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1 – História

Não é de hoje que o homem percebeu que o vapor podia fazer as coisas se
movimentarem. No primeiro século da era cristã, portanto há mais de 1900 anos, um
estudioso chamado Heron de Alexandria, construiu uma espécie de turbina a vapor,
chamada eolípila.

Nesse engenho, enchia-se uma esfera de metal com água que produzia vapor que
se expandia e fazia a esfera girar quando saía através de dois bicos, colocados em
posições diametralmente opostas. Todavia, embora isso movimentasse a esfera,
nenhum trabalho útil era produzido por esse movimento e o sábio não conseguiu ver
nenhuma utilidade prática para seu invento.

Muitos séculos mais tarde, a máquina a vapor foi a primeira maneira eficiente de
produzir energia independentemente da força muscular do homem e do animal, e da
força do vento e das águas correntes. Sua invenção e uso foi uma das bases
tecnológicas da Revolução Industrial. Em sua forma mais simples, as máquinas a
vapor usam o facto de que a água, quando convertida em vapor se expande e ocupa
um volume de até 1.600 vezes maior do que o original, quando sob pressão
atmosférica.
Foi somente no século XVII, mais precisamente em 1690, que o físico francês Denis
Papin usou esse princípio para bombear água.

O equipamento bastante rudimentar que ele inventou, era composto de um pistão


dentro de um cilindro que ficava sobre uma fonte de calor e no qual se colocava uma
pequena quantidade de água. Quando a água se transformava em vapor, a pressão
deste forçava o pistão a subir. Então a fonte de calor era removida o que fazia o
vapor esfriar e se condensar. Isso criava um vácuo parcial (pressão abaixo da
pressão atmosférica) dentro do cilindro. Como a pressão do ar acima do pistão era a
pressão atmosférica, ela o empurrava para baixo, realizando o trabalho.
Mas, a utilização efetiva dessa tecnologia só se iniciou com a invenção de Thomas
Savery patenteada em 1698 e aperfeiçoada em 1712 por Thomas Newcomen e John
Calley.

Nessa máquina, o vapor gerado em uma caldeira era enviado para um cilindro
localizado em cima da caldeira. Um pistão era puxado para cima por um contrapeso.
Depois que o cilindro ficava cheio de vapor, injetava-se água nele, fazendo o vapor
condensar.
Isso reduzia a pressão dentro do cilindro e fazia o ar externo empurrar o pistão para
baixo. Um balanceiro era ligado a uma haste que levantava o êmbolo quando o
pistão se movia para baixo. O vácuo resultante retirava a água de poços de mina
inundados.

Um construtor de instrumentos escocês chamado James Watt notou que a máquina


de Newcomen, que usava a mesma câmara para alternar vapor aquecido e vapor
resfriado condensado desperdiçava combustível. Por isso, em 1765, ele projetou
uma câmara condensadora separada, refrigerada a água. Ela era equipada com
uma bomba que mantinha um vácuo parcial e uma válvula que retirava
periodicamente o vapor do cilindro. Isso reduziu o consumo de combustível em 75%.
Essa máquina corresponde aproximadamente à moderna máquina a vapor.

Em 1782, ele projetou e patenteou a máquina rotativa de acção dupla na qual o


vapor era introduzido de ambos os lados do pistão de modo a produzir um
movimento para cima e para baixo. Isso tornou possível prender o êmbolo do pistão
a uma manivela ou um conjunto de engrenagens para produzir movimento rotativo e
permitiu que essa máquina pudesse ser usada para impulsionar mecanismos, girar
rodas de carroças ou pás para movimentar navios em rios.
No fim do século XVIII, as máquinas a vapor produzidas por Watt e seu companheiro
Matthew Boulton forneciam energia para fábricas, moinhos e bombas na Europa e
na América.
O aparecimento das caldeiras, que podiam operar com altas pressões e que foram
desenvolvidas por Richard Trevithick na Inglaterra e por Oliver Evans nos Estados
Unidos, no início do século XIX, tornou-se a base para a revolução dos transportes
uma vez que elas podiam ser usadas para movimentar locomotivas, barcos fluviais
e, depois, navios.

