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DLCV – FFLCH / USP

FLC0115 – Introdução aos Estudos da Língua Portuguesa II


Profa: Flaviane R. Fernandes Svartman

AULA: MARCADORES CONVERSACIONAIS Operam como iniciadores ou finalizadores de unidade


comunicativa (UC)
1. Introdução: definição de marcadores conversacionais o UC: unidades que podem ou não coincidir com uma
Elementos típicos da fala, de grande frequência e significação frase, marcadas por pausas, pela entoação e por
discursivo-interacional elementos lexicais ou paralexicais
Não integram o conteúdo cognitivo do texto Em relação aos fatos gramaticais: os marcadores conversacionais
Dentro do enfoque conversacional, ajudam a construir e a dar podem co-ocorrer com certa frequência com elementos
coesão e coerência ao texto falado gramaticais, como a elipse, o anacoluto e os parênteses –
Funcionam como articuladores não só das unidades cognitivo- relevância como marcadores sintáticos com motivação
informativas do texto, como também dos interlocutores comunicativa
Elementos que amarram o texto não só como estrutura verbal
cognitiva, mas também como estrutura de interação interpessoal 2. Classes de marcadores
Os marcadores conversacionais são específicos e com funções Recursos verbais (linguísticos): classe de palavras ou
tanto conversacionais como sintáticas expressões estereotipadas, de grande recorrência, não contribuem
o Estabelecem relações estruturais e linguísticas na com informações novas para o desenvolvimento do tópico, mas
organização da conversação em turnos (troca de falantes) situam-no no contexto geral, particular ou pessoal da
e ligação interna das unidades constitutivas do turno conversação
Os marcadores podem ser: (a) verbais, (b) não verbais e (c) Podem ser:
suprassegmentais o Lexicalizados: “sabe?” (simples), “entende?” (simples),
Funções: servem de elo de ligação entre as unidades “eu acho que...” (oracional), “quer dizer” (complexo ou
comunicativas, servem de orientadores dos falantes entre si composto), “no fundo” (complexo ou composto), “eu
Podem aparecer em várias posições: na troca de falantes, na tenho a impressão de que” (oracional), “mas acho que”
mudança de tópico, nas falhas de construção, em posições (combinado)
sintaticamente regulares o Não-lexicalizados: “mm”, “ahã”, “ué”, “uhn”

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Recursos não-verbais ou paralinguísticos (não-linguísticos): o de um sintagma, entre o artigo e o nome, por


olhar, o riso, os meneios de cabeça, a gesticulação – interação exemplo
face a face; estabelecem, mantêm e regulam o contato Problemas dessa classificação: as pausas de hesitação e de
Recursos suprassegmentais (linguísticos): de natureza separação podem ter a mesma função sintática e algumas pausas
prosódica – a entoação, o alongamento, mudança de ritmo, de hesitação têm função semelhante às de ligação
pausas. Fenômenos de hesitação (repetições, pausas meditativas,
o As pausas podem ser curtas, médias ou longas; são preenchidas): indicadores de planejamento cognitivo do texto em
frequentes em final de unidades comunicativas e oposição aos sinais de separação, aparecem nos momentos em
geralmente co-ocorrem com outros marcadores; podem que o texto se organiza (passagem de um tópico para outro).
aparecer no início de turno (como hesitações ou pausas Quando as hesitações ocorrem em início de UC acarretam
preenchidas) e propiciar mudança de turno também cortes no plano linguístico
o Diferentes tipos de pausas (cf. Rath, 1979):
1. Pausas sintáticas 3. Aspecto semântico dos marcadores conversacionais
a. De ligação: no lugar de um conector “e”, “então”, Elementos esvaziados de conteúdo semântico
“mas” – funciona para construção interna da o 1º. Tipo - elementos prosódicos
unidade sem iniciar uma nova o 2º. Tipo - os elementos verbais não lexicalizados (“eh”,
b. De separação: delimita ou separa unidades “ah”, “ah ah”, “ahn ahn”)
comunicativas – após um sinal de fechamento de 3º. Tipo: vocábulos que, embora esvaziados do conteúdo
unidade ou abaixamento do tom de voz semântico original, valem para o falante testar o grau de atenção
2. Pausas não-sintáticas e participação do interlocutor – elementos lexicalizados “sabe?”,
a. De hesitação: idiossincráticas, preenchidas ou “certo?”
não, servindo para o planejamento verbal, têm 4º. Tipo: expressões que continuam semanticamente válidas, mas
motivação cognitiva a informação que passam não colabora diretamente para o
b. De ênfase: sinalizador de pensamento, reforçando conteúdo referencial do texto como estrutura tópica, refere-se à
ou chamando a atenção. Pode aparecer no interior

