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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

1. O Conceito do Turismo
1.1. Noção de Turismo
1.2. Classificações do Turismo
1.3. Tipos de Turismo

A primeira definição de turismo foi estabelecida pelos Professores Hunziker e Krapf,


em 1942, sendo posteriormente adoptada pela Association Internationale des
Experts cientifiques du Tourisme (AIEST).

• O turismo «é o conjunto das relações e fenómenos originados pela deslocação e


permanência de pessoas fora do seu local habitual de residência, desde que tais
deslocações e permanências não sejam utilizadas para o exercício de uma
actividade lucrativa principal, permanente ou temporária».

• Problema : não faz a separação entre turistas e excursionistas, destaca vários


elementos de interesse:
– O turismo é um conjunto de relações e fenómenos;
– Exige a deslocação da residência habitual:
– Não pode ser utilizada para o exercício de uma actividade lucrativa principal
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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

1. O Conceito do Turismo
1.1. Noção de Turismo

Organização Mundial de Turismo apresenta nova definição

• O turismo «o turismo compreende as actividades desenvolvidas por pessoas ao


longo de viagens e estadas em locais situados fora do seu enquadramento
habitual por um período consecutivo que não ultrapasse um ano, para fins
recreativos, de negócios e outros».

• ponto de vista económico, consideremos que o turismo abrange todas as


deslocações de pessoas, quaisquer que sejam as suas motivações, que
obriguem ao pagamento de prestações e serviços durante a sua deslocação e
permanência temporária fora da sua residência habitual superior ao rendimento
que, eventualmente, aufiram nos locais visitados.

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo
1.2. Classificações do Turismo
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1.2. Classificações do Turismo

a)Segundo a origem dos visitantes

Turismo doméstico ou interno que resulta das deslocações dos residentes


de um país, quer tenham a nacionalidade ou não
desse país, viajando apenas dentro do próprio país;

• Turismo receptor (inbound tourism) que abrange as visitas a um país por


não residentes;

• Turismo emissor (outbound tourism) que resulta das visitas de residentes de


um país a outro ou outros países.

Estas três formas básicas podem ser combinadas de vários modos

Turismo interior que abrange o turismo realizado dentro das fronteiras de um país e
compreende o turismo doméstico e o receptor;

• Turismo nacional que se refere aos movimentos dos residentes de um dado país
e compreende o turismo doméstico e o turismo emissor;

• Turismo internacional que, por abranger unicamente as deslocações que obrigam


a atravessar uma fronteira, consiste no turismo receptor adicionado do emissor.
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1.2. Classificações do Turismo
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1.2. Classificações do Turismo

b) Segundo as repercussões na balança de pagamentos

Dado que as entradas de visitantes estrangeiros contribuem para o activo


da balança de pagamentos de um país, na medida em que provocam a
entrada de divisas, e que as saídas de residentes nesse país têm um efeito
passivo sobre aquela balança por provocarem uma saída de divisas.
http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/ProTurismo/estat%C3%ADsticas/metodologias/Documents/Metodologia%20balan%C3%
A7a%20de%20pagamentos.pdf
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1.2. Classificações do Turismo

c) Segundo a duração da permanência

Quanto ao tempo de duração da estada de um turista numa dada região ou num país pode
distinguir-se:

-turismo de passagem - efectuado apenas pelo período de tempo necessário para se alcançar
uma outra localidade ou país objectivo da viagem, isto é, o destino final.

-turismo de permanência - será o realizado numa localidade ou num país,


objectivo da viagem, por um período de tempo variável que, porém, exigirá, pelo menos, uma
dormida.
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1.2. Classificações do Turismo

c) Segundo a duração da permanência

A capacidade de retenção de uma região depende


de múltiplos factores locais:

-uns ligados às condições naturais existentes (paisagem, praias, termas, neve),

-outros aos investimentos realizados (infra-estruturas, alojamento, diversões,


parques de atracção)

- ainda, à capacidade criativa (manifestações culturais, informações sobre a região,


organização de actividades para ocupação de tempos livres.

Algumas regiões portuguesas, embora disponham de condições naturais susceptíveis de


reterem os visitantes e apesar de serem atravessadas por importantes correntes
turísticas, continuam a ser meras zonas de passagem por não terem equipamentos
adequados nem revelado capacidade para criarem condições mínimas de retenção.
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1.2. Classificações do Turismo

d) Segundo a natureza dos meios utilizados

De acordo com as vias utilizadas, podemos distinguir:


- turismo terrestre,
- náutico
- e aéreo

e, de acordo com os meios utilizados, distinguiremos:


- o turismo por caminho de ferro,
- por barco,
- por ar
- ou por automóvel.
visitantes por fronteiras revela a importância do automóvel
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1.2. Classificações do Turismo

e) Segundo o grau de liberdade administrativa

De conformidade com este critério resulta a diferenciação entre:


- turismo dirigido
- e turismo livre

Segundo as regulamentações existentes nos países, quer emissores, quer


receptores, limitem a liberdade das deslocações de turistas ou lhes concedam inteira
liberdade de movimentos.

Razões políticas, podem limitar as saídas dos seus nacionais por vários meios:
- limitações na aquisição de divisas;
- lançamento de impostos;
- obrigação de constituição, prévia à saída, do depósito de uma certa
quantia de dinheiro;
- obrigação de vistos; restrições na concessão de passaportes.
Razões diplomáticas - Não permitem a entrada de nacionais de países com os quais
não mantêm relações diplomáticas (caso de Portugal em relação aos indonésios por
causa de Timor).

Países receptores limitam, por vezes, sobretudo por razões políticas, as entradas de
estrangeiros ou as suas deslocações no interior do país. Por ex. A ex-União
Soviética, Tibete, etc
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1.2. Classificações do Turismo

f) Segundo a organização da viagem

O turismo, quer nacional, quer internacional, de acordo com a forma como é


organizada a viagem, pode ser dividido em:

- turismo individual - Quando uma pessoa ou um grupo de pessoas


parte para uma viagem cujo programa é por elas próprias fixado, podendo modificá-
lo livremente, com ou sem intervenção de uma agência de viagens, estamos perante
o turismo individual.

