Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
INVENTÁRIO DE REDAÇÕES
NOTA 1000
www.acrobatadasletras.com.br
Muito se tem discutido acerca da violência que aflige a sociedade brasileira de um modo geral.
Antes vista como característica dos grandes conglomerados urbanos, hoje ela se faz presente
no cotidiano de cada cidadão e se manifesta de diversas formas, desde a física até a moral.
Todavia, a sociedade tem encontrado vários entraves no caminho rumo à solução deste
panorama, barreiras estas impostas por um modo de pensar determinista e, muitas vezes,
preconceituoso.
De fato, muitos acreditam ser a violência fruto da profunda desigualdade social de nosso país
e baseiam seu pensamento em um sofisma simplista, afirmando que o pobre pratica a violência
por ser privado do atendimento de suas necessidades mais básicas. Nesse sentido, eles
desculpam grande parte da sociedade pelo problema e partem de uma premissa, que, se
verdadeira, faria de todos os miseráveis brasileiros pessoas violentas em potencial. Atrelar a
problemática da violência ao estado de pobreza e miséria é dizer que ela é característica de
uma única fatia da população e negar seu cunho cultural tão profundo.
Verdade é que a violência é tão presente em nosso dia-a-dia que já não apresenta uma face
definida, e já não somos capaz de identificá-la tão facilmente. A mídia tem contribuído, nesse
sentido, com sua banalização, visto que divulga produções artísticas em geral, nas quais o
“bem” vence o “mau” por meio de batalha física. Vence quem for mais forte fisicamente, aquele
que melhor saiba utilizar a força como forma de alcançar a vitória. Deste modo, passamos a
ver a violência como forma de resolver conflitos, mesmo que o façamos inconscientemente, e
passamos a ignorar a importância do diálogo e do debate civilizado.
Pode-se, portanto, afirmar que a solução do problema não é de fácil alcance, visto que envolve
questões ideológicas e culturais muito arraigadas no pensamento da sociedade. Contudo, uma
medida eficiente seria a aplicação de penas mais rígidas para quem fizesse uso da violência em
qualquer uma das formas que ela é capaz de assumir, devido ao fato de que a impunidade
encoraja, muitas vezes, a prática de atos violentos. Outra solução seria difundir, ainda nas
escolas, a importância do diálogo e as implicações da violência, contribuindo para a formação
de indivíduos mais conscientes quanto ao assunto.
Tudo isso, no entanto, não será verdadeiramente eficaz enquanto a sociedade encarar a
violência com determinismos e preconceitos, mesmo sabendo que é difícil não nos rendermos
à facilidade de culpar a pobreza e assumirmos uma visão simplista do assunto, assim como é
difícil identificarmos com clareza aquilo que nos leva a agira de forma violenta muitas vezes.
Somente se adotarmos uma postura realmente objetiva seremos capazes de encontrar soluções
práticas e funcionais. O problema da violência no Brasil se faz ainda mais urgente, pois o
capital utilizado em seu combate poderia ser utilizado para suprir as necessidades da
população. Enquanto não conseguirmos resolver este quadro, o país continuará sofrendo com
a violência da fome, da miséria, da falta de educação e da insalubridade; violências ainda mais
marcantes.
PROPOSTA
20 ENEM
04
EXEMPLO DE REDAÇÃO NOTA 1000 - ENEM 2004
"Coleira invisível"
Autoria desconhecida
Em uma época marcada por uma cobertura ostensiva da mídia, não são poucos os casos de
abusos, como invasões de privacidade e reportagens tendenciosas. Diante desse quadro,
muitos sugerem um retrocesso perigoso, com mecanismos de controle que se remetem a
épocas sombrias da história brasileira. Entretanto, essa mesma história mostra que soluções
radicais costumam ser perigosas, por isso é preciso ter cuidado com propostas precipitadas:
nada justifica um cerceamento do trabalho dos meios de comunicação. Nesse contexto, em um
palco ocupado por atores que extrapolam em seus papéis e um público acrítico, a solução
parece depender, em essência, de algo tão simples quanto raro: bom senso. Sem radicalismos.
O caminho para solucionar o conflito enfrenta seu primeiro obstáculo na identificação do
problema, afinal é imprecisa a fronteira entre o direito de imprensa e o direito individual: o
que é um “abuso”? Nesse sentido, a solução parece ser uma atuação mais presente, veloz e
rigorosa do sistema judiciário. Com isso, não se impõem restrições prévias a qualquer
conteúdo, ao mesmo tempo em que se inibem abusos pela possibilidade concreta de multas.
Basta, para isso, reduzir os entraves burocráticos no acesso à justiça e na definição de
sentenças.
Apesar de eficientes, essas penas rareariam os abusos na imprensa de forma apenas
superficial, pois não atacariam causas profundas do problema. Uma análise cuidadosa revela
que a má atuação dos veículos de comunicação é fruto de uma crise de valores tanto de
profissionais, que, muitas vezes, agem sabendo que estão errados, quanto das empresas, que
permitem e até estimulam práticas imorais. Nesse contexto, é necessária uma mudança de
postura: de um lado, as faculdades de comunicação poderiam dar maior importância à ética
no trabalho para formar jornalistas conscientes; de outro, as empresas deveriam fazer valerem
seus código de ética, em uma espécie de auto-regulação. Nem tudo vale em nome da audiência.
O papel efetivo da justiça e a conduta moral dos profissionais de imprensa, contudo, podem
se tornar pouco relevantes se a própria sociedade adotar uma postura diferente. O raciocínio
é simples: se a sociedade não assistir aos abusos, eles desaparecerão. É evidente que essa
lógica, em certos casos, esbarra em um desejo contemporâneo de assistir a conteúdos
“proibidos”, como a intimidade de pessoas famosas. Entretanto, com uma formação humana
mais sólida, essa aparente utopia pode ser tornar real. Dessa forma, a liberdade irrestrita de
informação seria garantida, e excessos e distorções acabariam eliminados pelo próprio
mercado.
Assim, é possível imaginar o usufruto da liberdade de imprensa sem abusos, desde que impere
o bom senso no poder público, na mídia e na própria população. Com isso, os veículos de
comunicação podem deixar seus atuais roteiros exagerados no camarim para assumir outro
papel: o de “cão-de-guarda” da sociedade. Com critério na divulgação de notícias, denúncias,
críticas e análises, esse importante agente social pode agir sem estar acorrentada por
mecanismos de censura, sendo “presa” apenas pelo reconhecimento de sua função.
PROPOSTA
20 ENEM
05
EXEMPLO DE REDAÇÃO NOTA 1000 - ENEM 2005
"O futebol e o livro"
Autoria desconhecida
Trocando o campo de futebol pelo canavial, o livro pela enxada. Essa é a realidade de muitas
crianças brasileiras atualmente. O trabalho infantil, que é constitucionalmente proibido, é
uma realidade brasileira que se tornou gritante e insustentável. Do contexto de miséria, falta
de solução e jogo de interesses, a infância no Brasil parece estar diminuindo
significativamente.
A necessidade desse amadurecimento precoce está diretamente ligada à pobreza das famílias
brasileiras. Cerca de 14,5% da população vive na mais absoluta miséria, principalmente no
Nordeste, fato esse que explica a concentração de crianças trabalhadoras nessa região. Tendo
necessidade de aumentar a sua renda, as famílias colocam os seus filhos para trabalhar. O que
se precisa é de uma melhor distribuição de renda no país, que é comprometida desde que o
Brasil tem esse nome.
Essa miséria se estende ao campo da educação. Como causa, a falta de escolaridade faz com
que o trabalho seja o único meio de se ascender socialmente. E como consequência, a
necessidade de trabalho faz com que as crianças não tenham tempo de ir para a escola. Devem
ser feitos programas como Bolsa-escola, que garantem educação para a criança e maior renda
para a família.
O problema dessa solução é a dificuldade que os empregadores criam. Não há mão-de-obra
mais barata do que a infantil. O interesse na manutenção desse sistema é grande e difícil de
ser quebrado, visto que há muitas pessoas poderosas e toda uma herança histórica envolvidas.
Apesar de antigo, o costume das vantagens que a escravidão trazia ainda se vê presente. Com
o fim dessa, a mão-de-obra mais lucrativa se tornou a infantil. Deve-se fazer valer a
Constituição e punir os envolvidos nesse crime de exploração.
Não há dúvida, portanto, de que a solução para se acabar com o trabalho infantil é constituída
de várias etapas, mas todas elas necessitam da participação do governo. O auxílio que esse
deve dar às famílias é fundamental para a exploração infantil não seja mais necessária. Assim,
tudo se resume à miséria, e a solução se torna uma só: o fim dela.
PROPOSTA
20 ENEM
06
EXEMPLO DE REDAÇÃO NOTA 1000 - ENEM 2006
"A química da leitura"
Autoria desconhecida
A chegada ao século XXI representa, em muitos aspectos, uma espécie de retorno à época das
cavernas. Ao mesmo tempo em que se repetem cenas de violência bárbara e as relações
humanas se tornam semelhantes às de animais, a linguagem escrita vai sendo substituída
pelas imagens. Nesse contexto, mais do que nunca, é preciso revalorizar a capacidade
transformadora da palavra escrita, especialmente no que diz respeito à leitura.
