos seus recursos financeiros; funções;
XVI – a prestação de contas anual de órgão regional de XII – expedir aos promotores de justiça as instruções
partido político e de despesas de campanha eleitoral de necessárias ao cumprimento de suas funções institucionais
comitê financeiro, de órgão regional de partido político na esfera eleitoral;
e de candidato a Governador, Vice‑Governador, Senador, XIII – representar ao Tribunal para o exame da escri-
Deputado Federal e Estadual; turação dos partidos políticos e a apuração de qualquer
XVII – o pedido de acesso gratuito ao rádio e à tele- ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em
visão, por meio de inserções; matéria financeira, eles e os seus filiados estejam sujeitos;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
XIV – designar membro do Ministério Público de primeiro Mandado de Injunção – MI – 21
grau para exercer a função eleitoral, com base em indicação Mandado de Segurança – MS – 22
do Procurador‑Geral de Justiça; Pedido de Desaforamento – PD – 23
XV – apreciar o pedido de prorrogação de prazo nos Petição – Pet – 24
inquéritos e peças informativas; Prestação de Contas – PC – 25
XVI – solicitar ao Tribunal servidor que deva ser posto Processo Administrativo – PA – 26
à disposição da Procuradoria Regional Eleitoral; Propaganda Partidária – PP – 27 Reclamação – Rcl – 28
XVII – adotar as providências cabíveis ao tomar ciência Recurso contra Expedição de Diploma – RCED – 29
sobre irregularidade atribuída a promotor eleitoral; Recurso Eleitoral – RE – 30
XVIII – exercer qualquer outra atribuição própria do Recurso Criminal – RC – 31
Ministério Público Eleitoral não especificada neste Regimen- Recurso em Habeas Corpus – RHC – 33
to ou que lhe for conferida por lei. Recurso em Habeas Data – RHD – 34
Parágrafo único. Nos processos em que atuar como titular Recurso em Mandado de Injunção – RMI – 35
da ação, o  Procurador Regional Eleitoral possuirá os mesmos Recurso em Mandado de Segurança – RMS – 36
poderes e ônus que as partes, ressalvadas as disposições Registro de Candidatura – RCand – 38
expressas em lei ou neste Regimento. Registro de Comitê Financeiro – RCF – 39
Registro de Órgão de Partido Político em Formação  –
CAPÍTULO IV ROPPF – 40
Da Defensoria Pública da União Junto ao Tribunal Representação – Rp – 42
Revisão Criminal – RvC – 43
Art.  37. Junto ao Tribunal funcionarão Defensores Revisão de Eleitorado – RvE – 44
Públicos designados pelo Defensor Público‑Geral da União. Suspensão de Segurança/Liminar – SS – 45
§ 1º Os membros da Defensoria Pública da União atua- § 1º A classe Apuração de Eleição engloba os respectivos
rão, perante o Tribunal, na conformidade da lei. recursos.
§  2º A intimação da Defensoria Pública da União será § 2º A classe Correição – COR compreende as hipóteses
feita pessoalmente ao Defensor Público que atuar junto ao previstas no art. 71, § 4º, do Código Eleitoral.
Tribunal ou, na falta deste, ao Defensor Público para isso § 3º As classes Execução Fiscal e Embargos à Execução,
designado pelo Defensor Público‑Geral da União. autuadas originariamente no domicílio do devedor, serão
autuadas na classe Recurso Eleitoral.
TÍTULO II §  4º A classe Inquérito compreende o termo circuns-
DO PROCESSO NO TRIBUNAL tanciado e o inquérito policial, com ou sem a denúncia,
passando à classe Ação Penal, mediante atualização da
CAPÍTULO I
autuação, somente após o recebimento da denúncia.
Da Autuação e da Classificação dos Feitos
§ 5º A classe Instrução compreende as propostas de
resoluções administrativas e a regulamentação da legislação
Art. 38. Os  processos, petições e inquéritos policiais
eleitoral e partidária, inclusive as instruções para a realização
serão autuados, mediante sistema informatizado, segundo
de novas eleições, plebiscito e referendo.
a ordem de entrada na Secretaria Judiciária.
§  6º A classe Processo Administrativo compreende os
§ 1º Terão prioridade na autuação os feitos da classe
de habeas corpus, mandado de segurança, registro de can- procedimentos sobre matérias administrativas que devam
didatura, representação e reclamação pelo descumprimento ser apreciadas pelo Tribunal.
da Lei nº 9.504, de 1997, pedido de direito de resposta e § 7º O registro na respectiva classe processual terá como
respectivos recursos, bem como os procedimentos caute- parâmetro a classe ou assunto eventualmente indicado pela
lares com pedido de liminar. parte na petição inicial ou no recurso, não cabendo sua
§  2º A autuação dos feitos de competência origi- alteração pela Secretaria.
nária far‑se‑á em numeração única e sequencial, gerada § 8º Serão incluídos na classe Petição os expedientes
automaticamente pelo sistema informatizado, nos moldes que não tenham classificação específica, nem sejam aces-
estabelecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral. sórios ou incidentes, ressalvada a disposição do art. 187.
§ 3º Os processos autuados nas zonas eleitorais e rece- § 9º Os processos referentes às classes Ação de Investi-
bidos no Tribunal em grau de recurso manterão o número gação Judicial Eleitoral, Correição, Revisão de Eleitorado
atribuído na origem. e Representação relativa a irregularidade na propaganda
Art. 39. Os  feitos obedecerão à seguinte classificação, partidária serão autuados e tramitarão na Corregedoria
com sua respectiva denominação, sigla e código: Regional Eleitoral, tendo como relator nato o Corregedor.
Ação Cautelar – AC – 1 § 10. Não se altera a classe do processo pela interposição
Ação de Impugnação de Mandato Eletivo – AIME – 2 de Agravo Interno ou de Embargos de Declaração, pelos
Regimento Interno do TRE-BA

Ação de Investigação Judicial Eleitoral – AIJE – 3 pedidos incidentes ou acessórios, pela impugnação ao
Ação Penal – AP – 4 registro de candidatura, pela instauração de Tomada de
Ação Rescisória – AR – 5 Contas Especial, pela restauração de autos, pelo pedido
Apuração de Eleição – AE – 7 de reconsideração e pelo agravo retido.
Conflito de Competência – CC – 9 § 11. A classificação dos feitos não se aplica ao registro
Consulta – Cta – 10 de procedimentos judiciais constituídos pela mera sucessão
Correição – Cor – 11 de atos coordenados, com vistas à instrução processual,
Criação de Zona Eleitoral ou Remanejamento – CZER – 12 a  exemplo das cartas precatória, de ordem e rogatória e
Embargos à Execução – EE – 13 recurso contra expedição do diploma aos eleitos para os
Exceção – Exc – 14 Execução Fiscal – EF – 15 cargos de Governador, Vice‑Governador, Senador, Deputado
Habeas Corpus – HC – 16 Federal e Estadual.
Habeas Data – HD – 17 §  12. As  dúvidas suscitadas na classificação dos feitos
Inquérito – Inq – 18 Instrução – Inst – 19 serão dirimidas pelo Presidente.

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CAPÍTULO II §  1º Decorridos dez dias da vacância e não havendo
Da Distribuição dos Feitos posse do sucessor ou convocação de substituto, os  feitos
serão redistribuídos automaticamente aos demais juízes,
Art.  40. A  distribuição será feita, mediante sistema caso em que não haverá compensação.
informatizado, por classe, observando‑se o rodízio, se- § 2º O Presidente do Tribunal, a requerimento da parte
gundo a ordem decrescente de antiguidade dos juízes, ou do Procurador Regional Eleitoral, poderá, reconhecendo
assegurando‑se a equitatividade da distribuição de processos. situação de urgência, determinar a imediata redistribuição
Art.  41. Os  feitos serão distribuídos por prevenção do processo.
quando se relacionarem por conexão ou continência, salvo §  3º Os feitos redistribuídos na forma do parágrafo
se um deles já tiver sido julgado, estando prevento o relator primeiro deverão passar à relatoria do juiz empossado ou
sorteado em primeiro lugar. do substituto convocado, salvo se tiver havido a prática de
§ 1º A distribuição de habeas corpus, comunicação de ato decisório ou a solicitação de inclusão do feito em pauta.
prisão em flagrante, mandado de segurança, habeas data, § 4º Em caso de afastamento temporário de juiz do Tri-
mandado de injunção, medida cautelar e reclamação torna bunal, os feitos serão redistribuídos ao substituto convocado
prevento o relator para todas as ações e recursos posteriores. e encaminhados à relatoria do titular após o seu retorno.
§ 2º A ressalva contida no caput não se aplica às classes §  5º O juiz eleito Presidente continuará como relator
de habeas corpus, comunicação de prisão em flagrante, dos feitos cujo julgamento já tiver iniciado.
mandado de segurança, habeas data, mandado de injunção, Art.  43. Em caso de impedimento ou de suspeição,
medida cautelar e reclamação, relacionadas no parágrafo o  feito será redistribuído, procedendo‑se à devida com-
primeiro. pensação.
§  3º A distribuição também será por prevenção na Art. 44. Distribuídos, os recursos serão encaminhados ao
restauração de autos, inclusive na hipótese de ter ocorrido Procurador Regional Eleitoral, no prazo de vinte e quatro
julgamento anterior no mesmo processo, ainda que sem horas, ressalvada a hipótese do art. 138.
resolução de mérito. Parágrafo único. Havendo pedido de medida urgente,
§ 4º A simples indicação de prevenção na petição inicial após a distribuição, os autos serão encaminhados imedia-
ou no recurso pela parte não vincula a Secretaria na realiza- tamente ao relator.
ção da distribuição. Art. 45. Os feitos da competência originária serão con-
§ 5º Não há prevenção entre feitos eleitorais de natureza clusos ao relator, no prazo de vinte e quatro horas, salvo se
houver pedido de liminar, hipótese em que os autos serão
cível e penal.
imediatamente conclusos.
§ 6º A conexão e a continência poderão ser arguidas por
§ 1º Estando ausente o relator, o processo será encami-
qualquer das partes ou pelo Procurador Regional Eleitoral,
nhado ao juiz que se seguir ao ausente na ordem decres-
na primeira oportunidade em que se manifestarem no feito.
cente de antiguidade, para apreciação da medida urgente,
§  7º Proposta ação sobre o mesmo fato apreciado
sem necessidade de redistribuição.
em outra causa cuja decisão ainda não tenha transitado em
§  2º Durante o recesso, feriados e finais de semana,
julgado, será ela remetida para apensamento ao processo bem como nos dias úteis, fora do horário de expediente
anterior, na instância em que ele se encontrar, figurando a ordinário da Secretaria, o pedido de liminar em mandado de
parte como litisconsorte no feito principal. segurança, em ação cautelar e em habeas corpus, e demais
§  8º Não poderá ser relator da revisão criminal o juiz medidas que reclamem urgência serão encaminhados ao juiz
que tenha atuado em qualquer fase da ação penal que deu plantonista e distribuídos posteriormente.
causa à revisão. §  3º Os processos que ensejem manifestação de área
§ 9º A escolha do relator recairá, sempre que possível, técnica do Tribunal serão encaminhados, de ofício, às uni-
em juiz que não haja participado do julgamento rescindendo, dades correspondentes, antes da conclusão ao relator.
observado o disposto no parágrafo oitavo.
§ 10. Na distribuição de ação contra ato ou decisão do CAPÍTULO III
próprio Tribunal, ou de seus juízes, será excluído o relator Das Atribuições do Relator
da decisão impugnada.
§  11. Haverá compensação nos casos de distribuição Art. 46. São atribuições do relator:
por prevenção, bem como de redistribuição em razão de I – ordenar e dirigir o processo até o julgamento;
impedimento ou suspeição do relator. II – zelar pela duração razoável do processo;
§  12. Serão distribuídos ao Presidente os pedidos de III – determinar a abertura de vista dos autos ao Procura-
suspensão de segurança ou de liminar, bem como de me- dor Regional Eleitoral;
dida cautelar em recurso especial ainda pendente de juízo IV – fixar prazo para o saneamento de incapacidade pro-
de admissibilidade. cessual ou de irregularidade de representação das partes;
Regimento Interno do TRE-BA

§ 13. O cargo de Vice‑Presidente não impede que o seu V – delegar atribuições, mediante carta precatória ou
titular seja contemplado na distribuição dos feitos, salvo de ordem, para a realização de diligências indispensáveis
na hipótese do parágrafo único do art. 6º, caso em que ao processamento e instrução do feito;
não haverá compensação. VI – requisitar autos principais ou originais;
§  14. As  dúvidas suscitadas na classificação dos feitos VII  – determinar o retorno do processo ao juízo de
serão dirimidas pelo Presidente. origem para que seja suprida irregularidade sanável;
§ 15. Da distribuição será elaborada lista diária, extraí- VIII – presidir as audiências de instrução;
da do sistema informatizado, contendo classe, número do IX – nomear curador ao réu;
processo, origem, relator, tipo de distribuição e partes, que X – nomear advogado dativo;
será publicada no Diário da Justiça eletrônico. XI  – analisar pedido de assistência de acusação no
Art. 42. Ocorrendo o término do biênio ou o afastamento processo criminal e de intervenção de terceiros nos demais
definitivo do juiz titular, os feitos pendentes de julgamento processos;
serão redistribuídos ao seu sucessor ou substituto. XII – expedir ordem de prisão e de soltura;

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XIII – decidir sobre a legalidade da prisão em flagrante; XII – deferir o pedido de registro de partido político em
XIV – conceder e arbitrar ou denegar fiança; formação;
XV – mandar riscar, a requerimento do interessado ou XIII – indeferir liminarmente a revisão criminal, nos casos
ex officio, as  expressões injuriosas, difamatórias ou calu- previstos em lei;
niosas encontradas em papéis e processos sujeitos ao seu XIV  – determinar a remessa do inquérito ao juízo
conhecimento, oficiando‑se ao Conselho da Ordem dos Ad- eleitoral competente quando o investigado não mais for
vogados quando decorram de atos praticados por advogado; detentor de foro por prerrogativa de função;
XVI – solicitar a inclusão do feito em pauta, obedecida, XV – indeferir, de logo, a  segurança caso, à  evidência,
preferencialmente, a ordem cronológica de conclusão, res- não concorrerem os requisitos legais ou quando for excedido
salvadas as exceções estabelecidas pelo Código de Processo o prazo estabelecido para a impetração;
Civil; XVI  – determinar o arquivamento de inquérito ou de
XVII – adiar o julgamento e retirar o feito de pauta; peças informativas;
XVIII – apresentar em mesa para julgamento os feitos XVII – homologar a desistência e extinguir o processo;
que independem de pauta; XVIII  – extinguir a punibilidade na hipótese de cum-
XIX – submeter ao Tribunal questões de ordem para o primento da suspensão condicional do processo ou de
bom andamento dos feitos; transação penal;
XX – redigir o voto condutor do acórdão; XIX – julgar o conflito de competência com fundamen-
XXI – lavrar voto vencido; to em súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior
XXII  – delegar ao assessor a prática de ato de mero Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior Eleitoral ou do
expediente sem caráter decisório; próprio Tribunal, bem como entendimento firmado em
XXIII – apreciar o pedido de tutela provisória nos recur- julgamento de recursos repetitivos ou pelo plenário deste
sos e nos processos de competência originária do Tribunal. Tribunal à unanimidade de votos.
Art. 47. O relator poderá, monocraticamente:
I – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado CAPÍTULO IV
ou que não tenha impugnado especificamente os funda- Do Processamento dos Feitos
mentos da decisão recorrida;
II  – negar provimento a recurso que for contrário a Seção I
acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal, pelo Da Forma dos Atos Processuais,
Superior Tribunal de Justiça ou pelo Tribunal Superior dos Prazos e das Notificações
Eleitoral em julgamento de recursos repetitivos;
III – negar provimento a recurso que for contrário a Art. 48. Em processo de competência originária do Tri-
súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal bunal, a citação será feita:
de Justiça, do Tribunal Superior Eleitoral, ou deste Tribunal I – pelo correio, com aviso de recebimento, ou por ofício,
ou a entendimento firmado pelo plenário à unanimidade mediante comprovante de entrega;
de votos; II – por oficial de justiça;
IV – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, III – pela secretaria, se o citando comparecer em cartório;
dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for con- IV – por edital, nas hipóteses previstas nas leis processuais
trária a acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal, civil e penal;
pelo Superior Tribunal de Justiça ou pelo Tribunal Superior V – por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
Eleitoral em julgamento de recursos repetitivos; § 1º A citação por oficial de justiça será feita por man-
V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dado expedido por juiz do Tribunal ou pelo juiz eleitoral do
dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for con- domicílio da parte, mediante carta de ordem ou precatória.
trária a súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior §  2º O edital, com prazo de vinte dias, será publicado
Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior Eleitoral, ou deste uma vez no Diário da Justiça eletrônico, afixado em Secre-
Tribunal ou a entendimento firmado pelo plenário à unani- taria durante o transcurso do prazo e divulgado no sítio do
midade de votos; Tribunal na internet e na plataforma de editais do Conselho
VI – decidir monocraticamente os embargos de decla- Nacional de Justiça, certificando‑se nos autos.
ração interpostos contra decisão unipessoal; Art.  49. Os  atos meramente ordinatórios, como a
VII  – não conhecer, liminarmente, de consulta que juntada e a vista obrigatória, independem de despacho,
verse sobre caso concreto, formulada por parte ilegítima devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos
ou quando iniciado o processo eleitoral; pelo juiz quando necessário.
VIII – deferir pedido de registro de candidato que não Art.  50. As  intimações serão realizadas, sempre que
tenha sido impugnado e que preencha todas as condições possível, por meio eletrônico, na forma da lei.
de elegibilidade e que não incorra em inelegibilidade; §  1º Quando não realizadas por meio eletrônico,
Regimento Interno do TRE-BA

IX – decidir os processos de prestação de contas não consideram‑se feitas as intimações pela publicação dos atos
impugnados que contenham manifestação da unidade téc- no Diário da Justiça eletrônico, por correio, por oficial de
nica e do Ministério Público Eleitoral favorável à aprovação, justiça, diretamente pela secretaria, às  partes, aos  seus
total ou com ressalvas, ou aqueles em que seja possível representantes legais, aos advogados e aos demais sujeitos
aplicar entendimento jurisprudencial dominante do próprio do processo, se presentes em cartório, ou por edital, salvo
Tribunal ou dos Tribunais Superiores; se a lei dispuser de modo contrário.
X – indeferir liminarmente o pedido de revisão da § 2º Presumem‑se válidas as intimações dirigidas ao en-
sanção aplicada em processo de prestação de contas dereço constante dos autos, ainda que não recebidas pes-
partidárias anuais quando verificar que os fundamentos e soalmente pelo interessado, se a modificação temporária
argumentos do órgão partidário já foram enfrentados e deci- ou definitiva não tiver sido oportunamente comunicada
didos no julgamento que desaprovou a prestação de contas; ao Tribunal, fluindo os prazos a partir da juntada aos
XI  – deferir o pedido de acesso gratuito ao rádio e à autos do comprovante de entrega da correspondência
televisão, por meio de inserções; no primitivo endereço.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 3º Na hipótese de processo que tramite em segredo de § 3º Será considerado tempestivo o ato praticado antes
justiça, será publicada, em lugar do nome da parte ré, do do termo inicial do prazo.
assunto e do município, a expressão SIGILOSO. Art.  55. Os  prazos para os juízes do Tribunal, salvo o
Art. 51. A intimação do Ministério Público será pessoal, acúmulo de serviço e se de outra forma não dispuser a lei
com vista  dos autos. ou este Regimento, são os seguintes:
Parágrafo único. A  intimação da Advocacia‑Geral da I – cinco dias para despacho;
União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria II – oito dias para o exame de processo de competência
Pública e do defensor nomeado será sempre pessoal. originária e recursal e elaboração do voto, restituindo‑o à
Art.  52. Os  prazos no Tribunal são peremptórios, secretaria com relatório, a fim de que seja incluído em pauta
terminam no fim do expediente ordinário e correm em para julgamento.
Secretaria, salvo as exceções de lei. Parágrafo único. Os  feitos de natureza urgente serão
§  1º Os prazos começam a correr a partir do primeiro apreciados levando em conta o tempo necessário para evitar
dia útil após a intimação. dano irreparável ou perda de objeto.
§ 2º Na contagem de prazo em dia, estabelecido por lei Art. 56. O prazo para o juiz eleitoral prestar informações,
ou pelo relator, não se aplica a regra do art. 219 do Código cumprir requisições ou proceder às diligências determinadas
de Processo Civil. pelo Tribunal ou pelo seu Presidente é de dez dias, se outro
não lhes for assinado.
§ 3º Se a intimação se der em véspera de dia em que
Art. 57. O servidor terá prazo de dois dias para a prática
não haja expediente ordinário, o termo inicial do prazo será
dos atos processuais, obedecida, preferencialmente, a ordem
o primeiro dia útil subsequente. cronológica de recebimento dos feitos em secretaria.
§  4º Se a intimação se der em dia em que não haja § 1º Estão excluídos da regra do caput os atos urgentes,
expediente, ou após o término do expediente ordinário, assim reconhecidos pelo relator, e as preferências legais.
considerar‑se‑á realizada no primeiro dia útil seguinte. § 2º A secretaria disponibilizará de forma permanente,
§ 5º Na hipótese prevista no parágrafo terceiro, sendo para consulta pública, no mural eletrônico, lista de processos
o prazo em hora, a  intimação será considerada realizada na recebidos, observada a ordem estabelecida no caput.
hora fixada para a abertura do protocolo. § 3º Após elaboração de lista própria, respeitar‑se‑á a
§  6º Quando a intimação ocorrer no Diário da Justiça ordem cronológica de recebimento entre os atos urgentes
eletrônico, o prazo terá início no primeiro dia útil que seguir e as preferências legais.
ao da publicação e, sendo em hora, será contado a partir
da abertura do protocolo. Seção II
§ 7º Serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte Dos Documentos e das Provas
o começo e o vencimento do prazo, se coincidirem com
dia em que o expediente for encerrado antes ou iniciado Art.  58. Se a parte não puder instruir suas alegações,
depois do horário normal ou houver indisponibilidade da desde logo, por impedimento ou demora em obter certidões
comunicação eletrônica. ou cópias autenticadas de notas ou registros em estabeleci-
§  8º A partir da intimação, o  prazo fixado em hora mentos públicos, o relator poderá conceder prazo para esse
contar‑se‑á minuto  a minuto. fim ou as requisitará diretamente.
§ 9º O prazo fixado em hora que porventura vencer no Art.  59. Não será admitida a juntada de documentos
período compreendido entre o horário de fechamento e ou alegação escrita após recebido o recurso no Tribunal,
o de abertura do protocolo, fica automaticamente pror- ressalvadas as hipóteses previstas em lei.
rogado para o término da primeira hora de início de Parágrafo único. Carreados aos autos novos documentos,
seu funcionamento. o relator determinará a intimação da parte contrária e da
§ 10. Suspende‑se o curso do prazo processual nos Procuradoria Regional Eleitoral para que se manifestem, no
dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, prazo de até cinco dias.
inclusive, período em que não se realizarão audiências nem Art. 60. Fazem a mesma prova que os originais as cópias
sessões de julgamento. reprográficas de peças do próprio processo judicial, decla-
Art. 53. A partir do último dia para o requerimento de radas autênticas pelo advogado sob sua responsabilidade
registro de candidato e até a data fixada no calendário eleito- pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade.
ral, os prazos relativos aos processos judiciais da eleição em Art. 61. A petição dirigida ao Presidente, relacionada com
curso serão contínuos e peremptórios e não se suspenderão processo já distribuído, será diretamente apresentada para
aos sábados, domingos e feriados. despacho do respectivo relator.
Parágrafo único. Qualquer requerimento referente a
§  1º Em ano de realização de eleição, a  Secretaria do
processo com vista deverá ser submetido ao relator, exceto
Tribunal permanecerá aberta aos sábados, domingos e
pedido de adiamento, que será decidido pelo juiz que estiver
feriados, em regime de plantão, segundo dispuser norma com os autos.
específica. Art.  62. Será protocolizado, ainda que depois de des-
§ 2º Durante o processo eleitoral, os feitos das classes de pachado, documento apresentado diretamente ao relator.
Regimento Interno do TRE-BA

registro de candidatura e reclamação e representação pelo


descumprimento da lei das eleições terão prioridade, na Subseção I
tramitação, sobre quaisquer outros, ressalvados o habeas Da Perícia
corpus e o mandado de segurança.
Art.  54. Os  prazos não especificados em lei ou neste Art. 63. Na instrução de processos de competência
Regimento serão fixados pelo Tribunal, pelo Presidente ou originária do Tribunal, quando a prova depender de conhe-
pelo relator, considerando a complexidade do ato. cimento técnico, o relator nomeará perito para a realização
§  1º Será de cinco dias o prazo para a prática de ato de perícia, no prazo que fixar.
processual a cargo da parte ou do Ministério Público, caso § 1º O custo da perícia correrá por conta da parte que a
não seja fixado pelo juiz ou previsto em lei. tenha requerido.
§  2º Mediante pedido das partes ou do Procurador §  2º As partes podem indicar assistente técnico no
Regional Eleitoral, poderá ser admitida a prorrogação dos prazo de cinco dias contados da intimação do despacho de
prazos por tempo razoável. nomeação do perito.

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§ 3º Realizada a perícia, o perito apresentará laudo es- de antiguidade, alternadamente, à direita e à esquerda do
crito, no prazo que lhe foi concedido. Presidente.
§ 4º As partes serão intimadas para, querendo, manifes- § 1º O juiz que for reconduzido permanecerá na posição
tar‑se sobre o laudo do perito no prazo comum de cinco dias, antes ocupada.
podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em § 2º O substituto convocado ocupará o lugar do substitu-
igual prazo, apresentar seu respectivo parecer. ído e conservará a sua antiguidade nas votações.
§ 3º Em caso de afastamento definitivo de juiz efetivo e
Seção III não havendo sucessor, o juiz substituto convocado ocupará
Da Audiência o último lugar, até a posse do titular.
§ 4º Na falta ocasional, impedimento ou suspeição do
Art. 64. A audiência será pública, ressalvadas as exceções Presidente, as sessões serão presididas pelo Vice‑Presidente
legais. e, na falta ou impedimento deste, pelo Corregedor ou, na
Art. 65. O relator realizará, quando necessário, as audi- ausência deste, pelo juiz mais antigo que estiver presente.
ências para instrução dos feitos de competência originária do § 5º Na hipótese prevista no parágrafo quarto, o juiz do
Tribunal, presidindo‑as em dia e hora designados, intimadas Tribunal, enquanto estiver no exercício da Presidência, não
as partes e dando‑se ciência ao Procurador Regional Eleitoral. poderá relatar e votar nos feitos em que seja relator.
§ 1º Servirá como escrivão o servidor que for designado
Art.  72. Observar‑se‑á, nas sessões, a seguinte ordem
para esse fim pelo relator.
dos trabalhos:
§  2º Do transcurso das audiências, lavrar‑se‑á termo
I – verificação do número de juízes presentes para aber-
sumário, que será encartado aos autos.
Art. 66. Nos feitos de competência originária, os atos e tura da sessão;
manifestações orais, em audiência de instrução, poderão II – discussão e aprovação da ata da sessão anterior;
ser gravados. III  – franquia da palavra aos juízes do Tribunal e ao
Art. 67. Nos processos em que for necessária a presença Procurador Regional Eleitoral;
da parte ou de terceiro que não tenha atendido intimação IV – comunicações ao Tribunal;
ou notificação prévia, o  relator poderá expedir ordem de V – exposição de assuntos de ordem administrativa para
condução do faltoso, sem prejuízo da penalidade legal e do deliberação do Tribunal;
processo a que estiver sujeito. VI – discussão e julgamento dos feitos, na ordem esta-
Art. 68. A critério do relator, a audiência de instrução belecida no art. 78 deste Regimento.
poderá ser realizada por juiz eleitoral, mediante expedição Parágrafo único. Por conveniência do serviço, a juízo do
de carta de ordem ou precatória. Presidente, a ordem estabelecida poderá ser modificada.
§  1º Nos municípios com mais de uma zona eleitoral, Art. 73. A ata da sessão conterá as seguintes informações:
a  carta de ordem será encaminhada ao juízo responsável I – a data e hora da abertura e encerramento da sessão;
pela distribuição. II – o nome do juiz que a tiver presidido;
§  2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, III – os nomes dos demais juízes e do Procurador Regional
as intimações somente obrigarão a comparecimento após Eleitoral, que estiverem presentes;
decorridas quarenta e oito horas. IV  – a ausência dos juízes e do Procurador Regional
Eleitoral;
CAPÍTULO V V – a classe do feito, seu número de ordem, a procedên-
Das Sessões cia, o nome do juiz relator e das partes, resumo do assunto,
os  nomes dos advogados que fizeram sustentação oral,
Art.  69. O  Tribunal reunir‑se‑á, ordinariamente, oito o resultado proclamado, com a designação do juiz, se ven-
vezes por mês e, extraordinariamente, tantas vezes quantas cido o relator, para lavrar a resolução ou o acórdão, e tudo
necessárias, mediante convocação do seu Presidente ou do o mais que ocorrer;
próprio Tribunal. VI  – os números dos acórdãos que forem publicados
§ 1º No período compreendido entre noventa dias antes em sessão.
e depois das eleições, será de quinze o número de que trata § 1º A ata, uma vez aprovada, será assinada pelo Presi-
o caput. dente da sessão e pelo secretário, podendo, se for o caso,
§  2º No dia em que se realizarem eleições gerais ou ser retificada.
municipais em todo o Estado da Bahia, o Tribunal se reunirá § 2º A ata das sessões secretas será lavrada observan-
em sessão permanente, instalada às oito horas com término
do‑se as formalidades legais.
às dezessete horas.
Art. 74. O áudio das sessões será gravado.
§ 3º O calendário das sessões ordinárias será publicado
no Diário da Justiça eletrônico, bem assim a convocação de Art. 75. Serão solenes as sessões destinadas a:
sessão extraordinária. I – comemorações, recepções e homenagens;
§ 4º O Tribunal realizará, preferencialmente, duas sessões II – posse do Presidente, do Vice‑Presidente e dos juízes;
Regimento Interno do TRE-BA

semanais ordinárias, exceto no período eleitoral e nos meses III – entrega de diplomas aos eleitos;
de janeiro, junho e dezembro, bem assim no mês em que IV – concessão de Medalha do Mérito Eleitoral da Bahia.
recair o feriado de carnaval. Parágrafo único. O cerimonial das sessões solenes será
Art. 70. As sessões serão públicas, ressalvadas as hipó- regulado por ato do Presidente.
teses previstas em lei.
Parágrafo único. Nas sessões, os  juízes, o  Procurador Seção I
Regional Eleitoral e os advogados usarão vestes talares e os Da Pauta
servidores, meia‑capa.
Art.  71. Durante as sessões, o  Presidente ocupará o Art. 76. O julgamento dos feitos realizar‑se‑á conforme a
centro da mesa, sentando‑se à sua direita o Procurador pauta organizada pela ordem cronológica de devolução dos
Regional Eleitoral e, à sua esquerda, o secretário da sessão. processos à Secretaria pelo relator, ressalvados os processos
Seguir‑se‑ão, do lado direito, o Vice‑Presidente e, do esquer- das classes de habeas corpus e mandado de segurança, que
do, o Corregedor, sentando‑se os demais juízes por ordem terão prioridade no julgamento.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 1º A pauta será publicada no Diário da Justiça eletrô- II – os relativos a pedido de vista, expressamente indi-
nico, com antecedência mínima de vinte e quatro horas do cados para julgamento na sessão ou aqueles devolvidos no
dia da sessão, incluindo‑se, em primeiro lugar, os processos prazo do art. 89, § 2º;
com pedido de vista, habeas corpus e mandado de segurança, III  – constantes da pauta, observada a prioridade da-
sucedidos pelos demais feitos, observando‑se, em todos os queles nos quais houver sustentação oral, de acordo com a
casos, a ordem crescente dos códigos de classe. ordem dos requerimentos;
§ 2º A exigência de publicação em pauta não se aplica: IV – que independem de pauta.
I – aos feitos administrativos, de competência do Pre- §  1º Poderá haver inversão da ordem estabelecida,
sidente; a critério do Presidente, bem como por iniciativa do relator
II – à continuidade de julgamento de processos decor- ou a requerimento do Procurador Regional Eleitoral ou das
rentes da devolução tempestiva de pedido de vista, na forma partes, mediante pedido de preferência.
do art. 89, § 2º; §  2º Durante o período eleitoral, terão prioridade no
III – aos incidentes de suspeição ou de impedimento; julgamento os feitos relacionados à eleição em curso.
IV – aos embargos de declaração, quando julgados na Art.  79. Os processos conexos deverão ser apensados
sessão subsequente à respectiva oposição ou, se for o caso, e julgados simultaneamente, sendo o original do acórdão
à apresentação da manifestação do embargado; anexado ao primeiro e, aos demais, a sua cópia, conforme
V – durante o período eleitoral, aos processos atinentes determinação do relator.
ao respectivo pleito; Art. 80. Serão reunidas para julgamento comum as ações
VI – às questões de ordem; eleitorais propostas por partes diversas sobre o mesmo
VII – ao julgamento de habeas corpus, tutela provisória, fato, sendo competente para apreciá- las o relator que tiver
habeas data e respectivos recursos; recebido a primeira, observado o disposto no art. 41, § 7º.
VIII – aos feitos não apreciados cujo julgamento tiver sido Parágrafo único. Os feitos que versarem sobre a mesma
expressamente adiado para a sessão indicada pelo relator. questão jurídica poderão ser julgados conjuntamente.
§  3º Nos feitos relativos à prestação de contas anual Art.  81. Ressalvados os casos previstos em lei, com o
partidária, a pauta de julgamento será publicada com ante- pedido de vista, o  julgamento será adiado, votando, em
cedência mínima de quarenta e oito horas. primeiro lugar, o juiz que houver motivado o adiamento e
§  4º A Secretaria Judiciária disponibilizará, de forma sendo computados os votos já proferidos pelos juízes, ainda
permanente, para consulta pública, no mural eletrônico, lista que não compareçam ou hajam deixado o exercício do cargo.
Parágrafo único. Caso o Presidente já tenha votado no
de processos com pedido de inclusão em pauta, consoante
processo antes de assumir a Presidência, como relator ou
a ordem de devolução estabelecida no caput.
não, quando do retorno do feito em julgamento, o juiz que
§  5º Após elaboração de lista própria, respeitar‑se‑ão
o suceder assumirá a Presidência da sessão, observado o
a ordem cronológica de devolução entre os atos urgentes,
disposto no art. 85, § 1º.
as preferências legais e as exceções previstas no Código de
Art. 82. Concluído o relatório, o prazo para sustentação
Processo Civil.
oral dos advogados das partes e do representante do Minis-
§ 6º A ordem cronológica para a inclusão em pauta não tério Público será de:
se altera por requerimento formulado pela parte. I – quinze minutos nos feitos originários;
§  7º Decidido o requerimento previsto no parágrafo II – dez minutos nos recursos eleitorais;
sexto, o processo retornará à mesma posição em que ante- III – vinte minutos nos recursos contra expedição de di-
riormente se encontrava na lista, exceto quando implicar a ploma, nos recursos criminais e nos incidentes de resolução
reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em de demandas repetitivas, na forma do art. 98.
diligência. § 1º O Procurador Regional Eleitoral, agindo como fiscal
§  8º Serão distribuídas, preferencialmente por meio da ordem jurídica, poderá apresentar parecer oral ou aditar
eletrônico, cópias da pauta aos juízes e ao Procurador Regio- parecer escrito, após o relatório e a sustentação oral das
nal Eleitoral, colocando‑se um exemplar no local destinado partes.
aos advogados e afixando‑se outro na sala das sessões, em § 2º Havendo litisconsorte, assistente ou terceiro inte-
lugar visível. ressado, ou sendo a parte representada por mais de um
advogado, o tempo será dividido igualmente entre eles, salvo
Seção II se convencionarem de modo diverso.
Do Julgamento §  3º O assistente falará depois do assistido, salvo na
hipótese de recurso por ele interposto.
Art. 77. O Tribunal deliberará por maioria de votos, em § 4º Quando houver mais de um recorrente, falará cada
sessão pública, com a presença mínima de quatro de seus qual na ordem da interposição dos recursos, ainda que figu-
membros, além do Presidente, salvo nos casos expressos na rem também como recorridos.
Regimento Interno do TRE-BA

legislação e neste Regimento. §  5º Nos recursos criminais, havendo corréus, se não


§ 1º As decisões do Tribunal sobre quaisquer ações que tiverem o mesmo defensor, o prazo para sustentação oral
importem cassação de registro, anulação geral de eleições ou será contado em dobro e dividido igualmente entre os de-
perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença fensores, salvo se convencionarem outra divisão do tempo.
de todos os seus membros. §  6º Nas ações penais originárias, acusação e defesa
§ 2º No caso do parágrafo primeiro, se ocorrer impedi- terão, sucessivamente, nessa ordem, quinze minutos para
mento ou suspeição de algum juiz, será convocado o suplente sustentação oral na deliberação sobre o recebimento da
da mesma classe. denúncia e uma hora no julgamento do feito.
Art. 78. No julgamento, observar‑se‑á a ordem seguinte § 7º Será de até cinco minutos o tempo para as partes
dos feitos: ou o Procurador Regional Eleitoral esclarecerem equívoco ou
I – aqueles cujo julgamento tenha sido adiado em ses- dúvida relacionados a matéria de fato que possa influir no
são anterior e expressamente indicados para julgamento julgamento, bem assim para se manifestarem sobre funda-
na sessão; mento de decisão sobre a qual não se tenha dado às partes

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oportunidade de se pronunciar, ainda que se trate de tema Regimento Interno não preveja solução diversa, quando o
sobre o qual deva o Tribunal decidir de ofício. empate na votação decorrer de ausência de juiz em virtude de
§ 8º Será assegurado, à assistência da acusação, o tempo impedimento, suspeição, vaga ou licença médica, e não sendo
de um quarto daquele atribuído ao Procurador Regional possível a convocação de suplente, e desde que urgente a ma-
Eleitoral, se por ambos não for apresentada outra forma de téria e não se possa convocar o juiz licenciado, excepcionado o
divisão do tempo entre si. julgamento de habeas corpus, recurso de habeas corpus e de
§ 9º Não serão aparteados os advogados e o Procurador matéria criminal, onde proclamar‑se‑á, na hipótese de empate,
Regional Eleitoral. a decisão mais favorável ao paciente ou réu.
§ 10. Não haverá sustentação oral no julgamento de inci- § 2º Na matéria administrativa e nas causas de competên-
dente de suspeição ou de impedimento, consulta, embargos cia privativa do Presidente, se houver empate, prevalecerá o
de declaração e agravo interno, salvo se este for interposto seu voto, ressalvada a hipótese do artigo 42, § 5º.
contra decisão extintiva de processo disciplinar, ação elei- §  3º Se o relator for vencido, será designado para re-
toral de competência originária, mandado de segurança ou digir o acórdão o primeiro juiz que tiver proferido o voto
habeas corpus. prevalecente.
§ 11. Anunciado o processo para julgamento, havendo §  4º Encerrada a votação, o  Presidente proclamará o
pedido da parte ou do Procurador Regional Eleitoral, o rela- resultado, não mais podendo haver modificação de voto.
tor poderá antecipar a conclusão do voto, hipótese em que Art. 87. A súmula do julgamento, que também constitui
será facultado ao interessado desistir da sustentação oral, parte integrante do acórdão, será assinada pelo Presidente
sendo- lhe assegurada a palavra, se houver qualquer voto e conterá:
divergente do antecipado pelo relator. I – a classe e o número do processo;
§ 12. Na hipótese de antecipação da conclusão do voto, II – os nomes do relator, do Presidente e do Procurador
quando as partes ou o Procurador Regional Eleitoral manifes- Regional Eleitoral;
tarem interesse na sustentação oral, com teses antagônicas III – os nomes das partes e dos advogados;
entre si, a sustentação oral ocorrerá na forma do caput, logo IV – a sustentação oral;
após a divulgação do voto pelo relator. V – a decisão proclamada, consignando se foi unânime
§ 13. É permitido ao advogado, com domicílio profissional ou não e mencionando, se for o caso, os nomes dos juízes
em cidade diversa da Capital, realizar sustentação oral por vencidos, impedidos e ausentes, ainda que justificadamente;
meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de VI – a data em que a decisão foi proclamada;
transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o VII – circunstância relevante, de fato ou jurídica, a pedido
requeira até o dia anterior ao da sessão, respeitado o horário do relator ou do Procurador Regional Eleitoral, a critério do
de funcionamento do protocolo. Presidente do Tribunal.
§ 14. Na sustentação oral por videoconferência, o advo- Art. 88. O julgamento, uma vez iniciado, será concluído
gado deverá obedecer ao tempo previsto para cada processo na mesma sessão, salvo se houver pedido de vista ou se o
e usar traje adequado. feito for convertido em diligência.
Art. 83. A exibição de mídia, quando necessária ao julga- Art.  89. Quando um dos julgadores não se considerar
mento do feito, a critério do relator, deverá ocorrer logo após habilitado a proferir imediatamente seu voto, poderá solicitar
a leitura do relatório e antes da sustentação oral. vista pelo prazo máximo de cinco dias, prorrogável por igual
Parágrafo único. A parte ou o Procurador Regional Elei- período, mediante pedido devidamente justificado.
toral deverá requerer a exibição da mídia, no prazo de vinte § 1º Poderá haver antecipação do voto do juiz que se
e quatro horas de antecedência da sessão, devendo ainda julgar habilitado.
indicar de forma precisa o trecho a ser exibido.
§ 2º Se o vistor não indicar a data da sessão para con-
Art. 84. Cada juiz, concedida a palavra pelo Presidente,
tinuidade do julgamento, o  processo poderá ser julgado
poderá manifestar- se duas vezes sobre o assunto em discus-
em qualquer sessão que ocorrer até o prazo previsto no
são e mais uma vez, se for o caso, para explicar a modificação
caput, não sendo necessária a inclusão do feito em pauta
do voto. Nenhum juiz interromperá o que estiver usando a
de julgamento.
palavra, salvo para apartes, quando solicitados e concedidos.
§ 3º Decorrido o prazo previsto no caput, ou se o vistor
§ 1º Durante a discussão e a votação não será permitida
qualquer interferência das partes, ressalvadas as hipóteses deixar de solicitar prorrogação de prazo, o Presidente fará a
previstas no art. 82, § 7º. requisição do feito.
§ 2º Ao Procurador Regional Eleitoral, quando não for § 4º Ocorrida a requisição na forma do parágrafo terceiro,
parte, será facultado, concedida a palavra pelo Presidente, se o juiz que fez o pedido de vista ainda não se sentir habili-
falar uma vez sobre o assunto em discussão. tado a votar, o Presidente convocará substituto para proferir
Art. 85. Toda questão preliminar será julgada antes do voto, na forma estabelecida neste Regimento.
mérito, não podendo o juiz eximir‑se de votar uma questão § 5º Em caso de matéria urgente, o julgamento ficará
por ter sido vencido em outra. suspenso, prosseguindo na sessão imediatamente seguinte
Regimento Interno do TRE-BA

§ 1º O juiz que não houver assistido ao relatório ou aos àquela em que foi feito o pedido de vista, independente-
debates não está impedido de votar, caso entenda estar apto mente de inclusão em pauta.
para julgar a causa. Art. 90. O Tribunal poderá suspender o julgamento para
§ 2º Se, para efeito de quorum ou desempate na votação, realização de diligência, quando necessária à decisão da
for necessário o voto de juiz que não se considere apto para causa, hipótese em que não ensejará a lavratura de acórdão
o julgamento, serão renovados o relatório e a sustentação ou resolução.
oral, computando‑se os votos anteriormente proferidos.
Art. 86. Após o voto do relator, concluída a discussão, Subseção I
o Presidente tomará os votos do Vice‑Presidente, do Cor- Do Incidente de Inconstitucionalidade
regedor e dos outros juízes que se seguirem na ordem
decrescente de antiguidade, sendo aquele o último a votar. Art. 91. Quando, no julgamento de qualquer feito concer-
§ 1º Havendo empate na votação, o Presidente proferirá nente à matéria eleitoral, for arguida a inconstitucionalidade
voto de qualidade nas decisões do Plenário, para as quais este de lei ou de ato normativo do poder público, o  Tribunal,

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depois de findo o relatório e ouvido o Procurador Regional Art. 96. Admitido o incidente, o relator:
Eleitoral, se deliberar pela sua admissibilidade, suspenderá o I – suspenderá os processos pendentes que tramitam no
julgamento para decidir sobre esse incidente na primeira ses- Estado, determinando a comunicação aos órgãos jurisdicio-
são subsequente, com a presença de todos os seus membros. nais competentes;
§ 1º A arguição de inconstitucionalidade incidental pode- II – poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo
rá ser formulada por qualquer das partes, pelo Procurador tramita processo no qual se discute o objeto do incidente,
Regional Eleitoral, pelo relator e pelos demais juízes do que as prestarão no prazo de dez dias;
Tribunal. III – intimará o Procurador Regional Eleitoral para mani-
§ 2º A suspensão de que trata este artigo ocorrerá sem festar‑se no prazo de dez dias.
prejuízo daquilo que já se tenha decidido independente- §  1º Durante a suspensão, o  pedido de tutela de ur-
mente da arguição. gência deverá ser dirigido ao juízo onde tramita o processo
Art. 92. Na sessão seguinte, a prejudicial de inconstitucio- suspenso.
nalidade será submetida a julgamento e, consoante a solução § 2º A interposição de recurso especial contra a decisão
adotada, decidir‑se‑á sobre o caso concreto. proferida no incidente mantém a suspensão prevista no
§ 1º A inconstitucionalidade somente será declarada pelo inciso 1º deste artigo.
voto da maioria absoluta dos juízes do Tribunal, incluído, Art. 97. O relator ouvirá as partes e os demais interes-
neste caso, o Presidente. sados, inclusive pessoas, órgãos e entidades com interesse
§ 2º Se não for alcançada a maioria necessária à declara- na controvérsia.
ção de inconstitucionalidade, por estarem ausentes Juízes em § 1º As pessoas relacionadas no caput poderão requerer,
número que possa influir no julgamento, este será suspenso, no prazo comum de dez dias, a juntada de documentos, bem
a fim de aguardar‑se a manifestação daqueles, até que se como as diligências necessárias para a elucidação da questão
atinja o número mínimo exigido para a prolação da decisão. de direito controvertida.
§ 3º A eficácia da decisão acerca da inconstitucionalidade §  2º Concluídas as diligências e ouvido o Procurador
restringir‑se‑á sempre à causa examinada. Regional Eleitoral, no prazo do parágrafo primeiro, o relator
solicitará inclusão do feito em pauta para julgamento.
Subseção II Art.  98. No julgamento do incidente, o  relator fará a
Do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas exposição do seu objeto e, após, poderão sustentar suas
razões sucessivamente:
Art.  93. Cabe a instauração de incidente de resolução de I – o autor e réu do processo originário e o Procurador
demandas repetitivas quando houver, simultaneamente, Regional Eleitoral, no prazo de vinte minutos;
efetiva repetição de processos que II – os demais interessados, no tempo de vinte minutos,
contenham controvérsia sobre a mesma questão unica- divididos entre todos, sendo exigida inscrição com dois dias
mente de direito e risco de ofensa à isonomia e à segurança de antecedência.
jurídica. Art. 99. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada
§ 1º Não será conhecido o incidente quando o Tribunal a todos os processos que versem sobre idêntica questão de
direito e aos casos futuros que venham a tramitar na área
Superior Eleitoral ou o Supremo Tribunal Federal já tiver
de jurisdição do Tribunal, salvo revisão.
afetado recurso para definição de tese sobre questão de
Art. 100. Poderá haver a revisão da tese jurídica firma-
direito material ou processual repetitiva.
da no incidente de ofício ou mediante requerimento dos
§ 2º Poderão pedir a instauração do incidente o relator,
legitimados.
por ofício, as partes, o Procurador Regional Eleitoral ou a
Art. 101. Terá efeito suspensivo o recurso interposto da
Defensoria Pública, mediante petição, instruídos com os
decisão que julgar o mérito do incidente.
documentos necessários à demonstração do preenchimento
dos pressupostos para a instauração do incidente. Seção III
§ 3º A desistência ou o abandono do processo não impe- Das Decisões do Tribunal
de o exame de mérito do incidente, devendo o Procurador
Regional Eleitoral assumir a titularidade, caso não seja o Art. 102. As decisões do Tribunal constarão de acórdão,
requerente. exceto as de caráter administrativo e normativo, que serão
§  4º A inadmissão do incidente não impede que seja lavradas sob a forma de resolução.
novamente suscitado, desde que satisfeitos os seus pressu- Art. 103. Os acórdãos e as resoluções do Tribunal serão
postos de admissibilidade. lavrados no prazo de cinco dias e deverão conter:
§  5º As providências indicadas nesta subseção não se I – a classe, o número do feito, os nomes das partes e
aplicam aos feitos que versem ou possam ter reflexo sobre dos advogados; II – a ementa;
inelegibilidade, registro de candidatura, diplomação e resul- III – a declaração de que a decisão foi unânime, ou não,
Regimento Interno do TRE-BA

tado ou anulação de eleição. mencionando, se for o caso, os nomes dos juízes vencidos;
Art.  94. O  incidente será julgado no prazo de até seis IV – as questões debatidas e decididas;
meses e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados V – os fundamentos e conclusões do julgamento;
os que envolvam réu preso, pedidos de habeas corpus, bem VI – o voto de vista, facultativamente, a critério do juiz
como registro de candidatura e feitos que versem sobre prolator;
cassação de mandato ou diploma. VII – o voto vencido;
Parágrafo único. Decorrido o prazo previsto no caput, ces- VIII – a data em que foi concluído o julgamento;
sará a suspensão dos processos prevista no art. 96, inciso I, IX – as assinaturas do Presidente, do relator e do Pro-
salvo decisão fundamentada do relator em sentido contrário. curador Regional Eleitoral.
Art. 95. O incidente será distribuído, na forma do art. 41, § 1º Vencido tão‑somente na preliminar, o relator lavrará
a um relator, que procederá ao seu juízo de admissibilidade o acórdão, nele fazendo constar a fundamentação do voto
considerando a presença dos pressupostos previstos no vencedor, devendo, ainda, acrescentar o seu voto vencido,
art. 93. no particular.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 2º Vencido, em parte, o relator lavrará o acórdão, salvo § 1º Na forma estabelecida neste Regimento, o Tribunal
se a divergência parcial afetar substancialmente a fundamen- editará enunciados de súmula correspondentes a sua juris-
tação do julgado, hipótese em que a redação competirá ao prudência dominante.
primeiro vencedor. § 2º A jurisprudência do Tribunal será divulgada mediante
§ 3º Em caso de ausência ou impedimento do relator, publicação dos julgados relevantes da Corte.
o acórdão será lavrado e assinado pelo juiz que proferiu o § 3º O Tribunal designará até três de seus juízes para com-
primeiro voto acompanhando o relator. por comissão de jurisprudência, que será presidida por um
§ 4º Se o Presidente, por ausência ou impedimento, não deles e assistida pelos servidores da Seção de Jurisprudência.
puder assinar o acórdão, admitir‑se‑á, em situações urgentes, Art. 109. À Comissão de Jurisprudência incumbe:
que o faça, sucessivamente, em seu lugar, o Vice‑Presidente I – velar pela expansão, atualização e publicação da sú-
ou o juiz mais antigo. mula da jurisprudência predominante do Tribunal;
§ 5º Na impossibilidade de o Procurador Regional Eleito- II – supervisionar os serviços de sistematização da juris-
ral assinar o acórdão, o fará o seu substituto legal. prudência do Tribunal, sugerindo medidas que facilitem a
pesquisa de julgados ou processos;
Seção IV
III – propor ao Tribunal que seja sintetizada em súmula a
Da Publicação e Execução das Decisões
jurisprudência do Tribunal, quando verificar a presença dos
pressupostos para a sua edição.
Art. 104. Ressalvados os casos previstos em lei e nas ins-
truções do Tribunal Superior Eleitoral, a ementa do acórdão
ou resolução, o  dispositivo da decisão monocrática, bem Seção VI
como o inteiro teor das resoluções administrativas serão Do Enunciado de Súmula
publicados no Diário da Justiça eletrônico, em até dez dias,
certificando‑se, nos autos, a data da publicação. Art.  110. A  jurisprudência firmada pelo Tribunal será
Parágrafo único. Nos casos em que seja prevista a publica- compendiada em Súmula.
ção da decisão em sessão, esta poderá ser excepcionalmente §  1º Poderá ser objeto de enunciado a tese jurídica
feita na sessão subsequente a sua prolação. firmada em julgamento colegiado com a presença de todos
Art. 105. As inexatidões materiais e os erros de escrita os membros do Tribunal e pelo voto da maioria absoluta de
ou de cálculo contidos na decisão podem ser corrigidos de seus membros efetivos.
ofício ou a requerimento do interessado, sendo consignados §  2º Ao editar enunciado, o  Tribunal deve ater‑se às
na ata da sessão que determinou a retificação e publicados circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua
no Diário da Justiça eletrônico. criação.
Parágrafo único. Quando a inexatidão constar somente § 3º A edição de enunciado será proposta pelo relator
na publicação, e não na decisão proferida, deverá o setor do caso paradigma ao colegiado, impondo‑se a manifestação
responsável promover a republicação. do Procurador Regional Eleitoral antes de ser aprovada a
Art. 106. Após a publicação, as decisões do Tribunal se- sua redação.
rão comunicadas ao juiz eleitoral por meio eletrônico para § 4º O enunciado deverá indicar o número dos recursos
cumprimento imediato. ou ações de competência originária apontados como prece-
§ 1º As decisões proferidas pelo Tribunal no julgamento dentes motivadores da sua edição.
de recursos que impliquem em cassação de registro, afasta- §  5º Competirá ao Presidente do Tribunal editar ato
mento do titular ou perda de mandato eletivo ou diploma próprio regulamentando os procedimentos necessários à
deverão ser executadas após a publicação do acórdão, efetivação do quanto previsto neste artigo.
ressalvada a determinação de realização de novas eleições,
que depende do trânsito em julgado. CAPÍTULO VI
§ 2º As decisões proferidas em recurso contra a expe- Da Competência Originária
dição de diploma e nas ações de competência originária do
Tribunal que resultem em cassação de registro, afastamento Seção I
do titular ou perda de mandato eletivo ou diploma somente Do Habeas Corpus
serão executadas após o julgamento pelo Tribunal Superior
Eleitoral ou o trânsito em julgado.
Art. 111. O Tribunal concederá habeas corpus sempre
§ 3º A regra do parágrafo segundo não se aplica às deci-
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
sões proferidas nas ações de decretação de perda de cargo
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade
eletivo por infidelidade partidária.
Art. 107. Após o trânsito em julgado do acórdão, inde- ou abuso de poder, em matéria eleitoral.
Art. 112. Distribuída a inicial, o relator requisitará infor-
Regimento Interno do TRE-BA

pendentemente de despacho, a secretaria providenciará a


adoção das medidas necessárias à execução do julgado ou mações à autoridade indigitada como coatora, no prazo que
remeterá o feito ao juízo de origem para igual providência. fixar, podendo, ainda:
Parágrafo único. Os processos baixados do Tribunal Su- I – em casos de urgência, conceder, liminarmente, a or-
perior Eleitoral serão encaminhados à Procuradoria Regional dem impetrada, se os documentos que instruírem a petição
Eleitoral para ciência e, após, serão adotadas as medidas evidenciarem a coação;
previstas no caput. II – nomear advogado dativo para acompanhar e defen-
der oralmente o pedido;
Seção V III – ouvir o paciente, se necessário;
Da Jurisprudência IV – no habeas corpus preventivo, expedir salvo‑conduto
em favor do paciente até decisão do feito, se houver grave
Art. 108. O Tribunal deve uniformizar sua jurisprudência risco de consumar‑se a violência;
e mantê‑la estável, íntegra e coerente. V – fixar o valor da fiança, se for o caso.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 113. Instruído o processo e ouvido, em dois dias, Seção VIII
o Procurador Regional Eleitoral, o relator apresentará o feito Da Ação de Investigação Judicial Eleitoral
em mesa para julgamento na primeira sessão que se seguir
após o recebimento dos autos no gabinete. Art. 124. Serão observadas as disposições da legislação
de regência na ação de investigação judicial instaurada para
Seção II apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou
Do Mandado de Segurança do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou
meio de comunicação social, em benefício de candidato ou
Art.  114. Conceder‑se‑á mandado de segurança para partido político, nas eleições para os cargos de Governador,
proteger direito líquido e certo em matéria eleitoral, não Vice‑Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual.
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autori- Seção IX
dade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de Da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo
atribuições do poder público.
Art. 115. Transcorrido o prazo para a autoridade prestar Art. 125. A ação de impugnação de mandato de Governa-
as informações, com ou sem estas, serão os autos encami- dor, Vice- Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual
nhados ao Procurador Regional Eleitoral, que emitirá parecer obedecerá ao rito da impugnação ao registro de candidato,
no prazo de dez dias. previsto na Lei Complementar nº 64, de 1990, e tramitará
Art. 116. Devolvidos os autos, o relator, em cinco dias, em segredo de justiça, até o julgamento.
pedirá dia para julgamento.
Seção X
Seção III Do Recurso Contra Expedição de Diploma
Do Habeas Data
Art.  126. Na hipótese de competência originária do
Art. 117. O Tribunal concederá habeas data, em matéria Tribunal, havendo necessidade de dilação probatória, será
eleitoral, observadas as disposições da lei de regência. adotado o rito previsto no art.  22 da Lei Complementar
nº 64, de 1990.
Seção IV Art.  127. O recurso contra expedição de diploma aos
Do Mandado de Injunção cargos de Governador, Vice‑Governador, Senador e Deputado
Federal e Estadual será recebido e encaminhado ao Tribunal
Art.  118. O  Tribunal concederá mandado de injunção Superior Eleitoral, após a abertura de prazo para manifesta-
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável ção da parte contrária e da Procuradoria Regional Eleitoral.
o exercício de direitos políticos. Art. 128. O termo inicial do prazo para a interposição do
Parágrafo único. No mandado de injunção, enquanto recurso é a data da diplomação.
não editada a lei específica, observar‑se‑ão, no que couber,
o Código de Processo Civil e a legislação sobre mandado de Seção XI
segurança. Da Reclamação

Seção V Art. 129. Admitir‑se‑á, antes do trânsito em julgado da


Da Ação Penal decisão, reclamação do Procurador Regional Eleitoral ou da
parte interessada para:
Art.  119. O processamento e julgamento dos crimes I – preservar a competência do Tribunal;
eleitorais e dos comuns que lhes forem conexos, da compe- II – garantir a autoridade das decisões do Tribunal;
tência originária do Tribunal, obedecerão ao rito processual III – garantir a observância de enunciado de súmula vin-
estabelecido na Lei nº 8.038, de 1990. culante e de precedente proferido em julgamento de casos
Parágrafo único. O interrogatório do acusado será reali- repetitivos ou em incidente de assunção de competência.
zado no final da instrução criminal. § 1º A petição deverá ser instruída com prova documental
Art.  120. Havendo procedimento investigativo prévio, e será distribuída ao relator da causa principal, sempre que
após o recebimento da denúncia, a Secretaria reautuará o possível.
feito na classe Ação Penal, trasladando a peça acusatória § 2º O relator, se entender necessário, mandará proceder
para o início dos autos, logo após a capa. às diligências para melhor esclarecimento do caso, deter-
minando, ainda, que a secretaria preste informações, após
Seção VI o que solicitará parecer do Procurador Regional Eleitoral.
Do Inquérito Policial §  3º Poderá, ainda, o  relator ordenar a suspensão do
processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável.
Art.  121. A  distribuição e a tramitação de inquérito Art. 130. Julgando procedente a reclamação, o Tribunal
Regimento Interno do TRE-BA

policial e demais peças informativas estão disciplinadas em cassará a decisão atacada ou determinará medida adequada
resolução específica. à preservação de sua competência.
Art. 122. Incumbe ao Presidente ou ao relator determinar Parágrafo único. O  Presidente, ao  proclamar o resul-
a remessa do inquérito ao juízo eleitoral respectivo, quando a tado, determinará o imediato cumprimento da decisão,
atribuição para oferecer a denúncia seja de promotor eleitoral. lavrando‑se o acórdão posteriormente.

Seção VII Seção XII
Do Registro de Candidatura Da Representação por
Descumprimento da Lei nº 9.504, de 1997
Art. 123. O pedido de registro de candidatura e even-
tual impugnação serão processados e julgados nos termos Art. 131. A representação prevista na Lei nº 9.504, de
e prazos fixados pela legislação eleitoral e pelas instruções 1997, observará o rito nela estabelecido e em instrução do
baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. Tribunal Superior Eleitoral.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Seção XIII emitirá parecer no prazo de cinco dias; em seguida, os autos
Da Ação de Decretação da Perda de Cargo Eletivo irão conclusos ao relator em vinte e quatro horas, que os
e da Justificação de Desfiliação Partidária devolverá no prazo de oito dias, para inclusão na pauta de
julgamento.
Art. 132. O partido político, o interessado ou o Ministério §  1º Realizada diligência probatória, o  relator abrirá
Público podem pedir a decretação da perda de cargo eletivo vista dos autos, por vinte e quatro horas, seguidamente,
em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa, ao recorrente e ao recorrido.
referente a mandato de Deputado Estadual e Vereador. § 2º Findo o prazo concedido às partes, serão os autos
§ 1º O detentor de cargo eletivo mencionado no caput conclusos ao relator, que instará nova manifestação do
pode pedir ao Tribunal a declaração da existência de justa Procurador Regional Eleitoral.
causa, em caso de desfiliação ou pretensão de desligar‑se Art. 138. O recurso eleitoral, em processo de prestação
do partido. de contas, após a distribuição, será encaminhado para a
§ 2º A ação de que trata o caput, bem como o pedido Secretaria de Controle Interno e, posteriormente, ao Pro-
constante no parágrafo primeiro, serão processados nos curador Regional Eleitoral.
termos e prazos fixados em instrução baixada pelo Tribunal Parágrafo único. O opinativo da Secretaria de Controle
Superior Eleitoral. Interno se restringirá à análise da matéria objeto do recurso
interposto, dispensado o reexame de toda a prestação de
Seção XIV contas.
Do Pedido de Acesso Gratuito
ao Rádio e à Televisão pelos Partidos Políticos Seção II
Do Recurso e da Revisão Criminal
Art.  133. O  Tribunal, à  vista do pedido formulado por
órgão de direção regional de partido político, autorizará a Art. 139. Das decisões finais de condenação ou absol-
veiculação de propaganda partidária gratuita, sob a forma vição, cabe recurso para o Tribunal, interposto no prazo de
de inserções, a serem feitas nos intervalos da programação dez dias, observado o processo estabelecido para julgamento
normal das emissoras de rádio e televisão. das apelações criminais.
Parágrafo único. O procedimento a ser observado obede- Art. 140. No processo e julgamento dos crimes eleito-
cerá ao quanto previsto na legislação específica, bem como rais e dos comuns que lhes forem conexos, assim como nos
nas instruções do Tribunal Superior Eleitoral e resolução recursos, na execução e na revisão criminal que lhes digam
específica do Tribunal. respeito, aplicar‑se‑á o Código de Processo Penal.
Art.  141. A  revisão criminal será admitida nos casos
Seção XV previstos em lei, cabendo ao Tribunal o reexame de seus
Das Prestações de Contas Eleitorais e Partidárias próprios julgados e dos de juízes eleitorais.
§ 1º Em caso de conexão, as revisões serão julgadas em
Art. 134. A apreciação das prestações de contas anuais conjunto.
dos órgãos de direção estadual dos partidos políticos, bem § 2º Julgada procedente a revisão, a execução do julgado
como das de arrecadação e gastos de campanha eleitoral
será imediata.
para os cargos de Governador, Vice‑Governador, Senador,
§ 3º Anulado o processo original, será determinada sua
Deputado Federal e Estadual observará o quanto previsto na
renovação.
legislação específica e nas instruções do Tribunal Superior
§ 4º A cópia do acórdão que julgar a revisão deverá ser
Eleitoral.
juntada ao processo original e, sendo modificativo da sen-
tença, outra cópia será enviada ao juízo da execução.
Seção XVI
Do Pedido de Registro de Partido Político em Formação
Seção III
Art.  135. O  Tribunal, apreciando pedido apresentado Dos Embargos de Declaração
por partido político em formação, verificará o atendimento
aos requisitos previstos na legislação de regência, tendo por Art.  142. Os  embargos de declaração são admissíveis
finalidade a obtenção de certidão necessária à instrução do nas hipóteses previstas no Código de Processo Civil e serão
pedido definitivo de registro perante o Tribunal Superior opostos no prazo legal, contado da data de publicação da
Eleitoral. decisão embargada, em petição dirigida ao relator, com a
indicação do ponto que lhes deu causa.
Seção XVII § 1º Quando os embargos de declaração forem opostos
Da Ação Rescisória com pedido de efeitos modificativos, o relator, se não for o
caso de negativa de seguimento liminar, ordenará a intima-
Regimento Interno do TRE-BA

Art. 136. Quem foi parte no processo, o terceiro inte- ção do embargado e do Procurador Regional Eleitoral para
ressado ou o Ministério Público poderão ajuizar ação resci- apresentar manifestação.
sória, que será processada na forma prevista no Código de § 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo
Processo Civil. para a interposição de recurso.
§  3º Quando manifestamente protelatórios os embar-
CAPÍTULO VII gos de declaração, o Tribunal, em decisão fundamentada,
DA COMPETÊNCIA RECURSAL condenará o embargante a pagar ao embargado multa não
excedente a dois salários‑mínimos.
Seção I §  4º Na reiteração de embargos de declaração mani-
Do Recurso Eleitoral festamente protelatórios, a  multa será elevada a até dez
salários‑mínimos.
Art. 137. O recurso eleitoral, após distribuído, será en- § 5º O recurso de embargos de declaração será conhe-
caminhado com vista ao Procurador Regional Eleitoral, que cido como agravo interno, caso o relator entenda ser este o

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
recurso cabível, devendo determinar previamente a intima- § 3º O Procurador Regional Eleitoral poderá apresentar
ção do recorrente para, no prazo de vinte e quatro horas, ao Tribunal proposta de edição de resolução administrativa
complementar as razões recursais, de modo a ajustá‑las às sobre matéria eleitoral.
exigências do Código de Processo Civil. Art. 151. Se o relator, ao apreciar causa a ele submetida,
entender pela necessidade da expedição de instrução, po-
Do Agravo Interno derá, após o julgamento do caso concreto, apresentá‑la ao
colegiado sob a forma de minuta.
Art. 143. Cabe agravo interno, sem efeito suspensivo, no
prazo de três dias, contra decisão proferida pelo relator; pelo CAPÍTULO IX
Corregedor, em processo disciplinar; ou pelo Presidente, nas Dos Recursos para o Tribunal Superior Eleitoral
hipóteses dos incisos I a IV do art. 154.
Art. 144. O agravo será juntado aos próprios autos e sub- Seção I
metido ao prolator da decisão agravada, que, após intimar Dos Recursos Especial e Ordinário
o agravado para manifestar‑se no prazo de três dias, poderá
reconsiderar a decisão; não havendo retratação, o relator Art. 152. Ressalvadas as exceções previstas em lei e nas
levará a julgamento pelo colegiado. instruções do Tribunal Superior Eleitoral, o recurso deverá ser
Parágrafo único. É vedado ao relator limitar‑se à repro- interposto em três dias contados da publicação da decisão.
dução dos fundamentos da decisão agravada para julgar Art. 153. Interposto recurso ordinário contra decisão do
improcedente o agravo interno. Tribunal, o Presidente determinará a abertura de prazo para o
recorrido oferecer contrarrazões, findo o qual os autos serão
Seção V remetidos ao Tribunal Superior Eleitoral.
Do Recurso Administrativo Art. 154. Interposto recurso especial contra decisão do
Tribunal, os autos serão conclusos ao presidente, que deverá:
Art.  145. Das decisões administrativas do Presidente I  – negar seguimento, se o acórdão recorrido estiver
caberá recurso para o Tribunal consoante a legislação es- em conformidade com entendimento do Tribunal Superior
pecífica; em caso de omissão, aplicar‑se‑á o disposto na Lei Eleitoral exarado no regime de julgamento de recursos
nº 9.784, de 1999, e supletiva e subsidiariamente o Código repetitivos;
de Processo Civil. II – encaminhar o processo ao Tribunal para realização
do juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir do
CAPÍTULO VIII entendimento do Tribunal Superior Eleitoral exarado no
Da Competência Privativa regime de recursos repetitivos;
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de
caráter repetitivo ainda não decidida, conforme se trate de
Seção I
matéria constitucional ou infraconstitucional;
Da Matéria Administrativa
IV – selecionar o recurso como representativo de con-
trovérsia constitucional ou infraconstitucional, que será
Art. 146. O Presidente é o relator nato da matéria admi-
encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral para fins de
nistrativa de competência privativa do Tribunal, podendo,
afetação, nos termos previstos no Código de Processo Civil;
a seu critério, determinar a distribuição. V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, deter-
minar a intimação do recorrido para apresentar contrarrazões
Seção II no prazo de três dias, findo o qual os autos serão remetidos
Da Consulta ao Tribunal Superior Eleitoral, desde que:
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime
Art. 147. O Tribunal responderá às consultas sobre maté- de julgamento de recursos repetitivos;
ria eleitoral formuladas em tese, por autoridade pública ou b) o recurso tenha sido selecionado como representativo
partido político, sendo vedada a sua apreciação durante o da controvérsia; ou
processo eleitoral, que compreende o período da realização c) o Tribunal tenha refutado o juízo de retratação.
das convenções partidárias até a diplomação dos eleitos. § 1º Não haverá juízo de admissibilidade nos processos
Art. 148. Com vistas dos autos, o Procurador Regional relativos a registro de candidato e pedido de direito de res-
Eleitoral emitirá parecer no prazo de cinco dias. posta e seus recursos.
Parágrafo único. Após o opinativo do Procurador Regio- § 2º As providências indicadas neste artigo, relacionadas à
nal Eleitoral, o relator, no prazo de cinco dias, submeterá a sistemática de processamento dos recursos repetitivos, não se
questão ao Tribunal. aplicam aos feitos referidos no parágrafo primeiro e aos que
Art.  149. A  secretaria providenciará a publicação da versem ou possam ter reflexo sobre inelegibilidade, registro de
decisão no Diário da Justiça eletrônico e a divulgação de seu candidatura, diplomação e resultado ou anulação de eleição.
inteiro teor na rede mundial de computadores.
Regimento Interno do TRE-BA

Seção II
Seção III Do Agravo em Recurso Especial
Da Instrução
Art. 155. Cabe agravo contra decisão do Presidente que
Art. 150. Ressalvada a competência do Tribunal Superior inadmitir recurso especial, salvo quando fundada na aplica-
Eleitoral, o Tribunal expedirá instrução com vistas a regula- ção de entendimento firmado em regime de repercussão
mentar matéria de sua competência privativa. geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
§ 1º O relator, antes de submeter a matéria a julgamen- § 1º A petição de agravo dirigida ao Presidente será jun-
to, determinará a distribuição da minuta de resolução aos tada aos autos, devendo a secretaria, de imediato, intimar o
demais juízes, com a antecedência mínima de dois dias. agravado para, no prazo de três dias, oferecer resposta.
§ 2º A instrução que verse sobre matéria eleitoral de- § 2º Após o prazo de resposta, não havendo retratação,
verá ser submetida à manifestação do Procurador Regional o Presidente determinará a remessa do agravo, nos próprios
Eleitoral. autos, ao Tribunal Superior Eleitoral.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 3º O agravo interposto contra decisão que inadmitir bém arguidos em outras exceções opostas de referência ao
o recurso especial contra decisão interlocutória será pro- mesmo processo.
cessado em autos suplementares, prosseguindo o curso da Art. 165. Recebida a petição, o Presidente determinará
demanda nos autos principais. o seu encaminhamento ao arguido para manifestação no
prazo de três dias.
CAPÍTULO X § 1º Na hipótese de o arguido ser o Presidente, a petição
Dos Processos Incidentes será dirigida ao Vice‑Presidente.
§ 2º Se o arguido reconhecer o impedimento ou a suspei-
Seção I ção, sendo o relator, encaminhará os autos principais para
Do Conflito de Competência redistribuição; caso não seja o relator, remeterá a petição
à secretaria para o registro pertinente e ciência do relator.
Art. 156. O conflito será suscitado ao tribunal: § 3º O arguido apresentará as suas razões e remeterá
I – pelo juiz, por ofício; o feito para autuação e distribuição, caso não reconheça o
II – pela parte e pelo Ministério Público, por petição. impedimento ou a suspeição.
§ 1º O ofício e a petição serão instruídos com os docu- § 4º Deixando o arguido de responder no tríduo, o Pre-
mentos necessários à prova do conflito. sidente requisitará o incidente e determinará a distribuição.
§ 2º O incidente será distribuído a um relator e seguirá Art. 166. A arguição de impedimento ou suspeição será
o rito do Código de Processo Civil. distribuída ao relator do processo principal e tramitará em
Art.  157. Não pode suscitar conflito a parte que, no apenso; caso o arguido seja o relator, a exceção será distri-
processo, arguiu incompetência relativa. buída entre os demais juízes.
Art. 158. O Tribunal, pelo voto da maioria, poderá suscitar Art. 167. Distribuído o incidente, o relator deverá declarar
conflito ao órgão competente. os seus efeitos.
§ 1º Se o incidente for recebido sem efeito suspensivo,
Seção II o  processo voltará ao curso normal, caso contrário, per-
Da Incompetência manecerá suspenso até o julgamento da suspeição ou do
impedimento.
Art.  159. A  incompetência será arguida pelo réu no § 2º Enquanto não for declarado o efeito em que é re-
prazo de defesa e dirigida ao relator do processo principal, cebido o incidente ou quando este for recebido com efeito
indicando o órgão para o qual declina.
suspensivo, a tutela de urgência será requerida
Parágrafo único. A incompetência superveniente poderá
ao juiz que seguir na ordem decrescente de antiguidade,
ser arguida pelas partes no prazo de quarenta e oito horas,
caso o arguido seja o relator do processo principal.
contado do fato que a houver originado.
Art.  168. Concluída a instrução probatória, se houver,
Art.  160. O  incidente tramitará em apenso ao princi-
os autos serão encaminhados ao Procurador Regional Elei-
pal e será submetido a julgamento, após manifestação do
toral, pelo prazo de cinco dias, após o que o relator solicitará
Procurador Regional Eleitoral.
a inclusão do feito em pauta para julgamento.
Seção III Art. 169. Nos casos de impedimento ou de suspeição de
Do Impedimento e da Suspeição servidor do Tribunal, o Presidente providenciará para que
passe a servir no feito o respectivo substituto.
Art. 161. O juiz do Tribunal que se considerar impedido Art.  170. Na hipótese de redistribuição do processo
ou suspeito deverá assim declarar‑se por despacho nos autos principal, o novo relator apresentará o feito em mesa para
ou oralmente em sessão, remetendo os autos imediatamente que se decida a validade dos atos praticados pelo arguido.
para redistribuição, se for o relator.
Parágrafo único. Se não for relator, deverá o juiz declarar Subseção I
seu impedimento ou suspeição assim que tomar conhe- Da Arguição de Impedimento ou de Suspeição dos Juízes
cimento da tramitação do feito no Tribunal ou na sessão Eleitorais, Servidores e Membros de Juntas Eleitorais
de julgamento, registrando‑se a declaração, em qualquer
hipótese, na ata e na súmula de julgamento. Art. 171. O impedimento ou suspeição de juiz, de servidor
Art. 162. Qualquer das partes poderá arguir o impedi- lotado em cartório eleitoral e de membro de junta eleitoral
mento ou a suspeição dos juízes do Tribunal, do Procurador será arguido em petição endereçada ao próprio juiz.
Regional Eleitoral, dos servidores do Tribunal, dos juízes § 1º Se o arguido for juiz eleitoral e, reconhecida a suspei-
eleitorais e das pessoas mencionadas no art. 283 do Código ção ou o impedimento, este oficiará ao Presidente do Tribunal
Eleitoral. solicitando a designação de substituto; caso não reconheça,
Art. 163. A arguição de suspeição ou de impedimento de determinará a autuação do incidente e o seu apensamento
Regimento Interno do TRE-BA

juiz do Tribunal, fundada em motivo preexistente, será argui- aos autos principais, remetendo‑os ao Tribunal, com as
da no prazo de defesa, nos feitos da competência originária, razões, no prazo de três dias.
ou, em até três dias após a distribuição, em se tratando de § 2º Se o arguido for servidor, o juiz mandará processar o
processo da competência recursal. incidente em separado e sem suspensão da causa, ouvindo
§ 1º No caso de motivo superveniente, a suspeição ou o arguido no prazo de cinco dias, facultando a prova quando
o impedimento poderão ser alegados a qualquer tempo, necessária e julgando o pedido.
porém o prazo será de cinco dias, contado do fato que os Art. 172. Nos casos de impedimento ou de suspeição de
ocasionou. servidor, o juiz eleitoral providenciará para que passe a servir
§ 2º Quando o impedimento ou a suspeição recair sobre no feito o respectivo substituto.
juiz substituto, o prazo será contado de sua convocação ou Art. 173. Autuado e distribuído o feito, o relator, após
do momento do seu primeiro ato no processo. instruí‑lo, dará vista ao Procurador Regional Eleitoral, no
Art. 164. A arguição será sempre individual, não ficando prazo de cinco dias, e solicitará a inclusão em pauta para
os demais juízes impedidos de apreciá‑la, ainda que tam- julgamento.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Seção IV § 2º Em se tratando de reforma geral, deverá o projeto
Da Arguição de Falsidade ser encaminhado aos juízes do Tribunal e ao Procurador
Regional Eleitoral até quinze dias antes da sessão em que
Art. 174. Cabe à parte contra quem foi produzido o docu- será discutido e votado, podendo receber emendas até a
mento suscitar incidente de falsidade, que será processado abertura da sessão.
na forma prevista no Código de Processo Civil. § 3º A critério do Presidente, poderá ser constituída co-
missão para exame e emissão de relatório sobre a proposta
CAPÍTULO XI de reforma geral.
Da Restauração de Autos
CAPÍTULO II
Art. 175. A restauração de autos poderá ser requerida Das Disposições Gerais
pelas partes ou será determinada pelo relator, de ofício,
e será processada na forma dos Códigos de Processo Civil Art. 182. O Diário da Justiça eletrônico é o meio oficial de
e Processo Penal. publicação dos atos judiciais e administrativos do Tribunal.
Art. 176. Não se altera a classe do processo pela restau- Art. 183. Qualquer pessoa poderá requerer certidão re-
ração de autos. sumida ou de inteiro teor de peças de processos pendentes
ou findos, bem como de documentos existentes no Tribunal
TÍTULO III e de atos publicados no órgão oficial, declarado o fim a que
DA TOTALIZAÇÃO DOS VOTOS se destina o documento.
E DA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMAS § 1º Assiste aos advogados o direito de examinar qual-
quer processo em Secretaria, resguardado o documento ou
Art. 177. A totalização dos votos será realizada por sis- processo que tramite em segredo de justiça.
tema eletrônico, com observância do disposto na legislação § 2º Em caso de indisponibilidade do serviço de repro-
eleitoral e nas instruções baixadas pelo Tribunal Superior grafia no Tribunal, será permitida a retirada de autos da
Eleitoral. secretaria para extração de cópias, em carga rápida, pelo
Parágrafo único. O Tribunal, por proposta de qualquer de tempo de duas horas, por advogado constituído ou não,
seus juízes, proverá também sobre a expedição de instruções devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil,
complementares, quando necessário. mesmo na fluência de prazo comum.
Art.  178. Nas eleições para os cargos de Governador, § 3º A carga rápida prevista no parágrafo segundo somen-
Vice‑Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual, te poderá ocorrer até duas horas antes do encerramento do
o  Tribunal, antes de iniciar a apuração, constituirá, com expediente da secretaria, devendo ocorrer a restituição dos
três de seus juízes, presidida por um deles, uma comissão autos no mesmo dia da retirada.
apuradora. § 4º A regra do parágrafo segundo não se aplica aos feitos
Parágrafo único. O  Presidente da comissão designará
que tramitem em segredo de justiça.
um servidor do Tribunal para atuar como secretário e, para
§ 5º Durante o período eleitoral, a carga de autos para
auxiliarem os seus trabalhos, tantos outros quantos julgar
obtenção de cópias no curso de prazo comum às partes
necessário.
será automaticamente permitida pela secretaria pelo prazo
Art. 179. A sessão solene de diplomação será convocada
fixado no parágrafo segundo, cabendo à autoridade judici-
pelo Presidente e organizada pelo cerimonial.
ária decidir sobre eventual pedido de extensão até o limite
de seis horas.
TÍTULO IV
DA SECRETARIA DO TRIBUNAL §  6º Nos processos sujeitos a trâmite em segredo de
justiça e nos processos em que se limitar a publicidade dos
Art. 180. À Secretaria, provida com os cargos efetivos e atos processuais, o direito de consultar os autos e pedir cer-
em comissão, criados e preenchidos na forma da lei, incumbe tidões é restrito às partes e aos seus procuradores; o terceiro
a execução dos serviços administrativos do Tribunal. que demonstrar interesse jurídico poderá requerer certidão
§  1º A estrutura organizacional, as  competências das restrita ao dispositivo da resolução ou acórdão.
suas unidades e as atribuições dos titulares dos cargos em §  7º No caso de ação originária, o  segredo de justiça
comissão e funções comissionadas constam de Regulamento será resguardado até o julgamento, não prevalecendo nos
aprovado pelo Tribunal. respectivos recursos.
§ 2º O projeto que contemple proposta de alteração do Art. 184. Fica dispensada a inclusão nas listas referidas
Regulamento da Secretaria deverá ser encaminhado aos juí- nos artigos 57 e 76, durante o processo eleitoral, dos feitos
zes do Tribunal e ao Procurador Regional Eleitoral, até quinze relativos às classes de Registro de Candidatura e Reclamações
dias antes da data em que será discutido e votado, podendo e Representações por descumprimento da Lei nº 9.504/1997,
receber emendas até a abertura da sessão. relacionados às eleições em curso.
Regimento Interno do TRE-BA

Art. 185. Em lugar de destaque, no recinto do Plenário


TÍTULO V do Tribunal, serão conservadas a Bandeira Nacional, a  do
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Estado da Bahia e a do Tribunal.
Art. 186. As dúvidas porventura suscitadas na execução
CAPÍTULO I deste Regimento serão dirimidas pelo Tribunal.
Da Emenda ao Regimento Art. 187. O pedido autônomo de tutela provisória será
autuado como ação cautelar, até que seja criada a classe
Art. 181. Qualquer dos juízes efetivos do Tribunal ou o própria.
Procurador Regional Eleitoral poderá propor a reforma deste Art. 188. Serão aplicados, subsidiariamente, nos casos
Regimento, por escrito, que será distribuída e votada em omissos, os Códigos de Processo Civil e de Processo Penal,
sessão com a presença de todos os membros do Tribunal. os  Regimentos Internos do Tribunal Superior Eleitoral,
§ 1º A emenda deverá ser aprovada pela maioria absoluta Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça,
dos juízes efetivos. sucessivamente.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 189. Este Regimento entrará em vigor na data de Com relação aos Processos no Tribunal Regional da Bahia,
sua publicação. nos termos do Regimento Interno, julgue os itens abaixo.
11. Os  processos, petições e inquéritos policiais serão
os Art. 190. Ficam revogadas as Resoluções Administrativas autuados, mediante sistema informatizado, segundo
n 02/2014 e 07/2014 do Tribunal.
a ordem de entrada na Secretaria Judiciária.
Sala das Sessões do TRE da Bahia, em 27 de abril de 2017. 12. Terão prioridade na autuação os feitos da classe de
habeas data, mandado de segurança, registro de
JOSÉ EDIVALDO ROCHA ROTONDANO candidatura, representação e reclamação pelo des-
Juiz‑Presidente cumprimento da Lei nº  9.504, de 1997, pedido de
EDMILSON JATAHY FONSECA JÚNIOR direito de resposta e respectivos recursos, bem como
Vice- Presidente os procedimentos cautelares com pedido de liminar.
FÁBIO ALEXSANDRO COSTA BASTOS 13. As classes Execução Fiscal e Embargos à Execução, au-
tuadas originariamente no domicílio do devedor, serão
Corregedor Regional Eleitoral
autuadas na classe Recurso Eleitoral.
GUSTAVO MAZZEI PEREIRA 14. A distribuição de habeas corpus, comunicação de prisão
Juiz em flagrante, mandado de segurança, habeas data,
PAULO ROBERTO LYRIO PIMENTA mandado de injunção, medida cautelar e reclamação
Juiz torna prevento o relator para todas as ações e recursos
PATRÍCIA CERQUEIRA KERTZMAN SZPORER posteriores.
Juíza 15. São atribuições do relator ordenar e dirigir o processo
RUY NESTOR BASTOS MELLO até o julgamento.
Procurador Regional Eleitoral 16. Os prazos no Tribunal são peremptórios, terminam no
fim do expediente ordinário e correm em Secretaria,
EXERCÍCIOS salvo as exceções de lei.
17. Será sempre admitida a juntada de documentos ou
Acerca da Organização do Tribunal Regional da Bahia prevista alegação escrita após recebido o recurso no Tribunal.
no Regimento Interno, julgue os itens abaixo. 18. As  partes podem indicar assistente técnico no prazo
1. O  Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, com sede na de dez dias contados da intimação do despacho de
Capital, Salvador, compõe‑se mediante eleição, pelo nomeação do perito.
voto secreto, de dois juízes, dentre os desembargadores 19. Nos feitos de competência originária, os atos e manifes-
tações orais, em audiência de instrução, não poderão
do Tribunal de Justiça e de dois juízes escolhidos pelo
ser gravados.
Tribunal de Justiça, dentre juízes de direito. De um juiz
20. O Tribunal reunir‑se‑á, ordinariamente, oito vezes por
federal escolhido pelo Tribunal Regional Federal e de mês e, extraordinariamente, tantas vezes quantas ne-
dois juízes, dentre seis advogados de notável saber ju- cessárias, mediante convocação do seu Presidente ou
rídico, reputação ilibada e idoneidade moral, indicados do próprio Tribunal.
pelo Tribunal de Justiça e nomeados pelo Presidente da 21. O Tribunal realizará, preferencialmente, duas sessões
República. semanais ordinárias, exceto no período eleitoral e nos
2. O Tribunal, mediante eleição secreta, elegerá o Presi- meses de janeiro, junho e dezembro, bem assim no mês
dente dentre os juízes da classe de desembargador. em que recair o feriado de carnaval.
3. O Vice‑Presidente substituirá o Presidente nas suas fal-
tas e impedimentos, enquanto aquele será substituído Ainda com relação aos Processos no Tribunal Regional da
pelo Corregedor Regional Eleitoral e, quando acumular Bahia, nos termos do Regimento Interno, julgue os itens
as duas funções, pelo juiz mais antigo no Tribunal. abaixo.
4. Compete ao Presidente do Tribunal verificar se os juízes 22. O julgamento dos feitos realizar‑se‑á conforme a pauta
eleitorais, membros de juntas eleitorais e servidores das organizada pela ordem cronológica de devolução dos
zonas eleitorais mantêm exação no cumprimento dos processos à Secretaria pelo Corregedor, ressalvados os
seus deveres. processos das classes de habeas corpus e mandado de
5. O  Corregedor Regional Eleitoral será escolhido, por segurança, que terão prioridade no julgamento.
escrutínio secreto, dentre os juízes do Tribunal, exceto 23. O Tribunal deliberará por maioria de votos, em sessão
o Presidente; o Vice‑Presidente, se eleito, acumulará privada, com a presença mínima de quatro de seus
as duas funções. membros, além do Presidente.
6. O Ouvidor e o seu substituto serão escolhidos, por es- 24. Havendo litisconsorte, assistente ou terceiro interes-
crutínio secreto, dentre os juízes do Tribunal, exceto o sado, ou sendo a parte representada por mais de um
Presidente e o Corregedor, para mandato de dois anos, advogado, o tempo será dividido igualmente entre eles,
salvo se convencionarem de modo diverso.
Regimento Interno do TRE-BA

permitida a recondução, por igual período.


25. Quando um dos julgadores não se considerar habilitado
7. A  Escola Judiciária Eleitoral é unidade administrativa
a proferir imediatamente seu voto, poderá solicitar vista
ligada à Vice‑Presidência do Tribunal. pelo prazo máximo de cinco dias, prorrogável por igual
8. O Núcleo de Cooperação Judiciária, órgão diretamente período, mediante pedido devidamente justificado.
vinculado à Vice‑Presidência do Tribunal, será dirigido 26. A arguição de inconstitucionalidade incidental poderá
por um Juiz Cooperador. ser formulada por qualquer das partes, pelo Procurador
9. Os juízes do Tribunal, salvo motivo justificado, servirão Regional Eleitoral, pelo relator e pelos demais juízes do
obrigatoriamente por três anos, permitida uma recon- Tribunal.
dução. 27. Não cabe a instauração de incidente de resolução de de-
10. Compete, privativamente, ao Tribunal, além de outras mandas repetitivas quando houver, simultaneamente,
atribuições que lhe forem conferidas por lei, eleger o efetiva repetição de processos que contenham contro-
Presidente, o Corregedor, o Ouvidor, e o Juiz Coope- vérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e
rador. risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
28. Em caso de ausência ou impedimento do relator, o acór- 41. O recurso contra expedição de diploma aos cargos de
dão será lavrado e assinado pelo juiz que proferiu o Governador, Vice‑Governador, Senador e Deputado
primeiro voto acompanhando o relator. Federal e Estadual será recebido e encaminhado ao
29. As  inexatidões materiais e os erros de escrita ou de Tribunal Superior Eleitoral, após a abertura de prazo
cálculo contidos na decisão podem ser corrigidos de para manifestação da parte contrária e da Procuradoria
ofício ou a requerimento do interessado. Regional Eleitoral.
30. O Tribunal designará até dois de seus juízes para compor
comissão de jurisprudência, que será presidida por um Acerca das competências recursais do TRE‑BA, nos termos
deles e assistida pelos servidores da Seção de Jurispru- do Regimento Interno, julgue os itens.
dência. 42. O recurso eleitoral, após distribuído, será encaminhado
com vista ao Procurador Regional Eleitoral, que emitirá
31. O  enunciado deverá indicar o número dos recursos
parecer no prazo de cinco dias.
ou ações de competência originária apontados como
43. Das decisões finais de condenação ou absolvição, cabe
precedentes motivadores da sua edição. recurso para o Tribunal, interposto no prazo de quinze
dias, observado o processo estabelecido para julgamen-
32. No processo de Habeas corpus, previsto no Regimento, to das apelações criminais.
o Relator, após a distribuição da inicial, poderá tomar 44. Os embargos de declaração não interrompem o prazo
algumas providências, assinale a alternativa que não para a interposição de recurso.
corresponde a essas providências: 45. Cabe agravo interno, sem efeito suspensivo, no prazo
a) Em casos de urgência, conceder, liminarmente, a or- de três dias, contra decisão proferida pelo relator e,
dem impetrada, se os documentos que instruírem a é vedado ao relator limitar‑se à reprodução dos funda-
petição evidenciarem a coação; mentos da decisão agravada para julgar improcedente
b) Nomear advogado dativo para acompanhar e defen- o agravo interno.
der oralmente o Pedido; 46. Das decisões administrativas do Presidente caberá re-
c) Ouvir o paciente, se necessário; curso para o Tribunal consoante a legislação específica.
d) garantir a autoridade das decisões do Tribunal. 47. O Presidente é o relator nato da matéria administrativa
de competência privativa do Tribunal, podendo, a seu
A respeito das competências originárias previstas no Regi- critério, determinar a distribuição.
mento Interno do TRE‑BA, julgue os itens a seguir. 48. O  Tribunal responderá às consultas sobre matéria
33. Conceder‑se‑á mandado de segurança para proteger eleitoral formuladas em tese, por autoridade pública
direito líquido e certo em matéria eleitoral, não am- ou partido político, sendo permitida a sua apreciação
durante o processo eleitoral, que compreende o pe-
parado por habeas corpus ou habeas data, quando
ríodo da realização das convenções partidárias até a
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
diplomação dos eleitos.
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no 49. Ressalvada a competência do Tribunal Superior Eleito-
exercício de atribuições do poder público. ral, o Tribunal expedirá instrução com vistas a regula-
34. O Tribunal concederá habeas data, em matéria eleitoral. mentar matéria de sua competência relativa.
35. O  Tribunal concederá mandado de injunção sempre 50. Interposto recurso ordinário contra decisão do Tribunal,
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o Presidente determinará a abertura de prazo para o
o exercício de direitos políticos. recorrido oferecer contrarrazões, findo o qual os autos
36. No que diz respeito à Ação penal, havendo procedi- serão remetidos ao Tribunal Superior Eleitoral.
mento investigativo prévio, após o recebimento da
denúncia, a Secretaria reautuará o feito na classe Ação GABARITO
Penal, trasladando a peça acusatória para o início dos
autos. 1. C 23. E 45. C
37. Incumbe ao Presidente ou ao relator determinar a 2. C 24. C 46. C
remessa do inquérito ao juízo eleitoral respectivo, 3. C 25. C 47. C
quando a atribuição para oferecer a denúncia não for 4. E 26. C 48. E
de promotor eleitoral. 5. C 27.E 49. E
38. O pedido de registro de candidatura e eventual impug- 6. C 28. C 50. C
nação serão processados e julgados nos termos e pra- 7. E 29. C
zos fixados pela legislação eleitoral e pelas instruções 8. E 30. E
baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. 9. E 31. C
39. Serão observadas as disposições da legislação de 10. C 32. d
Regimento Interno do TRE-BA

regência na ação de investigação judicial instaurada 11. C 33. C


para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder 12. E 34. C
econômico ou do poder de autoridade, ou utilização 13. C 35. C
indevida de veículos ou meio de comunicação social, 14. C 36. C
em benefício de candidato ou partido político, nas elei- 15. C 37. E
ções para os cargos de Governador, Vice‑Governador, 16. C 38. C
Senador, Deputado Federal e Estadual. 17. E 39. C
40. A  ação de impugnação de mandato de Governador, 18. E 40. C
Vice‑Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual 19. E 41. C
obedecerá ao rito da impugnação ao registro de can- 20. C 42. C
didato, previsto na Lei Complementar nº 64, de 1990, 21. E 43. E
e tramitará em segredo de justiça, até o julgamento. 22. E 44. E

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TRE-BA

SUMÁRIO

Noções de Sustentabilidade

Resolução TSE nº 23.474/2016............................................................................................................................................. 12

Resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nº 201/2015............................................................................................ 5

Lei nº 8.666/1993 e suas alterações....................................................................................................................................... 3

Decreto nº 7.746/2012........................................................................................................................................................... 3

Política Nacional sobre Mudanças do Clima (Lei nº 12.187/2009)...................................................................................... 39

Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010)............................................................................................... 43

Conceito de Desenvolvimento Sustentável.......................................................................................................................... 18

Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P)............................................................................................................ 18

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Noções de Sustentabilidade
Welma Maia

Os três primeiros tópicos da matéria de Noções de Sus‑ bem como a implantação do respectivo Plano de Logistica
tentabilidade tratam sobre a promoção do desenvolvimento Sustentável da Justiça Eleitoral (PLS-JE).
sustentável nas contratações realizadas pelo Poder Judiciário.
Para fins didáticos, e melhor compreensão do conteúdo Decreto nº 7.746, de 5 de Junho de 2012
estudaremos os tópicos em conjunto.
Primeiramente, cumpre destacar o disposto no art. 3º Regulamenta o art. 3º da Lei
da Lei nº 8.666/1993, que trata das licitações e contratos: no 8.666, de 21 de junho de 1993,
para estabelecer critérios, práticas
Art. 3º A licitação destina‑se a garantir a observância e diretrizes para a promoção do
do princípio constitucional da isonomia, a seleção da desenvolvimento nacional susten-
proposta mais vantajosa para a administração e a tável nas contratações realizadas
promoção do desenvolvimento nacional sustentável pela administração pública fede-
e será processada e julgada em estrita conformidade ral, e institui a Comissão Intermi-
com os princípios básicos da legalidade, da impesso‑ nisterial de Sustentabilidade na
alidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, Administração Pública – CISAP.
da probidade administrativa, da vinculação ao instru‑
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições
mento convocatório, do julgamento objetivo e dos
que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”,
que lhes são correlatos. da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 3º da
Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, decreta:
Como se vê, uma das finalidades da licitação na adminis‑ Art. 1º Este Decreto regulamenta o art. 3º da Lei no 8.666,
tração pública é a promoção do desenvolvimento nacional de 21 de junho de 1993, para estabelecer critérios, práticas
sustentável. e diretrizes gerais para a promoção do desenvolvimento
Para regular este dispositivo foi editado o Decreto nacional sustentável por meio das contratações realizadas
nº 7.746, de 5 de junho de 2012. Nele foram estabelecidas as pela administração pública federal direta, autárquica e fun‑
diretrizes (art.4º) para que seja alcançada a sustentabilidade dacional e pelas empresas estatais dependentes, e institui
nas contratações públicas. Vejamos: a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Adminis‑
• menor impacto sobre recursos naturais como flora, tração Pública – CISAP.
fauna, ar, solo e água; Art. 2º A administração pública federal direta, autárquica
• preferência para materiais, tecnologias e matérias‑pri‑ e fundacional e as empresas estatais dependentes poderão
mas de origem local; adquirir bens e contratar serviços e obras considerando
• maior eficiência na utilização de recursos naturais critérios e práticas de sustentabilidade objetivamente de‑
como água e energia; finidos no instrumento convocatório, conforme o disposto
• maior geração de empregos, preferencialmente com neste Decreto.
Parágrafo único. A adoção de critérios e práticas de sus‑
mão de obra local;
tentabilidade deverá ser justificada nos autos e preservar o
• maior vida útil e menor custo de manutenção do bem caráter competitivo do certame.
e da obra; Art. 3º Os critérios e práticas de sustentabilidade de que
• uso de inovações que reduzam a pressão sobre recur‑ trata o art. 2º serão veiculados como especificação técnica
sos naturais; e do objeto ou como obrigação da contratada.
• origem ambientalmente regular dos recursos naturais Parágrafo único. A  CISAP poderá propor à Secretaria
utilizados nos bens, serviços e obras. de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão o estabelecimento de
Destaca‑se que a adoção de critérios e práticas de sus‑ outras formas de veiculação dos critérios e práticas de sus‑
tentabilidade, nos termos do Decreto regulamentador deve tentabilidade nas contratações.
ser justificada nos autos do processo licitatório, de modo a Art. 4º São diretrizes de sustentabilidade, entre outras:
preservar o caráter competitivo do certame. I – menor impacto sobre recursos naturais como flora,
Com vistas a pôr em prática o que determina o art. 3º fauna, ar, solo e água;
da Lei geral de licitações públicas, o Conselho Nacional de II – preferência para materiais, tecnologias e matérias‑pri‑
Justiça, em 2015, por meio da Resolução nº 201, de 3 de mas de origem local;
Noções de Sustentabilidade

março, estabeleceu critérios, práticas e diretrizes gerais para III – maior eficiência na utilização de recursos naturais
a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas como água e energia;
IV – maior geração de empregos, preferencialmente com
contratações realizadas pelo Poder Judiciário.
mão de obra local;
De acordo com a Resolução em comento, os órgãos e
V  – maior vida útil e menor custo de manutenção do
Conselhos do Poder Judiciário devem criar unidades ou
bem e da obra;
núcleos socioambientais com o objetivo de implantar o res‑ VI  – uso de inovações que reduzam a pressão sobre
pectivo Plano de Logística Sustentável (PLS‑PJ), com vistas a recursos naturais; e
promover a sustentabilidade ambiental, econômica e social. VII – origem ambientalmente regular dos recursos natu‑
Em 2016, o Tribunal Superior Eleitoral editou a Resolução rais utilizados nos bens, serviços e obras.
nº 23.474, dispondo sobre a criação e competências das uni‑ Art. 5º A administração pública federal direta, autár‑
dades ou núcleos socioambientais nos Tribunais Eleitorais, quica e fundacional e as empresas estatais dependentes

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poderão exigir no instrumento convocatório para a aqui‑ I  – propor à Secretaria de Logística e Tecnologia da
sição de bens que estes sejam constituídos por material Informação:
reciclado, atóxico ou biodegradável, entre outros critérios a) normas para elaboração de ações de logística sus‑
de sustentabilidade. tentável;
Art. 6º As especificações e demais exigências do projeto b) regras para a elaboração dos Planos de Gestão de
básico ou executivo para contratação de obras e serviços de Logística Sustentável, de que trata o art.  16, no prazo de
engenharia devem ser elaboradas, nos termos do art. 12 da noventa dias a partir da instituição da CISAP;
Lei nº 8.666, de 1993, de modo a proporcionar a economia da c) planos de incentivos para órgãos e entidades que
manutenção e operacionalização da edificação e a redução se destacarem na execução de seus Planos de Gestão de
do consumo de energia e água, por meio de tecnologias, Logística Sustentável;
práticas e materiais que reduzam o impacto ambiental. d) critérios e práticas de sustentabilidade nas aquisições,
Art. 7º O instrumento convocatório poderá prever que o contratações, utilização dos recursos públicos, desfazimento
contratado adote práticas de sustentabilidade na execução e descarte;
dos serviços contratados e critérios de sustentabilidade no e) estratégias de sensibilização e capacitação de servido‑
fornecimento dos bens. res para a correta utilização dos recursos públicos e para a
Art. 8º A comprovação das exigências contidas no instru‑ execução da gestão logística de forma sustentável;
mento convocatório poderá ser feita mediante certificação f) cronograma para a implantação de sistema integrado
emitida por instituição pública oficial ou instituição creden‑ de informações para acompanhar a execução das ações de
ciada, ou por qualquer outro meio definido no instrumento sustentabilidade; e
convocatório.
g) ações para a divulgação das práticas de sustentabi‑
§ 1º Em caso de inexistência da certificação referida no
lidade; e
caput, o instrumento convocatório estabelecerá que, após
II – elaborar seu regimento interno.
a seleção da proposta e antes da adjudicação do objeto,
Art. 12. A CISAP poderá constituir Grupo de Apoio Técni‑
o  contratante poderá realizar diligências para verificar a
co, formado por técnicos indicados pelos órgãos referidos no
adequação do bem ou serviço às exigências do instrumento
art. 10, com o objetivo de assessorá‑la no desempenho de
convocatório.
suas funções, nos termos do seu regimento interno.
§ 2º Caso o bem ou serviço seja considerado inadequa‑
Art. 13. Poderão ser convidados a participar das reuniões
do em relação às exigências do instrumento convocatório,
da CISAP especialistas, pesquisadores e representantes de
o contratante deverá apresentar razões técnicas, assegurado
o direito de manifestação do licitante vencedor. órgãos e entidades públicas ou privadas.
Art. 9º Fica instituída a Comissão Interministerial de Sus‑ Art. 14. A participação na CISAP é considerada prestação
tentabilidade na Administração Pública – CISAP, de natureza de serviço público relevante, não remunerada.
consultiva e caráter permanente, vinculada à Secretaria de Art. 15. Compete à Secretaria de Logística e Tecnologia
Logística e Tecnologia da Informação, com a finalidade de da Informação, como órgão central do Sistema de Serviços
propor a implementação de critérios, práticas e ações de Gerais – SISG, expedir normas complementares sobre crité‑
logística sustentável no âmbito da administração pública rios e práticas de sustentabilidade, a partir das proposições
federal direta, autárquica e fundacional e das empresas da CISAP.
estatais dependentes. § 1º As proposições da CISAP serão avaliadas com base
Art. 10. A CISAP será composta por: nas diretrizes gerais de logística e compras da administração
I – dois representantes do Ministério do Planejamento, pública federal.
Orçamento e Gestão, sendo: § 2º A Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação
a) um representante da Secretaria de Logística e Tecno‑ exercerá a função de Secretaria‑Executiva da CISAP.
logia da Informação, que a presidirá; e Art. 16. A administração pública federal direta, autárquica
b) um representante da Secretaria de Orçamento Federal; e fundacional e as empresas estatais dependentes deverão
II – um representante do Ministério do Meio Ambiente, elaborar e implementar Planos de Gestão de Logística Sus‑
que exercerá a vice‑presidência; tentável, no prazo estipulado pela Secretaria de Logística e
III – um representante da Casa Civil da Presidência da Tecnologia da Informação, prevendo, no mínimo:
República; I – atualização do inventário de bens e materiais do órgão
IV – um representante do Ministério de Minas e Energia; e identificação de similares de menor impacto ambiental
V – um representante do Ministério do Desenvolvimento, para substituição;
Indústria e Comércio Exterior; II – práticas de sustentabilidade e de racionalização do
VI – um representante do Ministério da Ciência, Tecno‑ uso de materiais e serviços;
Noções de Sustentabilidade

logia e Inovação; III – responsabilidades, metodologia de implementação


VII – um representante do Ministério da Fazenda; e e avaliação do plano; e
VIII – um representante da Controladoria‑Geral da União. IV – ações de divulgação, conscientização e capacitação.
§ 1º Os membros titulares da CISAP deverão ocupar cargo Art. 17. Este Decreto entra em vigor na data de sua
de Secretário, Diretor ou cargos equivalentes no órgão que publicação.
representam, possuindo cada um deles um suplente.
§ 2º Os representantes, titulares e suplentes, dos órgãos Brasília, 5 de junho de 2012; 191º da Independência e
referidos nos incisos II a VIII do caput serão designados, no 124º da República.
prazo de trinta dias contado da data de publicação deste
Decreto, por ato do Ministro de Estado do Planejamento, DILMA ROUSSEFF
Orçamento e Gestão. Miriam Belchior
Art. 11. Compete à CISAP: Izabella Mônica Vieira Teixeira

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RESOLUÇÃO 201, DE 3 DE MARÇO DE 2015 Considerando a efetiva influência do Poder Público na
atividade econômica nacional, especialmente por meio das
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA contratações necessárias para o bom desenvolvimento de
(CNJ), no uso de suas atribuições legais e regimentais, suas atividades e efetiva prestação de serviços ao público
em geral e a importância de ações planejadas e continuadas
Considerando o disposto no artigo 170, VI, da Constitui‑ ligadas à mobilização e sensibilização para questões socio‑
ção da República Federativa do Brasil, que trata da defesa do ambientais no âmbito do Poder Judiciário;
meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado Considerando a decisão plenária tomada no julgamento
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de do Ato Normativo 0005176-96.2014.2.0000 na 203ª Sessão
seus processos de elaboração e prestação; bem como artigo Ordinária, realizada em 3 de março de 2015;
Resolve:
225 que estabelece que todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado;
CAPÍTULO I
Considerando o disposto no artigo 3º da Lei nº 8.666, de
Da Criação das Unidades ou Núcleos Socioambientais
21 de junho de 1993, que cuida das normas para licitações e
no Poder Judiciário e suas Competências
contratos da Administração Pública e Decreto nº 7.746, de 5
de junho de 2012, que regulamenta o artigo 3º da citada Lei, Art. 1º Os órgãos do Poder Judiciário relacionados nos
estabelecendo critérios, práticas e diretrizes para a promoção incisos I‑A a VII do art. 92 da Constituição Federal de 1988
do desenvolvimento nacional sustentável nas contratações bem como nos demais conselhos, devem criar unidades ou
realizadas pela Administração Pública Federal; núcleos socioambientais, estabelecer suas competências e
Considerando  a Lei nº  12.187, de 29 de dezembro de implantar o respectivo Plano de Logística Sustentável (PLS‑PJ).
2009, que instituiu a Política Nacional de Mudança de Art. 2º Os órgãos e conselhos do Poder Judiciário deverão
Clima, com diretrizes ao estímulo e apoio à manutenção e adotar modelos de gestão organizacional e de processos
promoções de padrões sustentáveis de produção e consumo estruturados na promoção da sustentabilidade ambiental,
e como um de seus instrumentos à adoção de critérios de econômica e social.
preferência nas licitações e concorrências públicas para as Art. 3º Para os fins desta Resolução, consideram‑se:
propostas que propiciem maior economia de energia, água I – visão sistêmica: identificação, entendimento e geren‑
e outros recursos naturais e a redução da emissão de gases ciamento de processos interrelacionados como um sistema
de efeito estufa e de resíduos; e o disposto na Lei nº 12.305, que contribui para a eficiência da organização no sentido de
de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de atingir os seus objetivos;
Resíduos Sólidos e Decreto nº  7.407, que regulamenta a II  – logística sustentável: processo de coordenação do
supracitada Lei; fluxo de materiais, de serviços e de informações, do forne‑
Considerando as diretrizes contidas na Lei nº 11.419, de cimento ao desfazimento, que considerando o ambiental‑
19 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a informatização mente correto, o  socialmente justo e o desenvolvimento
do processo judicial e a Resolução CNJ nº 185/2013, a qual econômico equilibrado;
institui o Processo Judicial Eletrônico (PJe), que destaca a III  – critérios de sustentabilidade: métodos utilizados
necessidade de estabelecimento de diretrizes e critérios para avaliação e comparação de bens, materiais ou serviços
para a racionalização dos recursos orçamentários, pautados em função do seu impacto ambiental, social e econômico;
na eficiência do gasto público e melhoria contínua da gestão IV  – práticas de sustentabilidade: ações que tenham
de processos de trabalho; como objetivo a construção de um novo modelo de cultura
Considerando a Resolução CNJ nº 114/2010, que dispõe institucional visando à inserção de critérios de sustentabili‑
sobre o planejamento, a execução e o monitoramento de dade nas atividades do Poder Judiciário;
obras, bem como os parâmetros e orientações para preci‑ V – práticas de racionalização: ações que tenham como
ficação, elaboração de editais, composição de Benefícios e objetivo a melhoria da qualidade do gasto público e o aper‑
Despesas Indiretas (BDI), critérios mínimos para habilitação feiçoamento contínuo na gestão dos processos de trabalho;
técnica e cláusulas essenciais nos novos contratos de reforma VI – coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamen‑
e construção de imóveis no Poder Judiciário; e a Resolução te separados conforme sua constituição ou composição com
CNJ nº  198/2014, que dispõe sobre o Planejamento e a destinação ambientalmente adequada;
VII  – coleta seletiva solidária: coleta dos resíduos re‑
Gestão Estratégica no âmbito do Poder Judiciário, classifi‑
cicláveis descartados, separados na fonte geradora, para
cando como atributo de valor judiciário a Responsabilidade
destinação às associações e cooperativas de catadores de
Socioambiental;
materiais recicláveis;
Considerando  as Recomendações CNJ nºs 11/2007 e VIII – resíduos recicláveis descartados: materiais passíveis
27/2009, que tratam da inclusão de práticas de socioambien‑ de retorno ao seu ciclo produtivo, rejeitados pelos órgãos
tais nas atividades rotineiras dos tribunais e a necessidade do Poder Judiciário;
de atualizá‑la no PJe;
Noções de Sustentabilidade

IX – material de consumo: todo material que, em razão


Considerando  os modelos de boas práticas de gestão de sua utilização, perde normalmente sua identidade física
sustentável do Poder Executivo, constantes das Instruções e/ou tem sua utilização limitada a dois anos;
Normativas CNJ nºs 1/2010; 10/2012, que estabelecem regras X  – gestão documental: conjunto de procedimentos e
para elaboração dos Planos de Gestão de Logística Sustentá‑ operações técnicas para produção, tramitação, uso e ava‑
vel de que trata o art. 16 do Decreto nº 7.746, de 5 de junho liação de documentos, com vistas à sua guarda permanente
de 2012; e 2, de 4 de junho de 2014, o qual dispõe sobre a ou eliminação, mediante o uso razoável de critérios de res‑
economia de energia nas edificações públicas; ponsabilidade ambiental;
Considerando as recomendações do Tribunal de Contas XI  – inventário físico financeiro: relação de materiais
da União, dispostas no Acórdão 1752, de 5 de julho de 2011, que compõem o estoque onde figuram a quantidade física
que trata das medidas de eficiência e sustentabilidade por e financeira, a descrição, e o valor do bem;
meio do uso racional de energia, água e papel adotadas pela XII – compra compartilhada: contratação para um gru‑
Administração Pública; po de participantes previamente estabelecidos, na qual a

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responsabilidade de condução do processo licitatório e d) conformidade dos produtos, insumos e serviços com
gerenciamento da ata de registro de preços serão de um os regulamentos técnicos pertinentes em vigor expedidos
órgão ou entidade da Administração Pública Federal com o pelo Inmetro de forma a assegurar aspectos relativos à saúde,
objetivo de gerar benefícios econômicos e socioambientais; à segurança, ao meio ambiente, ou à proteção do consumidor
XIII – ponto de equilíbrio: quantidade ideal de recursos e da concorrência justa;
materiais necessários para execução das atividades desem‑ e) normas da Anvisa quanto à especificação e classifica‑
penhadas por uma unidade de trabalho, sem prejuízo de ção, quando for o caso;
sua eficiência; f) as Resoluções do CONAMA, no que couber;
XIV – corpo funcional: magistrados, servidores e esta‑ g) descarte adequado do produto ao fim de sua vida
giários; e útil, em observância à Política Nacional de Resíduos Sólidos;
XV – força de trabalho auxiliar: funcionários terceirizados. II – especificação ou alteração de especificação já existen‑
Art. 4º As unidades ou núcleos socioambientais deverão te do material ou serviço solicitado, observando os critérios
ter caráter permanente para o planejamento, implementa‑ e práticas de sustentabilidade, em conjunto com a unidade
ção, monitoramento de metas anuais e avaliação de indica‑ solicitante;
dores de desempenho para o cumprimento desta Resolução, III – lançamento ou atualização das especificações no sis‑
devendo ser criadas no prazo máximo de 120 (cento e vinte) tema de compras e administração de material da instituição;
dias, a partir da publicação da presente. IV – dentre os critérios de consumo consciente, o pedido
Art. 5º As unidades ou núcleos socioambientais deverão de material e/ou planejamento anual de aquisições deverão
estimular a reflexão e a mudança dos padrões de compra, ser baseados na real necessidade de consumo até que a
consumo e gestão documental dos órgãos do Poder Judiciá‑ unidade possa atingir o ponto de equilíbrio.
rio, bem como do corpo funcional e força de trabalho auxiliar §  5º O histórico de consumo da unidade deverá ser
de cada instituição. considerado para monitoramento de dados e poderá ser um
Art. 6º As unidades ou núcleos socioambientais deverão dos critérios utilizados no levantamento da real necessidade
fomentar ações que estimulem: de consumo.
I – o aperfeiçoamento contínuo da qualidade do gasto § 6º A sensibilização e capacitação do corpo funcional,
público; força de trabalho auxiliar e, quando for o caso, de outras
II – o uso sustentável de recursos naturais e bens públicos; partes interessadas deverão estimular de forma contínua o
III – a redução do impacto negativo das atividades do consumo consciente e a responsabilidade socioambiental
órgão no meio ambiente com a adequada gestão dos resí‑ no âmbito da instituição.
duos gerados; § 7º A qualidade de vida no ambiente de trabalho deve
IV – a promoção das contratações sustentáveis; compreender a valorização, satisfação e inclusão do capital
V – a gestão sustentável de documentos, em conjunto humano das instituições, em ações que estimulem o seu de‑
com a unidade responsável; senvolvimento pessoal e profissional, assim como a melhoria
VI – a sensibilização e capacitação do corpo funcional, das condições das instalações físicas.
força de trabalho auxiliar e de outras partes interessadas; e Art. 7º As unidades ou núcleos socioambientais deverão,
VII – a qualidade de vida no ambiente de trabalho, em preferencialmente, ser subordinados à alta administração
conjunto com a unidade responsável. dos órgãos tendo em vista as suas atribuições estratégicas e
§  1º A adequada gestão dos resíduos gerados deverá as mudanças de paradigma que suas ações compreendem.
promover a coleta seletiva, com estímulo a sua redução, Art. 8º Os órgãos e conselhos do Poder Judiciário deverão
ao reuso e à reciclagem de materiais, e à inclusão socioe‑ implementar o Plano de Logística Sustentável do Poder Judi‑
conômica dos catadores de resíduos, em consonância com ciário (PLS‑PJ), de acordo com o Capítulo II desta Resolução.
a Política Nacional de Resíduos Sólidos e as limitações de Art. 9º O CNJ deverá publicar anualmente, por intermé‑
cada município. dio do Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ), o Balan‑
§ 2º O uso sustentável de recursos naturais e bens pú‑ ço Socioambiental do Poder Judiciário, fomentado por infor‑
blicos deverá ter como objetivos o combate ao desperdício mações consolidadas nos relatórios de acompanhamento do
e o consumo consciente de materiais, com destaque para a PLS‑PJ de todos os órgãos e conselhos do Poder Judiciário.
gestão sustentável de documentos como a implementação
de processo judicial eletrônico e a informatização dos pro‑ CAPÍTULO II
cessos e procedimentos administrativos. Do Plano de Logística Sustentável
§ 3º A promoção das contratações sustentáveis deverá do Poder Judiciário (PLS‑PJ)
observar a integração dos aspectos ambientais, econômicos
e sociais do desenvolvimento sustentável. Art. 10. O PLS‑PJ é instrumento vinculado ao planeja‑
§ 4º As unidades ou núcleos socioambientais, em inte‑ mento estratégico do Poder Judiciário, com objetivos e res‑
ratividade com as áreas envolvidas direta ou indiretamente ponsabilidades definidas, ações, metas, prazos de execução,
com as contratações, deverão fomentar a inclusão de práticas mecanismos de monitoramento e avaliação de resultados,
Noções de Sustentabilidade

de sustentabilidade, racionalização e consumo consciente, que permite estabelecer e acompanhar práticas de susten‑
que compreende as seguintes etapas: tabilidade, racionalização e qualidade que objetivem uma
I – estudo e levantamento das alternativas à aquisição de melhor eficiência do gasto público e da gestão dos processos
produtos e serviços solicitados, considerando: de trabalho, considerando a visão sistêmica do órgão.
a) verificação da real necessidade de aquisição do pro‑ Art. 11. Ficam instituídos os indicadores mínimos para
duto e/ou serviço; avaliação do desempenho ambiental e econômico do Plano
b) existência no mercado de alternativas sustentáveis de Logística Sustentável do Poder Judiciário (PLS‑PJ), confor‑
considerando o ciclo de vida do produto; me Anexo I, que devem ser aplicados nos órgãos e conselhos
c) a legislação vigente e as normas técnicas, elaboradas do Poder Judiciário.
pela ABNT, para aferição e garantia da aplicação dos requisi‑ Art. 12. Os órgãos e conselhos do Poder Judiciário deve‑
tos mínimos de qualidade, utilidade, resistência e segurança rão constituir comissão gestora do PLS‑PJ composta por no
dos materiais utilizados; mínimo 5 (cinco) servidores, que serão designados pela alta

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administração no prazo de 30 dias a partir da constituição c) eficácia e segurança dos produtos usados na limpeza
das unidades ou núcleos socioambientais. e conservação de ambientes;
§  1º A comissão gestora do PLS‑PJ será composta, d) gêneros alimentícios.
obrigatoriamente, por um servidor da unidade ou núcleo II – práticas de sustentabilidade na execução dos serviços;
socioambiental, da unidade de planejamento estratégico e III – critérios e práticas de sustentabilidade no projeto e
da área de compras ou aquisições do órgão ou conselho do execução de obras e serviços de engenharia, em consonância
Poder Judiciário. com a Resolução CNJ nº 114/2010;
§ 2º A comissão gestora do PLS‑PJ terá a atribuição de IV – emprego da logística reversa na destinação final de
elaborar, monitorar, avaliar e revisar o PLS‑PJ do seu órgão. suprimentos de impressão, pilhas e baterias, pneus, lâmpa‑
Art. 13. O PLS‑PJ será aprovado pela alta administração das, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, bem
do órgão. como produtos eletroeletrônicos e seus componentes, de
§ 1º O PLS‑PJ poderá ser subdividido, a critério de cada acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, obser‑
órgão, em razão da complexidade de sua estrutura. vadas as limitações de cada município.
§ 2º Os PLS‑PJ dos órgãos seccionais da Justiça Federal Art. 18. O  PLS‑PJ deverá ser formalizado em processo
deverão estar em conformidade com o PLS‑PJ do órgão a administrativo e, para cada tema citado no art. 16, deverão
que é subordinado. ser criados planos de ação com os seguintes tópicos:
I – objetivo do plano de ação;
Art. 14. O PLS‑PJ deverá conter, no mínimo:
II – detalhamento de implementação das ações;
I – relatório consolidado do inventário de bens e materiais
III – unidades e áreas envolvidas na implementação de
do órgão, com a identificação dos itens nos quais foram inse‑
cada ação e respectivos responsáveis;
ridos critérios de sustentabilidade quando de sua aquisição; IV – metas a serem alcançadas para cada ação;
II – práticas de sustentabilidade, racionalização e consu‑ V – cronograma de implementação das ações;
mo consciente de materiais e serviços; VI – previsão de recursos financeiros, humanos, instru‑
III – responsabilidades, metodologia de implementação, mentais, entre outros, necessários para a implementação
avaliação do plano e monitoramento dos dados; das ações.
IV – ações de divulgação, sensibilização e capacitação. § 1º Para os temas listados no art. 16, os resultados al‑
Art. 15. A elaboração e atualização do inventário de bens cançados serão avaliados semestralmente e/ou anualmente
e materiais, adquiridos pelo órgão no período de um ano, pela comissão gestora do PLS‑PJ, utilizando os indicadores
deverão ser feitas em conformidade com a normatização constantes no Anexo I e banco de boas práticas.
interna de cada órgão do Poder Judiciário conforme definição § 2º Caso o órgão ou conselho inclua outros temas no
no art. 3º, XII. PLS‑PJ, deverão ser definidos os respectivos indicadores,
Art. 16. As práticas de sustentabilidade, racionalização e contendo: nome, fórmula de cálculo, fonte de dados, meto‑
consumo consciente de materiais e serviços deverão abran‑ dologia e periodicidade de apuração.
ger, no mínimo, os seguintes temas: Art. 19. As iniciativas de capacitação afetas ao tema sus‑
I – uso eficiente de insumos e materiais considerando, tentabilidade deverão ser incluídas no plano de treinamento
inclusive, a implantação do PJe e a informatização dos pro‑ de cada órgão do Poder Judiciário.
cessos e procedimentos administrativos; Parágrafo único. As atividades de ambientação de novos
II – energia elétrica; servidores e colaboradores deverão difundir as ações susten‑
III – água e esgoto; táveis praticadas, de modo a consolidar os novos padrões de
IV – gestão de resíduos; consumo consciente do órgão.
V – qualidade de vida no ambiente de trabalho; Art. 20. As seguintes iniciativas da Administração Pública
VI  – sensibilização e capacitação contínua do corpo Federal poderão ser observadas na elaboração dos PLS‑PJ:
funcional, força de trabalho auxiliar e, quando for o caso, I – Programa de Eficiência do Gasto Público (PEG), desen‑
de outras partes interessadas; volvido no âmbito da Secretaria de Orçamento Federal do
VII – contratações sustentáveis, compreendendo, pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SOF/MP);
menos, obras, equipamentos, combustível, serviços de II – Programa Nacional de Conservação de Energia Elé‑
vigilância, de limpeza, de telefonia, de processamento de trica (Procel), coordenado pela Secretaria de Planejamento
dados, de apoio administrativo e de manutenção predial, e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e
conforme artigo 15; Energia (SPE/MME);
VIII – deslocamento de pessoal, bens e materiais consi‑ III – Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P),
derando todos os meios de transporte, com foco na redução coordenada pela Secretaria de Articulação Institucional
e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente
de gastos e de emissões de substâncias poluentes.
(SAIC/MMA);
Parágrafo único: As práticas de sustentabilidade, racio‑
IV  – Coleta Seletiva Solidária, desenvolvida no âmbito
nalização e consumo consciente de materiais e serviços
da Secretaria‑Executiva do Ministério do Desenvolvimento
constantes no Anexo II desta Resolução poderão ser utilizadas
Noções de Sustentabilidade

Social e Combate à Fome (SE/MDS);


como referência na elaboração dos planos de ação dos PLS‑PJ V  – Projeto Esplanada Sustentável (PES), coordenado
dos conselhos e órgãos do Poder Judiciário. pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por
Art. 17. As contratações efetuadas pelo órgão ou conse‑ meio da SOF/MP, em articulação com o Ministério do Meio
lho deverão observar: Ambiente, Ministério de Minas e Energia e Ministério do
I – critérios de sustentabilidade na aquisição de bens, Desenvolvimento Social;
tais como: VI – Contratações Públicas Sustentáveis (CPS), coordena‑
a) rastreabilidade e origem dos insumos de madeira da pelo órgão central do Sistema de Serviços Gerais (SISG), na
como itens de papelaria e mobiliário, a partir de fontes de forma da Instrução Normativa 1, de 19 de janeiro de 2010, da
manejo sustentável; Secretaria da Logística e Tecnologia da Informação (SLTI/MP).
b) eficiência energética e nível de emissão de poluentes § 1º Os planos de ação, ou instrumentos similares, das
de máquinas e aparelhos consumidores de energia, veículos iniciativas elencadas neste artigo, poderão ser incorporados
e prédios públicos; aos PLS‑PJ dos órgãos e conselhos do Poder Judiciário.

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§ 2º Os guias de contratações sustentáveis poderão ser II – a evolução do desempenho dos indicadores estraté‑
utilizados com o objetivo de orientar a inclusão de critérios e gicos do Poder Judiciário com foco socioambiental e econô‑
práticas de sustentabilidade a serem observados na aquisição mico, de acordo com o previsto no Anexo I;
de bens e na contratação de obras e serviços. III – identificação das ações a serem desenvolvidas ou
§ 3º O banco de boas práticas estará disponível no sítio modificadas para o ano subsequente.
do CNJ, no qual serão elencadas as iniciativas e ações que § 1º Os relatórios deverão ser publicados no sítio dos
resultaram em impacto positivo quanto aos aspectos ambien‑ respectivos órgãos e conselhos do Poder Judiciário e en‑
tais, econômicos e sociais na gestão dos órgãos e conselhos caminhados, em forma eletrônica, ao CNJ até o dia 20 de
do Poder Judiciário. dezembro do ano corrente pela autoridade competente do
órgão ou conselho.
CAPÍTULO III §  2º O DPJ disponibilizará aos órgãos e conselhos do
Disposições Finais
Poder Judiciário acesso ao sistema informatizado para com‑
pilação das informações quanto ao PLS‑PJ com o objetivo
Art. 21. O PLS‑PJ deverá ser elaborado e publicado no
sítio dos respectivos órgãos e conselhos do Poder Judiciário de padronizar o envio e recebimento de dados e facilitar a
no prazo de cento e oitenta dias, contados a partir da publi‑ análise dos indicadores que avaliarão o índice de sustenta‑
cação desta resolução. bilidade das instituições.
Art. 22. Os resultados obtidos a partir da implantação das Art. 24. O  PLS‑PJ irá subsidiar, anualmente, o  Balanço
ações definidas no PLS‑PJ deverão ser publicados ao final de Socioambiental do Poder Judiciário, a  ser publicado pelo
cada semestre do ano no sítio dos respectivos conselhos e CNJ por intermédio do DPJ, no prazo de 180 dias a contar
órgãos do Poder Judiciário, apresentando as metas alcança‑ do recebimento do relatório de desempenho dos órgãos.
das e os resultados medidos pelos indicadores. Art. 25. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
Art. 23. Ao final de cada ano deverá ser elaborado por publicação.
cada órgão e conselho do Poder Judiciário relatório de de‑
sempenho do PLS‑PJ, contendo: Ministro
I – consolidação dos resultados alcançados; Ricardo Lewandowski

ANEXO I DA RESOLUÇÃO 201, DE 3 DE MARÇO DE 2015

Indicadores mínimos para avaliação do desempenho ambiental e econômico do PLS‑PJ

I – Materiais de Consumo


Papel
Nome do Indicador/Índice Descrição Apuração
Consumo de papel branco Quantidade (resmas) de papel branco utilizadas. Mensal e anual.
Gasto com aquisição de papel branco Valor (R$) gasto com a compra de papel branco. Mensal e anual.
Consumo de papel reciclado Quantidade (resmas) de papel reciclado utilizadas. Mensal e anual.
Gasto com aquisição de papel reciclado Valor (R$) gasto com a compra de papel reciclado. Mensal e anual.
Consumo total de papel branco e reciclado Quantidade total de resmas de papel branco e re‑ Mensal e anual.
ciclado utilizadas.
Copos Descartáveis e Água Engarrafada
Nome do Indicador/Índice Descrição Apuração
Consumo de copos de 200ml descartáveis Quantidade (centos) de copos de 200 ml/total cor‑ Semestral e anual.
po funcional + força de trabalho auxiliar.
Gasto com aquisição de copos de 200 ml Valor (R$) gasto com a compra de copos de 200 ml. Semestral e anual.
Consumo de copos de 50ml descartáveis Quantidade (centos) de copos de 50 ml/total cor‑ Semestral e anual.
po funcional + força de trabalho auxiliar.
Gasto com aquisição de copos de 50 ml Valor (R$) gasto com a compra de copos de 50 ml. Semestral e anual.
Noções de Sustentabilidade

Gasto total com aquisição de copos descartá‑ Valor (R$) gasto com a compra de copos descartá‑ Semestral e anual.
veis veis (200ml + 50ml).
Consumo de água envasada em embalagens Quantidade (unidades) de garrafas descartáveis Semestral e anual.
plásticas (com e sem gás – explicitar o volume consumidas.
em ml ou litro)
Consumo de garrafões de água de 20 litros Consumo de garrafões de água de 20 litros. Semestral e anual.
Gasto com aquisição de água envasada em Valor (R$) gasto com a compra de garrafinhas Semestral e anual.
embalagens plásticas (com e sem gás – expli‑ plásticas(com e sem gás).
citar o volume em ml ou litro)
Gasto com aquisição de garrafõesde 20 litros Valor (R$) gasto com a compra de garrafões 20 Semestral e anual.
litros.

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II – Impressão de documentos e equipamentos instalados
Nome do Indicador/Índice Descrição Apuração
Impressões de documentos totais Quantidade total de impressões/corpo funcional + Semestral e anual.
força de trabalho auxiliar.
Equipamentos instalados Quantidade de equipamentos instalados por uni‑ Semestral e anual.
dade de trabalho.
Performance dos equipamentos instalados Quantidade de impressões/equipamentos instala‑ Semestral.
(índice de ociosidade baseada na capacidade dos por unidade de trabalho.
máxima de impressão)
Gasto com aquisições de suprimentos Valor (R$) gasto com a compra de suprimentos. Anual.
Gasto com aquisição de impressoras Valor gasto com a compra de equipamentos de Anual.
impressão.
Gasto com contratos de outsourcing de im‑ Valor (R$) gasto com o posto de impressão. Anual.
pressão (equipamento + manutenção + im‑
pressão por folha + suprimento)
III – Energia Elétrica
Nome do Indicador Descrição Apuração
Consumo de energia elétrica Quantidade de Kwh consumidos. Mensal e anual.
Consumo de energia elétrica por área constru‑ Quantidade de Kwh consumidos/total da área Mensal e anual.
ída construída.
Gasto com energia elétrica Valor (R$) da fatura. Mensal e anual.
Gasto com energia elétrica Valor (R$) da fatura/total área construída. Mensal e anual.
Adequação do contrato de demanda (fora de Demanda registrada fora de ponta/demanda con‑ Mensal.
ponta) tratada fora de ponta (%).
Adequação do contrato de demanda (ponta) Demanda registrada ponta/Demanda contratada Mensal.
ponta (5).
IV – Água e esgoto
Nome do Indicador Descrição Apuração
Volume de água consumido Quantidade de m³ de água. Mensal e anual.
Volume de água por área construída Quantidade de m³ de água/total área construída. Mensal e anual.
Gasto com água Valor (R$) da fatura. Mensal e anual.
Gasto com água por área construída Valor (R$) da fatura/área total construída. Mensal e anual.
V – Gestão de resíduos
Nome do Indicador Descrição Apuração
Destinação de papel para reciclagem Quantidade (kg) de papel destinado à reciclagem. Mensal e semestral.
Destinação de suprimentos de impressão para Quantidade (kg) de suprimentos de impressão Mensal e semestral.
reciclagem destinados à reciclagem.
Destinação de plástico para reciclagem Quantidade (kg) de plástico destinado à recicla‑ Mensal e semestral.
gem.
Destinação de lâmpadas encaminhadas para Quantidade (unidades) de lâmpadas encaminha‑ Mensal e semestral.
descontaminação das para descontaminação.
Destinação de pilhas e baterias encaminhadas Quantidade (kg) de pilhas e baterias encaminha‑ Mensal e semestral.
para descontaminação das para descontaminação.
Destinação de madeiras para reaproveitamento Quantidade (kg) de madeira destinada à recicla‑ Mensal e semestral.
gem.
Destinação de vidros para reciclagem Quantidade (kg) de vidros destinados à recicla‑ Mensal e semestral.
gem.
Noções de Sustentabilidade

Destinação de metais para a reciclagem Quantidade (kg) de metais destinados à recicla‑ Mensal e semestral.
gem.
Destinação de resíduos de saúde para descon‑ Quantidade (kg) de resíduos de saúde destinados Mensal e semestral.
taminação à descontaminação.
Destinação de resíduos de obras à reciclagem Quantidade (kg) de resíduos de obras destinados Anual.
à reciclagem.
Destinação de resíduos de informática (fitas, Quantidade (kg) de resíduos de informática (fitas, Anual.
cabos, mídias, dentre outros) à reciclagem cabos, mídias, dentre outros) destinados à recicla‑
gem.
Total de material reciclável destinado às coo‑ Quantidade (kg) de resíduos recicláveis destinados Mensal e semestral.
perativas às cooperativas.

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VI – Qualidade de vida no ambiente de trabalho
Nome do Indicador Descrição Apuração
Participação dos servidores e/ou ações volta‑ (Quantidade de servidores que participaram de Anual.
das para a qualidade de vida no trabalho ações de qualidade de vida/total de servidores da
instituição) x 100.
Participação de servidores em ações solidárias (Quantidade de servidores que participaram de Anual.
(ex: inclusão digital, alfabetização, campanhas ações solidárias/total de servidores da instituição)
voluntárias) x 100.
Ações de inclusão para servidores com defi‑ Quantidade de ações de inclusão. Anual.
ciência
VII – Telefonia
Nome do Indicador Descrição Apuração
Gasto médio do contrato de telefonia fixa Valor (R$) da fatura/quantidade linhas. Mensal e Anual.
Gasto médio do contrato de telefonia móvel Valor (R$) da fatura/quantidade de linhas. Mensal e Anual.
Gasto total do contrato de telefonia fixa Valor (R$) da fatura de telefonia fixa. Mensal e anual.
Gasto total do contrato de telefonia móvel Valor (R$) da fatura de telefonia móvel. Mensal e anual.
VII – Vigilância
Nome do Indicador Descrição Apuração
Valor inicial do posto Valor total anual do contrato/quantidade de pos‑ Anual.
tos.
Valor atual do posto Valor total anual de repactuação/valor total anual Anual.
de assinatura do contrato.
IX – Limpeza
Nome do Indicador Descrição Apuração
Gasto de limpeza pela área construída Valor (R$) anual do contrato/área construída. Anual.
Grau de repactuação Valor total anual de repactuação/valor total anual Anual.
da assinatura do contrato.
Gasto com material de limpeza Valor (R$) gasto com aquisição de material de lim‑ Anual.
peza.
X – Combustível
Nome do Indicador Descrição Apuração
Consumo de gasolina da frota oficial de veícu‑ Quantidade de litros de gasolina consumidos/ Mensal e Anual.
los quantidadede km rodados
Consumo de etanol da frota oficial de veículos Quantidade de litros de etanol consumidos/quan‑ Mensal e anual.
tidadede km rodados
Consumo de diesel da frota oficial de veículos Quantidade de litros de diesel consumidos/quan‑ Mensal e anual.
tidadede km rodados
XI – Veículos
Nome do Indicador Descrição Apuração
Veículos para transporte de servidores, tra‑ Quantidade de veículos utilizados no transporte Anual.
mitação de documentos e demais atividades de servidores, tramitação de documentos e de‑
funcionais mais atividades funcionais/total de servidores.
Veículos para transporte de magistrados Quantidade de veículos utilizados no transporte Anual.
de magistrados /total de magistrados.
Noções de Sustentabilidade

Gasto com manutenção dos veículos da frota Valor (R$) da fatura do total de contratos de manu‑ Anual.
tenção/ quantidade de veículos.
XII – Layout
Nome do Indicador Descrição Apuração
Valor gasto com reformas nas unidades Valor gasto com reformas nas unidades no ano vi‑ Anual.
gente/ Valor gasto com reformas no ano anterior.
XIII – Capacitação de servidores em educação socioambiental
Nome do Indicador Descrição Apuração
Sensibilização e capacitação do corpo funcio‑ Quantidade de ações de sensibilização e capacita‑ Anual.
nal e força de trabalho auxiliar ção.

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ANEXO II DA RESOLUÇÃO 201, DE 3 DE MARÇO DE 2015 3.  Rever as rotinas de trabalho quanto à limpeza das
instalações de modo a otimizar os serviços realizados.
Sugestões de práticas de sustentabilidade, racionalização
e consumo consciente quanto à aquisição de materiais e Energia Elétrica
à contratação de serviços
1. Fazer diagnóstico da situação das instalações elétricas
Papel e suprimentos de impressão e propor as alterações necessárias para redução de consumo.
2.  Monitorar os dados de consumo e informá‑los ao
1.  Dar preferência ao uso de mensagens eletrônicas corpo funcional.
(e‑mail) na comunicação evitando o uso do papel. 3.  Desligar luzes e equipamentos ao se ausentar do
2. Evitar a impressão de documentos. ambiente.
3. Fazer a revisão dos documentos antes de imprimi‑los. 4. Fechar as portas e janelas quando o ar condicionado
4. Sempre que possível, imprimir em fonte econômica estiver ligado para não diminuir sua eficiência.
(eco fonte) e frente e verso. 5. Aproveitar as condições naturais do ambiente de
5. Configurar ou substituir os equipamentos de impressão trabalho – ventilação, iluminação natural.
e cópia para modo frente e verso automático. 6.  Desligar alguns elevadores nos horários de menor
6. Somente disponibilizar um cartucho/tonner novo ao movimento e promover campanhas de incentivo ao uso
receber o velho completamente vazio. das escadas.
7. Reaproveitar as folhas impressas de um lado para nova 7. Revisar o contrato de energia visando à racionalização
impressão ou confecção de blocos de rascunho. em razão da real demanda de energia elétrica.
8.  Dar preferência ao uso do papel reciclado ou não 8. Dar preferência, quando da substituição, a aparelhos
clorado. de ar condicionado e outros equipamentos eletroeletrônicos
9.  Realizar campanhas de sensibilização e consumo mais modernos e eficientes, respeitadas as normas técnicas
consciente quanto ao uso do papel, e vigentes.
10.  Monitorar os dados de consumo e informá‑los ao 9. Buscar implementar soluções que tragam eficiência
corpo funcional. energética à edificação, como a substituição de lâmpadas
fluorescentes por dispositivos em led, placas fotovoltaicas
para captação de energia solar e outras tecnologias limpas
Sistemas informatizados
para geração de energia.
10. Utilizar, sempre que possível, sensores de presença
1.  Promover o desenvolvimento de sistemas informa‑
em locais de trânsito de pessoas.
tizados de documentos em substituição aos documentos
11. Reduzir a quantidade de lâmpadas, estabelecendo
impressos.
um padrão por m² e estudando a viabilidade de se trocar as
2. Interagir de forma eficiente com os sistemas eletrô‑ calhas embutidas por calhas “invertidas”.
nicos de processos administrativos e/ou judiciais com o 12.  Realizar campanhas de sensibilização e consumo
objetivo de evitar a impressão. consciente quanto ao uso da energia.
3. Digitalizar os documentos impressos.
4.  Promover o uso de ferramentas virtuais na gestão Água e esgoto
administrativa para melhor controle, gerenciamento e aten‑
dimento de demandas. 1. Realizar levantamento e monitorar, periodicamente,
a  situação das instalações hidráulicas e propor alterações
Copos descartáveis e águas engarrafadas necessárias para redução do consumo.
2.  Monitorar os dados de consumo e informá‑los ao
1. Substituir o uso de copos descartáveis por dispositivos corpo funcional.
retornáveis duráveis ou biodegradáveis. 3.  Adotar medidas para evitar o desperdício de água
2. Dar preferência para aquisição de copos produzidos como a instalação de descargas e torneiras mais eficientes
com materiais que minimizem os impactos ambientais de e com dispositivos economizadores.
seu descarte; 4. Não utilizar água nobre para fins não nobres (ex.: lava‑
3. Incentivar o uso do copo retornável com campanhas gem de veículos, manutenção de jardins, lavagem de brises).
de sensibilização e consumo consciente. 5. Criar rotinas periódicas para lavagem de grandes áreas
4.  Monitorar os dados de consumo e informá‑los ao e irrigação de jardins.
corpo funcional. 6. Dar preferência a sistemas de reuso de água e trata‑
5. Substituir o consumo de água engarrafada em copinhos mento dos efluentes gerados.
plásticos de 200 ml e garrafas plásticas por garrafões de 20 7. Dar preferência a sistemas de medição individualizados
litros, sistemas de filtragem ou bebedouros tendo em vista de consumo de água.
as questões econômico‑financeiras e impactos ambientais 8. Analisar a viabilidade de aproveitamento da água da
Noções de Sustentabilidade

negativos gerados pelos resíduos plásticos. chuva e poços artesianos, com a devida outorga, e;
6.  Os equipamentos como garrafões de 20 litros, be‑ 9.  Realizar campanhas de sensibilização e consumo
bedouros e sistemas de filtragem devem ser higienizados consciente quanto ao uso da água.
periodicamente de acordo com os normativos legais ou
instruções do fabricante. Gestão de resíduos

Material de limpeza 1. Promover a implantação da coleta seletiva em conso‑


nância com a Resolução CONAMA nº 275/2001, o Decreto
1. Usar preferencialmente produtos biodegradáveis de nº  5.940/2006, a  Lei nº  12.305/2010 e demais legislação
limpeza. pertinente, quanto ao estabelecimento de parcerias com
2. Incluir nos contratos de limpeza a capacitação e sen‑ cooperativas de catadores (sempre que possível, respeitadas
sibilização periódica das equipes de limpeza. as limitações dos municípios) e tabela de cores.

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2.  Promover a destinação ecologicamente correta dos Mobiliário
resíduos gerados (desde material de expediente até óleos
lubrificantes, pneus, pilhas, baterias, lixo eletrônico, quando 1.  Adquirir mobiliário observando as normas de ergo‑
houver). nomia.
3. Realizar campanhas de sensibilização e consumo cons‑ 2.  No caso dos itens em madeira, observar a origem
ciente quanto ao descarte correto de resíduos. legal do produto.
4.  Monitorar os dados de consumo e informá‑los ao
corpo funcional. Desfazimento de documentos, materiais e bens
5.  Implantar planos de gestão de resíduos de saúde móveis
nos casos cabíveis, conforme previsto na RDC ANVISA
nº 306/2004. 1. Recomendar que o desfazimento de bens móveis e ma‑
6. Incluir nos contratos para cessão de espaço público teriais tenha o apoio das unidades ou núcleos socioambien‑
que tenham como objetos restaurantes ou lanchonetes, tais, para identificação da melhor destinação, considerando
previsão para que a contratada dê destino ecologicamente o que estabelece Lei nº 12.305/2010, que institui a Política
correto ao óleo de cozinha, apresentando relatório mensal Nacional de Resíduos Sólidos e Decreto nº 7.404/2010, que
dos resíduos gerados, e; regulamenta a mencionada Lei.
7. Incluir nos contratos de manutenção predial a descon‑ 2.  Descartar de forma ecologicamente correta os do‑
taminação e descarte ecologicamente correto de lâmpadas. cumentos e processos judiciais de acordo com a tabela de
temporalidade e Recomendação CNJ nº 37/2011.
Qualidade de vida no ambiente de trabalho 3. Incentivar ações de reutilização de materiais.

1. Adotar medidas para promover um ambiente físico de Contratações sustentáveis


trabalho seguro e saudável.
2. Adotar medidas para avaliação e controle da qualidade 1. Estimular contratações sustentáveis, ou seja, com a
do ar nos ambientes climatizados. inserção de critérios de sustentabilidade na especificação
3. Realizar manutenção ou substituição de aparelhos que do objeto.
provocam ruídos no ambiente de trabalho. 2. Realizar análise de consumo antes da contratação para
4. Promover atividades de integração e de qualidade de avaliação da real necessidade de aquisição.
vida no trabalho.
5. Realizar campanhas, oficinas, palestras e exposições de Material de consumo – planejamento e uso
sensibilização das práticas sustentáveis para os servidores,
funcionários terceirizados e magistrados com divulgação 1. A unidade responsável pela administração de material
por meio da intranet, cartazes eletrônicos e informativos. do órgão deve controlar e monitorar os dados de consumo
6. Incentivar a adoção de práticas sustentáveis e colabo‑ e informá‑los às unidades de trabalho.
rativas reconhecendo e premiando as unidades que possuem 2.  Os gestores devem informar ao corpo funcional os
bons índices de consumo. índices de consumo da unidade estimulando o consumo
7.  Incentivar a realização de cursos à distância com a consciente em busca do ponto de equilíbrio.
temática da sustentabilidade reforçando as práticas reali‑
zadas no tribunal. RESOLUÇÃO TSE Nº 23.474, DE 19 DE ABRIL
8.  Buscar parcerias com a comunidade e órgãos da DE 2016
administração local no sentido de implementar possíveis
inovações e serviços (ex.: coleta de óleo pela concessionária Dispõe sobre a criação e com-
local, recolhimento de lixo eletrônico, etc.), e; petências das unidades ou núcleos
9. Trocar experiências com outros órgãos no sentido de socioambientais nos Tribunais
buscar novas práticas. Eleitorais e implantação do res-
pectivo Plano de Logística Susten-
Veículos e transporte tável da Justiça Eleitoral (PLS‑JE).

1. Dar preferência a contratos de aquisição de veículos O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, no uso das atribuições
com dação em pagamento. que lhe são conferidas pela alínea b do art. 8º do Regimento
2. Estabelecer rotas preferenciais entre os destinos mais Interno do Tribunal Superior Eleitoral (RITSE),
utilizados considerando a redução no consumo de combus‑ CONSIDERANDO o disposto no art. 170, VI, da Consti‑
tíveis e emissão de gases poluentes. tuição da República Federativa do Brasil, que trata da de‑
3.  Utilizar preferencialmente combustíveis menos po‑ fesa do meio ambiente, incluindo tratamento diferenciado
luentes e de fontes renováveis como o etanol. conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e
Noções de Sustentabilidade

4.  Estabelecer rotinas de manutenção preventiva nos de seus processos de elaboração e prestação; bem como
veículos. o  art. 225  que estabelece que todos têm direito ao meio
5. Dar preferência à lavagem ecológica de veículos ofi‑ ambiente ecologicamente equilibrado;
ciais, e; CONSIDERANDO o disposto no art. 3º da Lei nº 8.666, de
6. Estabelecer intervalos sustentáveis entre as lavagens 21 de junho de 1993, que cuida das normas para licitações
de veículos oficiais. e contratos da Administração Pública e  Decreto nº 7.746,
de 5 de junho de 2012, que regulamenta o artigo 3º da re‑
Telefonia ferida Lei, estabelecendo critérios, práticas e diretrizes para
a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas
1.  Implantação de tecnologia VoIP (Voice over Interne contratações realizadas pela Administração Pública Federal;
Protocol)  – substituição de linhas analógicas por rede de CONSIDERANDO a Lei nº 12.187, de 29 de dezembro
dados e voz (ramais). de 2009, que instituiu a Política Nacional de Mudança de

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Clima, com diretrizes ao estímulo e apoio à manutenção e cimento ao desfazimento, considerando o ambientalmente
promoções de padrões sustentáveis de produção e consumo correto, o socialmente justo, e o desenvolvimento econômico
e como um de seus instrumentos à adoção de critérios de equilibrado;
preferência nas licitações e concorrências públicas para as III  – critérios de sustentabilidade: métodos utilizados
propostas que propiciem maior economia de energia, água para avaliação e comparação de bens, materiais ou serviços
e outros recursos naturais e a redução da emissão de gases em função do seu impacto ambiental, social e econômico;
de efeito estufa e de resíduos; e o disposto na Lei nº 12.305, IV  – práticas de sustentabilidade: ações que tenham
de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de como objetivo a construção de um novo modelo de cultura
Resíduos Sólidos e Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de institucional visando à inserção de critérios de sustentabili‑
2010, que regulamenta a supracitada Lei; dade nas atividades da Justiça Eleitoral;
CONSIDERANDO as diretrizes contidas na Lei nº 11.419, V – práticas de racionalização: ações que tenham como
de 19 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a informati‑ objetivo a melhoria da qualidade do gasto público e o aper‑
zação do processo judicial; feiçoamento contínuo na gestão dos processos de trabalho;
CONSIDERANDO a Resolução‑TSE nº 23.439, de 12 de VI – coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamen‑
março de 2015, a qual aprova o Planejamento Estratégico te separados conforme sua constituição ou composição com
do Tribunal Superior Eleitoral para o período 2015-2020, que destinação ambientalmente adequada;
insere a execução de ações relacionadas às práticas socio‑ VII  – coleta seletiva solidária: coleta dos resíduos re‑
ambientais sustentáveis, acessibilidade e uso de tecnologia cicláveis descartados, separados na fonte geradora, para
limpa na busca do fortalecimento da democracia como destinação às associações e cooperativas de catadores de
garantia do direito de cidadania. materiais recicláveis;
CONSIDERANDO os modelos de boas práticas de gestão VIII – resíduos recicláveis descartados: materiais passíveis
sustentável do Poder Executivo, mencionadas nas  Instru‑ de retorno ao seu ciclo produtivo, rejeitados pelos órgãos
ções  Normativas MPOG nº  1/2010  e 12/2012, que esta‑ da Justiça Eleitoral;
belecem, respectivamente, critérios de sustentabilidade IX – material de consumo: todo material que, em razão
ambiental e aquisição de bens, contratação de serviços ou de sua utilização, perde normalmente sua identidade física
obras da Administração Pública Federal direta, autárquica e/ou tem sua utilização limitada a dois anos;
e fundacional; e as regras para elaboração dos Planos de X  – gestão documental: conjunto de procedimentos e
Gestão de Logística Sustentável; operações técnicas para produção, tramitação, uso e ava‑
CONSIDERANDO o Relatório de Gestão Individual, que liação de documentos, com vistas à sua guarda permanente
integra o processo de Tomada de Contas Anual do Tribunal ou eliminação, mediante o uso razoável de critérios de res‑
de Contas da União – TCU, o qual trata da “gestão do uso dos ponsabilidade ambiental;
recursos renováveis e sustentabilidade ambiental”; XI  – inventário físico financeiro: relação de materiais
CONSIDERANDO as recomendações do Tribunal de Con‑ que compõem o estoque onde figuram a quantidade física
tas da União, dispostas no Acórdão nº 1752, de 5 de julho de e financeira, a descrição, e o valor do bem;
2011, que trata das medidas de eficiência e sustentabilidade XII – compra compartilhada: contratação para um gru‑
por meio do uso racional de energia, água e papel adotadas po de participantes previamente estabelecidos, na qual
pela Administração Pública; a responsabilidade de condução do processo licitatório e
CONSIDERANDO a efetiva influência do Poder Público gerenciamento da ata de registro de preços serão de um
na atividade econômica nacional, especialmente por meio órgão ou entidade da Administração Pública Federal com o
das contratações necessárias para o bom desenvolvimento objetivo de gerar benefícios econômicos e socioambientais;
de suas atividades e efetiva prestação de serviços ao público XIII – ponto de equilíbrio: quantidade ideal de recursos
em geral e a importância de ações planejadas e continuadas materiais necessários para execução das atividades desem‑
ligadas à mobilização e sensibilização para questões socio‑ penhadas por uma unidade de trabalho, sem prejuízo de
ambientais no âmbito da Justiça Eleitoral; sua eficiência;
RESOLVE: XIV – corpo funcional: magistrados, servidores efetivos,
sem vínculo efetivo, requisitados e estagiários; e
CAPÍTULO I XV – força de trabalho auxiliar: funcionários terceirizados
Da Criação das Unidades ou Núcleos e menores aprendizes.
Socioambientais nos Tribunais Eleitorais Art. 4º As unidades ou núcleos socioambientais deverão
e suas Competências ter caráter permanente para o planejamento, implementa‑
ção, monitoramento de metas anuais e avaliação de indica‑
dores de desempenho para o cumprimento desta Resolução,
Art. 1º Os órgãos da Justiça Eleitoral, definidos nos in‑ devendo ser criadas no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
cisos I e II do art. 118 da Constituição Federal, devem criar a partir de sua publicação.
unidades ou núcleos socioambientais, estabelecer suas Art. 5º As unidades ou núcleos socioambientais deverão
Noções de Sustentabilidade

competências e implantar o Plano de Logística Sustentável estimular a reflexão e a mudança dos padrões de compra,
da Justiça Eleitoral (PLS‑JE). consumo e gestão documental dos órgãos da Justiça Eleitoral,
Art. 2º Os órgãos definidos no art. 1º deverão adotar mo‑ bem como do corpo funcional e força de trabalho auxiliar
delos de gestão organizacional e de processos estruturados de cada instituição.
na sustentabilidade ambiental, econômica, social. Art. 6º As unidades ou núcleos socioambientais deverão
Art. 3º Para os fins desta Resolução, consideram‑se: fomentar ações que estimulem:
I – visão sistêmica: identificação, entendimento e geren‑ I – o aperfeiçoamento contínuo da qualidade do gasto
ciamento de processos inter‑relacionados como um sistema público;
que contribui para a eficiência da organização no sentido de II – o uso sustentável de recursos naturais e bens públicos;
atingir os seus objetivos; III – a redução do impacto negativo das atividades do
II  – logística sustentável: processo de coordenação do órgão no meio ambiente com a adequada gestão dos resí‑
fluxo de materiais, de serviços e de informações, do forne‑ duos gerados;

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IV – a promoção das contratações sustentáveis; § 7º A qualidade de vida no ambiente de trabalho deve
V – a gestão sustentável de documentos, em conjunto compreender a valorização, satisfação e inclusão do capital
com a unidade responsável; humano das instituições, em ações que estimulem o seu de‑
VI – a sensibilização e capacitação do corpo funcional, senvolvimento pessoal e profissional, assim como a melhoria
força de trabalho auxiliar e de outras partes interessadas; e das condições das instalações físicas.
VII – a qualidade de vida no ambiente de trabalho, em Art. 7º As unidades ou núcleos socioambientais deverão,
conjunto com a unidade responsável. preferencialmente, ser subordinados à alta administração
§ 1º A adequada gestão dos resíduos gerados deverá pro‑ dos Tribunais Eleitorais tendo em vista as suas atribuições
mover a coleta seletiva, com estímulo a sua redução, ao reuso estratégicas e as mudanças de paradigma que suas ações
e à reciclagem de materiais, e  à inclusão socioeconômica compreendem.
dos catadores de resíduos, em consonância com a Política Art. 8º Os Tribunais Eleitorais deverão implementar o
Nacional de Resíduos Sólidos e as limitações regionais. Plano de Logística Sustentável da Justiça Eleitoral (PLS‑JE),
§ 2º O uso sustentável de recursos naturais e bens pú‑ de acordo com o Capítulo II desta Resolução.
blicos deverá ter como objetivos o combate ao desperdício Art. 9º O Tribunal Superior Eleitoral deverá publicar,
e o consumo consciente de materiais, com destaque para a anualmente, por intermédio da Assessoria de Gestão So‑
gestão sustentável de documentos como a implementação cioambiental, o Balanço Socioambiental da Justiça Eleitoral
de processo judicial eletrônico e a informatização dos pro‑ fomentado por informações consolidadas nos relatórios de
cessos e procedimentos administrativos. acompanhamento do PLS‑JE de todos os Tribunais Eleitorais.
§ 3º A promoção das contratações sustentáveis deverá
observar a integração dos aspectos ambientais, econômicos
e sociais do desenvolvimento sustentável. CAPÍTULO II
§ 4º As unidades ou núcleos socioambientais, em inte‑ Do Plano de Logística Sustentável
ratividade com as áreas envolvidas direta ou indiretamente da Justiça Eleitoral (PLS‑JE)
com as contratações, deverão fomentar a inclusão de práticas
de sustentabilidade, racionalização e consumo consciente, Art. 10. O PLS‑JE é instrumento vinculado ao planeja‑
que compreende as seguintes etapas: mento estratégico da Justiça Eleitoral com objetivos e res‑
I – estudo e levantamento das alternativas à aquisição de ponsabilidades definidas, ações, metas, prazos de execução,
mecanismos de monitoramento e avaliação de resultados,
produtos e serviços solicitados, considerando:
que permite estabelecer e acompanhar práticas de sustenta‑
a) verificação da real necessidade de aquisição do pro‑
bilidade, racionalização e qualidade que objetivem uma me‑
duto e/ou serviço;
lhor eficiência do gasto público e da gestão dos processos de
b) existência no mercado de alternativas sustentáveis
trabalho, considerando a visão sistêmica da Justiça Eleitoral.
considerando o ciclo de vida do produto;
Art. 11. Ficam instituídos os indicadores mínimos para
c) a legislação vigente e as normas técnicas, elaboradas
avaliação do desempenho ambiental e econômico do Plano
pela ABNT, para aferição e garantia da aplicação dos requisi‑ de Logística Sustentável da Justiça Eleitoral conforme Anexo
tos mínimos de qualidade, utilidade, resistência e segurança I, que devem ser aplicados aos Tribunais Eleitorais.
dos materiais utilizados; Art. 12. Os  Tribunais Eleitorais deverão constituir co‑
d) conformidade dos produtos, insumos e serviços com missão gestora do PLS‑JE composta por no mínimo 5 (cinco)
os regulamentos técnicos pertinentes em vigor expedidos servidores, que serão designados pela alta administração no
pelo Inmetro de forma a assegurar aspectos relativos à saúde, prazo de 30 (trinta) dias a partir da constituição das unidades
à segurança, ao meio ambiente, ou à proteção do consumidor ou núcleos socioambientais.
e da concorrência justa; §  1º A comissão gestora do PLS‑JE será composta,
e) normas da ANVISA quanto à especificação e classifi‑ obrigatoriamente, por um servidor da unidade ou núcleo
cação, quando for o caso; socioambiental, da unidade de planejamento estratégico
f) as Resoluções do CONAMA, no que couber; e da área de compras ou aquisições do Tribunal Eleitoral.
g) descarte adequado do produto ao fim de sua vida § 2º A comissão gestora do PLS‑JE terá a atribuição de
útil, em observância à Política Nacional de Resíduos Sólidos; elaborar, monitorar, avaliar e revisar o PLS‑JE do Tribunal
II – especificação ou alteração de especificação já existen‑ Eleitoral.
te do material ou serviço solicitado, observando os critérios Art. 13. O PLS‑JE será aprovado pela alta administração
e práticas de sustentabilidade, em conjunto com a unidade do órgão.
solicitante; Parágrafo único. O  PLS‑JE poderá ser subdividido,
III – lançamento ou atualização das especificações no sis‑ a critério de cada órgão, em razão da complexidade de sua
tema de compras e administração de material da instituição; estrutura.
IV – dentre os critérios de consumo consciente, o pedido Art. 14. O PLS‑JE deverá conter, no mínimo:
de material e/ou planejamento anual de aquisições deverão I – relatório consolidado do inventário de bens e materiais
Noções de Sustentabilidade

ser baseados na real necessidade de consumo até que a do Tribunal Eleitoral, com a identificação dos itens nos quais
unidade possa atingir o ponto de equilíbrio, considerando foram inseridos critérios de sustentabilidade por ocasião de
os anos eleitorais e não eleitorais. sua aquisição;
§  5º O histórico de consumo da unidade deverá ser II – práticas de sustentabilidade, racionalização e consu‑
considerado para monitoramento de dados e poderá ser um mo consciente de materiais e serviços;
dos critérios utilizados no levantamento da real necessidade III – responsabilidades, metodologia de implementação,
de consumo. avaliação do plano e monitoramento dos dados;
§ 6º A sensibilização e capacitação do corpo funcional, IV – ações de divulgação, sensibilização e capacitação.
força de trabalho auxiliar e, quando for o caso, de outras Art. 15. A elaboração e atualização do inventário de bens
partes interessadas deverão estimular de forma contínua o e materiais, adquiridos no período de um ano, deverão ser
consumo consciente e a responsabilidade socioambiental feitas em conformidade com a normatização interna de cada
no âmbito da instituição. Tribunal Eleitoral, conforme definição no art. 3º, XI.

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Art. 16. As práticas de sustentabilidade, racionalização e de cada Tribunal Eleitoral, desde o ingresso do servidor no
consumo consciente de materiais e serviços deverão abran‑ órgão.
ger, no mínimo, os seguintes temas: § 1º O Tribunal Eleitoral poderá exigir em conteúdo pro‑
I – uso eficiente de insumos e materiais considerando, gramático dos concursos públicos o tema responsabilidade
inclusive, o processo eletrônico de votação, a implantação socioambiental, em conformidade com seu Plano Estratégico,
do PJe e a informatização dos processos e procedimentos respeitados os valores estratégicos de cada órgão.
administrativos; § 2º As atividades de ambientação de novos servidores e
II – energia elétrica; colaboradores deverão difundir as ações sustentáveis prati‑
III – água e esgoto; cadas, de modo a consolidar os novos padrões de consumo
IV – gestão de resíduos; consciente do órgão.
V – qualidade de vida no ambiente de trabalho; Art. 20. As seguintes iniciativas da Administração Pública
VI  – sensibilização e capacitação contínua do corpo Federal poderão ser observadas na elaboração dos PLS‑JE:
funcional, força de trabalho auxiliar e, quando for o caso, I – Programa de Eficiência do Gasto Público (PEG), desen‑
de outras partes interessadas; volvido no âmbito da Secretaria de Orçamento Federal do
VII – contratações sustentáveis, compreendendo, pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SOF/MP);
menos, obras, equipamentos, combustível, serviços de vigi‑ II – Programa Nacional de Conservação de Energia Elé‑
lância, de limpeza, de telefonia, de processamento de dados, trica (Procel), coordenado pela Secretaria de Planejamento
de apoio administrativo e de manutenção predial, conforme e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e
disposto no art. 3º, XII; Energia (SPE/MME);
VIII – deslocamento de pessoal, bens e materiais consi‑ III – Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P),
derando todos os meios de transporte, com foco na redução coordenada pela Secretaria de Articulação Institucional
de gastos e de emissões de substâncias poluentes. e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente
Art. 17. As contratações efetuadas pelo Tribunal Eleitoral (SAIC/MMA);
deverão observar: IV  – Coleta Seletiva Solidária, desenvolvida no âmbito
I – critérios de sustentabilidade na aquisição de bens, da Secretaria‑Executiva do Ministério do Desenvolvimento
tais como: Social e Combate à Fome (SE/MDS);
a) rastreabilidade e origem dos insumos de madeira V  – Projeto Esplanada Sustentável (PES), coordenado
como itens de papelaria e mobiliário, a partir de fontes de pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por
manejo sustentável; meio da SOF/MP, em articulação com o Ministério do Meio
b) eficiência energética e nível de emissão de poluentes Ambiente, Ministério de Minas e Energia e Ministério do
de máquinas e aparelhos consumidores de energia, veículos e Desenvolvimento Social;
prédios públicos observados os normativos legais existentes; VI – Contratações Públicas Sustentáveis (CPS), coordena‑
c) eficácia e segurança dos produtos usados na limpeza da pelo órgão central do Sistema de Serviços Gerais (SISG), na
e conservação de ambientes; forma da Instrução Normativa 1, de 19 de janeiro de 2010, da
d) gêneros alimentícios. Secretaria da Logística e Tecnologia da Informação (SLTI/MP).
II – práticas de sustentabilidade na execução dos serviços; § 1º Os planos de ação, ou instrumentos similares, das
III – critérios e práticas de sustentabilidade no projeto e iniciativas elencadas neste artigo, poderão ser incorporados
execução de obras e serviços de engenharia; aos PLS‑JE dos Tribunais Eleitorais.
IV – emprego da logística reversa na destinação final de § 2º Os guias de contratações sustentáveis poderão ser
suprimentos de impressão, pilhas e baterias, pneus, lâmpa‑ utilizados com o objetivo de orientar a inclusão de critérios e
das, óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens, bem práticas de sustentabilidade a serem observados na aquisição
como produtos eletroeletrônicos e seus componentes, de de bens e na contratação de obras e serviços.
acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, obser‑ § 3º O repositório de boas práticas estará disponível no
vadas as particularidades regionais. sítio, do TSE no qual serão elencadas as iniciativas e ações que
Art. 18. O PLS‑JE deverá ser formalizado em processo ad‑ resultaram em impacto positivo quanto aos aspectos ambien‑
ministrativo e, para cada tema citado no art. 16, deverão ser tais, econômicos, e sociais na gestão dos Tribunais Eleitorais.
criados planos de ação com os seguintes tópicos obrigatórios:
I – objetivo do plano de ação; CAPÍTULO III
II – metas quantificadas a serem alcançadas para cada Disposições Finais
indicador;
III – detalhamento de implementação das ações;
IV – unidades e áreas envolvidas na implementação de Art. 21. O PLS‑JE deverá ser elaborado e publicado no
cada ação e respectivos responsáveis; sítio dos respectivos Tribunais Eleitorais no prazo de 90 (no‑
V – cronograma de implementação das ações; venta) dias, contados a partir da publicação desta Resolução.
VI – previsão de recursos financeiros, humanos, instru‑ Art. 22. Os resultados obtidos a partir da implantação
Noções de Sustentabilidade

mentais, entre outros, necessários para a implementação das ações definidas no PLS‑JE deverão ser publicados ao
das ações, no que couber. final de cada ano no sítio dos respectivos Tribunais Eleitorais,
§ 1º Para os temas listados no art. 16, os resultados al‑ apresentando as metas alcançadas e os resultados medidos
cançados serão avaliados semestralmente e/ou anualmente pelos indicadores.
pela comissão gestora do PLS‑JE, utilizando os indicadores Art. 23. Ao final de cada ano deverá ser elaborado por Tri‑
constantes no Anexo I. bunal Eleitoral relatório de desempenho do PLS‑JE, contendo:
§  2º Caso o Tribunal Eleitoral inclua outros temas no I – consolidação dos resultados alcançados;
PLS‑JE, deverão ser definidos os respectivos indicadores, II – a evolução do desempenho dos indicadores estratégi‑
contendo: nome, fórmula de cálculo, fonte de dados, meto‑ cos da Justiça Eleitoral com foco socioambiental e econômico,
dologia e periodicidade de apuração. de acordo com o previsto no Anexo I;
Art. 19. As iniciativas de capacitação afetas ao tema sus‑ III – identificação das ações a serem desenvolvidas ou
tentabilidade deverão ser incluídas no plano de treinamento modificadas para o ano subsequente.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Parágrafo único: Os relatórios deverão ser publicados Art. 26. O glossário referente ao preenchimento dos in‑
no sítio dos respectivos Tribunais e encaminhados, em dicadores elencados no anexo I será disponibilizado no sítio
forma eletrônica, à Assessoria de Gestão Socioambiental do TSE, na página da Assessoria de Gestão Socioambiental
do Tribunal Superior Eleitoral até o dia 31 de janeiro do no prazo de 30 dias da publicação desta Resolução.
ano subsequente pela autoridade competente do Tribunal Art. 27. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
Eleitoral. publicação.
Art. 24. O  PLS‑JE irá subsidiar, anualmente, o  Balanço
Socioambiental da Justiça Eleitoral a ser publicado pelo TSE Brasília, 19 de abril de 2016.
por intermédio da Assessoria de Gestão Socioambiental, no
prazo de cento e cinquenta dias a contar do recebimento do MINISTRO DIAS TOFFOLI – PRESIDENTE E RELATOR
relatório de desempenho dos Tribunais Eleitorais. MINISTRO GILMAR MENDES
Art. 25. Devido às particularidades da Justiça Eleitoral MINISTRO LUIZ FUX
faz‑se necessária a criação de duas séries históricas a se‑ MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA
rem elaboradas conforme os indicadores do anexo I desta MINISTRO HERMAN BENJAMIN
Resolução, levando‑se em consideração o ano eleitoral e o MINISTRO HENRIQUE NEVES DA SILVA
ano não eleitoral. MINISTRA LUCIANA LÓSSIO

ANEXO I DA RESOLUÇÃO Nº 23.474, DE 19 DE ABRIL DE 2016


Indicadores mínimos para avaliação do desempenho ambiental e econômico do PLS‑JE

I – Materiais de Consumo


Papel
Nome do Indicador/Índice Descrição Apuração
Consumo de papel branco Quantidade (resmas) de papel branco utilizadas Mensal e anual
Gasto com aquisição de papel branco Valor (R$) gasto com a compra de papel branco Mensal e anual
Consumo de papel reciclado Quantidade (resmas) de papel reciclado utilizadas Mensal e anual
Gasto com aquisição de papel reciclado Valor (R$) gasto com a compra de papel reciclado Mensal e anual
Consumo total de papel branco e reciclado Quantidade total de resmas de papel branco e recicla‑ Mensal e anual
do utilizadas
Copos Descartáveis e água engarrafada
Nome do Indicador/Índice Descrição Apuração
Consumo de copos de 200ml descartáveis Quantidade (centos) de copos de 200 ml/total corpo Semestral e anual
funcional + força de trabalho auxiliar
Gasto com aquisição de copos de 200 ml Valor (R$) gasto com a compra de copos de 200 ml Semestral e anual
Consumo de copos de 50ml descartáveis Quantidade (centos) de copos de 50 ml/total corpo Semestral e anual
funcional + força de trabalho auxiliar
Gasto com aquisição de copos de 50 ml Valor (R$) gasto com a compra de copos de 50 ml Semestral e anual
Gasto total com aquisição de copos descar‑ Valor (R$) gasto com a compra de copos descartáveis Semestral e anual
táveis (200ml + 50ml)
Consumo de água envasada em embalagens Quantidade (unidades) de garrafas descartáveis con‑ Semestral e anual
plásticas (com e sem gás – explicitar o volu‑ sumidas
me em ml ou litro)
Consumo de garrafões de água de 20 litros. Consumo de garrafões de água de 20 litros. Semestral e anual
Gasto com aquisição de água envasada em Valor (R$) gasto com a compra de garrafinhas plásticas Semestral e anual
embalagens plásticas (com e sem gás – ex‑ (com ou sem gás)
plicitar o volume em ml ou litro)
Gasto com aquisição de garrafões de 20 Valor (R$) gasto com a compra de garrafões 20 litros Semestral e anual
litros
II – Impressão de documentos e equipamentos Instalados
Noções de Sustentabilidade

Nome do Indicador/Índice Descrição Apuração


Impressões de documentos totais Quantidade total de impressões/corpo funcional + for‑ Semestral e anual
ça de trabalho auxiliar
Equipamentos instalados Quantidade de equipamentos instalados por unidade Semestral e anual
de trabalho
Performace dos equipamentos instalados Quantidade Impressões/equipamentos instalados por Semestral
(índice de ociosidade baseada na capacida‑ unidade de trabalho
de máxima de impressão)
Gasto com aquisições de suprimentos Valor (R$) gasto com a compra de suprimentos Anual
Gasto com aquisições de impressoras Valor gasto com a compra de equipamentos de impres‑ Anual
são

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Gasto com contratos de outsourcing de im‑ Valor (R$) gasto com o posto de impressão Anual
pressão (equipamento + manutenção + im‑
pressão por folha + suprimento)
III – Energia Elétrica
Nome do Indicador Descrição Apuração
Consumo de energia elétrica Quantidade de Kwh consumidos Mensal e anual
Consumo de energia elétrica por área cons‑ Quantidade de Kwh consumidos/total da área cons­ Mensal e anual
truída truída
Gasto com energia elétrica Valor (R$) da fatura Mensal e anual
Gasto com energia elétrica Valor (R$) da fatura/total área construída Mensal e anual
Adequação do contrato de demanda (fora Demanda registrada fora de ponta/demanda contrata‑ Mensal
de ponta) da ponta (%)
Adequação do contrato de demanda (ponta) Demanda registrada ponta/Demanda contratada ponta (5) Mensal
IV – Água e esgoto
Nome do Indicador Descrição Apuração
Volume de água consumido Quantidade de m³ de água Mensal e anual
Volume de água por área construída Quantidade de m³ de água/área total construída Mensal e anual
Gasto com água Valor (R$) da fatura Mensal e anual
Gasto com água por área construída Valor (R$) da fatura/total área construída Mensal e anual
V – Gestão de resíduos
Nome do Indicador Descrição Apuração
Destinação de papel para reciclagem Quantidade (Kg) de papel destinado à reciclagem Mensal e
semestral
Destinação de suprimento de impressão Quantidade (Kg) de suprimentos de impressão  desti‑ Mensal e
para reciclagem nados à reciclagem semestral
Destinação de plástico para reciclagem Quantidade (Kg) de plástico destinado à reciclagem Mensal e
semestral
Destinação de lâmpadas encaminhadas Quantidade (unidades) de lâmpadas encaminhadas Mensal e
para descontaminação para descontaminação semestral
Destinação de pilhas e baterias encaminha‑ Quantidade (kg) de pilhas e baterias encaminhadas Mensal e
das para descontaminação para descontaminação semestral
Destinação de madeiras para reaproveita‑ Quantidade (Kg) de madeira destinada à reciclagem Mensal e
mento semestral
Destinação de resíduos de vidros para reci‑ Quantidade (Kg) de vidros destinados à reciclagem Mensal e
clagem semestral
Destinação de resíduos de metais para re‑ Quantidade (Kg) de metais destinados à reciclagem Mensal e
ciclagem semestral
Destinação de resíduos de saúde para des‑ Quantidade (Kg) de resíduos de saúde destinados à Mensal e
contaminação descontaminação semestral
Destinação de resíduos de obras à recicla‑ Quantidade (Kg) de resíduos de obras destinados à re‑ Anual
gem ciclagem
Destinação de resíduos de informática (fitas, Quantidade (Kg) de resíduos de informática (fitas, ca‑ Anual
cabos, mídias, dentre outros) à reciclagem bos, mídias, dentre outros) destinados à reciclagem
Total de material reciclável destinado às co‑ Quantidade (Kg) de resíduos recicláveis destinados às Mensal e
operativas cooperativas semestral
Noções de Sustentabilidade

VI – Qualidade de vida no ambiente de trabalho


Nome do Indicador Descrição Apuração
Participação dos servidores e/ou ações vol‑ (Quantidade de servidores que participam de ações Anual
tadas para a qualidade de vida no trabalho de qualidade de vida/total de servidores da institui‑
ção) x 100
Participação de servidores em ações solidá‑ (Quantidade de servidores que participam de ações Anual
rias (ex: inclusão digital, alfabetização, cam‑ solidárias/total de servidores da instituição) x 100
panhas voluntárias)
Ações de inclusão para servidores com de‑ Quantidade de ações de inclusão Anual
ficiência

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VII – Telefonia
Nome do Indicador Descrição Apuração
Gasto médio do contrato de telefonia fixa Valor (R$) da fatura/quantidade linhas Mensal e anual
Gasto médio do contrato de telefonia móvel Valor (R$) da fatura/quantidade linhas Mensal e anual
Gasto total do contrato de telefonia fixa Valor (R$) da fatura de telefonia fixa Mensal e anual
Gasto total do contrato de telefonia móvel Valor (R$) da fatura de telefonia móvel Mensal e anual
VIII – Vigilância
Nome do Indicador Descrição Apuração
Valor inicial do posto Valor total anual do contrato/quantidade de postos Anual
Valor atual do posto Valor total anual de repactuação/valor total anual de Anual
assinatura do contrato
IX – Limpeza
Nome do Indicador Descrição Apuração
Gasto de limpeza pela área construída Valor (R$) anual do contrato/área construída Anual
Grau de repactuação Valor total anual de repactuação/valor total anual assi‑ Anual
natura do contrato
Gastos com material de limpeza Valor (R$) gasto com aquisição de material de limpeza Anual
X – Combustível
Nome do Indicador Descrição Apuração
Consumo de gasolina da frota oficial de ve‑ Quantidade de litros de gasolina consumidos/quanti‑ Mensal e Anual
ículos dade de km rodados
Consumo de etanol da frota oficial de veí‑ Quantidade de litros de etanol consumidos/quantida‑ Mensal e Anual
culos de de km rodados
consumo de diesel da frota oficial de veícu‑ Quantidade de litros de diesel consumidos/quantida‑ Mensal e Anual
los de de km rodados
XI – Veículos
Nome do Indicador Descrição Apuração
Veículos para transporte de servidores, tra‑ Quantidade de veículos utilizados no transporte de Anual
mitação de documentos e demais ativida‑ servidores, tramitação de documentos e demais ativi‑
des funcionais dades funcionais/total de servidores
Veículos para transporte de magistrados Quantidade de veículos utilizados no transporte de Anual
magistrados/total de magistrados
Gasto com manutenção dos veículos da Valor (R$) da fatura do total de contratos de manuten‑ Anual
frota ção /quantidade de veículos
XII – Layout
Nome do Indicador Descrição Apuração
Valor gasto com reformas nas unidades Valor gasto com reformas nas unidades no ano vigen‑ Anual
te/ Valor gasto com reformas no ano anterior
XIII – Capacitação de servidores em educação socioambiental
Nome do Indicador Descrição Apuração
Sensibilização e capacitação do corpo fun‑ Quantidade de ações de sensibilização e capacitação Anual
cional e força de trabalho auxiliar

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável de‑


AGENDA AMBIENTAL DA ADMINISTRAÇÃO pende de planejamento e do reconhecimento de que os re‑
Noções de Sustentabilidade

cursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma


PÚBLICA (A3P) nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em
conta o meio ambiente.
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentá‑ Os novos desafios globais e a necessidade de promover
vel é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da uma Agenda de Desenvolvimento, “que atenda às necessi‑
geração atual, sem comprometer a capacidade de atender dades do presente, sem comprometer a capacidade de as
as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades”,
que não esgota os recursos para o futuro. tendo como princípio a necessidade de mudar comporta‑
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio mentos e adotar novas práticas éticas e responsáveis – tanto
Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas no setor empresarial como público –, destacam a importân‑
para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o cia da criação de políticas e programas de Responsabilidade
desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. Socioambiental (RSA).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Promover a RSA é um dos elementos esseciais para o de‑ positivos obtidos ao longo do seu desenvolvimento, ganhan‑
senvolvimento sustentável e demanda a integração das mais do o prêmio “O melhor dos exemplos” na categoria Meio
diversas instituições que podem e devem ser mais envolvidas Ambiente.
nas discussões atuais. Sustentabilidade não pode ser um as‑ Diante da sua importância, a A3P foi incluída no Plano
sunto somente para seminários ou produção de relatórios, Plurianual (PPA) 2004/2007 como ação integrante do pro‑
mas sim um critério a ser inserido em todas as atividades grama de Educação Ambiental para Sociedades Sustentá‑
governamentais, sejam elas atividades meio ou finalísticas. veis, tendo continuidade no PPA 2008/2011. Essa medida
No âmbito do setor público, até o momento não existe garantiu recursos que viabilizaram a implantação efetiva da
um entendimento único ou uma definição universal para a A3P, tornando-a um referencial de sustentabilidade nas ati‑
Responsabilidade Socioambiental. vidades públicas.
O conceito pode divergir entre os diferentes órgãos e A partir de 2007, com a reestruturação do Ministério do
entidades, e também dos utilizados por diferentes organi‑ Meio Ambiente, a A3P passou a integrar o Departamento
zações da sociedade civil e setor empresarial. de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental (DCRS), da
Além de implantar uma política coerente de RSA, o gover‑ Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental
no possui um papel importante na disponibilização das con‑ (SAIC).
dições necessárias para que outros setores da economia pos‑ Nesse novo arranjo institucional, a A3P foi fortalecida
sam responder melhor às expectativas sociais e necessidades enquanto Agenda de Responsabilidade Socioambiental do
de preservação ambiental. A estrutura para a implantação de Governo e passou a ser uma das principais ações para pro‑
uma política de RSA demanda a construção de novas, bem posição e estabelecimento de um novo compromisso gover‑
como o aperfeiçoamento das atuais ferramentas públicas, namental ante as atividades da gestão pública, englobando
leis e regulamentações, infraestrutura, serviços e incentivos critérios ambientais, sociais e econômicos a tais atividades.
que possam promover e/ou garantir as mudanças necessárias Atualmente, a A3P é um dos principais programas de
para que as atividades públicas sejam sustentáveis. gestão socioambiental da administração pública. Ela tem sido
implementada por diversos órgãos e instituições públicas
Atenção! e é um referencial para outros segmentos da sociedade. O
Segundo a ISO 16000, responsabilidade socioambiental Ministério do Meio Ambiente, por sua vez, tem empreendido
é a responsabilidade que uma organização tem pelos esforços constantes de aperfeiçoamento do programa como
impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no a criação do sistema de monitoramento online e do banco
meio ambiente, por meio de um comportamento ético e de boas práticas sustentáveis.
transparente que contribua para o desenvolvimento sus‑
tentável, inclusive a saúde e bem-estar da sociedade; leve Marco Legal
em consideração as expectativas das partes interessadas;
esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja O Código Florestal, publicado em 1965 (Lei nº 4.771),
consistente com as normas internacionais de compor‑ constituiu um dos primeiros passos em termos de legislação
tamento; esteja integrada em toda a organização e seja ambiental no Brasil. Suas premissas abordavam a proteção
praticada em suas relações. de florestas nativas e a definição das áreas de preservação
permanente, em que a conservação da vegetação é obri‑
Atualmente, muitas iniciativas já estão sendo implemen‑ gatória. As sanções ambientais que existiam na lei foram
tadas e são uma tentativa das instituições governamentais de criminalizadas a partir da Lei de Crimes Ambientais, em 1998.
dar o exemplo. O Ministério do Meio Ambiente, por exemplo, Criada em 1981, a Lei da Política Nacional do Meio Am‑
lançou e tem implementado, desde 1999, a Agenda Ambien- biente (Lei nº 6.938) é considerada um marco histórico no
tal para a Administração Pública (A3P), que estudaremos a desenvolvimento do direito ambiental, estabelecendo de‑
seguir. A A3P é uma ação voluntária que busca a adoção de finições legais sobre os temas: meio ambiente, degrada‑
novos padrões de produção e consumo, sustentáveis, dentro ção da qualidade ambiental, poluição, poluidor e recursos
do governo. ambientais. Esta lei instituiu, entre outros, um importante
mecanismo de proteção ambiental – o estudo prévio de
Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P)1 impacto ambiental (EIA) e seu respectivo relatório (Rima),
instrumentos modernos em termos ambientais mundiais.
Histórico Seguiu-se à Lei de Ação Civil Pública (Lei nº 7.347, de
1985), a qual tutela os valores ambientais, disciplinando a
A Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) ação civil pública de responsabilidade por danos causados
surgiu em 1999 como um projeto do Ministério do Meio ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
Ambiente que buscava a revisão dos padrões de produção artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Em 1988, nossa Constituição Federal dedicou, em seu
Noções de Sustentabilidade

e consumo e a adoção de novos referenciais de sustentabi‑


lidade ambiental nas instituições da administração pública. Título VIII – Da Ordem Social, Capítulo VI, artigo 225, nor‑
Dois anos após o lançamento do projeto, foi criado o mas direcionais da problemática ambiental, definindo meio
Programa Agenda Ambiental na Administração Pública, cujo ambiente como bem de uso comum do povo.
objetivo era sensibilizar os gestores públicos para a impor‑ Já a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que trata
tância das questões ambientais, estimulando-os a incorporar dos crimes ambientais, é considerada um marco na proteção
princípios e critérios de gestão ambiental em suas atividades efetiva do meio ambiente.
rotineiras. Por sua vez, a Conferência da ONU sobre o Meio Am‑
Em 2002, a A3P foi reconhecida pela Unesco devido à biente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro e co‑
relevância do trabalho desempenhado e dos resultados nhecida como ECO-92, sacramentou, em termos mundiais,
a preocupação com as questões ambientais, reforçando os
Disponível em: http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80063/cartilha%20
1 princípios e as regras para o combate à degradação am‑
completa%20A3P_.pdf. Com adaptações. Acesso: 05/07/2016. biental. Uma das principais conquistas da conferência foi a

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
elaboração da Agenda 21, instrumento diretriz do desen‑ Eixos Temáticos da A3P
volvimento sustentável que concilia métodos de proteção Atualmente, a A3P está estruturada a partir de seis eixos
ambiental, justiça social e eficiência econômica. temáticos prioritários:
As diretrizes da A3P se fundamentam nas recomendações 1. Uso racional dos recursos naturais e bens públicos;
do Capítulo IV da Agenda 21, que indica aos países o “esta‑ 2. Gerenciamento de resíduos sólidos;
belecimento de programas voltados ao exame dos padrões 3. Qualidade de vida no ambiente de trabalho;
insustentáveis de produção e consumo e o desenvolvimento 4. Sensibilização e capacitação dos servidores;
de políticas e estratégias nacionais de estímulo a mudanças 5. Contratações públicas sustentáveis; e
nos padrões insustentáveis de consumo”, no Princípio 8 da 6. Construções sustentáveis.
Declaração do Rio-92, que afirma que “os Estados devem
reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produção e Todos os eixos foram definidos tendo como base o prin‑
consumo e promover políticas demográficas adequadas” e, cípio dos 5 Rs: Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recu‑
ainda, na Declaração de Joanesburgo, que institui a “adoção sar consumir produtos que gerem impactos socioambientais
do consumo sustentável como princípio basilar do desenvol‑ negativos.
vimento sustentável”.
Em face do ordenamento jurídico brasileiro, entende-se 1. Uso racional dos recursos naturais e bens públicos
ser viável a implantação de uma política de responsabilidade Usar racionalmente os recursos naturais e bens públicos
socioambiental no Brasil. implica em ações de economicidade do gasto, otimização
do uso dos recursos naturais e bens públicos e redução do
O que é a A3P? desperdício. Este eixo engloba o consumo de água, energia,
papel, copos plásticos, madeira, transporte e demais bens e
A A3P é um programa que busca incorporar os princí‑ materiais utilizados pela administração pública.
pios da responsabilidade socioambiental nas atividades da Estudos apontam que o consumo dos recursos naturais
Administração Pública, por meio do estímulo a determina‑ já excede em 30% a capacidade do planeta se regenerar,
das ações que vão, desde uma mudança nos investimentos, se mantivermos o ritmo atual, somado ao crescimento po‑
compras e contratações de serviços pelo governo, passando pulacional, em torno de 2030 precisaríamos de mais dois
pela sensibilização e capacitação dos servidores, pela gestão planetas para nos manter.
adequada dos recursos naturais utilizados e resíduos gera‑ O acúmulo de riqueza e o consumo cada vez maior de
dos, até a promoção da melhoria da qualidade de vida no bens e serviços fazem parte das sociedades e economias
ambiente de trabalho. Essas ações embasam e estruturam modernas. Infelizmente, a cultura do desperdício é a marca
os eixos temáticos da A3P, que serão tratados a seguir. do nosso tempo, fruto de um modelo econômico apoiado em
A Agenda se encontra em harmonia com o princípio da padrões de consumo e produção insustentáveis, que ultra‑
economicidade, que se traduz na relação custo-benefício e, passa as camadas de alta renda e paradoxalmente atinge as
ao mesmo tempo, atende ao princípio constitucional da efi‑ camadas menos favorecidas. Cabe-nos refletir sobre a origem
e a hegemonia de uma cultura pautada pelo desperdício.
ciência, incluído no texto da Carta Magna (art. 37) por meio
A economia brasileira caracteriza-se por elevado nível de
da Emenda Constitucional nº 19/1998, e que se trata de um
desperdício de recursos naturais. A redução desses constitui
dever da administração.
verdadeira reserva de desenvolvimento para o Brasil, bem
como fonte de bons negócios para empresas decididas a
De olho na doutrina! enfrentar o problema.
Quando se fala em meio ambiente, passam desperce‑
“... o que se impõe a todo agente público de realizar suas bidas oportunidades de negócios ou de redução de custos.
atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcio‑ Sendo o meio ambiente um potencial provedor de recursos
nal. É o mais moderno princípio da função administrati‑ mal aproveitados, sua inclusão no horizonte de negócios
va, que já não se contenta em ser desempenhada apenas pode gerar atividades que proporcionem lucro ou pelo me‑
com legalidade, exigindo resultados positivos para o servi‑ nos se paguem com a poupança de energia, de água, ou de
ço público e satisfatório atendimento das necessidades da outros recursos naturais. Reciclar resíduos, por exemplo, é
comunidade e de seus membros.” (Princípio da eficiência transformá-los em produtos com valor agregado. Conservar
administrativa – Hely Lopes Meirelles) energia, água e outros recursos naturais é reduzir custos de
produção.
Objetivos da A3P Tanto a proteção ambiental, em face da crescente de‑
manda, como a potencialização de novas possibilidades de
A A3P tem como principal objetivo estimular a refle‑ oferta ambiental adquiriram importância extraordinária, cuja
xão e a mudança de atitude dos servidores para que os influência sobre o desenvolvimento se torna cada vez mais
mesmos incorporem os critérios de gestão socioambiental relevante. Uma abordagem básica relacionada às preocupa‑
Noções de Sustentabilidade

em suas atividades rotineiras. A A3P também busca: ções ambientais se constitui na utilização positiva do meio
• sensibilizar os gestores públicos para as questões so‑ ambiente no processo de desenvolvimento. Trata-se da valo‑
cioambientais; rização de recursos que ainda não haviam sido incorporados à
• promover o uso racional dos recursos naturais e a re‑ atividade econômica. É recurso hoje o que não foi recurso
dução de gastos institucionais; ontem. Poderá ser recurso amanhã o que não foi percebido
• contribuir para revisão dos padrões de produção e hoje como recurso.
consumo e para a adoção de novos referenciais de
sustentabilidade no âmbito da administração pública; Escassez dos Recursos Naturais
• reduzir o impacto socioambiental negativo direto e in‑
direto causado pela execução das atividades de caráter Água
administrativo e operacional; Inúmeras são as previsões relativas à escassez de água, em
• contribuir para a melhoria da qualidade de vida. consequência da desconsideração da sua esgotabilidade. A

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
água é um dos recursos naturais fundamentais para as dife‑ IV – identificação das soluções consorciadas ou compar‑
rentes atividades humanas e para a vida, de uma forma geral. tilhadas com outros geradores;
O Brasil detém 13% das reservas de água doce do Planeta, V – ações preventivas e corretivas a serem executadas em
que são de apenas 3%. Esta visão de abundância, aliada à situações de gerenciamento incorreto ou acidentes;
grande dimensão continental do País, favoreceu o desenvol‑ VI – metas e procedimentos relacionados à minimização
vimento de uma consciência de inesgotabilidade, isto é, um da geração de resíduos sólidos e, observadas as normas es‑
consumo distante dos princípios de sustentabilidade e sem tabelecidas pelos órgãos competentes, à reutilização e re‑
preocupação com a escassez. A elevada taxa de desperdício ciclagem;
de água no Brasil, 70%, comprova essa despreocupação. VII – se couber, ações relativas à responsabilidade com‑
partilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
Energia VIII – medidas saneadoras dos passivos ambientais rela‑
No início de 2008, o Brasil esteve na iminência de um cionados aos resíduos sólidos;
novo apagão de energia. A falta de chuvas colocou o país IX – periodicidade de sua revisão, observado, se couber,
em estado de alerta, temendo uma repetição da crise de o prazo de vigência da respectiva licença de operação a cargo
2001, neste período a indústria sentiu a alta dos preços da dos órgãos competentes.
energia no mercado, que chegaram a quase R$ 600/MWh.
As poucas chuvas do início do ano levaram o Operador O Princípio dos 5Rs
Nacional do Sistema (ONS) a acionar usinas térmicas para A política dos 5Rs tem sido abordada em projetos de Edu‑
garantir a estabilidade do suprimento de energia. Estas usi‑ cação Ambiental (EA) que trabalham a questão dos resíduos
nas térmicas utilizam combustíveis fósseis como carvão, óleo sólidos como tema gerador.
combustível e gás natural, insumos de fornecimento cada Em relação à política dos 3Rs, amplamente difundida e
vez mais caro e instável e de grandes emissões de gases de anterior a essa última, a política dos 5Rs apresenta a vanta‑
efeito estufa. gem de permitir aos administradores uma reflexão crítica do
O consumo de energia elétrica está aumentando cada vez consumismo, ao invés de focar na reciclagem.
mais e é um fator bastante preocupante pela possibilidade
de afetar a vida da população. Surge então a necessidade Repensar a necessidade de consumo e os padrões de
de utilizá-la de modo inteligente e eficaz. Nesse cenário, a produção e descarte adotados.
eficiência energética assume hoje uma importância capital Reduzir significa evitar os desperdícios, consumir me‑
no desempenho empresarial e no equilíbrio financeiro das nos produtos, preferindo aqueles que ofere‑
famílias, sociedade e governos. çam menor potencial de geração de resíduos
e tenham maior durabilidade.
2. Gerenciamento de resíduos gerados
O gerenciamento dos resíduos sólidos está definido e Recusar possibilidades de consumo desnecessário e
regulamentado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos produtos que gerem impactos ambientais
(PNRS), Lei n° 12.305/2010 e Decreto n° 7.404/2010, que significativos.
preveem a redução e a destinação ambientalmente adequa‑ Reutilizar é uma forma e evitar que vá para o lixo aquilo
da dos resíduos gerados pelas instituições públicas. Este eixo que não é lixo, reaproveitando tudo o que
engloba a prática de hábitos de consumo sustentável, um estiver em bom estado.
conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da re‑ É ser criativo, inovador usando um produto
ciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos, a destinação de diferentes maneiras.
e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. A Reciclar significa transformar materiais usados em
PNRS também ampliou a inclusão de catadores de materiais matérias-primas para outros produtos por
recicláveis e reutilizáveis determinada para a administração meio de processos industriais ou artesanais.
pública pelo Decreto nº 5.940/2006.
Com o intuito de aperfeiçoar as ações da Coleta Seletiva Segundo o Manual de Educação para o Consumo Susten‑
Solidária (CSS), que já estão em implementação em vários tável, “a reciclagem é uma das alternativas de tratamento
órgãos e entidades públicas, sugere-se que essas instituições de resíduos sólidos mais vantajosas, tanto do ponto de vista
elaborem os seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Só‑ ambiental como do social. Ela reduz o consumo de recursos
lidos (PGRS), que são instrumentos de implementação da naturais, poupa energia e água e ainda diminui o volume
política nacional que contribuem para um maior controle da de lixo e a poluição. Além disso, quando há um sistema de
destinação dos resíduos pelo poder público, com a inclusão coleta seletiva bem estruturado, a reciclagem pode ser uma
da CSS como etapa do processo. atividade econômica rentável. Pode gerar emprego e renda
A Lei n° 12.305/2010 previu no art. 21 o seguinte conte‑ para as famílias de catadores de materiais recicláveis, que
údo mínimo para elaboração dos PGRS: devem ser os parceiros prioritários na coleta seletiva”.
I – descrição do empreendimento ou atividade;
Noções de Sustentabilidade

II – diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou admi‑ Reutilizar x Reciclar


nistrados, contendo a origem, o volume e a caracterização Importante destacar a diferença entre reutilizar e reciclar.
dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles rela‑ Reutilizar significa usar novamente um material antes de
cionados; descartá-lo.
III – observadas as normas estabelecidas pelos órgãos Reciclar é transformar os produtos em matéria prima para
competentes e, se houver, o plano municipal de gestão in‑ se iniciar um novo ciclo de produção consumo-descarte.
tegrada de resíduos sólidos: Qualquer cidadão pode auxiliar no processo de reciclagem.
a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do ge‑
renciamento de resíduos sólidos; Ainda segundo esse Manual, a reciclagem começa com
b) definição dos procedimentos operacionais relativos às a coleta seletiva, que é a separação e o recolhimento desde
etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsa‑ a origem dos resíduos sólidos potencialmente recicláveis.
bilidade do gerador; Para tanto, é preciso parceria entre governos, empresas e

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
sociedade civil, para se “desenvolver políticas adequadas e 3. Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho
desfazer preconceitos em torno dos aspectos econômicos e A qualidade de vida no ambiente de trabalho visa facilitar
da confiabilidade dos produtos reciclados”. e satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver
suas atividades na organização por meio de ações para o
Padrão de cores desenvolvimento pessoal e profissional.
A coleta é efetuada por diferentes tipologias dos resí‑ A administração pública deve buscar permanentemente
duos sólidos, segundo a Resolução CONAMA nº 275, de 25 uma melhor Qualidade de Vida no Trabalho promovendo
de abril de 2001, que estabelece o código de cores para os ações para o desenvolvimento pessoal e profissional de seus
diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação servidores. Para tanto, as instituições públicas devem de‑
de coletores e transportadores, bem como nas campanhas senvolver e implantar programas específicos que envolvam
informativas para a coleta seletiva. São eles: o grau de satisfação da pessoa com o ambiente de trabalho,
• AZUL: papel/papelão; melhoramento das condições ambientais gerais, promoção
• VERMELHO: plástico; da saúde e segurança, integração social e desenvolvimento
• VERDE: vidro; das capacidades humanas, entre outros fatores.
• AMARELO: metal; Tal qualidade de vida visa facilitar e satisfazer as neces‑
• PRETO: madeira; sidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na
• LARANJA: resíduos perigosos; organização tendo como ideia básica o fato de que as pessoas
• BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; são mais produtivas quanto mais satisfeitas e envolvidas com
• ROXO: resíduos radioativos; o próprio trabalho. Portanto, a ideia principal é a conciliação
• MARROM: resíduos orgânicos; dos interesses dos indivíduos e das organizações, ou seja, ao
• CINZA: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou melhorar a satisfação do trabalhador dentro de seu contexto
contaminado não passível de separação. laboral, melhora-se consequentemente a produtividade.
Também, faz-se necessário avaliar, de forma sistemática,
O Decreto nº 5.940/2006, publicado em 26 de outubro a satisfação dos servidores, pois, nesse processo de auto‑
de 2006, instituiu a separação dos resíduos recicláveis des‑ conhecimento, as sondagens de opinião interna são uma
cartados pelos órgãos e entidades da administração pública importante ferramenta para detectar a percepção dos fun‑
federal direta e indireta na fonte geradora e sua destinação
cionários sobre os fatores intervenientes na qualidade de
às associações e cooperativas de catadores de materiais re‑
vida e na organização do trabalho.
cicláveis e constituiu a Comissão da Coleta Seletiva Solidária,
Entre os muitos fatores que implicam a melhoria na qua‑
criada no âmbito de cada órgão e entidade da administração
lidade de vida no trabalho, segue abaixo algumas ações que
pública federal direta e indireta com o objetivo de implantar e
podem ser implantadas:
supervisionar a separação dos resíduos recicláveis descar‑
tados na fonte geradora e a sua destinação às associações e
cooperativas dos catadores de materiais recicláveis. • Uso e desenvolvimento de capacidades
A implementação do Decreto nº 5.940/2006, somada às – Aproveitamento das habilidades;
ações da Agenda da Administração Pública Federal, constitui‑ – Autonomia na atividade desenvolvida;
-se numa estratégia que busca a construção de uma nova – Percepção do significado do trabalho.
cultura institucional para um novo modelo de gestão dos
resíduos no âmbito da administração pública federal dire‑ • Integração social e interna
ta e indireta. Trataremos mais sobre a coleta seletiva mais – Ausência de preconceitos;
adiante. – Criação de áreas comuns para integração dos servi‑
A coleta seletiva é também uma maneira de sensibilizar as dores;
pessoas para questão do tratamento dispensado aos resíduos – Promoção dos relacionamentos interpessoais;
sólidos produzidos no dia a dia, quer seja nos ambientes – Senso comunitário.
públicos quanto nos privados. Exemplo disso é a campanha
nacional “SACO É UM SACO” de conscientização do consu‑ • Respeito à legislação
midor, promovida pelo Ministério do Meio Ambiente, com – Liberdade de expressão;
vistas a alertar para a importância de reduzir o consumo de – Privacidade pessoal;
sacolas plásticas, utilizando alternativas para o transporte – Tratamento imparcial.
das compras e acondicionamento de lixo, e recusando sacos
e sacolinhas sempre que possível. • Condições de segurança e saúde no trabalho
– Acesso para portadores de deficiência física;
– Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA);
– Controle da jornada de trabalho;
– Ergonomia: equipamentos e mobiliário;
Noções de Sustentabilidade

– Ginástica laboral e outras atividades;


– Grupos de apoio antitabagismo, alcoolismo, drogas
e neuroses diversas;
– Orientação nutricional;
– Salubridade dos ambientes;
– Saúde Ocupacional.