A máquina a vapor tornou-se a principal fonte produtora de trabalho do século XIX e


seu desenvolvimento deu-se no esforço de melhorar o seu rendimento, a
confiabilidade e a relação peso/potência. O advento da energia eléctrica e do motor
de combustão interna no século XX, todavia, condenaram pouco a pouco, nos
países mais industrializados, a máquina a vapor ao quase esquecimento.

No século XX, a máquina a vapor, como fornecedora de energia foi sendo


substituída por:
– turbinas a vapor, para a geração de energia eléctrica;
– motores de combustão interna para transporte;
– geradores para fontes portáteis de energia;
– por motores eléctricos, para uso industrial e doméstico.

Mesmo assim, o vapor ainda hoje tem extensa aplicação industrial, nas mais diversas formas,
dependendo do tipo de indústria e da região onde está instalada.
2- CONSIDERAÇÕES GERAIS

Atualmente, graças a todos os aperfeiçoamentos e a intensificação da produção industrial, a


caldeira ocupa um lugar muito importante pois gera o vapor indispensável a muitas
atividades, não só para movimentar máquinas mas também para limpeza (esterilização),
aquecimento, e participação direta no processo produtivo, como matéria-prima.

Além da indústria, outras empresas, utilizam, cada vez mais vapor gerado pelas caldeiras,
como por exemplo: restaurantes, hotéis, hospitais, frigoríficos.

Caldeira é um trocador de calor que, trabalhando com pressão superior à pressão atmosférica,
produz vapor, a partir da energia térmica fornecida por uma fonte qualquer. É constituída por
diversos equipamentos integrados, para permitir a obtenção do maior rendimento térmico
possível e maior segurança.

Esta definição abrange todos os tipos de caldeiras, sejam as que vaporizam água, mercúrio ou
outros fluídos e que utilizam qualquer tipo de energia, inclusive a elétrica.

Quase sempre, a fonte produtiva de calor é um combustível especificamente utilizado com


esta finalidade mas podem ser aproveitados, também, entre outros calores residuais de
processos industriais, escape de motores Diesel ou turbinas a gás. Neste caso, o equipamento
é chamado "Caldeira de Recuperação".

Algumas vezes, o fluído permanece no estado líquido, apenas com temperatura elevada para
ser aproveitado nos processos de aquecimento (calefação), formando, deste modo, a linha de
caldeiras de água quente.

A produção de vapor pode ser conseguida, também, pela absorção da energia térmica
desprendida pela fissão do urânio.

O material contido neste trabalho, se refere, principalmente, às caldeiras que produzem vapor
d’água, a partir de combustíveis sólidos ou líquidos.

Para produzir o vapor d'água, é necessário que haja a combustão na caldeira.

Quanto mais alta a viscosidade do combustível, mais difícil será a sua nebulização, ou seja,
mais difícil será a sua divisão em gotículas. O preaquecimento do óleo combustível é
fundamental para atingir os limites adequados de viscosidade necessários para uma boa
pulverização.

Tendo em vista a variação de viscosidade do óleo combustível, a temperatura de aquecimento


não é fixa, devendo ser ajustada quando necessário. É importante salientar que esta
temperatura não deve aproximar-se muito do ponto de fulgor do óleo combustível.
3 - TERMOS LIGADOS AOS GERADORES DE VAPOR

 CAPACIDADE DO GERADOR DE VAPOR

É o quanto a caldeira produz de vapor, podendo ser representada por:


a) quilo de vapor ou tonelada de vapor por hora (kgv/h,.tv/h).
b) BHP - “boiler horse-power”, onde 1BHP  15,65 kg/h.
c) Quilo de vapor por metro quadrado (kgv/m2 )de superfície de aquecimento.

 SUPERFÍCIE DE AQUECIMENTO

É a área de tubulação (placa metálica) que recebe o calor dos gases quentes
responsável por vaporizar a água (m2).

 CALOR ÚTIL

É a parcela de calor produzida pelo combustível que se transferiu para a água


formando vapor.