De um ponto de vista pragmático, mais do que informar, a leitura desenvolve a inteligência
crítica. Em um mundo globalizado, em que a Revolução Tecnológica torna qualquer
informação obsoleta a cada minuto, os mais “adaptados” não serão os “tele-informados”, mas
aqueles capazes de reaprender sempre, que são os acostumados a ler. Por essa razão, subsídios
governamentais ao barateamento dos livros e à construção de bibliotecas públicas são
imprescindíveis.
Na dimensão psicológica, a catarse diante de uma narrativa ajuda a construir personalidades.
Quanto mais (e melhor) uma pessoa tiver lido, mais rica e complexa será sua “psique”.
Sentimentos, linguagem, comportamentos – o que está nos livros nos amadurece e
transforma. Para isso, a valorização de professores pode ser útil no sentido de engajá-los em
projetos de dramatização de romances que incentivem a leitura de ficção.
Essa transformação dupla acaba por criar outro tipo de mudança, do indivíduo para o mundo
que o cerca. Isso ocorre porque o ato de ler desenvolve uma competência crítica e reflexiva nos
leitores, capaz de torná-los agentes sociais de muitas transformações. Como disse Drummond,
mais do que conquistar universos externos, cabe ao homem humanizar-se. E a leitura, como
ato solitário e concentrado, pode permitir essa descoberta, desde que os pais deem o exemplo
e criem um ambiente familiar favorável a essa atividade.
Por tudo isso, fica evidente que a leitura tem mesmo um papel transformador. Depois de ter
sido inventada, desenvolvida e difundida, a palavra escrita tem sido abandonada por muitos.
Não é de estranhar que prefiram se comunicar por socos e pontapés. Por isso, governantes,
professores e pais devem assumir seus papéis no sentido de fazer da leitura uma prática
possível. Basta isso para a “reação química” do conhecimento ocorrer.
PROPOSTA
20 ENEM
07
EXEMPLO DE REDAÇÃO NOTA 1000 - ENEM 2007
"Um novo molde"
Autoria desconhecida
Sem título
Jéssica Santiago Cury
A internet pode ser considerada uma das maiores conquistas do homem no século XXI, pois
torna acessíveis informações de diversas áreas desde a política até a cultura de diferentes
povos para toda a população. Além disso, pode ser vista como uma forma de socialização com
indivíduos de diferentes lugares por meio dos sites de relacionamentos. Porém, sua utilização
torna-se perniciosa quando ultrapassa os limites da vida pública e invade o meio privado de
uma pessoa.
O acesso à rede traz diversos benefícios à população, porém muitas pessoas a utilizam como
um meio de afetar o respeito e a dignidade de outros indivíduos perante a sociedade. Eles usam
os sites de relacionamentos, como por exemplo: “Facebook” e “Orkut” e publicam fotos e
vídeos os quais comprometem a imagem de alguém.
A utilização imprópria da internet pode até desqualificar uma pessoa no mercado de trabalho,
principalmente aqueles que usam desse meio para sobreviver como alguns atores e cantores.
Quando publicado algo de sua vida privada e se a sociedade julgar errado ou for contrária aos
princípios das instituições estabelecidas, degradam sua imagem e, concomitantemente, seu
serviço.
Portanto, para que a internet não seja vista como um meio pernicioso para a população é
necessária uma conscientização popular sobre sua utilização. Essa ação pode ser por meio de
políticas públicas e da própria sociedade como as ONGs. Com isso, o acesso à rede trará
somente benefícios, como aconteceu no Oriente Médio durante a Primavera Árabe em que os
sites de relacionamentos conseguiram disseminar ideais revolucionários para a derrubada de
vários ditadores.
"Catalisador estrangeiro"
Yárina Rangel
No final do século XX, o país passou por um período de grande prosperidade econômica que
ficou conhecido como “Milagre econômico.”. O otimismo gerado por essa conjuntura traduziu-
se em uma frase que permanece, até hoje, na cultura popular: “Brasil: o país do futuro”. O
crescente número de imigrantes que buscam terras tupiniquins, porém, revela que talvez o
futuro esteja próximo de chegar. Dessa forma, é preciso enxergar a oportunidade de
crescimento que tal fenômeno representa e propor medidas que maximizem os benefícios e
minimizem os problemas.
Em primeiro plano, deve-se entender que o aumento do contingente populacional gera uma
série de problemas para o local de destino. Nesse sentido, a qualidade dos sistemas de saúde,
segurança e educação que já não é ideal, no país, torna-se ainda mais precária caso não haja a
definição do limite de absorção de imigrantes por cidade. Logo, faz-se necessária a ampliação
da fiscalização das fronteiras do país pelas forças armadas para que haja maior controle do
número de pessoas que desejam viver no país, além de uma melhor administração do local de
destino evitando locais que já apresentam inchaço populacional.
Entretanto, ainda que haja um limite de indivíduos, aqueles que se estabelecem não são
inseridos na sociedade e acabam por incrementar o setor informal da economia, quando
poderiam contribuir para o crescimento do país, principalmente em setores onde há carência
de profissionais, como na construção civil. Para amenizar tal quadro, as ONGs poderiam
oferecer cursos de profissionalização aos imigrantes, aproximando-os da dinâmica social do
país. Afinal, não basta oferecer apenas água e alimentos como faz o governo no caso da chegada
de 500 haitianos no Acre, ano passado.
Torna-se evidente, portanto, que o país precisa administrar de forma mais consciente a
expressiva chegada de imigrantes. Com esse objetivo, além das medidas anteriormente
citadas, a criação de uma “cartilha do imigrante” ajudaria no estabelecimento desses
indivíduos uma vez que eles ficariam cientes de suas possibilidades, sendo papel do governo
elaborá-la. Com os imigrantes incrementando não só a cultura como a economia, a reação
social de transformação em país do futuro, certamente será agilizada.
"Brasil Atraente"
Igor Cavalcanti
Ao ser trabalhada a questão da imigração no Brasil, muito se pensa nos acontecimentos e nos
fluxo ao longo da história. No entanto, a nação brasileira constituiu-se, no século XXI, uma
potência econômica em crescimento e ganhou notoriedade a partir da popularização do
conceito dos BRICS, países de maior prosperidade econômica. Desse modo, pode-se dizer que
os movimentos de imigração para o Brasil no século XXI são uma decorrência da sua realidade
econômica e causam influências em outros campos como a cultura e a qualidade de vida.
Uma das grandes consequências culturais da imigração para o Brasil no século XXI é o
enriquecimento da cultura local, que já é caracterizada pela diversidade. Tal consequência,
atrelada ao conceito de convivência da sociedade, permite à nação macunaíma flexibilizar
ainda mais as relações sociais, mas somente quando distante dos ideais preconceituosos. Eles,
que estão presentes em grande parte dos países centrais que atuam como áreas de atração, são
crescentes na realidade brasileira, o que acaba por dificultar a consolidação da face boa da
imigração.
Além disso, por conta do contexto tecnológico de Revolução Informacional, as levas
populacionais que se deslocam do seu país de origem tendo como o destino final o território
brasileiro estão mais preparados e motivados quando comparadas aos imigrantes do passado.
Com isso, o homem contemporâneo não almeja se deslocar em busca de um subemprego, e
vem ao Brasil para contribuir como mais uma agente para o desenvolvimento do país. Dessa
forma, os migrantes diferenciados do século atual chegam qualificados e empenhados a entrar
no território como uma contribuição.
Não obstam, a política de amenidade mantida pelo país no contexto internacional garante uma
boa imagem para os interessados também residentes em país tidos como desenvolvidos.
Percebe-se , então, que empresas transnacionais enviam seus executivos e trabalhadores para
a nação que não se envolve em constantes guerras, possui facilidades no comércio com países
como China e Rússia e apresenta grandes taxas de crescimento, É vista, em consequência de
tal investimento estrangeiro, uma possibilidade de absorção de novas técnicas e
conhecimentos.
Subentende-se, então, que o contingente imigratório do século XXI com destino ao Brasil é
um fator de grande influência nos seus diversos campos de convivência social e cultural,
cabendo ao país direcionar essas possibilidades a um caminho próspero. Para isso, práticas
como o investimento governamental e privado nos "teapolos" brasileiros gatarem uma
formação da população nativa e a chance de inserção do imigrante na sociedade e no trabalho.
Além disso, tal investimento ajuda a fortalecer o convívio entre as diversas culturas e
conhecimentos, possibilitando o aprimoramento das técnicas.
Político. Econômico. Religioso. Esses são alguns dos motivos que já levaram a existência de
muitos fluxos migratórios pelo mundo. Cidadãos da Somália que fugiam da guerra civil de seu
país para territórios vizinhos. Mexicanos em busca do "sonho americano" nos Estados Unidos.
