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Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 1

EBD IEADTC

Encontro Didático Para


Professores da EBD na IEADTC

A Obra da Salvação
Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida

Fortaleza
2017
A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida
Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 2

Copyright
Título: A Obra da Salvação
Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida

Publicado com todos os direitos reservados por


IEADTC
Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Templo Cental
Rua. Tereza Cristina Nº 673 Centro - Fortaleza-CE

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xerográficos, fotográficos, gravação, estocagem em bancos de dados,
etc.) a não ser em citações breves com indicação da fonte.

Impresso no Brasil
ISBN

CATALOGAÇÃO NA FONTE DO
DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO
© Copyright
VV.AA. Cardoso, Samuel / Pereira, Samuel / Oliveira, Nicolas /
Sabino, Afonso / Barreto, Abedias / Clodecilio, Francisco cm 14X21
103/2p.
A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade
e a vida / Cardoso, Samuel / Pereira, Samuel / Oliveira, Nicolas /
Sabino, Afonso / Barreto, Abedias / Clodecilio, Francisco.
Fortaleza: 2017, 103 p.
Bíblia N. T. Evangelho - Crítica e interpretação
Novo Testamento - Teologia Sistemática
Livros de Lucas - Crítica e interpretação
CDD 234
As citações bíblicas foram extraídas da Edição Revista e Atualizada
de João Ferreira de Almeida, publicada pela Sociedade Bíblica do
Brasil, salvo onde outra fonte for indicada.

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Sumário
Apresentação ............................................................................................... 5
Uma Palavra................................................................................................ 7
Introdução .................................................................................................... 9
Lição 1........................................................................................................ 11
Uma Promessa de Salvação ..................................................................... 11
Lição 2........................................................................................................ 19
A Salvação na Páscoa Judaica ................................................................. 19
Lição 3........................................................................................................ 30
A Salvação e o Advento do Salvador....................................................... 30
2. Profecias sobre Jesus Cristo no Antigo Testamento. ........................... 31
Lição 4........................................................................................................ 37
Salvação - O Amor e a Misericórdia de Deus......................................... 37
Lição 5........................................................................................................ 42
A Obra Salvífica de Jesus Cristo ............................................................. 42
Lição 6........................................................................................................ 47
A Abrangência Universal da Salvação .................................................... 47
Lição 7........................................................................................................ 54
A Salvação pela Graça ............................................................................. 54
Lição 8........................................................................................................ 61
Salvação e Livre-Arbítrio ........................................................................ 61
Lição 9........................................................................................................ 69
Arrependimento e Fé Para a Salvação.................................................... 69
Lição 10...................................................................................................... 78
O Processo da Salvação ............................................................................ 78
Lição 11...................................................................................................... 82

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Adotados por Deus.................................................................................... 82
Lição 12...................................................................................................... 89
Perseverando na Fé .................................................................................. 89
Lição 13...................................................................................................... 94
Glorificados em Cristo ............................................................................. 94
Lição 14...................................................................................................... 98
Vivendo com a Mente de Cristo .............................................................. 98

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Apresentação

Primeiramente, este material objetiva ser uma “fonte de


pesquisa” para os professores da EBD (especificamente para o 4º
trimestre de 2017), além de estudantes e leitores da Bíblia em geral.
Depois, este trabalho é ao mesmo tempo simples e ousado. É
simples porque não pretende ser um comentário fechado e completo
sobre A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a
vida. Mas é também uma proposta ousada, pois estimula o leitor a ler,
a pensar e a aproximar-se da Obra da Salvação, base dos princípios
teológicos, religiosos e histórico do cristianismo ao longo de sua
história mundial.
Nelas, o autor, com uma linguagem acessiva, apresenta através
de estudos e comentários, uma visão panorâmica das instruções dadas
aquele obreiro e que são de suma importância para a igreja combater,
os desvios e ensinamento errados hoje.

Boa leitura.
Pr. Antônio José Azevedo Pereira
Em Cristo Jesus, e por que Ele vive!

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Uma Palavra

Aqui apresentaremos uma série de subsídio - treze lições -, do 4º


trimestre de 2017 -, visando cooperar com os professores da EBD no
desempenho de suas chamadas.
A nossa proposta é ajudar, jamais complicar, sendo assim,
procuramos de maneira mais prática possível facilitar para os
professores e irmãos o conteúdo que se segue.
O material aqui encontrado é simples, ele visa suprir com algo a
mais os professores da EBD, auxiliando e trazendo complemento as
lições deste trimestre.
Procuramos ser objetivos, querendo que cada professor possa
entender a nossa proposta -, que é a de colocar nas mãos algo que possa
complementar, auxiliar e contribuir no preparo das lições e também
com o aperfeiçoamento dos santos.
Este encontro é mais um e a nossa esperança e oração é que
outros sejam feitos, e que cada professor possa usufruir o máximo que
puder.

A Superintendência da EBD da IEADTC

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Introdução
Uma das bases da fé que precisa nortear a vida no contexto da
mensagem cristã é a doutrina da salvação. A mensagem cristã se torna
manca se um dos focos centrais de sua transmissão não for a razão
principal da obra redentora da morte de Cristo neste caso a doutrina da
salvação. A doutrina da salvação tem como alvo o homem sem Cristo,
sendo que sua essência básica está no fato de um Deus justo e amoroso
morrer por pecadores com características totalmente opostas às suas
qualidades, homens que só podem ter acesso a salvação por causa do
amor de Deus na obra redentora de Cristo e por ação do Espírito Santo
que é o agente para atrai-los a Deus por convencimento em detrimento
do seus pecados que tende a conduzi-los para a perdição.
O papel do Espírito Santo é essencial pois sua obra é convencer
aqueles que se apresentam com corações preparados e convencidos do
seu falso senso de justiça, juízo e pecado, sendo ele o agente que nos
conduz a uma vida de plena segurança na nossa relação com o
Altíssimo. Portanto a revelação da obra redentora de Cristo na cruz e
sua ressurreição passa necessariamente primeiro pela obra
convencedora do Espírito Santo na vida do pecador perdido que é
atraído a graça de Deus.
Por este fato a doutrina da salvação é magnífica e extremamente
necessária a sua abordagem para que não tenhamos um cristianismo
engessado que acabe por focalizar sua pregação em temas que gerem
conforto e satisfação a uma geração de pessoas que estão dentro das
igrejas porém nunca experimentaram o dom principal que foi o motivo
da obra redentora de Cristo na Cruz e sua ressurreição.

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Lição 1
Uma Promessa de Salvação
Ir. Samuel Cardoso

Texto Áureo
“E porei inimizade entre ti e a mulher e entre atua semente e a sua
semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”
Gn 3.15
Verdade Prática
A promessa da salvação foi a resposta amorosa de Deus para
reconciliar consigo mesmo o ser humano.
Leitura Bíblica em Classe
Gn 3.9-15
Objetivo Geral
Mostrar que a promessa da salvação foi a resposta amorosa de Deus
para reconciliar consigo o ser humano.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópico.
 Apresentar o conceito bíblico de salvação;
 Mostrara importância da doutrina da salvação;
 Saber que a salvação foi prometida ainda no Éden.
Introdução
A salvação é obra de Deus e é oferecida como presente pela sua
graça (Ef 2.8-9), não podendo ser alcançada por mérito ou esforço
humano (Tt 2.11). Ela tornou-se necessária após a experiência
destrutível que o homem experimentou ao pecar no Jardim do Éden, o
que tornou deplorável.
Após a queda, a imagem de Deus foi deturpada, passando o ser
humano a viver em alienação e errante, ficando assim distante dos
caminhos de Deus. Por consequência, o pecado criou uma parede de
separação entre o Ser Humano e Deus (Is 59.2; Ef 2.14).

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Por fim, Deus ao prover a lei, para mostrar a incapacidade do ser
humano de salvar a sua vida da condenação e providência o salvador
para resgatar a humanidade.
I. O Conceito Bíblico de Salvação
1. No Hebraico. Segundo Horton, no Antigo Testamento raiz
yasha ' ocorre 354 vezes, sendo a maior concentração nos Salmos (136
vezes) e nos livros proféticos (cem vezes). Significa “salvar”, “livrar"”
matizes teológicas, por exemplo, quando Moisés defende as filhas de
Reuel e as livra da ação opressiva dos pastores (Ex 2.17). Mais
frequentemente, porém, tem Deus como o sujeito e o povo de Deus
como o objeto (Teologia Sistemática Perspectiva Pentecostal, p.170).
Essa é a raiz mais importante em hebraico para salvação é yasha,
que significa de maneira prática “liberdade daquilo que prende ou
restringe”. Portanto, o verbo significa “soltar”, “liberar”, “dar
comprimento e largura a algo ou a alguém”. São vários substantivos
derivados desta raiz significam tanto o ato de libertar quanto o de
resgatar (1ºSm 11,9), além de transmitir o estado resultante de
segurança, bem-estar, prosperidade e de vitória sobre os adversários
(2ºSm 23.10,12). O particípio deste verbo é a palavra traduzida como
'Salvador', moshia, da qual vem o nome Josué, e sua forma grega,
Jesus; ambas significam 'Yahweh salva.
2. No Grego. “Salvação” tem origem também na palavra grega
sóter, soteria que ocorre pelo menos 45 vezes no NT e significa
“salvação, cura, recuperação, redenção, remédio, bem-estar”. Já o
verbo “sōzō” (salvar, conservar do mal, socorrer), ocorre 106 vezes no
NT. Paulo, em suas epístolas, é quem mais esclarece os conceitos de
salvação, mostrando que não há salvação por intermédio da Lei, nem
por esforços humanos, mas unicamente pela graça de Deus (Gl 2.16).
Cabe ao homem confiar pela fé na retidão de Cristo que o
redimiu por sua morte e que o justificou por sua ressurreição (Rm
4.25). Através de Cristo, Deus justifica o pecador sem que este mereça,
perdoa o seu pecado, reconcilia-o consigo (Rm 5.11), adota-o em sua
família (Gl 4.5), dando-lhe o selo do seu Espírito, fazendo dele uma
nova criatura. O Espírito Santo capacita o crente a viver em santidade,
mortificando a força do pecado, tornando-o semelhante a Cristo (Rm
8.29), esperando sua salvação completa e gloriosa (Fp 3.21).

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O sacrifício de Cristo teve um grande significado redentor e
resgatador. Foi um imensurável e imerecido favor da parte de Deus
para com todos nós pecadores que deveríamos sofrer merecidamente,
mas Cristo fez essa substituição: o santo pelos pecadores, o justo pelos
injustos. Os sacrifícios do Antigo Testamento tinham sua
transitoriedade temporal, mas o de Cristo teve validade eterna (Hb
10.12).
3. No Latim. Salvare (tornar seguro) e por salus (boa saúde,
ajuda). Disso, é oriundo o cumprimento latino “salve” como um desejo
de boa saúde. “Salvação significa a ação ou resultado de livramento,
preservação de algum perigo ou enfermidade, subentendendo
segurança, saúde e prosperidade”. A salvação não é uma ideia ou um
projeto apenas; é uma pessoa.
4. Relação Entre a Salvação e Outras Doutrinas. Existem
várias doutrinas bíblicas relacionadas à salvação, algumas delas
veremos no decorrer desse trimestre dentre as quais citamos:
 Do pecado (Rm 3.23);
 Da graça de Deus (Tt 2.11);
 Da expiação (Lv 17.11);
 Da redenção (Ef 1.7);
 Da propiciação (Êx 32.30);
 Da fé salvífica (Ef 2.8);
 Do arrependimento (Mc 1.14-15);
 Da confissão dos pecados (Rm 10.9-10);
 Do perdão dos pecados (Cl 3.13);
 Da regeneração (1 Pe 1.3);
 Da adoção (Gl 4.5-6);
 Da santificação (1 Co 6.11);
 Da eleição divina (1 Pe 1.2);
 Da predestinação dos salvos (Rm 8.29);
 Do livre-arbítrio (Mc 16.16);
 Da justificação (Rm 8.30);
 Da glorificação futura (Rm 8.30).
Os principais aspectos da salvação, que serão abordados num
capítulo específico, referem-se à regeneração, à justificação e à
santificação.

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Portanto, salvação é um termo abrangente cujo significado evoca
o bem-estar físico, mental, social e espiritual. Isso é justamente o que
a Bíblia diz ser sobre a salvação a saber, ela traz consigo cura,
redenção, remédio, completude, inteireza, integridade e integralidade,
que nos sãos distribuídos mediante a propiciação, expiação, adoção,
regeneração, santificação e perdão.
II. A Importância da Doutrina da Salvação
1. A Abrangência da Salvação. Enquanto o pecado nos torna
mais arrogantes e nos aliena de Deus, gerando fracasso, rebeldia,
escravidão, enfermidade, condenação e morte. A salvação traz alívio a
essa terrível situação humana de angústia, culpa e condenação. Assim,
somente em Cristo fomos salvos da maior de todas as condenações, a
saber a condenação eterna.
Quando falamos em importância da salvação, falamos de
abrangência, validade e eficácia. Sobre isso afirmamos que, a salvação
tem poder para alcançar a todos os seres humanos e é eficaz para todos
os seres humanos de todas épocas, que se arrependerem e confessarem
a Jesus Cristo como Senhor e único salvador. Nisso afirmamos que a
salvação é realizada somente, sob a mediação de Jesus. Ela significa a
novidade de vida em Cristo, onde a salvação é a porta de entrada para
reino de Deus. Podemos assim, viver e experimentar aqui e agora, em
cristo, a realidade deste reino vindouro.
Convém ainda afirmar que devemos compreender os benefícios
da salvação, afim de que possamos declarar como Paulo: “Nenhuma
Condenação há para quem está em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Entre
tantos outros benefícios convém destacar: livramento da condenação
do Inferno, libertação do poder do pecado e do poder das trevas (Cl
1.13) para experimentar a redenção em Cristo (1ªPe 1.18,19), para
cuidar da criação (Rm 8.22), para andar segundo o Espírito (Rm 8.1),
para nascer de novo (Jo 3.5) e participar da ressurreição (Cl 3.1).
2. Implicações Práticas da Salvação. Ao entendermos a
realidade da salvação no tempo presente, devemos entender que a sua
manifestação se dá na reconciliação do relacionamento do ser humano
com o seu próximo, num relacionamento saudável consigo, com a
criação e com o Criador. “Esta vida humana reconciliada com Deus
anda em justiça, amor e na prática do bem” (At 27.20,31,34; Rm 1.16;

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Ef 1.1-14). Somos a partir daí convocados para agirmos no mundo,
como agentes do Reino de Deus, promovendo a paz, o amor e a justiça
social numa sociedade caótica, carente e alienada de Deus, cujos
valores morais e espirituais estão cada vez mais deturpados pelos
pecados da ganância, do egoísmo, do individualismo, do consumismo
selvagem e de toda variedade de situações que o pecado cria e impõe
sobre o ser humano.
A compreensão da doutrina da salvação antigamente era
entendida como fuga do mundo, vivendo em um ascetismo rigoroso,
depreciando-se a criação e desconfiando de todas as coisas belas da
vida nesta terra. Hoje, já pensamos de outra maneira, pois entendemos
que a salvação nos faz ter uma outra visão sobre tudo ao nosso redor e
nos faz refletir, conviver e falar melhor sobre aquilo que está ao nosso
redor como a estética, as artes e as questões públicas e políticas;
portanto, a salvação integral tem implicações práticas de construção de
uma vida melhor na sociedade que está desmoronada nas ruínas e
desencantos do pecado.
Consideramos, portanto, que na nova vida em Cristo todos
somos chamados para o desafio de sermos agentes da transformação e
implantação do Reino de Deus nessa terra.
III – A Salvação Prometida no Éden
1. Conceito de Pecado. Segundo nosso credo Assembleiano
cremos, professamos e ensinamos que o pecado é a transgressão da Lei
de Deus: “porque o pecado é a transgressão da lei” (1ªJo 3.4 – ARA),
ou seja, a quebra do relacionamento do ser humano com Deus. Há
diversos conceitos bíblicos tanto para designar o pecado, tais como
rebelião e desobediência, como suas consequências, quais sejam:
incapacidade espiritual, falta de conformidade com a vontade de Deus
em estado, disposição ou conduta e corrupção inata dos seres humanos
(Ec 7.20; Rm 3.23).
Sobre isso, Atanásio, um dos pais da Igreja, dizia que “o pecado
é a introdução dentro da criação de um elemento desintegrador que
conduz à destruição e que somente pode ser expelido por meio de uma
nova criação”. Daí a necessidade do novo nascimento em Cristo Jesus.
Essa é, portanto, é a realidade da humanidade, desde que ele pecou no
Jardim do Éden trouxe como consequência natural do pecado, perda

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da parte de sua capacidade produtiva; Além disso o homem quanto a
mulher teriam esforços excessivos e dores para organizarem suas vidas
fora do Éden e que seus próprios corpos experimentariam as
consequências do pecado até mesmo nas situações econômicas e
sociais e, por fim, a terrível sentença de morte (Separação Total de
Deus). Portanto, o pecado foi a pior tragédia para o homem como
jamais se presenciou na história.
Seguindo essa tragédia, que foi a queda de Adão e Eva, temos as
seguintes consequências:
1) Ocorreu a depravação ou corrupção da natureza humana;
2) Originou-se a culpa como obrigação de reparar pelo
pecado, cometido diante da santidade divina;
3) Uma pena teria que ser paga;
4) Afastaram-se de Deus, alienaram-se dEle, o que é um
estado natural do homem pecador. Essa história de Gn 3 demonstra
nossa incapacidade e insuficiência de resolver o problema do pecado e
de sua salvação.
2. O Surgimento do Protoevangelho. Nesse mesmo capítulo de
Gn 3 encontramos o protoevangelho, que é o início da história da
salvação. Nesse protoevangelho quem proclama e providencia a
reconciliação da humanidade representada em Adão é o próprio Deus
que de bom grado e de forma graciosa educa o primeiro casal sobre a
sua situação e incapacidade de prove salvação para si mesmo e a
necessidade de um resgatador. Assim a trama da história da
humanidade (História-Corrida) está indo de encontro a história da
salvação em Deus (Macro-História), tendo como alvo maior a
revelação de si mesmo, de seu filho a toda a humanidade.
Assim, Jesus Cristo na história da Salvação é o:
1) Executor;
2) Proclamador;
3) Mediador da reconciliação entre a humanidade e Deus, o
prometido de Deus no éden que venceu o intento de Satanás, que
durante a história da salvação usou muitas tentativas frustadas de ferir
o calcanhar do homem, mas Cristo, através de sua salvação outorgada
na cruz, esmaga-lhe a cabeça, significando uma solução definitiva para
o estado do homem (Gn 3.15). A peçonha do pecado, que Satanás tenta

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passar ao ser humano quando fere seu calcanhar, é aniquilada pela
morte redentora de Cristo.
Portanto, Deus promete a salvação ao ser humano apesar de
sua condição de rebelado, de pecador e de inimigo de Deus por causa
do pecado. Nisto aprendemos que Deus pode realizar o que promete,
pois Ele é fiel.
3. Como Trinfuar Sobre o Pecado? (Teologia Sistemática
Pentecostal p. 350). Os passos para vencer o pecado, triunfando sobre
ele, são os seguintes:
1) Amar a Palavra de Deus, a ponto de escondê-la no coração;
isso faz com que o crente vença o pecado (Sl 119.11).
2) Crer no poder do sangue de Jesus, isto é, no sacrifício
expiatório que Ele realizou, a fim de que o pecado não tenha domínio
sobre nós (1ªJo 1.9).
3) Confiar no poder do Espírito Santo, o qual habita em nós
e, se Ele exercer pleno predomínio em nosso viver, faz-nos triunfar
sobre o pecado (Rm 8.2).
4) O ministério sacerdotal de Cristo. Ele venceu todas as
coisas, e, se estivermos nEle, também venceremos o pecado (Hb
4.15,16).
5) A nossa fé depositada em Jesus Cristo também nos faz
triunfar sobre o pecado (Fp 3.9).
6) Finalmente, a nossa total submissão e entrega a Cristo (Rm
6.14). E submissão implica ser obediente à sua vontade e também
agradar-lhe por amor.
Conclusão
Existem três instâncias humanas em que a promessa de salvação
opera.
1ª. A passada e instantânea, que se refere tanto ao sacrifício
efetuado temporalmente na cruz no tempo passado e a imposição do
alcance dessa morte no pecador agora redimido que confiou em Cristo
para o perdão e que, assim, torna-se filho de Deus e co-herdeiro com
Cristo (Cl 1.22).
2ª. A presente e progressiva, cuja ação santificadora do
Espírito demonstra em atitudes, palavras e ações (Fruto do Espírito) o
que aconteceu internamente no passado (Fp 3.12-13; 2 Pe 3.18).

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3ª. A futurista e escatológica, que é a finalização definitiva
da salvação em que nem o pecado nem a morte terão qualquer domínio
sobre o crente e quando estaremos para sempre com o Senhor.
Cabe aos alcançados por essa salvação utilizar sua capacidade
profética de interpretar o tempo presente e assim denunciar onde os
seres humanos violam a história da salvação divina e apresentar o
evangelho de Cristo como a única solução possível e real para esse
mundo tenebroso. É responsabilidade nossa, enquanto salvos em
Cristo Jesus, propagar essa tão grande boa notícia da verdade de Deus,
que quer proporcionar uma vida verdadeira e eterna, uma vida melhor
e mais rica que qualquer outra com que

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Lição 2
A Salvação na Páscoa Judaica
Ir. Samuel Cardoso

Texto Áureo
“... Eu sou o Senhor, e vos tirarei de debaixo das cargas dos
egípcios, vos livrarei da sua servidão e vos resgatarei com braço
estendido e com juízos grandes”
Êx 6.6
Verdade Prática
A libertação do povo israelita vislumbrava um plano divino maior:
libertar e salvar a humanidade.
Leitura Bíblica em Classe
Êx 12.21-24.29
Objetivo Geral
Saber que a libertação dos israelitas vislumbrava um plano divino
maior: libertar e salvar a humanidade.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada, tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
 Mostrar como se deu a instituição da Páscoa;
 Explicar a importância e o significado do cordeiro da Páscoa;
 Tratar a respeito da relevância e do significado do sangue do
cordeiro na Páscoa.
Introdução
Professor(a), para iniciar a lição faz-se necessário relembrar aos
alunos que a escravidão do povo de Deus no Egito começou depois da
morte de José, filho de Jacó, e da morte do Faraó que conhecia os
motivos de o povo ter ido morar em Gósen. O novo Faraó, com medo
de que os israelitas tornassem-se uma grande nação e tentassem
subjugar os egípcios, obrigou-os a fazerem trabalhos forçados. Não se
sabe ao certo quando isso começou, mas, ao todo, os israelitas
permaneceram 430 anos morando no Egito até que finalmente tiveram
permissão para peregrinar para a Terra Prometida.
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Nessa lição a pergunta: “O que significa a palavra Páscoa?” é
de crucial importância para todos nós. Utilize o quadro abaixo, para
explicar aos alunos o significado desta celebração para os egípcios,
judeus e cristãos.