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postura do falante em relação ao que vai dizer: “eu acho que”, “eu acho que” não é sintaticamente independente, mas o é em
“eu tenho a impressão de que” relação ao conteúdo da oração seguinte – poderia ser suprimido
5º. Tipo: marcadores que mantém parcialmente o sentido e a sem prejuízo à quantidade de informação
função sintática originais, assumindo por acréscimo a função o Caráter de frase intercalada – goza de certa liberdade
pragmática. Ex.: “assim” – continua na função de adjunto quanto à posição:
adverbial, ao mesmo tempo em que se liga à enunciação, numa a. “me realizaria - eu acho - mais como orientadora do
função modalizadora, sinalizando hesitação ou dúvida do falante que como professora”
– pág. 101. b. “me realizaria mais como orientadora - eu acho - do
que como professora”
4. Aspecto sintático dos marcadores conversacionais c. “me realizaria mais como orientadora do que como
Marcadores verbais não lexicalizados: emissões do ouvinte (“ahn professora - eu acho”
ahn”, “uhn uhn”), pronunciados em turnos autônomos, ou
emissões do falante (“ah”, “ahn” “eh”), entremeando a estrutura 5. Tipos, funções e posições dos marcadores
oracional, são completas por si só, autônomas entoacionalmente Apenas para os verbais
e são totalmente independentes sintaticamente. Classificação de acordo com a fonte de produção:
Marcadores verbais lexicalizados: “sabe?”, “certo?”, “né?” – o Sinais do falante
sintaticamente independentes, principalmente quando iniciais e o Sinais do ouvinte
quando não são constituídos por verbos Classificação de acordo com a função:
A independência sintática nem sempre é fácil de ser identificada o Conversacional
– casos em que há uma relação de complemento entre a oração o Sintática
“encaixada” e o marcador, que funciona sintaticamente como Classificação de acordo com a posição dentro do turno:
oração principal o Em início de turno
o Ex.: “eu acho que me realizaria mais como orientadora o Em início de UC
do que como professora” – pág. 103 o Em final de turno
o Em final de UC

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Ver detalhadamente quadro da pág. 68. o Sinais do ouvinte: vêm geralmente no ponto de
Quanto à classificação de função conversacional, os marcadores discordância ou concordância com o tópico, portanto,
podem ser: localizados
o Sinais produzidos pelo falante: servem para sustentar o Relação entre forma, função e posição dos marcadores:
turno, preencher pausas, organizar o pensamento, o Sinais de tomada de turno: expressões com as quais se
monitorar o ouvinte, explicitar intenções, nomear e referir inicia ou se toma o turno em algum momento: “olhe”,
ações, marcar unidades temáticas, indicar início e fim de “certo, mas”, “você me pergunta se”, “entendi, mas”,
uma asserção, dúvida, avisar, antecipar o que será dito, “eu?” (quando o turno iniciado é uma resposta); “bem”
corrigir-se, reorganizar e reorientar o discurso (quebra com o precedente); “é isso”, “boa idéia”
o Sinais produzidos pelo ouvinte: orientar o falante e (introduzem opinião, marcam endosso), “voltando ao
monitorá-lo quanto à recepção, marcam a posição pessoal tema”, “em relação a isso” (retomam o tópico); “a
do ouvinte localmente, encorajam (marcas de propósito”, “antes que eu me esqueça” (digressão);
concordância: “ahã”, “sim”, “claro”), desencorajam “depois a gente volta a isso” (adiamento do tópico)
(marcas de discordância: “não”, “impossível”), solicitam o Sinais de sustentação do turno: usados para
esclarecimento (sinais como “diga, diga”) e não têm manutenção do turno pelo falante ou para conseguir o
apenas uma função fática assentimento do ouvinte; aparecem, no geral, em final de
Quanto às funções sintáticas: os marcadores conversacionais são UC e na forma indagativa (“viu?”, “sabe?”, “entende?”,
responsáveis pela sintaxe da interação, pela segmentação e “correto?”). Também pode ser usada a paráfrase (“em
pelo encadeamento de estruturas linguísticas; marcam resumo”, “em outras palavras”)
sintaticamente as unidades quando co-ocorrem com pausas, o Sinais de saída ou entrega do turno: aparecem no final
correções, anacolutos, reduplicações e elipses do turno, predominando na forma indagativa – “né?”,
Quanto às posições: “viu?”, “entendeu?”, “é isso aí”, “o que você acha?”
o Sinais do falante: início, meio ou fim do turno o Sinais de armação do quadro tópico: podem ocorrer no
início ou no meio do turno e indicam o panorama em que

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se encontra a conversação – “agora que estamos neste § Evasões: afastam a indisposição do ouvinte em
ponto” relação ao falante, funcionam como precaução,
o Sinais de assentimento ou discordância: produzidos anteparo – “tecnicamente...”, “oficialmente...”
pelo ouvinte durante o turno do parceiro, quase sempre
em sobreposição de vozes e não possuem função apenas
fática: “mhm”, “ahã”, “não, não”, “como?”, “ué” Referência bibliográfica
o Sinais de abrandamento: mitigam efeitos negativos e MARCUSCHI, L. A. Marcadores conversacionais. In: _____.
minoram impactos na comunicação de más notícias e Análise da conversação. São Paulo: Editora Ática, 1991.
informações desagradáveis URBANO, H. Marcadores conversacionais. In: Preti, D. (Org.)
§ Forma passiva: maneira impessoal de levar o Análise de textos orais. São Paulo: Humanitas, 2003.
foco da questão – “fui incumbido de”;
§ Marcadores de distanciamento: deslocam
responsabilidades – “os regulamentos prevêem
para este caso...”
§ Marcadores de rejeição: pequenos prefácios –
“odeio fazer estas coisas”, “a menos que me
equivoque”
§ Verbos parentéticos: em construções
parentéticas – “você não se oporá, suponho”, “não
estou sendo inconveniente, espero”; ou uso de
advérbios como “certamente”, “presumivelmente”
§ Indagações pospostas: “você esteve aqui, não
esteve?”, “fiz bem, não fiz?”

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