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Resumo A relíquia de Eça de Queirós

Publicado em 1887, o volume A relíquia de Eça de Queirós substitui a literatura predominantemente


de observação de Eça de Queirós para dar vazão a um veio irônico e cômico que já aparecera na novela O
Mandarim.
Trata-se de um volume de crítica social contra a beatice e a hipocrisia. Pode ser visto dividido em três
partes. A Relíquia é uma obra que associa à narrativa de viagem um olhar bem-humorado sobre a condição de
adaptação humana, em seus interesses de posse e em suas ilusões sociais e afetivas, por meio de negociações
íntimas, por vezes conflitivas, entre o sacrifício e a recompensa. Do mesmo modo, o autor desenvolve as
reflexões do protagonista em um constante diálogo entre a verdade e a fantasia, como anuncia em uma famosa
epígrafe editada junto ao título: “Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia”.
A parte principal é apresentada como reminiscências de viagens e as outras duas constituem um traçado
da vivência exageradamente beata da personagem D. Maria Patrocínio das Neves; e um apanhado psicológico
da hipocrisia, representada pelo sobrinho de D. Patrocínio, Teodorico Raposo, homem de tendências liberais
e libertinas.
A relíquia de Eça de Queirós: Narrado em primeira pessoa, traz Teodorico, apelidado Raposão,
recordando-se de uma visita que fizera à Terra Santa. Teodorico é órfão desde a infância e criado por uma
endinheirada tia materna, D. Patrocínio, a Titi.
Faz Direito em Coimbra e frequenta com assiduidade as rodas boêmias, mas não deixa de adular a tia,
na esperança de conseguir ser seu herdeiro universal. O herdeiro mantém, portanto, duas faces, a libertina e a
“beata”.
Depois de uma briga com a amante, parte para a Palestina, em excursão financiada pela tia. Surgem
personagens interessantes como o alemão Tópsuis e o português Alpedrinha. No Egito é apresentado à inglesa
Mary, com quem tem um intenso relacionamento amoroso.
A relíquia de Eça de Queirós: Ao partir para Jerusalém, Mary o presenteia com uma camisola.
Teodorico compra uma imitação da coroa de Cristo para levar de relíquia à tia beata e garantir assim sua
herança.
Ao retornar a Portugal, o rapaz entrega o pacote em que supõe estar a camisola de Mary a uma mendiga
e ao chegar em Lisboa vê-se diante da Titi e sua corte eclesiástica, presenteando-as com uma série de relíquias
e relatando detalhadamente a viagem.
A relíquia de Eça de Queirós: No momento de maior expectativa, entrega o pacote com a suposta
relíquia da tia, é desmascarado e deserdado. Consegue um emprego, casa- se, mas aparentemente continua um
oportunista, como relata em páginas finais: “E tudo isto perdera! Por quê? Porque houve um momento em que
me faltou esse descarado heroísmo de afirmar…” que a camisola de Mary era a camisa de dormir de Santa
Maria Madalena.
Se isso ocorresse, não teria ele herdado a fortuna de Titi?

FOCO NARRATIVO
O romance é narrado em primeira pessoa. Teodorico Raposo, o “Raposão”, assume a empreitada da escrita
com o seguinte propósito, segundo afirma no prólogo: “decidi compor, nos vagares deste verão, na minha
quinta do Mosteiro […], as memórias da minha vida” […] “Esta jornada à terra do Egito e à Palestina
permanecerá sempre como a glória superior da minha carreira; e bem desejaria que dela ficasse nas letras,
para a posteridade, um “monumento airoso e maciço”.

1
TEMPO E ESPAÇO
As memórias de Teodorico Raposo se distribuem progressivamente, em um tempo psicológico que recupera
os fatos de sua infância, com o pai; da adolescência, já órfão, sob os cuidados da tia; da juventude, em Lisboa,
tendo passado pela faculdade de Coimbra e, depois, a empreender a longa viagem à Terra Santa, ambiente
central da narrativa, onde se passa a maior parte das suas aventuras.

