Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
CURITIBA
2017
THAYNA LEITE DE PAULA
CURITIBA
2017
TERMO DE APROVAÇÃO
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção de título de Bacharel no Curso de Direito
da UniversidadeTuiuti do Paraná.
___________________________________________________
Prof. Dr. Eduardo de Oliveira Leite
Coordenador do Núcleo de Monografias do Curso de Direito
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientador: __________________________________________
Prof.ª Geórgia Sabbag Malucelli Niederheitmann
Universidade Tuiuti do Paraná
Curso de Direito
Supervisor: __________________________________________
Prof.
Universidade Tuiuti do Paraná
Curso de Direito
Supervisor:___________________________________________
Prof.
Universidade Tuiuti do Paraná
Curso de Direito
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 7
1 PERSONALIDADE JURÍDICA DO NASCITURO................................................. 9
1.1 TEORIAS SOBRE A PERSONALIDADE DO NASCITURO............................. 11
1.1.1 Teoria Natalista.............................................................................................. 12
1.1.2 Teoria da Personalidade Condicional............................................................ 14
1.1.3 Teoria Concepcionista................................................................................... 16
2 UM BREVE RESUMO SOBRE ABORTO........................................................... 18
2.1 ABORTO NA ATUALIDADE............................................................................. 19
2.2 A CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO................................................................. 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 37
INTRODUÇÃO
Não exige o corte do cordão umbilical, nem que seja viável (aptidão vital),
nem que tenha forma humana. Nascendo vivo, ainda que morra em
seguida, o novo ente chegou a ser pessoa, adquiriu direitos, e com a sua
morte os transmitiu. (GONÇALVES, 1998, p. 59)
Considerada como uma das três teorias para alguns, e para outros apenas
como um desdobramento da Teoria Natalista, visto que é defendido o nascimento
como o marco para iniciar a personalidade jurídica, mas afirma que o nascituro
tem uma condição suspensiva de direito, sendo uma pessoa virtual, estando em
formação, e assegurado pelos direitos do nascituro, como o direito à vida, mas os
outros direitos só irão ser transferidos com o nascimento. O nascimento para a
Teoria da Personalidade Condicional consolida os direitos que estavam suspensos
enquanto o nascituro estava dentro do ventre.
Na obra “Personalidade Jurídica do Nascituro” é citado o doutrinador
Miguel Maria de Serpa Lopes, sobre a Personalidade Condicional.
1
É muito, muito delicado, mas a igreja nunca pode trair o seu anúncio, que é defender a vida
desde a concepção até a morte natural, mesmo em face de um drama humano tão forte como o da
violência de uma criança. Declaração de padre Gianfranco Grieco, publicada pela revista La
Repubblica.
Analisando a posição religiosa sobre o aborto é possível notar a proibição
do ato, formulado por princípios éticos e morais religiosos, que mostram que a
vida humana é sagrada, devendo ser protegida e respeitada. Mas não deve ser
contra as normas estabelecidas pela legislação. E mesmo com as
divergências,ambos buscam proteger a vida e a dignidade humana. “Ao consagrar
o direito à vida, a Constituição não faz distinção entre a vida intra e extrauterina, e
não atribui valor maior à vida extrauterina em relação a intrauterina{...}”. (LIMA,
2011, p. 35)
O tema pode ser enfocado sob vários ângulos, como social, o religioso, o
político, o jurídico, o médico, o psicológico, o ético e outros. Por ser
controverso uma vez que coloca em discussão o direito à vida e à
dignidade, deve ser tratado de forma criteriosa, profunda e respeitosa.
(LIMA, 2011, p. 54)
Esse projeto de lei deve ser abordado cautelosamente, visto que é mais
uma das tentativas do estado para dominar o corpo das mulheres, priorizando um
atendimento psicológico para elas, forçando-as seguir com uma gravidez
indesejada decorrente de um estupro, em vez de dar-lhe-á escolha. Em 2010 o
projeto de lei estava na Comissão de Seguridade Social e Família, que foi
substituído a redação do artigo 13, acrescentando as ressalvas previstas no artigo
128 do CP. Havendo também a retirada da alteração da redação do atual Código
Penal, aumentando as penas dos artigos 124.125 e 126.
Segue o artigo 30 do projeto de lei do estatuto do nascituro;
2
Justificação dos deputados Luiz Bassuma e Miguel Martini sobre o projeto do estatuto do nascituro
Até o dia 08.09.2015 o projeto de lei se encontrava na Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania, conforme tramitação apresentada no site
da Câmara dos deputados3, junto com outros apensados, PL 489/07, PL 1.763/07
eo PL 3.748/08. E logo ter seguimento a votação no plenário.
3
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=345103
autonomia da mulher, que deve conservar o direito de fazer suas
escolhas existenciais; a integridade física e psíquica da gestante, que é
quem sofre, no seu corpo e no seu psiquismo, os efeitos da gravidez; e a
igualdade da mulher, já que homens não engravidam e, portanto, a
equiparação plena de gênero depende de se respeitar a vontade da
mulher nessa matéria.
5. A tudo isto se acrescenta o impacto da criminalização sobre as
mulheres pobres. É que o tratamento como crime, dado pela lei penal
brasileira, impede que estas mulheres, que não têm acesso a médicos e
clínicas privadas, recorram ao sistema público de saúde para se
submeterem aos procedimentos cabíveis. Como consequência,
multiplicam-se os casos de automutilação, lesões graves e óbitos.