I. A Instituição da Páscoa
1. Conceito de Páscoa. O nome hebraico para referir-se à Páscoa
é Pesah, que pode significar pular, passar por cima, saltar por cima ou
também passar de largo, no sentido de poupar a vida, pois o anjo
destruidor passou de largo e poupou os primogênitos das casas onde
fora aplicado o sangue nas ombreiras e na verga das portas (Êx 12.7).
Na véspera da última praga sobre os egípcios, Deus mandou o
povo preparar um cordeiro para ser sacrificado em cada família (Êx
12.3-6). Quando o Senhor passasse para ferir os primogênitos dos
egípcios, o sangue sobre as portas seria o sinal de que lá estaria algum
israelita e ninguém morreria naquela casa (Êx 12.13).
Além de os primogênitos dos israelitas não morrerem na noite
deste sacrifício, a Páscoa também significa o livramento da escravidão
do Egito, pois, diante da mortandade, o Faraó ordenou que o povo
saísse do Egito, temendo maiores consequências. A Páscoa tornou-se
o primeiro dia do ano religioso dos hebreus e também o começo de sua
vida nacional. Ela ocorreu dia 14 do mês de Abibe (chamado de Nisã /
Abril no calendário Romano).
2. Qual o Significado dos Elementos da Páscoa? Além do
cordeiro da Páscoa de um ano, os elementos centrais dessa festa
também eram o pão sem fermento, chamado de pão asmo - que
representava a saída rápida, pois não havia tempo de deixar a massa
crescer - e as ervas amargas que simbolizavam o tempo de amargura,
sofrimento, opressão e dor da escravidão durante os 430 anos. Essa

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refeição deveria ser feita apressadamente, com as pessoas em pé, com
vestimentas e sandálias nos pés, prontas para saírem e com um bordão
(cajado) na mão, simbolizando a pressa com que saíram do Egito. Essa
festa deveria ser celebrada continuamente para relembrar que Deus os
havia libertado do Egito.
Mais tarde, a festa passou a ser celebrada de maneira mais alegre
e, na primeira noite do Seder (ordem ou liturgia) (Cf. Curiosidades
sobre a páscoa Judaica), a família israelita festejava a liberdade que
Deus dera ao povo. Com a Páscoa, Deus dava início ao cumprimento
da promessa da terra e da constituição de uma nação feita a Abraão
(Gn 12.3). Israel estava sendo liberto do domínio de um povo e estava
sendo levado em direção à sua própria terra para construir sua
identidade. A Páscoa era o símbolo de que, agora, os israelitas não
eram mais escravos condenados a viverem sem uma terra.
A Páscoa representa a verdadeira libertação que uma nação pode
experimentar: a liberdade espiritual para servir ao Criador (Êx 12.1—
13.16). A páscoa judaica, portanto, aponta e encontra sua finalidade e
término na vida, na morte e na ressurreição de Cristo. Assim, tanto a
Páscoa quanto a Ceia do Senhor apontam para o mesmo simbolismo:
o sacrifício de Cristo. Ambos apontam o antes e o depois do maior
evento da história: A Morte e Ressurreição de Cristo.
A Páscoa cristã é o memorial de como Deus substituiu os
sacrifícios temporários pelo sacrifício definitivo. O cordeiro do Antigo
Testamento era sombra do verdadeiro cordeiro. Ao comemorarmos a
Páscoa e a Ceia do Senhor, devemos entender que Cristo é o
fundamento e a essência da nossa salvação da condenação da morte.
Se não atentarmos para Cristo, nossa Páscoa torna-se vazia do
verdadeiro sentido. Somos chamados a celebrar com alegria e gratidão
porque o verdadeiro Cordeiro anulou nossa culpa de forma definitiva
e purificou-nos, tornando-nos dignos de achegarmo-nos à presença de
Deus. Agora, somos santificados, justificados e continuamente
perdoados em Cristo (Rm 5.1-2).
Os paralelos bíblicos entre a Páscoa judaica e a morte de Jesus
são muitos; dentre eles, destacamos: Cristo foi o Cordeiro pascal; sem
a morte do animal sacrificado, não haveria remissão de pecados; o
tempo da morte de Jesus coincidiu com a morte dos cordeiros da festa

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judaica; o sangue, como elemento central, era oferecido no altar da
mesma forma que Jesus ofereceu seu sangue no altar celestial; as
famílias judaicas comiam o cordeiro em volta da mesa na noite da
Páscoa; assim, também, participamos da comunhão da Ceia à mesa do
Senhor com os elementos que representam o corpo e o sangue do
Cordeiro (1ªCo 11.24-25) na comunhão dos santos.
II. O Cordeiro da Páscoa
1. Contexto Bíblico Sobre o Cordeiro. O cordeiro oferecido
como sacrifício era exigido em quatro circunstâncias no judaísmo: na
comemoração da Páscoa (Êx 12.5; Lv 23.12); na oferta pelo pecado
(Lv 4.32); em algumas cerimônias de purificação (Lv 12.6; 14.10; Nm
6.12) e nos sacrifícios matutinos e vespertinos. No judaísmo, o
cordeiro era amplamente usado como sacrifício para perdão de
pecados; essa, porém, não era a única finalidade. A Bíblia apresenta-
nos ainda outras passagens em que o cordeiro era usado para outros
fins, como é o caso de Abel (Gn 4.3-5); Abraão (Gn 22.13), que
ofereceu o cordeiro como prova da sua fidelidade e obediência a Deus.
O cordeiro da Páscoa deveria ser morto e comido à noite em
família. Se uma família fosse muito pequena, poderia juntar-se à outra
e, assim, estabelecer uma comunhão mais ampla. Portanto, essa Páscoa
é a que serve de base para a Páscoa cristã. Apesar de sua tamanha
grandeza, Deus esvaziou-se e, na pessoa do seu filho, assumiu a forma
humana; como cordeiro imaculado, foi até à morte e morte de cruz (Fp
2.5-8).
2. Comparando o Cordeiro a Cristo. Comparativamente a
Cristo, havia algumas exigências que deveriam ser observadas quando
se oferecia um cordeiro: o cordeiro deveria ser completamente limpo,
sem manchas e sem defeitos; exigia-se um cordeiro imaculado,
plenamente saudável (Lv 4.32; Nm 6.14); esse simbolismo aponta para
Jesus, o verdadeiro e perfeito Cordeiro pascal e o sacrifício completo.
Após a morte de Jesus, a Igreja Primitiva entendeu, a partir de uma das
ordenanças dEle (1 Co 11.23), que a Ceia do Senhor poderia substituir
a Páscoa. Isso não significa que abolimos a comemoração da Páscoa;
significa apenas que a morte de Cristo é rememorada também na Ceia
do Senhor (1ªCo 10.16-17).

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O principal sentido da Ceia do Senhor é alimentar e sustentar a
comunhão com Cristo, sendo Ele o anfitrião, salientando que a
comunhão com o corpo de Cristo dá-se na relação comunitária com os
irmãos que compõe esse corpo. Mas há diferenças básicas também
entre os sacrifícios de Cristo e do cordeiro: o sacrifício de Cristo foi
eterno e perfeito, enquanto o pascoal judaico era efêmero e temporal;
e, gloriosamente, Cristo ressuscitou!
3. Prefigurações Para os Quais o Cordeiro Aponta. Além
dessas semelhanças acima expostas, vários outros eventos da Páscoa
prefiguram o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo:
a. Deus manifestou sua graça ao tirar os israelitas do Egito por
causa da aliança que fizera com Abraão. Assim também, nossa
salvação é uma obra da graça de Deus que nos vem através de Cristo
(Ef 2.8-10).
b. O sangue aplicado à verga da porta salvaria da morte o filho
primogênito das famílias, apontando para a morte de Cristo, o
primogênito de Deus, que nos salva da sua ira contra o pecado. Assim,
o substituto primogênito de Deus ocupou o nosso lugar (1ªCo 5.7).
c. O cordeiro tinha que ser perfeito apontando para a perfeição
de Cristo (Jo 8.46; Hb 4.15).
d. Criava-se uma identidade com o cordeiro ao comer de sua
carne, pois ele salvou-os da morte física. Assim, os salvos são
identificados com Cristo na comunhão à mesa da Ceia do Senhor (1ªCo
11.24).
e. A fé foi um elemento fundamental porque levou a
obediência em sacrificar e comer o cordeiro (Hb 11.28); da mesma
forma, a salvação é obtida através da fé em obediência a Cristo (Rm
1.5; 16.26).
f. Devia-se comer o cordeiro com os pães asmos, sem
fermento. Na Bíblia, o fermento muitas vezes simboliza o pecado e a
corrupção; da mesma forma como devemos manter-nos afastados
dessas realidades.
g. Semelhantemente, o povo de Deus deve separar-se do
mundo pecaminoso e dedicar-se exclusivamente a Deus.
O grande valor e abrangência da morte de Cristo como Cordeiro
de Deus foi celebrado por Pedro (1 Pe 1.18-21).

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Apontando para o futuro, o apóstolo João profetizou quanto ao
nosso estado eterno com Cristo: “E a cidade não necessita de sol nem
de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem
alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Ap 21.23).
III. O Sangue do Cordeiro
1. O Sacrifício no AT. A primeira vez que a Bíblia fala de
sacrifícios é no livro de Gênesis após a Queda de Adão e Eva (Gn 3.21;
4.1-7). O sacrifício era uma forma de lidar com os problemas criados
pelo pecado, que destrói a paz que deveria existir entre Deus e a
humanidade. Os sacrifícios eram oferecidos para fazer expiação, ou
seja, os pecados eram perdoados e, mediante esse perdão, sua relação
com Deus era restabelecida.
Um dos símbolos principais do sacrifício é o sangue do animal
que é sacrificado. O sangue era o principal elemento da expiação, pois
representava a vida. Era a vida do animal, “derramada” na morte, que
restabelecia a paz entre Deus e as pessoas (Lv 17.11).
2. A Uso do Sangue nos Sacrifícios. O sangue cerimonial no
Antigo Testamento representava o oferecimento da vida entregue
como rendição e dedicação a Deus, desde a queda do primeiro casal
(Gn 3.21). Por isso, oferecer o sangue de um animal é elemento central
para o perdão de pecados. Quem pecasse deveria saber que seu destino
seria a morte, mas o animal ocuparia o seu lugar, e o sangue desse
animal aspergido seria o sinal visível de que seu pecado foi perdoado.
Portanto, o substituto seria um inocente animal, cuja figura
aponta para Cristo como o sacrifício inocente pela humanidade. A cruz
oferece-nos um sinal do perdão dos pecados quando olhamos para ela
e lembramos de que, ali, o sangue de um inocente foi vertido — o que
nos serve de alento e libertação da culpa diante dos pecados cometidos.
Assim, somos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, e a sua
vida ressurreta é a garantia de que somos salvos e que, um dia, também
experimentaremos a ressurreição.
O cordeiro imolado e o seu sangue aspergido ocupavam o lugar
do ofertante pecador. A lógica era que a vida do animal substituía
simbolicamente a vida do pecador. Essa substituição era simbolizada
pela apresentação do sangue do animal no altar como resgate pela vida

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do pecador. Outras vezes, era visto como o pagamento de uma dívida
ou a oferta pela culpa (cf. Lv 7.2).
Assim, o sangue era visto como uma forma de purificar tanto as
pessoas quanto os lugares e objetos, possibilitando que o Deus
totalmente puro e santo se fizesse presente entre o povo. No Novo
Testamento, Jesus Cristo derramou seu sangue para purificar a raça
humana e tornar nosso corpo um lugar santo e legítimo de receber a
presença de seu Espírito Santo (1ªCo 3.16-18).
3. Significado de Expiação. O sangue de Cristo expiou nossa
culpa. No hebraico, “expiação” significa, literalmente, “cobrir”. Inclui
a ideia de cobrir o pecado, como também o pecador (Lv 4.20; 5.18).
Dessa forma, o pecado é ocultado da vista de Deus, de modo que o
pecador já não provoca a ira de Deus.
Sendo assim, como bem observa Pearlman, “a necessidade da
expiação é consequência de dois fatos: a santidade de Deus e o pecado
do ser humano”. A reação da santidade de Deus contra o pecado é
conhecida como sua ira, que pode ser evitada mediante a expiação.
A vida abundante de Deus (Jo 10.10) nos é comunicada mediante
o sangue de Cristo vertido na cruz. O sangue de Cristo restaurou a
aliança com o Pai e, agora, mediante esse sangue, já não somos
pecadores distantes, quer gentios, ou europeus, ou asiáticos, ou
africanos, ou latino-americanos; já não somos pobres, ou ricos, ou
indígenas, ou brancos, ou negros; somos, antes de tudo, chamados
Filhos de Deus (1ªJo 3.1).
O livro de Hebreus afirma que Jesus tornou-se o Sacerdote da
sublime aliança, pois Ele recebeu um ministério ainda mais excelente
que o dos sacerdotes, assim como também a aliança da qual Ele é o
mediador; aliança muito superior à antiga, pois é fundamentada em
promessas excelsas (Hb 8.6-8). No Novo Testamento, Jesus, ao
celebrar a Páscoa na última ceia, afirmou que seu sangue era o símbolo
da nova aliança (Lc 22.14-20).
Assim, Ele tornava-se o verdadeiro Cordeiro e, ao mesmo tempo,
o verdadeiro Sacerdote. Ele foi o sacrifício e o oficiante do sacrifício.
Por essa razão, o livro de Hebreus afirma que Ele é o mediador da nova
aliança mediante o seu sangue, que redime a humanidade efetiva e
definitivamente (Hb 12.24). O sangue da nova aliança deu acesso

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direto ao trono da graça (Hb 4.16) e também autoridade exclusiva a
Jesus como o único e verdadeiro mediador entre Deus e os homens
(1ªTm 2.5), fazendo da Igreja um povo de verdadeiros sacerdotes (1ªPe
2.9), com autoridade e legitimidade para partilhar da intimidade com
o Deus de toda a criação e anunciar as Boas-Novas dessa aliança.
Conclusão
Jesus é o Cordeiro que tira o pecado da humanidade, o nosso
meio de consagração a Deus e o meio pelo qual Deus manifestou-se a
nós. Por isso, Ele é o verdadeiro Cordeiro, o verdadeiro Salvador, e é
nEle que está a verdadeira remissão de pecados (Jo 1.29-30). Jesus deu
um novo significado à Páscoa, demonstrando que agora o simbolismo
recai sobre Ele e, secundariamente, sobre a libertação dos israelitas do
Egito.
No lugar do cordeiro morto, Ele está vivo e presente na
celebração, simbolicamente demonstrado pelo pão que representa seu
corpo e pelo vinho que representa seu sangue. Esses elementos têm
sentido duplo: a morte de Cristo em seu corpo (1ªCo 11.24) partido
(ferido) e seu sangue que verteu; mas também tem o simbolismo de
sua presença atualizada simbolicamente no pão e no vinho em união
espiritual com Ele.
*Curiosidades Sobre a Páscoa Judaica*
Há Mais de Um Cálice da Páscoa Judaica?
No AT. Ao ver toda a família presente no banquete pascal, é
possível imaginar a enorme alegria que tomou conta do coração do
judeu. Assim, a Páscoa não comunica somente o começo de um tempo
novo e a liberdade, mas também a vida guardada diante da morte.
A cultura judaica é uma das mais fascinantes do mundo. Os
judeus até hoje celebram a Páscoa com 4 cálices.
Neste momento você deve estar se perguntando: De onde veio a
ideia dos quatro cálices?
Os exegetas judeus observaram um detalhe interessante no livro
do Êx 6.6,7 onde há quatro verbos que se destacam:
“Portanto, dize aos filhos de Israel: Eu o Senhor, (1) vos tirarei
de debaixo das cargas dos egípcios, e (2) vos livrarei da servidão, e
(3) vos resgatarei com braço estendido e com grandes juízos.
Versículo 7: Eu (4) vos tomarei por meu povo […]” (Ex 6.6,7). Eles
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também relacionam estes quatro verbos as quatro letras do nome
inefável do Eterno, o tetragrama sagrado: Yod, Hei, Wav, Hei (Y, H,
W, H - YHWH).
No NT. A Palavra de Deus é um livro incomparável e magnífico.
No evangelho de Lucas 22, temos quatro cálices também! Vejamos:
1. Cálice da Lucas 22.17: E, tomando um cálice [1]
2 Lucas 22.20: Semelhantemente, tomou o cálice [2]
3. Lucas 22.42: “[…} passa de mim este cálice [3]
4. Lucas 22.18: “[…] não beberei do fruto da vide [4]
Perceba que os cálices no texto de Lucas não estão em uma
ordem cronológica. O versículo 18 aponta para o cálice que
“beberemos” por ocasião das bodas do Cordeiro.
Quais os Alimentos da Páscoa da Judaica?
Pedro e João, além de encontrar o lugar onde seria celebrada a
Páscoa, tinham que preparar os diversos alimentos, segundo o costume
judaico. Os pães asmos, feitos sem fermento, medindo cerca de 25
centímetros de diâmetro e alguns milímetros de espessura. A superfície
é cheia de rugas. Eram preparados com farinha diluída em água, postos
em pratos e levados ao fogo até endurecerem. Os Judeus passavam oito
dias comendo pães sem fermento semelhantes ao matzá, isto é, fatias
achatadas e crocantes de pães asmos insossos. Tudo em memória da
grande fuga do Egito, tão rápida que não houve tempo para deixar o
pão caseiro crescer (Êx 12.39-40). Eles tinham também que conseguir
as ervas amargas - alfaces, salsinha, agrião, rabanetes silvestres,
entre outras - conforme a prescrição da instituição da primeira Páscoa
em Êxodo 12.8.
E tudo aquilo envolvia a preparação de um molho espesso e
avermelhado, chamado em hebraico haroset, composto de uma
mistura de frutas secas - tâmaras, amêndoas, figos, passas - esmagadas
e diluídas em um pouco de vinagre.
Esses dois tipos de alimentos simbolizavam os sofrimentos que
os hebreus suportaram no Egito. O sentido do molho haroset era
representar os tijolos que seus antepassados tiveram que fabricar à
custa de muito esforço (Êx 1.1-14).
Para comer, além do cordeiro assado, das ervas amargosas e de
pães asmos (sem levedo), símbolo da aflição (Dt 16:3) mandados por

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Moisés, havia outros alimentos cerimoniais na mesa. Água salgada ou
vinagre era usada para mergulhar as ervas uma só vez, e também
usavam uma mistura doce de maçãs e nozes, na qual mergulhavam as
ervas e o bocado de pão antes de comer.
Qual a Ordem da Liturgia da Páscoa Judaica?
1. Oração de consagração da refeição antes do primeiro cálice
vinho, recitada pelo anfitrião (Lc 22.17-18).
2. Primeira lavagem das mãos (Jo 13.4-5).
3. Mergulho da erva na água salgada ou vinagre, que era então
passada por ele a todos os participantes.
4. Vinho é despejado no segundo cálice, depois de removida a
comida.
5. Seção de perguntas pelos filhos ao pai sobre o significado da
páscoa, quando em família, e lembrança da história do povo desde o
chamado de Abraão até a saída do Egito e a entrega da Lei.
6. A comida volta à mesa, o pai continua a falar, explicando os
elementos: o cordeiro, as ervas amargosas e os pães asmos que estavam
para comer.
7. Canto dos salmos 113 e 114, e o segundo cálice é bebido.
8. Lavagem das mãos pela segunda vez, como ato de respeito
pelo pão.
9. O anfitrião parte um dos pães em sinal de humildade,
lembrando que os pobres só têm migalhas de pão para comer. Depois
dá graças reconhecendo que Deus dá o alimento, e pelo mandamento
que o pão não deve conter levedo.
10. O anfitrião dá um pedaço do pão partido, depois de
mergulhado em ervas amargosas e mistura doce, a cada um dos
participantes (Mt 26.21; Jo 13.26,27b,30a).
11. A carne do cordeiro é comida (Depois disto, o Senhor outra
vez tomou pão, deu graças e deu aos Seus discípulos dizendo: “Isto é
o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim” Mt
26.26b; Lc 22.19; 1ªCo 11.23-24).
12. O anfitrião despeja o terceiro cálice de vinho (Lc 22.20; 1ªCo
11.25) e todos recitam a bênção de após-refeição, e cantam um corinho
especial para o vinho no terceiro cálice, e todos bebem.

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13. Os salmos 115 a 118 são recitados, e todos bebem o quarto
cálice.
14. Encerramento com um cântico de um Salmo. O cântico final
era alegre (Sl 136), uma alegria que expressava gratidão a Deus pelos
seus feitos (Cf. Mt 26.30).

REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICA:
GILBERTO, Antonio (et al.). Teologia Sistemática Pentecostal. Rio
de Janeiro: CPAD, 2008.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. Uma perspectiva
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
SOARES, Ezequias (ORG). Declaração de Fé das Assembleias de
Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as doutrinas da bíblia. São Paulo:
Vida Acadêmica, 2006.
POMMERENING, Claiton Ivan. A obra da Salvação. Rio de Janeiro:
CPAD, 2017.

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Lição 3
A Salvação e o Advento do Salvador
Prof. Abdias Barreto

Texto Áureo
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória,
como a glória do Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade”
Jo 1.14
Verdade Prática
O nascimento de Jesus Cristo se deu dentro do plano divino para
salvar a humanidade.
Leitura Bíblica em Classe
Jo 1.1-14
Objetivo Geral
Mostrar que o nascimento de Jesus Cristo se deu dentro do plano
divino para salvar a humanidade.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
 Apresentar como se deu o anúncio do nascimento do
Salvador;
 Explicar a respeito da concepção do Salvador;
 Mostrar que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”.
Introdução.
Prezado (a) professor (a), na lição de hoje estudaremos a respeito
do nascimento de Jesus, o Filho Unigênito de Deus que veio ao mundo
por amor e com a infalível missão de salvar a humanidade pecadora.
O ministério terreno de Jesus teve início com o seu nascimento na
cidade de Belém, cumprindo as profecias do Antigo Testamento.
Depois de retornarem do Egito seus pais se estabeleceram na cidade de
Nazaré, na Galileia, onde Jesus cresceu.
Jesus se fez homem, deixou parte da sua glória, se humilhou e se
fez maldição por nós para que pudéssemos ter comunhão com o Pai e
ter então direito legal à vida eterna. Como homem perfeito, Jesus é o

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nosso exemplo em todas as esferas da vida, por isso, precisamos olhar
para Ele e seguir sempre os seus passos. Olhe firmemente para o
Salvador e não permita que as dificuldades e tribulações da vida
embacem os seus olhos e o leve a perder o alvo da vida cristã: Jesus, o
Salvador.
Deus não abandonou o ser humano no pecado. Por isso, o
nascimento de Jesus marca o início de uma nova era para a
humanidade, em que a promessa de perdão e de salvação, por
intermédio de sua encarnação, posterior crucificação e morte, foi
efetuada por Ele na cruz a fim de nos redimir.
I. O Anuncio do Nascimento do Salvador
O Antigo Testamento dá abundantes predições sobre a vinda do
Messias ao mundo. Vejamos algumas dessas predições
1. No Antigo Testamento (Lc 24.27). Há várias profecias do
Antigo Testamento sobre Jesus Cristo. Alguns intérpretes dizem que
existem centenas de profecias messiânicas. Veja a seguir as que são
consideradas as mais claras e mais importantes.
Quanto ao nascimento de Jesus - Is 7.14; 9.6; Mq 5.2.
Quanto ao ministério e morte de Jesus - Zc 9.9 Sl 22.16-18.
A profecia sobre Jesus que provavelmente é a mais clara é o
capítulo 53 do livro de Isaías. Is 53.3-7.
A profecia das “setenta semanas” em Daniel capítulo 9 predisse
a data exata em que Jesus, o Messias, seria “morto”. Is 50.6 descreve
corretamente a surra que Jesus teria que aguentar. Zc 12.10 prediz que
o Messias seria “traspassado”, o que ocorreu depois de Jesus ter
morrido na cruz. Poderíamos providenciar muitos outros exemplos,
mas esses devem ser suficientes. O Antigo Testamento com certeza
profetiza sobre a vinda de Jesus como o Messias.
2. Profecias sobre Jesus Cristo no Antigo Testamento.
Discrição da Profecia Profecia Cumprimento
O messias - o primogênito da criação Pv 8.24-25 Cl 1.15; Jo 1.14-15
O messias participou com deus na Pv 8.29-30; Gn 1.26 Jo 1.10; 1.3
criação do mundo
O messias seria descendente de Abraão Gn 18.18; 12.3 At 3.25; Mt 1.1; Lc
3.34
O messias seria descendente de Isaque Gn 17.19 Mt 1.2
O messias seria descendente de Jacó Nm 24.17; Gn 28.14 Lc 3.34; Mt 1.2-3
O messias descenderia da tribo de Judá Gn 49.10 Lc 3.33; Mt 1.2-3

