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V
O
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POLICIAIS 1
U
M
E
PRF-PF-PC
Língua Portuguesa
Redação
RLM e Matemática
Noções de Informática
Noções de Direito Administrativo
Noções de Direito Constitucional
Ética no Serviço Público
Noções de Arquivologia
Noções de Contabilidade
Física Aplicada à Perícia de Acidentes Rodoviários
VIDEOAULAS DE:
- Atualidades
- Matemática Básica
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ŝ-ŝŦ
SUMÁRIO 5
ÍNDICE
LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................................................................... 9
1. Interpretação e Compreensão de Texto ................................................................................................ 10
2. Reescritura de Frases e Parágrafos do Texto ........................................................................................ 11
3. Formação de Palavras........................................................................................................................... 14
4. Emprego das Classes de Palavras ........................................................................................................17
5. Sintaxe .................................................................................................................................................28
6. Pontuação .............................................................................................................................................38
7. Gêneros textuais ................................................................................................................................... 41
8. Redação de Correspondências Oficiais.................................................................................................46
REDAÇÃO ............................................................................................................................... 49
1. Redação para Concursos Públicos ........................................................................................................50
2. Dissertação Expositiva e Argumentativa..............................................................................................55
MATEMÁTICA .......................................................................................................................... 60
1. Proposições ...........................................................................................................................................63
2. Argumentos ..........................................................................................................................................67
3. Psicotécnicos ........................................................................................................................................69
4. Análise Combinatória ...........................................................................................................................69
5. Probabilidade .......................................................................................................................................72
6. Noções de Estatística ............................................................................................................................74
7. Conjuntos Numéricos ............................................................................................................................ 81
8. Sistema Legal de Medidas ....................................................................................................................84
9. Razões e Proporções ............................................................................................................................85
10. Porcentagem e Juros ..........................................................................................................................87
11. Sequências Numéricas .........................................................................................................................88
12. Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares ..................................................................................... 91
13. Funções, Função Afim e Função Quadrática .......................................................................................97
14. Função Exponencial e Função Logarítmica ....................................................................................... 104
15. Trigonometria.................................................................................................................................... 105
16. Geometria Plana ................................................................................................................................ 109
17. Geometria Espacial ............................................................................................................................. 115
NOÇÕES DE INFORMÁTICA...................................................................................................... 126
1. Hardware ............................................................................................................................................ 128
2. Software ............................................................................................................................................. 130
3. Software .............................................................................................................................................. 131
4. Linux ....................................................................................................................................................135
5. Windows ..............................................................................................................................................137
6 SUMÁRIO Ş
ŝ-ŝŦ
ÍNDICE
1. Interpretação e Compreensão de Texto........................................................................ 10
2. Reescritura de Frases e Parágrafos do Texto.................................................................11
3. Formação de Palavras ................................................................................................. 14
4. Emprego das Classes de Palavras .............................................................................. 17
4. 1. Substantivo............................................................................................................................ 17
4. 2. Artigo ....................................................................................................................................19
4. 3. Adjetivo................................................................................................................................ 20
4. 4. Interjeição ............................................................................................................................ 20
4. 5. Numeral ............................................................................................................................... 20
4. 6. Advérbio ............................................................................................................................... 21
4. 7. Conjunção ............................................................................................................................. 21
4. 8. Preposição ........................................................................................................................... 22
4. 9. Pronome .............................................................................................................................. 22
4. 10. Palavra QUE........................................................................................................................ 24
4. 11. Palavra SE............................................................................................................................ 24
4. 12. Verbo ................................................................................................................................... 26
5. Sintaxe ......................................................................................................................28
5. 1. Frase ..................................................................................................................................... 28
5. 2. Oração .................................................................................................................................. 28
5.2.1 Termos Essenciais da Oração ............................................................................................... 28
5.2.2 Termos Integrantes da Oração ............................................................................................ 29
5.2.3 Termos Acessórios da Oração .............................................................................................. 30
5. 3. Período Composto ................................................................................................................ 31
5.3.1. Período Composto por Coordenação ................................................................................... 31
5.3.2. Período Composto por Subordinação ................................................................................. 31
5. 4. Sintaxe de Concordância ..................................................................................................... 33
5.4.1. Concordância Nominal ........................................................................................................ 33
5.4.2 Concordância Verbal............................................................................................................ 33
5. 5. Colocação Pronominal .......................................................................................................... 33
5. 6. Sintaxe de Regência............................................................................................................. 34
5.6.1 Regência Nominal ................................................................................................................ 34
5.6.2. Regência Verbal .................................................................................................................. 35
5.6.3. Crase ................................................................................................................................... 36
6. Pontuação..................................................................................................................38
7. Gêneros textuais ........................................................................................................ 41
8. Redação de Correspondências Oficiais ....................................................................... 46
10
1. Interpretação e Compreensão de Concessão Adversidade Conclusão Causa Tempo
embora mas – contudo dessa forma Porque quan-
Texto – ainda
que – se
– no entan-
to – todavia
– logo – por-
tanto – assim
– pois
– já que
do – na
hora em
bem que – se bem que sendo – por – visto que –
O que é Interpretar Textos? – mesmo – porém – conseguinte que – logo que
que – por entretanto. uma vez – assim
Interpretar textos é, antes de tudo, compreender o que se mais que. que que
LÍNGUA PORTUGUESA
de Maria ou Ana?) de sua família, já que seus outros dois irmãos são médicos.”
A mãe falou com a filha caída no chão. (Quem estava caída
no chão?) Correio Popular, Campinas, 20 out. 2000.
Está em dúvida quanto à configuração da sua máquina? Observe que neste trecho há problemas de coerência.
Então, acabe com ela agora mesmo! (Acabe com a dúvi-
“(...) costumava ficar horas aprimorando seus defeitos (...)”
da, com a configuração ou com a máquina?)
Em alguns casos, especialmente na publicidade e nos textos Entende-se o que o redator do texto quis dizer, mas a con-
literários, a ambiguidade é proposital; mas, para que ocorra a strução é indevida, uma vez que a definição para aprimorar, se-
compreensão necessária, é preciso que o leitor tenha conheci- gundo o dicionário, é aperfeiçoar, melhorar a qualidade de. Por-
mento de mundo suficiente para interpretar de maneira literal
e não literal. tanto, se interpretada seguindo esta definição, entender-se-ia
No entanto, ela se torna um problema nos textos quando que o jogador melhorava seus defeitos.
causa dúvidas em relação à interpretação. Ela também pode Além da escolha inadequada do vocábulo, há também um
gerar problemas e fazer com que o autor seja mal interpretado,
problema causado pelo uso indevido dos elementos de coesão.
como na frase “Sinto falta da galinha da minha mãe”.
Observe o uso da expressão “Por outro lado”, que deveria indi-
Ao escrever, para que não haja problemas relacionados
à ambiguidade, é necessária atenção do autor e uma leitura car algo contrário ao que foi dito anteriormente, mas neste caso
cuidadosa. precede uma afirmação que confirma o que foi dito no período
É importante observar que os textos não são estáticos e anterior, deixando o texto confuso.
dificilmente apresentarão apenas uma tipologia. É comum
que o texto seja, por exemplo, dissertativo-argumentativo, Perceba, portanto, que:
narrativo-descritivo ou descritivo-instrucional. É importante, Coesão é a relação entre as afirmações do texto, de maneira
portanto, identificar a tipologia que predomina. a deixá-lo claro e fazer sentido:
Coesão e Coerência Ontem o dia foi bom porque vi Lucas.
Observe as orações a seguir: Ontem o dia foi bom apesar de eu ter visto Lucas.
Mariana estava cansada. Viajou a noite toda. Foi trabalhar A relação de sentido estabelecida pela conjunção fará o sen-
no dia seguinte.
tido do texto.
Perceba que a relação entre elas não está clara. Agora, veja
o que acontece quando são inseridos elementos de coesão: Coerência é o sentido do texto, é o fato de o texto fazer
Mariana estava cansada porque viajou a noite toda. Mesmo sentido e ser compreendido pelo leitor em uma primeira leitura.
assim, foi trabalhar no dia seguinte. O que torna um texto coerente, entre outras coisas, é a escolha
Os elementos de coesão são responsáveis por criar a correta das conjunções. Por isso, a coesão e a coerência do texto
relação correta entre os termos do texto, tornando-o coerente.
Os elementos de coesão são representados pelas con- andam juntas e muitas vezes se confundem.
junções. As principais relações estabelecidas entre eles são:
2. Reescritura de Frases e Parágrafos Além disso, nem toda substituição é coerente. Por exemp-
lo, na frase “Eu comprei uma casa”, fica incoerente reescrever
do Texto “Eu comprei um lar”.
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lavra, sem alterar o sentido e a correção gramatical. Isso é muito a palavra aparece. Portanto, deve-se ficar atento à ortografia
comum com verbos. quando a questão é de reescrita.
Exs.: Parônimos
Os alunos têm buscado formação profissional. Palavras que possuem significados diferentes, mas são
(locução: têm buscado) muito parecidas na pronúncia e na escrita.
Os alunos buscam formação profissional. Exs.:
(uma palavra: buscam) Absolver: perdoar, inocentar. Absorver: aspirar.
Ambas as frases têm sentido atemporal, ou seja, expres- Comprimento: extensão. Cumprimento: saudação.
sam ações constantes, que não têm fim.
Conectores de Mesmo Valor Semântico
Significação das Palavras Há palavras, principalmente as conjunções, que possuem
LÍNGUA PORTUGUESA
Ao avaliarmos a significação das palavras, devemos ficar valores semânticos específicos, os quais devem ser levados em
atentos a alguns aspectos: sinônimos, antônimos, polissemia, conta no momento de fazer uma substituição.
homônimos e parônimos. Logo, pode-se reescrever um período, alterando-se a con-
junção. Para tanto, é preciso que a outra conjunção tenha o
Sinônimos mesmo valor semântico. Além disso, é importante verificar
Palavras que possuem significados próximos, mas não são como ficam os tempos verbais após a substituição.
totalmente equivalentes. Exs.:
Exs.: Embora fosse tarde, fomos visitá-lo. (conjunção subor-
Casa: lar - moradia – residência dinativa concessiva)
Carro: automóvel Apesar de ser tarde, fomos visitá-lo. (conjunção subor-
Para verificar a validade da substituição, deve-se também dinativa concessiva)
ficar atento ao significado contextual. Por exemplo, na frase No exemplo acima, o verbo também sofreu alteração.
“As fronteiras entre o bem e o mal”, não há menção a limites Exs.:
geográficos, pois a palavra “fronteira” está em sentido cono- Toque o sinal para que todos entrem na sala. 11
tativo (figurado). (conjunção subordinativa final)
Toque o sinal a fim de que todos entrem na sala. Em um texto, podem ser encontrados três tipos de discurso: o
12 (conjunção subordinativa final) discurso direto, o indireto e o indireto livre.
No exemplo acima, o verbo permaneceu da mesma maneira. Discurso Direto
Paralelismo São as falas das personagens. Esse discurso pode aparecer
em forma de diálogos e citações, e vêm marcadas com alguma
Ocorre quando há uma sequência de expressões com es-
trutura idêntica. pontuação (travessão, dois pontos, aspas, etc.). Ou seja, o dis-
curso direto reproduz fielmente a fala de alguém.
LÍNGUA PORTUGUESA
do verbo pensar. Ademais, as duas expressões são formadas No exemplo a seguir, há um discurso direto: “que raiva”,
por preposição e substantivo. que mostra a fala da personagem.
Paralelismo Semântico Ex.: “Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza.
Entretanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria
Estrutura-se pela coerência entre as informações.
Machado)
Ex.: Lucélia gosta de maçã e de pera.
No trecho a seguir, há uma fala da personagem, mesclada
Percebe-se que há uma relação semântica entre maçã e
com a narração: “Para que estar catando defeitos no próxi-
pera, pois ambas são frutas.
mo?”.
Ex.: Lucélia gosta de livros de ação e de pizza.
Ex.: “D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo teme-
Observa-se que os termos “livros de ação” e “pizza” não
possuem sentidos semelhantes que garantam a sequência rário. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram
lógica esperada no período. todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos)
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Quando terminarem a prova, todos podem sair.(desen-
volvida)
Os vizinhos ouviram uma criança chorando na rua.(re-
duzida de gerúndio)
Os vizinhos ouviram uma criança que chorava na rua.
(desenvolvida)
Terminada a reforma, a família mudou-se para a nova
casa.(reduzida de particípio)
Assim que terminou a reforma, a família mudou-se para
a nova casa.(desenvolvida)
Inversão Sintática
LÍNGUA PORTUGUESA
uma palavra, denominada primitiva, pelo acréscimo de novos Fidalgo: filho + de + algo
elementos que modificam ou alteram o sentido primitivo. As Hibridismo
novas palavras, assim formadas, são chamadas derivadas.
As palavras formadas por elementos provenientes de difer-
Os processos de derivação podem ocorrer de diversas ma- entes línguas são denominadas hibridismos.
neiras:
Ex.: Bis + avô: bisavô
Derivação Prefixal: ocorre quando há o acréscimo de um Radical latino
prefixo ao radical.
Ex.: Crono + metro: cronômetro
Ex.: contrapor: contra+por
Radical grego
prefixoradical
Derivação Sufixal: ocorre quando há o acréscimo de um Onomatopeia
sufixo ao radical. São as palavras que imitam sons.
Ex.: felizmente:feliz+mente Exs.: Tique-taque
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radicalsufixo Reco-reco
Derivação Prefixal e Sufixal: ocorre quando há o acrésci- Pingue-pongue
mo simultâneo de um sufixo e um prefixo ao radical.
Ex.: infelizmente: in+feliz+mente Acentuação
prefixo radicalsufixo Observe a diferença entre as palavras a seguir:
Derivação Parassintética: ocorre quando há o acréscimo Camelô-Camelo
simultâneo de um sufixo e um prefixo ao radical, de forma
Dúvida-Duvida
que a palavra não exista só com o prefixo ou só com o sufixo:
Ex.: empobrecer:em+pobre+cer A diferença que essas palavras possuem é na sílaba tôni-
prefixo radical sufixo ca. No caso da palavra camelo, trata-se de uma paroxítona; já
Derivação Regressiva: ocorre quando há a eliminação de a palavra camelô é oxítona.
sufixos ou desinências. Na maioria das vezes, são substantivos O mesmo acontece com dúvida e duvida: a primeira é
formados a partir de verbos. proparoxítona e, portanto, acentuada. A segunda é paroxítona
Ex.: consumir – consumo terminada em A.
Derivação Imprópria: ocorre quando há mudança na
Classificação das Sílabas quanto à Intensidade
classe gramatical.
Exs.: Tônica: sílaba pronunciada com maior intensidade.
Temos que fechar bem os armários, pois nessa época Ex.: ca féru bimú si ca
aparecem baratas. Átona: sílaba pronunciada com MENOR intensidade.
substantivo Ex.: ca féru bimú si ca
Compramos várias coisas, pois achamos que estavam No caso dos monossílabos, a classificação entre átono ou
muito baratas. tônico está relacionada também ao sentido.
adjetivo
Os monossílabos tônicos são as palavras de apenas uma
A sala estava cheia de crianças.
sílaba e com intensidade forte. São palavras com significado
substantivo
Apesar de adulto, ele ainda é muito criança. próprio, como substantivos, adjetivos, advérbios.
substantivo adjetivado. Já os monossílabos átonos, por terem uma intensidade
Uma palavra pode exercer diferentes funções em uma sonora menor, apoiam-se nas palavras tônicas e precisam
oração. Por isso, é importante observar o sentido do que ela delas para garantir seu significado. É o caso das preposições,
representa para identificar a classe gramatical. conjunções, artigos e alguns dos pronomes oblíquos.
Exs.: Eu amo meu trabalho! Classificação das Palavras em Relação
Eu trabalho muito! à Posição da Sílaba Tônica
Composição Oxítonas: palavras cuja sílaba tônica é a última.
Processo pelo qual novas palavras são formadas através da Ex.: a téca fépa le tóco ra ção
união de dois radicais. A composição pode ser por aglutinação Paroxítonas: palavras cuja sílaba tônica é a penúltima.
ou justaposição. Ex.: es co laál buma çú carba la
Proparoxítonas: palavras cuja sílaba tônica é a antepenúl- Emprego de G ou J
tima.
Emprega-se a Letra J
Ex.: lâm pa daham búr gue respú bli co
Nas palavras de origem árabe, africana ou indígena: pajé, jiboia.
Regras de Acentuação
Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em Nas palavras derivadas de outras que possuam j: laranjal,
a(s), e(s), o(s) e em ditongos abertos éi(s), éu(s) e ói(s). sujeira.
Ex.: pápépólençóiscéuvéus Emprega-se a Letra G
Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a(s), Nas palavras terminadas com ágio, égio, ígio, ógio, úgio:
e(s), em(ens) e nos ditongos abertos éi(s), éu(s) e ói(s).
pedágio, refúgio.
Ex.: babá você capô armazéns anéis
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em l, n, r, x, ã(s), Nas palavras terminadas em agem, igem e ugem: gara-
ão(s), i(s), ei(s), um(uns), us, ps. gem, vertigem. Exceções: pajem, lambujem.
Ex.: dócilhífenfênixvírustóraxbíceps Emprego de X ou CH
De acordo com a Nova Ortografia, os ditongos abertos ei e oi
não são mais acentuados nas paroxítonas, como, por exemplo, Emprega-se a Letra X
em plateia, ideia e heroico. Depois de ditongo: caixa, peixe, trouxa. Exceções: recau-
Acentuam-se todas as proparoxítonas. chutar, recauchutagem.
Ex.: célulaDráculacócegas Depois de me: mexer, mexilhão. Exceção: mecha.
Acentuam-se as vogais i(s) e u(s) tônicas dos hiatos nas Depois de en: enxurrada, enxaqueca. Exceção: quando o
oxítonas e paroxítonas. en é prefixo de palavra normalmente escrita com ch: encher,
Ex.: aísanduíchepaís encharcar, etc.
Quando é precedido por nh, a vogal i tônica não será acen-
tuada: rainha, bainha. Emprego de S ou Z
Os encontros silábicos são divididos em: Emprega-se a Letra S
Ditongo: há uma vogal e uma semivogal e ficam na mes-
ma sílaba quando ocorre divisão silábica: coração, água. Nos sufixos ês, esa e isa, quando usados na formação de
palavras que indiquem nacionalidade, profissão, títulos, etc.:
Hiato: há duas vogais e ficam em sílabas diferentes quan-
do ocorre divisão silábica: saúde, moeda. chinês/ chinesa, português/portuguesa, poetisa.
Tritongo: há uma vogal e duas semivogais que ficam, por- Nos sufixos oso e osa: receoso, gelatinosa.
tanto, na mesma sílaba quando ocorre divisão silábica: Uru- Emprega-se a Letra Z
guai, quais.
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ŝ#-ŝŦ
Nos sufixos ez e eza, usados para formar substantivos
Acento Diferencial derivados de adjetivos: beleza, insensatez.
Em alguns casos, o acento serve para diferenciar palavras Hífen
com grafia semelhante. Observe os casos a seguir: Existem várias regras de emprego do hífen. A fim de fa-
O verbo pôr é acentuado para diferenciar-se da prep- cilitar a memorização, estudaremos as regras principais e, em
osição por. seguida, as regras impostas pela Nova Ortografia.
Ex.: Vou pôr minhas coisas no carro. Usa-se o hífen:
A lista foi feita por mim. Para ligar os elementos das palavras compostas por justa-
A forma verbal pôde (pretérito imperfeito) é acentuada posição que não sofreram alterações na tonicidade ou grafia.
para diferenciar-se da forma verbal pode (presente do indic- Ex.: Beija-flor, cirurgião-dentista, guarda-chuva, sex-
ativo). ta-feira.
Ex.: No ano passado ele não pôde comparecer ao evento.
LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.: Não falei nada porque sabia que não iria acreditar
em mim.
Porquê
Utilizado quando assumir o papel de substantivo, sendo
precedido por artigo e puder ser substituída por motivo.
Ex.: O candidato não quis explicar o porquê da renúncia.
ANOTAÇÕES
4. Emprego das Classes de Palavras Coletivo
São substantivos comuns que, apesar de estarem no singular,
indicam mais de um ser da mesma espécie.
4. 1. Substantivo Exs.: Enxame: grupo de insetos.
Todos os seres recebem nomes, e este nome é a classe gramat- Manada: grupo de búfalos, elefantes ou cavalos.
ical chamada substantivo. Os substantivos nomeiam os seres: Século: período de cem anos.
pessoas, objetos, fenômenos, sentimentos, qualidades, lugares ou Relação de Alguns Substantivos Coletivos
ações. Observe os exemplos:
▷ Acervo: bens patrimoniais, obras de arte;
Exs.:
▷ Alavão: ovelhas leiteiras;
O carro está estacionado na rua.
▷ Álbum: fotografias, selos;
objeto lugar ▷ Alcateia: lobos, feras;
Estava cansada da corrida. ▷ Antologia: reunião de textos literários;
ação ▷ Armada: navios de guerra;
A sinceridade é uma virtude desejável nos amigos. ▷ Arquipélago: ilhas;
qualidade ▷ Arsenal: armas;
A chuva nos obrigou a cancelar, com tristeza, a festa na piscina.
▷ Assembleia: parlamentares, membros de asso-
fenômeno estado ciações;
▷ Atilho: espigas;
Classificação dos Substantivos ▷ Atlas: mapas reunidos em livros;
Os substantivos são classificados em: ▷ Bagagem: objetos de viagem;
Comum ▷ Baixela: utensílios de mesa;
São os substantivos que indicam nomes comuns, como os ▷ Bandeira: garimpeiros, exploradores de minérios;
que aparecem no início deste capítulo: casa, criança, sol. Não ▷ Banca: examinadores, advogados;
indicam nada específico. ▷ Banda: músicos;
Próprio ▷ Bandeira: exploradores;
▷ Bando: aves, ciganos, crianças, salteadores;
São os substantivos que individualizam os seres. Nesta
▷ Batalhão: soldados;
classe estão os nomes próprios:
▷ Bateria: peças de guerra ou de cozinha; instrumen-
▷ Maria Clara tos de percussão;
Ş
ŝ#-ŝŦ
▷ Porto Alegre ▷ Biblioteca: livros;
▷ Boiada: bois;
▷ Pernambuco
▷ Boana: peixes miúdos;
▷ Japão
▷ Cabido: cônegos (conselheiros de bispo);
Classificam-se, aqui, os nomes próprios de:
▷ Cacho: bananas, uvas, cabelos;
▷ Pessoas
▷ Cáfila: camelos;
▷ Cidades
▷ Cainçalha: cães;
▷ Estados ▷ Cambada: caranguejos, malandros, chaves;
▷ Países ▷ Cancioneiro: canções, de poesias líricas;
▷ Rios ▷ Canzoada: cães;
▷ Ruas ▷ Caravana: viajantes, peregrinos, estudantes;
LÍNGUA PORTUGUESA
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ŝ#-ŝŦ
Em alguns casos, há apenas um substantivo para indicar indefine o substantivo, mostrando que é uma ligação como
tanto o sexo feminino quanto o masculino. Esses substantivos qualquer outra, nada específico. Já no segundo caso temos um
classificam-se em:
artigo definido, especificando a pessoa: não era um médico in-
Epicenos determinado, mas o médico específico.
São os substantivos uniformes que indicam nomes de ani- Observa-se, portanto, que o artigo classifica-se em defini-
mais e para especificar o sexo, utiliza-se macho ou fêmea. do ou indefinido.
Exs.: a girafa fêmea;
Artigo definido: utilizado para especificar o substantivo
a girafa macho.
- o, a, os, as.
Sobrecomuns Ex.: A encomenda chegou.
São substantivos uniformes que indicam tanto masculino Artigo indefinido: utilizado para apresentar o substantivo
LÍNGUA PORTUGUESA
quanto feminino. A identificação do sexo correspondente se como algo não específico, como parte de um grupo, e não um
dará através do contexto.
ser determinado.
Ex.: o indivíduo (homem ou mulher).
Criança de oito anos comove público ao competir em tri- Ex.: Encontrei uma vizinha na festa.
atlo carregando irmão deficiente. Combinações e Contrações dos Artigos
Comovente a atitude de Noah Aldrich, de 8 anos, que não Preposições Artigos
queria participar sozinho de uma competição de triatlo in-
o, os a, as um, uns uma, umas
fantil nos Estados Unidos e resolveu levar o irmão caçula,
Lucas, de 6 anos, com ele. Porém, Lucas sofre de deficiência a ao, aos à, às - -
cerebral, que o impede de andar ou falar. Noah se preparou duma,
durante três meses para as provas de natação, corrida e de do, dos da, das dum, duns
dumas
ciclismo e usou um carrinho, uma bicicleta e um pequeno numa,
bote adaptado para que Lucas pudesse acompanhá-lo. em no, nos na, nas num, nuns
numas
Fonte: http://amazonrunners1.blogspot.com.br/2014/07/menino-de-
19
oito-anos-comove-publico-ao.html (adaptado) por (per) pelo, pelos pela, pelas - -
20
4. 3. Adjetivo Aplauso Parabéns! Ótimo! Viva! Bis!
A palavra que caracteriza o substantivo é chamada adjeti- Concordância Pois não! Claro! tá!
vo estas características, denominadas qualidades, podem ser
Desejo Tomara! Oxalá!
positivas ou negativas.
Dor Ai! Ui! Que pena!
Formação do Adjetivo Admiração Opa! Puxa!
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando deriva de outras palavras, como verbos ou sub- Medo Credo! Cruzes! Ui!
stantivos:
Ex.: Rancorosa, a avó não quis atender o neto.
(derivado do substantivo rancor)
4. 5. Numeral
Outra classe de palavras que se relaciona com o substantivo
Simples
Ş
ŝ#-ŝŦ
Ş
ŝ#-ŝŦ
Exs.: O casal se animou com o passeio a cavalo. Porque, visto que, já que, uma vez que, como, desde que.
A entrevista foi feita ao vivo.
Os filhos almoçam com ele de vez em quando. Condicionais
Se, caso, contanto que, desde que, salvo se.
Adjetivos Adverbializados
Observe a afirmação a seguir, que faz parte de uma crônica
Proporcionais
de Luis Fernando Veríssimo: À medida que, à proporção que, ao passo que.
“A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Es- Finais
crever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por A fim de que, para que.
exemplo: dizer “escrever claro” não é certo mas é claro, certo?”
Escrever claro = escrever claramente. Consecutivas
Escrever certo = escrever corretamente. De modo que, de maneira que, de sorte que, que, para que.
LÍNGUA PORTUGUESA
4. 7. Conjunção Comparativas
Como, tal qual, assim como, tanto quanto.
Conjunção é o elemento que liga duas orações ou dois ter-
mos em uma mesma oração. Conformativas
Observe o exemplo a seguir: Conforme, segundo, como.
Ex.: Ela é uma menina doce, mas quando precisa, vira
uma fera. Integrantes
As aulas vão começar logo que o professor chegar. Que, se.
Ela pode ser: ▷ As conjunções integrantes introduzem orações subs-
Coordenativa: Quando liga duas orações independentes: tantivas (que equivalem a substantivos): 21
Ex.: Vendeu tudo e mudou de cidade. Ex.: Não sei se ele virá (não sei da sua vinda).
22
4. 8. Preposição Para que não haja esta repetição desagradável durante a
comunicação, utilizamos os pronomes:
Observe o exemplo a seguir: Ex.: O bebê de Daniela nasceu perfeito. Ele tem olhos
Ex.: Gosto muito das músicas de Chico Buarque; azuis, suas mãos são fortes e seus cabelos são claros.
Chegou da viagem com febre.
Os pronomes são palavras que substituem ou acompan-
As palavras em destaque estabelecem uma relação entre
ham os substantivos. Eles podem indicar qualquer uma das
outros termos. Elas são chamadas de preposição. São elas:
três pessoas do discurso:
LÍNGUA PORTUGUESA
A, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para,
pelo, perante, por, sem, sobre, sob, trás. 1ª pessoa: quem fala;
2ª pessoa: com quem se fala;
Algumas palavras pertencentes a outras classes grama- 3ª pessoa: de quem se fala.
ticais podem, eventualmente, aparecer como preposição em
alguns casos. Por exemplo: salvo, fora, durante, segundo, etc. Classificação dos Pronomes
As preposições podem ser: Pronomes Pessoais
▷ Essenciais: quando são sempre preposição. São as
palavras listadas anteriormente; Pessoa do discurso Retos Oblíquos
▷ Acidentais: quando não são preposições essenciais, 1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
mas em alguns casos exercem a função de prepo- 2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
sição; 3ª pessoa do singular Ele/Ela O, a, lhe, se, si, consigo
▷ Puras: quando não há junção com artigo;
Ş
ŝ#-ŝŦ
Ş
ŝ#-ŝŦ
1ª pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas nenhum, nenhuns, nenhuma, Outrem
nenhumas; Tudo
2ª pessoa do singular Teu, tua, teus, tuas
todo, todos, toda, todas; Nada
3ª pessoa do singular Seu, sua, seus, suas
outro, outros, outra, outras; Cada
1ª pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas muito, muitos, muita, muitas; Algo
2ª pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas pouco, poucos, pouca, poucas; Mais
3ª pessoa do plural Seu, sua, seus, suas vário, vários, vária, várias; Menos
O pronome possessivo concorda: tanto, tantos, tanta, tantas;
▷ Em pessoa, com o possuidor: quanto, quantos, quanta,
Ex.: Meu irmão chegou de viagem. quantas.
1ª pessoa do singular
▷ Em número, com o que se possui:
Pronomes Interrogativos
São os pronomes utilizados nas perguntas diretas e indire-
LÍNGUA PORTUGUESA
Na última semana tivemos quatro provas. Essa semana foi Pronomes Relativos
uma correria! (passado próximo); São pronomes que se relacionam com termos já citados na
oração, evitando a repetição.
Quando meus filhos eram pequenos, viajamos para a Exs.:
Europa. Aquela foi uma viagem inesquecível. (passado Trouxe um livro. 23
distante) O livro que eu trouxe é o livro que você me pediu.
O pronome relativo que indica e especifica o livro ao qual Advérbio
24 o interlocutor se refere:
Ex.: Que bela está a casa!
Ex.: Trouxe o livro que você pediu.
Neste caso, antecede um adjetivo, modificando-o: como a
O pronome relativo concordará:
casa está bela!
▷ Com o seu antecedente:
Ex.: Que longe estava da cidade!
Ex.: As ruas pelas quais passou traziam lembranças.
Neste caso, antecede um advérbio, intensificando-o: Esta-
Exceção: pronome cujo (e variações), que concorda com
va muito longe da cidade.
LÍNGUA PORTUGUESA
o consequente:
Ex.: Estou lendo um livro cuja capa foi feita pelo meu Conjunção
irmão.
Exs.:
▷ A regência do pronome relativo seguirá a regra da Que gostem ou que não gostem, tomei minha decisão.
regência pedida pelo verbo: (conjunção alternativa)
Exs.: Pode entrar na fila que não será atendida. (conjunção
É uma menina de quem todos gostam. adversativa)
Era uma pessoa a quem todos admiravam. Não falte à aula que o conteúdo é importante. (con-
Pronomes Substantivos junção explicativa)
Em alguns casos, o pronome atuará como substantivo, Conjunção Subordinativa
substituindo-o. Observe: Exs.:
Ex.: Poucos conhecem o segredo de viver em paz. Estava tão cansada que não quis recebê-lo.
Ş
ŝ#-ŝŦ
ANOTAÇÕES
Ş
ŝ#-ŝŦ
LÍNGUA PORTUGUESA
25
26
4. 12. Verbo • Presente
Indica a ação que acontece no momento da elocução:
Verbo é a palavra que exprime ação. Observe:
Ex.: Corremos todos os dias naquelas ruas e praças. Ex.: Eu estou em casa.
O verbo pode indicar, além de uma ação, um estado ou • Pretérito Perfeito
fenômeno da natureza. Observe: Indica a ação concluída no passado:
Exs.: Mariana era mais magra quando estava grávida. Ex.: Eu comi a torta de limão.
Durante semanas, choveu muito. • Pretérito Imperfeito
LÍNGUA PORTUGUESA
Ş
ŝ#-ŝŦ
Quando o sujeito recebe a ação, praticada por outro ele-
Ex.: Vou falar com eles antes do fim da aula. mento, o agente da passiva:
Verbo auxiliar + verbo principal no infinitivo Ex.: Um vaso foi colocado na mesa por mim.
(sujeito paciente) (agente da passiva)
Tipos de Verbo Passiva Sintética (verbo na 3ª pessoa + pronome se)
Os verbos dividem-se em tipos, de acordo com o seu sig- Quando o sujeito recebe a ação, mas o agente não aparece:
nificado. São eles: Ex.: Colocou-se um vaso na mesa.
Intransitivo Reflexiva
Quando o sentido do verbo é completo e não exige com- Quando o sujeito pratica e recebe a ação ao mesmo tempo:
plemento. Ex.: A menina penteou-se demoradamente.
Ex.: Meu vizinho morreu.
LÍNGUA PORTUGUESA
ANOTAÇÕES
Transitivo
Quando o sentido do verbo não é completo e é necessário
um complemento para que faça sentido. Dentre os transitivos,
pode ser:
Transitivo Direto
Quando exige um complemento que não é seguido por
preposição (objeto direto):
Ex.: Comprei uma bolsa.
Transitivo Indireto
Quando exige um complemento que é seguido por prep-
osição (objeto indireto): 27
Ex.: Gosto de cantar.
28
5. Sintaxe Composto
Quando possui mais de um verbo, ou seja, mais de uma
oração:
5. 1. Frase Exs.: Queremos que as coisas sejam resolvidas logo.
Observe os exemplos: 1ª oração2ª oração
Exs.: Cuidado! Era tarde quando chegamos do trabalho.
Estou cansada. 1ª oração 2ª oração
LÍNGUA PORTUGUESA
Passei no concurso! Quando houver uma locução verbal, será contado apenas
Mentira! o verbo principal, ou seja, será apenas uma oração:
Jura?
Ex.: Vai ficar tarde para ligar para ela.
Anda logo!
1ª oração2ª oração
Toda palavra ou conjunto de palavras organizada de ma-
neira coerente e que transmita informações ou tenha sentido
é considerada frase. 5.2.1 Termos Essenciais da Oração
Observe o trecho a seguir:
Classificação da Frase Ex.: Os alunos gostam das aulas de Inglês.
De acordo com o seu significado, uma frase pode ser: A oração faz sentido porque possui dois elementos essen-
Declarativa ou afirmativa: ciais: sujeito e predicado.
Ex.: Eu gosto de você. Sujeito é o termo sobre o qual a oração fala.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Ş
ŝ#-ŝŦ
Haver aparecerão juntos, ou seja, o predicado indicará uma ação e
Quando significar existir, acontecer, realizar: um estado do sujeito:
Exs.: Ex.: Os meninos subiram as escadas apressados.
Há muita gente passando fome. (existe) Sujeito AçãoEstado
O que houve? (aconteceu) (Estavam apressados.)
Houve uma cerimônia rápida em homenagem aos pais. O predicado verbo-nominal apresentará dois núcleos: os
(realizou-se) verbo de ação e o verbo de ligação.
Fazer, Ser e Estar
No exemplo apresentado acima, o núcleo será: subiram e
Quando significar tempo decorrido ou tempo decorrido de apressados.
um fenômeno da natureza:
Exs.:
Faz dias que não a vejo. 5.2.2 Termos Integrantes da Oração
LÍNGUA PORTUGUESA
Faz dias que chove. Em alguns casos, o verbo ou nome expresso na oração não
Estava calor. apresenta sentido completo, exigindo um complemento para
Verbos que expressam fenômenos da natureza que a informação seja transmitira. Estes complementos, por não
Ex.: serem opcionais mas obrigatórios, são chamados de termos in-
Amanheceu, embora ninguém tivesse dormido. tegrantes da oração. Eles são divididos em: objeto direto, objeto
Choveu a noite inteira. indireto, complemento nominal e agente da passiva.
Faz anos que não neva aqui. Objeto Direto
Predicado É o termo que completa o sentido do verbo transitivo dire-
to. Observe o exemplo a seguir:
Embora seja possível existir oração sem sujeito, não existe Ex.: Compramos frutas na feira.
oração sem predicado. O verbo comprar não possui sentido completo. Ou seja:
Ex.: Faz duas semanas que não a vejo. é um verbo transitivo e exige um complemento para que a 29
Predicado oração fique clara.
Como este complemento é ligado a ele de maneira direta, Complemento nominal Adjunto adnominal
30 sem o auxilio de uma preposição, é chamado objeto direto. Sempre com preposição Nem sempre com preposição
Se relaciona com substan- Se relaciona somente com substanti-
Objeto Indireto tivos, adjetivos e vos, nunca com adjetivos ou advérbios
É o termo que completa o sentido do verbo transitivo indi- Nunca se relaciona com Se relaciona com substantivos con-
reto. Observe o exemplo a seguir: substantivos concretos cretos
LÍNGUA PORTUGUESA
5.2.3 Termos Acessórios da Oração Fascinadas com o parque, as meninas não queriam ir
embora.
Adjunto Adnominal
Assim como o complemento nominal, o adjunto ad-
nominal completa o sentido de um nome, caracterizando-o.
Vocativo
Ex.: As luzes de Natal enfeitavam a sala. Observe os exemplos a seguir:
Adjunto adnominal
Exs.:
Os termos que completam o sentido de um nome podem
ser artigos, adjetivos ou numerais: Marina, você viu o edital do concurso?
Ex.: A cidade inteira acordou com uma sensação estranha.
Crianças, já bateu o sinal!
Artigo numeraladjetivo
Corram, meninas, vocês vão se atrasar!
Diferença entre Adjunto Adnomi-
nal e Complemento Nominal Observe que os termos assinalados não possuem relação
Considerando que ambos completam o sentido de um sintática com os enunciados. Trata-se de uma interlocução,
nome, é comum ter dúvidas entre o adjunto adnominal e o
uma relação entre quem fala e quem ouve.
complemento nominal. Para distingui-los, é importante obser-
var os critérios abaixo:
5. 3. Período Composto Alternativas
Observe as orações a seguir: São as orações que dão a ideia de alternância. Normalmente
são ligadas por uma conjunção alternativa:
Exs.: Ex.: Ou chega atrasado ou sai mais cedo.
Fui à fazenda.
Adversativas
Cheguei à fazenda e corri para ver o lago.
São as orações que dão a ideia de oposição. Normalmente são
Gostei de andar pela fazenda. ligadas por uma conjunção adversativa:
A primeira oração possui apenas um verbo e o sentido Ex.: Chegou cansada, mas deu atenção aos filhos.
completo. Trata-se, portanto, de um período simples, ou uma Explicativas
oração absoluta.
São as orações que dão a ideia de explicação. Normalmente
No segundo caso, temos duas orações, ou seja, dois ver- são ligadas por uma conjunção explicativa:
bos, com sentidos completos e independentes uma da outra. Ex.: Estava chateado, pois não conseguiu o emprego que
queria.
Ex.: Cheguei à fazenda. Corri para ver o lago.
Cheguei à fazenda e corri para ver o lago. Conclusivas
Por possuir mais de um verbo, trata-se de um período São as orações que dão a ideia de conclusão. Normalmente
são ligadas por uma conjunção conclusiva:
composto.
Ex.: Choveu o dia inteiro, portanto não poderemos re-
Por serem as orações independentes, trata-se de um perío- alizar a reunião no gramado.
do composto por coordenação. As orações são coordenadas.
No terceiro caso, as duas orações não possuem sentido 5.3.2. Período Composto
completo e independente: por Subordinação
Ex.: Gostei de andar pela fazenda. O período composto por subordinação é caracterizado pela
As orações dependem uma da outra para ter sentido, não presença de uma oração principal e uma a ela subordinada.
sendo, portanto, independentes. Neste caso, trata-se de um A classificação das orações subordinadas é semelhante à
período composto por subordinação. Há uma oração principal e classificação dos termos no período simples. A diferença é que
o termo será representado por uma oração.
uma oração subordinada.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Oração Subordinada Substantiva
5.3.1. Período Composto As orações subordinadas substantivas classificam-se em:
Quando não possuem elemento de ligação, normalmente As orações subordinadas substantivas exercem a mesma
representado pelas conjunções: função sintática que os substantivos exerceriam na oração.
Observe:
Ex.: Tentou, cansou, desistiu. Ex.: Mariana gosta de doces.
1ª oração 2ª oração 3ª oração gostar: VTI
de doces: OI
Aditivas Ex.: Mariana gosta de passear com o cachorro.
Gostar: VTI
São as orações que dão a ideia de adição. Normalmente
de passear com o cachorro: por possuir verbo, é uma
são ligadas por uma conjunção aditiva: oração subordinada com função de OI. Portanto, trata-se de 31
Ex.: Chegou cansada e logo foi dormir. uma oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Subjetiva
32 A oração subordinada substantiva subjetiva tem a função
de sujeito da oração principal:
Exs.: Não convém falar mal dos outros.
Foi avisado que a reunião ia demorar.
Objetiva Direta
LÍNGUA PORTUGUESA
ANOTAÇÕES
5. 4. Sintaxe de Concordância ▷ Quando o sujeito for composto, o verbo ficará no plural
quando aparecer depois do sujeito:
Ex.: Filhos e netos aplaudiram o discurso do jardineiro.
5.4.1. Concordância Nominal ▷ Quando o verbo aparecer antes do sujeito composto,
Observe o exemplo a seguir: poderá aparecer no plural ou no singular concordando
com o primeiro termo:
Ex.: As lindas flores foram colhidas pelo meu marido.
Ex.: Chegaram a filha, o genro e os netos.
Observe que o substantivo, em destaque, está no feminino
plural. Portanto, todos os termos relacionados a ele devem ser Chegou a filha, o genro e os netos.
flexionados, concordando com ele. ▷ O verbo “ser”, quando indica tempo ou distância,
Os artigos, adjetivos e verbos sempre concordam com o concordará com o predicativo:
substantivo a que se referem. Ex.: São seis quilômetros daqui até a cidade.
Quando houver mais de um substantivo, há duas opções: ▷ Verbos que indicam fenômenos da natureza, por
▷ O adjetivo pode passar para o plural, concordando não possuírem sujeito, ficarão sempre na terceira
pessoa do singular:
com todos os substantivos:
Ex.: Ventou a semana toda.
Ex.: Era obrigatório usar calça, camisa e avental brancos.
Choveu por três dias.
▷ O adjetivo pode concordar apenas com o último
substantivo: ▷ O verbo “haver”, quando apresentar o sentido de
“existir”, será impessoal e ficará sempre na terceira
Ex.: Era obrigatório usar calça, camisa e avental branco.
pessoa do singular:
▷ Se o último substantivo for feminino, o adjetivo
Ex.: Há várias coisas para fazer aqui.
pode concordar com ele em gênero e número, rela-
cionando-se apenas com ele: ▷ Os verbos “haver” e “fazer”, quando indicarem tem-
Ex.: Era obrigatório usar calça, avental e camisa branca. po, também serão impessoais e ficarão sempre na
terceira pessoa do singular:
▷ Quando for precedido de vários substantivos, o ad-
jetivo deverá concordar: Exs.: Faz duas semanas que não como doces.
▷ Com o primeiro: Há meses que não vou até lá.
Ex.: Eram boas casas, localização e infraestrutura.
▷ Com todos, no plural:
5. 5. Colocação Pronominal
Exs.: Eram bons clientes, amigos e empresários. A colocação pronominal pode ocorrer de três formas:
Ş
ŝ#-ŝŦ
Eram boas mães, clientes e empresárias.
Antes do Eu te enviarei os documen-
Próclise
5.4.2 Concordância Verbal verbo tos.
Observe o exemplo a seguir: Depois do Ia enviar-lhe os documen-
Ênclise
Ex.: Os funcionários da clínica gostaram do novo uni- verbo tos.
forme. Inserido no Enviar-te-ia os documen-
Mesóclise
O verbo deverá sempre concordar com o sujeito. Neste caso, verbo tos.
funcionários, na terceira pessoa do plural. Antes de estabelecer as regras de uso de cada caso acima,
Observe as demais regras de concordância verbal: é importante ressaltar que os pronomes átonos não podem
▷ Se o sujeito for um substantivo coletivo, embora ex- iniciar uma frase. Portanto, quando for inevitável seu uso, utili-
presse a ideia de plural, o verbo deverá permanecer za-se um recurso conhecido como “eufonia”. Observe:
LÍNGUA PORTUGUESA
Palavras nega- Não, nunca, nem, Nunca me esqueci dos livros pontuação)
tivas nada, etc. lidos na infância.
Pronomes
indefinidos
Uns, alguém,
ninguém, etc.
Ninguém me pediu ajuda. 5. 6. Sintaxe de Regência
Pronomes
relativos
Que, qual, onde,
quem, etc.
Este é o homem que me em-
prestou o casaco.
5.6.1 Regência Nominal
Observe os exemplos a seguir:
Mesóclise Exs.: Temos muito admiração pelo seu trabalho.
A mesóclise só será obrigatória quando a oração possui, ao A atitude dele durante a reunião foi contrária ao esperado.
mesmo tempo, dois casos: Tenho certeza de que você tem capacidade para fazer
um ótimo trabalho.
Verbo no futuro Falar-te-ia sobre Observe que os nomes são acompanhados por preposições
Ş
ŝ#-ŝŦ
iniciando a oração meus sentimentos. que lhes dão sentido. Estas preposições ligam os nomes ao
termos de maneira coerente.
Ausência de palavra atrativa Mentir-lhes-emos se precisar. Cada nome possui um ou mais preposições específicas
exigindo próclise que devem acompanha-los. Esta colocação correta é chamada
regência nominal.
Nomes e respectivas regências
Acessível : a Contíguo: a Imbuído: de, em Preferível: a
Acostumado: a, com Contrário: a Impróprio: para Prejudicial: a
Afável: com, para, a Curioso: de Imcompatível: com Presente: a
Aflito: com, por Descontente: com Indeciso: em Prestes: a
Agradável: a Desejoso: de Inepto: para Propenso: a, para
Alheio: a. de Devoto: a, de Insensível: a Propício: a
Alusão: a Diferente: de Liberal: com Próximo: a, de
Ambicioso: de Entendido: em Medo: a, de Relacionado: com, a
Análogo: a Equivalente: a Misericordioso: com, para, com Residente, situado, sito, morador: em
Ansioso: de, para, por Essencial: para Natural: de Respeito: a, com, para com
Apaixonado: de (entusiasmado), por
Fácil: de Necessário: a Satisfeito: com, de, em, por
(enamorado)
Apto: a, para Falho: de, em Nocivo: a Semelhante: a
Aversão: a, por Fanático: por Obediência: a Sensível: a
Ávido: de, por Favorável: a Ódio: a, contra Suspeito: de
Benéfico: a Favorável: a Ojeriza: a. por União: a, com, de, entre
Capacidade: de, para Generoso: com Paralelo: a, com, entre Único: a, em
Capaz: de, para Grato: a Parco: em, de Útil: a, para
Compatível: com Hábil: em Parecido: a, com Vazio: de
Conforme: a (semelhante), com
Habituado: a Passível: de Versado: em
(coerente), em (concorde)
Constante: de, em Horror: a Possível: de Vinculado: a
Conteporâneo: a, de Idêntico: a Possuído: de, por
5.6.2. Regência Verbal Fui à cidade de ônibus.
A relação correta entre o verbo e seus complementos, ou ▷ Verbos transitivos diretos e indiretos
seja, os termos regidos por ele.
Os verbos que exigem complemento, chamados transiti- São verbos que exigem dois complementos, sendo um
vos, se relacionam de duas maneiras com seus complementos:
ligado por preposição:
▷ Verbos transitivos diretos
São os verbos que não exigem preposição antes de seus
Ex.: Entreguei a carta ao diretor.
complementos:
Ex.: Comprei frutas hoje cedo. ▷ Verbos intransitivos:
▷ Verbos transitivos indiretos
São verbos que não exigem complemento:
São os verbos que exigem preposição antes de seus com-
plementos: Ex.: O vizinho do apartamento ao lado morreu.
Exs.: Os moradores gostaram da pintura do prédio.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Lembrar-se Lembrou-se do fato.
TI > de dele
Esquecer-se Esqueceu-se da chave.
Namorar TD o,a Ele namora minha irmã
O País precisa (de) agrônomos.
Necessitar TD o, a
O País precisa deles.
Precisar TI > de dele
O País precisa-os.
Os filhos obedecem aos pais.
(Des)obedecer TI > a lhe (pessoa)
Não devemos desobedecer-lhes.
Morar, residir VI > em - Mora na Rua XV de Novembro
5.6.3. Crase
Quando um termo exigir, pela regência, o uso da preposição a, e o termo seguinte for um substantivo feminino, precedido
pelo artigo a, a fusão de ambos os termos será representada pelo uso da crase:
Fui a:
Exs.: Fui ao banco.
Fui à cidade.
Assistir a:
Exs.: Assisti ao filme pela segunda vez.
Assisti à missa emocionada.
A crase também será obrigatória quando indicar:
▷ Horário:
O candidato chegou às 16 horas.
▷ Locuções adverbiais:
à força, à vontade, à direita, à esquerda, etc.
▷ Locuções prepositivas:
à espera de, à procura de, à frente de, etc.
▷ Quando a expressão “à moda de” estiver subentendida:
bife à milanesa (à moda milanesa), cabelo à Roberto Carlos (à moda de Roberto Carlos)
▷ A contração entre a preposição “a” + o pronome demonstrativo “aquele”:
Eu me referi àquele material (nesse caso, não importa que o termo ao qual se refere for masculino, pois não há o artigo
“a”, e sim o pronome “aquele”)
A crase é facultativa antes de:
▷ Pronome possessivo:
Entregarei isso a minha mãe.
Entregarei isso à minha mãe.
▷ Nome feminino:
Entregarei isso a Tina.
Entregarei isso à Tina.
A crase será proibida antes de:
▷ Verbos:
A partir de amanhã, as aulas serão semanais.
▷ Substantivos masculinos:
Foram a pé.
▷ Pronomes que não admitam o artigo “a” (pronomes
pessoais, relativos, indefinidos e demonstrativos):
Refiro-me a uma pessoa muito especial.
Ele se dirigiu a qualquer aluno.
▷ Expressões com palavras repetidas:
Cara a cara; palmo a palmo.
▷ Antes de “Nossa Senhora” e demais nomes de santas:
Pedi a Nossa Senhora que o guiasse.
Apelei a Santa Rita.
▷ Numerais cardinais:
De 20 a 50 pessoas estudam nessas salas.
De 2008 a 2012 eu morei naquela rua.
Exceto antes de horário: Ele chegou às 14 horas.
▷ Depois de preposições:
Pedi até a diretora.
▷ Quando a preposição “a” aparece sozinha antes de
palavra no plural:
Eu me refiro a obras de caridade.
Ele pediu a pessoas importantes.
Não haverá crase quando o termo for precedido pela pre-
posição “de”:
Atendimento de segunda a sexta.
Mas ela é obrigatória quando houver a preposição “da”:
Da segunda à quarta fileira os lugares estão reservados.
Quando indicar lugar, a mesma regra é válida:
Voltei de São Paulo. Vou a São a Paulo.
Voltei da Bahia. Vou à Bahia.
ANOTAÇÕES
Ş
ŝ#-ŝŦ
LÍNGUA PORTUGUESA
37
38
6. Pontuação Reticências (…)
a) Suprime trechos.
Os sinais de pontuação são recursos gráficos utilizados na
Ex.: Era uma vez (...)
linguagem escrita. Sua finalidade é estruturar os textos e es-
tabelecer as pausas e as entonações da fala. Vale destacar que b) Marca continuidade de pensamento ou de enumer-
alguns desses sinais server para assinalar as pausas e a en- ações.
tonação da voz na leitura; separar ou isolar termos sintáticos; Ex.: Eu gostei dos atores, mas da história...
LÍNGUA PORTUGUESA
Ş
ŝ#-ŝŦ
Separa Palavras ou Expressões Explicati- Ex.: Nenhuma pesquisa, que tenhamos percebido, abor-
dou tal assunto.
vas, Conclusivas, Retificativas, Repetidas Quando as vírgulas isolam termos que são acessórios, elas
Exs.: podem ser substituídas por travessões ou parênteses.
Foram ao teatro, isto é, divertiram-se bastante. Ex.:
As suas dicas, aliás, são perfeitas. Nenhuma pesquisa - que tenhamos percebido - abordou
Corri na maratona de domingo, ou melhor, tentei correr. tal assunto.
Separa Termos Assindéticos Coordenados Separa Orações Adverbiais Reduzidas
Ex.: Era uma mulher bonita, inteligente, decidida. Ex.: Ao terminar a prova, todos podem levar os gabaritos.
Separa Termos Antepostos Desde que Pleonásticos Considerando o resultado, precisamos estudar mais.
Exs.: Casos em que a Vírgula não é Empregada
Aos amigos, entreguei-lhes o convite.
LÍNGUA PORTUGUESA
Sujeito e Verbo
As flores, eu as comprei.
Ex.: Os senadores amanhã votarão o projeto.
Separa Conjunções Deslocadas Verbo Transitivo e Complemen-
Ex.: Ele é o diretor; obedeça, pois, suas determinações.
to Obrigatório (OD ou OI)
Separa Locuções Adverbiais Antepostas ao Verbo Exs.:
Exs.: Alguns manifestantes não mostraram a cara.
No aeroporto, esperavam-se os artistas. Muitas pessoas já não confiam em políticos.
A população, no ano passado, participou das eleições.
Objeto Direto e Objeto indireto
Ex.: A banca divulgou o resultado aos inscritos.
Separa Predicativo do Sujeito
Nome e Adjunto Adnominal
Ex.: Vitor, entusiasmado, gritava muito.
Exs.:
Separa Datas A economia brasileira é muito vulnerável. 39
Ex.: Fortaleza, 01 de agosto de 2015. O carro de polícia está em frente à farmácia.
Nome e Complemento Nominal
40 Ex.: Tenho esperança de que o edital seja publicado hoje.
Verbo de Ligação e Predicativo do Sujeito
Ex.: Os alunos parecem animados.
Nome e Aposto Nominativo, Especificativo
Ex.: O Rio Amazonas é um dos maiores do mundo.
LÍNGUA PORTUGUESA
ANOTAÇÕES
Ş
ŝ#-ŝŦ
7. Gêneros textuais bém persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. O
mais importante é haver uma progressão lógica e coerente das
Neste capítulo, são apresentados alguns gêneros textuais ideias, sem ficar no que é vago, impreciso.
que circulam na sociedade (artigo, ata, atestado, apostila, car- É comum encontrar essa tipologia textual em: sermão, en-
ta, charge, certidão, circular, declaração, editorial, entrevista, saio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica,
edital, gênero literário, história em quadrinhos, notícia, ofício, editorial de jornais e revistas.
parecer, propaganda, poema, reportagem, requerimento,
relatório, portaria). Sobre esse assunto, é importante saber Injunção/Instrucional
que esses gêneros estão relacionados à tipologia textual. Por- Com uma linguagem objetiva e concisa, esse tipo de texto
tanto, vale a pena fazer uma síntese dessas tipologias antes de orienta como realizar uma ação. Predominantemente, os verbos
tratarmos diretamente dos gêneros. são empregados no modo imperativo, todavia há também o uso
do infinitivo e do futuro do presente do modo indicativo.
Tipologia Textual Temos como gêneros textuais mais comuns: ordens; pe-
Um texto pode ter várias características. Entre elas, estão didos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem
a tipologia e o gênero textual. A relação é a seguinte: cada ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de
tipologia textual possui diversos gêneros textuais. Além disso,
geralmente um texto não é escrito com base em apenas uma comportamento; textos de orientação (ex.: recomendações
tipologia, ou seja, podem ser encontradas várias tipologias de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de na-
num texto, mas sempre há alguma que se torna predominante. tal, aniversário, etc.).
As tipologias mais importantes que devemos estudar são: Predição
narração, descrição, dissertação, injunção, predição, dialogal.
A predição tem por características a informação e a probabi-
Narração lidade. O intuito é predizer algo ou levar o interlocutor a crer em
Modalidade textual que tem o objetivo de contar um fato, alguma coisa que ainda irá ocorrer.
fictício ou não, que aconteceu num determinado tempo e lu- Os gêneros em que mais são encontrados essa tipologia são:
gar, e que envolve personagens. Geralmente, segue uma cro- previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previsões es-
nologia em relação à passagem de tempo. Nesse tipo de texto, catológicas/apocalípticas.
predomina o emprego do pretérito. Dialogal/Conversacional
Os gêneros textuais mais comuns são: conto, fábula, crôni-
A base para esta tipologia textual é o diálogo entre os inter-
ca, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.
locutores. Nesse tipo de texto, temos um locutor (quem fala), um
Descrição assunto, um receptor (quem recebe o texto). Ou seja, temos um
Ş
ŝ#-ŝŦ
diálogo entre os interlocutores (locutor e receptor).
A descrição consiste em fazer um detalhamento, como se
fosse um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um ani- Os gêneros em que essa tipologia ocorre são: entrevista, con-
mal ou um objeto. O adjetivo é muito usado nesse tipo de pro- versa telefônica, chat, etc.
dução textual. As abordagens podem ser tanto físicas quanto Gêneros Textuais
psicológicas (que envolvem sentimentos, emoções). Esse tipo
de texto geralmente está contido em textos diversos. Os gêneros textuais podem ser textos orais ou escritos, formais ou in-
formais. Eles possuem características em comum, como a intenção comu-
Os gêneros textuais mais comuns são: cardápio, folheto nicativa, mas há algumas características que os distinguem uns dos outros.
turístico, anúncio classificado, etc.
Dissertação Gêneros Textuais e Esferas de Circulação
Cada gênero textual está vinculado a uma esfera de circu-
Dissertar significa falar sobre algo, explicar um assunto, lação, ou seja, um lugar comum em que ele pode ser encontrado.
discorrer sobre um fato, um tema. Nesse sentido, a dissertação
LÍNGUA PORTUGUESA
Mapas, Seminário, Palestra, Texto Argumentativo, Pesquisas, síveis alterações posteriores à assinatura (há o em-
Texto de Opinião, Verbetes de Enciclopédias. prego de expressões “digo” e “em tempo”).
▷ Não há parágrafos ou alíneas.
Jornalística
Imprensa: Agenda Cultural, Fotos, Anúncio de Emprego, ▷ A ata é o registro fiel.
Horóscopo, Artigo de Opinião, Infográfico, Caricatura, Man- Atestado
chete, Carta ao Leitor, Mapas, Mesa Redonda, Cartum, Notícia,
Atestado é o documento mediante o qual a autoridade
Charge, Reportagens, Classificados, Resenha Crítica, Crônica
Jornalística, Sinopses de Filmes, Editorial, Tiras, Entrevista comprova um fato ou situação de que tenha conhecimen-
(oral e escrita). to em razão do cargo que ocupa ou da função que exerce.
Publicidade: Anúncio, Músicas, Caricatura, Paródia, Cartaz- Destina-se à comprovação de fatos ou situações passíveis de
es, Placas, Comercial para TV, Publicidade Comercial, E-mail, modificações frequentes. É uma mera declaração, ao passo
Publicidade Institucional, Folder, Publicidade Oficial, Fotos, que a certidão é uma transcrição. Ato administrativo enun-
Ş
ŝ#-ŝŦ
Ş
ŝ#-ŝŦ
creve-se a palavra anexo à margem esquerda, segui-
concisão. da da relação do que está anexado:
Termos essenciais da certidão: Anexo: quadro de horários.
▷ Afirmação: certidão e dou fé que. Anexa: cópia do documento.
▷ Identificação do motivo de sua expedição: a pedido Anexas: tabela de horários e cópia dos documentos.
da parte interessada. ▷ INICIAIS: na última linha útil do papel, à esquerda, deve-
▷ Ato a que se refere: revendo os assentamentos con- mos escrever as iniciais de quem elaborou o texto (reda-
stantes deste cartório, não logrei encontrar ação tor), seguido das iniciais de quem a datilografou/digitou
movida contra (nome). (em maiúscula ou minúscula, tanto faz). Quando o reda-
▷ Data de sua expedição: tor e o datilógrafo forem a mesma pessoa, basta colocar
▷ Assinatura: O Escrivão. a barra seguida das iniciais:
PPS/AZ
Circular
LÍNGUA PORTUGUESA
Pps/az
É utilizada para transmitir avisos, ordens, pedidos ou instruções, /pps
dar ciência de leis, decretos, portarias, etc.
/PPS
▷ Destina-se a uma ou mais de uma pessoa/órgão/
empresa. No caso de mais de um destinatário, todas Declaração
as vias distribuídas devem ser iguais. A declaração deve ser fornecida por pessoa credenciada
▷ A paragrafação pode seguir o estilo americano (sem ou idônea que nele assume a responsabilidade sobre uma situ-
entradas de parágrafo), ou estilo tradicional. No caso ação ou a concorrência de um fato. Portanto, é uma compro-
de estilo americano, todo o texto, a data e a assina- vação escrita com caráter de documento.
tura devem ser alinhados à margem esquerda. No A declaração pode ser manuscrita em papel almaço sim-
estilo tradicional, devem ser centralizados. ples ou digitada. Quanto ao aspecto formal, divide-se nas se-
Partes: guintes etapas:
▷ TIMBRE: impresso no alto do papel. ▷ Timbre: impresso com cabeçalho, contendo o nome
▷ TÍTULO E NÚMERO: cerca de três linhas do timbre e no do órgão ou empresa. Nas declarações particulares, 43
centro da folha. O número pode vir seguido do ano. usa-se papel sem timbre.
▷ Título: no centro da folha, em caixa alta. • Ensaio
44 ▷ Texto: É um texto com caráter também didático, em que são ex-
» Identificação do emissor. postas ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito
» O verbo atestar ou declarar deve aparecer no de certo tema. É caracterizado pela defesa de um ponto de
presente do indicativo, terceira pessoal do sin- vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosóf-
gular ou do plural. ico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem
» Finalidade do documento: em geral, costuma-se a necessidade de comprovação científica.
LÍNGUA PORTUGUESA
É um gênero textual em que aparece o diálogo entre o O ofício tem o objetivo de informar, propor convênios,
entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações ajustes, acordos, encaminhar documentos, solicitar providên-
sobre o entrevistado ou algum assunto. Podem aparecer ele- cias e/ou informações.
mentos expositivos, argumentativos e narrativos. É uma correspondência que pode ser dirigida tanto ao
Edital Poder Público quanto a particulares.
É um documento em que são apresentados avisos, ci- Formatação:
tações, determinações. ▷ Papel timbrado;
São diversos os tipos de editais, de acordo com o objetivo:
pode comunicar uma citação, um proclame, um contrato, uma ▷ Número de ordem na margem superior esquerda;
exoneração, uma licitação de obras, serviços, tomada de preço, ▷ Local e data na mesma linha do número de ordem,
etc. ao lado direito;
Entre eles, os editais mais comuns são os de concursos pú- ▷ Vocativo (a forma de se dirigir à pessoa a que se
blicos, que determinam as etapas dos processos seletivos e as destina a correspondência);
competências necessárias para a sua execução. ▷ O texto pode ser dividido em parágrafos;
Gêneros Literários ▷ Fecho;
Os gêneros literários costumam ser cobrados em algumas ▷ Assinatura e cargo do remetente;
provas. É importante saber que há a presença tanto da lingua- ▷ Endereçamento.
gem denotativa quanto da conotativa. Geralmente, as provas
trazem fragmentos de textos. Alguns gêneros mais cobrados Parecer
são: novela, conto, fábula, crônica, ensaio. O parecer é o pronunciamento fundamentado, com caráter
• Novela opinativo, de autoria de comissão ou de relator, snobre matéria
É um texto narrativo longo, em que são narradas várias sujeita a seu exame.
histórias. Sempre há uma história principal que caracteriza Partes de um parecer:
esse gênero. Exemplos: O Alienista, de Machado de Assis, e A ▷ Designação: número do processo, no centro superior
Metamorfose, de Kafka. do papel. Não é um item obrigatório.
• Conto ▷ Título: denominação do ato, seguido de numeração
É um texto narrativo curto, em que há, geralmente, um (Parecer nº).
enredo (uma história) e poucos personagens. ▷ Ementa: resumo do assunto do parecer, de maneira
• Fábula concisa, a dois espaços do título.
É um texto narrativo em que há uma história curta que ▷ Texto: introdução (histórico); esclarecimentos
termina com uma lição de moral. Geralmente, há a personi- (análise do fato); conclusão do assunto.
ficação, pois há personagens que não são humanos (animais, ▷ Fecho: compreende: local e/ou denominação do
objetos) que adquirem características humanas. órgão (sigla);
• Crônica » Data;
É uma narrativa breve, relacionada ao cotidiano. Pode ter » Assinatura (nome e cargo de quem emite o
um tom humorístico ou reflexivo (presença de críticas). parecer).
Propaganda 4) Fecho, utilizando as fórmulas usuais de cortesia, como
Caracterizado como um texto expositivo, o objetivo é as do ofício.
propagar informações sobre algo, para influenciar o leitor com 5) Local e data, por extenso.
mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade. 6) Assinatura, nome e cargo ou função do signatário.
7) Anexos, complementando o Relatório, com material
Poema ilustrativo e/ou ocumental.
É um texto estruturado em versos (linhas) e pode também Classificação de Relatórios:
ter estrofes (conjunto de linhas). É muito comum haver a de- ▷ Informativo: aborda um problema ou situação e
scrição e a narração. oferece informações.
Reportagem ▷ Reativo: aborda um problema, examina as causas e
É um gênero textual que pertence à esfera jornalística e as consequências e oferece sugestões.
tem um caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, ▷ Conclusivo: aborda um problema ou situação e
por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira oferece conclusões.
concisa, clara, e direta. Portaria
Requerimento É um ato pelo qual as autoridades competentes determi-
O requerimento é o instrumento por meio do qual o sig- nam providências de caráter administrativo, dão instruções
natário pede, a uma autoridade, algo que lhe pareça justo ou le- sobre a execução de leis e de serviços, definem situações
gal. Qualquer pessoa que tenha interesse no serviço público pode funcionais e aplicam medidas de ordem disciplinar.
valer-se de um requerimento, que será dirigido a uma autoridade Partes:
competente para conhecer, analisar e solucionar o caso, podendo ▷ Numeração (classificação): número do ato e data de
ser escrito ou datilografado (digitado). expedição.
Os elementos constitutivos do requerimento são: ▷ Título: denominação completa de autoridade que
▷ Vocativo: indica a autoridade a quem se dirige a co- expede o ato.
municação (alinhado à esquerda, sem parágrafo, ▷ Fundamentação: citação da legislação básica em
identificando a autoridade e não a pessoa em si; que a autoridade apoia sua decisão, seguida do ter-
mo resolve.
▷ Texto: nome do requerente (letras maiúsculas), quali-
ficação, objeto do requerimento; ▷ Texto: desenvolvimento do assunto.
▷ Fecho: pede deferimento, espera deferimento, ▷ Assinatura: nome da autoridade que expede o ato.
aguarda deferimento;
▷ Local e data; ANOTAÇÕES
Ş
ŝ#-ŝŦ
▷ Assinatura.
Relatório
Relatório é um documento em que se faz uma descrição
de fatos, analisados com o objetivo de orientar o serviço in-
teressado ou o superior imediato para possíveis ações a serem
tomadas.
É, em última análise, a exposição circunstanciada de ativ-
idades levadas a termo por funcionário, no desempenho das
funções do cargo que exerce, ou por ordem de autoridade su-
perior.
É geralmente feito para expor:
LÍNGUA PORTUGUESA
▷ Situações de serviço;
▷ Resultados de exames;
▷ Eventos ocorridos em relação a planejamento;
▷ Prestação de contas ao término de um exercício etc.
Suas partes componentes são:
1) Título (a palavra RELATÓRIO), em letras maiúsculas.
2) Vocativo: a palavra Senhor(a), seguida do cargo do
destinatário, e de vírgula.
3) Texto paragrafado, composto de introdução, desen-
volvimento e conclusão.
Introdução: enuncia-se o propósito do relatório;
Desenvolvimento: corpo do relatório - a exposição dos fatos;
Conclusão: o resultado ou síntese do trabalho, bem como a 45
recomendação de providências cabíveis.
46
8. Redação de Correspondências As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Sen-
hor, seguido do cargo respectivo:
Oficiais Senhor Senador,
Senhor Juiz,
O texto é um documento que pertence à administração
pública, por isso seu caráter oficial. Portanto, deve ser escrito de Senhor Ministro,
maneira formal e impessoal. Senhor Governador,
LÍNGUA PORTUGUESA
O emissor da mensagem na redação oficial representa No envelope, o endereçamento das comunicações dirigi-
o Poder Público, e não o cidadão que a emite. O receptor das às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se-
da mensagem será um órgão pertencente à administração guinte forma:
pública ou os cidadãos de modo geral. A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Pronomes de Tratamento
Ministro de Estado da Justiça
Os pronomes de tratamento são tradicionais e apresenta-
dos pelo Manual de Redação da Presidência da República: 70064-900 – Brasília. DF
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governa-
dores de Estado e do Distrito
A Sua Excelência o Senhor
Federal;
Oficiais-Generais das Forças Fulano de Tal
Armadas; Juiz de Direito da 10a Vara Cível
Embaixadores; Rua ABC, no 123
Secretários-Executivos de
Ministérios e demais ocupantes de 01010-000 – São Paulo. SP
cargos de natureza especial; Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e
Secretários de Estado dos Gover- para particulares. O vocativo adequado é:
nos Estaduais; Senhor Fulano de Tal,
Prefeitos Municipais.
Vossa Excelência (...)
b) do Poder Legislativo: No envelope, deve constar do endereçamento:
Deputados Federais e Senadores; Ao Senhor
Ministro do Tribunal de Contas da Fulano de Tal
União;
Rua ABC, no 123
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de 12345-000 – Curitiba. PR
Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislati-
vas Municipais. Fecho
O fecho da correspondência oficial respeitará os dois mod-
c) do Poder Judiciário: elos a seguir:
Ministros dos Tribunais Superiores;
x Respeitosamente, quando se dirigir a autoridades
Membros de Tribunais;
de hierarquia superior;
Juízes;
Auditores da Justiça Militar.
x Atenciosamente, quando se dirigir a autoridades de
hierarquia igual ou inferior.
Ş
ŝ#-ŝŦ
SOC - Superintendência de Outorga e Cobrança pelos Correios para envio. Obviamente, a clareza e a concisão
SPP - Superintendência de Programas e Projetos devem fazer parte deste documento.
SPR - Superintendência de Planejamento de Recursos
STC - Superintendência de Tecnologia e Capacitação Correspondência Eletrônica (E-mail)
SUM - Superintendência de Usos Múltiplos Por ser a forma de comunicação de menor custo e maior
agilidade, o E-mail tornou-se a ferramenta mais utilizada para
Práticas Textuais de Ofício a comunicação. A linguagem deve seguir o padrão normativo
De acordo com o Manual de Redação da Presidência da da Redação Oficial, mas a estrutura tem poucas exigências.
República, existem três tipos de expedientes que se diferen- Sempre que possível deve-se utilizar a ferramenta de confir-
ciam pela finalidade e pela forma, sendo aquela mais impor-
mação de leitura ou solicitar que o destinatário acuse o rece-
tante: o ofício, o aviso e o memorando. A estes três documen-
bimento.
LÍNGUA PORTUGUESA
4. Custos
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido so-
mente se o ato proposto for medida provisória ou pro-
jeto de lei que deva tramitar em regime de urgência)
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou
medida proposta possa vir a tê-lo)
7. Alterações propostas
8. Síntese do parecer do órgão jurídico
ANOTAÇÕES
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual6.jpg)
x Tipo de expediente e seu número, no início da
Ş
ŝ#-ŝŦ
margem esquerda;
x Vocativo (pronome de tratamento) com espaça-
mento de 4 cm abaixo do item anterior;
x Texto (2 cm após o vocativo);
x Local e data, alinhado à margem direita e 2 cm
após o término do texto.
A Mensagem não traz a identificação do seu signatá-
rio, pois este é subentendido.
Exposição de Motivos
Trata-se do documento dirigido ao Presidente da Repúbli-
ca (ou ao Vice-Presidente), por um Ministro, para:
x Informar.
x Propor medidas.
x Submeter a sua aprovação para determinado
projeto de ato normativo.
Em alguns casos, a exposição de motivos pode ser in-
terministerial – ou seja, envolver mais de um Ministro. Nes-
ses casos, deverá ser assinada por todos os envolvidos.
Estrutura
Por ter motivos distintos, a exposição de motivos pode ter
dois tipos básicos de estrutura:
Quando tiver o objetivo de informar sobre determinado
assunto, seguirá o padrão ofício.
Quando tiver o objetivo de submeter determinado pro-
jeto à aprovação, deve, obrigatoriamente, seguir o padrão
ofício, levando em consideração a seguinte estrutura:
Ato normativo proposto ou questão a recla-
Introdução:
mar medidas;
Justificativas para o ato normativo proposto
Desenvolvimento:
ou adoção de determinadas medidas;
Reafirmação do ato normativo proposto ou
Conclusão:
questão a reclamar medidas.
Ş
ŝ#-ŝŦ
REDAÇÃO 49
ÍNDICE
1. Redação para Concursos Públicos .............................................................................. 50
Posturas em Relação à Redação ................................................................................................... 50
Apresentação do Texto................................................................................................................. 50
O Texto Dissertativo ...................................................................................................................... 51
Critérios de Correção da Redação para Concursos Públicos ........................................................ 53
Critérios de Correção da Bancas ................................................................................................... 53
2. Dissertação Expositiva e Argumentativa .....................................................................55
Dissertação Expositiva ................................................................................................................. 55
Dissertação Argumentativa ......................................................................................................... 58
50
1. Redação para Concursos Públicos Objetividade
Seu texto deve ser objetivo, isto é, o enfoque do assunto
Os editais de concurso público disponibilizam o conteúdo deve ser direto, sem rodeios. Além disso, as bancas dão pre-
programático das matérias que serão cobradas nas provas,
ferência a uma linguagem simples e objetiva. E não confun-
mas nem sempre deixam explícito como se preparar para a
da linguagem simples com coloquialismos, pois é necessário
prova discursiva, ou prova de redação – que, na grande maio-
sempre manter a sua escrita baseada na norma padrão da
ria dos concursos, é uma etapa eliminatória.
língua portuguesa.
Portanto, é necessário preparar-se com bastante antece-
Além disso, é fundamental o candidato colocar-se na po-
dência, para que possa haver melhoras gradativas durante o
sição do leitor. É um momento de estranhamento do próprio
REDAÇÃO
Ş
ŝ#-ŝŦ
apresen-
É muito comum usarmos o gerúndio na fala, mas não se
tação usa com tanta recorrência na escrita.
Impessoalidade
O texto dissertativo (expositivo-argumentativo) é impessoal. O Texto Dissertativo
Portanto, pode-se escrever com verbos em: Dissertar é escrever sobre algum assunto e pressupõe ou
- 3ª pessoa: defender uma ideia, analisá-la criticamente, discuti-la, opinar,
A qualidade no atendimento precisa ser prioridade. ou apenas esclarecer conceitos, dar explicações, apresentar
dados sobre um assunto, tudo de maneira organizada, quer
Percebe-se que a qualidade no atendimento é essencial.
dizer, com início, meio e fim bem claros e objetivos.
Notam-se várias mudanças no setor público.
- 1ª pessoa do plural: A dissertação pode ser classificada quanto à maneira como
o assunto é abordado:
Observamos muitas mudanças e melhorias no serviço
público. I - EXPOSITIVA: são expostos fatos (de conhecimento e
domínio público, divulgados em diversos meios de comuni-
REDAÇÃO
muitos enfoques relativos ao tema. Por essa razão, dependen- parágrafo deve ter de 5 a 8 linhas. Pode-se desenvolver os ar-
do do limite em relação à quantidade de linhas, a dissertação gumentos por meio de relações que devem ser usadas para
deve conter de 4 a 5 parágrafos, sendo UM para Introdução, deixar seu texto coeso e coerente.
DOIS a TRÊS para Desenvolvimento e UM para Conclusão. • Conectores
Além disso, cada parágrafo deve possuir, no mínimo, dois As relações comentadas acima são estabelecidas com CO-
períodos. Cuidado com as frases fragmentadas, ambiguidades NECTORES:
e os erros de paralelismo. Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais
Procure elaborar uma introdução que contenha, de ma- nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de
neira clara e direta, o tema, o primeiro enfoque, o segundo tudo, principalmente, primordialmente, sobretudo.
enfoque, etc. E mantenha sempre o caráter dissertativo. Por Tempo: atualmente, hoje, frequentemente, constantemen-
Ş
ŝ#-ŝŦ
isso, no desenvolvimento, dê um parágrafo para cada enfoque te às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sem-
selecionado, e empregue os articuladores adequados. Por fim, pre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente,
fundamente sempre suas ideias.
nesse ínterim, enquanto, quando, antes que, depois que, logo
Quanto aos exemplos, procure selecionar aqueles que se- que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que,
jam de domínio público, os que tenham saído na mídia: jornais, cada vez que, então, enfim, logo, logo depois, imediatamente,
revistas, TV. E nunca analise temas por meio de emoções exa- logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pou-
geradas – especialmente política, futebol, religião, etc. co depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal,
Estrutura de um Texto Dissertativo por fim, finalmente, agora.
Semelhança, comparação, conformidade: de acordo
Para escrever uma dissertação, é preciso que haja uma or-
com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal
ganização do texto a fim de que se obtenha um texto claro e
qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como,
bem articulado:
igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo
I- INTRODUÇÃO: consiste na apresentação do assunto a modo, semelhantemente, analogamente, por analogia, de ma-
fim de deixar claro qual é o recorte temático e qual a ideia que neira idêntica, de conformidade com.
será defendida e/ou esclarecida, ou seja, a TESE.
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
II- DESENVOLVIMENTO: é a parte em que são elaborados os
parágrafos argumentativos e/ou informativos, nos quais você ex- Adição, continuação: além disso, demais, ademais, ou-
plica a sua TESE. É o momento mais importante do texto, por isso, trossim, ainda mais, por outro lado, também, e, nem, não só
É NECESSÁRIO que a TESE seja explicada, justificada, e isso pode ... mas também, não só... como também, não apenas ... como
ser feito por meio de exemplos e explicações. também, não só ... bem como, com, ou (quando não for exclu-
dente).
III- CONCLUSÃO: esta parte do texto não traz informações
novas, muito menos argumentos, porque consiste no fecha- Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá,
mento das ideias apresentadas, ou seja, é feita uma reafirma- quem sabe, é provável, não é certo, se é que.
ção da TESE. Dependendo do comando da proposta de reda- Certeza, ênfase: certamente, decerto, por certo, inquestio-
ção e do tema, pode ser apresentada uma hipótese de solução navelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
de um problema apresentado na TESE. Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só
para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por
- Assunto
outra, a saber, ou seja, aliás.
Introdução - Recorte temático
- TESE Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de,
com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para
- Tópico/TESE + que, a fim de que, para.
TESE Desenvolvimento
justificativa
- Retomada
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em sínte-
se, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa
da introdução
Conclusão forma, dessa maneira, desse modo, logo, dessa forma, dessa
- Reafirmação
da TESE
maneira, assim sendo.
Explicação: por consequência, por conseguinte, como re-
Introdução sultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato,
É o primeiro parágrafo e serve de apresentação da dis- com efeito, tão (tanto, tamanho)... que, porque, porquanto,
sertação, por essa razão deve estar muito bem elaborada, ser pois, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), por-
tanto, logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, Em outras palavras: se há algum texto ou uma coletânea
haja vista. de textos, eles têm caráter apenas motivador. Portanto, não
Contraste, oposição, restrição: pelo contrário, em con- faça cópias de trechos dos textos, tampouco pense que o tema
traste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, da redação é o assunto desses textos. É preciso verificar o re-
entretanto, no entanto, embora, apesar de, apesar de que, corte temático, o qual fica evidente no corpo da proposta.
ainda que, mesmo que, posto que, conquanto, se bem que,
por mais que, por menos que, só que, ao passo que, por ou- Gênero
tro lado, em contrapartida, ao contrário do que se pensa, em Neste critério, verifica-se se a produção textual está adequa-
compensação. da à modalidade redacional, ou seja, se o texto expressa o domí-
Contraposição: É possível que... no entanto... nio da linguagem do gênero: narrar, relatar, argumentar, expor,
É certo que... entretanto... descrever ações, etc.
É provável que ... porém... Os concursos públicos, quase em sua totalidade, têm
como gênero textual a dissertação argumentativa ou o texto
Organização de ideias: Em primeiro lugar ..., em segundo
expositivo-argumentativo. Desse modo, a banca avalia a ob-
..., por último ...; por um lado ..., por outro ...; primeiramente,
jetividade e o posicionamento frente ao tema, a articulação
...,em seguida, ..., finalmente, ....
dos argumentos, a consistência e a coerência da argumen-
Enumeração: É preciso considerar que ...; Também não de- tação.
vemos esquecer que ...; Não podemos deixar de lembrar que... Isso significa que há uma valorização quanto do conteú-
Reafirmação/Retomada: Compreende-se, então, que ... do do texto: a opinião, a justificativa dessa opinião e a seleti-
É bom acrescentar ainda que ... vidade de informações sobre o tema.
É interessante reiterar ...
Coerência
Conclusão Neste critério, avalia-se se há atendimento total do coman-
É o último parágrafo. Deve ser breve, contendo em torno do, com informações novas que evidenciam conhecimento de
de cinco linhas. Na conclusão, deve-se retomar o tema e fazer mundo e que atestam excelente articulação entre os aspectos
o fechamento das ideias apresentadas em todo o texto e não exigidos pela proposta, o recorte temático e o gênero textual
somente em relação às ideias contidas no último parágrafo do requisitado. Ou seja, é preciso trazer informações ao texto que
desenvolvimento. não estão disponíveis na proposta. Além disso, é essencial
Pode-se concluir: garantir a progressão textual, quer dizer, seu texto precisa ter
- Fazendo uma síntese das ideias expostas. uma evolução e não pode trazer a mesma informação em to-
- Esclarecendo um posicionamento e/ou questionamento, dos os parágrafos.
desde que coerente, com o desenvolvimento.
Coesão e Gramática
Ş
ŝ#-ŝŦ
- Estabelecendo uma dedução ou demonstrando uma con-
sequência dos argumentos expostos. Neste critério, percebe-se se há erros gramaticais; se os
- Levantando uma hipótese ou uma sugestão coerente períodos estão bem organizados e articulados, com uso de
com as afirmações feitas durante o texto. vocabulário e conectivos adequados; e se os parágrafos estão
divididos de modo consciente, a fim de garantir a progressão
- Apresentando possíveis soluções para os problemas ex-
textual.
postos no desenvolvimento, buscando prováveis resultados.
• Conectores Critérios de Correção da Bancas
Pode-se iniciar o parágrafo da conclusão com: Cada Banca Examinadora delimita, na publicação do edital
Assim; Assim sendo; Portanto; Mediante os fatos expostos; de abertura de um concurso, que critérios serão utilizados para
Dessa forma; Diante do que foi dito; Resumindo; Em suma; Em corrigir as redações. Por isso, é essencial que se conheça quais
vista disso, pode-se concluir que; Finalmente; Nesse sentido; são esses critérios e como cada Banca os organiza. A seguir,
Com esses dados, conclui-se que; Considerando as informações são apresentados critérios de algumas Bancas. Você perceberá
apresentadas, entende-se que; A partir do que foi discutido. que são predominantemente os mesmos itens; o que muda é a
nota atribuída para cada um e como a proposta é organizada.
REDAÇÃO
A avaliação da expressão não será feita de modo estanque Morfologia, sintaxe de emprego e colocação, sintaxe de
ou mecânico, mas sim de acordo com sua estreita correlação regência e pontuação (-0,50 cada erro)
com o conteúdo desenvolvido. A avaliação será feita conside- Aspectos Textuais
rando-se: Sintaxe de construção (coesão prejudicada); concordância;
▷ desempenho linguístico de acordo com o nível de clareza; concisão; unidade temática/estilo; coerência; proprie-
conhecimento exigido para o cargo/área/especiali- dade vocabular; paralelismo semântico e sintático; paragrafa-
dade; ção (-0,75 cada erro)
▷ adequação do nível de linguagem adotado à produ- Cada linha excedente ao máximo exigido (-0,40)
ção proposta e coerência no uso; Cada linha não escrita, considerando o mínimo exigido
▷ domínio da norma culta formal, com atenção aos (-0,80).
seguintes itens: estrutura sintática de orações e pe- Proposta 01
ríodos, elementos coesivos; concordância verbal e As vendas de automóveis de passeio e de veículos comer-
nominal; pontuação; regência verbal e nominal; em- ciais leves alcançaram 340 706 unidades em junho de 2012,
prego de pronomes; flexão verbal e nominal; uso de alta de 18,75%, em relação a junho de 2011, e de 24,18%, em
tempos e modos verbais; grafia e acentuação. relação a maio de 2012, segundo informou, nesta terça-feira, a
Banca Cesgranrio Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores
(Fenabrave). Segundo a entidade, este é o melhor mês de ju-
A Redação será avaliada conforme os critérios a seguir: nho da história do setor automobilístico.
▷ adequação ao tema proposto; Disponível em: <http://br.financas.yahoo.com>. Acesso em: 3 jul. 2012
▷ adequação ao tipo de texto solicitado; (adaptado).
▷ emprego apropriado de mecanismos de coesão (re- Na capital paulista, o trânsito lento se estendeu por 295
ferenciação, sequenciação e demarcação das partes km às 19 h e superou a marca de 293 km, registrada no dia 10
do texto); de junho de 2009. Na cidade de São Paulo, registrou-se, na
▷ capacidade de selecionar, organizar e relacionar de tarde desta sexta-feira, o maior congestionamento da história,
forma coerente argumentos pertinentes ao tema segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Às 19
proposto; e h, eram 295 km de trânsito lento nas vias monitoradas pela
▷ pleno domínio da modalidade escrita da norma- empresa. O índice superou o registrado no dia 10 de junho de
-padrão (adequação vocabular, ortografia, mor- 2009, quando a CET anotou, às 19 h, 293 km de congestiona-
fologia, sintaxe de concordância, de regência e de mento.
colocação). Disponível em: <http://noticias.terra.com.br>. Acesso em: 03 jul. 2012
(adaptado).
Banca Esaf O governo brasileiro, diante da crise econômica mundial,
A avaliação da prova discursiva abrangerá: decidiu estimular a venda de automóveis e, para tal, reduziu o
▷ Quanto à capacidade de desenvolvimento do imposto sobre produtos industrializados (IPI). Há, no entanto,
tema proposto: a compreensão, o conhecimento, o paralelamente a essa decisão, a preocupação constante com
desenvolvimento e a adequação da argumentação, a o desenvolvimento sustentável, por meio do qual se busca a
conexão e a pertinência, a objetividade e a sequên- promoção de crescimento econômico capaz de incorporar as
cia lógica do pensamento, o alinhamento ao assunto dimensões socioambientais.
Considerando que os textos acima têm caráter unicamen- em livros didáticos, enciclopédias, jornais, revistas (cientí-
te motivador, redija um texto dissertativo sobre sistema de ficas, informativas, etc.).
transporte urbano sustentável, contemplando os seguintes O tipo descritivo está relacionado à caracterização minucio-
aspectos: sa de algo, sem, necessariamente, ter o objetivo de informar ao
▷ Conceito de desenvolvimento sustentável; (valor: leitor. A linguagem utilizada na descrição nem sempre é objetiva
3,0 pontos) ou impessoal, e sua estrutura não obedece necessariamente a
▷ Conflito entre o estímulo à compra de veículos auto- regras.
motores e a promoção da sustentabilidade; (valor:
4,0 pontos) Partes do Texto Dissertativo-Expositivo
▷ Ações de fomento ao transporte urbano sustentável Tipos de Introdução
no Brasil. (valor: 3,0 pontos)
• Introdução Simples
Proposta 02
É uma introdução direta, na qual é exposta apenas a deli-
I mitação do tema.
Venham de onde venham, imigrantes, emigrantes e refu-
giados, cada vez mais unidos em redes sociais, estão aumen- • Introdução com Paráfrase
tando sua capacidade de incidência política sobre uma reivin- A paráfrase é uma reescrita de frases sem que haja altera-
dicação fundamental: serem tratados como cidadãos, em vez ção de sentido. Para que essa reescrita seja coerente, é neces-
de apenas como mão de obra (barata ou de elite). sário que seja mantido o paralelismo semântico. Este tipo de
(Adaptado de: http://observatoriodadiversidade.org.br) introdução geralmente é usado quando o tema da redação é
II uma afirmação.
A intensificação dos fluxos migratórios internacionais das • Introdução com Conceituação
últimas décadas provocou o aumento do número de países Neste tipo de introdução, a autor do texto apresenta seu
orientados a regulamentar a imigração. Os argumentos ale- ponto de vista ou a ideia central por meio da definição de al-
gados não são novos: o medo de uma “invasão migratória”, gum conceito que tenha relação com o núcleo do tema.
os riscos de desemprego para os trabalhadores autóctones, a • Introdução com Indicação do Desenvolvimento
perda da identidade nacional.
São apresentados o tema e os tópicos que serão esclare-
III cidos no desenvolvimento. Numa dissertação-expositiva enu-
Ainda não existe uma legislação internacional sólida sobre meram-se os aspectos que serão relatadas ao longo do texto.
as migrações internacionais. Assim, enquanto que os direitos É muito importante ter atenção com a ordem dessa enu-
relativos ao investimento estrangeiro foram se reforçando cada meração, pois é necessário que ela seja mantida no decorre do
vez mais nas regras estabelecidas para a economia global, pouca desenvolvimento para que se garanta conexão lógica e a pro-
atenção vem sendo dada aos direitos dos trabalhadores.
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gressividade textual. Além disso, todos os itens enumerados
(II e III adaptados de: http://www.migrante.org.br) devem ser abordados no desenvolvimento.
Considerando o que se afirma em I, II e III, desenvolva um É imprescindível, também, que se trate cada tópico em um
texto dissertativo-argumentativo, posicionando-se a respeito parágrafo diferente, porque facilita, para o examinador, a iden-
do seguinte tema: tificação de que foi redigido tudo o que foi apresentado.
2. Dissertação Expositiva e Tipos de Desenvolvimento
O desenvolvimento deve conter a exposição de cada um
Argumentativa dos aspectos enumerados na introdução. Não há uma forma
específica para se escrever esta parte da redação. A continui-
Dissertação Expositiva dade do texto será dada de acordo com a introdução. Ou seja,
a sequência do desenvolvimento deve estar já delimitada no
Na dissertação expositiva, o objetivo do texto é passar co- parágrafo introdutório.
nhecimento para o leitor de maneira clara, imparcial e objetiva. Nunca deixe mencionar tudo o que é solicitado na propos-
Nesse tipo textual, não se faz necessariamente a defesa ta. Se deixar em branco, será atribuída nota zero na correção
REDAÇÃO
de uma ideia, pois não há intenção de convencer o leitor, nem da redação. Isso significa que você deve responder ao questio-
criar debate. Trabalha-se o assunto de maneira atemporal. namento, sem se desviar do tema.
Distinção entre Texto Tipos de Conclusão
Expositivo e Descritivo • Confirmação
É bastante comum que se confunda o texto dissertativo- É a forma mais simples. É feita uma síntese do que foi
-expositivo com o texto descritivo. Vamos à distinção: escrito na redação ou uma confirmação (reforço) da tese que
O texto expositivo tem por objetivo principal informar orientou o texto e foi afirmado na introdução.
com clareza e objetividade. Predomina a linguagem impes- • Solução
soal e objetiva. De forma geral, segue a estrutura da dis- Este tipo é muito usado em pareceres e relatórios, pois há
sertação (introdução, desenvolvimento, conclusão). Como apresentação de solução ou soluções para a tese apresentada 55
exemplo desse tipo de texto, temos aqueles encontrados na introdução.
