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Legislação Penal Extravagante

Professor Samuel Silva

Estatuto da Criança e do Adolescente – 9.069/90

1. Diferenças entre crianças e adolescentes:


1.1. Criança: É aquele de até 12 anos de idade
incompletos.
1.2. Adolescente: É aquele entre 12 e 18 anos de idade
(Até 18 anos, se o agente já completou 18 anos ele é
plenamente imputável).
1.3. Exceção a aplicação do Estatuto da Criança e do
Adolescente: Nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este estatuto as pessoas entre 18 e 21
anos de idade.
2. Processo de apuração de ato infracional:
2.1. Criança e adolescente não comete crime, mas tão
somente ato infracional.
a) Adolescente comete ato infracional: Sofrerá processo
de apuração + privação de liberdade.
b) Criança comete ato infracional: Sofrerá apenas medida
protetiva.
Nota: O ECA adotou a teoria da atividade; Se o agente
praticar ato infracional antes de completados 18 anos, ele
poderá responder perante o ECA até 21 anos de idade.
3.1. Vedações Legais: Art. 81. É proibida a venda à
criança ou ao adolescente de:
1. Armas, munições e explosivos;
2. Bebidas alcoólicas;
3. Produtos cujos componentes possam causar
dependência física ou psíquica ainda que por utilização
indevida;
4. Fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que
pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de
provocar qualquer dano físico em caso de utilização
indevida;
5. Revistas e publicações a que alude o art. 78;
6. Bilhetes lotéricos e equivalentes.
3.2. Outras Vedações:
“Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou
adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento
congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos
pais ou responsável.”
Nota: É proibido conduzir menor em compartimento
fechado; O uso de algemas segue as regras gerais.
“Súmula vinculante do STF n°11 - Só é lícito o uso de
algemas em caso de resistência e de fundado receio de
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia,
por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a
que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do
Estado".
4. Da viagem e sua exceção:
4.1. Regra: Nenhuma criança poderá viajar para fora da
comarca onde reside desacompanhada dos pais ou
responsável, sem expressa autorização judicial.
4.2. Exceção: A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua (próxima) à da residência
da criança, se na mesma unidade da Federação, ou
incluída na mesma região metropolitana;
b) a criança estiver acompanhada:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
comprovado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai,
mãe ou responsável.
Nota: A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou
responsável, conceder autorização válida por dois anos.
4.3. Quando se tratar de viagem ao exterior, a
autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:
4.3.1. Estiver acompanhado de ambos os pais ou
responsável;
4.3.2. Viajar na companhia de um dos pais, autorizado
expressamente pelo outro através de documento com firma
reconhecida.
Nota: Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma
criança ou adolescente nascido em território nacional
poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente
ou domiciliado no exterior.
5. Ato infracional: Segundo o ECA ato infracional é o
mesmo que crimes e contravenção.
6. Medidas que poderão ser tomadas contra Criança ou
Adolescente:
Art. 101. A autoridade competente poderá determinar,
dentre outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante
termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento
oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou
comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da
criança e do adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII - acolhimento institucional;
Nota: O acolhimento institucional e o acolhimento familiar
são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como
forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo
esta possível, para colocação em família substituta, não
implicando privação de liberdade.
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX - colocação em família substituta.
Nota: Se um adolescente cometer ato infracional poderá
ser submetido a uma medida de proteção ou uma medida
socioeducativa.
Nota: Crianças não podem ser submetidas a medidas
socioeducativas, tão somete medidas protetivas.