Como melhorar seu ambiente de trabalho


• Relações interpessoais: buscar o equilíbrio das emo‑
ções no ambiente de trabalho possibilita bons rela‑
cionamentos, proporcionando suporte essencial às
atividades de equipe.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Integração e movimento se combinam: a ginástica A sensibilização deve ser acompanhada de iniciativas
no trabalho ajuda a prevenir doenças características para capacitação dos servidores tendo em vista tratar-se
da atividade exercida e proporciona maior disposição, de um instrumento essencial para construção de uma nova
integra as pessoas, traz felicidade e bem estar; as ofi‑ cultura de gerenciamento dos recursos públicos, provendo
cinas de talento, criatividade e sensibilização (dinâ‑ orientação, informação e qualificação aos gestores públicos
micas de grupo) complementam as necessidades de e permitindo um melhor desempenho das atividades im‑
desenvolvimento do potencial de cada um, por meio da plantadas. A formação dos gestores pode ser considerada
expressão e arte, favorecendo o melhor entendimento como uma das condicionantes para efetividade da ação de
entre colegas. gestão socioambiental no âmbito da administração pública.
• Um toque pessoal na decoração do seu local de tra- A capacitação é uma ação que contribui para o desen‑
balho: é saudável que cada servidor público tenha seu volvimento de competências institucionais e individuais nas
local de trabalho organizado, imprimindo um toque questões relativas à gestão socioambiental e, ao mesmo tem‑
pessoal na decoração de sua mesa, e, quando possível, po, fornece aos servidores oportunidade para desenvolver
da própria sala. São pequenas atitudes que podem habilidades e atitudes para um melhor desempenho das suas
atividades, valorizando aqueles que participam de iniciativas
fazer a diferença em sua identificação com o ambiente
inovadoras e que buscam a sustentabilidade. Os processos
profissional.
de capacitação promovem ainda um acesso democrático
a informações, novas tecnologias e troca de experiências,
4. Sensibilização e Capacitação contribuindo para a formação de redes no setor público.
A sensibilização busca criar e consolidar a consciência Dessa forma, é importante os órgãos desenvolverem um
cidadã da responsabilidade socioambiental nos servidores. Plano de Capacitação que, além de promover o desenvolvi‑
O processo de capacitação contribui para o desenvolvimen‑ mento das competências individuais, deve capacitar os servi‑
to de competências institucionais e individuais fornecendo dores para trabalharem como multiplicadores. A formação de
oportunidade para os servidores desenvolverem atitudes multiplicadores é fundamental principalmente para os órgãos
para um melhor desempenho de suas atividades. que possuem várias filiais. Esses multiplicadores têm como
As mudanças de hábitos, comportamento e padrões de papel principal levar o conhecimento, trocar experiências
consumo de todos os servidores impacta diretamente na e identificar oportunidades para todas as áreas do órgão
preservação dos recursos naturais. A maioria das pessoas não contribuindo assim para a eficácia na implantação da A3P.
tem consciência dos impactos que produzem sobre o meio Programas e projetos de sensibilização e capacitação
ambiente, tanto negativos quanto positivos, em decorrência são instrumentos essenciais para construção de uma nova
de suas atividades rotineiras. Para contornar esse problema cultura de gerenciamento dos recursos públicos, provendo
a A3P apoia as ações de sensibilização e conscientização dos orientação, informação e qualificação aos gestores públicos
servidores com o intuito de explanar a importância da adoção e permitindo um melhor desempenho das atividades im‑
de uma postura socioambientalmente responsável. plantadas. A formação dos gestores pode ser considerada
Conscientizar os gestores e servidores públicos quanto à como uma das condicionantes para a efetividade da ação de
responsabilidade socioambiental é um grande desafio para gestão socioambiental no âmbito da administração pública
a implantação da A3P e ao mesmo tempo fundamental para e deve ser estimulada.
o seu sucesso. As mudanças de hábito, comportamento e A mobilização deve ser permanente e contínua, pois a
padrões de consumo de todos os servidores impacta direta‑ mudança de atitudes e hábitos depende da reflexão sobre
mente na preservação dos recursos naturais. Para que essas as questões ambientais e sociais e do envolvimento e cada
mudanças sejam possíveis é necessário o engajamento in‑ pessoa com a temática.
dividual e coletivo, pois apenas dessa forma será possível a
criação de uma nova cultura institucional de sustentabilidade 5. Contratações Públicas Sustentáveis
das atividades do setor público, sejam essas relacionadas à As CPS compreendem as aquisições de bens, contrata‑
área meio ou à área finalística. ções de serviços, obras e reformas com critérios de sustenta‑
bilidade, e devem ser planejadas e realizadas a partir de uma
O processo de sensibilização dos servidores envolve a
visão sistêmica do processo produtivo como, por exemplo, da
realização de campanhas que busquem chamar a atenção
Análise de Ciclo de Vida do produto (ACV). Este eixo encontra
para temas socioambientais relevantes, esclarecendo a im‑
respaldo em distintos instrumentos normativos como leis,
portância da adoção de medidas socioambientais e os im‑ decretos, instruções e portarias. O Decreto nº 7.746/2012 é
pactos positivos da adoção dessas medidas para a sociedade. o principal referencial para a administração pública federal e
As campanhas podem ser realizadas de modo presencial por estabeleceu critérios, práticas e diretrizes gerais para a pro‑
meio de palestras, minicursos, fóruns, apresentações teatrais moção do desenvolvimento nacional sustentável por meio
ou ainda pela mídia, seja ela digital ou impressa. As campa‑ das contratações realizadas pela administração pública
nhas têm de, além de sensibilizar os servidores, proporcionar federal direta, autárquica e fundacional e pelas empresas
Noções de Sustentabilidade

uma maior interatividade. estatais dependentes. Por meio desse decreto também foi
Como estratégia de sensibilização recomenda-se: instituída a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na
• criar formas interessantes de envolvimento das pes‑ Administração Pública (CISAP).
soas em uma ação voltada para o bem comum e para
a melhoria da qualidade de vida de todos; Compras públicas sustentáveis
• orientar para a redução no consumo e para as possibi‑ Compras sustentáveis consistem naquelas em que se
lidades de reaproveitamento do material descartado tomam atitudes para que o uso dos recursos materiais seja
no local de trabalho e em casa; o mais eficiente possível. Isso envolve integrar os aspectos
• incentivar o protagonismo e a reflexão crítica dos servi‑ ambientais em todos os estágios do processo de compra, de
dores sobre as questões socioambientais, promovendo evitar compras desnecessárias a identificar produtos mais
a mudança de atitudes e hábitos de consumo da insti‑ sustentáveis que cumpram as especificações de uso requeri‑
tuição. das. Logo, não se trata de priorizar produtos apenas devido a

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
seu aspecto ambiental, mas sim considerar seriamente tal • que os bens não contenham substâncias perigosas
aspecto juntamente com os tradicionais critérios de especi‑ em concentração acima da recomendada na diretiva
ficações técnicas e preço. RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances),
Em muitos países, como o Canadá, Estados Unidos, Japão tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexa‑
e países da União Europeia, as iniciativas de compras sus‑ valente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-polibromados
tentáveis foram introduzidas inicialmente como programas (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs).
de adoção de boas práticas ambientais, entre elas o aces‑
so às informações sobre produtos e serviços sustentáveis, Contratação de Serviços
mecanismos legais para garantir a preferência aos produtos As regras da Instrução Normativa para a contratação de
sustentáveis e a capacitação dos agentes públicos. serviços exigem das empresas contratadas as seguintes prá‑
O Estado precisa incentivar o mercado nacional a ajustar‑ ticas de sustentabilidade na execução dos serviços:
-se à nova realidade da sustentabilidade, permitindo às ins‑ • use produtos de limpeza e conservação de superfícies
tituições públicas assumir a liderança pelo exemplo. e objetos inanimados que obedeçam às classificações
Nesse sentido, o governo federal regulamentou a utiliza‑ e especificações determinadas pela Anvisa;
ção de critérios sustentáveis na aquisição de bens e na con‑ • adote medidas para evitar o desperdício de água tra‑
tratação de obras e serviços, através da Instrução Normativa tada, conforme instituído no Decreto nº 48.138, de 8
(IN) nº 1, de 19/1/2010. As regras abrangem os processos de
de outubro de 2003;
extração ou fabricação, utilização e o descarte de produtos e
• observe a Resolução Conama nº 20, de 7 de dezembro
matérias-primas. A IN abrange os órgãos da Administração
de 1994, quanto aos equipamentos de limpeza que
Federal Direta, Autarquias e Fundações.
gerem ruído no seu funcionamento;
Obras Públicas • forneça aos empregados os equipamentos de segu‑
As obras públicas devem ser elaboradas visando à eco‑ rança que se fizerem necessários, para a execução de
nomia da manutenção e operacionalização da edificação, serviços;
redução do consumo de energia e água, bem como a uti‑ • realize um programa interno de treinamento de seus
lização de tecnologias e materiais que reduzam o impacto empregados, nos três primeiros meses de execução
ambiental, tais como: contratual, para redução de consumo de energia elé‑
• uso de equipamentos de climatização mecânica, ou de trica, de consumo de água e redução de produção de
novas tecnologias de resfriamento do ar, que utilizem resíduos sólidos, observadas as normas ambientais
energia elétrica, apenas nos ambientes aonde for in‑ vigentes;
dispensável; • realize a separação dos resíduos recicláveis descarta‑
• automação da iluminação do prédio, projeto de ilumi‑ dos pelos órgãos e entidades da Administração Pública
nação, interruptores, iluminação ambiental, ilumina‑ Federal direta, autárquica e fundacional, na fonte gera‑
ção tarefa, uso de sensores de presença; dora, e a sua destinação às associações e cooperativas
• uso exclusivo de lâmpadas fluorescentes compactas dos catadores de materiais recicláveis, que será pro‑
ou tubulares de alto rendimento e de luminárias efi‑ cedida pela coleta seletiva do papel para reciclagem,
cientes; quando couber, nos termos da IN/MARE nº 6, de 3 de
• energia solar, ou outra energia limpa para aquecimento novembro de 1995 e do Decreto nº 5.940, de 25 de
de água; outubro de 2006;
• sistema de medição individualizado de consumo de • respeite as Normas Brasileiras – NBR publicadas pela
água e energia; Associação Brasileira de Normas Técnicas sobre resí‑
• sistema de reuso de água e de tratamento de efluentes duos sólidos; e
gerados; • preveja a destinação ambiental adequada das pilhas
• aproveitamento da água da chuva, agregando ao siste‑ e baterias usadas ou inservíveis, segundo disposto na
ma hidráulico elementos que possibilitem a captação, Resolução Conama nº 257, de 30 de junho de 1999.
transporte, armazenamento e seu aproveitamento;
• utilização de materiais que sejam reciclados, reutiliza‑ Portal Comprasnet
dos e biodegradáveis, e que reduzam a necessidade de O Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão dis‑
manutenção; e
ponibilizará um espaço específico no Portal Comprasnet para
• comprovação da origem da madeira a ser utilizada na
realizar a divulgação das listas dos bens, serviços e obras que
execução da obra ou serviço.
tenham requisitos de sustentabilidade ambiental, exemplos
Aquisição dos Bens de boas práticas adotadas nessa área, ações de capacitação,
O governo federal poderá exigir os seguintes critérios de bem como um banco com editais de aquisições sustentáveis
sustentabilidade na aquisição dos bens: já realizadas pelo governo. Acesse: www.comprasnet.gov.br.
• que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte,
Noções de Sustentabilidade

por material reciclado, atóxico, biodegradável, confor‑ 6. Construções Sustentáveis


me ABNT NBR - 15448-1 e 15448-2; As construções sustentáveis são edificações e ambientes
• que sejam observados os requisitos ambientais para que considerem, desde a sua concepção, construção, opera‑
a obtenção de certificação do Instituto Nacional de ção e renovação, o uso de conceitos e procedimentos reco‑
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - nhecidos de sustentabilidade. A construção deve considerar
INMETRO como produtos sustentáveis ou de menor medidas para: redução e otimização do consumo de mate‑
impacto ambiental em relação aos seus similares; riais e energia; redução dos resíduos gerados; preservação
• que os bens devam ser, preferencialmente, acondi‑ do ambiente natural e melhoria da qualidade do ambiente
cionados em embalagem individual adequada, com o construído. O conceito abarca a sustentabilidade de forma
menor volume possível, que utilize materiais reciclá‑ sistêmica (ambiental, social, econômica e cultural) e enfatiza
veis, de forma a garantir a máxima proteção durante a adição de valor à qualidade de vida dos indivíduos e das
o transporte e o armazenamento; e comunidades.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Principais Temas Relacionados aos Eixos Temáticos Para a implantação deste sistema, os resíduos gerados
da A3P podem ser separados em dois grupos:
• Materiais recicláveis: compostos por papel, papelão,
1. Coleta Seletiva e Reciclagem vidro, metal e plástico, entre outros.
Em várias instituições públicas, o processo de implemen‑ • Materiais não recicláveis: também chamados de lixo
tação da A3P tem se iniciado com a coleta seletiva e é decor‑ úmido ou simplesmente lixo: compostos pela matéria
rente, em grande medida, da edição do Decreto nº 5.940, orgânica e pelos materiais que não apresentam, atual­
de 25 de outubro de 2006, que instituiu a separação dos mente, condições favoráveis à reciclagem.
resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e instituições Você sabia?
da administração pública federal direta e Que o lixo adequadamente manuseado pode produ‑
indireta na fonte geradora e a sua destinação às associa‑ zir riquezas na forma de energia, produtos reciclados,
ções e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis. com uma enorme economia no que se refere à ex‑
Uma grande parte dos resíduos gerados na administra‑ tração de matéria-prima?
ção pública pode ser destinada para a reciclagem, mas, para
que isso seja possível, é imprescindível a implantação de Para que a coleta seletiva seja eficaz tem de haver a ga‑
um sistema de coleta seletiva eficiente. Nesse processo, a rantia da correta destinação dos resíduos para empresas que
separação dos materiais recicláveis daqueles que não são, trabalham com reciclagem.
é a primeira preocupação a ser observada. Para introduzir um sistema de coleta seletiva é necessá‑
O acondicionamento e a coleta, quando realizados sem rio o envolvimento de prefeituras, comunidades, catadores,
a segregação dos resíduos na fonte, resultam na deteriora‑ carroceiros/sucateiros, entidades sociais e, principalmente,
ção, parcial ou total, de várias das suas frações recicláveis. O empresas privadas que atuem com coleta e reciclagem.
papelão se desfaz com a umidade, tornando-se inaproveitá‑
vel; o papel, assim como o plástico em filme (sacos e outras Vantagens da Coleta Seletiva Solidária
embalagens) se suja em contato com a matéria orgânica, • Diminui a exploração dos recursos naturais;
perdendo valor; os recipientes de vidro e lata enchem-se • Diminui a poluição do solo, da água e do ar;
com outros materiais, dificultando sua seleção e causando • Reduz os resíduos encaminhados aos aterros sanitários;
risco de acidentes aos trabalhadores da coleta de resíduos; • Gera emprego e renda para os catadores de materiais
também a mistura de determinados materiais, como pilhas, recicláveis;
cacos, tampinhas e restos de equipamentos eletrônicos pode • Diminui os gastos com a limpeza pública;
contribuir para o risco de acidentes e piorar significativamen‑ • Prolonga a vida útil dos aterros sanitários;
te a qualidade dos recicláveis. • Fortalece a organização dos catadores e melhora suas
condições de trabalho.
A coleta seletiva é uma importante atividade na gestão dos
resíduos sólidos. Trata-se do processo de seleção do lixo, Triagem de Resíduos Sólidos
que envolve duas etapas distintas: separação do lixo na Os resíduos sólidos separados podem ser prensados em
fonte (ou Segregação) e coleta. fardos ou não, no local de origem, recolhidos e repassados
para associações, cooperativas e/ou empresas, que se encar‑
Essa seleção poderá ser classificada em três categorias: regarão de vendê-los para outras empresas que trabalham
resíduos orgânicos e inorgânicos ou secos e úmidos ou reci‑ com reciclagem.
cláveis e não recicláveis. Os diversos tipos de papéis usados e separados em coleta
Materiais não recicláveis são aqueles compostos por ma‑ seletiva denominam-se aparas e são prensados em fardos.
téria orgânica e/ou que não possuam, atualmente, condições Quanto mais limpa e selecionada for a apara, maior será seu
favoráveis para serem reciclados. É uma pré-seleção valor comercial.
do material nos locais de origem: papel, papelão, plás‑
tico, vidro, metal, dentre outros. Isto requer sensibilização, Exemplificação dos Resíduos
conscientização e a participação de todos. • Resíduos líquidos ou efluentes: rejeitos industriais,
Trata-se de recolhimento especial, que permite que os águas utilizadas (servidas) e chorumes;
materiais pré-selecionados possam ser recuperados, se‑ • Resíduos orgânicos: restos de alimentos, galhos e fo‑
parados e recebam uma destinação adequada, quer seja, lhas, papel higiênico;
reutilização, reciclagem, compostagem ou aterro sanitário. • Resíduos inorgânicos: plásticos, papéis, vidros e metais;
No caso de resíduos orgânicos, eles necessariamente • Resíduos secos: plásticos, papéis, vidros, metais, em‑
passam por um processo de triagem antes de serem enca‑ balagens “longa vida”;
minhados para reciclagem. • Resíduos úmidos: restos de alimentos, cascas de frutas,
Portanto, a implantação da coleta seletiva deve prever a podas de jardim;
separação dos materiais na própria fonte geradora, evitando • Outros Resíduos (rejeitos): todos aqueles que não se
o surgimento desses inconvenientes. enquadram nas outras classificações.
Noções de Sustentabilidade

Descarte corretamente o resíduo


Recicláveis
Plásticos Papéis Metal Vidro Orgânico
Copos descartáveis, sa‑ Copos descartáveis, Tampinha de garrafa, Recipientes e frascos Restos de comida, pa‑
colas e sacos sacolas e sacos plás‑ latas de óleo, leite em em geral, garrafas de pel higiênico, lenços de
plásticos, CDs, disque‑ ticos, CDs, disquetes, pó e conservas latas de bebidas, copos, potes papel, guardanapos,
tes, embalagens plás‑ embalagens plásti‑ refrigerante, alumínio, de produtos alimentí‑ absorventes.
ticas, embalagens tipo cas, embalagens tipo embalagens metálicas cios, cacos.
PET, canos e tubos plás‑ PET, canos e tubos de congelados.
ticos em geral. plásticos em geral.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Não recicláveis
Etiquetas adesivas; papel carbono e celofane; fita crepe; papéis sanitários; papéis molhados ou papéis sujos de gordura;
papéis metalizados; parafinados ou plastificados (embalagens de biscoito, por exemplo); guardanapos usados; bitucas
de cigarro; fotografias; acrílicos; clips; grampos; esponjas de aço; tachinhas; pregos; espelhos; vidros planos e cristais;
cerâmicas e porcelanas; tubos de TVs e computadores; lâmpadas fluorescentes.

Principais etapas para implementação da Coleta Seletiva autônomos para que estes formem cooperativas capazes de
recolher os resíduos gerados. Outra alternativa é a associa‑
O Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à ção com outros órgãos públicos e privados para enviar os
Fome desenvolveu uma cartilha que versa sobre a implan‑ resíduos gerados para alguma cidade próxima que possua
tação da Coleta Seletiva Solidária, Decreto nº 5.940/2006, um centro de triagem.
nos órgãos públicos federais. Depois de realizado o levantamento de dados deve ser
Para facilitar a implantação da coleta pelos diferentes ór‑ definida a logística da coleta seletiva a ser implantada no
gãos e instituições, sejam eles das esferas federais, estaduais órgão, ou seja, planejar a sua operacionalização. Na opera‑
e municipais, elencamos as etapas do guia abaixo. cionalização deve-se considerar os dados levantados como os
Segundo a cartilha, para implementar a coleta, primei‑ locais disponíveis para armazenamento, os recursos disponí‑
ramente os órgãos e instituições devem formar uma Comis- veis para aquisição de coletores de recicláveis e contêineres,
são da Coleta Seletiva. Esta comissão deve ser formada por a capacidade de coleta das cooperativas e também os tipos
servidores que se interessem pelo tema e deve ter a parti‑ de materiais negociados no mercado local, e definir quais
cipação das diversas áreas e setores do órgão. A comissão é serão os materiais a serem separados.
responsável pelo planejamento da implantação e monitora‑ A logística da coleta inclui ainda:
mento da Coleta Seletiva e também pela interlocução com • estabelecer o fluxo, forma e frequência de recolhimen‑
a organização de catadores. to interno dos materiais recicláveis;
Após formada a Comissão está deverá realizar um levan- • prever a forma e local de armazenamento do material
tamento de dados sobre a situação da gestão dos resíduos no reciclável até que seja coletado;
local de trabalho, buscando conhecer todos os tipos e quan‑ • definir locais para a disposição de coletores para reco‑
tidades de resíduos gerados. Além das quantidades e tipos, lhimento de materiais, como por exemplo, mesas de
o diagnóstico deve identificar os locais dos equipamentos trabalho, ilhas de impressão, máquinas fotocopiadoras,
geradores de resíduos utilizados (máquinas fotocopiadoras, recepção e copa, e demais locais geradores de mate‑
impressoras, etc.), a logística interna de recolhimento pelos riais recicláveis e fluxo de pessoas;
empregados dos serviços gerais, ou seja, como e onde o • estabelecer tarefas específicas e rotinas necessárias
lixo é acondicionado e recolhido e se há algum sistema de nas diversas etapas da operacionalização do projeto
recolhimento e destinação de recicláveis já implementado. – recolhimento interno, armazenamento, pesagem,
Também é importante identificar o volume e recursos controle, entrega dos materiais e coleta dos recicláveis.
gastos na compra de materiais de consumo, tais como: pa‑
péis brancos, sacos plásticos, copos descartáveis, cartuchos A comissão deve elaborar um cronograma de implanta‑
de impressoras, lâmpadas, CD, disquetes e outros, a fim de ção e providenciar os equipamentos e materiais necessá‑
avaliar o comprometimento ambiental dos fabricantes e rios para operacionalizar a coleta seletiva: sacos plásticos
possibilidades de redução na compra após a implantação ou coletores em cores diferenciadas, cestas/caixas de coleta
do programa. de papel, coletores de copos descartáveis; fragmentadora
A comissão deve identificar ainda quais cooperativas de papéis sigilosos e balança para a pesagem do material,
ou associações têm interesse e capacidade de coletar os dentre outros.
materiais selecionados. O contato com as organizações de Outra atividade importante que deve ser realizada no
catadores ajuda a identificar os tipos de materiais recicláveis momento da efetiva implantação da coleta, que ocorre com
que poderão ser absorvidos pelo mercado local. No caso a distribuição de coletores e contêineres é a sensibilização
dos órgãos federais abrangidos pelo Decreto nº 5.940/2006 dos servidores.
o diagnóstico deve incluir a identificação das cooperativas Portanto, o planejamento deve ser cuidadoso, prevendo
ou associações de catadores que atendem aos critérios do materiais educativos e de comunicação para os servidores,
previstos no decreto. além de atividades educativas tais como: mostras de vídeo,
As cooperativas e associações selecionadas devem: depoimentos de catadores e de funcionários de outros ór‑
• estar formal e exclusivamente constituída por cata‑ gãos com experiência na coleta seletiva, visitas a cooperati‑
dores de materiais recicláveis que tenham a catação vas de catadores e aterros sanitários, concursos culturais e
Noções de Sustentabilidade

como forma única de renda; palestras sobre o tema.


• não possuir fins lucrativos; Após a implementação devem ser feitas vistorias e avalia-
• possuir infraestrutura para realizar a triagem e a clas‑ ções periódicas para verificação do cumprimento das rotinas
sificação dos resíduos recicláveis descartados; e estabelecidas para a seleção, coleta e destinação dos mate‑
• possuir sistema de rateio entre os associados e coo‑ riais, observando os procedimentos requeridos para garantir
perados. o sigilo dos documentos e também verificando eventuais
focos de desperdícios.
Alguns órgãos e instituições, entretanto, podem encon‑ É necessário também elaborar instrumentos de controle
trar dificuldades por não haver em suas cidades cooperativa e registro de pesagem do material coletado. Esse instrumen‑
ou associação de catadores. Nesses casos recomendamos to pode ser uma planilha ou formulário simples, contendo
que haja um engajamento do poder público para financiar, a data, as quantidades de recicláveis em kg e o responsável
tanto tecnicamente quanto financeiramente, os catadores pelo registro das informações.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A comissão deve se reunir mensalmente para realizar a 3. O papel nosso de cada dia
avaliação da coleta identificando os facilitadores e dificul‑ Dentre os subprodutos da madeira um merece atenção
tadores do processo, a fim de reformular as estratégias e especial: o papel. Nas atividades desenvolvidas na adminis‑
redirecionamento das ações quando necessário. tração pública o papel é um dos principais recursos naturais
consumidos. O papel A4 – 75 g/m2 ocupa posição de destaque
2. Consumo da madeira quanto ao uso nas ações rotineiras. Entretanto, também fazem
O Brasil é um dos maiores produtores e o maior consu‑ parte do uso diário das instituições públicas os envelopes,
midor mundial de madeiras tropicais. Setores estratégicos cartões de visita, agendas, papéis de recado, entre outros,
da economia brasileira, como a siderurgia, a indústria de todos envolvendo grandes quantidades de papel.
papéis e embalagens e a construção civil são altamente de‑ Os problemas ambientais relacionados à produção e con‑
pendentes do setor florestal. sumo de papéis são de grande escala, estando os principais
Nos últimos anos, observou-se um grande aumento na impactos relacionados ao alto consumo de matéria prima –
demanda por madeira que não tem sido acompanhado por especialmente madeira, água e energia. Além de usar intensi‑
um aumento sensível do reflorestamento. vamente recursos florestais, o processo de produção do papel
demanda grandes quantidades de água e gera altos volumes
A madeira é empregada de diversas formas nas atividades
de efluentes líquidos, resíduos sólidos e emissões atmosféricas.
humanas desde matéria prima para utensílios até estruturas
O processo de produção de papel engloba o seu branque‑
de construções. A administração pública também é grande
amento cujas técnicas mais usadas pela indústria nacional
consumidora desse recurso principalmente na forma de mo‑
são o branqueamento a cloro ou peróxido de hidrogênio. O
biliário e divisórias de escritórios. branqueamento por cloro é mais nocivo ao meio ambiente.
A madeira é o material que apresenta maior sustentabili‑ Entretanto, as indústrias vêm desenvolvendo o processo
dade em sua produção. Por ser um recurso natural renovável, de branqueamento livre de cloro essencial, cuja nocividade
a madeira é totalmente assimilável pelo ambiente e possui é menor. O processo utilizando o peróxido de hidrogênio
um vantajoso e significativo potencial socioeconômico. No ainda não é comum no Brasil, mas, por ser totalmente livre
entanto, essa sustentabilidade depende profundamente de de cloro, é o melhor no respeito ao meio ambiente.
um manejo adequado das florestas produtoras que garanta
sua exploração ordenada. Você sabia?
Portanto, embora haja impactos importantes gerados Que uma tonelada de papel requer o corte de 40 árvores?
pela cadeia produtiva da madeira, estes podem ser minimi‑ Os papéis mais comumente utilizados são feitos à base
zados de modo que esse recurso seja utilizado de maneira de celulose extraída de Eucaliptus e Pinus. Do Eucaliptus
sustentável, sendo necessário, para isso, que sua origem seja vem o papel para escrever e fazer cópias; do Pinus, os
de áreas de manejo adequado, o que deve ser uma exigência papelões para embalagem.
real de seus consumidores.
Além de desempenhar seu papel ambiental, as flores‑ Uma opção menos nociva ao meio ambiente é o papel
tas podem e devem ser utilizadas como fonte de renda. O reciclado. Apesar de não ser necessariamente livre de cloro,
desenvolvimento das técnicas de extrativismo e o aumento utilizam matéria prima já usada, poupando matéria prima
do conhecimento e da oferta de novos produtos florestais que vem diretamente da natureza evitando reiniciar o pro‑
permitem uma maior valorização das florestas e, assim, um cesso de uso do recurso natural. Embora ainda implique em
maior potencial econômico e social de seu manejo susten‑ consumo de água e energia, a produção do papel reciclado
tável. utiliza tais recursos em quantidade muito menores do que
Todavia, apesar desse potencial inexplorado, os gestores as da produção tradicional e lança no ambiente volumes
públicos ainda não perceberam que eles podem contribuir menores de poluentes.
para a sustentabilidade do manejo florestal. A administração Em adição ao menor consumo de recursos na produ‑
pública pode exercer influência em prol do manejo florestal ção, é importante salientar que com a reciclagem do papel
sustentável exigindo que a madeira comprada por si tenha há redução sensível do volume de resíduos destinados aos
origem legal. A madeira em tora explorada em florestas na‑ aterros sanitários, aumentando sua vida útil e facilitando a
turais na Amazônia pode ser legalmente adquirida por meio coleta de lixo.
Além dos impactos ambientais do papel reciclado ser me‑
de duas fontes: Autorizações de Desmatamento (AD) e Planos
nor, seus impactos sociais podem ser muito mais benéficos
de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) (LENTINI et al. 2005).
devido à possível geração de emprego e renda se implantado
A administração pública pode estimular a adoção de prá‑
um sistema de coleta seletiva que o supra.
ticas florestais benéficas por meio das compras sustentáveis,
promovendo o manejo florestal correto e o uso mais eficien‑ Vantagens da Redução do Consumo de Papel
te e responsável da madeira. O exemplo do governo é um • Reduz o corte de árvores.
Noções de Sustentabilidade

importante indutor para a mudança de atitude dos outros • Reduz a utilização de água doce nos processos de pro‑
setores da sociedade e é uma importante ferramenta para dução.
iniciar a implantação dessa ação tão urgente que é o manejo • Reduz a energia usada no processo de fabricação.
sustentável das florestas.
A administração pública pode estimular a adoção de prá‑ Um aspecto importante a ser ressaltado diz respeito às
ticas florestais benéficas por meio das compras sustentáveis, iniciativas do setor público para substituição ou redução do
promovendo o manejo florestal correto e o uso mais eficien‑ uso do papel. Os avanços nas tecnologias de informação,
te e responsável da madeira. O exemplo do governo é um principalmente por meio do uso das tecnologias de desma‑
importante indutor para a mudança de atitude dos outros terialização de processos e documentos, têm possibilitado ao
setores da sociedade e é uma importante ferramenta para setor público a adoção de novas ferramentas mais eficientes.
iniciar a implantação dessa ação tão urgente que é o manejo Atualmente com as tecnologias disponíveis é possível
sustentável das florestas implantar processos informatizados e desmaterializados

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
para grande parte dos procedimentos administrativos com Dicas para economizar papel:
o intuito de reduzir ou mesmo eliminar o uso do papel. Em 1. Utilize frente e verso das folhas, sempre que possível.
alguns casos o processo poderá envolver a transferência, a 2. Use os papéis que seriam jogados fora na confecção
transmissão de dados em rede ou a sua inserção em suportes de blocos para anotações.
como fita magnética, disquete, etc., visando à substituição da 3. Utilize e-mail para comunicação interna e externa.
versão em papel por um equivalente eletrônico (fotografia 4. Ao ser enviado material pelo correio, procure saber se
digital do conteúdo ou conteúdo em formato digital). há possibilidade de serem encaminhados outros em conjunto
ou se o material pode ser encaminhado por outra forma
Vantagens da Reciclagem do Papel (correio eletrônico).
• Reduz a poluição do ar e dos rios, pois não implica 5. Verifique se é necessário, realmente, extrair cópias
na utilização de certos procedimentos químicos, que reprográficas ou imprimir material e, em caso positivo, preste
geram impactos ambientais para obtenção da pasta de atenção para não copiar ou imprimir material em excesso.
celulose (lançamento de efluentes nos rios e partículas 6. Quando for imprimir confira sempre no monitor se
e odores no ar). não há nenhum erro.
• Possibilita a inserção social dos catadores e outras par‑ 7. Use meio digital, tanto quanto possível, para gravação
celas da população, bem como a geração de emprego de cópias de ofícios e documentos para arquivos, gerando
e renda. aumento de espaço nas repartições e gabinetes.
8. Adote sistemas que facilitem a economia do papel ao
A otimização do uso do papel também pode ser exercida imprimir documentos, tais como usá-lo em frente e verso,
por meio do reaproveitamento de papéis tornados inúteis configurar duas páginas em uma folha e assim por diante.
para rascunhos, lembretes, anotações, entre outros usos e 9. Reformate documentos para evitar espaços em branco
ainda por meio de impressões de frente e verso, que redu‑ e vias desnecessárias.
zem o uso de papel pela metade. Com medidas como essas, 10. Produza papelaria genérica para eventos – crachás,
pode-se realizar o mesmo trabalho com uma utilização muito pastas e blocos, sem indicar data e nome.
menor de papel, o que reduz os custos decorrentes de sua
aquisição e os resíduos gerados. 4. Eficiência energética
O poder de compra do poder público orienta os agentes A energia elétrica se tornou um dos bens de consumo
econômicos quanto aos padrões do sistema produtivo de fundamentais para as sociedades modernas.
produtos ambientalmente sustentáveis e, por sua grande Ela é utilizada para gerar iluminação, movimentar má‑
escala de consumo, pode incentivar o aumento da produção quinas e equipamentos, controlar a temperatura produzindo
e tornar tais produtos economicamente acessíveis, ou seja, calor ou frio, agilizar as comunicações, etc. Da eletricidade
mais baratos. dependem a produção, locomoção, eficiência, segurança,
conforto e vários outros fatores associados à qualidade de
Recriando o uso do papel vida.
Sempre que possível, use papéis que não utilizam cloro A contrapartida dos benefícios proporcionados pelo
em seu processo de fabricação e, portanto, não são tão po‑ desenvolvimento tecnológico é o crescimento constante
luentes. Outra opção ambientalmente correta é a utilização do consumo de energia. Para enfrentar o aumento da de‑
de papéis reciclados. manda no futuro é preciso encarar o uso da energia sob a
No mercado brasileiro já existem papéis 100% reciclados, ótica do consumo sustentável, ou seja, aquele que atende
diferentes e de excelente qualidade, produzidos em escala às necessidades da geração atual sem prejuízo para as ge‑
industrial. Tendo o poder de compra do poder público um rações futuras. Isso significa eliminar desperdícios e buscar
papel de destaque na orientação dos agentes econômicos, fontes alternativas mais eficientes e seguras para o homem
quanto aos padrões do sistema produtivo e do consumo de e o meio ambiente.
produtos ambientalmente sustentáveis, este pode viabilizar No Brasil, já existem diferentes leis e programas voltados
a produção em larga escala. à promoção da eficiência energética, entre eles destacam-se:
• Lei nº 10.295, que versa sobre a eficiência energética
Vantagens da desmaterialização dos equipamentos comercializados no país que devem
• Maior eficiência no processo de comunicação. atender aos índices mínimos de eficiência ou níveis
• Simplificação dos processos. máximos de consumo de energia definidos;
• Economia de recursos naturais e materiais. • Decreto nº 4.131, que dispõe sobre medidas emer‑
• Maior facilidade no intercâmbio de informações. genciais de redução do consumo de energia elétrica
• Maior facilidade para controle do processo (acompa‑ no âmbito da Administração Pública Federal;
nhamento online). • Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
(Procel) que tem como objetivo promover a racionali‑
Noções de Sustentabilidade

Você sabia? zação da produção e do consumo de energia elétrica,


Cada tonelada de papel enviado para o processo de reci‑ para que se eliminem os desperdícios e se reduzam os
clagem deixa de ocupar uma área de aproximadamente custos e ainda os investimentos setoriais;
3 metros cúbicos nos aterros sanitários. • Programa Brasileiro de Etiquetagem (PEB) que efetua
a certificação de equipamentos quanto ao consumo
A reciclagem de papel proporciona: de energia em parceria com o Procel.
• redução da poluição do ar em 74%;
• redução da poluição da água em 35%; A administração pública é grande consumidora de ener‑
• redução do consumo de energia em 71%. gia elétrica. Apesar da maioria das edificações públicas não
terem sido projetadas de maneira sustentável de um modo
É possível reciclar um papel com textura de boa qualidade geral elas apresentam oportunidades significativas de redu‑
até sete vezes. ção de custos no consumo de energia.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A economia nos edifícios públicos pode se dar através Também podem ser adotadas medidas como a instalação
de medidas como o gerenciamento das instalações, adoção de um sistema de reaproveitamento das águas pluviais e
de equipamentos tecnologicamente mais avançados e efi‑ do sistema de reuso das águas cinzas. O reaproveitamento
cientes, alterações de algumas características arquitetônicas, das águas pluviais compreende a coleta, filtragem e arma‑
utilização de técnicas modernas de projeto e construção, zenamento das águas das chuvas que podem ser usadas em
alterações dos hábitos dos usuários, entre outras. Essas vários pontos como por exemplo o vaso sanitário, irrigação,
oportunidades de redução devem ser identificadas em um lavanderia e na lavagem de automóveis e calçadas. O siste‑
estudo específico, com recomendação das ações a serem ma de reuso das águas cinzas consiste na utilização da água
empreendidas e análise de viabilidade técnico-econômica. provenientes das lavagens de roupas, chuveiro, ralos e pia
do banheiro, que compõem o chamado esgoto secundário.
Dicas para economizar energia Neste sistema o esgoto secundário é tratado em equipa‑
1. Dê preferência à iluminação natural, abrindo janelas, mento específico de modo a garantir a qualidade mínima
cortinas e persianas. requerida pelos padrões e normas
2. Apague as lâmpadas de ambientes vazios ou quando sanitárias e é encaminhado para o reuso nos vasos sani‑
deixar o ambiente de trabalho. tários, lavagens de pátio que não tenham contato humano
3. Não deixe computadores e outros equipamentos elé‑ como calçadas internas, playground, dormitórios, cozinhas e
tricos ligados por muito tempo sem uso. refeitórios, dando preferência para as lavagens de garagens
4. Ao sair para o almoço, desligue, ao menos, o monitor
e acesso de automóveis.
do computador.
Como parte da nova cultura de gestão da água, mudar
5. Otimize o uso de elevadores. Se subir apenas um andar
hábitos cotidianos é responsabilidade de cada um. Medi‑
ou se for descer dois andares, use a escada. Além de fazer
das simples de serem adotadas no ambiente de trabalho
exercício economiza-se energia elétrica.
6. Evite o uso de tomadas em sobrecarga (fios de exten‑ que remetem à mudança de postura devem ser estimuladas
são e benjamins). como, por exemplo, comunicar os responsáveis se houver
7. Mantenha as paredes do ambiente de trabalho prefe‑ vazamentos em torneiras, descargas e bebedouros; sugerir
rencialmente pintadas com cores claras. Não se esqueça que, a adoção de equipamentos de alta pressão de água que per‑
por critério de padronização no serviço público, as paredes mitam uma limpeza efetiva e com grande economia; ou ainda
são pintadas na cor branca. sugerir a colocação de adesivos com mensagens educativas,
8. Se estiver com sistema de ar condicionado ligado, man‑ lembrando a todos, da necessidade do bom uso da água no
tenha portas e janelas fechadas para evitar a entrada de ar ambiente de trabalho.
externo e otimizar o sistema. Não mexa, em hipótese alguma,
nas grelhas de entrada e saída de ar sem a orientação de Fique por dentro!
um técnico, isto pode comprometer o sistema e aumentar No Brasil, o gerenciamento das águas possui uma legisla‑
o consumo de energia. ção moderna e abrangente, que busca estabelecer critérios
de quantidade e qualidade, de forma democrática, para
5. A água e seus usos múltiplos o desenvolvimento sustentável das comunidades menos
A água é elemento essencial à vida e é básica para as ati‑ abastadas e de todo o País.
vidades sociais e produtivas do ser humano: abastecimento A administração pública tem papel fundamental na disse‑
público, geração de energia, agropecuária, recreação, trans‑ minação de informações sobre o correto uso da água e de
porte fluvial e marítimo, indústria, aquicultura, comércio e práticas para conter seu desperdício. Conheça o Código
serviços, ou seja, a água é geradora de todos os sistemas das Águas, Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934, e a
necessários e formadores da sociedade. Lei Federal nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que institui
Porém, o aumento da demanda por água, somado ao a Política Nacional de Recursos Hídricos.
crescimento das cidades, à impermeabilização dos solos,
à degradação da capacidade produtiva dos mananciais, à Dicas para economizar água
contaminação das águas e ao desperdício estão conduzindo 1. Coloque ou sugira a colocação de adesivos com mensa‑
a um quadro preocupante em relação à sustentabilidade do gens educativas lembrando a todos da necessidade do bom
abastecimento público. uso da água no ambiente de trabalho.
A Constituição Federal de 1988 define que “os bens com‑ 2. Substitua as torneiras e as caixas de descargas por
ponentes do meio ambiente, como a atmosfera, a água, o outras mais econômicas.
solo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora, são bens 3. Utilize “Dispositivos Economizadores de Água” que
ambientais”. Assim sendo, a água é um bem ambiental por podem resultar numa redução de vazão de até 12 L/min,
ser um dos elementos formadores do meio ambiente e um por peça sanitária (torneiras, chuveiros etc.).
bem de uso comum do povo.
4. Instale um sistema de aproveitamento de água de
Visando a equidade na utilização dos corpos hídricos e a
chuva, com utilização de água não potável nas instalações
Noções de Sustentabilidade

manutenção de sua qualidade, ações para o uso sustentável


sanitárias, lavagens de garagens e automóveis e para irriga‑
da água estão sendo difundidas no mundo inteiro. No âmbi‑
to da administração pública já foram documentados várias ção de jardins.
medidas adotadas para conter o desperdício no consumo de 5. Instale um sistema de reuso das águas cinzas que, após
água. Entre essas medidas destacam-se o uso de aparelhos tratamento específico, podem ser reutilizadas nas instalações
economizadores como por exemplo vasos sanitários com sanitárias, lavagens de garagens e automóveis e irrigação
caixa acoplada, registro com sensor, acionamentos tempo‑ de jardins.
rizados, vasos a vácuo, entre outros aparelhos. 6. Observar as contas de água do edifício. Este proce‑
A adoção dessas medidas tem como intuito a maximi‑ dimento poderá indicar aumentos de consumo incomuns
zação da eficiência do uso da água dentro dos edifícios que que podem representar vazamentos ou desperdício de água
compõem a administração pública e podem ser facilmente pelos usuários.
adotadas seja em edifícios em construção como naqueles 7. Providencie de imediato os consertos de torneiras,
já construídos. bebedouros e descargas vazando em seu local de trabalho.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
6. Manutenção da frota oficial de veículos exemplo, a realização de campanhas para uso racional dos
As revisões preventivas e periódicas sugeridas pelos fabri‑ copos plásticos ou substituição de copos descartáveis por
cantes, o uso do combustível recomendado e a calibragem de copos duráveis.
pneus são itens imprescindíveis para a manutenção adequada
de veículos. Isso contribui para o prolongamento da vida útil Metal
do veículo, representa uma economia financeira e minimiza o A administração pública não é, em sua grande maioria,
lançamento de poluentes no ar, no solo e nas águas. grande produtora de metais nas atividades regimentais.
Sempre que um veículo oficial em sua área de trabalho Os mais comuns são os metais ferrosos encontrados nos
estiver transitando de forma irregular – soltando fumaça, utensílios domésticos, ferramentas, peças de automóveis,
vazando óleo do motor, combustível ou graxas, emitindo estruturas de edifícios e em latas de alimentos e bebidas. A
ruídos acima do suportável, tendo dificuldade de frear, com maioria dos metais pode ser encaminhado para a reciclagem.
suspensão desalinhada ou pneus carecas – comunique ao O processo de reciclagem gera vários benefícios entre eles
encarregado da frota e peça providências. o que mais se destaca é a redução no consumo de energia
Os governos federal, estaduais e municipais, inclusive as quando comparada à produção do metal.
fundações, autarquias e empresas de economia mista têm
por obrigação dar bom exemplo quanto à manutenção das Vidro
respectivas frotas de veículos. A quantidade de vidro gerado pela administração públi‑
O exemplo pode ser dado comprando automóveis eco‑ ca varia entre os órgãos e instituições, entretanto, de uma
nômicos, eficientes e que utilizem combustível de fonte re‑ forma geral, esse material é gerado em quantidade muito
novável, como álcool ou biodiesel. inferior ao papel e plástico. O vidro pode ser reaproveitado
A tecnologia acessível hoje e que já representa um gran‑ ou destinado à reciclagem para tanto deve-se observar a sua
de avanço é a flex-fuel, que permite o abastecimento dos correta separação.
automóveis com álcool ou gasolina. Com a frota formada
por carros flex o órgão ou instituição pode avaliar com o Lixo orgânico
combustível que traz melhor benefício econômico-ambiental A quantidade de lixo orgânico gerada depende das espe‑
de acordo com as especificidades locais. cificidades de cada instituição. A sua destinação final pode
ser os aterros sanitários da região ou ainda um sistema de
7. Principais Resíduos Gerados na Administração Pública compostagem que pode ser realizado por qualquer institui‑
A administração pública gera grandes quantidades de ção e servir de adubo para as áreas verdes.
resíduos decorrentes de suas atividades regimentais. Entre
os resíduos produzidos em maior quantidade podemos citar O material de expediente
a geração de papéis, plásticos, cartuchos e tonners, lâmpadas Nem sempre prestamos atenção se o material de expe‑
fluorescentes, lixo eletrônico e, em menor quantidade, vidros diente é de fato necessário e em caso positivo, se é usado de
e metais além de pilhas e baterias. forma racional. E mais, sequer sabemos se esses materiais
A seguir fazemos uma breve descrição desses resíduos são produzidos a partir de fontes naturais não renováveis,
e o que fazer com eles. como minerais, carvão e petróleo.
Seja qual for a função que exerçamos na administração
Papel pública, o resultado do nosso comprometimento com o uso
O papel é o resíduo gerado em maior quantidade pela racional de todo o tipo de bem público será bem visto e com
administração pública e o que possui maior valor para apro‑ certeza influenciará, em pouco tempo, outros servidores a
veitamento por meio da reciclagem se bem separado por procederem da mesma forma. Combater o desperdício é
meio da coleta seletiva. poupar os recursos naturais e valorizar os bens públicos.
Uma das maneiras de promover a correta separação do Combater o desperdício é conviver de forma equilibrada com
papel é a disposição de recipientes adequados para o seu a natureza e fazer economia para os cofres públicos.
descarte. Na maioria dos órgãos públicos são utilizadas caixas
de papelão, individuais ou coletivas. Essas caixas também Outros Resíduos gerados nas Atividades de Governo
devem ser separadas de acordo com a destinação dos papéis,
ou seja, se serão reutilizados (rascunhos) ou destinados à re‑ Lâmpada fluorescente
ciclagem. É muito importante que o papel não seja amassado As lâmpadas fluorescentes, apesar de serem mais econô‑
nem seja misturado com outros tipos de materiais para que micas do que as incandescentes, contêm mercúrio, um metal
não sujem, o que reduz o valor do material para reciclagem. pesado altamente prejudicial ao meio ambiente e à saúde.
Os resíduos de lâmpadas fluorescentes são considerados
Plástico resíduos perigosos (Classe I) pela Associação Brasileira de
Ao lado do papel, o plástico se constitui em um dos prin‑ Normas Técnicas (ABNT) porque apresentam concentrações
cipais resíduos gerados pela administração pública na forma, de mercúrio e chumbo que excedem os limites regulatórios,
Noções de Sustentabilidade

principalmente, de copos plásticos utilizados para o consumo o que exige a adoção de medidas adequadas para o seu des‑
de água e café. Diferentemente dos papéis, que podem ser carte que não deve, jamais, ser feito diretamente nas lixeiras.
reaproveitados para rascunho, os copos plásticos não são re‑ Como forma de minimizar os impactos provocados pelo
aproveitados por outras pessoas e tem curtíssima duração de descarte inadequado de lâmpadas os órgãos da administra‑
vida, podendo, apenas, serem destinados à reciclagem. Uma ção pública devem buscar soluções internas e possuir um
medida simples que otimiza a separação dos copos plásticos gerenciamento específico que permita a correta desconta‑
para reciclagem é a disponibilização nos órgãos públicos de minação e descarte dessas lâmpadas.
coletores de copos plásticos e a conscientização dos usuários
para sua correta utilização. Pilhas e Baterias
Além da implantação de formas de destinação menos A Legislação Brasileira (Resolução Conama nº 401/2008)
poluentes, é importante que sejam adotadas medidas que estabelece que pilhas e baterias que tenham elevados teores
promovam a redução na geração desse resíduo, como por de chumbo, mercúrio e cádmio, devem ser recolhidas pelos

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
estabelecimentos comerciais. Caberá ao comércio varejista Peças mecânicas e baterias de veículos
encaminhar o material recolhido aos fabricantes e importa‑ Peças mecânicas de metal devem ser encaminhadas aos
dores que, por sua vez, serão responsáveis pela reciclagem, ferros-velhos ou sucateiros e as baterias de veículos descar‑
ou, quando não for possível, pelo descarte definitivo em regadas, enviadas ao revendedor.
aterros sanitários licenciados. As Resoluções nos 257 e 263/1999 do Conama tratam
A resolução prevê ainda que nos materiais publicitários do tema baterias.
e nas embalagens de pilhas e baterias, fabricadas no País
ou importadas, deverão constar de forma clara, visível e em Medicamentos com data vencida e resíduos de serviços
língua portuguesa, a simbologia indicativa da destinação de saúde
adequada, as advertências sobre os riscos à saúde humana Podem ser encaminhados aos serviços de saúde. Leia
e ao meio ambiente, bem como a necessidade de, após seu a Resolução Conama nº 358/2005 para saber mais a esse
uso, serem encaminhadas aos revendedores ou à rede de respeito.
assistência técnica autorizada.
Produtos químicos em geral
Cartuchos e tonners
Podem ser levados para aterros industriais ou dispostos
Os cartuchos e tonners – assim como pilhas, baterias e
em aterros de resíduos perigosos.
lâmpadas fluorescentes – são resíduos considerados peri‑
gosos e devem ter uma destinação apropriada. Caso esses
resíduos sejam manejados de forma inadequada, podem Entulhos de construção civil e canos de PVC
contaminar o solo, a água, os animais e os seres humanos Leia a Resolução Conama nº 307/2002 para saber mais
causando sérios problemas ao meio ambiente e ao homem. A a esse respeito.
melhor opção é encaminhá-los para empresas especializadas
que possam proceder sua recarga para posterior reutiliza‑ Divisórias e cortinas
ção, prolongando sua vida útil. Não sendo possível o enca‑ Quando verificado a impossibilidade de reaproveitamen‑
minhamento, é preciso buscar uma forma de encapsulá-los to, devem ser encaminhadas aos aterros sanitários.
ou destruí-los.
Ampliando Conhecimentos
Pneus
A Resolução Conama nº 416/09, que “dispõe sobre a Mudanças Climáticas
prevenção à degradação ambiental causada por pneus in‑ A mudança global do clima é um dos mais significativos
servíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá desafios da atualidade.
outras providências”, disciplina o gerenciamento dos pneus O aquecimento do planeta é o resultado de um processo
considerados inservíveis que, dispostos inadequadamente, de acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera, causado
constituem passivo ambiental, com riscos ao meio ambiente pela interferência humana que está em curso desde a revo‑
e à saúde pública. lução industrial. O estilo de desenvolvimento seguido pela
Um sistema de logística reversa será aplicado para des‑ sociedade priorizou a utilização de combustíveis fósseis para
tinação correta de pneus inservíveis, estabelecendo que o a produção de energia, que, associado ao aumento acelera‑
resíduo é de responsabilidade de fabricantes e importadores. do da mudança no uso da terra, levaram a um significativo
Eles serão obrigados a coletar e dar destinação ambiental‑ incremento na liberação de gases de efeito estufa para a
mente adequada aos pneus na proporção de um para um. atmosfera.
Isso significa que a cada pneu novo comercializado, um in‑ O aquecimento global provoca alterações na dinâmica
servível deverá ser recolhido. do sistema climático, intensificando eventos extremos, como
secas e tempestades e modificando ecossistemas.
Carcaças de computadores e ar condicionados Em 1992, foi assinada a Convenção-Quadro sobre Mu‑
Podem ser comprados para desmonte. Em cidades como danças Climáticas (UNFCCC) no âmbito da Organização das
Curitiba e São Paulo existem empresas que recebem esses Nações Unidas, em que se definiu o termo “Mudanças Cli‑
materiais para o reaproveitamento ou reciclagem.
máticas” como sendo: a mudança do clima que é atribuída
direta ou indiretamente à atividade humana, que altere a
Óleos lubrificantes
composição da atmosfera mundial e que se soma àquela
Óleos não re-refinados ou não reciclados, depois de usa‑
provocada pela variabilidade natural do clima observada ao
dos, deverão ser acondicionados em tambores para disposi‑
ção em aterros industriais próprios para resíduos perigosos. longo de períodos comparáveis.
Em sua composição há metais e compostos altamente tóxicos Apesar de incerto quanto a sua magnitude, a mudan‑
e por isso são classificados como resíduos perigosos à saúde ça climática já é reconhecida como fato pela comunidade
humana, animal e ao meio ambiente. científica internacional. Por ser global, o problema requer o
Noções de Sustentabilidade

Leia a Resolução Conama nº 9, de 31 de agosto de 1993, engajamento de todos: comunidade internacional, governos
para saber mais a esse respeito. nacionais, governos locais e regionais, indústrias, setor agrí‑
cola, universidades e escolas, organizações da sociedade civil
Carcaças de veículos e indivíduos. Mudanças no estilo de vida, comportamento e
Podem ser encaminhadas aos ferros-velhos ou sucateiros. padrões de consumo da população visando a conservação
de recursos podem reduzir as emissões de gases de efeito
Móveis estufa, contribuindo para o desenvolvimento de uma eco‑
Podem ser levados para aterros sanitários ou doados às nomia de baixo consumo de carbono.
entidades sociais.
Para saber mais:
Canos de cobre, ferro e alumínio www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta
Podem ser vendidos a sucateiros. &idEstrutura=96&idConteudo=7929

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O que ainda é possível fazer tendo em vista os cenários de carbono (Programa Empregos Verdes da Organização In‑
futuros da mudança do clima ternacional do Trabalho – OIT).
A questão da mudança climática é um problema global Há diversos setores da economia passíveis de utilizar
que requer o engajamento de todos: comunidade interna‑ empregos verdes: agricultura, indústria, construção civil,
cional, governos nacionais, governos locais e regionais, in‑ energia, transportes, serviços e na administração.
dústrias, setor agrícola, universidades e escolas, organizações A contribuição desse tipo de emprego aplicada a cada
da sociedade civil e indivíduos. um desses segmentos é distinta, mas significativa para re‑
O papel dos governos em nível local como elemento de dução do impacto ambiental da atividade econômica, para
estratégia global envolve estratégias de redução das emis‑ conservar ou restabelecer a qualidade ambiental.
sões de gases efeito estufa por meio da inserção da mudança Os empregos verdes representam a possibilidade de fazer
do clima nas políticas globais, implementação de medidas frente a dois dos desafios do século XXI, combater as mu‑
de adaptação à mudança do clima, criação e/ou extinção de danças climáticas, protegendo o meio ambiente; e a oferta
subsídios, apoio para que o setor de negócios possa buscar de trabalho, como forma de inclusão social.
suas próprias soluções tecnológicas, bem como a busca pelo O estudo “Empregos verdes: trabalho decente em um
engajamento da sociedade civil (conscientização sobre mu‑ mundo sustentável e com baixas emissões de carbono”, da
danças necessárias em nossos hábitos de consumo e com‑ OIT, apresentado em setembro/2008, aponta que 1,5 milhão
bate ao desperdício). de brasileiros estão em atividades dessa natureza. Destes,
500 mil trabalham com energias renováveis, 500 mil com
Implementação de planos de ações reciclagem e o restante em reflorestamento, construções
Alguns Exemplos: sustentáveis e saneamento, entre outros.
1. Economizar energia e aumentar a eficiência energética Sendo que os setores apontados como mais promissores
em prédios públicos; são reciclagem e biocombustíveis.
2. Estimular o setor privado para a economia e a maior
eficiência no uso da energia; Lixo Eletrônico
3. Oferecer melhores opções de transporte coletivo – No início do século passado, o lixo urbano era rico ma‑
investir em infraestrutura para ciclistas e pedestres; teriais orgânicos. A partir da década de 1980, um novo tipo
4. Melhorar as condições de tratamento de seus resíduos de componente, quando descartado inadequadamente,
sólidos criando aterros sanitários que capturem e aproveitem
tornou-se prejudicial ao meio ambiente: o lixo eletrônico.
as emissões de metano para geração de energia;
São computadores, telefones celulares, televisores e outros
5. Aprimorar o saneamento básico, aproveitando o lodo
tantos aparelhos e componentes que, por falta de
do esgoto para gerar biogás (estudo do potencial de geração
destino apropriado, são incinerados, depositados em
de energia renovável proveniente dos aterros sanitários nas
aterros sanitários ou até mesmo em lixões.
regiões metropolitanas e grandes cidades do Brasil);
6. Parceria municipal com empresas de serviços de con‑ Estima-se que até 2004 cerca de 315 milhões de micro‑
servação de energia (contrato de performance); computadores tenham sido descartados, 850 mil dos quais
7. No setor de transportes: no Brasil. Além de ocupar muito espaço, peças e compo‑
• substituição de combustíveis de veículos da frota nentes de microcomputadores feitos de metais pesados
oficial (substituição por combustíveis com menos apresentam toxicidade para a saúde humana. O chumbo dos
carbono intensivo); tubos de imagem, o cádmio das placas e circuitos impressos
• aumento da oferta de transporte público de qualida‑ e semicondutores, o mercúrio das baterias, o cromo dos an‑
de – redução de congestionamento, diminuição de ticorrosivos do aço e o plástico dos gabinetes são ameaças
transporte privado individual e criação de facilidades concretas que requerem soluções em curto prazo.
para o uso do transporte não motorizado; A reciclagem é um dos meios de tratar esses resíduos;
8. No setor da construção civil: a outra é a substituição de metais pesados por outros com‑
• implementação de sistemas de aquecimento e re‑ ponentes menos tóxicos.
frigeração mais eficientes; Se prevalecer o princípio do “poluidor pagador”, a ten‑
• uso de aquecedores solares. Por fim, vale lembrar dência apontada pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos,
que quanto menor a emissão, melhor para o Plane‑ que está em discussão, é a de que os fabricantes sejam cor‑
ta, sendo a mitigação sempre mais eficiente do que responsabilizados pelos equipamentos descartados e sejam
compensação. incumbidos de lhes dar um fim ambientalmente seguro.

A maneira mais efetiva de contribuir para a mitigação Construção Sustentável


do problema do aquecimento global é reduzir o consumo e Construção sustentável é um conceito que denomina um
privilegiar produtos ambientalmente sustentáveis. conjunto de medidas adotadas durante todas as etapas da
O homem, principal ator da degradação ambiental, sofre obra que visam a sustentabilidade da edificação. Através da
Noções de Sustentabilidade

as consequências do desrespeito ao meio ambiente em todas adoção dessas medidas é possível minimizar os impactos
as esferas de sua vida. A mudança de postura no relaciona‑ negativos sobre o meio ambiente além de promover a eco‑
mento com o meio ambiente é imprescindível para que haja nomia dos recursos naturais e a melhoria na qualidade de
uma transformação. vida dos seus ocupantes.
Uma obra sustentável leva em consideração todo o pro‑
Empregos Verdes jeto da obra desde a sua pré-construção onde devem ser
Definem-se como empregos verdes aqueles que reduzem analisados o ciclo de vida do empreendimento e dos mate‑
o impacto ambiental das empresas e dos setores econômi‑ riais que serão usados, passando por cuidados com a geração
cos até um nível definitivo de sustentabilidade. Sintetizam de resíduos e minimização do uso de matérias-primas com
a transformação das economias, dos ambientes de trabalho reaproveitamento de materiais durante a execução da obra
e dos mercados laborais rumo a uma economia sustentável, até o tempo de vida útil da obra e a sustentabilidade da sua
que proporciona um trabalho decente com baixas emissões manutenção.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Apesar do tema construções e reformas sustentáveis não A tendência à adoção de mecanismos voluntários de ro‑
ser novo, a maioria dos prédios públicos não foi desenvolvi‑ tulagem ambiental, por parte das indústrias, é mundial. Cada
do de forma sustentável com aproveitamento dos recursos vez mais os atributos de ecoeficiência atestados pelo selo
naturais como, por exemplo, o uso de energia solar ou das verde têm demonstrado que a rotulagem ambiental é um
correntes de vento. poderoso instrumento de mercado, pois informa aos consu‑
Na administração pública poucos foram as edificações midores os padrões de produção ambientalmente corretos.
projetadas de maneira sustentável. Porém, mesmo em um Mesmo não possuindo força legal as normas estabele‑
prédio já construído, é possível adotar medidas que visem a cidas por organizações não governamentais se universali‑
eficientização dos recursos naturais. Algumas medidas que zaram. São exemplos as séries da ISO 9000 e 14000, sobre
podem ser adotadas são o incentivo a materiais de constru‑ qualidade e proteção ambiental; a British Standard 8800 – BS
ção com certificado de origem que atestem a produção por 8800 e a Occupational Health and Safety Assessment Series
meio de uma cadeia “limpa” na fase de construção, a adoção 18001 - OHSAS 18001, a respeito de segurança e saúde no
de um sistema de reaproveitamento e reuso das águas e a local de trabalho; a Social Account Ability 8000 – SA 8000,
adoção de um sistema de iluminação eficiente. Essas últimas sobre funcionários e condições de trabalho; a Account Ability
medidas podem ser adotadas em qualquer fase da obra in‑ 1000 - AA 1000, sobre a responsabilidade social de forma
clusive após a construção. geral, inclusive meio ambiente, e o Global Reporting Initiative
A implantação dessas medidas pode ser adotada tanto - GRI, com ênfase em aspectos ecológicos.
em edifícios em construção como naqueles já construídos. A Organização Internacional de Normalização (ISO) de‑
A instalação dessas medidas gera uma economia substancial terminou um conjunto de critérios para avaliar os esquemas
de recursos naturais contribuindo não apenas para a manu‑ de rotulagem ambiental, conhecida pela série ISO 14020:
tenção do equilíbrio ambiental como também na redução
de gastos para o setor público. Rotulagem tipo I – NBR ISSO 14024: Programa Selo
Verde
Nove princípios da Construção Sustentável Estabelece os princípios e procedimentos para o desen‑
Segundo os sistemas de certificação que são referên‑ volvimento de programas de rotulagem ambiental, incluindo
cia na área de construção sustentável no mundo. BREEAM a seleção, critérios ambientais e características funcionais
(Inglaterra), Green Star (Austrália), LEED (Estados Unidos) e dos produtos, e para avaliar e demonstrar sua conformidade.
HQE (França), existem nove princípios que norteiam as dire‑ Também estabelece os procedimentos de certificação para
trizes de uma obra que se proponha a ser ambientalmente a concessão do rótulo.
equilibrada:
1. Planejamento Sustentável da Obra Rotulagem Tipo II – NBR ISO 14021: Autodeclarações
2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais ambientais
3. Eficiência energética Especifica os requisitos para autodeclarações ambientais,
4. Gestão e economia de água incluindo textos, símbolos e gráficos, no que se refere aos
5. Gestão dos resíduos na edificação produtos. Termos selecionados em declarações ambientais
6. Qualidade do ar e do ambiente interior e fornece qualificações para seu uso. Descreve uma meto‑
dologia de avaliação e verificação geral para autodeclarações
7. Conforto termo-acústico
ambientais e métodos específicos de avaliação e verificação
8. Uso racional de matérias
para as declarações selecionadas nesta Norma.
9. Uso de produtos e tecnologias ambientalmente ami‑
gáveis
Rotulagem Tipo III – ISO 14025: Avaliação do ciclo de
vida
Rotulagem Ambiental e Análise do Ciclo de Vida
Princípios e procedimentos orientam os programas de
Rotulagem ambiental é a certificação de que o produto
rotulagem que pretendem padronizar o Ciclo de Vida e cer‑
em questão é apropriado ao uso que se propõe e apresen‑ tificar o padrão do Ciclo de Vida, ou seja, garantindo que os
ta menor impacto ambiental em relação a outros produtos valores dos impactos informados são corretos.
comparáveis disponíveis no mercado. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas -
É conhecida também pelo nome de Selo Verde, sendo ABNT iniciou, em 1993, o Programa de Rotulagem Ambiental,
utilizada em vários países, inclusive o Brasil. ainda sob a influência da Rio-92. O estudo relativo a esse
A rotulagem ambiental busca, com base em informações programa começou com uma pesquisa sobre os programas
sobre aspectos ambientais de produtos e serviços, encorajar de rotulagem existentes no mundo para fornecer bases para
a demanda por aqueles que causem menores efeitos noci‑ a formulação de um modelo brasileiro. O modelo proposto
vos ao meio ambiente, estimulando a melhoria contínua da segue o projeto de norma ISO 14024 – Rótulos e Declarações
qualidade ambiental. Ambientais – Rotulagem Ambiental Tipo I - Princípios e Pro‑
Dentre os objetivos da rotulagem ambiental destacam-se: cedimentos. Nesse modelo, que pressupõe uma estrutura
• Proteger o meio ambiente: os programas de rotulagem
Noções de Sustentabilidade

participativa, onde todos os setores interessados podem ma‑


pretendem influenciar as decisões dos consumidores nifestar seus interesses, os estudos são baseados na consi‑
de modo a incentivar a produção e o consumo de pro‑ deração do ciclo de vida do produto. A missão do programa
dutos menos agressivos ao meio ambiente; é promover a redução da responsabilidade ambiental e os
• Estimular a inovação ambiental saudável na indústria: impactos negativos relacionados a produtos e serviços.
os programas podem incentivar o mercado no sentido
de introduzir tecnologias inovadoras e eficientes do Pagamento por Serviços Ambientais – PSA
ponto de vista ambiental; Um programa das Nações Unidas reuniu mais de 800
• Desenvolver a consciência ambiental dos consumido- cientistas do mundo inteiro para avaliar o valor dos ecos‑
res: por se tratar de um meio idôneo e confiável para sistemas do mundo e os resultados, (Millennium Ecosystem
dar visibilidade no mercado de produtos e serviços Assessment) publicados há 4 anos, mostram que a vida e
“ecoeficientes”, os rótulos ecológicos são um dos ins‑ o bem estar humano dependem do pleno funcionamento
trumentos mais eficazes para esse fim. dos ecossistemas.

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Classificou estas funções dos ecossistemas em quatro internas com a finalidade de consolidar a Agenda Ambiental
categorias: em sua estrutura organizacional. O grande desafio consiste
a) serviços de suporte; na transformação do discurso teórico em ações efetivas e a
b) serviços de aprovisionamento; intenção em compromisso. Os princípios da responsabilidade
c) serviços de regulação; e socioambiental requerem, portanto, cooperação e empenho
d) serviços culturais. em torno de causas significativas e inadiáveis.
A A3P é uma iniciativa que demanda engajamentos in‑
Muitos destes serviços ecossistêmicos ou ambientais são dividual e coletivo, a partir do comprometimento pessoal e
bens e serviços econômicos utilizados diretamente pelo ho‑ da disposição para incorporar conceitos preconizados, ob‑
mem e, portanto valorados por sua utilidade direta e muitos jetivando a mudança de hábitos e a difusão do programa.
deles precificados. No entanto, muitos serviços da natureza Qualquer instituição da administração pública, de qual‑
são intangíveis, são processos e fluxos lentos e invisíveis, quer uma das esferas de governo, pode e deve implantar
mas extremamente valiosos e precisam ser conservados, a A3P. Para auxiliar neste processo, o Ministério do Meio
reconstituídos, recuperados, melhorados. Ambiente propõe aos parceiros interessados a sua institu‑
Os serviços ambientais, conforme os estudos do MEA cionalização por meio da assinatura do Termo de Adesão,
(UN), são funções imprescindíveis prestadas pelos ecossis‑ cuja finalidade é integrar esforços para desenvolver proje‑
temas naturais para a melhoria das condições ambientais tos destinados à implementação da agenda. A assinatura do
adequadas à vida, que podem ser restabelecidas, recupera‑ termo demonstra o comprometimento da instituição com a
das, mantidas e melhoradas, podendo constituir as seguintes agenda socioambiental e com a gestão transparente.
modalidades:
Paralelamente ao termo, a A3P conta, também, com uma
a) serviços de provisão: os que fornecem bens ou produ‑
outra forma de participação chamada de Rede A3P. A rede é
tos ambientais, utilizados pelo ser humano, tais como água,
um canal de comunicação permanente cujo intuito é difundir
alimentos, óleos, látex, madeira e fibras, entre outros, obti‑
dos pelo uso e manejo sustentável dos ecossistemas; informações sobre temas relevantes à agenda, sistematizar
b) serviços de suporte: os que mantêm as condições de dados e informações acerca do desempenho ambiental das
vida na Terra, tais como a ciclagem de nutrientes, a decompo‑ instituições, incentivar e promover programas de formação
sição dos resíduos, a produção, a manutenção e a renovação e mudanças organizacionais e, finalmente, proporcionar o
da fertilidade do solo, a polinização da vegetação, a dispersão intercâmbio técnico entre os participantes, culminando na
de sementes, o controle de populações potenciais pragas, a troca de experiências entre eles.
proteção contra os raios ultravioleta do sol, o controle de A A3P reconhece o importante papel exercido pela ad‑
populações vetores potenciais de doenças humanas, a ma‑ ministração pública enquanto consumidora e usuária de
nutenção da biodiversidade, do patrimônio genético; recursos naturais e a sua capacidade de indução de novos
c) serviços de regulação: os que ajudam na manutenção padrões socioambientais.
dos processos ecossistêmicos, tais como o sequestro de car‑ O atendimento e a satisfação dos interesses coletivos,
bono e a purificação do ar pelas plantas, o efeito minimiza‑ enquanto finalidade da administração pública, fazem com
dor de eventos climáticos extremos, regulação dos ciclos de que a ela tenha a obrigação de dar o exemplo para todos os
água, controle de inundações e secas, controle do clima e o setores da sociedade, promovendo o desenvolvimento e o
controle dos processos de erosão; crescimento sustentáveis.
d) serviços culturais: os que proveem benefícios recre‑
acionais, estéticos e espirituais, incorporados os valores da Termo de Adesão
cultura humana. O Termo de Adesão é o instrumento pelo qual a insti‑
tuição formaliza seu compromisso em implantar a A3P. Isso
O pagamento consiste numa espécie de compensação a ocorre por meio da assinatura do termo entre as partes e
uma pessoa que voluntariamente contribuem para os ecos‑ por meio da consolidação de um Plano de Trabalho acordado
sistemas continuem a prover estes benefícios para o bem junto ao MMA, contendo um rol de metas e ações a serem
estar humano. atingidas pela instituição em prazos diversos. Dessa maneira,
Para isto, criam-se pequenos mercados (transação entre de forma cooperativa e integrada, é possível inserir a variável
pagador e recebedor de um serviço ambiental) nas diversas socioambiental no cotidiano da instituição.
áreas temáticas (água, biodiversidade, clima), conforme figu‑
ra. Exemplos no Brasil são inúmeros, de projetos que visam à Como aderir?
proteção de mananciais (Extrema-MG, Apucarana-PR, Rib. Para aderir formalmente à A3P, a instituição interessada
Guandu-RJ), sistema agroflorestal (Proambiente) e que serão deve enviar a documentação discriminada abaixo:
replicados em escala nacional por meio do Programa Federal
de Pagamento por Serviços Ambientais.
Da instituição:
• Ofício para encaminhamento dos documentos;
Implantando A A3P na sua Instituição
Noções de Sustentabilidade

• Cópia do comprovante de regularidade fiscal;


Onde ocorre e quem participa? • Cópia do comprovante de endereço;
Desde o seu lançamento, a A3P tem sido implementada • Plano de Trabalho impresso e em meio digital;
por diversos órgãos e instituições públicas das três esferas • Minuta do Termo de Adesão impressa e em meio di‑
de governo e dos três poderes. O Programa foi criado para gital.
ser aplicado na administração pública, mas pode ser usado
como modelo de gestão socioambiental por outros segmen‑ Do representante da instituição no Termo:
tos da sociedade. • Cópias autenticadas do RG e do CPF;
• Cópia autenticada do ato de nomeação;
Como a Administração Pública participa da A3P? • Delegação de competência do representante em ques‑
A Responsabilidade Socioambiental se inicia com a de‑ tão para a assinatura de atos (usualmente a lei orgânica
cisão da instituição de revisar posturas, atitudes e práticas ou o estatuto da instituição, quando couber).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Rede A3P tização de todo o quadro de pessoal acerca da causa
A A3P também tem sido implementada por várias insti‑ ambiental;
tuições públicas através da participação na Rede A3P. Como • Despertar a responsabilidade do servidor público no
um canal de comunicação permanente, a rede é utilizada que se refere ao uso correto dos bens e serviços da
para troca de informações, experiências e intercâmbio téc‑ administração pública;
nico entre os participantes, culminando na difusão de temas • Especificar, sempre que possível, que o objeto licitado
relevantes à agenda ambiental. Dessa forma, mesmo que a contenha requisitos de qualidade ambiental.
instituição interessada não tenha o Termo de Adesão for‑
malizado junto ao MMA, é possível entrar em contato com Passo a passo para implantar a A3P
os tópicos que permeiam a A3P de maneira a incentivar as Alguns passos iniciais devem ser seguidos pelas institui‑
mudanças organizacionais internas. ções interessadas em implantar a A3P.
A descrição destes passos se encontra pormenorizada a
O que cabe às partes, quando da formalização do Termo seguir:
de Adesão
1º Passo: criar e regulamentar Comissão Gestora da A3P
Ao Ministério do Meio Ambiente cabe: • Formar e estabelecer a comissão gestora de implanta‑
• Como órgão federal, fazer cumprir a política nacional ção e acompanhamento do programa, com servidores
e as diretrizes fixadas para o meio ambiente; de diferentes setores da instituição, encarregada de
• Promover intercâmbio técnico para difundir informa‑ propor, implementar e monitorar as medidas de de‑
ções sobre os objetivos e a metodologia de implemen‑ senvolvimento da A3P, bem como controlar e divulgar
tação da A3P; as informações mais relevantes;
• Incentivar ações de combate ao desperdício e à mini‑ • Criar subcomissões nas filiais da instituição, quando
mização de impactos ambientais, diretos e indiretos, houver, com a presença de servidores do próprio local;
gerados pela atividade pública; • Regulamentar a comissão por meio de instrumento
• Estimular a excelência na gestão ambiental, que con‑ legal pertinente, no qual conste o nome de cada um
siste na conservação racional dos recursos naturais e dos servidores e sua respectiva área de atuação na
a proteção contra a degradação ambiental, bem como instituição.
a preferência por produtos e serviços com diferenciais
ecológicos; A Comissão Gestora tem papel fundamental na imple‑
mentação das ações da A3P, pois, através de seus membros,
• Incentivar e promover programas de formação e mu‑
que são representantes dos diversos setores e áreas da insti‑
danças organizacionais visando reduzir os impactos
tuição, o planejamento, a execução e o monitoramento dos
ambientais decorrentes das atividades administrati‑
resultados acontecem de forma participativa.
vas. Sistematizar os dados sobre o desempenho dos
órgãos parceiros, facilitando a mensuração da exata
2º Passo: realizar diagnóstico ambiental
contribuição da agenda ambiental para a melhoria do
• Mapear os gastos da instituição com energia, água,
desempenho ambiental do governo.
papel, plástico, materiais de expediente, entre outros;
• Realizar um levantamento dos programas existentes
Aos órgãos e entidades da União, estados, Distrito Fede‑ sobre qualidade de vida no ambiente de trabalho, saú‑
ral, municípios, agências nacionais, autarquias e fundações de e segurança do trabalhador, descarte de resíduos,
instituídas pelo Poder Público que compõem o Sistema Na‑ licitações sustentáveis, capacitação e sensibilização;
cional do Meio Ambiente (Sisnama), bem como às empresas • Avaliar os recursos físicos e financeiros disponíveis para
estatais e de economia mista, cabe: a efetivação programa;
• Criar comissão multissetorial que será responsável pela • Promover pesquisa de opinião pública junto aos servi‑
implementação das ações de melhoria do desempenho dores sobre a importância da agenda para a instituição;
ambiental; • Elaborar questionário que possibilite um levantamento
• Realizar, com a participação dos servidores, diagnóstico das práticas dos servidores relativas ao consumo e ao
interno para identificar os aspectos ambientais mais descarte de materiais;
relevantes da instituição a serem abordados; • Identificar pontos críticos e possíveis problemas, bem
• Executar políticas e diretrizes fixadas para a preserva‑ como suas causas, que permitam avaliar as facilidades
ção do meio ambiente; e dificuldades na implantação do programa.
• Desenvolver, no âmbito da instituição, a gestão ade‑
quada dos resíduos, a minimização de impactos am‑ O objetivo do diagnóstico é direcionar as melhores me‑
bientais diretos e indiretos gerados pelas atividades didas a serem implantadas na instituição, tomando por base
Noções de Sustentabilidade

administrativas, a promoção de uma gestão ambiental levantamentos e pesquisas que considerem as necessidades
qualitativa, bem como projetos e ações de combate ao da mesma, de forma a mapear seus gastos como um todo,
desperdício; bem como coletar informações relevantes e atinentes à A3P
• Estabelecer ações de substituição de insumos e ma‑ junto aos servidores.
teriais que possam causar danos ou riscos à saúde do
servidor, do entorno e ao meio ambiente; 3º Passo: desenvolver projetos e atividades
• Desenvolver um cronograma de avaliações periódicas • Definir, a partir do diagnóstico e metodologia partici‑
que permita esboçar a etapa em que se encontram as pativa, as atividades e projetos prioritários para im‑
ações previstas, bem como a ampla divulgação dos plantação da A3P;
resultados obtidos; • Elaborar o Plano de Trabalho contendo as ações prio‑
• Promover campanhas educativas e de formação de ritárias, os objetivos, as metas e os recursos físicos e/
educadores que estimulem o envolvimento e conscien‑ ou financeiros necessários;

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• Organizar um calendário de execução das ações, ade‑ Sugestões de Ações para Implantação2
quando-as às metas pré-estabelecidas no Plano de
Trabalho; Uso Racional dos Recursos Naturais/Combate ao Des-
• Definir os indicadores para acompanhamento e apri‑ perdício
moramento de cada uma das atividades;
Consumo de papel
• Envolver o maior número de colaboradores e áreas de
• Reduzir o fornecimento de papel per capita conforme
trabalho; metas a serem definidas por setor.
• Implantar as ações. • Definir metas para aumentar o consumo de papel re‑
ciclado e não clorado.
É fundamental que a Comissão Gestora, após a avalia‑ • Fazer levantamento e acompanhamento do consumo
ção efetuada no diagnóstico, elabore um Plano de Trabalho de papel usado para impressão e cópias, bem como
contendo, de forma documentada, os objetivos do proje‑ de impressoras que precisam de manutenção ou subs‑
to de implantação da A3P, as ações a serem realizadas, as tituição.
metas mensuráveis e os recursos físicos e financeiros ne‑ • Confeccionar blocos de anotação com papel usado só
cessários, todos dentro de um cronograma de execução de um lado.
coerente. • Adotar modelo de ilhas de impressão.
A organização dos dados deve ser feita a partir de um
escopo que permita o cômputo posterior do desempenho Consumo de energia
das ações. Dessa maneira, busca-se elencar e ordenar as • Adotar as diretrizes propostas pelo programa PROCEL
medidas a serem inseridas no Plano de Trabalho da A3P, de e implantar as mudanças sugeridas pelo diagnóstico
acordo com a realidade institucional apurada. para certificação predial, quando for o caso.
• Elaborar estudo das instalações elétricas com o diag‑
4º Passo: mobilização e sensibilização nóstico das perdas reais.
• Apresentar aos funcionários o resultado do diagnós‑ • Adequar toda a instalação elétrica às normas e padrões
exigidos pela legislação e ABNT.
tico, com a participação dos dirigentes, comparando
• Estudar viabilidade de utilização de energia solar no
os gastos apurados internamente ante aos de outras
prédio.
instituições que aderiram a A3P;
• Substituir o sistema de iluminação existente, base‑
• Expor os impactos que o desperdício pode causar ao ado em lâmpadas mercuriais, por sistema de maior
meio ambiente e aos cofres públicos; eficiência e menor impacto ambiental, com sensor de
• Apresentar os resultados do questionário e abrir um presença nos ambientes apropriados.
espaço para o debate sobre os mesmos; • Promover a individualização dos interruptores por am‑
• Convidar um representante do MMA para apresentar biente de trabalho.
o programa A3P e comentar rapidamente sobre as • Implantar sistema de ar condicionado eficiente em
instituições que já efetuaram a sua adesão; todo o prédio, com horário programado de funciona‑
• Convidar um representante(s) da(s) cooperativa(s) de mento.
material reciclável a expor os trabalhos dos cooperados • Promover campanhas de conscientização.
vinculados a ela(s); • Desligar luzes e monitores na hora do almoço.
• Realizar apresentações culturais (música, teatro e/ou • Aproveitar as condições naturais do ambiente de tra‑
outros) que se relacionem com o trabalho da A3P, com balho – ventilação, luz solar.
distribuição de kits (coletores, blocos de papel reutili‑
zado e outros); Consumo de copos plásticos
• Incentivar o debate entre os principais envolvidos com • Dar preferência a copos produzidos com materiais que
o programa a fim de aprimorar a A3P na instituição; propiciem a reutilização.
• Divulgar as melhorias obtidas após a implantação do • Reduzir a disponibilização de copos descartáveis, o que
programa, estimulando os servidores a replicá-las. irá incentivar a utilização das canecas confeccionadas
pela A3P e outros materiais duráveis.
• Promover campanhas de conscientização para uso de
5º Passo: avaliação e monitoramento
copos individuais não descartáveis.
• Realizar reuniões periódicas para gerenciar o atingi‑
mento das metas elencadas no Plano de Trabalho; Consumo de água
• Avaliar, sistematicamente, as ações implantadas, iden‑ • Elaborar o diagnóstico de demanda e uso de água.
tificando falhas e corrigindo-as; • Adotar como, rotina diária, inspeções nas instalações
Noções de Sustentabilidade

• Analisar o desempenho ambiental decorrente da im‑ hidrossanitárias da edificação, com o objetivo de de‑
plantação das ações, usando o rol de indicadores pre‑ tectar vazamentos e uso inadequado dos recursos
viamente definido para auxiliar nesta etapa; disponíveis.
• Reforçar procedimentos exitosos; • Adequar toda a instalação hidrossanitária às normas e
• Identificar ações de controle. padrões exigidos pela legislação, bem como a critérios
de sustentabilidade.
O monitoramento contínuo e a avaliação periódica per‑ • Substituir válvulas de descarga por sistemas eficientes.
mitem que sejam identificados os pontos críticos, as melho‑ • Otimizar a vazão das torneiras dos lavatórios, através
rias indispensáveis e o os procedimentos exitosos, de forma da troca das válvulas ou solução alternativa.
a indicar as necessidades e prioridades para replanejar as
2
Disponível em: http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80063/Cartilha%20
atividades. O monitoramento necessita de um conjunto de Intermediaria%20-%20Como%20Implantar%20a%20A3P%20-%203%20edi‑
indicadores para mensurar os avanços atingidos. cao.pdf. Acesso: 5/7/2016.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Promover a individualização dos hidrômetros por andar. • Incentivar a participação de servidores do MMA em
• Implantar sistema de aproveitamento de águas pluviais cursos, seminários e congressos relacionados à temá‑
e reaproveitamento de águas cinzas. tica da A3P.
• Promover campanhas de conscientização para o não • Realizar campanhas de sensibilização dos servidores
desperdício da água. com divulgação na intranet, cartazes, etiquetas e in‑
formativos.
Gerenciamento de Resíduos Sólidos
• Elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sóli‑ Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho
dos tendo como etapa a coleta seletiva solidária. • Estimular os servidores e colaboradores para a prática
• Realizar um diagnóstico participativo da situação atual de atividades físicas.
• Promover o bem-estar físico e social dos servidores e
de gerenciamento dos resíduos sólidos, identificando:
colaboradores, por meio de treinamentos e atividades
– logística existente;
comunitárias como caminhadas e corridas de rua.
– estrutura física do local de destinação e das salas; • Inserir a ginástica laboral à rotina institucional para re‑
– rotina de coleta; duzir a tensão dos servidores e colaboradores enquan‑
– caracterização dos resíduos e qualidade da separa‑ to cumprem sua jornada, aumentando a motivação e
ção, entre outros aspectos. a qualidade do ambiente profissional.
• Realizar treinamento dos funcionários da limpeza com • Realizar eventos específicos de promoção do uso da
periodicidade trimestral. bicicleta.
• Substituir/confeccionar placas sinalizadoras e coloca‑ • Realizar a vacinação periódica dos servidores e cola‑
ção de adesivos para facilitar a segregação dos mate‑ boradores da instituição.
riais. • Elaborar um Plano de Preparação para Aposentadoria.
• Promover a destinação ambientalmente correta dos • Realizar eventos voltados para a saúde da mulher.
rejeitos. • Aferir a qualidade do ar e o nível de ruído no ambiente
• Instituir uma comissão setorial de coleta seletiva com laboral dentro dos níveis exigidos em legislação.
um representante por unidade. Envolver outras ins‑ • Implantar programa de prevenção de riscos ambientais.
tituições alocadas no mesmo prédio ou condomínio,
quando for o caso. Contratações Públicas Sustentáveis
• Realizar doação de materiais recicláveis para as as‑ • Adquirir bens e materiais e contratar serviços e obras
sociações e cooperativas de catadores de materiais com critérios sustentáveis.
recicláveis. • Realizar compras compartilhadas com outros órgãos,
• Promover a prevenção e redução na geração de resí‑ quando possível.
• Realizar um planejamento de compras anual, especi‑
duos.
ficando os itens sustentáveis similares a serem adqui‑
• Estabelecer práticas e hábitos de consumo sustentável.
ridos.
• Aumentar a reciclagem e a reutilização dos resíduos • Reduzir a aquisição de materiais permanentes que não
sólidos. atendam aos critérios de sustentabilidade.
• Coletar, manusear, armazenar, transportar e dispor • Seguir as diretrizes da Instrução Normativa SLTI/MPOG
adequadamente os resíduos, com o mínimo de riscos nº 1, de 19 de janeiro de 2010, que dispõe sobre os
para os seres humanos e para o meio ambiente, incluin‑ critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição
do resíduos perigosos como lâmpadas e equipamentos de bens, contratação de serviços ou obras.
eletroeletrônicos. • Seguir as diretrizes da Portaria nº 2 do MPOG, de 16 de
março de 2010, e da IN nº 01 do MPOG de 20 de janeiro
Sensibilização e Capacitação de 2010, que tratam da Tecnologia da Informação – TI
• Elaborar uma agenda específica de capacitação e for‑ Verde.
mação da Comissão Gestora da A3P. • Adquirir equipamentos de climatização mecânica, ou
• Elaborar um Plano de Comunicação para divulgar de novas tecnologias de resfriamento do ar, que utili‑
metas, ações e resultados relacionados aos Projetos, zem energia elétrica, apenas nos ambientes onde for
por meio de matérias que forneçam, além de dados, indispensável.
informações para público interno e externo.
• Divulgar cursos de capacitação relacionados à A3P, Construções Sustentáveis
produzindo textos para conquistar a adesão dos ser‑ • Realizar um planejamento de obras anual com a inser‑
vidores. ção das diretrizes de edificações sustentáveis.
• Promover programas educativos e de sensibilização • Aperfeiçoar as rotinas de manutenção predial preven‑
tiva, objetivando redução de custos na manutenção
Noções de Sustentabilidade

dos servidores e colaboradores para a melhor utiliza‑


predial corretiva.
ção dos recursos institucionais.
• A partir de um diagnóstico de demanda, implantar bi‑
• Sensibilizar os servidores e colaboradores para o uso de cicletário coberto e estrutura de apoio como vestiário
bicicletas no seu deslocamento até o local de trabalho. e outros.
• Produzir informativos referentes a temas socioambien‑ • Identificar e utilizar materiais duráveis, certificados e
tais, experiências bem sucedidas e progressos alcan‑ sustentáveis, preferencialmente reciclados e de origem
çados pela instituição. de recursos naturais renováveis, nas obras e reformas.
• Promover ações de sensibilização para estímulo à ca‑ • Reduzir o desperdício de materiais na manutenção
rona solidária. predial e nas reformas e obras.
• Criar pesquisa para averiguar conhecimento e mudan‑ • Destinar os resíduos de obras e reformas reutilizáveis
ça de atitude por parte dos servidores e colaboradores e recicláveis para as associações e cooperativas de ma‑
quanto à comunicação e sensibilização. teriais recicláveis.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Promover a destinação correta dos resíduos perigosos.
• Implementar sistema de individualização de aferição
de consumo de água e energia elétrica.
• Estudar a viabilidade de obras para retenção e infiltra‑
ção no solo de águas pluviais com o objetivo de evitar
o escoamento superficial e alagamentos em áreas cir‑
cundantes ao edifício.
• Adequar os espaços do órgão para plena acessibilidade,
de maneira a atender à NBR 9050 da ABNT.

A Agenda Ambiental da Administração Pública em nú-


meros3

POLÍTICA NACIONAL DE MUDANÇAS NO


CLIMA
A Política Nacional de Mudanças Climáticas, aprovada
pela Lei nº 12.187, de 20 de dezembro de 20094, estabelece
os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos para sua
implementação.
A Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) ofi‑
cializou o compromisso voluntário do Brasil junto à Conven‑
ção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de
redução de emissões de gases de efeito estufa entre 36,1%
e 38,9% das emissões projetadas até 2020.
De acordo com o Decreto nº 7.390/2010, que regulamen‑
ta a PNMC, a linha de base de emissões de gases de efeito
estufa para 2020 foi estimada em 3,236 GtCO2-eq. Assim, a
redução absoluta correspondente ficou estabelecida entre
1,168 GtCO2-eq e 1,259 GtCO2-eq, 36,1% e 38,9% de redução
de emissões, respectivamente. Para auxiliar no alcance das
metas de redução, a lei estabelece, ainda, o desenvolvimento
de planos setoriais de mitigação e adaptação nos âmbitos
local, regional e nacional para frear as emissões nos seto‑
res florestal, siderúrgico, agrícola, energético, industrial, de
transporte e de mineração brasileiros.
Os objetivos, citados no art. 4 º, parágrafo único da Lei nº
12.187/2009, alcançados pela PNMC devem se harmonizar
com o desenvolvimento sustentável buscando o crescimento
econômico, a erradicação da pobreza e a redução das desi‑
gualdades sociais.
Para viabilizar o alcance desses objetivos, a lei instituiu
algumas diretrizes, citadas no art. 5º, como fomento a práti‑
cas que efetivamente reduzam as emissões de gases de efeito
estufa e o estímulo à adoção de atividades e tecnologias de
baixas emissões desses gases, além de padrões sustentáveis
de produção e consumo.
Por fim, cabe destacar que o Poder Executivo estabelece‑
rá os Planos setoriais de mitigação e adaptação à mudança
do clima para a consolidação de uma economia de baixo
consumo de carbono. Esses planos visarão atender metas
Noções de Sustentabilidade

gradativas de redução de emissões antrópicas quantificáveis


e verificáveis, considerando diversos setores, como geração
e distribuição de energia elétrica, transporte público urbano,
indústria, serviços de saúde e agropecuária, considerando
as especificidades de cada setor, inclusive por meio do Me‑
canismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e das Ações de
Mitigação Nacionalmente Apropriadas (NAMAS).

Note que o edital, publicado em 1º de julho de 2016, cita a Lei nº 12.187, com
4

o ano de 2006. Ocorre que esta Lei, que instituiu a Política Nacional sobre Mu‑
3
Dados disponíveis em: http://www.mma.gov.br/destaques/item/9056. Aces‑ dança do Clima, foi publicada 2009. Acredita-se que a banca Idecan retificará
so: 05/07/2016. este item alterando o ano da Lei.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Lei nº 12.187, de 29 de Dezembro de 2009 distribuir os ônus e encargos decorrentes entre os setores
econômicos e as populações e comunidades interessadas de
Institui a Política Nacional modo equitativo e equilibrado e sopesar as responsabilidades
sobre Mudança do Clima – PNMC individuais quanto à origem das fontes emissoras e dos
e dá outras providências. efeitos ocasionados sobre o clima;
IV – o desenvolvimento sustentável é a condição para
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso enfrentar as alterações climáticas e conciliar o atendimen‑
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: to às necessidades comuns e particulares das populações e
Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional sobre Mudança comunidades que vivem no território nacional;
do Clima – PNMC e estabelece seus princípios, objetivos, V – as ações de âmbito nacional para o enfrentamento
diretrizes e instrumentos. das alterações climáticas, atuais, presentes e futuras, devem
Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: considerar e integrar as ações promovidas no âmbito esta‑
I – adaptação: iniciativas e medidas para reduzir a vulne‑ dual e municipal por entidades públicas e privadas;
rabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos VI – (vetado).
atuais e esperados da mudança do clima; Art. 4º A Política Nacional sobre Mudança do Clima –
II – efeitos adversos da mudança do clima: mudanças no PNMC visará:
meio físico ou biota resultantes da mudança do clima que I – à compatibilização do desenvolvimento econômico‑
tenham efeitos deletérios significativos sobre a composição, -social com a proteção do sistema climático;
resiliência ou produtividade de ecossistemas naturais e II – à redução das emissões antrópicas de gases de efeito
manejados, sobre o funcionamento de sistemas socioeco‑ estufa em relação às suas diferentes fontes;
nômicos ou sobre a saúde e o bem-estar humanos; III – (vetado);
III – emissões: liberação de gases de efeito estufa ou IV – ao fortalecimento das remoções antrópicas por su‑
seus precursores na atmosfera numa área específica e num midouros de gases de efeito estufa no território nacional;
período determinado; V – à implementação de medidas para promover a adap‑
IV – fonte: processo ou atividade que libere na atmosfera tação à mudança do clima pelas 3 (três) esferas da Federação,
gás de efeito estufa, aerossol ou precursor de gás de efeito com a participação e a colaboração dos agentes econômicos
estufa; e sociais interessados ou beneficiários, em particular aqueles
V – gases de efeito estufa: constituintes gasosos, naturais especialmente vulneráveis aos seus efeitos adversos;
ou antrópicos, que, na atmosfera, absorvem e reemitem VI – à preservação, à conservação e à recuperação dos
radiação infravermelha; recursos ambientais, com particular atenção aos grandes
VI – impacto: os efeitos da mudança do clima nos siste‑ biomas naturais tidos como Patrimônio Nacional;
mas humanos e naturais; VII – à consolidação e à expansão das áreas legalmente
VII – mitigação: mudanças e substituições tecnológicas protegidas e ao incentivo aos reflorestamentos e à recom‑
que reduzam o uso de recursos e as emissões por unidade posição da cobertura vegetal em áreas degradadas;
de produção, bem como a implementação de medidas que VIII – ao estímulo ao desenvolvimento do Mercado Bra‑
reduzam as emissões de gases de efeito estufa e aumentem sileiro de Redução de Emissões – MBRE.
os sumidouros; Parágrafo único. Os objetivos da Política Nacional sobre
VIII – mudança do clima: mudança de clima que possa Mudança do Clima deverão estar em consonância com o
ser direta ou indiretamente atribuída à atividade humana desenvolvimento sustentável a fim de buscar o crescimento
que altere a composição da atmosfera mundial e que se econômico, a erradicação da pobreza e a redução das desi‑
some àquela provocada pela variabilidade climática natural gualdades sociais.
observada ao longo de períodos comparáveis; Art. 5º São diretrizes da Política Nacional sobre Mudança
IX – sumidouro: processo, atividade ou mecanismo que do Clima:
remova da atmosfera gás de efeito estufa, aerossol ou pre‑ I – os compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção‑
cursor de gás de efeito estufa; e -Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, no
X – vulnerabilidade: grau de suscetibilidade e incapa‑ Protocolo de Quioto e nos demais documentos sobre mu‑
cidade de um sistema, em função de sua sensibilidade, dança do clima dos quais vier a ser signatário;
capacidade de adaptação, e do caráter, magnitude e taxa II – as ações de mitigação da mudança do clima em con‑
de mudança e variação do clima a que está exposto, de lidar sonância com o desenvolvimento sustentável, que sejam,
com os efeitos adversos da mudança do clima, entre os quais sempre que possível, mensuráveis para sua adequada quan‑
a variabilidade climática e os eventos extremos. tificação e verificação a posteriori;
Art. 3º A PNMC e as ações dela decorrentes, executadas III – as medidas de adaptação para reduzir os efeitos ad‑
sob a responsabilidade dos entes políticos e dos órgãos da ad‑ versos da mudança do clima e a vulnerabilidade dos sistemas
ministração pública, observarão os princípios da precaução, da ambiental, social e econômico;
prevenção, da participação cidadã, do desenvolvimento susten‑ IV – as estratégias integradas de mitigação e adaptação
tável e o das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, à mudança do clima nos âmbitos local, regional e nacional;
Noções de Sustentabilidade

este último no âmbito internacional, e, quanto às medidas a V – o estímulo e o apoio à participação dos governos
serem adotadas na sua execução, será considerado o seguinte: federal, estadual, distrital e municipal, assim como do setor
I – todos têm o dever de atuar, em benefício das pre‑ produtivo, do meio acadêmico e da sociedade civil organiza‑
sentes e futuras gerações, para a redução dos impactos da, no desenvolvimento e na execução de políticas, planos,
decorrentes das interferências antrópicas sobre o sistema programas e ações relacionados à mudança do clima;
climático; VI – a promoção e o desenvolvimento de pesquisas cien‑
II – serão tomadas medidas para prever, evitar ou mi‑ tífico-tecnológicas, e a difusão de tecnologias, processos e
nimizar as causas identificadas da mudança climática com práticas orientados a:
origem antrópica no território nacional, sobre as quais haja a) mitigar a mudança do clima por meio da redução de
razoável consenso por parte dos meios científicos e técnicos emissões antrópicas por fontes e do fortalecimento das re‑
ocupados no estudo dos fenômenos envolvidos; moções antrópicas por sumidouros de gases de efeito estufa;
III – as medidas tomadas devem levar em consideração b) reduzir as incertezas nas projeções nacionais e regio‑
os diferentes contextos socioeconomicos de sua aplicação, nais futuras da mudança do clima;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
c) identificar vulnerabilidades e adotar medidas de adap‑ de energia, água e outros recursos naturais e redução da
tação adequadas; emissão de gases de efeito estufa e de resíduos;
VII – a utilização de instrumentos financeiros e econô‑ XIII – os registros, inventários, estimativas, avaliações e
micos para promover ações de mitigação e adaptação à mu‑ quaisquer outros estudos de emissões de gases de efeito
dança do clima, observado o disposto no art. 6º; estufa e de suas fontes, elaborados com base em informa‑
VIII – a identificação, e sua articulação com a Política ções e dados fornecidos por entidades públicas e privadas;
prevista nesta Lei, de instrumentos de ação governamental XIV – as medidas de divulgação, educação e conscien‑
já estabelecidos aptos a contribuir para proteger o sistema tização;
climático; XV – o monitoramento climático nacional;
IX – o apoio e o fomento às atividades que efetivamente XVI – os indicadores de sustentabilidade;
reduzam as emissões ou promovam as remoções por sumi‑ XVII – o estabelecimento de padrões ambientais e de
douros de gases de efeito estufa; metas, quantificáveis e verificáveis, para a redução de emis‑
X – a promoção da cooperação internacional no âmbi‑ sões antrópicas por fontes e para as remoções antrópicas por
to bilateral, regional e multilateral para o financiamento, a sumidouros de gases de efeito estufa;
capacitação, o desenvolvimento, a transferência e a difusão XVIII – a avaliação de impactos ambientais sobre o mi‑
de tecnologias e processos para a implementação de ações croclima e o macroclima.
de mitigação e adaptação, incluindo a pesquisa científica, Art. 7º Os instrumentos institucionais para a atuação da
a observação sistemática e o intercâmbio de informações; Política Nacional de Mudança do Clima incluem:
XI – o aperfeiçoamento da observação sistemática e pre‑ I – o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima;
cisa do clima e suas manifestações no território nacional e II – a Comissão Interministerial de Mudança Global do
nas áreas oceânicas contíguas; Clima;
XII – a promoção da disseminação de informações, a III – o Fórum Brasileiro de Mudança do Clima;
educação, a capacitação e a conscientização pública sobre IV – a Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Cli‑
mudança do clima; máticas Globais – Rede Clima;
XIII – o estímulo e o apoio à manutenção e à promoção: V – a Comissão de Coordenação das Atividades de Me‑
a) de práticas, atividades e tecnologias de baixas emis‑ teorologia, Climatologia e Hidrologia.
sões de gases de efeito estufa; Art. 8º As instituições financeiras oficiais disponibilizarão
b) de padrões sustentáveis de produção e consumo. linhas de crédito e financiamento específicas para desenvol‑
Art. 6º São instrumentos da Política Nacional sobre Mu‑ ver ações e atividades que atendam aos objetivos desta Lei
dança do Clima: e voltadas para induzir a conduta dos agentes privados à
I – o Plano Nacional sobre Mudança do Clima; observância e execução da PNMC, no âmbito de suas ações
II – o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima; e responsabilidades sociais.
III – os Planos de Ação para a Prevenção e Controle do Art. 9º O Mercado Brasileiro de Redução de Emissões –
Desmatamento nos biomas; MBRE será operacionalizado em bolsas de mercadorias e fu‑
IV – a Comunicação Nacional do Brasil à Convenção‑ turos, bolsas de valores e entidades de balcão organizado, au‑
-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de torizadas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, onde
acordo com os critérios estabelecidos por essa Convenção se dará a negociação de títulos mobiliários representativos
e por suas Conferências das Partes; de emissões de gases de efeito estufa evitadas certificadas.
V – as resoluções da Comissão Interministerial de Mu‑ Art. 10. (Vetado).
dança Global do Clima; Art. 11. Os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos
VI – as medidas fiscais e tributárias destinadas a estimular das políticas públicas e programas governamentais deverão
a redução das emissões e remoção de gases de efeito estufa, compatibilizar-se com os princípios, objetivos, diretrizes e ins‑
incluindo alíquotas diferenciadas, isenções, compensações e trumentos desta Política Nacional sobre Mudança do Clima.
incentivos, a serem estabelecidos em lei específica; Parágrafo único. Decreto do Poder Executivo estabelece‑
VII – as linhas de crédito e financiamento específicas de rá, em consonância com a Política Nacional sobre Mudança
agentes financeiros públicos e privados; do Clima, os Planos setoriais de mitigação e de adaptação
VIII – o desenvolvimento de linhas de pesquisa por agên‑ às mudanças climáticas visando à consolidação de uma eco‑
cias de fomento; nomia de baixo consumo de carbono, na geração e distri‑
IX – as dotações específicas para ações em mudança do buição de energia elétrica, no transporte público urbano e
clima no orçamento da União; nos sistemas modais de transporte interestadual de cargas
X – os mecanismos financeiros e econômicos referentes e passageiros, na indústria de transformação e na de bens
à mitigação da mudança do clima e à adaptação aos efeitos de consumo duráveis, nas indústrias químicas fina e de base,
da mudança do clima que existam no âmbito da Convenção‑ na indústria de papel e celulose, na mineração, na indústria
-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e do da construção civil, nos serviços de saúde e na agropecuá‑
Protocolo de Quioto; ria, com vistas em atender metas gradativas de redução de
Noções de Sustentabilidade

XI – os mecanismos financeiros e econômicos, no âmbito emissões antrópicas quantificáveis e verificáveis, consideran‑


nacional, referentes à mitigação e à adaptação à mudança do as especificidades de cada setor, inclusive por meio do
do clima; Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL e das Ações
XII – as medidas existentes, ou a serem criadas, que de Mitigação Nacionalmente Apropriadas – NAMAs.
estimulem o desenvolvimento de processos e tecnologias, Art. 12. Para alcançar os objetivos da PNMC, o País ado‑
que contribuam para a redução de emissões e remoções de tará, como compromisso nacional voluntário, ações de mi‑
gases de efeito estufa, bem como para a adaptação, dentre tigação das emissões de gases de efeito estufa, com vistas
as quais o estabelecimento de critérios de preferência nas em reduzir entre 36,1% (trinta e seis inteiros e um décimo
licitações e concorrências públicas, compreendidas aí as par‑ por cento) e 38,9% (trinta e oito inteiros e nove décimos por
cerias público-privadas e a autorização, permissão, outorga cento) suas emissões projetadas até 2020.
e concessão para exploração de serviços públicos e recursos Parágrafo único. A projeção das emissões para 2020 assim
naturais, para as propostas que propiciem maior economia como o detalhamento das ações para alcançar o objetivo

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
expresso no caput serão dispostos por decreto, tendo por Art. 4º Os planos setoriais de que trata o parágrafo único
base o segundo Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções do art. 11 da Lei nº 12.187, de 2009,, não relacionados no
Antrópicas de Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo art. 3º, serão elaborados até 16 de abril de 2012, com o
Protocolo de Montreal, a ser concluído em 2010. seguinte conteúdo mínimo: (Redação dada pelo Decreto nº
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 7.643, de 2011)
I – meta de redução de emissões em 2020, incluindo
Brasília, 29 de dezembro de 2009; 188º da Independência metas gradativas com intervalo máximo de três anos;
e 121º da República. II – ações a serem implementadas;
III – definição de indicadores para o monitoramento e
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA avaliação de sua efetividade;
Nelson Machado IV – proposta de instrumentos de regulação e incentivo
Edison Lobão para implementação do respectivo Plano; e
Paulo Bernardo Silva V – estudos setoriais de competitividade com estimativa
Luís Inácio Lucena Adams de custos e impactos.
§ 1º A elaboração dos Planos setoriais deverá contar com
Decreto nº 7.390, de 9 de Dezembro de 2010 amplo processo de consulta pública aos setores interessa‑
dos, em especial a representação das atividades econômicas
Regulamenta os arts. 6º, 11 diretamente afetadas.
e 12 da Lei nº 12.187, de 29 de § 2º As metas setoriais deverão ser expressas em percen‑
dezembro de 2009, que institui a tuais de redução das emissões em relação a 2020.
Política Nacional sobre Mudança § 3º As metas setoriais poderão ser utilizadas como pa‑
do Clima – PNMC, e dá outras pro- râmetros para o estabelecimento do Mercado Brasileiro de
vidências. Redução de Emissões – MBRE de que trata o art. 9º da Lei
nº 12.187, de 2009.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que Art. 5º A projeção das emissões nacionais de gases do
lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em efeito estufa para o ano de 2020 de que trata o parágrafo
vista o disposto nos arts. 6º, 11 e 12 da Lei nº 12.187, de 29 único do art. 12 da Lei nº 12.187, de 2009, é de 3.236 mi‑
de dezembro de 2009, decreta: lhões tonCO2eq de acordo com detalhamento metodológico
Art. 1º Os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos descrito no Anexo deste Decreto, composta pelas projeções
das políticas públicas e programas governamentais deverão, para os seguintes setores:
sempre que for aplicável, compatibilizar-se com os princípios, I – Mudança de Uso da Terra: 1.404 milhões de tonCO2eq;
objetivos, diretrizes e instrumentos da Política Nacional sobre II – Energia: 868 milhões de tonCO2eq;
Mudança do Clima. III – Agropecuária: 730 milhões de tonCO2eq; e
Parágrafo único. Os programas e ações do Governo Fe‑ IV – Processos Industriais e Tratamento de Resíduos: 234
deral que integram o Plano Plurianual deverão observar o milhões de tonCO2eq.
previsto no caput.
Art. 6º Para alcançar o compromisso nacional voluntário
Art. 2º O Plano Nacional sobre Mudança do Clima será
de que trata o art. 12 da Lei nº 12.187, de 2009, serão imple‑
integrado pelos planos de ação para a prevenção e controle
mentadas ações que almejem reduzir entre 1.168 milhões de
do desmatamento nos biomas e pelos planos setoriais de
tonCO2eq e 1.259 milhões de tonCO2eq do total das emissões
mitigação e de adaptação às mudanças climáticas, de que
estimadas no art. 5º.
tratam, respectivamente, os arts. 6o e 11 da Lei nº 12.187,
§ 1º Para cumprimento do disposto no caput, serão
de 2009.
§ 1º As revisões do Plano Nacional sobre Mudança do inicialmente consideradas as seguintes ações contidas nos
Clima ocorrerão previamente à elaboração dos Planos Plu‑ planos referidos no art. 3º deste Decreto:
rianuais e as revisões dos planos setoriais e dos destinados à I – redução de oitenta por cento dos índices anuais de
proteção dos biomas em períodos regulares não superiores desmatamento na Amazônia Legal em relação à média veri‑
a dois anos. ficada entre os anos de 1996 a 2005;
§ 2º As revisões do Plano Nacional sobre Mudança do II – redução de quarenta por cento dos índices anuais
Clima e a elaboração dos planos setoriais tomarão por base de desmatamento no Bioma Cerrado em relação à média
a Segunda Comunicação Nacional do Brasil à Convenção‑ verificada entre os anos de 1999 a 2008;
-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, com III – expansão da oferta hidroelétrica, da oferta de fontes
foco no Segundo Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas alternativas renováveis, notadamente centrais eólicas, pe‑
por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito quenas centrais hidroelétricas e bioeletricidade, da oferta
Estufa Não-controlados pelo Protocolo de Montreal ou a de biocombustíveis, e incremento da eficiência energética;
edição mais recente à época das revisões. IV – recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens
Noções de Sustentabilidade

Art. 3º Para efeito da presente regulamentação, são con‑ degradadas;


siderados os seguintes planos de ação para a prevenção e V – ampliação do sistema de integração lavoura-pecuária‑
controle do desmatamento nos biomas e planos setoriais de -floresta em 4 milhões de hectares;
mitigação e de adaptação às mudanças climáticas: VI – expansão da prática de plantio direto na palha em
I – Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Des‑ 8 milhões de hectares;
matamento na Amazônia Legal – PPCDAm; VII – expansão da fixação biológica de nitrogênio em 5,5
II – Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Des‑ milhões de hectares de áreas de cultivo, em substituição ao
matamento e das Queimadas no Cerrado – PPCerrado; uso de fertilizantes nitrogenados;
III – Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE; VIII – expansão do plantio de florestas em 3 milhões de
IV – Plano para a Consolidação de uma Economia de Baixa hectares;
Emissão de Carbono na Agricultura; e IX – ampliação do uso de tecnologias para tratamento
V – Plano de Redução de Emissões da Siderurgia. de 4,4 milhões de m3 de dejetos de animais; e

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
X – incremento da utilização na siderurgia do carvão vege‑ Parágrafo único. O Ministério da Ciência e Tecnologia
tal originário de florestas plantadas e melhoria na eficiência coordenará grupo de trabalho responsável por elaborar as
do processo de carbonização. estimativas de que trata o caput deste artigo, bem como
§ 2º Outras ações de mitigação, que contribuam para por aprimorar a metodologia de cálculo da projeção de
o alcance do compromisso nacional voluntário previsto no emissões e, sempre que necessário, propor a revisão deste
caput deste artigo, serão definidas nos planos de que tratam Decreto.
os arts. 6º e 11 da Lei nº 12.187, de 2009, e em outros planos Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data de sua pu‑
e programas governamentais. blicação.
§ 3º As ações de que trata este artigo serão implemen‑
tadas de maneira coordenada e cooperativa pelos órgãos Brasília, 9 de dezembro de 2010; 189º da Independência
governamentais, devendo ser revisadas e ajustadas sempre e 122º da República.
que for necessário para o alcance dos objetivos finais pre‑
tendidos, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 2º. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
§ 4º As ações referidas neste artigo poderão ser imple‑ Guido Mantega
mentadas inclusive por meio do Mecanismo de Desenvolvi‑ Wagner Gonçalves Rossi
mento Limpo ou de outros mecanismos no âmbito da Con‑ Miguel Jorge
venção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Márcio Pereira Zimmermann
Art. 7º O Comitê Interministerial sobre Mudança do Cli‑ Sergio Machado Rezende
ma instituído pelo Decreto no 6.263, de 21 de novembro de Izabella Mônica Vieira Teixeira
2007, fará a coordenação geral das ações de que trata o art.
6º, no âmbito do Plano Nacional sobre Mudança do Clima. ANEXO
Art. 8º A implementação das ações de trata o art. 6º será
acompanhada pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, 1. MUDANÇA DE USO DA TERRA
por meio de representantes dos setores que o compõem.
Art. 9º Na elaboração dos planos plurianuais e Leis Or‑ O total da projeção das emissões de gases de efeito estufa
çamentárias Anuais, o Poder Executivo Federal deverá for‑ – GEE para o ano de 2020 decorrentes da mudança de uso
mular proposta de programas e ações que contemplem o da terra resulta da somatória das projeções convencionadas
disposto neste Decreto, sendo os ajustes aos programas e para os biomas brasileiros, conforme detalhado a seguir:
ações realizados nos prazos normais de elaboração das leis 1.1. PROJEÇÃO PARA O ANO DE 2020 DAS EMISSÕES DE
orçamentárias e de revisão do plano plurianual. GEE POR DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA
Art. 10. Deverão ser adotadas metodologias e mecanis‑ 1.1.1. A projeção das emissões de GEE decorrentes do
mos apropriados para aferir o cumprimento do compromisso desmatamento na Amazônia Legal para o ano de 2020 resulta
mencionado no art. 6º. da convenção de que, naquele ano, a taxa de desmatamento
Art. 11. Para fins de acompanhamento do cumprimento do (medida em km2) equivalerá à taxa média de desmatamento
previsto nos arts. 5º e 6º deste Decreto, serão publicadas, a par‑ verificada no bioma entre o ano de 1996 a 2005, aferida pelo
tir de 2012, estimativas anuais de emissões de gases de efeito Projeto PRODES do Instituto Nacional de Pesquisas Espa‑
estufa no Brasil em formato apropriado para facilitar o enten‑ ciais (INPE), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia
dimento por parte dos segmentos da sociedade interessados. (MCT), conforme o seguinte quadro:

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2020
18.161 13.227 17.383 17.279 18.226 18.165 21.394 25.247 27.423 18.846 19.535
1.1.2 O total das emissões projetadas para o ano de 2020 b) entre 2003 e 2008, a taxa média anual de desmata‑
é resultado da multiplicação, em etapas sucessivas, da taxa mento foi de 14,09 mil km2.
de desmatamento projetada – 19.535 km2 ou 1.953.500 ha –,
pelo valor médio de emissões de dióxido de carbono por uni‑ Portanto, a taxa média de desmatamento no período de
dade territorial informado no Segundo Inventário Brasileiro de 1999 a 2008 resulta da seguinte equação:
Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros Taxa de desmatamento média (1999-2008) = (4 x 18,02
de Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de + 6 x 14,09)/10 = 15,7 mil km2.
Montreal (Segundo Inventário) entre os anos de 1994 e 2005 – 1.2.2. O total das emissões projetadas para o ano de 2020
132,3 tonC/ha – e, finalmente, pelo fator de equivalência entre é resultado da multiplicação, em etapas sucessivas, da taxa
Carbono e Dióxido de Carbono, conforme o seguinte quadro: de desmatamento projetada – 15,7 mil km2 ou 1.570.000 ha
–, pelo valor médio de emissões de dióxido de carbono por
unidade territorial informado no Segundo Inventário entre
Desmatamen‑ Emissões Total de Emissões
Fator equi‑ os anos de 1994 e 2005 – 56,1 tonC/ha – e, finalmente, pelo
to GEE/ha Projetadas
valência fator de equivalência entre Carbono e Dióxido de Carbono,
Noções de Sustentabilidade

2020 (ha) (tonC/ha) (tonCO2eq)


conforme o seguinte quadro:
1.953.500 132,3 44/12 947.642.850

1.2. PROJEÇÃO PARA O ANO DE 2020 DAS EMISSÕES DE 1. Desmata‑ 2. Emissões 4. Fator 5. Total de Emis‑
GEE POR DESMATAMENTO NO BIOMA CERRADO mento GEE/ha equiva‑ sões Projetadas
1.2.1. A projeção das emissões de GEE decorrentes do 2020 (ha) 3. (tonC/ha) lência (tonCO2eq)
desmatamento no Bioma Cerrado para o ano de 2020 resulta 6. 1.570.000 7. 56,1 8.44/12 9. 322.949.000
da convenção de que, naquele ano, a taxa de desmatamento
(medida em km2) equivalerá à taxa média de desmatamento 1.3. PROJEÇÃO PARA O ANO DE 2020 DAS EMISSÕES DE
verificada no bioma entre o ano de 1999 a 2008, aferida pela GEE POR DESMATAMENTO NOS BIOMAS MATA ATLÂNTICA,
FUNCATE e pelo Ibama, conforme o seguinte detalhamento: CAATINGA E PANTANAL
a) entre 1994 e 2002, a taxa média anual foi de 18,02 A projeção das emissões de GEE decorrentes do desmata‑
mil km2; mento nos biomas Mata Atlântica, Caatinga e Pantanal resul‑

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
ta da convenção de que, naquele ano, as emissões ocorrerão nesse período. Para captar os efeitos da atividade econômica
nos mesmos níveis do ano de 2005, conforme informação sobre nível das emissões foram utilizados dados do Produto
constante do Segundo Inventário: Interno Bruto (PIB), obtidos no endereço do Banco Central
na rede mundial de computadores – Série 7326 do Sistema
Gerenciador de Séries Temporais.
Mata Atlântica Caatinga Pantanal Total de
Reconhecidas as limitações estatísticas da amostra es‑
(Milhões (Milhões (Milhões Emissões
tudada, em razão do ainda baixo número de observações
tonCO2eq) tonCO2eq) tonCO2eq) (Milhões
disponíveis, os modelos VEC projetaram as emissões para os
tonCO2eq)
segmentos de Processos Industriais, Tratamento de Resíduos
79,11 37,63 16,17 132,91 e Agropecuária entre os anos de 2006 e 2020, considerando
a previsão de crescimento médio anual do PIB de 5% para
1.4. Quadro-síntese das emissões totais estimadas de os próximos anos.
GEE para 2020 por mudança do uso da terra:
Tabela – Emissões sob a hipótese de
Mata Atlântica, crescimento do PIB a 5% (em mil tonCO2eq)
Amazônia Cerrado Caatinga Total
Biomas (Milhões (Milhões e Pantanal (Milhões
(1) Processos Indus‑
(2) Agropecu‑
tonCO2eq) tonCO2eq) (Milhões tonCO2eq) triais e Tratamento (1) + (2)
ária
tonCO2eq) de Resíduos
Emissões 2006 123.648 429.244 552.882
947,64 322,95 132,91 1.403,50
Estimadas 2007 131.105 450.684 581.789
2008 137.805 469.763 607.568
2. ENERGIA
2009 137.552 469.048 606.600
O cálculo das emissões de GEE decorrentes da produção 2010 144.361 488.279 632.640
e do uso da energia para 2020 fez-se por meio da construção 2011 151.507 508.299 659.805
de cenários elaborados pela Empresa de Pesquisa Energética
2012 159.006 529.139 688.145
(EPE) a partir de modelos de previsão de demanda baseados
em estimativas populacionais, econômicas e de evolução da 2013 166.877 550.834 717.711
intensidade das emissões no setor energético. 2014 175.138 573.418 748.555
Por sua vez, a oferta de energia para atender essa 2015 183.807 596.928 780.735
demanda considerou hipóteses determinísticas para a 2016 192.905 621.402 814.307
composição da matriz energética em um cenário no qual
a execução das medidas de redução de emissões de GEE 2017 202.454 646.879 849.334
contidas no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2018 212.476 673.401 885.877
não ocorresse. Tal metodologia mostra-se apropriada uma 2019 222.993 701.011 924.004
vez que o PDE pode ser entendido como um cenário de 2020 234.031 729.752 963.784
baixo carbono que inclui políticas e iniciativas que objetivam Fonte: BCB, MCT; Cálculos: MF.
a mitigação de emissões.

Tabela 2 – Emissões de GEE em 2020 (em MtCO2-eq) POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS


MtCO2eq % SÓLIDOS
Cenário PDE 634 73,0
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada pela
Incremento de emissões (sem as ações Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, e regulamentada
234 27,0
de mitigação do PDE) pelo Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, dispõe
Cenário 2020 868 100,0 sobre os princípios, objetivos e instrumentos, bem como as
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética – EPE diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de
resíduos sólidos, incluídos os perigosos. A Lei trata também
Nesta situação, a demanda de energia projetada para das responsabilidades dos geradores de resíduos sólidos e
2020 seria atendida por meio de fontes fósseis, que amplia‑ do poder público, além de estabelecer instrumentos econô‑
riam as emissões projetadas em 234 MtCO2eq. Portanto, a micos aplicáveis na gestão integrada dos resíduos sólidos5.
projeção das emissões de gases devidas à produção e ao uso A Lei contém instrumentos importantes para permitir o
da energia é de 868 MtCO2eq em 2020. avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais
Noções de Sustentabilidade

problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do


3. PROCESSOS INDUSTRIAIS E TRATAMENTO DE RESÍ- manejo inadequado dos resíduos sólidos. Nesse sentido, a
DUOS E AGROPECUÁRIA lei trata da prevenção e da redução de resíduos, tendo como
proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um
O volume de emissões brasileiras de GEE entre 2006 e conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reci‑
2020 oriundas das atividades industrial e de tratamento de clagem e da reutilização dos resíduos sólidos6 e a destinação
resíduos e da agropecuária foi projetado com base na relação ambientalmente adequada dos rejeitos7.
existente entre o volume de emissões e o nível de atividade 5
Gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca
da economia durante o período entre 1990 e 2005. de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões
Foram estimados Modelos Vetoriais de Correção de Er‑ política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a
ros (VEC) para os anos de 1990 a 2005, utilizando-se dados premissa do desenvolvimento sustentável.
6
Tudo aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado.
do Segundo Inventário para as emissões brasileiras de GEE 7
Os rejeitos constituem tudo aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A Lei instituiu a responsabilidade compartilhada dos ge‑ junto pelos Ministérios do Meio Ambiente, das Cidades, da
radores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distri‑ Saúde, Funasa e Caixa Econômica Federal. Desse processo
buidores, comerciantes, cidadão e titulares de serviços de resultou nova proposta, mais enxuta, que foi levada à Casa
manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa Civil em dezembro de 2005.
dos resíduos e embalagens pré-consumo e pós-consumo. Nesse ínterim, desde 1991 tramitava no Congresso Na‑
A Lei também criou metas importantes que irão contri‑ cional (Câmara dos Deputados) o Projeto de Lei nº 203/1991,
buir para a eliminação dos lixões e instituiu instrumentos de que dispunha “sobre o acondicionamento, a coleta, o tra‑
planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregional, tamento, o transporte e a destinação final dos resíduos de
intermunicipal e metropolitano e municipal; além de impor serviços de saúde” e, em julho de 2006, a Comissão Especial
que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento criada para avaliar esse Projeto de Lei aprovou seu subs‑
de Resíduos Sólidos. titutivo. Entretanto, essa versão não incorporava diversas
Em resumo, a Lei colocou o Brasil em patamar de igual‑ questões discutidas no âmbito do Governo Federal, junto à
dade aos principais países desenvolvidos no que concerne sociedade e ao setor produtivo.
ao marco legal e inovou com a inclusão dos catadores de O projeto em elaboração pelo Governo Federal após
materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Rever‑ dezembro de 2005 foi rediscutido entre os Ministérios li‑
sa8 quando na Coleta Seletiva9. gados ao tema e foi acordada uma proposta final. Em se‑
A seguir, breve resumo da construção da atual Política tembro de 2007, o Governo encaminhou o anteprojeto à
Nacional de Resíduos Sólidos em nosso País. Câmara dos Deputados, que foi editado como Projeto de
Lei nº 1991/2007 e apensado e juntado a outros mais de
Histórico cem projetos relacionados e que já tramitavam na Câmara
Federal apensados ao PL 203/1991.
Em 1988, com a promulgação da Constituição Federal, o O Ministério do Meio Ambiente (MMA), em sua posição
município passou a ser um ente federativo autônomo, dota‑ de coordenador do Programa de Resíduos Sólidos no PPA do
do de competências próprias, independência administrativa, Governo Federal, por intermédio da Secretaria de Recursos
legislativa e financeira e, em particular, com a faculdade de Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU), já liderava o processo
de construção da proposta de Política Nacional de Resíduos
legislar sobre assuntos de interesse local; suplementar a le‑
Sólidos junto aos demais órgãos da esfera federal.
gislação federal e a estadual e, ainda, organizar e prestar,
Em junho de 2008, foi instituído pela Mesa Diretora da
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os
Câmara dos Deputados o Grupo de Trabalho de Resíduos,
serviços públicos de interesse local de caráter essencial (art.
para examinar o substitutivo aprovado pela Comissão Espe‑
30, I, II e V), daí derivando a interpretação de que o município
cial ao PL 203/1991. Foram realizadas audiências públicas,
é, portanto, o detentor da titularidade dos serviços de limpe‑
visitas, debates e reuniões técnicas externas e, em 16 de ju‑
za urbana e toda a gestão e manejo e dos resíduos sólidos,
nho de 2009, foi apresentada a “Minuta de Subemenda Subs‑
desde a coleta até a sua destinação final. titutiva Global de Plenário ao PL 203/1991 e seus apensos”,
No entanto, embora existissem normas que abordassem a qual foi aprovada pelo Plenário da Câmara em 10/3/2010.
a temática dos resíduos sólidos, especialmente Resoluções O texto aprovado pela Câmara dos Deputados foi enca‑
do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), ainda minhado ao Senado Federal, onde também foi aprovado, em
não havia, no País, um instrumento legal que estabelecesse 7/7/2010, com pequena alteração.
diretrizes gerais aplicáveis aos resíduos sólidos para orien‑ Em 2/8/2010, o texto aprovado pelo Congresso Nacional
tar os Estados e os Municípios na adequada gestão desses foi sancionado pela Presidência da República, sem nenhum
resíduos. veto. A Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a
A partir de 2004, o Ministério do Meio Ambiente con‑ Política Nacional de Resíduos Sólidos, foi então publicada no
centrou esforços na elaboração de proposta para a criação Diário Oficial da União.
de diretrizes gerais aplicáveis aos resíduos sólidos no País, Posteriormente, em 23/12/2010, em ato acontecido em
e assim instituir uma Política Nacional de Resíduos Sólidos. São Paulo-SP, durante a EXPO CATADORES 2010, o ex-Presi‑
Foi instituído o grupo de discussão interministerial sobre o dente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou o Decre‑
assunto. Em agosto do mesmo ano, o Conama promoveu to nº 7.404/2010, que regulamentou a Lei nº 12.305/2010.
seminário intitulado “Contribuições à Política Nacional de Na fase dos trabalhos desenvolvidos pelo Congresso Na‑
Resíduos Sólidos”, com o objetivo de formular proposta de cional, a SRHU teve uma atuação estratégica, não apenas em
projeto de lei do governo federal que incorporasse subsídios relação ao aperfeiçoamento do texto do Projeto de Lei, mas
colhidos nos diversos setores da sociedade ligados à gestão também no que se trata do acompanhamento dos trâmites
de resíduos sólidos. nas Casas Legislativas e das atividades correlatas promovidas
A partir daí, o Ministério do Meio Ambiente criou grupo pelo Grupo de Trabalho de Resíduos da Câmara.
interno de discussão que consolidou e sistematizou essas Essa atuação da SRHU teve continuidade durante a etapa
contribuições e os anteprojetos de lei existentes no Con‑ referente à elaboração do regulamento.
gresso Nacional. Foi elaborada uma proposta de anteprojeto
Noções de Sustentabilidade

de lei da “Política Nacional de Resíduos Sólidos”, e debati‑ Atenção!


da entre todos os Ministérios com temáticas correlatas. A O Governo Federal instalou, no dia 17 de março de 2011,
proposta final foi discutida com a sociedade por meio dos o Comitê Interministerial para Acompanhamento da Polí‑
“Seminários Regionais de Resíduos Sólidos – Instrumentos tica Nacional de Resíduos Sólidos. Este Comitê é formado
para Gestão Integrada e Sustentável”, promovidos em con‑ pelo Ministério do Meio Ambiente, que é o coordenador,
pelos Ministérios das Cidades; do Desenvolvimento So‑
8
Instrumento de desenvolvimento econômico e social, caracterizado por um cial e Combate à Fome; da Saúde; da Fazenda; do Pla‑
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a nejamento, Orçamento e Gestão; do Desenvolvimento,
restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, Indústria e Comércio Exterior; da Agricultura, Pecuária e
em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final am‑ Abastecimento e da Ciência e Tecnologia, além da Casa
bientalmente adequada.
9
Coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constitui‑ Civil e da Secretaria de Relações Institucionais da Presi‑
ção ou composição. dência da República.

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O Comitê Interministerial tem por finalidade apoiar a CAPÍTULO II
estruturação e implementação da Política Nacional de Resí‑ Definições
duos Sólidos, por meio da articulação dos órgãos e entidades
governamentais, de modo a possibilitar o cumprimento das Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
determinações e das metas previstas na Lei nº 12.305/2010. I – acordo setorial: ato de natureza contratual firmado
Mais que aprovar o calendário de ações e instituir os entre o poder público e fabricantes, importadores, distribui‑
procedimentos para a elaboração do Plano Nacional de Re‑ dores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da res‑
síduos Sólidos, o Comitê Interministerial tem entre as suas ponsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto;
prerrogativas a promoção de estudos e proposição de medi‑ II  – área contaminada: local onde há contaminação
das visando à desoneração tributária de produtos recicláveis causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer
e reutilizáveis e a simplificação dos procedimentos para o substâncias ou resíduos;
cumprimento de obrigações acessórias relativas. O Comi‑ III  – área órfã contaminada: área contaminada cujos
tê também é responsável por formular estratégias para a responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou
promoção e difusão de tecnologias limpas para a gestão e o individualizáveis;
gerenciamento de resíduos sólidos. IV – ciclo de vida do produto: série de etapas que envol‑
Com a finalidade de apoiar a estruturação e implemen‑ vem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias‑
tação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por
-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a
meio da articulação dos órgãos e entidades governamentais,
disposição final;
de modo a possibilitar o cumprimento das determinações
e metas previstas na referida lei, o Comitê Interministerial V – coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamen‑
criou cinco grupos de trabalho: te segregados conforme sua constituição ou composição;
GT01 – Implementação e acompanhamento dos Planos VI – controle social: conjunto de mecanismos e procedi‑
de Resíduos Sólidos e elaboração do SINIR – Sistema Nacional mentos que garantam à sociedade informações e participa‑
de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos ção nos processos de formulação, implementação e avaliação
GT02 – Recuperação Energética dos Resíduos Sólidos das políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos;
Urbanos VII – destinação final ambientalmente adequada: desti‑
GT03 – Linhas de financiamento, creditícias e desonera‑ nação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a
ção tributária de produtos recicláveis e reutilizáveis compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético
GT04 – Resíduos Perigosos – Plano de Gerenciamento ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes
de Resíduos Perigosos e descontaminação de Áreas Órfãs do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição
GT05 – Educação Ambiental final, observando normas operacionais específicas de modo
a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a
Lei nº 12.305, de 2 de Agosto de 2010 minimizar os impactos ambientais adversos;
VIII – disposição final ambientalmente adequada: distri‑
Institui a Política Nacional de buição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas
Resíduos Sólidos; altera a Lei nº operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à
9.605, de 12 de fevereiro de 1998; saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos am‑
e dá outras providências. bientais adversos;
IX – geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurí‑
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso dicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sóli‑
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: dos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo;
X  – gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de
TÍTULO I ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de co‑
DISPOSIÇÕES GERAIS leta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição
CAPÍTULO I final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com
Do Objeto e do Campo de Aplicação plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou
com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos
Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos na forma desta Lei;
Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instru‑ XI – gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de
mentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão in‑ ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos
tegrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, eco‑
os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder nômica, ambiental, cultural e social, com controle social e
público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. sob a premissa do desenvolvimento sustentável;
§ 1º Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físi‑ XII – logística reversa: instrumento de desenvolvimento
cas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis,
econômico e social caracterizado por um conjunto de ações,
Noções de Sustentabilidade

direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e


procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a
as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada
ou ao gerenciamento de resíduos sólidos. restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
§ 2º Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produ‑
são regulados por legislação específica. tivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada;
Art. 2º Aplicam-se aos resíduos sólidos, além do disposto XIII – padrões sustentáveis de produção e consumo: pro‑
nesta Lei, nas Leis nos 11.445, de 5 de janeiro de 2007, 9.974, dução e consumo de bens e serviços de forma a atender as
de 6 de junho de 2000, e 9.966, de 28 de abril de 2000, as necessidades das atuais gerações e permitir melhores con‑
normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do dições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental e o
Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilância atendimento das necessidades das gerações futuras;
Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade XIV – reciclagem: processo de transformação dos resí‑
Agropecuária (Suasa) e do Sistema Nacional de Metrologia, duos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades
Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro). físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transforma‑

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
ção em insumos ou novos produtos, observadas as condições V – a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o
e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qua‑
Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa; lificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam
XV – rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do
todas as possibilidades de tratamento e recuperação por pro‑ consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equi‑
cessos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, valente à capacidade de sustentação estimada do planeta;
não apresentem outra possibilidade que não a disposição VI – a cooperação entre as diferentes esferas do poder pú‑
final ambientalmente adequada; blico, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade;
XVI – resíduos sólidos: material, substância, objeto ou VII – a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida
bem descartado resultante de atividades humanas em socie‑ dos produtos;
dade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder VIII – o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e
reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador
ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semis‑
de trabalho e renda e promotor de cidadania;
sólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos
IX – o respeito às diversidades locais e regionais;
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na X – o direito da sociedade à informação e ao controle
rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para social;
isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face XI – a razoabilidade e a proporcionalidade.
da melhor tecnologia disponível; Art. 7º São objetivos da Política Nacional de Resíduos
XVII – responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida Sólidos:
dos produtos: conjunto de atribuições individualizadas e I – proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e II – não geração, redução, reutilização, reciclagem e tra‑
comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços tamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final
públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sóli‑ ambientalmente adequada dos rejeitos;
dos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos III – estímulo à adoção de padrões sustentáveis de pro‑
gerados, bem como para reduzir os impactos causados à dução e consumo de bens e serviços;
saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo IV  – adoção, desenvolvimento e aprimoramento de
de vida dos produtos, nos termos desta Lei; tecnologias limpas como forma de minimizar impactos am‑
XVIII  – reutilização: processo de aproveitamento dos bientais;
resíduos sólidos sem sua transformação biológica, física ou V – redução do volume e da periculosidade dos resíduos
físico-química, observadas as condições e os padrões estabe‑ perigosos;
lecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, VI – incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista
do SNVS e do Suasa; fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de
XIX – serviço público de limpeza urbana e de manejo de materiais recicláveis e reciclados;
resíduos sólidos: conjunto de atividades previstas no art. 7º VII – gestão integrada de resíduos sólidos;
da Lei nº 11.445, de 2007. VIII  – articulação entre as diferentes esferas do poder
público, e destas com o setor empresarial, com vistas à co‑
operação técnica e financeira para a gestão integrada de
TÍTULO II
resíduos sólidos;
DA POLÍTICA NACIONAL DE IX – capacitação técnica continuada na área de resíduos
RESÍDUOS SÓLIDOS sólidos;
X  – regularidade, continuidade, funcionalidade e uni‑
CAPÍTULO I versalização da prestação dos serviços públicos de limpeza
Disposições Gerais urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de
mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a re‑
Art. 4º A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o cuperação dos custos dos serviços prestados, como forma
conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira,
metas e ações adotados pelo Governo Federal, isoladamente observada a Lei nº 11.445, de 2007;
ou em regime de cooperação com Estados, Distrito Federal, XI – prioridade, nas aquisições e contratações governa‑
Municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e mentais, para:
ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos a) produtos reciclados e recicláveis;
sólidos. b) bens, serviços e obras que considerem critérios com‑
Art. 5º A Política Nacional de Resíduos Sólidos integra patíveis com padrões de consumo social e ambientalmente
a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-se com a sustentáveis;
Política Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei XII – integração dos catadores de materiais reutilizáveis
no 9.795, de 27 de abril de 1999, com a Política Federal de e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade
Saneamento Básico, regulada pela Lei nº 11.445, de 2007, e compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
com a Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005. XIII – estímulo à implementação da avaliação do ciclo de
Noções de Sustentabilidade

vida do produto;
CAPÍTULO II XIV – incentivo ao desenvolvimento de sistemas de ges‑
Dos Princípios e Objetivos tão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos
processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos só‑
lidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético;
Art. 6º São princípios da Política Nacional de Resíduos XV – estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sus‑
Sólidos: tentável.
I – a prevenção e a precaução;
II – o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; CAPÍTULO III
III – a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que Dos Instrumentos
considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica,
tecnológica e de saúde pública; Art. 8º São instrumentos da Política Nacional de Resíduos
IV – o desenvolvimento sustentável; Sólidos, entre outros:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I – os planos de resíduos sólidos; § 2º A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as Políticas
II – os inventários e o sistema declaratório anual de re‑ de Resíduos Sólidos dos Estados, do Distrito Federal e dos
síduos sólidos; Municípios serão compatíveis com o disposto no caput e no
III – a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e § 1º deste artigo e com as demais diretrizes estabelecidas
outras ferramentas relacionadas à implementação da res‑ nesta Lei.
ponsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; Art. 10. Incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios a
IV – o incentivo à criação e ao desenvolvimento de co‑ gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respecti‑
operativas ou de outras formas de associação de catadores vos territórios, sem prejuízo das competências de controle e
de materiais reutilizáveis e recicláveis; fiscalização dos órgãos federais e estaduais do Sisnama, do
V – o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária SNVS e do Suasa, bem como da responsabilidade do gerador
e agropecuária; pelo gerenciamento de resíduos, consoante o estabelecido
VI – a cooperação técnica e financeira entre os setores nesta Lei.
público e privado para o desenvolvimento de pesquisas de Art. 11. Observadas as diretrizes e demais determinações
novos produtos, métodos, processos e tecnologias de gestão, estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento, incumbe aos
reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição Estados:
final ambientalmente adequada de rejeitos; I – promover a integração da organização, do planeja‑
VII – a pesquisa científica e tecnológica; mento e da execução das funções públicas de interesse co‑
VIII – a educação ambiental; mum relacionadas à gestão dos resíduos sólidos nas regiões
IX – os incentivos fiscais, financeiros e creditícios; metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, nos
X – o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Na‑ termos da lei complementar estadual prevista no § 3º do art.
cional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; 25 da Constituição Federal;
XI – o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão II  – controlar e fiscalizar as atividades dos geradores
dos Resíduos Sólidos (Sinir); sujeitas a licenciamento ambiental pelo órgão estadual do
XII – o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Sisnama.
Básico (Sinisa); Parágrafo único. A atuação do Estado na forma do ca-
XIII – os conselhos de meio ambiente e, no que couber, put deve apoiar e priorizar as iniciativas do Município de
os de saúde; soluções consorciadas ou compartilhadas entre 2 (dois) ou
XIV – os órgãos colegiados municipais destinados ao con‑ mais Municípios.
trole social dos serviços de resíduos sólidos urbanos; Art. 12. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni‑
XV  – o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos cípios organizarão e manterão, de forma conjunta, o Sistema
Perigosos; Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos
XVI – os acordos setoriais; (Sinir), articulado com o Sinisa e o Sinima.
XVII – no que couber, os instrumentos da Política Nacional Parágrafo único. Incumbe aos Estados, ao Distrito Federal
de Meio Ambiente, entre eles: e aos Municípios fornecer ao órgão federal responsável pela
a) os padrões de qualidade ambiental; coordenação do Sinir todas as informações necessárias sobre
b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencial‑ os resíduos sob sua esfera de competência, na forma e na
mente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais; periodicidade estabelecidas em regulamento.
c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumen‑ Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a
tos de Defesa Ambiental; seguinte classificação:
d) a avaliação de impactos ambientais; I – quanto à origem:
e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Am‑ a) resíduos domiciliares: os originários de atividades do‑
biente (Sinima); mésticas em residências urbanas;
f) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição,
potencialmente poluidoras; limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de
XVIII – os termos de compromisso e os termos de ajus‑ limpeza urbana;
tamento de conduta; c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas
XIX – o incentivo à adoção de consórcios ou de outras a e b;
formas de cooperação entre os entes federados, com vistas d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestado‑
à elevação das escalas de aproveitamento e à redução dos res de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os
custos envolvidos. referidos nas alíneas b, e, g, h e j;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento bási‑
TÍTULO III co: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos
DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS na alínea c;
AOS RESÍDUOS SÓLIDOS f) resíduos industriais: os gerados nos processos produ‑
tivos e instalações industriais;
CAPÍTULO I
Noções de Sustentabilidade

g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços


Disposições Preliminares de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;
Art. 9º Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, h) resíduos da construção civil: os gerados nas constru‑
deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não ções, reformas, reparos e demolições de obras de construção
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de
resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada terrenos para obras civis;
dos rejeitos. i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades
§ 1º Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recu‑ agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a
peração energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que insumos utilizados nessas atividades;
tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e j) resíduos de serviços de transportes: os originários de
com a implantação de programa de monitoramento de emis‑ portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e
são de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental. ferroviários e passagens de fronteira;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de IX – diretrizes para o planejamento e demais atividades
pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios; de gestão de resíduos sólidos das regiões integradas de de‑
II – quanto à periculosidade: senvolvimento instituídas por lei complementar, bem como
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas para as áreas de especial interesse turístico;
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, X – normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogeni‑ e, quando couber, de resíduos;
cidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à XI – meios a serem utilizados para o controle e a fiscali‑
saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, zação, no âmbito nacional, de sua implementação e opera‑
regulamento ou norma técnica; cionalização, assegurado o controle social.
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na Parágrafo único. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos
alínea a. será elaborado mediante processo de mobilização e partici‑
Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os pação social, incluindo a realização de audiências e consultas
resíduos referidos na alínea d do inciso I do caput, se ca‑ públicas.
racterizados como não perigosos, podem, em razão de sua
natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resí‑ Seção III
duos domiciliares pelo poder público municipal. Dos Planos Estaduais de Resíduos Sólidos
CAPÍTULO II Art. 16. A elaboração de plano estadual de resíduos só‑
Dos Planos de Resíduos Sólidos lidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para os
Estados terem acesso a recursos da União, ou por ela contro‑
Seção I lados, destinados a empreendimentos e serviços relaciona‑
Disposições Gerais dos à gestão de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados
por incentivos ou financiamentos de entidades federais de
Art. 14. São planos de resíduos sólidos: crédito ou fomento para tal finalidade. (Vigência)
I – o Plano Nacional de Resíduos Sólidos; § 1º Serão priorizados no acesso aos recursos da União
II – os planos estaduais de resíduos sólidos; referidos no caput os Estados que instituírem microrregiões,
III – os planos microrregionais de resíduos sólidos e os consoante o § 3o do art. 25 da Constituição Federal, para inte‑
planos de resíduos sólidos de regiões metropolitanas ou grar a organização, o planejamento e a execução das ações a
aglomerações urbanas; cargo de Municípios limítrofes na gestão dos resíduos sólidos.
IV – os planos intermunicipais de resíduos sólidos; § 2º Serão estabelecidas em regulamento normas com‑
V – os planos municipais de gestão integrada de resíduos plementares sobre o acesso aos recursos da União na forma
sólidos; deste artigo.
VI – os planos de gerenciamento de resíduos sólidos. § 3º Respeitada a responsabilidade dos geradores nos ter‑
Parágrafo único. É assegurada ampla publicidade ao con‑ mos desta Lei, as microrregiões instituídas conforme previsto
teúdo dos planos de resíduos sólidos, bem como controle no § 1º abrangem atividades de coleta seletiva, recuperação
social em sua formulação, implementação e operacionaliza‑ e reciclagem, tratamento e destinação final dos resíduos só‑
ção, observado o disposto na Lei no 10.650, de 16 de abril de
lidos urbanos, a gestão de resíduos de construção civil, de
2003, e no art. 47 da Lei nº 11.445, de 2007.
serviços de transporte, de serviços de saúde, agrossilvopas‑
toris ou outros resíduos, de acordo com as peculiaridades
Seção II
microrregionais.
Do Plano Nacional de Resíduos Sólidos
Art. 17. O plano estadual de resíduos sólidos será ela‑
borado para vigência por prazo indeterminado, abrangendo
Art. 15. A União elaborará, sob a coordenação do Mi‑
todo o território do Estado, com horizonte de atuação de 20
nistério do Meio Ambiente, o Plano Nacional de Resíduos
Sólidos, com vigência por prazo indeterminado e horizonte (vinte) anos e revisões a cada 4 (quatro) anos, e tendo como
de 20 (vinte) anos, a ser atualizado a cada 4 (quatro) anos, conteúdo mínimo:
tendo como conteúdo mínimo: I – diagnóstico, incluída a identificação dos principais flu‑
I – diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos; xos de resíduos no Estado e seus impactos socioeconômicos
II – proposição de cenários, incluindo tendências inter‑ e ambientais;
nacionais e macroeconômicas; II – proposição de cenários;
III  – metas de redução, reutilização, reciclagem, entre III  – metas de redução, reutilização, reciclagem, entre
outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e re‑ outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e re‑
jeitos encaminhados para disposição final ambientalmente jeitos encaminhados para disposição final ambientalmente
adequada; adequada;
IV – metas para o aproveitamento energético dos gases IV – metas para o aproveitamento energético dos gases
gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos;
Noções de Sustentabilidade

gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos;


V  – metas para a eliminação e recuperação de lixões, V  – metas para a eliminação e recuperação de lixões,
associadas à inclusão social e à emancipação econômica de associadas à inclusão social e à emancipação econômica de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
VI  – programas, projetos e ações para o atendimento VI  – programas, projetos e ações para o atendimento
das metas previstas; das metas previstas;
VII – normas e condicionantes técnicas para o acesso a VII – normas e condicionantes técnicas para o acesso a
recursos da União, para a obtenção de seu aval ou para o recursos do Estado, para a obtenção de seu aval ou para o
acesso a recursos administrados, direta ou indiretamente, acesso de recursos administrados, direta ou indiretamente,
por entidade federal, quando destinados a ações e programas por entidade estadual, quando destinados às ações e pro‑
de interesse dos resíduos sólidos; gramas de interesse dos resíduos sólidos;
VIII – medidas para incentivar e viabilizar a gestão regio‑ VIII – medidas para incentivar e viabilizar a gestão con‑
nalizada dos resíduos sólidos; sorciada ou compartilhada dos resíduos sólidos;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
IX – diretrizes para o planejamento e demais atividades a caracterização dos resíduos e as formas de destinação e
de gestão de resíduos sólidos de regiões metropolitanas, disposição final adotadas;
aglomerações urbanas e microrregiões; II – identificação de áreas favoráveis para disposição final
X – normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos ambientalmente adequada de rejeitos, observado o plano
e, quando couber, de resíduos, respeitadas as disposições diretor de que trata o § 1o do art. 182 da Constituição Federal
estabelecidas em âmbito nacional; e o zoneamento ambiental, se houver;
XI – previsão, em conformidade com os demais instru‑ III – identificação das possibilidades de implantação de
mentos de planejamento territorial, especialmente o zone‑ soluções consorciadas ou compartilhadas com outros Mu‑
amento ecológico-econômico e o zoneamento costeiro, de: nicípios, considerando, nos critérios de economia de escala,
a) zonas favoráveis para a localização de unidades de a proximidade dos locais estabelecidos e as formas de pre‑
tratamento de resíduos sólidos ou de disposição final de venção dos riscos ambientais;
rejeitos; IV – identificação dos resíduos sólidos e dos geradores
b) áreas degradadas em razão de disposição inadequada sujeitos a plano de gerenciamento específico nos termos do
de resíduos sólidos ou rejeitos a serem objeto de recupera‑ art. 20 ou a sistema de logística reversa na forma do art. 33,
ção ambiental; observadas as disposições desta Lei e de seu regulamento,
XII – meios a serem utilizados para o controle e a fiscali‑ bem como as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama
zação, no âmbito estadual, de sua implementação e opera‑ e do SNVS;
cionalização, assegurado o controle social. V – procedimentos operacionais e especificações míni‑
§ 1º Além do plano estadual de resíduos sólidos, os Es‑ mas a serem adotados nos serviços públicos de limpeza ur‑
tados poderão elaborar planos microrregionais de resíduos bana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição
sólidos, bem como planos específicos direcionados às regiões final ambientalmente adequada dos rejeitos e observada a
metropolitanas ou às aglomerações urbanas. Lei nº 11.445, de 2007;
§ 2º A elaboração e a implementação pelos Estados de VI – indicadores de desempenho operacional e ambiental
planos microrregionais de resíduos sólidos, ou de planos de dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, em con‑ resíduos sólidos;
sonância com o previsto no § 1º, dar-se-ão obrigatoriamente VII  – regras para o transporte e outras etapas do ge‑
com a participação dos Municípios envolvidos e não excluem renciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20, ob‑
nem substituem qualquer das prerrogativas a cargo dos Mu‑ servadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama
nicípios previstas por esta Lei. e do SNVS e demais disposições pertinentes da legislação
§ 3º Respeitada a responsabilidade dos geradores nos federal e estadual;
termos desta Lei, o plano microrregional de resíduos sólidos VIII – definição das responsabilidades quanto à sua imple‑
deve atender ao previsto para o plano estadual e estabelecer mentação e operacionalização, incluídas as etapas do plano
soluções integradas para a coleta seletiva, a recuperação e a de gerenciamento de resíduos sólidos a que se refere o art.
reciclagem, o tratamento e a destinação final dos resíduos 20 a cargo do poder público;
sólidos urbanos e, consideradas as peculiaridades microrre‑ IX – programas e ações de capacitação técnica voltados
gionais, outros tipos de resíduos. para sua implementação e operacionalização;
X – programas e ações de educação ambiental que pro‑
Seção IV movam a não geração, a redução, a reutilização e a recicla‑
Dos Planos Municipais de gem de resíduos sólidos;
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos XI – programas e ações para a participação dos grupos
interessados, em especial das cooperativas ou outras for‑
Art. 18. A elaboração de plano municipal de gestão inte‑ mas de associação de catadores de materiais reutilizáveis
grada de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda,
condição para o Distrito Federal e os Municípios terem acesso se houver;
a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a XII – mecanismos para a criação de fontes de negócios,
empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos só‑
e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados lidos;
por incentivos ou financiamentos de entidades federais de XIII  – sistema de cálculo dos custos da prestação dos
crédito ou fomento para tal finalidade. (Vigência) serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resídu‑
§ 1º Serão priorizados no acesso aos recursos da União os sólidos, bem como a forma de cobrança desses serviços,
referidos no caput os Municípios que: observada a Lei nº 11.445, de 2007;
I – optarem por soluções consorciadas intermunicipais XIV – metas de redução, reutilização, coleta seletiva e
para a gestão dos resíduos sólidos, incluída a elaboração e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade
implementação de plano intermunicipal, ou que se inserirem de rejeitos encaminhados para disposição final ambiental‑
de forma voluntária nos planos microrregionais de resíduos mente adequada;
Noções de Sustentabilidade

sólidos referidos no § 1º do art. 16; XV – descrição das formas e dos limites da participação
II – implantarem a coleta seletiva com a participação de do poder público local na coleta seletiva e na logística re‑
cooperativas ou outras formas de associação de catadores versa, respeitado o disposto no art. 33, e de outras ações
de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida
físicas de baixa renda. dos produtos;
§ 2º Serão estabelecidas em regulamento normas com‑ XVI – meios a serem utilizados para o controle e a fis‑
plementares sobre o acesso aos recursos da União na forma calização, no âmbito local, da implementação e operacio‑
deste artigo. nalização dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos
Art. 19. O plano municipal de gestão integrada de resí‑ de que trata o art. 20 e dos sistemas de logística reversa
duos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo: previstos no art. 33;
I  – diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gera‑ XVII – ações preventivas e corretivas a serem praticadas,
dos no respectivo território, contendo a origem, o volume, incluindo programa de monitoramento;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
XVIII – identificação dos passivos ambientais relaciona‑ III  – as empresas de construção civil, nos termos do
dos aos resíduos sólidos, incluindo áreas contaminadas, e regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do
respectivas medidas saneadoras; Sisnama;
XIX – periodicidade de sua revisão, observado prioritaria‑ IV – os responsáveis pelos terminais e outras instalações
mente o período de vigência do plano plurianual municipal. referidas na alínea j do inciso I do art. 13 e, nos termos do
§ 1º O plano municipal de gestão integrada de resíduos regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do
sólidos pode estar inserido no plano de saneamento básico Sisnama e, se couber, do SNVS, as empresas de transporte;
previsto no art. 19 da Lei nº 11.445, de 2007, respeitado o V – os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se
conteúdo mínimo previsto nos incisos do caput e observado exigido pelo órgão competente do Sisnama, do SNVS ou do
o disposto no § 2º, todos deste artigo. Suasa.
§ 2º Para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil) ha‑ Parágrafo único. Observado o disposto no Capítulo IV
bitantes, o plano municipal de gestão integrada de resíduos deste Título, serão estabelecidas por regulamento exigências
sólidos terá conteúdo simplificado, na forma do regulamento. específicas relativas ao plano de gerenciamento de resíduos
§ 3º O disposto no § 2º não se aplica a Municípios: perigosos.
I – integrantes de áreas de especial interesse turístico; Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos
II – inseridos na área de influência de empreendimentos
tem o seguinte conteúdo mínimo:
ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito
I – descrição do empreendimento ou atividade;
regional ou nacional;
II – diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou admi‑
III – cujo território abranja, total ou parcialmente, Uni‑
dades de Conservação. nistrados, contendo a origem, o volume e a caracterização
§ 4º A existência de plano municipal de gestão integrada dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles rela‑
de resíduos sólidos não exime o Município ou o Distrito Fe‑ cionados;
deral do licenciamento ambiental de aterros sanitários e de III – observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do
outras infraestruturas e instalações operacionais integrantes Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se houver, o plano municipal
do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resí‑ de gestão integrada de resíduos sólidos:
duos sólidos pelo órgão competente do Sisnama. a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do ge‑
§ 5º Na definição de responsabilidades na forma do in‑ renciamento de resíduos sólidos;
ciso VIII do caput deste artigo, é vedado atribuir ao serviço b) definição dos procedimentos operacionais relativos às
público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsa‑
a realização de etapas do gerenciamento dos resíduos a que bilidade do gerador;
se refere o art. 20 em desacordo com a respectiva licença IV – identificação das soluções consorciadas ou compar‑
ambiental ou com normas estabelecidas pelos órgãos do tilhadas com outros geradores;
Sisnama e, se couber, do SNVS. V – ações preventivas e corretivas a serem executadas em
§ 6º Além do disposto nos incisos I a XIX do caput deste situações de gerenciamento incorreto ou acidentes;
artigo, o plano municipal de gestão integrada de resíduos VI – metas e procedimentos relacionados à minimização
sólidos contemplará ações específicas a serem desenvolvidas da geração de resíduos sólidos e, observadas as normas es‑
no âmbito dos órgãos da administração pública, com vistas tabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, à
à utilização racional dos recursos ambientais, ao combate a reutilização e reciclagem;
todas as formas de desperdício e à minimização da geração VII – se couber, ações relativas à responsabilidade com‑
de resíduos sólidos. partilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do art.
§ 7º O conteúdo do plano municipal de gestão integrada 31;
de resíduos sólidos será disponibilizado para o Sinir, na forma VIII – medidas saneadoras dos passivos ambientais rela‑
do regulamento. cionados aos resíduos sólidos;
§ 8º A inexistência do plano municipal de gestão integra‑ IX – periodicidade de sua revisão, observado, se couber,
da de resíduos sólidos não pode ser utilizada para impedir a o prazo de vigência da respectiva licença de operação a cargo
instalação ou a operação de empreendimentos ou atividades dos órgãos do Sisnama.
devidamente licenciados pelos órgãos competentes. § 1º O plano de gerenciamento de resíduos sólidos aten‑
§ 9º Nos termos do regulamento, o Município que optar derá ao disposto no plano municipal de gestão integrada de
por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos
resíduos sólidos do respectivo Município, sem prejuízo das
resíduos sólidos, assegurado que o plano intermunicipal pre‑
normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e
encha os requisitos estabelecidos nos incisos I a XIX do caput
do Suasa.
deste artigo, pode ser dispensado da elaboração de plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. § 2º A inexistência do plano municipal de gestão integra‑
da de resíduos sólidos não obsta a elaboração, a implemen‑
Seção V tação ou a operacionalização do plano de gerenciamento
Do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de resíduos sólidos.
Noções de Sustentabilidade

§ 3º Serão estabelecidos em regulamento:


Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de geren‑ I – normas sobre a exigibilidade e o conteúdo do plano
ciamento de resíduos sólidos: de gerenciamento de resíduos sólidos relativo à atuação de
I – os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas cooperativas ou de outras formas de associação de catadores
e, f, g e k do inciso I do art. 13; de materiais reutilizáveis e recicláveis;
II – os estabelecimentos comerciais e de prestação de II – critérios e procedimentos simplificados para apre‑
serviços que: sentação dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos
a) gerem resíduos perigosos; para microempresas e empresas de pequeno porte, assim
b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não consideradas as definidas nos incisos I e II do art. 3o da Lei
perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, desde
sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder que as atividades por elas desenvolvidas não gerem resíduos
público municipal; perigosos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 22. Para a elaboração, implementação, operacio‑ bilização adequada para a coleta ou, nos casos abrangidos
nalização e monitoramento de todas as etapas do plano de pelo art. 33, com a devolução.
gerenciamento de resíduos sólidos, nelas incluído o controle Art. 29. Cabe ao poder público atuar, subsidiariamente,
da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, com vistas a minimizar ou cessar o dano, logo que tome co‑
será designado responsável técnico devidamente habilitado. nhecimento de evento lesivo ao meio ambiente ou à saúde
Art. 23. Os responsáveis por plano de gerenciamento pública relacionado ao gerenciamento de resíduos sólidos.
de resíduos sólidos manterão atualizadas e disponíveis ao Parágrafo único. Os responsáveis pelo dano ressarcirão
órgão municipal competente, ao órgão licenciador do Sis‑ integralmente o poder público pelos gastos decorrentes das
nama e a outras autoridades, informações completas sobre ações empreendidas na forma do caput.
a implementação e a operacionalização do plano sob sua
responsabilidade. Seção II
§ 1º Para a consecução do disposto no caput, sem preju‑ Da Responsabilidade Compartilhada
ízo de outras exigências cabíveis por parte das autoridades,
será implementado sistema declaratório com periodicidade, Art. 30. É instituída a responsabilidade compartilhada
no mínimo, anual, na forma do regulamento. pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de for‑
§ 2º As informações referidas no caput serão repassadas ma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes,
pelos órgãos públicos ao Sinir, na forma do regulamento. importadores, distribuidores e comerciantes, os consumido‑
Art. 24. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos res e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e
é parte integrante do processo de licenciamento ambiental de manejo de resíduos sólidos, consoante as atribuições e
do empreendimento ou atividade pelo órgão competente procedimentos previstos nesta Seção.
do Sisnama. Parágrafo único. A responsabilidade compartilhada pelo
§ 1º Nos empreendimentos e atividades não sujeitos a ciclo de vida dos produtos tem por objetivo:
licenciamento ambiental, a aprovação do plano de geren‑ I – compatibilizar interesses entre os agentes econômi‑
ciamento de resíduos sólidos cabe à autoridade municipal cos e sociais e os processos de gestão empresarial e mer‑
competente. cadológica com os de gestão ambiental, desenvolvendo
§ 2º No processo de licenciamento ambiental referido estratégias sustentáveis;
no § 1º a cargo de órgão federal ou estadual do Sisnama, II  – promover o aproveitamento de resíduos sólidos,
será assegurada oitiva do órgão municipal competente, em direcionando-os para a sua cadeia produtiva ou para outras
especial quanto à disposição final ambientalmente adequada cadeias produtivas;
de rejeitos. III – reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício
de materiais, a poluição e os danos ambientais;
CAPÍTULO III IV – incentivar a utilização de insumos de menor agressi‑
Das Responsabilidades dos vidade ao meio ambiente e de maior sustentabilidade;
Geradores e do Poder Público V – estimular o desenvolvimento de mercado, a produção
e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados
Seção I e recicláveis;
Disposições Gerais VI – propiciar que as atividades produtivas alcancem efi‑
ciência e sustentabilidade;
VII – incentivar as boas práticas de responsabilidade so‑
Art. 25. O poder público, o setor empresarial e a coleti‑
cioambiental.
vidade são responsáveis pela efetividade das ações voltadas
Art. 31. Sem prejuízo das obrigações estabelecidas no
para assegurar a observância da Política Nacional de Resíduos
plano de gerenciamento de resíduos sólidos e com vistas a
Sólidos e das diretrizes e demais determinações estabeleci‑
fortalecer a responsabilidade compartilhada e seus objetivos,
das nesta Lei e em seu regulamento.
os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes
Art. 26. O titular dos serviços públicos de limpeza ur‑
têm responsabilidade que abrange:
bana e de manejo de resíduos sólidos é responsável pela I – investimento no desenvolvimento, na fabricação e na
organização e prestação direta ou indireta desses serviços, colocação no mercado de produtos:
observados o respectivo plano municipal de gestão integrada a) que sejam aptos, após o uso pelo consumidor, à reu‑
de resíduos sólidos, a Lei nº 11.445, de 2007, e as disposições tilização, à reciclagem ou a outra forma de destinação am‑
desta Lei e seu regulamento. bientalmente adequada;
Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. b) cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade de
20 são responsáveis pela implementação e operacionaliza‑ resíduos sólidos possível;
ção integral do plano de gerenciamento de resíduos sólidos II – divulgação de informações relativas às formas de evi‑
aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24. tar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos associados a seus
§ 1º A contratação de serviços de coleta, armazenamen‑ respectivos produtos;
to, transporte, transbordo, tratamento ou destinação final
Noções de Sustentabilidade