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Seria herdeiro do trono de Davi Is 9.7; 11.1-5; 2ºsm Mt 1.1,6
7.13; Jr 23.5
Um mensageiro anunciaria a vinda do Is 40.3 Mt 3.1
messias
A época de nascimento do messias Dn 9.25 Lc 2.1-2,3-7
O lugar de nascimento do messias Mq 5.2 Mt 2.1; Lc 2.4-7
O messias nasceria de uma virgem Is 7.14 Mt 1.18; Lc 1.26-35
O messias seria homenageado pelos reis Sl 72.10 Mt 2.1-2
Os presentes trazidos ao messias Is 60.6 Mt 2.11
A matança dos meninos Jr 31.15 Mt 2.16; 2,17-18
A fuga para o Egito Os 11.1 Mt 2.14,15
O messias receberia do espírito de Deus Sl 42.1 Mc 1.9-11
O ministério do messias na galileia Is 9.1-2 Mt 4.12-16
O messias seria profeta Dt 18.15 Jo 6.14; 1,45; At
3.19-26
O messias seria sacerdote, como Sl 110.4 Hb 6.20; 5.5-6; 7.15-
Melquisedeque 17
O messias e sua entrada triunfal Zc 9.9; Is 62.11 Jo 13.13-14; Mt
21.1-11; Jo 12.12
O messias falaria por parábolas Sl 78.2 Mt 13.34
O messias realizaria milagres Is 35.5-6; 32.3-4 Mt 11.4-5; 9.32-33
O messias teria zelo pelo o templo do Sl 69.9 Jo 2.14-16
Senhor
O messias seria desprezado por parte dos Is 53.3; Sl 2.2 Jo 1.11; 5.43; Lc
judeus 4.29; 17.25; 23.18
O messias seria traído por um amigo Sl 41.9 Mc 14.10; Mt 26.14-
16; Mc 14.43-45
O messias seria vendido por trinta Zc 11.12; 11.13 Mt 26.15; 27.3-10
moedas de pratas
As 30 moedas para comprar o campo de Zc 11.13 Mt 27.6-7; 27.3-5;
oleiro 8.10
O lugar de judas devia ser ocupado por Sl 109.7-8 At 1.18-20; 1.16-17
outro
O messias seria abandonado pelos Zc 13.7 Mt 26.56; 26.31; Mc
discípulos 14.50
O messias seria acusado por falsas Sl 35.11; 109.7-8 Mt 26.60-61
testemunhas
O messias permaneceria em silêncio Is 53.7; Sl 38.13-14 Mt 27.12-14; 26.62-
quando acusado 63
O messias seria açoitado e ferido Is 53.3 Mt 27.26
O messias seria golpeado e cuspido Is 50.6 Mc 14.65; 15.17; Jo
19.1-3; 18.22
O messias seria escarnecido Sl 22.6-8 Mt 27.41-43; Jo
19.2-3
O messias seria odiado sem motivo Sl 69.4; 109.3-5 Jo 15.23-25
As mãos e os pés do messias seriam Sl 22.16; Zc 12.10 Jo 20.27; 19.37;
traspassados 20.25-26
O messias seria crucificado com os Is 53.12 Mt 27.38; Mc 15.27-
malfeitores 28; Lc 23.33
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O messias intercederia pelos seus Is 53.12; sl 109.4 Lc 23.34; Hb
algozes 9.24; 1ªjo 2.1
Seus amigos contemplariam de longe o Sl 38.11 Lc 23.49
messias
O povo reprovaria o messias com um Sl 109.25 Mt 27.39-40; 27.41-
gesto de cabeça 44; Mc 15.29-32; Jo
19.2-3
O messias atrairia a curiosidade público Sl 22.17 Lc 23.35
As vestes do messias foram repartidas e Sl 22.18 Mc 15.24; Jo 19.24
sorteadas
O messias sentiria sede Sl 22.15; 69.21 Jo 19.28; 19.29; Mt
27.34-48
Dariam vinagre e fel para o messias Sl 69.21 Jo 19.29; Mt 27.34-
48
O messias se sentiria abandonado por Sl 22.1 Mt 27.46
Deus
Entregaria seu espírito a Deus Sl 31.5 Lc 23.46
Os ossos do messias não seriam Sl 34.20 Êx 12.46
quebrados Jo 19.32,33
Uma lança feriria o coração do messias Sl 22.14 Jo 19.34

Haveria trevas sobre a terra Am 8.9 Mt 27.45


O messias seria sepultado com rico Is 53.9 Mt 27.57-60
O corpo do messias não ficaria Sl 16.10 Lc 24.39
em decomposição e ressuscitaria
O messias subiria aos céus Sl 68.18 Lc 24.50-51; At 1.9

II. A Concepção do Salvador


1. Um Plano Concebido Desde a Fundação do Mundo - 1ªPe
1.18-20.
2. O Nascimento do Salvador - Is 9.6. Esta é verdadeiramente
uma das profecias mais incríveis já dadas. Se referindo ao prometido
nascimento uma virgem, o Emanuel (Is 7.14). O filho nascido é Jesus,
que veio ao mundo como um bebê, o filho dado é a segunda pessoa
eternamente divina.
Emanuel é o nome terrenal escolhido por Deus para o seu filho
e retrata o caráter da criança, que significa “Deus conosco” ou “Deus
está entre nós”. Agora, Isaías descreve nomes divinos que só podem
ser verdadeiros ao próprio Deus - maravilhoso conselheiro, deus forte,
pai eterno, príncipe da paz. Ele está apresentando a pessoa de messias,
como o de um homem, pois Ele era descendente de Davi, mas Ele era
para ser Deus também.
“Porque um menino nos nasceu...”, o objetivo da vinda de Cristo
foi para “nós” para o benefício de todos aqueles que o aceitam como
A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida
Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 34
Senhor e Salvador. Isaías viu a escuridão e tristeza da nação, e viu
também o filho que nasceria para remover a escuridão, e iluminar o
mundo.
3. Um Roteiro Divino de Vida. A vida e as atitudes de Jesus aqui
na terra foram todas preditas nas escrituras, embora sem nenhum
esforço nesse proposito Ele cumpriu todas as profecias a seu respeito.
“E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o
que dEle se achava em todas as escrituras” Lc 24,27.
III. O Verbo Se Fez Carne e Habitou Entre Nós
“Jesus é Deus em carne? Por que é importante que Jesus é Deus
em carne?” Desde a concepção de Jesus pelo Espírito Santo no ventre
da Virgem Maria (Lc 1.26-38), a verdadeira identidade de Jesus Cristo
sempre tem sido questionada por céticos. Tudo começou com o noivo
de Maria, José, que estava com medo de se casar com ela quando ficou
revelado que ela estava grávida (Mt 1.18-24). Ele a tomou como sua
esposa só depois de o anjo confirmar-lhe que a criança que ela
carregava era o Filho de Deus.
Centenas de anos antes do nascimento de Cristo, o profeta Isaías
predisse a vinda do Filho de Deus (Is 9.6). Quando o anjo falou a José
e anunciou o nascimento iminente de Jesus, ele aludiu à profecia de
Isaías: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será
chamado pelo nome de Emanuel - que quer dizer: Deus conosco” (Mt
1.23). Isso não quer dizer que deviam dar ao bebê o nome Emanuel;
isso significava que “Deus conosco” era a identidade do bebê. Jesus
foi Deus vindo na carne para habitar com o homem.
O próprio Jesus entendeu a especulação sobre sua identidade. Ele
perguntou a seus discípulos: “Quem diz o povo ser o Filho do
Homem?” (Mt 16.13; Mc 8.27). As respostas variaram, assim como
variam hoje. Em seguida, Jesus fez uma pergunta mais urgente: “Quem
dizeis que eu sou?” (Mt 16.15). Pedro deu a resposta certa: “Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). Jesus afirmou a verdade da
resposta de Pedro e prometeu que sobre aquela verdade Ele iria
construir a sua igreja (Mt 16.18).
A verdadeira natureza e identidade de Jesus Cristo tem
significado eterno. Cada pessoa deve responder à pergunta que Jesus

A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida


Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 35
perguntou aos discípulos: “Quem dizeis que eu sou?”. Ele nos deu a
resposta correta de muitas maneiras (Jo 14.9-10).
A Bíblia é clara sobre a natureza divina do Senhor Jesus Cristo
(ver Jo 1.1-14). Fp 2.6-7 diz que, embora Jesus estivesse: “...
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual
a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo,
tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura
humana”, Cl 2.9 diz: “... porquanto, nele, habita, corporalmente, toda
a plenitude da Divindade”.
Jesus é totalmente Deus e totalmente homem, e o fato de sua
encarnação é de extrema importância. Ele viveu uma vida humana,
mas não possuía uma natureza pecaminosa como nós. Ele foi tentado,
mas nunca pecou (Hb 2.14-18; 4.15). O pecado entrou no mundo
através de Adão, e a natureza pecaminosa de Adão foi transferida para
cada bebê nascido no mundo (Rm 5.12) - exceto para Jesus. Porque
Jesus não teve um pai humano, Ele não herdou uma natureza
pecaminosa. Ele possuía a natureza divina do Pai Celestial.
Jesus teve que atender a todas as exigências de um Deus santo
antes que pudesse ser um sacrifício aceitável para o nosso pecado (Jo
8.29; Hb 9.14). Ele teve que cumprir mais de trezentas profecias sobre
o Messias que Deus, através dos profetas, havia predito (Mt 4.13-14;
Lc 22.37; Is 53; Mq 5.2).
Desde a queda do homem (Gn 3.21-23), a única maneira de
sermos justificados diante de Deus é o sangue de um sacrifício
inocente (Lv 9.2; Nm 28.19; Dt 15.21; Hb 9.22). Jesus foi o último e
perfeito sacrifício que satisfez de uma vez por todas a ira de Deus
contra o pecado (Hb 10.14). Sua natureza divina tornou-o apto para o
trabalho de Redentor; o seu corpo humano forneceu o sangue
necessário para redimir. Nenhum ser humano com uma natureza
pecaminosa poderia pagar tal dívida. Ninguém mais poderia satisfazer
os requisitos para se tornar o sacrifício pelos pecados de todo o mundo
(Mt 26.28; 1ªJo 2,2). Se Jesus fosse meramente um homem bom como
alguns afirmam, então Ele tinha uma natureza pecaminosa e não era
perfeito. Nesse caso, a sua morte e ressurreição não teriam poder para
salvar ninguém.

A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida


Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 36
Porque Jesus era Deus na carne, só Ele poderia pagar a dívida
que devemos a Deus. A sua vitória sobre a morte e a sepultura
conquistou a vitória para todos que põem sua confiança nele (Jo 1.12;
1ªCo 15.3-4,17).
Conclusão
As boas novas do Evangelho se materializaram em Jesus quando
de seu nascimento em Belém. Sua obra salvadora foi profetizada ao
longo de todo o Antigo Testamento, anunciada pelos anjos aos pastores
e ecoa, de forma abrangente, por todo o Universo.
Ele se encarnou, se humilhou, e finalmente, triunfou
gloriosamente mediante a sua ressurreição para, assim, nos garantir a
salvação.

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Lição 4
Salvação - O Amor e a Misericórdia de Deus
Prof. Samuel Pereira

Texto Áureo
“Vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de
Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora,
alcançastes misericórdia”
1ªPe 2.10
Verdade Prática
A partir de seu amor misericordioso, aprouve a Deus enviar seu Filho
para morrer em lugar da humanidade.
Leitura Bíblica em Classe
1ªJo 4.13-19
Objetivo Geral
Mostrar que a salvação é resultado do amor misericordioso de Deus.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico com os seus respectivos subtópicos.
 Apresentar o maravilhoso amor de Deus;
 Explicar a misericórdia de Deus no plano da salvação;
 Analisar o amor, a bondade e a compaixão na vida do salvo.
Introdução
A Soteriologia (gr. soterios sig. “salvação”, e logos sig. palavra,
estudo), é o campo de estudo da teologia sistemática que tem como objeto
principal a reflexão sobre a salvação do ser humano.
Em uma definição mais ampla poderíamos definir soteriologia como
o estudo bíblico da libertação de um perigo iminente, ou livramento do
poder da maldição do pecado, e ainda, a restituição do homem à plena
comunhão com Deus.
Nesta doutrina são estudados temas bíblicos como: fé,
arrependimento, conversão, regeneração, justificação, adoção e
glorificação.
Todavia, o estudo da salvação da humanidade além de todo este
arcabouço sofisticado ficaria incompletos se não analisássemos a motivação

A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida


Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 38
e fonte da grandeza do nosso Deus que leva o ser humano a esta tão grandiosa
salvação, que são o seu amor e sua misericórdia.
Deus é um ser único e incomparável em um nível muito superior ao
que conhecemos simplesmente por Ele ser Deus. Os critérios que Ele usa
para definir o que Ele faz pelo ser humano não estão condicionados ao que o
ser humano pode fazer por Ele e o quanto o ser humano pode amá-lo e
corresponder a esse amor. Da mesma forma, sua misericórdia não encontra
eco nas ações humanas que possam ter como objetivo algum merecimento,
mas, exclusivamente, porque Ele é amor e exerce misericórdia deliberada e
voluntariamente.
Nesta lição estudaremos sobre o amor e misericórdia de Deus, como
também o amor e a bondade na vida daqueles que foram salvos.
I. O Maravilhoso Amor de Deus
O amor não é um atributo divino assim como os demais que lhe são
próprios por ser Deus, pois o amor é a própria natureza e essência de Deus
(1ªJo 4.16). Sua principal característica é simplesmente ser amor e criar,
manter e gerir todas as coisas sob essa essência. Deus não precisa esforçar-
se para amar, pois nEle não se manifestam o ódio nem a raiva como nos seres
humanos. Todavia, a Bíblia afirma que Deus manifesta ira, furor e punição,
só que esses são frutos de sua justiça exercida com equidade, e não de
nenhuma patologia como nos homens.
Ele não se doou baseado na capacidade de alguém se doar. Ele não
espera ser correspondido para continuar oferecendo graça. Se ele dependesse
da correspondência humana para retroalimentar sua atitude graciosa, Deus
seria um ser finito e limitado, dependendo de fontes externas para
estabelecer-se, mas não! Sua graça é infinita porque Ele não tem fim. Essa
graça emana dEle, e é Ele próprio que a mantém, e também é Ele quem gera
a energia permanente e transformadora dessa graça que Ele ofertou.
* Exemplos práticos: Deus ama não somente a criança abandonada, a
menina abusada, aquele que foi morto por uma bala perdida, a mulher que
teve a sua casa incendiada pelo marido, com ela dentro, mas Ele também ama
aquele que abandonou a criança, o que abusou da menina, o que apertou o
gatilho, o que incendiou a casa, embora Ele abomine essas atitudes e aja com
justiça contra os maldosos. Deus amou aquele que não o reconheceu, aquele
que o rejeitou, aquele que o traiu, aquele que o negou. O mundo não é um
lugar belo e digno de ser amado, tem muito ódio e malignidade, mas, mesmo
assim, Deus amou-o.
Deus é amor (1ªJo 4.8,16) e, por esse motivo, Deus prossegue amando
até a morte, como demonstrado na própria morte de Cristo (Gl 2.20). Ele é a
própria essência do amor; nós, seres humanos somos apenas dotados da
A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida
Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 39
capacidade de amar, mas Ele é o próprio amor. O objeto desse amor é o
mundo todo destinado à salvação (Jo 3.16) mediante a pregação do evangelho
(At 1.8), ou seja, toda a criação existente, incluindo, logicamente, o homem.
Diferentemente de outras crenças e religiões cujas divindades
precisam ser descobertas (no sentido de não se revelarem) e agradadas para
aplacar-lhes sua ira patológica, a cristandade tem seu fundamento em um
Deus que se revela e que deseja que a humanidade venha conhecê-lo. Essa
revelação baseia-se em amor, pois não são criaturas que amam para que Deus
venha amá-las, mas é o Deus verdadeiro que as ama para, a partir desse amor,
seus filhos venham amá-lo por terem sido amados primeiro (Jr 31.3). O
objeto do amor, o ser humano, não tem nada para ser amado; portanto, o amor
de Deus é espontâneo e ilimitado.
II. Um Deus Misericordioso
A misericórdia de Deus é necessária em face da miserabilidade do
homem. Por esse motivo, a Bíblia refere-se a Deus como o Pai das
misericórdias (2ªCo 1.3), de forma que tudo o que Ele faz é permeado por
sua misericórdia (Sl 145.9), especialmente a obra de salvação pela qual
estamos salvos (Tt 3.5). Assim, a misericórdia é a fidelidade de Deus para
com a aliança de amor estabelecida com a humanidade (Sl 89.28) apesar da
infidelidade e da indignidade desta.
1. Palavras envolvidas para misericórdia no Antigo Testamento
a. Hesed, aponta para a ideia da sede física da compaixão, e que
leva o indivíduo a sentir e a exprimir compaixão (Sl 23.5; Jr 3.13). Essa sede
da compaixão eram as entranhas ou o ventre (modernamente atribuímos isso
ao “coração” Gn 43.30).
b. Rhm. Uma raiz hebraica que descreve as atitudes de Deus em
relação à miséria e desgraça de seu povo, ou seja, a compaixão que isso
provoca nele. Até mesmo aqueles que nada merecem da parte dele recebem
misericórdia (Is 13.18; Jr 6.23; 21.7).
c. Chnn, esta raiz hebraica é usada para indicar a exibição de favor
e misericórdia, de alguém mostrar-se gracioso para com outrem (Dt 7.2; Sl
57.1).
2. Palavras envolvidas para misericórdia no Novo Testamento
a. Éleos, “misericórdia”, “compaixão” (Mt 9.13; Gl 6.16). Esta
ideia de misericórdia está sempre relacionada à ideia de “graça” (no grego,
cháris).
b. Oiktirmós, “simpatia”, “compaixão”. Essa palavra grega se
refere as simpatias e interesses coletivos de Deus pelos homens (Rm 12.1;
2ªCo 1.3; Fp 2.1).

A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida


Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 40
c. Splágchana, “entranhas”, está metaforicamente envolvida à
ideia de misericórdia (Lc 1.78; At 1.18; 2ªCo 6.12; 7.15).
3. Definições de Misericórdia
A misericórdia é o ato de tratar um ofensor com menor rigor do que
ele merece. Trata-se do ato de não aplicar um castigo merecido, mas também
envolve a ideia de dar a alguém algo que não merece. Pode referir-se a atos
de caridade ou de cura (R. N. Champlim).
A misericórdia é a fidelidade de Deus mediante a aliança de amor
estabelecida com a humanidade (Sl. 89.28), apesar da infidelidade dela. Por
conseguinte, a misericórdia do Pai tornar-se favor imerecido para com o
pecador, que merecia a condenação eterna, a fim de livrá-lo tanto da morte
física quanto da espiritual, Lm 3.22 (Pommerening).
III. Amor, Bondade e Salvação na Vida do Salvo
A primeira evidência da salvação na vida do crente é a maneira como
ele ama a Deus. Esse amor é demonstrado na singela experiência de
comunhão íntima com o Senhor (Sl 18.1; 116.1) e na obediência aos seus
mandamentos (Dt 10.12; Jo 14.21). A segunda evidência é o amor ao
próximo, que conforme João escreveu, é a evidência material de seu amor
para com Deus (1ªJo 3.17).
O Antigo Testamento referiu-se a amar o próximo como a si mesmo
(Mt 22.39), e essa realidade é muito difícil de ser atingida, pois o egoísmo e
a individualidade fazem transgredir o mandamento. Jesus, porém, coloca
outra medida ainda mais alta para o amor. Ele afirmou que deveríamos amar
uns aos outros, assim como Ele nos amou (Jo 15.12). Sua medida de amor é
entregar-se até a morte por alguém, ou seja, um amor extremado e
imensurável. Nossa essência é pecaminosa, e a dEle é amor; amar como Ele
amou é permitir que Ele habite em nós de forma tal que submeta nossa
natureza caída ao esplendor da sua essência que é o amor.
O motivo pelo qual muitos crentes não conseguem amar é porque
nunca entenderam, por mínimo que seja, a grandeza desse amor, ou ainda,
porque nunca o experimentaram em suas emoções, as quais não puderam ser
tocadas por esse amor.
O amor é um tesouro tão precioso que com ele podes comprar o mundo
inteiro, e ainda redimes não só os teus pecados, mas também os dos outros.
Vai [amando], e não tenhas medo (Fiodor Dostoiévski)
Jesus muda radicalmente a forma como devemos amar. Ele desafia
cada cristão a amar pessoas de etnias diferentes (Lc 10.25ss); amar pessoas
moralmente discriminadas e excluídas, opondo-se à “vanglória legalista e
moralista” (Lc 7.34; Mt 21.31; Mc 2.15-17); amar os inimigos, contrariando
A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida
Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 41
o amor “incestuoso”, que não ultrapassa o raio dos próprios parentes e amigos
(Mt 5.38-48); e amar os socialmente desprotegidos (contra o pensamento de
“cada um por si e Deus por todos” (Mt 20.1-16).
Conclusão
A demonstração da essência divina vistos através do seu amor e da sua
misericórdia deve nos levar como seus seguidores a ficarmos constrangidos
por tais virtudes. Nos levando a amar cada vez mais a Deus que nos salvou e
a nosso próximo, por ser sua imagem e semelhança. Assim, devemos tratar
os outros como se fossem o próprio Jesus e servir os outros como se nós
fôssemos Jesus: “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós
assim: que, se um morreu por todos, logo, todos morreram” (2ªCo 5.14).
O amor e a misericórdia de Deus extrapolam a compreensão humana,
pois ainda que se usem os melhores recursos linguísticos, estes não seriam
capazes de descrever quão imensuráveis são essas virtudes divinas. Nem
mesmo o amor de uma mãe pelo seu filho é capaz de sobrepor o amor e a
misericórdia de nosso Deus. Por isso, resta-nos expressar esse amor em nossa
relação com cada criatura.

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Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 42

Lição 5
A Obra Salvífica de Jesus Cristo
Prof. Samuel Pereira

Texto Áureo
“E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E,
inclinando a cabeça, entregou o espírito”
Jo 19.30
Verdade Prática
A obra salvífica de Cristo nos deu o privilégio de achegarmo-nos a
Deus sem culpa e chamá-lo de “Pai”.
Leitura Bíblica em Classe
Jo 19.23-30
Objetivo Geral
Explicar que a obra salvífica de Cristo nos deu o privilégio de
achegarmo-nos a Deus sem culpa e chamá-lo de Pai.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
 Apresentar o significado do sacrifício de Cristo;
 Explicar como se deu a nossa reconciliação com Deus;
 Discutir a respeito da redenção eterna.
Introdução
A morte de Cristo na Cruz do Calvário é a garantia da nossa redenção,
“E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos
os que lhe obedecem” (Hb. 5.9). As obras de Jesus são amplas, o que incluem,
o seu nascimento, morte, ressurreição, até a sua ascensão ao céu. Sua morte
expiatória e vicária em favor de todos os pecadores é a doutrina pilar de toda
a fé cristã.
A obra salvífica de Cristo custou-lhe um alto preço: o seu próprio
sangue derramado na cruz. Sua obra garante-nos a salvação porque foi uma
oferta completa, perfeita e definitiva. Por esta razão temos a certeza da
salvação e a garantia da vida eterna e desfrutamos antecipadamente, aqui na
terra, dos benefícios dessa tão maravilhosa obra.

A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida


Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 43
Credo da Assembleia de Deus no seu 3º ponto: Cremos no Senhor
Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, plenamente Deus,
plenamente Homem, na concepção e no seu nascimento virginal, em
sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre
os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus como Salvador do
mundo (Jo 3.16-18; Rm 1.3,4; Is 7.14; Mt 1.23; Hb 10.12; Rm 8.34;
At 1.9).
Nesta lição estudaremos sobre o sacrifício de Jesus, nossa
reconciliação com Deus Pai e umas principais conquistas da morte de Cristo,
a redenção eterna.
I. O Sacrifício de Jesus
No Antigo Testamento alguns sacrifícios eram oferecidos
diariamente, outros semanalmente aos sábados, outros mensalmente
nas luas novas, e outros anualmente como no dia da Expiação, nas
festas judaicas das Semanas, na festa dos Tabernáculos e também na
festa da Páscoa. O principal propósito dos sacrifícios era fazer a
expiação pelos pecados, mas havia também os de gratidão, de ação de
graças, os pacíficos e alguns outros mais. Todos esses variados
sacrifícios apontam, ainda que comparativamente inadequados, para o
sacrifício final e definitivo de Cristo.
No Antigo Testamento, a palavra para “sacrifício” é qorbãn, como
aquilo que é trazido para perto e tem propósito de fazer expiação
(hebraico, é kapper). Existem outras palavras correlatas e de menor
importância como, por exemplo, zebhah (sacrifício), olã (oferta
queimada, aquilo que acende) e outras variantes.
As Escrituras afirmam que foi necessária a morte sacrificial de Jesus
para cumprir um propósito eterno (Ap 13.8) e para que Deus pudesse perdoar
o pecado e garantir a salvação do homem. A serpente levantada no deserto
também é comparada ao levantamento de Cristo na cruz (Jo 3.14). Jesus foi
rejeitado (Lc 17.25) e Ele mesmo disse que lhe era necessário sofrer, morrer
e ressuscitar (Mt 16.21; At. 17.3) e que estava consagrado para sacrifício (Jo
17.19). Nossa união com Cristo pela fé, possibilitada por seu sacrifício,
manifestou o amor de Deus, libertando-nos do sofrimento causado pelo
pecado em nós e no mundo.

