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Aula 08

Curso: Noções de Gestão Pública p/ TRT-AL (todos os cargos)


Professor: Rodrigo Rennó

533.798.378-49 - Armando José da Silva


Curso de Noções de Gestão Pública p/ TRT-AL
Teoria e exercícios comentados
Prof. Rodrigo Rennó – Aula 08

Aula 8: Modelos de Gestão, Governança e


Governabilidade

Olá pessoal, tudo bem?


Na aula de hoje iremos cobrir os seguintes itens do edital:
 Governança e governabilidade: administração gerencial.

Espero que gostem da aula!

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Sumário
Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública........................... 3
Tipos de Dominação. ........................................................................... 3
Administração Patrimonialista.................................................................. 4
Administração Burocrática. .................................................................... 8
Gerencialismo - A Nova Gestão Pública. .................................................... 21
Gerencialismo Puro - Managerialism ........................................................ 33
Consumerism .................................................................................. 35
Public Service Orientation - PSO ............................................................ 37
Governabilidade e governança .................................................................. 48
Capacidade Governativa ...................................................................... 53
Accountability ................................................................................... 57
Tipos de Accountability ...................................................................... 59
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 66
Gabarito .......................................................................................... 80
Bibliografia ...................................................................................... 80

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Evolução dos model


delos/paradigmas de gestão: a nova gestão
pública
Tipos de Dominação.

Para que possamomos entender os modelos de adminis


nistração pública,
devemos conhecer os s tipos
ti ber1: “Dominação
de dominação. Segundo Weber
é a probabilidade de encontrar
en obediência a uma ordem de
d determinado
conteúdo entre determin
minadas pessoas indicáveis”.
Em todo Estado, deve
d existir alguma relação de dom
ominação na qual
os governantes (domina
inadores) exercem autoridade perantnte os indivíduos
(dominados).
Assim, a dominaç
nação não é simplesmente o exercíc cício do “poder”,
mas também a sua ace
ceitação – que leva à obediência! Portanto,
Po se diz
que a dominação é o ssomatório do poder com a legitimitimidade.

Dominação
Carismática -
baseada no
carisma do líder
Dominaç
inação Dominação
Tradicion
cional - Racional-Legal -
baseada
da n
nos Baseada nas
costumes,
es, na normas e
tradição
ição regulamentos

Tipos de
Dominação

Figura 1 - Tipos de dominação


ção

Para Weber2 exis


xistem três tipos de dominação:
 Dominação Trad radicional – Baseia-se na tradição,, nos costumes
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arraigados, nos s relacionamentos construídos por or gerações. O


“senhor” ou chef
hefe governa não porque tenha algum alg mérito ou
competência espepecífica, mas porque seu pai governa
rnava antes dele,
e antes dele seu
u avô
a etc. Esta dominação ocorre porq
orque “sempre foi
assim”;

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(Weber, 2000)
2
(Weber, 2000)

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 Dominação Carismática – Baseada no carisma de uma pessoa.


Acredita-se que um indivíduo específico possui qualidades e
características extraordinárias, fora do comum, que o credenciam a
liderar seus “súditos” ou “seguidores”. Estes lhe conferem um afeto
e uma lealdade muitas vezes “cegos”. Como exemplo, podemos
citar o caso do ex-presidente Lula, que consegue, através do
carisma com boa parte da população, exercer sua liderança;
 Dominação Racional-legal – Baseada na lei! Nesse tipo de
dominação, não seguimos um indivíduo, mas devemos obediência a
uma série de normas e regulamentos. Assim, se você trabalha em
uma empresa, obedece ao seu chefe porque as regras estabelecem
que este chefe possui este poder de lhe comandar e dar ordens, e
não porque acredita que esta pessoa tenha qualidades especiais. A
Burocracia moderna baseia-se na dominação racional-legal.

Administração Patrimonialista.

O modelo patrimonialista foi introduzido no Brasil pela própria


administração portuguesa quando ainda éramos uma colônia. Como
Portugal era uma monarquia, todo o Estado era patrimônio da
família real.
Quando Dom João VI chegou aqui, em 1808, vindo fugido dos
exércitos de Napoleão, trouxe grande parte da máquina administrativa
portuguesa consigo. Desta forma, herdamos o modo de administrar
português e adaptamos à nossa realidade durante o império.
Neste sistema, existe uma confusão natural entre os bens públicos e
particulares, pois o Rei (ou chefe político) não diferencia seu patrimônio
particular do estatal. No patrimonialismo, segundo Weber3, o senhor tem
um relacionamento de “troca” com seus súditos, pois depende da boa
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vontade deles para manter sua capacidade de prestar serviços e manter


seu poder político.
Em troca desta boa vontade, o senhor passa a “dever” também uma
atenção especial a seus súditos, como proteção a perigos externos e
auxílio em momentos difíceis. Naturalmente, este “dever” não está escrito
em nenhuma ordem ou lei, mas deriva dos costumes, da tradição.
Portanto, a base de sua dominação é a tradição! O governante
trata dos assuntos do Estado como se fosse uma extensão de sua vida
pessoal. Seus súditos seriam sua “família”. Desta forma, no

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patrimonialismo existeste uma grande dificuldade dest


este senhor de
diferenciar “esfera públi
blica” da “esfera estatal”.
O personagem maisma exemplar na história brasileira a deste
d período é
o “coronel”, oligarca do interior, que dominava (e em certos
c aspectos
ainda domina) o cenárnário da política regional através da utilização do
poder econômico e da a “troca
“t de favores” entre seus partidá
idários.
Dentro deste contexto,
co as eleições (quando existiam)
ex eram
fraudadas para que o grupo
g dominante continuasse no poder
po e recursos
públicos são desviados
s de
d sua finalidade.
Neste modelo, a posse em cargos públicos acont ontecia por livre
escolha do soberano.. Desta
D forma, estes cargos eram direcionados a
amigos, parentes e apoi
poiadores dos grupos dominantes.
Assim, não existia
istiam carreiras organizadas e profiss
fissionalizadas no
estado. Portanto, umaa característica
c forte deste modelo é o nepotismo e
a corrupção.

No model
odelo
Patrimonialis
ialista, o
Lembre--se: governante nãoão separa
s o
patrimônio público
púb do
privado!
do!

Os bens públic licos são utilizados para fins pessoais


pe e os
cargos públicos são o uusados como “moeda de troca” a” de
d favores ao
soberano (vemos isso sso atualmente quando agentes públicos
pú utilizam
carros oficiais para viajar
vi a turismo, quando funcioná onários fazem a
chamada “contratação ão cruzada” – João contrata o filho o de José, e, em
troca deste favor, José
é contrata
c o filho de João, por exempl
plo).
Como o soberan rano está acima das regras, a racionalidade
ra é
subjetiva, ou seja, depende
de da opinião, da discricionar
ariedade (e das
arbitrariedades) do senh
enhor no momento, inclusive nas decis
cisões da Justiça.
Se você é amigo do Reiei pode “quebrar” algumas regrinhas!
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s!
Já se não for conhecido
c de ninguém importante
te, terá que se
comportar exemplarmenente! Lembra do ditado: “Para os amigos tudo,
para os inimigos a Lei”? Ele descreve bem uma um prática do
patrimonialismo, não é verdade?
v
Assim sendo, no o modelo patrimonialista, o patrim
imônio público é
"capturado" por grupopos de interesse da sociedade (que
(qu podem ser
empresários, sindicatos,
os, burocratas, etc.).
Ou seja, este patr
atrimônio deixa de servir à coletivida
idade para passar
a servir aos interesses
s do
d grupo dominante. Além disso,, a justiça fiscal é
um aspecto quase inexi
existente, pois a estrutura tributária
a (os
( impostos) é
desenhada para afetar ar pouco os nobres ou senhores dominantes.
dom Com

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isso, a população mais pobre é a que acaba proporcionalmente pagando


mais impostos.
Desta forma, esse modelo é conhecido por sua tendência à
corrupção e ao nepotismo. Veja abaixo no gráfico as principais
características do modelo patrimonialista:

Esfera Pública se
confunde com a
Privada

Racionalidade Sistema fiscal injusto


subjetiva e irracional

Tendência à
corrupção e ao Falta de
nepotismo profissionalização

Figura 2 - Características do modelo patrimonialista

Raymundo Faoro4 chamava o grupo que comandava o poder no


Estado patrimonialista brasileiro de Estamento Burocrático. Este
modelo se caracterizava por um desrespeito aos princípios da
impessoalidade e era composto por ocupantes de cargos públicos de
alta cúpula, burocratas e políticos.
Prestem atenção, pois o termo burocracia não foi
estabelecido por Weber e sua Burocracia Profissional (baseada na
dominação Racional-legal). O termo Burocracia vem do francês “Bureau”,
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que se refere aos órgãos do governo (seria algo como “governo de


escritório”).
Normalmente pensamos a dominação tradicional como uma disputa
de classes, como uma divisão entre pobres e ricos (classes sociais).
Entretanto, de acordo com Weber, um estamento não é exatamente uma
classe. O autor afirma5:
“A situação estamental pode se basear numa
situação de classe de natureza unívoca ou

4
(Faoro, 2001)
5
(Weber, 2000)

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ambígua. Mas não se determina somente por ela:


a posse em dinheiro e a posição do empresário
não são, por si só, qualificações estamentais –
ainda que possam levar a estas; nem a falta de
patrimônio constitui, por si, uma desqualificação
estamental, ainda que também possa levar a
esta.”
Ou seja, uma divisão em estamentos é uma divisão entre pessoas
com um tipo de educação, ou etnia (descendência genética e cultural) e
modos de vida diferentes.
Um filho de um funcionário público pobre que conseguisse estudar
em um bom colégio da capital (e construísse um bom círculo de
amizades) poderia fazer parte do estamento dominante. Já o filho de um
fazendeiro rico do interior que não estudasse na capital provavelmente
não faria parte deste estamento, por exemplo.
Portanto, o estamento burocrático se relacionava com os
funcionários públicos e membros da sociedade que mandavam no Estado
6
Patrimonialista .
De acordo com Weber, ao quadro administrativo da dominação
tradicional, em seu tipo puro, faltam7:

 A competência fixa segundo regras objetivas;


 A hierarquia racional fixa;
 A nomeação regulada por contrato livre e o ascenso
(promoção) regulado;
 A formação profissional (como norma);
 (muitas vezes) o salário fixo e (ainda mais frequentemente) o
salário pago em dinheiro.
Vejam a questão abaixo:
1 - (CESPE – MDS / ADMINISTRADOR – 2006) O estamento
burocrático caracteriza-se pela conjugação de altos ocupantes de
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cargos públicos, burocratas e segmentos da classe política,


atuando em conjunto, em benefício próprio e em desrespeito aos
princípios da impessoalidade e do universalismo de
procedimentos.

A questão está perfeita. Como vimos acima, o grupo que


“comandava” a sociedade brasileira no século XIX era chamado, por

6
(Bresser Pereira, Do Estado Patrimonial ao Gerencial, 2001)
7
(Weber, 2000)

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Faoro, de estamento burocrático. Este grupo não respeitava a


impessoalidade, ou seja, baseava-se na “troca de favores” e no
nepotismo para manter sua dominação. Assim, o gabarito é questão
correta.
Continuando nossa aula, as monarquias absolutistas foram sendo
substituídas aos poucos, no final do século XIX, por Estados modernos,
passando a existir a necessidade da separação entre os bens públicos e
privados, bem como a profissionalização da Administração Pública.
O Estado moderno precisava ampliar suas ações de indução do
crescimento da economia, com uma atuação mais direta na criação de
empresas estatais e na regulação da atuação econômica.
Além disso, a sociedade começou a demandar diversos serviços
públicos e proteções sociais que não existiam. Antigamente, o Estado só
fornecia o acesso a Justiça, a proteção policial e a defesa nacional.
Depois, serviços públicos como a educação, a previdência social e a
prestação de saúde passaram a ser oferecidos para grande parte da
população. Portanto, o Estado necessitava de se capacitar e de se
profissionalizar. O modelo patrimonialista passou a ser visto como um
problema e um limitador ao desenvolvimento por diversos países.

Administração Burocrática.

O termo “burocracia” é derivado do termo francês “bureau”


(significa escritório) e do termo grego “kratia”, que se relaciona a poder
ou regra. Desta forma, a burocracia seria um modelo em que o
“escritório” ou os servidores públicos de carreira seriam os detentores do
poder.
Com a industrialização e a introdução de regimes
democráticos no fim do século XIX, as sociedades ficaram cada
vez mais complexas. A introdução da máquina a vapor acarretou uma
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evolução tremenda dos meios de transporte. Se antes se levavam meses


para uma viagem do Brasil para a Europa, por exemplo, agora uma
viagem por meio de navios a vapor passou a ser feita em poucos dias.
O trem a vapor fez a mesma revolução no transporte interno. Desta
forma, as notícias passaram a “correr” muito mais rápido e os produtos
de cada região puderam passar a ser comercializados em cada vez mais
mercados consumidores.
Estes fatores levaram a uma urbanização acelerada, pois as
indústrias necessitavam de cada vez mais “braços” para poder produzir
em larga escala e atender ao mercado regional e mundial de produtos.
Diante deste aumento da demanda por trabalhadores no setor
industrial, os salários na indústria ficaram melhores do que os do campo e
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as pessoas passaram a se mudar das fazendas para as grandes


g cidades
em busca de trabalho.
Desta forma, o êxodo rural (massa de trabalhadadores saída do
campo e dirigindo-se para
pa as cidades em busca de melhore
ores condições de
trabalho) foi marcante
e neste
n período.
Estas pessoas encontravam
e na cidade grande umau realidade
totalmente diferente da qual estavam acostumadas. Se antntes tinham uma
“terrinha” para cultivar
ar alguns alimentos, agora tinham de comprar estes
produtos no mercado.
Se anteriormentete aprendiam a trabalhar na prática,
ica, agora tinham
de frequentar escolas
las para poder lidar com as máq áquinas. Assim,
passaram a demandarr serviços
s que antes não existiam em
m grande escala,
como escolas e hospitais
tais públicos.
Deste modo, tinh inham necessidades que o Estado (que
(q tinha uma
filosofia liberal) ainda não
nã estava capacitado para atender.
er. Era o início do
que iríamos denominar ar de
d “sociedade de massa”.
Portanto, o Estado
do, que antes só se preocupava em manter
m a ordem
interna e externa, passa
ssa a ter de se organizar cada vez mais
ma para induzir
o crescimento econômi mico, aumentar a infraestrutura do o país e prestar
cada vez mais serviçoss à população.
O Patrimonialismo
mo não conseguia mais atender a este
est novo Estado,
que concentrava cada vez
ve mais atividades em sua máquina
ina.
O modelo Burocrocrático, inspirado por Max Weber, veio
ve então suprir
esta necessidade de impor
i uma administração adequa uada aos novos
desafios do Estado mod
oderno, com o objetivo de combaterr o nepotismo e a
corrupção. Ou seja, uma
ma administração mais racional e imp
mpessoal.

Modelo
Patrimonialismo
Burocrático é
Bu
Sociedades não consegue
vi
visto como
ficam mais atender às
so
solução mais
complexas demandas
racional e
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sociais
adequada

Figura 3 - Contexto da burocrac


ocracia

Desta forma, o modelo


m burocrático surgiu como uma
um necessidade
histórica baseada em uma
um sociedade cada vez mais comple
plexa, em que as
demandas sociais cresc
esceram, e havia um ambiente com empresas
e cada
vez maiores, com umama população que buscava uma mai aior participação
nos destinos dos govern
ernos.

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Portanto, não se podia mais “depender” do arbírbítrio de um só


indivíduo. As regras
s deveriam
d estar claras para todos
os e as decisões
deveriam ser tomadas
s com
c base em uma lógica racional.
Uma coisa que eddevemos ter em mente é que a Burocracia
B foi
uma grande evolução ção do modelo patrimonialista. Web eber concebeu a
Burocracia como o modelo
mo mais racional existente, o qual
q seria mais
eficiente na busca dos
s seus
s objetivos.

O modelo
delo
burocrático
o foi
fo uma
Lembre-se
se: grande evoluç
olução do
patrimonialis
ialismo!

Atualmente, o termo
te Burocracia é visto como algo lgo negativo em
nossa sociedade, mass o modelo “puro” pensado por Weber ber foi um grande
avanço em relação aoo que
q existia antes e possibilitou a construção
con de um
Estado mais atuante e capacitado
c do que existia.
As características
as principais da Burocracia são:
 Formalidade – a autoridade deriva de um conjunto nto de normas e
leis, expressamen ente escritas e detalhadas. O pododer do chefe é
restrito aos obje
bjetivos propostos pela organizaçãoão e somente é
exercido no amb mbiente de trabalho - não na vida vid privada. As
comunicações inte
nternas e externas também são toda das padronizadas
e formais.
 Impessoalidade – Os direitos e deveres são estabelecidos
est em
normas. As regrasras são aplicadas de forma igual a todos,
to conforme
seu cargo em funç
unção na organização. Segundo Webe ber, a Burocracia
deve evitar lidarr com
c elementos humanos, como a raiva,
r o ódio, o
amor, ou seja, as emoções e as irracionalidades. As s pessoas
p devem
ser promovidas porpo mérito, e não por ligações afetiv
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etivas. O poder é
ligado não às pessoas,
pes mas aos cargos – só se temte o poder em
decorrência de estar
est ocupando um cargo.
ação – As organizações são comandadas
 Profissionalizaçã com por
especialistas, rem
emunerados em dinheiro (e não em honrarias,
ho títulos
de nobreza, sine inecuras, prebendas, etc.), contrata
atados pelo seu
mérito e seu con onhecimento (e não por alguma relaelação afetiva ou
emocional).