 EFICIÊNCIA TÉRMICA

É a relação entre o calor útil e o conteúdo térmico total do combustível queimado.


.
m v ( hv s  hv e )

.

T m c  PCI

 
m V ,m C = vazão em massa de vapor fornecido, vazão em massa de combustível
(kg/h).

hvs, hve = entalpia do vapor de saída, entrada (kJ/kg)

PCI = poder calorífico inferior do combustível queimado (kJ/kg).


4 – Tipos de Caldeiras
TIPOS DE CALDEIRAS

Existem diversas formas para se classificar as caldeiras. Por exemplo, elas podem ser
classificadas sob os seguintes aspectos:
*0 Quanto à Localização Água-Gases:

A) Flamotubulares
Verticais
Horizontais
Fornalhas corrugadas
Traseira seca
Traseira molhada

Observação: Todos os tipos acima com 1,2 ou 3 passes.

B) Aquotubulares
Tubos retos
Tubos curvos
Perfil A
Perfil D
Perfil O
Lâmina, cortina ou parede de água

C) Mistas

*1 Quanto à Energia Empregada para o Aquecimento:

A) Combustíveis
Sólidos
Líquidos
Gases

B) Elétricas
Jatos-de-água
Eletrodos submersos
Resistores

C) Caldeiras de Recuperação
Gases de outros processos
Produção de soda ou licor negro

D) Nuclear

*2 Quanto à Montagem:

A) Caldeiras pré-montadas (compactas)

B) Caldeiras montadas em campo

*3 Quanto à Sustentação:

A) Caldeiras auto-sustentadas

B) Caldeiras suspensas

C) Sustentação mista

*4 Quanto à Circulação de Água:

A) Circulação natural

B) Circulação forçada

C) Combinada

*5 Quanto ao Sistema de Tiragem:

A) Tiragem natural

B) Tiragem forçada

C) Tiragem balanceada ou induzida

Aguardaremos, neste trabalho, a classificação quanto à localização relativa água-


gases e, à parte, as Caldeiras Elétricas:

4.1 CALDEIRAS FLAMOTUBULARES

Este foi o primeiro tipo de caldeira construída. É também chamada de tubo-de-fogo,


tubo-de-fumaça ou pirotubular, por causa dos gases quentes provenientes da
combustão que circulam no interior dos tubos em um ou mais passes, ficando a água
por fora dos mesmos. É o tipo de caldeira mais simples. Muito usada em locomotivas
e navios, mesmo com o aparecimento de caldeiras mais modernas, este tipo ainda
continua em uso. Posteriormente, com alguns aperfeiçoamentos, passou a chamar-se
caldeira escocesa.
Segundo o esquema, notamos que a caldeira tipo flamotubular não passa de um
cilindro externo que contém a água e um cilindro interno destinado à fornalha. Sua
tiragem ou saída de gases é normal. A carcaça é construída de chapas que variam de
espessura de acordo com o porte da caldeira e a sua pressão pode variar entre 5 a 10
quilogramas-força por centímetro quadrado, sendo que as maiores unidades atingem
a produção de 6 tv/h, saturado e pressões não superiores a 17 kgf/cm 2. Maiores
produções e pressões determinam a utilização de caldeiras aquotubulares.

Sucessivos estudos visando ao aperfeiçoamento das caldeiras revelaram que a


temperatura oscilava entre 316 a 4270 (graus Celsius), que era perdida na chaminé.
Resolveram aproveitar esta perda, a fim de reduzir o custo do combustível que, na
época era o carvão mineral.

O problema foi resolvido, aumentando a superfície de aquecimento da água


colocando tubos em quantidade suficiente e forçando os gases quentes a passarem
pelos tubos em passes, depois, pela tiragem na chaminé. Com isso, o rendimento foi
aumentado, embora esse tipo de caldeiras não tivesse eficiência superior a 60%.

Podemos, ainda classificar as caldeiras flamotubulares em:

HORIZONTAIS E VERTICAIS.