Calvinistas perseguidos na Europa na época da Contra-Reforma que se deslocaram para
outros continentes. Enfim, a migração ocorro por diversas razões. Observando o quadro geral
do movimento migratório para o Brasil no século XXI, percebe-se que uma de suas principais
causas é a econômica.
A crise financeira de 2008 que começou nos Estados Unidos já é considerada pelos
economistas como uma crise mais do que a ocorrida em 1929. O Brasil foi último país a entrar
nela e o primeiro a sair. Isso demonstra a força econômica que a nação brasileira, hoje sexta
maior economia do mundo, possui no século XXI. É esse crescimentos econômico que tem
atraído mão-de-obra qualificada e desqualificada para o país do futebol.
Uma reportagem da Folha revelou que a cada ano aumenta o número de estrangeiros
estudando na Universidade de São Paulo. Médicos de Cuba tem sido incentivados a trabalhar,
principalmente, no Norte do Brasil. Gringos têm se mudado para o litoral brasileiro e investido
no setor turístico dessa região. As confecções do Brás e do Bom Retiro estão repletas
imigrantes de países vizinhos, como mostrado numa reportagem do programa de televisão "A
Liga" no ano passado, 2011. Além disso, já a migração de retorno, em que brasileiros que
estavam em nações que estão sofrendo fortemente com a crise, voltam para o seu país. É fato
que o Brasil, se tornou um dos polos de atração dos fluxos migratórios que ocorrem pelo
mundo neste século. Isso representa uma grande responsabilidade para o governo brasileiro.
O Estado deve garantir a dignidade humana dos imigrantes por meio da elaboração e
fiscalização de leis que evitem a exploração dessa mão-de-obra. Além disso, deve garantir o
acesso deles a serviços públicos de qualidade. Esse contingente pode ajudar o Brasil a se tornar
uma nação cada vez mais rica e desenvolvida, e um ajudando o outro.
Sem título
Juliana Sousa
Desde o processo de colonização brasileira, milhares de imigrantes vieram para o país para
trabalharem como escravos (negros) nas lavouras e, depois da proibição da escravidão,
europeus vieram para encontrar melhores condições de vida. Graças a vinda de africanos e
europeus, o país desenvolveu uma cultura rica, repleta de miscigenação. Todavia, no século
XXI, o movimento imigratório para o Brasil tem ocorrido também devido a outros motivos.
A economia brasileira está cada vez mais forte. O país está no "ranking" entre as dez economias
que possuem os maiores PIB's do mundo. Além disso, o Brasil se tornou um grande exportador
de commodities (termo utilizado para produtos no seu estado bruto, como por exemplo, soja
e petróleo). Graças a isso, o país investe maciçamente em pesquisas para desenvolver e
aprimorar técnicas no ramo petrolífero (com a descoberta do p´re-sal) e no ramo da
agricultura (com máquinas, o desenvolvimento de terra improdutivas para se tornarem
produtivas e das sementes transgênicas) atraindo milhares de imigrantes tanto para estudar
como para novas oportunidades de emprego.
Por outro lado, há outros motivos que atraem imigrantes para o país. Na sociedade
contemporânea ainda existem grandes divergências entre algumas etnias, como por exemplo
a questão dos judeus e dos muçulmanos - o ódio entre alguns deles-. Paralelamente, a presença
de governantes ditadores em alguns países por exemplo Bolívia e países do Orientes Médio
intensificam a vinda de imigrantes, já que em seus países de origem encontram-se em situação
precária, sem acesso a direitos civis, políticos e sociais.
Por conseguinte, o movimento imigratório para o Brasil mostra o quando ele vem se destacado
internacionalmente. Contudo, para que esses imigrantes sintam-se acolhidos é necessário que
o país invista tanto em educação como em infraestrutura além de programas sociais (educação
profissionalizante) feitos pelo governo para ajudar na inserção desses imigrantes na economia
brasileira, e, indubitavelmente, sem esquecer próprios brasileiros.
Sem título
Ana Júlia Lopes Botafogo
Sem título
Matheus Drummond Pereira
"Direcionando o Brasil"
Álvaro Bergamaschi Novais
"Em Homeostase"
Amanda Reis de Carvalho
Segundo Lavoisier, renomado filósofo francês do século XVIII, "na natureza nada se cria, nada
se perde, tudo se transforma". A legislação brasileiro não foge dessa regra. Há quase seis anos
entrou em vigor a lei que proíbe que o indivíduo dirija com qualquer teor alcoólico no sangue.
A mesma modificou o cenário jurídico no momento em que altera a análise dos casos de
acidentes de trânsito. Por mais que essa medida representa um avanço legislativo, ainda
apresenta diversos entraves sejam ele culturais ou sociais.
A existência de uma pressão social atrelada ao culto do indivíduo malandro geram um desafio
para a eficácia da lei. A sociedade brasileira perpetua um estereótipo de diversão, em que para
se divertir é necessário beber. Esse padrão imposto é, principalmente , comprado pelos jovens,
na medida em que os mesmos buscam se socializar. Ademais já está impregnado na população
brasileira o biotipo de individuo malandro, que sempre busca burlar as regras para se
beneficiar. Um exemplo disso é a existência de programas para aparelhos eletrônicos a fim de
alertar os usuários sobre os locais onde ocorrem a fiscalização. Origina-se, assim, um fator
cultural a ser vencido.
Outro fator primordial para a ineficácia da legislação é o próprio sistema que a compõe. Nota-
se que não há postos de monitoramento suficientes para cobrir todo o perímetro urbano, sendo
que os mesmo encontram-se, geralmente, nos mesmos locais. Soma-se, ainda, a existência de
policiais corrompidos que gera uma falha no cumprimento da lei. Esses contribuem para
burla-la a medida em que aceitam suborno a fim de não penalizar o infrator. Adicionando as
duas medidas, percebe-se uma dificuldade do próprio sistema em assegurar a imposição plena
da lei.
Pode-se notar, portando, que é necessário, ainda, ultrapassar diversos entraves para que a lei
seja cumprida de forma plena. Para que isto ocorra, o governo deve criar um órgão fiscalizador
que proíba e acabe com os aplicativos utilizados para localizar os postos de monitoramento.
Além disso, necessita-se um maior controle por parte da polícia sobre os indivíduos que atuam
no programa, punindo-os quando burlarem o sistema, aceitando suborno ou benefícios, por
exemplo. E como tudo na vida o ideal é encontrar-se em homeostase, termo histórico usado
para definir equilíbrio, neste caso é necessário encontrar o meio-termo do bom senso da
população e eficiência do sistema.
No início do século XX, os Estados Unidos declararam guerra ao álcool, com a total proibição
como Lei seca. Essa medida diferentemente da versão brasileira, era facilmente driblada e
intervia nos direitos da população. Por ser mais sutil e focada, a campanha vigente no Brasil
já apresentou efeitos positivos, demonstrando que mais importante que a resistência de uma
legislação, é a sua efetiva aplicação. Portanto, o modelo aplicado no problema do dirigir
alcoolizado deve ser aplicado para outros âmbitos nacionais, relacionados ou não ao tráfego
viário.
Primeiramente, deve-se notar que a Lei Seca é um dos poucos casos no Brasil em que uma lei
foi criada e efetivamente aplicada. Apesar de legislarem sobre os mais variados aspectos,
poucas normas governamentais são seguidas de fato. Os efeitos da aplicação da lei 11905/2008
mostram, por serem benéficos, que a efetivação dos regulamentos já existentes devem ser a
prioridade.
Assim, torna-se necessário saber o que propicia o excesso da Lei Seca. É sabido que toda a
campanha baseia-se na fiscalização constante, aliada à avisos publicitários e punições severas.
Essa metodologia deixa o cidadão com medo de beber e dirigir, impedindo-o de violar a norma,
trazendo benefícios a todos. Ademais, esse resultados positivos são alcançados sem que haja
qualquer cerceamento a direitos ou prejuízo ao comércio, como aconteceu no caso
estadunidense.
Porém, a maior vantagem desse modelo, em realidade, e o fato de ele não ser restrito ao caso
supracitado. O tripé da fiscalização, informação e punição pose ser facilmente transposto a
outras realidade brasileiras em que a lei não é cumprida. Essa adaptação levaria ao mesmo
sucesso, então haveria não só uma redução nos acidentes viários, como já acontece, mas
também uma melhora em outros setores que estejam deficientes em âmbito nacional.
Portanto, os efeitos da implementação da Lei Seca nos revelam um modelo de aplicação
promissor, que pode ser facilmente expandido. assim deve ser criadas novas campanhas para
trazer o mesmo tripé, já bem aplicado, para escolas, a máquina pública ou hospitais, por
exemplo. Essa transposição, fiscalizando professores, políticos e médicos em seus encargos
traria benefícios também para essas áreas, e, consequentemente para a população em geral.
"Comportamento ao volante"
Andrezza Dias Bastos Ferreira
O automóvel foi uma das grandes invenções do homem. Ao longo dos anos, a espécie humana
foi se organizando em sociedade e desenvolvendo meios para facilitar seu deslocamento. Dessa
forma, o sistema rodoviário foi implantado e sendo, progressivamente, aprimorado no
território brasileiro. A intensificação desse processo gerou maior mobilidade á população, mas
também possibilitou a ocorrência de eventuais ações maléficas por parte dos cidadãos, como
o ato de dirigir após consumir bebida alcoólica. A Lei Seca, atual medida adotada pelo Governo
brasileiro, coloca em evidência a necessidade de se discutir sobre a segurança o trânsito.
