Curso: Mineração
Turma: 2814
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE: O SISNAMA
Resumo. O presente artigo, tendo como base a Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei nº 6.938/1981, analisa o art. 6º deste
documento, observando as competências e responsabilidades de cada órgão presente dentro da estrutura do SISNAMA, bem como seus limites de
atuação e hierarquia a que estão submetidos.
Palavras chave: PNMA, SISNAMA,CONAMA, meio ambiente, lei ambiental.
INTRODUÇÃO
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) instituída
pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, é a
referência mais importante no âmbito da proteção
ambiental. A PNMA está amparada no art, 225 da
Constituição Federal, que dispõe: “Todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.” Este dispositivo Constitucional regula a
atividade ambiental determinando o seu uso e prezando
pelo equilíbrio do meio.
O objetivo da PNMA, ao estabelecer as normas que
regulamentam as várias atividades que envolvem o meio
ambiente, é garantir que haja preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental, visto que o
ambiente é um patrimônio público de uso coletivo, e deve
ser necessariamente protegido.
O art. 6º institui a hierarquia de ação governamental,
composta por órgãos e entidades da União, Estados,
Distrito Federal, Territórios e Municípios; estes
constituem o Sistema Nacional do Meio Ambiente
(SISNAMA).
OBJETIVOS
- Apresentar o art. 6º que institui o SISNAMA;
- Apresentar a estrutura organizacional adotada para a
gestão ambiental no Brasil;
- Verificar pormenorizadamente a atuação e
competência de cada um dos órgãos que constituem o
SISNAMA.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram analisados, neste trabalho a Lei nº 6.938/1981
que institui a PNMA, e a estrutura de gestão ambiental
(art. 6º da PNMA), denominada de SISNAMA, este
regulamentado pelo decreto nº 99.274, de 6 de Junho de
1990.
Análise do parágrafo acima citado e de cada um de seus
artigos, buscando literaturas a cerca deles que
apresentam ao leitor os objetivos propostos no item
anterior.
Para fim de melhor visualização e consequente
compreensão, neste trabalho cada parágrafo do artigo é
comentado individualmente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A PNMA foi estabelecida em 1981, a partir da Lei nº
6.938/1981, e representou um marco na legislação
ambiental brasileira, em virtude do estabelecimento da
Política Nacional do Meio Ambiente, seus instrumentos e
pela criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente. O
SISNAMA foi criado para assegurar o cumprimento da
legislação ambiental, dispostos tanto na Constituição
Federal, quanto na legislação infraconstitucional.
Anterior ao art. 6º da PNMA está o art. 5º que, por sua
vez, já introduz a responsabilidade hierárquica delegando
aos governos (e a iniciativa privada, quando for o caso) o
dever de zelar pelo meio ambiente: “Art. 5º - As Diretrizes
da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas
em normas e planos, destinadas a orientar a ação dos
Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a
preservação da qualidade ambiental e manutenção do
equilíbrio ecológico, observados os princípios
estabelecidos no art. 2º desta Lei. Parágrafo único. As
atividades empresariais públicas ou privadas serão
exercidas em consonância com as diretrizes da Política
Nacional do Meio Ambiente.”
O Art. 6º que cria e organiza hierarquicamente o
SISNAMA, diz: “Os órgãos e entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, bem como as fundações instituídas pelo
Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da
qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do
Meio Ambiente – SISNAMA, assim estruturado: ...”
Formado por uma rede de órgãos e instituições
ambientais (citados abaixo), a criação do SISNAMA se
deu em virtude de estabelecer uma rede de agências
governamentais que dispusessem de mecanismos que
consolidassem a PNMA, em todos os níveis do país. Ao
mencionar “Poder Público” no caput do artigo entende-se
que as competências se dividem entre o Poder
Executivo, Poder Legislativo, Poder Judiciário e
Ministério Público.
Cabe ao Poder Executivo o controle das atividades que
se apresentem como potencialmente poluidoras, a
exigência do estudo de impactos ambientais, o
licenciamento ambiental, e a fiscalização de
empreendimentos e atividades que sejam potencialmente
danosas ao meio ambiente. Ao Legislativo compete a
tarefa de elaborar leis e regulamentos ambientais,
aprovar orçamentos dos órgãos ambientais e exercer o
controle dos atos administrativos do Executivo. O Poder
Judiciário, na esfera ambiental, tem como função julgar
as ações de cunho ambiental, exercer controle de
constitucionalidade das normas e rever os atos
administrativos. Por fim, ao Ministério Público cabe a
instauração de inquérito civil e criminal e a promoção da
ação civil pública.