Fig.5.1

4.1.1 CALDEIRAS HORIZONTAIS

A) Caldeira Cornuália:

Consta de um cilindro colocado inteiramente no sentido horizontal, ligando a


fornalha até o local de saída dos gases. Seu funcionamento é simples, apresenta
baixo rendimento e sua pressão não ultrapassa 10 Kg/cm2 (figura 3.1).

B) Caldeira Lancaster:
Sua construção é idêntica à Cornuália, podendo apresentar de dois a quatro tubos
internos.(figura 5.2)

Caldeira Cornuália e tipos de caldeiras lancaster, corte transversal


Figura 5.2

Estes tipos de caldeiras são chamados de tubo-de-fogo-direto; porque os gases


percorrem os tubos da caldeira uma única vez.

Dentro ainda das caldeiras flamotubulares horizontais de fogo direto existem as


multitubulares, que contam com vários tubos internos conforme pode ser visto na
figura 5.3.

Há caldeiras que apresentam Tubos-de-fogo e de retorno; os gases desprendidos


durante a combustão na fornalha, circulam por tubos que os fazem retornar ao
lado da fornalha e em seguida para a chaminé.

Caldeira flamotubular horizontal - multitubular


Fig.5.3

C) Caldeiras Multitubulares de Fornalha Externa:

O aquecimento é feito diretamente na base do cilindro e os gases retornam pelos


tubos-de-fogo. A fornalha pode ser construída em alvenaria e ocupa quase a
extensão do cilindro (figura 5.4).
Fig.5.4

D) Caldeiras Locomotivas ou Locomóveis:

Também é do tipo multitubular. Sua característica principal é a fornalha que


apresenta uma dupla parede em chapa, por onde circula a água. Quando o
combustível é lenha ou carvão, possui, na parte inferior um conjunto de grelhas
que servem para manter a lenha em posição de queima e dar escoamento às
cinzas. Estas são captadas em uma caixa colocada logo abaixo das grelhas,
chamadas de cinzeiro.

Quando se trata de locomotivas, o cinzeiro, além de ser um dispositivo de


segurança, é também, um regulador de tiragem, tanto na locomotiva parada como
em marcha. (Fig.5.5)

O largo emprego deste tipo de caldeira se deve à facilidade de transferência de um


local para outro, podendo ser acionada mecanicamente onde não houver energia
elétrica.
Fig.5.5

E) Caldeiras Escocesas ou Compactas:

Este tipo de caldeira teve largo emprego na Marinha, por ser construída de forma
que todos os equipamentos colocados formam uma única peça. Seu diâmetro é
bastante reduzido, sendo de fácil transporte e pode ser operada de imediato. Os
gases produzidos na fornalha circulam várias vezes pela tubulação, sendo
impulsionados por ventiladores. O combustível usado é unicamente óleo ou gás,
podendo seu rendimento atingir a 83%. A figura 3.6 da um exemplo de caldeira
escocesas com 3 voltas de chama.

As caldeiras escocesas apresentam diversas disposições construtivas (figura 3.7)


contando com traseira molhada, traseira seca, dois e três passes, fornalha
corrugada, para aumentar a superfície de troca térmica, podendo ter queima de
óleo, gás ou combustível sólido.
Fig.5.6
Fluxo de gás em caldeiras tipo escocesa

Fig. 5.7
4.1.2 CALDEIRAS VERTICAIS

Este tipo de caldeira tem as mesmas características da caldeira horizontal


multitubular.

Os tubos são colocados verticalmente dentro do cilindro e a fornalha interna fica no


corpo do cilindro. Existem tipos cuja fornalha é externa.

Esta caldeira é usada em locais onde o espaço é reduzido e não requer grande
quantidade de vapor, mas alta pressão.

Os gases resultantes da queima na fornalha sobem pelos tubos e aquecem a água que
se encontra por fora dos mesmos.

Fig. 5.8

Podem ser de fornalha interna (figura 5.8) ou de fornalha externa. Geralmente as


fornalhas internas são envolvidas por uma câmara de água formada pelo
prolongamento do corpo cilíndrico, já as caldeiras verticais de fornalha externa são
aplicadas principalmente quando é usado combustível de baixo PCI (bagaço de cana,
casca de laranja, madeira, carvão, etc.)