• Expansão vier — passa a ser entendido como direito essencial à vida em
56 Neste tipo de conclusão, usa-se o melhor argumento ou a comunidade assentada nos princípios da cidadania.
melhor ideia exposta (no desenvolvimento) e é feita uma co- Em relação ao segundo aspecto (exemplos de ação do Es-
nexão com o desenvolvimento, de forma encerrar a discussão tado na luta pela segurança pública), espera-se que o candida-
ou o assunto. to seja capaz de apontar alguns exemplos da necessária ação
• Finalização do Desenvolvimento do poder público para a conquista e a manutenção do clima de
segurança coletiva nas mais diversas comunidades, sobretudo
O parágrafo de conclusão também pode trazer algum as- as mais vulneráveis. Nesse sentido, basta que o candidato se
pecto relevante sobre o tema, em vez de expor uma “conclu- reporte ao próprio texto motivador, tendo em vista que poli-
são, síntese, expansão ou solução”. ciamento adequado e atendimento às demandas básicas da
REDAÇÃO
Para que a redação não fique sem fechamento, é recomen- sociedade são faces de uma mesma moeda.
dável que se use alguma expressão que indique conclusão, Por fim, no que concerne ao terceiro aspecto (ausência do
como: “por fim”, “finalmente”, “por último”, “em último lugar”, poder público e a presença do crime organizado), convém que o
“em conclusão”, etc. candidato faça referência a uma preocupante realidade, por to-
Propostas de Dissertação Expositiva dos sabida: onde há omissão do Estado, a tendência é que esse
vazio seja ocupado por grupos criminosos no atendimento às
Proposta 01 demandas das comunidades. Essa realidade está presente, in-
Convocada pela Defensoria Pública do Rio, a comunidade clusive, em instituições penitenciárias.
do Complexo do Alemão começou a chegar duas horas antes Proposta 02
do combinado. Enfileiraram-se em busca, principalmente, de
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Ş
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um navio saído dos EUA passa por países pobres tentando
encontrar um terreno que aceite o depósito do que dizem ser > O fracasso da política antidrogas militarizada
fertilizante, mas que na verdade são cinzas de produtos ele- > Alternativas à atual política antidrogas
trônicos. Parte do material, rico em arsênio, chumbo e outras • Padrão de Resposta da Banca
substâncias tóxicas, é jogado em uma praia do Haiti, outra Espera-se que, em relação ao primeiro item (“O problema
parte atirada no oceano. Não tão distante, 353 toneladas de social das drogas ilícitas no mundo contemporâneo”), o can-
resíduos de televisores são trazidos dos EUA em contêineres didato aponte as drogas como um grave problema social da
ao Porto de Navegantes, em Santa Catarina (carga devolvida contemporaneidade. Sem distinção de classes sociais e presente
à origem). em todas elas, o uso de drogas ilícitas instalou-se no interior das
O Globo, 24/8/2015, p. 21 (com adaptações). sociedades, e é, sob muitos aspectos, elemento fundamental
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter para a desestruturação familiar e para a exacerbação da violên-
unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do cia. Além disso, contribui decisivamente para o adensamento do
seguinte tema. crime organizado, cuja atuação, cada vez mais, ocorre em escala
LIXO ELETRÔNICO: O PLANETA EM PERIGO global.
REDAÇÃO
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: No que concerne ao segundo item (“O fracasso da política an-
< lixo eletrônico: a outra face do desenvolvimento; [valor: tidrogas militarizada”), espera-se que o candidato pondere, por
3,50 pontos] exemplo, que o custo do combate às drogas é elevado, seja no
< a globalização da rota do tráfico de resíduos eletrônicos; que se refere a vidas humanas, seja no que se refere ao dinheiro
[valor: 3,00 pontos] nele aplicado. Em suma, pode-se afirmar que, se determinados
instrumentos utilizados por cinco décadas não apresentaram re-
< os lucros gerados pelos resíduos e a ação do crime orga- sultados, esses métodos são ineficazes, o que leva à reflexão sobre
nizado. [valor: 3,00 pontos] a conveniência de substituí-los.
• Padrão de Resposta da Banca Por fim, em relação ao terceiro item (“Alternativas à atual
Espera-se que, em relação ao primeiro tópico proposto política antidrogas”), espera-se que o candidato alegue que
(lixo eletrônico: a outra face do desenvolvimento), o candidato estão em marcha atitudes que podem ser uma alternativa in-
identifique nesses resíduos eletrônicos a outra e danosa face teressante à atual política antidrogas militarizada, por exem- 57
do desenvolvimento trazido pelo processo de transformação plo, a rejeição à pulverização pura e simples dos campos de
cultivo de coca, planta da qual é feita a cocaína; a permissão persuasão. Por isso, a coerência entre as ideias e a clareza na
58 para o cultivo de pequenas plantações de coca; a plantação de forma de expressão são elementos fundamentais.
maconha para fins medicinais e, sobretudo, ação de lideranças
políticas (no Brasil, com destaque para o ex-presidente Fer- Estrutura
nando Henrique Cardoso), que defendem a descriminalização A estrutura lógica da dissertação consiste em: introdução
do uso da maconha, a qual distingue claramente o usuário e o (apresenta o tema a ser discutido); desenvolvimento (expõe
traficante. os argumentos e ideias sobre o tema, com fundamento em
fatos, exemplos, testemunhos e provas do que se pretende
Proposta 05
demonstrar); e conclusão (traz o desfecho da redação, com a
Considerando o contexto que envolve as drogas ilícitas, finalidade de reforçar a ideia inicial).
REDAÇÃO
Espera-se que, ao abordar o primeiro item proposto (fa- grafo. Em torno dessa ideia central, temos ideias secundárias
tores que levam milhares de pessoas a enfrentar a perigosa que dão desenvolvimento ao parágrafo. Vale ressaltar que
travessia do Mediterrâneo), o candidato enfatize, no mínimo, muitos parágrafos ainda possuem uma conclusão, a qual tem
dois aspectos determinantes para as atuais levas de milhares como função sintetizar o conteúdo dele.
de imigrantes que buscam, na Europa, as condições elementa- Outro elemento não obrigatório, mas de suma importância,
res de uma vida razoavelmente digna que não mais encontram é o termo que faz a relação entre os parágrafos. Geralmente se
em seus países de origem. De um lado, a fome e a miséria, encontra do segundo parágrafo em diante e objetiva fazer a
quadro que tão bem representa a situação vivida, em larga conexão lógica das ideais presentes em cada parágrafo. Logo,
medida, por habitantes da África subsaariana. De outro, a ação podemos afirmar que um parágrafo adequado possui clareza,
truculenta de governos despóticos e corruptos, além da mul- objetividade, coerência, coesão e conteúdo adequado.
tiplicação de guerras civis, às vezes, ensejando autênticos ge- Quanto ao tamanho dos parágrafos, é importante que haja
nocídios. Especificamente em relação ao Oriente Médio, desta- uma harmonia entre eles. Dessa forma, deve-se redigir pará-
ca-se a caótica realidade experimentada pela Síria, na qual se grafos de tamanhos semelhantes, não necessariamente iguais.
associam um governo ditatorial, rivalidades religiosas levadas Ademais, é importante não fazer parágrafos muito grandes.
ao extremo e a ação implacável do terrorismo. Como cada parágrafo possui uma ideia principal, não se
Em relação ao segundo tópico (o dilema moral vivido pela recomenda escrever um parágrafo com apenas um período
Europa entre receber ou rejeitar os imigrantes), espera-se que ou misturar ideias em um mesmo parágrafo. Dessa maneira, o
o candidato se reporte ao intenso debate travado no âmbito ideal é reservar um parágrafo para cada ideia e(ou) argumen-
da União Europeia, quando alguns membros compreende- tação abordada ou então daquelas contidas na enumeração
ram a imperiosa necessidade de se encontrarem meios para a feita na introdução.
recepção de certo número de imigrantes, como é o caso, por Por fim, vamos novamente às regrinhas básicas: não faça
exemplo, da Alemanha, enquanto outros, particularmente na parágrafos excessivamente longos e confusos, pois o exami-
Europa do Leste, ofereciam resistência explícita ao acolhimen- nador se cansará facilmente e não compreenderá seu texto.
to desses imigrantes.
Por outro lado, também não faça parágrafos excessivamente
Por fim, quanto ao terceiro ponto (o papel da opinião pú- curtos, que não contenham o devido desenvolvimento da
blica internacional na sociedade contemporânea), espera-se ideia principal.
que o candidato lembre ser este um elemento definidor da
contemporaneidade: milhares de pessoas saem às ruas e se Exemplos
manifestam, por todos os meios, em face de determinados A seguir, há dois parágrafos que podem servir como intro-
acontecimentos, como atos terroristas e o desespero desses dução de um texto. Pode-se perceber que há uma organização
milhares de imigrantes. Esse fenômeno de participação cida- interna que garante uma leitura rápida e eficaz. Além disso, há
dã tem forçado os governos a tomarem certas atitudes que, dois elementos básicos: a apresentação do assunto e o objetivo
muitas vezes, não se situavam em seu campo de alternativas. do texto.
01. Considera-se a humanização no ambiente de trabalho
Dissertação Argumentativa uma das principais características com a qual a empre-
A dissertação argumentativa consiste na exposição de sa deve preocupar-se a fim de que alcance bons resul-
ideias a respeito de um tema, de forma técnica e impessoal, tados, afinal, o capital humano é o bem mais precioso
com base em raciocínios e argumentações. Tem por objetivo de uma instituição e o responsável por mantê-la ativa
a defesa ou a contestação de um ponto de vista por meio da no mercado em geral. Além disso, a CF tem como um
de seus fundamentos a dignidade da pessoa humana, conta, por um lado, de que a educação e as necessidades bási-
a qual garante aos indivíduos um tratamento justo e cas do ser humano deveriam ser gerenciadas pela pólis (Esta-
igualitário para uma vida com qualidade. Logo, por ser do); por outro lado, viu que era preciso, de algum modo, isolar
um fundamento básico e irradiante, e alcançar todas as para educar, porém, sem reclusão, porque a virtude do caráter
áreas do Direito, precisa ser garantido nas relações tra-
político não se reduz, afinal, a um modelo ou teoria, tampouco
balhistas.
02. A fim de alcançar a cidadania, que de certa forma é um ao recinto de uma instituição ou de uma pólis.
meio para a busca da ordem e do progresso social, o (Adaptado de: SPINELLI, Miguel. Epicuro e as bases do epicurismo, São
Estado tem o dever, como cita a Constituição Federal, Paulo, Paulus, 2013, p. 8)
de promover a segurança pública. Por esse motivo, é Com base no excerto acima, escreva uma dissertação justi-
coerente afirmar que é preciso ofertar, de forma ho- ficando amplamente seu ponto de vista.
mogênea, a possibilidade de “execução” da cidadania
por todos do povo. Proposta 05
I
Propostas de Dissertação Expositiva
Para além da fidelidade e integridade da informação, pro-
Proposta 01 blema que se impunha com os veículos tradicionais da mídia,
Elabore um texto dissertativo-argumentativo abordando o hoje, com a internet, o homem enfrenta um novo desafio: dis-
seguinte tema: É possível conciliar os interesses pessoais do tinguir, de uma profusão de informações supérfluas, as que lhe
trabalhador e os interesses da organização? importam na formação de um pensamento que garanta sua
Proposta 02 identidade e papel social.
A internet é uma mídia que ainda vai provocar muitas II
modificações entre as pessoas. Estamos apenas adentrando Ponto de vista não é apenas a opinião que desenvolvemos
essa nova era, que, no Brasil, teve início em 1996. Capistrano sobre determinado assunto, mas também o lugar a partir de
de Abreu dizia que os colonizadores portugueses ficaram, du- onde consideramos o mundo e que influencia de maneira ca-
rante vários séculos, como caranguejos, apenas arranhando as
bal nossas percepções e ações.
costas do Brasil, sem adentrar seu território, nem dominar as
regiões desconhecidas. Em relação à internet, somos os novos III
caranguejos do início do século XXI, sem desvendar com se- Todos os homens voltam para casa.
gurança as possibilidades desse meio de comunicação revolu- Estão menos livres mas levam jornais
cionário na produção e propagação de saberes. Não sabemos
ainda o que acontecerá e como se dará; por isso, não podemos e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
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fazer previsões estanques. (ANDRADE, Carlos Drummond de. “A flor e a náusea”)
SHEPERD, T.; SALIÉS, T. In: Linguística da internet. São Paulo: Contexto, Redija um texto dissertativo-argumentativo a partir do
2012. p.91 que se afirma em I, II e III.
Redija um texto dissertativo-argumentativo em que se discu-
ta se o uso da internet trouxe mais benefícios ou mais malefícios Proposta 06
ao indivíduo e à sociedade. Apresente argumentos que funda- As Olimpíadas eram uma série de competições esportivas
mentem sua posição. que, de quatro em quatro anos, reuniam atletas das cidades-
Proposta 03 -estado que formavam a Grécia Antiga. Surgiram em 776 a.C.
Apesar da presunção de veracidade que confere auto- na cidade de Olímpia e se realizaram até 393 d.C. Tinham gran-
ridade, interesse e sedução a todas as fotos, a obra que os de importância por seu caráter religioso, político e esportivo,
fotógrafos produzem não constitui uma exceção genérica ao e buscavam a harmonia entre cidades, com a trégua entre
comércio usualmente nebuloso entre arte e verdade. Mesmo conflitos e guerras, além da valorização da saúde e do corpo
quando os fotógrafos estão muito mais preocupados em es- saudável. Ressurgiram em 1896, com o objetivo de retomar
pelhar a realidade, ainda são assediados por imperativos de os ideais olímpicos na interação entre os povos, e estiveram
REDAÇÃO
gosto e de consciência. [...] O problema não é que as pessoas sujeitas a interferências políticas no decorrer do tempo. Os
se lembrem através das fotografias, mas que se lembrem ape-
nas das fotografias. Jogos Panamericanos, mais recentes, também realizados de
(SONTAG, Susan. “Na caverna de Platão”, em Sobre a Fotografia, São quatro em quatro anos, são evento multiesportivo, que tem
Paulo, Companhia das Letras, 2008) por base os Jogos Olímpicos e, como indica o próprio nome,
A partir do trecho acima, escreva um texto dissertativo-ar- reúne atletas dos países do continente americano. Na atualida-
gumentativo sobre o seguinte tema: A imagem como produtora de, no entanto, parece haver confluência de interesses bastan-
de sentidos na modernidade te diversos na realização desses eventos, de modo a acirrar o
Proposta 04 espírito competitivo e a expor o poder, até mesmo financeiro,
Epicuro havia percebido que as leis não educam: que não de alguns países.
eram feitas para serem propriamente obedecidas, mas para Diante do que se expôs acima, redija um texto dissertati- 59
garantir, sobretudo, a possibilidade de punição. Ele se deu vo-argumentativo sobre o seguinte tema.
60 RLMMATEMÁTICA
e MATEMÁTICA Ş
ŝ#-ŝŦ
ÍNDICE
1. Proposições ................................................................................................................63
Definições ..................................................................................................................................... 63
Tabela-Verdade e Conectivos Lógicos ......................................................................................... 63
Equivalências Lógicas ................................................................................................................... 65
Tautologias, Contradições e Contingências ................................................................................. 66
Relação entre Todo, Algum e Nenhum ......................................................................................... 66
2. Argumentos ...............................................................................................................67
Definições ..................................................................................................................................... 67
Métodos para Classificar os Argumentos ..................................................................................... 68
3. Psicotécnicos ............................................................................................................ 69
4. Análise Combinatória ................................................................................................ 69
Definição ....................................................................................................................................... 69
Fatorial.......................................................................................................................................... 69
Princípio Fundamental da Contagem (PFC) ................................................................................. 70
Arranjo e Combinação .................................................................................................................. 70
Permutação .................................................................................................................................. 70
5. Probabilidade.............................................................................................................72
Definições ..................................................................................................................................... 72
Fórmula da Probabilidade ............................................................................................................ 72
Eventos Complementares............................................................................................................. 72
Casos Especiais de Probabilidade ................................................................................................ 72
6. Noções de Estatística..................................................................................................74
Definições ..................................................................................................................................... 74
Tabelas.......................................................................................................................................... 74
Gráficos ......................................................................................................................................... 75
Medidas Descritivas ...................................................................................................................... 75
Definições ..................................................................................................................................... 79
Subconjuntos ................................................................................................................................ 79
Operações com Conjuntos ............................................................................................................ 79
7. Conjuntos Numéricos ................................................................................................. 80
Números Naturais .........................................................................................................................80
Números Inteiros ..........................................................................................................................80
Operações e Propriedades dos Números Naturais e Inteiros .......................................................80
Números Racionais .......................................................................................................................80
Operações com os Números Racionais ..........................................................................................81
Números Irracionais...................................................................................................................... 82
Ş
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RLM e MATEMÁTICA 61
Ş
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pode ter dois valores lógicos, ou o de verdadeiro ou o de falso, Serve para unir as proposições simples, formando propo-
não existindo um terceiro valor. sições compostas. São eles:
Sentenças Abertas e e: conjunção (^)
Quantificadores Lógicos ou: disjunção ()
ou..., ou: disjunção exclusiva ()
Existem algumas “sentenças abertas” que aparecem com
se..., então: condicional (o)
incógnitas (termo desconhecido), como por exemplo: “x + 2 =
5”, não sendo consideradas proposições, já que não se pode se..., e somente se: bicondicional (l)
classificá-las sem saber o valor de “x”, porém, com o uso dos Alguns autores consideram a negação (~) como um conecti-
quantificadores lógicos, elas tornam-se proposições, uma vez vo, porém aqui não faremos isso, pois os conectivos servem para
que esses quantificadores passam a dar valor ao “x”. formar proposição composta, e a negação faz apenas a mudança
do valor das proposições.
Os quantificadores lógicos são:
O “e” possui alguns sinônimos, que são: “mas”, “porém”,
RLM e MATEMÁTICA
: para todo; qualquer que seja; todo; “nem” (nem = e não) e a própria vírgula. O condicional tam-
: existe; existe pelo menos um; algum; bém tem alguns sinônimos que são: “portanto”, “quando”,
: não existe; nenhum. “como” e “pois” (pois = condicional invertido. Ex.: A, pois B
Ex.: = B ї A).
x + 2 = 5 (sentença aberta - não é proposição) Ex.:
p: x, x + 2 = 5 (lê-se: existe x tal que, x + 2 =5). Agora é a: Danilo foi à praia (simples).
proposição, uma vez que agora é possível classificar a b: Giovanna está brincando (simples).
proposição como verdadeira, já que sabemos que tem p: Danilo foi a praia se, e somente se Giovanna estava
um valor de “x” que somado a dois é igual a cinco. brincando (composta).
q: se 2 é par, então 3 é ímpar (composta).
Negação de Proposição
(Modificador Lógico) Tabela-Verdade e Conectivos Lógicos
Negar uma proposição significa modificar o seu valor ló- A tabela-verdade nada mais é do que um mecanismo 63
gico, ou seja, se uma proposição é verdadeira, a sua negação usado para dar valor às proposições compostas (que também
serão ou verdadeiras ou falsas), por meio de seus respectivos
64 conectivos.
A primeira coisa que precisamos saber numa tabela-ver-
dade é o seu número de linhas, e que esse depende do número P Q
de proposições simples que compõem a proposição composta.
Número de linhas = 2n, em que “n” é o número de proposições
simples que compõem a proposição composta. Portanto se hou-
RLM e MATEMÁTICA
F F V
F F F Representando por meio de conjuntos, temos: P Q
Observe que temos todas as relações entre os valores lógi-
cos das proposições, que sejam: as 3 verdadeiras (1ª linha), as
3 falsas (última linha), duas verdadeiras e uma falsa (2ª, 3ª e 5ª
linhas), e duas falsas e uma verdadeira (4ª, 6ª e 7ª linhas). Nes- P Q
sa demonstração, temos uma forma prática de como se pode
organizar a tabela, sem se preocupar se foram feitas todas re-
lações entres as proposições.
Valor lógico de uma proposição composta por disjunção
Para o correto preenchimento da tabela, devemos seguir exclusiva (ou, ou) = tabela-verdade da disjunção exclusiva
algumas regras: ().
▷ Comece sempre pelas proposições simples e suas Uma proposição composta por disjunção exclusiva só será
negações, se houver; verdadeira se as suas proposições simples que a compõem ti-
▷ Resolva os parênteses, colchetes e chaves, respec- verem valores diferentes, caso contrário, a disjunção exclusiva
tivamente (igual à expressão numérica), se houver; será falsa.
▷ Faça primeiro as conjunções e disjunções, depois os Ex.: P Q
condicionais e por último os bicondicionais;
▷ A última coluna da tabela deverá ser sempre a P Q PQ
da proposição toda, conforme as demonstrações V V F
adiante. V F V
O valor lógico de uma proposição composta depende dos
F V V
valores lógicos das proposições simples que a compõem assim
como do conectivo utilizado, e é o que veremos a partir de F F F
agora.
Representando por meio de conjuntos, temos: P Q
Valor lógico de uma proposição composta por conjunção (e)
= tabela-verdade da conjunção ().
Uma proposição composta por conjunção só será verda-
deira se todas as suas proposições simples que a compõem P Q
forem verdadeiras, caso contrário, a conjunção será falsa.
Ex.: P Q
P Q PQ
V V V Valor lógico de uma proposição composta por condicio-
V F F
nal (se, então) = tabela-verdade do condicional (o).
Uma proposição composta por condicional só será falsa se
F V F
a primeira proposição (também conhecida como antecedente
F F F ou condição suficiente) for verdadeira e a segunda proposição
Representando por meio de conjuntos, temos: P Q (também conhecida como consequente ou condição neces-
sária) for falsa; nos demais casos, o condicional será sempre Atente-se para o princípio da equivalência. A tabela-ver-
verdadeiro. dade está aí só para demonstrar a igualdade.
Ex.: P o Q Seguem algumas demonstrações das mais importantes:
P Q PїQ P ^ Q = Q ^ P: basta trocar as proposições simples de lugar
– também chamada de recíproca.
V V V
V F F P Q PQ QP
F V V V V V V
F F V V F F F
Q F F F F
P P Q = Q P: basta trocar as proposições simples de lugar
– também chamada de recíproca.
P Q PvQ QvP
V V V V
V F V V
Valor lógico de uma proposição composta por bicondicio- F V V V
nal (se e somente se) = tabela-verdade do bicondicional (ў). F F F F
Uma proposição composta por bicondicional é verdadeira
sempre que suas proposições simples que a compõem têm va- P Q = Q P: basta trocar as proposições simples de lugar
lores iguais, caso contrário, ela será falsa. - também chamada de recíproca.
No bicondicional, “P” e “Q” são ambos suficientes e neces- P Q = ~P ~Q: basta negar as proposições simples –
sários ao mesmo tempo. também chamada de contrária.
Ex.: P o Q P Q = ~Q ~P: troca as proposições simples de lugar e
negam-se – também chamada de contra-positiva.
P Q PїQ
V V V
P Q = (P ~Q) (~P Q): observe aqui a exclusividade
dessa disjunção.
V F F
F V F
(P ~Q)
F F V P Q ~P ~Q P ~Q ~P Q P Q Q P ~P ~Q ~Q ~P
(~P Q)
Ş
ŝ#-ŝŦ
Representando por meio de conjuntos, temos: P o Q V V F F F F F F F F F
P=Q V F F V V F V V V V V
F V V F F V V V V V V
F F V V F F F F F F F
PQ P e Q são verdadeiras Pelo menos uma falsa e negam-se – também chamada de contra- positiva.
P ў Q = (P o Q) (Q o P): observe que é condicional
Pelo menos uma
PQ P e Q são falsas para os dois lados, por isso bicondicional.
verdadeira
P e Q têm valores (PїQ)
PQ P e Q têm valores iguais P Q ~P ~Q PїQ QїP PўQ QўP ~Pў~Q ~Qў~P
diferentes (QїP)
V V F F V V V V V V V
P = verdadeiro, q = ver-
PїQ P = verdadeiro e Q = falso
dadeiro ou P = falso V F F V F V F F F F F
P e Q têm valores F V V F V F F F F F F
PўQ P e Q têm valores iguais
diferentes F F V V V V V V V V V
A B
NENHUM A é B:
A B
Tipos de Argumentos
Existem vários tipos de argumento. Vejamos alguns:
Ş
ŝ#-ŝŦ
ma:
chegar a conclusões particulares. Esta forma de argumento
Equivalência
é válida quando suas premissas, sendo verdadeiras, forne-
cem uma conclusão também verdadeira.
Ex.:
Negação p1: Todo professor é aluno.
p2: Daniel é professor.
AéB A não é B A não é B
TODO ALGUM NENHUM c: Logo, Daniel é aluno.
A não é B AéB AéB
Negação Indução:
O argumento indutivo é o contrário do argumento de-
dutivo, pois parte de informações particulares para chegar a
RLM e MATEMÁTICA
Definições Analogia:
Argumento é um conjunto de proposições, divididas em As analogias são comparações (nem sempre verdadeiras).
premissas (proposições iniciais - hipóteses) e conclusões (pro- Neste caso, partindo de uma situação já conhecida verificamos
posições finais - teses). outras desconhecidas, mas semelhantes. Nas analogias, não
Ex.: temos certeza. 67
Ex.:
p1: Toda mulher é bonita. p1: No Piauí faz calor.
p2: No Ceará faz calor. ficação, uma vez que dependendo do argumento, um método
68 p3: No Paraná faz calor. ou outro, sempre será mais fácil e principalmente mais rápido.
Falaremos dos métodos por ordem de facilidade:
c: Sendo assim, no Brasil faz calor.
1º método: diagramas lógicos (ou método dos conjun-
Falácia: tos).
Utilizado sempre que no argumento houver as expressões:
As falácias são falsos argumentos, logicamente inconsistentes,
todo, algum ou nenhum, e seus respectivos sinônimos.
inválidos ou que não provam o que dizem.
RLM e MATEMÁTICA
Silogismos:
Tipo de argumento formado por três proposições, sendo B A
duas premissas e uma conclusão. São em sua maioria dedu-
tivos.
Ex.:
p1: Todo estudioso passará no concurso. ALGUM A é B:
p2: Beatriz é estudiosa.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Ş
ŝ#-ŝŦ
mais garantidos nas resoluções das questões de argumentos.
basta que saibamos quantos pares são.
Consiste em desenhar a tabela-verdade do argumento em
questão e avaliar se as linhas em que as premissas forem todas Imagine se fossem 4 dados e quiséssemos saber todas as
verdadeiras – ao mesmo tempo – a conclusão também será toda quadras possíveis, o resultado seria 1296 quadras. Um núme-
verdadeira. Caso isso ocorra, o argumento será válido, porém se ro inviável de ser representado. Por isso utilizamos a Análise
em uma das linhas em que as premissas forem todas verdadei- Combinatória.
ras e a conclusão for falsa, o argumento será inválido. Para resolver as questões de Análise Combinatória, utiliza-
Linhas da tabela – verdade em que as premissas são todas mos algumas técnicas, que veremos a partir de agora.
verdadeiras e conclusão, nessas linhas, também todas verda-
deiras = argumento válido. Fatorial
Linhas da tabela – verdade em que as premissas são todas Fatorial de um número (natural e maior que 1) é a mul-
verdadeiras e pelo menos uma conclusão falsa, nessas linhas = tiplicação desse número pelos seus antecessores em ordem
RLM e MATEMÁTICA
diferença no resultado. podem ser repetidos e quando a ordem dos elementos faz
Esses “elementos” são os dados das questões, os va- diferença no resultado e quando são utilizados todos os ele-
lores envolvidos. mentos do conjunto.
Consiste de dois princípios: o multiplicativo e o aditivo. Nada mais é do que um caso particular de arranjo cujo p = n.
A diferença dos dois consiste nos termos utilizados durante a Logo:
resolução das questões.
Multiplicativo: usado sempre que na resolução das ques-
tões utilizarmos o termo “e”. Como o próprio nome já diz, fa-
remos multiplicações.
Aditivo: usado quando utilizarmos o termo “ou”. Aqui rea-
lizaremos somas.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Pn = n!
e = multiplicação
ou = adição
PERMUTAÇÃO
SIM
Princípio
Fundamental
SIM da Contagem
(P.F.C.) São utilizados
todos os ele-
mentos?
ANÁLISE Os elementos
podem ser Arranjo
COMBINATÓRIA repetidos? SIM
Ş
ŝ#-ŝŦ
=
NÃO A ordem dos
elementos faz a
diferença?
NÃO
Combinação =
Para saber qual das técnicas utilizar basta fazer duas, no Permutações Circulares e
máximo, três perguntas para a questão, veja:
RLM e MATEMÁTICA
Sendo:
Eventos Complementares
n = o número total de elementos do conjunto; Dois eventos são ditos complementares quando a chance
p = o número de elementos utilizados; do evento ocorrer somado à chance de ele não ocorrer sempre
Cr = combinação com repetição. dá 1 (um).
RLM e MATEMÁTICA
P (A U B) = P (A) + P (B) - P (A ൘ B)
Probabilidade Binomial Ş
ŝ#-ŝŦ
Essa probabilidade será tratada aqui de forma direta e com
o uso da fórmula.
RLM e MATEMÁTICA
Sendo:
C = o combinação;
n = o número de repetições do evento;
s = o números de “sucessos” desejados;
73
f = o número de “fracassos”.
74
6. Noções de Estatística Curso
Polícia Federal
Número de Alunos
250
DEPEN 150
Definições INSS 350
Este conteúdo utiliza técnicas para organizar, descrever, Receita Federal 250
analisar, interpretar e apresentar dados, por meio de tabelas, ROL: 150, 250, 250, 350.
gráficos e medidas descritivas.
Tabela de Frequência
RLM e MATEMÁTICA
Ş
ŝ#-ŝŦ
Empresa X
desses valores divididas pelo somatório dessas frequências.
Ex.: Calcule a nota final de um aluno cujas notas no 1º, 2º,
3º e 4º bimestres foram, respectivamente, 7,0; 6,0; 8,0; 8,0;
sabendo que o peso de cada bimestre ímpar vale 2 e de
cada bimestre par vale 3.
Receita Federal
INSS
DEPEN
Polícia Federal
RLM e MATEMÁTICA
Linhas Médias:
Empresa X
400 Aritmética Simples (X)
350 Ex.: 2 e 8.
300
250
200 Número de Alunos
150 Propriedades:
100 Se a cada xi (i = 1, 2, ..., n) adicionarmos uma constante real
50 k, a média aritmética fica adicionada de k unidades;
0
Receita DEPEN INSS Polícia Se multiplicarmos cada xi (i = 1, 2, ..., n) por uma constante 75
Federal Federal real k, a média aritmética fica multiplicada por k.
Aritmética Ponderada (XP) Os valores da amostra devem ser colocados em ordem
76 Ex.: Notas de um aluno. crescente;
Se a quantidade de valores da amostra for ímpar, a medi-
Notas Peso ana é o valor central da amostra;
Se a quantidade de valores da amostra for par, é preciso
7,0 1 tirar a média dos valores centrais para calcular a mediana.
Ex.: 3 - 4 - 9 - 6 - 3 - 8 - 2 - 4 - 5 - 6
6,0 2
RLM e MATEMÁTICA
8,0 3
7,5 4
Média Ponderada:
4-5-7-2-9
Me = 2 - 4 - 5 - 7 - 9
Geométrica (G) Me = 5
Ex.: 2 e 8.
Ex.: Calcule a moda e a mediana:
40 - 44 - 42 - 23 - 36 - 40
Harmônica (H) 23 - 36 - 40 - 40 - 42 - 44
Ş
ŝ#-ŝŦ
Ex.: 2 e 8. Mo = 40
Moda (Mo)
É o valor que mais aparece nos dados observados.
Ex.: Determine a moda dos alunos, por curso, da Empre- Medidas de Tendência Central com Da-
sa X. dos Agrupados na Tabela de Frequência
ROL: 150, 250, 250, 350
Mo = 250 São assim chamadas, por mostrarem um valor ao redor do
qual se concentram os dados.
Moda é a medida de tendência central que consiste no val-
or observado com mais frequência em um conjunto de dados. Média Aritmética ( )
Ex.: 6 - 9 - 12 - 9 - 4 - 5 - 9 É a soma de todos os valores observados divididos pela
Mo = 9 quantidade de valores.
12 - 13 - 19 - 13 - 14 - 12 - 16
Mo = 12 e 13 (Bimodal)
4 - 29 - 15 - 13 - 18
Ex.: De acordo com os dados da tabela 2, será:
Mo = Não há moda (Amodal)
= (11 + 11 + 12 + 12 + 12 + 12 + 12 + 13 + 13 + 13 + 13 + 13 +
Mediana (Md) 13 + 13 + 14 + 14 + 14 + 15 + 15 + 15) / 20
É o valor que ocupa a posição central (divide os dados ao = 260 / 20
meio) dos dados observados. = 13
A média aritmética ponderada é calculada por meio do
Numa sequência cuja quantidade de valores é ímpar, a somatório das multiplicações entre valores e as frequências
mediana será o valor do meio (no ROL), já na sequência, cuja desses valores divididas pelo somatório dessas frequências.
quantidade de valores é par, a mediana será a média dos dois De acordo com os dados da tabela é:
valores centrais.
Ex.: Calcule a mediana dos alunos, por curso, da Empresa X.
ROL: 150, 250, 250, 350.
At = Xmax - Xmin
Ex.: Calcule a amplitude dos alunos, por curso, da Em-
presa X. Ex.: Calcule o desvio padrão dos alunos, por curso, da
ROL: 150, 250, 250, 350. Empresa X.
At = 350 - 150
At = 200
Variância Propriedades
É a média do quadrado dos desvios (desvio = diferença
entre cada valor e a média). Quando adicionamos uma constante a cada elemento de
um conjunto de valores, o desvio padrão não se altera.
Populacional
Quando multiplicamos cada elemento de um conjunto de
Ş
ŝ#-ŝŦ
valores por uma constante real k, o desvio padrão fica multi-
plicado por k.
Amostral
logo:
77
Medidas de Forma Simétrica X = Me = Mo
78 Assimetria Positiva X > Me > Mo
Assimetria
A medida de assimetria indica o grau de distorção da dis- Assimetria Negativa X < Me < Mo
tribuição em relação a uma distribuição simétrica. Cujo:
Simetria X = Média;
Existe um eixo de simetria no gráfico gerado pela tabela
Me = Mediana;
RLM e MATEMÁTICA
Curtose
A medida de curtose nos indica a forma da curva de dis-
tribuição em relação ao seu achatamento.
Leptocúrtica
Média = Mediana = Moda Quando a distribuição apresenta uma curva de frequên-
cia mais fechada que a normal (ou mais aguda em sua parte
superior).
X = Me = Mo
Ş
ŝ#-ŝŦ
Mesocúrtica
A curva normal que é a referencial.
X > Me > Mo
X < Me < Mo
QUADRO RESUMO
(Tipos de Assimetria)
Teoria dos Conjuntos As relações entre subconjunto e conjunto são de: “está
contido = ” e “contém = ”.
Nesta seção, estão os principais conceitos sobre conjuntos Os subconjuntos estão contidos nos conjuntos e os con-
e suas operações. Um assunto importante e de fácil aprendiza- juntos contém os subconjuntos. Veja:
gem.
H F
Definições F H
O conceito de conjunto é redundante visto que se trata de Todo conjunto é subconjunto de si próprio. (D D);
um agrupamento ou reunião de coisas, que serão chamadas O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto.
de elementos do conjunto.
(Ø D);
Ex.: Se quisermos montar o conjunto das vogais do alfa-
beto, os elementos serão a, e, i, o, u. Se um conjunto A possui “p” elementos, então ele possui
A nomenclatura dos conjuntos é formada pelas letras 2p subconjuntos;
maiúsculas do alfabeto. O conjunto formado por todos os subconjuntos de um conjun-
Ex.: Conjunto dos estados da região sul do Brasil: to A, é denominado conjunto das partes de A. Assim, se A = {4, 7},
A = {Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul}. o conjunto das partes de A, é dado por {Ø, {4}, {7}, {4, 7}}.
Representação dos Conjuntos
Os conjuntos podem ser representados tanto em chaves
Operações com Conjuntos
como em diagramas. União de conjuntos: a união de dois conjuntos quaisquer
será representada por “A B” e terá os elementos que perten-
Representação em Chaves cem a A “ou” a B, ou seja, todos os elementos.
Ex.: Conjuntos dos estados brasileiros que fazem frontei-
ra com o Paraguai:
B = {Paraná, Mato Grosso do Sul}.
Representação em Diagramas
Ex.: Conjuntos das cores da bandeira do Brasil:
A U B
D
Verde Interseção de conjuntos: a interseção de dois conjuntos
Amarelo quaisquer será representada por “A ൘ B”. Os elementos que
Ş
ŝ#-ŝŦ
Azul fazem parte do conjunto interseção são os elementos comuns
Branco
aos dois conjuntos.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Se a multiplicação é soma de uma quantidade de parcelas
Em relação à fração, o denominador será tantos “9”
fixas, a potenciação é a multiplicação de uma quantidade de
quantos forem as casas do período, seguido de tan-
fatores fixos, tal quantidade indicada no expoente que acompa-
tos “0” quantos forem as casas não periódicas (caso
nha a base da potência.
haja e depois da vírgula). Já o numerador será o nú-
A potenciação é expressa por: an, cujo “a” é a base da po- mero sem a vírgula até o primeiro período “menos”
tência e o “n” é o expoente. toda a parte não periódica (caso haja).
Ex.: 43 = 4 . 4 . 4 = 64 Ex.: 0,6666... =
As propriedades das potências são:
a0 = 1 0,36363636... =
30 = 1 0,123333... = =
a1 = a
RLM e MATEMÁTICA
2,8888... = =
51 = 5
a-n = 1/an 3,754545454... = =
2-3 = = 1/8
Transformando Número Decimal
a .a =a
m n (m + n)
em Fração
32 . 33 = 3(2 + 3) = 35 = 243 Para transformar número decimal em fração, basta contar
quantas “casas” existem depois da vírgula; então o denomina-
am : an = a(m - n)
dor da fração será o número 1 acompanhado de tantos zeros
45 : 43 = 4(5 – 3) = 42 = 16 quantos forem o número de “casas”, já o numerador será o
(am)n = am . n número sem a “vírgula”.
81
2 4 2.4 8
(2 ) = 2 = 2 = 256 Ex.: 0,3 =
2,45 = Ex.:
82 2 < x < 5: o 2 e o 5 não fazem parte do intervalo.
49,586 = 2 d x < 5: o 2 faz parte do intervalo, mas o 5 não.
2 d x d 5: o 2 e o 5 fazem parte do intervalo.
Com os colchetes
Números Irracionais Quando os colchetes estiverem voltados para os núme-
São os números que não podem ser escritos na forma de ros, significa que farão parte do intervalo. Porém, quando os
RLM e MATEMÁTICA
Ş
ŝ#-ŝŦ
divisível por outro. Veja algumas dessas regras.
Divisibilidade por 2: para um número ser divisível por 2
8. Sistema Legal de Medidas
basta que o mesmo seja par. Medidas de Tempo
Ex.: 14 é divisível por 2. A unidade padrão do tempo é o segundo (s), mas deve-
17 não é divisível por 2. mos saber as seguintes relações:
Divisibilidade por 3: para um número ser divisível por 3, a 1 min. = 60 s
soma dos seus algarismos tem que ser divisível por 3.
1h = 60 min = 3600 s
Ex.: 174 é divisível por 3, pois 1 + 7 + 4 = 12
1 dia = 24 h = 1440 min = 86400 s
188 não é divisível por 3, pois 1 + 8 + 8 = 17
30 dias = 1 mês
Divisibilidade por 4: para um número ser divisível por 4,
2 meses = 1 bimestre
ele tem que terminar em 00 ou os seus dois últimos números
devem ser múltiplos de 4. 6 meses = 1 semestre
RLM e MATEMÁTICA
dm
1dm3 = 1 litro
divide-se por 10
cm 1cm3 = 1 mililitro
mm
Para cada degrau descido da escada, multiplica-se por 10, e 9. Razões e Proporções
para cada degrau subido, divide-se por 10. Neste capítulo, estão presentes alguns assun-
Ex.: Transformar 2,98km em cm = 2,98 . 100.000 = tos muito incidentes em provas: razões e proporções.
298.000cm (na multiplicação por 10 ou suas potências, bas- É preciso que haja atenção no estudo desse conteúdo.
ta deslocar a “vírgula” para a direita);
Ex.: Transformar 74m em km = 74 ÷ 1000 = 0,074km (na Grandeza
divisão por 10 ou suas potências, basta deslocar a “vírgu- É tudo aquilo que pode ser contado, medido ou enume-
la” para a esquerda). rado.
Ş
ŝ#-ŝŦ
O grama (g) e o litro (l) seguem o mesmo padrão do Ex.: Comprimento (distância), tempo, quantidade de
metro (m). pessoas e/ou coisas, etc.
Metro quadrado (m2): Grandezas diretamente proporcionais: são aquelas em
km2
que o aumento de uma implica o aumento da outra.
Ex.: Quantidade e preço.
hm2
multiplica-se por 102
Grandezas inversamente proporcionais: são aquelas em
que o aumento de uma implica a diminuição da outra.
dam2 Ex.: Velocidade e tempo.
m2 Razão
dm2 É a comparação de duas grandezas. Essas grandezas po-
divide-se por 10 2
dem ser de mesma espécie (com a mesma unidade) ou de es-
cm2
pécies diferentes (unidades diferentes). Nada mais é do que
mm2 uma fração do tipo , com b z 0.
Nas razões, os numeradores são também chamados de an-
Para cada degrau descido da escada multiplica por 102 ou tecedentes e os denominadores de consequentes.
100, e para cada degrau subido divide por 102 ou 100. Ex.: Escala: comprimento no desenho comparado ao ta-
Ex.: Transformar 79,11m2 em cm2 = 79,11 . 10.000 = manho real.
791.100cm2; Velocidade: distância comparada ao tempo.
Ex.: Transformar 135m2 em km2 = 135 ÷ 1.000.000 =
0,000135km2. Proporção
Metro cúbico (m3): Pode ser definida como a igualdade de razões.
km3
dm3 b.c=a.d
divide-se por 103 cm3 É basicamente essa propriedade que ajuda resolver a
mm3
maioria das questões desse assunto.
Dados três números racionais a, b e c, não nulos, denomina-
se quarta proporcional desses números um número x tal que:
Para cada degrau descido da escada, multiplica-se por 103
ou 1000, e para cada degrau subido, divide-se por 103 ou 1000. =
Proporção contínua é toda proporção que apresenta os Logo, a parte proporcional a 4 é o 20 e a parte proporcio-
meios iguais. nal ao 6 é o 30.
De um modo geral, uma proporção contínua pode ser re-
presentada por: Divisão em partes inversamente proporcionais.
= Divida o número 60 em partes inversamente proporcio-
nais a 2 e a 3.
As outras propriedades das proporções são:
Numa proporção, a soma dos dois primeiros termos está Ex.:
para o 2º (ou 1º) termo, assim como a soma dos dois últimos + = 60
está para o 4º (ou 3º).
+ =
= ou = 60
Numa proporção, a diferença dos dois primeiros termos 5x = 60 · 6
está para o 2º (ou 1º) termo, assim como a diferença dos dois 5x = 360
últimos está para o 4º (ou 3º).
x=
= ou = x = 72
Numa proporção, a soma dos antecedentes está para a X = constante proporcional
soma dos consequentes, assim como cada antecedente está
para o seu consequente. Então, = = 36 e = = 24
Logo, a parte proporcional a 2 é o 36 e a parte propor-
= = cional ao 3 é o 24.
Perceba que, na divisão diretamente proporcional, quem
Numa proporção, a diferença dos antecedentes está para tiver a maior parte ficará com o maior valor. Já na divisão in-
a diferença dos consequentes, assim como cada antecedente versamente proporcional, quem tiver a maior parte ficará com
está para o seu consequente. o menor valor.
= =
Regra das Torneiras
Sempre que uma questão envolver uma “situação” que
Ş
ŝ#-ŝŦ
Numa proporção, o produto dos antecedentes está para o pode ser feita de um jeito em determinado tempo (ou por uma
produto dos consequentes, assim como o quadrado de cada pessoa) e, em outro tempo, de outro jeito (ou por outra pes-
antecedente está para quadrado do seu consequente. soa), e quiser saber em quanto tempo seria se fosse feito tudo
ao mesmo tempo, usa-se a regra da torneira, que consiste na
aplicação da seguinte fórmula:
= =
porcionais. ceiras.
= Custo (C): “Gasto”.
Venda (V): “Ganho”.
Aplicando a propriedade fundamental das proporções:
240x = 9000 Lucro (L): Quando se ganha mais do que se gasta.
Regra de Três Composta Prejuízo (P): Quando se gasta mais do que se ganha.
Aquela que envolve mais de duas grandezas. P=C-V
Ex.: Dois pedreiros levam nove dias para construir um
muro com 2m de altura. Trabalhando três pedreiros e au-
mentando a altura para 4m, qual será o tempo necessário Ex.: Um computador foi comprado por R$ 3.000,00 e re-
para completar esse muro? vendido com lucro de 25% sobre a venda. Qual o preço
de venda?
Neste caso, deve-se comparar uma grandeza de cada vez
com a variável. Como o lucro foi na venda, então L = 0,25V:
L=V–C
Dias Pedreiros Altura 0,25V = V – 3.000
9 2 2 0,25V – V = -3.000
x 3 4 -0.75V = -3.000 (-1)
Note que, ao aumentar a quantidade de pedreiros, o número 0,75V = 3.000
de dias necessários para construir um muro diminui, então as V = 3000 = 300000 = 4.000
0,75 75
grandezas pedreiros e dias são inversamente proporcionais.
No entanto, se aumentar a altura do muro, será necessário Logo, a venda se deu por R$ 4.000,00 reais.
mais dias para construí-lo. Dessa forma as grandezas muro
e dias são diretamente proporcionais. Para finalizar, basta Juros Simples
montar a proporção e resolver, lembrando que quando uma Juros: atributos (ganhos) de uma operação financeira.
grandeza for inversamente proporcional à variável sua fra- Juros Simples: os valores são somados ao capital apenas
ção será invertida. no final da aplicação. Somente o capital rende juros.
= · Para o cálculo de juros simples, usa-se a seguinte fórmula:
J=C.i.t
= Cujo:
Ex.: Aplicando a propriedade fundamental das proporções: J = juros;
6x = 72 C = capital;
i = taxa de juros;
X= = 12 dias t = tempo da aplicação.
Ex.: Um capital de R$ 2.500,00 foi aplicado a juros de 2% Sequência dos números quadrados perfeitos:
ao trimestre durante um ano. Quais os juros produzidos? (1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, 64, 81, 100...);
Em 1 ano há exatamente 4 trimestres, como a taxa está Sequência dos números primos: (2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23,
em trimestre, agora é só calcular: 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53...).
J=C.i.t Veja que na sequência dos números quadrados perfeitos a
J = 2.500 . 0,02 . 4 lei que determina sua formação é: an = n2.
J = 200
Ş
ŝ#-ŝŦ
demos determinar qualquer termo que quisermos, bastando
M = 10.000 . 1,08243216
para isso fazer uso da fórmula do termo geral, que é:
M = 10.824,32
an = a1 + (n - 1) . r
Capitalização
Capitalização: acúmulo de capitais (capital + juros). Sendo:
Nos juros simples, calcula-se por: M = C + J. a1 = o primeiro termo da P.A.;
Nos juros compostos, calcula-se por: J = M – C.
an = o termo que se quer determinar;
Em algumas questões terão que ser calculados os
montantes do juro simples ou os juros do juro composto. n = o número do termo;
r = a razão da P.A.
11. Sequências Numéricas Ex.: Determine o 8º termo da P.A. (3, 7, 11, 15, ...)
RLM e MATEMÁTICA
Resolução:
Neste capítulo, será possível verificar a formação de uma
sequência e também do que trata a P.A. (Progressão Aritmética) Sendo a1 = 3, e r = 4 (7 - 3 = 4), aplicando a fórmula do
e a P.G. (Progressão Geométrica). termo geral, temos:
an = a1 + (n - 1) . r
Conceitos a8 = 3 + (8 - 1) . 4
Sequências: conjuntos de elementos organizados de acor- a8 = 3 + 7 . 4
do com certo padrão, ou seguindo determinada regra. O co- a8 = 3 + 28
nhecimento das sequências é fundamental para a compreen- a8 = 31
são das progressões. Portanto, o 8º termo da P.A. é 31.
Progressões: as progressões são sequências numéricas
com algumas características exclusivas. Propriedades das P.A.
Cada elemento das sequências e/ou progressões são de- 1ª propriedade: qualquer termo da P.A., a partir do segun- 87
nominados termos. do, é a média aritmética entre seu antecessor e seu sucessor.
88
= 11
2ª propriedade: a soma dos termos equidistantes aos ex-
tremos é igual à soma dos extremos.
a1 + a n = a 2 + a n - 1 = a 3 + a n - 2 = a 1 + p + a n - p
Ş
ŝ#-ŝŦ
P.G. infinita:
Resolução:
Como q = -1/3, ou seja, -1 < q < 1, então:
2ª propriedade: o produto dos termos equidistantes aos ex-
tremos é igual ao produto dos extremos. e =1
a1 . a n = a 2 . a n - 1 = a 3 . a n - 2 = a 1 + k + a n - k ;e =1
Interpolação Geométrica
Interpolar significa inserir termos, ou seja, interpolação
geométrica é a colocação de termos entre os extremos de
uma P.G. Consiste basicamente em descobrir o valor da razão
da P.G. e, com isso, inserir esses termos.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Utiliza-se a fórmula do termo geral para a re-
solução das questões, em que “n” será igual a
“p + 2”, cujo “p” é a quantidade de termos que se quer interpolar.
Ex.: Insira 4 termos em uma P.G que começa com 2 e ter-
mina com 2048.
Resolução: Produto dos Termos de uma P.G.
a1 = 2; an = 2048; p = 4 e n = 4 + 2 = 6 Para o cálculo do produto dos termos de uma P.G., basta
usar a seguinte fórmula: RLM e MATEMÁTICA
Ex.: Qual o produto dos termos da P.G. (5, 10, 20, 40, 80,
160).
Resolução:
a1 =5; an = 160; n = 6
Sistemas Lineares
=
Matrizes
Logo:
Matriz: é uma tabela que serve para organizar dados nu-
RLM e MATEMÁTICA
Matriz Identidade
C2 x 2 = matriz quadrada de ordem 2x2, É toda a matriz quadrada que os elementos da diagonal
ou somente 2 principal são iguais a um e os demais são zeros:
Matriz Triangular S=
Aquela cujos elementos de um dos triângulos formados
pela diagonal principal são zeros. S2 x 3 =
P=
A2 x 3 = → At3 x 2 =
Ş
ŝ#-ŝŦ
At = A:
.
Ex.: M = A2 x 3 B3 x 2
1 3 A2 x 3 = e B3 x 2 =
A
3 2
A=At
11 3
At M2 x 2 =
33 2
M2 x 2 =
Operações com Matrizes
Vamos ver agora as principais operações com as matrizes;
fique atento para a multiplicação de duas matrizes. M2 x 2 =
RLM e MATEMÁTICA
Igualdade de Matrizes M2 x 2 =
Duas matrizes são iguais quando possuem o mesmo nú-
mero de linhas e colunas (mesma ordem), e os elementos cor-
Matriz Inversa (A-1)
respondentes são iguais. Se existe uma matriz B, quadrada de ordem n, tal que A . B
= B . A = In, dizemos que a matriz B é a inversa de A. Costuma-
X = Y o X2 x 2 = e Y2 x 2 = mos indicar a matriz inversa por A-1. Assim B=A-1.
Logo: A . A-1 = A-1 . A = In
Soma de Matrizes Para melhor compreender essa definição, observe o exemplo:
Ex.: A . A-1 = In
Só é possível somar matrizes de mesma ordem. Para fazer
A2 x 2 = e A-12 x 2 =
o cálculo, basta somar os elementos correspondentes. 91
Ex.: S = X + Y (S = matriz soma de X e Y) Logo:
= Determinantes
92
Determinante é um número real associado à matriz.
Só há determinante de matriz quadrada. Cada matriz apre-
= senta um único determinante.
Cálculo dos Determinantes
Determinante de uma Matriz de Ordem 1 ou de 1ª
RLM e MATEMÁTICA
→ ordem:
Se a matriz é de 1ª ordem, significa que ela tem apenas
uma linha e uma coluna, portanto, só um elemento, que é o
próprio determinante da matriz.
Resolvendo o sistema I: Ex.: A1 x 1 = [13]
Det A = 13
B1 x 1 = [ -7 ]
Det B = -7
A3 x 3 =
A3 x 3 =
a = 1/7; b = 2/7; c = -3/7; d = 1/7
Logo: Ex.: Det A = (2 . 5 . 6 + 4 . 8 . 1 + 7 . 3 . 9) - (7 . 5 . 1 + 2 . 8
. 9 + 4 . 3 . 6)
A-12 x 2 = Ex.: Det A = (60 + 32 + 189) – (35 + 144 + 72)
Det A = (281) – (251)
Det A = 30 A3 x 3 = (I)
Det A = (2 . 5 . 6 + 4 . 8 . 0 + 7 . 0 . 0) - (7 . 5 . 0 + 2 . 8 . 0 Det. A = 30
+ 4 . 0 . 6)
O Teorema de Laplace:
Det A = (60 + 0 + 0) - (0 + 0 + 0)
Primeiramente, precisamos saber o que é um co-
Det A = 60 (produto da diagonal principal = 2 x 5 x 6) fator. O cofator de um elemento aij de uma matriz é:
Matriz diagonal Aij = (-1)i + j . Dij.
Agora, vamos ao teorema:
B3 x 3 = Escolha uma linha ou coluna qualquer do determinante:
A3 x 3 =
B3 x 3 =
Calcule o cofator de cada elemento dessa fila:
Ş
ŝ#-ŝŦ
0 + 0 . 0 . 6)
Det B = (60 + 0 + 0) – (0 + 0 + 0) a21 = A21 = (-1) 2+1 · = (-1) · (-39)
Det. A‘ = 4 . 2 - 2 . 3 Det. A = 5 . 3 - 2 . 4
Det. A‘ = 8 - 6 Det. A = 15 - 8
Det. A‘ = 2 Det. A = 7
Det. A‘ = k . Det. A B2 x 2 =
Det. A’ = 2 . 1 Det. B = 4 . 2 - 5 . 3
Det. A’ = 2 Det. B = 8 - 15
Det. B = -7
Determinante de uma Matriz Multiplicada por
uma Constante Det. A = - Det. B
Se multiplicarmos toda uma matriz A de ordem “n” por um Det. A = - (-7)
número k, o determinante da nova matriz será o produto (multi-
Det. A = 7
plicação) de kn pelo determinante de A.
Det (k . A) = kn . Det. A Determinante do Produto de Matrizes
Ex.:
A2 x 2 = Se A e B são matrizes quadradas de ordem n, então:
Det. A = 2 . 3 - = 1 . 4 Det. (A . B) = Det. A . Det. B
Ex.: A2 x 2 = Sistemas Lineares
Det. A = 1 . 3 - 2 . 2 Equações Lineares: é toda equação do 1º grau com uma ou
Det. A = 3 - 4 mais incógnitas.
Det. A = -1 Sistemas Lineares: é o conjunto de equações lineares.
Ex.: Equação: 2x + 3y = 7
B2 x 2 =
Sistema:
Det. B = 2 . 4 - 5 . 3
Det. B = 8 - 15
Equação: x + 2y + z = 8
Det. B = -7
A · B2 x 2 =
Sistema:
Det. (A . B) = 8 . 22 - 13 . 13
Det. (A . B) = 176 - 169
Representação de um Sistema
Det. (A . B) = 7 Linear em Forma de Matriz
Det. (A . B) = Det. A . Det. B
Todo sistema linear pode ser escrito na forma de uma ma-
Det. (A . B) = (-1) . (-7) triz.
Det. (A . B) = 7 Esse conteúdo será importante mais adiante para a reso-
lução dos sistemas.
Determinante de uma Matriz Triangular
O determinante é igual ao produto dos elementos da di-
agonal principal.
Forma de Matriz:
Determinante de uma Matriz Inversa
Seja B a matriz inversa de A, então, a relação entre os de- · =
terminantes de B e A é dado por:
termos independentes
Matriz Incompleta:
Ş
ŝ#-ŝŦ
Matriz de x
Ex.: A2 x 2 =
Det. A = 1 . 1 - (-2 . 3)
Substituem-se os coeficientes de x pelos termos indepen-
Ex.: Det. A = 1 + 6 dentes.
Det. A = 7
Matriz de Y
B = A-12 x 2 =
Det. B = (1/7 . 1/7) - (2/7 . -3/7) Substituem-se os coeficientes de y pelos termos indepen-
RLM e MATEMÁTICA
dentes.
Det. B = 1/49 + 6/49
Det. B = 7/49 Resolução de um Sistema Linear
Resolvem-se os sistemas pelo método dos determinan-
Det. B = 1/7
tes, também conhecido como Regra de Cramer.
A regra consiste em: o valor das variáveis será calculado
dividindo-se o determinante da matriz da variável pelo de-
terminante da matriz incompleta, do sistema.
Então:
O valor de x é dado por:
x=
95
O valor de y é dado por:
Valor de y é: y = =2
96 y=
O valor de z é dado por: Valor de z é: z = =1
z=
Solução: x= 3, y = 2 e z = 1
RLM e MATEMÁTICA
Ş
ŝ#-ŝŦ
O encontro dos eixos é chamado de origem. Cada ponto Trocando as variáveis x e y:
do plano cartesiano é formado por um par ordenado (x, y), em x = 2y + 3
que x: abscissa e y: ordenada.
Colocando y em função de x:
Raízes 2y = x - 3
Em matemática, uma raiz ou “zero” da função consiste em y= , que define a função inversa da função dada.
determinar os pontos de interseção da função com o eixo das
abscissas no plano cartesiano. A função ƒ é um elemento no Função Composta
domínio de ƒ tal que ƒ(x) = 0. Chama-se função composta (ou função de função) a fun-
Ex.: Considere a função: ção obtida substituindo-se a variável independente x por uma
ƒ(x) = x2 - 6x + 9 função.
RLM e MATEMÁTICA
0 x
-b
x x< y 0
a
-1
Equações e Inequações do 1º Grau
Equação
Zero e Equação do 1º Grau Uma equação do 1º grau na incógnita x é qualquer ex-
Chama-se zero ou raiz da função polinomial do 1º grau ƒ(x) pressão do 1º grau que pode ser escrita numa das seguintes
= ax + b, a z 0, o número real x tal que f(x) = 0. formas:
Assim: f(x) = 0 ax + b = 0
ax + b = 0
Ş
ŝ#-ŝŦ
Crescimento e Decrescimento
Para resolver uma equação, basta achar o valor de “x”.
A função do 1º grau ƒ(x) = ax + b é crescente quando o
coeficiente de x é positivo (a > 0). Sistema de Equação
A função do 1º grau ƒ(x) = ax + b é decrescente quando o Um sistema de equação de 1º grau com duas incógnitas é
coeficiente de x é negativo (a < 0). formado por: duas equações de 1º grau com duas incógnitas
diferentes em cada equação.
Sinal Ex.:
Estudar o sinal de qualquer y = ƒ(x) é determinar os valor de
x para os quais y é positivo, os valores de x para os quais y é zero
e os valores de x para os quais y é negativo.
Considere uma função afim y = ƒ(x) = ax + b, essa função
Para encontramos o par ordenado solução desse sistema, é
se anula para a raiz . preciso utilizar dois métodos para a sua solução. Esses dois mé-
todos são: Substituição e Adição.
Há então, dois casos possíveis:
a > 0 (a função é crescente) Método da substituição:
y>0 ax + b > 0 Esse método consiste em escolher uma das duas equa-
ções, isolar uma das incógnitas e substituir na outra equação.
Y < 0 ax + b < 0
Logo, y é positivo para valores de x maiores que a raiz; y é Dado o sistema enumeramos as equa-
negativo para valores de x menores que a raiz.
y ções.
1
2
-b -b x>0 Escolhemos a equação 1 e isolamos o x:
x<
a a x + y = 20
x = 20 - y
x<0 0 -b x
x> Equação 2 substituímos o valor de x = 20 - y.
a
3x + 4 y = 72
3 (20 - y) + 4y = 72
60 - 3y + 4y = 72
a < 0 (a função é decrescente) - 3y + 4y = 72 - 60
y = 12
y>0 ax + b > 0
Para descobrir o valor de x, basta substituir y por 12 na
y>0 ax + b > 0 equação:
x = 20 - y. Ex.: Resolva a inequação -2x + 7 > 0:
x = 20 - y -2x > -7 . (-1)
x = 20 - 12
x=8 2x < 7
Portanto, a solução do sistema é S = (8, 12)
x < 7/2
Método da adição: Logo, a solução da inequação é x < 7/2.
Este método consiste em adicionar as duas equações de
tal forma que a soma de uma das incógnitas seja zero. Para Resolva a inequação 2x - 6 < 0.
que isso aconteça, será preciso que multipliquemos algumas
vezes as duas equações ou apenas uma equação por números 2x < 6
inteiros para que a soma de uma das incógnitas seja zero. x < 6/2
Dado o sistema:
x<3
Portanto, a solução da inequação é x < 3.
Para adicionarmos as duas equações e a soma de uma das Pode-se resolver qualquer inequação do 1º grau por meio
incógnitas de zero, teremos que multiplicar a primeira equa-
ção por - 3. do estudo do sinal de uma função do 1º grau, com o seguinte
(-3) procedimento:
Iguala-se a expressão ax + b a zero;
Agora, o sistema fica assim:
Localiza-se a raiz no eixo x;
Estuda-se o sinal conforme o caso.
Adicionando as duas equações: Ex.: -2x + 7 > 0
- 3x - 3y = - 60
-2x + 7 = 0
+ 3x + 4y = 72
y = 12 x = 7/2
Para descobrir o valor de x, basta escolher uma das duas
equações e substituir o valor de y encontrado:
Ş
ŝ#-ŝŦ
7/2
x + y = 20
x
x + 12 = 20 x < 7/2
x = 20 - 12
x=8 Ex.: 2x - 6 < 0
Portanto, a solução desse sistema é: S = (8, 12)
2x - 6 = 0
Inequação
x=3
Uma inequação do 1º grau na incógnita x é qualquer ex-
pressão do 1º grau que pode ser escrita numa das seguintes
formas: x<3
ax + b > 0; 3
x
RLM e MATEMÁTICA
ax + b < 0;
ax + b t 0;
ax + b d 0.
Cujo a, b são números reais com a z 0.
Ex.: -2x + 7 > 0 Função Quadrática
x - 10 d 0 Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º
2x + 5 d 0 grau, qualquer função ƒ de IR em IR dada por uma lei da forma
12 - x < 0 ƒ(x) = ax2 + bx + c, em que a, b e c são números reais e a z 0.
Resolvendo uma Inequação de 1º Grau Gráfico
Uma maneira simples de resolver uma equação do 1º grau
é isolarmos a incógnita x em um dos membros da igualdade. O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + 99
Observe dois exemplos: bx + c, com a z 0, é uma curva chamada parábola.
y
y
100
a
8
(-3, 6) 6 (2, 6)
0
RLM e MATEMÁTICA
V
4
y
V a
(-2, 2)
2 (1, 2)
0 x
0
(1 , 0) (0, 0)
(
Ş
ŝ#-ŝŦ
x=
yv v
Temos: 0 xv x
ƒ(x) = 0 x=
Quando a < 0,
A quantidade de raízes reais de uma função qua-
drática depende do valor obtido para o radicando Im =
' = b2 - 4 . a . c , chamado discriminante, a saber:
a<0
Quando ' é positivo, há duas raízes reais e distintas;
y
Quando ' é zero, há só uma raiz real (para ser mais pre- 0 xv x
ciso, há duas raízes iguais);
Quando ' é negativo, não há raiz real. yv
v
Coordenadas do Vértice da Parábola
Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para
cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem
concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo V.
Em qualquer caso, as coordenadas de V são:
Sinal
(xv, yv) = .
Considerando uma função quadrática y = ƒ(x) = ax2 + bx +
Veja os gráficos: c e determinando os valores de x para os quais y é negativo e
os valores de x para os quais y é positivo.
Conforme o sinal do discriminante ' = b2 - 4ac podemos X1 = X2
ocorrer os seguintes casos: 0
'>0
y<0 y<0
Nesse caso, a função quadrática admite dois zeros reais
distintos (x1 z x2). A parábola intercepta o eixo x em dois pon-
tos e o sinal da função é o indicado nos gráficos abaixo:
y
Quando a < 0
'<0
y
y>0 y>0
0 x1 x
y<0 x2
x1 y>0 X2
0 x y x
y<0 y<0
0
Ş
ŝ#-ŝŦ
y<0
y Equação
Uma equação do 2º grau na incógnita x é uma expressão
do 2º grau que pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax2 + bx + c = 0
y>0 y>0
Para resolver uma equação basta achar os valores de “x”.
Inequação
0 x1 = x2 x
Uma inequação do 2º grau na incógnita x é uma expressão
Quando a > 0 do 2º grau que pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax2 + bx + c > 0; 101
ax2 + bx + c < 0;
ax2 + bx + c t 0; Estabeleça as seguintes funções: y1 = 2x + 6 e y2= - 3x + 12
102 ax2 + bx + c d 0. Determinando a raiz da função (y = 0) e a posição da reta
Para resolver uma inequação do 2º grau deve-se estudar o (a > 0 crescente e a < 0 decrescente).
sinal da função correspondente à equação. y1 = 2x + 6
Igualar a sentença do 2º grau a zero; 2x + 6 = 0
2x = - 6
Localizar as raízes da equação no eixo x, se existir;
x = -3
RLM e MATEMÁTICA
+ + y2 = -3x + 12
x
0 x1 - x2 -3x + 12 = 0
-3x = -12
x=4
+ +
+ 4
x1 = x2 - x
Ş
ŝ#-ŝŦ
y.y - + -
1 2
- x1 = x 2 - x
Por meio do esquema que demonstra os sinais da ine-
quação produto y1 . y2, pode-se chegar à seguinte conclusão
quanto aos valores de x = x ˒R / -3 < x < 4.
- - Inequação Quociente
Na resolução da inequação quociente, utilizam-se os mes-
mos recursos da inequação produto, o que difere é que, ao cal-
Ex.: Resolva a inequação -x2 + 4 t 0. cularmos a função do denominador, precisamos adotar valores
-x2 + 4 = 0 maiores ou menores que zero e nunca igual a zero. Observe a
x2 - 4 = 0 resolução da seguinte inequação quociente:
x1 = 2 e x2 = -2
Resolver as funções y1 = x + 1 e y2 = 2x – 1, determinando a
raiz da função (y = 0) e a posição da reta (a > 0 crescente e a
-2 + 2
< 0 decrescente).
- x - x y1 = x + 1
x+1=0
x = -1
Inequação Produto -1 +
Resolver uma inequação produto consiste em encontrar - x
os valores de x que satisfaçam a condição estabelecida pela
inequação. Para isso, utilizamos o estudo do sinal de uma
y2 = 2x - 1
função. Observe a resolução da seguinte equação produto: 2x - 1 = 0
(2x + 6) . (-3x + 12) > 0.
2x = 1 Quando 0 < a < 1.
x = 1/2 3
2
y
1/2 + 1
- x
-3 -2 -1 1 x 2 3
-
1 -1
-1 2 -2
y -
1 + + -3
y - - ƒ (x) é decrescente e Im = IR+
2 +
y y - Para quaisquer x1 e x2 do domínio: x2 > x1 y2 < y1 (as desi-
+ +
-
Ş
ŝ#-ŝŦ
0<a<1
am > an m < n
Função Exponencial (as desigualdades têm sentidos diferentes)
Chamam-se de funções exponenciais aquelas nas quais
temos a variável aparecendo em expoente. Equação e Função Logarítmica
A função ƒ : IR o IR+ , definida por ƒ (x) = ax, com a IR+
e a z 1, é chamada função exponencial de base a. O domínio Logaritmo
dessa função é o conjunto IR (reais) e o contradomínio é IR+
(reais positivos, maiores que zero).
ax = b logab = x
Gráfico Cartesiano da Função Exponencial
Há 2 casos a considerar: Sendo b > 0, a > 0 e a z 1
RLM e MATEMÁTICA
-2 Triângulos
O triângulo é uma das figuras mais simples e também
-3
uma das mais importantes da Geometria. O triângulo possui
ƒ (x) é crescente e Im = IR propriedades e definições de acordo com o tamanho de seus
Para quaisquer x1 e x2 do domínio:x2 > x1 y2 > y1 (as desi- lados e medida dos ângulos internos.
gualdades têm mesmo sentido) Quanto aos lados, o triângulo pode ser classificado da se-
Quando 0<a<1. guinte forma:
3
Equilátero: possui os lados com medidas iguais.
2 Isósceles: possui dois lados com medidas iguais.
y
1 Escaleno: possui todos os lados com medidas diferentes.
Quanto aos ângulos, os triângulos podem ser denomina-
-2 -1 1 x 2 3 dos:
-1 Acutângulo: possui os ângulos internos com medidas me-
-2 nores que 90°.
Obtusângulo: possui um dos ângulos com medida maior
-3
que 90°.
Retângulo: possui um ângulo com medida de 90°, chama-
ƒ (x) é decrescente e Im = IR do ângulo reto.
No triângulo retângulo existem importantes relações, uma
delas é o Teorema de Pitágoras, que diz o seguinte: “A soma B
dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa”. c a
a2 = b2 + c2 A C
b
A condição de existência de um triângulo é: um lado
do triângulo seja sempre menor do que a soma dos a2 = b2 + c2 - 2 . b . c . cos A
outros dois lados e seja sempre maior do que a dife- b2 = a2 + c2 - 2 . a . c . cos B
rença desses dois lados. c2 = a2 + b2 - 2 . a . b . cos C
Ş
ŝ#-ŝŦ
B
Qualquer
R
Os problemas envolvendo trigonometria são resolvidos em
sua maioria por meio da comparação com triângulos retângu- O ɲ S
los. Mas no cotidiano algumas situações envolvem triângulos
acutângulos ou triângulos obtusângulos. Nesses casos, neces-
sitamos do auxílio da Lei dos Senos ou dos Cossenos.
A
Lei dos Senos
Diz-se que o arco mede um radiano se o comprimento
A Lei dos Senos estabelece relações entre as medidas dos
do arco for igual à medida do raio da circunferência. Assim,
lados com os senos dos ângulos opostos aos lados. Observe:
para saber a medida de um arco em radianos, deve-se calcular
RLM e MATEMÁTICA
A C
ɲ=
b
a b c Com base nessa fórmula, podemos expressar outra ex-
= = pressão para determinar o comprimento de um arco de cir-
senA senB senC
cunferência:
Lei dos Cossenos
Nos casos em que não pode aplicar a Lei dos Senos, exis- s=ɲ.R
te o recurso da Lei dos Cossenos. Ela permite trabalhar com a
medida de dois segmentos e a medida de um ângulo. Dessa De acordo com as relações entre as medidas em grau e ra-
forma, se dado um triângulo ABC de lados medindo a, b e c, diano de arcos, vamos destacar uma regra de três capaz de con- 105
temos: verter as medidas dos arcos.
360° o 2ʋ radianos (aproximadamente 6,28) tg x =
106 180° o ʋ radiano (aproximadamente 3,14)
90° o ʋ/2 radiano (aproximadamente 1,57) cotg x =
45° o ʋ/4 radiano (aproximadamente 0,785)
Medida em graus Medida em radianos
sec x =
180 ʋ
x a
RLM e MATEMÁTICA
cossec x =
Ciclo Trigonométrico A partir da relação fundamental, encontram-se ainda as
Considerando um plano cartesiano, representados nele um seguintes relações:
círculo com centro na origem dos eixos e raios. (sen x)2 + (cos x)2 = 1 = [relação fundamental da trigono-
Divide-se o ciclo trigonométrico em quatro arcos, obtendo metria]
quatro quadrantes. 1 + (cotg x)2 = (cossec x )2
y 1 + (tg x)2 = (sec x)2
Redução ao 1° Quadrante
sen(90° - D) = cos D
cos(90° - D) = sen D
Ş
ŝ#-ŝŦ
tg(180° - D) = -tg D
sen(180° + D) = -sen D
Dessa forma, obtêm-se as relações: cos(180° + D) = -cos D
Em graus : Em radianos : sen(270° - D) = -cos D
cos(270° - D) = -senD
90 2
sen(270° + D) = -cos D
cos(270° + D) = senD
sen(-D) = -sen D
180 0 = 360 ʋ 0 = 2ʋ cos(-D) = cos D
tg(-D) = -tg D
270 3
2 Funções Trigonométricas
Razões Trigonométricas Função Seno
As principais razões trigonométricas são: Chama-se função seno a função ƒ(x) = sen x.
C
O domínio dessa função é R e a imagem é Im [-1,1]; visto
que, na circunferência trigonométrica, o raio é unitário.
Então:
b
a Domínio de ƒ(x) = sen x; D(sen x) = R.
Imagem de ƒ(x) = sen x; Im(sen x) = [ -1,1] .
y
ɲ
1
B c A
/2 3 /2 2 x
-1
Sinal da Função
ƒ(x) = sen x é positiva no 1° e 2° quadrantes (ordenada
Outras razões decorrentes dessas são: positiva);
ƒ(x) = sen x é negativa no 3° e 4° quadrantes (ordenada
negativa). 1
decresce de 1 a 0.
Sinal da Função
Quando , 3° quadrante, o valor de sen x ƒ(x) = tg x é positiva no 1º e 3º quadrantes (produto da
decresce de 0 a -1. ordenada pela abscissa positiva);
ƒ(x) = tg x é negativa no 2º e 4º quadrantes (produto da
Quando , 4° quadrante, o valor de sen x ordenada pela abscissa negativa).
cresce de -1 a 0. Outras Funções
Função Cosseno Função Secante:
Chama-se função cosseno a função ƒ(x) = cos x. Denomina-se função secante a função:
O domínio dessa função também é R e a imagem é Im [-1,1]; ƒ(x) =
visto que, na circunferência trigonométrica, o raio é unitário.
Então:
Domínio de ƒ(x) = cos x; D(cos x) = R. Função Cossecante:
Imagem de ƒ(x) = cos x; Im(cos x) = [ -1,1]. Denomina-se função cossecante a função:
ƒ(x) =
1
Função Cotangente:
/2 3 /2 2 Denomina-se função cossecante a função:
-1 ƒ(x) =
Ş
ŝ#-ŝŦ
Sinal da Função Identidades e Operações
ƒ(x) = cos x é positiva no 1º e 4º quadrantes (abscissa po- Trigonométricas
sitiva); As mais comuns são as seguintes:
ƒ(x) = cos x é negativa no 2º e 3º quadrantes (abscissa sen(a + b) = sen a . cos b + sen b . cos a
negativa). sen(a - b) = sen a . cos b - sen b . cos a
Quando , 1º quadrante, o valor do cos x cos(a + b) = cos a . cos b - sen a . cos b
cos(a - b) = cos a . cos b + sen a . cos b
decresce de 1 a 0.
Quando , 2º quadrante, o valor do cos x
decresce de 0 a -1.
RLM e MATEMÁTICA
cresce de 0 a 1.
Função Tangente
Chama-se função tangente a função ƒ(x) = tg x.
Então:
Domínio de ƒ(x): o domínio dessa função são todos os nú-
meros reais, exceto os que zeram o cosseno, pois não existe
cos x = 0 107
Imagem de ƒ(x) = Im = ] -f, f[
108
16. Geometria Plana O quadrado da hipotenusa é igual a soma dos quadrados
dos catetos.
Neste capítulo serão abordados os principais conceitos de
geometria plana e suas aplicações. a2 = b2 + c2
Além das relações que decorrem do teorema de Pitágoras,
Semelhanças de Figuras o quadrado de um cateto é igual ao produto da hipotenusa
Duas figuras (formas geométricas) são semelhantes quan- pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.
RLM e MATEMÁTICA
A B E G h2 = m . n
Ş
ŝ#-ŝŦ
2º caso: LLL (lado, lado, lado): os três lados congruentes. Outras relações que não estão nos triângulos retângulos
C G são:
Lei dos Cossenos
Para um triângulo qualquer demonstra-se que:
A B E F
3º caso: ALA (ângulo, lado, ângulo): dois ângulos congruentes b c
e o lado entre esses ângulos também congruente.
A B E F
a
C a2 = b2 + c2 - 2 . b . c . cosȽ
G
4º caso: LAAo (lado, ângulo, ângulo oposto): congruência do Lei dos Senos
ângulo adjacente ao lado, e congruência do ângulo oposto ao
lado.
C
C
A R
c
b
B A B
a
Relações Métricas nos Triângulos
As principais relações métricas nos triângulos são:
Teorema de Pitágoras
A R é o raio da circunferência circunscrita a esse triângulo.
Neste caso, valem as seguintes relações, conforme a lei dos
senos:
c b
h
m n
B a C
Quadriláteros A D
Quadrilátero é um polígono de quatro lados. Eles possuem
os seguintes elementos:
A
Diagonais
B D B C
Losango
Losango é o paralelogramo em que os quatro lados são
congruentes.
A
C
Vértices: A, B, C, e D.
Lados: AB, BC, CD, DA.
Diagonais: AC e BD.
B D
Ângulos internos ou ângulos do quadrilátero ABCD:
.
Todo quadrilátero tem duas diagonais.
O perímetro de um quadrilátero ABCD é a soma das
medidas de seus lados, ou seja: AB + BC + CD + DA. C
Ş
ŝ#-ŝŦ
quatro ângulos são congruentes.
Paralelogramo é o quadrilátero que tem os lados opostos A D
paralelos.
A D
E
h RLM e MATEMÁTICA
B C F B C
B C
Diagonais de um Polígono
Trapézio Isósceles O segmento que liga dois vértices não consecutivos de po-
lígono é chamado de diagonal.
É aquele em que os lados não paralelos são congruentes.
O número de diagonais de um polígono é dado pela fór-
A D
mula:
Ş
ŝ#-ŝŦ
Círculos e Circunferências
Círculo
B C
É a área interna a uma circunferência.
3 triângulo trilátero
4 quadrângulo quadrilátero
Corda:
5 pentágono pentalátero
É o seguimento que liga dois pontos da circunferência.
6 hexágono hexalátero A maior corda, ou corda maior de uma circunferência, é o
7 heptágono heptalátero diâmetro. Também dizemos que a corda que passa pelo centro
é o diâmetro.
8 octógono octolátero
Posição relativa entre reta e circunferência
9 eneágono enealátero
Secante Tangente Exterior
10 decágono decalátero
11 undecágono undecalátero
12 dodecágono dodecalátero
15 pentadecágono pentadecalátero Uma reta é:
20 icoságono icosalátero ▷ Secante: distância entre a reta e o centro da circun-
ferência é menor que o raio.
Nos polígonos regulares cada ângulo externo é dado por:
▷ Tangente: a distância entre a reta e o centro da cir-
cunferência é igual ao raio.
▷ Externa: a distância entre a reta e o centro da circun-
ferência é maior que o raio.
Posição Relativa entre Circunferência Característica: distância entre os centros menos o raio da
As posições relativas entre circunferência são basicamente 4. menor é menor que o raio da maior.
Externo
Ş
ŝ#-ŝŦ
Qualquer polígono regular é inscritível em uma cir-
cunferência.
Qualquer polígono regular e circunscritível a uma
circunferência.
Característica: distância entre centro é igual à soma dos raios.
Interna
R
r
RLM e MATEMÁTICA
R
a
Apótema
RLM e MATEMÁTICA
L
2R
R
Ş
ŝ#-ŝŦ
L
a
a=R
R L No Hexágono:
Cálculo da medida do lado (L):
L=R
Cálculo da medida do apótema (a):
Cálculo da medida do apótema (a): Losango
a a
a=R
d
a a
• No Triângulo Equilátero:
D
Cálculo da medida do lado (L): D .d
S =
2
Trapézio
b
Cálculo da medida do apótema (a):
c
d h
a=R
B
(B + b) .h
S =
Perímetros e Áreas dos 2
tro do perímetro.
ANOTAÇÕES
As principais áreas (S) de polígonos são:
Ş
ŝ#-ŝŦ
Retângulo
a
S=a.b
Quadrado
RLM e MATEMÁTICA
a
2
S=a
Paralelogramo
b h
a 113
S=a.h
Triângulo Equilátero B
114
A C
l l
h
2
l 3
S=
4
Retas e Planos
Veja alguns conceitos:
Ş
ŝ#-ŝŦ
P S P
S
P r
S
Em particular nas retas concorrentes, há aquelas que são Perpendicularismo entre Reta e Plano
perpendiculares. Uma reta r é perpendicular a um plano D se, e somente
se, r for perpendicular a todas as retas de D que passam pelo
ponto de interseção de r e D .
r
r
u
S t
P
S
r S
Ş
ŝ#-ŝŦ
A
r Planos Concorrentes ou Secantes
Dois planos, D e E, são concorrentes quando sua interseção
é uma única reta:
Planos Paralelos
Dois planos, D e E, são paralelos quando sua interseção
P
é vazia:
C
B
Prismas E A
Na figura abaixo, temos dois planos paralelos e distintos, Bases: as regiões poligonais R e S
De E, um polígono convexo R contido em a e uma reta r que
Altura: a distância h entre os planos D e E
intercepta a e E, mas não R:
Arestas das bases:
Lados AB, BC, CD, DE, EA, A’B’, B’C’, D’E’, E’A’ (dos
polígonos)
Ş
ŝ#-ŝŦ
Arestas laterais:
Prisma reto
r
Assim, temos:
P’
R P
Elementos do Prisma
Dado o prisma a seguir, considere os seguintes elementos:
Prisma oblíquo Paralelepípedo
Todo prisma cujas bases são paralelogramos recebe o
nome de paralelepípedo. Assim, podemos ter:
Paralelepípedo oblíquo
Ş
ŝ#-ŝŦ
Prisma regular hexagonal
Hexágono regular Paralelepípedo Retângulo
Diagonais da base e do paralelepípedo:
H G
D
C
dp c
c
E
F
db b
Áreas A a B
RLM e MATEMÁTICA
AT = AL + 2AB A a B
117
No triângulo AFD, tem-se: Cubo
118 D
Um paralelepípedo retângulo com todas as arestas con-
gruentes (a = b = c) recebe o nome de cubo. Dessa forma, cada
face é um quadrado.
dp
a
c
RLM e MATEMÁTICA
A db F a
a
p p
Diagonais da base e do cubo
Área Lateral Considere a figura a seguir:
H G
Sendo AL a área lateral de um paralelepípedo retângulo,
tem-se: a
a E
b F
b dc
C
Ş
ŝ#-ŝŦ
D
a a c
c db a
b
A a B
c
a dc = diagonal do cubo
db = diagonal da base
Na base ABCD, tem-se:
AL= ac + bc + ac + bc = 2ac + 2bc =AL = 2(ac + bc)
Área Total
db a
Planificando o paralelepípedo, verificamos que a área total é a
soma das áreas de cada par de faces opostas:
a a
Bc B’ C’c C
b a b
No triângulo ACE, tem-se:
Ac A’ a D’c D E
c
a
b a dc
a
B
V = a.b.c A
a
A
AL=4a2
Área total
A área total AT é dada pela área dos seis quadrados de lado a: g h g=h
G F
a
H
E
a
O cilindro circular reto é também chamado de cilindro de
C
D revolução, por ser gerado pela rotação completa de um retân-
a
gulo por um de seus lados. Assim, a rotação do retângulo
A a B
ABCD pelo lado gera o cilindro a seguir:
2
AT = 6a
A B
• Volume A B
De forma semelhante ao paralelepípedo retângulo, o volu-
me de um cubo de aresta a é dado por:
g=h
3
V = a .a . a = a
Generalização do volume de um prisma: D C
D
Vprisma = AB . h C
Ş
ŝ#-ŝŦ
Dado o cilindro a seguir, considere os seguintes elementos: Seção
C’ Seção transversal é a região determinada pela interseção
S O’ r A’ do cilindro com um plano paralelo às bases. Todas as seções
transversais são congruentes.
h
R O c r A
RLM e MATEMÁTICA
r
Bases: os círculos de centro O e O’ e raios r.
Altura: a distância h entre os planos D e E .
Geratriz: qualquer segmento de extremidades nos pontos
das circunferências das bases (por exemplo, AA’) e paralelo à
reta r.
Classificação do Cilindro
Um cilindro pode ser:
▷ Circular oblíquo: quando as geratrizes são oblíquas
às bases;
Seção meridiana é a região determinada pela interse-
▷ Circular reto: quando as geratrizes são perpendicu- 119
lares às bases. ção do cilindro com um plano que contém o eixo.
Cilindro equilátero
120
Todo cilindro cuja seção meridiana é um quadrado (altura
igual ao diâmetro da base) é chamado cilindro equilátero.
RLM e MATEMÁTICA
Seção meridiana h = 2r 2r
Áreas
Num cilindro, consideramos as seguintes áreas: 2r
Área Lateral (AL) AL = 2r . 2ʋr = 4ʋr2
Pode-se observar a área lateral de um cilindro fazendo a
sua planificação: AT = AL + AB = 4ʋr2 + 2ʋr2 = 6ʋr2
r
Cone Circular
r Dado um círculo C, contido num plano D, e um ponto V
h (vértice) fora de D, chamamos de cone circular o conjunto de
Ş
ŝ#-ŝŦ
h
todos os segmentos .
2x r
V
r
Área total (AT): soma da área lateral com as áreas das bases
h
AT = AL + 2AB = 2ʋ r h + 2ʋ r2 = 2ʋ r (h + r )
D
C
Volume E R B
O volume de todo paralelepípedo retângulo e de todo ci- A
lindro é o produto da área da base pela medida de sua altura:
h g
L
R
O
Assim, há de se considerar as seguintes áreas:
R
Área lateral (AL): área do setor circular
Da figura, e pelo Teorema de Pitágoras, temos a seguinte Área da base (AB): área do círculo do raio R
relação: AB = ʋR2
Área total (AT): soma da área lateral com a área da base
g2 = h 2 + R 2 AT = AL + AB = ʋRg + ʋR2 ї AT ʋR (g+R)
Volume
Seção meridiana
A seção determinada, num cone de revolução, por um pla-
no que contém o eixo de rotação é chamada seção meridiana. Pirâmides
Dado um polígono convexo R, contido em um plano ɲ, e
V
um ponto V (vértice) fora de ɲ, chamamos de pirâmide o con-
junto de todos os segmentos .
V
B P C
C
O
Ş
ŝ#-ŝŦ
R
R Elementos da pirâmide
A Dada a pirâmide a seguir, tem-se os seguintes elementos:
V
H
Altura h
Base maior
Pirâmide Tronco da pirâmide
RLM e MATEMÁTICA
Áreas
Numa pirâmide, temos as seguintes áreas:
Área lateral (AL): reunião das áreas das faces laterais.
Área da base (AB): área do polígono convexo (base da pi-
râmide).
Área total (AT): união da área lateral com a área da base.
AT =AL+AB+Ab
AT = A L + A B
Volume
Para uma pirâmide regular, temos:
O volume de um tronco de pirâmide regular é dado por:
Em que:
Sendo V o volume da pirâmide e V’ o volume da pirâmide
b é a aresta; obtido pela seção, é válida a relação:
g é o apótema;
n é o número de arestas laterais;
p é o semiperímetro da base;
a é o apótema do polígono da base.
Tronco do cone
Volume Sendo o tronco do cone circular regular a seguir, tem-se:
h’ Base menor
Área da base H
Ab r
Troncos h
Se um plano interceptar todas as arestas de uma pirâmide
r
ou de um cone, paralelamente às suas bases, o plano dividirá AB
Base maior
cada um desses sólidos em dois outros: uma nova pirâmide e Cone Tronco do cone
um tronco de pirâmide; e um novo cone e um tronco de cone.
As bases maior e menor são paralelas;
Tronco da Pirâmide A altura do tronco é dada pela distância entre os planos
Dado o tronco de pirâmide regular a seguir, tem-se: que contém as bases.
Áreas e
Tem-se: área lateral
g
2 r
2 R
r
g
g
• Volume
O volume da esfera de raio R é dado por:
R
.
O R
Ş
ŝ#-ŝŦ
P
As = 4 ʋR2
Zona esférica
É a parte da esfera gerada do seguinte modo:
e
RLM e MATEMÁTICA
Esfera
Chama-se de esfera de centro O e raio R o conjunto de h
pontos do espaço cuja distância ao centro é menor ou igual
ao raio R.
Considerando a rotação completa de um semicírculo em
torno de um eixo e, a esfera é o sólido gerado por essa rotação.
Assim, ela é limitada por uma superfície esférica e formada A área da zona esférica é dada por:
por todos os pontos pertencentes a essa superfície e ao seu 123
S = 2ʋRh
interior.
• Calota esférica
124
É a parte da esfera gerada do seguinte modo:
e
R
RLM e MATEMÁTICA
h R
2π
Vc = 23 . R3 α (α em radianos)
}
S = 2ʋRh 4 πR3 α
Ve - 360º
Vc = 3
Ş
ŝ#-ŝŦ
πR3 α
Vc - α Vc = (α em graus)
360º 270º
• Fuso esférico
O fuso esférico é uma parte da superfície esférica que se
ANOTAÇÕES
obtém ao girar uma semicircunferência de um ângulo D(0<
D<2ʋ) em torno de seu eixo:
• Cunha esférica
Parte da esfera que se obtém ao girar um semicírculo em
torno de seu eixo de um ângulo D(0< D< 2ʋ):
Ş
ŝ#-ŝŦ
RLM e MATEMÁTICA
125
126 NOÇÕES DE INFORMÁTICA Ş
ŝ#-ŝŦ
ÍNDICE
1. Hardware ................................................................................................................. 128
Classificação dos Dispositivos quanto à Finalidade ...................................................................128
Classificação dos Dispositivos quanto ao Tipo de Tecnologia ....................................................128
Arquitetura ..................................................................................................................................128
Processador .................................................................................................................................129
Unidades de Medida ....................................................................................................................129
2. Software ................................................................................................................. 130
Licenças de Software ...................................................................................................................130
Tipos de Software ........................................................................................................................130
3. Software................................................................................................................... 131
Licenças de Software ....................................................................................................................131
Tipos de Software .........................................................................................................................131
4. Linux ....................................................................................................................... 135
Conceitos Básicos ........................................................................................................................ 135
5. Windows .................................................................................................................. 137
Componentes............................................................................................................................... 137
6. Sistema Windows 10.................................................................................................140
Requisitos Mínimos ......................................................................................................................140
Novidades ....................................................................................................................................140
Ferramentas Administrativas ......................................................................................................148
Configurações ..............................................................................................................................149
Explorador de Arquivos ............................................................................................................... 152
7. BrOffice Writer – Editor de Texto ............................................................................. 153
Formatos de Arquivos ................................................................................................................. 153
Formatação de Texto ................................................................................................................... 153
Ferramentas.................................................................................................................................156
Barra de Menus ............................................................................................................................ 157
8. BrOffice Calc – Editor de Planilhas ............................................................................ 163
Planilha .......................................................................................................................................163
9. BrOffice Impress - Editor de Apresentação ................................................................ 169
Janela do Programa.....................................................................................................................169
Formatos de Arquivos ..................................................................................................................171
Modos de Exibição ........................................................................................................................171
Inserir Slide .................................................................................................................................. 172
Menu Apresentação de Slides ...................................................................................................... 172
Impressão .................................................................................................................................... 173
10. Microsoft Outlook 2013 ........................................................................................... 174
Configuração de Contas no Outlook 2013 ...................................................................................174
E-mail ..........................................................................................................................................174
Guias do Microsoft Outlook 2013 ................................................................................................. 175
Principais Clientes de E-mail ....................................................................................................... 175
Webmail ...................................................................................................................................... 175
E-mails Maliciosos .......................................................................................................................176
Ş
ŝ#-ŝŦ
NOÇÕES DE INFORMÁTICA 127
Ş
ŝ#-ŝŦ
Tipo de Mecanismo de Mecanismo Volatil-
Categoria
memória apagamento de escrita idade
Memória
Memória Eletricamente,
de acesso
de leitura e em nível de Eletricamente Volátil
aleatório
escrita Bytes
(RAM)
Memória
apenas
Máscaras
de leitura memória
(ROM) apenas de Não é possível
ROM leitura
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
programável
(PROM)
PROM Luz UV, em
Não
apagável nível de
Volátil
(EPROM) pastilha.