CONEXÕES
Ao criar um “narrador-autor” de suas memórias, um tanto cético, prepotente, orgulhoso de sua “carreira”, sem
o peso do trabalho nas próprias costas, dado aos desejos mundanos e à boa vida burguesa, o leitor brasileiro
logo o associará ao Brás Cubas, protagonista das “Memórias póstumas…”, obra maior do Realismo brasileiro,
escrita por Machado de Assis, publicada em 1881.

EXERCÍCIOS SOBRE A RELÍQUIA, DE EÇA DE QUEIRÓS

1 - No trecho final da obra A Relíquia, reafirma-se a objetividade realista diante dos fatos da vida.

“E tudo isso perdera! Por quê? Porque houve um momento em que me falou esse
descarado heroísmo de afirmar, que, batendo na terra com o pé forte, ou palidamente
elevando os olhos ao céu, cria, através da universal ilusão, ciência e religiões”
(QUEIRÓS, Eça de. A Relíquia, Coleção Clássicos, p. 208)

a) Segundo o trecho, como são criadas as ciências e as religiões?


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b) De que forma tal afirmação confirma o projeto ideológico dos realistas?


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2 - Eça de Queirós fez parte da chamada geração de 1870, que lutou ferrenhamente contra a ordem social
lisboeta, passional e romântica, liderada, politicamente, pela monarquia, pela burguesia e pelo clero. Além
dele, foram figuras importantes dessa geração

a) Camilo Castelo Branco, Antônio Feliciano de Castilho e Oliveira Martins.


b) Antero de Quental, Oliveira Martins e Teófilo Braga.
c) Júlio Dinis, Alexandre Herculano e Antero de Quental.
d) Antônio Feliciano de Castilho, Camilo Castelo Branco e Teófilo Braga.
e) Alexandre Herculano, Oliveira Martins e Júlio Dinis.

3 - (UNICAMP) Em A Relíquia, de Eça de Queirós, várias são as mulheres com quem Teodorico Raposo, o
herói e narrador, se vê envolvido. Dentre elas, podemos citar Mary, Adélia, Titi, Jesuína, Cíbele.

a) uma dessas personagens é importantíssima para a trama do romance, já que acompanha o narrador
desde a infância, e deve-se a ela a origem de todos os seus infortúnios posteriores. Quem é e o que fez
ela para que o plano de Raposo não desse certo?
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b) a qual delas Raposo se refere como “Tinha trinta e dois anos e era zarolha”? Que relações tem essa
personagem com Crispim, a quem o narrador denomina como “a firma”?
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4 – O uso do diminutivo é característica queirosiana bastante presente em A Relíquia. Além de tamanho, tal
sufixo pode acrescer à palavra primitiva os sentidos de afeto, desprezo, ironia etc. Analise as passagens
seguintes da obra e indique o valor expressivo do diminutivo em cada caso:

a) Isidoro Júnior, ante de eu sair, examinava-me sempre os ouvidos e as unhas; muitas vezes, mesmo na
bacia dele, dava-me uma ensaboadela furiosa, chamando-me baixo sebento. Depois trazia-me até a
porta, fazia-me uma carícia, tratava-me de seu querido amiguinho e mandava pela Vicência os seus
respeitos à Sr. D. Patrocínio das Neves.
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b) Então, antes dos abraços, perguntei aos meus leais amigos que “lembrançazinha” desejavam dessas
terras remotas onde vivera o Senhor. Padre Pinheiro queria um frasquinho de água do Jordão. Justino

3
(que já me pedira no vão da janela um pacote de tabaco turco), diante da titi, só apetecia um raminho
de oliveira, do Monte Olivete.
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c) - Cá por mim – disse ela no meio do sofá como dum altar, tesa nos cetins de domingo -, o que desejo
é que faças essa viagem com toda a devoção, sem deixar pedia por beijar, nem perder novena, nem
ficar lugarzinho em que não rezes ou o terço ou a coroa…
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d) - Pote, Pote! – gritei radiante – Nem tu saber que grossa moeda me vai render esse galhinho, dentro
desse pacotinho!
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5 - Considere o trecho:

