Sei sulla pagina 1di 7

2014-2015 Diretrizes SBD

Uso da insulina no tratamento do


diabetes mellitus tipo 2

Introdução insulina também deve ser iniciada Insulinoterapia


quando o paciente apresentar sinto- no tratamento crônico
O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) carac- mas de hiperglicemia graves e signifi- do diabetes mellitus tipo 2
teriza-se por dois defeitos fisiopatoló- cantes ou níveis de glicose muito ele-
gicos principais: a resistência à insu- vados (> 300 mg/d) ou perda de peso O tratamento atual do DM2 apoia-se
lina, que resulta em aumento da pro- significante ou presença de cetonú- em alguns algoritmos terapêuticos
dução hepática de glicose e redução ria.3,4 A insulina é a mais efetiva medi- desenvolvidos recentemente por
da sua utilização periférica, e o com- cação hipoglicemiante conhecida e sociedades internacionais de diabetes:
prometimento da função secretora da pode reduzir a HbA1c aos níveis de o algoritmo de consenso da American
célula β. A história evolutiva natural controle desejáveis a partir de quais- Diabetes Association (ADA) e da
dessas alterações faz com que os quer níveis de HbA1c iniciais. Não exis- European Association for the Study of
defeitos metabólicos característicos tem doses máximas acima das quais Diabetes (EASD), publicados em
do DM2 estejam presentes de 9 a 12 seu efeito terapêutico não ocorra, nem janeiro de 2009 e revistos em janeiro
anos antes do diagnóstico da doença, contraindicações ao seu uso.3,4 de 2012,3 e as diretrizes para o controle
que em geral acontece quando a De modo geral, no paciente com do diabetes da American Association
diminuição da função da célula β DM2 a utilização da insulina é menos of Clinical Endocrinologists (AACE),
chega próximo a 50%. Essa redução frequente do que deveria e seu início publicadas em junho de 2007 e revistos
progressiva da função insulínica está tende a ser tardio. Isso se deve ao em março de 2013.5 Com base nessas
associada à deterioração glicêmica e receio infundado, tanto por parte de recomendações, a Sociedade Brasileira
acontece independentemente da médicos como do paciente e seus de Diabetes (SBD) publicou o seu posi-
terapêutica utilizada (A). familiares, particularmente no caso do cionamento oficial sobre o tratamento
Embora a dificuldade de manter a paciente idoso, quanto a alguns dos do DM2,4 do qual deriva grande parte
hemoglobina glicada (HbA1c) no nível possíveis efeitos colaterais da insulina, das recomendações a seguir. As metas
desejado ao longo do tempo esteja incluindo, em especial, a hipoglicemia do controle glicêmico, que estão mais
relacionada tanto com o estilo de vida e o ganho de peso. rígidas, foram detalhadas no Quadro 1.
quanto com o tipo de medicação pres-
crita, ela decorre primariamente do
declínio progressivo da função da célula Quadro 1 Metas do controle glicêmico recomendadas pela SBD
β,1 sendo a necessidade de insuliniza-
ção reconhecida como o resultado Glicemia Glicemia Glicemia
A1c < 7%
natural desse processo temporal (A). jejum pré-prandial pós-prandial
Por esta razão, a terapêutica com
insulina deve ser iniciada quando, a *ADA/EASD < 100 mg < 130 mg < 180 mg
despeito de doses máximas de duas ou
três drogas orais utilizadas por alguns SBD < 100 mg < 130 mg Até 160 mg
meses, o paciente mantiver níveis de
*ADA = American Diabetes Association. *EASD = European Association for the Study of Diabetes.
HbA1c > 7% ou > 8% em populações SBD: Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes SBD 2011.4 ADA/EASD. Diabetes Care, published
específicas (B).2 A terapêutica com online April 19, 2012.