- e turismo colectivo ou de grupo. - Estamos perante o turismo colectivo


ou de grupo, package tour (também conhecido por organizado), quando um
operador de viagens ou uma agência oferece a qualquer pessoa, contra o
pagamento de uma importância que cobre a totalidade do programa oferecido, a
participação numa viagem para um determinado destino segundo um programa
previamente fixado para todo o grupo.

São elementos deste tipo de viagem:


1.a organização prévia;
2.oferta de um conjunto de prestações
3.preço fixo.
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1.2. Classificações do Turismo

f) Segundo a organização da viagem

Turismo colectivo ou de grupo.

As componentes da viagem são determinadas antes da


sua oferta ao público integrando:
1.um destino;
2.meio de transporte;
3.alojamento bem como o modo de acompanhamento.
4.viagem de ida e volta;
5.transferências dos pontos de chegada para o respectivo meio de alojamento
e vice-versa;
6.alojamento;
7.alimentação;
8.distracções e ocupação dos tempos livres;
9.seguros;
10.outras prestações particulares.

11.Também, o preço é determinado previamente e, normalmente, pago antes


do início da viagem, embora sejam frequentes as vendas a crédito.

-
Portuguese - Portugal Tourism Promotion Video

http://www.youtube.com/watch?v=Oh3W1_x7KbY

Visit Portugal - Relaxation


http://www.youtube.com/watch?v=LkBu9rzJeoc&feature=related
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1.3. Tipos de Turismo Turismo
Étnico
Turismo de
Recreio

TIPOS DE
TURISMO
Turismo
Religioso

Turismo de
Repouso

Turismo de
Saúde

Turismo
Cultural
Turismo
Político

Turismo Turismo de
Desportivo Negócios
Turismo de recreio

• Este tipo de turismo é praticado pelas pessoas que viajam para


«mudar de ares», por curiosidade, ver coisas novas, desfrutar de
belas paisagens, das distracções que oferecem as grandes
cidades ou os grandes centros turísticos.

• Algumas pessoas encontram prazer em viajar pelo simples prazer


de mudar de lugar, outras por espírito de imitação e de se imporem
socialmente.

• Este tipo de turismo é particularmente heterogéneo porque a


simples noção de prazer muda conforme os gostos, o carácter, o
temperamento ou o meio em que cada um vive.
Turismo de repouso

• A deslocação dos viajantes incluídos neste grupo é originada pelo


facto de pretenderem obter um relaxamento físico e mental, de
obterem um benefício para a saúde ou de recuperarem fisicamente
dos desgastes provocados pelo «stress», ou pelos desequilíbrios
psicofisiológicos provocados pela agitação da vida moderna, ou
pela intensidade do trabalho.

• Para eles, o turismo surge como um factor de recuperação física e


mental e procuram, por via de regra, os locais calmos, o contacto
com a natureza, as estâncias termais ou os locais onde tenham
acesso à prestação de cuidados físicos.

• Constituem um importante segmento de mercado, principalmente


originário dos grandes centros urbanos, que não desdenha a
animação, os desportos e a recreação.
Turismo cultural

• As viagens das pessoas incluídas neste grupo são provocadas


pelo desejo de ver coisas novas, de aumentar os conhecimentos,
de conhecer as particularidades e os hábitos doutras populações,
de conhecer civilizações e culturas diferentes, de participar em
manifestações artísticas ou, ainda, por motivos religiosos.

• Os centros culturais, os grandes museus, os locais onde se


desenvolveram no passado as grandes civilização do mundo, os
monumentos, os grandes centros de peregrinação ou os
fenómenos naturais ou geográficos constituem a preferência
destes turistas.

• Incluem-se neste grupo as viagens de estudo, bem como as


realizadas para aprender línguas.
Turismo desportivo

• Hoje as motivações desportivas respeitam a camadas cada vez


mais vastas das populações de todas as idades e de todos os
estratos sociais, quer se trate de assumir perante as actividades
desportivas uma atitude passiva, quer activa.
– No primeiro caso, o objectivo da viagem é o de assistir às
manifestações desportivas como os jogos olímpicos, os
campeonatos de futebol, os jogos de inverno;

– No segundo, o objectivo centra-se nas práticas de actividades


desportivas como a caça, a pesca, os desportos náuticos, o
alpinismo, o ski, o ténis, o golfe, etc.

• As modernas tendências da procura, em que a preferência pelas


férias activas assume uma importância cada vez maior, obrigam a
que o desenvolvimento de qualquer centro turístico deva ser
equipado com os meios mais apropriados à prática dos desportos
tendo em consideração as possibilidades de cada local.
Turismo de negócios

• As profissões e os negócios têm como consequência movimentos


turísticos importantes e de grande significado económico, hoje
extraordinariamente desenvolvido pelo crescente grau de
internacionalização das economias e das empresas, pelo aumento
das reuniões científicas e pela proliferação de manifestações de
divulgação de produtos, como as feiras e as exposições.

• Do mesmo modo, constituem frequentemente ocasiões para viajar


as visitas aos grandes complexos industriais ou técnicos e às
explorações agrícolas ou pecuárias bem como a participação em
congressos.

• Incluem-se neste grupo as deslocações organizadas pelas


empresas para os seus colaboradores, quer como prémio, quer
para participarem em reuniões de contacto com outros que
trabalham em locais ou países diferentes: as chamadas «viagens
de incentivo».
Turismo de negócios

• Este tipo de turismo assume um elevado significado para os locais


ou países visitados na medida em que, regra geral, as viagens são
organizadas fora das épocas de férias e pagas pela empresa, ou
pela instituição a que os viajantes pertencem.