O modelo burocr
ocrático, que se caracterizou pela meritocracia
m na
forma de ingresso nas
as carreiras públicas, mediante concu
ncursos públicos,
buscou eliminar o hábit
bito arraigado do modelo patrimonial
ialista de ocupar

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espaço no aparelho do Estado através de trocas de cargos públicos por


favores pessoais ao soberano.
Neste modelo, as pessoas seriam nomeadas por seus
conhecimentos e habilidades, não por seus laços familiares ou de
amizade. Prebendas e sinecuras, características do modelo
patrimonialista, ou seja, aquelas situações em que pessoas ocupam
funções no governo ganhando uma remuneração em troca de pouco ou
nenhum trabalho, são substituídas pelo concurso público e pela noção de
carreira.
Desta forma, o que se busca é a profissionalização do servidor
público, sua especialização. De acordo com Weber, o quadro
administrativo em uma burocracia de modelo “puro” se compõe de
funcionários individuais, os quais8:

 São pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações


objetivas de seu cargo;
 São nomeados (e não eleitos) numa hierarquia rigorosa dos
cargos;
 Têm competências funcionais fixas;
 Em virtude de um contrato, portanto, (em princípio) sobre
a base de livre seleção segundo;
 A qualificação profissional – no caso mais racional:
qualificação verificada mediante prova e certificada por
diploma;
 São remunerados com salários fixos em dinheiro;
 Exercem seu cargo como profissão única ou principal;
 Têm a perspectiva de uma carreira: “progressão” por
tempo de serviço ou eficiência, ou ambas as coisas,
dependendo do critério dos superiores;
 Trabalham em “separação absoluta dos meios
administrativos” e sem apropriação do cargo;
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 Estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de


disciplina e controle do serviço.
Veja abaixo, em resumo, as características da Burocracia:

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Formalidade Impessoalidade Pro


Profissionalismo

• Autoridade é expressa • Isonomia no • Coma


omando é dos
em leis; tratamento; espec
specialistas;
• Comunicação é • Meritocracia; • Remu
emuneração em
padronizada; • Racionalidade; dinhe
inheiro;
• Controle de • Sistema legal e • Admin
dministrador é
Procedimentos. econômico previsível. espec
specialista - noção de
carrei
rreira;
• Hierar
ierarquia.

Figura 4 - Características daa Burocracia


Bu

Dentre as principa
cipais vantagens que a Burocracia trouxe,
tro podemos
citar:

 O predomín ínio de uma lógica científica sobrere uma lógica da


intuição, do “achismo”;
 A redução dosdo favoritismos e das práticas client
ntelistas;
 Uma ment entalidade mais democrática, que qu possibilitou
igualdade de oportunidades e tratamento base aseado em leis e
regras aplicá
licáveis a todos.
Hoje em dia, o termo
te Burocracia virou sinônimo de ineficiência e
lentidão, pois conhecem
cemos os defeitos do modelo (que e chamamos de
disfunções da Burocracia
acia), mas ele foi um passo adiante na sua época!
Na Burocracia, existe
ex uma desconfiança extrema
a em relação às
pessoas, portanto são
ão desenvolvidos controles dos processos
pro e dos
procedimentos, de form
rma a evitar os desvios.
Ou seja, os funcio
cionários têm pouca discricionariedade
ade, ou liberdade
de escolha da melhorr estratégia,
e para resolver um proble
blema ou atender
seus clientes! Deste modo,
m existe uma grande preocup upação em criar
critérios e processos que estabeleçam o método correto de se agir.
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Todos os proce ocessos e atividades são padro dronizados, são


manualizados! Com isso,
isso os servidores passam a se preoc
eocupar mais em
seguir regulamentos e normas
n do que em atingir bons resul
sultados.
Outra característic
stica da Burocracia é a hierarquia.. As
A organizações
são estruturadas em vários
vá níveis hierárquicos, em que
e o nível de cima
controla o de baixo. É o que chamamos de estrutura vertica
ticalizada, na qual
as decisões são toma madas na cúpula (topo da hierar rarquia ou nível
estratégico).
Esta situação acab
caba gerando uma demora na tomadaada de decisões e
no fluxo de informaçõ ções dentro da organização! Outroro problema é a
dificuldade de trocar informações
inf com outras áreas da emp
mpresa, pois este

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fluxo não é livre (vocêcê precisa enviar a informação ao


o seu
s chefe, que
envie a solicitação ao chefe
ch do outro setor etc.)
Desta maneira, é importante não confundir a Teoria
ria da Burocracia,
ou seu modelo “puro”,
”, com os problemas que a Burocrac
racia causou – o
que chamamos de disfuunções da Burocracia. Normalmente
te a banca citará
uma “disfunção” da burocracia
bu e dirá que é uma caracter
terística da Teoria
da Burocracia.
Por exemplo, as nomeações para funções públicas as sem base no
mérito ainda ocorrem com
c frequência no Brasil. Sabemos os que é um dos
problemas da Administr
istração Pública na prática. Entretant
nto, isto não faz
parte da teoria da Buroc
rocracia, ou seja, do modelo idealiza
lizado por Weber!
Além disso, vocês
cês devem entender que nenhum m modelo existiu
isoladamente, mas que q conviveram e convivem juntuntos. No nosso
contexto atual, temos
os ainda aspectos presentes que sãosã heranças do
patrimonialismo (nomea
eações em cargos de confiança), aspspectos da teoria
da burocracia (concurso
rsos públicos e noção de carreira,, entre
e outros) e
aspectos do modelo ger
erencial, que veremos a seguir.

Convivemos atual
tualmente
com característic
ísticas dos
Lembre-se
se: três modelos
elos:
patrimonial, buro
urocrático
e gerencial.
cial.

O modelo de ges estão pública buscado no momento to é o gerencial,


mas ainda é muito o forte a presença do modelo burocrático e,
infelizmente, do próprio
rio modelo patrimonialista na admini
inistração pública
brasileira. Ou seja, nun
unca aplicamos o modelo “puro” o” dda burocracia
weberiana. Preste atentenção, pois as bancas costumam cobr
obrar muito isso.
Veja o texto abai
baixo do Plano Diretor da Reformaa do
d Aparelho do
9
Estado, de 1995 , docum
cumento muito importante e que recom
comendo a leitura
a todos que queiram se aprofundar no tema das reformas
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s administrativas
no Brasil. O texto origin
inal é esse:
“A administração
ad pública brasileira, emb
mbora marcada
pela
la cultura burocrática e regida pelo princípio do
mérit
érito profissional, não chegou a se s consolidar,
no conjunto,
c como uma burocracia cia profissional
noss moldes weberianos. Formaram--se grupos de
recon
conhecida competência, como é o caso aso das carreiras
acima
ima descritas, bem como em áreas da administração
indire
ireta, mas os concursos jamais foramram rotinizados e

9
(Plano Diretor da Reforma
a do
d Aparelho do Estado, 1995)

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Teoria e exercícios
ex comentados
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o valor
valo de sua remuneração real variou
iou intensamente
em função de políticas salariais s instáveis. Os
instru
trumentos de seleção, avaliação,
o, promoção e
treina
inamento que deram suporte a esse
sse modelo estão
super
perados.”
O que fica claro
ro é que o nosso modelo ainda gua uarda práticas e
costumes patrimonialist
listas, e o próprio modelo burocráti
ático hoje não é
mais visto como adequa
uado aos novos desafios da administra
stração pública.
Portanto, temosos hoje um modelo ainda muito ito baseado na
Burocracia, mas com resquícios de clientelismo e patriatrimonialismo, e
alguns setores que já aplicam
ap a administração gerencial. Não
N aplicamos
o modelo “puro” de e Weber.
W

Nunca aplicam
licamos o
modelo "pur
puro" da
Lembre--se: burocracia
acia de
Weber.
ber.
As principais disfu
sfunções da Burocracia são:
 Dificuldade de e re
resposta às mudanças no meio externo – visão
o ex
voltada excessiv sivamente para as questões inte ternas (sistema
fechado, ou seja eja, autoreferente, com a preocup upação não nas
necessidades dos clientes, mas nas necessidade des internas da
própria burocracia
cia).
 Rigidez e apreç reço extremo às regras – o controlecon é sobre
procedimentos e não sobre resultados, levando ndo à falta de
criatividade e inefi
eficiências.
 Perda da visão ão global da organização – a divis visão de trabalho
pode levar a queue os funcionários não tenham mais is a compreensão
da importância de seu trabalho nem quais são as necessidades
94873897335

ne dos
clientes ou dos outros
ou órgãos da instituição.
 Lentidão no processo
pr decisório – hierarquia
uia, formalidade,
centralização e falta
fa de confiança nos funcionários
ios levam a uma
demora na tomada ada de decisões importantes.
 Excessiva forma malização – em um ambiente de mud udanças rápidas,
não se consegue e padronizar e formalizar todos os procedimentos
pr e
tarefas, gerando o uma dificuldade da organização de se adaptar a
novas demandas. as. A formalização também dificult ulta o fluxo de
informações dentrntro da empresa.

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Podemos resumir as principais disfunções ou problemas do modelo


burocrático no quadro abaixo:

Perda da
Noção Global

Lentidão na
Rigidez e falta comunicação e
de inovação processo
Disfunções decisório
da
Burocracia

Preocupação
com as regras e Formalização
não com Excessiva
resultado

Figura 5 - disfunções da Burocracia

Outro aspecto importante é a relação da burocracia com o poder


político. Weber preocupava-se com o aumento do poder da burocracia no
Estado moderno. Os políticos cederiam cada vez mais influência à
burocracia, o que criaria um “absolutismo burocrático”, ou seja, um
abuso de poder por parte da administração, em prejuízo dos
representantes da população.
Portanto, a criação das leis e seu controle devem ser privativos dos
políticos, de forma a limitar o poder e o alcance desta burocracia. Outra
disfunção que pode ocorrer é o “insulamento burocrático”, uma
situação em que os técnicos dentro da máquina administrativa passam a
94873897335

ser “blindados” contra a interferência do público em geral e de outros


órgãos do governo.
Estes órgãos ou grupo de técnicos teriam então mais liberdade para
buscar objetivos específicos, mas também poderiam passar a não “ouvir”
mais a população, ou seja, buscar não os objetivos desejados pelos
cidadãos, mas os seus próprios objetivos (ou dos grupos empresariais
dominantes).
Desta forma, não existiria um controle social sobre o trabalho
destes servidores, pois estes estariam “blindados” aos desejos e
interesses da sociedade civil.
Vamos ver algumas questões recentes?

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2 - (FCC – TRE/AL – ANALISTA – 2010) O formalismo, a ideia de


carreira pública, a hierarquia funcional e a profissionalização do
servidor, consubstanciando a ideia de poder racional legal, são
princípios inerentes ao modelo de Administração Pública
a) Patrimonialista.
b) Burocrática.
c) Gerencial
d) Assistencialista.
e) Corporativa.

Questão bem tranquila da FCC. Os modelos de gestão pública são:


patrimonial, burocrático e gerencial. Assim, podemos de cara eliminar as
opções D e E.
Dentre dos modelos de gestão, o que se caracteriza pelo
formalismo, pela impessoalidade e pela profissionalização é o modelo
burocrático. Dessa maneira, o gabarito é a letra B.

3 - (FCC – BAHIAGAS – ADMINISTRADOR – 2010) Na


administração do Estado moderno, reforma administrativa
burocrática trata-se
A) da orientação da transição do Estado burocrático para o Estado
gerencial.
B) do processo de transição do Estado patrimonial para o Estado
burocrático weberiano.
C) da gestão do processo de transição da Administração Pública
tradicionalista para o Estado gerencial patrimonial.
D) do processo de transição do Estado burocrático weberiano para
o Estado patrimonial.
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E) da reforma da gestão pública orientando o conjunto de


atividades destinadas à execução de obras e serviços,
comissionados ao governo para o interesse da sociedade.

Como acabamos de ver, a Burocracia veio substituir o modelo


patrimonialista, ou patrimonial. Portanto, a alternativa B está correta.
A alternativa A está errada, pois a reforma burocrática existiu antes
do modelo gerencial ser concebido. Diga-se de passagem, o modelo
gerencial só foi pensado após o modelo burocrático ter mostrado suas
deficiências, como veremos em breve.

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A alternativa C é absurda, pois não existiu Administração Pública


tradicionalista, tampouco a reforma burocrática objetivou um Estado
gerencial patrimonial. Já a alternativa D “trocou as bolas”, ou seja,
inverteu a ordem. Ocorreu a transição do patrimonialismo para a
burocracia, e não o contrário.
A alternativa E é um “saco de gatos”, pois não faz o menor sentido!
Típica questão que quer “enrolar” o aluno que não estudou o tema. O
modelo burocrático não se destina exclusivamente à execução de obras e
serviços!
Desta forma, o modelo burocrático surgiu como uma necessidade
histórica baseada em uma sociedade cada vez mais complexa, em que as
demandas sociais cresceram, e havia um ambiente com empresas cada
vez maiores, com uma população que buscava uma maior participação
nos destinos dos governos. O gabarito é mesmo a letra B.

4 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) NÃO constitui


característica do modelo de Administração Pública Burocrática,
que tem entre seus principais expoentes Max Weber,
A) ênfase na ideia de carreira e profissionalização do corpo
funcional público.
B) estrutura hierárquica fortemente verticalizada, impessoalidade
e formalismo.
C) rigidez do controle dos processos, com predominância do
controle da legalidade como critério de avaliação da ação
administrativa (due process).
D) rotinas e procedimentos segundo regras definidas a priori, em
detrimento da avaliação por resultados.
E) utilização de critérios eminentemente políticos para
contratação e promoção de funcionários, em detrimento da
avaliação por mérito.
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Esta questão pede a alternativa incorreta, portanto temos uma boa


idéia do que a FCC considera correto para o modelo burocrático. A
alternativa A descreve um dos pilares da burocracia, que é o
profissionalismo, ou seja, a noção de que o servidor do Estado deve ser
um especialista.
Este servidor deve então ser remunerado em dinheiro (e não em
favores ou honrarias, como acontecia na época da Monarquia) e teria seu
ingresso e sua progressão na carreira através da meritocracia, ou seja,
por meio do resultado de seu trabalho, e não de algum favoritismo ou
amizade de alguém poderoso.

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A alternativa B também está correta, e aborda princípios que são


importantes na burocracia, como a impessoalidade (todos são tratados de
acordo com as regras e normas que valem a todos), o formalismo (o
próprio sistema de regras e normas que regula as organizações) e a
hierarquia.
A alternativa C aborda outra característica da Burocracia, o
controle “a priori” ou por procedimentos. A teoria da burocracia
baseia-se em uma desconfiança no papel das pessoas na organização,
portanto todos os processos são formalizados, de forma a deixar pouca
discricionariedade ao gestor público, ou seja, o servidor público tem
diversas regras a seguir e será avaliado por elas.
Esta característica da burocracia (controle de procedimentos) criou
então uma cultura legalista, em que o servidor se preocupa mais em
cumprir regras e regulamentos, e menos em prestar um serviço de
qualidade e em atingir resultados superiores. A alternativa D toca neste
mesmo ponto, e também está correta.
O gabarito é mesmo a alternativa E, pois é a meritocracia que se
relaciona com a teoria da burocracia e não as nomeações por
critérios políticos.
Já até sei o que você está pensando! Mas professor, e todas estas
nomeações de políticos para cargos no governo? Pessoal, estas são
características ainda persistentes do patrimonialismo em nosso sistema
administrativo e não características do modelo “puro” da burocracia, ok?
No nosso contexto atual, temos ainda aspectos presentes que são
heranças do patrimonialismo (nomeações em cargos de confiança),
aspectos da teoria da burocracia (concursos públicos e noção de carreira,
entre outros) e aspectos do modelo gerencial, que veremos a seguir.
Não podemos confundir a Teoria da Burocracia, ou seu modelo
“puro”, com os problemas que a Burocracia causou – o que chamamos de
disfunções da Burocracia. A banca poderá citar uma “disfunção” da
burocracia e dirá que é uma característica da Teoria da Burocracia.
No caso da questão acima, as nomeações sem base no mérito
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realmente ocorrem. Sabemos que é um dos problemas da Administração


Pública na prática, mas não faz parte da teoria da Burocracia, ou seja, do
modelo idealizado por Weber! O gabarito é, assim, a letra E.

5 - (FCC – ALESP/SP – GESTÃO PROJETOS – 2010) Com relação à


administração pública burocrática considere.
I. Surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado
liberal, com o objetivo de combater a corrupção e o nepotismo
patrimonialista.

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II. Esse modelo de gestão possui como princípios orientadores a


profissionalização, ou seja, a idéia de carreira e hierarquia
funcional, a impessoalidade e o formalismo.
III. Os pressupostos da administração burocrática são a confiança
prévia nos administradores públicos e nos cidadãos que a eles,
administradores públicos, dirigem demandas.
IV. O controle pode transformar-se na própria razão de ser do
funcionário; voltando-se para si mesmo, perdendo a noção de sua
missão básica, que é servir à sociedade.
V. A administração burocrática tem como principal qualidade a
efetividade no alcance dos resultados; seu foco central é a
eficiência do Estado.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) I, II, III e V.
(C) II, III e IV.
(D) II e V.
(E) III, IV e V.

A primeira frase está correta, pois descreve o contexto em que a


teoria da burocracia foi criada por Max Weber. A criação deste modelo
burocrático ocorreu no final do século XIX e buscava um meio mais
racional e eficiente para gerir as organizações do que o patrimonialismo
(que tinha como defeito a tendência à corrupção e ao nepotismo –
nomeação de parentes para cargos públicos).
A segunda frase está igualmente correta, descrevendo os princípios
da burocracia, que já vimos anteriormente. Entretanto, a terceira frase
está incorreta, pois não existe essa confiança prévia nos servidores
públicos. Muito pelo contrário! 94873897335

Na hora em que se imagina que seja necessário manualizar todos os


processos, de forma a reduzir ao máximo a liberdade que o administrador
terá para fazer seu trabalho, já existe uma ideia de desconfiança em seu
trabalho, não é mesmo?
A quarta frase está incorreta por um único detalhe. A banca se
baseou em um texto de Chiavenato, que em sua obra Administração
Geral e Pública menciona: “Na administração pública burocrática, o
controle pode transformar-se na própria razão de ser do ESTADO,
voltando-se para si mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que
é servir à sociedade.”

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Assim, a banca trocou Estado por funcionário e considerou a frase


incorreta. Acho esta uma questão bastante maldosa. Além disso, o
controle deve sempre existir. O que ocorre na burocracia é que existe um
controle prévio, de procedimentos ou “a priori”, e não um controle de
resultados, ou “a posteriori”.
Finalmente, a quinta frase também está incorreta. A burocracia não
se distingue por sua efetividade, ou seja, a capacidade de atingir os
efeitos e impactos desejados na sociedade.
Normalmente, a burocracia, por sua cultura legalista, acaba sendo
mais voltada às necessidades de sua máquina do que às necessidades de
seus clientes. É o que chamamos de organização autorreferida, ou seja,
que se preocupa mais com os problemas internos do que com sua missão
e com seus objetivos.
Desta forma, as únicas frases corretas são a I e a II. Assim, o
gabarito é letra A.