57
Diretrizes SBD 2014-2015

Uso de insulina em elevada, com HbA1c acima do valor Caso a HbA1c esteja acima do alvo
diabetes mellitus tipo 2 alvo máximo desejável, apesar do desejado após 3 meses, deve-se reava-
uso de doses máximas de terapêu- liar as medidas capilares antes das
Desde que novos tipos de insulina, com tica oral combinada (dois ou três refeições e, se ainda persistirem eleva-
perfis de ação distintos, tornaram-se dis- antidiabéticos orais [ADOs]), a insu- das, pode ser necessária outra aplica-
poníveis, existe a preocupação de que o linoterapia deve ser iniciada. ção de insulina NPH (C).
modo de início da terapêutica insulínica No início da insulinoterapia
nos pacientes com DM2 venha a se tornar combinada, a medicação oral deve
muito complexo e, por isso, ainda mais ser mantida na mesma dosagem Insulina prandial
postergado na prática clínica.2 Embora os (eventualmente reduzida). Uma
novos análogos de insulina ofereçam única dose de insulina basal ao dei- Se após o ajuste de doses basais a
mais possibilidades terapêuticas, é neces- tar é considerada a estratégia prefe- HbA1c ainda continuar acima da nor-
sário que a escolha de novas estratégias rencial para início de insulinoterapia malidade, devemos testar os níveis gli-
não traga dificuldades para aqueles pro- no DM2 em uso de ADOs (B). cêmicos pós-prandiais e ajustar a insu-
fissionais menos experientes no manejo A dose inicial recomendada para lina rápida pré-prandial.
dessas novas formas de insulina. iniciar insulina basal em DM2 é de As insulinas em pré-mistura geral-
É importante ressaltar que a insuli- 10-15 U ou 0,2 U/kg/dia nos pacien- mente não são recomendadas durante
noterapia pode ser iniciada em etapas tes mais obesos. o ajuste das doses. Todavia, elas
precoces do tratamento do DM2, O ajuste da dose de insulina pode podem ser utilizadas conveniente-
quando somente modificações do ser feito, de preferência, pelo próprio mente antes do café da manhã ou do
estilo de vida (dieta e exercícios) asso- paciente, em aumentos de 2 ou 4 U jantar, se as proporções das insulinas
ciadas à metformina forem insuficien- (dependendo do valor das glicemias de ação rápida ou intermediária forem
tes para obter controle glicêmico ade- capilares do jejum, se consistente- similares às proporções fixas disponí-
quado após 3 meses de início da tera- mente maiores do que 130 ou 180 mg/ veis no mercado.
pia (B).4 Nesta situação, pode ser consi- d, respectivamente) a cada 3 dias, até Sugere-se iniciar a insulina pran-
derado associar insulina basal ao atingir o alvo de glicemia de jejum dial antes da principal refeição do
esquema terapêutico, especialmente menor que 110 a 120 mg/d, desde paciente. A dose pode ser calculada de
quando existirem restrições ao uso de que não ocorra hipoglicemia noturna.6 acordo com o desejo do paciente de
outras drogas orais (A). Se a glicemia capilar de jejum aprender, ou não, a realizar a contagem
A insulina pode ser escolhida como está dentro do alvo desejado, de carboidratos. Em caso positivo,
segundo agente terapêutico também devem-se verificar os valores antes pode-se iniciar com 1 UI de insulina
quando a HbA1c estiver > 8,5%, após a do almoço, do jantar e ao deitar. Na para cada 15 g de carboidratos, ajus-
dose máxima de metformina, ou se o dependência dos resultados, deve- tando essa relação de acordo com a gli-
paciente estiver apresentando sinto- se acrescentar uma segunda injeção cemia pós-prandial ou de acordo com
mas de hiperglicemia. (geralmente iniciando com aproxi- a glicemia pré-prandial da refeição
Considera-se basal a insulina neu- madamente 4 U e ajustando com 2 U seguinte. Caso o paciente não deseje
tral protamine Hagedorn (NPH), NPL a cada 3 dias). Se a medida antes do aprender o método de contagem de
(neural protamine Lispro) e os análo- almoço for acima do intervalo da carboidratos, pode-se iniciar com 2 a 4
gos de ação prolongada (glargina, normalidade, deve-se adicionar uma UI de insulina rápida ou ultrarrápida
detemir ou degludec, sendo que esta insulina de ação rápida ao café da antes da principal refeição.4
última insulina ainda não está disponí- manhã ou NPH ao café da manhã. Se Uma revisão de 22 estudos compa-
vel no mercado brasileiro). a mensuração antes do jantar for rando os efeitos da insulina mista ou
elevada, pode-se acrescentar a insu- bifásica, basal ou pré-prandial, ao ini-
lina NPH ao café da manhã ou ciar a insulinização em pacientes com
Agentes antidiabéticos almoço ou a insulina de ação rápida DM2, mostrou uma queda maior da
orais + insulina basal ao almoço. Finalmente, se a glicemia HbA1c com a bifásica em comparação
capilar ao deitar for acima do nor- com a basal, apesar do pior controle da
Naqueles pacientes com DM2 e gli- mal, deve-se acrescentar uma insu- glicemia de jejum, havendo ganho de
cemia de jejum persistentemente lina de ação rápida ao jantar. peso e maior risco de hipoglicemia (B).7