• Implica, contudo, a existência de equipamentos e serviços


adequados, tais como salas de reuniões, centros de congressos,
espaços para exposições e facilidades de contactos
internacionais.
Turismo de negócios
• Vantagens do Turismo de Negócios para o país de acolhimento:

•  Grande rentabilidade – os seus participantes são geralmente membros


de classes sociais mais favorecidas;

•  Distribuição ao longo do ano – permite combater a sazonalidade, porque


as deslocações ocorrem fora da época alta do turismo de lazer, permitindo
manter ocupados os vários serviços turísticos, ao longo do ano.

•  O impacto ambiental das viagens de negócios é menos reduzido, de uma


maneira geral do que o provocado por outros tipos de deslocações. Os
seus participantes, embora visitem a região, para fazer compras, para a
conhecer ou para se divertirem, passam a maior parte do tempo em salas
de reuniões.

•  As oportunidades promocionais levam a que a maior parte dos países


desejem captar este tipo de turistas, desejando que eles levem uma boa
imagem do local visitado, dada a capacidade que têm de influenciar outros
visitantes. Além disso muitos dos acontecimentos relacionados com o
mundo dos negócios são objecto de cobertura mediática, o que promove,
necessariamente, a zona receptora, muitas vezes em termos
internacionais.
Turismo político

• A participação em acontecimentos ou reuniões políticas provocam


uma movimentação significativa de pessoas, quer se trate de ocasiões
esporádicas, quer de reuniões ou acontecimentos regulares.

• São exemplos das primeiras as comemorações do duplo centenário


da Revolução Francesa, em Paris, os funerais do Imperador do Japão,
ou, mais distante, a coroação da Rainha de Inglaterra; são exemplos
das segundas as reuniões originadas pêlos trabalhos da União
Europeia em Bruxelas, ou pelo Parlamento Europeu em Estrasburgo.

• São, porém, casos específicos que não traduzem a realidade dos


movimentos das pessoas por razões políticas já que, diariamente, eles
se verificam com maior ou menor intensidade, quer interna, quer
internacionalmente.

• Tem características e efeitos semelhantes ao turismo de negócios e


exige ainda condições idênticas, necessariamente acrescidas de uma
organização mais cuidada por razões diplomáticas e de segurança.
Turismo de saúde

 Termalismo

• O termalismo é praticado desde, pelo menos, os tempos da


ocupação romana. As qualidades terapêuticas das águas foram
desde então utilizadas, tendo atingido, a nível europeu o seu maior
desenvolvimento, nos séculos XVIII e XIX.

• A permanência, durante um certo período de tempo, nas termas,


oferece a imagem tranquilizadora de cuidados sérios com a saúde,
fazendo, actualmente, as termas um esforço para se adaptarem às
novas exigências científicas e tecnológicas da nossa época.
Turismo de saúde

 Talassoterapia
• Os centros de talassoterapia atraem cada vez mais
clientes, quer por motivos de saúde (curativos ou
preventivos), quer para consumo de produtos “manter a
forma”.

• Quais as razões dos seu sucesso? A água do mar, acima


de tudo, mas também a imagem de luxo, a tecnicidade
das instalações, a duração e os conteúdos dos produtos
propostos, os cuidados, a necessidade de recuperar do
stress do dia a dia, sem esquecer os meios de
comunicação social que lhe imprime um carácter idílico,
acentuando este aspecto do sonho.
Turismo religioso

• O Turismo religioso tem normalmente três tipos de abordagem:

 A abordagem espiritual – o turismo é um meio do indivíduo se


aproximar de DEUS. O participante encara a peregrinação como
parte integrante da sua prática religiosa. Aquele que realiza esta
viagem pode, a qualquer instante, tocado pela emoção do lugar ou
pelo espírito que o habita, converter-se a esta fé.

 A abordagem sociológica – o turismo religioso é um meio para o


crente conhecer melhor a história do grupo a que pertence.

 A abordagem cultural – a visita a lugares de culto e a santuários é


um modo do indivíduo, crente ou não, compreender as religiões,
que influenciam as nossas sociedades, no plano histórico,
sociológico e simbólico.
Turismo religioso

• Tipologia dos turistas em meio religioso:

 O Peregrino – que se situa completamente fora do turismo, para viver uma


experiência totalmente religiosa, mesmo transcendente;

 O Praticante Tradicionalista – que é, em regra, um visitante que viaja em


grupo, acompanhado pela família, com guia ou assistente espiritual;

 O Praticante Liberal – que tem como objectivo estimular a sua


espiritualidade, relembrar os mistérios da salvação e a procura da
santidade;

 O Apreciador de Arte e Cultura – que encara a sua experiência apenas do


ponto de vista das ciências sociais.
Turismo étnico e de carácter
social

• Incluem-se neste grupo as viagens realizadas para visitar amigos,


parentes e organizações, para participar na vida em comum com as
populações locais, ou por razões de prestígio social.

• Uma parte significativa de pessoas que integra este grupo é formada


por jovens que pretendem aumentar os seus conhecimentos ou,
temporariamente, se integrarem em organizações ou manifestações
juvenis.

• Incluímos neste grupo as viagens realizadas ao país de origem, pelos


nacionais de um país, seus descendentes e afins residentes no
estrangeiros e que, em muitos casos, constitui um mercado de grande
dimensão. Os portugueses e seus descendentes, residentes em
França ou nos Estados Unidos da América, constituem vastos
mercados potenciais para Portugal com uma disponibilidade para
serem motivados, incomparavelmente superior à dos nacionais
desses países.
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

2. Evolução Histórica do Turismo


MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo
2. Evolução Histórica do Turismo

Idade Clássica

Período que vai desde os primórdios das primeiras civilizações até à primeira
metade do século XVIII.
A invenção da roda permitiu o desenvolvimento da carruagem puxada por
animais e criou as primeiras condições que possibilitaram a realização das
viagens, não só para efectuar transacções comerciais, mas também para outros
fins.
As estradas começaram a generalizar-se e a ser construídas com maiores
cuidados.
Mas foram os romanos que, cerca de 150 anos A.C. criaram a maior rede de
estradas até então construídas, das quais algumas ainda hoje são utilizadas,
subsistindo ainda várias pontes da época atravessadas pelos automóveis de
hoje.
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2. Evolução Histórica do Turismo

Idade Clássica

Também por via marítima, há mais de 5000 anos, eram


organizadas viagens pelo rio Nilo, no Egipto, para visitar
os vários templos que existiam ao longo daquele rio.