Atualmente a grande maioria das caldeiras flamotubulares em operação são


automáticas ou semi-automáticas embora se encontre ainda pequenas caldeiras
pirotubulares operando normalmente. Os dispositivos automáticos mais comumente
encontrados são os alimentadores de água e de óleo..
4.2 CALDEIRAS AQUOTUBULARES

Somente foi possível a obtenção de maiores produções de vapor, a pressões elevadas


e altas temperaturas com o aparecimento das caldeiras aquotubulares (tubos de água).
O fato dos tubulões estarem situados fora dos corpos das caldeiras, a eles se unindo
para constituírem um feixe tubular de água que compõe a parte principal de absorção
de calor, permite a obtenção de grandes superfícies de aquecimento. A figura 5.9
representa uma seção transversal de feixe aquotubular unindo dois tambores, no
interior dos tubos circula a água e por fora os gases quentes através do caminho
formado pela alvenaria e chicanas internas.

Vapor
nível de água
tubulão de vapor

tubulão de lama
descarga

Circulação de água em uma caldeira aquotubular

Fig.5.9
A água é vaporizada nos tubos que constituem a parede mais interna. Recebendo
calor primeiro, vaporiza e sobe até o tambor superior, dando lugar à nova quantidade
de água fria que será vaporizada e assim sucessivamente. Esse tipo de circulação de
água, provocada apenas pela diferença de peso específico entre a água ascendente e
descendente, é característica das chamadas caldeiras com circulação natural.

A medida que a caldeira aquotubular aumenta sua capacidade, aumenta também seu
tamanho, quantidade de tubos e por conseqüência as perdas de cargas no circuito
hidráulico tornando a circulação por meio de bombas necessária, são as chamadas
caldeiras de circulação forçada.

A produção de vapor nestes tipos de caldeiras pode atingir capacidades de 600 até
750 tv/h com pressões de 150 a 200 kgt/cm2, temperaturas de 450 - 500 oC existindo
unidades com pressões críticas (226 atm) e supercríticas (350 kgf/cm2).

A flexibilidade permitida pelo arranjo dos tubos que constituem os feixes ou parede
d’água possibilitam um vasta variedade de tipos construtivos conforme veremos na
classificação a seguir:

- caldeiras aquotubulares de tubos retos, podendo, os tambores estarem colocados no


sentido longitudinal ou transversal.

- caldeiras aquotubulares de tubos curvos, que podem apresentar de um a mais de


quatro tambores, no sentido longitudinal ou transversal.

- Caldeiras aquotubulares de circulação positiva.

COMPONENTES CLÁSSICOS AQUOTULUBARES

Atualmente os geradores de vapor de grande porte são constituídos de uma associação


de componentes, de maneira a constituírem um aparelho complexo, principalmente
quando destinados a queima de combustível sólidos que incluem superaquecedores,
economizadores, préaquecedores de ar, captadores de fuligem, extratores mecânicos de
cinza, e outros. As unidades menores destinadas a gerar vapor de calefação em
pequenas e médias indústrias dispensam a quase totalidade dos componentes citados
anteriormente. Assim sendo, os componentes clássicos das caldeiras são listados a
seguir, com a ressalva que nem todos os componentes abaixo, necessariamente, fazem
parte de todos os geradores de vapor.
A. Cinzeiro
Lugar onde depositam as cinzas e ou eventualmente restos de combustíveis que
atravessam o suporte de queima sem completarem sua combustão.

B. Fornalha
Local onde se instala o início do processo de queima, seja para a queima de
combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos.

C. Câmara de combustão
Volume onde se deve extinguir toda a matéria combustível antes dos produtos de
combustão atingirem e penetrarem no feixe de absorção do calor por convecção. Esta
câmara por vezes se confunde com a própria fornalha dela fazendo parte, Outras vezes
separa-se completamente. A câmara de combustão pode ser constituída pela própria
alvenaria refratária, ou revestida de tubos (parede de água), ou integralmente irradiada.