6 - (FCC – ISS-SP – AFTM – 2007) O modelo de Administração


Burocrática, que tem entre seus principais expoentes Max Weber,
caracteriza-se
A) pela criação de uma estrutura própria e estável, imune à
alternância dos governantes, submetida a rígidos controles de
resultado e de qualidade, sendo comumente criticada pelo excesso
de formalismo e falta de flexibilidade.
B) pela consolidação do patrimonialismo, fazendo com que o
Aparelho do Estado atue como extensão do poder dos
governantes, sendo comumente criticada pelo clientelismo,
nepotismo e ausência de controles efetivos.
C) pelo fortalecimento do Aparelho do Estado, que passa a atuar
de forma paralela e imune ao poder dos governantes, sendo
comumente criticada pelo inchaço dos quadros de servidores
públicos e ausência de eficiência na correspondente atuação.
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D) pela ênfase na idéia de carreira, hierarquia funcional,


impessoalidade e formalismo, sendo comumente criticada pela
rigidez do controle dos processos, de forma auto-referenciada e
sem compromisso com os resultados para o cidadão.
E) como reação à Administração Pública patrimonialista, buscando
instituir mecanismos de controle da atuação dos governantes,
com ênfase nos resultados, sendo comumente criticada pela
ausência de controles eficazes dos processos.

A alternativa A está errada, pois a burocracia não deve ser “imune”


à alternância de governantes, já que deverá pôr em prática os objetivos

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estratégicos definidos na esfera política. Outro erro se relaciona com o


controle de resultados, que é característica do modelo gerencial, e não do
burocrático.
A alternativa B está incorreta, pois busca eliminar o
patrimonialismo, e não consolidá-lo. A alternativa C também está
incorreta, pois a burocracia não deve atuar “imune” aos políticos, e sim
deve cumprir as leis e controles estipulados pelos detentores do poder
legislativo.
A letra D está toda correta e descreve as características principais
da burocracia.
A letra E também está incorreta, pois identifica a burocracia com o
controle de resultados – característica do modelo gerencial. Outro fato
que não faz sentido é a afirmação de que a burocracia deve buscar criar
mecanismos de controle dos governantes, ok? O gabarito é mesmo a letra
D.

Gerencialismo - A Nova Gestão Pública.

Durante as décadas de 70 e 80 do século passado, muitos governos


passaram por momentos difíceis, com uma economia em recessão e
choques externos (como os do petróleo em 73 e 79), que levaram a uma
crescente dificuldade destes governos em manter o “Estado de
bem-estar” (série de bens e serviços fornecidos pelo Estado a qualquer
cidadão – educação e assistência médica gratuitas, renda mínima, auxílio
desemprego etc.).
Além disso, a crise dificultou a manutenção do investimento
estatal, que foi a alavanca do crescimento econômico de várias
economias até aquele momento10.
No caso do Brasil, o modelo de desenvolvimento era baseado em
pesados investimentos estatais em infraestrutura e na criação de diversas
94873897335

empresas públicas para induzir o crescimento da economia nacional.


Principalmente nos anos 60 e 70, o governo brasileiro utilizou o
Estado para buscar esse aumento do crescimento econômico. O
investimento direto em diversas áreas (como a petroquímica e a
siderurgia) foi a base deste processo. Com a crise internacional, o Estado
brasileiro viu-se impossibilitado de continuar a impulsionar a economia
desta forma.
A crise fiscal foi também um importante fator complicador, pois
ficou cada vez mais difícil para o país “rolar11” as dívidas antigas e

10
(Abrucio, 1997)

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financiar os déficits. Portanto, era primordial reduzir os gastos


governamentais.
Naquele momento, o aumento de impostos não era visto pelo
governo como uma alternativa “palatável” ou aceitável, pois os cidadãos
tinham uma percepção extremamente negativa da capacidade da
máquina estatal de utilizar os recursos públicos.
Nesse contexto, a dívida externa brasileira cresceu enormemente e
o Brasil acabou declarando moratória (dando o famoso “calote”) desta
dívida – junto com diversos países latinoamericanos.
Desta forma, o início da década de 80 foi marcado por um baixo
crescimento econômico por parte da maioria destes países. Este período
econômico da história brasileira – e sul-americana – ficou conhecido como
a “década perdida”.
A crise do Estado levou a uma crescente crítica ao modelo
burocrático, visto como causador de lentidão, ineficiências e gastos
excessivos. O governo era visto como um gastador perdulário, que não
tinha eficiência e prestava um péssimo serviço aos cidadãos.
Na busca por uma solução para superar a crise, a alteração do
modelo de gestão burocrático, com suas formalidades e ineficiências, era
uma dos temas discutidos.
Muitos teóricos iniciaram então uma busca por melhores práticas e
foram ao encontro de várias iniciativas já em curso na administração
empresarial. O setor privado era visto como mais eficiente e
detentor de um modelo mais avançado de gestão.
Para ganhar eficiência, o setor público deveria eliminar processos
desnecessários, formalidades que não agregassem valor ao serviço e
controles em excesso.
O setor estatal passou a adotar então o discurso de
descentralização, da inovação, do foco nas necessidades do cliente, da
estrutura mais flexível e enxuta que já existia no setor privado.
O gráfico abaixo resume o contexto em que o modelo gerencial foi
94873897335

introduzido. Este processo ocorreu inicialmente na Inglaterra e Estados


Unidos (com os governos de Margaret Thatcher e Ronald Reagan), e
depois nos demais países desenvolvidos.

11
“rolar” uma dívida significa pagar o valor devido com uma dívida antiga com o dinheiro
de uma nova dívida.

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Crise Econômica

Crise do Estado

Crítica ao Modelo
Burocrático
Figura 1 - contexto da introdução do gerencialismo

Essa nova conceppção do Estado, em que se começo


eçou a implantar
uma administração gere
erencial, é chamada também de Nova
va Gestão Pública
(“New Public Manageme
ment” ou NPM em inglês).
Todavia, não podemos
pod ver a administração gerencial
ge como
uma negação da a Burocracia já que ela man antém diversas
características, como a meritocracia, a avaliação de desemp
mpenho, a noção
de carreira, entre outra
utras. Ou seja, a administração gere
erencial deve ser
vista como uma evol volução do modelo burocrático, pois po “aproveita”
diversos de seus aspecto
ctos.
Uma das principa
cipais diferenças entre o modelo burocrático
bu e o
modelo gerencial está
tá na função controle, que deve e deixar de ser
efetuado com base em processos e procedimentos (“a a priori” ou “ex-
ante”) para ser efetua
tuado com base em resultados (“a posteriori” ou
“ex-post”).

Nova Gestão Pública - controle


cont
finalístico ou "a posteriori"
94873897335

iori"

Burocracia - controle
ole dos
processos ou "a prior
riori"

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Veja abaixo um texto do PDRAE12 que aborda este tópico:


“A administração pública gerencial constitui um
avanço e até um certo ponto um rompimento com
a administração pública burocrática. Isto não
significa, entretanto, que negue todos os
seus princípios. Pelo contrário, a administração
pública gerencial está apoiada na anterior, da qual
conserva, embora flexibilizando, alguns dos seus
princípios fundamentais, como a admissão
segundo rígidos critérios de mérito, a existência de
um sistema estruturado e universal de
remuneração, as carreiras, a avaliação constante
de desempenho, o treinamento sistemático. A
diferença fundamental está na forma de
controle, que deixa de basear-se nos
processos para concentrar-se nos resultados,
e não na rigorosa profissionalização da
administração pública, que continua um princípio
fundamental.”
Um dos autores mais importantes quando estudamos este tema é
Bresser Pereira. De acordo com ele13, o modelo burocrático é baseado em
uma mentalidade de desconfiança total em relação aos servidores
públicos.
Esta desconfiança é a premissa básica de todos estes controles de
procedimentos. Se não confiamos na honestidade e capacidade de decisão
dos servidores, controlamos todos os seus atos nos mínimos detalhes,
não é mesmo?
O problema é que isto acarreta uma rigidez muito grande e uma
dificuldade em lidar com problemas específicos e localizados, já que as
leis não conseguem abranger todas as especificidades de um problema.
Além disso, se a pessoa que está executando uma tarefa não tem
nenhuma “liberdade” de decisão, ou seja, deve apenas cumprir um
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regulamento detalhado, não se compromete com o resultado da ação.


Assim, o agente público cumpre o regulamento, mesmo sabendo
que aquela ação resultará em demora no atendimento, falta de materiais,
etc. Mais importante do que o resultado (atender bem ao cidadão, por
exemplo) é ter “cumprido a regra”.
Para tentar resolver esse problema, o modelo gerencial prega que o
Estado deveria ter um grau de confiança limitado em relação aos seus
servidores. Veja o texto original de Bresser:

12
(Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)
13
(Bresser Pereira, Do Estado Patrimonial ao Gerencial, 2001)

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“Algumas características básicas definem a


administração pública gerencial. É orientada para
o cidadão e para a obtenção de resultados;
pressupõe que os políticos e os funcionários
públicos são merecedores de um grau real ainda
que limitado de confiança.”
Ou seja, deve-se dar autonomia ao servidor e cobrar resultados. O
objetivo não pode ser que ele cumpra 497 regulamentos diversos e sim
que os objetivos e metas dos órgãos sejam alcançados. A ideia é valorizar
a capacidade de tomada de decisão e o empreendedorismo do servidor.
Outra ideia é a de competição. Para muitos teóricos do
gerencialismo (como Gaebler e Osborne14), o problema da falta de
eficiência e eficácia de muitos órgãos públicos pode ser “debitado” ao
“monopólio” destes órgãos na prestação de serviços públicos.
Desta maneira, a Polícia Federal teria pouca preocupação em
acelerar a emissão de passaportes, por exemplo, pois o cidadão não teria
outra opção para conseguir este serviço. Não dá pra ir à Anatel e tirar um
passaporte, não é mesmo? Assim, o infeliz do cidadão terá de esperar na
fila. Para estes autores, este monopólio deveria ser “quebrado” sempre
que possível.
Veja abaixo no gráfico os objetivos do modelo gerencial, de acordo
com o PDRAE:

Definição precisa dos objetivos que o


administrador público deverá atingir em sua
unidade

Garantia de autonomia do administrador


Competição administrada no interior do na gestão dos recursos humanos, materiais
próprio Estado e financeiros ,para que possa atingir os
94873897335
objetivos contratados

Controle ou cobrança a posteriori dos


resultados

Figura 2 - Objetivos do gerencialismo

Vamos ver uma questão sobre este tema?

14
(Osborne & Gaebler, 1992)

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7 - (FCC – ISS-SP – AFTM – 2007) O enfoque gerencial da


Administração Pública costuma ser associado à ideologia
neoliberal, em função de
A) as técnicas de gerenciamento serem quase sempre
introduzidas ao mesmo tempo em que se realiza um ajuste
estrutural para combater o déficit fiscal.
B) ambas as abordagens defenderem o estado mínimo, com o
governo atuando apenas no chamado núcleo estratégico, sendo
que, para tanto, afigura-se necessário definir processos e
recompensar o mérito dos funcionários.
C) ter sido introduzido pela equipe do governo Thatcher, em 1979,
como forma de diminuir o tamanho do Estado na economia e
reverter o processo de decadência econômica da Inglaterra.
D) ambas as abordagens defenderem a necessidade de servidores
competentes, bem treinados e bem pagos, com o objetivo de
servir o cidadão.
E) terem em comum a premissa de que o Estado deve intervir
diretamente no setor econômico, em substituição à iniciativa
privada, razão pela qual deve-se aplicar aos servidores os
métodos de gestão, orientados para a obtenção de resultados.

A Administração gerencial é muitas vezes associada à ideologia


neoliberal, pois foram introduzidas ao mesmo tempo, mas não se pode
dizer que são a mesma coisa, ou que “concordam” em tudo. A noção de
estado mínimo, por exemplo, não faz parte do modelo gerencial, mas sim
da ideologia neoliberal. Veja outro texto de Bresser abaixo:
“Dada a crise do Estado e o irrealismo da proposta
neoliberal do Estado mínimo, é necessário
reconstruir o Estado, de forma que ele não apenas
garanta a propriedade e os contratos, mas
também exerça seu papel complementar ao
94873897335

mercado na coordenação da economia e na busca


da redução das desigualdades sociais.”
Portanto, a Administração Gerencial busca um fortalecimento
do Estado, um aumento de sua governança (capacidade de gerir
os recursos públicos de forma eficiente, eficaz e efetiva) e uma
mudança de foco, não a redução simples de custos e de tamanho
que previa o neoliberalismo.
O gabarito da questão é a letra A.
Continuando nossa aula, outro ponto trabalhado por Bresser é a
noção de que se deve coibir uma forma de privatização do Estado, que ele

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chama de “Rent-seeking” (ou a busca pela renda/recurso, em tradução


livre).
O termo privatização não está sendo aqui usado com o significado
de venda de empresas estatais, como é geralmente conhecido! A ideia é a
de que o recurso público está se destinando a um interesse privado
(interesses de grupos de pressão, de partidos etc.). Veja outro texto de
Bresser abaixo:
“A administração pública gerencial, por sua vez,
assume que se deve combater o nepotismo e a
corrupção, mas que, para isto, não são
necessários procedimentos rígidos. Podem ter sido
necessários quando dominavam os valores
patrimonialistas; mas não o são hoje, quando já existe
uma rejeição universal a que se confundam os
patrimônios público e privado. Por outro lado,
emergiram novas modalidades de apropriação da res
publica pelo setor privado, que não podem ser evitadas
pelo recurso aos métodos burocráticos. Rent-seeking
é quase sempre um modo mais sutil e sofisticado
de privatizar o Estado e exige que se usem novas
contra-estratégias. A administração gerencial — a
descentralização, a delegação de autoridade e de
responsabilidade ao gestor público, o rígido controle
sobre o desempenho, aferido mediante indicadores
acordados e definidos por contrato — além de ser uma
forma muito mais eficiente para gerir o Estado, envolve
estratégias muito mais efetivas na luta contra as novas
modalidades de privatização do Estado.”

Assim, o termo privatização é utilizado na frase não como


venda regular de um patrimônio público à iniciativa privada, mas
como o “parasitismo” do Estado, como o próprio Bresser define:
“Rent-seeking é definido como a atividade de indivíduos e grupos de
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buscar “rendas” extra-mercado para si próprios através do


controle do Estado.”
A palavra tem origem na teoria econômica neoclássica, onde um
dos sentidos da palavra “rent” é exatamente o ganho que não tem origem
nem no trabalho, nem no capital.
Este é o caso de grupos poderosos que se aproveitam de seu poder
de influenciar o governo para receber recursos que não deveriam estar
recebendo. Temos atualmente inúmeros casos de sindicatos, por
exemplo, que recebem recursos públicos sem ter prestado nenhum
serviço à sociedade, apenas por seu poder de ajudar ou atrapalhar o
governante de ocasião!

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Desta forma, veja


eja no quadro abaixo um resumo
o das
d principais
características da Adm
Administração Gerencial:

Cobrança de Result
sultados "a Maior Autonom
nomia e
posteriori"
ori" Flexibilidade
ade

Administração
Gerencial

Descentralizaçã
zação e
Incentivo à Inovação
ção e foco na
preocupação com os
qualidade
de
"clientes"
es"

Figura 6 - Características do
o modelo
mo gerencial

Outras característ
rísticas marcantes do novo modelo gerencial
ge são: a
demanda por maior aut utonomia aos gestores públicos (finan
nanceira, material
e de recursos humanos)
os), a definição clara de quais serão os
o objetivos que
os gestores devem buscuscar, a descentralização administrati
ativa, o incentivo
à inovação, a maior flex
lexibilidade, a preocupação com as necessidades
ne dos
“clientes”, o foco na qualidade
q dos serviços públicos e uma estrutura
hierárquica mais achatatada e flexível.
O modelo de admministração gerencial não surgiu “proronto”. Este teve
uma evolução que pode
demos classificar em três momentos: s: inicia-se com o
que chamamos de geren
rencialismo puro (ou managerialism), ), depois se volta
para o “consumerism”” e o PSO - “Public Service Orientation
ion”.
Como já vimos,os, as reformas administrativas implantadas
im nos
países anglo-saxões a partir dos anos 70 do século pass
assado, e depois
disseminadas para oss outros
o países, ficaram conhecidas
as pelo nome de
Nova Gestão Pública (ou New Public Management – NPM). 94873897335

15
De acordo com Paula
Pa :
““a partir da década de 1970,, a tentativa de
a
adaptar e transferir os conhecimen
entos gerenciais
d
desenvolvidos no setor privadoo para o setor
p
público começou a se tornarr preponderante,
p
p
principalmente no Reino Unido e nos Estados
U
Unidos. Esta visão alcançou o seuu auge nos anos

15
(Paula, 2005)

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1980 com a emergência da new public


management ou nova administração pública.”
Estas reformas foram causadas pelas crises fiscais destes países e
geraram uma revisão do papel do Estado na economia e uma noção de
que o atendimento aos cidadãos devia ser prestado com mais qualidade.
Além disso, a definição e o controle de resultados, atrelados a
mecanismos como os contratos de gestão, buscaram associar, à
administração pública, um novo paradigma de gestão que viesse
substituir o modelo burocrático.
Assim, existiram três principais fases destas reformas: O
Gerencialismo Puro, o Consumerism e o Public Service Orientation.
Vamos ver algumas questões agora?
8 - (FCC – ISS-SP – AFTM – 2007) A partir da segunda metade do
século XX, começa a verificar-se a erosão do modelo de
Administração Púbica Burocrática, seja em função da expansão
das funções econômicas e sociais do Estado, seja em face do
desenvolvimento tecnológico e do fenômeno da globalização.
Surge, então, o modelo da Administração Pública Gerencial, cujas
características são:
A) concentração dos processos decisórios, aumento dos controles
de processos e ênfase no cidadão.
B) descentralização dos processos decisórios, redução dos níveis
hierárquicos, competição administrativa no interior das estruturas
organizacionais e ênfase no cidadão.
C) inversão do conceito clássico de hierarquia, com redução dos
níveis inferiores e aumento dos intermediários, dando a estes
mais poder decisório, com ênfase no controle dos processos
internos.
D) acentuação da verticalização das estruturas organizacionais,
com aumento dos níveis hierárquicos superiores, onde se
94873897335

concentra o poder decisório, ênfase nos controles interno e


externo da atuação dos escalões inferiores.
E) descentralização dos processos decisórios, horizontalização das
estruturas organizacionais, substituição dos mecanismos de
controle de processos por mecanismos de controle de resultados,
com foco no cidadão.