A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida


Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 44
O problema do pecado não se resolve apenas com o arrependimento
do pecador porque a justiça de Deus também precisa ser satisfeita. Dessa
forma, torna-se necessário que o pecador cumpra a pena. Como o pecador
não tinha as mínimas condições de pagar essa pena por ser imperfeito por
causa do próprio pecado, fez-se necessário que alguém, em condições de
satisfazer a perfeição do sacrifício, entrasse em cena. Esse alguém somente
poderia ser Deus, mas também teria de ser homem, e quem poderia cumprir
essa exigência seria unicamente Jesus, o homem perfeito, o Deus encarnado.
A morte de Cristo tem algumas conotações que é preciso esclarecer.
Ela é o ato de redenção do pecador através da obra vicária de Cristo, que
possibilitou a expiação e a propiciação e, por fim, promoveu nossa
reconciliação com Deus.
Ela é vicária, isto é, substitutiva, no sentido de alguém que toma o
lugar de outro, como bem afirma Isaías: “mas o Senhor fez cair sobre ele a
iniquidade de nós todos” (Is 53.6). Portanto, Cristo morreu pelos nossos
pecados; Ele, porém, era sem pecado. O sistema sacrificial e a Lei apenas nos
mostraram o caminho perfeito para a obra de Cristo (Gl 3.24) que foi tão
completa que Ele mesmo foi o sacerdote, o ofertante (Ele deu a si mesmo) e
a oferta.
Sua morte também é a propiciação (Rm 3.25; 1ªJo 2.2; Hb 2.17) do
pecado, cujo sentido do hebraico kipper e do latim propitio é afastar a ira
através de um sacrifício. Teologicamente, significa o cumprimento da Lei
divina que havia sido violada, permitindo, agora, o transbordar do amor de
Deus e também de suas bênçãos sobre o pecador (Sl 7.38).
II. A Nossa Reconciliação Com Deus Pai
A morte de Jesus pôs fim à inimizade entre Deus e a humanidade, e
isso é chamado reconciliação. Fomos reconciliados com Deus pela morte de
seu Filho. Reconciliação implica em estabelecer, por iniciativa do próprio
Deus, uma relação sadia com Ele.
A palavra “reconciliação” provém do verbo grego katallasso e significa
“mudar de inimizade para amizade”, “reconciliar”. Para expressar uma
reconciliação completa, usa-se o verbo apokatallasso, utilizado em Efésios
2.16 (“e, pela cruz, reconciliar ambos [judeus e gentios] com Deus em um
corpo”) e Colossenses 1.20 (“por meio dele reconciliasse consigo mesmo
todas as coisas”). O substantivo katallage (Rm 5.11; 11.15) dá a ideia de
mudar de um lugar para o outro
A reconciliação é uma obra da graça de Deus somente possível como
consequência da obra de Cristo. Ela é necessária porque nosso
relacionamento com Deus estava rompido, pois o homem pecador não pode
A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida
Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 45
ter comunhão com o Deus santo (Is 6.5). A reconciliação é consequência da
conversão, da regeneração e da justificação, pois o pecado tornou o homem
hostil e repugnante para com Deus, e foi assim que uma inimizade foi
estabelecida (Cl 1.21; Tg 4.4), e nem mesmo com os sacrifícios do Antigo
Testamento poderia haver uma reconciliação, pois eles apenas apaziguaram
o problema. Por isso, foi necessário o sacrifício de Cristo, que se tornou
inimizade (Ef 2.15-16) em nosso lugar para que Deus viesse a agradar-se de
nós (Rm 5.10), eliminando, assim, a causa da inimizade e abrindo-nos um
novo e vivo caminho para o Pai (Hb 10.20).
A reconciliação é necessária por causa do estado de alienação
(separação) de Deus. Quando a serpente enganou o homem no Jardim do
Éden, este foi induzido a achar que poderia viver fora deste centro divino e
centrar-se em si mesmo, o que alguns teólogos chamam de hybris. O homem
foi tentado a ser maior do que o centro divino do qual dependia, e essa
tentativa quebrou a dependência humana deste centro divino e alienou-o da
presença de Deus. Como a existência humana plena só é possível a partir de
Deus, é essencial que o estado de alienação seja revertido para o estado de
reconciliação.
III. A Redenção Eterna
Uma das principais conquistas da morte de Cristo foi ela promover a
redenção, ou nos redimiu, do verbo grego lytron, que significa libertar do
cativeiro, da escravidão ou da condenação da morte através do pagamento de
um preço de resgate. Dessa forma, redenção tem um duplo sentido: pagar o
preço e dar a liberdade, sendo que a morte de Jesus pagou o preço e libertou
o pecador (Mt 10.28). Redenção é o ato de redimir ou remir, que significa
libertação, reabilitação, reparo e salvação. Através de um valor pago em
dinheiro, adquire-se algo de novo — é o ato de resgatar, de tirar do poder
alheio, do cativeiro. É estabelecer um recurso para salvar uma pessoa de uma
situação de extrema aflição.
A redenção tem um significado triplo, que pode ser:
1) pagar o preço do resgate (Hb. 9.12);
2) remover o pecador do mercado de escravos (Gl. 3.13);
3) livrar completamente um escravo ou prisioneiro, dando liberdade
completa e definitiva (Cl. 1.14).
A redenção de escravos na antiguidade poderia ter conotações variadas, mas
o preço pago por Cristo efetuou as três condições acima juntas para nós.
Cristo não nos redimiu “nem por sangue de bodes e bezerros, mas por
seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma
eterna redenção” (Hb 9.12). Portanto, a redenção é a libertação de um
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escravo ou livramento de algum mal mediante um resgate (Mt 20.28). Nessa
redenção, “Cristo nos resgatou da maldição da Lei” (Gl 3.13); da própria Lei
em si (Rm 6.14; 7.4); do poder do pecado (Rm 6.2,6); de Satanás (Hb 2.14-
15); e dos males oriundos da pecaminosidade, da corrupção humana e do
corpo mortal (Gl 1.4). Assim, Ele “se deu a si mesmo em preço de redenção
por todos” (1ªTm 2.6).
Para diferenciar os vários aspectos da salvação quanto ao seu
significado, podemos afirmar que “a expiação é do pecado do pecador; a
redenção é da pessoa do pecador; e a propiciação tem a ver com Deus em
relação ao pecado já perdoado”, pois agora sua ira não existe mais. Numa
sequência lógica, porém não cronológica — pois a redenção (a obra de
salvação) de Cristo é composta de um evento único —, podemos afirmar que
a obra vicária (substitutiva) de Cristo, na qual Ele tomou nosso lugar,
possibilita a expiação (cobrir o pecado). Estando o pecado coberto, existe a
possibilidade da propiciação (remover a ira pelo pecado), pois Deus agora já
não enxerga o pecado, mas, sim, a justiça de Cristo.
Conclusão
O primeiro anúncio da vinda do Messias já previa a sua morte: “esta
te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Isso fala sobre o
seu sofrimento e, também, sobre sua glória. Os detalhes são revelados
progressivamente no transcorrer do tempo.
O sofrimento e a morte de Jesus foram anunciados de antemão no
Antigo Testamento por figuras e tipos, a começar pelo ritual do tabernáculo
e, de maneira direta, pelos profetas. O novo Testamento ressalta o
cumprimento dessas profecias.
A morte de Jesus não se trata somente da morte de um justo, mas
também de um sacrifício como oblação pelos nossos pecados, que Deus
propôs e recebeu como propiciação pelas nossas ofensas.

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Lição 6
A Abrangência Universal da Salvação
Texto Áureo
“Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que
condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele”
Jo 3.17
Verdade Prática
A salvação em Jesus Cristo é de abrangendo universal, pois os que o
aceitarem, em todo tempo e lugar, serão salvos pela graça de Deus.
Leitura Bíblica em Classe
Jo 3.16-18; 1ªTm 2.5,6
Objetivo Geral
Mostrar que a salvação em Jesus Cristo é de abrangência universal.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
 Explicar o que é a obra expiatória de Cristo;
 Discutir a respeito do alcance da obra expiatória de Cristo;
 Apontar que Cristo oferece salvação a todos.
Introdução
A palavra “expiação” (heb. Kippurim), derivado de kaphar,
que significa “cobrir”, comunica a ideia de cobrir o pecado mediante
um “resgate”, de modo que haja uma reparação ou restituição
adequada pelo delito cometido (note o princípio do “resgate” em Êx
30.12; Nm 35.31; Sl 49.7; Is 43.3).
As Sagradas Escrituras revelam vários atributos de Deus que o
enaltecem como o Redentor da raça humana (Jó 19.25; Is 41.14; Is
47.4; 63.16): Deus é amor (1ªJo 4.8,16), é bom (Sl 34.8; 106.1), e sua
misericórdia dura para sempre (Dt 4.31; Sl 111.4). O plano divino para
a salvação da humanidade foi plenamente cumprido no sacrifício
inocente, amoroso e vicário de nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 1.29; Gl
4.4,5). Nesta oportunidade, estudaremos a doutrina da expiação, um
valioso aspecto da redenção da humanidade operada por Jesus.
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A Universalidade do Pecado
A obra expiatória de Cristo tornou-se necessária por causa da
universalidade do pecado que atingiu toda a raça humana e também
por causa da seriedade do pecado porque este corrompeu o ser humano
e prejudicou sua comunhão com Deus. Também é necessária por causa
da incapacidade do homem de resolver por si mesmo esses problemas.
Portanto, a universalidade, a seriedade e a incapacidade humana
apontam para Cristo como único possível para fazer a expiação. Assim,
fez-se necessária a obra expiatória de Cristo, que Ele padecesse ou se
sacrificasse para aniquilar o poder do pecado (Rm 5.21), a adversidade
advinda dEle e também sua morte.
O sacrifício expiatório de Jesus teve lugar na cruz do Calvário e
foi a substituição do justo pelo pecador. Ele pagou o preço por nossos
pecados, tomou-os sobre si, venceu a morte e ressuscitou (Is 53). A
expiação é a suprema expressão do amor do Pai para com a
humanidade através de Jesus Cristo (Jo 3.16). Em sua morte, Cristo
salientou a seriedade do pecado e a severidade da justiça de Deus,
triunfou sobre as forças do pecado e da morte, liberando-nos de seus
poderes, ofereceu satisfação ao Pai por nossos pecados e mostrou o
grande amor de Deus à humanidade. Dessa forma, a expiação implica
em que a “humanidade de Jesus significa que sua morte expiatória é
aplicável aos seres humanos; sua deidade significa que sua morte
pode servir para expiar os pecados de toda a humanidade”.
Todos foram afastados de Deus por causa do pecado (Rm 3.23);
todos se inclinam para o mal (Sl 14.3; Mc 10.18); não há homem justo
sobre a terra (Ec 7.20). O pecado é tão terrível para o ser humano que
a Bíblia afirma que ele tem o poder de afastar as pessoas de Deus e
impedir as orações (Is 59.2) e ainda de tornarem as pessoas alvos de
sua ira (Hb 10.27).
Somado a isso, o homem sofreu perda física, psíquica, social e
espiritual. Além disso, a natureza também foi atingida pelo pecado e
sofreu sérias consequências (Gn 3.17-19), assim como ainda sofre por
causa da degradação, poluição e destruição do homem que, em sua
ganância, a destrói, fazendo-a gemer (Rm 8.22), aguardando novos
céus e nova terra (1 Pe 3.13) através da sua redenção.

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A Expiação no Antigo Testamento
O termo expiação está relacionado a outras duas palavras
teológicas: sacrifício e propiciação. Estas palavras, tanto no Antigo
quanto em o Novo Testamento, apontam para a obra redentora de
nosso Senhor Jesus (ver Rm 3.25; Hb 2.17; 10.1-14; 1 Jo 2.2; 4.10).
1. A expiação tipificada. Os sacrifícios no Antigo Testamento
eram rituais de caráter profético, que apontavam para o perfeito
sacrifício de Cristo, “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”
(Jo 1.29; Hb 10.1-18).
2. A natureza dos sacrifícios no Antigo Testamento. De acordo
com a Bíblia de Estudo de Aplicação Pessoal, havia cinco tipos de
sacrifícios:
a) Holocaustos (Lv 1). Tinha o propósito de expiar os pecados
em geral;
b) Oferta de manjares (Lv 2). Demonstrava honra e respeito a
Deus em adoração;
c) Sacrifício pacífico (Lv 3). Expressava gratidão a Deus, pela
paz e comunhão com Ele;
d) Oferta pelo pecado (Lv 4). Visava expurgar o pecado
cometido, involuntariamente, ou por ignorância e;
e) Oferta pela culpa (Lv 5). Tinha o propósito expurgar os
pecados cometidos contra Deus e as outras pessoas.
Os sacrifícios do Antigo Testamento cumpriram-se plenamente
em Jesus. Ele foi a oferta pelas nossas culpas (Is 53.10; 2 Co 5.21); a
oblação pelos nossos pecados (Hb 9.11-15), e o sacrifício pela nossa
paz (Ef 5.2; Jo 6.53,56; ver Lv 7.15).
Os sacrifícios do Antigo Testamento cumpriram-se plenamente
em Jesus.
O Alcance da Expiação no Antigo Testamento
1. Os sacrifícios da Antiga Aliança “cobriam” o pecado. Os
sacrifícios praticados no Antigo Pacto, embora aproximassem o
adorador de Deus pela mediação de um sacerdote, somente cobriam o
pecado. A justiça divina, que reclamava a reparação imediata do
pecado cometido, era satisfeita apenas temporariamente. Porque,
segundo a Bíblia, “... é impossível que o sangue dos touros e dos bodes
tire pecados” (Hb 10.4), uma vez que “... o sangue dos touros e bodes

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e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos”, os
santificavam, apenas “... quanto à purificação da carne”. Somente o
sangue de Cristo, purifica a “consciência das obras mortas” do pecado
(Hb 9.13,14).
2. Os sacrifícios da Antiga Aliança eram imperfeitos. Essa
imperfeição se justifica pelos seguintes motivos:
a) eram sacrifícios contínuos e repetitivos (Hb 10.1-3,11
b) eram ineficazes, ineficientes (Hb 10.4-10);
c) purificavam apenas o exterior (Hb 9.13);
d) os mediadores, ou seja, os sacerdotes também eram
imperfeitos (Hb 7.27,28); e por fim,
e) tais sacrifícios caducaram com o advento da Nova Aliança
(Hb 8.13; 9.15).
O Sentido da Expiação no Novo Testamento
1. A necessidade da expiação. A expiação foi necessária por
dois grandes motivos:
a) A santidade de Deus. Deus é tão puro e santo, que não pode
olhar diretamente para o pecador, sob pena de fazer recair sobre ele
sua ira e seu juízo (Hc 1.13).
b) A pecaminosidade do homem. O pecado interrompeu de tal
modo o relacionamento do homem com Deus, que sua santa ira exigiu
a condenação imediata do pecador. Assim, para evitar a iminente e
definitiva morte espiritual do ser humano, um sacrifício animal e
cruento fora requerido. “Sem derramamento de sangue não há
remissão” (Hb 9.22).
2. O significado da expiação pela morte de Cristo. A expiação
pela morte de Cristo tem alcance infinitamente maior e mais profundo
que os sacrifícios de animais no Antigo Pacto. O sangue daqueles
animais cobria provisoriamente o pecado (Sl 51.9; Is 38.17; Mq 7.19).
Mas, em o Novo Testamento, mediante o derramamento do sangue de
Cristo, o pecado foi quitado, perdoado, tirado (Hb 9.26,28). A morte
do Senhor foi:
a) Propiciatória. Propiciar significa “tornar propício,
favorável”, também tem o sentido de “juntar”, “reconciliar”,
conforme lemos em 1ªJo 2.2: “E ele é a propiciação pelos nossos

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pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o
mundo” (Rm 3.23-26; Hb 2.17).
b) Substitutiva. Significa que Jesus morreu no lugar de toda a
humanidade. Ele foi o substituto perfeito para todos os que buscam o
perdão de Deus (Is 53.4-6; 1ªPe 2.24).
c) Redentora. Jesus satisfez todas as condições exigidas pela
justiça divina a fim de nos redimir. Sua morte vicária foi o preço da
nossa redenção (Jo 1.14; 1ªCo 1.30; Hb 10.5; 1ªPe 1.18,19; Cl 2.14);
razão pela qual somos sua propriedade particular (1ªCo 6.19,20; Ef
1.13).
d) Reconciliadora. Reconciliar é reatar uma amizade, ou
conciliá-la outra vez. Em razão do pecado, o homem tornou-se inimigo
de Deus. Não há outra maneira de reconciliar-se com Ele, ao não ser
através da morte expiatória de Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 5.10;
2ªCo 5.18,19; Cl 1.21).
e) Triunfante. A morte de Cristo foi um triunfo contra o
Diabo, o pecado, e a própria morte (1ªCo 15.55-57; Cl 2.15; 1ªJo 3.8).
Glória a Jesus!
A necessidade da expiação se deve a dois fatos: Deus é santo e
não poder contemplar o pecado; o pecado interrompeu de tal modo o
relacionamento do homem com Deus, que sua santa ira exigiu a
condenação.
O Alcance da Expiação no Novo Testamento
1. A morte de Cristo tem efeito retroativo. Como vimos, no
Antigo Testamento os sacrifícios eram imperfeitos. Segundo alguns
renomados teólogos, a morte de Cristo é retroativa em seus efeitos,
sendo desta maneira válida para todo aquele que confiou em Deus para
o perdão dos pecados sob a primeira aliança. Isto quer dizer que os
crentes do Antigo Pacto foram salvos por antecipação do sacrifício de
Cristo, conforme Hebreus 9.15: “E, por isso, é Mediador de um novo
testamento, para que, intervindo a morte para remissão das
transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados
recebam a promessa da herança eterna”. Ver Rm 3.25. Esse aspecto
da expiação não tem sido bem entendido por muitos que estudam esse
tema, entretanto, é profundamente esclarecedor quanto ao alcance da
salvação efetuada por Jesus.

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2. A expiação no presente. A salvação em Cristo contempla o
passado, o presente e o futuro: “Na verdade, na verdade vos digo que
quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida
eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a
vida” (Jo 5.24; 2ªCo 6.2; Hb 3.15). Aqui vemos a perfeita segurança
da redenção de Deus, através de nosso Senhor Jesus Cristo. Se uma
pessoa “ouve” (no presente) a palavra, e “crê” (no presente) em Deus,
que enviou Jesus, “tem a vida eterna” (no presente); e mais: “não
entrará em condenação” (no futuro); mas “passou” (tempo passado)
“da morte para a vida”.
3. O aspecto futuro da expiação. O crente em Jesus já foi
regenerado, justificado e santificado. Mas ainda lhe falta o último
estágio da plena salvação em Cristo, que é a glorificação. A Bíblia
afirma que esperamos a adoção, isto é, a redenção do nosso corpo (Rm
8.23). Quando ocorrer a glorificação, atingiremos, enfim, a estatura de
“varão perfeito” (Ef 4.13).
Há uma amplitude muito grande e completa na salvação operada
por Cristo. Ela envolve todos os homens e o homem por inteiro,
abrangendo assim, espírito, alma e corpo (1ªTs 5.23). A salvação
alcança o mundo todo em todas as dimensões (Jo 3.16). Além disso,
através da expiação de Cristo, é possível a redenção, a reconciliação, a
justificação, a adoção, o perdão dos pecadores e todas as demais
garantias salvíficas. Todavia, convém destacar: essa grande salvação
precisa ser aceita livremente pela fé para tornar-se efetiva.
O esforço próprio para manter-se puro e sem pecado sempre
fracassou. O sistema sacrificial foi apenas uma indicação para o
sacrifício perfeito de Cristo. Sendo assim, o homem não consegue
resolver o problema do seu pecado porque não pode mantê-lo oculto
(Nm 32.23), nem tem condições de purificar-se (Sl 20.9), e a lei é
incapaz de justificá-lo (Rm 3.20; Cl 2.16). Portanto, suas tentativas são
fracassadas, exigindo a vinda do próprio Filho de Deus para resolver a
questão.
Cristo Oferece Salvação a Todo o Mundo
A Bíblia afirma que a salvação é para todos (Jo 3.15; 1ªTm 4.10),
em qualquer circunstância (Lc 23.43), com o esforço humano mínimo
(At 15.9; Rm 3.28; 11.6) de apenas crer de coração e confessar com a

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boca a Cristo como Salvador (Rm 10.9; 1ªCo 1.21). Mas, além disso,
a salvação que Cristo oferece é uma experiência bastante abrangente
para o ser humano, envolvendo todas as dimensões da vida, trazendo
paz à alma através do perdão dos pecados, alívio da consciência
acusadora, libertação de cadeias e prisões da alma, cura de traumas e
doenças emocionais (Hb 10.39), cura de doenças físicas, um espírito
renovado, novas perspectivas de vida, forças para enfrentar as
circunstâncias adversas, um aguçado senso de justiça e, especialmente,
a prática constante do amor (Jo 13.34). A oferta de salvação que Cristo
trouxe é a evidência da instalação de seu Reino nos corações dos seres
humanos que, outrora, viviam em tristeza e pobreza, cativos, cegos e
oprimidos (Is 61.1ss; Lc 4.18).
Conclusão
A redenção da humanidade decorre da graça, misericórdia, e
amor de Deus. A mente humana, limitada e falível, jamais poderá
aquilatar o valor da salvação em Cristo. Jesus, por seu próprio sangue,
entrou uma vez no santuário, e efetuou uma eterna redenção (Hb 9.12).
“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado” (Mc 16.16).