O ato de dirigir é semelhante ao de se praticar um esporte. Nele, realizam-se movimentos que
estimulam a coordenação motora do individuo, capacitando-o para exercer determinada
atividade. Porém, conduzir um carro é uma prática coletiva, pois é preciso e noção e
competência para um bom desempenho próprio. e também atenção para com o
comportamento dos outros ao volante. Vista essa complexidade , dirigir embriagado é um
comportamento brutal, um vez que a bebida afeta negativamente o controle do homem sobre
si. A criação da Lei Seca foi de grande importância para organizar esse quadro, e vem
apontando estatísticas gradualmente satisfatórias na redução de vítimas de acidentes de
trânsito.
Contudo, muitos ainda se posicionam contra a lei mencionada, mas os mesmos não cogitam
que ela foi colocada em vigor por um bem maior. É compreensível o descontentamento das
pessoas que são impossibilitadas de beber socialmente porque o bafômetro alega quantidades
ingeridas que, para elas, são baixas e nocivas ao ideias desempenho do organismo. Entretanto,
é fundamental que o ser humano compreenda que prezar pela vida de seus semelhantes é mais
importante do que atingir um prazer pessoa, e é a partir desse princípio que leis como a Lei
Seca, devem ser respeitadas.
Portanto, medidas precisam ser tomadas a fim de diminuir as perigosas consequências que a
bebida alcoólica pode ocasionar aos motoristas. É obrigação do Governo cobrar da Polícia
Rodoviária Federal a intensificação da fiscalização da Lei Seca, e papel das escolas de direção
ressaltarem, nas aulas, a importância dos alunos em cumprir com esse dever. A mídia também
pode colaborar, com campanhas e propagandas que incentive, o cidadão a respeitar essa lei.
Dessa maneira, a sociedade brasileira poderá se tranquilizar e aguardar melhorias da conduta
de suas futuras gerações no trânsito.
"Harmonia progressista"
Beatriz Pêgo
Na época da grande depressão, o Estado Americano criou medidas para controlar o consumo
de bebidas destiladas. Hoje, o Brasil segue uma lógica parecida com essa ao implantar a Lei
Seca no país, objetivando conscientizar a sociedade sobre os efeitos negativos do álcool quando
utilizados durante a direção. Nessa perspectiva, apesar dos impactos positivos gerados por
essa implantação, a fiscalização de motoristas em rodovias e cidades do interior ainda é
pequena, além de ser necessária uma maior conscientização da população sobre a importância
da Lei. Assim os setores sociais dever sair do estado de inércia e traçar um caminho com
soluções que melhorem esse quadro.
Por outro Lado, a fiscalização promovida pela Lei muitas vezes se restringe aos centros
urbanos. Nas cidades do interior e principalmente nas rodovias, a presença de fiscais para
monitor os motoristas ainda é bastante pequena, Dessa forma, a possibilidade de pessoas
dirigirem alcoolizadas nesses lugares é maior, podendo ocorrer mais acidentes.
Outro problema é a necessidade de uma maior conscientização da sociedade sobre a
importância da Lei Seca. Com uma população ciente dos perigos do álcool na direção e da
forma como é realizada a fiscalização, é possível formar cidadãos que respeitem essa medida.
Dessa maneira, as escolas devem realizar debates públicos visando à formação de indivíduos
conscientes da relevância da Lei.
A lei seca, portanto, promoveu impactos positivos no Brasil, como a redução de acidentes de
trânsito. No entanto, para que os efeitos benéficos sejam sentidos por toda população, é
preciso superar a baixa presença de ficais no interior do país, além de conscientizar a
população da importância do cumprimento da legislação. Assim, os governos e os municípios
devem se aliar para ampliar o acesso á Lei nas cidades interioranas e nas rodovias,
aumentando a fiscalização sobre os motoristas. Além disso, a mídia, por meio de ficções
engajadas, pode criar programas que conscientizem a população. O caminho foi traçado, basta
dar o primeiro passo.
"Trânsito inequacional"
Beatriz Carvalho
Desde sua invenção, a bebida alcoólica, faz parte da cultura de diversas civilizações. Porém,
com o surgimento do automóvel, esse e aquela não podem ser variáveis de uma mesma
equação. Nesse aspecto, a Lei Seca implantada no Brasil reduziu consideravelmente o número
de morte por acidentes de trânsito. Entretanto, o individualismo da sociedade e o sistema de
transporte dificultam um efeito definitivo.
A aplicação do código de trânsito encontra seu maior desafio no alto índica de transgressão.
Isso ocorre devido a mentalidade individualista da maioria das pessoas, já citada pelo filósofo
John Locke, que acredita que as leis servem para os outros mas não para si. Além disso, a má
qualidade educacional, principalmente do ensino público, reduz o conhecimento acerca da
cidadania e dos direitos necessários para a sua execução. Dessa forma, a quantidade de
acidentes nas cidades e estradas ainda é grande, assim como o número de mortes.
Ademais, o sistema de transporte no Brasil também dificulta a execução da Lei Seca. Isso é
consequência da baixa disponibilidade de ônibus, trens e metrôs durante a noite e a
madrugada, horário em que há maior consumo de bebidas alcoólicas. Essa falta ocorre,
principalmente, em bairros periféricos, cidades pequenas e médias. Além disso, a escassez de
segurança desincentiva o uso desse. Assim, muitas pessoas optam por dirigir, colocando em
risco a vida delas e de outras.
Portanto, a Lei Seca é importante para a redução do número de acidentes de trânsito. Porém,
sua efetividade completa só ocorrerá com a mobilização da sociedade. Sendo assim, é preciso
que o governo acrescente ao currículo escolar disciplinas como cidadania e segurança no
tráfego, além de tornar mais rígidas as punições pelas transgressões e aumentar o número de
postos de fiscalização. Ademais, deve-se fazer uma reforma no sistema de transportes
públicos, aumentando o número desse nos horários noturnos e nas cidades periféricas. Dessa
forma, será possível reduzir o número de mortes no trânsito e chegar a uma sociedade menos
individualista.
"Fiscalização necessária"
Clara Biondi
Saídas à noite. Bares. Direção embriagada. Acidentes. No Brasil, por muito tempo, essa
sequência foi comum e sem punições. Nas últimos anos, a implantação do controle de
motoristas alcoolizados já trouxe resultados positivos ao país - como uma considerável queda
no número de acidentados. Entretanto, as opções de meios de transporte coletivos são restritas
e os cidadãos, então, recorrem ás redes sociais que indicam o posicionamento de tendas da Lei
Seca e continuam, a esse modo, a dirigir sob efeito do álcool.
O precário sistema de locomoção brasileiro auxilia diretamente na escolha do automóveis
individuais ao sair de casa, principalmente à noite. Os ônibus não possuem horário marcado
para passar, o metrô fecha relativamente cedo e os taxistas, sem fiscalização, cobram preços
exorbitantes em taxímetros adulterados. Ademais, esse pouco investimento do Estado vem
juntamente ao apoio do mesmo ao mercado automobilístico, influenciando no aumento das
vendas de carros, ao autorizar taxas de juros baixas, como IPI Zero. Assim, o cidadão escolhe
ter a certeza da volta para casa e dirige seu veículo, mesmo que esteja alcoolizado e que isso
possa causar acidentes posteriormente.
Além disso, com o desenvolvimento da tecnologia, é possível estar conectado o tempo todo,
sem intervalos, e esse aspecto do mundo globalizado trouxe sua consequência para o
cumprimento da Lei Federal. Ao escolher o tráfego com seu próprio automóvel, a pessoa, para
não ser punida, pesquisa, quando foi voltar para casa, os locais de ocorrência da Lei Seca pelo
celular, e cria um trajeto que não passe por eles; Dessa maneira, a internet é utilizada para
contornar a Lei pelos embriagados e, por isso, ainda ocorrem casos de óbitos envolvendo
motoristas alcoolizados.
Sendo assim, o projeto da Lei Seca já auxiliou muito na conscientização da população de evitar
a combinação "beber - dirigir". Para que o número de beneficiados aumente, é necessário que
o governo organize uma tabela de horário para transportes públicos durante a madrugada,
assim, ao sair, o cidadão já sabe quando retornar. Ademais, a fiscalização dos taxistas deve
ocorrer com mais frequência, multando aqueles que adulterem seus taxímetros. Por último,
deve-se criar uma lei que puna os donos de redes sociais que divulgam a localização das tendas
da Lei Seca, alegando que aqueles prejudicam o cumprimento desta.
