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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

CAMPUS ALTO PARAOPEBA

DETERMINAÇÃO DA DUREZA DA ÁGUA

Relatório apresentado como parte das


exigências da disciplina Química Analítica
Experimental Aplicada a Bioprocessos sob
responsabilidade da profa. Ana Maria de
Oliveira

Felipe Augusto Oliveira Silveira 144250020


Lara Chrystina Malta Neri 144250006
Priscila Jhennifer Silva de Paula 144250023

Ouro Branco – MG

Novembro/2015
DETERMINAÇÃO DA DUREZA DA ÁGUA

RESUMO

A dureza da água foi definida pela capacidade dos cátions, na água, em


deslocar os íons sódio ou potássio em sabões e formar produtos pouco solúveis. Em
águas naturais, a concentração de íons cálcio (𝐶𝑎2+ ) e magnésio (𝑀𝑔2+ )
geralmente excede muito a de qualquer outro íon metálico, fazendo com que a
dureza da água seja expressa em termos de 𝑚𝑔 𝐿−1 de carbonato de cálcio (𝐶𝑎𝐶𝑂3 )
que é equivalente à concentração total de todos os cátions multivalentes presentes
na amostra. Assim, objetivou-se, por meio de procedimentos complexométricos,
verificar a qualidade da água de torneira mediante sua dureza e a partir dos
resultados, analisar se seu padrão de dureza se enquadrou nas regras
estabelecidas pela legislação. Para a determinação da dureza da água, que pode
ser classificada como: mole, dureza moderada, dura e muito dura, fez-se a titulação,
com EDTA, da água de torneira em meio tamponado por 𝑁𝐻3 /𝑁𝐻4 𝐶𝑙. O indicador,
Negro de Eriocromo T, possibilitou a visualização da mudança de coloração do vinho
para o azul. Posteriormente, determinou-se a concentração de 𝐶𝑎2+ na água de
torneira por meio de outra titulação com EDTA, colocando-se hidróxido de sódio e
indicador azul de hidroxinaftol na amostra. Tanto na determinação da dureza da
água quanto na determinação da concentração de 𝐶𝑎2+ , a análise foi feita em
triplicata e fez-se a titulação de um branco, pois o volume real foi obtido pela
subtração do volume da titulação pelo volume do branco. A concentração de 𝑀𝑔2+
foi calculada pela subtração das concentrações de dureza e de íons cálcio. Os
valores obtidos para dureza da água, íons cálcio e íons magnésio foram,
respectivamente, 38,63 (±0,06), 24,59 (±0,70) e 13,87 (±0,70) 𝑚𝑔 𝐿 −1 . Nota-se,
então, que o valor de dureza obtido, segundo a Portaria nº 2.914/2011 do Ministério
da Saúde, considera a água analisada como sendo água branda ou mole (níveis de
dureza de 0 a 50 𝑚𝑔 𝐿−1 ), a qual pode levar a indícios de manifestações de doenças
cardiovasculares. Já as a concentração de íons magnésio estão dentro do intervalo
máximo permito pela OMS que é de 150 𝑚𝑔 𝐿−1 .

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1. RESULTADOS E DISCUSSÃO

1.1. Parte I. Determinação da dureza da água


A determinação da dureza da água de torneira foi calculada através da
concentração dos íons cálcio e magnésio presentes na amostra, uma vez que esta
geralmente excede muito a de qualquer outro íon metálico (SKOOG et al., 2007).
Para isso, mediu-se 50,00 𝑚𝐿 de água de torneira e adicionou-se 3,00 𝑚𝐿 do tampão
𝑁𝐻3 /𝑁𝐻4 𝐶𝑙 com o intuito de controlar o pH da solução, mantendo-o próximo a 10,
proporcionando condições ideais para que os complexos formados ficassem
instáveis, já que o titulante libera íons 𝐻 + . Posteriormente, adicionou-se 3 gotas de
indicador Negro de Eriocromo T. Este foi escolhido por sua capacidade de formar
quelatos vermelhos com íons metálicos em pH igual ou maior que 7 e por apresentar
coloração azul com excesso de EDTA (SKOOG et al., 2007).
Realizou-se, então, uma titulação complexométrica, usando uma solução de
EDTA 0,0006 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 como titulante, para quantificar os íons metálicos presentes na
amostra. A titulação foi realizada 3 vezes na amostra e uma vez no branco, no qual
foi utilizado água destilada ao invés de água de torneira, visando descartar
interferências. Os volumes gastos de titulante se encontram na Tabela 1.

