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DLCV – FFLCH / USP
FLC0115 – Introdução aos Estudos da Língua Portuguesa II
Profa: Flaviane R. Fernandes Svartman
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postura do falante em relação ao que vai dizer: “eu acho que”, “eu acho que” não é sintaticamente independente, mas o é em
“eu tenho a impressão de que” relação ao conteúdo da oração seguinte – poderia ser suprimido
5º. Tipo: marcadores que mantém parcialmente o sentido e a sem prejuízo à quantidade de informação
função sintática originais, assumindo por acréscimo a função o Caráter de frase intercalada – goza de certa liberdade
pragmática. Ex.: “assim” – continua na função de adjunto quanto à posição:
adverbial, ao mesmo tempo em que se liga à enunciação, numa a. “me realizaria - eu acho - mais como orientadora do
função modalizadora, sinalizando hesitação ou dúvida do falante que como professora”
– pág. 101. b. “me realizaria mais como orientadora - eu acho - do
que como professora”
4. Aspecto sintático dos marcadores conversacionais c. “me realizaria mais como orientadora do que como
Marcadores verbais não lexicalizados: emissões do ouvinte (“ahn professora - eu acho”
ahn”, “uhn uhn”), pronunciados em turnos autônomos, ou
emissões do falante (“ah”, “ahn” “eh”), entremeando a estrutura 5. Tipos, funções e posições dos marcadores
oracional, são completas por si só, autônomas entoacionalmente Apenas para os verbais
e são totalmente independentes sintaticamente. Classificação de acordo com a fonte de produção:
Marcadores verbais lexicalizados: “sabe?”, “certo?”, “né?” – o Sinais do falante
sintaticamente independentes, principalmente quando iniciais e o Sinais do ouvinte
quando não são constituídos por verbos Classificação de acordo com a função:
A independência sintática nem sempre é fácil de ser identificada o Conversacional
– casos em que há uma relação de complemento entre a oração o Sintática
“encaixada” e o marcador, que funciona sintaticamente como Classificação de acordo com a posição dentro do turno:
oração principal o Em início de turno
o Ex.: “eu acho que me realizaria mais como orientadora o Em início de UC
do que como professora” – pág. 103 o Em final de turno
o Em final de UC
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Ver detalhadamente quadro da pág. 68. o Sinais do ouvinte: vêm geralmente no ponto de
Quanto à classificação de função conversacional, os marcadores discordância ou concordância com o tópico, portanto,
podem ser: localizados
o Sinais produzidos pelo falante: servem para sustentar o Relação entre forma, função e posição dos marcadores:
turno, preencher pausas, organizar o pensamento, o Sinais de tomada de turno: expressões com as quais se
monitorar o ouvinte, explicitar intenções, nomear e referir inicia ou se toma o turno em algum momento: “olhe”,
ações, marcar unidades temáticas, indicar início e fim de “certo, mas”, “você me pergunta se”, “entendi, mas”,
uma asserção, dúvida, avisar, antecipar o que será dito, “eu?” (quando o turno iniciado é uma resposta); “bem”
corrigir-se, reorganizar e reorientar o discurso (quebra com o precedente); “é isso”, “boa idéia”
o Sinais produzidos pelo ouvinte: orientar o falante e (introduzem opinião, marcam endosso), “voltando ao
monitorá-lo quanto à recepção, marcam a posição pessoal tema”, “em relação a isso” (retomam o tópico); “a
do ouvinte localmente, encorajam (marcas de propósito”, “antes que eu me esqueça” (digressão);
concordância: “ahã”, “sim”, “claro”), desencorajam “depois a gente volta a isso” (adiamento do tópico)
(marcas de discordância: “não”, “impossível”), solicitam o Sinais de sustentação do turno: usados para
esclarecimento (sinais como “diga, diga”) e não têm manutenção do turno pelo falante ou para conseguir o
apenas uma função fática assentimento do ouvinte; aparecem, no geral, em final de
Quanto às funções sintáticas: os marcadores conversacionais são UC e na forma indagativa (“viu?”, “sabe?”, “entende?”,
responsáveis pela sintaxe da interação, pela segmentação e “correto?”). Também pode ser usada a paráfrase (“em
pelo encadeamento de estruturas linguísticas; marcam resumo”, “em outras palavras”)
sintaticamente as unidades quando co-ocorrem com pausas, o Sinais de saída ou entrega do turno: aparecem no final
correções, anacolutos, reduplicações e elipses do turno, predominando na forma indagativa – “né?”,
Quanto às posições: “viu?”, “entendeu?”, “é isso aí”, “o que você acha?”
o Sinais do falante: início, meio ou fim do turno o Sinais de armação do quadro tópico: podem ocorrer no
início ou no meio do turno e indicam o panorama em que
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se encontra a conversação – “agora que estamos neste § Evasões: afastam a indisposição do ouvinte em
ponto” relação ao falante, funcionam como precaução,
o Sinais de assentimento ou discordância: produzidos anteparo – “tecnicamente...”, “oficialmente...”
pelo ouvinte durante o turno do parceiro, quase sempre
em sobreposição de vozes e não possuem função apenas
fática: “mhm”, “ahã”, “não, não”, “como?”, “ué” Referência bibliográfica
o Sinais de abrandamento: mitigam efeitos negativos e MARCUSCHI, L. A. Marcadores conversacionais. In: _____.
minoram impactos na comunicação de más notícias e Análise da conversação. São Paulo: Editora Ática, 1991.
informações desagradáveis URBANO, H. Marcadores conversacionais. In: Preti, D. (Org.)
§ Forma passiva: maneira impessoal de levar o Análise de textos orais. São Paulo: Humanitas, 2003.
foco da questão – “fui incumbido de”;
§ Marcadores de distanciamento: deslocam
responsabilidades – “os regulamentos prevêem
para este caso...”
§ Marcadores de rejeição: pequenos prefácios –
“odeio fazer estas coisas”, “a menos que me
equivoque”
§ Verbos parentéticos: em construções
parentéticas – “você não se oporá, suponho”, “não
estou sendo inconveniente, espero”; ou uso de
advérbios como “certamente”, “presumivelmente”
§ Indagações pospostas: “você esteve aqui, não
esteve?”, “fiz bem, não fiz?”