[…] Numa sala forrada de papel escuro, encontramos um senhora muito alta,
muito seca, vestida de preto, com um grilhão de ouro no peito, um lenço roxo,
amarrado no queixo, caía-lhe num bioco lúgubre sobre a testa; […]
- Esta é a Titi – disse-me o Senhor Matias – É necessário gostar muito da Titi… É
necessário dizer sempre que sim à titi!

a) Por que se ressalta, no trecho, a “necessidade” de se agradar à senhora?


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b) De que maneira essa necessidade marcará a história de vida do narrador em A Relíquia?


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6 – Leia o trecho a seguir:

[…] Amargamente mostrei-lhe as minhas botas cambadas. Parámos n'um banco, junto
d'uma trepadeira de rosas; e aí, no silencio e no perfume, narrei a camisa funesta da
Mary1, a Relíquia no seu embrulho2, o desastre no Oratório3, o óculo4, o meu quarto
miserável na travessa da Palha... […]

a) Apresente cada um dos elementos enumerados pelo narrador e explique de que maneira foram
decisivos para a mudança que ocorreu em sua vida.
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b) Identifique com quem o narrador conversa no trecho apresentado e por que tal personagem, de certa
forma, também se torna responsável por mais uma mudança em sua vida.
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7 - (Unicamp) - O trecho que segue relata um diálogo entre o narrador-personagem de A Relíquia e o Doutor
Margaride, e contém referências básicas para o desenvolvimento do romance:

“Eu arrisquei outra palavra tímida.


– A titi, é verdade, tem-me amizade…
– A titi tem-lhe amizade – atalhou com a boca cheia o magistrado – e você é o seu único parente…
Mas a questão é outra, Teodorico. É que você tem um rival.
– Rebento-o! – gritei eu, irresistivelmente, com os olhos em chamas, esmurrando o mármore da mesa.

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O moço triste, lá ao fundo, ergueu a face de cima do seu capilé. E o Dr. Margaride reprovou com
severidade a minha violência.
– Essa expressão é imprópria de um cavalheiro, e de um moço comedido. Em geral não se rebenta
ninguém… E além disso o seu rival não é outro, Teodorico, senão Jesus Cristo!
Nosso Senhor Jesus Cristo? E só compreendi quando o esclarecido jurisconsulto, já mais calmo, me
revelou que a titi, ainda no último ano da minha formatura, tencionava deixar a sua fortuna, terras e prédios,
a irmandades da sua simpatia e a padres da sua devoção.”

a) Localize no trecho ao menos uma dessas referências e explique qual a sua relevância para a trama
central.
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b) O trecho fala da importância da figura de Jesus Cristo para a personagem denominada “titi”. Descreva
essa personagem, segundo o prisma do próprio narrador, Teodorico Raposo, e tente demonstrar como
o mesmo trata sarcasticamente o seu “rival” de herança.
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8 – (UNICAMP 1998)
Em A RELÍQUIA, de Eça de Queirós, encontramos a seguinte resposta de Lino, comprador habitual
das relíquias de Raposo:
“Está o mercado abarrotado, já não há maneira de vender nem um cueirinho do Menino Jesus, uma
relíquia que se vendia tão bem! O seu negócio com as ferraduras é perfeitamente indecente… Perfeitamente
indecente! É o que me dizia noutro dia um capelão, primo meu: ‘São ferraduras demais para um país tão
pequeno!…’ Catorze ferraduras, senhor! É abusar! Sabe vossa Senhoria quantos pregos, dos que pregaram
Cristo na Cruz, Vossa Senhoria tem impingido, todos com documentos? Setenta e cinco, Senhor!… Não lhe
digo mais nada… Setenta e cinco!”