PROPOSTA
20 ENEM
14
EXEMPLOS DE REDAÇÃO NOTA 1000 - ENEM 2014
Desde o final de 1991, com a extinção da antiga União Soviética, o capitalismo predomina como
sistema econômico. Diante disso, os variados ramos industriais pesquisam e desenvolvem
novas formas e produtos que atinjam os mais variados nichos de mercado. Esse alcance,
contudo, preocupa as famílias e o Estado quando se analisa a publicidade voltada às crianças
em contraponto à capacidade de absorção crítica das propagandas por parte desse público-
alvo.
Por ser na infância que se apreende maior quantidade de informações, a eficiência da
divulgação de um bem é maior. O interesse infantil a determinados produtos é aumentado
pela afirmação do desejo em meios de comunicação, sobretudo ao se articular ao anúncio
algum personagem conhecido. Assim, a ânsia consumista dos mais jovens é expandida.
Além disso, o nível de criticidade em relação à propaganda é extremamente baixo. Isso se deve
ao fato de estarem em fase de composição da personalidade, que é pautada nas experiências
vividas e, geralmente, espelhada em um grupo de adultos-exemplo. Dessa forma, o jovem fica
suscetível a aceitar como positivo quase tudo o que lhe é oferecido, sem necessariamente
avaliar se é algo realmente imprescindível.
Com base nisso, o governo federal pode determinar um limite, desassociando personagens e
figuras conhecidas aos comerciais, sejam televisivos, radiofônicos, por meios impressos ou
quaisquer outras possibilidades. A família, por outro lado, tem o dever de acompanhar e
instruir os mais novos em como administrar seus desejos, viabilizando alguns e proibindo
outros.
Nesse sentido, torna-se evidente, portanto, a importância do assessoria parental e organização
do Estado frente a essa questão. Não se pode atuar com descaso, tampouco ser extremista. A
criança sabe o que é melhor para ela? Talvez saiba, talvez não. Até que se descubra (com sua
criticidade amadurecida), cabe às entidades superiores auxiliá-la nesse trajeto.
Sem título
José Querino de Macêdo Neto
Se o conceito censitário de publicidade entende o uso de recursos estilísticos da linguagem, a
exemplo da metáfora e das frases de efeito, como atrativo na vendagem de produtos, a
manipulação de instrumentos a serviço da propaganda infantil produz efeitos que dão margem
mais visível ao consumo desnecessário. Com base nisso, estabelecem-se propostas de debate
social acerca do limite de conteúdos designados a comerciais televisivos que se dirigem a tal
público.
Faz-se preciso, no entanto, que se ressaltem as intenções das grandes empresas de comércio:
o lucro é, sobretudo, ditador das regras morais e decisivo na escolha das técnicas publicitárias.
Para Marx, por exemplo, o capital influencia, através do acúmulo de riquezas, os padrões que
decidem a integração de um indivíduo no meio em que ele se insere — nesse caso, possuir
determinados produtos é chave de aceitação social, principalmente entre crianças de cuja
inocência se aproveita ao inferir importâncias na aquisição.
Em contraposição a esses avanços econômicos e aos interesses dos grandes setores nacionais
de mercado infanto-juvenil, os órgãos de ativismo em proteção à criança utilizam-se do
Estatuto da Criança e do Adolescente para defender os direitos legítimos da não-ludibriação,
detidos por indivíduos em processo de formação ética. Não obstante, a regulamentação da
propaganda tende a equilibrar os ganhos das empresas com o crescente índice de consumo
desenfreado.
Cabe, portanto, ao governo, à família e aos demais segmentos sociais estimular o senso crítico
a partir do debate em escolas e creches, de forma a instruir que as necessidades individuais
devem se sobrepor às vontades que se possuem, a fim de coibir o abuso comercial e o
superconsumo.
Sem título
Juan Costa da Costa
Muito se discute acerca dos limites que devem ser impostos à publicidade e propaganda no
Brasil - sobretudo em relação ao público infantil. Com o advento do meio técnico-científico
informacional, as crianças são inseridas de maneira cada vez mais precoce ao consumismo
imposto por uma economia capitalista globalizada - a qual preconiza flexibilidade de
produção, adequando-se às mais diversas demandas. Faz-se necessário, portanto, uma
preparação específica voltada para esse jovem público, a fim de tornar tal transição saudável
e gerar futuros consumidores conscientes.
Um aspecto a ser considerado remete à evolução tecnológica vivenciada nas últimas décadas.
Os carrinhos e bonecas deram lugar aos "smartphones", videogames e outros aparatos que
revolucionaram a infância das atuais gerações. Logo, tornou-se essencial a produção de um
marketing voltado especialmente para esse consumidor mirim - objetivando cativá-lo por
meio de músicas, personagens e outras estratégias persuasivas. Tal fator é corroborado com a
criação de programas e até mesmo canais voltados para crianças (como Disney, Cartoon
Network e Discovery Kids), expandindo o conceito de Indústria Cultural (defendido por
filósofos como Theodor Adorno) - o qual aborda o uso dos meios de comunicação de massa
com fins propagandísticos.
Somado a isso, o impasse entre organizações protetoras dos direitos das crianças e os grandes
núcleos empresariais fomenta ainda mais essa pertinente discussão. No Brasil, vigoram os
acordos isolados com o Poder Público - sem a existência de leis específicas. Recentemente, a
Conanda (Comissão Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente) emitiu resolução
condenando a publicidade direcionada ao público infantil, provocando o repúdio de
empresários e propagandistas - que não reconhecem autoridade dessa instituição para atuar
sobre o mercado. Diante desses posicionamentos antagônicos, o debate persiste.
Com o intuito de melhor adequar os "consumidores do futuro" a essa realidade, e não apenas
almejar o lucro, é preciso prepará-los para absorver as muitas informações. Isso pode ser
obtido por meio de campanhas promovidas pelo Poder Público nas escolas (com atividades
lúdicas e conscientizadoras) e na mídia (TV, rádio, jornais impressos, internet), bem como a
criação de uma legislação específica sobre marketing infantil no Brasil - fiscalizando empresas
(prevenindo possíveis abusos) - além de orientação aos pais para que melhor lidem com o
impulso de consumo dos filhos (tornando as crianças conscientes de suas reais necessidades).
Dessa forma, os consumidores da próxima geração estarão prontos para cumprirem suas
responsabilidades quanto cidadãos brasileiros (preocupados também com o próximo) e será
promovido o desenvolvimento da nação.
"Consumidores do futuro"
Maria Eduarda de Aquino Correa Ilha
De acordo com o movimento romântico literário do século XIX, a criança era um ser puro. As
tendências do Romantismo influenciavam a temática poética brasileira através da idealização
da infância. Indo de encontro a essa visão, a sociedade contemporânea, cada vez mais, erradica
a pureza dos infantes através da influência cultural consumista presente no cotidiano. Nesse
contexto, é preciso admitir que a alegação de uma sociedade conscientizada se tornou uma
maneira hipócrita de esconder os descaso em relação aos efeitos da publicidade infantil no
país.
Em primeiro plano, deve-se notar que o contexto brasileiro contemporâneo é baseado na
lógica capitalista de busca por lucros e de incentivo ao consumo. Esse comportamento
ganancioso da iniciativa privada é incentivado pelos meios de comunicação, que buscam
influenciar as crianças de maneira apelativa no seu dia-a-dia. Além disso, a ausência de leis
nacionais acerca dos anúncios infantis acaba por proporcionar um âmbito descontrolado e
propício para o consumo. Desse modo, a má atuação do governo em relação à publicidade
infantil resulta em um domínio das influências consumistas sobre a geração de infantes no
Brasil.
Por trás dessa lógica existe algo mais grave: a postura passiva dos principais formadores de
consciência da população. O contexto brasileiro se caracteriza pela falta de preocupação moral
nas instituições de ensino, que focam sua atuação no conteúdo escolar em vez de preparar a
geração infantil com um método conscientizador e engajado. Ademais, a família brasileira
pouco se preocupa em controlar o fluxo de informações consumistas disponíveis na televisão
e internet. Nesse sentido, o despreparo das crianças em relação ao consumo consciente e às
suas responsabilidades as tornam alvos fáceis para as aquisições necessárias impostas pelos
anúncios publicitários.
Torna-se evidente, portanto, que a questão da publicidade infantil exige medidas concretas, e
não um belo discurso. É imperioso, nesse sentido, uma postura ativa do governo em relação à
regulamentação da propaganda infantil, através da criação de leis de combate aos comerciais
apelativos para as crianças. Além disso, o Estado deve estimular campanhas de alerta para o
consumo moderado. Porém, uma transformação completa deve passar pelo sistema
educacional, que em conjunto com o âmbito familiar pode realizar campanhas de
conscientização por meio de aulas sobre ética e moral. Quem sabe, dessa forma, a sociedade
possa tornar a geração infantil uma consumidora consciente do futuro, sem perder a pureza
proposta pelo Movimento Romântico.
Sem título
Mariana Pereira Pimenta
Produtos e serviços são necessários a qualquer sociedade. Dentre eles, estão serviços de planos
de saúde, financiamento de moradias, compra de roupas e alimentos, entre outros elementos
presentes no âmbito social. A publicidade e a propaganda exercem papel essencial na
divulgação desses bens. No entanto, é preciso atenção por parte dos consumidores para
analisar e selecionar que tipos de propagandas são fidedignas, e no caso de publicidade
direcionada a crianças e adolescentes, essa medida nem sempre é possível.