Os seis parágrafos do artigo em questão estabelecem os
seis níveis político-administrativo com funções
específicas. “I – órgão superior: O Conselho de
Governo”. Este Conselho é órgão integrante da
Presidência da República, que tem como finalidade
assessorar a Presidência nas matérias ambientais, sendo
composto por todos os Secretários de Estados, titulares
essenciais da Presidência da República e Advogado
Geral da União.
II – órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional
do Meio Ambiente (CONAMA)”. O órgão possui caráter
consultivo, visto que assessora o Conselho do Governo,
e deliberativo, uma vez que ele pode deliberar sobe
normas e padrões que atendam ao exposto no texto do
parágrafo. O art. 8º da mesma Lei estabelece as
competências legais do CONAMA. Aos Estados e
Municípios cabe atender a esses padrões e normas
federais instituídos pelo órgão. O Conselho é composto
por um Plenário, pelo Cômite de Integração de Políticas
Ambientais (CIPAM), por Grupos Assessores, Câmara
Técnicas e Grupos de Trabalho.
“III – órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da
Presidência da República”. Denominado como Ministério
do Meio Ambiente (MMA), o órgão tem a finalidade de
planejar, coordenar, supervisionar e controlar a política e
as diretrizes governamentais fixadas para o meio
ambiente, a biodiversidade e os recursos hídricos. A Lei
Alunos: Kevin Wallace e Letícia Sobrinho
Disciplina: Mineração e Legislação Ambiental
Professora: Ana Carolina
nº 13.341 de 29 de setembro de 2016 dispõe sobre a
organização do ministério, e sua estrutura foi
regulamentada pelo decreto nº 8.975 de 24 de janeiro de
2017.
“IV – órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e
o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade – Instituto Chico Mendes”. O IBAMA, órgão
ambiental muito conhecido foi criado a partir da extinção
do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF)
e Superintendência da Barrocha – SUDHEVEA. Já o
Instituto Chico Mendes, atende a um regime legislativo
especial, se constituindo como uma autarquia federal, com
personalidade jurídica e autonomia tanto administrativa,
quanto financeira. Ambos criados para modernizar às
ações executadas pelo pode público, de forma a agilizar e
aumentar a eficácia da estrutura governamental.
“V – órgãos seccionais: os órgãos ou entidades estaduais”.
Este órgãos prestam informações sobre seus planos de
ação e programas de execução, em relatórios anuais,
submetidos a apreciação do CONAMA. É função de cada
Estado da Federação organizar sua agência de controle
ambiental, conforme suas necessidades e particularidades,
atendendo sempre a hierarquia do SISNAMA.
“VI – órgãos locais: os órgãos ou entidades municipais”.
Estes órgãos citados no parágrafo dizem respeito aos
órgãos municipais de controle ambiental. Estes exercem a
gestão ambiental dentro dos seus limites territoriais,
podendo, inclusive, aplicar sansões, interditar ou fechar
estabelecimentos que venham infringir a as determinações
legais da legislação ambiental.
Este modelo de gestão ambiental definido pela PNMA tem
como princípio o compartilhamento de e descentralização
das responsabilidades para com o meio ambiente,
divididos entre os entes federados e com diversos setores
da sociedade. Obedecendo a princípios como
subsidiariedade (o que puder ser puder ser realizado no
nível local, com competência e economia, não deve ser
atribuído ao nível estadual), autonomia (valorização da
liberdade e discernimento local, garantindo assim o mínimo
de dependência para as ações de interesse local),
responsabilidade compartilhada (zelar pelo bem comum
cabe a todos, observando suas competências e
atribuições) e cooperação (colaboração entre os diferentes
níveis de governo, de forma a otimizar e agiliza as ações).
CONCLUSÃO
A partir da análise do art. 6º e seus respectivos
parágrafos, da Lei nº 6.938/1981 que institui a PNMA, e
sua organização governamental por meio do SISNAMA,
atendendo a garantia constitucional (art. 225), percebemos
que a tutela do meio ambiente se divide entre órgãos com
responsabilidades distintas, e ao mesmo tempo
compartilhadas, que vai desde a Presidência da República
até a sociedade civil. O principio da cooperação está
presente em toda a rede hierárquica do Sistema, que
preza pela autonomia e responsabilidade dos órgãos
envolvidos.
Viabilizar a compatibilização do desenvolvimento
socioeconômico com a utilização dos recursos ambientais,
fazendo com que a exploração do meio ambiente ocorra
em condições propícias à vida e à qualidade de vida, é
objetivo da PNMA. A efetivação da mesma, a partir dos
órgãos governamentais, e das empresas privadas (que
atendem a mesma prerrogativa legal) visa assegurar, no
país, condições de desenvolvimento socioeconômico, aos
interesses da segurança nacional e da proteção da
dignidade humana.