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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2018.0000456046

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação / Reexame


Necessário nº 1012827-44.2015.8.26.0602, da Comarca de Sorocaba, em que são
apelantes FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO e ESTADO DE SÃO PAULO
e Recorrente JUIZO EX OFFÍCIO, é apelado CHARLEI FURINI.

ACORDAM, em 11ª Câmara de Direito Público do Tribunal de


Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Desacolheram o reexame
necessário e negaram provimento ao recurso voluntário. V.U.", de conformidade com
o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores


OSCILD DE LIMA JÚNIOR (Presidente) e AROLDO VIOTTI.

São Paulo, 19 de junho de 2018.

JARBAS GOMES
RELATOR
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

VOTO Nº 20.395/2018
11a Câmara de Direito Público
Apelação n° 1012827-44.2015.8.26.0602
Recorrente: Juízo “ex oficio”
Apelante: Fazenda do Estado de São Paulo
Apelado: Charlei Furini

MANDADO DE SEGURANÇA Direito líquido e certo.


Conclusão de curso técnico antes da sanção administrativa imposta
ao estabelecimento de ensino. Terceiro de boa-fé que não pode ser
prejudicado. Segurança concedida. Manutenção.
REEXAME NECESSÁRIO DESACOLHIDO. RECURSO
VOLUNTÁRIO NÃO PROVIDO.

Trata-se de mandado de segurança impetrado


por “CHARLEI FURINI” contra ato do “DIRETOR DE ENSINO
DE SOROCABA” objetivando assegurar o direito líquido e certo
ao reconhecimento da conclusão do curso técnico de transações
imobiliárias realizado junto à instituição Atos de Educação à
distância Universitária Ltda ME.
A r. sentença de fls. 134-138, cujo relatório se
adota, concedeu a segurança.
Inconformada, apela a assistente litisconsorcial
da autoridade administrativa apontada como coatora pleiteando
a reforma do “decisum” (fls. 141-149).
O recurso foi processado, sobrevindo as
respectivas contrarrazões (fls. 85-98).

Apelação / Reexame Necessário nº 1012827-44.2015.8.26.0602 - Sorocaba


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A douta Procuradoria-Geral de Justiça, com o


parecer de fls. 111-114, opinou pela não intervenção no feito.
É o breve relato.

A presente ação foi impetrada com a finalidade


de assegurar direito líquido e certo à validação de diploma de
curso técnico em transações imobiliárias, mediante a concessão do
“visto-confere”, o qual foi negado ao impetrante, em decorrência
da cassação da licença da "Atos Educação à Distância
Universitária Ltda".
À vista da matéria, os elementos trazidos aos
autos demonstram que o impetrante concluiu o aludido curso em
dezembro de 2010 e a cassação do estabelecimento ocorreu no ano
de 2011.
Diante deste quadro, agiu com acerto o MM.
Juízo “a quo” ao reconhecer que à época da expedição do
certificado de conclusão do curso a Instituição de Ensino estava
em funcionamento.
Bem por isso, não há dúvida de que o
impetrante frequentou e concluiu o curso técnico antes da sanção
administrativa aplicada ao estabelecimento educacional.
Portanto, incabível a recusa do órgão
competente em expedir o “visto-confere” para atestar a validade
do certificado de conclusão do curso.

Apelação / Reexame Necessário nº 1012827-44.2015.8.26.0602 - Sorocaba


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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Tem-se, ainda, que o impetrante é considerado


terceiro de boa-fé, daí porque não pode ser prejudicado pela
sanção imposta pela Administração Pública ao Estabelecimento
de Ensino.
Acerca da matéria, Maria Sylvia Zanella Di
Pietro assevera que:

“O princípio da boa-fé abrange um aspecto objetivo, que diz


respeito à conduta leal, honesta, e um aspecto subjetivo, que
diz respeito à crença do sujeito de que está agindo
corretamente. Se a pessoa sabe que a atuação é ilegal, ela está
agindo de má-fé.
Há quem identifique o princípio da boa-fé e o da proteção à
confiança. É o caso de Jesús González Perez, em sua obra
sobre El principio general de la buena fe em el derecho
administrativo. Na realidade, embora em muitos casos,
possam ser confundidos, não existe uma identidade absoluta.
Pode-se dizer que o princípio da boa-fé deve estar presente do
lado da Administração e do lado do administrado. Ambos
devem agir com lealdade, com correção. O princípio da
proteção à confiança protege a boa fé do administrado; por
outras palavras a confiança que se protege é aquela que o
particular deposita na Administração Pública. O particular
confia em que a conduta da Administração esteja correta, de
acordo com a lei e com o direito.”
(Direito Administrativo, 23ª edição atualizada até a EC
nº 62/09, pág. 87)

Apelação / Reexame Necessário nº 1012827-44.2015.8.26.0602 - Sorocaba


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No mesmo sentido:

“MANDADO DE SEGURANÇA. ATO


ADMINISTRATIVO - Negativa em apor “VISTO
CONFERE” em certificado emitido após a conclusão
em Curso de Educação de Jovens e Adultos com
Atendimento Individualizado e Presença Flexível em
Nível de Ensino Médio. Emissão que ocorreu quando
vigente liminar que autorizava a instituição de ensino
a continuar ministrando seus cursos, bem como fazer
avaliações e emitir certificados de conclusão. Fato
Consumado. Terceiro de boa-fé que não pode ser
prejudicado. Sentença que concedeu a segurança
mantida. Apelos voluntário e oficial não providos”.
(TJ-SP, Apelação nº 0044876-43.2010.8.26.0114, relator
Des. Rebouças de Carvalho, j. 05/02/2014, V.U).

Isto posto, desacolhe-se o reexame e se nega


provimento ao recurso voluntário.

José Jarbas de Aguiar Gomes


Relator

Apelação / Reexame Necessário nº 1012827-44.2015.8.26.0602 - Sorocaba

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