Os romanos e os gregos viajavam para visitar os templos e as


sete maravilhas do mundo da área do Mediterrâneo, em particular
as pirâmides e os monumentos do Egipto que ainda hoje constituem
uma das grandes atracções turísticas do mundo.

A Grécia atraía grandes multidões por altura dos Jogos Olímpicos e


ofereciam grande número de atracções como as produções teatrais, os
banhos termais, competições atléticas e festivais.
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2. Evolução Histórica do Turismo

Idade Clássica
Entre 180 e 160 A.C., foi escrita em dez livros uma
«Descrição da Grécia» que continham uma
descrição pormenorizada dos mais importantes
sítios e monumentos da Grécia - pode ser considerado
como o primeiro guia turístico. As termas de Corinto-Grécia

É, no entanto, com o desenvolvimento das instalações termais, em 25 A.C, em


Roma, que nascem os verdadeiros centros de turismo que se prolongam até aos
nossos dias.

Já os gregos, há cerca de 4000 anos, haviam aproveitado


as fontes termais para realizarem curas, mas foram os
romanos que as transformaram em centros de atracção
espalhados por todo o território imperial: em Itália, França,
Termas de Caracalla - Roma
Espanha, Portugal, Inglaterra, Roménia, Norte de África e Ásia Menor.
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Idade Clássica

A grandeza e o luxo das instalações termais com piscinas, banheiras de


água quente, salas de sudação e massagens, acompanhados de
representações teatrais, jogos de circo, corridas de carros e outras
distracções, a que hoje chamamos animação, permitiram que o
termalismo desempenhasse um importante papel no plano das viagens e
da animação que ainda hoje se mantém.
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Idade Clássica

Grande parte das estâncias termais europeias em funcionamento, e que


constituem importantes centros de atracção turística moderna, iniciaram-se com
os romanos e, em alguns casos, mantém o esplendor do passado. Tal é o caso de
Ischia e Abano, em Itália, Vichy, Mont-Dore ou Évian, em França, Chaves, S.
Pedro do Sul ou Luso, em Portugal, Bath, em Inglaterra, e muitas outras em vários
outros países.
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Idade Clássica

Termas Ischia e Abano, em Itália,


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Idade Clássica

Vichy, Mont-Dore Évian, em França,


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Idade Clássica

Chaves, S. Pedro do Sul ou Luso, em Portugal,


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Idade Clássica

A cidade de Bath na Inglaterra


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2. Evolução Histórica do Turismo

Idade Clássica

Cerca de 900 A. C. as viagens tinham como principal razão as peregrinações


sendo célebres as que se dirigiam a Santiago de Compostela, em Espanha,
Canterbury, em Inglaterra, à Terra Santa, na Palestina, e a Meca, na Arábia. Para
alguns autores, as peregrinações que já se efectuavam na Grécia, no Egipto ou
em Roma, são mesmo as primeiras viagens turísticas.

No século XIV, existiam já guias de viagens que forneciam aos peregrinos
indicações detalhadas sobre as regiões que tinham de atravessar e os tipos de
alojamentos que poderiam utilizar.
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2. Evolução Histórica do Turismo

Idade Clássica

As grandes viagens iniciam-se com Marco Polo no século XIII, percorreu o
Oriente até à China.

Posteriormente, os portugueses preparam as suas grandes expedições por mar


e Lisboa torna-se um centro de atracções.

As primeiras descobertas dos portugueses, seguidas das grandes viagens dos
espanhóis, ingleses, franceses e holandeses, transformaram o mundo e
permitiram a universalização das viagens.
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2. Evolução Histórica do Turismo

Idade Clássica

Os portugueses - percorrem toda a costa de África e Mar Vermelho, chegam à


Índia, Tailândia, China e Japão, estabelecem-se em Malaca e em Timor e
descobrem o Brasil;
Os espanhóis – chegam às Caraíbas, às Antilhas e América Central e Sul.
Os ingleses - descobrem a América do Norte.
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2. Evolução Histórica do Turismo

Idade Clássica

A Idade Clássica do turismo, que se prolonga até ao século XVIII, caracteriza-se


pelo facto das viagens serem individuais e se realizarem, predominantemente, por
necessidades fundamentais como o comércio, as peregrinações religiosas, a
saúde ou por razões políticas e de estudo.
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2. Evolução Histórica do Turismo

Idade Moderna

Durante todo o período histórico que abrange a Antiguidade e a Idade Média as


formas e os motivos das viagens mantiveram as mesmas características e os
mesmos traços não se distinguindo claramente as duas épocas.

A partir de meados do século XVIII produzem-se grandes mudanças do ponto de


vista tecnológico, económico, social e cultural, que introduzem alterações
significativas nas viagens.

É nesta época que se popularizam, entre as camadas sociais


de maiores recursos, as viagens de recreio como forma de
aumentar os conhecimentos, procurar novos encontros
e experiências.
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2. Evolução Histórica do Turismo

Idade Moderna

Em Inglaterra, o nascimento das ideias da livre-troca no comércio


internacional e dos primeiros passos da revolução industrial,
com a invenção da máquina a vapor, incrementaram as relações internacionais.

