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LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS

(Decreto-Lei nº 3.688/41) – Apenas uma introdução

1. Classificação das infrações penais 3. Dolo ou culpa na contravenção?

Em alguns países do mundo três são as Essa questão é bastante polêmica.


espécies de infrações penais: crime, delito e
contravenção penal. Conforme a LCP (lei das contravenções):

Art. 3º Para a existência da contravenção,


Sistema TRICOTÔMICO basta a ação ou omissão voluntária.
CRIME DELITO CONTRAVENÇÃO
Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a
culpa, se a lei faz depender, de um ou de
outra, qualquer efeito jurídico.
Contudo, o ordenamento jurídico brasileiro
adotou o sistema binário, também conhecido
como dualista ou dicotômico, onde não há Acontece que esse dispositivo tem sido
distinção entre crime e delito. contestado por boa parte dos doutrinadores, pois,
segundo os mesmos, seu contexto era aplicável
numa época em que o Brasil vivia uma fase de
Sistema adotado pelo Brasil opressão aos direitos individuais, em razão da
ditadura.
DUALISTA - BINÁRIO - DICOTÔMICO
CRIME Hoje, no entanto, parece um pouco arbitrário
(DELITO)
CONTRAVENÇÃO punir uma pessoa apenas pela sua ação ou
omissão voluntária, sem que se analise se, no
mínimo, ela foi culpada pelas consequências do
ato.

Por exemplo, um padre que bate o sino ou


pede que o capelão o faça, causa a pertubação do
2. O que é contravenção penal? sossego. Mas será que a intenção dele é essa? O
fato de não impedir o capelão, omitiu-se?
Ontologicamente, crimes e contravenções Obviamente não. Mas, analisando secamente
são idênticos. Ambos são fatos típicos e a letra da lei das contravenções, o Padre cometeu
antijurídicos que são penalizáveis. A lei não os uma contravenção penal, seja por ação dele
difere conceitualmente, mas quantitativamente, próprio ou por omissão voluntária (ao não impedir
em razão da severidade da pena. o capelão de tocar o sino).
O art. 1º da Lei de Introdução ao Código Entretanto, no Brasil, a responsabilização
Penal diz que: objetiva (referentes ao resultado do crime) é
vedada em nosso ordenamento.

CRIME CONTRAVENÇÃO Significa dizer que não poderíamos


criminalizar o padre por ter perturbado o sossego,
Reclusão ou Detenção Prisão simples pois sua conduta não se reveste desses elementos
[e/ou] multa [e/ou] multa subjetivos (referentes à vontade do sujeito).

Mas, conforme o artigo citado acima, ao


menos em se tratando de contravenções penais,
A doutrina também os diferencia pelo nível seria possível responsabilizar o padre em razão
de significância, chamando as contravenções de apenas do resultado de sua ação, qual seja, a
“crime anão”, “crime vagabundo” ou “crime perturbação do sossego alheio.
menor”.
Logo, estamos diante de um impasse!
4. Entenda as teorias

A questão do Padre que toca o sino esbarra


em uma polêmica homérica que divide as
opiniões dos principais doutrinadores brasileiros:
A teoria do crime.

Primeiro, vejamos as principais teorias


estudadas por nossos doutrinadores: Tri partida:
FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL
Dolo ou culpa

ou

Bi partida
FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO
Dolo ou cupa
Tri partida:
FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL A culpabilidade é apenas um pressuposto para
aplicação de pena
Conduta Dolo ou culpa

A teoria causalista adota o sistema tripartido A teoria finalística é a teoria adotada pelo
do crime, onde o mesmo somente ocorreria se nosso ordenamento jurídico penal. Aqui o agente
constatado seus três elementos constituintes. somente poderá ser responsabilizado se em sua
conduta houver dolo ou culpa.
A falha dessa teoria está em justamente não
considerar o elemento subjetivo (dolo ou culpa) Assim, analisando o mesmo exemplo do
na conduta do agente. Ou seja, bastaria sua ação padre que toca o sino, por essa teoria, o mesmo
ou omissão, já que dolo ou culpa seria analisado não teria cometido uma infração, uma vez que,
apenas na culpabilidade. primeiro, seria analisada a sua conduta:

Em outras palavras, o agente seria


responsabilizado em razão das consequências de 1- Perturbou o sossego? Não. Pois não agiu
sua conduta (objeto). com dolo, já que não tinha intenção de
perturbar o sossego. Tampouco com culpa,
Por essa teoria o padre seria penalizado, já pois o ato de tocar o sino, por si só, não causa
que causou a perturbação do sossego alheio, a perturbação do sossego de ninguém. Fato
independe se essa era a sua intenção ou não. não típico

Perturbar o sossego é uma contravenção A análise é encerrada logo na definição do


penal definida no art. 42 da LCP. Logo, pela fato típico, independente do sistema adotado (bi
teoria causalística, o padre teria cometido uma ou tri partido) já que o padre tocou o sino, mas,
infração, pois: sob a ótica penal, não perturbou o sossego.