Em um primeiro plano, é importante constatar que as crianças não possuem capacidade de
analisar os prós e contras da compra de um produto. Nesse sentido, os elementos persuasivos
da propaganda têm grande influência no pensamento dos indivíduos da Primeira Idade, já que
personagens infantis, brinquedos e músicas conhecidas por eles estimulam uma ideia positiva
sobre o produto ou serviço anunciado, mas não uma análise do mesmo. Infere-se, assim, que
a utilização desses recursos é abusiva, uma vez que vale-se do fato de a criança ser facilmente
induzida e do apego às imagens de caráter infantil, considerando apenas o êxito do objetivo da
propaganda: persuadir o possível consumidor.
Além disso, observa-se que as ações do Conselho Nacional de Autorregulamentação
Publicitária (Conar) são importantes, porém insuficientes nesse quesito. O Conar busca, entre
outros aspectos, impedir a veiculação de propagandas enganosas, porém respeita o uso da
persuasão. Assim, ao longo dos anos, pode-se perceber que o Conar não considera o apelo
infantil abusivo e permitiu a transmissão de propagandas destinadas ao público infantil, já
que essas permanecem na mídia. Diante desse raciocínio, é possível considerar a resolução do
Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) válida e necessária para
a contenção dos abusos propagandísticos evidenciados.
Tendo em vista a realidade abusiva da propaganda infantil, é necessário que o Conar e o
Conanda trabalhem juntos para providenciar uma análise ainda mais criteriosa dos anúncios
publicitários dirigidos à primeira infância, a fim de verificar as técnicas de indução utilizadas.
Ademais, a família e o sistema educacional brasileiro devem proporcionar às crianças uma
educação relacionada a questões analíticas e argumentativas para que, já na adolescência,
possam distinguir de maneira cautelosa as intenções dos órgãos publicitários e a validez das
propagandas. Dessa forma, será possível conter os abusos e estabelecer justiça nesse contexto.
"Folha em Branco"
Raphael Luan Carvalho de Souza
Durante o século XX, o estímulo à produção industrial, por Getúlio Vargas, e o incentivo à
integração nacional, de Juscelino Kubitschek, foram fatores que possibilitaram a
popularização dos meios de comunicação no Brasil. Com isso, cresceu também a publicidade
infantil, que busca introduzir nas crianças, desde cedo, o princípio capitalista de consumo. No
entanto, essa visão negativa pode ser significativamente minimizada, desde que acompanhada
de uma forte base educacional que auxilia as crianças a discernir por meio do desenvolvimento
de senso crítico próprio.
É indiscutível a presença de fatores prejudiciais nas propagandas dirigidas a essa faixa etária.
Segundo o conceito de felicidade, discutido na filosofia da antiguidade por Aristóteles, a
eudaimonia é alcançada com a união equilibrada entre razão e satisfação de prazeres.
Contudo, evidencia-se que, na infância, o indivíduo não possui ainda discernimento racional
suficiente, o que faz com que a criança, ao ter acesso a publicidades, pense que o produto
divulgado é extremamente necessário. Isso acarreta, de forma negativa, a formação de jovens
e adultos excessivamente consumistas.
Entretanto, essa tendência pode ser revertida se somada à instrução adequada do público-alvo
do mercado publicitário infantil. Segundo a tábula rasa de John Locke, nascemos como uma
folha em branco, sem conhecimento, e o adquirimos por meio da experiência. A partir desse
pensamento, é possível entender que é função dos pais educar as crianças, haja vista que estas
são influenciadas pelo meio em que vivem. Com o apoio da base familiar, somada à escolar,
cria-se o senso crítico, que possibilita a gradativa menor influência da linguagem publicitária.
Desse modo, evidencia-se que o poder de persuasão do mercado apelativo não é absoluto.
Por fim, entende-se que, embora a publicidade infantil seja preocupante, tal efeito é reduzido
com o desenvolvimento do senso crítico, seja na base familiar, seja na escolar. A fim de atenuar
o problema, o Estado deve implementar, no ensino de base, projetos educacionais de análise
de linguagens com o auxílio do Ministério da Educação e Cultura e governos municipais,
visando a evidenciar, para a faixa etária infantil, a suma relevância da consciência sobre reais
necessidades de consumo. Dessa forma, a folha em branco ao nascer poderá ser preenchida,
formando cidadãos, de fato, conscientes.
Sem título
Rosely Costa Sousa
Uma criança imitando os sons emitidos por porcos já foi atitude considerada como falta de
educação. No entanto, após a popularização do programa infantil “Peppa Pig”, essa passou a
ser uma cena comum no Brasil. O desenho animado sobre uma família de porcos falantes não
apenas mudou o comportamento dos pequenos como também aumentou o lucro de uma série
de marcas que se utilizaram do encantamento infantil para impulsionar a venda de produtos
relacionados ao tema. Peppa é apenas mais um exemplo do poder que a publicidade exerce
sobre as crianças.
Os nazistas já conheciam os efeitos de uma boa publicidade: são inúmeros os casos de pais
delatados pelos próprios filhos – o que mostra a facilidade com que as crianças são
influenciadas. Essa vulnerabilidade é maior até os sete anos de idade, quando a personalidade
ainda não está formada. Muitas redes de lanchonetes, por exemplo, valem-se disso para
persuadir seus jovens clientes: seus produtos vêm acompanhados por brindes e brinquedos.
Assim, muitas vezes a criança acaba se alimentando de maneira inadequada na ânsia de
ganhar um brinquedo.
A publicidade interfere no julgamento das crianças. No entanto, censurar todas as
propagandas não é a solução. É preciso, sim, que haja uma regulamentação para evitar a
apelação abusiva –tarefa destinada aos órgãos responsáveis. No caso da alimentação, a
questão é especialmente grave, uma vez que pesquisas mostram que os hábitos alimentares
mantidos até os dez anos de idade são cruciais para definir o estilo de vida que o indivíduo terá
quando adulto. Uma boa solução, nesse caso, seria criar propagandas enaltecendo o consumo
de frutas, verduras e legumes. Os próprios programas infantis poderiam contribuir nesse
sentido, apresentando personagens com hábitos saudáveis. Assim, os pequenos iriam tentar
imitar os bons comportamentos.
Contudo, nenhum controle publicitário ou bom exemplo sob a forma de um desenho animado
é suficiente sem a participação ativa da família. É essencial ensinar as crianças a diferenciar
bons produtos de meros golpes publicitários. Portanto, em se tratando de propaganda infantil,
assim como em tantos outros casos, a educação vinda de casa é a melhor solução.
PROPOSTA
20 ENEM
15
EXEMPLOS DE REDAÇÃO NOTA 1000 - ENEM 2015
Sem título
Amanda Carvalho Maia Castro
A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas últimas
décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por essa causa
aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca
de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito,
pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas.
O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal. Isso se dá
porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo biológico em relação às
mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce mulher, torna-
se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega que o sexo feminino tem a função
social de se submeter ao masculino, independentemente de seu convívio social, capaz de
construir um ser como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos violentos contra as
mulheres são naturalizados, pois estavam dentro da construção social advinda da ditadura do
patriarcado. Consequentemente, a punição para este tipo de agressão é dificultada pelos traços
culturais existentes, e, assim, a liberdade para o ato é aumentada.
Além disso, já o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque a ideologia
da superioridade do gênero masculino em detrimento do feminino reflete no cotidiano dos
brasileiros. Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas apenas como fonte de prazer para
o homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos e a serem recatadas. Dessa
maneira, constrói-se uma cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo de se expressar
por estar sob a constante ameaça de sofrer violência física ou psicológica de seu progenitor ou
companheiro. Por conseguinte, o número de casos de violência contra a mulher reportados às
autoridades é baixíssimo, inclusive os de reincidência.
Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras dificultam a
erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa erradicação seja possível, é
necessário que as mídias deixem de utilizar sua capacidade de propagação de informação para
promover a objetificação da mulher e passe a usá-la para difundir campanhas governamentais
para a denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ademais, é preciso que o Poder
Legislativo crie um projeto de lei para aumentar a punição de agressores, para que seja possível
diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o fim da violência contra a mulher deixe de ser
uma utopia para o Brasil.
"Parte desfavorecida"
Anna Beatriz Alvares Simões Wreden
De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um “corpo
biológico” por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo,
para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos dos
cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois em pleno século XXI as
mulheres ainda são alvos de violência. Esse quadro de persistência de maus tratos com esse
setor é fruto, principalmente, de uma cultura de valorização do sexo masculino e de punições
lentas e pouco eficientes por parte do Governo.