Na segunda metade do século, a generalidade das pessoas cultas e mais ou


menos célebres viajavam por quase toda a Europa e realizavam estadas de longa
duração.
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2. Evolução Histórica do Turismo

Idade Moderna

Os diplomatas, estudantes e os membros das famílias ricas inglesas que viviam
na ociosidade faziam a Grand Tour viajando pela Europa, passando a ser moda
visitar Paris, Florença, Roma ou Veneza.
Com a Grand Tour nasce o conceito de turismo e, pela primeira vez, começam
a designar-se as pessoas que viajam por turistas.

Multiplica-se a publicação de guias turísticos. Em 1793 surge o Guide dês


Voyageurs en Europe.
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Idade Moderna

Multiplica-se a publicação de guias turísticos. Em 1793 surge o Guide dês


Voyageurs en Europe.
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Idade Moderna

No mesmo ano de 1793, foi também publicado Le Guide d'Espagne et Portugal.

O vasto movimento dos ingleses para o Continente europeu influenciou


extraordinariamente o desenvolvimento dos transportes, da hotelaria e da
restauração.
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2. Evolução Histórica do Turismo

 No século XIX, o progresso da ciência, a revolução industrial, a multiplicação


das trocas, o desenvolvimento dos transportes, em particular do comboio, e a
transmissão de ideias com a generalização da publicação de jornais, dão um
novo impulso às viagens.

 Por volta de 1830, surgem na Suíça os primeiros hotéis que começam a tomar
o lugar dos albergues e das hospedarias.

 São, sobretudo, as viagens dos ingleses que impulsionam a hotelaria e, por


isso, não é de estranhar que muitos deles passem a ter nomes ingleses: Hotel
d'Angleterre, Hotel Albion, Hotel de Londres, Hotel Windsor, Carlton, etc.
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2. Evolução Histórica do Turismo


 Surgem, nessa época, alguns dos grandes hoteleiros que, ainda hoje, dão o
nome a cadeias famosas como Pullman e Ritz.
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2. Evolução Histórica do Turismo

 Em 1822, Robert Smart, de Bristol, tornou-se o primeiro agente de viagens


encarregando-se das reservas de lugares para os passageiros de barco entre a
Inglaterra e a Irlanda.

 Foi em 1841 que nasceu o turismo organizado com Thomas Cook. Este
organiza a primeira Viagem Colectiva com duração de um dia e com 570
passageiros entre Loughborough e Leicester para assistirem a uma
manifestação anti-alcoólica.
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2. Evolução Histórica do Turismo

 Em 1855 dá-se a primeira viagem internacional – Great Exhibition.

 Em 1864 Thomas Cook organizou a primeira excursão acompanhada no regime


“tudo incluído” para 500 turistas – destino Suíça. Seguindo-se um ano depois
uma viagem no mesmo regime de Londres para os E.U.A.

 Em 1867 a Agência de Viagens “Thomas Cook & Son” emite o Voucher.

 Thomas Cook abre escritórios por todo o mundo (Egipto e Índia). As suas
iniciativas marcam uma das mais importantes etapas na história do turismo e
estão na origem do turismo dos nossos dias, continuando a agência por ele
criada a ser uma das maiores organizações turísticas do mundo.
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2. Evolução Histórica do Turismo

 Henry Wells emite em 1891 os primeiros Traveller Cheque da American


Express

 Em Portugal nascem as primeiras organizações de viagens de que é exemplo a


criação da Agência Abreu, em 1840.
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2. Evolução Histórica do Turismo


 A primeira década do século XX
caracterizou-se por inovações e transformações que
alteraram profundamente os modos de vida:
é a chamada Belle Epoque:

 A descoberta do telégrafo;
 A descoberta do telefone;
 O alargamento da rede de caminhos de ferro que ultrapassa o milhão de Km;
 A extensão das redes de estradas, que só em França atingem os 700.000 Km;
 O grande desenvolvimento industrial, que transfere a força económica da
Europa para os Estados Unidos;
 A racionalização do trabalho e as reivindicações sindicais, conduzem a uma
maior democratização das sociedades e a novos conceitos de vida;
 O tempo de trabalho diminui e alcança-se o direito ao repouso semanal pelo
que o conceito de lazer surge como uma nova noção;
 O turismo transforma-se num fenómeno da sociedade;
 O turismo influencia o comportamento das pessoas;
 O turismo começa a alcançar uma dimensão económica sem precedentes.
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2. Evolução Histórica do Turismo

 O reconhecimento da importância do turismo leva a que quase todos os países


da Europa criem instituições governamentais com o fim de promover e
organizar, sendo a Áustria o primeiro país a fazê-lo, seguida da França com a
criação Office National du Tourïsme, em 1910, e da Repartição de Turismo de
Portugal, em 1911.

 A Organização Internacional de Trabalho (OIT) estabelece numa convenção o


principio das férias pagas, posteriormente reconhecido pela Declaração
Universal dos Direitos do Homem, e, em 1936, uma lei de 20 de Junho, institui
em França as férias pagas, acontecimento que vai marcar profundamente o
futuro do turismo.
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

2. Evolução Histórica do Turismo


Idade Contemporânea
O turismo passa a ser considerado como uma actividade económica
relevante a partir do início do século XX:
 O desenvolvimento dos transportes;
 O reconhecimento do direito às férias pagas;
 A criação de organizações nacionais e internacionais destinadas a
promover o turismo.
 Apesar dos acontecimentos que ensombraram o mundo como:
 a I Guerra Mundial;
 a Grande Crise de 1929;
 a Guerra Civil de Espanha;
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

2. Evolução Histórica do Turismo

Idade Contemporânea
 O turismo alcançou dimensões significativas até ao inicio da II Guerra Mundial
para, a partir daí, entrar numa fase em que, praticamente, desapareceu.