III – recolhimento dos produtos e dos resíduos remanes‑


de resíduos sólidos, ou de disposição final de rejeitos, não centes após o uso, assim como sua subsequente destinação
isenta as pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 da final ambientalmente adequada, no caso de produtos objeto
responsabilidade por danos que vierem a ser provocados de sistema de logística reversa na forma do art. 33;
pelo gerenciamento inadequado dos respectivos resíduos IV – compromisso de, quando firmados acordos ou ter‑
ou rejeitos. mos de compromisso com o Município, participar das ações
§ 2º Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas sob previstas no plano municipal de gestão integrada de resíduos
responsabilidade do gerador que forem realizadas pelo po‑ sólidos, no caso de produtos ainda não inclusos no sistema
der público serão devidamente remuneradas pelas pessoas de logística reversa.
físicas ou jurídicas responsáveis, observado o disposto no § Art. 32. As embalagens devem ser fabricadas com mate‑
5º do art. 19. riais que propiciem a reutilização ou a reciclagem.
Art. 28. O gerador de resíduos sólidos domiciliares tem § 1º Cabe aos respectivos responsáveis assegurar que as
cessada sua responsabilidade pelos resíduos com a disponi‑ embalagens sejam:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I – restritas em volume e peso às dimensões requeridas outros produtos ou embalagens objeto de logística reversa,
à proteção do conteúdo e à comercialização do produto; na forma do § 1º.
II – projetadas de forma a serem reutilizadas de maneira § 5º Os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a
tecnicamente viável e compatível com as exigências aplicá‑ devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produ‑
veis ao produto que contêm; tos e embalagens reunidos ou devolvidos na forma dos §§
III – recicladas, se a reutilização não for possível. 3º e 4º.
§ 2º O regulamento disporá sobre os casos em que, por § 6º Os fabricantes e os importadores darão destinação
razões de ordem técnica ou econômica, não seja viável a ambientalmente adequada aos produtos e às embalagens
aplicação do disposto no caput. reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para
§ 3º É responsável pelo atendimento do disposto neste a disposição final ambientalmente adequada, na forma es‑
artigo todo aquele que: tabelecida pelo órgão competente do Sisnama e, se houver,
I – manufatura embalagens ou fornece materiais para a pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos.
fabricação de embalagens; § 7º Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de
II – coloca em circulação embalagens, materiais para a manejo de resíduos sólidos, por acordo setorial ou termo de
fabricação de embalagens ou produtos embalados, em qual‑ compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar‑
quer fase da cadeia de comércio. -se de atividades de responsabilidade dos fabricantes, im‑
Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sis‑ portadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de
temas de logística reversa, mediante retorno dos produtos logística reversa dos produtos e embalagens a que se refere
após o uso pelo consumidor, de forma independente do este artigo, as ações do poder público serão devidamente re‑
serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resí‑ muneradas, na forma previamente acordada entre as partes.
duos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores § 8º Com exceção dos consumidores, todos os participan‑
e comerciantes de: tes dos sistemas de logística reversa manterão atualizadas e
I – agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como disponíveis ao órgão municipal competente e a outras auto‑
outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua re‑ ridades informações completas sobre a realização das ações
síduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de sob sua responsabilidade.
resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em nor‑ Art. 34. Os acordos setoriais ou termos de compromisso
mas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do referidos no inciso IV do caput do art. 31 e no § 1º do art.
Suasa, ou em normas técnicas;
33 podem ter abrangência nacional, regional, estadual ou
II – pilhas e baterias;
municipal.
III – pneus;
§ 1º Os acordos setoriais e termos de compromisso firma‑
IV – óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
dos em âmbito nacional têm prevalência sobre os firmados
V – lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercú‑
em âmbito regional ou estadual, e estes sobre os firmados
rio e de luz mista;
VI – produtos eletroeletrônicos e seus componentes. em âmbito municipal.
§ 1º Na forma do disposto em regulamento ou em acor‑ § 2º Na aplicação de regras concorrentes consoante o §
dos setoriais e termos de compromisso firmados entre o 1º, os acordos firmados com menor abrangência geográfica
poder público e o setor empresarial, os sistemas previstos podem ampliar, mas não abrandar, as medidas de prote‑
no caput serão estendidos a produtos comercializados em ção ambiental constantes nos acordos setoriais e termos de
embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais compromisso firmados com maior abrangência geográfica.
produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o Art. 35. Sempre que estabelecido sistema de coleta se‑
grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio letiva pelo plano municipal de gestão integrada de resídu‑
ambiente dos resíduos gerados. os sólidos e na aplicação do art. 33, os consumidores são
§ 2º A definição dos produtos e embalagens a que se obrigados a:
refere o § 1º considerará a viabilidade técnica e econômica da I – acondicionar adequadamente e de forma diferenciada
logística reversa, bem como o grau e a extensão do impacto à os resíduos sólidos gerados;
saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados. II  – disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos
§ 3º Sem prejuízo de exigências específicas fixadas em reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução.
lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos Parágrafo único. O poder público municipal pode instituir
do Sisnama e do SNVS, ou em acordos setoriais e termos de incentivos econômicos aos consumidores que participam do
compromisso firmados entre o poder público e o setor em‑ sistema de coleta seletiva referido no caput, na forma de
presarial, cabe aos fabricantes, importadores, distribuidores lei municipal.
e comerciantes dos produtos a que se referem os incisos II, Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada
III, V e VI ou dos produtos e embalagens a que se referem os pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao titular dos serviços
incisos I e IV do caput e o § 1º tomar todas as medidas neces‑ públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos,
sárias para assegurar a implementação e operacionalização observado, se houver, o plano municipal de gestão integrada
Noções de Sustentabilidade

do sistema de logística reversa sob seu encargo, consoante de resíduos sólidos:


o estabelecido neste artigo, podendo, entre outras medidas: I – adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos
I – implantar procedimentos de compra de produtos ou sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços pú‑
embalagens usados; blicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
II – disponibilizar postos de entrega de resíduos reutili‑ II – estabelecer sistema de coleta seletiva;
záveis e recicláveis; III – articular com os agentes econômicos e sociais medi‑
III – atuar em parceria com cooperativas ou outras for‑ das para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos
mas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços de
recicláveis, nos casos de que trata o § 1º. limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
§ 4º Os consumidores deverão efetuar a devolução após IV – realizar as atividades definidas por acordo setorial ou
o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das termo de compromisso na forma do § 7º do art. 33, mediante
embalagens a que se referem os incisos I a VI do caput, e de a devida remuneração pelo setor empresarial;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
V  – implantar sistema de compostagem para resíduos § 3º Sempre que solicitado pelos órgãos competentes do
sólidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e Sisnama e do SNVS, será assegurado acesso para inspeção
sociais formas de utilização do composto produzido; das instalações e dos procedimentos relacionados à imple‑
VI – dar disposição final ambientalmente adequada aos mentação e à operacionalização do plano de gerenciamento
resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de limpeza de resíduos perigosos.
urbana e de manejo de resíduos sólidos. § 4º No caso de controle a cargo de órgão federal ou esta‑
§ 1º Para o cumprimento do disposto nos incisos I a IV dual do Sisnama e do SNVS, as informações sobre o conteúdo,
do caput, o titular dos serviços públicos de limpeza urbana a implementação e a operacionalização do plano previsto
e de manejo de resíduos sólidos priorizará a organização e no caput serão repassadas ao poder público municipal, na
o funcionamento de cooperativas ou de outras formas de forma do regulamento.
associação de catadores de materiais reutilizáveis e reciclá‑ Art. 40. No licenciamento ambiental de empreendimen‑
veis formadas por pessoas físicas de baixa renda, bem como tos ou atividades que operem com resíduos perigosos, o
sua contratação. órgão licenciador do Sisnama pode exigir a contratação de
§ 2º A contratação prevista no § 1º é dispensável de lici‑ seguro de responsabilidade civil por danos causados ao meio
tação, nos termos do inciso XXVII do art. 24 da Lei no 8.666, ambiente ou à saúde pública, observadas as regras sobre
de 21 de junho de 1993. cobertura e os limites máximos de contratação fixados em
regulamento.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. O disposto no caput considerará o porte
Dos Resíduos Perigosos da empresa, conforme regulamento.
Art. 41. Sem prejuízo das iniciativas de outras esferas
Art. 37. A instalação e o funcionamento de empreendi‑ governamentais, o Governo Federal deve estruturar e manter
mento ou atividade que gere ou opere com resíduos peri‑ instrumentos e atividades voltados para promover a descon‑
gosos somente podem ser autorizados ou licenciados pelas taminação de áreas órfãs.
autoridades competentes se o responsável comprovar, no Parágrafo único. Se, após descontaminação de sítio ór‑
mínimo, capacidade técnica e econômica, além de condi‑ fão realizada com recursos do Governo Federal ou de outro
ções para prover os cuidados necessários ao gerenciamento ente da Federação, forem identificados os responsáveis pela
desses resíduos. contaminação, estes ressarcirão integralmente o valor em‑
pregado ao poder público.
Art. 38. As pessoas jurídicas que operam com resíduos
perigosos, em qualquer fase do seu gerenciamento, são obri‑
CAPÍTULO V
gadas a se cadastrar no Cadastro Nacional de Operadores de
Dos Instrumentos Econômicos
Resíduos Perigosos.
§ 1º O cadastro previsto no caput será coordenado pelo
Art. 42. O poder público poderá instituir medidas induto‑
órgão federal competente do Sisnama e implantado de forma
ras e linhas de financiamento para atender, prioritariamente,
conjunta pelas autoridades federais, estaduais e municipais. às iniciativas de:
§ 2º Para o cadastramento, as pessoas jurídicas referidas I – prevenção e redução da geração de resíduos sólidos
no caput necessitam contar com responsável técnico pelo no processo produtivo;
gerenciamento dos resíduos perigosos, de seu próprio qua‑ II – desenvolvimento de produtos com menores impac‑
dro de funcionários ou contratado, devidamente habilitado, tos à saúde humana e à qualidade ambiental em seu ciclo
cujos dados serão mantidos atualizados no cadastro. de vida;
§ 3º O cadastro a que se refere o caput é parte integrante III – implantação de infraestrutura física e aquisição de
do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente equipamentos para cooperativas ou outras formas de asso‑
Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e do Sis‑ ciação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis
tema de Informações previsto no art. 12. formadas por pessoas físicas de baixa renda;
Art. 39. As pessoas jurídicas referidas no art. 38 são obri‑ IV – desenvolvimento de projetos de gestão dos resíduos
gadas a elaborar plano de gerenciamento de resíduos peri‑ sólidos de caráter intermunicipal ou, nos termos do inciso I
gosos e submetê-lo ao órgão competente do Sisnama e, se do caput do art. 11, regional;
couber, do SNVS, observado o conteúdo mínimo estabelecido V – estruturação de sistemas de coleta seletiva e de lo‑
no art. 21 e demais exigências previstas em regulamento ou gística reversa;
em normas técnicas. VI – descontaminação de áreas contaminadas, incluindo
§ 1º O plano de gerenciamento de resíduos perigosos as áreas órfãs;
a que se refere o caput poderá estar inserido no plano de VII – desenvolvimento de pesquisas voltadas para tecno‑
gerenciamento de resíduos a que se refere o art. 20. logias limpas aplicáveis aos resíduos sólidos;
§ 2º Cabe às pessoas jurídicas referidas no art. 38: VIII – desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental
I – manter registro atualizado e facilmente acessível de e empresarial voltados para a melhoria dos processos pro‑
Noções de Sustentabilidade

todos os procedimentos relacionados à implementação e à dutivos e ao reaproveitamento dos resíduos.


operacionalização do plano previsto no caput; Art. 43. No fomento ou na concessão de incentivos credi‑
II – informar anualmente ao órgão competente do Sis‑ tícios destinados a atender diretrizes desta Lei, as instituições
nama e, se couber, do SNVS, sobre a quantidade, a nature‑ oficiais de crédito podem estabelecer critérios diferenciados
za e a destinação temporária ou final dos resíduos sob sua de acesso dos beneficiários aos créditos do Sistema Finan‑
responsabilidade; ceiro Nacional para investimentos produtivos.
III – adotar medidas destinadas a reduzir o volume e a Art. 44. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu‑
periculosidade dos resíduos sob sua responsabilidade, bem nicípios, no âmbito de suas competências, poderão insti‑
como a aperfeiçoar seu gerenciamento; tuir normas com o objetivo de conceder incentivos fiscais,
IV – informar imediatamente aos órgãos competentes financeiros ou creditícios, respeitadas as limitações da Lei
sobre a ocorrência de acidentes ou outros sinistros relacio‑ Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Res‑
nados aos resíduos perigosos. ponsabilidade Fiscal), a:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I  – indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao inobservância aos preceitos desta Lei ou de seu regulamento
tratamento e à reciclagem de resíduos sólidos produzidos sujeita os infratores às sanções previstas em lei, em especial
no território nacional; às fixadas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que
II – projetos relacionados à responsabilidade pelo ciclo “dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas
de vida dos produtos, prioritariamente em parceria com de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá
cooperativas ou outras formas de associação de catadores outras providências”, e em seu regulamento.
de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas Art. 52. A observância do disposto no caput do art. 23 e
físicas de baixa renda; no § 2º do art. 39 desta Lei é considerada obrigação de re‑
III – empresas dedicadas à limpeza urbana e a atividades levante interesse ambiental para efeitos do art. 68 da Lei nº
a ela relacionadas. 9.605, de 1998, sem prejuízo da aplicação de outras sanções
Art. 45. Os consórcios públicos constituídos, nos termos cabíveis nas esferas penal e administrativa.
da Lei no 11.107, de 2005, com o objetivo de viabilizar a Art. 53. O § 1º do art. 56 da Lei nº 9.605, de 12 de fe‑
descentralização e a prestação de serviços públicos que en‑ vereiro de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação:
volvam resíduos sólidos, têm prioridade na obtenção dos
incentivos instituídos pelo Governo Federal. Art. 56. [...]
Art. 46. O atendimento ao disposto neste Capítulo será § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
efetivado em consonância com a Lei Complementar nº 101, I – abandona os produtos ou substâncias referidos
de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), bem como com no caput ou os utiliza em desacordo com as normas
as diretrizes e objetivos do respectivo plano plurianual, as ambientais ou de segurança;
metas e as prioridades fixadas pelas leis de diretrizes orça‑ II – manipula, acondiciona, armazena, coleta, trans‑
mentárias e no limite das disponibilidades propiciadas pelas porta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a resí‑
leis orçamentárias anuais. duos perigosos de forma diversa da estabelecida em
lei ou regulamento.
CAPÍTULO VI [...]
Das Proibições
Art. 54. A disposição final ambientalmente adequada dos
Art. 47. São proibidas as seguintes formas de destinação rejeitos, observado o disposto no § 1º do art. 9º, deverá ser
ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos: implantada em até 4 (quatro) anos após a data de publicação
I – lançamento em praias, no mar ou em quaisquer cor‑ desta Lei.
pos hídricos; Art. 55. O disposto nos arts. 16 e 18 entra em vigor 2
(dois) anos após a data de publicação desta Lei.
II – lançamento in natura a céu aberto, excetuados os
Art. 56. A logística reversa relativa aos produtos de que
resíduos de mineração;
tratam os incisos V e VI do caput do art. 33 será implemen‑
III – queima a céu aberto ou em recipientes, instalações
tada progressivamente segundo cronograma estabelecido
e equipamentos não licenciados para essa finalidade;
em regulamento.
IV – outras formas vedadas pelo poder público.
Art. 57. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
§ 1º Quando decretada emergência sanitária, a quei‑
ma de resíduos a céu aberto pode ser realizada, desde que Brasília, 2 de agosto de 2010; 189º da Independência e
autorizada e acompanhada pelos órgãos competentes do 122º da República.
Sisnama, do SNVS e, quando couber, do Suasa.
§ 2º Assegurada a devida impermeabilização, as bacias LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
de decantação de resíduos ou rejeitos industriais ou de mi‑ Rafael Thomaz Favetti
neração, devidamente licenciadas pelo órgão competente do Guido Mantega
Sisnama, não são consideradas corpos hídricos para efeitos José Gomes Temporão
do disposto no inciso I do caput. Miguel Jorge
Art. 48. São proibidas, nas áreas de disposição final de Izabella Mônica Vieira Teixeira
resíduos ou rejeitos, as seguintes atividades: João Reis Santana Filho
I – utilização dos rejeitos dispostos como alimentação; Marcio Fortes de Almeida
II – catação, observado o disposto no inciso V do art. 17; Alexandre Rocha Santos Padilha
III – criação de animais domésticos;
IV – fixação de habitações temporárias ou permanentes; EXERCÍCIOS
V – outras atividades vedadas pelo poder público.
Art. 49. É proibida a importação de resíduos sólidos pe‑ 1. (Cespe/TRE-PE/Técnico Judiciário/Área Administra‑
rigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas carac‑ tiva/2017) Acerca da sustentabilidade nos tribunais
terísticas causem dano ao meio ambiente, à saúde pública eleitorais, assinale a opção correta.
e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento,
Noções de Sustentabilidade

a) Os pedidos de material e o planejamento anual


reforma, reuso, reutilização ou recuperação. das unidades dos tribunais eleitorais, embasados
na real necessidade de consumo, devem ser feitos
TÍTULO IV considerando-se como parâmetro único os anos
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS eleitorais.
b) Compete a cada órgão judicial instituir os indicadores
Art. 50. A inexistência do regulamento previsto no § 3º mínimos de avaliação do seu desempenho ambien‑
do art. 21 não obsta a atuação, nos termos desta Lei, das tal, os quais devem ser condizentes com o Plano de
cooperativas ou outras formas de associação de catadores Logística Sustentável do Poder Judiciário.
de materiais reutilizáveis e recicláveis. c) É vedada a subdivisão do Plano de Logística Susten‑
Art. 51. Sem prejuízo da obrigação de, independente‑ tável do Poder Judiciário, que deve ser uniforme
mente da existência de culpa, reparar os danos causados, a e homogêneo para os diversos órgãos do Poder
ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que importe Judiciário.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
d) A adoção de modelos de gestão organizacional e de a) Cada órgão do Poder Judiciário deve dispor de um
processos estruturados na promoção da sustentabi‑ percentual mínimo de servidores, funcionários e ter‑
lidade ambiental, econômica e social é obrigatória ceirizados capacitados para o uso e a interpretação
tanto para os órgãos quanto para os conselhos do de LIBRAS.
Poder Judiciário. b) Se o órgão judiciário estipular o regime de  home
e) A Comissão Interministerial de Sustentabilidade office aos seus servidores, aqueles com mobilidade
na Administração é órgão de natureza deliberativa comprometida concorrerão em igualdade de condi‑
quanto à implementação de critérios, práticas e ções com os demais.
ações de logística sustentável no âmbito da admi‑ c) O servidor que, tendo tomado conhecimento de
nistração direta. alguma conduta discriminatória praticada por outro
servidor por motivo de deficiência, não comunicar
2. (Cespe/TRE-PE/Técnico Judiciário/Área Administrati‑ o fato à autoridade competente incorrerá em pena
va/2017) À luz das disposições da Lei n.º 12.305/2010, de suspensão.
que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos, d) É garantido à pessoa com deficiência o acesso aos
assinale a opção correta. atos processuais de seu interesse, desde que pre‑
a) A lei considera resíduos perigosos aqueles que apre‑ sente seu advogado.
e) Os tribunais devem instituir comissões permanentes
sentem significativo risco à saúde pública, mas não
de acessibilidade e inclusão compostas integralmen‑
os que apresentem risco à qualidade ambiental.
te por magistrados e servidores com deficiência.
b) Os planos de gerenciamento de resíduos sólidos
elaborados pela União e pelos estados têm vigência 3. (Consulplan/TRF 2ª Região/Analista Judiciário/Área
indeterminada, mas devem ser atualizados anual‑ Administrativa/2017) Analise as afirmativas a seguir.
mente. I – Os órgãos e conselhos do Poder Judiciário deverão
c) Estarão sujeitos à elaboração de plano de geren‑ adotar modelos de gestão organizacional e de processos
ciamento de resíduos sólidos os estabelecimentos estruturados na promoção da sustentabilidade ambien‑
comerciais e os prestadores de serviços que gerarem tal, econômica e social.
resíduos perigosos ou resíduos que, por suas carac‑ II – As unidades ou núcleos socioambientais deverão
terísticas, não possam ser equiparados aos resíduos estimular a reflexão e a mudança dos padrões de
domiciliares. compra, consumo e gestão documental dos órgãos do
d) Os prestadores de serviços públicos de limpeza Poder Judiciário, bem como do corpo funcional e força
urbana são os principais responsáveis pela imple‑ de trabalho auxiliar de cada instituição.
mentação de sistemas de logística reversa para o III  – O uso sustentável de recursos naturais e bens
retorno, aos fabricantes, de produtos usados que públicos deverá ter como objetivos o combate ao des‑
tenham potencial poluente, como os artigos eletro‑ perdício e o consumo consciente de materiais, com
eletrônicos. destaque para a gestão sustentável de documentos
e) Cabe à União fornecer ao Sistema Nacional de In‑ como a implementação de processo judicial eletrôni‑
formações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos as co e a informatização dos processos e procedimentos
informações referentes aos resíduos na esfera de administrativos.
competência de todos os entes federativos.
Nos termos da Resolução nº  201/2015 do Conselho
1. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/2017) A respeito da Nacional de Justiça, que dispõe sobre a criação e com‑
Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) e das petências das unidades ou núcleos socioambientais nos
políticas relacionadas ao clima e aos resíduos sólidos, órgãos e conselhos do Poder Judiciário e implantação
assinale a opção correta. do respectivo Plano de Logística Sustentável, está(ão)
a) Visando alcançar os objetivos traçados na Política correta(s) a(s) afirmativa(s)
Nacional sobre Mudança do Clima, o Brasil adotou a) I, II e III.
voluntariamente o compromisso de promover ações b) II, apenas.
de mitigação das emissões de gases de efeito estufa. c) III, apenas.
b) A lei que institui a Política Nacional de Resíduos Só‑ d) I e III, apenas.
lidos não alcança as pessoas de direito privado, mas
4. (Consulplan/TRF 2ª Região/Analista Judiciário/Oficial de
aplica‑se a todas as pessoas jurídicas de direito público
Justiça Avaliador/2017) Analise as afirmativas a seguir.
responsáveis pela geração de resíduos sólidos.
I – Os órgãos e conselhos do Poder Judiciário deverão
c) A utilização de tecnologias para a recuperação ener‑
adotar modelos de gestão organizacional e de processos
gética dos resíduos sólidos urbanos independe de estruturados na promoção da sustentabilidade ambien‑
comprovação de viabilidade técnica e ambiental.
Noções de Sustentabilidade

tal, econômica e social.


d) A gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos II – As unidades ou núcleos socioambientais deverão
compreendem a não geração e a redução, mas não a estimular a reflexão e a mudança dos padrões de
reutilização, dadas a natureza e a composição desses compra, consumo e gestão documental dos órgãos do
resíduos. Poder Judiciário, bem como do corpo funcional e força
e) A A3P deve ser obrigatoriamente observada na ela‑ de trabalho auxiliar de cada instituição.
boração do Plano de Logística Sustentável da Justiça III  – O uso sustentável de recursos naturais e bens
Eleitoral. públicos deverá ter como objetivos o combate ao
desperdício e o consumo consciente de materiais, com
2. (Cespe/TRE‑PE/Analista Judiciário/2017) À luz da Re‑ destaque para a gestão sustentável de documentos
solução CNJ n.º 230/2016, que orienta a adequação como a implementação de processo judicial eletrôni‑
das atividades dos órgãos do Poder Judiciário e seus co e a informatização dos processos e procedimentos
serviços auxiliares ao EPD, assinale a opção correta. administrativos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Nos termos da Resolução nº  201/2015 do Conselho 8. (FCC/Prefeitura de Teresina  – PI/Analista Ambien‑
Nacional de Justiça, que dispõe sobre a criação e com‑ tal/2016) O passo‑a‑passo sequencial para implantar
petências das unidades ou núcleos socioambientais nos o Programa A3P (Agenda Ambiental na Administração
órgãos e conselhos do Poder Judiciário e implantação Pública) em uma dada instituição da Administração
do respectivo Plano de Logística Sustentável, está(ão) pública consiste em
correta(s) a(s) afirmativa(s) a) criar legalmente uma comissão gestora, diagnosticar
a) I, II e III. c) III, apenas. ambientalmente a instituição, desenvolver projetos
b) II, apenas. d) I e III, apenas. e atividades, mobilizar e sensibilizar os servidores,
avaliar e monitorar as ações.
5. (Consulplan/TRF 2ª Região/Analista Judiciário/Conta‑ b) desenvolver os projetos e atividades propostas pelos
bilidade/2017) Nos termos da Resolução nº 201/2015 servidores, divulgar os resultados exitosos, corrigir
do Conselho Nacional de Justiça, “as ações que tenham os resultados de pouco impacto e propor ações de
como objetivo a construção de um novo modelo de educação ambiental para a comunidade.
cultura institucional visando à inserção de critérios de c) controlar o uso de papéis e copos plásticos, recusar
sustentabilidade nas atividades do Poder Judiciário” compra de materiais e serviços não certificados,
denominam‑se: controlar o consumo de água e implantar coleta
a) Agenda ambiental. seletiva.
b) Logística sustentável. d) destinar corretamente resíduos perigosos como lâm‑
c) Práticas de racionalização. padas e seringas descartáveis, promover ginástica
d) Práticas de sustentabilidade. laboral e integração entre os servidores e implantar
a coleta seletiva.
6. (Consulplan/TRF 2ª Região/Técnico de enferma‑ e) implantar a coleta seletiva, adotar o programa Procel
gem/2017) Analise as afirmativas a seguir. em edifícios públicos, controlar o desperdício de
I – As unidades ou núcleos socioambientais deverão ter materiais e recursos.
caráter temporário até que se realizem o planejamento,
a implementação e o monitoramento das metas anuais 9. (FCC/Prefeitura de Teresina  – PI/Analista Ambien‑
de sustentabilidade, para posterior avaliação pelos tal/2016) Dentro da proposta de ações a serem desen‑
conselhos socioambientais permanentes. volvidas pelas instituições da Administração pública
II – O órgão deverá considerar o histórico de consumo da para implantação da A3P (Agenda Sustentável na Ad‑
unidade para monitoramento de dados e deverá adotá‑lo ministração Pública) encontra‑se a gestão de resíduos,
como critério único no levantamento da real necessidade que inclui
de consumo, evitando o desperdício de materiais. a) doação de materiais de construção reciclados para
III – As unidades ou núcleos socioambientais deverão, cooperativa de catadores.
preferencialmente, ser subordinados à alta adminis‑ b) coleta seletiva conforme as cores definidas na Reso‑
tração dos órgãos, tendo em vista as suas atribuições lução CONAMA 275 de 2001: branco para resíduos
estratégicas e as mudanças de paradigma que suas ambulatoriais, vermelho para plásticos, laranja para
ações compreendem. resíduos radioativos, roxo para resíduos perigosos.
c) realizar a manutenção ou substituição dos equi‑
Nos termos da Resolução nº  201/2015 do Conselho pamentos que provocam ruídos no ambiente de
Nacional de Justiça, está correto apenas o que se trabalho.
afirma em d) doação de alimentos orgânicos para instituições de
a) I. c) I e II. assistência social.
b) III. d) II e III. e) repensar e reduzir o consumo, reaproveitar ma‑
teriais, reciclar materiais, recusar‑se a consumir
7. (FCC/Prefeitura de Teresina  – PI/Analista Ambien‑ produtos impactantes do meio ambiente.
tal/2016) Sobre a Agenda Ambiental na Administração
Pública (A3P), a qual determina que a madeira deve ser 10. (FCC/Prefeitura de Teresina‑PI/Engenharia Ambien‑
comprada pelos órgãos públicos visando a sustentabi‑ tal/2016) Segundo o Ministério do Meio Ambiente,
lidade, é correto afirmar que os  principais fundamentos da Agenda Ambiental na
a) a madeira é o material que apresenta o maior im‑ Administração Pública – A3P, são:
pacto ambiental em sua produção. a) estabelecimento de programas voltados ao exame
b) os gestores públicos ainda não perceberam que eles dos padrões insustentáveis de produção e consu‑
podem contribuir para a sustentabiliddade recusan‑ mo e o desenvolvimento de políticas e estratégias
do‑se a comprar madeira, visto que a exigência de nacionais de estímulo a mudanças nos padrões in‑
origem legal, por si só, não garante a proteção da sustentáveis de consumo; os Estados devem reduzir
Noções de Sustentabilidade

Amazônia Legal. e eliminar padrões insustentáveis de produção e


c) o Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) consumo e promover políticas demográficas adequa‑
garante que 20% da madeira em tora explorada em das e, ainda, adoção do consumo sustentável como
florestas naturais na amazônia, numa determinada princípio basilar do desenvolvimento sustentável.
propriedade, não será explorada de forma predatória. b) estabelecimento de coleta e avaliação de dados mais
d) a Autorização de Desmatamento (AD) dá, na Ama‑ pertinente e eficaz em relação aos custos por meio
zônia Legal, o direito de suprimir 20% da vegetação de melhor identificação dos usuários, tanto no setor
de uma propriedade por qualquer motivo (sem público quanto no privado, e de suas necessidades
justificativa especial), conforme a Medida Provisória de informação nos planos local, nacional, regional e
MP 2166-65 de 2001. internacional; os Estados devem cooperar no forta‑
e) as florestas jamais devem ser usadas como fonte lecimento da capacitação endógena para o desen‑
de renda, por desempenharem um papel ambiental volvimento sustentável, mediante o aprimoramento
fundamental. da compreensão científica por meio do intercâmbio

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de conhecimentos científicos e tecnológicos, e me‑ 18. Cada estado da Federação é obrigado a implementar
diante a intensificação do desenvolvimento, da adap‑ um registro estadual das emissões de gases de efeito
tação, da difusão e da transferência de tecnologias, estufa e de suas fontes realizadas pelas empresas es‑
incluindo as tecnologias novas e inovadoras. tabelecidas em seu território.
c) adoção do consumo sustentável como princípio basi‑
lar do desenvolvimento sustentável estão vinculados 19. (FMP-RS/PGE-AC/Procurador do Estado/2014) Tendo
virtualmente a todas as áreas de programa da Agen‑ por base os preceitos que regem a Política Nacional
da 21 e ainda mais próximas das que se referem à
sobre Mudança do Clima instituída pela Lei Federal
satisfação das necessidades básicas, fortalecimento
institucional e técnica, dados e informação, ciência nº 12.187/2009, assinale a alternativa correta.
e papel dos principais grupos. a) Mudança climática é toda a mudança do clima direta
d) integração entre meio ambiente e desenvolvimento ou indiretamente atribuível à ação humana que al‑
nos planos político, de planejamento e de manejo; tere a composição da atmosfera mundial, excluídas,
criação de uma estrutura legal e regulamentadora portanto, as mudanças advindas da variabilidade
eficaz; utilização eficaz de instrumentos econômicos climática natural observada ao longo de períodos
e de incentivos do mercado e outros; estabeleci‑ compatíveis.
mento de sistemas de contabilidade ambiental e b) Entende-se por impacto os efeitos da mudança do
econômica integrada. clima produzidos sobre os sistemas naturais e, por
e) estabelecimento de sistemas de contabilidade am‑ vulnerabilidade, aqueles produzidos sobre os siste‑
biental e econômica integrada. As normas aplicadas mas humanos.
por alguns países poderão ser inadequadas para
c) Gases de efeito estufa são todos os constituintes
outros, em particular para os países em desenvol‑
vimento, acarretando custos econômicos e sociais gasosos que tenham natureza exclusivamente an‑
injustificados. trópica e que, na atmosfera, absorvam e reemitam
radiação infravermelha.
(Cespe/STJ/Técnico Judiciário Administrativo/2015) A respei‑ d) Por sumidouro entende-se o processo, atividade ou
to da Política Nacional sobre Mudanças do Clima (PNMC); mecanismo que remova da atmosfera gás de efeito
da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei estufa, aerossol ou precursor de gás de efeito estufa.
nº 12.305/2010; e da Agenda Ambiental da Administração
Pública (A3P), julgue os seguintes itens. 20. (FCC/PGE-RN/Procurador do Estado/2014) São ob‑
11. A A3P é um programa que congrega princípios de sus‑ jetivos da Política Nacional sobre Mudança do Clima
tentabilidade e tem natureza cogente, pois obriga os (PNMC):
órgãos e entidades públicas a promover o uso racional a) a interação do mercado de carbono com o mercado
dos recursos naturais e a gestão adequada dos resíduos de compensação de áreas de preservação perma‑
gerados e a adotar outras práticas de mitigação dos
nente.
impactos antrópicos sobre o meio ambiente.
12. Constituem instrumentos da PNMC, entre outros, os b) a redução das emissões de gases expelidos natural‑
mecanismos financeiros e econômicos, no âmbito na‑ mente em relação às suas diferentes fontes.
cional, referentes à mitigação e à adaptação à mudança c) o estímulo ao mercado de compensação de reserva
do clima. legal e ao mercado de compensação de áreas de
13. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos tem na‑ preservação permanente.
tureza estritamente diagnóstica, ao caracterizar o em‑ d) a preservação, a conservação e a recuperação dos
preendimento, os resíduos gerados e seus respectivos recursos ambientais, com particular atenção aos
passivos ambientais. grandes biomas naturais tidos como Patrimônio
Nacional.
(Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014) A e) a união do mercado de carbono com o mercado de
respeito das políticas nacionais relativas a mudanças climáti‑ compensação de reserva legal.
cas e gestão dos resíduos sólidos, julgue os seguintes itens.
14. A lei que regulamentou a gestão de resíduos estabele‑
ceu a responsabilidade solidária pelo ciclo de vida do 21. (Coseac/UFF/Químico/2014) De acordo com Política
produto entre os fabricantes, importadores, distribuido‑ Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela
res, comerciantes, consumidores e titulares de serviços Lei nº 12.305/2010, não corresponde(m) a resíduos
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos o(s) Plano(s):
sólidos. a) Nacional de Resíduos Sólidos.
15. A Política Nacional de Resíduos Sólidos contribui para b) Macrorregionais de Resíduos Sólidos.
a implementação da Convenção de Basileia, pois prevê c) Intermunicipais de Resíduos Sólidos.
Noções de Sustentabilidade

que é proibida a importação de resíduos sólidos peri‑ d) de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.


gosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas e) Municipais de Resíduos Sólidos.
características causem dano ao meio ambiente, à saúde
pública e animal e à sanidade vegetal. (Cespe/Ibama/Analista Administrativo/2013) Com relação à
16. O Brasil, em cumprimento às obrigações decorrentes responsabilidade socioambiental e à Agenda Ambiental na
do Protocolo de Quioto, editou a Política Nacional de
Administração Pública (A3P), julgue os itens que se seguem.
Mudança do Clima para cumprir o seu compromisso de
redução de 2% das emissões de gases de efeito estufa 22. Um dos objetivos da A3P é contribuir para a revisão
no país. dos padrões de produção e consumo e para a adoção
17. A Política Nacional de Mudança do Clima exige as mes‑ de novos referenciais de sustentabilidade no âmbito da
mas obrigações a todos os setores econômicos, tendo administração pública.
em vista a vedação constitucional de discriminação 23. O governo brasileiro desenvolveu a A3P para ser imple‑
entre diferentes atividades econômicas. mentada apenas na administração pública.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
(Cespe/Ibama/Analista Administrativo/2013) No que se re‑ GABARITO
fere à Conferência Rio+20 e suas implicações para o meio
ambiente, julgue o seguinte item.
1. a 9. e 17. E 25. E
24. O governo brasileiro, sob o influxo da Rio+20, instituiu,
2. a 10. a 18. E 26. C
por lei, a Política Nacional de Mudanças Climáticas, que
3. a 11. E 19. d 27. E
estabelece para o país metas de redução de suas emis‑
4. a 12. C 20. d 28. c
sões de CO2 até o ano de 2020.
5. d 13. E 21. b 29. e
(Cespe/ANTT/Especialista em Regulação de Serviços de Trans‑ 6. b 14. E 22. C 30. e
portes Terrestres/2013) Com relação à Política Nacional de 7. d 15. C 23. E
Mudanças Climáticas (PNMC), julgue os itens subsequentes. 8. a 16. E 24. E
25. Uma das ausências detectadas na PNMC e que deve
ser inserida em futuras revisões diz respeito às ações
que poderiam promover o sequestro de gases de efeito
estufa.
26. A PNMC estabelece que o país assumirá compromisso
voluntário de reduzir a emissão de gases de efeito estufa
projetada para 2020 entre 36 a 39%.
27. O objetivo principal da PNMC é reduzir a emissão de
gases de efeito estufa no território nacional por meio
da redução de atividades de desmatamento na Ama‑
zônia.

28. Constituem diretrizes da Política Nacional sobre Mu‑


dança do Clima, exceto:
a) as ações de mitigação da mudança do clima em con‑
sonância com o desenvolvimento sustentável, que
sejam, sempre que possível, mensuráveis para sua
adequada quantificação e verificação a posteriori.
b) as medidas de adaptação para reduzir os efeitos ad‑
versos da mudança do clima e a vulnerabilidade dos
sistemas ambiental, social e econômico.
c) consolidação e expansão das áreas legalmente prote‑
gidas e ao incentivo aos reflorestamentos e à recom‑
posição da cobertura vegetal em áreas degradadas.
d) as estratégias integradas de mitigação e adaptação
à mudança do clima nos âmbitos local, regional e
nacional.
e) o estímulo e o apoio à participação dos governos fe‑
deral, estadual, distrital e municipal, assim como do
setor produtivo, do meio acadêmico e da sociedade
civil organizada, no desenvolvimento e na execução
de políticas, planos, programas e ações relacionados
à mudança do clima.

29. São instrumentos da Política Nacional sobre Mudança


do Clima, exceto:
a) o Plano Nacional sobre Mudança do Clima.
b) o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima.
c) os Planos de Ação para a Prevenção e Controle do
Desmatamento nos biomas.
d) as resoluções da Comissão Interministerial de Mu‑
dança Global do Clima.
e) a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e
outras ferramentas relacionadas à implementação
Noções de Sustentabilidade

da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida


dos produtos.

30. São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos,


exceto:
a) a prevenção e a precaução.
b) o poluidor-pagador e o protetor-recebedor.
c) o desenvolvimento sustentável.
d) a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida
dos produtos.
e) a redução das emissões antrópicas de gases de efeito
estufa em relação às suas diferentes fontes.

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TRE-BA

SUMÁRIO

Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

Lei nº 13.146/2015........................................................................................................................................................ 3

Resolução CNJ nº 230/2016................................................................................................................................................. 24

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Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência
Samantha Pozzer Kühleis

ESTATUTO DA PESSOA COM coordenação motora ou da percepção, incluindo


idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo
DEFICIÊNCIA e obeso; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
V – acompanhante: aquele que acompanha a pessoa
O Estatuto da Pessoa com Deficiência alterou os arts. 2º e com deficiência, podendo ou não desempenhar as
3º da Lei nº 10.098/2000, que estabelecia as normas gerais e funções de atendente pessoal; (Redação dada pela
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pes- Lei nº 13.146, de 2015)
soas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, VI – elemento de urbanização: quaisquer compo-
e outras providências, bem como, acrescentou o parágrafo nentes de obras de urbanização, tais como os refe-
único ao art. 9º, e incluiu arts. 10-A e 12-A, vejamos: rentes a pavimentação, saneamento, encanamento
para esgotos, distribuição de energia elétrica e de
Art.  2º  Para os fins desta Lei são estabelecidas as gás, iluminação pública, serviços de comunicação,
seguintes definições: abastecimento e distribuição de água, paisagismo e
I  – acessibilidade: possibilidade e condição de al- os que materializam as indicações do planejamen-
cance para utilização, com segurança e autonomia, to urbanístico; (Redação dada pela Lei nº 13.146,
de 2015)
de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos,
VII – mobiliário urbano: conjunto de objetos exis-
edificações, transportes, informação e comunicação,
tentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de
ou adicionados aos elementos de urbanização ou
outros serviços e instalações abertos ao público, de
de edificação, de forma que sua modificação ou
uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona seu traslado não provoque alterações substanciais
urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou nesses elementos, tais como semáforos, postes
com mobilidade reduzida; (Redação dada pela Lei de sinalização e similares, terminais e pontos de
nº 13.146, de 2015) acesso coletivo às telecomunicações, fontes de
II – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques
comportamento que limite ou impeça a participação e quaisquer outros de natureza análoga; (Incluído
social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exer- pela Lei nº 13.146, de 2015)
cício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de VIII – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
movimento e de expressão, à comunicação, ao aces- equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias,
so à informação, à compreensão, à circulação com estratégias, práticas e serviços que objetivem pro-
segurança, entre outros, classificadas em: (Redação mover a funcionalidade, relacionada à atividade e à
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) participação da pessoa com deficiência ou com mo-
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos bilidade reduzida, visando à sua autonomia, indepen-
espaços públicos e privados abertos ao público ou dência, qualidade de vida e inclusão social; (Incluído
de uso coletivo; (Redação dada pela Lei nº 13.146, pela Lei nº 13.146, de 2015)
de 2015) IX – comunicação: forma de interação dos cidadãos
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edi- que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusi-
fícios públicos e privados;  (Redação dada pela Lei ve a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização
nº 13.146, de 2015) de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de
c) barreiras nos transportes: as existentes nos siste- comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo- Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

mas e meios de transportes; (Redação dada pela Lei sitivos multimídia, assim como a linguagem simples,
escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz
nº 13.146, de 2015)
digitalizados e os modos, meios e formatos aumenta-
d) barreiras nas comunicações e na informação:
tivos e alternativos de comunicação, incluindo as tec-
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
nologias da informação e das comunicações; (Incluído
tamento que dificulte ou impossibilite a expressão
pela Lei nº 13.146, de 2015)
ou o recebimento de mensagens e de informações
X – desenho universal: concepção de produtos, am-
por intermédio de sistemas de comunicação e de
bientes, programas e serviços a serem usados por
tecnologia da informação;  (Redação dada pela Lei
todas as pessoas, sem necessidade de adaptação
nº 13.146, de 2015) ou de projeto específico, incluindo os recursos de
III – pessoa com deficiência: aquela que tem impe- tecnologia assistiva.  (Incluído pela Lei nº 13.146,
dimento de longo prazo de natureza física, mental, de 2015)
intelectual ou sensorial, o  qual, em interação com Art.  3º O planejamento e a urbanização das vias
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participa- públicas, dos parques e dos demais espaços de uso
ção plena e efetiva na sociedade em igualdade de público deverão ser concebidos e executados de
condições com as demais pessoas;  (Redação dada forma a torná‑los acessíveis para todas as pessoas,
pela Lei nº 13.146, de 2015) inclusive para aquelas com deficiência ou com mo-
IV  – pessoa com mobilidade reduzida: aquela que bilidade reduzida. (Redação dada pela Lei nº 13.146,
tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movi- de 2015)
mentação, permanente ou temporária, gerando Parágrafo único. O  passeio público, elemento
redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da obrigatório de urbanização e parte da via pública,

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normalmente segregado e em nível diferente, desti- §  3º  Considera‑se companheira ou companheiro a
na‑se somente à circulação de pedestres e, quando pessoa que, sem ser casada, mantém união estável
possível, à  implantação de mobiliário urbano e de com o segurado ou com a segurada, de acordo com
vegetação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.
[...] § 4º A dependência econômica das pessoas indica-
Art. 9º Os semáforos para pedestres instalados nas das no inciso I é presumida e a das demais deve ser
vias públicas deverão estar equipados com mecanis- comprovada.
mo que emita sinal sonoro suave, intermitente e sem
estridência, ou com mecanismo alternativo, que sirva Acerca desta alteração, discute‑se se apesar de não cons-
de guia ou orientação para a travessia de pessoas tar expressamente o menor sob guarda como dependente,
portadoras de deficiência visual, se a intensidade se deve ser assim considerado. O Superior Tribunal de Justiça
do fluxo de veículos e a periculosidade da via assim aplicava este artigo e não o art.33, § 3º do Estatuto da Criança
determinarem. e do Adolescente, que prevê a dependência previdenciária do
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres insta- menor sob guarda. Este entendimento vem sendo alterado,
lados em vias públicas de grande circulação, ou que sendo o menor sob guarda considerado dependente para
deem acesso aos serviços de reabilitação, devem fins previdenciários nos termos do ECA, de forma análoga.
obrigatoriamente estar equipados com mecanismo Não é o caso de guarda previdenciária, mas os efeitos da
que emita sinal sonoro suave para orientação do guarda previdenciária.
pedestre. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
[...] Benefício da prestação continuada: o Estatuto da Pessoa
Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano com Deficiência alterou, ainda, o  benefício da prestação
em área de circulação comum para pedestre que continuada, que consiste em um pagamento mensal pago ao
ofereça risco de acidente à pessoa com deficiência idoso ou ao portador de deficiência, no valor de um salário
deverá ser indicada mediante sinalização tátil de mínimo, nos termos do art.203, V, da Constituição Federal
alerta no piso, de acordo com as normas técnicas de 1988, vejamos:
pertinentes. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
[...] Art. 203. A assistência social será prestada a quem
Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimen- dela necessitar, independentemente de contribuição
tos congêneres devem fornecer carros e cadeiras de à seguridade social, e tem por objetivos:
rodas, motorizados ou não, para o atendimento da [...]
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi- V  – a garantia de um salário mínimo de benefício
da. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso
que comprovem não possuir meios de prover à pró-
O Estatuto da Pessoa com Deficiência também alterou o pria manutenção ou de tê‑la provida por sua família,
art. 16 da Lei nº 8.213/1991, que dispõe sobre os dependen- conforme dispuser a lei.
tes do Regime Geral da Previdência Social, vejamos:
Conforme se depreende da leitura do inciso V, acima,
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Pre- é necessária uma lei que regulamente esta prestação, que
vidência Social, na condição de dependentes do é a Lei nº 8.742/1993, a Lei Orgânica da Assistência Social,
segurado: em seu art.20 vejamos:
I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho
não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 Art.  20. O  benefício de prestação continuada é a
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência garantia de um salário‑mínimo mensal à pessoa
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco)
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) anos ou mais que comprovem não possuir meios de
II – os pais; prover a própria manutenção nem de tê‑la provida
III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, por sua família. (Redação dada pela Lei nº 12.435,
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que de 2011)
tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência § 1º Para os efeitos do disposto no caput, a família é
grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) composta pelo requerente, o cônjuge ou companhei-
III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, ro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados
tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência solteiros e os menores tutelados, desde que vivam
grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) sob o mesmo teto. (Redação dada pela Lei nº 12.435,
IV – (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995) de 2011)
§  1º  A existência de dependente de qualquer das § 2º Para efeito de concessão do benefício de presta-
classes deste artigo exclui do direito às prestações ção continuada, considera‑se pessoa com deficiência
os das classes seguintes. aquela que tem impedimento de longo prazo de
§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam‑se a natureza física, mental, intelectual ou sensorial,
filho mediante declaração do segurado e desde que o  qual, em interação com uma ou mais barreiras,
comprovada a dependência econômica na forma pode obstruir sua participação plena e efetiva na
estabelecida no Regulamento. (Redação dada pela sociedade em igualdade de condições com as demais
Lei nº 9.528, de 1997) pessoas. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 3º Considera‑se incapaz de prover a manutenção da Lei nº 13.146, de 6 de Julho de 2015
pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda
mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do Institui a Lei Brasileira de
salário‑mínimo. (Redação dada pela Lei nº 12.435, Inclusão da Pessoa com Defi-
de 2011) ciência (Estatuto da Pessoa com
§ 4º O benefício de que trata este artigo não pode Deficiência).
ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro
no âmbito da seguridade social ou de outro regime, LIVRO I
PARTE GERAL
salvo os da assistência médica e da pensão especial
de natureza indenizatória. (Redação dada pela Lei TÍTULO I
nº 12.435, de 2011) DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
§  5º A condição de acolhimento em instituições
de longa permanência não prejudica o direito do CAPÍTULO I
idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício Disposições Gerais
de prestação continuada.  (Redação dada pela Lei
nº 12.435, de 2011) Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
§ 6º A concessão do benefício ficará sujeita à ava- com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), desti-
liação da deficiência e do grau de impedimento de nada a assegurar e a promover, em condições de igualdade,
que trata o § 2º, composta por avaliação médica e o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por
avaliação social realizadas por médicos peritos e por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e
cidadania.
assistentes sociais do Instituto Nacional de Seguro
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção
Social  – INSS. (Redação dada pela Lei nº 12.470, sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Proto-
de 2011) colo Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional por
§  7º Na hipótese de não existirem serviços no meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008,
município de residência do beneficiário, fica asse- em conformidade com o procedimento previsto no § 3º do
gurado, na forma prevista em regulamento, o seu art.  5º  da Constituição da República Federativa do Brasil,
encaminhamento ao município mais próximo que em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, desde 31
contar com tal estrutura. (Incluído pela Lei nº 9.720, de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto no 6.949,
de 1998) de 25 de agosto de 2009, data de início de sua vigência no
§  8º A renda familiar mensal a que se refere o plano interno.
§ 3º deverá ser declarada pelo requerente ou seu
representante legal, sujeitando‑se aos demais Comentário:
procedimentos previstos no regulamento para o A base do Estatuto da Pessoa com Deficiência é a Con-
venção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e
deferimento do pedido. (Incluído pela Lei nº 9.720,
seu Protocolo Facultativo, conforme dispõe o parágrafo
de 1998) único de seu art.1º, supracitado. Este parágrafo único
§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio super- também traz as datas de vigência deste Estatuto, tanto
visionado e de aprendizagem não serão computados no plano interno, quanto externo.
para os fins de cálculo da renda familiar per capita a
que se refere o § 3º deste artigo. (Redação dada pela Art.  2º Considera‑se pessoa com deficiência aquela
Lei nº 13.146, de 2015) que tem impedimento de longo prazo de natureza física,
§  10. Considera‑se impedimento de longo prazo, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
para os fins do § 2º deste artigo, aquele que produza uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena
efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos. (Inclído e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência
pela Lei nº 12.470, de 2011) demais pessoas.
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o ca- § 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será
biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e
put deste artigo, poderão ser utilizados outros ele-
interdisciplinar e considerará:
mentos probatórios da condição de miserabilidade
I  – os impedimentos nas funções e nas estruturas do
do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, corpo;
conforme regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, II – os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
de 2015) (Grifos nossos) III – a limitação no desempenho de atividades; e
IV – a restrição de participação.
Conforme o § 3º deste artigo supracitado, tanto o idoso § 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação
quanto o portador de deficiência precisam receber menos da deficiência.
de ¼ de um salário‑mínimo. Tal requisito foi muito contes-
tado, sendo considerado, em 2013, pelo Supremo Tribunal Comentário:
Federal – STF, que é possível comprovar situação de mise- O art.2º, em estudo, conceitua a pessoa com deficiência
rabilidade mesmo recebendo mais de ¼ do salário‑mínimo. em seu caput.
O Estatuto da Pessoa Portadora de Deficiência incluiu o
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram‑se:
§ 11 a este dispositivo em estudo, não existindo mais con-
I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance
trovérsias acerca do tema e consagrando o que já entendia para utilização, com segurança e autonomia, de espaços,
a jurisprudência do STF. Portanto, no caso concreto, este re- mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes,
quisito pode ser afastado para que o portador de deficiência informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecno-
receba o benefício de prestação continuada. logias, bem como de outros serviços e instalações abertos

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ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de
na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência natureza análoga;
ou com mobilidade reduzida; IX  – pessoa com mobilidade reduzida: aquela que te-
II – desenho universal: concepção de produtos, ambien- nha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação,
tes, programas e serviços a serem usados por todas as pesso- permanente ou temporária, gerando redução efetiva da
as, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da
incluindo os recursos de tecnologia assistiva; percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com
III – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equi- criança de colo e obeso;
pamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, X – residências inclusivas: unidades de oferta do Servi-
práticas e serviços que objetivem promover a funcionalida- ço de Acolhimento do Sistema Único de Assistência Social
de, relacionada à atividade e à participação da pessoa com (SUAS) localizadas em áreas residenciais da comunidade,
deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua auto- com estruturas adequadas, que possam contar com apoio
nomia, independência, qualidade de vida e inclusão social; psicossocial para o atendimento das necessidades da pessoa
IV – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou acolhida, destinadas a jovens e adultos com deficiência, em
comportamento que limite ou impeça a participação social situação de dependência, que não dispõem de condições de
da pessoa, bem como o gozo, a  fruição e o exercício de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragilizados
seus direitos à acessibilidade, à  liberdade de movimento ou rompidos;
e de expressão, à  comunicação, ao  acesso à informação, XI – moradia para a vida independente da pessoa com
à compreensão, à circulação com segurança, entre outros, deficiência: moradia com estruturas adequadas capazes de
classificadas em: proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens e
espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso adultos com deficiência;
coletivo; XII  – atendente pessoal: pessoa, membro ou não da
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta
públicos e privados; cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência no
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou
e meios de transportes; os procedimentos identificados com profissões legalmente
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer estabelecidas;
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte XIII – profissional de apoio escolar: pessoa que exerce
ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante
e de informações por intermédio de sistemas de comunica- com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas
quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades
ção e de tecnologia da informação;
de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que
técnicas ou os procedimentos identificados com profissões
impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa
legalmente estabelecidas;
com deficiência em igualdade de condições e oportunidades
XIV – acompanhante: aquele que acompanha a pessoa
com as demais pessoas;
com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem
de atendente pessoal.
o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias;
V – comunicação: forma de interação dos cidadãos que CAPÍTULO II
abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Da Igualdade e da não Discriminação
Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille,
o sistema de sinalização ou de comunicação tátil, os carac- Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igual-
teres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a dade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá
linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os nenhuma espécie de discriminação.
meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos § 1º Considera‑se discriminação em razão da deficiência
aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

tecnologias da informação e das comunicações; omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar,
VI – adaptações razoáveis: adaptações, modificações e impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos
ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com
desproporcional e indevido, quando requeridos em cada deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de
caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa fornecimento de tecnologias assistivas.
gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunida- § 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição
des com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades de benefícios decorrentes de ação afirmativa.
fundamentais; Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda
VII – elemento de urbanização: quaisquer componentes forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
de obras de urbanização, tais como os referentes a pavimen- tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou
tação, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição degradante.
de energia elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada
comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisa- no  caput  deste artigo, são considerados especialmente
gismo e os que materializam as indicações do planejamento vulneráveis a criança, o  adolescente, a  mulher e o idoso,
urbanístico; com deficiência.
VIII – mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil
nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados da pessoa, inclusive para:
aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma I – casar‑se e constituir união estável;
que sua modificação ou seu traslado não provoque altera- II – exercer direitos sexuais e reprodutivos;
ções substanciais nesses elementos, tais como semáforos, III – exercer o direito de decidir sobre o número de filhos
postes de sinalização e similares, terminais e pontos de e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução
acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, e planejamento familiar;

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IV – conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterili- caracterizem as violações previstas nesta Lei, devem remeter
zação compulsória; peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
V – exercer o direito à família e à convivência familiar e Art.  8º É dever do Estado, da sociedade e da família
comunitária; e assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efeti-
VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à vação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade,
adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação,
oportunidades com as demais pessoas. à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência
social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à aces-
Comentário: sibilidade, à  cultura, ao  desporto, ao  turismo, ao  lazer,
O Estatuto retirou a pessoa com deficiência da catego- à  informação, à  comunicação, aos  avanços científicos e
ria de civilmente incapaz, alterando o Código Civil Lei tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convi-
nº 10.406/2002, vejamos: vência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da
Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das
Art.  3º São absolutamente incapazes de exercer Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 leis e de outras normas que garantam seu bem‑estar pessoal,
(dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, social e econômico.
de 2015)
I – (Revogado) Seção Única
II – (Revogado) Do Atendimento Prioritário
III – (Revogado)
Art.  4º São incapazes, relativamente a certos atos Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber
ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
nº 13.146, de 2015) I – proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
I  – os maiores de dezesseis e menores de dezoi- II – atendimento em todas as instituições e serviços de
to anos; atendimento ao público;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Re- III – disponibilização de recursos, tanto humanos quanto
dação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) tecnológicos, que garantam atendimento em igualdade de
III  – aqueles que, por causa transitória ou perma- condições com as demais pessoas;
nente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação IV  – disponibilização de pontos de parada, estações e
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) terminais acessíveis de transporte coletivo de passageiros
IV – os pródigos. e garantia de segurança no embarque e no desembarque;
Parágrafo único. A  capacidade dos indígenas será V – acesso a informações e disponibilização de recursos
regulada por legislação especial. (Redação dada pela de comunicação acessíveis;
Lei nº 13.146, de 2015) VI – recebimento de restituição de imposto de renda;
VII – tramitação processual e procedimentos judiciais e
administrativos em que for parte ou interessada, em todos
O Estatuto, como se pode ver, revogou todos os incisos
os atos e diligências.
do art. 3º do Código Civil, que trata dos absolutamente
§  1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos
incapazes. Portanto, absolutamente incapaz agora, são
ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu
apenas os menores de 16 (dezesseis) anos.
atendente pessoal, exceto quanto ao disposto nos incisos
Também alterou o art. 4º do Código Civil. O inciso III, do VI e VII deste artigo.
presente artigo, estava previsto no art. 3º do Código Civil, § 2º Nos serviços de emergência públicos e privados,
sendo agora relativamente incapazes. Agora os portado- a prioridade conferida por esta Lei é condicionada aos pro-
res de deficiência tem capacidade plena. tocolos de atendimento médico.
Tal alteração gera inúmeras consequências no corpo de
todo o Código Civil. Deixou de mencionar a interdição, por Comentário:
exemplo. Alterou também a prescrição e a decadência, O artigo em comento destaca o atendimento prioritário
que agora começam a correr contra ela, ao contrário do à pessoa com deficiência. Esta prioridade assemelha‑se
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência
que antes acontecia, conforme os arts. 198 e 208 do CC. à prioridade absoluta aplicada também no Estatuto do
O art.  228 do CC não contém mais os portadores de Idoso e Estatuto da Criança e do Adolescente.
deficiência física e mental, ou seja, podem ser testemu- Agora a pessoa com deficiência não pode ser obrigada a
nhas agora. internação compulsória. Porém, a Lei nº 10.216 possibili-
Quanto aos negócios jurídicos, não mais se aplicam ta algumas internações aos portadores de doenças men-
as invalidades previstas nos arts. 166 e 171, ambos do tais, incluindo a internação compulsória e a involuntária.
CC. Já o art. 928 do CC, em relação à responsabilidade
civil subsidiária deixa de ter sentido, pois a pessoa com TÍTULO II
deficiência responde diretamente agora. DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
A alteração ocorrida no art. 4º do CC faz com que a pessoa
incapaz de expor sua vontade, seja assistida e não mais CAPÍTULO I
representada. Do Direito à Vida
Não é mais nulidade casamento com portadores de defi-
ciência, conforme alteração no art. 1.548, CC. Porém, se Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade
a pessoa não pode exprimir sua vontade, há inexistência da pessoa com deficiência ao longo de toda a vida.
e não nulidade do casamento. Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou
estado de calamidade pública, a pessoa com deficiência será
Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade compe- considerada vulnerável, devendo o poder público adotar
tente qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos medidas para sua proteção e segurança.
da pessoa com deficiência. Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada
Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, a se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento
os juízes e os tribunais tiverem conhecimento de fatos que ou a institucionalização forçada.

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Parágrafo único. O  consentimento da pessoa com de- IV  – capacitação continuada de todos os profissionais
ficiência em situação de curatela poderá ser suprido, na que participem dos programas e serviços.
forma da lei. Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da ações articuladas para garantir à pessoa com deficiência e
pessoa com deficiência é indispensável para a realização sua família a aquisição de informações, orientações e formas
de tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa de acesso às políticas públicas disponíveis, com a finalidade
científica. de propiciar sua plena participação social.
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste
curatela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau artigo podem fornecer informações e orientações nas áreas
possível, para a obtenção de consentimento. de saúde, de educação, de cultura, de esporte, de lazer, de
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com transporte, de previdência social, de assistência social, de
deficiência em situação de tutela ou de curatela deve ser habitação, de trabalho, de empreendedorismo, de acesso
realizada, em caráter excepcional, apenas quando houver ao crédito, de promoção, proteção e defesa de direitos e
indícios de benefício direto para sua saúde ou para a saúde nas demais áreas que possibilitem à pessoa com deficiência
de outras pessoas com deficiência e desde que não haja outra exercer sua cidadania.
opção de pesquisa de eficácia comparável com participantes
não tutelados ou curatelados. CAPÍTULO III
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida Do Direito à Saúde
sem seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos
de risco de morte e de emergência em saúde, resguardado Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa
seu superior interesse e adotadas as salvaguardas legais com deficiência em todos os níveis de complexidade, por
cabíveis. intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário.
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiên-
Comentário: cia na elaboração das políticas de saúde a ela destinadas.
O consentimento da pessoa portadora de deficiência será § 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas
dispensando apenas em casos de risco de morte ou de e técnicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais
emergência de saúde. de saúde e contemplarão aspectos relacionados aos direitos
e às especificidades da pessoa com deficiência, incluindo
CAPÍTULO II temas como sua dignidade e autonomia.
Do Direito à Habilitação e à Reabilitação § 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa
com deficiência, especialmente em serviços de habilitação
Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um e de reabilitação, deve ser garantida capacitação inicial e
direito da pessoa com deficiência. continuada.
Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabi-
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados
litação tem por objetivo o desenvolvimento de potenciali-
à pessoa com deficiência devem assegurar:
dades, talentos, habilidades e aptidões físicas, cognitivas,
I  – diagnóstico e intervenção precoces, realizados por
sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e artísticas
equipe multidisciplinar;
que contribuam para a conquista da autonomia da pessoa
II – serviços de habilitação e de reabilitação sempre que
com deficiência e de sua participação social em igualdade de
necessários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para
condições e oportunidades com as demais pessoas.
a manutenção da melhor condição de saúde e qualidade
Art.  15. O  processo mencionado no art.  14 desta Lei
baseia‑se em avaliação multidisciplinar das necessidades, de vida;
habilidades e potencialidades de cada pessoa, observadas III – atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento
as seguintes diretrizes: ambulatorial e internação;
I – diagnóstico e intervenção precoces; IV – campanhas de vacinação;
II – adoção de medidas para compensar perda ou limi- V – atendimento psicológico, inclusive para seus familia-
res e atendentes pessoais;
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

tação funcional, buscando o desenvolvimento de aptidões;


III – atuação permanente, integrada e articulada de po- VI – respeito à especificidade, à identidade de gênero e
líticas públicas que possibilitem a plena participação social à orientação sexual da pessoa com deficiência;
da pessoa com deficiência; VII – atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à
IV – oferta de rede de serviços articulados, com atua- fertilização assistida;
ção intersetorial, nos diferentes níveis de complexidade, VIII  – informação adequada e acessível à pessoa com
para atender às necessidades específicas da pessoa com deficiência e a seus familiares sobre sua condição de saúde;
deficiência; IX – serviços projetados para prevenir a ocorrência e o
V – prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa desenvolvimento de deficiências e agravos adicionais;
com deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a orga- X – promoção de estratégias de capacitação permanente
nização das Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios das equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de aten-
locais e as normas do Sistema Único de Saúde (SUS). ção, no atendimento à pessoa com deficiência, bem como
Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de orientação a seus atendentes pessoais;
reabilitação para a pessoa com deficiência, são garantidos: XI – oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de lo-
I  – organização, serviços, métodos, técnicas e recur- comoção, medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais,
sos para atender às características de cada pessoa com conforme as normas vigentes do Ministério da Saúde.
deficiência; § 5º As diretrizes deste artigo aplicam‑se também às ins-
II – acessibilidade em todos os ambientes e serviços; tituições privadas que participem de forma complementar do
III  – tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, SUS ou que recebam recursos públicos para sua manutenção.
materiais e equipamentos adequados e apoio técnico pro- Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas
fissional, de acordo com as especificidades de cada pessoa à prevenção de deficiências por causas evitáveis, inclusive
com deficiência; por meio de:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I – acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpé- todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de
rio, com garantia de parto humanizado e seguro; forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de
II  – promoção de práticas alimentares adequadas e seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e
saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, prevenção e sociais, segundo suas características, interesses e necessi-
cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e dades de aprendizagem.
nutrição da mulher e da criança; Parágrafo único. É  dever do Estado, da família, da co-
III – aprimoramento e expansão dos programas de imu- munidade escolar e da sociedade assegurar educação de
nização e de triagem neonatal; qualidade à pessoa com deficiência, colocando‑a a salvo de
IV – identificação e controle da gestante de alto risco. toda forma de violência, negligência e discriminação.
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, de-
saúde são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no senvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
mínimo, todos os serviços e produtos ofertados aos demais I – sistema educacional inclusivo em todos os níveis e mo-
clientes. dalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde II – aprimoramento dos sistemas educacionais, visando
da pessoa com deficiência no local de residência, será pres- a garantir condições de acesso, permanência, participação e
tado atendimento fora de domicílio, para fins de diagnóstico aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos
e de tratamento, garantidos o transporte e a acomodação da de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a
pessoa com deficiência e de seu acompanhante. inclusão plena;
Art.  22. À  pessoa com deficiência internada ou em III – projeto pedagógico que institucionalize o atendimen-
observação é assegurado o direito a acompanhante ou a to educacional especializado, assim como os demais serviços
atendente pessoal, devendo o órgão ou a instituição de saúde e adaptações razoáveis, para atender às características dos
proporcionar condições adequadas para sua permanência estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso
em tempo integral. ao currículo em condições de igualdade, promovendo a
§ 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhan- conquista e o exercício de sua autonomia;
te ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, IV – oferta de educação bilíngue, em Libras como pri-
cabe ao profissional de saúde responsável pelo tratamento meira língua e na modalidade escrita da língua portuguesa
justificá‑la por escrito. como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no escolas inclusivas;
§  1º  deste artigo, o  órgão ou a instituição de saúde deve V – adoção de medidas individualizadas e coletivas em
adotar as providências cabíveis para suprir a ausência do ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico
acompanhante ou do atendente pessoal. e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o
Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em
contra a pessoa com deficiência, inclusive por meio de instituições de ensino;
cobrança de valores diferenciados por planos e seguros VI – pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos
privados de saúde, em razão de sua condição. métodos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de
Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva;
aos serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às VII  – planejamento de estudo de caso, de elaboração
informações prestadas e recebidas, por meio de recursos
de plano de atendimento educacional especializado, de
de tecnologia assistiva e de todas as formas de comunicação
organização de recursos e serviços de acessibilidade e de
previstas no inciso V do art. 3º desta Lei.
disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de
tecnologia assistiva;
Comentário:
VIII – participação dos estudantes com deficiência e de
Este artigo prevê o direito de acesso da pessoa portadora
suas famílias nas diversas instâncias de atuação da comuni-
de deficiência aos serviços de saúde, sejam eles públicos
dade escolar;
ou privados.
IX – adoção de medidas de apoio que favoreçam o desen-
volvimento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos
quanto privados, devem assegurar o acesso da pessoa com profissionais, levando‑se em conta o talento, a criatividade,
deficiência, em conformidade com a legislação em vigor, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência;
mediante a remoção de barreiras, por meio de projetos ar- X  – adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos
quitetônicos, de ambientação de interior e de comunicação programas de formação inicial e continuada de professores
que atendam às especificidades das pessoas com deficiência e oferta de formação continuada para o atendimento edu-
física, sensorial, intelectual e mental. cacional especializado;
Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de vio- XI  – formação e disponibilização de professores para
lência praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto o atendimento educacional especializado, de tradutores e
de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais
e privados à autoridade policial e ao Ministério Público, além de apoio;
dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com Deficiência. XII – oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera‑se uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar
violência contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua
omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause autonomia e participação;
morte ou dano ou sofrimento físico ou psicológico. XIII – acesso à educação superior e à educação profissio-
nal e tecnológica em igualdade de oportunidades e condições
CAPÍTULO IV com as demais pessoas;
Do Direito à Educação XIV – inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de
nível superior e de educação profissional técnica e tecnoló-
Art.  27. A  educação constitui direito da pessoa com gica, de temas relacionados à pessoa com deficiência nos
deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em respectivos campos de conhecimento;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
XV – acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de para a vida independente da pessoa com deficiência, ou,
condições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de ainda, em residência inclusiva.
lazer, no sistema escolar; § 1º O poder público adotará programas e ações estraté-
XVI – acessibilidade para todos os estudantes, trabalha- gicas para apoiar a criação e a manutenção de moradia para
dores da educação e demais integrantes da comunidade a vida independente da pessoa com deficiência.
escolar às edificações, aos ambientes e às atividades con- § 2º A proteção integral na modalidade de residência
cernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino; inclusiva será prestada no âmbito do Suas à pessoa com
XVII – oferta de profissionais de apoio escolar; deficiência em situação de dependência que não disponha de
XVIII  – articulação intersetorial na implementação de condições de autossustentabilidade, com vínculos familiares
políticas públicas. fragilizados ou rompidos.
§  1º Às instituições privadas, de qualquer nível e mo- Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsi-
dalidade de ensino, aplica‑se obrigatoriamente o disposto diados com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o
nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, seu responsável goza de prioridade na aquisição de imóvel
XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo vedada a cobrança para moradia própria, observado o seguinte:
de valores adicionais de qualquer natureza em suas men- I – reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unida-
salidades, anuidades e matrículas no cumprimento dessas des habitacionais para pessoa com deficiência;
determinações. II – (Vetado)
§  2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes III  – em caso de edificação multifamiliar, garantia de
da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, acessibilidade nas áreas de uso comum e nas unidades habi-
deve‑se observar o seguinte: tacionais no piso térreo e de acessibilidade ou de adaptação
I  – os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na razoável nos demais pisos;
educação básica devem, no mínimo, possuir ensino médio IV – disponibilização de equipamentos urbanos comu-
completo e certificado de proficiência na Libras; nitários acessíveis;
II  – os tradutores e intérpretes da Libras, quando di- V – elaboração de especificações técnicas no projeto que
recionados à tarefa de interpretar nas salas de aula dos permitam a instalação de elevadores.
cursos de graduação e pós‑graduação, devem possuir nível § 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste arti-
superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução e go, será reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária
Interpretação em Libras. apenas uma vez.
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de
Comentário: financiamento devem ser compatíveis com os rendimentos
O § 1º deste artigo 28 é de suma importância. da pessoa com deficiência ou de sua família.
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada
Art. 29. (Vetado) nas unidades habitacionais reservadas por força do disposto
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e perma- no inciso I do caput deste artigo, as unidades não utilizadas
nência nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino serão disponibilizadas às demais pessoas.
superior e de educação profissional e tecnológica, públicas
Comentário:
e privadas, devem ser adotadas as seguintes medidas:
O artigo supracitado prevê a prioridade na aquisição de
I – atendimento preferencial à pessoa com deficiência
moradia própria para os portadores de deficiência.
nas dependências das Instituições de Ensino Superior (IES)
e nos serviços;
Art. 33. Ao poder público compete:
II – disponibilização de formulário de inscrição de exames
I – adotar as providências necessárias para o cumprimen-
com campos específicos para que o candidato com deficiên- to do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e
cia informe os recursos de acessibilidade e de tecnologia II – divulgar, para os agentes interessados e beneficiá-
assistiva necessários para sua participação; rios, a política habitacional prevista nas legislações federal,
III – disponibilização de provas em formatos acessíveis estaduais, distrital e municipais, com ênfase nos dispositivos
para atendimento às necessidades específicas do candidato
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

sobre acessibilidade.
com deficiência;
IV – disponibilização de recursos de acessibilidade e de CAPÍTULO VI
tecnologia assistiva adequados, previamente solicitados e Do Direito ao Trabalho
escolhidos pelo candidato com deficiência;
V – dilação de tempo, conforme demanda apresentada Seção I
pelo candidato com deficiência, tanto na realização de exame Disposições Gerais
para seleção quanto nas atividades acadêmicas, mediante
prévia solicitação e comprovação da necessidade; Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho
VI – adoção de critérios de avaliação das provas escritas, de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e
discursivas ou de redação que considerem a singularidade inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais
linguística da pessoa com deficiência, no domínio da moda- pessoas.
lidade escrita da língua portuguesa; § 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou
VII – tradução completa do edital e de suas retificações de qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes de
em Libras. trabalho acessíveis e inclusivos.
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade
CAPÍTULO V de oportunidades com as demais pessoas, a condições jus-
Do Direito à Moradia tas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração
por trabalho de igual valor.
Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com defi-
digna, no seio da família natural ou substituta, com seu côn- ciência e qualquer discriminação em razão de sua condição,
juge ou companheiro ou desacompanhada, ou em moradia inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
admissão, exames admissional e periódico, permanência no de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da
emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser
bem como exigência de aptidão plena. atendidas as regras de acessibilidade, o  fornecimento de
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável no
e ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, ambiente de trabalho.
planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com
profissionais oferecidos pelo empregador, em igualdade de deficiência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio,
oportunidades com os demais empregados. observadas as seguintes diretrizes:
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência aces- I – prioridade no atendimento à pessoa com deficiência
sibilidade em cursos de formação e de capacitação. com maior dificuldade de inserção no campo de trabalho;
Art.  35. É  finalidade primordial das políticas públicas II – provisão de suportes individualizados que atendam
de trabalho e emprego promover e garantir condições de a necessidades específicas da pessoa com deficiência, inclu-
acesso e de permanência da pessoa com deficiência no sive a disponibilização de recursos de tecnologia assistiva,
campo de trabalho. de agente facilitador e de apoio no ambiente de trabalho;
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empre- III – respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa
endedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos o coope- com deficiência apoiada;
rativismo e o associativismo, devem prever a participação IV – oferta de aconselhamento e de apoio aos emprega-
da pessoa com deficiência e a disponibilização de linhas de dores, com vistas à definição de estratégias de inclusão e de
crédito, quando necessárias. superação de barreiras, inclusive atitudinais;
V – realização de avaliações periódicas;
Seção II VI – articulação intersetorial das políticas públicas;
Da Habilitação Profissional e Reabilitação Profissional VII – possibilidade de participação de organizações da
sociedade civil.
Art.  36. O  poder público deve implementar serviços Art.  38. A  entidade contratada para a realização de
e programas completos de habilitação profissional e de processo seletivo público ou privado para cargo, função ou
reabilitação profissional para que a pessoa com deficiência emprego está obrigada à observância do disposto nesta Lei
possa ingressar, continuar ou retornar ao campo do trabalho, e em outras normas de acessibilidade vigentes.
respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu interesse.
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em cri- CAPÍTULO VII
térios previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de Do Direito à Assistência Social
habilitação ou de reabilitação que possibilite à pessoa com
deficiência restaurar sua capacidade e habilidade profissional Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os be-
ou adquirir novas capacidades e habilidades de trabalho. nefícios no âmbito da política pública de assistência social
§ 2º A habilitação profissional corresponde ao processo à pessoa com deficiência e sua família têm como objetivo a
destinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição garantia da segurança de renda, da acolhida, da habilitação
de conhecimentos, habilidades e aptidões para exercício e da reabilitação, do desenvolvimento da autonomia e da
de profissão ou de ocupação, permitindo nível suficiente
convivência familiar e comunitária, para a promoção do
de desenvolvimento profissional para ingresso no campo
acesso a direitos e da plena participação social.
de trabalho.
§ 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos
§  3º Os serviços de habilitação profissional, de reabi-
termos do caput deste artigo, deve envolver conjunto arti-
litação profissional e de educação profissional devem ser
culado de serviços do âmbito da Proteção Social Básica e da
dotados de recursos necessários para atender a toda pessoa
Proteção Social Especial, ofertados pelo SUAS, para a garantia
com deficiência, independentemente de sua característica
de seguranças fundamentais no enfrentamento de situações
específica, a fim de que ela possa ser capacitada para tra-
balho que lhe seja adequado e ter perspectivas de obtê‑lo, de vulnerabilidade e de risco, por fragilização de vínculos e
de conservá‑lo e de nele progredir. ameaça ou violação de direitos.
§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência
§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabili-
tação profissional e de educação profissional deverão ser com deficiência em situação de dependência deverão contar
oferecidos em ambientes acessíveis e inclusivos. com cuidadores sociais para prestar‑lhe cuidados básicos e
§ 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional instrumentais.
devem ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas, Art.  40. É  assegurado à pessoa com deficiência que
especialmente de saúde, de ensino e de assistência social, não possua meios para prover sua subsistência nem de
em todos os níveis e modalidades, em entidades de formação tê‑la provida por sua família o benefício mensal de 1 (um)
profissional ou diretamente com o empregador. salário‑mínimo, nos termos da Lei no 8.742, de 7 de dezem-
§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas bro de 1993.
por meio de prévia formalização do contrato de emprego da
pessoa com deficiência, que será considerada para o cum- Comentário:
primento da reserva de vagas prevista em lei, desde que por O artigo citado é semelhante ao art.  34 do Estatuto
tempo determinado e concomitante com a inclusão profis- do Idoso, dispondo sobre o benefício constitucional,
sional na empresa, observado o disposto em regulamento. art. 203, V, CF, conforme já visto.
§ 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional
atenderão à pessoa com deficiência. CAPÍTULO VIII
Do Direito à Previdência Social
Seção III
Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime
Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à aposen-
Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com defi- tadoria nos termos da Lei Complementar nº 142, de 8 de
ciência no trabalho a colocação competitiva, em igualdade maio de 2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CAPÍTULO IX Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser cons-
Do Direito à Cultura, ao Esporte, ao Turismo e ao Lazer truídos observando‑se os princípios do desenho universal,
além de adotar todos os meios de acessibilidade, conforme
Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, legislação em vigor.
ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportuni- § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponi-
dades com as demais pessoas, sendo‑lhe garantido o acesso: bilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios
I – a bens culturais em formato acessível; acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível.
II – a programas de televisão, cinema, teatro e outras § 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo
atividades culturais e desportivas em formato acessível; e deverão ser localizados em rotas acessíveis.
III  – a monumentos e locais de importância cultural e
a espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e CAPÍTULO X
esportivos. Do Direito ao Transporte e à Mobilidade
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em
formato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa
argumento, inclusive sob a alegação de proteção dos direitos com deficiência ou com mobilidade reduzida será assegurado
de propriedade intelectual. em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, por
§ 2º O poder público deve adotar soluções destinadas meio de identificação e de eliminação de todos os obstáculos
à eliminação, à redução ou à superação de barreiras para a e barreiras ao seu acesso.
promoção do acesso a todo patrimônio cultural, observadas §  1º Para fins de acessibilidade aos serviços de trans-
as normas de acessibilidade, ambientais e de proteção do porte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as
patrimônio histórico e artístico nacional. jurisdições, consideram‑se como integrantes desses serviços
Art. 43. O poder público deve promover a participação os veículos, os terminais, as estações, os pontos de parada,
da pessoa com deficiência em atividades artísticas, intelec- o sistema viário e a prestação do serviço.
tuais, culturais, esportivas e recreativas, com vistas ao seu § 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta
protagonismo, devendo: Lei, sempre que houver interação com a matéria nela regu-
I – incentivar a provisão de instrução, de treinamento lada, a  outorga, a  concessão, a  permissão, a  autorização,
e de recursos adequados, em igualdade de oportunidades a  renovação ou a habilitação de linhas e de serviços de
com as demais pessoas; transporte coletivo.
II – assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos § 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso
serviços prestados por pessoa ou entidade envolvida na nos veículos, as empresas de transporte coletivo de passa-
organização das atividades de que trata este artigo; e geiros dependem da certificação de acessibilidade emitida
III – assegurar a participação da pessoa com deficiência pelo gestor público responsável pela prestação do serviço.
em jogos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, cul- Art.  47. Em todas as áreas de estacionamento aberto
turais e artísticas, inclusive no sistema escolar, em igualdade ao público, de uso público ou privado de uso coletivo e em
de condições com as demais pessoas. vias públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos
Art.  44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, gi- acessos de circulação de pedestres, devidamente sinalizadas,
násios de esporte, locais de espetáculos e de conferências para veículos que transportem pessoa com deficiência com
e similares, serão reservados espaços livres e assentos para comprometimento de mobilidade, desde que devidamente
a pessoa com deficiência, de acordo com a capacidade de identificados.
lotação da edificação, observado o disposto em regulamento. § 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo de- equivaler a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mí-
vem ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa nimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada e com as espe-
visibilidade, em todos os setores, próximos aos corredores, cificações de desenho e traçado de acordo com as normas
devidamente sinalizados, evitando‑se áreas segregadas de técnicas vigentes de acessibilidade.
público e obstrução das saídas, em conformidade com as § 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas de-
normas de acessibilidade. vem exibir, em local de ampla visibilidade, a credencial de
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

§ 2º No caso de não haver comprovada procura pelos beneficiário, a ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de
assentos reservados, esses podem, excepcionalmente, ser trânsito, que disciplinarão suas características e condições
ocupados por pessoas sem deficiência ou que não tenham de uso.
mobilidade reduzida, observado o disposto em regulamento. § 3º A utilização indevida das vagas de que trata este
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo artigo sujeita os infratores às sanções previstas no  inciso
devem situar‑se em locais que garantam a acomodação de, XVII do art. 181 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997
no mínimo, 1 (um) acompanhante da pessoa com deficiência (Código de Trânsito Brasileiro).
ou com mobilidade reduzida, resguardado o direito de se § 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é
acomodar proximamente a grupo familiar e comunitário. vinculada à pessoa com deficiência que possui comprometi-
§ 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve ha- mento de mobilidade e é válida em todo o território nacional.
ver, obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência Art.  48. Os  veículos de transporte coletivo terrestre,
acessíveis, conforme padrões das normas de acessibilidade, aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, os portos e
a fim de permitir a saída segura da pessoa com deficiência ou os terminais em operação no País devem ser acessíveis, de
com mobilidade reduzida, em caso de emergência. forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.
§ 5º Todos os espaços das edificações previstas no ca- § 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste
put deste artigo devem atender às normas de acessibilidade artigo devem dispor de sistema de comunicação acessível
em vigor. que disponibilize informações sobre todos os pontos do
§  6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as itinerário.
sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa com §  2º São asseguradas à pessoa com deficiência priori-
deficiência. dade e segurança nos procedimentos de embarque e de
§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não desembarque nos veículos de transporte coletivo, de acordo
poderá ser superior ao valor cobrado das demais pessoas. com as normas técnicas.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso diretrizes curriculares da educação profissional e tecnológica
nos veículos, as empresas de transporte coletivo de passa- e do ensino superior e na formação das carreiras de Estado.
geiros dependem da certificação de acessibilidade emitida § 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a
pelo gestor público responsável pela prestação do serviço. serem desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de
Art.  49. As  empresas de transporte de fretamento e auxílio à pesquisa e de agências de fomento deverão incluir
de turismo, na renovação de suas frotas, são obrigadas ao temas voltados para o desenho universal.
cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48 desta Lei. § 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas
Art.  50. O  poder público incentivará a fabricação de deverão considerar a adoção do desenho universal.
veículos acessíveis e a sua utilização como táxis e vans, de Art.  56. A  construção, a  reforma, a  ampliação ou a
forma a garantir o seu uso por todas as pessoas. mudança de uso de edificações abertas ao público, de uso
Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar público ou privadas de uso coletivo deverão ser executadas
10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa de modo a serem acessíveis.
com deficiência. § 1º As entidades de fiscalização profissional das ativi-
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de dades de Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao anota-
valores adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa rem a responsabilidade técnica de projetos, devem exigir a
com deficiência. responsabilidade profissional declarada de atendimento às
§ 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos regras de acessibilidade previstas em legislação e em normas
fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos técnicas pertinentes.
a que se refere o caput deste artigo. § 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de
Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer certificado de projeto executivo arquitetônico, urbanístico e
1 (um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, de instalações e equipamentos temporários ou permanentes
a cada conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota. e para o licenciamento ou a emissão de certificado de conclu-
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no míni- são de obra ou de serviço, deve ser atestado o atendimento
mo, câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos às regras de acessibilidade.
e comandos manuais de freio e de embreagem. §  3º O poder público, após certificar a acessibilidade
de edificação ou de serviço, determinará a colocação, em
TÍTULO III espaços ou em locais de ampla visibilidade, do símbolo
DA ACESSIBILIDADE internacional de acesso, na forma prevista em legislação e
em normas técnicas correlatas.
CAPÍTULO I Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo
Disposições Gerais já existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com
deficiência em todas as suas dependências e serviços, tendo
Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa como referência as normas de acessibilidade vigentes.
com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso
independente e exercer seus direitos de cidadania e de privado multifamiliar devem atender aos preceitos de aces-
sibilidade, na forma regulamentar.
participação social.
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo
Art.  54. São sujeitas ao cumprimento das disposições
projeto e pela construção das edificações a que se refere o ca-
desta Lei e de outras normas relativas à acessibilidade,
put deste artigo devem assegurar percentual mínimo de suas
sempre que houver interação com a matéria nela regulada:
unidades internamente acessíveis, na forma regulamentar.
I – a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a
ou de comunicação e informação, a fabricação de veículos
aquisição de unidades internamente acessíveis a que se
de transporte coletivo, a prestação do respectivo serviço e
refere o § 1º deste artigo.
a execução de qualquer tipo de obra, quando tenham des- Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços
tinação pública ou coletiva; públicos, o  poder público e as empresas concessionárias
II – a outorga ou a renovação de concessão, permissão, responsáveis pela execução das obras e dos serviços devem
autorização ou habilitação de qualquer natureza;
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência
garantir, de forma segura, a  fluidez do trânsito e a livre
III – a aprovação de financiamento de projeto com utiliza- circulação e acessibilidade das pessoas, durante e após sua
ção de recursos públicos, por meio de renúncia ou de incen- execução.
tivo fiscal, contrato, convênio ou instrumento congênere; e Art.  60. Orientam‑se, no que couber, pelas regras de
IV  – a concessão de aval da União para obtenção de acessibilidade previstas em legislação e em normas técnicas,
empréstimo e de financiamento internacionais por entes observado o disposto na Lei no 10.098, de 19 de dezembro
públicos ou privados. de 2000, no 10.257, de 10 de julho de 2001, e no 12.587, de
Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que 3 de janeiro de 2012:
tratem do meio físico, de transporte, de informação e comu- I – os planos diretores municipais, os planos diretores
nicação, inclusive de sistemas e tecnologias da informação de transporte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e
e comunicação, e de outros serviços, equipamentos e insta- os planos de preservação de sítios históricos elaborados ou
lações abertos ao público, de uso público ou privado de uso atualizados a partir da publicação desta Lei;
coletivo, tanto na zona urbana como na rural, devem atender II – os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de
aos princípios do desenho universal, tendo como referência uso e ocupação do solo e as leis do sistema viário;
as normas de acessibilidade. III – os estudos prévios de impacto de vizinhança;
§  1º O desenho universal será sempre tomado como IV – as atividades de fiscalização e a imposição de san-
regra de caráter geral. ções; e
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho V – a legislação referente à prevenção contra incêndio
universal não possa ser empreendido, deve ser adotada e pânico.
adaptação razoável. § 1º A concessão e a renovação de alvará de funciona-
§ 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de mento para qualquer atividade são condicionadas à obser-
conteúdos temáticos referentes ao desenho universal nas vação e à certificação das regras de acessibilidade.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 2º A emissão de carta de habite‑se ou de habilitação ampliação de caracteres, diferentes contrastes e impressão
equivalente e sua renovação, quando esta tiver sido emitida em Braille.
anteriormente às exigências de acessibilidade, é condiciona- § 3º O poder público deve estimular e apoiar a adapta-
da à observação e à certificação das regras de acessibilidade. ção e a produção de artigos científicos em formato acessível,
Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção inclusive em Libras.
das ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade
básicas: de informações corretas e claras sobre os diferentes produtos
I – eleição de prioridades, elaboração de cronograma e e serviços ofertados, por quaisquer meios de comunicação
reserva de recursos para implementação das ações; e empregados, inclusive em ambiente virtual, contendo a es-
II – planejamento contínuo e articulado entre os setores pecificação correta de quantidade, qualidade, características,
envolvidos. composição e preço, bem como sobre os eventuais riscos à
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante saúde e à segurança do consumidor com deficiência, em caso
solicitação, o recebimento de contas, boletos, recibos, extra- de sua utilização, aplicando‑se, no que couber, os arts. 30 a
tos e cobranças de tributos em formato acessível. 41 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios
CAPÍTULO II publicitários veiculados na imprensa escrita, na internet, no
Do Acesso à Informação e à Comunicação rádio, na televisão e nos demais veículos de comunicação
abertos ou por assinatura devem disponibilizar, conforme a
compatibilidade do meio, os recursos de acessibilidade de
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da in-
que trata o art. 67 desta Lei, a expensas do fornecedor do pro-
ternet mantidos por empresas com sede ou representação duto ou do serviço, sem prejuízo da observância do disposto
comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da nos arts. 36 a 38 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
pessoa com deficiência, garantindo‑lhe acesso às informa- § 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante soli-
ções disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes citação, exemplares de bulas, prospectos, textos ou qualquer
de acessibilidade adotadas internacionalmente. outro tipo de material de divulgação em formato acessível.
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade Art.  70. As  instituições promotoras de congressos,
em destaque. seminários, oficinas e demais eventos de natureza cientí-
§ 2º Telecentros comunitários que receberem recursos fico‑cultural devem oferecer à pessoa com deficiência, no
públicos federais para seu custeio ou sua instalação e lan hou- mínimo, os  recursos de tecnologia assistiva previstos no
ses devem possuir equipamentos e instalações acessíveis. art. 67 desta Lei.
§  3º Os telecentros e as  lan houses  de que trata o Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os
§ 2º deste artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por demais eventos de natureza científico‑cultural promovidos
cento) de seus computadores com recursos de acessibilidade ou financiados pelo poder público devem garantir as condi-
para pessoa com deficiência visual, sendo assegurado pelo ções de acessibilidade e os recursos de tecnologia assistiva.
menos 1 (um) equipamento, quando o resultado percentual Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos
for inferior a 1 (um). a serem desenvolvidos com o apoio de agências de financia-
Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que mento e de órgãos e entidades integrantes da administração
trata o art. 63 desta Lei deve ser observada para obtenção pública que atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar
do financiamento de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei. temas voltados à tecnologia assistiva.
Art.  65. As  empresas prestadoras de serviços de tele- Art.  73. Caberá ao poder público, diretamente ou em
comunicações deverão garantir pleno acesso à pessoa com parceria com organizações da sociedade civil, promover a
deficiência, conforme regulamentação específica. capacitação de tradutores e intérpretes da Libras, de guias
Art.  66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de intérpretes e de profissionais habilitados em Braille, audio-
aparelhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibi- descrição, estenotipia e legendagem.
lidade que, entre outras tecnologias assistivas, possuam
possibilidade de indicação e de ampliação sonoras de todas CAPÍTULO III
as operações e funções disponíveis. Da Tecnologia Assistiva
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens


devem permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros: Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a
I – subtitulação por meio de legenda oculta; produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos
e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua auto-
II – janela com intérprete da Libras;
nomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida.
III – audiodescrição.
Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico
Art.  68. O  poder público deve adotar mecanismos de de medidas, a ser renovado em cada período de 4 (quatro)
incentivo à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à anos, com a finalidade de:
comercialização de livros em formatos acessíveis, inclusive I  – facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive
em publicações da administração pública ou financiadas com oferta de linhas de crédito subsidiadas, específicas para
com recursos públicos, com vistas a garantir à pessoa com aquisição de tecnologia assistiva;
deficiência o direito de acesso à leitura, à informação e à II – agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de im-
comunicação. portação de tecnologia assistiva, especialmente as questões
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o atinentes a procedimentos alfandegários e sanitários;
abastecimento ou a atualização de acervos de bibliotecas III – criar mecanismos de fomento à pesquisa e à pro-
em todos os níveis e modalidades de educação e de biblio- dução nacional de tecnologia assistiva, inclusive por meio
tecas públicas, o poder público deverá adotar cláusulas de de concessão de linhas de crédito subsidiado e de parcerias
impedimento à participação de editoras que não ofertem com institutos de pesquisa oficiais;
sua produção também em formatos acessíveis. IV – eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva
§  2º Consideram‑se formatos acessíveis os arquivos e de importação de tecnologia assistiva;
digitais que possam ser reconhecidos e acessados por sof- V – facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos
twares leitores de telas ou outras tecnologias assistivas que recursos de tecnologia assistiva no rol de produtos distribu-
vierem a substituí‑los, permitindo leitura com voz sintetizada, ídos no âmbito do SUS e por outros órgãos governamentais.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste ampliar o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias da
artigo, os  procedimentos constantes do plano específico informação e comunicação e às tecnologias sociais.
de medidas deverão ser avaliados, pelo menos, a  cada 2 Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
(dois) anos. I – o emprego de tecnologias da informação e comunica-
ção como instrumento de superação de limitações funcionais
CAPÍTULO IV e de barreiras à comunicação, à informação, à educação e
Do Direito à Participação na Vida Pública e Política ao entretenimento da pessoa com deficiência;
II  – a adoção de soluções e a difusão de normas que
Art.  76. O  poder público deve garantir à pessoa com visem a ampliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à
deficiência todos os direitos políticos e a oportunidade computação e aos sítios da internet, em especial aos serviços
de exercê‑los em igualdade de condições com as demais de governo eletrônico.
pessoas.
§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito LIVRO II
de votar e de ser votada, inclusive por meio das seguintes PARTE ESPECIAL
ações:
I  – garantia de que os procedimentos, as  instalações, TÍTULO I
os materiais e os equipamentos para votação sejam apropria- DO ACESSO À JUSTIÇA
dos, acessíveis a todas as pessoas e de fácil compreensão e
uso, sendo vedada a instalação de seções eleitorais exclusivas CAPÍTULO I
para a pessoa com deficiência; Disposições Gerais
II – incentivo à pessoa com deficiência a candidatar‑se e a
desempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pes-
de governo, inclusive por meio do uso de novas tecnologias soa com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades
assistivas, quando apropriado; com as demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos,
III – garantia de que os pronunciamentos oficiais, a pro- adaptações e recursos de tecnologia assistiva.
paganda eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas § 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência
emissoras de televisão possuam, pelo menos, os recursos em todo o processo judicial, o poder público deve capacitar
elencados no art. 67 desta Lei; os membros e os servidores que atuam no Poder Judiciário,
IV – garantia do livre exercício do direito ao voto e, para no Ministério Público, na Defensoria Pública, nos órgãos de
tanto, sempre que necessário e a seu pedido, permissão para segurança pública e no sistema penitenciário quanto aos
que a pessoa com deficiência seja auxiliada na votação por direitos da pessoa com deficiência.
pessoa de sua escolha. § 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência
§ 2º O poder público promoverá a participação da pes- submetida a medida restritiva de liberdade todos os direitos
soa com deficiência, inclusive quando institucionalizada, na e garantias a que fazem jus os apenados sem deficiência,
condução das questões públicas, sem discriminação e em garantida a acessibilidade.
igualdade de oportunidades, observado o seguinte: § 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão
I  – participação em organizações não governamentais as medidas necessárias à garantia dos direitos previstos
relacionadas à vida pública e à política do País e em atividades nesta Lei.
e administração de partidos políticos; Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecno-
II – formação de organizações para representar a pessoa logia assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência
com deficiência em todos os níveis; tenha garantido o acesso à justiça, sempre que figure em um
III – participação da pessoa com deficiência em organi- dos polos da ação ou atue como testemunha, partícipe da
zações que a representem. lide posta em juízo, advogado, defensor público, magistrado
ou membro do Ministério Público.
TÍTULO IV Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA o acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu
interesse, inclusive no exercício da advocacia.
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência
Art.  77. O poder público deve fomentar o desenvolvi- Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão ga-
mento científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação rantidos por ocasião da aplicação de sanções penais.
tecnológicas, voltados à melhoria da qualidade de vida e Art. 82. (Vetado)
ao trabalho da pessoa com deficiência e sua inclusão social. Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem
§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a ge- negar ou criar óbices ou condições diferenciadas à presta-
ração de conhecimentos e técnicas que visem à prevenção ção de seus serviços em razão de deficiência do solicitante,
e ao tratamento de deficiências e ao desenvolvimento de devendo reconhecer sua capacidade legal plena, garantida
tecnologias assistiva e social. a acessibilidade.
§ 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social Parágrafo único. O  descumprimento do disposto
devem ser fomentadas mediante a criação de cursos de no caput deste artigo constitui discriminação em razão de
pós‑graduação, a formação de recursos humanos e a inclusão deficiência.
do tema nas diretrizes de áreas do conhecimento.
§ 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de CAPÍTULO II
instituições públicas e privadas para o desenvolvimento de Do Reconhecimento Igual Perante a Lei
tecnologias assistiva e social que sejam voltadas para me-
lhoria da funcionalidade e da participação social da pessoa Art.  84. A  pessoa com deficiência tem assegurado o
com deficiência. direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade
§ 4º As medidas previstas neste artigo devem ser rea- de condições com as demais pessoas.
valiadas periodicamente pelo poder público, com vistas ao § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será
seu aperfeiçoamento. submetida à curatela, conforme a lei.
Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvol- § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de
vimento, a inovação e a difusão de tecnologias voltadas para processo de tomada de decisão apoiada.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais
constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às mantenha vínculos e que gozem de sua confiança,
necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o para prestar‑lhe apoio na tomada de decisão sobre
menor tempo possível. atos da vida civil, fornecendo‑lhes os elementos e
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, informações necessários para que possa exercer sua
contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço capacidade. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
do respectivo ano. §  1º Para formular pedido de tomada de decisão
apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores
Comentário: devem apresentar termo em que constem os limites
O § 1º deste art. 84 traz a figura do curador para pessoa do apoio a ser oferecido e os compromissos dos
capaz, ou seja, é possível quando necessário. Agora existe apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo
uma nova categoria de pessoas capazes, os capazes sob e o respeito à vontade, aos  direitos e aos interes-
curatela. ses da pessoa que devem apoiar. (Incluído pela Lei
Há dúvidas, no entanto, quanto à função do curador sen- nº 13.146, de 2015)
do o deficiente pessoa capaz. Como não é absolutamente § 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será
incapaz não é representado. Se agir como assistente, atua requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação
quando, já que o próprio deficiente toma suas próprias expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio
decisões. previsto no  caput  deste artigo. (Incluído pela Lei
nº 13.146, de 2015)
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relaciona- § 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de to-
dos aos direitos de natureza patrimonial e negocial. mada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe
§  1º A definição da curatela não alcança o direito ao multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ou-
próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, virá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe
à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto. prestarão apoio. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá vali-
constar da sentença as razões e motivações de sua definição, dade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde
preservados os interesses do curatelado. que esteja inserida nos limites do apoio acordado.
§ 3º No caso de pessoa em situação de instituciona- (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
lização, ao  nomear curador, o  juiz deve dar preferência a § 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha
pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou relação negocial pode solicitar que os apoiadores
comunitária com o curatelado. contra‑assinem o contrato ou acordo, especifican-
do, por escrito, sua função em relação ao apoiado.
Comentário: (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
O Estatuto alterou também o art. 1.550, do CC, acrescen- § 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer
tando o § 2º. Algo muito controverso com o que dispõe risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de
este art. 85 em análise, vejamos: opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiado-
res, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir
Art. 1.550. É anulável o casamento: sobre a questão. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
[...] §  7º Se o apoiador agir com negligência, exercer
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual pressão indevida ou não adimplir as obrigações assu-
em idade núbia poderá contrair matrimônio, expres- midas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa
sando sua vontade diretamente ou por meio de seu apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.
responsável ou curador. (Incluído pela Lei nº 13.146, (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
de 2015) §  8º Se procedente a denúncia, o  juiz destituirá o
apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se
Ainda, da alteração ocorrida no Código Civil pelo art. 6º for de seu interesse, outra pessoa para prestação de
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

deste Estatuto, ocorreu também, por meio deste art. 85, apoio. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
uma alteração quanto à curatela, o que gerou inúmeras §  9º A pessoa apoiada pode, a  qualquer tempo,
dúvidas. Esta alteração foi substancial, uma vez que o solicitar o término de acordo firmado em processo
Estatuto em estudo alterou completamente o antes de tomada de decisão apoiada. (Incluído pela Lei
denominado “TÍTULO IV – Da Tutela e da Curatela” do nº 13.146, de 2015)
Código Civil, agora denominado “TÍTULO IV – Da Tutela, § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de
da Curatela e da Tomada de Decisão Apoiada”, conforme sua participação do processo de tomada de decisão
dispõe os artigos 115 e 116, desse Estatuto. apoiada, sendo seu desligamento condicionado à
Ocorreu a inclusão do art. 1775-A no Código Civil, esta- manifestação do juiz sobre a matéria. (Incluído pela
belecendo a curatela compartilhada, vejamos: Lei nº 13.146, de 2015)
§ 11. Aplicam‑se à tomada de decisão apoiada, no
Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a pessoa que couber, as  disposições referentes à prestação
com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela de contas na curatela. (Incluído pela Lei nº 13.146,
compartilhada a mais de uma pessoa. (Incluído pela de 2015)
Lei nº 13.146, de 2015)
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será
O Estatuto inclui também o art.  1.783-A, que prevê o exigida a situação de curatela da pessoa com deficiência.
procedimento de tomada de decisão apoiada, vejamos: Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de
proteger os interesses da pessoa com deficiência em situação
Art.  1.783-A. A  tomada de decisão apoiada é o de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público,
processo pelo qual a pessoa com deficiência elege de oficio ou a requerimento do interessado, nomear, desde

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
logo, curador provisório, o qual estará sujeito, no que couber, remuneração ou à realização de operações financeiras, com
às disposições do Código de Processo Civil. o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem:
Pena  – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
TÍTULO II e multa.
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS Parágrafo único. Aumenta‑se a pena em 1/3 (um terço)
se o crime é cometido por tutor ou curador.
Art.  88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de
pessoa em razão de sua deficiência: Comentário:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Outro delito semelhante aos previstos no Estatuto do
§ 1º Aumenta‑se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima Idoso.
encontrar‑se sob cuidado e responsabilidade do agente.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no  caput deste TÍTULO III
artigo é cometido por intermédio de meios de comunicação DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
social ou de publicação de qualquer natureza:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Art.  92. É  criado o Cadastro Nacional de Inclusão da
§ 3º Na hipótese do §  2º  deste artigo, o  juiz poderá Pessoa com Deficiência (Cadastro‑Inclusão), registro público
determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, eletrônico com a finalidade de coletar, processar, sistematizar
ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência: e disseminar informações georreferenciadas que permitam
I – recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares a identificação e a caracterização socioeconômica da pessoa
do material discriminatório; com deficiência, bem como das barreiras que impedem a
II – interdição das respectivas mensagens ou páginas de realização de seus direitos.
informação na internet. § 1º O Cadastro‑Inclusão será administrado pelo Poder
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da Executivo federal e constituído por base de dados, instru-
condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a des- mentos, procedimentos e sistemas eletrônicos.
truição do material apreendido. § 2º Os dados constituintes do Cadastro‑Inclusão serão
obtidos pela integração dos sistemas de informação e da
Comentário: base de dados de todas as políticas públicas relacionadas aos
Cuidar que a discriminação do caput é sobre a deficiência. direitos da pessoa com deficiência, bem como por informa-
Não devemos confundir com o delito previsto no art. 140, ções coletadas, inclusive em censos nacionais e nas demais
§ 3º do Código Penal. pesquisas realizadas no País, de acordo com os parâmetros
No § 1º deste art. 88 há uma causa de aumento de pena. estabelecidos pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas
O § 2º traz uma forma qualificada deste delito, quando com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
cometido por meio de comunicação social ou de publi- § 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados,
cação, uma vez que atinge muitas pessoas. é facultada a celebração de convênios, acordos, termos de
parceria ou contratos com instituições públicas e privadas,
Art. 89. Apropriar‑se de ou desviar bens, proventos, pen- observados os requisitos e procedimentos previstos em
são, benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento legislação específica.
de pessoa com deficiência: § 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. e as liberdades fundamentais da pessoa com deficiência e
Parágrafo único. Aumenta‑se a pena em 1/3 (um terço) os princípios éticos que regem a utilização de informações,
se o crime é cometido: devem ser observadas as salvaguardas estabelecidas em lei.
I – por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, § 5º Os dados do Cadastro‑Inclusão somente poderão
testamenteiro ou depositário judicial; ou ser utilizados para as seguintes finalidades:
II – por aquele que se apropriou em razão de ofício ou I – formulação, gestão, monitoramento e avaliação das
de profissão. políticas públicas para a pessoa com deficiência e para identi-
ficar as barreiras que impedem a realização de seus direitos; Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência
Comentário: II – realização de estudos e pesquisas.
Há aqui uma espécie de apropriação indébita, semelhan- § 6º As informações a que se refere este artigo devem
te ao que ocorre no Estatuto do Idoso. A consumação ser disseminadas em formatos acessíveis.
ocorre quando há a inversão da posse. Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos
No parágrafo único há uma causa de aumento de pena. órgãos de controle interno e externo, deve ser observado o
cumprimento da legislação relativa à pessoa com deficiência
Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, e das normas de acessibilidade vigentes.
casas de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres: Art. 94. Terá direito a auxílio‑inclusão, nos termos da lei,
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. a pessoa com deficiência moderada ou grave que:
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não I – receba o benefício de prestação continuada previsto
prover as necessidades básicas de pessoa com deficiência no art. 20 da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que
quando obrigado por lei ou mandado. passe a exercer atividade remunerada que a enquadre como
segurado obrigatório do RGPS;
Comentário: II – tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício
Semelhante ao art. 98 do Estatuto do Idoso. Abandono de prestação continuada previsto no art. 20 da Lei no 8.742,
não se confunde com o acolhimento do familiar em clí- de 7 de dezembro de 1993, e que exerça atividade remune-
nica, por exemplo. É necessário análise do caso concreto rada que a enquadre como segurado obrigatório do RGPS.
para configuração deste delito.
Comentário:
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio Este artigo é importante, considerando que traz o di-
eletrônico ou documento de pessoa com deficiência desti- reito ao portador de deficiência moderada ou grave do
nados ao recebimento de benefícios, proventos, pensões ou auxílio‑inclusão.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei
com deficiência perante os órgãos públicos quando seu civil, por autarquia, por empresa pública e por fun-
deslocamento, em razão de sua limitação funcional e de con- dação ou sociedade de economia mista que inclua,
dições de acessibilidade, imponha‑lhe ônus desproporcional entre suas finalidades institucionais, a proteção dos
e indevido, hipótese na qual serão observados os seguintes interesses e a promoção de direitos da pessoa com
procedimentos: deficiência.
I – quando for de interesse do poder público, o agente [...] (NR)
promoverá o contato necessário com a pessoa com deficiên- Art.  8º Constitui crime punível com reclusão de 2
cia em sua residência; (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
II – quando for de interesse da pessoa com deficiência, I – recusar, cobrar valores adicionais, suspender, pro-
ela apresentará solicitação de atendimento domiciliar ou crastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno
fará representar‑se por procurador constituído para essa em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou
finalidade. grau, público ou privado, em razão de sua deficiência;
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência II – obstar inscrição em concurso público ou acesso
atendimento domiciliar pela perícia médica e social do Ins- de alguém a qualquer cargo ou emprego público, em
tituto Nacional do Seguro Social (INSS), pelo serviço público razão de sua deficiência;
de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou III – negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção
conveniado, que integre o SUS e pelas entidades da rede à pessoa em razão de sua deficiência;
socioassistencial integrantes do Suas, quando seu desloca- IV  – recusar, retardar ou dificultar internação ou
mento, em razão de sua limitação funcional e de condições deixar de prestar assistência médico‑hospitalar e
de acessibilidade, imponha‑lhe ônus desproporcional e ambulatorial à pessoa com deficiência;
indevido. V – deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução
Art. 96. O § 6º‑A do art. 135 da Lei no 4.737, de 15 de de ordem judicial expedida na ação civil a que alude
julho de 1965 (Código Eleitoral), passa a vigorar com a se- esta Lei;
guinte redação: VI – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indis-
pensáveis à propositura da ação civil pública objeto
Art. 135. [...] desta Lei, quando requisitados.
§  6º‑A. Os  Tribunais Regionais Eleitorais deverão, §  1º Se o crime for praticado contra pessoa com
a cada eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a  pena é
para orientá‑los na escolha dos locais de votação, de agravada em 1/3 (um terço).
maneira a garantir acessibilidade para o eleitor com § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios
deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive subjetivos para indeferimento de inscrição, de apro-
em seu entorno e nos sistemas de transporte que vação e de cumprimento de estágio probatório em
lhe dão acesso. [...] (NR) concursos públicos não exclui a responsabilidade
patrimonial pessoal do administrador público pelos
Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), apro- danos causados.
vada pelo Decreto‑Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, passa § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou
a vigorar com as seguintes alterações:
dificulta o ingresso de pessoa com deficiência em
planos privados de assistência à saúde, inclusive com
Art. 428. [...]
cobrança de valores diferenciados.
§ 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a com-
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de
provação da escolaridade de aprendiz com deficiência
urgência e emergência, a pena é agravada em 1/3
deve considerar, sobretudo, as habilidades e compe-
(um terço). (NR)
tências relacionadas com a profissionalização.
[...]
§ 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) Art. 99. O art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990,
passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII:
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

anos ou mais, a validade do contrato de aprendiza-


gem pressupõe anotação na CTPS e matrícula e fre-
quência em programa de aprendizagem desenvolvido Art. 20. [...]
sob orientação de entidade qualificada em formação XVIII –  quando o trabalhador com deficiência, por
técnico‑profissional metódica. (NR) prescrição, necessite adquirir órtese ou prótese para
promoção de acessibilidade e de inclusão social.
Art. 433. [...] [...] (NR)
I –  desempenho insuficiente ou inadaptação do
aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência Art.  100. A  Lei no  8.078, de 11 de setembro de 1990
quando desprovido de recursos de acessibilidade, (Código de Defesa do Consumidor), passa a vigorar com as
de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao seguintes alterações:
desempenho de suas atividades; [...] (NR)
Art. 6º [...]
Art. 98. A Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, passa Parágrafo único. A informação de que trata o inciso
a vigorar com as seguintes alterações: III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa
com deficiência, observado o disposto em regula-
Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de mento. (NR)
interesses coletivos, difusos, individuais homogêneos Art. 43. [...]
e individuais indisponíveis da pessoa com deficiência § 6º Todas as informações de que trata o caput des-
poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela te artigo devem ser disponibilizadas em formatos
Defensoria Pública, pela União, pelos Estados, pelos acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência,
Municípios, pelo Distrito Federal, por associação mediante solicitação do consumidor. (NR)

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Art. 101. A Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a Art. 103. O art. 11 da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992,
vigorar com as seguintes alterações: passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:

Art. 16. [...] Art. 11. [...]
I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de
não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 acessibilidade previstos na legislação. (NR)
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave; Art. 104. A Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, passa
[...] a vigorar com as seguintes alterações:
III – o irmão não emancipado, de qualquer condição,
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que Art. 3º [...]
tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência § 2º [...]
grave; V – produzidos ou prestados por empresas que com-
[...] (NR) provem cumprimento de reserva de cargos prevista
Art. 77. [...] em lei para pessoa com deficiência ou para reabili-
§ 2º [...] tado da Previdência Social e que atendam às regras
II –  para o filho, a  pessoa a ele equiparada ou o de acessibilidade previstas na legislação.
irmão, de ambos os sexos, pela emancipação ou ao [...]
completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabele-
inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou cida margem de preferência para:
deficiência grave; I – produtos manufaturados e para serviços nacionais
[...] que atendam a normas técnicas brasileiras; e
§ 4º (Vetado) II – bens e serviços produzidos ou prestados por em-
[...] (NR) presas que comprovem cumprimento de reserva de
Art. 93. (Vetado): cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou
I – (Vetado) para reabilitado da Previdência Social e que atendam
II – (Vetado) às regras de acessibilidade previstas na legislação.
III – (Vetado) [...] (NR)
IV – (Vetado)
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do
V – (Vetado)
§ 2º e no inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão
§  1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de
cumprir, durante todo o período de execução do
beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final
contrato, a  reserva de cargos prevista em lei para
de contrato por prazo determinado de mais de 90 (no-
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previ-
venta) dias e a dispensa imotivada em contrato por
dência Social, bem como as regras de acessibilidade
prazo indeterminado somente poderão ocorrer após
previstas na legislação.
a contratação de outro trabalhador com deficiência
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o
ou beneficiário reabilitado da Previdência Social.
§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incum- cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos
be estabelecer a sistemática de fiscalização, bem serviços e nos ambientes de trabalho.
como gerar dados e estatísticas sobre o total de
empregados e as vagas preenchidas por pessoas Art. 105. O art. 20 da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de
com deficiência e por beneficiários reabilitados da 1993, passa a vigorar com as seguintes alterações:
Previdência Social, fornecendo‑os, quando solicita-
dos, aos sindicatos, às entidades representativas dos Art. 20. [...]
empregados ou aos cidadãos interessados. § 2º Para efeito de concessão do benefício de presta- Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência
§ 3º Para a reserva de cargos será considerada somen- ção continuada, considera‑se pessoa com deficiência
te a contratação direta de pessoa com deficiência, aquela que tem impedimento de longo prazo de na-
excluído o aprendiz com deficiência de que trata a tureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual,
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada em interação com uma ou mais barreiras, pode obs-
pelo Decreto‑Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943. truir sua participação plena e efetiva na sociedade
§ 4º (Vetado). (NR) em igualdade de condições com as demais pessoas.
Art.  110-A. No ato de requerimento de benefícios [...]
operacionalizados pelo INSS, não será exigida apre- § 9º Os rendimentos decorrentes de estágio super-
sentação de termo de curatela de titular ou de benefi- visionado e de aprendizagem não serão computados
ciário com deficiência, observados os procedimentos para os fins de cálculo da renda familiar per capita a
a serem estabelecidos em regulamento. que se refere o § 3º deste artigo.
[...]
Art. 102. O art. 2º da Lei no 8.313, de 23 de dezembro de §  11. Para concessão do benefício de que trata
1991, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º: o caput deste artigo, poderão ser utilizados outros
elementos probatórios da condição de miserabilidade
Art. 2º [...] do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade,
§ 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão conforme regulamento. (NR)
concedidos a projetos culturais que forem disponibi-
lizados, sempre que tecnicamente possível, também Art. 106. (Vetado)
em formato acessível à pessoa com deficiência, ob- Art. 107. A Lei no 9.029, de 13 de abril de 1995, passa a
servado o disposto em regulamento. (NR) vigorar com as seguintes alterações:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discri- Art. 181. [...]
minatória e limitativa para efeito de acesso à relação XVII – [...]
de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de Infração – grave;
sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, [...] (NR)
deficiência, reabilitação profissional, idade, entre
outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de pro- Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei no 9.615,
teção à criança e ao adolescente previstas no inciso de 24 de março de 1998, passam a vigorar com a seguinte
XXXIII do art. 7º da Constituição Federal. (NR) redação:
[...]
Art.  3º Sem prejuízo do prescrito no art.  2º desta Art. 56. [...]
Lei e nos dispositivos legais que tipificam os crimes VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da
resultantes de preconceito de etnia, raça, cor ou arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e
deficiência, as  infrações ao disposto nesta Lei são loterias federais e similares cuja realização estiver
passíveis das seguintes cominações: sujeita a autorização federal, deduzindo‑se esse valor
[...] (NR) do montante destinado aos prêmios;
Art. 4º [...] [...]
I - a reintegração com ressarcimento integral de todo § 1º Do total de recursos financeiros resultantes do
o período de afastamento, mediante pagamento das percentual de que trata o inciso VI do caput, 62,96%
remunerações devidas, corrigidas monetariamente e (sessenta e dois inteiros e noventa e seis centésimos
acrescidas de juros legais; por cento) serão destinados ao Comitê Olímpico
[...] (NR) Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e
quatro centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico
Art. 108. O art. 35 da Lei no 9.250, de 26 de dezembro de Brasileiro (CPB), devendo ser observado, em ambos
1995, passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º: os casos, o conjunto de normas aplicáveis à celebra-
ção de convênios pela União.
Art. 35. [...] [...] (NR)
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágra-
fo único do art. 3º da Lei no 10.741, de 1º de outubro Art. 111. O art. 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de
de 2003, a pessoa com deficiência, ou o contribuinte 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
que tenha dependente nessa condição, tem preferên-
cia na restituição referida no inciso III do art. 4º e na Art.  1º As pessoas com deficiência, os  idosos com
alínea c do inciso II do art. 8º. (NR) idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as ges-
tantes, as lactantes, as pessoas com crianças de colo e
Art. 109. A Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Có- os obesos terão atendimento prioritário, nos termos
digo de Trânsito Brasileiro), passa a vigorar com as seguintes desta Lei. (NR)
alterações:
Art. 112. A Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000,
Art. 2º [...] passa a vigorar com as seguintes alterações:
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são
consideradas vias terrestres as praias abertas à cir- Art. 2º [...]
culação pública, as  vias internas pertencentes aos I –  acessibilidade: possibilidade e condição de al-
condomínios constituídos por unidades autônomas cance para utilização, com segurança e autonomia,
e as vias e áreas de estacionamento de estabeleci- de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos,
mentos privados de uso coletivo. (NR) edificações, transportes, informação e comunicação,
[...] inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de
Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamen- outros serviços e instalações abertos ao público, de
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

tado de que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona
deverão ser sinalizadas com as respectivas placas urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou
indicativas de destinação e com placas informando com mobilidade reduzida;
os dados sobre a infração por estacionamento II – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
indevido. comportamento que limite ou impeça a participação
[...] social da pessoa, bem como o gozo, a  fruição e o
Art.  147-A. Ao  candidato com deficiência auditi- exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberda-
va é assegurada acessibilidade de comunicação, de de movimento e de expressão, à  comunicação,
mediante emprego de tecnologias assistivas ou de ao acesso à informação, à compreensão, à circulação
ajudas técnicas em todas as etapas do processo de com segurança, entre outros, classificadas em:
habilitação. a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos
§  1º O material didático audiovisual utilizado em espaços públicos e privados abertos ao público ou
aulas teóricas dos cursos que precedem os exames de uso coletivo;
previstos no art. 147 desta Lei deve ser acessível, por b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios
meio de subtitulação com legenda oculta associada públicos e privados;
à tradução simultânea em Libras. c) barreiras nos transportes: as existentes nos siste-
§ 2º É assegurado também ao candidato com defi- mas e meios de transportes;
ciência auditiva requerer, no ato de sua inscrição, d) barreiras nas comunicações e na informação:
os serviços de intérprete da Libras, para acompanha- qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta-
mento em aulas práticas e teóricas.” mento que dificulte ou impossibilite a expressão ou
Art. 154. (Vetado) o recebimento de mensagens e de informações por

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intermédio de sistemas de comunicação e de tecno- normalmente segregado e em nível diferente, desti-
logia da informação; na‑se somente à circulação de pedestres e, quando
III – pessoa com deficiência: aquela que tem impe- possível, à  implantação de mobiliário urbano e de
dimento de longo prazo de natureza física, mental, vegetação. (NR)
intelectual ou sensorial, o  qual, em interação com [...]
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participa- Art. 9º [...]
ção plena e efetiva na sociedade em igualdade de Parágrafo único. Os semáforos para pedestres insta-
condições com as demais pessoas; lados em vias públicas de grande circulação, ou que
IV  – pessoa com mobilidade reduzida: aquela que deem acesso aos serviços de reabilitação, devem
tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movi- obrigatoriamente estar equipados com mecanismo
mentação, permanente ou temporária, gerando que emita sinal sonoro suave para orientação do
redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da pedestre. (NR)
coordenação motora ou da percepção, incluindo [...]
idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano
colo e obeso; em área de circulação comum para pedestre que
V – acompanhante: aquele que acompanha a pessoa ofereça risco de acidente à pessoa com deficiência
com deficiência, podendo ou não desempenhar as deverá ser indicada mediante sinalização tátil de
funções de atendente pessoal; alerta no piso, de acordo com as normas técnicas
VI  – elemento de urbanização: quaisquer compo- pertinentes.
nentes de obras de urbanização, tais como os refe- [...]
rentes a pavimentação, saneamento, encanamento Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimen-
para esgotos, distribuição de energia elétrica e de tos congêneres devem fornecer carros e cadeiras de
gás, iluminação pública, serviços de comunicação, rodas, motorizados ou não, para o atendimento da
abastecimento e distribuição de água, paisagismo e pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
os que materializam as indicações do planejamento
urbanístico; Art. 113. A Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto
VII  – mobiliário urbano: conjunto de objetos exis- da Cidade), passa a vigorar com as seguintes alterações:
tentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos
ou adicionados aos elementos de urbanização ou Art. 3º [...]
de edificação, de forma que sua modificação ou seu III – promover, por iniciativa própria e em conjunto
traslado não provoque alterações substanciais nesses com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
elementos, tais como semáforos, postes de sinaliza- programas de construção de moradias e melhoria das
ção e similares, terminais e pontos de acesso coletivo
condições habitacionais, de saneamento básico, das
às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos,
calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano
marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de
e dos demais espaços de uso público;
natureza análoga;
IV – instituir diretrizes para desenvolvimento urbano,
VIII – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
inclusive habitação, saneamento básico, transporte e
equipamentos, dispositivos, recursos, metodolo-
mobilidade urbana, que incluam regras de acessibili-
gias, estratégias, práticas e serviços que objetivem
promover a funcionalidade, relacionada à atividade dade aos locais de uso público; [...] (NR)
e à participação da pessoa com deficiência ou com [...]
mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, Art. 41. [...]
independência, qualidade de vida e inclusão social; §  3º As cidades de que trata o  caput  deste artigo
IX – comunicação: forma de interação dos cidadãos devem elaborar plano de rotas acessíveis, compa-
que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusi- tível com o plano diretor no qual está inserido, que
ve a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização disponha sobre os passeios públicos a serem implan-
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de tados ou reformados pelo poder público, com vistas
comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo- a garantir acessibilidade da pessoa com deficiência
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, ou com mobilidade reduzida a todas as rotas e vias
escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de existentes, inclusive as que concentrem os focos ge-
voz digitalizados e os modos, meios e formatos au- radores de maior circulação de pedestres, como os
mentativos e alternativos de comunicação, incluindo órgãos públicos e os locais de prestação de serviços
as tecnologias da informação e das comunicações; públicos e privados de saúde, educação, assistência
X – desenho universal: concepção de produtos, am- social, esporte, cultura, correios e telégrafos, ban-
bientes, programas e serviços a serem usados por cos, entre outros, sempre que possível de maneira
todas as pessoas, sem necessidade de adaptação integrada com os sistemas de transporte coletivo de
ou de projeto específico, incluindo os recursos de passageiros. (NR)
tecnologia assistiva. (NR)
[...] Art. 114. A Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Art.  3º O planejamento e a urbanização das vias Civil), passa a vigorar com as seguintes alterações:
públicas, dos parques e dos demais espaços de uso
público deverão ser concebidos e executados de Art.  3º São absolutamente incapazes de exercer
forma a torná‑los acessíveis para todas as pessoas, pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
inclusive para aquelas com deficiência ou com mo- (dezesseis) anos.
bilidade reduzida. I – (Revogado)
Parágrafo único. O  passeio público, elemento II – (Revogado)
obrigatório de urbanização e parte da via pública, III – (Revogado) (NR)

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou às restrições constantes do art.  1.782, e  indicará
à maneira de os exercer: curador.
[...] Parágrafo único. Para a escolha do curador, o  juiz
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; levará em conta a vontade e as preferências do
III – aqueles que, por causa transitória ou permanen- interditando, a ausência de conflito de interesses e
te, não puderem exprimir sua vontade; de influência indevida, a proporcionalidade e a ade-
[...] quação às circunstâncias da pessoa. (NR)
Parágrafo único. A  capacidade dos indígenas será [...]
regulada por legislação especial. (NR) Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a pessoa
com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela
Art. 228. [...] compartilhada a mais de uma pessoa.
II – (Revogado) [...]
III – (Revogado) Art.  1.777. As  pessoas referidas no inciso I do
[...] art. 1.767 receberão todo o apoio necessário para
§ 1º [...] ter preservado o direito à convivência familiar e
§ 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em
em igualdade de condições com as demais pessoas, estabelecimento que os afaste desse convívio. (NR)
sendo‑lhe assegurados todos os recursos de tecno-
logia assistiva. (NR) Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei
[...] no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os vigorar com a seguinte redação:
pais ou tutores revogar a autorização. (NR)
[...] TÍTULO IV
Art. 1.548. [...] DA TUTELA, DA CURATELA E DA TOMADA DE
I – (Revogado) DECISÃO APOIADA
[...] (NR)
[...] Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei
Art. 1.550. [...] no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a
§ 1º [...] vigorar acrescido do seguinte Capítulo III:
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual
em idade núbia poderá contrair matrimônio, expres- CAPÍTULO III
sando sua vontade diretamente ou por meio de seu Da Tomada de Decisão Apoiada
responsável ou curador. (NR)
[...] Art.  1.783-A. A  tomada de decisão apoiada é o
Art. 1.557. [...] processo pelo qual a pessoa com deficiência elege
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais
físico irremediável que não caracterize deficiência mantenha vínculos e que gozem de sua confiança,
ou de moléstia grave e transmissível, por contágio para prestar‑lhe apoio na tomada de decisão sobre
ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do atos da vida civil, fornecendo‑lhes os elementos e
outro cônjuge ou de sua descendência; informações necessários para que possa exercer sua
IV – (Revogado). (NR) capacidade.
[...] §  1º Para formular pedido de tomada de decisão
Art. 1.767. [...] apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores
I – aqueles que, por causa transitória ou permanente, devem apresentar termo em que constem os limites
não puderem exprimir sua vontade; do apoio a ser oferecido e os compromissos dos
II – (Revogado) apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

III – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses
IV – (Revogado); da pessoa que devem apoiar.
[...] (NR) § 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será
requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação
Art. 1.768. O processo que define os termos da cura- expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio
tela deve ser promovido: previsto no caput deste artigo.
[...] § 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de to-
IV – pela própria pessoa. (NR) mada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe
Art. 1.769. O Ministério Público somente promoverá multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público,
o processo que define os termos da curatela: ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que
I – nos casos de deficiência mental ou intelectual; lhe prestarão apoio.
[...] § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá vali-
III -  se, existindo, forem menores ou incapazes as dade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde
pessoas mencionadas no inciso II. (NR) que esteja inserida nos limites do apoio acordado.
[...] § 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha
Art.  1.771. Antes de se pronunciar acerca dos ter- relação negocial pode solicitar que os apoiadores
mos da curatela, o juiz, que deverá ser assistido por contra‑assinem o contrato ou acordo, especificando,
equipe multidisciplinar, entrevistará pessoalmente o por escrito, sua função em relação ao apoiado.
interditando. (NR) § 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer
Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potenciali- risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de
dades da pessoa, os limites da curatela, circunscritos opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiado-

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res, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos por força
sobre a questão. das Leis no 10.048, de 8 de novembro de 2000, e no 10.098, de
§  7º Se o apoiador agir com negligência, exercer 19 de dezembro de 2000, bem como o seu encaminhamento
pressão indevida ou não adimplir as obrigações assu- ao Ministério Público e aos órgãos de regulação para adoção
midas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa das providências cabíveis.
apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput des-
§  8º Se procedente a denúncia, o  juiz destituirá o te artigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano
apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se a contar da entrada em vigor desta Lei.
for de seu interesse, outra pessoa para prestação Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previs-
de apoio. tos nesta Lei não excluem os já estabelecidos em outras
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, so- legislações, inclusive em pactos, tratados, convenções e
licitar o término de acordo firmado em processo de declarações internacionais aprovados e promulgados pelo
tomada de decisão apoiada. Congresso Nacional, e devem ser aplicados em conformidade
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de com as demais normas internas e acordos internacionais
sua participação do processo de tomada de decisão vinculantes sobre a matéria.
apoiada, sendo seu desligamento condicionado à Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à
manifestação do juiz sobre a matéria. pessoa com deficiência.
§ 11. Aplicam‑se à tomada de decisão apoiada, no Art.  122. Regulamento disporá sobre a adequação do
que couber, as disposições referentes à prestação de disposto nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplificado
contas na curatela.” e favorecido a ser dispensado às microempresas e às em-
presas de pequeno porte, previsto no § 3º do art. 1º da Lei
Art. 117. O art. 1º da Lei no 11.126, de 27 de junho de Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006.
2005, passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 123. Revogam‑se os seguintes dispositivos:
I – o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei no 9.008, de 21 de
Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual março de 1995;
acompanhada de cão‑guia o direito de ingressar e II – os incisos I, II e III do art. 3º da Lei no 10.406, de 10
de permanecer com o animal em todos os meios de de janeiro de 2002 (Código Civil);
transporte e em estabelecimentos abertos ao públi- III – os incisos II e III do art. 228 da Lei no 10.406, de 10
co, de uso público e privados de uso coletivo, desde de janeiro de 2002 (Código Civil);
que observadas as condições impostas por esta Lei. IV – o inciso I do art. 1.548 da Lei no 10.406, de 10 de
[...] janeiro de 2002 (Código Civil);
§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica‑se a todas V – o inciso IV do art. 1.557 da Lei no 10.406, de 10 de
as modalidades e jurisdições do serviço de transporte janeiro de 2002 (Código Civil);
coletivo de passageiros, inclusive em esfera interna- VI – os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei no 10.406, de 10
cional com origem no território brasileiro. (NR) de janeiro de 2002 (Código Civil);
VII – os arts. 1.776 e 1.780 da Lei no 10.406, de 10 de
Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, de 14 janeiro de 2002 (Código Civil).
de janeiro de 2009, passa a vigorar acrescido da seguinte Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor
alínea k: em até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei.
Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir dis-
Art. 46. [...] criminados, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o
IV – [...] cumprimento dos seguintes dispositivos:
k) de acessibilidade a todas as pessoas. I – incisos I e II do § 2º do art. 28, 48 (quarenta e oito)
[...] (NR) meses; Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência
II – § 6º do art. 44, 48 (quarenta e oito) meses;
Art. 119. A Lei no 12.587, de 3 de janeiro de 2012, passa III – art. 45, 24 (vinte e quatro) meses;
a vigorar acrescida do seguinte art. 12-B: IV – art. 49, 48 (quarenta e oito) meses.
Art.  126. Prorroga‑se até 31 de dezembro de 2021 a
Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de vigência da Lei no 8.989, de 24 de fevereiro de 1995.
táxi, reservar‑se‑ão 10% (dez por cento) das vagas Art.  127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180
para condutores com deficiência. (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.
§  1º Para concorrer às vagas reservadas na forma
do  caput  deste artigo, o  condutor com deficiência Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Independência e
deverá observar os seguintes requisitos quanto ao 127º da República.
veículo utilizado:
I – ser de sua propriedade e por ele conduzido; e DILMA ROUSSEF
II – estar adaptado às suas necessidades, nos termos Marivaldo de Castro Pereira
da legislação vigente. Joaquim Vieira Ferreira Levy
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na Renato Janine Ribeiro
forma estabelecida no caput deste artigo, as rema- Armando Monteiro
nescentes devem ser disponibilizadas para os demais Nelson Barbosa
concorrentes. Gilberto Kassab
Luis Inácio Lucena Adams
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera Gilberto José Spier Vargas
de governo, a  elaboração de relatórios circunstanciados Guilherme Afif Domingos

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RESOLUÇÃO Nº 230, DE 22/6/2016, DO de seu Protocolo Facultativo com equivalência de emenda
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA constitucional, por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9
de julho de 2008, com a devida promulgação pelo Decreto
A presente Resolução regulamenta a acessibilidade nº 6.949, de 25 de agosto de 2009;
dos portadores de deficiência ao judiciário. Ainda, define Considerando  que nos termos desse novo tratado de
os diversos conceitos, como “barreiras”, “discriminação”, direitos humanos a deficiência é um conceito em evolução,
“adaptação” e políticas para aprimorar a acessibilidade. que resulta da interação entre pessoas com deficiência e as
Também destaca a necessidade de que cada órgão do barreiras relativas às atitudes e ao ambiente que impedem a
judiciário reserve 5%, no mínimo, de vagas de servidores ou sua plena e efetiva participação na sociedade em igualdade
terceirizados com habilidade no uso da linguagem dos sinais, de oportunidades com as demais pessoas;
as libras, bem como, 2% de vagas nos estacionamentos para Considerando  que a acessibilidade foi reconhecida na
os portadores de deficiência. Convenção como princípio e como direito, sendo também
Deve, ainda, o judiciário, adequar‑se para que todos os considerada garantia para o pleno e efetivo exercício de
portadores de deficiência possam trabalhar na área, seja demais direitos;
como servidores, magistrados ou advogados, bem como, Considerando que a Convenção determina que os Estados
o público atendido também tenha essas facilidades, quando Partes devem reafirmar que as pessoas com deficiência têm o
gozarem das mesmas condições. direito de ser reconhecidas em qualquer lugar como pessoas
Cumpre destacar que esta Resolução determina que perante a lei e que gozam de capacidade legal em igualdade
os Tribunais criem, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, de condições com as demais pessoas em todos os aspectos da
comissões permanentes de acessibilidade e inclusão, parti- vida, sendo que deverão ser tomadas medidas apropriadas
cipando destas os magistrados e servidores, com intuito de para prover o acesso de pessoas com deficiência ao apoio
fiscalizar e planejar medidas aos portadores de deficiência. que necessitarem no exercício de sua capacidade legal;
Também deverão manter cadastro dos servidores e tercei- Considerando  que os artigos 3º e 5º da Constituição
rizados com deficiência, detalhando as suas particulares. Federal de 1988 têm a igualdade como princípio e a promo-
O servidor que tiver ciência de condutas que contrariem ção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
esta Resolução e não as comunicar à autoridade competente, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, como
estará sujeito à advertência.
um objetivo fundamental da República Federativa do Brasil,
do que decorre a necessidade de promoção e proteção dos
Ementa:  orienta a adequação das atividades dos
direitos humanos de todas as pessoas, com e sem deficiência,
órgãos do Poder Judiciário e de seus serviços auxi-
liares às determinações exaradas pela Convenção em igualdade de condições;
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Considerando o disposto na Lei nº 7.853, de 24 de outu-
Deficiência e seu Protocolo Facultativo e pela Lei bro de 1989, Decreto nº 3.298, de 21 de dezembro de 1999,
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência por Lei nº 10.048, de 08 de novembro de 2000, Lei nº 10.098,
meio  – entre outras medidas  – da convolação em de 19 de dezembro de 2000, e no Decreto nº 5.296, de 2
resolução a Recomendação CNJ 27, de 16/12/2009, de dezembro de 2004, que estabelecem normas gerais e
bem como da instituição de Comissões Permanentes critérios básicos para a promoção da acessibilidade das
de Acessibilidade e Inclusão. pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, mediante
a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias, espaços
Origem: Presidência e serviços públicos, no mobiliário urbano, na construção e
reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comu-
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no nicação, com prazos determinados para seu cumprimento
uso de suas atribuições, e implementação;
Considerando que ao Poder Público e seus órgãos cabe
Considerando que, conforme o art. 5º, caput, da Consti- assegurar às pessoas com deficiência o pleno exercício de
tuição de 1988, todos são iguais perante a lei, sem distinção seus direitos, inclusive o direito ao trabalho, e  de outros
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

de qualquer natureza, garantindo‑se a inviolabilidade do que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu
direito à igualdade; bem‑estar pessoal, social e econômico, cabendo aos órgãos
Considerando  os princípios gerais estabelecidos pelo e entidades da administração direta e indireta dispensar,
art. 3º da aludida Convenção Internacional sobre os Direi- no âmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos
tos das Pessoas com Deficiência, quais sejam: a) o respeito objetos desta Resolução, tratamento prioritário e adequado,
pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, medidas que
liberdade de fazer as próprias escolhas, e a independência visem garantir o acesso aos serviços concernentes, o empe-
das pessoas; b) a não discriminação; c) a plena e efetiva parti-
nho quanto ao surgimento e à manutenção de empregos e
cipação e inclusão na sociedade; d) o respeito pela diferença
a promoção de ações eficazes que propiciem a inclusão e a
e pela aceitação das pessoas com deficiência como parte
adequada ambientação, nos locais de trabalho, de pessoas
da diversidade humana e da humanidade; e) a igualdade
de oportunidades; f) a acessibilidade; g) a igualdade entre com deficiência;
o homem e a mulher; e h) o respeito pelo desenvolvimento Considerando que a efetiva prestação de serviços públi-
das capacidades das crianças com deficiência e pelo direito cos e de interesse público depende, no caso das pessoas com
das crianças com deficiência de preservar sua identidade; deficiência, da implementação de medidas que assegurem
Considerando a Convenção sobre os Direitos das Pessoas a ampla e irrestrita acessibilidade física, arquitetônica, co-
com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, adotada em municacional e atitudinal;
13 de dezembro de 2006, por meio da Resolução 61/106, Considerando  que a Administração Pública tem papel
durante a 61ª sessão da Assembleia Geral da Organização preponderante na criação de novos padrões de consumo e
das Nações Unidas (ONU); produção e na construção de uma sociedade mais inclusiva,
Considerando  a ratificação pelo Estado Brasileiro da razão pela qual detém a capacidade e o dever de potenciali-
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e zar, estimular e multiplicar a utilização de recursos e tecnolo-

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gias assistivas com vistas à garantia plena da acessibilidade com deficiência em igualdade de condições e oportunidades
e a inclusão das pessoas com deficiência; com as demais pessoas; e
Considerando  a necessidade de aperfeiçoamento f) “barreiras tecnológicas”: as que dificultam ou impedem
da Recomendação CNJ nº  27/2009 pelo advento da Lei o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias.
nº 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão); IV – “adaptação razoável” significa as modificações e os
Considerando a ratificação unânime da medida liminar ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus
concedida nos autos dos Pedidos de Providências 0004258- desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada
58.2015.2.00.0000 e 0004756-57.2015.2.00.0000, pelo caso, a fim de assegurar que as pessoas com deficiência pos-
Plenário do Conselho Nacional de Justiça; sam gozar ou exercer, em igualdade de oportunidades com
Considerando a deliberação do Plenário do CNJ no Pro- as demais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades
cedimento de Comissão 006029-71.2015.2.00.0000, na 232ª fundamentais;
Sessão Ordinária, realizada em 31 de maio de 2016; Resolve: V – “desenho universal” significa a concepção de pro-
dutos, ambientes, programas e serviços a serem usados, na
CAPÍTULO I maior medida possível, por todas as pessoas, sem necessida-
Das Disposições Preliminares de de adaptação ou projeto específico. O “desenho universal”
não excluirá as ajudas técnicas para grupos específicos de
Art. 1º Esta Resolução orienta a adequação das atividades pessoas com deficiência, quando necessárias;
dos órgãos do Poder Judiciário e de seus serviços auxiliares VI – “tecnologia assistiva” (ou “ajuda técnica”) significa
em relação às determinações exaradas pela Convenção In- produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodolo-
ternacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e gias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover
seu Protocolo Facultativo (promulgada por meio do Decreto a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação
nº 6.949/2009) e pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida,
com Deficiência (Lei nº 13.146/2015). visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida
Parágrafo único. Para tanto, entre outras medidas, e inclusão social;
convola‑se, em resolução, a  Recomendação CNJ 27, de VII  – “comunicação” significa forma de interação dos
16/12/2009, bem como institui‑se as Comissões Permanen- cidadãos que abrange, entre outras opções, as línguas, in-
tes de Acessibilidade e Inclusão. clusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de
Art.  2º Para fins de aplicação desta Resolução, consi- textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação
deram‑se: tátil, os  caracteres ampliados, os  dispositivos multimídia,
I  – “discriminação por motivo de deficiência” significa assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas
qualquer diferenciação, exclusão ou restrição, por ação ou auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios
omissão, baseada em deficiência, com o propósito ou efeito e formatos aumentativos e alternativos de comunicação,
de impedir ou impossibilitar o reconhecimento, o desfrute ou incluindo as tecnologias da informação e das comunicações;
o exercício, em igualdade de oportunidades com as demais VIII – “atendente pessoal” significa pessoa, membro ou
não da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou
pessoas, de direitos humanos e liberdades fundamentais
presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência
nos âmbitos político, econômico, social, cultural, civil ou
no exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas
qualquer outro, incluindo a recusa de adaptações razoáveis
ou os procedimentos identificados com profissões legalmen-
e de fornecimento de tecnologias assistivas;
te estabelecidas; e
II  – “acessibilidade” significa possibilidade e condição
IX – “acompanhante” significa aquele que acompanha a
de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de
pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as
espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, funções de atendente pessoal.
transportes, informação e comunicação, inclusive seus
sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e ins- CAPÍTULO II
talações abertos ao público, de uso público ou privados de Das Disposições Relacionadas a Todas
uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa as Pessoas com Deficiência
com deficiência ou com mobilidade reduzida;
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

III – “barreiras” significa qualquer entrave, obstáculo, ati- Seção I


tude ou comportamento que limite ou impeça a participação Da Igualdade e suas Implicações
social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício
de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento Subseção I
e de expressão, à  comunicação, ao  acesso à  informação, Da Igualdade e da Inclusão
à compreensão, à circulação com segurança, entre outros,
classificadas em: Art. 3º A fim de promover a igualdade, adotar‑se‑ão, com
a) “barreiras urbanísticas”: as existentes nas vias e nos urgência, medidas apropriadas para eliminar e prevenir quais-
espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso quer barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes,
coletivo; nas comunicações e na informação, atitudinais ou tecnológicas,
b) “barreiras arquitetônicas”: as existentes nos edifícios devendo‑se garantir às pessoas com deficiência – servidores,
públicos e privados; serventuários extrajudiciais, terceirizados ou não – quantas
c) “barreiras nos transportes”: as existentes nos siste- adaptações razoáveis ou mesmo tecnologias assistivas sejam
mas e meios de transportes; necessárias para assegurar acessibilidade plena, coibindo
d) “barreiras nas comunicações e na informação”: qual- qualquer forma de discriminação por motivo de deficiência.
quer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que
dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de Subseção II
mensagens e de informações por intermédio de sistemas de Da Acessibilidade com Segurança e Autonomia
comunicação e de tecnologia da informação;
e) “barreiras atitudinais”: atitudes ou comportamentos Art. 4º Para promover a acessibilidade dos usuários do
que impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa Poder Judiciário e dos seus serviços auxiliares que tenham

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deficiência, a qual não ocorre sem segurança ou sem auto- tenha garantido o acesso à justiça, sempre que figure em um
nomia, dever‑se‑á, entre outras atividades, promover: dos polos da ação ou atue como testemunha, partícipe da
I – atendimento ao público – pessoal, por telefone ou lide posta em juízo, advogado, defensor público, magistrado
por qualquer meio eletrônico – que seja adequado a esses ou membro do Ministério Público.
usuários, inclusive aceitando e facilitando, em trâmites § 2º A pessoa com deficiência tem garantido o acesso
oficiais, o uso de línguas de sinais, braille, comunicação au- ao conteúdo de todos os atos processuais de seu interesse,
mentativa e alternativa, e de todos os demais meios, modos inclusive no exercício da advocacia.
e formatos acessíveis de comunicação, à escolha das pessoas Art.  8º Os serviços notariais e de registro não podem
com deficiência; negar ou criar óbices ou condições diferenciadas à presta-
II  – adaptações arquitetônicas que permitam a livre e ção de seus serviços em razão de deficiência do solicitante,
autônoma movimentação desses usuários, tais como rampas, devendo reconhecer sua capacidade legal plena, garantida
elevadores e vagas de estacionamento próximas aos locais a acessibilidade.
de atendimento; e Parágrafo único. O  descumprimento do disposto
III  – acesso facilitado para a circulação de transporte no caput deste artigo constitui discriminação em razão de
público nos locais mais próximos possíveis aos postos de deficiência.
atendimento. Art. 9º Os Tribunais relacionados nos incisos II a VII do
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência art.  92 da Constituição Federal de 1988 e os serviços au-
em todo o processo judicial, o poder público deve capacitar xiliares do Poder Judiciário devem adotar medidas para a
os membros, os servidores e terceirizados que atuam no Po- remoção de barreiras físicas, tecnológicas, arquitetônicas,
der Judiciário quanto aos direitos da pessoa com deficiência. de comunicação e atitudinais para promover o amplo e
§ 2º Cada órgão do Poder Judiciário deverá dispor de, irrestrito acesso de pessoas com deficiência às suas respec-
pelo menos, cinco por cento de servidores, funcionários e ter- tivas carreiras e dependências e o efetivo gozo dos serviços
ceirizados capacitados para o uso e interpretação da Libras. que prestam, promovendo a conscientização de servidores
§ 3º As edificações públicas já existentes devem garantir e jurisdicionados sobre a importância da acessibilidade para
acessibilidade à  pessoa com deficiência em todas as suas garantir o pleno exercício de direitos.
dependências e serviços, tendo como referência as normas
de acessibilidade vigentes. Subseção III
§ 4º A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança Das Comissões Permanentes de Acessibilidade e Inclusão
de uso de edificações deverão ser executadas de modo a
serem acessíveis. Art. 10. Serão instituídas por cada Tribunal, no prazo má-
§ 5º A formulação, a implementação e a manutenção das ximo de 45 (quarenta e cinco) dias, Comissões Permanentes
ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas de Acessibilidade e Inclusão, com caráter multidisciplinar,
básicas: com participação de magistrados e servidores, com e sem
I – eleição de prioridades, elaboração de cronograma e deficiência, objetivando que essas Comissões fiscalizem, pla-
nejem, elaborem e acompanhem os projetos arquitetônicos
reserva de recursos para implementação das ações; e
de acessibilidade e projetos “pedagógicos” de treinamento e
II – planejamento contínuo e articulado entre os setores
capacitação dos profissionais e funcionários que trabalhem
envolvidos.
com as pessoas com deficiência, com fixação de metas anu-
§  6º Para atender aos usuários externos que tenham
ais, direcionados à promoção da acessibilidade para pessoas
deficiência, dever‑se‑á reservar, nas áreas de estacionamento
com deficiência, tais quais as descritas a seguir:
abertas ao público, vagas próximas aos acessos de circulação I – construção e/ou reforma para garantir acessibilidade
de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que para pessoas com termos da normativa técnica em vigor
transportem pessoas com deficiência e com comprometi- (ABNT 9050), inclusive construção de rampas, adequação
mento de mobilidade, desde que devidamente identificados, de sanitários, instalação de elevadores, reserva de vagas
em percentual equivalente a 2% (dois por cento) do total, em estacionamento, instalação de piso tátil direcional e de
garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga. alerta, sinalização sonora para pessoas com deficiência visu-
§  7º Mesmo se todas as vagas disponíveis estiverem al, bem como sinalizações visuais acessíveis a pessoas com
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

ocupadas, a Administração deverá agir com o máximo de deficiência auditiva, pessoas com baixa visão e pessoas com
empenho para, na medida do possível, facilitar o acesso do deficiência intelectual, adaptação de mobiliário (incluindo
usuário com deficiência às suas dependências, ainda que, púlpitos), portas e corredores em todas as dependências e
para tanto, seja necessário dar acesso a vaga destinada ao em toda a extensão (Tribunais, Fóruns, Juizados Especiais
público interno do órgão. etc.);
Art. 5º É proibido ao Poder Judiciário e seus serviços auxi- II – locação de imóveis, aquisição ou construções novas
liares impor ao usuário com deficiência custo anormal, direto somente deverão ser feitas se com acessibilidade;
ou indireto, para o amplo acesso a serviço público oferecido. III – permissão de entrada e permanência de cães‑guias
Art.  6º Todos os procedimentos licitatórios do Poder em todas as dependências dos edifícios e sua extensão;
Judiciário deverão se ater para produtos acessíveis às pessoas IV – habilitação de servidores em cursos oficiais de Lin-
com deficiência, sejam servidores ou não. guagem Brasileira de Sinais, custeados pela Administração,
§  1º O desenho universal será sempre tomado como formados por professores oriundos de instituições oficial-
regra de caráter geral. mente reconhecidas no ensino de Linguagem Brasileira de
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho Sinais para ministrar os cursos internos, a fim de assegurar
universal não possa ser empreendido, deve ser adotada que as secretarias e cartórios das Varas e Tribunais disponi-
adaptação razoável. bilizem pessoal capacitado a atender surdos, prestando‑lhes
Art. 7º Os órgãos do Poder Judiciário deverão, com ur- informações em Linguagem Brasileira de Sinais;
gência, proporcionar aos seus usuários processo eletrônico V  – nomeação de tradutor e intérprete de Linguagem
adequado e acessível a todos os tipos de deficiência, inclusive Brasileira de Sinais, sempre que figurar no processo pes-
às pessoas que tenham deficiência visual, auditiva ou da fala. soa com deficiência auditiva, escolhido dentre aqueles
§ 1º Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnolo- devidamente habilitados e aprovados em curso oficial de
gia assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tradução e interpretação de Linguagem Brasileira de Sinais

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ou detentores do certificado de proficiência em Linguagem com deficiência  – servidores, serventuários extrajudiciais,
Brasileira de Sinais – PROLIBRAS, nos termos do art. 19 do terceirizados ou não – igual e efetiva proteção legal contra
Decreto nº 5.626/2005, o qual deverá prestar compromisso a discriminação por qualquer motivo.
e, em qualquer hipótese, será custeado pela administração
dos órgãos do Judiciário; Seção III
VI – sendo a pessoa com deficiência auditiva partícipe Da Proteção da Integridade Física e Psíquica
do processo oralizado e se assim o preferir, o  Juiz deverá
com ela se comunicar por anotações escritas ou por meios Art. 15. Toda pessoa com deficiência – servidor, serven-
eletrônicos, o que inclui a legenda em tempo real, bem como tuário extrajudicial, terceirizado ou não – tem o direito a que
adotar medidas que viabilizem a leitura labial; sua integridade física e mental seja respeitada, em igualdade
VII – nomeação ou permissão de utilização de guia‑in- de condições com as demais pessoas.
térprete, sempre que figurar no processo pessoa com defi- Art. 16. A pessoa com deficiência tem direito a receber
ciência auditiva e visual, o qual deverá prestar compromisso atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
e, em qualquer hipótese, será custeado pela administração I – proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
dos órgãos do Judiciário; II – atendimento em todos os serviços de atendimento
VIII – registro da audiência, caso o Juiz entenda necessá- ao público;
rio, por filmagem de todos os atos nela praticados, sempre III – disponibilização de recursos, tanto humanos quanto
que presente pessoa com deficiência auditiva; tecnológicos, que garantam atendimento em igualdade de
IX  – aquisição de impressora em Braille, produção e condições com as demais pessoas;
manutenção do material de comunicação acessível, especial- IV – acesso a informações e disponibilização de recursos
mente o website, que deverá ser compatível com a maioria de comunicação acessíveis;
dos softwares livres e gratuitos de leitura de tela das pessoas V – tramitação processual e procedimentos judiciais e
com deficiência visual; administrativos em que for parte ou interessada, em todos
X – inclusão, em todos os editais de concursos públicos, os atos e diligências.
da previsão constitucional de reserva de cargos para pessoas Parágrafo único. Os direitos previstos neste artigo são
com deficiência, inclusive nos que tratam do ingresso na extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência ou
magistratura (CF, art. 37, VIII); ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao disposto no
XI – anotação na capa dos autos da prioridade concedida inciso V deste artigo.
à  tramitação de processos administrativos cuja parte seja
uma pessoa com deficiência e de processos judiciais se tiver CAPÍTULO III
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora Das Disposições Relacionadas aos Servidores
de doença grave, nos termos da Lei nº 12.008, de 06 de
com Deficiência
agosto de 2009;
XII  – realização de oficinas de conscientização de ser-
Seção I
vidores e magistrados sobre os direitos das pessoas com
Da Aplicabilidade dos Capítulos Anteriores
deficiência;
XIII – utilização de intérprete de Linguagem Brasileira de
Art.  17. Aplicam‑se aos servidores, aos  serventuários
Sinais, legenda, audiodescrição e comunicação em linguagem
acessível em todas as manifestações públicas, dentre elas extrajudiciais e aos terceirizados com deficiência, no que
propagandas, pronunciamentos oficiais, vídeos educativos, couber, todas as disposições previstas nos Capítulos ante-
eventos e reuniões; riores desta Resolução.
XIV  – disponibilização de equipamentos de autoaten-
dimento para consulta processual acessíveis, com sistema Seção II
de voz ou de leitura de tela para pessoas com deficiência Da Avaliação
visual, bem como, com altura compatível para usuários de
cadeira de rodas. Art. 18. A avaliação da deficiência, quando necessária,
será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência
Art. 11. Os órgãos do Poder Judiciário relacionados nos
incisos II a VII do art. 92 da Constituição Federal de 1988 de- e interdisciplinar e considerará:
vem criar unidades administrativas específicas, diretamente I  – os impedimentos nas funções e nas estruturas do
vinculadas à Presidência de cada órgão, responsáveis pela corpo;
implementação das ações da respectiva Comissão Perma- II – os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
nente de Acessibilidade e Inclusão. III – a limitação no desempenho de atividades; e
Art. 12. É indispensável parecer da Comissão Permanente IV – a restrição de participação.
de Acessibilidade e Inclusão em questões relacionadas aos
direitos das pessoas com deficiência e nos demais assuntos Seção III
conexos à acessibilidade e inclusão no âmbito dos Tribunais. Da Inclusão de Pessoa com Deficiência no Serviço Público
Art. 13. Os prazos e as eventuais despesas decorrentes
da implementação desta Resolução serão definidos pelos Art. 19. Os editais de concursos públicos para ingresso
tribunais, ouvida a respectiva Comissão Permanente de nos quadros do Poder Judiciário e de seus serviços auxilia-
Acessibilidade e o órgão interno responsável pela elabora- res deverão prever, nos objetos de avaliação, disciplina que
ção do Planejamento Estratégico, com vistas à sua efetiva abarque os direitos das pessoas com deficiência.
implementação. Art. 20. Imediatamente após a posse de servidor, ser-
ventuário extrajudicial ou contratação de terceirizado com
Seção II deficiência, dever‑se‑á informar a ele de forma detalhada
Da Não Discriminação sobre seus direitos e sobre a existência desta Resolução.
Art. 21. Cada órgão do Poder Judiciário deverá manter
Art.  14. É  proibida qualquer forma de discriminação um cadastro dos servidores, serventuários extrajudiciais e
por motivo de deficiência, devendo‑se garantir às pessoas terceirizados com deficiência que trabalham no seu quadro.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
§ 1º Esse cadastro deve especificar as deficiências e as comprometimento de mobilidade vaga no local mais próximo
necessidades particulares de cada servidor, terceirizado ou ao seu local de trabalho.
serventuário extrajudicial. § 1º O percentual aplicável aos estacionamentos externos
§  2º A atualização do cadastro deve ser permanente, a que se referem o art. 4º, § 6º, desta Resolução e o art. 47
devendo ocorrer uma revisão detalhada uma vez por ano. da Lei nº 13.146/2015 não é aplicável ao estacionamento
§ 3º Na revisão anual, cada um dos servidores, serventuá­ interno do órgão, devendo‑se garantir vaga no estacionamen-
rios extrajudiciais ou terceirizado com deficiência deverá ser to interno a cada servidor com mobilidade comprometida.
pessoalmente questionado sobre a existência de possíveis § 2º O caminho existente entre a vaga do estacionamento
sugestões ou adaptações referentes à sua plena inclusão no interno e o local de trabalho do servidor com mobilidade
ambiente de trabalho. comprometida não deve conter qualquer tipo de barreira
§ 4º Para cada sugestão dada, deverá haver uma resposta que impossibilite ou mesmo dificulte o seu acesso.
formal do Poder Judiciário em prazo razoável. Art. 26. Se o órgão possibilitar aos seus servidores a reali-
Art.  22. Constitui modo de inclusão da pessoa com zação de trabalho por meio do sistema home office, dever‑se‑á
deficiência no trabalho a colocação competitiva, em igual- dar prioridade aos servidores com mobilidade comprometida
dade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos que manifestem interesse na utilização desse sistema.
da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem § 1º A Administração não poderá obrigar o servidor com
ser atendidas as regras de acessibilidade, o  fornecimento mobilidade comprometida a utilizar o sistema home office,
de recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável mesmo diante da existência de muitos custos para a promo-
no ambiente de trabalho. ção da acessibilidade do servidor em seu local de trabalho.
Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com § 2º Os custos inerentes à adaptação do servidor com
deficiência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, deficiência ao sistema home office deverão ser suportados
observadas as seguintes diretrizes: exclusivamente pela Administração.
I – prioridade no atendimento à pessoa com deficiência Art. 27. Ao servidor ou terceirizado com deficiência é ga-
com maior dificuldade de inserção no campo de trabalho; rantida adaptação ergonômica da sua estação de trabalho.
II – provisão de suportes individualizados que atendam Art. 28. Se houver serviço de saúde no órgão, aos servi-
a necessidades específicas da pessoa com deficiência, inclu- dores com deficiência será garantido atendimento compatível
sive a disponibilização de recursos de tecnologia assistiva, com as suas deficiências.
de agente facilitador e de apoio no ambiente de trabalho;
III – respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa Seção IV
Do Horário Especial
com deficiência apoiada;
IV – oferta de aconselhamento e de apoio aos emprega-
Art.  29. A  concessão de horário especial conforme o
dores, com vistas à definição de estratégias de inclusão e de
art. 98, § 2º, da Lei nº 8.112/1990 a servidor com deficiência
superação de barreiras, inclusive atitudinais;
não justifica qualquer atitude discriminatória.
V – realização de avaliações periódicas;
§  1º Admitindo‑se a possibilidade de acumulação de
VI – articulação intersetorial das políticas públicas; e
banco de horas pelos demais servidores do órgão, também
VII – possibilidade de participação de organizações da deverá ser admitida a mesma possibilidade em relação ao
sociedade civil. servidor com horário especial, mas de modo proporcional.
Art. 23. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho §  2º Ao servidor a quem se tenha concedido horário
de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e especial não poderá ser negado ou dificultado, colocando‑o
inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais em situação de desigualdade com os demais servidores,
pessoas. o exercício de função de confiança ou de cargo em comissão.
§ 1º Os órgãos do Poder Judiciário são obrigados a garan- § 3º O servidor com horário especial não será obrigado a
tir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. realizar, conforme o interesse da Administração, horas extras,
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade se essa extensão da sua jornada de trabalho puder ocasionar
de oportunidades com as demais pessoas, a condições justas qualquer dano à sua saúde.
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por § 4º Se o órgão, por sua liberalidade, determinar a di-
trabalho de igual valor. minuição da jornada de trabalho dos seus servidores, ainda
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com defi- que por curto período, esse mesmo benefício deverá ser
ciência e qualquer discriminação em razão de sua condição, aproveitado de forma proporcional pelo servidor a quem
inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, tenha sido concedido horário especial.
admissão, exames admissional e periódico, permanência no
emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, CAPÍTULO IV
bem como exigência de aptidão plena. Das Disposições Relacionadas aos Servidores que tenham
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação Cônjuge, Filho ou Dependente com Deficiência
e ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada,
planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos Seção I
profissionais oferecidos pelo empregador, em igualdade de Da Facilitação dos Cuidados
oportunidades com os demais empregados.
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência aces- Art.  30. Se o órgão possibilitar aos seus servidores a
sibilidade em cursos de formação e de capacitação. realização de trabalho por meio do sistema home office,
Art. 24. É garantido à pessoa com deficiência acesso a dever‑se‑á dar prioridade aos servidores que tenham cônju-
produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos ge, filho ou dependente com deficiência e que manifestem
e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua auto- interesse na utilização desse sistema.
nomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida. Art. 31. Se houver serviço de saúde no órgão, ao côn-
Art. 25. Se houver qualquer tipo de estacionamento in- juge, filho ou dependente com deficiência de servidor será
terno, será garantido ao servidor com deficiência que possua garantido atendimento compatível com as suas deficiências.

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Seção II REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Do Horário Especial
BRASIL. LEI No 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000. Esta-
Art.  32. A  concessão de horário especial conforme o belece normas gerais e critérios básicos para a promoção da
art.  98, §  3º, da Lei nº  8.112/1990 a servidor que tenha acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
cônjuge, filho ou dependente com deficiência não justifica mobilidade reduzida, e dá outras providências. Presidência
qualquer atitude discriminatória. da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos.
§  1º Admitindo‑se a possibilidade de acumulação de Brasília, 19 de dezembro de 2000; 179º da Independência
banco de horas pelos demais servidores do órgão, também e 112º  da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO.
deverá ser admitida a mesma possibilidade em relação ao
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
servidor com horário especial, em igualdade de condições
L10098.htm>.
com os demais.
§  2º Ao servidor a quem se tenha concedido horário BRASIL. LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991. Dispõe sobre
especial não poderá ser negado ou dificultado, colocando‑o os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras
em situação de desigualdade com os demais servidores,
providências. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia
o exercício de função de confiança ou de cargo em comissão.
para Assuntos Jurídicos. Brasília, em 24 de julho de 1991;
§ 3º O servidor com horário especial não será obrigado
a realizar, conforme o interesse da Administração, horas 170º da Independência e 103º da República. FERNANDO
extras, se essa extensão da sua jornada de trabalho puder COLLOR. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/cci-
ocasionar qualquer dano relacionado ao seu cônjuge, filho vil_03/leis/L8213cons.htm>.
ou dependente com deficiência.
BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRA-
§ 4º Se o órgão, por sua liberalidade, determinar a di-
minuição da jornada de trabalho dos seus servidores, ainda SIL DE 1988. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia
que por curto período, esse mesmo benefício deverá ser para Assuntos Jurídicos. Brasília 05 de outubro de 1988.
aproveitado pelo servidor a quem tenha sido concedido Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
horário especial. Constituicao/Constituicao.htm>.

CAPÍTULO V BRASIL. LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993. Dispõe so-


Disposições Finais bre a organização da Assistência Social e dá outras providên-
cias. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para As-
Art. 33. Incorre em pena de advertência o servidor, ter- suntos Jurídicos. Brasília, 7 de dezembro de 1993, 172º da Inde-
ceirizado ou o serventuário extrajudicial que: pendência e 105º da República. ITAMAR FRANCO. Disponível
I – conquanto possua atribuições relacionadas a possível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742.htm>.
eliminação e prevenção de quaisquer barreiras urbanísticas,
arquitetônicas, nos transportes, nas comunicações e na in- BRASIL. LEI No 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. Institui o
formação, atitudinais ou tecnológicas, não se empenhe, com Código Civil. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia
a máxima celeridade possível, para a supressão e prevenção para Assuntos Jurídicos. Brasília, 10 de janeiro de 2002;
dessas barreiras; 181o  da Independência e 114o  da República. FERNANDO
II – embora possua atribuições relacionadas à promoção HENRIQUE CARDOSO. Disponível em: < http://www.planalto.
de adaptações razoáveis ou ao oferecimento de tecnolo- gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>.
gias assistivas necessárias à acessibilidade de pessoa com
deficiência – servidor, serventuário extrajudicial ou não –, EXERCÍCIOS
não se empenhe, com a máxima celeridade possível, para
estabelecer a condição de acessibilidade; 1. (Cespe/TRE‑PE/Analista Judiciário/2017) Considerando
III – no exercício das suas atribuições, tenha qualquer o disposto na Lei nº 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa
outra espécie de atitude discriminatória por motivo de defi- com Deficiência (EPD) – , assinale a opção correta.
ciência ou descumpra qualquer dos termos desta Resolução. a) Os planos e seguros privados de saúde podem cobrar
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência
§ 1º Também incorrerá em pena de advertência o servi- valores diferenciados das pessoas com deficiência
dor ou o serventuário extrajudicial que, tendo conhecimento em razão da sua deficiência.
do descumprimento de um dos incisos do caput deste artigo, b) Com a edição do EPD a incapacidade absoluta pre-
deixar de comunicá‑lo à autoridade competente, para que vista no Código Civil restringe‑se aos menores de
esta promova a apuração do fato. dezesseis anos de idade.
§ 2º O fato de a conduta ter ocorrido em face de usuário
c) É assegurado à pessoa com deficiência o direito de
ou contra servidor do mesmo quadro, terceirizado ou ser-
votar e de ser votada, salvo na hipótese de curatela.
ventuário extrajudicial é indiferente para fins de aplicação
da advertência. d) O EPD revogou a Lei nº 7.853/1989, que dispunha
§ 3º Em razão da prioridade na tramitação dos processos sobre o apoio às pessoas com deficiência.
administrativos destinados à inclusão e à não discriminação e) A deficiência não afeta a plena capacidade civil da
de pessoa com deficiência, a grande quantidade de processos pessoa, salvo a condição de adotante em processo
a serem concluídos não justifica o afastamento de advertên- de adoção.
cia pelo descumprimento dos deveres descritos neste artigo.
§ 4º As práticas anteriores da Administração Pública não 2. (Cespe/TRE‑PE/Analista Judiciário/2017) Acerca do ins-
justificam o afastamento de advertência pelo descumprimen- tituto da tomada de decisão apoiada, assinale a opção
to dos deveres descritos neste artigo. correta.
Art. 34. Esta Resolução entra em vigor na data da sua a) Não é possível ao juiz designar apoiadores em subs-
publicação. tituição àqueles indicados.
b) A curatela não pode substituir a tomada de decisão
Ministro apoiada, ainda que ocorra planejamento pessoal do
Ricardo Lewandowski beneficiário nesse sentido.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
c) O beneficiário desse instituto conserva sua capa- d) Os planos e seguros privados de saúde podem cobrar
cidade de autodeterminação em relação aos atos valores diferenciados das pessoas com deficiência
da vida civil, salvo aqueles previstos no acordo de em razão da sua deficiência.
tomada de decisão apoiada. e) Com a edição do EPD a incapacidade absoluta pre-
d) Tal instituto é aplicável aos casos de pessoas com vista no Código Civil restringe‑se aos menores de
deficiência que se enquadrem no conceito de rela- dezesseis anos de idade.
tivamente incapazes.
e) A decisão tomada por pessoa apoiada é válida contra 6. (Cespe/TRE‑PE/Analista Judiciário/2017) Considerando
terceiros, com restrições, ainda que não figure nos a legislação relativa à pessoa com deficiência, assinale
limites do acordo. a opção correta.
a) Pessoas com deficiência têm direito a planos de
3. (Cespe/TRE‑PE/Analista Judiciário/2017) Com relação saúde específicos, que podem ter redução de co-
aos crimes, às infrações administrativas e às disposições bertura em relação aos demais clientes, desde que
finais e transitórias previstos no EPD, assinale a opção haja redução proporcional do preço.
b) Os hotéis construídos antes da edição da Lei nº
correta.
13.146/2015 têm o prazo de até dez anos para ado-
a) Constitui crime a conduta de obstar o acesso da
tar todos os meios de acessibilidade estabelecidos
pessoa com deficiência a cargo ou emprego público,
na lei.
ainda que com base em critério restritivo e objetivo
c) O princípio do desenho universal não é aplicável a
previamente definido em lei. serviços, mas apenas a produtos e ambientes.
b) Na tipificação da conduta de praticar, induzir ou inci- d) A acessibilidade deve ser entendida não só como
tar discriminação de pessoa em razão da deficiência, direito, mas também como princípio e garantia para
é admitida a tentativa. o pleno exercício de demais direitos.
c) O sujeito passivo dos crimes previstos no EPD é e) Havendo vagas decorrentes de ação afirmativa,
sempre a pessoa com deficiência. a pessoa com deficiência deverá, necessariamente,
d) Para a consumação do crime de desviar bens da concorrer pelas cotas.
pessoa com deficiência, exige‑se o efetivo lucro do
agente. 7. (Cespe/TRE‑PE/Analista Judiciário/2017) A respeito dos
e) Admitem‑se tanto a modalidade dolosa quanto a direitos das pessoas com deficiência e dos conceitos
culposa no caso do delito de abandono da pessoa estabelecidos pela legislação de regência, assinale a
com deficiência, que é crime permanente. opção correta.
a) A prioridade na aquisição de imóvel de programa
4. (Cespe/TRE‑PE/Analista Judiciário/2017) À luz da Re- habitacional público é deferida à pessoa com defi-
solução CNJ nº 230/2016, que orienta a adequação ciência sempre que signifique melhora de moradia,
das atividades dos órgãos do Poder Judiciário e seus sem limite de vezes.
serviços auxiliares ao EPD, assinale a opção correta. b) O serventuário da justiça que, no exercício de suas
a) É garantido à pessoa com deficiência o acesso aos funções, tomar conhecimento de violação aos direi-
atos processuais de seu interesse, desde que pre- tos de pessoa com deficiência deve remeter peças
sente seu advogado. ao Ministério Público para as providências cabíveis.
b) Os tribunais devem instituir comissões permanentes c) O conceito de atendente pessoal abarca a prestação,
de acessibilidade e inclusão compostas integralmen- por enfermeiro, de serviço de enfermagem a pessoas
te por magistrados e servidores com deficiência. com deficiência.
c) Cada órgão do Poder Judiciário deve dispor de um d) As ações e os serviços de saúde pública destinados
percentual mínimo de servidores, funcionários e ter- à pessoa com deficiência devem assegurar atendi-
ceirizados capacitados para o uso e a interpretação mento psicológico também a seus familiares.
e) A isenção do imposto de renda é um dos benefícios
Noções sobre Direitos da Pessoa com Deficiência

de LIBRAS.
reservados à pessoa com deficiência, não se esten-
d) Se o órgão judiciário estipular o regime de  home
dendo a seu acompanhante.
office aos seus servidores, aqueles com mobilidade
comprometida concorrerão em igualdade de condi-
ções com os demais. GABARITO
e) O servidor que, tendo tomado conhecimento de
alguma conduta discriminatória praticada por outro 1. b 5. e
servidor por motivo de deficiência, não comunicar 2. c 6. d
o fato à autoridade competente incorrerá em pena 3. c 7. d
de suspensão. 4. c

5. (Cespe/TRE‑PE/Analista Judiciário/2017) Considerando


o disposto na Lei nº 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa
com Deficiência (EPD) – , assinale a opção correta.
a) É assegurado à pessoa com deficiência o direito de
votar e de ser votada, salvo na hipótese de curatela.
b) O EPD revogou a Lei nº 7.853/1989, que dispunha
sobre o apoio às pessoas com deficiência.
c) A deficiência não afeta a plena capacidade civil da
pessoa, salvo a condição de adotante em processo
de adoção.

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TRE-BA

SUMÁRIO

Noções de Gestão Pública

Planejamento organizacional:
planejamento estratégico, tático e operacional.................................................................................................................. 3
conceito, missão, visão, valores, objetivos estratégicos, indicadores e iniciativas............................................................ 10

Planejamento estratégico no Judiciário Brasileiro: Resolução CNJ nº 198/2014.................................................................. 3

Mapa Estratégico:
conceito; Mapa Estratégico 2016-2021 do TRE-BA (disponível em http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/
anexoa-resolucao-administrativa-no-14-2015-formulacao-estrategica-2016-2021)........................................................10

Gestão de processos:
Conceitos de processo e gestão de processos.................................................................................................................. 39

Gerenciamento de projetos usando a metodologia do PMI:


Conceitos de projeto, patrocinador, escritório de projetos, gerente de projetos e EAP...................................................41

Gestão por competências:


Conceitos de competência e gestão por competências.................................................................................................... 47

Gestão de pessoas nas organizações:


Conceitos, importância..................................................................................................................................................... 47

Comportamento organizacional:
relações indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho............................................................................... 48

Gestão de riscos baseada na norma ABNT NBR ISO 31000................................................................................................. 55

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Noções de Gestão Pública
Anderson Lopes / Welma Maia

Anderson Lopes

PROCESSO ADMINISTRATIVO: PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE


A Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar seus objetivos.
Estes são os elementos da Administração que constituem o chamado processo administrativo.

Ciclo das Funções Administrativas

Planejamento turo desejável coordenando os fatos entre si. Conquistando


esses objetivos os benefícios conquistados estarão entre
Em linhas gerais, planejamento é decidir de forma ante- a permanência das decisões acertadas com um equilíbrio
cipada o que deverá ser feito para atingir um determinado almejando um maior desempenho futuro.
objetivo ou meta.
Quando tratamos de planejamentos administrativos, O resultado final do processo de planejamento é a ela-
podemos destacar dois tipos principais: boração de planos. Esse processo pode ser resumido em:
• Planejamento geral – Utilizado, em geral, de forma • Avaliação do ambiente;
permanente; • Definição de Objetivos a serem atingidos – Nesta etapa
• Planejamento especial – É do tipo que, ao se atingir são definidos os resultados finais desejados;
o objetivo, não é mais utilizado. • Definição da forma de execução  – Nesta etapa são
O Processo de Planejamento tem por objetivo prever definidos os meios e recursos a serem utilizados;
fatos que provavelmente ocorrerão de forma a criar um fu- • Definição das formas de controle.

Planejamento Conteúdo Extensão de Tempo Amplitude


Estratégico Genérico, sintético, Longo Prazo Macroorientado. Aborda a empresa
abrangente como uma totalidade.
Tático Menos genérico e mais Médio Prazo. Aborda cada unidade da empresa
detalhado. separadamente.
Operacional Detalhado, específico e Curto Prazo. Microorientado. Aborda cada tarefa
analítico. ou operação apenas.
Fonte: Chiavenato (2000, p. 86)
Noções de Gestão Pública

Welma Maia de lentidão e inoperância. Com a crescente demanda, ge-


rando cada vez mais o congestionamento nos Tribunais era
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NO preciso mudanças. Buscando solucionar tal problema, no
ano de 2004 foi promulgada a Emenda Constitucional nº 45,
JUDICIÁRIO BRASILEIRO conhecida como “Reforma do Judiciário”, que assegurou à
sociedade, nos âmbitos judicial e administrativo, a razoável
Introdução duração do processo (CF, art. 5º, LXXXVIII).
Essa Emenda também criou um órgão competente pelo
O Poder Judiciário vinha passando por uma crise de controle da atuação administrativa e financeira do Poder
credibilidade, sendo visto pela sociedade como sinônimo Judiciário: o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O CNJ passou então a ter o papel de órgão estratégico Considerando as propostas apresentadas por todos os
central do Poder Judiciário. Suas ações impõem mudanças segmentos de justiça, para atualização da estratégia nacional
nos rumos do Judiciário, sobretudo diante da fixação de me- do Poder Judiciário, em nove encontros de trabalho ocorridos
tas nacionais, do controle de atos administrativos (inclusive a partir de junho de 2013;
disciplinares), da fiscalização do cumprimento dos deveres Considerando os Macrodesafios do Poder Judiciário para
funcionais dos juízes (apurando e sancionando eventuais o sexênio 2015-2020, formulados pela Rede de Governan-
abusos), do zelo pelo acesso de todos à justiça, do monito- ça Colaborativa e aprovados no VII Encontro Nacional do
ramento da atuação administrativo-financeira de todos os Judiciário, ocorrido em Belém/PA, em novembro de 2013;
órgãos do Judiciário nacional, além de outras competências Considerando a decisão plenária tomada no julgamento
(CF, § 4º, do art. 103-B). do Ato Normativo nº 0003559-04.2014.2.00.0000 na 191ª
Nesse contexto, com a EC nº 45/2004 houve uma tomada Sessão Ordinária, realizada em 16 de junho de 2014;
de consciência de que o Judiciário precisava ser reestrutu- Resolve:
rado a partir de uma administração eficiente, sob pena de
não conseguir distribuir justiça, sua finalidade precípua. Foi CAPÍTULO 1
então que o Conselho Nacional de Justiça em 2009 publicou a Das Disposições Gerais
Resolução nº 70 estabelecendo as diretrizes para a gestão1 e
planejamento estratégico2 nacional, onde estipulou metas de Art. 1º Instituir a Estratégia Nacional do Poder Judiciário
caráter obrigatório para todos os Tribunais de Justiça do país para o sexênio 2015/2020 – Estratégia Judiciário 2020 – apli-
para os anos de 2010 a 2015. Em julho de 2014 o CNJ editou cável aos tribunais indicados nos incisos II a VII do art. 92 da
nova Resolução (Resolução nº 198, de 1º de julho) revendo Constituição Federal e aos Conselhos da Justiça, nos termos
as estratégias da resolução anterior, e estabeleceu as novas do Anexo, sintetizada nos seguintes componentes:
metas para os próximos seis anos, ou seja, de 2015 a 2020. a) Missão;
b) Visão;
Resolução nº 198, de 1º de Julho de 2014 c) Valores;
d) Macrodesafios do Poder Judiciário.
Dispõe sobre o Planejamento Parágrafo único. Os atos normativos e as políticas judiciá-
e a Gestão Estratégica no âmbito rias emanados do CNJ serão fundamentados, no que couber,
do Poder Judiciário e dá outras na Estratégia Nacional do Poder Judiciário.
providências. Art. 2º Considera-se, para os efeitos desta Resolução:
I – Órgãos do Poder Judiciário: os tribunais indicados nos
O Presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no incisos li a VII do art. 92 da Constituição Federal; o Conselho
uso de suas atribuições legais e regimentais, e Nacional de Justiça (CNJ); o Conselho da Justiça Federal (CJF);
Considerando competir ao CNJ, como órgão de controle e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT);
da atuação administrativa e financeira dos tribunais, a atri- II – Metas de Medição Continuada (MMC): metas apli-
buição de coordenar o planejamento e a gestão estratégica cáveis aos órgãos do Poder Judiciário e acompanhadas pelo
do Poder Judiciário; CNJ durante o período de vigência da Estratégia Nacional;
Considerando a unicidade do Poder Judiciário, a exigir a III – Metas de Medição Periódica (MMP): metas aplicáveis
implementação de diretrizes nacionais para nortear a atua- aos órgãos do Poder Judiciário e acompanhadas pelo CNJ
ção institucional de seus órgãos; para períodos predefinidos durante a vigência da Estratégia
Considerando a necessidade de revisar o plano estraté- Nacional;
gico estabelecido pela Resolução CNJ nº 70/2009; IV – Metas Nacionais (MN): conjunto de metas formado
pelas Metas de Medição Continuada (MMC) e pelas Metas
1
Trata em primeiro lugar da formulação de estratégias que determinam rumos de Medição Periódica (MMP);
ou formas de atingir objetivos. Essas estratégias são geralmente reunidas e des- V – Iniciativa Estratégica Nacional (IEN): programa, pro-
critas em um planejamento estratégico, que, por sua vez, é concebido didati-
camente a partir de uma análise de cenários, culminando com a elaboração
jeto ou operação alinhado(a) à Estratégia Nacional do Poder
de uma matriz que elucida ameaças e oportunidades, sob os pontos de vista Judiciário;
interno e externo à organização. Nesse contexto, o pensamento estratégico é a VI – Diretriz Estratégica (DE): orientações, instruções ou in-
arte de criar estratégias com efetividade. Pensar estrategicamente significa ter
intenções empreendedoras e criativas sobre a instituição e o seu ambiente. dicações a serem observadas na execução da Estratégia Nacio-
2
O Planejamento estratégico é um processo gerencial que diz respeito à formu- nal ou para se levar a termo uma meta ou iniciativa estratégica;
lação de objetivos, que favorecerão o cumprimento da missão institucional. VII – Cesta de Indicadores e Iniciativas Estratégicas: re-
Considera como premissas básicas que todo o processo tenha coerência e sus-
tentação. Não se constitui num processo estanque ou momentâneo, possui um positório de métricas de desempenho institucional e de ini-
ciativas (programas, projetos e operações).
Noções de Gestão Pública

dinamismo que exige um acompanhamento constante e revisões periódicas.