58
2014-2015 Diretrizes SBD

Análogos de insulina que seguem protocolos estritos de tera- sem metformina, a adição de um ini-
versus insulina humana pia e de ajustes de doses de insulina.10,13,14 bidor da dipeptidilpeptidase 4 (DPP-
(neutral protamine 4) ou de um agonista de GLP1 pode
Hagedorn e regular) em melhorar os perfis glicêmicos de jejum
pacientes com diabetes Insulinoterapia plena e pós-prandial, reduzindo significati-
mellitus tipo 2 no diabetes mellitus tipo 2 vamente a HbA1c, além de diminuir o
risco de hipoglicemia com redução da
Os análogos de insulina de ação prolon- Nos pacientes com DM2 em trata- dose de insulina (B).5
gada (glargina e detemir) exibem maior mento combinando drogas orais e Na insulinização plena há a neces-
previsibilidade no controle glicêmico insulina basal cujos controles estão sidade de fornecer insulina basal para
que a NPH,8 além de estarem associados inadequados, deve-se partir para a cobrir as necessidades de insulina
a menor risco de hipoglicemia noturna9 insulinização plena, na qual vários entre as refeições e bloquear a glico-
e ganho de peso, com perfil favorável à esquemas podem ser utilizados, neogênese hepática. Ao mesmo
detemir neste último item (B).2,10,11 Não desde o convencional até o intensivo tempo, é essencial oferecer insulina
está claro, porém, se o efeito sobre o ou de múltiplas doses. pré-prandial rápida (regular) ou ultrar-
ganho de peso é resultado do risco dimi- Nessa estratégia, é habitual des- rápida (lispro, asparte ou glulisina)
nuído para hipoglicemia ou do efeito continuar o uso de secretagogos por durante o dia para cobrir as necessida-
modulador seletivo sobre o apetite. via oral. Entretanto, poderá ser bené- des de insulina nas refeições.
A insulina glargina, de modo fico manter os agentes sensibilizado- Para os pacientes que necessitem
diverso da NPH, é relativamente livre res da insulina em combinação com a de ambos os tipos de insulina e que não
de pico e parece ser aquela com maior insulinoterapia. A terapia combinada desejem ou não possam fazer a mistura
duração de ação. As características far- de insulina e metformina ou insulina de NPH com regular ou NPH com os
macocinéticas e farmacodinâmicas de e pioglitazona possibilita controle gli- análogos ultrarrápidos, pré-misturas de
todas as insulinas são dependentes do cêmico efetivo com doses menores de insulinas de ação rápida ou ultrarrápida
tamanho da dose. Uma porcentagem insulina. Entretanto, cabe ressaltar que com as de ação intermediária estão dis-
de pacientes poderá necessitar de a terapêutica combinada de glitazonas poníveis (Quadros 2 e 3). As associações
duas doses de insulina basal por dia.12 e insulina está associada ao aumento de insulinas ou de análogos podem ser
No tratamento do DM2, apesar de do peso corporal e edema, podendo administradas antes do café da manhã e
ambos os análogos de ação prolongada aumentar o risco de insuficiência car- do jantar, ou antes das três refeições
(sobretudo a insulina detemir) ocasiona- díaca congestiva (ICC).15,16 O custo/ principais.17 No caso de duas doses, se
rem menor variabilidade glicêmica e benefício de melhor controle glicê- os níveis de glicose forem elevados
diminuição do risco de hipoglicemia (prin- mico versus ganho de peso e risco car- depois do almoço, pode-se fazer a com-
cipalmente noturna), há poucas diferen- diovascular, portanto, deve ser consi- plementação com insulina regular ou
ças de controle glicêmico a longo prazo derado em base individual. Assim, em análogo de ação ultrarrápida antes
(níveis de HbA1c) entre essas insulinas e a casos de pacientes com risco de des- dessa refeição.
NPH (B).4 Alguns autores consideram que compensação cardíaca, é mais sen- As combinações de doses fixas de
podem existir diferenças significativas no sato aumentar a complexidade do insulina nas pré-misturas constituem
resultado do tratamento quando se com- esquema de insulinização do que insis- uma maneira mais simples de fornecer
param os análogos com as insulinas NPH tir nesse tipo de associação. Em pacien- as insulinas basal e prandial, mas não
e regular (R) naqueles pacientes com DM2 tes recebendo insulina basal, com ou permitem que a dosagem de cada com-