a) Relate o episódio que faz com que Lino dê essa resposta a Raposo.
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b) Sabendo que o autor usa da ironia para suas críticas, dê os sentidos, literal e irônico, que pode tomar
dentro da narrativa a frase: “São ferraduras demais para um país tão pequeno!…”
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9 - (UFMT) Sobre a nudez forte da verdade – o manto diáfano da fantasia, epigrafe do romance A Relíquia,
de Eça de Queiros, explicita uma crítica:

a) À hipocrisia religiosa e ao falseamento dos princípios do Cristianismo, percebidos por Teodorico


Raposo na peregrinação que empreende até a Terra Santa.
b) À hipocrisia religiosa, com a menção da venda de relíquias, sobretudo a coroa de espinho de Cristo,
que Teodorico Raposo encontra na Terra Santa e com que presenteia sua tia beata.
c) Aos preconceitos religiosos, através dos pressupostos do Naturalismo, expostos pelo sábio Topsius à
personagem principal, Teodorico Raposo.
d) Aos princípios estéticos do Romantismo que, ao valorizarem a ideia de fuga da realidade, levavam o
homem às alienação.
e) À hipocrisia religiosa, presente na sociedade oitocentista portuguesa, por meio da incursão pelo
mundo dos sonhos, que simbolicamente acontece durante a peregrinação do Teodorico Raposo pela
Terra Santa.

10 - (FEI-SP) Leia atentamente:

I. "Segunda Revolução Industrial, o cientificismo, o progresso tecnológico, o socialismo utópico, a


filosofia positivista de Auguste Comte, o evolucionismo formam o contexto sociopolítico-
econômico-filosófico-científico em que se desenvolveu a estética realista."
II. "O escritor realista acerca-se dos objetos e das pessoas de um modo pessoal, apoiando-se na
intuição e nos sentimentos."
III. "Os maiores representantes da estética realista/naturalista no Brasil foram: Machado de Assis,
Aluísio Azevedo e Raul Pompéia."
IV. "Poderíamos citar como característica da estética realista: o individualismo, a linguagem erudita e
a visão fantasiosa da sociedade."

Verificamos que em relação ao Realismo/naturalismo está (estão) correta (corretas):

a) apenas I e II.
b) apenas I e III.

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c) apenas II e IV.
d) apenas II e III.
e) apenas III e IV.

11 - (USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que:

a) se volta para a Natureza a fim de analisar-lhe os processos cíclicos de renovação.


b) pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas.
c) defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos com a realidade social.
d) analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral religiosa.
e) estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns fatores sociológicos e biológicos e a conduta das
personagens.

12 - (MACK-SP) O cientificismo comunicou feitio próprio ao Realismo-Naturalismo. Assinale a alternativa


que não apresenta o cientista e a respectiva teoria científica ou filosófica correspondentes à época daquele
movimento literário.

a) Darwin – Teoria da evolução das espécies e sua revolução biológica.


b) Comte – Teoria positivista, que explica todos os fenômenos sujeitos às leis naturais.
c) Taine – Teoria do ambientalismo determinante: a obra de arte como produto do meio, momento e raça.
d) Claude Bernard - Teorias da medicina experimental, mostrando a importância da fisiologia no
comportamento do indivíduo.
e) Kant – Teoria segundo a qual a razão constrói o mundo da ciência servindo-se das aparências das
coisas, formas de nossa sensibilidade.

13 - (UFPR) Eça de Queirós afirmava:

"O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a
nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos
verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade."

Para realizar essa proposta literária, quais os recursos utilizados no discurso realista? Selecione-os na
relação abaixo e depois assinale a alternativa que os contém:

1. Preocupação revolucionária, atitude de crítica e de combate;


2. imaginação criadora;
3. personagens fruto da observação; tipos concretos e vivos;
4. linguagem natural, sem rebuscamentos;
5. preocupação com mensagem que revela concepção materialista do homem;
6. senso de mistério;
7. retorno ao passado;
8. determinismo biológico ou social.
a) 1, 2, 3, 5, 7, 8.
b) 1, 3, 4, 5, 8.
c) 2, 3, 4, 6, 7,
d) 3, 4, 5, 6, 8.
e) 2, 3, 4, 5, 8.