D. Caldeira de vapor
Corresponde ao vaso fechado, à pressão, com tubos, contendo a água no seu interior,
que ao receber calor se transforma em vapor

E. Superaquecedor
Responsável pela elevação da temperatura do vapor saturado gerado na caldeira. Todo o
vapor ao passar por este aparelho se superaquece.

F. Economizador
Onde a temperatura da água de alimentação sofre elevação, aproveitando o calor
sensível residual dos gases da combustão, antes de serem eliminados pela chaminé.

G. Aquecedor de ar
Também conhecido como pré-aquecedor de ar, cuja função é aquecer o ar de combustão
para a seguir introduzi-lo na fornalha, graças ao aproveitamento do calor sensível dos
gases da combustão.

H. Canais de gases
São trechos intermediários ou finais de circulação dos gases de combustão até a
chaminé. Estes canais podem ser de alvenaria ou de chapas de aço conforme a
temperatura dos gases que neles circulam.

I. Chaminé
É a parte que garante a circulação dos gases quentes da combustão através de todo o
sistema pelo chamado efeito de tiragem. Quando a tiragem, porém, é promovida por
ventilador exaustor, sua função se resume no dirigir os gases da combustão para a
atmosfera. Neste caso se diz que a tiragem é induzida. A circulação dos gases também
poderá ser assegurada por um ventilador soprador de ar de combustão com pressão
suficiente para vencer toda a perda de carga do circuito. Neste exemplo, a tiragem se
diz forçada.

Tomando por base a unidade mais complexa, a figura 2.1 permite identificar os
componentes clássicos e o princípio de funcionamento da instalação.
Princípio de funcionamento de uma unidade complexa com fornalha para queima de
lenhas em toras
4.2.1CALDEIRAS AQUOTUBULARES DE TUBOS RETOS

Essas foram as primeiras caldeiras tubo-de-água que surgiram e tinham uma


capacidade de produção de 3 a 30 toneladas-vapor/hora com pressões de até 45
Kg/cm2. Os projetos foram apresentados pelas firmas Babcok & Wilcox e a Steam
Muller Corp.

Consiste em um feixe de tubos retos e paralelos que se interligam com o tambor de


vapor, através de câmaras, sendo que através dos espaços existentes entre os tubos
circulam os gases quentes. As figuras 5.10 e 5.11 são dois exemplos deste tipo de
gerador de vapor com tambor longitudinal e transversal respectivamente
Caldeira de tubos retos e tambor longitudional
Fig.5.10

Caldeira aquotubular de tubos retos e tambor transversal

Fig.5.11

A figura 5.12 apresenta uma das formas de fixação dos tubos mais usadas na
fabricação de caldeiras.
Feixe de tubos expandidos nas câmaras onduladas (coletores ondulados)
Fig.5.12

4.2.2 CALDEIRAS AQUOTUBULARES DE TUBOS CURVOS

A principal característica deste tipo, são os tubos curvos que se unem aos tambores
por solda ou madrilamento, o que representa grande economia na fabricação e
facilidade na manutenção. Além de serem bastantes práticas para limpar, possibilitam
a produção de grande quantidade de vapor.

As primeiras caldeiras deste tipo foram idealizadas por Stirling. Apresentavam um


número de tambores variados, e um grande volume de água. Na figura 5.13
apresentamos um esquema desse tipo de caldeira, com três tambores superiores e um
inferior, existindo modelos com dois tambores inferiores.

Partindo deste modelo, foram projetadas novas caldeiras. Com o objetivo de se


aproveitar melhor o calor irradiado na fornalha, reduziu-se o número e o diâmetro
dos tubos, e acresceu-se uma parede de água em volta da fornalha o que serviu como
meio de proteção ao refratário da mesma, diminuição da caldeira, eliminação total
dos refratários de alta qualidade e vaporização mais rápida.
Fig.5.13

A figura 5.14 representa uma caldeira com dois tambores transversais e parede de
água, enquanto a figura 5.15 mostra uma caldeira com três tambores transversais.

