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Procedimento Experimental 1: Módulo de elasticidade e deformações

D.B.Silvaa , M. Thomasa
a Universidade Federal do Pampa - Campus Alegrete

Resumo
Buscando analisar o estado uniaxial de tensão e deformação de uma barra de aço em diferentes pontos sub-
metida a determinados esforços, o presente trabalho tem como intuito o cálculo do módulo de elasticidade
da barra de aço em questão, que se comporta como uma viga bi apoiada. Além disso será analisado o com-
portamento de um strain gage (SG) do tipo folha colado na estrutura, e calculado suas deformações de modo
experimental e analítico, embasado na literatura, com fórmulas matemáticas que se baseiam na Lei de Hooke,
no coeficiente de Poisson, na curvatura da linha elástica, entre outros. Para uma melhor compreensão dos
resultados obtidos, será traçado o Círculo de Mohr das tensões e deformações no SG.
Palavras-chave: análise experimental, módulo de elasticidade, tensão/deformação

1. Introdução dos em equipamentos que são submetidos a esforços


em condições reais. Ou seja, toda e qualquer defor-
Elementos mecânicos submetidos a esforços uni-
mação medida é a real deformação que atua durante
axiais constantes são casos comuns do nosso dia a
o funcionamento da estrutura [2].
dia. Para estudar a fundo as tensões atuantes nesses
O extensômetro elétrico tem seu princípio de fun-
componentes, utilizam-se técnicas de análise experi-
cionamento baseado na variação de resistência elé-
mental de tensões, que além de medir deformações,
trica quando um fio varia seu comprimento, mediante
são utilizadas para encontrar deslocamentos e ten-
a aplicação de certos esforços. Esse fio é colado em
sões atuantes em equipamentos que estão sujeitos a
um fino suporte, que por sua vez é igualmente co-
diversos tipos de carregamentos. Segundo [1], essas
lado sobre a superfície a ser monitorada, permitindo
técnicas podem ser divididas em dois grupos:
assim o acompanhamento de deformação da mesma
• Campo Global: que permite medir a distribui- [4].
ção de tensões e deformações em uma grande Outra característica importante de materiais sub-
área da estrutura. Exemplos de técnicas de Campo metidos a forças ou cargas é o módulo elástico, que
Global: Fotoelasticidade, técnica de Moiré, en- é considerado parâmetro fundamental na engenharia,
tre outras. uma vez que está ligado à descrição de várias outras
propriedades mecânicas, como por exemplo a tensão
• Pontuais: Fazem a análise em pontos especí-
de escoamento, tensão de ruptura, etc.
ficos da estrutura. Dentre a técnica mais utili-
Nesse experimento, buscaremos realizar uma ava-
zada podemos citar a extensometria, que tem
liação experimental e analítica do módulo de elastici-
como principal componente um extensômetro
dade E de um corpo maciço de aço com seção retan-
de resistência elétrica (strain gage) utilizado
gular. Também será feita uma avaliação experimen-
para medir deformações. Essa técnica baseia-
tal e analítica das deformações e tensões ocorrentes
se na variação de resistência elétrica de um con-
nessa viga de aço, após aplicada determinada carga,
dutor quando o mesmo é deformado.
com auxílio de strain gage do tipo folha.
A principal vantagem dos extensômetros de re-
sistência elétrica é que os mesmos podem ser instala-
Preprint submitted to Fundamentos de Análise Experimental 12 de dezembro de 2017
2. Objetivos fator (k) utilizado na configuração do software Cat-
man foi de 2,1, com uma tensão de 2,5V e uma taxa
2.1. Objetivo principal de aquisição de 2Hz. A Figura 1 apresenta o sistema
Este trabalho tem como principal objetivo ava- de medição empregue.
liar o módulo de elasticidade de uma viga de aço de A seguir, as Figuras 2 e3 apresentam a viga de
seção retangular, além de analisar também suas de- aço e suas dimensões transversais e longitudinais,
formações e tensões correspondentes às solicitações ponto de aplicação da carga de 2 Kg, localização do
impostas ao material. SG e do relógio comparador.
2.2. Objetivos específicos
Figura 1: Sistema de Medição do Experimento
Com o devido arranjo dos materiais, e aplicando
uma carga de 2 Kg em um ponto conhecido da barra
de aço, buscou-se calcular o módulo de elasticidade
do material, bem como as respectivas tensões e de-
formações provocadas pela força. Os resultados fo-
ram obtidos de forma experimental e analítica e com-
parados entre si. Para uma melhor compreensão, fo-
ram traçados os Círculos de Mohr para os estado de
tensão e deformação do sistema.