Homenagem ao Soldado Desconhecido

 A partir dos anos cinquenta, os países europeus conheceram a fase de maior


progresso económico e social que o mundo jamais havia conhecido o que
impulsionou e consolidou o desenvolvimento do turismo.
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

2. Evolução Histórica do Turismo


Idade Contemporânea

 É importante aprofundar a análise da época posterior a 1945 por forma a


determinar os factores que influenciaram o turismo:

 o tempo livre;

 o rendimento disponível;

 Férias pagas;

 Avanços tecnológicos – viagens mais rápidas e destinos distantes;

 Mudança social – igualdade / democracia;

 Televisão;

 as motivações das viagens – interesse em conhecer outros locais;


MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

3. O Turismo em Portugal

O Algarve, no sul de Portugal, é por excelência o ponto turístico de muitos


europeus. O clima e a temperatura da água são os principais factores que
contribuem para o grande crescimento do turismo nesta região.

59
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

3. O Turismo em Portugal

Lisboa atrai muitos turistas pela história, e pelo recheio de monumentos (como
o Aqueduto das Águas Livres, a Sé Catedral, a Baixa Pombalina, a Torre de
Belém e o Mosteiro dos Jerónimos.

60
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

3. O Turismo em Portugal

Pontos fortemente turísticos são:

 os museus de Arte Antiga, dos Coches, e do Azulejo, a

fundação Calouste Gulbenkian, o Centro Cultural de Belém e o

teatro de ópera de São Carlos. De destacar também o

mega-aquário Oceano Atlântico, a diversão nocturna e toda a área

envolvente ao recinto da expo 98.

61
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

3. O Turismo em Portugal

O Porto é uma cidade que vem conquistando um lugar de relevo no panorama


cultural do país e da Europa.

Foi Capital Europeia da Cultura em 2001. A Fundação de Serralves e a Casa da


Música são de visita obrigatória, bem como a Torre dos Clérigos (ex-líbris
da cidade) e a Sé. De destacar ainda o Teatro Nacional S. João, os Jardins
do Palácio de Cristal e toda a zona do centro histórico.

62
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

3. O Turismo em Portugal

A Madeira é também um pólo turístico internacional todo o ano, tanto pelo seu
clima ameno e paisagens exuberantes como pela sua excepcional
gastronomia.

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

3. O Turismo em Portugal

A Península de Setúbal tem das mais variadas características naturais e


culturais destacando-se a Serra da Arrábida, as Praias de Almada e
Sesimbra, a Baía Natural do Seixal, as salinas de Alcochete, os Moinhos de
Maré, as embarcações típicas do Tejo e Sado, as antigas vilas piscatórias e
toda a fauna e flora ribeirinha.

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

3. O Turismo em Portugal
Na lista do Património Mundial encontram-se os centros históricos do Porto,
Angra do Heroísmo, Guimarães, Évora e Sintra, bem como monumentos em
Lisboa, Alcobaça, Batalha, Tomar, as gravuras paleolíticas ao longo do Rio
Côa, a floresta laurissilva da Ilha da Madeira, e as paisagens vitivinícolas da
Ilha do Pico e do Rio Douro.

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

3. O Turismo em Portugal

 Portugal é também um pais onde se pratica, além de muitos outros


desportos, surf. Entre os melhores estão o Guincho, Peniche, Ericeira,
Carcavelos, S. Pedro e S. João do Estoril, Costa da Caparica e São Torpes.
A ilha da Madeira e o Algarve também são locais de eleição por turistas
estrangeiros e nacionais para a prática de golf.

 Outras atracções importantes turísticas são as cidades de Braga (Centro


Histórico, Bom Jesus e Bracalândia), Bragança (Centro Histórico, Castelo e
Teatro Municipal), Chaves (Centro Histórico e Termas), Coimbra
(Universidade, Judiaria e Portugal dos Pequeninos)e Vila Real (Solar de
Mateus e Teatro Municipal).

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

3. O Turismo em Portugal

 Portugal é também um pais onde se pratica, além de muitos outros


desportos, surf. Entre os melhores estão o Guincho, Peniche, Ericeira,
Carcavelos, S. Pedro e S. João do Estoril, Costa da Caparica e São Torpes.
A ilha da Madeira e o Algarve também são locais de eleição por turistas
estrangeiros e nacionais para a prática de golf.

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

1. O Conceito do Turismo
1.1. Noção de Turismo
1.2. Classificações do Turismo
1.3. Tipos de Turismo

2. Evolução Histórica do Turismo

3. O Turismo em Portugal

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos
4.2. Componentes de um Sistema Turístico
4.3. Os Recursos Turísticos
4.4. O Turista

5. Turismo e Desenvolvimento
5.1. Desenvolvimentos e Sustentabilidade
6. Indicadores da Actividade Turística
6.1. Oferta e Procura
68
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

As visões sobre o turismo são diversas, como por exemplo:

 meio de evasão e ocupação de tempos livres, tempo de lazer;


 factor de ocupação de espaço com implicações ambientais e sociais;
 forma de gerar riqueza, aumentado oportunidades de emprego.

De uma forma simples, podemos dizer que a actividade turística é um


fenómeno que começa na deslocação de pessoas, com consequências
ambientais, sociais, culturais e económicas.

69
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa
Perspectiva Sistémica

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

• Pelas suas características o turismo é um fenómeno que estabelece


relações não só com as actividades humanas mas também com o ambiente
físico – os turistas influenciam, de forma mais ou menos intensa as
actividades económicas, sociais, políticas, sanitárias, culturais e
ambientais. Igualmente, o turismo origina actividades que estabelecem
relações directas e indirectas com as existentes nos locais visitados; por
outro lado, o turismo também depende da maioria dessas actividades e,
muitas delas, também dependem totalmente ou parcialmente do turismo.

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

• À medida que o turismo se desenvolve e abrange a generalidade das


populações de todos os estratos sociais e de todos os grupos etários, mais
intensas e estreitas são as relações eu estabelece. A diversidade de
motivos que levam as pessoas a viajar, a inovação, a criatividade e o
alargamento das condições da oferta intensificam as relações entre o
turismo e todas as outras actividades.