Memória Eletricamente, Elétrico
Memória principal- em níveis de
flash mente blocos.
PROM elet- de leitura
Eletricamente,
ricamente
em nível de
apagável
bytes.
(EEPROM)
ou não fazer com ele, ela se baseia essencialmente no di- próprio Linux, foi o projeto Apache2 que no início só rodava em
reito autoral. Existem vários tipos de licenças de software, servidores Linux e hoje é multiplataforma.
mas, no que tange ao concurso público, apenas duas são de São exemplos de softwares livres: Apache, Linux, BrOffice,
valor significativo: a licença de software livre e a licença de LibreOffice, Mozilla Firefox, Mozilla Thunderbird, entre outros.
software proprietário.
Shareware
Software Proprietário
A Licença do tipo Shareware é comumente usada quando
A licença de software proprietário procura reservar o di- se deseja permitir ao usuário uma degustação do programa, é
reito de autor do programa. uma licença que oferece funcionalidades reduzidas ou mesmo
Um software proprietário é também conhecido como soft- em sua totalidade, porém, com um prazo para esse uso que,
ware não livre, pois uma de suas principais características é depois de encerrado, o programa limita as funcionalidades ou
manter o Código Fonte1 fechado. pode deixar de funcionar.
Há vários softwares proprietários gratuitos. Por outro Um exemplo de software popular que utiliza essa licença
lado, existem aqueles que, para o usuário adquirir o direito é o WinRAR, que, após os 40 dias, começa a exibir uma men-
de uso, exigem a compra de uma licença de uso, a qual não sagem toda vez que é aberto, contudo, continua funcionando
lhe dá direito de propriedade sobre o programa, apenas mesmo que o usuário não adquira a licença.
concede a ele o direito de utilizá-lo, além de impor algumas Esta permite a cópia e redistribuição do software, porém,
regras quanto ao seu uso. não permite a alteração, pois o código fonte não é público.
São exemplos de softwares proprietários: Windows, Micro-
soft Office, Mac OS, aplicativos da Adobe, Corel Draw, WinRAR, Tipos de Software
WinZip, MSN entre outros tantos. Existem diversos tipos de software, mas somente alguns
Software Livre nos interessam durante a prova. Dessa forma, iremos focar o
estudo no que nos é pertinente.
Em contrapartida ao software proprietário, um grupo
criou o software livre. Como princípio atribuem-se às leis Podemos classificar os softwares de acordo com os itens
que regem a definição de liberdades como forma de pro- a seguir:
testo em relação ao software proprietário. Firmwares;
O software livre tem como primordial característica o Có- Sistemas Operacionais;
digo Fonte Aberto. Escritório;
A principal organização que mantém e promove o soft- Utilitários;
ware livre é a Free Software Foundation (FSF). Entretenimento;
Para que um software seja classificado como Software Malwares.
Livre, ele deve obedecer a quatro liberdades de software do Firmwares
projeto GNU - General Public License (Licença Pública Geral) -
idealizado por Richard Matthew Stallman, ativista e fundador Um Firmware é normalmente um software embarcado, ou
do movimento software livre: seja, ele é um software desenvolvido para operar sobre um
hardware específico. De forma geral, um Firmware é incor
1 Código Fonte: conjunto de instruções feitas em uma linguagem de pro- 2 Apache: servidor responsável pelo processamento da maior parte das páginas
gramação, que definem o funcionamento e o comportamento do programa. disponibilizadas atualmente na Internet, cerca de 51%. .
Liberdade 0: a liberdade para executar o programa, para
3. Software qualquer propósito;
Cerca de 90% das questões de Informática abordam Liberdade 1: a liberdade de estudar como o programa fun-
conceitos relacionados aos softwares, na forma de defini- ciona e adaptá-lo às suas necessidades;
ções e de modos de operação, tanto em provas de nível Liberdade 2: a liberdade de redistribuir cópias do progra-
médio como de nível superior. Por esse motivo, ele será ma de modo que você possa ajudar ao seu próximo;
abordado em nosso primeiro tópico. Liberdade 3: a liberdade de modificar o programa e dis-
O software é a parte abstrata de um computador, também tribuir essas modificações, de modo que toda a comunidade
conhecido como a parte lógica. É um programa instalado em se beneficie.
um dispositivo, que pode ser um computador ou mesmo um
A GPL (CopyLeft) é um reforço a essas quatro liberdades,
celular.
garantindo que o código fonte de um programa software li-
Os Programas são a aplicação de regras de maneira digital, vre não possa ser apropriado por outra pessoa ou empresa,
para que, dada uma situação, ocorra uma reação pré-progra- principalmente para que não seja transformado em software
mada. Assim, temos que um programa é uma representação
proprietário.
de tarefas manuais; com eles podemos automatizar processos,
o que torna as tarefas mais dinâmicas. A GPL só possui versão em inglês devido a possíveis erros
de tradução que possam vir a ser inseridos em sua descrição.
Licenças de Software O Linux é um dos principais projetos desenvolvidos sob a
Uma licença de software define o que um usuário pode licença de software livre, assim como o BrOffice, mas o princi-
ou não fazer com ele, ela se baseia essencialmente no di- pal responsável por alavancar o software livre, assim como o
reito autoral. Existem vários tipos de licenças de software, próprio Linux, foi o projeto Apache2 que no início só rodava em
mas, no que tange ao concurso público, apenas duas são de servidores Linux e hoje é multiplataforma.
valor significativo: a licença de software livre e a licença de São exemplos de softwares livres: Apache, Linux, BrOffice,
software proprietário. LibreOffice, Mozilla Firefox, Mozilla Thunderbird, entre outros.
Software Proprietário Shareware
A licença de software proprietário procura reservar o direi- A Licença do tipo Shareware é comumente usada quando
to de autor do programa. se deseja permitir ao usuário uma degustação do programa, é
uma licença que oferece funcionalidades reduzidas ou mesmo
Um software proprietário é também conhecido como soft-
em sua totalidade, porém, com um prazo para esse uso que,
ware não livre, pois uma de suas principais características é depois de encerrado, o programa limita as funcionalidades ou
manter o Código Fonte1 fechado. pode deixar de funcionar.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Há vários softwares proprietários gratuitos. Por outro Um exemplo de software popular que utiliza essa licença
lado, existem aqueles que, para o usuário adquirir o direito é o WinRAR, que, após os 40 dias, começa a exibir uma men-
de uso, exigem a compra de uma licença de uso, a qual não sagem toda vez que é aberto, contudo, continua funcionando
lhe dá direito de propriedade sobre o programa, apenas mesmo que o usuário não adquira a licença.
concede a ele o direito de utilizá-lo, além de impor algumas Esta permite a cópia e redistribuição do software, porém,
regras quanto ao seu uso. não permite a alteração, pois o código fonte não é público.
São exemplos de softwares proprietários: Windows, Micro-
soft Office, Mac OS, aplicativos da Adobe, Corel Draw, WinRAR, Tipos de Software
WinZip, MSN entre outros tantos. Existem diversos tipos de software, mas somente alguns
nos interessam durante a prova. Dessa forma, iremos focar o
Software Livre estudo no que nos é pertinente.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Em contrapartida ao software proprietário, um grupo Podemos classificar os softwares de acordo com os itens
criou o software livre. Como princípio atribuem-se às leis a seguir:
que regem a definição de liberdades como forma de pro- Firmwares;
testo em relação ao software proprietário. Sistemas Operacionais;
O software livre tem como primordial característica o Có- Escritório;
digo Fonte Aberto. Utilitários;
A principal organização que mantém e promove o softwa- Entretenimento;
re livre é a Free Software Foundation (FSF). Malwares.
Para que um software seja classificado como Software
Livre, ele deve obedecer a quatro liberdades de software do Firmwares
projeto GNU - General Public License (Licença Pública Geral) - Um Firmware é normalmente um software embarcado, ou
idealizado por Richard Matthew Stallman, ativista e fundador seja, ele é um software desenvolvido para operar sobre um
do movimento software livre: hardware específico. De forma geral, um Firmware é incor-
131
1 Código Fonte: conjunto de instruções feitas em uma linguagem de pro- 2 Apache: servidor responsável pelo processamento da maior parte das páginas
gramação, que definem o funcionamento e o comportamento do programa. disponibilizadas atualmente na Internet, cerca de 51%. .
porado ao hardware já no momento de sua fabricação, mas, clado, mas ao mesmo tempo o SO irá receber uma solicitação
132 dependendo do tipo de memória em que é armazenado, ele do aplicativo para que exiba na tela as informações recebidas.
pode ser atualizado ou não. O software do tipo Firmware que É de responsabilidade do SO gerenciar o uso da memória
interessa ao nosso estudo é o BIOS. RAM e do processador. O controle estabelecido pelo sistema
BIOS (Basic Input/Output System) operacional dita que programa será executado naquele instan-
te e quais espaços de memória estão sendo usados por ele e
O Sistema Básico de Entrada e Saída é um software embar-
pelos demais aplicativos em execução.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
3 boot: processo de inicialização do sistema operacional. 5 Driver: Conjunto de informações sobre como funciona um dispositivo de hard-
4 CMOS: uma pequena memória RAM alimentada por uma pilha de 9V. ware.
A interface com recursos gráficos é comumente chamada Se dois ou mais usuários estiverem com sessões iniciadas,
de GUI (Graphic User Interface), Interface Gráfica do Usuário, elas são de certa maneira tratadas independentemente, ou
também citada como gerenciador de interface gráfica. O nome seja, um usuário não vê o que o outro estava fazendo, como
Windows foi baseado, justamente, nessa característica de tra- também, em um uso normal, não interfere nas atividades que
balhar com janelas gráficas como forma de comunicação com estavam sendo executadas pelo outro usuário.
o usuário. O sistema multiusuário geralmente possui a opção trocar
Sistema Operacional Kernel de usuário, que permite bloquear a sessão ativa e iniciar outra
sessão simultânea.
Windows XP NT 5.2
Monousuário
Windows Vista NT 6.0
Em um Sistema Monousuário, para que outro usuário inicie
Windows 7 NT 6.1 sessão, é necessário finalizar a do usuário ativo, também conhe-
Windows 8 NT 6.2 cido como efetuar Logoff.
Linux Linux 3.10
Softwares de Escritório
Em relação às GUIs, cada versão do Windows utiliza e tra-
São aplicativos com utilização mais genérica, de forma a
balha com apenas uma única interface gráfica, que só passou a
possibilitarem as diversas demandas de um escritório como
ter um nome específico a partir do Windows Vista.
também suprirem muitas necessidades acadêmicas em rela-
Windows GUI ção à criação de trabalhos.
XP Sem nomenclatura Nesta seção apenas é apresentado um comparativo en-
Vista Aero tre as suítes de escritório que são cobradas na prova.
7 Aero Editor Microsoft Office BrOffice
8 Metro
Por outro lado, existem diversas GUIs para o Linux, algu- Texto Word Writer
mas Distribuições Linux6 trabalham com apenas um gerencia- Planilha Excel Calc
dor de interface gráfica, enquanto que outras trabalham com
múltiplas. As principais GUIs do Linux são: Apresentação de Slides PowerPoint Impress
Gnome; Desenho Publisher Draw
KDE;
Banco de Dados Access Base
Unity;
XFCE; Fórmula Equation Math
FluxBox; Os editores de Texto, Planilha e Apresentação são os mais
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BlackBox; cobrados em provas de concursos. Sobre esses programas
Mate; podem aparecer perguntas a respeito do seu funcionamento,
Cinnamon. ainda que sobre editores de apresentação sejam bem menos
frequentes.
Características de um Sistema Operacional Outro ponto importante a se ressaltar é que o Microsoft
Os Sistemas Operacionais podem ser classificados de acordo Outlook é componente da suíte de aplicativos Microsoft
com suas características comportamentais. Office. Não foi destacado na tabela acima por não existir
Multitarefa programa equivalente no BrOffice.
Um Sistema Operacional é dito multitarefa quando conse- Por vezes o concursando pode se deparar na prova com o
gue executar mais de uma tarefa simultânea, como: tocar uma nome LibreOffice, o que está correto, pois o BrOffice é utili-
música enquanto o usuário navega na Internet e escreve um zado no Brasil apenas, mas ele é baseado no Libre Office. Até
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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conta, se torna inválida para novos acessos. Assim, mesmo que possa voltar a atacar o micro sem se preocupar em ter de
sendo capturada, ela se torna inútil ao invasor. contaminá-lo novamente.
Hijacker
O Hijacker é um malware que tem por finalidade capturar 4. Linux
o navegador do usuário, principalmente o Internet Explorer. Linux é um Sistema Operacional criado por Linus Torvald,
Esse programa fixa uma página inicial no navegador, que com base na plataforma UNIX. Muitas bancas de concurso
pode ser uma página de propaganda ou um site de venda de apenas o citam no edital de conteúdo programático. Uma
produtos, ou mesmo um site de pornografia, como os mais parte dos conceitos cobrados relacionados ao Linux já foram
perigosos que fixam páginas falsas de bancos (veja mais na vistos na seção Sistemas Operacionais, onde são apontadas
seção Segurança no tópico ataques). características baseadas no seu funcionamento.
As alterações realizadas por ele no navegador dificilmente
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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a janela Computador do Windows 7. Ela indica a presença do HD
primário C: e de uma unidade de CD no D:; se um pendrive for
conectado a esse computador, então será atribuída a ele a letra E:.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Windows Explorer
O Windows Explorer é um programa responsável por pos-
A opção Computador ou Meu Computador usa a janela do sibilitar a navegação entre as pastas e arquivos armazenados
Windows Explorer. no computador. Por definição, ele é um Gerenciador de arqui-
vos, mas por meio dele é possível acessar páginas na Internet,
Mapear Unidade de Rede
basta digitar o endereço desejado na barra de endereços do
O recurso Mapear Unidade de Rede auxilia o acesso a uma programa. Ao detectar que é o endereço de um site, ele abre o
pasta compartilhada na rede, criando uma espécie de atalho para
ela na janela Computador, como se fosse mais uma unidade. navegador com o site digitado.
Para realizar esse procedimento, basta clicar com o bo- Para abrir a janela Windows Explorer, podemos ir por meio
tão direito do mouse sobre a opção Computador ou sobre do botão iniciar - Todos os Programas - Acessórios - e, por fim,
a opção Rede e escolher a opção Mapear Unidade de Rede, Windows Explorer, ou podemos lançar mão do conjunto de 137
como ilustra a figura a seguir: teclas de atalho Windows + E.
Operação com Arquivos e Pastas Ou podemos clicar no botão Modos de Exibição, que pode
138 assumir a forma de qualquer um dos botões ilustrados nesta
Quando estamos em um gerenciador de arquivos, tanto no
seção de acordo com o modo que estiver em exibição.
Windows quanto no Linux, podemos realizar algumas ações
com os arquivos e pastas, como Copiar, Colar e Recortar. Con- No Windows 7, está disponível o modo de exibição Con-
tudo, esses procedimentos podem ser feitos com maior agili- teúdo, que não existia no Windows XP.
dade, utilizando o mouse combinado com o teclado. O modo de exibição mais importante é o modo Detalhes,
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Vamos tratar das situações em que o usuário clica, man- pois, por meio dele, podemos visualizar diversas informações
tém clicado e arrasta um arquivo ou pasta. sobre um arquivo sem abri-lo, além de permitir a organização
dos dados por diversos critérios.
HD PenDrive
Lixeira
C: D:
Por padrão, a Lixeira no Windows pode ocupar até 10% da
Arrastar Para pastas capacidade da unidade, mas é possível alterar esse tamanho
Mover + na mesma
Arrastar
ALT unidade por meio das propriedades dela.
+ Atalho ou unidade
SHIFT Arrastar diferente Nem todo arquivo que é deletado é enviado para a li-
Arrastar Arrastar
+
CTRL
xeira. Por exemplo, um arquivo apagado de um disquete ou
Mover Copiar pendrive não são enviados para a lixeira do computador, no
Copiar
caso dos pendrives é criado uma espécie de lixeira dentro
do próprio pendrive, mas isto depende do driver do dispo-
Na figura anterior temos duas unidades: C: (HD) e D: (pen-
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sitivo.
drive). Quando tratamos de clicar e arrastar, a regra é de acor-
do com as unidades. Se for clicado e arrastado um arquivo ou Por outro lado, toda forma de remoção de um arquivo,
pasta de uma pasta para outra da mesma unidade, os arquivos quando combinada com a tecla SHIFT pressionada, remove o
ou pastas selecionados serão movidos. Porém, se a ação ti- arquivo ou pasta sem enviar para a lixeira, ou seja, é uma re-
vesse como destino outra unidade de armazenamento, então moção permanente.
a ação padrão seria criar uma cópia dos arquivos ou pastas
selecionados na pasta de destino.
Painel de Controle
Por outro lado, podemos inverter essas ações com o uso O Painel de Controle é o local onde são concentradas as op-
simultâneo de teclas de atalho. Quando formos arrastar um ar- ções de configuração do sistema Windows.
quivo ou pasta dentro da mesma unidade com o intuito de criar
apenas uma cópia, em vez de mover, devemos segurar pressio-
Acessórios
nada a tecla CTRL. Já ao arrastarmos para uma pasta de unidade O Windows conta com um conjunto de acessórios que são
diferente sem que seja criada uma cópia, mas seja movido para programas de uso geral que auxiliam tarefas do usuário. São
a pasta de destino, devemos realizar o procedimento com a tecla os acessórios do Windows:
SHIFT pressionada.
Outra situação é quando arrastamos com a tecla ALT pres-
sionada. Neste caso, independentemente se for para uma
pasta da mesma unidade ou de unidade diferente, o resultado
será o mesmo: será criado um atalho.
Modos de Exibição
Por meio da janela do Windows Explorer também pode-
mos optar entre alguns modos de exibição diferentes para vi-
sualizar os arquivos e pastas dispostos em uma pasta.
Para alterar entre os modos de exibição, podemos usar a
tecla CTRL pressionada enquanto rolamos o Scrool do mouse
(rodinha); e a barra à esquerda da figura abaixo é alterada de
acordo com o zoom.
Ferramentas de Sistema
As Ferramentas de Sistema do Windows 7 têm sido muito
cobradas nas últimas provas de concursos, por fornecerem um
conjunto de opções e conceitos diferentes.
Nesta seção, faremos breves comentários sobre essas fer-
ramentas e suas finalidades.
Monitor de Recursos O processo de Desfragmentação, por realizar uma leitura
e escrita intensa no disco, torna-se um processo lento, portan-
O Monitor de Recursos é uma ferramenta que nos per-
to não se recomenda seu uso muito frequentemente. Deve-se
mite verificar o desempenho do computador, visualizando
obedecer a uma regularidade, mas nada exagerado.
o uso da memória e do processador, a banda de rede e o es-
paço em disco. A figura a seguir ilustra a visão do consumo Para que o desfragmentador seja executado, é necessá-
do processador do meu computador no momento em que rio possuir espaço em disco. Caso não haja, será sugerido ao
estava escrevendo este material. Na imagem são ilustrados usuário que realize uma Limpeza de Disco a fim de liberar mais
até o CPU7, porque se trata de um processador i7 com 8 espaço.
núcleos. Ao final do processo, os dados estarão organizados,
a maioria, de maneira contígua para serem acessados
mais rapidamente, bem como será organizado o espaço
livre em disco de forma que fique contínuo também para
minimizar futuras fragmentações.
O Desfragmentador não corrige falhas de disco muito
menos a Limpeza de Disco, essa tarefa é responsabilidade do
ScanDisk.
Informações do Sistema
O recurso Informações do Sistema também pode ser aces-
sado por meio das teclas de atalho (Windows) + Pause.
A janela de Informações do Sistema exibe dados sobre o
Limpeza de Disco usuário e sobre a chave de ativação do Windows. No caso do
A Limpeza de Disco é uma ferramenta que permite limpar Windows 7, também é exibida uma avaliação do hardware por
(apagar) os arquivos temporários do computador como forma parte do sistema, além de informação do tamanho da memó-
de obter mais espaço livre. A figura a seguir ilustra a janela da ria RAM e do nome do processador. A figura a seguir mostra a
Limpeza de Disco. janela das Informações sobre o Sistema.
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Agendador de Tarefas
O Agendador de Tarefas permite que você agende tarefas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
rada. Com isso, ao passar dos anos, a empresa espera não usar
até mesmo fitas magnéticas.
mais a referência Windows 10, mas apenas Windows.
A frequência de realização de uma cópia de segurança de-
pende da importância dos dados, bem como da sua alteração, O novo sistema trouxe inúmeras novidades como também
ou melhor, se os dados sofrem constante alteração, o backup alguns retrocessos.
deve ser realizado com maior regularidade. Já, se raramente O objetivo do projeto do novo Windows foi baseado na in-
sofrem alteração, a frequência de backup também cai. teroperabilidade entre os diversos dispositivos como tablets,
Existem diversos tipos de backup, dos quais podemos des- smartphones e computadores, de modo que a integração seja
tacar o Backup Completo, o Backup Incremental e o Backup transparente, sem que o usuário precise, a cada momento, in-
Diferencial. dicar o que deseja sincronizar.
Backup Completo A barra Charms, presente no Windows 8 e 8.1, foi removida, e a
tela inicial foi fundida ao botão (menu) Iniciar.
Também chamado de Backup Total, é aquele em que todos
os dados são salvos em uma única cópia de segurança. Ele é Algumas outras novidades apresentadas pela Microsoft são:
indicado para ser feito com menor frequência, pois é o mais ▷ Xbox Live e o novo Xbox app que proporcionam no-
demorado para ser processado como também para ser recu- vas experiências de jogo no Windows 10. O Xbox, no
perado. Contudo, localizar um arquivo fica mais fácil, já que se Windows 10, permite que jogadores e desenvolve-
tem apenas uma cópia dos dados. dores acessem à rede de jogos do Xbox Live, tanto
nos computadores Windows 10 quanto no Xbox One.
Backup Incremental
Os jogadores podem capturar, editar e compartilhar
Neste tipo de backup, são salvos apenas os dados que seus melhores momentos no jogo com Game DVR, e
foram alterados após a última cópia de segurança realizada. disputar novos jogos com os amigos nos dispositi-
Esse procedimento é mais rápido de ser processado, porém, vos, conectando a outros usuários do mundo todo.
leva mais tempo para ser restaurado, pois envolve restaurar Os jogadores também podem disputar jogos no seu
todos os backups anteriores. Os arquivos criados são menores computador, transmitidos por stream diretamente
do que os gerados pelo backup diferencial. do console Xbox One para o tablet ou computador
Backup Diferencial Windows 10, dentro de casa.
Este procedimento de backup grava os dados alterados ▷ Sequential Mode: em dispositivos 2 em 1, o Windows 10
desde o último backup completo; assim, no próximo backup alterna facilmente entre teclado, mouse, toque e tablet.
diferencial, somente são salvos os dados modificados desde o À medida que detecta a transição, muda conveniente-
último backup completo. No entanto, esse becape é mais lento mente para o novo modo.
de ser processado do que o incremental, porém é mais rápido
▷ Novos apps universais: o Windows 10 oferece novos
de ser restaurado, pois é necessário apenas restaurar o último
backup completo e o último backup diferencial. aplicativos de experiência, consistentes na sequên-
cia de dispositivos, para fotos, vídeos, música, ma-
6. Sistema Windows 10 pas, pessoas e mensagens, correspondência e calen-
dário. Esses apps integrados têm design atualizado e
O Windows 10 é um sistema operacional da Microsoft lan- uniformidade de app para app e de dispositivo para
çado em 29 de julho de 2015. Essa versão trouxe inúmeras no- dispositivo. O conteúdo é armazenado e sincroniza-
do por meio do OneDrive, e isso permite iniciar uma
tarefa em um dispositivo e continuá-la em outro.
Área de Trabalho
A barra de tarefas do Windows 10 apresenta como novida-
de a busca integrada.
Cortana Aplicativos
Tal recurso opera junto ao campo de pesquisa localizado Os aplicativos podem ser listados clicando-se no botão
na barra de tarefas do Windows.
Está é uma ferramenta de execução de comandos por voz. presente na parte inferior do Botão Iniciar,
Porém, ainda não conta com versão para o Português do Bra- mais à esquerda.
sil. Outro ponto importante é a privacidade, pois tal ferramen-
ta guarda os dados.
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próprio Windows se encarrega da sincronização.
Ao abrir um arquivo, por exemplo, em um computador e
editá-lo, basta abri-lo em outro dispositivo, de modo que as
alterações já estarão acessíveis (a velocidade e disponibilidade
dependem da velocidade da conexão à Internet).
Botão Iniciar
Com essa opção em exibição, ao arrastar o mouse ligeira-
mente para baixo, são listados os programas abertos pela tela Acessórios
inicial. Programas abertos dentro do desktop não aparecem na O Windows 10 reorganizou seus acessórios ao remover 141
lista, conforme ilustrado a seguir: algumas aplicações para outro grupo (sistema do Windows).
Atenção, pois a cor da fonte não é uma opção de formata-
142 ção presente. A janela a seguir ilustra as opções.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ferramenta de Captura
A ferramenta de captura, presente desde o Windows 7,
permite a captura de partes da tela do computador. Para tanto,
basta selecionar a parte desejada usando o aplicativo.
Notas Autoadesivas
Por padrão, as notas autoadesivas são visíveis na Área de
Trabalho, elas se parecem com Post its.
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para obter o resultado esperado.
A figura a seguir ilustra a ferramenta com um passo grava-
do para exemplificação.
Paint
O tradicional editor de desenho do Windows, que salva
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Mapa de Caracteres
Frequentemente, faz-se necessário utilizar alguns símbo-
los diferenciados. Esses símbolos são chamados de caracteres
especiais. O Mapa de Caracteres permite listar os caracteres
não presentes no teclado para cada fonte instalada no com- 143
putador e copiá-los para a área de transferência do Windows.
WordPad Calculadora
144 É um editor de texto que faz parte do Windows, ao con- A calculadora do Windows 10 deixa de ser associada aos
trário do MS Word, com mais recursos que o Bloco de Notas. acessórios. Outra grande mudança é o fato de que sua janela
pode ser redimensionada, bem como perde um modo de exi-
bição, sendo eles:
▷ Padrão;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
▷ Científica;
▷ Programador;
Respectivamente ilustradas a seguir.
Facilidade de Acesso
Anteriormente conhecida como ferramentas de acessibilida-
de, são recursos que têm por finalidade auxiliar pessoas com di-
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Lupa
Ao utilizar a lupa, pode-se ampliar a tela ao redor do pon- A calculadora do Windows 10 apresenta inúmeras opções
teiro do mouse, como também é possível usar metade da tela de conversões de medidas, conforme ilustrado a seguir.
do computador exibindo a imagem ampliada da área próxima
ao ponteiro.
Narrador
O narrador é uma forma de leitor de tela que lê o
texto das áreas selecionadas com o mouse.
Teclado Virtual
É preciso ter muito cuidado para não confundir o te-
clado virtual do Windows com o teclado virtual usado
nas páginas de Internet Banking.
Outras ferramentas
O Windows 10 separou algumas ferramentas a mais que o
Windows 8, tais como a calculadora e o calendário.
Painel de Controle Dispositivos e Impressoras
O Painel de Controle do Windows é o local onde se encon-
tram as configurações do sistema operacional Windows.
Ele pode ser visualizado em dois modos: ícones ou cate-
gorias. As imagens a seguir representam, respectivamente, o
modo ícones e o modo categorias.
Firewall do Windows
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A opção para remover um programa possui uma categoria Data e Hora
exclusiva chamada de Programas.
Na categoria Relógio, Idioma e Região, temos acesso às
opções de configuração do idioma padrão do sistema. Por con-
sequência, é possível também o acesso às unidades métricas e
monetárias, como também alterar o layout do teclado ou botões
do mouse.
Algumas das configurações também podem ser realizadas
pela janela de configurações acessível pelo botão Iniciar.
Segurança e Manutenção
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Contas de Usuário
145
146
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Opções de Energia
Programas e Recursos
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Estrutura de Diretórios
Uma estrutura de diretórios é como o Sistema Operacional
organiza os arquivos, separando-os de acordo com sua finali-
dade.
O termo diretório é um sinônimo para pasta, que se di-
ferencia apenas por ser utilizado, em geral, quando se cita
alguma pasta Raiz de um dispositivo de armazenamento ou
partição.
Quando citamos o termo Raiz, estamos fazendo uma alu-
são a uma estrutura que se parece com uma árvore que parte
de uma raiz e cria vários ganhos, que são as pastas, e as folhas
dessa árvore são os arquivos.
Dessa maneira, observamos que o diretório Raiz do Win-
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dows é o diretório C: ou C:\ enquanto que o diretório Raiz do
Linux é o /.
Podemos ser questionados com relação à equivalência dos
Sistema diretórios do Windows em relação ao Linux.
Armazena os arquivos
C:\windows do Sistema Operacional
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Windows.
Windows Defender
No Windows 8, o Windows Defender passou a ser também Armazena as configurações,
antivírus além de ser antispyware. C:\Usuários arquivos e pastas de cada
usuário do sistema.
147
Ferramentas Administrativas
148
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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Lixeira
A capacidade da Lixeira do Windows é calculada. Assim,
para HDs de até 40GB, a capacidade é de 10%. Todavia, para
discos rígidos maiores que 40GB, o cálculo não é tão dire-
to. Vamos a um exemplo: caso um HD possua o tamanho de
200GB, então é necessário descontar 40GB, pois até 40GB a
lixeira possui capacidade de 10%; assim, sobram 160GB. A par-
tir desse valor, deve-se calcular mais 5%, ou seja, 8GB. Com
isso, a capacidade total da lixeira do HD de 200GB fica com
4GB + 8GB = 12GB.
É importante, ainda, destacar que a capacidade da lixeira é
calculada para cada unidade de armazenamento. Desse modo,
se um HD físico de 500GB estiver particionado, é necessário cal-
cular separadamente a capacidade da lixeira para cada unidade.
A Lixeira é um local, e não uma pasta. Ela lista os arquivos
que foram excluídos, porém nem todos arquivos excluídos vão
para a Lixeira. Vejamos a lista de situações em que um arquivo
não será movido para a lixeira:
Limpeza de Disco ▷ arquivos maiores do que a capacidade da Lixeira;
Apaga os arquivos temporários, como, por exemplo, arqui- ▷ arquivos que estão compartilhados na rede;
vos da Lixeira, da pasta Temporários da Internet e, no caso do ▷ arquivos de unidades removíveis;
Windows, a partir da versão Vista, as miniaturas. ▷ arquivos que foram removidos de forma permanen-
te pelo usuário.
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Configurações
Uma novidade do Windows 10 é a opção Configurações,
presente no Botão Iniciar, que apresenta uma estrutura
similar ao Painel de Controle, inclusive realizando a sepa-
ração por categorias de ferramentas, conforme ilustra a
figura a seguir.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Opção Sistema
Nesta opção, são apresentadas as ferramentas de confi-
guração de resolução de tela, definição de monitor principal
(caso possua mais de um), modos de gestão de energia (mais 149
utilizados em notebooks).
Também é possível encontrar a opção Mapas Offline, que Opção Contas
150 permite o download de mapas para a pesquisa e o uso por
GPS, principalmente usado em dispositivos móveis ou dotados
de GPS.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Opção Dispositivos
A opção Dispositivos lista os dispositivos que foram insta-
lados em algum momento no sistema, como as impressoras.
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dor.
Apesar do nome cópia de segurança, um backup não im-
pede que os dados sejam acessados por outros usuários. Ele é
apenas uma salvaguarda dos dados para amenizar os danos
de uma perda.
No Windows 8 e Windows 10, o backup é gerenciado pelo
Histórico de Arquivos, ilustrado a seguir.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O Backup do Windows oferece a capacidade de criar uma Um backup de cópia copia todos os arquivos selecionados,
imagem do sistema, que é uma imagem exata de uma unidade. mas não os marca como arquivos que passaram por backup
Uma imagem do sistema inclui o Windows e as configurações do (ou seja, o atributo de arquivo não é desmarcado). A cópia é
sistema, os programas e os arquivos. É possível usar uma imagem útil caso o usuário queira fazer backup de arquivos entre os
do sistema para restaurar o conteúdo do computador, se em al-
backups normal e incremental, pois ela não afeta essas outras
gum momento o disco rígido ou o computador pararem de fun-
operações de backup.
cionar. Quando se restaura o computador a partir de uma imagem
do sistema, trata-se de uma restauração completa; não é possível Explorador de Arquivos
escolher itens individuais para a restauração, e todos os atuais
programas, as configurações do sistema e os arquivos serão subs- Conhecido até o Windows 7 como Windows Explorer, o
tituídos. Embora esse tipo de backup inclua arquivos pessoais, é gerenciador de arquivos do Windows usa a chamada Interface
recomendável fazer backup dos arquivos regularmente, usando Ribbon (por faixas) no Windows 8 e 10. Com isso, torna mais
o Backup do Windows, a fim de que seja possível restaurar ar- acessíveis algumas ferramentas como a opção para exibir as
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quivos e pastas individuais conforme a necessidade. Quando for pastas e os arquivos ocultos.
configurado um backup de arquivos agendado, o usuário poderá A figura a seguir ilustra a janela Este Computador que
escolher se deseja incluir uma imagem do sistema. Essa imagem apresenta os dispositivos e unidades de armazenamento lo-
do sistema inclui apenas as unidades necessárias à execução do cais como HDs e Drives de mídias ópticas, bem como as mídias
Windows. É possível criar manualmente uma imagem do sistema, removíveis.
caso o usuário queira incluir unidades de dados adicionais.
Disco de Restauração
O disco de restauração armazena os dados mais impor-
tantes do sistema operacional Windows, em geral, o que é
essencial para seu funcionamento. Esse disco pode ser utili-
zado quando o sistema vier a apresentar problemas, por vezes
decorrentes de atualizações.
• Tipos de Backup
Completo/Normal
Também chamado de Backup Total, é aquele em que todos
os dados são salvos em uma única cópia de segurança. Ele é
indicado para ser feito com menor frequência, pois é o mais Um detalhe interessante sobre o Windows 10 é que as biblio-
demorado para ser processado, como também para ser recu- tecas, ilustradas na figura, não estão visíveis por padrão; o usuário
perado. Contudo, localizar um arquivo fica mais fácil, pois se precisa ativar sua exibição.
tem apenas uma cópia dos dados. Na figura a seguir, é ilustrada a guia Exibir da janela Este
Diferencial Computador.
Este procedimento de backup grava os dados alterados
desde o último backup completo. Assim, no próximo backup
diferencial, somente serão salvos os dados modificados des-
de o último backup completo. No entanto, esse backup é mais
lento de ser processado do que o backup incremental, porém
é mais rápido de ser restaurado do que o incremental, pois é
necessário apenas restaurar o último backup completo e o úl-
timo backup diferencial.
Incremental
Neste tipo de backup, são salvos apenas os dados que fo-
ram alterados após a última cópia de segurança realizada. Este
procedimento é mais rápido de ser processado, porém leva
mais tempo para ser restaurado, pois envolve restaurar todos Ao selecionar arquivos ou pastas de determinados tipos,
os backups anteriores. Os arquivos gerados são menores do como imagens, algumas guias são exibidas como ilustra a série
que os gerados pelo backup diferencial. de figuras a seguir.
É possível notar que há opções específicas para facilitar o
compartilhamento dos arquivos e pastas.
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7. BrOffice Writer – Editor de Texto 2003 não consegue trabalhar com esse formato de arquivo.
Mas, pelo Writer, é possível salvar um documento de modo
que ele possa ser aberto pelo Word 2003, ou seja, é possível
Formatos de Arquivos salvar nos formatos DOC e DOCX. Em relação ao Word 2007 e
Quando se fala nos editores do BrOffice (Libre Office), de- 2010, por padrão, esses programas conseguem abrir e salvar
vemos conhecer seus formatos de arquivos padrões, ou seja, o arquivos no formato ODT.
formato com o qual será salvo um arquivo ao acionar a opção
Salvar Como. Formatação de Texto
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A suíte de aplicativos como um todo possui um formato A principal finalidade do Writer é editar textos. Portanto,
genérico ODF (Open Document File – Formato de Documento suas principais ferramentas são para a formatação de docu-
Aberto). Assim, é, possível no editor de texto, salvar neste for- mentos. Podemos encontrar essas opções de formatação por
mato, bem como no Calc e Impress. meio de quatro caminhos:
No entanto, o formato específico do Writer é o ODT (Open • Barra de Ferramentas de Formatação
Document Text). As provas costumam relacionar os formatos
com as versões dos editores. Então, vale lembrar que o Word
153
• Menu Formatar Menu Formatar
154
Caractere
Ao acionar esta opção, será aberta a janela ilustrada a se-
guir, por meio da qual podemos formatar as propriedades de
fonte, como tipo/nome, estilo e tamanho e, pela aba Efeitos de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Parágrafo
As propriedades de Parágrafo englobam opções como
recuos, espaçamento e alinhamentos, conforme ilustrado nas
figuras na sequência:
• Atalhos
• Botão Direito do Mouse
Marcadores e Numeração
Fique atento à identificação de uso deste recurso, pois,
pelo menu Formatar, elas estão descritas em conjunto. Porém,
na barra de Ferramentas padrão elas são apresentadas em
dois botões separados.
Ao acionar a opção pelo menu Formatar, a janela aberta
apresenta os Marcadores em uma guia e a numeração em ou-
tra, conforme ilustram as duas figuras da sequência:
Alterar Caixa ʇ
Equivalente à opção Maiúsculas e Minúsculas do Word,
essa opção permite alterar a forma do caractere de texto. É
importante conhecer as cinco opções desse recurso, conforme
ilustrado a seguir:
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contrados na opção Configurar Página do Word, como dimensões
das margens, dimensões de cabeçalho e rodapé, tamanho do pa-
pel e orientação da página. A imagem a seguir ilustra parte dessa
janela:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ferramentas de Formatação
• Caractere
Página de Rosto
Por meio deste recurso, é possível inserir páginas em uma
seção separada, para que, de uma forma mais simples, sejam O campo descrito por Times New Roman define a grafia
trabalhadas com cabeçalhos e rodapés diferentes em um mes- com que o texto será escrito, a exemplo:
mo documento, mais especificamente, no que tange à numera- . Este campo também é 155
ção de páginas. conhecido como Tipo/Nome da Fonte.
Negrito (CTRL + B) • Cor do Plano de Fundo
156
Atenção para não confundir a cor do fundo do parágrafo
Itálico (CTRL + I)
com a ferramenta Realçar, pois a função Realçar aplica uma
Sublinhado (CTRL + U) cor ao fundo do texto selecionado, enquanto que a opção do
Plano de Fundo aplica ao parágrafo, mesmo que tenha sido
selecionada apenas uma palavra.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Cor da Fonte
Pincel de Estilo
Realçar (exemplo do efeito) A ferramenta de Pincel de Estilo serve para copiar apenas
• Parágrafo a formatação. Ela não copia textos, apenas as suas caracterís-
ticas, como cor da fonte, tamanho, tipo de fonte entre outras,
Alinhamento à Esquerda (CTRL + L) com o intuito de aplicar em outro trecho de texto.
O funcionamento da ferramenta parte de uma seleção pré-
Alinhamento Centralizado (CTRL + E) via do trecho de texto que possui a formatação desejada, clicar
no botão pincel de estilo, na sequência selecionar o trecho de
Alinhamento à Direita (CTRL + R)
texto ao qual se deseja aplicar as mesmas formatações, como
Alinhamento Justificado (CTRL + J) que pintando a formatação. Ao terminar a seleção o texto sele-
cionado já estará formatado tal qual o selecionado inicialmente,
Ativar/Desativar Numeração (F12) e o mouse volta ao normal para a edição.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Barra de Menus
Galeria A seguir, é ilustrada a Barra de Menus e, por meio dela,
O recurso Galeria tem peso similar ao Navegador nas pro- temos acesso a quase todas as funcionalidades do programa.
vas. Acionar essa ferramenta resulta na exibição do painel ilus- Observe que cada menu possui uma letra sublinhada. Por
trado a seguir, por meio do qual é possível inserir, em meio ao exemplo, o menu Arquivo possui a letra A sublinhada, essa
documento, estruturas de navegação Web, como botões, sons letra sublinhada é a letra que pode ser utilizada após pressio-
e outros itens. nar a tecla ALT, com o intuito de abrir o devido menu. Não é
uma combinação necessariamente simultânea. Ela pode ser
sequencial, ou seja, teclar ALT soltar e então pressionar a letra.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Menu Arquivo
Tabela (CTRL + F12)
O botão Tabela pode ser usado de duas maneiras. Cli-
cando no desenho da tabela, é aberta a janela ilustrada a
seguir. Caso seja clicado na flecha, é exibido um reticulado,
pelo qual é possível selecionar a quantidade de células que
se deseja criar numa tabela.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
157
Novo ʇ aberta uma janela em que se solicita o local desejado e o nome
158 do arquivo. Também é possível alterar o tipo de documento,
Dentre as opções do menu Arquivo, damos destaque para
a opção Novo. Ela aponta a característica do BrOffice de ser após salvá-lo. O documento que fica em edição é o que acabou
uma suíte de aplicativos integrada, pois, mesmo estando no de ser salvo. O arquivo aberto inicialmente é apenas fechado,
Writer, é possível criar uma planilha do Calc. No entanto, ao sem nenhuma alteração.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Exibe a lista com os últimos documentos abertos, como Ao acionar essa opção, a última versão salva do documen-
também aqueles salvos, no Writer, com o intuito de forne- to é restaurada. Com isso, as alterações não salvas serão per-
cer um acesso mais rápido a eles. didas.
Assistentes ʇ Exportar
Conforme ilustrado a seguir, existem vários assistentes no
É possível pelo BrOffice exportar o documento de texto para
BrOffice. Eles são nada mais do que procedimentos realizados
outros formatos utilizados por outros programas como: XML,
em etapas, a fim de auxiliar na criação ou estruturação de in-
formações. HTML, HTM, ou mesmo o PDF.
Exportar como PDF
A opção Exportar como PDF é basicamente um caminho
mais curto e explícito para gerar um arquivo PDF, a partir do
documento em edição.
Assinaturas Digitais
Assim como o Microsoft Office no BrOffice, é possível assi-
nar um documento digitalmente. Claro que, para utilizar a fun-
cionalidade por completo, é necessário possuir um certificado
Fechar
digital. Contudo, mesmo não possuindo um, é possível utilizar
A opção Fechar serve para fechar apenas o documento esse recurso para assinar um documento. Porém, apenas será
em edição, mantendo o programa aberto. Tem como teclas
garantida a integridade do mesmo e apenas no próprio com-
de atalho CTRL+W ou CTRL + F4.
putador do usuário.
Salvar
Visualizar no Navegador Web
A opção Salvar apenas se preocupa em salvar as últimas
alterações realizadas em um documento em edição. Seu Já que podemos criar páginas da Internet, é interessante
atalho é CTRL + S no Writer. Mas essa opção possui uma que, no mínimo, possamos visualizar como ela ficaria no nave-
situação de exceção, quando o arquivo em edição é novo, gador. Diante disso, ao acionar essa ferramenta, será aberto o
ou seja, que nunca tenha sido salvo. Essa opção salvar cor- navegador de Internet (Browser) padrão exibindo como página
responde à opção Salvar Como. o documento em edição.
Salvar Como Sair
Esse recurso tem como princípio gerar um novo arquivo. Em comparação com a opção Fechar, a opção Sair fecha
Assim, se um arquivo for aberto e sejam realizadas várias al- o programa inteiro, podendo utilizar, para isso, os atalhos AL-
terações, sem salvar, e utilizar o comando Salvar Como, será T+F4 ou CTRL + Q.
Menu Editar Menu Exibir
Ş
ŝ#-ŝŦ
Colar Especial São dois os Modos de Exibição: Layout de Impressão (Pa-
Esse recurso permite colar um determinado dado de acor- drão) e Layout da Web. Contudo, poderíamos até considerar,
dependendo da situação, a opção Tela Inteira como um modo
do com a necessidade de formatação, ou seja, é possível man- de exibição.
ter a formatação igual à do local de onde foi copiado ou não Barra de Ferramentas
A principal Barra de Ferramentas questionada nas provas é
utilizar formatação.
a barra de Desenho, que existe também no Writer e Calc, mas
que é exibida por padrão apenas no Impress. A figura a seguir
ilustra as barras disponíveis:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Selecionar Tudo
A opção Selecionar Tudo tem como observação a sua tecla
de atalho CTRL + A, que é a mesma utilizada para selecionar
todos os arquivos e pastas de um diretório por meio dos ge- 159
renciadores de arquivos.
Barra de Status Quebra Manual
160 Essa é a barra que aparece por padrão nos editores. Ela Este recurso permite utilizar estruturas que sejam auto-or-
fica localizada no fim da janela, ou seja, é a última barra dentro ganizadas, como as quebras de página. Existem três quebras
do programa. Nela encontramos informações como número da de texto possíveis, além das quebras de seção.
página atual e total de páginas do documento, idioma em uso Quebra de Linha (SHIFT + ENTER)
e a ferramenta de zoom à direita. Faz com que o conteúdo, após a quebra, seja iniciado
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Caractere Especial
A opção Caractere Especial pode ser utilizada para inserir
símbolos como este ʇ entre inúmeros outros possíveis.
Seção
Uma Seção é o recurso-base para poder, em um mesmo
documento, trabalhar com páginas com cabeçalhos e rodapés
distintos, ou mesmo configurações de páginas distintas, como
intercalar páginas em retrato e paisagem.
Cabeçalho ʇ Anotação
As estruturas de cabeçalhos e rodapés têm por princípio pou- É o recurso de comentário que pode ser inserido em um
par trabalho durante a edição, de modo que o que for inserido documento como uma anotação do que deve ser feito.
nestas estruturas se repete nas demais páginas, não necessaria- Índices ʇ
mente do documento como um todo, mas em todas as páginas
Os Índices são os sumários e listas automáticas que podem
da mesma Seção.
ser inseridas em um documento, desde que se tenha utilizado
Rodapé ʇ os estilos de título e o recurso de legenda.
Hiperlink Quadro
Um link nada mais é do que um caminho, um atalho para Um quadro, basicamente, é uma caixa de texto para que
algum lugar. Esse lugar pode ser uma página na Internet, seja inserido em seu interior uma estrutura qualquer.
ou computador, como um arquivo que esteja na Internet ou Tabela
mesmo no computador local. Também é possível fazer com
É mais um caminho possível para inserir uma tabela dentro
que um link aponte para algum ponto do mesmo documen-
do editor, dentre as quatro formas possíveis, como o atalho
to, criando uma espécie de navegação. Contudo, para realizar
CTRL + F12.
esse procedimento, deve-se antes inserir Indicadores. A ima-
gem a seguir ilustra a janela de inserir Hiperlink: Figura ʇ
O recurso Figura permite inserir imagens de diferentes for-
matos (PNG, GIF, JPG) em um documento.
Filme e Som
É possível inserir uma música ou um vídeo em meio a um
documento de texto.
Objeto ʇ
Destaque para a opção Objeto OLE (Object Linked Em-
beded) pela qual podemos inserir uma Planilha do Calc
dentro de um documento de texto e ainda utilizá-la com
suas características de planilha.
Nota de Rodapé/Nota de Fim Menu Tabela
Ş
ŝ#-ŝŦ
Notas de Rodapé e Notas de Fim são observações que, por O menu Tabela apresenta as opções próprias de trabalho
vezes, utilizamos para explicar algo que fugiria ao contexto de com uma tabela, como inicialmente inserir uma tabela no do-
uma frase13. A identificação ao lado da palavra/frase serve para cumento em edição. Várias opções aparecem desabilitadas,
que, no rodapé da mesma página ou ao final do documento, o isso ocorre porque uma tabela não foi selecionada.
leitor busque a devida explicação para a observação.
Legenda
Uma Legenda é um recurso que poderia ser utilizado neste
documento para identificar as figuras e referenciá-las em meio
ao texto, mas como a estrutura de apresentação do conteúdo é
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Galeria
A ferramenta que exibe a galeria também é encontrada no
menu Ferramentas, além da barra de ferramentas padrão.
Assistente de Mala Direta
Uma ferramenta interessante para quem quer começar a en-
tender o recurso de mala direta. Por meio dela, é possível criar
uma mala direta passo a passo.
Macros ʇ formação.
De uma forma geral, as Macros são regras criadas para
automatizar tarefas repetitivas. Por meio dessa ferramenta é
possível executar as macros existentes.
Opções de Autocorreção
O recurso de Autocorreção é o responsável por corrigir pa-
lavras logo após a sua inserção, como colocar acento na pala-
vra, caso digitada sem.
Opções
Esse recurso concentra as opções do programa como da- Por padrão, as linhas são identificadas por números en-
dos do usuário e recursos. quanto que as colunas são identificadas por letras, conforme
ilustrado na figura acima. Vale lembrar que, uma vez que exis-
8. BrOffice Calc – te um padrão, que existe também outra forma de se trabalhar,
neste caso, é possível utilizar números para as colunas, mas é
Editor de Planilhas necessário alterar as opções do programa.
Uma planilha já possui um total de 1.048.576 linhas por
O BrOffice Calc é um editor de planilhas eletrônicas pelo 1024 colunas, contudo, como o alfabeto vai apenas até a letra
qual pode-se estruturar um controle de livro-caixa ou estoque, Z, a próxima coluna é dada pela combinação AA, seguida por
dentre inúmeras outras estruturas para atender a necessida- AB até chegar a AZ, seguida por BA, BB e assim por diante até
des básicas de um escritório, por exemplo, que deseja contro- completar as 1024 colunas, sendo a última representada pela
lar suas atividades. A figura a seguir ilustra a janela principal combinação AMJ.
desse programa.
O mais importante a ser observado sobre essa característica
é que esses valores são fixos, ou seja, uma planilha sempre terá
essa estrutura, mas quando usado o recurso inserir Linhas ou
Colunas, ocorre um deslocamento de conteúdo para baixo, no
caso de linhas, e para a direita, no caso de colunas.
Célula
Uma célula é a menor unidade estrutural de um editor de
planilhas, elas são dadas pelo encontro de uma coluna com uma
linha. Assim são identificadas pelos títulos das colunas e das li-
Ş
ŝ#-ŝŦ
nhas que são exibidas.
A célula A1 é a primeira célula de uma planilha, ou seja, é a
célula que se encontra na coluna A e na linha 1.
Células de Absorção
Dentre as características das células podemos citar as de
Absorção, também conhecidas como células de resultado. Ba-
sicamente são aquelas que apresentam o resultado de algum
cálculo.
Os indicadores de Células de Absorção são símbolos usa-
Para utilizar adequadamente esse programa, devemos en- dos para identificar para o programa quais células devem ser
tender as suas estruturas, com as quais iremos operar, como o
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
diatamente à sua direita será sempre o mesmo, ou seja, não Subtração - =5-5 0
poderá ser alterado.
Multiplicação * =5*5 25
Existem duas formas de endereçamento misto, em uma
bloqueamos a coluna, enquanto que na outra a linha é que é Divisão / =5/5 1
bloqueada. Potenciação ^ =5^2 25
Quando desejamos travar a coluna, escrevemos o ende- Percentagem % =200*10% 20
reço da célula, =$B2, assim a linha pode ser alterada quando
houver deslocamento, porém a coluna será sempre a coluna B. Operador de Texto
Por outro lado, quando desejamos fixar uma linha, deve- Os editores também contam com um operador que permite
mos escrever o $ antes da linha, exemplo, =B$2, dessa forma, atuar com texto. O operador de concatenação & tem a função de
a coluna pode ser alterada quando houver deslocamento em reunir o conteúdo das células na célula resultado. Atenção, nesse
relação à coluna, contudo a linha será sempre a linha 2. caso a ordem dos operadores altera o resultado.
Absoluto: no endereçamento absoluto tanto a coluna A figura a seguir ilustra as células com operações de con-
Ş
ŝ#-ŝŦ
quanto a linha são fixadas, assim podemos dizer que a célula catenação.
será sempre a mesma.
• Endereço da Planilha
<nome da Planilha>.<endereço da célula>
=Planilha1.B4+Planilha2.B4
A figura a seguir mostra os resultados obtidos pelas
fórmulas inseridas, atente aos resultados e perceba que a
ordem dos fatores muda o resultado. Também observe que,
por ter sido utilizado um operador de texto, o resultado por
padrão fica alinhado à esquerda.
Referência
Os operadores de referência são aqueles utilizados para
definir o intervalo de dados que uma função deve utilizar.
;
E União
~
: Até Intervalo
! Interseção
Considere o seguinte conjunto de dados em uma planilha
em edição no Calc:
Operadores
No BrOffice Calc existem quatro tipos de operadores bá-
sicos: aritméticos, texto, referência e comparação, cada qual
com suas peculiaridades.
Operadores Aritméticos
Sobre Operadores Aritméticos, assim como sobre Células
de Absorção, a maioria das perguntas é direta, mas as ques-
=SOMA(A1 : A4) C C
A função é lida como Soma de A1 até A4, ou seja, todas as Coluna - 0
3ª 3ª
células que estão no intervalo de A1 até A4 inclusive. No caso
de exemplo o resultado = 100.
C1 o D5
De forma equivalente pode-se escrever a função como se
Origem Destino
segue:
=SOMA(A1 ; A2 ; A3 ; A4 )
A qual se lê Soma de A1 e A2 e A3 e A4, assim é possível Destino Origem Deslocamento
especificar células aleatórias de uma planilha para realizar um Linha 5 - 1 4
cálculo. D C
Coluna - 1
=SOMA(A1 ; A4) 4ª 3ª
Neste caso fique atento pois, a leitura é Soma de A4 e A1,
ou seja, apenas estão sendo somadas as células A1 com A4 as A3 o B4
demais não entram no conjunto especificado. Sendo assim, o Origem Destino
resultado seria 50.
=SOMA(A1 : A4 ! A3 : A5)
Já nesta última situação apresentada, deseja-se somar ape- Destino Origem Deslocamento
nas as células que são comuns ao intervalo de A1 até A4 com A3 Linha 4 - 3 1
até A5, que no caso são as células A3 e A4, assim a soma destas B A
Coluna - 1
células resulta em 70. 2ª 1ª
Elemento Fixador o
O $ (cifrão) é um símbolo usado para travar alguma Origem Destino
informação, via de regra o que estiver vinculado à direita.
As questões normalmente descrevem uma planilha e Destino Origem Deslocamento
citam que uma determinada fórmula foi inserida em uma Linha -
célula. Na sequência, a célula é selecionada, copiada e co-
lada em outra célula, ou mesmo clicado pela alça de preen- Coluna -
chimento e arrastado para outra célula.
No caso a seguir, foi inserida na célula C1 a fórmula Alça de Preenchimento
Ş
ŝ#-ŝŦ
=A1+$A2+A$2, após foi arrastada pela alça de preenchimento
desta célula para a célula C2, assim a fórmula presente em C2 A Alça de Preenchimento é um dos recursos que mais pos-
será: sui possibilidades de uso e por consequência respostas dife-
1º de C1 para C2 foi acrescido apenas uma linha, sem alterar rentes.
a coluna, assim as letras não são alteradas, mas existem modos
de endereçamento misto, em que aparece $2 significa que a
linha será sempre a linha 2, não podendo modificá-la.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Funções
Já na situação em que existem duas células adjacentes
As Funções são estruturas prontas criadas para que o usuário
selecionadas contendo valores numéricos diferentes entre
não se preocupe em como elas funcionam, mas apenas com que
si, ao se arrastar pela alça de preenchimento as células se-
informações devem descrever para obter o resultado. Contudo,
rão preenchidas com uma PA cuja razão é a diferença entre para as provas de concurso precisamos saber como elas funcio-
os dois valores selecionados. A figura a seguir ilustra esse nam.
comportamento. Podemos observar que o valor que irá ser
exibido na célula B6 será o número 30, com isso a célula B4 A figura acima ilustra a barra de fórmulas e funções do Calc,
Ş
ŝ#-ŝŦ
receberá o valor 20, enquanto que a B5 receberá 25, confor- por meio dela podemos inserir as funções, além de poder digitá-
me vemos na figura da direita. -las diretamente. Essa barra também tem importante informação,
pois é nela que é exibido o real conteúdo de uma célula, ou seja,
se o que foi inserido foi uma fórmula ou um dado (valor) direto.
Caso ainda não conheça muito bem as funções é possí-
vel contar com o assistente de funções, que pode ser aces-
sado pelo ícone presente nessa mesma barra. À direita
dele encontra-se o botão SOMA, que pode ser usado para
inserir a função =SOMA( ) já o sinal de igual presente na
sequência é o mesmo que digitar o símbolo na célula sele-
cionada a fim de inserir uma fórmula ou função, tanto que
seu nome é Função.
Principais Funções
Quando o conteúdo de uma única célula selecionada for
=SOMA( )
um texto esse, será copiado para as demais células. Mas se o =MÉDIA( )
conteúdo, mesmo sendo um texto, fizer parte de uma série =MED( )
conhecida pelo programa às células serão preenchidas com =MÁXIMO( )
o próximo valor da série. Por exemplo, se Janeiro for o con- =MAIOR( ; )
=MÍNIMO( )
teúdo inserido na célula então ao arrastar pela alça de preen-
=MENOR( ; )
chimento para a direita ou para baixo a célula adjacente será =MODO( )
preenchida com Fevereiro, por outro lado se for arrastado para
cima ou para a esquerda a célula adjacente será preenchida
com Dezembro. O mesmo vale para as sequências Jan, Seg e
Segunda-feira. Atenção: A, B, C não são conhecidos como série
nos programas, mas o usuário pode criá-las.
Já na situação em que haja duas células que contenham
textos diferentes selecionadas, ao arrastar será preenchido =MÉDIA(A1:A5)
com o padrão encontrado, veja o exemplo abaixo. Calcula-se a Média de A1 até A5. O cálculo da média é a
Quando o conteúdo da célula for uma fórmula ao arrastar soma de um conjunto de valores dividido pelo total de valores
somados, assim para o caso apresentado na figura acima o
pela alça de preenchimento o resultado é o mesmo, ou seja,
resultado da média de A1 até A5 é 20/4 totalizando 5, ou seja,
deverá ser calculada a nova fórmula de acordo com o deslo- as células vazias são ignoradas. Caso a célula A3 possua o valor
camento. 0, o resultado seria 4, pois 0 (zero) é número.
=MÉDIA(A1;A2;A3;A4;A5) Para o exemplo acima a resposta é 3.
Nesta segunda forma, apenas se mudou os operadores de =MENOR(B1:B5;1)
referência, mas o resultado será o mesmo, pois o conjunto de A função Menor exibe o enésimo menor número de um con-
dados é o mesmo. junto, desta forma, no exemplo dado, pede-se o primeiro menor
=MÉDIA(B1:B5) número do intervalo de B1 a B5 (3, 3, 5, 7, 7), na função menor
O conjunto apresentado também resulta em 5. o conjunto de dados deve ser considerado em ordem crescente,
assim o primeiro menor é 3, o mesmo que o mínimo de B1 até B5.
=SOMA(B1:B5)/5
=MODO(A1:A5)
Muito comum de ser usado nas provas as estruturas de
funções combinadas com expressões aritméticas como somar Esta função retorna o valor que aparece com maior fre-
o conjunto de B1 até B5 e na sequência dividir o resultado por quência no conjunto especificado. No caso do exemplo, a res-
5. Atente-se, pois para o caso em questão a expressão acima posta é 3.
calcula a média, porém não se pode dizer o mesmo para a fra- =MODO(B1:B5)
se, a função =SOMA(B1:B5)/5 calcula a média dos valores de Observe que o resultado será sempre o valor mais bai-
B1 até B5 qualquer que seja o valor nas células, pois se algu- xo que mais se repete, mesmo que outro valor apareça com
ma célula estiver vazia não será dividido por 5 o total somado, a mesma frequência, como no segundo exemplo a resposta
a fim de calcular a média. também é 3.
=B1+B2+B3+B4+B5/5 Outras Funções Comuns
Cuidado com a expressão acima, porque ela não calcula a
média, mas é bastante usada nas provas para induzir o candi-
dato ao erro, lembre-se que os cálculos devem ser realizados
respeitando as precedências de operadores. Assim, a expressão
para calcular a média seria =(B1+B2+B3+B4+B5)/5 usando os
parênteses para mudar a precedência indicando que o que está
entre eles é que deve ser calculado por primeiro.
=MED(B1:B5)
Atenção a essa função, pois as provas induzem o candidato
a pensar que se trata da função que calcula a média, contudo =SE( ; ; )
o que ela calcula é a Mediana, que é o elemento central de um A função SE é também conhecida como condicional, por meio
conjunto de elementos. Porém, outra questão recorrente pode dela é possível definir ações a serem executadas diante de deter-
ser apresentada: ocorre quando o conjunto de dados é similar ao minadas situações (condições).
Ş
ŝ#-ŝŦ
apresentado, ou seja, com números repetidos e fora de ordem,
Sua sintaxe é composta por três campos sendo que no
devemos lembrar que a mediada leva em consideração os valores
em ordem e que estes se repetem. Desse modo, na mediana de B1 primeiro é colocado um teste lógico, após o ponto e vírgula
até B5 devemos observar os valores (3, 3, 5, 7, 7), com base nesse temos o campo que contém a ação a ser executada, caso o
conjunto tem-se que a mediana é 5, pois é o elemento central. teste lógico seja verdadeiro e na sequência. No último campo,
contém a ação caso o teste lógico seja falso.
=MED(A1:A5)
=CONT.NÚM( )
Contudo, quando o conjunto possui uma quantidade par
de elementos, a mediana é a média dos elementos centrais. Esta função exibe o total de células de um intervalo que
Dado do conjunto (3, 3, 7, 7) a mediana é a média de 3 e 7, ou possui como conteúdo um valor numérico.
seja, 5. =CONT.SE( ; )
=MÁXIMO(B1:B5) Enquanto que a função CONT.SE retorna a quantidade de cé-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Essa função retorna o valor mais alto do conjunto de dados lulas que atendem ao critério estabelecido no segundo campo.
especificado. =SOMASE( ; ; )
=MAIOR(B1:B5;3) Já a função SOMASE, permite somar apenas o conteúdo
das células de interesse ao montante.
Em comparação com a função Máximo, é comum aparecer
a função Maior que permite identificar o enésimo termo de um Assim se aplicada a função =SOMASE(D1:D5;”=A”;C1:C5)
conjunto. a resposta será o montante da soma das células da coluna C
que estiverem na mesma linha das células da coluna D que
No exemplo anterior podemos ler como o terceiro maior possuírem a letra A como conteúdo. Assim a resposta é 80.
número do intervalo de B1 a B5. Exemplos:
Neste caso, como se deseja o maior valor o conjunto, deve
ser considerado em ordem decrescente (7, 7, 5, 3, 3), assim o =SE(C1>=10; “maior ou igual”; “Menor”)
terceiro maior número é 5. Se o valor contido na célula C1 for maior ou igual a 10, então
será escrito na célula o texto expresso no segundo campo da fun-
=MÍNIMO(B1:B5) ção. Por ser um texto, a ação desejada ele obrigatoriamente deve
Enquanto que o máximo traz como resposta o valor mais ser expresso entre aspas, contudo as aspas não serão exibidas na 167
alto, o mínimo retorna o mais baixo. resposta.
Mas se o valor da célula C1 for menor do que então será
168 escrito como resposta o texto Menor.
=CONT.NÚM(A1:A5)
Como a célula A3 está vazia, a resposta desta função é 4,
pois existem apenas 4 células cujo conteúdo é um número.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
=CONT.SE(D1:D5; “=A”)
Ao se aplicar a função acima, ela irá contar quantas células
possuem o texto A, neste caso a resposta é 3.
Formatos de Células
Ao clicar com o botão direito do mouse sobre uma ou mais
células selecionadas é aberto o menu suspenso, ilustrado a se- Os formatos Moeda e Percentagem também podem ser
guir. Neste momento nos interessa a opção Formatar Células definidos pelas opções da barra de Ferramentas de Formata-
que, ao ser acionada, abre a janela de formatação de células. ção. A figura a seguir ilustra parte desta barra com as opções
citadas.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Guia Alinhamento
Por meio desta guia, podemos formatar o alinhamento
vertical e/ou horizontal de uma célula bem como a orientação
do texto, ou seja, sua direção aplicando um grau de inclinação.
Também encontramos a opção Quebra Automática de tex-
to que permite distribuir o conteúdo de uma célula em várias
linhas de texto dentro da mesma célula. A figura a seguir ilus-
tra estas opções.
Guia Números
A figura a seguir ilustra a janela Formatar Células exibindo
as opções da aba Números, as principais abas são as guias Nú-
mero e Alinhamento.
Outras Ferramentas
• Mesclar e Centralizar
Janela do Programa
Devemos, primeiramente, conhecer algumas funções da Ja-
nela do Editor para melhor entender seus recursos.
A primeira barra ao topo, onde encontramos os botões Fe-
char, Maximizar/Restaurar e Minimizar é a chamada Barra de
Nessa próxima sequência foi optado por mover o conteúdo Título, pois expressa o nome do arquivo e o programa no qual
para a célula superior esquerda, atente que a ordem dos dados está sendo trabalhado.
é a mesma de leitura (esquerda para a direita e de cima para
baixo).
Ş
ŝ#-ŝŦ
A barra logo abaixo é a Barra de Menu, onde se en-
contram as ferramentas do programa. Observe, à direita
do menu Ferramentas, a existência de um menu diferente
dos encontrados no Writer e Calc, o menu Apresentação
de Slides. Nele, são encontradas as opções específicas
• Bordas das operações com slides como Cronometrar, Transição e
Por padrão, em uma planilha, o que vemos são as linhas de Apresentação de Slides.
grade e não as bordas das células, tanto que se realizarmos a im- Na sequência, são exibidas as duas barras de ferramentas
pressão nenhuma divisão aparece. As bordas devem ser aplicadas (Padrão e de Formatação). Fique atento às divisões da jane-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
manualmente de acordo com a necessidade, para isso, pode-se la. Na lateral esquerda, está o painel Slides, nele são exibidas
usar o botão Bordas presente na barra de ferramentas de for- as miniaturas dos slides a fim de navegação na apresentação,
matação que, ao ser acionado, exibe as opções de bordas, como: bem como de organização. Uma vez que, para deslocar o
bordas externas, internas, esquerda, direita, dentre as demais que slide, basta clicar e arrastá-lo para o local desejado.
podem ser visualizadas na figura abaixo.
A última é a barra de Status, por meio dela podemos vi-
sualizar em qual slide estamos, além de poder alterar o zoom
do slide em edição.
Acima da barra de Status está a barra de Desenhos, ilus-
trada a seguir. Essa barra é comum aos demais editores (Calc
e Writer). Porém, ela só aparece por padrão no Impress. Para
ocultá-la ou exibi-la, basta selecionar a barra no menu Exibir
o Barras de Ferramentas o Desenho. 169
170
Modos de Exibição
Os Modos de Exibição refletem em diferentes estruturas
e não apenas formas de visualizar os slides. No Impress exis-
tem cinco modos de exibição principais, mas pode-se acres-
centar também o modo de Apresentação de Slides como Folhetos
sendo um modo de exibição. O modo de exibição de Folhetos, ilustrado a seguir, tem por
Para alternar entre os modos de exibição, pode-se esco- objetivo as estruturas de cabeçalho e rodapé do modo de im-
lher o modo desejado pelo Menu Exibir ou pelas opções pre- pressão de folhetos, ou seja, aquele em que são impressos vários
sentes no topo do palco de edição. slides por página.
Normal
Este é o modo de exibição padrão para a edição dos slides, confor-
me ilustrado a seguir. Com esse modo, é possível alterar os textos do
slide, bem como suas formatações de texto, layout e plano de fundo.
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ŝ#-ŝŦ
Além do conteúdo do cabeçalho e rodapé, é possível inserir da-
dos como data, hora e números de páginas. A figura a seguir
ilustra com maior precisão os detalhes deste modo de exibição:
Estrutura de Tópicos
Já no modo de Estruturas de Tópicos, as características de
formatação do slide não são exibidas, mas apenas o conteúdo
do slide. Cada slide é indicado, bem como cada parágrafo de
conteúdo, conforme ilustrado a seguir. Propriedades como o
tamanho e o tipo da fonte, bem como negrito, sublinhado e
itálico são aparentes neste modo de exibição, ao contrário da
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
cor da fonte.
Notas
Este modo de exibição serve para que se possa inserir as 171
anotações sobre um slide, muitas vezes usadas para descrever
Classificador de Slides
172 O modo Classificador de Slides serve para organizar a
sequência dos slides na apresentação, oferecendo uma
interface onde são exibidas as miniaturas das telas para
que, ao clicar e arrastar os slides, seja possível movê-los
para às posições desejadas. Na imagem a seguir, pode-se
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
de três locais, dentro do editor de apresentação Impress: Menu estará no menu Apresentação de Slides.
Inserir, Botão direito do mouse e Barra de Ferramentas. Dentre os itens deste menu, podem-se destacar:
Além de poder inserir um novo slide pelo Menu Inserir,
é possível duplicá-lo, ou seja, criar uma cópia do(s) slide(s)
Apresentação de Slides
selecionado(s), conforme ilustrado a seguir. É a opção que permite exibir a apresentação de slides em
tela cheia, de forma a poder visualizá-la. Também é possível
encontrar essa opção no Menu Exibir, assim como acioná-la
por meio da tecla de atalho F5 que, no caso do Impress, sem-
pre inicia a partir do slide selecionado.
Configuração da Apresentação de Slides
Por meio desta opção é possível configurar características
Com o clique do botão direito do mouse sobre um sli- da exibição da apresentação como tempo de transição de sli-
de, é exibida a lista suspensa ilustrada a seguir, que possui des automática e também a possibilidade padrão de trocar de
tanto a opção de inserir novo slide, como duplicar o slide slide a cada clique do mouse ou com tecla do teclado. A figura
selecionado. a seguir ilustra a janela de configurações de apresentação:
Cronometrar
A opção Cronometrar do Impress é muito inferior ao mes-
mo recurso no PowerPoint, se comparados. Em teoria, essa
ferramenta deveria permitir marcar o tempo que seria gasto
para explanar sobre uma apresentação. Contudo, o tempo é
Caso o clique com o botão direito seja feito no espaço va- marcado por slide e exibido apenas enquanto este está sen-
zio, entre os slides é exibida apenas a opção Novo Slide, con- do exibido, após, no próximo slide, o contador é novamente
forme ilustrado a seguir. zerado.
Interação Transição de Slides
Por meio deste recurso é possível modificar a sequência Já a opção de Transição de Slides serve para aplicar um
de exibição de uma apresentação, atribuindo a elementos do efeito a ser executado durante a troca de slide para outro. Per-
slide, como figuras e textos, ações como ir para determinado mite, ainda, definir tempos específicos para cada slide em uma
slide da apresentação, como que criando botões de navega-
ção. Para isso, no entanto, faz-se necessário que algum ele- exibição automática.
mento esteja selecionado.
Animação Personalizada
Esse recurso permite atribuir um efeito a um elemento no
slide. Ao ser acionado, exibe suas opções no Painel de Tarefas
à direita da tela, conforme ilustrado a seguir.
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Impressão
É possível também imprimir a apresentação de slides de
Para adicionar um efeito, é necessário selecionar algum acordo com a necessidade, como imprimir um slide em cada
elemento do slide, como texto ou figura e, na janela que se
abre ao clicar em Adicionar (ilustrada a seguir), selecionar o página, como ilustrado na sequência, no modo Slide:
efeito desejado, de acordo com categorias pré-definidas na Slide
forma de guias da janela, conforme ilustrado:
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Folhetos
Caso necessário, para imprimir mais de um slide por
página, pode-se escolher a opção Folheto, no campo Do- 173
cumento:
174
10. Microsoft Outlook 2013
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
É importante observar que a janela anterior está com o nú- Configuração de Con-
mero de três Slides por página, notando-se, assim, na pré-vi-
sualização à esquerda, que os slides ficam um abaixo do outro, tas no Outlook 2013
nesta opção de impressão, enquanto que nas demais quan- O primeiro passo para que o usuário possa utilizar o cliente
tias os slides são distribuídos como representado a seguir, no de e-mails, presente no pacote Microsoft Office 2013, é a con-
modo de impressão de quatro slides por página: figuração de uma conta de e-mail válida. Este procedimento
segue a sequência de telas a seguir:
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Notas
No modo de impressão de Notas, cada folha recebe um sli-
de e, abaixo dele, são impressas as anotações referentes a ele.
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Protocolos de Recebimento - POP3 e IMAP4. visualizar os e-mails. Como desvantagem, pode-se citar o fato da
total dependência da internet. Devido ao fato de as mensagens
Formas de Acesso ficarem armazenadas nos servidores da internet, se estes servi-
Existem basicamente duas formas de acesso a um e-mail: dores não estiverem disponíveis, ou mesmo se o usuário tiver
Webmail - Utilizando os servidores existentes na internet. interrompido o serviço de internet, não terá acesso ao serviço de
webmail.
Cliente de e-mail – São programas instalados no computa-
dor para gerenciar o e-mail. Na atualidade, verificam-se tarefas cotidianas cada vez
mais aceleradas, bem como há o hábito de as pessoas de aces-
Guias do Microsoft Outlook 2013 sarem a internet e o e-mail de vários pontos, como computa-
dores, tablets, smartphones etc. Por tais motivos, o webmail é
Por padrão, o Outlook tem as seguintes guias e ferramen- a forma padronizada de as pessoas acessarem suas contas de
tas internas, as quais estarão apresentadas a seguir: e-mail. Por esta razão, esse assunto tem considerável incidên-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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Base: Editor de banco de dados LIBREOFFICE
Aplicativo Descrição Padrão Modelo
Pacote Microsoft Office WRITER Editor de textos .ODT .OTT
(Versões antigas) CALC
Planilha de
cálculos
.ODS .OTS
Os programas do pacote Office até a versão 2003 não so- Editor de Apre-
IMPRESS .ODP .OTP
freram mudanças drásticas em sua estrutura, mantendo suas sentações
operações através de menus verticais, e com a mesma lista de BASE Banco de dados .ODB
extensões de arquivos para cada aplicativo.
MICROSOFT OFFICE (Até 2003)
Compatibilidade entre os Pacotes
Aplicativo Descrição Padrão Modelo Pode existir compatibilidade ou não entre os aplicativos dis-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
drão do Word.
cote BrOffice/LibreOffice, o Writer. Porém, o mais comum, parti- nições de configuração padrão, e este tema é extremamente
cularmente em concursos federais, é que sejam abordados os dois explorado em concursos públicos.
programas. Fonte: tipo Calibri, tamanho 11, cor preta.
Uma importante diferença entre o Word e o Writer é a Alinhamento da fonte - alinhar à Esquerda.
regra para extensões de arquivos. Enquanto o Word tem a Papel: uma página em branco, na orientação retrato, papel A4.
extensão padrão “.docx” (padrão com macros “docm”) e de Margens: inferior e superior 2,5cm, esquerda e direita 3cm.
modelos “.dotx” (modelo com macros “dotm”), o Writer tem Medianiz: é a área reservada para encadernação, definida em
como extensão padrão “.odt” e de modelos “.ott”. 0cm à esquerda. A medianiz pode ser configurada tanto no
tamanho quanto em sua orientação, e sua área não é vinculada
No Microsoft Word, alguns atalhos de teclado, em particular
à área das margens. Ao final da medianiz começa a margem.
para edição de textos, foram traduzidos para a língua portuguesa,
como Selecionar Tudo (Ctrl+T) e Negrito (Ctrl+N). Porém, no Wri-
ter, mesmo nas versões em português, os atalhos de teclado não
foram traduzidos e estão na língua inglesa, como Selecionar Tudo
“All” (Ctrl+A) e Negrito “Bold” (Ctrl+B).
O Microsoft Word 2013, em sua configuração padrão, pos-
sibilita utilizar modelos preestabelecidos, como mostra a figu-
ra a seguir:
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sobrescrito, simultaneamente. em português (como é a abordagem em concursos públicos)
está baseada na língua inglesa. A função padrão da tabela do
Seleção de Textos no Microsoft Word Word é a função “SUM” (Soma), e as referências são relativas
Como se trata de um editor de textos, a seleção de texto é ao local em que a fórmula foi inserida.
uma importante ferramenta do Microsoft Word e muito abor- Ex.: 1: Considerando o exemplo da tabela anterior:
dada em provas de concursos. Caso o cursor do mouse esteja na primeira linha e na úl-
Existem basicamente duas formas de seleção de textos no tima coluna, a fórmula inserida será =SUM(LEFT), somando
Word, por meio do cursor do mouse e através da seta de sele- os valores que se encontram à esquerda e retornando o re-
ção, que é habilitada quando o cursor do mouse é levado para sultado “16”.
a margem esquerda do documento em edição. Ex.: 2: Considerando o exemplo da tabela anterior:
Regras de seleção através do cursor do mouse: Caso o cursor do mouse esteja na quarta linha e na
terceira coluna, a função inserida será =SUM(ABOVE), so-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Funções e Fórmulas
Funções são comandos que o Excel reconhece e estão em
português. Por exemplo: SE, SOMA, MÉDIA e fórmulas são es-
Os assuntos relacionados aos aplicativos de edição de truturas lógicas que contêm, no mínimo, uma função, como,
planilhas são abordados em praticamente todos os concursos por exemplo =MÉDIA(A5:D6).
públicos. A explicação para isso é que, independentemente Tanto no Excel quanto no Calc, é possível inserir fórmu-
das funções vinculadas ao cargo ou emprego pretendido, a
geração de tabelas e de planilhas é inerente ao cargo público. las na mesma planilha, em outra planilha da mesma pasta
Dependendo do edital, pode ser abordado o editor de pla- de trabalho ou mesmo em planilhas de outros arquivos. Po-
nilhas do pacote Microsoft Office, o Excel, ou o editor de textos rém, as referências e os sinais são distintos.
do pacote BrOffice/LibreOffice, o Calc. Todavia, particularmen- Inserindo fórmulas com células da mesma planilha:
te em concursos federais, o comum é serem abordados os dois Excel =A1+D5
programas.
Calc =A1+D5
A maior parte das ferramentas, funções e fórmulas é co-
mum entre o Excel e o Calc. Porém, uma importante diferença Inserindo fórmulas com células de outra planilha:
entre os dois aplicativos de planilhas é a regra para extensões Excel =A1+Plan2!D3
de arquivos, pois enquanto o Calc tem a extensão padrão
Calc =A1+Plan2.D3
“.xlsx” (padrão com macros “xlsm”) e de modelos “.xltx” (mo-
delo com macro “xltm”), o Calc tem como extensão padrão Inserindo fórmulas com células de outro arquivo:
“.ods” e de modelos “.ots”. Excel =A1+[listagem.xlsx]Plan2!F4
Atualmente, as principais bancas organizadoras migraram Calc =A1+“salaries.ods”#Plan1.G4
para a versão 2013 do Excel, e é sobre a base deste aplicativo
que iremos trabalhar neste capítulo. Lógica e Aritmética
Tanto o Excel quanto o Calc apenas traduzem para a In-
formática a Lógica e a Aritmética. Desse modo, é importan-
te saber da ordem da resolução de uma fórmula =10/2*3+2-
4+9^(1/2). Neste caso, primeiro é resolvida a potência, depois
a multiplicação e a divisão e, por último, a soma e a subtração.
Mensagens de Erros
O Excel, quando encontra um erro de alguma natureza,
devolve uma mensagem de erro, e são três as mais comuns.
NOME: quando o Excel não reconhece o nome da função. Selecionando a célula B10 pela alça e arrastando
Ex.: =SOME(A1;F5). para baixo, retornará o conteúdo “2 Fase” na célula
REF: quando o Excel não reconhece alguma célula da fór- B11;
mula. Selecionando a célula C1 pela alça e arrastando para
Ex.: =SOMA(A1;Plan6!S5). baixo, retornará o conteúdo “2º” na célula C2;
VALOR: quando uma valoração não pode ser estabelecida Selecionando a célula C8 pela alça e arrastando
pelo Excel. para baixo, retornará o conteúdo “Fase 1 PF” na cé-
lula C9;
Ex.: =SOMA(A1:Plan2!G5).
Selecionando a célula D1 pela alça e arrastando para
Ferramentas do Excel baixo, retornará o conteúdo “1ª” na célula D2;
No Excel as guias exclusivas são denominadas fórmulas e Selecionando conjuntamente as células E1 e E2
dados. pela alça e arrastando para baixo, retornará o con-
A caixa de nome do Excel, localizada no canto superior es- teúdo “A” na célula E3;
querdo da janela, tem a função de localização, navegação e Selecionando conjuntamente as células E4 e E5
criação de nomes para áreas específicas da Planilha. pela alça e arrastando para baixo, retornará o con-
teúdo “Julho” na célula E6;
Selecionando conjuntamente as células E7 e E8 pela
alça e arrastando para baixo, retornará o conteúdo
“Novembro” na célula E9;
Selecionando a célula E10 pela alça e arrastando
Alça de Preenchimento para baixo, retornará o conteúdo “29/02/2015” na
A Alça de Preenchimento do Excel gera sequências lógicas célula E11.
e, na ausência da sequência lógica, gera repetição do termo ou Correção Automática de Erros
do intervalo lógico. O Excel corrige alguns erros gerados na estruturação de
fórmulas, entendendo a intenção do usuário e interpretando
o erro gerado.
Caso o usuário insira a fórmula =SOMA(A1:G5, ela estará
incompleta, pois não foi fechado o parêntese, e o Excel irá de-
volver o resultado e corrigir para =SOMA(A1:G5).
Caso o usuário insira a seguinte fórmula =SOMAA1:G5), o
Excel não irá corrigir, pois não está claro o local onde deveriam
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ser abertos os parênteses e, neste caso, será gerada uma men-
sagem de erro.
Caso o usuário insira a fórmula =SOMA(A1..G5), ela estará
errada, pois .. não é a mesma coisa do que :, porém, o Excel
Exemplos de trabalho com a alça de preenchimento: irá corrigir, irá devolver um resultado e corrigir a fórmula para
=SOMA(A1:G5).
Selecionando a célula A1 pela alça e arrastando
para baixo, retornará o conteúdo “Fevereiro” na cé- Caso o usuário insira a fórmula =SOMA(A1..G5), ela estará
lula A2; errada, pois .. não é a mesma coisa do que :, porém, o Excel
irá corrigir, irá devolver um resultado e corrigir a fórmula para
Selecionando a célula A3 pela alça e arrastando para =SOMA(A1:G5).
baixo, retornará o conteúdo “Fev” na célula A4;
Caso o usuário insira a fórmula =SOMA(A1.,G5) ou =SOMA(A1,.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Selecionando a célula A7 pela alça e arrastando para G5), ela estará errada, pois ., e ,. não é a mesma coisa do que ;
baixo, retornará o conteúdo “Ter” na célula A8; porém, neste caso, o Excel não devolverá um resultado e, sim, uma
Selecionando a célula A9 pela alça e arrastando mensagem de erro.
para baixo, retornará o conteúdo “Segunda” na cé- Caso o usuário insira a fórmula =2+ 3 o Excel devolverá um
lula A10; resultado, pois espaço não configura erro.
Selecionando a célula B1 pela alça e arrastando
para baixo, retornará o conteúdo “The Clash” na cé- Função Concatenação (&)
lula B2; A função concatenação, que é representada pelo símbolo
Selecionando a célula B3 pela alça e arrastando “&”, faz a junção dos elementos que são concatenados.
para baixo, retornará o conteúdo “1” na célula B4; O resultado da concatenação dos números é alinhada,
Selecionando conjuntamente as células B5 e B6 dentro da célula, à esquerda, ou seja, é considerado um valor
pela alça e arrastando para baixo, retornará o con- não numérico.
teúdo “6” na célula B7; Ex.:
Selecionando a célula B8 pela alça e arrastando para =4&5, retorna o resultado 45; 181
baixo, retornará o conteúdo “Fase 2” na célula B9; =5&0, retorna o resultado 50;
Ex.: =5&00, retorna o resultado 50 (exclui o zero à es-
182 querda);
Ex.: 5&0&0, retorna o resultado 500.
Uma aplicação prática da concatenação é, por exemplo, ter
a lista de logins de clientes em uma coluna, e os respectivos
provedores do serviço em outra, e concatenar estas informa-
ções com o “@” ao meio, para que seja gerado o endereço de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ser contado.
CONT.NÚM (Retorna às células com valores numéri-
cos);
CONTRIBUTE (Retorna às células com qualquer va-
lor);
CONTAR.VAZIO (Retorna às células vazias);
CONT.SE (Retorna às células que atenderem a algum
critério).
Funções Lógicas do Excel
O tema mais abordado em provas de concursos públicos
refere-se às funções lógicas do Excel, em particular às funções
“SE”, “E” e “OU”. Estas funções são exatamente as funções
que são estudadas em Raciocínio Lógico - Matemático, sendo
o SE, o E e o OU da lógica, quando, por exemplo, é montada
uma Tabela Verdade. Convém ressaltar que o Excel é apenas
Função Média - Retorna como resultado a média aritméti- uma ferramenta para trabalhar com a Lógica e a Matemática e,
ca dos dados analisados. portanto, segue as regras destas.
Ex.: =MÉDIA(A1:A3), retorna o resultado 5.
Função Mediana - Retorna como resultado a mediana dos
dados analisados.
Ex.: =MED(A1:A3), retorna o resultado 4.
Função Modo - Retorna como resultado a MODA dos da-
dos analisados.
Ex.:
=MODO(A1:A6), retorna o resultado 2.
=MODO(A1:A8), retorna o resultado 9. Função E
=MODO(1;2;3;4;5;5;5), retorna o resultado 4. A função E dá a ideia de simultaneidade ou testes lógicos
concomitantes, ou seja, todos os testes devem ser confirmados
Funções HOJE e AGORA para o resultado ser verdadeiro. Podemos definir a função E
Existem funções no Excel que não realizam, necessariamente, como “Somente todos”.
cálculos matemáticos, e sim apresentam informações do sistema, Devolvendo o resultado VERDADEIRO OU FALSO. No caso de
como as funções DATA e HORA. todos os testes lógicos serem confirmados, devolve VERDADEIRO;
no caso de apenas um teste lógico for negado, devolve o resultado
Ao inserir estas funções em um arquivo do Excel, a respec-
FALSO.
tiva data e/ou hora serão atualizados.
Ex.:
HOJE - (Retorna a data) = HOJE() =E(20<30) VERDADEIRO.
AGORA - (Retorna a data e hora) =AGORA() =E(20=30) FALSO.
Funções de contagem: =E(20<30;20=30) FALSO.
Função OU Exs.: =PROCV(7;A2:D7;2) retornará ao resultado “Renata”
A função OU dá a ideia de pelo menos um, sem simultanei- =PROCV(MÁXIMO(A2:A7;A2:D7;2), retornará ao resulta-
dade ou testes lógicos não concomitantes, ou seja, pelo menos do “Renata”
um teste deve ser confirmado para o resultado ser verdadeiro.
Podemos definir a função OU como “Pelo menos um”.
Função SOMASE
Devolve o resultado VERDADEIRO OU FALSO. No caso de A função SOMASE soma um conjunto de células, tendo por
apenas um teste lógico ser confirmado, devolve VERDADEIRO, base outras células de colunas distintas, vinculando os ele-
no caso de todos os testes lógicos forem negados, devolve o mentos. Sua sintaxe é =SOMASE(INTERVALO DE TESTE;TESTE
resultado FALSO. LÓGICO;INTERVALO DE SOMA)
Ex.: Ex.: =SOMASE(D2:D7;”Efetivo”;A2:A7).
=OU(20<30) VERDADEIRO
=OU(20=30) FALSO Função SOMASES
=OU(20<30;20=30) VERDADEIRO A função SOMASES soma um conjunto de células, tendo por
Função NÃO base outras células de colunas distintas, com a diferença que há a
A função NÃO nega a lógica interna, sempre analisando o re- possibilidade de vincular, nesta busca, mais de uma coluna para
sultado que está condicionado a ele, se este resultado interno for teste, vinculando os elementos. Sua sintaxe é =SOMASES(IN-
VERDADEIRO, devolve o resultado falso, e se for FALSO, e se o TERVALO DE SOMA;INTERVALO DE TESTE;TESTE LÓGICO)
resultado interno for FALSO, devolve o resultado VERDADEIRO. =SOMASES(A2:A7;D2:D7;”Efetivo”;C2:C7;”<50000”)
Ex.:
NÃO(E(20<30)) FALSO Funções PAR e ÍMPAR
=NÃO(E(20=30)) VERDADEIRO As funções PAR e ÍMPAR devolvem resultados inteiros, pares ou
=NÃO(E(20<30;20=30)) VERDADEIRO ímpares dependendo do valor analisado.
Exs.:
Função SE =PAR(2), retornará o resultado 2;
A função SE é a mais importante função de Excel para con- =PAR(3), retornará o resultado 4;
cursos, pois é a que tem maior incidência em provas de con- =PAR(2,3), retornará o resultado 4;
cursos. A diferença da função SE para as funções E e OU é que, =PAR(0), retornará o resultado 0;
na função SE, os valores são definidos pelo usuário, que pode =PAR(-3), retornará o resultado -1.
inserir, nos campos VERDADEIRO e FALSO, uma outra fórmula,
um texto ou uma referência qualquer.
A função SE devolve o resultado VERDADEIRO OU FALSO.
13. Microsoft PowerPoint 2013
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Dependendo do teste lógico, será definido um valor para ver-
dadeiro e outro valor para falso, definidos pelo usuário.
Sintaxe =SE(TESTE LÓGICO;VERDADEIRO;FALSO)
Exs.: =SE(20<30;20+30;40-60), retornará ao resultado 50
=E(20=30;20+30;40-60), retornará ao resultado -20
=E(20<30;”procede”;”não procede”), retornará ao
resultado “procede”.
Função PROCV
A função PROCV procura um item na Vertical, a partir de um Os aplicativos de edição de apresentações possuem uma
valor, e a partir de um intervalo determinado. Sua sintaxe é =PRO- abordagem tão recorrente quanto o enfoque que se verifica em
edição de textos e planilhas. Por isso, estão praticamente em to-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Hiperlink
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Paradigma de Comunicação
Paradigma é um padrão a ser seguido e, no caso das re-
des, é o modelo Cliente/Servidor. Nesse modelo, o usuário
é o cliente que envia uma solicitação ao servidor; ao rece-
ber a solicitação, o servidor a analisa e, se é de sua compe-
tência, provê a informação/dado.