3. Metodologia
3.1. Materiais necessários
Fonte: Elaboração Própria
Para a realização do experimento foram utiliza-
dos um corpo de aço de seção retangular em forma
de viga, um computador com o software Catman,
Figura 2: Esquema da viga estudada com todos os seus compo-
dois Spiders, um peso-padrão de massa conhecida, nentes
um sensor de deslocamento – como trabalhamos com
1/4 de ponte foi empregue um relógio comparador,
porém caso seja utilizado uma ponte completa deve-
se optar por um sensor do tipo LVDT – barbante para
fixação dos pesos-padrão e um paquímetro. Caso
deseje-se reproduzir o ensaio posteriormente, é pos-
sível substituir o peso-padrão por outros elementos
de mais fácil acesso.
Fonte: Elaboração Própria
3.2. Montagem do sistema de medição
Previamente à realização do ensaio propriamente
dito, efetuou-se a montagem do sistema de medição. Figura 3: Seção transversal da viga
Inicialmente posicionamos o elemento a ser anali-
sado – corpo de aço – de maneira bi apoiada sobre
as bancadas do laboratório, conforme Fig. 1. Em se-
guida, como a viga já possuía o strain gage (SG) com
120Ω de resistência fixado em sua superfície, bastou
conectar os cabos do mesmo no Spider, configurar o
software (Catman) para a ligação 14 de ponte e conec-
tar o relógio comparador também ao Spider. O gage Fonte: Elaboração Própria
2
3.3. Procedimentos experimentais Dessa maneira, fazendo as corretas substituições ma-
3.3.1. Módulo de elasticidade temáticas, teremos a seguinte equação de tensão para
Para obtenção do módulo de elasticidade E foi ser aplicado em qualquer ponto desejado da barra:
necessário aplicar primeiramente uma carga conhe- 6FL
cida (F1) sobre a viga e então tomar nota do des- σ= bh2
(5)
locamento com auxílio do relógio comparador cor-
Para o caso uniaxial de tensão, a Lei de Hooke diz
respondente ao ponto em que estava posicionado o
que:
mesmo. Esse processo foi repetido por cinco vezes
afim de se obter um deslocamento médio. A Tabela σ =E×ε (6)
1 apresenta os valores encontrados.
Uma vez que foi utilizado um peso-padrão de 2 Dessa maneira, temos que:
Kg, fez-se a conversão de massa para Newtons atra-
vés da segunda Lei de Newton que diz que a força 6FL
ε= Ebh 2 (7)
aplicada é igual a massa vezes a aceleração da gra-
vidade. Adotando o valor de 9,81 sm2 para a acelera- Além da deformação causada pela força aplicada,
ção da gravidade, a força utilizada para o cálculo da a viga de aço ainda sofre deflexão ao longo de seu
tensão foi de 19,62 N. Ainda de acordo com as me- comprimento. Para a estrutura em estudo (Figura 2),
didas da viga de aço apresentadas na Figura 1 a área a curvatura da linha elástica é descrita pelas Figura 4
correspondente à seção transversal foi de 96,4 mm2 . e Equação 8
Como o relógio comparador foi posicionado no meio
da viga, é nesse ponto que conseguimos mensurar o Figura 4: Representação esquemática estrutura analisada
deslocamento da mesma. Dessa maneira, a tensão no
ponto onde se encontra o relógio comparador pode
ser dado pela Equação 1.