Quadro 2 Combinações mais utilizadas de insulinas humanas NPH e regular pré-misturadas

Grau de Tempo para administração Pico de atividade após a Duração efetiva


Combinação
recomendação antes das refeições (minutos) administração (horas) (horas)

Humulin 70/30 (Lilly)


A 30-60 4,4 (1-5) 10-16
(70% NPH e 30% regular)

59
Diretrizes SBD 2014-2015

Quadro 3 Combinações mais utilizadas de análogos de ação ultrarrápida ligados à protamina e análogos solúveis pré-misturados
Grau de Tempo para administração Pico de atividade após a Duração
Combinação
recomendação antes das refeições (minutos) administração (horas) efetiva (horas)
Novo Mix (Novo Nordisk)
B (70% asparte/protamina e 10-20 2,2 (1-4) 10-16
30% asparte)
Humalog Mix 25 (Lilly)
B (75% lispro/protamina e 15 2,6 (1-6,5) 10-16
25% lispro)
Humalog Mix 50 Lilly (50%
B lispro/protamina e 50% 15-30 2,0 10-16
lispro)

ponente possa ser ajustada separada- reduzir a primeira dose de insulina em 10 O emprego da Mix 50 seria também
mente. Em pacientes com controle gli- a 20%, dependendo da gravidade da recomendado aos pacientes com ape-
cêmico estável e necessidades insulíni- hipoglicemia. Do mesmo modo, se hou- nas duas refeições principais ao dia,
cas diárias razoavelmente constantes, ver hipoglicemia entre o jantar e o café podendo ser administrada a Humalog
sem necessidade de ajustes frequentes da manhã, indica-se reduzir a dose de Mix 50 duas vezes ao dia, com adição de
de doses e tipos de insulina, os análo- insulina pré-jantar em 10 a 20%. uma terceira injeção, se necessário.
gos bifásicos podem ser uma opção de Se a HbA1c persistir acima do alvo Injeção de Mix 50 antes do jantar
tratamento mais cômoda, sobretudo desejado pode-se empregar uma ter- (no regime de insulina 2 ou 3 vezes ao
para pacientes portadores de DM2. ceira dose da pré-mistura antes do dia) poderá ser substituída por Mix 25
Na identificação dos pacientes almoço para cobrir esta refeição. ou Novo Mix 30, se for observada hiper-
com DM2 que mais se beneficiaram da Como no indivíduo não diabético a glicemia de jejum causada por rebote
insulina pré-mistura observamos aque- secreção basal de insulina representa de hipoglicemia noturna.
les com HbA1c > 7%, em uso de agen- cerca de 50% da secreção total do hormô- Indica-se dividir a dose total diária
tes orais isoladamente ou de uma dose nio, a formulação de Humalog Mix 50 de insulina em três, injetar um terço SC
de insulina, geralmente assintomáticos (insulina lispro 50% e os demais 50% uma antes de cada refeição e aumentar a
ou apresentando glicemias (ponta do suspensão de insulina lispro protamina) dosagem gradualmente, ajustando de
dedo) pré-café ou pré-jantar > 110 mg/ seria a apresentação ideal da mistura. acordo com as necessidades. Com
d. Pode-se iniciar fornecendo metade O paciente ao qual se indicaria a Mix certa frequência, se o almoço (ou outra
da dose total de insulina antes da pri- 50, 3 vezes ao dia (antes de cada uma das refeição) for a refeição com maior
meira refeição e a outra metade antes refeições principais), seria aquele diabé- ingestão alimentar, deveremos forne-
do jantar. A dosagem inicial em pacien- tico do tipo 2 em uso de uma ou duas cer 40% da dose total. Quanto à medi-
tes nunca insulinizados é geralmente doses de insulina (humana ou pré-mistu- cação oral, recomenda-se manter ao
10 U por via subcutânea (SC), 2 vezes ras de análogos, insulina basal ou mistu- menos a metformina, 850 a 1.700 mg/
por dia. Quanto à recomendação de ras preparadas imediatamente antes do dia em doses divididas. Eventualmente,
agente(s) oral(is), sugere-se manter uso) ou também agentes orais e que outros hipoglicemiantes orais também
pelo menos a metformina 1-1,5 g/dia, necessitam de melhor controle da glice- podem ser mantidos.
em doses divididas. mia. Além disso, são indicações para as Caso a dosagem total de insulina
O monitoramento da glicemia antes três doses de Mix 50: HBA1c acima do seja superior a 100 U/dia, a dose de Mix
do café e pré-jantar deverá ser realizado alvo desejado e glicemias pré-refeições 50 para ajuste seria o dobro da indi-
a cada 3 a 4 dias. O ajuste da dose da acima de 110 mg/d. Finalmente, indi- cada acima.
manhã deverá ser feito com base na gli- car-se-ia a pré-mistura mesmo quando Se os alvos glicêmicos não forem
cemia pré-jantar e o ajuste da dose pré- com um aumento na dose de insulina alcançados após 3 a 4 meses do regime
jantar, no do pré-café da manhã. corrente não se conseguisse alcançar o de três doses de Mix 50, sugere-se pas-
Caso seja observada hipoglicemia alvo desejável em jejum/pré-refeição ou sar ao esquema de basal/bólus de múl-
entre o café da manhã e o jantar, deve-se pelo risco de hipoglicemia. tiplas injeções diárias.