Dispositivos de Rede
Os Dispositivos de Rede são citados até mesmo em provas
cujo conteúdo programático não cita a matéria de Hardware.
E na maioria das vezes em que aparecem questões sobre o
assunto, se questiona em relação à finalidade de cada dispo-
sitivo na rede, portanto, nesta seção são descritos alguns dos
principais dispositivos de rede:
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ŝ#-ŝŦ
Um roteador já trabalha no nível de rede; em
Se fosse assim, seriam necessários dois slides para inserir transi- um mesmo roteador podemos definir várias
Roteador
ções de um para outro. Na verdade, a transição é a “entrada de redes diferentes. Ele também cria uma rota para
um slide”. os dados.
Google Chrome
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ŝ#-ŝŦ
servidor de acesso podem conectar-se. é possível destacar que usamos os protocolos HTTP ou
HTTPS para visualizar páginas da Internet. Dessa forma,
Intranet ao acessar sites de e-mail como gmail.com, hotmail.com,
É uma rede empresarial, também chamada de rede corpo- yahoo.com.br e outlook.com, fazemos uso desses pro-
rativa. Tem como principal característica ser uma rede Privada, tocolos, sendo o HTTPS o mais usado atualmente pelos
grandes serviços de e-mail, pois confere ao usuário maior
portanto, possui controle de acesso, o qual é restrito somente a
segurança no acesso.
pessoas autorizadas.
Dizemos que o webmail é uma forma de ler e escrever
Uma Intranet geralmente é constituída com o intuito de com- e-mails, dificilmente citado como forma de enviar e receber,
partilhar recursos entre os funcionários de uma empresa, de ma- uma vez que quem realmente envia é o servidor e não o com-
neira que pessoas externas não tenham acesso a eles. Os recursos putador do usuário.
compartilhados podem ser: impressoras, arquivos, sistemas, entre Quando um e-mail é enviado, ele parte diretamente do
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
protocolo POP ou o protocolo IMAP, contudo, deve ser obser- O .br indica que esse site está registrado no conjunto
vada a diferença entre os dois, pois essa diferença é ponto para de domínios do Brasil, que é administrado e regulamenta-
muitas questões. do pelo Registro.Br, componente do CGI (Comitê Gestor de
Internet no Brasil).
O protocolo POP tem por característica baixar as mensagens O Registro.Br define várias normas em relação à criação
de e-mail para o computador do usuário, mas por padrão, ao de um domínio, como por exemplo o tamanho máximo de
baixá-las, elas são apagadas do servidor. Portanto, as mensa- 26 caracteres, a limitação para apenas letras e números e
gens que um usuário está lendo estão, necessariamente, em seu recentemente a opção de criar domínios com letras acen-
computador. tuadas e o caractere ç.
Por outro lado, se o usuário desejar, ele pode configurar Também compete ao Registro.Br a normatização da se-
gunda parte do domínio, representado na figura pelo .com.
o protocolo de forma que sejam mantidas cópias das mensa-
Essa informação diz respeito ao ramo de atividade a que se
gens no servidor, no entanto, a que o usuário está lendo, efe- destina o domínio, mas não nos garante qual a real finalidade
tivamente, está em seu computador. Sobre essa característica do site. A última parte, por fim, é o próprio nome do site que
são citadas questões relacionando à configuração a uma espé- se deseja registrar.
cie de backup das mensagens de e-mail.
Protocolo IP
Atualmente o protocolo POP encontra-se na versão 3;
dessa forma ele pode aparecer nos textos de questão como Cada equipamento na rede ganha o nome genérico de
POP3, não afetando a compreensão da mesma. Uma vez que Host, o qual deve possuir um endereço para que seja localiza-
o usuário necessita conectar na internet apenas para baixar do na rede. Esse é o endereço IP.
as mensagens, é possível que ele desconecte-se da internet O protocolo IP é o responsável por trabalhar com essa infor-
e mesmo assim leia seus e-mails. E, uma vez configurado o mação, para tanto, um endereço IP possui versões: IPv4 e IPv6.
SMTP, também é possível redigir as respostas off-line, sendo Um IP também é um endereço, portanto, pode ser inserido
necessário, no entanto, conectar-se novamente para que as diretamente na barra de endereços de um navegador.
mensagens possam ser enviadas.
O IPv4 é composto por até quatro grupos de três dígitos
Ao invés de utilizar o POP, o usuário pode optar em fa- que atingem valor máximo de 255 cada grupo, suportando,
zer uso do protocolo IMAP, que é para acesso a mensagens de
no máximo, cerca de 4 mil milhões (4.294.967.296) de en-
e-mail, as quais, por sua vez, residem no servidor de e-mails.
dereços.
Portanto, se faz necessário estar conectado à internet para po-
Ex.: 200.201.88.30 endereço IP da Unioeste14.
der ler o e-mail por meio do protocolo IMAP.
O IPv6 é uma proposta que está gradativamente substi-
Spam tuindo o IPv4, justamente pela pouca quantidade de endereço
Spam é uma prática que tem como finalidade divulgar que ele oferece. O IPv6 é organizado em 8 grupos de 4 dígitos
propagandas por e-mail, ou mesmo utilizar-se de e-mails que hexadecimais, suportando cerca de 3,4x1038 endereços IP.
chamem a atenção do usuário e o incentivem a encaminhar Ex.: 0123:4567:89AB:CDEF:1011:1314:5B6C:88CC15
para inúmeros outros contatos, para que, com isso, levantem
uma lista de contatos que pode ser vendida na Internet ou 14 Universidade Estadual do Oeste do Paraná
15 IP fictício.
mesmo utilizada para encaminhar mais propagandas.
DNS (Domain Name System) Altavista;
MSN transformado em Bing.
O Sistema de Nomes de Domínios é o responsável por
traduzir (resolver por meio de consultas aos servidores Raiz É importante observar que, nos navegadores atuais, os
da Internet) um Domínio para o endereço IP do servidor que motores de busca são integrados, com isso podemos definir
qual se deseja utilizar, por exemplo: o Google Chrome e o Mo-
hospeda (armazena) o site desejado. Esse processo ocorre em
zilla Firefox utilizam como motor de busca padrão o Google, já
questão de segundos e obedece uma estrutura hierárquica.
o Internet Explorer utiliza o Bing. Essa informação é relevante,
Navegadores pois é possível nesses navegadores digitar os termos buscados
Navegadores são programas que permitem acesso às pá- diretamente na barra de endereços, ao invés de acessar pre-
ginas da Internet, são muitas vezes citados em provas pelo viamente o site do motor de busca.
termo em inglês Browser. Busca Avançada
Internet Explorer Os motores de busca oferecem alguns recursos para
Mozilla Firefox otimizar a busca, como operadores lógicos, também conhe-
Opera cidos como operadores booleanos16. Dentre eles podemos
Google Chrome destacar a negação (-). Ao realizar uma busca na qual se
Safari deseja encontrar resultados que sejam relacionados a de-
Também são cobrados os conceitos dos tipos de dados terminado assunto, porém os termos usados são comuns
de navegação que estão relacionados aos navegadores. a outro, podemos utilizar o sinal de menos precedendo
o termo do assunto irrelevante, como o exemplo de uma
Cache questão que já caiu em prova: realizar a busca por leite e
cão, contudo, se for inserido apenas estes termos na busca,
É um armazenamento temporário. No caso dos navegado-
muitos resultados serão relacionados a gatos e leite. Para
res, trata-se de uma pasta onde são armazenados os conteúdos
que as páginas que contenham a palavra gato não sejam
multimídias como imagens, vídeos, áudio e inclusive textos, para exibidas na lista de páginas encontradas, basta digitar o
que, no segundo momento em que o mesmo conteúdo for aces- sinal de menos (-) antes da palavra gato (sem espaço en-
sado, ele possa ser mostrado ao usuário mais rapidamente. tre o sinal e a palavra), assim a pesquisa a ser inserida no
buscador fica Cão Leite -Gato.
Cookies
Também é possível realizar a busca por uma frase exata,
São pequenas informações que alguns sites armazenam assim, somente serão listados os sites que contenham exa-
no computador do usuário. Exemplos de informações armaze- tamente a mesma expressão. Para isso, basta digitar a frase
Ş
ŝ#-ŝŦ
nadas nos Cookies: Senhas, obviamente que são armazenadas desejada entre aspas duplas.
criptografadas; também são muito utilizados em sites de com-
pras, para armazenar o carrinho de compras. Busca por/em Domínio Específico: para buscar sites que
possuam determinado termo em seu nome de domínio, basta
Dados de Formulários inserir o texto site: seguido da palavra desejada, lembrando
que não deve haver espaço entre site: e o termo desejado. De
Quando preenchemos um formulário, os navegadores
forma similar, também pode-se utilizar inurl: termo para bus-
oferecem opção para armazenar os dados digitados em cada
car sites que possuam o termo na URL.
campo, assim, quando necessário preencher o mesmo formu-
Quando o domínio já é conhecido, é possível realizar a
lário ou ainda outro formulário com campos de mesmo nome, busca por determinado termo apenas nas páginas do domí-
o navegador sugere os dados já usados a fim de autocomple- nio. Para tanto, deve-se digitar site:Dominiodosite termo.
tar o preenchimento do campo. Calculadora: é possível, ainda, utilizar o Google como uma
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
estejam conectados para receberem os comentários, pois armazenamento quanto ao processamento de dados em nuvem.
estes ficam disponíveis para acesso futuro pelo usuário ou Ao utilizar os serviços da nuvem não é preciso instalar apli-
mesmo por pessoas que não estejam cadastradas no fó- cativos, porém, é possível. Ou seja, a instalação de aplicações re-
rum, contudo, existem muitos fóruns fechados, nos quais só lacionadas aos serviços da nuvem é apenas de caráter opcional.
se entra por convite ou mediante aquisição. A maioria deles Com isso, os serviços da nuvem se tornam uma prática al-
vincula o e-mail dos envolvidos a uma discussão, alertan- ternativa, pois o usuário precisa do básico em seu computador
do-os assim, caso um novo comentário seja acrescentado. para acessar aos serviços. Assim, basta ter um computador
conectado à Internet e que seja dotado de um browser para
Moodle utilizar os serviços da nuvem.
O Moodle é uma ferramenta fortemente utilizada pelo se- Contudo, uma característica negativa do serviço é a de-
tor público, e também privado, para dar suporte ao Ensino a pendência frente aos servidores e provedores de serviço, pois,
Distância (EAD). uma vez que não se tenha acesso à Internet ou o serviço esteja
fora do ar, o usuário não tem condições de utilizar os serviços
15. Cloud Computing da nuvem, salvo exceção do modelo on premise.
É importante observar que, dentre os pré-requisitos bási-
Em português, Computação na Nuvem é o nome usual para cos, o sistema operacional não foi citado, porque os serviços
identificar o paradigma de computação em que as infraestrutu- da nuvem independem do sistema instalado, pois normalmen-
ras, serviços e aplicações ficam nas redes, principalmente na In- te são serviços que utilizam protocolos de navegação como
ternet. No entanto, também pode ser empregado para distinguir HTTP e HTTPS, dentre outros.
serviços de processamento dos serviços de armazenamento. Assim, como também não dependem de hardware espe-
Pode-se dizer que a computação na nuvem é uma forma cífico para funcionar, podem inclusive ser citadas como multi-
de evolução do conceito de Mainframes. plataforma, tanto no sentido de diferentes hardwares como no
Os Mainframes são supercomputadores normalmente usa- de diferentes sistemas operacionais. É comum usar serviços da
dos em redes privadas (intranets), os quais são responsáveis nuvem também em tablets e smartphones, além dos compu-
pelo trabalho pesado de processamento de informações. De tadores pessoais.
forma geral, quando se emprega o uso de mainframes, asso- Outra característica dos serviços em nuvem diz respeito à
cia-se o uso de thin clients pelos usuários, ou seja, terminais segurança dos dados, em que o usuário não precisa se preocu-
burros, apenas pontas para interação do usuário, pois os dados par em fazer backups, controlar a segurança ou ter que realizar
coletados e apresentados a ele são processados e armazena- manutenção, pois essas são atribuições do fornecedor do servi-
dos nos mainframes. ço contratado.
A computação na nuvem é uma ideia similar a ser feito uso A computação em nuvem também oferece praticidade no
de computadores (servidores) localizados na Internet, otimizan- compartilhamento de informações, além de eximir o usuário
do assim seu uso, em vez de manter supercomputadores inter- de ter conhecimento sobre como funciona o serviço, possibili-
namente na empresa. tando utilizá-lo sem preocupações.
A Figura 1 ilustra um serviço em que os dados são proces- Com todos esses detalhes, pode-se ainda destacar que a
sados na nuvem e os resultados são exibidos no computador nuvem possibilita iniciar um trabalho em um computador e dar
do usuário. continuidade a ele por meio de outro computador.
Processamento na Nuvem
É o processamento realmente dito nos termos de Cloud Pode-se então afirmar que possuir a pasta com os arquivos
Computing, em que os dados são processados na nuvem. locais (no dispositivo) e on-line, simultaneamente, é uma
É bastante comum hoje nos aparelhos celulares, smart- forma de backup dos dados.
phones e tablets, em aplicações como o talk to text (fale para O Google Drive oferece gratuitamente aos usuários 15GB
escrever). Lembre-se de que a instalação não é obrigatória, de espaço, no entanto, ele é compartilhado com a caixa de en-
mas pode ser feita. Nos aparelhos em que o usuário pode sim- trada de e-mails.
plesmente pronunciar próximo a eles o texto que deseja escre- O One Drive também oferece 15GB, mas inicialmente são
ver, o recurso usado precisa que o aparelho esteja conectado à 7GB; para ganhar mais, o usuário deve enviar convites.
Internet para poder funcionar. O Dropbox inicialmente oferece 2GB gratuitos, mas, por meio
Isso ocorre porque os aparelhos atuais, por mais que pos- de convites, o usuário pode ter até 18GB; recebendo um convite, o
suam alta tecnologia e capacidade de processamento, ainda usuário ganha 500MB.
não são suficientes para processar dados como identificação Já o Copy oferece inicialmente 20GB gratuitos e, a cada convite
de texto em falas. Com isso, a alternativa é usar servidores
enviado e recebido, o usuário ganha mais 5GB de espaço.
localizados na Internet (nuvem) que recebem o áudio que os
aparelhos gravam e processam a informação, oferecendo ao
usuário o resultado na forma de texto.
16. Segurança da Informação
Outro exemplo são os serviços do Google e da Micro- A Segurança da Informação é um ponto crucial para o concurso
soft, conhecidos respectivamente como Google Docs e público para muitas bancas examinadoras e também de interesse
Microsoft WebApps. Mas atenção às nomeclaturas, pois da instituição que irá receber os aprovados. Afinal, ao ser aprovado,
Google Drive/Disco ou Skydrive/OneDrive são serviços de o candidato estará compondo o quadro de uma instituição pública
outra natureza. que possui uma Intranet e sistemas sobre os quais há necessidade
de se manter uma boa política de segurança.
No Google Docs WebApps, o usuário encontra recursos
Segundo o CGI17, para um sistema ser classificado como se-
como editores de texto, planilhas, apresentação, formulários e
guro, ele deve atentar a três requisitos básicos: confidencialida-
desenhos on-line usando a computação em nuvem. Ao utilizar
de, integridade e disponibilidade. Esses conceitos são aborda-
esses serviços, o usuário não precisa possuir em seu computa-
dos neste material no tópico de princípios básicos da segurança
dor editores similares, uma vez que basta executar o navega- da informação.
dor de internet e nele acessar o site do serviço; ao logar, terá
Faz-se necessário que sejam atendidos alguns requisitos
acesso aos recursos.
mínimos para uma segurança do microcomputador, que de-
Ş
ŝ#-ŝŦ
Armazenamento na Nuvem pendem tanto de recursos tecnológicos como de bom senso e
discernimento por parte dos usuários.
Já o armazenamento na nuvem, em inglês Cloud Storage,
Para manter um computador com o mínimo de segurança
identifica os serviços que têm por característica armazenar deve-se:
os dados do usuário, de modo que, para acessá-los, seja ne- Manter o Sistema Operacional sempre atualizado,
cessário apenas um dispositivo (computador, smartphone ou pois a maioria dos malwares exploram as vulnerabi-
tablet) conectado à Internet e que possua um browser. Com lidades do SO.
a ascensão desse tipo de serviço, pode-se apostar na queda Possuir um sistema Antivírus e manter tanto o apli-
da venda de dispositivos para transporte de dados como os cativo quanto as assinaturas18 de vírus atualizadas.
Pendrives. Manter o Firewall sempre ativo.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
São exemplos citados nas provas o Google Drive/Disco, Para se proteger contra os spywares também é indi-
o Microsoft Skydrive, atualmente chamado de OneDrive, o cada a instalação de um antispyware. Atualmente a
Dropbox, Mega, Minus e Copy. A maioria deles oferece contas maioria dos antivírus já possuem esse recurso inte-
gratuitas com limite de armazenamento, a fim de demonstrar grado a eles.
seus serviços. Mas, caso o usuário deseje e/ou precise, ele Princípios Básicos da
pode adquirir mais espaço de armazenamento.
A grande maioria dos serviços de Storage possui uma apli-
Segurança da Informação
Os Princípios Básicos de Segurança em TI19 incluem os pro-
cação (opcional) que o usuário pode instalar em vários dispo-
cessos que devem ser garantidos para manter um sistema de
sitivos, com o intuito de manter seus dados sincronizados. Ao informações seguro. Podemos destacar quatro conceitos como
instalar o aplicativo, ele criará uma pasta no dispositivo que principais:
estará em sincronia com a pasta on-line do usuário. Desse
modo, todo arquivo salvo na referida pasta automaticamen- 17 Comitê Gestor de Internet no Brasil.
18 Assinatura de vírus: é uma sequência de caracteres que identifica a presença 191
te (quando conectado à Internet) será enviado para a pasta do vírus em um arquivo.
on-line. 19 TI: Tecnologia da Informação.
Criptografia
192 ͻ Disponibilidade
D A Criptografia é a arte ou ciência de escrever em códigos,
quer dizer, transformar um texto em algo ilegível de forma que
ͻ Integridade este possa ser armazenado ou enviado por um canal de comu-
I nicação; sendo assim, se alguém interceptá-lo, não conseguirá
entender o que está escrito e o destinatário, ao receber a in-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ş
ŝ#-ŝŦ
recorrer a um cartório para reconhecer e certificar a assinatura
na última página. Negação de Serviço (DoS e DDoS)
Esse procedimento realizado no papel, juntamente com Um ataque de negação de serviço se dá quando um ser-
as garantias, foi adaptado para o mundo digital, afinal, papel vidor ou serviço recebe mais solicitações do que é capaz de
ocupa espaço. suprir.
Quando falamos sobre a rubrica garantir a não altera- DoS (Denial of Service) é um ataque individual, geral-
ção de um documento, citamos o princípio da Integridade. mente com o intuito de tornar um serviço inoperante para
Portando, uma assinatura digital deve garantir também o usuário.
esse princípio, enquanto que a certificação de quem assi- DDoS (Distributed Denial of Service) é um ataque rea-
nou é o princípio da Autenticidade, que também deve ser lizado em massa; utiliza-se de vários computadores conta-
garantido pela assinatura digital. minados com um malware que dispara solicitações de aces-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Assim temos que a assinatura digital garante os princípios so a determinados serviços ou sites, derrubando o serviço.
da Autenticidade e da Integridade. Muitas vezes, enquanto o servidor tenta suprir a demanda,
ele se torna vulnerável a inserções de códigos maliciosos.
Ataques Um grupo intitulado Anonymous realizou vários ataques
de DDoS em sites de governos em protesto às suas ações
Nem todos os ataques são realizados por malwares, atual-
como, por exemplo, em retaliação à censura do portal
mente existem duas práticas muito comuns utilizadas pelos
WikiLeaks e também do WikiLeaks23 e The Pirate Bay24.
criminosos cibernéticos para obter dados do usuário e realizar
invasões.
Phishing
Phishing é uma expressão derivada do termo “pescar” em 21 facebook: Mídia Social, definida erroneamente como rede social, assim como
inglês, pois o que esse tipo de ataque faz é induzir o usuário a as demais.
22 Hackear: termo utilizado como sinônimo para invasão ou roubo.
informar seus dados pessoais por meio de páginas da Internet 23 WikiLeaks: portal com postagens de fontes anônimas com documentos, fotos
ou e-mails falsos. e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos 193
sensíveis.
20 Rubrica: assinatura abreviada. 24 The Pirate Bay: um dos maiores portais de compartilhamento Peer to peer.
194
18. Arquitetura de Redes 3 Rede
Realizar o endereçamento dos dados e
roteamento das informações na rede.
Uma rede consiste em uma forma de ligação e comuni- Verificar se os dados trafegados estão
cação de dispositivos que utilizam regras, denominadas de 2 Enlace de dados livres de erros de comunicação antes
protocolos, para estabelecer a organização e padronização da de entregá-los à camada de rede.
comunicação. Especificação das interfaces físicas;
1 Física responsável pela transmissão dos bits
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
plementação pela ARPAnet entre 1980 e 1985, enquanto o OSI dados das aplicações (programas). Pode-se dizer que ela usa
é utilizado como modelo de referência para a criação de novos os serviços prestados pela camada de Apresentação.
protocolos. Os principais protocolos da camanda de aplicação são:
Antes de abordar as estruturas, é necessário entender al- HTTP, RTP, SMTP, FTP, SSH, Telnet, IRC, SNMP, NNTP, POP3,
guns conceitos: IMAP, BitTorrent, DNS, Ping. O detalhamento dos protocolos
▷ Camada: é a forma encontrada para dividir os prob- é apresentado em outra seção deste material.
lemas de comunicação em redes, segmentando em Na camada de transporte, podem-se destacar dentre
níveis distintos de responsabilidade. Assim, os da- os protocolos desta camada o TCP e o UDP, enquanto na
dos trafegam entre os equipamentos de rede sem camada de Rede destacam-se IP, IPsec, ICMP, NAT e ARP. A
que, necessariamente, tenham de acessar os dados camada de Enlace, presente entre a camada de rede e físi-
transmitidos. Uma camada presta serviços para a ca, é responsável, também, pela preparação dos dados para
camada superior a ela e usa serviços da camada in- que sejam enviados para o meio físico. Para tanto, utiliza
ferior a ela; não é possível pular camadas. protocolos como: Ethernet, IEEE 802.1Q, Token Ring, PPP,
▷ Interface: é parte que realiza a comunicação direta en- Frame ralay.
tre duas máquinas; dentre os níveis de camada, é uma Já a camada Física é a de mais baixo nível por estar
das mais inferiores.
mais próxima ao hardware, sendo em alguns casos o pró-
Modelo OSI prio hardware de transmissão de dados. Ela é conhecida
como camada 1, conforme classificado na tabela anterior.
O modelo OSI foi proposto como um sistema aberto de
regras. Para atender a objetivos como: Portabilidade da apli- Pode-se dizer que uma camada encapsula outra. Deste
cação; Interoperabilidade; Interconectividade e Estabilidade. modo, a camada de nível inferior conterá os dados da supe-
Assim, diferentes equipamentos, com sistemas operacionais rior a ela e ainda acrescentará alguns dados de cabeçalho,
distintos, podem se comunicar. conforme ilustra o quadro a seguir.
A organização do modelo OSI se divide entre 7 camadas: Física
Nº Camada Finalidade
Manipulação de conteúdo específico Enlace de dados
7 Aplicação (conteúdo multimídia, acesso remoto, MAC de Origem
e-mail, transferência de Arquivos). MAC de Destino
Formatar os dados e converter
6 Apresentação
códigos e caracteres. Rede
Estabelecer uma sessão de IP de Origem
comunicação com outros dispositivos, IP de Destino
5 Sessão
ou seja, gerencia a conversa entre os Transporte
equipamentos.
Sessão
Estabelecer conectividade fim a fim
entre as aplicações, além de oferecer Apresentação
4 Transporte
métodos de entrega de dados com ou Aplicação
sem controle de entrega. Dados
Os protocolos são divididos em camadas para que cada Modelo OSI Modelo TCP/IP
uma seja responsável por ações isoladas, que são utilizadas por Nº Camada Camada Nº
vários protocolos da camada superior. Assim, a tabela a seguir, 7 Aplicação
representa quais recursos conseguem acessar as camadas. 6 Apresentação Aplicação 4
5 Sessão
Camada Usada por
4 Transporte Transporte 3
Aplicação 3 Rede Rede 2
Programas e aplicativos
Apresentação 2 Enlace de dados
em nível do usuário
Sessão
Interface de Rede 1
Transporte 1 Física
Sistema Operacional de
Rede Rede
O modelo TCP/IP proposto inicialmente apresenta 4 cama-
Enlace de dados
das, conforme ilustra a tabela 3. Entretanto, na prática e nas
provas, ele é considerado com 5 camadas (também conhecido
Hardware como TCP/IP híbrido), conforme ilustrado na tabela anterior.
Física
Nº Camada
5 Aplicação
Modelo TCP/IP
4 Transporte
A arquitetura TCP/IP surge com os primórdios da Internet,
ainda quando estava no ventre acadêmico, para interligar os 3 Rede (Rede Lógica)
centros de computação das universidades dos Estados Unidos. 2 Enlace
Seu nome origina-se dos principais protocolos usados na co-
1 Física
municação de redes o TCP (Transport Control Protocol – Pro-
tocolo de Controle de Transporte) e o IP (Internet Protocol – Para memorizar as camadas, podemos usar a mnemônica
OFERTA:
Protocolo de Internet).
O TCP/IP é dividido nas camadas:
Este modelo permite a interconexão de redes e sistemas
F ísica
heterogêneos, ou seja, redes em que existam diferentes tec-
Ş
ŝ#-ŝŦ
E nlace
nologias, equipamentos e softwares desenvolvidos por fabri-
R ede
cantes diferentes.
T ransporte
Embora tenha uma origem comercial, a suíte TCP/IP pode A plicação
ser (e é) utilizada livremente, tanto que é o atual modelo de Convém notar que no modelo TCP/IP de 5 camadas, a
organização de protocolos aplicados nas redes. Mesmo uma camada de Interface de Rede se divide em camadas Física e
rede isolada da Internet utiliza por padrão o conjunto TCP/IP. de Enlace, como no modelo de referência OSI. Para o TCP/IP a
A arquitetura TCP/IP se divide em 4 camadas: camada física consiste no meio físico por onde são trafegados
os dados.
Nº Camada Finalidade Os principais protocolos do conjunto TCP/IP que devem ser
Manipulação de conteúdo específico estudados são listados a seguir.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
4 Aplicação (conteúdo multimídia, acesso remoto, Camada de Aplicação: DHCP, DNS, FTP, HTTP, HTTPS, IMAP,
e-mail, transferência de Arquivos) Ping, POP, SMTP, SNMP, SSH, Telnet, BitTorrent e TLS/SSL.
Estabelecer conectividade fim a fim
entre as aplicações, além de oferecer
ঠ Camada de Transporte: TCP e UDP.
3 Transporte
métodos de entrega de dados com ou ঠ Camada de Rede: ARP, ICMP, NAT, IPv4 e IPv6.
sem controle de entrega.
ঠ Camada de Enlace: MAC, Ethernet.
Realizar o endereçamento dos dados e
2 Rede (Rede Lógica) ঠ Camada Física: Modem, Bluetooth, Cabos, Wi-fi.
roteamento das informações na rede.
Interface de Rede
1
(Rede Física)
Preparar e transmitir os dados. Encapsulamento
Embora na prática o modelo TCP/IP seja o empregado, Como já visto, o protocolo da camada de aplicação é que
manipula os dados diretamente. Contudo, muitas vezes, os
ele possui algumas relações e similaridades com a suíte OSI. dados são grandes e é necessário segmentá-los para trans-
A tabela 4 representada a seguir ilustra as camadas do modelo miti-los pela rede. Assim, as camadas dividem os dados em
TCP/IP que agregam funcionalidades de diferentes camadas outros tipos de informação, além de acrescentar um pedaço, 195
do modelo OSI. chamado de cabeçalho.
Camadas Dados
196
Aplicação Cabeçalho protocolo de Aplicação Dados
Transporte Cabeçalho de Transporte Dados
Cabeçalho do
Dados
Frame Endereços
Cabeçalho de Em uma rede de computadores trabalhamos com en-
Dados
Rede dereços para os dispositivos. Estes dispositivos recebem en-
Cabeçalho de dereços lógicos e endereços Físicos.
Dados
Transporte
Dados Endereço Físico
Um endereço Físico é um endereço original de fábrica, que
TCP é único no mundo. Tal endereço é controlado pela IANA, que
O protocolo TCP é um dos protocolos da família de proto- distribui (vende) as faixas de endereços para as empresas fab-
colos do TCP/IP. Ele oferece um serviço orientando a Conex- ricantes. Cada endereço é armazenado em uma memória do
Ş
ŝ#-ŝŦ
ão, além de ser um serviço confiável que garante a entrega tipo ROM, ou seja, não alterável.
dos dados ao cliente.
O MAC é o endereço Físico de uma rede. Ele identifica o
Durante a fase de transferência, o TCP está equipado com
equipamento, mas não a rede; assim, ele não é roteável; é de-
vários mecanismos que asseguram confiabilidade e robust-
scrito com 48 bits.
ez:
▷ números de sequência que garantem a entrega or- Endereço Lógico
denada;
Endereço lógico é o endereço IP, que pode ser definido
▷ código detector de erros (checksum) para detecção de por software. Ele é utilizado para identificar tanto a rede como
falhas em segmentos específicos; também o Host. Este endereço é roteável.
▷ confirmação de recepção e temporizadores que per-
mitem o ajuste e contorno de eventuais atrasos e Endereçamento IPv4
perdas de segmentos.
Um endereço IPv4 possui tamanho de 32 bits, o que vi-
UDP (User Datagram Protocol – Pro- abiliza um total de 4.294.967.296 combinações possíveis, ou
seja, pouco mais de 4 bilhões. Considerando que todo dispos-
tocolo de Datagrama de Usuário) itivo em rede recebe um endereço IP que deve ser único para
É um protocolo simples da camada de transporte. Ele identificá-lo, rapidamente nota-se que não há endereços para
permite que a aplicação escreva um datagrama encapsulado todos os dispositivos conectados à rede, ainda mais se consid-
em um pacote IPv4 ou IPv6, e então enviado ao destino. Mas erarmos um dispositivo para cada pessoa no mundo.
não garante se o segmento irá chegar ou não. Este protocolo
também não oferece segurança na comunicação, portanto Inicialmente, o IPv4 foi organizado em classes de en-
não é um serviço confiável. Também dizemos que o UDP é dereços (Classful) para que as redes locais não utilizassem en-
um serviço sem conexão. dereços IPs reais nos seus dispositivos internos. Deste modo,
Este protocolo é utilizado pelos serviços de Stream e pelo se uma empresa possui uma rede com 100 computadores,
DNS. para a Internet é como se todos eles fossem apenas um. Neste
cenário a tabela NAT se torna necessária.
ARP (Address Resolution Protocol) Porém, com o tempo, até mesmo essa proposta se mos-
É um protocolo usado para mapear um endereço da cama- trou ineficiente para atender à alta demanda de endereços.
da de enlace (Ethernet, por exemplo) a partir do endereço da Logo, novas versões de protocolo IP foram apresentadas, mas
camada de rede (como um endereço IP). até que estivessem aptas para uso no mercado outra solução
A tabela ARP é a estrutura utilizada para mapear os ende- provisória foi tomada: a criação do Classless para o gerencia-
reços MAC dos dispositivos aos seus respectivos endereços IP. mento de endereços de redes e sub-redes.
Ş
ŝ#-ŝŦ
C 255.255.255.0 /24
Máscaras 255 0 0 0 Máscara
O número que expressa uma máscara normalmente é alto, 1111 1111 0000 0000 0000 0000 0000 0000 Classe A
pois ele representa os bits mais à esquerda de um octeto mar-
0000 1111 0000 0000 0000 0011 0000 0001 IP Z
cados como 1 e os demais zeros. Com isso, as máscaras podem
15 0 3 1
sumir apenas valores, como apresenta a tabela a seguir.
Endereço
0000 1111 0000 0000 0000 0000 0000 0000
Octeto (8 bits) Decimal Rede
1000 0000 128
Caso 2: Um exemplo Classful C
1100 0000 192
1110 0000 224
Se um Host X possui endereço IP 192.168.0.100, um Host
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1100 0000 1010 1000 0000 0000 0000 0000 255 255 255 240
Rede
A forma mais simples vista até aqui é utilizar o CIDR. Mas
é possível notar que nem sempre a questão o irá informar. Se
255 255 255 0 Máscara
o candidato possuir habilidades em converter decimais para
1111 1111 1111 1111 1111 1111 0000 0000 Classe C
binários ou mesmo se tiver decorado a tabela 9, então só resta
1100 0000 1010 1000 0000 0101 0111 1000 IP Z
contar os números 1, ou neste caso, usar o menor esforço e con-
192 168 5 120
tar os zeros da máscara, que afinal é o que se deseja. Portanto,
Endereço
1100 0000 1010 1000 0000 0101 0000 0000
Rede
a máscara apresentada corresponde ao CIDR /28, ou seja, os 4
Observa-se que o endereço de rede obtido para X e Y é o últimos dígitos são os endereços por rede. Calculando, temos:
mesmo, mas para Z é outro. 256 – 240 = 16 endereços por rede
Para saber quantos são os endereços por rede, a más- Ou
cara é de fundamental ajuda, principalmente se for dada pela 32 – 28 = 4
Ş
ŝ#-ŝŦ
questão na forma CIDR, como apresenta a tabela 8. Este é um 24=16 endereços por rede
dos tópicos mais cobrados nas provas. Para a quantidade de Hosts utilizáveis, é importante lem-
Sabe-se que o endereço IPv4 possui 32 bits e que uma brar-se de subtrair destes 16 os 2 endereços reservados.
máscara identifica os bits à esquerda que serão usados para Nota-se que as máscaras 255.255.255.254 e
identificar a rede. Assim, os bits que sobram à direita (zerados) 255.255.255.255 não fazem muito sentido: a primeira por não
são usados para identificar endereços por rede. Um CIDR rep- existirem endereços para Hosts; e a segunda, além de não pos-
resenta exatamente o total de bits da máscara que são mar- suir endereços por rede, é um endereço reservado, utilizado
cados como 1, ou seja, o total de bits que representam redes. para broadcast.
Portanto, ao calcular pelo complemento, temos: Vejamos, a seguir, as diferentes redes que podem ser cri-
32 (tamanho do IPv4, portanto sempre será 32) – CIDR adas com o endereço 192.168.1.0/27, lembrando que o /27 é o
(normalmente informado pela questão) = X CIDR, ou seja, os 27 bits à esquerda serão para rede, e os 5 bits
Para calcular quantos são os endereços por rede, deve-se que sobram são para cada rede. Verifica-se que ao mudar um
elevar 2 por X, ou seja, 2X=Y. dos três bits à esquerda do último octeto (em destaque) se
Já para identificar a quantidade de Host utilizáveis, basta tem uma rede distinta. À direita os valores indicam o primeiro
calcular Y-2. endereço IP de cada rede, que é o endereço que a identifica.
Deste modo, dado o exemplo:
Em uma rede classe C, quantos endereços IPs podem ser
usados por Hosts?
Classe C = 255.255.255.0, ou seja, CIDR /24.
32-24=8
28=256 endereços por rede.
256-2 = 254 endereços para Hosts.
Classless
Como a proposta de divisão em classful também se mos-
trou limitada, surge a proposta classless, agora permitindo
uma maior subdivisão, além de apresentar melhor aproveita-
mento das faixas de endereços IPs.
A lógica de trabalho e cálculo é similar ao classful, com
a diferença de que agora parte de um octeto pode ser usada Assim, podemos concluir que a primeira rede/sub-rede
como máscara. Assim, os valores apresentados na tabela a se- que pode ser composta vai de 192.168.1.0/27 até 192.168.1.31/27,
guir são mais presentes. o endereço 192.168.1.32/27 marca o início da segunda rede/
No exemplo a seguir, dado o endereço IP 192.168.1.0 e a sub-rede. A tabela a seguir, destaca os intervalos de endereços
máscara 255.255.255.240, quantos são os endereços por rede? e os respectivos endereços reservados.
Endereço de Faixa de endereços utilizá- Endereço de Sub-
rede veis por Hosts broadcast -rede
192.168.1.0 192.168.1.1 192.168.1.30 192.168.1.31 0
192.168.1.32 192.168.1.33 192.168.1.62 192.168.1.63 1
192.168.1.64 192.168.1.65 192.168.1.92 192.168.1.93 2
192.168.1.94 192.168.1.95 192.168.1.126 192.168.1.127 3
192.168.1.128 192.168.1.129 192.168.1.158 192.168.1.159 4
192.168.1.160 192.168.1.161 192.168.1.190 192.168.1.191 5
192.168.1.192 192.168.1.193 192.168.1.222 192.168.1.223 6
192.168.1.224 192.168.1.225 192.168.1.254 192.168.1.255 7
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ANOTAÇÕES
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
199
200
17. Glossário Cookie
Um cookie é uma informação que pode ser armazenada
A-D pelo navegador se um website requisitar. A informação não
pode ter um tamanho muito grande. Cookies possuem uma
Adware validade e, ao expirarem, são automaticamente deletados pelo
Adwares são programas feitos para mostrar anúncios e navegador.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Bluetooth é uma forma de conexão que constitui uma rede putador possa transformar isso no endereço IP do servidor
do tipo PAN (rede pessoal), utilizado para conexões de dispo- de destino.
sitivos como mouses, teclados, celulares, smartphones, entre
outros dispositivos. Driver
Bug São informações sobre o funcionamento das peças de
O termo bug (“inseto”) é usado para definir defeitos inex- Hardware. Um driver é usado para que o sistema operacio-
plicáveis em engenharia e também em informática. Softwares nal se comunique com o hardware. Existem também drivers
bugados costumam travar mais. Outros bugs podem fazer com de software para software, por exemplo, sua placa de vídeo
que worms se propaguem pela Internet. precisa de um driver, assim como a placa de som e alguns
Existe uma história verídica que conta que, em 1947, o monitores.
computador Mark II estava com problemas no funcionamento
e era por causa de um inseto que estava dentro das placas do F-P
computador. É considerado um caso “real” de um “computa-
dor que não funcionava por um bug”, mas não é o primeiro Firewall
registro histórico do uso do termo. O Firewall monitora as conexões feitas pelo seu computa-
dor para garantir que nenhum recurso dele esteja sendo usado
BIOS indevidamente. São úteis na prevenção de worms, trojans e
Sigla para “Basic Input/Output System”, que pode ser tra- outros malwares que tentem explorar comunicações de rede.
duzido para “Sistema Básico de Entrada/Saída”. A BIOS é um
pequeno software armazenado em um componente da placa- Gateway
mãe que é responsável pelo boot do computador. É um ponto de junção, composto de hardware e software,
Boot que funciona como um “portão de entrada” ou acesso inter-
mediário entre duas redes de formatos diferentes.
Chama-se boot o processo que seu computador executa
quando é ligado. Hash
Cache Um hash é uma sequência de letras/números gerada por
um algoritmo de hashing, que busca identificar um arquivo ou
É uma memória de armazenamento temporário, com fina- informação unicamente. Hashs podem ser usados para saber
lidade de fornecer um acesso mais rápido às informações. se os arquivos que você baixa através da Internet são idênticos
Atualmente encontramos a cache em navegadores de in- aos distribuídos pelo desenvolvedor.
ternet, nos processadores, bem como nos HDs. A sequência do hash é limitada (dificilmente passa dos 512
bytes).
Cracker
Pessoas que usam seus conhecimentos de informática Hijack
para destruir computadores ou ganhar dinheiro, roubando e Chama-se hijack (sequestro) quando o navegador web do
burlando sistemas bancários e de cartão de crédito. computador tem sua página inicial alterada ou pop-ups apa-
A maioria das pessoas chama, erroneamente, os crackers recem enquanto navega um site que, normalmente, estaria
de hackers. limpo.
HTTP Protocolo
O HyperText Transfer Protocol foi criado para que os na- Protocolos são regras que definem o modo pelo qual dife-
vegadores e servidores web pudessem se comunicar de uma rentes sistemas se comunicam. Seu navegador e servidor web
forma padronizada. É um dos protocolos mais comuns da web. precisam entender um ao outro, por isso os dois se utilizam do
HTTP para interpretar as informações que recebem e formular
IRC as mensagens que irão mandar.
O Internet Relay Chat é um sistema para bate-papo muito
conhecido na internet. S-V
Kernel Scam
O kernel é o coração do Sistema Operacional, pois faz a Fraudes que buscam estritamente ganhos financeiros. Nas
comunicação mais básica entre o software e o hardware. fraudes do tipo scam, diferente do phishing, o usuário contrata
Um erro no kernel pode causar uma falha grave no sistema um serviço, mas nunca o recebe. Existem outros scams em que
operacional. Muitas vezes, erros diretos no boot do sistema são o usuário é induzido a realizar um pagamento para a transferên-
causados por falhas no kernel. cia de valores, mas a transação nunca é efetuada, fazendo com
que o usuário perca o dinheiro. Podemos assimilar esse tipo de
Keylogger ataque ao golpe do bilhete premiado.
[Key = chave; log = registro de ações] Software que cap-
tura as teclas digitas no computador. Atualmente, o termo Script
foi expandido para incluir vários softwares de monitoração Scripts são “roteiros” utilizados principalmente para au-
completa do sistema, tais como o Perfect Keylogger (BPK). tomatizar tarefas administrativas. São também conhecidos
como arquivos de lotes.
Log
Um Log (to log - registrar) é um arquivo que guarda infor- Servidor
mações passadas (registros). Existem registros/logs de erros, A Internet funciona com uma base de Servidor-Cliente.
páginas visitadas (“Histórico”), entre outros, que podem aju- Os servidores geralmente esperam para atender um clien-
dar na identificação e solução de problemas. te, como um caixa no banco (servidor) que atende as pessoas
Malware (clientes) que usam os serviços do banco. Invasões só ocorrem
quando o computador da vítima tiver um servidor para que o
Malware é software que tem objetivos maliciosos, nele, se cliente (o atacante) possa se conectar.
incluem todos os trojans, vírus e spywares.
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Na maioria das vezes, “malware” será apenas tratado SMTP
como um grupo que engloba spywares e adware. O Simple Mail Transfer Protocol é um protocolo de envio
de mensagens de correio eletrônico associado aos clientes de
MS-DOS e-mail, é também para a troca de mensagens entre os servi-
Sistema operacional base do Windows. Atualmente ele dores de e-mail.
não é mais usado como sistema operacional, mas é possível
encontrá-lo no Windows; é o prompt de comando. Smartphone
São os telefones Inteligentes.
Phishing
É uma página ou mesmo um e-mail falso que tentam in- Software
duzir o usuário a informar seus dados pessoais e confidenciais Software é a parte lógica do computador, aquela que você
não pode ver nem tocar, mas opera constantemente.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
como senhas.
POP3 Spam
O Post Office Protocol é um protocolo que trabalha no E-mail não solicitado. Geralmente contém propagandas
ciclo das mensagens eletrônicas. Serve para que os usuá- absurdas com fórmulas mágicas para ganhar dinheiro e pro-
rios possam facilmente baixar as suas mensagens de e-mail dutos farmacêuticos.
do servidor.
Spoofing
Porta de Conexão Referente ao que é forjado/falsificado. Um ataque de “IP
O protocolo TCP/IP define 65535 “portas” lógicas para a Spoof” é aquele no qual o endereço IP do remetente é forja-
conexão. As portas são apenas um recurso criado pelo pro- do. Um e-mail “spoofed” é um e-mail em que o cabeçalho da
tocolo para facilitar a conexão entre dois computadores que mensagem (“De:” ou “From:”) foi falsificado.
ainda não possuem uma conexão ativa.
Várias portas possuem tarefas padrão. A porta 80, por Spyware
exemplo, é responsável por conexões do HTTP, que é o proto- Spywares são programas que capturam os dados do usuá- 201
colo utilizado pela maioria dos sites na web. rio ao fazer uso de algum serviço específico, como acessar de-
terminado site ou programa; eles podem vir acompanhados
202 de hijackers. Cuidado, spywares são diferentes de Phishings. ANOTAÇÕES
Sistema Operacional
Um Sistema Operacional é um Software especial que faz
um trabalho muito importante: gerencia o hardware. Ele tam-
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
TCP/IP
Sigla para Transmission Control Protocol/Internet Protocol,
ou simplesmente Protocolo de Controle de Transmissão/Pro-
tocolo de Internet. O TCP/IP é uma suíte que inclui vários pro-
tocolos como o IP, TCP e UDP. Ele é apenas chamado de TCP/
IP, pois o TCP e o IP são os dois protocolos mais importantes
incluídos nessa suíte.
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TI
TI é uma abreviação para Tecnologia da Informação. Refe-
re-se a ela tudo que tenha um processador e consiga processar
informação.
UDP
UDP (User Datagram Protocol) é um protocolo mais sim-
ples que o TCP e não possui muitos recursos. Ele também não
tem a garantia de que os pacotes chegam ao destino. É utiliza-
do por alguns serviços muito importantes como o DNS.
Por ser mais simples, ele pode algumas vezes ser mais rápido.
Vírus
Vírus (na definição clássica) é todo programa de compu-
tador que funciona como parasita, infectando os arquivos que
existem em um computador.
Por esse motivo, Trojans não são vírus, mas apenas “mal-
ware”. Worms também não são vírus, pois só usam a rede para
se espalhar e não infectam arquivos no disco rígido.
W
Worms
Worm é um tipo de malware que usa a rede para se es-
palhar. São muito famosos por infectar um grande número de
computadores em pouco tempo, usando anexos de e-mail e
forjando e-mails aparentemente legítimos.
Outros worms usam a rede local para serem instalados em
diferentes computadores.
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL 203
ÍNDICE
1. Introdução ao Direito Constitucional..........................................................................205
Noções Gerais ............................................................................................................................. 205
Metodologia de Estudo............................................................................................................... 205
Classificações .............................................................................................................................. 205
2. Princípios Fundamentais...........................................................................................207
Princípio da Tripartição dos Poderes.......................................................................................... 207
Princípio Federativo ...................................................................................................................208
Princípio Republicano.................................................................................................................209
Presidencialismo.........................................................................................................................209
Democracia .................................................................................................................................209
Fundamentos da República Federativa do Brasil .......................................................................209
Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil .......................................................210
3. Direitos Fundamentais - Regras Gerais ...................................................................... 212
Conceito ....................................................................................................................................... 212
Amplitude Horizontal e Vertical .................................................................................................. 212
Classificação ................................................................................................................................ 212
Características ............................................................................................................................. 212
Dimensões dos Direitos Fundamentais ....................................................................................... 213
Titulares dos Direitos Fundamentais ........................................................................................... 213
Cláusulas Pétreas e os Direitos Fundamentais ............................................................................ 213
Eficácia dos Direitos Fundamentais.............................................................................................214
Força Normativa dos Tratados Internacionais............................................................................. 215
Tribunal Penal Internacional - TPI ............................................................................................... 215
Direitos X Garantias ..................................................................................................................... 215
4. Direitos Fundamentais - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos ............................ 216
Direito à Vida ...............................................................................................................................216
Direito à Igualdade ......................................................................................................................216
Direito à Liberdade ...................................................................................................................... 217
5. Direitos Fundamentais - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos ............................ 221
Direito à Propriedade .................................................................................................................. 221
Direito à Segurança .................................................................................................................... 222
Remédios Constitucionais .......................................................................................................... 230
6. Direitos Fundamentais - Direitos Sociais e Nacionalidade ..........................................233
Direitos Sociais ........................................................................................................................... 233
Direitos de Nacionalidade .......................................................................................................... 235
204 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL Ş
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para concurso público.
jurídica, que ela foi emendada.
As Emendas Constitucionais são a única forma de alteração Metodologia de Estudo
do Texto Constitucional. Portanto, jamais uma lei, ou outra espé- Aproveitam-se essas considerações iniciais para passar
cie normativa hierarquicamente inferior à Constituição, poderá
uma dica de estudo que pode ser útil na preparação para con-
alterar o seu texto.
curso público. A preparação em Direito Constitucional precisa
Neste ponto caberia a pergunta: o que torna a Constituição observar três passos:
Federal a norma mais importante do Direito Brasileiro? A res-
posta é muito simples: a Constituição possui alguns elementos Leitura da Constituição Federal;
que a distinguem das outras espécies normativas, por exem- Leitura da apostila; NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
plo: Resolução de exercícios.
Os Princípios Constitucionais; O aluno que seguir esses passos certamente chegará à
Os Direitos Fundamentais; aprovação em concurso público. Essa é a melhor orientação
A Organização do Estado; para quem está iniciando os estudos.
A Organização dos Poderes.
Classificações
De nada adiantaria possuir uma Constituição Federal com
A partir de algumas características que possuem as Con-
tantos elementos essenciais ao Estado se não existisse al-
stituições, é possível classificá-las, agrupá-las. As classifi-
guém para protegê-la. O próprio texto constitucional previu
cações abaixo não são as únicas possíveis, realçando apenas
um Guardião para a Constituição, o Supremo Tribunal Federal aqueles elementos mais comumente cobrados nos concursos
(STF). públicos.
O STF é o órgão de cúpula do Poder Judiciário e possui Quanto à origem, a Constituição pode ser Promulgada ou
como atribuição principal a guarda da Constituição. Ele é tão Outorgada. A Constituição Promulgada é aquela decorrente
poderoso que se alguém editar uma norma que contrarie o de um verdadeiro processo democrático para a sua elaboração,
disposto no texto constitucional, o Supremo a declarará incon- fruto de uma Assembleia Nacional Constituinte. A Outorgada
stitucional. Uma norma declarada inconstitucional pelo STF é aquela imposta, unilateralmente, por um governante ou por 205
não produzirá efeitos na sociedade. um grupo de pessoas, ao povo.
Quanto à possibilidade de alteração, mutação, podem ser
206 Flexíveis, Rígidas ou Semirrígidas. As Constituições Flexíveis
não exigem, para a sua alteração, qualquer processo legislativo
especial. As Rígidas, contudo, dependem de um processo leg-
islativo de alteração mais difícil do que aquele utilizado para as
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
ANOTAÇÕES
2. Princípios Fundamentais Poder Executivo
Função principal (típica) de administrar o Estado;
Os Princípios Fundamentais, também chamados de Poder Legislativo
Princípios Constitucionais, formam a base de toda a orga- Função principal (típica) de legislar e fiscalizar as contas
nização do Estado Brasileiro. Como bem citado pelo Profes- públicas;
sor José Afonso da Silva, “os Princípios Fundamentais visam Poder Judiciário
essencialmente definir e caracterizar a coletividade política Função principal (típica) jurisdicional.
e o Estado e enumerar as principais opções político-consti- Além da sua própria função, a Constituição criou uma
tucionais1”. sistemática que permite a cada um dos poderes o exercício da
Exatamente em razão de sua importância, a Constituição Fed- função do outro poder. Essa função acessória chamamos de
eral os colocou logo no início, pois eles são a base de todo o texto. função atípica:
O que se segue a partir desses princípios é mero desdobramento Poder Executivo
de seu conteúdo. Função atípica de legislar e julgar;
Quem se prepara para concurso público deve saber que, Poder Legislativo
quando esse tema é abordado, costuma-se trabalhar questões Função atípica de administrar e julgar;
com o conteúdo previsto nos Arts. 1º ao 4º do texto consti- Poder Judiciário
tucional. Geralmente, aparece apenas texto constitucional
Função atípica de administrar e legislar.
puro, mas, dependendo do concurso, as bancas costumam
cobrar questões doutrinárias mais difíceis. Dessa forma, pode-se dizer que além da própria função,
cada poder exerce de forma acessória a função do outro poder.
Quais princípios serão abordados?
Uma pergunta sempre surge na cabeça dos candidatos:
▷ Princípio da Tripartição dos Poderes; qual dos três poderes é mais importante?
▷ Princípio Federativo; A única resposta possível é a inexistência de poder mais
▷ Princípio Republicano; importante. Cada poder possui sua própria função de forma
▷ Presidencialismo; que não se pode afirmar que exista hierarquia entre os pode-
▷ Princípio Democrático; res do Estado.
▷ Fundamentos da República Federativa do Brasil; Eles são independentes e harmônicos entre si, e para se
▷ Objetivos Fundamentais da República Federativa do garantir essa harmonia, a doutrina norte-americana desen-
Brasil; volveu um sistema que mantém a igualdade entre os poderes:
▷ Princípios que Regem as Relações Internacionais do Sistema de Freios e Contrapesos (checks and balances).
Brasil. O sistema de freios e contrapesos adotado pela nossa Con-
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stituição, revela-se nas inúmeras medidas previstas no texto
Princípio da Tripartição dos Poderes constitucional que condicionam a competência de um poder
à apreciação de outro poder de forma a garantir o equilíbrio
Esse princípio, também chamado de Princípio da Sepa- entre os três poderes. Abaixo estão alguns exemplos delas:
ração dos Poderes, originou-se, historicamente, numa tenta- Exs.:
tiva de limitar os poderes do Estado. Alguns filósofos perce-
A necessidade de sanção do Chefe do Poder Execu-
beram que, se o Poder do Estado estivesse dividido entre três
tivo para que um Projeto de Lei aprovado pelo Poder
entidades diferentes, seria possível que a sociedade exercesse
Legislativo possa entrar em vigor;
um maior controle de sua utilização.
Na verdade, a divisão não é do Poder Estatal, haja vista ser O processo do Chefe do Poder Executivo por crime NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
ele uno, indivisível e indelegável, mas apenas uma divisão das de responsabilidade a ser realizado no Senado Fed-
suas funções. Nos dizeres de José Afonso da Silva: “O poder eral, cuja sessão de julgamento é presidida pelo
político, uno, indivisível e indelegável, se desdobra e se compõe Presidente do STF;
de várias funções, fato que permite falar em distinções das A necessidade de apreciação pelo Poder Legislati-
funções, que fundamentalmente são três: a legislativa, a exec- vo das Medidas Provisórias editadas pelo Chefe do
utiva e a jurisdicional”2. Poder Executivo;
A previsão constitucional desse princípio encontra-se no A nomeação dos ministros do STF é feita pelo Presi-
Art. 2º , que diz: dente da República depois de aprovada pelo Senado
Art. 2º. São Poderes da União, independentes e Federal.
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Ju- Em todas as hipóteses acima apresentadas, faz-se
diciário. necessária a participação de mais de um Poder para a con-
Esses são os três poderes, cada qual responsável pelo secução de um ato administrativo. Isso cria uma verdadeira
desenvolvimento de uma função principal do Estado: relação de interdependência entre os poderes, o que garante o
1 CANOTILHO, J. J. Gomes, e MOREIRA, Vital. Fundamentos da Constituição. In: equilíbrio entre eles.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 33ª Ed. São Paulo: Por último, não se pode esquecer que a separação dos po-
Malheiros, 2010. p. 94. 207
2 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 33ª Ed. São deres é uma das cláusulas pétreas por força do Art. 60, § 4º, III,
Paulo: Malheiros, 2010. p. 108. da Constituição Federal.
Significa dizer que a separação dos poderes não pode ser Por Desagregação
208 abolida do texto constitucional por meio de emenda: Ocorre quando um estado unitário resolve se descentralizar
Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a politicamente, desagregando o poder central em favor de vários
proposta de emenda tendente a abolir: entes titulares de poder político.
III. A separação dos Poderes.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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harmônicos entre si. II. A cidadania;
A Constituição declara, em seu Art. 76, que: III. A dignidade da pessoa humana;
O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da IV. Os valores sociais do trabalho e da livre inicia-
República, auxiliado pelos Ministros de Estado. tiva;
O Presidencialismo possui uma característica muito impor- V. O pluralismo político.
tante, que é a concentração das funções executivas em uma A soberania é um fundamento que possui estreita relação
só pessoa, o Presidente, o qual é eleito pelo povo, e exerce ao com o Poder do Estado. É a capacidade que o Estado tem de
mesmo tempo três funções: Chefe de Estado, Chefe de Gover- impor sua vontade. Esse princípio possui uma dupla acepção:
no, e Chefe da Administração Pública. soberania interna e externa. NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
A função de Chefe de Estado diz respeito a todas as A soberania interna é a capacidade de impor o poder es-
atribuições do Presidente nas relações externas do País. Como tatal no âmbito interno, perante os administrados, sem se su-
Chefe de Governo, o Presidente possui inúmeras atribuições in- jeitar a qualquer outro poder.
ternas no que tange à governabilidade do país. Já como Chefe A soberania externa é percebida pelo reconhecimento dos
da Administração Pública, o Presidente exercerá as funções outros Estados soberanos de que o Estado Brasileiro possui
relacionadas com a chefia da Administração Pública Federal. sua própria autonomia no âmbito internacional.
A cidadania como princípio revela a condição jurídica de
Democracia quem é titular de Direitos Políticos. Ela permite ao indivíduo
Este princípio revela o Regime de Governo adotado no que possui vínculo jurídico com o Estado participar de suas de-
Brasil. Caracteriza-se pela existência do Estado Democrático cisões e escolher seus representantes. O exercício da cidadania
de Direito e pela preservação da dignidade da pessoa humana. guarda estreita relação com a Democracia, pois essa autoriza a
A democracia significa o governo do povo, pelo povo e participação popular na formação da vontade estatal.
para o povo. É a chamada soberania popular. Sua fundamen- A dignidade da pessoa humana é considerada o
tação constitucional encontra-se no Art. 1º da CF: princípio com maior hierarquia axiológica da Constituição.
Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, Sua importância se traduz na medida em que deve ser as-
que o exerce por meio de representantes eleitos ou di- segurada, primordialmente, pelo Estado, mas também deve 209
retamente, nos termos desta Constituição. ser observada nas relações particulares. Como fundamento,
embasa toda a gama de direitos fundamentais, os quais es- Objetivos Fundamentais da
210 tão ligados em sua origem a esse princípio. A dignidade da
pessoa humana representa o núcleo mínimo de direitos e República Federativa do Brasil
garantias que devem ser assegurados aos seres humanos.
O valor social do trabalho e da livre iniciativa revela a Outro grupo de Princípios Constitucionais que costuma ser
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
adoção de uma economia capitalista ao mesmo tempo em que cobrado em prova é o dos Objetivos da República Federativa do
elege o trabalho como elemento responsável pela valorização Brasil, os quais estão previstos no Art. 3º da Constituição Federal:
social. Ao mesmo tempo em que a Constituição garante uma
liberdade econômica, protege o trabalho como elemento rela- Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da
cionado à dignidade do indivíduo como membro da sociedade. República Federativa do Brasil:
O Pluralismo Político, ao contrário do que parece, não está I. Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
relacionado apenas com a pluralidade de partidos políticos, de-
vendo ser entendido sob um sentido mais amplo, pois revela uma II. Garantir o desenvolvimento nacional;
sociedade em que pluralidade de ideias se torna um ideal a ser III. Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
preservado. Liberdades, como de expressão, religiosa ou política as desigualdades sociais e regionais;
estão entre as formas de manifestação desse princípio.
Geralmente, quando esse tema é cobrado em prova, costu- IV. Promover o bem de todos, sem preconceitos de
ma ser questionado apenas o texto constitucional. origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
SOBERANIA formas de discriminação.
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GArantir o desenvolvimento
nacional
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muito importante que se revela por meio do grande rol de
direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição
Federal.
O Brasil defende a autodeterminação dos povos. Por
esse princípio, respeitam-se as decisões e escolhas de cada
povo. Entende-se que cada povo é capaz de escolher o seu
próprio caminho político e de resolver suas crises internas
sem necessidade de intervenção externa de outros países.
Esse princípio se completa ao da não intervenção no mes-
mo sentido de preservação e respeito à soberania dos de-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
mais Estados.
Esses princípios se completam juntamente com o da igual-
dade entre os Estados, sendo que cada país é reconhecido
como titular de soberania na mesma proporção que os demais,
sem hierarquia entre eles.
Com uma ampla gama de garantias constitucionais, não
poderia ficar de lado a defesa da paz como princípio funda-
mental, ao mesmo tempo que funciona como bandeira defen-
dida pelo Brasil em suas relações internacionais. No mesmo
sentido, a solução pacífica dos conflitos revela o lado concili-
ador do governo brasileiro, que por vezes intermedeia relações
conturbadas entre outros chefes de estado.
O repúdio ao terrorismo e ao racismo é princípio decor-
rente da dignidade da pessoa humana; terrorismo e racismo
são tomados como inaceitáveis em sociedades modernas.
O Estado Brasileiro tem-se destacado na cooperação en- 211
tre os povos para o progresso da humanidade, envolvendo-se
212
3. Direitos Fundamentais - Essa classificação encontra-se distribuída entre os Arts. 5º
e 17 do texto constitucional e é normalmente chamada pela
Regras Gerais doutrina de Conceito Formal dos Direitos Fundamentais. O Con-
ceito Formal é o que a Constituição Federal resolveu classificar
Os direitos e garantias fundamentais estão entre os temas como sendo Direito Fundamental. É o rol de direitos fundamen-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
mais cobrados em provas. Além de questões envolvendo a tais previstos expressamente no texto constitucional.
literalidade do texto constitucional, encontramos aqui muitas Costuma-se perguntar nas provas: “O rol de direitos fun-
discussões doutrinárias e jurisprudências que tornam essa damentais é um rol exaustivo? Ou melhor, taxativo?” O que se
matéria uma fonte inesgotável de questões. quer saber é se o rol de direitos fundamentais é só aquele que
Procura-se nas próximas páginas apresentar as principais está expresso na Constituição ou não.
questões levantadas na doutrina e nos tribunais, sempre privi- Responde-se a essa questão com o § 2º do Art. 5º, que diz:
legiando as posições adotadas pelas bancas organizadoras de
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constitu-
concurso público.
ição não excluem outros decorrentes do regime e dos
Inicia-se o estudo pelas Regras Gerais aplicáveis aos princípios por ela adotados, ou dos tratados interna-
direitos fundamentais, tema que tem sido priorizado pelas cionais em que a República Federativa do Brasil seja
maiores organizadoras de concursos do país. parte.
Conceito Isso significa que o rol não é taxativo, mas exemplificativo.
A doutrina costuma chamar esse parágrafo de Cláusula de Ab-
Os direitos e garantias fundamentais são institutos jurídi- ertura Material, que é exatamente a possibilidade de existirem
cos que foram criados no decorrer do desenvolvimento da hu- outros direitos fundamentais, ainda que fora do texto consti-
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manidade e se constituem de normas protetivas que formam tucional. Esse seria o Conceito Material dos direitos fundamen-
um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição hu- tais, ou seja, todos os direitos fundamentais que possuem a
mana. essência fundamental, ainda que não estejam expressos no
texto constitucional.
Amplitude Horizontal e Vertical
Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo Características
diante do poder do Estado. Mas não só do Estado. Os direit- O elemento jurídico acima abordado, além de explicar a pos-
os e garantias fundamentais também constituem normas de
sibilidade de se inserirem novos direitos fundamentais no rol dos
proteção do indivíduo em relação aos outros indivíduos da
que já existem expressamente na Constituição Federal, também
sociedade.
constitui uma das características que serão abordadas a seguir:
E é exatamente nesse ponto que surgem os conceitos de
Historicidade
Amplitude Horizontal e Amplitude Vertical. Amplitude verti-
cal é o efeito protetor que as normas definidoras de direitos e Essa característica revela que os Direitos Fundamentais são
garantias fundamentais produzem para um indivíduo diante frutos da evolução histórica da humanidade. Significa que eles
do Estado. Já a amplitude horizontal é o efeito protetor que as evoluem com o passar do tempo.
normas definidoras de direitos e garantias fundamentais pro- Inalienabilidade
duzem para um indivíduo diante dos outros indivíduos. Os direitos fundamentais não podem ser alienados, não podem
ser negociados, não podem ser transigidos.
ESTADO Irrenunciabilidade
Os direitos fundamentais não podem ser renunciados.
Imprescritibilidade
Amplitude
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titulares de direitos fundamentais por não residirem no país? É
dividual. Estão entre estes direitos as liberdades públicas, civis claro que não. Para melhor se compreender o termo “residen-
e políticas. te”, o STF o tem interpretado de forma mais ampla no sentido
2ª Dimensão – estes direitos surgem na tentativa de redu- de abarcar todos aqueles que estão no país. Ou seja, todos os
zirem as desigualdades sociais provocadas pela primeira di- que estão no território brasileiro, independentemente de resi-
mensão. Por isso, são conhecidos como direitos de igualdade. direm no país, são titulares de direitos fundamentais.
Para reduzir as diferenças sociais, o Estado precisa interferir na Mas será que, para ser titular de direitos fundamentais,
sociedade: essa interferência reflete a conduta positiva adota- é necessário ter a condição humana? Ao contrário do que
da por meio de prestações sociais. São exemplos de direitos de parece, não é necessário. Tem-se reconhecido como titulares
segunda dimensão: os direitos sociais, econômicos e culturais. de direitos fundamentais as pessoas jurídicas. Ressalta-se que
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
3ª Dimensão – aqui estão os conhecidos direitos de frater- não só as pessoas jurídicas de direito privado, mas também as
nidade. São direitos que refletem um sentimento de solidarie- pessoas jurídicas de direito público.
dade entre os povos na tentativa de preservarem os direitos de
toda a coletividade. São de terceira geração o direito ao meio Cláusulas Pétreas e os Di-
ambiente saudável, o direito ao progresso da humanidade, ao reitos Fundamentais
patrimônio comum, entre outros.
O Art. 60, § 4º da Constituição Federal, traz o rol das
4ª Dimensão – esses direitos ainda não possuem um posi- chamadas Cláusulas Pétreas:
cionamento pacífico na doutrina, mas costuma-se dizer que
nesta dimensão ocorre a chamada globalização dos direitos fun- § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir:
damentais. São direitos que rompem com as fronteiras entre os
Estados. São direitos de todos os seres humanos, independente- I. A forma federativa de Estado;
mente de sua condição, como o direito à democracia, ao plural- II. O voto direto, secreto, universal e periódico;
ismo político. São também considerados direitos de 4ª geração III. A separação dos Poderes;
os direitos mais novos, que estão em construção, como o direito IV. Os direitos e garantias individuais.
genético ou espacial. As Cláusulas Pétreas são núcleos temáticos formados
5ª Dimensão – essa é a mais nova dimensão defendida por por institutos jurídicos de grande importância, os quais não 213
alguns doutrinadores. É formado basicamente pelo direito à podem ser retirados da Constituição. Observe-se que o tex-
to proíbe a abolição desses princípios, mas não impede que Daí a doutrina chamá-la de norma contível, restringível
214 os mesmos sejam modificados, no caso, para melhor. Isso já ou redutível. Essas espécies permitem que outra norma re-
foi cobrado em prova. É importante notar que o texto con- duza a sua aplicabilidade. São normas que produzem efeitos
stitucional prevê no inciso IV como sendo Cláusulas Pétreas imediatos, mas esses efeitos podem ser restringidos.
apenas os direitos e garantias individuais. Pela literalidade Ex.: Art. 5º, VII, XII, XIII, XV, XXVII, XXXIII; Art. 9º; Art. 37, I;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
da Constituição, não são todos os direitos fundamentais que Art. 170, parágrafo único; entre outros.
são protegidos por esse instituto, mas apenas os de caráter Já as normas de eficácia limitada são desprovidas de
individual. Parte da doutrina e da jurisprudência entende que eficácia social. Diz-se que as normas de eficácia limitada não
essa proteção deve ser ampliada, abrangendo os demais di- são autoaplicáveis, possuem aplicabilidade indireta, mediata e
reitos fundamentais. Deve-se ter atenção com esse tema em reduzida ou diferida.
prova, pois já foram cobrados os dois posicionamentos. São normas que dependem de outra para produzirem
efeitos. O que as difere das normas de eficácia contida é a
Eficácia dos Direitos Fundamentais dependência de outra norma para que produza efeitos soci-
O § 1º do Art. 5º da Constituição Federal prevê que: ais. Enquanto as de eficácia contida produzem efeitos imedi-
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias atos, os quais poderão ser restringidos posteriormente, as de
fundamentais têm aplicação imediata. eficácia limitada dependem de outra norma para produzirem
Quando a Constituição Federal se refere à aplicação de efeitos. Deve-se ter cuidado para não pensar que essas es-
uma norma, na verdade está falando da sua eficácia. pécies normativas não possuem eficácia. Como se afirmou an-
Esse tema é sempre cobrado em provas de concurso. Com teriormente, elas possuem eficácia jurídica, mas não possuem
o intuito de obter uma melhor compreensão, é necessário con- eficácia social. As normas de eficácia limitada são classifica-
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ceituar, classificar e diferenciar os vários níveis de eficácia das das, ainda, em:
normas constitucionais. ▷ Normas de eficácia limitada de princípio institutivo
Para que uma norma constitucional seja aplicada é indis- (organizativo ou organizatório);
pensável que a ela possua eficácia. ▷ Normas de eficácia limitada de princípio programáti-
Se os efeitos produzidos se restringem ao âmbito normativo, co.
tem-se a chamada eficácia jurídica, ao passo que, se os efeitos As normas de eficácia limitada de princípio institutivo são
são concretos, reais, tem-se a chamada eficácia social. Eficácia aquelas que dependem de outra norma para organizar ou in-
jurídica, portanto, é a capacidade que uma norma constitucional stituir estruturas, entidades ou órgãos.
tem de revogar todas as outras normas que com ela apresen- Ex.: Art. 18, § 2º; Art. 22, Parágrafo único; Art. 25, § 3º;
tem divergência. Já a eficácia social, também conhecida como Art. 33; Art. 88; Art. 90, §2º; Art. 102, §1º; Art. 107, §1º; Art.
efetividade, é a aplicabilidade na prática, concreta, da norma. 113; Art. 121; Art. 125, §3º; 128, §5º; Art. 131; entre outros.
Todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, mas
As normas de eficácia limitada de princípio programático
nem todas possuem eficácia social. Logo, é possível afirmar que
são aquelas que apresentam verdadeiros objetivos a serem
todas as normas constitucionais possuem eficácia. O problema
perseguidos pelo Estado, programas a serem implementados.
surge quando uma norma constitucional não pode ser aplicada
Em regra, possuem fins sociais.
na prática, ou seja, não possui eficácia social.
Ex.: Art. 7º, XI, XX, XXVII; Art. 173, §4º; Art. 196; Art. 205;
Para explicar esse fenômeno, foram desenvolvidas várias
Art. 215; Art. 218; Art. 227; entre outros.
classificações acerca do grau de eficácia de uma norma con-
stitucional. A classificação mais adotada pela doutrina e mais O Supremo Tribunal Federal (STF) possui algumas de-
cobrada em prova é a adotada pelo professor José Afonso da cisões que conferiram o grau de eficácia limitada aos seguintes
Silva1. Para esse estudioso, a eficácia social se classifica em: dispositivos:
Eficácia Plena; Ex.: Art. 5º, LI; Art. 37, I; Art. 37, VII; Art. 40, § 4º; Art. 18,
Eficácia Contida; §4º.
Eficácia Limitada. Feitas as considerações iniciais sobre esse tema, resta sa-
ber o que o § 1º do Art. 5º da CF quis dizer com “aplicação
As normas de eficácia plena são aquelas autoaplicáveis.
imediata”. Para traduzir essa expressão, basta analisar a ex-
São normas que possuem aplicabilidade direta, imediata e in-
plicação apresentada anteriormente. Segundo a doutrina, as
tegral. Seus efeitos práticos são plenos. É uma norma que não
normas que possuem aplicação imediata ou são de eficácia
depende de complementação legislativa para produzir efeitos.
plena ou contida. Ao que parece, o texto constitucional quis re-
Veja os exemplos:
stringir a eficácia dos direitos fundamentais em plena ou con-
Ex.: Art. 1º; Art. 5º, caput e incisos XXXV e XXXVI; Art. 19;
tida, não existindo, em regra, normas definidoras de direitos
Art. 21; Art. 53; Art. 60, § 1º e 4º; Art. 69; Art. 128, § 5º, I e II;
fundamentais com eficácia limitada. Entretanto, pelos próprios
Art. 145, § 2º; entre outros.
exemplos aqui apresentados, não é essa a realidade do texto
As normas de eficácia contida também são autoaplicá- constitucional. Certamente, existem normas de eficácia limita-
veis. Assim como as normas de eficácia plena, elas possuem da entre os direitos fundamentais (7º, XI, XX, XXVII). A dúvida
aplicabilidade direta e imediata. Contudo, sua aplicação não que surge então é: como responder na prova?
é integral. É neste ponto que a eficácia contida se diferencia da
eficácia plena. A norma de eficácia contida nasce plena, mas A doutrina e o STF têm entendido que, apesar do texto
pode ser restringida por outra norma. expresso na Constituição Federal, existem normas definido-
1 Silva, José Afonso da. “Curso de Direito Constitucional Positivo”. 27ª edição. São ras de direitos fundamentais que não possuem aplicabilidade
Paulo: Malheiros, 2005. imediata, as quais são de eficácia limitada. Diante dessa con-
tradição, a doutrina tem orientado no sentido de se conferir a Ainda há os tratados internacionais que não falam de
maior eficácia possível aos direitos fundamentais. Em prova, direitos humanos. São tratados que falam de outros temas,
pode ser cobrada tanto uma questão abordando o texto puro por exemplo, o comércio. Esses tratados possuem força
da Constituição Federal quanto o posicionamento da doutrina. normativa de Lei Ordinária.
Deve-se responder conforme for perguntado. Para o tratado ser equivalente à emenda constitucional,
A Constituição previu dois instrumentos para garantir a tem que ser aprovado nas duas casas do Congresso Nacional,
efetividade das normas de eficácia limitada: Ação Direta de em dois turnos, pelo voto de 3/5 dos membros.
Inconstitucionalidade por omissão e o Mandado de Injunção.
Em suma, são três as forças normativas dos Tratados Interna-
Todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, cionais:
mas nem todas possuem eficácia social.
EMENDA À CON-
JURÍDICA PLENA STITUIÇÃO
EFICÁCIA
TRATADOS NORMA
PRINCÍPIO INTERNACIONAIS SUPRALEGAL
SOCIAL CONTIDA ORGANIZATIVO
LEI ORDINÁRIA
LIMITADA
PRINCÍPIO
Tribunal Penal Internacional - TPI
PROGRAMÁTICO Há outra regra muito interessante prevista no § 4º do
Art. 5º da Constituição:
§ 4º - O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
Força Normativa dos É o chamado Tribunal Penal Internacional. Mas o que é o
Tratados Internacionais Tribunal Penal Internacional? É uma corte permanente, local-
Uma regra muito importante para a prova é a que está pre- izada em Haia, na Holanda, com competência de julgamento
vista no § 3º do Art. 5º: dos crimes contra a humanidade.
§3º - Os tratados e convenções internacionais sobre É um Tribunal, pois tem função jurisdicional; é Penal
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direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa porque só julga crimes; é Internacional, haja vista sua com-
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin- petência não estar restrita à fronteira de um só Estado.
tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva- Mas uma coisa deve ser esclarecida. O TPI não julga
lentes às emendas constitucionais. qualquer tipo de crime. Só os crimes que tenham repercussão
Esse dispositivo constitucional apresenta a chamada Força para toda a humanidade. Geralmente, são crimes de guerra,
Normativa dos Tratados Internacionais. agressão estrangeira, genocídio, dentre outros.
Segundo o texto constitucional, é possível que um tratado Apesar de ser um tribunal com atribuições jurisdicionais, o
internacional possua força normativa de emenda constitucion- TPI não faz parte do Poder Judiciário brasileiro. Sua competên-
al, desde que preencha os seguintes requisitos:
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
cia é complementar à jurisdição nacional, não ofendendo, por-
Tem que falar de direitos humanos; tanto, a soberania do Estado brasileiro. Isso significa que o TPI só
▷ Tem que ser aprovado nas duas casas legislativas age quando a Justiça Brasileira se omite ou é ineficaz.
do Congresso Nacional, ou seja, na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal; Direitos X Garantias
▷ Tem que ser aprovado em dois turnos em cada casa; Muitos questionam se direitos e garantias são a mesma
▷ Tem que ser aprovado por 3/5 dos membros em coisa, mas a melhor doutrina tem diferenciado esses dois in-
cada turno de votação, em cada casa. stitutos.
Preenchidos esses requisitos, o Tratado Internacional terá
Os direitos são os próprios direitos previstos na Constituição
força normativa de Emenda à Constituição.
Federal. São os bens jurídicos tutelados pela Constituição. Eles rep-
Mas surge a seguinte questão: e se o Tratado Interna- resentam por si só esses bens.
cional for de Direitos Humanos e não preencher os requi-
sitos constitucionais previstos no § 3º do Art. 5º da Con- As garantias são instrumentos de proteção dos direitos.
stituição? Qual será sua força normativa? Segundo o STF, São ferramentas disponibilizadas pela Constituição para a
caso o Tratado Internacional fale de direitos humanos, mas fruição dos direitos.
não preencha os requisitos do § 3º do Art. 5º da CF, ele terá Apesar da diferença entre os dois institutos é possível afir- 215
força normativa de Norma Supralegal. mar que toda garantia é um direito.’
216
4. Direitos Fundamentais - Aborto sentimental
II. Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é pre-
Direitos e Deveres Individuais e Cole- cedido de consentimento da gestante ou, quando
incapaz, de seu representante legal.
tivos
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Direito à propriedade;
II. Em legítima defesa;
Direito à segurança.
Em linhas gerais e de forma exemplificativa, o estado de
Percebe-se que os 78 incisos do Art. 5º, de certa forma,
necessidade permite que, diante de uma situação de perigo,
decorrem de um desses direitos que podem ser chamados
uma pessoa possa, para salvar uma vida, tirar a vida de out-
de “direitos raízes”. Utilizando essa divisão, a seguir serão
abordados os incisos mais importantes desse artigo, tendo em ra pessoa. Na legítima defesa, caso sua vida seja ameaçada
vista a preparação para a prova. Logicamente, não conseguire- por alguém, existe legitimidade em retirar a vida de quem o
mos abordar todos os incisos, o que não tira a responsabili- ameaçou.
dade de lê-los. Outro ponto que deve ser ressaltado é que o direito à vida
não está adstrito apenas ao fato de se estar vivo. Quando a
Direito à Vida constituição protege o direito à vida, a faz em suas diversas
Ao falar desse direito, que é considerado pela doutrina acepções. Existem dispositivos constitucionais que protegem
como o direito mais fundamental de todos, por ser um pres- o direito à vida no que tange a sua preservação da integridade
suposto para o exercício dos demais direitos, enfrenta-se um física e moral (Art. 5º, III, V, XLVII, XLIX; Art. 199, §4º. A Consti-
primeiro desafio: esse direito é absoluto? tuição também protege o direito à vida no que tange à garan-
Assim como os demais direitos, o direito à vida não é absoluto. tia de uma vida com qualidade (Arts. 6º; 7º, IV; 196; 205; 215).
São várias as justificativas existentes para considerá-lo um direito
passível de flexibilização: Direito à Igualdade
Pena de Morte Igualdade Formal X Igualdade Material
Uma que já apareceu em prova: existe pena de morte no Possui como sinônimo o termo Isonomia. A doutrina clas-
Brasil? sifica esse direito em:
A sua resposta tem que ser “SIM”. A alínea “a” do inciso Igualdade Formal
XLVII do Art. 5º traz essa previsão expressamente: Traduz-se no termo “todos são iguais perante a lei, sem dis-
XLVII. Não haverá penas: tinção de qualquer natureza”. É o previsto no caput do Art. 5º.
a) de morte, salvo em caso de guerra declara- É uma igualdade jurídica, que não se preocupa com a realidade,
da, nos termos do Art. 84, XIX; mas apenas evita que alguém seja tratado de forma discrimi-
Todas as vezes que a Constituição traz uma negação acom- natória.
panhada de uma exceção, estamos diante de uma possibili- Igualdade Material
dade. Também chamada de igualdade efetiva ou substancial. É
Aborto a igualdade que se preocupa com a realidade. Traduz-se na
seguinte expressão: “tratar os iguais com igualdade e os desi-
A prática de aborto no Brasil é permitida? O Art. 128 do
1 O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente
Código Penal Brasileiro apresenta duas possibilidades de a ação para declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a
prática de aborto que são verdadeiras excludentes de ilicitude: interrupção da gravidez de feto anencéfalo é conduta tipificada nos artigos 124,
126, 128, incisos I e II, todos do Código Penal, contra os votos dos Senhores Minis-
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: tros Gilmar Mendes e Celso de Mello que, julgando-a procedente, acrescentavam
Aborto necessário condições de diagnóstico de anencefalia especificadas pelo Ministro Celso de Mel-
lo; e contra os votos dos Senhores Ministros Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso
I. Se não há outro meio de salvar a vida da ges- (Presidente), que a julgavam improcedente. Impedido o Senhor Ministro Dias Tof-
tante; foli. Plenário, 12.04.2012. ADPF 54 – Relator Min. Marco Aurélio.
guais com desigualdade, na medida das suas desigualdades”. Deve ser Necessário ao Exercício do Cargo
Esse tipo de igualdade confere um tratamento com justiça O critério discriminatório deve ser necessário ao exercício
para aqueles que não a possuem. do cargo. A título de exemplo: seria razoável exigir para um
cargo de policial militar, altura mínima ou mesmo, idade máx-
Todos são iguais perante ima, que representam vigor físico, tendo em vista a natureza
Formal a lei, sem distinção de
qualquer natureza do cargo que exige tal condição. As mesmas condições não
poderiam ser exigidas para um cargo de técnico judiciário, por
não serem necessárias ao exercício do cargo.
Igualdade
Em suma, podem ser exigidos critérios discriminatórios
desde que previstos em lei e que sejam necessários ao exer-
Tratar os iguais com igual-
Material dade e os desiguais com cício do cargo, observados os critérios de proporcionalidade
desigualdade e razoabilidade.
Esse tema sempre tem sido alvo de questões em prova,
A igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para con- principalmente sob o aspecto jurisprudencial. Veja este exem-
ferir um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por plo de questão:
diversas vezes, um tratamento igualitário não consegue atender
a todas as necessidades práticas. Faz-se necessária a utilização
Ações Afirmativas
da igualdade em seu aspecto material para que se consiga pro- Como formas de concretização da igualdade material
duzir um verdadeiro tratamento isonômico. foram desenvolvidas políticas públicas de compensação di-
Imaginemos as relações entre homens e mulheres. A regra rigidas às minorias sociais chamadas de Ações Afirmativas
é que homem e mulher são tratados da mesma forma conforme ou Discriminações Positivas. São verdadeiras ações de cunho
previsto no inciso I do Art. 5º: social que visam a compensar possíveis perdas que determi-
I. Homens e mulheres são iguais em direitos e nados grupos sociais tiveram ao longo da história de suas vi-
obrigações, nos termos desta Constituição; das. Quem nunca ouviu falar nas “quotas para os pobres nas
Universidades” ou ainda, “reserva de vagas para deficientes
Contudo, em diversas situações, homens e mulheres serão
em concursos públicos”? Essas são algumas das espécies de
tratados de forma diferente:
ações afirmativas desenvolvidas no Brasil.
Licença-Maternidade
Mas por que reservar vagas para deficientes em concursos
Tem duração de 120 dias para a mulher. Para o homem, apenas
públicos? Ora, é óbvio que o deficiente, qualquer que seja sua
5 dias de licença-paternidade;
deficiência, quando se prepara para um concurso público pos-
Aposentadoria
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sui muito mais dificuldade que uma pessoa que tem a pleni-
A mulher se aposenta 5 anos mais cedo que o homem; tude de seu vigor físico. Em razão dessa diferença, o Estado,
Serviço Militar Obrigatório na tentativa de reduzir a desigualdade existente entre os con-
Só o homem está obrigado. correntes, resolveu compensar a limitação de um portador de
Essas são algumas das situações em que são permitidos necessidades especiais reservando-lhe vagas especiais.
tratamentos desiguais entre as pessoas. As razões que justifi- Perceba que, ao contrário do que parece, quando se res-
cam essa discriminação são as diferenças efetivas que existem ervam vagas num concurso público para deficientes estamos
entre os homens e as mulheres em cada uma das hipóteses. diante de um nítido tratamento discriminatório, que nesse
Exemplificando, a mulher tem mais tempo para se recuperar caso é justificável pelas diferenças naturais entre o concorrente NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
em razão da nítida distinção do desgaste feminino para o mas- sadio e o concorrente deficiente. Lembre-se de que igual-
culino no que tange ao parto. É indiscutível que, por mais des- dade material é tratar iguais com igualdade e desiguais com
gastante que seja o nascimento de um filho para o pai, nada se desigualdade. O que se faz por meio dessas políticas de com-
compara ao sofrimento suportado pela mãe. Por essa razão, a pensação é tratar os desiguais com desigualdade, na medida
licença-maternidade é maior que a licença-paternidade. de suas desigualdades. Só dessa forma é possível alcançar um
Igualdade nos Concursos Públicos verdadeiro tratamento isonômico entre os candidatos.
O tema diz respeito à igualdade nos concursos públicos. Se- Por fim, destaca-se o fato de o STF ter declarado consti-
ria possível restringir o acesso a um cargo público em razão do tucional a política de cotas étnico-raciais para seleção de estu-
sexo de uma pessoa? Ou por causa de sua altura? Ou ainda, pela dantes em universidades públicas pacificando uma discussão
idade que possui? antiga sobre esse tipo de ação afirmativa.
Essas questões encontram a mesma resposta: sim! É pos- Direito à Liberdade
sível, desde que os critérios discriminatórios preencham al- O direito à liberdade pertence à primeira geração de dire-
guns requisitos: itos fundamentais por expressarem os direitos mais ansiados
Deve ser Fixado em Lei pelos indivíduos como forma de defesa diante do Estado. O
Não basta que os critérios estejam previstos no edital, pre- que se verá a seguir são algumas das acepções desse direito 217
cisam estar previstos em lei, no seu sentido formal. que podem ser cobradas em prova.
Liberdade de Ação I. Obrigação de permanência em localidade deter-
218 minada;
O inciso II do Art. 5º apresenta aquilo que a doutrina cha-
II. Detenção em edifício não destinado a acusados
ma de liberdade de ação:
ou condenados por crimes comuns;
II. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de faz-
Outro ponto interessante refere-se à possibilidade de
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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Esse direito permite a qualquer pessoa que, em razão de sua de Autor-
ização
crença ou consciência, deixe de cumprir uma obrigação im-
posta sem que com isso sofra alguma consequência em seus
direitos. Tal permissivo constitucional encontra uma limitação Outro ponto que já foi alvo de questão de prova é a possi-
prevista expressamente no texto em análise. No caso de uma bilidade de restrição desse direito no Estado de Sítio e no Esta-
obrigação imposta a todos, se o indivíduo recusar-se ao seu do de Defesa. O problema está na distinção entre as limitações
cumprimento, ser-lhe-á oferecida uma prestação alternativa. que podem ser adotadas em cada uma das medidas:
Não a cumprindo também, a Constituição permite que direitos Art. 136, § 1º - O decreto que instituir o estado de
sejam restringidos. O Art. 15 prescreve que os direitos restrin- defesa determinará o tempo de sua duração, espe- NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
gidos serão os direitos políticos: cificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vig-
perda ou suspensão só se dará nos casos de: orarem, dentre as seguintes:
IV. Recusa de cumprir obrigação a todos imposta I. Restrições aos direitos de:
ou prestação alternativa, nos termos do Art. 5º, VIII; a) reunião, ainda que exercida no seio das as-
Liberdade de Reunião sociações;
Acerca dessa liberdade, é importante ressaltar as condições Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado
estabelecidas pelo texto constitucional: com fundamento no Art. 137, I, só poderão ser toma-
XVI. Todos podem reunir-se pacificamente, sem das contra as pessoas as seguintes medidas:
armas, em locais abertos ao público, independen- IV. Suspensão da liberdade de reunião;
temente de autorização, desde que não frustrem Ao passo que no Estado de Defesa ocorrerão restrições
outra reunião anteriormente convocada para o ao direito de reunião, no Estado de Sítio ocorrerá a suspensão
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à desse direito.
autoridade competente;
Enumerando-as, de forma a facilitar o estudo, tem-se Estado de Defesa Restrição
que as condições estabelecidas para o exercício do direito à 219
reunião são: Estado de Sítio Suspensão
Liberdade de Associação
220
São vários os dispositivos constitucionais que regulam a
ANOTAÇÕES
liberdade de associação:
XVII. É plena a liberdade de associação para fins
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Dissolução
Transitada em
Julgado
5. Direitos Fundamentais - • Desapropriação pelo Mero Interesse Público
Essa modalidade é utilizada pelo Estado quando o inter-
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos esse social ou a utilidade pública prevalecem sobre o direito
individual. Nesse tipo de desapropriação, destaca-se que o
proprietário nada fez para merecê-la, contudo, o interesse
Direito à Propriedade público exige que determinada área seja desapropriada. É
Quando se fala em direito à propriedade, alguns atrib- o caso de construção de uma rodovia que exige a desapro-
utos que lhe são inerentes aparecem imediatamente. Pro- priação de várias propriedades para o asfaltamento da via.
priedade é a faculdade que uma pessoa tem de usar, gozar Conforme o texto da Constituição:
dispor de um bem. O texto constitucional garante esse di- XXIV. A lei estabelecerá o procedimento para de-
reito de forma expressa: sapropriação por necessidade ou utilidade pública,
Art. 5º, XXII. É garantido o direito de propriedade. ou por interesse social, mediante justa e prévia in-
Apesar de esse direito aparentar possuir um caráter abso- denização em dinheiro, ressalvados os casos pre-
luto, quando se investiga mais a fundo esse tema, percebe-se vistos nesta Constituição;
que ele possui vários limitadores no próprio texto constitucio- Deve ser destacado que essa modalidade de desapro-
nal. E é isso que se passa a analisar agora. priação gera direito à indenização, que deve ser paga em din-
heiro, previamente e com valor justo.
Limitações • Desapropriação-Sanção
Dentre as limitações existentes na Constituição, estão: Nesta modalidade, o proprietário, por algum motivo, não
observou a função social da propriedade. Por esse motivo, é
Função Social chamada de Desapropriação-sanção, haja vista ser uma verda-
A Constituição exige em seu Art. 5º que a propriedade deira punição. Segundo a CF, essa desapropriação gera direito
atenda a sua função social: à indenização, que deverá ser paga em títulos da dívida pública
XXIII. A propriedade atenderá a sua função social; ou agrária. Segundo os Art. 182, § 4º, III e 184 da Constituição:
Isso significa que a propriedade não é tão individual quan- Art. 182, § 4º - É facultado ao Poder Público municipal,
to pensamos. A necessidade de observância da função social mediante lei específica para área incluída no plano dire-
demonstra que a propriedade é muito mais que uma titulari- tor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do
dade privada. Esse direito possui reflexos em toda a sociedade. solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado,
É só imaginar uma propriedade imóvel, um terreno urbano, que, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
apesar de possuir um proprietário, fica abandonado. Cresce o
I. Parcelamento ou edificação compulsórios;
mato, as pessoas começam a jogar lixo naquele lugar, alguns
II. Imposto sobre a propriedade predial e territorial
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criminosos começam a utilizar aquele ambiente para prática de
urbana progressivo no tempo;
atividades ilícitas. Veja quantas coisas podem acontecer numa III. Desapropriação com pagamento mediante
propriedade e que importarão em consequências gravosas para títulos da dívida pública de emissão previamente
o meio social mais próximo. É por isso que a propriedade tem aprovada pelo Senado Federal, com prazo de res-
que atender a sua função social. gate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
Requisição Administrativa sucessivas, assegurados o valor real da indenização
e os juros legais.