M. f
σ= (1)
I Fonte: Adaptado [3]
Sabendo-se que:
Pbx
M= F×L (2) y= 6EIL ×(L2 − b2 − x2 ) (8)

I= bh
3
(3) De acordo com a Equação 8 e tomando o valor de
12
x como sendo igual a L/2 (local da posição do reló-
y= h2 (4) gio comparador), temos a possibilidade de encontrar
o módulo de elasticidade analítico, visto que possuí-
Em que: mos o deslocamento que foi causado nesse ponto da
viga.
• F = força aplicada;
3.4. Avaliação experimental e analítica das defor-
• L = distância entre o ponto de aplicação da mações
força F e o relógio comparador; Ainda com a carga aplicada, foi tomado nota da
• I = momento de inércia da seção transversal do deformação experimental da viga medida pelo SG,
elemento (viga). de acordo com a Figura 3. A mesma apresentou um
valor de -37,26 µ.m
m no local de posicionamento do
SG. Após a leitura da deformação, foi possível calcu-
lar essa mesma deformação de forma analítica utili-
zando a equação da Lei de Hooke citada na Equação
3
Tabela 1: Deslocamentos aferidos
Deslocamento teste 1 teste 2 teste 3 teste 4 teste 5 média Desv.Padrão C.V
(mm) 0,86 0,83 0,81 0,79 0,79 0,816 0,030 3,64%
Fonte: Elaboração Própria

6 e tomando como base o módulo de elasticidade de do módulo de elasticidade E foram o relógio compa-
uma liga de aço estrutural A-36, de acordo com [3], rador, situado no meio da viga (L=341,25 mm) e a
cujo valor é de 200 GPa. força de aplicação, situada a 200 mm do apoio A.
Após isso, foram obtidas as deformações e ten-
sões máximas e mínimas para o SG, e para uma me- Tabela 3: Parâmetros obtidos no Experimento
lhor compreensão e traçado o Círculo de Mohr para Parâmetro Valor obtido
ambos os casos. Vale lembrar que o valor do coefici- Mom. máx(N.mm) 2774
ente de Poisson(ν) empregado foi de 0,3, comumente Mom.relógio(N.mm) 1933,56
utilizado para o cálculo de estados de deformações Tensão máx(MPa) 17,31
em aços. Por fim, foi realizado o cálculo do módulo Tensão relógio(MPa) 12,07
de elasticidade E utilizando a equação de tensão da 4
I (mm ) 798,6
viga, e comparado com o resultado do valor obtido Fonte: Elaboração Própria
analiticamente.
Assim, fazendo uso dos valores apresentados nas
4. Resultados Tabelas 2 e 3, e utilizando a Equação 8, chegamos a
A partir da tomada de dados realizada no experi- um valor de módulo de elasticidade para a barra de
mento, realizou-se os cálculos de momento, tensão, aço de E = 141,1 GPa.
deformação e módulo de elasticidade da barra de aço Dando sequência aos cálculos do experimento,
em determinados pontos. A Tabela 2 apresenta os pode-se calcular de maneira analítica a deformação
dados que foram utilizados para a determinação dos ocorrente no SG. A Tabela 4 apresenta os parâme-
parâmetros citados. tros necessários para o cálculo dessa deformação. É
importante ressaltar que os pontos de referência para
o cálculo desses parâmetros foram a força aplicada,
Tabela 2: Dados Utilizados para os Cálculos dos Parâmetros do situada a 200 mm do apoio A e o SG, situado a 70,6
Experimento
mm do apoio A. Para o cálculo da deformação analí-
Dado Obtido Valor obtido
tica no SG, também utilizou-se um módulo de elasti-
Largura da barra(mm) 9,67
cidade previamente referenciado.
Altura da barra(mm) 9,97
Força aplicada(N) 19,62
Deslocamento médio(mm) 0,816 Tabela 4: Parâmetros Obtidos no Experimento
Deformação no SG -0,0373 Dados obtidos Valor obtido
Compr. barra(mm) 682,5 Mom.SG(N.mm) 979,22
Reação de apoio A(N) 13,87 Tensão SG(MPa) 6,11
Reação de apoio B(N) 5,75 E(GPa) 200
Fonte: Elaboração Própria Fonte: Elaboração Própria

Por sua vez, a Tabela 3 apresenta os parâmetros Dessa maneira, com auxílio da Lei de Hooke (Equa-
obtidos com os dados expostos na Tabela 2. Com es- ção 6) obteve-se o valor de ε = -0,03056 mm/mm.
ses parâmetros, foi possível realizar o cálculo de ma- Assim, a Tabela 5 trás os valores obtidos experimen-
neira analítica do módulo de elasticidade E da barra talmente e analiticamente da deformação ocorrida no
de aço, utilizando a Equação 8. Vale lembrar que SG.
os pontos de referência utilizados para os cálculos
4
Tabela 5: Parâmetros Obtidos no Experimento Figura 6: Círculo de Mohr deformações
ε Experimental Analítico
(mm/mm) -0,0373 -0,03056
Fonte: Elaboração Própria

