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Anotações e apontamentos

A crítica a organização social implícita na ‘lógica do condomínio’, pela lembrança do


célebre filme de Godard, Alphaville (1965), expõe e analisa a ‘racionalidade instrumental’
que ordena a forma de vida em condomínio e exclui, em contrapartida, a ‘indeterminação da
palavra poética’, da qual se serve Lemmy Caution frente ao robô Alpha 60. Do lado de fora
está ‘toda a experiência possível’, ou seja, a possibilidade que resiste aos dispositivos,
mecanismos e injunções da segurança e do controle, empregados na lógica do condomínio,
que torna-se, como argumenta Dunker, paradigma da forma de vida. Antes de passar,
contudo, à exposição de sua ‘analítica do sofrimento psíquico’, o autor discute no texto de
introdução a constituição de uma racionalidade diagnóstica. Diagnosticar, dirá o autor,
‘tornou-se uma das atividades mais especificamente valorizadas em nossa atual forma de
vida’ (2015, pg.20). Há uma administração da vida que requer constantes diagnósticos, sejam
eles: educacionais, médicos, administrativos, econômicos, de marketing e propaganda, de
consumo, de mercado, epidemiológicos, de entretenimento, etc. Um cálculo que se organiza
em torno da tríade diagnóstico, intervenção e avaliação.

Mas para haver diagnóstico é preciso sua ‘condição de possibilidade’. Daí decorre a
necessidade de se pensar uma ‘diagnóstica’, ou seja, ‘uma expansão dos atos, raciocínios e
estratégias de inserção política, clínica e social do diagnóstico, e sua consequente ‘força de
lei’, capaz de gerar coações, interdições, tratamentos e que tais’ (pg.20). Logo, para além de
pensar o diagnóstico, é preciso recuperar à vista o sistema de possibilidades predefinidas nas
quais as formas de sofrimento são agrupadas em unidades regulares. Assim, a racionalidade
diagnóstica opera reconhecendo, nomeando e organizando o mal-estar em modos de
sofrimento e, secundariamente, estipulando, no interior destes, as formas de sintoma em
unidades regulares (doenças, síndromes, distúrbios ou quadros diagnósticos). Assim, conclui,
se a identificação de sintomas em articulação com um quadro clínico é tarefa do diagnóstico,
a diagnóstica define as formas de relação entre mal-estar, sofrimento e sintomas, com suas Commented [1]: Logo, a diagnóstica indica e articula
uma forma de subjetivação (ao reconhecer uma forma
consequências: educacionais, econômicas, jurídicas, epidemiológicas e psicológicas. de vida e de sofrimento)

Em se tratando de diagnósticos clínicos, o âmbito do ‘patológico’ amplia-se cada vez


mais para comportamentos de risco, atitudes inadaptadas, modos e estilos de vida, situações
laborais críticas, propensões genéticas, permitindo a conversão inadvertida do mal-estar em
sofrimento, inserindo-o na circulação que vai da propaganda a divulgação e consumo de
experiências de bem-estar, o que leva a perguntar, em uma cultura organizada pelos critérios
de desempenho: Qual é o limite que separa o uso de substâncias que tratam sintomas de
substâncias que criam um superávit de desempenho? (indutores de sono, agentes calmantes,
supressores de respostas de ansiedade, relaxantes musculares, etc.). A globalização do capital,
defende o autor, gerou também uma globalização das maneiras de sofrer. É este um efeito
da exportação das formas de vida ou um renovado agente de colonização, com suas formas
de sofrimento, codificação sintomática e narrativas sobre o mal-estar. Commented [2]: Proposta de pensar a codificação
dos sintomas e sua articulação em formas de
sofrimento (transtornos, distúrbios, etc.) como fruto de
uma diagnóstica, que retira a pretensa 'neutralidade'
dos manuais e descritores de diagnósticos.

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