Consta no inciso XXV do Art. 5º:
Art. 184. Compete à União desapropriar por interes-
XXV. No caso de iminente perigo público, a au- se social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural
toridade competente poderá usar de propriedade que não esteja cumprindo sua função social, mediante
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
particular, assegurada ao proprietário indeni- prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária,
zação ulterior, se houver dano; com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis
Essa é a chamada Requisição Administrativa. Esse instituto no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de
permite que a propriedade seja limitada pela necessidade de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
se solucionar situação de perigo público. Não se trata de uma • Desapropriação Confiscatória
forma de desapropriação, pois o dono da propriedade requis- Por último, tem-se essa modalidade prevista no Art. 243
itada não a perde, apenas a empresta para uso público, sendo da Constituição:
garantido, posteriormente, havendo dano, direito a indeni- Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de
zação. Esse instituto limita o caráter absoluto da propriedade. qualquer região do País onde forem localizadas
Veja um exemplo de como esse tema pode ser cobrado culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a ex-
em prova: ploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a
Desapropriação programas de habitação popular, sem qualquer in-
É a perda da propriedade. Esse é o limitador por excelência denização ao proprietário e sem prejuízo de outras
do direito, restringindo o caráter perpétuo da propriedade. A sanções previstas em lei, observado, no que couber,
seguir, estão exemplificadas as três modalidades de desapro- o disposto no Art. 5º. (Redação dada pela Emenda 221
priação: Constitucional nº 81, de 2014)
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor a) a proteção às participações individuais em
222 econômico apreendido em decorrência do tráfi- obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
co ilícito de entorpecentes e drogas afins e da ex- humanas, inclusive nas atividades desportivas;
ploração de trabalho escravo será confiscado e re- b) o direito de fiscalização do aproveitamento
verterá a fundo especial com destinação específica, econômico das obras que criarem ou de que par-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Consti- ticiparem aos criadores, aos intérpretes e às re-
tucional nº 81, de 2014) spectivas representações sindicais e associativas;
É a desapropriação que ocorre com a propriedade uti- Já a propriedade industrial encontra-se protegida no in-
lizada para cultivo de plantas psicotrópicas. Nesse caso, ciso XXIX:
não haverá indenização, mas o proprietário poderá ser pro- XXIX. A lei assegurará aos autores de inventos in-
cessado pela prática de ilícito penal. dustriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à pro-
Desapropriação por priedade das marcas, aos nomes de empresas e
Indenizada em Dinheiro
Interesse Público a outros signos distintivos, tendo em vista o in-
teresse social e o desenvolvimento tecnológico e
econômico do País;
Uma relação muito interessante entre a propriedade au-
Desapropriação- Indenizada em títulos toral e a industrial está no tempo de proteção previsto na Con-
-Sanção da Dívida Pública stituição. Observe-se que na propriedade autoral o direito do
autor é vitalício, tendo em vista a previsão de possibilidade
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aperfeiçoado, consumado; União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa
Coisa Julgada quando da decisão puder resultar anulação ou revo-
Sentença judicial transitada em julgado. Aquela sentença gação de ato administrativo que beneficie o interes-
em relação à qual não cabe mais recurso. sado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
De uma coisa não se pode esquecer: a proibição de ret- concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
roatividade da lei nos casos aqui estudados não se aplica às SV 5. A falta de defesa técnica por advogado no proces-
leis mais benéficas, ou seja, uma lei mais benéfica poderá so administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
produzir efeitos em relação ao direito adquirido, ao ato SV 14. É direito do defensor, no interesse do represen-
jurídico perfeito e à coisa julgada. tado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
documentados em procedimento investigatório real-
Devido Processo Legal izado por órgão com competência de polícia judiciária,
O devido processo legal possui como objetivo princi- digam respeito ao exercício do direito de defesa.
pal limitar o poder do Estado. Esse princípio condiciona a
restrição da liberdade ou dos bens de um indivíduo à ex- SV 21. É inconstitucional a exigência de depósito ou ar-
istência de um procedimento estatal que respeite todos os rolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibi-
lidade de recurso administrativo.
direitos e garantias processuais previstos na lei. É o que diz
o inciso LIV do Art. 5º: Proporcionalidade e Razoabilidade
LIV. Ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal; Eis uma garantia fundamental que não está expressa no
texto constitucional apesar de ser um dos institutos mais
A exigência constitucional de existência de processo apli-
utilizados pelo Supremo em suas decisões atuais. Trata-se
ca-se tanto aos processos judiciais quanto aos procedimentos de um princípio implícito, cuja fonte é o Princípio do Devido
administrativos. Processo Legal. Esses dois institutos jurídicos são utilizados
Desse princípio, surge a garantia constitucional à propor- como parâmetro de ponderação quando adotadas medidas
cionalidade e razoabilidade. Da mesma forma, é durante o pelo Estado, principalmente no que tange à restrição de bens
devido processo legal que poderão ser exercidos os direitos ao e direitos dos indivíduos. Duas palavras esclarecem o sentido 223
contraditório e à ampla defesa, que serão analisados a seguir. dessas garantias: necessidade e adequação.
Para saber se um ato administrativo observou os critérios prudência tem interpretado o conceito de casa de forma ampla,
224 de proporcionalidade e razoabilidade, deve-se questionar se o em consonância com o disposto nos Arts. 245 e 246 do Código de
ato foi necessário e se foi adequado à situação. Processo Penal:
Para exemplificar, imaginemos que um determinado fiscal Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de
sanitário, ao inspecionar um supermercado, depara-se com um dia, salvo se o morador consentir que se realizem à
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
pote de iogurte com a data de validade vencida há um dia. Ime- noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores
diatamente, ele prende o dono do mercado, dá dois tiros para mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem
cima, realiza revista manual em todos os clientes e funcionários o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
do mercado e aplica uma multa de dois bilhões de reais. Pergun- Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no arti-
ta-se: será que a medida adotada pelo fiscal foi necessária? Foi go anterior, quando se tiver de proceder a busca em
adequada? Certamente que não. Logo, a medida não observou os compartimento habitado ou em aposento ocupado de
princípios da razoabilidade e proporcionalidade. habitação coletiva ou em compartimento não aberto
ao público, onde alguém exercer profissão ou ativi-
Inadmissibilidade das Provas Ilícitas dade.
Uma das garantias mais importantes do direito brasileiro O STF já considerou como casa, para efeitos de inviolabi-
é a inadmissibilidade das provas ilícitas. Encontra-se previsto lidade, oficina mecânica, quarto de hotel ou escritório profis-
expressamente no inciso LVI do Art. 5º: sional.
LVI. São inadmissíveis, no processo, as provas obti- Outra questão relevante é saber o que é dia? Dois são os
das por meios ilícitos. posicionamentos adotados na doutrina:
Em razão dessa garantia, é proibida a produção de pro- Das 6h às 18h;
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vas ilícitas num processo sob pena de nulidade processual. Em Da aurora ao crepúsculo.
regra, a prova ilícita produz nulidade de tudo o que a ela es- Segundo a jurisprudência, isso deve ser resolvido no caso
tiver relacionado. Esse efeito decorre da chamada Teoria dos concreto, tendo em vista variação de fusos horários existentes
Frutos da Árvore Envenenada. Segundo a teoria, se a árvore em nosso país, bem como a ocorrência do “Horário de Verão”.
está envenenada, os frutos também o serão. Se uma prova foi Na prática, é possível entrar na casa independentemente do
produzida de forma ilícita, as demais provas dela decorrentes horário, desde que seja durante o dia.
também serão ilícitas (ilicitude por derivação). Contudo, deve- Em caso de flagrante delito, desastre ou
se ressaltar que essa teoria é aplicada de forma restrita no para prestar socorro, pode-se entrar a
direito brasileiro, ou seja, encontrada uma prova ilícita num qualquer momento
processo, não significa que todo o processo será anulado, mas
apenas os atos e demais provas que decorreram direta ou indi- Entrada Mas se for para
retamente daquela produzida de forma ilícita. somente cumprir determi-
Caso existam provas autônomas produzidas em conformi- para pessoas nação judicial só
autorizadas durante o dia
dade com a lei, o processo deve prosseguir ainda que tenham
sido encontradas e retiradas as provas ilícitas. Logo, é possível
afirmar que a existência de uma prova ilícita no processo não
anula de pronto todo o processo.
Deve-se destacar, ainda, a única possibilidade já admitida Casa – Asilo Inviolável
de prova ilícita nos tribunais brasileiros: a produzida em legíti-
ma defesa. Princípio da Inafastabili-
Inviolabilidade Domiciliar dade da Jurisdição
Essa garantia protege o indivíduo em seu recinto mais ínti- Esse princípio, também conhecido como Princípio do Livre
mo: a casa. A Constituição diz: Acesso ao Poder Judiciário ou Direito de Ação, garante, nos
casos de necessidade, o acesso direto ao poder judiciário. Tam-
XI. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
bém, decorre desse princípio a ideia de que não é necessário
nela podendo penetrar sem consentimento do
o esgotamento das vias administrativas para ingressar com
morador, salvo em caso de flagrante delito ou de-
uma demanda no Poder Judiciário. Assim prevê a Constituição
sastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
Federal:
por determinação judicial.
Como regra, só se pode entrar na casa de uma pessoa com XXXV. A lei não excluirá da apreciação do Poder
o seu consentimento. Excepcionalmente, a Constituição Federal Judiciário lesão ou ameaça a direito;
admite a entrada sem consentimento do morador nos casos de: Perceba que a proteção possui sentido duplo: lesão ou
ameaça à lesão. Significa dizer que a garantia pode ser utiliza-
▷ Flagrante delito;
da tanto de forma preventiva como de forma repressiva. Tanto
▷ Desastre; para prevenir a ofensa a direito como para reprimir a ofensa já
▷ Prestar socorro ; cometida.
▷ Determinação Judicial – só durante o dia. Quanto ao acesso ao Judiciário independentemente do es-
Alguns conceitos importantes: o que é casa? O que pode gotamento das vias administrativas, há algumas peculiaridades
ser entendido como casa para efeito de inviolabilidade? A juris- previstas na legislação brasileira:
Justiça Desportiva Celeridade Processual
A Constituição Federal prevê no Art. 217: Traz o texto constitucional:
Art. 217, § 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações LXXVIII. A todos, no âmbito judicial e administra-
relativas à disciplina e às competições desportivas tivo, são assegurados a razoável duração do pro-
após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, cesso e os meios que garantam a celeridade de sua
regulada em lei. tramitação.
Ou seja, o acesso ao Poder Judiciário está condicionado ao Essa é a garantia da celeridade processual. Decorre do
esgotamento das vias administrativas. Princípio da Eficiência que obriga o Estado a prestar assistên-
Compromisso Arbitral cia em tempo razoável. Celeridade quer dizer rapidez, mas uma
rapidez com qualidade. Esse princípio é aplicável nos processos
A Lei 9.307/96 prevê que as partes, quando em discussão
judiciais e administrativos, visa dar maior efetividade a prestação
patrimonial, poderão optar pela arbitragem como forma de estatal. Deve-se garantir o direito antes que o seu beneficiário
resolução de conflito. deixe de precisar. Após a inclusão desse dispositivo entre os di-
Não se trata de uma instância administrativa de curso força- reitos fundamentais, várias medidas para acelerar a prestação
do, mas de uma opção facultada às partes. jurisdicional foram adotadas, dentre as quais destacam-se:
Habeas Data ▷ Juizados Especiais;
O Art. 8º da Lei 9.507/97 exige, para impetração do Ha- ▷ Súmula Vinculante;
beas Data, a comprovação da recusa ao acesso a informação. ▷ Realização de Inventários e Partilhas por Vias Ad-
Parte da doutrina não considera isso como exigência de prévio ministrativas;
esgotamento da via administrativa, mas condição da ação. Ve- ▷ Informatização do Processo.
ja-se a súmula nº 2 do STJ: Essas são algumas das medidas que foram adotadas para
Súm. 2. Não cabe “Habeas Data” se não houve recusa trazer mais celeridade ao processo.
de informações por parte da autoridade administrati-
va. Erro Judiciário
Reclamação Constitucional Dispositivo de grande utilidade social que funciona como lim-
itador da arbitrariedade estatal. O Estado, no que tange à liber-
O Art. 7º, § 1º da Lei 11.417/2006, que regula a edição de
dade do indivíduo, não pode cometer erros sob pena de ter que
Súmulas Vinculantes, prevê que só será possível a Reclamação indenizar o injustiçado. Isso é o que prevê o inciso LXXV do Art. 5º:
Constitucional nos casos de omissão ou ato da administração
LXXV. O Estado indenizará o condenado por erro
pública que contrarie ou negue vigência à Súmula Vinculante,
judiciário, assim como o que ficar preso além do
após o esgotamento das vias administrativas. tempo fixado na sentença;
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Gratuidade das Certidões de Na- Publicidade dos Atos Processuais
scimento e de Óbito Em regra, os atos processuais são públicos. Essa publicidade
A Constituição traz expressamente que: visa a garantir maior transparência aos atos administrativos bem
LXXVI. São gratuitos para os reconhecidamente como permite a fiscalização popular. Além disso, atos públicos
possibilitam um exercício efetivo do contraditório e da ampla def-
pobres, na forma da lei:
esa. Entretanto, essa publicidade comporta algumas exceções:
a) o registro civil de nascimento;
LX. A lei só poderá restringir a publicidade dos atos
b) a certidão de óbito; processuais quando a defesa da intimidade ou o
Observe-se que o texto Constitucional condiciona o interesse social o exigirem;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
benefício da gratuidade do registro de nascimento e da cer- Nos casos em que a intimidade ou o interesse social
tidão de óbito apenas para os reconhecidamente pobres. En- exigirem, a publicidade poderá ser restringida apenas aos
tretanto, a Lei nº 6.015/73 prevê que: interessados. Imaginemos uma audiência em que estejam
Art. 30. Não serão cobrados emolumentos pelo registro envolvidas crianças; nesse caso, como forma de preser-
civil de nascimento e pelo assento de óbito, bem como vação da intimidade, o juiz poderá restringir a participação
pela primeira certidão respectiva. na audiência apenas aos membros da família e demais in-
teressados.
§ 1º - Os reconhecidamente pobres estão isentos de paga-
mento de emolumentos pelas demais certidões extraídas Sigilo das Comunicações
pelo cartório de registro civil. Uma das normas mais importantes da Constituição Federal
Perceba que essa lei amplia o benefício garantido na que versa sobre segurança jurídica é esta:
Constituição para todas as pessoas no que tange ao registro XII. É inviolável o sigilo da correspondência e das
e à aquisição da primeira certidão de nascimento e de óbito. comunicações telegráficas, de dados e das comu-
Quanto às demais vias, só serão garantidas aos reconhecid- nicações telefônicas, salvo, no último caso, por
amente pobres. Deve-se ter cuidado com essa questão em ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
prova, pois deve ser levado em conta se a pergunta tem como estabelecer para fins de investigação criminal ou 225
referência a Constituição ou não. instrução processual penal;
Esse dispositivo prevê quatro formas de comunicação que aqueles praticados com intenção, com vontade. São diferentes
226 possuem proteção constitucional: dos crimes culposos, os quais são praticados sem intenção.
▷ Sigilo da Correspondência;
▷ Comunicação Telegráfica;
▷ Comunicação de Dados; Sigilo das
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Votações
▷ Comunicações Telefônicas.
Dessas quatro formas de comunicação, apenas uma ob-
teve autorização de violação do sigilo pelo texto constitucional:
as comunicações telefônicas. Deve-se tomar cuidado com esse
tema em prova. Segundo o texto expresso, só as comunicações Soberania dos
telefônicas poderão ter o seu sigilo violado. E mais, só o juiz Plenitude de Tribunal do Vereditos
poderá fazê-lo, com fins definidos também pela Constituição, os Defesa Júri
quais são para investigação criminal e instrução processual penal.
Entretanto, considerando a inexistência de direito funda-
mental absoluto, a jurisprudência tem considerado a possibili-
dade de quebra dos demais sigilos, desde que seja determina- Competência
da por ordem judicial. para o Crime
No que tange ao sigilo dos dados bancários, fiscais, in- Doloso Contra
formáticos e telefônicos, a jurisprudência tem permitido sua a Vida
quebra por determinação judicial, determinação de Comissão
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Em seguida, a polícia prende o ladrão por ter roubado a
colocada como pena proibida, que é a pena de perda de bens.
padaria. Em regra, todo crime cometido gera uma respons-
abilidade penal prevista no Código Penal brasileiro. Ainda, Veja o próximo inciso com o rol de penas proibidas:
deve-se ressarcir os danos causados à vítima. Se ele roubou XLVII. Não haverá penas:
R$50.000,00, tem que devolver, no mínimo, esse valor à vítima. a) de morte, salvo em caso de guerra declara-
É muito difícil conseguir o montante voluntariamente, por da, nos termos do Art. 84, XIX;
isso, é necessário entrar com uma ação civil ex delicto para reaver b) de caráter perpétuo;
o dinheiro referente ao crime cometido. O dono da padaria entra
com a ação contra o bandido pedindo os R$50.000,00 acresci- c) de trabalhos forçados; NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
dos juros e danos morais. Enquanto ele cumpre a pena, a ação d) de banimento;
está tramitando. Ocorre que o preso se envolve numa confusão e) cruéis.
dentro da penitenciária e acaba morrendo. Essas são as penas que não podem ser aplicadas no Bra-
O preso possui alguns filhos, os quais são seus herdeiros. sil. E, na prova, é cobrado da seguinte forma: existe pena de
Quando os bens passam aos herdeiros, chamamos isso de morte no Brasil? Deve-se ter muita atenção com esse tema,
sucessão. Quando foram contabilizar os bens que o bandido pois apesar de a Constituição ter dito que é proibida, existe
tinha, perceberam que sobraram apenas R$30.000,00, valor uma exceção no caso de guerra declarada. Essa exceção é uma
que deve ser divido entre os herdeiros. Pergunta: verdadeira possibilidade, de forma que deve-se afirmar que
01. O homem que cometeu o crime estava cumprindo pena, existe pena de morte no Brasil. Apesar de a regra ser a proi-
mas ele morreu. Qual filho assume o lugar dele? O mais bição, existe a possibilidade de sua aplicação. Só como curiosi-
velho ou o mais novo? dade, a pena de morte no Brasil é regulada pelo Código Penal
Nenhum dos dois, porque a pena é personalíssima. Só Militar, a qual será executada por meio de fuzilamento.
cumpre a pena quem praticou o crime. A próxima pena proibida é a de caráter perpétuo. Não ex-
02. É possível que a responsabilidade de reparar os danos iste esse tipo de pena no Brasil, pois as penas aqui são tem-
materiais exigidos pelo dono da padaria recaia sobre porárias. No Brasil, uma pessoa só fica presa até, no máximo, 227
seus herdeiros? 30 anos.
A outra pena é a de trabalhos forçados. É aquela pena em Devedor de Pensão Alimentícia;
228 que o sujeito é obrigado a trabalhar de forma a denegrir a sua Depositário Infiel.
condição como ser humano. Esse tipo de pena não é permitida Apesar de a Constituição Federal apresentar essas duas
no Brasil. possibilidades de prisão civil por dívida, o STF tem entendido
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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identificar cabalmente o indiciado;
Crime comum antes da naturalização III. O indiciado portar documentos de identidade dis-
tintos, com informações conflitantes entre si;
Princípio da Reciprocidade IV. A identificação criminal for essencial às investi-
O Brasil só extradita ao país que extradita para o Brasil. gações policiais, segundo despacho da autoridade
Deve haver acordo ou tratado de extradição entre os país re- judiciária competente, que decidirá de ofício ou
querente e o Brasil. mediante representação da autoridade policial, do
Princípio da Especialidade Ministério Público ou da defesa;
O extraditando só poderá ser processado e julgado pelo V. Constar de registros policiais o uso de outros NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
nomes ou diferentes qualificações;
crime informado no pedido de extradição.
VI. O estado de conservação ou a distância tempo-
Comutação da Pena ral ou da localidade da expedição do documento
O país requerente deverá firmar um compromisso de apresentado impossibilite a completa identificação
comutar a pena prevista em seu país quando a pena a ser apli- dos caracteres essenciais.
cada for proibida no Brasil.
Dupla Tipicidade ou Dupla Incriminação
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública
Art. 5º LIX. Será admitida ação privada nos crimes de
Só se extradita se a conduta praticada for considerada
ação pública, se esta não for intentada no prazo legal.
crime no Brasil e no país requerente.
Em regra, nos crimes de ação penal pública, o titular da
Deve-se ter muito cuidado para não confundir extradição ação penal é o Ministério Público. Contudo, havendo omissão
com entrega, deportação, expulsão ou banimento. A ex- ou mesmo desídia por parte do órgão ministerial, o ofendido
tradição, como se viu, é instituto de cooperação internacional poderá promover a chamada Ação Penal Privada Subsidiária
entre países soberanos para a punição de criminosos. da Pública. Esse tema encontra-se disciplinado no Art. 29 do
Pela extradição, um país entrega o criminoso a outro país Código de Processo Penal:
para que ele seja punido pelo crime praticado. Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de
A entrega é o ato por meio do qual o país entrega uma ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, 229
pessoa para ser julgada no Tribunal Penal Internacional. cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repu-
diá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em Autoridade Coatora
230 todos os termos do processo, fornecer elementos de É quem restringiu a liberdade de locomoção com ilegal-
prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de idade ou abuso de poder. Poderá ser tanto uma autoridade
negligência do querelante, retomar a ação como parte privada quanto uma autoridade pública.
principal.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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a) partido político com representação no com eficácia limitada.
Congresso Nacional; Todas as vezes que um direito deixar de ser exercido pela
b) organização sindical, entidade de classe ou ausência de norma regulamentadora, será cabível esse remé-
associação legalmente constituída e em funcio- dio.
namento há pelo menos um ano, em defesa dos No que tange à efetividade da decisão, deve-se esclarecer
interesses de seus membros ou associados. a possibilidade de adoção por parte do STF de duas correntes
Observadas as regras do mandado de segurança individu- doutrinárias:
al, o mandado de segurança coletivo possui alguns requisitos Teoria Concretista Geral NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
que lhe são peculiares: os legitimados para propositura. O Poder Judiciário concretiza o direito no caso concreto
São legitimados para propor o mandado de segurança co- aplicando seu dispositivo com efeito erga omnes, para todos
letivo: os casos iguais;
Partidos políticos com representação no Congresso Teoria Concretista Individual
Nacional. O Poder Judiciário concretiza o direito no caso concreto
aplicando seu dispositivo com efeito inter partes, ou seja, ape-
Para se ter representação no Congresso Nacional, basta
nas com efeito entre as partes.
um membro em qualquer uma das casas.
Organização Sindical. Mandado de Injução
Entidade de Classe.
Associação.
Teoria Concretista Teoria Concretista
Desde que legalmente constituída e em funcionamento há, Geral Individual
pelo menos, um ano.
Sobre o tema, existe uma questão de prova trabalhando
com a diferença entre a aplicação do Mandado de Segurança 231
e do Habeas Data: Efeito Erga Omnes Efeito Inter Partes
Ação Popular
232 A ação popular é uma ferramenta fiscalizadora utilizada
como espécie de exercício direto dos direitos políticos. Por
isso, só poderá ser utilizada por cidadãos. Segundo o inciso
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
ANOTAÇÕES
6. Direitos Fundamentais - Se o Estado fosse obrigado a pagar esse valor para todos
os trabalhadores, os cofres públicos rapidamente quebrariam.
Direitos Sociais e Nacionalidade Para se garantir essa estabilidade, foi desenvolvida a teoria da
Reserva do Possível, por meio da qual o Estado pode alegar
essa impossibilidade financeira para atender algumas deman-
Direitos Sociais das, como o aumento do salário-mínimo. Quando o poder pú-
blico for demandado para garantir algum benefício de ordem
Prestações Positivas social, poderá ser alegada, previamente, a impossibilidade
Os direitos sociais encontram-se previstos a partir do Art. financeira para concretização do direito sob o argumento da
6º até o Art. 11 da Constituição Federal. São normas que se con- reserva do possível.
cretizam por meio de prestações positivas por parte do Estado,
haja vista objetivarem reduzir as desigualdades sociais. Mínimo Existencial
Deve-se dar destaque para o Art. 6º, que foi alterado pela Por causa da Reserva do Possível, o Estado passou a se
EC 64/2010 e que possivelmente será objeto de questiona- esconder atrás dessa teoria, eximindo-se da sua obrigação
mento em concurso público: social de garantia dos direitos tutelados na Constituição Fed-
eral. Tudo o que era pedido para o Estado era negado sob o
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a
argumento de que “não era possível”. Para trazer um pouco de
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o equilíbrio a essa relação, foi desenvolvida outra teoria chama-
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção da de Mínimo Existencial. Essa teoria permite que os poderes
à maternidade e à infância, a assistência aos desa- públicos deixem de atender algumas demandas em razão da
mparados, na forma desta Constituição. (Redação reserva do possível, mas exige que seja garantido o Mínimo
dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) Existencial.
Boa parte dos direitos aqui previstos necessita de recursos
financeiros para serem implementados, o que acaba por difi- Proibição de Retrocesso
cultar sua plena eficácia. Uma regra que funciona com caráter de segurança jurídi-
Mas, antes de avançar nessa parte do conteúdo, faz-se ca é a Proibição do Retrocesso. Esse dispositivo proíbe que os
necessário dizer que costumam ser cobradas questões de pro- direitos sociais já conquistados sejam esvaziados ou perdidos
vas que abordam apenas o texto puro da Constituição Federal. sob pena de desestruturação social do País.
A principal orientação, portanto, é que se dedique tempo à lei- Salário-Mínimo
tura da Constituição Federal, mais precisamente, do Art. 7º, que
possui vários dispositivos que podem ser trabalhados em prova. Feitas algumas considerações iniciais sobre a doutrina so-
cial, segue-se à análise de alguns dispositivos constitucionais
Reserva do Possível que se encontram no Art. 7º:
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Seria possível exigir do Estado a concessão de um direito IV. Salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente
social quando tal direito não fosse assegurado de forma con- unificado, capaz de atender a suas necessidades
dizente com sua previsão constitucional? A título de exemplo, vitais básicas e às de sua família com moradia,
veremos um dispositivo dos direitos sociais dos trabalhadores: alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, hi-
giene, transporte e previdência social, com reajust-
IV. Salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente es periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
unificado, capaz de atender a suas necessidades sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.
vitais básicas e às de sua família com moradia,
Vários pontos são relevantes nesse inciso. Primeiramente, é
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, hi-
importante comentar o trecho “fixado em lei”. Segundo o texto
giene, transporte e previdência social, com reajust- NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
es periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, constitucional, o salário-mínimo só poderá ser fixado em Lei;
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim. entretanto, no dia 25 de fevereiro de 2011 foi publicada a Lei nº
12.382, que prevê a possibilidade de fixação do salário-mínimo
Observe-se que a Constituição garante que o salário-mínimo
por meio de Decreto do Poder Executivo. Questionado no STF1, o
deve atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e de
guardião da Constituição considerou constitucional a fixação de
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
salário-mínimo por meio de Decreto Presidencial.
vestuário, higiene, transporte e previdência social. Entendendo
que os direitos sociais são espécies de direitos fundamentais e, Outro ponto interessante diz respeito ao salário-mínimo ser
analisando-os sob o dispositivo previsto no § 1º do Art. 5º, se- nacionalmente unificado. Muitos acham que alguns estados da
gundo o qual “as normas definidoras de direitos e garantias fun- federação fixam valores referentes ao salário-mínimo maiores
damentais têm aplicação imediata”, pergunta-se: seria possível do que o fixado nacionalmente. O STF já afirmou que os Esta-
entrar com uma ação visando a garantir o disposto no inciso IV, dos não podem fixar salário-mínimo diferente do nacionalmente
que está sendo analisado? unificado. O que cada Estado pode fixar é o piso salarial da cat-
egoria de trabalhadores com valor maior que o salário-mínimo.
Certamente não. Para se garantir tudo o que está previsto
no referido inciso, seria necessário que o salário-mínimo valesse, Temos ainda a proibição de vinculação do salário-mín-
em média, por volta de R$ 3.000,00. Agora, imagine se algum imo para qualquer fim. Em fevereiro de 2011, esse tema foi
trabalhador conseguisse esse benefício por meio de uma decisão 233
1 Ver no STF, ADI 4.568, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 3-11-2011, Plenário,
judicial, o que não fariam todos os demais trabalhadores do país. Informativo 646.
enfrentado pelo STF, que determinou a desvinculação do de adicional noturno a contar do dia em que entrou com a
234 salários dos técnicos em radiologia do salário-mínimo, como ação. Isso significa que se depare o adicional noturno até o
estava previsto na Lei 7.394/85. dia 01/01/2008. Perceba que, se o trabalhador demorar a en-
Algumas Súmulas Vinculantes do STF são importantes, pois trar com a ação, ele perde os direitos trabalhistas anteriores
ao prazo dos últimos 5 anos.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
se referem ao salário-mínimo:
Súmula Vinculante 4 Se o trabalhador entra com a ação no último dia
Salvo nos casos previstos na Constituição, o do prazo prescricional de 2 anos
salário-mínimo não pode ser usado como indexador de
base de cálculo de vantagem de servidor público ou de Rescisão do contrato de trabalho
empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
Súmula Vinculante 6 nos anos
Não viola a Constituição o estabelecimento de re-
muneração inferior ao salário-mínimo para as praças 01/01/2008
prestadoras de serviço militar inicial. 01/01/2011
Súmula Vinculante 15 01/01/2006 01/01/2013
O cálculo de gratificações e outras vantagens do
servidor público não incide sobre o abono utilizado
para se atingir o salário-mínimo.
Súmula Vinculante 16
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retaliação aos representantes dos empregados:
Exemplificando: só pode existir um sindicato municipal VIII. É vedada a dispensa do empregado sindical-
de pescadores no município de Cascavel. Só pode existir um izado a partir do registro da candidatura a cargo de
sindicato estadual de pescadores no estado do Paraná. Só direção ou representação sindical e, se eleito, ainda
pode existir um sindicato federal de pescadores no Brasil. que suplente, até um ano após o final do mandato,
Contudo, é possível existirem vários sindicatos municipais de salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
pescadores no Estado do Paraná.
O importante aqui é entender o período de proteção que
Contribuição Confederativa e Sindical a Constituição garantiu aos dirigentes sindicais. A estabilidade
Essa questão costuma enganar até mesmo os mais prepa- se inicia com o registro da candidatura e permanece, com o
rados. Vejamos o que diz a Constituição Federal no Art. 8º, IV: candidato eleito, até um ano após o término do seu mandato.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
IV. A assembleia geral fixará a contribuição que, Ressalte-se que essa proteção contra despedida arbitrária não
em se tratando de categoria profissional, será des- prospera diante do cometimento de falta grave.
contada em folha, para custeio do sistema confed-
erativo da representação sindical respectiva, inde- Direitos de Nacionalidade
pendentemente da contribuição prevista em lei. A nacionalidade é um vínculo jurídico existente entre um
A primeira coisa que se deve perceber é a existência de indivíduo e um Estado. Esse vínculo jurídico é a ligação exis-
duas contribuições nesse inciso. Uma chamada de Con- tente capaz de gerar direitos e obrigações entre a pessoa e o
tribuição Confederativa a outra de Contribuição Sindical. Estado.
A Contribuição Confederativa é a prevista nesse inciso, A aquisição da nacionalidade decorre do nascimento
fixada pela assembleia geral, descontada em folha para ou da manifestação de vontade. Quando a nacionalidade
custear o sistema confederativo. Essa contribuição é aquela é adquirida pelo nascimento, estamos diante da chamada
paga às organizações sindicais e que só é obrigada aos fil- Nacionalidade Originária. Mas, se for adquirida por meio
iados e aos sindicatos. Não possui natureza tributária, por da manifestação de vontade, estamos diante de uma Na-
isso obriga apenas as pessoas que voluntariamente se fil- cionalidade Secundária.
iam a uma entidade sindical. A Nacionalidade Originária, também chamada de aqui-
A Contribuição Sindical, que é a contribuição prevista em sição de nacionalidade primária, é aquela involuntária. Decorre 235
lei, mais precisamente na Consolidação das Leis Trabalhis- do nascimento desde que preenchidos os requisitos previstos
na legislação. Um brasileiro que adquire nacionalidade orig- de adquirirem a nacionalidade brasileira, é preciso que ambos os
236 inária é chamado de nato. pais sejam estrangeiros, mas basta que apenas um deles esteja
Dois critérios foram utilizados em nossa Constituição para a serviço do seu país. Se os pais estrangeiros estiverem a serviço
se conferir a nacionalidade originária: de outro país, a doutrina tem entendido que não se aplicará a
Jus Solis vedação.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Esse é critério do solo, critério territorial. Serão consider- Já a segunda hipótese, adotada na alínea “b”, utilizou o
ados brasileiros natos as pessoas que nascerem no território critério jus sanguinis para fixação da nacionalidade originária.
nacional. Esse é o critério adotado como regra no texto con- Serão brasileiros natos os nascidos fora do país, filho de pai ou
stitucional. mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
Jus Sanguinis República Federativa do Brasil. Estar a serviço do país significa
Esse é o critério do sangue. Serão considerados brasileiros estar a serviço de qualquer ente federativo (União, Estados,
natos os descendentes de brasileiros, ou seja, aqueles que pos- Distrito Federal ou Município) incluídos os órgãos e entidades
suem o sangue brasileiro. da administração indireta (fundações, autarquias, empresas
A nacionalidade secundária ou adquirida é a aquisição públicas e sociedades de economia mista).
que depende de uma manifestação de vontade. É voluntária e, A terceira hipótese, prevista na alínea “c”, apresenta, na
quem a adquire, possui a qualificação de naturalizado. verdade, duas possibilidades: uma depende do registro a outra
depende da opção confirmativa.
Conflito de Nacionalidade Primeiro, temos a regra aplicada aos nascidos no es-
Alguns países adotavam apenas o critério jus sanguinis, trangeiro, filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, condicio-
outros somente o critério jus solis, e isso gerou alguns prob- nada à aquisição da nacionalidade ao registro em repartição
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lemas que a doutrina nominou de Conflito de Nacionalidade. O brasileira competente. Nessa hipótese, adota-se o critério jus
Conflito de Nacionalidade pode ser de duas formas: sanguinis acompanhado do registro em repartição brasileira.
Conflito Positivo Em seguida, temos a segunda possibilidade destinada aos
Ocorre quando o indivíduo adquire várias nacionalidades. nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasilei-
Ele será chamado de polipátrida. ra, que venham a residir na República Federativa do Brasil e
Conflito Negativo optem (opção confirmativa), em qualquer tempo, depois de
Ocorre quando o indivíduo não adquire qualquer nacional- atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
idade. Esse será chamado de apátrida (heimatlos). Essa é a chamada nacionalidade protestativa, pois depende
Para evitar a ocorrência desses tipos de conflito, os da manifestação de vontade por parte do interessado. Deve-se
países têm adotado critérios mistos de aquisição de nacio- ter cuidado com a condição para a manifestação da vontade que
nalidade originária, a exemplo do próprio Brasil. só poder ser exercida depois de atingida a maioridade, apesar
de não existir tempo limite para o exercício desse direito.
A seguir, serão analisadas várias hipóteses previstas no Art.
12 da Constituição Federal de aquisição de nacionalidade tanto Nacionalidade Secundária
originária quanto secundária.
A seguir, serão apresentadas as hipóteses de aquisição de
Nacionalidade Originária nacionalidade secundária:
As hipóteses de aquisição da nacionalidade originária Art. 12, II. Naturalizados:
estão previstas no Art. 12, I da Constituição Federal, e são: a) Os que, na forma da lei, adquiram a na-
Art. 12. São brasileiros: cionalidade brasileira, exigidas aos originários de
I. Natos: países de língua portuguesa apenas residência
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes b) os estrangeiros de qualquer nacional-
não estejam a serviço de seu país; idade, residentes na República Federativa do
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a sem condenação penal, desde que requeiram a
serviço da República Federativa do Brasil; nacionalidade brasileira.
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro A primeira hipótese de naturalização, prevista na alínea
ou de mãe brasileira, desde que sejam regis- “a” do inciso II, é a chamada naturalização ordinária. Essa
trados em repartição brasileira competente ou
naturalização apresenta uma forma de aquisição prevista em
venham a residir na República Federativa do
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois lei. Esta Lei é a 6.815/80, que traz algumas regras para aqui-
de atingida a maioridade, pela nacionalidade sição de nacionalidade, as quais não serão estudadas neste
brasileira. momento. O que interessa agora para a prova é a segunda
A primeira hipótese, prevista na alínea “a”, adotou para parte da alínea, que confere um tratamento diferenciado
aquisição o critério jus solis, ou seja, serão considerados bra- para os originários de países de língua portuguesa, para
sileiros natos aqueles que nascerem no país ainda que de pais quem será exigida apenas residência por um ano ininter-
estrangeiros, desde que, os pais não estejam a serviço do seu rupto e idoneidade moral. Entende-se país de língua portu-
país. Para que os filhos de pais estrangeiros fiquem impedidos guesa qualquer país que possua a língua portuguesa como
língua oficial (Angola, Portugal, Timor Leste, entre outros). O § 3º apresenta a primeira hipótese de distinção dentre
Essa forma de naturalização não gera direito subjetivo ao brasileiros natos e naturalizados:
estrangeiro, o que significa que ele poderá pleitear sua nat- § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
uralização e essa poderá ser indeferida pelo Chefe do Poder I. De Presidente e Vice-Presidente da República;
Executivo, haja vista se tratar de um ato discricionário. II. De Presidente da Câmara dos Deputados;
A alínea “b” do inciso II apresenta a chamada natural- III. De Presidente do Senado Federal;
ização extraordinária ou quinzenária. Essa hipótese é desti- IV. De Ministro do Supremo Tribunal Federal;
nada a qualquer estrangeiro e será exigida residência ininter- V. Da carreira diplomática;
rupta pelo prazo de 15 anos e não existência de condenação VI. de oficial das Forças Armadas;
penal. Nessa espécie, não há discricionariedade em conceder
VII. De Ministro de Estado da Defesa.
a naturalização, pois ela gera direito subjetivo ao estrangeiro
Os cargos privativos aos brasileiros natos são muito in-
que tenha preenchido os requisitos.
cidentes em provas. Por esse motivo, sugere-se que sejam
O melhor é não esquecer que a ausência temporária da memorizados. Dois critérios foram utilizados para escol-
residência não quebra o vínculo ininterrupto exigido para a ha desses cargos. O primeiro está relacionado com os car-
naturalização no país. Também deve ser ressaltado que não gos que sucedem o Presidente da República (Presidente e
existe naturalização tácita ou automática, sendo exigido re- Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos
querimento de quem desejar se naturalizar no Brasil. Deputados, Presidente do Senado Federal e Ministro do Su-
premo Tribunal Federal). O segundo critério diz respeito à
Português Equiparado segurança nacional (carreira diplomática, oficial das forças
Art. 12. § 1º. Aos portugueses com residência per- armadas e Ministro do Estado da Defesa).
manente no País, se houver reciprocidade em favor As funções privativas de brasileiros natos estão prevista no
de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes Art. 89, VII da Constituição:
ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Consti-
tuição. Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de con-
Trata-se do chamado português equiparado ou quase na- sulta do Presidente da República, e dele participam:
cional. Segundo o dispositivo, a Constituição assegura aos por- I. O Vice-Presidente da República;
tugueses tratamento diferenciado, como se fossem brasileiros. II. O Presidente da Câmara dos Deputados;
Não se trata de uma hipótese de naturalização, nesse caso são III. O Presidente do Senado Federal;
atribuídos os mesmos direitos inerentes ao brasileiro. IV. Os líderes da maioria e da minoria na Câmara
Essa condição depende de reciprocidade por parte de Por- dos Deputados;
tugal. O Brasil possui um acordo internacional com Portugal V. Os líderes da maioria e da minoria no Senado
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por meio do Decreto nº 3.927/2001 que promulgou o Tratado Federal;
de Cooperação, Amizade e Consulta Brasil/Portugal. Haven-
VI. O Ministro da Justiça;
do o mesmo tratamento a um brasileiro quando estiver no
país português, serão garantidos tratamentos diferenciados VII. Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de
aos portugueses que aqui estiverem desde que manifestem trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomea-
interesse no recebimento desse tratamento diferenciado. dos pelo Presidente da República, dois eleitos
Ressalta-se que para requerer esse tipo de tratamento será pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara
necessária, além do requerimento, a constituição de residência dos Deputados, todos com mandato de três
permanente no Brasil. anos, vedada a recondução.
Por fim, não se pode esquecer de que o tratamento dado A terceira possibilidade de tratamento diferenciado diz re- NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
aos portugueses os equipara aos brasileiros naturalizados. speito às regras de extradição previstas no inciso LI do Art. 5º:
Tratamento Diferenciado entre Brasileiros LI. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado
O § 2º do Art. 12 proíbe o tratamento diferençado entre antes da naturalização, ou de comprovado envolvi-
brasileiros natos e naturalizados: mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre bra- afins, na forma da lei.
sileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos A quarta previsão está no Art. 222 da Constituição:
nesta Constituição.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de
O próprio dispositivo excepciona a regra permitindo que a radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de
Constituição Federal estabeleça tratamento diferenciado entre brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos,
brasileiros natos e naturalizados. São quatro os tratamentos ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasile-
diferenciados estabelecidos pelo texto constitucional:
iras e que tenham sede no País.
Cargos privativos de brasileiros natos;
Funções privativas de brasileiros natos; Perda da Nacionalidade
Regras de extradição; A seguir serão trabalhadas as hipóteses de perda da na-
Propriedade de empresas de jornalística ou de ra- cionalidade. Uma pergunta: brasileiro nato pode perder a na- 237
diodifusão. cionalidade?
Vejamos o que diz a Constituição Federal:
238 § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do bra- ANOTAÇÕES
sileiro que:
I. Tiver cancelada sua naturalização, por sentença
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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III. Iniciativa popular. necessário o chamado alistamento eleitoral. É, simplesmente, in-
Mas ainda há a ação popular que também é forma de exer- screver-se como eleitor, o que acontece quando obtemos o título
cício direto dos direitos políticos: de eleitor. A Constituição apresenta três regras para o alistamento
Art. 5º, LXXIII. Qualquer cidadão é parte legítima e o voto:
para propor ação popular que vise a anular ato le- Voto Obrigatório
sivo ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao Maiores de 18 anos;
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, Voto Facultativo
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de Maiores de 16 e menores de 18; analfabetos e maiores de NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
custas judiciais e do ônus da sucumbência. 70 anos;
Entendamos o que significa cada uma das formas de
Voto Proibido
exercício direto dos direitos políticos:
Plebiscito Estrangeiros e conscritos.
Consulta popular realizada antes da tomada de decisão. O Vejamos estas regras previstas no texto constitucional:
representante do poder público quer tomar uma decisão, mas, Art. 14, § 1º. O alistamento eleitoral e o voto são:
antes de tomá-la, ele pergunta para os cidadãos quem concor- I. Obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
da. O que os cidadãos decidirem será feito. II. Facultativos para:
Referendo a) os analfabetos;
Consulta popular realizada depois da tomada de decisão.
b) os maiores de setenta anos;
O representante do poder público toma uma decisão e depois
pergunta o que os cidadãos acharam. c) os maiores de dezesseis e menores de
Iniciativa Popular dezoito anos.
Essa é uma das formas de se iniciar o processo legislativo § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os es-
no Brasil. A legitimidade para propor criação de lei pelo eleito- trangeiros e, durante o período do serviço militar 239
rado encontra amparo no Art. 61, § 2º da CF: obrigatório, os conscritos.
240 Maiores de 18 Nacionalidade
anos e < 70 brasileira
Obrigatório
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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idade;
Prefeito, Vereador, Deputado Estadual, Deputado
Militar com mais de dez anos: deve ficar agregado pela
Federal, Senador da República e Governador do
autoridade superior e se eleito, passado para inatividade.
mesmo Estado Federativo;
Esse prazo de dez anos escolhido pela Constituição decorre da
▷ O Presidente gera inelegibilidade a todos os cargos
garantia de estabilidade para os militares.
eletivos do país.
São parentes de 1º grau: pai, mãe, filho, sogro. São par- Impugnação de Mandato Eletivo
entes de 2º grau: avô, irmão, neto, cunhado. Estes parágrafos dispensam explicação e, quando apare-
O STF editou a Súmula Vinculante nº 18, que diz: cem em prova, costumam cobrar o próprio texto constitucio-
Súmula Vinculante nº 18. A dissolução da socieda- nal. Deve-se ter cuidado com o prazo de 15 dias para impug-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
III. Condenação criminal transitada em julgado, en- adquirir sua personalidade jurídica na forma da lei civil, prati-
quanto durarem seus efeitos; camente, afirma que é uma pessoa jurídica de direito privado
IV. Recusa de cumprir obrigação a todos imposta apesar de ser exigido seu registro no TSE.
ou prestação alternativa, nos termos do Art. 5º, VIII;
V. Improbidade administrativa, nos termos do Art. Direitos dos Partidos
37, § 4º.
Observe-se que o texto constitucional não esclareceu Os partidos possuem vários direitos previstos expressa-
muito bem quais são as hipóteses de perda ou suspensão, mente na Constituição, dentre os quais destacam-se:
trabalho esse que ficou a cargo da doutrina fazer. Seguem Recursos do fundo partidário;
abaixo as hipóteses de perda ou suspensão: Acesso gratuito ao rádio e à televisão (Lei 9.096/95).
Cancelamento da naturalização por sentença transi-
tada em julgado – trata-se de perda dos direitos políticos. Limitações aos Partidos
Ora, se o indivíduo teve cancelado seu vínculo com o Es- Apesar da liberdade estampada no caput do Art. 17, é
tado Brasileiro, não há sentido em lhe garantir os direitos possível perceber que a criação dos partidos políticos possui
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os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos mia política. São pessoas jurídicas de direito público que pos-
autônomos, nos termos desta Constituição. suem apenas capacidade administrativa. Sua natureza jurídica
Deve-se destacar, inclusive, que o pacto federativo sobre- é de autarquia federal e só podem ser criados por lei federal.
vive em torno da Constituição Federal, que impede sua dis- Para sua criação se faz necessária a aprovação das populações
solução sob pena de se decretar Intervenção Federal: diretamente envolvidas, por meio de plebiscito, parecer da As-
sembleia Legislativa e lei complementar federal. Os territórios
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Dis- são administrados por governadores escolhidos pelo Presidente
trito Federal, exceto para: da República e podem ser divididos em municípios. Cada ter-
I. Manter a integridade nacional. ritório elegerá quatro deputados federais, mas não poderá ele-
A proibição de secessão, que impede a separação de um ger Senador da República. Seguem abaixo vários dispositivos
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
ente federativo, também é conhecida como Princípio da Indis- constitucionais que regulamentam os Territórios:
solubilidade. Art. 18, § 3º - Os Estados podem incorporar-se entre
Outro ponto muito cobrado em prova diz respeito à inex- si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a
istência de hierarquia entre os entes federativos. O que dis- outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Fed-
tingue um ente federativo do outro não é a superioridade, mas erais, mediante aprovação da população diretamente
a distribuição de competências feita pela própria Constituição interessada, através de plebiscito, e do Congresso Na-
Federal. Não se deve esquecer também que as Unidades da cional, por lei complementar.
Federação possuem representação junto ao Poder Legislativo Art. 45, § 2º - Cada Território elegerá quatro Deputa-
da União, mais precisamente, no Senado Federal. dos.
Em razão dessa organização completamente diferenciada, Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção
do Presidente da República, não exigida esta para
a doutrina classifica a federação brasileira de várias formas:
o especificado nos Arts. 49, 51 e 52, dispor sobre
Tricotômica todas as matérias de competência da União, espe-
Federação constituída em três níveis: federal, estadual e cialmente sobre:
municipal. O Distrito Federal não é considerado nessa classi- VI. Incorporação, subdivisão ou desmembramento
ficação, haja vista possuir competência híbrida, agindo tanto de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as re- 243
como um Estado quanto como Município; spectivas Assembleias Legislativas.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Um dos temas mais cobrados em prova são os Bens da
244 República: União. Os Bens da União estão previstos no Art. 20 da Consti-
XIV. Nomear, após aprovação pelo Senado Fed- tuição Federal:
eral, os Ministros do Supremo Tribunal Federal Art. 20. São bens da União:
e dos Tribunais Superiores, os Governadores de I. Os que atualmente lhe pertencem e os que lhe
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
sores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para áreas afetadas ao serviço público e a unidade am-
a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. biental federal, e as referidas no art. 26, II;
Vedações Constitucionais V. Os recursos naturais da plataforma continental e
da zona econômica exclusiva;
A Constituição Federal fez questão de estabelecer algumas
VI. O mar territorial;
vedações expressas aos entes federativos, as quais estão pre-
vistas no Art. 19: VII. Os terrenos de marinha e seus acrescidos;
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Fed- VIII. os potenciais de energia hidráulica;
eral e aos Municípios: IX. Os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
I. Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subven- X. As cavidades naturais subterrâneas e os sítios
cioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou arqueológicos e pré-históricos;
manter com eles ou seus representantes relações XI. As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
de dependência ou aliança, ressalvada, na forma § 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao
da lei, a colaboração de interesse público; Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos
II. Recusar fé aos documentos públicos; da administração direta da União, participação no
III. Criar distinções entre brasileiros ou preferências resultado da exploração de petróleo ou gás natural,
entre si. de recursos hídricos para fins de geração de energia
A primeira vedação decorre da laicidade do Estado brasile- elétrica e de outros recursos minerais no respectivo
iro, ou seja, não possuímos religião oficial no Brasil, em razão território, plataforma continental, mar territorial ou
da situação de separação entre Estado e Igreja. A segunda ve- zona econômica exclusiva, ou compensação financeira
dação decorre da presunção de veracidade dos documentos por essa exploração.
públicos. E, por último, contemplando o Princípio da Isonomia, § 2º - A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de
o qual será tratado em momento oportuno, fica vedado es- largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
tabelecer distinções entre brasileiros ou preferências entre si. como faixa de fronteira, é considerada fundamental
Atente-se a esta questão: para defesa do território nacional, e sua ocupação e
utilização serão reguladas em lei.
Características dos Entes Federativos Esse artigo, quando cobrado em prova, costuma ser tra-
União balhado apenas com o texto literal da Constituição. A dica de
estudo é a memorização dos bens que são considerados da
Muitos sentem dificuldade em visualizar a União, tendo em União. Contudo, alguns bens necessitam de uma explicação
vista ser um ente meio abstrato. O que se precisa saber é que a maior para que sejam compreendidos.
União é uma pessoa jurídica de direito público interno ao mes-
mo tempo em que é pessoa jurídica de direito público externo. É Terras Devolutas
o Poder Central responsável por assuntos de interesse geral do O inciso II fala das chamadas terras devolutas, mas o que
Estado e que representa os demais entes federativos. Apesar de significa terras devolutas? São terras que estão sob o domínio
não possuir o atributo Soberania, a União exerce essa soberania da União sem qualquer destinação, nem pública nem privada.
em nome do Estado Federal. É só pensar na representação inter- Serão da União apenas as terras devolutas indispensáveis à
nacional do Estado. Quem celebra tratados internacionais? É o defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares,
Chefe do Executivo da União, o Presidente da República. das vias federais de comunicação e à preservação ambiental,
conforme definição em lei. As demais terras devolutas serão de Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do
propriedade dos Estados Membros nos termos do Art. 26, IV: Presidente da República, não exigida esta para o especifi-
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: cado nos Arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias
IV. As terras devolutas não compreendidas entre as de competência da União, especialmente sobre:
da União. IV. Incorporação, subdivisão ou desmembramento
de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as re-
Mar Territorial, Plataforma Continen- spectivas Assembleias Legislativas.
tal e Zona Econômica Exclusiva Em razão de sua autonomia, a Constituição apresentou um
Os incisos IV e V apresentam três bens que são muito in- rol de bens que pertencem aos Estados:
teressantes e que se confundem nas cabeças dos alunos: mar Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
territorial, plataforma continental e Zona Econômica Exclusiva. I. As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes,
A Lei 8.617/93 esclarece as diferenças entre esses institutos. emergentes e em depósito, ressalvadas, neste
O mar territorial é formado por uma faixa de água marítima caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da
ao longo da costa brasileira, com uma dimensão de 12 milhas União;
marítimas, contadas a partir da linha base. A plataforma con- II. As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que
tinental é o prolongamento natural do território terrestre, com- estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
preendidos o leito e o subsolo do mar até a distância de 200 mil- domínio da União, Municípios ou terceiros;
has marítimas ou até o bordo exterior da margem continental. III. As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à
A zona econômica exclusiva é a extensão situada além do União;
mar territorial até o limite das 200 milhas marítimas. IV. As terras devolutas não compreendidas entre as
Acerca desse tema sempre há confusão. O mar territorial da União.
é extensão do território nacional sobre qual o Estado exerce Algumas regras em relação à Organização dos Poderes
sua soberania. Já a plataforma continental e a zona econômica Legislativo e Executivo no âmbito dos Estados também apare-
exclusiva são águas internacionais onde o direito à soberania cem na Constituição Federal. Quando cobradas em prova, a lei-
do Estado se limita à exploração e ao aproveitamento, à con- tura e memorização dos artigos abaixo se tornam essenciais:
servação e a gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos,
das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa
corresponderá ao triplo da representação do Estado na
subsolo, e no que se refere a outras atividades com vistas à
Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e
exploração e ao aproveitamento da zona para fins econômicos.
seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Estados Federais acima de doze.
Os Estados são pessoas jurídicas de direito público interno, § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Es-
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entes federativos detentores de autonomia própria. Essa au- taduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição
tonomia se percebe pela sua capacidade de auto-organização, sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, re-
autogoverno, autoadministração. Destaca-se, ainda, o seu muneração, perda de mandato, licença, impedimentos e
poder de criação da própria Constituição Estadual, bem como incorporação às Forças Armadas.
das demais normas de sua competência: § 2º - O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado
por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pe-
de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele es-
las Constituições e leis que adotarem, observados os
tabelecido, em espécie, para os Deputados Federais,
princípios desta Constituição.
observado o que dispõem os Arts. 39, § 4º, 57, § 7º,
Percebe-se, ainda, o seu autogoverno à medida que cada 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Estado organiza seus próprios Poderes: Poder Legislativo (As-
§ 3º - Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre
sembleia Legislativa), Poder Executivo (Governador) e Poder
seu regimento interno, polícia e serviços administrativos
Judiciário (Tribunal de Justiça). Destacam-se também suas
de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
autonomias administrativa, tributária e financeira.
§ 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no proces-
Segundo o Art. 18, § 3º: so legislativo estadual.
Art. 18, § 3º - Os Estados podem incorporar-se entre Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador
si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á
outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Fed- no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e
erais, mediante aprovação da população diretamente no último domingo de outubro, em segundo turno, se
interessada, através de plebiscito, e do Congresso Na- houver, do ano anterior ao do término do mandato de
cional, por lei complementar. seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de ja-
O que se precisa lembrar para a prova é que, para se criar neiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o
outro Estado, faz-se necessária a aprovação da população dire- disposto no Art. 77.
tamente interessada por meio de plebiscito e que essa criação § 1º - Perderá o mandato o Governador que assumir
depende de lei complementar federal. A Constituição prevê outro cargo ou função na administração pública direta
ainda a oitiva das Assembleias Legislativas envolvidas na mod- ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso 245
ificação: público e observado o disposto no Art. 38, I, IV e V.
§ 2º - Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Mu-
246 dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciati- nicípios de mais de 450.000 (quatrocentos e
va da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seis-
os Arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. centos mil) habitantes;
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Mu-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo cluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.
dos Vereadores corresponderá a sessenta por §2º - Constitui crime de responsabilidade do Prefeito
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; Municipal:
f) em Municípios de mais de quinhentos mil I. Efetuar repasse que supere os limites definidos
habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores neste artigo;
corresponderá a setenta e cinco por cento do II. Não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
subsídio dos Deputados Estaduais; III. Enviá-lo a menor em relação à proporção fixada
VII. O total da despesa com a remuneração dos na Lei Orçamentária.
Vereadores não poderá ultrapassar o montante de §3º - Constitui crime de responsabilidade do Presi- NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
cinco por cento da receita do Município; dente da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1º deste
VIII. Inviolabilidade dos Vereadores por suas artigo.
opiniões, palavras e votos no exercício do manda- Alguns alunos acham que a banca jamais questionaria isso
to e na circunscrição do Município; em prova. Não é o que se tem visto. As questões de prova que
IX. Proibições e incompatibilidades, no exercício abordam esses artigos exigem do candidato uma grande ca-
da vereança, similares, no que couber, ao disposto pacidade de memorização, como no exemplo a seguir:
nesta Constituição para os membros do Congresso Mesmo sendo dotada de autonomia federativa, sua orga-
Nacional e na Constituição do respectivo Estado nização possui algumas limitações impostas pela própria Con-
para os membros da Assembleia Legislativa; stituição. Entre essas limitações, deve-se destacar a ausência
X. Julgamento do Prefeito perante o Tribunal de de Poder Judiciário no âmbito municipal, cuja função jurisdi-
Justiça; cional é exercida pelos órgãos do Judiciário Federal e Estadual.
XI. Organização das funções legislativas e fiscaliza- É importante lembrar que não existe representante municipal
doras da Câmara Municipal; no Congresso Nacional.
XII. Cooperação das associações representativas A Constituição permite que sejam criados novos mu-
no planejamento municipal; nicípios, conforme as regras estabelecidas no Art. 18, § 4º:
XIII. Iniciativa popular de projetos de lei de interes- Art. 18, § 4º - A criação, a incorporação, a fusão e o 247
se específico do Município, da cidade ou de bairros, desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei es-
tadual, dentro do período determinado por Lei Com- lembrar que o DF não possui competência para organizar e
248 plementar Federal, e dependerão de consulta prévia, manter as Polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros Militar,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios en- o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública.
volvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Nesses casos, a competência foi conferida à União:
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Art. 32, § 4º - Lei federal disporá sobre a utilização,
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Perceba que as regras são um pouco diferentes das pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e
necessárias para a criação de Estados. A primeira coisa que militar e do corpo de bombeiros militar.
deve ser lembrada é que a criação será por Lei Ordinária Es- Art. 21. Compete à União:
tadual, desde que haja autorização emanada de Lei Comple-
XIII. Organizar e manter o Poder Judiciário, o
mentar Federal. As populações diretamente envolvidas na
Ministério Público e a Defensoria Pública do Distri-
modificação devem ser consultadas por meio de plebiscito.
to Federal e dos Territórios;
E, por último, não se pode esquecer a exigência de Estudo de
Viabilidade Municipal. Para prova, memorize essas condições. XIV. Organizar e manter a polícia civil, a polícia
militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito
Um fato curioso é que apesar de não existir ainda uma
Lei Complementar Federal autorizando o período de criação Federal, bem como prestar assistência financeira
de Municípios, vários Municípios foram criados na vigência de ao Distrito Federal para a execução de serviços pú-
Constituição Federal, o que obrigou o Congresso Nacional a blicos, por meio de fundo próprio.
aprovar a Emenda Constitucional nº 57/2008, que acrescentou Por fim, é importante lembrar que o Distrito Federal não se
o Art. 96 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias confunde com Brasília. Isso é facilmente percebido pela leitura
(ADCT), convalidando a criação dos Municípios até 31 de do Art. 18:
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organização dos serviços, a criação de um órgão Essas competências são exclusivas, pois a União exclui a
regulador e outros aspectos institucionais; possibilidade de outro ente federativo realizá-la. Por isso, diz-
se que são indelegáveis. Só a União pode fazer.
XII. Explorar, diretamente ou mediante autor-
A outra competência material da União é a comum. Ela é
ização, concessão ou permissão:
comum a todos os entes federativos, União, Estados, Distrito
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de Federal e Municípios. Vejamos o que diz o Art. 23:
sons e imagens; Art. 23. É competência comum da União, dos Estados,
b) os serviços e instalações de energia elétri- do Distrito Federal e dos Municípios:
ca e o aproveitamento energético dos cursos de I. Zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
água, em articulação com os Estados onde se instituições democráticas e conservar o patrimônio
situam os potenciais hidroenergéticos; público;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a in- II. Cuidar da saúde e assistência pública, da
fraestrutura aeroportuária;
proteção e garantia das pessoas portadoras de
d) os serviços de transporte ferroviário e deficiência;
aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras
III. Proteger os documentos, as obras e outros bens
nacionais, ou que transponham os limites de Es-
de valor histórico, artístico e cultural, os monu-
tado ou Território;
mentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
e) os serviços de transporte rodoviário inter- arqueológicos;
estadual e internacional de passageiros;
IV. Impedir a evasão, a destruição e a descaracter-
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; ização de obras de arte e de outros bens de valor
XIII. Organizar e manter o Poder Judiciário, o histórico, artístico ou cultural;
Ministério Público do Distrito Federal e dos Territóri- V. Proporcionar os meios de acesso à cultura, à ed-
os e a Defensoria Pública dos Territórios. ucação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à in-
XIV. Organizar e manter a polícia civil, a polícia ovação; (Redação dada pela Emenda Constitucio- 249
militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito nal nº 85, de 2015)
VI. Proteger o meio ambiente e combater a polu- VIII. Promover, no que couber, adequado ordena-
250 ição em qualquer de suas formas; mento territorial, mediante planejamento e con-
VII. Preservar as florestas, a fauna e a flora; trole do uso, do parcelamento e da ocupação do
solo urbano;
VIII. Fomentar a produção agropecuária e organi-
IX. Promover a proteção do patrimônio históri-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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I. Direito tributário, financeiro, penitenciário, A competência residual dos Estados é também chamada de
econômico e urbanístico; competência remanescente ou reservada. Está prevista no Art.
II. Orçamento; 25, § 1º, o qual prevê que aos Estados serão reservadas todas
III. Juntas comerciais; as competências que não sejam previstas a União ou aos Mu-
IV. Custas dos serviços forenses; nicípios. Deve-se lembrar que esse dispositivo fundamenta tan-
V. Produção e consumo; to as competências materiais quanto as legislativas:
VI. Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da Art. 25, § 1º - São reservadas aos Estados as competên-
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, cias que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
proteção do meio ambiente e controle da poluição; Outra competência dos Estados é a por delegação da NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
VII. Proteção ao patrimônio histórico, cultural, União, que decorre da possibilidade de serem delegadas as
artístico, turístico e paisagístico; competências privativas da União mediante Lei Complemen-
VIII. Responsabilidade por dano ao meio am- tar. Encontra-se prevista no Art. 22, parágrafo único:
biente, ao consumidor, a bens e direitos de valor Art. 22, Parágrafo único. Lei complementar poderá
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; autorizar os Estados a legislar sobre questões específi-
IX. Educação, cultura, ensino, desporto, ciência, cas das matérias relacionadas neste artigo.
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; Temos ainda as competências concorrentes suplemen-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, tares previstas no Art. 24, § 2º da CF. Essas suplementam a
de 2015) competência legislativa da União no âmbito das competências
X. Criação, funcionamento e processo do juizado concorrentes permitindo, inclusive, que os Estados legislem de
de pequenas causas; forma plena quando não existir lei federal sobre o assunto:
XI. Procedimentos em matéria processual; Art. 24, § 2º - A competência da União para legislar
XII. Previdência social, proteção e defesa da saúde; sobre normas gerais não exclui a competência suple-
XIII. Assistência jurídica e Defensoria pública; mentar dos Estados.
XIV. Proteção e integração social das pessoas por- § 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Es-
tadoras de deficiência; tados exercerão a competência legislativa plena, para 251
XV. Proteção à infância e à juventude; atender a suas peculiaridades.
Há também as competências expressas dos Estados, as Não se deve confundir as competências comuns com as
252 quais podem ser encontradas nos Art. 18, § 4º e 25, §§ 2º e 3º concorrentes. Competência comum é comum a todos os entes
da Constituição Federal: e é administrativa. Competência concorrente é só para União,
Art. 18, § 4º - A criação, a incorporação, a fusão e Estados e o DF além de ser legislativa. Município tem com-
o desmembramento de Municípios, far-se-ão por petência comum, mas não tem concorrente.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
interesse comum.
Competência híbrida
Para os Municípios, a Constituição previu dois tipos de
competência legislativa: exclusiva e suplementar. A legislati- Competências Legislativas
va exclusiva dos Municípios está prevista no Art. 30, I, o qual
menciona que os Municípios possuem competência para legis- União
lar sobre assuntos de interesse local: Privativa (Art. 22)
Art. 30. Compete aos Municípios: Concorrente (Art. 24)
I. Legislar sobre assuntos de interesse local. Estados
A competência legislativa suplementar está prevista no Art.
30, II, o qual permite aos Municípios legislar de forma suplementar Concorrente suplementar (Art. 24)
Residual, reservada, remanescente (Art. 25, § 1º)
a Legislação Federal e Estadual: Por delegação da União (Art. 22, § Único)
Art. 30. Compete aos Municípios: Expressos (Art. 25, § 2º e 3º)
II. Suplementar a legislação federal e a estadual no
que couber. Municípios
Por fim, nós há a competência legislativa do Distrito Fed- Exclusiva (Art. 30, I)
eral que, conforme já dito, é híbrida, permitindo ao DF leg- Suplementar ao Estado (Art. 30, II)
islar sobre as matérias de competência dos Estados e dos
Distrito Federal
Municípios. Apesar dessa competência ampla, a Constituição
resolveu estabelecer algumas limitações a sua autonomia leg- Competência híbrida (Estados e Municípios)
islativa excluindo algumas matérias de sua competência. Se-
gundo o Art. 21, XIII e XIV da CF, o Distrito Federal não possui
competência para organizar e legislar sobre alguns dos seus Intervenção
órgãos: Poder Judiciário, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros A Constituição Federal está assentada no princípio federa-
Militar e Polícia Civil. tivo como forma de Estado adotada no Brasil. O fato de sermos
Art. 21. Compete à União: uma federação reflete inúmeras características, dentre as quais
XIII. Organizar e manter o Poder Judiciário, o se destaca a autonomia de cada ente federativo. A autonomia
Ministério Público do Distrito Federal e dos Territóri- é atributo inerente aos entes federativos que exclui a possib-
os e a Defensoria Pública dos Territórios. ilidade de hierarquia entre os mesmos bem como a possibili-
XIV. Organizar e manter a polícia civil, a polícia mili- dade de intervenção de um ente federativo no outro.
tar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Feder- A regra constitucional é a da não intervenção. Contudo, ex-
al, bem como prestar assistência financeira ao Distri- cepcionalmente, a Constituição Federal previu hipóteses taxativas
to Federal para a execução de serviços públicos, por que permitem a um ente federativo intervir em outro ente em
meio de fundo próprio; situações que visem à preservação da unidade do pacto federati-
Diante deste estudo, algumas conclusões são muito úteis vo, a garantia da soberania nacional e de princípios fundamentais.
para a prova: A União poderá intervir nos Estados e no Distrito Federal e
Não se deve confundir as competências exclusivas com as os Estados poderão intervir em seus Municípios. A União não
privativas da União. Competência exclusiva é administrativa e pode intervir em município, salvo se for um município perten-
indelegável. Competência privativa é legislativa e delegável. cente a Território Federal. Destaca-se, novamente, que a possi-
bilidade de intervenção é uma exceção e só poderá ocorrer nas A intervenção Federal espontânea, ou de ofício, é aquela
hipóteses taxativamente elencadas na Constituição Federal. em que o Chefe do Poder Executivo, de forma discricionária,
Outra regra comum às intervenções é que a competência decreta a intervenção independentemente de provocação de
outros órgãos. A decretação de ofício ocorrerá nas hipóteses
para decretá-las é exclusiva do Chefe do Poder Executivo. Se a
previstas nos incisos I, II, III e do Art. 34:
intervenção é federal, a competência para decretar é do Presi-
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Dis-
dente da República. Se a intervenção é estadual, a competên- trito Federal, exceto para:
cia é do Governador de Estado. I. Manter a integridade nacional;
A seguir serão abordados as espécies de intervenção. II. Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade
Intervenção Federal da Federação em outra;
A intervenção federal é a intervenção da União nos Esta- III. Pôr termo a grave comprometimento da ordem
pública.
dos ou nos Municípios pertencentes aos Territórios Federais e
A intervenção federal provocada é aquela que depende da
será decretada pelo Presidente da República.
provocação dos órgãos legitimados pela Constituição Federal,
Como dito anteriormente, a possibilidade de intervenção conforme o Art. 36:
federal constitui exceção prevista em rol taxativo, conforme Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
disposto no Art. 34: I. No caso do Art. 34, IV, de solicitação do Poder
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Dis- Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou im-
trito Federal, exceto para: pedido, ou de requisição do Supremo Tribunal
I. Manter a integridade nacional; Federal, se a coação for exercida contra o Poder
II. Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade Judiciário;
da Federação em outra; II. No caso de desobediência a ordem ou decisão
judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Fed-
III. Pôr termo a grave comprometimento da ordem eral, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal
pública; Superior Eleitoral;
IV. Garantir o livre exercício de qualquer dos Pode- III. De provimento, pelo Supremo Tribunal Federal,
res nas unidades da Federação; de representação do Procurador-Geral da República,
V. Reorganizar as finanças da unidade da Feder- na hipótese do Art. 34, VII, e no caso de recusa à ex-
ação que: ecução de lei federal.
A provocação se dá por meio de solicitação ou requisição.
a) suspender o pagamento da dívida fundada
A solicitação não obriga o Presidente da República a decre-
por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo
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tar a medida, ao contrário da requisição, que está revestida
de força maior; de obrigatoriedade na qual caberá ao Presidente apenas ex-
b) deixar de entregar aos Municípios receitas ecutá-la.
tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos A decretação de intervenção federal por solicitação ocor-
prazos estabelecidos em lei; rerá na hipótese do Art. 34, IV, a qual compete ao Poder Exec-
VI. Prover a execução de lei federal, ordem ou de- utivo ou Legislativo das Unidades da Federação solicitar a ex-
ecução da medida quando se acharem coagidos ou impedidos
cisão judicial;
de executarem suas atribuições constitucionais.
VII. Assegurar a observância dos seguintes A decretação de intervenção federal por requisição ocor-
princípios constitucionais: rerá nas hipóteses previstas no Art. 34, IV, VI e VII. No inciso
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
a) forma republicana, sistema representativo IV, a requisição caberá ao Supremo Tribunal Federal quando
e regime democrático; a coação for exercida contra o Poder Judiciário. No inciso VI, a
b) direitos da pessoa humana; requisição virá do STF, STJ ou do TSE quando houver desobe-
diência de ordem judicial. E no inciso VI e VII a requisição será
c) autonomia municipal; do Supremo quando houver representação interventiva feita
d) prestação de contas da administração pelo Procurador Geral da República nos casos de recusa de ex-
pública, direta e indireta; ecução de lei federal ou ofensa aos princípios sensíveis.
e) aplicação do mínimo exigido da receita re- O decreto interventivo especificará todas as condições em
sultante de impostos estaduais, compreendida a que ocorrerá a medida e terá eficácia imediata após a sua de-
proveniente de transferências, na manutenção e cretação pelo Presidente da República. Após sua decretação,
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços a medida será submetida a apreciação do Congresso Nacional
no prazo de 24 horas:
públicos de saúde.
Art. 36, § 1º - O decreto de intervenção, que especifi-
A partir desse artigo, a doutrina classificou a intervenção cará a amplitude, o prazo e as condições de execução e
federal em dois tipos: que, se couber, nomeará o interventor, será submetido
Intervenção Federal Espontânea; à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia 253
Intervenção Federal Provocada. Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º - Se não estiver funcionando o Congresso Nacional II. Não forem prestadas contas devidas, na forma
254 ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação ex- da lei;
traordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. III. Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da re-
Caberá ao Congresso Nacional aprovar ou suspender a ex- ceita municipal na manutenção e desenvolvimento
ecução da Intervenção:
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a insuscetível de recurso extraordinário para o STF1.
suspender a execução do ato impugnado, se essa medi-
da bastar ao restabelecimento da normalidade. ANOTAÇÕES
Não podemos esquecer que nos casos de intervenção es-
pontânea ou provocada por solicitação, o Presidente deverá
consultar, antes da decretação, o Conselho da República e o
Conselho da Defesa Nacional que emitirão parecer opinativo
sobre a situação:
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronun-
ciar-se sobre:
V. Intervenção federal, estado de defesa e estado
de sítio;
Art. 91, § 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
II. Opinar sobre a decretação do estado de def-
esa, do estado de sítio e da intervenção federal.
Cessando a crise, a ordem será restabelecida, inclusive
com o retorno das autoridades públicas afastadas, caso não
possuam outra incompatibilidade:
§ 4º - Cessados os motivos da intervenção, as autori-
dades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal.
Apesar de a Constituição Federal não mencionar sobre a
possibilidade de controle judicial da Intervenção, seria possível
que ocorresse este controle caso os limites constitucionais es-
tabelecidos fossem desrespeitados. Ressalta-se que contra a
Intervenção em si não cabe atuação do Poder Judiciário, con-
siderando ser essa uma medida de natureza política.
Intervenção Estadual
A intervenção estadual poderá ocorrer nos Municípios lo-
calizados em seu território mediante decreto do Governador
do Estado nas hipóteses previstas no Art. 35:
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios,
nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, exceto quando:
I. Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, 1 Súmula 637 do STF: não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal
por dois anos consecutivos, a dívida fundada; de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em Município.
9. Administração Pública União
Administração Pública
de Direito Administrativo. A missão deste estudo é apre-
Objetiva (ativi- Municípios
sentar os mais importantes temas acerca da Administração dade)
Pública, sob a ótica do texto constitucional.
Autarquias
Subjetiva
Conceito (sujeitos)
Fundações
Primeiramente, faz-se necessário conceituar a Adminis-
tração Pública, remetendo ao caput do Art. 37, CF. Indireta Sociedades de
Art. 37. A administração pública direta e indireta de Economia Mista
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pessoas jurídicas que desempenham a atividade adminis- da atividade administrativa, os quais são de observância
obrigatória. A Administração é regida por princípios expres-
trativa. Interessa aqui conhecer a Administração Pública
sos e princípios implícitos. Primeiramente vamos analisar os
sob essa última perspectiva, a qual se classifica em Admin- princípios expressos no texto constitucional, que são: Legal-
istração Direta e Indireta. idade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
A Administração Pública Direta é formada por pessoas Legalidade
jurídicas de direito público, ou pessoas políticas, entes que Esse é o primeiro princípio expresso na Constituição Fed-
possuem personalidade jurídica e autonomia própria. São eral para a Administração Pública. Para se entender o Princípio NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
da Legalidade, é preciso analisar suas duas acepções: a legal-
entes da Administração Pública Direta a União, os Estados,
idade em relação aos particulares e a legalidade em relação à
o Distrito Federal e os Municípios. Esses entes são pessoas Administração Pública.
jurídicas de Direito Público que exercem as atividades ad- Para os particulares, a legalidade remete ao Art. 5º da
ministrativas por meio dos órgãos e agentes pertencentes Constituição: significa que ele poderá fazer tudo o que não for
proibido por lei, conforme já previa o Art. 5º, II da Constituição
aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Os órgãos Federal:
não são dotados de personalidade jurídica própria, pois II. ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
agem em nome da pessoa jurídica a qual estão vinculados. alguma coisa senão em virtude de lei.
A Administração Pública Indireta é formada por pessoas Já em relação à Administração Pública, a legalidade impõe
uma conduta mais rigorosa exigindo que se faça apenas o
jurídicas próprias, de direito público ou privado, que execu- que estiver determinado por lei ou que seja permitido pela
tam atividades do Estado por meio da descentralização ad- lei: quando se fala em lei, trata-se daquela em sentido estri-
ministrativa. São os entes da Administração Indireta as Au- to, ou em sentido formal, porque há exceções à aplicação do
Princípio da Legalidade que já apareceram em prova, como a
tarquias, Fundações Públicas, Sociedades de Economia Mista Medida Provisória, o Estado de Defesa e o Estado de Sítio; por 255
e Empresas Públicas. isso, esse princípio não deve ser encarado de forma absoluta.
A Medida Provisória é exceção, pois é ato emitido pelo Moralidade
256 chefe do Poder Executivo, porque com sua publicação já pro-
duz efeitos na sociedade; em seguida, temos os sistemas con- Não é possível se definir o que é, mas é possível com-
stitucionais de crises, sendo exceções, porque o decreto que preender por meio da interpretação das normas. Esse princípio
rege essas medidas prevê algumas situações excepcionais, prevê que o administrador deve agir conforme os fins públi-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
com amparo constitucional, então são exceções à legalidade, cos. Por esse princípio, ao administrador não basta fazer tudo
mas com fundamento constitucional. O agente público, ao conforme a lei. É importante o faça de boa-fé, respeitando os
agir, deverá pautar sua conduta segundo a lei. preceitos éticos, com probidade e justiça. E aqui não se fala em
moral comum, mas em uma moral jurídica ou política.
Impessoalidade A não observância do referido princípio poderá ser com-
Esse princípio exige do administrador uma postura isen- batida por meio da Ação Popular, conforme prevê o Art. 5º,
ta de interesses pessoais. Ele não poderá agir com o fim de LXXIII da CF:
atender suas próprias vontades. Agir de forma impessoal é LXXIII. Qualquer cidadão é parte legítima para
agir visando a atender o interesse público. A impessoalidade propor ação popular que vise a anular ato lesivo
deve ser enxergada sob duas perspectivas: finalidade da at- ao patrimônio público ou de entidade de que o
uação administrativa e proibição da promoção pessoal. A im- Estado participe, à moralidade administrativa, ao
pessoalidade deve ser vista sob duas perspectivas: primeiro,
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
a impessoalidade se confunde com o interesse público; se-
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
gundo, a impessoalidade é a proibição da autopromoção, ou
seja, vedação à promoção pessoal. custas judiciais e do ônus da sucumbência.
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A título exemplificativo, para a finalidade da atuação admin- Ressalte-se também que, se o agente público agir em de-
istrativa, que será sempre a satisfação do interesse público em sconformidade com o princípio de moralidade, sua conduta
benefício da coletividade, é que se realizam os concursos públi- poderá ensejar a ação de improbidade administrativa, a qual
cos para contratação de pessoal e licitação para contratação dos é punida nos termos do Art. 37, § 4º:
serviços pela Administração Pública, são formas exigidas por lei § 4º - Os atos de improbidade administrativa impor-
que garantem o referido princípio. Isso impede que o adminis- tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
trador atue satisfazendo seus interesses pessoais. função pública, a indisponibilidade dos bens e o res-
Nesse sentido, fica proibida a vinculação da imagem do sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
administrador a obras e propagandas não se permitindo em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
também a vinculação da sigla do partido. Ressalte-se ainda
o teor da Súmula Vinculante nº 13 do STF, que veda a prática Publicidade
de nepotismo: A publicidade como princípio também poderá ser analisa-
Súmula Vinculante 13. A nomeação de cônjuge, com- da sob duas acepções: a primeira delas é a publicidade como
panheiro ou parente em linha reta, colateral ou por condição de eficácia do ato administrativo; a segunda, como
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade forma de se garantir a transparência destes mesmos atos.
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, Como condição de eficácia do ato administrativo, a publi-
investido em cargo de direção, chefia ou assessora- cidade muito aparece em prova; o examinador costuma dizer
mento, para o exercício de cargo em comissão ou de que a publicidade é requisito de validade do ato administra-
confiança, ou, ainda, de função gratificada na Admin- tivo, mas isso é errado, porque validade e eficácia são difer-
istração Pública direta e indireta, em qualquer dos entes. A publicidade é necessária, pois é a forma de tornar
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
conhecido o conteúdo do ato, principalmente se esse ato for
dos municípios, compreendido o ajuste mediante des-
capaz de produzir efeitos externos ou que ensejem ônus para o
ignações recíprocas, viola a Constituição Federal.
patrimônio público. Em regra, a publicidade se dá pelos meios
A impessoalidade também proíbe a promoção pessoal. O de comunicação oficiais, como o Diário Oficial da União.
administrador público não poderá se utilizar da máquina ad-
ministrativa para promover sua própria imagem. Veja o que diz A publicidade também tem a função de garantir a trans-
o Art. 37, § 1º diz: parência do ato administrativo. É uma forma dos administra-
§1º - A publicidade dos atos, programas, obras, dos fiscalizarem a atuação do poder público. Apesar de sua
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter importância, nesse aspecto a publicidade encontra limitação
caráter educativo, informativo ou de orientação so- na própria Constituição que prevê a possibilidade de sigilo dos
cial, dela não podendo constar nomes, símbolos ou atos administrativos todas as vezes que for necessário para
imagens que caracterizem promoção pessoal de au- preservar a segurança da sociedade e do Estado:
toridades ou servidores públicos. XXXIII. Todos têm direito a receber dos órgãos públi-
Notemos que esse parágrafo tem como objetivo trazer de cos informações de seu interesse particular, ou de in-
forma expressa a proibição da vinculação da imagem do agente teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra-
público com as obras e serviços realizadas durante seu mandato, zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
nesse sentido, já existe proibição da utilização inclusive da sigla aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
do partido. sociedade e do Estado.
Eficiência § 3º - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi-
dade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
O Princípio da Eficiência foi o último incluído no rol dos remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
princípios, em razão da reforma administrativa promovida adequado aproveitamento em outro cargo.
pela Emenda Constitucional nº 19/98. A sua inserção como
§ 4º - Como condição para a aquisição da estabilidade,
princípio expresso está relacionada a necessidade de pro-
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
dução de resultados satisfatórios a sociedade. A Adminis-
comissão instituída para essa finalidade.
tração Pública deve ter produtividade em suas atividades
como se fosse iniciativa privada.
Fazer aquilo que a lei
Como forma de garantir uma nova postura na prestação Legalidade determina
dos seus serviços, esse princípio exige que as ações sejam
praticadas com celeridade, perfeição, visando a atingir ótimos
resultados, sempre tendo como destinatário o bem-estar do Agir conforme fins
administrado. A celeridade dos processos encontra-se prevista públicos
no Art. 5º, LXXVIII da CF:
LXXVIII. A todos, no âmbito judicial e administra- Impessoalidade
tivo, são assegurados a razoável duração do pro- Vedação à pro-
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua moção pessoal
tramitação.
Princípios Expressos
Em respeito ao princípio da eficiência, a Constituição Fed-
eral previu formas de participação do administrado como fiscal
da Administração Pública: Agir conforme ética,
Moralidade
probidade e justiça
Art. 37, § 3º - A lei disciplinará as formas de participação
do usuário na administração pública direta e indireta, reg-
ulando especialmente:
I. As reclamações relativas à prestação dos serviços Condição de eficácia
públicos em geral, asseguradas a manutenção de dos atos
serviços de atendimento ao usuário e a avaliação Publicidade
periódica, externa e interna, da qualidade dos
serviços; Garantia da transpar-
II. O acesso dos usuários a registros administrativos ência
e a informações sobre atos de governo, observado
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o disposto no Art. 5º, X e XXXIII;
Eficiência Gestão de bons
III. A disciplina da representação contra o exer- resultados
cício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou
função na administração pública.
Decorre desse princípio, ainda, a necessidade de avaliação Princípios Implícitos da
de desempenho para concessão da estabilidade ao servidor
público em estágio probatório, bem como a existência da aval-
Administração Pública
iação periódica de desempenho como uma das condições para Além dos princípios expressamente previstos no caput do Art.
perda do cargo nos termos do Art. 41 da CF: 37 da Constituição Federal (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Eficiência), a doutrina elenca outros como princípios
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício
os servidores nomeados para cargo de provimento efe- gerais de direito que decorrem da interpretação constitucional:
tivo em virtude de concurso público. Supremacia do Interesse Público
§ 1º - O servidor público estável só perderá o cargo:
Esse princípio é tido pela doutrina como um dos pilares
I. Em virtude de sentença judicial transitada em do regime jurídico administrativo. Nesse sentido, o Estado
julgado; representa o interesse público ou da coletividade, e a coletiv-
II. Mediante processo administrativo em que lhe idade, em regra, deve prevalecer sobre o interesse privado. A
seja assegurada ampla defesa; Administração Pública, em sua relação com os administrados
III. Mediante procedimento de avaliação periódica tem prevalência sobre o interesse privado.
de desempenho, na forma de lei complementar, O Regime Democrático adotado no Estado brasileiro con-
assegurada ampla defesa. fere à Administração Pública o poder de representar os inter-
§ 2º - Invalidada por sentença judicial a demissão do esses da sociedade, é nessa relação que vamos desenvolver
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocu- a supremacia do interesse público, que decorre da relação de
pante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de ori- verticalidade entre o Estado e os particulares.
gem, sem direito a indenização, aproveitado em outro Esse princípio não goza de caráter absoluto, pois o Estado
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração também age como se fosse particular em suas relações jurídi- 257
proporcional ao tempo de serviço. cas, geralmente econômicas, por exemplo, o Estado não pode
abusar da autoridade estatal sobre os direitos e princípios fun- A melhor forma de verificar a sua utilização prática é no
258 damentais dos administrados, já que esses são os limites da caso concreto. Imagine uma fiscalização sanitária realizada pelo
supremacia do interesse público. poder público em que o administrado é flagrado cometendo um
Decorre desse princípio o poder de império exercido ilícito sanitário, ou seja, encontra um produto com o prazo de
pela Administração Pública, a qual poderá impor sua von- validade vencido. Dependendo da infração cometida, será apli-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
tade ao particular de forma coercitiva, podendo inclusive cada uma penalidade administrativa maior ou não. Com a apli-
restringir seus direitos e impor obrigações, como ocorre no cação dos princípios em tela, a penalidade deve ser necessária,
caso da desapropriação e requisição administrativa. Logi- adequada e equivalente à infração cometida. Os princípios ga-
camente, esse princípio não goza de caráter absoluto, não rantem que a sanção aplicada não seja maior que a necessária
tendo aplicabilidade nos atos praticados de mera gestão para atingir o fim proposto pelo poder público. O que se busca é
administrativa ou quando o poder público atua como par- uma adequação entre os meios e os fins necessários, proibindo
ticular nas relações econômicas. o excesso na aplicação das medidas.
Sem dúvida, esses princípios gerais de direito estão entre
Indisponibilidade do Interesse Público os mais utilizados atualmente nas decisões do Supremo Tribu-
Juntamente com a Supremacia do Interesse Público, o nal Federal, pois esses princípios são utilizados nas decisões
princípio da Indisponibilidade do Interesse Público forma a base para se adequar a lei ao caso concreto.
do regime jurídico-administrativo. Por esse princípio, a Admin- Em suma, esses princípios são a adequação dos meios
istração Pública não pode ser vista como dona da coisa pública, com a finalidade proposta pela Administração Pública, com
mas apenas gestora. A coisa pública pertence ao povo, e o Es- o fim de evitar os excessos cometidos pelo agente público.
tado é o responsável pelo cuidado ou gestão da coisa pública. Em razão disso, também são conhecidos como a proibição
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Como limitação a esse princípio, existe o princípio da le- do excesso, por isso trabalhar a razoabilidade e a propor-
galidade, que determina os passos e em que condições a Ad- cionalidade como unidade.
ministração Pública pode se utilizar dos bens públicos, sempre
respeitando a indisponibilidade do interesse público. Desta- Continuidade dos Serviços Públicos
ca-se ainda o papel que esse princípio exerce como limitador Esse princípio se traduz pelo próprio nome. Ele exige que a
do princípio da supremacia do interesse público. atividade administrativa seja contínua, não sofra interrupções
Um ponto importante a respeito desse princípio é que os e seja adequada, com qualidade, para que não ocorram pre-
bens públicos são indisponíveis, não pertencendo aos seus ad- juízos tanto para a Administração quanto para os adminis-
ministradores ou aos seus agentes os quais estão proibidos, trados. Apesar disso, há situações excepcionais, em que se
inclusive de renunciar a qualquer direito ou prerrogativa iner- permite a interrupção do serviço público. Existem limitações
ente ao Poder Público. a esse princípio, tanto para a Administração, quanto para o
particular que está incumbido de executar o serviço público, e
Na desapropriação, a Administração Pública pode retirar
sua atuação pode ser percebida no próprio direito de greve do
o bem de uma pessoa pelo fundamento da Supremacia do in-
servidor público que se encontra condicionado à observância
teresse público, por outro lado, em razão da Indisponibilidade
da lei para ser exercido.
do interesse público, há vedação à Administração Pública no
sentido de não se apropriar de tal bem sem que o particular O poder de vinculação desse princípio é tão grande que o
seja indenizado. particular, ao prestar o serviço público por delegação, não poderá
interrompê-lo ainda que a administração pública não cumpra sua
parte no contrato. Significa dizer que o particular prejudicado no
Supremacia Desapropriação
contrato administrativo não poderá opor a exceção do contrato
não cumprido, ficando desobrigado apenas por decisão judicial
transitada em julgado, ou seja, o particular não pode deixar de
cumprir sua obrigação pelo não cumprimento por parte da ad-
Indisponibilidade Desapropriação ministração, mas o particular pode deixar de prestar o serviço pú-
blico quando determinado por decisão judicial.
O responsável pela prestação do serviço público só ficaria
desobrigado da sua prestação em caso de emergência e desde
Razoabilidade e Proporcionalidade que haja aviso prévio em situações de segurança, de ordem
Esses princípios são, por vezes, vistos em separado pela técnica ou mesmo por inadimplência do usuário.
doutrina; eles servem para a limitação da atuação administra-
tiva, e devem ser vistos em conjunto, como unidade. A Razoab- Autotutela
ilidade e a Proporcionalidade decorrem do princípio do devido Esse princípio permite que a Administração avalie e reve-
processo legal e são utilizados, principalmente, como limitador ja seus próprios atos, tanto em relação à legalidade do ato,
da discricionariedade administrativa, ainda mais quando o ato quanto ao aspecto do mérito. Essa possibilidade não impede o
limitado restringe os direitos do administrado. Trata-se, portan- ato de ser apreciado pelo Poder Judiciário, limitando a verifi-
to, de uma ferramenta para controle de legalidade que pode cação da legalidade, nunca o mérito. Quando o ato for revisto
gerar a nulidade do ato administrativo. Ao pensar em Razoabi- em razão de vício de legalidade, ocorre a anulação do ato, se
lidade e Proporcionalidade, deve-se pensar em dois elementos a questão é de mérito (discricionariedade e oportunidade), a
que os identificam: adequação e necessidade. administração revoga seus atos.
Este princípio foi consagrado pelo Supremo por meio da celetista, ou seja, quem ocupa um emprego público possui
Súmula 473: uma relação trabalhista com a Administração Pública.
Súm. 473, STF. A administração pode anular seus própri- Função pública é a atribuição ocupada por quem não pos-
os atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, sui cargo ou emprego público. Ocorre em duas situações: nas
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, contratações temporárias e nas atividades de confiança.