Pode-se perceber uma pequena diferença nos va-


lores de deformação analítica e experimental. Esse
fato pode ter relação com um possível erro na me-
dição das dimensões da barra de aço, por exemplo,
motivo que pode ter sido ocasionado pela limpeza
inadequada do substrato, pela presença de corrosão
e até mesmo pela barra de aço ter sido pintada e sua
tinta não ter sido completamente removida.
Para obtermos uma melhor compreensão dos re-
sultados, as Tabelas 6 e 7 apresentam os estados de
tensão e deformação para o SG e em seguida, as Fi- Fonte: Elaboração Própria
guras 5e 6 trazem um esboço do Círculo de Mohr
para os estados analisados. Importante destacar que
como dito anteriormente, o coeficiente de Poisson Tabela 6: Estado de Tensão do SGo
utilizado para calcular as deformações foi de 0,3, co- ParâmetroDados obtidos
mumente utilizado para esse tipo de aço. Vale ressal- σ mín(MPa) -6,11
tar também que a tensão cisalhante foi considerada σ máx(MPa) 0
irrelevante quando comparada à tensão normal má- τmáx 0
xima, visto que o ponto de medição da mesma ocor- Centro -3,055
reu no limite superior da seção transversal da barra Raio -3,055
de aço. Fonte: Elaboração Própria

Figura 5: Círculo de Mohr tensões


Tabela 7: Estado de Deformação do SG
ParâmetroDados obtidos
ε1 (mm/mm) -37,26
ε2 (mm/mm) 11,17
γxy máx (MPa) 0
Centro -13,05
Raio 24,22
Fonte: Elaboração Própria

Por fim, foi possível realizarmos um novo cálculo


do módulo de elasticidade E da barra de aço, uti-
lizando a deformação medida pelo SG, juntamente
Fonte: Elaboração Própria com a tensão aplicada também no SG. Novamente
com auxílio da Eq. 6, chegou-se a um valor de E
= 164,06 GPa. A diferença desse valor para o en-
contrado anteriormente pode novamente ser expli-
cado pela situação ocorrente na obtenção das defor-
mações, tendo como possível causa um erro de medi-

5
das das dimensões da barra de aço, como esclarecido
anteriormente.

5. Conclusão
No experimento em questão, foi possível analisar
e avaliar o funcionamento e o comportamento de um
strain gage quando solicitado em uma determinada
estrutura.
Através de cálculos embasados pela teoria, foi
possível a obtenção do módulo de elasticidade tanto
experimental quanto analítico da barra de aço estu-
dada, bem como a decomposição do estado de tensão
e deformação da mesma.
Quanto aos resultados, houve certa coerência nos
valores experimental e analítico obtidos, tanto de mó-
dulo de elasticidade, quanto de deformação, havendo
um pequeno coeficiente de variação entre eles, fruto
de possíveis erros no manuseio de equipamentos, er-
ros de leitura, presença de corrosão ou de tinta na
barra de aço estudada, entre outros.
De modo geral, o experimento foi de grande va-
lia, pois apresentou elementos e funcionalidades im-
portantes de temas como estado uniaxial de tensão
e extensometria, presentes de maneira constante em
nosso dia a dia.

Referências
[1] N.B.M. Araújo and S.T Castro. Garantia da integridade
estrutural do rotor da turbina da usina hidrelétrica de são
simão para funcionamento em potências superiores à no-
minal. 1o Congresso Brasileiro de Manutenção, 1996.
[2] N.M. da Silva, O. R. Lourenco, P.T.V. Gomes, and T.R.
Mansur. High-temperature strain measurements. In Inter-
national Conference on Experimental Mechanics: Advan-
ces and Applications, volume 2921, pages 244–250. Inter-
national Society for Optics and Photonics, 1997.
[3] Russell C Hibbeler. Resistência dos materiais. Pearson
Prentice Hall, 2006.
[4] T.R. MansurR. Análise de tensões em tubulação submetida
a transientes de pressão interna e temperatura, 1981.

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