Ao longo da formação do território brasileiro, o patriarcalismo sempre esteve presente, como
por exemplo na posição do “Senhor do Engenho”, consequentemente foi criada uma noção de
inferioridade da mulher em relação ao homem. Dessa forma, muitas pessoas julgam ser
correto tratar o sexo feminino de maneira diferenciada e até desrespeitosa. Logo, há muitos
casos de violência contra esse grupo, em que a agressão física é a mais relatada,
correspondendo a 51,68% dos casos. Nesse sentido, percebe-se que as mulheres têm suas
imagens difamadas e seus direitos negligenciados por causa de uma cultural geral
preconceituosa. Sendo assim, esse pensamento é passado de geração em geração, o que
favorece o continuismo dos abusos.
Além dessa visão segregacionista, a lentidão e a burocracia do sistema punitivo colaboram com
a permanência das inúmeras formas de agressão. No país, os processos são demorados e as
medidas coercitivas acabam não sendo tomadas no devido momento. Isso ocorre também com
a Lei Maria da Penha, que entre 2006 e 2011 teve apenas 33,4% dos casos julgados. Nessa
perspectiva, muitos indivíduos ao verem essa ineficiência continuam violentando as mulheres
e não são punidos. Assim, essas são alvos de torturas psicológicas e abusos sexuais em diversos
locais, como em casa e no trabalho.
A violência contra esse setor, portanto, ainda é uma realidade brasileira, pois há uma
diminuição do valor das mulheres, além do Estado agir de forma lenta. Para que o Brasil seja
mais articulado como um “corpo biológico” cabe ao Governo fazer parceria com as ONGs, em
que elas possam encaminhar, mais rapidamente, os casos de agressões às Delegacias da
Mulher e o Estado fiscalizar severamente o andamento dos processos. Passa a ser a função
também das instituições de educação promoverem aulas de Sociologia, História e Biologia,
que enfatizem a igualdade de gênero, por meio de palestras, materiais históricos e produções
culturais, com o intuito de amenizar e, futuramente, acabar com o patriarcalismo. Outras
medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: “O primeiro passo é o mais
importante na evolução de um homem ou nação. ”
Historicamente, o papel feminino nas sociedades ocidentais foi subjugado aos interesses
masculinos e tal paradigma só começou a ser contestado em meados do século XX, tendo a
francesa Simone de Beauvoir como expoente. Conquanto tenham sido obtidos avanços no que
se refere aos direitos civis, a violência contra a mulher é uma problemática persistente no
Brasil, uma vez que ela se dá- na maioria das vezes- no ambiente doméstico. Essa situação
dificulta as denúncias contra os agressores, pois muitas mulheres temem expor questões que
acreditam ser de ordem particular.
Com efeito, ao longo das últimas décadas, a participação feminina ganhou destaque nas
representações políticas e no mercado de trabalho. As relações na vida privada, contudo, ainda
obedecem a uma lógica sexista em algumas famílias. Nesse contexto, a agressão parte de um
pai, irmão, marido ou filho; condição de parentesco essa que desencoraja a vítima a prestar
queixas, visto que há um vínculo institucional e afetivo que ela teme romper.
Outrossim, é válido salientar que a violência de gênero está presente em todas as camadas
sociais, camuflada em pequenos hábitos cotidianos. Ela se revela não apenas na brutalidade
dos assassinatos, mas também nos atos de misoginia e ridicularização da figura feminina em
ditos populares, piadas ou músicas. Essa é a opressão simbólica da qual trata o sociólogo Pierre
Bordieu: a violação aos Direitos Humanos não consiste somente no embate físico, o
desrespeito está –sobretudo- na perpetuação de preconceitos que atentam contra a dignidade
da pessoa humana ou de um grupo social.
Destarte, é fato que o Brasil encontra-se alguns passos à frente de outros países o combate à
violência contra a mulher, por ter promulgado a Lei Maria da Penha. Entretanto, é necessário
que o Governo reforce o atendimento às vítimas, criando mais delegacias especializadas, em
turnos de 24 horas, para o registro de queixas. Por outro lado, uma iniciativa plausível a ser
tomada pelo Congresso Nacional é a tipificação do feminicídio como crime de ódio e hediondo,
no intuito de endurecer as penas para os condenados e assim coibir mais violações. É
fundamental que o Poder Público e a sociedade – por meio de denúncias – combatam praticas
machistas e a execrável prática do feminicídio.
"Conserva a Dor"
Caio Nobuyoshi Koga
O Brasil cresceu nas bases paternalistas da sociedade europeia, visto que as mulheres eram
excluídas das decisões políticas e sociais, inclusive do voto. Diante desse fato, elas sempre
foram tratadas como cidadãs inferiores cuja vontade tem menor validade que as demais. Esse
modelo de sociedade traz diversas consequências, como a violência contra a mulher, fruto da
herança social conservadora e da falta de conscientização da população.
Casos relatados cotidianamente evidenciam o conservadorismo do pensamento da população
brasileira. São constantes as notícias sobre o assédio sexual sofrido por mulheres em espaços
públicos, como no metrô paulistano. Essas ações e a pequena reação a fim de acabar com o
problema sofrido pela mulher demonstram a normalidade da postura machista da sociedade
e a permissão velada para o seu acontecimento. Esses constantes casos são frutos do
pensamento machista que domina a sociedade e descende diretamente do paternalismo em
que cresceu a nação.
Devido à postura machista da sociedade, a violência contra a mulher permanece na
contemporaneidade, inclusive dentro do Estado. A mulher é constantemente tratada com
inferioridade pela população e pelos próprios órgãos públicos. Uma atitude que demonstra
com clareza esse tratamento é a culpabilização da vítima de estupro que, chegando à polícia, é
acusada de causar a violência devido à roupa que estava vestindo. A violência se torna dupla,
sexual e psicológica; essa, causada pela postura adotada pela população e pelos órgãos
públicos frente ao estupro, causando maior sofrimento à vítima.
O pensamento conservador, machista e misógino é fruto do patriarcalismo e deve ser
combatido a fim de impedir a violência contra aquelas que historicamente sofreram e foram
oprimidas. Para esse fim, é necessário que o Estado aplique corretamente a lei, acolhendo e
atendendo a vítima e punindo o violentador, além de promover a conscientização nas escolas
sobre a igualdade de gênero e sobre a violência contra a mulher. Cabe à sociedade civil, o apoio
às mulheres e aos movimentos feministas que protegem as mulheres e defendem os seus
direitos, expondo a postura machista da sociedade. Dessa maneira, com apoio do Estado e da
sociedade, aliado ao debate sobre a igualdade de gênero, é possível acabar com a violência
contra a mulher.
"Por um basta na violência contra a mulher"
José Miguel Zanetti Trigueros
A violência contra a mulher no Brasil ainda é grande. Entretanto, deve haver uma distinção
entre casos gerais (que ocorrem independentemente do sexo da vítima) e casos específicos. Os
níveis de homicídios, assaltos, sequestros e agressões são altos, portanto, o número de
mulheres atingidas por esse índice também é grande. Em casos que a mulher é vítima devido
ao seu gênero, como estupros, abusos sexuais e agressões domésticas, as Leis Maria da Penha
e do Feminicídio, aliadas às Delegacias das Mulheres e ao Ligue 180 são meios de diminuir
esses casos.
O sistema de segurança no Brasil é falho. Como a violência é alta e existe uma enorme
burocracia, os casos denunciados e julgados são pequenos. Além do mais, muitas mulheres
têm medo de seus companheiros ou dependem financeiramente deles, não contando as
agressões que sofrem. Dessa forma, mais criminosos ficam livres e mais mulheres se tornam
vítimas.
Alguns privilégios são necessários para garantir a integridade física e moral da vítima, como a
Lei Maria da Penha, que é um marco para a igualdade de gênero e serve de amparo para todo
tipo de violência doméstica e já analisou mais de 300 mil casos. Há também medidas que
contribuem para reduzir assédios sexuais e estupros, como a criação do vagão feminino em
São Paulo e a permissão para que ônibus parem em qualquer lugar durante a noite, desde que
isso seja solicitado por uma mulher.
Também é alarmante os casos que envolvem turismo sexual. Durante a Copa do Mundo de
2014, houve um grande fluxo de estrangeiros para o Brasil. Muitos vêm apenas para se
relacionar com as mulheres brasileiras, algo ilegal, que que prostituição é crime. Não bastasse,
o pior é o envolvimento de menores de idade. Inúmeros motivos colocam crianças e
adolescentes nessa vida, como o abandono familiar, o aliciamento por terceiros e até
sequestros.
Portanto, para reduzir drasticamente a violência contra a mulher, deve ocorrer uma
intensificação na fiscalização, através das Leis que protegem as vítimas femininas. No que se
refere à punição dos criminosos, deve ocorrer o aumento das penas ou até atitudes mais
drásticas, como a castração química de estupradores (garantindo a reincidência zero). Para
aumentar o número de denúncias, a vítima deve se sentir protegida e não temer nada. Por isso,
mobilizações sociais, através de propagandas e centros de apoio devem ser adotadas. Todas
essas medidas culminariam em mais denúncias, mais julgamentos e mais prisões, além de
diminuir os futuros casos, devido às prisões exemplares.
Sem título
Julia Guimarães Cunha
O feminismo é o movimento que luta pela igualdade social, política e econômica dos gêneros.