60
2014-2015 Diretrizes SBD

Quadro 4 Esquemas mais utilizados na insulinização do DM2 e doses iniciais


aplicada, posto que essa não é uma
de insulina basal
mistura estável.
Antes do desjejum Antes do Almoço Antes do Jantar Ao deitar Pacientes idosos e/ou de baixa
escolaridade podem apresentar dificul-
1. R/Ur 2x/dia + NPH 2x/dia
dades em conseguir preparar a quanti-
1/2 dose total 1/2 dose total dade exata de cada uma das insulinas
prescritas, o que resulta em mau con-
1/2 NPH 1/2 R/Ur 1/2 NPH trole glicêmico. Com a disponibilidade
de canetas há a possibilidade de aplicar
1/2 R/Ur as insulinas de ação rápida ou ultrarrá-
2. R/Ur 3x/dia + NPH 2x/dia pida e as sem pico separadamente.
Para o DM2, a dose total de insu-
1/2 dose total 1/2 dose total lina varia em torno de 0,5 a 1,5 U/kg/
dia,10 dependendo do grau de resistên-
1/2 NPH 1/2 NPH cia à insulina e particularmente do
grau de obesidade, sendo tanto maior
1/3 R/Ur 1/3 R/Ur 1/3 R/Ur quanto mais alto for o índice de massa
3. R/Ur 3x/dia + NPH 3x/dia corporal (IMC), e menor quando da
associação ao esquema de tratamento
1/3 NPH 1/3 NPH 1/3 NPH com drogas que diminuem a resistên-
cia à insulina, como a metformina e as
1/3 R/Ur 1/3 R/Ur 1/3 R/Ur glitazonas. O ajuste das doses de insu-
4. Regime basal – bOlus com NPH lina deve ser feito em bases individuais,
dependendo dos resultados do auto-
70% dose total 30% dose total
monitoramento da glicemia capilar. Os
30% R/Ur 20% R/Ur 20% R/Ur NPH esquemas de emprego das insulinas
5. Regime basal – bOlus com glargina ou detemir basal e prandial, bem como das pré-
misturas, e as sugestões da sua distri-
50% dose total 50% dose total
buição em relação à dose total de insu-
Glargina/ lina diária são variáveis (Quadro 4).
15% R/Ur 20% R/Ur 15% R/Ur
Detemir Uma observação particularmente
6. Pré-misturas com análogos de ação ultrarrápida* 2x/dia útil para o DM2 é que o fornecimento
da maior parte da dose de insulina
50% dose total 50% dose total intermediária pela manhã, como esta-
7. Pré-misturas com análogos de ação ultrarrápida* 3x/dia belecido no passado e ainda utilizado
por muitos médicos, poderia induzir
30% dose total 40% dose total 30% dose total risco de hipoglicemia antes do almoço
e, com frequência, ao fim da tarde,
necessitando da ingestão de lanches
em torno das 10 horas e à tarde, entre
Pré-misturas podem, ainda, ser de A fim de obter combinações NPH/ 16 e 17 horas, o que resulta em maior
utilidade para pacientes com dificulda- regular diferentes de 70/30, pode-se ingestão calórica e piora do controle
des visuais que tenham problemas com misturá-las na mesma seringa, e pos- do diabetes. Sendo assim, o regime
o acerto de doses, bem como para ido- sibilitar melhores ajustes de dose e conhecido com 2/3 e 1/3 (2/3 da dose
sos ou indivíduos com dificuldades controle dos níveis de glicemia pós de NPH da manhã e 1/3 da dose de
motoras que possam comprometer sua -prandial. A mistura de análogos de NPH antes de dormir) deve ser evitado.
capacidade de efetuar misturas corretas ação ultrarrápida com insulina NPH Dessa forma, evita-se a hiperinsuliniza-
dos dois tipos de insulina (ultrarrápida na mesma seringa não é recomen- ção – e consequente risco de hipogli-
ou rápida e intermediária).18 dada, exceto se for imediatamente cemia – durante a manhã.