14 - (MACK SP)
Assinale a afirmativa correta sobre Eça de Queirós.

a) Fiel aos pressupostos da escola naturalista, adotou postura doutrinária ao dissertar sobre a degeneração
do clero, resultante do acelerado progresso industrial das cidades portuguesas.
b) Lançou um olhar crítico sobre a sociedade de seu tempo, procurando analisar e registrar, através do
romance realista, as contradições de um mundo em transformação.
c) Em pleno apogeu do capitalismo, defendeu a tese de que os princípios religiosos eram a única forma
de salvaguardar a sociedade de valores excessivamente materialistas.
d) Nacionalista convicto, acreditava que a literatura romântica era instrumento legítimo e eficaz para
enaltecer e preservar os valores da tradição portuguesa.
e) Serviu-se da ficção para tecer comentários irônicos às classes baixas, responsáveis, segundo ele, pelo
marasmo em que se encontrava Portugal no século XIX.

15 - (ENEM - 2015)

“Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe beijou-me a testa, molhando-me de lágrimas os
cabelos e eu parti.
Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha instalação.
Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por um sistema de nutrido reclame, mantido por um
diretor que de tempos a tempos reformava o estabelecimento, pintando-o jeitosamente de novidade, como os
negociantes que liquidam para recomeçar com artigos de última remessa; o Ateneu desde muito tinha
consolidado crédito na preferência dos pais, sem levar em conta a simpatia da meninada, a cercar de
aclamações o bombo vistoso dos anúncios.
O Dr. Aristarco Argolo de Ramos, da conhecida família do Visconde de Ramos, do Norte, enchia o
império com o seu renome de pedagogo. Eram boletins de propaganda pelas províncias, conferências em
diversos pontos da cidade, a pedidos, à substância, atochando a imprensa dos lugarejos, caixões, sobretudo,
de livros elementares, fabricados às pressas com o ofegante e esbaforido concurso de professores
prudentemente anônimos, caixões e mais caixões de volumes cartonados em Leipzig, inundando as escolas
públicas de toda a parte com a sua invasão de capas azuis, róseas, amarelas, em que o nome de Aristarco,
inteiro e sonoro, oferecia- se ao pasmo venerador dos esfaimados de alfabeto dos confins da pátria. Os lugares
que os não procuravam eram um belo dia surpreendidos pela enchente, gratuita, espontânea, irresistível! E
não havia senão aceitar a farinha daquela marca para o pão do espírito.
POMPÉIA, R. O Ateneu. São Paulo: Scipione, 2005.

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Ao descrever o Ateneu e as atitudes de seu diretor, o narrador revela um olhar sobre a inserção social do
colégio demarcado pela

a) ideologia mercantil da educação, repercutida nas vaidades pessoais.


b) interferência afetiva das famílias, determinantes no processo educacional.
c) produção pioneira de material didático, responsável pela facilitação do ensino.
d) ampliação do acesso à educação, com a negociação dos custos escolares.
e) cumplicidade entre educadores e famílias, unidos pelo interesse comum do avanço social.

16 – (ENEM - 2014)

“Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um caráter
ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que se seguiram ao inventário de meu pai.
Reconheço que era um modelo. Arguíam-no de avareza, e cuido que tinham razão; mas a avareza é apenas a
exageração de uma virtude, e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor é o saldo que o déficit. Como
era muito seco de maneiras, tinha inimigos que chegavam a acusá-lo de bárbaro. O único fato alegado neste
particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço, donde eles desciam a escorrer sangue; mas,
além de que ele só mandava os perversos e os fujões, ocorre que, tendo longamente contrabandeado em
escravos, habituara-se de certo modo ao trato um pouco mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não
se pode honestamente atribuir à índole original de um homem o que é puro efeito de relações sociais. A prova
de que o Cotrim tinha sentimentos pios encontrava-se no seu amor aos filhos, e na dor que padeceu quando
morreu Sara, dali a alguns meses; prova irrefutável, acho eu, e não única. Era tesoureiro de uma confraria, e
irmão de várias irmandades, e até irmão remido de uma destas, o que não se coaduna muito com a reputação
da avareza; verdade é que o benefício não caíra no chão: a irmandade (de que ele fora juiz) mandara-lhe tirar
o retrato a óleo.
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.