Replicata Volume de solução de EDTA (mL)


1 33,65
2 33,70
3 33,86
Branco 1,60
Tabela 1. Volumes EDTA 0,0006 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 necessários para titular 50,00 𝑚𝐿 de água
de torneira e água destilada (branco)

Uma vez que as reações de complexação do EDTA (Y4-) com metais (Mn+)
têm proporção de 1 mol de EDTA para 1 mol de íons, como mostrado na Reação 2

𝑀𝑛+ (𝑎𝑞) + 𝑌 4− (𝑎𝑞)  𝑀𝑌 𝑛−4 (𝑎𝑞) (2)

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e como no ponto de equivalência a quantidade de matéria em mols do titulante é
igual à quantidade de matéria em mols do reagente, calculou-se a concentração de
íons metálicos presentes nas amostras de água de torneira, por meio da Equação 3.

𝜂í𝑜𝑛𝑠 = 𝜂𝐸𝐷𝑇𝐴 → 𝐶í𝑜𝑛𝑠 ∙ 𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 = 𝐶𝐸𝐷𝑇𝐴 ∙ (𝑉𝐸𝐷𝑇𝐴 − 𝑉𝐸𝐷𝑇𝐴 (𝐵𝑅𝐴𝑁𝐶𝑂) )


𝐶𝐸𝐷𝑇𝐴 ∙(𝑉𝐸𝐷𝑇𝐴 −𝑉𝐸𝐷𝑇𝐴 (𝐵𝑅𝐴𝑁𝐶𝑂) )
𝐶í𝑜𝑛𝑠 = (3)
𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎

Para a replicata 1, tem-se

0,0006 ∙ (33,65 − 1,60)


𝐶í𝑜𝑛𝑠 = = 3,846 × 10−4 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1
50,00

Como a dureza da água é expressa em 𝑚𝑔 𝐿−1 de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 , de acordo com a


legislação, as concentrações, em 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 , foram convertidas para tal unidade de
medida, de acordo com a Equação 4.

𝑚𝑔
𝐶(𝑚𝑔 𝐿−1 ) = 𝐶(𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 ) ∙ 𝑀𝑀𝐶𝑎𝐶𝑂3 ∙ 1000 (4)
𝑔

Também para a replicata 1, tem-se

𝑔 𝑚𝑔
𝐶(𝑚𝑔 𝐿−1 ) = 3,846𝑥10−4 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 ∙ 100 ∙ 1000 = 38,46 𝑚𝑔 𝐿−1
𝑚𝑜𝑙 𝑔

Os valores de concentração de 𝐶𝑎𝐶𝑂3, em 𝑚𝑔 𝐿−1 , obtidos para as demais


replicatas se encontram na Tabela 5.

Replicata Dureza da água de torneira (mg L-1 de CaCO3)


1 38,65
2 38,52
3 38,71
Tabela 5. Dureza da água de torneira, dada pela concentração de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 em 𝑚𝑔 𝐿−1
nas amostras

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A partir dos dados acima, foi calculado a média (𝑥̅ ) e a incerteza da
concentração (𝜇), de acordo com a Equação 6, abaixo.