61
Diretrizes SBD 2014-2015

Quadro 5 Recomendações e conclusões finais


Como alternativa, no grupo de
pacientes em esquemas mais intensivos Grau de
Recomendação ou Conclusão
de tratamento, podem-se usar, para recomendação
simular a secreção fisiológica de insu- O DM2 é uma doença progressiva, podendo evoluir para uma
lina, múltiplas aplicações diárias (≥ 3 redução significativa da secreção de insulina que exige a introdução A
aplicações/dia) de insulina de ação da insulinoterapia
ultrarrápida antes das refeições e de Recomenda-se introduzir precocemente a insulinoterapia quando
ação intermediária (NPH) ou prolon- os níveis de A1c forem > 7, para evitar as complicações crônicas do B
gada (glargina ou detemir) para a suple- diabetes
mentação basal, assim obtendo-se O tratamento combinado pela introdução de uma única dose de
melhor controle glicêmico.19 Nesses insulina noturna é considerado estratégia preferencial para o início B
da terapia insulínica no paciente DM2 em uso de ADOs
casos, a proporção de insulina por
período (café da manhã, almoço e jan- O uso de análogos de insulina em regime basal-bólus, em princípio,
tar) é semelhante. Do mesmo modo, reproduz melhor a insulinemia fisiológica, exibe maior
previsibilidade no controle glicêmico e reduz o risco de B
quando existe hipoglicemia no início da
hipoglicemias em comparação com o esquema combinado de
madrugada ou hiperglicemia de manhã, insulinas NPH +R
pode-se desdobrar a terceira aplicação,
As combinações de doses fixas nas preparações pré-misturadas de
mantendo a insulina rápida ou ultrarrá- insulina constituem uma maneira mais simples na introdução da
pida no jantar e passando a NPH ao dei- B
insulinoterapia no paciente DM2, mas não permitem o ajuste
tar, adicionando, então, uma quarta separado de cada um de seus componentes
aplicação. Como resultado do aumento
(A) Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência; (B) Estudos experimentais e
do número de injeções poderá haver observacionais de menor consistência; (C) Relatos de casos – estudos não controlados; (D) Opinião
diminuição da incidência de hipoglice- desprovida de avaliação crítica, baseada em consenso, estudos fisiológicos ou modelos animais.
mias, além de melhora do controle gli-
cêmico, pelo fornecimento de um perfil
mais fisiológico de insulina. malmente, 2 a 3 vezes ao dia, sem insu- cialmente a recuperação da primeira fase
Nos casos de DM2 em que já houver lina basal, por ter duração prolongada.20 da secreção de insulina, seria a responsável
exaustão pancreática, o tratamento com Como alternativa para pacientes com pela capacidade da terapia insulínica inten-
insulina pode chegar à insulinização DM2 que já apresentam falência pancreá- siva para induzir a euglicemia sustentada.
intensiva, ou seja, ao esquema basal/ tica plena, que necessitam de altas doses Entretanto, deve-se indicar que, em todas
bolus, com análogos de ação prolongada de insulina e que não responderam ao tra- as séries de pacientes que foram estuda-
(glargina ou detemir) associados a análo- tamento com múltiplas doses de insulina, dos, exceto uma, o IMC estava dentro ou
gos ultrarrápidos usados nas refeições é possível optar-se pela utilização da pouco acima do intervalo da normalidade
com a contagem de carboidratos. bomba de insulina subcutânea – algo (pacientes chineses, sul-coreanos e taiwa-
As insulinas glargina e detemir impensável para pacientes com DM2 até neses), o que não é frequente nos países
seriam aplicadas geralmente uma há pouco tempo.21 ocidentais, em que a maioria dos pacientes
única vez ao dia, em horários fixos, em Finalmente, existem estudos que mos- está obesa. Pode-se sugerir, ao menos para
qualquer horário, e, caso haja necessi- tram que a implementação precoce de um os pacientes asiáticos, que estes mostra-
dade, pode-se fazer duas aplicações ao tratamento insulínico intensivo, de curta vam um fenótipo diferente da moléstia
dia, com intervalos em torno de 12 duração, por infusão contínua subcutânea com falência predominante da célula β e
horas. Nenhuma delas pode ser mistu- de insulina ou injeções múltiplas de insu- muito menos resistência à insulina (C).
rada com outras insulinas. lina diária, pode induzir euglicemia susten-
Uma opção para pacientes que tada em pacientes com DM2 recém-diag-
apresentam grande resistência à insu- nosticado enquanto sem qualquer medi- referências
lina (> 200 U/d) é a insulina regular cação antidiabética. A remissão do diabe-
U500. Diferente da maioria das insuli- tes, nesses estudos, persistiu por um ano 1. U.K. prospective diabetes study 16.
nas, cuja concentração é de 100 U/mL, a após a suspensão da terapia insulínica em Overview of 6 years’ therapy of type
insulina regular ”U500” tem uma con- cerca de 46% desses pacientes. Sugeriu-se II diabetes: a progressive disease.
centração de 500 U/mL. É usada, nor- que a melhora na função da célula β, espe- U.K. Prospective Diabetes Study

