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editora – São Paulo – 2007.
“A síndrome dos anjos caídos é o conjunto de comportamentos e sofrimentos pelos quais passa toda a
família depois da descoberta que um filho esta usando drogas. A despeito de tanto amor e dedicação, o
“anjo” caiu nas drogas. A vigilância, então, se acirra sobre o jovem, e este, sentindose agredido,
ameaçado e diminuído, contraataca com agressões e mentiras” (p.p24)
A partir dessa rápida explicação Içami Tiba, provavelmente um dos maiores especialistas em
JUVENTUDE do Brasil, traça um quadro bastante preciso, didático e metodológico sobre as muitas
possíveis razões que tem levado cada vez mais jovens se envolverem com drogas dos mais diferentes
tipos, indiferente de serem licitas ou ilícitas.
O livro também aborda a questão do usurário e do trafego que faz entre diferentes tipos de drogas e
como que geralmente os pais são os últimos, a saber, na verdade muitas vezes os pais intuem que existe
algo errado, mas não querem acreditar que seu filho “seu lindo filhinho, aquele anjo” para quem ele
dedicou tanto tempo, atenção, carinho o tenha enganado de forma tão descarada, afinal não podemos
acreditar que só os filhos das tais famílias desestruturadas optam por esse perigoso caminho, muito ao
contrario, esse verdadeiro flagela atinge pessoas de todos os tipos sexos, idades e classes sociais, a
diferença é que enquanto os filhos das famílias ricas e abastadas têm um amplo conjunto de opções de
ajuda e tratamento os filhos dos trabalhadores e pobres poucas ou nenhuma opção tem.
Interessante como o autor demonstra o quanto que as drogas afetam as relações interpessoais e a ética
que deveria orientálas, a distorção da personalidade, a perca da auto disciplina, o sentimento de
gratidão por tudo que nossa família e outros fazem por nós desaparece, a cidadania que se compromete
com valores que em nada contribuem para a pessoa e a sua vida em coletividade.
Mas existe também a faceta mais técnica quando o autor explica a ação das drogas no cérebro e como
que a pessoa passa a justificar para si mesma sua ação como algo sem tanta importância pois afinal que
ele acredita que mantém o controle sobre a substancia que usa e todos os possíveis efeitos nocivos que
podem acarretar.
Ele procura orientar ao pai, principalmente o responsável por esse jovem para saber identificar os sinais
de uso que começa a ter problemas de personalidade quando se torna um mentiroso compulsivo afinal
ele tem que esconder os sinais que podem denunciálo.
Mas as drogas não estão presentes só nas favelas e periferias também estão nos condomínios luxuosos
e lá também existem meios para se consegui lá, por exemplo, quando o jovem esta sem dinheiro ele vai
a cantina, lanchonete ou restaurante e assina um vale num valor que diz ter consumido recebe parte do
dinheiro, a outra fica para o funcionário que o atendeu, e com ela vai procurar o traficante para adquirir a
sua droga predileta.
Mostram as escolas que também não estão preparadas para lidar com o problema e muitas não querem
aceitar que os tem chegando ao ponto de negálo e sugerir que só aquele jovem é o problemático e que
se a família o transferir pelo menos o problema imediato da escola estará resolvido, grande ilusão e ação
antipedagógica, em pouco tempo descobre que só viu a ponta do icebergue, pois muitos outros
provavelmente estarão envolvidos, alguns inclusive já traficam dentro da escola para sustentar seu vicio.
Segundo o autor parte do problema se deve a própria educação que os jovens hoje recebem inclusive
dentro de casa, as gerações anteriores foram educadas com muito rigor e os atuais pais o sentiram e
muito, assim com a desculpa de “não vou fazer com meu filho o que meu pai fez comigo” criouse um
ambiente de grande licenciosidade em que o jovem quase tudo pode, os pais viram reféns da própria
educação que dão aos seus filhos, não existe limites, tudo é permitido, eis um dos muitos problemas das
gerações atuais para saber lidar com as dificuldades do cotidiano
Como dependente químico em recuperação e pessoa preocupada com o tema que lê muito sobre o
mesmo posso afirmar que seguramente é o livro que mais e melhor pode informar uma pessoa que
pouco conhece sobre o assunto.
Antonio Carlos de Oliveira – Professor de História da EE Prof. Isaac Schraiber – dez 07.
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