O planejamento estratégico é um instrumento esclarecedor quanto:
– à missão: para que servimos, qual é nossa razão de ser;
– à visão: enquanto instituição, onde queremos chegar; CAPÍTULO II
– aos valores: quais são nossas premissas quanto às atitudes para alcançar a Do Desdobramento da
nossa visão;
– à estratégia – como faremos para alcançar a nossa visão e como desdobra-
Estratégia Judiciário 2020
remos a estratégia (quais as grandes ações que precisam ser conduzidas e que
comporão a estratégia, isto é, os objetivos estratégicos). Art. 3º A Estratégia Judiciário 2020 poderá ser desdobra-
A estratégia deverá desdobrar-se também indicando as competências organi-
zacionais, ou seja, quais são as capacidades que possuímos coletivamente, ou da e alinhada em três níveis de abrangência:
que precisaremos desenvolver, para podermos alcançar a nossa visão. O plane- I – nacional, nos termos do Anexo, de aplicação obriga-
jamento estratégico somente atinge sua máxima eficácia quando entendido e tória a todos os segmentos de justiça;
realizado por todas as pessoas da organização, numa mobilização permanente
e orquestrada. II – por segmento de justiça, de caráter facultativo;

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III – por órgão do Judiciário, de caráter obrigatório, des- formações sob a sua responsabilidade pertinentes ao plano
dobrada a partir da estratégia nacional e, quando aplicável, estratégico.
também da estratégia do respectivo segmento, sem prejuízo Art. 9º Os órgãos do Poder Judiciário realizarão Reu­niões
da inclusão das correspondentes especificidades. de Análise da Estratégia (RAE), pelo menos quadrimestral-
Art. 4º Os órgãos do Judiciário devem alinhar seus res- mente, para avaliação e acompanhamento dos resultados,
pectivos planos estratégicos à Estratégia Judiciário 2020, com nas quais poderão promover ajustes e outra medidas neces-
a possibilidade d revisões periódicas. sárias à melhoria do desempenho institucional.
§ 1º Os planos estratégicos, de que trata o caput, devem:
I – ter abrangência mínima de 6 (seis) anos; CAPÍTULO IV
II – observar o conteúdo temático dos Macrodesafios do Da Governança
Poder Judiciário; e
IlI – contemplar as Metas Nacionais (MN) e Iniciativas Art. 10. Compete à Presidência do CNJ, conjuntamente
Estratégicas Nacionais (IEN) aprovadas nos Encontros Na- à Comissão Permanente de Gestão Estratégica, Estatística e
cionais do Judiciário, sem prejuízo de outras aprovadas para Orçamento, assessoradas pelo Departamento de Gestão Es-
o segmento de justiça ou específicas do próprio tribunal ou tratégica, coordenar as atividades de planejamento e gestão
conselho; estratégica do Poder Judiciário, a preparação e a realização
§ 2º Os dados relativos às Metas Nacionais (MN) serão dos Encontros Nacionais.
informados periodicamente ao CNJ, que divulgará o relatório Art. 11. À Rede de Governança Colaborativa do Poder
anual até o final do primeiro quadrimestre do ano subse- Judiciário, coordenada pelo CNJ e com representação de
quente. todos os segmentos de justiça, compete apresentar pro-
§ 3º Na elaboração dos seus planos estratégicos, os tribu- postas de aperfeiçoamento da Estratégia Judiciário 2020,
nais e conselhos devem considerar as Resoluções, Recomen- bem como auxiliar a execução, o monitoramento dos tra-
dações e Políticas Judiciárias instituídas pelo CNJ voltadas à balhos e a divulgação dos resultados, sem prejuízo de ou-
concretização da Estratégia Judiciário 2020. tras atribuições definidas em ato normativo expedido pela
§ 4º As propostas orçamentárias dos tribunais devem ser Presidência do CNJ.
alinhadas aos seus respectivos planos estratégicos, de forma § 1º Os órgãos do Poder Judiciário indicarão represen-
a garantir os recursos necessários à sua execução. tantes para compor a Rede de Governança Colaborativa do
Art. 5º As Metas Nacionais (MN) serão, prioritariamente, Poder Judiciário, nos termos estabelecidos no referido ato
elaboradas a partir da Cesta de Indicadores e Iniciativas Es- normativo.
tratégicas de que trata o art. 2º, inciso VII , desta Resolução.
§ 2º As propostas a que se refere o caput serão subme-
§ 1º A Cesta de Indicadores e Iniciativas Estratégicas
tidas aos presidentes dos tribunais nos Encontros Nacionais
referida no caput será definida e revisada pela Comissão
do Poder Judiciário, após ajuste e complementação pela
Permanente de Gestão Estratégica, Estatística e Orçamento
Comissão Permanente de Gestão Estratégica, Estatística e
e disponibilizada no sítio eletrônico do CNJ.
Orçamento do CNJ.
§ 2º A mesma Comissão poderá definir indicadores na-
§ 3º As deliberações aprovadas nos Encontros Nacionais,
cionais que integrarão o Relatório Justiça em Números, ob-
sobretudo as Políticas Judiciárias, Recomendações, Diretrizes
servado o disposto ,na Resolução CNJ nº 76, de 12 de maio
Estratégicas (DE), Metas Nacionais (MN) e Iniciativas Estra-
de 2009.
tégicas Nacionais (IEN), serão comunicadas ao Plenário do
Art. 6º Os órgãos do Poder Judiciário devem promover
CNJ e divulgadas no portal do CNJ.
a participação efetiva de magistrados de primeiro e segun-
do graus, ministro, serventuários e demais integrantes do
CAPÍTULO V
sistema judiciário e de entidades de classe, na elaboração
de suas propostas orçamentárias e de seus planejamentos Dos Encontros Nacionais
estratégicos , garantida a contribuição da sociedade.
Art. 12. Os Encontros Nacionais do Poder Judiciário re-
CAPÍTULO III alizados preferencialmente no mês de novembro de cada
Da Execução da Estratégia ano, observando­ se os seguintes objetivos, sem prejuízo de
outros:
Art. 7º A execução da estratégia é de responsabilidade I – avaliar a estratégia nacional;
de magistrados de primeiro e segundo graus, conselheiros, II – divulgar e premiar o desempenho de tribunais , uni-
ministros e serventuários do Poder Judiciário. dades e servidores no cumprimento das Metas Nacionais
Parágrafo único. Para promover a estratégia, devem ser (MN), na criação e na implantação de boas práticas;
Noções de Gestão Pública

realizados eventos, pelo menos anualmente. III – aprovar metas nacionais, diretrizes e iniciativas es-
Art. 8º Os órgãos do Poder Judiciário manterão unidade tratégicas para o biênio subsequente;
de gestão estratégica para assessorar a elaboração, a imple- IV – ajustar, quando necessário, as metas nacionais, as
mentação e o monitoramento do planejamento estratégico. diretrizes e as iniciativas estratégicas previamente aprovadas
§ 1º A unidade de gestão estratégica referida no caput no encontro do ano anterior.
também atuará nas áreas de gerenciamento de projetos, § 1º Participarão dos Encontros Nacionais do Poder Ju-
otimização de processos de trabalho e, a critério do órgão, diciário os presidentes e corregedores dos tribunais e dos
produção e análise de dados estatísticos. conselhos, bem como os integrantes do Comitê Gestor Na-
§ 2º As áreas jurisdicionais e administrativas devem cional da Rede de Governança Colaborativa, sendo facultado
prestar, à respectiva unidade de gestão estratégica, as in- o convite a outras entidades e autoridades.

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§ 2º Os conselheiros do CNJ coordenarão os trabalhos I – práticas sugeridas por servidores, tribunais ou con-
realizados durante o evento. selhos do Poder Judiciário, alinhadas aos Macrodesafios
§ 3º Os Encontros Nacionais do Judiciário serão prece- mencionados no Anexo; e
didos de reuniões preparatórias que contarão com a par- II – ideias inovadoras para melhoria do Judiciário, apre-
sentadas por qualquer pessoa.
ticipação dos gestores de metas e dos responsáveis pelas
Parágrafo único. As práticas e ideias serão incluídas no
unidades de gestão estratégica dos tribunais, assim como BPIJus após processo de seleção, na forma de regulamento
das associações nacionais de magistrados e de servidores. próprio a ser publicado pelo CNJ.
§ 4º (Revogado pela Resolução CNJ nº 204, de 26/8/2015) Art. 15. As práticas incluídas no BPIJus concorrerão ao
§ 5º (Revogado pela Resolução nº 204, de 26/8/2015) Prêmio Excelência em Gestão Estratégica do Poder Judiciário.

CAPÍTULO VI CAPÍTULO VII


Do Banco de Boas Práticas e Das Disposições Finais
Ideias para o Judiciário (BPIJus)
Art. 16. Os órgãos do Poder Judiciário terão até 31 de
março de 2015 para proceder ao alinhamento a que se refere
Art. 13. O CNJ manterá disponível, no seu portal, o Ban- o artigo 4º.
co de Boas Práticas e Ideias para o Judiciário (BPIJus), a ser Art. 17. Esta Resolução entra em vigor em 1º de janeiro
continuamente atualizado , com o intuito de promover a di- de 2015, com a revogação, a partir dessa data, da Resolução
vulgação e o compartilhamento práticas e ideias inovadoras, CNJ n. 70, de 18 de março de 2009.
visando ao aperfeiçoamento dos serviços judiciais.
Art. 14. O BPIJus será constituído da seguinte forma: Ministro Joaquim Barbosa

ANEXO DA RESOLUÇÃO Nº 198, DE 1º DE JULHO DE 2014


Noções de Gestão Pública

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MAPA ESTRATÉGICO: 2016-2021 DO TRE-BA MÁRIO ALBERTO SIMÕES HIRS
Vice-Presidente
Resolução Administrativa nº 14/2015
FÁBIO ALEXSANDRO COSTA BASTOS
Juiz
Dispõe sobre o Planejamento
Estratégico do Tribunal Regional
CARLOS D´ÁVILA TEIXEIRA
Eleitoral da Bahia para o período Juiz
de 2016-2021 e dá outras provi- CLÁUDIO CÉSARE BRAGA PEREIRA
dências. Juiz

O TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA, no uso das MARCELO JUNQUEIRA AYRES FILHO
atribuições que lhe confere o art. 31º, XXXIII do seu Regi- Juiz
mento Interno,
Considerando o encerramento em 31 de dezembro de GUSTAVO MAZZEI PEREIRA
2015 do Planejamento Estratégico em vigor, estabelecido Juiz
pela Resolução Administrativa do TRE-BA nº 10, de 30 de
setembro de 2015; RUY NESTOR BASTOS MELLO
Considerando o disposto na Resolução nº 198 do Con- Procurador Regional Eleitoral
selho Nacional de Justiça (CNJ), de 1º de julho de 2014, que
dispõe sobre o Planejamento e a Gestão Estratégica no âm-
bito do Poder Judiciário Nacional; ANEXO I
Considerando as diretrizes aprovadas no I Encontro Es- Formulação Estratégica do
tratégico da Justiça Eleitoral, em fevereiro de 2015; Tribunal Regional Eleitoral da Bahia
Considerando as contribuições advindas do I e II Fórum 2016-2021
de Planejamento, Estratégia e Gestão do TRE-BA, para a
formulação estratégica do TRE-BA para o ciclo 2016-2021; Palavra do Presidente
Considerando, por fim, as deliberações do Comitê Gestor
do Planejamento Estratégico 2016-2021, instituído por meio As constantes transformações sociais impuseram novos
da Portaria da Presidência nº 331, de 31 de agosto de 2015; desafios e impulsionaram reformas na organização do Estado
RESOLVE: ao longo das últimas décadas. Perfilhando o ritmo acelerado
Art. 1º Aprovar a Estratégia do Tribunal Regional Eleitoral de tais mudanças, a Administração Pública vem adotando
da Bahia (TRE-BA) para o ciclo 2016-2021 (Anexo I). modernas práticas de gestão, tais como, o incremento do
Art. 2º Os planos das unidades do TRE-BA, bem como a desempenho organizacional e a racionalização de seus pro-
proposta orçamentária da instituição, deverão estar alinha- cedimentos, que redundam no aperfeiçoamento dos serviços
dos à Estratégia de que trata o artigo anterior. prestados.
Art. 3º A Estratégia do TRE-BA poderá ser revisada perio- O Poder Judiciário, ciente de seu papel institucional, es-
dicamente para contemplar as necessidades da organização e pecialmente no que se refere à prestação jurisdicional justa
alinhar o direcionamento institucional às diretrizes nacionais. e célere, alinha-se a este novo cenário, com o intuito de
Art. 4º Caberá à Secretaria do Tribunal, por meio da assegurar resultados eficazes e atender as expectativas dos
clientes-cidadãos. Com a edição da Resolução Administrativa
Coordenadoria de Planejamento, Estratégia e Gestão, a co-
nº 70, de 18 de março de 2009, do Conselho Nacional de Jus-
ordenação, implementação e gestão do Planejamento Estra-
tiça (CNJ), constituiu-se o marco regulatório da implantação
tégico, cujo alcance das metas propostas será acompanhado
da gestão estratégica no âmbito do Poder Judiciário. Além
por meio de Reuniões de Avaliação da Estratégia (RAE), em
do planejamento estratégico para o período de 2010-2014,
conjunto com o Comitê Gestor do Planejamento Estratégico
ficou institucionalizada a fixação de metas anuais, a serem
2016-2021 (CGPE).
cumpridas por todos os tribunais do país.
§ 1º As RAEs de que trata o caput serão realizadas, pelo Na vanguarda, e sensível às emergentes mudanças, o
menos, quadrimestralmente. Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), por meio da
§ 2º Caberá ao CGPE a realização de eventuais ajustes Portaria do Diretor-Geral nº 763, de 19 de dezembro 2008,
no direcionamento da estratégia institucional. antecipou-se, e iniciou o processo de modernização adminis-
§ 3º Os ajustes mencionados no parágrafo anterior, se trativa, aprovando seu primeiro planejamento estratégico,
relacionados à missão, visão de futuro, valores e/ou ob-
Noções de Gestão Pública

para o período 2008-2010. Posteriormente, ajustando-se às


jetivos estratégicos, deverão ser submetidos à Corte para premissas estabelecidas para todo o Judiciário Nacional, o
apreciação. plano originário passou por diversos processos revisionais,
Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua nos anos de 2009, 2010 e 2012, que definiram as diretrizes
publicação. específicas para esta Corte Regional.
Com a ampla participação dos gestores desta Casa, em
Sala das Sessões do TRE da Bahia, em 14 de dezembro dezembro de 2014, o TRE-BA realizou o I Fórum de Planeja-
de 2015. mento, Estratégia e Gestão. O evento foi o ponto de partida
para a ampliação do processo de gestão participativa e para
LOURIVAL ALMEIDA TRINDADE construção da estratégia para o ciclo que se inicia em 2016 e
Juiz-Presidente vai até 2021.

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No ano de 2015, visando atender às peculiaridades deste plicitam a essência da estratégia de forma diferenciada e
Regional, publicou-se a Resolução Administrativa nº 10, de sustentável.
30 de setembro de 2015 para promover, no vigente Plane-
jamento Estratégico do TRE-BA, um reexame pontual nos Demandas Estratégicas
direcionadores estratégicos. Explicitam quais condições fundamentais a organização
Atividades de planejamento, implementação, acompa- deve assegurar para atingir os objetivos estratégicos esta-
nhamento e controle são instrumentos de gestão essenciais, belecidos.
que permitem identificar os progressos conquistados e defi-
nir novas estratégias, todas tendentes a alcançar os objetivos Estratégia
institucionais. Caminho escolhido (estratégia planejada) e seguido pela
Todos estes desafios propostos, e o comprometimento organização (estratégia realizada) para alcançar os objetivos
irrestrito e incondicional do TRE- BA, refletem a preocupação e desafios estabelecidos.
desta Justiça Especializada em proporcionar à sociedade a
entrega de serviços de melhor qualidade, garantindo ser- Indicadores Estratégicos
viços eleitorais e prestação jurisdicional eficientes, esteio Instrumentos dinâmicos de gestão essenciais para pôr
para consolidação do pleno exercício da cidadania e da par- em prática a obtenção dos objetivos estratégicos. Os indica-
ticipação social. dores são utilizados para monitorar e avaliar continuamente
o cumprimento das metas, identificando seus avanços ou
Des. Lourival Almeida Trindade deficiências visando à melhoria contínua.
Presidente
Macroprocessos
Palavra do Diretor-Geral Conjunto de processos que definem e englobam os
principais processos de trabalho desempenhados pela or-
Em 2015, o TRE-BA enfrentou o desafio de elaborar um ganização, permitindo uma visão sistêmica e abrangente das
Planejamento Estratégico para o ciclo 2016-2021. Este pro- macroatividades e da forma como o órgão atua. Funcionam
cesso priorizou a participação de diversas unidades da orga- como grandes blocos geradores de valores para a organização
nização, construindo democraticamente os alicerces de uma e são transversais a várias unidades.
gestão inovadora e efetiva. A Arquitetura de Processos da Justiça Eleitoral da Bahia
Fundamentado pela Resolução Administrativa nº 198, de classifica seus macroprocessos em:
1º de julho de 2014, do CNJ, e pelas orientações estipuladas • FINALÍSTICOS – essenciais à existência da organização,
no 1º Encontro Estratégico da Justiça Eleitoral, realizado em recebem apoio de processos internos e estão direta-
fevereiro de 2015, o processo de elaboração foi escalonado mente relacionados ao objetivo maior do órgão, ge-
em seis oficinas de trabalho, apreciadas e homologadas pelo rando um produto ou serviço para o cliente externo;
Comitê Gestor do Planejamento Estratégico (CGPE) 2016- • DE APOIO – imprescindíveis para a gestão efetiva da or-
2021, instituído por meio da Portaria da Presidência nº 331, ganização, viabilizando o funcionamento coordenado e
de 31 de agosto de 2015. integrado dos vários subsistemas. Administra recursos
Participaram dos trabalhos magistrados e membros da e gera resultados imperceptíveis para o usuário final
Corte Regional, servidores, chefes de cartório das zonas (cliente interno);
eleitorais da capital e interior do Estado e representante • GOVERNANÇA – relacionados à gestão das informações
da associação de classe dos servidores, todos imbuídos na necessárias à formulação de políticas e diretrizes para o
construção da nova formulação estratégica, que norteará os estabelecimento e consecução de metas institucionais.
caminhos a serem trilhados pelo TRE-BA. Orientam a gestão da organização, focam na atuação
A Administração entende, e agradece oportunamente, dos gestores e incluem ações de medição e ajuste do
que o empenho visível e efetivo de todos os envolvidos no desempenho organizacional.
processo foi fundamental e exitoso, sem o qual não seria
possível traçar metas plausíveis e factíveis, com resultados Mapa Estratégico
viáveis e, certamente, consistentes. Representação gráfica que permite comunicar, visual-
O resultado desse Planejamento de longo prazo contem- mente, aos gestores e demais colaboradores da organiza-
pla a consolidação da visão sistêmica de toda a organização. ção, a estratégia institucional estabelecida. O mapa é es-
Os desafios a serem enfrentados nos anos vindouros servirão truturado por meio de objetivos estratégicos distribuídos
de lume para a concretização da visão de futuro, objetivo em diferentes perspectivas, interligados por relações de
maior da organização. causa-efeito.
Noções de Gestão Pública

André Luís Martins Beserra Missão


Diretor-Geral Declaração sobre a razão da existência de uma organiza-
ção e o serviço que desempenha, de modo a tornar útil sua
ação perante a sociedade.
ENTENDENDO OS CONCEITOS
Objetivos Estratégicos
Atributos de Valor Desafios que, quando alcançados, são suficientes para
Conjunto de atributos associados às entregas da or- a implementação da estratégia, o êxito no cumprimento da
ganização. Visam criar valor para o cidadão-usuário e ex- missão e a concretização da visão de futuro da organização.

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Perspectiva Aprendizado e Crescimento Visão 2021
Refere-se aos desafios em relação aos ativos intangíveis Ser reconhecido como uma instituição pública indepen-
da organização, às formas de utilização e de desenvolvi- dente e imparcial, referência na prestação de serviços e na
mento do conhecimento institucional. Trata-se da dimensão conscientização para a cidadania.
referente às pessoas, cultura organizacional e ao sistema
de informação, que sustenta a produção de conhecimen- Valores Organizacionais
to interno e a informação para a melhoria dos processos. Ética
Oferece a infraestrutura necessária para a consecução dos Imparcialidade
objetivos nas perspectivas processos internos e sociedade, Transparência
sendo fonte de inovação e de criação de valor para toda Respeito ao Ser Humano
a instituição. Responsabilidade Socioambiental

Perspectiva Processos Internos Atributos de Valor para a Sociedade


Voltada para a otimização dos processos de trabalho, Acessibilidade
que agregam valor à organização e impactam diretamente Celeridade
na realização dos objetivos da perspectiva Sociedade, visa Credibilidade
à melhoria contínua e a excelência nos serviços prestados. Efetividade
Modernidade
Perspectiva Sociedade
Trata da percepção de valor pela sociedade. Está alocada CONTEXTUALIZAÇÃO
no topo das perspectivas, considerando a premissa de que
a Administração Pública existe para identificar e atender às Valores Organizacionais
demandas sociais.
Ética: revelada na atuação proba dos magistrados e ser-
Planejamento Estratégico vidores, pautada nos princípios da honestidade, lealdade e
Processo contínuo e sistemático que permite estabele- dignidade.
cer a direção a ser seguida pela organização, por meio da Imparcialidade: refletida na prestação jurisdicional e de
seleção de estratégias considerando análises do ambiente serviços norteada pelos princípios da legalidade, equidade
interno e externo, visando realizar a Missão Institucional com e impessoalidade.
eficiência e eficácia. Transparência: manifesta na garantia de acesso às infor-
mações relativas aos atos administrativos e jurisdicionais,
Projetos Estratégicos notadamente àqueles atinentes à execução orçamentária e
Ações de intervenção necessárias, selecionadas pela ao processo eleitoral.
alta gestão, com começo, meio e fim bem definidos, que Respeito ao Ser Humano: norteado pelos princípios
produzem um ganho permanente significativo, contribuindo básicos que regem as relações interpessoais, refletido no
diretamente para o alcance dos objetivos estratégicos. respeito a si próprio bem como ao próximo, tratando-o com
educação, atenção e dignidade, tanto no ambiente interno
Valores Organizacionais como externo da organização.
Valores fundamentais em torno dos quais se constrói Responsabilidade Socioambiental: expressa por meio
a organização. Representam as convicções dominantes, as de ações voltadas à formação da cidadania, inclusão social e
crenças básicas, aquilo em que as pessoas da organização preservação do meio ambiente, interferindo positivamente
acreditam. Os valores descrevem como a organização pre- no meio em que atua.
tende atuar no cotidiano, enquanto busca realizar sua visão.
Atributos de Valor para a Sociedade
Visão
Síntese das aspirações da organização, representa o qua- Acessibilidade: espelhada na facilidade de obtenção de
dro futuro que se quer atingir dentro de um período mais informações e serviços pelos cidadãos.
longo de tempo. A definição de onde se pretende chegar Celeridade: traduzida na agilidade no exercício das fun-
permite entender com clareza o que é preciso mudar na ções judicial e administrativa.
organização ou como ela precisa evoluir para que a visão Credibilidade: derivada da imagem de instituição ínte-
seja concretizada. gra, construída junto à população, amparada no processo
Noções de Gestão Pública

eletrônico de votação.
FUNDAMENTOS ESTRATÉGICOS Efetividade: relacionada à obtenção de resultados vincu-
lada à satisfação dos clientes da Justiça Eleitoral na realização
PODER JUDICIÁRIO das atividades-fim, notadamente no âmbito da prestação
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA jurisdicional, do atendimento ao eleitor e na totalização das
eleições.
Missão Modernidade: percebida na constante busca pela in-
Garantir a legitimidade do processo eleitoral e o livre corporação de avanços tecnológicos e atendimento às as-
exercício do direito de votar e ser votado, a fim de fortale- pirações da sociedade, sobretudo no tocante à garantia da
cer a democracia. segurança do processo eleitoral.

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Mapa Estratégico 2016-2021

PERSPECTIVA SOCIEDADE Indicadores Relacionados


(Fichas de Indicadores – Anexo 1)
Objetivo Estratégico i2. Índice de confiança no TRE-BA
ASSEGURAR A GARANTIA DOS DIREITOS DE CIDADANIA. i3. Número de entrevistas agendadas com fontes do
TRE-BA
Descrição do Objetivo
Refere-se ao desafio de garantir no plano concreto os Projetos Relacionados
direitos da cidadania em sua múltipla manifestação social: (Fichas de Projetos – Anexo 2)
cidadão-administrador (usuário dos serviços públicos), p20. Política Integrada de Comunicação
cidadão-eleitor, cidadão trabalhador-produtor, cidadão-
-consumidor e cidadão- contribuinte, buscando-se atenuar Objetivo Estratégico
as desigualdades sociais e garantir os direitos de minorias, AUMENTAR A CELERIDADE E A PRODUTIVIDADE NA
observando-se, para tanto, práticas socioambientais susten- PRESTAÇÃO JURISDICIONAL.
táveis e uso de tecnologia limpa.
Descrição do Objetivo
Indicador Relacionado Garantir prestação jurisdicional efetiva e ágil, preservan-
do a segurança jurídica e procedimental na tramitação dos
(Fichas de Indicadores – Anexo 1)
feitos judiciais eleitorais, bem como elevar a produtividade
i1. Índice de alcance das metas institucionais
dos magistrados e servidores, a fim de assegurar o princípio
constitucional da duração razoável do processo.
PERSPECTIVA PROCESSOS INTERNOS
Indicadores Relacionados
Objetivo Estratégico
Noções de Gestão Pública

(Fichas de Indicadores – Anexo 1)


CONSOLIDAR A BOA IMAGEM DO TRE-BA JUNTO À SO- i4. Taxa de congestionamento
CIEDADE. i5. Índice de agilidade no julgamento
i6. Índice de atendimento à demanda
Descrição do Objetivo i7. Índice de julgamento de processos antigos
Assegurar a compreensão, pela sociedade, do funcio-
namento do processo eleitoral em todas as suas etapas, Projetos Relacionados
enfatizando a segurança da urna eletrônica. Proporcionar (Fichas de Projetos – Anexo 2)
transparência nas informações sobre o papel, as ações e p24. Evolução da Maturidade dos Processos
as iniciativas do TRE-BA, o andamento processual, os atos p26. Boas Vindas aos Magistrados
judiciais e administrativos, os dados orçamentários e de de- p27. Justiça em Dia – Dois Graus Abaixo de Zero
sempenho operacional. p28. Busca JUS

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Objetivo Estratégico Descrição do Objetivo
CONTRIBUIR PARA O COMBATE À CORRUPÇÃO E À IM- Maximizar a qualidade das entregas organizacionais e
PROBIDADE ADMINISTRATIVA. minimizar o uso dos recursos para atender seus clientes in-
ternos e externos.
Descrição do Objetivo
Conjunto de atos que visem à lisura do processo eleitoral Indicadores Relacionados
e à persecução dos crimes eleitorais, priorizando a tramita- (Fichas de Indicadores – Anexo 1)
ção dos feitos judiciais que tenham por objeto a prestação i13. Índice de processos organizacionais no nível 3 de
de contas eleitorais, a cassação do diploma ou do mandato, maturidade
decorrente de ato de corrupção, e a decretação de inelegi-
bilidade. Assegurar, ainda, a probidade dos servidores deste Projetos Relacionados
Tribunal, divulgando e aplicando as regras do Código de Ética (Fichas de Projetos – Anexo 2)
e aprimorando os mecanismos de controles internos. p23. Arquitetura de Processos
p24. Evolução da Maturidade dos Processos
Indicadores Relacionados
(Fichas de Indicadores – Anexo 1) Objetivo Estratégico
i8. Índice de tempo médio de tramitação dos processos ASSEGURAR A EFETIVIDADE DA COMUNICAÇÃO INTERNA.
de cassação de mandato eletivo
i9. Prestação de contas julgadas no período Descrição do Objetivo
i10. Número de ações de promoção de valores éticos Fomentar a utilização de meios de comunicação e estra-
tégias específicas para divulgar, entre as unidades, atividades,
Projetos Relacionados projetos e ações desenvolvidos em cada área, com o objetivo
(Fichas de Projetos – Anexo 2) de torná-los mais efetivos.
p24. Evolução da Maturidade dos Processos
p27. Justiça em Dia – Dois Graus Abaixo de Zero Indicadores Relacionados
p29. Ética no TRE-BA (Fichas de Indicadores – Anexo 1)
i14. Índice de satisfação do público interno com as infor-
Objetivo Estratégico
mações institucionais disponibilizadas
PRESTAR ATENDIMENTO DE EXCELÊNCIA AO PÚBLICO.
Projetos Relacionados
Descrição do Objetivo
(Fichas de Projetos – Anexo 2)
Assegurar a prestação de um serviço efetivo, humano,
p20. Política Integrada de Comunicação
célere e diferenciado, superando a qualidade demandada
p21. Nova Intranet
pelos clientes da Justiça Eleitoral baiana.
p22. Servidor 2.0
Indicadores Relacionados
PERSPECTIVA APRENDIZADO E CRESCIMENTO
(Fichas de Indicadores – Anexo 1)
i11. Índice de satisfação dos clientes
Objetivo Estratégico
Projetos Relacionados FOMENTAR AÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E
(Fichas de Projetos – Anexo 2) PRÁTICAS AMBIENTAIS SUSTENTÁVEIS.
p30. TRE-BA em Rede
p31.Fala, Cidadão! Descrição do Objetivo
Promover a conscientização da importância do voto, dos
Objetivo Estratégico direitos e deveres inerentes ao exercício da cidadania, bem
FORTALECER A SEGURANÇA DO PROCESSO ELEITORAL. como dos serviços eleitorais, e o desenvolvimento de ações
que contribuam para a preservação do meio ambiente.
Descrição do Objetivo
Garantir à sociedade o aprimoramento contínuo da se- Indicadores Relacionados
gurança dos pleitos, com utilização de tecnologias e com a (Fichas de Indicadores – Anexo 1)
melhoria de processos de trabalho. i15. Índice de adequação das instalações físicas às normas
de acessibilidade
i16. Número de pessoas atingidas por ações sociais
Noções de Gestão Pública

Indicadores Relacionados
(Fichas de Indicadores – Anexo 1) i17. Número de ações socioambientais
i12. Índice de eleitores com cadastro biométrico
Projetos Relacionados
Projetos Relacionados (Fichas de Projetos – Anexo 2)
(Fichas de Projetos – Anexo 2) p14. MELHORACESSIBILIDADE
p25. Biometria na Bahia p15. Agenda Ambiental

Objetivo Estratégico Objetivo Estratégico


MELHORAR O DESEMPENHO DOS PROCESSOS ORGA- PROPORCIONAR UM AMBIENTE DE TRABALHO SAUDÁ-
NIZACIONAIS. VEL E SEGURO.

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Descrição do Objetivo Objetivo Estratégico
Garantir a infraestrutura apropriada às atividades ins- APERFEIÇOAR A QUALIDADE DO GASTO PÚBLICO.
titucionais, assim como propiciar ações de valorização dos
servidores e magistrados, relacionadas a organização do tra- Descrição do Objetivo
balho, ergonomia, promoção de saúde, melhoria das relações Desenvolver metodologias, sistemas e práticas com vistas
interpessoais e responsabilidade social, com o objetivo de a alinhar o planejamento e a execução orçamentários às ne-
ampliar o bem-estar das pessoas que integram a organização. cessidades de recursos para o aperfeiçoamento da prestação
dos serviços, cultura do uso racional, satisfatório e eficiente
dos recursos, evitando o desperdício, bem como promover
Indicadores Relacionados a qualificação do gasto.
(Fichas de Indicadores – Anexo 1)
i18. Índice de implementação de qualidade de vida no Indicadores Relacionados
trabalho (Fichas de Indicadores – Anexo 1)
i23. Índice de adequação ao Plano Anual de Contratações
Projetos Relacionados (PLANCONT)
(Fichas de Projetos – Anexo 2) i24. Índice de satisfação com a qualidade das contratações
p6. PQVT i25. Aderência da execução ao planejamento orçamen-
p24. Evolução da Maturidade dos Processos tário i26. Índice de racionalização do gasto público

Objetivo Estratégico Projetos Relacionados


PROMOVER A MELHORIA DA GOVERNANÇA EM GESTÃO (Fichas de Projetos – Anexo 2)
DE PESSOAS. p3. Avaliação das Contratações
p15. Agenda Ambiental
p16. Política de Controle de Estoque
Descrição do Objetivo
p17. Sistema de Custos
Modernizar os processos de Gestão de Pessoas com o p18. Sistema GastCred
objetivo de potencializar o desenvolvimento do capital hu- p19. PLANOP
mano, a valorização dos colaboradores e a humanização das
relações de trabalho, aliado à racionalização dos métodos Objetivo Estratégico
e práticas adotadas e à implementação da governança de APERFEIÇOAR A GOVERNANÇA DE TIC.
Gestão de Pessoas.
Descrição do Objetivo
Indicadores Relacionados Aperfeiçoar e consolidar conjunto de estruturas orga-
(Fichas de Indicadores – Anexo 1) nizacionais e de processos que envolvam alta direção, as
i19. Índice de satisfação e motivação do servidor gerências de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)
i20. Índice de governança em Gestão de Pessoas e as gerências de negócios, nas tomadas de decisão sobre o
uso de TIC para garantir o alinhamento entre as estratégias
Projetos Relacionados do TRE-BA e as operações das áreas de TIC e de negócio.
(Fichas de Projetos – Anexo 2)
Indicadores Relacionados
p1. Melhores Práticas
(Fichas de Indicadores – Anexo 1)
p7. Governança em Gestão de Pessoas i27. Evolução do índice de governança de TIC do TRE-BA
p8. Gestão por Competência i28. Número de normas de segurança da informação
p9. Meritocracia implementadas
p10. Dimensionamento da Força de Trabalho
Projetos Relacionados
Objetivo Estratégico (Fichas de Projetos – Anexo 2)
ASSEGURAR A ADOÇÃO DE BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO. p11. Governança de TIC

Descrição do Objetivo Objetivo Estratégico


Estabelecer políticas de gestão participativa que propi- PROMOVER A MELHORIA DOS SERVIÇOS DE TIC.
ciem aos servidores e magistrados a adoção das melhores
práticas de gestão dos processos de trabalho, da comuni- Descrição do Objetivo
cação, do monitoramento da estratégia, de ferramentas de Incrementar a produção de sistemas informatizados e
planejamento e de projetos. suprir as necessidades de infraestrutura, visando ao aten-
dimento das necessidades dos clientes internos e externos
do TRE-BA em relação aos serviços de TIC, proporcionando
Indicadores Relacionados agilidade e modernização dos processos organizacionais.
(Fichas de Indicadores – Anexo 1)
Noções de Gestão Pública

i21. Índice de alinhamento das unidades à estratégia Indicadores Relacionados


organizacional (Fichas de Indicadores – Anexo 1)
i22. Número de ações de gestão de riscos i29. Índice de cumprimento das metas do PETI3

Projetos Relacionados Projetos Relacionados


(Fichas de Projetos – Anexo 2) (Fichas de Projetos – Anexo 2)
p1. Melhores Práticas p11. Governança de TIC
p2. Capacitação Bienal dos Gestores p12. Acerte na Demanda
p3. Avaliação das Contratações p13. Gestão de TIC
p4. Desdobramento da Estratégia
p5. Política de Gestão de Riscos 3
Planejamento Estratégico de Tecnologia e Informação

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ANEXOS

Anexo 1
Objetivos Estratégicos X Indicadores Estratégicos
Especifica qual indicador estratégico foi designado para atender aos objetivos estratégicos

Nº Objetivo Estratégico Qtd Indicador Origem*


Assegurar a garantia dos di-
1 1 i1. Índice de alcance das metas institucionais TRE-BA 2016-2021
reitos de cidadania
i2. Índice de confiança no TRE-BA PJ 2010-2014
Consolidar a boa imagem do
2 2 i3. Número de entrevistas agendadas com fontes do
TRE-BA junto à sociedade TRE-BA 2016-2021
TRE-BA
i4. Taxa de congestionamento PE-JE 2012-2014
Aumentar a celeridade e a i5. Índice de agilidade no julgamento PJ 2010-2014
3 produtividade na prestação 4
jurisdicional i6. Índice de atendimento à demanda PJ 2010-2014
i7. Índice de julgamento de processos antigos TSE 2015-2020
i8. Índice de tempo médio de tramitação dos proces-
Contribuir para o combate à PE TRE-PI 2012-2014
sos de cassação de mandato eletivo
4 corrupção e à improbidade 3
i9. Prestação de contas julgadas no período PE-JE 2012-2014
administrativa
i10. Número de ações de promoção de valores éticos PJ 2010-2014
Prestar atendimento de ex-
5 1 i11. Índice de satisfação dos clientes PE-JE 2010-2014
celência ao público
Fortalecer a segurança do
6 1 i12. Índice de eleitores com cadastro biométrico PE-JE 2012-2014
processo eleitoral
Melhorar o desempenho
i13. Índice de processos organizacionais no nível 3 de
7 dos processos organizacio- 1 TRE-BA 2016-2021
maturidade
nais
Assegurar a efetividade da i14. Índice de satisfação do público interno com as in-
8 1 TRE-BA 2016-2021
comunicação interna formações institucionais disponibilizadas
i15. Índice de adequação das instalações físicas às nor-
Fomentar ações de respon- PJ 2010-2014
mas de acessibilidade
9 sabilidade social e práticas 3
i16. Número de pessoas atingidas por ações sociais TRE-BA 2016-2021
ambientais sustentáveis
i17. Número de ações socioambientais TRE-BA 2012-2015
Proporcionar um ambiente i18. Índice de implementação de qualidade de vida no
10 1 TRE-BA 2012-2015
de trabalho saudável e seguro trabalho
Promover a melhoria da i19. Índice de satisfação e motivação do servidor TRE-BA 2016-2021
11 Governança em Gestão de 2
Pessoas i20. Índice de governança em Gestão de Pessoas TRE-MA 2015-2020
i21. Índice de alinhamento das unidades à estratégia
Assegurar a adoção de boas TRE-BA 2016-2021
12 2 organizacional
práticas de gestão
i22. Número de ações de gestão de riscos TRE-BA 2016-2021
i23. Índice de adequação ao Plano Anual de Contrata-
TSE 2015-2020
ções (PLANCONT)
i24. Índice de satisfação com a qualidade das contra-
Aperfeiçoar a qualidade do TRE-BA 2016-2021
13 4 tações
gasto público
Noções de Gestão Pública

i25. Aderência da execução ao planejamento orça-


TRE-BA 2012-2015
mentário
i26. Índice de racionalização do gasto público TRE-BA 2016-2021
i27. Evolução do índice de governança de TIC do TRE-BA TRE-MA 2015-2020
Aperfeiçoar a governança
14 2 i28. Número de normas de segurança da informação
de TIC TRE-BA 2016-2021
implementadas
Promover a melhoria dos
15 1 i29. Índice de cumprimento das metas do PETI TRE-TO 2016-2021
serviços de TIC
*Legenda: JE (Justiça Eleitoral); PE (Planejamento Eleitoral); PJ (Poder Judiciário Nacional).

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Lista dos Indicadores Estratégicos

Nº Indicador
i1 Índice de alcance das metas institucionais
i2 Índice de confiança no TRE-BA
i3 Número de entrevistas agendadas com fontes do TRE-BA
i4 Taxa de congestionamento
i5 Índice de agilidade no julgamento
i6 Índice de atendimento à demanda
i7 Índice de julgamento de processos antigos
i8 Índice de tempo médio de tramitação dos processos de cassação de mandato eletivo
i9 Prestação de contas julgadas no período
i10 Número de ações de promoção de valores éticos
i11 Índice de satisfação dos clientes
i12 Índice de eleitores com cadastro biométrico
i13 Índice de processos organizacionais no nível 3 de maturidade
i14 Índice de satisfação do público interno com as informações institucionais disponibilizadas
i15 Índice de adequação das instalações físicas às normas de acessibilidade
i16 Número de pessoas atingidas por ações sociais
i17 Número de ações socioambientais
i18 Índice de implementação de qualidade de vida no trabalho
i19 Índice de satisfação e motivação do servidor
i20 Índice de governança em Gestão de Pessoas
i21 Índice de alinhamento das unidades à estratégia organizacional
i22 Número de ações de gestão de riscos
i23 Índice de adequação ao Plano Anual de Contratações (PLANCONT)
i24 Índice de satisfação com a qualidade das contratações
i25 Aderência da execução ao planejamento orçamentário
i26 Índice de racionalização do gasto público
i27 Evolução do índice de governança de TIC do TRE-BA
i28 Número de normas de segurança da informação implementadas
i29 Índice de cumprimento das metas do PETI

Ficha detalhada do indicador estratégico


Noções de Gestão Pública

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Lista dos projetos estratégicos

Nº Projeto
p1 Melhores Práticas
p2 Capacitação Bienal dos Gestores
p3 Avaliação das Contratações
p4 Desdobramento da Estratégia
p5 Política de Gestão de Riscos
p6 PQVT
p7 Governança em Gestão de Pessoas
p8 Gestão por Competência
p9 Meritocracia
p10 Dimensionamento da Força de Trabalho
p11 Governança de TIC
p12 Acerte na Demanda
p13 Gestão de TIC
p14 MELHORACESSIBILIDADE
p15 Agenda Ambiental
p16 Política de Controle de Estoque
p17 Sistema de Custos
p18 Sistema GastCred
p19 PLANOP
p20 Política Integrada de Comunicação
p21 Nova Intranet
Noções de Gestão Pública

p22 Servidor 2.0


p23 Arquitetura de Processos
p24 Evolução da Maturidade dos Processos
p25 Biometria na Bahia
p26 Boas Vindas aos Magistrados
p27 Justiça em Dia - Dois Graus Abaixo de Zero
p28 Busca JUS
p29 Ética no TRE-BA
p30 TRE-BA em Rede
p31 Fala, Cidadão!

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FICHA DETALHADA DO PROJETO ESTRATÉGICO

p1. MELHORES PRÁTICAS

Breve descrição
Criação do banco virtual de boas práticas com a finalidade de institucionalizar, disseminar e catalogar sistematicamente
boas práticas no âmbito da Poder Judiciário Nacional, promovendo o compartilhamento e socialização do capital intelectual
dos servidores do TRE-BA, estimulando a melhoria contínua dos processos de gestão e, consequentemente, dos serviços
prestados, a fim de expandir o conhecimento e a troca de experiência entre os servidores e assim melhorar continuamente
a qualidade dos serviços prestados à sociedade.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demandas estratégicas Entregas do projeto


Banco de dados e rotina para identificação,
d1. Boas práticas de gestão identifica-
catalogação e compartilhamento de boas
Assegurar a adoção de boas práti- das, catalogadas e compartilhadas práticas de gestão
cas de gestão
d2. Adoção de práticas de gestão ino- Implantação de projetos inovadores
vadoras Incentivo à adoção de práticas inovadoras
Promover a melhoria da Governan- Sistema de premiação por projetos inova-
d14. Recompensas e premiações ativas
ça e Gestão de Pessoas dores

Cliente
Todos os servidores e magistrados do TRE-BA.

p2. CAPACITAÇÃO BIENAL DOS GESTORES

Breve descrição
Eventos de capacitação continuada (fóruns e workshops) de gestores e servidores acerca das tecnologias de gestão utili-
zadas para atender às demandas estabelecidas no planejamento estratégico do TRE-BA, a exemplo de gestão da estratégia,
de desdobramento da estratégia, de projetos, de processos e de riscos.
Há necessidade de capacitação contínua dos gestores a fim de que estes multipliquem o aprendizado e contribuam para
o nivelamento do conhecimento dos servidores nas ferramentas de gestão estratégica atualmente utilizadas pelo Poder
Judiciário, com fito de serem aplicadas no âmbito do TRE-BA.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demanda estratégica Entrega do projeto


Assegurar a adoção de boas práticas
d2. Adoção de práticas de gestão inovadoras Boas práticas disseminadas
de gestão

Cliente
Todos os servidores do TRE-BA.

p3. AVALIAÇÃO DAS CONTRATAÇÕES

Breve descrição
Pesquisa a ser realizada com todos os servidores do TRE-BA, no intuito de institucionalizar uma rotina de avaliação da
qualidade das contratações por parte do gestor e fiscal de contrato, com o objetivo de otimizar o gasto público no TRE-BA.

Alinhamento estratégico

Objetivos estratégicos Demanda estratégica Entrega do projeto


d25. Avaliação da qualidade das Rotinas de avaliação das contratações
Noções de Gestão Pública

Aperfeiçoar o gasto público


contratações institucionalizadas

Cliente
Todos os servidores do TRE-BA.

p4. DESDOBRAMENTO DA ESTRATÉGIA

Breve descrição
Projeto para desdobramento da estratégia nas Secretarias, Coordenadorias e Zonas Eleitorais do TRE-BA, com o objetivo
de levantar informações que possam subsidiar proposições de objetivos e iniciativas departamentais que contribuam com
os objetivos estratégicos institucionais, provendo o alinhamento de todos os setores da organização.

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Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demandas estratégicas Entrega do projeto


Assegurar a adoção de boas práticas d3. Contribuição das unidades à estraté- Painéis de contribuição das Secretarias,
de gestão gia mapeadas e monitoradas Coordenadorias e Zonas Eleitorais

Cliente
Secretarias, Coordenadorias, Zonas Eleitorais e alta administração do Tribunal.

p5. POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCOS

Breve descrição
Criação de um documento formal que estabeleça diretrizes, processos, ferramentas e padrões para institucionalizar a
gestão de riscos.

Alinhamento estratégico

Objetivos estratégicos Demanda estratégica Entrega do projeto


Política, diretrizes, processos,ferramentas
Assegurar a adoção de boas práticas d4. Práticas de Gestão de Riscos insti- e padrões para orientar a internalização
de gestão tucionalizadas da gestão de riscos em todos os processos
e unidades.

Cliente
Secretarias, Coordenadorias e Zonas Eleitorais e alta administração do Tribunal.

p6. PQVT

Breve descrição
Projeto para implementação do Programa de qualidade de vida no trabalho (PQVT) que visa assegurar condições adequa-
das de trabalho, desenvolver e manter a saúde e o bem-estar biopsicossocial do servidor e de seus dependentes, buscando
promover a melhoria da qualidade de vida no órgão. Contempla projetos e ações considerando as seguintes diretrizes:
• Reconhecimento e crescimento profissional;
• Organização do trabalho humanizada;
• Condições ergonômicas de trabalho;
• Aprimoramento das relações socioprofissionais;
• Promoção de saúde;
• Interação social.

A adoção de ações preventivas de qualidade de vida no trabalho será fator determinante da motivação e disposição
para o trabalho, do alívio do estresse diário e de uma maior integração entre os servidores. Também contribuirá para a
melhoria do clima organizacional, a conscientização sobre a necessidade de adoção de novos hábitos, sobretudo daqueles
atinentes à cultural organizacional.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demandas estratégicas Entregas do projeto


d9. Organização do trabalhohuma- Ações do PQVT para humanização daorganização
nizado do trabalho
d8. Instalações físicasadequadas e
Ações do PQVT para adequação das instalações
seguras em todas as unidades
d7. Condições ergonômicas de tra- Ações do PQVT para avaliação daergometria dos
Proporcionar um ambiente balho postos de trabalho,prevenção LER/DORT e melhoria
Noções de Gestão Pública

de trabalho saudável e se-


guro Ações do PQVT para promover aintegração, moti-
d6. Aprimoramento das relações so-
vação e cooperação entre os servidores, tais como
cioprofissionais
coral institucional, e outras
Ações do PQVT para monitoramento epromoção da
d5. Saúde do servidor monitorada e saúde, tais como: ginastica laboral, eventos para fo-
melhorada mentar hábitos alimentares saudáveis, prevenção
de doenças, etc.

Cliente
Todas as unidades do TRE-BA.

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p7. GOVERNANÇA EM GESTÃO DE PESSOAS

Breve descrição
Conjunto de mecanismos de avaliação, direcionamento e monitoramento da Gestão de Pessoas, a fim de assegurar que
o capital humano agregue valor ao negócio da organização.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demandas estratégicas Entregas do projeto


d10. Política de Gestão de Pessoas ins- Política de Gestão de Pessoas institu-
titucionalizada cionalizada
Plano de intervenções para evolução da
Promover a melhoria da Governança d12. Evolução nas práticas de governan- maturidade da governança em Gestão
em Gestão de Pessoas ça em Gestão de Pessoas de Pessoas desenvolvido e implemen-
tado
Programa de recompensas e premia-
d14. Recompensas e premiações ativas
ções

Cliente
Todas as unidades administrativas e judiciárias do TRE-BA.

p8. GESTÃO POR COMPETÊNCIA

Breve descrição
Implantar a gestão por competência no âmbito do TRE-BA e Zonas Eleitorais por meio do mapeamento das competências
necessárias e requeridas para cada cargo e unidade, avaliação de desempenho individual de gestores e servidores, iden-
tificação de lacunas e da promoção de um plano de desenvolvimento de competências que alinhe o perfil do servidor às
necessidades inerentes ao cargo e à unidade de lotação. Redesenhar todos os processos de gestão de pessoas para alinhar
ao modelo de gestão por competência adotado.
A implantação da gestão por competência, tendência nos órgãos públicos conforme Decreto Presidencial nº 5.707/2006,
contribuirá para a construção de um diferencial qualitativo para a organização e possibilitará uma profissionalização e
objetivação da gestão de pessoas. Auxiliará, ainda, na estruturação de uma visão mais realista do potencial de cada servi-
dor, melhorando o desempenho das equipes e a qualidade das relações, adequando o quadro funcional às necessidades
institucionais.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demandas estratégicas Entregas do projeto


Promover a melhoria da Governança d11. Competências do corpo funcional Modelo de gestão por competência
e Gestão de Pessoas continuamente gerenciadas implementado
d13. Processos de Gestão de Pessoas Processos de Gestão de Pessoas rede-
modernizados senhados, tendo como referência o mo-
delo de gestão por competência

Cliente
Todas as unidades administrativas e judiciárias do TRE-BA.

p9. MERITOCRACIA

Breve descrição
Conjunto de critérios e ações destinados à seleção de servidores para o desempenho de cargos e funções de natureza
gerencial.
Estabelecimento da cultura da meritocracia no TRE-BA, objetivando:
Noções de Gestão Pública

• melhorar a eficiência e a eficácia dos serviços prestados;


• compatibilizar as competências profissionais ao exercício das atribuições dos cargos e das funções;
• reconhecimento e valorização de servidores; e
• promoção da melhoria do clima organizacional.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demanda estratégica Entregas do projeto


Promover a melhoria da Governança d15. Promoções baseadas no mé- Oportunidade de crescimento igualitária
e Gestão de Pessoas rito Critérios objetivos para promoção

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Cliente
Todos os servidores do TRE-BA.

p10. DIMENSIONAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO

Breve descrição
Trata-se da definição do perfil dos servidores de cada área de atuação do TRE-BA, sua distribuição, movimentação e
monitoramento, visando à identificação dos postos de trabalho, das competências e habilidades necessárias ao desempenho
das funções de cada unidade.
Acolhimento de recomendações do TCU e necessidade interna do Tribunal, que precisa otimizar a alocação de pessoal,
uma vez que o quantitativo não é suficiente para a demanda de serviços.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demanda estratégica Entregas do projeto


Competências e habilidades requeridas
por postos de trabalho
Promover a melhoria da Governança e d17. Força de trabalho estrategicamen- Conhecimento do quantitativo e perfil
Gestão de Pessoas te distribuída ideal para cada setor do Tribunal
Critérios técnicos e objetivos para lota-
ções e capacitação da força de trabalho
Cliente
Todas as unidades administrativas e judiciárias do TRE-BA.

p11. GOVERNANÇA DE TIC

Breve descrição
Implementar ações recomendadas pela consultoria de TIC, contratada pelo TRE-BA, relativas aos processos de Gover-
nança de TIC. A implementação dos processos de governança de TIC possibilitará um salto no índice de Governança de TI
(iGovTI) do TRE-BA.

Alinhamento estratégico

Objetivos estratégicos Demandas estratégicas Entrega do projeto


d18. Evolução na adoção de práticas de
Aperfeiçoar a Governança de TIC
governança de TIC Processos de Governança de TIC im-
plementados
Promover a melhoria dos serviços d19. Prioridades de desenvolvimento de
de TIC sistemas definidas
Cliente
TRE-BA, CNJ e TCU.

p12. ACERTE NA DEMANDA

Breve descrição
Estabelecer procedimentos, ferramentas e fluxo, relacionados ao processo de atendimento de demanda de sistemas,
desde a solicitação, aprovação, priorização, definição da forma de atendimento, acompanhamento pelo demandante do
provimento até a entrega, otimizando os recursos envolvidos no provimento de sistemas e melhorando os serviços de TIC.
A forma de atendimento pode ser por desenvolvimento interno, por adaptação ou implantação de sistemas de terceiros,
software de prateleira, etc.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demanda estratégica Entrega do projeto


Noções de Gestão Pública

d20. Demandas de sistemas com escopo,


Promover a melhoria dos serviços Processo de atendimento de demandas
fluxo de processos e requisitos básicos
de TIC de sistemas implantados
iniciais
Cliente
Todas as unidades administrativas e judiciárias do TRE-BA.

p13. GESTÃO DE TIC

Breve descrição
Implementar as ações recomendadas pela consultoria de TIC contratada pelo TRE-BA e já em andamento, relativas aos
processos de Gestão de TIC. A melhoria dos processos de Gestão de TIC vai resultar na melhoria dos serviços prestados.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demanda estratégica Entrega do projeto


Promover a melhoria dos serviços d21. Processos internos de TIC otimiza- Processos internos revisados incorpo-
de TIC dos rando as ações de melhoria identificadas

Cliente
TRE-BA, TSE, CNJ e TCU.

p14. MELHORACESSIBILIDADE

Breve descrição
Promover a melhoria na acessibilidade para os eleitores, advogados e servidores em todos os imóveis onde o TRE-BA atua.

Alinhamento estratégico

Objetivos estratégicos Demanda estratégica Entregas do projeto


Construção de passarelas
Troca de elevador na área das Zonas Eleitorais
Fomentar ações de responsa- Rampas de acesso
bilidade social e práticas am- d22. Acessibilidade Aumento da largura das portas
bientais sustentáveis Construção de fóruns próprios e locação de imóveis no
interior que já atendam critérios específicos de aces-
sibilidade

Cliente
Público interno e externo do TRE-BA (eleitores, partes, advogados e servidores).

p15. AGENDA AMBIENTAL

Breve descrição
O TRE-BA carece de uma ação integrada para implantação e sedimentação de boas práticas ambientais. A conscienti-
zação acerca da necessidade de redução do impacto ambiental negativo decorrente das atividades regulares do Tribunal
contribuirá para a incorporação de hábitos e práticas sustentáveis ao cotidiano do órgão, resultando na melhoria de sua
relação com o meio ambiente e na economia de recursos naturais e financeiros.

Alinhamento estratégico

Objetivos estratégicos Demandas estratégicas Entregas do projeto


Disseminação de boas práticas socioam-
Fomentar ações de responsabilidade
d23. Práticas ambientais sedimen- bientais
social e práticas ambientais sustentá-
tadas Redução do consumo e economia finan-
veis
ceira
Aperfeiçoar a qualidade do gasto pú- d27. Padrões de compra, consumo e Redução do consumo e economia finan-
blico gestão documental sustentáveis ceira

Cliente
Sociedade e todas as unidades administrativas e judiciárias do TRE-BA.

p16. POLÍTICA DE CONTROLE DE ESTOQUE

Breve descrição
Aperfeiçoar a gestão de compras, criando políticas adequadas de controle de estoque para:
Noções de Gestão Pública

• evitar desvios, perdas de validade de prazo e roubo;


• conhecer as necessidades de reposição;
• identificar os itens que estão encalhados;
• informar o que, quanto e quando comprar;
• facilitar o levantamento dos custos.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demanda estratégica Entrega do projeto


Aperfeiçoar a qualidade do gasto d26. Compras de materiais de consumo racio- Política de controle de estoque
público nalizadas definida

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Cliente
Todas as unidades administrativas e judiciárias do TRE-BA.

p17. SISTEMA DE CUSTOS

Breve descrição
Definição dos centros de custos do TRE-BA para utilizar o Sistema de Custos em desenvolvimento pelo TSE e que será
disponibilizado a todos os TREs para atender a necessidade de acompanhamento e controle efetivo dos gastos na tomada
de decisão.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demanda estratégica Entregas do projeto


Centro de custos definidos
Aperfeiçoar a qualidade do gasto
d28. Custos gerenciados Sistemática de Gestão de Custos institucio-
público
nalizada
Cliente
Todas as unidades administrativas e judiciárias do TRE-BA.

p18. SISTEMA GASTCRED

Breve descrição
Elaborar sistema visando ao acompanhamento dos créditos recebidos e sua movimentação, bem como a programação e
execução das despesas no exercício para otimizar controle de recebimento, movimentação de crédito e execução da despesa
programada, por meio da informatização do acompanhamento.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demanda estratégica Entrega do projeto


d29. Controle de recebimento, mo- Sistema de acompanhamento da programa-
Aperfeiçoar a qualidade do gasto
vimentação de crédito e execução ção de gastos e disponibilidade de crédito
público
da despesa programada implementado
Cliente
Todas as unidades administrativas e judiciárias do TRE-BA.

p19. PLANOP

Breve descrição
Elaborar modelo de plano operacional (PLANOP) alinhado às diretrizes anuais, de forma a estruturar as necessidades
de aquisições para o funcionamento de cada unidade do TRE-BA, com o objetivo de promover a melhoria e a otimização
do gasto público.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demanda estratégica Entrega do projeto


d30. Plano operacional em conformidade
Aperfeiçoar a qualidade do gasto Modelo de plano operacional estabe-
com as diretrizes e refletido no plano orça-
público lecido
mentário
Cliente
Todas as unidades administrativas e judiciárias do TRE-BA.

p20. POLÍTICA INTEGRADA DE COMUNICAÇÃO

Breve descrição
Noções de Gestão Pública

Criar um documento formal que estabeleça diretrizes, processos, ferramentas e padrões de integração da comunicação
externa e interna para direcionar ações efetivas de informações institucionais e comunicação administrativa, respectivamente.

Alinhamento estratégico

Objetivos estratégicos Demandas estratégicas Entrega do projeto


Consolidar a boa imagem do TRE-BA d60. Diretrizes, processos, ferramentas e padrões
junto à sociedade de comunicação externa estabelecidos Documento formalizado e ins-
titucionalizado da Política inte-
Assegurar a efetividade da comuni- d31. Diretrizes, processos, ferramentas e padrões grada de comunicação
cação interna de comunicação interna estabelecidos

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Cliente
Sociedade e todos os servidores e magistrados do TRE-BA.

p21. NOVA INTRANET

Breve descrição
Disponibilizar uma nova ferramenta de comunicação interna que funcione como um ambiente virtual de colaboração e
integração entre as pessoas, onde a busca e o compartilhamento de informações e serviços estarão acessíveis de maneira
rápida, atualizada e segura.
A nova intranet será uma plataforma colaborativa de trabalho que proporcionará maior agilidade, precisão e segurança
no acesso, na busca e no compartilhamento das informações dentro da organização, além de facilitar a comunicação entre
seus integrantes. A implantação dessa ferramenta proporcionará constante aperfeiçoamento dos fluxos de trabalho, ao
integrar os sistemas informatizados já utilizados dentro do TRE-BA para agilizar os trâmites e racionalizar os procedimentos.
Ademais, o aprimoramento das relações interpessoais propiciada pela nova intranet, ao fomentar a integração e troca de
experiências entre os colaboradores, produzirá importantes ganhos na qualidade do clima organizacional.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demandas estratégicas Entregas do projeto


d32. Informações estruturadas e acessíveisPortal interativo com funcio-
nalidades sociais com foco na
d33. Canais de comunicação ágeis e efetivos relação
Assegurar a efetividade da comuni-
cação interna d36. Informações institucionais e administrati- Rotinas para disponibilização
vas disponibilizadas de forma abrangente, clara de informações institucionais
e tempestiva para o público interno e administrativas estabelecidas

Cliente
Todos os servidores e magistrados do TRE-BA.

p22. SERVIDOR 2.0

Breve descrição
Criar uma campanha de conscientização do papel do servidor para a efetividade da comunicação interna com o objetivo
de estimulá-lo a constituir uma rotina pela busca de informações atualizadas que podem gerar impacto positivo ou negativo
nas atividades da sua unidade, bem como internalizar a necessidade de informar sobre as atividades que possam impactar
as demais unidades, gerando um fluxo efetivo de busca e disponibilização das informações.
A deficiência na comunicação interna do Tribunal foi apontada como o maior desafio para o alcance da visão do Tribunal
para 2021, em dezembro de 2014, no I Fórum Planejamento, Estratégia e Gestão do TRE-BA. A ausência de uma cultura
institucionalizada de comunicação interna não estimula nem conscientiza os servidores da importância da busca constante
de informações de cunho administrativo e da necessidade de noticiar às demais unidades informações relevantes que
podem impactar nas atividades do Tribunal.
A comunicação interna tem por objetivo tornar influente, informado e integrado todos os seus colaboradores, buscando
a clareza e objetividade da informação, assim como possibilitar aos servidores da instituição o conhecimento das transfor-
mações ocorridas no ambiente de trabalho. Diante disso, para atingir a eficácia organizacional, faz-se necessário entender
a importância da comunicação interna como um instrumento da comunicação estratégica (Cahen, 2005).

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demandas estratégicas Entregas do projeto


d35. Servidor conscientizado do seu papel para
Campanha de conscientização
a efetividade da comunicação interna
Assegurar a efetividade da comuni-
cação interna Campanha para divulgação dos
d34. Serviços de cada área divulgados de forma
serviços de cada área “Conheça
atrativa
o que faço”
Noções de Gestão Pública

Cliente
Todos os servidores do TRE-BA.

p23. ARQUITETURA DE PROCESSOS

Breve descrição
Visa redefinir e detalhar a arquitetura de processos do TRE-BA com o objetivo de realinhar a Arquitetura de Processos
à nova composição da Cadeia de Valor, contemplando todas as atribuições regimentais.
Apesar de ter sido mantida a classificação dos Macroprocessos em Finalísticos, de Governança e de Apoio, a relação de interde-
pendência entre eles foi totalmente redefinida, conforme relacionado a seguir:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• Através do mecanismo “Mapa de Relacionamento” – que explicitou as interações entre os processos, mostrando
as “entradas” e “saídas” que estão conectadas às áreas internas e externas à organização, delimitando a fronteira
de atuação do TRE, identificando os produtos e serviços finais gerados e os clientes atuais e potenciais, tais como a
sociedade, eleitores, partidos políticos, candidatos e a imprensa;
• Através da divisão em blocos denominados “Bolsas de Atribuições” - que distribuiu todas as atribuições regimentais,
alocando-as nos respectivos macroprocessos, garantindo que tudo que a organização faz esteja devidamente con-
templado e alinhado aos macroprocessos.

Com essa distribuição, que proporcionou aos servidores, gestores e magistrados, a visualização de sua participação na
formação do valor que é entregue no produto final ao cliente, delineou- se a nomenclatura de novos macroprocessos, bem
como a junção de outros, mais condizentes com a realidade do órgão, necessitando, portanto construir, de forma partici-
pativa, uma nova caracterização dos processos que acompanham cada macroprocesso, o que possibilitará o mapeamento
e melhoramento dos processos críticos.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demandas estratégicas Entregas do projeto


Arquitetura de processos redefinida em dois
d38. Processos de trabalho identifi- níveis (1º e 2º níveis)
Melhorar o desempenho dos cados e caracterizados Mapa de contexto para os processos de segun-
processos organizacionais do nível
d37. Metodologia de gestão por pro- Gestores compreendendo a arquitetura de
cessos institucionalizada processos
Cliente
Todas as unidades administrativas e judiciárias do TRE-BA.

p24. EVOLUÇÃO DA MATURIDADE DOS PROCESSOS

Breve descrição
Diante da necessidade de conhecer a situação atual do desempenho dos processos e assim poder priorizá-los, este projeto
visa coletar informações a respeito dos processos, de modo a diagnosticar o nível de criticidade de cada um e a partir daí
definir a ordem de priorização para a intervenção, além de identificar o tipo de intervenção a ser requerido (mapeamento,
diagnóstico, transformação, melhoria contínua, etc.).

Alinhamento estratégico

Objetivos estratégicos Demandas estratégicas Entregas do projeto


Diagnóstico do grau de maturidade e relevância
estratégica dos processos
d39. Trajetória de evolução da matu-
Prioridades definidas
ridade dos processos planejada
Melhorar o desempenho dos Plano de intervenções para evolução da matu-
processos organizacionais ridade dosprocessos estabelecido
Processos críticos mapeados, analisados, rede-
d40. Processos críticos transforma-
senhados e com melhorias identificadas imple-
dos
mentadas
Técnicas e formas de trabalho eficientes e se-
d8. Condições ergonômicas de tra- guras aplicadas
Proporcionar um ambiente de balho
trabalho saudável e seguro Produtividade otimizada
d10. Organização do trabalho huma-
Bem-estar proporcionado
nizado
Aumentar a celeridade e produti- d49. Processo de prestação jurisdi- Rotina de melhoria contínua dos processos ju-
vidade na prestação jurisdicional cional continuamente melhorado diciais institucionalizada
Noções de Gestão Pública

Contribuir para o combate à


d53. Processos de prestação de con- Rotina de melhoria contínua dos processos de
corrupção e a improbidade ad-
tas, continuamente melhorados prestação de contas institucionalizada
ministrativa
Cliente
Todas as unidades administrativas e judiciárias do TRE-BA.

p25. BIOMETRIA NA BAHIA

Breve descrição
Planejar a revisão biométrica extraordinária em todo o Estado da Bahia, estabelecendo rotinas para melhoria da quali-
dade da coleta e planos de ação para determinar o período e as zonas a serem recadastradas progressivamente.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Identificar, ainda, a necessidade de força de trabalho temporária para viabilizar o atendimento às demandas da biometria
ordinária e extraordinária do eleitorado baiano, a fim de atender às metas estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demandas estratégicas Entregas do projeto


d41.Qualidade dos dados biométricos Rotinas para garantia da qualidade da
coletados coleta
Plano integrado para a realização da
Fortalecer a segurança do processo
biometria extraordinária em todo o Es-
eleitoral d42. Eleitores recadastrados biometrica- tado da Bahia
mente em larga escala.
Contratação de mão-de-obra adequada
qualitativa e quantitativamente

Cliente
Zonas Eleitorais e eleitores do Estado da Bahia.

p26. BOAS VINDAS AOS MAGISTRADOS

Breve descrição
Criar programa de ambientação e de aperfeiçoamento e qualificação dos magistrados do 1º e 2º graus, na modalidade
a distância (EAD), notadamente em matéria eleitoral e na padronização de procedimentos e rotinas administrativas, pro-
porcionando um ambiente de trabalho satisfatório e aprimorando a prestação jurisdicional para a sociedade baiana.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demandas estratégicas Entregas do projeto


d44. Magistrados continuamente ca- Programa de capacitação contínua de
Aumentar a celeridade e produtivi- pacitados magistrados do 1º e 2º graus
dade na prestação jurisdicional d45. Rotina de ambientação de novos Programa de ambientação de novos
magistrados estabelecida magistrados do 1º e 2º graus

Cliente
Magistrados do 1º e 2º graus.

p27. JUSTIÇA EM DIA - DOIS GRAUS ABAIXO DE ZERO

Breve descrição
Estabelecer parâmetros objetivos para analisar a carga de trabalho nos 1º e 2º graus de jurisdição, bem como identifi-
car as necessidades de alocação temporária e priorizar o deslocamento de magistrados e servidores, em grupo, de forma
regionalizada, com metas previamente definidas para atendimento de demandas reprimidas.
Atender, no que couber, às diretrizes estabelecidas na Resolução CNJ nº 194/2014, quais sejam:
1. Instituir Comitê Gestor Regional para a gestão e implementação da Política Nacional de Atenção Prioritária ao Primeiro
Grau de Jurisdição;
2. Elaborar Plano de Ação (Comitê Gestor Regional) contemplando as seguintes linhas de ação:
• alinhamento ao plano estratégico do TRE-BA;
• distribuição equitativa da força de trabalho;
• adequação orçamentária;
• infraestrutura e tecnologia;
• demais ações que permitam a implementação da política nacional de atenção prioritária ao primeiro grau de jurisdição.

Alinhamento estratégico

Objetivos estratégicos Demandas estratégicas Entregas do projeto


Noções de Gestão Pública

Parâmetros objetivos para analisar a carga


d46. Sobrecarga de processos judi- de processos judiciais nos 1º e 2º graus
Aumentar a celeridade e produtivida-
ciais nas zonas eleitoras identificada
de na prestação jurisdicional Processos julgados por meio de força de
e equacionada
trabalho temporária
Parâmetros objetivos para analisar a carga
d52. Sobrecarga de processos de de processos de prestação de contas nos
Contribuir para o combate à corrup-
prestação de contas identificada e 1º e 2º graus
ção e a improbidade administrativa
equacionada Prestação de contas julgadas por meio de
força de trabalho temporária

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Cliente
Sociedade e unidades dos 1º e 2º graus de jurisdição do TRE-BA.

p28. BUSCA JUS

Breve descrição
Criar uma ferramenta de busca de julgados do Tribunal rápida, fácil e acessível ao repertório jurisprudencial. O acesso a
essa ferramenta de busca vai ajudar no aumento da celeridade, pois vai permitir a busca por julgados em caso de situações
semelhantes, servindo como fonte de pesquisa rápida e segura.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demanda estratégica Entregas do projeto


Sistema de busca com funcionalidades
que atendam aos requisitos de celeri-
dade, facilidade de acesso
Aumentar a celeridade e produtivida- d48. Jurisprudência catalogada e aces-
Rotina de consulta e atualização esta-
de na prestação jurisdicional sível
belecida
Força de trabalho capacitada na rotina
e no uso do sistema

Cliente
Magistrados, Ministério Público, advogados e sociedade.

p29. ÉTICA NO TRE-BA

Breve descrição
Formular, aprovar e operacionalizar rotina de disseminação contínua e monitoramento do cumprimento do código de ética.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demanda estratégica Entregas do projeto


Rotina de disseminação do código de
ética estabelecida
Contribuir para o combate à corrupção d50. Condutas orientadas por um có-
e a improbidade administrativa digo de ética institucional Rotina de monitoramento do cumpri-
mento do código de ética estabelecida

Cliente
Todos os servidores e magistrados do TRE-BA.

p30. TRE-BA EM REDE

Breve descrição
Visa estruturar o gerenciamento integrado da rede de prestação de serviços eleitorais do TRE- BA, considerando todos
os canais: telefônico, virtual e presencial (Zonas Eleitorais, SACs, NAJ, Postos de Atendimento ao Eleitor, Protocolos e Justiça
Itinerante), com o objetivo de otimizar a utilização dos recursos e melhorar a qualidade do atendimento nas dimensões de
acesso à Justiça, celeridade e eficácia da solução.
O projeto contempla o mapeamento dos pontos da rede, da distribuição do eleitorado e das variáveis necessárias à
produção de estatísticas de desempenho e de satisfação dos clientes. “TRE-BA em Rede” contempla, ainda, a identificação
das funcionalidades requeridas e desenvolvimento de sistemas para suporte integrado do início ao fim do processo de
atendimento nos diversos canais.

Alinhamento estratégico
Noções de Gestão Pública

Objetivo estratégico Demandas estratégicas Entregas do projeto


d58. Capilaridade da prestação de serviços
eleitorais Modelo de Gestão integrada da rede de
prestação de serviços eleitoraiscom res-
d57. Rede da prestação de serviços eleitorais pectivos processos eprocedimentos
otimizada
Prestar atendimento de exce-
d54. Rastreabilidade dos processos de atendi-
lência ao público Sistemas para suporte aos processos de
mento e prestação de serviços eleitorais
prestação de serviços eleitorais e geração
d55. Estatísticas de serviços prestados dispo- de estatísticas
nibilizadas
d56. Monitoramento da satisfação dos clientes Pesquisa de satisfação aprimorada

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Cliente
Público externo do TRE-BA (eleitores, partes, advogados).

p31. FALA, CIDADÃO!

Breve descrição
Fortalecer a infraestrutura da Ouvidoria Regional Eleitoral, de forma a atender às crescentes demandas da sociedade,
uma vez que a unidade é o canal de comunicação destinado ao recebimento de reclamações, denúncias, dúvidas, sugestões
e elogios, relacionados a trâmites administrativos e procedimentos judiciais.

Alinhamento estratégico

Objetivo estratégico Demanda estratégica Entregas do projeto


Espaço físico apropriado e reservado para atendi-
mento presencial e telefônico
Prestar atendimento de excelên- d59. Canais eficazes de diálogo
cia ao público com a Justiça Eleitoral Sistemas para suporte às atividades de ouvidoria e
geração de estatísticas de reclamações, denúncias,
dúvidas, sugestões e elogios

Cliente
Sociedade.

Anexo 3 - Objetivos Estratégicos X Macroprocessos


Especifica a capacidade do processo para atender aos objetivos estratégicos

Anexo 4 - Objetivos Estratégicos X Demandas Estratégicas


Especifica quais demandas estratégicas deverão ser atendidas para o alcance dos objetivos estratégicos

Objetivos estratégicos Demandas Estratégicas


Noções de Gestão Pública

do TRE-BA
Consolidar a boa imagem do d61. Informações institucionais disponibilizadas de forma abrangente, clara e tempestiva
TRE-BA junto à sociedade para a sociedade
d60. Diretrizes, processos, ferramentas e padrões de comunicação externa estabelecidos
Prestar atendimento de exce- d59. Canais eficazes de diálogo com a Justiça Eleitoral
lência ao público d58. Capilaridade da prestação de serviços eleitorais
d57. Rede de prestação de serviços otimizada
d56. Monitoramento da satisfação dos clientes
d55. Estatísticas de serviços prestados disponibilizadas
d54. Rastreabilidade dos processos de atendimento e prestação de serviços eleitorais

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Contribuir para o combate à d53. Processos de prestação de contas continuamente melhorados
corrupção e a improbidade ad- d52. Sobrecarga de processos de prestação de contas identificada e equacionada
ministrativa d51. Mecanismos de controles internos continuamente aperfeiçoados
d50. Condutas orientadas por um código de ética institucional
Aumentar a celeridade e a pro- d49. Processo de prestação jurisdicional continuamente melhorado
dutividade na prestação juris- d48. Jurisprudência catalogada e acessível
dicional d47. Priorização do 1º grau
d46. Sobrecarga de processos judiciais nas zonas eleitorais identificada e equacionada
d45. Rotina de ambientação de novos magistrados estabelecida
d44. Magistrados continuamente capacitados
d43. Processos judiciais informatizados
Fortalecer a segurança do pro- d42. Eleitores recadastrados biometricamente em larga escala
cesso eleitoral d41. Qualidade dos dados biométricos coletados
Melhorar o desempenho dos d40. Processos críticos transformados
processos organizacionais d39. Trajetória de evolução da maturidade dos processos planejada
d38. Processos de trabalhos identificados e caracterizados
d37. Metodologia de Gestão de Processos institucionalizada

Objetivos Estratégicos X Demandas Estratégicas


Especifica quais demandas estratégicas deverão ser atendidas para o alcance dos objetivos estratégicos

Objetivos estratégicos Demandas Estratégicas


do TRE-BA
Assegurar a efetividade da co- d36. Informações institucionais e administrativas disponibilizadas de forma abrangente,
municação interna clara e tempestiva para o público interno
d35. Servidor conscientizado do seu papel na efetividade da comunicação interna
d34. Serviços de cada área divulgados de forma atrativa
d33. Canais de comunicação ágeis e efetivos
d32. Informações estruturadas e acessíveis
d31. Diretrizes, processos, ferramentas e padrões de comunicação interna estabelecidos
Aperfeiçoar a qualidade do gas- d30. Plano operacional em conformidade com as diretrizes e refletido no plano orçamentário
to público d29. Controle de recebimento, movimentação de crédito e execução da despesa programada
d28. Custos gerenciados
d27. Padrões de compra, consumo e gestão documental sustentáveis
d26. Compras de materiais de consumo racionalizadas
d25. Avaliação da qualidade das contratações
Fomentar ações de responsabi- d24. Ações de conscientização para cidadania ampliadas
lidade social e práticas ambien- d23. Práticas ambientais sedimentadas
tais sustentáveis d22. Acessibilidade
Promover a melhoria dos ser- d21. Processos internos de TIC otimizados
viços de TIC
d20. Demandas de sistemas com escopo, fluxo de processos e requisitos básicos iniciais
d19. Prioridades de desenvolvimento de sistemas definidas
Aperfeiçoar a governança de d18. Evolução na adoção de práticas de governança de TIC
TIC

Objetivos estratégicos do TRE- Demandas Estratégicas


-BA
Noções de Gestão Pública

Promover a melhoria da Gover- d17. Força de trabalho estrategicamente distribuída


nança em Gestão de Pessoas
d16. Informações da força de trabalho atualizadas e disponibilizadas
d15. Promoções baseadas no mérito
d14. Recompensas e premiações ativas
d13. Processos de Gestão de Pessoas modernizados
d12. Evolução nas práticas de governança em Gestão de Pessoas
d11. Competências do corpo funcional continuamente gerenciadas
d10. Política de Gestão de Pessoas institucionalizada

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Este eBook foi adquirido por IURI OLIVEIRA - CPF: 950.519.965-15.


A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Proporcionar um ambiente de d9. Organização do trabalho humanizado
trabalho saudável e seguro
d8. Instalações físicas adequadas e seguras em todas as unidades
d7. Condições ergonômicas de trabalho
d6. Aprimoramento das relações socioprofissionais
d5. Saúde do servidor monitorada e melhorada
Assegurar a adoção de boas d4. Práticas de Gestão de Riscos institucionalizadas
práticas de gestão
d3. Contribuição das unidades à estratégia mapeadas e monitoradas
d2. Adoção de práticas de gestão inovadoras
d1. Boas práticas de gestão identificadas, catalogadas e compartilhadas

Anderson Lopes Para Johansson et al. (1995), processo é o conjunto de


atividades ligadas que tomam um insumo (entradas) e o
transformam para criar um resultado (saídas). Teoricamente,
GESTÃO DE PROCESSOS a transformação que nele ocorre deve adicionar valor e criar
um resultado que seja mais útil e eficaz ao recebedor acima
Conceitos Básicos ou abaixo da cadeia produtiva.
Rummler e Brache (1994) afirmam ser uma série de eta-
Um Processo de Negócio é uma atividade, ou um con- pas criadas para produzir um produto ou serviço, incluindo
junto de atividades, realizada em uma empresa para criar várias funções e abrangendo o “espaço em branco” entre os
ou adicionar alguma espécie de valor para seus clientes. Um quadros do organograma, sendo visto como uma “cadeia de
processo tem pontos de início e fim bem definidos, cada um agregação de valores”.
dos quais associados com um cliente. Mapear os processos empresariais é importante porque
Um cliente, no sentido aqui empregado, pode ser tanto permite conhecer e desenvolver os caminhos percorridos
um cliente externo da empresa como uma área funcional no desenvolvimento do trabalho, até chegar ao resultado
interna. pretendido, otimizando o tempo e minimizando os gargalos
Pode ser útil visualizar os processos de negócio como que atrapalham o dia a dia. Muitas vezes as pessoas realizam
uma estrutura hierárquica, com os principais processos atividades, mas não conseguem enxergar o processo global
no topo, cada um formado por subprocessos, e assim por do qual o seu trabalho faz parte. E é importante ter a visão do
diante. Um negócio (empresa) pode ter entre cinco, nove ou todo para poder chegar ao padrão desejado para o trabalho.
mais processos de negócios principais, e esses podem atuar É necessário que todo gestor conheça, pelo menos,
através das divisões, departamentos ou áreas funcionais da os macroprocessos da sua empresa para gerenciar melhor
organização. Este número depende muito do enfoque das e de forma sistêmica as atividades desenvolvidas. Assim ele
pessoas que identificam os processos de negócios. poderá estruturá‑las de modo ordenado e numa lógica que
Qualquer coisa que se faz na organização pode ser vi- favoreça a busca contínua da eficiência na produção de um
sualizada como um processo de negócio. Como exemplo, serviço ou produto oferecido aos clientes. Mapeando e aper-
uma empresa pode ter definido como um processo principal feiçoando de forma adequada os seus processos, a empresa
“prover suprimentos para as atividades da empresa”. Neste poderá alcançar:
caso, alguns dos subprocessos podem ser: “efetuar compras”, 1. Aumento da competitividade: com a busca contínua
“administrar estoques” e “receber materiais comprados”. por otimizar o tempo no trabalho e oferecer um produto ou
Cada um destes subprocessos pode ser subdivido, e assim serviço de maior qualidade, a empresa estará muito mais
por diante. preparada para competir no mercado.
Pensar em termos de Processos de Negócio permite criar 2. Maior entendimento dos procedimentos: entender
modelos que ajudam a entender o que acontece atual­mente os processos é ordenar os procedimentos, dando‑lhes um
na empresa. Com este entendimento, é mais fácil propor me- encadeamento lógico no trabalho. Quem gerencia por
lhoramentos aos processos, ou mesmo desenhar processos resultados busca entender de forma global o processo no
totalmente novos. qual está inserido.
Todo trabalho desenvolvido nas empresas faz parte de 3. Maior rapidez nas soluções: se a empresa conhece to-
algum processo importante. Esses processos são responsá- dos os seus processos, com os procedimentos bem definidos,
veis pela execução das tarefas pretendidas, envolvendo as ela estará apta a identificar e solucionar os seus problemas
pessoas que executam determinados procedimentos e utili- mais rapidamente.
zam tecnologias adequadas à sua realização. Na verdade, um 4. Aumento nos resultados da empresa: quem conhece
Noções de Gestão Pública

processo empresarial pode ser entendido como a maneira bem o seu negócio consegue alcançar melhores resultados.
que as coisas são feitas para se chegar a um determinado fim Mas não basta apenas conhecer, é preciso também cuidar
na forma de um produto ou serviço oferecido ao mercado. de como alcançar esses resultados. E é, justamente, nesse
Para Davenport (1994), um processo seria uma ordena- “como” que os processos estão inseridos.
ção específica das atividades de trabalho no tempo e no es- Mapear e aperfeiçoar os processos nas empresas é, pen-
paço, com um começo, um fim, entradas e saídas claramente sando estrategicamente, uma ação contínua e indispensável
identificadas, enfim, uma estrutura para ação. para que os produtos e serviços sejam oferecidos ao mercado
Já Harrington (1993), o define como sendo um grupo de de acordo com as exigências sempre mutantes do cliente.
tarefas interligadas logicamente, que utilizam os recursos da Uma questão de sobrevivência, portanto.
organização para gerar os resultados definidos, de forma a Um processo empresarial é entendido como a maneira
apoiar os seus objetivos. pela qual as coisas são feitas, com procedimentos bem de-

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finidos e acompanhados, para se chegar a um determinado A resistência à mudança pode se encaixar em todos esses
fim na forma de um produto ou serviço oferecido ao merca- exemplos. Quando há algo novo, as  pessoas resistem em
do. Quando a empresa mapeia os seus processos, entende mudar, para não sair da “zona de conforto”, para não deixar
melhor as suas atividades e percebe que elas obedecem a de fazer o que já sabem e estão acostumadas. O  gestor,
um encadeamento lógico, dentro dos setores e entre eles. como um agente de mudança, deve ser o responsável por
Isso torna mais eficiente a realização das tarefas e a busca trabalhar a equipe, monitorando, fazendo reuniões de ava-
dos resultados pretendidos. liação, observando o andamento do trabalho, questionando
Quando se faz um trabalho de mapeamento e mudanças as melhores formas de fazer acontecer determinada função,
nos procedimentos de trabalho, nem sempre esses proces- até chegar a um processo mais adequado.
sos são seguidos como deveriam ser, mesmo estando bem Observando as diversas reações da equipe e definindo
definidos. As pessoas, muitas vezes, não fazem o que está formas colegiadas de aperfeiçoamento, os gestores estarão
estabelecido. A  pergunta que os gestores se fazem, uma trabalhando para assegurar os resultados pretendidos pela
vez que já está tudo determinado para o trabalho ser bem organização.
executado, é: “Por que isso acontece?”. Identificar e mapear os processos internos são atitudes
Pode haver muitas razões para isso: (1) as pessoas não que ajudam a empresa a se tornar mais competitiva – otimi-
estão bem treinadas para os novos procedimentos adotados; zando o tempo e alcançando melhores resultados. Trata‑se
(2) os recursos continuam inadequados para o desempenho de uma ferramenta simples, que pode ser adotada por
do trabalho; (3) os funcionários “não querem” desempenhar organizações de qualquer porte ou área de atuação, com
a nova função por ser mais trabalhosa ou por discordarem inúmeros ganhos.
de determinadas atribuições; (4) o nível de relacionamento É importante para as empresas mapearem os seus
dentro dos setores e entre eles (correlacionados com a processos porque, ao mapeá‑los, elas entendem que suas
atividade‑fim) não proporciona uma melhoria na qualidade atividades devem obedecer a um encadeamento lógico,
do serviço a ser feito; (5) as pessoas resistem, naturalmente, entre os setores e dentro deles, e conseguem se tornar mais
aos  novos processos de mudança adotados; entre várias eficientes na realização das tarefas e nos resultados.
outras. Para realizar esse mapeamento, o  gerente da área
Isso pode acontecer no dia a dia de muitas organizações normalmente fica à frente do trabalho, junto a um espe-
e se transformar numa dificuldade da gestão. Para evitar cialista em mapeamento de processos. O  primeiro passo
esse risco, os  gestores não devem embarcar nas diversas
é o diagnóstico da situação atual. É preciso conversar com
reações da equipe, e  sim focar no resultado do trabalho.
toda a equipe para descrever como realmente são feitas as
É importante trabalhar sua equipe e entender melhor suas
atividades, identificar as facilidades e dificuldades encon-
reações, para identificar os mecanismos de solução ou, até
tradas e as formas de alcançar melhor eficácia no trabalho.
mesmo, reformular o processo.
Após o mapeamento e a definição de como serão feitas as
Muitas vezes, as decisões são responsabilidade da própria
atividades na área, é importante que o gerente repasse as
organização, como a falta de um treinamento adequado
para as pessoas executarem os novos processos. Nesse caso, informações para sua equipe, faça um treinamento para as
deve‑se ter um cuidado especial por parte dos gestores para novas atividades exigidas e monitore e negocie o tempo para
treinar a equipe com os novos procedimentos, visando pro- obter resultados com as mudanças.
duzir os resultados mais adequados à necessidade da orga- Idealmente, todas as áreas devem ter procedimentos
nização. Ou então, investir mais para disponibilizar melhores bem definidos e bem trabalhados, sempre focando no re-
recursos para o desempenho do trabalho. sultado que se quer obter com a atividade‑fim. A definição
Em outros casos, é  importante que o gestor dê um do que deve ou não ser mapeado se dá quando, no dia a dia,
tratamento especial à equipe, caso contrário, os problemas são percebidas dificuldades que atrapalham o processo. Por
internos aumentarão cada vez mais. exemplo: atrasos na folha de pagamento, documentos não
Caso a equipe aponte “dificuldades” para fazer o traba- entregues na data determinada etc. Quando se percebe que
lho, é preciso que o gestor crie as melhores formas de solu- algo não está andando corretamente, fique certo, é preciso
ção. Se o “não querer” não tiver justificativas mais concretas, rever o processo.
será preciso questionar a necessidade de, ratificada a não O gerente deve ser o responsável por monitorar o proces-
adaptação aos novos processos, substituir a pessoa (ou as so por intermédio de reuniões com a equipe ou observando
pessoas) por outras que atendam às condições propostas. o andamento dos trabalhos no dia a dia. O importante é que
Se houver discordância dos novos procedimentos, o ges- as atividades definidas sejam cumpridas. Mas, como todo
tor deverá rever o trabalho. Talvez a mudança não tenha sido trabalho, este deve ser feito de modo flexível, aberto a novos
feita de uma forma participativa o suficiente para que os en- ajustes, caso haja necessidade.
volvidos pudessem apresentar alternativas mais satisfatórias. O importante é que o trabalho seja feito de modo com-
Nesse caso, é possível fazer os devidos ajustes no processo. partilhado, justamente para evitar que isso aconteça e, como
Quando a resistência ocorre por causa do relacionamento já foi dito, estar sempre aberto a ajustes, de acordo com a
interno, é importante desenvolver, urgentemente, mecanis- necessidade do trabalho. Na realidade, o gestor deve unir
Noções de Gestão Pública

mos de melhoria. Esse é um grande problema que tem efeitos o conhecimento, a  criatividade e a iniciativa de todos ao
muito danosos para a organização. Boicote de informações, trabalho para, com isso, tornar a empresa mais ágil e mais
caça a culpados, execução malfeita de atividades e desmo- competitiva no mercado.
tivação no trabalho são algumas consequências possíveis se
não for feito um trabalho voltado para a melhoria do clima Benefícios do Mapeamento do Processo
interno da organização. • Fornecer uma experiência de aprendizado para a
Mas como o gestor pode fazer um trabalho como esse? equipe.
Será preciso, de início, ouvir a equipe e fazer uma pesquisa • Fornecer uma exibição visual do processo atual.
para sentir o clima interno. Com essas informações coletadas, • Facilitar o projeto de um novo processo.
deve‑se então analisar, discutir e definir os mecanismos de • Demonstrar papéis e relações entre as etapas e de-
melhoria. partamentos envolvidos em um processo.

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• Ajudar a explicar um processo a outras pessoas. quanto de pontualidade de prazos, e este resultado devem ser
• Indicar áreas problemáticas, ciclos desnecessários, mantidos. Um cronograma, portanto, deve ser traçado.
complexidade e aqueles pontos onde o processo pode Um projeto pode ser dividido em quatro fases bem
ser simplificado. definidas:
• Ajudar a identificar o lugar para coletar dados e onde • estabelecimento do objetivo do projeto;
uma investigação mais detalhada pode ser necessária. • criação do plano do projeto (a partir deste ponto,
• Ajudar a identificar quais elementos de um processo começa o trabalho a partir do plano de projeto);
podem ter um impacto sobre o desempenho.
• controle e gerenciamento de projeto;
• Documentar e padronizar o processo.
• finalização do projeto.
As etapas para uma boa gestão por processos são:
1. Mapeamento; O que é Gerenciamento?
2. Análise; Segundo Dinsmore, (apud Paul Campbell, 1992), a Ge-
3. Propostas de Melhoria; rência de Projetos é o estudo da coordenação de pessoas,
4. Redesenho; materiais, equipamentos e técnicas indispensáveis para o
5. Implantação; alcance do êxito de empreendimentos que possuam início
6. Gerenciamento do Processo (Melhoria Contínua). e objetivos definidos, sempre que possível aliando os pa-
râmetros mensuráveis de custo, tempo, risco e qualidade.
GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Necessidade do Gerenciamento de Projetos
Elaboração, Análise e Avaliação de Projetos. A maioria dos projetos envolve várias pessoas e em-
Principais Características dos Modelos de Gestão de presas, assim como, as mais diversas tecnologias; por isso,
Projetos. Projetos e suas Etapas uma única pessoa não pode possuir todo conhecimento
necessário para viabilizar um projeto. A função do Gerente
O que é um Projeto? de Projetos é justamente coordenar o trabalho das diversas
partes envolvidas no processo.
Em um sentido amplo da palavra “projeto”, podemos ter
os seguintes significados: Caso não existir a figura do gerente de projetos para fazer
• definição do dicionário: o que se tem a intenção de o planejamento e a administração dos possíveis conflitos,
fazer; plano de realizar qualquer coisa. a tendência é que a organização envolvida no processo perca
sua harmonia, ficando sem coordenação. Devido à comple-
• definição administrativa: reunião de esforços para se
atingir objetivos pré‑determinados com comprome- xidade dos projetos, à interdependência entre participantes
timento de prazos e recursos pré‑estabelecidos. e as margens em geral cada vez mais reduzidas devido à
concorrência, é necessário ter a visão do projeto como um
• do latim: Ação de lançar = ProjicereÆ ProjetarÆ Projeto.
todo e coordenar esforços interdisciplinares, para administrar
dirigindo para um fim, que é o objetivo do projeto.
Detalhando mais o conceito de projeto, para obter uma
Projetos têm magnitude muito variável, possuindo desde
maior exatidão em sua abrangência, temos essas duas de-
curtos prazos e uma dezena de tarefas, até projetos detalha-
finições, das quais podemos partir para melhor defini‑lo:
dos, complexos e extensos, que envolvam muitos materiais
Para Casarotto
e pessoas. O objetivo do projeto, em qualquer dos casos,
é traçar o caminho ideal para perfazê‑lo.
define‑se projeto como um conjunto de atividades
interdisciplinares, interdependentes, finitas e não
repetitivas. Elas visam a um objetivo com cronograma Gerenciamento de Projetos nas Organizações
e orçamento pré‑estabelecido. Segundo Kronmeyer (2003, p. 22)

Para Valeriano projeto é entendido como um conjunto de A estratégia de mudança e inovação das organizações
ações, executadas de forma coordenada por uma organiza- é implementada através de projetos, a capacidade
ção transitória, ao qual são alocados os insumos necessários de implementar projetos com taxa de sucesso maior
para, em um dado prazo, alcançar um objetivo determinado. que seus concorrentes pode ser considerada uma
Desta forma, por definição, um projeto é um conjunto competência essencial de uma organização como
de atividades inter‑relacionadas, destinadas a atingir um definido por Hamel & Prahalad (1994).
objetivo (escopo), com determinada qualidade, através da
utilização de pessoas, equipamentos ou materiais (recursos), Competência essencial, segundo Prahalad (1997), é o que
com datas de início e fim bem definidas (tempo). as empresas sabem fazer de melhor e aproveitá‑las ao má-
Um Projeto é: ximo. Isto ocorre quando a organização possui um conjunto
Noções de Gestão Pública

• escopo; “único e exclusivo” de habilidades e encontram‑se presentes


• recursos; em toda a empresa; os concorrentes têm dificuldades de imi-
• determinação de Tempo. tar tais habilidades ou processos, que estão sendo utilizados
para geração de novos serviços ou agregação de valor ao que
No contexto de um projeto, o fim é mais importante que o a empresa faz. Como exemplo, Kronmeyer (2003, p.22), diz
seu início ou seu desenvolvimento, pois nele se encontra a meta.
O grande problema enfrentado por projetos é o tempo. Atrasos As competências essenciais situam‑se nos mais
ou aumento de custos momentâneos ou localizados durante diversos campos empresariais, podendo estar no
o andamento do projeto não são críticos, desde que as metas marketing, na capacidade de inovação, na entrega
finais sejam mantidas. A qualidade do projeto é, normalmen- rápida, e também, na capacidade de gerenciar e
te, avaliada pelo resultado final, tanto de eficácia e qualidade implementar projetos com sucesso, os quais corres-

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pondem aos planos de ação das melhorias propostas de uma visão mais holística (Dinsmore, 1999, p.244), como
nos demais campos empresariais. a gestão empresarial por projetos.
Os projetos são dependentes dos processos, e os Essa versão atualizada do gerenciamento de projetos
processos dependem dos projetos. Devido a esta permite que as organizações se vejam como organismos
dependência congênita entre o gerenciamento de dinâmicos, compostos de inúmeros projetos cuja realização
processos e de projetos, à medida que os processos é gerenciada simultaneamente, atingem necessidades es-
proliferam, o mesmo acontece com a necessidade tratégicas corporativas, ao invés de simplesmente realizar
de gerenciar projetos relacionados a esses processos projetos específicos e isolados.
(DINSMORE, 1999, p. 8). Gerir projetos complexos, que envolvam dezenas de
profissionais, equipes multidisciplinares e heterogêneas, com
O uso de metodologias de gerenciamento, com suas alto impacto em diversas áreas ou departamentos de uma
práticas e ferramentas relacionadas, pode determinar o empresa é um grande desafio. A gestão de projetos, segundo
sucesso ou fracasso de um projeto. Verzuh (2000, p.35‑36), independe da área de aplicação – a
Existem duas escolas de ensino de gerência de projetos: a teoria funciona em todas as áreas; os gerentes de projetos
primeira e mais antiga baseia‑se no conceito de ciclo de vida não – eles precisam ter boa qualificação técnica em sua área.
do projeto e parte de uma premissa “temporal”, dividindo o Para gerenciar projetos temporários e únicos, os gerentes de
projeto em fases como concepção, planejamento, execução projetos, precisam ter qualificações em três áreas: gestão de
projeto, gestão de negócio e técnica. O ambiente do projeto
e fechamento. A segunda escola, chamada de Universo de
dita as qualificações exigidas dos gerentes de projeto, suas
Conhecimento da Gerência de Projetos, bastante utilizada
competências podem variar de acordo com a área em que
e testada é a metodologia do PMI – Project Management
o projeto está sendo desenvolvido.
Institue, que vem ganhando espaço desde o inicio dos anos
O gerente de projetos deve ter conhecimento das nove
90 e parte do pressuposto que existe uma série de discipli-
áreas descritas no PMBOK Guide – PMI, conforme visto
nas que precisam ser aplicadas em projetos para garantir
anteriormente, e nas as três dimensões de competência.
seu sucesso. Estas disciplinas, fixadas no PMBOK (2000) (A
Somente a competência do gerente do projeto não garante
Guide to the Project Management Body of Knowledge), são
o sucesso do projeto. O resultado do projeto não depende
as seguintes: gerenciar prazo, gerenciar custo, gerenciar qua-
unicamente do gerente do projeto, depende também, da
lidade, gerenciar escopo, gerenciar risco, gerenciar comuni-
maturidade organizacional.
cação, gerenciar recursos humanos, gerenciar suprimentos/
A maturidade da organização com respeito a sistemas de
contratação, assim como, gerenciar integração (que inclui
gerência de projeto, cultura, estilo, estrutura organizacional e
planejamento, acompanhamento e controle de mudanças).
escritório de gerência de projetos podem também influenciar
Na prática, as duas escolas são complementares. A abor- o projeto. (PMBOK, 2000, p.18).
dagem moderna leva em conta tanto o aspecto de ciclo de O PMI tem como missão promover o desenvolvimento do
vida do projeto quanto às disciplinas. Devido às mudanças profissionalismo na carreira de gerenciamento de projetos,
aceleradas no mundo dos negócios, as corporações se de- definindo e divulgando as melhores práticas de gestão. Ele
param com o gerenciamento de um portfólio de projetos desenvolve padrões e certifica as pessoas que comprovam
em vez da simples operação de uma hierarquia corporativa. conhecimento e competência na aplicação destes padrões.
A gestão por projetos nas empresas mostra como atingir O gerente de projeto atua como um catalisador – é aque-
metas aplicando as técnicas de gerenciamento de projetos le que inicia e coloca em movimento o projeto, e seu desafio
não apenas a projetos isolados, mas também, no nível em- é cumprir as metas de custos, cronograma e qualidade do
presarial. Projetos exigem Gestão de Projetos. projeto sem causar danos às pessoas. Significa terminar o
O gerenciamento do projeto, segundo Dinsmore (1999, projeto com a moral da equipe em alta,clientes satisfeitos
p.22), pergunta: “Como podemos tornar o negócio mais e que a equipe do projeto esteja querendo já um próximo
adaptável, sensível e lucrativo em um ambiente de múl- projeto com ele (VERZUH, 2000).
tiplos projetos, que muda rapidamente?” Ao passo que a Controlar projetos exige uma metodologia, organização
gerência de projeto tradicional visa a responder a pergunta e disciplina muito grande. Nas empresas existem muitos
“Como podemos conseguir que este projeto seja feito eficaz projetos com diferentes níveis de complexidade. O gerente
e eficientemente?”. de projetos é responsável por conhecer e administrar de
Ambos os conceitos são complementares, trabalham forma geral cada um destes projetos. Esta não é uma ativi-
em conjunto para aumentar a produtividade e a eficácia da dade simples e também exige muita organização. Para suprir
empresa. A gestão por projetos é compatível com as filosofias esta demanda, as empresas estão utilizando cada vez mais
gerenciais existentes, como o gerenciamento com foco no o conceito de Project Office – PO ou Project Management
cliente, os movimentos da qualidade, a modernização dos pro- Office – PMO.
cessos do negócio e mesmo o gerenciamento dos processos. O Project Office é a área da empresa que possui uma
Noções de Gestão Pública

A aplicação do gerenciamento de projetos em uma base mais visão de todos os projetos. Conhecendo‑os, ele tem como
ampla dentro da organização aumenta a velocidade e produti- objetivos: a melhoria da eficiência no planejamento e con-
vidade dos processos existentes. Portanto, segundo Dinsmore dução dos mesmos, a informação rápida sobre os projetos
(1999), os objetivos da gestão por projetos, que são baseados existentes, a situação atual de cada um, auxílio nas decisões
nos princípios sagrados do gerenciamento de projetos – prazo, a serem tomadas sobre o futuro de cada projeto e suporte
custo, qualidade e satisfação dos stakeholders – também são aos gerentes de projeto na forma de treinamento, software,
coerentes com os objetivos globais das empresas. padrões etc. (PMBOK, 2000, p. 21).
Em gerenciamento de projetos, a investida inicial recaiu Como o Project Office pode contribuir na Gerência
em como gerenciar eficazmente um único projeto. Ultima- de Projetos? Existem cinco atividades principais que são
mente, vem havendo mais preocupação com o gerencia- desempenhadas pelo PO, de acordo com o Gartner Group,
mento de múltiplos projetos. E o futuro aponta na direção que muito contribuem para o gerenciamento de projetos.

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• Padronização de uma Metodologia para a empresa: Essa responsabilidade é compartilhada pelos gerentes de
esta atividade se resume a definir uma ferramenta projeto, que devem ter consciência das estratégias, e pelo
e métodos (padrões) de controle e acompanha- alto escalão da empresa, que deve, cada vez mais, pensar e
mento dos projetos, assim como, manter esta(s) respirar projetos.
ferramenta(s) e métodos atualizados e adaptados às
necessidades da empresa. Além disso, o Project Office O Contexto da Gerência de Projetos
deve programar treinamentos para os funcionários e Tanto os projetos, quanto a gerência de projetos se
mantê‑los atualizados na metodologia e ferramenta. inserem num ambiente bem mais amplo do que o Projeto
• Avaliação dos recursos de projetos: são analisados propriamente dito. A equipe de gerência do projeto deve
todos os recursos do projeto: humano, financeiro, compreender este contexto mais amplo – a gerência das ati-
tempo, material. Esta avaliação é muito importante vidades diárias do projeto é necessária, mas não é suficiente
para a análise de desempenho dos projetos e priori- para o seu sucesso.
zação dos mesmos.
• Planejamento de Projetos: este planejamento é Fases do Projeto e o Ciclo de Vida do Projeto
centralizado e coordenado no PO. Esta atividade tem Os projetos possuem um caráter único, e, a eles está
como objetivo manter organizado, priorizado, distri- associado certo grau de incerteza. As organizações que de-
buído em áreas e devidamente documentado cada senvolvem projetos usualmente os dividem em várias fases
projeto. Através do Project Office é possível se obter visando um melhor controle gerencial e uma ligação mais
também dados históricos que auxiliam a elaboração adequada de cada projeto aos seus processos operacionais
de novos planos. contínuos.
• Gerenciamento de Projetos: o Project Office é respon- O ciclo de vida do projeto é conhecido como o conjunto
sável por prestar a consultoria durante todo o ciclo do das fases de um projeto.
projeto e definir melhores práticas de trabalho para
facilitar o gerenciamento e conduzir este gerencia- Características das Fases de um Projeto
mento dentro das práticas. Cada fase do projeto é marcada pela conclusão de um
• Revisão e Análise de Projetos: constante revisão das ou mais produtos da fase. Um subproduto é um resultado
atividades, custo e prazo do projeto e impactos no do trabalho, tangível e verificável, tal como um estudo de
desempenho do mesmo. É necessário que a empresa viabilidade, um design detalhado ou um protótipo.
conheça se os objetivos do projeto estão sendo atingi- Os subprodutos do projeto e também as fases, compõem
dos e se há desvios para que sejam tomadas decisões uma sequência lógica, criada para assegurar uma adequada
preventivas e não corretivas. definição do produto do projeto. A conclusão de uma fase é
geralmente marcada pela revisão dos principais subprodutos
O escritório de projetos, segundo Prado (2000), atua nas e pela avaliação do desempenho do projeto tendo em vista
empresas como um centro de excelência em gerenciamento determinar se o projeto deve continuar na sua próxima fase e
de projetos e sua equipe passa a ser vista e respeitada como detectar e corrigir erros a um custo aceitável. Essas revisões
formada por especialistas de alto nível. O relacionamento de fim de fase são comumente denominadas saídas de fase
direto com a diretoria e com as metas da empresa passa a
(phase exits), passagens de estágio (stage gates) ou pontos
ser rotineiro. Logo após sua criação, a dedicação do PMO
de término (kill points).
se prende mais a atividades de assessoria e treinamento
Cada fase inclui um conjunto de resultados de trabalho
na metodologia e no uso do software, mas, com o tempo,
específicos, projetados com o objetivo de estabelecer um
estas tarefas tendem a diminuir conforme a empresa vai se
controle gerencial desejado. A maioria destes itens estão
tornando autossuficiente. Outras funções começam a se
relacionados com o principal subproduto da fase. As fases,
consolidar: assessoramento à alta diretoria e auditoria nos
tipicamente, adotam nomes provenientes destes itens: levan-
projetos. Após pouco tempo de existência do PMO, os resul-
tados aparecem. O sucesso dos projetos passa a ter íntima tamento de necessidades, desenho ou especificação (design),
ligação com a atuação deste órgão. A organização se benefi- implementação ou construção, documentação, implantação
cia dele, por um permanente amadurecimento conjunto em ou inauguração, manutenção, e outros.
gerenciamento de projetos, podendo atingir um patamar de
excelência. É comum ser reconhecido, pela diretoria, como Características do Ciclo de Vida do Projeto
um dos “pontos fortes” da empresa. O ciclo de vida do projeto serve para definir o início e o
O planejamento é uma necessidade, assim como uma fim de um projeto. Quando uma organização identifica uma
liderança sintonizada no ambiente que a organização se situa. oportunidade dentro de sua linha de atuação, normalmente
Para sobrevivência, as empresas necessitam de estratégias ela solicita um estudo de viabilidade para decidir se deve
flexíveis, agilidade operacional, sistemas de informação criar um projeto. O ciclo de vida do projeto determina se o
altamente eficientes e processos internos eficazes. É funda- estudo de viabilidade constituirá a primeira fase do projeto
mental para o sucesso da implantação da estratégia que a ou se deve ser tratado como um projeto à parte.
A definição do ciclo de vida do projeto também determi-
Noções de Gestão Pública

visão e objetivos corporativos contaminem e influenciem os


objetivos individuais e departamentais, de modo que, todo na os procedimentos de transição para o ambiente de opera-
movimento destas células contribua para o movimento global ção que serão incluídos ao final do projeto, distinguindo‑os
da empresa, na direção certa. dos que não serão. Desta forma, o ciclo de vida do projeto
Se desejarmos tornar as empresas mais prósperas, temos pode ser usado para ligar o projeto aos processos operacio-
que entender que a prosperidade depende de se agregar nais contínuos da organização executora.
valor ao negócio e que o valor é agregado implementando‑se, A sequência de fases, definida pela maioria dos ciclos
sistematicamente, novos projetos. Quanto melhor gerencia- de vida de projeto, tais como “solicitações” para “design”,
dos forem esses projetos, mais próspera será a empresa. “construção para operações” ou “especificação” para “manu-
Os projetos necessitam de um foco cada vez mais estra- fatura”, geralmente envolve alguma forma de transferência
tégico, para garantir que estejam alinhados com a direção de tecnologia. Os subprodutos oriundos de uma fase devem
estratégica da empresa. ser aprovados antes do início da próxima fase. Entretanto,

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quando os riscos são considerados aceitáveis, a fase subse- Em todo projeto existem alguns partes envolvidas prin-
quente pode iniciar antes da aprovação dos subprodutos cipais:
da fase precedente. Essa prática de sobreposição de fases é • gerente do projeto: indivíduo responsável pela gerên-
usualmente chamada de fast tracking. cia do projeto;
Os ciclos de vida dos projetos definem: • cliente: indivíduo ou organização que fará uso do pro-
• o trabalho técnico que deve ser realizado em cada fase; duto do projeto. Podem existir múltiplas camadas de
• quem deve estar envolvido em cada fase. clientes. Por exemplo, os clientes de um novo produto
farmacêutico incluem os médicos que o prescrevem,
As descrições do ciclo de vida de projeto podem ser ge- os pacientes que o tomam e as companhias de seguro
néricas ou detalhadas. Descrições muito detalhadas contêm que pagam por ele;
uma série de formulários, diagramas e checklists para prover • organização executora: empresa cujos funcionários
estrutura e consistência. Essas abordagens detalhadas são
estão mais diretamente envolvidos na exe­cução do
chamadas de metodologias de gerência de projeto.
projeto;
A grande maioria das descrições do ciclo de vida de
projeto apresentam algumas características em comum: • patrocinador: indivíduo ou grupo, dentro da organi-
• o custo e a quantidade de pessoas integrantes da equi- zação executora, que provê os recursos financeiros,
pe são baixos no início do projeto, sofre incrementos em dinheiro ou espécie, para o projeto.
no decorrer do mesmo e se reduzem drasticamente
quando seu término é vislumbrado; Existem diferentes nomes e categorias de partes en-
• no início do projeto, a probabilidade de terminá‑lo volvidas do projeto – interno e externo, proprietários e
com sucesso é baixa e, portanto, o risco e a incerteza acionistas, fornecedores e empreiteiros, membros da equipe
são altos. Normalmente a probabilidade de sucesso do projeto e seus familiares, agências do governo, agências
vai aumentando à medida que o projeto caminha em de publicidade, cidadãos, intermediadores permanentes ou
direção ao seu término; temporários e a sociedade em geral.
• a capacidade das partes envolvidas de influenciar as O ato de se dar nome, ou de se agrupar as partes en-
características finais do produto do projeto e o seu volvidas, é um excelente auxílio para se identificar que tipo
custo final é alta no início e vai se reduzindo com o de indivíduos ou organizações se autodefinem como partes
andamento do projeto. Isto acontece, principalmente, envolvidas. Os papéis e responsabilidades das partes en-
porque o custo de mudanças e correção de erros, volvidas podem se sobrepor como no caso de uma firma de
geralmente aumenta à medida que o projeto se de- engenharia que financia, ao mesmo tempo, que desenvolve
senvolve. o projeto de uma fábrica.
Gerenciar as expectativas das partes envolvidas pode
Deve‑se tomar cuidado para distinguir ciclo de vida de ser uma tarefa difícil porque, frequentemente, as partes
projeto de ciclo de vida do produto.
envolvidas possuem objetivos diferentes que podem entrar
Ainda que muitos ciclos de vida de projeto apresentem
nomes de fases similares com resultados de trabalho simila- em conflito.
res, poucos são idênticos. Embora a maioria tenha quatro ou De acordo com o PMBOK, o gerenciamento de projetos
cinco fases, alguns chegam a ter nove ou mais. Mesmo numa é realizado pela aplicação e integração apropriadas dos 42
mesma área de aplicação, temos variações significativas – processos agrupados logicamente e abrangendo os 5 grupos.
numa organização, o ciclo de vida para desenvolvimento de Os 5 grupos de processos são:
software pode ter uma única fase de design, enquanto em 1. Iniciação;
outra, pode apresentar duas fases, uma para especificação 2. Planejamento;
funcional e outra para design detalhado. 3. Execução;
Subprojetos, dentro dos projetos, podem ter ciclos de 4. Monitoramento e controle; e
vida separados. Por exemplo, uma empresa de arquitetura 5. Encerramento.
contratada para projetar um novo prédio de escritórios
estará inicialmente envolvida com a fase de definições do Gerenciar um projeto inclui:
contratante, quando da elaboração do projeto, e com a fase • Identificação dos requisitos;
de implementação, quando fornecendo suporte à constru- • Adaptação às diferentes necessidades, preocupações
ção. O projeto de desenho arquitetônico, no entanto, terá e expectativas das partes interessadas à medida que
sua própria série de fases desde a especificação conceitual, o projeto é planejado e realizado;
passando pela definição e implementação, até o encerra- • Balanceamento das restrições conflitantes do projeto
mento. O arquiteto pode, ainda, tratar o design do prédio e que incluem, mas não se limitam a:
o suporte à construção como projetos separados com suas • Escopo;
próprias fases.
• Qualidade;
As Partes Envolvidas do Projeto • Cronograma;
• Orçamento;
Noções de Gestão Pública

As partes envolvidas são indivíduos e organizações dire-


tamente envolvidas no projeto, ou aqueles cujos interesses • Recursos; e
podem ser afetados, de forma positiva ou negativa, no de- • Risco.
correr do projeto ou mesmo após sua conclusão. A equipe
de gerência do projeto deve identificar as partes envolvidas, GERENCIAMENTO DO ESCOPO DO PROJETO
conhecer suas necessidades e expectativas e, então, geren-
ciar e influenciar estas expectativas de forma a garantir o
sucesso do projeto. A identificação das partes envolvidas
Coletar os Requisitos, Definir o Escopo, Criar EAP,
geralmente é tarefa difícil. Por exemplo, um trabalhador da Verificar o Escopo, Controlar o Escopo
linha de montagem, cujo emprego depende do resultado
de um projeto de design de um novo produto, seria uma O gerenciamento do escopo do projeto inclui os proces-
parte envolvida? sos necessários para assegurar que o projeto inclui todo o

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trabalho necessário, e apenas o necessário, para terminar o • Verificar o escopo – O processo de formalização da
projeto com sucesso. Esse gerenciamento está relacionado aceitação das entregas terminadas do projeto.
principalmente com a definição e controle do que está e do • Controlar o escopo – O processo de monitoramento do
que não está incluso no projeto. O gerenciamento do escopo progresso do escopo do projeto e escopo do produto
do projeto inclui o seguinte: e gerenciamento das mudanças feitas na linha de base
• Coletar os requisitos – O processo de definição e do- do escopo.
cumentação das necessidades das partes interessadas
para alcançar os objetivos do projeto. Esses processos interagem entre si e com os de outras
• Definir o escopo – O processo de desenvolvimento de áreas de conhecimento. Podem envolver esforços de uma ou
mais pessoas, com base nas necessidades do projeto. Cada
uma descrição detalhada do projeto e do produto.
processo ocorre pelo menos uma vez em todo projeto e em
• Criar a EAP – O processo de subdivisão das entregas e uma ou mais fases do mesmo, se este for assim dividido.
do trabalho do projeto em componentes menores e Visão geral do gerenciamento do escopo do projeto:
mais facilmente gerenciáveis. Entradas, Ferramentas e Técnicas e Saídas.

No contexto do projeto, o termo escopo pode se referir ao: para o escopo do projeto. A linha de base do escopo
Noções de Gestão Pública

• Escopo do produto. As características e funções que é então monitorada, verificada e controlada no ciclo
descrevem um produto, serviço ou resultado; e/ou de vida do projeto.
• Escopo do projeto. O trabalho que precisa ser realizado
para entregar um produto, serviço ou resultado com Embora não seja mostrado como um processo
as características e funções especificadas. Os proces- distinto, o trabalho envolvido na execução dos
sos usados para gerenciar o escopo, assim como as cinco processos de gerenciamento do escopo
ferramentas e técnicas de suporte, variam de acordo do projeto é precedido por um esforço de pla-
com a área de aplicação e normalmente são definidos nejamento feito pela equipe de gerenciamento
como parte do ciclo de vida do projeto. A declaração do projeto. Esse esforço é parte do processo
detalhada aprovada do escopo do projeto e suas res- Desenvolver o plano de gerenciamento do pro-
pectivas EAP e dicionário da EAP são a linha de base jeto, que produz um plano de gerenciamento

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do escopo fornecendo diretrizes sobre como o os de negócios, de gerenciamento do projeto, de entrega etc.
escopo do projeto será definido, documentado, Os requisitos do produto podem incluir informações sobre
verificado, gerenciado e controlado. O plano os requisitos técnicos, de segurança, de desempenho etc.
de gerenciamento do escopo pode ser formal
ou informal, altamente detalhado ou conciso, Definir o Escopo
dependendo das necessidades do projeto.
Definir o escopo é processo de desenvolvimento de uma
A conclusão do escopo do projeto é comparada ao descrição detalhada do projeto e do produto. A preparação
plano de gerenciamento do projeto. A conclusão do es- detalhada da declaração do escopo é crítica para o sucesso
copo do produto é comparada aos requisitos do produto. e baseia-se nas entregas principais, premissas e restrições
Os processos de gerenciamento do escopo do projeto pre- que são documentadas durante a iniciação do projeto. Du-
cisam estar bem integrados aos das outras áreas de conhe- rante o planejamento, o escopo é definido e descrito com
cimento para que o trabalho resulte na entrega do escopo maior especificidade conforme as informações a respeito
do produto especificado. do projeto são conhecidas. Os riscos existentes, premissas
e restrições são analisados para verificar sua integridade;
Coletar os Requisitos riscos adicionais, premissas e restrições são adicionados
conforme necessário.
Processo de definir e documentar as funções e fun-
cionalidades do projeto e do produto necessárias para Criar a EAP
atender às necessidades e expectativas das partes inte-
ressadas. O sucesso do projeto é diretamente influenciado Criar a EAP é o processo de subdivisão das entregas e do
pela atenção na captura e gerenciamento dos requisitos trabalho do projeto em componentes menores e de gerencia-
do projeto e do produto. Os requisitos incluem as neces- mento mais fácil. A estrutura analítica do projeto (EAP) é uma
sidades quantificadas e documentadas, e as expectativas decomposição hierárquica orientada às entregas do trabalho a
do patrocinador, cliente e outras partes interessadas. Estes ser executado pela equipe para atingir os objetivos do projeto
requisitos precisam ser obtidos, analisados e registrados e criar as entregas requisitadas, sendo que cada nível descen-
com detalhes suficientes para serem medidos uma vez que dente da EAP representa uma definição gradualmente mais
a execução do projeto se inicie. Coletar os requisitos é definir detalhada da definição do trabalho do projeto. A EAP organiza
e gerenciar as expectativas do cliente. Estes requisitos se e define o escopo total e representa o trabalho especificado na
transformam na fundação da EAP. O planejamento do custo, atual declaração do escopo do projeto aprovada. O trabalho
cronograma e da qualidade são todos construídos com base planejado é contido dentro dos componentes de nível mais
nesses requisitos. O desenvolvimento dos requisitos começa baixo da EAP, que são chamados de pacotes de trabalho. Um
com uma análise da informação contida no termo de aber- pacote de trabalho pode ser agendado, ter seu custo estimado,
tura do projeto e no registro das partes interessadas. Muitas monitorado e controlado. No contexto da EAP, o trabalho se
organizações os categorizam em requisitos do projeto e re- refere a produtos de trabalho ou entregas que são o resultado
quisitos do produto. Os requisitos do projeto podem incluir do esforço e não o próprio esforço.

Exemplo de EAP – Estrutura Analítica do Projeto:


Noções de Gestão Pública

Verificar o Escopo foram concluídas satisfatoriamente e obter deles a aceitação


formal das mesmas. A verificação do escopo difere do con-
Verificar o escopo é o processo de formalização da acei- trole de qualidade, pois está interessada principalmente na
tação das entregas concluídas do projeto. Inclui a revisão das aceitação das entregas, enquanto que o segundo se interessa
entregas com o cliente ou patrocinador para assegurar que com a precisão das mesmas e o alcance dos requisitos de

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qualidade especificados para elas. O controle de qualidade O trabalho humano em organizações tem merecido a
é normalmente feito antes da verificação do escopo, mas os atenção de muitos estudiosos, tentando compreender os
dois processos podem ser executados paralelamente. fatores que influenciam o desempenho das pessoas no am-
biente de trabalho. Isto porque tudo que uma organização
Controlar o Escopo é capaz de realizar depende, em última análise, das pessoas
com que conta. Planejamento, marketing, direção, controle,
É o processo de monitoramento do andamento do esco- arrecadação de fundos e as atividades afim estão diretamen-
po do projeto e do produto e gerenciamento das mudanças te relacionadas aos conhecimentos, atitudes e habilidades
feitas na linha de base do escopo. O controle do escopo do que as pessoas trazem e desenvolvem ao longo de sua vida
projeto assegura que todas as mudanças solicitadas e ações pessoal e profissional.
corretivas ou preventivas são processadas por meio do pro- Isto vale para todas as organizações, independente da
cesso Realizar o controle integrado de mudanças. O controle atividade a que se dedicam. A peculiaridade está em dar aos
do escopo do projeto é usado também para gerenciar as recursos humanos um tratamento adequado aos propósitos
mudanças reais quando essas ocorrerem e é integrado aos da organização e aos valores que ela expressa. Por isso, não
outros processos de controle. As mudanças não controladas
é raro encontrarmos autores que sustentam que o primeiro
são frequentemente chamadas de scope creep. A mudança
público a ser considerado por uma organização é o público
é inevitável, exigindo, portanto, algum tipo de processo de
controle de mudanças. interno. Em linhas gerais, uma organização não será capaz
de demonstrar respeito por seus consumidores se não pra-
ticar este mesmo princípio internamente, até porque são os
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS recursos humanos da empresa que possuem contato direto
A gestão por competências vai trabalhar os conhecimen- com os públicos externos.
tos, as habilidades e as atitudes ou os comportamentos que a
empresa precisa ter em seus colaboradores para que todos, de GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES
forma harmônica, comprometida e organizada, possam seguir
o norte direcionado e os objetivos traçados pela organização. A administração de recursos humanos tem assumido pa-
Essa gestão é dividida em competências técnicas e com- pel estratégico e vital porque as organizações estão tentando
portamentais sendo o objetivo principal desta ferramenta transformar seus recursos humanos em fonte de vantagem
a junção e a prática das letras do CHA (Conhecimentos, competitiva. Isto quer dizer que ela não cuida somente da
Habilidades e Atitudes), além da função que o colaborador remuneração, da avaliação ou do treinamento das pessoas,
desenvolve dentro da organização. A gestão por competên- mas do seu desenvolvimento como um todo. Encarrega‑se,
cias não está somente preocupada com o conhecimento téc- especificamente de promover a integração do trabalhador
nico, mas sim com o comportamento das pessoas dentro à organização, por meio da coordenação de interesses entre
das organizações que, na sua maioria, gera sérios conflitos a empresa e a mão de obra disponível.
impedindo uma relação saudável, comprometida e integra- Um bom desempenho das organizações está diretamente
da. Esses conflitos refletem negativamente na qualidade e ligado às pessoas que nela trabalham.
na produtividade dos serviços ou produtos oferecidos aos
clientes externos.
Pessoas
[...] gestão por competências é um programa siste-
matizado e desenvolvido no sentido de definir perfis Vamos agora estudar sobre as pessoas nas organizações.
profissionais que proporcionem maior produtividade Para realizar esse estudo, temos duas alternativas:
e adequação ao negócio, identificando os pontos de
excelência e os pontos de carência, suprindo lacunas Pessoal
e agregando conhecimento, tendo por base certos
critérios objetivamente mensuráveis. (CHIAVENATO)
Experiência,
Outro tipo de mudança de comportamento é o que
provoca a modificação ou o desenvolvimento de atitudes.
Trata-se de um tipo de treinamento onde o conteúdo é con- Isso porque cada pessoa possui o que chamamos de
ceitual, trabalhando a mudança de comportamento negativo filtros mentais, ou seja, seus valores individuais alcançados
e desenvolvendo uma atitude mais adequada a necessidade ao longo do tempo e seus relacionamentos. Esses filtros
exigida, aumentando a motivação. Para Chiavenato, esse tipo podem ser englobados nas diversas áreas da vida pessoal
de modificação ocorre no sentido de: de um ser humano:

[...] desenvolvimento da sensibilidade do pessoal de


gerência e de supervisão quanto aos sentimentos e a
Noções de Gestão Pública

reação das outras das outras pessoas. Também pode


envolver aquisição de novos hábitos e atitudes, prin-
cipalmente em relação a clientes ou usuários (como é
o caso de treinamento de vendedores, de balconistas,
etc.) ou técnicas de vendas. (CHIAVENATO)

O treinamento também atua modificando as atitudes das


pessoas com objetivos diferenciados, criando um ambiente
mais adequado entre os colaboradores, com o intuito de
aumentar a motivação e proporcionar um interesse maior
ao aprendizado de técnicas específicas de outras funções,
tais como as de supervisão e gerência.

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As pessoas constituem simplesmente o início e o fim da COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
administração de recursos humanos. Cada pessoa pode ser
considerada como um fenômeno multidimensional, sujeito Motivação
a influências de uma enorme variedade de variáveis.
São os fatores internos: Segundo Chiavenato (2000), seria praticamente impos-
• personalidade; sível compreender os relacionamentos existentes entre as
• aprendizagem; pessoas sem um mínimo conhecimento da motivação de
• motivação; seu comportamento.
• percepção; O que seria motivação? Definir exatamente o conceito de
• valores. motivação é algo complexo. De modo geral, motivo é tudo
aquilo que estimula a pessoa a agir de determinada forma.
E os fatores externos: Esse impulso à ação é provocado tanto por um estímulo
• ambiente; externo, advindo do ambiente, como também pode ser
• organizacional; gerado internamente nos processos mentais do indivíduo.
• regras e regulamentos; Nesse caso, a motivação está relacionada com o sistema de
• cultura; cognição de cada pessoa. Ou seja, nossos atos são condu-
• política; zidos pela cognição  – pelo que pensamos, acreditamos e
• métodos e processos; prevemos. Porém, quando alguém nos pergunta o motivo
• recompensas; pelo qual agimos de certa maneira, é baseado na motivação
• punições; que iremos responder.
• grau de confiança. Você reage da mesma forma que seu colega de trabalho
ao ser motivado(a)? É provável que não. As pessoas são di-
Agora que também já entendemos sobre as particu- ferentes no que tange à motivação. As necessidades variam
laridades das pessoas, podemos, enfim, trabalhar com o de pessoa para pessoa e também de situação para situação,
conceito das pessoas nas organizações. Os conhecimentos acarretando diversos padrões de comportamento e valores
sociais variados.
e o desempenho dos empregados e administradores devem
Vale lembrar que as capacidades para atingir os objetivos
ser continuamente aperfeiçoados. A satisfação dessa exigên-
são totalmente diferentes. Para dificultar ainda mais, as ne-
cia envolve atividades de treinamento e desenvolvimento
cessidades, os valores sociais e as capacidades variam, em
e também avaliações de desempenho para propósitos de
cada um de nós, conforme a situação.
feedback, a  fim de motivar as pessoas para o melhor de-
A motivação tem um caráter contínuo, ou seja, teremos
sempenho possível. sempre à nossa frente algo a motivar‑nos. Algo intrínseco,
Dentre os principais fatores que envolvem este tema, que possa ter um valor infinitamente superior ao que teria
temos cinco que são de importância máxima para um bom para outra pessoa.
clima organizacional: divisão do trabalho, controle e avalia- Apesar de os padrões de comportamento serem variados,
ção, motivação, liderança e comunicação. o processo do qual eles resultam é, praticamente, o mesmo
para todas as pessoas. Neste caso, há três premissas que
Divisão do Trabalho justificam o comportamento humano.
O comportamento é um efeito. O  comportamento é
Entre os princípios básicos que Fayol relacionou como causado por estímulos internos ou externos. Tanto o meio
forma de complementar os estudos de Taylor, está o conceito no qual o indivíduo está inserido como a própria heredita-
de divisão do trabalho, que, em linhas gerais, consiste na riedade são fatores que influenciam no comportamento de
especialização de todos os funcionários de uma organização, cada pessoa.
de forma a aumentar a produtividade e ampliar a eficiência O comportamento é motivado. O comportamento não
de todos. é fortuito nem aleatório, porém sempre direcionado para
A ideia básica era a de que as organizações com maior uma finalidade.
divisão de trabalho seriam mais eficientes do que aquelas O comportamento é orientado para objetivos. Para um
com pouca divisão do trabalho. comportamento de atitude tomada, existe um impulso, uma
Para a Teoria Clássica, a divisão do trabalho é essencial necessidade, uma incitação.
para a razão da organização. Enquanto a Administração Analisando as suposições acima, concluímos que o com-
Científica preocupava‑se com a divisão do trabalho no nível portamento não é espontâneo e nem isento de finalidade.
operário, a Teoria Clássica preocupava‑se com a divisão dos Haverá sempre algum objetivo implícito ou explícito para
departamentos, das seções etc., no nível gerencial. esclarecê‑lo.
Em qualquer organização é impossível definir atividades Podemos observar esta afirmativa no modelo básico de
sem enquadrá‑las em duas direções: motivação ilustrado por Chiavenato (2000).
Noções de Gestão Pública

• Verticalmente: quando a hierarquia define a gradua­


ção das responsabilidades (níveis de controle);
• Horizontalmente: em um mesmo nível hierárquico,
cada departamento ou seção passa a ser responsá-
vel por uma atividade específica e própria (níveis de
especialização).

É importante ressaltar que a divisão do trabalho no sen-


tido horizontal é chamada de departamentalização. Naquela
época, quanto mais departamentalizada a organização, mais O modelo será o mesmo para todas as pessoas? Sim, mas
eficiente ela seria. o resultado poderá variar de forma indefinida, pois depende

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da percepção do estímulo (que modifica de pessoa para São dois os fatores motivacionais de Herzberg:
pessoa e na mesma pessoa, conforme o tempo). 1. Fatores higiênicos: referem‑se às condições físicas
Abraham Maslow, psicólogo americano, tendo como pa- e ambientais de trabalho. Constituem os fatores que são,
râmetro a questão das necessidades humanas, desenvolveu comumente, utilizados pelas organizações. Por exemplo: o
uma teoria, que a nomeou de Hierarquia das Necessidades salário, benefícios sociais, políticas da empresa etc.
Humanas. Para Maslow, tais necessidades estão organizadas Contudo, tais fatores não têm uma forte influência no
hierarquicamente e a busca pela satisfação de algumas ou comportamento dos empregados.
todas elas é o que nos motiva a tomar alguma direção.
Maslow distribuiu as necessidades humanas em forma de A expressão higiene serve exatamente para refletir
pirâmide, cuja base contém as necessidades primárias, ou seja, seu caráter preventivo e profilático e para mostrar
as necessidades mais baixas e recorrentes. Já da metade da que se destinam simplesmente a evitar fontes de
pirâmide para o seu ápice estão as necessidades secundárias, insatisfação do meio ambiente ou ameaças potenciais
as mais sofisticadas e intelectualizadas. Observe a figura a seguir. ao seu equilíbrio (CHIAVENATO, 2000, p. 87).

Quando esses fatores estão em perfeita harmonia entre


os funcionários, simplesmente evitam a insatisfação, tor-
nando o ambiente de trabalho agradável. Porém, quando
precários, provocam insatisfação.
2. Fatores motivacionais: estão diretamente relacionados
ao conteúdo do cargo em si. Os fatores tornam‑se atrativos
no momento em que atividades estimulantes são agregadas
ao cargo.

O Modelo Contingencial de Motivação de Vroom,


Necessidades Fisiológicas: é o nível mais baixo da pi- Segundo Chiavenato (2000)
râmide hierárquica. São as necessidades básicas de todo
indivíduo, como de alimentação (fome e sede), de repouso e Victor H. Vroom desenvolveu uma teoria da mo-
descanso, de abrigo e reprodução da espécie. Tais necessi- tivação que rejeita noções preconcebidas e que
dades são denominadas necessidades biológicas. reconhece essas diferenças individuais. Sua teoria se
Necessidades de Segurança: no momento em que as restringe exclusivamente à motivação para produzir
necessidades humanas estão relativamente satisfeitas, há (CHIAVENATO, 2000, p. 90).
o desejo de segurança. A busca de proteção contra ameaça
e a busca de estabilidade em um mundo previsível são ma- Para Vroom, três fatores são determinantes em cada
nifestações típicas dessas necessidades. indivíduo. São eles:
Necessidades Sociais: é o convívio que você tem com ou- • Objetivos pessoais do indivíduo: podem ser consi-
tras pessoas. São as necessidades que todos desejam possuir derados como as necessidades básicas de cada ser
como a de aceitação por parte dos colegas, a troca de amizade, humano, por exemplo, dinheiro, segurança no cargo,
de afeto e amor, dentro ou fora do ambiente organizacional.
reconhecimento, aceitação social e até mesmo ter um
Caso tais necessidades não estiverem satisfeitas, pode
trabalho mais interessante.
acarretar a solidão ou a falta de adaptação social para o
• Relação percebida entre satisfação dos objetivos e
indivíduo. Essa necessidade é fundamental em uma em-
presa, pois é considerada por Maslow como ativadora do alta produtividade: nesse caso, vai depender daquilo
comportamento humano. que você considerar como prioridade na sua vida
Necessidades de Estima: são as necessidades relaciona- pessoal. Se você tem como objetivo obter um salário
das com a forma pela qual você se analisa e se vê perante a maior, consequentemente, terá uma forte motivação
sociedade, ou seja, uma autoavaliação e autoestima. Com para produzir mais. Isso se o salário for baseado na
essas necessidades satisfeitas, você tem condições de possuir produção. Porém, se você tiver uma necessidade de
autoconfiança, sentimentos de valor, força, poder, dentre aceitação muito elevada pelos membros do grupo,
outros. Caso contrário, surgem sentimentos de inferioridade, provavelmente irá produzir abaixo do nível médio de
fraqueza, desamparo, podendo levar‑lhe ao desânimo. produção. Pois produzir um número que destoa da
Necessidades de Autorrealização: essas são as mais ele- média poderá gerar a rejeição do grupo.
vadas e situam‑se no topo da pirâmide hierárquica. • Percepção de sua capacidade de influenciar sua produ-
tividade: um funcionário pode acreditar que seu poder
São as necessidades que levam cada pessoa a tentar influencia seu próprio nível produtivo. Contudo, se ele
realizar seu próprio potencial e se desenvolver con- acreditar que o esforço despendido em um serviço
tinuamente como criatura humana ao longo de toda teve pouco efeito no resultado, automaticamente irá
vida... Tornar‑se mais do que é e de vir a ser tudo o se esforçar menos.
Noções de Gestão Pública

que pode ser (CHIAVENATO, 2000, p. 85).


Diante disso, cada indivíduo escolhe o grau com que dese-
Portanto, mesmo que todas as necessidades sejam ja ser motivado. Uns se contentam com pouco, outros estão
alcançadas, a pessoa sempre desejará mais e dificilmente em uma eterna busca. Porém, todos precisam ser motivados.
atingirá a satisfação plena e absoluta. Pode‑se verificar, na frase de Maquiavel (2001), que
pessoas precisam ser motivadas e, se assim o fizerem, trarão
A Teoria dos Dois Fatores de Herzberg, Segundo somente benefícios àquele que o motivou.
Chiavenato (2000)
Sempre se encontram descontentes e pessoas com
Herzberg difere de Maslow ao fundamentar, em sua desejo de inovar, que poderão abrir‑te caminho para
teoria, os fatores externos e o trabalho do indivíduo como dentro do estado e facilitar a tua vitória. (MAQUIA-
motivadores do comportamento humano. VEL, 2001, p. 19).

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No tratamento com os funcionários, é necessário dar‑lhes Todavia, dentro de uma mesma organização, o que pode
oportunidade e espaço para concretizar suas ambições. Caso dar certo em um grupo pode não funcionar em outro. Isso
contrário, podem trazer problemas à organização. decorre pelo fato de o grupo ser formado por seres humanos,
Ainda com relação ao trato entre chefia e subordinado, que possuem personalidade, aparência e caráter distintos.
Sun Tzu afirma: Porém, mesmo com todas essas diferenças, existem pontos
em comum entre indivíduos. A fome no momento em que
Comanda seus soldados com autoridade, man- acordamos é um exemplo de necessidade comum a todos.
tém‑nos juntos pela boa fé e os torna serviçais com Sendo assim, veremos a seguir três áreas principais existentes
recompensas. Se a fé diminuir, haverá separação; se nos grupos de trabalho.
as recompensas forem deficientes, as  ordens não Os três componentes básicos para atingir as metas são:
serão respeitadas (SUN TZU, 2002, p. 102). Liderança, Conhecimento Gerencial e Conhecimento Técnico.
Veremos, a  seguir, algumas características de líderes,
Os seres humanos sempre foram movidos a recompen- baseadas em oito princípios, conforme Covey (1994):
sas, mesmo há 2.500 anos, como pode ser visto na citação 1) Os líderes estão continuamente aprendendo: há
acima de Sun Tzu. uma busca constante de conhecimento na vida desse tipo
O que pode ser considerado importante para motivar fun- de indivíduo; procuram treinamento, leitura especializada,
cionários? É preciso que o superior lhes passe pessoalmente escutam os outros, assistem a aulas, aprendem com os olhos
algo inspirador e, se necessário, use recursos que ajudem a e ouvidos bem abertos. São extremamente curiosos e estão
desenvolver atitudes positivas na organização. Alguns recur- sempre fazendo perguntas, desenvolvendo sempre novas
sos praticados na gestão de pessoas são folgas, bonificação habilidades e interesses. Quanto mais sabem, descobrem
em função de desempenho, festas, jantares, dentre outros. que nada sabem, ou seja, um eterno aprendizado.
Porém, mesmo fazendo isso para motivar os empregados, 2) Os líderes estão voltados para o serviço: podemos
é fundamental permanecer sempre atento às suas ações. dizer que os líderes encaram a vida como uma missão, e não
Por fim, como uma carreira.
3) Os líderes irradiam energia positiva:
... para você ter sucesso é necessário desenvolver a
capacidade de perceber mais além do que eles estão As pessoas baseadas em princípios têm uma aparên-
fazendo: o porque estão fazendo. Muitos impérios e cia alegre, agradável e feliz. Sua atitude é otimista,
líderes tombaram devido às ações de funcionários positiva, para cima, e seu espírito é entusiasta, espe-
que pareciam leais... (GRIFFIN, 1994, p. 105). rançoso e cheio de fé (COVEY, 1994, p. 9).

Liderança Qual a sua reação ao se deparar com energias negativas?


Esses líderes tendem a neutralizar essas energias e, com
Liderar é liberar a capacidade criativa existente nas pes- sabedoria, conseguem lidar com elas.
soas, porém isso demanda comprometimento entre líder e 4) Os líderes acreditam nas outras pessoas: tais indivíduos
liderado, o que exige confiança tanto do líder para com os não se sentem superiores ou engrandecidos pelo simples fato
liderados, como dos liderados para com o líder. de se defrontarem com as fraquezas dos outros. Acreditam,
Uma das muitas fontes de confusão sobre liderança foi a realmente, no potencial subjacente de todas as pessoas.
introdução da ideia dos assim chamados ‘estilos’: a liderança Vamos fazer uma analogia com Maquiavel, pois ao
autocrática, democrática e laissez‑faire (ou ‘faça o que qui- mesmo tempo em que ele dava conselhos ao príncipe, dava
ser’)”. O primeiro estilo era considerado ‘mau’ e o segundo, também ao povo. Acreditava que era possível a chegada
‘bom’. Vale ressaltar que o estilo autoritário não tem relação deles ao poder, se assim desejassem e tivessem condições
com um estilo ‘mau’, e sim firme. e virtude para tal façanha.
Não existe um ‘estilo’ certo na escala da liderança. 5) Suas vidas são equilibradas: os líderes mantêm‑se
Ao observarmos um líder, poderemos verificar que irá tomar sempre atualizados em relação aos assuntos e eventos mais
variadas decisões no decurso de sua função. recentes. Possuem vários amigos, porém poucos confidentes.
Observando as constantes mudanças no dia a dia, é no-
tório o valor de um líder servindo de bússola, indicando São capazes de reconhecer seu próprio valor, que se
a direção a ser seguida, garantindo o sucesso e a eficácia manifesta através de sua coragem e de sua integri-
organizacionais. A liderança sugere que a pessoa aceita pelo dade e através da falta de necessidade de gabar‑se...
grupo tenha o poder de dirigi‑lo. Isto é, o poder de mando São abertas na maneira simples, direta e não manipu-
existe, mas é legitimado pelo grupo e não, necessariamente, ladora com que se comunicam (COVEY, 1994, p. 10).
pela hierarquia.
Logo, liderança é uma técnica que pode ser assimilada, Os líderes vivem de maneira sensata o presente. Plane-
aperfeiçoada e adaptada por todos que assim desejarem. jam cuidadosamente o futuro e adaptam‑se com flexibilidade
Noções de Gestão Pública

O líder é aquele indivíduo que todos querem seguir, e os às circunstâncias mutáveis.
indivíduos identificam no líder a sapiência de saber ouvi‑los. 6) Os líderes encaram a vida como uma aventura: pessoas
Vários líderes atuais originaram‑se de uma sociedade assim fazem da vida uma verdadeira dádiva e resistem ao
cujas empresas seguiam o modelo patriarcal de liderança, máximo tornarem‑se discípulos de qualquer pessoa. Não
nas quais eles apenas eram os intermediários – nomeados gostam de serem detidas e são capazes de se adaptarem
pelas organizações – que faziam as ordens serem cumpridas. virtualmente a qualquer situação.
A postura atual do líder deve ser empreendedora, cria- 7) Os líderes são pessoas sinérgicas: “Sinergia é o estado
tiva, para a obtenção de resultados satisfatórios. Espera‑se em que o todo é mais do que a soma das partes” (COVEY,
que os líderes que provêm do modelo patriarcal estejam 1994, p. 12). Ou seja, pessoas sinérgicas são aquelas que se
preparados para atuar no cenário do novo milênio, de forma adaptam e aceitam facilmente uma mudança, além de serem
diferenciada. bastante produtivas e criativas.

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8) Os líderes exercitam‑se pela autorrenovação: é funda- direção de metas estabelecidas, explicando a eles quais são
mental cuidar das quatro dimensões da personalidade hu- as exigências do papel e da tarefa em troca de recompensas
mana, são elas: a física, a mental, a emocional e a espiritual. pelos esforços realizados.
“Esses princípios da autorrenovação gradualmente Os líderes transformacionais inspiram seus seguidores
produzem um caráter forte e saudável com uma força de a ultrapassarem seus interesses próprios para o bem da
vontade poderosamente disciplinada, voltada para o serviço” empresa e também prestam atenção nas necessidades in-
(COVEY, 1994, p. 14). dividuais de seus seguidores, além de fazerem com que os
mesmos vejam velhos problemas de maneiras novas e os
Depois de discorrer sobre alguns assuntos importantes estimulem e inspirem a darem mais de si para alcançarem
dentro dos estilos de liderança, podemos adentrar nesse as metas estipuladas. A liderança transformacional possui
assunto, propriamente dito. uma ligação estreita com a carismática.
De acordo com uma revisão das teorias de liderança
realizada por Robbins (1999), verificou‑se que são quatro A liderança transformacional está mais fortemente
as abordagens mais recentes. São elas: teoria de atribuição correlacionada do que a liderança transacional a
de liderança, liderança carismática, liderança transacional taxas de rotatividade mais baixas, produtividade mais
versus transformacional e liderança visionária. alta e satisfação de empregado mais alta (ROBBINS,
A teoria de atribuição de liderança é utilizada como ajuda 1999, p. 235).
para explicar a percepção de liderança. Esta teoria lida com
pessoas tentando fazer uma ligação entre causa e efeito. Qual o motivo desta forte correlação? Será pelo fato de
Quando algo acontece, deve ser atribuído a algum fator. os líderes prestarem atenção nas necessidades individuais
O mesmo ocorre com os líderes, pois “a teoria da atribuição de seus seguidores?
diz que liderança é meramente uma atribuição que as pes- Observando esta pergunta, pode ser feito um paralelo à
soas fazem a outros indivíduos” (ROBBINS, 1999, p. 232). motivação, a qual afirma que cada indivíduo possui diversas
Os líderes dessa teoria possuem alguns traços marcantes formas de atingir a satisfação profissional. Sendo assim,
de personalidade. São considerados possuidores de fortes podemos dizer que o indivíduo carece de uma atenção um
habilidades verbais, agressivos, compreensivos e dispostos pouco mais direcionada às suas necessidades individuais.
para o trabalho. Por fim, a  liderança visionária é aquela que possui a
A teoria da liderança carismática é considerada como a capacidade de criar e articular uma visão realista do futuro
extensão da atribuição de liderança. Porém, os líderes caris- para o ambiente organizacional, a partir de acontecimentos
máticos têm três características marcantes que os diferem de presentes e passados.
um líder não carismático. São elas: confiança extremamente Maquiavel, em seu livro O Príncipe, é um exemplo de líder
alta, domínio e fortes convicções em suas crenças. visionário. Pode‑se verificar no seguinte trecho
Qual o comportamento desse tipo de líder? O carismá-
tico, normalmente, influencia seus seguidores por meio de Quanto aos exercícios da mente, deve o príncipe
processos atraentes, articulados por eles próprios. Com isso, ler as histórias e refletir sobre as ações dos homens
uma expectativa é criada nos seguidores fazendo com que excelentes, ver como se comportaram nas guerras,
surja uma ligação entre o presente e um melhor futuro para e examinar as causas das vitórias e derrotas a fim de
a organização. O líder expõe expectativas altas de desempe- poder escapar destas e imitar aquelas. Mas, sobre-
nho e demonstra, a seus seguidores, confiança de que eles tudo, deve agir como antes agiram alguns homens
conseguem alcançá‑las. Além de estar sempre mostrando a excelentes que se espelharam no exemplo de outros
eles que, se for necessário, faz autossacrifícios para atingir que, antes deles, haviam sido louvados e glorificados,
o desejado. Será que no seu trabalho existe algum líder e  cujos gestos e ações procuraram ter sempre em
carismático? mente... (MAQUIAVEL, 2001, p. 71).
Já dizia Maquiavel: “Nada torna um príncipe tão estimado
quanto realizar grandes empreendimentos e dar de si raros Não basta o líder possuir apenas a visão, ele deve explicar
exemplos.” (MAQUIAVEL, 2001, p. 105). Porém, ainda que a visão aos outros, e para isso é necessário que tenha comu-
alguns autores afirmem que carisma não pode ser aprendi- nicação oral e escrita claras. Além disso, ele deve demonstrar
do, a maioria dos especialistas acredita que os indivíduos tal visão por meio de comportamentos e estendê‑la para a
podem receber treinamento com o objetivo de demonstrar organização como um todo, onde todas as áreas tenham
comportamentos carismáticos. conhecimento do que se passa.
A liderança carismática é mais indicada quando existe O Estilo de Liderança pode ser classificado em cinco
um propósito ideológico, por isso se torna mais comum a versões.
aparição de um líder carismático na política ou na guerra, Os perfis são os seguintes: destruidor, procrastinador,
ou então quando uma empresa está introduzindo algo radi- paralisador, planejador e realizador.
calmente novo ou passando por uma crise. • Destruidor: são líderes completamente egocêntricos
Podemos verificar um propósito ideológico na frase de e vêem o mundo a partir de suas próprias convicções.
Noções de Gestão Pública

Sun Tzu. Não possuem consideração para com os outros e tiram


vantagem daqueles que agem conforme o solicitado.
O general que avança sem desejar fama e recua sem • Procrastinador: são indivíduos absolutamente ner-
temer o descrédito, cujo único pensamento é prote- vosos e relutantes. Tendem a adiar as tarefas que
ger seu país e prestar um bom serviço ao soberano, necessitam execução ou se afastam delas.
é a joia do reino. (SUN TZU, 2002, p. 73). • Paralisador: esses tipos de líderes ficam parados no
tempo. Praticamente vivem de algum passado glorio-
O líder tem uma visão voltada para o bem da organização so e tentam de forma repetida revivê‑lo.
e a satisfação pessoal de atingir as metas estabelecidas. A li- • Planejador: o estilo de liderança dos líderes planeja-
derança transacional versus transformacional: na liderança dores envolve lidar com o mundo real, em tempo real.
transacional, os líderes guiam ou motivam seus seguidores na Eles se interessam com o ambiente externo e também

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
com o que podem aprender com você. O objetivo dos • Ser democrático:
líderes planejadores é expandir os conhecimentos. – A pessoa que colabora. Naturalmente, o  desejo
Além de inquiridores e prestativos, são de fácil con- de colaborar não é, por si só, um traço distinto
vivência, mas têm princípios firmes e imutáveis. de personalidade. Quando você encontra essa
• Realizador: os líderes realizadores são considerados qualidade em um subordinado, ele geralmente
indivíduos vibrantes e coerentes. Suas negociações trabalha melhor quando orientado pelo método
são bem sucedidas, seus empreendimentos sempre democrático.
são concluídos, suas estratégias são bem planejadas – O indivíduo que se adapta aos grupos com fa-
e comunicadas. Seus liderados demonstram orgulho cilidade. A  pessoa que gosta de fazer parte de
de ter um líder realizador. grupos provavelmente trabalhará melhor sob a
orientação do método democrático. Tem menos
Chegamos à conclusão que não há estilos de liderança necessidade de direção, pois encara seu trabalho
pré‑estabelecidos. O estilo irá depender das características essencialmente como um trabalho de grupo e se
que o suposto líder apresentará. As denominações de estilos sente plenamente satisfeito.
são variadas. Há diversas nomenclaturas, porém a essência é
praticamente a mesma: líderes carismáticos ou autoritários. • Método permissivo:
Com a finalidade de agregar um pouco mais de conhe- – O individualista. Gosta de permanecer sozinho.
cimento a respeito dos líderes, veremos algumas diferenças É  geralmente muito produtivo quando está sob
entre eles e os chefes.
a liderança permissiva. Mesmo que goste de se
Nem todo chefe é líder. Porém, o chefe pode se transfor-
exibir “bancando o importante”, deixe‑o agir da
mar em um líder, dependendo do modo como agir.
maneira que preferir, a menos que comprometa
Quais as diferenças existentes entre os chefes e os lí-
deres? O bom chefe traz ordem e segurança ao se projetar o bem‑estar do grupo ou cause ressentimentos a
planos formais, planejar estruturas organizacionais rígidas outros indivíduos.
e observar os resultados dos planos. Já o líder trata com – O retraído da sociedade. Pessoa que tem aversão
a mudança. Além de trazer ordem e segurança, os líderes a contatos pessoais. Isso pode ser uma hostilida-
estabelecem direção desenvolvendo uma visão do futuro; de latente. Esse indivíduo tende a trabalhar mais
então, eles incluem as pessoas comunicando a elas essa adequadamente quando sozinho. A  atmosfera
visão e motivando‑as a vencer obstáculos. permissiva contribui para a sua paz de espírito e
Até mesmo nos dias atuais não seria possível identificar para que o seu esforço se torne mais eficiente e
um conjunto de traços de personalidade comum a todos os natural.
líderes. Alguns indivíduos possuem os mesmos traços, porém
não necessariamente todos são líderes. Devem‑se ainda considerar os seguintes aspectos:
Podemos concluir que a existência da figura de um líder • Idade – Quando se trata de pessoa madura, o méto-
em uma organização é imprescindível para o bom andamento do livre (permissivo) funciona melhor, ao passo que
das tarefas. Porém, não existe um estilo de liderança modelo para uma pessoa jovem o mais indicado é o método
ou desejado. Os estilos vistos aqui podem ser usados por uma autocrático.
mesma pessoa em situações diferentes. Por exemplo: um • Sexo – As pessoas exibicionistas preferem o método
líder carismático pode ser autoritário em algumas situações. autocrático, já o democrático estaria bem para as
E o autoritário, também, pode ser carismático. outras.
O importante é a postura de um líder. Essa postura deve • Prática – Quanto mais o subordinado estiver familia-
ser empreendedora e criativa, pois em um mercado com- rizado com o trabalho, mais inclinação a substituir o
petitivo como o nosso, devemos estar sempre buscando método autocrático pelo democrático haverá.
resultados satisfatórios e positivos.
A liderança utilizada dependerá do ambiente no qual Em relação ao líder podemos destacar as seguintes
a instituição estará inserida. Verificamos que a liderança personalidades:
carismática é mais indicada quando existir um propósito • Personalidade autoritária – A pessoa com personali-
ideológico. No entanto, se a situação for de combate, a lide- dade autoritária tem uma maneira limitada de ver as
rança autoritária não soaria mal, ao contrário, talvez fosse coisas, tende a ser conservadora, vivendo de acordo
a melhor solução. com hábitos e costumes. Assim, as pessoas que infrin-
gem tais preceitos são suspeitas. Na opinião desse tipo
Atitudes de Liderança de pessoa, a liderança tem que ser forte e não pode
ser transgredida.
Para a correta aplicação da ação gerencial é preciso
• Personalidade democrática  – A pessoa com perso-
conhecer o subordinado, a fim de poder utilizar a liderança
nalidade democrática tende a ser liberal a respeito
adequadamente. Assim, vejamos os diferentes perfis de
liderados: de muitas coisas. Acredita que as pessoas devem ser
julgadas mais pelos seus méritos que pelo seu padrão
Noções de Gestão Pública

• Ser autocrático: de comportamento. Não gosta de ser coagida, nem de


– A pessoa hostil. Encara a autoridade com ressen- ver os outros sofrerem pressões. Para ela, os debates,
timento. A  hostilidade necessita de defrontar‑se as  reuniões de grupo, o  senso geral são métodos
com demonstrações de autoridade. O  método dignos de elogio.
autocrático canaliza sua agressividade, orientando
suas energias para fins construtivos. Para se atingir o sucesso em qualquer um dos tipos de
– A pessoa dependente. Esse tipo sente necessidade liderança é necessário realizar ações gerenciais, como:
de uma autoridade de pulso firme. Seu senso de • Respeitar as diferenças individuais  – São as várias
dependência lhe dá uma sensação de inseguran- formas em que os indivíduos se distinguem uns dos
ça, de estar solto no ar. Uma orientação firme lhe outros, seja nos aspectos físicos, psíquicos, inte­
inspira confiança. lectuais, emocionais ou sociais. São divididas em:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
– diferenças inatas: o indivíduo já nasce com elas • Motivar subordinados – Existem muitas teorias vol-
(sexo, raça, constituição física, temperamento etc.); tadas à motivação. Como já vimos anteriormente na
– diferenças adquiridas: por influência do meio teoria de Maslow, a única maneira de motivar uma
ambiente (meio físico: clima e região; meio social: pessoa é oferecer‑lhe um trabalho que se constitua
família, escola, religião e situação econô­mica); em um desafio e pelo qual ela se responsabilize.

• Ser atencioso – Quando um líder é atencioso, ele trata Gestão de Desempenho


os seus subordinados com consideração e respeito,
sentimentos adquiridos ao longo de sua experiência Para Chiavenato (1981), avaliação de desempenho,
na liderança, juntamente com: muitas vezes, pode servir de base às políticas de promoção
– sensibilidade de grupo: um líder eficiente deverá das organizações. O processo é efetuado periodicamente,
ser bem aceito por todos. É  importante que ele normalmente, com caráter anual, e consiste na análise obje-
conheça o que os seus membros pensam a seu tiva do comportado do avaliado no seu trabalho, e posterior
respeito, sobre sua liderança, sobre eles mesmos na comunicação dos resultados. Tradicionalmente compete
e sobre assuntos relativos ao trabalho. A falta de aos superiores avaliarem os seus subordinados, estando à
conhecimento do seu próprio grupo prejudica a avaliação sujeita a correções posteriores para que os resul-
eficiência do líder tanto no trato com a equipe tados finais sejam compatíveis com a política de promoções.
como também com os indivíduos que a compõe. Alguns dos métodos tradicionalmente utilizados para
É provável que ele passe a julgar um indivíduo pelo avaliar desempenho:
todo; • Método da Escala Gráfica: é o método de Avaliação
– sensibilidade interpessoal: o bom líder deve ter de desempenho mais utilizado, divulgado e simples.
a capacidade de entender os indivíduos com os Exige muitos cuidados, a fim de neutralizar a subje-
quais está trabalhando. Medir essa capacidade não tividade e o pré‑julgamento do avaliador para evitar
é fácil. Existem testes utilizados para a verificação interferências. Trata‑se de um método que avalia o
de estilos de liderança do gerente, o que poderá desempenho das pessoas por meio de fatores de
ajudar bastante, uma vez que revela as suas rea- avaliação previamente definidos e graduados. Utiliza
ções diante de situações que lhes são impostas. um formulário de dupla entrada, no qual as linhas em
Os  testes de mensuração da sensibilidade inter- sentido horizontal representam os fatores de avaliação
pessoal também podem, e devem, ser estendidos
de desempenho; enquanto as colunas em sentido
aos traços de personalidade dos subordinados;
vertical, representam os graus de variação daqueles
fatores. Os  fatores são previamente selecionados
• Ouvir – “Ouvir é ouro, falar é prata”, porque, ao ouvir,
para definir em cada empregado as qualidades que
você pode aprender ou perceber algo novo, enquanto
se pretende avaliar.
o ato de falar limita a pessoa ao processamento de
• Método da Escolha Forçada: consiste em avaliar o
ideias já formadas. Ao ouvir alguém, o líder:
desempenho dos indivíduos por intermédio e frases
– deve se colocar de frente para o interlocutor e olhar
para ele, enquanto ouve. Isso facilita a comunicação; descritivas de determinadas alternativas de tipos de
– ouvir sem interromper, mesmo quando estiver desempenho individual. Em cada bloco, ou conjunto
em desacordo. Dar ao outro a oportunidade de composto de duas, quatro ou mais frases, o avaliador
expressar‑se até o fim; deve escolher, forçosamente, apenas uma ou duas
– não deve ter atividades paralelas. Evitar dis­trair‑se alternativas, que mais se aplicam ao desempenho do
com sons ou acontecimentos do ambiente. Con- empregado avaliado.
centrar‑se totalmente em ouvir;
– manifestar desejo de saber como os outros pensam; As frases podem variar, porém basicamente existem duas
– não deve preparar a resposta enquanto o outro formas de composição:
fala. Agindo assim, compreenderá em parte ou – Os blocos são formados por duas frases de significado
simplesmente não compreenderá o que o outro positivo e de duas de significado negativo. O super-
tem a dizer. Consequentemente, a resposta pode visor ou avaliador, ao julgar o empregado, escolhe a
não ser adequada ao que o outro disse. É daí que frase que mais se aplica e a que menos se aplica ao
surgem os desentendimentos, as discussões inú- desempenho do avaliado.
teis, os diálogos surdos; – Os blocos são formados apenas por quatro frases
com significado positivo. O supervisor ou avaliador,
• Utilizar feedback – Feedback, no processo de comu- ao julgar o empregado, escolhe as frases que mais se
nicação, é um canal para resposta do receptor, pois aplicam ao desempenho do avaliado.
possibilita, através do retorno da informação recebida,
que o emissor possa verificar se a mensagem foi en- • Método de Pesquisa de Campo: é feito pelo chefe,
com assessoria de um especialista (staff) em Avalia-
Noções de Gestão Pública

tendida perfeitamente. No que diz respeito ao relacio-


namento humano, deve ser praticado de uma forma ção de Desempenho. O especialista vai a cada sessão
que possa melhorar a convivência entre as pessoas, para entrevistar a chefia sobre o desempenho de
baseando‑se na busca pela verdade de fatos que em seus respectivos subordinados. Embora a Avaliação
algum momento, consciente ou inconscientemente, seja responsabilidade de cada chefe, há uma ênfase
possam ter gerado algum desentendimento entre os na função de staff em assessorar da maneira mais
indivíduos, comprometendo o desempenho grupal, completa.
caso não seja solucionado. Por outro lado, é importan- • Métodos dos Incidentes Críticos: baseiam‑se no fato
te que o feedback seja dado em uma ocasião propícia, de que no comportamento humano existem certas
pois pode ocorrer de, em função da forma como for características extremas, capazes de levar a resultados
transmitido ou do momento inadequado, gerar um positivos. Uma técnica sistemática, por meio da qual
impacto negativo por parte do receptor; o supervisor imediato observa e registra os fatos ex-

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cepcionalmente positivos e os fatos excepcionalmente de Desempenho, é fundamental que as informações sejam
negativos a respeito do desempenho dos seus subor- corretas e reais, para que se possa, ao final, obter resultados
dinados. Focaliza tanto as exceções positivas como as reais sobre os empregados.
negativas no desempenho das pessoas. Métodos Mistos: é muito comum organizações que se
• Método de Comparação aos Pares: consiste em com- caracterizam pela complexidade de seus cargos, recorrerem
parar dois a dois empregados de cada vez, e se anota a uma mistura de métodos na composição do modelo de
na coluna da direita, aquele que é considerado melhor, Avaliação de Desempenho.
quanto ao desempenho. Pode‑se ainda, utilizar fatores Como se pode ver, existem diversos métodos de Avalia-
de avaliação. Assim, cada folha do formulário seria ção de Desempenho, tanto nos aspectos relacionados com a
ocupada por um fator de avaliação de desempenho. própria avaliação e com as prioridades envolvidas, quanto na
• Método de Frases Descritivas: é um método que não sua mecânica de funcionamento, pois há uma tendência de
exige obrigatoriedade na escolha de frases. O  ava- cada organização ajustar os métodos às suas peculiaridades
liador assimila apenas as frases que caracterizam e necessidades.
o desempenho do subordinado (sinal (+) ou (s)) e Observa‑se que o leque de desvantagens é grande e pode
aquelas que realmente demonstram o oposto de seu comprometer os efeitos que se pretende com a avaliação
desempenho (sinal (-) ou (n)). de desempenho.
• Método da Autoavaliação: é o método por meio do
qual o próprio empregado é solicitado a fazer uma Avaliação
sincera análise de suas próprias características de
desempenho. Podem‑se utilizar sistemáticas variá- Uma das responsabilidades mais importantes de um
veis, inclusive formulários baseados nos esquemas gerente é avaliar o desempenho de seus funcionários. Por
apresentados nos diversos métodos de avaliação do que a avaliação de desempenho é tão importante? Porque
desempenho já descritos. ela atende a diversos objetivos cruciais.
• Método de Avaliação por Resultados: liga‑se aos pro- As avaliações são utilizadas para tomar decisões fun-
gramas de Administração por Objetivos. Este método damentais relativas às pessoas, tais como promoções,
baseia‑se numa comprovação periódica entre os resul- transferências e rescisões; para identificar necessidades
tados fixados (ou separados) para cada funcionário e de treinamento; para dar feedback aos funcionários sobre
os resultados efetivamente alcançados. As conclusões como a organização encara o seu desempenho e, frequente-
a respeito dos resultados permitem a identificação mente, como base para reajustes salariais. Na administração
dos pontos fortes e fracos do funcionário, bem como pública, a avaliação de desempenho está se tornando uma
as providências necessárias para o próximo período. obsessão, conquanto poucas vezes tenha alguma valia como
É considerado um método prático, embora seu fun- instrumento gerencial.
cionamento dependa sobremaneira das atitudes e dos Uma pergunta muito interessante em relação à avaliação
pontos de vista do supervisor a respeito da avaliação diz respeito a quem deveria fazer a avaliação? Quem deveria
do desempenho. avaliar o desempenho de um funcionário: A resposta óbvia
aparentemente seria: seu superior imediato!
Chiavenato (1981) propõe a Avaliação por objetivos. Por tradição, a autoridade de um gerente normalmente
Neste método de avaliação, o  gestor e o colaborador incluía a avaliação do desempenho dos subordinados. A ló-
negociem os objetivos a alcançar durante um período de gica por trás dessa tradição parece ser a de que os gerentes
tempo. Os objetivos devem ser específicos, mensuráveis e es- são considerados responsáveis pelo desempenho de seus
tar alinhados aos objetivos da organização. Periodicamente, subordinados; logo, é natural que esses gerentes avaliem tal
o gestor e o colaborador devem se reunir e discutir o nível de desempenho. Mas essa lógica pode ser errônea.
desempenho, podendo ser renegociados os objetivos. O co- Na verdade, outras pessoas podem ser capazes de rea-
laborador precisa estar motivado para apresentar planos, lizar essa tarefa melhor, ou pelo menos contribuir para ela.
propor correções e sugerir novas ideias. Em contrapartida, Superior Imediato – Muitos chefes não se sentem con-
o gestor deve comunicar o seu agrado (ou desagrado) pe- fortáveis ou preparados para avaliarem seus subordinados.
rante os resultados alcançados e propor também correções. A avaliação causa problemas e tende a tornar tenso o am-
A avaliação vai assim tomando forma através da análise do biente de trabalho.
desempenho do colaborador. O  desempenho deve estar, Colegas –e Avaliações de colegas são uma das fontes mais
contudo, limitado aos objetivos negociados. O gestor nunca confiáveis de dados de avaliação. Por quê? Primeiro, porque
deve ter em conta aspectos que não estavam previstos nos estão próximos da ação. Segundo, porque a utilização de
objetivos, ou que não tivessem sido comunicados ao colabo- colegas como avaliadores resulta em diversos julgamentos
rador. Deve ser permitido ao colaborador apresentar a sua independentes, ao passo que um chefe apenas pode ofere-
autoavaliação e discuti‑la com o gestor. cer uma única avaliação. Do lado negativo, essas avaliações
Quando chega o momento do gestor comunicar a ava- podem sofrer da indisposição de colegas de trabalho em se
liação dos seus colaboradores, tanto um como o outro, têm avaliarem reciprocamente e de desvios oriundos de amizade,
Noções de Gestão Pública

consciência dos resultados que foram alcançados e se foram má vontade ou rivalidade.


satisfeitos, ou não, os objetivos. Desta forma, o colaborador Autoavaliações – Fazer com que os funcionários avaliem
sabe de antemão o que se espera dele, e sabe se a avaliação seu próprio desempenho é condizente com valores como
que lhe foi atribuída é justa ou não, pois já recebeu previa- autogestão e participação na decisão. No entanto, como se
mente o feedback do seu gestor. Por outro lado, não poderá pode imaginar, sofrem de uma pontuação excessivamente
pôr em causa a avaliação dos colegas, pois os objetivos são inflada e do viés da autopromoção.
negociados individualmente. Com o intuito de contornar esses problemas, muitas
A política de progressão de carreiras, ou de aumentos sa- organizações, no setor público, empresas estatais como a
lariais, também pode estar incluída neste processo, podendo Caixa e Petrobras, estão adotando Avaliações de 360 Graus,
os colaboradores e o gestor negociar mediante o alcance dos uma Abordagem Abrangente, que propicia o feedback de
resultados esperados. Em todo e qualquer passo da Avaliação desempenho a partir do círculo pleno de contatos cotidianos

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passíveis de serem mantidos por um funcionário, desde o Cada setor específico ou aplicação da gestão de riscos
pessoal da expedição até os clientes, chefes e colegas. traz consigo necessidades particulares, vários públicos, per-
cepções e critérios. Portanto, uma característica-chave desta
Feedback de Desempenho Norma é a inclusão do estabelecimento do contexto como
uma atividade no início deste processo genérico de gestão de
Para muitos gerentes, poucas atividades são mais desa- riscos. O estabelecimento do contexto captura os objetivos
gradáveis do que a de fornecer feedback de desempenho da organização, o ambiente em que ela persegue esses ob-
aos funcionários. De fato, a  menos que pressionados por jetivos, suas partes interessadas e a diversidade de critérios
políticas e controles organizacionais, os  gerentes tendem de risco – o que auxiliará a revelar e avaliar a natureza e a
a ignorar essa responsabilidade. Por que a relutância em complexidade de seus riscos.
fornecer feedback? Parece haver pelo menos três motivos. O relacionamento entre os princípios para gerenciar
O primeiro é que os gerentes muitas vezes não se sentem riscos, a estrutura na qual ocorre e o processo de gestão
à vontade para discutir deficiências de desempenho com os de riscos descritos nesta Norma são mostrados na Figura 1.
funcionários. O segundo motivo é que muitos funcionários Quando implementada e mantida de acordo com esta
tendem a ficar na defensiva quando suas deficiências são Norma, a gestão dos riscos possibilita a uma organização,
apontadas, em vez de aceitarem o feedback como constru- por exemplo:
tivo e como base para melhorar o desempenho. Finalmente, • aumentar a probabilidade de atingir os objetivos;
os funcionários tendem a fazer uma imagem inflada de seu • encorajar uma gestão pro-ativa;
próprio desempenho. • estar atento para a necessidade de identificar e tratar
os riscos através de toda a organização;
Welma Maia • melhorar a identificação de oportunidades e ameaças;
• atender às normas internacionais e requisitos legais e
GESTÃO DE RISCO BASEADA NA NORMA regulatórios pertinentes;
• melhorar o reporte das informações financeiras;
ABNT NBR ISO 31004 • melhorar a governança;
• melhorar a confiança das partes interessadas;
Organizações de todos os tipos e tamanhos enfrentam • estabelecer uma base confiável para a tomada de de-
influências e fatores internos e externos que tornam incerto cisão e o planejamento;
se e quando elas atingirão seus objetivos. O efeito que essa • melhorar os controles;
incerteza tem sobre os objetivos da organização é chamado • alocar e utilizar eficazmente os recursos para o trata-
de “risco”. mento de riscos;
Todas as atividades de uma organização envolvem risco. • melhorar a eficácia e a eficiência operacional;
As organizações gerenciam o risco, identificando-o, analisan- • melhorar o desempenho em saúde e segurança, bem
do-o e, em seguida, avaliando se o risco deve ser modificado como a proteção do meio ambiente;
pelo tratamento do risco a fim de atender a seus critérios • melhorar a prevenção de perdas e a gestão de inciden-
de risco. Ao longo de todo este processo, elas comunicam e tes;
consultam as partes interessadas e monitoram e analisam • minimizar perdas;
criticamente o risco e os controles que o modificam, a fim • melhorar a aprendizagem organizacional; e
de assegurar que nenhum tratamento de risco adicional seja • aumentar a resiliência da organização.
requerido. Esta Norma descreve este processo sistemático
e lógico em detalhes. Esta Norma é destinada a atender às necessidades de
Embora todas as organizações gerenciem os riscos em uma ampla gama de partes interessadas, incluindo:
algum grau, esta Norma estabelece um número de princí- a) os responsáveis pelo desenvolvimento da política de
pios que precisam ser atendidos para tornar a gestão de gestão de riscos no âmbito de suas organizações;
riscos eficaz. Esta Norma recomenda que as organizações b) os responsáveis por assegurar que os riscos são efi-
desenvolvam, implementem e melhorem continuamente cazmente gerenciados na organização como um todo ou em
uma estrutura5) cuja finalidade é integrar o processo para uma área, atividade ou projeto específicos;
gerenciar riscos na governança, estratégia e planejamento, c) os que precisam avaliar a eficácia de uma organização
gestão, processos de reportar dados e resultados, políticas, em gerenciar riscos; e
valores e cultura em toda a organização. d) desenvolvedores de normas, guias, procedimentos e
A gestão de riscos pode ser aplicada a toda uma organi- códigos de práticas que, no todo ou em parte, estabelecem
zação, em suas várias áreas e níveis, a qualquer momento, como o risco deve ser gerenciado dentro do contexto espe-
bem como a funções, atividades e projetos específicos. cífico desses documentos.
Embora a prática de gestão de riscos tenha sido desen-
volvida ao longo do tempo e em muitos setores a fim de As atuais práticas e processos de gestão de muitas orga-
atender às necessidades diversas, a adoção de processos nizações incluem componentes de gestão de riscos, e muitas
Noções de Gestão Pública

consistentes em uma estrutura abrangente pode ajudar a organizações já adotaram um processo formal de gestão de
assegurar que o risco seja gerenciado de forma eficaz, efi- riscos para determinados tipos de risco ou circunstâncias.
ciente e coerentemente ao longo de uma organização. A Nesses casos, uma organização pode decidir conduzir uma
abordagem genérica descrita nesta Norma fornece os prin- análise crítica de suas práticas e processos existentes, to-
cípios e diretrizes para gerenciar qualquer forma de risco de mando como base esta Norma.
uma maneira sistemática, transparente e confiável, dentro Nesta Norma, as expressões “gestão de riscos” e “ge-
de qualquer escopo e contexto. renciando riscos” são ambas utilizadas. Em termos gerais,
“gestão de riscos” refere-se à arquitetura (princípios, estru-
Disponível em: http://iso31000.net/norma-iso-31000-de-gestao-de-riscos/. tura e processo) para gerenciar riscos eficazmente, enquanto
4

Acesso em 22/06/2017.
5
Para os efeitos desta Norma Brasileira traduziu-se o termo framework por que “gerenciar riscos” refere-se à aplicação dessa arquitetura
“estrutura”. para riscos específicos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Figura 1 — Relacionamentos entre os princípios da gestão de riscos, estrutura e processo
Noções de Gestão Pública

A seguir, disponibilizamos os princípios e diretrizes que Esta Norma pode ser utilizada por qualquer empresa
envolvem a gestão de riscos. pública, privada ou comunitária, associação, grupo ou indi-
víduo. Portanto, esta Norma6 não é específica para qualquer
Gestão de Riscos – Princípios e Diretrizes indústria ou setor.
Esta Norma pode ser aplicada ao longo da vida de uma
1. Escopo organização e a uma ampla gama de atividades, incluindo
Esta Norma fornece princípios e diretrizes genéricas
para a gestão de riscos. 6
Para conveniência, todos os diferentes usuários desta Norma são referidos
pelo termo geral “organização”.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
estratégias, decisões, operações, processos, funções, proje- 2.4. política de gestão de riscos
tos, produtos, serviços e ativos. declaração das intenções e diretrizes gerais de uma or-
Esta Norma pode ser aplicada a qualquer tipo de risco, ganização relacionadas à gestão de riscos (2.2)
independentemente de sua natureza, quer tenha consequ- [ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 2.1.2]
ências positivas ou negativas.
Embora esta Norma forneça diretrizes genéricas, ela 2.5. atitude perante o risco
não pretende promover a uniformidade da gestão de riscos abordagem da organização para avaliar e eventualmente
entre organizações. A concepção e a implementação de pla- buscar, reter, assumir ou afastar-se do risco (2.1) [ABNT ISO
nos e estruturas para gestão de riscos precisarão levar em GUIA 73:2009, definição 3.7.1.1]
consideração as necessidades variadas de uma organização
específica, seus objetivos, contexto, estrutura, operações, 2.6. plano de gestão de riscos
processos, funções, projetos, produtos, serviços ou ativos e
esquema dentro da estrutura da gestão de riscos (2.3),
práticas específicas empregadas.
que especifica a abordagem, os componentes de gestão e os
Pretende-se que esta Norma seja utilizada para harmoni-
zar os processos de gestão de riscos tanto em normas atuais recursos a serem aplicados para gerenciar riscos (2.1)
como em futuras. Esta Norma fornece uma abordagem co-
mum para apoiar Normas que tratem de riscos e/ou setores NOTA 1: Os componentes de gestão tipicamente incluem
específicos, e não substituí-las. procedimentos, práticas, atribuição de responsabilidades,
Por fim, vale destacar que esta Norma não é destinada seqüência e cronologia das atividades.
para fins de certificação. NOTA 2: O plano de gestão de riscos pode ser aplicado a
um determinado produto, processo e projeto, em parte ou
2. Termos e definições em toda a organização.
[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 2.1.3]
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se os seguintes
termos e definições. 2.7. proprietário do risco
pessoa ou entidade com a responsabilidade e a autori-
2.1. risco dade para gerenciar um risco (2.1) [ABNT ISO GUIA 73:2009,
efeito da incerteza nos objetivos definição 3.5.1.5]
NOTA 1: Um efeito é um desvio em relação ao esperado 2.8. processo de gestão de riscos
– positivo e/ou negativo. aplicação sistemática de políticas, procedimentos e prá-
NOTA: 2 Os objetivos podem ter diferentes aspectos (tais ticas de gestão para as atividades de comunicação, consulta,
como metas financeiras, de saúde e segurança e ambientais) estabelecimento do contexto, e na identificação, análise, ava-
e podem aplicar–se em diferentes níveis (tais como estra-
liação, tratamento, monitoramento (2.28) e análise crítica
tégico, em toda a organização, de projeto, de produto e de
dos riscos (2.1)
processo).
NOTA 3: O risco é muitas vezes caracterizado pela re- [ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.1]
ferência aos eventos (2.17) potenciais e às consequências
(2.18), ou uma combinação destes. 2.9. estabelecimento do contexto
NOTA 4: O risco é muitas vezes expresso em termos de definição dos parâmetros externos e internos a serem
uma combinação de consequências de um evento (incluindo levados em consideração ao gerenciar riscos, e estabeleci-
mudanças nas circunstâncias) e a probabilidade (2.19) de mento do escopo e dos critérios de risco (2.22) para a política
ocorrência associada. de gestão de riscos (2.4)
NOTA 5: A incerteza é o estado, mesmo que parcial, da [ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.3.1]
deficiência das informações relacionadas a um evento, sua
compreensão, seu conhecimento, sua consequência ou sua 2.10. contexto externo
probabilidade. ambiente externo no qual a organização busca atingir
[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 1.1] seus objetivos

2.2. gestão de riscos NOTA: O contexto externo pode incluir:


atividades coordenadas para dirigir e controlar uma or- • o ambiente cultural, social, político, legal, regulatório,
ganização no que se refere a riscos (2.1) [ABNT ISO GUIA financeiro, tecnológico, econômico, natural e compe-
73:2009, definição 2.1] titivo, seja internacional, nacional, regional ou local;
• os fatores–chave e as tendências que tenham impacto
2.3. estrutura da gestão de riscos sobre os objetivos da organização; e
conjunto de componentes que fornecem os fundamentos • as relações com partes interessadas (2.13) externas e
e os arranjos organizacionais para a concepção, implementa-
suas percepções e valores. [ABNT ISO GUIA 73:2009,
Noções de Gestão Pública

ção, monitoramento (2.28), análise crítica e melhoria contí-


nua da gestão de riscos (2.2) através de toda a organização definição 3.3.1.1]

NOTA 1: Os fundamentos incluem a política, objetivos, 2.11. contexto interno


mandatos e comprometimento para gerenciar riscos (2.1). ambiente interno no qual a organização busca atingir
NOTA 2: Os arranjos organizacionais incluem planos, seus objetivos
relacionamentos, responsabilidades, recursos, processos e
atividades. NOTA: O contexto interno pode incluir:
NOTA 3: A estrutura da gestão de riscos está incorporada • governança, estrutura organizacional, funções e res-
no âmbito das políticas e práticas estratégicas e operacionais ponsabilidades;
de toda a organização. • políticas, objetivos e estratégias implementadas para
[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 2.1.1] atingi-los;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• capacidades compreendidas em termos de recursos e NOTA: Uma fonte de risco pode ser tangível ou intangível.
conhecimento (por exemplo, capital, tempo, pessoas, [ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.5.1.2]
processos, sistemas e tecnologias);
• sistemas de informação, fluxos de informação e pro- 2.17. evento
cessos de tomada de decisão (tanto formais como ocorrência ou mudança em um conjunto específico de
informais); circunstâncias
• relações com partes interessadas internas, e suas per-
cepções e valores; NOTA 1: Um evento pode consistir em uma ou mais ocor-
• cultura da organização; rências e pode ter várias causas. NOTA 2 Um evento pode
• normas, diretrizes e modelos adotados pela organiza- consistir em alguma coisa não acontecer.
ção; e NOTA 3: Um evento pode algumas vezes ser referido
• forma e extensão das relações contratuais. como um “incidente” ou um “acidente”.
[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.3.1.2] NOTA 4: Um evento sem consequências (2.18) também
pode ser referido como um “quase acidente”, ou um “inci-
2.12. comunicação e consulta dente” ou “por um triz”.
processos contínuos e iterativos que uma organização [ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.5.1.3]
conduz para fornecer, compartilhar ou obter informações e
se envolver no diálogo com as partes interessadas (2.13) e 2.18. consequência
outros, com relação a gerenciar riscos (2.1) resultado de um evento (2.17) que afeta os objetivos

NOTA 1: As informações podem referir-se à existência, NOTA 1: Um evento pode levar a uma série de conse-
natureza, forma, probabilidade (2.19), significância, avalia- quências.
ção, aceitabilidade, tratamento ou outros aspectos da gestão NOTA 2: Uma consequência pode ser certa ou incerta e
de riscos. pode ter efeitos positivos ou negativos sobre os objetivos.
NOTA 2: A consulta é um processo bidirecional de comu- NOTA 3: As consequências podem ser expressas qualita-
nicação sistematizada entre uma organização e suas partes tiva ou quantitativamente.
interessadas ou outros, antes de tomar uma decisão ou di- NOTA 4: As consequências iniciais podem desencadear
recionar uma questão específica. A consulta é: reações em cadeia
• um processo que impacta uma decisão através da in- [ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.6.1.3]
fluência ao invés do poder; e
• uma entrada para o processo de tomada de decisão, 2.19. probabilidade (likelihood)
e não uma tomada de decisão em conjunto. chance de algo acontecer
[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.2.1]
NOTA 1: Na terminologia de gestão de riscos, a palavra
2.13. parte interessada ”probabilidade” é utilizada para referir-se à chance de algo
pessoa ou organização que pode afetar, ser afetada, ou acontecer, não importando se definida, medida ou deter-
perceber–se afetada por uma decisão ou atividade minada objetiva ou subjetivamente, qualitativa ou quanti-
tativamente, ou se descrita utilizando-se termos gerais ou
NOTA: Um tomador de decisão pode ser uma parte in- matemáticos (tal como probabilidade ou frequência durante
teressada. um determinado período de tempo).
[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.2.1.1] NOTA 2: O termo em Inglês “likelihood” não tem um
equivalente direto em algumas línguas; em vez disso, o
2.14. processo de avaliação de riscos7 equivalente do termo “probability” é freqüentemente uti-
processo global de identificação de riscos (2.15), análise lizado. Entretanto, em Inglês, “probability” é muitas vezes
de riscos (2.21) e avaliação de riscos (2.24) [ABNT ISO GUIA interpretado estritamente como uma expressão matemática.
73:2009, definição 3.4.1] Portanto, na terminologia de gestão de riscos, ”likelihood” é
utilizado com a mesma ampla interpretação de que o termo
2.15. identificação de riscos “probability” tem em muitos outros idiomas além do inglês.
processo de busca, reconhecimento e descrição de riscos [ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.6.1.1]
(2.1)
2.20. perfil de risco
NOTA 1: A identificação de riscos envolve a identificação descrição de um conjunto qualquer de riscos (2.1)
das fontes de risco (2.16), eventos (2.17), suas causas e suas
consequências (2.18) potenciais. NOTA: O conjunto de riscos pode conter riscos que di-
NOTA 2: A identificação de riscos pode envolver dados zem respeito a toda a organização, parte da organização, ou
históricos, análises teóricas, opiniões de pessoas informadas referente ao qual tiver sido definido.
Noções de Gestão Pública

e especialistas, e as necessidades das partes interessadas [ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.8.2.5]
(2.13).
[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.5.1] 2.21. análise de riscos
processo de compreender a natureza do risco (2.1) e
2.16. fonte de risco determinar o nível de risco (2.23)
elemento que, individualmente ou combinado, tem o
potencial intrínseco para dar origem ao risco (2.1) NOTA 1: A análise de riscos fornece a base para a avalia-
ção de riscos (2.24) e para as decisões sobre o tratamento
7
NOTA DA TRADUÇÃO: Para os efeitos desta Norma Brasileira, o termo risk de riscos (2.25).
assessment foi traduzido como “processo de avaliação de riscos” (2.14) para NOTA 2: A análise de riscos inclui a estimativa de riscos.
evitar conflito com o termo risk evaluation, que foi traduzido como “avaliação
de riscos” (2.24). [ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.6.1]

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
2.22. critérios de risco 2.28. monitoramento
termos de referência contra os quais a significância de verificação, supervisão, observação crítica ou identifica-
um risco (2.1) é avaliada ção da situação, executadas de forma contínua, a fim de
identificar mudanças no nível de desempenho requerido ou
NOTA 1: Os critérios de risco são baseados nos objetivos esperado
organizacionais e no contexto externo (2.10) e contexto in-
terno (2.11). NOTA: O monitoramento pode ser aplicado à estrutura
NOTA 2: Os critérios de risco podem ser derivados de da gestão de riscos (2.3), ao processo de gestão de riscos
normas, leis, políticas e outros requisitos. (2.8), ao risco (2.1) ou ao controle (2.26).
[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.3.1.3] [ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.8.2.1]

2.23. nível de risco 2.29. análise crítica


magnitude de um risco (2.1) ou combinação de riscos, ex- atividade realizada para determinar a adequação, su-
pressa em termos da combinação das consequências (2.18) ficiência e eficácia do assunto em questão para atingir os
e de suas probabilidades (2.19) objetivos estabelecidos
[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.6.1.8]
NOTA: A análise crítica pode ser aplicada à estrutura da
2.24. avaliação de riscos gestão de riscos (2.3), ao processo de gestão de riscos (2.8),
processo de comparar os resultados da análise de riscos ao risco (2.1) ou ao controle (2.26).
(2.21) com os critérios de risco (2.22) para determinar se o [ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.8.2.2]
risco (2.1) e/ou sua magnitude é aceitável ou tolerável
3. Princípios
NOTA: A avaliação de riscos auxilia na decisão sobre o
tratamento de riscos (2.25). Para a gestão de riscos ser eficaz, convém que uma or-
[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.7.1] ganização, em todos os níveis, atenda aos princípios abaixo
descritos.
2.25. tratamento de riscos
processo para modificar o risco (2.1) a) A gestão de riscos cria e protege valor.
A gestão de riscos contribui para a realização demons-
NOTA 1: O tratamento de risco pode envolver: trável dos objetivos e para a melhoria do desempenho re-
• a ação de evitar o risco pela decisão de não iniciar ou ferente, por exemplo, à segurança e saúde das pessoas, à
descontinuar a atividade que dá origem ao risco; segurança, à conformidade legal e regulatória, à aceitação
• assumir ou aumentar o risco, a fim de buscar uma pública, à proteção do meio ambiente, à qualidade do produ-
oportunidade; to, ao gerenciamento de projetos, à eficiência nas operações,
• a remoção da fonte de risco (2.16); à governança e à reputação.
• a alteração da probabilidade (2.19);
• a alteração das consequências (2.18); b) A gestão de riscos é parte integrante de todos os
• o compartilhamento do risco com outra parte ou partes processos organizacionais.
(incluindo contratos e financiamento do risco); e A gestão de riscos não é uma atividade autônoma sepa-
• a retenção do risco por uma escolha consciente. rada das principais atividades e processos da organização. A
gestão de riscos faz parte das responsabilidades da admi-
NOTA 2: Os tratamentos de riscos relativos às consequ- nistração e é parte integrante de todos os processos orga-
ências negativas são muitas vezes referidos como “mitigação nizacionais, incluindo o planejamento estratégico e todos
de riscos”, “eliminação de riscos”, “prevenção de riscos” e os processos de gestão de projetos e gestão de mudanças.
“redução de riscos”.
NOTA 3: O tratamento de riscos pode criar novos riscos c) A gestão de riscos é parte da tomada de decisões.
ou modificar riscos existentes. A gestão de riscos auxilia os tomadores de decisão a fa-
[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.8.1] zer escolhas conscientes, priorizar ações e distinguir entre
formas alternativas de ação.
2.26. controle
medida que está modificando o risco (2.1) d) A gestão de riscos aborda explicitamente a incerteza.
A gestão de riscos explicitamente leva em consideração
NOTA 1: Os controles incluem qualquer processo, política, a incerteza, a natureza dessa incerteza, e como ela pode
dispositivo, prática ou outras ações que modificam o risco. ser tratada.
NOTA 2 Os controles nem sempre conseguem exercer o efeito
de modificação pretendido ou presumido. e) A gestão de riscos é sistemática, estruturada e opor-
Noções de Gestão Pública

[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.8.1.1] tuna.