A letra A está errada, pois o modelo gerencial postula o controle por


resultados (e não por procedimentos) e a descentralização decisória. Já a
letra B está perfeita e é o nosso gabarito. A letra C está toda confusa,

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pois o modelo gerencial não “inverte” o conceito de hierarquia nem tem


ênfase no controle dos processos internos.
A letra D também está equivocada, pois o gerencialismo não
acentua a verticalização, pois busca uma descentralização do poder
decisório. Na letra E, acredito que a banca “pegou pesado” em considerar
esta afirmação errada.
A alternativa foi considerada incorreta, acredito, pela afirmação de
que o modelo gerencial não objetiva que os mecanismos de controle
sejam totalmente substituídos (o que muda é o enfoque, ou seja, o
controle de resultados passa a ser visto como mais importante do que o
controle de procedimentos). Deste modo, o gabarito é a letra B.

9 - (FCC – ISS-SP – AFTM – 2007) Do ponto de vista do servidor


público, a Administração Gerencial prioriza
A) o fortalecimento das carreiras formalmente estabelecidas, com
garantia de ascensão por tempo de serviço e manutenção de
mecanismos de estabilidade.
B) o recrutamento por concurso público, para carreiras
eminentemente técnicas, e por métodos de seleção diferenciados,
para profissionais que ocupem funções de liderança, instituição de
técnicas de motivação, treinamento e capacitação.
C) o recrutamento e a promoção por avaliação de desempenho,
focada em sistema de controle de resultados aliado à autonomia
dos servidores.
D) o abandono de modelos clássicos de carreira, estruturada em
níveis e com promoção por mérito e antiguidade, por evolução
funcional horizontal, com acréscimos salariais decorrentes de
participação nos resultados e gratificações por funções.
E) a remuneração por desempenho, a constante capacitação, o
sistema de promoção por mérito em carreiras estruturadas e a
autonomia dos executores. 94873897335

A letra A está mais ligada ao modelo burocrático. O próprio


recrutamento por concurso, na letra B, também se relaciona mais com a
burocracia weberiana.
Já a letra C tem uma “pegadinha”, pois o modelo gerencial não
prega o recrutamento por avaliação de desempenho. Na letra D, o modelo
gerencial não prega o abandono do mérito, muito pelo contrário. Já a
letra E está perfeita e é o nosso gabarito.

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10 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) modelo de


Administração Pública Gerencial tem como principais
características
(A) descentralização dos processos decisórios, redução dos níveis
hierárquicos, competição administrativa no interior das estruturas
organizacionais e ênfase no cidadão-cliente.
(B) concentração dos processos decisórios, aumento dos controles
formais de processos e ênfase no cidadão-cliente.
(C) inversão do conceito clássico de hierarquia, com redução dos
níveis superiores e aumento dos inferiores, que passam a ser
dotados de total autonomia decisória.
(D) acentuação da verticalização das estruturas organizacionais,
com aumento dos níveis hierárquicos superiores, onde se
concentra todo o poder decisório.
(E) descentralização dos processos decisórios, horizontalização
das estruturas organizacionais e supressão dos mecanismos de
controle de processos.

A alternativa A descreve os pontos principais da Administração


Gerencial e é o nosso gabarito. A alternativa B está errada, pois o modelo
gerencial prega a descentralização do processo decisório, de forma a
flexibilizar e a agilizar a tomada de decisões.
Já a letra C vai longe demais, pois não se pretende dar total
autonomia decisória aos níveis inferiores, nem inverter o conceito de
hierarquia (o subordinado mandaria no chefe!).
A alternativa D também está errada, pois a verticalização é
característica da burocracia, e o modelo gerencial busca exatamente o
contrário, ou seja, o achatamento das estruturas. Com isso teríamos
menos níveis hierárquicos e menor custo administrativo.
Por fim, a alternativa E está errada porque não se busca suprimir os
94873897335

mecanismos de controle, mas apenas trocar o foco nos procedimentos


para o foco em resultados.

11 - (FCC – TRT/PR – ANALISTA ADM – 2010) Sobre as


características da administração pública gerencial considere:
I. No plano da estrutura organizacional tornam-se essenciais a
descentralização e a redução dos níveis hierárquicos.
II. Tem como princípios orientadores do seu desenvolvimento o
poder racional-legal.
III. O cidadão é visto como contribuinte de impostos e como
cliente dos seus serviços.

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IV. Sua estratégia volta-se para a definição precisa dos objetivos


que o administrador público deverá atingir em sua unidade.
V. Os cargos são considerados prebendas.
É correto o que consta APENAS em
(A) I e V.
(B) I e II.
(C) II, III e IV.
(D) I, III e IV.
(E) II, III e V.

A primeira frase está correta, pois a estrutura da organização deve


ser achatada (reduzindo seus níveis hierárquicos) de modo a agilizar o
fluxo de informações e a aumentar a velocidade de adaptação desta
organização aos desafios externos e demandas dos “clientes” internos e
externos.
A descentralização, que também é importante, ocorre quando as
decisões passam a ser tomadas, em sua maioria, na base da organização,
ou seja, pelas pessoas envolvidas diretamente no problema (pessoal na
“linha de frente”).
Entretanto, a segunda frase está errada, pois o modelo que se
baseia na dominação racional-legal é a burocracia, e não o modelo
gerencial.
A terceira frase também aborda um aspecto correto do modelo
gerencial, que é a visão do cidadão como um contribuinte e cliente dos
serviços públicos. Portanto, a máquina pública teria de focar nas
necessidades e demandas destes cidadãos, e não em seus problemas e
demandas internos.
A quarta frase aborda um dos aspectos mais importantes do modelo
gerencial – a preocupação com os resultados. Neste sistema, os gestores
94873897335

devem se comprometer com o alcance de resultados, em troca de maior


autonomia para gerir seus recursos e de maior flexibilidade. A frase está
certa.
Já a quinta frase aborda uma característica do patrimonialismo
(prebendas e sinecuras), e não do modelo gerencial. As prebendas e
sinecuras eram posições ou cargos em que as pessoas eram escolhidas
por seus contatos no poder (e não por mérito) e trabalhavam muito
pouco.
A escolha dos cargos públicos funcionava como uma troca de
favores entre os envolvidos. O gabarito da questão é letra D.

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Gerencialismo Puro - Managerialism

O primeiro impulso da Nova Gestão Pública (NPM) veio com o


gerencialismo puro (ou managerialism – em inglês). De acordo com
Abrucio16, a Inglaterra, no governo Thatcher em 1979, foi um dos
primeiros países a adotar os conceitos do NPM.
O contexto era de exaustão das finanças do Estado e de
incapacidade do mesmo em atender a todas as demandas sociais que a
sociedade cobrava. Neste primeiro momento, as primeiras ações
buscaram reduzir custos e pessoal.
O objetivo era devolver ao Estado a condição de investir
através da redução de custos e do aumento da eficiência. Dentro
deste prisma, estava toda uma estratégia de reposicionar o papel do
Estado na sociedade, reduzindo o número de atividades que eram
exercidas. O primeiro impulso deste modelo, portanto, foi na direção de
melhorar as finanças e a produtividade dos órgãos públicos.
A burocracia era vista como excessivamente rígida e centralizadora
na época, tornando o Estado lento e pouco responsivo às demandas do
meio externo. Além disso, acabou gerando uma mentalidade no setor
público de busca do cumprimento de regras e regulamentos, e não dos
resultados.
Dentre as iniciativas de Thatcher estavam: a privatização, a
desregulamentação, a redução de cargos públicos, a definição
clara dos objetivos de cada setor e outras com o intuito de reduzir os
gastos. O movimento ficou conhecido como “rolling back the state”, algo
como “retração da máquina estatal”.
De acordo com Jenkins17:
“Thatcher se comprometeu a mudar este modo de
funcionamento do serviço público (centralização
94873897335

administrativa), aumentando a eficiência


administrativa do Estado. Suas primeiras medidas
foram reduzir o tamanho da máquina e o seu
custo: a administração central passou de 700 mil
para aproximadamente 600 mil funcionários. Em
seguida, aprimorou o gerenciamento por meio das
ações da Efficient Unit, que tinha como objetivo
acompanhar as melhorias na administração do

16
(Abrucio, 1997)
17
(Jenkins, 1998) apud (Abrucio, 1997)

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serviço público e executar


s avaliações
a do
d
desempenho dos servidores.”
Nesta visão, o cidadão
cid é encarado pelo Estado com
omo contribuinte
(financiador do Estado)
o), que deve ter seus recursos gast
astos de maneira
mais consciente.

Alvo do • Aumento da eficiência


efic
Gerencialism
lismo e redução de cus
custos
Puro
Assim, foi implan
plantada aos poucos uma administ istração voltada
para os resultados,, com
co uma maior flexibilidade e descecentralização dos
gestores públicos, em vista
v a um ganho esperado de eficiência,
efic que ao
final acabou ocorrendo – pelo menos na ótica do gasto públ
úblico.
Como falamos acima,
aci o gerencialismo buscou aumenentar a eficiência
do setor público. Mas,
s, após os primeiros resultados, viu--se que o setor
público não deveria a apenas se preocupar com a eficiência,
e mas
principalmente com a efetividade.
e Vamos relembrar rapi
apidamente estes
conceitos?

• Fazer bem alguma tarefa

Eficiência
cia • Utilizar da melhor forma os recur
• Relacionado ao modo, ao meio
ecursos
io d
de se fazer

• Fazer a coisa certa

Eficácia • Atingir os resultados e metas


• Relacionado aos fins
94873897335

• Impacto das ações

Efetividade
ade • Mudar a realidade

Figura 7 - Eficiência, eficácia


ia e efetividade

Portanto, o gerencialismo
ger puro buscava mais is a eficiência,
relacionada à gestão dos
d recursos, do que a efetividade
de – o efeito ou
impacto na realidade social
so decorrentes das ações do gover
verno.

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De acordo com Paula18, as características principais deste modelo


foram:
 Descentralização do aparelho de Estado, que separou as
atividades de planejamento e execução do governo e
transformou as políticas públicas em monopólio dos
ministérios;
 Privatização das estatais;
 Terceirização dos serviços públicos;
 Regulação estatal das atividades públicas conduzidas pelo
setor privado;
 Uso de ideias e ferramentas gerenciais advindas do setor
privado.

Consumerism

Desta forma, o gerencialismo puro recebeu muitas críticas, pois a


redução de custos e o aumento da eficiência não podiam ser o único
objetivo das reformas. Mas o retorno à burocracia não era mais visto
como uma solução aceitável.
O que faltava no modelo era a visão de que os serviços deveriam
ser prestados com qualidade e com foco nas necessidades dos
“clientes” e não com base nas necessidades da máquina pública.
Esta nova visão não renegou os princípios do gerencialismo puro,
mas acrescentou outras variáveis e prioridades. Foi o início do que
chamamos de “paradigma do cliente” na administração pública. A
preocupação deixou somente de ser com os custos e a produtividade para
ser voltada a “fazer melhor” – entregar serviços de qualidade para
a sociedade.
Uma das medidas tomadas neste modelo foi a descentralização do
94873897335

processo decisório. A ideia é delegar poderes para quem está


efetivamente envolvido na prestação do serviço ao “cliente”.
Ao dar liberdade e autonomia para o servidor público que está
lidando com o problema diretamente, sem necessitar “passar” esta
informação a um superior e esperar sua resposta, aumentam-se as
chances da organização responder ao problema de forma mais acertada.
Além disso, as decisões são mais rápidas e o próprio “cliente”
poderá acompanhar o processo decisório e cobrar do agente público que
gerencia o processo. Pense bem, sempre será mais fácil cobrar algo de

18
(Paula, 2005)

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um prefeito do que de um ministro ou Presidente da República,


Re não é
mesmo?
Portanto, a fiscal
calização sempre será mais fácil quando
qua o agente
público que toma a deci
ecisão estiver mais próximo do cidadão
dão.
Outra medida foi
oi a tentativa de quebrar o “monopólio
ólio” na prestação
de serviços dentro da máquina pública, tentando assim ass criar uma
competitividade dentro
tro do setor público e gerando alternativas
a de
atendimento ao “cliente”
te”.
Ou seja, devia-se
se buscar, sempre que possível, criar
cri alternativas
para o “cliente” na prestação
pre de serviços públicos (com
omo no caso de
escolas próximas, porr exemplo) e fomentar esta “dispututa” entre estes
prestadores de serviços
os públicos.
19
De acordo com Martins
Ma ,
““O consumerism consistiu numa seg egunda resposta,
u
uma reorientação do gerencialism lismo puro mais
v
voltada à racionalização tendo o como ponto
c
central a questão da satisfação
sat das
n
necessidades dos cidadãos/consonsumidores de
s
serviços públicos. A ênfase deste te modelo é uma
e
estratégia de qualidade, a serr controlada
c pelo
p
programa Citizen’s Charter, cujos
cuj resultados
a
apoiavam-se em medidas tais como
d
descentralização, estímulo à competitividade,
co
m
modelos contratuais flexíveis e direc
recionados para a
q
qualidade.”
Por fim foram criados
cr novos modelos contratuais,
is, que serviriam
como uma gestão de resultados
res no setor público.

Alvo do Satisfação
ção do
Consumeris
erism 94873897335

“cliente”
nte”
As principais c críticas direcionadas ao Consum
umerism vieram
exatamente do probleblema de se considerar o cidadãodão um simples
cliente, pois apesar de ser uma evolução do que existia
stia antigamente,
não se adapta perfeita
itamente ao real relacionamento que
qu deve existir
entre o Estado e seus cidadãos.
ci

19
(Martins, 1997)

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O termo cliente traz a noção de tratamento diferenciado aos que


realmente utilizam os serviços públicos, enquanto o Estado deve ser
isonômico!
Assim sendo, o bordão comum no setor privado (“o cliente sempre
tem razão”) não se aplica no setor público, e no relacionamento entre o
Estado e o cidadão devem existir direitos e deveres.
O conceito de cliente VIP também seria obviamente inconstitucional,
pois o Estado não poderia tratar como especial um cidadão por ser um
maior contribuinte, não é mesmo?
Imagine se os maiores empresários do Brasil tivessem uma fila de
atendimento prioritário em um órgão público. Não seria bem aceito isso
pela população, não é verdade? Desta forma, se fez necessária uma nova
visão, que iremos ver no Public Service Orientation.

Public Service Orientation - PSO

Com o PSO, que é a versão atual ou mais moderna da Nova Gestão


Pública (ou NPM), entra a noção de tratamento não somente como
“cliente”, mas como cidadão – uma noção mais ampla do que a de
cliente, com direitos e deveres. Ou seja, neste caso, o cidadão não só
pode como deve supervisionar a gestão dos recursos públicos e o
funcionamento do Estado como um todo.
Os princípios do PSO são temas como a equidade, a justiça, a
transparência, a accountability, bem como a participação popular.
A descentralização no PSO não é vista somente como uma
maneira de melhorar os serviços prestados, mas como um meio de
possibilitar a participação popular, criando-se uma arena que
aumente a participação política dos cidadãos.
Desta forma, busca-se trazer o cidadão para dentro da esfera do
funcionamento do Estado, de modo que ele possa direcionar a maioria das
94873897335

ações do Estado.
Veja como Marini20 descreve o PSO abaixo:
“O terceiro, o Public Service Oriented (PSO),
está baseado na noção de eqüidade, de resgate do
conceito de esfera pública e de ampliação do dever
social de prestação de contas (accountability).
Essa nova visão, ainda que não completamente
delimitada do ponto de vista conceitual, introduz

20
(Marini, 2003)

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duas importantes inovações: uma no campo


da descentralização, valorizando-a como
meio de implementação de políticas públicas;
outra a partir da mudança do conceito de
cidadão, que evolui de uma referência
individual de mero consumidor de serviços,
no segundo modelo, para uma conotação
mais coletiva, incluindo seus deveres e
direitos. Desse modo, mais do que “fazer mais
com menos” e “fazer melhor”, o fundamental é
“fazer o que deve ser feito”. Isto implica um
processo de concertação nacional que aproxima e
compromete todos os segmentos (Estado,
sociedade, setor privado, etc.) na construção do
projeto nacional.”
Portanto, a visão atual é a de que o Estado deve não só prestar
serviços de qualidade e tratar bem seus cidadãos, mas que deve
proporcionar meios que possibilitem a cobrança de resultados e a
participação destes cidadãos nas políticas públicas, de modo que o
cidadão deixe de ser passivo diante do Estado para uma postura mais
ativa.
De acordo com Martins21, o PSO:
“propõe uma revalorização da política na definição
das finalidades estatais, aumento da
accountability, participação, transparência,
eqüidade e justiça. Este movimento baseia-se
numa visão coletiva do cidadão, enfoca a esfera
pública como um locus de aprendizado social e
prega o aprimoramento da cultura cívica do
cidadão, burocrata e político.”
Vamos ver mais questões agora?
12 - (FCC – ISS/SP – AUDITOR – 2012) Com relação à introdução
94873897335

do paradigma pós-burocrático na administração pública brasileira,


considere:
I. A partir de meados dos anos 1990 houve flexibilização e,
posteriormente, ruptura do modelo burocrático, tendo em vista
que as organizações públicas abandonaram a racionalidade formal
como paradigma de ação.
II. Apesar de todas as mudanças recentes, as organizações ditas
pós-burocráticas ainda estão vinculadas à lógica racional-legal,
base do modelo criado por Max Weber.

21
(Martins, 1997)

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III. A organização pós-burocrática teria como principais


características a centralização e a estruturação em redes
hierarquizadas articuladas por fluxos verticais de informação.
IV. As organizações pós-burocráticas podem ser caracterizadas
como orientadas para a solução de conflitos e problemas, e estão
baseadas na participação, confiança e compromisso de todos em
torno de resultados.
V. O tipo organizacional pós-burocrático é construído em torno de
processos tecnologicamente intensivos, fortemente preocupados
pela formação de consensos baseados no personalismo.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e IV.
b) III e V.
c) I, II e III.
d) III, IV e V.
e) I, II, III e IV.