1- Perturbou o sossego? Sim. Fato Típico Ou seja, para se definir a contravenção, nesse
caso, os resultados devem ser avaliados, o que
2- É uma contravenção? Sim. Antijurídico implica na responsabilização objetiva (teoria
causalística), o que é vedado pelo nosso
3- Pode ser responsabilizado? Sim. Pois ao ordenamento jurídico.
tocar o sino, ainda que não fosse a sua
intenção, teve culpa no resultado, causando Pela teoria finalística, resta aos incomodados
a perturbação alheia. Culpável promover uma ação cível de reparação por danos.
5. Como solucionar esse impasse?
DICA: em um um concurso público leia
e releia o enunciado da questão e analise
Conforme a LCP a contravenção é uma se o avaliador quer como reposta a
infração de perigo, que, como ressaltado, visa literalidade da lei ou sua interpretação
prevenir um mal maior, que é a prática de um válida segundo o ordenamento jurídico
crime, e para sua configuração basta somente que
a ação ou omissão sejam voluntárias, No primeiro caso a presença do dolo ou
prescindindo-se, assim, de dolo ou de culpa. culpa é prescindível (desnecessária) para
verificar a contravenção. Já no segundo
O dolo e a culpa só serão analisados pelo não.
julgador na ocasião de graduar ou de
individualizar a pena aplicável no caso concreto.
Aliás, faça essa reflexão em todas as
No entanto, a teoria finalista da ação, questões cuja o tema é a LCP.
adotada pelo Código Penal após a reforma de
1984, antecipa para a tipicidade (fato típico) a
necessidade de haver dolo ou culpa na conduta do
agente. E isso também vale para as contravenções
penais (art. 1º da LCP). 6. Prisão simples
Ou seja, a conduta humana, para ser
considerada penalmente relevante, Máximo: 05 anos
necessariamente deve ser voluntária e consciente
(fim de causar dano). A pena de prisão simples deve ser cumprida,
sem rigor penitenciário, em estabelecimento
especial ou seção especial de prisão comum, em
No Brasil, prevalece a teoria finalística para regime semi- aberto ou aberto.
definir o crime e as contravenções, cuja qual
impede que o tal Padre seja responsabilizado por O condenado a pena de prisão simples fica
perturbar o sossego, se não houve o dolo ou a sempre separado dos condenados a pena de
culpa em sua conduta. reclusão ou de detenção.

O trabalho é facultativo, se a pena aplicada,


Pelo princípio da culpabilidade, implícito na
não excede a quinze dias.
Constituição Federal, não se pode, num estado
Democrático de Direito, responsabilizar o agente Vale lembrar que a CF/88 vedou a pena de
pela simples relação de causalidade, sem que trabalho forçado, somente sendo admitido o
exista vontade ou previsibilidade em sua conduta. trabalho facultativo.

A exceção da regra nos crimes ambientais,


que admitem a responsabilização civil objetiva de
7. Pena de multa
empresas que sejam condenadas por tais práticas,
mas isso é uma outra situação, não abrangida pela
LCP. Máximo: 50 contos

Por outro lado, há doutrinadores que Segundo o art. 9º da LCP, a multa converte-se
defendem que o padre agiu com culpa, uma vez em prisão simples.
que foi negligente ao tocar o sino.
Entretanto, o Código Penal não mais permite
essa conversão, estabelecendo que a multa será
Mas veja, por essa outra ótica, ainda sim o considerada dívida de valor, devendo ser tratada
padre teria agido com culpa, não se tratando de como uma dívida ativa da Fazenda Pública,
responsabilidade objetiva, mas subjetiva. inclusive no que concerne às causas interruptivas
e suspensivas da prescrição.
8. Penas acessórias Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em
instituto de trabalho, de reeducação ou de ensino
profissional, pelo prazo mínimo de um ano:
As penas acessórias, que estão disciplinadas I – o condenado por vadiagem (art. 59);
no artigo 12, segundo melhor jurisprudência,
foram revogadas pela Lei 7.209/84, que alterou o II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu
Código Penal. parágrafo);

III – o reincidente nas contravenções previstas nos arts.


Consistia nas seguintes interdições de
50 e 58.
direito:

O exílio local foi também vedado pela


I – a incapacidade temporária para profissão ou
atividade, cujo exercício dependa de habilitação Constituição Federal e foi excluída pela Lei nº
especial, licença ou autorização do poder público; 7.209/84. Embora a lei de contravenção já não o
admitia:
lI – a suspensão dos direitos políticos.
Art. 13. Aplicam-se, por motivo de
contravenção, os medidas de segurança
estabelecidas no Código Penal, à exceção do
exílio local.
9. Medidas de segurança

As medidas de segurança serão as mesmas


definidas no código penal. São duas:
10. Efeitos da condenação
a) Detentiva, que é a internação em hospital
de custódia e tratamento psiquiátrico; Verifica-se a reincidência quando o agente
pratica uma contravenção depois de passar em
b) Restritiva, que consiste na sujeição a julgado a sentença que o tenha condenado, no
tratamento ambulatorial. Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou,
no Brasil, por motivo de contravenção.

Ou seja, Crimes, inclusive os praticados no


As medidas de segurança, após a entrada em estrangeiro, provocam a reincidência no caso de
vigor da Lei nº 7.209/84, somente são aplicáveis nova contravenção.
aos inimputáveis ou semi-imputáveis, proibindo-
se a aplicação aos imputáveis. Mas contravenções só provocam a
reincidência se praticadas no Brasil.
Diante disso, revogados tacitamente os A condenação por contravenção penal não
artigos 14 à 16, da Lei das Contravenções Penais, provoca a reincidência para o crime. [art. 63 do
onde constam: CP]

Art. 14. Presumem-se perigosos, alem dos indivíduos Infração Reincidência


a que se referem os ns. I e II do art. 78 do Código
Penal: Crimes praticados em
qualquer país e no Brasil
I – o condenado por motivo de contravenção CONTRAVENÇÃO
cometido, em estado de embriaguez pelo álcool ou Contravenções praticadas
substância de efeitos análogos, quando habitual a no Brasil
embriaguez;
Crimes praticados em
II – o condenado por vadiagem ou mendicância; CRIME
qualquer país e no Brasil

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