62
2014-2015 Diretrizes SBD

Group. Diabetes. 1995; 44(7589820): [10.1056/NEJMra040832]. 2005;352 17. Roach P, Trautmann M, Arora V, Sun
1249-58. (15647580):174-83. B, Anderson JH. Improved pos-
2. McMahon GT, Dluhy RG. Intention 9. Riddle MC, Rosenstock J, Gerich J, tprandial blood glucose control
to treat-initiating insulin and the 4-T Insulin Glargine Study I. The treat-to- and reduced nocturnal hypoglyce-
study. The New England journal of target trial: randomized addition of mia during treatment with two
medicine. [10.1056/NEJMe078196]. glargine or human NPH insulin to novel insulin lispro-protamine for-
2007; 357(17890233):1759-61. oral therapy of type 2 diabetic mulations, insulin lispro mix25 and
3. Inzucchi S, Bergenstal R, Buse J, patients. Diabetes Care. 2003; insulin lispro mix50. Mix50 Study
Diamant M, Ferrannini E, Nauck M et 26(14578243):3080-6. Group. Clinical Therapeutics. 1999;
al. Management of Hyperglycemia in 10. Holleman F, Gale E. Nice insulins, pity 21(10321421):523-34.
Type 2 Diabetes: A Patient-Centered about the evidence. Diabetologia. 18. Rosenstock J, Ahmann AJ, Colon G,
Approach: Position Statement of the [10.1007/s00125-007-0763-4]. 2007; Scism-Bacon J, Jiang H, Martin S.
American Diabetes Association (ADA) 50(9):1783-90. Advancing insulin therapy in type 2
and the European Association for the 11. Sociedade Brasileira de Diabetes. diabetes previously treated with
Study of Diabetes (EASD). Diabetes Insulinoterapia intensiva e terapêutica glargine plus oral agents: prandial
Care. [10.2337/dc12-0413]. 2012; com bombas de insulina. Atualização premixed (insulin lispro protamine
35(6):1364-79. Brasileira sobre Diabetes. Rio de suspension/lispro) versus basal/
4. Sociedade Brasileira de Diabetes. Janeiro: Diagraphic Editora; 2006. bólus (glargine/lispro) therapy.
Posicionamento Oficial no 3 de 12. Chapman TM, Perry CM. Insulin Diabetes Care. [10.2337/dc07-
2011. Algoritmo para o tratamento detemir: a review of its use in the 1122]. 2008; 31(17934150):20-5.
do diabetes do tipo 2. Atualização management of type 1 and 2 dia- 19. Robbins DC, Beisswenger PJ, Ceriello A,
de 2011. 2011;1-32. betes mellitus. Drugs. 2004; Goldberg RB, Moses RG, Pagkalos EM et
5. Garber AJ, Abrahamson MJ, Barzilay JI, 64(15516157): 2577-95. al. Mealtime 50/50 basal + prandial
Blonde L, Bloomgarden ZT, Bush MA et 13. Oiknine R, Bernbaum M, Mooradian insulin analogue mixture with a basal