A primeira frase está errada porque não existiu essa ruptura do


modelo burocrático descrita pela banca. Já a segunda afirmativa está
perfeita. Apesar deste aspecto não ser muito detalhado por seus teóricos,
o modelo gerencial não deixa de estar vinculado à lógica racional-legal.
No caso da terceira afirmativa, o erro está no fato de que as
organizações pós-burocráticas devem ser exatamente o contrário:
descentralizadas, com enfoque fluxos horizontais de comunicação e
informação.
Entretanto, a quarta frase está certa, pois as organizações pós-
burocráticas (principalmente nos seus estágios mais avançados de
“evolução”) tem na participação do cidadão e no compromisso com os
resultados um dos seus pilares. 94873897335

Finalmente, a quinta afirmativa não faz nenhum sentido. Os


modelos de gestão não diferem pelos processos tecnologicamente
intensivos. Além disso, o modelo gerencial não está baseado no
personalismo, muito pelo contrário. O gabarito é mesmo a letra A.

13 - (FCC – MPE/AP – ANALISTA – 2012) Ao relacionar os modelos


de análise histórica da gestão pública ao longo do tempo, é
correto afirmar que:
a) A etapa patrimonialista da gestão pública perdurou por cerca
de cinco décadas, circunscrevendo-se ao final do período
monárquico e início do republicano.

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b) O modelo burocrático é circunscrito ao início do século XX até


os anos 60, dado o necessário controle da coisa pública e o baixo
uso de tecnologias de informação.
c) O modelo patrimonial tem sido imprescindível no início deste
século, para a efetividade da administração pública frente às
crises econômicas planetárias.
d) O modelo gerencial foi uma etapa importante do
desenvolvimento da administração pública brasileira, surgida no
Estado Novo de Getúlio Vargas.
e) O modelo gerencial é o modelo contemporâneo, que enfoca
resultados e uma gestão pública pautada em competências, além
do foco no cliente.

A primeira opção está equivocada porque a etapa patrimonialista da


gestão pública durou muito mais do que cinco décadas. Além disso, até
hoje existem práticas patrimonialistas em nossa gestão pública.
A letra B também está errada, pois apesar de algumas iniciativas de
reforma do modelo burocrático terem sido criadas nos anos 60, o modelo
subsiste até hoje - apesar do modelo gerencial tentar alterá-lo.
Já a letra C é absurda! O modelo patrimonial não é adequado aos
novos desafios de uma economia moderna. A opção D também é
equivocada, pois o Estado Novo de Vargas buscou implantar o modelo
burocrático, não o gerencial.
Finalmente, o modelo gerencial é mesmo o paradigma atual,
buscando uma gestão por resultados, com base nas competências e no
foco no cliente/cidadão. O gabarito é mesmo a letra E.

14 - (FCC – TRE/SP – ANALISTA – 2012) A administração pública


pós-burocrática está apoiada, em parte, na administração pública
burocrática, da qual conserva, embora flexibilizado, o princípio
94873897335

fundamental
a) da admissão segundo critérios de mérito.
b) da descentralização dos processos de decisão.
c) do estímulo financeiro ao exercício da criatividade
d) da redução das estruturas hierárquicas.
e) da delegação de autonomia aos servidores.

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Esta questão foi retirada diretamente do Plano Diretor de Reforma


do Aparelho do Estado. De acordo com o PDRAE22:
"A administração pública gerencial constitui um
avanço e até um certo ponto um rompimento com
a administração pública burocrática. Isto não
significa, entretanto, que negue todos os seus
princípios. Pelo contrário, a administração pública
gerencial está apoiada na anterior, da qual
conserva, embora flexibilizando, alguns dos
seus princípios fundamentais, como a
admissão segundo rígidos critérios de
mérito, a existência de um sistema estruturado e
universal de remuneração, as carreiras, a
avaliação constante de desempenho, o
treinamento sistemático. A diferença fundamental
está na forma de controle, que deixa de basear-se
nos processos para concentrar-se nos resultados,
e não na rigorosa profissionalização da
administração pública, que continua um princípio
fundamental."
Dessa maneira, o gabarito da banca é mesmo a letra A.

15 - (FCC – TCE/PR – ANALISTA – 2011) Ao relacionar os diversos


modelos teóricos de Administração Pública é correto afirmar:
a) Os modelos, em seu desenvolvimento, culminam no gerencial,
sem que suas formas antecessoras deixem de existir
inteiramente.
b) O modelo gerencial pressupõe o foco central no controle,
formalização de processos e no empenho periférico em resultados.
c) O modelo burocrático supera o patrimonial em uma época em
que o enfoque neoliberal pressupõe o fortalecimento do Estado
perante a coisa privada.
94873897335

d) As maiores diferenças entre o modelo gerencial e o burocrático


na administração pública estão relacionadas ao profissionalismo e
à impessoalidade.
e) O modelo patrimonialista ressalta o poder da administração
pública na gestão de seus órgãos, tendo por finalidade o bem
comum.

22
(Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)

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A letra A está correta e é o nosso gabarito. Como sabemos, na


atualidade ainda existem características do modelo patrimonial, do
modelo burocrático e do modelo gerencial.
Já a letra B está errada, pois a diferença entre os dois modelos
(gerencial e burocrático) está na forma de controle, que passa a ser “a
posteriori”. Além disso, o modelo que se baseia no cumprimento de
processos é o burocrático.
A letra C também está equivocada. O modelo burocrático supera
(aqui uso o sentido de ser melhor, não o sentido de eliminar) o
patrimonial em uma época em que o liberalismo era o dominante. O
neoliberalismo surgiu muito tempo depois.
No caso da letra D o erro está no fato de que o modelo gerencial e o
burocrático não diferem em relação ao profissionalismo e à
impessoalidade.
Finalmente, a letra E também está incorreta. No patrimonialismo
ocorre uma confusão entre a esfera estatal e a esfera privada. O soberano
encara o Estado como sua “propriedade”. Com isso, nem sempre o bem
comum é buscado. O gabarito é, assim, a letra A.

16 - (FCC – TRE/CE – ANALISTA – 2012) Fundamenta-se nos


princípios da confiança e da descentralização da decisão,
exigência de formas flexíveis de gestão, horizontalização de
estruturas, descentralização de funções, incentivos à criatividade,
avaliação sistêmica e principalmente recompensa por
desempenho, ou resultados. São características deste paradigma
de gestão pública
a) patrimonialista.
b) matricial.
c) pós-burocrático.
d) burocrático. 94873897335

e) Ad hocrático.

Questão tranquila da FCC. Os paradigmas de gestão pública são:


patrimonialismo, burocracia e pós-burocrático (ou gerencial). Como a
questão aborda formas flexíveis de gestão, incentivo à criatividade,
dentre outros aspectos modernos, só pode estar referindo-se ao modelo
gerencial – pós-burocrático. O gabarito é mesmo a letra C.

17 - (FCC – TRT 23° REGIÃO – ANALISTA – 2011) Por


administração gerencial entende-se um modelo de gestão que

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a) privilegia a descentralização, a autonomia dos níveis gerenciais


na aplicação da lei aos casos concretos e a desburocratização de
toda a estrutura administrativa.
b) enfatiza a aplicação rigorosa das leis contra corrupção e
centralização dos processos de controle formal para garantir a
eficiência do governo.
c) procura alcançar resultados financeiros crescentes com base na
privatização e nomeação por critérios políticos de indicação dos
níveis gerenciais.
d) incentiva a profissionalização do corpo operacional da
administração descentralizada e a elevação horizontal dos níveis
médios de remuneração dos gerentes.
e) pressupõe a transferência das funções de planejamento e
controle para os níveis operacionais, mas preserva o controle
centralizado das funções finalísticas.

A letra A está correta e é o nosso gabarito. Cabe aqui apontar um


termo (que a FCC gosta) que causou muita reclamação dos candidatos: a
desburocratização. Muitos acharam que isso significaria a eliminação do
modelo burocrático. Mas não é isso o que a banca considera na questão,
mas sim uma redução de suas disfunções, buscada pelo modelo gerencial.
Já a letra B está mesmo errada, pois o gerencialismo não se
caracteriza pelo controle formal nem pelo foco nos processos. A letra C
também está equivocada porque este modelo não prega privatizações
generalizadas, muito menos indicações políticas.
O erro da letra D está na “elevação horizontal dos níveis médios de
remuneração”. Não é isso o que prega este modelo, mas sim a gestão por
resultados.
Finalmente, a letra E não faz sentido e está igualmente errada. O
gabarito é mesmo a letra A.
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18 - (FCC – ALESP/SP – GESTÃO PROJETOS – 2010) O modelo de


administração pública gerencial
a) prioriza o atendimento das demandas do cidadão.
b) identifica o interesse público com a afirmação do poder do
Estado.
c) identifica o interesse da coletividade com o do Mercado.
d) baseia-se na competência técnica dos servidores e na
centralização da decisão.

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e) enfatiza o controle dos processos formais, visando à punição


exemplar dos incompetentes.

Questão fácil da FCC. Um dos pilares do modelo gerencial é o foco


no cidadão/cliente. Assim, a letra A está perfeita e é o nosso gabarito.

19 - (FCC – ALESP/SP – GESTÃO PROJETOS – 2010) Segundo o


paradigma pós-burocrático, os governos devem ser
a) flexibilizados por meio das práticas de comissionamento e
nomeação dos cargos do núcleo estratégico.
b) controlados diretamente pelos cidadãos-clientes, por meio de
mecanismos de gestão corporativa, como Conselhos Populares.
c) reduzidos ao mínimo necessário, utilizando a terceirização de
serviços básicos e contratos de gestão com empresas privadas.
d) orientados para o mercado, empreendedores e basicamente
prestadores de serviços, com ênfase para o cidadão-cliente.
e) fortalecidos nos níveis operacionais, implementando concursos
públicos e aumentando os controles prévios de eficiência.

A letra A está errada, pois a flexibilização não deve se dar pelas


formas de nomeação dos cargos do núcleo estratégico. Já na letra B
existe outro erro, pois os mecanismos devem ser de gestão participativa e
não de gestão corporativa.
A letra C também está equivocada. Os modelos pós-burocrático não
buscam o que se chamou de “Estado mínimo”. Além disso, os contratos
de gestão não são firmados com empresas privadas.
Já a letra D está correta e é o nosso gabarito. Finalmente, a letra E
está errada porque o foco está nos controles de resultado (e não nos
controles prévios, como os de procedimentos). O gabarito é mesmo a
94873897335

letra D.

20 - (FCC – TRE-CE – TÉCNICO – 2012) A administração pública


gerencial constitui um avanço e afirma-se que deve ser permeável
a maior participação dos agentes privados e/ou das organizações
da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios)
para os resultados (fins), em que o beneficiário seja o cidadão.
Esse deslocamento de foco caracteriza o paradigma na gestão
pública, conhecido como
a) burocrático.
b) do cliente.

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c) do acionista.
d) do processo.
e) estratégico.

O paradigma do cliente apareceu no modelo gerencial. Nesta


concepção, o cidadão cliente deve ser o foco de toda a máquina estatal.
Os esforços devem ser direcionados para satisfazer as necessidades dos
cidadãos, e não para o fortalecimento “por si só” da máquina pública. O
gabarito é mesmo a letra B.

21 - (FCC – TRE/SP – ANALISTA – 2012) Na concepção pós-


burocrática de administração, de forma semelhante à iniciativa
privada, a gestão pública busca
a) o lucro em suas atividades para que possa obter recursos para
satisfazer o interesse dos cidadãos enquanto consumidores.
b) satisfazer os interesses de indivíduos e grupos que consomem
seus produtos e (ou) serviços.
c) conquistar clientes para comprar seus produtos e serviços, já
que não pode depender mais de impostos e taxas.
d) analisar e melhorar continuamente seus processos para
alcançar eficiência e qualidade na prestação de serviços e
produção de bens.
e) realizar os princípios da legalidade, moralidade e
impessoalidade como fins éticos da atividade empresarial.

A letra A está errada, pois o setor público não deve buscar o lucro,
mas sim a satisfação do cidadão. No caso da letra B, o erro está no fato
de que não são somente os usuários que devem ter a atenção do Estado,
mas todos os cidadãos. 94873897335

A letra C está equivocada porque o Estado não deixa de utilizar os


recursos advindos de taxas e impostos. Nem todos os serviços públicos
são suportados pelo pagamento direto dos usuários. Já a letra D está
correta e é o gabarito da banca.
Finalmente, a letra E está errada porque o princípio da legalidade
não é seguido pelo setor privado, mas sim pelo setor público. O setor
privado pode fazer tudo o que a lei não proíbe. O gabarito é, assim, a
letra D.

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22 - (FCC – MP/RS – ADMINISTRADOR – 2008) São princípios da


administração pública gerencial, segundo o Plano Diretor de
Reforma do Aparelho de Estado (1995):
I. A definição precisa dos objetivos que o administrador público
deve alcançar.
II. O controle ou cobrança a priori dos resultados.
III. O deslocamento da ênfase nos resultados (fins) para os
procedimentos (meios).
IV. A garantia de autonomia do administrador na gestão dos
recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem
colocados à disposição para que possa atingir os objetivos
contratados.
São verdadeiras APENAS as afirmativas
(A) II e IV.
(B) II e III.
(C) I e III.
(D) I e IV.
(E) I e II.

As afirmativas I e IV estão corretas. Já a segunda afirmativa está


errada, pois a ênfase deve ser no controle de resultados “a posteriori” e
não “a priori”. Ou seja, devemos saber se o gestor atingiu os resultados,
após as ações governamentais.
O controle “a priori” é relacionado com o controle de procedimentos
– ligado ao modelo burocrático. O nosso gabarito é, portanto, a letra D.

23 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) Do ponto de vista


do servidor público, a Administração Gerencial prioriza
94873897335

(A) o abandono de modelos clássicos de carreira, estruturada em


níveis, por evolução funcional horizontal, com acréscimos salariais
decorrentes de participação nos resultados e gratificações por
funções.
(B) o recrutamento por concurso público para carreiras
eminentemente técnicas e por métodos de seleção diferenciados
para profissionais que ocupem funções de liderança.
(C) o recrutamento e a promoção por avaliação de desempenho e
o permanente controle de resultados aliado à autonomia dos
servidores.

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(D) a remuneração por desempenho, a constante capacitação e o


sistema de promoção por mérito.
(E) o fortalecimento das carreiras formalmente estabelecidas,
com garantia de ascensão preferencial dos servidores mais
antigos.

O modelo gerencial não abandona a noção de carreira, nem postula


que deva existir uma evolução horizontal funcional. Da mesma forma, não
postula uma “fuga” dos concursos públicos, como descrito na alternativa
B.
Com relação à letra C, o recrutamento não pode ser feito por
avaliação de desempenho. Já a letra D está correta e é o nosso gabarito.
Na letra E, a garantia de ascensão preferencial dos servidores mais
antigos se liga ao modelo burocrático. O gabarito é mesmo a letra D.

24 - (FCC – PGE/RJ – AUDITOR – 2009) Com relação às


características da burocracia segundo Max Weber:
I. Existência de regras abstratas, às quais estão vinculados os
detentores do poder, o aparelho administrativo e os dominados
define a dominação racional- legal, é o fundamento do modelo
burocrático.
II. Toda organização burocrática se baseia na hierarquia, na
divisão do trabalho, na separação entre pessoa, cargo e funções
exercidas de modo continuado e com base em documentos
escritos.
III. O domínio burocrático é legitimado pelo reconhecimento dos
poderes e das qualidades excepcionais do chefe, e o seu aparelho
consiste, tipicamente, no grupo dos 'discípulos', isto é, dos
indivíduos escolhidos pelo chefe entre os membros da
comunidade.
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IV. A burocracia, segundo Weber, é uma instituição política bem


sucedida na medida em que seu quadro administrativo mantenha
com êxito a pretensão ao monopólio efetivo da coação física para
a manutenção da ordem vigente.
V. O pessoal empregado por uma estrutura administrativa
burocrática submete-se a uma relação contratual e, em virtude de
suas específicas qualificações técnicas, é recompensado através
de um salário estipulado em dinheiro, tem uma carreira
regulamentada e considera o próprio trabalho como uma
ocupação em tempo integral.
a) Estão corretas APENAS as afirmativas I e II.

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b) Estão corretas APENAS as afirmativas I, II e V.


c) Estão corretas APENAS as afirmativas II, III e IV.
d) Estão corretas APENAS as afirmativas III e IV.
e) Estão corretas APENAS as afirmativas III, IV e V.

Esta questão apresenta apenas duas afirmações incorretas. A


terceira afirmativa está errada, pois a burocracia se baseia na dominação
racional-legal e não na dominação carismática, como a alternativa
descreve.
Já a quarta afirmação é uma “troca” de conceitos. Esta frase de
Weber está descrevendo o conceito de Estado e não de Burocracia. Assim,
o nosso gabarito é a letra B.

Governabilidade e governança

Os termos governança e governabilidade passaram a ser mais


debatidos após as crises econômicas dos países em desenvolvimento nos
anos 70 e 80 do século passado e do crescente processo de
globalização23.
Um exemplo de instituição que disseminou estes conceitos foi o do
Banco Mundial. Esta instituição estava preocupada, naquela época, com
uma baixa capacidade dos governos em desenvolvimento de
implementarem seus programas com eficiência e eficácia.
Portanto, o conhecimento destes conceitos nos possibilita entender
melhor os desafios que os Estados modernos enfrentam nestes tempos
complexos. Entretanto, são termos muito confundidos, pois são conceitos
entrelaçados e conexos.
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O conceito de governabilidade é mais relacionado à capacidade


política de governar24, ou seja, às condições de um governo de se
legitimar perante a sociedade como um todo. É um termo ligado ao
próprio exercício do poder e às condições materiais que devem existir
para que um governo consiga exercer suas funções.