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeit- Os cargos, empregos e funções são acessíveis a todos
ados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os os brasileiros e estrangeiros que preencherem os requi-
casos, a apreciação judicial. sitos previstos em lei. Aos estrangeiros, o acesso é limit-
A autotutela dos atos administrativos não depende de ado, essa é norma de eficácia limitada, pois depende de
provocação, podendo a administração analisar de ofício seus regulamentação, como professores ou pesquisadores em
próprios atos. Essa é a ideia primordial da autotutela. universidades e instituições de pesquisa científica e tec-
nológica. Destaca-se ainda que existem cargos privativos
Segurança Jurídica de brasileiros natos, os quais estão previstos no Art. 12, §
Esse princípio tem fundamento inicial já no Art. 5º da CF, 3º da CF: Presidente e Vice-Presidente da República, Pres-
que decorre da própria garantia fundamental à Segurança idente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado
Jurídica; no que tange a sua aplicabilidade na Administração Federal, Ministro do STF, oficial das forças armadas, carreira
Pública, esse princípio evoca a impossibilidade da lei nova diplomática e Ministro do Estado da Defesa.
prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
O acesso aos cargos e empregos públicos depende de
julgada, ou seja, esse princípio veda a aplicação retroativa de
aprovação em concurso público de provas ou de provas e
nova interpretação da norma administrativa, para que o ad-
ministrado não seja surpreendido com inovações jurídicas. títulos dependendo do cargo a ser ocupado. A realização
do concurso não será necessária para o preenchimento de
Por se tratar de um direito fundamental, a administração
cargos em comissão, haja vista serem de livre nomeação
pública fica obrigada a assegurar o seu cumprimento sob pena
e exoneração. Estão obrigados a contratar por meio de
de ser responsabilizada.
concurso toda a Administração Pública direta e indireta,
Regras Aplicáveis aos Ser- seja do Poder Executivo, Legislativo, ou Judiciário, seja da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
vidores Públicos É importante ressaltar, neste momento, que a função públi-
Passamos agora a analisar as regras aplicáveis aos servi- ca aqui tratada não pode ser confundida com a função que
dores públicos, as quais estão previstas nos Arts. 37 a 41 da todo agente da Administração Pública detém, que é aquele
Constituição Federal. conjunto de atribuições inerentes ao cargo ou emprego; neste
momento a função pública foi tratada como diferenciação do
Cargos, Empregos e Funções
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cargo e do emprego públicos. Em seguida, é necessário ressal-
Os primeiros dispositivos relacionados aos servidores pú- tar que os cargos em comissão dispensam o concurso público,
blicos e que foram apresentados pela Constituição Federal que é meio exigido para que se ocupe um cargo ou emprego
regulamentam o acesso a cargos, empregos e funções públi- públicos.
cas. Vejamos o que diz o Art. 37, I e II da CF:
I. Os cargos, empregos e funções públicas são Validade do Concurso Público
acessíveis aos brasileiros que preencham os req- A Constituição Federal previu prazo de validade para os
uisitos estabelecidos em lei, assim como aos es- concursos públicos. Vejamos o que diz o Art. 37, III e IV:
trangeiros, na forma da lei; Art. 37, III. O prazo de validade do concurso público
II. A investidura em cargo ou emprego público de- será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
pende de aprovação prévia em concurso público de período;
provas ou de provas e títulos, de acordo com a nature- IV. Durante o prazo improrrogável previsto no ed-
za e a complexidade do cargo ou emprego, na forma ital de convocação, aquele aprovado em concurso
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo público de provas ou de provas e títulos será con-
em comissão declarado em lei de livre nomeação e vocado com prioridade sobre novos concursados
exoneração. para assumir cargo ou emprego, na carreira.
Ao iniciarmos este estudo, uma distinção se faz necessária O prazo de validade será de até 2 anos, podendo ser
antes de tudo: qual a diferença entre cargo, emprego e função prorrogado apenas uma vez, por igual período. O prazo de
pública? validade passa a ser contado a partir da homologação do re-
Cargo público é a unidade de competência ofertada por sultado. Este é o prazo que a Administração Pública terá para
uma pessoa jurídica de direito público e ocupada por um contratar ou nomear os aprovados para o preenchimento do
agente público que tenha sido criado por lei com denominação emprego ou do cargo público, respectivamente.
específica e quantidade certa. Quem ocupa um cargo público Segundo posicionamento do STF, quem é aprovado dentro
fez concurso público e é submetido a um regime estatutário e do número de vagas previstas no edital possui direito subjetivo
pode ser de provimento efetivo ou em comissão. à nomeação durante o prazo de validade do concurso. Uma
Emprego público, por sua vez, seria a unidade de com- forma de burlar esse sistema encontrado pela Administração 259
petência desempenhada por agentes contratados sob regime Pública tem sido a publicação de edital com cadastro de reser-
va, que gera apenas uma expectativa de direito para quem foi o mínimo, ter-se-ia pelo menos 1 vaga para deficiente, o que
260 classificado no concurso público. corresponderia a 50% das vagas, ultrapassando assim o limite
de 20% estabelecido em lei.
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a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; Segundo o Art. 37, VII:
XV. Repouso semanal remunerado, preferencial- VII. O direito de greve será exercido nos termos e
mente aos domingos; nos limites definidos em lei específica;
XVI. Remuneração do serviço extraordinário su-
O direito de greve, previsto na Constituição Federal aos
perior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal; servidores públicos, condiciona o seu exercício a uma norma
XVII. Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo regulamentadora, por isso é uma norma de eficácia limitada.
menos, um terço a mais do que o salário normal; Como até o presente momento a necessária lei não foi pub- NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
XVIII. Licença à gestante, sem prejuízo do emprego licada, o Supremo Tribunal Federal adotou a Teoria Concretista
e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
Geral, a partir da análise do Mandado de Injunção, e fez com que
XIX. Licença-paternidade, nos termos fixados em
lei; o direito de greve tivesse efetividade e conferiu efeito erga omnes
XX. Proteção do mercado de trabalho da mulher, à decisão, ou seja, os seus efeitos atingem todos os servidores pú-
mediante incentivos específicos, nos termos da lei; blicos, ainda que aquele não tenha ingressado com ação judicial
XXII. Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por para exercer seu direito de greve.
meio de normas de saúde, higiene e segurança; A partir disso, segundo o STF, os servidores públicos de todo o
XXX. Proibição de diferença de salários, de exercício
país poderão se utilizar do seu direito de greve nos termos da Lei
de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil. 7.783/89, a qual regulamenta o direito de greve dos trabalhadores
A experiência de ler os incisos destinados aos servidores pú- da iniciativa privada.
blicos é muito importante para que você acerte em prova. O fato Ressalte-se que o direito de greve, juntamente com o de
de outros direitos trabalhistas do Art. 7º não terem sido previstos
associação sindical, não se aplica aos militares pelos mesmos
no Art. 39 não significa que tais direitos não sejam concedidos
aos servidores públicos. Ocorre que alguns direitos trabalhistas motivos já apresentados ao analisarmos o direito de liberdade 261
conferidos aos servidores públicos estão disciplinados em out- de associação sindical.
Além dessas hipóteses, a Constituição Federal também
262 Direitos Sociais dos Servidores previu a acumulação lícita em outros casos, observemos:
Públicos
Magistrado + Magistério – é permitida a acumulação de
um cargo de juiz com um de professor:
Art. 95, Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Trabalhista Associação Sindical Greve I. Exercer, ainda que em disponibilidade, outro car-
go ou função, salvo uma de magistério.
Membro do Ministério Público + Magistério – é permitida
Garantida aos servidores a acumulação de um cargo de Membro do Ministério Público
Nos termos da lei que regulam- com um de professor:
civis
enta a greve dos trabalhadores
da iniciativa privada Art. 128, § 5º - Leis complementares da União e dos
Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as
• Salário-mínimo atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, ob-
• Garantia do mínimo para os que servadas, relativamente a seus membros:
têm remuneração variável II. As seguintes vedações:
• 13º salário d) exercer, ainda que em disponibilidade,
• Duração de trabalho não superi- qualquer outra função pública, salvo uma de
or a oito horas por dia e 44 por magistério.
semana
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Magistrado (juiz) + magistério (professor) probatório foi revogado tacitamente pela EC 19/98 que alterou
o prazo de aquisição da estabilidade para 3 anos. Reforça esse
entendimento o fato de que a Advocacia-Geral da União já
Membro do MP + magistério emitiu parecer vinculante determinando a aplicação do prazo
de 3 anos para o estágio probatório em todo o Poder Executi-
Cargo eletivo + cargo, vo Federal, o que de fato acontece. Dessa forma, para prova o
emprego ou função prazo do estágio probatório é de 3 anos.
Segundo o texto constitucional, é condição para a aqui-
Estabilidade sição da estabilidade a avaliação especial de desempenhos
Um dos maiores desejos de quem faz concurso público é aplicada por comissão instituída para essa finalidade.
alcançar a Estabilidade. Essa é a garantia que se dá aos titu- O servidor estável só perderá o cargo nas hipóteses previs-
tas na Constituição, as quais são:
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lares de cargo público, ou seja, ao servidor público. Essa garan-
tia faz que o servidor tenha certa tranquilidade para usufruir Sentença judicial transitada em julgado;
do seu cargo com maior tranquilidade; o servidor passa ex- Procedimento Administrativo Disciplinar;
ercer suas atividades sem a preocupação de perder seu cargo Insuficiência de desempenho comprovada na Ava-
por qualquer simples motivo. Vejamos o que diz a Constituição liação Periódica;
Federal: Excesso de despesas com pessoal nos termos do
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os Art. 169, § 3º.
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
virtude de concurso público. Servidores em Exercício de Mandato Eletivo
§ 1º - O servidor público estável só perderá o cargo: Para os servidores públicos que estão no exercício de man-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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Magistrados dos 95% do subsídio dos
Estados e DF Municípios Tribunais Superiores ministros do STF
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excedente a este limite, caso em atividade na data Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98).
do óbito (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, § 17 - Todos os valores de remuneração considerados
19.12.2003). para o cálculo do benefício previsto no § 3º serão dev-
§ 8º - É assegurado o reajustamento dos benefícios idamente atualizados, na forma da lei (Incluído pela
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
real, conforme critérios estabelecidos em lei (Redação § 18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003). sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou trata este artigo que superem o limite máximo estabe-
municipal será contado para efeito de aposentadoria lecido para os benefícios do regime geral de previdên-
e o tempo de serviço correspondente para efeito de cia social de que trata o Art. 201, com percentual igual
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
disponibilidade (Incluído pela Emenda Constitucional ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
nº 20, de 15/12/98). efetivos (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de 19.12.2003).
contagem de tempo de contribuição fictício (Incluído § 19 - O servidor de que trata este artigo que tenha
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98). completado as exigências para aposentadoria voluntária
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer
dos proventos de inatividade, inclusive quando decor- em atividade fará jus a um abono de permanência equiv-
rentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, alente ao valor da sua contribuição previdenciária até
bem como de outras atividades sujeitas a contribuição completar as exigências para aposentadoria compulsória
para o regime geral de previdência social, e ao mon- contidas no § 1º, II (Incluído pela Emenda Constitucional nº
tante resultante da adição de proventos de inatividade 41, 19.12.2003).
com remuneração de cargo acumulável na forma desta § 20 - Fica vedada a existência de mais de um regime
Constituição, cargo em comissão declarado em lei de próprio de previdência social para os servidores titu-
livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo (Incluí- lares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade
do pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98). gestora do respectivo regime em cada ente estatal,
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de prev- ressalvado o disposto no Art. 142, § 3º, X (Incluído pela 267
idência dos servidores públicos titulares de cargo efe- Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).
§ 21 - A contribuição prevista no § 18 deste artigo ▷ Não cabe Habeas Corpus em relação a punições dis-
268 incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de ciplinares militares;
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do ▷ Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
limite máximo estabelecido para os benefícios do re- ▷ O militar, enquanto em serviço ativo, não pode es-
gime geral de previdência social de que trata o Art. tar filiado a partidos políticos.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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Poder Legislativo judiciais federais
Função principal (típica) de legislar e fiscalizar as contas
públicas; Poder Executivo
Poder Judiciário =
Governador
Função principal (típica) jurisdicional.
Além da sua própria função, a Constituição criou uma
sistemática que permite a cada um dos poderes o exercício da Poder Legislativo
Estados =
função do outro poder. É a função atípica: Assembleia Legislativa
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Poder Executivo
Função atípica de legislar e julgar; Poder Judiciário
Poder Legislativo =
Função atípica de administrar e julgar; Tribunal de Justiça
Poder Judiciário
Função atípica de administrar e legislar.
Dessa forma, pode-se dizer que além da própria função,
cada poder exercerá de forma acessória a função do outro
poder.
Uma pergunta sempre surge na cabeça dos estudantes e
poderá aparecer em prova: qual dos três poderes é mais im-
portante?
A única resposta possível é a inexistência de poder mais
importante. Cada poder possui sua própria função de forma
que não se pode afirmar que exista hierarquia entre os pode- 269
res do Estado. Como diz a Constituição no Art. 2º:
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso
270 Poder Executivo Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e
=
Prefeito
do Senado Federal.
A Câmara dos Deputados é composta pelos Deputados
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Poder Legislativo
Federais que são representantes do povo eleitos segundo o
Municípios = sistema proporcional, devendo cada ente (Estado e Distrito
Câmara de Vereadores Federal) eleger no mínimo 8 e no máximo 70 Deputados Fed-
erais. A proporcionalidade está relacionada com a quantidade
Poder Judiciário da população dos entes federativos. Quanto maior for a pop-
= ulação, mais deputados serão eleitos. Os territórios podem
Não Existe
eleger quatro deputados. O mandato do Deputado é de qua-
tro anos. Atualmente, existem na Câmara 513 membros. Sua
Poder Executivo organização é assim expressa na Constituição:
= Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de rep-
Governador
resentantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcio-
nal, em cada Estado, em cada Território e no Distrito
Poder Legislativo
=
Federal.
Distrito Federal
Câmara Legislativa § 1º - O número total de Deputados, bem como a rep-
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A seguir apresentam-se as competências de cada órgão.
Competência do Congresso Nacional
Uma coisa que se deve entender é que o Congresso Nacional, apesar de ser formado pela Câmara e pelo Senado, possui suas
próprias competências, as quais estão previstas nos Arts. 48 e 49. Um detalhe que sempre cai em prova diz respeito à diferença
entre as competências desses dois artigos.
No Art. 48, encontram-se as competências do Congresso que dependem de sanção presidencial, as quais serão desempen-
hadas mediante lei (lei ordinária ou complementar) que disponham sobre matérias de competência da União. Segue abaixo o rol
dessas competências:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
República a se ausentarem do País, quando a aus- cargos, empregos e funções de seus serviços, e a
ência exceder a quinze dias; iniciativa de lei para fixação da respectiva remu-
neração, observados os parâmetros estabelecidos
IV. Aprovar o estado de defesa e a intervenção
na lei de diretrizes orçamentárias;
federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender
qualquer uma dessas medidas; V. Eleger membros do Conselho da República, nos
V. Sustar os atos normativos do Poder Executivo termos do Art. 89, VII.
que exorbitem do poder regulamentar ou dos lim- Competência do Senado Federal
ites de delegação legislativa;
VI. Mudar temporariamente sua sede; As competências do Senado Federal estão previstas no Art.
52, as quais serão exercidas, em regra, por meio de Resolução
VII. Fixar idêntico subsídio para os Deputados Fed-
do Senado. Apesar de o texto constitucional prever essas com-
erais e os Senadores, observado o que dispõem os
petências como privativas, elas não podem ser delegadas:
Arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
VIII. Fixar os subsídios do Presidente e do Art. 52. Compete privativamente ao Senado Feder-
Vice-Presidente da República e dos Ministros de al:
Estado, observado o que dispõem os Arts. 37, XI, I. Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presiden-
39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; te da República nos crimes de responsabilidade,
IX. Julgar anualmente as contas prestadas pelo bem como os Ministros de Estado e os Comandan-
Presidente da República e apreciar os relatórios tes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos
sobre a execução dos planos de governo; crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
X. Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por II. Processar e julgar os Ministros do Supremo Tri-
qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executi- bunal Federal, os membros do Conselho Nacional
vo, incluídos os da administração indireta; de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Pú-
XI. Zelar pela preservação de sua competência leg- blico, o Procurador-Geral da República e o Advoga-
islativa em face da atribuição normativa dos outros do-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
Poderes; III. Aprovar previamente, por voto secreto, após
XII. Apreciar os atos de concessão e renovação de arguição pública, a escolha de:
concessão de emissoras de rádio e televisão; a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta
XIII. Escolher dois terços dos membros do Tribunal Constituição;
de Contas da União; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indi-
XIV. Aprovar iniciativas do Poder Executivo refer- cados pelo Presidente da República;
entes a atividades nucleares; c) Governador de Território;
XV. Autorizar referendo e convocar plebiscito; d) Presidente e diretores do banco central;
XVI. Autorizar, em terras indígenas, a exploração e e) Procurador-Geral da República;
o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa f) Titulares de outros cargos que a lei deter-
e lavra de riquezas minerais; minar;
XVII. Aprovar, previamente, a alienação ou con- IV. Aprovar previamente, por voto secreto, após ar-
cessão de terras públicas com área superior a dois guição em sessão secreta, a escolha dos chefes de
mil e quinhentos hectares. missão diplomática de caráter permanente;
V. Autorizar operações externas de natureza finan- a imunidade não pertence à pessoa, e sim ao cargo, motivo
ceira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito pelo qual é irrenunciável. Isso significa que o parlamentar só a
Federal, dos Territórios e dos Municípios; detém enquanto estiver no exercício de sua função.
VI. Fixar, por proposta do Presidente da República, São dois os tipos de imunidade:
limites globais para o montante da dívida consoli- Imunidade material;
dada da União, dos Estados, do Distrito Federal e Imunidade formal.
dos Municípios; A imunidade material é uma verdadeira irresponsabi-
VII. Dispor sobre limites globais e condições para lidade absoluta. Também conhecida como inviolabilidade
as operações de crédito externo e interno da União, parlamentar, ela isenta o seu titular de qualquer respons-
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abilidade civil, penal, administrativa ou mesmo política, no
de suas autarquias e demais entidades controladas que tange às suas opiniões, palavras e votos. Vejamos o
pelo Poder Público federal; que diz o caput do Art. 53:
VIII. Dispor sobre limites e condições para a Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil
concessão de garantia da União em operações de e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, pala-
crédito externo e interno; vras e votos.
IX. Estabelecer limites globais e condições para o Mas deve-se ter atenção: essa prerrogativa diz respeito
montante da dívida mobiliária dos Estados, do Dis- apenas às opiniões, palavras e votos proferidos no exercício
trito Federal e dos Municípios; da função parlamentar durante o seu mandato, ainda que a
X. Suspender a execução, no todo ou em parte, de busca pela responsabilização ocorra após o término do seu
lei declarada inconstitucional por decisão definitiva mandato. Não importa se está dentro do recinto parlamentar
do Supremo Tribunal Federal; ou fora dele. O que importa é que seja praticado na função ou
XI. Aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a em razão da função parlamentar.
exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da Repúbli- As imunidades formais são prerrogativas de ordem pro-
ca antes do término de seu mandato; cessual e ocorrem em relação:
XII. Elaborar seu regimento interno; Ao foro de julgamento;
XIII. Dispor sobre sua organização, funcionamen- À prisão;
to, polícia, criação, transformação ou extinção dos Ao processo.
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a A prerrogativa de foro decorre do previsto no Art. 53, § 1º
iniciativa de lei para fixação da respectiva remu- da CF, que prevê:
neração, observados os parâmetros estabelecidos § 1º - Os Deputados e Senadores, desde a expedição
na lei de diretrizes orçamentárias; do diploma, serão submetidos a julgamento perante o
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XIV. Eleger membros do Conselho da República, Supremo Tribunal Federal.
nos termos do Art. 89, VII; Como pode se depreender do texto constitucional, a partir
XV. Avaliar periodicamente a funcionalidade do da expedição do diploma o parlamentar será julgado perante
Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e o STF nas ações de natureza penal sem necessidade de autor-
seus componentes, e o desempenho das adminis- ização da Casa legislativa à qual pertence. Ressalte-se que o
trações tributárias da União, dos Estados e do Dis- parlamentar será julgado no STF por infrações cometidas antes
trito Federal e dos Municípios. ou depois da diplomação, contudo, finalizado o seu mandato,
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I perde-se com ele a imunidade, fazendo com que os seus pro-
e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tri- cessos saiam da competência do STF e passem para os demais
bunal Federal, limitando-se a condenação, que so- órgãos do Judiciário, a depender da matéria em questão. Não
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
mente será proferida por dois terços dos votos do estão incluídas nessa prerrogativa as ações de natureza cível.
Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, Em relação à prisão, o parlamentar só poderá ser preso em
por oito anos, para o exercício de função pública, flagrante delito de crime inafiançável conforme previsão do §
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. 2º do Art. 53:
As questões sobre as competências dos órgãos parlam- § 2º - Desde a expedição do diploma, os membros do
entares são muito cobradas em prova e exigem do candidato Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
uma nítida capacidade de memorização. Às vezes, é possível flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos
encontrar uma questão que trabalhe a competência asso- serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
ciada com questões doutrinárias ou mesmo jurisprudencial. respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
Vejamos o exemplo: membros, resolva sobre a prisão.
Essa prerrogativa inicia sua abrangência a partir da diplo-
Imunidade Parlamentar mação e alcança qualquer forma de prisão, seja de natureza
Os parlamentares, por ocuparem uma função essencial penal ou civil. A manutenção dessa prisão depende de mani-
na organização política do Estado, possuem Imunidades. As festação da maioria absoluta dos membros da Casa.
imunidades são prerrogativas inerentes à sua função que têm Apesar de o texto constitucional não prever, interpreta-se
como objetivo garantir a sua independência durante o exer- de forma lógica que o Parlamentar será preso no caso de uma 273
cício do seu mandato. Um ponto que deve ser lembrado é que sentença penal condenatória transitada em julgado.
Há também a imunidade em relação ao processo prevista cos da administração direta e indireta, incluídas as
274 no Art. 53, §§ 3º ao 5º: fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo
§ 3º - Recebida a denúncia contra o Senador ou Dep- Poder Público federal, e as contas daqueles que
utado, por crime ocorrido após a diplomação, o Su- derem causa a perda, extravio ou outra irregular-
premo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, idade de que resulte prejuízo ao erário público;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
que, por iniciativa de partido político nela representa- III. Apreciar, para fins de registro, a legalidade
do e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
até a decisão final, sustar o andamento da ação. título, na administração direta e indireta, incluí-
§ 4º - O pedido de sustação será apreciado pela Casa das as fundações instituídas e mantidas pelo
respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco Poder Público, excetuadas as nomeações para
dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. cargo de provimento em comissão, bem como
§ 5º - A sustação do processo suspende a prescrição, a das concessões de aposentadorias, reformas
enquanto durar o mandato. e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores
A imunidade em relação ao processo prevista na Con- que não alterem o fundamento legal do ato con-
stituição possibilita a Casa a qual pertence o parlamentar, cessório;
pelo voto da maioria absoluta, sustar o andamento da ação IV. Realizar, por iniciativa própria, da Câmara
penal desde que a faça antes da decisão definitiva e desde dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
que seja em relação aos crimes cometidos após a diplo- técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de
mação. Não é necessária autorização da respectiva casa natureza contábil, financeira, orçamentária, opera-
para processar o parlamentar. cional e patrimonial, nas unidades administrativas
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e
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II. Dois terços pelo Congresso Nacional.
V. Medidas provisórias;
Como se pode perceber, ser Ministro do TCU não é para
qualquer pessoa. Faz-se necessário o preenchimento dos se- VI. Decretos legislativos;
guintes requisitos: VII. Resoluções.
▷ Ser brasileiro; Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a
▷ Possuir mais de trinta e cinco e menos de sessenta e elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
cinco anos de idade; Essas são as chamadas normas primárias, pois a sua fon-
▷ Possuir idoneidade moral e reputação ilibada; te de validade é a própria constituição. Nem de longe são as
únicas normas existentes no direito brasileiro. O candidato
▷ Possuir notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, deve ter ouvido falar em uma portaria ou instrução norma-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
econômicos e financeiros ou de administração públi-
tiva. Essas outras normas que não estão no Art. 59, mas que
ca;
também regulam nossas vidas, são chamadas de normas se-
▷ Ter mais de dez anos de exercício de função ou de cundárias as quais, retiram a validade das normas primárias.
efetiva atividade profissional que exija os conheci-
Uma pergunta que sempre é feita em prova: existe hier-
mentos mencionados no inciso anterior.
arquia entre as normas primárias previstas no Art. 59?
A Constituição também regulou a forma de escolha desses
membros por meio das seguintes regras: Em um primeiro momento, é possível verificar hier-
arquia entre essas normas, haja vista as emendas consti-
▷ Um terço será escolhido pelo Presidente da Repú- tucionais possuírem o mesmo status da Constituição Fed-
blica, com aprovação do Senado Federal, sendo eral. Fora as emendas que são hierarquicamente superiores
dois alternadamente dentre auditores e membros às demais, pode-se afirmar, com amparo no próprio STF,
do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados que não existe hierarquia entre demais normas primárias.
em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios Isso significa dizer que as leis complementares, leis or-
de antiguidade e merecimento; dinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos
▷ Dois terços pelo Congresso Nacional. legislativos e resoluções estão na mesma posição jurídica.
Quanto à escolha feita pelo Presidente uma observação é O que as distingue é a competência para edição e para a
pertinente. Dos três membros que poderão ser escolhidos pelo utilização. Cada uma dessas normas possui uma utilização 275
Presidente dois serão, obrigatoriamente, auditores e membros específica prevista na própria Constituição e é isso que será
estudado a partir de agora. Inicia-se com o chamado Pro- Quer dizer que só o Presidente da República tem iniciativa
276 cesso Legislativo Ordinário. para propor projetos de lei sobre esses temas.
Não existe hierarquia entre lei complementar e lei ordinária. Outra consideração importante se refere à iniciativa popu-
Processo Legislativo Ordinário lar, ou seja, os projetos de lei propostos por cidadãos. A Consti-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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Quórum para Aprovação de Lei Ordinária: Caso o projeto seja rejeitado, o mesmo será arquivado;
Para aprovação de lei ordinária, é necessário o voto de Aprovação sem Emendas
maioria simples ou relativa dos presentes com fundamento no Se aprovado sem emendas, o projeto segue para o Presi-
Art. 47 acima apresentado. dente da República sancionar ou vetar;
Quórum para Aprovação de Lei Complementar: Aprovação com Emendas
Para aprovação de lei complementar é necessário o voto Se aprovado com emendas, o projeto retorna à Casa Ini-
da maioria absoluta dos membros. Vejamos o Art. 69 da Con- ciadora, que analisará as emendas. Caso aprove as emendas,
stituição: encaminhará o projeto para sanção do Presidente. Se as emen-
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por das não forem aprovadas, a Casa Iniciadora retira as emendas NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
maioria absoluta., e, do mesmo jeito, encaminha o Projeto de Lei para sanção.
Mas o que é maioria absoluta? Calcula-se a maioria abso- Essa situação revela uma nítida prevalência da Casa Iniciadora
luta de forma muito simples. É o primeiro número inteiro após sobre a Casa Revisora.
a metade. Uma observação deve ser feita nos casos dos Projetos de Lei
Ex.: No caso do Senado Federal, que possui 81 mem- rejeitados: segundo o Art. 67, projeto de lei rejeitado só poderá
bros, para se calcular a maioria absoluta primeiramente ser apresentado novamente na mesma sessão legislativa se for
se busca a metade, que é 40,5. O primeiro número in- apresentado pelo voto de maioria absoluta dos membros de
teiro após a metade é 41. Logo, esse número representa qualquer das casas (Princípio da Irrepetibilidade Relativa):
a maioria absoluta do Senado. Esse raciocínio deve ser Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado
feito também com a Câmara para se chegar a sua maioria somente poderá constituir objeto de novo projeto, na
absoluta, que é 257. Lembre-se de que a maioria absolu- mesma sessão legislativa, mediante proposta da maio-
ta é um número fixo. Sempre será a mesma quantidade. ria absoluta dos membros de qualquer das Casas do
Lembre-se também de que esse quórum serve tanto para Congresso Nacional.
iniciar as deliberações nas Casas quanto para aprovar a
lei complementar. Esse tema sempre é cobrado em prova, bem como os as-
pectos relacionados aos quóruns exigidos para as deliberações
no parlamento. Memorize as regras e tenha cuidado para não 277
orados por Comissão Mista serão encaminhados, alternadamente, ao Senado e à
Câmara dos Deputados. confundi-las.
Sanção ou Veto O veto pode ser jurídico ou político. O Veto Jurídico ocorre
278 Inicia-se agora a tratar do terceiro momento da fase con- quando o Presidente considera o projeto de lei inconstitucio-
nal. É uma espécie de controle de constitucionalidade prévio,
stitutiva: a sanção ou veto. A sanção é a concordância do Pres-
pois ocorre antes da criação da lei. Já o Veto Político ocorre
idente com o projeto de lei, enquanto o veto é a sua discordân-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
tantes da sanção. O § 1º do Art. 66 afirma que o Presidente Art. 61 o Presidente deverá informar a sua justificativa ao Presiden-
possui 15 dias úteis para manifestar-se sobre o projeto de lei. te do Senado Federal em 48 horas. Isso se faz necessário em razão
Esse parágrafo apresenta a modalidade de Sanção Expressa. do veto ser superável, ou seja, o Congresso, em 30 dias, analisará
o veto e poderá, pelo voto de maioria absoluta dos Deputados e
Sanção Expressa é aquela em que o Presidente expressamente
Senadores, rejeitá-lo. É o que dispõe o § 4º do Art. 66:
manifesta sua concordância com o projeto de lei. Ele deixa
§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, den-
clara sua opinião a favor do projeto de lei.
tro de trinta dias a contar de seu recebimento, só po-
Outra forma de sanção é a chamada Sanção Tácita. Veja- dendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
mos o § 3º do mesmo artigo: Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda
Art. 66, § 3º - Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio Constitucional nº 76, de 2013)
do Presidente da República importará sanção. Derrubado o veto, o projeto será enviado ao Presidente da
República para que o promulgue:
A Sanção Tácita ocorre quando o Presidente, durante o
§ 5º - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado,
prazo que possui de 15 dias, não manifesta sua vontade quanto
para promulgação, ao Presidente da República.
ao projeto de lei. Simplesmente fica em silêncio.
Finalizado o terceiro momento da fase constitutiva, ini-
O silêncio do Presidente significa concordância com o pro- cia-se agora a fase complementar.
jeto de lei. Note que com a sanção o projeto de lei se transfor-
Fase Complementar
ma em lei.
A fase complementar consiste em dois momentos: a
Quanto ao veto, algumas considerações também precis- promulgação e a publicação.
am ser feitas. Utilizando a mesma fundamentação do Art. 66, A promulgação é um atestado de que a lei existe. Em regra,
pode-se afirmar que o Presidente possui o prazo de 15 dias é feita pelo Presidente da República; contudo, nos casos de
úteis para concordar ou discordar do projeto de lei. Agora, sanção tácita ou rejeição do veto, em que o Presidente não
havendo discordância de forma expressa tem-se o chamado promulgue a lei em 48 horas, a competência para fazê-la será
Veto Expresso. Uma pergunta surge diante dessa afirmação: do Presidente do Senado Federal e, se esse não a fizer, será
será que existe veto tácito? competente o Vice-Presidente do Senado. A publicação marca
o início da exigência da lei.
Ora, se durante o prazo de 15 dias úteis, o Presidente não
§ 7º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e
falar nada, tem-se a Sanção Tácita. Seria possível o silêncio do
oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos
Presidente provocar duas consequências jurídicas diferentes? § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se
Não. Logo, pode-se afirmar que não existe Veto Tácito. O veto este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presi-
será sempre expresso. dente do Senado fazê-lo.
Aprovado com Emendas
Aprovado Aprovado
Após a promulgação, há a publicação. A publicação marca 45 dias para análise do Senado (Casa Revisora);
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o momento em que a norma se torna conhecida da sociedade, 10 dias para a Casa Iniciadora analisar as emendas se
pois passa a ser pública. Essa publicidade é feita em jornais existirem.
oficiais como o Diário Oficial da União. A partir da publicação,
Esta é a leitura dos § 2º e 3º do Art. 64:
se não houver outro prazo para o início da vigência, a lei
poderá ser exigida. § 2º - Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e
Esse é o Processo Legislativo das leis ordinárias e com- o Senado Federal não se manifestarem sobre a prop-
plementares. A diferença entre o Processo Legislativo das osição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e
leis ordinárias e o das leis complementares está no quórum cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliber-
de aprovação. Além dessa diferença, a doutrina tem salienta- ações legislativas da respectiva Casa, com exceção das
do que, para uma matéria ser regulada por lei complementar, que tenham prazo constitucional determinado, até que
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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licação da medida provisória, suspendendo-se durante os c) organização do Poder Judiciário e do
períodos de recesso do Congresso Nacional. Ministério Público, a carreira e a garantia de seus
§ 6º - Se a medida provisória não for apreciada em membros;
até quarenta e cinco dias contados de sua publi- d) planos plurianuais, diretrizes orça-
cação, entrará em regime de urgência, subsequen- mentárias, orçamento e créditos adicionais e
temente, em cada uma das Casas do Congresso suplementares, ressalvado o previsto no Art. 167,
Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a § 3º;
votação, todas as demais deliberações legislativas I. Que vise a detenção ou sequestro de bens, de
da Casa em que estiver tramitando. poupança popular ou qualquer outro ativo finan- NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 7º - Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a ceiro;
vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta II. Reservada a lei complementar;
dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação III. Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto
A apreciação da Medida Provisória pelo Congresso Nacion- do Presidente da República.
al pode gerar três consequências: Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pe-
Conversão em Lei sem Emendas las Constituições e leis que adotarem, observados os
Havendo conversão integral da MP em lei, ela seguirá para princípios desta Constituição.
promulgação pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional. § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou me-
Conversão em Lei com Emendas diante concessão, os serviços locais de gás canalizado,
Havendo conversão parcial a MP se transformará em Pro- na forma da lei, vedada a edição de medida provisória
jeto de Lei, seguindo todos os trâmites normais, inclusive em para a sua regulamentação.
relação a sanção presidencial: Projeto de lei rejeitado pode ser reapresentado na mesma
§ 12 - Aprovado projeto de lei de conversão alterando sessão legislativa pelo voto da maioria absoluta dos membros
o texto original da medida provisória, esta manter-se-á de qualquer uma das casas. Projetos de Emenda e Medidas
integralmente em vigor até que seja sancionado ou Provisórias rejeitadas não podem ser reapresentadas na mes- 281
vetado o projeto. ma sessão legislativa.
282
11. Organização dos Poderes – Poder A função de Chefe de Estado diz respeito a todas as
atribuições do Presidente nas relações externas do País. Como
Executivo Chefe de Governo, o Presidente possui inúmeras atribuições
internas, no que tange à governabilidade do país. Já como
O Poder Executivo, tem como função principal administrar Chefe da Administração Pública, o Presidente exercerá as
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
o Estado. Para entender como o Poder Executivo Brasileiro funções relacionadas com a chefia da Administração Pública
está organizado, a seguir serão analisados alguns princípios Federal, ou seja, apenas da União.
constitucionais que o influenciam. Esses princípios que regem o Poder Executivo costumam
ser cobrados em prova. Vejamos esta questão sobre o princípio
Princípios republicano:
Sistema de Governo
Princípio Republicano
O primeiro princípio que será estudo é o Republicano Presidencialismo
que representa a Forma de Governo adotada no Brasil. A
forma de governo reflete o modo de aquisição e exercício
do poder político, além de medir a relação existente entre o Chefe da
governante e o governado. Chefe de Estado Administração Chefe de Governo
Pública
A melhor forma de entender esse instituto é conhecen-
do suas características. A primeira característica decorre da
análise etimológica da expressão res publica. Essa expressão,
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XX. Celebrar a paz, autorizado ou com o referendo stitucional.
do Congresso Nacional; Outra questão amplamente trabalhada em prova é a pos-
XXI. Conferir condecorações e distinções honorífi- sibilidade de delegação de algumas de suas atribuições, con-
cas; forme prescrição do parágrafo único do Art. 84. Nem todas as
XXII. Permitir, nos casos previstos em lei comple- atribuições do Presidente são delegáveis, apenas as previstas
mentar, que forças estrangeiras transitem pelo nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte:
território nacional ou nele permaneçam temporar- VI. Dispor, mediante decreto, sobre:
iamente; a) Organização e funcionamento da adminis-
XXIII. Enviar ao Congresso Nacional o plano pluri- tração federal, quando não implicar aumento de
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
anual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias despesa nem criação ou extinção de órgãos pú-
e as propostas de orçamento previstos nesta Con- blicos;
stituição;
b) Extinção de funções ou cargos públicos,
XXIV. Prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, quando vagos;
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, as contas referentes ao exercício ante- XII. Conceder indulto e comutar penas, com au-
rior; diência, se necessário, dos órgãos instituídos em
XXV. Prover e extinguir os cargos públicos federais, lei;
na forma da lei; XXV. Prover os cargos públicos federais, na forma
XXVI. Editar medidas provisórias com força de lei, da lei.
nos termos do Art. 62; São três competências que podem ser delegadas para três
XXVII. Exercer outras atribuições previstas nesta pessoas: Ministro de Estado, Procurador-Geral da República e
Constituição. Advogado-Geral da União.
Parágrafo único: O Presidente da República poderá Ministro de Estado é qualquer ministro que auxilie o Pre-
delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, sidente da República na administração do Estado. São exem-
XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao plos: Ministro da Justiça, Ministro da Fazenda e Ministro da 283
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral Agricultura.
Processo Eleitoral O critério de idade é para a situação de desempate. Ocor-
284 O processo de eleição do Presidente da República também rendo morte, desistência ou impedimento de algum candidato
encontra regulação expressa no texto constitucional: do segundo turno, deverá ser convocado o próximo mais votado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente Finalizada a eleição, o Presidente e o Vice terão prazo de
da República realizar-se-á, simultaneamente, no pri-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
dez dias a contar da posse, para assumir o cargo. Caso não seja
meiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no
último domingo de outubro, em segundo turno, se assumido, o cargo será declarado vago. Se o Presidente as-
houver, do ano anterior ao do término do mandato sume e o Vice não, o cargo do Vice é declarado vago, ficando o
presidencial vigente. Presidente sem Vice até o fim do mandato. Caso o Vice assuma
§ 1º - A eleição do Presidente da República impor- e o Presidente não, o cargo de Presidente será declarado vago,
tará a do Vice-Presidente com ele registrado. assumindo o Vice a função de Presidente e permanecendo du-
§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato rante o seu mandato sem Vice.
que, registrado por partido político, obtiver a maioria
absoluta de votos, não computados os em branco e Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República
os nulos. tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, pre-
§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta stando o compromisso de manter, defender e cumprir
na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte a Constituição, observar as leis, promover o bem geral
dias após a proclamação do resultado, concorrendo os
dois candidatos mais votados e considerando-se eleito do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. independência do Brasil.
§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada
morte, desistência ou impedimento legal de candidato,
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Definitivo Temporário
Primeiros 2 anos do mandato Últimos 2 anos do mandato
Eleições Diretas 90 dias Eleições Indiretas 30 dias
Vice-Presidente Definitivo
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será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Con- idente da República
gresso Nacional, na forma da lei. A Constituição nos apresenta três órgãos auxiliares do Presi-
dente da República: Ministros de Estado, Conselho da República
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão com-
e Conselho de Defesa Nacional. Os Ministros de Estados são os
pletar o período de seus antecessores. auxiliares diretos do Presidente da República. Os Arts. 87 e 88
trazem várias regras que podem ser trabalhadas em prova:
Caso a vacância se dê nos dois primeiros anos de man-
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre
dato, a eleição será direta, ou seja, com a participação do brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
povo e deverá ocorrer no prazo de 90 dias a contar da úl- dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além
tima vacância. Mas, se a vacância se der nos dois últimos de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição
anos do mandato, a eleição será indireta (realizada pelo e na lei:
I. Exercer a orientação, coordenação e supervisão
Congresso Nacional) no prazo de 30 dias a contar da úl-
dos órgãos e entidades da administração federal
tima vacância. Quem for eleito permanecerá no cargo até na área de sua competência e referendar os atos
o fim do mandato de quem ele sucedeu. Não se inicia um e decretos assinados pelo Presidente da República;
II. Expedir instruções para a execução das leis, de-
novo mandato. Esse mandato é chamado pela doutrina de cretos e regulamentos;
Mandato-Tampão. III. Apresentar ao Presidente da República relatório
anual de sua gestão no Ministério;
Em qualquer uma das duas situações, enquanto não forem IV. Praticar os atos pertinentes às atribuições que
eleitos os novos Presidente e Vice-Presidente, quem permanece no lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presiden-
te da República.
cargo é um dos sucessores temporários: Presidente da Câmara, do 285
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de
Senado ou do STF. Ministérios e órgãos da administração pública.
O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacion- nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especial-
286 al também são órgãos auxiliares do Presidente da República, mente na faixa de fronteira e nas relacionadas com
mas que possuem atribuição consultiva. Em situações deter- a preservação e a exploração dos recursos naturais
minadas pela Constituição, o Presidente, antes de tomar algu- de qualquer tipo;
ma decisão, precisa consultar esses dois órgãos. IV. Estudar, propor e acompanhar o desenvolvi-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Abaixo, seguem os Arts. 89, 90 e 91, cujas regras também mento de iniciativas necessárias a garantir a
podem ser cobradas em prova. Destacam-se as composições e independência nacional e a defesa do Estado
as competências desses órgãos: democrático.
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de § 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento
consulta do Presidente da República, e dele participam: do Conselho de Defesa Nacional.
I. O Vice-Presidente da República;
II. O Presidente da Câmara dos Deputados; Responsabilidades
III. O Presidente do Senado Federal;
IV. Os líderes da maioria e da minoria na Câmara A forma de governo adotada no País é a República e, por
dos Deputados; essa razão, é possível responsabilizar o Presidente da Repúbli-
V. Os líderes da maioria e da minoria no Senado ca por seus atos. A Constituição tratou de regular a respons-
Federal; abilização por Crime de Responsabilidade e por Infrações Pe-
VI. O Ministro da Justiça; nais Comuns.
VII. Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de Antes de trabalhar com cada uma das responsabilidades,
trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomea- serão analisadas as chamadas Imunidades.
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dos pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Imunidades são prerrogativas inerentes aos cargos mais
Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos importantes do Estado. Cargos que são estratégicos e essen-
Deputados, todos com mandato de três anos, ve- ciais à manutenção da ordem constitucional. Entre vários, se
dada a recondução. destaca o de Presidente da República.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronun- A imunidade pode ser:
ciar-se sobre: Material
I. Intervenção federal, estado de defesa e estado É a conhecida irresponsabilidade penal absoluta. Essa imu-
de sítio; nidade protege o titular contra a responsabilização penal.
II. As questões relevantes para a estabilidade das
Formal
instituições democráticas.
§ 1º - O Presidente da República poderá convocar São Prerrogativas de Cunho Processual
Ministro de Estado para participar da reunião do Con- Um primeiro ponto essencial que precisa ser estabeleci-
selho, quando constar da pauta questão relacionada do: o Presidente não possui imunidade material, contudo, em
com o respectivo Ministério. razão da importância do seu cargo, possui imunidades formais.
§ 2º - A lei regulará a organização e o funcionamento Apesar de o Presidente não possuir imunidade material, outros
do Conselho da República. cargos a possuem, por exemplo, os Parlamentares.
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de con- Ao todo, pode-se elencar quatro prerrogativas proces-
sulta do Presidente da República nos assuntos relacio- suais garantidas pela Constituição Federal ao Chefe do Exec-
nados com a soberania nacional e a defesa do Estado utivo da União:
democrático, e dele participam como membros natos:
• Processo
I. O Vice-Presidente da República;
II. O Presidente da Câmara dos Deputados; A Constituição exige juízo de admissibilidade emitido pela
Câmara para que o Presidente possa ser processado durante o
III. O Presidente do Senado Federal;
seu mandato. Isso significa que o Presidente da República só
IV. Ministro da Justiça; poderá ser processado se a Câmara dos Deputados autorizar
V. O Ministro de Estado da Defesa; pelo voto de 2/3 dos membros:
VI. O Ministro das Relações Exteriores; Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente
VII. O Ministro do Planejamento; da República, por dois terços da Câmara dos Dep-
VIII. Os Comandantes da Marinha, do Exército e da utados, será ele submetido a julgamento perante
Aeronáutica. o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
§ 1º - Compete ao Conselho de Defesa Nacional: comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes
I. Opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de responsabilidade.
de celebração da paz, nos termos desta Constitu- Prerrogativa de Foro
ição;
O Presidente não pode ser julgado por qualquer juiz, haja
II. Opinar sobre a decretação do estado de defesa,
do estado de sítio e da intervenção federal; vista a importância da função que exerce no Estado.
III. Propor os critérios e condições de utilização Diante disso, a Constituição estabeleceu dois foros compe-
de áreas indispensáveis à segurança do território tentes para julgar o Presidente:
Supremo Tribunal Federal O Presidente responderá por esse tipo de infração caso
Será julgado pelas infrações penais comuns; sua conduta se amolde ao previsto no Art. 85 da Constituição
Senado Federal Federal:
Será julgado pelos Crimes de Responsabilidade. Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do
Presidente da República que atentem contra a Consti-
Analisando essas duas primeiras prerrogativas, não se
tuição Federal e, especialmente, contra:
pode esquecer o previsto no Art. 86, § 1º:
I. A existência da União;
§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:
II. O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder
I. Nas infrações penais comuns, se recebida a
Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes con-
denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
stitucionais das unidades da Federação;
Federal;
III. O exercício dos direitos políticos, individuais e
II. Nos crimes de responsabilidade, após a instauração
sociais;
do processo pelo Senado Federal.
IV. A segurança interna do País;
§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias,
V. A probidade na administração;
o julgamento não estiver concluído, cessará o afasta-
mento do Presidente, sem prejuízo do regular prosse- VI. A lei orçamentária;
guimento do processo. VII. O cumprimento das leis e das decisões judici-
A Constituição determina que, após iniciado o processo, tan- ais.
to por infração penal comum quanto por crime de responsabili- Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei
dade, o Presidente fique suspenso de suas funções pelo prazo de especial, que estabelecerá as normas de processo e
180 dias, tempo necessário para que se finalize o processo. Caso julgamento.
o Presidente não seja julgado nesse período, ele poderá retornar Esse rol de condutas, consideradas como Crime de Re-
ao exercício de suas funções sem prejuízo de continuidade do sponsabilidade estabelecido na Constituição, é meramente
exemplificativo, já que é a Lei 1.079/50 o dispositivo regula-
processo. Deve-se ter muito cuidado em prova com o início do
dor do Crime de Resposabilidade. Deve-se destacar sua rele-
prazo de suspensão:
vância na fixação de outras autoridades que respondem por
Infração Penal Comum esse crime, novos crimes além dos procedimentos adotados
O prazo de suspensão inicia-se a partir do recebimento da nesse processo, principalmente na competência exclusiva do
denúncia ou queixa; cidadão para denunciar o Presidente. Destaca-se ainda que,
Crime de Responsabilidade para haver condenação, o Senado deve proferi-la pelo voto
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de 2/3 dos seus membros.
O prazo de suspensão inicia-se a partir da instauração do
Considerando que não se trata de um crime, essa infração
processo.
não pode resultar numa pena privativa de liberdade. Quem
Caso a Câmara autorize o processo do Presidente por pratica crime de responsabilidade não pode ser preso. A con-
crime de responsabilidade, o Senado deverá processá-lo, sequência estabelecida no Art. 52, parágrafo único, é a perda
pois não assiste discricionariedade ao Senado em proces- do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer função
sar ou não. Sua decisão é vinculada à decisão da Câmara, pública pelo prazo de oito anos:
pelo fato de as duas Casas serem políticas. Contudo, nos Art. 52, Parágrafo único. Nos casos previstos nos
casos de infração penal comum, o STF não está obriga- incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supre- NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
do a processar o Presidente em respeito à Separação dos mo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que
somente será proferida por dois terços dos votos do
Poderes. Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação,
Vamos aproveitar o momento para entender o que são in- por oito anos, para o exercício de função pública, sem
fração penal comum e crime de responsabilidade. prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
Infração Penal Comum: Prisão
É qualquer crime ou contravenção penal cometida pelo O Presidente só pode ser preso pela prática de infração
Presidente da República na função ou em razão da sua função penal comum e somente se sobrevier sentença condenatória:
de Presidente. Seu processamento se dará no Supremo Tribu- Art. 86, § 3º - Enquanto não sobrevier sentença
nal Federal. condenatória, nas infrações comuns, o Presidente
Crime de Responsabilidade: da República não estará sujeito a prisão.
A primeira coisa que se precisa saber sobre o crime de re- Irresponsabilidade Penal Relativa
sponsabilidade é que ele não é um crime. O crime de respons- Também conhecida na doutrina como Imunidade Formal
abilidade é uma infração de natureza político-administrativa. Temporária, essa prerrogativa afirma que o Presidente não
O nome crime é impróprio para esse instituto. O processo que poderá ser responsabilizado por atos alheios aos exercícios de 287
visa a esse tipo de responsabilização é o Impeachment. suas funções:
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu
288 mandato, não pode ser responsabilizado por atos est- Imunidade
ranhos ao exercício de suas funções.
Para melhor compreender as imunidades conferidas ao
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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VI. Os Tribunais e Juízes Militares; tura. É uma porta de entrada destinada a quem não é membro
VII. Os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito do Poder Judiciário. A regra do quinto decorre do fato de que 1/5
Federal e Territórios. das vagas em alguns tribunais são destinadas aos membros do
§ 1º - O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional Ministério Público ou da Advocacia. Vejamos o que dispõe o Art.
de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Cap- 94 da Constituição Federal:
ital Federal. Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais
§ 2º - O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Su- Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal
periores têm jurisdição em todo o território nacional. e Territórios será composto de membros, do Ministério
Público, com mais de dez anos de carreira, e de advoga- NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
STF dos de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com
mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indi-
CNJ cados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal
STJ TST TSE STM formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo,
que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de
Auto-
seus integrantes para nomeação.
TJ TRF TRT TRE ridades Um detalhe que não pode ser esquecido é: para concor-
Militares rer às vagas pelo quinto constitucional, faz-se necessário
que os membros do Ministério Público e da Advocacia pos-
Juiz de Juiz Juiz do Juiz Juiz suam mais de dez anos de experiência.
Direito Federal Trabalho Eleitoral Militar Outra questão muito importante é saber quais são os tri-
bunais que permitem o ingresso pelo quinto. Segundo o Art.
Para que se tenha ideia de como esse esquema dos órgãos 94, podem ingressar pelo quinto os membros dos Tribunais
do Poder Judiciário pode ser útil em uma prova, vejamos esta Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito 289
questão: Federal e Territórios.
Ainda possuem um quinto das vagas para os Membros Garantias dos Membros
290 do MP e da Advocacia os Tribunais Regionais do Trabalho
e o Tribunal Superior do Trabalho. Assim preveem os Arts. As garantias são um conjunto de proteções que os mem-
111-A e 115 da Constituição: bros do Poder Judiciário possuem e que são inerentes ao ex-
ercício de suas funções. Uma observação se faz necessária:
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho com-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: quirida após dois anos de exercício, dependendo a
I. Um quinto dentre advogados com mais de dez perda do cargo, nesse período, de deliberação do
anos de efetiva atividade profissional e membros do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos casos, de sentença judicial transitada em julgado;
de efetivo exercício, observado o disposto no Art. 94. II. Inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
O Superior Tribunal de Justiça também permite que mem- público, na forma do Art. 93, VIII;
bros do Ministério Público ou da Advocacia nele ingressem, III. Irredutibilidade de subsídio, ressalvado o dis-
contudo não são destinadas 1/5 das vagas, mas 1/3 das vagas: posto nos Arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, 153, § 2º, I.
no mínimo, trinta e três Ministros. A vitaliciedade é como se fosse a estabilidade do servidor
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de público, com uma diferença: ela é bem mais vantajosa que a
Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, simples estabilidade. A vitaliciedade garante ao magistrado
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos perder o seu cargo apenas por sentença judicial transitada em
de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e julgado. Como se pode ver, é bem mais vantajosa que a estabili-
reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela dade. Atente-se para alguns detalhes: a vitaliciedade só será ad-
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: quirida após dois anos de exercício no cargo; durante o estágio
I. Um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais probatório do juiz, que dura dois anos, ele poderá perder o cargo
Federais e um terço dentre desembargadores dos por deliberação do próprio tribunal do qual faz parte.
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice ela- Um detalhe quase nunca percebido é que a exigência dos
borada pelo próprio Tribunal; dois anos de exercício para se adquirir a vitaliciedade só se
II. Um terço, em partes iguais, dentre advogados e aplica aos juízes do primeiro grau, ou seja, aos juízes que in-
membros do Ministério Público Federal, Estadual, gressaram na carreira por meio de concurso público. Os juízes
do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, que ingressam diretamente no Tribunal, por meio do Quinto
indicados na forma do Art. 94. Constitucional, ou mesmo no STJ pelo 1/3 das vagas, não pre-
Quinto Constitucional cisam esperar os dois anos para adquirir a garantia. Para estes,
a vitaliciedade é imediata, sendo adquirida no momento em
Dez anos de ex- que ele pisa no Tribunal.
MP periência Advogado A inamovibilidade prevê que o magistrado não poderá ser
removido do local onde exerce a sua função sem sua vontade.
1 Ele poderá julgar qualquer pessoa, conforme sua convicção, sem
5 medo de ser obrigado a deixar o local onde exerce sua jurisdição.
Essa garantia não é absoluta, pois poderá ser removido de ofício
por interesse público conforme preleciona o Art. 93, VIII:
TJ – TRF – TRT - TST Art. 93, VIII. O ato de remoção, disponibilidade e apo-
sentadoria do magistrado, por interesse público, fun-
dar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do
Atenção: 1 STJ respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça,
3 assegurada ampla defesa.
A irredutibilidade dos subsídios representa a garantia de Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribu-
que o magistrado não poderá ter redução em sua remuner- nal Federal serão nomeados pelo Presidente da
ação. A forma de retribuição pecuniária do magistrado é por República, depois de aprovada a escolha pela maio-
meio de subsídio, que equivale a uma parcela única. Por isso, ria absoluta do Senado Federal.
fala-se em irredutibilidade dos subsídios. O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder
O parágrafo único do mesmo artigo apresenta o rol de Judiciário e é formado por 11 ministros escolhidos pelo Presi-
garantias de imparcialidade. Essas normas são verdadeiras dente da República depois de aprovada a escolha pela maioria
vedações aplicadas aos magistrados. São impedimentos que absoluta do Senado Federal, dentre os cidadãos com mais de
visam a garantir um julgamento imparcial, sem vícios ou trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de
privilégios. Por isso, são chamadas de garantias de impar- notável saber jurídico e reputação ilibada.
cialidade. São elas:
Existe mais um requisito que não está escrito nesse artigo,
Art. 95, Parágrafo único. Aos juízes é vedado: mas está previsto no Art. 12, § 3º, IV, da Constituição. Para ser
I. Exercer, ainda que em disponibilidade, outro car- Ministro do STF deve ser brasileiro nato:
go ou função, salvo uma de magistério;
Art. 12, § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
II. Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
participação em processo; IV. De Ministro do Supremo Tribunal Federal.
III. Dedicar-se à atividade político-partidária. A Constituição não exige do candidato a Ministro do STF
IV. Receber, a qualquer título ou pretexto, aux- que tenha formação superior em Direito, apesar de exigir
ílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades notório saber jurídico.
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções pre-
vistas em lei;
Conselho Nacional de Justiça
V. Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual Vejamos agora a composição do Conselho Nacional de
se afastou, antes de decorridos três anos do afasta- Justiça:
mento do cargo por aposentadoria ou exoneração. Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se
Geralmente as bancas cobram a memorização dessas ve- de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois)
dações. O inciso I é bem cobrado em razão da exceção prevista anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:
na Constituição para a acumulação de cargos ou funções. Se- I. O Presidente do Supremo Tribunal Federal;
gundo esse inciso, o magistrado, além de exercer sua função II. Um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, in-
de juiz, também pode exercer uma função no magistério. dicado pelo respectivo tribunal;
O inciso II proíbe o magistrado de receber custas ou par- III. Um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho,
ticipação em processos. O juiz já recebe sua remuneração para indicado pelo respectivo tribunal;
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desempenhar sua função independente dos valores que estão IV. Um desembargador de Tribunal de Justiça, indi-
em jogo nos processos. cado pelo Supremo Tribunal Federal;
O inciso III proíbe o juiz de se dedicar à atividade políti- V. Um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribu-
co-partidária exatamente para evitar que seus julgamentos nal Federal;
sejam influenciados por correntes políticas ou convicções par- VI. Um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado
tidárias. O juiz precisa ficar alheio a tais situações. pelo Superior Tribunal de Justiça;
O inciso IV proíbe o magistrado de receber ajudas finan- VII. Um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal
ceiras de terceiros ressalvados os casos previstos em lei. Por de Justiça;
exemplo, um juiz não pode receber um carro como agradec- VIII. Um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indi-
imento por um julgamento favorável, mas poderia receber os cado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
valores decorrentes da venda de livros que tenha escrito ou IX. Um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Su-
mesmo, receber valores pela ministração de palestras. perior do Trabalho;
X. Um membro do Ministério Público da União, in-
Composição dos Órgãos dicado pelo Procurador-Geral da República;
XI. Um membro do Ministério Público estadual, es-
do Poder Judiciário colhido pelo Procurador-Geral da República dentre
A composição dos tribunais é tema recorrente em prova os nomes indicados pelo órgão competente de
e requer um alto poder de memorização do candidato, prin- cada instituição estadual;
cipalmente pela composição diferenciada entre um e outro XII. Dois advogados, indicados pelo Conselho Fed-
tribunal. A seguir descreve-se, então, a composição de cada eral da Ordem dos Advogados do Brasil;
um dos órgãos do Poder Judiciário. XIII. Dois cidadãos, de notável saber jurídico e
Supremo Tribunal Federal reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de § 1º - O Conselho será presidido pelo Presidente do
onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e im-
trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, pedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribu- 291
de notável saber jurídico e reputação. nal Federal.
§ 2º - Os demais membros do Conselho serão nomea- Como se pode perceber, nem todos os membros do Con-
292 dos pelo Presidente da República, depois de aprovada selho Nacional de Justiça são membros do Poder Judiciário.
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Essa é uma característica já cobrada em prova, com exceção do
§ 3º - Não efetuadas, no prazo legal, as indicações Presidente do STF, que é membro nato do CNJ; os demais serão
previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo nomeados pelo Presidente da República depois de aprovada a
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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indicados pelo próprio Tribunal Superior.
anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público Federal com mais de dez anos de O Texto Constitucional exige para ser Ministro do TST a
carreira; condição de brasileiro, maior de 35 anos e menor de 65 anos.
II. Os demais, mediante promoção de juízes fede- A nomeação dos Ministros se dá por ato do Presidente da
rais com mais de cinco anos de exercício, por anti- República após a aprovação do Senado Federal pelo voto da
guidade e merecimento, alternadamente. maioria absoluta dos seus membros. Os 27 ministros são divi-
Os TRFs possuem a mesma peculiaridade do STJ no que diz didos da seguinte forma:
respeito à composição baseada em um mínimo, sendo, nesse ▷ 1/5 – advogados com mais de dez anos de efe-
caso, no mínimo sete juízes, recrutados, quando possível, na tiva atividade profissional e membros do Minis-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
respectiva região. Atualmente, são cinco regiões jurisdicionais, tério Público do Trabalho com mais de dez anos
cada uma sob a responsabilidade de um TRF. de efetivo exercício;
Para fazer parte dos TRFs o juiz precisa ter no mínimo 30 ▷ 4/5 – juízes dos TRT’s, oriundos da magistratu-
e no máximo 65 anos de idade. Quando comparada aos Tribu- ra de carreira, indicados pelo próprio tribunal.
nais Superiores, a idade mínima sofre uma atenuação de 35 ▷ Como se pode perceber, no TST adota-se o critério
para 30 anos; deve-se ter atençaõ em relação a isso. de ingresso pela regra do Quinto Constitucional.
Os membros dos TRFs são nomeados pelo Presidente da Além disso, é importante ressaltar a exigência de
República sem necessidade de aprovação do Senado Federal. que juiz do TRT que deseje concorrer a uma vaga
Essa é outra distinção importante. no TST seja membro do Poder Judiciário de car-
Nos TRFs adota-se a regra do Quinto Constitucional, por reira, isto é, que tenha ingressado nos quadros do
meio do qual, 1/5 das vagas são destinadas a advogados e tribunal por meio de concurso público nos termos
membros do Ministério Público Federal com mais de 10 anos do Art. 93, I da CF. Essa última regra exclui a pos-
de experiência. As demais vagas são destinadas a promoção sibilidade daqueles que são oriundos do quinto
de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, que constitucional nos TRTs de ingressarem no TST
pode ocorrer ou por merecimento ou por antiguidade, de for- na vaga destinada aos membros da magistratura 293
ma alternada. trabalhista (4/5 das vagas).
A Constituição prevê, ainda, o funcionamento junto ao TST ▷ 4/5 – juízes do trabalho promovidos por antiguida-
294 da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Mag- de e merecimento, alternadamente.
istrados do Trabalho e o Conselho Superior da Justiça do Tra- A Constituição prevê, dentro da estrutura dos TRTs, como
balho, conforme o Art. 111-A, § 2º: forma de democratizar o acesso à Justiça do Trabalho, a pos-
sibilidade de instalação da justiça itinerante, com a realização
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
tucional nº 92, de 2016) Por fim, a Constituição determinou que a jurisdição nas
Tribunal Regional do Trabalho Varas do Trabalho seja exercida por um juiz singular:
O ingresso no Tribunal Regional do Trabalho se dá con- Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exer-
cida por um juiz singular.
forme as regras previstas no Art. 115 da CF:
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho com- Competências
põem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quan- Quanto às competências da Justiça do Trabalho, a Consti-
do possível, na respectiva região, e nomeados pelo tuição encarregou-se de defini-las expressamente no Art. 114:
Presidente da República dentre brasileiros com mais Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e
de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: julgar:
I. Um quinto dentre advogados com mais de dez I. As ações oriundas da relação de trabalho, abrangi-
anos de efetiva atividade profissional e membros do dos os entes de direito público externo e da adminis-
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos tração pública direta e indireta da União, dos Estados,
de efetivo exercício, observado o disposto no Art. 94; do Distrito Federal e dos Municípios;
II. Os demais, mediante promoção de juízes do II. As ações que envolvam exercício do direito de
trabalho por antiguidade e merecimento, alterna- greve;
damente. III. As ações sobre representação sindical, entre
§ 1° - Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
justiça itinerante, com a realização de audiências e de- sindicatos e empregadores;
mais funções de atividade jurisdicional, nos limites ter- IV. Os mandados de segurança, “Habeas Corpus” e
ritoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipa- “Habeas Ddata”, quando o ato questionado envolver
mentos públicos e comunitários.
matéria sujeita à sua jurisdição;
§ 2° - Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão
V. Os conflitos de competência entre órgãos com
funcionar descentralizadamente, constituindo
jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no Art.
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno aces-
102, I, o;
so do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo. VI. As ações de indenização por dano moral ou patri-
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exer- monial, decorrentes da relação de trabalho;
cida por um juiz singular. VII. As ações relativas às penalidades administra-
São no mínimo sete juízes recrutados, quando possível, na tivas impostas aos empregadores pelos órgãos de
respectiva região os quais serão nomeados pelo Presidente da fiscalização das relações de trabalho;
República entre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos VIII. A execução, de ofício, das contribuições soci-
de idade. Para ser um juiz do TRT, é necessária a observação dos ais previstas no Art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos
seguintes critérios: legais, decorrentes das sentenças que proferir;
▷ 1/5 – advogados com mais de 10 anos de efeti- IX. Outras controvérsias decorrentes da relação de
va atividade profissional e membros do Minis- trabalho, na forma da lei.
tério Público do Trabalho com mais de 10 anos § 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes
de efetivo exercício; poderão eleger árbitros.
§ 2º - Recusando-se qualquer das partes à negociação Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros
comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de Como se pode depreender do texto constitucional, o TSE é
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas composto de no mínimo sete membros os quais serão eleitos
anteriormente. ou nomeados segundo as seguintes regras:
§ 3º - Em caso de greve em atividade essencial, com Escolhidos mediante eleição: três juízes dentre os Ministros
possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério STF e dois juízes dentre os Ministros do STJ;
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, Por nomeação do Presidente da República: dois juízes
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade
Justiça Eleitoral moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
O Presidente e o Vice-Presidente do TSE serão escolhidos
A Justiça Eleitoral é a justiça especializada em questões de
dentre os Ministros do STF e o Corregedor Eleitoral será escolhi-
natureza eleitoral. Seus órgãos estão previstos no Art. 118 da
do dentre os Ministros do STJ.
Constituição:
Tribunal Regional Eleitoral
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
Os Tribunais Regionais Eleitorais serão distribuídos em
I. O Tribunal Superior Eleitoral;
todo território nacional sendo um em cada Capital de cada
II. Os Tribunais Regionais Eleitorais; Estado e no Distrito Federal os quais se comporão de sete
III. Os Juízes Eleitorais; membros, conforme dispõe o Art. 120 da Constituição Federal:
IV. As Juntas Eleitorais. Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Cap-
Uma peculiaridade distingue os órgãos da Justiça Eleitoral ital de cada Estado e no Distrito Federal.
dos demais órgãos do Poder Judiciário. Apesar de seus mem- § 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
bros possuírem as mesmas garantias dos demais membros do I. Mediante eleição, pelo voto secreto:
Poder Judiciário, eles não possuem a vitaliciedade, haja vista a) De dois juízes dentre os desembargadores
serem eleitos para um mandato de dois anos, no mínimo, não do Tribunal de Justiça;
podendo exercê-lo por mais de dois biênios consecutivos:
b) De dois juízes, dentre juízes de direito, es-
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização colhidos pelo Tribunal de Justiça;
e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das
II. De um juiz do Tribunal Regional Federal com sede
juntas eleitorais.
na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não
§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer
e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de
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caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de
III. Por nomeação, pelo Presidente da República,
plenas garantias e serão inamovíveis.
de dois juízes dentre seis advogados de notável
§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo moti- saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo
vo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e
Tribunal de Justiça.
nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo
os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo § 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente
mesmo processo, em número igual para cada cate- e o Vice-Presidente dentre os desembargadores.
goria. Os membros do TRE serão escolhidos conforme os se-
Analisa-se, a seguir, a composição de cada um dos órgãos guintes critérios: NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
da Justiça Eleitoral: Mediante eleição: dois juízes dentre os desembar-
gadores do Tribunal de Justiça e dois juízes, dentre juízes
Tribunal Superior Eleitoral de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça.
O Tribunal Superior Eleitoral é o tribunal superior da Por nomeação do Presidente da República: dedois juízes
Justiça Eleitoral. Sua composição está prevista no Art. 119 da dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade
Constituição Federal: moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, Cada TRE elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente entre
no mínimo, de sete membros, escolhidos: os seus desembargadores.
I. Mediante eleição, pelo voto secreto: I. TSE - mínimo 7 membros:
a) Três juízes dentre os Ministros do Supremo 3 STF
Tribunal Federal; 2 STJ
b) Dois juízes dentre os Ministros do Superior 2 Advogados
Tribunal de Justiça; II. TRE - 7 membros :
II. Por nomeação do Presidente da República, dois 2 Desembargadores TJ
juízes dentre seis advogados de notável saber 2 Juízes TJ
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supre- 1 Juiz TRF 295
mo Tribunal Federal. 2 Advogados
Juízes e Juntas Eleitorais Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo
296 No que tange aos juízes e juntas eleitorais previstos no Presidente da República dentre brasileiros maiores de
Art. 121 da Constituição, sua regulação está prevista no Código trinta e cinco anos, sendo:
Eleitoral entre os Arts. 32 e 41, a qual deve ser analisada em I. Três dentre advogados de notório saber jurídico
disciplina oportuna. Isto é o que prevê o texto constitucional: e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal compe- TRF Mínimo de 7 30-65
tente decidir sobre a perda do posto e da patente dos COMPOSIÇÃO
oficiais e da graduação das praças. Nomeados pelo Presidente da República.
§ 5º - Compete aos juízes de direito do juízo militar 1/5 advogados e membros do MPF (os advogados e membros do
processar e julgar, singularmente, os crimes militares Ministério Público quando são nomeados para algum cargo do Poder
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos Judiciário pelo Quinto Constitucional precisam comprovar 10 anos de
experiência).
disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, 4/5 juízes federais.
sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar
ÓRGÃO MEMBROS IDADE
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
os demais crimes militares.
TST 27 35-65
§ 6º - O Tribunal de Justiça poderá funcionar descen-
tralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a COMPOSIÇÃO
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à Nomeado pelo Presidente da República mediante aprovação do
justiça em todas as fases do processo. Senado.
1/5 advogados e membros do MPT.
§ 7º - O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com 4/5 juízes do TRT da magistratura de carreira.
a realização de audiências e demais funções da atividade
ÓRGÃO MEMBROS IDADE
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
TRT Mínimo de 7 30-65
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
COMPOSIÇÃO
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de
Nomeados pelo Presidente da República.
Justiça proporá a criação de varas especializadas, com
1/5 advogados e membros do MPT.
competência exclusiva para questões agrárias. 4/5 juízes do trabalho.
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente ÓRGÃO MEMBROS IDADE
prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local 297
TSE Mínimo de 7
do litígio.
COMPOSIÇÃO os Comandantes da Marinha, do Exército e da
298 Aeronáutica, ressalvado o disposto no Art. 52, I,
Eleição: 3 ministros do STF; 2 ministros do STJ. os membros dos Tribunais Superiores, os do Tri-
Nomeação pelo Presidente da República: 2 advogados de notável bunal de Contas da União e os chefes de missão
saber jurídico e idoneidade moral indicados pelo STF.
diplomática de caráter permanente;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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não será qualquer uma que possui legitimidade. Deve ser de
outro tribunal. âmbito nacional.
Controle de Constitucionalidade Súmulas Vinculantes
O STF, em sede de controle de constitucionalidade concen- As súmulas vinculantes são ferramentas jurídicas cria-
trado, tem competência para apreciar originariamente a Ação das para garantir maior efetividade ao inciso LXXVIII do Art.
Direta de Inconstitucionalidade e a Ação Declaratória de Con- 5º da Constituição Federal de 1988 (celeridade processual).
stitucionalidade. Essas ações têm como objetivo questionar Introduzida no direito brasileiro por meio da Emenda Consti-
a constitucionalidade de uma lei ou ato normativo diante da
tucional nº 45/2004, essas súmulas refletem o pensamento do
Constituição. Quando esse questionamento se dá diretamente
Supremo Tribunal Federal acerca da validade, interpretação e
no STF, é necessário que seja apresentado por um dos legiti-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
mados que estão previstos no Art. 103: eficácia de algumas normas que já foram analisadas em reit-
eradas decisões.
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucio-
nalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: A competência para edição dessas súmulas é exclusiva do
STF. Após a edição da súmula, ela produz efeitos vinculantes
I. O Presidente da República;
para todos os órgãos do Poder Judiciário e para a Adminis-
II. A Mesa do Senado Federal; tração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
III. A Mesa da Câmara dos Deputados; municipal. É importante ressaltar que os efeitos das súmulas
IV. A Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara vinculantes não atingem o STF nem o Poder Legislativo: o STF,
Legislativa do Distrito Federal; por poder rever ou cancelar a súmula conforme a evolução
V. O Governador de Estado ou do Distrito Federal; jurisprudencial; e o Legislativo, por ser o Poder responsável
VI. O Procurador-Geral da República; pela inovação legislativa no Brasil.
VII. O Conselho Federal da Ordem dos Advogados O seu principal objetivo é diminuir a quantidade de pro-
do Brasil; cessos com temas idênticos que se acumulam nas diversas in-
VIII. Partido político com representação no Con- stâncias do Judiciário. Ao editar uma súmula vinculante, o STF
gresso Nacional; produz segurança jurídica e evita a multiplicação de processos
IX. Confederação sindical ou entidade de classe de sobre as questões sumuladas. Esse tema está regulado pelo 299
âmbito nacional. Art. 103-A da Constituição Federal e a Lei 11.417/2006.
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de d) Os conflitos de competência entre quais-
300 ofício ou por provocação, mediante decisão de dois quer tribunais, ressalvado o disposto no Art. 102,
terços dos seus membros, após reiteradas decisões I, “o”, bem como entre tribunal e juízes a ele não
sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito diversos;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder e) As revisões criminais e as ações rescisórias
Judiciário e à administração pública direta e indireta, de seus julgados;
nas esferas federal, estadual e municipal, bem como f) A reclamação para a preservação de sua
proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma es- competência e garantia da autoridade de suas
tabelecida em lei. decisões;
§ 1º - A súmula terá por objetivo a validade, a interpre- g) Os conflitos de atribuições entre autori-
tação e a eficácia de normas determinadas, acerca das dades administrativas e judiciárias da União, ou
quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários entre autoridades judiciárias de um Estado e ad-
ou entre esses e a administração pública que acarrete ministrativas de outro ou do Distrito Federal, ou
grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de entre as deste e da União;
processos sobre questão idêntica. h) O mandado de injunção, quando a elabo-
§ 2º - Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em ração da norma regulamentadora for atribuição
lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula de órgão, entidade ou autoridade federal, da
poderá ser provocada por aqueles que podem propor a administração direta ou indireta, excetuados os
ação direta de inconstitucionalidade. casos de competência do Supremo Tribunal Fed-
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§ 3º - Do ato administrativo ou decisão judicial que eral e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça
contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Fed-
a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal eral;
Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato ad- i) A homologação de sentenças estrangeiras e a
ministrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, concessão de exequatur às cartas rogatórias.
e determinará que outra seja proferida com ou sem a • Recurso Ordinário
aplicação da súmula, conforme o caso.
Analisa matéria já debatida em instância anterior atuan-
As súmulas vinculantes não vinculam o Supremo Tribunal do como tribunal de 2º grau de jurisdição. O Art. 105, II prevê
Federal nem o Poder Legislativo. como competência em sede de recurso ordinário:
Superior Tribunal de Justiça a) Os “Habeas Corpus” decididos em única
O Superior Tribunal de Justiça é o conhecido protetor da leg- ou última instância pelos Tribunais Regionais
islação federal. Suas competências estão arroladas no Art. 105 da Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Constituição e estão divididas em: originária, recursal ordinária e Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
recursal especial. for denegatória;
b) Os mandados de segurança decididos em
Originária única instância pelos Tribunais Regionais Federais
As causas previstas no inciso I do Art. 105 têm início no próprio ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Feder-
STJ, a quem compete julgar originariamente: al e Territórios, quando denegatória a decisão;
a) Nos crimes comuns, os Governadores dos c) As causas em que forem partes Estado es-
Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de trangeiro ou organismo internacional, de um lado, e,
responsabilidade, os desembargadores dos Tribu- do outro, Município ou pessoa residente ou domicil-
nais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, iada no País.
os membros dos Tribunais de Contas dos Estados • Recurso Especial
e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Atua na defesa das normas infraconstitucionais federais. O
Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais Art. 105, III prevê que compete ao STJ o julgamento das causas
de Contas dos Municípios e os do Ministério Público decididas em única ou última instância pelos TRFs e TJs que:
da União que oficiem perante tribunais; a) Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-
b) Os mandados de segurança e os Habeas lhe vigência;
Data contra ato de Ministro de Estado, dos Co- b) Julgar válido ato de governo local con-
mandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáu- testado em face de lei federal;
tica ou do próprio Tribunal; c) Der a lei federal interpretação divergente
c) Os Habeas Corpus, quando o coator ou pa- da que lhe haja atribuído outro tribunal.
ciente for qualquer das pessoas mencionadas na
alínea “a”, ou quando o coator for tribunal sujeito Conselho Nacional de Justiça
à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Coman- O Conselho Nacional de Justiça é órgão do poder judi-
dante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ciário, mas não possui função jurisdicional. Sua função é de
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; caráter administrativo.
O CNJ é responsável pela fiscalização administrativa e fi- I. Receber as reclamações e denúncias, de qualquer
nanceira do Poder Judiciário. Possui também atribuição para interessado, relativas aos magistrados e aos
fiscalizar os seus membros quanto a observância dos deveres serviços judiciários;
funcionais.
II. Exercer funções executivas do Conselho, de in-
Por fim, deve-se lembrar que o CNJ não possui competên- speção e de correição geral;
cia sobre o STF, haja vista este ser o órgão de cúpula de todo
o poder judiciário. III. Requisitar e designar magistrados, delegan-
§ 4º - Compete ao Conselho o controle da atuação do-lhes atribuições, e requisitar servidores de
administrativa e financeira do Poder Judiciário e juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito
do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, Federal e Territórios.
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem § 6º - Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da
conferidas pelo Estatuto da Magistratura: República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem
I. Zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo dos Advogados do Brasil.
cumprimento do Estatuto da Magistratura, po-
§ 7º - A União, inclusive no Distrito Federal e nos Ter-
dendo expedir atos regulamentares, no âmbito de
sua competência, ou recomendar providências; ritórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para
receber reclamações e denúncias de qualquer interes-
II. Zelar pela observância do Art. 37 e apreciar, de
ofício ou mediante provocação, a legalidade dos sado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
atos administrativos praticados por membros ou ou contra seus serviços auxiliares, representando dire-
órgãos do Poder Judiciário, podendo desconsti- tamente ao Conselho Nacional de Justiça.
tuí-los, revê-los ou fixar prazo para que se ado-
tem as providências necessárias ao exato cum- Justiça Federal
primento da lei, sem prejuízo da competência do Estes são os órgãos da chamada Justiça Federal:
Tribunal de Contas da União; Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
III. Receber e conhecer das reclamações contra I. Os Tribunais Regionais Federais;
membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclu-
sive contra seus serviços auxiliares, serventias II. Os Juízes Federais.
e órgãos prestadores de serviços notariais e Tribunal Regional Federal e Juízes Federais
de registro que atuem por delegação do poder
público ou oficializados, sem prejuízo da com- As competências da Justiça Federal, em regra, estão
petência disciplinar e correicional dos tribunais, relacionadas com causas de interesse da União. Atente para
podendo avocar processos disciplinares em cur- esse tema, pois há competências que são dos Tribunais Re-
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so e determinar a remoção, a disponibilidade gionais Federais e outras que são dos Juízes Federais. As
ou a aposentadoria com subsídios ou proventos provas costumam trocar essas competências umas pelas
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar out- outras. As primeiras encontram-se definidas no Art. 108 e
ras sanções administrativas, assegurada ampla as dos Juízes Federais estão previstas no Art. 109:
defesa;
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
IV. Representar ao Ministério Público, no caso de
crime contra a administração pública ou de abuso I. Processar e julgar, originariamente:
de autoridade; a) Os juízes federais da área de sua ju-
V. Rever, de ofício ou mediante provocação, os pro- risdição, incluídos os da Justiça Militar e da
cessos disciplinares de juízes e membros de tribu- Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
ANOTAÇÕES
13. Funções Essenciais à Justiça stitucionalmente em capítulo à parte na organização dos
poderes como uma função essencial à justiça. Como função
As funções essenciais à justiça estão previstas expressa- essencial à justiça, o Ministério Público é responsável pela
mente do Art. 127 ao 135 da Constituição Federal, elas são rep- provocação do Poder Judiciário em defesa da sociedade,
resentadas pelas seguintes instituições: quando se tratar de direitos sociais e individuais indis-
Ministério Público; poníveis.
Advocacia Pública; O Ministério Público no Brasil, além de obedecer às re-
Defensoria Pública; gras constitucionais, também é regido por duas normas: Lei
Advocacia. Complementar nº 75/93 e a Lei nº 8.625/93. Essa regula o
Ministério Público Nacional e é aplicável aos Ministérios Públi-
Ao contrário do que muitos pensam, essas instituições
cos dos Estados. Aquela é específica para o Ministério Público
não fazem parte do Poder Judiciário, mas desempenham
da União. Cada Estado da Federação poderá organizar o seu
suas funções junto a esse poder. Sua atuação é essencial ao
órgão ministerial editando sua própria Lei Orgânica Estadual.
exercício jurisdicional, razão pela qual foram classificadas
como funções essenciais. Essa necessidade se justifica em A seguir, será feita uma leitura da instituição sob a ótica
razão da impossibilidade de o Judiciário agir de ofício, ou constitucional sem aprofundar nas estruturas lançadas nas
seja, toda a atuação jurisdicional demanda provocação, a referidas leis orgânicas, o que será feito em momento opor-
qual será titularizada por uma dessas instituições. tuno.
Esses organismos são representados por agentes públicos Estrutura Orgânica
ou privados cuja função principal é provocar a atuação do Pod-
er Judiciário, o qual se mantém inerte e imparcial, aguardando Para viabilizar o exercício de suas funções, a Constituição
o momento certo para agir. São em sua essência “advogados”. Federal organizou o Ministério Público no Art. 128:
O Ministério Público é o advogado da Sociedade, pois, con- Art. 128. O Ministério Público abrange:
forme prevê o caput do Art. 127, incumbe-lhe a tarefa de de- I. o Ministério Público da União, que compreende:
fender a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses a) o Ministério Público Federal;
sociais e individuais indisponíveis: b) o Ministério Público do Trabalho;
Art. 127. O Ministério Público é instituição perma- c) o Ministério Público Militar;
nente, essencial à função jurisdicional do Estado, in- d) o Ministério Público do Distrito Federal e
cumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime Territórios;
democrático e dos interesses sociais e individuais in-
disponíveis. II. os Ministérios Públicos dos Estados.
A Advocacia Pública advoga para o Estado representando Como se pode perceber, o Ministério Público está dividi-
do em Ministério Público da União e Ministério Público dos
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os entes públicos judicial e extrajudicialmente ou mesmo de-
sempenhando atividades de assessoria e consultoria jurídica. Estados, cada um com sua própria autonomia organizacional
e chefia própria. O Ministério Público da União, por sua vez,
A Defensoria Pública tem como atribuição principal ad-
abrange:
vogar para os necessitados. São os defensores públicos re-
sponsáveis pela defesa dos hipossuficientes, aqueles que Ministério Público Federal;
não possuem recursos financeiros para contratarem advoga- Ministério Público do Trabalho;
dos privados. Ministério Público Militar;
E, por último, há a Advocacia, que, pela lógica, é privada, Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
formada por advogados particulares, os quais são inscritos na Existe ainda o Ministério Público junto ao Tribunal de Con-
Ordem dos Advogados do Brasil e atuam de forma autônoma tas, o qual possui natureza diversa do Ministério Público aqui
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
e independente dentro dos limites estabelecidos em lei. estudado. Sua organização está atrelada ao Tribunal de Contas
O objetivo desta breve introdução é apresentar a dif- do qual faz parte, mas aos seus membros são estendidas as
erença funcional básica entre as instituições de forma a disposições aplicáveis aos Membros do Ministério Público:
facilitar o estudo que, a partir de agora, será mais aprofun- Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos
dado, visando a possíveis questões em provas de concursos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta
públicos. Então, analisaremos, a partir de agora, as Funções seção pertinentes a direitos, vedações e forma de in-
Essenciais à Justiça. vestidura.
Ministério Público Não existe Ministério Público Eleitoral.
A compreensão dessa instituição inicia-se pela leitura do Atribuições
próprio texto constitucional, que prevê: Suas atribuições se apoiam na defesa da ordem jurídica,
O Ministério Público é uma instituição permanente, de do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
natureza política, cujas atribuições possuem natureza admin- indisponíveis. É um verdadeiro defensor da sociedade e fiscal
istrativa, sem que com isso esteja subordinada ao Poder Ex- dos poderes públicos. Em rol meramente exemplificativo, a
ecutivo. Constituição previu como funções institucionais o Art. 129:
Fala-se em uma instituição independente e autônoma Art. 129. São funções institucionais do Ministério Pú- 303
aos demais Poderes, motivo pelo qual está posicionada con- blico:
I. promover, privativamente, a ação penal pública, seja, por Membros aprovados em concurso público de provas
304 na forma da lei; e títulos, assegurada a participação da OAB durante a sua re-
II. zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos alização, entre os quais são exigidos os seguintes requisitos:
e dos serviços de relevância pública aos direitos Ser bacharel em direito;
assegurados nesta Constituição, promovendo as Possuir, no mínimo, três anos de atividade jurídica.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
medidas necessárias a sua garantia; Em relação à atividade jurídica, deve-se salientar a regula-
III. promover o inquérito civil e a ação civil públi- mentação feita pela Resolução nº 40 do Conselho Nacional do
ca, para a proteção do patrimônio público e social, Ministério Público, a qual prevê, entre outras atividades, o ex-
do meio ambiente e de outros interesses difusos e ercício da advocacia ou de cargo, função e emprego que exija
coletivos; a utilização preponderante de conhecimentos jurídicos, ou até
IV. promover a ação de inconstitucionalidade ou mesmo a realização de cursos de pós-graduação dentro dos
representação para fins de intervenção da União e parâmetros estabelecidos pela referida resolução. É impor-
dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; tante lembrar que esse requisito deverá ser comprovado no
V. defender judicialmente os direitos e interesses momento da investidura no cargo, ou seja, na posse1, depois
das populações indígenas; de finalizadas todas as fases do concurso.
VI. expedir notificações nos procedimentos admin- A Constituição exige ainda que o Membro do Ministério
istrativos de sua competência, requisitando infor- Público resida na comarca de lotação, salvo quando houver
mações e documentos para instrui-los, na forma da autorização do chefe da Instituição. Em razão da semelhança
lei complementar respectiva; e importância com a carreira da magistratura, a Constituição
VII. exercer o controle externo da atividade policial, previu expressamente a aplicação do Art. 93 aos membros do
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na forma da lei complementar mencionada no ar- Ministério Público, no que for compatível com a carreira. E, por
tigo anterior; fim, determina que a distribuição dos processos aos órgãos min-
isteriais seja feita de forma imediata.
VIII. requisitar diligências investigatórias e a in-
stauração de inquérito policial, indicados os fun- No âmbito de suas atribuições, algumas funções merecem
damentos jurídicos de suas manifestações proces- destaque:
suais; Titular da Ação Penal Pública
IX. exercer outras funções que lhe forem conferi- Segundo o inciso I do Art. 129, compete ao Ministério Pú-
das, desde que compatíveis com sua finalidade, blico promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
sendo-lhe vedada a representação judicial e a con- da lei. A doutrina classifica esse dispositivo como espécie de
sultoria jurídica de entidades públicas. norma de eficácia contida possuindo aplicabilidade direta e
§ 1º. A legitimação do Ministério Público para as ações imediata, permitida a regulamentação por lei.
civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, Essa competência é corroborada pela possibilidade de
nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Con- requisição de diligências investigatórias e da instauração de
stituição e na lei. inquérito policial, para que o órgão ministerial formule sua
§ 2º. As funções do Ministério Público só podem ser ex- convicção sobre o ilícito penal, o que está previsto no inciso
ercidas por integrantes da carreira, que deverão residir VIII do Art. 129.
na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do Essa exclusividade conferida pela Constituição Federal
chefe da instituição (Redação dada pela Emenda Con- encontra limitação no próprio texto constitucional, ao per-
stitucional nº 45, de 2004). mitir o cabimento de ação penal privada subsidiária da públi-
§ 3º. O ingresso na carreira do Ministério Público far- ca nos casos em que o Ministério Público fique inerte e não
se-á mediante concurso público de provas e títulos, cumpra com sua obrigação2.
assegurada a participação da Ordem dos Advogados Dessa competência decorre o poder de investigação do
do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel Ministério Público, o qual tem sido alvo de muita discussão nos
em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica tribunais. Quem não concorda com esse poder sustenta ser a
e observando-se, nas nomeações, a ordem de classifi- atividade de investigação criminal uma atividade exclusiva da
cação (Redação dada pela Emenda Constitucional nº autoridade policial nos termos do Art. 144 da CF.
45, de 2004). O posicionamento que tem prevalecido na doutrina e na
§ 4º. Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o jurisprudência é no sentido de que o Ministério Público tem
disposto no Art. 93 (Redação dada pela Emenda Con- legitimidade para promover a investigação criminal, haja vista
stitucional nº 45, de 2004). ser ele o destinatário das informações sobre o fato delituoso
§ 5º. A distribuição de processos no Ministério Público produzido no inquérito policial. Ademais, por ter caráter ad-
será imediata (Incluído pela Emenda Constitucional nº ministrativo, o inquérito policial é dispensável, não dependen-
45, de 2004). do o MP da sua existência para promover a persecução penal.
No desempenho das suas funções institucionais, algumas
características foram previstas pela Constituição, as quais são
muito importantes para a prova.
1 Resolução do CNMP nº 87, de 27 de junho de 2012.
Os §§ 2º e § 3º afirmam que as funções do Ministério 2 Ações Diretas de Inconstitucionalidade, Ações Declaratórias de Constitucionali-
Púbico só podem ser exercidas por integrantes da carreira, ou dade, Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.
Para a solução desse caso, tem-se aplicado a Teoria dos Interventiva para fins de intervenção da União e dos Estados
Poderes Implícitos. Segundo a teoria, as competências expres- nas hipóteses previstas na Constituição Federal.
samente previstas no texto constitucional carregam consigo os
meios necessários para sua execução, ou seja, a existência de uma Controle Externo da Atividade Policial
competência explícita implica existência de competências im- A Constituição Federal determina que o Ministério Públi-
plicitamente previstas e necessárias para execução da atribuição co realize o controle externo da atividade policial. Fala-se em
principal. Em suma, se ao Ministério Público compete o ofereci- controle externo haja vista o Ministério Público não pertencer
mento exclusivo da Ação Penal Pública, por consequência da apli- à mesma estrutura das forças policiais. É uma instituição to-
cação dessa teoria, compete também a execução das atividades talmente autônoma a qualquer órgão policial, razão pela qual
necessárias à formação da sua opinião sobre o delito. Significa não se pode falar em subordinação dos organismos policiais
dizer que o poder de investigação criminal está implicitamente ao Parquet. A justificativa para essa atribuição decorre do fato
previsto no poder de oferecimento da ação penal pública. de ser ele o destinatário final da atividade policial.
Se, por um lado, o controle externo objetiva a fiscalização
Legitimidade para Promover o Inquérito das atividades policiais para que elas não sejam desenvolvi-
Civil e a Ação Civil Pública das além dos limites legais, preservando os direitos e garan-
O Ministério Público também é competente para promover tias fundamentais dos investigados, por outro, garante o seu
o inquérito civil e a ação civil pública nos termos do inciso III perfeito desenvolvimento, prevenindo e corrigindo a produção
do Art. 129. Essas ferramentas são utilizadas para a proteção probatória, visando ao adequado oferecimento da ação penal.
do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros O controle externo da atividade policial desenvolvido pelo
interesses difusos e coletivos. Ministério Público, além de regulamentado nas respectivas
Entendem-se como interesses difusos aqueles de nature- leis orgânicas, está normatizado na Resolução nº 20 do CNMP.
za indivisível, cujos titulares não se podem determinar apesar Ressalte-se que o controle externo não exime a instituição
de estarem ligados uns aos outros pelas circunstâncias fáticas. policial de realizar o seu próprio controle interno por meio das
Interesses coletivos se diferenciam dos difusos na medida em corregedorias e órgãos de fiscalização.
que é possível determinar quem são os titulares do direito. Sujeitam-se ao citado controle externo todas as institu-
Segundo a Constituição Federal, a ação civil pública não é ições previstas no Art. 144 da Constituição Federal4, bem como
medida exclusiva a ser adotada pelo Ministério Público: as demais instituições que possuam parcela do poder de polí-
cia desde que estejam relacionadas com a segurança pública e
Art. 129, § 1º. A legitimação do Ministério Público para
a persecução criminal.
as ações civis previstas neste artigo não impede a de ter-
ceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Conselho Nacional do Ministério Público
Constituição e na lei. O Conselho Nacional do Ministério Público, a exemplo do
A lei de Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85) prevê que são le- Conselho Nacional de Justiça, foi criado pela Emenda Consti-
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gitimados para propor tal ação, além do MP: tucional nº 45/2004 com o objetivo de efetuar a fiscalização
A Defensoria Pública; administrativa e financeira do Ministério Público, bem como o
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.
A autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de Composição
economia mista; Segundo o texto constitucional, o CNMP é composto de 14
A associação que concomitantemente esteja constituí- membros, nomeados pelo Presidente da República, depois de
da há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil e inclua aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal,
entre suas finalidades institucionais a proteção ao meio am- para um mandato de dois anos, sendo permitida apenas uma
biente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concor- recondução. Veja-se a composição prevista pela Constituição NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
rência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico Federal no Art. 130-A:
e paisagístico. Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Pú-
Já o inquérito civil é procedimento investigatório de caráter blico compõe-se de quatorze membros nomeados
administrativo, que poderá ser instaurado pelo Ministério Pú- pelo Presidente da República, depois de aprovada
blico com o fim de colher os elementos de prova necessários a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal,
para a sua convicção sobre o ilícito e, posteriormente, instrução para um mandato de dois anos, admitida uma re-
da Ação Civil Pública. condução, sendo:
I. o Procurador-Geral da República, que o pre-
Controle de Constitucionalidade side;
Função das mais relevantes desempenhada pelos órgãos II. quatro membros do Ministério Público da
ministeriais ocorre no Controle da Constitucionalidade das leis União, assegurada a representação de cada uma
e atos normativos. Essa atribuição é inerente à sua função de de suas carreiras;
guardião da ordem jurídica. Como protetor da ordem jurídica,
compete ao Ministério Público oferecer as ações de controle 4 Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de
abstrato de constitucionalidade3, bem como a Representação todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pes-
soas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia 305
3 Art. 5º, LIX, da CF. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias
esta não for intentada no prazo legal. militares e corpos de bombeiros militares.
III. três membros do Ministério Público dos Estados; III. requisitar e designar membros do Ministério Pú-
306 IV. dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal blico, delegando-lhes atribuições, e requisitar servi-
Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; dores de órgãos do Ministério Público.
V. dois advogados, indicados pelo Conselho Feder- § 4º. O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
al da Ordem dos Advogados do Brasil; Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
VI. dois cidadãos de notável saber jurídico e repu- § 5º. Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias
tação ilibada, indicados um pela Câmara dos Dep- do Ministério Público, competentes para receber rec-
utados e outro pelo Senado Federal. lamações e denúncias de qualquer interessado contra
§ 1º. Os membros do Conselho oriundos do Ministério membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive
Público serão indicados pelos respectivos Ministérios contra seus serviços auxiliares, representando direta-
Públicos, na forma da lei. mente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
Atribuições Princípios Institucionais
Vejamos as atribuições previstas constitucionalmente para A Constituição Federal prevê expressamente no § 1º do Art.
o CNMP: 127 os chamados Princípios Institucionais, os quais norteiam o
§ 2º. Compete ao Conselho Nacional do Ministério Públi- desenvolvimento das atividades dos Órgãos Ministeriais:
co o controle da atuação administrativa e financeira do § 1º. São princípios institucionais do Ministério Público a
Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcio- unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
nais de seus membros, cabendo-lhe: O Princípio da Unidade revela que os membros do
I. zelar pela autonomia funcional e administrativa Ministério Público integram um órgão único chefiado por um
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do Ministério Público, podendo expedir atos reg- Procurador-Geral. Essa unidade é percebida dentro de cada
ulamentares, no âmbito de sua competência, ou ramo do Ministério Público, não existindo unidade entre o
recomendar providências; Ministério Público estadual e da União, ou entre os diversos
II. zelar pela observância do Art. 37 e apreciar, de Ministérios Públicos estaduais, ou ainda entre os ramos do
ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos Ministério Público da União. Qualquer divisão que exista den-
administrativos praticados por membros ou órgãos tro de um dos Órgãos Ministeriais possui caráter meramente
do Ministério Público da União e dos Estados, po- funcional.
dendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para Já o Princípio da Indivisibilidade, que decorre do Princípio
que se adotem as providências necessárias ao exato da Unidade, revela a possibilidade de os membros se substi-
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos tuírem sem qualquer prejuízo ao processo, pois o Ministério Pú-
Tribunais de Contas; blico é uno e indivisível. Os membros agem em nome da institu-
III. receber e conhecer das reclamações contra ição e nunca em nome próprio, pois pertencem a um só corpo.
membros ou órgãos do Ministério Público da União Esse princípio veda a vinculação de um membro a um processo
ou dos Estados, inclusive contra seus serviços aux- permitindo, inclusive, a delegação da denúncia a outro membro.
iliares, sem prejuízo da competência disciplinar e Ressalte-se que, como no Princípio da Unidade, a Indivisibili-
correicional da instituição, podendo avocar proces- dade só ocorre dentro de um mesmo ramo do Ministério Público.
sos disciplinares em curso, determinar a remoção, a E, por fim, há o Princípio da Independência Funcional,
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios com uma dupla acepção: em relação aos membros e em
ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e relação à instituição. No que tange aos membros, o referido
aplicar outras sanções administrativas, assegurada Princípio garante uma atuação independente no exercício
ampla defesa; das suas atribuições sujeitando-se apenas às determinações
IV. rever, de ofício ou mediante provocação, os pro- constitucionais, legais e de sua consciência jurídica, não hav-
cessos disciplinares de membros do Ministério Pú- endo qualquer hierarquia ou subordinação intelectual entre
blico da União ou dos Estados julgados há menos os membros. Sob a perspectiva da instituição, o Princípio da
de um ano; Independência Funcional elimina qualquer subordinação do
V. elaborar relatório anual, propondo as providências Ministério Público a outro Poder. Apesar da Independência
que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Funcional, verifica-se a existência de uma mera hierarquia
Público no País e as atividades do Conselho, o qual administrativa.
deve integrar a mensagem prevista no Art. 84, XI. Além desses princípios expressos na Constituição Feder-
§ 3º. O Conselho escolherá, em votação secreta, um al, a doutrina e a Jurisprudência reconhecem a existência de
Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério um princípio implícito no texto constitucional: Princípio do
Público que o integram, vedada a recondução, com- Promotor Natural. Esse princípio decorre da interpretação
petindo-lhe, além das atribuições que lhe forem con- do Art. 129, § 2º, da Constituição, que afirma:
feridas pela lei, as seguintes: § 2º. As funções do Ministério Público só podem ser ex-
I. receber reclamações e denúncias, de qualquer ercidas por integrantes da carreira, que deverão residir
interessado, relativas aos membros do Ministério na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do
Público e dos seus serviços auxiliares; chefe da instituição.
II. exercer funções executivas do Conselho, de in- O Princípio do Promotor Natural veda a designação de
speção e correição geral; membros do Ministério Público fora das hipóteses constitucio-
nais e legais, exigindo que sua atuação seja predetermina- Autonomia Funcional: ao desempenhar sua função, o
da por critérios objetivos aplicáveis a todos os membros da Ministério Público não se subordina a qualquer outra autori-
carreira, evitando, assim, que haja designações arbitrárias. O dade ou poder, sujeitando-se apenas às determinações consti-
princípio também impede a nomeação de promotor ad hoc ou tucionais, legais e de sua consciência jurídica.
de exceção considerando que as funções do Ministério Público Autonomia Administrativa: é a capacidade de autogestão,
só podem ser desempenhadas por membros da carreira. autoadministração e autogoverno. O Ministério Público tem
competência para propor ao Legislativo a criação, extinção e
Unidade
organização de seus cargos e carreiras bem como demais atos
de gestão.
Constituição Federal Indivisibilidade Autonomia Financeira: o Ministério Público pode elab-
orar sua proposta orçamentária dentro dos limites estabe-
Independência Fun- lecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, tendo liberdade
cional para administrar esses recursos.
Princípios Um dos temas mais importantes e que revelam a autono-
Institucionais mia administrativa do Ministério Público é a possibilidade que
a instituição tem de escolher os seus próprios chefes. Vejamos
a literalidade do texto constitucional:
Doutrina Promotor Natural Art. 128, § 1º. O Ministério Público da União tem por
chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo
Garantias Presidente da República dentre integrantes da carreira,
O Ministério Público, em razão da importância de sua maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu
função, recebeu da Constituição Federal algumas garantias nome pela maioria absoluta dos membros do Senado
que lhe asseguram a independência necessária para bem de- Federal, para mandato de dois anos, permitida a re-
sempenhar suas atribuições. E não é só a instituição que pos- condução.
sui garantias, mas os membros também. Vejamos o que diz a § 2º. A destituição do Procurador-Geral da República,
Constituição sobre as garantias institucionais e dos membros: por iniciativa do Presidente da República, deverá ser
Art. 127, § 2º. Ao Ministério Público é assegurada autono- precedida de autorização da maioria absoluta do Sena-
mia funcional e administrativa, podendo, observado o dis- do Federal.
posto no Art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e No âmbito dessa autonomia, a Constituição previu expres-
extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os samente que o Procurador-Geral será escolhido pela própria
por concurso público de provas ou de provas e títulos, a instituição dentre os membros da carreira. No caso do Ministério
política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá Público da União, a chefia ficará a cargo do Procurador-Geral da
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sobre sua organização e funcionamento. República, o qual será nomeado pelo Presidente da República
§ 3º. O Ministério Público elaborará sua proposta orça- dentre os membros da carreira com mais de 35 anos de idade,
mentária dentro dos limites estabelecidos na lei de di- desde que sua escolha seja aprovada pelo voto da maioria ab-
retrizes orçamentárias. soluta do Senado Federal. O Procurador-Geral da República ex-
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva ercerá seu mandato por dois anos, permitida a recondução. Ao
proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na permitir a recondução, a Constituição não estabeleceu limites,
lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo con- de forma que o Procurador-Geral da República poderá ser re-
siderará, para fins de consolidação da proposta orça- conduzido por quantas vezes o Presidente considerar conveni-
mentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária ente. Se o Presidente pode nomear o Chefe do MPU, ele também
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados poderá destituí-lo do cargo, desde que autorizado pelo Senado
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
na forma do § 3º. pela mesma quantidade de votos, qual seja, maioria absoluta.
§ 5º. Se a proposta orçamentária de que trata este artigo Já em relação à Chefia dos Ministérios Públicos dos Estados
for encaminhada em desacordo com os limites estipula- e do Distrito Federal e Territórios a regra é um pouco diferente:
dos na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos Art. 128, § 3º. Os Ministérios Públicos dos Estados e o
ajustes necessários para fins de consolidação da propos- do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice
ta orçamentária anual. dentre integrantes da carreira, na forma da lei respec-
§ 6º. Durante a execução orçamentária do exercício, tiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será
nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para man-
não poderá haver a realização de despesas ou a
dato de dois anos, permitida uma recondução.
assunção de obrigações que extrapolem os limites es-
tabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto § 4º. Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito
Federal e Territórios poderão ser destituídos por de-
se previamente autorizadas, mediante a abertura de
liberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na
créditos suplementares ou especiais. forma da lei complementar respectiva.
O Art. 127, §§ 2º a 6º, trata das chamadas Garantias A escolha dos Procuradores-Gerais de Justiça depend-
Institucionais. Essas garantias visam a conceder maior au- erá de nomeação pelo Chefe do Poder Executivo5, com base
tonomia à instituição, além de proteger sua independência
5 No caso do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, a nomeação do 307
no exercício de suas atribuições constitucionais. As Garantias seu chefe será feita pelo Presidente da República e sua destituição dependerá do
Institucionais são de três espécies: voto da maioria absoluta do Senado Federal mediante provocação do Presidente
em lista tríplice formada dentre os integrantes da carrei- protegendo o subsídio da desvalorização provocada por perdas
308 ra, sendo permitida uma recondução. Diferentemente do inflacionárias. Lembre-se também de que essa garantia não é
Procurador-Geral da República, que poderá ser reconduz- absoluta, pois comporta exceções previstas nos Arts. 37, X e XI,
ido várias vezes, o Procurador-Geral de Justiça só poderá 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da Constituição Federal. Em suma,
ser reconduzido uma única vez. A destituição desses a irredutibilidade não impedirá a redução do subsídio quando
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
da maioria absoluta de seus membros, assegura- a) receber, a qualquer título e sob qualquer
da ampla defesa; pretexto, honorários, percentagens ou custas
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na for- processuais;
ma do Art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos b) exercer a advocacia;
Arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; c) participar de sociedade comercial, na for-
São duas espécies de garantias dos membros: Garantias ma da lei;
de Independência e Garantias de Imparcialidade. d) exercer, ainda que em disponibilidade,
As Garantias de Independência são prerrogativas iner- qualquer outra função pública, salvo uma de
entes ao cargo e estão previstas no inciso I do referido artigo, magistério;
as quais visam a garantir aos membros maior liberdade, inde- e) exercer atividade político-partidária (Re-
pendência e autonomia no exercício de sua função ministerial. dação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
Tais garantias são indisponíveis, proibindo o titular do cargo 2004);
de dispensar qualquer das prerrogativas. São as garantias da f) receber, a qualquer título ou pretexto,
vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade dos subsídios. auxílios ou contribuições de pessoas físicas, en-
A Vitaliciedade é como se fosse uma estabilidade só que tidades públicas ou privadas, ressalvadas as ex-
muito mais vantajosa. O membro, ao ingressar na carreira me- ceções previstas em lei (Incluída pela Emenda
diante concurso público, torna-se vitalício após o efetivo ex- Constitucional nº 45, de 2004).
ercício no cargo pelo prazo de dois anos. Uma vez vitalício só § 6º. Aplica-se aos membros do Ministério Público o
perderá o cargo por sentença judicial transitada em julgado. disposto no Art. 95, parágrafo único, V (Incluído pela
Após passar pelo estágio probatório de dois anos, um Membro Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
do Ministério Público só perderá o cargo por sentença judicial
transitada em julgado. Antes de explorar essas regras, faz-se necessária a menção
ao Art. 29, § 3º, da ADCT:
A Inamovibilidade impede a movimentação do mem-
bro ex-ofício contra a sua vontade. Em regra, o Membro do § 3º. Poderá optar pelo regime anterior, no que res-
Ministério Público só poderá ser removido ou promovido por peita às garantias e vantagens, o membro do Ministério
sua própria iniciativa, ressalvados os casos em que houver in- Público admitido antes da promulgação da Constitu-
teresse público. E mesmo quando o interesse público exigir, ição, observando-se, quanto às vedações, a situação
a remoção dependerá de decisão do órgão colegiado compe- jurídica na data desta.
tente pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegu- Esse dispositivo retrata uma peculiaridade interessante a
rando-se o direito à ampla defesa. respeito dos Membros do Ministério Público. Antes da promul-
A Irredutibilidade dos Subsídios diz respeito à proteção gação da Constituição Federal de 1988, o regime jurídico a que
da remuneração do membro ministerial. Subsídio é a forma de estavam sujeitos era diferente. A ADCT permitiu aos membros
retribuição pecuniária paga ao membro do Ministério Público que ingressaram antes de 1988 a escolha do regime jurídico a
a qual se caracteriza por ser uma parcela única. Com essa ga- que estariam sujeitos a partir de então. Os membros que in-
rantia, o Membro do Ministério Público poderá trabalhar sem gressaram na carreira antes de 1988 e que possuíam inscrição
medo de perder sua remuneração. na OAB podem advogar desde que tenham optado pelo regime
Ressalta-se que o Supremo Tribunal Federal já entendeu jurídico anterior a 1988. Para os membros que ingressaram na
tratar-se esta irredutibilidade como meramente nominal, não carreira depois da promulgação da Constituição Federal, essa
da República. escolha não é permitida, pois estão sujeitos apenas ao regime
constitucional atual. Feita essa consideração, passa-se à análise dades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Ex-
das garantias vigentes. ecutivo.
Deve-se compreender a abrangência das vedações do inciso II No âmbito da União, essa atividade é exercida pela Ad-
do § 5º do Art. 128 da Constituição Federal. vocacia-Geral da União, enquanto nos Estados, Distrito Fed-
É vedado aos membros do Ministério Público receber, a eral e nos Municípios, a Advocacia Pública será exercida pelas
qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percenta- Procuradorias.
gens ou custas processuais, bem como receber auxílios ou con- Apesar de não haver previsão constitucional para as
tribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, Procuradorias Municipais, elas são perfeitamente possíveis
ressalvadas as exceções previstas em lei. Tais vedações visam desde que previstas na Lei Orgânica do Município ou permiti-
a impedir que membros sejam motivados indevidamente a das sua criação pela Constituição Estadual.
exercer suas funções sob a expectativa de receberem maiores São vistas, a seguir, quais instituições compõem a Advoca-
valores pela sua atuação. Percebe-se que a vedação encontra cia Pública no Brasil.
exceção quando a contribuição está prevista em lei. Dessa for-
ma, não ofende a Constituição Federal o recebimento de va-
Advocacia-Geral da União - AGU
lores em razão da venda de livros, do exercício do magistério A AGU é responsável pela assistência jurídica da União,
ou mesmo da ministração de palestra. conforme prevê o texto constitucional:
Outra vedação aplicável aos membros do Parquet é em Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição
relação ao exercício da advocacia. Acerca desse impedimento, que, diretamente ou através de órgão vinculado, rep-
deve-se ressaltar a situação dos membros do Ministério Públi- resenta a União, judicial e extrajudicialmente, caben-
co da União que ingressaram na carreira antes de 1988 e que do-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser
tenham optado pelo regime jurídico anterior, nos termos do § sobre sua organização e funcionamento, as atividades
3º do Art. 29 da ADCT, os quais poderão exercer a advocacia de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Ex-
nos termos da Resolução nº 8 do CNMP, com a nova redação ecutivo.
dada pela Resolução nº 16. § 1º. A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Ad-
Ademais, o texto constitucional estendeu aos Membros do vogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presi-
Ministério Público a mesma vedação aplicável aos Magistrados no dente da República dentre cidadãos maiores de trinta
Art. 95, parágrafo único, V, qual seja, a de exercer a advocacia no e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação il-
juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos ibada.
do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. A A chefia desse órgão fica a cargo do Advogado-Geral
doutrina tem chamado essa vedação de quarentena. da União, o qual é nomeado livremente pelo Presidente da
Os membros do Ministério Público não podem participar República, entre os cidadãos maiores de trinta e cinco anos,
de sociedade comercial, na forma da lei. Essa vedação encon- com notável saber jurídico e reputação ilibada. Segundo a
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tra regulamentação na Lei nº 8.625/93, a qual prevê a possibi- Lei nº 10.683/03, em seu Art. 25, o Advogado-Geral da União
lidade de participação como cotista ou acionista6. é considerado Ministro de Estado, sendo-lhe aplicadas to-
Também não podem exercer, ainda que em disponibili- das as prerrogativas inerentes ao status. Atente-se para
dade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério. isso em prova, visto que, para ser o Chefe dessa Instituição,
Ressalta-se que o CNMP regulamentou o exercício do mag- não é necessário ser membro da carreira nem depende de
istério, que poderá ser público ou privado, por no máximo 20 aprovação do Senado Federal. É um cargo de livre nomeação
horas aula por semana, desde que o horário seja compatível e exoneração cuja confiança do Presidente da República se
com as atribuições ministeriais e o seu exercício se dê inteira- torna o principal critério para a escolha do seu titular.
mente em sala de aula7. Um detalhe muito importante e que pode ser cobrado
em prova é que a Constituição Federal, ao apontar as com-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Para evitar que sua atuação seja influenciada por pressões
políticas, a Constituição vedou o exercício de atividade políti- petências dessa instituição, afirmou que a AGU representa
co-partidária aos Membros do Ministério Público. Isso significa judicial e extrajudicialmente a União e em relação a consul-
que, se um membro quiser se filiar ou mesmo exercer um cargo toria e assessoramento jurídico apenas ao Poder Executivo.
político, deverá se afastar do cargo no Ministério Público. Essa Essas competências foram confirmadas na Lei Orgânica da
vedação tem caráter absoluto desde a Emenda Constitucional Advocacia-Geral da União (Lei Complementar nº 73/93):
nº 45/2004, a qual foi regulamentada pelo Conselho Nacional Art. 1º. A Advocacia-Geral da União é a instituição que
do Ministério Público, que determinou a aplicação da vedação representa a União judicial e extrajudicialmente.
apenas aos membros que tenham ingressado na carreira após Parágrafo único. À Advocacia-Geral da União cabem as
a promulgação da emenda8. atividades de consultoria e assessoramento jurídicos ao
Poder Executivo, nos termos desta Lei Complementar.
Advocacia Pública Enquanto a atividade de consultoria e assessoramento
A Advocacia Pública é a função essencial à justiça re- jurídico restringe-se apenas ao Poder Executivo, a representação
sponsável pela defesa dos interesses dos entes estatais, tanto judicial e extrajudicial abrangerá todos os Poderes da União (Ex-
judicialmente quanto extrajudicialmente, bem como as ativi- ecutivo, Legislativo e Judiciário), bem como suas autarquias e
fundações públicas, conforme esclarece a Lei nº 9.028/95:
6 Lei Orgânica Nacional do Ministério Público, Lei nº 8.625/93, Art. 44, III. 309
7 Resolução nº 3/2005 – CNMP. Art. 22. A Advocacia-Geral da União e os seus órgãos
8 Resolução nº 5/2006 – CNMP. vinculados, nas respectivas áreas de atuação, ficam
autorizados a representar judicialmente os titulares e a qual localizou o Procurador do Banco Central como membro
310 os membros dos Poderes da República, das Instituições de carreira da própria instituição. Apesar disso, o Procurador
Federais referidas no Título IV, Capítulo IV, da Constitu- do Banco Central está vinculado à AGU.
ição, bem como os titulares dos Ministérios e demais
órgãos da Presidência da República, de autarquias e Procuradoria-Geral dos Estados
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, uais, difusos, coletivos e individuais homogêneos e
de 2014) dos direitos do consumidor, na forma do inciso LXXIV
do Art. 5º da Constituição Federal;
Atualmente, cada Unidade Federativa é responsável pela
organização da sua Defensoria Pública, havendo ainda uma IX. impetrar Habeas Corpus, mandado de injunção,
Defensoria no âmbito da União e no Distrito Federal. Habeas Data e mandado de segurança ou qualquer
outra ação em defesa das funções institucionais e
As Defensorias Estaduais possuem autonomia funcional e prerrogativas de seus órgãos de execução;
administrativa não se admitindo sua subordinação a nenhum X. promover a mais ampla defesa dos direitos
dos poderes. Sua autonomia avança ainda nas questões orça- fundamentais dos necessitados, abrangendo seus
mentárias permitindo que tenha iniciativa própria para apre- direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos,
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
sentação de proposta orçamentária dentro dos limites estabe-
culturais e ambientais, sendo admissíveis todas as
lecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
espécies de ações capazes de propiciar sua ade-
A Emenda Constitucional nº 74, de 06 de agosto de 2013, in- quada e efetiva tutela;
troduziu o § 3º ao Art. 134, da CF para conferir autonomia funcional XI. exercer a defesa dos interesses individuais e
e administrativa e a iniciativa de proposta orçamentária também coletivos da criança e do adolescente, do idoso, da
às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. pessoa portadora de necessidades especiais, da
Segundo a Lei Complementar nº 80/94 que organiza a De- mulher vítima de violência doméstica e familiar e
fensoria Pública: de outros grupos sociais vulneráveis que mereçam
proteção especial do Estado;
Art. 2º. A Defensoria Pública abrange: XIV. acompanhar inquérito policial, inclusive
I. a Defensoria Pública da União; com a comunicação imediata da prisão em fla-
II. a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos grante pela autoridade policial, quando o pre-
Territórios; so não constituir advogado (Incluído pela Lei
III. as Defensorias Públicas dos Estados. Complementar nº 132, de 2009);
Cabe aos Defensores Públicos a assistência jurídica integral XV. patrocinar ação penal privada e a subsidiária
dos hipossuficientes, não se limitando apenas à defesa judicial. da pública (Incluído pela Lei Complementar nº 132, 311
A Lei Complementar nº 80/94 traz extenso rol de atribuições: de 2009);
XVI. exercer a curadoria especial nos casos previs- Segundo o princípio da indispensabilidade, o advogado
312 tos em lei (Incluído pela Lei Complementar nº 132, é indispensável à administração da Justiça, pois só ele pos-
de 2009); sui a chamada capacidade postulatória. Logicamente, esse
XVII. atuar nos estabelecimentos policiais, pen- princípio não goza de caráter absoluto, sendo permitida a
itenciários e de internação de adolescentes,
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
atribuições de seus ramos (Incluído pela Lei Comple- declarou que é constitucional a necessidade de aprovação do
mentar nº 132, de 2009); Exame de Ordem aplicado pela OAB aos bacharéis em direito.
XXI. executar e receber as verbas sucumbenciais A amplitude desse tema requer análise aprofundada, a
decorrentes de sua atuação, inclusive quando qual é feita em disciplina própria. Aqui foi feita uma breve
devidas por quaisquer entes públicos, destinan- análise constitucional do instituto.
do-as a fundos geridos pela Defensoria Pública
Ministério
e destinados, exclusivamente, ao aparelhamento
Público Defende a sociedade
da Defensoria Pública e à capacitação profissional
de seus membros e servidores(Incluído pela Lei
Complementar nº 132, de 2009); Advocacia
Pública Defende o Estado
XXII. convocar audiências públicas para discutir
matérias relacionadas às suas funções institucio-
nais(Incluído pela Lei Complementar nº 132, de Advocacia Defende os particulares
2009). Privada
Em relação às suas atribuições, vejamos esta questão de
prova: Defensoria
Por fim, cabe destacar que, assim como os Advogados Pú- Pública Defende os pobres
blicos, os Defensores Públicos são remunerados por meio de
subsídio:
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras dis-
ANOTAÇÕES
ciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão re-
munerados na forma do Art. 39, § 4º.
Advocacia
Quando a Constituição Federal se refere à Advocacia,
fala-se do advogado privado, profissional autônomo, indis-
pensável à função jurisdicional. Os advogados estão vincula-
dos à Ordem dos Advogados do Brasil, entidade de classe de
natureza especial, não vinculada aos Poderes do Estado e que
tem como atribuições controlar, fiscalizar e selecionar novos
profissionais para o exercício da Carreira.
Segundo a Constituição Federal:
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da
justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações
no exercício da profissão, nos limites da lei.
Esse dispositivo revela dois princípios que regem a advo-
9 Súmula Vinculante nº 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo
cacia no Brasil: o princípio da indispensabilidade e o da invio- administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
labilidade. 10 Lei nº 8.906/94.
14. Defesa do Estado e das Esse dispositivo enumera as hipóteses de cabimento da
medida ou quais são os seus objetivos: preservar ou pronta-
Instituições Democráticas mente restabelecer a ordem pública ou a paz social ameaçadas
por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas
No título V, Arts. 136 a 144, a Constituição Federal apresenta por calamidades de grandes proporções na natureza. Qualquer
instrumentos eficazes na proteção do Estado e de toda estrutu- circunstância dessas autoriza a decretação de Estado de Def-
ra democrática. Os instrumentos disponibilizados são o Sistema
esa. Lembre-se de que esse rol é taxativo. Só essas situações
Constitucional de Crises que compreende o Estado de Defesa e
o Estado de Sítio, Forças Armadas e Segurança Pública, os quais podem autorizar a medida.
serão analisados a partir de agora. Um detalhe interessante e que pode funcionar como pon-
to de distinção entre o Estado de Sítio e de Defesa é a área
Sistema Constitucional de Crises abrangida. O texto constitucional apresentado determina que
O Sistema Constitucional de Crises é um conjunto de me- as áreas abrangidas pela medida sejam locais restritos e de-
didas criadas pela Constituição Federal para restabelecer a terminados.
ordem constitucional em momentos de crises político-insti- Outro ponto importante e que é frequente cobrado em
tucionais. Antes de tratar das espécies em si, deve-se ressaltar prova diz respeito ao tempo de duração do Estado de Defesa.
algumas características essenciais desses institutos. Segundo Art. 136, § 2º, essa medida de contenção de crises
É necessário partir do pressuposto de que o Estado de sí- poderá durar 30 dias, podendo prorrogar mais uma vez por
tio é mais grave que o estado de defesa. Essa compreensão igual período:
permite entender que as medidas adotadas no Estado de Sítio § 2º. O tempo de duração do estado de defesa não será
serão mais gravosas que no Estado de Defesa. superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma
Outro ponto interessante são os princípios que regem o vez, por igual período, se persistirem as razões que jus-
Sistema Constitucional de Crises. As duas medidas devem ob- tificaram a sua decretação.
servar os seguintes princípios:
Não se esqueça de que o prazo só poderá ser prorrogado
Necessidade uma única vez.
Só podem ser decretadas em último caso. Como característica principal da execução do Estado de
Proporcionalidade Defesa está a possibilidade de se restringirem alguns direitos,
As medidas adotadas devem ser proporcionais aos prob- os quais estão previamente definidos nos §§ 1º a 3º do Art. 136:
lemas existentes.
§ 1º. O decreto que instituir o estado de defesa deter-
Temporariedade minará o tempo de sua duração, especificará as áreas
As medidas do Sistema Constitucional de Crises devem ser a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da
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temporárias. Devem durar apenas o tempo necessário para lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as se-
resolver a crise.
guintes:
Legalidade
I. restrições aos direitos de:
As medidas devem guardar respeito à lei. E aqui é pos-
sível vislumbrar duas perspectivas acerca da legalidade: a) reunião, ainda que exercida no seio das as-
sociações;
Stricto sensu - As medidas devem respeitar os limites
estabelecidos nos Decretos Presidenciais que autorizam a ex- b) sigilo de correspondência;
ecução. É uma perspectiva mais restrita da legalidade; c) sigilo de comunicação telegráfica e
Lato sensu - As medidas precisam respeitar a lei em sen- telefônica; NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
tido amplo, ou seja, toda a legislação brasileira, incluindo a II. ocupação e uso temporário de bens e serviços
Constituição Federal. públicos, na hipótese de calamidade pública, re-
Trabalhados esses conceitos iniciais, agora será abordado cada spondendo a União pelos danos e custos decor-
um dos institutos do Sistema Constitucional de Crises em espécie. rentes.
Inicia-se pelo Estado de Defesa. § 3º. Na vigência do estado de defesa:
I. a prisão por crime contra o Estado, determinada
Estado de Defesa pelo executor da medida, será por este comunicada
O Estado de Defesa está regulamentado no Art. 136 da imediatamente ao juiz competente, que a relaxará,
Constituição e o seu caput apresenta algumas informações se não for legal, facultado ao preso requerer exame
importantíssimas: de corpo de delito à autoridade policial;
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o II. a comunicação será acompanhada de declaração,
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacion- pela autoridade, do estado físico e mental do deti-
al, decretar estado de defesa para preservar ou pronta- do no momento de sua autuação;
mente restabelecer, em locais restritos e determinados, III. a prisão ou detenção de qualquer pessoa não
a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave poderá ser superior a dez dias, salvo quando autor-
e iminente instabilidade institucional ou atingidas por izada pelo Poder Judiciário; 313
calamidades de grandes proporções na natureza. IV. é vedada a incomunicabilidade do preso.
Alguns pontos merecem um destaque especial. Devido Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os
314 à gravidade da situação e à excepcionalidade das medidas, líderes partidários, designará Comissão composta de
a Constituição autoriza a restrição de vários direitos funda- cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar
mentais, por exemplo, o direito de reunião, o sigilo das corre- a execução das medidas referentes ao estado de def-
spondências, das comunicações telegráficas e telefônicas. esa e ao estado de sítio.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Essas medidas restritivas dispensam autorização judicial, Sucessivo (posterior): ocorre após a execução da medida
inclusive a decretação de prisão que será determinada pela nos termos do Art. 141:
própria autoridade executora do Estado de Defesa e poderá Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de
durar até dez dias. A prisão deverá ser comunicada imediata- sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da
mente ao juiz o qual poderá prorrogá-la por período superior. responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus ex-
Não se deve esquecer que, mesmo em um momento de ecutores ou agentes.
crise, como esse em que muitos direitos constitucionais são Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou
flexibilizados, é vedada pela Constituição Federal a incomu- o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigên-
nicabilidade do preso. A ele deverá ser garantido o direito de cia serão relatadas pelo Presidente da República, em
falar com seu familiar ou advogado, além do direito de ter mensagem ao Congresso Nacional, com especificação
preservada sua integridade. e justificação das providências adotadas, com relação
Para que seja decretado o Estado de Defesa, a Constituição nominal dos atingidos e indicação das restrições apli-
previu alguns procedimentos. Primeiramente, deve-se lembrar cadas.
que a decretação é competência do Presidente da República. O Controle Jurisdicional é o realizado pelo Poder Judi-
Antes de executar a medida, ele deverá consultar o Consel- ciário, e ocorrerá de duas formas:
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ho de Defesa Nacional e o Conselho da República os quais Concomitante - durante a execução da medida. Veja-se o
emitirão um parecer acerca da situação. Apesar da obrigato- disposto no Art. 136, § 3º;
riedade em ouvir os Conselhos, o Presidente não está vincula- Sucessivo (Posterior) - após a execução da medida nos
do ao seus pareceres. Significa dizer que os pareceres emitidos termos do Art. 141.
pelos conselhos são meramente opinativos.
Estado de Sítio
Ouvidos os Conselhos, o Presidente decreta a medida e
imediatamente submete o decreto ao Congresso Nacional O Estado de Sítio é mais gravoso que o Estado de Defe-
para aprovação. A decisão do Congresso Nacional é definitiva. sa. Por consequência, as medidas adotadas nesse caso terão
Caso o decreto seja rejeitado, o Estado de Defesa cessa ime- maior efeito restritivo aos direitos fundamentais.
diatamente. Primeiramente são abordadas às hipóteses de cabimento
do Estado de Sítio, que estão previstas no Art. 137, I e II:
§ 4º. Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação,
o Presidente da República, dentro de vinte e quatro I. comoção grave de repercussão nacional ou ocor-
horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao rência de fatos que comprovem a ineficácia de me-
Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. dida tomada durante o estado de defesa;
§ 5º. Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será II. declaração de estado de guerra ou resposta a
convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco agressão armada estrangeira.
dias. A doutrina faz uma distinção interessante entre os dois
incisos, classificando-os em Repressivo e Defensivo. O Es-
§ 6º. O Congresso Nacional apreciará o decreto den-
tado de Sítio Repressivo está previsto no inciso I, haja vista
tro de dez dias contados de seu recebimento, devendo
ser necessária a atuação dos poderes públicos para conter a
continuar funcionando enquanto vigorar o estado de
situação de crise. Já o inciso II, é chamado de Estado de Sítio
defesa.
Defensivo, pois o poder público utiliza a medida como forma
§ 7º. Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o esta- de se defender de agressões externas.
do de defesa.
Um ponto distintivo entre o Estado de Defesa e o Estado
Apesar de ser caracterizado por medidas excepcionais, de Sítio, muito cobrado em prova, refere-se à área abrangida.
que restringem sobremaneira os direitos e garantias funda- Segundo o inciso I do Art. 137, será decretada a medida quando
mentais, o Controle Constitucional de Crises não está imune à a crise tiver repercussão nacional. Quando o candidato encon-
fiscalização por parte dos poderes públicos. Havendo excessos trar na prova o termo “repercussão nacional”, deve associar
nas medidas adotadas, a Constituição prevê a possibilidade de com o Estado de Sítio. Diferentemente, se estiver escrito “local
responsabilização dos agentes por seus atos. A doutrina con- restrito e determinado”, relacionar o dispositivo com Estado
stitucional prevê duas formas de controle: Controle Político e de Defesa.
Controle Jurisdicional. Um tema muito cobrado em prova é o tempo de duração
O Controle Político é realizado basicamente pelo Congres- do Estado de Sítio. Vejamos o que diz o §1º do Art. 137:
so Nacional, que o efetuará de três formas: § 1º. O estado de sítio, no caso do Art. 137, I, não poderá
Imediato: ocorre logo após a decretação da medida con- ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de
forme o § 4º do Art. 136. cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser
Concomitante: ocorre durante a execução do Estado de decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a
Defesa conforme § 6º do Art. 136 e Art. 140. agressão armada estrangeira.
Qual o prazo de duração do Estado de Sítio? Depende da Vejamos agora como é o procedimento de decretação do
hipótese de cabimento. Estado de Sítio:
Segundo o § 1º, se a hipótese for a do inciso I do Art. 137, o Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o
prazo será de 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias enquanto Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacio-
for necessário para conter a situação. Cuidado com este prazo, nal, solicitar ao Congresso Nacional autorização para
pois a Constituição deixou transparecer que ele não pode ser decretar o estado de sítio nos casos de:
prorrogado, contudo, o que ela quis dizer é que não pode ser Parágrafo único. O Presidente da República, ao so-
prorrogado por mais de 30 dias todas as vezes que for prorroga- licitar autorização para decretar o estado de sítio ou
do. Dessa forma, ele poderá ser prorrogado indefinidamente, sua prorrogação, relatará os motivos determinantes
enquanto for necessário. do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por
Já no caso do inciso II, a Constituição regula o Estado de maioria absoluta.
Sítio em caso de guerra ou agressão estrangeira e prevê que a Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua du-
medida durará enquanto for necessária para repelir a agressão ração, as normas necessárias a sua execução e as garan-
estrangeira ou acabar com a guerra. Logo, o Estado de Sítio tias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de
nestes casos não possuem prazo certo para terminar. publicado, o Presidente da República designará o execu-
No que tange às medidas coercitivas que podem ser ad- tor das medidas específicas e as áreas abrangidas.
otadas no Estado de Sítio, a Constituição prevê no Art. 139: § 2º. Solicitada autorização para decretar o estado de
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do
fundamento no Art. 137, I, só poderão ser tomadas con- Senado Federal, de imediato, convocará extraordinari-
tra as pessoas as seguintes medidas: amente o Congresso Nacional para se reunir dentro de
I. obrigação de permanência em localidade deter- cinco dias, a fim de apreciar o ato.
minada; § 3º. O Congresso Nacional permanecerá em funciona-
II. detenção em edifício não destinado a acusados mento até o término das medidas coercitivas.
ou condenados por crimes comuns; Conforme estudado no Estado de Defesa, a decretação do
III. restrições relativas à inviolabilidade da cor- Estado de Sítio fica a cargo do Presidente da República após
respondência, ao sigilo das comunicações, à ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacio-
prestação de informações e à liberdade de impren- nal. A consulta é obrigatória, mas os pareceres dos Conselhos
sa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; não vinculam o Presidente. Apesar da similaridade de proced-
IV. suspensão da liberdade de reunião; imentos, aqui o Presidente tem que solicitar autorização do
V. busca e apreensão em domicílio; Congresso Nacional antes de decretar o Estado de Sítio. Essa
diferença é bastante cobrada em prova.
VI. intervenção nas empresas de serviços públicos;
Ao passo que no Estado de Defesa o Presidente Decreta
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VII. requisição de bens. a medida e depois apresenta para o Congresso avaliar. No Es-
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inci- tado de Sítio, antes de decretar, o Presidente deve sujeitar a
so III a difusão de pronunciamentos de parlamentares medida à apreciação do Congresso Nacional.
efetuados em suas Casas Legislativas, desde que lib- Essa característica demonstra que, assim como no Estado
erada pela respectiva Mesa. de Defesa, a medida está sujeita a controle dos outros Poderes.
O dispositivo só regulamentou as restrições adotadas na Sendo assim, verifica-se que a fiscalização será feita tanto pe-
hipótese do inciso I do Art. 137, qual seja: comoção grave de los órgãos políticos quanto pelos órgãos jurisdicionais.
repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem Tem-se controle político quando realizado pelo Congres-
a ineficácia de medida tomada durante o Estado de Defesa. so Nacional, o qual se dará de forma:
Esse rol de medidas é taxativo, restringindo a atuação do
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
poder público durante sua aplicação. No caso do Art. 137, II, Prévio - ocorre quando o Congresso Nacional autoriza a
a Constituição nada disse, o que levou a doutrina a concluir a execução da medida;
possibilidade de adoção de qualquer medida necessária para Concomitante - ocorre durante a execução da medida;
conter a situação, desde que compatíveis com a Ordem Con- Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os
stitucional e com as leis brasileiras. líderes partidários, designará Comissão composta de
Como se pode perceber, as medidas aqui são mais gravo- cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a
sas que as adotadas no Estado de Defesa, e isso pode ser mui- execução das medidas referentes ao estado de defesa
to bem notado pela distinção feita entre o Estado de Defesa e e ao estado de sítio.
de Sítio no que se refere à liberdade de reunião. Enquanto no Sucessivo (posterior): ocorre após a execução da medida;
Estado de Defesa a liberdade de reunião sofre restrições, aqui Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de
ela será suspensa. sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da
Outro dispositivo importante é o previsto no parágrafo responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus ex-
único, que isenta os pronunciamentos dos parlamentares efet- ecutores ou agentes.
uados em suas Casas das restrições impostas no inciso III do Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou
artigo em análise, desde que liberadas pelas respectivas Me- o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência
sas. As demais restrições devem ser lidas e memorizadas, pois serão relatadas pelo Presidente da República, em men- 315
podem ser cobradas em prova. sagem ao Congresso Nacional, com especificação e justi-
ficação das providências adotadas, com relação nominal III. o militar da ativa que, de acordo com a lei,
316 dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. tomar posse em cargo, emprego ou função pública
Também existe o controle Jurisdicional executado pelos civil temporária, não eletiva, ainda que da admin-
órgãos do Poder Judiciário, o qual se dará de forma: istração indireta, ressalvada a hipótese prevista
Concomitante - durante a execução da medida. Apesar de no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, ficará agregado
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
não haver previsão constitucional expressa, qualquer lesão ou ao respectivo quadro e somente poderá, enquan-
ameaça a direito poderá ser apreciada pelo Poder Judiciário; to permanecer nessa situação, ser promovido por
Sucessivo (Posterior) - após a execução da medida nos antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço
termos do Art. 141. apenas para aquela promoção e transferência para
a reserva, sendo depois de dois anos de afasta-
Forças Armadas mento, contínuos ou não, transferido para a reser-
va, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
Instituições Constitucional nº 77, de 2014);
As Forças Armadas são formadas por instituições que IV. ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
compõem a estrutura de defesa do Estado, a Marinha, o V. o militar, enquanto em serviço ativo, não pode
Exército e a Aeronáutica. Possuem como funções principais estar filiado a partidos políticos;
a defesa da pátria, a garantia dos poderes constitucionais, VI. o oficial só perderá o posto e a patente se for
da lei e da ordem. Apesar de sua vinculação à União, suas julgado indigno do oficialato ou com ele incom-
atribuições têm caráter nacional e podem ser exercidas em patível, por decisão de tribunal militar de caráter
todo o território brasileiro: permanente, em tempo de paz, ou de tribunal es-
pecial, em tempo de guerra;
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giosa e de convicção filosófica ou política, para se exi- Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
mirem de atividades de caráter essencialmente militar. responsabilidade de todos, é exercida para a preservação
§ 2º. as mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, patrimônio, através dos seguintes órgãos:
porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. I. polícia federal;
A Lei que regula o serviço militar obrigatório é a 4.375/64, II. polícia rodoviária federal;
a qual obriga todos os brasileiros a se alistarem. Destaca-se
que essa obrigatoriedade não se aplica aos eclesiásticos (lí- III. polícia ferroviária federal;
deres religiosos) e às mulheres, em tempos de paz, o que nos IV. polícias civis;
conduz à conclusão de que eles poderiam ser convocados em V. polícias militares e corpos de bombeiros mili-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
gos, empregos e funções de seus serviços, e a inicia- permanente, organizado e mantido pela União e es-
tiva de lei para fixação da respectiva remuneração, truturado em carreira, destina-se a:
observados os parâmetros estabelecidos na lei de I. apurar infrações penais contra a ordem política e
diretrizes orçamentárias. social ou em detrimento de bens, serviços e inter-
Cada um dos órgãos será organizado em estatuto próprio, esses da União ou de suas entidades autárquicas
conforme preleciona o § 7º do Art. 144: e empresas públicas, assim como outras infrações
§ 7º. A lei disciplinará a organização e o funcionamen- cuja prática tenha repercussão interestadual ou in-
to dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de ternacional e exija repressão uniforme, segundo se
maneira a garantir a eficiência de suas atividades. dispuser em lei;
II. prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entor-
Polícia Administrativa x Polícia Judiciária pecentes e drogas afins, o contrabando e o des-
Antes de iniciar uma análise mais detida do artigo em caminho, sem prejuízo da ação fazendária e de
questão, uma importante distinção doutrinária deve ser feita outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
em relação às polícias de segurança pública: Polícia Adminis- competência;
trativa e Polícia Judiciária. III. exercer as funções de polícia marítima, aeropor-
Polícia Administrativa é a polícia preventiva. Sua ativi- tuária e de fronteiras;
dade ocorre antes do cometimento da infração penal com o IV. exercer, com exclusividade, as funções de polí-
intuito de impedir a sua ocorrência. Sua atuação é ostensiva, cia judiciária da União.
ou seja, visível pelos membros da sociedade. É aquela polí-
Deve-se destacar, como característica principal, a sua at-
cia a que recorremos quando temos um problema. Uma car-
uação como Polícia Judiciária exclusiva da União. É ela quem
acterística marcante das polícias ostensivas é o seu uniforme.
atuará na repressão dos crimes cometidos contra a União e
É a vestimenta que identifica um policial ostensivo. O maior
exemplo de polícia administrativa é a Polícia Militar. Também suas entidades autárquicas e empresas públicas. Apesar de
são consideradas como polícia preventiva: Polícia Federal (em mencionar algumas entidades da administração indireta, não
situações específicas), Polícia Rodoviária Federal, Polícia Fer- se mencionou as Sociedades de Economia Mista. Isso força
roviária Federal e Corpo de Bombeiros Militar. uma conclusão de que a Polícia Federal não tem atribuição
Polícia Judiciária é a polícia repressiva. Sua atividade nos crimes que envolvam interesses de Sociedades de
ocorre após o cometimento da infração penal, quando a at- Economia Mista.
uação da polícia preventiva não surtiu efeito. Sua atividade é As demais atribuições serão exercidas concomitantemente
investigativa com o fim de encontrar os elementos compro- com outros órgãos, limitando a exclusividade de sua atuação
batórios do ilícito penal cometido. O resultado do trabalho das apenas à função investigativa no âmbito da União.
polícias judiciárias é utilizado posteriormente pelo Ministério Polícia Rodoviária Federal
Público para subsidiar sua atuação junto ao Poder Judiciário.
Daí a razão do nome ser Polícia Judiciária. O resultado de seu A Polícia Rodoviária Federal é órgão da União responsável
trabalho é utilizado pelo Poder Judiciário em seus julgamen- pelo patrulhamento das rodovias federais:
tos. Atente-se para a seguinte diferença, pois já caiu em prova § 2º. A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
de concurso: a Polícia Judiciária não faz parte do Poder Judi- organizado e mantido pela União e estruturado em
ciário, mas do Poder Executivo. São consideradas como Polí- carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
cia Judiciária a Polícia Civil e a Polícia Federal. A Polícia Militar ostensivo das rodovias federais.
Eventualmente, sua atuação se estenderá às rodovias es- É a PM quem exerce a função principal de prevenção do
taduais ou distritais mediante convênio firmado entre os entes crime. Quando se pensa em polícia, certamente é a primeira
federativos. Não havendo esse convênio, o patrulhamento das que vem à mente, pois é vista pela sociedade. Já o Corpo
rodovias estaduais e distritais fica a cargo das Polícias Mili- de Bombeiros Militar, apesar de não ser órgão policial, pos-
tares. É comum no âmbito das Polícias Militares a criação de sui atribuição de segurança pública à medida que executa
batalhões ou companhias com essa atribuição específica, as atividades de defesa civil. São responsáveis por uma atuação
chamadas Polícias Rodoviárias. voltada para a proteção da sociedade, prestação de socorro,
atuação em incêndios e acidentes. Destaca-se pela agilidade
Polícia Ferroviária Federal no atendimento, o que muitas vezes acaba por coibir maiores
A Polícia Ferroviária Federal é o órgão da União responsável tragédias:
pelo patrulhamento das ferrovias federais: § 5º. às polícias militares cabem a polícia ostensiva
§ 3º. A polícia ferroviária federal, órgão permanente, e a preservação da ordem pública; aos corpos de
organizado e mantido pela União e estruturado em bombeiros militares, além das atribuições definidas em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
ostensivo das ferrovias federais. § 6º. As polícias militares e corpos de bombeiros mil-
Diante da pouca relevância das ferrovias no Brasil, esse itares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordi-
órgão ficou no esquecimento durante vários anos. No dia 5 nam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governa-
agosto de 2011, a Presidente Dilma sancionou a Lei 12.462, dores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
que cria no âmbito do Ministério da Justiça a Polícia Fer- Por serem corporações militares, a eles se aplicam as mes-
roviária Federal. O efetivo que comporá essa nova estrutura mas regras que são aplicadas às Forças Armadas, como a proi-
se originará das instituições que anteriormente cuidavam bição de greve, filiação partidária e sindicalização.
das ferrovias:
São ainda consideradas forças auxiliares e reserva do Exército.
Art. 48. A Lei n° 10.683, de 28 de maio de 2003, passa Significa que num momento de necessidade de efetivo seria pos-
a vigorar com as seguintes alterações: sível a convocação de Policiais e Bombeiros Militares como força
Art. 29, XIV. Do Ministério da Justiça: o Conselho Na- reserva e de apoio.
cional de Política Criminal e Penitenciária, o Conselho Estão subordinados aos Governadores dos Estados, a
Nacional de Segurança Pública, o Conselho Federal Distrito Federal e dos Territórios a quem compete a gestão
Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, o Con- da Segurança Pública em cada ente federativo.
selho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra No que tange à Polícia Militar, ao Corpo de Bombeiros Militares
a Propriedade Intelectual, o Conselho Nacional de Ar- e à Polícia Civil do Distrito Federal, há um detalhe que não pode ser
quivos, o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, esquecido, pois já foi cobrado em prova. Apesar da subordinação
o Departamento de Polícia Federal, o Departamento de
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destas forças ao Governador do Distrito Federal, a competência
Polícia Rodoviária Federal, o Departamento de Polícia para legislar e manter estas corporações é da União.
Ferroviária Federal, a Defensoria Pública da União, o
Arquivo Nacional e até 6 (seis) Secretarias; Aqui há uma exceção na autonomia federativa do Distrito
Federal, que está prevista expressamente na Constituição no
§ 8º. Os profissionais da Segurança Pública Ferroviária Art. 21, XIV:
oriundos do grupo Rede, Rede Ferroviária Federal (RFF-
Art. 21. Compete à União:
SA), da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU)
e da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Tren- XIV. organizar e manter a polícia civil, a polícia
surb) que estavam em exercício em 11 de dezembro de militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito
1990, passam a integrar o Departamento de Polícia Fer- Federal, bem como prestar assistência financeira
ao Distrito Federal para a execução de serviços pú-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
roviária Federal do Ministério da Justiça (NR).
blicos, por meio de fundo próprio.
Polícia Civil
Guarda Municipal
Essa é a Polícia Judiciária no âmbito dos Estados e do Dis-
trito Federal. É dirigida por delegados de polícia de carreira e Apesar de desempenharem atividades semelhantes aos dos
possui atribuição subsidiária à da Polícia Federal e à da Polícia órgãos do Art. 144, as Guardas Municipais não são consideradas
Militar. Significa dizer que o que não for atribuição da Polícia órgãos de Segurança Pública. Suas atribuições funcionais estão
Federal ou da Polícia Militar será da Polícia Civil: relacionadas a preservação patrimonial dos Municípios onde
forem criadas:
§ 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polí-
cia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da § 8º. Os Municípios poderão constituir guardas mu-
União, as funções de polícia judiciária e a apuração de nicipais destinadas à proteção de seus bens, serviços
infrações penais, exceto as militares. e instalações, conforme dispuser a lei.
Destaca-se ainda a possibilidade de utilização de armas
Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar quando em serviço por Guardas Municipais em municípios
Essas duas instituições possuem caráter essencialmente com mais de 50.000 habitantes e em municípios que fazem
ostensivo dentro das atribuições próprias. A Polícia Militar é parte de regiões metropolitanas. Nas capitais e nos municípios
responsável pelo policiamento ostensivo e preservação da com mais de 500.000 habitantes, o porte de arma poderá ser 319
ordem pública. concedido ainda que fora do serviço.
Remuneração
320 A remuneração dos servidores das carreiras de segurança
pública será em forma de subsídio. O subsídio é uma das for-
mas de retribuição pecuniária paga a alguns servidores públi-
cos, composto por uma parcela única sem acréscimos, como
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
ANOTAÇÕES
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15. Ordem Social Equidade na forma de participação no custeio;
Diversidade da base de financiamento;
A Ordem Social é um conjunto de ações desencadeadas Caráter democrático e descentralizado da adminis-
por meio de prestações positivas do Estado que visam a redu- tração, mediante gestão quadripartite, com partic-
zir as desigualdades sociais e a garantir um tratamento míni- ipação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
mo, com o fim de tornar efetivo o fundamento constitucional aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
da dignidade da pessoa humana. Perceba este sentimento ex- A universalidade de cobertura representa a cobertura so-
presso no Art. 193 da Constituição Federal: bre qualquer situação de risco social enquanto que a universal-
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do idade de atendimento está relacionada com a cobertura para
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça so- todos os que necessitarem.
ciais. A uniformidade e equivalência de benefícios e serviços às
O trabalho é considerado como a base de toda a teia social. populações urbanas e rurais deixa claro que não existe trata-
É ele que garante a dignidade para as pessoas. Além disso, o mento diferenciado entre os trabalhadores urbanos e rurais.
citado artigo deixa claro o objetivo da Ordem Social, qual seja, Ambos são tratados da mesma forma.
garantir o bem-estar e a justiça sociais. A seletividade e a distributividade visa a redistribuir os
Esses direitos decorrem dos direitos sociais trabalhados benefícios sociais na tentativa de atender a quem mais dele
anteriormente no Art. 6º da Constituição. São direitos imple- necessitar. Em tese, esses princípios permitem um tratamento
mentados por meio de políticas públicas. desigual sob o enfoque da igualdade material.
A Constituição Federal estabeleceu alguns grupos de direit- A Irredutibilidade do valor dos benefícios garante ao ben-
os que serão trabalhados na Ordem Social: eficiário a manutenção do valor nominal dos benefícios.
Seguridade Social; A equidade na forma de participação no custeio apre-
Educação, Cultura e Desporto; senta a ideia de distribuição justa levando em consideração
Ciência e Tecnologia; a capacidade de contribuição e a isonomia entre os con-
Comunicação Social; tribuintes. A ideia aqui para a manutenção da Seguridade é
Meio Ambiente; que o custeio seja distribuído de forma justa entre os vários
agentes contributivos. Esse princípio nos conduz ao seguinte,
Família, Criança, Adolescente, Jjovem e Idoso; e que é a diversidade da base de financiamento, o qual conta
Índios. com a participação de vários agentes responsáveis pela ma-
Esse tema, quando cobrado em prova, costuma ter uma nutenção financeira da Seguridade Social, especialmente, os
abordagem próxima da literalidade da Constituição. Significa trabalhadores, as empresas e os entes estatais.
dizer que, para o candidato acertar questões sobre Ordem Por fim, há o último objetivo, que é o caráter democrá-
Social, será necessária a leitura repetida dos artigos que com- tico e descentralizado da administração, mediante gestão
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põem essa parte da Constituição Federal. Apesar de o mais co- quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos em-
brado ser o próprio texto, tratar-se-á de cada um desses temas pregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos cole-
sob uma abordagem doutrinária e jurisprudencial. giados. Aqui, há uma questão que já apareceu várias vezes em
prova, principalmente por causa da palavra quadripartite, que
Seguridade Social significa a participação na gestão de forma democrática, en-
A Seguridade Social está prevista no Art. 194 e constitui volvendo quatro atores sociais: trabalhadores, empregadores,
um conjunto de ações que visam a garantir o mínimo exis- aposentados e Governo.
tencial para a população, objetivando melhores condições Agora serão analisados os três serviços que compõem a
de vida. É composta de três ações: a saúde, a Previdência Seguridade Social: Saúde, Previdência Social e Assistência NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Social e a Assistência Social. Social. Aqui se propõe analisar apenas os pontos mais impor-
A implementação dessas ações são obrigação não só do tantes, envolvendo esses temas. Como já sinalizado anterior-
Estado, mas também da sociedade, conforme estabelece o mente, na Ordem Social o mais cobrado em prova é o próprio
Art. 194: texto constitucional.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e Saúde
da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relati- Acerca desse tema, várias questões costumam ser cobradas
vos à saúde, à previdência e à assistência social. em prova. Segue a análise de algumas delas:
Apesar da ação conjunta, a obrigação de organizar a Se- Caráter não Contributivo
guridade Social é do Estado, que deve fazer amparada nos
O direito à saúde é uma norma de proteção do direito à
seguintes objetivos:
vida destinada a todas as pessoas, independentemente de
Universalidade da cobertura e do atendimento; contribuição à Previdência Social. Por isso, dizemos que não
Uniformidade e equivalência dos benefícios e possui caráter contributivo, ou seja, quem quiser ser bene-
serviços às populações urbanas e rurais; ficiado pela saúde pública poderá utilizar dos seus serviços
Seletividade e distributividade na prestação dos independentemente de filiação ou contribuição à Previdência
benefícios e serviços; Social. Observando a leitura do caput do Art. 196 se pode per- 321
Irredutibilidade do valor dos benefícios; ceber que esse direito de caráter social é garantido a todos:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Esta- na qualidade de segurado. Esse tema está regulamentado
322 do, garantido mediante políticas sociais e econômicas na Lei 8.213/91 e será melhor estudado na disciplina de Di-
que visem à redução do risco de doença e de outros reito Previdenciário.
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Regras para Aposentadoria
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
coleta e processamento de sangue. A falta de regulamentação para o professor que comprove exclusivamente tempo
ocorre porque a Constituição deixou para a legislação infracon-
de efetivo exercício das funções de magistério na edu-
stitucional o dever de fazê-la.
cação infantil e no ensino fundamental e médio.
O dispositivo em questão é um exemplo de norma de eficá-
O destaque fica para a redução do período de contribuição
cia limitada, o qual foi regulamentado pelas Leis 10.205/01,
9.434/97 e 11.105/05: para quem exerce a função de magistério. Observe-se que
a Constituição Federal reduziu em cinco anos a o tempo de
Art. 199, § 4º. A lei disporá sobre as condições e os
contribuição necessário para aposentadoria para o professor
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das
substâncias humanas para fins de transplante, pesqui-
funções de magistério na educação infantil e no ensino funda-
sa e tratamento, bem como a coleta, processamento e
transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado mental e médio.
todo tipo de comercialização. Com relação a esse tema, algumas observações se fazem
necessárias. Primeiramente, deve-se destacar que exclusiv-
Previdência Social idade do tempo de efetivo exercício das funções de mag-
istério compreende não apenas as funções exercidas em sala
Caráter Contributivo e Filiação Obrigatória de aula, mas também as exercidas nos cargos de direção,
Sem dúvida, uma das questões mais cobradas em prova coordenação e assessoramento pedagógico, desde que ex-
está no próprio caput do Art. 201, que afirma ser a Previdência ercidos por professores. Em segundo lugar, deve-se atentar
Social de caráter contributivo e filiação obrigatória: para os professores que possuem esses benefícios, os quais
Art. 201. A previdência social será organizada sob a estão expressamente previstos na Constituição.
forma de regime geral, de caráter contributivo e de fil- Só terão direito à aposentadoria especial os professores da
iação obrigatória, observados critérios que preservem educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio.
o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos ter-
mos da lei, a: Previdência Privada
I. cobertura dos eventos de doença, invalidez, Outra regra que já foi cobrada em prova diz respeito à pos-
morte e idade avançada; sibilidade de o regime de previdência ser organizado pela ini-
II. proteção à maternidade, especialmente à ges- ciativa privada. Algumas palavras-chave definem essa relação
tante; de previdência privada: complementar, autonomia e facultati-
III. proteção ao trabalhador em situação de desem- vo. Vejamos o que diz o Art. 202 da CF:
prego involuntário; Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter
IV. salário-família e auxílio-reclusão para os de- complementar e organizado de forma autônoma em
pendentes dos segurados de baixa renda; relação ao regime geral de previdência social, será
V. pensão por morte do segurado, homem ou mul- facultativo, baseado na constituição de reservas que
her, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, garantam o benefício contratado, e regulado por lei
observado o disposto no § 2º. complementar.
Ter caráter contributivo significa dizer que só poderá § 1°. A lei complementar de que trata este artigo assegurará
ser beneficiado pela Previdência Social quem contribuir ao participante de planos de benefícios de entidades de
previamente com o sistema de previdência público. Além previdência privada o pleno acesso às informações relativas
da contribuição, a Constituição exige a filiação ao Sistema, à gestão de seus respectivos planos.
2º. As contribuições do empregador, os benefícios e V. a garantia de um salário mínimo de benefício
as condições contratuais previstas nos estatutos, reg- mensal à pessoa portadora de deficiência e ao ido-
ulamentos e planos de benefícios das entidades de so que comprovem não possuir meios de prover à
previdência privada não integram o contrato de tra- própria manutenção ou de tê-la provida por sua
balho dos participantes, assim como, à exceção dos família, conforme dispuser a lei.
benefícios concedidos, não integram a remuneração Da Educação, da Cultura e do Desporto
dos participantes, nos termos da lei.
§ 3º. É vedado o aporte de recursos a entidade de previ- Educação
dência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Mu- O acesso à educação é um dos grandes serviços de ordem
nicípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, social e deverá ser garantido segundo os princípios previstos
sociedades de economia mista e outras entidades públi- no Art. 206, que costuma ser muito cobrado em prova:
cas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, Art. 206. O ensino será ministrado com base nos se-
em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá ex- guintes princípios:
ceder a do segurado. I. igualdade de condições para o acesso e per-
§ 4º. Lei complementar disciplinará a relação entre a manência na escola;
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divul-
suas autarquias, fundações, sociedades de economia gar o pensamento, a arte e o saber;
mista e empresas controladas direta ou indiretamente, III. pluralismo de ideias e de concepções ped-
enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de agógicas, e coexistência de instituições públicas e
previdência privada, e suas respectivas entidades fecha- privadas de ensino;
das de previdência privada. IV. gratuidade do ensino público em estabeleci-
mentos oficiais;
§ 5º. A lei complementar de que trata o parágrafo ante-
V. valorização dos profissionais da educação esco-
rior aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas
lar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira,
permissionárias ou concessionárias de prestação de
com ingresso exclusivamente por concurso público
serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades de provas e títulos, aos das redes públicas;
fechadas de previdência privada. VI. gestão democrática do ensino público, na forma
§ 6º. A lei complementar a que se refere o § 4° deste da lei;
artigo estabelecerá os requisitos para a designação dos VII. garantia de padrão de qualidade;
membros das diretorias das entidades fechadas de prev- VIII. piso salarial profissional nacional para os
idência privada e disciplinará a inserção dos participantes
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profissionais da educação escolar pública, nos ter-
nos colegiados e instâncias de decisão em que seus inter- mos de lei federal.
esses sejam objeto de discussão e deliberação.
Gratuidade do Ensino Público
Quando se diz complementar, quer se dizer que com-
Como consequência da regra constitucional, que prevê
plementa o regime geral de previdência. A autonomia rep-
gratuidade do ensino público, o STF editou a Súmula Vincu-
resenta a não vinculação do regime privado ao público. E,
lante nº 12, proibindo a cobrança de taxa de matrícula nas Uni-
por fim, a faculdade de se aderir, haja vista não constituir
versidades Públicas:
obrigação a nenhum trabalhador.
Súmula Vinculante 12. A cobrança de taxa de matrícu-
Assistência Social la nas universidades públicas viola o disposto no Art.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
O Art. 203 prevê os benefícios e serviços da Assistência 206, IV, da Constituição Federal.
Social. São várias as prestações oferecidas a quem precisa de Igualdade de Condições e Acesso Meritocrático
assistência, geralmente aos hipossuficientes. A Assistência So- Outros dois princípios que se destacam nos Arts. 206 e
cial não depende de contribuição à previdência social: 208, da CF, são a igualdade de condições de acesso e per-
Art. 203. A assistência social será prestada a quem manência na escola e o acesso meritocrático aos níveis mais
dela necessitar, independentemente de contribuição à elevados de ensino:
seguridade social, e tem por objetivos: Art. 206, I. igualdade de condições para o acesso e
I. a proteção à família, à maternidade, à infância, à permanência na escola;
adolescência e à velhice; Art. 208, V. acesso aos níveis mais elevados do ensino,
II. o amparo às crianças e adolescentes carentes; da pesquisa e da criação artística, segundo a capaci-
III. a promoção da integração ao mercado de tra- dade de cada um;
balho; Entende-se por acesso meritocrático aquele que privilegia
IV. a habilitação e reabilitação das pessoas por- o mérito de cada estudante na obtenção da vaga para univer-
tadoras de deficiência e a promoção de sua inte- sidades e demais cursos de pós-graduação, o que justifica a 323
gração à vida comunitária; utilização de vestibulares para seleção dos candidatos.
O STF entende que quando o servidor é removido ex- Direito à Manifestação Popular
324 -ofício de uma localidade de trabalho, o direito a trans- Um dos princípios constitucionais que protegem esse
ferências de uma universidade para outra só vale se a direito social é a pluralidade política. Pluralidade política é
transferência for para universidade congênere. Ou seja, de pluralidade de ideias, multiplicidade de percepções. Esse
princípio garante à sociedade o acesso a diversas manifes-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional embaraço à plena liberdade de informação jornalística em
e regional. qualquer veículo de comunicação social, observado o dis-
Destaca-se no Art. 218, da CF, também, o apoio que deve posto no Art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
ser fornecido pelo Estado na formação e capacitação de recur- § 2º. É vedada toda e qualquer censura de natureza
sos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e tecnologia, bem política, ideológica e artística.
como no estímulo às empresas para que invistam nessas áreas: Com base nessa liberdade de informação, o STF entendeu
§3º - O Estado apoiará a formação de recursos hu- que para a profissão de jornalista não seria necessária a ob-
manos nas áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e tenção de grau superior de Jornalismo, sob pena de limitar-se
inovação, inclusive por meio do apoio às atividades esse direito que, como dito, não é absoluto, mas goza de amp- NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
de extensão tecnológica, e concederá aos que delas la proteção constitucional.
se ocupem meios e condições especiais de trabalho; Competência Legislativa
§ 4º. A lei apoiará e estimulará as empresas que Segundo o § 3º e o Art. 21, XVI, a competência para leg-
invistam em pesquisa, criação de tecnologia ad- islar sobre esta matéria é da União, questão essa já cobrada
equada ao País, formação e aperfeiçoamento de em prova:
seus recursos humanos e que pratiquem sistemas
§ 3º. Compete à lei federal:
de remuneração que assegurem ao empregado,
desvinculada do salário, participação nos ganhos I. regular as diversões e espetáculos públicos,
econômicos resultantes da produtividade de seu cabendo ao Poder Público informar sobre a nature-
trabalho. za deles, as faixas etárias a que não se recomen-
dem, locais e horários em que sua apresentação se
Vinculação da Receita dos Estados e DF mostre inadequada;
Há aqui tema pertinente à prova. O previsto no § 5º do II. estabelecer os meios legais que garantam à pes-
Art. 218, da CF, que faculta aos Estados e ao Distrito Fed- soa e à família a possibilidade de se defenderem de
eral a possibilidade de vinculação de parte de sua receita programas ou programações de rádio e televisão
orçamentária a entidades públicas de pesquisa científica e que contrariem o disposto no Art. 221, bem como
tecnológica. Não estão incluídos nessa possibilidade a União da propaganda de produtos, práticas e serviços que 325
e os municípios: possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
Art. 21. Compete à União: § 3º. O ato de outorga ou renovação somente produzirá
326 XVI. exercer a classificação, para efeito indicativo, efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, na
de diversões públicas e de programas de rádio e forma dos parágrafos anteriores.
televisão. § 4º. O cancelamento da concessão ou permissão, antes
de vencido o prazo, depende de decisão judicial.
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
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Estes elementos devem ser memorizados:
casamento.
Art. 225, § 4º. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata § 4º. Entende-se, também, como entidade familiar a
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense comunidade formada por qualquer dos pais e seus de-
e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua uti- scendentes.
lização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições § 5º. Os direitos e deveres referentes à sociedade con-
jugal são exercidos igualmente pelo homem e pela
que assegurem a preservação do meio ambiente, in- mulher.
clusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 6º. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
§ 7º. Fundado nos princípios da dignidade da pessoa
Limitação para Utilização do Meio Ambiente
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
humana e da paternidade responsável, o planejamento
Como forma de limitar a utilização do Meio Ambiente, a familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado
Constituição instituiu algumas restrições à utilização das terras propiciar recursos educacionais e científicos para o ex-
ercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva
devolutas ou arrecadadas. Essas terras são consideradas bens por parte de instituições oficiais ou privadas.
dos Estados e, por esse motivo, indisponíveis: § 8º. O Estado assegurará a assistência à família na pes-
Art. 225, § 5º. São indisponíveis as terras devolutas ou soa de cada um dos que a integram, criando mecanis-
mos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, O primeiro destaque é o fim da separação judicial. De acor-
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. do com a nova redação do § 6º, a partir de agora o casamento
Outro dispositivo limitador é o § 6º, que restringe a insta- se dissolve com o divórcio, sem a necessidade de efetivar-se
primeiro a separação judicial.
lação de reatores nucleares, os quais, antes de serem instala- Outro destaque é a recente decisão do STF1 que reconhe-
dos, terão sua localização definida em legislação federal: ceu a possibilidade de União Estável entre casais homoafe-
Art. 225 § 6º. As usinas que operem com reator nuclear tivos, ampliando a compreensão do § 3º. Sobre esse tema
deve-se ter muito cuidado. A Constituição Federal entende
deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o 327
1 Vide ADI 4.277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 5-5-2011,
que não poderão ser instaladas. Plenário, DJE de 14-10-2011.
que União Estável ocorre entre homem e mulher, enquanto o § 3º. O direito a proteção especial abrangerá os se-
328 STF entende que pode ocorrer entre casais do mesmo sexo. Di- guintes aspectos:
ante dessa pluralidade de entendimentos, caso em prova haja I. idade mínima de quatorze anos para admissão ao
uma pergunta que tenha como base a Constituição Federal, trabalho, observado o disposto no Art. 7º, XXXIII;
deve-se responder que é só entre homem e mulher. Mas se a II. garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
questão perguntar segundo o STF, nesse caso a União Estável III. garantia de acesso do trabalhador adolescente
poderá ocorrer entre pessoas do mesmo sexo. É bom lembrar e jovem à escola;
também das entidades familiares reconhecidas pela Constitu- IV. garantia de pleno e formal conhecimento da
ição Federal: atribuição de ato infracional, igualdade na relação
Casamento civil ou religioso - quando ocorre a formal- processual e defesa técnica por profissional habilita-
ização da união entre um homem e mulher segundo as leis do, segundo dispuser a legislação tutelar específica;
civis ou religiosas; V. obediência aos princípios de brevidade, excep-
União Estável - união informal entre pessoas (do mesmo cionalidade e respeito à condição peculiar de pes-
sexo ou não) com efeitos jurídicos iguais aos do casamento; soa em desenvolvimento, quando da aplicação de
Monoparental - quando a família é formada por qualquer qualquer medida privativa da liberdade;
um dos pais e seus descendentes. VI. estímulo do Poder Público, através de assistên-
O STF não liberou o casamento entre casais homoafeti- cia jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos ter-
vos, apenas reconheceu a União Estável entre eles. Não se mos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda,
deve confundir casamento com união estável. de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
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fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º. São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
Defesa dos Direitos Indígenas
as por eles habitadas em caráter permanente, as utiliza- O Art. 232 delega ao Ministério Público como função in-
das para suas atividades produtivas, as imprescindíveis stitucional o dever de acompanhar os processos que tenham
à preservação dos recursos ambientais necessários a como partes os índios, suas comunidades e organização, os
seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física quais possuem legitimidade para ingressar em juízo em defesa
e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. dos seus direitos e interesses. A atribuição Ministerial encontra
Não se deve esquecer de que os índios não possuem a pro- reforço no Art. 129, V da CF:
priedade das terras tradicionalmente por eles habitadas, mas Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações
são partes legítimas para ingressar em juízo em defe-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
apenas a posse, conforme o § 2º do Art. 231. Não se confunde
a propriedade com a posse. A propriedade dessas terras é da sa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério
União, conforme previsto no Art. 20, XI: Público em todos os atos do processo.
§ 2º. As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o
V. defender judicialmente os direitos e interesses
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos
das populações indígenas.
lagos nelas existentes.
Art. 20. São bens da União:
XI. as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. ANOTAÇÕES
Várias regras constitucionais objetivam a proteção des-
sas terras:
§ 3º. O aproveitamento dos recursos hídricos, incluí-
dos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das
riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efe-
tivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas
as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada par- 329
2 Vide HC 80.240, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 20-6-2001, Pri-
ticipação nos resultados da lavra, na forma da lei. meira Turma, DJ de 14-10-2005.
330 NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Ş
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ÍNDICE
1. Introdução ao Direito Administrativo ........................................................................334
Ramos do Direito ........................................................................................................................ 334
Conceito de Direito Administrativo ............................................................................................ 334
Objeto do Direito Administrativo ............................................................................................... 334
Fontes do Direito Administrativo ............................................................................................... 335
Sistemas Administrativos ........................................................................................................... 335
Regime Jurídico Administrativo ................................................................................................. 335
Noções de Estado ....................................................................................................................... 336
Noções de Governo..................................................................................................................... 336
2. Administração Pública .............................................................................................. 337
Classificação de Administração Pública ......................................................................................337
Organização da Administração....................................................................................................337
Administração Direta .................................................................................................................. 338
Noção de Centralização, Descentralização e Desconcentração ................................................. 338
Administração Indireta ............................................................................................................... 339
3. Órgão Público ..........................................................................................................343
Teorias ........................................................................................................................................ 343
Características ............................................................................................................................ 343
Classificação ............................................................................................................................... 343
Estrutura ..................................................................................................................................... 344
Atuação Funcional/Composição ................................................................................................ 344
4. Agentes Públicos..................................................................................................... 344
Conceito ...................................................................................................................................... 344
Classificação ............................................................................................................................... 344
5. Princípios Fundamentais da Administração Pública ...................................................345
Classificação ............................................................................................................................... 345
6. Poderes e Deveres Administrativos ...........................................................................349
Deveres ....................................................................................................................................... 349
Poderes Administrativos ............................................................................................................ 350
Abuso de Poder .......................................................................................................................... 355
7. Ato Administrativo ...................................................................................................355
Conceito de Ato Administrativo ................................................................................................. 355
Elementos de Validade do Ato ................................................................................................... 355
Motivação ................................................................................................................................... 355
Atributos do Ato ......................................................................................................................... 356
Classificação dos Atos Administrativos ...................................................................................... 356
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 331
PÚBLICO Desigualdade
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
- Supremacia do Interes-
Neste capítulo, vamos conhecer algumas características do se Público / Prerrogati-
ESTADO vas de Direito Público;
Direito Administrativo, seu conceito, sua finalidade, seu regime DIVISÃO DO
- Indisponibilidade do
jurídico peculiar que orienta toda a sua atividade administrati- DIREITO
Interesse Público / De-
va, seja ela exercida pelo próprio Estado-administrador, ou por INDIVÍDUO veres da Administração;
- Verticalidade nas
particular. Para entendermos melhor tudo isso, é preciso dar PRIVADO relações Jurídicas.
início ao nosso estudo pela compreensão adequada do papel Igualdade
do Direito na vida social. Isonomia
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dos administradores e administrados, a praxe burocrática passa a
Justiça Desportiva: só são admitidas pelo poder judiciá-
saciar a lei e atuar como elemento informativo da doutrina.
rio ações relativas à disciplina e as competições desportivas
Lei e Súmulas Vinculantes são consideradas fontes prin-
depois de esgotadas as instâncias da Justiça Desportiva. Art.
cipais do Direito Administrativo. Jurisprudência, súmulas,
217, § 1º, CF.
doutrina e costumes são considerados fontes secundárias.
Ato administrativo ou a omissão da administração pú-
Fontes do Direito
blica que contrarie súmula vinculante: só pode ser alvo de
PRINCIPAIS ART. 37 AO 41 CF/ 88 reclamação ao STF depois de esgotadas as vias administra-
FONTES LEI Nº 8.666 /93 tivas. Lei nº 11.417/2006, Art. 7º, §1º.
LEI Nº 8.112 /90
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Habeas Data: é indispensável para caracterizar o interesse
LEI Nº 8.429 / 92
LEI de agir no Habeas Data a prova anterior do indeferimento do
LEI Nº 9.784 /99
pedido de informação de dados pessoais ou da omissão em
atendê-lo sem que se confirme situação prévia de pretensão.
JURISPRUDÊNCIA JURISPRUDÊNCIA
STF, HD, 22-DF Min. Celso de Mello.
manda no Estado) e supremacia na ordem interna (aqui dentro é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais responsáveis
pela função política do Estado.
quem manda é o Estado).
O governo está diretamente ligado com as decisões toma-
Elementos do Estado das pelo Estado. Exerce a direção suprema e geral, ao fazer uma
Território: é a base fixa do Estado (solo, subsolo, mar, es- analogia, podemos dizer que o governo é o cérebro do Estado.
paço aéreo). Função de Governo e Função Administrativa
Povo: é o componente humano do Estado. É comum aparecer em provas de concursos públicos ques-
tões que confundem as ideias de governo e de administração
Governo Soberano: é o responsável pela condução do
pública. Para evitar esse erro, analisaremos as diferenças entre
Estado. Por ser tal governo soberano, ele não se submete a
as expressões:
nenhuma vontade externa, pois, relembrando, lá fora o Estado
é independente e aqui dentro sua vontade é suprema, afinal, a Segundo o jurista brasileiro, Hely Lopes Meirelles, o go-
vontade do Estado é a vontade do povo. verno é uma atividade política e discricionária e tem conduta
independente.
Formas de Estado De acordo com ele, a administração é uma atividade neutra,
Temos duas formas de Estado: normalmente vinculada à lei ou à norma técnica, e exercida me-
diante conduta hierarquizada.
Estado Unitário: é caracterizado pela centralização políti-
ca; não existe divisão em estados membros ou municípios, há Não podemos confundir Governo com Administração Pú-
somente uma esfera política central que emana sua vontade blica, pois governo se encarrega de definir os objetivos do Es-
para todo o país. É o caso do Uruguai. tado e definir as políticas para o alcance desses objetivos; a
Administração Pública se encarrega simplesmente em atingir
Estado Federado: caracteriza-se pela descentralização
os objetivos traçados pelo governo.
política; existem diferentes entidades políticas autônomas que
são distribuídas regionalmente e cada uma exerce o poder po- O governo atua mediante atos de soberania ou, pelo me-
lítico dentro de sua área de competência. É o caso do Brasil. nos, de autonomia política na condução dos negócios públicos.
A Administração é atividade neutra, normalmente vinculada à
Poderes do Estado lei ou à norma técnica. Governo é conduta independente, en-
Os poderes do Estado estão previstos no texto Constitu- quanto a Administração é hierarquizada.
cional. O Governo deve comandar com responsabilidade consti-
Art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmô-
tucional e política, mas sem responsabilidade técnica e legal
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. pela execução. A administração age sem responsabilidade
política, mas com responsabilidade técnica e legal pela exe-
Os poderes podem exercer as funções para que foram cução dos serviços públicos.
investidos pela Constituição Federal (funções típicas) ou exe-
cutar cargos diversas das suas competências constitucionais Sistemas de Governo
(funções atípicas). Por esse motivo, não há uma divisão ab- Sistema de governo se refere ao grau de dependência en-
soluta entre os poderes, e sim relativa, pois o poder Executivo tre o poder legislativo e executivo.
pode executar suas funções típicas (administrar) e pode tam-
bém iniciar o processo legislativo em alguns casos (pedido de Parlamentarismo
vagas para novos cargos). Além disso, é possível até mesmo É caracterizado por uma grande relação de dependência
legislar no caso de medidas provisórias com força de lei. entre o poder legislativo e o executivo.
A chefia do Estado e a do Governo são desempenhadas Compõe a Administração Pública material qualquer pes-
por pessoas distintas. soa jurídica, seus órgãos e agentes que exercem as atividades
Chefe de Estado: responsável pelas relações internacionais. administrativas do Estado. Como exemplo de tais atividades,
Chefe de Governo: responsável pelas relações internas, o há a prestação de serviços públicos, o exercício do poder de
chefe de governo é o da Administração pública. polícia, o fomento, a intervenção e as atividades da Adminis-
tração Pública.
Presidencialismo Essas são as chamadas atividades típicas do Estado e, pelo
É caracterizado por não existir dependência, ou quase nenhu- critério formal, qualquer pessoa que exerce alguma dessas é Ad-
ma, entre o Poder Legislativo e o Executivo. ministração Pública, não importa quem seja. Por esse critério,
A chefia do Estado e a do Governo são representadas pela teríamos, por exemplo, as seguintes pessoas na Administração
mesma pessoa. Pública:
O Brasil adota o presidencialismo. União, Estados, Municípios, DF, Autarquias, Fundações
Públicas prestadoras de serviços públicos, Empresa Pú-
Formas de Governo blica prestadora de serviço público, Sociedade de Eco-
Conforme Hely Meirelles, a forma de governo se refere à nomia Mista prestadora de serviços públicos e, ainda,
relação entre governantes e governados. as concessionárias, autorizatárias e permissionárias de
Monarquia serviço público.
Esse critério não é o adotado pelo Brasil. Assim sendo, a
Hereditariedade: o poder é passado de pai para filho.
classificação feita acima não descreve a Administração Pública
Vitaliciedade: o detentor do poder fica no cargo até a mor- Brasileira, que, conforme veremos a seguir, adota o modelo for-
te. mal de classificação.
Ausência de prestação de contas.
Sentido Formal/Subjetivo
República
Em sentido formal ou subjetivo, a Administração Pública
Eletividade: o governante precisa ser eleito para chegar
compreende o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas encar-
ao poder.
regadas, por determinação legal, do exercício da função admi-
Temporalidade: ao chegar ao poder, o governante ficará nistrativa do Estado.
no cargo por tempo determinado.
Pelo modelo formal, segundo Meirelles, a Administração Pú-
Dever de prestar contas.
blica é o conjunto de entidades (pessoas jurídicas, seus órgãos e
O Brasil adota a república como forma de governo. agentes) que o nosso ordenamento jurídico identifica como Ad-
2. Administração Pública ministração Pública, pouco interessa a sua área de atuação, ou
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seja, pouco importa a atividade mas, sim, quem a desempenha.
Antes de fazermos qualquer conceituação doutrinária A Administração Pública Brasileira que adota o modelo formal é
sobre Administração Pública, podemos entendê-la como a classificada em Administração Direta e Indireta.
ferramenta utilizada pelo Estado para atingir os seus obje-
tivos. O Estado possui objetivos, e quem escolhe quais são Organização da Administração
eles é o seu governo, pois a esse é que cabe a função política A Administração Pública foi definida pela Constituição Fe-
(atividade eminentemente discricionária) do Estado e que deral no Art. 37.
determina as suas vontades, ou seja, o Governo é o cérebro
Art. 37. A Administração Pública direta e indireta de
do Estado. Para poder atingir esses objetivos, o Estado preci-
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
sa fazer algo, e o faz por meio de sua Administração Pública.
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
Sendo assim, essa é a responsável pelo exercício das ativida-
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
des públicas do Estado.
de e eficiência e, também, ao seguinte:
ADMINISTRAÇÃO O Decreto-Lei nº 200/67 determina quem é Administra-
ESTADO OBJETIVO
PÚBLICA ção Pública Direta e Indireta.
Art. 4º. A Administração Federal compreende:
I. A Administração Direta, que se constitui dos
MEIO serviços integrados na estrutura administrativa
da Presidência da República e dos Ministérios.
Classificação de II. A Administração Indireta, que compreende as
Administração Pública seguintes categorias de entidades, dotadas de per-
sonalidade jurídica própria:
Sentido Material/Objetivo a) Autarquias;
Em sentido material ou objetivo, a Administração Pública b) Empresas Públicas;
compreende o exercício de atividades pelas quais se manifesta a c) Sociedades de Economia Mista. 337
função administrativa do Estado. d) Fundações públicas.
Dessa forma, temos somente quatro pessoas que repre- Descentralização Administrativa: técnica administrativa em
338 sentam a Administração Direta e nenhuma outra. São consi- que a Administração direta passa a atividade administrativa,
deradas pessoas jurídicas de direito público e possuem várias serviço ou obra pública para outras pessoas jurídicas ou físicas
características. As pessoas da Administração Direta recebem o (para pessoa física somente por delegação por colaboração). A
descentralização pode ser feita por outorga legal (titularidade
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
É importante observar que esse decreto dispõe somente de um ato administrativo. Transfere somente a exe-
sobre a Administração Pública Federal, todavia, pela aplicação cução da atividade administrativa, e não a sua titu-
do princípio da simetria, tal regra é aplicada uniformemente por laridade, por prazo determinado para um particular,
todo o território nacional. Assim sendo, tal classificação utilizada pessoa física ou jurídica.
nesse decreto define expressamente a Administração Pública ADMINISTRAÇÃO
Federal e também, implicitamente, a Administração Pública dos DIRETA
demais entes da federação.
Os Entes Políticos possuem autonomia política (capacida-
de de legislar), administrativa (capacidade de auto-organizar-
se) e capacidade financeira (capacidade de julgar as próprias OUTORGA LEGAL DELEGAÇÃO
contas). Não podemos falar aqui em hierarquia entre os entes,
mas sim em cooperação, pois um não dá ordens aos outros, PARTICULARES QUE
ENTES DA ADMINISTRA-
visto que eles são autônomos. ÇÃO INDIRETA
VÃO EXECUTAR O SER-
VIÇO PÚBLICO POR SUA
Características CONTA E RISCO
São pessoas jurídicas de direito público interno – tem au-
tonomia.
▷ Unidas formam a República Federativa do Brasil: • AUTARQUIAS • CONCESSÕES
pessoa jurídica de direito público externo –tem so- • FUNDAÇÕES PÚBLICAS • PERMISSÕES
berania (independência na ordem externa e supre- • EMPRESAS PÚBLICAS • AUTORIZAÇÕES
macia na interna). • SOCIEDADES DE ECO-
NOMIA MISTA
▷ Regime jurídico de direito público.
▷ Autonomia Política: Administrativa e Financeira. Outorga Legal
▷ Sem subordinação: atuam por cooperação. ▷ Feita por lei;
▷ Competências: hauridas da CF. ▷ Transfere a titularidade e a execução do serviço pú-
▷ Responsabilidade civil - regra - objetiva. blico;
▷ Bens: públicos, não pode ser objeto de sequestro, ▷ Não tem prazo.
arresto, penhora etc. Delegação
▷ Débitos judiciais: são pagos por precatórios. ▷ Feita por contrato, exceto as autorizações;
▷ Regime de pessoal: regime jurídico único. ▷ Os contratos dependem de licitação;
▷ Competência para julgamento de ações judiciais. ▷ Transfere somente a execução do serviço público e
União = Justiça Federal. não a titularidade;
Demais Entes Políticos = Justiça Estadual. ▷ Há fiscalização do Poder Público. Tal fiscalização de-
corre do exercício do poder disciplinar;
Noção de Centralização, ▷ Tem prazo.
Descentralização e Desconcentração Desconcentração Administrativa: técnica de subdi-
Centralização Administrativa: órgãos e agentes traba- visão de órgãos públicos para que melhor desempe-
lhando para a Administração Direta. nhem o serviço público ou atividade administrativa.
Em outras palavras, na desconcentração, a Pessoa federal, temos como exemplo a nomeação dos dirigentes das
Jurídica distribui competências no âmbito de sua agências reguladoras. Tais nomeações são feitas pelo Presi-
própria estrutura. É a distribuição de competências dente da República e, para terem efeito, dependem de apro-
entre os diversos órgãos integrantes da estrutura de vação do Senado Federal.
uma pessoa jurídica da Administração Pública. So- Via de regra, lembraremos que a nomeação do dirigente
mente ocorre na Administração Direta ou Indireta, de uma entidade administrativa é feita pelo chefe do Poder
jamais para particulares, uma vez que não existem Executivo, sendo que, em alguns casos, é necessária a prévia
órgãos públicos entre particulares. aprovação de outro poder. Excepcionalmente, o Judiciário e o
Legislativo poderão nomear dirigentes para essas entidades,
Administração Indireta desde que vinculadas ao respectivo poder.
Criação dos Entes da Administração Indireta
Pessoas / Entes / Entidades Administrativas
A instituição das entidades administrativas depende sem-
▷ Fundações Públicas;
pre de uma lei ordinária específica. Essa lei pode criar a en-
▷ Autarquias; tidade administrativa. Nesse caso, nasce uma pessoa jurídica
▷ Sociedades de Economia Mista; de direito público, as autarquias. A lei também pode autorizar
▷ Empresas Públicas. a criação das entidades administrativas. Nessa circunstância,
Características nascem as demais entidades da administração indireta: fun-
▷ Tem personalidade jurídica própria; dações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
mista. Pelo fato dessas entidades serem autorizadas por lei,
▷ Tem patrimônio e receita próprios; elas são pessoas jurídicas de Direito Privado.
▷ Tem autonomia:
A lei que cria ou que autoriza a criação de uma entidade ad-
Administrativa; ministrativa é uma lei ordinária específica.
Técnica; Quando a lei autoriza a criação de uma entidade da Adminis-
Financeira. tração Indireta, a sua construção será consumada após o registro
Obs.: na serventia registral pertinente (cartório ou junta comercial, con-
forme o caso).
Não tem autonomia política;.
Finalidade definida em lei; DESCENTRALIZAÇÃO POR
Controle do Estado. OUTORGA LEGAL (LEI)
Não há subordinação nem hierarquia entre os entes da ad-
ministração direta e indireta, mas sim, vinculação que se ma- LEI AUTORIZA
LEI CRIA
nifesta por meio da supervisão ministerial realizada pelo mi- A CRIAÇÃO
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nistério ou secretaria da pessoa política responsável pela área
de atuação da entidade administrativa. Tal supervisão tem por
finalidade o exercício do denominado controle finalístico ou PESSOA JURÍDICA DE PESSOA JURÍDICA DE
poder de tutela. DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO
Em alguns casos, a entidade administrativa pode estar di-
retamente vinculada à chefia do poder executivo e, nesse con-
texto, caberá a essa chefia o exercício do controle finalístico de FUNDAÇÃO PÚBLICA
AUTARQUIA EMPRESA PÚBLICA
tal entidade.
SOC. DE ECON. MISTA
▷ São frutos da descentralização por outorga legal.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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mônio, com exceção dos bens diretamente ligados à Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista Presta-
prestação de serviços públicos, que são bens públicos doras de Serviço Público
e não se submetem a pagamento de débitos judiciais. Essas entidades são criadas para a exploração da atividade
Regime de Pessoal: Regime Jurídico Único. econômica em sentido amplo, o que inclui o exercício delas em
Competência para o julgamento de suas ações sentido estrito e também a prestação de serviços públicos que
judiciais: podem ser explorados com o intuito de lucro.
Justiça Federal. Segundo o Art. 175 da Constituição Federal:
Outras esferas = Justiça Estadual.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, di-
Ex.: IBGE, Biblioteca Nacional, FUNAI.
retamente ou sob regime de concessão ou permissão,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
da atividade econômica.