̅ 2
√Σ(𝑥−𝑥𝑖 )
𝑛−1
𝜇= (6)
√𝑛

Assim,
𝑥̅ = 38,63 𝑚𝑔 𝐿−1 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝐶𝑂3

√0,0188667
2−1
𝜇= = 0,06
√3

Com os dados obtidos, pode-se concluir que a dureza da água é de


38,63 (±0,06) 𝑚𝑔 𝐿−1. Como o erro encontrado está na casa do algarismo duvidoso,
pode-se considerar que o resultado encontrado é preciso.
A Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde estabelece, para dureza, o
teor de 500 𝑚𝑔 𝐿−1 em termos de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 como o valor máximo permitido para água
potável, sendo considerado níveis de 0 a 50 𝑚𝑔 𝐿−1 , água branda ou mole; de 50 à
100 𝑚𝑔 𝐿−1 , moderadamente dura; de 100 à 200 𝑚𝑔 𝐿−1 , dura e acima de
200 𝑚𝑔 𝐿−1 , muito dura. Portanto, a água da torneira usada como amostra pode ser
considerada branda ou mole, e está dentro do padrão estabelecido pelo órgão
regulador.
A dureza elevada da água pode acarretar o deslocamento dos íons sódio ou
potássio em sabões, formando produtos poucos solúveis que produzem uma
espécie de resíduo que adere às pias e banheiras (SKOOG et al., 2007). A água
branda ou mole, que caracteriza as alíquotas, por sua vez, é correlacionada com
certas doenças cardiovasculares (RICHTER, 1991), podendo causar problemas à
saúde.

1.2. Parte II. Determinação da concentração de íons Ca2+ e Mg2+


Para determinar as concentrações de íons cálcio e magnésio foram
preparadas outras 3 alíquotas de 50,00 𝑚𝐿 de água de torneira. A essas foram
adicionadas 30 gotas de uma solução de 𝑁𝑎𝑂𝐻 50% 𝑚/𝑚, fornecendo assim íons
hidroxila para o meio, levando à formação de hidróxido de magnésio (𝑀𝑔(𝑂𝐻)2 ),
mascarando o composto ao método, conforme a Reação 7, abaixo.
5
𝑀𝑔+2 (𝑎𝑞) + 2𝑂𝐻 − (𝑎𝑞) ⇌ 𝑀𝑔(𝑂𝐻)2 (𝑠) (7)

A formação de hidróxido de cálcio (𝐶𝑎(𝑂𝐻)2 ), não acarretou em um erro


considerável, pelo fato de que a constante de solubilidade dessa espécie (𝐾𝑝𝑠 =
6,5 × 10−6 ) ser muito maior do que a do hidróxido de magnésio (𝐾𝑝𝑠 = 7,1 × 10−12 )
(SKOOG et al., 2007).
Em seguida, foi adicionado uma ponta de espátula do indicador azul de
hidroxinaftol, o qual foi escolhido por ter grande seletividade com íons cálcio.
Novamente, foi preparado um branco para eliminação de interferentes. As amostras
e o branco foram então titulados com 0,0006 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 de EDTA, para a complexação
dos íons 𝐶𝑎+2 presentes na solução. Os volumes de titulante utilizados em cada
titulação encontram-se na Tabela 8.

Replicata Volume de solução de EDTA (mL)


1 22,90
2 21,15
3 21,00
Branco 1,19
Tabela 8. Volumes de EDTA 0,0006 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 necessários para titular 50,00 mL de
água de torneira e água destilada (branco)

O cálculo da concentração dos íons 𝐶𝑎+2 é análogo ao dos íons da primeira


parte, de acordo com a Equação 9.

𝐶𝐸𝐷𝑇𝐴 ∙(𝑉𝐸𝐷𝑇𝐴 −𝑉𝐸𝐷𝑇𝐴 (𝐵𝑅𝐴𝑁𝐶𝑂) )


𝐶𝐶𝑎+2 = (9)
𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎

Como foi visto, as concentrações de íons 𝐶𝑎+2 em 𝑚𝑜𝑙 𝐿−1 devem ser
convertidas para 𝑚𝑔 𝐿−1 de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 . Essa conversão é análoga à da primeira parte e
os resultados encontrados estão na Tabela 10.