23
(Araújo V. d., 2002)
24
(Matias-Pereira, Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações
governamentais, 2009)

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Se um governo conta com apoio da sociedade como um todo para


governar, ele tem governabilidade. A governabilidade insere-se então nos
aspectos políticos do Estado: as relações entre os poderes, os sistemas
partidários, a forma de governo, etc.25
Eli Diniz apresenta três dimensões do conceito de governabilidade26:

 Capacidade do governo para identificar problemas críticos e


formular politicas adequadas ao seu enfrentamento;
 Capacidade governamental de mobilizar os meios e recursos
necessários à execução dessas politicas, bem como sua
implementação;
 Capacidade de liderança do Estado sem a qual as decisões tornam-
se inócuas.
Já a governança está relacionada com a gestão dos recursos
e com a capacidade deste governo de implementar as políticas
públicas, ou seja, sua capacidade gerencial, técnica e financeira.
De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado27
- PDRAE, o governo brasileiro não carece de governabilidade, mas de
governança. Veja o texto original abaixo:
“...pretende-se reforçar a governança - a
capacidade de governo do Estado - através da
transição programada de um tipo de
administração pública burocrática, rígida e
ineficiente, voltada para si própria e para o
controle interno, para uma administração
pública gerencial, flexível e eficiente, voltada
para o atendimento do cidadão. O governo
brasileiro não carece de
“governabilidade”, ou seja, de poder
para governar, dada sua legitimidade
democrática e o apoio com que conta na
sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um
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problema de governança, na medida em


que sua capacidade de implementar as
políticas públicas é limitada pela rigidez e
ineficiência da máquina administrativa.”
Assim, de acordo com a análise de Bresser, o Brasil naquela época
(anos 90) tinha apenas um problema de governança. Após a

25
(Matias-Pereira, Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações
governamentais, 2009)
26
(Diniz, 1995) apud (Gonçalves, 2005)
27
(Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)

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redemocratização, o governo era percebido pela população como legítimo,


portanto tinha apoio – e governabilidade. O que faltava era capacidade
gerencial e financeira de atender às demandas da sociedade por serviços
públicos. De acordo com Bresser:
“Um governo pode ter governabilidade, na medida
em que seus dirigentes contem com os
necessários apoios políticos para governar, e no
entanto pode governar mal por lhe faltar a
capacidade da governança.”28
Vamos analisar uma questão que analisa este tópico?
25 - (CESPE - TCE-AC / ANALISTA - 2006) Aumentar a governança
do Estado significa aumentar sua capacidade administrativa de
gerenciar com efetividade e eficiência, voltando-se a ação dos
serviços do Estado para o atendimento ao cidadão.

Esta questão está perfeita e seu texto foi retirado do PDRAE. De


acordo com o Plano Diretor29 em seu tópico 6.1, um de seus objetivos é:
“Aumentar a governança do Estado, ou seja, sua
capacidade administrativa de governar com
efetividade e eficiência, voltando a ação dos
serviços do Estado para o atendimento dos
cidadãos.”
Portanto, a questão está correta.
Mas professor, eu não entendi porque estes conceitos são
entrelaçados!
Pessoal, imaginem que vocês estejam morando agora no Egito (que
enfrentou diversas revoltas para derrubar o ditador Mubarak). Este país
enfrentou uma crise de governabilidade, ou seja, não foi visto pela sua
própria população como legítimo para governar o país.
Com estas revoltas que aconteceram, certamente diversos serviços
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públicos foram suspensos (como escolas e hospitais) e vários programas


governamentais não foram executados de forma correta.
Desta forma, a dificuldade do próprio governo de exercer o
poder (governabilidade) acaba afetando a capacidade deste
mesmo governo de viabilizar as políticas públicas (governança),
não é mesmo?

28
(Bresser Pereira, A reforma do estado dos anos 90: lógica e mecanismos de controle,
1998)
29
(Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)

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Entretanto, a falta
fa de governança também pode pod diminuir a
governabilidade. Mas como
co vimos no texto acima do PDR DRAE, a falta de
governança não reduziu
ziu a governabilidade no caso brasileir
eiro.
Ou seja, é possíve
ível um Estado ter uma baixa governa
nança e manter a
sua governabilidade. Abaixo
Ab podemos ver um resumo dos s conceitos:
c

• Capacidade técnica, financei


nceira e
Governança
nça gerencial;
• Aspectos operacionais - gerir
geri recursos.

• Legitimidade;
Governabilidad
idade • Poder para governar;
• Capacidade política.

Figura 8 - Governança e governabi


nabilidade

Outra vertente teórica


te considera a governança (ou
ou “governance”)
como uma mudança no n papel do Estado. Este passar aria a ser mais
pluralista, ou seja, aceitaria
ace uma participação maior da sociedade na
formulação das política
ticas públicas. Seria o movimento o da
d governança
pública.
Desta forma, a governança
go pública seria uma maneir
eira de aumentar
a participação da socied
iedade na gestão do Estado e de torn
ornar as decisões
menos técnicas e mais
is políticas.
p
30
De acordo com Kooiman
Ko , a governança poderia ser definida como
“um modelo horizontal
tal de relação entre atores públicos
os e privados no
ção de políticas públicas.” Assim,, o Estado abre
processo de elaboração
espaço para um maior
ior envolvimento de outros atores s não-estatais
n na
formulação, implementa
ntação, execução e avaliação das polít
líticas públicas.
Assim sendo, a governança teria um aspecto interno
in e outro
94873897335

aspecto externo. A gestão


ge dos diversos recursos públi
blicos (como as
pessoas, os recursosos financeiros e os recursos matateriais) estaria
relacionada com a gove
vernança interna.
Já a coordenação
ção com diversas entidades governanamentais e não
governamentais na imp
mplementação das políticas públicas
s estaria
e ligada a
governança externa.
De acordo com Gonçalves:
Go

30
(Kooiman, 1993) apud (Se
Secchi, 2009)

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ó
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“enquanto a governabilidade tem uma dimensão


essencialmente estatal, vinculada ao sistema
politico-institucional, a governança opera num
plano mais amplo, englobando a sociedade
como um todo”.
Vejam que o conceito de governança não significa o mesmo
para todos os autores! Alguns teóricos (como Gonçalves) acreditam
que o conceito de governança é mais amplo do que o de governabilidade
e engloba a relação com a sociedade.
De acordo com Secchi31, a governança pública seria ligada ao
movimento do Neoliberalismo. De acordo com o autor:
“A etiqueta “governance” denota pluralismo, no
sentido que diferentes atores têm, ou deveriam
ter, o direito de influenciar a construção das
políticas públicas. Essa definição implicitamente
traduz-se numa mudança do papel do Estado
(menos hierárquico e menos monopolista) na
solução de problemas públicos.”
Assim, na visão destes autores, o movimento da governança pública
seria uma resposta dos Estados a um ambiente de maior
complexidade e maiores demandas sociais; à ascensão dos valores
neoliberais (que derivam de uma desconfiança na capacidade do Estado
sozinho resolver os problemas da sociedade e prescrevem uma associação
com entidades da sociedade civil para que estas ajudem ao Estado) e à
própria elevação do modelo gerencial (e sua preocupação com o
desempenho da máquina estatal).
De acordo com estes autores, o resgate das redes ou comunidades
como estruturas de construção de políticas públicas32 é um dos pontos
mais importantes do movimento da governança pública.
Além disso, dentro desta lógica, o Estado passa a ter de lidar com
uma gama de redes interorganizacionais, integradas por diversos
diferentes atores, sejam pertencentes ao Estado ou não, que estarão
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envolvidos neste processo.


Portanto, neste modelo, o Estado deixa de “fazer tudo sozinho” e
passa a contar com diversos atores (ONG´s, Organizações Sociais, etc.)
no processo de execução das políticas. Assim, deixa de ocupar um
papel de execução para assumir uma posição de coordenação e
controle das políticas públicas33.

31
(Secchi, 2009)
32
(Brugué e Valles, 2005) apud (Secchi, 2009)
33
(Richards e Smith, 2002) apud (Secchi, 2009)

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De acordo com Matias-Pereira34, a Governança Pública está apoiada


em quatro princípios:

 Relações Éticas;
 Conformidade, em todas as suas dimensões;
 Transparência;
 Prestação responsável de contas.
Outra diferença entre a governança e a governabilidade relaciona-se
com a fonte de cada uma. No caso da governabilidade, sua fonte direta
são os cidadãos e da cidadania organizada35.
Ou seja, sem o apoio destes, nenhum governo consegue
desenvolver as condições políticas para suas políticas públicas.
Já no caso da governança, de acordo com Araújo36, sua fonte não
seriam os cidadãos, mais os agentes e servidores públicos (pois são os
que efetivamente formulam e executam as políticas públicas).

Capacidade Governativa

Com a evolução das discussões sobre as distintas capacidades do


Estado de atuar no plano político institucional (identificado com o conceito
de governabilidade) e no plano gerencial (identificado com o conceito de
governança), alguns autores já falam da falta de sentido de existir uma
diferenciação dos conceitos.
De acordo com Santos37, o conceito de governança não englobaria
apenas os aspectos operacionais e da gestão de recursos do Estado e de
gestão da máquina. Pela autora,
“a discussão mais recente do conceito de
governance ultrapassa o marco operacional para
incorporar questões relativas a padrões de
articulação e cooperação entre atores sociais e
94873897335

políticos e arranjos institucionais que coordenam e


regulam transações dentro e através das
fronteiras do sistema econômico. Incluem-se aí,
não apenas os mecanismos tradicionais de
agregação e articulação de interesses, tais como

34
(Matias-Pereira, Os efeitos da crise política e ética sobre as instituições e a economia
no Brasil, 2006)
35
(Araújo V. d., 2003)
36
(Araújo V. d., 2003)
37
(Santos, 1996)

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partidos políticos e grupos de pressão, como


também redes sociais informais (de fornecedores,
famílias, gerentes), hierarquias e associações de
diversos tipos.”
Assim, os conceitos de governança e de governabilidade deveriam
ser substituídos pelo conceito de capacidade governativa, que
englobaria tanto os aspectos políticos quanto os aspectos de gestão do
Estado. A capacidade governativa, de acordo com ela38, seria
“a capacidade de um sistema político de produzir
políticas públicas que resolvam os problemas da
sociedade, ou, dizendo de outra forma, de
converter o potencial político de um dado conjunto
de instituições e práticas políticas em capacidade
de definir, implementar e sustentar políticas”
Portanto, o conceito de capacidade governativa seria mais
adequado, pois facilitaria a compreensão de que os fatores políticos
afetam a capacidade de gestão e que uma incapacidade nesta gestão
também causa uma erosão na capacidade política de governar.
Vamos ver algumas questões agora?
26 - (FCC – ISS-SP – AUDITOR – 2012) Governança, no setor
público,
I. é um fenômeno mais amplo que governo; abrange as
instituições governamentais, mas implica também em
mecanismos informais, de caráter não governamental.
II. implica principalmente mecanismos formais, de caráter
governamental, que fazem com que as pessoas e as organizações
dentro da sua área de atuação tenham uma conduta determinada,
satisfaçam suas necessidades e respondam às suas demandas.
III. refere-se a padrões de articulação e cooperação entre atores
sociais e políticos e arranjos institucionais que coordenam e
regulam transações dentro e através das fronteiras do sistema
94873897335

econômico.
IV. diz respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as
quais se dá o exercício do poder, tais como as características do
sistema político, a forma de governo, as relações entre os Poderes
e o sistema de intermediação de interesses.
V. é a capacidade do governo para identificar problemas críticos e
formular políticas adequadas ao seu enfrentamento.
Está correto o que se afirma APENAS em

38
(Santos, 1996)

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(A) II, IV e V.
(B) III e V.
(C) I e III.
(D) II, III e IV.
(E) I, IV e V.

Esta questão foi baseada em um artigo de Alcindo Gonçalves: “O


conceito de governança”39. De acordo o texto, Rosenau descreve o
conceito de governança como mais amplo do que o de governo:
“governança é um fenômeno mais amplo que
governo; abrange as instituições governamentais,
mas implica também mecanismos informais, de
caráter não governamental, que fazem com que as
pessoas e as organizações dentro da sua área de
atuação tenham uma conduta determinada,
satisfaçam suas necessidades e respondam as
suas demandas”.
Vejam que a definição retirada do texto foi “copiada” pela banca na
frase I. Com isso, esta está certa. Já a segunda frase está incorreta, pois
para este autor o conceito de governança não implica principalmente os
mecanismos formais, mas também os informais.
Em outro trecho do artigo, Gonçalves traz outra definição utilizada
pela banca:
“a governança refere-se a “padrões de
articulação e cooperação entre atores sociais
e políticos e arranjos institucionais que
coordenam e regulam transações dentro e
através das fronteiras do sistema
econômico”, incluindo-se ai “não apenas os
mecanismos tradicionais
94873897335
de agregação e
articulação de interesses, tais como os partidos
políticos e grupos de pressão, como também redes
sociais informais (de fornecedores, famílias,
gerentes), hierarquias e associações de diversos
tipos” (Santos, 1997, p. 342). Ou seja, enquanto
a governabilidade tem uma dimensão
essencialmente estatal, vinculada ao sistema
politico-institucional, a governança opera
num plano mais amplo, englobando a
sociedade como um todo”.

39
(Gonçalves, 2005)

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Vejam que a terceira frase está também “copiada” do texto do


Alcindo. Entretanto, saibam que a definição no final da citação não é
consenso entre os teóricos da área. Para o Gonçalves, o conceito de
governança é mais amplo do que o de governabilidade.
Já a quarta frase está incorreta porque se refere ao conceito de
governabilidade e não de governança. De acordo com o texto do autor:
“A governabilidade refere-se mais a dimensão
estatal do exercício do poder. Diz respeito às
“condições sistêmicas e institucionais sob as quais
se da o exercício do poder, tais como as
características do sistema politico, a forma de
governo, as relações entre os Poderes, o sistema
de intermediação de interesses” (Santos, 1997, p.
342).”
Finalmente, a quinta frase está relacionada à uma das dimensões
do conceito de governabilidade do Eli Diniz. Com isso, a frase está
incorreta. O gabarito é mesmo a letra C.

27 - (FCC – TRE/MS – ANAL ADM – 2007) Considere as afirmativas


abaixo.
I. É o conjunto de condições necessárias ao exercício do poder.
II. É a capacidade do governo de implementar as decisões
tomadas.
III. Compreende a forma de governo, relações entre os poderes,
sistema partidário e equilíbrio entre as forças políticas de
oposição e situação.
IV. Diz respeito à capacidade de decidir.
V. Envolve arranjos institucionais pelos quais a autoridade é
exercida de modo a viabilizar as condições financeiras e
administrativas indispensáveis à execução das decisões que o
94873897335

governo toma.
Correspondem ao conceito de governança APENAS:
(A) I e II.
(B) III e IV.
(C) II e III.
(D) II e V.
(E) IV e V.

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A questão refere-se ao conceito de governança. Assim, a primeira


frase está incorreta, pois as condições necessárias ao exercício do poder
relacionam-se com a governabilidade, não com a governança. Já a
segunda frase está correta, pois a governança refere-se exatamente à
capacidade do Estado de implementar suas políticas públicas.
A terceira frase também está incorreta, pois as relações entre os
poderes, a forma de governo são aspectos políticos ligados à
governabilidade. A quarta frase também está ligada à governabilidade, ou
seja, a capacidade de tomar decisões relaciona-se com o exercício do
poder.
A quinta frase está certa, pois dizemos que existe governança
quando o Estado consegue implementar (viabilizar) as políticas públicas.
Desta forma, tem capacidade gerencial, técnica e financeira de tornar
realidade as decisões políticas tomadas pelos governantes. O gabarito é
mesmo a letra D.

Accountability

O termo accountability deriva da noção, antiga no mundo anglo-


saxão, de que os representantes do Estado devem prestar contas à
sociedade de seus atos. Portanto, podemos ligar este conceito à
capacidade dos governantes e agentes públicos de prestar contas de seus
atos na gestão da coisa pública aos governados.
De acordo com Campos40, nas sociedades democráticas mais
modernas, se aceita como natural e se espera que os governos – e o
serviço público – sejam responsáveis perante os cidadãos. Além disso,
acredita-se nestes países que a própria accountability força uma evolução
das práticas administrativas, pois com mais informação e participação, a
população passa a exigir melhores resultados.
Para a supracitada autora, o próprio conceito de accountability não
94873897335

era conhecido no Brasil até pouco tempo, pois não havia esta noção de
que o agente público teria a obrigação de prestar contas e de que os
recursos públicos tinham, sim, dono - a coletividade.
Desta forma, os mecanismos burocráticos de controle não supriam
esta necessidade e não existia na cultura do setor público esta noção de
prestação de contas à população. Entretanto, como os recursos públicos

40
(Campos, 1990)

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são da sociedade, torna-se fundamental a obrigação dos agentes que


cuidam destes recursos de responder por eles41.
Portanto, o agente que recebeu o poder de administrar a “coisa”
pública deve prestar contas à sociedade, que delegou este poder. De
acordo com Paludo, nas experiências de accountability, quase sempre
“estão presentes três dimensões: informação, justificação e punição”.
Para Mosher42, a accountability é sinônima de responsabilidade
objetiva ou obrigação em responder por algo. Desta forma, o autor
diferencia a responsabilidade objetiva (que vem de fora, sendo imposta),
da responsabilidade subjetiva (que vem de dentro do sujeito).
Assim, se o agente público não se sente na obrigação de prestar
contas, deveria existir algum mecanismo que o obrigue! Deve existir a
noção de que a prestação de contas não é um favor, mas um dever
do agente público.
Este fator é ainda mais importante no caso da burocracia. Estes
agentes públicos, ao contrário dos políticos (que devem ser eleitos a cada
eleição), não são submetidos a uma avaliação da sociedade. Desta forma,
devem existir mecanismos que busquem evitar que estes servidores
públicos abusem de sua autoridade ou façam uma má gestão dos
recursos públicos.
Além disso, a accountability é um elemento fundamental para o
grau de governança democrática43. Afinal, se não temos nenhum controle
sobre as ações e decisões do Estado, como podemos exercer a nossa
cidadania em sua plenitude?
Se não estamos informados dos fatos que ocorrem no governo, das
decisões e motivos dos governantes, não teremos como exigir melhoras
práticas e governantes, não é mesmo?
De acordo com de Araújo:
“o grau de governança democrática de um Estado
depende, diretamente, do quantum de
accountability existente na sociedade, assim como
94873897335

da natureza e abrangência do controle público


sobre a ação governamental, visto que o princípio
da soberania popular, alma da democracia,
pressupõe não apenas o governo do povo e para o
povo, mas também pelo povo”

41
(Paludo, 2010)
42
(Mosher) apud (Campos, 1990)
43
(de Araújo, 2010)

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Tipos de Accountability

O conceito de accountability pode ser dividido em três tipos:


horizontal, vertical e societal44.
A accountability horizontal é relacionada com o controle e
prestação de contas que ocorre quando um poder ou órgão fiscaliza o
outro. Ou seja, o accountability horizontal ocorre quando existe uma ação
entre entidades no mesmo plano.
Pense neste termo horizontal – passa uma ideia de que as
pessoas ou entidades são do mesmo nível, não é mesmo?
Portanto, este tipo de controle funciona dentro do equilíbrio que
deve existir entre os Poderes da República e o próprio controle interno de
cada órgão.
Dentre os exemplos, podemos citar as auditorias realizadas pela
Controladoria-Geral da União nos órgãos federais (controle interno), as
auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas da União (controle externo),
dentre outras.
Já a accountability vertical se refere ao controle que a população
exerce sobre os políticos e os governos. De acordo com O´Donnell45, que
criou os conceitos de accountability horizontal e vertical, a accountability
vertical é relacionada com a capacidade da população de votar e se
manifestar de forma livre:
“Por definição, nesses países a dimensão eleitoral
de accountability vertical existe. Por meio de
eleições razoavelmente livres e justas, os
cidadãos podem punir ou premiar um mandatário
votando a seu favor ou contra ele ou os candidatos
que apoie na eleição seguinte. Também por
definição, as liberdades de opinião e de
associação, assim como o acesso a variadas fontes
de informação, permitem articular reivindicações e
94873897335

mesmo denúncias de atos de autoridades públicas.