Hodiernamente, muitas conquistas em prol da garantia dessas igualdades já foram alcançadas
– a exemplo do direito ao voto para as mulheres, adquirido no Governo Vargas. Entretanto,
essas conquistas não foram suficientes para eliminar o preconceito e a violência existentes na
sociedade brasileira.
De acordo com o site “Mapa da Violência”, nas últimas três décadas houve um aumento de
mais de 200% nos índices de feminicídio no país. Esse dado evidencia a baixa eficiência dos
mecanismos de auxílio à mulher, tais como a Secretaria de Políticas para as mulheres e a Lei
Maria da Penha. A existência desses mecanismos é de suma importância, mas suas ações não
estão sendo satisfatórias para melhorar os índices alarmantes de agressões contra o,
erroneamente chamado, “sexo frágil.”
Mas, apesar de ser o principal tipo, não é só agressão física a responsável pelas violências
contra a mulher. Devido ao caráter machista e patriarcal da sociedade brasileira, o preconceito
começa ainda na juventude, com o tratamento desigual dado a filhos e filhas – comumente
nota-se uma maior restrição para o sexo feminino. Além disso, há a violência moral, ainda
muito frequente no mercado de trabalho. Pesquisas comprovam que, no Brasil, o salário dado
a homens e mulheres é diferente, mesmo com ambos exercendo a mesma função. Ademais,
empresas preferem contratar funcionários do sexo masculino para não se preocuparem com
uma possível licença maternidade.
É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a segurança da mulher brasileira.
Desse modo, o Estado deve, mediante a ampliação da atuação dos órgãos competentes,
assegurar o atendimento adequado às vítimas e a punição correta aos agressores. Além disso,
cabe às empresas a garantia de igualdade no espaço laboral, pagando um salário justo e
admitindo funcionários pela sua qualificação, livre de preconceitos. Por fim, é dever da
sociedade o respeito ao sexo feminino, tratando igualmente homem e mulher. Assim, alcançar-
se-á uma sociedade igualitária e de harmonia para ambos os gêneros.
Sem título
Sofia Dolabela Cunha Saúde Belém
Sem título
Valéria da Silva Alves
A submissão da mulher em uma sociedade patriarcalista como a brasileira é um fato que tem
origens históricas. Por todo o mundo, a figura feminina teve seus direitos cerceados e a
liberdade limitada devido ao fato de ser considerada “frágil” ou “sensível”, ainda que isso não
pudesse ser provado cientificamente. Tal pensamento deu margem a uma ampla subjugação
da mulher e abriu portas a atos de violência a ela direcionados.
Nessa perspectiva, a sociedade brasileira ainda é pautada por uma visão machista. A liberdade
feminina chega a ser tão limitada ao ponto que as mulheres que se vestem de acordo com as
próprias vontades, expondo partes do corpo consideradas irreverentes, correm o risco de seres
violentadas sob a justificativa de que “estavam pedindo por isso”. Esse pensamento perdura
no meio social, ainda que muitas conquistas de movimento feministas – pautados no
existencialismo da filósofa Simone de Beauvoir – tenham contribuído para diminuir a
percepção arcaica da mulher como objeto.
Diante disso, as famílias brasileiras com acesso restrito à informação globalizada ou
desavisadas a respeito dos direitos humanos continuam a pôr em prática atos atrozes em
direção àquela que deveria ser o centro de gravitação do lar. A violência doméstica, em especial
física e psicológica, é praticada por homens com necessidade de autoafirmação ou sob
influência de drogas (com destaque para o álcool) e faz milhares de vítimas diariamente no
país. Nesse sentido, a criação de leis como a do feminicídio e Maria da Penha foram essenciais
para apaziguar os conflitos e dar suporte a esse grupo antes marginalizado.
Paralelo a isso, o exemplo dado pelo pai ao violentar a companheira tem como consequência
a solidificação desse comportamento psicológico dos filhos. As crianças, dotadas de pouca
capacidade de discernimento, sofrem ao ver a mãe sendo violentada e têm grandes chances de
se tornarem adultos violentos, contribuindo para a manutenção das práticas abusivas nas
gerações em desenvolvimento e dificultando a extinção desse comportamento na sociedade.
Desde os primórdios, nas primeiras sociedades formadas na Antiguidade até hoje, a mulher
luta por liberdade, representatividade e respeito. O Estado pode contribuir nessa conquista ao
investir em ONGs voltadas à defesa dos direitos femininos e ao mobilizar campanhas e
palestras públicas em escolas, comunidades e na mídia, objetivando a exposição da
problemática e o debate acerca do respeito aos direitos femininos. É importante também a
criação de um projeto visando a distribuição de histórias em quadrinhos e livros nas escolas,
conscientizando as crianças e jovens sobre a "igualdade de gênero" de forma interativa e
divertida.
Sem título
Izadora Peter Furtado
A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira é um problema muito
presente. Isso deve ser enfrentado, uma vez que, diariamente, mulheres são vítimas dessa
questão. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: o legado histórico cultural e o
desrespeito às leis.
Segundo a História, a mulher sempre foi vista como inferior e submissa ao homem. Comprova-
se isso pelo fato de elas poderem exercer direitos políticos, ingressarem no mercado de
trabalho e escolherem suas próprias roupas muito tempo depois do gênero oposto. Esse
cenário, juntamente aos inúmeros casos de violência contra as mulheres, corroboram a ideia
de que elas são vítimas de um legado histórico-cultural. Nesse ínterim, a cultura machista
prevaleceu ao longo dos anos a ponto de enraizar-se na sociedade contemporânea, mesmo que
de forma implícita, à primeira vista.
Conforme previsto pela Constituição Brasileira, todos são iguais perante à lei, independente
de cor, raça ou gênero, sendo a isonomia salarial, aquela que prevê mesmo salário para os que
desempenham mesma função, também garantida por lei. No entanto, o que se observa em
diversas partes do país, é a gritante diferença entre os salários de homens e mulheres,
principalmente se estas foram negras. Esse fato causa extrema decepção e constrangimento a
elas, as quais sentem-se inseguras e sem ter a quem recorrer. Desse modo, medidas fazem-se
necessárias para solucionar a problemática.
Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado proteger as mulheres da violência,
tanto física quanto moral, criando campanhas de combate à violência, além de impor leis mais
rígidas e punições mais severas para aqueles que não as cumprem. Some-se a isso
investimentos em educação, valorizando e capacitando os professores, no intuito de formar
cidadãos mais comprometidos em garantir o bem-estar da sociedade como um todo.
"Equilíbrio Aristotélico"
Raphael de Souza
Na obra “Entre Quatro Paredes”, do filósofo Jean-Paul Sartre, o protagonista Garcin declara:
“o inferno é os outros”. Desse modo, destaca sua insatisfação de viver socialmente, vista a
multiplicidade de comportamentos humanos – sobretudo, aqueles que exaltam preconceitos.
Esse sentido de inconformidade é, coerentemente, aplicável ao contexto brasileiro religioso, já
que há uma diversidade de casos de intolerância no âmbito. Essa problemática revela
inúmeras facetas (insultos, violências simbólica e física, e até mortes), exigindo atenção a seu
panorama sociocultural – grandemente negligenciado.
De acordo com o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, as raízes de formação do
pensamento brasileiro são denotadas por uma cordialidade. Isso permite que preconceitos
como a intolerância religiosa sejam tratados de forma velada. Entretanto, essas idiossincrasias
se repetem com frequências consideráveis, refletindo uma postura de negação à variedade de
crenças, a qual foi construída desde os colonizadores europeus. Escárnios, depredações de
objetos simbólicos e violências são consequências diretas dessa dinâmica.
Analisando mais profundamente o contexto brasileiro, percebe-se que a intolerância religiosa
manifesta-se quase indissociável à cultura, pois, segundo o sociólogo Pierre de Bourdieu, as
estruturas sociais são internalizadas pelos indivíduos. Nesse ínterim, religiões de matrizes
africanas ou asiáticas são desvalorizadas para darem voz ao eurocentrismo, assim como outras
diversidades de fé são marcadas por tons segregacionistas e cerceadores de direitos e
liberdades. A lógica foucaultiana de “vigiar e punir” é empregada indiscriminadamente,
condenando crenças individuais – embora essa temática seja pouco abordada, em razão da
cordialidade.
Portanto, para que práticas discursivas e transformadoras sejam estabelecidas sobre a
intolerância religiosa, deve-se desconstruir a moral de unicidade lógica, permitindo uma
amplitude de crenças. Para isso, o Estado precisa cumprir com eficiência seu Código Penal,
implementando leis se necessário. Políticas públicas educacionais devem ser engendradas em
escolas e universidades, viabilizando aulas de diversidade social e campanhas comunitárias de
exaltação de religiões distintas. Por fim, debates necessitam ser promovidos em meios virtuais
(redes sociais) e físicos (instituições públicas), visando a uma superação de preconceitos no
âmbito, e um conforto psicológico a afetados negativamente.
Indique o material
para um amigo.
Compartilhe o
conhecimento!
www.acrobatadasletras.com.br