Obra que inaugura o Realismo na literatura brasileira, Memórias póstumas de Brás Cubas condensa uma
expressividade que caracterizaria o estilo machadiano: a ironia. Descrevendo a moral de seu cunhado, Cotrim,
o narrador-personagem Brás Cubas refina a percepção irônica ao

a) acusar o cunhado de ser avarento para confessar-se injustiçado na divisão da herança paterna.
b) atribuir a “efeito de relações sociais” a naturalidade com que Cotrim prendia e torturava os escravos.
c) considerar os “sentimentos pios” demonstrados pelo personagem quando da perda da filha Sara.
d) menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de uma confraria e membro remido de várias irmandades.
e) insinuar que o cunhado era um homem vaidoso e egocêntrico, contemplado com um retrato a óleo.

17 - (ENEM - 2015)
A pátria
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera,
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929.

Publicado em 1904, o poema A pátria harmoniza-se com um projeto ideológico em construção na Primeira
República. O discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse projeto, na medida em que

a) a paisagem natural ganha contornos surreais, como o projeto brasileiro de grandeza.


b) a prosperidade individual, como a exuberância da terra, independe de políticas de governo.
c) os valores afetivos atribuídos à família devem ser aplicados também aos ícones nacionais.
d) a capacidade produtiva da terra garante ao país a riqueza que se verifica naquele momento.
e) a valorização do trabalhador passa a integrar o conceito de bem-estar social experimentado.

18 - (ENEM - 2013)
Mal secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para compreender Raimundo Correia. Brasília:
Alhambra, 1995.

11
Coerente com a proposta parnasiana de cuidado formal e racionalidade na condução temática, o soneto de
Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na
concepção o eu lírico, esse julgamento revela que

a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada.


b) o sofrimento íntimo torna-se mais ameno quando compartilhado por um grupo social.
c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças neutraliza o sentimento de inveja.
d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a apiedar-se do próximo.
e) a transfiguração da angústia em alegria é um artifício nocivo ao convívio social.
Gabarito

1 - Resposta:
a) São frutos de ilusões, criadas por um "descarado heroísmo de afirmações", mentirosas, mas convíctas. E,
por meio dessas mentiras, firmam-se teorias e alimentam-se ideologias.
b) Para os realistas, a objetividade era a chave das artes e das ciências. Não espaço para a subjetividade ou
para o culto ao "eu", tal qual advindos do Romantismo. O homem não seria um ser elevado e virtuoso, capaz
da melhor atitude sempre; seria capz de mentir para não mudar o seu destino ou até mesmo de fracassar diante
da possibilidade de fazê-lo. O homem seria manipulável e facielmente conduzido por ilusões criads por
terceiros no intuito de se dar bem.

2-B

3-
a) Entre as diversas personagens femininas citadas no enunciado da questão, apenas uma acompanhou
Teodorico Raposo desde a infância. Trata-se de titi, sua tia, a cuja herança ele teria direito caso se comportasse
como um perfeito católico (na acepção de sua tia). Como isso não aconteceu o engodo que Raposo lhe
preparava foi descoberto, titi deserdou-o.
b) Jesuína é a referida personagem. É, finalmente, com ela que Teodorico se casa. Trata-se da irmã de Crispim,
o próspero amigo, herdeiro da firma Crispim & Cia. Não sem ironia, Teodorico o chama de "a firma" para
sugerir que a identidade do amigo se sustentava mais no valor financeiro do que no afetivo.