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Lição 7
A Salvação pela Graça
Texto Áureo
“Pois assim como por uma só ofensa veio ajuízo sobre todos os
homens para condenação, assim também por um só ato de justiça
veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida”
Rm 5.18
Verdade Prática
A nossa salvação é fruto único e exclusivo da graça de Deus.
Leitura Bíblica em Classe
Rm 5.6-10,15,17,18,20; 11.6
Objetivo Geral
Saber que a nossa salvação é fruto único e exclusivo da graça de
Deus.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
 Explicar o propósito da Lei e da graça;
 Discutir a respeito do favor imerecido de Deus;
 Salientar para o escândalo da graça.
Introdução
Durante muito tempo, embora estivesse sempre presente, a graça
esteve despercebida da humanidade, mas o apóstolo Paulo escrevendo
a Tito, disse que no tempo determinado por Deus: “Ela se manifestou
trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). Se é verdade que a
graça se manifesta em toda a criação, na qual podemos ver claramente
os atributos invisíveis de Deus (Rm 1.20), foi na encarnação do Filho
– última revelação de Deus à humanidade – que graça teve a sua maior
apoteose, porque ela se manifestou, trazendo em suas asas a salvação.
É sobre isso que esse trabalho discorre: a manifestação da graça
salvadora e os seus ensinos aos que aceitaram o senhorio de Jesus
Cristo, estes que vivem uma vida debaixo da graça e não debaixo da
Lei (Rm 6.14).
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Definindo a Graça
Graça que no grego é charis, que significa literalmente
graciosidade, atrativo, favor, revela em si a maior manifestação da
misericórdia divina em benefício dos pecadores. Hendriksen foi um
estudioso do Novo Testamento e autor de comentários bíblicos, definiu
assim a graça de Deus: “É seu favor ativo em outorgar o maior dom
aos que merecem o maior castigo”.
Willyam Kelly foi um irlandês escritor palestrante assim como
Hendriksen, definiu muito bem graça de Deus: “A graça representa o
favor gratuito de Deus, a bondade espontânea mediante a qual
intervém para ajudar e livrar os homens”.
Russel Shedd vê a graça de Deus conforme descrita no Novo
Testamento como sendo o seu “favor imerecido”. Essa ideia pode ser
muito bem vista, na definição de W.E. Vine, que descreve o termo
charis no nominativo, da seguinte maneira: “Por parte do doador, a
disposição graciosa ou amigável da qual procede o ato benevolente,
graciosidade, ternura, clemência, a boa vontade em geral,
especialmente com referência ao favor divino ou graça”.
Embora essa seja, sem dúvida, uma definição muito boa,
J.D.Douglas amplia ainda mais o termo: “A graça envolve outros
assuntos tais como o perdão, a salvação, a regeneração, o
arrependimento, e o amor de Deus”, aqui a graça é vista no seu sentido
mais abrangente, definindo cada processo da obra de Deus na raça
humana, como resultado da manifestação da graça de Deus.
Outra definição de graça é exposta por Elísio de Moura, segundo
o teólogo ela é um: “Dom gratuito de Deus”. Como já foi dito
anteriormente, a graça de Deus é definida muito mais pelos seus efeitos
do que por conceitos, refiro-me ao poder que ela tem de operar na vida
dos que a recebem.
Assim, pode-se afirmar que: Graça é a maneira pela qual Deus
se dispõe a receber, de braços abertos, o pecador, não obstante sua
santidade absoluta e o estado miserável em que se encontra aquele que
dele se desviou. É uma bênção ou um favor verdadeiramente imerecido
e indevido, que Deus concede em sua soberania. Deus não tem
nenhuma obrigação de perdoar. Ninguém tem o direito de cobrar tal

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coisa de Deus. Ele, no entanto, perdoa por causa da graça. A iniciativa
é sempre de Deus.
A Extensão da Graça. Estudar a respeito da graça de Deus
implica descrever os principais ramos da doutrina da salvação: o
perdão (At 10.43), a salvação (Tt 2.11; Rm 1.16), a regeneração (Tt
3.5), o arrependimento (At 11.18; Rm 2.4) e o amor divino (Jo 3.16;
Rm 5.8).
A graça de Deus é dinâmica. Não somente salva, mas vivifica
aqueles que estão destruídos pelo pecado, capacitando-os a viver em
santidade (Ef 2.1-8). O capítulo 6 de Romanos mostra que a vida cristã
requer santidade. Na igreja em Roma, muitos acreditavam que, se a
salvação é pela fé, então, cada um podia fazer o que bem desejasse. Se
a lei não salva, temos algum compromisso com ela? Paulo, portanto,
escreve para evitar o mal-entendido. Somos salvos pela graça, por
meio da fé (Ef 2.8-10). No entanto, a fé não anula a lei, mas a
estabelece (Rm 3.30-31).
A Contestação da Doutrina da Graça
Havia duas correntes antibíblicas no período apostólico que
procuravam contestar a doutrina da graça: o legalismo e o
antinomismo.
Legalismo. Segundo este, só se adquire a salvação e a excelência
moral mediante a lei mosaica. Este sistema, defendido por certos
judeus cristãos em Roma, ensinava que a justificação era decorrente
das obras da Lei (Rm 3.27-31; Gl 3-4). Paulo os exorta: “Nenhuma
carne será justificada diante dele pelas obras da lei” (Rm 3.20).
Antinomismo. O termo significa “contrário à lei”. Os
antinomianos acreditavam que podiam viver no pecado e, ainda assim,
estarem livres da condenação eterna (Rm 6.1-7; 3.7; 4.1-25). Segundo
os adeptos dessa teoria, uma vez que o homem foi justificado pela fé
em Cristo, nenhuma obrigação moral é necessária agora. O apóstolo os
persuade: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não
useis, então, da liberdade para dar ocasião à carne” (Gl 5.13; Rm 6.1-
3).
A Lei e a Graça.
Os três aspectos da Lei de Deus. O que é a Lei de Deus? Deus
proferiu e revelou diversas determinações e deveres para o homem, em

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diferentes épocas na história da humanidade. Sua vontade para o
homem constitui a sua Lei e ela representa o que é de melhor para os
seus. Quando estudamos a Lei de Deus, mais detalhadamente,
devemos, entretanto, discernir os diversos aspectos, apresentados na
Bíblia, desta lei. Como devemos classificá-la e entendê-la?
Muitos mal-entendidos e doutrinas erradas podem ser evitadas,
se compreendermos que a Palavra de Deus apresenta os seguintes
aspectos da lei. Divide esses aspectos em lei moral, civil e cerimonial.
Cada uma tem um papel e um tempo para sua aplicação:
a) Lei Civil ou Judicial - representa a legislação dada à
sociedade israelita ou à nação de Israel; por exemplo, define os crimes
contra a propriedade e suas respectivas punições.
b) Lei Religiosa ou Cerimonial - representa a legislação
levítica do Antigo Testamento; por exemplo, prescreve os sacrifícios e
todo o simbolismo cerimonial.
c) Lei Moral - representa a vontade de Deus para o ser
humano, no que diz respeito ao seu comportamento e aos seus
principais deveres.
Mas como devemos entender a validade desses aspectos da lei?
São todos válidos aos nossos dias? Quanto à aplicação da Lei, devemos
exercitar a seguinte compreensão. Quanto à aplicação da Lei, devemos
exercitar a seguinte compreensão:
a) A Lei Civil tinha a finalidade de regular a sociedade civil
do estado teocrático de Israel. Como tal, não é aplicável
normativamente em nossa sociedade. Os sabatistas erram ao querer
aplicar parte dela, sendo incoerentes, pois não conseguem aplicá-la,
em sua totalidade.
b) A Lei Religiosa tinha a finalidade de imprimir nos homens
a santidade de Deus e apontar para o Messias, Cristo, como tal, foi
cumprida com sua vinda.
c) A Lei Moral tem a finalidade de deixar bem claro ao
homem os seus deveres, revelando suas carências e auxiliando-o a
discernir entre o bem e o mal. Como tal, é aplicável em todas as épocas
e ocasiões.
Assim sendo, é fundamental que, ao ler o texto bíblico, saibamos
identificar a que tipo de lei o texto se refere e conhecer, então, a

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aplicabilidade dessa lei ao nosso contexto. As leis civis e cerimoniais
de Israel não têm um caráter normativo para o povo de Deus em nossos
dias, ainda que possam ter outra função como, por exemplo, ensinar-
nos princípios gerais sobre a justiça de Deus. Portanto, a lei que
permanece “vigente” em nossa e em todas as épocas é a lei moral de
Deus. Ela valeu para Adão assim como vale para nós hoje. Isto implica
que estamos, hoje, debaixo da lei?
A lei não pode salvar, mas a fé pode. Paulo referiu-se à
declaração de Habacuque, em Hc 2.4: “O justo viverá da fé”. Uma
pessoa justificada não é aquela que observa a lei, mas aquela que tem
um relacionamento correto com DEUS. Esta expressão significa que
os cristãos viverão por causa da fidelidade de DEUS e por causa da sua
atitude de fé em DEUS; como resultado, eles terão a vida eterna e
sentirão a plenitude da vida.
A palavra «graça», neste caso, refere-se ao sistema espiritual da
graça, em contraste com o sistema da lei. Sob Moisés, os homens
receberam um conhecimento para eles elevado demais. Ficaram
sabendo o que havia de errado, mas foram deixados sem poder para
resistir ao pecado. De fato, a lei revigorou o pecado. Sob a graça, pelo
contrário, o ministério do ESPÍRITO nos é conferido e dessa forma,
nos transforma.
O papel da Lei tinha um propósito material de preservar o
homem do pecado e um propósito espiritual de mostrar quão terrível é
o pecado “Pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20), e quão
grande é a necessidade da graça para obter a salvação, pois é
impossível cumprir a Lei (Rm 7.19; Tg 2.10), que é entendida como a
vontade de Deus presente em todo o Antigo Testamento. Dessa forma,
estamos sob a Lei Moral de Deus, no sentido de que ela continua
representando nossos deveres e obrigações para com o Senhor e para
com o nosso semelhante e, no sentido de que ela, resumida nos Dez
Mandamentos, representa o caminho traçado por Deus no processo de
santificação efetivado pelo Espírito Santo (Jo 14.15). Nesse aspecto, o
papel do Espírito Santo é ajudar a cumprir a Lei. A própria Lei Moral
de Deus é uma expressão de sua graça, representando a revelação clara
de sua vontade santa, justa e boa (Rm 7.12). A Lei coloca a todos sob
a maldição do pecado. É ela quem avilta e mostra a crueldade do

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pecado e as consequências da desobediência. A Lei é boa (Rm 7.16;
1ªTm 1.8) porque quer evitar a ruína humana apontando-lhe o caminho
certo a seguir, mas é impossível cumpri-la. Deus utiliza-se de sua
misericórdia para tolerar o pecado e ofereceu o seu Filho manifestando
a sua graça para perdoar e permitir que a humanidade possa, através de
Cristo e por seus méritos, satisfazer as exigências da Lei, impossíveis
de serem cumpridas. A Lei oferece a salvação (seu cumprimento), e
essa é a parte boa da Lei, mas também a condenação (a incapacidade
de cumpri-la), e essa é a perdição que a Lei traz ao homem. A violação
da Lei, tanto por transgressão quanto por não conseguir cumpri-la, traz
inevitáveis consequências punitivas, tendo como fim a morte (Rm
6.23)
A Revelação da Graça Salvadora
A Graça que se Manifestou Tt 2.11. Em algum momento da
história humana a graça de Deus se manifestou, ela foi revelada aos
homens; e se ela se manifestou é porque outrora estivera oculta ao
nosso conhecimento, com isso, não pretendo dizer que a graça não
existisse na eternidade, porque como disse John Stott, pastor e teólogo
anglicano: “É certo que a graça não veio a existir somente quando
Cristo veio. Deus sempre foi gracioso, de fato o Deus de toda a graça”,
mas a questão é que a graça se tornou conhecida.
Ela apareceu. O verbo usado no original se relaciona ao
substantivo epifania, ou seja, aparecimento ou manifestação. A graça
de Deus surgiu repentinamente sobre os que estavam nas trevas e na
sombra da morte. “A graça de Deus se manifestou quando Jesus se
manifestou”, a manifestação da graça coincide com a manifestação do
Filho.
John Stott fez um comentário interessante ao dizer que: “A graça
de Deus nos foi dada antes do início do tempo, mas foi agora revelada
pela manifestação de nosso Salvador, Cristo Jesus”, é por isso que “A
graça tornou-se visível em Jesus”. Se alguém quiser contemplar a
graça de Deus, basta olhar para Jesus, sua vida, obra e ministério,
enfim, todas suas manifestações terrenas apontavam para a visível
manifestação da bendita graça que se revelou.
A Graça Salvadora de Todos os Homens. Interessante e
profunda é essa afirmação do apóstolo Paulo: “Porque a graça de Deus

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se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2:11), após ter dito
que essa graça se manifestou, imediatamente Paulo descreve o porquê,
a causa primária dela ter vindo, ela veio para salvar. Essa graça que
irrompeu como luz em meio as trevas, trouxe luz para todos os
homens; chega a ser difícil definir em palavras a grandiosidade e
preciosidade de tal afirmativa, o caminho para uma melhor
compreensão só pode se dar se consideramos o estado de perdição em
que nos encontrávamos, nas palavras de Rm 3.23, estávamos
totalmente destituídos da glória de Deus, dignos da ira, da morte
eterna, mas agora a graça se manifestou trazendo esperança pois pela
misericórdia de Deus, aos salvos é dito: “Sendo justificados
gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que em Cristo
Jesus” (Rm 3:24).
Conclusão
Nesta lição, aprendemos que a graça de Deus é imensurável. Ela
inspira e cultiva. Santifica e transforma. Tudo isso vai muito além do
que a lei confere, tornando a salvação da alma um empreendimento
divino, embora, mediante a fé, seja necessária uma resposta positiva
do homem (Ef 2.8-10).

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Lição 8
Salvação e Livre-Arbítrio
Texto Áureo
“Qual é o homem que teme ao Senhor? Ele o ensinará no caminho
que deve escolher”
Sl 25.12
Verdade Prática
O projeto primário de Deus foi salvar a humanidade. Todavia, de
acordo com sua soberania, concedeu o livre-arbítrio ao homem.
Leitura Bíblica em Classe
Jo 3.14-21
Objetivo Geral
Explicar que o projeto primário de Deus foi salvar a humanidade,
contudo, de acordo com sua soberania, concedeu o livre-arbítrio ao
homem.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
 Mostrar que a eleição bíblica é segundo a presciência divina;
 Discutir a tese bíblica de Armínio a respeito do livre-arbítrio;
 Conhecer a respeito da eleição divina e do livre-arbítrio.
Introdução
No Antigo Testamento, Deus chamou os homens para a salvação
(Ez 18.30-32). Hoje, o chamamento de Deus é a razão pela qual a nossa
vida cristã tem início (Rm 8.30; 9.24; 2ªTm 1.9). É bem verdade que
invocamos a Deus para nos salvar (Rm 10.10-13), mas a nossa
aceitação é uma resposta ao seu chamado (2ªTs 2.14; 1ªPe 5.10; 2ªPe
1.3). Por conseguinte, fomos eleitos segundo a presciência de Deus.
É necessário distinguir três importantíssimos termos
relacionados à doutrina da salvação: eleição (gr: ekloguê que
veremos a seguir), predestinação (gr proorídzô presente no
subsídio), e vocação (gr klêsis). O primeiro, eleição, procede de
eklegomai, isto é, selecionar para si, escolher (Ef 1.4; Tg 2.5; 1ªPe 1.2;
A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida
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2.9). Este termo não quer dizer que Deus escolheu uns para a salvação
e outros para a perdição. Mas que a salvação do homem não depende
do que este é ou faz, porém da vontade e misericórdia de Deus (Ef
1.4,5; Cl 2.12; 1ªTs 1.4; 2 Ts 2.13).
O Pai ama e convida todos à salvação. Ele não elege uns para a
salvação e outros para a perdição: “não querendo que alguns se
percam, senão que todos venham arrepender-se” (2ªPe 3.9 cf. Jo 3.16;
Rm 11.32; 1ªTm 2.3,4). Portanto, a eleição, entendida em conjunto
com a vocação e a predestinação, é a ação divina, mediante a qual,
através de Cristo, o homem é eleito à salvação. Em razão de sua
aceitação a Cristo, Ele passa a usufruir das bênçãos decorrentes da
salvação. Textos como: Fp 2.15,16; 3.12-16; Cl 1.22,23; 1ªTm 1.18,19;
4.9,10,16; 2ªTm 2.10-13; demonstram que a eleição é uma ação divina,
na qual o homem é convocado a obedecer, aceitando a Cristo como seu
Salvador e Senhor (1ªPe 1.2).
prógnôsis, preconhecimento, presciência, At 2.23;
1ªPe 1.2. {prognóstico}.
I. A Eleição Bíblica e Segundo a Presciência Divina.
É bom recomendar que não se façam disputas entre calvinismo
e arminianismo, mas que se exercite a tolerância cristã e o respeito nas
questões divergentes, que são muitas. Até porque os irmãos calvinistas
são acusados por alguns, dada a ênfase fundamentalista de suas
doutrinas, que são intolerantes; eles são levados ao orgulho espiritual
por serem os predestinados; sua ação evangelística é quase nula e
isolam-se das demais igrejas.
O calvinismo também confessa uma pureza doutrinária acima
das demais teologias evangélicas, pureza esta que acaba tornando-se
um meio de auto-salvação. Apesar disso, há, também, alguns pontos
de contato entre as doutrinas. Silas Daniel afirmou “que o calvinismo
honra a Deus tanto quanto o arminianismo, claramente estou me
referindo ao calvinismo majoritário, compatibilista (o outro extremo
é o fatalista)”. Há pontos de contato especialmente no pentecostalismo
mais popular, onde há “certo fatalismo quando se trata de ‘causas e
consequências’”, especialmente diante de grandes tragédias. A frase
“Deus assim quis” é muito comum sem levar em conta a lógica da

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afirmação em alguns contextos. POMMERENING, Claiton Ivan. A
Obra da Salvação, 1ª Edição. Rio de Janeiro. CPAD – 2017. p. 85.
1. A chamada é universal. O termo “chamado”, no original, é
traduzido em Efésios 1.18 por “vocação” ou “chamamento”. Quando
aplicado à provisão da salvação por Deus, diz respeito ao gracioso ato
divino pelo qual Ele chama os pecadores para a salvação em Jesus
Cristo, a fim de que sejam santos (Rm 8.29,30; 11.5,6; Gl 1.6,15). Esta
chamada ocorre mediante a proclamação do Evangelho (Jo 1.10,11; At
13.46; 17.30; 1ªCo 1.9,18,24; 2ªTs 1.8-10; 2.14). Segundo as
Escrituras, é da vontade de Deus que todos os homens sejam salvos,
isto é, que todos atendam ao chamado divino para a salvação (At 17.30;
1ªTm 2.3,4; 2ªPe 3.9 cf. Mt 9.13;). É uma vocação que opera para a
salvação, fundamentada na escolha do homem (At 13.46-48). A
vocação divina para a salvação do homem é uma obra da qual a
Trindade participa: é atribuída ao Pai (1ªCo 1.9; 1ªTs 2.12; 1ªPe 5.10)
ao Filho (Mt 11.28; Lc 5.32; Jo 7.37) e ao Espírito Santo (Jo
14.16,17,26; 16.8-11; Jo 15.26; At 5.31,32).
2. Seus propósitos. A chamada divina para a salvação tem
propósitos claros e específicos nas Escrituras. Fomos chamados por
Deus: para sermos de Cristo (Rm 1.6; 1ªCo 1.9); para a santificação
(Rm 1.7; 1ªPe 1.15; 1ªTs 4.7; Hb 12.14b; Ef 1.4); para a liberdade (Gl
5.1,13); para a paz (1ªCo 7.15; Lc 7.50; 8.48; Rm 5.1); para o
sofrimento (Rm 8.17,18): e, para a glória (Rm 8.30). Estes propósitos
auxiliam na compreensão do sentido do texto de Efésios 1.18, que
recomenda que saibamos qual seja a esperança da nossa vocação.
3. O papel do Espírito Santo. Jesus, ao prometer o Consolador,
fez menção de seu papel no mundo: Convencer o mundo do pecado (Jo
16.8-10). Embora a oportunidade de salvação seja para todos, uns se
arrependem de seus pecados e aceitam a misericórdia de Deus em
Cristo (At 2.37). Outros, no entanto, admitem a culpa mas não estão
dispostos a confessá-la, tornando-se mais resistentes (Jo 1.10,11; At
13.46; 17.32; 2 Ts 1.8-10; Hb 3.7,8).
Ele também convence o mundo da justiça, mostrando que a cruz
não representou o fim da trajetória de Cristo que, ressurreto, acha-se,
agora, à direita de Deus; por Ele, todo homem pode viver como justo
neste mundo (Fp 1.10,11; 2.15; Tt 1.8). O mesmo Espírito também

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convence o mundo do juízo vindouro, pois os que rejeitam a Cristo
serão condenados, assim como o Diabo que já se encontra julgado (Mt
25.41; Jo 16.11).
II. Armínio e o Livre Arbítrio
O livre-arbítrio foi desenvolvido por Jacó Armínio após ele ter
sido chamado a refutar os escritos do teólogo Dirck Volkertsz.
Koornhert (1522-90), quando este atacou a doutrina calvinista da
predestinação; mas, ao estudar profundamente o assunto e as
soteriologias sinergistas dos pais da igreja como, por exemplo,
Ambrósio (337–97 d.C.) e Tertuliano (160–220 d.C.), Armínio chegou
à conclusão que Koornhert tinha razão e passou a defender a doutrina
hoje chamada arminiana. Entretanto, perceba que mesmo o
arminianismo é uma doutrina que estuda a predestinação humana, cujo
ponto mais divergente do calvinismo é a atuação da graça para a
salvação do homem, no sentido de se a decisão é humana ou divina
para isso. A doutrina arminiana desse ponto afirma que, “não apenas,
portanto, a cruz de Cristo é necessária para solicitar e obter a
redenção, como a fé na cruz também é necessária para obter a posse
dessa redenção”.
Jacó Armínio (Jakob Hermanszoon) nasceu na Holanda em
1560, foi pastor de uma igreja em Amsterdã e recebeu o título de
doutor em Teologia pela Universidade de Leiden. Sua principal defesa
doutrinária é o livre-arbítrio humano. Por causa de seu
posicionamento, enfrentou forte oposição, perseguição e falsas
acusações por parte dos calvinistas. Sua reação, porém, sempre foi de
uma postura tolerante e não combativa, embora convicto de suas
opiniões. POMMERENING, Claiton Ivan. A Obra da Salvação, 1ª
Edição. Rio de Janeiro. CPAD - 2017. p. 89.
Sobre o Livre Arbítrio e a Soberania Divina.
1. No Éden. Em Jó 42, a soberania de Deus excede qualquer
vontade humana; mediante esta soberania, Ele nos concede o livre-
arbítrio. O Deus soberano, criador de todas as coisas e regente supremo
de todo o universo, decidiu dar-nos a capacidade de escolher entre a
natureza santa e a pecaminosa. No próprio Éden, Deus concede a
liberdade para o homem escolher entre o certo e o errado, entre a vida

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e a morte, entre a natureza divina e a natureza carnal (Gn 3.1-13; Dt
30.19).
2. Escolhendo uma vida santa. Temos a capacidade de escolher
em qual das duas naturezas desejamos viver: “Porque vós, irmãos,
fostes chamados à liberdade” (Gl 5.13). Quando escolhemos a
natureza pecaminosa, inclinamo-nos à carne e às obras pecaminosas
(Rm 8.6,7). Mas, ao decidirmos viver uma vida santa, voltamo-nos às
coisas do Espírito (Rm 8.5,9,14), produzindo obras dignas de um
verdadeiro filho de Deus (Rm 6.18,22; Gl 5.22).
O livre-arbítrio concedido por Deus não foi anulado pelos efeitos
do pecado. Nós, os que decidimos por uma vida santa, estamos tanto
sob a soberania de Deus quanto debaixo do livre-arbítrio concedido
por Ele (Ap 3.20).
III. Eleição Divina e Livre Arbítrio.
Paradoxalmente, a Bíblia afirma a predestinação e o livre-
arbítrio em relação à salvação. “A ênfase inconsequente à soberania
de Deus no tocante à salvação leva a pessoa a crer que a sua conduta
e procedimento nada têm a ver com a sua salvação. Por outro lado, a
ênfase inconsequente ao livre-arbítrio do homem conduz ao engano de
uma salvação dependente de obras, conduta e obediência humanas”.
A eleição é uma escolha soberana de Deus (Ef 1.5,9), que tem
por base o seu amor por todos os seres humanos (1ªTm 2.3-4). Não
pode ser obra alcançável por qualquer mérito (Rm 9.11, 15-18) e é feita
exclusivamente em Cristo (Ef 1.4). Essa eleição é operada para que
nos tornemos a imagem de Cristo (Rm 8.29) e para andarmos em
santidade.
Deus elegeu a cada um de nós com propósitos específicos (Ef
1.18) e deseja que esses propósitos sejam atendidos. Ele também nos
chamou para sermos de Cristo (Rm 1.6; 1ªCo 1.9), para a santificação
(Rm 1.7; 1ªPe 1.15; 1ªTs 4.7; Ef 1.4), para a liberdade (Gl 5.13), para
a paz (1ªCo 7.15), para o sofrimento (Rm 8.17-18) e para a glória (Rm
8.30). POMMERENING, Claiton Ivan. A Obra da Salvação, 1ª
Edição. Rio de Janeiro. CPAD – 2017. pp. 93,94.
Sobre a Eleição e o Livre Arbítrio.
1. A eleição divina. A eleição divina foi feita com base em seu
amor por todos os seres humanos (Jo 3.16; 1 Tm 2.3,4). O cuidado de