IMPORTANTE
1. É cabível o princípio da insignificância aos atos
infracionais;
2. Os atos infracionais prescrevem;
3. Mesmo que o ato infracional seja proveniente de uma
conduta prevista como crime de ação penal privada ou de
ação penal pública condicionada a representação, o
delegado agirá de ofício.
Ex: Se um menor comete crime contra a honra, não será
necessária a queixa-crime da vítima, o delegado agirá de
ofício.
Nota: Um menor não poderá ser extraditado, pois não
comete crime e sim ato infracional.
Ex: Se um menor estrangeiro comete ato infracional não
poderá ser extraditado por isso.
7. Medidas socioeducativas (Somente pode ser
aplicada aos adolescentes)
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes
medidas:
I – advertência; (Consiste na admoestação verbal)
II - obrigação de reparar o dano; (Somente se possuir
reflexos patrimoniais)
III - prestação de serviços à comunidade; (Máximo 6
meses; 8 horas semanais)
IV - liberdade assistida; (prazo mínimo de 6 meses)
Nota: A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo
de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,
revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.
V - inserção em regime de semiliberdade; (Não comporta
prazo determinado)
Nota: O regime de semiliberdade pode ser determinado
desde o início, ou como forma de transição para o meio
aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
independentemente de autorização judicial.
VI - internação em estabelecimento educacional; (Não
comporta prazo determinado)
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
(medidas protetivas)
Nota: Antes da sentença a internação terá o prazo máximo
de 45 dias.
8. Imputabilidade:
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
considerada a idade do adolescente à data do fato (Teoria
da atividade).
Nota: Esta regra é entendida por muitos doutrinadores
como um direito e garantia individual.
9. Internação:
9.1. Características da internação: Brevidade,
excepcionalidade e respeito a condição peculiar da pessoa
em desenvolvimento.
Nota: Somente os adolescentes podem sofrer medidas de
internação.
9.2. Atividades externas: Será permitida a realização de
atividades externas, a critério da equipe técnica da
entidade, salvo expressa determinação judicial em
contrário.
9.3. Prazo determinado: A medida não comporta prazo
determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis
meses.
9.4. Prazo máximo: Em nenhuma hipótese o período
máximo de internação excederá a três anos.
9.5. Liberação compulsória: A liberação será compulsória
aos vinte e um anos de idade.
9.6. Medidas de internação: Art. 122. A medida de
internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
ameaça ou violência a pessoa (prazo máximo de 3 anos);
II - por reiteração no cometimento de outras infrações
graves (prazo máximo de 3 anos);
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida
anteriormente imposta (prazo máximo de 3 meses).
Ex: “A” primário de bons antecedentes com 17 anos de
idade pratica tráfico de drogas, logo este não poderá ser
internado pois não preenche os requisitos da internação.
10. Direitos do adolescente quando privado de sua
liberdade: Art. 124. São direitos do adolescente privado
de liberdade, entre outros, os seguintes:
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do
Ministério Público;
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que
solicitada;
V - ser tratado com respeito e dignidade;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela
mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio
pessoal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene
e salubridade;
XI - receber escolarização e profissionalização;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença,
e desde que assim o deseje;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de
local seguro para guardá-los, recebendo comprovante
daqueles porventura depositados em poder da entidade;
XVI - receber, quando de sua desinternação, os
documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
11. Dos crimes
1. São aplicados aos delitos previstos no ECA as regras
gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal;
2. A ação é penal pública incondicionada;
3. Os parágrafos únicos dos arts. 228 e 229 são as únicas
modalidades de delitos culposos no ECA (Ou seja, são
previstos crimes culposos no ECA).
4. O ECA prevê apenas crimes praticados por adultos
contra o menor.
11.1. Conflitos de normas: Para resolver os conflitos do
ECA É utilizado o princípio da especialidade.
• Principio da especialidade: A existência de uma lei
especial afasta a aplicabilidade da lei geral.
• Prisão ilegal de adolescente: A autoridade que
realizar este ato responderá pelo ECA.
• Se um menor for torturado: O agente que praticar a
tortura responderá pela lei de tortura.
• Agente capaz oferece drogas a criança ou
adolescente:
• Droga ilícita: O agente que o fizer responderá pela lei
de drogas (Ex: maconha);
• Droga licita: O agente que o fizer responderá pelo
ECA (Ex: Cola de sapateiro).
Nota: Pessoas que devem ser avisadas após qualquer
prisão de adulto e adolescente segundo a:
• CF, deve-se avisar: O juiz e a família;
• CPP, deve-se avisar: O juiz a família e o MP.
• Prisão de adulto: Somente é abuso de autoridade se
deixar de avisar o juiz.
• Prisão de adolescente: Será crime do ECA se deixar
de avisar o juiz e a família.
11.2. Dos crimes em espécie:
11.3. Crimes importantes (Crimes do ECA)
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da
autoridade judiciária competente.
1. Se durar por um prazo muito intenso, poderá ser
configurado o delito de sequestro e carcere privado.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de
quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem
judicial, com o fim de colocação em lar substituto.
1. Não confundir com a subtração de incapazes (art. 249 do
CP) que tem outro fim e cabe perdão judicial.
"Subtração de incapazes
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou
interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em
virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o
fato não constitui elemento de outro crime.
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor
ou curador do interdito não o exime de pena, se destituído
ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela,
curatela ou guarda.
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do
interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o
juiz pode deixar de aplicar pena..."
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
destinado ao envio (não necessariamente o próprio
envio) de criança ou adolescente para o exterior com
inobservância das formalidades legais ou com o fito de
obter lucro.
Nota: Pratica o crime aquele que comete ato destinado ao
envio, portanto não é necessário que o envio tenha
ocorrido para que o crime fique consumado.
Art. 240, 241 e 241 C – Trata de crimes de sexo explícito
ou pornografia envolvendo criança ou adolescente.
Nota: Nestes crimes a cena de sexo explícito pode ser
tanto real quanto simulada.
OBS: Caso alguém produza filme de sexo explícito com
pessoas maiores de idade, porém com intenção de fazer
com que essas pareçam menores, haverá crime do ECA.
11.3.1. Venda de armas a criança ou adolescente:
1. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar de
qualquer forma, a criança ou adolescente arma munição ou
explosivo.
a) O agente que praticar essa conduta responde perante o
art. 16, parágrafo único do Estatuto do desarmamento.
b) Caso a venda seja de arma branca prevalece o art. 242
do ECA.
IMPORTANTE
É firme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no
sentido de que a prescrição das medidas socioeducativas
segue as regras estabelecidas no Código Penal aos
agentes menores de 21 (vinte e um) anos ao tempo do
crime, ou seja, o prazo prescricional dos tipos penais
previstos no Código Penal é reduzido de metade quando
aplicado aos atos infracionais praticados pela criança ou
pelo adolescente.