Fig.5.14
Fig.5.15

Dentro da categoria de tubos curvos cabe analizar em separado, uma versão que
mantém grande projeção no mercado consumidor: a caldeira aquotubular compacta
de operação totalmente automatizada, conforme esquema da figura 5.16.

Corte de uma caldeira aquotubular compacta


Fig.3.16

Com produções até 100 toneladas de vapor por hora e obtenção de eficiência térmica
elevada (até 80%), estas unidades são oferecidas para pronto funcionamento,
dispensado a montagem no campo, fazendo apenas as interligações e instalações
elétricas-eletrônicas e hidráulicas.

Unidades não transportáveis num único pacote são fornecidas ou em blocos semi-
compactos ou em componentes unitários desmontados, de tal maneira que no local de
instalação estes componentes são unidos para completar a unidade.

4.2.3 CIRCULAÇÃO DA ÁGUA EM CALDEIRAS AQUOTUBULARES.

Os aços aplicados na construção das caldeiras expostas aos gases quentes precisam
ser continuamente resfriados por água ou mistura água-vapor para conservarem suas
qualidades de resistência, pois até a temperatura limite de 450ºC para os aços
carbonos comuns, 590ºC para os aços martensíticos e 650ºC para outras ligas
martensíticas, estes materiais conservam suas propriedades mecânicas.
Ultrapassando estes limites as propriedades destes materiais utilizados na construção
de caldeiras começam a diminuir sua resistência mecânica.

Assim sendo o resfriamento da superfície metálica que é submetida a tais


temperaturas é vital para a segurança do equipamento. Cabe, portanto, a água este
papel, seja no estado líquido, seja vapor, mediante uma circulação permanente,
controlada e orientada.

Numa unidade convencional a circulação da água se processa livremente, graças a


tendência natural provocada pela diferença de pesos específicos existentes entre a
água situada nas partes mais frias da caldeira e aquela contida nas zonas de alta
temperatura dos gases. A figura 5.17 apresenta quatro diferentes esquemas, cada um
esclarecendo como se processa a circulação natural da água no interior dos tubos.

Sabe-se que a circulação natural da água fica mais comprometida a medida que a
pressão se eleva. Constata-se que o vapor a pressão de 35 kgf/cm 2 pesa por unidade
de volume 45 vezes menos que a água; à 140 kgf/cm 2 7,5 vezes menos e a 210
kgf/cm2 apenas 2,5 vezes. Dai concluí-se que a circulação controlada por meios
forçados é fundamental nas caldeiras e altíssimas pressões, normalmente acima de
160 kgf/cm2.
Circulação Natural de água no interior dos tubos, diferentes concepções.

Fig.5.17

4.2.4 CALDEIRAS DE CIRCULAÇÃO POSITIVA FORÇADA

Há dois tipos de concepções que se destinguem pelo sistema de circulação, todas


utilizando como meio de circulação uma bomba centrífuga de construção especial,
para resistir às altas pressões de operação das unidades.

No 1º tipo, toda água introduzida na caldeira circula uma só vez, através do


economizador, caldeira e superaquecedor, transformando-se diretamente em vapor. A
bomba de alimentação injeta na caldeira exatamente a quantidade de vapor a
produzir.

No 2º tipo, além da bomba de alimentação existe outra destinada a recirculação da


água na caldeira.
As caldeiras de circulação positiva apresentam inúmeras vantagens como a ausência
de limite de pressão, e de capacidade, conhecendo-se exemplos com pressões
supercríticas. Além disso apresentam dimensões menores, aplicam tubos de pequeno
diâmetro (da ordem de 25 a 28mm), ausência de formação de depósitos internos,
geram vapor instantaneamente, exibem rendimentos altos e dispensam grandes
tambores. Em contrapartida exigem apurado controle da água de alimentação e
manutenção cuidadosa na bomba de circulação associado a aperfeiçoados e sensíveis
instrumentos de controle.