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Deus também é visto até mesmo para com os rebeldes (Ez 33.11).
Pedro afirma que Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34). Isto
afasta toda e qualquer possibilidade de a eleição ser fatalista, segundo
a qual seria inútil tentar mudar o quadro da nossa vida futura.
Nossa decisão pessoal de crer, ou não crer em Cristo, tem
conseqüências eternas em nossa vida. Foram estas as palavras
proferidas pelo Senhor Jesus: “... quem crer e for batizado será salvo;
mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16).
Os que não aceitam a Jesus como seu Salvador são os únicos
responsáveis pelos seus atos, visto ser a vontade de Deus que todos os
homens se salvem (2ªTm 2.3,4). O interesse de Jesus por todos é
manifesto em sua pergunta, quando realçou claramente a dureza dos
corações daqueles que o recusaram: “... não quereis vir a mim para
terdes vida?” (Jo 5.40 cf. Mt 23.37). O evangelho é um presente de
Deus para todas as pessoas, cabe a cada uma delas aceitá-lo ou não.
Jesus convida a cada um, indistintamente: “Vinde a mim...” (Mt 11.28);
“... Aquele que tem sede venha e quem quiser receba de graça da água
da vida” (Ap 22.17).
A palavra ‘predestinação’ procede do grego, ‘proorizo’, e
aparece cerca de seis vezes nas páginas do Novo Testamento. Uma vez
é traduzida por ‘ordenou antes’ (1ªCo 2.7); outra, por ‘anteriormente
determinado’ (At 4.28); e quatro, por ‘predestinar’ (Rm 8.29,30; Ef
1.5,11). O termo significa ‘destinar por antecipação’. Vejamos o que,
segundo a Bíblia, é determinado por antecipação.
2. Fomos predestinados em Jesus. Deus predestinou, por
antecipação, o plano da nossa salvação, isto é, o meio pelo qual
devemos ser salvos. Em Efésios 1.5, está escrito: “Nos predestinou
para filhos de adoção por Jesus Cristo”, isto é, Jesus foi dado como
sacrifício pela expiação dos nossos pecados desde a eternidade. Assim
a Bíblia diz que Jesus foi morto desde a fundação do mundo (cf. Ap
13.8; 1 Pe 1.20).
3. Fomos predestinados para ‘filhos de adoção’ (Ef 1.5). Aqui
observamos a finalidade da nossa salvação em Jesus - Deus
predestinou que os pecadores fossem, por Jesus, feitos filhos de
adoção. [...] A predestinação ‘para filhos de adoção’ (Ef 1.5) refere-se,
de acordo com Efésios 1.11,12, a nós “... os que primeiro esperamos

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em Cristo”. Está, dessa maneira, incontestavelmente definido que a
predestinação diz respeito aos que esperam em Jesus como o meio da
sua salvação, conforme a “esperança do evangelho” (Cl 1.23), os quais
serão agraciados com o dom gratuito da salvação (Ef 2.4-9).
4. Predestinados para refletir Jesus. Deus também nos
predestinou para sermos “conforme a imagem de seu Filho” (Rm 8.29).
Essa palavra nos revela o alvo que devemos alcançar por meio da
salvação. Deus deseja que todos os que aceitam a Jesus como Salvador
sejam transformados à imagem de seu Filho, o qual é a expressa
imagem de Deus (Hb 1.3). [...] Assim, Jesus foi predeterminado por
Deus para ser o modelo, a fim de que muitos irmãos, por meio dEle,
alcancem a imagem, cuja semelhança Deus, no princípio, criou o
homem (Gn 1.27).
Deus espera que cada homem defina sua posição quanto ao meio
de salvação que Ele predestinou.
a) Aquele que aceita a Jesus fica grandemente enriquecido,
pois é salvo porque aceitou a Jesus, o meio predestinado por Deus (Ef
1.5) conforme o seu propósito (Ef 1.11); é adotado por filho (Ef 1.5);
a graça de Deus opera nele, para que alcance a imagem de filho de
Deus (Rm 8.29,30).
b) Aquele, porém, que não aceita a Jesus, está perdido (Mc
16.16; Jo 3.18,19), não porque não estivesse incluído na predestinação
de Deus, mas porque não aceitou o único meio da salvação que Deus
oferece (Mt 23.37; Jo 5.40; Mt 22.3; Lc 14.17-24; 19.44; Is 50.2).
Portanto, a afirmação doutrinária que diz ser a predestinação
algo que determine a salvação para alguns e a perdição para outros
previamente determinados não tem apoio na Bíblia [...]”
(BERGSTÉN, E. Introdução à Teologia Sistemática. RJ: CPAD,
1999, p.184-7).
O arminianismo é uma seita ou uma denominação?
Não é nenhuma das duas coisas, mas existem denominações que
ou tomam o arminianismo clássico como sua doutrina da salvação, ou
têm o arminianismo em suas confissões. João Wesley, o fundador do
metodismo, foi um arminiano assim como a maioria de seus segui-
dores. O metodismo, em todas as suas formas (incluindo as que levam
seu nome), tende a ser arminiano. (Igrejas metodistas calvinistas já

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existiram. Elas foram fundadas por seguidores de George Whitefield,
coevangelista de Wesley. Mas, até onde posso dizer, todas essas igrejas
fecharam ou se uniram a denominações tradicionalmente calvinistas).
Denominações oficialmente arminianas incluem aquelas inseridas no
que é chamado de movimento de “Santidade” (ex. Igreja do Nazareno)
e na tradição pentecostal (ex. Assembleias de Deus). O arminianismo
também é a crença comum dos Batistas Livres (também conhecidos
como Batistas Gerais). Muitas “Igrejas dos Irmãos” (Bethren) também
são arminianas. Mas se pode encontrar arminianos em muitas denomi-
nações que não são histórica e oficialmente arminianas, tais como
muitas convenções/conferências batistas.
Conclusão
O convite gracioso de Deus para a salvação é independente dos
méritos pessoais do homem. É da vontade de Deus que, sem exceção,
todos os homens se salvem.

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Lição 9
Arrependimento e Fé Para a Salvação

Texto Áureo
“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado
em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o
dom do Espírito Santo”
At 2.38
Verdade Prática
O arrependimento do pecador é o primeiro passo para receber, pela
fé, a graciosa salvação de Deus.
Leitura Bíblica em Classe
At 2.37-41
Objetivo Geral
Explicar que o arrependimento é o primeiro passo para receber, pela
fé, a graciosa salvação de Deus.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
 Mostrar que o arrependimento, mediante a ação do Espírito é
uma mudança essencial para receber a salvação de Deus;
 Explicar que a fé salvífica é um dom de Deus;
 Compreender que o arrependimento e a fé são as respostas do
homem à salvação.
Introdução
Fé e arrependimento são condições essenciais para a salvação.
Trata-se de duas operações conjuntas e sinérgicas em que o homem
reage positivamente à ação do Espírito Santo, produzindo nele o pesar
e a repugnância ao pecado, tão necessário à vida nova em Cristo. O
Espírito Santo também produz simultaneamente a fé, sem a qual o
indivíduo não poderia crer na obra salvadora de Cristo.
I. Arrependimento, Uma Transformação do Espírito.
Embora o arrependimento e a fé estejam intimamente ligados,
precisamos considerá-los, cada um separadamente.

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Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 70
1. Definição de Arrependimento. O dicionário comum define
arrependimento como sendo uma sincera e completa mudança de
mente e disposição com relação ao pecado, envolvendo um senso de
culpa e desamparo, apreensão da misericórdia de Deus, um forte desejo
de escapar ou ser salvo do pecado, e abandono voluntário dele.
Exceto por ser desajeitada, é uma definição ótima. Observe que
arrependimento é essencialmente uma mudança da mente, tomando a
palavra em um sentido mais amplo. Tem, não obstante, três aspectos:
intelectual, emocional e volitivo. Examinemos cada um destes mais
detalhadamente.
O Elemento Intelectual. Este subentende uma mudança de ideia.
É uma mudança de ideia em relação ao pecado, a Deus e ao próprio eu.
O pecado passa a ser reconhecido como culpa pessoal; Deus, como
Aquele que justamente exige a retidão; e o eu como maculado e
desamparado. As Escrituras falam deste aspecto do arrependimento
como conhecimento do pecado ( epígnôsis
hamartía) (Rm 3.20; cf. 1.32). Sl 51.3,7; Jó 42.56; Lc 15.17,18,1.c.,19
tratam deste elemento do arrependimento.
O Elemento Emocional. Este subentende uma mudança de
sentimento. É a fase do arrependimento na qual pensamos mais
frequentemente; na realidade, a palavra arrepender vem do Latim re
plus poenitere, “ficar triste de novo”. Temos por isso que lembrar que
tristeza pelo pecado e desejo de perdão são aspectos do arrependimento
(Sl 51.1,2; 2ªCo 7.9,10). As Escrituras apresentam a ideia com a
palavra grega metamélomai, “ser um cuidado para alguém
depois”. Esta palavra ocorre apenas cinco vezes no texto grego (Mt
21.32; 27.3; 2ªCo. 7:8; Hb. 7:21), apesar do Textus Receptus colocá-
la em Mt 21.29, ao invés de no versículo 30.
O Elemento Volitivo. Este elemento subentende uma mudança
da vontade e da disposição. Esta é a volta íntima contra o pecado. É
apresentada na Escritura pela palavra grega metánoia, que
significa “uma mudança de ideia”. O substantivo ocorre 22 vezes no
Testamento Grego e o verbo 34 vezes, exemplos do primeiro sendo:
Mt 3.8,11; Atos 5.31; 20.21; Rm 2.4; 2ªCo 7.9,10; 2ªPe 3.9; e do
último: Mt 3.2; Lc 13.3; 15.7; At 2.38; 17.30; Ap 2.5. A Versão Douay
traduz este verbo como “fazer penitência”. “Essa palavra, de acordo

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com as Escrituras e os santos pais, não somente significa
arrependimento e regeneração de vida, mas também punir pecado
através de jejum, e outros exercícios penitenciais semelhantes” (a
respeito de Mt. 3:2). Mas este positivamente não é o significado da
palavra na Escritura, qualquer que seja o ensinamento de certos Pais
da Igreja.
Outras explicações para explicação deste termo deveriam ser
acrescentadas. Uma é que arrependimento não deve ser mostrado como
um “trabalho” a desempenhar. Este ensinamento que não é bíblico.
Confissão de pecado (Sl 32.5; 51.3,4; Lc 15.21; 18.13; 1ªJo 1.9) e
reparação de erros cometidos contra os homens (Lc 19.8) são frutos do
arrependimento; mas não constituem o arrependermos. Não somos
salvos para o arrependimento, mas sim se nos arrependermos.
Arrependimento não é uma satisfação dada a Deus, mas uma condição
do coração necessária para que possamos crer para a salvação. Além
disso, o verdadeiro arrependimento nunca existe independentemente
da fé. Isto é, não se pode voltar contra o pecado sem ao mesmo tempo
se voltar para Deus. Por oposição, podemos dizer que a verdadeira fé
nunca existe sem o arrependimento. Os dois estão inseparavelmente
unidos.
Sobre a Importância do Arrependimento. A importância do
arrependimento não é sempre reconhecida em nossos dias como o
deveria ser. Os evangelistas apelam aos não salvos para aceitarem a
Cristo e crerem, sem mostrar ao pecado que está perdido e carece de
um Salvador. Mas as Escrituras dão muito destaque à pregação do
arrependimento. Arrependimento era a mensagem dos profetas do
Antigo Testamento (Dt 30.10; 2ºRs 17.13; Jr 8.6; Ez 14.6; 18.30). Foi
o ponto alto da pregação de João Batista (Mt 3.2; Mc 1.15), de Cristo
(Mt 4.17; Lc 13.3,5), dos doze como grupo (Mc 6.12), e de Pedro em
particular no Dia de Pentecoste (At 2.38; 3.19). Era também
fundamental na pregação de Paulo (At 20.21; 26.20). A mudança
dispensacional não tornou desnecessário o arrependimento em nossos
dias; é definitivamente uma ordem a todos os homens (At 17.30). É
isto que Paulo disse em Atenas, o mais remotamente possível do meio
ambiente judeu. O arrependimento é algo em que todo o céu está
supremamente interessado (Lc 24.46,47; 15.7,10). É o fundamento dos

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fundamentos (Hb 6.1; Mt 21.32), porque é uma condição absoluta para
a salvação (Lc 13.2-5).
2. O Arrependimento na Vida Cotidiana. O arrependimento
atesta o reconhecimento não apenas do pecado, mas também da
condição pecaminosa em que se encontra o homem. A purificação do
pecado, que é produzida pelo genuíno arrependimento, não deixa o
homem isento de errar novamente, mas livra-o do poder dominador
que o pecado tinha sobre ele. Daí em diante, já livre da escravidão que
o poder do pecado impunha sobre ele, a transgressão, que antes
provocava um sentimento de prazer, provoca agora dor e abatimento
da consciência, e a situação agrava-se se não houver arrependimento.
A falta de arrependimento provoca tanto ou mais sofrimento do que o
próprio ato de pecar, visto que, no ato de arrepender-se, está o caminho
para a cura do mal que lhe causa o pecado.
3. A Ação do Espírito Santo no Arrependimento. No Antigo
Testamento, arrependimento ( shûv) significa girar ou retornar e
dedicar-se para Deus ao abandonar o pecado, voltando-se para Ele de
todo o coração, alma e forças (Ne 1.9; Is 19.22). Essa é a maneira
característica do Antigo Testamento para expressar o arrependimento
do homem para com Deus.
No Novo Testamento, significa uma mudança (
metánoia) de mente e transformação de pensamentos, de consciência
e de atitudes, abandonando o pecado e voltando-se para Deus, no
sentido de dar meia volta na direção em que se estava e tomar outra
direção. No arrependimento, sente-se tristeza pelo pecado (2ªCo 7.10)
e é necessário o seu abandono para abraçar a vontade de Deus. O
arrependimento “é a negação de uma direção de pensamento e ação, e
a afirmação da direção oposta. Aquilo que se nega é o cativeiro [do
pecado], e aquilo que se afirmar é o novo ser criado pela presença de
Deus”.
O arrependimento livra-nos das amarras do pecado e da culpa
que escravizam e tiram a alegria de viver; o arrependimento leva-nos
a experimentar cura substancial dos pensamentos e da consciência
cauterizada pelo pecado (1ªTm 4.2). Leva, ainda, a desenvolver
satisfação e uma autoestima sadia, sem orgulho nem
autodesmerecimento, resultando em alegria e paz no coração. Jesus

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afirmou que, para fazer parte do seu Reino, era necessário o
arrependimento (Mt 4.17). Arrependimento não é uma reforma apenas,
mas também uma entrega total à ação do Espírito Santo para promover
as mudanças e transformações mais profundas na alma humana.
Zaqueu teve um arrependimento tão genuíno que prometeu devolver
quatro vezes mais a quem ele havia roubado (Lc 19.8).
Arrependimento é diferente de remorso. Este é momentâneo e
passageiro, e aquele deve atingir o mais escuro compartimento do
coração humano numa mudança radical de atitudes. O arrependimento
é acompanhado do sentimento de culpa e do reconhecimento da falta
praticada (Sl 51.1-4); de um sincero pedido de perdão (Sl 51.10-12);
do abandono do erro (Pv 28.13) e da produção de frutos de
arrependimento (Mt 3.8; At 26.20). O arrependimento está incluso no
processo de conversão e abrange o ser humano por inteiro: o intelecto
(Mt 21.30), as emoções (Lc 18.13) e a vontade (Lc 15.18-19). Portanto,
a conversão é uma ruptura com antigas tradições e modos de vida
abomináveis e pecaminosos. POMMERENING, Claiton Ivan. A Obra
da Salvação, 1ª Edição. Rio de Janeiro. CPAD - 2017. pp. 101,102.
II. A Fé Como Um Dom de Deus e Como Resposta do Ser Humano.
Assim como no caso do arrependimento, o caso da fé, essa
doutrina também não recebe a atenção que merece. Grande
importância é dada à conduta; o credo da pessoa é considerado como
uma questão indiferente. No entanto, a vida da pessoa é governada por
aquilo em que crê, e na religião, pela Pessoa em Quem ela crê. “A
mulher siro-fenícia (Mt 15) tinha perseverança; o centurião (Mt 8),
humildade; o cego (Mc 10), zelo. Mas o que Cristo viu e recompensou
em cada um desses casos foi fé”. Isto é verdade, e deveria fazer com
que considerássemos o lugar da fé na vida. Vamos considerá-la como
um elemento da conversão.
A salvação é pela graça através da fé, que é a condição necessária
para a obtenção da salvação. Sem ela (a fé), não se crê no sacrifício
completo de Cristo e, portanto, podem surgir duas situações: a primeira
é que a pessoa não compreende a necessidade de salvação e, por isso,
não coloca sua fé em ação; e a segunda é o equívoco de tentar ganhar
a salvação por méritos próprios. Conjuntamente, operam a fé exclusiva
em Jesus para a salvação e, como consequência da fé, o Espírito Santo

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convence a pessoa do pecado, levando-a ao arrependimento. Visto que
a natureza pecaminosa é o estado próprio do ser humano, ele torna-se
incapaz de reconhecer o estado pecaminoso em que se encontra e,
devido a essa inconsciência, carece de uma orientação externa que
produza o desejo de arrependimento e conduza-o a tomar essa atitude.
Nesse sentido, até mesmo o desejo de arrepender-se já é, por si só, obra
do Espírito Santo no coração do homem.
Sobre a fé como dom de poder. Esta é a fé mencionada em 1ªCo
12.9, uma operação completamente sobrenatural do Espírito Santo,
capacitando a mente humana para uma confiança sem igual no poder
de Deus, a de que Ele pode realizar qualquer coisa que lhe apraz. O
Espírito toca no profundo do coração humano, levando-a à certeza e à
evidência. A certeza é o estado do espírito que consiste na firme adesão
a uma verdade conhecida, sem o temor do engano. A evidência é o que
fundamenta a certeza.
A fé especial, mesmo sendo um dom do Espírito Santo, pode ser
dividida em graus da seguinte maneira:
* “Ainda não tendes fé?” (Mc 4.40);
* “... pouca fé” (Mt 17.20);
* “... tanta fé” (Mt 8.10);
* “... grande fé” (Mt 15.28);
* “... toda a fé” (1ªCo 13.2).
Para que haja um bom desempenho, é necessário aniquilar toda
dúvida pois Jesus disse: “Se tiverdes fé e não duvidardes” (Mt 21.21).
Foi este o poder, a fé especial, que transformou água em vinho;
multiplicou os pães; acalmou a tempestade; expulsou demônios; curou
enfermo e ressuscitou morto.
2. A fé Salvífica. Primeiro façamos a distinção entre alguns
termos que são às vezes confundidos. Tais termos são “crença”,
“esperança”, “a fé”, e “fé”. A palavra “crença” é frequentemente
usada no mesmo sentido que a palavra “fé”; mas muitas vezes ela serve
para denotar apenas um elemento da fé, o intelectual. Precisamos nos
guardar contra um uso inexato do termo. Esperança tem a ver
exclusivamente com o futuro, enquanto que fé tem a ver com o
passado, o presente e o futuro. Esperança tem sido definida como
desejo mais expectativa; mas a esperança bíblica tem em si um

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elemento de conhecimento. Repousa sobre a verdade revelada nas
Escrituras. Por “a fé”, queremos dizer a soma total da doutrina cristã,
conforme contida nas Escrituras (Lc 18.8; At 6.7; 1ªTm 4.1,6.10; Jd.3).
“Confiança” é a palavra característica do A.T. para ‘fé’, ‘crer’. Ela
ocorre 152 vezes no A.T. (Port.), e é a tradução da palavra hebraica
que significa buscar refúgio (por ex. Rute 2.12); se apoiar (por ex. Sl
56.3); esperar em (por ex. Jó 35.14).
Perguntamos agora: então, o que é fé? Imediatamente, nos
lembramos da declaração em Hb 11.1: “ora, a fé é a certeza de cousas
que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”. É esta uma
definição de fé? A respeito dessas palavras comentamos:
Elas não definem a fé em si; elas a descrevem em seu poder. É o
tipo de declaração que fazemos quando dizemos: Conhecimento é
poder. Essa não é uma definição de conhecimento, de modo algum. É
uma descrição dele em um de seus grandes efeitos.
Não é fácil formular uma definição simples e adequada. Na
conversão, a fé é o ato da alma voltar-se para Deus, assim como o
arrependimento é o ato da alma voltar-se contra o pecado. Mas
precisamos estudar mais de perto este voltar-se para Deus. Podemos
dizer que as Escrituras mostram a fé como ato do coração. Ele envolve,
portanto, uma transação intelectual, emocional e volitiva. Os homens
crêem com o “coração” para serem salvos (Rm. 10:9,10). O “coração”
envolve pensamento, vontade e emoções: pensamentos: Ec 1.13; Dn
2.30; 1ªRs 3.9; vontade: Êx 35:29; emoções. Pv. 4:23. É usado no
sentido do Gesinnung Alemão “atitude”. Destaca o aspecto intelectual
da fé. Fé não é algo meramente fundamental sobre o conhecimento,
mas também leva ao conhecimento.
3. A Fonte da Fé. Consideremos brevemente a fonte da fé.
Existe aqui, como no arrependimento, um lado divino e um humano.
O Lado Divino. No lado divino, fé é o Dom de Deus (Rm 12.3;
2ªPe 1.1). Ef 2.8 provavelmente se refere mais a “salvação” do que a
“fé”; pois “é isto” ( kaí touto) é neutro e não feminino, e,
portanto se refere ao total da experiência, As palavras gregas para “fé”
( pístis) e “graça” ( kháris) são ambas femininas. A
declaração em 2ªTs 3.2: “porque a fé não é de todos”, não significa
que não a possam ter, mas simplesmente que não a tem. Somos

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solicitados a crer para que possamos sentir nossa incapacidade de fazê-
lo, e para sermos induzidos a nos lançar sobre Ele para que produza a
fé em nós. O homem com a mão mirrada foi solicitado a estendê-la; e
quando tentou fazer isso, força inundou seu membro impotente de
maneira que conseguiu estendê-lo.
O Lado Humano. No lado humano, a fé é produzida pela Palavra
de Deus (Rm 10.14,17; Jo 5.47; At 4.4). As Escrituras desvendam
nossa necessidade, enunciam as promessas, indicam as condições, e
apontam para as bênçãos da salvação. Nossa salvação principia com
uma crença intelectual da Palavra de Deus. É também produzida ao
olharmos para Jesus (Hb 12.2). A ideia parece ser a de que Ele é nosso
Exemplo e Inspiração para crermos. A oração é também
definitivamente apresentada como um meio para a fé (Mc 9.24; Lc
17.5; 22.32). É oferecida como meio de libertação da descrença e para
aumentar a fé. A prece de Jesus ajuda a nos preservar na fé. Podemos
começar com pouca fé; mas se usarmos a fé que tivermos Deus a
aumentará. Confira Jz 6.14; Mt 25.29.
4. Os Resultados da Fé. Temos tempo e espaço para examinar
apenas dois destes, que parecem ser os mais importantes.
Segurança. É verdade que a segurança vem pelo testemunho do
Espírito Santo (Rm 8.16, 1ªJo 4.13; 5.10), não obstante, Ele refere a
alma às promessas na Palavra de Deus e a segurança vem quando
cremos nelas. Intimamente associada à segurança estão a paz (Rm 5.1;
Is 26.3) e o descanso (Hb 4.3), com o consequente gozo (1ªPe 1:8).
Boas Obras. A fé necessariamente leva às boas obras. Fomos
salvos independentemente de obras (Ef. 2:9; Rm. 3:20), mas mesmo
assim “para boas obras” (Ef. 2:10). Jesus disse: “Assim brilhe também
a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras”
(Mt. 5:16). Tiago enfatiza a manifestação da fé pelas “obras” (Tg.
2:17-26). Paulo destaca a insuficiência das “boas obras” para salvar a
alma (Gl. 2:16; 3:10), mas, no entanto, ele também enfatiza o fato de
que as “obras” são a consequência da fé (Tito 1:16; 2:14; 3:8). Entre
estas “obras” está qualquer tipo de serviço cristão (Gl. 5:6; Sl. 116:10).
III. O Arrependimento e a Fé São as Respostas do Homem à
Salvação.