4-
a) O uso de "querido amiguinho" enfatiza a ironia do narrador em relação ao tratamento que recebia no colégio
dos Isidoros. Mantinha-se a aparência de um tratamento carinhoso; no entanto, mesmo sendo tratado por
"querido amiguinho" na frente de seus responsáveis, era chamado de "sebento" em secreto. A infantilização e
o afeto projetados no diminutivo, por não serem verdadeiros, configuram a ironia.
b) As palavras no diminutivo pretendem tornar mais simples os objetos que representam. "lembrançazinha"
significa um presente simples, barato, algo bem comum para que a pessoa se lembre de relance do lugar de
onde o presente veio; as palavras "raminho" e "frasquinho" também carregam essa ideia de diminuição, de
simplicidade.
c) Não se refere a um "lugar pequeno" ou "ordinário", e sim à totalidade. Significa que a tia desejava que todo
lugar santo, sem exceção, fosse visitado, beijado e adorado pelo pupilo.
d) A imagem é de ironia. O galho espinhoso comum na Judeia, tecerá a coroa que servirá para enganar a tia;
torna-se, pois, um galho valioso em um pacote valioso para o fim a que se destina. A coroa de espinhos é a
relíquia em foco na obra.

5-
a) A necessidade advém do fato de o narrador ter ficado órfão aos nove anos de idade e, a partir daquele
momento, depender economicamente da velha senhora. Muito rica, somente ela poderia garantir que nada lhe
faltasse.
b) Com o intuito de receber a herança da tia, o narrador acabará por assumir uma vida dupla, vivendo na
luxúria, mas representando o papel de jovem honrado e piedoso para agradar à senhora.

6-
a) A camisa de Mary era a roupa íntima de uma prostituta inglesa - com quem o narrador teria se envolvido
em Alexandria - e se opõe à relíquia no embrulho, uma coroa feita com um arbusto espinhoso, que
representaria para a tia, a Paixão de Cristo. Entretanto, os embrulhos foram trocados e, à frente de todos os
amigos da família, diante do oratório, o narrador foi deserdado, sendo obrigado a viver à míngua, em um
quarto de um hotel ordinário da cidade. Como herança da tia, recebeu apenas sem óculos, "para ver de longe
a sombra de sua herança".
b) O narrador conversa sobre os fatos com Crispim, um antigo colega do internato. Essa reaproximação será
vantajosa porque Crispim lhe arranjará um novo emprego e um casamento digno, que novamente
proporcionarão ao narrador uma vida de posses.

13
7–
a) “É que você tem um rival” ou “o seu rival não é outro, Teodorico, senão Jesus Cristo!”, ou “tencionava
deixar a sua fortuna, terras e prédios, a irmandade da sua simpatia e a padres da sua devoção”. Os trechos
selecionados denunciam o caráter do personagem principal que acaba fundamentando a trama: um trapaceiro
que busca, a todo custo, herdar a vasta fortuna de uma tia. Por isso, o anúncio de um rival viria a prejudicar
as investidas do interesseiro Teodorico.

b) Titi é uma rica beata, autoritária, moralista que não consegue perceber os limites da religiosidade. O
personagem Teodorico utiliza-se dos elementos religiosos em benefício próprio, isto é, finge ser extremamente
carola a fim de que a tia deixe a fortuna para ele e não para seu “rival” (Cristo, “as irmandades de sua simpatia
e padres de sua devoção”).

8–
a) Após ter sido expulso pela “Titi”, dona Patrocínio das Neves, Teodorico Raposo para sobreviver passa a
vender as falsas relíquias sagradas a Lino. Entretanto, ele próprio desacreditou as suas relíquias. Por isso, Lino
responde: “Está o mercado abarrotado.”
b) No sentido literal significa que as “ferraduras” são demasiadas para um país pequeno como Portugal. No
sentido irônico essas “ferraduras” referem-se aos “burros” que fazem parte da população de Portugal.

9 - Resposta: E
10 - Resposta: B
11 – Resposta: E
12 – Resposta: E
13 - Resposta: B
14 - Resposta: A
15 - Resposta: A
16 - Resposta: B
17 - Resposta: B
18 - Resposta: A

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