Uma abordagem sistemática, oportuna e estruturada
2.27. risco residual para a gestão de riscos contribui para a eficiência e para os
risco (2.1) remanescente após o tratamento do risco resultados consistentes, comparáveis e confiáveis.
(2.25)
f) A gestão de riscos baseia-se nas melhores informações
NOTA 1: O risco residual pode conter riscos não identi- disponíveis.
ficados. As entradas para o processo de gerenciar riscos são ba-
NOTA 2: O risco residual também pode ser conhecido seadas em fontes de informação, tais como dados históricos,
como “risco retido”. experiências, retroalimentação das partes interessadas, ob-
[ABNT ISO GUIA 73:2009, definição 3.8.1.6] servações, previsões, e opiniões de especialistas. Entretanto,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
convém que os tomadores de decisão se informem e levem nitoramento e a análise crítica de riscos são realizados, novos
em consideração quaisquer limitações dos dados ou mode- riscos surgem, alguns se modificam e outros desaparecem.
lagem utilizados, ou a possibilidade de divergências entre
especialistas. k) A gestão de riscos facilita a melhoria contínua da
organização.
g) A gestão de riscos é feita sob medida. Convém que as organizações desenvolvam e implemen-
A gestão de riscos está alinhada com o contexto interno tem estratégias para melhorar a sua maturidade na gestão
e externo da organização e com o perfil do risco. de riscos juntamente com todos os demais aspectos da sua
organização.
h) A gestão de riscos considera fatores humanos e cul- O Anexo A fornece informações adicionais para as orga-
turais. nizações que desejam gerenciar riscos de forma mais eficaz.
A gestão de riscos reconhece as capacidades, percepções
e intenções do pessoal interno e externo que podem facilitar 4. Estrutura
ou dificultar a realização dos objetivos da organização.
4.1 Generalidades
i) A gestão de riscos é transparente e inclusiva. O sucesso da gestão de riscos irá depender da eficácia
O envolvimento apropriado e oportuno de partes interes- da estrutura de gestão que fornece os fundamentos e os
sadas e, em particular, dos tomadores de decisão em todos arranjos que irão incorporá-la através de toda a organiza-
os níveis da organização assegura que a gestão de riscos ção, em todos os níveis. A estrutura auxilia a gerenciar riscos
permaneça pertinente e atualizada. O envolvimento também eficazmente através da aplicação do processo de gestão de
permite que as partes interessadas sejam devidamente re- riscos (ver Seção 5) em diferentes níveis e dentro de con-
presentadas e terem suas opiniões levadas em consideração textos específicos da organização. A estrutura assegura que
na determinação dos critérios de risco. a informação sobre riscos proveniente desse processo seja
adequadamente reportada e utilizada como base para a to-
j) A gestão de riscos é dinâmica, iterativa e capaz de mada de decisões e a responsabilização em todos os níveis
reagir a mudanças. organizacionais aplicáveis.
A gestão de riscos continuamente percebe e reage às Esta seção descreve os componentes necessários da estru-
mudanças. Na medida em que acontecem eventos externos e tura para gerenciar riscos e a forma como eles se inter- rela-
internos, o contexto e o conhecimento modificam-se, o mo- cionam de maneira iterativa, conforme mostrado na Figura 2.

Figura 2 — Relacionamento entre os componentes da estrutura para gerenciar riscos


Noções de Gestão Pública

Esta estrutura não pretende prescrever um sistema de em relação a esta Norma, incluindo os atributos contidos no
gestão, mas antes auxiliar a organização a integrar a gestão Anexo A, a fim de determinar sua suficiência e eficácia.
de riscos em seu sistema de gestão global. Portanto, convém
que as organizações adaptem os componentes da estrutura 4.2 Mandato e comprometimento
a suas necessidades específicas. A introdução da gestão de riscos, e a garantia de sua contí-
Se as práticas e processos de gestão existentes em uma nua eficácia requerem comprometimento forte e sustentado a
organização incluirem componentes de gestão de riscos ou se ser assumido pela administração da organização, bem como um
a organização tiver já adotado um processo formal de gestão planejamento rigoroso e estratégico para obter-se esse compro-
de riscos para determinados tipos ou situações de risco, então metimento em todos os níveis. Convém que a administração:
convém que estes sejam criticamente analisados e avaliados • defina e aprove a política de gestão de riscos;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• assegure que a cultura da organização e a política de 4.3.3 Responsabilização
gestão de riscos estejam alinhadas; Convém que a organização assegure que haja respon-
• defina indicadores de desempenho para a gestão de sabilização, autoridade e competência apropriadas para ge-
riscos que estejam alinhados com os indicadores de renciar riscos, incluindo implementar e manter o processo
desempenho da organização; de gestão de riscos, e assegurar a suficiência, a eficácia e a
• alinhe os objetivos da gestão de riscos com os objetivos eficiência de quaisquer controles. Isto pode ser facilitado por:
e estratégias da organização; • identificar os proprietários dos riscos que têm a res-
• assegure a conformidade legal e regulatória; ponsabilidade e a autoridade para gerenciar riscos;
• atribua responsabilidades nos níveis apropriados den- • identificar os responsáveis pelo desenvolvimento, im-
tro da organização; plementação e manutenção da estrutura para geren-
• assegure que os recursos necessários sejam alocados ciar riscos;
para a gestão de riscos; • identificar outras responsabilidades das pessoas, em
• comunique os benefícios da gestão de riscos a todas todos os níveis da organização no processo de gestão
as partes interessadas; e de riscos;
• assegure que a estrutura para gerenciar riscos continue • estabelecer medição de desempenho e processos de
a ser apropriada. reporte internos ou externos e relação com os devidos
escalões; e
4.3 Concepção da estrutura para gerenciar riscos
• assegurar níveis apropriados de reconhecimento.
4.3.1 Entendimento da organização e seu contexto
Antes de iniciar a concepção e a implementação da estrutura 4.3.4 Integração nos processos organizacionais
para gerenciar riscos, é importante avaliar e compreender os Convém que a gestão de riscos seja incorporada em todas
contextos externo e interno da organização, uma vez que estes as práticas e processos da organização, de forma que seja
podem influenciar significativamente a concepção da estrutura. pertinente, eficaz e eficiente. Convém que o processo de
A avaliação do contexto externo da organização pode gestão de riscos se torne parte integrante, e não separado,
incluir, mas não está limitada a: desses processos organizacionais. Em particular, convém que
a) ambientes cultural, social, político, legal, regulatório, a gestão de riscos seja incorporada no desenvolvimento de
financeiro, tecnológico, econômico, natural e competitivo, políticas, na análise crítica, no planejamento estratégico e de
quer seja internacional, nacional, regional ou local; negócios, e nos processos de gestão de mudanças.
b) fatores–chave e tendências que tenham impacto sobre Convém que exista um plano de gestão de riscos para
os objetivos da organização; e toda a organização, a fim de assegurar que a política de ges-
c) relações com partes interessadas externas e suas per- tão de riscos seja implementada e que a gestão de riscos seja
cepções e valores. incorporada em todas as práticas e processos da organização.
O plano de gestão de riscos pode ser integrado em outros
A avaliação do contexto interno da organização pode planos organizacionais, tais como um plano estratégico.
incluir, mas não está limitada a:
• governança, estrutura organizacional, funções e res- 4.3.5 Recursos
ponsabilidades; Convém que a organização aloque recursos apropriados
• políticas, objetivos e estratégias implementadas para para a gestão de riscos. Convém que os seguintes aspectos
atingi-los; sejam considerados:
• capacidades, entendidas em termos de recursos e • pessoas, habilidades, experiências e competências;
conhecimento (por exemplo, capital, tempo, pessoas, • recursos necessários para cada etapa do processo de
processos, sistemas e tecnologias); gestão de riscos;
• sistemas de informação, fluxos de informação e pro- • processos, métodos e ferramentas da organização para
cessos de tomada de decisão (formais e informais); serem utilizados para gerenciar riscos;
• relações com partes interessadas internas e suas per- • processos e procedimentos documentados;
cepções e valores; • sistemas de gestão da informação e do conhecimento;
• cultura da organização; e
• normas, diretrizes e modelos adotados pela organiza- • programas de treinamento.
ção; e
• forma e extensão das relações contratuais. 4.3.6 Estabelecimento de mecanismos de comunicação
e reporte internos
4.3.2 Estabelecimento da política de gestão de riscos Convém que a organização estabeleça mecanismos de
Convém que a política de gestão de riscos estabeleça
comunicação interna e reporte a fim de apoiar e incentivar
claramente os objetivos e o comprometimento da organi-
zação em relação à gestão de riscos e, tipicamente, aborde: a responsabilização e a propriedade dos riscos. Convém que
• a justificativa da organização para gerenciar riscos; tais mecanismos assegurem que:
• as ligações entre os objetivos e políticas da organização • componentes-chave da estrutura da gestão de riscos,
com a política de gestão de riscos; e quaisquer alterações subsequentes, sejam comuni-
• as responsabilidades para gerenciar riscos; cados adequadamente;
Noções de Gestão Pública

• a forma com que são tratados conflitos de interesses; • exista um processo adequado de reporte interno sobre
• o comprometimento de tornar disponíveis os recursos a estrutura, sua eficácia e os seus resultados;
necessários para auxiliar os responsáveis pelo geren- • as informações pertinentes derivadas da aplicação da
ciamento dos riscos; gestão de riscos estejam disponíveis nos níveis e nos
• a forma com que o desempenho da gestão de riscos momentos apropriados; e
será medido e reportado; e • haja processos de consulta às partes interessadas in-
• o comprometimento de analisar criticamente e melho- ternas.
rar periodicamente a política e a estrutura da gestão
de riscos em resposta a um evento ou mudança nas Convém que estes mecanismos incluam processos para
circunstâncias. consolidar a informação sobre os riscos, conforme apropria-
Convém que a política de gestão de riscos seja comuni- do, a partir de uma variedade de fontes, levando em consi-
cada apropriadamente. deração sua sensibilidade.

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4.3.7 Estabelecimento de mecanismos de comunicação assegurar que o processo de gestão de riscos descrito na Se-
e reporte externos ção 5 seja aplicado, através de um plano de gestão de riscos,
Convém que a organização desenvolva e implemente um em todos os níveis e funções pertinentes da organização,
plano sobre como se comunicará com partes interessadas como parte de suas práticas e processos.
externas. Convém que isto envolva:
• engajar as partes interessadas externas apropriadas e 1.5 Monitoramento e análise crítica da estrutura
assegurar a troca eficaz de informações; A fim de assegurar que a gestão de riscos seja eficaz e
• o reporte externo para atendimento de requisitos le- continua a apoiar o desempenho organizacional, convém
gais, regulatórios e de governança; que a organização:
• fornecer retroalimentação e reportar sobre a comuni- • meça o desempenho da gestão de riscos utilizando in-
cação e consulta; dicadores, os quais devem ser analisados criticamente,
• usar comunicação para construir confiança na organi- de forma periódica, para garantir sua adequação;
zação; e • meça periodicamente o progresso obtido, ou o desvio,
• comunicar as partes interessadas em evento de crise em relação ao plano de gestão de riscos;
ou contingência. • analise criticamente de forma periódica se a política,
o plano e a estrutura da gestão de riscos ainda são
Convém que estes mecanismos incluam processos para apropriados, dado o contexto externo e interno das
consolidar a informação sobre os riscos, conforme apropria- organizações;
do, a partir de uma variedade de fontes, levando em consi- • reporte sobre os riscos, sobre o progresso do plano de
deração sua sensibilidade. gestão de riscos e como a política de gestão de riscos
está sendo seguida; e
1.4 Implementação da gestão de riscos • analise criticamente a eficácia da estrutura da gestão
de riscos.
1.4.1 Implementação da estrutura para gerenciar riscos
Na implementação da estrutura para gerenciar riscos, 1.6 Melhoria contínua da estrutura
convém que a organização: Com base nos resultados do monitoramento e das análi-
• defina a estratégia e o momento apropriado para im- ses críticas, convém que decisões sejam tomadas sobre como
plementação da estrutura; a política, o plano e a estrutura da gestão de riscos podem
• aplique a política e o processo de gestão de riscos aos ser melhorados. Convém que essas decisões visem melhorias
processos organizacionais; na capacidade de gerenciar riscos da organização e em sua
• atenda aos requisitos legais e regulatórios; cultura de gestão de riscos.
• assegure que a tomada de decisões, incluindo o desen-
volvimento e o estabelecimento de objetivos, esteja 5. Processo
alinhada com os resultados dos processos de gestão
de riscos; 5.1 Generalidades
• mantenha sessões de informação e treinamento; e Convém que o processo de gestão de riscos seja
• consulte e comunique-se com as partes interessadas • parte integrante da gestão,
para assegurar que a estrutura da gestão de riscos con- • incorporado na cultura e nas práticas, e
tinue apropriada. • adaptado aos processos de negócios da organização.

1.4.2 Implementação do processo de gestão de riscos Ele compreende as atividades descritas em 5.2 a 5.6. O
Convém que a gestão de riscos seja implementada para processo de gestão de riscos é mostrado na Figura 3.
Noções de Gestão Pública

Figura 3 — Processo de gestão de riscos

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
5.2 Comunicação e consulta toda a organização, porém com detalhes específicos sobre
Convém que a comunicação e a consulta às partes inte- requisitos legais e regulatórios, percepções de partes interes-
ressadas internas e externas aconteçam durante todas as sadas e outros aspectos dos riscos específicos para o escopo
fases do processo de gestão de riscos. do processo de gestão de riscos.
Portanto, convém que os planos de comunicação e con- O contexto externo pode incluir, mas não está limitado a:
sulta sejam desenvolvidos em um estágio inicial. Convém • ambientes cultural, social, político, legal, regulatório,
que estes planos abordem questões relacionadas com o financeiro, tecnológico, econômico, natural e compe-
risco propriamente dito, suas causas, suas consequências titivo, quer seja internacional, nacional, regional ou
(se conhecidas) e as medidas que estão sendo tomadas para local;
tratá-los. Convém que comunicação e consulta interna e ex- • fatores–chave e tendências que tenham impacto sobre
terna eficazes sejam realizadas a fim de assegurar que os os objetivos da organização; e
responsáveis pela implementação do processo de gestão de • relações com as partes interessadas externas e suas
riscos e as partes interessadas compreendam os fundamen- percepções e valores.
tos sobre os quais as decisões são tomadas e as razões pelas
quais ações específicas são requeridas. 5.3.3 Estabelecimento do contexto interno
Uma abordagem de equipe consultiva pode: O contexto interno é o ambiente interno no qual a orga-
• auxiliar a estabelecer o contexto apropriadamente; nização busca atingir seus objetivos.
• assegurar que os interesses das partes interessadas Convém que o processo de gestão de riscos esteja alinha-
sejam compreendidos e considerados; do com a cultura, processos, estrutura e estratégia da organi-
• auxiliar a assegurar que os riscos sejam identificados zação. O contexto interno é algo dentro da organização que
adequadamente; pode influenciar a maneira pela qual uma organização geren-
• reunir diferentes áreas de especialização em conjunto ciará os riscos. Convém que ele seja estabelecido, porque:
para análise dos riscos; a) a gestão de riscos ocorre no contexto dos objetivos
• assegurar que diferentes pontos de vista sejam devida- da organização;
mente considerados quando da definição dos critérios b) convém que os objetivos e os critérios de um determi-
de risco e na avaliação dos riscos; nado projeto, processo ou atividade sejam considerados ten-
• garantir o aval e o apoio para um plano de tratamento; do como base os objetivos da organização como um todo; e
• aprimorar a gestão de mudanças durante o processo c) algumas organizações deixam de reconhecer oportu-
de gestão de riscos; e nidades para atingir seus objetivos estratégicos, de projeto
• desenvolver um plano apropriado para comunicação
ou de negócios, o que afeta o comprometimento, a credibi-
e consulta interna e externa.
lidade, a confiança e o valor organizacional.
A comunicação e consulta às partes interessadas são im-
É necessário compreender o contexto interno. Isto pode
portantes na medida em que elas fazem julgamentos sobre
incluir, mas não está limitado a:
riscos com base em suas percepções. Essas percepções po-
dem variar devido às diferenças de valores, necessidades, su- • governança, estrutura organizacional, funções e res-
posições, conceitos e preocupações das partes interessadas. ponsabilidades;
Como os seus pontos de vista podem ter um impacto signifi- • políticas, objetivos e estratégias implementadas para
cativo sobre as decisões tomadas, convém que as percepções atingi-los;
das partes interessadas sejam identificadas, registradas e • capacidades, entendidas em termos de recursos e
levadas em consideração no processo de tomada de decisão. conhecimento (por exemplo, capital, tempo, pessoas,
Convém que a comunicação e a consulta facilitem a troca processos, sistemas e tecnologias);
de informações verdadeiras, pertinentes, exatas e compre- • sistemas de informação, fluxos de informação e pro-
ensíveis, levando em consideração os aspectos de confiden- cessos de tomada de decisão (formais e informais);
cialidade e integridade das pessoas. • relações com as partes interessadas internas, e suas
percepções e valores;
5.3 Estabelecimento do contexto • cultura da organização;
• normas, diretrizes e modelos adotados pela organiza-
5.3.1 Generalidades ção, e
Ao estabelecer o contexto, a organização articula seus • forma e extensão das relações contratuais.
objetivos, define os parâmetros externos e internos a serem
levados em consideração ao gerenciar riscos, e estabelece 5.3.4 Estabelecimento do contexto do processo de ges-
o escopo e os critérios de risco para o restante do proces- tão de riscos
so. Mesmo que muitos destes parâmetros sejam similares Convém que sejam estebelecidos os objetivos, as estraté-
àqueles considerados na concepção da estrutura da gestão gias, o escopo e os parâmetros das atividades da organização,
de riscos (ver 4.3.1), ao se estabelecer o contexto para o ou daquelas partes da organização em que o processo de
Noções de Gestão Pública

processo de gestão de riscos, eles precisam ser considerados gestão de riscos está sendo aplicado. Convém que a gestão
com mais detalhe. Em particular, como eles se relacionam dos riscos seja realizada com plena consciência da necessi-
com o escopo do respectivo processo de gestão de riscos. dade de justificar os recursos utilizados na gestão de riscos.
Convém que os recursos requeridos, as responsabilidades e
5.3.2 Estabelecimento do contexto externo as autoridades, além dos registros a serem mantidos, tam-
O contexto externo é o ambiente externo no qual a or- bém sejam especificados.
ganização busca atingir seus objetivos. O contexto do processo de gestão de riscos irá variar de
Entender o contexto externo é importante para assegurar acordo com as necessidades de uma organização. Ele pode
que os objetivos e as preocupações das partes interessadas envolver, mas não está limitado a:
externas sejam considerados no desenvolvimento dos crité- • definição das metas e objetivos das atividades de ges-
rios de risco. O contexto externo é baseado no contexto de tão de riscos;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• definição das responsabilidades pelo processo e dentro baseada nestes eventos que possam criar, aumentar, evitar,
da gestão de riscos; reduzir, acelerar ou atrasar a realização dos objetivos. É im-
• definição do escopo, bem como da profundidade e da portante identificar os riscos associados com não perseguir
amplitude das atividades da gestão de riscos a serem uma oportunidade. A identificação abrangente é crítica, pois
realizadas, englobando inclusões e exclusões especí- um risco que não é identificado nesta fase não será incluído
ficas; em análises posteriores.
• definição da atividade, processo, função, projeto, pro- Convém que a identificação inclua todos os riscos, estan-
duto, serviço ou ativo em termos de tempo e localiza- do suas fontes sob o controle da organização ou não, mesmo
ção; que as fontes ou causas dos riscos possam não ser evidentes.
• definição das relações entre um projeto, processo ou Convém que a identificação de riscos inclua o exame de rea-
atividade específicos e outros projetos, processos ou ções em cadeia provocadas por consequências específicas,
atividades da organização; incluindo os efeitos cumulativos e em cascata. Convém que
• definição das metodologias de processo de avaliação também seja considerada uma ampla gama de consequên-
de riscos; cias, ainda que a fonte ou causa do risco não esteja eviden-
• definição da forma como são avaliados o desempenho te. Além de identificar o que pode acontecer, é necessário
e a eficácia na gestão dos riscos; considerar possíveis causas e cenários que mostrem quais
• identificação e especificação das decisões que têm que consequências podem ocorrer. Convém que todas as causas
ser tomadas; e e consequências significativas sejam consideradas.
• identificação, definição ou elaboração dos estudos ne- Convém que a organização aplique ferramentas e técnicas
cessários, de sua extensão e objetivos, e dos recursos de identificação de riscos que sejam adequadas aos seus ob-
requeridos para tais estudos. jetivos e capacidades e aos riscos enfrentados. Informações
pertinente e atualizadas são importantes na identificação de
A atenção para estes e outros fatores pertinentes pode riscos. Convém que incluam informações adequadas sobre
ajudar a assegurar que a abordagem adotada para a gestão os fatos por trás dos acontecimentos, sempre que possível.
de riscos seja apropriada às circunstâncias, à organização e Convém que pessoas com um conhecimento adequado se-
aos riscos que afetam a realização de seus objetivos. jam envolvidas na identificação dos riscos.

5.3.5 Definição dos critérios de risco 5.4.3 Análise de riscos


Convém que a organização defina os critérios a serem A análise de riscos envolve desenvolver a compreensão
utilizados para avaliar a significância do risco. Convém que dos riscos. A análise de riscos fornece uma entrada para a
os critérios reflitam os valores, objetivos e recursos da orga- avaliação de riscos e para as decisões sobre a necessidade
nização. Alguns critérios podem ser impostos por, ou deri- dos riscos serem tratados, e sobre as estratégias e métodos
vados de requisitos legais e regulatórios e outros requisitos mais adequados de tratamento de riscos. A análise de ris-
que a organização subscreva. Convém que os critérios de cos também pode fornecer uma entrada para a tomada de
risco sejam compatíveis com a política de gestão de riscos decisões em que escolhas precisam ser feitas e as opções
da organização (ver 4.3.2), definidos no início de qualquer envolvem diferentes tipos e níveis de risco.
processo de gestão de riscos e analisados criticamente de A análise de riscos envolve a apreciação das causas e as
fontes de risco, suas consequências positivas e negativas, e a
forma contínua.
probabilidade de que essas consequências possam ocorrer.
Ao definir os critérios de risco, convém que os fatores a
Convém que os fatores que afetam as consequências e a
serem considerados incluam os seguintes aspectos:
probabilidade sejam identificados. O risco é analisado deter-
• a natureza e os tipos de causas e de consequências
minando–se as conseqüências e sua probabilidade, e outros
que podem ocorrer e como elas serão medidas;
atributos do risco. Um evento pode ter várias consequên-
• como a probabilidade será definida;
cias e pode afetar vários objetivos. Convém que os controles
• a evolução no tempo da probabilidade e/ou existentes e sua eficácia e eficiência também sejam levados
consequência(s); em consideração.
• como o nível de risco deve ser determinado; Convém que a forma em que as consequências e a pro-
• os pontos de vista das partes interessadas; babilidade são expressas e o modo com que elas são com-
• o nível em que o risco se torna aceitável ou tolerável; binadas para determinar um nível de risco reflitam o tipo de
e risco, as informações disponíveis e a finalidade para a qual
• se convém que combinações de múltiplos riscos sejam a saída do processo de avaliação de riscos será utilizada.
levadas em consideração e, em caso afirmativo, como Convém que isso tudo seja compatível com os critérios de
e quais combinações convém que sejam consideradas. risco. É também importante considerar a interdependência
dos diferentes riscos e suas fontes.
5.4 Processo de avaliação de riscos Convém que a confiança na determinação do nível de
risco e sua sensibilidade a condições prévias e premissas
5.4.1 Generalidades sejam consideradas na análise e comunicadas eficazmente
Noções de Gestão Pública

O processo de avaliação de riscos é o processo global de para os tomadores de decisão e, quando apropriado, a ou-
identificação de riscos, análise de riscos e avaliação de riscos. tras partes interessadas. Convém que sejam estabelecidos
e ressaltados fatores como a divergência de opinião entre
NOTA: A IEC 31010 fornece orientação sobre técnicas de especialistas, a incerteza, a disponibilidade, a qualidade, a
processo de avaliação de riscos. quantidade e a contínua pertinência das informações, ou as
limitações sobre a modelagem.
5.4.2 Identificação de riscos A análise de riscos pode ser realizada com diversos graus
Convém que a organização identifique as fontes de ris- de detalhe, dependendo do risco, da finalidade da análise e
co, áreas de impactos, eventos (incluindo mudanças nas das informações, dados e recursos disponíveis. Dependendo
circunstâncias) e suas causas e consequências potenciais. A das circunstâncias, a análise pode ser qualitativa, semiquan-
finalidade desta etapa é gerar uma lista abrangente de riscos titativa ou quantitativa, ou uma combinação destas.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
As consequências e suas probabilidades podem ser de- tais como o da responsabilidade social e o da proteção do
terminadas por modelagem dos resultados de um evento ambiente natural. Convém que as decisões também levem
ou conjunto de eventos, ou por extrapolação a partir de es- em consideração os riscos que demandam um tratamento
tudos experimentais ou a partir dos dados disponíveis. As economicamente não justificável, como, por exemplo, riscos
consequências podem ser expressas em termos de impactos severos (com grande consequência negativa), porém raros
tangíveis e intangíveis. Em alguns casos, é necessário mais (com probabilidade muito baixa).
que um valor numérico ou descritor para especificar as con- Várias opções de tratamento podem ser consideradas e
sequências e suas probabilidades em diferentes períodos, aplicadas individualmente ou combinadas. A organização,
locais, grupos ou situações. normalmente, beneficia-se com a adoção de uma combina-
ção de opções de tratamento.
5.4.4 Avaliação de riscos Ao selecionar as opções de tratamento de riscos, con-
A finalidade da avaliação de riscos é auxiliar na tomada vém que a organização considere os valores e as percepções
de decisões com base nos resultados da análise de riscos, das partes interessadas, e as formas mais adequadas para
sobre quais riscos necessitam de tratamento e a prioridade se comunicar com elas. Quando as opções de tratamento
para a implementação do tratamento. de riscos podem afetar o risco no resto da organização ou
A avaliação de riscos envolve comparar o nível de risco com as partes interessadas, convém que todos os envolvidos
encontrado durante o processo de análise com os critérios participem da decisão. Embora igualmente eficazes, alguns
de risco estabelecidos quando o contexto foi considerado. tratamentos podem ser mais aceitáveis para algumas das
Com base nesta comparação, a necessidade do tratamento partes interessadas do que para outras.
pode ser considerada. Convém que o plano de tratamento identifique clara-
Convém que as decisões levem em conta o contexto mais mente a ordem de prioridade em que cada tratamento deva
amplo do risco e considerem a tolerância aos riscos assumida ser implementado.
por partes que não a própria organização que se beneficia O tratamento de riscos, por si só, pode introduzir riscos.
do risco. Convém que as decisões sejam tomadas de acordo Um risco significativo pode derivar do fracasso ou da ineficá-
com os requisitos legais, regulatórios e outros requisitos. cia das medidas de tratamento de riscos. O monitoramento
Em algumas circunstâncias, a avaliação de riscos pode le- precisa fazer parte do plano de tratamento de forma a ga-
var à decisão de se proceder a uma análise mais aprofundada. rantir que as medidas permaneçam eficazes.
A avaliação de riscos também pode levar à decisão de não O tratamento de riscos também pode introduzir riscos
se tratar o risco de nenhuma outra forma que seja manter secundários que necessitam ser avaliados, tratados, moni-
os controles existentes. Esta decisão será influenciada pela torados e analisados criticamente. Convém que esses riscos
atitude perante o risco da organização e pelos critérios de secundários sejam incorporados no mesmo plano de trata-
risco que foram estabelecidos.
mento do risco original e não tratados como um novo risco.
Convém que a ligação entre estes riscos seja identificada e
5.5 Tratamento de riscos
preservada.
5.5.1 Generalidades
5.5.3 Preparando e implementando planos para trata-
O tratamento de riscos envolve a seleção de uma ou mais
opções para modificar os riscos e a implementação dessas mento de riscos
opções. Uma vez implementado, o tratamento fornece novos A finalidade dos planos de tratamento de riscos é do-
controles ou modifica os existentes. cumentar como as opções de tratamento escolhidas serão
Tratar riscos envolve um processo cíclico composto por: implementadas. Convém que as informações fornecidas nos
• avaliação do tratamento de riscos já realizado; planos de tratamento incluam:
• decisão se os níveis de risco residual são toleráveis; • as razões para a seleção das opções de tratamento,
• se não forem toleráveis, a definição e implementação incluindo os benefícios que se espera obter;
de um novo tratamento para os riscos; e • os responsáveis pela aprovação do plano e os respon-
• avaliação da eficácia desse tratamento. sáveis pela implementação do plano;
• ações propostas;
As opções de tratamento de riscos não são necessaria- • os recursos requeridos, incluindo contingências;
mente mutuamente exclusivas ou adequadas em todas as cir- • medidas de desempenho e restrições;
cunstâncias. As opções podem incluir os seguintes aspectos: • requisitos para a apresentação de informações e de
a) ação de evitar o risco ao se decidir não iniciar ou des- monitoramento; e
continuar a atividade que dá origem ao risco; • cronograma e programação.
b) tomada ou aumento do risco na tentativa de tirar pro-
veito de uma oportunidade; Convém que os planos de tratamento sejam integrados
c) remoção da fonte de risco; com os processos de gestão da organização e discutidos com
d) alteração da probabilidade; as partes interessadas apropriadas.
Noções de Gestão Pública

e) alteração das consequências; Convém que os tomadores de decisão e outras partes


f) compartilhamento do risco com outra parte ou partes interessadas estejam cientes da natureza e da extensão do
(incluindo contratos e financiamento do risco); e risco residual após o tratamento do risco. Convém que o risco
g) retenção do risco por uma decisão consciente e bem residual seja documentado e submetido a monitoramento,
embasada. análise crítica e, quando apropriado, a tratamento adicional.

5.5.2 Seleção das opções de tratamento de riscos 5.6 Monitoramento e análise crítica
Selecionar a opção mais adequada de tratamento de ris- Convém que o monitoramento e a análise crítica sejam
cos envolve equilibrar, de um lado, os custos e os esforços planejados como parte do processo de gestão de riscos e
de implementação e, de outro, os benefícios decorrentes, envolvam a checagem ou vigilância regulares. Podem ser
relativos a requisitos legais, regulatórios ou quaisquer outros, periódicos ou acontecer em resposta a um fato específico.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Convém que as responsabilidades relativas ao monitora- A.2.2 Os riscos da organização estão dentro de seus cri-
mento e à análise crítica sejam claramente definidas. térios de risco.
Convém que os processos de monitoramento e análise
crítica da organização abranjam todos os aspectos do pro- A.3 Atributos
cesso da gestão de riscos com a finalidade de:
• garantir que os controles sejam eficazes e eficientes A.3.1 Melhoria contínua
no projeto e na operação; A ênfase é colocada sobre a melhoria contínua na gestão
• obter informações adicionais para melhorar o processo de riscos através do estabelecimento de metas de desem-
de avaliação dos riscos; penho organizacional, através da mensuração e de análises
• analisar os eventos (incluindo os “quase incidentes”), críticas, além das subsequentes mudanças de processos,
mudanças, tendências, sucessos e fracassos e aprender sistemas, recursos, capacidade e habilidades.
com eles; Isso pode ser indicado pela existência de metas explícitas
• detectar mudanças no contexto externo e interno, in- de desempenho contra as quais o desempenho da gerência
cluindo alterações nos critérios de risco e no próprio individual e da organização é medido. O desempenho da or-
risco, as quais podem requerer revisão dos tratamentos ganização pode ser publicado e comunicado. Normalmente,
dos riscos e suas prioridades; e haverá pelo menos uma análise crítica anual de desempenho
• identificar os riscos emergentes. e, em seguida, uma revisão de processos e o estabelecimen-
to de objetivos de desempenho revisados para o período
O progresso na implementação dos planos de tratamento seguinte.
de riscos proporciona uma medida de desempenho. Os resul- Esta avaliação de desempenho da gestão dos riscos é
tados podem ser incorporados na gestão, na mensuração e parte integrante do sistema corporativo de avaliação e men-
na apresentação de informações (tanto externa quanto inter- suração do desempenho de departamentos e indivíduos.
namente) a respeito do desempenho global da organização.
Convém que os resultados do monitoramento e da aná- A.3.2 Responsabilização integral pelos riscos
lise crítica sejam registrados e reportados externa e interna- Formas avançadas de gestão de riscos incluem uma for-
mente conforme apropriado, e também convém que sejam ma de responsabilização abrangente, integralmente aceita e
utilizados como entrada para a análise crítica da estrutura muito bem definida, relativa aos riscos, controles e tarefas do
de gestão de riscos (ver 4.5). tratamento dos riscos. Indivíduos designados aceitam suas
responsabilidades, são adequadamente qualificados, e pos-
5.7 Registros do processo de gestão de riscos suem recursos adequados para verificar controles, monitorar
Convém que as atividades de gestão de riscos sejam riscos, melhorar os controles, e comunicar-se eficazmente
rastreáveis. No processo de gestão de riscos, os registros com as partes interessadas internas e externas sobre os riscos
fornecem os fundamentos para a melhoria dos métodos e e sua gestão.
ferramentas, bem como de todo o processo. Isto pode ser indicado quando todos os membros de uma
Convém que as decisões relativas à criação de registros organização estão totalmente conscientes dos riscos, contro-
levem em consideração:
les e tarefas para os quais são responsáveis. Normalmente,
• a necessidade da organização de aprendizado contí-
isso estará registrado em descrições de cargo/posição, em
nuo;
bancos de dados ou sistemas de informação. Convém que a
• os benefícios da reutilização de informações para fins
definição das funções e responsabilidades relativas à gestão
de gestão;
dos riscos faça parte de todos os programas de formação da
• os custos e os esforços envolvidos na criação e manu-
organização.
tenção de registros;
A organização assegura que aqueles responsáveis estão
• as necessidades de registros legais, regulatórios e ope-
equipados para desempenhar completamente as suas fun-
racionais;
• o método de acesso, facilidade de recuperação e meios ções, fornecendo-lhes a autoridade, tempo, treinamento,
de armazenamento; recursos e habilidades suficientes para assumirem suas res-
• o período de retenção; e ponsabilidades.
• a sensibilidade das informações.
A.3.3 Aplicação da gestão de riscos em todas as tomadas
Anexo A de decisão
(infomativo) O processo de tomada de decisão dentro da organização,
seja qual for o nível de sua importância e significância, en-
Atributos de uma gestão de riscos avançada volve explicitamente a consideração dos riscos e aplicação
da gestão de riscos em algum grau apropriado.
A.1 Generalidades Isto pode ser indicado por registros de reuniões e de-
cisões que demonstrem que discussões explícitas sobre os
riscos ocorreram. Além disso, convém que seja possível ver
Noções de Gestão Pública

Convém que as organizações visem um nível de desem-


penho apropriado de sua estrutura da gestão de riscos em que todos os componentes da gestão de riscos estão re-
consonância com a criticidade das decisões a serem tomadas. presentados dentro dos processos-chave para a tomada de
A lista de atributos abaixo representa um nível alto de desem- decisão na organização, por exemplo, para as decisões sobre
penho para gerenciar riscos. Para auxiliar as organizações a a alocação de capital, sobre grandes projetos e sobre reestru-
medir seu próprio desempenho a partir desses critérios, al- turação e mudanças organizacionais. Por estas razões, uma
guns indicadores tangíveis são fornecidos para cada atributo. base sólida de gestão de riscos é vista dentro da organização
como fornecendo a base para a governança eficaz.
A.2 Resultados-chave
A.3.4 Comunicação contínua
A.2.1 A organização tem um entendimento atual, correto Formas avançadas de gestão de riscos incluem comu-
e abrangente de seus riscos. nicações contínuas com partes interessadas internas e ex-

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
ternas, incluindo informativos ou relatórios abrangentes e a) fortalecer a avaliação de desempenho com a criação
freqüentes a respeito do desempenho da gestão de riscos, de incentivos para elevar o desempenho dos servi-
como parte da boa governança. dores e corrigir distorções salariais.
Isto pode ser indicado pela comunicação com as partes b) priorizar a definição de atribuições especializadas
interessadas como parte integrante e essencial da gestão para os cargos públicos para que os integrantes das
de riscos. A comunicação é corretamente vista como um carreiras atuem em órgãos específicos no Poder Exe-
processo bidirecional, de tal forma que decisões bem infor- cutivo.
madas possam ser tomadas sobre o nível de riscos e sobre a c) rever a política remuneratória das carreiras de nível
necessidade de tratamento, de acordo com critérios de risco superior para recompor as perdas acumuladas pela
abrangentes e adequadamente estabelecidos. inflação e uniformizar os índices de reajustes.
Reportes externos e internos, abrangentes e freqüen- d) instituir programas de capacitação continuada com
tes, sobre os riscos significativos e sobre o desempenho da o objetivo de ampliar a formação acadêmica dos
gestão de riscos, contribuem substancialmente para uma servidores.
governança eficaz dentro de uma organização. e) estabelecer política de concursos públicos para cons-
tituir quadro de reserva que garanta a existência de
A.3.5 Integração total na estrutura de governança da candidatos habilitados no período de vigência do
organização concurso.
A gestão de riscos é vista como central nos processos
de gestão da organização, de tal forma que os riscos sejam 6. (Cespe/TRE-PE/Analista Judiciário/Área Administrati-
considerados em termos do efeito da incerteza sobre os ob- va/2017) Em se tratando da gestão por competências,
jetivos. O processo e a estrutura de governança são baseados estabelecer as competências organizacionais é funda-
na gestão de riscos. A gestão de riscos eficaz é considerada mental para promover o alinhamento com as compe-
por gestores como sendo essencial para a realização dos tências das pessoas. Nesse contexto, consideram-se
objetivos da organização. competências organizacionais básicas aquelas
Isto é indicado pela linguagem dos gestores e por im- a) relacionadas com a gestão de recursos financeiros,
portantes materiais escritos na organização que utilizam comerciais e produtivos para a obtenção de melho-
o termo “incerteza” em conexão com riscos. Esse atributo res resultados.
normalmente também aparece refletido nas declarações de b) apresentadas nas atividades exercidas na organiza-
política da organização, em especial as relativas à gestão de ção, inerentes a cada indivíduo.
riscos. Normalmente, esse atributo é verificado por meio c) necessárias ao funcionamento organizacional, ine-
de entrevistas com gestores e da evidência de suas ações rentes à estrutura e à organização para a realização
e declarações. do trabalho.
d) que retratam o conjunto interdependente de conhe-
Bibliografia cimentos, habilidades e atitudes necessários para a
realização das tarefas das equipes.
[1] ABNT ISO GUIA 73:2009, Gestão de riscos – Vocabulário . e) relativas a clientes e fornecedores, fundamentais
[2] IEC 31010, Risk management – Risk assessment guidelines. para o sucesso da organização.

EXERCÍCIOS 7. (CS-UFG/CELG-GT-GO/Analista de Gestão/Administra-


dor/2017) Project Management Institute (PMI) é uma
(Cespe/SEDF/Administrador/2017) Julgue os itens que se a) certificadora de PMP.
seguem, referente à gestão de pessoas nas organizações. b) ferramenta de gestão de projetos.
1. O erro de avaliação caracterizado pela contaminação do c) forma de PMBOK.
critério ocorre quando o avaliador considera elementos d) estrutura de apoio gerencial.
que afetam as medidas de avaliação, mas que não fazem
parte do desempenho real. 8. (Cespe/TCE-PR/Analista de Controle/2016) Assinale a
2. A avaliação de desempenho contribui para o desenvol- opção correta, acerca de motivação e liderança, comu-
vimento de pessoas e organizações, bem como para o nicação, descentralização e delegação.
controle administrativo de pessoal, visando subsidiar, a) Em ambientes organizacionais, delegar limita-se a
por exemplo, a tomada de decisões de pessoal, o pla- repassar responsabilidades a empregado hierarqui-
nejamento de pessoal, o feedback de desempenho e camente subordinado.
as ações de capacitação. b) Energização e estímulo da liderança são aspectos
determinantes e suficientes para que os subordina-
(Cespe/SEDF/Apoio Administrativo/2017) Com relação a dos fiquem motivados para o alcance dos resultados
equilíbrio organizacional, liderança, motivação e objetivos organizacionais.
Noções de Gestão Pública

da gestão de pessoas, julgue os seguintes itens. c) Comunicações referentes à solução de problemas


3. Tornar as tarefas mais desafiadoras é uma forma de intradepartamentais e de coordenação interdepar-
motivar pessoas e de desenvolver nelas o sentimento tamental são caracterizadas como comunicações
de que as atividades estão ficando mais enriquecedoras. verticais.
4. A liderança exercida em função do poder legitimado é d) Volume excessivo de informações nos canais de
identificada pelos conhecimentos e pelas capacidades comunicação acarreta sobrecarga, o que pode oca-
técnicas do indivíduo. sionar omissão e distorção no processo de comuni-
cação.
5. (Cespe/TRE-PE/Técnico Judiciário/Área Administrati- e) A realização de metas é aspecto de menor impor-
va/2017) As tendências de gestão de pessoas no setor tância no exercício da liderança; a comunicação e as
público incluem relações interpessoais são preponderantes.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
9. (Cespe/TCE-PR/Analista de Controle/2016)Em relação c) Embora assentadas em pressupostos similares, a
às características de controle, tipos, vantagens e des- gestão do desempenho e a gestão de competên-
vantagens e sistema de medição de desempenho or- cias se distinguem no seguinte: aquela avalia os em-
ganizacional, assinale a opção correta. pregados a partir dos resultados de seus trabalhos;
a) Entre os sistemas de medição de desempenho or- esta considera os conhecimentos, as habilidades e
ganizacional, a metodologia balanced scorecard é as atitudes individuais necessários ao trabalho.
reconhecida por ser orientada para a verificação de d) Gerir o desempenho humano no trabalho implica
informações. a adoção tanto de práticas de monitoramento de
b) Uma das características do controle é a orientação comportamentos e resultados, tais como as técnicas
estratégica para resultados, que consiste em apoiar de incidentes críticos e de autorregistros, quanto de
planos estratégicos e focalizar as atividades essen- avaliação, como, por exemplo, os métodos de escala
ciais da organização. gráfica, de observação comportamental e de padrão
c) A flexibilidade, como uma característica de controle, misto.
consiste em enfatizar desenvolvimento, mudança e e) Resultados de avaliações que indiquem deficiências
melhoria, alavancar a iniciativa das pessoas e mini- de desempenho decorrentes das características dos
mizar o papel da penalidade e das punições. trabalhadores devem ser tratados a partir de pla-
d) O controle de estoques de materiais de escritório nos de desenvolvimento de competências técnicas
em uma organização deve ser realizado por depar- e comportamentais.
tamento e constitui-se um tipo de controle tático.
e) O controle anual de custos fixos e variáveis, realiza- 12. (Cespe/TCE-PR/Analista de Controle/2016) Conside-
dos nos departamentos de uma organização, com rando que a gestão de pessoas por competências tem
a finalidade de se obter o controle orçamentário, é sido o modelo adotado por organizações de setores
considerado um controle estratégico. públicos de diversos países, inclusive no Brasil, assinale
a opção correta, relativamente a gestão de pessoas por
10. (Cespe/TCE-PR/Analista de Controle/2016) No que diz competências e à prática dessa modalidade de gestão
respeito aos objetivos, aos desafios e às características no setor público brasileiro.
da gestão de pessoas, assinale a opção correta. a) A adoção do modelo de gestão por competências
a) A adoção do conceito de estratégia incentiva a cen- representa uma tentativa de se eliminar os traços
tralização das ações de implementação das políticas de subjetividade e imprevisibilidade que ainda per-
e práticas de pessoal nos próprios setores de gestão meiam o cenário da administração pública e respec-
de pessoas. tivas organizações e setores de gestão de pessoas.
b) Práticas de gestão alheias às orientações estratégicas b) Nas organizações públicas, o mapeamento de com-
das organizações tendem a contribuir pouco para o petências é dispensável, já que diversos documentos
desempenho das empresas e o bem-estar de seus oficiais, como, por exemplo, os regimentos internos,
profissionais. dispõem sobre as atribuições e responsabilidades
c) O principal objetivo de setores estratégicos de gestão das unidades organizacionais e de seus respectivos
de pessoas é integrar os interesses conflitantes dos servidores.
grupos que operam na organização, favorecendo a c) Provas de conhecimentos em seleções públicas de
implementação dos planos e projetos da área. pessoal exemplificam uma das práticas da gestão por
d) As características do ambiente e do contexto de cada competências, na medida em que o conceito de com-
organização resultam em interações particulares en- petências remete ao conjunto de conhecimentos,
tre as dimensões instrumental, política e estratégica habilidades e atitudes integrantes dos repertórios
de recursos humanos. cognitivos e afetivos dos candidatos.
e) Aspectos políticos devem ser desconsiderados pelos d) As recentes políticas de pessoal no setor público vi-
setores de gestão de pessoas na medida em que sam à utilização da noção de competências em todas
restringem as possibilidades de sucesso dos planos as funções de administração de recursos humanos
e projetos da área. desempenhadas pelos setores de gestão de pessoas.
e) São preceitos da gestão por competências: alinha-
11. (Cespe/TCE-PR/Analista de Controle/2016) Haja vista mento das políticas de recursos humanos com a es-
que, atualmente, se reconhece que as tecnologias de tratégia organizacional; coerência entre as políticas
gestão de desempenho e de competências são simi- de recursos humanos; convergência de atitudes e
lares, porquanto pressupõem o alinhamento entre comportamentos dos gestores organizacionais com
comportamentos individuais e objetivos e resultados a unidade de recursos humanos; integração entre
organizacionais, assinale a opção correta, a respeito força de trabalho e objetivos organizacionais.
da avaliação de desempenho.
a) O feedback gerencial e a revisão dos planos de tra-
Noções de Gestão Pública

balho devem ser executados ao final dos ciclos ava- 13. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário/Área
liativos, quando há evidências suficientes sobre os Administrativa/2016) Com relação à gestão de desem-
desempenhos individuais e coletivos, pois, se forem penho, assinale a opção correta.
executados durante os ciclos, resultarão em erros de a) Iniciativa, foco em resultados e trabalho em equipe
leniência, severidade e tendência central. são categorias comportamentais, enquanto índices
b) Se as avaliações de desempenho focalizam os com- de retrabalho e de satisfação dos clientes são pers-
portamentos necessários à consecução de objetivos pectivas de resultados do desempenho individual.
e resultados individuais e organizacionais, então é b) Apesar de representar uma tendência no campo da
correto afirmar que resultados inapropriados se de- gestão de pessoas, o uso da avaliação 360º pode
vem ou a fatores relativos às tarefas ou a caracterís- ser prejudicial uma vez que a troca de papéis entre
ticas dos próprios trabalhadores. avaliado e avaliador durante o processo avaliativo

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tende a aumentar as chances de erros como leni- 16. (Cespe/TRE-PI/Técnico Judiciário/2016) A respeito da
ência e tendência central. gestão por competência nas organizações, assinale a
c) A vinculação dos desempenhos individuais com os opção correta.
objetivos e as metas das equipes de trabalho e as a) Caminhos alternativos, flexíveis e adaptáveis para o
respectivas organizações é dispensável nos casos em desenvolvimento de competências resultam de pro-
que os cargos ocupados pelos trabalhadores sejam cessos de diagnóstico de lacunas de competências
adequadamente especificados. nas organizações.
d) A gestão de desempenho assume caráter somativo b) Na avaliação de competências nas organizações, os
uma vez que visa comparar os resultados de de- questionários, as entrevistas e os grupos focais são
sempenho apresentados pelos trabalhadores com as principais técnicas utilizadas, pois proporcionam
padrões anteriormente estipulados pelas lideranças mensurações mais fidedignas que as demais técnicas.
organizacionais. c) Em uma perspectiva processual, os componentes da
e) A intervenção no plano de trabalho, nos casos de difi- competência podem ser constituídos por demandas
culdades sentidas pelos trabalhadores, deve ser realiza- de contexto organizacional, social ou econômico.
da apenas ao fim de cada ciclo de avaliação, momento d) No mapeamento de competências, a construção de
em que os atores envolvidos detêm informações sufi- descrições longas, constituídas por múltiplas ideias,
cientes para revisarem o que foi planejado. auxilia na caracterização do espaço ocupacional dos
profissionais na organização.
e) Competências com maior grau de transversalidade
14. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário/Área entre as diversas áreas de uma organização configu-
Administrativa/2016) Tendo em vista que compreender ram-se como emergentes quanto à relevância, bem
e direcionar a dinâmica de uma organização em um como gerais quanto à amplitude.
cenário de instabilidade é tarefa de alta complexidade,
que exige dos profissionais responsáveis uma atuação 17. (Cespe/TRE-PI/Analista Judiciário/2016) Em relação à
coordenada e sistemática para que os objetivos e as gestão por competências, assinale a opção correta.
metas das organizações sejam alcançados com sucesso, a) O processo de gestão por competências é focado
assinale a opção correta. nas competências das pessoas, desconsiderando-se
a) Em geral, as organizações da administração pública a articulação com as competências corporativas por
não são orientadas por resultados econômico-finan- estas serem patrimônio organizacional.
ceiros; por isso, é irrelevante o uso de ferramentas b) Comparativamente a outras modalidades avaliativas,
de apoio ao planejamento estratégico como, por a avalição de desempenho por competências é van-
exemplo, o balanced scorecard. tajosa porque elimina a subjetividade do avaliador.
b) A elaboração de uma estratégia organizacional é res- c) O mapeamento de competências é um processo
ponsabilidade da alta liderança das organizações, periódico para avaliar o desempenho das pessoas
cujas decisões, em termos de objetivos, metas e quanto a conhecimentos, habilidade e atitudes.
resultados, são utilizadas em seguida como refe- d) As competências individuais são o conjunto de capaci-
renciais de desempenho pelos demais gestores e dades cuja observação independe da mobilização do
trabalhadores. indivíduo para a realização de uma ação específica.
c) No planejamento estratégico, a análise interna pode e) As pessoas concretizam as competências organiza-
ser dispensada quando são estáveis aspectos como cionais e fazem sua adequação ao contexto ao co-
perfil da força de trabalho, estrutura e processos locarem em prática o patrimônio de conhecimentos
de trabalho, semelhantemente ao que ocorre nas da organização.
organizações públicas.
d) Na concepção de uma estratégia organizacional, é 18. (Cespe/TRE-PI/Analista Judiciário/2016) Em relação à
importante considerar os elementos do ambiente gestão por competências, assinale a opção correta.
externo — tecnologia, valores da sociedade, demo- a) Comparativamente a outras modalidades avaliativas,
grafia, legislação e condições econômicas —, bem a avalição de desempenho por competências é van-
como os elementos do ambiente interno — estrutura tajosa porque elimina a subjetividade do avaliador.
interna, cultura organizacional e competências. b) O mapeamento de competências é um processo
e) Inicia-se o processo de administração estratégica de periódico para avaliar o desempenho das pessoas
uma organização pela análise de seus ambientes ex- quanto a conhecimentos, habilidade e atitudes.
terno e interno; em seguida, propõe-se a estratégia c) As competências individuais são o conjunto de capaci-
organizacional; e finaliza-se esse fluxo com a elabora- dades cuja observação independe da mobilização do
ção da missão, da visão e dos valores organizacionais. indivíduo para a realização de uma ação específica.
d) As pessoas concretizam as competências organiza-
15. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário/Área cionais e fazem sua adequação ao contexto ao co-
Noções de Gestão Pública

Administrativa/2016) Na missão institucional descrita locarem em prática o patrimônio de conhecimentos


no planejamento estratégico de uma organização esta- da organização.
belece-se o propósito ou a razão para a sua existência; e) O processo de gestão por competências é focado
portanto, a essência do planejamento estratégico está nas competências das pessoas, desconsiderando-se
em definir sua missão organizacional. A missão do Poder a articulação com as competências corporativas por
Judiciário, segundo a resolução em apreço, é estas serem patrimônio organizacional.
a) efetivar a prestação jurisdicional.
b) promover a responsabilidade socioambiental.
c) combater a corrupção. 19. (Cespe/TRE-PI/Técnico de Administração/2016) As com-
d) realizar justiça. petências de uma organização são muito mais do que
e) promover a transparência e o controle social. a soma dos conhecimentos gerais de cada empregado

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individualmente; outros aspectos estão incluídos no b) leva em conta fatores imprevisíveis, estratégia dos
conceito de competência organizacional, inclusive no concorrentes e situação do mercado de clientes.
setor público. Acerca desse assunto, assinale a opção c) alinha-se com o planejamento estratégico da organi-
correta. zação e toma por base mudanças tecnológicas que
a) Perenes são competências que têm o papel de distin- afetam a produtividade.
guir um desempenho superior de um desempenho d) mapeia o fluxo de pessoas na organização, caracte-
mediano. rizando-se com um modelo vegetativo, que objetiva
b) Transitórias são competências que, durante um apenas atender às demandas de reposição de pes-
tempo, são importantes para a organização e para soal.
as atividades desenvolvidas, mas que tendem a ser e) utiliza previsões e extrapolações de dados históri-
superadas. cos e está voltado, predominantemente, para o nível
c) Declinantes são competências que precisam ser mo- operacional da organização.
bilizadas durante processos de mudança, embora
sejam pontuais e menos enfatizadas na estratégia 23. (FCC/Eletrobras-Eletrosul/Nível Superior/2016) Su-
organizacional. ponha que a Eletrosul pretenda iniciar um processo
d) Emergentes são competências que podem não ser de atualização de seu parque gerador, envolvendo a
relevantes para as atividades atuais da organização, execução de projetos de construção civil. Como forma
mas que, caso se considerem a estratégia e a visão de gerenciar a execução do projeto, pretende adotar a
de futuro, serão enfatizadas posteriormente. metodologia Program Evaluation and Review Technique
e) Diferenciais são competências de um grupo funda- − PERT, a qual
mental de competências organizacionais intimamen- a) propõe o gerenciamento dos custos, mas não do
te relacionadas à obtenção do desempenho dese- tempo de execução, partindo da premissa de que
jado, e que permanecem relevantes para as tarefas esta última dimensão é fortemente influenciada por
ao longo do tempo, independentemente da direção fatores não gerenciáveis.
estratégica da organização. b) calcula o tempo do projeto a partir da média pon-
derada de três estimativas de tempo das atividades:
20. (Cespe/TCE-PR/Auditor/2016) Considerando que a ges- provável, pessimista e otimista.
tão por competência procura desenvolver um programa c) difere de outras metodologias similares em função
destinado a definir perfis profissionais que proporcio- da não utilização da variável randômica para distri-
nem maior produtividade e adequação ao negócio, buição de probabilidades.
assinale a opção que apresenta a correta associação d) trabalha apenas com as variáveis controláveis do
entre o tipo de competência e sua definição. projeto, podendo, contudo, ser conjugada com a
a) essencial / esperada de cada unidade de negócios metodologia CPM, que é exclusiva para dimensio-
da organização. nar as variáveis exógenas.
b) organizacional / capacidade de adaptação às circuns- e) calcula as variações de custo do projeto, com base
tâncias temporais. em análises estatísticas de perdas e outras inefi­
c) de suporte / mais elevada e chave para a sobrevi- ciências, ponderadas com variáveis de gestão.
vência da organização.
d) dinâmica / destinada a apoiar diversos departamentos. 24. (FCC/Eletrobras-Eletrosul/Nível Superior/2016) Em ter-
e) distintiva / proporcionadora de vantagens competi- mos práticos, a adoção da denominada Curva S propicia:
tivas. I – Identificação dos desvios de um projeto, sejam eles
de custo ou de prazo.
21. (FCC/PGE-MT/Técnico Administrativo/2016) O líder da II – Gerenciamento dos processos de trabalho, utilizan-
Coordenadoria de Gestão de Pessoas da Procuradoria do o fluxograma.
Geral do Estado solicitou que fosse realizado um le- III – Análise do progresso de tarefas, através de sistema
vantamento das principais vantagens e desvantagens informatizado denominado CRP.
dos tradicionais métodos de avaliação de desempenho
e, ao final deste levantamento, a equipe de Recursos Está correto o que se afirma apenas em
Humanos chegou a conclusão de que aplicariam o “Mé- a) III.
todo de Pesquisa de Campo”, sobretudo, pela seguinte b) II.
vantagem: c) I.
a) Proporciona profundidade na avaliação do desem- d) II e III.
penho. e) I e II.
b) Evita o efeito halo por ouvir diversas opiniões.
c) Método de fácil montagem e fácil utilização.
d) Não requer treinamento dos avaliadores para sua 25. (FCC/TRT 23ª Região (MT)/Analista Judiciário/Área Ad-
Noções de Gestão Pública

aplicação. ministrativa/2016) Considere que determinado órgão


e) Facilidade na comparação dos resultados de vários integrante do Poder Judiciário realize, como parte de
funcionários. suas atividades ordinárias, atividades de classificação
e ordenação de documentos. Para melhoria de tais
22. (FCC/AL-MS/Nível Médio/2016) Existem diferentes mo- atividades, pretendia aplicar técnicas consagradas de
delos de planejamento de RH, entre os quais o modelo gerenciamento de projetos. Tal aplicação, contudo, foi
baseado na procura estimada do produto ou serviço. considerada tecnicamente inadequada para a finalidade
Esse modelo, entre outros aspectos, pretendida, na medida em que um projeto deve ter,
a) baseia-se em mapas de substituição de postos-chave entre outras características,
e organogramas de carreiras, voltado, precipuamen- a) a não internalização dos resultados diretos, mas
te, à evolução funcional. apenas dos reflexos.

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b) vinculação a metas e indicadores. I – A teoria do grid (grade) gerencial, é um modelo de
c) generalidade e perenidade. análise comportamental dos líderes, segundo a qual o
d) singularidade e temporalidade. gestor orienta a ação para dois aspectos fundamentais:
e) perenidade e obtenção de externalidades positivas. ênfase na produção e ênfase nas pessoas.
II – Os quatro estilos de Likert, baseados no estilo de
26. (FCC/TRT 23ª Região (MT)/Bibliotecário/2016) A defi- autoridade do líder, são: autoritário-coercitivo; autori-
nição: tário-benevolente; consultivo e participativo.
É a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramen- III – A teoria situacional, conhecida como caminho-
tas e técnicas às atividades do projeto a fim de atingir -meta, afirma que os líderes são flexíveis e devem ade-
seus objetivos. quar o tipo de liderança à situação, envolvendo fatores
Refere-se a contingenciais ambientais e fatores contingenciais do
a) padrão. subordinado.
b) gerência de projetos.
c) análise de conjuntura. Está correto o que consta em
d) planejamento de risco. a) I e II, apenas.
e) plano. b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) III, apenas.
27. (FCC/TRT 23ª Região (MT)/Bibliotecário/2016) Quanto
e) I, II e III.
a seus atributos, os projetos
a) carregam, em geral, pouco risco e incerteza.
b) são não repetitivos e tendem a ter características 31. (FCC/CNMP/Técnico de Administração/2015) O líder
únicas. que adota a Teoria da Fixação de Metas proporciona
c) independem de compromissos com resultados e/ou recursos importantes para melhorar a motivação e o
com custos predefinidos. desempenho dos funcionários. Sobre o assunto é cor-
d) são geralmente responsabilidade de equipes per- reto afirmar:
manentes de trabalho. a) O grau de dificuldade e a especificidade da meta são
e) são, quando de longa duração, imunes a interferên- itens estruturais da teoria.
cias externas. b) A administração por objetivos (APO) é uma maneira
eficaz de reduzir a burocracia associada à fixação de
28. (FCC/TRT 23ª Região (MT)/Bibliotecário/2016) (FCC/TRT metas entre o subordinado e o superior hierárquico.
23ª Região (MT)/Bibliotecário/2016) Com o objetivo de c) O desempenho do funcionário aumentará na mesma
ampliar os serviços da biblioteca, a equipe responsável, proporção da sua motivação.
elaborou um projeto referente à colocação de caixas d) As melhores metas têm uma expectativa de desem-
estantes em locais determinados da cidade, com um penho que a quase totalidade dos funcionários não
número específico de livros recentes. No entanto, ao consegue atingir.
ser encaminhado à administração superior para apro- e) Segundo a teoria da fixação de metas, a maioria das
vação, descobriu que esta não estava disposta a investir metas advém de decisões impensadas.
recursos em favor de medidas futuras, argumentando
que já tinha gastos demasiados. Neste caso, na busca de 32. (FCC/CNMP/Técnico de Administração/2015) São ca-
execução do projeto, o tipo de obstáculo ou problema racterísticas dos líderes transformacionais:
encontrado é conhecido/classificado como I – Negocia a troca de recompensas por esforço, pro-
a) circunstancial. mete recompensas pelo bom desempenho, reconhece
b) organizacional. as conquistas.
c) de perda de prestígio. II – Comunica suas altas expectativas, utiliza símbolos
d) cultural. para focar os esforços, expressa propósitos importantes
e) de credibilidade. de maneira simples.
III – Promove a inteligência, a racionalidade e a cuida-
29. (FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Admi- dosa resolução de problemas.
nistrativa/2015) Uma etapa relevante na implementa- IV – Intervém apenas quando os padrões não são al-
ção da Gestão de Pessoas por Competências consiste cançados.
no mapeamento das competências, o qual é feito com
Está correto o que consta apenas em
a utilização de diferentes instrumentos, entre os quais:
a) III e IV.
a) a análise de currículos de interessados em ocupar
b) II e III.
as vagas disponíveis. c) II e IV.
b) o grupo focal, como alternativa a entrevistas indivi- d) I e IV.
duais.
Noções de Gestão Pública

e) I e II.
c) o estudo de mercado e de competências disponíveis
para captação.
d) headhunters, encarregados de selecionar os melho- GABARITO
res profissionais disponíveis.
e) consultorias especializadas para identificação dos 1. c 8. d 15. d 22. e 29. b
colaboradores mais alinhados com as necessidades 2. c 9. b 16. c 23. b 30. e
da organização. 3. c 10. d 17. e 24. c 31. a
4. e 11. d 18. d 25. d 32. b
30. (FCC/TRT 15ª Região/Técnico Judiciário/2015) Sobre os 5. a 12. e 19. d 26. b
modelos de liderança comumente citados pela doutri- 6. c 13. a 20. e 27. b
na, considere: 7. a 14. d 21. a 28. d

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TRE-BA

SUMÁRIO

Noções de Direito Administrativo

Noções de organização administrativa:


Centralização, descentralização, concentração e desconcentração................................................................................24

Administração direta e indireta. Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista...............24

Ato administrativo:
Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies................................................................................................. 13

Agentes públicos..................................................................................................................................................................... 7

Lei nº 9.784/1999 (Processo Administrativo)...................................................................................................................... 51

Poderes administrativos:
Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia........................................................................................................... 9

Abuso do poder...................................................................................................................................................................... 8

Licitação:
Princípios......................................................................................................................................................................... 38
Contratação direta:
dispensa e inexigibilidade. Modalidades. Tipos. Procedimento. Pregão...................................................................40
Lei nº 8.666/1993 e suas alterações................................................................................................................................38
Lei nº 10.520/2002..........................................................................................................................................................49

Controle da Administração Pública. Controle exercido pela Administração Pública. Controle judicial. Controle
legislativo.............................................................................................................................................................................. 31

Responsabilidade civil do Estado:


Responsabilidade civil do Estado no direito. Brasileiro. Responsabilidade por ato comissivo do Estado.
Responsabilidade por omissão do Estado. Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado.
Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado..................................................................................35

Regime jurídico-administrativo:
Conceito............................................................................................................................................................................ 3

Princípios expressos e implícitos da Administração Pública................................................................................................. 4

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Noções de Direito Administrativo
Edgard Antônio Lemos Alves

REGIMES JURÍDICOS DA ADMINISTRAÇÃO po, preservar os direitos dos administrados, criando


limitações à atuação do Poder Público.
PÚBLICA
Regime Jurídico Administrativo e sua Relação
Noções Gerais
com os Direitos Individuais
A Administração Pública pode submeter-se a regime A expressão regime jurídico da Administração Pública é
jurídico de Direito Público ou de Direito Privado. utilizada para indicar, em sentido amplo, os regimes jurídicos
A obrigatoriedade de instituir-se um regime ou outro, em de direito público e o regime jurídico de direito privado que
regra, é feito pela própria Constituição Federal ou pela lei. a Administração Pública pode se submeter. Já a expressão
Como exemplo básico, temos o art. 173, § 1º, II, e o art. 175, regime jurídico administrativo decorre das regras do Direito
ambos da Constituição Federal. Administrativo, onde a Administração Pública é colocada
No art. 173, a Constituição prevê a sujeição ao regime numa posição privilegiada, de superioridade, na relação
de direito privado às empresas públicas, sociedades de jurídico-administrativa, porém está sujeita às regras impostas
economia mista e suas subsidiárias que explorem ativida- pela lei (princípio da legalidade).
de econômica, inclusive quanto aos direitos e obrigações Daí poder se dizer que o regime jurídico administrati-
vo caracteriza-se por duas ideias opostas: prerrogativas e
civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. Nesse caso, a
sujeições.
Constituição não deixou à Administração Pública nem ao
As prerrogativas são conferidas à Administração Pública
legislador infraconstitucional qualquer opção sobre o regime em nome da supremacia do interesse público sobre o inte‑
a ser instituído. Já determinou que fosse o regime jurídico resse privado. Com base nessa supremacia, o Poder Público
de direito privado. pode, por exemplo, desapropriar bens particulares, requisitar
O art. 175, por sua vez, outorga ao Poder Público a bens e serviços, instituir servidão, ocupar temporariamente
incumbência de prestar serviços públicos, podendo fazê-lo imóvel alheio, impor medidas de polícia. Além das prerrogati-
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão e vas, a Administração ainda goza de determinados privilégios
o parágrafo único deixa à lei a tarefa de fixar o regime das como a imunidade tributária, prazos em quádruplo para
empresas concessionárias e permissionárias de serviços contestar e em dobro para recorrer, juízo privativo, processo
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorro- especial de execução (precatórios – art. 100, da CF), além da
gação, bem como as condições de caducidade, fiscalização presunção da legitimidade dos atos que pratica.
e rescisão da concessão ou permissão. Aqui, a Constituição Já as sujeições são impostas para que ela atue estritamen-
deixou à lei a opção de adotar entre um regime e outro. te de acordo com a legalidade, a moralidade administrativa e
Apesar de a Constituição ter deixado ao legislador a opção a finalidade pública que deve perseguir e da qual não pode
de escolher entre um regime e outro, isso não quer dizer que dispor, pois o interesse não é dela, e sim da coletividade.
a Administração não participe da decisão, muito pelo contrá- Dentre tais sujeições, temos a obrigatoriedade de dar pu-
rio, normalmente é dentro dos órgãos administrativos que blicidade aos atos administrativos e, como decorrência dos
mesmos, a sujeição à realização de concurso público para
são feitos os estudos técnicos e financeiros que precedem o
seleção de pessoal e de concorrência pública para contratar
encaminhamento do projeto de lei ao Poder Legislativo e res-
com particulares. Se não observadas implicam em desvio de
pectivamente ao Poder Executivo para sanção e promulgação. poder e, por conseguinte a nulidade dos atos praticados.
O que não pode acontecer, de forma alguma, é a Admi- Neste sentido é o ensinamento de Maria Sylvia Di Pietro
nistração Pública, por ato próprio, optar entre um regime (2008, p. 61), que assim dispõe:
e outro, se isso não estiver autorizado em lei. Sua atuação
deve sempre estar pautada na lei. É o princípio da legalidade. Ao mesmo tempo em que as prerrogativas colocam
É importante também ressaltar que, quando a Administra- a Administração em posição de supremacia perante
ção Pública se submete ao regime jurídico de direito privado, o particular, sempre com o objetivo de atingir o
em regra, ela se nivela ao particular, mas nunca se despe de beneficio da coletividade, as restrições a que está
determinados privilégios, como o juízo privativo, por exemplo; sujeita limitam a sua atividade a determinados fins
Noções de Direito Administrativo

e sempre se submete a restrições concernentes a prática de e princípios que, se não observados, implicam des-
seus atos, como a competência, a forma, a finalidade, o pro- vio de poder e consequente nulidade dos atos da
cedimento (da licitação, por exemplo) e a publicidade oficial. Administração.
Outras vezes, mesmo submetidas às regras privadas, a Admi-
nistração conserva algumas de suas prerrogativas, que der- Para Maria Sylvia, muitas dessas prerrogativas e restri-
rogam parcialmente o direito comum, na medida necessária ções são expressas sob a forma de princípios que informam
o direito público e, em especial, o Direito Administrativo.
para adequar o meio utilizado ao fim público desejado pela lei.
Como o Direito Administrativo não é codificado, os princí‑
Em outras palavras, é o entendimento de Maria Sylvia
pios representam papel relevante nesse ramo do direito, per-
Zanella Di Pietro (2008, p. 59): mitindo à Administração Pública e ao Judiciário estabelecer
o equilíbrio necessário entre os direitos dos administrados
A norma de direito público sempre impõe desvios e as prerrogativas da administração.
ao direito comum, para permitir à Administração Estabelecidos os regimes jurídicos aos quais a Administra-
Pública, quando dele se utiliza, alcançar os fins que ção Pública pode sujeitar-se, estudaremos agora os princípios
o ordenamento jurídico lhe atribui, e ao mesmo tem- inerentes ao regime jurídico administrativo.

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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA nistração Pública é o inverso, ela só pode fazer o que a lei per-
mite, desse modo tudo o que não está permitido é proibido.
Noções Gerais Se “ninguém será obrigado a fazer ou a deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude de lei”, o  agente público
Conforme ensina Diógenes Gasparini, princípios são atuan­do de acordo com ela estará cumprindo sua finalidade.
proposições que alicerçam ou embasam um sistema e lhe Caso contrário, desviando-se de sua finalidade cometerá
garantem a validade. Geralmente não estão hierarquizados ato ilícito, expondo-se à responsabilização administrativa,
civil e criminal, conforme o caso.
nem positivados, mas devem ser observados em toda atua­
ção administrativa.
Impessoalidade (art. 5º, caput, da CF; art. 37, § 1º, da CF)
Corroborando o entendimento do ilustre doutrinador, tem-
-se a jurisprudência de Pretório Excelso, que assim acentuou:
Significa que o administrador deve orientar‑se por crité-
Os princípios podem estar ou não explicitados em rios objetivos, não devendo fazer distinções fundamentadas
normas. Normalmente sequer constam de texto em critérios pessoais. Todos são iguais perante a lei. É em de-
regrado. Defluem no todo do ordenamento jurídico. corrência desse princípio que se criou o concurso e a licitação.
Encontram-se ínsitos, implícitos no sistema, perme- Cabe ressaltar também que os agentes públicos, no
ando as diversas normas regedoras de determinada exercício de suas funções, não praticam atos em seu próprio
matéria. O  só fato de um princípio não figurar no nome, mas no da Administração, por esse motivo se faz
presente a restrição constitucional à publicidade dos atos
texto constitucional não significa que nunca teve
oficiais que caracterizem promoção pessoal.
relevância de princípio (RE nº 160.381/SP).
Moralidade (art. 37, § 1º, da CF)
Princípios Constitucionais Explícitos que Regem a
Administração Pública – art. 37, caput O administrador deve atuar com ética e moralidade,
isto é, de acordo com a lei. Tendo em vista que tal princípio
L EGALIDADE integra o conceito de legalidade, decorre a conclusão de
que ato imoral é ato ilegal, e, portanto, sujeito ao controle
I MPESSOALIDADE
do Poder Judiciário.
M ORALIDADE A moralidade veio para dar coe­rência ao nosso ordena-
P UBLICIDADE mento jurídico. Foi consagrada não só pela Constituição Fe-
E FICIÊNCIA deral, mas também pela doutrina e jurisprudência, estando
intimamente ligada à probidade administrativa – “ao agente
Princípios Informativos ou Implícitos público não basta ser honesto e probo, tem que mostrar que
possui tal qualidade”. O que se exige (indisponibilidade do
interesse público) no presente Estado Democrático de Direito
Supremacia do Interesse Público sobre o Privado é a legalidade moral e ética, ou seja, a legalidade legítima da
Indisponibilidade do Interesse Público conduta administrativa, visando ao atendimento do interesse
Continuidade do Serviço Público público e não à satis­fação pessoal do agente.
Finalidade Ademais, a CF confere aos particulares o poder de exi-
gir, por meio da ação popular, que a administração pública
Autotutela respeite o princípio da moralidade.2
Razoabilidade Publicidade (art. 5º, XXXIII, da CF; art. 37, § 3º, II, da
Proporcionalidade CF; art. 11, IV, da Lei nº 8.429/1992)
Motivação
É requisito de eficácia e moralidade dos atos administra‑
Segurança Jurídica tivos. Entretanto, não é requisito de forma, pois o ato para
Hierarquia estar formado basta ser legal, impessoal, moral e eficiente,
Especialidade para ser eficaz é que se faz necessária a sua publicação3.
Controle ou Tutela Propicia ao Administrador a transparência em suas atuações
e possibilita aos administrados a defesa de seus direitos.
Probidade Administrativa
Constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os Princípios da Administração Pública negar publici-
O princípio da moralidade e o da eficiência estão
dade aos atos oficiais.
Noções de Direito Administrativo

expressamente previstos na CF, ao passo que o da propor-


cionalidade constitui princípio implícito, não positivado no
Exceções ao princípio da publicidade:
texto constitucional.1
São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
Princípios Constitucionais da Administração Pública e a imagem das pessoas, assegurado o direito a in-
denização pelo dano material ou moral decorrente
Legalidade (art. 37, caput, da CF; art. 5º, II, da CF) de sua violação (Art. 5º, X da CF).

É princípio básico de todo Estado de Direito e também de É assegurado a todos o acesso à informação e res-
toda Administração Pública na execução de suas atividades. guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
A atuação administrativa deve estar pautada na lei. A doutrina exercício profissional (Art.5º, XIV).
costuma usar a seguinte expressão: enquanto na atividade
particular tudo o que não está proibido é permitido, na Admi-
2
Cespe/TCU/AUFC/2010.
3
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
1
Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2013. Judiciária e Execução de Mandatos/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Informações de interesse particular ou coletivo quan- público, temos que os atos administrativos são presumidos
do imprescindíveis para a segurança da sociedade ou legítimos e, em regra, imperativos e autoexecutáveis.
do Estado (Art. 5º, XXXIII da CF). É por meio dele que houve uma ampliação das atividades
assumidas pelo Estado para atender às necessidades coleti-
Garantias contra a negativa injustificada: vas, com a consequente ampliação do próprio conceito de
Habeas data (art.  5º, LXXII): tem cabimento quan­do serviço público. Ocorreu o mesmo com o poder de polícia
a informação negada injustificadamente é personalíssima. do Estado, que deixou de impor apenas obrigações negativas
Mandado de segurança (art.  5º, LXIX): não sendo (de não fazer), visando resguardar a ordem pública, e passou
prestada por meio de habeas data, é possível impetrar a impor obrigações positivas, uma vez que ampliou o seu
mandado de segurança, para obter o direito líquido e certo campo de atuação (além da ordem pública agora também
à informação negada. a ordem econômica e social – arts. 173, § 4º, e 182 da CF),
condicionando o uso da propriedade ao bem-estar social,
Eficiência (art. 37, caput, da CF; art. 41, § 1º, III, da CF) regulando e fiscalizando as atividades de forma a reprimir o
abuso do poder econômico.
Impõe ao agente público que realize suas atribuições com
perfeição, presteza e rendimento funcional. Indisponibili­da­de do Interesse Público
A eficiência é a capacidade de obtenção dos objetivos
fixados em razão dos meios disponíveis. A  eficiência está Conforme visto no princípio da supremacia do interesse
vinculada aos princípios da legalidade, impessoalidade, público, o poder é dado ao Administrador para que ele o
moralidade e publicidade, nunca acima deles; ela veio para exerça. Portanto, não é lícito dispor desse interesse ou fazer
somar. A violação a qualquer um desses princípios implica prevalecer interesse próprio, uma vez que não possui sua
violação à eficiência, uma vez que será eficiente a Adminis­ titularidade, só mera guarda.
tração Pública que cumprir com excelência a lei e a moral, de É justamente por não poder dispor desses interesses, cuja
forma impessoal e pública. A eficiência também configura guarda lhe é atribuída por lei, que não poderá renunciá-los
meio de controle da própria Administração Pública, quando nem total, nem parcialmente, sob pena de responder pela
exige avaliação periódica de desempenho funcional dos seus omissão. Constituem-se em poder-dever de agir. Assim,
servidores (art. 41, § 1º, III, da CF). a autoridade não pode deixar de punir, quando constatada
a prática de ilícito administrativo; não pode deixar de exercer
Igualdade ou Isonomia o poder de polícia para coibir o exercício dos direitos indivi-
duais que estejam em conflito com o interesse coletivo; não
O princípio da igualdade é, também, um dos princípios pode deixar de exercer os poderes decorrentes da hierarquia.
das Ciências Jurídicas em geral, mas que para o Direito Atualmente, esse princípio é citado no art. 2º, caput, da
Público e em especial para o Direito Administrativo adqui- Lei nº 9.784/1999 e especificado no parágrafo único, com a
re coloração especial, dada a particular subordinação da seguinte exigência: “Atendimento a fins de interesse geral,
Administração ao princípio da legalidade estrita, segundo vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competên-
a qual só é dado fazer somente o que a lei determina ou cias, salvo autorização em lei.”
expressamente permite.
A igualdade perante a lei costuma ser chamada de isono- Continuidade dos Serviços Públicos
mia. Sempre foi, desde a antiguidade, associada à democracia,
como uma de suas características fundamentais, bem como Este princípio está diretamente ligado ao serviço público
princípio interpretativo e limitação ao legislador. Mas a dife- e destina‑se a atender necessidades sociais; portanto, não
renciação de tratamento às pessoas, em condições diferentes, pode parar. Era com fundamento nesse princípio que nos
ou seja, o tratamento desigual dos casos desiguais, na medida contratos administrativos não se permitia a invocação pelo
em que se desigualam, é exigência da própria conceituação particular da exceção do contrato não cumprido. Hoje,
de Justiça. Isto se dá porque o princípio da igualdade, previsto a legislação já permite que o particular a invoque no caso de
da Constituição Federal, significa que, na verdade, todos são suspensão de sua execução, por ordem escrita da adminis-
iguais, mas mesmas condições, pois não de pode, a título tração, por mais de 120 dias ou atraso superior a 90 dias dos
de isonomia, ser-lhe dada abrangência com o fim de que se pagamentos devidos (art. 78, XIV e XV, da Lei nº 8.666/1993).
promova o nivelamento de desiguais. Ora se todos são iguais
perante a lei, nas mesmas condições, todos são iguais em Finalidade
idêntica situação, perante a Administração, executora da lei.
Com efeito, todos têm o direito de, nas mesmas condições, Toda atuação do administrador destina‑se a atender o
Noções de Direito Administrativo

ter as mesmas oportunidades e o mesmo tratamento pela interesse público. É a Lei que vai indicar qual o interesse a
Administração. Resultam deste princípio, por exemplo, a obri- ser atingido pela Administração Pública. Daí se falar que o
gatoriedade de realização de concurso público para ingresso princípio da finalidade é inerente ao princípio da legalidade.
em cargo público efetivo, de licitação para as contratações ad- Se o administrador se desvia de tal finalidade, praticando
ministrativas, da isonomia fiscal, da responsabilidade objetiva ato diverso do previsto na regra de competência, comete ato
do Estado por ato de seus agentes, entre outras. ilícito, o que em Direito Administrativo chamamos de abuso de
poder, podendo sofrer o controle popular, exercido por meio
Princípios Informativos da Administração Pública de ação popular, além da correspondente ação civil pública.
Autotutela
Supremacia do Interesse Pú­blico
A Administração tem o dever de zelar pela legalidade e
É a essência do regime jurídico administrativo. O poder eficiência dos seus próprios atos. É por isso que se reconhece
é dado para que a Administração o exerça, buscando fina- à Administração o poder/dever de declarar a nulidade dos
lidades de interesses gerais, por isso há de haver sempre a seus próprios atos, praticados em desacordo com a Lei. É,
sua prevalência. Pelo princípio da supremacia do interesse ainda, em consequência da Autotutela que existe a possibi‑

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
lidade de a Administração revogar os atos administrativos lei a dispensasse ou a natureza do ato praticado fosse, com
que não mais atendam às finalidades públicas (sejam ino‑ ela, incompatível.
portunos ou inconvenientes), embora legais.4 A Lei nº 9.784/1999 determina, em seu art. 2º, parágrafo
A capacidade da Administração Pública de poder sanar único, VII, que: “A Administração Pública obedecerá, den-
os seus atos irregulares ou de reexaminá-los à luz da con- tre outros, ao princípio da motivação [...] com a indicação
veniência e oportunidade, reconhecida nas Súmulas nº 346 dos pressupostos de fato e de direito que determinarem
e 473 do Supremo Tribunal Federal, está em consonância a decisão”. Já no art. 50, estabelece a obrigatoriedade de
direta com o princípio da autotutela.5 motivação, com indicação dos fatos e fundamentos, quando:
• neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
Súmula nº 346, 1963/STF: A Administração Pública imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. • decidam processos administrativos de concurso ou
seleção pública;
Súmula nº 473, 1969/STF: A administração pode
• dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
licitatório;
que os tornam ilegais, porque deles não se originam
• decidam recursos administrativos; decorram de ree-
direitos; ou revogá‑los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, xame de ofício;
e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.6 • deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas
Caso se verifique, durante a realização de um concurso e relatórios oficiais;
público, a utilização, por candidatos, de métodos fraudu- • importem anulação, revogação, suspensão ou conva-
lentos para a obtenção das respostas corretas das provas, a lidação de ato administrativo.
administração pública poderá anular o concurso embasada
diretamente no princípio da autotutela.7 Conforme o disposto acima, a motivação, em regra, se faz
obrigatória quando os atos afetam direitos ou interesses indi-
Razoabilidade viduais. A lei se preocupa mais com os administrados do que
Os poderes concedidos à Administração devem ser exer- com a própria Administração. Todavia, as hipóteses previstas
cidos na medida necessária ao atendimento do interesse não necessariamente constituem rol taxativo, uma vez que
coletivo, sem excessos, ou seja, adequação entre os fins e podem surgir outras em que a motivação será obrigatória,
os meios (art. 2º, VI, da Lei nº 9.784/1999). para fins de controle da legalidade. Como exemplo, temos
A razoabilidade é um dos principais limites à discricio- no art. 64-A, do mesmo diploma, a exigência de que o órgão
nariedade, uma vez que o agente público deve pautar sua competente para decidir recurso administrativo explicite as
conduta em critérios racionais, sensatos e coerentes, fun- razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade de súmula vin-
damentados sempre no atendimento ao interesse público. culante, quando o recorrente alegar a sua violação.
O princípio da razoabilidade também foi preconizado
pela EC nº 45/2004, que acrescentou novo inciso no art. 5º Art. 64-A da Lei nº 9.784/1999: Se o recorrente alegar
da Constituição Federal, assegurando a todos, no âmbito violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão
judicial e administrativo, a razoável duração do processo. competente para decidir o recurso explicitará as ra-
zões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula,
Proporcionalidade conforme o caso.

É um desdobramento da razoabilidade. Adotando a Motivação nas Decisões Proferidas pelo Poder Judiciário
medida necessária para atingir o interesse público almejado,
o Administrador age com proporcionalidade, sendo vedada Art. 93, IX, da CF: Todos os julgamentos dos órgãos
a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a
do interesse público.8 lei, se o interesse público o exigir, limitar em deter-
minados atos às próprias partes e seus advogados,
Art. 2º, VI, da Lei nº 9.784/1999: Adequação entre ou somente a estes.
meios e fins, vedada a imposição de obrigações, Art. 93, X, da CF: As decisões administrativas dos tri-
restrições e sanções em medida superior àquelas bunais serão motivadas, sendo as disciplinares toma-
estritamente necessárias ao atendimento do inte- das pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
Noções de Direito Administrativo

resse público.
Segurança Jurídica
Motivação
É um dos alicerces do Estado de Direito, está relacionada
É a exposição ou a indicação por escrito dos fatos e com a previsibilidade e a estabilidade das relações jurídicas,
fundamentos jurídicos que ensejaram a prática do ato. de forma a garantir que a norma não retroagirá em situações
A regra geral é a motivação, para que a atuação ética do já constituídas (art. 5º, XXXVI, da CF), sendo considerada
administrador fique demonstrada, na exposição dos motivos, válida somente a partir do momento em que foi adotada.
e o administrado tenha garantida a ampla defesa e o con- Se o administrado teve reconhecido determinado di-
traditório. Somente ficaria desobrigada nos casos em que a reito com base em interpretação adotada uniformemente
para todos, torna-se claro que houve boa-fé e esta deve
4
Assunto cobrado na prova da FCC/TCE-SP/Auditor/2013.
5
FCC/Defensoria Pública do Estado de São Paulo/Defensor Público/2010. ser respeitada, inclusive quanto a seus efeitos que devem
6
Cespe/TCU/AUFC/2010. ser preservados. Entretanto, recomenda-se cautela em sua
7
Cespe/AE ES/Seger-ES/Direito/2013.
8
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-Acre/Técnico Judiciário/Área Adminis-
aplicação para não impedir que a Administração anule seus
trativa/2010. atos ilegais.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
No Direito Administrativo, esse princípio foi inserido Convém, entretanto, ressaltar que os atos eivados de
na Lei nº 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, XIII, que diz: vícios de improbidade poderão sofrer invalidação pela
própria Administração, exercitando o poder de autotutela
Nos processos administrados, serão observados, como através do Poder Judiciário, quando devidamente
entre outros, o critério de: interpretação da norma provocado.
administrativa da forma que melhor garanta o aten-
dimento do fim público a que se dirige, sendo vedada AGENTES PÚBLICOS
a aplicação retroativa de nova interpretação.

Hierarquia
Conceito
• É toda pessoa física vinculada, definitiva ou transito-
Em consonância com o princípio da hierarquia, os órgãos
riamente, ao exercício de função pública (encargos ou
da Administração Pública são estruturados de tal forma que
atribuições).
se cria uma relação de coordenação e subordinação entre
uns e outros, cada qual com suas atribuições definidas na • É todo aquele que colabora com o Estado na consecu-
lei. (DI PIETRO,Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. ção dos interesses coletivos. Os agentes desempenham
22. ed. São Paulo: Atlas, p. 70). as funções dos órgãos a que estão vinculados.
• São todos aqueles que, a qualquer título, executam
Especialidade uma função pública como preposto do Estado.
• São todas as pessoas físicas incumbidas de exercer
O princípio da especialidade está ligado diretamente alguma função estatal, definitiva ou transitoriamente.
à ideia de descentralização administrativa. Quando o Es-
tado cria pessoas jurídicas públicas administrativas – as Esses são conceitos criados pela doutrina. Veja agora um
autarquias, por exemplo – como forma de descentralizar a estabelecido pela Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade
prestação de serviços públicos, com vistas à especialização Administrativa):
de função, a lei cria a entidade, estabelece com precisão as
finalidades que lhe incube, de tal modo que não cabe aos Art.  2º Reputa-se agente público todo aquele que
seus administradores afastar-se dos objetivos definidos na exerce, ainda que transitoriamente ou sem re-
lei. (DI PIETRO,Maria Sylvia. Direito Administrativo. 22. ed. muneração, por eleição, nomeação, designação,
São Paulo: Atlas, p. 68) contratação ou qualquer outra forma de investidura
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na
Controle ou tutela Administração Direta, Indireta ou Fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis-
Para assegurar que as entidades da Administração Indi‑ trito Federal, de Território, de empresa incorporada
reta observem o Princípio da Especialidade, elaborou-se o ao patrimônio público ou em entidade para cuja cria-
Princípio do Controle ou Tutela, em consonância com o qual ção ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
a Administração Pública Direta fiscaliza as atividades dos com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou
referidos entes, com o objetivo de garantir a observância da receita anual.
de suas finalidades institucionais.9
Classificação
Probidade Administrativa
O agente público é considerado um gênero, do qual são
A probidade administrativa está diretamente atrelada
espécies:
ao princípio da legalidade e da moralidade administrativa.
Agentes Políticos – São os componentes do Governo nos
Pelo princípio da legalidade, o administrador deve atuar
em conformidade com a lei. Pelo princípio da moralidade, seus primeiros escalões, exercem atribuições constitucionais.
o administrador deve atuar com ética e moralidade. Já a Podem ser eleitos, nomeados ou desig­nados. Ocupam os car-
probidade administrativa exige do administrador que atue, gos dos órgãos independentes (que representam os poderes
não só de acordo com a legalidade, a ética e a moral, mas do Estado) e dos órgãos autônomos (que são os auxiliares
com a honestidade. imediatos dos órgãos independentes). Ex.: Presidente da
A probidade administrativa recebeu tratamento consti- República, Ministros, Secretários de Estado, Senadores,
tucional em vários dispositivos, tais como o art. 37, § 4º e Governadores, Deputados, Prefeitos, Juízes, membros do
Noções de Direito Administrativo

o art. 85, V, bem como em legislações infraconstitucionais. Ministério Público, membros dos Tribunais de Contas etc.
Regulamentando o art. 37, § 4º, temos a Lei nº 8.429, Agentes Administrativos – São os agentes públicos que
de 2 de junho de 1992, também conhecida como Lei de Im- se vinculam à Administração Pública Direta ou Indireta por
probidade Administrativa. Essa lei dispõe sobre as sanções relações profissionais. Sujeitam‑se à hierarquia funcional.
aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento São eles:
ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função • Servidores Públicos: ocupam cargo público e, em
na Administração Pública. regra, estão sujeitos ao regime estatutário.
A Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, disciplina os • Empregado Público: ocupam emprego público. Ingres-
crimes de responsabilidade do Presidente da República. sa via concurso e estão sujeitos ao regime celetista.
De acordo com a norma, são crimes de responsabilidade • Contratado Temporário: é o servidor que não titulari-
do Presidente da República atos que atentarem contra a za cargo nem emprego, mas exerce função por tempo
Constituição Federal, e, especialmente, contra a probidade determinado, para atender situação de excepcional
na Administração. interesse público. Sua contratação está disciplinada
pela Lei nº 8.745/1993, que regulamentou o art. 37,
Assunto cobrado na prova da FCC/TCE-SP/Auditor/2013.
9 IX, da CF.

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Particulares em Colaboração com o Poder Público O uso anormal do poder é o que caracteriza o abuso
de poder; é a circunstância que torna ilegal, total (desvio
Agentes Honoríficos  – São os agentes convocados ou de finalidade) ou parcialmente (excesso de poder), o  ato
nomeados para prestar serviços de natureza transitória, sem administrativo, ou irregular sua execução (abuso de poder).
vínculo empregatício, e em geral, sem remuneração. Cons- O abuso de poder ocorre na fase executória do ato ad-
tituem os múnus públicos (serviços relevantes) os jurados, ministrativo e diz respeito somente aos aspectos materiais
comissários de menores, mesários eleitorais, entre outros. de sua concretude.
Agentes Delegados  – São particulares que recebem a Ocorre o abuso de poder quando a autoridade, embora
incumbência da execução de determinada atividade, obra competente para a prática do ato, ultrapassa os limites de
ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua sua atribuição (excesso) ou se desvia das finalidades admi-
conta e risco, mas segundo as normas do Estado. Ex.: con- nistrativas (desvio).
cessionários e permissionários de serviços e obras públicas, O abuso de poder, pela própria natureza do fato em si,
serventuários notariais e de registro, leiloeiros, tradutores configura-se como ilegalidade, por isso pode ser revisto tanto
e intérpretes públicos. administrativa (direito de petição – art. 5º, XXXIV, a, da CF)
Agentes Credenciados – São os que recebem a incum- quanto judicialmente (habeas data – art. 5º, LXXI, da CF e
bência da administração para representá‑la em determinado Lei nº 9.507/1997; mandado de segurança – art. 5º, LXIX, da
ato ou praticar certa atividade específica, mediante remu- CF e Lei nº 12.016/2009; ação popular – art. 5º, LXXIII, e Lei
neração do Poder Público credenciado. Ex.: representantes nº 4.717/1965; direito de representação nos casos de abuso
internacionais, um médico que seja credenciado para aten- de autoridade – Lei nº 4.898/1965).
der a população em determinado acontecimento. O uso do poder é lícito; o abuso, sempre ilícito. Daí por
que todo ato abusivo é nulo, por excesso ou desvio de poder.
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O abuso de poder pode ocorrer de duas formas:

Introdução Excesso de Poder

Para realizar suas atividades, a Administração Pública Ocorre quando a autoridade, embora competente para
detém prerrogativas ou poderes que permitem à autoridade praticar o ato, vai além do permitido e exorbita no uso de
remover os interesses particulares que se opõem ao interesse suas faculdades administrativas. Essa conduta provoca a
público. Os poderes e deveres do Administrador Público são ilegitimidade do ato de forma parcial ou total, incidindo
os expressos em lei, os impostos pela moral administrativa sempre durante a execução do ato autorizado por lei. Pode
e os exigidos pelo interesse da coletividade. Cada agente ser caracterizada pelo descumprimento frontal da lei (quan-
público é investido da necessária parcela de poder para o do a autoridade age claramente além de sua competência)
desempenho de suas atribuições. Esse poder é para ser usado ou quando contorna dissimuladamente as limitações da
normalmente como atributo do cargo ou da função, e não lei (quando a autoridade se arroga poderes que não lhe
como privilégio da pessoa que o exerce. É esse poder que são atribuídos legalmente). Para Gasparini (2006, p. 145),
empresta autoridade ao agente público quando recebe da o conceito de excesso de poder é o seguinte:
lei competência decisória e força para impor suas decisões
aos administrados. Há excesso de Poder quando o próprio conteúdo (o
Nessas condições, o poder de agir se converte no dever que o ato decide) vai além dos limites legais fixados.
de agir. Assim, se no Direito Privado o poder de agir é uma O excesso amplia ou restringe o conteúdo.
faculdade, no Direito Público é uma imposição, um dever
para o agente que o detém, pois não se admite a omissão Embora aparente semelhança com o vício conhecido por
da autoridade diante de situações que exijam sua atuação. “desvio de finalidade”, com ele não se confunde. No desvio
de finalidade o ato administrativo é ilegal, portanto nulo.
Uso e Abuso do Poder No excesso de poder o ato praticado não é nulo por inteiro;
prevalece naquilo que não exceder.
Em um Estado democrático de Direito como o nosso, no O excesso de poder é uma forma de abuso que retira a
qual a Constituição Federal assim o declara em seu art. 1º, legitimidade da conduta do administrador, colocando-o na
impõe-se à Administração que somente atue nos estritos ilegalidade (art. 5º, LXIX, da CF) e até mesmo no crime de
limites da legalidade. abuso de autoridade, quando incidir nas previsões penais
O uso de poderes administrativos tem por objetivo im- da Lei nº 4.898/1965.
Noções de Direito Administrativo

pedir o arbítrio, a violência, as perseguições ou favoritismos


governamentais, que são desnecessários para atingir a finali- Desvio de Poder ou Desvio de Finalidade
dade do Estado e, por conseguinte da própria Administração,
sendo justamente por esse motivo que devem estar submeti- Verifica‑se esta espécie de abuso quando a autoridade,
dos à lei e principalmente ao princípio da proporcionalidade. embora atuando nos limites de sua competência, pratica o
Nesse sentido, Gasparini (2006, p. 142) pronunciou-se: ato por motivos ou com fins diversos dos objetivados pela
lei ou exigidos pelo interesse público. Constitui-se na vio-
Destarte, o  uso do poder só se legitima quando lação ideológica da lei, pois busca fins não desejados pelo
normal, isto é, quando aplicado para a consecução legislador utilizando-se de meios ou motivos imorais para
de interesses públicos e na medida em que for ne- agir. Este ato é sempre consumado às escondidas ou se apre-
cessário para satisfazer tais interesses. senta disfarçado sob o manto da legalidade e do interesse
público. Pode-se citar como exemplo uma desapropriação
O uso do poder é prerrogativa da autoridade, porém por utilidade pública visando atender interesses próprios ou
deve guardar conformidade com o que a lei dispuser; não é a favorecer interesses parti­culares ou, ainda, como instru-
incondicionado ou ilimitado. mento de vingança. Entre os elementos indiciários do desvio

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de finalidade está a falta de motivo ou a discordância dos nistrativo, as delegações são frequentes e, como emanam
motivos com o ato praticado. do poder hierárquico, não podem ser recusadas pelo subor-
No desvio de finalidade o ato administrativo é ilegal, não dinado. Não podem ser objeto de delegação as atribuições
há como aproveitá-lo, é nulo. de caráter exclusivo do órgão ou da autoridade. (Art. 13, I,
É um vício que pode ser atacado por meio de ação po- da Lei nº 9.784/1999).
pular (art. 2º, parágrafo único, d e e, da Lei nº 4.717/1965), Avocar é chamar a si funções originariamente atribuí­
e  mandado de segurança (art.  5º, LXIX, da CF e Lei das a um subordinado. Só pode ser adotada pelo superior
nº 12.016/2009), constituindo também abuso de autoridade hierárquico e quando houver motivos relevantes para tal
(Lei nº 4.898/1965). (art. 15 da Lei nº 9.784/1999).11
Rever atos de inferiores é apreciá-los em todos os seus
Poderes Administrativos elementos (competência, forma, finalidade, motivo, objeto),
a fim de mantê-los ou invalidá-los, de ofício ou por provoca-
É o conjunto de prerrogativas conferidas aos agentes ção do interessado. A revisão hierárquica é possível enquanto
públicos que permitem ao Estado que alcance os seus fins. o ato não se tornou definitivo para a administração, ou não
Os poderes administrativos nascem com a Administração criou direito subjetivo para o interessado.
e constituem-se em instrumentos necessários para atingir a c) decidir conflitos de atribuições (choque de competência).
finalidade do Estado e, por conseguinte, da própria Adminis- Não existe hierarquia no judi­ciário e no legislativo em
tração, que é o bem comum. suas funções essenciais. A hierarquia é privativa da função
Nesse sentido, ensina Hely Lopes Meirelles (2005, p. 116): executiva.

Os poderes administrativos nascem com a Adminis- Poder Disciplinar


tração e se apresentam diversificados segundo as
exigências do serviço público, o interesse da coleti- É o poder atribuído a autoridades administrativas, com
vidade e os objetivos a que se dirigem. o objetivo de apurar e punir faltas funcionais12. O poder
disciplinar não se confunde com o poder punitivo do Esta-
Os poderes administrativos são inerentes à Administra- do por meio da justiça penal. Ele só abrange as infrações
ção de todas as entidades estatais (União, Estados, Distrito relacionadas com o serviço13. O poder de aplicar a pena é o
Federal e Municípios) na proporção e limites de suas com- poder‑dever, ou seja, o superior não pode ser condescenden-
petências institucionais. Podem ser utilizados isoladamente te na punição, ele não pode deixar de punir. É considerada a
ou em conjunto para a consecução do mesmo ato, como condescendência, na punição, crime contra a Administração
ocorre, por exemplo, com o ato de polícia administrativa, Pública (art. 320 do Código Penal).
que normalmente é precedido de uma regulamentação O poder disciplinar aplica-se aos servidores públicos
do Executivo (poder regulamentar), em que a autoridade hierarquicamente subordinados, bem como àqueles dota-
escalona e distribui as funções dos agentes fiscalizadores dos de autonomia funcional.14
(poder hierárquico), concedendo-lhes atribuições vinculadas A doutrina aponta o poder disciplinar como discricio-
(poder vinculado) ou discricionárias (poder discricionário) nário, o que deve ser entendido em seus devidos termos.
para a imposição de sanções aos infratores (poder de polícia). A Administração não tem liberdade de escolha entre punir e
Nesse sentido, ensina Di Pietro (2008): não punir, a discricionariedade está justamente na natureza
e gravidade da penalidade a ser aplicada.
Todos eles encerram prerrogativas da autoridade, Por outro lado, no mesmo diploma legal, temos casos
as  quais, por isso mesmo, só podem ser exercidas vinculados, afirmando expressamente os casos em que será
nos limites da lei. aplicada a penalidade de demissão:
É certo que a discricionariedade existe, mas é limita‑
Feitas essas considerações, agora vamos estudar os da, uma vez que nenhuma penalidade pode ser aplicada
poderes administrativos cobrados no edital. sem prévia apuração por meio de procedimento legal,
sem a devida motivação (art. 128, parágrafo único, da Lei
Poder Hierárquico nº 8.112/1990)15 e sem os meios que lhe assegurem o con‑
traditório e a ampla defesa (art. 5º, LV, da CF).16
É o poder por meio do qual “os órgãos e respectivas
funções são escalonados numa relação de subordinação Poder Regulamentar (ou Normativo)
e de crescente responsabilidade”10. Do poder hierárquico
decorrem faculdades para o superior, tais como: É o poder conferido aos Chefes do Executivo para editar
Noções de Direito Administrativo

a) Dar ordens e fiscalizar seu cumprimento: dar ordens é decretos e regulamentos com a finalidade de oferecer fiel
determinar, especificamente, aos subordinados os atos que execução à lei, ou completá‑las, se for o caso17. Decorre de
devem praticar ou a conduta a ser seguida em caso concreto; disposição constitucional (art. 84, IV, CF/1988). Por viabilizar
fiscalizar é vigiar permanentemente os atos praticados pelos sua execução, ao poder regulamentar não cabe contrariar
subordinados, com o intuito de mantê-los dentro dos pa- a lei, sob pena se sofrer invalidação. Seu exercício somente
drões legais regulamentares instituídos para cada atividade
administrativa. Impõe ao administrado obediência, sob pena 11
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
de responsabilização. – I/2010.
12
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-RS/Analista Judiciário/Área Judiciá-
b) Delegar e avocar atribuições e rever atos dos inferiores: ria/2010.
delegar é conferir a outrem atribuições que originariamente 13
FCC/TCE-SP/Auditor/2013.
14
FCC/Tribunal de Contas-RO/Auditor/Substituto de Conselheiro/2010.
competem ao delegante. As  delegações são admissíveis, 15
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
desde que expressamente prevista em lei. No âmbito admi- – I/2010.
16
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
– I/2010.
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-RS/Analista Judiciário/Área Judiciá-
10 17
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TCE-SP/Auditor/2013 e FCC/TRE-RS/
ria/2010. Analista Judiciário/Área Judiciária/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
pode dar‑se em conformidade com o conteúdo da lei e nos do direito, interesse ou liberdade, regula a prática
limites que ela impuser. de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
No poder de chefiar a Administração, o poder de regu- público concernente à segurança, à higiene, à ordem,
lamentar a lei e suprir com normas próprias as omissões do aos costumes, à disciplina da produção e do mercado,
Legislativo (desde que esteja no âmbito de sua competência) ao exercício de atividades econômicas dependentes
faz‑se necessário, uma vez que a imprevisibilidade de certos de concessão ou autorização do Poder Público, à tran-
fatos e circunstâncias, que surgem, reclamam providências quilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
imediatas da Administração, impondo aos Chefes do Executi- direitos individuais ou coletivos.
vo o poder de regulamentar, por meio de decreto, as normas
legislativas incompletas, ou de prover situações não previstas A competência para exercer o poder de polícia é, em prin-
pelo legislador, mas que ocorrem na prática administrativa. cípio, da pessoa federativa (arts. 21, 22, 25 e 30 da CF) à qual
Tal poder compreende a edição de decretos autônomos, a Constituição Federal atribuiu o poder de regular a matéria
restringindo-se estes às hipóteses decorrentes de exercício (poder de polícia originário), ou seja, os assuntos de interesse
de competência própria, outorgada diretamente pela nacional ficam sujeitos a regulamentação e a policiamento
Constituição.18 da União; as matérias de interesse regional sujeitam-se às
O regulamento é ato administrativo geral e normativo, normas e à polícia estadual; e os assuntos de interesse local
expedido privativamente pelos Chefes do Executivo, por subordinam-se às normas e à polícia municipal. Aquelas
meio de decreto, com o fim de explicar o modo e forma em que a competência for concorrente ensejam o exercício
de execução da lei (regulamento de execução) ou prover conjunto do poder de polícia (art. 24 da CF).
situações não disciplinadas em lei (regulamento autônomo Por fim, o poder de polícia pode ser originário ou dele-
ou independente). gado. O poder de polícia originário é, conforme visto acima,
Na omissão da lei o regulamento supre a lacuna, até que aquele exercido pelas pessoas federativas; nascem com
o legislador a complete. Enquanto não fizer, o regulamento elas. Já o poder de polícia delegado é aquele outorgado às
tem plena validade, desde que não invada matéria reservada pessoas administrativas do Estado, integrantes da chamada
à lei. Administração Indireta. Cabe ressaltar que a doutrina, em
Caso contrário, quando a lei trouxer a recomendação de sua maioria, não admite a delegação do poder de polícia
ser regulamentada, ela não será exequível antes da expe- a pessoas da iniciativa privada, ainda que prestadores de
dição do decreto regulamentar. Caso a lei estabeleça prazo serviços de titularidade do Estado, porque o poder de im-
para a expedição da regulamentação, decorrido este sem a pério é próprio e privativo do Poder Público. Nesse sentido,
publicação do decreto, os destinatários da norma podem temos o disposto no art. 4º, III, da Lei nº 11.079, que regula
invocar seus preceitos e auferir todas as vantagens dela as denominadas parcerias público-privadas:
decorrentes. Todavia, se o regulamento for imprescindível
para a execução da lei, o beneficiário poderá utilizar‑se de Art. 4º Na contratação de parceria público-privada
mandado de injunção para obter a norma regulamentadora serão observadas as seguintes diretrizes:
(art. 5º, LXXI). [...]
Cabe ao Congresso Nacional sustar os atos normativos III – indelegabilidade das funções de regulação, juris-
dos Chefes do Executivo que exorbitem do poder regula‑ dicional, do exercício do poder de polícia e de outras
mentar19 (art. 49, V, da CF). atividades exclusivas do Estado.
Há também outros atos normativos que, editados por
outras autoridades administrativas, se caracterizam como O que autoriza o Poder Público a condicionar ou res-
inseridos no poder regulamentar. É o caso de instruções tringir o exercício de direitos e a atividade dos parti­culares
normativas, resoluções, portarias, regimento, entre outros. é a supremacia do interesse público sobre o interesse
Tais atos têm um círculo de aplicação mais restrito. particular; eis a sua finalidade (razão) e o seu fundamento.
A finalidade do poder de polícia é o interesse coletivo e o seu
Poder de Polícia fundamento está na supremacia geral que o Estado exerce
em seu território sobre todas as pessoas, bens e atividades,
É o poder conferido à Administração para condicionar, supremacia que se revela nos mandamentos constitucionais
restringir, frenar o exercício de direitos e atividades dos e nas normas de ordem pública, que a cada passo opõem
particulares em nome dos interesses da coletividade. Essa condicionamentos e restrições aos direitos individuais em
é uma definição construída pela doutrina. Existe, no entan- favor da coletividade, incumbindo ao Poder Público o seu
to, uma definição legal do poder de polícia que também policiamento administrativo.
surge como fato gerador do gênero tributo, a taxa. Está
prevista nos arts. 77 e 78, do Código Tributário Nacional (Lei Finalidade
Noções de Direito Administrativo

nº 5.172/1966), que assim dispõem: A finalidade do poder de polícia é a proteção ao interesse


Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, público no seu sentido mais amplo. Nesse interesse superior
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbi- da coletividade, entram não só os valores materiais como,
to de suas respectivas atribuições, têm como fato também, o patrimônio moral e espiritual do povo, expresso
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou na tradição, nas instituições e nas aspirações nacionais da
a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público maioria que sustenta o regime político adotado e consagra-
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou do na Constituição e na ordem jurídica vigente. Desde que
posto à sua disposição. ocorra um interesse púbico relevante, justifica-se o exercício
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da do poder de polícia da Administração para a contenção de
administração pública que, limitando ou disciplinan- atividades particulares antissociais.

18
FCC/Tribunal de Contas-RO/Procurador do Ministério Público Junto ao Tribunal
Condições de Validade
de Contas/2010. As condições de validade do ato de polícia são as mes-
19
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho mas do ato administrativo comum: a competência, a finali-
Substituto – I/2010 e FCC/TRE-RS/Analista Judiciário/Área Judiciá­ria/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
dade e a forma, acrescidas da proporcionalidade da sanção • Polícia dos logradouros públicos: destinada à proteção
e da legalidade dos meios empregados pela Administração. da tranquilidade pública.
A competência, a finalidade e a forma são condições • Polícia sanitária: voltada à defesa da saúde pública e
gerais de eficácia de todo ato administrativo, a cujo gênero incidente em vários campos, como a polícia de medica-
pertence a espécie ato de polícia. mentos, das condições de higiene nas casas de pasto,
A proporcionalidade entre a restrição imposta pela dos índices acústicos toleráveis.
Administração e o benefício social que se tem em vista • Polícia da atmosfera e das águas: para impedir suas
constitui requisito específico de validade do ato de polícia, respectivas poluições.
como também a correspondência entre a infração cometida • Polícia edilícia: relativa às edificações, entre outras.
e a sanção aplicada, quando se tratar de medida punitiva.
Sacrificar um direito ou uma liberdade do indivíduo sem Note que todos os setores acima citados são apenas
vantagem para a coletiva invalida o fundamento social do exemplificativos, outros, portanto existem. O importante,
ato de polícia, pela desproporcionalidade da medida. Des- entretanto, é saber que todos esses campos estão marcados
proporcional também é o ato que aniquila a propriedade pelas características aqui estudadas, referente ao pode de
ou a atividade a pretexto de condicionar o uso do bem ou polícia.
de regular a profissão.
Polícia Administrativa X Polícia Judiciária
Já a legalidade dos meios empregados pela Administra-
O poder de polícia pode ser exercido de duas formas
ção é o último requisito para a validade do ato de polícia.
distintas: a polícia administrativa e a polícia judiciária. Antes
Na escolha do modo de efetivar as medidas de polícia, não
de traçar as diferenças entre cada um desses setores, cabe
se compreende o poder de utilizar meios ilegais para sua ressaltar que ambos se enquadram no âmbito da função
consecução, embora lícito e legal o fim pretendido. administrativa, ou seja, representam atividades de gestão
de interesses públicos.
Liberdades Públicas e Poder de Polícia A polícia administrativa é atividade da Administração
O exercício dos direitos individuais deve ser compatível que se exaure em si mesma, ou seja, inicia e se completa no
com o bem estar-social ou com o próprio interesse da Ad- âmbito da função administrativa, e é executada por órgãos
ministração Pública. Por vezes, os direitos individuais encon- administrativos de caráter mais fiscalizador. O mesmo não
tram-se plenamente delineados na lei, outras vezes, cabe à ocorre com a polícia judiciária, que, embora seja atividade
Administração Pública, nos limites legais, reconhecê-los e administrativa, prepara a atuação da função jurisdicional e
aplicá-los ao caso concreto. é executada por órgãos de segurança.
Convém destacar, todavia, que cabe ao Poder Legislati- O objeto do poder de polícia administrativa é todo bem,
vo criar as limitações administrativas, porém sua aplicação direito ou atividade individual que possa afetar a coletivi-
concreta compete à Administração Pública que determinará, dade ou pôr em risco a segurança nacional.20
segundo as circunstâncias. Alguns doutrinadores tentam atribuir como traço mar-
Desse modo, a Administração Pública regulamenta as cante para a polícia administrativa atuar preventivamente e
leis e controla sua aplicação, por meio de ordens, licenças, para a polícia judiciária agir repressivamente. Essa afirmação,
autorizações e notificações, agindo de forma repressiva ou entretanto, não é absoluta, pois as duas podem agir das
preventiva. duas formas.
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, há o poder Senão vejamos:
de polícia em sentido amplo, sendo uma atividade estatal, A polícia administrativa age preventivamente, quando,
abrangendo tanto os atos do Legislativo quanto do Executivo, por exemplo, visita um estabelecimento comercial e orienta
que condicionam a liberdade e a propriedade, se ajustando os comerciantes quanto à proibição de expor à venda produ-
aos interesses coletivos, e o conceito de poder de polícia tos impróprios para o consumo, mas na maioria das vezes a
em sentido restrito, que compreende apenas atos do Poder vemos agindo repressivamente, geralmente motivada por
Executivo, sendo destinado a alcançar o mesmo fim de pre- denúncia, pois quando chega ao estabelecimento já se depa-
venir e obstar ao desenvolvimento de atividades particulares ra com mercadorias sendo vendidas sem a higiene adequada,
que contrastam com os interesses sociais, relacionando-se, devendo então proceder à apreensão da mercadoria, à apli-
assim, unicamente com as intervenções quer gerais e abs- cação de multa e a interdição da atividade, chegando até
tratas, como os regulamentos, quer concretas e específicas, mesmo a fechar o estabelecimento no caso de reincidência.
como as autorizações, licenças e injunções. Já a polícia judiciária, em regra, age repressivamente,
investigando delitos cometidos e aplicando a devida sanção,
mas também pode atuar preventivamente, por exemplo,
Principais Setores de Atuação da Polícia
quando faz policiamento de rotina em locais de risco,
Noções de Direito Administrativo

Administrativa
evitando‑se assim a prática de futuros crimes.
A polícia administrativa manifesta-se em diferentes se-
Provada a impropriedade da referida aplicação, procedere-
tores: mos a uma diferenciação que não deixa margem para dúvidas:
• Polícia de caça: destina-se à proteção da fauna ter-
restre.
• Polícia de pesca: destinada à proteção da fauna aquá- Polícia Administrativa X Polícia Judiciária
tica. Atua sobre bens, direitos e X Atua sobre pessoas.
• Polícia de divertimentos públicos: visando à defesa atividades.
dos valores sociais suscetíveis de serem feridos por Direito Administrativo. X Direito Penal/Proces­
espetáculos teatrais, cinematográficos. sual112.
• Polícia de pesos e medidas: para a fiscalização dos pa- Inicia e encerra sua atividade X Inicia na Administração
drões de medida, em defesa da economia popular. na Administração. e prepara a atuação dos
• Polícia de tráfego e trânsito: para garantia da ordem e órgãos jurisdicionais.
segurança nas vias e rodovias, afetável por motivo de
circulação nelas. Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013.
20

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Ex.: qualquer setor onde as É privativa de corporações validamente atendendo a todas as exigências da lei ou do
normas de polícia se fazem especializadas (Polícia Civil regulamento pertinente. Não se confunde discricionarie-
sentir: Polícia de trânsito, Po- e Militar). dade com arbitrariedade. Discricionariedade é liberdade
lícia sanitária, Polícia de pesca, de agir dentro dos limites legais; arbitrariedade é ação
até a própria Polícia Militar. fora ou excedente da lei, com abuso ou desvio de poder
21
(desvio de finalidade).
Abrangência do Poder de Polícia
O seu âmbito de incidência é amplo. Pode‑se dizer que Autoexecutorie­dade
onde houver relevante interesse da coletividade, ou até mes- É prerrogativa que tem a Administração Pública de exe-
mo do Poder Público, há de haver o poder de polícia para dar cutar o ato, por seus meios próprios, sem a necessidade de
provimento a tais interesses. Ocorre, por exemplo, quando intervenção do Poder Judiciário. Com efeito, no uso desse
atuar sobre o direito da livre manifestação do pensamento, poder, a Administração impõe diretamente as medidas ou
na intervenção da propriedade, no combate ao abuso do sanções de polícia administrativa necessárias à contenção
poder econômico, a esta ou aquela liberdade, entre outros. antissocial que ela visa impedir23. Se o particular se sentir
prejudicado em seus direitos, poderá reclamar, pela via
Limites do Poder de Polícia adequada, ao  Judiciário, que intervirá oportunamente
O exercício do poder de polícia encontra limites no pró- para a correção de eventual ilegalidade administrativa ou
prio princípio da legalidade, uma vez que o setor encarregado fixação da indenização que for cabível. A autoexecutorieda-
de exercer o poder deve ter regulamentação legal, embora de autoriza a prática do ato de polícia administrativa pela
os atos materiais e administrativos em sua maioria guardem própria administração, independentemente de mandado
boa dose de discricionariedade. judicial.
Outro aspecto, no que concerne aos limites do poder de A multa de trânsito é uma exceção à regra da autoexecu-
polícia, diz respeito aos requisitos de validade: competência, toriedade. Para ser executada, deverá aguardar o prazo para
forma e finalidade, que são requisitos vinculados em todos os a defesa de quem foi multado, e sua execução só poderá ser
atos administrativos e surgem como limites para o exercício efetivada pela via judicial.
do poder de polícia. Quanto aos requisitos que podem ser
discricionários, motivo e objeto, deverão sempre atender ao Coercibilidade
princípio da proporcionalidade dos meios empregados, ou Implica a imposição coativa das medidas ou decisões
seja, adequação e necessidade entre a restrição imposta e o adotadas pela Administração ao administrado, admitindo o
benefício coletivo que será colhido com tal medida. emprego da força – se houver oposição do infrator – dentro
Alguns doutrinadores costumam indicar regras a serem dos limites da legalidade.
observadas pela polícia administrativa, com o fim de não Não existe ato de polícia facultativo para o particular,
eliminar os direitos individuais: todos eles admitem a coerção estatal para torná-los efetivos,
e essa coerção também independe de autorização judicial.
Necessidade O poder de polícia só deve ser adotado É a própria Administração que determina e faz executar
para evitar ameaças reais ou prováveis as medidas de força necessárias para a execução do ato ou
de perturbação ao interesse público. aplicação da penalidade administrativa resultante do exer-
cício do poder de polícia. A coercibilidade do ato de polícia
Proporcionalidade É a exigência de uma relação entre justifica o emprego da força física quando houver oposição
a limitação ao direito individual e o do infrator, mas não legaliza a violência desnecessária ou des-
prejuízo a ser evitado. proporcional à resistência, que em tal caso pode caracterizar
Eficácia A medida deve ser adequada para o excesso de poder e o abuso de autoridade nulificadores do
impedir o dano ao interesse público. ato praticado e ensejadores das ações civis e criminais para
reparação do dano e punição dos culpados.
É por isso que os meios diretos de coação só devem ser Há doutrinadores que sustentam outro atributo:
utilizados quando não houver outro meio eficaz para alcançar
o mesmo objetivo; se forem desproporcionais ou excessivos Atividade negativa – É atividade negativa no sentido de que
deverão ser invalidados. sempre impõe uma abstenção ao particular; uma obrigação
de não fazer (BANDEIRA DE MELO, 2008, p.817).
Atributos do Poder de Polícia
O poder de polícia possui três atributos específicos e
inerentes ao seu exercício: Meios de Atuação
No exercício do poder de polícia, a Administração age,
Noções de Direito Administrativo

Discricionariedade preventivamente, não só por meio de ordens e proibições,


No poder de polícia, a discricionariedade traduz‑se na mas, sobretudo, por meio de normas limitadoras e sancio-
opção legítima que a Administração Pública tem de escolher nadoras da conduta daqueles que utilizam bens ou exercem
o melhor momento para agir, o meio de atuação necessário e atividades que possam afetar a coletividade, estabelecendo
a sanção que mais se enquadra para atingir o fim colimado. as denominadas limitações administrativas (obrigação de
Cabe ressaltar que o ato de polícia é, em princípio, fazer, de não fazer, deixar fazer; suportar).
discricionário, mas passará a ser vinculado se a norma Para tanto, o  Poder Público edita leis e os órgãos
legal que o rege estabelecer o modo e a forma de sua executivos expedem regulamentos e instruções fixando
rea­lização22. Nesse caso, a autoridade só poderá praticá-lo as condições e requisitos para o uso da propriedade e o
exercício das atividades que devam ser policiadas. Após as
verificações necessárias, é outorgado o respectivo alvará de
21
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área licença ou autorização.
Administrativa/2010.
22
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/
Área Administrativa/2010 e FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Admi- Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
23

nistrativa/201030. Administrativa/2010.

12

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Os alvarás de licença ou autorização são denominados Por fim, importante saber que o disposto nessa lei não
na doutrina de atos de consentimento da Administração se aplica a infrações de natureza funcional nem tributária.
(atos concretos), ou seja, representam a resposta positiva (§ 5º do art. 1º da Lei nº 9.873/1999)
da Administração Pública aos pedidos formulados pelos
indivíduos que tenham interesse em exercer determinada ATOS ADMINISTRATIVOS
atividade que dependa do referido consentimento para ser
considerada legítima.
Convém, entretanto, estabelecermos a diferença entre Introdução
alvará de licença e alvará de autorização.
O alvará de licença é ato vinculado e, como regra, defi- Os atos administrativos são instrumentos por meio dos
nitivo. Consubstancia um direito subjetivo do requerente e quais se vale a Administração Pública para realizar a sua
deve ser expedido desde que satisfeitas todas as exigências função executiva. É por meio de atos administrativos que
estabelecidas nas normas. Só pode ser anulado por ilegalida- ela se comunica com os seus administrados.
de na sua expedição; revogado por interesse público super- O estudo do ato administrativo parte da sua inserção na
veniente, devidamente justificado e mediante indenização Teoria Geral do Direito, com as distinções entre ato jurídico
caso já iniciadas as obras; ou cassado por descumprimento e fato jurídico:
das normas legais na sua execução. Como exemplo, temos
o alvará para construção; satisfeitas as normas edilícias, Fato Jurídico É um acontecimento material involuntário
necessariamente deve ser expedido. (pode ser ordinário: nascimento, morte, ou
Já o alvará de autorização constitui ato discricionário e extraordinário: caso fortuito, força maior),
precário. A Administração o concede por liberalidade e desde que produz efeitos no mundo jurídico.
que não haja impedimento legal para a sua expedição. Por Ato Jurídico É uma manifestação de vontade destinada
sua vez, pode ser revogado a qualquer momento e sem in- a produzir efeitos jurídicos.
denização. Como exemplo, temos o uso de um bem público,
a autorização para compra de arma de fogo e também para Essa distinção é transplantada para o Direito Adminis-
o seu porte. (Art. 4º e 10 da Lei nº 10.826/2003). trativo, colocando‑se, de um lado, o ato administrativo e,
Além dos atos normativos e dos atos concretos (atos do outro, o fato administrativo:
de consentimento), a  Administração pode manifestar-se
por meio de atos de fiscalização. De nada adiantaria a ela
poder impor restrições aos indivíduos se não dispusesse de Fato Administrativo É o acontecimento material da Admi-
mecanismos necessários à fiscalização de suas condutas. nistração, que produz consequências
Essa fiscalização restringe-se à verificação da normalidade jurídicas. No entanto, não traduz uma
do uso do bem público ou da atividade policiada, ou seja, manifestação de vontade voltada
se a sua utilização ou realização condiz com estabelecido para produção dessas consequências,
no respectivo alvará. Caso se depare com irregularidade ou na verdade tem sentido de ativida-
infringência legal, é inevitável que o agente fiscalizador im- de material no exercício da função
ponha ao administrado alguma obrigação de fazer ou de não administrativa, visando ao efeito de
fazer ou aplique-lhe uma sanção, que deverá ser formalizada ordem prática, como, por exemplo,
por meio do respectivo auto de infração constando a sanção a construção de uma obra pública,
cabível para oportuna execução pela própria Administração, a desapropriação de bens privados,
salvo nos casos de multa, que só poderá ser executada por a apreensão de mercadorias.
via judicial. Acrescente-se ainda que até fenô-
menos naturais, quando repercutem
Sanções na esfera administrativa, constituem
Como sanções decorrentes de atos de fiscalização do fatos administrativos, como é o
poder de polícia, temos a multa, a demolição de construção, caso, por exemplo, de um raio que
a interdição de atividade, a destruição de coisa, a inutilização destrói um bem público ou de uma
de bens privados, a cassação de patentes, a proibição de fa- enchente que inutiliza equipamen-
bricar produtos e tudo o mais que houver de ser impedido em tos pertencentes ao serviço público.
defesa da moral, da saúde e da segurança pública, bem como Por outro lado, se o fato administra‑
da segurança nacional, ou seja, em benefício do interesse tivo não produz qualquer efeito jurí-
coletivo,desde que estabelecidos em lei ou regulamento. dico no Direito Administrativo, ele é
Essas sanções, por ser o ato de polícia autoexecutável, chamado de fato da Administração.
Noções de Direito Administrativo

são impostas e executadas pela própria Administração em


procedimentos administrativos compatíveis com as exigên- Diferentemente do fato administrativo, o ato adminis-
cias do interesse público. trativo caracteriza‑se como uma manifestação unilateral da
O que se requer é a legalidade da sanção e a proporcio- Administração, preordenada à produção de efeitos jurídicos,
nalidade à infração cometida ou ao dano que a atividade sendo o conceito mais usual o de Meirelles (2005, p. 149):
causa à coletividade ou ao próprio Estado.
Na esfera federal a Lei nº 9.873/1999 (art. 1º), estabelece Conceito de Ato Administrativo – É a manifestação unilate-
o prazo prescricional de cinco anos para a Administração ral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
apurar infrações no exercício do poder de polícia: qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
A prescrição também incide no procedimento administra- transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
tivo parado por mais de três anos, pendente de julgamento obrigação aos administrados ou a si própria.
ou despacho (§1º do art. 1º da Lei nº 9.873/1999).
Todavia, quando o fato constituir crime, a  prescrição
reger-se-á pelo Código Penal (§2º do art. 1º da Lei nº Quando se diz que um ato administrativo é a manifesta-
9.873/1999). ção unilateral de vontade da administração, diz‑se que ela

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está fazendo uso de suas prerrogativas de Poder Público, Causa
agindo com o poder de império de que dispõe em relação ao
particular. Esse ponto é o que distingue o ato administrativo É a relação de adequação entre o motivo e o conteúdo
do ato de direito privado praticado pela Administração. do ato, em função da finalidade.
O ato de direito privado (Civil ou Comercial) praticado Estudaremos pormenorizadamente os cinco elementos
pela Administração não dá a ela a prerrogativa de superiori- ou requisitos apontados pela doutrina dominante.
dade em relação ao particular; ela se nivela com ele, abrindo
mão de sua supremacia de poder. Ocorre, por exemplo, A Competência
quando ela emite um cheque ou assina uma escritura pública
de compra e venda, sujeitando em tudo às normas do Direito É o poder que a lei outorga ao agente público para de-
Privado, inclusive às regras que antecedem o negócio jurídico sempenho de suas funções. Constitui o primeiro requisito
almejado, tais como a autorização legislativa, avaliação, de validade do ato administrativo. Inicialmente, é necessário
licitação, entre outras. Por essa razão, a Administração não verificar se a lei atribuiu aquela competência para o agente.
pode alterar, revogar, anular, nem rescindir, unilateralmente, Não basta que o sujeito tenha capacidade, é necessário que
os  atos de direito privado; dependerá sempre da concor- tenha competência. A competência decorre sempre de lei.
dância da outra parte ou da via judicial cabível, que, neste Sendo um requisito de ordem pública, tem duas caracterís-
caso, será o único privilégio que ainda lhe resta. As ações ticas básicas: é intransferível (não se transfere a outro órgão
correspondentes devem ser propostas no juízo privativo da por acordo entre as partes; fixada por lei deve ser rigida-
Administração interessada, ou seja, o foro eleito para dirimir mente observada) e improrrogável (não se transmuda, ou
conflitos deverá ser sempre o da Administração. seja, um órgão que não é competente não poderá vir a sê‑lo
A prática de atos administrativos cabe normalmente superveniente). Entretanto, pode haver a delegação (atribuir
aos órgãos executivos, mas as autoridades judiciárias e as a outrem uma competência tida como própria) e a avocação
Mesas legislativas também os praticam quando, por exem- (chamar para si competência atribuída a subordinado) de
plo, ordenam seus serviços, dispõem sobre seus servidores competências, sendo, em regra, esses institutos resultantes
ou expedem instruções sobre matéria de sua competência da hierarquia. Nesse sentido, a competência administrativa,
privativa; sujeitos, portanto, a toda disciplina dos atos admi- sendo requisito de ordem pública, é intransferível e impror-
nistrativos praticados pela Administração Pública (requisitos, rogável pela vontade dos interessados. Pode, entretanto,
atributos, extinção etc.). ser delegada e avocada, desde que o permitam as normas
reguladoras da Administração26.
Elementos ou Requisitos do Ato Administrativo
Para Di Pietro (2008), a regra é a possibilidade de dele-
Parte da doutrina emprega a expressão “elementos”; gação; a exceção é a impossibilidade, que só ocorre quando
outra parte, prefere utilizar a expressão “requisitos”. De uma se trata de competência outorgada com exclusividade a
forma ou de outra, o importante é sabermos que todos são determinado órgão. A autora cita os arts. 11, 12, 13 e 15 da
pressupostos necessários para a existência e validade de Lei nº 9.784/1999 para corroborar sua afirmação:
todo e qualquer ato administrativo.
A doutrina dominante aponta cinco elementos ou Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce
requisitos dos atos administrativos: competência, forma, pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
finalidade, motivo e objeto24. Porém Celso Antônio Bandeira própria, salvo os casos de delegação e avocação
de Melo acrescenta outro, a causa. legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular pode-
Competência – Forma – Finalidade rão, se não houver impedimento legal, delegar parte
da sua competência a outros órgãos ou titulares,
São elementos ou requisitos sempre vinculados em ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente
qualquer ato administrativo, mesmo naqueles chamados subordinados, quando for conveniente, em razão de
discricionários25. Em relação a eles, a lei não oferece qual- circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
quer margem para a apreciação do Administrador, que está jurídica ou territorial.
preso ao seu conteúdo legal. Parágrafo único. O  disposto no caput deste artigo
Equivalem aos requisitos de validade do ato jurídico, no aplica-se à delegação de competência dos órgãos
Direito Civil: colegiados aos respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer I – a edição de atos de caráter normativo;
Noções de Direito Administrativo

agente capaz, objeto lícito possível, determinado ou II – a decisão de recursos administrativos;
determinável e forma prescrita ou não defesa em lei. III – as matérias de competência exclusiva do órgão
ou autoridade.
Motivo – Objeto
Cabe ressaltar que o ato de delegação e a sua revogação
Esses requisitos podem vir predeterminados rigorosa- deverão ser publicados em meio oficial, conforme estabele-
mente na lei ou não. Quando estão, ocorre o ato vinculado. cido no art. 14 do diploma em comento:
Quando, diferentemente, a lei confere uma margem de
liberdade ao Administrador no que tange a esses elementos, Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão
estamos diante do que chamamos de ato discricionário. ser publicados no meio oficial.
§  1º O ato de delegação especificará as matérias
e poderes transferidos, os  limites da atuação do
24
Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar delegado, a duração e os objetivos da delegação e o
Administrativo/2010.
25
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
Administrativa/2010. FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Administrativa/2010.
26

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recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício sos disciplinares em curso e determinar a remoção,
da atribuição delegada. a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e
pela autoridade delegante. aplicar outras sanções administrativas, assegurada
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencio- ampla defesa;
nar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão
editadas pelo delegado. Por fim, observe o que o Decreto-Lei nº 200, de 25 de
Art.  15. Será permitida, em caráter excepcional e fevereiro de 1967, estabelece sobre a delegação de com-
por motivos relevantes devidamente justificados, petência:
a avocação temporária de competência atribuída a
órgão hierarquicamente inferior. Art. 11. A delegação de competência será utilizada
como instrumento de descentralização administra-
Outros exemplos de modificação de competência tiva, com o objetivo de assegurar maior rapidez e
objetividade às decisões, situando-as na proximidade
A delegação pode ser apreciada no art. 84, incisos VI, dos fatos, pessoas ou problemas a atender.
XII e XXV, da Constituição Federal, conforme disposto no Art.  12. É  facultado ao Presidente da República,
parágrafo único do texto constitucional. aos Ministros de Estado e, em geral, às autoridades
da Administração Federal delegar competência para a
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da prática de atos administrativos, conforme se dispuser
República: em regulamento.
[...] Parágrafo único. O ato de delegação indicará com pre-
VI – dispor, mediante decreto, sobre: cisão a autoridade delegante, a autoridade delegada
a) organização e funcionamento da administração e as atribuições objeto de delegação.
federal, quando não implicar aumento de despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos; Regulamentando os arts. 11 e 12 do Decreto-Lei nº 200,
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando de 25 de fevereiro de 1967, referente à delegação de com-
vagos; petência, temos o Decreto nº 83.937, de 6 de setembro de
[...] 1979, que assim dispõe:
XII – conceder indulto e comutar penas, com audi-
ência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; Art.  1º A delegação de competência prevista nos
[...] artigos 11 e 12 do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fe-
XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, vereiro de 1967, terá por objetivo acelerar a decisão
na forma da lei; dos assuntos de interesse público ou da própria
Parágrafo único. O Presidente da República poderá administração.
delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, Art.  2º O ato de delegação, que será expedido a
XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, critério da autoridade delegante, indicará a autori-
ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado- dade delegada, as atribuições objeto da delegação
-Geral da União, que observarão os limites traçados
e, quando for o caso, o prazo de Vigência, que, na
nas respectivas delegações.
omissão, ter-se-á por indeterminado.
Parágrafo único. A  delegação de competência não
Como o parágrafo único só menciona esses três incisos,
envolve a perda, pelo delegante, dos corresponden-
pressupõe que os demais sejam indelegáveis.
tes poderes, sendo-lhe facultado, quando entender
Outro exemplo de delegação de competência está no
conveniente, exercê-los mediante avocação do caso,
art. 93, inciso XIV, da Constituição Federal, que assim estabelece:
sem prejuízo da validade da delegação.
XIV  – os servidores receberão delegação para a Art. 3º A delegação poderá ser feita a autoridade não
prática de atos de administração e atos de mero diretamente subordinada ao delegante.
expediente sem caráter decisório. Art. 4º A mudança do titular do cargo não acarreta a
cessação da delegação.
Também temos modificação de competência no art. 103-B, Art.  5º Quando conveniente ao interesse da Ad-
§ 4º, inciso III, da Constituição, que admitiu a possibilidade ministração, as  competências objeto de delegação
de avocação pelo Conselho Nacional de Justiça de proces- poderão ser incorporadas, em caráter permanente,
sos disciplinares em curso instaurados contra membros do aos  regimentos ou normas internas dos órgãos e
Noções de Direito Administrativo

Poder Judiciário: entidades interessados.


Art. 6º O ato de delegar pressupõe a autoridade para
§  4º Compete ao Conselho o controle da atuação subdelegar, ficando revogadas as disposições em
administrativa e financeira do Poder Judiciário e contrário constantes de decretos, regulamentos ou
do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, atos normativos em vigor no âmbito da Administra-
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe ção Direta e Indireta.
forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: Art. 7º Cabe ao Ministro Extraordinário para a Des-
[...] burocratização orientar e acompanhar as medidas
III  – receber e conhecer das reclamações contra constantes deste Decreto, assim como dirimir as
membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive dúvidas suscitadas em sua execução.
contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos
prestadores de serviços notariais e de registro que Vícios Relativos ao Sujeito
atuem por delegação do poder público ou oficiali-
zados, sem prejuízo da competência disciplinar e Partindo-se do pressuposto de que não basta que o
correicional dos tribunais, podendo avocar proces- agente tenha capacidade e que é necessário que tenha

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competência, têm-se duas categorias de vícios: o de incom- O impedimento gera a presunção absoluta de incapaci-
petência e o de incapacidade. dade, razão pela qual o agente público fica proibido de atuar
O vício de incompetência está previsto no art. 2º, pará- no processo, devendo obrigatoriamente comunicar o fato à
grafo único, a, da Lei nº 4.717/1965: autoridade competente, sob pena de ser responsabilizado.
O  art.  18 da Lei prevê expressamente aqueles que estão
A incompetência fica caracterizada quando o ato impedidos de atuar no processo:
não se incluir nas atribuições legais do agente que
o praticou. Art. 18. É impedido de atuar em processo adminis-
trativo o servidor ou autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
Visto que a competência vem sempre definida em lei,
II  – tenha participado ou venha a participar como
será nulo o ato praticado por quem não seja detentor ou
perito, testemunha ou representante, ou se tais
pratique o ato exorbitando o uso dessas atribuições.
situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro
Os principais vícios quanto à competência são:
ou parente e afins até o terceiro grau;
• Usurpação de função: ocorre quando a pessoa que III – esteja litigando judicial ou administrativamente
pratica o ato não foi investida no cargo, emprego ou com o interessado ou respectivo cônjuge ou com-
função, ou seja, ela se apossa, por conta própria, panheiro.
do exercício das atribuições de agente público, sem Art.  19. A  autoridade ou servidor que incorrer em
ter essa qualidade. O ato é considerado inexistente. impedimento deve comunicar o fato à autoridade
É tipificado como crime no art. 328, CP. competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar
Usurpação de função pública o impedimento constitui falta grave, para efeitos
Art. 328. Usurpar o exercício de função pública: disciplinares.
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem: Já a suspeição gera a presunção relativa de incapacidade,
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa. razão pela qual o vício fica sanado se não for arguido pelo
interessado no momento oportuno. O art. 20 também dispõe
• Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o expressamente sobre quem poderá ser arguida a suspeição:
ato está irregularmente investida no cargo, emprego
ou função, mas tem toda aparência de legalidade. Um Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade
exemplo claro ocorre quando um chefe substituto ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade
notória com algum dos interessados ou com os res-
exerce funções além do prazo fixado.
pectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins
• Excesso de poder: ocorre quando o agente ultrapassa
até o terceiro grau.
os limites de sua competência, comete um plus. Ex.:
quando a autoridade policial excede no uso da força.
A Forma
O excesso de poder constitui juntamente com o desvio de É o meio pelo qual se exterioriza o ato. Em regra,
poder ou desvio de finalidade espécies de abuso de poder. exige‑se a forma escrita para a sua prática. Excepcional‑
Tanto o excesso de poder como o desvio de finalidade mente, admitem‑se as ordens verbais, gestos, apitos, sinais
podem configurar crime de abuso de autoridade (art. 4º da luminosos (como são feitos no trânsito)27.
Lei nº 4.898/1965). A forma como requisito de existência e validade do ato
administrativo, se estabelecida em lei e não observada,
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: gera sua nulidade. Assim, sempre que a lei expressamente
[...] exigir determinada forma para que um ato administrativo
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa seja considerado válido, a inobservância dessa exigência
natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou acarretará a nulidade do ato28.
desvio de poder ou sem competência legal. A exigência da observância da forma é garantia dos ad-
ministrados contra a arbitrariedade e fator de estabilidade
Além dos vícios de incompetência, existem os de incapa‑ e segurança nas relações jurídicas. Nesse sentido, temos
cidade, previstos no Código Civil, arts. 3º e 4º, e os previstos o disposto no inciso VIII, parágrafo único, art.  2º, da Lei
na Lei nº 9.784/1999, arts. 18 e 20. nº 9.784/1999, que assim estabelece:

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
Noções de Direito Administrativo

pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 observados, entre outros, os critérios de:
(dezesseis) anos. [...]
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou VIII  – observância das formalidades essenciais à
à maneira de os exercer: garantia dos direitos dos administrados;
I  – os maiores de dezesseis e menores de dezoi-
to anos; Visando à proteção dos direitos dos administrados e
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; ao melhor cumprimento dos fins da Administração, a Lei
III – aqueles que, por causa transitória ou permanen- nº 9.784/1999 estabeleceu em seu art. 22:
te, não puderem exprimir sua vontade;
IV – os pródigos. Os atos do processo administrativo não dependem
Parágrafo único. A  capacidade dos indígenas será de forma determinada senão quando a lei expressa-
regulada por legislação especial. mente a exigir.

No que se refere aos vícios de incapacidade previstos 27


Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
– I/2010.
na Lei nº 9.784/1999, temos o impedimento e a suspeição. 28
Cespe/TCU/AUFC/2010.

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Se o Administrador puder escolher a forma, haverá dis- O desvio de finalidade se verifica quando o agente
cricionariedade, porém, em alguns casos, a forma escrita é pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto,
particularizada e exige‑se um determinado tipo de forma escrita explícita ou implicitamente, na regra de competência.
para que o ato seja válido. Ocorre, por exemplo, no decreto de
expropriação. O decreto é uma das formas que deve revestir o A grande dificuldade com relação ao desvio de finalidade é
ato do Chefe do Poder Executivo que declara a expropriação (a a sua comprovação, pois o agente não declara sua verdadeira
outra é a lei); qualquer outra forma tornará o ato nulo. intenção; ele procura ocultá-la para produzir enganosa impres-
são de que o ato é legal. Por isso mesmo, o desvio de finalidade
Vícios Relativos à Forma comprova-se por meio de indícios, como, por exemplo, a falta
de motivo ou a discordância dos motivos com o ato praticado.
Como garantia do princípio da legalidade e da segurança
jurídica, a forma deve ser rigorosamente respeitada. Caso O Motivo
não seja observada, estaremos diante de um ato ilegal,
portanto nulo. São as razões de fato e de direito que levam à prática
O vício de forma está previsto no art. 2º, parágrafo único, do ato. Pressuposto de fato corresponde ao conjunto de
b, da Lei nº 4.717/1965: circunstâncias, de acontecimentos, de situações que levam a
Administração a praticar o ato; o pressuposto de direito é o
O vício de forma consiste na omissão ou na obser-
dispositivo legal em que se baseia o ato. Em alguns casos, esses
vância incompleta ou irregular de formalidades indis-
motivos já estão traçados na lei, sem margem de liberdade
pensáveis à existência ou seriedade do ato.
para o Administrador. Nesses casos, temos o motivo vincula‑
do. Em outros, a lei permite ao Administrador certa margem
A Finalidade de liberdade, sendo assim seu motivo é discricionário.
Adquire relevância o aspecto de vinculação aos motivos
O ato deve alcançar a finalidade expressa ou implicita- a partir da presunção de legitimidade, em que o particular
mente prevista na norma que atribui competência ao agente interessado em invalidar o ato é que tem o ônus de provar
para a sua prática, sendo o resultado que se busca alcançar
a sua ilegalidade. É justamente a partir da demonstração da
com a prática do ato. O Administrador não pode fugir da
inexistência dos motivos declinados para a prática do ato
finalidade que a lei imprimiu ao ato, sob pena de nulidade
que se poderá conseguir a sua invalidação.
por desvio de finalidade29.
A efetiva existência do motivo é sempre um requisito
Dessa forma, podemos falar em finalidade ou fim em
dois sentidos diferentes: para a validade do ato. Se o Administrador invoca deter‑
• Em sentido amplo: a finalidade sempre corresponde à minados motivos, a validade do ato fica subordinada à
consecução de um resultado de interesse público, ou efetiva existência desses motivos invocados para a sua
seja, o ato administrativo tem que ter sempre finali- prática. É a teoria dos motivos determinantes30. Em outras
dade pública. palavras, se a Administração motiva o ato mesmo que a
• Em sentido estrito: a finalidade é o resultado específico lei não exija sua motivação, ele só será válido se os motivos
que cada ato deve produzir, conforme definido na lei, forem verdadeiros.
ou seja, a finalidade do ato administrativo é sempre a Ressalte-se que motivo não se confunde com moti‑
que decorre explícita ou implicitamente da lei. vação. O motivo é um fato, um dado real e objetivo que
A finalidade não se confunde com nenhum outro autoriza ou impõe a prática do ato31.
elemento. Enquanto o objeto é o efeito jurídico ime- Já a motivação é a exposição dos motivos, ou seja, é a
diato que o ato produz (adquirir, transferir, extinguir), demonstração, por escrito, de que os pressupostos de fato
a finalidade é o efeito mediato (indireto). realmente existiram. O ato sem motivo é nulo; o ato sem
Distingue do motivo, porque este antecede a prática do motivação só será nulo se está for obrigatória32.
ato, correspondendo aos fatos, às circunstâncias, que A Lei nº 9.784/1999, elevando a motivação à categoria
levaram a Administração a praticar o ato. Já a finalidade de princípio a ser obedecido pela Administração Pública
sucede a prática do ato, porque é justamente o que a (art. 2º), tornou-a obrigatória:
Administração quer alcançar com a sua edição.
Tanto o motivo como a finalidade contribuem para a Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre
formação de vontade da Administração que diante de outros, aos princípios da legalidade, finalidade, mo-
certa situação de fato ou de direito (motivo) a autori- tivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralida-
dade (sujeito competente) pratica certo ato (objeto) de, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
para alcançar determinado resultado (finalidade). interesse público e eficiência.
Noções de Direito Administrativo

Vícios Relativos à Finalidade E ainda foi mais além, determinou, em seu art. 50, quais
os atos administrativos que devem ser motivados.
Visto que a finalidade pode ter duplo sentido (amplo
e estrito), pode-se dizer que ocorre o desvio de finalidade Art.  50. Os  atos administrativos deverão ser moti-
quando o agente pratica o ato com inobservância do interes- vados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
se público ou com objetivo diverso daquele previsto explícita jurídicos, quando:
ou implicitamente na lei. I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
Está previsto no art. 2º, parágrafo único, e, da Lei II  – imponham ou agravem deveres, encargos ou
nº 4.717/1965: sanções;

Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário


29 30
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
– Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Tec- – I/2010.
nologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Fisioterapia, 31
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Adminis-
Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatística, Analista Judiciário – Apoio trativa/2013.
Especializado – Medicina do Trabalho, Analista Judiciário – Apoio Especializado 32
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Adminis-
– Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Psicologia/2010. trativa/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
III – decidam processos administrativos de concurso O Objeto
ou seleção pública;
IV  – dispensem ou declarem a inexigibilidade de É o conteúdo do ato, ou seja, é o que ele prescreve ou dis-
processo licitatório; põe. Nota-se que, neste requisito, a Administração manifesta
V – decidam recursos administrativos; seu poder e sua vontade ou atesta simplesmente situações
VI – decorram de reexame de ofício; preexistentes. Ele só existe quando produz efeito jurídico,
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre ou seja, quando em decorrência dele, nasce, extingue-se,
a questão ou discrepem de pareceres, laudos, pro- transforma-se um determinado direito. No chamado ato
postas e relatórios oficiais; vin­culado, o objeto já está predeterminado na lei (ex.: apo-
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou sentadoria do servidor). Nos chamados atos discricionários,
convalidação de ato administrativo. há uma margem de liberdade do Administrador para pre-
encher o conteúdo do ato (ex.: desapropriação – cabe ao
A Constituição Federal também vinculou as suas decisões Administrador escolher o bem, de acordo com os interesses
à regra da motivação: da Administração), por isso, o objeto pode ser discricionário.
Considerando-se constituir o ato administrativo em espé-
Art. 93, IX, da CF: Todos os julgamentos dos órgãos cie do gênero ato jurídico, seu objeto também deve ser lícito
do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas (conforme a lei e a moral), possível (realizável no mundo dos
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo fatos e do direito), determinado (quando o ato enuncia seu
a lei limitar a presença, em determinados atos, objeto de modo certo, definindo, por exemplo, seus destina-
às próprias partes e a seus advogados, ou somente tários, seus efeitos etc.) ou pelo menos determinável (quando
a estes, em casos nos quais a preservação do direito adotar algum critério a ser observado subsequentemente,
à intimidade do interessado no sigilo não prejudique por exemplo: uma condição).
o interesse público à informação;
O objeto do ato administrativo, como no direito privado,
também pode ser natural ou acidental. O objeto natural é
Art. 93, X, da CF: As decisões administrativas dos tri-
o efeito que o ato produz, sem necessidade de expressa
bunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
menção. Ele decorre da própria natureza do ato, tal como
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta
definido na lei.
de seus membros;
Já o objeto acidental é o efeito jurídico que o ato produz
Entretanto, sabemos que em determinados casos a mo- em decorrência de cláusulas acessórias apostas ao ato pelo
tivação pode ser dispensada (art. 37, II, da CF, por exemplo), sujeito que o pratica, trazendo alguma alteração no objeto
restando então como exceções a esse princípio quando a lei natural. Refere-se ao termo, ao encargo ou modo e à condição:
assim a dispensar ou quando a natureza do ato for com ela • Pelo termo, indica-se o dia em que inicia ou termina a
incompatível. eficácia do ato.
• O modo ou encargo é um ônus imposto ao destinatário
Art.  37. A  administração pública direta e indireta do ato.
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, • A condição é a cláusula que subordina a eficácia do ato
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos a evento futuro e incerto. Pode ser suspensiva (quan-
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, do suspende o início da eficácia do ato) ou resolutiva
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (quando verificada, faz cessar a produção de efeitos
[...] jurídicos do ato).
II  – a investidura em cargo ou emprego público
de­pende de aprovação prévia em concurso público Vícios Relativos ao Objeto
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na São nulos os atos administrativos de conteúdo ou objeto
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para ilícito, não sendo possível, portanto, sua convalidação33.
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação A ilicitude do objeto se configura quando ele está em
e exoneração; desacordo com as normas jurídicas pertinentes ou então
quando não corresponde ao interesse público que motivou
Vícios Relativos ao Motivo a declaração de vontade, motivo este que, se ilícito ou ine-
xistente, comunicará o defeito à finalidade.
Para o ato administrativo, a inexistência de um motivo O vício relativo ao objeto está previsto no art. 2º, pará-
atribuível à Administração ao cuidar do interesse público grafo único, c, da Lei nº 4.717/1965:
Noções de Direito Administrativo

configura vício insanável, pela inexistência exatamente de


interesse público que determine sua finalidade. Para alguns A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado
doutrinadores, como Di Pietro (2008), além da hipótese de do ato importa em violação de lei, regulamento ou
inexistência, existe a falsidade do motivo, que da mesma for- outro ato normativo.
ma torna o ato nulo. A autora cita como exemplo o seguinte
caso: se a Administração pune um funcionário (servidor), mas O conceito acima não abrange todas as hipóteses possí-
este não praticou qualquer infração, o motivo é inexistente, veis, pois, como visto acima, o objeto do ato administrativo
porém, se ele praticou infração diversa, o motivo é falso. corresponde ao do ato jurídico. Assim, haverá vício quando
O vício relativo ao motivo está previsto no art. 2º, pará- a declaração sobre o objeto for ilícita ou imoral, impossível,
grafo único, d, da Lei nº 4.717/1965: indeterminada ou indeterminável.
Obs.: Motivo e Objeto, nos chamados atos discricionários,
A inexistência dos motivos se verifica quando a ma- caracterizam o que denominamos de Mérito Administrativo.
téria de fato ou de direito, em que se fundamenta o
ato, é materialmente inexistente ou juridicamente
inadequada ao resultado obtido. Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto – II/2010.
33

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Atributos e/ou Privilégios dos Atos vas (Mandado de Segurança Preventivo, Ações Cautelares,
Administrativos Antecipação de Tutela) venha o executado evitar que se
realize a autoexecutoriedade ou até mesmo após a prática
A palavra atributo significa qualidade própria, que, neste do ato, o administrado pode ingressar em juízo pedindo a
caso, são aquelas outorgadas pelo ordenamento jurídico ao reconstituição do estado anterior, se for possível, inclusive,
ato administrativo, como decorrência do princípio da supre- as indenizações cabíveis.
macia do interesse público sobre o privado. Este requisito normalmente é verificável nos atos ad-
Essas qualidades não se apresentam em todos os atos ministrativos decorrentes do poder de polícia, nos quais
administrativos, mas somente naqueles regidos pelo Direito a Administração impõe coercitivamente seu cumprimento
Público e que tenham por finalidade condicionar ou restringir independentemente de mandado judicial (interdição de
a situação jurídica dos administrados ou impor obrigações. atividades, inutilização de gêneros alimentícios).
Se do atributo da executoriedade do ato administrativo
resultar dano ao particular em razão de ilegitimidade ou
Presunção de Legitimidade abuso, o Estado estará obrigado a indenizar o lesado, uma
vez configurados a conduta danosa, o dano e o nexo causal.38
A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade
do ato com a lei. Decorre do princípio da legalidade, sendo, Imperatividade
portanto, legais e verdadeiros os fatos alegados (presunção
de veracidade). Essa presunção, porém, é relativa (juris tan- É o atributo pelo qual os atos administrativos se im‑
tum), pois cabe prova em contrário. É a inversão do ônus da põem a terceiros, independentemente de sua concordân‑
prova, cabendo ao particular demonstrar tal irregularidade. cia39. É uma consequência da ascendência da Administração
Ex.: Execução de Dívida Ativa – cabe ao particular o ônus de Pública sobre o particular, justificada pelo interesse público.
provar que não deve ou que o valor está errado. É o denominado poder extroverso da Administração, porém
Um ato emanado do administrador goza de presunção não existe em todos os atos administrativos, mas somente
de legitimidade, independentemente de lei que expresse naqueles que impõem uma obrigação ao administrado,
atributo.34 como, por exemplo, os que decorrem do poder de polícia,
Presume-se que os atos administrativos são legítimos, do poder hierárquico, e  os que regulam condutas gerais
visando assegurar a eficiência e a segurança nas atividades e abstratas40. Nos atos enunciativos (certidões, atestados,
do Poder Público, autorizando a execução imediata ou ope- pareceres) e nos que conferem direitos aos administrados
ratividade dos atos administrativos, ainda que haja arguição (licença, autorização, permissão) a imperatividade não existe.
de vício. A imperatividade autoriza a produção imediata de seus
Em todo e qualquer ato administrativo pode-se observar efeitos até a declaração de possível invalidade, tornando
a presença da presunção de legitimidade35. obrigatória a sua observância pelo particular.
O ato administrativo ilegal praticado por agente ad-
ministrativo corrupto produz efeitos normalmente, pois Exigibilidade
traz em si o atributo da presunção, ainda que relativa, de
legitimidade.36 É a possibilidade de a Administração, coercitivamente,
A presunção de legitimidade é conferida ao ato até o exigir o cumprimento da obrigação imposta ao administrado,
momento em que for declarada sua nulidade. utilizando‑se de meios indiretos, como, por exemplo, a multa,
Não obstante os atos administrativos gozarem desta presun- para induzir o acatamento dos seus atos.
ção, faz-se necessário que a Administração motive (indicação A exigibilidade permite que a Administração Pública
dos pressupostos de fato e de direito que ensejaram a prática objetive o cumprimento efetivo da obrigação por ela esta-
do ato) sempre o ato, para fins de controle de legalidade. belecida, socorrendo-se ou não da interferência do Poder
Judiciário.
Autoexe­cutoriedade As determinações para que o particular construa muro no
alinhamento da rua, apare árvores cujos galhos ameaçam a
É atributo do ato administrativo, entre outros, a segurança da rede elétrica ou a dissolução de passeatas com
autoexecutoriedade.37 o fim de resguardar o interesse da coletividade são exemplos
É a possibilidade que tem a Administração de, por seus de atos que possuem esse atributo. Nesses casos, a Admi-
próprios meios, exigir o cumprimento das obrigações impostas nistração não necessita da participação do Poder Judiciário
aos administrados, independentemente de ordem judicial. para seu cumprimento.
Não se confunde executoriedade com exigibilidade, pois Outras vezes, contudo, a  Administração deve trilhar
aquela é a possibilidade de exigir o cumprimento do ato, procedimento previamente estabelecido na lei, que exige
independentemente da via judicial, enquanto exigibilidade o trânsito pelo Judiciário. É o caso de um tributo que não
Noções de Direito Administrativo

pode ser feita por Ação Judicial ou não. pago pelo administrado exige que a Administração promova
Nos atos em que se vai envolver o patrimônio do admi- a competente execução fiscal.
nistrado (cobrança de uma multa, por exemplo), a Adminis-
tração tem de se utilizar da via judicial, não podendo utilizar Tipicidade
a força pública pelos seus próprios meios.
Só é possível a autoexecutoriedade quando permitida por É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corres-
lei ou para atender situações urgentes, como, por exemplo, ponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas
a interdição de um prédio que ameaça desabar, entretanto, a produzir determinados resultados, ou seja, para cada
o administrado não fica impossibilitado de recorrer ao Poder finalidade que a Administração pretende alcançar existe um
Judiciário para se insurgir contra o uso da autoexecutorieda- ato definido em lei.
de. É possível, inclusive, que por meio de medidas preventi-
34
Cespe/AE ES/Seger-ES/Administração/2013. 38
Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013.
35
FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/Procurador do Estado de 3ª 39
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-RS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/
Classe/2010. Analista Judiciário/Área Administrativa/2010.
36
Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Administrativa/2013. 40
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Judiciá-
37
FCC/TRE-Acre/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010. ria/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Conforme ensina Di Pietro (2008), esse atributo repre- lha para apreciação do administrador41. Cabe a este somente
senta uma garantia para o administrado, pois impede que verificar se esses requisitos estão em conformidade com a lei.
a Administração pratique atos dotados de imperatividade e Se estiverem, o administrador estará obrigado a praticar o ato.
executoriedade, vinculando unilateralmente o particular sem Se faltar qualquer deles, o administrador não poderá praticar o
que haja previsão legal, e também fica afastada a possibili- ato. Ex.: aposentadoria do servidor, nomea­ção de cargo efetivo. 
dade de ser praticado ato totalmente discricionário, pois a
lei, ao prever o ato, já define os limites em que a discricio- Atos Discricionários
nariedade poderá ser exercida. Existem dois requisitos (motivo e objeto) em que a
lei oferece, na prática do ato, uma margem de opção ao
Classificação dos Atos Administrativos administrador, que irá fazer sua escolha de acordo com
as razões de conveniên­cia e oportunidade, mas sempre
visando ao interesse público.42
Quanto ao Alcance
Quanto à Eficácia
Atos Internos
São os destinados a produzir efeitos no recesso das Ato Válido
repartições administrativas, e por isso mesmo incidem, É o que provém de autoridade competente para prati-
normalmente, sobre os órgãos e agentes da Administração cá‑lo e contém todos os requisitos necessários à sua eficácia.
que os expediram. Ato Nulo
É o que nasce afetado de vício insanável por ausência ou
Atos Externos defeito substancial em seus elementos constitutivos ou no
São todos aqueles que alcançam os administrados, procedimento formativo. Não produz qualquer efeito válido
os contratantes e, em certos casos, os próprios servidores, entre as partes, pela evidente razão de que não se adquire
provendo sobre seus direitos, obrigações, negócios ou condu- direito de ato ilegal.
ta perante a Administração. Tais atos, pela sua destinação, só
entram em vigor ou execução depois de divulgados pelo ór- Ato Inexistente
gão oficial, dado o interesse do público no seu conhecimento. É o que apenas tem aparência de manifestação regular
da Administração, mas não chega a se aperfeiçoar como ato
Quanto aos Destinatários administrativo. É o que ocorre, por exemplo, com o “ato”
praticado por um usurpador de função pública. Tais atos
Atos Gerais equiparam‑se, em nosso Direito, aos atos nulos, sendo,
Destinam‑se a pessoas indeterminadas, atingindo todos assim, irrelevante e sem interesse prático a distinção entre
aqueles que estiverem em uma determinada situa­ção. É o nulidade e inexistência, porque ambas conduzem ao mesmo
caso do regulamento que estabelece normas para todos que resultado – a invalidade – e subordinam-se às mesmas regras
estiverem no âmbito das regras ali previstas. Ex.: o edital de de invalidação. Ato inexistente ou ato nulo é ato ilegal.
um concurso público. 
Quanto à Formação
Atos Individuais
Atingem uma situação determinada. Há um destinatário Atos Simples
certo, podendo ser mais de uma pessoa (pluralidade de Resultam da manifestação de vontade de apenas um
destinatários). Ex.: a nomeação. único órgão, sendo ele unipessoal ou colegiado. Ex.: nomea­
ção, exoneração, demissão de um servidor, despacho de
Quanto ao Objeto autoridade.

Atos de Império Atos Complexos


Resultam da manifestação de vontade de dois ou mais
O Poder Público atua com supremacia sobre o admi-
órgãos, sejam singulares ou colegiados, cuja vontade soma-se
nistrado, coercitiva e unilateralmente. Ex.: atos de polícia
à outra para a prática de um único ato. Ex.: nomeação de
(interdição de atividade, apreensão de bens).
Ministro do STF depende da aprovação do Senado.
Os atos normativos editados conjuntamente por diver-
Atos de Gestão sos órgãos da administração federal, como as portarias
São aqueles em que o Poder Público se coloca em conjuntas ou instruções normativas conjuntas da Secretaria
situação de igualdade com o particular. Atos de gestão da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria da Fazenda
correspondem aos atos de direito privado que a Adminis- Nacional, são exemplos de ato administrativo complexo.43
Noções de Direito Administrativo

tração Pública pratica. Ex.: locação de imóvel para funcionar


repartição pública. Atos Compostos
São aqueles praticados por um órgão, mas que exigem a
Atos de Expediente aprovação de outro órgão. Um pratica o ato e o outro confir-
São todos aqueles que se destinam a dar andamento ma. O ato só produz efeito depois de aprovado pelo último
aos processos e papéis que tramitam nas repartições pú- órgão. Geralmente, os atos que dependem de autorização
blicas. São atos de rotina interna, sem caráter vinculante e ou homologação são compostos (um depende do outro).
sem forma especial, geralmente, praticados por servidores
subalternos, sem competência decisória. 41
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-Acre/Técnico Judiciário/Área Adminis-
trativa/2010.
Quanto ao Regramento
42
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário
– Apoio Especializado – Medicina, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Tec-
nologia da Informação, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Fisioterapia,
Atos Vinculados Analista Judiciário – Apoio Especializado – Estatística, Analista Judiciário – Apoio
Especializado – Medicina do Trabalho, Analista Judiciário – Apoio Especializado
São aqueles que possuem todos os seus requisitos – Enfermagem, Analista Judiciário – Apoio Especializado – Psicologia/2010.
pré‑determinados na lei, não oferecendo margem de esco‑ 43
Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013.

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Ex.: nomeação de um dos indicados em lista tríplice para administrativa só o é para a Administração, uma vez que não
Desembargador Federal. impede a reapreciação judicial do ato.

Quanto à Exequibilidade Ato Revogável


É aquele que a Administração, e somente ela, pode in-
Ato Perfeito validar, por motivos de conveniência, oportunidade. Nesses
É aquele que reúne todos os elementos necessários à atos devem ser respeitados todos os efeitos já produzidos,
sua exequibilidade ou operatividade, apresentando‑se apto porque decorrem de manifestação válida da Administração.
e disponível para produzir seus regulares efeitos. A revogação só atua ex nunc. Em princípio, todo ato admi-
nistrativo é revogável até que se torne irretratável para a
Ato Imperfeito Administração, quer por ter exaurido seus efeitos ou seus
É aquele que se apresenta incompleto na sua formação recursos, quer por ter gerado direito subjetivo para o bene-
ou carente de um ato complementar para tornar‑se exequí- ficiário, interessado na sua manutenção.
vel e operante. Para se tornar perfeito, necessita de um ato
complementar que o torne operativo. Ato Suspensível
É aquele em que a Administração pode fazer cessar os
Ato Pendente seus efeitos, em determinadas circunstâncias ou por certo
É aquele que, embora perfeito, por reunir todos os tempo, embora mantendo o ato, para oportuna restauração
elementos de sua formação, não produz seus efeitos, por de sua operatividade. Difere a suspensão da revogação,
não verificado o termo ou a condição de que depende sua porque esta retira o ato do mundo jurídico, ao passo que
exequibilidade ou operatividade. aquela susta, apenas, a sua exequibilidade.

Ato Consumado Quanto ao Modo de Execução


É o que produziu todos os seus efeitos, tornando‑se, por
isso mesmo, irretratável ou imodificável por lhe faltar objeto. Ato Autoexecutório
É aquele que traz em si a possibilidade de ser exe­cutado
Quanto ao Conteúdo pela própria Administração, independentemente de ordem
judicial.
Ato Constitutivo
É o que cria uma situação jurídica individual para seus Ato não Autoexe­cutó­rio
destinatários, em relação à Administração. Ex.: licença, no- É o que depende de pronunciamento judicial para produ-
meação, sanção administrativa. ção de seus efeitos finais, tal como ocorre com a dívida fiscal,
cuja execução é feita pelo Judiciário, quando provocado pela
Ato Extintivo ou Desconstitutivo Administração interessada na sua efetivação.
É o que põe termo a situações jurídicas individuais,
como a cassação de autorização, a encampação de serviço Quanto ao Objetivo Visado pela Administração
de utilidade pública.
Ato Principal
Ato Declaratório É o que encerra a manifestação de vontade final da
É o que visa preservar direitos, reconhecer situações Administração. O ato principal pode resultar de um único
preexistentes ou, mesmo, possibilitar seu exercício. São órgão (ato simples) ou da conjugação de vontades de mais
exemplos dessa espécie a apostila de títulos de nomeação, de um órgão (ato complexo) ou, ainda, de uma sucessão de
a expedição de certidões e demais atos fundados em situa- atos intermediários (procedimento administrativo).
ções jurídicas anteriores.
Ato Complementar
Ato Alienativo É o que aprova ou ratifica o ato principal, para dar‑lhe
É o que opera a transferência de bens ou direitos de um exequibilidade. O ato complementar atua como requisito de
titular para outro. Ex.: venda de imóvel da Administração operatividade do ato principal, embora este se apresente
para o particular. completo em sua formação desde a sua edição.

Ato Modificativo Ato Inter­mediário


É o que tem por fim alterar situa­ções preexistentes, sem É o que concorre para a formação de um ato principal e
suprimir direitos ou obrigações, como ocorre com aqueles final. Assim, em uma concorrência, são atos intermediários
que alteram horários, percursos, locais de reunião e outras o edital, a habilitação e o julgamento das propostas, porque
Noções de Direito Administrativo

situações anteriores estabelecidas pela Administração. desta sucessão é que resulta o ato principal e final objetivado
pela Administração, que é a adjudicação da obra ou do ser-
Ato Abdicativo viço ao melhor proponente. O ato intermediário é sempre
É aquele pelo qual o titular abre mão de um direito. autônomo em relação aos demais e ao ato final, razão pela
A peculiaridade desse ato é seu caráter incondicionável e qual pode ser impugnado e invalidado isoladamente (o que
irretratável. Desde que consumado, o ato é irreversível e não ocorre com o ato complementar), no decorrer do pro-
imodificável, como são as renúncias de qualquer tipo. cedimento administrativo.

Quanto à Retratabilidade Ato‑Con­dição


É todo aquele que se antepõe a outro para permitir a sua
Ato Irrevogável realização. O ato‑condição destina‑se a remover um obstá-
É aquele que se tornou insuscetível de revogação, por culo à prática de certas atividades públicas ou particulares,
ter produzido seus efeitos ou gerado direito subjetivo para para as quais se exige a satisfação prévia de determinados
o beneficiário ou, ainda, por resultar de coisa julgada admi- requisitos. Assim, o concurso é ato‑condição da nomeação
nistrativa. Neste último, cabe considerar que a coisa julgada efetiva; a concorrência é ato‑condição dos contratos adminis-

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trativos. Como se vê, o ato‑condição é sempre um ato‑meio só pode expedir decreto) ou pelos presidentes de tribunais,
para a realização de um ato‑fim. A ausência do ato‑condição órgãos legislativos e colegiados administrativos, para admi-
invalida o ato final, e essa nulidade pode ser declarada pela nistrar matéria de sua competência específica.
própria Administração ou pelo Judiciário, porque é matéria
de legalidade, indissociável da prática administrativa. Deliberações
São atos administrativos normativos ou decisórios, ema-
Ato de Jurisdição nados de órgãos colegiados. Quando normativos, são atos
É todo aquele que contém decisão sobre matéria contro- gerais; quando decisórios, atos individuais. Devem sempre
vertida. No âmbito da Administração, resulta, normalmente, obediência ao regulamento e ao regimento que houver para
da revisão de ato do inferior pelo superior hierárquico ou a organização e funcionamento do colegiado.
tribunal administrativo, mediante provocação do interessa-
do, ou de ofício. O ato administrativo de jurisdição, embora Atos Ordinatórios
decisório, não se confunde com o ato judicial propriamente
dito (despacho, sentença, acórdão em ação e recurso), nem São os que visam disciplinar o funcionamento da Admi‑
produz coisa julgada no sentido processual da expressão, mas nistração e a conduta funcional de seus agentes; emanam
quando proferido em instância final torna‑se imodificável do poder hierárquico; só atuam no âmbito interno das
pela Administração. repartições e só alcançam os servidores hierarquizados à
chefia que os expediu.45
Espécies de Atos Administrativos Entre os atos ordinatórios merecem apreciação:

Atos Normativos Instruções


São ordens escritas e gerais a respeito do modo e forma
São aqueles que contêm um comando geral do Exe­ de execução de determinado serviço público, expedidas pelo
cutivo, visando à correta aplicação da lei44; o objetivo superior hierárquico com o escopo de orientar os subalternos,
imediato é explicitar a norma legal a ser observada pela Ad- no desempenho das atribuições que lhes estão apresentadas
ministração e pelos administrados; estabelecem regras gerais e assegurar a unidade de ação no organismo administrativo.
e abstratas de conduta; têm a mesma normatividade da lei
e a ela equiparam-se para fins de controle judicial; quando Circulares
individualizam situações e impõem encargos específicos a São ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a de-
administrados, podem ser atacados e invalidados direta e terminados funcionários incumbidos de certo serviço, ou de
imediatamente por via judicial comum, ou por mandado desempenho de certas atribuições em circunstâncias especiais.
de segurança.
Avisos
Principais Atos Normativos São atos emanados dos Ministros de Estado a respeito
de assuntos dedicados aos seus ministérios.
Decretos
São atos administrativos da competência exclusiva dos Portarias
Chefes do Executivo, destinados a prover situações gerais São atos administrativos internos pelos quais os chefes
ou individuais, abstratamente previstas de modo expresso, de órgão, repartições ou serviços expedem determinações
explícito ou implícito pela legislação. Como ato adminis- gerais ou especiais a seus subordinados, ou designam ser-
trativo, está sempre em situação inferior à lei, por isso não vidores para função e cargos secundários.
pode contrariá‑la.
Regulamentos Ordens de Serviço
São atos administrativos, postos em vigência por decreto, São determinações especiais dirigidas aos responsáveis
para especificar os mandamentos da lei ou prover situações por obra ou serviços públicos autorizando seu início, ou
ainda não disciplinadas por elas. Como ato inferior à lei, não contendo imposições de caráter administrativo, ou especi-
pode contrariá‑la ou ir além do que ela permite. ficações técnicas sobre o modo e forma de sua realização.

Instruções Normativas Ofícios


São atos administrativos expedidos pelos Ministros de São comunicações escritas que as autoridades fazem
Estado para a execução das leis, decretos e regulamentos entre si, entre subalternos e superiores e entre Administra-
(art. 87, parágrafo único, II, da CF). Podem ser utilizadas por ção e particulares.
Noções de Direito Administrativo

outros órgãos superiores para o mesmo fim.


Despachos
Regimentos Os despachos podem ser:
São atos administrativos normativos de atuação interna • Administrativos: são decisões que as autoridades
que se destinam a reger o funcionamento de órgãos co- executivas proferem em papéis, requerimentos e
legiados e de corporações legislativas, por esse motivo só processos sujeitos à sua apreciação; ou
se dirigem aos que devem executar o serviço ou realizar a • Normativos: é aquele que, embora proferido indivi-
atividade funcional regimentada. dualmente, a autoridade competente determina que
se aplique aos casos idênticos, passando a vigorar
Resoluções como norma interna da Administração para situa­ções
São atos administrativos normativos expedidos pelas análogas subsequentes.
altas autoridades do Executivo (exceto Presidente, pois este

Assunto cobrado na prova do Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de


44
Assunto cobrado na prova do Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de
45

Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010. Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010.

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Atos Negociais Dispensa
É o ato que exime o particular do cumprimento de deter-
São todos aqueles que contêm uma declaração de von‑ minada obrigação até então exigida por lei. Ex.: a prestação
tade da Administração, apta a concretizar determinado ne‑ do serviço militar.
gócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao parti­cular, nas
condições impostas ou consentidas pelo Poder Público.46 Renúncia
Enquadram‑se nessa categoria os seguintes atos admi- É o ato pelo qual o Poder Público extingue unilateral­
nistrativos: mente um crédito ou um direito próprio, liberando definiti-
vamente a pessoa obrigada perante a Administração.
Licença
É o ato administrativo vinculado e definitivo pelo qual o Protocolo Administrativo
Poder Público, verificando que o interessado atendeu todas É o ato pelo qual o Poder Público acerta com o particular a
as exigências legais, faculta‑lhe o desempenho de atividades realização de determinado empreendimento ou atividade ou a
ou a realização de fatos materiais antes vedados ao particular. abstenção de certa conduta, no interesse recíproco da Adminis-
No mesmo sentido, a licença é ato administrativo editado tração e do administrado signatário do instrumento protocolar.
no exercício de competência vinculada; preenchidos os
requisitos necessários a sua concessão, ela não poderá ser Atos Enunciativos
negada pela administração pública47. Ex.: o exercício de São todos aqueles em que a Administração se limita a
uma profissão. certificar ou atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre
A licença concedida ao administrado para o exercício determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado.49
de direito poderá ser revogada pela administração pública Entre os mais comuns, estão os seguintes:
por critério de conveniência e oportunidade.48

Autorização Certidões
É o ato administrativo discricionário e precário pelo qual São cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou
o Poder Público torna possível ao pretendente a rea­lização fatos constantes no processo, livro ou documento que se
de certa atividade, serviço ou utilização de determinados encontra nas repartições públicas; o fornecimento de certi-
bens particulares ou públicos, de seu exclusivo ou predomi- dões é obrigação constitucional de toda repartição pública,
nante interesse, que a lei condiciona à aquiescência prévia desde que requerida pelo interessado; devem ser expedidas
da Administração, tais como o uso especial de bem público, no prazo improrrogável de 15 dias, contados do registro do
o porte de arma etc. pedido (Lei nº 9.051/1995).

Permissão Atestados
É o ato administrativo, discricionário e precário, pelo qual São os atos pelos quais a Administração comprova um
o Poder Público faculta ao particular a execução de serviços fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus
de interesse coletivo, ou o uso especial de bens públicos, órgãos competentes.
a título gratuito ou remunerado, nas condições estabelecidas
pela Administração. Pareceres
São manifestações de órgãos técnicos sobre assuntos
Aprovação
submetidos à sua consideração; tem caráter meramente
É o ato administrativo pelo qual o Poder Público verifica a
opinativo50. Podem ser:
legalidade e o mérito de outro ato ou de situações e realiza-
ções materiais de seus próprios órgãos, de outras entidades a) Normativos: é aquele que, ao ser aprovado pela
ou de particulares, dependentes de seu controle, e consente autoridade competente, é convertido em norma de proce-
na sua execução ou manutenção. dimento interno; ou
b) Técnicos: é o que provém de órgão ou agente espe-
Admissão cializado na matéria, não podendo ser contrariado por leigo
É o ato administrativo vinculado pelo qual o Poder ou por superior hierárquico.
Público, verificando a satisfação de todos os requisitos legais
pelo particular, defere‑lhe determinada situação jurídica de Apostilas
seu exclusivo ou predominante interesse, como ocorre no São atos enunciativos ou declaratórios de uma situa­ção
ingresso aos estabelecimentos de ensino mediante concurso anterior criada por lei. Equivale a uma averbação.
de habilitação.
Noções de Direito Administrativo

Atos Punitivos
Visto
É o ato pelo qual o Poder Público controla outro ato da
São os que contêm uma sanção imposta pela Adminis‑
própria Administração ou do administrado, aferindo sua
tração àqueles que infringem disposições legais, regula‑
legitimidade formal para dar‑lhe exequibilidade.
mentares ou ordinatórias dos bens e serviços públicos51.
Homologação Visam punir e reprimir infrações administrativas ou condutas
É o ato de controle pelo qual a autoridade superior irregulares dos servidores ou dos particulares, perante a
examina a legalidade e a conveniência de ato anterior da Administração. Exemplos:
própria Administração, de outra entidade, ou de particular,
para dar‑lhe eficácia. 49
Assunto cobrado na prova do Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de
Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010.
46
Assunto cobrado na prova do Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de 50
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010. – I/2010.
47
Cespe/DPE-TO/2013. 51
Assunto cobrado na prova do Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de
48
Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Administrativa/2013. Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Multa integrante da administração pública extingue órgãos antes
É toda imposição pecuniária a que sujeita o administrado existentes em sua estrutura, reunindo em um número menor
a título de compensação do dano presumido da infração; é de unidade as respectivas competências. Imagine-se, como
de natureza objetiva e se torna devida in­dependentemente exemplo, que a secretaria da fazenda de um município tivesse
da ocorrência de culpa ou dolo do infrator. em sua estrutura superintendências, delegacias, agências e
postos de atendimento, cada um desses órgãos incumbidos
Interdição de Atividade de desempenhar específicas competências da referida se-
É o ato pelo qual a Administração veda a alguém a prática cretaria. Caso a administração pública municipal decidisse,
de atos sujeitos ao seu controle ou que incidam sobre seus em face de restrições orçamentárias, extinguir os postos de
bens; deve ser precedida de processo regular e do respectivo atendimento, atribuindo às agências as competências que
auto, que possibilite defesa do interessado. aqueles exerciam, teria ocorrido concentração administra-
tiva. Importante ressaltar que tanto a concentração quanto
Destruição de Coisas a desconcentração podem ser utilizadas na administração
É o ato sumário da Administração pelo qual se inutilizam direta e indireta.
alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis
ou nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei. Administração Pública Desconcentrada
Centralizada Direta
ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA É o conjunto de órgãos que integram as pessoas federati-
vas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de
Noções Gerais forma centralizada, das atividades administrativas do Estado.
Sua abrangência não se limita, somente, ao Executivo, ape-
Como o Estado atua por meio de órgãos, agentes e sar de ser o incumbido da função administrativa em geral,
pessoas jurídicas, sua organização engloba três situações alcança também o Legislativo e o Judiciário, pois precisam
fundamentais: se organizar no desempenho de suas atividades típicas –
normativa e jurisdicional. É composta na esfera Federal pela
Centralização  – Na centralização, o Estado executa Presidência da República e Ministérios. Na esfera Estadual,
suas tarefas diretamente por meio dos órgãos e agentes pelo princípio da simetria, temos a Governadoria do Esta-
administrativos que compõem sua estrutura funcional.52 do, os órgãos de Assessoria ao Governador e as Secretarias
A chamada centralização desconcentrada é a atribuição Estaduais com seus órgãos internos. E na esfera municipal,
administrativa cometida a uma única pessoa jurídica divi- temos as Prefeituras e seus órgãos de Assessoria ao Prefeito
dida internamente em diversos órgãos.53 e as Secretarias Municipais com seus órgãos internos.
Descentralização – Na descentralização, ele o faz indire‑
tamente por meio de outras pessoas jurídicas54. Pode ser por Estruturação em Órgãos
meio de outorga ou delegação. Há outorga quando o Estado
cria uma entidade e a ela transfere, por lei, a titularidade e Necessariamente, a Administração Pública centralizada
a execução de determinado serviço público. Há delegação, deve utilizar‑se de uma estrutura interna, em que se dividem
quando o Estado transfere, por contrato (concessão ou con- atribuições e poderes, de modo a permitir a efetiva prestação
sórcio público) ou ato unilateral (permissão ou autorização), de serviços e a materialização de sua função. A tal estrutura
unicamente a execução do serviço, para que o ente delegado interna damos o nome de órgãos.
o preste à coletividade, em nome próprio e por sua conta e
risco, mas nas condições e sob o controle do Estado. Conceito de Órgãos Públicos
Desconcentração  – Na desconcentração temos uma
distribuição de competências no âmbito interno da própria São centros de competência despersonificados, criados
entidade encarregada de executar um ou mais serviços. por lei (art. 48, XI, da CF), instituídos para o desempenho
Com os conceitos expostos, podemos traçar o seguinte de funções estatais, por meio de seus agentes, cuja atuação
quadro: é imputada à pessoa jurídica a que pertencem (Teoria do
órgão).
A principal característica da teoria do órgão consiste no
princípio da imputação volitiva, ou seja, a vontade do órgão
público é imputada à pessoa jurídica que eles integram, en-
Noções de Direito Administrativo

tretanto, quando se tratar da chamada função de fato, se a


atividade provém de um órgão, é irrelevante que tenha sido
praticado por um agente que não tenha competência, basta
a aparência de investidura e o exercício pelo órgão para que
os efeitos da conduta sejam imputados à pessoa jurídica.