6
Replicata Concentração de íons cálcio (mg L-1 de CaCO3)
1 26,05
2 23,95
3 23,77
Tabela 10. Concentração de 𝐶𝑎+2 nas amostras, expresso em 𝑚𝑔 𝐿−1 de 𝐶𝑎𝐶𝑂3

A partir dos valores da Tabela 10, foi calculado a média (𝑥̅ ) e a incerteza da
concentração (𝜇). O valor encontrado foi 24,59 (±0,70) 𝑚𝑔 𝐿−1 de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 . Como o
erro percentual foi 2,67%, pode-se afirmar que a incerteza foi considerável, o que
pode ser justificado pela dificuldade de se distinguir o ponto de equivalência durante
a titulação devido ao uso de uma quantidade inferior à necessária, do indicador.
A concentração dos íons magnésio é obtida subtraindo-se a concentração
total dos íons obtida na primeira parte, pela concentração dos íons cálcio, como
mostra a Equação 11. O desvio padrão (𝜇) é calculado de acordo com a Equação 6.

𝐶𝑀𝑔+2 = 𝐶í𝑜𝑛𝑠 − 𝐶𝐶𝑎+2 = 13,87 𝑚𝑔 𝐿 −1 (11)

𝜇 = √0,062 + 0,702 = 0,70

Portanto, a concentração de íons magnésio na amostra de água de torneira é


de 13,87 (±0,70) 𝑚𝑔 𝐿 −1 de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 . O governo brasileiro não impõem restrições à
concentração dos íons cálcio na água, uma vez que estes são benéficos à saúde
humana (COTRUVO, et al. 2009). O magnésio, por sua vez, apesar de também ser
importante para a saúde, é limitado pela OMS – Organização Mundial da Saúde –
em 150 𝑚𝑔 𝐿 −1 de 𝐶𝑎𝐶𝑂3, um valor muito maior do que o encontrado no
experimento.

2. CONCLUSÃO

Na primeira parte do experimento, por meio das titulações realizadas,


concluiu-se que a dureza da água da torneira analisada foi de 38,63(±0,06) 𝑚𝑔 𝐿−1
de modo que esta está abaixo do nível indicado pela legislação, que diz que os
níveis de dureza da água que não oferecem riscos à saúde estão entre 40 e
170 𝑚𝑔 𝐿−1 (BASTOS, R. X., et al.). Assim, a água analisada foi avaliada como mole.
7
As concentrações de íons cálcio e íons magnésio encontradas através do
experimento foram 24,59(±0,70) e 13,87(±0,70) 𝑚𝑔 𝐿−1 , respectivamente,
comprovando que de fato a concentração de íons cálcio é maior que a de íons
magnésio, como considerado durante o experimento, sendo a concentração de íons
magnésio dentro do intervalo máximo permito pela OMS que é de 150 𝑚𝑔 𝐿−1 .
Ressalta-se ainda que se foi preparado um branco para que se desconsiderasse a
presença de outros íons que influenciam na dureza da água.

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BASTOS, R. X.; HELLER, L.; BEVILACQUA, P. D.; PÁDUA, V. L.; BRANDÃO, C. C.


S. Legislação sobre o Controle e Vigilância da Qualidade da água para
consumo humano: A experiência brasileira comparada à panamericana.
Disponível em: <http://www.bvsde.paho.org/bvsAIDIS/PuertoRico29/bastos.pdf>.
Acesso em: 10 de novembro de 2015.

BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011.


Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html>.
Acesso em 06 de novembro de 2015.

COTRUVO, J; BARTRAM, J. Calcium and Magnesium in Drinking-water: Public


Health Significance. Geneva, World Health Organization, 2009. 194p.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Guidelines for Drinking-water


Quality. 4ª ed. Nova York: ONU, 2011. 564p.

RICHER, C.A; NETTO, J.M.A. Tratamento de água: tecnologia atualizada.


1ºedição. São Paulo; Blucher, 1991. 332p.

SKOOG, D.A; HOLLER F.J; WEST, D.M. Fundamentos de química analítica. 8ª


edição. São Paulo. Thomson. 2007. 688p.

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