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Conversão não é um evento momentâneo; é, na maioria dos
casos, um longo processo que se estende de forma inconsciente muito
antes de romper na consciência, dando a impressão de uma situação
inesperada que se apodera da totalidade da pessoa. Existem relatos no
Novo Testamento, como os da conversão de Paulo, que forneceram o
modelo para essa compreensão de conversão. Observamos o impacto
do primeiro momento (At 9.1), mas com desdobramentos constantes
no desenvolvimento do processo. A salvação é pela graça através da
fé, que é a condição necessária para a obtenção da salvação. Sem ela
(a fé), não se crê no sacrifício completo de Cristo e, portanto, podem
surgir duas situações: a primeira é que a pessoa não compreende a
necessidade de salvação e, por isso, não coloca sua fé em ação; e a
segunda é o equívoco de tentar ganhar a salvação por méritos próprios.
Conjuntamente, operam a fé exclusiva em Jesus para a salvação e,
como consequência da fé, o Espírito Santo convence a pessoa do
pecado, levando-a ao arrependimento. Visto que a natureza
pecaminosa é o estado próprio do ser humano, ele torna-se incapaz de
reconhecer o estado pecaminoso em que se encontra e, devido a essa
inconsciência, carece de uma orientação externa que produza o desejo
de arrependimento e conduza-o a tomar essa atitude. Nesse sentido, até
mesmo o desejo de arrepender-se já é, por si só, obra do Espírito Santo
no coração do homem.
Conclusão
Existe apenas uma porta que nos leva à salvação, e a chave que
abre essa porta não está em nossas mãos, nem tampouco naquilo que
ingenuamente consideramos poder fazer para alcançar essa dádiva. A
chave que abre a porta da salvação está em Jesus. Ele é a chave e
também a porta, e a única coisa que cabe a nós é aceitarmos pela fé,
que Ele mesmo nos deu, que Ele é o único Salvador e que dependemos
dEle para alcançar essa salvação. A partir de então, tudo se torna novo;
surge, assim, o novo homem nascido de novo (Jo 3.3). Isso significa
que a organização da vida e todos os seus desdobramentos diante da
família, sociedade, política, economia, igreja, amigos - tudo - assume
uma nova característica agora condizente com a ética do evangelho de
Cristo (Mt 5-7). POMMERENING, Claiton Ivan. A Obra da Salvação,
1ª Edição. Rio de Janeiro. CPAD - 2017. pp. 104,105.

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Lição 10
O Processo da Salvação
Pr. Afonso Sabino

Texto Áureo
“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que
não nascer da água e do Espirito não pode entrar no Reino de Deus”
Jo 3.5
Verdade Prática
O processo bíblico de salvação se dá por meio da justificação,
regeneração e santificação do ser humano.
Leitura Bíblica m Classe
Jo 3.1-7
Objetivo Geral
Explicar que o processo da salvação se dá mediante a justificação,
regeneração e santificação.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
 Mostrara natureza da justificação divina;
 Explicar o que é a regeneração pelo Espírito Santo;
 Compreender que somos santificados em Cristo.
Introdução
O tema da salvação já aparece em Gn 3.15, na promessa de que
o Descendente - ou “Semente” - da mulher esmagará a cabeça da
serpente. A Bíblia deixa claro que todas as pessoas precisam de um
salvador e que elas não podem salvar a si mesmas.
A ordem da salvação envolve muitos aspectos, como nos revela
Stanley M. Horton - 1996, no entanto trataremos nesta lição apenas
três deles: A justificação, ato em que Deus declara justo aquele que crê
em Cristo; a regeneração, que podemos definir como a comunicação
de vida divina à alma, como a concessão de uma nova natureza (2ªPe
1.4) ou coração (Jr 24.7) e a produção de uma nova criação (2ªCo
5.17); e a santificação, pela qual o cristão é liberto do pecado e
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capacitado a fazer a vontade de Deus em sua vida. Tudo isso é possível
através da fé na crucificação, morte e ressurreição de Cristo Jesus
nosso Senhor.
I. Justificados por Deus
A natureza da Justificação. O termo “justificação” refere-se ao
ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória
de Cristo na cruz, Deus declara os pecadores condenados livres de toda
culpa do pecado e de suas consequências eternas, declarando-os
plenamente justos aos seus olhos.
Por estarmos nEle (Ef 1.4,7,11), Jesus Cristo tornou-se nossa
justiça (1Co 1.30) e Deus credita ou contabiliza sua justiça em nosso
favor. Ela é imputada a nós.
A necessidade de Justificação. A justificação é necessária em
razão de o pecado ter levado a humanidade a contrariar as normas e
padrões de justiça estabelecidos por Deus.
Desta forma, a justificação é o processo de adequação do ser
humano às normas que foram descumpridas, tornando-o justo e
cumpridor da Lei.
A impossibilidade de auto justificação. O ser humano jamais
poderia, com seus esforços, atingir este estado de justiça, por isso foi
necessário que a justiça de Cristo fosse-lhe imputada, proporcionando
aos que o aceitam pela fé sejam declarados justos e cumpram os
preceitos da Lei, apesar de suas obras de injustiça. A justiça de Cristo
torna aceitáveis aqueles que são inaceitáveis. Essa obra não depende
do ser humano, é graciosamente imputada sobre nós através de Cristo.
II. Regenerados pelo Espírito Santo
A natureza da Regeneração. A regeneração é uma obra criadora
de Deus e, portanto, uma obra na qual o homem é totalmente passivo,
não havendo cooperação humana.
A obra criadora de Deus faz surgir uma vida nova, fazendo com
que o homem seja vivificado com Cristo, passe a fazer parte da vida
ressurreta e a chamar-se nova criatura, tendo sido criado “... em Cristo
Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que
andássemos nelas” (Ef 2.10).
Na regeneração podemos distinguir dois elementos: a geração ou
produção da nova vida, e o dar a luz ou o nascimento. A geração

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implanta o princípio da nova vida na alma, e o novo nascimento faz
que este princípio se ponha em ação. O Espírito Santo é o autor da
regeneração. O homem nada pode fazer para sua regeneração.
A necessidade de Regeneração. A Palavra de Deus fala
claramente da necessidade da regeneração quando o próprio Jesus diz
a Nicodemos (Jo 3.3): “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém
não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. A regeneração é
a porta de entrada para o Reino de Deus. Jesus também destacou a
Nicodemos a atuação indispensável e soberana do Espírito Santo na
regeneração. Ele age como quer e onde quer (Jo 3.8).
A pregação da Palavra de Deus de forma bíblica, profunda e
verdadeira, mostrando ao incrédulo a sua condição de pecador, aguça
no mesmo a necessidade da regeneração e o leva a decidir-se por seguir
a Jesus e receber tão preciosa dádiva.
Consequências da Regeneração. Nascer de novo diz respeito a
uma transformação radical, acompanhada de um processo de
amadurecimento. A regeneração é o início do nosso crescimento no
conhecimento de Deus, na nossa experiência de Cristo e do Espírito
Santo e no nosso caráter moral.
As Escrituras declaram que há diversos resultados claros que se
seguem à regeneração e que nos provam sua real concretização. Lemos
que aquele que é nascido de Deus vence a tentação (1ªJo 3.9; 5.4, 18).
A pessoa regenerada pratica a justiça. Ela ama aos irmãos (1ªJo 5.1), a
Deus (1ªJo 5.2; 4.19), a Palavra de Deus (Sl 119.97), seus inimigos (Mt
7.11). O homem que é nascido de Deus é também herdeiro de |Deus e
co-herdeiro com Cristo (Rm 8.16, 17).
III. Santificados em Cristo.
Uma consequência da Salvação. A santificação é um operar do
Espírito Santo com estreita colaboração do crente. O Espírito Santo faz
nascer nesse crente a necessidade de um viver de acordo com os
ensinamentos do evangelho de Jesus, buscando ser um imitador de
Cristo.
Santificação é também a capacidade de reconhecer as fraquezas
humanas e coloca-las diante de Cristo, que é o provedor das condições
de vencê-las. Santificação significa que estamos mortos para o pecado

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(Rm 6.10-11), porém, notemos que não é o pecado que morre, mas sim
o crente que morre para o pecado.
Um esforço pessoal. A atuação conjunta, segundo Paulo, entre o
crente e o Espírito Santo produz o fruto do Espírito (Gl 5.22-23). Essa
nova maneira de viver é concretizada no crente na proporção que ele
permite o mover do Espírito Santo na sua vida, realizando esta obra de
santificação, subjugando o pecado, as obras da carne e o levando a
andar em comunhão com Deus (Ef 4.2-3; Cl 3.12-15; 2ªPe 1.4-9).
O sofrimento é uma das principais formas que o Espírito Santo
usa para santificar o crente. Esse é um processo que podemos
classificar como pedagógico, pois Deus através dele promove a
santificação do crente (Hb 12.7). Este processo de santificação requer
do crente um esforço pessoal, mesmo sabendo ele ser doloroso, pois o
resultado é a percepção de sentimentos, desejos e intenções ocultas no
coração, que afloram nos momentos de sofrimento.
Estas coisas ocultas no coração são segundo Richard Foster: as
paixões desregradas, desejos sexuais, tendência à indolência, zelo
extremo pelo trabalho e outros.
O desafio de sermos santos. É importante sabermos que mesmo
depois de justificados os crentes continuam cometendo pecados (Tg
3.2; 1ªJo 1.8), embora não sejam mais escravos do pecado (Rm 6.2).
As Escrituras nos revelam com clareza que os escolhidos de
Deus muitas vezes cometem pecados bastante graves, como Davi e
Pedro. Em Mt 6.12, Jesus ensina os discípulos a orarem todo dia pelo
perdão dos pecados. Muitos servos de Deus piedosos pediram perdão
pelos seus pecados como nos mostra a Palavra de Deus (Sl 32.5; 51.1-
4; 130.3-4).
A santidade não pode ser entendida como algo pronto e absoluto
(Rm 7), pois é um processo de aperfeiçoamento que inicia-se no ato da
conversão e que tem continuidade até o dia que nos encontrarmos com
o criador.
Conclusão
Para sermos sal e luz como nos ensinou Jesus (Mt 5.13-16),
precisamos buscar a cooperação com o Espírito Santo para nos
santificarmos e poder influenciar o mundo a nosso redor com nosso
testemunho de pessoas justificadas, regeneradas e santificadas.

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Lição 11
Adotados por Deus
Pr. Afonso Sabino

Texto Áureo
“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez,
estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos,
pelo qual clamamos: Aba, Pai”
Rm 8.15
Verdade Prática
A obra de salvação de Jesus Cristo nos possibilitou ser adotados
como filhos amados de Deus.
Leitura Bíblica em Classe
Rm 8.12-17
Objetivo Geral
Explicar que a obra de salvação de Jesus Cristo nos possibilitou
sermos adotados como filhos de Deus.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
 Apresentar o conceito bíblico de adoção;
 Explicar a adoção no tempo presente;
 Compreender a adoção plena no futuro.
Introdução
Deus além de nos colocar em situação correta diante dEle,
também nos conduz a um novo relacionamento, pois nos adota em sua
família.
A adoção é um dos resultados da morte de Cristo, onde passamos
de criaturas de Deus e servos do pecado para a condição de filhos
libertos, desfrutando de todos os privilégios que essa posição traz no
presente e também no futuro quando desfrutaremos a adoção plena em
glória: “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai: que
fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos
conhece, porque não conhece a ele” (1ªJo 3.1).
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Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 83
A adoção é um processo da salvação que ocorre conjuntamente
com a regeneração. Esse é o novo nascimento, a efusão de uma nova
vida que torna o crente apto a ser chamado filho de Deus.
Convém distinguir a adoção da “regeneração, que tem a ver com
nossa vida espiritual interior. A justificação tem a ver com nossa
posição diante da lei de Deus. Mas a adoção tem a ver com nossa
comunhão com Deus como nosso Pai, e, por causa da adoção, são-nos
dadas muitas das maiores bênçãos, das quais nos lembraremos por
toda a eternidade”.
Resumindo, na regeneração, recebemos nova vida; na
justificação, uma nova reputação; na adoção, uma nova posição.
I. O Conceito Bíblico de Adoção
Conceito bíblico e teológico. A adoção, um termo jurídico, é o
ato da graça soberana mediante o qual Deus concede todos os direitos,
privilégios e obrigações da afiliação àqueles que aceitam Jesus Cristo.
Embora o termo não apareça no Antigo Testamento, a ideia se acha ali
(Pv 17.2).
Os crentes são filhos de Deus por adoção. Isso significa que eles
não são filhos de Deus por natureza, pois nem todos os seres humanos
são filhos de Deus. Somente aqueles que possuem um relacionamento
filial com Deus por meio de Cristo são filhos de Deus. Por meio dessa
adoção, Deus coloca o pecador no estado de filho e passa a tratá-lo
como filho. Em virtude de sua adoção, os crentes são inseridos na
família de Deus e passam a ter direito a todos os privilégios da filiação.
Por um lado, eles são adotados por Deus como filhos. Por outro,
eles passam a comportarem-se como filhos de Deus. Paulo mostra-nos
esses dois elementos da adoção funcionando lado a lado: “[...] Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os
que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.
E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de
seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.4-6).
O Espírito de Cristo regenera-nos, e santifica-nos, e estimula-nos
a dirigirmo-nos a Deus cheios de confiança, vendo-o como nosso Pai.
Por isso, devemos assumir nossa relação filial com Deus e
comportarmo-nos como seus filhos.

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Benefícios da adoção. São inegáveis os benefícios advindos do
fato de fazermos parte da família de Deus (Ef 2.19). Segurança,
confiança e o convencimento que agora pertencemos a uma casa
paterna, são alguns exemplos desses benefícios.
Na Oração do Pai Nosso, Jesus deixou claro que a realidade de
ser filho altera o relacionamento com Deus. Antes, as orações eram
frias, repetitivas e enfatizavam apenas a grandeza de Deus. Ele, agora,
importa-se também com as fraquezas e necessidade humanas.
No seu ensino sobre a oração, Jesus enfatiza que Ele é o “teu Pai
que vê em oculto”, que Ele recompensa seus filhos, que Ele conhece
as necessidades antes de pedirmos, que podemos pedir pelo pão diário
— ou seja, todas as necessidades básicas —, que Ele está pronto a
perdoar nossos pecados e que Ele nos livra da tentação. Tudo isso
mostra um Deus cheio de cuidados paternos que não poupa esforços
em prol dos seus filhos.
Dentre os benefícios ou privilégios da nossa adoção está a
possibilidade de falar com Deus e de nos referirmos a ele como um Pai
Bom e amoroso. A comunhão com Deus como nosso Pai é o
fundamento de muitas outras bênçãos da vida cristã e torna-se o
principal meio pelo qual nos dirigimos a Deus.
O privilégio de ser guiado pelo Espírito Santo é também um
benefício da adoção. Paulo indica ser esse um benefício moral pelo
qual o Espírito Santo põe em nós o desejo de obedecer a Deus e de
viver conforme sua vontade. Ele diz: “Todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8.14).
Outro privilégio da adoção na família de Deus, embora nem
sempre o reconheçamos como um privilégio, é o fato de que Deus nos
disciplina como seus filhos. “Filho meu, não menosprezes a correção
que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado;
porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem
recebe” (Hb 12.5,6).
Assim como os filhos naturais crescem em obediência e justiça
quando disciplinados de modo próprio por seus pais humanos, também
crescemos em justiça e santidade quando disciplinados por nosso Pai
celestial.

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Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 85
Herdeiros da promessa. A adoção implica que o cristão recebe
o cuidado paterno de Deus. Paulo notou que “... somos filhos de Deus.
Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e
co-herdeiros com Cristo” (Rm 8.16,17).
Como herdeiros, temos à nossa disposição os recursos ilimitados
do Pai (Fp 4.19). Estes recursos não são apenas dádivas nesta vida que
Deus nos dá, mas também uma grande herança no céu, porque temo-
nos tornado herdeiros junto com Cristo. Paulo diz: “Já não és escravo,
porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus” (Gl 4.7).
Todos os grandes privilégios e bênçãos do céu estão
armazenados para nós e postos à nossa disposição, porque somos filhos
do Rei, membros da família real, príncipes e princesas que reinarão
com Cristo sobre os novos céus e a nova terra (Ap 2.26,27; 3.21).
Como um antegozo desse grande privilégio, os anjos são já agora
enviados para nos ministrar e nos servir (Hb 1.14).
II. A Adoção no Tempo Presente
Parecidos com o Pai. O apóstolo João afirma que, pelo fato de
agora sermos filhos, somos semelhantes ao Pai, ou seja, manifestamos
em nossa vida as características do caráter do Pai (1ªJo 3.2), cuja
principal é o amor (Ef 5.1), que será aperfeiçoado em nós até o dia final
(Fp 1.6).
A característica genética do filho não é escolhida por este, mas,
sim, comandada pelo “DNA” do pai; portanto, quem é filho de Deus
automaticamente é parecido com o Pai. Quem não herdou as
características do Pai precisa nascer de novo e passar pelo processo de
adoção para ser como o Pai é (Is 64.8) e ter sua filiação eterna garantida
para escapar da condenação do pecado.
Ser amado pelo Pai. Os atos do pai adotivo nos lembram duas
expressões do grande amor de Deus para com o mundo.
Primeiramente, Deus enviou Seu Filho como preço de resgate
espiritual do homem (Jo 3.16), o qual, por amor, deu Sua vida pela
humanidade: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a
própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15.13).
Em segundo lugar, Deus ama tanto aqueles que resolvem segui-
lo, que se designou chamá-los de Seus filhos. Paulo maravilha-se que
aqueles que outrora eram “filhos da ira” não somente ressuscitou para

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Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 86
uma nova vida, mas também foram exaltados, sentando-se nos lugares
celestiais juntamente com Cristo. João expressa a esta mesma
expressão de amor, ao explicar como Deus condescendeu em relação
ao homem, chamando os que creem em Jesus de Seus filhos (Ef 2.3-
6).
“Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de
sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por
essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a
ele mesmo” (1ª Jo 3.1).
Os direitos e deveres da adoção. Os filhos de Deus passam a ter
garantias e direitos (Rm 8.17) de filhos legítimos enxertados (Rm
11.17) na oliveira verdadeira, que é Cristo. Eles passam a ter um novo
nome (Ap 2.17); passam a fazer parte de uma nova família (Ef 2.19);
estão livres e emancipados da lei que gera morte (Gl 3.25); todos os
povos e raças, desde que tenham aceitado a Cristo, tornam-se filhos de
Deus sem distinção (Gl 3.28).
Os amados do Pai são guiados pelo Espírito de Deus (Rm 8.14)
e mortificam a carne com seus apetites desordenados porque neles
habita a vida do Espírito de Deus (Rm 8.13). Eles manifestam sua
aversão ao mundo e aos valores do mundo porque retribuem o amor
do Pai amando da mesma forma (1ªJo 2.15).
Portanto, há um antagonismo claro entre amar o Pai e amar o
mundo, pois o filho de Deus não pode ter um coração dividido. Para
permanecer em seu amor, é preciso guardar os seus mandamentos, que
sempre serão contrários aos do mundo (Jo 15.10).
O fato do crente ter sido honrado e colocado na posição de filho
de Deus, deve motivá-lo a viver em retidão cumprindo os deveres de
cristão. O filho deve sempre lembrar-se da dignidade que seu novo
título e posição que recebera, lembrando que ele representa o Pai aqui
neste mundo.
“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que
vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos
céus” (Mt 5.16).
“Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus
inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual
resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2.15).

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Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 87
Os crentes, como filhos de Deus, devem estar sempre seguros da
sua linhagem real e das responsabilidades que temos diante do Pai e de
permanecer separados do mundo e do pecado. Nenhum bom filho deve
associar-se com aqueles que vivem em rebelião contra seu Pai e Rei.
“Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor;
não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e
vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2ªCo
6.17-18).
III. Adoção Plena no Futuro
Filhos eternos. Nossa adoção futura prevê que teremos uma
grande herança nos céus. É nessa entrada nos céus que seremos
herdeiros de todas as coisas conquistadas por Cristo na cruz e teremos
acesso à “... uma herança incorruptível, incontaminável e que se não
pode murchar, guardada nos céus para vós que, mediante a fé, estais
guardados na virtude de Deus, para a salvação já prestes para se
revelar no último tempo” (1ªPe 1.4-5).
Esperando a adoção completa. Por causa do que ainda nos
espera de herança como filhos, Paulo afirmou que “... nós mesmos, que
temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos,
esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23).
Essa redenção, embora precária aqui na terra, será completa,
perfeita e plena no céu. Queremos que “o mortal seja absorvido pela
vida” (2ªCo 5.4). Assim como Cristo foi glorificado, nós também o
seremos; assim sendo, essa glorificação é incomparável em relação às
aflições que aqui passamos (Rm 8.15-18). Que bendita esperança!
A casa do Pai. Uma vez que somos filhos de Deus, para sempre
o seremos, mas aqui experimentamos toda sorte de infortúnios e dores,
pois gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do
céu (1ªJo 3.1-3; 2ªCo 5.2).
Nossas almas anseiam pelo momento em que poderemos
adentrar à casa do Pai eternamente. Habitamos aqui provisoriamente e
em intervalos interruptos com o Pai; mas, naquele grande dia,
habitaremos com Ele para todo o sempre (Ap 22.17).
O crente como filho de Deus, embora adotivo, torna-se
participante da herança divina enquanto ele permanecer fiel na casa do

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Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 88
Pai. Mas até um filho, por sua própria escolha pode abandonar seu pai
e seu lar e perder o que tem.
Conclusão
A adoção implica numa mudança de situação e de condição. No
sentido formal, a adoção é uma questão declarativa, Deus nos declara
seus filhos, mudando a nossa situação anterior de criaturas de Deus.
Tornamo-nos filhos de Deus e co-herdeiros com Cristo.
Além disso, existe uma experiência real de sermos favorecidos
por Deus.