“A concentração, por outro lado, é uma técnica admi- Classificação dos Órgãos Públicos
nistrativa que promove a extinção de órgãos públicos. Veja
o exemplo de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino para a) Quanto à Posição Estatal
caracterizar a concentração administrativa: “Pessoa jurídica
Independentes
São os órgãos originários da Constituição, e represen-
52
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Adminis-
trativa/2013. tativos dos Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e
53
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013. Judiciário). Não possuem qualquer subordinação hierárquica
54
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Apoio e seus agentes são denominados de Agentes Políticos. Ex.:
Especializado/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Presidência Autarquias
da República etc.
Conceito
Autônomos As Autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público,
São os órgãos localizados na cúpula da administração; integrantes da Administração Indireta, criadas por lei56 para
tem autonomia administrativa, financeira e técnica. Carac- desempenhar funções que, despidas de caráter econômico,
terizam‑se como órgãos diretivos, com funções precípuas de sejam próprias e típicas do Estado.
planejamento, supervisão, coordenação e controle das ativi- As autarquias, pessoas administrativas que gozam de
dades que constituem sua área de competência. Ex.: Minis- liberdade administrativa nos limites da lei que as criou, só
térios, Secretarias de Estado, Advocacia Geral da União etc. podem ser extintas por lei.57

Superiores Objeto
São os que detêm poder de direção, controle, decisão e As Autarquias destinam‑se à execução de serviços pú-
comando de assuntos de sua competência específica, mas blicos de natureza administrativa. Por desempenharem ati-
sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico vidades típicas do Estado, a descentralização administrativa
de uma chefia mais alta. Não gozam de autonomia adminis‑ ocorre por meio de outorga.
trativa nem financeira55. Ex.: Gabinetes, Secretarias Gerais,
Coordenadorias, Departamentos etc. Autoadminis­tra­ção
As Autarquias não possuem autonomia política para
Subalternos criar suas próprias normas, elas possuem apenas autonomia
São órgãos subordinados hierarquicamente. Detêm reduzi- administrativa, ou seja, auto‑organização.58
do poder decisório, pois se destinam basicamente à realização Controle
de serviços de rotina e tem predominantemente atribuições Institucional: não há subordinação hierárquica da autar-
de execução. Ex.: Portarias e seções de expediente. quia com o ente que a criou e sim vinculação, cabendo a este
apenas o controle finalístico (supervisão ministerial), que visa
b) Quanto à Estrutura mantê‑la no estrito cumprimento de suas finalidades (tutela).
Administrativo: controle interno ou autotutelar, ou seja,
Simples poder de rever seus próprios atos.
São constituídos por um único centro de competência. Judicial: os atos praticados pelas Autarquias e por seus
O órgão simples constitui uma única unidade. Ex.: Portaria, agentes são considerados atos administrativos, portanto,
Agência da Secretaria da Receita. estão sujeitos ao controle pelo Poder Judiciário.
Financeiro: é feito pelo Congresso Nacional com auxílio
Compostos do Tribunal de Contas da União (arts. 70 e 71 da CF).
São aqueles que reúnem, na sua estrutura, outros órgãos
menores, com função principal idêntica ou com funções Regime de Pessoal
auxiliares diversificadas. Ex.: Secretaria de Educação (esco- Em regra, é o estatutário, da Lei nº 8.112/1990.
las – órgãos menores).
Patrimônio
c) Quanto à Atuação Funcional As Autarquias possuem orçamento, patrimônio e receita
próprios.
Singulares O patrimônio das autarquias é formado inicialmente a
São aqueles que atuam e decidem por meio de um único partir da transferência de bens móveis e imóveis do ente
agente, que é seu chefe e representante. Pode ter vários federado que as criou.59
auxiliares, mas só um representante. Ex.: Presidência da O patrimônio das autarquias goza dos mesmos privilé-
República (Presidente), Governadorias dos Estados, Prefei- gios atribuídos aos bens públicos em geral, é imprescrití-
turas Municipais etc. vel, não podendo ser adquirido mediante usucapião, bem
como não pode ser objeto de penhora a fim de garantir a
Colegiados execução judicial.60
São todos aqueles que atuam e decidem pela manifes-
tação conjunta e majoritária da vontade de seus membros. Foro Competente
Ex.: Tribunal. Nos litígios comuns, sendo autoras, rés, assistentes ou
Noções de Direito Administrativo

opoentes, o foro competente é a justiça federal, conforme


Administração Pública Desconcentrada determina o art. 109, I, da CF.
Descentralizada Indireta Responsabilidade Civil
A Autarquia responde objetivamente pelos danos que
É o conjunto de entidades, criadas ou autorizadas por seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, asse-
lei, que, vinculadas à respectiva Administração Direta, têm
o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de 56
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-RS/Técnico Judiciário/Área Administra-
forma descentralizada. Em regra, abrange o Poder Executivo tiva/Analista Judiciário/Área Administrativa/2010.
Federal, Estadual e Municipal. De acordo com o Decreto‑Lei 57
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
nº 200/1967, compreende as seguintes entidades: Autar- – II/2010.
58
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Prefeitura Municipal de Boa
quias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades Vista-RR/Analista Municipal/Procurador Municipal/2010 e Fepese/Conselho Re-
de Economia Mista. gional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar Administrativo/2010.
59
Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar
Administrativo/2010.
60
Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar
Assunto cobrado na prova da Esaf/TSIET/DNIT/Estradas/2013.
55 Administrativo/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
gurado o direito de regresso contra o responsável nos casos Vistas por outro ângulo, foram criadas para realizar as tra-
de dolo ou culpa (art. 37, § 6º, CF). dicionais atribuições da Administração Direta, na qualidade
de Poder Público concedente, nas concessões, permissões
Privilégios e autorizações de serviços públicos. Derivam, pois da ideia
Imunidade tributária; prescrição quinquenal de suas de descentralização administrativa (art.  10, Decreto‑Lei
dívidas; prazo em dobro para todas as suas manifestações nº 200/1967) e têm como função a regulação das matérias
processuais; impenhorabilidade e imprescritibilidade de afetas a sua área de atuação e a permanente missão de fis-
bens; não estão sujeitas à falência. calizar a eficiência na prestação dos serviços públicos pelos
concessionários, permissionários e autorizados.
Exemplos Ou, ainda, em sentido amplo, agência reguladora no
Bacen, INSS, CVM, Incra, Ibama, Detran. Direito brasileiro seria qualquer órgão da Administração
Direta ou entidade da Administração Indireta com a função
Obs.: Os Conselhos Profissionais, além de possuírem de regular matéria específica que lhe está afeta. Se for enti-
personalidade jurídica própria, são autarquias.61 dade da Administração indireta, está sujeita ao princípio da
especialidade, significando que cada qual exerce e é espe-
Agências Reguladoras cializada na matéria que lhe foi atribuída por lei. A regulação
As Agências Reguladoras surgiram na Inglaterra, a partir engloba toda forma de organização da atividade econômica
da criação pelo Parlamento, em 1834, de diversos órgãos pelo Estado, seja a intervenção por meio da concessão de
autônomos com a finalidade de aplicação e concretização serviço público, seja pelo exercício do poder de polícia, ou
dos textos legais (MORAES, 2002, p. 22). seja, o Estado está ordenando ou regulando a atividade eco-
Posteriormente, em virtude da influência do direito nômica tanto quando concede ao particular a prestação de
anglo‑saxão, os Estados Unidos criaram, em 1887, a Inters- serviços públicos e regula sua utilização – impondo preços,
tate Commerce Comission, órgão inicialmente destinado a quantidade produzida, qualidade – como quando edita regras
regular o transporte ferroviário. no exercício do poder de polícia administrativo.
As agências reguladoras, porém, só passaram a intervir Dentro dessa função regulatória, podemos considerar a
fortemente no Direito Administrativo norte‑americano após existência de dois tipos de agências reguladoras no direito
a grande depressão (1929). No ápice da crise, já em 1933, brasileiro:
o Presidente americano Franklin Delano Roosevelt aprovou • As que exercem, com base em lei, típico poder de po-
uma série de medidas político‑econômicas para restabelecer lícia, com a imposição de limitações administrativas,
a economia e assistir os prejudicados. Essas medidas ficaram previstas em lei, fiscalização, repressão; é o caso, por
conhecidas como New Deal (novo acordo). Como resultado exemplo, da Anvisa, ANS e ANA.
do New Deal, foram criadas, por meio de leis, várias agências • As que regulam e controlam atividades que constituem
federais destinadas a regular os vários setores da economia, objeto de concessão, permissão ou autorização de
cada qual com seus procedimentos decisórios. serviço público (teleco­municações, energia elétrica,
Diante disso, tornou‑se necessária a padronização desse transportes etc.) ou de concessão para exploração
sistema e, em 1946, foi editado o Administrative Procedure de bem público (petróleo e outras riquezas minerais,
Act (Lei de Procedimento Administrativo), estabelecendo‑se, rodovias etc.).
assim, procedimentos uniformes a serem adotados por todas
as agências, conferindo‑lhes maior legitimidade. As primeiras não são muito diferentes das autarquias
No Direito Administrativo brasileiro, diferentemente do comuns que nós conhecemos, tais como o Banco Central,
modelo norte‑americano, as agências reguladoras tiveram o  Cade, o  Conselho Monetário Nacional ou a Comissão
forte e decisiva influência francesa e, consequentemente, de Valores Mobiliários. Já as segundas é que constituem
incorporaram as ideias de centralização administrativa e novidade maior no Direito brasileiro, pelo papel que vêm de-
forte hierarquia. No entanto, ao  adaptarmos as agências sempenhando, ao assumirem os poderes que, na concessão,
reguladoras ao Direito Administrativo brasileiro, devemos permissão ou autorização de serviços públicos, eram antes
levar em conta as diferentes características decorrentes de desempenhados pela própria Administração Pública Direta,
cada ordenamento jurídico. na qualidade de poder concedente.

Natureza As primeiras agências


No Brasil, as  agências reguladoras foram constituí­ Em 1995, as Emendas Constitucionais nºs 8 e 9 previram
das como autarquias de regime especial integrantes da a criação de um órgão regulador para o setor de teleco-
administração indireta, vinculadas (não é subordinada) municações (art.  21, XI) e outro para o setor de petróleo
Noções de Direito Administrativo

ao Ministério competente para tratar da respectiva ativi‑ (art. 177, § 2º, III), o que foi implementado pelas Leis nºs
dade62. O regime especial vem definido nas respectivas leis 9.472/1997 e 9.478/1997, as quais instituíram respectiva-
instituidoras e diz respeito, em regra, à  maior autonomia mente a Agência Nacional de Telecomunicações  – Anatel
em relação à Administração Direta; à estabilidade de seus e a Agência Nacional do Petróleo – ANP. Porém a primeira
dirigentes, garantida pelo exercício de mandato fixo, que agência reguladora brasileira tem origem infraconstitucional.
eles somente podem perder nas hipóteses expressamente Trata‑se da Agência Nacional de Energia Elétrica, instituída
prevista, afastada a possibilidade de exoneração ad nutum; pela Lei nº 9.427/1996.
ao caráter final das suas decisões que, a princípio, não são
passíveis de apreciação por outros órgãos ou entidades A desestatização do Estado
da Administração, exceto no que se refere à legalidade.63 Em 1997, foi instituído o Plano Nacional de desestati-
zação (Lei nº 9.491), com o objetivo estratégico de, entre
61
Fepese/Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina/Fiscal/Auxiliar outros fins, reduzir o déficit público e sanear as finanças
Administrativo/2010.
62
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto públicas, transferindo para a iniciativa privada atividades
– II/2010. indevidamente exploradas pelo setor público e permitindo,
63
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto dessa forma, que a Administração Pública concentrasse seus
– II/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
esforços nas atividades em que a presença do Estado fosse • Após cumprido o mandato, seus dirigentes ficarem im-
fundamental para a consecução das prioridades nacionais. pedidos, por um prazo certo e determinado (quarente-
Com o afastamento do Estado da execução dessas ati- na), de atuar no setor atribuído à agência, sob pena de
vidades, seria necessário que se instituíssem mais órgãos incidirem em crime de advocacia administrativa, sem
reguladores. A partir daí, diversos órgãos da mesma natureza prejuízo das demais sanções cabíveis, administrativas
foram criados por lei infraconstitucionais como é o caso da e civis (Lei nº 9.986/2000, art. 8º, § 4º).
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, instituída • Especialização técnica: refere‑se à especialização de
pela Lei nº 9.782/1999. Em 2000, as Leis nºs 9.661 e 9.984 cada agência em relação à sua atribuição técnica. Este
instituíram respectivamente a Agência Nacional de Saúde grau de especialização técnica das agências, emprega-
Suplementar – ANS e a Agência Nacional de Águas – ANA. Em do em suas decisões, fundamenta não só a criação da
2001, a Lei nº 10.233 criou a Agência Nacional de Transportes própria agência, como também boa parte do poder
Terrestres – ANTT e a Agência Nacional de Transportes Aquá- normativo a ela conferido. Na verdade, as  impede
de exercer atividades diversas daquelas para as quais
ticos – Antaq. No mesmo ano, a Medida Provisória nº 2.281
foram instituídas.
criou a Agência Nacional do Cinema – Ancine. Em 2005, a Lei
• Sujeição a controle ou tutela: como nas autarquias
nº 11.182, criou a Agência Nacional de Aviação Civil – Anac.
comuns, o controle feito pelo Ministério é um controle
finalistico (supervisão ministerial), que visa mantê‑la
Características no estrito cumprimento de suas finalidades (tutela).
As agências reguladoras distinguem‑se das demais au-
tarquias porque suas leis instituidoras lhes outorgam certas É claro que sendo decorrentes de lei criadora, compatível
prerrogativas que não são encontráveis na maioria das enti- com o ordenamento constitucional, as prerrogativas e auto-
dades autárquicas comuns. Segundo alguns doutrinadores, nomias podem variar de uma agência para outra. No entanto
suas características podem envolver: as suas atribuições encontram certo consenso na doutrina.
• Serem criadas por lei; a criação por lei é exigência que
vem desde o Decreto‑Lei nº 6.016/1943, repetindo‑se Atribuições
no Decreto‑Lei nº  200/1967 e agora constando na As atribuições das agências, no que diz respeito à conces-
Constituição Federal, art. 37, XIX. são, permissão e autorização de serviço público resumem‑se
• Serem dotadas de autonomia financeira, administrativa ou deveriam resumir‑se às funções que o poder concedente
e poderes normativos complementares à legislação exerce nesses tipos de contratos ou atos de delegação, ou seja:
própria do setor. A autonomia financeira é assegurada • regulamentar os serviços que constituem objeto da
pela disponibilidade de recursos humanos e infraes- delegação;
trutura material fixados em lei, além da previsão de • realizar o procedimento licitatório para escolha do
dotações consignadas no orçamento geral da União, concessionário/ permissionário;
créditos especiais, transferências e repasses que lhe • celebrar o contrato de concessão ou permissão ou
forem conferidos. A autonomia administrativa significa praticar ato unilateral de outorga da autorização;
que, dada a personalidade jurídica própria, a autarquia • definir o valor da tarifa e da sua revisão ou reajuste;
contrata e administra em seu próprio nome, contrai • controlar a execução dos serviços;
obrigações e adquire direitos, mas dentro das regras do • aplicar sanções;
ordenamento vigente; como exemplo, seus servidores • encampar;
devem ingressar no quadro funcional por meio de • decretar a caducidade;
• intervir;
concurso público. Com relação aos poderes normati-
• fazer rescisão amigável;
vos, não abrange o poder de regulamentar leis, suas
• fazer a reversão de bens ao término da concessão;
normatizações deverão ser operacionais, no sentido
• exercer o papel de ouvidor de denúncias e reclamações
de regular a própria atividade da agência por meio de dos usuários.
normas de efeitos internos, e conceituar, interpretar ou
explicitar conceitos jurídicos indeterminados contidos Enfim, exercer todas as prerrogativas que a lei outorga
na lei, sem inovar na ordem jurídica. Por conceito jurídi- ao Poder Púbico na concessão, permissão e autorização.
co indeterminado entende‑se aquele que permite mais
de uma interpretação, ou seja, mutável em função da Regime de pessoal
valoração que se proceda diante dos pressupostos da O regime jurídico de pessoal é o da Lei nº 8.112/1990,
norma; geralmente seu sentido necessita de definição assim determinado pela Lei nº  10.871/2004, que dispõe
Noções de Direito Administrativo

por órgão técnico especializado. sobre a criação de carreiras e organização de cargos efe‑
O grau de autonomia da agência reguladora depende tivos das autarquias especiais denominadas Agências
dos instrumentos específicos que a respectiva lei Reguladoras.65
instituidora estabeleça.64
• Operam como instância administrativa final nos litígios Fundações Públicas
sobre matérias de sua competência. Isso significa que,
em princípio, não cabe recurso hierárquico de suas Conceito
decisões, exceto quanto ao controle de legalidade. Com propriedade, Di Pietro (2008) define a Fundação
instituída (autorização legislativa) pelo Poder Público como:
• Possuírem direção colegiada, sendo os membros no-
meados pelo Presidente da República, com aprovação
o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado
do Senado Federal (Lei nº 9.986/2000, art. 5º).
de personalidade jurídica, de direito público ou
• Seus dirigentes possuírem mandato com prazo de privado, e destinado, por lei, ao desempenho de
duração determinado (Lei nº 9.986/2000, art. 8º).
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
65

Esaf/TSIET/DNIT/Estradas/2013.
64
– II/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
atividades do Estado na ordem social, com capaci- Obs.: As autarquias e as fundações públicas não são
dade de autoadministração e mediante o controle da consideradas entidades políticas.66
Administração Pública, nos limites da lei.
Empresa Pública
Objeto
As Fundações Públicas destinam‑se às atividades de cará- Conceito
ter social, tais como, assistência social, assistência médica e As Empresas Públicas são pessoas jurídicas de Direito
hospitalar, educação e ensino, pesquisa e atividades culturais. Privado, integrantes da Administração Indireta, criadas por
autorização legal67, sob qualquer forma (Ltda., S.A) e capital
Autoadministração exclusivamente público para que o Governo exerça atividades
As Fundações Públicas também não possuem autonomia gerais ou prestação de serviços públicos.
política para criar suas próprias normas, elas possuem apenas É admitida a participação de outras pessoas jurídicas de
autonomia administrativa, ou seja, auto‑organização. Direito Público Interno, bem como de entidades da Admi‑
nistração Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
Controle e dos Municípios, desde que a maioria do capital votante
Institucional: não há subordinação hierárquica da permaneça de propriedade da União (art. 5º, Decreto‑Lei
Fundação Pública com o ente que a criou e sim vinculação, nº 900/1969).68
cabendo a este apenas o controle finalístico (supervisão A pessoa jurídica de direito privado criada por autoriza-
ministerial), que visa mantê‑la no estrito cumprimento de ção legislativa específica, com capital formado unicamente
suas finalidades (tutela). por recursos de pessoas de direito público interno ou de
Administrativo: controle interno ou autotutelar, ou seja, pessoas de suas administrações indiretas, para realizar
poder de rever seus próprios atos. atividades econômicas ou serviços públicos de interesse
Judicial: assim como nas Autar­quias, as Fundações Pú- da administração instituidora, nos moldes da iniciativa
blicas, também, sofrem o controle de legalidade feito pelo particular, é denominada empresa pública.69
Poder Judiciário.
Financeiro: é feito pelo Congresso Nacional com auxílio Objeto
do Tribunal de Contas da União (arts. 70 e 71 da CF). As Empresas Públicas têm por objeto o desempenho
Obs.: O MP é curador das Fundações. de atividades de caráter econômico ou de prestação de
serviços públicos.
Regime de Pessoal
Em regra, é o estatutário, da Lei nº 8.112/1990. Subsidiárias
A lei que autorizou a criação da Empresa Pública pode
Patrimônio prever, desde logo, a possibilidade de posterior instituição
As Fundações Públicas possuem orçamento, patrimônio de subsidiárias. Caso contrário, será necessária nova lei au-
e receita próprios. torizando sua criação (art. 37, XX, CF). As subsidiárias serão
instituídas com o objetivo de se dedicar a um dos seguimen-
tos da entidade primária, sendo a subsidiária controlada pela
Foro Competen­te
primária, e ambas pelo Estado.
O foro competente, assim como nas Autarquias, é a
Justiça Federal.
Controle
Institucional: as empresas públicas não possuem subor-
Responsabilidade Civil
dinação hierárquica com o ente que as criou e sim vinculação,
As Fundações Públicas, também, respondem objeti-
cabendo a este apenas o controle finalístico (supervisão
vamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
ministerial), que visa mantê‑la no estrito cumprimento de
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra
suas finalidades (tutela).
o responsável nos casos de dolo ou culpa (art. 37, § 6º, CF). Administrativo: controle interno ou autotutelar, ou seja,
poder de rever seus próprios atos.
Privilégios Judicial: as empresas públicas sofrem o controle de
As Fundações Públicas gozam dos mesmos privilégios que legalidade feito pelo Poder Judiciário.
as Autarquias, ou seja, imunidade tributária, prazo em dobro Financeiro: é feito pelo Congresso Nacional com auxílio
para todas as suas manifestações processuais, prescrição do Tribunal de Contas da União (arts. 70 e 71 da CF).
quinquenal, seus bens são considerados bens públicos, não
estão sujeitas à falência. Regime de Pessoal
Noções de Direito Administrativo

Submetem‑se ao regime trabalhista comum, previsto no


Exemplos Decreto nº 5.452/1943 (Consolidação das Leis do Trabalho).
Ipea, IBGE, Fundação Nacional de Saúde, Funai, Enap,
Caje. Patrimônio
Quadro Comparativo As empresas públicas possuem orçamento, patrimônio
e receita próprios.
Autarquia Fundação Pública
Criada por lei específica. Autorizada por lei específica. Foro Competente
O juízo competente nos litígios comuns é a Justiça Fe­
Pessoa Jurídica de Direito Pessoa Jurídica de Direito
deral, conforme determina o art. 109, I, da CF.
Público (SEMPRE). Público ou Privado.
Exerce atividades típicas Exerce atividades atípicas. 66
Assunto cobrado na prova do Cespe/TCU/AUFC/2010.
do Estado.
67
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010.
Possui natureza adminis‑ Possui natureza social (educa- 68
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
trativa. tiva, recreativa e assistencial). Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010.
69
Cespe/Seger-ES/Direito/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Responsabilidade Civil Capital Social
As empresas públicas que exercem atividade econômica O Capital social das Sociedades de Economia Mista é
estão isentas da responsabilidade civil decorrente do art. 37, formado pela composição de recursos públicos e privados,
§ 6º, da CF. Dessa forma, os prejuízos que seus empregados sendo que o controle acionário pertence ao Poder Público,
causarem a terceiros deverão ser tratados pelo Código Civil. independentemente de serem exploradoras de atividades
Se forem prestadoras de serviços públicos, responderão econômicas ou prestadoras de serviços públicos.
objetivamente por tais prejuízos.
Controle
Privilégios Institucional: as Sociedades de Economia Mista não
As Empresas Públicas exploradoras de atividade econô- possuem subordinação hierárquica com o ente que as criou
mica não dispõem de qualquer privilégio fiscal não extensivo e sim vinculação, cabendo a este apenas o controle finalís-
ao setor privado (art. 173, § 2º, da CF). tico (supervisão ministerial), que visa mantê‑la no estrito
cumprimento de suas finalidades (tutela).
Exemplos Administrativo: controle interno ou autotutelar, ou seja,
ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos); CEF poder de rever seus próprios atos.
(Caixa Econômica Federal); Embrapa (Empresa Brasileira de Judicial: as Sociedades de Economia Mista sofrem o
Pesquisa Agropecuária); Emater‑DF (Empresa de Assistência controle de legalidade feito pelo Poder Judiciário.
Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal); Caesb (Compa- Financeiro: é feito pelo Congresso Nacional com auxílio
nhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal). do Tribunal de Contas da União (arts. 70 e 71 da CF).

Sociedade de Economia Mista Regime de Pessoal


Submetem‑se ao regime trabalhista comum, previsto no
Conceito Decreto nº 5.452/1943 (Consolidação das Leis do Trabalho).
Sociedades de Economia Mista são pessoas jurídicas de
Direito Privado, integrantes da Administração Indireta70, Subsidiárias
criadas por autorização legal71, sob a forma de Sociedades A lei que autorizou a criação da Sociedade de Economia
Anônimas, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, Mista, também, pode prever desde logo a possibilidade de
tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades posterior instituição de subsidiárias.
de caráter econômico ou a prestação de serviços públicos,
não exclusivos do Estado. Patrimônio
Após a autorização de sua criação, promoverão a apro- As Sociedades de Economia Mista possuem orçamento,
vação de seu estatuto, e o respectivo Registro, observando patrimônio e receita próprios.
o que determina a Lei das Sociedades por Ações. Respeitados os requisitos e trâmites legais, é possível
A título de exemplo, o Estado pretende descentralizar ao Estado-membro desapropriar, mediante prévia e justa
a execução de atividade atualmente desempenhada no indenização em dinheiro, imóvel não utilizado pertencente
âmbito da Administração direta, consistente nos serviços de a sociedade de economia mista federal exploradora de
ampliação e manutenção de hidrovia estadual, em face da atividade econômica em sentido estrito.74
especialidade de tais serviços. Estudos realizados indicaram
que será possível a cobrança de outorga pela concessão, a Foro Competente
particulares, do uso de portos fluviais que serão instalados O juízo competente nos litígios comuns é a Justiça Estadual.
na referida hidrovia, recursos esses que serão destinados
a garantir a autossuficiência financeira da entidade a ser Súmula nº 517/STF: As Sociedades de Economia
criada. Considerando os objetivos almejados, poderá ser Mista só têm foro na justiça federal, quando a União
instituída sociedade de economia mista, caracterizada intervém como assistente ou opoente.75
como pessoa jurídica de direito privado, submetida aos
princípios aplicáveis à Administração pública, e cuja criação Súmula nº 556/STF: É competente a justiça comum
é autorizada por lei.72 para julgar as causas em que é parte Sociedade de
Em face de convênio de delegação celebrado com a Economia Mista.
União, o Estado obrigou-se a constituir entidade integrante
de sua Administração indireta para atuar como delegatária Responsabilidade Civil
de serviço público federal, tendo por objeto a exploração As Sociedades de Economia Mista que exercem atividade
comercial do Porto de São Sebastião. Optou pela criação de econômica, também, estão isentas da responsabilidade civil
Noções de Direito Administrativo

uma sociedade de economia mista. Essa opção afigura-se decorrente do art. 37, § 6º, da CF. Dessa forma, os prejuízos
correta, salvo se a delegação envolver, também, exercício que seus empregados causarem a terceiros deverão ser
de poder normativo e sancionador, que não se coaduna com tratados pelo Código Civil.
o regime de direito privado da entidade.73 Se forem prestadoras de serviços públicos, responderão
objetivamente por tais prejuízos.
Objeto
As Sociedades de Economia Mista têm por objeto o Privilégios
desempenho de atividades de caráter econômico ou a pres- As Sociedades de Economia Mista exploradoras de ativi-
tação de serviços, assim como as Empresas Públicas. dade econômica não dispõem de qualquer privilégio fiscal
não extensivo ao setor privado (art. 173, § 2º, da CF).
70
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área Administra-
tiva/2013. 74
FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/Procurador do Estado de 3ª
71
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Classe/2010.
Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010. 75
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho
72
FCC/AFR SP/Sefaz SP/Gestão Tributária/2013. Substituto – II/2010 e FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/
73
FCC/TCE-SP/Auditor/2013. Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Exemplos O termo contrato de gestão tem sido utilizado tanto para
Banco do Brasil; Banco da Amazônia; Petrobras; Banco designar acordos celebrados entre entidades públicas, como
de Brasília. entidades privadas que atuam paralelamente ao Estado, mais
especificamente às organizações sociais.
Quadro Comparativo76 No âmbito da Administração Pública Federal foi criado
Empresa Pública Sociedade de como uma das formas de materializar o princípio constitucio-
Economia Mista nal da eficiência (art. 37, § 8º, da CF), garantindo a amplia-
Pessoa jurídica de direito Pessoa jurídica de direito pri‑
ção da autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
privado.85 vado. órgãos e entidades da Administração direta e indireta. Seu
objeto é a fixação de metas de desem­penho para os órgãos
Formação do capital social: Formação do capital social:
100% patrimônio público. capital social dividido entre o e entidades. Nela, devem estar previstos, além das metas
poder público e particula­res a serem alcançadas, mecanismos de controle e critérios de
(privado); com maioria do ca- avaliação (controle de resultados), o prazo de sua duração,
pital votante (ações ordinárias) remuneração do pessoal, bem como direitos, obrigações e
em poder do Estado. responsabilidades dos administradores.
Forma de constituição: qual- Forma de constituição: somen‑ No âmbito da Administração indireta ressalte-se que as
quer forma. te S/A (Sociedade Anônima).86 autarquias e fundações que tenham um plano estratégico
Tem seus feitos (processos) Tem seus feitos (processos) de reestruturação e de desenvolvimento institucional em
julgados pela Justiça Federal julgados pela Justiça Esta­dual, andamento e que celebrem contrato de gestão com o respec-
(exceto trabalhistas / elei- mesmo se forem federais. tivo Ministério supervisor, serão qualificadas como Agências
torais), no caso de Empresa Executivas (art. 51 da Lei nº 9.649/1998).
Pública Federal. Fora do âmbito da Administração indireta, os contratos
Bens não podem ser penho- Bens podem ser penhorados de gestão estão previstos como modalidade de ajuste a ser
rados, se forem prestadoras ou executados (até o limite do celebrado com instituições não governamentais passíveis de
de serviços públicos. particular). serem qualificadas pelo Poder Executivo como Organizações
Prestação de serviços públi- Exploração de atividade econô- Sociais, para fins de fomento. As Organizações Sociais são
cos ou atividades econômicas mica de utilidade pública. necessariamente pessoas jurídicas de direito privado, sem
de interesse do Estado, ou finalidade lucrativa, cujas atividades estão dirigidas ao ensi-
consideradas como conve- no, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico,
nientes à coletividade. à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à
77
saúde, atendidos aos requisitos previstos no art. 2º da Lei
Obs.: O pessoal das empresas públicas e das sociedades nº 9.637/1998.
de economia mista são considerados agentes públicos,
para os fins de incidência das sanções previstas na Lei de Entidades Paraestatais (Terceiro Setor)
Improbidade Administrativa.78
Integram o terceiro setor as pessoas jurídicas de direito
O regime jurídico das empresas públicas e sociedades privado, sem fins lucrativos, que exercem atividades de
de economia mista que desempenham atividade econômica interesse público, não exclusivas de Estado, recebendo
em sentido estrito estabelece que a remuneração de seus fomento do Poder Público.82
agentes não está sujeita ao teto constitucional, a menos que O terceiro setor coexiste com o primeiro setor, que é o
a entidade receba recursos orçamentários para pagamento próprio Estado e com o segundo setor, que é o mercado.83
de despesa de pessoal ou de custeio em geral.79 É composto por particulares, portanto, pessoa jurídica
Nas empresas públicas e sociedades de economia mista, de direito privado, que não integram a estrutura da Admi-
os servidores ocupam empregos públicos, ao passo que, nistração Pública, mas que com ela mantém, por razões
na administração direta, há servidores titulares de cargos diversas e por meio de formas diferenciadas, parcerias com
efetivos e ocupantes de empregos públicos.80 o intuito de preservar o interesse público. São exemplos de
entidades paraestatais:
Agências Executivas
As Agências Executivas, diferentemente das Agências Organizações Sociais84
Reguladoras, não têm por objetivo a regulamentação,
Após o Plano de desestatização do Estado em 1997,
controle e fiscalização, mas sim a execução de atividades
o Governo, com a necessidade de ampliar a descentraliza-
administrativas. ção de serviços públicos, instituiu o Programa Nacional de
É apenas um qualificativo atribuído às autarquias e às Publicização – PNP (Lei nº 9.637/1998), por meio do qual o
fundações da Administração Pública Federal, por iniciativa
Noções de Direito Administrativo

Poder Executivo poderia qualificar como organização social


do Ministério supervisor ao qual está vinculada, que tive‑ pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas
rem com ele celebrado contrato de gestão e possuam plano atividades fossem dirigidas ao ensino, à pesquisa científica,
estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação
voltado para a melhoria da qualidade de sua gestão e para do meio ambiente, à cultura e à saúde.
a redução de custos (art. 51 da Lei nº 9.649/1998).81 A parceria é concretizada por meio de um contrato
de gestão, no qual constam discriminadas as atribuições,
76
Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Analista Judiciário/Área Administra- responsabilidades e obrigações do Poder Público e da orga-
tiva/2013. nização social, bem como os incentivos que essas pessoas
77
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Apoio
Especializado/2013.
receberão do Estado para sua execução (recursos orça-
78
FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/Analista Judiciário/Área mentários e bens públicos necessários ao cumprimento do
Judiciária/Execução de Mandatos/2010. contrato de gestão).
79
FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/Procurador do Estado de 3ª
Classe/2010.
80
Cespe/AE ES/Seger-ES/Direito/2013. 82
Esaf/AIET/DNIT/Ambiental/2013.
81
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto 83
Esaf/AIET/DNIT/Ambiental/2013.
– II/2010. 84
Assunto cobrado na prova da Esaf/AIET/DNIT/Ambiental/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Na hipótese de decretação de indisponibilidade de bens CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
das Organizações Sociais ou de sequestro de bens dos diri- BRASILEIRA
gentes, o poder público será o depositário e gestor desses
bens até o término da ação.85
Conceito
Serviços Sociais Autônomos
Ora aparece como o poder/dever de fiscalização e revi-
são, ora aparece como a faculdade de vigilância, orientação
São todos aqueles instituídos por lei com personalidade e correção que um Poder, órgão, ou autoridade exerce sobre
jurídica de direito privado (possuem CNPJ), para ministrar a conduta funcional de outro.
assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos Em razão da amplitude do conceito, inúmeros são os
profissionais, e que não tenham finalidade lucrativa; atuam critérios adotados pela doutrina para identificar as espécies
ao lado do Estado em caráter de cooperação, sendo mantidos de controle.
por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais.
Exemplos: constituem basicamente o sistema S – Sesi,
Sesc, Senai, Senac, Sebrae. Espécies de Controle

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público86 Quanto à Extensão do Controle

É outro qualificativo atribuído às pessoas jurídicas de Interno


direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais É todo aquele realizado pela entidade ou órgão respon-
tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: promoção sável pela atividade controlada, no âmbito de sua própria
da assistência social; promoção da cultura, defesa e conser- administração.
vação do patrimônio histórico e artístico; promoção gratuita
da educação; promoção gratuita da saúde; promoção da Externo
segurança alimentar e nutricional87; defesa, preservação e Ocorre quando o órgão fiscalizador se situa em Admi-
conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvi- nistração diversa daquela de onde a conduta administrativa
se originou.
mento sustentável; promoção do voluntariado; promoção do
desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
Externo Popular
experimentação, não lucrativa, de novos modelos sociopro-
É o que determina que as contas públicas fiquem durante
dutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio,
sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contri-
emprego e crédito; promoção de direitos estabelecidos,
buinte, para exame e apreciação, podendo ser questionada
construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de
por meio de mandado de segurança ou ação popular.
interesse suplementar; promoção da ética, da paz, da cidada-
nia, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores Quanto ao Momento em que se Efetua
universais; estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecno-
logias alternativas, produção e divulgação de informações e Prévio ou Preventivo
conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às É o controle exercido antes de consumar‑se a conduta
atividades mencionadas acima (art. 3º da Lei nº 9.790/1999). administrativa, como ocorre, por exemplo, com aprovação
Para serem consideradas OSs ou OSCIPs, as instituições prévia, por parte do Senado Federal, do Presidente e de
não devem ter fins lucrativos, ou seja, não podem distribuir Diretores do Banco Central.
entre os seus sócios, conselheiros, diretores, empregados ou A necessidade de obtenção de autorização do Senado
doadores, eventuais excedentes operacionais, dividendos, Federal para que os estados possam contrair empréstimos
bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, externos configura controle preventivo da administração
auferidos mediante o exercício de suas atividades, os quais pública.89
devem ser aplicados integralmente na consecução de seu
objeto social.88 Concomitante
Diferentemente das organizações sociais, a parceria é Acompanha a situação administrativa no momento em
firmada por meio de termo de parceria, no qual deverão que ela se verifica. É o que ocorre, por exemplo, com a fis-
estar formalizados, de modo detalhado, os direitos e as calização de um contrato em andamento.
obrigações dos pactuantes.
Posterior ou corretivo
Súmulas Aplicáveis Tem por objetivo a revisão de atos já praticados, para
corrigi‑los, desfazê‑los ou, somente, confirmá‑los. Abrange
Noções de Direito Administrativo

Súmula nº 516/STF: “O Serviço Social da Indústria – Sesi – atos como os de aprovação, homologação, anulação, revo-
está sujeito à jurisdição da Justiça Estadual”. gação ou convalidação.
Súmula nº 517/STF: “As Sociedades de Economia Mista
só têm foro na justiça federal, quando a União intervém como Quanto à Natureza do Controle
assistente ou opoente”.
Súmula nº  556/STF: “É competente a justiça comum Legalidade
para julgar as causas em que é parte Sociedade de Economia É o que verifica a conformidade da conduta administrativa
Mista.” com as normas legais que a regem. Vale dizer que a Admi-
nistração exercita‑o de ofício (controle interno) ou mediante
provocação (controle externo); o Legislativo só o efetiva
85
Vunesp/Ministério Público do Estado de São Paulo/Analista de Promotoria I/ nos casos constitucionalmente previstos (art. 71 da CF); e o
Assistente Jurídico/2010. Judiciário por meio da ação adequada. Por esse controle, o ato
86
Assunto cobrado na prova da Esaf/AIET/DNIT/Ambiental/2013.
87
Vunesp/Ministério Público do Estado de São Paulo/Analista de Promotoria I/
ilegal e ilegítimo somente pode ser anulado, e não revogado.
Assistente Jurídico/2010.
88
Cespe/JF TRF5/TRF 5/2013. Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Judiciária/2013.
89

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Mérito perante o Supremo Tribunal Federal, quando ato admi-
É o que se consuma pela verificação da conveniência e nistrativo contrariar enunciado de súmula vinculante ou
da oportunidade da conduta administrativa. A competência que indevidamente a aplicar. Se a reclamação for julgada
para exercê‑lo é da Administração, e, em casos excepcionais, procedente, anulará o ato administrativo e determinará
expressos na Constituição, ao Legislativo (art. 49, IX e X), mas que outro seja proferido com ou sem a aplicação da
nunca ao Judiciário. súmula, conforme o caso (art. 103‑A da CF).
– Pedido de Reconsideração: solicitação de reexame
Quanto ao Órgão que o Exerce dirigida à mesma autoridade que praticou o ato.
– Recurso Hierárquico Próprio: por decorrer da hie-
No exercício de suas funções, a administração pública se rarquia, deve ser dirigido à autoridade ou instância
sujeita ao controle dos Poderes Legislativo e Judiciário, além superior do mesmo órgão administrativo em que foi
de exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos.90 praticado o ato (Lei nº 9.784/1999).
– Recurso Hierárquico Impróprio: dirigido à autori‑
Controle Administrativo dade ou órgão estranho à repartição que expediu
É exercido pelo Executivo, mas também pode ser o ato recorrido, mas com competência julgadora
exercido pelos órgãos administrativos do Legislativo e do expressa94. Ocorre esse tipo de recurso impróprio no
Judiciário, sob os aspectos de legalidade e mérito, por caso da reclamação administrativa, proposta perante
iniciativa própria (autotutela) ou mediante provocação.91 o Supremo Tribunal Federal, pois é órgão diverso do
qual a decisão foi emanada.
Meios de Controle – Revisão: é o recurso de que se utiliza o servidor
• Fiscalização Hierárquica – É a exercida pelos órgãos público, punido pela Administração, para reexame
superiores sobre os inferiores integrantes da mesma da decisão, em caso de surgirem fatos novos ou
Administração. É meio de controle inerente ao poder circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a
hierárquico (autotutela).92 inadequação da sanção aplicada ou de demonstrar a
• Supervisão Ministerial  – Aplicável geralmente nas sua inocência (art. 65 da Lei nº 9.784/1999 e art. 174
entidades de administração indireta vinculadas a da Lei nº 8.112/1990).95
um Ministério (Decreto‑Lei nº 200/1967, art. 19).
Observe‑se que supervisão não é a mesma coisa que Prescrição Administrativa
subordinação, trata‑se de controle finalístico (tutela). Significa a perda do prazo, diferente da decadência, que
A tutela corresponde ao controle exercido pela Admin- é a perda do direito. Administrativamente, pode ser, entre
istração sobre entidade integrante da Administração outros, a perda do prazo para recorrer da decisão adminis-
indireta, com o objetivo de garantir a observância de trativa; a perda do prazo para a Administração rever seus
suas finalidades institucionais.93 próprios atos; a perda do prazo para aplicação de penalida-
• Recursos Administrativos  – São meios hábeis que des administrativas.
podem ser utilizados para provocar o reexame do ato
administrativo, pela própria Administração Pública. Em Coisa Julgada Administrativa
regra, o efeito é devolutivo, ou seja, devolve o exame Significa apenas que a decisão se tornou irretratável
da matéria à autoridade competente para decidir. Se pela própria Administração, podendo ser revista pelo Poder
for suspensivo, deve estar previsto em lei, pois, como Judiciário.
o próprio nome já diz, suspende os efeitos do ato até
a decisão do recurso, podendo ser atacado pelas vias Controle Legislativo
judiciais somente se ocorrer omissão. É o exercido pelos órgãos legislativos ou por Comis‑
sões Parlamentares sobre determinados atos do Poder
Nesse sentido: Executivo.96

Súmula nº 429/STF: A existência de recurso adminis- Meios de Controle


trativo com efeito suspensivo não impede o uso do • Controle Político – Tem por base a possibilidade de
mandado de segurança contra omissão da autoridade. fiscalização sobre atos ligados à função administrativa
e organizacional do Poder Executivo e do Poder Judi-
• Direito de Petição – É o direito que toda pessoa tem, pe- ciário. A instauração de CPIs, a oitiva de testemunhas
rante a autoridade administrativa competente, de defender e indiciados, a competência do Congresso Nacional
seus direitos ou noticiar ilegalidade ou abuso de autoridade para sustar os atos do Poder Executivo que exorbitem
pública (art. 5º, XXXIV, da CF). Dentro do direito de petição, do poder regulamentar ou dos limites de delegação
encontramos os seguintes recursos: legislativa (art. 49, V, da CF) e outros procedimentos
– Representação: constitui‑se em denúncia de irregu- apuratórios fazem parte do rol do controle político do
Noções de Direito Administrativo

laridades feita perante a própria Administração, o Tri- Poder Legislativo (art. 58, § 3º, da CF).
bunal de Contas ou outros órgãos de controle, como • Controle financeiro – É o controle exercido pelo Con-
o Ministério, por exemplo. Quando for representação gresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da
por abuso de autoridade, aplica‑se o disposto na Lei União, sobre os atos do Executivo e do Judiciário (controle
nº 4.898/1995. externo) e sobre sua própria administração (controle
– Reclamação administrativa: oposição expressa a atos interno) no que se refere à gestão dos recursos públicos.
da Administração que afetem direitos ou interesses
legítimos do interessado. Está prevista no Decreto Áreas fiscalizadas: contábil, financeira, orçamentária,
nº 20.910/1932. Caberá reclamação administrativa, operacional e patrimonial da União e das entidades da admi-
nistração direta e indireta quanto à legalidade, legitimidade,
90
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
91
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-RS/Analista Judiciário/Área 94
Assunto cobrado na prova da FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/
Judiciária/2010 e FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/Analista Procurador do Estado de 3ª Classe/2010.
Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010. 95
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-Acre/Técnico Judiciário/Área Adminis-
92
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Adminis- trativa/2010.
trativa/2013. 96
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área
93
FCC/TCE-SP/Auditor/2013. Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010.

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economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote
receitas (art. 70 da CF). as providências necessárias ao exato cumprimento
da lei, se verificada ilegalidade;
Subvenções Valores repassados pelo Poder Público para subsídio e X  – sustar, se não atendido, a  execução do ato
incremento de atividades de interesse social, tais como impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
assistência social, hospitalar e educacional. Deputados e ao Senado Federal;
Renúncia de Por meio da renúncia fiscal (perdão de dívidas). XI – representar ao Poder competente sobre irregula­
receitas ridades ou abusos apurados.
§  1º No caso de contrato, o  ato de sustação será
Abrangência do Controle adotado diretamente pelo Congresso Nacional,
O controle abrange não só os Poderes Constitucionais, que solicitará, de imediato, ao  Poder Executivo as
mas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, medidas cabíveis.
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinhei- § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no
ro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previs-
ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza tas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
pecuniária (art. 70, parágrafo único, da CF). § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação
As Atribuições dos Tribunais de Contas de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
No controle externo da administração financeira, orça- § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
mentária e da gestão fiscal é que se inserem as principais trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
atribuições dos nossos Tribunais de Contas, como órgãos in-
dependentes, mas auxiliares dos Legislativos e colaboradores Salvo no tocante ao controle da gestão fiscal e na forma
dos Executivos. A Constituição Federal elencou, no art. 71, da Lei Complementar nº 101/2000, a atuação dos Tribunais
as atribuições dos Tribunais de Contas da União. São elas: de Contas deve ser a posteriori, não tendo apoio constitu-
cional qualquer controle prévio sobre atos ou contratos da
Art.  71. O  controle externo, a  cargo do Congresso Administração direta ou indireta, nem sobre a conduta de
Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de particulares que tenham gestão de bens ou valores públicos,
Contas da União, ao qual compete: salvo as inspeções e auditorias in loco, que podem ser rea-
I  – apreciar as contas prestadas anualmente pelo lizadas a qualquer tempo.
Presidente da República, mediante parecer prévio As atividades dos Tribunais de Contas expressam-se
que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar fundamentalmente em funções técnicas opinativas, verifi-
de seu recebimento; cadoras, assessoradoras e jurisdicionais administrativas, de-
II  – julgar as contas dos administradores e demais sempenhadas simetricamente tanto pelo Tribunal de Contas
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da União quanto pelos Tribunais dos Estados-membros, do
da administração direta e indireta, incluídas as funda- Distrito Federal e dos Municípios que os tiverem.
ções e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e  as contas daqueles que derem Controle Judicial
causa a perda, extravio ou outra irregula­ridade de É o poder de fiscalização que o Judiciário exerce especifica-
que resulte prejuízo ao erário público; mente sobre a atividade administrativa do Estado. Alcança, ba‑
III  – apreciar, para fins de registro, a  legalidade dos sicamente, os atos administrativos do Exe­cutivo, mas também
atos de admissão de pessoal, a  qualquer título, na examina os atos do Legislativo e do próprio Judiciário quando
administração direta e indireta, incluídas as fundações realiza atividade administrativa97. É vedado ao Judiciário apre‑
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas ciar o mérito administrativo, restringe‑se apenas ao controle
as nomeações para cargo de provimento em comissão, da legalidade e da legitimidade do ato impugnado.98
bem como a das concessões de aposentadorias, refor- O controle judicial da administração pública, no Brasil,
mas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores é realizado com base no sistema da unidade de jurisdição.99
que não alterem o fundamento legal do ato concessório; Assim, apesar de a decisão executória da administração
IV  – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos pública dispensar a intervenção prévia do Poder Judiciário,
Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica não há impedimento para que ocorra o controle judicial
ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza após a realização do ato.100
contábil, financeira, orçamentária, operacional e pa- De acordo com a doutrina, os atos administrativos podem
trimonial, nas unidades administrativas dos Poderes estar sujeitos a controle comum ou especial.
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades
referidas no inciso II; Atos sujeitos a controle comum
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas suprana- Os atos sujeitos a controle judicial comum são os admi-
cionais de cujo capital social a União participe, de forma nistrativos em geral. No nosso sistema de jurisdição única
Noções de Direito Administrativo

direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; consagrado pelo preceito constitucional de que não se pode
VI  – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos excluir da apreciação do poder judiciário qualquer lesão
ou ameaça a direito (art.  5, inciso XXXV), a  justiça tem a
repassados pela União mediante convênio, acordo,
faculdade de julgar todo ato de administração praticado por
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado,
agente de qualquer dos órgãos ou Poderes de Estado. Sua
ao Distrito Federal ou a Município;
limitação é apenas quanto ao objeto do controle, que há de
VII  – prestar as informações solicitadas pelo Con-
ser unicamente a legalidade, sendo-lhe vedado pronunciar-se
gresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por
sobre conveniência, oportunidade ou eficiência do ato em
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscali-
exame, ou seja, sobre o mérito administrativo.
zação contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial e sobre resultados de auditorias e 97
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Substituto
inspeções realizadas; – II/2010.
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade 98
Assunto cobrado na prova do Cespe/Tribunal de Contas-RO/Procurador do
de despesa ou irregularidade de contas, as sanções Ministério Público/2010.
99
Cespe/DPE-TO/2013.
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras comi- 100
Cespe/Prefeitura Municipal de Boa Vista-RR/Analista Municipal/Procurador
nações, multa proporcional ao dano causado ao erário; Municipal/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Atos sujeitos a controle especial sões, organização de serviços auxiliares etc.) e a valoração
Enquanto os atos administrativos em geral expõem-se à das votações.
revisão comum da justiça, outros existem que, por sua ori- Daí não podemos concluir que tais assuntos afastam, por
gem, fundamento, natureza ou objeto, ficam sujeitos a um si sós, a revisão judicial. O que o Poder Judiciário não pode é
controle especial do Poder Judiciário, e tais são os chamados substituir a deliberação da Câmara por um pronunciamento
atos políticos, os atos legislativos e os atos interna corporis. judicial sobre o que é da exclusiva competência discricionária
Atos políticos: atos políticos são os que, praticados por do Plenário, da Mesa ou da Presidência. Mas pode confrontar
agentes do Governo, no uso de competência constitucional, sempre o ato praticado com as prescrições constitucionais,
se fundam na ampla liberdade de apreciação da conveni- legais ou regimentais que estabeleçam condições, forma ou
ência ou oportunidade de sua realização, sem se aterem a rito para seu cometimento.
critérios jurídicos preestabelecidos. São atos governamentais
por excelência, e não apenas de administração. São atos de Meios de Controle
condução dos negócios públicos, e  não simplesmente de • Ação Popular (art. 5º, LXXIII, CF)  – Objetiva a anu-
execução de serviços públicos. Daí seu maior discriciona- lação ou a declaração de nulidade de atos lesivos
rismo e, consequentemente, as maiores restrições para o ao Patrimônio Público, à moralidade Administrativa,
controle judicial. Mas nem por isso afastam a apreciação da ao Meio Ambiente, ao Patrimônio Histórico e Cultural.
justiça quando arguidos de lesivos a direito individual ou ao A propositura cabe a qualquer cidadão (brasileiro) no
patrimônio público. exercício de seus direitos políticos.
Todos os poderes de Estado são autorizados constitucio- • Ação Civil Pública (art. 129, III, CF – Lei nº 7.347/1985) –
nalmente a praticar determinados atos, em determinadas Visa proteger o patrimônio público e social, o meio am-
circunstâncias, com fundamento político. Nesse sentido, biente e outros direitos difusos e coletivos; é ajuizada
pratica ato político o Executivo quando veta um projeto de pelo Ministério Público.
lei, quando nomeia Ministro de Estado, quando concede • Habeas Corpus (art. 5º, LXVIII, CF  – Visa proteger
indulto. O legislativo pratica-o quando rejeita veto, aprova o direito de locomoção. Sempre que alguém sofrer
contas. O judiciário pratica-o quando propõe a criação de (HC Repressivo) ou se achar ameaçado de sofrer (HC
tribunais inferiores, quando escolhe advogado e membro Preventivo) violência ou coação em sua liberdade de
do Ministério Público para compor o quinto constitucional. locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Em todos esses exemplos são as conveniências do Estado • Habeas Data (art. 5º, LXXII, CF) – Visa proteger o direi-
que comandam o ato e infundem caráter político que o to a ter informações relativas à pessoa do impetrante,
torna insuscetível de controle judicial quanto à valoração de constante de registro ou banco de dados de entidades
seus motivos. Nenhum ato do Poder Público deixará de ser governamentais ou de caráter público; serve também
examinado pelo poder judiciário quando arguida sua incons- para retificação de dados, quando não se prefira fazê‑lo
titucionalidade ou for lesivo de direito subjetivo de alguém. por processo sigiloso, judicial ou administrativamente.
Não basta a simples alegação de que se trata de ato político A propositura da ação é gratuita. É uma ação persona-
para tolher o controle judicial, pois será sempre necessário líssima.
que a própria justiça verifique a natureza do ato e suas • Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI, CF) – Utilizado
consequências perante o direito individual do postulante. sempre que a falta de norma regulamentadora torne
O que se nega ao Poder Judiciário é, depois de ter verificado inviável o exercício dos direitos e liberdades constitu-
a natureza e os fundamentos políticos do ato, adentre seu cionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
conteúdo e valore seus motivos. Necessário se faz, portanto, à soberania e à cidadania. Qualquer pessoa (física ou
que não sejam excedidos os limites discricionários demarca- jurídica) pode impetrar, sempre por intermédio de um
dos ao órgão ou autoridade para a prática do ato. advogado.
Atos Legislativos: os atos legislativos, ou seja, as  leis • Mandado de Segurança Individual (art. 5º, LXIX,
propriamente ditas (normas em sentido formal e material), CF  – Lei nº 12.016/2009)  – Visa proteger direito lí-
não ficam sujeitos à anulação judicial pelos meios proces- quido e certo não amparado por HC ou HD, quando
suais comuns, mas sim pela via especial da ação direta de o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
inconstitucionalidade bem como pela ação declaratória de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais
constitucionalidade, tanto para leis em tese como para atos forem as funções que exerça.
normativos.Somente pela via constitucional da represen- Líquido e Certo: o direito não suscita dúvidas, está
tação de inconstitucionalidade (art. 102, I, a) e através do isento de obscuridades.
processo especial estabelecido pela Lei nº 4.337, de 1º de Qualquer pessoa física ou jurídica pode impetrar, mas
junho de 1964, promovido pelas pessoas e órgãos indicados somente por intermédio de um advogado.
(art. 103), é que o STF pode declarar a inconstitucionalidade • Mandado de Segurança Coletivo (art. 5º, LXX, CF –
da lei em tese ou de qualquer outros ato normativo. Lei nº 12.016/2009) – Instrumento que visa proteger
direito líquido e certo de uma coletividade, quando o
Noções de Direito Administrativo

Atos interna corporis: os atos interna corporis das Câ-


maras também são vedados a revisto judicial comum, mas responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for au-
é preciso que se entenda em seu exato conceito e nos seus toridade, seja de que categoria for e sejam quais forem
justos limites, o significado de tais atos. Em sentido técnico- as funções que exerça. Legitimidade para impetrar MS
-jurídico, interna corporis não é tudo que provém do seio Coletivo: Organização Sindical, entidade de classe ou
da Câmara ou de suas deliberações. Interna corporis são só associação legalmente constituída e em funcionamen-
aquelas questões ou assuntos que entendem direta e imedia- to a pelo menos 1 ano, assim como partidos políticos
tamente com a economia interna da corporação legislativa, com representação no Congresso Nacional. Objetivo:
com seus privilégios e com a formação ideológica da lei, defesa do interesse dos seus membros ou associados.
que, por sua própria natureza, são reservados à exclusiva
apreciação e deliberação do Plenário da Câmara. Tais são os Súmulas Aplicáveis
atos de escolha da Mesa (eleições internas), os de verificação
de poderes e incompatibilidade de seus membros (cassação Súmula nº 266/STF: “Não cabe mandado de segurança
de mandatos, concessão de licenças etc.) e os de utilização contra lei em tese.”
de suas prerrogativas institucionais (modo de funcionamento Súmula nº 267/STF: “Não cabe mandado de segurança
da Câmara, elaboração de regimento, constituição de comis- contra ato judicial passível de recurso ou correição.”

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Súmula nº 268/STF: “Não cabe mandado de segurança Teoria do Risco Administrativo
contra decisão judicial com trânsito em julgado.”
Súmula nº 429/STF: “A existência de recurso administra- O Estado indeniza independentemente de dolo ou culpa do
tivo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado agente, porém, deve a vítima comprovar o nexo causal entre
de segurança contra omissão da autoridade.” a ação ou omissão do Estado e o dano sofrido. Admite exclu‑
Súmula nº 430/STF: “Pedido de reconsideração na via dente ou atenuante de responsabilidade, por exemplo, culpa
administrativa não interrompe o prazo para o mandado de da vítima, culpa concorrente, caso fortuito ou força maior.102
segurança.”
Súmula nº 2/STJ: “Não cabe habeas data se não houve re- Teoria do Risco Integral
cusa de informações por parte da autoridade administrativa.”
A teoria do risco integral é a modalidade extremada da
RESPONSABILIDADE CIVIL teoria do risco administrativo. Por essa teoria o Estado teria
EXTRACONTRATUAL DO ESTADO que indenizar os danos causados a terceiro, mesmo que não
os tivesse causado, não podendo alegar nenhuma excludente
Considerações Iniciais ou atenuante de responsabilidade.
Há doutrinadores, que não admitem a existência dessa
A Responsabilidade Civil teve sua origem no âmbito do teoria no nosso ordenamento jurídico, porém, a Constituição
Direito Privado, em que a obrigação de indenizar derivava Federal, em seu art. 21, XXXIII, a, diz que: “a responsabilidade
de um contrato. civil por danos nucleares independe da existência de culpa.”
No Direito Administrativo chamamos de Responsabilida-
de Civil Extracontratual, pois não decorre de um contrato. A Responsabilidade Civil do Estado na
A Responsabilidade Extracontratual que aqui se evidencia
importa no reparo que o Poder Público deverá oferecer ao
Constituição Federal de 1988
lesado pelo dano que, voluntária ou involuntariamente,
o tenha causado. Assim dispôs a Constituição Federal, em seu art. 37, § 6º:

Conceito As pessoas jurídicas de direito público e as de direito


privado prestadoras de serviços públicos responderão
A Responsabilidade Civil do Estado é a obrigação im‑ pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, cau-
posta ao Poder Público para ressarcir os danos causados a sarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
terceiros pelos seus agentes, quando no exercício de suas contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
atribuições.101
Por meio desse dispositivo, com auxílio da jurisprudência e
Evolução da Responsabilidade do Estado da doutrina, temos que o nosso ordenamento jurídico adotou
a Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado, na modali-
Irresponsabilidade do Estado dade risco administrativo, segundo a qual o Estado responde
objetivamente pelos danos que seus agentes causarem a
Nos Governos absolutos prevalecia a irresponsabilidade terceiros, independentemente de dolo ou culpa, bastando
do Estado, uma vez que não era possível que o rei, represen- apenas que se comprove o nexo de causalidade entre a ação
tante do Estado, pudesse lesar seus súditos. (The King can do ou omissão do Estado e o dano sofrido pelo administrado.
no Wrong – O rei não erra). Quanto aos seus agentes, estes No mesmo sentido, no ordenamento jurídico brasileiro, a
sim, poderiam ser responsabilizados pes­soalmente por atos responsabilidade do poder público é objetiva, adotando-se
ilícitos que viessem a cometer. a teoria do risco administrativo, fundada na ideia de soli-
dariedade social, na justa repartição dos ônus decorrentes
Teoria da Responsabilidade com Culpa
da prestação dos serviços públicos, exigindo-se a presença
Previam‑se dois tipos de atitudes, que poderiam distin- dos seguintes requisitos: dano, conduta administrativa e
guir em quais atos o rei poderia ser responsabilizado ou não. nexo causal. Admite-se abrandamento ou mesmo exclusão
Quando o Estado praticar atos de gestão em regime de da responsabilidade objetiva, se coexistirem atenuantes
igualdade com os particulares, amparados, portanto, no ou excludentes que atuem sobre o nexo de causalidade.103
direito privado estaria sujeito à responsabilidade civil, entre- Para configurar a responsabilidade civil do Estado, o
tanto quando praticasse atos de império, ou seja, aqueles agente público causador do prejuízo a terceiros deve ter
pelos quais desempenha prerrogativa de manutenção da agido na qualidade de agente público, sendo irrelevante o
Noções de Direito Administrativo

ordem e do bem comum, bem como relacionados ao geren- fato de ele atuar dentro, fora ou além de sua competência
ciamento de seus bens e serviços, não haveria a possibilidade legal.104
de ser responsabilizado por tais atos. Exs.: Um servidor público, condutor de uma viatura
Diante da dificuldade em distinguir na prática tais oficial, deu causa a acidente de trânsito com veículo de
situações, adotou‑se a teoria civilista da culpa ou culpa particular. Foram apurados danos materiais de grande
administrativa. vulto, equivalentes aos reparos promovidos no veículo
particular e às despesas médicas geradas pelo atendimento
Teoria da Culpa Administrativa ao motorista particular. O condutor da viatura particular
tem pretensão indenizatória para ressarcimento dos danos
O Estado respondia pelos danos causados a terceiros, materiais. Nesse caso, o Estado responde sob a modalidade
desde que houvesse culpa no serviço: inexistência do serviço,
objetiva, presumindo-se a culpa do servidor, que poderá
o serviço não foi prestado e causou prejuízo; o serviço foi
prestado de forma deficiente e causou prejuízo. 102
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Adminis-
trativa/2013.
103
Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área Apoio Especializado/2013.
101
Assunto cobrado na prova do Cespe/DPE-TO/2013. 104
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.

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ser penalizado também disciplinarmente na esfera admi- Culpa Exclusiva da Vítima
nistrativa.105
Um agente público, pertencente aos quadros de uma Inexiste responsabilidade do Estado110. Ocorre, por
empresa pública federal prestadora de serviço público, no exemplo, quando uma pessoa, com o intuito de suicidar‑se,
exercício de suas atribuições, veio a causar dano a terceiro se atira diante de veículo em movimento. Não tem como ela
usuário do serviço em decorrência de conduta culposa requerer indenização pelos prejuízos sofridos, uma vez que
comissiva. Nesse caso, responderá pelo dano causado ao ela concorreu para que o evento acontecesse.
terceiro a empresa pública federal, sendo a responsabi-
lidade civil de natureza objetiva por tratar-se de pessoa Culpa Concorrente
jurídica de direito privado prestadora de serviço público,
assegurado o direito de regresso contra o responsável.106 O Estado e o lesado contribuem para o resultado danoso,
Carlos, proprietário de um veículo licenciado na Capital desse modo, a indenização do Estado deverá atingir apenas
do Estado de São Paulo, teve seu nome inscrito, indevida- o limite dos prejuízos que tenha causado, arcando o lesado
mente, no cadastro de devedores do Estado (“Cadin”), em com o restante.
face do suposto não pagamento de IPVA. Constatou-se,
subsequentemente, que o débito objeto do apontamento Caso Fortuito e Força Maior
fora quitado tempestivamente pelo contribuinte, decorren-
do a inscrição no Cadin de um erro de digitação de dados Podem ocorrer também fatos imprevisíveis, que fogem
incorrido pelo servidor responsável pela alimentação do ao controle do Estado e das pessoas, são o que a doutrina
sistema de informações. Em razão dessa circunstância, costuma chamar de caso fortuito e força maior. Há diver-
Carlos, que é consultor, sofreu prejuízos financeiros, entre gência na doutrina com relação à caracterização de cada
os quais a impossibilidade de participar de procedimento um, pois alguns entendem que caso fortuito são eventos
licitatório instaurado pela Administração para contratação produzidos pela natureza (um terremoto ou uma inundação,
de serviços de consultoria, bem como o impedimento de ob- por exemplo) e força maior como o acontecimento originário
tenção de financiamento de projeto que estava conduzindo da vontade humana (por exemplo, no caso de uma greve),
pela Agência de Fomento do Estado, que dispunha de linha e outros já falam que é exatamente o contrário, considerando
de crédito com juros subsidiados, sendo obrigado a tomar a força maior os eventos produzidos pela natureza e caso
financiamento junto a instituição financeira privada em fortuito decorrente de ato humano. Nesses casos, como
condições mais onerosas. Diante da situação narrada, de eram imprevisíveis e inevitáveis, inexiste a responsabilidade
acordo com o disposto na Constituição Federal sobre a res- do Estado.
ponsabilidade civil do Estado, o Estado responde objetiva-
mente pelos prejuízos sofridos por Carlos, podendo exercer Responsabilidade Civil do Estado por Atos
o direito de regresso em face do servidor, se comprovada Legislativos
conduta culposa ou dolosa do mesmo.107
Determinada professora da rede pública de ensino re- Em regra, não acarretam a responsabilidade do Estado,
cebeu ameaças de agressão por parte de um aluno e, mais entretanto, podem surgir situações específicas que poderiam
de uma vez, alertou à direção da escola, que se manteve ensejá‑la, tal como leis inconstitucionais, que durante a sua
omissa. Nessa situação hipotética, caso se consumem as vigência e eficácia poderiam acarretar dano, ou leis de efeitos
agressões, a indenização será devida pelo Estado, desde concretos, aquelas que atingem uma categoria de pessoas
que presentes os elementos que caracterizem a culpa.108 ou número exíguo de pessoa. Nesses casos, o lesado pode
O ônus da prova não cabe à vítima e sim ao Estado, de- responsabilizar o Estado com o fim de obter a indenização
vendo a vítima apenas provar o nexo de causalidade. Cabe pelos prejuízos sofridos.
ação regressiva do Estado contra o agente, mas como sua
responsabilidade é subjetiva, o Estado deverá comprovar sua Responsabilidade Civil do Estado por Atos
conduta dolosa ou culposa. A ação regressiva é uma ação Jurisdicionais
judicial de natureza civil que a Administração tem contra
o agente público ou o particular prestador de serviços pú- Em regra, a responsabilidade do Estado não se aplica aos
blicos causador do dano a terceiros.109 atos praticados pelo Poder Judiciário, porém, como garantia
fundamental estabelecida no art. 5º, LXXV, temos que o Es-
Excludentes ou Atenuantes da Responsabilidade tado indenizará o condenado por erro judiciário, bem como
aquele que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
Noções de Direito Administrativo

Atos de Multidões Um caso notório ocorrido no Brasil quanto a erro judiciário


foi o dos irmãos Naves em 1937.
O Estado não responde civilmente pelos danos causados
por atos praticados por agrupamentos de pessoas ou mul- A Reparação do Dano
tidões, por se tratar de atos de terceiros que caracterizam
uma excludente de causalidade, salvo quando se verificar A existência de dano indenizável, quantificado e deta-
omissão do poder público em garantir a integridade do lhado em sua expressão econômica é requisito indispen-
patrimônio danificado, hipótese em que a responsabilidade sável para a reparação do prejuízo decorrente da lesão
civil é subjetiva. que empenha a responsabilidade civil do Estado, ou seja,
inexiste obrigação se não puder ser identificado o dano,
105
FCC/Tribunal de Contas-RO/Auditor/Substituto de Conselheiro/2010. pois é exatamente dele que resulta o dever de indenizar
106
Cesgranrio/Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social/Advoga- do Estado.
do/2010.
107
FCC/AFR-SP/Sefaz SP/Gestão Tributária/2013.
108
Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/Área Administrativa/2013. Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal de Contas-RO/Procurador do Mi-
110
109
FCC/TRE-Acre/Analista Judiciário/Área Judiciária/2010. nistério Público Junto ao Tribunal de Contas/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
O dano indenizável deve decorrer de ato ou omissão, As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Mu-
atividades, coisas ou fatos imputáveis ao Estado (nexo de nicípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação
causalidade), lícitos ou ilícitos, sem ocorrência de excludentes contra a Fazenda Federal, Estadual ou Municipal,
da responsabilidade, pois, caso contrário, embora existente, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco
o dano não será indenizável. Também não basta que o dano anos contados da data do ato ou fato do qual se
seja certo e real, para que seja indenizável é necessário que originarem.
a ordem jurídica reconheça o direito lesado e o direito ao
ressarcimento como direitos do indivíduo. Já a Lei nº 9.494/1997, em seu art. 1º‑C, determina que:
Indiscutível é, pois, que a indenização deve ser completa,
devendo abranger o que a vítima perdeu (o dano efetivo, Prescreverá em cinco anos o direito de obter inde-
ocorrido, emergente), o que despendeu (o que gastou) e o nização dos danos causados por agentes de pessoas
que deixou de ganhar em razão do evento danoso (lucros jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas
cessantes), bem como honorários advocatícios, correção de direito privado prestadoras de serviços públicos.
monetária e juros de mora, se houver atraso no pagamento.
O Direito de Regresso (ação regressiva)
Meios de Reparação do Dano e a Ação de Indenização
De acordo com o sistema constitucional da responsabili-
A reparação do dano causado pela Administração a
dade objetiva do Estado, este indenizará o dano causado ao
terceiros dá-se de duas formas: administrativa (amigável)
ou judicialmente. particular, desde que seja configurado o nexo de causalidade
• Administrativa – Se for proposta no âmbito adminis- entre a ação ou omissão do Estado e o prejuízo sofrido pelo
trativo, o lesado formulará reclamação administrativa administrado.
com pedido indenizatório junto ao órgão competente Quando identificado o agente causador do dano, a par-
da pessoa jurídica civilmente responsável, formando te final do § 6º, art. 37, da CF assegura que, caso tenha o
assim o processo administrativo no qual os interessa- agente agido com dolo ou culpa, o Estado deve promover o
dos se manifestarão, produzirão provas e chegarão a ressarcimento ao erário das despesas havidas com a men-
um resultado final sobre o pedido. cionada indenização, intentando ação regressiva contra o
• Judicial  – Se não houver acordo, caberá ao lesado responsável.
propor a adequada ação de indenização perante a A ação regressiva é, pois, medida judicial de rito ordinário
Fazenda Pública. Esta será processada de acordo com que propicia ao Estado reaver o que desembolsou à custa do
os preceitos comuns do Código de Processo Civil (Tí- patrimônio do agente causador direto do dano, que agiu com
tulo VIII) e paga na forma do art. 100 da Constituição dolo ou culpa no desempenho de suas funções.
Federal (precatórios). Se a ação de indenização for A aplicação de tal medida pressupõe o trânsito em
contra a União, entidades autárquicas federais e em- julgado de sentença que condenou a Administração ao
presas públicas, a justiça competente para se propor pagamento da indenização, pois somente depois desse ato
a referida ação é a Justiça Federal (art. 109, I, da CF); consuma-se o efetivo prejuízo da Administração Pública, ou
se for pessoa jurídica de Direito Privado, será compe- após esse pagamento, nos casos de acordo.
tente a Justiça Estadual ou, conforme o caso, deve ser Serão, portanto, requisitos para o ajuizamento da ação
examinado o disposto na Lei de Organização Judiciária regressiva:
do local. • a condenação da Administração Pública a indenizar;
• o pagamento do valor da indenização;
Para eximir-se do dever de indenizar, caberá à Fazenda • a conduta lesiva, dolosa ou culposa, do agente causa-
Pública comprovar que a vítima concorreu para o evento dor do dano.
danoso (dolo ou culpa). Enquanto não evidenciar a culpa-
bilidade da vítima, subsiste a responsabilidade objetiva da
Desse modo, se não houver o pagamento, não há como
Administração. Se, por outro lado, ficar comprovada a culpa
ou dolo exclusivo da vítima, ficará excluída a responsabi- justificar o pedido de regresso, mesmo que haja sentença
lidade da Fazenda Pública; se restar comprovada a culpa condenatória com trânsito em julgado e o agente tenha
concorrente, o Estado arcará apenas no limite dos prejuízos agido com dolo ou culpa. O primeiro requisito pode até não
que tenha causado. existir, quando, por exemplo, a satisfação do prejuízo tenha
ocorrido de forma amigável. Entretanto, os  dois últimos
Noções de Direito Administrativo

Prescrição devem estar devidamente comprovados, fato que deverá


ser feito pelo Poder Público.
O direito do lesado à reparação dos prejuízos tem natu- Cabe ainda ressaltar que como ação civil destinada
reza obrigacional e pessoal, portanto, como qualquer direito a promover a reparação patrimonial, a  ação regressiva
subjetivo não pode ser objeto da inércia do seu titular, sob transmite-se aos herdeiros e sucessores do servidor culpado
pena do surgimento da prescrição. A prescrição nada mais e contra eles será executada até o limite do valor da herança
é do que a perda do direito de ação. (Lei nº 8.112/1990, art. 122, § 3º).
A União, Estados, Distrito Federal e Municípios bem O direito de regresso no âmbito do direito privado en-
como suas Autarquias e Fundações Públicas, Empresas Pú- contra fundamento no art. 934 do Código Civil. Já o prazo
blicas e Sociedades de Economia Mista gozam da prescrição para proposição da competente ação regressiva é de três
quinquenal, ou seja, o prazo de cinco anos contados a partir anos nos termos do art. 206, § 3º, V, do mesmo diploma.
do fato danoso. Já no âmbito do direito público, as ações de ressarcimen-
O Decreto nº 20.910/1932, em seu art. 1º, estabelece to ao erário são imprescritíveis conforme disposto no art. 37,
que: § 5º, da Constituição Federal.

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LICITAÇÕES – LEI Nº 8.666/1993 Eficiência
Trata‑se de mais um limite à atuação discricionária do
Administrador, uma vez que está vinculado à escolha da
Conceito e Objetivo melhor proposta para a Administração.
A licitação é o procedimento administrativo formal exi- Isonomia
gido constitucionalmente em que a Administração Pública, Igualdade de tratamento para todos aqueles que preten-
mediante condições estabelecidas em ato próprio (edital dam participar da licitação, vedada qualquer discriminação
ou carta‑convite) convoca interessados na apresentação de (art. 3º, caput).
propostas, com dois objetivos: celebração de contrato ou a
obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou científico. • Específicos

Competência Legislativa Competitividade


Não pode haver regras (ilegais) que impeçam o acesso
de interessados ao certame, constituindo crime (detenção,
Segundo a Constituição Federal de 1988, a União tem
de 6 meses a 2 anos, e multa), obstar, impedir ou dificultar,
competência privativa para legislar sobre normas gerais de injustamente, a inscrição de qualquer interessado nos regis-
licitação e contratação, em todas as modalidades, para as tros cadastrais (art. 3º, § 1º, II e art. 98 da Lei nº 8.666/1993).
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Tendo em Probidade administrativa
vista que o texto constitucional em seu art. 24, § 2º, diz que A probidade tem o sentido de honestidade, boa‑fé, mora-
competência da União para legislar sobre normas gerais não lidade por parte dos administradores. Exige do administrador
exclui a competência suplementar dos Estados, e o art. 30, II, que atue com honestidade para com os licitantes e, sobretudo,
prevê que compete aos Municípios suplementar a legislação para com a própria Administração, concorrendo para que sua
federal e a estadual no que couber, a doutrina entende que a atividade esteja, de fato, voltada para o interesse administra-
competência é concorrente: União instituindo normas gerais; tivo, que é o de promover a seleção mais acertada possível.
Estados e Municípios suplementando a legislação federal no
que couber para atender suas regionalidades. Sigilo na apresentação das propostas
De forma a garantir o princípio da isonomia, exige‑se que
as propostas, até a sua respectiva abertura, sejam sigilosas,
Finalidades pois poderia deixar em posição vantajosa o concorrente que
disponha de tal informação, sendo que constitui crime (de-
Garantir a observância do princípio da isonomia; tenção, de 2 a 3 anos, e multa) devassar o sigilo de proposta
Selecionar a proposta mais vantajosa para a Adminis- apresentada em procedimento licitatório ou proporcionar a
tração; terceiro o ensejo de devassá‑lo (art. 3º, § 3º, e art. 94 da Lei
nº 8.666/1993).
Promover o desenvolvimento nacional sustentável;
Mostrar a eficiência e a moralidade nos negócios Vinculação ao instrumento convocatório
administrativos. Impõe à Administração o cumprimento de todas as nor-
mas e condições que haja previamente estabelecido no edital
Princípios a Serem Observados na Licitação ou carta convite (art. 41 da Lei nº 8.666/1993).

Julgamento objetivo
• Gerais Significa que os critérios e fatores seletivos indicados no
edital devem ser observados pela comissão de licitação ou
Legalidade pelo responsável pelo convite, evitando‑se qualquer surpresa
O princípio da legalidade, dentro da licitação, impõe ao para seus participantes. Visa afastar o discricionarismo na
administrador a fiel observância dos procedimentos estabe- escolha das propostas (art. 45, caput, da Lei nº 8.666/1993).
lecidos na Lei nº 8.666/1993.
Adjudicação compulsória
Impessoalidade Impede que a Administração, concluído o procedimento
Não deve haver fatores de natureza subjetiva ou pessoal licitatório, atribua seu objeto a outrem que não o legítimo
interferindo nos atos dos procedimentos licitatórios. vencedor, entretanto, não há direito subjetivo à adjudicação,
Noções de Direito Administrativo

podendo a Administração revogar motivadamente o procedi-


Moralidade mento a qualquer momento, desde que haja finalidade pública.
Significa que o procedimento licitatório deve pautar‑se em
padrões éticos, impondo ao administrador comportamento Objeto da Licitação
legal e honesto, no exercício da atividade administrativa.
O objeto da licitação é a execução de obras, a prestação
de serviços, o fornecimento de bens para atendimento de
Publicidade necessidades públicas, as alienações e locações da Adminis-
Para garantir a transparência da atuação administrativa tração Pública, que, quando contratadas com terceiros, serão
os atos da licitação devem ser públicos, excetuando‑se dessa necessariamente precedidas de licitação (art. 2º).
regra apenas o conteúdo das propostas, até a sua respectiva
abertura. Abrange, por exemplo, os avisos de sua abertura Responsáveis pela Licitação
até a publicação do edital e seus anexos e o exame da do-
cumentação e das propostas pelos interessados sempre em Consideram‑se responsáveis pela licitação os agentes
ato público (arts. 3º, 16, 21 e 44). públicos designados pela autoridade competente, mediante

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
ato administrativo próprio (portaria), para integrar a comis- Requisitos para a Licitação
são de licitação, ser pregoeiro ou para realizar licitação na
modalidade convite, com a função de receber, examinar e Obras e Serviços
julgar os documentos referentes à licitação.
É constituída por, no mínimo, três membros, sendo pelo São requisitos vinculados, ou seja, não podem faltar, pois
menos dois deles servidores qualificados, pertencentes acarretaria a nulidade dos atos e contratos realizados, e a
aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsabilidade dos envolvidos (art. 7º, §§ 2º e 6º):
responsáveis pela licitação, sendo que, no caso de convite,
a comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas
unidades administrativas e em face da falta de pessoal dis- • existência de projeto básico;
ponível, poderá ser substituída por servidor formalmente • existência de orçamento detalhado;
designado pela autoridade competente (art. 51).
A comissão de licitação pode ser: • existência de Recursos Orçamentários;
• previsão no Plano Plurianual.
Permanente Quando a designação abranger a realização
de licitações por período determinado. Considera‑se obra: toda construção, reforma, fabricação,
Especial No caso de licitações específicas e nos casos recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou
de concurso. indireta (art. 6º, I).
Considera‑se serviço: toda atividade destinada a obter
A investidura dos membros das comissões permanentes determinada utilidade de interesse para a Administração,
não excederá a um ano. Quando da renovação da comissão tais como: demolição, conserto, instalação, montagem,
para o período subsequente, será possível apenas a recondu- operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção,
ção parcial desses membros, pois a lei proíbe a recondução transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos
em sua totalidade (art. 51, § 4º). técnico‑profissionais (art. 6º, II).
A comissão encarregada do julgamento dos pedidos de
inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancela- Compras
mento, será integrada por profissionais legalmente habilita-
dos no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamento Aqui, os quatro primeiros requisitos são vinculados, ou
(art. 51, § 2º). seja, são obrigatórios, sob pena de nulidade do ato e respon-
Os membros das Comissões de licitação respondem sabilidade de que lhe tiver dado causa, já os demais, sempre
solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, que possível, deverão ser observados (art. 15):
salvo se posição individual divergente estiver devidamente
fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em
que tiver sido tomada a decisão. • caracterização de seu objeto, sem indicação de marca;
• existência de recursos orçamentários;
Formas de Execução dos Serviços • a definição das unidades e das quantidades a serem ad-
quiridas em função do consumo e utilização prováveis;
Execução Direta • as condições de guarda e armazenamento que não
permitam a deterioração do material;
É a feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos
• atender ao princípio da padronização;
próprios meios (art. 6º, VII).
• ser processadas por meio de sistema de registro de
Execução Indireta preços;
• submeter‑se às condições de aquisição e pagamento
É a que o órgão ou entidade contrata com terceiros semelhantes às do setor privado;
(art. 6º, VIII). • ser subdivididas em tantas parcelas quantas neces-
sárias para aproveitar as peculiaridades do mercado,
Regimes que Podem ser Utilizados na Execução Indireta visando economicidade;
• balizar‑se pelos preços praticados no âmbito dos
Empreitada Quando se contrata a execução da obra ou órgãos e entidades da Administração Pública.
por preço do serviço por preço certo e total (art. 6º,
Noções de Direito Administrativo

global VIII, a). Considera‑se compra: toda aquisição remunerada de


Empreitada Quando se contrata a execução da obra ou bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente
por preço do serviço por preço certo de unidades de- (art. 6º, III).
unitário terminadas (art. 6º, VIII, b).
Tarefa Quando se ajusta mão de obra para peque- Licitante
nos trabalhos por preço certo, com ou sem
fornecimento de materiais (art. 6º, VIII, d). É quem se habilitou e participa do procedimento licitatório,
atendendo ao ato da convocação (Edital ou Carta‑convite).
Empreitada Quando se contrata um empreendimento
integral em sua integralidade, compreendendo todas
Não Podem ser Licitantes – Art. 9º
as etapas das obras, serviços e instalações
• O autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física
necessárias, sob inteira responsabilidade da
ou jurídica.
contratada até a sua entrega ao contratan-
• A empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável
te em condições de entrada em operação
pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da
(art. 6º, VIII, e). qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital I – não seja proprietário de imóvel rural;
com direito a voto ou controlador, responsável técnico II – comprove a morada permanente e cultura
ou subcontratado. efetiva, pelo prazo mínimo de 01 (um) ano.
• Servidor, dirigente de órgão ou entidade contratante § 1º A legitimação da posse de que trata o pre-
ou responsável pela licitação. sente artigo consistirá no fornecimento de uma
• Os membros da Comissão de Licitação. Licença de Ocupação, pelo prazo mínimo de
mais 4 (quatro) anos, findo o qual o ocupan­te
terá a preferência para aquisição do lote, pelo
Contratação Direta (Exceção à Regra que é Licitar) valor histórico da terra nua, satisfeitos os requi-
sitos de morada permanente e cultura efetiva e
A regra é licitar, porém existem casos em que a Admi-
comprovada a sua capacidade para desenvolver
nistração se vê impossibilitada de fazê‑la, seja pela demora a área ocupada;
do procedimento licitatório que poderia causar um prejuízo
para o interesse público, seja pela inviabilidade do procedi- h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão
mento, ou por que a lei determina que não haja a licitação. de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
São três, os casos: bens imóveis de uso comercial de âmbito local com
área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros
Licitação Dispensada quadrados) e inseridos no âmbito de programas de
regularização fundiária de interesse social desenvolvi-
A própria lei ordena (é vinculado) que não haja o proce- dos por órgãos ou entidades da Administração Pública;
dimento licitatório. São para casos específicos de alienação i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita
(venda) de Bens Públicos (art. 17). ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do
Incra, onde incidam ocupações até o limite de quinze
Quando o Bem a Ser Alienado for Imóvel módulos fiscais e não superiores a 1.500ha (mil e qui-
Quando o bem a ser alienado for imóvel, a licitação será nhentos hectares), para fins de regularização fundiária,
dispensada nos seguintes casos: atendidos os requisitos legais.
a) dação em pagamento; A Administração também poderá conceder título de
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão propriedade ou de direito real de uso de imóveis,
ou entidade da Administração Pública, de qualquer dispensada licitação, quando o uso destinar‑se (art.
esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas 17, § 2º):
f, h e i; – a outro órgão ou entidade da Administração Públi-
c) permuta, por outro imóvel cuja necessidade de ca, qualquer que seja a localização do imóvel;
instalação e localização satisfaça o atendimento das – a pessoa natural que, nos termos da lei, de regula-
finalidades precípuas da administração; mento ou de ato normativo do órgão competente,
d) investidura. Considera‑se investidura para os fins desta haja implementado os requisitos mínimos de cultu-
lei (art. 17, § 3º): ra, ocupação mansa e pacífica e exploração direta
– a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros sobre área rural limitada a quinze módulos fiscais,
de área remanescente ou resultante de obra públi- desde que não exceda a 1.500ha (mil e quinhentos
ca, se esta se tornar inaproveitável isoladamente; hectares).
– a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou,
na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para Quando o Bem a ser Alienado for Móvel
fins residenciais construídos em núcleos urbanos Quando o bem a ser alienado for móvel, a licitação será
anexos a usinas hidrelétricas, desde que conside- dispensada nos seguintes casos:
rados dispensáveis na fase de operação dessas a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de
unidades e não integrem a categoria de bens interesse social;
reversíveis ao final da concessão. b) permuta permitida exclusivamente entre órgãos ou
e) venda a outro órgão ou entidade da administração entidades da Administração Pública;
pública, de qualquer esfera de governo; c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa;
d) venda de títulos;
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão
e) venda de bens produzidos ou comercializados por
de direito real de uso, locação ou permissão de uso
órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude
de bens imóveis residenciais construídos, destinados
de suas finalidades;
ou efetivamente utilizados no âmbito de programas f) venda de materiais e equipamentos para outros ór-
habitacionais ou de regularização fundiária de inte- gãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização
Noções de Direito Administrativo

resse social desenvolvidos por órgãos ou entidades previsível por quem deles dispõe.
da administração pública;
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata Licitação Dispensável
o art. 29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezembro de 1976,
mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Admi- Na licitação dispensável existe a possibilidade de com-
nistração Pública em cuja competência legal inclua-se petição que justifique a licitação, mas não é obrigatória
tal atribuição; (discricionário), de modo que a lei faculta ao administrador
que use o seu juízo de oportunidade e conveniência ao avaliar
Veja o que diz o art. 29 da Lei nº 6.383/1976: se deverá dispensar ou não a licitação. São casos em que o
interesse público poderia ser prejudicado pela demora no
O ocupante de terras públicas, que as tenha procedimento ou em razão de seu valor.
tornado produtivas com o seu trabalho e o de A dispensa deverá ser justificada (princípio da motiva-
sua família, fará jus à legitimação da posse de ção), e comunicada dentro de três dias a autoridade superior,
área contínua até 100 (cem) hectares, desde que para publicação na imprensa oficial, no prazo de cinco dias,
preencha os seguintes requisitos: como condição para eficácia dos atos (art. 26, caput).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Exige‑se, ainda, no que couber, a instrução do processo documentação ou de outras propostas escoimadas das
com a caracterização da situação emergencial ou calamitosa causas que as inabilitaram ou desclassificaram, facul-
que justifique a dispensa, a razão da escolha do fornecedor tada, no caso de convite, a redução deste prazo para
ou executante, a justificativa do preço e o documento de três dias úteis. Persistindo a situação, será admitida
aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor
alocados (art. 26, parágrafo único). não superior ao constante do registro de preços, ou
A Lei nº 9.784/1999 em seu art. 50, III, dispõe que: “Os dos serviços (art. 24, VII). É CONHECIDA NA DOUTRINA
atos administrativos devem ser motivados, com indicação COMO LICITAÇÃO FRACASSADA (art. 48, § 3º).
dos fatos e fundamentos jurídicos quando dispensar o pro- • Para a aquisição, por pessoa jurídica de Direito Público
cesso licitatório”. Interno, de bens produzidos ou serviços prestados por
Os casos de licitação dispensável são taxativos, ou seja, es- órgão ou entidade que integre a Administração Pública
tão todos expressos no art. 24, de modo que o Administrador e que tenha sido criado para esse fim específico em
está impedido de dispensar a licitação fora dos casos previstos. data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mer-
Casos em que a Licitação é Dispensável cado (art. 24, VIII).
• Para obras e serviços de engenharia de valor até 10%
(dez por cento) do limite previsto na modalidade convite
(R$ 150.000,00), ou seja, até R$ 15.000,00 (art. 24, I). Atenção:
O limite temporal previsto neste inciso não se aplica
aos órgãos ou entidades que produzem produtos es-
Atenção! tratégicos para o SUS. Conforme Portaria nº 3.089, de
Quando as obras e serviços forem contratados por 11 de dezembro de 2013, os produtos estratégicos para
consórcios públicos, sociedade de economia mista, o SUS são classificados em 2 (dois) segmentos: I - Seg-
empresa pública e por autarquia ou fundação qua- mento Farmacêutico; e II - Segmento de Produtos para
lificadas, na forma da lei, como Agências Exe­cutivas, a Saúde e Dispositivos em Geral de Apoio à Saúde. O
o limite é de 20% do previsto na modalidade convite Segmento Farmacêutico é composto por produtos que
(R$ 150.000,00), ou seja, até R$ 30.000,00 (art. 24, atendem aos critérios de alta significação social, tais
§ 1º). como as doenças negligenciadas, os de alto valor tec-
nológico e econômico e os produtos biotecnológicos.
• Para outros serviços e compras de valor até 10% Já o Segmento de Produtos para a Saúde e Dispositivos
do limite previsto na modalidade carta‑convite em Geral de Apoio à Saúde é composto por produtos
(R$ 80.000,00), ou seja, até R$ 8.000,00 (art. 24, II). que atendem aos critérios de alta significação social,
tais como as doenças negligenciadas, os de alto valor
tecnológico e econômico. Importante ressaltar que,
Atenção! anualmente, o Ministério da Saúde publica uma lista
Quando as compras e outros serviços forem con- de produtos estratégicos para o ano subsequente.
tratados por consórcios públicos, sociedade de
economia mista, empresa pública e por autarquia • Quando houver possibilidade de comprometimento
ou fundação qualificadas, na forma da lei, como da segurança nacional, nos casos estabelecidos em
Agências Executivas, o limite é de 20% do previsto Decreto, do Presidente da República, ouvido o Conse-
na modalidade convite (R$ 80.000,00), ou seja, até lho de Defesa Nacional (art. 24, IX).
R$ 16.000,00 (art. 24, § 1º). • Para a compra ou locação de imóvel destinado ao
atendimento das finalidades precípuas da Adminis-
• Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem tração, cujas necessidades de instalação e localização
(art. 24, III). condicionem a sua escolha, desde que o preço seja
• Nos casos de emergência ou de calamidade pública, compatível com o valor de mercado, segundo avaliação
quando caracterizada urgência de atendimento de prévia (art. 24, X).
situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer
• Na contratação de remanescente de obra, serviço ou
a segurança de pessoas, obras, serviços, públicos ou
fornecimento, em consequência de rescisão contratual,
particulares, e somente para os bens necessários ao
desde que atendida a ordem de classificação da licita-
atendimento da situação emergencial ou calamitosa
e para as parcelas de obras e serviços que possam ção anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas
ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oi- pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço,
tenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da devidamente corrigido (art. 24, XI).
ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a • Nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêne-
Noções de Direito Administrativo

prorrogação dos respectivos contratos (art. 24, IV). ros perecíveis, no tempo necessário para a realização
• Quando não acudirem interessados à licitação anterior dos processos licitatórios correspondentes, realizadas
e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem diretamente com base no preço do dia (art. 24, XII).
prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, • Na contratação de instituição brasileira incumbida re-
todas as condições preestabelecidas (art. 24, V). É CO- gimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino
NHECIDA NA DOUTRINA COMO LICITAÇÃO DESERTA. ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição
• Quando a União tiver que intervir no domínio econômi- dedicada à recuperação social do preso, desde que a
co para regular preços ou normalizar o abastecimento contratada detenha inquestionável reputação ético‑pro-
(art. 24, VI). fissional e não tenha fins lucrativos (art. 24, XIII).
• Quando as propostas apresentarem preços manifes- • Para a aquisição de bens ou serviços nos termos de
tamente superiores ou incompatíveis aos praticados acordo internacional específico aprovado pelo Congresso
no mercado nacional ou forem incompatíveis com Nacional, quando as condições ofertadas forem manifes-
os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos tamente vantajosas para o Poder Público (art. 24, XIV).
em que, a Administração poderá fixar aos licitantes o • Para a aquisição ou restauração de obras de arte e
prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova objetos históricos, de autenticidade certificada, desde

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão • Na celebração de contrato de programa com ente da Fe-
ou entidade (art. 24, XV). deração ou com entidade de sua administração indireta,
• Para a impressão dos diários oficiais, de formulários para a prestação de serviços públicos de forma associada
padronizados de uso da administração, e de edições téc- nos termos do autorizado em contrato de consórcio
nicas oficiais, bem como para prestação de serviços de público ou em convênio de cooperação (art. 24, XXVI).
informática a pessoa jurídica de direito público interno, • Na contratação da coleta, processamento e comer-
por órgãos ou entidades que integrem a Administração cialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou
Pública, criados para esse fim específico (art. 24, XVI). reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva
• Para a aquisição de componentes ou peças de origem de lixo, efetuados por associações ou cooperativas for-
nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de madas exclusivamente por pessoas físicas de baixa ren-
equipamentos durante o período de garantia técnica, da reconhecidas pelo poder público como catadores
junto ao fornecedor original desses equipamentos, de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
quando tal condição de exclusividade for indispensável compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de
para a vigência da garantia (art. 24, XVII). saúde pública (art. 24, XXVII).
• Nas compras ou contratações de serviços para o abas- • Para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou
tecimento de navios, embarcações, unidades aéreas prestados no País, que envolvam, cumulativamente,
ou tropas e seus meios de deslocamento quando em alta complexidade tecnológica e defesa nacional, me-
estada eventual de curta duração em portos, aeropor- diante parecer de comissão especialmente designada
tos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo pela autoridade máxima do órgão (art. 24, XXVIII).
de movimentação operacional ou de adestramento, • Na aquisição de bens e contratação de serviços para
quando a exiguidade dos prazos legais puder compro- atender aos contingentes militares das Forças Singu-
meter a normalidade e os propósitos das operações lares brasileiras empregadas em operações de paz no
e desde que seu valor não exceda ao limite previsto exterior, necessariamente justicadas quanto ao preço
na alínea a do inciso II do art. 23 desta lei, ou seja, até e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas
pelo Comandante da Força (art.24, XXIX).
R$ 80.000,00 (art. 24, XVIII).
• Na contratação de instituição ou organização, pública
• Para as compras de material de uso pelas Forças Ar-
ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a presta-
madas, com exceção de materiais de uso pessoal e
ção de serviços de assistência técnica e extensão rural
administrativo, quando houver necessidade de manter a no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma
dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer Agrária, instituído por lei federal (art. 24, XXX).
de comissão instituída por decreto (art. 24, XIX). • Nas contratações visando ao cumprimento do dispos-
• Na contratação de associação de portadores de to nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de
deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada dezembro de 2004, observados os princípios gerais de
idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração contratação dela constantes (art. 24, XXXI).
Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento • Na contratação em que houver transferência de tec-
de mão de obra, desde que o preço contratado seja nologia de produtos estratégicos para o Sistema Único
compatível com o praticado no mercado (art. 24, XX). de Saúde – SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de
• Para a aquisição ou contratação de produto para pes- setembro de 1990, conforme elencados em ato da
quisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aqui-
e serviços de engenharia, a R$ 300.000,00 (Trezentos sição destes produtos durante as etapas de absorção
mil reais) (art. 24, XXI). tecnológica (art. 24, XXXII).
• Na contratação de entidades privadas sem fins lucra-
Atenção: tivos, para a implementação de cisternas ou outras
A documentação relativa à habilitação jurídica, à re- tecnologias sociais de acesso à água para consumo
gularidade fiscal e trabalhista, à qualificação técnica humano e produção de alimentos, para beneficiar as
e econômica-financeira poderá ser dispensada, nos famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou
termos de regulamento, no todo ou em parte, para falta regular de água (art. 24, XXXIII).
a contratação de produto para pesquisa e desen- • Para a aquisição por pessoa jurídica de direito público
volvimento, desde que para pronta entrega ou até interno de insumos estratégicos para a saúde produ-
o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). zidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou
estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão
da administração pública direta, sua autarquia ou
• Na contratação de fornecimento ou suprimento de
fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão,
energia elétrica e gás natural com concessionário,
Noções de Direito Administrativo

desenvolvimento institucional, científico e tecnológico


permissionário ou autorizado, segundo as normas da e estímulo à inovação, inclusive na gestão administra-
legislação específica (art. 24, XXII). tiva e financeira necessária à execução desses proje-
• Na contratação realizada por empresa pública ou socieda- tos, ou em parcerias que envolvam transferência de
de de economia mista com suas subsidiárias e controla- tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema
das, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou Único de Saúde – SUS, e que tenha sido criada para
obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja esse fim específico em data anterior à vigência desta
compatível com o praticado no mercado (art. 24, XXIII). Lei, desde que o preço contratado seja compatível com
• Para a celebração de contratos de prestação de serviços o praticado no mercado (art. 24, XXXIV).
com as organizações sociais, qualificadas no âmbito
das respectivas esferas de governo, para atividades Importante ressaltar que, caso fique comprovado em
contempladas no contrato de gestão (art. 24, XIV). um processo de dispensa de licitação que houve superfa-
• Na contratação realizada por Instituição Científica e Tec- turamento na contratação, responderá solidariamente pelo
nológica – ICT ou por agência de fomento para a transfe- dano causado à Fazenda Pública, tanto o fornecedor ou o
rência de tecnologia e para o licenciamento de direito de prestador de serviços, quanto o agente público responsável,
uso ou de exploração de criação protegida (art. 24, XXV). sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Inexigibilidade de Licitação Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, com- Detenção de
binação ou qualquer outro expediente, 2 a 4 anos.
Quando houver impossibilidade jurídica de competição, o caráter competitivo do procedimento
quer pela natureza do objeto a ser licitado ou pelo objetivo a licitatório, com o intuito de obter, para si
ser alcançado pela Administração, estaremos diante de um ou para outrem, vantagem decorrente da
caso de inexigibilidade de licitação. adjudicação do objeto da licitação (art. 90).
Assim como na licitação dispensável, a inexigibilidade
também deverá ser justificada e comunicada, dentro de três Patrocinar, direta ou indiretamente, inte- Detenção de
dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na resse privado perante a Administração, 6 meses a 2
imprensa oficial, no prazo de cinco dias, como condição para dando causa à instauração de licitação ou anos
eficácia dos atos (art. 26, caput). à celebração de contrato, cuja invalidação
A Lei nº 9.784/1999, em seu art. 50, III, dispõe que: “os vier a ser decretada pelo Poder Judiciário
atos administrativos devem ser motivados, com indicação (art. 91).
dos fatos e fundamentos jurídicos quando declarem a ine- Impedir, perturbar ou fraudar a realização Detenção de
xigibilidade de processo licitatório”. de qualquer ato de procedimento licitató- 6 meses a 2
Os casos de licitação inexigível constituem um rol exem‑ rio (art. 93). anos
plificativo, o que quer dizer que podem existir outros.
Devassar o sigilo de proposta apresentada Detenção de
em procedimento licitatório, ou propor- 2 a 3 anos
Casos Especiais em que a Licitação é Inexigível
• Para aquisição de materiais, equipamentos; ou gêneros cionar a terceiro o ensejo de devassá‑lo
que só possam ser fornecidos por produtor, empresa (art. 94).
ou representante comercial exclusivo (art. 25, I). Afastar ou procurar afastar licitante, por Detenção de
Nesse caso a comprovação de exclusividade deve ser feita meio de violência, grave ameaça, fraude 2 a 4 anos
por meio de atestado fornecido pelo órgão de registro do ou oferecimento de vantagem de qualquer
comércio do local em que se realizará a licitação ou a obra tipo, além da pena correspondente à vio-
ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação lência, incorrendo na mesma pena quem
Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes. se abstém ou desiste de licitar, em razão
• Para a contratação de serviços técnicos de natureza da vantagem oferecida (art. 95).
singular, com profissionais ou empresas de notória Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, Detenção de
especialização, vedada a inexigibilidade para serviços licitação instaurada para aquisição ou ven- 3 a 6 anos
de publicidade e divulgação (art. 25, II). da de bens ou mercadorias, ou contrato
Considera‑se notória especialização o profissional ou a dela decorrente (art. 96).
empresa cujo conceito, no campo de sua especialidade,
decorrente de desempenho anterior, estudos, expe- Admitir à licitação ou celebrar contrato Detenção de 6
riências, publicações, organização, aparelhamento, com empresa ou profissional declarado meses a
equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados inidôneo, incidindo na mesma pena aquele 2 anos
com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho que, declarado inidôneo, venha a licitar ou
é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à a contratar com a Administração (art. 97).
plena satisfação do objeto do contrato (art. 25, § 1º).
• Para contratação de profissional de qualquer setor Para todos os crimes previstos anteriormente, além da san-
artístico, diretamente ou por meio de empresário ção penal, aplica‑se multa em quantia fixada na sentença, cuja
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especia- base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida
lizada ou pela opinião pública (art. 25, III). ou potencialmente auferível pelo agente, não podendo ser in-
ferior a 2%, nem superior a 5% do valor do contrato licitado ou
Por fim, vale ressaltar que assim como nos casos de celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação (art. 99).
dispensa de licitação, se restar comprovado que houve su- Respondem ainda solidariamente pelo dano causado à
perfaturamento em contratação realizada pelo processo de Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador do serviço e o
inexigibilidade, responderá solidariamente pelo dano causa- agente público responsável pelo procedimento da dispensa
do à Fazenda Pública, tanto o fornecedor ou o prestador de e da inexigibilidade, se for comprovado superfaturamento
serviços, quanto o agente público responsável, sem prejuízo (art. 25, § 2º).
de outras sanções legais cabíveis. Os agentes administrativos que praticarem atos em de-
sacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os
Sanções Aplicáveis a Quem Dispensar ou Inexigir objetivos da licitação sujeitam‑se às sanções previstas nesta
Licitação Fora das Hipóteses Previstas na Lei, lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das respon-
Noções de Direito Administrativo

Deixar de Observar suas Formalidades ou der sabilidades civil e criminal que seu ato ensejar (art. 82). Se
os autores forem ocupantes de cargo em comissão ou de
Causa a Qualquer Irregularidade no Procedimento função de confiança, a pena imposta será acrescida da terça
Licitatório parte (art. 84, § 2º).
Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente
Crime Pena tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores pú-
Dispensar ou inexigir licitação fora das Detenção de blicos, além das sanções penais, à perda do cargo, emprego,
hipóteses previstas em lei, ou deixar de 3 a 5 anos função ou mandato eletivo (art. 83).
observar suas as formalidades (art. 89). Todos os crimes previstos nessa lei são de ação penal
Incorre na mesma pena, aquele que, tendo pública incondicionada a ser promovida pelo Ministério Pú-
comprovadamente concorrido para a con- blico, mas qualquer pessoa poderá provocar a sua iniciativa,
sumação da ilegalidade, beneficiou‑se da fornecendo‑lhe, por escrito ou verbalmente (caso em que
dispensa ou da inexigibilidade ilegal, para deverá ser reduzida a termo), informações sobre o fato e a
celebrar contrato com o Poder Público sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a
(art. 89, parágrafo único). ocorrência (arts. 100 e 101).

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Procedimentos/Fases da Licitação • no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quan-
do se tratar, respectivamente, de licitação feita por
Formalização órgão ou entidade da Administração Pública Estadual
ou Municipal, ou do Distrito Federal;
O procedimento será iniciado com a abertura de processo • em jornal diário de grande circulação no Estado e tam-
administrativo, devidamente autuado, protocolado e nume- bém, se houver, em jornal de circulação no Município
rado, contendo a autorização para o certame, a indicação ou na região onde será realizada a obra, prestado o ser-
viço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa
ainda a Administração, conforme o vulto da licitação,
(art. 38), e ao qual serão juntados oportunamente o edital
utilizar‑se de outros meios de divulgação para ampliar
ou convite e seus respectivos anexos, os comprovantes de a área de competição.
sua publicação, o ato de designação da comissão de licita-
ção, do leiloeiro ou do responsável pelo convite, o original
O aviso com o resumo do convite geralmente é colocado
das propostas e dos documentos que as instruírem, atas,
na portaria do órgão que irá realizá‑lo.
relatórios e deliberações da Comissão julgadora, pareceres,
A lei veda que sejam cobradas, a título de taxas ou emolu-
atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homolo-
mentos, importância superior ao custo efetivo da reprodução
gação, recursos, se houver, despachos, termo de contrato ou gráfica da documentação fornecida (art. 32, § 5º).
equivalente, e outros que se fizerem necessário.
O prazo mínimo exigido pela lei, quando da publicação
Possui duas fases: a interna e a externa. até o recebimento das propostas ou da realização do evento
é de (art. 21, § 2º):
Fase Interna
É a elaboração do Edital. O edital é feito pela Adminis-
tração para levar ao conhecimento do público o seu propó- 45 dias para a Concorrência, para o Concurso.
quando o contrato a ser
sito de licitar um objeto determinado. Em seu preâmbulo
celebrado contemplar:
conterá o nome da repartição interessada e de seu setor, • o regime de empreita-
a modalidade, o regime de sua execução, o tipo de licitação, da integral;
a menção de que será regida por essa lei, o local, dia e hora • ou quando a licitação for
para recebimento da documentação e proposta, bem como do tipo “melhor técnica”
para início da abertura dos envelopes, com indicação obri- ou “técnica e preço”.
gatória dos seguintes requisitos, todos constantes no art. 40
30 dias para a Concorrência, nos para a Tomada de preços:
da Lei nº 8.666/1993:
casos em que o contrato a • Quando a licitação
• o objeto da licitação; ser celebrado contemplar: for do tipo “melhor
• os prazos e condições para assinatura do contrato ou • o regime de empreita- técnica” ou “técnica e
retirada do instrumento equivalente para execução do da por preço unitário, preço”.
contrato e para entrega do objeto da licitação; empreitada por preço
• as sanções para o caso de inadimplemento; global ou tarefa;
• o local onde poderá ser examinado e adquirido o pro- • ou quando a licitação
jeto básico e o executivo, este último, se houver; for do tipo “menor pre-
• as condições para participação na licitação; ço” ou “maior lance ou
• os critérios para julgamento; oferta”.
• os locais, horários e códigos de acesso dos meios de 15 dias para o Leilão. para a Tomada de preços:
comunicação à distância em que serão fornecidos • Quando a licitação for
elementos, informações e esclarecimentos relativos do tipo “menor preço”
à licitação; ou “maior lance ou
• as condições de pagamento; oferta”.
• os critérios de aceitabilidade dos preços unitário e 5 dias para o Convite. _________________
global, conforme o caso; úteis
• o critério de reajuste; 8 dias para o Pregão presencial _________________
• os limites para pagamento de instalação e mobilização úteis ou eletrônico.
para execução de obras ou serviços;
• as instruções e normas para os recursos; O edital é a lei interna da licitação. A Administração não
• as condições de recebimento do objeto da lici­tação; pode descumprir as normas e condições nele expressas
(art. 41).
Noções de Direito Administrativo

• outras indicações específicas ou peculiares da licitação.


Se, por fato superveniente, for necessária alguma alteração,
ela deverá divulgar a modificação pela mesma forma em que
Fase Externa
se deu o texto original e reabrir o prazo estabelecido no início
A fase externa começa com a publicação do edital. se a alteração afetar a formulação da proposta (art. 21, § 4º).
Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, O licitante pode, antes da abertura dos envelopes de
das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, devem habilitação, apontar falhas ou irregularidades que viciariam
conter a indicação do local em que o interessado poderá ler e o edital, sem que isso represente causa de impedimento de
obter o texto integral do edital e todas as informações sobre sua participação no certame, até a decisão administrativa final
a licitação (art. 21, § 1º) e ser publicados com antecedência, sobre a questão, entretanto, se não o impugnar até o segundo
e no mínimo, por uma vez (art. 21): dia útil que antecede a abertura dos envelopes de habilitação
• no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação na concorrência e a abertura dos envelopes com a proposta
feita por órgão ou entidade da Administração Pública no convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização
Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas do leilão, decaíra o seu direito de impugná‑lo (art. 21, § 2º).
parcial ou totalmente com recursos federais ou garan- Para garantir ampla fiscalização quanto ao seu conteú­do,
tidas por instituições federais; é dado, também, a qualquer cidadão, impugnar edital de licita-

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
ção por irregularidade na aplicação da lei, devendo protocolar comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que rece-
o pedido até 5 dias úteis antes da data fixada para a abertura beu os documentos e das condições locais para o cumpri-
dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar mento das obrigações objeto da licitação;
e responder à impugnação em até 3 dias úteis (art. 41, § 1º). prova de atendimento de requisitos previstos em lei espe-
cial, quando for o caso.
Habilitação – Art. 27
É a fase do procedimento em que a Administração verifica A documentação relativa à qualificação econômico‑fi-
as condições dos licitantes para celebrar e executar o futuro nanceira limitar‑se‑á a (art. 31):
contrato. As exigências não podem ultrapassar os limites da
razoabilidade e estabelecer cláusulas desnecessárias e res-
tritivas ao caráter competitivo. Devem restringir‑se apenas balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último
ao necessário para cumprimento do objeto licitado. exercício social, que comprovem a boa situação financeira
No convite, leilão e concurso não existe a habilitação. da empresa;
Na Tomada de Preços, o interessado que não tiver ca- certidão negativa de falência ou concordata ou de execução
dastro pode se cadastrar até o terceiro dia anterior à data patrimonial;
do recebimento das propostas (art. 22, § 2º). Vale observar
que na Tomada de Preços é obrigatório o cadastro, o que não exigência de garantia (caução em dinheiro ou títulos da
ocorre, por exemplo, com a concorrência, pois nela existe dívida pública, seguro garantia ou fiança bancária) limitada
uma fase preliminar de habilitação. a 1% do valor estimado do objeto da contratação;
A abertura dos envelopes, contendo a habilitação, é feita nas compras para entrega futura e na execução de obras
em ato público, podendo ser apresentados em original, por e serviços, a Administração poderá estabelecer, no ins-
qualquer processo de cópia autenticada por cartório com-
trumento convocatório da licitação, a exigência de capital
petente ou por servidor da Administração ou publicação em
órgão da imprensa oficial. mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, não excedente
Nessa fase, são abertos os envelopes contendo os docu- a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação;
mentos relativos à habilitação jurídica, qualificação técnica, poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos
qualificação econômico‑financeira, regularidade fiscal e o assumidos pelo licitante que importem diminuição da capa-
cumprimento do disposto no art. 7º, XXXIII, da CF, sendo que cidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira,
todos deverão ser rubricados pelos licitantes e pela Comissão calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado
de licitação, dando validade às respectivas documentações. e sua capacidade de rotação.
É facultado ao licitante substituir os documentos neces-
sários à sua habilitação, por registro cadastral emitido por
órgão ou entidade pública, e desde que esteja previsto no O cumprimento do disposto no art. 7º, XXXIII, da CF,
edital tal substituição, obrigando‑se, entretanto, a declarar impõe que o licitante declare que não emprega em trabalho
a superveniência de fato impeditivo da habilitação, sob pena noturno, insalubre ou perigoso, menores de 18 anos e, em
de ser responsabilizado penalmente (art. 32, §§ 2º e 3º). qualquer trabalho, menores de 16 anos, salvo na condição
A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme de aprendiz, a partir dos 14 anos.
o caso, consistirá em (art. 28): Se todos os documentos atenderem às exigências legais,
os licitantes serão considerados habilitados.
Os concorrentes inabilitados perderão o direito de par-
cédula de identidade; ticipar das fases subsequentes (art. 41, § 4º).
registro comercial, no caso de empresa individual; Caso algum licitante inabilitado interponha recurso, este
ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor; terá efeito suspensivo, ou seja, a sessão só deverá continuar
inscrição do ato constitutivo (no caso de sociedades civis) após o seu julgamento (art. 109, § 2º).
acompanhada de prova de diretoria em exercício; O prazo para interpor recurso é de cinco dias úteis a con-
decreto de autorização, em se tratando de empresa ou tar da lavratura da ata, podendo a autoridade que praticou
sociedade estrangeira e ato de registro ou autorização o ato reconsiderar a sua decisão em cinco dias úteis e não a
para funcionamento. reconsiderando submetê‑lo a autoridade superior para que
profira a decisão no prazo de cinco dias úteis, contado do
A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme recebimento do recurso (art. 109, I e § 4º).
o caso, consistirá em (art. 29): Caso não haja recurso ou após o seu indeferimento,
os envelopes contendo as propostas dos licitantes inabilita-
dos serão devolvidos (art. 43, II).
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Ca- Se todos os licitantes forem inabilitados, a Adminis-
Noções de Direito Administrativo

dastro Geral de Contribuintes (CGC); tração poderá conceder o prazo de oito dias úteis para a
inscrição no Cadastro de Contribuintes Estadual ou Muni- apresentação de nova documentação, facultada, no caso do
cipal, se houver; convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Licitação
regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Fracassada – art. 48, § 3º).
Municipal; Após a fase de habilitação, não cabe desistência de pro-
regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de posta, salvo motivo justo decorrente de fato superveniente
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). e aceito pela Comissão (art. 43, § 6º).
A documentação relativa à qualificação técnica limi- Classificação e Julgamento
tar‑se‑á a (art. 30): É a fase em que a comissão, em ato público, abre os envelo-
pes contendo as propostas dos licitantes habilitados e verifica
registro ou inscrição na entidade profissional competente; se o teor de cada proposta atende aos requisitos do edital ou
comprovação de aptidão para desempenho de atividade do instrumento convocatório. É neste momento que é verifi-
pertinente e compatível e indicação das instalações e do cado se o preço ofertado está acima do limite legal previsto
aparelhamento e do pessoal técnico; para a modalidade, se está adequado aos preços praticados

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no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda, produzidos ou prestados por empresas que comprovem
se está de acordo com o constante no sistema de registro de cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
preços, sendo que todas as propostas devem ser rubricadas pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
pelos licitantes presentes e pela Comissão (art. 43, IV). Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas
Não será admitida proposta que apresente preços simbó-
na legislação.
licos, irrisórios, ou de valor zero, incompatíveis com os preços
dos insumos e dos salários de mercado, ou seja, inexequí-
veis, exceto quando se referirem a materiais e instalações Permanecendo o empate entre duas ou mais empresas,
a classificação far‑se‑á, obrigatoriamente, por sorteio, em
pertencentes ao próprio licitante, para os quais ele renuncie
ato público, onde todos os licitantes serão convocados a
a parcela ou à totalidade da remuneração (art. 44, § 3º).
comparecer (art. 45, § 2º).
Ultrapassada a fase de habilitação dos licitantes e abertos Quando a licitação for do tipo “menor preço”, a classifi-
os envelopes com as propostas, não cabe desclassificá‑los cação dar‑se‑á pela ordem crescente dos preços propostos,
por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de e, em caso de empate, será decidido exclusivamente por
fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento sorteio (art. 45, § 3º).
(art. 43, § 5º). No caso do concurso, o julgamento é feito por uma co-
No julgamento das propostas, a comissão levará em missão especial, integrada por pessoas de reputação ilibada e
consideração os critérios objetivos definidos no edital ou reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores
convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios públicos ou não (art. 51,§ 5º).
estabelecidos pela lei (art. 44, caput). Após o julgamento, emerge o vencedor da licitação, ou
Se todos os licitantes forem desclassificados, a Admi- seja, aquele que foi classificado em primeiro lugar.
nistração poderá conceder o prazo de oito dias úteis para a
apresentação de nova documentação, facultada, no caso do Homologação
convite, a redução deste prazo para três dias úteis (Licitação É o ato pelo qual a autoridade competente, após exami-
Fracassada – art. 48, § 3º). nar todos os atos pertinentes ao seu desenvolvimento pode
Se houver recurso, aplicar‑se‑á o mesmo procedimento decidir de acordo com um das alternativas abaixo:
da habilitação, ou seja, a sessão será suspensa, até o seu
julgamento. O prazo para sua interposição é de cinco dias homologar a licitação, pois não se verificou nenhuma
úteis a contar da lavratura da ata, podendo a autoridade
irregularidade;
que praticou o ato reconsiderar a sua decisão em cinco dias
úteis e, não a reconsiderando, submetê‑lo à autoridade determinar o retorno dos autos à comissão de licitação
superior para que profira a decisão no prazo de cinco dias para correção de irregularidades sanáveis;
úteis, contado do recebimento do recurso (art. 109, I e § 4º). revogar a licitação por razões de interesse público, decorren-
Se todas as propostas forem classificadas, realiza‑se o te de fato superveniente devidamente comprovado, perti-
julgamento, no qual se confrontam as propostas classifica- nente e suficiente para justificar tal conduta (art. 49, caput);
das procedendo‑se à seleção daquela que se afigura mais
anular o processo, no todo ou em parte, se verificar a
vantajosa para a Administração.
Segundo o critério adotado no ato convocatório e para o ocorrência de ilegalidade (art. 49, § 1º).
fim de julgamento, os tipos de licitação para obras, serviços Quando a autoridade homologa o julgamento, confirma
e compras, exceto para o concurso, são os seguintes (art. 45): a validade da licitação e o interesse da Administração em
Menor preço – O critério de julgamento é o menor preço ver executada a obra ou o serviço, ou contratada a compra.
ofertado. A consequência jurídica da homologação é a adjudicação.
Melhor técnica – O parâmetro de julgamento é o ofere-
cimento de melhor técnica para executar o objeto do futuro Adjudicação
contrato. Esse tipo de licitação é destinado exclusivamente É o ato pelo qual a Administração, por meio da autoridade
para serviços de natureza predominantemente intelectual, competente para homologar, atribui ao vencedor o objeto
em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, da licitação.
supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em Trata‑se de ato vinculado, uma vez que a autoridade
geral e em particular para a elaboração de estudos técnicos competente para a aprovação do procedimento somente
preliminares, projetos básicos e executivos, exceto para a poderá deixar de efetuar a adjudicação por motivo de ile-
contratação de bens e serviços de informática, em que a galidade (anulação) ou interesse público decorrente de fato
modalidade obrigatória é a “técnica e preço”. superveniente (revogação).
Técnica e preço  – Por esse critério, a classificação e o Da adjudicação decorrem alguns efeitos:
julgamento se efetuam de acordo com a média ponderada
Noções de Direito Administrativo

(art. 46, § 2º) das valorizações técnicas e do preço ofertado, aquisição do direito de contratar: presume‑se que, se a
segundo pesos que deverão ser fixados no ato convocatório. Administração adjudicou, ela tem o interesse em contratar.
Maior lance ou oferta – O próprio nome já diz, o critério
Excetuando‑se os casos de anulação e revogação (art. 49);
é o maior lance ou a maior oferta. É utilizado nos casos de
alienação de bens ou concessão de direito real de uso. o impedimento de a Administração contratar o objeto
licitado com qualquer outro que não seja o adjudicatário,
Critérios de Desempate salvo se este não quiser (art. 50);
Em igualdade de condições, será assegura a preferência, vinculação do adjudicatário aos encargos, termos e con-
sucessivamente, aos bens e serviços (art. 3º, § 2º): dições fixados no edital.

produzidos no País; Feita a adjudicação, a Administração convocará o adju-


produzidos ou prestados por empresas brasileiras; dicatário para assinar o contrato, caso em que se este não
produzidos ou prestados por empresas que invistam em assinar no prazo e condições estabelecidos, perderá o direito
pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País; à contratação e ficará sujeito às penalidades previstas na
lei, sendo facultado à Administração convocar os licitantes

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remanescentes, na ordem de classificação, para fazê‑lo em e convidados em número mínimo de três pela unidade
igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primei- administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia
ro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de do instrumento convocatório e o estenderá aos demais
conformidade com o ato convocatório ou revogá‑la, indepen- cadastrados na correspondente especialidade que manifes-
dentemente das cominações prevista no art. 81. tarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da
Decorridos 60 dias da data da entrega das propostas, sem apresentação das propostas.
a convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados Admite‑se o convite nas licitações internacionais quando
dos compromissos assumidos (art. 64, § 3º). não houver fornecedor do bem ou serviço no país (art. 23,
§ 3º).
Modalidades de Licitação – Art. 22 No lugar do convite, pode ser utilizada a tomada de
preços e concorrência (art. 23, § 4º).
CONCORRÊNCIA
TOMADA DE PREÇOS • Valores que Exigem Convite
CONVITE
CONCURSO obras e serviços de engenharia até R$ 150.000,00.
LEILÃO compras e serviços até R$ 80.000,00
PREGÃO
Deliberações do TCU:
Concorrência
Não se obtendo o número legal mínimo de três pro-
Modalidade de licitação entre quaisquer interessados postas aptas à seleção, na licitação sob a modalidade
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem pos- Convite, impõe‑se a repetição do ato, com a convo-
suir os requisitos mínimos exigidos no edital para execução cação de outros possíveis interessados, ressalvadas
de seu objeto. Não há necessidade de cadastro prévio, pois as hipóteses previstas no parágrafo 7º, do art. 22, da
visa alcançar o maior número de interessados. Lei nº 8.666/1993. SÚMULA Nº 248.
A concorrência objetiva a celebração de contratos de Ao realizar licitações sob a modalidade de convite,
grande vulto por causa de seus valores que são os maiores, somente convide as empresas do ramo pertinente ao
mas há casos que, independentemente do valor do objeto a objeto licitado, conforme exigido pelo art. 22, § 3º, da
ser contratado, é obrigatório o seu uso, como, por exemplo, Lei nº 8.666/1993 e repita o certame quando não ob-
nas compras ou alienações de bens imóveis, nas concessões tiver três propostas válidas, ressalvadas as hipóteses
de direito real de uso, na concessão de serviços públicos e de limitação de mercado ou manifesto desinteresse
para licitações internacionais, nos casos em que não se apli- dos convidados, circunstâncias essas que devem estar
car a tomada de preços e o convite (art. 23, § 3º). justificadas no processo, consoante § 7º do mesmo
A concorrência também pode ser utilizada no lugar do artigo. Acórdão nº 819/2005. Plenário.
convite e da tomada de preços (art. 23, § 4º).
Concurso
• Valores que Exigem Concorrência:
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessa-
obras e serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00. dos para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
compras e serviços acima de R$ 650.000,00. mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos
vencedores.
No caso de Consórcios Públicos, as faixas de valores serão O concurso deve ser precedido de regulamento próprio,
dobradas se o consórcio for formado por até três entidades a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital,
federativas e triplicada se o número de pactuantes for su- contendo a qualificação exigida dos participantes, as diretri-
perior a três (art. 23, § 8º). zes e a forma de apresentação do trabalho e as condições
de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos,
Tomada de Preços sendo que, quando se tratar de projeto, o vencedor deve
autorizar a Administração a executá‑lo quando julgar con-
Modalidade de licitação entre interessados devidamente veniente (art. 52).
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
para o cadastramento até o 3º dia anterior à data do rece- Leilão
bimento das propostas. Admite‑se a tomada de preços nas
licitações internacionais quando o órgão ou entidade dispu- É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
Noções de Direito Administrativo

ser de cadastro internacional de fornecedores (art. 23, § 3º). para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração
É a modalidade adequada para celebração de contratos ou de produtos legalmente apreendidos.
de vulto médio. O leilão também pode ser utilizado para a alienação de
A tomada de preços pode ser utilizada no lugar do convite bens imóveis, cuja aquisição haja derivado de procedimentos
(art. 23, § 4º).
judiciais ou de dação em pagamento. Não há necessidade
de habilitação, permitindo a qualquer interessado sua par-
• Valores que exigem Tomada de Preços:
ticipação. Todo bem a ser leiloado deverá ser avaliado pre-
viamente pela Administração para fixação do preço mínimo
obras e serviços de engenharia até R$ 1.500.000,00. de arrematação (art. 53, § 1º).
compras e serviços até R$ 650.000,00. É considerado vencedor do leilão aquele que oferecer o
maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação, sendo
Convite que os bens arrematados serão pagos à vista ou no per-
centual estabelecido no edital (não inferior a 5%) e, após
É a modalidade de licitação entre interessados do ramo a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão,
pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos imediatamente entregue ao arrematante, o qual se obrigará

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ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de O Decreto nº 3.555/2000 estabeleceu, em seu Anexo
convocação, sob pena de perder em favor da Administração II, quais bens e serviços se enquadram nessa tipificação,
o valor já recolhido (art. 53, § 2º). porém a lista não se exaure somente nesses, podem ser
O leilão pode ser realizado por leiloeiro oficial ou por acrescentados outros conforme o interesse público reclame:
servidor designado pela Administração (art. 53).
Bens Comuns
Registros Cadastrais • Bens de consumo (água mineral, combustível e lubrifi-
cante, gás, gênero alimentício, material de expediente,
Os órgãos e entidades da Administração Pública, que material hospitalar, médico e de laboratório, medica-
realizem frequentemente licitações, manterão registros mentos, drogas e insumos farmacêuticos, material de
cadastrais para efeito de habilitação de fornecedores em limpeza e conservação, oxigênio, uniforme);
licitação, dispensa e inexigibilidade, válidos por, no máximo, • bens permanentes (mobiliário, equipamentos em
um ano (art. 34 da Lei nº 8.666/1993 c/c art. 1º, 1º, do De- geral, exceto bens de informática, utensílios de uso
creto nº 3.772/2001). geral, exceto bens de informática, veí­culos automoti-
No âmbito Federal, o responsável pelo registro cadastral vos em geral, microcomputador de mesa ou portátil
do Poder Executivo é o SICAF (Sistema de Cadastramento (“notebook”), monitor de vídeo e impressora).
Unificado de Fornecedores), conforme previsto no Decreto
nº 3.722/2001. Serviços Comuns
O interessado, ao requerer sua inscrição no cadastro, ou • Serviços de apoio administrativo;
para fins de atualização deste, a qualquer tempo, deverá for- • serviços de apoio à atividade de informática (digitação
necer os documentos necessários à sua habilitação (art. 35). e manutenção);
Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre • serviços de assinaturas jornal (periódico, revista, tele-
que atualizarem o registro (art. 36). visão via satélite, televisão a cabo);
• serviços de assistência (hospitalar, médica, odontoló-
Pregão gica);
• serviços de atividades auxiliares (ascensorista, auxiliar
Introdução de escritório, copeiro, garçom, jardineiro, mensageiro,
motorista, secretária, telefonista);
O Pregão foi instituído como modalidade de licitação pela • serviços de confecção de uniformes;
primeira vez por meio da Medida Provisória nº 2.026, de 4 • serviços de copeiragem;
de maio de 2000, que dizia em seu art. 1º: • serviços de eventos;
• serviços de filmagem;
Para aquisição de bens e serviços comuns, a União • serviços de fotografia;
poderá adotar licitação na modalidade de pregão, • serviços de gás natural;
que será regida por esta Medida Provisória. • serviços de gás liquefeito de petróleo;
• serviços gráficos;
Em agosto de 2000, o Decreto nº 3.555/2000 detalhou os • serviços de hotelaria;
procedimentos previstos na Medida Provisória e especificou • serviços de jardinagem;
os bens e serviços comuns. • serviços de lavanderia;
Após várias reedições, a última em agosto de 2001
• serviços de limpeza e conservação;
(MP nº 2.182), a Medida Provisória foi convertida na Lei nº
• serviços de locação de bens móveis;
10.520/2002, aplicando-se a todos os entes da Federação,
• serviços de manutenção de bens imóveis;
ou seja, União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
• serviços de manutenção de bens móveis;
Conceito • serviços de remoção de bens móveis;
• serviços de microfilmagem;
É a modalidade de licitação para aquisição de bens e • serviços de reprografia;
serviços comuns pela União, Estados, Distrito Federal e • serviços de seguro saúde;
Municípios, conforme disposto em regulamento, qualquer • serviços de degravação;
que seja o valor estimado da contratação, na qual a disputa • serviços de tradução;
pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances • serviços de telecomunicações de dados;
em sessão pública. • serviços de telecomunicações de imagem;
Para habilitação dos licitantes, será exigida a documen- • serviços de telecomunicações de voz;
tação relativa à habilitação jurídica, à qualificação técnica, • serviços de telefonia fixa;
Noções de Direito Administrativo

à  qualificação econômico‑financeira; à regularidade fiscal • serviços de telefonia móvel;


com a Fazenda Nacional, o sistema da seguridade social e o • serviços de transporte;
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS; à regularida- • serviços de vale refeição;
de fiscal perante as Fazendas Estaduais e Municipais, quando • serviços de vigilância e segurança ostensiva;
for o caso; e cumprimento do disposto no art. 33 da CF. • serviços de fornecimento de energia elétrica;
• serviços de apoio marítimo;
Bens e Serviços Comuns • serviço de aperfeiçoamento, capacitação e treinamento.

Bens e serviços comuns são aqueles cujos padrões de de- Deliberações do TCU:
sempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos
pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. A lista de serviços constante do Anexo II do Decreto
Trata‑se, portanto, de bens e serviços geralmente ofere- nº 3.555, de 2000, não é exaustiva, haja vista a im-
cidos por diversos fornecedores e facilmente comparáveis possibilidade de relacionar todos os bens e serviços
entre si, de modo a permitir a decisão de compra com base comuns utilizados pela Administração. Decisão nº
no menor preço. 343/2002 Plenário (Relatório do Ministro Relator).

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Considerações Gerais Anulação

O Pregão veio para permitir maior celeridade nas aqui- A autoridade competente somente poderá anulá‑la
sições, redução dos custos, pois o critério será sempre o de por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros,
menor preço e facilidade na participação de competidores,
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
pois inverte as fases de habilitação e classificação dos lici-
tantes, dessa forma somente serão analisadas as propostas Poderá ser anulada também pelo Poder Judiciário, desde
que ofereceram os menores preços. que devidamente provocado (efeito ex tunc).
O prazo fixado para apresentação das propostas, con- A anulação pode ser declarada em qualquer fase e a qual-
tados a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 quer tempo do procedimento, podendo incidir sobre deter-
dias úteis (art. 4º, V). minado ato, aproveitando‑se os demais, desde que estes não
Em dia, hora e local marcados, será aberta a sessão estejam viciados pela ilegalidade e não causem prejuízos aos
que dará início ao pregão, devendo o interessado ou seu participantes da licitação, justifica‑se tal possibilidade pela
representante legal apresentar declaração de que cumpre os incidência do principio da economia processual. A anulação
requisitos de habilitação e entregar os envelopes contendo do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não
a indicação do objeto e do preço oferecido, o qual será ime-
diatamente verificado se atende os requisitos estabelecidos gera obrigação de indenizar.
no edital (art. 4º, VI e VII).
No curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo LEI N O 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002
e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superio-
res àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, Institui, no âmbito da União,
até a proclamação do vencedor (art. 4º, VIII). Estados, Distrito Federal e Municí-
Analisadas as propostas, surgirá a classificada em pri-
pios, nos termos do art. 37, inciso
meiro lugar, e assim sucessivamente, cabendo ao pregoeiro
decidir sobre sua aceitabilidade (art. 4º, XI). Nessa fase o XXI, da Constituição Federal, mo-
pregoeiro pode negociar diretamente com o licitante para dalidade de licitação denominada
que seja obtido preço melhor (art. 4º, XVII). pregão, para aquisição de bens e
Encerrando‑se a fase competitiva, dar‑se‑á a análise serviços comuns, e dá outras pro-
dos envelopes contendo os documentos de habilitação. vidências.
Verificado o atendimento das exigências fixadas no edital,
o licitante que apresentou a melhor proposta será declarado O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congres-
vencedor (art. 4º, XV). so Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Homologado o pregão pela autoridade competente,
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá
o adjudicatário será convocado para assinar o contrato no
prazo definido em edital (art. 4º, XXII). ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será
O prazo de validade das propostas será de 60 dias, regida por esta Lei.
se outro não for fixado no edital; se o licitante vencedor, Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns,
convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões
não celebrar o contrato, o pregoeiro examinará as ofertas de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
subsequentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no
classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma mercado.
que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado Art. 2º (Vetado)
vencedor (art. 4º, XXIII). § 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utiliza-
O pregão não se aplica às contratações de obras de en-
genharia, bem como às locações imobiliárias e alienações ção de recursos de tecnologia da informação, nos termos de
em geral (art. 5º do Decreto nº 3.555/2000). regulamentação específica.
§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos próprios
O pregão também não se aplica à contratação de bens e da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participa-
serviços de informática (exceto Microcomputador de mesa ou ção de bolsas de mercadorias no apoio técnico e operacional
portátil – notebook, monitor de vídeo e impressora), pois, para aos órgãos e entidades promotores da modalidade de pre-
esse tipo de contratação, deverá ser adotada, obrigatoriamente, gão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.
modalidade de licitação do tipo “técnica e preço”, conforme § 3º As bolsas a que se referem o § 2º deverão estar
estabelece art. 45, § 4º, da Lei nº 8.666/1993 e o Decreto organizadas sob a forma de sociedades civis sem fins lucra-
nº 1.070/1994, que regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.248/1991.
tivos e com a participação plural de corretoras que operem
Noções de Direito Administrativo

sistemas eletrônicos unificados de pregões.


Anulação e Revogação
Art.  3º A fase preparatória do pregão observará o se-
Como todo ato administrativo, a licitação é suscetível guinte:
de invalidação, ou seja, sua retirada do mundo jurídico, ora I – a autoridade competente justificará a necessidade de
por motivo de legalidade ora mediante um juízo de valor contratação e definirá o objeto do certame, as exigências de
(conveniência e oportunidade). habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as san-
ções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive
Revogação com fixação dos prazos para fornecimento;
II – a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e
A autoridade competente para a aprovação do proce-
clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevan-
dimento somente poderá revogar a licitação por razões de
interesse público decorrente de fato superveniente devida- tes ou desnecessárias, limitem a competição;
mente comprovado, pertinente e suficiente (motivado), para III – dos autos do procedimento constarão a justificati-
justificar tal conduta (efeito ex nunc), devendo, entretanto, va das definições referidas no inciso I deste artigo e os in-
indenizar o licitante se houver prejuízo comprovado (art. 49). dispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão XI – examinada a proposta classificada em primeiro lugar,
ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir moti-
serem licitados; e vadamente a respeito da sua aceitabilidade;
IV  – a autoridade competente designará, dentre os XII – encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofer-
servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o tas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo
pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição in- os documentos de habilitação do licitante que apresentou a
clui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a melhor proposta, para verificação do atendimento das con-
análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como dições fixadas no edital;
a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao lici- XIII – a habilitação far-se-á com a verificação de que o
tante vencedor. licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacio-
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maio- nal, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de
ria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da Serviço – FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando
administração, preferencialmente pertencentes ao quadro for o caso, com a comprovação de que atende às exigências
permanente do órgão ou entidade promotora do evento. do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica
§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de e econômico-financeira;
pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser XIV – os licitantes poderão deixar de apresentar os do-
desempenhadas por militares. cumentos de habilitação que já constem do Sistema de Ca-
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a con- dastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas
vocação dos interessados e observará as seguintes regras: semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Mu-
I – a convocação dos interessados será efetuada por meio nicípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso
de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente aos dados nele constantes;
federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e XV – verificado o atendimento das exigências fixadas no
facultativamente, por meios eletrônicos e conforme o vulto edital, o licitante será declarado vencedor;
da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do XVI – se a oferta não for aceitável ou se o licitante desa-
regulamento de que trata o art. 2º; tender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará
II – do aviso constarão a definição do objeto da licitação, as ofertas subsequentes e a qualificação dos licitantes, na
a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apura-
ou obtida a íntegra do edital; ção de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante
III – do edital constarão todos os elementos definidos declarado vencedor;
na forma do inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem XVII – nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pre-
goeiro poderá negociar diretamente com o proponente para
o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;
que seja obtido preço melhor;
IV – cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas
XVIII – declarado o vencedor, qualquer licitante poderá
à disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas
manifestar imediata e motivadamente a intenção de recor-
na forma da Lei nº 9.755, de 16 de dezembro de 1998;
rer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para
V – o prazo fixado para a apresentação das propostas,
apresentação das razões do recurso, ficando os demais lici-
contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a
tantes desde logo intimados para apresentar contra-razões
8 (oito) dias úteis;
em igual número de dias, que começarão a correr do término
VI – no dia, hora e local designados, será realizada ses-
do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata
são pública para recebimento das propostas, devendo o
dos autos;
interessado, ou seu representante, identificar-se e, se for o XIX – o acolhimento de recurso importará a invalidação
caso, comprovar a existência dos necessários poderes para apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;
formulação de propostas e para a prática de todos os demais XX  – a falta de manifestação imediata e motivada do
atos inerentes ao certame; licitante importará a decadência do direito de recurso e a ad-
VII – aberta a sessão, os interessados ou seus represen- judicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;
tantes, apresentarão declaração dando ciência de que cum- XXI – decididos os recursos, a autoridade competente fará
prem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;
os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço XXII – homologada a licitação pela autoridade competen-
oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à ve- te, o adjudicatário será convocado para assinar o contrato
rificação da conformidade das propostas com os requisitos no prazo definido em edital; e
estabelecidos no instrumento convocatório; XXIII – se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo
Noções de Direito Administrativo

VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-
baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) -se-á o disposto no inciso XVI.
superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e su- Art. 5º É vedada a exigência de:
cessivos, até a proclamação do vencedor; I – garantia de proposta;
IX – não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas con- II – aquisição do edital pelos licitantes, como condição
dições definidas no inciso anterior, poderão os autores das para participação no certame; e
melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos III – pagamento de taxas e emolumentos, salvo os refe-
lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços rentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao
oferecidos; custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização
X – para julgamento e classificação das propostas, será de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.
adotado o critério de menor preço, observados os prazos Art.  6º O prazo de validade das propostas será de 60
máximos para fornecimento, as especificações técnicas e (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.
parâmetros mínimos de desempenho e qualidade defini- Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade
dos no edital; da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, PROCESSO ADMINISTRATIVO
ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não man- LEI Nº 9.784/1999
tiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato,
comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal,
Introdução
ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados,
Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no A Lei nº 9.784/1999 veio suprir a omissão antes sentida
Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores no ordenamento jurídico, passando-se a ter regras, princípios
a que se refere o inciso XIV do art. 4º desta Lei, pelo prazo e critérios a serem observados nos processos administrativos
de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em no âmbito da Administração Pública Federal.
edital e no contrato e das demais cominações legais. Com propriedade, a  lei estabelece suas finalidades,
Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os de- quais sejam:
correntes de meios eletrônicos, serão documentados no • proteção dos direitos dos administrados;
processo respectivo, com vistas à aferição de sua regulari- • melhor cumprimento dos fins da Administração.
dade pelos agentes de controle, nos termos do regulamento
previsto no art. 2º. A lei é de observância obrigatória para a Administração
Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade Federal direta e indireta e aos órgãos dos Poderes Legislati‑
de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. vo e Judiciário da União, quando no desempenho de função
Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base administrativa111. Por conseguinte, os  Estados, o  Distrito
na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001. Federal e os Municípios podem editar leis específicas a res-
peito da matéria. Caso não possuam, podem valer-se das
Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços
normas aqui previstas (analogia).
comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal Segundo o Decreto-Lei nº 200, de 1967 (art. 4º), a Admi-
e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de registro nistração Pública Federal compreende:
de preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho • a Administração Federal direta: Presidência da Repú-
de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, conforme blica e Ministérios; e
regulamento específico. • a Administração Federal indireta (Autarquias, Funda-
Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa ções, Empresas Públicas e Sociedades de Economia
a vigorar acrescida do seguinte artigo: Mista).

Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Art. 4º A Administração Federal compreende:
Municípios poderão adotar, nas licitações de registro I  – A Administração Direta, que se constitui dos
de preços destinadas à aquisição de bens e serviços serviços integrados na estrutura administrativa da
comuns da área da saúde, a modalidade do pregão, Presidência da República e dos Ministérios.
inclusive por meio eletrônico, observando-se o se- II  – A Administração Indireta, que compreende as
guinte: seguintes categorias de entidades, dotadas de per-
I – são considerados bens e serviços comuns da área sonalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
da saúde, aqueles necessários ao atendimento dos
b) Empresas Públicas;
órgãos que integram o Sistema Único de Saúde,
c) Sociedades de Economia Mista;
cujos padrões de desempenho e qualidade possam d) Fundações Públicas.
ser objetivamente definidos no edital, por meio de
especificações usuais do mercado. Por fim, a  lei foi cuidadosa em respeitar normas que
II – quando o quantitativo total estimado para a con- disciplinam processos específicos, dispondo que estas con-
tratação ou fornecimento não puder ser atendido tinuarão a ser regidas por lei própria. A Lei nº 9.784/1999
pelo licitante vencedor, admitir-se-á a convocação será aplicada apenas subsidiariamente (art. 69).
de tantos licitantes quantos forem necessários para o
atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada Art.  69. Os  processos administrativos específicos
a ordem de classificação, desde que os referidos lici- continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-
tantes aceitem praticar o mesmo preço da proposta -lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
vencedora.
III – na impossibilidade do atendimento ao disposto Processo X Procedimento
no inciso II, excepcionalmente, poderão ser regis-
Noções de Direito Administrativo

trados outros preços diferentes da proposta vence- Processo administrativo é o conjunto de atos coor-
dora, desde que se trate de objetos de qualidade denados para a solução de uma controvérsia no âmbito
ou desempenho superior, devidamente justificada e administrativo.
comprovada a vantagem, e que as ofertas sejam em Procedimento é o modo de realização do processo,
valor inferior ao limite máximo admitido. a forma de proceder; o rito processual.
Os dois não se confundem, uma vez que pode haver
procedimento sem processo, mas nunca processo sem
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. procedimento.
Nesse sentido, ensina Di Pietro (2008, p. 589):
Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência e
114º da República. O procedimento é o conjunto de formalidades que
devem ser observadas para a prática de certos atos
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Pedro Malan Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle
111

Externo – AUFC/2010 e FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/


Guilherme Gomes Dias Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010.

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administrativos; equivale a rito, a forma de proceder; • Objetividade no Atendimento do Interesse Público,
o procedimento se desenvolve dentro de um proces- Vedada a Promoção Pessoal de Agentes ou Autoridades
so administrativo. (Princípio da Eficiência e da Impessoa­lidade)
O princípio da eficiência exige do administrador que
Diferenças Básicas entre Processo Judicial e atue com perfeição, presteza e rendimento funcional. Já o
Processo Administrativo princípio da impessoalidade impede que o administrador
pratique atos em seu interesse próprio.
PROCESSO PROCESSO • Atuação Segundo Padrões Éticos de Probidade, Decoro
JUDICIAL ADMINISTRATIVO e Boa-fé (Princípio da Moralidade)
É instaurado mediante pro- É instaurado mediante pro- A moralidade administrativa constitui pressuposto de
vocação das partes. vocação do interessado ou validade de todo ato da Administração. Impõe ao adminis-
de ofício, pela própria Ad- trador decidir não somente entre o legal e o ilegal, o justo e
ministração. o injusto, mas principalmente entre o honesto e o desonesto.
Estabelece-se uma relação Estabelece-se uma relação
trilateral: partes (autor e réu) bilateral, pois a Administra- • Divulgação Oficial dos Atos Administrativos, Res‑
e o terceiro imparcial (o juiz). ção é parte interessada. salvadas as Hipóteses de Sigilo Previstas na Constituição
(Princípio da Publicidade)
Em regra, é oneroso. Em regra é gratuito, exceto Todos os atos do processo administrativo devem estar
quando a lei o exigir. abertos ao conhecimento dos interessados, salvo previsões
Faz coisa julgada. Não faz coisa julgada. Po- constitucionais.
dem ser revistos pelo Poder
Judiciário (art. 5º, XXXV). Exceções ao princípio da publicidade

Critérios a Serem Observados nos Processos – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e
a imagem das pessoas, assegurado o direito a indeni-
Administrativos zação pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação (art. 5º, X, da CF).
A lei arrola, em seu art. 2º, alguns dos princípios a serem – É assegurado a todos o acesso à informação e resguar-
obedecidos pela Administração Pública, dispondo, em seu dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
parágrafo único, sobre os critérios que devem ser observados profissional (art. 5º, XIV, da CF).
nos processos administrativos. – Informações de interesse particular ou coletivo quando
Ressalta-se que todos os critérios previstos no parágrafo imprescindíveis para a segurança da sociedade ou do
único do artigo em comento, constituem princípios da Ad- Estado (art. 5º, XXXIII, da CF).
ministração Pública. Entre estes, alguns são princípios que
advêm da teoria geral do direito, mas comuns aos processos • Adequação entre Meios e Fins, Vedada a Imposição de
administrativos. Identificaremos, pois, os princípios inseridos Obrigações, Restrições e Sanções em Medida Superior àque‑
em cada critério e devidas considerações. las Estritamente Necessárias ao Atendimento do Interesse
Público (Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade)
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre Nos processos administrativos, a  Administração deve
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, mo- observar a razoabilidade e a proporcionalidade, ou seja,
tivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralida- a adequação entre a penalidade a ser aplicada e o fim a ser
de, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, alcançado.
interesse público e eficiência.
• Indicação dos Pressupostos de Fato e de Direito que
• Atuação Conforme a Lei e o Direito (Princípio da Determinarem a Decisão (Princípio da Motivação)
Legalidade) É a exposição ou a indicação por escrito dos fatos e fun-
Como princípio básico de toda atuação administrativa, damentos jurídicos que ensejaram a prática do ato. Os atos
é também de observância obrigatória no processo adminis- administrativos que devem ser motivados estão previstos
trativo. O  processo administrativo só pode ser instaurado no art. 50.
com base na lei e para preservá-la, caso contrário será nulo.
É também conhecido na doutrina como princípio da • Observância das Formalidades Essenciais à Garantia
legalidade objetiva ou da legalidade estrita. dos Administrados (Princípio da Instrumentalidade das
Noções de Direito Administrativo

Formas)
• Atendimento a Fins de Interesse Geral, Vedada a Re‑ Princípio advindo do processo civil e utilizado também
núncia Total ou Parcial de Poderes ou Competências, Salvo no processo administrativo. Significa que, se a forma pres-
Autorização em Lei (Princípio da Finalidade ou Interesse crita não for atendida, o ato é ilícito; constitui segurança nas
Público) relações entre a Administração e o administrado.
Trata-se do princípio da supremacia do interesse público O art. 26 prevê que, para dar ciência de decisão ou para
sobre o interesse privado, abordado na lei com o nome de efetivar diligências, o interessado deve ser intimado (a forma
interesse público e finalidade. Toda atuação do administrador a ser utilizada é a intimação).
destina-se a atender o interesse público; esta é a finalidade
de toda e qualquer norma. • Adoção de Formas Simples, Suficientes para Pro‑
Como decorrência do princípio da supremacia do interes- piciar Adequado Grau de Certeza, Segurança e Respeito
se público sobre o interesse privado, tem-se a indisponibilida- aos Direitos Adquiridos (Princípio do Informalismo e da
de do interesse público, segundo a qual a Administração não Segurança Jurídica)
pode dispor desse interesse geral nem renunciar a poderes Os atos do processo administrativo não dependem de
que a lei lhe deu, a fim de cumpri-lo. forma determinada. Entende-se que, se a forma para o ato

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processual não estiver fixada em lei, o agente público com- Deveres do Administrado
petente poderá dispor sobre a forma mais oportuna e con-
veniente (desde que não prejudique o curso do processo). São deveres do Administrado perante a Administra-
ção, sem prejuízo de outros previstos em atos normativos
• Garantia dos Direitos à Comunicação, às Alegações (art. 4º):
Finais, à Produção de Provas e à Interposição de Recur‑ • atuar conforme a verdade, lealdade, urbanidade e
sos, nos Processos de que Possam Resultar Sanções e boa-fé;
nas Situações de Litígios (Princípio da Ampla Defesa e do • não agir de modo temerário;
Contraditório) • prestar as informações solicitadas e colaborar para o
Na Lei nº 9.784/1999, temos estes princípios presentes esclarecimento dos fatos.
em vários dispositivos, tais como: o direito de ter ciência
da tramitação dos processos administrativos; ter vistas dos
autos; obter cópias de documentos; conhecer decisões pro-
Instauração do Processo
feridas; formular alegações; apresentar documentos antes da
decisão final; fazer-se assistir facultativamente por advogado, O processo administrativo pode iniciar-se (arts. 5º e 6º):
salvo quando a lei assim o exigir; entre outros. • de ofício: pela própria Administração.
• a pedido de interessado: qualquer pessoa que tiver
• Proibição de Cobrança de Despesas Processuais, ciência de irregularidades.
Ressalvadas as Previstas em Lei (Princípio da Gratuidade)
Diferentemente dos atos dos processos judiciais, que, A solicitação pode ser:
em regra, são onerosos, os atos do processo administrativo • oral; ou
são gratuitos, salvo disposição legal. • escrita: quando for escrita deve conter os seguintes
dados:
• Impulsão, de Ofício, do Processo Administrativo, 1) a quem se dirige;
sem Prejuízo da Atuação dos Interessados (Princípio da 2) identificação do requerente ou de quem este repre-
Oficialidade) sente;
O processo administrativo pode ser instaurado de ofí- 3) local para receber comunicação;
cio, ou seja, por iniciativa da própria Administração, inde- 4) o pedido fundamentado;
pendente de provocação do interessado. Esse princípio se 5) data e assinatura.
aplica apenas aos processos administrativos. Nos processos
judiciais, o Estado-Juiz deve ser provocado, para só depois O que fazer se não houver competência legal específica
agir de ofício. para dar início ao processo? Deverá ser iniciado perante a
autoridade de menor grau hierárquico para decidir (art. 17).
• Interpretação da Norma Administrativa da Forma que Considera-se autoridade para efeitos dessa lei o servidor ou
Melhor Garanta o Atendimento do Fim Público a que se agente público dotado de poder de decisão.
Dirige, Vedada Aplicação Retroativa de Nova Interpretação É proibido, à Administração, recusar imotivadamente o
(Princípio da Segurança Jurídica) recebimento de documentos, devendo o servidor orientar
Como forma de garantir aos administrados um mínimo de o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
segurança em suas relações com a Administração, é vedada Os órgãos e entidades administrativos deverão elaborar
a aplicação retroativa de nova interpretação. modelos ou formulários padronizados para assuntos que
Assim dispõe o art. 5º, XXXVI, da CF: “A lei não prejudicará importem pretensões equivalentes.
o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. Considera-se órgão, para efeitos desta lei, a unidade de
atuação integrante da estrutura da Administração direta e da
Direitos do Administrado estrutura da Administração indireta; e entidade, a unidade
de atuação dotada de personalidade jurídica.
Os administrados têm os seguintes direitos perante a
Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam asse-
gurados (art. 3º): Legitimidados para Atuar no Processo como
• ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores; Interessados
• ter facilitado o exercício de seus direitos e o cumpri-
mento de suas obrigações; São legitimados como interessados no processo (art. 9º):
• ter ciência da tramitação dos processos administrativos • titulares de direitos ou interesses individuais ou repre-
em que tenha a condição de interessado; sentantes;
Noções de Direito Administrativo

• ter vista dos autos; • terceiros que podem ser afetados pela decisão;
• obter cópias de documentos; • organizações e associações representativas (direitos
• conhecer decisões proferidas; coletivos);
• formular alegações e apresentar documentos antes de • pessoas ou associações legalmente constituídas (direi-
decisão; tos difusos).
• faculdade de ser assistido por advogado, salvo quando
obrigatória a representação. Para efeitos desta lei, são capazes os maiores de dezoito
anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio
Súmula Vinculante nº  5/STF: A falta de defesa (art. 10).
técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição112. (Data de
Aprovação: Sessão Plenária de 7/5/2008; Fonte de Competência
Publicação: DJe nº 88/2008, p. 1, em 16/5/2008, DOU
de 16/5/2008, p. 1.) Conceito: limite de atuação da autoridade, cujo exercício
só é lícito se obedecidos os seguintes requisitos:
FCC/Defensoria Pública do Estado de São Paulo/Defensor Público/2010.
112 • se for praticado pelo sujeito previsto;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• sobre o território de sua jurisdição; Forma, Tempo e Lugar dos Atos Processuais
• em relação às matérias indicadas na norma;
• no momento adequado; • Não exige forma determinada (art. 22), salvo previsão
• à vista de ocorrência dos fatos indicados na norma; legal (princípio do informalismo).
• para atingir a finalidade que levou à outorga do poder. • Deverão preferencialmente realizar-se na sede do
órgão, em dias úteis, no horário normal de funciona-
A competência é irrenunciável (art. 11), ressalvados os mento das repartições, por escrito, em vernáculo, com
casos de delegação e avocação, mediante ato publicado data, local e assinatura da autoridade; reconhecimento
oficialmente, constando (art. 14, § 1º): de firma só quando houver dúvida de autenticidade.
• as matérias e poderes transferidos; • Não havendo prazo específico para a prática dos atos,
• os limites de atuação do delegado; este será de 5 dias; se devidamente justificado, o prazo
• a duração e os objetivos da delegação; pode ser dilatado até o dobro, ou seja, até 10 dias.
• o recurso cabível e eventual, ressalva que poderá advir
da atribuição delegada. Comunicação dos Atos
Delegar é atribuir a outrem competência tida como A comunicação dos atos é feita por meio de intimação
própria; avocação é chamar para si competência atribuída com antecedência mínima de 3 dias úteis; visa dar ciência
a subordinado. ao interessado de decisões ou efetivar diligências (arts. 26,
Segundo a lei, pode haver delegação de competência de 39, 41). Constituem, portanto, objeto de intimação os atos
um órgão para outro ou entre seus titulares, mesmo que não do processo administrativo que imponham deveres, ônus,
haja subordinação hierárquica. Necessário se faz que não sanções ou restrições ao exercício de direitos e atividades e
haja impedimento legal, e desde que seja conveniente em os atos de outra natureza, de seu interesse (art. 28).
razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, O desatendimento da intimação não importa o reco-
jurídica ou territorial, podendo tal delegação ser revogada a nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito
qualquer momento pela autoridade delegante113. As deci- pelo administrado.
sões adotadas por delegação devem mencionar explicitamen- Se a intimação não for atendida, o  órgão competente
te essa qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. poderá (se entender relevante) suprir de ofício a omissão,
Já a avocação somente será permitida em caráter excep- não se eximindo de proferir decisão (art. 39, parágrafo único).
cional, temporário e por motivos relevantes, devidamente
justificados (art. 15). Meios:
• ciência no processo: quando ocorre nos próprios
Atos que não podem ser Objeto de Delegação autos; normalmente na própria audiência;
(Art. 13) • carta com AR (aviso de recebimento);
• telegrama; ou
• atos de caráter normativo; • qualquer outro meio que assegure a certeza da ciência
• atos que decidam recursos administrativos; do interessado.
• atos de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
No caso de interessados indeterminados, desconhecidos
Impedimentos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser feita por
meio de publicação oficial (art. 26, § 4º).
Estão impedidos de atuar no processo (art. 18):
• servidor ou autoridade que tenha interesse direto ou Instrução do Processo
indireto na matéria;
• servidor ou autoridade que tenha participado ou venha As instruções (atividades destinadas a averiguar e com-
a participar como perito, testemunha ou representan- provar dados necessários à tomada de decisões) realizar-
te, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, -se-ão (art. 29):
companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; • de ofício; ou
• servidor ou autoridade que esteja litigando judicial ou • o interessado propõe atuação probatória (juntar
administrativamente com o interessado ou respectivo documentos e pareceres, requerer diligências e perí-
cônjuge ou companheiro. cias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
Noções de Direito Administrativo

objeto do processo).
Observação: O servidor tem o dever de comunicar o im-
pedimento, constituindo falta grave a sua omissão (art. 19). Quando dados, atuações ou documentos solicitados
aos interessados forem necessários à apreciação de pe-
Suspeições dido formulado, o  não atendimento no prazo fixado pela
Administração para a respectiva apresentação implicará o
A autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou arquivamento do processo (art. 40).
inimizade notória com algum dos interessados ou com os Quando a matéria do processo envolver assunto de inte-
respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o resse geral (art. 31), o órgão competente poderá (mediante
terceiro grau podem ser declarados suspeitos; se isso acon- despacho motivado) abrir período de consulta pública (devi-
tecer, não poderão atuar no processo (art. 20). damente publicada nos meios oficiais) para manifestação de
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo
Assunto cobrado na prova da FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/
113
para a parte interessada, ou, ainda, a critério da autoridade
Procurador do Estado de 3ª Classe/2010. competente, poderá ser realizada audiência pública (con-

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siste em debates sobre determinada matéria que tenham Extinção do Processo
comprovada relevância).
Quando for necessário ouvir órgão consultivo, o parecer O órgão competente poderá declarar extinto o processo
deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo quando:
norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo. • exaurida sua finalidade; ou
Se o parecer for obrigatório e vinculante, e não for emitido no • o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou
prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respec- prejudicado por fato superveniente.
tiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao
atraso. Porém, se for obrigatório e não vinculante, e não for Também extinguem o ato:
emitido no prazo fixado, o processo poderá prosseguir e ser
decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade A Anulação
de quem se omitiu no atendimento (art. 42).
• É a extinção do ato administrativo por motivo de ile-
São inadmissíveis no processo: galidade, feita pela Administração (autotutela) ou pelo
• provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou pro- Poder Judiciário. Efeitos: Ex tunc (retroage à data em
telatórias (art. 38, §2º). que o ato foi praticado, anulando-o).
• É dever da Administração Pública anular seus próprios
Obs.: Cabe aos interessados a prova dos fatos que alegar. atos, quando eivados de vício de legalidade (art. 53 e
Súmulas nºs 346 e 473 do STF).
Finalizada a instrução, o  interessado tem o prazo de • Prazo de decadência para a anulação: 5 anos, para atos
10 dias para manifestar-se, salvo se outro for estipulado que decorram efeitos favoráveis para os destinatários.
(art. 44). Se houver má-fé: imprescritível.
Administração Pública poderá motivadamente adotar
providências acauteladoras, em caso de risco iminente, sem A Revogação
a prévia manifestação do interessado (art. 45).
• É a extinção de um ato administrativo legal e legítimo
Do Dever de Decidir em razão de conveniência e oportunidade. Efeitos: Ex
nunc (não retroage; seus efeitos são válidos a partir da
• A Administração tem o dever de emitir decisão explícita data em que foi praticado o ato).
em processos, solicitações e reclamações quando a • A Administração pode revogar seus próprios atos por
matéria for de sua competência (art. 48). motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
• Prazo: até 30 dias, se devidamente motivada, pode os direitos adquiridos (art. 53).
ser prorrogada por igual período, ou seja, até 60 dias
(art. 49). A Convalidação

Atos que Devem ser Motivados (Art. 50) • É a prática de um novo ato pelo qual é suprido o vício
existente em um ato ilegal. Efeito: Ex tunc (retroage à
Os atos administrativos deverão ser motivados, com data em que o ato foi praticado, anulando-o).
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: • Os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão
• atos que neguem, limitem ou afetem direitos ou inte- ser convalidados pela própria Administração, desde
resses; que fique evidenciado que não acarretam lesão ao
• atos que imponham ou agravem deveres, encargos ou interesse público nem prejuízo a terceiros (art. 55).
sanções;
• atos que decidam processos administrativos de con- Recursos Administrativos
curso ou seleção pública;
• atos que dispensem ou declarem a inexigibilidade de • Cabimento: por razões de legalidade e de mérito
processo licitatório; (art.  56), por meio de requerimento contendo os
• atos que decidam recursos administrativos; fundamentos do pedido de reexame. O  interessado
• atos que decorram de reexame de ofício; pode juntar os documentos que julgar convenientes
• atos que deixem de aplicar jurisprudência firmada (art. 60).
Noções de Direito Administrativo

sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,


propostas e relatórios oficiais; Em regra, o recurso não tem efeito suspensivo (art. 61),
• atos que importem anulação, revogação, suspensão porém, se houver justo receio de prejuízo de difícil ou incerta
ou convalidação de ato administrativo. reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida
ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido,
Desistência do Processo dar efeito suspensivo ao recurso (art. 61, parágrafo único).

O interessado poderá desistir (total ou parcialmente) • Tramitação: 03 instâncias administrativas, no máximo,


do pedido formulado, mediante manifestação por escrito, salvo disposição legal (art. 57). O que não as tornam
ou, ainda, renunciar direitos disponíveis. Se houver vários obrigatórias, uma vez que a penalidade pode ser
interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem aplicada pela autoridade máxima do órgão, cabendo
tenha formulado o pedido, e, conforme o caso, não prejudica a este apenas pedido de reconsideração; em caso de
o curso do processo, se a Administração considerar que o negativa, caberá somente ao Poder Judiciário a sua
interesse público assim o exige. revisão.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Na via administrativa, esgotadas as instâncias, só será aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, e, se for aco-
possível o pedido de revisão de sanções, no caso de fatos lhida pelo STF a reclamação fundada em sua violação, será
novos ou circunstâncias relevantes, suscetíveis de justificar dada ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente
a inadequação da sanção aplicada. Nesse caso, o pedido de pelo julgamento do recurso, para que adéquem à futuras
revisão pode ser feito a qualquer tempo (art. 65). decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de
Cabe ressaltar que do pedido de reconsideração e do responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e
recurso hierárquico cabe agravamento de sanção (art. 64, penal (arts. 64-A e 64-B).
parágrafo único), diferentemente do pedido de revisão,
que não poderá resultar agravamento de sanção (art.  65, Prazos (Arts. 66 e 67)
parágrafo único).
• Começam a correr a partir da data da cientificação
• Hierarquia: o recurso será dirigido inicialmente à oficial.
autoridade que proferiu a decisão, a  qual, se não a • Exclui-se da contagem o dia do começo e inclui-se o
reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à au- do vencimento.
toridade superior (art. 56, § 1º). Se o recorrente alegar • Prorroga-se o prazo até o 1º dia útil seguinte, se o
que a decisão administrativa contraria enunciado de vencimento cair em dia em que não houver expediente
súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da ou este for encerrado antes da hora normal.
decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, • Os prazos expressos em dias contam-se de modo
antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, contínuo.
as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da sú- • Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de
mula, conforme o caso (art. 56, § 1º). data a data. Se no mês do vencimento não houver o
dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como
• Legitimidade para interpor recurso administrativo termo o último dia do mês.
(art. 58):
– os titulares de direitos e interesses que forem parte Os prazos processuais não se suspendem, salvo motivo
no processo; de força maior devidamente comprovado (art. 67).
– aqueles cujos direitos ou interesses forem indire-
tamente afetados pela decisão recorrida;
– as organizações e associações representativas no Sanções (Art. 68)
tocante a direitos e interesses coletivos;
– os cidadãos ou associações quanto a direitos ou As sanções possuem natureza pecuniária ou obrigação de
interesses difusos. fazer ou de não fazer e devem ser aplicadas pela autoridade
competente.
• Situações em que o recurso não será conhecido quan‑ Considera-se autoridade para efeitos dessa lei o servidor
do interposto (art. 63): ou agente público dotado de poder de decisão.
– fora do prazo; Ademais, cumpre observar que, em processo adminis‑
– perante órgão incompetente; trativo disciplinar, a remoção de ofício de um servidor não
– por quem não seja legitimado; pode ser utilizada como forma de punição.114
– após exaurida a esfera administrativa.
Súmulas Aplicáveis
Obs.1: Se o recurso for interposto perante órgão incom-
petente, será indicada ao recorrente a autoridade compe- Súmula nº 429
tente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. A existência de recurso administrativo com efeito sus-
pensivo não impede o uso do mandado de segurança contra
Obs.2: O não conhecimento do recurso pela Administra- omissão da autoridade. (Data de Aprovação: Sessão Plenária
ção não a impede de rever de ofício o ato ilegal, desde que de 1º/6/1964).
não ocorrida preclusão administrativa (art. 63, § 2º).
Súmula nº 430
Prazo para interposição: 10 dias, contados da data
 Pedido de reconsideração na via administrativa não in-
de ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida, terrompe o prazo para o mandado de segurança. (Data de
salvo disposição legal específica (art. 59). Aprovação: Sessão Plenária de 1º/6/1964).

Prazo para julgamento: máximo de 30 dias, contados


 Súmula Vinculante nº 3
Noções de Direito Administrativo

do recebimento dos autos pelo órgão competente, se Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
a lei não fixar prazo diferente (art. 59, § 1º). Poderá asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
haver prorrogação por igual período, ante justificativa da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
explícita (art. 59, § 2º). administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de apo-
Obs.1: O órgão competente para decidir o recurso poderá sentadoria, reforma e pensão. (Data de Aprovação: Sessão
confirmar, modificar, anular ou revogar (total ou parcialmen- Plenária de 30/5/2007).
te) a decisão recorrida (art. 64).
Súmula Vinculante nº 5
Obs.2: Caso ocorra agravamento de sanção, o recorrente A falta de defesa técnica por advogado no processo
será cientificado para que formule suas alegações antes da administrativo disciplinar não ofende a Constituição. (Data
decisão (art. 64, parágrafo único). de Aprovação: Sessão Plenária de 7/5/2008).
Obs.3: Se o recorrente alegar violação de enunciado de
Assunto cobrado na prova do Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo
114
súmula vinculante, o  órgão deverá explicitar as razões de – AUFC/2010.