• Interessa sobretudo analisar então quais aquelas que podemos considerar


as relações fundamentais: quais as actividades nas quais o turismo exerce
maiores influências e maior interdependência?

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

Na imagem podemos ver então os sistemas com os quais o turismo estabelece


interacções fundamentais:

73
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

► Sistema Educativo e Cientifico


• É importante pois é o sistema que fomenta o conhecimento do turismo e do
seu fenómeno – cada vez mais os conhecimentos são importantes para o
desenvolvimento eficaz do turismo, mais do que os recursos naturais e
culturais.

• A falta de conhecimento poderá levar à tomada de políticas na actividade


impróprias, que podem até por em causa os recursos existentes

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

Na imagem podemos ver então os sistemas com os quais o turismo estabelece


interacções fundamentais:

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

► Progresso Tecnológico
• É um dos principais factores de desenvolvimento do turismo,
especialmente no que respeita ao transportes e tecnologias de informação.
Contudo, as exigências do turismo também fomentam a tecnologia a
desenvolver-se (por exemplo ao nível de cartões de crédito a nível
internacional e o aparecimento de aviões de maior dimensão e velocidade).

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

Na imagem podemos ver então os sistemas com os quais o turismo estabelece


interacções fundamentais:

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

► Sistema Económico e Financeiro


• Este sistema é influenciado pelo turismo na medida em que este cria
riqueza e emprego e dinamiza as outras actividades económicas, ajudando
os países no seu desenvolvimento económico.

• O turismo produz bens e serviços especificamente turísticos (transportes,


alojamento, distracções, animação, organização de viagens), mas também
impulsiona a produção de bens não especificamente turísticos (produção
agrícola, artesanato, mobiliário, materiais de construção).

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

Na imagem podemos ver então os sistemas com os quais o turismo estabelece


interacções fundamentais:

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

► Sistema Social
• É este sistema que determina as vocações, os desejos, as atitudes e os
comportamentos dos grupos sociais, que influenciam as tendências dos
fluxos turísticos. Por seu lado, o turismo por si só provoca o intercâmbio de
valores, influenciando os comportamentos colectivos.

• A forma como a sociedade encara o turismo influencia o turismo: a


hospitalidade das populações é um importante factor de

atracção turística enquanto que, por outro lado, as reacções negativas

à chegada de estranhos constituem um entrave ao turismo

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

Na imagem podemos ver então os sistemas com os quais o turismo estabelece


interacções fundamentais:

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

► Sistema Ambiental
O meio ambiente e a ecologia são um importante fundamento da actividade
turística – são um dos principais motivos de atracção num destino
(espaços naturais atraentes, preservados, o ir ao encontro da natureza por
parte dos turistas que vêm dos meios urbanos).

Contudo, o turismo influência o meio ambiente em 2 medidas:

1) de forma positiva: imposição de regras de protecção de atracções naturais


ou constituição de fundos de preservação para o turismo

2) de forma negativa: o turismo pode destruir - demasiados turistas provocam


muitas vezes destruição da vegetação, poluição e até construção massiva
em espaços frágeis ao nível ambiental.

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

Na imagem podemos ver então os sistemas com os quais o turismo estabelece


interacções fundamentais:

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

► Sistemas Políticos
• Têm uma grande influência no turismo e tem um papel decisivo no aumento
ou diminuição das viagens, através de factores como: o grau de liberdade
individual, os sistemas políticos e as suas alterações de poder, a
estabilidade políticas ordem pública, o controlo e os incentivos políticos ao
turismo.

• A dimensão política do turismo resulta sobretudo do seu impacte


económico e do respectivo reconhecimento como factor de
desenvolvimento.

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

Na imagem podemos ver então os sistemas com os quais o turismo estabelece


interacções fundamentais:

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

► Sistema Jurídico e Constitucional


• A existência ou não de leis regulamentares trás influencias para o turismo;
podem haver leis que defendam os interesses da actividade e que
favoreçam iniciativas em turismo ou, também, leis demasiado
controladoras que impeçam a inovação e desenvolvimento do turismo.

• Por exemplo, se o turista não sentir que tem protecção jurídica contra
abusos (defesa do consumidor) não se sentirá incentivado a viajar.

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

Na imagem podemos ver então os sistemas com os quais o turismo estabelece


interacções fundamentais:

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

► Sistema Cultural
• A cultura sempre foi importante para o turismo: destinos com factos e
espaços culturalmente ricos sempre foram uma parte importante das
viagens. Por si só, a cultura pode dar origem a um destino turístico.

• O turismo afecta a cultura em 2 perspectivas:

• 1) de forma positiva: melhoria dos índices culturais e sociais das pessoas

• 2) de forma negativa: o turismo pode provocar aculturação e destruição de


autenticidade dos destinos

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

Na imagem podemos ver então os sistemas com os quais o turismo estabelece


interacções fundamentais:

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica


4.1. Factores Sócio-Culturais e Políticos

► Sistema Sanitário
• As pessoas sentir-se-ão motivadas para viajar para um país com
assistência médica ou, pelo contrário, não querer viajar para um pais onde
existem situações de epidemias ou doenças epidémicas. O turismo ao por
em contacto pessoas pode ser também um propagador de doenças e
agravar as condições sanitárias.

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.2 Componentes de um Sistema Turístico

• Procura Turística – constitui o sujeito de todo o sistema, tem origem no


subsistema constituído pelas zonas emissoras;

91
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.2 Componentes de um Sistema Turístico

• Oferta Turística – constitui o objecto do qual fazem parte os centros


receptores (os destinos), os meios de deslocação que ligam procura à
oferta (transportes), as entidades que produzem bens e serviços
(empresas), as entidades que garantem os mecanismos de funcionamento e
administração (as organizações) e os meios que orientam e influenciam a
procura (a promoção);

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.2 Componentes de um Sistema Turístico

• Destinos – constituídos pelas localidades turísticas que dispões de


atracções susceptíveis de originarem a deslocação das pessoas;

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.2 Componentes de um Sistema Turístico

• Transportes – são a componente do sistema que garante a ligação entre a


residência e o local do destino; constitui um subsistema complexo que
integra as vias e meios de transporte, instalações dos locais de partida e
chegada e a organização dos mesmos.