Isso é possível graças à existência de uma mídia
razoavelmente livre, também exigida pela
definição de poliarquia. Eleições, reivindicações
sociais que possam ser normalmente
proferidas, sem que se corra o risco de coerção,
e cobertura regular pela mídia ao menos das
mais visíveis dessa reivindicações e de atos

44
(Campos, 1990)
45
(O´Donnell, 1998)

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supostamente ilícitos de autoridades públicas são


dimensões do que chamo de "accountability
vertical".”
Os principais mecanismos da accountability vertical seriam: o voto
e a ação popular. Entretanto, O´Donnell critica a eficácia deste tipo de
controle, pois as eleições ocorrem somente de quatro em quatro anos.
Desta forma, pouco a população pode fazer neste intervalo de tempo.
Ao contrário da accountability horizontal, no caso do vertical, este
controle não é exercido por entidades do mesmo plano, do mesmo nível,
com poderes semelhantes.
A accountability societal refere-se ao controle exercido pela
sociedade civil, muitas vezes representada por ONGs, sindicatos e
associações. Estas instituições, em busca de denunciar abusos e
desmandos dos agentes públicos, exercem uma pressão legítima sobre a
Administração Pública.
Além disso, estas instituições buscam, com este tipo de pressão e
de denúncia, alertar os “canais normais” de controle, como o Ministério
Público e o Tribunal de Contas da União, por exemplo.
De acordo com Smulovitz e Peruzzotti46:
“um mecanismo de controle não-eleitoral, que
emprega ferramentas institucionais e não
institucionais (ações legais, participação em
instâncias de monitoramento, denúncias na mídia,
etc.) e que se baseia na ação de múltiplas
associações de cidadãos, movimentos, ou mídia,
objetivando expor erros e falhas do governo,
trazer novas questões para a agenda pública ou
influenciar decisões políticas a serem
implementadas pelos órgãos públicos.”
De acordo com Carneiro47, os Conselhos de Políticas Públicas, em
que o Estado e a sociedade participam de forma paritária, são exemplos
de accountability societal, pois possibilitam a participação popular na
94873897335

condução das políticas públicas e, portanto, no funcionamento do Estado.


De acordo com a autora:
“os conselhos apontam para uma nova forma de
atuação de instrumentos de accountability
societal, pela capacidade de colocar tópicos na
agenda pública, de controlar seu desenvolvimento
e de monitorar processos de implementação de

46
(Smulovitz e Peruzzotti, 2000) apud (Carneiro, 2006)
47
(Carneiro, 2006)

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políticas
p e direitos, através
vés de uma
i
institucionalidade híbrida, composta
co de
r
representantes do governo e da soci
ociedade civil.”
Desta forma, pode
odemos ver no gráfico abaixo as três
s modalidades
m de
Accountability.

Vertical
Horizontal

Societal

Accountability

Figura 9 - Tipos de Accountabil


tability

Vamos ver agora


ra algumas
a questões?
28 - (FCC – BAHIAGA
GAS – ADMINISTRADOR – 2010) Accountability
A
é
(A) a relação de leg
legitimidade e autoridade do Esta
stado e do seu
governo com a socied
iedade.
(B) o reconhecimentonto que tem uma ordem políticaica, dependente
das crenças e das s oopiniões subjetivas, e seus pprincípios são
justificações do direit
eito de mandar.
(C) o conjunto de mecanismos
m e procedimentos s q
que levam os
decisores govername mentais a prestarem contas dos s resultados
r de
suas ações, garantind
tindo-se maior transparência e a eexposição das
políticas públicas.
(D) a capacidade do oggoverno de representar os intere
teresses de suas
94873897335

próprias instituições.
(E) a aquisição e ce
centralização de poder do seto
etor público na
administração dass agências, por meio dos p princípios de
governança corporativ
ativa do setor privado.

Após o que já vim


imos acima, não fica difícil acertar esta
est questão, não
é mesmo? O conceito de d accountability relaciona-se com a alternativa C.
A alternativa A relacion
iona-se mais com a governabilidade, de, portanto está
incorreta. A segunda da opção também não se rela elaciona com a
accountability.

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Já na letra D, o governo deve representar a sociedade, e não suas


próprias instituições. Da mesma maneira, a letra E contradiz o conceito de
accountability, pois o a centralização do poder na administração das
agências não é coerente com a prestação de contas e a responsividade
aos desejos da população. Assim sendo, o gabarito é mesmo a letra C.

29 - (FCC – TCE-PR – ANALISTA – 2011) Considere as afirmativas:


I. A Accountability horizontal requer a institucionalização de
poderes para aplicação de sanções legais em atos verificados
como nocivos à gestão pública.
II. A Accountability relaciona-se ao princípio da publicidade.
III. A Governança tem um sentido amplo, denotando articulação
entre Estado e sociedade.
IV. A Governabilidade denota um conjunto essencial de atributos
de um governo a fim de executar sua gestão.
V. Há relação direta e proporcional entre a percepção dos cidadãos
na avaliação positiva de governantes agirem em função do
interesse coletivo e a maior accountability do governo.
No âmbito da esfera pública, está correto o que se afirma em
a) I, II, III e V, apenas.
b) II, III, IV e V, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II, III, IV e V.
e) I, III, IV e V, apenas.

A primeira frase está correta, pois para que ocorram os “checks and
balances”, ou “pesos e contrapesos” é necessário que os papéis de cada
poder estejam definidos e balanceados entre si. Um poder não pode
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“dominar” o outro.
A segunda frase também está perfeita. A Accountability está ligada
mesmo ao princípio da publicidade, pois indica que os órgãos devem ser
transparentes aos seus cidadãos.
A terceira frase apresenta a definição de Gonçalves de governança,
que abrange as relações entre o Estado e a sociedade. Com isso, está
correta.
A quarta frase também está certa. A governabilidade indica a
capacidade de um governo de angariar apoio político e poder tomar suas
decisões políticas. Sem esta capacidade, o governo não consegue articular

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os diversos interesses na sociedade e canalizar os meios necessários para


resolver os problemas.
Finalmente, a quinta frase está certa também, apesar de sua
redação não ser das melhores. A percepção da população tem uma
relação direta com a capacidade de accountability. Quanto mais
transparentes e quanto mais agirem de acordo com os desejos da
comunidade, melhor será a percepção dos cidadãos. O gabarito é, assim,
a letra D.

30 - (FCC – MPE-SE – ANALISTA – 2009) O conceito


de accountability liga-se a
a) prestação de contas da Administração e dos funcionários
públicos perante a sociedade.
b) mecanismos contemporâneos de elaboração das contas
públicas.
c) formas de elaboração do orçamento público pautadas pela
responsabilidade fiscal.
d) sistema gerencial de controle dos gastos públicos.
e) metodologia gerencial norteamericana que inspirou a Reforma
Administrativa implementada nos anos 90 pelo Ministério da
Administração Federal e Reforma do Estado (MARE).

Questão bem tranquila esta da FCC. O termo accountability está


relacionado à noção de que os representantes do Estado devem prestar
contas à sociedade de seus atos.
Com isso, os agentes e órgãos públicos devem ser transparentes e
devem prestar contas de seus atos na gestão da coisa pública aos
governados. O gabarito é a letra A.

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31 - (FCC – TRT-PE – ANALISTA – 2012) O desenvolvimento da


capacidade de governança aplicada às organizações públicas foca,
principalmente,
a) o desenvolvimento de estratégias de fortalecimento da
burocracia profissional, por meio da universalização dos
concursos públicos, redução dos cargos comissionados e
eliminação da terceirização na administração pública.
b) as questões ligadas ao formato político-institucional dos
processos decisórios, a definição do mix apropriado do
público/privado nas políticas, a participação e a descentralização,
assim como o escopo global dos programas.

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c) a reforma do regime político, reduzindo a necessidade de


coalizões amplas de sustentação do governo e aperfeiçoamento de
técnicas de planejamento estratégico na gestão dos programas
ministeriais.
d) a redução da máquina burocrática, especialmente nos níveis
gerenciais, introduzindo métodos de contratação de gestores
semelhantes aos da iniciativa privada.
e) a introdução da gestão por resultados, a redução dos níveis
hierárquicos e maior autonomia gerencial para os níveis
operacionais, responsáveis pela implementação dos programas
governamentais.

Esta questão baseou-se no artigo de Maria Helena de Castro


Santos: “Governabilidade, Governança e Democracia: Criação de
Capacidade Governativa e Relações Executivo-Legislativo no Brasil Pós-
Constituinte” e no conceito “ampliado” de governança.
De acordo com o artigo48,
“Governance, conforme Melo, refere-se ao modus
operandi das políticas governamentais que inclui,
dentre outras, questões ligadas ao formato
político-institucional dos processos
decisórios, à definição do mix apropriado do
público/privado nas políticas, à participação
e descentralização, aos mecanismos de
financiamento das políticas e ao alcance
global dos programas (cf. Melo, 1995:30-31). O
conceito não se restringe, contudo, aos aspectos
gerenciais e administrativos do Estado, tampouco
ao funcionamento eficaz do aparelho de Estado.”
Desta maneira, a letra B está correta e é o nosso gabarito.
A letra A está errada porque apesar do conceito de governança
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estar relacionado com o fortalecimento da máquina estatal, isto não quer


dizer necessariamente que estes aspectos sejam seguidos, como a
eliminação da terceirização no setor público.
A letra C também está incorreta, pois a reforma do regime político
estaria mais ligada ao conceito de governabilidade do que do conceito de
governança.
A letra D tem o mesmo erro da letra A. O fortalecimento da
máquina estaria ligado ao conceito de governança, mas não é seu ponto

48

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central a definição de como isto seria feito. Além disso, já vimos que a
banca baseou-se no conceito ampliado de governança.
A letra E está também apresentando diversos aspectos relacionados
com o fortalecimento da máquina estatal. Entretanto, já vimos que a
banca não utilizou o conceito tradicional de governança, de gestão dos
recursos estatais e da capacidade técnica e financeira de executar as
políticas públicas. Desta maneira, o gabarito é mesmo a letra B.

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Lista de Questões Trabalhadas na Aula.

1 - (CESPE – MDS / ADMINISTRADOR – 2006) O estamento burocrático


caracteriza-se pela conjugação de altos ocupantes de cargos públicos,
burocratas e segmentos da classe política, atuando em conjunto, em
benefício próprio e em desrespeito aos princípios da impessoalidade e do
universalismo de procedimentos.

2 - (FCC – TRE/AL – ANALISTA – 2010) O formalismo, a ideia de carreira


pública, a hierarquia funcional e a profissionalização do servidor,
consubstanciando a ideia de poder racional legal, são princípios inerentes
ao modelo de Administração Pública
a) Patrimonialista.
b) Burocrática.
c) Gerencial
d) Assistencialista.
e) Corporativa.

3 - (FCC – BAHIAGAS – ADMINISTRADOR – 2010) Na administração do


Estado moderno, reforma administrativa burocrática trata-se
A) da orientação da transição do Estado burocrático para o Estado
gerencial.
B) do processo de transição do Estado patrimonial para o Estado
burocrático weberiano.
C) da gestão do processo de transição da Administração Pública
tradicionalista para o Estado gerencial patrimonial.
D) do processo de transição do Estado burocrático weberiano para o
Estado patrimonial. 94873897335

E) da reforma da gestão pública orientando o conjunto de atividades


destinadas à execução de obras e serviços, comissionados ao governo
para o interesse da sociedade.

4 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) NÃO constitui característica


do modelo de Administração Pública Burocrática, que tem entre seus
principais expoentes Max Weber,
A) ênfase na ideia de carreira e profissionalização do corpo funcional
público.

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B) estrutura hierárquica fortemente verticalizada, impessoalidade e


formalismo.
C) rigidez do controle dos processos, com predominância do controle da
legalidade como critério de avaliação da ação administrativa (due
process).
D) rotinas e procedimentos segundo regras definidas a priori, em
detrimento da avaliação por resultados.
E) utilização de critérios eminentemente políticos para contratação e
promoção de funcionários, em detrimento da avaliação por mérito.

5 - (FCC – ALESP/SP – GESTÃO PROJETOS – 2010) Com relação à


administração pública burocrática considere.
I. Surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal,
com o objetivo de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista.
II. Esse modelo de gestão possui como princípios orientadores a
profissionalização, ou seja, a idéia de carreira e hierarquia funcional, a
impessoalidade e o formalismo.
III. Os pressupostos da administração burocrática são a confiança prévia
nos administradores públicos e nos cidadãos que a eles, administradores
públicos, dirigem demandas.
IV. O controle pode transformar-se na própria razão de ser do
funcionário; voltando-se para si mesmo, perdendo a noção de sua missão
básica, que é servir à sociedade.
V. A administração burocrática tem como principal qualidade a efetividade
no alcance dos resultados; seu foco central é a eficiência do Estado.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) I, II, III e V.
(C) II, III e IV.
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(D) II e V.
(E) III, IV e V.

6 - (FCC – ISS-SP – AFTM – 2007) O modelo de Administração


Burocrática, que tem entre seus principais expoentes Max Weber,
caracteriza-se
A) pela criação de uma estrutura própria e estável, imune à alternância
dos governantes, submetida a rígidos controles de resultado e de
qualidade, sendo comumente criticada pelo excesso de formalismo e falta
de flexibilidade.

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B) pela consolidação do patrimonialismo, fazendo com que o Aparelho do


Estado atue como extensão do poder dos governantes, sendo comumente
criticada pelo clientelismo, nepotismo e ausência de controles efetivos.
C) pelo fortalecimento do Aparelho do Estado, que passa a atuar de forma
paralela e imune ao poder dos governantes, sendo comumente criticada
pelo inchaço dos quadros de servidores públicos e ausência de eficiência
na correspondente atuação.
D) pela ênfase na idéia de carreira, hierarquia funcional, impessoalidade e
formalismo, sendo comumente criticada pela rigidez do controle dos
processos, de forma auto-referenciada e sem compromisso com os
resultados para o cidadão.
E) como reação à Administração Pública patrimonialista, buscando
instituir mecanismos de controle da atuação dos governantes, com ênfase
nos resultados, sendo comumente criticada pela ausência de controles
eficazes dos processos.

7 - (FCC – ISS-SP – AFTM – 2007) O enfoque gerencial da Administração


Pública costuma ser associado à ideologia neoliberal, em função de
A) as técnicas de gerenciamento serem quase sempre introduzidas ao
mesmo tempo em que se realiza um ajuste estrutural para combater o
déficit fiscal.
B) ambas as abordagens defenderem o estado mínimo, com o governo
atuando apenas no chamado núcleo estratégico, sendo que, para tanto,
afigura-se necessário definir processos e recompensar o mérito dos
funcionários.
C) ter sido introduzido pela equipe do governo Thatcher, em 1979, como
forma de diminuir o tamanho do Estado na economia e reverter o
processo de decadência econômica da Inglaterra.
D) ambas as abordagens defenderem a necessidade de servidores
competentes, bem treinados e bem pagos, com o objetivo de servir o
cidadão. 94873897335

E) terem em comum a premissa de que o Estado deve intervir


diretamente no setor econômico, em substituição à iniciativa privada,
razão pela qual deve-se aplicar aos servidores os métodos de gestão,
orientados para a obtenção de resultados.

8 - (FCC – ISS-SP – AFTM – 2007) A partir da segunda metade do século


XX, começa a verificar-se a erosão do modelo de Administração Púbica
Burocrática, seja em função da expansão das funções econômicas e
sociais do Estado, seja em face do desenvolvimento tecnológico e do
fenômeno da globalização.

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Surge, então, o modelo da Administração Pública Gerencial, cujas


características são:
A) concentração dos processos decisórios, aumento dos controles de
processos e ênfase no cidadão.
B) descentralização dos processos decisórios, redução dos níveis
hierárquicos, competição administrativa no interior das estruturas
organizacionais e ênfase no cidadão.
C) inversão do conceito clássico de hierarquia, com redução dos níveis
inferiores e aumento dos intermediários, dando a estes mais poder
decisório, com ênfase no controle dos processos internos.
D) acentuação da verticalização das estruturas organizacionais, com
aumento dos níveis hierárquicos superiores, onde se concentra o poder
decisório, ênfase nos controles interno e externo da atuação dos escalões
inferiores.
E) descentralização dos processos decisórios, horizontalização das
estruturas organizacionais, substituição dos mecanismos de controle de
processos por mecanismos de controle de resultados, com foco no
cidadão.