al. AACE Comprehensive Diabetes AD. A critical appraisal of the role of insulin analogue, both plus metformin,
Management Algorithm 2013. insulin analogues in the manage- in the achievement of target HbA1c
Endocrine Practice. 2013;19(2):327-36. ment of diabetes mellitus. Drugs. and pre- and postprandial blood
6. Nathan D, Buse J, Davidson M, 2005; 65(15669878):325-40. glucose levels in patients with type 2
Ferrannini E, Holman R, Sherwin R 14. Siebenhofer A, Plank J, Berghold A, diabetes: a multinational, 24-week,
et al. Medical Management of Jeitler K, Horvath K, Narath M et al. randomized, open-label, parallel-group
Hyperglycemia in Type 2 Diabetes: Short acting insulin analogues versus comparison. Clinical Therapeutics.
A Consensus Algorithm for the regular human insulin in patients with [10.1016/j.clinthera.2007.11.016]. 2007;
Initiation and Adjustment of diabetes mellitus. Cochrane database 29(18158076):2349-64.
Therapy: A consensus statement of of systematic reviews (Online). 20. Wallia A, Molitch ME. Insulin Therapy
the American Diabetes Association [10.1002/14651858.CD003287.pub4]. for Type 2 Diabetes Mellitus. Journal
and the European Association for 2006 (16625575): CD003287. of the American Medical Association.
the Study of Diabetes. Diabetes 15. Fonarow G. Approach to the mana- 2014;311(22):2315-25.
Care.[10.2337/dc08-9025]. gement of diabetic patients with 21. Leinung MC, Thompson S, Luo M,
2009;32(1):193-203. heart failure: Role of thiazolidine- Leykina L, Nardacci E. Use of insulin
7. Lasserson D, Glasziou P, Perera R, diones. American heart journal. pump therapy in patients with type
Holman R, Farmer A. Optimal insu- [10. 1016/j.ahj.2004.04.033]. 2004; 2 diabetes after failure of multiple
lin regimens in type 2 diabetes mel- 148(4): 551-8. daily injections. Endocrine practice:
litus: systematic review and meta-a- 16. Kaul S, Bolger A, Herrington D, Giugliano official journal of the American
nalyses. Diabetologia. [10.1007/ R, Eckel R. Thiazolidinedione Drugs and College of Endocrinology and the
s00125-009-1468-7]. 2009;52(10): Cardiovascular Risks. Journal of the American Association of Clinical
1990-2000. American College of Cardiology. Endocrinologists. [10.4158/EP12104.
8. Hirsch IB. Insulin analogues. The [10.1016/j.jacc.2010.02.014]. 2010; OR]. 2013; 19(22982794):9-13.
New England journal of medicine. 55(17):1885-94.

63

Potrebbero piacerti anche