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EXERCÍCIOS 5. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati-
va/2017) O poder de polícia
1. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati- a) é indelegável.
va/2017) A responsabilidade do Estado por conduta b) é delegável no âmbito da própria administração
omissiva pública, em todas as suas dimensões, a pessoas ju-
a) é objetiva, dispensando‑se, para sua caracterização, rídicas de direito privado e, também, a particulares.
a  demonstração de culpa, exigindo‑se, para tal, c) é suscetível de delegação no âmbito da própria
apenas a demonstração do dano. administração pública, desde que o delegatário não
b) é objetiva, dispensando‑se, para sua caracterização, seja pessoa jurídica de direito privado.
a  demonstração de culpa, mas exigindo‑se, para d) pode ser delegado em sua dimensão fiscalizatória
isso, demonstração de nexo de causalidade entre a a pessoa jurídica de direito privado integrante da
conduta e o dano. administração pública.
c) caracteriza‑se mediante a demonstração de culpa, e) pode ser delegado em suas dimensões legislativa
dispensando‑se, para tal, a demonstração de dano. e sancionadora a pessoa jurídica de direito privado
d) caracteriza‑se mediante a demonstração de culpa, integrante da administração pública.
de dano e de nexo de causalidade.
e) é descabida. 6. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati-
va/2017) Assinale a opção correta a respeito do controle
2. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati- da administração pública.
va/2017) A respeito dos atributos dos atos administra- a) As ações judiciais que tenham por objeto atos admi-
tivos, assinale a opção correta. nistrativos praticados por órgãos do Poder Judiciário
a) O ato administrativo configura instrumento de rea- constituem exemplos de controle externo.
lização do interesse público, razão por que ele tem b) Dada a presunção de legitimidade dos atos adminis-
a coercibilidade como atributo absoluto. trativos, não se pode falar em controle preventivo
b) A imperatividade é atributo que dota de coercitivi- desses atos.
dade todos os atos administrativos. c) Por força do princípio da eficiência, não cabe falar
c) A presunção de legitimidade do ato administrativo em controle concomitante de um ato administrativo,
é atenuada pela possibilidade de o particular deixar sob risco de entraves desnecessários à consecução
de cumpri‑lo quando houver alguma dúvida sobre do interesse público.
sua legalidade. d) O recurso administrativo ilustra o chamado controle
d) A autoexecutoriedade, como atributo, admite exce- provocado, que se opõe ao controle de ofício, por
ções, como nas hipóteses de cobrança de multa e ser deflagrado por terceiro
de desapropriação. e) O controle de legalidade é prerrogativa do controle
e) O contraditório e a ampla defesa suprimem a auto- judicial.
executoriedade dos processos administrativos.
7. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati-
3. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati- va/2017) As empresas públicas
va/2017) Determinado município pretende contratar a) admitem a criação de subsidiárias, exigindo‑se, para
empresa para a prestação de serviço de divulgação tanto, autorização legislativa.
institucional de políticas públicas, sendo o objeto da b) dispensam, para sua extinção, autorização legislativa.
contratação avaliado em cinco mil reais. c) integram a administração direta.
Nessa situação hipotética, a licitação d) possuem regime jurídico de direito público.
a) será inexigível, por tratar‑se de serviço técnico es- e) são criadas por lei.
pecializado de natureza singular.
b) deverá ser realizada na modalidade concorrência. 8. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati-
c) poderá ser realizada, por exemplo, na modalidade va/2017) Assinale a opção correta com relação ao poder
convite, embora seja dispensável. hierárquico.
d) deverá ser realizada na modalidade tomada de a) Decorre do poder hierárquico o poder de revisão,
preços. por superior, dos atos praticados por subordinado.
e) estará automaticamente dispensada devido ao baixo b) A disciplina funcional guarda relação com o poder
valor do objeto da contratação. disciplinar, não se ligando ao poder hierárquico.
Noções de Direito Administrativo

c) A avocação é regra ampla e geral cuja difusão deve


4. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati- ser estimulada em prol da eficiência.
va/2017) As autarquias d) A hierarquia administrativa é restrita ao Poder
a) são criadas, extintas e organizadas por atos admi- Executivo.
nistrativos. e) Subordinação e vinculação, como decorrências do
b) têm sua criação e sua extinção submetidas a reserva poder hierárquico, são institutos que se confundem
legal, podendo ter sua organização regulada por e que se caracterizam pelo controle que se dá no
decreto. âmbito de um mesmo ente.
c) têm sua criação submetida a reserva legal, mas
podem ser extintas por decreto, podendo ter sua 9. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati-
organização regulada por atos administrativos. va/2017) O edital de licitação terá de conter, obrigato-
d) são criadas e organizadas por decreto e podem ser riamente,
extintas por essa mesma via administrativa. a) indicação das sanções para o caso de inadimplemento.
e) são criadas e extintas por decreto, podendo ter sua b) a descrição técnica detalhada, minuciosa e exaurien-
organização regulada por atos administrativos. te do objeto da licitação.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
c) a indicação de que os critérios para julgamento serão d) o pregão será impugnado pelo fato de o montante
informados após a fase de habilitação. da licitação ser inferior a R$ 80.000, cujo valor é
d) condições de pagamento que estabeleçam prefe- contemplado pela modalidade convite.
rência para empresas brasileiras. e) todas as propostas com valores superiores a R$ 36
e) a previsão de irrecorribilidade das decisões da co- por exemplar serão desconsideradas.
missão de licitação.
14. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati-
10. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati- va/2017) Na licitação para a aquisição de armários de
va/2017) Um processo administrativo instaurado no aço para suprir as unidades de um órgão público, dez
âmbito de um órgão público estará sujeito a nulida- empresas apresentaram, em igualdade de condições,
de caso armários da mesma marca, com as mesmas especifi-
a) o administrado formule as alegações e apresente os cações técnicas e com o mesmo preço.
documentos antes da decisão. Na situação apresentada, de acordo com as disposições
b) haja a recusa de provas apresentadas pelos inte- da Lei n.º 8.666/1993 e suas alterações, a preferência
ressados por serem consideradas protelatórias, recairá, sucessivamente, aos bens
mediante decisão fundamentada. a) produzidos por empresas brasileiras; produzidos por
c) o administrado tenha obtido cópias de documentos empresas que invistam em pesquisa e no desenvol-
do processo para a elaboração de sua defesa. vimento de tecnologia no país; produzidos no país.
d) haja a atuação de autoridade que tenha interesse, b) produzidos no país; produzidos por empresas
mesmo que indireto, na matéria. brasileiras; produzidos por empresas que invistam
e) a intimação do administrado ocorra com antecedên- em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia
cia de um dia útil, mesmo com o seu comparecimen- no país.
to no local, na data e na hora determinados. c) produzidos no país; produzidos por empresas que
invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tec-
11. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administra- nologia no país; produzidos por empresas brasileiras.
tiva/2017) O atributo que consiste na possibilidade d) produzidos por empresas que invistam em pesquisa
de certos atos administrativos serem decididos e e no desenvolvimento de tecnologia no país; produ-
executados diretamente pela própria administração, zidos no país; produzidos por empresas brasileiras.
independentemente de ordem judicial, denomina‑se e) produzidos por empresas brasileiras; produzidos no
a) presunção de legitimidade. país; produzidos por empresas que invistam em pes-
b) autoexecutoriedade. quisa e no desenvolvimento de tecnologia no país.
c) motivação.
d) tipicidade. (Cespe/SEDF/Nível Médio/2017) Maurício, chefe imediato
e) imperatividade. de João (ambos servidores públicos distritais), determinou
que este participasse de reunião de trabalho em Fortaleza –
12. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati-
CE nos dias nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das
va/2017) No caso da necessidade de consertos prediais
diárias. No dia oito de janeiro, João sofreu um acidente de
no edifício de um tribunal, em que a obra esteja orçada
carro e, conforme atestado médico apresentado para Mau-
em R$ 250.000,
rício, teve de ficar de repouso por três dias, razão pela qual
a) a licitação será inexigível.
não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre que João
b) a modalidade de licitação aplicável a essa situação
teve de se afastar do serviço por motivo de saúde.
é a tomada de preços.
c) a modalidade de licitação aplicável a essa situação
é o convite. Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e dou-
d) haverá a dispensa de licitação. trinários a ela relacionados, julgue os itens a seguir.
e) a modalidade de licitação aplicável a essa situação 15. A competência de Maurício para determinar que João
é o pregão eletrônico. participasse da reunião de trabalho decorre do poder
hierárquico.
13. (Cespe/TRE‑PE/Técnico Judiciário/Área Administrati- 16. A concessão de diária é ato vinculado da administração
va/2017) Será realizado pregão para a aquisição de 700 pública.
exemplares atualizados da Constituição da República
Federativa do Brasil para suprir as unidades vinculadas (Cespe/SEDF/Nível Médio/2017) Em relação aos princípios da
ao tribunal regional eleitoral de determinado estado. administração pública e à organização administrativa, julgue
Noções de Direito Administrativo

O valor estimado da contratação é de R$ 30.000. Exis- os itens que se seguem.


tem 50 concorrentes e a proposta inicial de menor valor 17. Por terem personalidade jurídica de direito privado,
é de R$ 30 por exemplar, apresentada por apenas um as sociedades de economia mista não se subordinam
dos concorrentes. hierarquicamente ao ente político que as criou. Exata-
Nessa situação, mente por isso elas não sofrem controle pelos tribunais
a) a garantia de proposta exigida será no valor de R$ de contas.
420, correspondentes a 2% do montante da oferta 18. O administrador, quando gere a coisa pública conforme
de valor mais baixo. o que na lei estiver determinado, ciente de que desem-
b) todos os concorrentes com propostas iguais ou penha o papel de mero gestor de coisa que não é sua,
inferiores a R$ 33 poderão fazer lances iguais e observa o princípio da indisponibilidade do interesse
sucessivos até que o vencedor seja proclamado. público.
c) caso a próxima proposta de menor valor seja de R$ 19. Quando a União cria uma nova secretaria vinculada
35 por exemplar, então até 10% dos concorrentes a um de seus ministérios para repassar a ela algumas
poderão fazer lances iguais e sucessivos até que o de suas atribuições, o ente federal descentraliza uma
vencedor seja proclamado. atividade administrativa a um ente personalizado.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
(Cespe/SEDF/Nível Médio/2017) No que se refere aos pode- d) poderá ser dispensada no caso de ter ocorrido
res administrativos, aos atos administrativos e ao controle frustração de procedimento licitatório anterior
da administração, julgue os itens seguintes. para o mesmo fim pela falta de interessados, e se
20. Situação hipotética: Antônio, servidor que ingressou for verificado, justificadamente, que a repetição do
no serviço público mediante um ato nulo, emitiu uma procedimento redundará em prejuízo para a admi-
certidão negativa de tributos para João. Na semana nistração pública.
seguinte, Antônio foi exonerado em função da nulidade e) será inexigível caso o valor da contratação não
do ato que o vinculou à administração. Assertiva: Nessa exceda o percentual de 10% sobre a importância
situação, a  certidão emitida por Antônio continuará limitadora da modalidade convite.
válida.
21. Situação hipotética: A autoridade administrativa Y, no 25. (Cespe/TCE‑PR/Todos os Cargos/2016) Com base em
exercício de competência que lhe foi delegada pela lei específica estadual, foi autorizada a instituição da
autoridade X e que lhe conferia poder decisório para empresa X, pessoa jurídica sob a forma de sociedade
a prática de determinado ato de autoridade, praticou anônima, com controle acionário pertencente ao ente
determinado ato administrativo que o administrado Z federativo estadual, para fins de exploração de deter-
entendeu ser‑lhe prejudicial. b Nessa situação, caso minada atividade econômica de interesse coletivo.
queira obstar os efeitos do referido ato mediante Nessa situação hipotética,
mandado de segurança, o administrado Z deverá dirigir a) a pessoa federativa a que estará vinculada a empresa
sua peça contra a autoridade delegada, e não contra a X será solidariamente responsável pela solvência dos
autoridade delegante. débitos dessa empresa.
22. O fato de a administração pública internamente aplicar b) a empresa X deverá ser constituída como sociedade
uma sanção a um servidor público que tenha praticado de economia mista, com personalidade jurídica de
uma infração funcional caracteriza o exercício do poder direito privado, pertencente à administração indi-
de polícia administrativo. reta, à qual é delegada a titularidade de atividade
típica do Estado.
23. (Cespe/TCE‑PR/Todos os Cargos/2016) Um agente de c) por se tratar de pessoa jurídica que exercerá ati-
determinada autarquia estadual, em fiscalização de vidade econômica, a empresa X submeter‑se‑á ao
rotina, autuou estabelecimento comercial em razão regime jurídico próprio das empresas privadas, salvo
de infração administrativa verificada. Procedeu ainda, em relação a obrigações trabalhistas e tributárias.
naquela mesma ocasião, à interdição cautelar do esta- d) a empresa X submeter‑se‑á ao controle do tribunal
belecimento em questão. de contas no que concerne aos bens, valores e di-
Acerca dessa situação hipotética, do poder de polícia nheiros públicos provenientes diretamente do ente
e da disciplina dos atos administrativos, assinale a público controlador.
opção correta. e) a empresa X não poderá realizar contratações e
a) Os atos administrativos praticados são dotados de licitações em regime diverso daquele previsto para
presunção de veracidade e legitimidade, bem como a administração direta.
de presunção absoluta de conformidade à lei.
b) Se, na situação hipotética em questão, o adminis- 26. (Cespe/TCE‑PR/Todos os Cargos/2016) A respeito do
trador público tivesse agido motivado por vingança controle judicial dos atos administrativos, assinale a
pessoal contra o proprietário do estabelecimento opção correta.
comercial, estaria configurada a nulidade do ato por a) Em razão da presunção de legitimidade e autoexecu-
abuso de poder na modalidade excesso de poder. toriedade do ato administrativo, o controle judicial
c) Se, na situação hipotética em apreço, fosse aplicada deste se dá, em regra, posteriormente à sua edição,
pena de multa ao estabelecimento comercial, sua podendo, todavia, ocorrer de forma prévia, a fim de
cobrança poderia ser executada diretamente pela evitar ameaça de lesão a direito.
administração pública. b) No ordenamento jurídico pátrio, inexiste hipótese
d) Na hipótese apresentada, a  aplicação de punição em que o acesso ao Poder Judiciário somente seja
administrativa ao estabelecimento comercial admitido após o esgotamento da instância adminis-
submete‑se ao princípio da legalidade, uma vez que trativa.
somente lei pode instituir sanções administrativas. c) A ação de improbidade administrativa é meio de con-
e) Na hipótese em apreço, a  interdição cautelar do trole judicial de condutas de improbidade praticadas
estabelecimento comercial não poderia prescindir no âmbito da administração pública, para as quais
da observância do devido processo legal e somente são previstas penalidades de cassação dos direitos
Noções de Direito Administrativo

poderia ser efetivada após o exercício do direito de políticos, perda da função pública e ressarcimento
defesa por parte do interessado. ao erário, entre outras.
d) Em razão do sistema do contencioso administrativo,
24. (Cespe/TCE‑PR/Todos os Cargos/2016) Determinado adotado no Brasil, determinadas causas, quando jul-
município pretende contratar empresa para a presta- gadas em última instância na esfera administrativa,
ção de serviço de conservação e limpeza do prédio da não podem ser reapreciadas pelo Poder Judiciário.
prefeitura. Nessa hipótese, a licitação e) Com base no princípio da inafastabilidade da juris-
a) não poderá ser realizada por meio de pregão, moda- dição, o Poder Judiciário pode reapreciar o mérito
lidade de licitação restrita ao âmbito da União, dos dos atos administrativos relativamente aos critérios
estados e do Distrito Federal. de oportunidade e conveniência utilizados pelo
b) deverá ser realizada na modalidade convite inde- administrador público.
pendentemente do valor estimado da contratação.
c) será desnecessária, por se tratar de serviço comum, 27. (Cespe/TCE‑PR/Todos os Cargos/2016) Assinale a opção
que pode ser contratado de forma direta pela admi- correta, com referência ao tratamento constitucional
nistração pública. conferido à responsabilidade civil do Estado.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
a) A Constituição Federal de 1988 adota como regra e) Não se admitirá a utilização do pregão caso a admi-
a teoria do risco administrativo, segundo a qual o nistração opte por realizar a contratação dos serviços
Estado deve arcar com o risco inerente às numerosas pelo sistema de registro de preços.
atividades que desempenha, inclusive quando a cul-
pa do dano decorrer de conduta da própria vítima. 30. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário/
b) A aplicação da responsabilidade objetiva independe Área Administrativa/2016) Com base nas disposições
da verificação do elemento culpa, de modo que, constitucionais e no regime jurídico referentes à ad-
demonstrados o prejuízo pelo lesado e a relação de ministração indireta, assinale a opção correta.
causalidade entre a conduta estatal e a lesão sofrida, a) Os conselhos profissionais são considerados autar-
o dever de indenizar poderá ser reconhecido mesmo quias profissionais ou corporativas.
que decorra de atos lícitos estatais. b) Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF),
c) Diferentemente das pessoas jurídicas de direito a nomeação dos presidentes das entidades da admi-
público, as  quais respondem objetivamente pelos nistração pública indireta independe de aprovação
danos que seus agentes causarem a terceiros, prévia do Senado Federal.
é subjetiva a responsabilidade das pessoas jurídicas c) As sociedades de economia mista que exploram
de direito privado prestadoras de serviço público, atividade econômica não estão sujeitas à fiscalização
em se tratando de danos causados a terceiros não do Tribunal de Contas da União.
usuários do serviço. d) O consórcio público integra a administração direta de
d) Por se tratar de atividade exercida em caráter todos os entes da Federação consorciados, ainda que
privado, por delegação do poder público, o Estado detenha personalidade jurídica de direito público.
não responde por danos causados a terceiros por e) Existe relação de hierarquia entre a autarquia e o
notários (tabeliães) e oficiais de registro. ministério que a supervisiona.
e) Segundo a Constituição Federal de 1988, o indivíduo
que for condenado criminalmente em virtude de 31. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário/Área
sentença que contenha erro judiciário terá direito Administrativa/2016) A autarquia
a reparação cível, desde que seja demonstrada a a) é pessoa jurídica de direito público.
conduta dolosa por parte do juiz da causa. b) inicia‑se com a inscrição de seu ato constitutivo em
registro público.
28. (Cespe/Prefeitura de São Paulo‑SP/Assistente de Ges- c) subordina‑se ao ente estatal que a instituir
tão/2016) No que se refere à administração pública d) é uma entidade de competência política, desprovida
direta e indireta, assinale a opção correta. de caráter administrativo.
a) As pessoas administrativas que formam a admi- e) integra a administração pública direta.
nistração pública indireta são aquelas dotadas de
personalidade jurídica de direito público (como as 32. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário/Área
autarquias e as fundações públicas). Administrativa/2016) A respeito da responsabilidade
b) Na esfera municipal, a  administração direta é civil do Estado, assinale a opção correta.
formada pelos órgãos que compõem a prefeitura a) A responsabilidade civil objetiva das concessionárias
e a câmara municipal, além das fundações e das e permissionárias de serviços públicos abrange so-
empresas públicas de âmbito local. mente as relações jurídicas entre elas e os usuários
c) A administração indireta compreende as pessoas dos serviços públicos.
administrativas que, vinculadas à respectiva admi- b) A responsabilidade civil objetiva aplica‑se a todas as
nistração direta, desempenham atividades adminis- pessoas jurídicas de direito público.
trativas de forma descentralizada. c) O princípio da pessoalidade é o que orienta a res-
d) Tanto a administração direta quanto a indireta são ponsabilidade civil do Estado.
compostas por órgãos e por pessoas jurídicas ad- d) As pessoas jurídicas de direito público não se respon-
ministrativas, com a diferença de que todas as que sabilizam pelos danos causados por seus agentes.
integram a administração indireta estão submetidas e) A responsabilidade da administração pública será
a regime de direito privado. sempre objetiva.
e) O aspecto mais relevante que caracteriza a adminis-
tração indireta é o fato de ela ser, ao mesmo tempo, 33. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário/
titular e executora de serviço público. Área Administrativa/2016) Assinale a opção correta,
a respeito dos poderes da administração.
29. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário/Área a) A autoexecutoriedade inclui‑se entre os poderes da
Noções de Direito Administrativo

Administrativa/2016) Considerando que determinado administração


órgão da União deseje contratar, por meio de pregão, b) A existência de níveis de subordinação entre órgãos e
serviços de reprografia e digitalização de documentos, agentes públicos é expressão do poder discricionário
acrescido da manutenção de todo o maquinário neces- c) Poder disciplinar da administração pública e poder
sário, assinale a opção correta com base na legislação punitivo do Estado referem‑se à repressão de crimes
relativa ao pregão. e contravenções tipificados nas leis penais.
a) O parâmetro de julgamento e classificação das pro- d) O poder regulamentar refere‑se às competências do
postas do pregão deve ser o de melhor técnica. chefe do Poder Executivo para editar atos adminis-
b) Nesse caso, o órgão está obrigado a realizar a mo- trativos normativos.
dalidade eletrônica do pregão. e) O poder de polícia não se inclui entre as atividades
c) O órgão só poderá optar pelo pregão se os serviços estatais administrativas.
forem considerados comuns.
d) Somente servidores ocupantes de cargo efetivo do 34. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário/Área
quadro permanente do órgão poderão integrar a Administrativa/2016) A respeito do poder de polícia,
equipe de apoio na realização do pregão. assinale a opção correta.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
a) A competência, a finalidade, a forma, a proporcio- 38. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário/
nalidade e a legalidade dos meios empregados pela Área Administrativa/2016) A respeito dos princípios da
administração são atributos do poder de polícia. administração pública, assinale a opção correta.
b) O poder de polícia, quanto aos fins, pode ser exercido a) Em decorrência do princípio da autotutela, apenas o
para atender a interesse público ou particular. Poder Judiciário pode revogar atos administrativos.
c) O exercício do poder de polícia pode ser delegado a b) O princípio da indisponibilidade do interesse público
entidades privadas. e o princípio da supremacia do interesse público
d) A atuação do poder de polícia restringe‑se aos atos equivalem‑se.
repressivos c) Estão expressamente previstos na CF o princípio da
e) Prescreve em cinco anos a pretensão punitiva da moralidade e o da eficiência.
administração pública federal, direta e indireta, no d) O princípio da legalidade visa garantir a satisfação
exercício do poder de polícia. do interesse público.
e) A exigência da transparência dos atos administrati-
35. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário/Área vos decorre do princípio da eficiência.
Administrativa/2016) Assinale a opção correta acerca
do controle legislativo dos atos administrativos. 39. (Cespe/TRE‑PI/Técnico Judiciário/2016) A respeito das
a) A celebração de convênio entre estado e município normas insertas na Lei n° 9.784/1999, que disciplina o
exige autorização prévia do Poder Legislativo esta- processo administrativo no âmbito da administração
dual e municipal. pública federal, assinale a opção correta.
b) Exige‑se autorização legislativa para a desapropria- a) O direito da administração de anular os atos admi-
ção, pelos estados, dos bens de domínio da União. nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para
c) Compete privativamente ao Senado Federal apreciar os destinatários decai em cinco anos, contados da
atos de concessão de emissoras de televisão. data em que forem praticados, salvo comprovada
d) Depende de autorização legislativa apenas a alie- má‑fé.
nação de bens imóveis das pessoas jurídicas da b) Quem é ouvido na qualidade de testemunha acerca
administração direta. de faltas disciplinares pode ser membro da comissão
e) Encampação refere‑se à retomada do serviço pelo formada para apurá‑las, se não for apresentada
poder concedente durante o prazo da concessão. impugnação a tempo e modo.
c) A participação de membro de comissão disciplinar
36. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário/Área na apuração de fatos que resultarem na pena de
suspensão do servidor impedirá que esse membro
Administrativa/2016) A respeito dos atos administrati-
integre nova comissão disciplinar em processo para
vos, assinale a opção correta.
apuração de outros fatos que possam resultar em
a) São elementos dos atos administrativos a compe-
nova apenação ao mesmo servidor.
tência, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto.
d) O ato administrativo de remoção de servidor públi-
b) Apenas o Poder Executivo, no exercício de suas
co independe de motivação, pois envolve juízo de
funções, pode praticar atos administrativos.
conveniência e oportunidade.
c) Mesmo quando atua no âmbito do domínio econô-
e) As normas da lei em apreço não podem ser aplicadas
mico, a administração pública reveste‑se da quali-
de forma subsidiária no âmbito dos estados‑mem-
dade de poder público. bros, porque disciplinam o processo administrativo
d) Para a formação do ato administrativo simples, é ne- apenas no âmbito da administração pública federal.
cessária a manifestação de dois ou mais diferentes
órgãos ou autoridades. 40. (Cespe/TRE‑PI/Técnico Judiciário/2016) Ainda à luz
e) Define‑se ato nulo como ato em desconformidade das disposições da Lei n° 9.784/1999, assinale a opção
com a lei ou com os princípios jurídicos, passível de correta.
convalidação. a) A administração, no exercício da atividade punitiva,
submete‑se à observância das garantias subjetivas
37. (Cespe/TRT 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário/Área consagradas no processo penal contemporâneo.
Administrativa/2016) No que diz respeito às espécies b) Em atenção ao devido processo legal, no processo
de ato administrativo, assinale a opção correta. administrativo haverá testemunhas de defesa e
a) A homologação é ato unilateral e vinculado pelo qual testemunhas de acusação.
a administração pública reconhece a legalidade de
Noções de Direito Administrativo

c) A ciência dos atos praticados em processo adminis-


um ato jurídico. trativo, a ser dada ao interessado, deve ser pessoal,
b) Decreto é ato exclusivamente geral emanado do e o comparecimento voluntário da parte não suprirá
chefe do Poder Executivo. a falta ou irregularidade da intimação.
c) Licença é o ato administrativo bilateral e vinculado d) Não é admitida a instauração de ofício de processo
por meio do qual a administração pública faculta ao administrativo disciplinar com base em denúncia
particular o exercício de determinada atividade. anônima.
d) A admissão é o ato discricionário e unilateral pelo e) É de cinco dias o prazo para interposição de recurso
qual a administração reconhece ao particular que administrativo, contado a partir da ciência pessoal
preencha os requisitos legais o direito à prestação dada ao interessado.
de um serviço público.
e) Parecer é ato opinativo e vinculante pelo qual os 41. (Cespe/TRE‑PI/Técnico de Administração/2016) Entida-
órgãos consultivos da administração pública emitem de administrativa, com personalidade jurídica de direito
opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua público, destinada a supervisionar e fiscalizar o ensino
competência. superior, criada mediante lei específica,

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a) é regida, predominantemente, pelo regime jurídico tação relativa à habilitação jurídica e à qualificação
de direito privado. econômico‑financeira do licitante vencedor.
b) integra a administração direta. c) será assegurada, na etapa de julgamento das pro-
c) possui autonomia e é titular de direitos e obrigações postas, como critério de desempate, preferência à
próprios. primeira proposta que tiver sido protocolada.
d) tem natureza de empresa pública. d) a autoridade competente pode deixar de homolo-
e) é exemplo de entidade resultante da desconcentra- gar a licitação bem como revogá‑la por motivo de
ção administrativa. conveniência ou oportunidade.
e) deve ser designada comissão especial de licitação,
42. (Cespe/TRE‑PI/Técnico de Administração/2016) Con- a  qual deverá ser composta por, no mínimo, três
sidere que determinada autoridade do TRE/PI tenha servidores públicos pertencentes ao quadro perma-
negado pedido administrativo feito por um servidor do nente do órgão responsável pela licitação.
quadro, sem expor fundamentos de fato e de direito que
justificassem a negativa do pedido. Nesse caso, o  ato 46. (Cespe/TRE‑PI/Técnico de Administração/2016) Se
administrativo praticado pela autoridade do TRE/PI determinado agente de uma sociedade de economia
a) não possui presunção de veracidade. mista estadual, concessionária do serviço de energia
b) pode ser editado sob a forma de resolução. elétrica, causar, durante a prestação de um serviço,
c) é considerado, quanto à formação da vontade, ato dano à residência de um particular,
administrativo complexo. a) a concessionária responderá objetivamente, de
d) classifica‑se como ato administrativo meramente acordo com a teoria do risco integral, caso fiquem
enunciativo. comprovados o dano causado ao particular, a condu-
e) apresenta vício de forma. ta do agente e o nexo de causalidade entre o dano
e a conduta.
43. (Cespe/TRE‑PI/Técnico de Administração/2016) Determi- b) a concessionária de serviço público poderá respon-
nada autoridade sanitária, após apuração da infração, em der pelo dano causado ao particular, independente-
processo administrativo próprio, aplicou a determinada mente da comprovação de culpa ou dolo do agente.
farmácia a pena de apreensão e inutilização de medica- c) haverá responsabilidade subjetiva do estado fede-
mentos que haviam sido colocados à venda, sem licença rado, caso a concessionária de serviço público não
do órgão sanitário competente, por violação do disposto tenha condições de reparar o prejuízo causado.
nas normas legais e regulamentares pertinentes. d) será excluída a responsabilidade da concessionária
Nessa situação hipotética, a autoridade sanitária exer- e a do estado federado, caso o particular tenha
ceu o poder concorrido para a ocorrência do dano.
a) hierárquico, em sua acepção de fiscalização de ati- e) a concessionária não responderá pelo dano, por não
vidades. possuir personalidade jurídica de direito público.
b) hierárquico, em sua acepção de imposição de or-
dens. 47. (Cespe/TRE‑PI/Técnico de Administração/2016) O Tri-
c) disciplinar, em razão de ter apurado infração e apli- bunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE/PI), cuja sede se
cado penalidade. encontra na capital do estado, integra a administração
d) regulamentar, em razão de ter constatado violação a) direta federal.
das normas regulamentares pertinentes. b) direta fundacional federal.
e) de polícia, em razão de ter limitado o exercício de c) indireta estadual.
direito individual em benefício do interesse público. d) autárquica indireta federal.
e) indireta autárquica estadual.
44. (Cespe/TRE‑PI/Técnico de Administração/2016) Caso
determinado órgão público pretenda contratar serviço GABARITO
técnico de treinamento e aperfeiçoamento de pessoal,
de natureza singular, a ser prestado por pessoa jurídica
1. d 18. C 35. e
de notória especialização, a licitação
2. d 19. E 36. a
a) será dispensada.
3. c 20. C 37. a
b) será inexigível.
Noções de Direito Administrativo

4. b 21. C 38. c
c) será dispensável, devido ao fato de se referir a ser-
5. d 22. E 39. a
viço técnico específico.
6. d 23. d 40. a
d) deverá ser do tipo melhor técnica.
7. a 24. d 41. c
e) deverá ser realizada na modalidade convite.
8. a 25. d 42. e
9. a 26. a 43. e
45. (Cespe/TRE‑PI/Técnico de Administração/2016) A
10. d 27. b 44. b
respeito do procedimento de licitação na modalidade
11. b 28. c 45. a
concorrência, é correto afirmar que
a) as minutas dos editais de licitação devem ser pre- 12. b 29. c 46. b
viamente submetidas ao órgão de assessoramento 13. b 30. a 47. a
jurídico da administração para o exame de natureza 14. b 31. a
obrigatória. 15. C 32. b
b) a etapa da habilitação ocorre após o julgamento das 16. C 33. d
propostas e diz respeito à verificação da documen- 17. E 34. e

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TRE-BA

SUMÁRIO

Direito Constitucional
Constituição:
Conceito, classificações, Princípios fundamentais............................................................................................................ 3

Direitos e garantias fundamentais:


Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos
políticos....................................................................................................................................................................... 5/22

Organização político-administrativa:
União, estados, Distrito Federal e municípios e territórios............................................................................................ 35

Administração Pública:
Disposições gerais, servidores públicos.......................................................................................................................... 43

Poder legislativo:
Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Deputados e Senadores.............................................. 53

Poder executivo:
Atribuições do Presidente da República e dos Ministros de Estado............................................................................... 61

Poder judiciário:
Disposições gerais. Órgãos do poder judiciário. Competências. Conselho Nacional de Justiça (CNJ)............................ 68

Funções essenciais à justiça:


Ministério Público e Advocacia Pública. Defensorias Públicas....................................................................................... 81

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
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Direito Constitucional
Fabrício Sarmanho / Eduardo Muniz Machado Cavalcanti

CONSTITUIÇÃO: CONCEITO, ao exercício da autoridade, à forma de governo e aos direi-


CLASSIFICAÇÕES, PRINCÍPIOS tos individuais e sociais da pessoa humana.2
FUNDAMENTAIS Quanto à Forma
Conceito
Escrita: formalizada em documento único, sistematizado.
Como referencial, consideraremos o Direito Constitu- Não Escrita: pode ser composta por leis esparsas, além
cional como o ramo do Direito Público que estuda o fenô- de usos e costumes. Não são sistematizadas em documento
meno do constitucionalismo, encarado como a tendência único3.
de formulação, em um texto constitucional ou por regras
costumeiras, das bases de funcionamento e dos limites da Quanto ao Modo de Elaboração
atuação do Estado.
Segundo José Afonso da Silva (2008, p. 34), o  Direito Dogmática: é elaborada em determinado momento
Constitucional pode ser definido como histórico, exprimindo os valores de uma determinada época.
Histórica: feita paulatinamente, por meio de um longo
[...] o ramo do Direito Público que expõe, interpreta
processo histórico.
e sistematiza os princípios e normas fundamentais
do Estado. Como esses princípios e normas funda-
mentais do Estado compõem o conteúdo das cons- Quanto à Origem
tituições (Direito Constitucional Objetivo), pode-se
afirmar, como o faz Pinto Ferreira, que o Direito Outorgada: é a Constituição imposta a um determinado
Constitucional é a ciência positiva das constituições. povo.
Promulgada: é a Constituição democrática, votada.
Para André Ramos Tavares (2008, p. 18): Cesarista: é a Constituição que depende de referendo
popular.
o Direito Constitucional, ramo do Direito Público, vo-
caciona-se à estruturação do Poder, fornecendo-lhe Quanto à Extensão4
os contornos de atuação e limites de sua atividade,
tendo sido, desde o final do século XX, o berço natural
da positivação dos direitos humanos. Prolixa/Analítica: trata de forma detalhada os temas
que aborda.
Ainda segundo o autor, o Direito Constitucional, visto sob Sintética: trata de forma resumida os institutos constan-
uma ótica pragmática “identifica-se como a análise de um tes de seu texto.
conjunto normativo: a Constituição do Estado”.
É possível perceber alguns pontos de convergência em Estabilidade
relação aos conceitos de Direito Constitucional dispostos:
• ramo do Direito Público; Imutável: não admite alteração. É intangível.
• tem por objeto a Constituição do Estado; Rígida: permite alteração, mas exige um procedimento
• define normas de funcionamento estatal; complexo, específico, como o da proposta de emenda consti-
• estabelece limites à atuação do Estado. tucional que é adotado no Brasil. Para alguns autores, nossa
Constituição seria considerada superrígida, tendo em vista
Classificação da Constituição que, além de ser rígida, possui certos pontos que sequer
podem sofrer alteração, como as cláusulas pétreas.
Existem diversos critérios para se classificar uma consti-
tuição. Vejamos as principais classificações. Semirrígida ou Semiflexível: em parte é rígida e em
outra é flexível.
Quanto ao Conteúdo Flexível: alterada por mero processo legislativo.

Formal: sob o aspecto formal, a Constituição é composta Quanto ao Modelo


pelos elementos que são inseridos em seu texto, tratando
ou não de questões fundamentais ao Estado. Existem dois principais modelos de constituição: a
A constituição formal consiste em um documento escrito constituição-garantia e a constituição-dirigente.
que foi estabelecido solenemente pelo poder constituinte
Direito Constitucional

A constituição-garantia, que é o modelo clássico, preo-


originário.1 cupa-se em estabelecer a divisão dos Poderes, os direitos
Material: a Constituição sob o aspecto material envolve e
fundamentais etc. Em suma, preocupa-se com a manutenção
é formada apenas por elementos essenciais à figura estatal,
tal como estrutura política, organização do Estado e direitos do status quo, limitando os poderes do Estado em prol de
e garantias fundamentais. uma ideologia liberal. A constituição-dirigente, além de
No mesmo sentido, conceitua-se a Constituição, quanto estabelecer limitações ao poder estatal, prevê metas de
ao aspecto material, como o conjunto de normas pertinen- 2
Cespe/TRT 10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/Administrativo/2013.
tes à organização do poder, à distribuição da competência, 3
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área
Administrativa/2013 e Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.
4
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/
Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Programação de Sistemas/2013.
1
Padrão I/2012.

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evolução política. É marcante, nas constituições dirigentes, relação ao setor privado, essas medidas violariam o valor
a existência de normas programáticas, que estabelecem pro- constitucional da livre iniciativa.11
gramas a serem cumpridos por meio da atividade legislativa e) Pluralismo Político12.
e da atuação do Poder Executivo.
Importante observar que pluralismo político não é
A Constituição Federal de 1988 é formal, escrita, dog- sinônimo de pluripartidarismo político. Pluralismo Políti-
mática, promulgada, analítica5 e rígida6. co significa liberdade de adoção de concepções políticas.
O pluripartidarismo, por sua vez, que está previsto no art.
Princípios Fundamentais 17 da Constituição Federal, traduz‑se na possibilidade de se
criar, no País, mais de um partido político.
Nosso País é denominado República Federativa do Brasil. No art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal já se
República representa nossa forma de governo. Na repú- encontra traduzida a soberania popular. Segundo a Consti-
blica a figura estatal possui um caráter público, deixando, tuição Federal, todo poder emana do povo, que o exerce
assim, de pertencer a uma monarca. A forma de governo por meio de seus representantes eleitos ou diretamente,
republicana pressupõe alguns elementos que a diferenciam nos termos desta Constituição.
da forma monárquica:
• temporariedade dos cargos; Separação dos Poderes
• eletividade;
• responsabilidade dos governantes. Visando à limitação dos poderes estatais, desenvolveu‑se
a teoria da tripartição dos poderes. Parte‑se do pressuposto
Federação é nossa forma de estado. A forma fe­derativa de que a divisão das principais funções estatais para serem
de estado traduz‑se na descentralização política do país, exercidas separadamente evita a formação de poderes ab-
tornando‑o uma reunião de entes autônomos, que não po- solutos. Sendo assim, desenvolveu‑se, inspirada nas ideias
dem se desvincular dessa união, ou seja, não podem exercer de Montesquieu, a técnica de separação das três principais
direito de secessão. A autonomia dos entes fe­derados não funções do Estado (admi­nistrar, legislar e julgar) para que
pode ser confundida com a soberania que possui o país. sejam exercidas por três poderes.
A soberania pressupõe a não sujeição a qualquer vontade
No Brasil foi adotada uma separação que, podemos
externa. A autonomia, por sua vez, apenas impõe a existência
dizer, não se mostra absoluta, já que as funções não são
de três elementos:
exercidas de maneira exclusiva por um dos agentes estatais.
• auto‑organização (capacidade de estabelecer legisla-
Define o art. 2º da Constituição Federal que “são Poderes da
ção própria);
União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo,
• autogoverno (eleição de seus representantes);
o Executivo e o Judiciário”. Um poder não poderá, dessa
• autoadministração (prestação de serviços públicos).
forma, intervir nas atividades do outro, mas a atuação dos
poderes será harmônica, envolvendo todos os poderes na
No Brasil a federação compõe‑se pela união indissolúvel
dos Estados, Municípios e Distrito Federal7. execução das políticas públicas.
É também um princípio fundamental de nosso país o Tendo em vista que a execução de uma função não
fato de constituirmos um Estado Democrático de Direito, é atribuída de forma exclusiva a nenhum dos poderes,
o que significa que o Estado obedece às imposições legais, desenvolveu‑se a divisão de funções em típicas e atípicas.
que são elaboradas de maneira democrática (feitas pelo As funções típicas são aquelas para as quais um deter-
povo e para o povo).8 minado poder é criado, representando a vocação dessa
estrutura política. A função atípica representa uma atribui-
Fundamentos ção exercida de maneira excepcional por um determinado
poder, dado que é concebida como uma função típica de
O art. 1º da Constituição Federal define cinco fundamen- outro poder.
tos, quais sejam: O Poder Judiciário possui a função típica de julgar, exer-
a) Soberania; cendo, porém, a função atípica de administrar quando, por
b) Cidadania;9 exemplo, realiza um concurso público.
c) Dignidade da Pessoa Humana;10 O Poder Legislativo possui as funções típicas de legislar
d) Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa; e de fiscalizar, exercendo, por outro lado, a função atípica
de julgar, quando julga os crimes de responsabilidade, bem
Observe a seguinte assertiva cobrada em prova: caso como a função atípica de administrar, quando, por exemplo,
o Governo Federal decidisse adotar medidas a partir das realiza uma licitação13. Nesse sentido, observe a seguinte
quais o Estado passasse a planejar e dirigir, de forma assertiva de prova: no Brasil, as funções atípicas, relacio-
Direito Constitucional

determinante, a ordem econômica do país, inclusive em nadas à teoria da separação de poderes, possibilitam ao
Senado Federal julgar o Presidente da República por crime
5
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/
Padrão I/2012. de responsabilidade.14
6
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Ibama/Técnico Administrati-
vo/2012 e Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.
7
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria 11
Cesgranrio/Bacen/Técnico/2010.
Nacional de Defesa Civil/2012. 12
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico
8
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Legislativo/Técnico em Radiologia/2012; Esaf/Ministério da Integração Nacio-
Nacional de Defesa Civil/2012. nal/Secretaria Nacional de Defesa Civil/2012 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/
9
Assunto cobrado na prova do Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/ Agente Legislativo de Serviços Técnicos e Administrativos/2010.
Técnico em Radiologia/2012. 13
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
10
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/ Judiciário/Área Administrativa/2010.
Padrão I/2012. 14
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/Direito/2010.

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O Poder Executivo exerce função típica de administrar, A República Federativa do Brasil buscará a integração
mas também exerce atividade atípica ao legislar, editando econômica, política, social e cultural dos povos da América
medidas provisórias ou leis delegadas15. Latina, visando à formação de uma comunidade latino‑ame-
A busca pela harmonia das funções exercidas pelo ricana de nações.
Estado levou à adoção de um mecanismo denominado
checks and balances, checks and counter checks, ou freios Dispositivos Constitucionais
e contrapesos. O referido sistema consiste na previsão de
freios mútuos, que servem à manutenção do equilíbrio de TÍTULO I
forças entre os Poderes. DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Objetivos Fundamentais Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela


união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
De acordo com o art. 3º da Constituição Federal, são Federal, constitui‑se em Estado Democrático de Direito e
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: tem como fundamentos:
• construir uma sociedade livre, justa e solidária; I – a soberania;
• garantir o desenvolvimento nacional; II – a cidadania;
• erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as III – a dignidade da pessoa humana;
desigualdades sociais e regionais16; IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
• promover o bem de todos, sem preconceitos de ori- V – o pluralismo político.
gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
de discriminação. exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.
As normas definidoras dos objetivos fundamentais são, Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmôni-
por sua natureza, normas programáticas. Isso não significa cos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
que elas possam ser esquecidas pelo poder público. As nor- Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
mas programáticas vinculam o Estado mas são sujeitas à Federativa do Brasil:
reserva do possível, que significa a necessidade de o Estado I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
implementar políticas públicas dentro do que é considerado II – garantir o desenvolvimento nacional;
economicamente viável. O princípio da reserva do possível III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
não pode servir de estímulo ao total desprezo das normas desigualdades sociais e regionais;
programáticas, já que há um mínimo existencial a vincular a IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de
implementação de tais objetivos. Quando o Poder Judiciário origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
intervém na atuação administrativa para determinar o res- discriminação.
peito a tais objetivos, tem‑se o que é denominado ativismo Art. 4º A República Federativa do Brasil rege‑se nas suas
judicial. relações internacionais pelos seguintes princípios:
I – independência nacional;
Princípios Aplicáveis às Relações Internacionais II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
Os princípios aplicáveis nas relações internacionais estão IV – não intervenção;
definidos no art. 4º da Constituição Federal. Tais princípios V – igualdade entre os Estados;
são sempre aplicáveis com vistas à reciprocidade, princípio VI – defesa da paz;
geral que incide em nossas relações internacionais. Estão VII – solução pacífica dos conflitos;
listados no referido artigo os seguintes princípios: VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
• independência nacional17; IX – cooperação entre os povos para o progresso da
• prevalência dos direitos humanos; humanidade;
• autodeterminação dos povos18; X – concessão de asilo político.
• não intervenção19; Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará
• igualdade entre os Estados; a integração econômica, política, social e cultural dos povos
• defesa da paz; da América Latina, visando à formação de uma comunidade
• solução pacífica dos conflitos; latino‑americana de nações.
• repúdio ao terrorismo e ao racismo;
• cooperação entre os povos para o progresso da huma- DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
nidade;
Direito Constitucional

• concessão de asilo político. Os direitos fundamentais ganham destaque principal-


mente após a Revolução Francesa, momento em que diversas
15
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico correntes filosóficas e políticas como o racionalismo e o
Judiciário/Área Administrativa/2010. contratualismo inspiram a vontade popular de impor limites
16
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012. ao Estado, reconhecendo um núcleo mínimo de proteção do
17
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria indivíduo perante o Estado. A ideia de direitos fundamentais
Nacional de Defesa Civil/2012.
18
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MF/Assistente Técnico/Adminis-
surge da tentativa de se estabelecer um rol de direitos que
trativo/2012 e Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/Técnico em seria inerente à própria condição humana, que não depen-
Radiologia/2012. desse de uma vontade política. São, por isso, considerados
19
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico
Legislativo/Direito/2010. direitos naturais.

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Nossa Constituição relaciona os direitos fundamentais Século XX. Tais direitos possuem um caráter positivo (status
em seu Título II, denominado “Dos Direitos e Garantias positivus) e exigem uma prestação do Estado. Inserem, assim,
Fundamentais”. A posição “geográfica” desse título, logo uma obrigação de fazer, uma ação do ente estatal. São os
no início do texto constitucional, demonstra a importância direitos sociais, econômicos e culturais.
dos direitos fundamentais em nossa ordem constitucional.
Partindo do pressuposto de que o constituinte não utiliza Terceira Geração
palavras inúteis, podemos concluir que direitos e garantias
possuem diferenças axiológicas. Os direitos possuem um ca- Os direitos de terceira geração, desenvolvidos no Sé-
ráter declaratório, enquanto as garantias possuem um nítido culo XX, voltam‑se à defesa dos interesses de titularidade
sentido assecuratório. Os direitos se declaram, enquanto as coletiva, denominados interesses difusos. Esses direitos
garantias se estabelecem, demonstrando que as garantias são supraindividuais, já que não pertencem a um indivíduo
são elementos instrumentais que garantem o respeito aos especificamente, mas sim a uma coletividade. São exemplos
direitos que são declarados na Constituição Federal. o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado
e a proteção do idoso.
Titularidade dos Direitos Fundamentais A primeira geração remonta ao ideal de liberdade.
A segunda geração volta‑se à igualdade. Por fim, a terceira
Os direitos fundamentais podem ser exercidos tanto geração preocupa‑se com a fraternidade ou solidariedade.
pelas pessoas físicas quanto pelas pessoas jurídicas. Apesar Temos, assim, a célebre frase, que marcou a Revolução Fran-
de o art. 5º, caput, da Constituição Federal referir‑se tão cesa: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
somente aos brasileiros e estrangeiros residentes no país, Há quem defenda a existência de quarta e quinta geração
entende‑se que os estrangeiros em geral, ainda que apenas de direitos fundamentais. Não há, porém, um consenso sobre
visitando a República Federativa do Brasil, também são quais sejam esses direitos fundamentais.
titulares desses direitos.
A título de exemplo: Pablo, argentino e residente na Características dos Direitos Fundamentais
Argentina, solteiro, de dezoito anos de idade, de passagem
pelo Brasil, com destino aos Estados Unidos da América, foi Relatividade – Os direitos não são absolutos: eles podem
interceptado em operação da PRF. Nessa situação hipotéti- ser relativizados, principalmente quando entram em choque.
ca, não obstante Pablo não seja residente no Brasil, todos Até mesmo o direito à vida, que pode ser considerado o mais
os direitos individuais fundamentais elencados no caput fundamental dos direitos, pode ser relativizado. Exemplo
do art. 5º da CF devem ser respeitados durante a referida de relativização do direito à vida é encontrado no caso da
operação policial.20 pena de morte, autorizada na hipótese de guerra declarada.
As pessoas jurídicas também podem ser titulares de A relativização dos direitos fundamentais pode advir da
direitos fundamentais, mas apenas daqueles direitos que capacidade de conformação que é dada ao legislador. Assim,
são com elas compatíveis. São, assim, impedidas de exercer mesmo nos casos em que não existe uma reserva legal, ou
certos direitos como os direitos políticos (votar, ser votado seja, mesmo quando a constituição não faz referência à lei
etc.). Até mesmo as pessoas jurídicas de direito público são é possível que o legislador venha a delimitar a forma de
titulares de direitos fundamentais. utilização dos direitos fundamentais.
No caso de choque de direitos fundamentais, teremos
Geração dos Direitos Fundamentais de observar certos parâmetros. Em primeiro lugar, deve ser
observado o princípio da legalidade. Segundo esse princípio,
Os direitos fundamentais não surgiram de forma instantâ- a atuação do intérprete deve ser pautada nos critérios de
nea. A conquista dos direitos fundamentais ocorreu ao longo necessidade e adequação. Além disso, a hipótese de choque
da história, de tal forma que podemos identificar diversas de direitos fundamentais também inspira a utilização do
gerações de direitos, que nada mais são do que a represen- princípio da harmonização ou da concordância prática, que
tação de momentos históricos e os direitos ali conquistados. requer que o aplicador adote uma interpretação que evite
As gerações de direitos também podem ser denominadas o sacrifício total de um dos direitos em conflito.
dimensões de direitos fundamentais, termo que deixa mais Inalienabilidade – Não é possível transferir um direito
claro o fato de que as gerações não são superadas, mas sim fundamental.
incorporadas às novas gerações de direitos fundamentais. Irrenunciabilidade – Não é possível renunciar totalmente
a um direito fundamental.
Primeira Geração Imprescritibilidade – Os direitos fundamentais não são
alcançados pela prescrição. A prescrição corresponde à perda
Surge no Século XVIII, no âmbito da Revolução Fran- de uma pretensão em virtude do decurso do tempo.
cesa. Os direitos fundamentais conquistados nessa época Historicidade – Os direitos e garantias fundamentais
Direito Constitucional

configuram liberdades negativas (status negativus), já que possuem origem histórica.


representam um impedimento à atividade estatal, uma Inviolabilidade – Não podem ser violados os direitos
omissão, um não fazer. Trata‑se dos direitos civis e políticos. fundamentais.
Efetividade – O Estado deve primar por garantir o res-
Segunda Geração peito e a efetividade dos direitos fundamentais.
Universalidade – Os direitos fundamentais alcançam a
Desenvolvem‑se no Século XIX, inspirados pela Revolu- todos.
ção Industrial, sendo reconhecidos constitucionalmente no
Obs.: os direitos e as garantias fundamentais consa-
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/
20

Padrão I/2012. grados constitucionalmente não são ilimitados, uma vez

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que encontram seus limites nos demais direitos igualmente o que exprime a nossa capacidade de autodeterminação,
consagrados na mesma Carta Magna.21 também chamada autonomia das vontades.

Direitos e Deveres Individuais e Coletivos A autonomia das vontades definida no art. 5, II, da Cons-
tituição Federal não pode ser confundida com o princípio da
Assim dispõe o art. 5º da Constituição Federal: legalidade estrita ou restrita, que está descrito no art. 37
da Constituição Federal. O referido artigo, ao estipular a
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- necessidade de observância da legalidade, impõe que o
quer natureza, garantindo‑se aos brasileiros e aos administrador público apenas faça o que está previsto em
estrangeiros residentes no País a inviolabi­lidade do lei. Podemos assim distinguir as duas legalidades:
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes: Autonomia das vontades Legalidade estrita (art. 37 da CF)
(art. 5º, II, da CF)
Em primeiro lugar, há que se frisar que o dispositivo acima Vincula os particulares. Vincula o administrador público.
transcrito reproduz o princípio da isonomia, que consiste Permite que se faça tudo Apenas admite que se faça o que
na proibição de criação de distinções que não sejam funda- o que a lei não proíba. a lei prevê.
mentadas. Assim, impõe a Constituição que os iguais sejam
tratados de forma igual e que os desiguais sejam tratados de O princípio da legalidade não pode ser confundido com
forma desigual. Assim, por exemplo, justifica‑se a existência o princípio da reserva legal. A reserva legal impõe que certas
de critérios diferenciados para homens e mulheres em uma matérias sejam regidas apenas por lei em sentido estrito24.
prova física em um concurso público ante as nítidas diferen- É o caso, por exemplo, da previsão de crimes e cominação
ças fisiológicas entre os gêneros. de penas, que somente pode ser feita por lei.
Denomina‑se igualdade material aquela que permite
a existência de diferenciações, desde que devidamente III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamen-
justificadas. A igualdade formal que impede a estipulação to desumano ou degradante25;
de distinções em qualquer hipótese muitas vezes resultará
em injustiças, pois deixa de considerar as peculiaridades de Comentário: cuida o dispositivo da dignidade da pessoa
certas formações sociais. humana. Este inciso está em consonância com o que dispõe
A igualdade em nossa ordem constitucional deve ser le- o art. 1º, III, da Constituição Federal.
vada em conta tanto na lei quanto perante a lei. A igualdade
na lei é verificada quando da elaboração legislativa, impondo IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
a formação de leis que tenham como pilar a inexistência de dado o anonimato26;
diferenciações odiosas. A igualdade perante a lei impõe o
tratamento igualitário por parte do aplicador do direito, ou Comentário: a liberdade de expressão, como todo di-
seja, por parte daquele que venha a interpretar a norma e a reito fundamental, não é absoluta. Diversos limites serão
aplicar a disposição abstrata a um caso concreto. encontrados no exercício concreto de tais direitos. Primei-
ramente, não se pode utilizar a liberdade de expressão para
Passamos a comentar os setenta e oito incisos que com- cometer atos ilícitos, ofendendo os direitos fundamentais.
põem o art. 5º da Constituição Federal. Assim, impede‑se, por exemplo, a utilização desse direito
com a intenção de ofender alguém. A repressão contra a má
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obriga- utilização dos direitos fundamentais somente é efetiva se
ções, nos termos desta Constituição; acompanhada de identificação do responsável. O anonimato
é vedado justamente por impossibilitar a responsabilização
Comentário: trata‑se de mais uma decorrência do prin- daqueles que venham a utilizar o direito fora dos limites
cípio da isonomia. A previsão acima, porém, não impede constitucionais.
a existência de distinções entre homens e mulheres. Tais
diferenciações podem ser feitas tanto no âmbito constitu- V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
cional quanto na órbita legal22. A Constituição Federal de agravo, além da indenização por dano material, moral ou
1988 estabelece uma série de prerrogativas para as mulhe- à imagem;
res, como a proteção de seu mercado de trabalho, prazo
diferenciado para a licença à gestante, prazo reduzido para Comentário: duas possíveis punições contra quem uti-
a aposentadoria e inexistência de obrigação de alistamento liza de forma errada sua liberdade de expressão estão aqui
militar em tempos de paz. dispostas. Primeiramente, temos o direito de resposta, que
Direito Constitucional

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer exige do ofensor a concessão de meios para que o ofendido
alguma coisa senão em virtude de lei; venha a defender‑se publicamente. A segunda forma de
punição corresponde à indenização por dano material, moral
Comentário: traduz esse inciso o princípio da legalida- ou à imagem. A Constituição não define parâmetros para a
de23. Todos nós podemos fazer tudo o que a lei não proíba, fixação do valor da indenização, que deverá ser fixado, em
regra, pelo Poder Judiciário.
21
Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010.
22
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Adminis-
trativa/2013. 24
Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ-RO/Técnico Judiciário/2012.
23
Assunto cobrado na prova da Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligên- 25
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.
cias/2012. 26
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, O direito de imagem envolve aspectos físicos, inclusive
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e a voz. Fica configurada a proteção, por exemplo, com a utili-
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto zação comercial da imagem sem a autorização do titular do
e a suas liturgias27; direito. Pessoas públicas possuem uma tendência à relativi-
zação do direito de imagem frente ao direito de informação
Comentário: a liberdade acima descrita alcança os fenô- da sociedade.
menos, possibilitando o livre exercício das crenças religiosas e
a livre adoção de concepções científicas, filosóficas, políticas XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
etc. Sendo o Brasil um país laico, não é mais aceita a previsão podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
de religião oficial no País. em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial31;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de Comentário: a penetração sem o consentimento do mo-
internação coletiva28; rador pode ocorrer a qualquer hora do dia quando se tratar
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro.
Comentário: são considerados locais de internação Para que o ingresso no domicílio seja realizado mediante
coletiva os hospitais, as prisões e os quartéis, por exemplo. determinação judicial, porém, é necessário que ele ocorra
durante o dia, considerado esse o período entre a aurora e
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de o crepúsculo, ou seja, aquele em que há luz solar.
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se O ingresso por determinação judicial está limitado por
as invocar para eximir‑se de obrigação legal a todos imposta reserva jurisdicional, o que significa que não poderá ocorrer
e recusar‑se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei29; por determinação de qualquer outra autoridade (polícia,
Ministério Público etc.) ou por comissão parlamentar de
Comentário: são consideradas obrigações a todos im- inquérito.
postas, a obrigação de votar e o alistamento militar, que em O conceito de casa para efeito de inviolabilidade de do-
tempos de paz obriga a todos os homens de nacionalidade micílio não se limita ao conceito civil, alcançando os locais
brasileira. Se alguém oferecer uma excusa de consciência habitados de maneira exclusiva. São incluídos no conceito
para deixar de cumprir uma obrigação a todos imposta, os escritórios, as oficinas, os consultórios e, ainda, os locais
terá de se sujeitar ao ônus de uma obrigação alternativa. de habitação coletiva, como hotéis e motéis.
Se, porém, a obrigação alternativa não for cumprida, será A título de exemplo: no curso de uma investigação criminal,
aplicada, por exemplo, a pena de perda dos direitos políticos, a autoridade policial competente encontra indícios de que
nos termos do art. 15, IV, da Constituição Federal. bens furtados há um ano de uma repartição pública estejam
guardados na residência dos pais de um dos investigados. A
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artís- autoridade policial dirige-se, então, ao imóvel, durante o dia,
onde, sem o consentimento dos moradores e independen-
tica, científica e de comunicação, independentemente de
temente de determinação judicial, efetua busca que resulta
censura ou licença30;
na localização dos bens furtados. Nessa hipótese, será inad-
missível, no processo, por ter sido obtida de maneira ilícita.32
Comentário: a proibição da censura não impede que o
Estado venha a limitar a atividade de comunicação social,
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das
impedindo que os meios de comunicação venha a oferecer pro-
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
gramação que não seja condizente com os valores da sociedade
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
ou que sejam ofensivos a determinados grupos. A classificação
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
indicativa de diversões públicas e a limitação à publicidade de
investigação criminal ou instrução processual penal33;
tabaco, bebidas alcoólicas, remédios, terapias e agrotóxicos são
exemplos desse tipo de atividade, que é plenamente legítima.
Comentário: os sigilos, assim como todos os demais direi-
tos fundamentais, não são absolutos. Eles podem sofrer limi-
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra tação legal ou judicial. Em relação ao sigilo das comunicações
e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização telefônicas, verifica‑se a previsão de uma reserva jurisdicional.
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Sendo assim, somente por ordem judicial é possível quebrar
Comentário: a proteção ao direito de intimidade pode o referido sigilo. Outra imposição posta em relação ao sigilo
ser relativizado quando entra em choque com outros direi- das comunicações telefônicas é a necessidade de que somente
tos, como o direito de informação, que será estudado mais seja determinada a quebra para fins de investigação criminal
à frente. A proteção da intimidade, como veremos a seguir, ou instrução processual penal. Não é possível quebrar o refe-
Direito Constitucional

é apta até mesmo para justificar o segredo de justiça, que rido sigilo em causas cíveis. Além disso, é necessário que seja
observada a forma estabelecida em lei.
impede a publicidade de atos processuais.
O sigilo das comunicações telefônicas não pode ser
confundido com o sigilo dos dados telefônicos. O extrato das
27
Assunto cobrado na prova da Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2012.
28
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra- ligações telefônicas é protegido pelo sigilo de dados, que não
tiva/2010.
29
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/Ministério da Integração Nacio- 31
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/Ministério da Integração Nacio-
nal/Secretaria Nacional de Defesa Civil/2012; FCC/Assembleia Legislativa-SP/ nal/Secretaria Nacional de Defesa Civil/201 e Vunesp/Tribunal de JUStiça-SP/
Agente Técnico Legislativo/Direito/2010 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Escrevente Técnico Judiciário/2010.
Administrativa/2010. 32
FCC/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2012.
30
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Ancine/Técnico Administrati- 33
Assunto cobrado na prova do Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico
vo/2012 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010. Judiciário/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
está sujeito à reserva jurisdicional. O conteúdo das ligações de locomoção, mas sim que eles possam acompanhar o
é o que se denomina sigilo telefônico e está protegido pela proprietário que esteja se locomovendo.
reserva jurisdicional. O direito de locomoção é protegido pelo habeas corpus
O sigilo de dados engloba, por exemplo, os dados ban- e somente é garantido dentro do território nacional.
cários, fiscais e telefônicos.
Não estão sujeitos à reserva jurisdicional o sigilo da cor- XVI – todos podem reunir‑se pacificamente, sem armas,
respondência, das comunicações telegráficas e de dados. As- em locais abertos ao público, independentemente de autori-
sim, é possível que a quebra seja determinada, nesses casos, zação, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
por ordem de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito. convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio
aviso à autoridade competente36;
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou Comentário: o direito de reunião, como se pode perce-
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei ber, depende do preenchimento de uma série de requisitos:
estabelecer; a) ser realizada de forma pacífica;
Comentário: esse inciso dispõe sobre norma de eficácia b) seus participantes não podem estar armados;
contida, já que a liberdade de exercício de trabalho, ofício ou c) a reunião deve ocorrer em locais abertos ao públicos;
profissão pode ser restringida pela lei que venha a estabele- d) exige um prévio aviso à autoridade competente, sem
cer qualificações profissionais para determinada profissão. a necessidade, porém, de autorização dessa autoridade;
Dessa forma, a inexistência de uma lei regulamentadora de e) não pode frustrar uma reunião anteriormente convo-
certa profissão não é impedimento ao seu exercício, mas cada para o mesmo local.
sim a garantia de uma ampla liberdade de acesso à atividade Outro requisito que pode ser inserido nesse rol é o de
profissional. que a reunião seja temporária e episódica, como nos ensina
A liberdade profissional não engloba, porém, atividades o autor Alexandre de Moraes.
ilícitas. O princípio da legalidade, anteriormente estudado, O direito de reunião também engloba passeatas, carrea-
permite que se faça tudo que não seja proibido por meio de tas, comícios, desfiles, assim como cortejos e banquetes de
lei. Assim, não se pode exercer a “profissão” de traficante de caráter político, que são formas legítimas de reunião. Caso
drogas porque tal atividade é ilícita, proibida pela legislação. o direito de reunião seja desrespeitado, o remédio cabível
Por outro lado, a prostituição é totalmente livre em nosso será o mandado de segurança, ação cabível para a proteção
País porque não existe lei regulamentando a atividade. de direito líquido e certo.

XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer- vedada a de caráter paramilitar37;
cício profissional34;
Comentário: o direito de associação permite que pessoas
Comentário: o direito de informação pode ser encarado físicas e jurídicas se agrupem em prol de um interesse comum.
sobre duas óticas. Segundo o texto constitucional, é livre a formação de asso-
Sob o ponto de vista privado, o direito de informação da ciações, desde que elas tenham um fim lícito e não possuam
sociedade englobará, por exemplo, a atividade jornalística, caráter paramilitar. Para que uma associação tenha caráter
que pode divulgar informações, ainda que pessoais, que paramilitar, é necessário que ela venha a ter características
sejam de interesse da sociedade. Admite‑se, nessa atividade, similares às estruturas militares, tais como o uso de uniformes,
porém, o sigilo da fonte, quando for necessário ao exercício palavras de ordem, hierarquia militarizada, táticas militares etc.
profissional. Esse sigilo não impede, porém, a responsabi-
lização do responsável pela informação no caso de ela ser XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de
inverídica, por exemplo. cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
O direito de informação sob o aspecto privado será es- interferência estatal em seu funcionamento38;
tudado adiante, no inciso XXXIII deste artigo.
Comentário: como visto no inciso anterior, é livre a
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo criação de associações. A associação de pessoas em um
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele regime de cooperativa, porém, pressupõe o preenchimen-
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens35; to de diversos requisitos legais, tendo em vista os diversos
benefícios que são concedidos a esse tipo de associativismo.
Comentário: o direito de locomoção, como os demais Não é permitida a interferência do estado no funcionamento
direitos fundamentais, não é absoluto. das associações, o que não impede que o Poder Judiciário
Primeiramente, há que se observar, para o seu exercício, venha a suspender ou dissolver uma associação no caso de
Direito Constitucional

a prevalência da paz. Em hipóteses de guerra, que suscitam se verificar a prática de uma atividade ilícita.
a instituição de Estado de Sítio, é possível a restrição da A título de exemplo: cinco amigos, moradores de uma
liberdade de locomoção no território nacional. Além desse favela, decidem criar uma associação para lutar por me-
aspecto, há que se observar que o direito de locomoção lhorias nas condições de saneamento básico do local. Um
inclui os bens pertencentes ao seu titular. Isso não significa,
porém, que os bens possuam de forma autônoma o direito 36
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico
Legislativo/Técnico em Radiologia, Esaf/Ministério da Integração Nacional/
Secretaria Nacional de Defesa Civil/2012. Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/
34
Assunto cobrado na prova do Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Escrevente Técnico Judiciário/2010.
Judiciário/2010. 37
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
35
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/Classe A/ 38
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legis-
Padrão I/2012. lativo/2010 e Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
político da região, sabendo da iniciativa, informa-lhes nha a reduzi‑la aquém de seu núcleo mínimo, ou seja, desde
que, para tanto, será necessário obter, junto à Prefeitura, que não venha a desconfigurar esse direito de propriedade.
uma autorização para sua criação e funcionamento. Nesta
hipótese, a informação que receberam está errada, pois a XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
Constituição Federal estabelece que a criação de associa-
ções independe de autorização.39 Comentário: a propriedade, como qualquer direito
fundamental, não é absoluta, devendo ser garantida na pro-
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente porção em que também garante o bem‑estar da sociedade.
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão ju- O descumprimento da função social da propriedade pode
dicial, exigindo‑se, no primeiro caso, o trânsito em julgado40; levar, por exemplo, à desapropriação do bem, destinando‑o
a uma finalidade que atenda ao interesse social, como a
Comentário: como estudado no inciso anterior, as as- reforma agrária.
sociações podem ser compulsoriamente dissolvidas ou
terem suas atividades suspensas por uma decisão judicial. XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapro-
A hipótese de dissolução, porém, mostra uma medida mais priação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
drástica, o que impõe que a decisão judicial seja revestida de social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
um caráter definitivo, sem possibilidade de reforma por meio ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
de recurso. Por conta disso, exige‑se o trânsito em julgado
de uma decisão judicial para que ela possa dissolver uma Comentário: a desapropriação não pode ser confundida
associação. Uma decisão terá trânsito em julgado quando com o confisco, que é uma forma de expropriação definida
não for mais cabível a interposição de recurso contra ela. no art. 243 da Constituição Federal. A desapropriação resulta
na aquisição compulsória de uma propriedade por parte do
XX – ninguém poderá ser compelido a associar‑se ou a Estado, que deverá fundamentar tal ato de força na neces-
permanecer associado; sidade pública, na utilidade pública ou no interesse social.
Essa previsão demonstra bem a ideia do inciso anterior, que
Comentário: assim como há a liberdade de criação de demonstra que o interesse do Estado está acima de interes-
associações, temos também a liberdade individual de inte- ses particulares quando se trata de dar à propriedade uma
grar ou deixar de integrar a associação. Os integrantes da função social. A indenização devida pelo ente estatal será,
associação, portanto, não poderão ser compelidos a ingressar de regra, justa, prévia e em dinheiro. A própria Constituição
na entidade ou de continuar compondo a associação. Federal, porém, excepciona tal previsão, dispondo, em seus
arts. 182, §4º, III, e 184, acerca da desapropriação‑sanção,
XXI – as entidades associativas, quando expressamente na qual a indenização é recolhida com base em títulos da
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados dívida pública e títulos da dívida agrária.
judicial ou extrajudicialmente41;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade
Comentário: a principal finalidade de uma associação é, competente poderá usar de propriedade particular, assegu-
sem dúvida, a defesa de interesses dos associados. A defesa rada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano42;
dos interesses pode ocorrer perante o poder judiciário ou
de forma extrajudicial. A defesa de interesses por meio da Comentário: esse inciso trata da requisição adminis-
associação, porém, depende de autorização dos associados, trativa, que permite ao Estado a utilização compulsória da
que podem se expressar de forma individualizada ou conce- propriedade particular. Existem duas diferenças quanto à
der uma autorização genérica. indenização paga na requisição e na desapropriação. Pri-
A defesa de interesses dos associados é realizada por meiramente, a indenização na requisição administrativa não
meio do instituto da representação processual. Na represen- representará o valor total do bem, mas apenas o valor do
tação processual a associação fala em nome do associado e, dano eventualmente causado. Em segundo lugar, tendo em
por tal razão, precisa da autorização desse associado. vista que o perigo iminente não é previsível, temos que o pro-
Existe uma situação em que a associação atua de forma prietário somente será indenizado posteriormente ao uso,
extraordinária por meio da substituição processual. Trata‑se e não de forma prévia, como acontece na desapropriação.
da hipótese de impetração de mandado de segurança
coletivo. A associação, nesse caso, defende interesses dos XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em
associados em nome próprio, razão pela qual não necessita lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de
de autorização. penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua ati-
vidade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar
XXII – é garantido o direito de propriedade; o seu desenvolvimento;
Direito Constitucional

Comentário: o núcleo de direitos enumerados no caput Comentário: a penhora consiste na utilização de bens do
do art. 5º já dispõe sobre o direito de propriedade, consi- devedor para a quitação de sua dívida. O Poder Judiciário,
derado pela doutrina como inserido em norma de eficácia porém, não poderá utilizar‑se desse instituto para penhorar
contida. Isso significa que é possível que o legislador venha a propriedades rurais se estiverem presentes alguns requisitos:
restringir certos aspectos da propriedade, desde que não ve- – tratar‑se de uma propriedade pequena, tal qual defi-
nido em lei;
39
FCC/Instituto Nacional do Seguro Social/Técnico do Seguro Social/2012.
40
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Legislativo
de Serviços Técnicos e Administrativos/2010. Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PRF/Agente Administrativo/
42
41
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judi- Classe A/ Padrão I/2012 e Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
ciário/2013 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/2010. Nacional de Defesa Civil/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
– for a propriedade trabalhada pela família; licença de seu inventor ou do detentor do direito de pro-
– a obrigação objeto do inadimplemento referir‑se a priedade industrial.
dívida contraída para a produção.
XXX – é garantido o direito de herança;
Tendo em vista a impossibilidade de penhora dessas
terras, torna‑se pouco interessante o empréstimo de valores Comentário: o direito de herança, como todos os de-
aos respectivos produtores rurais. Por tal razão, dispõe a mais direitos fundamentais, não é absoluto, podendo ser
Constituição que a lei disporá sobre os meios de financiar seu relativizado, por exemplo, quando a ele se opõem débitos
desenvolvimento, que muitas vezes é fomentado pelo Estado. decorrentes de atividades ilícitas praticadas pelo de cujus,
como estudaremos no dispositivo a seguir.
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, trans- XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no
missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar43; País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge
ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais
Comentário: a propriedade intelectual também é pro- favorável a lei pessoal do de cujus44;
tegida no âmbito constitucional. Aqui estamos a tratar dos
direitos autorais, que protegem bens imateriais destinados Comentário: a Constituição brasileira tenta proteger
essencialmente a uma função estética (obras literárias, cônjuge e filhos brasileiros quando da partilha de bens de
músicas, pinturas etc.). Compete à legislação a definição estrangeiros situados no Brasil. Para tanto, dispõe que deve
do prazo o qual os herdeiros poderão usufruir dos direitos ser aplicada a lei mais favorável aos familiares brasileiros,
patrimoniais da propriedade intelectual. mesmo que, para tanto, seja necessário afastar a legislação
civil brasileira para que seja aplicada a legislação do país de
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei: origem do de cujus, ou seja, do estrangeiro falecido. Impor-
a) a proteção às participações individuais em obras co- tante salientar que essa regra, por questões de soberania,
letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive somente é aplicável aos bens situados no Brasil.
nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, do consumidor;
aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas; Comentário: o Direito Constitucional constitui a base de
diversos ramos do Direito, instituindo as diretrizes necessá-
Comentário: a coautoria, por exemplo, também deve ser rias para que o legislador venha a criar a base legal necessária
protegida, tendo em vista que o texto constitucional protege à plena eficácia de seus preceitos.
as participações individuais em obras coletivas. A imagem e Isso é exatamente o que ocorre com o Direito do Con-
a voz humanas também são protegidas, independentemente sumidor. Estudar o Direito Consumerista sob a ótica cons-
de sua utilização comercial. Cabe lembrar, porém, que tanto a titucional é visitar os preceitos que servem de base para a
imagem quanto a voz podem sofrer divulgação, independen- instituição de diversas garantias, tal qual aquelas definidas
temente de autorização, quando houver um interesse público no Código de Defesa do Consumidor.
de informação. Nesse caso, a relativização desse dispositivo Sendo assim, não se cuida aqui de estudar o Direito do
encontra amparo no art. 5º, XIV, da Constituição Federal, que Consumidor, mas sim as disposições inseridas dentro da
trata do direito de informação. O direito de fiscalização do ótica constitucional. Esse é um ponto que merece destaque
aproveitamento econômico das obras é feito, por exemplo, no presente estudo.
por meio do ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Dis- A Constituição Federal começa a referir-se ao consumidor
tribuição, entidade que arrecada e distribui direitos autorais. em seu art. 5º, XXXII, que assim determina: “XXXII – o Estado
promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;”.
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos indus- Verifica-se que a Constituição Federal não elabora lista-
triais privilégio temporário para sua utilização, bem como gem sobre o que venha a ser o direito do consumidor. Por
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, outro lado, traz a obrigação constitucional de sua proteção
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo pelo Estado. Tal defesa será efetivada por meio da edição de
em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico leis, como se verifica no Código de Defesa do Consumidor
e econômico do País; (Lei nº 8.078/1990).
O referido código também possui previsão no Ato das
Comentário: apesar de se relacionar também com a Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). O ADCT,
propriedade intelectual, a propriedade industrial se difere
Direito Constitucional

em seu art. 48, determina que o Congresso Nacional deveria


do direito autoral em virtude do caráter pragmático da in- elaborar o Código de Defesa do Consumidor dentro de cento
venção, que se volta à utilidade da atividade criativa. Como e vinte dias após a promulgação da Constituição Federal.
a utilidade deve ser regulada segundo o interesse social e o Esse dispositivo possui grande importância, já que criou a
desenvolvimento tecnológico e econômico do País, o privilé- obrigação de legislar sobre a matéria, reduzindo, assim, a
gio de utilização dessa propriedade será apenas temporário. discricionariedade do Poder Legislativo.
Após um determinado período, uma invenção, por exemplo, O referido prazo não foi respeitado, visto a data de edição
poderá ser produzida e comercializada sem necessidade de da Lei nº 8.078, 11 de setembro de 1990.

Assunto cobrado na prova do Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2012.


43
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/2010.
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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Os consumidores também são protegidos pelo texto XXXIV – são a todos assegurados, independentemente
constitucional quando é estabelecida, no art. 24, VIII, da do pagamento de taxas:
Constituição Federal, a competência concorrente para a a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
edição de lei que disponha sobre a responsabilidade por direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
dano causado ao consumidor. Amplia-se, assim, a gama de b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
normas que podem ser editadas nesse sentido, nas órbitas para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
federal e estadual. interesse pessoal46;
Outro dispositivo de grande interesse para o direito do
consumidor é o que garante o esclarecimento acerca dos Comentário: trata o presente inciso de uma gratuidade
impostos que incidem sobre mercadorias e serviços. Assim constitucional incondicionada, o que significa dizer que a
dispõe o art. 150, § 5º, da CF: cobrança de taxas para o exercício do direito de petição ou
do direito de obter certidões será sempre inconstitucional.
A lei determinará medidas para que os consumidores Há que se ressaltar que a constituição dispõe também sobre
sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam a gratuidade de duas certidões específicas: de óbito e de
sobre mercadorias e serviços. nascimento, no art. 5º, LXXVI, da CF, que no âmbito consti-
tucional alcança apenas os reconhecidamente pobres, nos
Essa disposição constitucional ganha destaque pelo fato termos da lei.
de consistir em obrigação destinada ao ente Estatal, que
institui tributos. Demonstra-se, assim, que o Direito do Con- XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
sumidor não se restringe a impor obrigação ao fornecedor de lesão ou ameaça a direito;
bens ou serviços, mas também a todos aqueles que possam
atingir a categoria dos consumidores. Comentário: cuida‑se da inafastabilidade da jurisdição
Por fim, destacamos a disposição expressa no ou do princípio do amplo acesso ao Poder Judiciário, que
art. 170, V, que estabelece a defesa do consumidor como um demonstra a intenção do constituinte de submeter ao Poder
dos princípios da ordem econômica. A inserção do direito Judiciário toda lesão ou amea­ça de lesão a direito, afastando,
consumerista em nossa ordem econômica representa um assim, o modelo francês de contencioso administrativo, ou
contrapeso ao liberalismo econômico, destacado pela liber- seja, de submissão de questões administrativas a tribunais
dade de iniciativa. Demonstra que a atividade econômica, específicos. Sendo assim, seria inconstitucional, por exemplo,
apesar de livre, não se situa em posição de anarquia, tendo a estipulação de taxas judiciárias elevadas ou fixadas em per-
em vista o papel cogente dos direitos fundamentais, como centuais sobre o valor da causa, sem limite, pois impedem o
do consumidor. amplo acesso da população ao Poder Judiciário.
Essas são as disposições constitucionais relacionadas ao Em certos casos é possível transacionar acerca do direito
Direito do Consumidor. de acesso à máquina judiciária, por exemplo, nas hipóteses
de convenção de arbitragem livremente acordada em um
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos negócio jurídico. É possível também que a Fazenda Pública
informações de seu interesse particular, ou de interesse venha a condicionar um parcelamento tributário à renúncia
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob do direito de discutir o débito perante o Poder Judiciário.
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo Em alguns casos, o prévio acesso à via recursal adminis-
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado45; trativa se mostra necessário para a configuração do interesse
de agir, condição para o ajuizamento de uma ação. Para
Comentário: o direito de informação pode ser encarado a impetração de habeas data, por exemplo, é necessário
sob ótica pública ou privada. Sob o aspecto privado, refere‑se que o interessado em obter acesso ou a retificação de seus
ao direito de ser informado, independentemente de censu- dados pessoais comprove a existência de prévia negativa do
ra. Sob a ótica pública, podemos entender tal prerrogativa detentor do banco de dados.
como o direito que possuímos de obter, junto aos órgãos A justiça desportiva possui uma precedência sobre o
públicos, informações de interesse particular, ou de interesse sistema judicial no que se refere às causas relativas à dis-
coletivo ou geral. Esse direito é essencial, tendo em vista a ciplina e às competições desportivas. Nesse caso, a justiça
adoção de forma de governo republicana, que insere a ideia desportiva terá o prazo de 60 dias, a partir da instauração
de que o Estado é uma coisa pública, de todos, razão pela do processo, para proferir sua decisão final. Somente após
qual deve imperar o princípio da publicidade. A lei definirá o o esgotamento da instância desportiva é que será possível
submeter a causa ao Poder Judiciário.
prazo no qual, sob pena de responsabilidade, a informação
será prestada. Há, porém, exceções a esse princípio e que
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
possibilitam a existência de informações sigilosas nos órgãos
jurídico perfeito e a coisa julgada;
públicos. Esse sigilo deverá estar amparado na segurança da
Direito Constitucional

sociedade e do Estado. Comentário: nosso sistema constitucional adota a ideia


Interessante notar que os fundamentos para o sigilo das de irretroatividade da lei, impedindo, assim, que uma nova
informações constantes dos órgãos públicos recebeu funda- lei produza efeitos sobre atos anteriormente realizados, até
mento diverso do segredo de justiça, que, segundo o art. 5º, mesmo sobre os efeitos futuros desses atos. A irretroativida-
LX, da CF, será possível nos casos de proteção do interesse de, porém, não é total. A proibição constitucional limita‑se
social ou da intimidade. aos casos em que a aplicação retroativa da lei prejudica o
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico
45

Judiciário/2012 e Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
46

de Defesa Civil/2012. vil/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, a Carta Maior denomina plenitude de defesa. Também será
o Decreto‑Lei nº 4.657/1942, define o alcance dos referidos garantido o sigilo da votação, o que impede que os juízes
termos da seguinte forma: leigos sejam ameaçados ou que sejam feitas tentativas de
suborno, por exemplo. Por fim, cabe lembrar que o vere-
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, dicto resultante do julgamento do conselho de sentença é
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido soberano, o que impede que o juiz‑presidente do tribunal
e a coisa julgada. venha a alterar alguma conclusão decorrente da votação. Isso
§ 1º Reputa‑se ato jurídico perfeito o já consumado não impede, por outro lado, que sejam interpostos recursos
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. contra a decisão proferida pelo tribunal do júri, ocasião na
§ 2º Consideram‑se adquiridos assim os direitos qual é possível que o julgamento seja desconstituído.
que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer,
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pré‑fixo, ou condição preestabelecida inalterável, pena sem prévia cominação legal;
a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama‑se coisa julgada ou caso julgado a decisão Comentário: trata‑se do princípio da reserva legal ou da
judicial de que já não caiba recurso. anterioridade da lei penal. A definição de crimes e a comina-
ção de penas somente é possível por meio de lei em sentido
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; estrito, excluindo‑se portanto atos normativos primários,
como as medidas provisórias. A previsão constitucional
Comentário: a proibição da existência de juízo ou tribunal desse inciso, porém, não impede a existência de leis penais
de exceção impede que alguém seja julgado por um órgão em branco, que admitem a existência de complemento a ser
judicial que não seja aquele ordinariamente competente para veiculado por normas infraconstitucionais, como a Lei de
o julgamento da causa. A vedação do dispositivo, porém, não Tóxicos, por exemplo, que possui regulamento infraconstitu-
se limita a esse aspecto, relativo à competência. A proibição cional no intuito de disciplinar quais substâncias devem ser
consideradas entorpecentes para efeitos penais.
também visa a evitar que no processo seja utilizado proce-
dimento diverso daquele previsto em lei, ofendendo, assim,
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
a legislação processual.
Comentário: trata‑se do princípio da irretroatividade da
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a orga-
lei penal mais maléfica, da retroatividade da lei penal mais
nização que lhe der a lei, assegurados:
benéfica ou da ultratividade da lei penal mais benéfica.
a) a plenitude de defesa; Segundo o referido princípio, a legislação penal não pode
b) o sigilo das votações; ser aplicada a fatos produzidos antes de sua vigência, salvo
c) a soberania dos veredictos; quando tratar‑se de aplicação que beneficie o réu.
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos Dessa forma, se uma pessoa comete um crime quando
contra a vida; da vigência de uma Lei A e, posteriormente, surge uma lei
B, mais maléfica, a data do julgamento será aplicada a Lei A,
Comentário: o júri configura uma forma de exercício ainda que não mais tenha vigência, tendo em vista que não
direto da soberania popular, tendo em vista que assegura se trata de retroatividade em prol do réu.
ao povo o julgamento de crimes dolosos contra a vida. No
tribunal do júri, o conselho de sentença, formado por pes-
soas leigas, do povo, será o juiz de fato, sendo que o juiz de
direito, togado, apenas terá a função de coordenar os atos
processuais.
Como foi dito, o tribunal do júri possui competência para
julgar os crimes dolosos contra a vida, que são aqueles crimes
cometidos intencionalmente e que se voltam diretamente No caso de a lei posterior ser mais benéfica, a condena-
contra o bem “vida”. São exemplos de crimes contra a vida ção aplicar‑lhe‑á, ainda que não vigente à época da conduta
o homicídio, o aborto, auxílio ou a instigação ao suicídio e o delitiva. Essa retroação pode até mesmo desconstituir deci-
infanticídio. Para que o crime seja julgado pelo júri, é neces- sões que já tenham transitado em julgado.
sário que ele se volte diretamente contra a vida, não sendo Cabe nota de que não se admite a Combinação de Leis.
cabível o julgamento de crimes que se destinam a ofender Se a lei posterior for em parte melhor e em parte pior que a
outros valores, mas que acabam por atingir também a vida anterior, o juiz não pode se utilizar da parte benéfica de uma
da vítima, tais como o latrocínio e a lesão corporal seguida Lei W e da parte benéfica da Lei K, sob pena de agir como
de morte. um legislador positivo, já que criará uma terceira lei. O juiz
No júri, é admitida a utilização de quaisquer meios lícitos deverá, portanto, analisar qual das leis é mais branda para
para o convencimento do conselho de sentença, garantia que beneficiar o réu no caso concreto.
Direito Constitucional

Ex. 1:

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Crime Permanente
Na hipótese de crime permanente, a prática criminosa se alonga no tempo. Como na extorsão mediante sequestro, a lei
será aplicada levando‑se em conta o último momento em que praticado ato executório do crime. Vejamos.

Ex. 2:

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos Cabe lembrar que nada impede que a legislação venha a
direitos e liberdades fundamentais; ampliar as características aqui listadas, prevendo, por exem-
plo, que outros crimes também sejam sujeitas a prescrição.
Comentário: trata‑se de cláusula genérica de proteção
ao próprio sistema de garantias fundamentais do cidadão. XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
Comentário: primeiramente, há que se asseverar que o
racismo consiste em atitude de segregação, não se limitando a Comentário: o princípio da pessoalidade da pena impede
que a condenação penal venha a ser estendida, subjetiva-
ofensas verbais de conteúdo discriminatório. Ademais, o racis-
mente, extrapolando a figura do autor. Nosso sistema repudia
mo não precisa estar atrelado a critérios biológicos, englobando a responsabilidade de pena objetiva, razão pela qual a pena
qualquer forma de discriminação baseada em critérios étnicos, somente pode ser aplicada a quem seja culpado (em sentido
religiosos etc. A inafiançabilidade impede a concessão de liber- lato) pela conduta delitiva. A referida limitação, porém, não
dade provisória mediante pagamento de fiança. A imprescriti- se aplica aos reflexos patrimoniais da atividade criminosa.
bilidade impede que o Estado venha a perder sua pretensão A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento
punitiva em virtude do decurso do tempo. Por fim, a pena de de bens pode alcançar os herdeiros, desde que a execução
reclusão impõe a aplicação de regime de pena inicialmente da dívida se limite ao patrimônio efetivamente transferido.
fechado, sendo cabível, porém, a progressão de regime. Dessa forma, ainda que os reflexos patrimoniais sejam
transferidos aos sucessores, a obrigação nunca poderá ser
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetí- cobrada em montante superior ao valor do patrimônio
veis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito transferido, o que, de certa forma, impede a existência de
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos uma responsabilidade penal objetiva.
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandan-
tes, os executores e os que, podendo evitá‑los, se omitirem; XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará,
entre outras, as seguintes:
Comentário: os delitos definidos nesse inciso não admitem a) privação ou restrição da liberdade;
o pagamento de fiança com a finalidade de se obter a liberdade b) perda de bens;
provisória, bem como a concessão dos benefícios da graça ou c) multa;
da anistia. Interessante notar que será cabível a modalidade d) prestação social alternativa;
omissiva em relação àqueles que puderem evitar esses crimes. e) suspensão ou interdição de direitos;

XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a Comentário: as penas descritas no presente inciso for-
malizam um rol meramente exemplificativo das penas que
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
podem ser adotadas em nosso ordenamento jurídico. Estabe-
constitucional e o Estado Democrático47;
lece a Constituição, ainda, o princípio da individualização da
pena, que impõe a pena adequada ao réu, segundo elemen-
Comentário: o presente inciso disciplina o terceiro grupo tos objetivos (relacionados à conduta criminosa) e subjetivos
de crimes que mereceram do constituinte uma repressão (relativos ao perfil do réu). Segundo esse preceito, deve o juiz,
especial. Tal qual no racismo, foi excluída a possibilidade de ao proceder à dosimetria da pena, adequar a pena de forma
pagamento de fiança e de prescrição de tais delitos. a amoldar‑se perfeitamente à situação segundo critérios de
Sendo assim, temos o seguinte panorama no que se quantidade, tipo e regime de cumprimento.
refere aos crimes com repressão especial, definidos cons- Por conta desse preceito já foi considerada inconstitucional
titucionalmente: a tentativa de se proibir a progressão de regime, que permite
– inafiançáveis: racismo, crimes hediondos, tráfico, ao réu progredir, passando do regime fechado, mais grave,
tortura, terrorismo e ação de grupos armados contra para os regimes semiaberto e aberto. A imposição de regime
Direito Constitucional

a ordem constitucional e o Estado Democrático; integralmente fechado retira do juiz a possibilidade de indivi-
– imprescritíveis: racismo e ação de grupos armados dualizar a pena segundo as peculiaridades existentes no caso,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; aplicando o mesmo regime de pena em qualquer situação.
– sujeitos a reclusão: racismo;
– insuscetíveis de graça ou anistia: hediondos, tráfico, XLVII – não haverá penas:
tortura e terrorismo. a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente
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c) de trabalhos forçados;
Técnico Legislativo/2010; FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrati-
va/2010 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área
d) de banimento;
Administrativa/2010. e) cruéis;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Comentário: a pena de morte, como podemos perce- Por fim, registra a Constituição do Brasil a proibição
ber, somente é cabível quando o Presidente da República de aplicação de penas cruéis, já que ferem a dignidade da
declara guerra, sendo aplicada nas hipóteses previstas na pessoa humana.
legislação penal específica57.
Apesar de a Constituição Federal proibir a condenação XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos
em relação a penas de caráter perpétuo, é possível que uma distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
sentença condenatória venha a impor pena de duzentos anos sexo do apenado;
de reclusão, por exemplo. Ocorre que, apesar de a sentença
impor pena que provavelmente extrapola a prazo de vida Comentário: a medida acima visa a resguardar a figura do
de um ser humano, impõe o Código Penal que a execução preso, evitando abusos em virtude da maior suscetibilidade
dessa pena não poderá ultrapassar o prazo de trinta anos, de certos presos. Evita também que a prisão deixe de ser
o que acaba por impedir que a condenação resulte em uma um local de ressocialização para se tornar uma verdadeira
penalidade de caráter perpétuo. escola de crime, já que os presos de menor periculosidade
A pena de trabalhos forçados impede que o condenado poderiam ser influenciados pelos presos de maior tendência
seja obrigado a trabalhar de forma desumana, sendo obri- à criminalidade.
gado a empreender esforços que extrapolem o limite da
capacidade humana. XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade
O banimento significa o exílio, o desterro de um nacional. física e moral;
Consiste na proibição de permanência no território de seu
país. Não pode ser confundido com a expulsão, que se refere Comentário: o preso fica sob a tutela do Estado, devendo
apenas aos estrangeiros e não é propriamente uma pena, ter resguardada sua integridade física e moral. O Estado será
mas uma medida de resguardo da soberania do país. Se fosse responsável tanto pelos danos gerados por seus agentes,
considerada uma pena, seríamos obrigados a obedecer a um quanto por aqueles que sejam gerados pelos demais presos,
devido processo legal para poder expulsar um estrangeiro, tendo em vista o dever de cuidar da integridade daqueles
o que não ocorre. Na expulsão, o estrangeiro é retirado do que estão sob sua custódia.
País por ter cometido ato contrário aos interesses nacionais.
Também não pode ser confundida com banimento a ex- L – às presidiárias serão asseguradas condições para
tradição, que consiste na entrega de um estrangeiro ou de um que possam permanecer com seus filhos durante o período
brasileiro naturalizado a um país estrangeiro, permitindo‑se, de amamentação;
assim, seu julgamento e a aplicação de pena naquele Estado.
Por fim, registramos que o banimento não pode ser Comentário: o direito à amamentação assegura, de certa
confundido com a deportação, que decorre da retirada do forma, a obediência ao princípio da pessoa­lidade da pena,
território brasileiro daqueles estrangeiros que não cumprem já que a criança não será afetada nem sofrerá prejuízo em
com os requisitos legais migratórios. virtude do fato cometido pela mãe.
Resumindo:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o na-
turalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei58;

Comentário: cuida‑se, aqui, da primeira distinção trazida


no texto constitucional acerca dos brasileiros natos e dos na-
turalizados. Graficamente podemos representar a disposição
acima da seguinte maneira:
4849
Direito Constitucional

Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.


48

Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/Técnico em Radiologia/2012 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente
49

Legislativo de Serviços Técnicos e Administrativos/2010.

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LII – não será concedida extradição de estrangeiro por prova ilícita por derivação (teoria dos frutos da árvore en-
crime político ou de opinião50; venenada). Segundo tal regra, também serão inadmitidas no
processo as provas que forem obtidas a partir de uma prova
Comentário: o disposto neste inciso impede que o instituto obtida por meio ilícito. Vamos supor, por exemplo, que um
da extradição venha a ser utilizado como forma de perseguição policial faça uma escuta clandestina, descobrindo que um
política. É respeitado, portanto, o pluralismo político, que é a crime será cometido no dia seguinte, em tal lugar, em tal
liberdade de se optar por determinadas concepções políti- hora. Se esse policial presenciar o crime e fotografar a cena,
cas. Cabe lembrar, ainda, que a Constituição Federal, em seu tais fotos também serão ilícitas, pois somente foram obtidas
art. 4º, X, prevê a concessão de asilo político, que nada mais é a partir das informações colhidas na escuta clandestina,
do que um impedimento à extradição, concedido àqueles que atividade criminosa que contamina as provas subsequentes.
sofrem de perseguição política em país estrangeiro. Por fim, ressaltamos que o simples fato de existirem provas
obtidas por meios ilícitos em um processo não significa que
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão haverá absolvição do réu. É possível, dessa forma, a conde-
pela autoridade competente51; nação se existirem no processo outras provas independentes
e capazes de fundamentar eventual sentença condenatória.
Comentário: cuida‑se do princípio do juiz natural, que
garante ao jurisdicionado o direito a receber a prestação LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito
jurisdicional segundo as regras rigidamente estabelecidas em em julgado de sentença penal condenatória;
lei. Se uma causa é julgada em juiz incompetente, por exem-
plo, estamos diante de nítida ofensa ao referido princípio. Comentário: cuida o presente inciso do que comumente
Há quem defenda a existência do princípio do promotor se denomina princípio da presunção de não culpabilidade
natural, que também seria um consectário do presente inci- ou da presunção de inocência. Com base nesse dispositivo,
so. Esse princípio diz respeito à impossibilidade de alteração, somente após o trânsito em julgado da sentença condenató-
de forma arbitrária, do membro do Ministério Público desig- ria, o réu poderá ser considerado culpado. Isso não significa,
nado para uma causa, buscando‑se, dessa forma, a garantia porém, que ele não poderá ser preso antes disso. A prisão
da independência funcional, já que impede que os membros não é atrelada à culpa, já que pode ser uma medida de cau-
do parquet sofram qualquer pressão. tela, evitando‑se a fuga do preso ou o risco de cometimento
de novos delitos.
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens São exemplos de prisões cautelares as temporárias,
sem o devido processo legal; preventivas, por pronúncia etc.

Comentário: estamos diante do princípio do devido pro- LVIII – o civilmente identificado não será submetido a
cesso legal, que impõe a observância das normas processuais identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
vigentes para que alguém seja privado de sua liberdade
ou de seus bens. A presente regra também é denominada Comentário: em nosso país, privilegiando‑se a presun-
“devido processo legal substancial” e impõe a observância ção de legitimidade e a fé pública, adota‑se como regra a
da proporcionalidade de da razoabilidade. identificação feita por meio de documentos civis. Em casos
excepcionais, porém, desde que haja previsão legal, poderá
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrati- ser feita a identificação criminal, papiloscópica ou fotográfica,
por exemplo.
vo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório
Assim, quando alguém é detido, somente será obrigado
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
a proceder a uma identificação criminal se, por exemplo,
não possuir identificação civil, tiver identificação civil em
Comentário: este inciso explicita o conteúdo do devido mau estado de conservação ou cometer delitos específicos,
processo legal processual, estipulando duas regras básicas, previstos em lei.
que são o contraditório e a ampla defesa.
O contraditório consiste no direito de con­tra‑argumen­tar, LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação
ou seja, de apresentar uma versão que conteste as alegações pública, se esta não for intentada no prazo legal52;
feitas pela parte adversa.
A ampla defesa pressupõe a possibilidade de se produzir Comentário: esse é o caso da ação penal privada sub-
provas no processo, juntando elementos fáticos à argumen- sidiária da pública. Vamos aqui, de forma sintética, resumir
tação feita em sua defesa. esse trâmite.
O Poder Judiciário somente age quando é provocado.
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas A isso chamamos princípio da inércia. Dessa forma, para
por meios ilícitos; que o Estado possa condenar alguém pelo cometimento de
um crime, é necessário que o Judiciário seja provocado por
Comentário: no exercício da ampla defesa, não é possível meio de uma ação penal.
Direito Constitucional

juntar aos autos provas que tenham sido obtidas por meios As ações penais podem ser ajuizadas pela vítima (ação
ilícitos. A presente medida busca evitar que a atividade de pro- penal privada) ou pelo Ministério Público (ação penal pú-
dução de provas se torne um estímulo à prática de atos ilícitos. blica), quando for o caso. Quando proposta pela vítima,
Em certos casos, porém, essa proibição é relativizada, denominamos queixa‑crime; quando iniciada pelo Ministério
desde que a prova obtida por meio ilícito seja o único meio Público, denominamos denúncia.
A lei penal possui o papel de definir qual será a forma de
de prova capaz de garantir o direito de defesa de pessoa que
propositura da ação, sendo mais comum a propositura pelo
esteja na condição de acusada.
Ministério Público. Nesse caso, se o Ministério Público não
A doutrina e a jurisprudência reconhecem a regra da apresentar denúncia no prazo legal, abrir‑se‑á oportunidade
Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010.
50

Esaf/MF/Assistente Técnico/Administrativo/2012.
51
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
52

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
de a vítima substituir o Ministério Público, por meio da ação A segunda hipótese de prisão diz respeito à ordem
penal privada subsidiária da pública. judicial escrita e fundamentada. Nesse caso, deverá o juiz
determinar a expedição do respectivo mandado, que poderá
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos instrumentalizar diversos tipos de prisão (preventiva, tem-
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse porária etc.). Cabe notar o fato de que essa prisão, por ser
social o exigirem53; escrita, nada tem a ver com a voz de prisão, que pode ser
dada pelo juiz em uma audiência, por exemplo.
Comentários: os atos processuais, via de regra, são A terceira hipótese de prisão refere‑se à transgressão
públicos, assim como os julgamentos realizados no âmbito militar ou crime propriamente militar, que, no caso, pres-
do Poder Judiciário (art. 93, IX, da CF). Excepcionalmente, cindem de ordem judicial. Ressalte‑se que a Constituição
porém, teremos o chamado “segredo de justiça”, que impõe expressamente proíbe a impetração de habeas corpus, que
restrição à publicidade dos atos processuais. A Constituição é uma medida destinada à proteção do direito de ir e vir,
Federal traz duas hipóteses de restrição do acesso aos atos nas hipóteses de punição disciplinar militar (art. 142, § 2º).
processuais: Por fim, cabe registrar uma hipótese bem específica de
a) defesa da intimidade; prisão, que será criada no caso de decretação de Estado de
b) interesse social. Defesa. Trata‑se da prisão por crime contra o Estado, que
É importante que o aluno não confunda esse segredo tem previsão no art. 136, § 3º, da Constituição do Brasil.
com o segredo relativo às informações de caráter público.
O art. 5º, XXXIII, da CF dispõe sobre o acesso às informações LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
constantes de órgãos públicos. Naquele caso, as hipóteses de encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com-
sigilo são as relacionadas à defesa do Estado e da sociedade. petente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada55;
Interessante notar que a Constituição defenda a possi-
bilidade de um julgamento ser sigiloso para a proteção da Comentário: duas são, portanto, as comunicações obri-
intimidade, mas dispõe que não será possível restringir a gatórias relativas à prisão de uma pessoa e ao local onde
publicidade se a sua divulgação for necessária para o res- se encontre:
guardo do direito de informação (art. 5º, XIV, da CF), que a) ao juiz competente. Essa comunicação justifica‑se, por
possui titularidade coletiva. exemplo, pelo fato de esse juiz possuir o poder de relaxar a
prisão, quando ilegal.
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou b) à família do preso ou à pessoa por ele indicada. A co-
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária municação à família ou a pessoa indicada é essencial para
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou que o direito à assistência seja prontamente exercido.
crime propriamente militar, definidos em lei54; Se, porém, o preso não indicar nenhuma pessoa, torna‑se
irrelevante a previsão da segunda comunicação, segundo o
Comentário: nesse ponto do texto constitucional, come- entendimento do Supremo Tribunal Federal.
ça a ser tratado o instituto da prisão. A utilização do termo
“ninguém será preso senão...” dá a entender que se trata LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre
de um rol taxativo, motivo pelo qual não há que se aceitar os quais o de permanecer calado, sendo‑lhe assegurada a
hipóteses de prisão que não se ajustem às hipóteses previstas assistência da família e de advogado56;
constitucionalmente.
O presente inciso inicialmente dispõe sobre duas hipóte- Comentário: o presente dispositivo garante ao preso três
ses de prisão: prisão em flagrante e prisão por ordem judicial prerrogativas: permanecer calado, assistência da família e
escrita e fundamentada. assistência de advogado.
A prisão em flagrante, primeira hipótese tratada, pode O direito de permanecer calado deve ser garantido a
ser feita por “qualquer do povo”, nos termos do que dispõe todos, independentemente de serem presos. As testemu-
o art. 301 do Código de Processo Penal. Está em situação nhas, porém, somente possuem direito de permanecerem
de flagrante quem: caladas em relação às informações que possam servir para
• está cometendo a infração penal; sua incriminação. Essa determinação protege o direito que
• acaba de cometê‑la; temos contra autoincriminação (princípio do nemo tenetur
• é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofen- se detegere).
dido ou por qualquer pessoa, em situação que faça O direito de permanecer calado pode ser estendido
presumir ser autor da infração; para alcançar também o direito de mentir sem incorrer em
• é encontrado logo depois com instrumentos, armas, atividade ilícita.
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da A assistência da família impede, por exemplo, que o preso
infração. fique incomunicável. A assistência do advogado é irrestrita,
devendo ser assegurada proteção da defensoria pública ao
Atenção! Nas infrações permanentes, como na de ex- preso que não possua condições de contratar um advogado
torsão mediante sequestro, entende‑se o agente em fla- às suas expensas.
Direito Constitucional

grante delito enquanto não cessar a permanência. Dessa


forma, é possível sua prisão durante todo o período do LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsá-
sequestro, sem necessidade de autorização judicial. veis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

Comentário: a identificação dos responsáveis pela prisão


Como a prisão em flagrante pode ser feita por qualquer ou pelo interrogatório do preso é um instrumento necessário
do povo, ela será a única possibilidade de prisão que é con- à proteção contra abusos, já que intimida o agente público
cedida às Comissões Parlamentares de Inquérito.
55
Assunto cobrado nas seguintes provas: FGV/Senado Federal/Técnico Legisla-
53
Assunto cobrado na prova da FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Admi- tivo/Administração/2012 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrati-
nistração/2012. va/2010.
54
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012. 56
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
quanto às práticas abusivas ou ilícitas. Importante notar que tornou, na prática, inviável a utilização do instrumento de
a identificação será obrigatória mesmo nas hipóteses de cri- prisão nessas hipóteses.
minosos de alto grau de periculosidade, independentemente
de supostamente oferecerem risco de retaliação em relação LXVIII – conceder‑se‑á habeas corpus sempre que al-
aos agentes públicos. guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela abuso de poder57;
autoridade judiciária;
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
Comentário: como já ressaltado, cabe ao juiz analisar “Remédios Constitucionais”.
a legalidade da prisão, podendo, de ofício, determinar o
relaxamento da prisão. LXIX – conceder‑se‑á mandado de segurança para prote-
ger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus
ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Comentário: a liberdade provisória consiste no direito de Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
o preso responder ao processo em liberdade. A lei definirá “Remédios Constitucionais”.
quais são as hipóteses em que a liberdade provisória será
admitida, casos em que o acusado não poderá ser levado à LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser im-
prisão ou nela mantido. petrado por:
Existem duas modalidades de liberdade provisória: sem a) partido político com representação no Congresso
pagamento de fiança e mediante pagamento de fiança. Com- Nacional.
pete à lei definir quais serão as hipóteses em que a liberdade b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
provisória exigirá o pagamento de fiança, que é um valor ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo
dado em garantia pelo preso, assegurando sua colaboração menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros
nas investigações e na instrução. ou associados58.
Não admitem fiança: racismo, crime de grupos armados
contra o Estado Democrático e contra a ordem constitucional, Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
crimes hediondos, tráfico de drogas, tortura e terrorismo. “Remédios Constitucionais”.

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do LXXI – conceder‑se‑á mandado de injunção sempre que
responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania59;
Comentário: a prisão civil é aquela utilizada na cobrança
de dívidas. Não tem um caráter punitivo, mas sim coerciti- Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
“Remédios Constitucionais”.
vo, voltado ao adimplemento da obrigação. A prisão civil é
admitida em duas hipóteses: LXXII – conceder‑se‑á habeas data:
a) inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação a) para assegurar o conhecimento de informações
alimentícia; relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
b) depositário infiel. ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
A prisão por obrigação alimentícia somente ocorrerá caráter público.
nos casos em que a dívida é voluntária, ou seja, quando não b) para a retificação de dados, quando não se prefira
houver um motivo de força maior para o inadimplemento fazê‑lo por processo sigiloso, judicial ou administra­tivo.
da obrigação.
O depositário infiel é responsável pelo bem, devendo Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
devolvê-lo imediatamente nas hipóteses legais. “Remédios Constitucionais”.
Tais hipóteses eram definidas em nosso ordenamento
jurídico. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal veio a consi- LXXIII – qualquer cidadão60 é parte legítima para propor
derar o Pacto de São José da Costa Rica, tratado internacional ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio pú-
que impede esse tipo de prisão, uma norma supralegal, ou blico ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
seja, superior às demais normas legais. Isso fez com que administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
fossem derrogadas as normas legais que dispunham sobre e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má‑fé, isento
a prisão civil do depositário infiel. de custas judiciais e do ônus da sucumbência61;
Antes desse entendimento, a prisão do depositário infiel
era justificada por uma obrigação processual ou por uma Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
Direito Constitucional

obrigação contratual. Na primeira situação, estando o bem “Remédios Constitucionais”.


em discussão perante o Poder Judiciário, determinava-se que
o detentor fosse nomeado depositário infiel. Na segunda si- 57
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de
tuação, o depositário recebia o bem em virtude de uma obri- Diligências/2012 e FCC/Instituto Nacional do Seguro Social /Técnico do Seguro
gação contratual, como no contrato de alienação fiduciária. Social/2012.
Em resumo, a situação que temos hoje é a seguinte: 58
Esaf/MF/Assistente Técnico/Administrativo/2012.
59
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
a prisão civil do depositário infiel é prevista na Constituição vil/2012.
nos casos previstos em lei. O Pacto de São José da Costa 60
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/
Rica, porém, com seu status supralegal, derrogou todas as Administrativo/2013.
61
Assunto cobrado na prova da Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico
previsões legais de prisão do depositário, de tal forma que Judiciário/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico República Federativa do Brasil seja parte.
“Gratuidades Constitucionais”.
Comentário: o presente dispositivo deixa claro que o rol
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judi- de direitos do art. 5º não possui caráter exaustivo, mas sim,
ciário, assim como, o que ficar preso além do tempo fixado exemplificativo. Fica, portanto, aberta a oportunidade de
na sentença; reconhecimento de novos direitos e garantias decorrentes
do regime e dos princípios constitucionais, bem como de
Comentário: essa indenização não poderá ser plei­teada tratados internacionais.
pela via do habeas corpus. Será necessário portanto que, Nesse sentido, já foi reconhecida a existência de direitos
além do habeas corpus liberatório, seja ajuizada ação ordi- e garantias individuais até mesmo no art.150 da Constituição
nária para demonstração da responsabilidade civil do Estado. Federal, que estabelece as limitações constitucionais ao
poder de tributar.
LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, Cabe lembrar que os tratados internacionais que apenas
na forma da lei: disponham de direitos e garantias fundamentais, sem se
a) o registro civil de nascimento; submeter ao procedimento de aprovação similar ao da pro-
b) a certidão de óbito62. posta de emenda constitucional, não terá status de emenda
constitucional, mas força de norma supralegal.
Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico
“Gratuidades Constitucionais”. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
exercício da cidadania63. emendas constitucionais65.

Comentário: esse dispositivo será tratado no tópico Comentário: o presente dispositivo, inserido pela Emen-
“Gratuidades Constitucionais”. da Constitucional nº 45/2004, abriu a possibilidade de trata-
dos e convenções internacionais possuírem força de emenda
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são constitucional. Para tanto, será necessário preencher os dois
assegurados a razoável duração do processo e os meios que requisitos, de forma cumulada: tratar de direitos humanos
garantam a celeridade de sua tramitação. e ser aprovado por três quintos de cada Casa do Congresso
Nacional em dois turnos de votação.
Comentário: esse dispositivo foi inserido na reforma Os tratados que não cumprirem tais requisitos, como
constitucional de 2004 que, por meio da Emenda Constitucio- vimos, terão forma de lei ordinária ou força supralegal.
nal nº 45, realizou a chamada “reforma do Poder Judiciário”.
No caso, os processos judicial e administrativo passam a ter § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
a garantia da razoável duração do processo. Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão66.
Dois problemas surgem em relação a tal dispositivo.
Primeiramente, temos a dificuldade em definir qual será a Comentário: essa importante determinação acaba por
duração razoável do processo, principalmente pelo fato de colocar em discussão a noção clássica de soberania, que vê no
que as ações possuem múltiplos graus de complexidade. Estado Soberano um ente totalmente independente. Passa
Em segundo lugar, a dificuldade encontrada reside no fato o Brasil, a partir da inserção desse dispositivo pela Emenda
de o dispositivo possuir uma redação muito ampla, que não Constitucional nº 45/2004, a submeter‑se à jurisdição de um
especifica, no caso concreto, as medidas a serem adotadas. organismo internacional se houver manifestado adesão ao
A conclusão a que chegamos, portanto, é a de que se trata ato de criação. Cumpre ressaltar, porém, que essa previsão
de uma norma‑princípio, que exigirá concretização por meio se limita aos tribunais penais, não podendo ser estendida a
de políticas públicas e da atividade legislativa. outras áreas como a do comércio internacional.
O judiciário, em caráter excepcional, tem deferido pedi-
dos de julgamento imediato da causa em respeito ao direito Remédios Constitucionais
à razoável duração do processo.
Os remédios constitucionais são garantias definidas no
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias corpo do art. 5º da Constituição Federal, que visam à prote-
fundamentais têm aplicação imediata64. ção de valores também definidos na Carta Maior. Apesar de
a maioria dos remédios tramitar perante o Poder Judiciário,
Comentário: o fato de as normas desse artigo terem apli- existem remédios, como o direito de petição, que podem
cação imediata significa dizer que podem ser aplicadas a um tramitar perante órgãos administrativos. Consideraremos,
caso concreto imediatamente, sem necessidade de norma em nosso estudo, os seguintes remédios constitucionais:
regulamentadora, por exemplo. Essa é a razão pela qual di-
Direito Constitucional

• habeas corpus;
versos remédios constitucionais, ainda que não tivessem seu • habeas data;
papel bem definido pela legislação, puderam ser utilizados • mandado de segurança;
imediatamente, como é o caso do mandado de segurança. • mandado de injunção;
A aplicação imediata, porém, não impede que uma nor- • ação popular;
ma tenha eficácia contida, ou seja, que admita a restrição • direito de petição.
de sua eficácia por meio da atuação do legislador ordinário.
65
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico
62
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati- Judiciário/2012; Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/Técnico
va/2010. em Radiologia/2012 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legisla-
63
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013. tivo/2010.
64
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013. 66
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Habeas Corpus no que toca à atipicidade da atitude do réu, pode conceder
habeas corpus de ofício, para reconhecer que o crime está
Finalidade: este remédio constitucional, previsto no prescrito.
art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal, visa à proteção da
liberdade de locomoção (direito de ir, vir e permanecer) Gratuidade: trata‑se de ação gratuita, independente-
contra lesão ou ameaça causada por abusos de poder ou mente de qualquer condição.
ilegalidade67. Como se percebe, não há uma necessária
correlação desse remédio ao Direito Penal, motivo pelo qual Habeas Data
o habeas corpus poderá ser impetrado até mesmo no caso Finalidade: o presente remédio constitucional, previsto
de prisão civil por dívida, já que está envolvida, nesse caso, no art. 5º, LXXII, da Constituição do Brasil possui uma dupla
a liberdade de locomoção. finalidade. Vejamos no quadro abaixo.
Como já salientamos anteriormente, este remédio constitu-
cional não se presta a discutir punições disciplinares militares. de informações relativas à pessoa do
O habeas corpus não se submete a prazo prescricional acesso impetrante, constantes de registros
Visa a
ou decadencial, sendo cabível enquanto durar a lesão ou
assegurar
ou  ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter
ameaça de lesão ao direito que se pretende proteger. retificação público.

Legitimidade ativa: possui legitimidade ativa aquele


que pode impetrar o habeas corpus, chamado, portanto, Portanto, uma das finalidades do habeas data é a pos-
de impetrante. Esse remédio é dos mais informais, já que sibilidade de retificação de dados, quando não se prefira
pode ser impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica, fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.68
independentemente de capacidade civil, de advogado e de A impetração do habeas data exige, ainda, a demonstra-
mandato outorgado pelo paciente. Exige‑se, porém, como ção de que houve uma prévia negativa administrativa. Em
um formalismo mínimo, que a petição seja assinada, já que outras palavras, o impetrante deve demonstrar que buscou
é considerado inexistente o habeas corpus apócrifo. previamente o acesso às informações diretamente junto ao
banco de dados, sem obter, porém, sucesso.
Paciente: será considerado paciente aquele que estiver a Legitimidade ativa: qualquer pessoa pode impetrar o
sofrer lesão ou ameaça a seu direito de locomoção e venha habeas data, desde que as informações pleiteadas se refiram
a ser protegido pelo remédio constitucional. O paciente exclusivamente ao impetrante. Trata‑se, dessa forma, de uma
será necessariamente uma pessoa física, já que as pessoas ação personalíssima.
jurídicas não possuem liberdade de locomoção, prerrogativa
que é incompatível com elas. Legitimidade passiva: apenas pode ser impetrado o
banco de dados de caráter público (Serasa, SPC etc.) ou
Legitimidade passiva: a legitimidade passiva é conferida respectiva entidade governamental (INSS, Receita Federal
àquele que age como coator, praticando atos ilícitos ou em do Brasil, Polícia Federal etc.).
abuso de poder, razão pela qual será considerado impetrado.
Gratuidade: trata‑se de ação gratuita, independente-
Tipos: podemos classificar o habeas corpus como pre- mente de qualquer condição.
ventivo, que é aquele impetrado quando há uma amea­ça ao
direito de locomoção, ou repressivo, impetrado quando já Mandado de Segurança
se configura a ilegalidade ou o abuso de poder, e “de ofício”,
concedido pelo juiz independentemente de impetração. Finalidade: o mandado de segurança se presta à proteção
No habeas corpus preventivo, pode ser expedido salvo de direito líquido e certo contra abuso de poder ou ilegalida-
conduto, que é instrumento que impede a prisão do paciente de. Direito líquido e certo é aquele que se mostra delimitado
nas hipóteses descritas na ordem judicial concessiva da ordem. quanto à extensão e inquestionável quanto à existência. De
Imaginemos uma situação em que o paciente será ouvido forma simplificada, podemos dizer que o direito líquido e
como acusado em uma Comissão Parlamentar de Inquérito certo é aquele que não demanda ampla instrução probatória,
e requer, por meio de um habeas corpus, a expedição de um motivo pelo qual a única prova admitida no mandado de
salvo conduto para garantia de seu direito de permanecer ca- segurança é a de caráter documental.
lado. Poderá o Supremo Tribunal Federal, nesse caso, conceder No mandado de segurança, o direito é facilmente aferí-
o remédio para que o paciente não seja preso caso venha a vel a partir da leitura das normas legais aplicáveis ao caso.
legitimamente exercer seu direito sem que incida, portanto, Compete à parte, portanto, apenas demonstrar que se
em crime, caso recaia em falso testemunho. enquadra na situação descrita na lei. Cabe mandado de se-
No writ repressivo, já existe a situação de coação e o gurança, portanto, para pleitear aposentadoria por tempo de
paciente requer, portanto, a sua soltura, por exemplo. Tanto serviço, quando bastar a certidão de tempo de serviço para
no habeas corpus preventivo quanto no repressivo, há a comprovar que o impetrante preenche os requisitos legais
possibilidade de concessão de medida liminar. para usufruir do benefício. No caso, porém, de aposentadoria
A liminar é uma medida precária, que busca a proteção por invalidez, quando é necessário realizar perícias e ouvir
testemunhas, o direito não é líquido e certo, motivo pelo qual
Direito Constitucional

do bem quando exista perigo de dano irreparável ao bem


tutelado. Somente será concedida a liminar se houver a fu- não será possível, a priori, impetrar mandado de segurança.
maça do bom direito, ou seja, a plausibilidade das alegações Dessa forma, no mandado de segurança não se discute
feitas pelo impetrante. matéria probatória, de cunho fático. Por outro lado, mos-
Por fim, o habeas corpus ex officio é aquele que é tra‑se plenamente possível discutir questões de direito, de
concedido pelo juiz independentemente de provocação. cunho abstrato. Nesse sentido, a Súmula nº 625/STF dispõe
Imaginemos que um impetrante ingressa com um recurso que “a controvérsia sobre matéria de direito não impede
requerendo a atipicidade da conduta do réu. Nesse caso, concessão de mandado de segurança”.
o magistrado, ainda que não concorde com o impetrante A impetração do mandado de segurança não está vincu-
lado ao esgotamento da instância administrativa. Por conta
67
Assunto cobrado na prova do Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010. 68
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/Direito/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
disso, dispõe a Súmula nº 430/STF que “pedido de reconsi- direito, já que o seu titular poderá pleitear seu direito por
deração na via administrativa não interrompe o prazo para meio de uma ação ordinária. Cabe lembrar que, no mandado
o mandado de segurança”. de segurança preventivo, não há prazo decadencial, tendo
em vista que o ato coator sequer foi produzido.
Legitimidade ativa: o mandado de segurança pode ser
ajuizado por qualquer pessoa, física ou jurídica. Súmula nº 512/STF: segundo entendimento jurispru-
dencial do Supremo Tribunal Federal, não cabe condenação
Legitimidade passiva: somente pode ser impetrado em em pagamento de honorários advocatícios em Mandado de
um mandado de segurança quem seja autoridade pública Segurança. Em outras palavras, a parte que sucumbente não
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições será obrigada a pagar à parte vencedora uma parcela do valor
do Poder Público69, ou seja, a ela equiparado por atuar em da causa para pagamento do advogado responsável pelo êxito.
função eminentemente pública, mediante delegação.
Tipos: o mandado de segurança pode ser classificado em Atenção! O prazo decadencial para impetração do man-
preventivo ou repressivo, e ainda em individual ou coletivo. dado de segurança foi considerado constitucional pelo
O mandado de segurança preventivo presta‑se a evitar Supremo Tribunal Federal, o que resultou na edição da
ofensa a direito líquido e certo que seja e que se ache ame- Súmula nº 632/STF.
açado, ainda que não exista o ato lesivo.
O mandado de segurança repressivo volta‑se a afastar Jurisprudência: vejamos alguns entendimentos jurispru-
ofensa já perpetrada contra direito líquido e certo. Já existe, denciais acerca do cabimento do mandado de segurança.
nesse caso, lesão ao bem jurídico que se quer tutelar.
O mandado de segurança individual busca a proteção Cabe mandado de se­gurança Não cabe mandado de se­­
dos interesses do impetrante. O mandado de segurança será gurança
individual ainda que vários impetrantes optem por ajuizar Para a proteção do direito de Contra lei em tese.
uma só ação, na condição de litisconsortes. reunião.
No mandado de segurança coletivo, previsto no art. 5º, Para proteção do direito de Contra decisão judicial transi-
LXIX, da Constituição Federal, o impetrante defende, em certidão. tada em julgado.
nome próprio, um direito alheio. Cuida‑se de forma de subs-
Para a proteção de direito que Contra ato judicial passível
tituição processual, razão pela qual não há necessidade de esteja na pendência de decisão de recurso.
autorização dos titulares do direito protegido. Nesse sentido, na esfera administrativa.
a Súmula nº 629/STF, que determina que a “impetração de
mandado de segurança coletivo por entidade de classe em Mandado de Injunção
favor dos associados independe da autorização destes”.
São legitimados a impetrar o mandado de se­gurança Cabimento: o mandado de injunção, previsto no art. 5º,
coletivo: LXXI, da Constituição Federal, pode ser impetrado sempre
• partido político com representação no Congresso que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
Nacional70; exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
• organização sindical, entidade de classe ou associação prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos cidadania73.
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou Cuida‑se, assim, de ação voltada à supressão de omissão
associados. legislativa relativa à regulamentação de direitos previstos
constitucionalmente. Se tivermos uma norma de eficácia
Um partido político com representação no Congresso limitada, por exemplo, que ainda não produza totalmente
Nacional possui legitimidade para impetrar mandado de seus efeitos porque ainda não foi produzida lei regulamen-
segurança coletivo apenas em defesa de seus filiados.71 tadora, será cabível o mandado de injunção contra o órgão
É possível a concessão de mandado de segurança cole- responsável pela omissão, buscando‑se a edição da norma.
tivo impetrado por partido político com representação no Durante muito tempo defendeu‑se que o mandado de
Congresso Nacional, para proteger direito líquido e certo injunção não poderia dar ao Poder Judiciário o poder de,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando persistindo a omissão, determinar qual será a disciplina legal
a ser aplicada ao caso concreto. Entendia‑se, nesse caso, que
o responsável pelo abuso de poder for ministro de Estado.72
estaríamos ferindo o princípio da separação dos poderes,
Destaca‑se que a entidade de classe possui legitimidade
motivo pelo qual era necessário adotar posicionamento não
para impetrar o mandado de segurança ainda que a preten-
concretista. Esse não é, porém, o atual entendimento do Su-
são veiculada interesse apenas a uma parte da categoria
(Súmula nº 630/STF). premo Tribunal Federal, que já admite que o Poder Judiciário
indique, no caso de omissão, quais serão as regras aplicáveis
para que os impetrantes possam usufruir de forma plena os
Atenção! O mandado de segurança coletivo é hipótese iso- direitos que lhe foram conferidos pela Constituição do Brasil.
lada em que as associações fazem substituição processual. O desrespeito à determinação de regulamentação de
Nas demais ações ajuizadas pelas associações, o que se um dispositivo constitucional é denominada inconstitucio-
pratica é a representação processual, que exige autorização nalidade por omissão, e também pode ser combativa por
Direito Constitucional

dos representados. meio da ação direta de inconstitucionalidade por omissão,


que será posteriormente tratada. Lei nº 13.300, de 23 de
Prazo Decadencial: a impetração do mandado de se­ junho de 2016.
gurança deve ser feita no prazo de cento e vinte dias, con-
tados da data da ciência do ato ilegal ou cometido em abuso Legitimidade ativa: o mandado de injunção pode ser
de poder. A perda desse prazo, porém, não leva à perda do impetrado por qualquer pessoa natural ou jurídica que se
afirmem titulares dos direitos, das liberdades ou das prerro-
69
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012. gativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
70
Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa- SP/Agente Legislativo
de Serviços Técnicos e Administrativos/2010.
71
Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012. 73
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Legislativo de Serviços Técnicos e Admi-
72
Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2013. nistrativos/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Legitimidade passiva: será considerado impetrado o Qualquer pessoa pode utilizar‑se do direito de petição,
Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a que não pode ser impedido por meio de obstáculos legais.
norma regulamentadora. Dessa forma, segundo o novo entendimento do Supremo
Tribunal Federal, é inconstitucional exigir depósito prévio
Tipos: são cabíveis o mandado de injunção individual e o ou arrolamento de bens e direitos como condição de ad-
mandado de injunção coletivo. O mandado de injunção não missibilidade de recurso administrativo74.
possuía regulamentação até a edição da Lei 13.300/2017, que
estabeleceu diversas regras novas e também consagrou constru- Gratuidades Constitucionais
ções da jurisprudência, como o mandado de injunção coletivo. O texto constitucional trata de diversas hipóteses de
Uma das maiores contribuições da lei nesse aspecto gratuidade, sendo de suma importância que o candidato
foi a ampliação do rol de legitimados para o mandado de identifique quais as condicionantes para a fruição desse
injunção coletivo, que, além de fazer referência aos mesmos direito. Vamos esquematizar.
legitimados para o mandado de segurança coletivo, que já
eram previstos no art. 5, LXX, da CF, incluíram o Ministério Dispositivo Gratuidade Observações
Público e a Defensoria Pública dentre as autoridades capazes 5º, XXXIV Direito de peti- Incondicionada – independe
de impetrar esse remédio. ção do pagamento de taxas
5º, XXXIV Direito de certi- Incondicionada – independe
Ação Popular dão do pagamento de taxas
5º, LXXIII Ação Popular Condicionada à boa-fé do autor
Finalidade: a ação popular é voltada à anulação de ato 5º, LXXIV Assistência jurídi- Condicionada à comprovação
lesivo: ca integral da insufi­ciência de recursos
• ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
5º, LXXVI Certidão de nas- Condicionada à comprovação
participe;
cimento de pobreza, na forma da lei
• à moralidade administrativa;
• ao meio ambiente; 5º, LXXVI Certidão de óbito Condicionada à comprovação
• ao patrimônio histórico e cultural. de pobreza, na forma da lei
5º, LXXVII Habeas corpus Incondicionada
Cumpre notar que a ação popular só se presta à anulação 5º, LXXVII Habeas data Incondicionada
desses atos, não sendo o instrumento adequado à punição 5º, LXXVII Atos necessários Gratuitos na forma da lei
do agente público que causou um dano a interesses da socie- ao exercício da
dade. A punição, no caso, poderá ser discutida em eventual cidadania
ação de improbidade.
É possível declarar a inconstitucionalidade de uma lei Direitos Sociais
por meio da ação popular, desde que essa declaração não
seja o objeto principal da ação popular. Assim, a declaração A Constituição dedica um capítulo inteiro aos direitos
de inconstitucionalidade da lei pode ser um meio, nunca a sociais, quais sejam: a educação, a saúde, a alimentação o
finalidade precípua da ação. trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
A ação popular deverá ter por objeto um ato adminis- previdência social, a proteção à maternidade e à infância
trativo. Não é cabível essa ação contra uma decisão judicial. e a assistência aos desamparados75.
Por permitir que o cidadão defenda diretamente os Esses direitos, delineados no art. 6º da CF, possuem um
interesses do povo, pode‑se considerar a ação popular uma caráter protetivo, assistencial. Trata‑se de direitos funda-
forma de exercício da democracia direta. mentais de segunda geração (introduzidos em larga escala
Não existe foro por prerrogativa de função em relação à no Brasil com a política social introduzida por Getúlio Vargas,
ação popular. Assim, ainda que a ação seja ajuizada contra principalmente em 1934). Outros direitos sociais podem ser
o Presidente da República, não será julgada pelo Supremo encontrados no Título VIII do texto constitucional.
Tribunal Federal. Os direitos sociais consubstanciam, em sua grande maio-
ria, normas programáticas. Esse tipo de norma possui eficácia
Legitimidade ativa: só podem ajuizar ações populares limitada, exigindo, para seu alcance, a construção de políticas
os cidadãos, ou seja, aqueles que possuam direitos políticos. públicas pelo legislador constituído. Questão tormentosa
Ficam excluídas, portanto, as pessoas jurídicas e as pessoas fí- que hoje se apresenta é aquela relativa à possibilidade de
sicas que não estejam no pleno gozo de seus direitos políticos. se limitar a efetividade dos direitos fundamentais em nome
do princípio da reserva do possível. Em outras palavras, isso
Legitimidade passiva: a ação popular deve ser ajuizada resulta em saber se o Estado pode deixar de cumprir com
contra a autoridade pública autora do ato impugnado. seu papel de garantir os direitos sociais à população, sob a
alegação de não possuir recursos materiais para tanto.
Gratuidade: a ação popular será gratuita, mas sua gratuida- Em contraposição à limitação da reserva do possível,
de é condicionada à boa‑fé. Se a ação for ajuizada com má‑fé, encontra‑se a previsão de um mínimo existencial no que tange à
o autor será condenado ao pagamento das custas judiciais. concretização dos direitos sociais. Esse contraponto é reforçado
Direito Constitucional

pela proibição do retrocesso, outra teoria que também impede


Direito de Petição que a reserva do possível sirva de justificativa ao abandono
das previsões constitucionais programáticas. A proibição do
Finalidade: o direito de petição, previsto no art. 5º, XX- retrocesso impede que venha a reduzir o montante de recursos
XIV, da CF, também considerado um remédio constitucional, voltados à execução de políticas públicas concretizadoras dos
difere‑se dos demais por não consistir em uma ação judicial. direitos fundamentais. Essa teoria, porém, pode desenvolver
um perigoso efeito colateral. Caso reconhecida a proibição da
Trata‑se de instrumento exercido perante o Poder Público
diminuição dos recursos alocados em determinada atividade,
com o objetivo de:
• defesa de direitos; Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.
74

• representação contra ilegalidade ou abuso de poder. Assunto cobrado na prova do Cespe/Ibama/Técnico Administrativo/2012.
75

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é possível que o gestor evite aumentar a parcela orçamentária • Salário mínimo, fixado em lei e nacionalmente uni-
destinada à política pública desenvolvida, com vistas a evitar ficado. Mesmo aqueles que recebem remuneração
uma vinculação nos orçamentos vindouros. variável não podem receber nunca salário inferior ao
Sobre a eficácia das normas programáticas, o Supremo mínimo.
Tribunal Federal vem expedindo alguns pronunciamentos no
sentido de que o Estado não pode deixar de atender à popu- O salário mínimo deve ter aumentos periódicos, de modo
lação sob a alegação de que não possui receita orçamentária. a manter seu poder aquisitivo. O reajuste, porém, deve ser
A maioria dos casos se relaciona à atuação do Estado na área veiculado por lei, nada impedindo que a matéria seja tratada
da saúde, nos quais o Tribunal tem julgado procedentes re- também por meio de medida provisória.
cursos interpostos com o objetivo de se autorizar a compra O salário mínimo atender às necessidades básicas do
de medicamentos. trabalhador e de sua família, com moradia, alimentação,
Conforme estudamos, o Brasil terá como um de seus fun- educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
damentos a busca da função social do trabalho e, para tanto, previdência social.
prevê a Constituição Federal alguns direitos do trabalhador. A economia não pode ser indexada ao salário mínimo. Em
Os direitos dos trabalhadores podem ser divididos em duas outras palavras, o salário mínimo não pode servir de valor
categorias: direitos individuais e direitos coletivos do trabalho.
de referência, vinculando reajustes de preços e serviços. Isso
Os trabalhadores urbanos e rurais são tratados de forma igua-
evita que os reajustes periódicos deixem de surtir efeitos
litária, sendo que a maioria dos seus direitos individuais está
descrita no art. 7º da CF, que passaremos a estudar. reais, já que, ao mesmo tempo em que o salário mínimo
Antes de visualizarmos os direitos em espécie, devemos aumentasse, toda a economia sofreria um fenômeno infla-
registrar que para o Direito do Trabalho não há uma total cionário automático.
coincidência entre os termos “trabalhador” e “emprega- A Suprema Corte entende que o salário mínimo não pode
do”, sendo que o segundo pressupõe o preenchimento de servir de base de cálculo de nenhum adicional, inclusive do
diversos requisitos, como a habitualidade, a onerosidade, adicional de insalubridade. Nesse julgamento foi aprovada a
a subordinação e a pessoalidade. Para o Direito Constitu- quarta súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal, que
cional, porém, de natureza marcantemente principiológica, recebeu a seguinte redação:
essa distinção deixa de ter importância, de tal forma que
utilizaremos os dois termos indiscriminadamente. Salvo os casos previstos na Constituição, o salário
mínimo não pode ser usado como indexador de base
Isonomia Trabalhista de cálculo de vantagem de servidor público ou de
empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
A Constituição Federal se preocupou com a discriminação
entre os trabalhadores que apresentam formas diferentes Nada impede que pensões, estipuladas em virtude de
de contratos. Sendo assim, cuidou o texto de impor o trata- ato ilícito (morte de um pai de família, por exemplo), sejam
mento igualitário entre os trabalhadores: fixadas com base no salário mínimo, já que essas prestações
• urbanos e rurais; buscam satisfazer as necessidades básicas tratadas pelo
• portador de deficiência; art. 7º, IV, da CF. Então, se alguém atropela um trabalhador,
• trabalhador manual, técnico e intelectual; pode ser obrigado a pagar um salário mínimo à viúva, du-
• trabalhadores com vínculo empregatício permanente rante o prazo provável em que a vítima teria de sobrevida,
e trabalhador avulso76; sem que isso signifique ofensa à proibição de vinculação ao
• não pode, ainda, haver diferenças por motivos de sexo, salário mínimo.
idade, cor ou estado civil. • Piso salarial: é aquele valor considerado como o mí-
nimo a ser pago por determinada empresa. Não deve
Proteção da Relação de Trabalho ser confundido com o salário mínimo profissional.
• Irredutibilidade do salário: não é possível ao em-
• Proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa pregador diminuir o salário, salvo por meio acordo
causa, a ser definida em lei complementar, que deve ou convenção coletiva de trabalho, que são acordos
prever indenização compensatória, entre outros direitos: firmados entre o sindicato e o empregador ou entre o
atualmente, uma indenização compensatória imposta ao
sindicato patronal e os sindicatos dos trabalhadores,
empregador que promove a demissão arbitrária ou sem
respectivamente.
justa causa é a multa de 40% sobre o saldo do FGTS do
trabalhador, autorizada pelo art. 10 do ADCT. • Décimo terceiro salário.
• Seguro-desemprego, no caso de despedida involuntá- • Remuneração do trabalho noturno superior ao
ria do trabalhador. diurno. Para cumprir tal determinação a legislação
• Aviso prévio proporcional, no mínimo de trinta dias, infraconstitucional prevê, além de um percentual
proporcional ao tempo de serviço, nos termos da lei. a mais no salário daquele que trabalha no período
• Proteção em face da automação: a evolução de ramos noturno, também uma redução na contagem da hora
da ciência, tal qual a mecatrônica, pode levar a uma de- trabalhada, que se reduz a 52 minutos e 30 segundos.
missão em massa (exemplo: uso de catracas eletrônicas • Proteção contra a retenção dolosa do salário, cons-
Direito Constitucional

em ônibus coletivos). Deve o Estado cuidar para que os tituindo crime o não pagamento sem justificativa77.
trabalhadores se preparem para as novas tecnologias e Proíbem‑se, assim, descontos no salário que não sejam
não se tornem “obsoletos” no mercado de trabalho. autorizados pelos trabalhadores. No caso de a empresa
estar passando por sérios problemas financeiros, o não
Prestações Pecuniárias pagamento do salário pode não ser doloso, e sim,
culposo, não constituindo, portanto, crime.
• Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, obri- • Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada
gatório aos trabalhadores. da remuneração, e participação na gestão da empre-

Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-


76 Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-
77

tiva/2010. tiva/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
sa, conforme definido em lei, sendo que a participa- desse no acidente. As ações acidentárias atualmente são
ção na gestão tem um caráter excepcional78. julgadas na Justiça do Trabalho (art. 114 da CF).
• Salário‑família, pago por cada dependente do traba-
lhador de baixa renda, nos termos da lei. Prescrição Trabalhista
• Remuneração das horas extras em pelo menos cin-
quenta por cento superior à hora normal79. A legisla- • A prescrição resulta da perda de uma pretensão em
ção, porém, pode determinar a aplicação de hora extra virtude da inércia de seu titular. O direito de ação, vi-
em percentual superior em casos específicos. sando ao recebimento de créditos trabalhistas, existe
• Remuneração paga em virtude do gozo de férias, desde que o empregado busque a proteção jurisdi-
correspondente a 1/3 (um terço) do salário normal, cional no prazo de cinco anos após o surgimento do
independentemente da remuneração ordinariamente direito reclamado, limitado tal prazo a dois anos após
devida no período. o término do contrato de trabalho. Anteriormente,
• Pagamento de adicional para as atividades penosas havia uma diferenciação para o prazo prescricional dos
(que exigem muito esforço do trabalhador), insalubres trabalhadores rurais. Porém, com a Emenda Constitu-
(que oferecem risco à saúde do trabalhador) ou peri- cional nº 28/2000, o prazo passou a ser único para os
gosas (que apresentam risco de morte ao trabalhador). trabalhadores urbanos e rurais.
Interessante notar que, no caso de morte do trabalha-
Jornada de Trabalho dor, se aplica apenas o prazo de cinco anos, sem se le-
var em conta o prazo de dois anos. Assim, a prescrição
• Jornada de trabalho não superior a oito horas diá­rias total dos direitos ocorrerá apenas cinco anos após a
de forma a não ultrapassar, no total, quarenta e quatro morte do trabalhador.
horas semanais. Por meio de acordo ou convenção
coletiva é possível a compensação de horários ou Vejamos alguns exemplos de prescrição.
redução de jornada.
O turno ininterrupto de revezamento, hipótese na
qual o empregado não desfruta do intervalo intrajor-
nada, exige jornada de trabalho máxima de seis horas,
salvo negociação coletiva80. O STF, no julgamento do
RE nº 205.815/RS firmou o entendimento de que o
fato de a empresa conceder intervalo para descanso
e refeição não descaracteriza o turno ininterrupto de
revezamento, com direito a jornada de seis horas,
prevista no art. 7º, XIV, da Constituição Federal.
• Repouso semanal remunerado. Tal repouso deve ser
concedido preferencialmente aos domingos.
• Férias anuais remuneradas, com o pagamento de um
adicional correspondente a 1/3 do salário normal,
conforme tratado anteriormente. Interessante notar
que, apesar de o direito de férias possuir fundamento
constitucional, o período de gozo das férias não tem Maioridade Trabalhista
cunho constitucional, sendo definido pela legislação.
Assim, uma eventual redução do período de férias, • Os menores de 18 anos não podem exercer trabalho
visando à flexibilização das relações trabalhistas, no noturno, perigoso ou insalubre81. Somente a legislação
ponto, sequer exigiria a edição de norma constitucio- infraconstitucional restringe o exercício de atividade
nal, bastando uma reforma legislativa. penosa pelo menor, não havendo, portanto, previsão
constitucional. Os menores de 16 anos só podem tra-
Proteção à Saúde do Trabalhador balhar na condição de aprendiz, que é um contrato de
trabalho específico, o qual busca a profissionalização
• Licença-gestante, com garantia de manutenção do do educando. Por fim, temos que os menores de 14
emprego e do salário, pelo período de 120 (cento anos não podem exercer nenhum trabalho.
e vinte) dias e licença‑paternidade de acordo com
o que a lei estabelecer, que é atualmente de cinco Em resumo, temos o seguinte quadro:
dias. A licença‑paternidade pode, sob determinados
Menores de Menores de Menores de
aspectos, se afastar de uma literal medida de proteção
18 anos 16 anos 14 anos
à saúde do trabalhador. Sua manutenção neste tópico
Proibição de trabalho Somente podem exer-
se faz sob o ponto de vista didático. noturno, perigoso ou cer trabalho na condi-
Não podem exercer
• Redução dos riscos de acidentes de trabalho, utilizan- atividade laborativa.
insalubre. ção de aprendiz.
do‑se de medidas eficazes na prevenção de acidentes
Direito Constitucional

e de doenças profissionais. Outros direitos


• Seguro contra acidentes de trabalho, que deverá ser
pago pelo empregador, sem que isso exclua a possibili- • Incentivo ao mercado de trabalho da mulher.
dade de sua responsabilização civil quando houver culpa • Aposentadoria, desde que preenchidos os critérios
previstos na legislação.
78
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Ad-
ministrativa/2010 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/
• Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde
Área Administrativa/2010. o nascimento até cinco anos de idade em creches e
79
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra- pré‑escolas.
tiva/2010.
80
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-
tiva/2010. Assunto cobrado na prova da Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2012.
81

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Com a nova redação do art. 7º, parágrafo único, dada vínculo permanente e trabalhador avulso. Alguns desses não
pela EC nº 72/2013, foram assegurados aos trabalhadores são previstos, pois são incompatíveis com o vínculo domés-
domésticos os seguintes direitos em total equiparação aos tico, como a distribuição de lucros e o trabalhador avulso.
demais trabalhadores: O rol de direitos aqui apresentado é meramente exem-
• salário mínimo; plificativo, sendo que outros podem ser previstos na própria
• irredutibilidade de salário; Constituição ou pela legislação infraconstitucional. Nesse
• garantia de salário mínimo a quem percebe remune- sentido, o Supremo Tribunal Federal julgou constitucional
ração variável; o art. 118 da Lei nº 8.213/1991, que garante a manutenção
• décimo terceiro salário; do contrato de trabalho, em caso de acidente de trabalho,
• proteção do salário, constituinte crime sua retenção dolosa; pelo prazo mínimo de doze meses.
• jornada de trabalho não superior a 8 horas diárias e
quarenta e quatro semanais; Sindicatos
• repouso semanal remunerado; Em nosso País, é livre a associação profissional ou sin-
• hora extra; dical, constituindo uma importante forma de proteção dos
• férias anuais remuneradas; direitos sociais. Assim, seria inconstitucional a estipulação
• licença à gestante; por meio da legislação de restrições à liberdade de criação
• licença-paternidade; de sindicatos ou associação profissional. Isso não significa,
• aviso prévio proporcional; porém, que não existam na Constituição inúmeras restri-
• redução dos riscos inerentes ao trabalho; ções à sua atuação. O texto constitucional, por exemplo,
• aposentadoria; estipula que somente é permitida a criação de uma única
• reconhecimento das convenções e acordos coletivos organização sindical, para cada categoria profissional ou
de trabalho; econômica, em cada base territorial, que nunca será inferior
• proibição de diferença de salários, de exercício de à área de um Município. Não existe, portanto, concorrência
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, entre sindicatos, já que cada trabalhador estará vinculado
idade, cor ou estado civil; a uma categoria, que, por sua vez, terá um único sindicato
• proibição de discriminação do trabalhador portador na base territorial.
de deficiência; Os sindicatos não dependem de autorização do Estado
• proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a para sua fundação, porém a Constituição impõe que sejam
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores registrados no órgão competente. Dispõem, assim, de direito
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a de auto‑organização, que impede a interferência e a inter-
partir dos quatorze anos. venção estatal na organização sindical.
Além disso, cabe registro de que os trabalhadores tam-
Outros direitos foram estendidos, porém com ressal- bém são livres para decidir se serão ou não inscritos nos
vas. A Constituição define que os direitos a seguir devem quadros do sindicato. Mesmo que não inscrito no sindicato,
ser conferidos às empregadas domésticas se atendidas as o trabalhador possui direito de ser protegido por essa ins-
condições estabelecidas em lei e observada a simplificação tituição. A filiação ao sindicato pode trazer algumas prer-
do cumprimento das obrigações tributárias, decorrentes da rogativas que não são previstas em lei como, por exemplo,
relação de trabalho doméstico e suas peculiaridades. Em a utilização de serviços assistenciais (clubes de recreação,
outras palavras, podemos dizer que são direitos que depen- planos de saúde etc.), que são um atrativo à filiação.
dem de regulamentação específica, que levará em conta as O objetivo do sindicato é a defesa dos interesses da
características e peculiaridades da relação doméstica, que é categoria, razão pela qual, por exemplo, é obrigatória a parti-
marcada por um grau de informalidade e pela simplicidade cipação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
do empregador, que não possui tanto aparato econômico e Essa defesa de direitos e interesses coletivos ou individuais da
burocrático quanto uma empresa. São eles: categoria envolve tanto questões judiciais quanto administra-
• relação de emprego protegida contra a despedida ar- tivas. Na defesa no âmbito judicial, os sindicatos exercem o
bitrária ou sem justa causa, inclusive com indenização que se denomina direito de substituição processual, no qual
compensatória, dentre outros direitos; se defende em nome próprio direito alheio. A substituição
• seguro-desemprego, em caso de desemprego involun- processual é feita sem a necessidade de autorização de seus
tário; filiados ou dos integrantes da categoria.
• fundo de garantia do tempo de serviço; Quanto à substituição processual, cabe notar que se for-
• remuneração do trabalho noturno superior à do diur- maram duas correntes. A primeira entendia que os sindicatos
no; poderiam defender interesses coletivos (supraindividuais)
• salário-família; e individuais homogêneos, mas não teria a capacidade de
• assistência gratuita aos filhos e dependentes desde executar a sentença, papel que caberia individualmente aos
o nascimento até cinco anos de idade, em creches e beneficiados. A segunda corrente, mais ampliativa, defendia a
pré-escolas; possibilidade ampla de os sindicatos defenderem os interesses
• seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do em- da categoria. No julgamento do RE nº 210.029‑STF, a Supre-
pregador, sem excluir a indenização no caso de dolo ma Corte, em votação por maioria, definiu a prevalência em
Direito Constitucional

ou culpa; nosso País da segunda corrente, findando, assim, a discussão


• integração à previdência social. a respeito da amplitude do art. 8º, III, da CF. De acordo com o
Supremo Tribunal Federal, o art. 8º, III, da CF, assegura ampla
Continuaram sem previsão o piso salarial, a participa- legitimidade ativa ad causam dos sindicatos como substitutos
ção nos lucros, jornada reduzida para turnos ininterruptos, processuais das categorias que representam na defesa de di-
proteção do mercado de trabalho da mulher, adicional por reitos e interesses coletivos ou individuais de seus integrantes.
atividades penosas, insalubres ou perigosas, proteção em A contribuição confederativa/assistencial, destinada
face da automação, ação trabalhista com prazo prescricional à manutenção do sistema confederativo, será fixada em
de cinco anos, proibição de distinção entre trabalho manual, assembleia, tem incidência facultativa aos trabalhadores
técnico ou intelectual e igualdade entre trabalhador com da categoria e não se confunde com a contribuição sindical,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
fixada em lei e de pagamento obrigatório por todos aqueles III – fundo de garantia do tempo de serviço;
que integram a categoria. IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unifica-
Os aposentados têm direito de votar e serem votados nas do, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às
organizações sindicais. A Carta Maior traz ainda a estabilida- de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
de sindical, que significa que o empregado sindicalizado não lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
pode ser dispensado a partir do registro da candidatura a reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se V – piso salarial proporcional à extensão e à complexi-
cometer falta grave. dade do trabalho84;
Por fim, note‑se que as disposições constitucionais VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
acerca dos sindicatos também se aplicam à organização de convenção ou acordo coletivo85;
sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para
condições que a lei estabelecer. os que percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração
Considerações Finais integral ou no valor da aposentadoria;
A Constituição Federal de 1988 assegura aos trabalha- IX – remuneração do trabalho noturno superior à do
dores o direito de greve82, que não deve, no entanto, ser diurno;
confundido com o direito de greve dos servidores públicos, X – proteção do salário na forma da lei, constituindo
o qual possui fundamento em norma de eficácia limitada, crime sua retenção dolosa;
prescrita no art. 37, VII, da Constituição Federal. XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada
Essa prerrogativa deverá ser utilizada segundo a vontade da remuneração, e, excepcionalmente, participação na ges-
dos trabalhadores, não sendo admitida a greve do empre- tão da empresa, conforme definido em lei;
gador, chamada lock out. Dessa forma, compete aos traba- XII – salário‑família pago em razão do dependente do
lhadores decidir sobre a oportunidade de exercer o direito trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
de greve e os interesses que devam por meio dele defender. XIII – duração do trabalho normal não superior a oito
A lei deve definir os serviços ou atividades essenciais, dis- horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
pondo sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da compensação de horários e a redução da jornada, mediante
comunidade, bem como deve prever penalidades para o caso acordo ou convenção coletiva de trabalho;
de cometimento de abusos no exercício do direito de greve. XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado
Dispõe ainda o texto constitucional, que é assegurada em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
a participação dos trabalhadores e dos empregadores nos coletiva;
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente
profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão aos domingos86;
e deliberação. XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no
Finalizando o rol do Capítulo II do Título II, dispõe o texto mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
constitucional que é assegurada, nas empresas com mais XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo me-
de duzentos empregados, a eleição de um representante nos, um terço a mais do que o salário normal;
dos trabalhadores com a finalidade exclusiva de promover XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
o entendimento direto com os empregadores. Seria assim, salário, com a duração de cento e vinte dias;
um verdadeiro representante eleito pelos empregados para XIX – licença‑paternidade, nos termos fixados em lei87;
a defesa de seus direitos junto ao empregador. Cabe ressal- XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, me-
var que isso não retira a obrigatoriedade da intervenção do diante incentivos específicos, nos termos da lei;
sindicato nas negociações coletivas de trabalho. XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei88;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio
Dispositivos Constitucionais de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades pe-
TÍTULO II nosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS XXIV – aposentadoria;
............................................................................................. XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes
CAPÍTULO II desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches
Dos Direitos Sociais e pré‑escolas89;
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos cole-
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimen- tivos de trabalho;
tação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Re- do empregador, sem excluir a indenização a que este está
dação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 15/9/2015) obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Direito Constitucional

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações
além de outros que visem à melhoria de sua condição social: de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
I – relação de emprego protegida contra despedida trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei comple- após a extinção do contrato de trabalho;
mentar, que preverá indenização compensatória, dentre
outros direitos; 84
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
II – seguro‑desemprego, em caso de desemprego in- Assunto cobrado na prova da Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligên-
85

cias/2012.
voluntário83; 86
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
87
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012.
82 88
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
83 89
Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2013.

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a) e b) (Revogadas pela Emenda Constitucional nº 28, Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores
de 25/5/2000) e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, de discussão e deliberação.
cor ou estado civil; Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados,
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante é assegurada a eleição de um representante destes com a
a salário e critérios de admissão do trabalhador portador finalidade exclusiva de promover‑lhes o entendimento direto
de deficiência; com os empregadores.
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual,
técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; Nacionalidade
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou
insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a Nacionalidade é o laço de caráter político e jurídico que
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, liga um indivíduo a um determinado Estado, de forma a
a partir de quatorze anos; qualificá‑lo como parte integrante do povo. Esse laço traz em
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com si muitos direitos e muitos deveres àqueles que se enquadram
vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. nos requisitos necessários à aquisição de uma nacionalidade.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos traba-
lhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, Origem da Nacionalidade
VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas A nacionalidade pode ser adquirida por um critério terri-
em lei e observada a simplificação do cumprimento das torial ou por critério hereditário. No primeiro caso, trata‑se
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes do ius soli, hipótese na qual se adquire uma nacionalidade em
da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos virtude do nascimento dentro do território de determinado
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua in- Estado. Por outro lado, a aquisição de uma nacionalidade
tegração à previdência social. (Redação dada pela Emenda pode decorrer da nacionalidade dos pais do indivíduo, caso
Constitucional nº 72, de 2013) em que teremos um direito transferido de maneira consan-
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, ob- guínea, hereditária, o que a doutrina denomina ius sanguinis.
servado o seguinte: Na maioria dos países, os critérios utilizados para a con-
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para cessão do vínculo da nacionalidade combinam os critérios
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão consanguíneo e territorial, como no caso do Brasil, que
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a veremos à frente.
intervenção na organização sindical; Cabe notar que o Direito Constitucional tem um caráter
II – é vedada a criação de mais de uma organização histórico muito marcante, decorrente da evolução gradativa
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria pro- nos negócios do Estado. Dessa maneira, conseguimos per-
fissional ou econômica, na mesma base territorial, que será ceber fatores históricos que influenciam demasiadamente
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, na adoção dos critérios de nacionalidade. Por exemplo,
não podendo ser inferior à área de um Município; em países que tiveram forte movimento emigratório ou
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses que apresentam baixa densidade demográfica, percebe‑se
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões uma tendência à adoção do critério do ius sanguinis (ex.:
judiciais ou administrativas; Itália e Japão). Em outros, porém, que recebem um grande
IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se contingente de imigrantes ou que possuem alta densidade
tratando de categoria profissional, será descontada em folha, demográfica, nota‑se que o critério do ius soli ganha mais
para custeio do sistema confederativo da representação sindical força (ex.: Estados Unidos da América).
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar‑se ou a manter‑se Espécies de Nacionalidade
filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas Destacam‑se duas espécies de nacionalidade: a primária
negociações coletivas de trabalho90; e a secundária. A primária ou originária é aquela que resulta
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado do nascimento, por mais que o reconhecimento somente
nas organizações sindicais; ocorra posteriormente. Em nosso país denominamos bra-
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado sileiro nato aquele que possui esse tipo de nacionalidade.
a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou A nacionalidade secundária, derivada ou adquirida, se forma
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até após o nascimento do indivíduo, caso em que brasileiros são
um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave denominados naturalizados.
nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam‑se à Polipátridas e Apátridas
organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores,
Direito Constitucional

atendidas as condições que a lei estabelecer. É possível que uma pessoa possua mais de uma nacio-
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos nalidade. Trata‑se do polipátrida, indivíduo que adquire,
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê‑lo de forma primária ou de forma secundária, nacionalidades
e sobre os interesses que devam por meio dele defender. diversas, mantendo‑as91. No caso do Brasil, as hipóteses de
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e dupla (ou múltipla) nacionalidade estão prevista no art. 12,
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis § 4º, II, que estudaremos a seguir.
da comunidade. Por sua vez, os apátridas, também chamados heimatlos,
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às não possuem qualquer nacionalidade. Tal situação ocorrerá,
penas da lei. por exemplo, no caso de os pais possuírem a nacionalidade
Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
90
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2013.
91

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
de um país que adota exclusivamente o critério do ius soli e cionalidade tem caráter personalíssimo (só pode ser exercida
terem seu filho em um país que apenas aceita o ius sanguinis. pelo titular do direito), só podendo ser exercida quando o
A criança não possuirá a nacionalidade do país de origem indivíduo adquirir a capacidade civil, ou seja, o menor não
de seus pais nem a nacionalidade do país em que nasceu. pode ser representado ou assistido pelos pais para exercer
O art. 15 da Declaração Universal dos Direitos Humanos a opção. Assim sendo, depois de atingir a maioridade civil,
estatui que todos têm direito a uma nacionalidade e proíbe a opção passa a ser condição suspensiva da nacionalidade
que as pessoas sejam privadas de sua nacionalidade ou que brasileira, isto é, o direito só vale a partir do implemento da
sejam obrigados a mudar a nacionalidade de forma arbitrária. condição. O menor, antes da opção, é, portanto, brasileiro
nato, sendo que, após a maioridade, a opção passa a cons-
Formas de Aquisição de Nacionalidade no Brasil tituir condição para a continuidade do vínculo do indivíduo
com o Brasil. A necessidade da maioridade para a realiza-
Primária (brasileiros natos) ção da opção foi positivada pela Emenda Constitucional
A Constituição brasileira denominou natos aqueles bra- nº 54/2007, que inseriu, ainda, a possibilidade de registro
sileiros que adquirem a nacionalidade primária. A naciona- em repartição brasileira no exterior.
lidade primária pode ser estabelecida pelo ius soli (critério
territorial), que é aquele determinado pelo local de nasci- Secundária
mento, ou pelo ius sanguinis (critério hereditário), quando Existem duas formas de se adquirir a nacionalidade
a aquisição se dá pela ascendência, ou seja, pelo sangue92.
brasileira, que estão previstas na Constituição Federal. Há
No Brasil os critérios de ius soli e ius sanguinis foram
outras hipóteses de naturalização, que são previstas em lei,
adotados de forma mesclada, de tal maneira que diversas
mas não possuem cunho constitucional, estando afetas à
hipóteses descritas no texto constitucional envolvem ques-
tões territoriais e hereditárias ao mesmo tempo. matéria Direito Internacional Público. Deixaremos de tratar
das hipóteses legais, referindo‑nos apenas às hipóteses
São brasileiros natos: previstas expressamente no texto constitucional.
1º caso: São brasileiros naturalizados:
• nascidos no Brasil; 1º Caso (naturalização ordinária)
• excetuando‑se os filhos de pais estrangeiros a serviço • ser um estrangeiro originário de país de língua por-
de seu país de origem. tuguesa;
2º caso: • residir há pelo menos um ano, sem interrupção, no
• nascidos no estrangeiro, filho de pai ou mãe brasilei- Brasil;
ro (não importa se nato ou naturalizado), a serviço • possuir idoneidade moral, ou seja, ter uma conduta
do Brasil93. Por exemplo, o filho de uma diplomata moralmente correta perante a sociedade.96
brasileira a serviço do Brasil em Cuba. A utilização do 2º Caso (naturalização extraordinária)
termo ou deixa claro que basta que um dos genitores • ser estrangeiro, de qualquer nacionalidade;
esteja na situação descrita para que o filho receba a • residir no Brasil há pelo menos quinze anos, sem
nacionalidade brasileira. interrupção;
Ex.: conforme disposição da CF, será brasileiro nato • não possuir condenação penal;
o filho, nascido em Paris, de mulher alemã e de em- • requerer a naturalização.97
baixador brasileiro que esteja a serviço do governo
brasileiro naquela cidade quando do nascimento do O primeiro caso de naturalização depende de um ato
filho.94 discricionário do Presidente da República, enquanto o se-
3º caso: gundo caso configura um direito subjetivo do estrangeiro,
• nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros, ficando o Estado brasileiro obrigado a concedê‑la caso todos
desde que: os requisitos estejam preenchidos. A concessão da naturali-
– sejam registrados em repartição brasileira compe- zação, portanto, não está sujeita a juízo de conveniência da
tente; ou administração, sendo um ato vinculado.
– venham a residir na República Federativa do Brasil e Importante lembrar que a naturalização sempre depen-
optem, em qualquer tempo, após atingida a maiorida- derá de requerimento do estrangeiro, não existindo mais
de, pela nacionalidade brasileira. A jurisprudência do previsão para a naturalização automática, como a grande
STF diz que, nesse caso, a nacionalidade é primária, naturalização que ocorreu no governo provisório do marechal
pois existe desde o nascimento, ficando apenas sujeita Deodoro da Fonseca (1889‑1891).
a uma condição para o seu implemento. O STF decidiu que o requerimento de naturalização
possui caráter meramente declaratório. O que isso traz de
A título de exemplo: Eulina, nascida em 18 de novembro
efeito prático? Na prática, isso leva ao entendimento de que
de 2011 no Brasil, é filha de cidadão espanhol e de cidadã
os efeitos da naturalização retroagem à data da solicitação.
croata que estavam passando suas férias em passeio turís-
Assim, um estrangeiro que possua os 15 anos de residência
tico no Piauí. Carmem, nascida em 22 de fevereiro de 2012
ininterrupta e não tenha sido condenado criminalmente,
Direito Constitucional

na Grécia, é filha de cidadãos brasileiros que estavam a


nos termos do art. 12, II, b, da CF, poderá ser investido em
serviço da República Federativa do Brasil no mencionado
país. Neste caso, Eulina e Carmem são brasileiras natas95. um cargo público, mesmo que sua posse tenha ocorrido
Segundo o Supremo Tribunal Federal, a opção pela na- antes da naturalização, desde que ele já tenha solicitado a
nacionalidade brasileira.
92
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/
Administrativo/2013.
93
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MF/Assistente Técnico/Adminis-
trativo/2012 e Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de
Defesa Civil/2012. 96
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/MF/Assistente Técnico/Adminis-
94
Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013. trativo/2012 e Esaf/Ministério da Intergação Nacional/Secretaria Nacional de
95
FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/Técnico Ministerial/Auxiliar Ad- Defesa Civil/2012.
ministrativo/2012. 97
Assunto cobrado na prova da Esaf/MF/Assistente Técnico/Administrativo/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Observação: aos portugueses residentes no Brasil • adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos em que
podem ser atribuídos os mesmos direitos reservados é admitida a dupla nacionalidade:
aos brasileiros naturalizados107. Tal instituto, chamado – concessão de nacionalidade estrangeira de forma
de quase nacionalidade (a ser estudado a seguir), não originária pela lei estrangeira, ou seja, o brasileiro não
pode ser confundido com a naturalização ordinária. tenha optado por adquiri‑la. Ainda que o brasileiro se
esforce por reconhecer essa nacionalidade, esse reco-
98
nhecimento não pode ser confundido com pedido de
Quase Nacionalidade naturalização, já que se trata de nacionalidade originá-
ria. Tal situação é muito comum com os descendentes
É possível que os portugueses possuam todas as prerro- de italianos, caso em que a nacionalidade italiana é
gativas dos brasileiros naturalizados, caso em que teremos a concedida pelo critério do ius sanguinis, tornando o
figura do português equiparado. Para obter um certificado de brasileiro um polipátrida.
equiparação, é necessário que o português venha a residir – exigência da aquisição da nacionalidade estrangeira
no Brasil e que haja reciprocidade em relação aos brasileiros para que o brasileiro exerça seus direitos civis no país
que venham a residir em Portugal. Não há, como se pode estrangeiro, ou para que permaneça no território desse
perceber, um prazo mínimo de residência e sequer critérios país.
quanto à índole do português que requer a naturalização.
Cabe ressaltar que a quase nacionalidade não é concedida Dispositivos Constitucionais
a todos aqueles que sejam oriundos de países que adotem
o idioma português como língua oficial, mas apenas àqueles TÍTULO II
que sejam oriundos da República de Portugal. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Nesse caso, não teremos um português naturalizado .............................................................................................
brasileiro, mas sim, um português que, mesmo sem se natu- CAPÍTULO III
ralizar, possui todos os direitos que são conferidos aos brasi- Da Nacionalidade
leiros naturalizados, bastando um certificado de equiparação.
Art. 12. São brasileiros:
Distinções entre Natos e Naturalizados I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
Não poderá haver distinções entre brasileiros natos e na- que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
turalizados, salvo nos casos previstos na Constituição, a saber: serviço de seu país103;
• possibilidade de extradição apenas dos brasileiros b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
naturalizados (art. 5º, LI, da CF); brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
• restrições quanto à propriedade de empresas de República Federativa do Brasil;
comunicação social para os brasileiros naturalizados, c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
consistente na exigência de um mínimo de dez anos brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasi-
de naturalização (art. 222 da CF); leira competente ou venham a residir na República Federativa
• previsão de cargos privativos de brasileiros natos do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
(art. 12, § 3º, da CF). maioridade, pela nacionalidade brasileira;
II – naturalizados:
São cargos privativos, ou seja, reservados apenas aos a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileiros natos: brasileira, exigidas aos originários de países de língua
• Presidente e Vice‑Presidente da República99; portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
• Presidente da Câmara dos Deputados100; idoneidade moral;
• Presidente do Senado Federal; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes
• Ministro do Supremo Tribunal Federal101; na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
• Carreira diplomática; ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram
• Oficial das Forças Armadas102; a nacionalidade brasileira.
• Ministro de Estado da Defesa; § 1º Aos portugueses com residência permanente no
• Membros do Conselho da República (art. 89, VII), que País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão
define a existência de seis brasileiros natos a serem atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
indicados para esse Conselho. previstos nesta Constituição.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasi-
Perda da Nacionalidade leiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta
Constituição.
Perderá a nacionalidade o brasileiro que: § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
• tiver contra si sentença judicial que cancele a naturali- I – de Presidente e Vice‑Presidente da República;
zação, por haver o brasileiro cometido atividade nociva II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
Direito Constitucional

ao interesse nacional (não alcança os natos). III – de Presidente do Senado Federal;


IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
98
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
vil/2012. V – da carreira diplomática;
99
Assunto cobrado na prova da FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/ VI – de oficial das Forças Armadas;
Técnico Ministerial/Auxiliar Administrativo/2012. VII – de Ministro de Estado da Defesa.
100
Assunto cobrado na prova da FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/
Técnico Ministerial/Auxiliar Administrativo/2012. § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasi-
101
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judi- leiro que:
ciário/2012; FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/Técnico Ministerial/
Auxiliar Administrativo/2012; Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secre-
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judi-
taria Nacional de Defesa Civil/2012 e Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente cial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
Técnico Judiciário/2010.
102
Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2012. Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2013.
103

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: teriormente à consulta pública. Tanto no plebiscito quanto
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela no referendo a decisão popular é soberana.
lei estrangeira; Um exemplo prático de plebiscito decorreu da previsão
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, contida no art. 2º do ADCT. Em tal dispositivo, havia a pre-
ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição visão de um plebiscito a ser realizado com a finalidade de
para permanência em seu território ou para o exercício de se estipular a forma de governo (república ou monarquia
direitos civis. constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Repú- ou presidencialismo). Tal plebiscito, que fora previsto ini-
blica Federativa do Brasil. cialmente para o dia 7 de setembro de 1993, acabou sendo
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a transferido para a data de 21 de abril de 1993 pela Emenda
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. Constitucional nº 2/1992.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pode- Quanto ao referendo, podemos citar aquele realizado em
rão ter símbolos próprios. outubro de 2005, com a finalidade de decidir a respeito do
fim do comércio de armas e munição no Brasil.
Direitos Políticos De acordo com o art. 49, XV, da Constituição, compete
exclusivamente ao Congresso Nacional, independentemente
Essa parte da Constituição prevê uma série de regras de sanção do Presidente da República, autorizar o referendo
destinadas a delimitar a forma de atuação do indivíduo nas e convocar plebiscito. A Lei nº 9.709/1998 regulamentou o
decisões políticas do Estado. Aquele que se enquadra nos exercício do referendo e do plebiscito, assim definindo os
requisitos impostos pela Constituição para atuar ativamente institutos em seu art. 2º:
na vida política do País recebe a denominação “cidadão”.
A atuação política é um direito público subjetivo que Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formu-
confirma a opção feita no parágrafo único do art. 1º da ladas ao povo para que delibere sobre matéria de
Constituição Federal, de um regime político democrático, acentuada relevância, de natureza constitucional,
no qual “o poder emana do povo, que o exerce por meio de legislativa ou administrativa.
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta § 1º O plebiscito é convocado com anterioridade a
Constituição”. ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo,
A participação indireta do povo no poder ocorre com a pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido
representação. Nesta, o representante exerce um mandato submetido.
e não fica vinculado à vontade dos representados. Além § 2º O referendo é convocado com posterioridade a
disso, o eleito não representa apenas os seus eleitores, mas ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo
toda a população de um território. Desse modo, o mandato a respectiva ratificação ou rejeição.
é considerado livre e geral.104
A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal A iniciativa popular de lei é uma forma de os cidadãos
e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos105. iniciarem um projeto de lei, que será votado pelo Congresso
Deve‑se ter muito cuidado com esses termos: Nacional, pelas Assembleias Legislativas ou pelas Câmaras
• Sufrágio é o núcleo básico do direito político, que se Municipais de Vereadores, conforme a iniciativa seja de ato
exprime pela capacidade de atuar politicamente, vo- legislativo federal, estadual ou municipal, respectivamente.
tando, sendo votado etc. O sufrágio aqui adotado é o Cabe ressaltar que o termo “iniciativa popular” não é o mais
universal, que garante a todos o direito do voto com adequado, pois não é qualquer um do povo que pode iniciar
peso único, contrapondo‑se ao sufrágio censitário ou o processo legislativo, mas tão somente os cidadãos.
capacitário, em que há critérios discriminatórios para Os requisitos para a iniciativa popular variam segundo a
o acesso à cidadania. esfera, conforme quadro abaixo:
• Voto representa o próprio exercício do poder decisório.
O voto é direto, secreto e tem valor igual. Iniciativa popular
• Escrutínio é o modo de exercício do direito de voto.
Ato normativo requisitos
Segundo o art. 60, § 4º, o voto direto, secreto, universal Assinatura de 1% do eleitorado nacional,
e periódico é cláusula pétrea, ou seja, algo que não pode dividido em pelo menos cinco Estados,
ser extinto por meio de emenda constitucional. Cabe res- Federal sendo que em cada Estado deve ser re-
saltar que não é cláusula pétrea o voto obrigatório, o que colhida assinatura de 0,3% (três décimos
nos leva a pensar que podemos, por meio de uma emenda por cento) do eleitorado estadual.
constitucional, instituir o voto facultativo como regra. Voto Os requisitos devem ser definidos em lei
universal significa o fim do voto censitário ou capacitário, Estadual
estadual.
no qual apenas aqueles que tinham riquezas podiam votar.
Outras formas de exercício da soberania popular são o Assinatura de 5% (cinco por cento) do
Municipal
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. Tais instrumen- eleitorado do Município.
tos se apresentam como emanações da democracia direta,
aquela por meio da qual os cidadãos definem diretamente Capacidade Eleitoral Ativa
Direito Constitucional

suas pretensões, sem a intervenção de representantes.


Tanto o plebiscito quanto o referendo são formas de Para votar é necessário o alistamento eleitoral. O alis-
perguntar aos cidadãos o que eles pensam sobre determi- tamento eleitoral é um procedimento administrativo feito
nada opção política do Estado (lei ou ato administrativo a ser junto à Justiça Eleitoral e que irá permitir a aquisição dos
adotado). Tais formas de consulta pública, porém, não são direitos políticos àquele que preencher os requisitos legais
idênticas. A grande diferença entre o plebiscito e o referendo para ser eleitor.
é que, naquele, o Estado realiza a consulta pública antes de É obrigado a se alistar e a votar o brasileiro que possua
editar o ato, enquanto no referendo, o ato é instituído an- mais de dezoito anos.
Podem ou não se alistar e votar, ou seja, possuem alis-
tamento e voto facultativo o analfabeto, o maior de setenta
Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.
104

FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.


105 anos e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Cabe lembrar que tanto o alistamento eleitoral quanto o voto Não é possível a criação de inelegibilidade por lei ordi-
são facultativos. Assim, um cidadão que se aliste aos dezessete nária ou medida provisória. Não cabe à lei complementar
anos, ainda assim, mantém a sua opção de votar ou não. a criação de inelegibilidades absolutas, papel reservado à
Não podem se alistar, sendo considerados, portanto, própria Constituição.
inalistáveis, os estrangeiros e, durante o serviço militar Há vários tipos de inelegibilidade:
obrigatório, os militares conscritos106. • absoluta: são impedimentos para a eleição em qual-
quer cargo.
Capacidade Eleitoral Passiva – Condições de São absolutamente inelegíveis os inalistáveis (como os
Elegibilidade estrangeiros e militares conscritos107) e os analfabetos.
O rol de inelegibilidades absolutas é taxativo, sendo
Para que um cidadão possa se candidatar é necessário impossível o seu implemento por meio de lei.
comprovar sua elegibilidade. Para tanto, são necessários • relativa: não são impedimentos relativos à própria
alguns requisitos: pessoa, mas a uma condição circunstancial que restrin-
• Nacionalidade brasileira. A nacionalidade brasi­leira ge o exercício da capacidade eleitoral passiva no que
nata só é exigível para a candidatura a Presidente da tange a certos cargos. A Constituição Federal admite
República e Vice‑Presidente da República. Nos cargos a criação de novas inelegibilidades relativas por meio
de senador e deputado federal, a nacionalidade nata de lei complementar. Tratando dessas inelegibilidades
só é exigida do presidente da respectiva Casa. legais, temos a Lei Complementar nº 64/1990.
• Pleno exercício dos direitos políticos. Se o cidadão sofre
uma suspensão ou perda dos direitos políticos, por exem- Inelegibilidades Relativas
plo, não está apto a ocupar um cargo público eletivo. O doutrinador Alexandre de Moraes, em seu Direito
• Alistamento eleitoral. É possível o exercício isola­do da Constitucional, sintetizou com grande clareza as possíveis
capacidade eleitoral ativa, ou seja, é possível que uma inelegibilidades relativas. Ousamos, porém, em discordar
pessoa possa votar sem ter capacidade de ser votado, quanto à suposta inelegibilidade relativa referente aos mi-
tal qual os analfabetos. Por outro lado, o exercício da litares. As regras distintas, aplicadas aos militares com mais
capacidade eleitoral passiva depende do alistamento ou com menos de dez anos de serviço, não são, em verdade,
como eleitor, de tal forma que não é possível ser votado inelegibilidades, tendo em vista que não impedem de ne-
sem ter a capacidade de votar. nhuma forma o exercício da capacidade eleitoral passiva por
• Domicílio eleitoral na circunscrição. O domicílio parte daquele que compõe as forças armadas ou as forças
eleitoral, que não se confunde com o domicílio civil, militares estaduais. Trata‑se, como veremos, de uma regra
é aquela região onde o cidadão se alista e mantém funcional castrense, que somente definirá a possibilidade de
algum vínculo. permanência do candidato nas forças armadas.
• Filiação partidária. Não é permitida a candidatura A primeira inelegibilidade que encontramos é a inele-
de candidato não filiado a partido político. Existem gibilidade por motivos funcionais. Nesse caso, temos que
regras próprias para a candidatura daqueles que não os chefes do Poder Executivo federal, estadual, distrital e
podem exercer atividade político‑partidária, tais como municipal e quem os houver sucedido ou substituído ao
os militares. longo do mandato somente poderão ser reeleitos para um
• Idade mínima. A idade mínima será definida de acor- único período subsequente.
do com o cargo que o candidato pretende ocupar. Essa possibilidade foi inserida pela Emenda Constitucio-
Segundo o art. 11, § 2º, da Lei nº 9.504/1997, o preen- nal nº 16/1997, beneficiando o então Presidente da República,
chimento desse requisito será verificado com base na Fernando Henrique Cardoso (1995‑1998 e 1999‑2002). Tam-
data da posse, não do registro da candidatura. Vejamos bém foi reeleito o Presidente da República Luiz Inácio Lula da
quais são as idades relativas a cada cargo eletivo de Silva (2003‑2006 e 2007‑2010). A experiência mostrou que
nossa república: há forte tendência de que o povo venha a preferir a estabi-
– trinta e cinco anos para Presidente da República, lidade, evitando a quebra do ciclo iniciado pelo Presidente
Vice‑Presidente da República e senador; da República em seu primeiro mandato. Essa tendência tam-
– trinta anos para governador e vice‑governador; bém pode ser verificada em outros países, como os Estados
– vinte e um anos para deputado federal, estadual e Unidos da América do Norte.
distrital, prefeito, vice‑prefeito e juiz de paz; e O que se proíbe não é o exercício de mais de dois man-
– dezoito anos para vereador. datos, mas que se exerça mais de dois mandatos de forma
sucessiva. Nesse ponto, a Constituição brasileira se distingue
Inelegibilidade da Norte Americana, que proíbe que alguém exerça o car-
go de Presidente da República mais de uma vez, de forma
As inelegibilidades são condições impeditivas do exercício sucessiva ou não.
da capacidade eleitoral passiva. A Constituição traz algumas A renúncia antes do término do mandato não retira a
hipóteses de inelegibilidade e prevê que uma lei complemen- vedação a um terceiro mandato sucessivo, já que, do con-
tar deverá estabelecer trário, a norma poderia ser facilmente burlada, bastando
que se renunciasse em períodos muito próximos ao fim
outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua ces- do mandato. Além disso, essa vedação também alcança as
Direito Constitucional

sação, a fim de proteger a probidade administrativa, eleições previstas no art. 81 da CF, que são aquelas abertas
a moralidade para o exercício do mandato, conside- no caso de vacância dos cargos de Presidente da República e
rada a vida pregressa do candidato, e a normalidade Vice‑Presidente da República antes do término do mandato.
e legitimidade das eleições contra a influência do Também não é possível que o titular de dois mandatos
poder econômico ou o abuso do exercício da função, presidenciais sucessivos venha a se candidatar a Vice‑Presi-
cargo ou emprego na administração direta e indireta. dente, ainda que realize a desincompatibilização, pois o vice
substitui e sucede o presidente. Assim, teríamos a possibilidade
Esse papel é exercido pela Lei Complementar nº 64/1990. de um indivíduo exercer o cargo três vezes consecutivas.

Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário/Área Adminis-


106
Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Administra-
107

trativa/2010. tiva/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Diferente é a situação do vice, que possui interessantes do Tribunal Superior Eleitoral, caso o titular do cargo eletivo
posicionamentos jurisprudenciais. Vejamos: executivo renuncie ao mandato seis meses antes das eleições,
• O vice, reeleito ou não, pode se candidatar ao cargo do seus parentes e cônjuge (ou companheiro) poderão se candi-
titular, mesmo se houver substituído o titular durante datar para cargos eletivos no mesmo território de jurisdição.
o mandato. Cabe, porém, uma ressalva no sentido de que o parente
• Se o vice houver substituído o titular nos últimos seis somente poderá ocupar o mesmo cargo preenchido pelo
meses anteriores à eleição, poderá se candidatar ao cargo renunciante por uma vez consecutiva. Então, se João, pai de
do titular, mas não poderá buscar, posteriormente, a ree- Marília, é prefeito de uma cidade e realiza a desincompati-
leição. A substituição já terá contado como um primeiro bilização, Marília somente poderá ocupar o cargo por um
mandato. Essa mesma regra, com maior razão, também mandato. Essa regra se mostra de extrema importância, pois
é aplicada no caso de sucessão, a qualquer tempo. considera os parentes como um único candidato, mesmo que
• Se o vice desejar disputar cargo que não seja o do seu pela via reflexa, evitando assim a perpetuação de oligarquias
respectivo titular, deverá obedecer à norma descrita no poder pela técnica do revezamento entre membros da
no art. 1º, § 2º, da LC nº 64/1990, que assim dispõe: mesma família. A possibilidade de ocupar o cargo de chefe
do Poder Executivo não será concedida ao parente, porém,
o Vice‑Presidente, o Vice‑Governador e o Vice‑Pre- se o atual ocupante estiver no segundo mandato, caso em
feito poderão candidatar‑se a outros cargos, preser- que, efetuada a desincompatibilização por um prefeito, por
vando os seus mandatos respectivos, desde que, exemplo, o parente fica elegível, não podendo, entretanto, se
nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, não candidatar ao cargo de prefeito, nem mesmo de vice‑prefeito,
tenham sucedido ou substituído o titular. em respeito ao art. 14, § 5º e 7º, da CF.
Dessa forma, se o renunciante ao mandato for o prefeito
• Se o vice houver sucedido o titular, ele ocupará de reeleito do Município de Cabrobró, sua companheira poderá
forma plena esse cargo e, com isso, recebe também se candidatar a deputada federal, mas não a prefeita do
todas as incompatibilidades. Dessa forma, caso queira referido Município.
se candidatar a cargo diverso, deverá proceder à de- O Supremo Tribunal Federal decidiu que não subsiste a
sincompatibilização. inelegibilidade se havia separação de fato do cônjuge antes
do início do mandato, já que o que a norma busca é evitar
Estes mesmos chefes do Executivo, caso queiram se ele- o monopólio do poder político por grupos hegemônicos
ger para outros cargos, deverão renunciar ao mandato seis ligados por laços familiares. No caso concreto analisado
meses antes das eleições. Esta norma não se aplica para o pela Suprema Corte, a separação de fato foi reconhecida na
caso de reeleição para o mesmo cargo, em que é inexigível tal sentença que decidiu o pedido de divórcio.
afastamento. Essa renúncia é o que a doutrina chama de nor- Outra inelegibilidade é a denominada inelegibilidade por
ma de desincompatibilização do chefe do Poder Executivo, já motivo de domicílio, que deriva da condição para exercício
que tem a função de retirar uma incompatibilidade, evitando da cidadania passiva e envolve a exigência de que, na forma
o uso da máquina pública para favorecimento do candidato. da lei, o requisito do domicílio eleitoral seja preenchido. As-
O vice que deseja se candidatar ao cargo de titular não sim sendo, a legislação eleitoral determina um prazo mínimo
tem obrigação de proceder à desincompatibilização. de domicílio na circunscrição eleitoral em que se pretende
A renúncia ou licença para o exercício de outros cargos concorrer. Isso acaba gerando um obstáculo ao cidadão que
pode ser requerida, mas não é obrigatória e nem gerará deseja alterar seu domicílio para se candidatar em uma outra
inelegibilidade do renunciante. circunscrição, por exemplo.
O Vice‑Presidente, vice‑governador e vice‑prefeito po- Por fim, cabe registro de que as inelegibilidades e as
derão concorrer para outros cargos sem a necessidade de condições de elegibilidade são aferidas ao tempo do registro
renunciar, desde que nos seis meses antes das eleições não da candidatura.
tenham sucedido ou substituído o titular.
Outra inelegibilidade relativa é aquela que aparece por Militares
motivo de casamento, parentesco ou afinidade. No território
de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos O militar das Forças Armadas e os militares dos Estados,
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente Distrito Federal e Territórios são plenamente alistáveis, desde
da República, de governador de Estado ou Território, do que não estejam na condição de conscritos. Por outro lado,
Distrito Federal, de prefeito ou de quem os haja substituído o art. 142, § 3º, V, da Constituição Federal, determina que
dentro dos seis meses anteriores não poderão ser eleitos. o “militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado
No caso de reeleição do cônjuge ou parente, não há esse a partidos políticos”.
impedimento, ou seja, se o cônjuge ou parente já é titular de Diante desse quadro surgiu um problema: como permitir
mandato eletivo e está concorrendo ao mesmo cargo, não have- o registro da candidatura do militar se, para comprovar a
rá tal impedimento, que é denominado inelegibilidade reflexa. elegibilidade, é necessário comprovar filiação partidária? A
Como consequência de estar restrita à jurisdição do chefe resposta foi dada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
do Executivo, os parentes do prefeito não podem se eleger O TSE entendeu que o militar da ativa, sendo alistável e
para cargos no Município, os parentes do governador ficam elegível, mas não filiável, em função de sua condição excep-
impedidos de se elegerem pelo próprio Estado e os paren- cional, não precisa comprovar a prévia filiação partidária,
Direito Constitucional

tes do Presidente da República não podem se eleger para bastando demonstrar o pedido do registro da candidatura,
qualquer cargo no território brasileiro. Já houve decisão do apresentado pelo partido e autorizado pelo candidato.
TSE que estendeu esse impedimento não só para o cônjuge, Interessante notar que a mesma regra não será aplicada ao
mas também para o companheiro, ou seja, aquele a que se servidor da Justiça Eleitoral, tendo em vista que se trata de situ-
une por meio de uma união estável. Interessante notar que ação diversa. O referido servidor, em respeito à moralidade que
a união estável entre pessoas do mesmo sexo, denominada deve ser preservada nos pleitos eleitorais, para candidatar‑se
homoafetiva ou homossexual, também resulta em inelegi- deverá pedir exoneração do cargo público em tempo hábil para
bilidade, equiparando‑se ao casamento para tais efeitos. o cumprimento da exigência legal de filiação partidária.
A desincompatibilização (afastamento do cargo nos seis A partir do registro da candidatura o militar será:
meses anteriores ao pleito) também traz reflexos para a ine- • afastado da atividade se tiver menos de dez anos de
legibilidade reflexa. Assim, de acordo com o entendimento serviço; ou

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
• agregado pela autoridade superior se contar com mais de I – plebiscito;
dez anos de serviço. O militar ficará na condição de agre- II – referendo;
gado a partir do registro da candidatura até a diplomação, III – iniciativa popular108.
caso eleito, ou até o regresso à força armada, caso não § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
seja eleito. Na hipótese de ser eleito, o militar que estava I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
agregado, passará para a inatividade no ato da diplomação. II – facultativos para:
a) os analfabetos;
O afastamento da atividade do militar que possui menos b) os maiores de setenta anos;
de dez anos de serviço é considerado definitivo, sem possi- c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
bilidade de retorno à atividade, portanto.
§ 2º Não podem alistar‑se como eleitores os estran-
Perda ou Suspensão dos Direitos Políticos geiros e, durante o período do serviço militar obrigatório,
os conscritos109.
Não existe mais no Brasil a cassação de direitos políticos, § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
utilizada como instrumento político de repressão em tempos I – a nacionalidade brasileira110;
passados. Atualmente, somente é permitida a perda (tempo II – o pleno exercício dos direitos políticos;
indefinido) ou suspensão (tempo definido) desses direitos. III – o alistamento eleitoral;
O fato de a perda não ter tempo definido de duração não signi- IV – o domicílio eleitoral na circunscrição111;
fica que ela seja perpétua. Haverá sempre a possibilidade de se V – a filiação partidária;
afastar a causa da perda, restaurando‑se os direitos políticos. VI – a idade mínima de:
A perda/suspensão dos direitos políticos implica a im- a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice‑Presidente
possibilidade de votar, de ser votado e, se já detentor de da República e Senador112;
mandato eletivo, de perder o cargo. b) trinta anos para Governador e Vice‑Governador de
São hipóteses de perda dos direitos políticos: Estado e do Distrito Federal113;
• cancelamento da naturalização por sentença transitada c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
em julgado; e Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice‑Prefeito e juiz de paz114;
• recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou pres- d) dezoito anos para Vereador.
tação alternativa (art. 5º, VIII, da CF). § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
São hipóteses de suspensão: § 5º O Presidente da República, os Governadores de
• condenação criminal com trânsito em julgado, enquan- Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
to durarem os efeitos da pena; sucedido, ou substituído, no curso dos mandatos poderão
• improbidade administrativa (art. 37, § 4º, da CF); e ser reeleitos para um único período subsequente.
• incapacidade civil absoluta. § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal
Basta a verificação judicial da incapacidade civil abso- e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos
luta, mediante decretação de interdição de incapaz, para a até seis meses antes do pleito115.
imediata suspensão dos direitos políticos. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titu-
A suspensão por condenação criminal com trânsito em lar, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o
julgado se aplica inclusive aos casos de condenação por con- segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
travenções penais. No caso de o condenado ser beneficiado de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal,
com a suspensão condicional da pena, o sursis, não ocorre de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis
a reaquisição dos direitos políticos, continuando suspensos meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
até a extinção da punibilidade. eletivo e candidato à reeleição.
É necessária uma sentença judicial para a decretação da § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
perda dos direitos políticos, de uma forma geral. condições:
Existem outras hipóteses previstas na Constituição I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá
Federal que acabarão por resultar em perda e suspensão afastar‑se da atividade;
dos direitos políticos, por também resultarem na perda da II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado
nacionalidade, por exemplo, a perda da nacionalidade pela pela autoridade superior e, se eleito, passará automatica-
aquisição de outra (art. 12, § 4º, II). mente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Princípio da Anualidade da Lei Eleitoral § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger
Para evitar mudanças de última hora nas regras do “jogo”, a probidade administrativa, a moralidade para exercício de
a Constituição Federal prevê que uma lei editada para alterar o mandato considerada vida pregressa do candidato, e a nor-
processo eleitoral só se aplicará às eleições que ocorram pelo malidade e legitimidade das eleições contra a influência do
menos um ano após sua vigência. A vigência dessas leis coinci- poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo
dirá com a sua publicação, não existindo, via de regra, vacatio ou emprego na administração direta ou indireta.
legis, ou seja, período de tempo entre a publicação e a vigência. § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante
a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da di-
Direito Constitucional

Dispositivos Constitucionais
108
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
TÍTULO II 109
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 110
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
............................................................................................. 111
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Di-
CAPÍTULO IV ligências/2012 e FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
112
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área
Dos Direitos Políticos Administrativa/2013; Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012 e
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio 113
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
114
Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.
115
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati-
todos, e, nos termos da lei, mediante: va/2010.

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plomação, instruída a ação com provas de abuso do poder não implicava atividade legiferante do Poder Judiciário, mas
econômico, corrupção ou fraude116. sim conferir a máxima efetividade das normas constitucio-
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em nais. Asseverou‑se, ainda, que não haveria nulidade nos atos
segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se praticados pelos parlamentares tidos por infiéis, tendo em
temerária ou de manifesta má‑fé. vista a aplicação da teoria do agente estatal de fato.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo
perda ou suspensão só se dará nos casos de: partidário e a horários gratuitos na televisão e no rádio.
I – cancelamento da naturalização por sentença transi- É proibida a formação de partidos políticos de caráter
tada em julgado; paramilitar. Aliás, toda forma de associação é proibida de
II – incapacidade civil absoluta; possuir tal caráter. Uma associação de caráter paramilitar é
III – condenação criminal transitada em julgado, enquan- aquela que se caracteriza, por exemplo, pelo uso de unifor-
to durarem seus efeitos; mes, patentes e palavras de ordem com fins militares.
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; Verticalização
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
§ 4º. A Emenda Constitucional nº 52, de 8 de março de 2006,
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em acabou com o instituto denominado verticalização, ou
vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição seja, a obrigação de que as coligações de âmbito nacional
que ocorra até um ano da data de sua vigência. encontrassem paralelo nas coligações feitas no âmbito es-
tadual, municipal e distrital. Essa regra, apesar de constituir
Partidos Políticos importante norma de moralização do sistema partidário,
impedindo a utilização do partido para efeitos eleitorais que
Os partidos políticos podem ser livremente criados, subvertessem as diferentes ideologias por eles defendidas,
fundidos, incorporados ou extintos, desde que se resguarde: limitava a atuação dos partidos, o que levou o Congresso
• a soberania nacional; Nacional a promulgar a EC nº 52/2006, com a intenção de
• o regime democrático; que ela tivesse validade para as eleições que ocorreriam no
• o pluripartidarismo; mesmo ano.
• os direitos fundamentais da pessoa humana. A tentativa de fazer com que a verticalização já se extinguis-
se no ano de 2006 feria o art. 16 da Constituição Federal, que
Existem alguns preceitos que devem ser observados prevê o princípio da anterioridade da lei eleitoral, o que foi reco-
pelos partidos políticos. São eles: nhecido pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI
• caráter nacional117; nº 3.685/DF–STF, em que se entendeu que o § 1º do art. 17
• proibição de recebimento de recursos financeiros de alterava profundamente o processo eleitoral em nosso País,
entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação razão pela qual somente deve incidir sobre as eleições que
a estes118; ocorram após um ano da sua inserção no texto constitucional.
• prestação de contas à Justiça Eleitoral119;
• funcionamento parlamentar de acordo com a lei120. Dispositivos Constitucionais

Os partidos políticos são dotados de autonomia no que TÍTULO II


tange à sua estrutura interna. Os estatutos, que devem ser DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
registrados no Tribunal Superior Eleitoral após a aquisição da .............................................................................................
personalidade civil, devem estabelecer normas de fidelidade CAPÍTULO V
e disciplina partidárias. Dos Partidos Políticos
O Supremo Tribunal Federal entende que a fidelidade
partidária emana da Constituição e impede que os candi- Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção
datos eleitos venham a migrar de partido. Entendeu‑se que de partidos políticos, resguardados a soberania nacional,
o caráter partidário é particularmente verificado no sistema o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fun-
proporcional e que a mudança de partido quebra um voto damentais da pessoa humana e observados os seguintes
de confiança que é dado pelo cidadão‑eleitor e gera uma re- preceitos:
lação desequilibrada de forças no parlamento. Ressaltou‑se, I – caráter nacional;
na hipótese, que não se tratava de impor sanções como as II – proibição de recebimento de recursos financeiros
descritas no art. 55 da Constituição Federal, mas de reco- de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação
a estes;
nhecer que não há direito subjetivo a manter‑se no cargo,
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
que, em essência, pertence ao partido. Considera‑se, assim,
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
a desfiliação ou a transferência injustificada um ato culposo
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para
incompatível com a função representativa do ideário político
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento
responsável pelo ingresso do parlamentar na sua função
e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas co-
representativa.
ligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre
Ainda em relação à fidelidade partidária, entendeu a Su-
Direito Constitucional

as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou


prema Corte que o reconhecimento da fidelidade partidária municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária.
Assunto cobrado na prova da FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Admi- § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade
116

nistração/2012.
117
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
Judiciário/Área Administrativa/2010. Tribunal Superior Eleitoral.
118
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Ad- § 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do
ministrativa/2013 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/
Área Administrativa/2010.
fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
119
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico forma da lei.
Judiciário/Área Administrativa/2010. § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
120
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico organização paramilitar.
Judiciário/Área Administrativa/2010.

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ORGANIZAÇÃO DO ESTADO § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largu-
ra, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de
Da União fronteira, é considerada fundamental para defesa do território
nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
A Constituição Federal de 1988 traz expressamente os
bens considerados da União, constantes no seu art. 20 e Competência
seguintes. Destaca‑se, apenas a título ilustrativo, aqueles
que são considerados de maior relevância. Logo em seguida, A forma federativa de Estado tem como uma de suas
transcreve‑se a literalidade do dispositivo: principais características a repartição de competências entre
os entes federados que a compõem.
a) as terras devolutas, que são aquelas indispensáveis Pode‑se dizer que a competência é o conjunto de atribui-
à defesa das fronteiras, das fortificações e constru- ções traçadas pela Constituição que respaldam a autonomia
ções militares, das vias federais, de comunicação e à da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
preservação ambiental, definidas em lei; A divisão da competência estabelece a repartição de
b) os lagos, rios e quaisquer correntes de água em funções para que os entes federativos realizem as atribuições
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um públicas de forma harmoniosa, com o objetivo de se alcançar
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se maior eficiência.
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, A dificuldade que pode surgir é em relação ao critério de
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; repartição da competência, ou seja, qual o ente federativo
c) as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com tem exclusividade ou predominância na matéria. Tem‑se
outros países; as praias marítimas; como regra geral: se o interesse for predominantemente
d) o mar territorial121; nacional, cabe à União; se for estadual, ao Estado; se for
e) terrenos de marinha e seus acrescidos; municipal, ao Município; o Distrito Federal, por sua vez,
f) potenciais de energia hidráulica; acumula a competência estadual e municipal. Todos atuam
g) recursos minerais, inclusive os do subsolo; na conjugação de esforços para a realização do bem comum.
h) cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueo­ Na verdade, o critério é essencialmente político, partin-
lógicos e pré‑históricos; do‑se do pressuposto de que as matérias que necessitam de
i) terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. maiores recursos financeiros ou de uniformidade legislativa
na federação devem ficar ao encargo da União.
TÍTULO III A Constituição Federal de 1988, formalmente, tentou
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO implantar um federalismo cooperativo, segundo o qual
............................................................................................. os entes federativos teriam atribuições, em certa medida
CAPÍTULO II isonômica, construindo‑se a prestação eficiente de serviços
Da União públicos cada um na medida de suas atribuições políticas.
Acontece, entretanto, que, na prática, o federalismo brasi-
Art. 20. São bens da União: leiro é centrípeto, havendo uma concentração de funções e
I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem prerrogativas a cargo da União.
a ser atribuídos; A Constituição Federal estabeleceu sistema de reparti-
II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das frontei- ção de competências entre os entes político-administrativos
ras, das fortificações e construções militares, das vias federais que combina competências exclusivas, privativas e princi-
de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; piológicas com competências comuns e concorrentes, com
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em vistas ao equilíbrio federativo.122
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Es- As competências constitucionais podem ser classificadas
tado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam como atividades administrativas (materiais), legislativas
a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os (formais) e tributárias. As primeiras caracterizam‑se pela
terrenos marginais e as praias fluviais; organização de serviços, na realização de uma obra, na
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com proteção de um bem, entre outras atividades desenvolvidas
outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as pelo Poder Executivo. As segundas são caracte­rizadas pela
costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de confecção de normas que regulamentará um objeto espe-
Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público cífico. A competência tributária, por sua vez, caracteriza‑se
e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; pela conjugação dos dois postulados: material, na medida em
V – os recursos naturais da plataforma continental e da que arrecada tributos e, ainda, legislativo, quando elabora
zona econômica exclusiva; normas de fiscalização e arrecadação de tributos.
VI – o mar territorial; A competência material pode ser exclusiva ou comum,
VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos; enquanto que a competência legislativa pode ser privativa,
VIII – os potenciais de energia hidráulica; concorrente, suplementar e residual.
IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo; A competência exclusiva está descrita no art. 21 da
X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueo- Constituição Federal de 1988 e pertence à União, sem ne-
lógicos e pré‑históricos; nhuma possibilidade de delegação para os Estados e para os
Direito Constitucional

XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. Municípios. Ela é material ou administrativa. Caracteriza‑se
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, por ser de grande vulto, de valor mais elevado (construção
ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da de rodovias federais, exploração de aeroportos etc.) ou ati-
administração direta da União, participação no resultado da vidades administrativas que exigem uniformidade em todo
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos o território brasileiro (emitir moeda, serviço postal etc.).
para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos A Constituição Federal também outorgou algumas com-
minerais no respectivo território, plataforma continental, mar petências exclusivas a outros entes fe­derativos, por exemplo,
territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação a competência exclusiva dos Estados‑membros (art. 25, § 1º)
financeira por essa exploração. e a competência exclusiva dos Municípios (art. 30, I, da CF).
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
121

vil/2012. Cespe/TJ-RO/Técnico Judiciário2012.