A primeira concepção de caldeira de circulação forçada foi dada por Benson, a qual
se caracteriza pela construção monotubular, através da qual circula a água
unidirecionalmente, desde a entrada até a saída, já no estado de vapor, conforme
esquema da figura 5.18

Fig.3.18

Existe também a caldeira Belser ou Sulzer, que é a mesma caldeira Benson acrescida
de um tambor separador intermediário entre a seção geradora de vapor e o super
aquecedor conforme figura 5.19. Este coleta cerca de 4% da água evaporada para
aquecimento da água de alimentação.

A caldeira “Le Mont” aproveitou a idéia do tambor separador com bomba de


recirculação (figura 5.20). A bomba de circulação opera com pressão superior a da
caldeira consumindo de 0,5 a 0,6% da energia produzida pela própria caldeira.
4.3 CALDEIRAS ELÉTRICAS
São basicamente constituídas pelo casco ou tambor, contendo uma cuba interna e os
eletrodos, um por fase. O casco é um vaso de pressão, cilíndrico-vertical, isolado
termicamente e convenientemente aterrado. A cuba é isolada elétricamente por meio
de porcelanas adequadas.

A alimentação de energia elétrica é feita através de três eletrodos-suportes, sendo um


por fase, dispostos a 1200 e fixados com isoladores na parte superior do tambor. Na
extremidade inferior das eletrodos suporte estão montados os eletrodos de contato, os
quais ficam dentro da cuba imersos em água.

A corrente elétrica, passando através da água, no interior da cuba, provoca seu


aquecimento e vaporização.

A água pura é considerada um mau condutor de CORRENTE ELÉTRICA,


portanto devem-se adicionar determinados sais à mesma para que se possa obter uma
determinada CONDUTIVIDADE.

Alguns fabricantes recomendam a adição cáustica ou fosfato trisódico na água de


alimentação (observe que esta deve ser calculada e colocada após o tratamento
químico da água de alimentação).

A quantidade se vapor gerada (Kg/h) depende diretamente dos seguintes parâmetros:

- condutividade da água;
- nível da água;
- distância entre os eletrodos.
5.3.TIPOS DE CALDEIRAS ELÉTRICAS

a) Tipo Eletrodo Submerso: geralmente destinado a trabalhar com pressões de


vapor não muito elevadas (aproximadamente 15 Kgf/cm2.). A figura 5.21
mostra um dos possíveis esquemas, utilizando o sistema de eletrodos
submersos a baixa tensão (220 a 440 V), existe também nessa modalidade a
alta tensão (3800 a 13800 V).

b) Tipo Jato de Água (cascata): destinada a pressões de vapor elevadas e


grandes quantidades de vapor. Observe um dos possíveis esquemas na figura
5.22, disponíveis apenas para alta tensão (3,8 a 13,8 kV).

c) Tipo Resistência: destinada, geralmente, a pequenas produções de vapor. Na


maioria das vezes são do tipo horizontal, utilizando resistências de imersão.

*6 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS CALDEIRAS ELÉTRICAS

- não necessita de área para estocagem de combustível;

- ausência total de poluição (não há emissão de gases);

- baixo nível de ruído;

- modulação da produção de vapor de forma rápida e precisa;

- alto rendimento térmico (aproximadamente 98,0%);

- melhora do Fator de Potência e Fator de Carga;

- área reduzida para instalação da caldeira;

- necessidade de aterramento da caldeira de forma rigorosa;

- tratamento de água rigoroso.


Caldeira elétrica tipo eletrodo submerso (baixa tensão)

1 - Corpo da Caldeira

2 - Eletrodo

3 - Câmara de Vapor

4 - Bomba de Circulação

5 - Bomba de Alimentação de Água

6 - Eliminador de Água

7 - Válvula de Segurança
Caldeira Elétrica tipo eletrodo jateado

Legenda:
1- Válvula de Descarga de Fundo 8 – Eletrodo
2 - Bomba de Circulação 9-Cilindro com Injetores
3 - Válvula Controle de Vazão 10- Injetores
4 -Válvula de Segurança 11- Contra eletrodos
5 -Haste do Condutor 12- Aquecedor de Partida
6 - Isoladores 13- Entrada de Água de Alimentação
7 - Válvula de Saída de vapor

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