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.2 Componentes de um Sistema Turístico

• Informação e Promoção: conjunto de actividades, iniciativas e acções


influenciam as pessoas a tomar decisões sobre as viagens mas, também,
lhes dão conhecimentos sobre as mesmas;

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.2 Componentes de um Sistema Turístico

• Empresas e Serviços Turísticos: correspondem à parte mais importante do


sistema, pelo menos do ponto de vista económico: prestação de
alojamento, alimentação, distribuição, diversões, animação e outros
serviços.

• http://www.youtube.com/watch?v=Ygc5tT21z4E

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.2 Componentes de um Sistema Turístico

• Organizações: tem responsabilidade ao nível de garantir o funcionamento


do sistema; são formadas pelos serviços do Estado, autarquias,
organismos públicos locais e associações profissionais.

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.2 Componentes de um Sistema Turístico

• Características do Sistema Turístico:

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MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4. 3 Os Recursos Turísticos

• Recursos turísticos - todos os bens e serviços que, por intermédio da


actividade humana, tornam possível a actividade turística e satisfazem as
necessidades da procura.

• O património turístico constitui o elemento fundamental que o homem


transforma em recursos turísticos utilizando meios técnicos, económicos e
financeiros.

• Tal como são oferecidos pela natureza, os recursos naturais são


insuficientes para garantir a permanência dos viajantes cuja deslocação
originam.

• Torna-se necessária a construção de equipamentos que, por um lado,


permitam a deslocação (transportes, organização de viagens) e, por outro,
assegurem aquela permanência (alojamento, restaurantes).
99
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4. 3 Os Recursos Turísticos

• O recurso turístico foi definido na Plano Nacional de Turismo de 1986 –


1989 como:

• “todo o elemento natural, actividade humana ou seu produto, capaz de


motivar a deslocação de pessoas ou de ocupar os seus tempos livres”.

Easter Island in Chile Climbing Mount Kilimanjaro, Tanzania the Museum of Modern Art,
Manhattan, New York,
100
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.4. O Turista

Definição de Turista
• A expressão turista é relativamente recente. Começou a ser utilizada no
início do século XIX para designar aqueles que “viajavam por prazer”. Mas,
actualmente, a expressão turista tem um sentido muito mais amplo

• Na segunda metade do século xviii, passou a ser normal para os jovens


ingleses, das camadas sociais mais elevadas, complementarem a sua
educação com uma viagem ao Continente que era designada, na Inglaterra,
pela expressão “fazer a Grand Tour” ou, mais tarde, apenas a «Tour». As
pessoas que faziam esta viagem - a Tour - eram designadas de «Touristes».

• A palavra foi, posteriormente, introduzida em França por um escritor,


passando a designar toda a pessoa que fazia uma viagem para o seu
próprio prazer.
101
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.4. O Turista

Definição de Turista
• Na acepção moderna, a expressão turista refere-se às pessoas que
se deslocam para fora da sua residência habitual.

• Convém, pois, desde já reter os dois elementos que integram o


conceito de Turista:
- a deslocação
- a residência.

102
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.4. O Turista
• A proposta foi apresentada e discutida em 1963, na Conferencia
das Nações Unidas sobre o Turismo e as Viagens Internacionais,
realizada em Roma, que adoptou a seguinte definição de visitante
para fins estatísticos: «o termo visitante designa toda a pessoa que
se desloca a um país, diferente daquele onde tem a sua residência
habitual, desde que aí não exerça uma profissão remunerada,
compreendendo-se nesta definição:
• a) Os turistas, isto é, os visitantes que permaneçam pelo menos 24
horas no país visitado e cujos motivos de viagem podem ser
agrupados em:
• Lazer (férias, saúde, estudos, religião, desportos e prazer)
• Negócios, razões familiares, missões, reuniões;
• b) Os excursionistas, isto é, os visitantes temporários que
permaneçam menos de 24 horas no país visitado (incluindo os
viajantes em cruzeiros).

103
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.4. O Turista

• Esta definição abrange, portanto, os visitantes no número dos


quais se incluem todos os não residentes que chegam a um
determinado país, com excepção dos que, juridicamente, não
entram no território nacional (por exemplo, os viajantes que
chegam a um aeroporto e nele permanecem até reembarcarem),
subdividindo-se em turistas e excursionistas.

• Surge-nos aqui uma distinção importante. A distinção entre


visitante e turista, que habitualmente se confundem, mas que têm
uma diferença essencial.

104
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.4. O Turista

• Os visitantes são todos os que chegam às fronteiras e, por isso, é


habitual falar em «chegadas», mas só são turistas os que
permanecem mais de 24 horas.

• A diferença entre eles não é meramente estatística: os


excursionistas, que adicionados aos turistas constituem o grupo
de visitantes, não se utilizam dos alojamentos e limitam as suas
visitas à proximidade das fronteiras.

105
MÓDULO 1 – Conceitos e Fundamentos do Turismo

4. O Turismo numa Perspectiva Sistémica

4.4. O Turista

• Para se avaliar a diferença entre uns e outros bastará referir que,


em 1995, as entradas de visitantes em Portugal ultrapassaram
largamente os 22 milhões mas os turistas entrados pouco
ultrapassaram os 9,7 milhões. Tradicionalmente, o número de
turistas não chega aos 45% do número total de visitantes embora,
em Espanha, a proporção do número de turistas, relativamente ao
número de visitantes, ronde os 70%.

106
Obrigado

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