6. A tipificação penal viola, também, o princípio da proporcionalidade por
motivos que se cumulam: (i) ela constitui medida de duvidosa adequação
para proteger o bem jurídico que pretende tutelar (vida do nascituro), por
não produzir impacto relevante sobre o número de abortos praticados no
país, apenas impedindo que sejam feitos de modo seguro; (ii) é possível
que o Estado evite a ocorrência de abortos por meios mais eficazes e
menos lesivos do que a criminalização, tais como educação sexual,
distribuição de contraceptivos e amparo à mulher que deseja ter o filho,
mas se encontra em condições adversas; (iii) a medida é desproporcional
em sentido estrito, por gerar custos sociais (problemas de saúde pública
e mortes) superiores aos seus benefícios.
7. Anote-se, por derradeiro, que praticamente nenhum país democrático
e desenvolvido do mundo trata a interrupção da gestação durante o
primeiro trimestre como crime, aí incluídos Estados Unidos, Alemanha,
Reino Unido, Canadá, França, Itália, Espanha, Portugal, Holanda e
Austrália.
8. Deferimento da ordem de ofício, para afastar a prisão preventiva dos
pacientes, estendendo-se a decisão aos corréus. (HC 124306.
Julgamento em 29/11/2016, Dje: 09/12/2016; Relator: Min. Luís Roberto
Barroso)
No presente estudo verificamos que não existe uma única corrente que
busca explicar o início da personalidade, tendo três teorias, a natalista, que era
majoritária no antigo Código Civil, a personalidade condicional, considerada um
desdobramento da primeira, visto que só com o nascimento é possível adquirir a
personalidade, e a terceira, a teoria concepcionista, que defende que a
personalidade começa no momento da concepção.
A personalidade jurídica no nascituro não necessariamente viola os
direitos das mulheres, mas sim assegura o direito de um feto que só possui mera
expectativa de vida por estar ligado ao corpo da mulher, porém, os projetos de lei
que estão tramitando pela câmera infringe os direitos fundamentais e básicos de
escolha da mulher, e deixando cada vez mais difícil a interrupção da gravidez
indesejada, visto que a sociedade impõe que a mulher deve carregar uma criança
até o seu nascimento, o que acarreta consequências muito piores do que uma
interrupção da gravidez, mas também é mostrado que não existe nenhum direito
absoluto.
E criminalização do aborto não leva a extinção da pratica, desta forma,
entendemos que a proibição deste como prática criminosa apenas prejudica a vida
das mulheres, estas que não estão preparas para criar e cuidar de uma criança,
devido a situações econômicas ou mudanças de planos em suas vidas. A
interrupção da gravidez deveria ser uma escolha da mulher gestante, tendo a
ciência que é a única responsabilizada pela gravidez, independentemente do que
aconteça.
A criminalização não é eficaz para combater o aborto, e só não enxerga
isso quem não quer. As estatísticas apontam que o aborto é a 4ª causa de
materna no país, decorrente de abortos clandestinos, ou seja, sem amparo médico
especializado, fazendo com que as mulheres sofram até a morte por realizar uma
interrupção de gravidez de forma desumanas.
Aos poucos o judiciário avança em suas decisões, privilegiando os direitos
fundamentais das mulheres, bem como seguindo o princípio da proporcionalidade.
Mas ao mesmo tempo os legisladores brasileiros apresentam projetos de leis que
consideram células fecundadas como uma vida, como uma criança, com direitos
superior ao de sua genitora, que não tem liberdade de escolha.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUNO, Aníbal. Direito Penal, parte geral, tomo 3° -, Forense, Rio de Janeiro,
1978.
CÓDIGO civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. 1a edição. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2002.
CRIMES HEDIONDOS, Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990. Disponível:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8072.htm>. Acessado em 07 mar. 2017
DINIZ, Maria Helena – Curso de Direito civil brasileiro, volume I: Teoria geral do
direito civil,28ª edição, Editora Saraiva, São Paulo, 2011.
DINIZ, Maria Helena –O estado atual do biodireito. 7ª edição. Revista, aumentada
e atualizada. Editora Saraiva. São Paulo, 2010.
GONÇALVES, Carlos Roberto – Direito civil brasileiro, volume 1: parte geral, 10.
ed.— Saraiva, São Paulo, 2012.
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de direito penal: parte geral, parte especial,
Revista dos Tribunais, São Paulo, 2008.
PRADO, Danda – O que é o aborto, abril cultural, Brasiliense, São Paulo, 1985.
RUSSO, Luciana. Direito Constitucional. 2ª Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2009
TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil – volume único. 6ª ed. Rev., atual. E
ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016.
RECURSO CÍVEL TJ-RS: Ação de cobrança. Indenização do seguro obrigatório
DPVAT. Nascituro. Morte decorrente de acidente automobilístico. Disponível em:
<https://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21345325/recurso-civel-
71003041936-rs-tjrs?ref=topic_feed>. Acessado em 05 mar. 2017.
REVISTA eletrônica do núcleo de estudos e pesquisas do protestantismo da
escola superior de teologia – EST. Disponível: <html//www.est.edu.br/nepp)
Acessado em 10 de fev. 2017.
VERARDO, Maria Tereza. Aborto: Um direito ou um crime? Moderna, Coleção
Polemica, São Paulo – SP, 1987.