*********
Bem, por hoje é só. Não deixe de resolver as questões
que vem logo em seguida.
Espero que tenha se animado a prosseguir no curso.
Bons estudos!
Questões – Estatuto da criança e do adolescente – (Lei
nº 8.069/90)
1. Segundo a Lei nº 8.069/1990, o prazo máximo e
improrrogável para a conclusão do procedimento de
apuração de ato infracional atribuído a adolescente,
estando este internado provisoriamente, será de
a) 122 (cento e vinte e dois dias).
b) 90 (noventa dias).
c) 61 (sessenta e um dias).
d) 45 (quarenta e cinco dias).
2. Paulo e João foram surpreendidos nas dependências
da Câmara dos Deputados quando subtraíam carteiras
e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali
transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso
ao local por intermédio de João, que é servidor da
Casa.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a
seguir.
As medidas socioeducativas aplicáveis a Paulo
incluem a advertência, a obrigação de reparar o dano e
a prestação de serviços a comunidade.
( )CERTO ( )ERRADO
3. Verificada a prática de ato infracional, poderão ser
aplicadas as seguintes medidas, EXCETO
a) trabalho forçado à sociedade.
b) reparação do dano.
c) liberdade assistida.
d) advertência.
4. Sobre as medidas aplicáveis em caso de prática de
ato infracional, é CORRETO afirmar
a) que a advertência consistirá em admoestação por
escrito, encaminhada à residência do adolescente.
b) que, havendo reflexos patrimoniais, a autoridade poderá
determinar a restituição da coisa ou o ressarcimento do
dano.
c) que o regime de semiliberdade é limitado ao prazo de 6
meses.
d) que o período máximo de internação não excederá 6
anos.
5. Um Delegado de Polícia, depois de lavrado o termo
de apreensão de um adolescente apreendido em
situação de flagrante ato infracional (crime de
homicídio), de propósito, deixou de fazer imediata
comunicação à autoridade judiciária competente e à
família do apreendido, como ele lhe pedira. O Delegado
praticou:
a) nenhum crime, pois não tinha obrigação de fazer tais
comunicações.
b) crime comissivo por omissão, previsto no Código Penal.
c) crime omissivo, previsto no Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei n. 8.069/90).
d) crime de abuso de autoridade, previsto na Lei n.
4.898/65.
6. Caso se constate a participação de crianças e
adolescentes em ato infracional, somente a esses
serão aplicáveis as medidas socioeducativas
correspondentes.
( )CERTO ( )ERRADO
7. Sobre a prática de ato infracional, assinale a
alternativa correta.
a) Somente será considerada ato infracional a conduta
tipificada como crime.
b) A internação, antes da sentença, pode ser determinada
pelo prazo máximo de trinta dias.
c) Para os efeitos do Estatuto da Criança e do Adolescente,
deve ser considerada a idade do adolescente à data do
fato.
d) As condutas das crianças não são consideradas atos
infracionais, apenas as dos adolescentes.
8. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
competente poderá aplicar ao adolescente, dentre
outras, a medida de internação em estabelecimento
educacional. Sobre a aplicação dessa medida, o artigo
121 do ECA estabelece que:
a) a liberação será compulsória aos dezoito anos de idade
b) não será permitida, em qualquer hipótese, a realização
de atividades externas
c) somente será possível se o ato infracional resultar em
morte da vítima
d) não será utilizada, caso o adolescente esteja
regularmente matriculado em estabelecimento de ensino
oficial
e) em nenhuma hipótese o período máximo de internação
excederá a três anos
9. De acordo com o Estatuto da Criança e do
Adolescente, podem cometer atos infracionais
a) as crianças, apenas.
b) os adolescentes, apenas.
c) o adolescente e o adulto que ainda não completou 21
anos.
d) as crianças a partir de 9 anos de idade.
e) tanto a criança quanto o adolescente.
10. Não se exige defesa técnica, por Defensor Público
ou advogado, no processo para apuração de ato
infracional de adolescente.
( )CERTO ( )ERRADO

GABARITO DAS QUESTÕES


1B - 2C - 3A - 4B - 5C - 6C - 7C - 8E - 9E - 10E

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