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Lição 12
Perseverando na Fé
Prof. Francisco Clodecilio

Texto Áureo
“A que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono,
assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono”
(Ap 3.21)
Verdade Prática
A vida cristã exige perseverança, coragem e determinação. Há uma
gloriosa promessa para quem perseverar até o fim.
Leitura Bíblica em Classe
2ªTm 4.6-8
Objetivo Geral
Mostrar que a vida cristã exige perseverança, coragem e
determinação.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
 Explicar que é preciso perseverar na fé cristã;
 Mostrar o perigo da apostasia;
 Compreender que em Cristo estamos seguros.
Introdução.
Permanecer salvo em Jesus Cristo é o maior desavio que o cristão
enfrenta nesta caminhada. Nesta vida cheia de altos e baixos,
sobrevém-nos as aflições, ditas por nosso mestre “No mundo tereis
aflições, mas tende bom animo…” (Jo 16.33). Assim aprendemos duas
regras básicas:
1ª. Sujeitai-vos a Deus, resisti ao diabo e ele fugirá de vós (Tg
4.7);
2ª. Abstendo-vos de toda aparência do mal (1ªTs 5.22).
Pois a garantia da vida eterna nos é dada através de nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo. (Rm 8.16)
I. A Perseverança Bíblica.
A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida
Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 90
1. Conceito bíblico de perseverança. A perseverança é a chave
para uma vida firme com Jesus. Ter perseverança (proskarteresis =
paciência), significa persistir em seguir Jesus, mesmo enfrentando
muitas dificuldades. Perseverar é não desistir. Seguir Jesus nem
sempre é fácil mas se perseveramos (plerophoria = confiança em)
receberemos a recompensa de Deus. No NT, a palavra (fé) aparece
mais de 200 vezes relacionada sempre a perseverança. Neste conceito
apresento três formas da palavra fé, que nos ajudam a permanecer fiéis
ao nosso Senhor.
- Fé Salvadora. Aquela que conduz o novo convertido à vida
eterna (Rm. 5.1). Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com
Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.
- Fé Doutrinária. Aquela que conduz o novo convertido a
crer nas escrituras (1ªCo 16.13). Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos
varonilmente, e fortalecei-vos.
- Fé Prática. Aquela que conduz o novo convertido a viver os
mandamentos (2ªCo 5.7). Porque andamos por fé, e não por vista.
Demonstramos nossa gratidão a Deus por sabermos que Ele nos da
condição para que pacientemente possamos suportar as aflições deste
século presente.
A perseverança derramada sobre a vida dos salvos é demonstrada
quando ele se esforça para não perder sua salvação. Por isso devemos
vigiar e orar para não cairmos em tentação (Mt 26.41) e nessa
perseverança os que foram enxertados em Cristo pela fé dispõe de
forças para lutar contra Satanás com o auxílio do Espirito Santo.
2. Provisão divina e cooperação humana. A maior preocupação
não só do apóstolo Paulo, mas também dos outros escritores do novo
testamento era manter sua fé e sua vida cristã acima de qualquer
preceito religioso que se afasta da presença de Jesus. Paulo
reconhecendo que ele podia perder essa fé, esmerava-se em prosseguir
servido a Jesus Cristo autor e consumador da sua vida e da sua fé.
E, através de seus ensinos, fazer com que os novos convertidos
tantos os gentios como os judeus, mantivessem também suas
convicções de: perseverança, cooperação e sujeição a Jesus Cristo.
Paulo expressa essa visão quando escreve, “Mas esmurro o meu corpo
e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros,

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Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 91
eu mesmo não venha a ser reprovado” (1ªCo 9.27).
Essa certeza de perder a salvação (reprovação) era tão presente
na vida de Paulo que ele mesmo desconsiderou suas obras no passado.
“Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa
de Cristo” (Fp 3.7). Contando com a ajuda do Espirito Santo para
perseverar na fé, algumas medidas têm que estar presente em nossa
vida.
* Cultivar uma vida de oração (Ef 6.18)
* Manter o coração e a mente sob o escudo da fé (Ef 6.16)
* Desenvolver uma dependência de Deus em toda as
situações, favoráveis ou não (1ªTs 5.18)
II. O Perigo da Apostasia.
1. Conceituando apostasia. Apostasia (em grego απόστασις
[apóstases], “estar longe de”) tem o sentido de um afastamento
definitivo e deliberado de alguma coisa, uma renúncia de sua anterior
fé ou doutrinação. A apostasia acontece na verdade quando a pessoa
renega sua fé e deixa para trás tudo aquilo que cria, abandonando
totalmente a vida pautada em Deus.
Heresia significa escolha, opção, e é um termo com origem no
termo (grego haíresis). Heresia é quando alguém tem um pensamento
diferente de um sistema ou de uma religião, sendo assim quem pratica
heresia, é considerado um herege. Se destaca na bíblia um exemplo de
dois homens que apostataram da sua fé e passaram a ensinar doutrinas
de demônios. “E a palavra desses roerá como gangrena; entre os
quais são Himeneu e Fileto; os quais se desviaram da verdade,
dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns”
(2ªTm 2.17). As palavras “desviar e perverter” demostra o total
abandono e a indução de levar mais alguns para o inferno. Essa é uma
das muitas maneiras pela qual alguém realmente perde a sua salvação.
2. A prática da apostasia. Quando nossas convicções não estão
de acordo com a vontade de Deus, e nada fazemos para mudar, e somos
impulsionados de alguma maneria acreditar em alguém ou alguma
coisa, observamos que fica cada dia mais longe a reconciliação. A
dureza de coração leva a um declínio moral e espiritual
impossibilitando de que se voltem para Deus. O livro de romanos nos
dois primeiros capítulos diz que Deus os abandonou, por causa de seus

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Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 92
pecados, mas nunca impedirá que esses mesmos voltem para Ele
dentro de um tempo determinado, pois não sabemos o que acontecerá
em um segundo. Uma realidade presente sobre apostasia é quando
vemos um número de jovens evangélicos ou filhos de evangélicos que
após ingressarem nas faculdades praticam a chamada apostasia
pratica (os desviados) onde se caracteriza por uma vida entregue aos
prazeres mundanos (famosas festas chamadas calouradas), as falsas
doutrinas, e as irmandades (grupo seletos de calouros que mantêm os
mesmos padrões dentro das universidades).
III. Seguros em Cristo.
1. Cristo garante a salvação.
Cristo. O Filho de Deus. O ungido de Deus. O messias.
Garantia. Ato ou palavra com que se assegura o cumprimento
de obrigação, compromisso, promessa, penhor, etc.
Salvação. Presente da graça de Deus.
A certeza da salvação é pessoal, individual e intransferível. Essa
certeza tem que esta embasa em Jesus Cristo, não em conceitos
humanos, seminários, ou tempo de crente. Essa segurança é gerada na
mente do crente na experiência da salvação. É a minha certeza, não a
de outro, eu não posso responder por meu próximo, ele também tem
que ter essa certeza de garantia em seu coração.
2. A alegria da salvação. Recordo-me de uma história que meu
pastor José Rodrigues contou. Numa cidadezinha do interior, numa
igreja muito humilde, tinha um crente que toda vez que ele ia para os
cultos, logo que começava os louvores ele não parava de dar gloria a
Deus e começava a chorar. Algum irmão irritados com aqueles gritos
do irmão foram até o pastor e pediram para que o pastor falasse com
ele, para diminuir toda aquela barulheira. O pastor disse que iria
esperar o momento certo para conversar. Numa dessas idas e vindas
do pastor para a igreja, os dois se encontraram no caminho. O pastor
aproveitando a ocasião perguntou ao irmão porque toda vez que ele ia
para a igreja gritava e chorava. Ele olhando para o pastor disse: Pastor,
quando eu entro na igreja e me lembro do que eu era, que não prestava
para nada, valente, dos pés rachados sem estudo e pretim, e hoje eu sei
que Jesus mudou meu viver, me ama e me recebe como sou, eu não me
contenho, me invade uma alegria no meu coração ai começo a

A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida


Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 93
glorificar e chorar. O pastor com os olhos cheios de lagrimas disse:
Continue glorificando a Deus.
3. A certeza da salvação. A certeza da salvação é derramada em
nossos corações quando reconhecemos o agir do Espirito Santo em
nossas vidas, pois é ele que convence o ser humano do: Pecado, da
justiça e do juízo. Essa certeza gera no crente um sentimento que
liberta-o do medo da morte, lendo o que o apóstolo Paulo escreve na
leitura bíblica em classe desta lição, percebemos esta certeza. Ao
aceitarmos a Cristo é que podemos ter essa certeza. Alguns pontos da
certeza da salvação:
A. Podemos ter a certeza da vida eterna porque temos Cristo
como nosso Salvador e Senhor. “E o testemunho é este: que Deus nos
deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho
tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas
cousas vos escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna” (1João
5.11-13).
B. Podemos ter a certeza da vida eterna se já nascemos de
novo. “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas
antigas já passaram; eis que coisas novas surgiram!” (2ªCo 5.17).
C. Podemos ter a certeza da vida eterna quando
manifestamos santidade em um mundo pecaminoso. “Porque a graça
de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a
renunciar à impiedade e às paixões mundanas, carnais e a viver de
maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente…” (Tt 2.11-12).
Conclusão.
A batalha não é contra a carne e o sangue, mas sim contra todas
as hostes de Satanás que estão nas regiões celestiais, ou seja, invisíveis
aos olhos, mas quando nos revestimos da armadura de Deus e
aprendemos usá-las, Deus nos garante lutarmos com suas armas
espirituais e vencermos (Ef 6.10). “… Mas aquele que perseverar até
o fim, esse será salvo...” (Mt 24.13). Amém.

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Lição 13
Glorificados em Cristo
Prof. Francisco Clodecilio.

Texto Áureo
“Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo”
Fp 3.20
Verdade Prática
A plena glorificação dos salvos se dará na segunda vinda gloriosa de
Cristo.
Leitura Bíblica em Classe
1ªCo 15.13-23
Objetivo Geral
Mostrar que a plena glorificação dos salvos se dará na segunda vinda
gloriosa de Cristo.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
 Explicar qual é a esperança dos salvos em Cristo;
 Compreender que a salvação plena foi garantida por Jesus e
confirmada pelo Espírito Santo.
Introdução.
“Nossa esperança é Sua vinda. O Rei dos reis vem nos buscar;
Nós aguardamos, Jesus, ainda, Té a luz da manhã raiar” (HC nº 300)
Este hino que cantamos em nossas congregações reflete bem o
momento especial que cada salvo aguarda para o encontro com nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Nossos corpos, hoje sujeito as enfermidades e fraquezas, será
revestido da incorruptibilidade na ressurreição e nunca mais haverá
fatos que nos levem a morte, e atentamos para que Pedro escreve em
sua segunda carta no capítulo 3. “ O Senhor não retarda a sua
promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para

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conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham
a arrepender-se”.
I. A Gloriosa Esperança da Ressurreição dos Santos.
1. A ressurreição dos santos. 1ª ressurreição - Apresentamos
esse esboço para termo a ideia de como ocorrerá a ressurreição.
Ressurreição é um substantivo feminino com origem no termo
em latim resurrectio que significa o ato de ressurgir, ressuscitar,
voltar à vida. Quando voltamos nosso conhecimento para o antigo
testamento observamos que esse conceito de ressurreição já era notório
na vida dos personagens bíblicos como: Abraão (Gn 22.5). Jó (19.25-
27). Isaías (26.19). Já no novo testamento lemos: “Eis aqui vos digo
um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados” (1ªCo 15.51). Precisamos entender esta ressurreição.
Primeira fase: A ressurreição de Cristo, porque Ele
ressuscitou dos mortos sendo as primícias dos que dormem (1ªCo
15.20) e os santos que ressuscitaram na ocasião da morte de Cristo na
cruz e entraram na Cidade Santa (Mt 22.32).
Segunda fase: O arrebatamento da igreja, para o encontro
com Jesus nos ares (1ªTs 4.15-17). Aqui aprendemos que todo aqueles
que são crentes, que já confessaram seus pecados e aceitaram Jesus
Cristo como único e suficiente salvador terão seus corpos
transformados por meio da ressurreição, mas nem todos serão
ressuscitados, pois os que estiverem vivos não passarão pela morte,
pois estão vivos. Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Teremos
nossos corpos transformados ou melhor corpos incorruptíveis. Essa é
a chamada “Redenção do nosso corpo” (Rm 8.23).
Terceira fase: Os mártires que vierem da grande tribulação
(Ap 7.14,16-17).
2. O destino eterno dos salvos. “Se você quiser saber onde é a
porta do Reino dos céus, você precisa encontrar a porta do seu
coração”. Li esta frase quando pesquisava algo sobre esta matéria, ela
direciona o caminho para se chegar a esse destino. Somos peregrinos
e forasteiros nesta terra, estamos de passagem, essa terra não nos
pertence, caminhamos em direção a um lugar que só os corações dos
salvo anseiam, esse caminho não é fácil, mas sabemos aonde queremos
chegar (1ªPe 2.11). O destino dos salvo é o “Reino de Deus” a Cidade

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Encontro Didático Para Professores da EBD na IEADTC - Adultos 96
Santa a Nova Jerusalém, que foi preparada pelo próprio Jesus Cristo
para aqueles que herdarão a vida eterna (Jo 14.2,3). O Reino de Deus
foi o alvo das pregações de Cristo na terra (Jo 18.36). Este Reino foi
preparado desde a criação do mundo para receber os salvos (Mt 25.34).
Uma das maiores provas sobre o destino dos salvos foi citado por um
ladrão. Sendo condenado por seus atos, ele olha para Jesus e pede para
lembrar dele quando entrasse no Reino de Deus (Lc 23.39-43), Jesus
olhando para ele respondeu que, estariam juntos. Um reino que condiz
com a situação da ressurreição (transformação). Logo, o Rei é
Incorruptível, o Reino é, assim também os herdeiros são.
II. A PLENA SALVAÇÃO NO CÉUS.
1. Ausência de pecados e dores. Quando a terra foi amaldiçoada
por causa da desobediência de Adão e Eva (Gn 3. 17-19) todos os seres
humanos passaram a sofrer esses males. O globo terrestre também
sofreu deformações: Secas, chuvas, inundações, terremotos, tudo isso
numa escala bem maior e mais rápida, o sistema religioso que continua
transformando a gloria de Deus incorruptível nos deuses deste século,
a ciência em busca da cura para doenças mata, o esfriamento do amor.
Não chegamos nem perto de viver o reino de Deus aqui na terra e por
causa disso vivemos essa tensão, pois o ministério da injustiça já opera.
A única força que segura o mal de não agir na sua totalidade é o
Espirito Santo, até que do meio seja tirado (2ªTs 2.7).
A opção de escapar de tudo isso é ter em Cristo a certeza de
salvação, e outro detalhe, precisa também, ter o nome escrito no livro
da vida. Na sua morte, Jesus levou sobre si nossas enfermidade e dores
(Is 53.4), por este ato, acreditamos pela fé que nos céus, onde a
Trindade habita, não haverá mais mortes, nem pranto, nem clamor,
nem dores porque as primeira coisas já são passadas e tudo se faz novo
(Ap 21.4). E isso não é algo passageiro, mas para toda a eternidade,
um reino de paz e alegria. Tudo isso acontecerá porque não haverá
mais tentações pelo fato de o pecado e o mal não existirem por ter o
nosso Jesus alcançado a vitória.
2. A plenitude nos céus. Plenitude do Latim plenitude,
“abundância, estado do que é cheio ou completo”. Vitoria, é a única
palavra que expressa toda essa perfeição. Essa salvação plena nos céus
foi efetuada pela obra de Cristo. O cristão experimentará a sua

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plenitude em termos de sua espiritualidade, moralidade,
conhecimento. A busca desejosa por esse lugar revela que nossa
morada não é aqui. É hora de nós, cristãos nos posicionarmos diante
desse versículo da bíblia: “... de acordo com sua promessa, nós
esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça”
(2ªPe 3.13) É necessário levar a sério essa promessa de Deus. Na terra
corremos em busca de uma coroa incorruptível e por causa dessa coroa,
sofremos os escárnios, as injurias, as perseguições, heresias, e
secularismos, tudo isso para alcançarmos uma pátria celestial, e assim
ouvir do próprio Jesus: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança
o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo (Mt 25.34)
Conclusão.
O maior presente já concebido e concedido à humanidade é a
redenção. Somente um Deus onisciente e onipotente poderia planejar
e realizar a redenção dos seres humanos. No primeiro capítulo de
1ªPedro, o Senhor nos lembra, através do apóstolo Pedro, que nossa
redenção é baseada na graça, verdade e soberania de Deus.

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Lição 14
Vivendo com a Mente de Cristo
Prof. Abdias Barreto

Texto Áureo
“Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-
lo? Mas nós temos a mente de Cristo”
1ªCo 2.16
Verdade Prática
Diante de um mundo marcado pelos dias maus, não podemos viver
sem ter a mente de Cristo.
Leitura Bíblica em Classe
1ªCo 2.12-16
Objetivo Geral
Explicar porque não podemos viver sem ter a mente de Cristo.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor
deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao
tópico l com os seus respectivos subtópicos.
 Mostrar que somos peregrinos neste mundo tenebroso;
 Compreender que precisamos viver em esperança e com a
mente de Cristo.
Introdução
Interagindo com o professor
Prezado (a) professor (a), chegamos ao final da nossa série de
estudos a respeito da salvação. Com certeza, a sua fé e a de seus alunos
foram fortalecidas mediante o estudo de cada lição. Aprendemos a
respeito da maior e melhor dádiva divina que alguém pode receber: a
salvação pela fé em Jesus Cristo. Não somos merecedores de tão
grande dom, mas Ele, pela sua graça, nos salvou e fez de nós novas
criaturas. Que venhamos louvar a Deus pela nossa salvação e partilhar
deste presente com aqueles que ainda não receberam a Cristo como
Salvador.
A doutrina da glorificação dos salvos, estudada na lição anterior,
traz esperança à nossa vida. Ela nos lembra de que somos peregrinos e
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forasteiros neste mundo e, por isso, devemos sempre ter a consciência
da fugacidade da vida. A melhor maneira de viver com essa
consciência é ter a mente de Cristo. Pode ler com seus alunos Fp 2.
I. Peregrinos Nesta Terra
1. Peregrinos na terra. Forasteiros e peregrinos no mundo.
“Forasteiros e peregrinos no mundo”: a nossa condição neste mundo
e a nossa verdadeira casa. Encontramos “forasteiros e peregrinos” em
1ªPe 2.11: “Amados, exorto-vos (peço-vos), como a peregrinos e
forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências da carne, as quais
combatem contra a alma”.
A Palavra de Deus diz-nos que somos forasteiros e peregrinos
neste mundo. Isto significa que este mundo não é a nossa casa. Não
pertencemos a este mundo. Para compreender isso melhor vamos ver
um exemplo: digamos que embarcaste num avião para um país
estrangeiro e desconhecido para ti e, hipoteticamente vais permanecer
neste país. Tu és um estrangeiro e um estranho naquele país. Não
entendes a língua que as pessoas falam. Não compreendes o que está
escrita nos jornais deles. Ligas a TV mas rapidamente desligas porque
não compreendes nada. É tudo estranho para ti. Tu és um estrangeiro
e um estranho naquele país.
A Palavra de Deus diz-nos a mesma coisa acerca da nossa
condição na terra. Se, no entanto, e continuando com o mesmo
exemplo, começas a falar a mesma língua que se fala no país, ouvires
as notícias deles e vires os mesmos programas da TV, falas dos
mesmos assuntos que eles e a fazes o mesmo que eles, já não és mais
um estranho ou estrangeiro neste país, acabas por estar integrado
naquele país e tornas-te parte dele. O mesmo se passa conosco,
Cristãos.
A Palavra de Deus afirma que somos estranhos e estrangeiros
neste mundo. Não é suposto que nos conformemos (moldemos) a este
mundo, que partilhemos os mesmos interesses do mundo, que nos
comportemos da mesma maneira que o mundo se comporta, vimos o
que eles vêem, tenhamos a mesma visão e os mesmos interesses que o
mundo tem. Somos estranhos e estrangeiros aqui e não estamos aqui
para nos conformar, ajustar, condizer, resignar ou integrar neste
mundo. (Rm 12.2) isto é: ter a mesma “forma” que o mundo tem (é

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isto o que significa “conforma”). Nós vimos de um outro mundo, de
uma outra casa. Onde está essa casa? Aqui estão alguns versículos que
respondem a essa questão:
Fp 3.20: “Mas a nossa pátria está nos céus, donde também
aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo”.
Cl 1.12-13: “... dando graças ao Pai que vos fez idóneos para
participar da herança dos santos na luz, e que nos tirou do poder das
trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado”. Irmãos e
irmãs, nós somos cidadãos dos céus. Lá e não neste mundo é a nossa
casa. De facto, já fomos cidadãos deste mundo e do seu reino, o reino
da escuridão. Mas já o não somos mais. Fomos libertados deste reino
e agora somos cidadãos do Reino do Filho de Deus e como
consequência somos estrangeiros e estranhos neste mundo.
2. Cidadãos celestiais - Ler Cl 3. Hb 11.13-16: “Todos estes
morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto
e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos
na terra. Ora, os que tais coisas dizem, mostram que estão buscando
uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela donde haviam
saído, teriam oportunidade de voltar. Mas agora desejam uma pátria
melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha
deles, de ser chamado seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade”.
Lc 12.15-31: “Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa
vida, pelo que haveis de comer, nem quanto ao corpo, pelo que haveis
de vestir. Pois a vida é mais do que o alimento, e o corpo mais do que
o vestuário. Considerai os corvos, que não semeiam nem ceifam; não
têm despensa nem celeiro; contudo, Deus os alimenta. Quanto mais
não valeis vós do que as aves! Ora, qual de vós, por mais ansioso que
esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? Porquanto, se não
podeis fazer nem as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas
outras? Considerai os lírios, como crescem; não trabalham, nem fiam;
contudo vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se
vestiu como um deles. Se, pois, Deus assim veste a erva que hoje está
no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais vós, homens de
pouca fé? Não procureis, pois, o que haveis de comer, ou o que haveis
de beber, e não andeis preocupados. Porque a todas estas coisas os

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povos do mundo procuram; mas vosso Pai sabe que precisais delas.
Buscai antes o seu reino, E ESTAS COISAS vos serão acrescentadas”.
II. Vivendo em Esperança Com a Mente de Cristo
1. Passando pelas provações com a mente de Cristo. Enquanto
vivermos neste mundo, seremos afetados pelas fraquezas e
circunstâncias difíceis. Por isso devemos aprender a viver com a
sabedoria do alto (Tg 3.17; Fp 4.8). Nesse aspecto, o apóstolo Paulo
exorta a igreja de Filipos a ter o mesmo sentimento de humildade de
Cristo, esvaziando-se da prepotência, do orgulho, do apego aos títulos
e posições, para cumprir o celestial propósito de servir (Fp 2.5-8).
“Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós
para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; Mas alegrai-
vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que
também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo
nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre
vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim,
blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado. Que nenhum de vós
padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se
entremete em negócios alheios; Mas, se padece como cristão, não se
envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte” 1ªPe 4.12-16.
2. Um olhar para além das circunstâncias - Isso é fé. Fé é olhar
acima das circunstâncias. “Nós, porém, não somos dos que retrocedem
para a perdição, somos, entretanto, da fé, para a conservação da
alma” (Hb 10.39).
Nossa vida é pautada por obstáculos. Sempre existirão algumas
dificuldades em nossas vidas, novas situações sempre aparecerão para
serem ultrapassadas. Nas provas de atletismo, existe uma modalidade
que se chama corrida com barreiras. São cento e dez metros com
cavaletes para serem saltados. Eles estão ali para serem vencidos, não
para derrubarem o atleta.
O que eu quero lhe dizer nesse dia, é que os obstáculos que têm
aparecido diante de você, não estão ali para lhe derrubar. Deus
permitiu que eles fossem colocados ali, para que você pudesse passar
por cima deles e nunca com a intenção de derrubá-lo. Quando um atleta
vai disputar uma prova com barreiras, nem ele e muito menos seu

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treinador ficam assustados ao verem os cavaletes colocados ao longo
do percurso. Ele foi treinado para essa prova.
Deus é o nosso treinador. Ele sabia que enfrentaríamos
obstáculos e que barreiras seriam colocadas na nossa frente, por isso,
Ele nos revestiu com a arma mais poderosa do mundo: a fé. Nesse
versículo acima, está a chave para vencermos e ultrapassarmos todos
os obstáculos: a fé. Leia: “... porque todo o que é nascido de Deus
vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1ªJo
5.4).
Subsidio Bibliolgico
Como ovelhas para o matadouro (Rm 8.36). As adversidades
alistadas pelo apóstolo nos versículos 35,36 de Romanos 8, têm sido
experimentadas pelo povo de Deus através dos tempos. Nenhum crente
deve estranhar o fato de experimentar adversidades, perseguição,
fome, pobreza ou perigo. Aflições e calamidades não significam,
decerto, que Deus nos abandonou, nem que Ele deixou de nos amar.
Pelo contrário, nosso sofrimento como crentes, abrir-nos-á o caminho
pelo qual experimentaremos mais do amor e do consolo de Deus (2ªCo
1.4,5). Paulo nos garante que venceremos em todas essas adversidades
e que seremos mais que vencedores por meio de Cristo (Bíblia de
Estudo Pentecostal. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1714).
Subsídio Adicional. Fonte: Ensinador Cristão - n° 72
A fim de vivermos sabiamente neste mundo é preciso
compreender algumas verdades bíblicas fundamentais:
1) Como discípulos de Cristo, somos peregrinos nesta Terra (Tg
4.14);
2) conscientes de nossa provisoriedade terrena, precisamos ter a
mente de Cristo (1ªCo 2.16). Essas duas verdades bíblicas nos farão
compreender melhor o mundo onde que vivemos.
A marca do mundo hodierno é a prática de uma vida sem
moderação, bom senso equilíbrio e ordem. No contexto desse mundo
que os discípulos de Cristo são chamados por Deus para “salgar” e
“iluminar” a Terra (Mt 5.13,14) -, apresentando as virtudes do Reino
de Deus em cada relacionamento que estabelecemos na sociedade, para
nos buscar. Maranata!
Conclusão

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Somos peregrinos em terra estranha. Sentimos saudades de uma
terra que ainda não conhecemos, como canta o poeta: “Oh! que
saudosa lembrança / tenho de ti, ó Sião” (Harpa Cristã, nº 2).
Portanto, vivamos sabiamente com a mente de Cristo até o nosso
Salvador voltar.

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