9 - (FCC – ISS-SP – AFTM – 2007) Do ponto de vista do servidor público,


a Administração Gerencial prioriza
A) o fortalecimento das carreiras formalmente estabelecidas, com
garantia de ascensão por tempo de serviço e manutenção de mecanismos
de estabilidade.
B) o recrutamento por concurso público, para carreiras eminentemente
técnicas, e por métodos de seleção diferenciados, para profissionais que
ocupem funções de liderança, instituição de técnicas de motivação,
treinamento e capacitação.
C) o recrutamento e a promoção por avaliação de desempenho, focada
em sistema de controle de resultados aliado à autonomia dos servidores.
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D) o abandono de modelos clássicos de carreira, estruturada em níveis e


com promoção por mérito e antiguidade, por evolução funcional
horizontal, com acréscimos salariais decorrentes de participação nos
resultados e gratificações por funções.
E) a remuneração por desempenho, a constante capacitação, o sistema
de promoção por mérito em carreiras estruturadas e a autonomia dos
executores.

10 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) modelo de Administração


Pública Gerencial tem como principais características

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(A) descentralização dos processos decisórios, redução dos níveis


hierárquicos, competição administrativa no interior das estruturas
organizacionais e ênfase no cidadão-cliente.
(B) concentração dos processos decisórios, aumento dos controles
formais de processos e ênfase no cidadão-cliente.
(C) inversão do conceito clássico de hierarquia, com redução dos níveis
superiores e aumento dos inferiores, que passam a ser dotados de total
autonomia decisória.
(D) acentuação da verticalização das estruturas organizacionais, com
aumento dos níveis hierárquicos superiores, onde se concentra todo o
poder decisório.
(E) descentralização dos processos decisórios, horizontalização das
estruturas organizacionais e supressão dos mecanismos de controle de
processos.

11 - (FCC – TRT/PR – ANALISTA ADM – 2010) Sobre as características da


administração pública gerencial considere:
I. No plano da estrutura organizacional tornam-se essenciais a
descentralização e a redução dos níveis hierárquicos.
II. Tem como princípios orientadores do seu desenvolvimento o poder
racional-legal.
III. O cidadão é visto como contribuinte de impostos e como cliente dos
seus serviços.
IV. Sua estratégia volta-se para a definição precisa dos objetivos que o
administrador público deverá atingir em sua unidade.
V. Os cargos são considerados prebendas.
É correto o que consta APENAS em
(A) I e V.
(B) I e II.
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(C) II, III e IV.


(D) I, III e IV.
(E) II, III e V.

12 - (FCC – ISS/SP – AUDITOR – 2012) Com relação à introdução do


paradigma pós-burocrático na administração pública brasileira,
considere:
I. A partir de meados dos anos 1990 houve flexibilização e,
posteriormente, ruptura do modelo burocrático, tendo em vista que as

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organizações públicas abandonaram a racionalidade formal como


paradigma de ação.
II. Apesar de todas as mudanças recentes, as organizações ditas pós-
burocráticas ainda estão vinculadas à lógica racional-legal, base do
modelo criado por Max Weber.
III. A organização pós-burocrática teria como principais características a
centralização e a estruturação em redes hierarquizadas articuladas por
fluxos verticais de informação.
IV. As organizações pós-burocráticas podem ser caracterizadas como
orientadas para a solução de conflitos e problemas, e estão baseadas na
participação, confiança e compromisso de todos em torno de resultados.
V. O tipo organizacional pós-burocrático é construído em torno de
processos tecnologicamente intensivos, fortemente preocupados pela
formação de consensos baseados no personalismo.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e IV.
b) III e V.
c) I, II e III.
d) III, IV e V.
e) I, II, III e IV.

13 - (FCC – MPE/AP – ANALISTA – 2012) Ao relacionar os modelos de


análise histórica da gestão pública ao longo do tempo, é correto afirmar
que:
a) A etapa patrimonialista da gestão pública perdurou por cerca de cinco
décadas, circunscrevendo-se ao final do período monárquico e início do
republicano.
b) O modelo burocrático é circunscrito ao início do século XX até os anos
60, dado o necessário controle da coisa pública e o baixo uso de
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tecnologias de informação.
c) O modelo patrimonial tem sido imprescindível no início deste século,
para a efetividade da administração pública frente às crises econômicas
planetárias.
d) O modelo gerencial foi uma etapa importante do desenvolvimento da
administração pública brasileira, surgida no Estado Novo de Getúlio
Vargas.
e) O modelo gerencial é o modelo contemporâneo, que enfoca resultados
e uma gestão pública pautada em competências, além do foco no cliente.

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14 - (FCC – TRE/SP – ANALISTA – 2012) A administração pública pós-


burocrática está apoiada, em parte, na administração pública burocrática,
da qual conserva, embora flexibilizado, o princípio fundamental
a) da admissão segundo critérios de mérito.
b) da descentralização dos processos de decisão.
c) do estímulo financeiro ao exercício da criatividade
d) da redução das estruturas hierárquicas.
e) da delegação de autonomia aos servidores.

15 - (FCC – TCE/PR – ANALISTA – 2011) Ao relacionar os diversos


modelos teóricos de Administração Pública é correto afirmar:
a) Os modelos, em seu desenvolvimento, culminam no gerencial, sem que
suas formas antecessoras deixem de existir inteiramente.
b) O modelo gerencial pressupõe o foco central no controle, formalização
de processos e no empenho periférico em resultados.
c) O modelo burocrático supera o patrimonial em uma época em que o
enfoque neoliberal pressupõe o fortalecimento do Estado perante a coisa
privada.
d) As maiores diferenças entre o modelo gerencial e o burocrático na
administração pública estão relacionadas ao profissionalismo e à
impessoalidade.
e) O modelo patrimonialista ressalta o poder da administração pública na
gestão de seus órgãos, tendo por finalidade o bem comum.

16 - (FCC – TRE/CE – ANALISTA – 2012) Fundamenta-se nos princípios


da confiança e da descentralização da decisão, exigência de formas
flexíveis de gestão, horizontalização de estruturas, descentralização de
funções, incentivos à criatividade, avaliação sistêmica e principalmente
recompensa por desempenho, ou resultados. São características deste
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paradigma de gestão pública


a) patrimonialista.
b) matricial.
c) pós-burocrático.
d) burocrático.
e) Ad hocrático.

17 - (FCC – TRT 23° REGIÃO – ANALISTA – 2011) Por administração


gerencial entende-se um modelo de gestão que

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a) privilegia a descentralização, a autonomia dos níveis gerenciais na


aplicação da lei aos casos concretos e a desburocratização de toda a
estrutura administrativa.
b) enfatiza a aplicação rigorosa das leis contra corrupção e centralização
dos processos de controle formal para garantir a eficiência do governo.
c) procura alcançar resultados financeiros crescentes com base na
privatização e nomeação por critérios políticos de indicação dos níveis
gerenciais.
d) incentiva a profissionalização do corpo operacional da administração
descentralizada e a elevação horizontal dos níveis médios de remuneração
dos gerentes.
e) pressupõe a transferência das funções de planejamento e controle para
os níveis operacionais, mas preserva o controle centralizado das funções
finalísticas.

18 - (FCC – ALESP/SP – GESTÃO PROJETOS – 2010) O modelo de


administração pública gerencial
a) prioriza o atendimento das demandas do cidadão.
b) identifica o interesse público com a afirmação do poder do Estado.
c) identifica o interesse da coletividade com o do Mercado.
d) baseia-se na competência técnica dos servidores e na centralização da
decisão.
e) enfatiza o controle dos processos formais, visando à punição exemplar
dos incompetentes.

19 - (FCC – ALESP/SP – GESTÃO PROJETOS – 2010) Segundo o


paradigma pós-burocrático, os governos devem ser
a) flexibilizados por meio das práticas de comissionamento e nomeação
dos cargos do núcleo estratégico.
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b) controlados diretamente pelos cidadãos-clientes, por meio de


mecanismos de gestão corporativa, como Conselhos Populares.
c) reduzidos ao mínimo necessário, utilizando a terceirização de serviços
básicos e contratos de gestão com empresas privadas.
d) orientados para o mercado, empreendedores e basicamente
prestadores de serviços, com ênfase para o cidadão-cliente.
e) fortalecidos nos níveis operacionais, implementando concursos públicos
e aumentando os controles prévios de eficiência.

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20 - (FCC – TRE-CE – TÉCNICO – 2012) A administração pública gerencial


constitui um avanço e afirma-se que deve ser permeável a maior
participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade
civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados
(fins), em que o beneficiário seja o cidadão. Esse deslocamento de foco
caracteriza o paradigma na gestão pública, conhecido como
a) burocrático.
b) do cliente.
c) do acionista.
d) do processo.
e) estratégico.

21 - (FCC – TRE/SP – ANALISTA – 2012) Na concepção pós-burocrática


de administração, de forma semelhante à iniciativa privada, a gestão
pública busca
a) o lucro em suas atividades para que possa obter recursos para
satisfazer o interesse dos cidadãos enquanto consumidores.
b) satisfazer os interesses de indivíduos e grupos que consomem seus
produtos e (ou) serviços.
c) conquistar clientes para comprar seus produtos e serviços, já que não
pode depender mais de impostos e taxas.
d) analisar e melhorar continuamente seus processos para alcançar
eficiência e qualidade na prestação de serviços e produção de bens.
e) realizar os princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade como
fins éticos da atividade empresarial.

22 - (FCC – MP/RS – ADMINISTRADOR – 2008) São princípios da


administração pública gerencial, segundo o Plano Diretor de Reforma do
Aparelho de Estado (1995):
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I. A definição precisa dos objetivos que o administrador público deve


alcançar.
II. O controle ou cobrança a priori dos resultados.
III. O deslocamento da ênfase nos resultados (fins) para os
procedimentos (meios).
IV. A garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos
humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição
para que possa atingir os objetivos contratados.
São verdadeiras APENAS as afirmativas
(A) II e IV.
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(B) II e III.
(C) I e III.
(D) I e IV.
(E) I e II.

23 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) Do ponto de vista do


servidor público, a Administração Gerencial prioriza
(A) o abandono de modelos clássicos de carreira, estruturada em níveis,
por evolução funcional horizontal, com acréscimos salariais decorrentes
de participação nos resultados e gratificações por funções.
(B) o recrutamento por concurso público para carreiras eminentemente
técnicas e por métodos de seleção diferenciados para profissionais que
ocupem funções de liderança.
(C) o recrutamento e a promoção por avaliação de desempenho e o
permanente controle de resultados aliado à autonomia dos servidores.
(D) a remuneração por desempenho, a constante capacitação e o sistema
de promoção por mérito.
(E) o fortalecimento das carreiras formalmente estabelecidas, com
garantia de ascensão preferencial dos servidores mais antigos.

24 - (FCC – PGE/RJ – AUDITOR – 2009) Com relação às características da


burocracia segundo Max Weber:
I. Existência de regras abstratas, às quais estão vinculados os detentores
do poder, o aparelho administrativo e os dominados define a dominação
racional- legal, é o fundamento do modelo burocrático.
II. Toda organização burocrática se baseia na hierarquia, na divisão do
trabalho, na separação entre pessoa, cargo e funções exercidas de modo
continuado e com base em documentos escritos.
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III. O domínio burocrático é legitimado pelo reconhecimento dos poderes


e das qualidades excepcionais do chefe, e o seu aparelho consiste,
tipicamente, no grupo dos 'discípulos', isto é, dos indivíduos escolhidos
pelo chefe entre os membros da comunidade.
IV. A burocracia, segundo Weber, é uma instituição política bem sucedida
na medida em que seu quadro administrativo mantenha com êxito a
pretensão ao monopólio efetivo da coação física para a manutenção da
ordem vigente.
V. O pessoal empregado por uma estrutura administrativa burocrática
submete-se a uma relação contratual e, em virtude de suas específicas
qualificações técnicas, é recompensado através de um salário estipulado

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em dinheiro, tem uma carreira regulamentada e considera o próprio


trabalho como uma ocupação em tempo integral.
a) Estão corretas APENAS as afirmativas I e II.
b) Estão corretas APENAS as afirmativas I, II e V.
c) Estão corretas APENAS as afirmativas II, III e IV.
d) Estão corretas APENAS as afirmativas III e IV.
e) Estão corretas APENAS as afirmativas III, IV e V.

25 - (CESPE - TCE-AC / ANALISTA - 2006) Aumentar a governança do


Estado significa aumentar sua capacidade administrativa de gerenciar
com efetividade e eficiência, voltando-se a ação dos serviços do Estado
para o atendimento ao cidadão.

26 - (FCC – ISS-SP – AUDITOR – 2012) Governança, no setor público,


I. é um fenômeno mais amplo que governo; abrange as instituições
governamentais, mas implica também em mecanismos informais, de
caráter não governamental.
II. implica principalmente mecanismos formais, de caráter
governamental, que fazem com que as pessoas e as organizações dentro
da sua área de atuação tenham uma conduta determinada, satisfaçam
suas necessidades e respondam às suas demandas.
III. refere-se a padrões de articulação e cooperação entre atores sociais e
políticos e arranjos institucionais que coordenam e regulam transações
dentro e através das fronteiras do sistema econômico.
IV. diz respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá
o exercício do poder, tais como as características do sistema político, a
forma de governo, as relações entre os Poderes e o sistema de
intermediação de interesses.
V. é a capacidade do governo para identificar problemas críticos e
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formular políticas adequadas ao seu enfrentamento.


Está correto o que se afirma APENAS em
(A) II, IV e V.
(B) III e V.
(C) I e III.
(D) II, III e IV.
(E) I, IV e V.

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27 - (FCC – TRE/MS – ANAL ADM – 2007) Considere as afirmativas


abaixo.
I. É o conjunto de condições necessárias ao exercício do poder.
II. É a capacidade do governo de implementar as decisões tomadas.
III. Compreende a forma de governo, relações entre os poderes, sistema
partidário e equilíbrio entre as forças políticas de oposição e situação.
IV. Diz respeito à capacidade de decidir.
V. Envolve arranjos institucionais pelos quais a autoridade é exercida de
modo a viabilizar as condições financeiras e administrativas
indispensáveis à execução das decisões que o governo toma.
Correspondem ao conceito de governança APENAS:
(A) I e II.
(B) III e IV.
(C) II e III.
(D) II e V.
(E) IV e V.

28 - (FCC – BAHIAGAS – ADMINISTRADOR – 2010) Accountability é


(A) a relação de legitimidade e autoridade do Estado e do seu governo
com a sociedade.
(B) o reconhecimento que tem uma ordem política, dependente das
crenças e das opiniões subjetivas, e seus princípios são justificações do
direito de mandar.
(C) o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores
governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações,
garantindo-se maior transparência e a exposição das políticas públicas.
(D) a capacidade do governo de representar os interesses de suas
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próprias instituições.
(E) a aquisição e centralização de poder do setor público na administração
das agências, por meio dos princípios de governança corporativa do setor
privado.

29 - (FCC – TCE-PR – ANALISTA – 2011) Considere as afirmativas:


I. A Accountability horizontal requer a institucionalização de poderes para
aplicação de sanções legais em atos verificados como nocivos à gestão
pública.
II. A Accountability relaciona-se ao princípio da publicidade.

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III. A Governança tem um sentido amplo, denotando articulação entre


Estado e sociedade.
IV. A Governabilidade denota um conjunto essencial de atributos de um
governo a fim de executar sua gestão.
V. Há relação direta e proporcional entre a percepção dos cidadãos na
avaliação positiva de governantes agirem em função do interesse coletivo
e a maior accountability do governo.
No âmbito da esfera pública, está correto o que se afirma em
a) I, II, III e V, apenas.
b) II, III, IV e V, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II, III, IV e V.
e) I, III, IV e V, apenas.

30 - (FCC – MPE-SE – ANALISTA – 2009) O conceito


de accountability liga-se a
a) prestação de contas da Administração e dos funcionários públicos
perante a sociedade.
b) mecanismos contemporâneos de elaboração das contas públicas.
c) formas de elaboração do orçamento público pautadas pela
responsabilidade fiscal.
d) sistema gerencial de controle dos gastos públicos.
e) metodologia gerencial norteamericana que inspirou a Reforma
Administrativa implementada nos anos 90 pelo Ministério da
Administração Federal e Reforma do Estado (MARE).

31 - (FCC – TRT-PE – ANALISTA – 2012) O desenvolvimento da


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capacidade de governança aplicada às organizações públicas foca,


principalmente,
a) o desenvolvimento de estratégias de fortalecimento da burocracia
profissional, por meio da universalização dos concursos públicos, redução
dos cargos comissionados e eliminação da terceirização na administração
pública.
b) as questões ligadas ao formato político-institucional dos processos
decisórios, a definição do mix apropriado do público/privado nas políticas,
a participação e a descentralização, assim como o escopo global dos
programas.

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c) a reforma do regime político, reduzindo a necessidade de coalizões


amplas de sustentação do governo e aperfeiçoamento de técnicas de
planejamento estratégico na gestão dos programas ministeriais.
d) a redução da máquina burocrática, especialmente nos níveis
gerenciais, introduzindo métodos de contratação de gestores semelhantes
aos da iniciativa privada.
e) a introdução da gestão por resultados, a redução dos níveis
hierárquicos e maior autonomia gerencial para os níveis operacionais,
responsáveis pela implementação dos programas governamentais.

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Gabarito

1. C 12. A 23. D
2. B 13. E 24. B
3. B 14. A 25. C
4. E 15. A 26. C
5. A 16. C 27. D
6. D 17. A 28. C
7. A 18. A 29. D
8. B 19. D 30. A
9. E 20. B 31. B
10. A 21. D
11. D 22. D

Bibliografia
Abrucio, F. L. (1997). O impacto do modelo gerencial na Administração
Pública: Um breve estudo sobre a experiência internacional recente.
Caderno ENAP n°10 , 52.
Araújo, V. d. (2002). A conceituação de governabilidade e governança, da
sua relação entre si e com o conjunto da reforma do Estado e do seu
aparelho. Brasília: ENAP.
Araújo, V. d. (2003). O túnel no fim da luz: uma análise da privatização
do setor elétrico em Mato Grosso no marco da governabilidade
democrática. XVII Concurso del CLAD sobre Reforma del Estado y
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Modernización de la Administración Pública. Caracas.


Bresser Pereira, L. C. (1998). A reforma do estado dos anos 90: lógica e
mecanismos de controle. Lua Nova: Revista de Cultura e Política , 22.
Bresser Pereira, L. C. (2001). Do Estado Patrimonial ao Gerencial. In: W.
e. Pinheiro, Brasil: um século de transformações (pp. 222-259). São
Paulo: Cia das Letras.
Campos, A. M. (1990). Accountability: quando poderemos traduzi-la para
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