122

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Esse tipo de competência caracteriza‑se pela impossibilidade XIX – instituir sistema nacional de gerenciamento
de delegação, ou o exercício de competência suplementar de recursos hídricos e definir critérios de outorga de
ou complementar. direitos de seu uso;
São competências exclusivas da União, ou seja, compe- XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento
tências materiais ou administrativas (art. 21 da CF): urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos;
Art. 21. Compete à União: XXI – estabelecer princípios e diretrizes para o siste-
I – manter relações com Estados estrangeiros e par- ma nacional de viação;
ticipar de organizações internacionais; XXII – executar os serviços de polícia marítima, aero-
II – declarar a guerra e celebrar a paz; portuária e de fronteiras;
III – assegurar a defesa nacional; XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de
IV – permitir, nos casos previstos em lei complemen- qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre
tar, que forças estrangeiras transitem pelo território a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessa-
nacional ou nele permaneçam temporariamente; mento, a industrialização e o comércio de minérios
V – decretar o estado de sítio, o estado de defesa e nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
a intervenção federal; princípios e condições:
VI – autorizar e fiscalizar a produção e o comércio a) toda atividade nuclear em território nacional so-
de material bélico; mente será admitida para fins pacíficos e mediante
VII – emitir moeda; aprovação do Congresso Nacional;
VIII – administrar as reservas cambiais do País e b) sob regime de permissão, são autorizadas a co-
fiscalizar as operações de natureza financeira, espe- mercialização e a utilização de radioisótopos para
cialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
como as de seguros e de previdência privada; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produ-
IX – elaborar e executar planos nacionais e regionais ção, comercialização e utilização de radioisótopos de
de ordenação do território e de desenvolvimento meia‑vida igual ou inferior a duas horas;
econômico e social; d) a responsabilidade civil por danos nucleares inde-
X – manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; pende da existência de culpa;
XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, XXIV – organizar, manter e executar a inspeção do
concessão ou permissão, os serviços de telecomuni- trabalho;
cações, nos termos da lei, que disporá sobre a organi- XXV – estabelecer as áreas e as condições para o
zação dos serviços, a criação de um órgão regulador exercício da atividade de garimpagem, em forma
e outros aspectos institucionais; associativa125.
XII – explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão: Perceba‑se que o mais importante é entender que o
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e art. 21, anteriormente transcrito, trata de uma atividade
imagens; material, ou seja, um fazer do Estado, no caso da União.
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o A competência privativa é a chamada legislativa, que
aproveitamento energético dos cursos de água, em pertence a um ente federativo, mas que pode ser delegada
articulação com os Estados onde se situam os poten- a outro. As competências privativas estabelecidas no art. 22
da Constituição Federal pertencem à União, mas podem ser
ciais hidroenergéticos;
delegadas para os Estados‑membros e para o Distrito Federal,
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura
por intermédio de Lei Complementar, a depender de sua con-
aeroportuária;
veniência política em transferir as atribuições enumeradas
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário
neste dispositivo a outro ente federado.
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou
que transponham os limites de Estado ou Território; Art. 22. Compete privativamente à União legislar
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual sobre:
e internacional de passageiros; I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o Minis- II – desapropriação;
tério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a III – requisições civis e militares, em caso de iminente
Defensoria Pública dos Territórios; perigo e em tempo de guerra;
XIV – organizar e manter a polícia civil, a polícia IV – águas, energia, informática, telecomunicações
militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito e radiodifusão;
Federal, bem como prestar assistência financeira V – serviço postal;
ao Distrito Federal para a execução de serviços VI – sistema monetário e de medidas, títulos e ga-
públicos, por meio de fundo próprio123; rantias dos metais;
XV – organizar e manter os serviços oficiais de esta- VII – política de crédito, câmbio, seguros e transfe-
tística, geografia, geologia e cartografia de âmbito rência de valores;
nacional; VIII – comércio exterior e interestadual;
Direito Constitucional

XVI – exercer a classificação, para efeito indicativo, de IX – diretrizes da política nacional de transportes;
diversões públicas e de programas de rádio e televisão; X – regime dos portos, navegação lacustre, fluvial,
XVII – conceder anistia; marítima, aérea e aeroespacial126;
XVIII – planejar e promover a defesa permanente XI – trânsito e transporte;
contra as calamidades públicas, especialmente as XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e me-
secas e as inundações124; talurgia;
XIII – nacionalidade, cidadania e naturalização;
123
Assunto cobrado na prova da Esaf/ Ministério da Integração Nacional/Secretaria XIV – populações indígenas;
Nacional de Defesa Civil/2012.
124
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/Ministério da Integração Nacional/ FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/2010.
125

Secretaria Nacional de Defesa Civil/2012. Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/Técnico em Radiologia/2012.


126

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
XV – emigração e imigração, entrada, extradição e VII – preservar as florestas, a fauna e a flora130;
expulsão de estrangeiros; VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar
XVI – organização do sistema nacional de emprego e o abastecimento alimentar;
condições para o exercício de profissões; IX – promover programas de construção de mora-
XVII – organização judiciária, do Ministério Público dias e a melhoria das condições habitacionais e de
do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria saneamento básico;
Pública dos Territórios, bem como organização ad- X – combater as causas da pobreza e os fatores de
ministrativa destes; marginalização, promovendo a integração social dos
XVIII – sistema estatístico, sistema cartográfico e de setores desfavorecidos;
geologia nacionais127; XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões
XIX – sistemas de poupança, captação e garantia da de direitos de pesquisa e exploração de recursos
poupança popular; hídricos e minerais em seus territórios;
XX – sistemas de consórcios e sorteios; XII – estabelecer e implantar política de educação
XXI – normas gerais de organização, efetivos, mate- para a segurança do trânsito.
rial bélico, garantias, convocação e mobilização das Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas
polícias militares e corpos de bombeiros militares; para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
XXII – competência da polícia federal e das polícias Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
rodoviária e ferroviária federais; desenvolvimento e do bem‑estar em âmbito nacional.
XXIII – seguridade social;
XXIV – diretrizes e bases da educação nacional; Por fim, a Constituição Federal estabelece a competência
XXV – registros públicos; concorrente para legislar acerca das matérias enumeradas
XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza; no art. 24, entre as quais podem‑se destacar as matérias
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em de direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico,
todas as modalidades, para as administrações pú- urbanístico, orçamento, produção e consumo, entre outras.
blicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Compete aos entes federados legislar sobre as referidas
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o matérias, podendo‑se dizer que dois entes federativos atuam
disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas
em um mesmo campo de incidência, normatizando a mesma
e sociedades de economia mista, nos termos do
matéria, mas com atribuições distintas. De fato, a União tem
art. 173, § 1º, III; (Redação dada pela Emenda Cons-
a competência para legislar normas gerais, enquanto que os
titucional nº 19, de 1998)
XXVIII – defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa Estados‑membros e Distrito Federal legislam sobre questões
marítima, defesa civil e mobilização nacional128; específicas. É o chamado modelo vertical de competência.
XXIX – propaganda comercial. É importante destacar que a União não pode elaborar a
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar norma geral de forma exaustiva, devendo deixar uma zona
os Estados a legislar sobre questões específicas das para atuação das normas específicas, no sentido de que os
matérias relacionadas neste artigo129. Estados‑membros possam adequar as normas gerais às suas
realidades regionais.
A competência comum consiste na competência mate- A norma específica pode ser complementar ou suple-
rial conferida aos entes federados: União, Estados, Distrito mentar: complementar é quando os Estados‑membros ou o
Federal e Municípios. Refere‑se às atividades de prestação Distrito Federal produzem normatizações para especificar a
de um serviço, como a assistência à saúde, as medidas de legislação geral da União, enquanto é suplementar quando
acesso à cultura, educação e ciência, entre outros. Consistem há uma omissão da União em produzir a legislação geral,
em um fazer por parte do ente federativo. possibilitando que os Estados possam elaborar normas
gerais e específicas acerca dos temas constantes do art. 24
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, da Constituição Federal. Não é necessária uma delegação
do Distrito Federal e dos Municípios: expressa da União para se transmitir o poder de legislar de
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das forma suplementar, pois a simples ausência de norma geral
instituições democráticas e conservar o patrimônio da União faz com que haja o imediato poder de confecção
público; das normas pelos Estados‑membros.
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção Na competência concorrente suplementar, voltando a
e garantia das pessoas portadoras de deficiência; União a legislar sobre assuntos gerais, as normas produzidas
III – proteger os documentos, as obras e outros pelos Estados que estiverem em colisão com as normas da
bens de valor histórico, artístico e cultural, os mo- União serão suspensas do ordenamento jurídico.
numentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos; Atenção! Aqui se trata de suspensão da norma, e não de
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracte- revogação, o que implica retorno de eficácia da norma
rização de obras de arte e de outros bens de valor estadual anterior, se revogada a norma federal posterior.
histórico, artístico ou cultural; A razão desse fato deve‑se ao federalismo, que impos-
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à sibilita a União de revogar uma norma produzida pelo
educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à
Direito Constitucional

outro ente federado. Note‑se que os Estados‑membros e


inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional o Distrito Federal não poderão produzir normas contrárias
nº 85/2015) à norma geral que foi elaborada pela União.
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição
em qualquer de suas formas; Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito
Federal legislar concorrentemente sobre:
127
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci- I – direito tributário, financeiro, penitenciário131,
vil/2012.
128
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria econômico e urbanístico;
Nacional de Defesa Civil/2012.
129
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/PRF/Agente Administrativo/ Assunto cobrado na prova do Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2013.
130

Classe A/Padrão I/2012 e Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Assunto cobrado na prova do Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/Área Administra-
131

Nacional de Defesa Civil/2012. tiva/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – orçamento; IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a
III – juntas comerciais; legislação estadual;
IV – custas dos serviços forenses; V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime
V – produção e consumo; de concessão ou permissão, os serviços públicos de
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da interesse local, incluído o de transporte coletivo, que
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, tem caráter essencial;
proteção do meio ambiente e controle da poluição; VI – manter, com a cooperação técnica e financeira
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, ar- da União e do Estado, programas de educação infantil
tístico, turístico e paisagístico; e de ensino fundamental;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, da União e do Estado, serviços de atendimento à
estético, histórico, turístico e paisagístico; saúde da população;
IX – educação, cultura132, ensino, desporto, ciência, VIII – promover, no que couber, adequado ordenamen-
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; to territorial, mediante planejamento e controle do
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85/2015) uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
X – criação, funcionamento e processo do juizado de IX – promover a proteção do patrimônio históri-
pequenas causas; co‑cultural local, observada a legislação e a ação
XI – procedimentos em matéria processual; fiscalizadora federal e estadual.
XII – previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII – assistência jurídica e Defensoria pública133;
XIV – proteção e integração social das pessoas por-
Estados‑Membros
tadoras de deficiência;
XV – proteção à infância e à juventude; Os Estados‑membros podem ainda, como decorrência
XVI – organização, garantias, direitos e deveres das natural do federalismo adotado pela Constituição Fe­deral,
polícias civis. respeitados seus limites territoriais, estruturar sua organi-
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competên- zação administrativa. A Constituição Federal faz referência
cia da União limitar‑se‑á a estabelecer normas gerais. expressa aos bens dos Estados‑membros.
§ 2º A competência da União para legislar sobre
normas gerais não exclui a competência suplemen- Art. 25. Os Estados organizam‑se e regem‑se pelas
tar dos Estados134. Constituições e leis que adotarem, observados os
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, princípios desta Constituição.
os Estados exercerão a competência legislativa § 1º São reservadas aos Estados as competências
plena, para atender a suas pe­culiaridades135. que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou
gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que mediante concessão, os serviços locais de gás cana-
lhe for contrário. lizado, na forma da lei, vedada a edição de medida
provisória para a sua regulamentação136.
Por fim, faz‑se referência à competência residual, § 3º Os Estados poderão, mediante lei comple-
que consiste, como regra geral, na permissão dada aos mentar137, instituir regiões metropolitanas, aglo-
Estados‑membros e ao DF de legislarem sobre todos os as- merações urbanas e microrregiões, constituídas
suntos que não tenham sido vedados ou não especificados por agrupamentos de municípios limítrofes, para
pela Constituição Federal, em síntese, tudo aquilo que não integrar a organização, o planejamento e a execução
está discriminado após a enumeração de competência para de funções públicas de interesse comum138.
os entes federados. Art. 26. Incluem‑se entre os bens dos Estados:
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,
Art. 25. Os Estados organizam‑se e regem‑se pelas emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso,
Constituições e leis que adotarem, observados os na forma da lei, as decorrentes de obras da União139;
princípios desta Constituição. II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que esti-
§ 1º São reservadas aos Estados as competências verem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio
que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. da União, Municípios ou terceiros;
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à
Os municípios, como entes autônomos que são, mesmo União;
inseridos geograficamente no âmbito dos Estados‑membros IV – as terras devolutas não compreendidas entre
têm, de forma geral, a competência referente a assuntos de as da União.
interesse local.
A organização político‑administrativa dos Estados‑mem-
Art. 30. Compete aos Municípios: bros segue, por simetria, a estrutura da União, diferencian-
I – legislar sobre assuntos de interesse local; do‑se em questões pontuais que a Constituição Federal faz
II – suplementar a legislação federal e a estadual no expressa menção, como no caso do número de deputados
que couber;
Direito Constitucional

que irão compor a Assembleia Legislativa. Vejamos o que


III – instituir e arrecadar os tributos de sua compe- diz o caput do art. 27.
tência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo
da obrigatoriedade de prestar contas e publicar 136
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Ad-
balancetes nos prazos fixados em lei; ministrativa/2010 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/
Área Administrativa/2010.
132
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2012. 137
Assunto cobrado na prova da FCC/MPPE/Técnico Ministerial/Área Administra-
133
FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/2010. tiva/2012.
134
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati- 138
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-
va/2010. tiva/2010.
135
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico 139
Assunto cobrado nas seguintes provas: Esaf/DNIT/Técnico Administrativo/2013,
Judiciário/Área Administrativa/2013 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010 e FCC/Tribunal Re-
Técnico Legislativo/Direito/2010. gional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legis- seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
lativa corresponderá ao triplo da representação do Federais acima de doze.
Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o núme- § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Esta-
ro de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos duais, aplicando‑ sê‑lhes as regras desta Constituição sobre
forem os Deputados Federais acima de doze140. sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração,
perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação
Por exemplo: um Estado com oito deputados federais terá às Forças Armadas.
vinte e quatro deputados estaduais. Com doze, terá trinta e § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por
seis deputados federais. Com vinte deputados federais, terá lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no
quarenta e quatro deputados estaduais (36 + 8). máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em
O mandato dos deputados estaduais será de quatro anos, espécie, para os Deputados Federais, observado o que dis-
aplicando, como dito, o paralelismo em relação à configu- põem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
ração no âmbito da União, respeitando o sistema eleitoral, § 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre
a inviolabilidade, as imunidades, a remuneração, a perda seu regimento interno, polícia e serviços administrativos de
de mandato, a licença, os impedimentos e a incorporação sua secretaria, e prover os respectivos cargos141.
às Forças Armadas. § 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo
legislativo estadual142.
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Le- Art. 28. A eleição do Governador e do Vice‑Governador
gislativa corresponderá ao triplo da representação de Estado, para mandato de quatro anos, realizar‑se‑á no pri-
do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o meiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
número de trinta e seis, será acrescido de tantos domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano
quantos forem os Deputados Federais acima de doze. anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente,
Estaduais, aplicando‑sê‑lhes as regras desta Consti- observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.
tuição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imu- § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir
nidades, remuneração, perda de mandato, licença, outro cargo ou função na administração pública direta ou
impedimentos e incorporação às Forças Armadas. indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público
e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
Os deputados estaduais recebem remuneração definida § 2º Os subsídios do Governador, do Vice‑Governador e
por meio de lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, sendo dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da
denominada subsídio. Este tipo de remuneração é fixada em Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37,
parcela única, extinguindo as gratificações, auxílios ou qual- XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
quer outra parcela remuneratória, salvo os casos de verbas
indenizatórias, as quais não possuem natureza salarial, mas, Municípios
de ressarcimento de despesas efetuadas, como, por exemplo,
o caso de indenização transporte, moradia etc. O Município é regido por lei orgânica, diferentemente
dos Estados‑membros, que possuem Constituição Estadual.
Art. 39. [...] Diz‑se lei orgânica porque o Estado‑federado brasileiro
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato ele- é fragmentado em unidades federativas (União, Estados,
tivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais Municípios e DF), restando apenas a competência relacio-
e Municipais serão remunerados exclusivamente por nada ao interesse local, a ser disciplinado pelos Municípios,
subsídio fixado em parcela única, vedado o acrés- inclusive porque os mesmos devem obedecer, por simetria,
cimo de qualquer gratificação, adicional, abono, a estrutura organizacional da União e Estados‑membros.
prêmio, verba de representação ou outra espécie Os municípios contam com os Poderes Legislativo e
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o dis- Executivo, com cargos para os quais há eleição, na qual vo-
posto no art. 37, X e XI. tam seus eleitores, mas não com Poder Judiciário próprio143.
O prefeito, vice‑prefeito e vereadores são eleitos para
Importante destacar que a Emenda Constitucional mandatos de quatro anos, em pleito direto e simultâneo
nº 50/2006 vedou o pagamento de parcela indenizatória em em todo o País.
caso de convocação para sessão legislativa extraordinária. O número de vereadores é proporcional à população do
Esse subsídio corresponde a 75% (setenta e cinco município, observando‑se os limites fixados pela CF:
por cento) do subsídio estabelecido, em espécie, para os
deputados federais.
Número de
População (em número de habitantes)
vereadores
Dispositivos Constitucionais
Até 15.000 9
TÍTULO III Mais de 15.000 – até 30.000 11
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Mais de 30.000 – até 50.000 13
Direito Constitucional

............................................................................................. Mais de 50.000 – até 80.000 15


CAPÍTULO III
Dos Estados Federados Mais de 80.000 – até 120.000 17
............................................................................................. Mais de 120.000 – até 160.000 19
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legis- Mais de 160.000 – até 300.000 21
lativa corresponderá ao triplo da representação do Estado
na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e 141
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Ad-
ministrativa/2010 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/
Área Administrativa/2010.
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Ad-
140 142
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
ministrativa/2010 e FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente Técnico Legislativo/ Judiciário/Área Administrativa/2010.
Direito/2010. 143
Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Mais de 300.000 – até 450.000 23 a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000
(quinze mil) habitantes146; (Redação dada pela Emenda
Mais de 450.000 – até 600.000 25 Constitucional nº 58, de 2009)
Mais de 600.000 – até 750.000 27 b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de
Mais de 750.000 – até 900.000 29 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil)
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Mais de 900.000 – até 1.050.000 31
58, de 2009)
Mais de 1.050.000 – até 1.200.000 33
Mais de 1.200.000 – até 1.350.000 35 Ex.: o Município “1” possui 10.000 habitantes; o Mu-
Mais de 1.350.000 – até 1.500.000 37 nicípio “2” possui 20.000 habitantes; o Município “3” possui
14.000 habitantes; e o Município “4” possui 25.000 habitan-
Mais de 1.500.000 – até 1.800.000 39 tes. De acordo com a Constituição Federal brasileira, para
Mais de 1.800.000 – até 2.400.000 41 a composição das Câmaras Municipais, será observado o
Mais de 2.400.000 – até 3.000.000 43 limite máximo de 11 Vereadores apenas para os Municípios
“2” e “4”.147
Mais de 3.000.000 – até 4.000.000 45
Mais de 4.000.000 – até 5.000.000 47 c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de
Mais de 5.000.000 – até 6.000.000 49 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta
Mais de 6.000.000 – até 7.000.000 51 mil) habitantes148; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 58, de 2009)
Mais de 7.000.000 – até 8.000.000 53 d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de
Mais de 8.000.000 55 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta
mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº
O prefeito, o vice‑prefeito e os vereadores recebem 58, de 2009)
subsídio em parcela única fixado pela Câmara Municipal em e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais
cada legislatura para a subsequente, ou seja, em seu man- de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento
dato, o vereador não pode aumentar o próprio vencimento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
e de seus pares, mas apenas da próxima legislatura, que é nº 58, de 2009)
de quatro anos. f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais
A remuneração dos vereadores corresponde a até 75% de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000
(setenta e cinco por cento) do subsídio estabelecido para os (cento sessenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Cons-
deputados estaduais, devendo‑se observar os limites fixados tituição Constitucional nº 58, de 2009)
na CF para os habitantes do Município. g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
O total da despesa com remuneração dos vereadores 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000
não poderá ultrapassar o montante de 5% (cinco por cento) (trezentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitu-
da receita do Município144. cional nº 58, de 2009)
Os vereadores possuem imunidade por suas opiniões, h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais
palavras e votos no exercício do mandato e desde que sejam de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (qua-
proferidos na circunscrição do Município. trocentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)
Dispositivos Constitucionais i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e
TÍTULO III de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
............................................................................................. j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais
CAPÍTULO IV de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000
Dos Municípios (setecentos cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)
Art. 29. O Município reger‑se‑á por lei orgânica, votada k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e apro- de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até
vada por dois terços dos membros da Câmara Municipal145, 900.000 (novecentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos Constitucional nº 58, de 2009)
nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
os seguintes preceitos: 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um
I – eleição do Prefeito, do Vice‑Prefeito e dos Verea­dores, milhão e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e Constitucional nº 58, de 2009)
simultâneo realizado em todo o País; m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
II – eleição do Prefeito e do Vice‑Prefeito realizada no primei- de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; (Incluída
Direito Constitucional

ro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato


dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
III – posse do Prefeito e do Vice‑Prefeito no dia 1º de de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até
janeiro do ano subsequente ao da eleição; 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitan-
IV – para a composição das Câmaras Municipais, será tes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
observado o limite máximo de: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)   (Produção de efeito) 146
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra-
tiva/2010.
144
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra- 147
FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/Técnico Ministerial/Auxiliar Ad-
tiva/2010. ministrativo/2012.
145
FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010. 148
FCC/MPPE/Técnico Ministerial/Área Administrativa/2012.

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o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de VII – o total da despesa com a remuneração dos Verea-
1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes dores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento
e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; da receita do Município;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões,
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição
de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e do Município;
de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; IX – proibições e incompatibilidades, no exercício da
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de Constituição para os membros do Congresso Nacional e
mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes na Constituição do respectivo Estado para os membros da
e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habi- Assembleia Legislativa;
tantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras
mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitan- da Câmara Municipal;
tes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Incluída XII – cooperação das associações representativas no
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) planejamento municipal;
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse
mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; (Incluída pela manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de art. 28, parágrafo único.
mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de Art. 29‑A. O total da despesa do Poder Legislativo Mu-
até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; (Incluída pela nicipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos
os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios
transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e
de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de
159, efetivamente realizado no exercício anterior:
até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída pela
I – 7% (sete por cento) para Municípios com população
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) de até 100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada pela
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até II – 6% (seis por cento) para Municípios com população
7.000.000 (sete milhões) de habitantes; (Incluída pela Emen- entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
da Constitucional nº 58, de 2009) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de III – 5% (cinco por cento) para Municípios com população
mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e  (Incluída pela mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) nº 58, de 2009)
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para
mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes. (Incluída Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Redação dada
V – subsídios do Prefeito, do Vice‑Prefeito e dos Secre- pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
tários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara V – 4% (quatro por cento) para Municípios com popula-
Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, ção entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; milhões) de habitantes; (Redação dada pela Emenda Cons-
VI – o subsídio dos Vereadores será fixado pelas res- titucional nº 58, de 2009)
pectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a VI – 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para
subsequente, observado o que dispõe esta Constituição, Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões
observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Or- e um) habitantes. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
gânica e os seguintes limites máximos: nal nº 58, de 2009)
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio § 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta
máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído
do subsídio dos Deputados Estaduais149; o gasto com o subsídio de seus Vereadores.
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habi- § 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito
tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a Municipal:
trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; I – efetuar repasse que supere os limites definidos neste
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil ha- artigo;
bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá II – não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; III – enviá‑lo a menor em relação à proporção fixada na
Lei Orçamentária.
Direito Constitucional

d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habi-


tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a § 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente
cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1º deste artigo.
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil Art. 30. Compete aos Municípios:
habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponde- I – legislar sobre assuntos de interesse local;
rá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; II – suplementar a legislação federal e a estadual no que
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, couber;
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência,
e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigato-
riedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos
FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.
149 fixados em lei;

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IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a • autolegislação: elaboração de leis próprias por meio
legislação estadual; da Câmara Legislativa, acumulando as competências
V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de legislativas e tributárias conferidas pela CF aos Estados
concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse e Municípios;
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter • autogoverno e autoadministração: decisões políticas
essencial; tomadas no âmbito do DF, com Poder Executivo próprio
VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da exercido pelo governador do Distrito Federal. O Poder
União e do Estado, programas de educação infantil e de Legislativo é exercido por uma Câmara Legislativa
ensino fundamental; composta por deputados distritais. O Poder Judiciário é
VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da exercido por juízes aprovados em concurso de provas e
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da títulos, com Tribunal de Justiça próprio (Distrito Federal
população; e Territórios).
VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do Importante destacar, por se tratar de uma exceção cobra-
parcelamento e da ocupação do solo urbano; da em concursos públicos, que compete à União organizar
IX – promover a proteção do patrimônio histórico‑cul- e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Polícia
tural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do Distrito
federal e estadual. Federal.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Apenas para fixar: o DF tem Lei Orgânica e Câmara
Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, Legislativa, enquanto os Estados‑membros são regidos por
e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Constituições Estaduais e Assembleia Legislativa.
Municipal, na forma da lei. É vedada a divisão do DF em municípios152, devendo‑se
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exer- estabelecer sua repartição em administrações regionais,
cido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou por indicação do governador, que nomeará administradores
do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos para as diferentes regiões, como no caso de Brasília e das
Municípios, onde houver. cidades-satélites.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente
sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só Dispositivos Constitucionais
deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos mem-
bros da Câmara Municipal. TÍTULO III
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, .............................................................................................
para exame e apreciação, o qual poderá questionar‑lhes a CAPÍTULO V
legitimidade, nos termos da lei. Do Distrito Federal e dos Territórios
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos
de Contas Municipais. Seção I
Do Distrito Federal
Distrito Federal
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em
Em alguns países, como no caso do Brasil e Estados Uni- Municípios153, reger‑se‑á por lei orgânica, votada em dois
dos da América, a sede do Estado Federal, conhecida como turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por
a Capital Federal, é estabelecida em um território à parte, dois terços da Câmara Legislativa154, que a promulgará,
desvinculado dos demais Estados‑membros. atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
A Constituição de 1988 instituiu Brasília como Capital Fe- § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
deral, estando inserida no Distrito Federal (DF). É importante legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
destacar que o Distrito Federal não se confunde com Brasília, § 2º A eleição do Governador e do Vice‑Governador,
observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais
pois aquele tem a natureza jurídica de entidade federativa
coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais,
com autonomia político‑administrativa, competências espe-
para mandato de igual duração155.
cíficas, receitas, despesas e atribuições próprias, enquanto
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa
que Brasília é a cidade conhecida como capital federal.
aplica‑se o disposto no art. 27.
Mesmo não sendo estado nem município, o Distrito
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo
Federal (DF) possui autonomia, parcialmente tutelada
do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de
pela União.150
bombeiros militar156.
O Distrito Federal (DF) é uma unidade‑federativa di-
ferenciada das demais, pois absorve tanto a competência
legislativa dos Estados‑membros, como a dos Municípios151, Territórios
possuindo as características principais de uma unidade‑fe-
derada, quais sejam, autonomia política, auto‑organização, Os territórios são entidades que possuem natureza
Direito Constitucional

autolegislação, autogoverno e autoadministração. jurídica de autarquias, ou seja, não possuem autonomia


• autonomia política: tem seus próprios Parlamentares política, administrativa e judiciária. São apenas pessoas
e Chefe de Governo;
• auto‑organização: tem sua estrutura organizacional 152
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente
Técnico Legislativo/Direito/2010 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Admi-
definida nos termos de sua Lei Orgânica, aprovada por nistrativa/2010.
2/3 dos votos e promulgada pela Câmara Legislativa, 153
Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/Assembleia Legislativa-SP/Agente
respeitando a simetria constitucional; Técnico Legislativo/Direito/2010 e FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Admi-
nistrativa/2010.
154
FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.
Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
150 155
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário/Área Adminis-
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário/Área Adminis-
151
trativa/2010.
trativa/2010. 156
FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.

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jurídicas de natureza de direito público vinculadas à União. Vejamos o conceito de cada um:
Não confundir território como mais uma espécie de enti- • Legalidade: a noção de legalidade para a administração
dade federativa. pública pode ser bem resumida na expressão usada pelo
O território assemelha‑se, por exemplo, a uma autarquia direito administrativo: o particular pode fazer tudo aquilo
como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou mesmo que não estiver vedado em lei, enquanto a administração
a uma Universidade Federal, que são autarquias (pessoas pública somente pode fazer o que determina o ordenamen-
jurídicas de direito público) vinculadas à União – entidades to jurídico. Isso não significa que os cidadãos não estejam
administrativas da União. submetidos à imperatividade das normas, pelo contrário,
No Brasil, existiam os territórios de Roraima, Amapá e ambos – Estado e sociedade – estão sob a sujeição da Cons-
Fernando de Noronha. Os dois primeiros foram transforma- tituição e das leis infraconstitucionais. Contudo, o Estado tem
dos em unidades federadas (Estados‑membros), enquanto rigidamente controlada sua conduta de administrar, desde
que o território de Fernando de Noronha foi reincorporado o Presidente da República até o mais modesto servidor.
ao Estado de Pernambuco (ADCT, arts. 14 e 15). É uma forma de preservar o patrimônio público ao impor
Assim é que, atualmente, não existem territórios no procedimentos de atuação.
Brasil, nada impedindo a sua criação por meio de lei federal, O agente público tem o poder-dever de agir conforme o
admitindo sua divisão em municípios, com representação ordenamento jurídico.
fixa de quatro deputados na Câmara dos Deputados. Essa distinção é chamada por Hely Lopes Meirelles de cri-
tério de subordinação à lei (o agente público somente pode
Dispositivos Constitucionais fazer o que a lei determina) e critério de não contradição
à lei (o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe).
TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Cuidado! Pelo princípio da legalidade, a conduta do agente
............................................................................................. público não precisa estar descrita totalmente na lei. É o
CAPÍTULO V que acontece nos atos discricionários, em que a lei confere
Do Distrito Federal e dos Territórios certa margem de liberdade de atuação, segundo um juízo
............................................................................................. de conveniência e oportunidade do agente público, obser-
Seção II vados os parâmetros fixados no ordenamento jurídico.
Dos Territórios Exemplo: quando o município concede permissão de uso
de bem público para que seja realizada uma festa de bairro.
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa
e judiciária dos Territórios.
Caso o agente público venha a desrespeitar o princípio
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios,
da legalidade, estará sujeito à responsabilidade disciplinar
aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo
(administrativa), civil e criminal, conforme o caso.
IV deste Título.
A doutrina faz uma distinção decorrente do princípio
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas
da legalidade.
ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de
– princípio da legalidade em sentido estrito: nos termos
Contas da União.
explicados acima;
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil
– princípio da reserva de lei: quando a Constituição
habitantes, além do Governador nomeado na forma desta
faz referência à determinada matéria que venha a ser re­
Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda
gulamentada por certa espécie legislativa, ou seja, o assunto
instância, membros do Ministério Público e defensores pú-
X deve ser tratado por meio de lei ordinária, ou que o tema
blicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara
Y deve ser abordado por meio de lei complementar.
Territorial e sua competência deliberativa.
.............................................................................................. • Impessoalidade: por este princípio, o agente público
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA deve conduzir suas atividades de forma genérica e abstrata,
sem visar interesses pessoais próprios ou de terceiros. Ou
A legislação brasileira ordenou a administração pública seja, a administração pública não pode agir com o intuito de
em direta e indireta. beneficiar ou prejudicar pessoas ou grupos. A impessoalida-
Administração pública direta: é formada pela União, de representa o interesse público, e a pessoalidade significa
Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios. o interesse particular (subjetivo).
Administração pública indireta: é formada pelas au- Nada impede, contudo, que em determinadas situa­
tarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de ções o interesse público também represente um interesse
economia mista. particular, como ocorre, por exemplo, nos casos de contratos
A administração pública direta corresponde à entidade entre particulares e administração pública para realização
política (unidade-federada) centralizada, já a administração de uma obra. O que não pode acontecer, nesse exemplo, é
pública indireta compõe-se das entidades descentralizadas. eleger uma empresa (particular) sem a licitação necessária
A Constituição Federal estabeleceu cinco princípios – concorrência pública.
Direito Constitucional

expressos (não significa que outros não existam) a serem


obedecidos pela administração pública. São eles: legalida- Atenção! O fato de haver políticas públicas voltadas para
de, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência o desenvolvimento de determinado setor econômico, ou
(L.I.M.P.E). mesmo políticas públicas sociais direcionadas para certas
regiões, não significa, necessariamente, violação ao princípio
Atenção! Os concursos costumam trocar os princípios da impessoalidade, pois se estiver em consonância com o
acima, como impessoalidade por isonomia. Mas é preciso princípio da igualdade (isonomia) – tratar os iguais de forma
ficar atento, pois, embora possuam conceitos muito próxi- igualitária e os desiguais de forma desigual na medida de sua
mos, às vezes, a questão exige a literalidade do dispositivo. desigualdade – não haverá afronta à norma constitucional.

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• Moralidade: o agente público deve atuar com hones- Estrutura da Administração Pública
tidade, lealdade, retidão, integridade, boa-fé, norteando-se
pelos princípios éticos e morais. A aplicação do princípio da Administração Pública direta: União, Estados-Mem­bros,
moralidade ao agente público deve ser revestida de boa Distrito Federal e Municípios.
administração (bom administrador), buscando as melhores
condutas gerenciais. A Administração Pública direta foi objeto de estudo no
O princípio da moralidade administrativa, que deve capítulo pertinente à organização político-administrativa.
reger a atuação do poder público, confere substância e dá
expressão a uma pauta de valores éticos sobre os quais
Administração Pública indireta: Autarquias, Fundações,
se funda a ordem jurídica do Estado. Nesse contexto, a
inobservância do referido princípio pode configurar impro- Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
bidade administrativa e acarretar, para o agente público, a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, • Autarquias: segundo Maria Sylvia Di Pietro, é a pessoa
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, jurídica de direito público, criada por meio de lei, com aptidão
sem prejuízo da ação penal cabível, se sua conduta confi- de autoadministração, para o desempenho de serviço público
gurar, também, a prática de ato tipificado como crime.157 descentralizado, mediante controle administrativo exercido
A moralidade na administração pública deve ser vista nos limites da lei. Um exemplo é o Instituto Nacional do
não só sobre o resultado, mas no procedimento realizado Seguro Social – INSS; ou o Instituto Nacional de Colonização
para alcançá-lo. e Reforma Agrária – INCRA.

• Publicidade: o agente público deve agir com transpa- • Fundações: podem ser de direito privado ou de direito
rência, fazendo com que os administrados (cidadãos) tomem público. As fundações de direito privado são entes dotados
conhecimento (ciência/informação) dos atos praticados. de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucra-
Como exemplos, podem ser citados: o oferecimento de tivos, com patrimônio próprio. Têm o intuito de desenvolver
certidões quando requeridas; a publicação dos contratos atividades em que não seja necessária a execução por órgão
celebrados pela administração pública na Imprensa Oficial, ou entidade de direito público. Como exemplo, temos a
dentre outros meios. Fundação Roberto Marinho. As fundações também podem
Esse princípio representa uma forma de tornar possível ostentar natureza jurídica de direito público, assemelhando-
a fiscalização dos atos (e contratos) públicos pela sociedade -se às autarquias. Um exemplo é a Fundação Universidade
e órgãos oficiais de controle, assim como uma forma de de Brasília.
se exigir da sociedade e do Estado o cumprimento dos co-
mandos administrativos, já que, após a publicidade, não há
justificativa para alegação de desconhecimento da existência • Empresas públicas: possuem personalidade jurídica
de determinado ato administrativo. de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclu-
Em curtas palavras, o dinheiro público é do povo, que tem sivamente público. São criadas para exploração de atividade
direito a saber o que está sendo feito com as verbas públicas. econômica ou prestação de serviço, em razão da necessária
intervenção do poder público, principalmente como forma de
fomentar determinado setor. Como exemplo, pode-se citar a
Atenção! O princípio da publicidade pode sofrer exceções,
considerando que os princípios, de uma maneira geral, não Caixa Econômica Federal e a Empresa Brasileira de Correios
são rígidos em sua aplicação. A doutrina aponta a situação e Telégrafos.
na qual o direito à informação sobre atos administrativos
pode acarretar insegurança nacional. Por isso, deve haver • Sociedades de economia mista: assim como as empresas
uma ponderação de interesses: informação x segurança. públicas, possuem personalidade jurídica de direito privado,
Mas, a regra é de publicidade dos atos públicos. tendo como objetivo a exploração de atividade econômica,
sob a forma de sociedade anônima. Constitu­i-se por parte do
capital público e parte do capital privado, ou seja, colabora-
• Eficiência: este princípio foi incorporado via emenda ção do Estado e do particular. Pode-se citar como exemplo a
constitucional (EC nº 19/1998). Significa agilidade, sem Petrobras (Petróleo Brasileiro S.A) e o Banco do Brasil S.A.
desperdício de dinheiro público, ao tempo em que venha
atender ao interesse do bem comum. Deve ser visto como
Segundo a Constituição, somente por lei específica pode-
qualidade no serviço público, ou seja, celeridade com resul-
rá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
tado satisfatório.
O administrador deve obter um bom resultado, com o pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
menor custo possível. cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua atuação.
Observações:
a) Os atos que venham a violar os princípios nortea­dores • Autarquia: lei específica cria a autarquia.
da administração pública podem caracterizar improbidade • Empresas públicas, sociedade de economia mista e fun-
administrativa. Importarão como penalidades: a suspen- dação: lei específica autoriza a criação dessas entidades.
são dos direitos políticos, a perda da função pública, a
Direito Constitucional

indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, Depende de autorização legislativa, em cada caso, a
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da criação de subsidiárias das entidades mencionadas ante-
ação penal cabível. riormente, assim como a participação de qualquer delas em
b) Os cidadãos, usuários dos serviços públicos, têm o empresa privada.
direito de reclamar indenização das pessoas jurídicas de A Administração Pública direta e indireta, como regra,
direito público e das de direito privado prestadoras de deve fazer licitação para contratação de obras, serviços,
serviços públicos, pelos danos que seus agentes, nessa compras e alienações, que assegure igualdade de condições
qualidade, causarem, assegurado o direito de regresso a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas
da proposta, nos termos da lei. A licitação exigirá somente a
Cespe/MPS/Agente Administrativo/2010.
157

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qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia concursos públicos em razão do cargo a ser ocupado, como
do cumprimento das obrigações. ocorre, por exemplo, nos concursos públicos para policial,
A licitação corresponde ao processo de concorrência para em que se fazem imperiosas determinadas condições. Para
que a administração pública realize, de forma impessoal, a citar um exemplo: em um concurso público para o cargo de
contratação de obras, serviços, compras e alienações. mergulhador policial, seria praticamente inviável o ingresso
A administração pública não pode se valer da publicidade de candidato com idade mais avançada. É por isso que os
de seus atos, programas, obras, serviços e campanhas dos requisitos estipulados no edital do concurso público devem
órgãos públicos, constando nomes, símbolos ou imagens que corresponder, diante da proporcionalidade, à natureza do
caracterizem promoção pessoal de autoridade e servidores serviço a ser prestado.
públicos. A publicidade deve ter caráter educativo, informa- Destaca-se que é ilegal a reprovação em con­curso pú-
tivo ou de orientação social. blico com base em critério subjetivo, como pode ocorrer
A Constituição prevê que a administração pública direta pelo exame psicotécnico, sem lei que preveja essa etapa de
e indireta venha a oferecer condições, re­gulamentadas por seleção, assim como seus critérios.
lei, para a participação do usuário (cidadão), especialmente: A admissão para cargo sem concurso público, salvo as ex-
• reclamações relativas à prestação de serviços públicos ceções constitucionais, implica a nulidade do ato e a punição
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendi- da autoridade responsável, nos termos da lei.
mento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, A lei reserva percentual dos cargos e empregos públicos
da qualidade dos serviços; para as pessoas portadoras de deficiência e também define
• acesso dos usuários a registros administrativos e às os critérios de sua admissão.
informações sobre atos de governo, observado o disposto
no art. 5º, X e XXXIII; Concurso Público e Prazo de Validade
• disciplina da representação contra o exercício negligen-
te ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração Será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual pe-
pública. ríodo. Durante esse prazo previsto no edital do concurso pú-
blico, o candidato aprovado será convocado com prioridade
sobre novos concursados para assumir o cargo ou emprego
SERVIDORES PÚBLICOS na carreira. A título de exemplo: órgão da administração
direta estadual realiza concurso público para o preenchi-
Regime Jurídico mento de cinquenta cargos de seu quadro de pessoal, sendo
o prazo de validade do concurso de dois anos, prorrogável
A denominação “servidores públicos” atende, de forma uma vez por igual período. Trinta candidatos são aprovados,
estrita, àqueles que se vinculam à administração pública por mas apenas quinze são convocados para assumir os cargos
uma relação estatutária. As empresas públicas e as socie- nos dois primeiros anos. O concurso tem sua validade pror-
dades de economia mista, que se enquadram no conceito rogada, mas, passado um ano, ninguém mais é convocado,
de administração indireta, podem contratar por vínculo a despeito de ainda haver necessidade de preenchimento
trabalhista aqueles que virão a cumprir suas funções, que da totalidade das vagas remanescentes. Nessa hipótese, o
são denominados empregados públicos. órgão da administração poderá realizar novo concurso,
A Emenda Constitucional nº 19, de 1998, excluiu do art. para o preenchimento das vagas remanescentes, mesmo
39 da Constituição Federal a previsão de regime jurídico único durante o prazo de validade do concurso anterior, mas
de contratação, que era obrigatório para os entes da adminis- deverá dar prioridade aos aprovados naquele, sobre novos
tração direta, fundações e autarquias. Dessa forma, ficavam concursados, para assumirem os cargos.158
autorizados a contratar com base na Consolidação das Leis do Apesar da natureza jurídica de Direito Privado, as em-
Trabalho – CLT. Contudo, foi identificado um vício formal na presas públicas e as sociedades de economia mista precisam
emenda, que teria recebido votos favoráveis de número insu- contratar os seus empregados por meio de concurso público159.
ficiente de parlamentares, inferior ao quórum constitucional
(três quintos). Assim, o Supremo Tribunal Federal considerou, Cargos de Confiança e em Comissão
cautelarmente, inconstitucional a alteração do caput do art.
39 da Constituição Federal, o que gerou o retorno da obriga- Não se faz necessário o concurso público. Seus ocupan-
toriedade de contratação exclusivamente por meio do regime tes são demitidos conforme a vontade do administrador –
jurídico único – no âmbito federal, é regulamentado pela Lei ad nutum. Entretanto, é de se ressaltar que esses cargos
nº 8.112/1990. devem estar limitados às funções de direção, chefia e asses-
soramento. Há também um limite de cargos em comissão a
Investidura na Administração Pública serem ocupados por servidores públicos efetivos, que será
indicado pela lei, assim como suas condições e percentuais
Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis mínimos para preenchimento.
aos brasileiros e estrangeiros, nos termos da lei, depen- • cargo de confiança: preenchidos por pessoas que já
dendo, como regra, de aprovação em concurso público de são servidores públicos;
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e
• cargo em comissão: preenchidos por pessoas que não
a complexidade do cargo ou emprego, salvo as nomeações
Direito Constitucional

fazem parte do serviço público.


para cargo em comissão declarado por lei como de livre
nomeação e exoneração.
Portanto, é exceção à regra do concurso público o provi- Direitos dos Servidores
mento para os cargos em comissão e de confiança, os quais Além dos direitos já abordados, como a greve e a sindi-
podem ser de livre nomeação e exoneração, conforme o calização, outros direitos, originalmente atribuídos a outros
interesse da administração pública. trabalhadores, são estendidos aos servidores públicos.
O concurso público é a forma de consagração do princípio
da igualdade, pois oferece oportunidade, indistintamente,
aos candidatos. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
FCC/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2012.
158
entende que é possível fazer exigências específicas em certos Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012.
159

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Descrição resumida Texto constitucional Dispositivo
Salário mí­nimo salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a 7º, IV
suas necessidades vitais básicas e às de sua família como moradia, alimen-
tação, edu­cação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social, com reajustes perió­dicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
Salário mínimo aos que perce- garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remu- 7º, VII
bem remuneração variável neração variável;
Décimo-ter­ceiro décimo-terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da 7º, VIII
aposentadoria;
Remuneração superior para o remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 7º, IX
trabalho noturno
Salário-fa­mília salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda 7º, XII
nos termos da lei;
Jornada de trabalho de oito duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta 7º, XIII
horas e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
Repouso semanal remunerado repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 7º, XV
Hora extra remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta 7º, XVI
por cento à do normal;
Férias gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do 7º, XVII
que o salário normal;
Licença à gestante licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração 7º, XVIII
de cento e vinte dias;
Licença-paternidade licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 7º, XIX
Proteção do mercado de traba- proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especí- 7º, XX
lho da mulher ficos, nos termos da lei;
Redução dos riscos redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, 7º, XXII
higiene e segurança;
Isonomia salarial proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de 7º, XXX
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

Estabilidade As três primeiras hipóteses de perda do cargo por servidor


estável podem ser encontradas no art. 41 da Constituição Fe-
A estabilidade do servidor público garante que o ocupan- deral. A quarta hipótese encontra-se no art. 169 da Constituição
te somente perderá o cargo em quatro hipóteses: Federal e refere-se à necessidade de adequação das finanças
• sentença judicial transitada em julgado; do Estado aos percentuais previstos na Lei de Responsabilidade
• processo administrativo em que seja assegurada a Fiscal, podendo alcançar inclusive servidores já estáveis.
ampla defesa; Nesse caso, deverão ser reduzidos primeiramente 20%
• avaliação periódica de desempenho; dos cargos em comissão e os servidores não estáveis. Não
sendo o bastante para adequar os gastos aos limites estabele-
• adequação dos gastos públicos à lei complementar
cidos na lei complementar, deverão ser exonerados também
que define o limite de gastos com o funcionalismo público os servidores já estáveis, sendo devida indenização corres-
(art. 169, § 4º, da CF). pondente a uma remuneração por ano de serviço prestado.
Outra hipótese de perda do cargo, não vinculada, nesse
O dispositivo estabelece, portanto, hipóteses de relati- caso, à estabilidade, foi inserida pela Emenda Constitucional
vização das regras de estabilidade. Essas regras, porém, não nº 51/2006 e refere-se à possibilidade de o agente comunitá-
podem ser estendidas àqueles agentes que sejam dotados de rio de saúde ou de combate às endemias perder o cargo caso
vitaliciedade. No caso da vitaliciedade, as hipóteses de perda não cumpra os requisitos específicos para o seu exercício,
são as taxativamente estabelecidas no art. 95 e no art. 128. que serão previstos em lei.
O direito de a Administração Pública Federal punir seus O servidor público efetivo possui a prerrogativa da rein-
servidores prescreve em cinco anos em relação às infrações tegração. Se a demissão do servidor estável for invalidada
Direito Constitucional

passíveis de demissão, cassação de aposentadoria ou dispo- por sentença judicial, esse servidor será reintegrado, sendo
nibilidade e destituição de cargo em comissão, contados a que o eventual ocupante da vaga, se também estável, será:
partir da data em que o fato tornou-se conhecido. • reconduzido ao cargo de origem, sem direito à inde-
A estabilidade será alcançada após três anos de efeti- nização;
• aproveitado em outro cargo; ou
vo exercício160, sendo exigida, como condição obrigatória,
• posto em disponibilidade com remuneração propor-
a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
cional ao tempo de serviço.
para essa finalidade.
Se o cargo público for extinto ou for declarada a sua
160
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Ancine/Técnico Administrati-
desnecessidade, o servidor estável deve ficar em disponibi-
vo/2012 e Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2012. lidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço,

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
até seu adequado aproveitamento em outro cargo. Ex.: Bru- assegura revisão geral e anual, sempre na mesma data e sem
no, servidor público federal, ocupou por exatos 5 anos um distinção de índices da remuneração dos servidores públicos.
cargo na administração pública, até que foi aprovada uma Ao contrário da iniciativa privada, é vedada a vin­culação
lei federal extinguindo o referido cargo. Nesse caso, Bruno ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para
ficará em disponibilidade com remuneração proporcional o efeito de remuneração de pessoal do serviço público, salvo,
ao tempo de serviço.161 em alguns casos, em que a própria Constituição faz vinculação
ou equiparação: é o que ocorre com os Ministros dos Tribunais
Livre Associação Sindical e Direito de Greve de Contas, que são equiparados aos Ministros do Superior
Tribunal de Justiça, com a vinculação entre os subsídios dos
Aos servidores públicos civis é garantido o direito de Ministros do STF com os do STJ e demais magistrados.
associarem-se às entidades de classe (sindicatos), assim A Constituição Federal fixa um teto remuneratório para
como ocorre na iniciativa privada162. Os membros das Forças o funcionalismo público, tendo como parâmetro limite o
Armadas, das Polícias Militares e do Corpo de Bombeiros subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Militar têm seus direitos associativos restringidos em razão Tribunal Federal. Nos Municípios, o teto, no âmbito do Poder
do grau de hierarquia e disciplina exigidas na carreira. É de Executivo, é o subsídio dos prefeitos. Nos Estados e no Distri-
se destacar que o direito de greve dos servidores públicos to Federal, da mesma forma, no âmbito do Poder Executivo,
exige lei específica para sua regulamentação. Trata-se de o  subsídio mensal do governador, e  no âmbito do Poder
norma constitucional de eficácia limitada. Legislativo, o teto é os subsídios dos deputados estaduais
e distritais. No Poder Judiciário Estadual, o teto do subsídio
Contratação por Tempo Determinado é o fixado para os desembargadores do Tribunal de Justiça
(que corresponde a 90,25% do subsídio do Ministro do STF),
Essa é mais uma forma de exceção à regra do concurso sendo esse mesmo limite aplicado aos membros do Minis-
público, pois a contratação se faz independentemente desse
tério Público, aos procuradores e aos defensores públicos.
processo. São dois os requisitos para contratação temporária:
a) excepcional interesse público, de forma que não se possa
Teto Remuneratório
aguardar todo o processo de realização de um concurso público;
b) por tempo determinado; c) hipóteses expressamente
previstas em lei. Um exemplo é a contratação de médicos
UNIÃO

Executivo, Legislativo e Judiciário:


para sanar uma epidemia. Subsídio mensal em espécie, dos Ministros do STF.
Remuneração dos Servidores Públicos Executivo: o subsídio mensal do governador.
Legislativo: o subsídio mensal dos deputados estaduais
ESTADOS E DF

Pode ocorrer de duas formas: a) vencimento; e b) subsídio. ou distritais.


• vencimentos: admite várias parcelas, como indeni- Judiciário: o subsídio dos desembargadores do Tribunal
zações, adicionais, gratificações, abonos, dentre outras, de Justiça, limitados a 90,25% dos subsídios dos Minis-
acrescido do vencimento (vencimento + parcelas extras); tros do STF; assim como aos membros do Ministério
• subsídios: é fixado em parcela única, vedado o acrés- Público, procuradores e defensores públicos.
cimo de qualquer verba extra;
MUNICÍPIOS

Já o salário é a remuneração paga aos empregados pú-


blicos da administração pública direta e indireta regidos pela Executivo e Legislativo:
CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Subsídio do prefeito.
A remuneração ou subsídio, como veremos, deve levar
em consideração o grau de complexidade e responsabilida-
de, suas peculiaridades, a natureza do cargo e os requisitos
Observações:
para ingresso.
• Todas as categorias devem observar a norma que esta-
A remuneração é irredutível, salvo exceções previstas na
belece o teto remuneratório previsto no art. 37, XI, CF: “[...]
própria Constituição163, como o caso de aumento na alíquota
não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
do imposto de renda.
Ministros do Supremo Tribunal Federal [...]”. Por isso que, no
Alguns cargos obrigatoriamente devem receber remunera-
âmbito Estadual e Municipal, deve-se observar os subtetos.
ção por subsídio, como os políticos, os juízes, os procuradores,
• É facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em
os promotores, os Ministros de Estado e os Secretários Esta-
seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições
duais e Municipais. Mas nada impede que outras carreiras
e Lei Orgânica, como limite único, o  subsídio mensal dos
também recebam por meio de subsídio, desde que haja
desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado
previsão em lei específica.
a 90,25% do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tri-
Deve-se observar a legitimação para apresentar projetos
bunal Federal, não se aplicando aos subsídios dos deputados
de lei que visem a fixar ou alterar vencimentos ou subsídios
estaduais e distritais e dos vereadores.
Direito Constitucional

dos servidores públicos, como no caso do Poder Executivo,


• Os salários dos empregados públicos das empresas pú-
em que se exige iniciativa privativa do Chefe do Poder Exe-
cutivo. Também deve-se atinar para a iniciativa privativa em blicas e das sociedades de economia mista, assim como suas
cada caso: Chefe do Executivo, Tribunais, Ministério Público subsidiárias, só estarão submetidas ao teto geral se essas
e Tribunais de Contas. Cada órgão remete ao legislativo pro- pessoas jurídicas receberem recursos da União, dos Estados,
jeto de lei, devendo todos observar os limites estabelecidos do DF ou dos municípios para pagamento das despesas de
para os servidores do Executivo (art. 37, XII). A Constituição pessoal ou de custeio em geral (CF, art. 37, § 9º).
• Não serão computadas, para efeito dos limites remune-
161
Cesgranrio/Bacen/Técnico/2010. ratórios citados, as parcelas de caráter indenizatório previstas
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Anac/Técnico Administrati- em lei. A indenização considera-se como ressarcimento por
162

vo/2012 e Cespe/TRT 10ª Região (DF e TO)/Técnico Judiciário/2013.


163
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012. dinheiro gasto pelo servidor.

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Acumulação de Cargos Públicos • investido no mandato de vereador, havendo compati-
bilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo,
É vedada a acumulação remunerada de cargos públi- emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo
cos, exceto quando houver compatibilidade de horários, eletivo167, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
e observando-se sempre o teto do funcionalismo público: norma do inciso anterior;
• a de dois cargos de professor; • em qualquer caso que exija o afastamento para o
• a de um cargo de professor com outro técnico ou exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
científico; contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
• a de dois cargos ou empregos privativos de profissio- por merecimento;
nais de saúde, com profissões regulamentadas164. • para efeito de benefício previdenciário, no caso de
afastamento, os  valores serão determinados como se no
Ex.: Joaquim, servidor público federal, é médico, ocupa exercício estivesse.
cargo privativo de profissional de saúde, com profissão
Aposentadoria dos Servidores Públicos
regulamentada, tendo ingressado no serviço público por
concurso há dez anos. Joaquim pretende prestar novo con-
Os servidores titulares de cargos efetivos, incluí­dos os
curso público com o objetivo de cumular, de forma remune-
de autarquias ou fundações, terão direito a um regime de
rada, dois cargos públicos. A Constituição Federal admite, previdência de caráter contributivo e solidário, observado o
em situações excepcionais, a acumulação remunerada de equilíbrio financeiro e atuarial. Apesar do caráter contribu-
cargos públicos, desde que haja compatibilidade de horá- tivo do regime próprio de previdência, é cabível a aplicação
rios. No caso narrado, Joaquim somente poderá cumular da penalidade de cassação de aposentadoria em virtude de
se o segundo cargo público for privativo de profissional de faltas cometidas pelo servidor quando em atividade.
saúde, com profissão regulamentada.165 A aposentadoria pode ser concedida em três hipóteses:
• por invalidez permanente. Nesse caso, os proventos
É de se destacar que a acumulação de aposentadorias serão proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
somente é permitida nos cargos em que haja possibilidade decorrer de acidente em serviço, moléstia profissional ou
de acumulação na ativa. doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei. Caso
O Supremo Tribunal Federal entende que não pode haver o servidor seja aposentado em virtude de doença ou moléstia
acumulação de proventos com remuneração na atividade, não especificada na lei, os proventos serão proporcionais;
quando os cargos efetivos de que decorrem ambas as remu- • compulsoriamente. Quando completar setenta anos de
nerações não sejam acumuláveis na atividade. idade ou, nos termos de lei complementar, quando completar
A proibição de acúmulo da remuneração estende-se setenta e cinco anos de idade. Os proventos também serão
a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, proporcionais ao tempo de contribuição;
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas • voluntariamente. A aposentadoria voluntária poderá
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indireta- ser integral ou proporcional ao tempo de contribuição. An-
mente, pelo poder público166. tes de tratarmos, porém, dos requisitos para cada tipo de
aposentadoria voluntária, vamos enumerar dois requisitos
Política Remuneratória genéricos, aplicáveis às duas formas de aposentadoria volun-
tária. São requisitos genéricos: 10 anos no serviço público e
A política de remuneração dos servidores deverá, na 5 anos no cargo em que se requer a aposentadoria. Vejamos
fixação dos padrões de vencimento e vantagens, observar: os requisitos específicos para a aposentadoria voluntária:
– integral: 60 anos de idade e 35 anos de contribuição
• natureza, grau de responsabilidade e complexidade
para homens; ou 55 anos de idade e 30 anos de contribuição
da função;
para as mulheres;
• requisitos para investidura; – proporcional: 65 anos de idade, se homem; 60 anos,
• peculiaridades dos cargos. se mulher.
Os valores pagos a título de aposentadoria não podem
O valor das remunerações e dos subsídios deve ser pu- exceder a remuneração do cargo efetivo. Os  proventos de
blicado anualmente (princípio da publicidade). aposentadoria serão equivalentes à base de cálculo da sua
Ademais, devem ser previstos cursos e programas de contribuição previdenciária. Para aqueles servidores que não
aperfeiçoamento dos servidores públicos, o  que deve ser ingressaram no serviço público antes da Emenda Constitucio-
requisito para promoção na carreira. nal nº 41 de 2003, será aplicado o teto diferenciado das apo-
sentadorias, desde que instituída a previdência complementar
Servidor Público e Mandato Eletivo (art. 40, § 3º). Esse teto deve ser revisto de modo a preservar-
-lhe o seu valor real, equivalendo ao teto dos benefícios pagos
O servidor público da administração direta, autárquica e aos beneficiários do regime geral de previdência.
fundacional, no exercício do mandato eletivo, tem o seguinte Os professores que se dedicam ao magistério terão uma
Direito Constitucional

regimento: diminuição de cinco anos nos prazos específicos de conces-


• tratando-se de mandato eletivo federal, esta­dual ou são da aposentadoria voluntária integral. A Suprema Corte
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; mudou o entendimento de que o professor que trabalha em
• investido no mandato de prefeito, será afastado do cargos burocráticos dentro da Secretaria de Educação não
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela faz jus ao referido benefício (Súmula nº 726/STF). A partir do
sua remuneração; julgamento proferido na ADI nº 3.772, o STF decidiu que as
funções de direção, coordenação e assessoramento pedagó-
164
Assunto cobrado na prova do Cespe/Ancine/Técnico Administrativo/2012. gico integram a carreira do magistério, desde que exercidos
165
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
166
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico
Judiciário/2013 e Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010. Assunto cobrado na prova da Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012.
167

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em estabelecimentos de ensino básico, por professores de Por fim, a Emenda Constitucional nº 41/2003 trouxe a
carreira, excluídos os especialistas em educação, fazendo estipulação de que deve haver apenas um regime de previ-
jus aqueles que as desempenham ao regime especial de dência social para as carreiras públicas, bem como a exis-
aposentadoria estabelecido nos arts. 40, § 4º, e 201, § 1º, tência de uma única unidade gestora para cada ente estatal.
da Constituição Federal. Em qualquer caso, será preservado o direito adquirido
O valor das pensões por morte corresponderá: dos servidores que já estavam em condições de se aposentar
• ao valor integral dos proventos do servidor falecido, à data das reformas. Não está incluído dentre o rol de direitos
até o limite dos benefícios concedidos pelo regime adquiridos o regime jurídico aplicável aos já aposentados,
geral (art. 201) + 70 % do excedente (se houver) caso que, por exemplo, não poderão arguir o disposto no art. 5º,
já aposentado à época do óbito; XXXVI, da CF, para se eximirem de recolher contribuição
• ao valor integral da remuneração do servidor, até o previdenciária.
limite dos benefícios concedidos pelo regime geral As aposentadorias e pensões daqueles que exercem
(art.  201) + 70 % do excedente (se houver) caso o cargos em comissão será concedida pelo Regime Geral de
servidor esteja em atividade na data do óbito. Previdência Social (RGPS).
Cabe lembrar que as regras do art. 40 da Constituição
Vamos entender, demonstrando matematicamente, Federal são de observância obrigatória aos Estados, o que
como isso ocorre. Imagine que o servidor ganhe R$ 13.000 significa que será eivada de inconstitucionalidade uma nor-
e o teto seja R$ 3.000. O excedente será R$ 10.000; 70 % do ma estadual que disponha de modo diverso do disposto na
excedente será, então, 7.000, que, somados aos R$ 3.000 ini- Carta Maior.
ciais, referentes ao teto, totalizará uma pensão de R$ 10.000.
Antes da reforma da previdência de 2003, havia a pre- Dispositivos Constitucionais
visão de que os proventos das aposentadorias e pensões
seriam reajustados na mesma proporção e data da remu- TÍTULO III
neração dos servidores da ativa, incluindo reclassificações DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
ou alteração dos cargos e quaisquer outras vantagens. Havia .............................................................................................
uma vinculação, portanto, entre o valor das remunerações CAPÍTULO VII
e o valor das aposentadorias. Com a reforma, alterou-se o Da Administração Pública
§  8º do art.  40 para que se assegurasse o reajustamento
dos benefícios em caráter permanente apenas de modo a Seção I
preservar o seu valor real. Há, portanto, a possibilidade de se Disposições Gerais
reajustar de forma diferenciada os proventos dos ativos e dos
inativos. Cabe ressaltar que esse reajuste pode ser veiculado Art. 37. A  administração pública direta e indireta de
por medida provisória editada pelo Presidente da República. qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
A partir da Emenda Constitucional nº 47/2005, podem ser Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali-
privilegiados com regras especiais de aposentadoria, median- dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
te lei complementar, servidores portadores de deficiência, e, também, ao seguinte168:
os que exercem atividades de risco e aqueles cujas atividades I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos
a saúde ou a integridade física. Outro benefício concedido em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei169;
àqueles que possuem doença incapacitante consiste no di- II – a investidura em cargo ou emprego público depende
reito de pagar contribuição sobre aposentadoria ou pensão, de aprovação prévia em concurso público de provas ou
imposição criada pela Emenda Constitucional nº 41/2003, de provas e títulos170, de acordo com a natureza e a com-
que cabe apenas quando os proventos excederem o dobro plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
do limite estabelecido para os benefícios do regime geral da ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
previdência social. em lei de livre nomeação e exoneração;
Há a possibilidade de contagem recíproca das contribui- III – o prazo de validade do concurso público será de até
ções pagas a instituições previdenciárias federais, estaduais dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
ou municipais. IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital
Não poderá haver contagem fictícia de tempo. Um exem- de convocação, aquele aprovado em concurso público de
plo muito comum que acontecia era o de leis que permitiam provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade
a servidores públicos terem o tempo de licença-prêmio não sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego,
gozada em dobro ou em triplo, para efeitos de aposentadoria. na carreira171;
O Poder Executivo deve iniciar processo legislativo visan- V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente
do instituir regime de previdência complementar, formado por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
por entidades fechadas de previdência, de natureza pública, comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
que oferecerão planos de benefícios na moda­lidade de con- nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
Direito Constitucional

tribuição definitiva, optativos aos servidores. lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
Com a reforma da previdência (Emenda Constitucional assessoramento172;
nº 41/2003), começou a incidir contribuição previdenciária
sobre os proventos de aposentadoria e pensão que superem
168
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico
Judiciário/2013, Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012 e Cespe/Anac/
o limite do Regime Geral da Previdência, o que era vedado Técnico Administrativo/2012.
pela ordem constitucional anterior. 169
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012.
O servidor que já tenha tempo para se aposentar volun- 170
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
tariamente com proventos integrais, mas opte por continuar vil/2012.
trabalhando, terá um abono de permanência correspondente 171
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
vil/2012.
ao valor da contribuição previdenciária. 172
Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre dição, precedência sobre os demais setores administrativos,
associação sindical; na forma da lei175;
VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos XIX  – somente por lei específica poderá ser criada
limites definidos em lei específica; autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
os critérios de sua admissão; sua atuação176;
IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo XX – depende de autorização legislativa, em cada caso,
determinado para atender a necessidade temporária de a  criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
excepcional interesse público; inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas
X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio em empresa privada;
de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados XXI – ressalvados os casos especificados na legislação,
ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mediante processo de licitação pública que assegure igual-
mesma data e sem distinção de índices; dade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
funções e empregos públicos da administração direta, autár- condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o  qual
quica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes obrigações;
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remu- XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados,
neratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas
do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao
as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carrei-
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Minis-
ras específicas, terão recursos prioritários para a realização
tros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
com o compartilhamento de cadastros e de informações
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito
do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e fiscais, na forma da lei ou convênio.
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educa-
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio tivo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos177.
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
Defensores Públicos; implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade res-
XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e ponsável, nos termos da lei.
do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usu-
pelo Poder Executivo; ário na administração pública direta e indireta, regulando
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quais- especialmente:
quer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração I  – as reclamações relativas à prestação dos serviços
de pessoal do serviço público173; públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços
XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa
público não serão computados nem acumulados para fins de e interna, da qualidade dos serviços;
concessão de acréscimos ulteriores; II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a
XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos informações sobre atos de governo, observado o disposto
e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, III  – a disciplina da representação contra o exercício
153, III, e 153, § 2º, I; negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos pú- administração pública.
blicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, § 4º Os atos de improbidade administrativa importa-
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. rão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
a) a de dois cargos de professor174; pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
científico; da ação penal cabível178.
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissio- § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilí-
nais de saúde, com profissões regulamentadas; citos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
Direito Constitucional

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações
funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, de ressarcimento.
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e socieda- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
des controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
XVIII  – a administração fazendária e seus servidores danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei-
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e juris-
175
Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012.
173
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria 176
Assunto cobrado na prova da Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012.
Nacional de Defesa Civil/2012. 177
Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria Nacional de Defesa Ci-
174
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria vil/2012.
Nacional de Defesa Civil/2012. 178
Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
nos casos de dolo ou culpa. componentes do sistema remuneratório observará:
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexi-
ocupante de cargo ou emprego da administração direta e dade dos cargos componentes de cada carreira;
indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. II – os requisitos para a investidura;
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira III – as peculiaridades dos cargos.
dos órgãos e entidades da administração direta e indireta § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado en- escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento
tre seus administradores e o poder público, que tenha por dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos
objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, fa-
entidade, cabendo à lei dispor sobre: cultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos
I – o prazo de duração do contrato; entre os entes federados.
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
III – a remuneração do pessoal. XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos dife-
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públi- renciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
cas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo,
que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Munici-
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado
pessoal ou de custeio em geral. em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratifi-
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de cação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso,
com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, o disposto no art. 37, X e XI.
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constitui- § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
ção, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a
em lei de livre nomeação e exoneração. menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites re- qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
muneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciá­rio publi-
as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. carão anualmente os valores do subsídio e da remuneração
dos cargos e empregos públicos.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar,
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentá-
em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constitui-
rios provenientes da economia com despesas correntes em
ções e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos
cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desen-
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado
volvimento de programas de qualidade e produtividade,
a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do
treinamento e desenvolvimento, modernização, reapare-
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
lhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob
não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados
Art. 38. Ao  servidor público da administração direta, em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, Art. 40. Aos  servidores titulares de cargos efetivos da
aplicam-se as seguintes disposições: União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime
distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preser-
sua remuneração; vem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
III – investido no mandato de Vereador, havendo compa- § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdên-
tibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, cia de que trata este artigo serão aposentados, calcula­dos
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a §§ 3º e 17:
norma do inciso anterior; I – por invalidez permanente, sendo os proventos propor-
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o cionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção contagiosa ou incurável, na forma da lei;
por merecimento; II  – compulsoriamente, com proventos proporcionais
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
Direito Constitucional

afastamento, os  valores serão determinados como se no ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
exercício estivesse. complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 88/2015)
Seção II III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
Dos Servidores Públicos nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e
cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria,
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- observadas as seguintes condições:
nicípios instituirão conselho de política de administração e a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui-
remuneração de pessoal, integrado por servidores designa- ção, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta
dos pelos respectivos Poderes. de contribuição, se mulher;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao em comissão declarado em lei de livre nomea­ção e exone-
tempo de contribuição179. ração bem como de outro cargo temporário ou de emprego
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por público, aplica-se o regime geral de previdência social180.
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu- § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que nicípios, desde que instituam regime de previdência com-
se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a plementar para os seus respectivos servidores titulares de
concessão da pensão. cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunera- artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do
ções utilizadas como base para as contribuições do servidor regime geral de previdência social de que trata o art. 201.
aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o §  15. O  regime de previdência complementar de que
art. 201, na forma da lei. trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferen- Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
ciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades
pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos fechadas de previdência complementar, de natureza pública,
definidos em leis complementares, os casos de servidores: que oferecerão aos respectivos participantes planos de be-
I – portadores de deficiência; nefícios somente na modalidade de contribuição definida.
II – que exerçam atividades de risco; § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção,
III  – cujas atividades sejam exercidas sob condições o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. que tiver ingressado no serviço público até a data da publi-
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição cação do ato de instituição do correspondente regime de
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no previdência complementar.
§ 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamente § 17. Todos os valores de remuneração considerados para
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na o cálculo do benefício previsto no § 3º serão devidamente
educação infantil e no ensino fundamental e médio. atualizados, na forma da lei.
§  6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata
percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime este artigo que superem o limite máximo estabelecido para
de previdência previsto neste artigo. os benefícios do regime geral de previdência social de que
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para
por morte, que será igual: os servidores titulares de cargos efetivos.
I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor fa- §  19. O  servidor de que trata este artigo que tenha
lecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios completado as exigências para aposentadoria voluntária
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este atividade fará jus a um abono de permanência equivalente
limite, caso aposentado à data do óbito; ou ao valor da sua contribuição previdenciária até completar
II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor as exigências para aposentadoria compulsória contidas no
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite § 1º, II.
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral
§  20. Fica vedada a existência de mais de um regime
de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
próprio de previdência social para os servidores titulares de
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do res-
em atividade na data do óbito.
pectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
no art. 142, § 3º, X.
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, confor-
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá
me critérios estabelecidos em lei.
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou muni-
pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido
cipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo
para os benefícios do regime geral de previdência social de
de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o benefici-
contagem de tempo de contribuição fictício. ário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como em virtude de concurso público.
de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
geral de previdência social, e  ao montante resultante da I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja
Direito Constitucional

adição de proventos de inatividade com remuneração de


cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em assegurada ampla defesa;
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, III – mediante procedimento de avaliação periódica de
e de cargo eletivo. desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de pre- ampla defesa.
vidência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do ser-
observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados vidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante
para o regime geral de previdência social. da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto
Assunto cobrado nas seguintes provas: Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judi-
179

ciário/2013 e Vunesp/Tribunal de Justiça-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2010. Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012.


180

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo § 1º O número total de Deputados, bem como a repre-
de serviço. sentação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, por lei complementar, proporcionalmente à população,
o servidor estável ficará em disponibilidade, com remune- procedendo‑se aos ajustes necessários, no ano anterior às
ração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação
aproveitamento em outro cargo. tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
§  4º Como condição para a aquisição da estabilidade, § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co-
Art. 46. O Senado Federal compõe‑se de representan-
missão instituída para essa finalidade.
[...] tes dos Estados e do Distrito Federal186, eleitos segundo o
princípio majoritário187.
Poder Legislativo § 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Se-
nadores, com mandato de oito anos.188
A Constituição Federal determina que o Poder Legislativo § 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal
da União é exercido pelo Congresso Nacional, dividido em será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente,
duas casas – Câmara dos Deputados e Senado Federal – por um e dois terços.
a quem incumbe a função típica de elaboração de leis § 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes189.
(sentido amplo). Este modelo é denominado bicameral181. Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário,
O modelo bicameral é uma forma de se prestigiar o equi- as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão
líbrio federativo, pois a Câmara dos Deputados representa o tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta
povo, enquanto o Senado representa os Estados‑membros. de seus membros.
A sede, Congresso Nacional, desenhada pelo arquiteto
Oscar Niemeyer, reflete o espírito idealizado do modelo
bicameral ao formar‑se por duas cúpulas distintas, uma Câmara dos Deputados
voltada para baixo, local de reflexão da autonomia política
dos Estados‑membros da Federação, em que se reúnem A Câmara dos Deputados, como dito, representa a socie-
os senadores, enquanto que a outra é voltada para cima, dade brasileira, de uma forma geral, tendo a sua composição
está aberta aos anseios populares, local de reunião dos definida pela Constituição por meio de eleição proporcional,
deputados federais. em que o candidato, para ser eleito, deve alcançar certo
No âmbito estadual, o modelo seguido é o unicameral, número de votos, que será definido pelo quociente eleitoral.
correspondendo o Poder Legislativo na Assembleia Legis- Por meio desse sistema, tanto partidos maiores, como os
lativa, que é formada apenas por deputados estaduais182. menores, ou seja, com pouca reper­cussão eleitoral, podem
No âmbito municipal, também, se adota o modelo compor a casa legislativa.
unicameral, ou seja, com a existência de uma única Casa É assegurado a cada Estado, pelo sistema proporcional,
Legislativa183. o número mínimo de oito e o máximo de setenta deputados
• União: Congresso Nacional, composto pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado. federais, bem como o fixo de quatro para cada Território,
• Estados: Assembleia Legislativa. caso venha a ser criado.
• Distrito Federal: Câmara Legislativa. O número de deputados que irá representar os Estados
• Municípios: Câmara Municipal. e o Distrito Federal é fixado por meio de lei complementar,
conforme a população. O Tribunal Superior Eleitoral, após
Dispositivos Constitucionais as informações do IBGE acerca das estatísticas demográficas
das unidades federadas, estabelecerá o número de cargos
TÍTULO IV que cada Estado e o Distrito Federal possui, observando‑se
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES o limite acima apontado.

CAPÍTULO I Dispositivos Constitucionais


Do Poder Legislativo

Seção I TÍTULO IV
Do Congresso Nacional DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso CAPÍTULO I


Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Do Poder Legislativo
Senado Federal. .............................................................................................
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de Seção III
quatro anos. Da Câmara dos Deputados
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe‑se de repre-
Direito Constitucional

sentantes do povo184, eleitos, pelo sistema proporcional, Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal185. I – autorizar, por dois terços de seus membros, a instau-
ração de processo contra o Presidente e o Vice‑Presidente
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico da República e os Ministros de Estado190;
181

Judiciário/Área Administrativa/2010.
182
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
Judiciário/Área Administrativa/2010. 186
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
183
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.
Judiciário/Área Administrativa/2010. 187
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
184
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.
Judiciário/Área Administrativa/2010. 188
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/2012.
185
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico 189
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/2012.
Judiciário/Área Administrativa/2010. 190
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – proceder à tomada de contas do Presidente da Re- V – autorizar operações externas de natureza financeira,
pública, quando não apresentadas ao Congresso Nacional de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legis- Territórios e dos Municípios;
lativa191; VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limi-
III – elaborar seu regimento interno; tes globais para o montante da dívida consolidada da União,
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, VII – dispor sobre limites globais e condições para
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei as operações de crédito externo e interno da União, dos
para fixação da respectiva remuneração, observados os pa- Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas
râmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias192; autarquias e demais entidades controladas pelo Poder
V – eleger membros do Conselho da República193, nos
Público federal194;
termos do art. 89, VII.
VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão
Senado Federal de garantia da União em operações de crédito externo e
interno;
O Senado Federal é composto por três representantes IX – estabelecer limites globais e condições para o mon-
dos Estados e do Distrito Federal, sendo eleitos pelo sistema tante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal
majoritário, ou seja, ganha o candidato que obtiver o maior e dos Municípios;
número de votos. X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei
Os senadores são eleitos para mandatos de oitos anos, declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo
com dois suplentes. A renovação obedece à forma alternada Tribunal Federal;
de quatro em quatro anos, significando, portanto, que haverá XI – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto,
eleições para senadores de quatro em quatro anos, porém de a exoneração, de ofício, do Procurador‑Geral da República
1/3 e 2/3, ou seja, votação de um para determinada eleição e antes do término de seu mandato;
votação de dois para a próxima eleição e assim sucessivamente. XII – elaborar seu regimento interno;
Todos os Estados‑membros possuem o mesmo número XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polí-
de representantes (três), ou seja, 26 Estados‑membros e do cia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos
Distrito Federal x 3 = 81 senadores. e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação
da respectiva remuneração, observados os parâmetros es-
Dispositivos Constitucionais tabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
XIV – eleger membros do Conselho da República, nos
TÍTULO IV termos do art. 89, VII;
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema
Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes,
CAPÍTULO I e o desempenho das administrações tributárias da União,
Do Poder Legislativo
dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
.............................................................................................
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II,
Seção IV
Do Senado Federal funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal,
limitando‑se a condenação, que somente será proferida por
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Fe­deral: dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo,
I – processar e julgar o Presidente e o Vice‑Presidente com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função
da República nos crimes de responsabilidade, bem como pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza Atribuições Privativas da Câmara dos Deputados e do
conexos com aqueles; Senado Federal
II – processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal
Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Determinadas atribuições são exclusivas de cada Casa
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador‑Geral Legislativa do Congresso Nacional, não necessitando ser
da República e o Advogado‑Geral da União nos crimes de aprovadas pela outra para que sejam consideradas válidas.
responsabilidade; Podem ser destacadas algumas atribuições privativas
III – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição da Câmara dos Deputados: autorização da instauração de
pública, a escolha de: processo contra o Presidente e o Vice‑Presidente da Re-
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Consti- pública e os Ministros de Estado (art. 51, I, CF); proceder à
tuição; tomada de contas do Presidente da República, quando não
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta
pelo Presidente da República;
Direito Constitucional

dias após a abertura da sessão legislativa (art. 51, II, CF);


c) Governador de Território;
elaborar seu regimento interno (art. 51, III, CF). O Senado
d) Presidente e diretores do Banco Central;
Federal tem como importante atribuição o julgamento no
e) Procurador‑Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar; processo de impeachment de autoridades como o Presidente
IV – aprovar previamente, por voto secreto, após ar- e Vice‑Presidente nos crimes de responsabilidade (art. 52, I).
guição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão Percebe‑se, como regra geral, que o Senado Federal tem
diplomática de caráter permanente; como competências: a) o julgamento por crimes de respon-
sabilidade; b) a aprovação de nomeação para determinados
191
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012.
192
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012. Assunto cobrado na prova da FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Admi-
194
193
FGV/Senado Federal/Técnico Legislativo/Administração/2012. nistração/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
cargos públicos; c) operações financeiras. Trata‑se apenas petências fixadas pelo texto da Constituição, não evitando,
de uma forma mais simples de se entender todas as com- contudo, a leitura do texto constitucional, a seguir transcrito:

Câmara dos Deputados Senado Federal


I – autorizar, por dois terços de seus I – processar e julgar o Presidente e o Vice‑Presidente da República nos crimes
membros, a instauração de processo de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da
contra o Presidente e o Vice‑Presidente Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos
da República e os Ministros de Estado; com aqueles;
II – proceder à tomada de contas do II – processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros
Presidente da República, quando não do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público,
apresentadas ao Congresso Nacional o Procurador‑Geral da República e o Advogado‑Geral da União nos crimes de
dentro de sessenta dias após a abertura responsabilidade;
da sessão legislativa; III – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:
III – elaborar seu regimento interno; a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
IV – dispor sobre sua organização, b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da Re-
funcionamento, polícia, criação, trans- pública;
formação ou extinção dos cargos, c) Governador de Território;
empregos e funções de seus serviços, d) Presidente e diretores do Banco Central;
e a iniciativa de lei para fixação da e) Procurador‑Geral da República;
respectiva remuneração, observados f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
os parâmetros estabelecidos na lei de
IV – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta,
diretrizes orçamentárias;
a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V – eleger membros do Conselho da
V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União,
República, nos termos do art. 89, VII.
dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o mon-
tante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo
e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas
autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em
operações de crédito externo e interno;
IX – estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do
Procurador‑Geral da República antes do término de seu mandato;
XII – elaborar seu regimento interno;
XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transforma-
ção ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa
de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros esta-
belecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
XIV – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em
sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributá-
rias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente
o do Supremo Tribunal Federal, limitando‑se a condenação, que somente será
proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com
inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das
demais sanções judiciais cabíveis.
Direito Constitucional

Atribuições do Congresso Nacional • Fiscalização e controle: tem como função fiscalizar e


controlar os atos do Poder Executivo, seja da Administração
A doutrina classifica em grupos as atribuições mais rele- direta (União), seja da indireta (autarquias, fundações,
vantes do Congresso Nacional: empresas públicas e sociedades de economia mista).
• Legislativa: trata‑se da função típica de legislar, obe- A título exemplificativo, a fiscalização pode ocorrer por
decendo aos passos de elaboração do texto, discussão e meio de:
aprovação de projetos, que ainda serão submetidos à sanção – pedidos de informações aos Ministros ou diretores de
ou veto do Presidente da República, resguardando a compe- órgãos diretamente subordinados ao Presidente da
tência legislativa da União; República;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
– convocação de Ministros para esclarecimentos sobre XI – criação e extinção de Ministérios195 e órgãos da
assuntos relevantes no âmbito do Ministério relacio- administração pública;
nado; XII – telecomunicações e radiodifusão;
– Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs); XIII – matéria financeira, cambial e monetária, institui-
– controle externo do dinheiro público com o auxílio do ções financeiras e suas operações;
Tribunal de Contas da União. XIV – moeda, seus limites de emissão, e montante da
dívida mobiliária federal;
• Julgamento de crimes de responsabilidade: compete XV – fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tri-
à Câmara dos Deputados autorizar a instauração do proces- bunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º;
so no caso de crimes comuns e de responsabilidade, e ao 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
Senado Federal processar e julgar a acusação no processo Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Na-
de impeachment. cional:
– Câmara dos Deputados: autoriza a instauração do I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou
processo; atos internacionais que acarretem encargos ou compromis-
– Senado Federal: julgar altas autoridades no caso de sos gravosos ao patrimônio nacional196;
acusação por processo de impeachment. II – autorizar o Presidente da República a declarar guerra,
• Constituinte: ao Congresso Nacional compete a a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem
aprovação de emendas à Constituição, ou seja, reformar a pelo território nacional ou nele permaneçam temporaria-
Constituição; mente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;
• Deliberativa: tal atribuição está prevista nos arts. 49, 51 III – autorizar o Presidente e o Vice‑Presidente da Repú-
e 52 da CF, destacando‑se a aceitação de acordos, tratados blica a se ausentarem do País, quando a ausência exceder
ou atos internacionais; sustar os atos do Poder Executivo
a quinze dias;
que exorbitem do seu poder regulamentar ou dos limites da
IV – aprovar o estado de defesa e a intervenção federal,
delegação legislativa, sendo realizada por meio de resolução
autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma
ou decreto legislativo.
dessas medidas;
V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que
Dispositivos Constitucionais exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de dele-
gação legislativa;
TÍTULO IV VI – mudar temporariamente sua sede;
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
VII – fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais
e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39,
CAPÍTULO I
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
Do Poder Legislativo
VIII – fixar os subsídios do Presidente e do Vice‑Presiden-
.............................................................................................
te da República e dos Ministros de Estado, observado o que
Seção II
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
Das Atribuições do Congresso Nacional
IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo Presi-
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do dente da República e apreciar os relatórios sobre a execução
Presidente da República, não exigida esta para o especifica- dos planos de governo;
do nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer
competência da União, especialmente sobre: de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
I – sistema tributário, arrecadação e distribuição de administração indireta;
rendas; XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento em face da atribuição normativa dos outros Poderes;
anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de XII – apreciar os atos de concessão e renovação de con-
curso forçado; cessão de emissoras de rádio e televisão;
III – fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; XIII – escolher dois terços dos membros do Tribunal de
IV – planos e programas nacionais, regionais e setoriais Contas da União;
de desenvolvimento; XIV – aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes
V – limites do território nacional, espaço aéreo e maríti- a atividades nucleares197;
mo e bens do domínio da União; XV – autorizar referendo e convocar plebiscito;
VI– incorporação, subdivisão ou desmembramento de XVI – autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas As- aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra
sembleias Legislativas; de riquezas minerais;
Direito Constitucional

VII – transferência temporária da sede do Governo XVII – aprovar, previamente, a alienação ou concessão
Federal; de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos
VIII – concessão de anistia; hectares.
IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Fe­deral,
Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro
e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
Federal; subordinados à Presidência da República para prestarem,
X – criação, transformação e extinção de cargos, em-
pregos e funções públicas, observado o que estabelece o 195
Assunto cobrado na prova da Cesgranrio/Bacen/Técnico/2010.
196
Esaf/MF/Assistente Técnico-Administrativo/2012.
art. 84, VI, b; 197
Assunto cobrado na prova do Cespe/PRF/Agente Administrativo/2012

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
pessoalmente, informações sobre assunto previamente de- prazo certo, com poderes de investigação próprios das au-
terminado, importando crime de responsabilidade a ausência toridades judiciais, sendo as conclusões encaminhadas ao
sem justificação adequada. Ministério Público analisar a viabilidade de se interpor ação
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao cível ou criminal contra os infratores. Trata‑se de importante
Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de função de fiscalização pelo Poder Legislativo.
suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos – Requisitos para instauração da CPI:
com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de a) requerimento de 1/3 dos membros da respectiva
seu Ministério. Casa Legislativa;
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado b) deve ter prazo certo para terminar;
Federal poderão encaminhar pedidos escritos de infor- c) investigação e apuração de fato determinado. Não
mações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas
pode haver investigação sobre assuntos genéricos,
referidas no caput deste artigo, importando em crime de
como queria se abrir uma CPI do Judiciário, sem
responsabilidade a recusa, ou o não – atendimento, no prazo
delimitar fato(s) específico(s).
de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
– Poderes da CPI: as CPIs possuem poderes semelhantes
Mesas Diretoras e Comissões ao de um juiz em se tratando de investigação judicial.

As mesas são órgãos de direção do Congresso Nacional Atenção! Não se trata dos mesmos poderes de um juiz mas
e de suas Casas Legislativas. A Mesa do Congresso Nacional de poderes próprios (ainda que semelhantes), o que não
é presidida pelo Presidente do Senado Federal, enquanto os significa necessariamente os mesmos. Portanto, podem co-
demais cargos são exercidos, alternadamente, pelos ocupan- lher depoimentos, ouvir indiciados, inquirir testemunhas,
requisitar documentos e buscar todos os meios de prova
tes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no
legalmente admitidos. Importante saber que os dados,
Senado Federal. A importância do cargo está na direção dos informações e do­cumentos, mesmo que resguardados por
trabalhos, a elaboração da pauta, a condução das votações, sigilo, podem ser objeto de investigação pela CPI, obser-
a proclamação do resultado. vando as cautelas legais, ou seja, pode haver quebra do
Há a Mesa da Câmara dos Deputados, a Mesa do Senado sigilo fiscal, bancário, e de dados, incluindo‑se também o
Federal e a Mesa do Congresso Nacional. São órgãos dire- telefônico (apenas os registros relacionados com chamadas
tores das Casas do Congresso. Sua composição é matéria telefônicas realizadas), além de poder determinar buscas e
regimental e cada Casa disciplina como melhor lhe parecer. apreensões, resguardando‑se o princípio da inviolabilidade
O art. 58, § 1º, da Constituição Federal, todavia, impõe que domiciliar.
na constituição das Mesas seja assegurada, tanto quanto
possível, a representação proporcional dos partidos ou dos
– Limites da CPI: a CPI não tem poder ilimitado, estando
blocos parlamentares que participam da respectiva casa.
sujeita a restrições estabelecidas no texto constitucio-
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
serão eleitas respectivamente pelos deputados e senadores, nal e pelo entendimento da doutrina e da jurisprudên-
para mandato de dois anos, vedada a recondução para o cia. Assim, é vedado à CPI:
mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. Tal a) decretar prisão, salvo em flagrante delito;
regra (art. 57, § 4º, CF) não é de reprodução obrigatória nas b) decretar mandado de busca e apreensão domiciliar;
Constituições Estaduais, que poderão estabelecer normas c) decretar a quebra do sigilo telefônico em se tra-
diversas, inclusive com a possibilidade de reeleição. tando de conversas telefônicas, admitindo‑se,
As comissões são órgãos constituídos para exame de exclusivamente, quanto aos registros de chamadas
determinadas matérias, antes da votação em Plenário. já realizadas;
Podem ser: d) a punição de delitos, considerando que a mesma
• Comissões permanentes: são instituídas em razão da apenas tem poder de investigação, competindo
matéria. Destaca‑se a Comissão de Constituição e Justiça e ao Ministério Público, em sendo o caso, oferecer
de Orçamento. São várias as especializações das comissões denúncia contra os acusados, restando ao Poder
como a de Ciên­cia e Tecnologia, de Comunicação e Infor- Judiciário eventual punição.
mática; de Finanças e Tributação; de Meio Ambiente e de
Desenvolvimento Sustentável etc. Estatuto dos Congressistas
• Comissão temporária ou especial: é instituída para
uma determinada finalidade, extinguindo‑se pela conclusão
Algumas garantias são reservadas aos parlamentares,
dos trabalhos, pelo decurso do prazo ou pelo término da
como membros do Poder Legislativo, no sentido de res-
Direito Constitucional

legislatura. A principal forma é a Comissão Parlamentar de


Inquérito (CPI). guardar a liberdade de atuação sem pressões políticas e
• Comissão mista: é composta por membros da Câmara econômicas existentes na sociedade. Tais garantias, como
dos Deputados e do Senado Federal. Há uma previsão ex- regra, não podem ser renunciadas, como no caso das imu-
pressa de Comissão Mista de Orçamento (art. 166, § 1º, CF). nidades, haja vista não ser direito do parlamentar, mas da
• Comissão representativa: é formada no período de função que ele exerce.
recesso parlamentar para representar o Congresso Nacional A Constituição estabelece uma série de prerrogativas,
(art. 58, § 4º, CF). direitos, imunidades e incompatibilidades direcionadas aos
• Comissão Parlamentar de Inquérito: é uma comissão deputados federais e senadores, sendo conhecidos pela
instituída para investigar e apurar fato determinado, por doutrina de Estatuto dos Congressistas.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
PRERROGATIVAS INCOMPATIBILIDADES OU IMPEDIMENTOS
• Imunidade material: inviolabilidade por opiniões, palavras Os parlamentares não podem:
e votos. Os parlamentares devem exercer seu mandato A partir da expedição do diploma:
com independência e tranquilidade, sem estarem ame- • Impedimentos funcionais: aceitar ou exercer cargo,
açados por represálias contra denúncias que fizer, votos função ou emprego remunerado em entidades da Admi-
que apresentar, entre outros. É importante dizer que o nistração Pública direta e indireta.
parlamentar pode se pronunciar na Casa Legislativa, ou • Impedimentos negociais: firmar ou manter contrato com
mesmo fora dela (na imprensa, por exemplo) – desde que órgãos da Administração Pública direta e indireta, salvo
no exercício do mandato legislativo – sem sofrer futuras quando obedecer a cláusulas uniformes.
ações civis e criminais pelo que foi dito. Essa imunidade • Impedimentos políticos: ser titulares de mais de um cargo
existe até mesmo em situação excepcional (como o estado ou mandato político eletivo. Contudo, podem ser nomeados
de sítio), só podendo ser suspensa mediante o voto de 2/3 para exercer o cargo de Ministro de Estado, Governador
da Casa respectiva, no caso de atos praticados fora do re- de Território, Secretário de Estado, Prefeitura Municipal
cinto do Congresso Nacional que sejam incompatíveis com ou Chefe de Missão Diplomática, sem perder o cargo de
a execução da medida. parlamentar. O deputado ou senador opta por uma das
• Imunidade formal, processual ou relativa: atualmente, remunerações, assumindo o suplente seu lugar durante o
o parlamentar pode ser processado pelo STF sem a prévia período em que esteja afastado.
licença da Casa Legislativa, mas se admite que seja sustado
o andamento do processo caso assim entendam seus pa- Os parlamentares não podem:
res. A iniciativa de votar acerca da suspensão do processo A partir da posse:
é do partido político e pelo voto da maioria absoluta dos • ser proprietários, controladores ou diretores de empresa
membros. O pedido de sustação deve ser apreciado pela que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurí-
Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias de seu dica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
recebimento pela Mesa Diretora. Sendo suspenso o pro- • ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad
cesso pela Casa Legislativa, o prazo prescricional para a nutum (demissão de cargos em comissão ou confiança) na
condenação criminal pelo STF não correrá. Administração Pública direta, indireta e concessionária de
• Não podem ser presos, salvo em flagrante de crime ina- serviços públicos;
fiançável217: caso venha a ser preso por crime inafiançável, • patrocinar causa em que seja interessada a Administra-
os autos do processo serão remetidos em 24 horas à Casa ção Pública direta, indireta e concessionária de serviços
respectiva para que ela resolva sobre a prisão, mediante o públicos;
voto da maioria dos seus membros. • ser titulares de mais de um cargo ou mandato público
• Foro por prerrogativa de função: os deputados e senados eletivo.
são processados criminalmente perante o Supremo Tribunal
Federal durante o exercício do seu mandato, retornando o
processo para os juízes das instâncias inferiores ao término
do mandato.
• Limitação ao poder de testemunhar sobre as informa-
ções recebidas e sobre as fontes: os parlamentares não
podem ser obrigados a prestar esclarecimentos acerca
de informações recebidas, nem sobre pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações em razão do
exercício do mandato.
• Isenção do serviço militar: os parlamentares não estão
obrigados, ainda que já sejam militares, a incorporar‑se às
Forças Armadas, mesmo em tempo de guerra, salvo licença
da Casa Legislativa a que estejam vinculados.
• Vencimento: o Congresso Nacional fixará idêntico subsídio
para depu­tados e senadores, não podendo ultrapassar o
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
• Licença: pode ser licenciado pela respectiva Casa por
motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de
interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento
Direito Constitucional

não ultrapasse 120 dias por sessão legislativa. O suplente


será convocado nos casos de vaga, de investidura em fun-
ções de Ministro, Secretário de Estado etc., ou de licença
superior a cento e vinte dias. Ocorrendo vaga e não havendo
suplente, far‑se‑á eleição para preenchê‑la se faltarem mais
de quinze meses para o término do mandato.
198

Assunto cobrado na prova do Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012.


198

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
PERDA DO MANDATO
Perderá o mandato o deputado ou senador que:
1. infringir as proibições sobre incompatibilidades ou impedimentos;
2. praticar ato que seja atentatório ao decoro parlamentar (considera‑se decoro parlamentar os casos previstos no regimento
interno da Casa Legislativa, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vanta-
gens indevidas);
3. deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença
ou missão por esta autorizada;
4. perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
5. quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição;
6. sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
Nos casos previstos de nos 1, 2 e 6, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por
maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, asse-
gurada ampla defesa.
* Nos casos previstos de nºs 3 a 5, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de
qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
* A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato terá seus efeitos suspensos até
as deliberações finais do mesmo. Em outras palavras, o parlamentar que tentar renunciar para manter seus direitos políticos
na próxima eleição terá seu requerimento de renúncia suspenso até que se decida sobre o processo que possa levar à perda do
mandato. Nada impede, por sua vez, que, na iminência de se abrir processo contra o parlamentar, o mesmo venha a requerer a
renúncia, a qual deverá ser acatada por não haver ainda processo instaurado.
* No caso de renúncia ou de perda do mandato de deputado federal ou senador, o suplente deverá ser chamado para assumir
a vaga na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal.

Atenção!
A infidelidade partidária não é causa de perda do mandato por não haver previsão expressa na Constituição nesse sentido. Contudo,
o Supremo Tribunal Federal admitiu que os partidos políticos têm o direito de preservar a vaga obtida pelo sistema proporcional
se, não ocorrendo razão política que justifique a troca de partido (como a perseguição política), venha o parlamentar a modificar
sua legenda. Ou seja, a vaga no Congresso Nacional não é do membro eleito, mas do partido pelo qual se elegeu. Caso venha a
ocorrer a infidelidade, o partido político, para recuperar a vaga, deve pugnar pela instauração de procedimento perante a Justiça
Eleitoral, assegurando‑se a ampla defesa e o devido processo legal.

É importante destacar que as mesmas regras de invio- O Congresso Nacional reunir‑se‑á, anualmente, na Capital
labilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a
licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas se 22 de dezembro.
estendem para os depu­tados estaduais. Já em relação aos Poderá ocorrer convocação extraordinária do Congresso
vereadores, aplicam‑se as mesmas proibições e incompati- Nacional pelo presidente do Senado Federal, por exemplo,
em caso de decretação de estado de defesa ou de interven-
bilidades, mas, ao se tratar de prerrogativas, a Constituição
ção federal, de pedido de autorização para a decretação de
Federal somente assegura a imunidade material (opinião, estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente
palavras e votos) no exercício do mandato e na circunscrição e do Vice‑Presidente da República, assim como nas demais
do Município. situações previstas na Constituição Federal.

TERMOS EMPREGADOS NO FUNCIONAMENTO DO PODER LEGISLATIVO


QUORUM: consiste no número mínimo exigido para reunião e votação nos órgãos colegiados, nos termos da CF: “salvo disposição
constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria de votos, presente a
maioria absoluta de seus membros” (art. 47).
MAIORIA: representa mais da metade dos membros de um órgão colegiado até alcançar o primeiro número inteiro. Isso não significa que
maioria é a metade mais um, devendo‑se levar em consideração o número de membros do órgão, se par ou ímpar. Veja que, no caso de
número par de membros do órgão colegiado, realmente a maioria significa a metade mais um. Já no caso de órgão colegiado com número
ímpar, a maioria será representada pela metade até se chegar ao número inteiro mais próximo. Por exemplo, a maioria no Supremo Tribunal
Federal (11 Ministros) é de 6, ou seja, a metade (5,5) até se alcançar o primeiro número inteiro após 5, que é 6. Se fôssemos considerar
a regra de que a maioria é a metade mais um, teríamos 5,5 + 1 = 6 pessoas e meia, sendo impensável computar um voto pela metade.
– simples ou relativa: importa saber a quantidade de parlamentares em plenário. É necessária a presença de metade mais um
parlamentar. No caso de deputados, são 257 (metade mais um de 513); no caso de senadores, são 41 (metade mais um de 81).
Em seguida, contam‑se os votos, que podem ser a favor da matéria, contra a matéria e de abstenção. Para aprovação, basta o
número de votos favoráveis superar o de votos contrários. Segundo o Supremo Tribunal Federal, as expressões “simples” ou
“relativa” são sinônimas.
– absoluta: nesse caso, além da necessária presença de metade mais um parlamentar, 257 deputados e 41 senadores, faz‑se
Direito Constitucional

imprescindível que, para a aprovação, tenham‑se 257 deputados favoráveis ou 41 senadores favoráveis no cômputo dos votos,
conforme a votação seja na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal.
– qualificada ou fracionária: podem ser de 2/3 (dois terços) e 3/5 (três quintos). Para encontrar esses quóruns, basta multiplicá‑los
pelo número total de senadores (81) ou pelo número de deputados (513). Exemplo: para encontrar o quorum de três quintos de
deputados, deve‑se multiplicar 3/5 por 513 = 308 deputados.
* Regra geral de maioria: a regra geral das votações na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e nas respectivas comissões,
bem como nas comissões do Congresso Nacional, é a maioria simples.
* Caso o texto constitucional não preveja o quorum a ser utilizado, deve ser usado o quorum de maioria simples, mediante lei
ordinária, lei delegada ou medida provisória. Caso seja por meio de lei complementar, que exige maioria absoluta, deve vir pre-
visão expressa na CF, assim como nos casos de maioria qualificada, por exemplo, em se tratando de emendar à CF com exigência
do quorum de 3/5 para aprovação.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Dispositivos Constitucionais II – cujo procedimento for declarado incompatível com
o decoro parlamentar;
TÍTULO IV III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa,
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer,
salvo licença ou missão por esta autorizada;
CAPÍTULO I IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
Do Poder Legislativo V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos pre-
............................................................................................. vistos nesta Constituição;
Seção V VI – que sofrer condenação criminal em sentença tran-
Dos Deputados e dos Senadores sitada em julgado.
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil casos definidos no regimento interno, o abuso das prerro-
e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e gativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a
votos. percepção de vantagens indevidas.
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato
diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado
Tribunal Federal. Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da
respectiva Mesa ou de partido político representado no
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Con-
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação
gresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante
dada pela Emenda Constitucional nº 76/2013)
de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será
dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que,
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou median-
pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
te provocação de qualquer de seus membros, ou de partido
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado,
político representado no Congresso Nacional, assegurada
por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal ampla defesa.
Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa § 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo
de partido político nela representado e pelo voto da maio- que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos
ria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações
andamento da ação. finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou
respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias Se­nador:
do seu recebimento pela Mesa Diretora. I – investido no cargo de Ministro de Estado, Governa-
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, dor de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal,
enquanto durar o mandato. de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a diplomática temporária;
testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em II – licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença,
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular,
lhes confiaram ou deles receberam informações. desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e vinte dias por sessão legislativa.
e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de § 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de
guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. investidura em funções previstas neste artigo ou de licença
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsis- superior a cento e vinte dias.
tirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas § 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far‑se‑á
mediante o voto de dois terços dos membros da Casa eleição para preenchê‑la se faltarem mais de quinze meses
respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do para o término do mandato.
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execu- § 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador
ção da medida. poderá optar pela remuneração do mandato.
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I – desde a expedição do diploma: Seção VI
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de Das Reuniões
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviço públi- Art. 57. O Congresso Nacional reunir‑se‑á, anual­mente,
co, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remune- de agosto a 22 de dezembro.
rado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, nas § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transfe-
entidades constantes da alínea anterior; ridas para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem
II – desde a posse: em sábados, domingos ou feriados.
a) ser proprietários, controladores ou diretores de § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a
empresa que goze de favor decorrente de contrato com aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
Direito Constitucional

pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição,
remunerada; a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir‑se‑ão
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad em sessão conjunta para:
nutum, nas entidades referidas no inciso I, a; I – inaugurar a sessão legislativa;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das II – elaborar o regimento comum e regular a criação de
entidades a que se refere o inciso I, a; serviços comuns às duas Casas;
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público III – receber o compromisso do Presidente e do Vice‑Pre-
eletivo. sidente da República;
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: IV – conhecer do veto e sobre ele deliberar.
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas § 4º Cada uma das Casas reunir‑se‑á em sessões prepara-
no artigo anterior; tórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legisla-

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
tura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas § 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representa-
Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução tiva do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última ses-
para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. são ordinária do período legislativo, com atribuições definidas
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto
Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão possível, a proporcionalidade da representação partidária.
exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equi-
valentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Poder Executivo
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional
far‑se‑á:
Ao Poder Executivo compete a administração e gerencia-
I – pelo Presidente do Senado Federal, em caso de
decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, mento do Estado, desenvolvendo as mais variadas políticas
de pedido de autorização para a decretação de estado de públicas – educação, saúde, habitação, saneamento, obras
sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do de infraestrutura – exercer atividade econômica, desenca-
Vice‑Presidente‑ Presidente da República; dear determinados projetos de lei, enfim, governar toda a
II – pelo Presidente da República, pelos Presidentes máquina estatal.
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a O Poder Executivo, no âmbito federal, é exercido pelo
requerimento da maioria dos membros de ambas as Ca- Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
sas, em caso de urgência ou interesse público relevante, Na esfera estadual, é exercido pelo governador e na munici-
em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maio- pal, pelo prefeito, com o auxílio de secretários.
ria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. A Constituição faz referência ao tratar do Poder Executivo
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso ao Presidente da República (chefe do Poder Exe­cutivo), mas
Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual em razão do princípio da simetria, estende‑se, como regra
foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, geral, aos chefes do Poder Executivo nos âmbitos estaduais
vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da e municipais.
convocação.
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data Dispositivo Constitucional
de convocação extraordinária do Congresso Nacional,
serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.
TÍTULO IV
Seção VII DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
Das Comissões .............................................................................................
CAPÍTULO II
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comis- Do Poder Executivo
sões permanentes e temporárias, constituídas na forma e
com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no Seção I
ato de que resultar sua criação. Do Presidente e do Vice-Presidente da República
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão,
é assegurada, tanto quanto possível, a representação pro- Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da
porcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
participam da respectiva Casa.
§ 2º às comissões, em razão da matéria de sua compe- Processo Eleitoral do Presidente da República
tência, cabe:
I – discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma A eleição do Presidente e do Vice‑Presidente da Repú-
do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver blica realizar‑se‑á, simultaneamente, no primeiro domingo
recurso de um décimo dos membros da Casa; de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de
II – realizar audiências públicas com entidades da so- outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao
ciedade civil; do término do mandato presidencial vigente.
III – convocar Ministros de Estado para prestar informa- Será considerado eleito Presidente o candidato que,
ções sobre assuntos inerentes a suas atribuições; registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de
IV – receber petições, reclamações, representações ou votos, não computados os em branco e os nulos. A eleição
queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das
do Presidente da República importará a do Vice‑Presidente
autoridades ou entidades públicas;
V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou com ele registrado.
cidadão; Importante lembrar que para assumir o cargo de Presi-
VI – apreciar programas de obras, planos nacionais, re- dente da República fazem‑se necessários alguns requisitos:
gionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir a) ser brasileiro nato (CF, art. 12, § 3º); b) estar em pleno
parecer. gozo de direitos políticos (CF, art. 14, § 3º); c) possuir mais
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que de trinta e cinco anos (CF, art. 14, § 3º, VI, a)
terão poderes de investigação próprios das autoridades A eleição poderá ocorrer em dois turnos. O segundo tur-
Direito Constitucional

judiciais, além de outros previstos nos regimentos das res- no só ocorrerá se nenhum candidato alcançar maioria absolu-
pectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados ta na primeira votação, caso em que se fará nova eleição em
e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo
mediante requerimento de um terço de seus membros, os dois candidatos mais votados e considerando‑se eleito
para a apuração de fato determinado e por prazo certo, aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte,
Ministério Público, para que promova a responsabilidade desistência ou impedimento legal de candidato, convo-
civil ou criminal dos infratores199. car‑se‑á, entre os remanescentes, o de maior votação200. Se

Assunto cobrado na prova da FCC/Assembleia Legislativa- SP/Agente Legislativo


199
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário/Área Adminis-
200

de Serviços Técnicos e Administrativos/2010. trativa/2010.

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remanescer em segundo lugar mais de um candidato com a § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer
mesma votação, qualificar‑se‑á o mais idoso. morte, desistência ou impedimento legal de candidato,
O Presidente e o Vice‑Presidente da República tomarão convocar‑se‑á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o com- § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanes-
promisso de manter, defender e cumprir a Constituição, cer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, votação, qualificar‑se‑á o mais idoso.
sustentar a união, a integridade e a independência do Art. 78. O Presidente e o Vice‑Presidente da República to-
Brasil201. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, marão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o
o Presidente ou o Vice‑Presidente, salvo motivo de força compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro,
Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
e suceder‑lhe‑á, no caso de vaga, o Vice‑Presidente. Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a
A função do Vice‑Presidente, além de outras atribuições que posse, o Presidente ou o Vice‑Presidente, salvo motivo de força
lhe forem conferidas por lei complementar, é auxiliar o Presi- maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
dente sempre que for por ele convocado para missões especiais. Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimen-
A substituição do Presidente da República ou do to, e suceder‑ lhe‑á, no de vaga, o Vice‑Presidente.
Vice‑Presidente far‑se‑á, sucessivamente, pelo Presidente Parágrafo único. O Vice‑Presidente da República, além de
da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do outras atribuições que lhe forem conferidas por lei comple-
Supremo Tribunal Federal para o exercício do cargo de mentar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado
Presidente da República202. para missões especiais.
Caso restem vagos os cargos de Presidente e Vice‑Presi- Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do
dente da República, far‑se‑á eleição noventa dias depois de Vice‑Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão
aberta a última vaga. Se essa vacância ocorrer nos últimos sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o
dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal
cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Con- e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice‑Presi-
gresso Nacional, na forma da lei, para completar o período
dente da República, far‑se‑á eleição noventa dias depois de
de seus antecessores.
aberta a última vaga.
O mandato do Presidente da República é de quatro anos
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do pe-
e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da
ríodo presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita
sua eleição.
trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional,
O Presidente e o Vice‑Presidente da República não poderão,
na forma da lei.
sem licença do Congresso Nacional, ausentar‑se do País por
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar
período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. o período de seus antecessores.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de
Dispositivos Constitucionais quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano
seguinte ao da sua eleição.
TÍTULO IV Art. 83. O Presidente e o Vice‑Presidente da República
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausen-
............................................................................................. tar‑se do País por período superior a quinze dias, sob pena
CAPÍTULO II de perda do cargo.
Do Poder Executivo
Atribuições do Presidente da República
Seção I
Do Presidente e do Vice-Presidente da República As atribuições do Presidente da República estão traçadas
............................................................................................. no texto constitucional (art. 84). Podem ser funções de chefe
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice‑Presidente da de Estado e chefe de Governo. A função de chefe de Estado
República realizar‑se‑á, simultaneamente, no primeiro do- caracteriza‑se por exercer tarefas no âmbito externo, trava-
mingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo das com outros Estados (países), considerando a República
de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior Fe­derativa do Brasil como Estado soberano. A função de
ao do término do mandato presidencial vigente. chefe de Governo condiz com atividades no âmbito interno –
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a basicamente são funções relacionadas à administração da
do Vice‑Presidente com ele registrado. máquina pública.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, Entre as atribuições como Chefe de Governo, destaca‑se,
registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de em razão da constante exigência em provas de concursos,
Direito Constitucional

votos, não computados os em branco e os nulos. a faculdade de regulamentar.


§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na Trata‑se da forma pela qual o Chefe do Poder Executivo
primeira votação, far‑se‑á nova eleição em até vinte dias após vem dotar de cumprimento uma determinada lei, expedindo
a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos para tanto um decreto no sentido de imprimir maior nível
mais votados e considerando‑se eleito aquele que obtiver a de executoriedade. O decreto irá pormenorizar o conteúdo
maioria dos votos válidos. da lei, explicando em maior detalhe, no intuito de facilitar
o processo de eficácia da lei, sem, contudo, obviamente,
contrariá‑la, sob pena de ilegalidade.
201
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Há uma exceção no texto constitucional que admite
Judiciário/Área Administrativa/2010.
202
Assunto cobrado na prova do Cespe/Anac/Técnico Administrativo/2012. a edição de um decreto sem a existência de uma lei que

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regulamente primariamente a matéria, chamado, por parte XIV – nomear, após aprovação pelo Senado Fe­deral,
da doutrina, de decreto autônomo. Trata‑se de autorização os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Su-
ao Presidente da República para dispor, mediante decreto, periores, os Governadores de Territórios, o Procurador‑Geral
sobre a organização e funcionamento da administração da República, o presidente e os diretores do banco central e
federal, quando não implicar aumento de despesa, nem outros servidores, quando determinado em lei;
criação ou extinção de órgãos. Também é possível extinguir XV – nomear, observado o disposto no art. 73, os Minis-
funções ou cargos públicos, quando vagos. tros do Tribunal de Contas da União;
XVI – nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
Ou seja, há duas possibilidades: Constituição, e o Advogado‑Geral da União;
• organização e funcionamento da administração federal XVII – nomear membros do Conselho da República, nos
(não pode haver aumento de despesa, nem criação ou termos do art. 89, VII;
XVIII – convocar e presidir o Conselho da República e o
extinção de órgãos públicos);
Conselho de Defesa Nacional204;
• extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos.
XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por
Cuidado! Como regra geral, a Constituição Federal não ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas,
admite o decreto autônomo, salvo nas duas hipóteses e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente,
citadas. a mobilização nacional;
XX – celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
Congresso Nacional;
Dispositivos Constitucionais XXI – conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII – permitir, nos casos previstos em lei com­plementar,
TÍTULO IV que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES nele permaneçam temporariamente;
............................................................................................. XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual,
CAPÍTULO II o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas
Do Poder Executivo de orçamento previstos nesta Constituição;
............................................................................................. XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional,
Seção II dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa,
as contas referentes ao exercício anterior;
Das Atribuições do Presidente da República
XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na
forma da lei;
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos
República: termos do art. 62;
I – nomear e exonerar os Ministros de Estado; XXVII – exercer outras atribuições previstas nesta Cons-
II – exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a di- tituição.
reção superior da administração federal; Parágrafo único. O Presidente da República poderá de-
III – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos legar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV,
previstos nesta Constituição; primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador‑Ge-
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem ral da República ou ao Advogado‑Geral da União, que ob-
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel exe- servarão os limites traçados nas respectivas delegações205.
cução;
V – vetar projetos de lei, total ou parcialmente203; Atribuições do Vice‑Presidente da República
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração As funções do Vice‑Presidente, de acordo com Alexan-
federal, quando não implicar aumento de despesa nem dre de Moraes, podem ser classificadas em próprias ou
criação ou extinção de órgãos públicos; impróprias. Funções próprias: substituição e sucessão do
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; Presidente da República, participação no Conselho da Repú-
VII – manter relações com Estados estrangeiros e acre- blica, participação no Conselho de Defesa Nacional. Funções
ditar seus representantes diplomáticos; impróprias: auxílio ao Presidente em caso de convocação
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, para missões especiais.
sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
TÍTULO IV
IX – decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
X – decretar e executar a intervenção federal;
.............................................................................................
XI – remeter mensagem e plano de governo ao Congresso CAPÍTULO II
Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, ex- Do Poder Executivo
pondo a situação do País e solicitando as providências que
Direito Constitucional

.............................................................................................
julgar necessárias; Seção I
XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, Do Presidente e do Vice-Presidente da República
se necessário, dos órgãos instituídos em lei; .............................................................................................
XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimen-
nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Ae- to, e suceder‑lhe‑á, no de vaga, o Vice‑Presidente.
ronáutica, promover seus oficiais‑generais e nomeá‑los para
os cargos que lhes são privativos; 204
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati-
va/2010.
205
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Ancine/Técnico Administrati-
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Adminis-
203
vo/2012 e FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área
trativa/2013. Administrativa/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Parágrafo único. O Vice‑Presidente da República, além de julgado, este terá direito de ser restituído ao cargo. Não se
outras atribuições que lhe forem conferidas por lei comple- trata de sanção preliminar, mas apenas de medida cautelar
mentar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado no sentido de evitar que o Presidente da República utilize‑se
para missões especiais. de expedientes que venham a tumultuar o andamento do
processo de impeachment.
Responsabilidade do Presidente da República A segunda fase é realizada pelo Senado Fe­deral, que
atuará como uma função julgadora. Serão convocados vários
A Constituição brasileira não faz referência expressa ao parlamentares, dos mais diversos partidos, que participarão
vocábulo impeachment, de origem inglesa, com tradução de do preparatório para julgamento pelo Plenário do Senado.
“impedimento”, expressão também não utilizada no sentido A preparação constitui-se na oportunidade conferida ao Pre-
aqui designado, preferindo chamar de “responsabilidade”. sidente da República para se defender (contraditório e ampla
A responsabilidade do Presidente da República ocorre defesa). O Presidente do Supremo Tribunal Federal é quem
com sua destituição do mandato, por ter praticado crime presidirá o julgamento pelo Senado Federal, com a função
de responsabilidade ou crime tipificado em lei penal. Em de assegurar a aplicação do contraditório, ampla defesa e
curtas palavras, trata‑se da perda do cargo do Chefe do devido processo legal no julgamento, o que não significa que
Poder Executivo. o Presidente do Supremo Tribunal Federal votará.
Os crimes de responsabilidade são as infrações praticadas Se o Senado julgar procedente, ou seja, pela condenação,
contra a Constituição (de forma geral, os crimes previstos o Presidente do Supremo Tribunal Federal fará a proclamação
no art. 85), enquanto que a Lei nº 1.079/1950 estabelece do resultado do julgamento (também se exige um quorum
situações mais específicas (tipos penais). Por sua vez, a res- de 2/3).
ponsabilidade do Presidente da República pelos crimes O Presidente da República, na vigência de seu mandato,
tipificados em lei penal é, simplesmente, a prática de crimes não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercí-
comuns definidos no âmbito do direito penal (código penal cio de suas funções. É uma responsabilidade relativa, porque
+ legislação específica). só exclui os atos estranhos ao exercício de suas funções.
A doutrina debate se a natureza jurídica do impeachment A sanção nos crimes de responsabilidade corresponda:
é penal ou política. A maioria dos autores sustenta que se a) perda do cargo; e b) inabilitação por oito anos para o
trata de natureza política, isso porque o processo de perda do exercício de função pública.
cargo do Presidente da República somente pode ser realizado Caso venha o Presidente da República a renunciar a
após a aceitação pela Câmara dos Deputados, responsável seu mandato no cargo quando já instaurada a sessão de
pelo juízo de admissibilidade. julgamento, isso não acarretará a extinção do processo de
impeachment. É uma forma de evitar que o Presidente venha
Procedimento nos Crimes de Responsabilidade a burlar a condenação de inabilitação por oito anos para o
A Lei nº 1.079/1950 estabelece o procedimento nos exercício da função pública. Esse foi o entendimento profe-
crimes de responsabilidade, o qual se divide em duas fases: rido pelo Supremo Tribunal Federal no caso do ex‑presidente
acusação e julgamento. A primeira fase é feita pela Câmara Fernando Collor de Mello.
dos Deputados, enquanto a segunda é realizada pelo Senado.
O processo na Câmara dos Deputados se inicia a partir de Procedimento nos Crimes Comuns
notitia criminis (notícia do crime) por parte de um cidadão. Da mesma forma que nos crimes de responsabilidade,
Assim, é permitido a qualquer cidadão denunciar o Presi- a Câmara dos Deputados deliberará acerca do juízo de admis-
dente da República ou Ministro de Estado por crime de res- sibilidade do Presidente da República, e posteriormente, em
ponsabilidade perante a Câmara dos Deputados. Quando a caso positivo, será enviada a acusação ao Supremo Tribunal
legislação menciona “cidadão”, significa que os estrangeiros, Federal, o qual julgará o caso. Nos crimes comuns, o Supremo
os que não podem votar e aqueles que tiverem, por qualquer Tribunal Federal é o responsável pelo julgamento.
motivo, com seus direitos políticos perdidos ou suspensos
não podem apresentar a imputação penal. Percebe‑se que os
partidos políticos ou pessoas jurídicas não podem apresentar
Dispositivos Constitucionais
notitia criminis, no intuito de se evitar denúncias arbitrárias
e abusivas, com mero interesse eleitoreiro. TÍTULO IV
A Câmara dos Deputados irá receber a acusação pelo DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
Presidente da Casa, que submeterá a uma comissão escolhida .............................................................................................
para discussão e votação, no sentido de decidir se é caso de CAPÍTULO II
levar a Plenário ou não o juízo de admissibilidade (decidirá se a Do Poder Executivo
acusação irá a julgamento pelo Senado). Ou seja, se o parecer .............................................................................................
for negativo, será arquivada a notícia criminal, caso contrário, Seção III
submete‑se ao Plenário a acusa­ção. É importante destacar Da Responsabilidade do Presidente da República
Direito Constitucional

que essa votação é aberta, sem possibilidade de voto secreto.


A regra geral na Constituição é a transparência das votações no Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do
Parlamento, resguardando‑se a publicidade dos atos públicos, Presidente da República que atentem contra a Constituição
sendo exceção a previsão de voto secreto somente nos casos Federal e, especialmente, contra:
expressamente definidos no texto constitucional. I – a existência da União;
Após esse período (primeira fase), sendo o caso de II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judi-
deliberação para se dar continuidade ao julgamento do ciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais
Presidente da República pelo Senado Federal (é necessário das unidades da Federação;
obter 2/3 dos votos), fica o Presidente afastado de suas fun- III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
ções, por no máximo 180 dias. Em caso de não conclusão do IV – a segurança interna do País;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
V – a probidade na administração; Art. 16. A denúncia assinada pelo denunciante e com a
VI – a lei orçamentária; firma reconhecida, deve ser acompanhada dos documentos
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais. que a comprovem, ou da declaração de impossibilidade de
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei espe- apresentá‑los, com a indicação do local onde possam ser
cial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. encontrados, nos crimes de que haja prova testemunhal,
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da a denúncia deverá conter o rol das testemunhas, em número
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será de cinco no mínimo.
ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Prerrogativas do Presidente da República
Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: As prerrogativas do Presidente da República não cons-
I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia tituem privilégios, mas uma forma jurídica de se alcançar
ou queixa‑crime pelo Supremo Tribunal Federal; um grau maior de estabilidade ao mais alto cargo do Poder
II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração Executivo.
do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, Dispositivos Constitucionais
o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento TÍTULO IV
do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
processo. .............................................................................................
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, CAPÍTULO II
nas infrações comuns, o Presidente da República não estará Do Poder Executivo
sujeito a prisão. .............................................................................................
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu man- Seção III
dato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao Da Responsabilidade do Presidente da República
exercício de suas funções. .............................................................................................
Art. 86. [...]
Dispositivos da Lei nº 1.079/1950 § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória,
nas infrações comuns, o Presidente da República não estará
Art. 1º São crimes de responsabilidade os que esta lei sujeito a prisão.
especifica. § 4º O Presidente da República, na vigência de seu man-
Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando dato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao
simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do exercício de suas funções.
cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de .............................................................................................
qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos CAPÍTULO III
processos contra o Presidente da República ou Ministros de Do Poder Judiciário
Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou .............................................................................................
contra o Procurador Geral da República. Seção II
Art. 3º A imposição da pena referida no artigo anterior Do Supremo Tribunal Federal
não exclui o processo e julgamento do acusado por crime .............................................................................................
comum, na justiça ordinária, nos termos das leis de processo
penal. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, preci-
Art. 4º São crimes de responsabilidade os atos do Pre- puamente, a guarda da Constituição, cabendo‑lhe:
sidente da República que atentarem contra a Constituição I – processar e julgar, originariamente:
Federal, e, especialmente, contra: [...]
I – A existência da União; b) nas infrações penais comuns, o Presidente da Repúbli-
II – O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder ca, o Vice‑Presidente, os membros do Congresso Nacional,
Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados; seus próprios Ministros e o Procurador‑Geral da República;
III – O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV – A segurança interna do país; As prerrogativas elencadas na Constituição ao Presidente
V – A probidade na administração; da República não se estendem aos governadores dos esta-
VI – A lei orçamentária; dos e do Distrito Federal, pois, segundo a jurisprudência do
VII – A guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos; Supremo Tribunal Federal, foram conferidas ao Presidente
VIII – O cumprimento das decisões judiciárias (Consti- da República como chefe de Estado e não como chefe de
tuição, art. 89). governo.
Direito Constitucional

[...] A única ressalva, feita pelo Supremo Tribunal Federal,


Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar o é quanto à imunidade formal, em que, para que possa ser
Presidente da República ou Ministro de Estado, por crime processado o Governador por crimes cometidos durante o
de responsabilidade, perante a Câmara dos Deputados206. exercício do mandato, deve haver licença prévia da Assem-
Art. 15. A denúncia só poderá ser recebida enquanto o bleia Legislativa (votos de 2/3), e desde que tenha previsão
denunciado não tiver, por qualquer motivo, deixado defini- expressa nesse sentido na Constituição Estadual.
tivamente o cargo. Nos crimes comuns, enquanto o Presidente da República
é julgado pelo Supremo Tribunal Federal, os governadores de
Assunto cobrado na prova do Cespe/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/
206 estado e do Distrito Federal são julgados perante o Superior
Técnico em Radiologia/2012. Tribunal de Justiça.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Dispositivos Constitucionais III – apresentar ao Presidente da República relatório
anual de sua gestão no Ministério;
TÍTULO IV IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da
............................................................................................. República.
CAPÍTULO III Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Mi-
Do Poder Judiciário nistérios e órgãos da administração pública.
.............................................................................................
Seção III É importante destacar uma função em especial: a de
Do Superior Tribunal De Justiça “referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da
............................................................................................. República” na faculdade de regulamentar lei, conferindo fiel
execução à lei. Isso significa que os decretos editados pelo
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: Presidente da República devem vir acompanhados do refe-
I – processar e julgar, originariamente: rendo do Ministro da respectiva Pasta Ministerial pertinente
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados à matéria tratada. Como exemplo o Decreto nº 6.445/2008
e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, (dispõe sobre os efetivos do pessoal Militar do Exército, em
os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados serviço ativo, a vigorar em 2008), em que assinam o Presi-
e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministro de
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Estado Nelson Jobim.
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, Os Ministros de Estado também podem cometer crimes
os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos de responsabilidade e crimes comuns, ambos julgados pelo
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem Supremo Tribunal Federal, salvo os crimes de responsabilida-
perante tribunais; de conexos aos cometidos pelo Presidente e Vice‑Presidente
da República, os quais serão julgados pelo Senado Federal.
Os governadores dos estados e do Distrito Fe­deral, em
regra, nos crimes de responsabilidade, são julgados pela Dispositivos Constitucionais
respectiva Assembleia Legislativa, ou mesmo por um Tribunal
Especial, mas sempre havendo licença prévia da Assembleia
TÍTULO IV
Legislativa. Esse Tribunal Especial ou o julgamento pela
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
própria Assembleia Legislativa deve estar previsto expres-
samente na Constituição do Estado.
CAPÍTULO I
Do Poder Legislativo
Ministros de Estado
.............................................................................................
Seção II
Os Ministros de Estado são auxiliares do Presidente
Das Atribuições do Congresso Nacional
da República na função de governar207. São nomeados de
.............................................................................................
acordo com a livre vontade do Presidente da República (car-
go de livre nomeação e exoneração). São requisitos para o
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Fe­deral,
exercício do cargo de Ministro de Estado ser brasileiro, maior
ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro
de vinte e um anos e em pleno gozo dos direitos políticos.
de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
As atribuições dos Ministros de Estado estão destacadas em
negrito nos incisos do art. 87, logo abaixo. subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente de-
TÍTULO IV terminado, importando crime de responsabilidade a ausência
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES sem justificação adequada.
............................................................................................. .............................................................................................
CAPÍTULO II Seção III
Do Poder Executivo Da Câmara dos Deputados
.............................................................................................
Seção IV Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Depu-
Dos Ministros de Estado tados:
I – autorizar, por dois terços de seus membros, a instau-
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre ração de processo contra o Presidente e o Vice‑Presidente
brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos da República e os Ministros de Estado;
direitos políticos. .............................................................................................
Direito Constitucional

Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de Seção IV


outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei: Do Senado Federal
I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos
órgãos e entidades da administração federal na área de sua Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
competência e referendar os atos e decretos assinados pelo I – processar e julgar o Presidente e o Vice‑Presidente
Presidente da República; da República nos crimes de responsabilidade, bem como
II – expedir instruções para a execução das leis, decretos os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
e regulamentos; Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza
conexos com aqueles;
207
Assunto cobrado na prova da Cesgranrio/Bacen/Técnico/2010. .............................................................................................

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
CAPÍTULO III III – o Presidente do Senado Federal;
Do Poder Judiciário IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
............................................................................................. Deputados;
Seção II V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
Do Supremo Tribunal Federal VI – o Ministro da Justiça;
............................................................................................. VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, preci- cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente
puamente, a guarda da Constituição, cabendo‑lhe: da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos
I – processar e julgar, originariamente: pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três
[...] anos, vedada a recondução.
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de respon- Art. 90. Compete ao Conselho da República pronun-
sabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da ciar‑se sobre:
Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto I – intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tri- II – as questões relevantes para a estabilidade das insti-
bunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática tuições democráticas.
de caráter permanente; § 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de
Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar
Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional Conselho da República.
têm a função de assessorar o Presidente da República na
tomada de decisões estratégicas, consideradas essenciais O Conselho de Defesa Nacional tem a função principal de
para o País. O Presidente da República é quem presidirá resguardar a soberania nacional e deliberar sobre questões
as reuniões do Conselho, tendo os pareceres emitidos por vinculadas a esse tema.
esses órgãos caráter meramente opinativo, não vinculando Participam do Conselho de Defesa Nacional:
o Presidente da República. • o Vice‑Presidente da República;
Participam do Conselho da República: • o Presidente da Câmara dos Deputados;
• o Vice‑Presidente da República; • o Presidente do Senado Federal;
• o Presidente da Câmara dos Deputados; • o Ministro da Justiça;
• o Presidente do Senado Federal; • o Ministro de Estado da Defesa;
• os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos • o Ministro das Relações Exteriores;
Deputados; • o Ministro do Planejamento;
• os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; • os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aero-
• o Ministro da Justiça; náutica.
• seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e
São atribuições do Conselho de Defesa Nacional:
cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente
• opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de
da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos
celebração da paz, nos termos desta Constituição;
pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três
• opinar sobre a decretação do estado de defesa, do
anos, vedada a recondução.
estado de sítio e da intervenção federal;
• propor os critérios e condições de utilização de áreas
A competência do Conselho da República cinge‑se no
indispensáveis à segurança do território nacional e opinar
pronunciamento sobre: sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira
• intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos
• as questões relevantes para a estabilidade das institui- recursos naturais de qualquer tipo;
ções democráticas. • estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de
iniciativas necessárias para garantir a independência nacional
Dispositivos Constitucionais e a defesa do Estado democrático.

TÍTULO IV Dispositivos Constitucionais


DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
............................................................................................. TÍTULO IV
CAPÍTULO II DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
Do Poder Executivo .............................................................................................
............................................................................................. CAPÍTULO II
Seção V Do Poder Executivo
Direito Constitucional

Do Conselho da República e do .............................................................................................


Conselho de Defesa Nacional Seção V
Do Conselho da República e do
Subseção I Conselho de Defesa Nacional
Do Conselho da República .............................................................................................
Subseção II
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de Do Conselho de Defesa Nacional
consulta do Presidente da República, e dele participam:
I – o Vice‑Presidente da República; Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de con-
II – o Presidente da Câmara dos Deputados; sulta do Presidente da República nos assuntos relacionados

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, • os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal
e dele participam como membros natos: e Territórios.
I – o Vice‑Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados; O Poder Judiciário brasileiro existe no âmbito federal e
III – o Presidente do Senado Federal; estadual, utilizando‑se os municípios da justiça federal ou
IV – o Ministro da Justiça; estadual. Essa foi uma opção do constituinte, que não con-
V – o Ministro de Estado da Defesa; cedeu aos Municípios um Judiciário próprio. Por isso, diz‑se
VI – o Ministro das Relações Exteriores; que a justiça brasileira é dualista.
VII – o Ministro do Planejamento;
VIII – os Comandantes da Marinha, do Exército e da Funções do Poder Judiciário
Aeronáutica.
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: Podem ser típicas e atípicas. Isso porque nem toda a
I – opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de atividade jurisdicional é exclusiva do Judiciário, ao passo
celebração da paz, nos termos desta Constituição; em que nem toda a atividade do Judiciário é jurisdicional.
II – opinar sobre a decretação do estado de defesa, do • função típica: atividade jurisdicional de julgar as de-
estado de sítio e da intervenção federal; mandas que lhe são apresentadas;
III – propor os critérios e condições de utilização de áreas • função atípica: atividade de elaboração do Regimento
indispensáveis à segurança do território nacional e opinar Interno de um Tribunal (função de legislar); atividade
sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira do juiz de administrar a vara judiciária, coordenando
e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos as atividades dos servidores (função executiva) etc.
recursos naturais de qualquer tipo;
IV – estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de Por sua vez, é de se reconhecer atividade jurisdicional nos
iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e demais Poderes: a Câmara, ao ser responsável em examinar a
a defesa do Estado democrático. procedência de acusação contra o Presidente, Vice‑Presiden-
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do te e Ministros de Estado, esses últimos nos crimes conexos
Conselho de Defesa Nacional. com os primeiros (art. 51, I, CF); o Senado, ao julgar crimes de
responsabilidade do Presidente, Vice‑Presidente, Ministros
Observação: em relação ao estado de sítio, ao estado de do STF, Procurador‑Geral da República, Advogado‑Geral da
defesa e à intervenção federal deve haver parecer tanto União e Ministros de Estado e Comandantes da Marinha,
do Conselho da República como do Conselho de Defesa Exército e Aeronáutica, esses últimos em crimes conexos
Nacional. Isso porque aquele analisará sob o ângulo da com os dois primeiros. (art. 52, I e II, da CF).
defesa das instituições democráticas, enquanto esse últi-
mo fará sua observação sob o enfoque da preservação da Classificação
soberania nacional.
A doutrina clássica aponta a jurisdição como uma só. Ela
não é nem federal, nem estadual, como expressão do poder
Poder Judiciário estatal, que é uno, não comportando divisões. Entretanto,
essa divisão dogmática é racional como forma de melhor
O Poder Judiciário é um dos três Poderes que compõem estruturar e compreender.
a República Federativa do Brasil, ao lado do Poder Executivo São duas as esferas jurisdicionais: justiça comum e justiça
e do Poder Legislativo. São poderes independentes e harmô- especial. A justiça comum é dividida em justiça estadual e
nicos, cada um com capacidade financeira e administrativa federal. Da justiça especial fazem parte: militar, eleitoral e
próprias. É a consagração do princípio da separação dos trabalhista.
poderes, na qual se conferiu ao Poder Judiciário a função • Justiça comum: justiça estadual e federal.
jurisdicional, ou seja, aplicação da lei aos conflitos de inte- • Justiça especial: justiça militar, eleitoral e trabalhista.
resses submetidos a sua apreciação, com o intuito primordial
de difundir a justiça, essencial para o Estado Democrático Garantias do Poder Judiciário
de Direito.
São órgãos do Poder Judiciário: A Constituição Federal, no intuito de assegurar maior
• o Supremo Tribunal Federal208; independência ao Poder Judiciário para que se estabeleça
• o Conselho Nacional de Justiça209; uma harmonia entres os poderes (Executivo, Legislativo e
• o Superior Tribunal de Justiça; Judiciário), define algumas garantias aos Tribunais e aos
• o Tribunal Superior do Trabalho; membros do Poder Judiciário, ao passo em que propõe algu-
• os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; mas vedações. Esse modelo é imprescindível para o Estado
Direito Constitucional

• os Tribunais e Juízes do Trabalho210; Democrático de Direito.


• os Tribunais e Juízes Eleitorais211; As garantias são divididas em institucionais e aos mem-
• os Tribunais e Juízes Militares212; bros do Poder Judiciário:
• garantias institucionais: resguardam a independência
208
Assunto cobrado na prova da Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligên-
cias/2012. do Judiciário em relação aos demais Poderes.
209
Assunto cobrado na prova da Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligên- – autonomia funcional, administrativa e financeira –
cias/2012.
210
Vunesp/TJ-SP/Escrevente Técnico Judiciário/2013. art. 99, CF.
211
Assunto cobrado na prova da Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligên- Os Tribunais possuem autonomia funcional. Isso significa
cias/2012. que eles têm a prerrogativa de apresentar projetos para
212
Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Anatel/Técnico Administrati-
vo/2012, e Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de Diligências/2012. estabelecer o número de juízes e desembargadores que

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
irão compor o seu quadro funcional, assim como estabele- Dispositivos Constitucionais
cer a organização de secretarias, serviços auxiliares e dos
juízes que lhe forem vinculados, inclusive atividade corre- TÍTULO IV
cional, propor a criação de novas varas judiciárias, prover, DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
por concurso público de provas, ou de provas e títulos, os .............................................................................................
CAPÍTULO III
cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de
Do Poder Judiciário
confiança, entre outros.
Se, por acaso, for aprovado projeto de lei que permite Seção I
ao Chefe do Executivo estabelecer, por exemplo, o número Disposições Gerais
de desembargadores de um Tribunal de Justiça, essa norma
fatalmente será declarada inconstitucional por ofensa a Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
separação dos poderes, posto ser aquela matéria reservada I – o Supremo Tribunal Federal;
ao próprio Poder Judiciário. I‑A – o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela
É uma forma de os Tribunais administrarem seu próprio Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II – o Superior Tribunal de Justiça;
funcionamento, dentro de um parâmetro orçamentário pro-
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela
posto pelos mesmos, tendo como limite a lei de diretrizes Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
orçamentárias demarcada pela Constituição. III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
– modo de escolha dos dirigentes dos Tribunais: art. IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
96, I, a, da CF. V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
A autonomia funcional de um Tribunal só é alcançada VI – os Tribunais e Juízes Militares;
quando não há ingerências de outros Poderes, por isso é VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal
imprescindível que os dirigentes sejam escolhidos dentro e Territórios.
do âmbito do próprio Poder Judiciário. § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de
Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores
• garantias aos membros:
têm jurisdição em todo o território nacional.
– vitaliciedade: somente decisão judicial transitada Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
em julgado faz com que o juiz venha a perder o cargo213. Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura,
A vitaliciedade não é adquirida quando ingressa no cargo, observados os seguintes princípios:
mas após dois anos de exercício. Nesse período, antes de I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz
completar os dois anos, o juiz pode perder o cargo a depen- substituto, mediante concurso público de provas e títulos,
der de deliberação do Tribunal a que esteja vinculado. Isso com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
não acontece com os magistrados de Tribunais Superiores, todas as fases, exigindo‑se do bacharel em direito, no mí-
que independem do transcurso do período, adquirindo a nimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo‑se, nas
vitaliciedade quando são empossados. nomeações, à ordem de classificação;
– inamovibilidade: o juiz ingressa na carreira como juiz II – promoção de entrância para entrância, alterna-
damente, por antiguidade e merecimento, atendidas as
substituto. A titularidade é adquirida com a promoção, seguintes normas:
e quando assim conquistada o juiz só poderá ser removido a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três ve-
por iniciativa própria, nunca por iniciativa de outra auto- zes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
ridade, salvo no caso de decisão por maioria absoluta do b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de
respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, por exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira
interesse público, assegurada ampla defesa. Até para que quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não hou-
haja promoção deve haver iniciativa do magistrado. ver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
– irredutibilidade de subsídios: a irredutibilidade sig- c) aferição do merecimento conforme o desempenho e
nifica que não pode haver redução de “salário” (a Consti- pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no
tuição estabelece que os magistrados serão remunerados exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento
em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
por subsídios). Isso não impede que a remuneração venha
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente
a ser corroída pela inflação, nem mesmo a incidência de poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado
tributos. de dois terços de seus membros, conforme procedimento
– garantia de imparcialidade: o magistrado tem a garan- próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo‑se a votação
tia de ser imparcial, impedindo que outros intercedam em até fixar‑se a indicação;
seu trabalho. Na verdade, trata‑se não só de uma garantia, e) não será promovido o juiz que, injustificadamente,
mas de um dever do juiz de ser imparcial, ou seja, não se retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo
deixar levar por influências externas ou psíquicas que possam devolvê‑los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
Direito Constitucional

comprometer um julgamento justo. É por isso que é vedado III – o acesso aos tribunais de segundo grau far‑se‑á por
aos juízes ser filiado a atividades político‑partidárias, assim antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na
última ou única entrância214;
como receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou par-
IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfei-
ticipação em processo, bem como auxílios ou contribuições çoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa
de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, salvo obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em
exceção prevista em lei. curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação
e aperfeiçoamento de magistrados;

Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Administra-


213
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati-
214

tiva/2013. va/2010.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
V – o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores cor- Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
responderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adqui-
fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os rida após dois anos de exercício, dependendo a perda do
subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e esca- cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz
lonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial
categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a transitada em julgado;
diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú-
inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco blico, na forma do art. 93, VIII;
por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
arts. 37, XI, e 39, § 4º; Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
VI – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
dependentes observarão o disposto no art. 40; função, salvo uma de magistério;
VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
autorização do tribunal215; participação em processo;
VIII – o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria III – dedicar‑se à atividade político‑partidária;
do magistrado, por interesse público, fundar‑se‑á em decisão IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou pri-
Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; vadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
VIII‑A – a remoção a pedido ou a permuta de magistra- V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
dos de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do
ao disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II; cargo por aposentadoria ou exoneração.
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário Art. 96. Compete privativamente:
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob I – aos tribunais:
pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regi-
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, mentos internos, com observância das normas de processo
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
o interesse público à informação; jurisdicionais e administrativos;
X – as decisões administrativas dos tribunais serão mo- b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos
tivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da
pelo voto da maioria absoluta de seus membros216; atividade correicional respectiva;
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para d) propor a criação de novas varas judiciárias;
o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais e) prover, por concurso público de provas, ou de provas
delegadas da competência do tribunal pleno, provendo‑se e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único,
metade das vagas por antiguidade e a outra metade por os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os
eleição pelo tribunal pleno; de confiança assim definidos em lei;
XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo membros e aos juízes e servidores que lhes forem imedia-
grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente tamente vinculados;
forense normal, juízes em plantão permanente217; II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superio-
XIII – o número de juízes na unidade jurisdicional será pro- res e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo
porcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população; respectivo, observado o disposto no art. 169:
XIV – os servidores receberão delegação para a prática a) a alteração do número de membros dos tribunais
de atos de administração e atos de mero expediente sem inferiores;
caráter decisório218; b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos
XV – a distribuição de processos será imediata, em todos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vincu-
os graus de jurisdição219. lados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;
Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
Territórios será composto de membros, do Ministério Público, d) a alteração da organização e da divisão judi­ciárias;
com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e
saber jurídico e de repu­tação ilibada, com mais de dez anos do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do
de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade,
pelos órgãos de representação das respectivas classes. ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal for- Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
mará lista tríplice, enviando‑a ao Poder Executivo, que, nos membros ou dos membros do respectivo órgão especial
Direito Constitucional

vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei
para nomeação. ou ato normativo do Poder Público.
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios,
215
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati- e os Estados criarão:
va/2010. I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou to-
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico gados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento
216

Judiciário/Área Administrativa/2010.
217
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati- e a execução de causas cíveis de menor complexidade e
va/2010. infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os
218
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati- procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóte-
va/2010.
219
FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati- ses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos
va/2010. por turmas de juízes de primeiro grau;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à
eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de
de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar obrigações definidas em leis como de pequeno valor que
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença
apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda
conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras pre- Constitucional nº 62, de 2009)
vistas na legislação. § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados,
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados espe- por leis próprias, valores distintos às entidades de direito
ciais no âmbito da Justiça Federal. público, segundo as diferentes capacidades econômicas,
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados ex- sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime
clusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda
específicas da Justiça. Constitucional nº 62, de 2009)
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades
administrativa e financeira. de direito público, de verba necessária ao pagamento de
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentá- seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado,
rias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de
demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguin-
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros te, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
tribunais interessados, compete: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo
dos respectivos tribunais; ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda
II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento
Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de
aprovação dos respectivos tribunais. seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro
as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo da quantia respectiva. (Redação dada pela Emenda Consti-
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder tucional nº 62, de 2009)
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta § 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilida-
forma do § 1º deste artigo. de e responderá, também, perante o Conselho Nacional de
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites § 8º É vedada a expedição de precatórios complementares
estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá
ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento,
aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta
repartição ou quebra do valor da execução para fins de en-
orçamentária anual.
quadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não
artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, indepen-
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
dentemente de regulamentação, deles deverá ser abatido,
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas,
mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. a título de compensação, valor correspondente aos débitos
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Pú- líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constitu-
blicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude ídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora,
de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de con-
créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de testação administrativa ou judicial. (Incluído pela Emenda
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais Constitucional nº 62, de 2009)
abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Consti- § 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal
tucional nº 62, de 2009) solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento,
aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, informação sobre os débitos que preencham as condições
pensões e suas complementações, benefícios previden­ estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído
ciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial § 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei
transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em
todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente
2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
Direito Constitucional

nº 62, de 2009) § 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitu-


§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, cional, a atualização de valores de requisitórios, após sua
originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de
anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração
pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei, básica da caderneta de poupança, e, para fins de compen-
serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, sação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual
até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando
disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para excluída a incidência de juros compensatórios. (Incluído pela
essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem Emenda Constitucional nº 62, de 2009)
cronológica de apresentação do precatório. (Redação dada § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus
pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) créditos em precatórios a terceiros, independentemente da

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concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios
disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional por determinação constitucional; (Incluído pela Emenda
nº 62, de 2009) Constitucional nº 94, de 2016)
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos III – na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos
após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de
tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído pela seu sistema de previdência e assistência social e as receitas
Emenda Constitucional nº 62, de 2009) provenientes da compensação financeira referida no § 9º
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei com- do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda
plementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer Constitucional nº 94, de 2016)
regime especial para pagamento de crédito de precatórios § 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de
de Estados, Distrito Fe­deral e Municípios, dispondo sobre condenações judiciais em precatórios e obrigações de peque-
vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liqui- no valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média
dação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) do comprometimento percentual da receita corrente líquida
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que
poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada
Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente. dos limites de endividamento de que tratam os incisos VI e
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) VII do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni- limites de endividamento previstos, não se aplicando a esse
cípios aferirão mensalmente, em base anual, o comprome- financiamento a vedação de vinculação de receita prevista
timento de suas respectivas receitas correntes líquidas com no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído
o pagamento de precatórios e obrigações de pequeno valor. pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) § 20. Caso haja precatório com valor superior a 15%
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os (quinze por cento) do montante dos precatórios apresenta-
fins de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias, dos nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento)
patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e do valor deste precatório serão pagos até o final do exercício
de serviços, de transferências correntes e outras receitas seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios
correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Cons- subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção mone-
tituição Federal, verificado no período compreendido pelo tária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares
segundo mês imediatamente anterior ao de referência e os de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40%
11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades, e de- (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde
duzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distri- judicial e que sejam observados os requisitos definidos na
to Federal e aos Municípios por determinação constitucional; regulamentação editada pelo ente federado. (Incluído pela
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) Emenda Constitucional nº 94, de 2016)

Organograma do Poder Judiciário


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Supremo Tribunal Federal b) nas infrações penais comuns, o Presidente da Repúbli-
ca, o Vice‑Presidente, os membros do Congresso Nacional,
Trata‑se de órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro, seus próprios Ministros e o Procurador‑Geral da República;
sendo composto por onze Ministros, escolhidos entre cida- c) nas infrações penais comuns e nos crimes de respon-
dãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco e menos sabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da
de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto
e reputação ilibada. no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tri-
Percebe‑se que para ser Ministro do Supremo Tribunal bunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática
Federal não se faz necessário o requisito de ser formado Ba- de caráter permanente;
charel em Direito, sendo suficientes os requisitos da idade e d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas
do notável saber jurídico e reputação ilibada. Sob a vigência referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e
da Constituição de 1891, na qual fazia exigência apenas do o habeas data contra atos do Presidente da República, das
“notável saber”, sem o “jurídico”, o então presidente Floriano Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do
Peixoto nomeasse o médico Barata Ribeiro e os generais Ino- Tribunal de Contas da União, do Procurador‑Geral da Repú-
cêncio Galvão de Queiroz e Raymundo Ewerton de Quadros. blica e do próprio Supremo Tribunal Federal;
Os Ministros são escolhidos pelo Presidente da Repú- e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo interna-
blica, devendo ainda obter a aprovação do Senado Federal, cional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;
com o quorum de maioria absoluta, mediante resolução, f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados,
com prévia sabatina pelos senadores220. a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive
Compete ao Supremo Tribunal Federal, guardião da Cons- as respectivas entidades da administração indireta;
tituição, julgar as causas que diretamente atinjam normas g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
(regras e princípios) inseridas no texto constitucional. i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior
Esta competência pode ser originária e recursal, aquela ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcio-
quando a ação for iniciada diretamente no Supremo Tribunal nário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição
Federal, como no caso de ação direta de inconstitucionali- do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à
dade (ADI), ação declaratória de constitucionalidade (ADC), mesma jurisdição em uma única instância;
conflito de competência, entre tantas outras. Já a competên- j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
cia recursal decorre de decisões proferidas nas instâncias or- l) a reclamação para a preservação de sua competência
dinárias, no caso os Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais e garantia da autoridade de suas decisões223;
Federais (no âmbito da justiça comum), por exemplo, quando m) a execução de sentença nas causas de sua compe-
houver afronta direta ao texto constitucional. tência originária, facultada a delegação de atribuições para
a prática de atos processuais;
Competência n) a ação em que todos os membros da magistratura
sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que
TÍTULO IV mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
............................................................................................. o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal
CAPÍTULO III de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores,
Do Poder Judiciário ou entre estes e qualquer outro tribunal;
............................................................................................. p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de
Seção II inconstitucionalidade;
Do Supremo Tribunal Federal q) o mandado de injunção, quando a elaboração da
norma regulamentadora for atribuição do Presidente da Re-
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe‑se de onze pública, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados,
Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legisla-
cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável tivas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais
saber jurídico e reputação ilibada. Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal224;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra
Ex.: as amigas Helena com 33 anos de idade, Sofia com o Conselho Nacional do Ministério Público;
39 anos de idade, Sara com 66 anos de idade e Débora
II – julgar, em recurso ordinário:
com 62 anos são advogadas renomadas, de notável saber
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas
jurídico e reputação ilibada. De acordo com a Constituição
data e o mandado de injunção decididos em única instância
Federal brasileira, poderão ser escolhidas para compor o
pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
Supremo Tribunal Federal apenas Sofia e Débora.221
b) o crime político225;
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal
decididas em única ou última instância, quando a decisão
serão nomeados pelo Presidente da República, depois de
recorrida:
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, preci- a) contrariar dispositivo desta Constituição226;
Direito Constitucional

puamente, a guarda da Constituição, cabendo‑lhe: b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei


I – processar e julgar, originariamente: federal;
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em
normativo federal ou estadual e a ação declaratória de face desta Constituição.
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal222; 223
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
Judiciário/Área Administrativa/2010.
220
Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/Área Administra- 224
Assunto cobrado na prova da FCC/MPPE/Técnico Ministerial/Área Administra-
tiva/2010. tiva/2012.
221
FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/Técnico Ministerial/Auxiliar Ad- 225
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário/Área Adminis-
ministrativo/2012. trativa/2010.
222
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria 226
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012. Nacional de Defesa Civil/2012.

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d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. Controle do Poder Judiciário
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito funda-
mental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo A Constituição prevê uma forma de controle do Poder
Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. Judiciário, assegurando a noção de freios e contrapesos
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo entre os poderes. Este controle é pertinente à fiscalização
Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconsti- contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
tucionalidade e nas ações declaratórias de constituciona- das unidades administrativas do Poder Judiciário, que deve
lidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, ser realizada pelo Poder Legislativo, e por meio do Congresso
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União. Não
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, se trata de um controle quanto à atuação do magistrado no
estadual e municipal. julgamento dos casos, pois não pode afetar propriamente a
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá de- atividade jurisdicional.
monstrar a repercussão geral das questões constitucionais A Emenda Constitucional nº 45/2004 criou o Conselho
discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal Nacional de Justiça, que se trata de um novo órgão introdu-
examine a admissão do recurso, somente podendo recu- zido na estrutura do Poder Judiciário, com sede na Capital
sá‑lo pela manifestação de dois terços de seus membros227. Federal, de natureza estritamente administrativa, ou seja,
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstituciona- sem poder jurisdicional228, com a finalidade de controle
lidade e a ação declaratória de constitucionalidade: interno do Poder Judiciário. Tem o controle da atuação ad-
I – o Presidente da República; ministrativa e financeira do Poder Judiciário e dos deveres
II – a Mesa do Senado Federal; funcionais dos juízes, além de indicar políticas institucionais
III – a Mesa da Câmara dos Deputados; de melhoria da atuação do Poder Judiciário229.
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara No mesmo sentido, o Conselho Nacional de Justiça é
Legislativa do Distrito Federal; o órgão, sem competência jurisdicional, responsável pelo
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; controle administrativo do Poder Judiciário, podendo, in-
VI – o Procurador‑Geral da República; clusive, atuar de ofício, independentemente de provocação,
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do para desconstituir atos administrativos ilegais praticados
Brasil; no âmbito do citado poder.230
VIII – partido político com representação no Congresso
Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de Cuidado! Não se trata de controlar as decisões pro­feridas
âmbito nacional. pelos magistrados, pois eles possuem independência
§ 1º O Procurador‑Geral da República deverá ser previa- funcional.
mente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos
os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. O Conselho Nacional de Justiça tem a seguinte formação
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de (15 membros):
medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada I – Presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal
ciência ao Poder competente para a adoção das providências Federal;
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado
fazê‑lo em trinta dias. pelo respectivo tribunal;
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indi-
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato nor- cado pelo respectivo tribunal;
mativo, citará, previamente, o Advogado‑Geral da União, IV – um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado
que defenderá o ato ou texto impugnado. pelo Supremo Tribunal Federal;
Art. 103‑A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal
ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus Federal;
membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucio- VI – um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo
nal, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na impren- Superior Tribunal de Justiça;
sa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de
do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, Justiça;
nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado
à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. pelo Tribunal Superior do Trabalho;
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpreta- IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior
ção e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais do Trabalho;
haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre X – um membro do Ministério Público da União, indicado
esses e a administração pública que acarrete grave insegu- pelo Procurador‑Geral da República;
rança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre XI – um membro do Ministério Público estadual, escolhi-
questão idêntica. do pelo Procurador‑Geral da República dentre os nomes in-
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, dicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
Direito Constitucional

a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser XII – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
provocada por aqueles que podem propor a ação direta de Ordem dos Advogados do Brasil;
inconstitucionalidade. XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contra- ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro
riar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, cabe- pelo Senado Federal.
rá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando‑a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão
judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida 228
Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ-DF/Técnico Judiciário/Área Administra-
com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. tiva/2013.
229
Assunto cobrado na prova da Esaf/Ministério da Integração Nacional/Secretaria
Nacional de Defesa Civil/2012
Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012.
227 230
Cespe/Anatel/Técnico Administrativo/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Dispositivos Constitucionais III – receber e conhecer das reclamações contra membros
ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços
TÍTULO IV auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços nota-
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES riais e de registro que atuem por delegação do poder público
............................................................................................. ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
CAPÍTULO III correicional dos tribunais, podendo avocar processos discipli-
Do Poder Judiciário nares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou
............................................................................................. a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais
Seção II ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas,
Do Supremo Tribunal Federal assegurada ampla defesa;
............................................................................................. IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime
contra a administração pública ou de abuso de autoridade;
Art. 103‑B. O Conselho Nacional de Justiça com­põe-se V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há
admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela menos de um ano;
EC nº 61, de 11/12/2009) VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre
I – o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação,
dada pela EC nº 61, de 11/12/2009) nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
I – um Ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado VII – elaborar relatório anual, propondo as providências
pelo respectivo tribunal; que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário
II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
pelo respectivo tribunal; mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser
III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indi- remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da
cado pelo respectivo tribunal; sessão legislativa.
IV – um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado § 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá
pelo Supremo Tribunal Federal; a função de Ministro‑Corregedor e ficará excluído da dis-
V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal tribuição de processos no Tribunal, competindo‑lhe, além
Federal; das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da
VI – um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Magistratura, as se­guintes:
Superior Tribunal de Justiça; I – receber as reclamações e denúncias, de qualquer inte-
VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de ressado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários;
Justiça; II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção
VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado e de correição geral;
pelo Tribunal Superior do Trabalho; III – requisitar e designar magistrados, delegando‑lhes
IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais,
do Trabalho; inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
X – um membro do Ministério Público da União, indicado § 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador‑Geral da
pelo Procurador‑Geral da República; República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
XI – um membro do Ministério Público estadual, escolhi- Advogados do Brasil.
do pelo Procurador‑Geral da República dentre os nomes in- § 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territó-
dicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; rios, criará ouvidorias de justiça, competentes para receber
XII – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da reclamações e denúncias de qualquer interessado contra
Ordem dos Advogados do Brasil; membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus
XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro Nacional de Justiça.
pelo Senado Federal.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supre- Superior Tribunal de Justiça
mo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos,
pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação O Superior Tribunal de Justiça também é órgão do Poder
dada pela EC nº 61, de 11/12/2009) Judiciário e foi criado para julgar os recursos em face das
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados decisões proferidas no âmbito da justiça comum (Tribunal de
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha Justiça e Tribunal Regional Federal) referentes às questões de
pela maioria absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela natureza infraconstitucional, concernentes às leis federais.
EC nº 61, de 11/12/2009) Tem a atribuição de conferir uniformidade de interpretação
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas acerca das leis federais.
neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. O Superior Tribunal de Justiça é composto de, no míni-
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação adminis- mo, trinta e três Ministros nomeados pelo Presidente da
trativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e
deveres funcionais dos juízes, cabendo‑lhe, além de outras atri- menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber
jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha
Direito Constitucional

buições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:


I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cum- pela maioria absoluta do Senado Federal231. É formado por:
primento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais
atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça,
recomendar providências; indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e mem-
bros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal
ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, poden-
do desconstituí‑los, revê‑los ou fixar prazo para que se adotem
Assunto cobrado nas seguintes provas: Funcab/MPE-RO/Técnico/Oficial de
231
as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem Diligências/2012 e FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/Técnico Mi-
prejuí­zo da competência do Tribunal de Contas da União; nisterial/Auxiliar Administrativo/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Dispositivo Constitucional i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão
de exequatur às cartas rogatórias;
TÍTULO IV II – julgar, em recurso ordinário:
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES a) os habeas corpus decididos em única ou última instân-
............................................................................................. cia pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
CAPÍTULO III Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
Do Poder Judiciário for denegatória;
............................................................................................. b) os mandados de segurança decididos em única instân-
Seção III cia pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
Do Superior Tribunal de Justiça Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória
a decisão;
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe‑se de, c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou
no mínimo, trinta e três Ministros. organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de ou pessoa residente ou domiciliada no País;
Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais
sessenta e cinco anos232, de notável saber jurídico e repu­ ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territó-
tação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria rios, quando a decisão recorrida:
absoluta do Senado Federal, sendo: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar‑lhes vigência;
I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais b) julgar válido ato de governo local contestado em face
e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, de lei federal233;
indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe
II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e mem- haja atribuído outro tribunal.
bros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal
e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. de Justiça:
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento
Competência de Magistrados, cabendo‑lhe, dentre outras funções, re-
gulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: na carreira;
I – processar e julgar, originariamente: II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo‑lhe exercer,
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária
e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados central do sistema e com poderes correicionais, cujas deci-
e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas sões terão caráter vinculante.
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, Justiça Federal
os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem A Justiça Federal Comum é composta pelos Tribunais
perante tribunais; Regionais Federais e pelos juízes federais. São cinco Tribu-
b) os mandados de segurança e os habeas data contra nais Regionais Federais. Cada Estado, assim como o Distrito
ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Federal, constitui uma seção judiciária, com sede na Capital
Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; e varas localizadas de acordo com a lei de organização judi-
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for ciária. Os juí­zes federais são membros da Justiça Federal de
qualquer das pessoas mencionadas na alínea a, ou quando o primeira instância.
coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado
ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
Dispositivos Constitucionais
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais,
TÍTULO IV
ressalvado o disposto no art. 102, I, o, bem como entre tri-
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
bunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados
.............................................................................................
a tribunais diversos;
CAPÍTULO III
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus
julgados; Do Poder Judiciário
f) a reclamação para a preservação de sua competência .............................................................................................
e garantia da autoridade de suas decisões; Seção IV
g) os conflitos de atribuições entre autoridades ad- Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais
ministrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
Direito Constitucional

judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do


Distrito Federal, ou entre as deste e da União; I – os Tribunais Regionais Federais;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da II – os Juízes Federais.
norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem‑se
ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na
excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal respectiva região e nomeados pelo Presidente da República
Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta
da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; e cinco anos, sendo:

FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico Judiciário/Área Administrati-


232
Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área
233

va/2010. Administrativa/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo
de efetiva atividade profissional e membros do Ministério internacional e Município ou pessoa domiciliada ou resi-
Público Federal com mais de dez anos de carreira; dente no País;
II – os demais, mediante promoção de juízes federais III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União
com mais de cinco anos de exercício, por antiguidade e com Estado estrangeiro ou organismo internacional234;
merecimento, alternadamente. IV – os crimes políticos235 e as infrações penais praticadas
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de
dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdi- suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas
ção e sede. as contravenções e ressalvada a competência da Justiça
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
itinerante, com a realização de audiências e demais funções da V – os crimes previstos em tratado ou convenção
atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva ju- internacional, quando, iniciada a execução no País, o re-
risdição, servindo‑se de equipamentos públicos e comunitários. sultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar reciprocamente236;
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim V‑A – as causas relativas a direitos humanos a que se
de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em refere o § 5º deste artigo;
todas as fases do processo. VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos
casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a
Competência ordem econômico‑financeira;
A competência da Justiça Federal é marcada por julgar VII – os habeas corpus, em matéria criminal de sua
as causas em que houver interesse da União ou de suas competência ou quando o constrangimento provier de
entidades descentralizadas, seja quando atuar como auto- autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a
ras, assistentes ou oponentes, com exceção das causas que outra jurisdição;
versarem sobre falência, acidente do trabalho, relacionadas VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra
ato de autoridade federal, excetuados os casos de compe-
à Justiça Eleitoral e do Trabalho.
tência dos tribunais federais;
Importante destacar que a Justiça Federal poderá assu-
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aerona-
mir a competência para julgar demandas que versem sobre
ves, ressalvada a competência da Justiça Militar237;
graves violações de direitos humanos previstos em tratados X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de
internacionais dos quais o Brasil seja parte. O procedimento estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o exequatur,
para deslocamento da competência para a Justiça Federal e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
inicia‑se após a verificação da omissão ou ineficácia dos referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à
órgãos da Justiça Estadual, quando o Procurador‑Geral da naturalização;
República poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de XI – a disputa sobre direitos indígenas238.
Justiça, o referido incidente. § 1º As causas em que a União for autora serão aforadas
na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
Dispositivos Constitucionais § 2º As causas intentadas contra a União poderão ser
aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor,
TÍTULO IV naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no
............................................................................................. Distrito Federal.
CAPÍTULO III § 3º Serão processadas e julgadas na justiça esta­dual, no
Do Poder Judiciário foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas
............................................................................................. em que forem parte instituição de previdência social e segu-
Seção IV rado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo
Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir
............................................................................................. que outras causas sejam também processadas e julgadas
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: pela justiça estadual.
I – processar e julgar, originariamente: § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluí­dos os será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de
da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns jurisdição do juiz de primeiro grau.
e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos huma-
da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; nos, o Procurador‑Geral da República, com a finalidade de
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tra-
seus ou dos juízes federais da região; tados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil
c) os mandados de segurança e os habeas data contra seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
juiz federal; Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, cons-
tituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva
Direito Constitucional

e) os conflitos de competência entre juízes federais vin-


culados ao Tribunal; Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as
juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da com- atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes
petência federal da área de sua jurisdição. da justiça local, na forma da lei.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou 234
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
empresa pública federal forem interessadas na condição de 235
Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário/Área Adminis-
autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, trativa/2010.
236
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e 237
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.
à Justiça do Trabalho; 238
FCC/TRT 9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
Justiça do Trabalho Art. 111‑A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á
de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com
A Justiça do Trabalho é o órgão do Poder Judiciário in- mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos,
cumbido de apreciar as demandas referentes ao direito do de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados
trabalho, como, por exemplo, reclamações trabalhistas em que pelo Presidente da República após aprovação pela maioria
se pleiteiam horas extras, décimo terceiro salário, férias, entre absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela
outros direitos laborais. A Constituição utiliza a expressão Emenda Constitucional nº 92/2016)
“relações de trabalho” para denotar a competência da Justiça I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos
do Trabalho, abrangendo, inclusive, as controvérsias traba- de efetiva atividade profissional e membros do Ministério
lhistas dos entes da Administração Pública direta e indireta, Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exer-
não se incluindo nessas situações as relações estatutárias da cício, observado o disposto no art. 94;
administração pública. Nesse sentido, só as relações celetistas II – os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do
(decorrentes da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT) e não Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados
estatutárias serão julgadas pela Justiça do Trabalho. pelo próprio Tribunal Superior.
São órgãos da Justiça do Trabalho: § 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Su-
I – o Tribunal Superior do Trabalho; perior do Trabalho.
II – os Tribunais Regionais do Trabalho; § 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
III – Juízes do Trabalho. I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento
O Tribunal Superior do Trabalho será composto de vinte de Magistrados do Trabalho, cabendo‑lhe, dentre outras
e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e
trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados promoção na carreira;
pelo Presidente da República após aprovação pela maioria II – o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, caben-
absoluta do Senado Federal, sendo: do‑lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa,
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho
de efetiva atividade profissional e membros do Ministério de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema,
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exer- cujas decisões terão efeito vinculante.
cício, observado o disposto no art. 94; § 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar
II – os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do e julgar, originariamente, a reclamação para a preservação de
Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados sua competência e garantia da autoridade de suas decisões.
pelo próprio Tribunal Superior. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92/2016)
Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem‑se de, Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, poden-
no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na do, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí‑la
respectiva região e nomeados pelo Presidente da República aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal
entre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e Regional do Trabalho.
cinco anos, sendo: Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura,
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos jurisdição, competência, garantias e con­dições de exercício
de efetiva atividade profissional e membros do Ministério dos órgãos da Justiça do Trabalho.
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exer-
cício, observado o disposto no art. 94; Competência
II – os demais, mediante promoção de juízes do trabalho Em regra, abrange o julgamento de dissídios individuais
por antiguidade e merecimento, alternadamente. e coletivos, sendo aqueles compostos pelo trabalhador de
Destaca‑se na Constituição que os Tribunais Regionais um lado e pela empresa de outro, enquanto que os dissídios
do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização coletivos são demandas entre sindicato dos trabalhadores
de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, versus empresas/sindicatos econômicos de outro, ou seja,
nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo‑se esses últimos objetivam solucionar interesse de uma cate-
de equipamentos públicos e comunitários. Destaca-se tam- goria determinada de trabalhadores.
bém que os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcio- • dissídio individual: decisão de interesse direto de
nar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, um trabalhador específico – julgamento pelo juiz de
a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça primeira instância;
em todas as fases do processo. • dissídio coletivo: sentença normativa que podem es-
Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por tabelecer novos direitos à determinada categoria de
um juiz singular. trabalhadores – julgamento pelos Tribunais da Justiça
do Trabalho (segunda instância).
Dispositivos Constitucionais
Dispositivos Constitucionais
TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES TÍTULO IV
............................................................................................. DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
CAPÍTULO III .............................................................................................
Direito Constitucional

Do Poder Judiciário CAPÍTULO III


............................................................................................. Do Poder Judiciário
Seção V .............................................................................................
Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Seção V
Regionais do Trabalho e dos Juízes do Trabalho Dos Tribunais e Juízes do Trabalho
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92/2016) .............................................................................................
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangi-
I – o Tribunal Superior do Trabalho; dos os entes de direito público externo e da administração
II – os Tribunais Regionais do Trabalho; pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
III – Juízes do Trabalho. Federal e dos Municípios;

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve; b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal
III – as ações sobre representação sindical, entre sindi- de Justiça;
catos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e II – por nomeação do Presidente da República, dois
empregadores; juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e ido-
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas neidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal239.
data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o
sua jurisdição; Vice‑Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal
V – os conflitos de competência entre órgãos com ju- Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do
risdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; Superior Tribunal de Justiça.
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimo-
O Tribunal Regional Eleitoral será instalado em cada
nial, decorrentes da relação de trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas Estado e no Distrito Federal, elegendo seu Presidente e o
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das Vice‑Presidente dentre os desembargadores, compondo‑se:
relações de trabalho; I – mediante eleição, pelo voto secreto:
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal
previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, de Justiça;
decorrentes das sentenças que proferir; b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de tra- Tribunal de Justiça;
balho, na forma da lei. II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo,
eleger árbitros. de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal
§ 2º Recusando‑se qualquer das partes à negociação Regional Federal respectivo;
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum III – por nomeação, pelo Presidente da República,
acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, po- de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico
dendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem Os juízes estaduais acumulam as funções de juízes
como as convencionadas anteriormente. eleitorais.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com pos-
sibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público Dispositivos Constitucionais
do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à
Justiça do Trabalho decidir o conflito. TÍTULO IV
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho com- DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
põem‑se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando .............................................................................................
possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente CAPÍTULO III
da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos Do Poder Judiciário
de sessenta e cinco anos, sendo: .............................................................................................
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos Seção VI
de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Dos Tribunais e Juízes Eleitorais
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exer-
cício, observado o disposto no art. 94; Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
II – os demais, mediante promoção de juízes do trabalho I – o Tribunal Superior Eleitoral;
por antiguidade e merecimento, alternadamente. II – os Tribunais Regionais Eleitorais;
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a III – os Juízes Eleitorais;
justiça itinerante, com a realização de audiências e demais IV – as Juntas Eleitorais.
funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor‑se‑á, no
respectiva jurisdição, servindo‑se de equipamentos públicos mínimo, de sete membros, escolhidos:
e comunitários. I – mediante eleição, pelo voto secreto:
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcio- a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal
nar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, Federal;
a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal
em todas as fases do processo. de Justiça;
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes
por um juiz singular. dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade
moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Justiça Eleitoral Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá
seu Presidente e o Vice‑Presidente dentre os Ministros do
A Justiça Eleitoral tem por incumbência julgar as deman- Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre
das relacionadas ao processo eleitoral, ao mesmo tempo em os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
que estabelece, como função peculiar, atividades adminis- Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital
trativas, a qual coordena a totalidade dos procedimentos de cada Estado e no Distrito Federal.
Direito Constitucional

necessários para a realização da eleição. § 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor‑se‑ão:


São órgãos da Justiça Eleitoral: I – mediante eleição, pelo voto secreto:
I – o Tribunal Superior Eleitoral; a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal
II – os Tribunais Regionais Eleitorais; de Justiça;
III – os Juízes Eleitorais; b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo
IV – as Juntas Eleitorais. Tribunal de Justiça;
O Tribunal Superior Eleitoral compor‑se‑á, no mínimo, II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na
de sete membros, escolhidos: Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo,
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/Área Adminis-
239

Federal; trativa/2013.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal I – o Superior Tribunal Militar;
Regional Federal respectivo; II – os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
III – por nomeação, pelo Presidente da República, Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor‑se‑á de
de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da Re-
e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. pública, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal,
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente sendo três dentre oficiais‑generais da Marinha, quatro dentre
e o Vice‑Presidente dentre os desembargadores.
oficiais‑generais do Exército, três dentre oficiais‑generais
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização
e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da
juntas eleitorais. carreira, e cinco dentre civis.
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo
os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta
funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas ga- e cinco anos, sendo:
rantias e serão inamovíveis. I – três dentre advogados de notório saber jurídico e
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justi- conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
ficado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais profissional;
de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos II – dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e
na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual membros do Ministério Público da Justiça Militar.
para cada categoria. Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior
crimes militares definidos em lei.
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as
denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança. Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o fun-
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais so- cionamento e a competência da Justiça Militar.
mente caberá recurso quando: Competência
I – forem proferidas contra disposição expressa desta A Justiça Militar tem a competência para julgar os crimes
Constituição ou de lei; militares definidos em lei, que são elencados no Código
II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois Penal Militar.
ou mais tribunais eleitorais; Importante destacar que os civis podem ser julgados
III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de no âmbito da Justiça Militar da União quando cometerem
diplomas nas eleições federais ou estaduais240; crimes tipificados como militares. Isso não ocorre no âmbito
IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de man- dos Estados, em que a Justiça Militar abrange somente o
datos eletivos federais ou estaduais;
V – denegarem habeas corpus, mandado de segurança, julgamento dos policiais e bombeiros militares.
habeas data ou mandado de injunção.
Dispositivos Constitucionais
Justiça Militar
TÍTULO IV
A Justiça Militar foi criada para julgar os crimes militares DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
definidos em lei.
São órgãos da Justiça Militar definidos na Constituição: .............................................................................................
I – o Superior Tribunal Militar; CAPÍTULO III
II – os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. Do Poder Judiciário
O Superior Tribunal Militar compor‑se‑á de quinze Mi- .............................................................................................
nistros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, Seção VIII
depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo Dos Tribunais e Juízes dos Estados
três dentre oficiais‑generais da Marinha, quatro dentre
oficiais‑generais do Exército, três dentre oficiais‑generais Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados
da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da os princípios estabelecidos nesta Constituição.
carreira, e cinco dentre civis. [...]
Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da Re-
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar
pública dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I – três dentre advogados de notório saber jurídico e os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em
conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
profissional; ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil,
II – dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do
membros do Ministério Público da Justiça Militar. posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.

Dispositivos Constitucionais Justiça Estadual

TÍTULO IV Os Estados‑membros possuem autonomia para organiza-


Direito Constitucional

DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES rem seu Poder Judiciário próprio, competindo à organização
............................................................................................. de sua estrutura, sempre atendendo aos limites traçados
CAPÍTULO III pela Constituição Federal.
Do Poder Judiciário
.............................................................................................
Seção VII Competência
Dos Tribunais e Juízes Militares A competência dos tribunais será definida na Consti-
tuição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar: iniciativa do Tribunal de Justiça.
Em regra, a competência dos Tribunais de Justiça e dos
Cespe/TRE-BA/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2010.
240 Juízes Estaduais corresponde àquela que não for de atribui-

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ção das justiças especializadas e justiça federal. Trata‑se de Ministério Público
competência residual, ou seja, o que sobrar será de compe-
tência da Justiça Estadual. O Ministério Público, por definição constitucional,
é instituição permanente, essencial à função jurisdicional
Dispositivos Constitucionais do Estado, incumbindo‑lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis. É, portanto, uma instituição voltada para a
TÍTULO IV
defesa da sociedade e do Estado Democrático de Direito.
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
O fortalecimento dessa instituição ocorreu com a Consti-
.............................................................................................
tuição Federal de 1988, pois resguardou a importante missão
CAPÍTULO III
de defender os interesses sociais, fiscalizar o cumprimento da
Do Poder Judiciário
lei (função custus legis) e defender os interesses individuais
.............................................................................................
indisponíveis.
Seção VIII
• Interesses sociais. Exemplo: combater a criminalidade,
Dos Tribunais e Juízes dos Estados
pois o Ministério Público, por meio de seu membro (Promo-
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados tor de Justiça ou Procurador da República), apresenta denún-
os princípios estabelecidos nesta Constituição. cia judicial; resguardar o patrimônio público contra desvios
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Cons- de verbas públicas; evitar danos ao meio ambiente por meio
tituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de de ação civil pública, entre tantas outras atribuições.
iniciativa do Tribunal de Justiça. • Fiscal da lei. Exemplo: quando o Ministério Público
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de é intimado para apresentar parecer sobre determinada
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais questão em processo judicial, como no caso de mandado
ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a de segurança.
atribuição da legitimação para agir a um único órgão. • Defender interesses individuais indisponíveis. Exemplo:
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do defesa de menores e incapazes.
Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em
primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de O Ministério Público não é um quarto Poder, embora
Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, popularmente faça‑se menção como se assim o fosse, em
ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efe- razão das muitas atribuições que lhe são confiadas pela
tivo militar seja superior a vinte mil integrantes. Constituição, desenvolvendo um relevante papel social.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar Para o desempenho de suas funções, a Constituição asse-
os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em gura a autonomia funcional e administrativa, delimitando os
lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, princípios institucionais do Ministério Público como sendo a
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, unidade, a indivisibilidade245 e a independência funcional246.
cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do • Unidade: os membros do Ministério Público fazem
posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. parte de um só órgão, sob o comando do Procurador‑Geral
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar pro- da República (âmbito federal) e do Procurador‑Geral de
cessar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos Justiça (âmbito estadual).
contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares mili- • Indivisibilidade: os membros do Ministério Público
tares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de atuam em nome da instituição.
juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. • Independência funcional: os membros do Ministério
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descen- Público não estão subordinados à Chefia da instituição,
tralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de estando apenas submetidos à lei e a sua consciência com
assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em seu dever funcional.
todas as fases do processo241.
Estrutura do Ministério Público
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante,
com a realização de audiências e demais funções da ati- O Ministério Público tem como estrutura organizacional:
vidade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva I – o Ministério Público da União, que compreende:
jurisdição, servindo‑se de equipamentos públicos e comu- a) o Ministério Público Federal;
nitários242. b) o Ministério Público do Trabalho;
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal c) o Ministério Público Militar;
de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
competência exclusiva para questões agrárias243. II – os Ministérios Públicos dos Estados.
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente
prestação jurisdicional, o juiz far‑se‑á presente no local Atribuições do Ministério Público
do litígio244.
O Ministério Público tem as seguintes funções, entre outras:
Direito Constitucional

FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA I – promover, privativamente, a ação penal pública, na


forma da lei;
São funções essenciais à justiça: o Ministério Público, II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e
a Advocacia Pública, a Advocacia (no âmbito privado) e a dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados
Defensoria Pública. nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a
sua garantia;
241
FCC/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2012. 245
Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal Regional Eleitoral do Acre/Técnico
242
FCC/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2012. Judiciário/Área Administrativa/2010.
243
FCC/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2012. 246
Assunto cobrado na prova da FCC/Ministério Público do Estado do Amapá/
244
FCC/TJRJ/Técnico de Atividade Judiciária/2012. Técnico Ministerial/Auxiliar Administrativo/2012.

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A sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição é vedada, sujeitando-se aos infratores à responsabilidade civil e criminal.
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para funções no Ministério Público e de magistério público, mas
a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente o mais novo não poderá filiar-se ao partido político.250
e de outros interesses difusos e coletivos; • receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou con-
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou repre- tribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas,
sentação para fins de intervenção da União e dos Estados, ressalvadas as exceções previstas em lei;
nos casos previstos nesta Constituição; • exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
V – defender judicialmente os direitos e interesses das afastou antes de decorridos três anos do afastamento do
populações indígenas; cargo por aposentadoria ou exoneração.
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos
de sua competência, requisitando informações e documentos Observação: a doutrina majoritária classifica os membros
para instruí‑los, na forma da lei complementar respectiva; do Ministério Público (Promotor de Justiça e Pro­curador da
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na República) de agentes políticos, excluindo‑se da qualificação
forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; de servidor público em sentido estrito. Isso porque a Cons-
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração tituição possui normas específicas para o cargo, ao tempo
de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de em que reserva atribuições de alta relevância para o Estado
suas manifestações processuais; Democrático de Direito.
IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde
que compatíveis com sua finalidade, sendo‑lhe vedada a repre-
sentação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. Conselho Nacional do Ministério Público
Da mesma forma que foi criado o Conselho Nacional
Observação: o art. 129 da CF enumera as funções do
de Justiça ao Poder Judiciário, a Emenda Constitucional
Ministério Público, que, por sua vez, não são taxativas, ou
nº 45/2004 trouxe o Conselho Nacional de Justiça com a
seja, outras funções desempenhadas não estão expressas função primordial de controle da atividade administrativa
no referido dispositivo. e financeira do Ministério Público, assim como dos deveres
funcionais dos seus membros.
Garantias e Vedações Aplicadas aos Membros do Não se trata de interferir na independência funcional dos
Ministério Público membros, sendo vedada qualquer atividade que submeta o
Promotor de Justiça ou Procurador da República a vontades
As garantias conferidas pela Constituição aos membros políticas de autoridades ou da própria Chefia da instituição.
do Ministério Público são semelhantes às garantias atribuídas A estrutura do Conselho Nacional do Ministério Público
aos membros do Poder Judiciário: tem sua composição formada por quatorze membros no-
• vitaliciedade: após dois anos de cumprido o estágio meados pelo Presidente da República, depois de aprovada
probatório, o membro do Ministério Público somente pode a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um
perder o cargo por decisão judicial transitada em julgado; mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
• inamovibilidade: os membros do Ministério Público I – o Procurador‑Geral da República, que o preside;
não podem ser transferidos compulsoriamente de seus car- II – quatro membros do Ministério P

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