Regime Jurídico Híbrido: se for prestadora de serviço pú- ▷ onstituição obrigatória por sociedade anônima
blico, o regime jurídico é mais público; se for exploradora da (S.A.);
atividade econômica, o regime jurídico é mais privado. ▷ Competência da Justiça Estadual.
Responsabilidade Civil: se for prestadora de serviço público, Empresa Pública
a responsabilidade civil é objetiva, se for exploradora da atividade Entidade dotada de personalidade jurídica de Direito Pri-
econômica, a civil é subjetiva. vado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, au-
Bens Privados, com exceção: bens diretamente ligados à torizado por lei para a exploração de atividade econômica que
prestação de serviço público são bens públicos.Débitos Judiciais: o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou
são pagos por meio do seu patrimônio, com exceção dos bens di- de conveniência administrativa, podendo revestir-se de qual-
retamente ligados à prestação de serviços públicos, que são bens quer das formas admitidas em direito.
públicos e não se submetem a pagamento de débitos judiciais. ▷ Autorizado por lei;
Regime de Pessoal: CLT – Emprego Público. ▷ Pessoa jurídica de Direito Privado;
Exemplo de Empresa Pública: Caixa Econômica Federal, ▷ 100% na constituição de capital público;
Correios. ▷ Constituído de qualquer forma admitido em direito;
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ENTIDADES SOCIEDADE DE
CARACTERÍSTICA AUTARQUIA FUNDAÇÃO PÚBLICA EMPRESA PÚBLICA
POLÍTICAS ECONOMIA MISTA
PERSONALIDADE
Direito Público Direito Público Direito Privado Direito Privado Direito Privado
JURÍDICA
Exploração da ativi-
Exploração da atividade
Competências Atividade dade econômica OU
FINALIDADE Lei Complementar definirá econômica OU prestação
constitucionais típica do Estado prestação de serviço
de serviço público
público
RESPONSABILIDADE Objetiva: ação Objetiva: ação PSP = Objetiva, nos demais PSP = Objetiva, EAE = PSP = Objetiva, EAE
CIVIL Subjetiva: omissão Subjetiva: omissão casos, subjetiva Subjetiva = Subjetiva
Privados, exceção:
Privados, exceção: bens Privados, exceção: bens
bens diretamente
diretamente ligados à diretamente ligados à
BENS Públicos Públicos ligados à prestação
prestação de serviços públi- prestação de serviços pú-
de serviços públicos
cos são bens públicos. blicos são bens públicos.
são bens públicos.
Regime Jurídico
REGIME DE PESSOAL Regime Jurídico Único Regime Jurídico Único CLT CLT
Único
COMPETÊNCIA PARA União: Justiça Fed- Federal: Justiça Federal; Federal: Justiça Federal; Federal: Justiça Federal; Todas: Justiça
eral; Demais: Justiça
JULGAMENTO Demais: Justiça Estadual. Demais: justiça Estadual. Demais: justiça Estadual. Estadual.
Estadual.
3. Órgão Público Características
Neste capítulo, aprenderemos a respeito dos órgãos públi- Não possui personalidade jurídica
cos, sua finalidade, seu papel na estrutura da Administração Muitas pessoas se assustam com essa regra devido ao fato
Pública, bem como as diversas teorias e classificações relativas de o órgão público ter CNPJ, realizar licitações e também por
ao tema. Começaremos a partir das teorias que buscam expli- celebrar contratos públicos. Todavia, essas situações não de-
car o que é o órgão público. vem ser levadas em consideração nesse momento.
O CNPJ não é suficiente para conferir personalidade jurídi-
Teorias ca para o órgão público, a sua instituição está ligada ao direito
São três as teorias criadas para caracterizar e conceituar a tributário, e realmente o órgão faz licitação, celebra contratos,
ideia de órgão público: a Teoria do Mandato, Teoria da Repre- mas ele não possui direitos, não é responsável pela conduta
sentação e Teoria Geral do Órgão. dos seus agentes e tudo isso por que ele não possui personali-
Teoria do Mandato dade jurídica, órgão público não é pessoa.
Essa teoria preceitua que o agente, pessoa física, fun- Integram a estrutura da pessoa ju-
cionaria como o mandatário da pessoa jurídica, agindo sob rídica que pertencem
seu nome e com a responsabilidade dela, em razão de ou- O órgão público é simplesmente o integrante da estrutura
torga específica de poderes (não adotado). corporal (orgânica) da pessoa jurídica a que está ligado. O ór-
Teoria da Representação gão público é para a pessoa jurídica a que está ligado, o que o
coração, os rins, o fígado, o estômago e o pulmão, dentre tan-
O agente funcionaria como um tutor ou curador do Esta- tos outros órgãos do corpo humano são para nós, essenciais.
do, que representaria nos atos que necessita participar (não
▷ Não possui capacidade processual, salvo os órgãos
adotado).
independentes e autônomos que podem impetrar
Teoria Geral do Órgão Mandado de Segurança em defesa de suas prerro-
gativas constitucionais, quando violadas por outro
Tem-se presunção de que a pessoa jurídica exteriora sua
órgão.
vontade por meio dos órgãos, os quais são parte integrante da
própria estrutura da pessoa jurídica, de tal modo que, quando ▷ Não possui patrimônio próprio.
os agentes que atuam nesses órgãos manifestam sua vontade, ▷ São hierarquizados.
considera-se que essa foi manifestada pelo próprio Estado. Fa- ▷ São frutos da desconcentração.
lamos em imputação da atuação do agente, pessoa natural, à ▷ Estão presentes na Administração Direta e Indireta.
pessoa jurídica (adotado pela CF/88). ▷ Criação e extinção: por meio de Lei.
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Alguns órgãos possuem uma pequena capacidade, que é ▷ Estruturação: pode ser feita por meio de decreto au-
impetrar mandado de segurança para garantir prerrogativas tônomo, desde que não impliquem em aumento de
próprias. Contudo, somente os órgãos independentes e au- despesas.
tônomos têm essa capacidade.
▷ Os agentes que trabalham nos órgãos estão em impu-
Segundo o doutrinador Hely Lopes Meirelles, os órgãos tação à pessoa jurídica que estão ligados.
não possuem personalidade jurídica, tampouco vontade pró-
pria, agem em nome da entidade a que pertencem, mantendo Classificação
relações entre si e com terceiros, e não possuem patrimônio
próprio. Os órgãos manifestam a vontade da Pessoa Jurídica à Dentre as diversas classificações pertinentes ao tema,
qual pertencem; os agentes, quando atuam para o Estado, di- a partir de agora, abordaremos as classificações quanto à
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
zemos que estão em imputação à pessoa jurídica a qual estão posição estatal que leva em consideração a relação de su-
efetivamente ligados. Assim, falamos em imputação à pessoa bordinação e hierarquia, a estrutura que se relaciona com a
jurídica. desconcentração e a composição ou atuação funcional que se
Constatamos que órgãos são meros centros de compe- relaciona com a quantidade de agentes que agem e manifes-
tência, e os agentes que trabalham nesses órgãos estão em tam vontade em nome do órgão.
imputação à pessoa jurídica a que estão ligados; suas ações Posição Estatal
são imputadas ao ente federativo. Assim, quando um servi-
dor público federal atua, suas ações são imputadas (como se Quanto à posição estatal, os órgãos são classificados em
o próprio Estado estivesse agindo) à União, pois o agente é independentes, autônomos, superiores e subalternos:
ligado a um órgão que pertence a esse ente. Órgãos Independentes
Ex.: Quando um Policial Federal está trabalhando, ele é um ▷ São considerados o mais alto escalão do Governo.
agente público que atua dentro de um órgão (Departamento
▷ Não exercem subordinação.
de Polícia Federal) e suas ações, quando feitas, são conside-
radas como se a União estivesse agindo. Por esse motivo, os ▷ Seus agentes são inseridos por eleição.
atos que gerem prejuízo a terceiros são imputados a União, ▷ Têm suas competências determinadas pelo texto
ou seja, é a União que paga o prejuízo e, depois, entra com constitucional. 343
ação regressiva contra o agente público. ▷ Possuem alguma capacidade processual.
Órgãos Autônomos Conceito
344 ▷ São classificados como órgãos diretivos. Considera-se agente público toda pessoa física que exerça,
▷ Possuem capacidade administrativa, financeira e ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, no-
técnica. meação, designação, contratação ou qualquer outra forma de in-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
▷ São exemplos os Ministérios e as Secretarias. vestidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública.
▷ Possuem alguma capacidade processual.
Classificação
Órgãos Superiores ▷ Agentes políticos.
▷ São órgãos de direção, controle e decisão. ▷ Agentes administrativos.
▷ Não possuem autonomia administrativa ou financeira. ▷ Particulares em colaboração com o poder público.
▷ Exemplos são as coordenadorias, gabinetes, etc.
Agentes Políticos
Subalternos Estão nos mais altos escalões do Poder Público. São res-
▷ Exercem atribuições de mera execução. ponsáveis pela elaboração das diretrizes governamentais e
▷ Exercem reduzido poder decisório. pelas funções de direção, orientação e supervisão geral da
Administração Pública.
▷ São exemplos as seções de expediente ou de ma-
teriais. Características
▷ Sua competência é haurida da Constituição Federal.
Estrutura ▷ Não se sujeitam às regras comuns aplicáveis aos ser-
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sua conta e risco e em nome próprio, sob permanente fiscali-
zação do poder contratante, ou seja, são aquelas pessoas que
recebem a incumbência de prestar certas atividades do Estado
EFICIÊNCIA
por meio da descentralização por delegação. São elas: Os princípios implícitos são aqueles que não estão descri-
▷ Autorizatárias de serviços públicos; tos no caput do Art. 37 da CF. São eles:
▷ Concessionárias de serviços públicos; ▷ Supremacia do Interesse Público;
▷ Permissionárias de serviços públicos. ▷ Indisponibilidade do Interesse Público;
Agentes Credenciados: são os particulares que recebem a ▷ Motivação;
incumbência de representar a administração em determinado ▷ Razoabilidade;
ato ou praticar certa atividade específica, mediante remunera- ▷ Proporcionalidade;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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informação e devem ser executados em conformidade
Direito Administrativo. Ele determina que o Estado, quando
com os princípios básicos da administração pública e
trabalhando com o interesse público, se sobrepõe ao parti-
com as seguintes diretrizes: cular. Devemos lembrar que esse princípio deve ser utilizado
I. Observância da publicidade como preceito geral pelo administrador público de forma razoável e proporcional
e do sigilo como exceção; para que o ato não se transforme em arbitrário e, consequen-
II. Divulgação de informações de interesse público, temente, ilegal.
independentemente de solicitações; É o fundamento das prerrogativas do Estado, ou seja,
III. Utilização de meios de comunicação viabiliza- da relação jurídica desigual ou vertical entre o Estado e o
dos pela tecnologia da informação; particular. A exemplo, temos o poder de império do Estado
(também chamado de poder extroverso), que se manifesta
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
IV. Fomento ao desenvolvimento da cultura de
transparência na administração pública; por meio da imposição da lei ao administrado, admitindo
V. Desenvolvimento do controle social da adminis- até o uso da força coercitiva para o cumprimento da norma.
tração pública. Assim sendo, a administração pública pode criar obrigações,
restringir ou condicionar os direitos dos administrados.
Limitações:
PUBLICAR
▷ Respeito aos demais princípios;
▷ Não está presente diretamente nos atos de gestão5.
Exemplos de Incidência:
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Intervenção na propriedade privada;
TRANSPAR- Exercício do poder de polícia, limitando ou condicionan-
TORNAR ÊNCIA do o exercício de direito em prol do interesse público;
PÚBLICO
DO ATO Presunção de legitimidade dos atos administrativos.
5 Atos de gestão são praticados pela administração na qualidade de gestora de
Princípio da Eficiência seus bens e serviços, sem exercício de supremacia sobre os particulares, assem-
elhando-se aos atos praticados pelas pessoas privadas. São exemplos de atos de 347
O Princípio da Eficiência foi o último a ser inserido no bojo gestão a alienação ou a aquisição de bens pela administração pública, o aluguel a um
do texto constitucional (o Princípio da Eficiência foi incluído particular de um imóvel de propriedade de uma autarquia, entre outros.
Princípio da Indisponibilidade Veja que o administrador não pode fazer menos ou mais
348 do que a lei determina, isso em obediência ao Princípio da
do Interesse Público
Legalidade, senão cometerá abuso de poder.
Conforme dito anteriormente, o princípio da indisponibi-
lidade do interesse público juntamente com o da supremacia Princípio da Autotutela
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
do interesse público, formam os pilares do regime jurídico ad- O Princípio da Autotutela propicia o controle da Adminis-
ministrativo. tração Pública sob seus próprios atos em dois pontos especí-
Esse princípio é o fundamento das restrições do Estado. ficos:
Assim sendo, apesar de o Princípio da Supremacia do Interes-
De legalidade: em que a Administração pode controlar
se Público prever prerrogativas especiais para a Administração
seus próprios atos quando eivados de vício de ilegalidade,
Pública em determinadas relações jurídicas com o administra-
do, tais poderes são ferramentas que a ordem jurídica confere sendo provocado ou de ofício.
ao agentes públicos para alcançar os objetivos do Estado. E De mérito: a Administração Pública pode revogar seus
o uso desses poderes, então, deve ser balizado pelo interesse atos por conveniência e oportunidade.
público, o que impõe restrições legais a sua atuação, garantin- Súmula 473 do STF. A Administração pode anular seus
do que a utilização do poder tenha por finalidade o interesse próprios atos, quando eivados de vícios que os tor-
público e não o do administrador. nam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
Sendo assim, é vedada a renúncia do exercício de compe- revogá-los, por motivo de conveniência ou oportuni-
tência pelo agente público, pois a atuação desse não é baliza- dade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalva-
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da por sua vontade pessoal, mas, sim, pelo interesse público, da, em todos os casos, a apreciação judicial.
também chamado de interesse da lei. Os poderes conferidos O Princípio da Autotutela não exclui a possibilidade de
aos agentes públicos têm a finalidade de auxiliá-los a atingir controle jurisdicional do ato administrativo previsto no Art.
tal interesse. Com base nessa regra, concluímos que esses 5º, XXXV, da CF: a lei não excluirá da apreciação do Poder
agentes não podem dispor do interesse público, por não ser o Judiciário lesão ou ameaça a direito.
seu proprietário, e sim o povo. Ao agente público cabe a ges-
Poder
tão da Administração Pública em prol da coletividade.
Judiciário
Princípios da Razoabilidade (critério de
ANULAÇÃO Ex-tunc
e Proporcionalidade Ato Ilegal Retroativos legalidade)
Os Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade
não se encontram expressos no texto constitucional. Esses são Própria
classificados como princípios gerais do Direito e são aplicáveis Administração
a vários ramos da ciência jurídica. São chamados de princípios
da proibição de excesso do agente público. Poder Judiciário não revoga
Poder
A razoabilidade diz que toda atuação da Administração ato de outro poder
Judiciário
tem que seguir a teoria do homem médio, ou seja, as decisões
devem ser tomadas segundo o critério da maioria das pessoas REVOGAÇÃO Ex-nunc (critério
“racionais”, sem exageros ou deturpações. Ato Legal Prospectivos de mérito)
Razoabilidade: adequação entre meios e fins. O Princí-
pio da Proporcionalidade diz que o agente público deve ser Própria
proporcional no uso da força para o cumprimento do bem Administração
público, ou seja, nas aplicações de penalidades pela Admi-
nistração deve ser levada em conta sempre a gravidade da Princípio da Ampla Defesa
falta cometida. A ampla defesa determina que todos que sofrerem medi-
Proporcionalidade: vedação de imposição de obrigações, das de caráter de pena terão direito a se defender de todos os
restrições e sanções em medida superior àquela estritamente meios disponíveis legais em direito. Está previsto nos proces-
necessária ao interesse público. sos administrativos disciplinares:
Podemos dar como exemplo a atuação de um fiscal sani- Art. 5ª, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou
tário, que esteja vistoriando dois estabelecimentos e, em um administrativo, e aos acusados em geral são assegu-
rados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
deles, encontre um quilo de carne estragada e, no outro, en- recursos a ela inerentes;
contre uma tonelada.
Na aplicação da penalidade, deve ser respeitada tanto a ra- Princípio da Continuidade
zoabilidade quanto a proporcionalidade, ou seja, aplica-se, no do Serviço Público
primeiro, uma penalidade pequena, uma multa, por exemplo, O Princípio da Continuidade do Serviço Público tem como
e, no segundo, uma penalidade grande, suspensão de 90 dias. escopo (objetivo) não prejudicar o atendimento dos serviços
essenciais à população. Assim, evitam que esses sejam inter- II. Assistência médica e hospitalar;
rompidos. III. Distribuição e comercialização de medicamen-
O professor Celso Ribeiro Bastos6 é um dos doutrinadores tos e alimentos;
que defende a não interrupção do serviço público essencial: O IV. Funerários;
serviço público deve ser prestado de maneira contínua, o que V. Transporte coletivo;
significa dizer que não é passível de interrupção. Isso ocorre
pela própria importância de que tal serviço se reveste, o que VI. Captação e tratamento de esgoto e lixo;
implica ser colocado à disposição do usuário com qualidade VII. Telecomunicações;
e regularidade, assim como com eficiência e oportunidade... VIII. Guarda, uso e controle de substâncias radioa-
Essa continuidade afigura-se em alguns casos de maneira ab- tivas, equipamentos e materiais nucleares;
soluta, quer dizer, sem qualquer abrandamento, como ocorre IX. Processamento de dados ligados a serviços es-
com serviços que atendem necessidades permanentes, como senciais;
é o caso de fornecimento de água, gás, eletricidade. Diante, X. Controle de tráfego aéreo;
pois, da recusa de um serviço público, ou do seu fornecimento,
XI. Compensação bancária.
ou mesmo da cessação indevida desse, pode o usuário utilizar-
se das ações judiciais cabíveis, até as de rito mais célere, como Princípio da Segurança Jurídica
o mandado de segurança e a própria ação cominatória.
Esse princípio veda a aplicação retroativa da nova interpre-
Regra: tação da norma.
▷ Os serviços públicos devem ser adequados e ininter- Caso uma regra seja revogada ou alterada a sua redação
ruptos. ou interpretação, os atos praticados durante a vigência da nor-
Exceção: ma antiga continuam valendo, pois tal princípio visa resguar-
dar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
▷ Aviso prévio;
Assim, temos que a nova interpretação da norma, via de re-
▷ Situações de emergência.
gra, somente terá efeitos prospectivos, ou seja, da data em que
Alcance: for revogada para frente, não atingindo os atos praticados na
▷ Todos os prestadores de serviços públicos; vigência da norma antiga.
▷ Administração Direta;
▷ Administração Indireta; 6. Poderes e Deveres Administrativos
▷ Concessionárias, Autorizatárias e Permissionárias de Para um desempenho adequado do papel que compete à
serviços públicos. administração pública, o ordenamento jurídico confere a ela
Efeitos: poderes e deveres especiais. Nesse capítulo, conheceremos
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▷ Restrição de direitos das prestadoras de serviços pú- seus deveres e poderes de modo a diferenciar a aplicabilidade
blicos, bem como dos agentes envolvidos na presta- de um ou de outro poder ou dever na análise de casos concre-
ção desses serviços, a exemplo do direito de greve. tos, bem como apresentado nas questões de concurso público.
Dessa forma, quem realiza o serviço público se submete a Deveres
algumas restrições:
▷ Restrição ao direito de greve, Art. 37, VII CF/88; Os deveres da administração pública são um conjunto de
obrigações de direito público que a ordem jurídica confere aos
▷ Suplência, delegação e substituição – casos de fun-
agentes públicos com o objetivo de permitir que o Estado al-
ções vagas temporariamente;
cance seus fins.
▷ Impossibilidade de alegar a exceção do contrato não
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
cumprido, somente em casos em que se configure O fundamento desses deveres é o Princípio da Indispo-
uma impossibilidade de realização das atividades; nibilidade do Interesse Público, pois, como a administração
pública é uma ferramenta do Estado para alcançar seus objeti-
▷ Possibilidade da encampação da concessão do ser-
vos, não é permitido ao agente público usar dos seus poderes
viço, retomada da administração do serviço público
para satisfazer interesses pessoais ou de terceiros. Com base
concedido no prazo na concessão, quando o serviço
nessa regra, concluímos que esses agentes não podem dispor
não é prestado de forma adequada.
do interesse público, por não ser o seu proprietário, e sim o
O Código de Defesa do Consumidor, em seu Art. 22, asse- povo. A ele cabe a gestão da administração pública em prol
gura ao consumidor que os serviços essenciais devem ser con-
da coletividade.
tínuos, caso contrário, aos responsáveis, caberá indenização. O
referido código não diz quais seriam esses serviços essenciais. A doutrina, de um modo geral, enumera, como alguns dos
Podemos usar, como analogia, o Art. 10 da Lei nº 7.783/89, que principais deveres impostos aos agentes administrativos pelo
enumera os que seriam considerados fundamentais: ordenamento jurídico, quatro obrigações administrativas, a
Art. 10. São considerados serviços ou atividades essenciais:
saber:
I. Tratamento e abastecimento de água; produção ▷ Poder-Dever de Agir;
e distribuição de energia elétrica, gás e combus- ▷ Dever de Eficiência;
tíveis; ▷ Dever de Probidade; 349
6 Curso de direito administrativo, 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 1996, p. 165. ▷ Dever de Prestar Contas.
Poder-Dever de Agir Dever de Prestar Contas
350 O poder-dever de agir determina que toda a Administração O dever de prestar contas decorre diretamente do Princí-
Pública tem que agir em caso de determinação legal. Contudo, pio da Indisponibilidade do Interesse Público, sendo pertinen-
essa é temperada, uma vez que o administrador precisa ter possi- te à função do agente público, que é simples gestão da coisa
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ção Pública também responderá pelos danos patrimoniais ou para o fim de permitir que o Estado alcance os seus fins,
morais decorrentes da omissão na esfera cível. assim leciona o professor José dos Santos Carvalho Filho.
O fundamento desses poderes é o princípio da suprema-
Dever de Eficiência cia do interesse público, pois, como a administração pública é
A Constituição implementou o dever de eficiência com a uma ferramenta do Estado para alcançar seus objetivos, e tais
introdução da Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a chama- objetivos são de interesse de toda coletividade, é necessário
da reforma administrativa. Esse novo modelo instituiu a de- que o Estado possa ter prerrogativas especiais na busca de
nominada “administração gerencial”, tendo vários exemplos seus objetivos. Como exemplo, podemos citar a aplicação de
dispostos no corpo do texto constitucional, como: uma multa de trânsito. Imagine que a lei fale que ultrapassar o
▷ Possibilidade de perda do cargo de servidor estável sinal vermelho é errado, mas que o Estado não tenha o poder
em razão de insuficiência de desempenho (Art. 41, de aplicar a multa. De nada vale a previsão da infração na lei.
§ 1º, III); São Poderes Administrativos descritos pela doutrina pá-
▷ O estabelecimento como condição para o ganho da tria:
estabilidade de avaliação de desempenho (Art. 41,
▷ Poder Vinculado;
§ 4º);
▷ A possibilidade da celebração de contratos de ges- ▷ Poder Discricionário;
tão ( Art. 37, § 8º); ▷ Poder Hierárquico;
▷ A exigência de participação do servidor público em ▷ Poder Disciplinar;
cursos de aperfeiçoamento profissional como um ▷ Poder Regulamentar;
dos requisitos para a promoção na carreira (Art. 39, ▷ Poder de Polícia.
§ 2º).
Dever de Probidade Poder Vinculado
O dever de probidade determina que todo administrador O poder vinculado determina que o administrador somen-
público, no desempenho de suas atividades, atue sempre com te pode fazer o que a lei determina; aqui não se gera poder de
ética, honestidade e boa-fé, em consonância com o Princípio escolha, ou seja, está o administrador preso (vinculado) aos
da Moralidade Administrativa. ditames da lei.
Art. 37, § 4º, CF. Os atos de improbidade administrativa O agente público não pode fazer considerações de con-
importarão a suspensão dos direitos políticos, a per- veniência e oportunidade. Caso descumpra a única hipótese
da da função pública, a indisponibilidade dos bens e o prevista na lei para orientar a sua conduta, praticará um ato
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas ilegal, sendo assim, deve o ato ser anulado.
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Efeitos: Poder Discricionário
▷ A suspensão dos direitos políticos; O poder discricionário gera a margem de escolha, que é a
▷ Perda da função pública; conveniência e a oportunidade, o mérito administrativo. Diz-se
▷ Ressarcimento ao erário; que o agente público pode agir com liberdade de escolha, mas
▷ Indisponibilidade dos bens. sempre respeitando os parâmetros da lei.
É importante alertar que, excepcionalmente, a lei admite
Conveniência
a delegação para outro órgão que não seja hierarquicamente
oportunidade
subordinado ao delegante, conforme podemos constatar da
redação do Art. 12 da Lei nº 9.784/99:
Margem de Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão,
VINCULADO DISCRICIONÁRIO se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
escolha
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados,
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de
Sem margem Lei
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
de escolha
• Características da Delegação
Conceitos Não podem ser delegados
jurídicos Edição de atos de caráter normativo;
indeterminados A decisão de recursos administrativos;
Duas são as vertentes que autorizam o poder discricioná- As matérias de competência exclusiva do órgão ou
rio: a lei e os conceitos jurídicos indeterminados. Esses últi- autoridade.
mos são determinações da própria lei, por exemplo: quando Consequências
a Lei prevê a boa-fé, quem decide se o administrado está de
boa ou má-fé é o agente público, sempre sendo razoável e Não acarreta renúncia de competências;
proporcional. Transfere o exercício da atribuição e não a titularida-
de, pois pode ser revogada a delegação a qualquer
Poder Hierárquico tempo pela autoridade delegante;
Manifesta a noção de um escalonamento vertical da Admi-
O ato de delegação e sua revogação deverão ser pu-
nistração Pública, já que temos a subordinação entre órgãos
e agentes, sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. blicados em meio oficial.
Observação Avocação Competência
Não há subordinação nem hierarquia: Avocar é o ato discricionário mediante o qual o superior
▷ Entre pessoas distintas; hierárquico traz para si o exercício temporário de determinada
▷ Entre os poderes da república; competência, atribuída por lei a um subordinado.
▷ Entre a administração e o administrado. Cabimento: é uma medida excepcional e deve ser funda-
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Prerrogativas mentada.
Dar ordens: cabe ao subordinado o dever de obediên- Restrições: não podem ser avocadas competências exclu-
cia, salvo nos casos de ordens manifestamente ilegais. sivas do subordinado.
Fiscalizar a atuação dos subordinados. Consequências: desonera o agente de qualquer respon-
sabilidade relativa ao ato praticado pelo superior hierárquico.
Revisar os atos dos subordinados e, nessa atribuição:
▷ Manter os atos vinculados legais e os atos discricio-
nários legais convenientes e oportunos. Somente os atos
administrativos,
▷ Convalidar os atos com defeitos sanáveis. Delegação nunca os atos
▷ Anular os atos ilegais. políticos
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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concessão ou autorização do Poder Público, à tran- superior à gravidade do fato ilícito praticado.
quilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos Autoexecutoriedade: é a prerrogativa da Administração
direitos individuais ou coletivos (vide Código Tributário Pública de executar diretamente as decisões decorrentes do
poder de polícia, por seus próprios meios, sem precisar recor-
nacional).
rer ao judiciário.
Hely Lopes Meirelles conceitua poder de polícia como a fa-
culdade que dispõe a Administração Pública para condicionar, Cabimento
restringir o uso, o gozo de bens, atividades e direitos indivi- Autorização da Lei;
duais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. Medida Urgente.
A autoexecutoriedade no uso do poder de polícia não é
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
É competente para exercer o poder de polícia administrati-
va sobre uma dada atividade o ente federado, ao qual a Cons- absoluta, tendo natureza relativa, ou seja, não são todos os
atos decorrentes do poder de polícia que são autoexecutórios.
tituição da República atribui competência para legislar sobre
Para que um ato assim ocorra, é necessário que ele seja exigí-
essa mesma atividade, para regular a prática dessa. vel e executório ao mesmo tempo:
Assim, podemos dizer que o poder de polícia é discricio- Exigibilidade: exigível é aquela conduta prevista na
nário em regra, podendo ser vinculado nos casos em que a norma que, caso seja infringida, pode ser aplicada
lei determinar. Ele dispõe que toda a Administração Pública uma coerção indireta, ou seja, caso a pessoa venha a
pode condicionar ou restringir os direitos dos administrados sofrer uma penalidade e se recuse a aceitar a aplica-
em caso de não cumprimento das determinações legais. ção da sanção, a aplicação dessa somente poderá ser
O poder de polícia fundamenta-se no de império do executada por decisão judicial. É o caso das multas, por
exemplo, que podem ser lançadas a quem comete uma
Estado (Poder Extroverso), que decorre do Princípio da Su-
infração de trânsito, a administração não pode receber
premacia do Interesse Público, pois, por meio de imposições o valor devido por meio da coerção, caso a pessoa pe-
limitando ou restringindo a esfera jurídica dos administrados, nalizada se recuse a pagar a multa, o seu recebimento
visa à Administração Pública à defesa de um bem maior, que é dependerá de execução judicial pela Administração Pú-
proteção dos direitos da coletividade, pois o interesse público blica. A exigibilidade é uma característica de todos os 353
prevalece sobre os particulares. atos praticados no exercício do poder de polícia.
Executoriedade: executória é a norma que, caso seja ção de polícia, sendo assim, esse ciclo, para se completar,
354 desrespeitada, permite a aplicação de uma coerção pode passar por quatro fases distintas:
direta, ou seja, a administração pode utilizar da for- Ordem de Polícia: é a Lei inovadora que tem trazido limites
ça coercitiva para garantir a aplicação da penalida- ou condições ao exercício de atividades privadas ou uso de bens.
de, sem precisar recorrer ao judiciário. Consentimento: é a autorização prévia fornecida pela Ad-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
É o caso das sanções de interdição de estabelecimentos ministração para a prática de determinada atividade privada
comerciais, suspensão de direitos, entre outras. Não são todas ou para usar um bem.
as medidas decorrentes do poder de polícia executórias. Fiscalização: é a verificação, por parte da administração
O ato de polícia para ser autoexecutório precisa ser ao pública, para certificar-se de que o administrado está cum-
mesmo tempo exigível e executório, ou seja, nem todos os prindo as exigências contidas na ordem de polícia para a práti-
atos decorrentes do poder de polícia são autoexecutórios. ca de determinada atividade privada ou uso de bem.
Coercibilidade: esse atributo informa que as Sanção de Polícia: é a coerção imposta pela administração
determinações da Administração podem ser im- ao particular que pratica alguma atividade regulada por ordem
postas coercitivamente ao administrado, ou seja, de polícia em descumprimento com as exigências contidas.
o particular é obrigado a observar os ditames da É importante destacar que o ciclo de polícia não precisa ne-
administração. Caso ocorra resistência por parte cessariamente comportar essas quatro fases, pois as de ordem e
desse, a administração pública estará autorizada fiscalização devem sempre estar presentes em qualquer atuação
a usar força, independentemente de autorização de polícia administrativa, todavia, as fases de consentimento e de
judicial, para fazer com que seja cumprida a re- sanção não estarão presentes em todos os ciclos de polícia.
gra de polícia. Todavia, os meios utilizados pela
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Da prática dos atos administrativos gera-se: competente para determiná-lo (competência), depois disso,
▷ Superioridade deve ser revertido de forma escrita (forma), a finalidade deve
▷ Efeitos jurídicos ser o interesse público (finalidade), o motivo deve ser embasado
em lei, ou seja, os casos do Art. 132 da Lei nº 8.112/90, o objeto é
Elementos de Validade do Ato o próprio instituto da demissão que está prescrito em lei.
Competência Motivação
Poderes que a lei confere aos agentes públicos para exer- É a exteriorização por escrito dos motivos que levaram a
cer funções com o mínimo de eficácia. A competência tem ca- produção do ato.
▷ Faz parte do elemento forma e não do motivo.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ráter instrumental, ou seja, é um instrumento outorgado para
satisfazer interesses públicos – finalidade pública. ▷ Teoria dos Motivos Determinantes.
Características da competência: A motivação é elemento de controle de validade dos atos
administrativos. Se ela for falsa, o ato é ilegal, independente-
Obrigatoriedade: ela é obrigatória para todos os
mente da sua qualidade (discricionário ou vinculado).
agentes e órgãos públicos.
Devem ser motivados:
Irrenunciabilidade: a competência é um poder-de-
▷ Todos os atos administrativos vinculados;
ver de agir e não pode ser renunciada pelo detentor
▷ Alguns atos administrativos discricionários (atos pu-
do poder-dever. Contudo, tem caráter relativo uma nitivos, que geram despesas, dentre outros).
vez que a competência pode ser delegada ou pode
A Lei nº 9.784/99, em seu Art. 50, traz um rol dos atos que
ocorrer a avocação. devem ser motivados. Veja a seguir:
Intransferível: mesmo após a delegação, a compe- Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,
tência pode ser retomada a qualquer tempo pelo com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
titular do poder-dever, por meio da figura da revo- quando:
gação. I. Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
Imodificável: pela vontade do agente, pois somente II. Imponham ou agravem deveres, encargos ou 355
a lei determina competências. sanções;
III. Decidam processos administrativos de concurso Autoexecutoriedade
356 ou seleção pública;
O ato administrativo, uma vez produzido pela Admi-
IV. Dispensem ou declarem a inexigibilidade de
nistração, é passível de execução imediata, independente-
processo licitatório; mente de manifestação do Poder Judiciário.
V. Decidam recursos administrativos;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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▷ Decorrem do exercício do poder hierárquico; funcionamento de um estabelecimento comercial, licen-
▷ Vinculam os servidores subordinados ao órgão que ça para dirigir, licença para exercer uma profissão.
o expediu; Admissão: é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Ad-
▷ Não atingem os administrados; ministração faculta a alguém a inclusão em estabelecimento
▷ Estão hierarquicamente abaixo dos atos normativos; governamental para o gozo de um serviço público. O ato de
▷ Devem obediência aos atos normativos que tratem admissão não pode ser negado aos que preencham as condi-
da mesma matéria relacionada ao ato ordinatório. ções normativas requeridas.
Ex.: Instruções, circulares internas, portarias, ordens de Ex.: Ingresso em estabelecimento oficial de ensino na
serviço. qualidade de aluno; o desfrute dos serviços de uma bi-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
blioteca pública como inscrito entre seus usuários.
Atos Negociais Aprovação: é o ato unilateral e discricionário pelo qual a
São atos administrativos editados quando o ordenamento Administração faculta a prática de ato jurídico (aprovação pré-
jurídico exige que o particular obtenha anuência prévia da Ad- via) ou manifesta sua concordância com ato jurídico já pratica-
ministração para realizar determinada atividade de interesse do (aprovação a posteriori).
dele ou exercer determinado direito. Homologação: é o ato unilateral e vinculado de controle
Finalidade: satisfação do interesse público, ainda que essa pelo qual a Administração concorda com um ato jurídico ou
possa coincidir com o interesse do particular que requereu o ato. série de atos (procedimento) já praticados, verificando a con-
sonância deles com os requisitos legais condicionadores de
Características: sua válida emissão.
▷ Os atos negociais não são imperativos, coercitivos e Autorização: na maior parte das vezes em que é pra-
autoexecutórios; ticado, fundamenta-se no poder de polícia do Estado
▷ Os atos negociais não podem ser confundidos com quando a lei exige a autorização como condicionante para
contratos, pois, nesses existe manifestação de vontade prática de uma determinada atividade privada ou para o
bilateral e, nos atos negociais, nós temos uma manifes- uso de bem público. Todavia, a autorização também pode
tação de vontade unilateral da Administração Pública, representar uma forma de descentralizar, por delegação, 357
que é provocada mediante requerimento do particular; serviços públicos para o particular.
A autorização é caracterizada por uma predominância O atestado não se assemelha à certidão, pois essa declara uma
358 do interesse do particular que solicita o ato, todavia, tam- informação constante em banco de dados e aquele declara um
bém existe interesse público na prática desse ato. fato que não corresponde a um registro de um arquivo da Ad-
É um ato discricionário, pois não reconhece um direito sub- ministração.
jetivo do particular; mesmo que esse atenda às exigências ne- Parecer: é um documento técnico, confeccionado por ór-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
cessárias para a obtenção do ato, a Administração poderá não gão especializado na respectiva matéria tema do parecer, em
praticá-lo, decidindo se desempenha ou não o ato por juízo de que o órgão emite sua opinião relativa ao assunto.
conveniência e oportunidade. Apostila: apostilar significa corrigir, emendar, complementar
É um ato precário, pois pode ser revogado a qualquer tem- um documento. É o aditamento de um contrato administrativo ou
po. Via de regra, a revogação da autorização não gera direito de de um ato administrativo. É um ato de natureza aditiva, pois sua
indenização ao particular, mas, caso a autorização tenha sido finalidade é adicionar informações a um registro já existente.
concedida por prazo certo, pode haver o direito de indenização Ex.: Anotar alterações na situação funcional de um servidor.
para o particular.
Prazo: a autorização é concedida sem prazo determinado,
Atos Punitivos
todavia, pode havê-la outorgada por prazo certo. São os atos administrativos por meio dos quais a Adminis-
Exs.: tração Pública impõe sanções a seus servidores ou aos admi-
Atividades potencialmente perigosas e que podem co- nistrados.
locar em risco a coletividade, por isso, a necessidade de Fundamento
regulação do Estado; Poder Disciplinar: quando o ato punitivo atinge ser-
Autorização para porte de arma de fogo; vidores públicos e particulares ligados à Administra-
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Autorização para a prestação de serviços privados de ção por algum vínculo jurídico específico.
educação e saúde; Poder de Polícia: quando o ato punitivo atinge a
Autorização de uso de bem público; particulares não ligados à Administração Pública por
Autorização de serviço público: prestação de serviço de táxi. um vínculo jurídico específico.
Permissão: é o ato administrativo discricionário e precá- Os atos punitivos podem ser internos e externos:
rio, pelo qual a Administração Pública consente ao particular
o exercício de uma atividade de interesse predominantemente Atos Punitivos Internos: têm como destinatários os
servidores públicos e aplicam penalidades discipli-
da coletividade.
nares, ou seja, os atos punitivos internos decorrem
Características: sempre do poder disciplinar.
▷ Pode ser concedida por prazo certo; Atos Punitivos Externos: têm como destinatários os
▷ Pode ser imposta condições ao particular. particulares. Podem ter fundamento decorrente do
A Permissão é um ato precário, pois pode ser revogada a poder disciplinar, quando punem particulares sujeitos
qualquer tempo. Via de regra, a revogação da permissão não à disciplina administrativa, ou podem ter fundamento
gera direito de indenização ao particular, mas, caso a autori- no poder de polícia, quando punem particulares não
zação tenha sido concedida por prazo certo ou sob condições, ligados à Administração Pública.
pode haver o direito de indenização para o particular. Todo ato punitivo interno decorre do poder disciplinar,
A permissão concedida ao particular, por meio de um ato mas nem todo ato que decorre do poder punitivo que surge
administrativo, não se confunde com a permissão para a pres- do poder disciplinar é um ato punitivo interno, pois, quan-
tação de serviços públicos. Nesse último caso, representa uma do a Administração aplica punição aos particulares ligados
espécie de descentralização por delegação realizada por meio a administração, essa punição decorre do poder disciplinar,
de contrato. mas também representa um ato punitivo externo.
Ex.: Permissão de uso de bem público. Todo ato punitivo decorrente do poder de polícia é um ato
punitivo externo, pois, nesse caso, temos a Administração pu-
Atos Enunciativos nindo sempre o particular.
São atos administrativos enunciativos aqueles que têm por
finalidade declarar um juízo de valor, uma opinião ou um fato. Extinção dos Atos Administrativos
Características: Anulação ou Controle de Legalidade
▷ Não produzem efeitos jurídicos por si só; É o desfazimento do ato administrativo que decorre de ví-
▷ Não contêm uma manifestação de vontade da ad- cio de legalidade ou de legitimidade na prática do ato.
ministração. Cabimento
Ex.: Certidão, atestado, parecer e apostila.
▷ Ato discricionário;
Certidão: é uma cópia de informações registradas em
banco de dados da Administração. Geralmente, é concedida ▷ Ato vinculado.
ao particular mediante requerimento da informação registrada Competência para Anular
pela Administração. ▷ Entidade da Administração Pública que praticou o
Atestado: declara uma situação de que a Administração ato: pode anular o ato a pedido do interessado ou de
tomou conhecimento em virtude da atuação de seus agentes. ofício em razão do princípio da autotutela.
▷ Poder Judiciário: pode anular somente por provoca- Vício de Forma
ção do interessado. Exceção: a lei determina que a forma seja elemento es-
Efeitos da Anulação: Ex tunc, retroagem desde a data da prá- sencial de validade de determinado ato (também não cabe
tica do ato, impugnando a validade do ato. convalidação).
Prazo: 5 (cinco) anos Convalidação Tácita
▷ Contagem; O Art. 54 da Lei nº 9.784/99 prevê que a Administração
▷ Prática do ato. tem o direito de anular os atos administrativos de que decor-
No caso de efeitos patrimoniais contínuos, a partir do pri- ram efeitos favoráveis para os destinatários. O prazo é de cinco
meiro pagamento. anos, contados da data em que forem praticados, salvo com-
Revogação ou Controle de Mérito provada má-fé. Transcorrido esse prazo, o ato foi convalidado,
pois não pode ser mais anulado pela Administração.
É o desfazimento do ato administrativo por motivos de
conveniência e oportunidade. Convalidação Expressa
Cabimento Art. 55, Lei nº 9.784/99. Em decisão na qual se evidencie
não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo
▷ Ato discricionário legal, inconveniente e inoportuno; a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis
▷ Não é cabível a revogação de ato vinculado. poderão ser convalidados pela própria Administração.
Competência para Revogar
Apenas a entidade da Administração Pública que praticou 8. Improbidade Administrativa
o ato. A improbidade administrativa está prevista no texto cons-
Não pode o controle de mérito ser feito pelo Poder Judiciário titucional em seu Art. 37, § 4º, que prevê:
na sua função típica de julgar. Todavia, a Administração Pública Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa im-
está presente nos três poderes da União e, caso uma entidade portarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
dos Poderes Judiciário, Legislativo ou Executivo pratique um função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressar-
ato discricionário legal, que com o passar do tempo, se mostre cimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
inconveniente e inoportuno, somente a entidade que criou o ato sem prejuízo da ação penal cabível.
tem competência para revogá-lo. A norma constitucional determinou que os atos de impro-
Assim, o poder judiciário não tem competência para exer- bidade administrativa deveriam ser regulamentados para a
cer o controle de mérito dos atos da Administração Pública, sua execução, o que ocorreu com a edição da Lei nº 8.429/92,
mas a essa do Poder Judiciário pratica atos administrativos e que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos
cabe somente a ela a revogação dos atos praticados por ela
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nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,
mesma. cargo, emprego ou função na administração pública direta, in-
Efeitos da Revogação: Ex nunc, não retroagem, ou seja, a re- direta ou fundacional e dá outras providências.
vogação gera efeitos prospectivos, para frente.
Cassação Sujeitos
É o desfazimento do ato administrativo decorrente do des- Sujeito Passivo (Vítima)
cumprimento dos requisitos que permitem a manutenção do A administração direta, indireta ou fundacional de qual-
ato. Na maioria das vezes, a cassação representa uma sanção quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,
aplicada ao particular que deixou de atender às condições exi- dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao pa-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
gidas para a manutenção do ato. trimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o
Como exemplo, temos a cassação da carteira de moto- erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% do patri-
rista, que nada mais é do que a cassação de um ato admi- mônio ou da receita anual.
nistrativo classificado como licença. A cassação da licença Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo,
para dirigir decorre da prática de infrações de trânsito pra- fiscal ou creditício, de órgão público, bem como daquelas
ticadas pelo particular, sendo assim, nesse caso, essa cas- para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
sação é uma punição. concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio
ou da receita anual, limitando-se, nesses casos, a sanção
Convalidação patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição
Convalidação é a correção com efeitos retroativos do ato dos cofres públicos.
administrativo com defeito sanável, o qual pode ser conside-
rado:
Sujeito Ativo (Pessoa que Pratica o
Vício de Competência Relativo à Pessoa
Ato de Improbidade Administrativa)
Agente público (exceção agente político sujeito a crime de
Exceção: competência exclusiva (não cabe convalidação). responsabilidade STF), servidores ou não, com algum tipo de
O vício de competência relativo à matéria não é considera- vínculo nas entidades que podem ser vítimas de improbidade 359
do um defeito sanável e também não cabe convalidação. administrativa.
Conceito de Agente Público para Aplicação da Lei II. Perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
360 Reputa-se agente público, para os efeitos dessa lei, todo para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remune- móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas
ração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qual- entidades referidas no Art. 1º por preço superior ao
quer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, em- valor de mercado;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
prego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. III. Perceber vantagem econômica, direta ou indi-
Qualquer pessoa que induza ou concorra com o agente pú- reta, para facilitar a alienação, permuta ou locação
blico ou que se beneficie do ato. de bem público ou o fornecimento de serviço por
ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
As disposições dessa lei são aplicáveis, no que couber,
IV. Utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou con-
corra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie máquinas, equipamentos ou material de qualquer
sob qualquer forma direta ou indireta. natureza, de propriedade ou à disposição de qual-
quer das entidades mencionadas no Art. 1º desta
Regras Gerais lei, bem como o trabalho de servidores públicos,
empregados ou terceiros contratados por essas
Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são entidades;
obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de
V. Receber vantagem econômica de qualquer na-
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato tureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração
dos assuntos que lhe são afetos. ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de nar-
Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omis- cotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer
são, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o
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mentares aplicáveis à espécie;
da Administração Pública
VIII. Frustrar a licitude de processo licitatório ou de
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que
processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevi- atenta contra os princípios da Administração Pública
damente; (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
IX. Ordenar ou permitir a realização de despesas não honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às
autorizadas em lei ou regulamento; instituições, e notadamente:
X. Agir negligentemente na arrecadação de tributo I. Praticar ato visando ao fim proibido em lei ou
ou renda, bem como no que diz respeito à conser- regulamento ou diverso daquele previsto, na regra
vação do patrimônio público; de competência;
II. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
XI. Liberar verba pública sem a estrita observância
das normas pertinentes ou influir de qualquer for- ato de ofício;
ma para a sua aplicação irregular; III. Revelar fato ou circunstância de que tem ciência
XII. Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro em razão das atribuições e que deva permanecer
se enriqueça ilicitamente; em segredo;
XIII. Permitir que se utilize, em obra ou serviço IV. Negar publicidade aos atos oficiais;
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou V. Frustrar a licitude de concurso público;
material de qualquer natureza, de propriedade ou VI. Deixar de prestar contas quando esteja obriga-
à disposição de qualquer das entidades menciona- do a fazê-lo;
das no Art. 1º desta lei, bem como o trabalho de VII. Revelar ou permitir que chegue ao conheci-
servidor público, empregados ou terceiros contra-
tados por essas entidades. mento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz
XIV. Celebrar contrato ou outro instrumento que
tenha por objeto a prestação de serviços públicos de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
por meio da gestão associada sem observar as for- VIII. Descumprir as normas relativas à celebração,
malidades previstas na lei; fiscalização e aprovação de contas de parcerias
XV. Celebrar contrato de rateio de consórcio público firmadas pela administração pública com entida-
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou des privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 361
sem observar as formalidades previstas na lei. 2014)
IX. Deixar de cumprir a exigência de requisitos de Atos que Atentem contra os Princípios da Administração
362 acessibilidade previstos na legislação. (Incluído Pública: ressarcimento integral do dano, se houver; perda da
pela Lei nº 13.146, de 2015) função pública; suspensão dos direitos políticos de três a cinco
anos; pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da
Efeitos da Lei remuneração percebida pelo agente; e proibição de contra-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
A lei de improbidade administrativa gera quatro efeitos. A sus- tar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
pensão dos direitos políticos e a perda da função pública somente fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
se dão depois do trânsito em julgado da sentença condenatória. intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
A indisponibilidade dos bens não constitui penalidade, mas, sim pelo prazo de três anos.
medida cautelar e pode se dar mesmo antes do início da ação. Punições
O ressarcimento ao erário, por sua vez, constitui a respon- Suspensão dos
Multa
Proibição de
sabilidade civil do agente, ou seja, a obrigação de reparar o Direitos Políticos Contratar
dano. 03 vezes o valor
Enriquecimen-
▷ Suspensão dos Direitos Políticos; to Ilícito
08 a 10 anos do enriqueci- 10 anos
mento
▷ Perda da Função Pública;
▷ Indisponibilidade dos Bens; Prejuízo ao
02 vezes o
▷ Ressarcimento ao Erário. 05 a 08 anos valor do prejuízo 05 anos
Erário
causado
Das Sanções Atos que
Atentem contra
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I. Até cinco anos após o término do exercício de blico e que, ao mesmo tempo, são abertas à livre
mandato, de cargo em comissão ou de função de iniciativa.
confiança; Atividades relacionadas aos direitos fundamentais sociais
II. Dentro do prazo prescricional previsto em lei (Art. 6º CF):
específica para faltas disciplinares puníveis com São atividades de natureza essencial à sobrevi-
demissão a bem do serviço público, nos casos de vência e ao desenvolvimento da sociedade.
exercício de cargo efetivo ou emprego. A prestação dessas atividades é um dever do Es-
III. Até cinco anos da data da apresentação à admi- tado, por isso, não podem ser exploradas pelo
nistração pública da prestação de contas final pelas Poder Público com o intuito de lucro.
entidades referidas no parágrafo único do Art. 1º
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) Não existe delegação dessas atividades a particulares.
As ações de ressarcimento ao erário são imprescritíveis. Os particulares têm o direito de explorar tais ativida-
des, sem delegação do poder público, sob fiscaliza-
9. Serviços Públicos ção decorrente do exercício do poder de Polícia.
Ex.: Serviços de educação, saúde, assistência social.
Base Constitucional Se prestado pelo Estado, é um serviço público, caso seja
oferecido por particular, não se enquadra como serviço públi-
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, di-
co e sim como privado. Todavia, o foco desse capítulo são os
retamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços serviços públicos de titularidade exclusiva do Estado, possíveis
públicos. de serem explorados economicamente com o intuito de lucro
Parágrafo único. A lei disporá sobre: e que podem ser prestados por particular mediante delegação.
I. O regime das empresas concessionárias e per- Assim sendo, quando nos referirmos aos serviços públicos, em
missionárias de serviços públicos, o caráter espe- regra, não estaremos nos reportando às atividades prestadas
cial de seu contrato e de sua prorrogação, bem pelo Estado como serviço público e que ao mesmo tempo po-
como as condições de caducidade, fiscalização e dem ser oferecidas livremente pelo particular sob fiscalização 363
rescisão da concessão ou permissão; do poder de polícia.
Elementos Definidores de uma Serviços Públicos Gerais e Individuais
364 Serviços Públicos Gerais (Uti Universi)
Atividade Sendo Serviço Público
▷ STF: Serviço Público indivisível.
Material ▷ Prestado à coletividade.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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Art. 175, Parágrafo único: A lei disporá sobre:
Quanto mais essencial for o serviço, mais barata será a tarifa e, I. O regime das empresas concessionárias e permis-
em alguns casos, pode até mesmo chegar à zero.
sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
Formas de Prestação dos seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da
Serviços Públicos concessão ou permissão;
Prestação Centralizada: a pessoa política titular do serviço II. Os direitos dos usuários;
público faz a prestação por meio dos seus próprios órgãos. III. Política tarifária;
Prestação Descentralizada: a pessoa política transfere a IV. A obrigação de manter serviço adequado.
execução do serviço público para outra pessoa.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
É importante observar que, com base no Art. 1º da Lei nº Permissão de Serviços Públicos
8.987/95, é aplicável aos contratos de concessão e permissão
Art. 2º da Lei nº 9.074/95: É vedado à União, aos Es-
de serviços públicos, naquilo que lhes couber, as disposições
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios executarem
contidas na Lei nº 8.666/93 (licitação e contratos administrati- obras e serviços públicos por meio de concessão e
vos). Tal lei visa regulamentar as regras contidas no parágrafo permissão de serviço público, sem lei que lhes auto-
único do Art. 175 da CF. rize e fixe os termos, dispensada a lei autorizativa nos
Conceito de Concessão e casos de saneamento básico e limpeza urbana e nos
já referidos na Constituição Federal, nas Constituições
Permissão de Serviço Público Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e
Poder Concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou Municípios, observado, em qualquer caso, os termos
o Município, em cuja competência se encontre o serviço públi- da Lei nº 8.987, de 1995.
co, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de Concessão Permissão
concessão ou permissão (Art. 2º, I).
Sempre licitação, todavia, admite outras
Concessão de Serviço Público: a delegação de sua pres- Sempre licitação na mo-
modalidades e não somente concor-
dalidade concorrência.
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pessoa jurídica ou pessoa
jurídica ou consórcio soa física, jurídica pela Administração.
física.
de empresas. ou consórcio de
empresas. A concessão comum não constitui parceria público-pri-
vada – assim entendida a concessão de serviços públicos ou
Não há precarie- Delegação a título Ato administrativo
dade. precário. precário. de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987/1995, quando
não envolver contraprestação pecuniária do parceiro pú-
Revogabilidade unilateral Revogável unilat- blico ao parceiro privado. Os contratos administrativos de
Não é cabível revo-
do contrato pelo poder eralmente pelo
gação do contrato.
concedente. Poder Concedente.
concessão comum continuam sendo regidos exclusivamen-
te pela Lei nº 8.987/1995 demais legislação correlata.
Os contratos administrativos que não caracterizem con-
Parcerias Público-Privadas
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
des exclusivas do Estado. pela Administração Pública, exceto se essa publicar na impren-
▷ Responsabilidade fiscal na celebração e execução sa oficial, onde houver, até o prazo de 15 dias após apresenta-
das parcerias. ção da fatura, razões fundamentadas nesta Lei ou no contrato
▷ Transparência dos procedimentos e das decisões. para a rejeição da atualização.
▷ Repartição objetiva de riscos entre as partes. Os contratos poderão prever adicionalmente:
▷ Sustentabilidade financeira e vantagens socioeco- ▷ Os requisitos e condições em que o parceiro público
nômicas dos projetos de parceria. autorizará a transferência do controle da sociedade
de propósito específico para os seus financiadores,
Contratos de Parceria Público-Privada com o objetivo de promover a sua reestruturação
financeira e assegurar a continuidade da prestação
As cláusulas dos contratos de parceria público-privada aten-
dos serviços, não se aplicando para esse efeito o pre-
derão ao disposto no Art. 23 da Lei nº 8.987/1995, no que couber,
visto no inciso I do parágrafo único do Art. 27 da Lei
devendo também prever:
nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
▷ O prazo de vigência do contrato, compatível com ▷ A possibilidade de emissão de empenho em nome
a amortização dos investimentos realizados, não dos financiadores do projeto em relação às obriga-
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inferior a cinco, nem superior a 35 anos, incluindo ções pecuniárias da Administração Pública.
eventual prorrogação. ▷ A legitimidade dos financiadores do projeto para
▷ As penalidades aplicáveis à Administração Pública e receber indenizações por extinção antecipada do
ao parceiro privado em caso de inadimplemento con- contrato, bem como pagamentos efetuados pelos
tratual, fixadas sempre de forma proporcional à gra- fundos e empresas estatais garantidores de parce-
vidade da falta cometida, e às obrigações assumidas. rias público-privadas.
▷ A repartição de riscos entre as partes, inclusive os A contraprestação da administração pública nos contra-
referentes a caso fortuito, força maior, fato do prín- tos de parceria público-privada poderá ser feita por:
cipe e álea econômica extraordinária. ▷ Ordem bancária.
▷ As formas de remuneração e de atualização dos va- ▷ Cessão de créditos não tributários.
lores contratuais. ▷ Outorga de direitos em face da Administração Pública.
▷ Os mecanismos para a preservação da atualidade da ▷ Outorga de direitos sobre bens públicos dominicais.
prestação dos serviços. ▷ Outros meios admitidos em lei.
▷ Os fatos que caracterizem a inadimplência pecuniá- O contrato poderá prever o pagamento ao parceiro priva-
ria do parceiro público, os modos e o prazo de regu- do de remuneração variável vinculada ao seu desempenho,
larização e, quando houver, a forma de acionamento conforme metas e padrões de qualidade e disponibilidade de-
da garantia. finidos no contrato.
▷ Os critérios objetivos de avaliação do desempenho O contrato poderá prever o aporte de recursos em favor do
do parceiro privado. parceiro privado para a realização de obras e aquisição de bens
▷ A prestação, pelo parceiro privado, de garantias de reversíveis, nos termos dos incisos X e XI do caput do Art. 18 da
execução suficientes e compatíveis com os ônus e Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, desde que autorizado no
riscos envolvidos, observados os limites dos §§ 3º e edital de licitação, se contratos novos, ou em lei específica, se
contratos celebrados até 8 de agosto de 2012.
5º do Art. 56 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
e, no que se refere às concessões patrocinadas, o O valor desse aporte de poderá ser excluído da determinação:
disposto no inciso XV do Art. 18 da Lei nº 8.987, de ▷ Do lucro líquido para fins de apuração do lucro real
13 de fevereiro de 1995. e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL).
▷ O compartilhamento com a Administração Pública
de ganhos econômicos efetivos do parceiro privado ▷ Da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Contribuição para o Financiamento da Seguri-
decorrentes da redução do risco de crédito dos fi-
dade Social (Cofins).
nanciamentos utilizados pelo parceiro privado.
Essa parcela excluída deverá ser computada na determi-
▷ A realização de vistoria dos bens reversíveis, poden- nação do lucro líquido para fins de apuração do lucro real, da
do o parceiro público reter os pagamentos ao priva- base de cálculo da CSLL e da base de cálculo da Contribuição
do, no valor necessário para reparar as irregularida- para o PIS/Pasep e da Cofins, na proporção em que o custo
des eventualmente detectadas. para a realização de obras e aquisição de bens a que se refere
▷ O cronograma e os marcos para o repasse ao parceiro o § 2º deste artigo for realizado, inclusive mediante deprecia-
privado das parcelas do aporte de recursos, na fase de ção ou extinção da concessão, nos termos do Art. 35 da Lei nº
investimentos do projeto e/ou após a disponibilização 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
Por ocasião da extinção do contrato, o parceiro privado Licitação
não receberá indenização pelas parcelas de investimentos vin-
De acordo com o Art. 10 da Lei 11.079/04, contratação de
culados a bens reversíveis ainda não amortizadas ou deprecia- parceria público-privada será precedida de licitação na moda-
das, quando tais investimentos houverem sido realizados com lidade de concorrência, estando a abertura do processo licita-
valores provenientes do aporte de recursos acima tratado. tório condicionada a:
A contraprestação da Administração Pública será obrigatoria- I. Autorização da autoridade competente, funda-
mente precedida da disponibilização do serviço objeto do contra- mentada em estudo técnico que demonstre:
to de parceria público-privada. a) A conveniência e a oportunidade da contratação,
É facultado à Administração Pública, nos termos do con- mediante identificação das razões que justifiquem
trato, efetuar o pagamento da contraprestação relativa a par- a opção pela forma de parceria público-privada.
cela fruível do serviço objeto do contrato de parceria público- b) Que as despesas criadas ou aumentadas não
-privada. afetarão as metas de resultados fiscais previstas
O aporte de recursos acima tratado, quando realizado du- no Anexo referido no § 1º do Art. 4º da Lei Com-
rante a fase dos investimentos a cargo do parceiro privado, de- plementar nº 101, de 4 de maio de 2000, devendo
verá guardar proporcionalidade com as etapas efetivamente seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes,
executadas. ser compensados pelo aumento permanente de
receita ou pela redução permanente de despesa.
Garantias c) Quando for o caso, conforme as normas edita-
As obrigações pecuniárias contraídas pela Administração das na forma do Art. 25 desta Lei, a observância
dos limites e condições decorrentes da aplicação
Pública em contrato de parceria público-privada poderão ser
dos Arts. 29, 30 e 32 da Lei Complementar nº 101,
garantidas mediante: de 4 de maio de 2000, pelas obrigações contraí-
▷ Vinculação de receitas, observado o disposto no in- das pela Administração Pública relativas ao obje-
ciso IV do Art. 167 da Constituição Federal. to do contrato.
▷ Instituição ou utilização de fundos especiais previs- A comprovação referida nas alíneas b e c acima citadas
tos em lei. conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, ob-
▷ Contratação de seguro-garantia com as companhias servadas as normas gerais para consolidação das contas públi-
seguradoras que não sejam controladas pelo Poder cas, sem prejuízo do exame de compatibilidade das despesas
Público. com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretri-
zes orçamentárias.
▷ Garantia prestada por organismos internacionais ou
II. Elaboração de estimativa do impacto orçamentá-
instituições financeiras que não sejam controladas
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rio-financeiro nos exercícios em que deva vigorar o
pelo Poder Público.
contrato de parceria público-privada;
▷ Garantias prestadas por fundo garantidor ou empresa III. Declaração do ordenador da despesa de que as
estatal criada para essa finalidade. obrigações contraídas pela Administração Pública
▷ Outros mecanismos admitidos em lei. no decorrer do contrato são compatíveis com a lei
de diretrizes orçamentárias e estão previstas na lei
Sociedade de Propósito Específico orçamentária anual;
Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída IV. Estimativa do fluxo de recursos públicos suficientes
sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e para o cumprimento, durante a vigência do contrato
gerir o objeto da parceria. e por exercício financeiro, das obrigações contraídas
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
muneração do parceiro privado for paga pela Administração ordem inversa da classificação das propostas escri-
Pública dependerão de autorização legislativa específica. tas, sendo vedado ao edital limitar a quantidade de
Os estudos de engenharia para a definição do valor do investi- propostas.
mento da PPP deverão ter nível de detalhamento de anteprojeto, ▷ O edital poderá restringir a apresentação de lances
e o valor dos investimentos para definição do preço de referência
em viva-voz aos licitantes cuja proposta escrita for no
para a licitação será calculado com base em preços de mercado
máximo 20% maior que o valor da melhor proposta.
considerando o custo global de obras semelhantes no Brasil ou no
exterior ou com base em sistemas de custos que utilizem como in- O exame de propostas técnicas, para fins de qualificação
sumo valores de mercado do setor específico do projeto, aferidos, ou julgamento, será feito por ato motivado, com base em exi-
em qualquer caso, mediante orçamento sintético, elaborado por gências, parâmetros e indicadores de resultado pertinentes
meio de metodologia expedita ou paramétrica. ao objeto, definidos com clareza e objetividade no edital. Este
O instrumento convocatório conterá minuta do contrato, poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e
indicará expressamente a submissão da licitação às normas da julgamento, hipótese em que:
Lei 11.079/2004 e observará, no que couber, os §§ 3º e 4º do I. Encerrada a fase de classificação das propostas ou
Art. 15, os Arts. 18, 19 e 21 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de o oferecimento de lances, será aberto o invólucro
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forma definida em regulamento. ▷ Fiança, sem benefício de ordem para o fiador.
Ficam a União, seus fundos especiais, suas autarquias, ▷ Penhor de bens móveis ou de direitos integrantes do
suas fundações públicas e suas empresas estatais depen- patrimônio do FGP, sem transferência da posse da coi-
dentes autorizadas a participar, no limite global de R$ sa empenhada antes da execução da garantia.
6.000.000.000,00 (seis bilhões de reais), em Fundo Ga- ▷ Hipoteca de bens imóveis do patrimônio do FGP.
rantidor de Parcerias Público-Privadas (FGP) que terá por ▷ Alienação fiduciária, permanecendo a posse direta dos
finalidade prestar garantia de pagamento de obrigações bens com o FGP ou com agente fiduciário por ele con-
pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos federais, dis- tratado antes da execução da garantia.
tritais, estaduais ou municipais em virtude das parcerias de ▷ Outros contratos que produzam efeito de garantia, NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
que trata a Lei nº 11.079/2004. desde que não transfiram a titularidade ou posse
O FGP terá natureza privada e patrimônio próprio separa- direta dos bens ao parceiro privado antes da exe-
cução da garantia.
do do patrimônio dos cotistas, e será sujeito a direitos e obri-
▷ Garantia, real ou pessoal, vinculada a um patrimônio
gações próprios.
de afetação Constituído em decorrência da separa-
O patrimônio do Fundo será formado pelo aporte de bens ção de bens e direitos pertencentes ao FGP.
e direitos realizado pelos cotistas, por meio da integralização O FGP poderá prestar contra-garantias a seguradoras, ins-
de cotas e pelos rendimentos obtidos com sua administração. tituições financeiras e organismos internacionais que assegu-
Os bens e direitos transferidos ao Fundo serão avaliados rarem o cumprimento das obrigações pecuniárias dos cotistas
por empresa especializada, que deverá apresentar laudo fun- em contratos de parceria público-privadas.
damentado, com indicação dos critérios de avaliação adotados A quitação pelo parceiro público de cada parcela de débi-
e instruído com os documentos relativos aos bens julgados. to garantido pelo FGP importará exoneração proporcional da
A integralização das cotas poderá ser realizada em dinhei- garantia.
ro, títulos da dívida pública, bens imóveis dominicais, bens O FGP poderá prestar garantia mediante contratação de
móveis, inclusive ações de sociedade de economia mista fede- instrumentos disponíveis em mercado, inclusive para comple-
ral excedentes ao necessário para manutenção de seu controle mentação das modalidades acima previstas. 371
pela União, ou outros direitos com valor patrimonial. O parceiro privado poderá acionar o FGP nos casos de:
▷ Crédito líquido e certo, constante de título exigível Disposições Finais
372 aceito e não pago pelo parceiro público após 15 dias
Fica a União autorizada a conceder incentivo, nos termos do
contados da data de vencimento; e
Programa de Incentivo à Implementação de Projetos de Interes-
▷ Débitos constantes de faturas emitidas e não aceitas se Social (PIPS), instituído pela Lei nº 10.735, de 11 de setembro
pelo parceiro público após 45 (quarenta e cinco) dias
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
fatura rejeitada e sobre os motivos da rejeição no prazo de 40 devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural,
(quarenta) dias contado da data de vencimento. mediante registro em sistema centralizado de liquida-
ção e de custódia autorizado pelo Banco Central do
A ausência de aceite ou rejeição expressa de fatura por
Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, con-
parte do parceiro público no prazo de 40 (quarenta) dias
forme definido pelo Ministério da Fazenda.
contado da data de vencimento implicará aceitação tácita. O
agente público que contribuir por ação ou omissão para essa As operações de crédito efetuadas por empresas públicas ou
aceitação tácita ou que rejeitar fatura sem motivação será res- sociedades de economia mista controladas pela União não pode-
ponsabilizado pelos danos que causar, em conformidade com rão exceder a 70% do total das fontes de recursos financeiros da
sociedade de propósito específico, sendo que para as áreas das
a legislação civil, administrativa e penal em vigor.
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde o Índice de Desen-
O FGP não pagará rendimentos a seus cotistas, asseguran- volvimento Humano (IDH) seja inferior à média nacional, essa par-
do-se a qualquer deles o direito de requerer o resgate total ou ticipação não poderá exceder a 80%.
parcial de suas cotas, correspondente ao patrimônio ainda não Não poderão exceder a 80% do total das fontes de recur-
utilizado para a concessão de garantias, fazendo-se a liquida- sos financeiros da sociedade de propósito específico ou 90%
ção com base na situação patrimonial do Fundo. nas áreas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde o
A dissolução do FGP, deliberada pela assembleia dos co- IDH seja inferior à média nacional, as operações de crédito ou
tistas, ficará condicionada à prévia quitação da totalidade dos contribuições de capital realizadas cumulativamente por:
débitos garantidos ou liberação das garantias pelos credores. ▷ Entidades fechadas de previdência complementar.
Dissolvido o FGP, o seu patrimônio será rateado entre os ▷ Empresas públicas ou sociedades de economia mis-
cotistas, com base na situação patrimonial à data da dissolu- ta controladas pela União.
ção. Para esses fins, financeiros as operações de crédito e con-
É facultada a constituição de patrimônio de afetação que tribuições de capital à sociedade entende-se por fonte de re-
não se comunicará com o restante da herança do FGP, ficando cursos de propósito específico.
vinculado exclusivamente à garantia em virtude da qual tiver A União não poderá conceder garantia ou realizar transfe-
sido constituído, não podendo ser objeto de penhora, arresto, rência voluntária aos Estados, Distrito Federal e Municípios se a
sequestro, busca e apreensão ou qualquer ato de constrição soma das despesas de caráter continuado, derivadas do conjun-
judicial decorrente de outras obrigações do FGP. to das parcerias já contratadas por esses entes, tiver excedido,
A constituição do patrimônio de afetação será feita por no ano anterior, a 5% da receita corrente líquida do exercício ou
registro em Cartório de Registro de Títulos e Documentos ou, se as despesas anuais dos contratos vigentes nos 10 anos sub-
no caso de bem imóvel, no Cartório de Registro Imobiliário sequentes excederem a 5% da receita corrente líquida projetada
correspondente. para os respectivos exercícios.
A União somente poderá contratar parceria público-pri- Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que contra-
vada quando a soma das despesas de caráter continuado tarem empreendimentos por intermédio de parcerias público-
derivadas do conjunto das parcerias já contratadas não tiver -privadas deverão encaminhar ao Senado Federal e à Secretaria
excedido, no ano anterior, a 1% da receita corrente líquida do do Tesouro Nacional, previamente à contratação, as informações
exercício, e as despesas anuais dos contratos vigentes, nos 10 necessárias para cumprimento dessa determinação.
anos subsequentes, não excedam a 1% da receita corrente lí- Na aplicação do limite previsto no caput deste artigo, serão
quida projetada para os respectivos exercícios. computadas as despesas derivadas de contratos de parceria ce-
lebrados pela administração pública direta, autarquias, fundações Controle Externo
públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e É exercido por um poder sobre os atos administrativos de
demais entidades controladas, direta ou indiretamente, pelo res- outro poder.
pectivo ente, excluídas as instituições estatais não dependentes. A exemplo, temos o controle judicial dos atos administra-
Serão aplicáveis, no que couber, as penalidades previstas no tivos, que analisa aspectos de legalidade dos atos da Adminis-
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; tração Pública dos demais poderes; ou o controle legislativo
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 – Lei de Improbidade realizado pelo poder legislativo, nos atos da Administração
Administrativa; na Lei nº 10.028, de 19 de outubro de 2000 - Lei Pública dos outros poderes.
dos Crimes Fiscais; no Decreto-Lei nº 201, de 27 de fevereiro de Controle Popular
1967; e na Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, sem prejuízo das É o controle exercido pelos administrados na atuação da
penalidades financeiras previstas contratualmente. Administração Pública dos três poderes, seja por meio da ação
popular, do direito de petição ou de outros.
10. Controle da Administração Pública É importante lembrar que os atos administrativos devem
ser publicados, salvo os sigilosos. Todavia, uma outra finali-
É um conjunto de instrumentos que o ordenamento jurí- dade da publicidade dos atos administrativos é o desenvolvi-
dico estabelece a fim de que a própria administração Pública, mento do controle social da Administração Pública9.
os três poderes, e, ainda, o povo, diretamente ou por meio de
órgãos especializados, possam exercer o poder de fiscalização, Quanto ao Momento de Exercício
orientação e revisão da atuação de todos os órgãos, entidades Controle Prévio
e agentes públicos, em todas as esferas do poder.
É exercido antes da prática ou antes da conclusão do ato
Classificação administrativo.
Finalidade:
Quanto à Origem É um requisito de validade do ato administrativo.
Ex.: A aprovação do Senado Federal da escolha de ministros
Controle Interno do STF ou de dirigente de uma agência reguladora federal.
Acontece dentro do próprio poder, decorrente do prin- Em tais situações, a referida aprovação antecede a nomea-
cípio da autotutela. ção de tais agentes.
Finalidade: Controle Concomitante
Art. 74, CF. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá- É exercido durante a prática do ato.
rio manterão, de forma integrada, sistema de controle
Finalidade:
interno com a finalidade de:
Possibilitar a aferição do cumprimento das formalidades exi-
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I. Avaliar o cumprimento das metas previstas no
gidas para a formação do ato administrativo.
plano plurianual, a execução dos programas de go-
verno e dos orçamentos da União; Ex.: Fiscalização da execução de um contrato adminis-
trativo; acompanhamento de uma licitação pelos órgãos
II. Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, de controle.
quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentá-
ria, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades Controle Subsequente/Corretivo/Posterior
da administração federal, bem como da aplicação de É exercido após a conclusão do ato.
recursos públicos por entidades de direito privado; Finalidade:
III. Exercer o controle das operações de crédito, ▷ Correção dos defeitos sanáveis do ato;
avais e garantias, bem como dos direitos e haveres ▷ Declaração de nulidade do ato;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
da União; Revogação do ato discricionário legal inconveniente
IV. Apoiar o controle externo no exercício de sua e inoportuno.
missão institucional. Cassação do ato pelo descumprimento dos requisi-
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem tos que são exigidos para a sua manutenção.
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, Conferir eficácia ao ato.
dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob
Ex.: Homologação de um concurso público.
pena de responsabilidade solidária.
Exs.: 9 Lei de Acesso à Informação Pública - Lei nº 12.527/Art. 3º. Os procedimentos
Pode ser exercido no âmbito hierárquico ou por órgãos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à
informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos
especializados (sem hierarquia); da Administração Pública e com as seguintes diretrizes:
O controle finalístico (controvérsia doutrinária, alguns I. observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;
autores falam que é modalidade de controle externo); II. divulgação de informações de interesse público, independentemente de solic-
A fiscalização realizada por um órgão da Administração itações;
Pública do Legislativo sobre a atuação dela própria; III. utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;
O controle realizado pela Administração Pública do poder IV. fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na Administração
judiciário nos atos administrativos praticados pela pró- Pública; 373
pria Administração Pública desse poder. V. desenvolvimento do controle social da Administração Pública.
Quanto ao Aspecto Controlado Mesmo quando o defeito admite convalidação, a adminis-
374 tração pública tem a possibilidade de anular, pois a regra é a
Controle de Legalidade anulação e a convalidação uma faculdade disponível ao agente
Sua finalidade é verificar se o ato foi praticado em con- público em hipóteses excepcionais.
formidade com o ordenamento jurídico, e, por esse, enten- Convalidação Tácita:
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
demos que o ato tem que ser praticado de acordo com as leis O Art. 54 da Lei nº 9.784 prevê que a administração
e também com os princípios fundamentais da administração tem o direito de anular os atos administrativos de que de-
pública. corram efeitos favoráveis; para os destinatários, decai em
Lei deve ser entendida, nessa situação, em sentido amplo, cinco anos, contados da data em que forem praticados,
ou seja, a Constituição Federal, as leis ordinárias, complemen- salvo comprovada má-fé. Transcorrido esse prazo, o ato foi
tares, delegadas, medidas provisórias e as normas infralegais. convalidado, pois não pode ser mais anulado pela adminis-
Exercício: tração.
Própria Administração Pública: pode realizar o controle Convalidação Expressa:
de legalidade a pedido ou de ofício. Em decorrência do princí- Art. 55, Lei nº 9.784/99. Em decisão na qual se evi-
pio da autotutela, é espécie de controle interno. dencie não acarretar lesão ao interesse público nem
Poder Judiciário: no exercício da função jurisdicional, prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos
pode exercer o controle de legalidade somente por provoca- sanáveis poderão ser convalidados pela própria Admi-
ção. Nesse caso, é uma espécie de inspeção externo. nistração.
Poder Legislativo: somente pode exercer controle de le- O prazo que a Administração Pública tem para convalidar
um ato é o mesmo que ela tem para anular, ou seja, cinco anos
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ção Direta e a Indireta. também de conveniência da tomada de determinadas deci-
O controle administrativo é um controle permanente, pois sões do poder executivo.
acontece antes, durante e depois da prática do ato; também é Ex.: Quando o Senado tem que aprovar o ato do Pre-
irrestrito, pois como já foi dito, analisa aspectos de legalidade sidente da República, que nomeia um dirigente de uma
e de mérito. agência reguladora.
Ainda é importante apontar que o controle administrativo Efeitos:
pode acontecer de ofício ou a pedido do administrado. Não acarreta revogação do ato, pois esse ainda não conclui
Quando interessado em provocar a atuação da Adminis- o seu processo de formação enquanto não for aprovado pelo
tração Pública, o administrado pode se valer da reclamação poder legislativo, ou seja, tal ato não gera efeitos até a aprova-
administrativa, que é uma expressão genérica para englobar ção, por isso, não há o que se falar em revogação.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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I. Apreciar as contas prestadas anualmente pelo § 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação
Presidente da República, mediante parecer prévio de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
que deverá ser elaborado em sessenta dias a con- § 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
tar de seu recebimento; trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
II. Julgar as contas dos administradores e demais
• Pontos relevantes:
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, incluídas as fun- A partir dessas regras, analisaremos alguns aspectos rele-
dações e sociedades instituídas e mantidas pelo Po- vantes referentes ao controle da Administração Pública quan-
do feito pelos tribunais de contas, nas suas respectivas áreas
der Público federal, e as contas daqueles que derem
de competências:
causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
resulte prejuízo ao erário público; Apreciação e julgamento das contas públicas
III. Apreciar, para fins de registro, a legalidade dos O TCU tem a competência de apreciar e julgar as contas
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na dos administradores públicos.
administração direta e indireta, incluídas as fun- Contas do Presidente da República são somente apre-
dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, ciadas mediante parecer prévio do tribunal de contas, a
excetuadas as nomeações para cargo de provimen- competência para julgá-las é do Congresso Nacional.
to em comissão, bem como a das concessões de O julgamento das contas feito pelo TCU não depende de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas homologação ou parecer do Poder Legislativo, pois, lembran-
as melhorias posteriores que não alterem o funda- do, os Tribunais de Contas não são subordinados ao Poder
mento legal do ato concessório; Legislativo.
IV. Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Julgamento das Contas do Próprio Tribunal de Contas
Deputados, do Senado Federal, de Comissão técni- Como a Constituição Federal não se preocupou em estabe-
ca ou de inquérito, inspeções e auditorias de natu- lecer quem é que detém a competência para julgar as contas
reza contábil, financeira, orçamentária, operacional dos Tribunais de Contas, o STF entendeu que podem as Cons-
e patrimonial, nas unidades administrativas dos tituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais submeterem as
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e de- contas dos Tribunais de Contas a julgamentos das suas respec- 377
mais entidades referidas no inciso II; tivas casas legislativas.
378
Controle dos Atos Administrativos
O TCU tem o poder de sustar a execução do ato e, nesse
11. Responsabilidade Civil do Estado
caso, deve dar ciência dessa decisão à Câmara dos Deputados A responsabilidade civil consubstancia-se na obrigação de
e ao Senado Federal. indenizar um dano patrimonial decorrente de um fato lesivo
voluntário. É modalidade de obrigação extracontratual e,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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A Teoria do Risco Integral representa uma exacerbação da ▷ Culpa exclusiva da vítima.
responsabilidade civil da Administração. Segundo essa teoria, ▷ Força Maior.
basta a existência de evento danoso e do nexo causal para que ▷ Culpa concorrente da vítima.
surja a obrigação de indenizar para a administração, mesmo Valor da Indenização destina-se à cobertura das seguin-
que o dano decorra de culpa exclusiva do particular. tes despesas:
Alguns autores consideram essa teoria para o caso de aci- ▷ O que a vítima perdeu;
dente nuclear.
▷ O que a vítima gastou (advogados);
Danos Decorrentes de Obras Públicas ▷ O que a vítima deixou de ganhar.
Em caso de morte:
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Só Fato da Obra: sem qualquer irregularidade na sua exe-
▷ Sepultamento;
cução.
▷ Pensão alimentícia para os dependentes com base
Responsabilidade Civil Objetiva da Administração Públi- na expectativa de vida da vítima.
ca ou particular (tanto faz quem execute a obra).
Prescrição:
Má Execução da Obra
Art. 1º da Lei nº 9.494/97: 5 anos.
▷ Administração Pública: Responsabilidade Civil Objeti-
va, com direito de ação regressiva. Tal prazo aplica-se inclusive às delegatárias de serviço pú-
▷ Particular: Responsabilidade Civil Subjetiva. blico.
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à interposição de recursos, nos processos de que
possam resultar sanções e nas situações de litígio Início do Processo e Legitimação Ativa
(ampla defesa e contraditório); O Art. 5º da Lei nº 9.784/99 traz que o processo pode ser
XI. Proibição de cobrança de despesas processuais, iniciado pela própria Administração Pública (de ofício) – de-
ressalvadas as previstas em lei (gratuidade nos pro- corrência do princípio da oficialidade, ou ainda mediante pro-
cessos administrativos); vocação do interessado por meio de representação aos órgãos
XII. Impulsão, de ofício, do processo administrativo, públicos responsáveis (a pedido).
sem prejuízo da atuação dos interessados (oficiali- O Art. 6º determina que caso faltem elementos essenciais
dade); ao pedido, a Administração deverá orientar o interessado a su- NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
pri-los, sendo vedada a simples recusa imotivada de receber o
XIII. Interpretação da norma administrativa da for-
requerimento ou outros documentos. Segue o teor dos artigos:
ma que melhor garanta o atendimento do fim pú-
blico a que se dirige, vedada aplicação retroativa de Art. 5º. O processo administrativo pode iniciar-se de
nova interpretação (Segurança Jurídica). ofício ou a pedido de interessado.
Art. 6º. O requerimento inicial do interessado, salvo casos
Direitos e Deveres dos Administrados em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado
por escrito e conter os seguintes dados:
O Art. 3º da Lei nº 9.784/99 trata de uma lista exemplifica-
I. Órgão ou autoridade administrativa a que se di-
tiva de direitos dos administrados para com a Administração rige;
Pública. É muito importante frisar o inciso IV que discorre so- II. Identificação do interessado ou de quem o re-
bre a presença do advogado no processo administrativo. presente;
Art. 3º. O administrado tem os seguintes direitos pe- III. Domicílio do requerente ou local para recebi-
rante à Administração, sem prejuízo de outros que lhe mento de comunicações;
sejam assegurados: IV. Formulação do pedido, com exposição dos fatos
I. Ser tratado com respeito pelas autoridades e e de seus fundamentos;
servidores, que deverão facilitar o exercício de seus V. Data e assinatura do requerente ou de seu re- 381
direitos e o cumprimento de suas obrigações; presentante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa III. Esteja litigando judicial ou administrativamente
382 imotivada de recebimento de documentos, devendo o com o interessado ou respectivo cônjuge ou com-
servidor orientar o interessado quanto ao suprimento panheiro.
de eventuais falhas. O Art. 20 determina que pode ser arguida suspeição de
Art. 7º. Os órgãos e entidades administrativas deverão autoridade ou servidor que tenha amizade ou inimizade no-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
elaborar modelos ou formulários padronizados para tória com algum interessado ou com os respectivos cônjuges,
assuntos que importem pretensões equivalentes. companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Art. 8º. Quando os pedidos de uma pluralidade de in-
teressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos,
Da Forma, Tempo e Lugar
poderão ser formulados em um único requerimento, dos Atos do Processo
salvo preceito legal em contrário. O Art. 22 tem como fundamento o princípio do informalis-
Dos Interessados e da Competência mo e prevê o seguinte:
Art. 22. Os atos do processo administrativo não de-
O Art. 9º trata dos interessados no processo administrati-
pendem de forma determinada, senão, quando a lei
vo. Na maioria das vezes, as questões cobradas em concursos
expressamente a exigir.
são meramente texto de lei, em que uma simples leitura resol-
ve o problema. § 1º - Os atos do processo devem ser produzidos por es-
crito, em vernáculo, com a data e o local de sua realiza-
Dessa forma, passamos a transcrever o texto legal:
ção e a assinatura da autoridade responsável.
Art. 9º. São legitimados como interessados no proces- § 2º - Salvo imposição legal, o reconhecimento de fir-
so administrativo:
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III. Por quem não seja legitimado; Observação:
IV. Após exaurida a esfera administrativa. ▷ Salvo norma especial ou comprovada necessidade
O Art. 64 confere amplos poderes aos órgãos incumbidos da de maior prazo.
decisão administrativa, em que o setor competente para decidir Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um
o recurso, poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo
ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua máximo de quinze dias, salvo norma especial ou com-
competência. Aqui é possível, inclusive, a reforma em prejuízo provada necessidade de maior prazo.
do recorrente, chamada reformatio in pejus. Direito de Manifestação – Da Instrução
O Art. 65 focaliza os processos administrativos de que re-
Quantidade de dias: 10 dias.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
sultem sanções, que poderão ser revistos, a qualquer tempo, a
pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circuns- Observação:
tâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da ▷ Salvo se outro prazo for legalmente fixado.
sanção aplicada. Devemos nos atentar, pois o Parágrafo Único Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o di-
prevê que da revisão do processo não poderá resultar agrava- reito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias,
mento da sanção. salvo se outro prazo for legalmente fixado.
Assim, é fácil notar que o legislador determinou regra Prazo de decidir
distinta para o recurso administrativo e a revisão do proces- Quantidade de dias: 30 dias.
so. Esse recurso, é possível o agravamento da penalidade pela
autoridade julgadora (chamada reformatio in pejus), contudo, Observações:
isso não acontece na revisão do processo. ▷ Pode ser prorrogado por igual período se expressa-
mente motivada.
Prazos da Lei nº 9.784/99 ▷ O prazo total pode ser até de 60 dias.
A lei possui muitos prazos, dessa forma, sintetizaremos, Art. 49. Concluída a instrução de processo adminis-
em um único tópico, todos eles para melhor entendimento e, trativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias
consequentemente, para acertar as questões nas provas de para decidir, salvo prorrogação por igual período ex- 383
concursos públicos: pressamente motivada.
Prazo para Reconsiderar Prazo de recon-
5 dias
384 Quantidade de dias: cinco dias. siderar
Art. 56, § 1º - O recurso será dirigido à autoridade que Recurso Admin- Se não existir disposição legal
10 dias
proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no pra- istrativo específica, o prazo será de 10 dias.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
zo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. Se a lei não fixar prazo diferente, o
Recurso Administrativo Prazo de decidir prazo será de 30 dias;
30 dias
RA O prazo total pode ser de até 60
Quantidade de dias: 10 dias.
dias, ante justificativa explícita.
Observação:
Alegações Finais 5 dias úteis
▷ Se não existir disposição legal específica, o prazo
será de 10 dias. Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos
o prazo para interposição de recurso administrativo, administrados que dele participem devem ser pratica-
contado a partir da ciência ou divulgação oficial da de- dos no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.
cisão recorrida. Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode
ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justi-
Prazo de Decidir Recurso Administrativo ficação.
Quantidade de dias: 30 dias. Art. 26, § 2º - A intimação observará a antecedência
Observações: mínima de três dias úteis quanto à data de compare-
▷ Se a lei não fixar prazo diferente, o prazo será de 30 dias. cimento.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou
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podem adquirir estabilidade no serviço público. prática, por falta de verbas, jamais foi efetivamente instalado.
Cargo em comissão e função de confiança: não estão Nessa situação a nomeação de candidatos que iriam receber,
sujeitos ao estágio probatório, mas jamais adquirem estabi- mas não iriam sequer trabalhar pela inexistência física do ór-
lidade. Tratam-se de atribuições de chefia, direção ou asses- gão, violaria o princípio supracitado.
soramento. Assim, no que se refere aos aprovados dentro das vagas:
Cargo em comissão: é de livre nomeação e exoneração (ad Regra: Direito subjetivo à nomeação;
nutum), isto é, a autoridade escolhe livremente e pode exonerar
independente de motivo. Podem ser preenchidos tanto por par- Exceção: Não tem direito à nomeação (ocorrendo situa-
ticulares como por servidores (mas um percentual mínimo de ções expecionais). NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
servidores de carreira deve ser observado, de acordo com a CF). Reserva de Vagas para Deficiente
Função de confiança: é de livre designação e dispensa. Nos termos da Lei nº 8.112/90, é assegurado o direito de se
Apenas servidores efetivos podem ser designados. inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas
atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são
Do Provimento portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das
vagas oferecidas no concurso.
Concurso Público A Lei nº 8.112/90 não estabeleceu um patamar mínimo,
Regras Gerais mas a legislação específica diz que é de 5%. Neste caso, se o
edital prever quatro vagas, não haverá nenhuma para porta-
O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo
dores de deficiência, pois a reserva dessa caracterizaria 25%
ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o
do total, o que extrapola o limite estabelecido.
regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a
inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, Reserva de Vagas para Negros
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóte- A Lei nº 12.990/2014 reserva aos negros 20% das vagas ofere-
ses de isenção nele expressamente previstas. cidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos
Os cargos públicos de provimento efetivo serão necessa- e empregos públicos no âmbito da administração pública federal,
riamente preenchidos mediante prévia aprovação em concur- das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e 385
so público. das sociedades de economia mista controladas pela União.
Requisitos para Investidura Esses prazos (para tomar posse e entrar em exercício) são
386 Requisitos básicos para investidura em cargo público: declináveis, isto é, não é necessário aguardar o último dia, pode
▷ Nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado). tomar posse em um dia após a nomeação e já entrar em exercí-
▷ Gozo dos direitos políticos. cio no dia seguinte.
▷ Quitação com as obrigações militares e eleitorais. Regras referentes à posse:
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
▷ Nível de escolaridade exigido para o exercício do ▷ Pode ser dada mediante procuração específica.
cargo. ▷ Existe posse apenas nos casos de provimento de
▷ Idade mínima de dezoito anos. cargo por nomeação (única forma de provimento
▷ Aptidão física e mental. originária).
Esses são os requisitos básicos. As atribuições do cargo ▷ Apresenta declaração de bens e valores, bem como
podem justificar a exigência de outros, mas eles devem estar de estar ou não em exercício de outro cargo, empre-
go ou função pública.
estabelecidos em lei.
▷ Depende de prévia inspeção médica oficial (só pode ser
A Súmula 683 do STF diz que:
empossado se for julgado apto física e mentalmente para
O limite de idade para inscrição em concurso públi- o exercício do cargo).
co só se legitima em face do Art. 7º, XXX, da Cons-
À autoridade responsável do órgão ou entidade para
tituição Federal quando possa ser justificado pela
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe
exercício.
Da Posse e do Exercício O início da atividade de função de confiança coincidirá
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Posse: dada com a assinatura do respectivo termo (na com a data de publicação do ato de designação, salvo quando
posse é que ocorre a investidura). o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro
Nesse termo constarão as atribuições, os deveres, as res- motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após
ponsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta
não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das dias da divulgação.
partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício
Exercício: efetivo desempenho das atribuições do cargo serão registrados no assentamento individual do servidor.
público ou da função de confiança.
Ao entrar em exercício, o mais novo concursado apresen-
A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publi- tará ao órgão competente os elementos necessários ao seu
cação do ato de provimento. É de quinze dias o tempo para o
assentamento individual.
servidor empossado em cargo público entrar em exercício, con-
tados da data da posse. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é
Publicação do ato de provimento (nomeação) ՜ 30 dias contado no novo posicionamento na carreira a partir da data
՜ POSSE ՜ 15 dias ՜ Exercício. de publicação do ato que promover o servidor.
▷ Não tomar posse: o ato de provimento é tornado Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em
sem efeito. razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, res-
▷ Não entrar em exercício: O servidor será EXONE- peitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta
RADO (cargo) ou o ato de designação tornado sem horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas
efeito (função de confiança). e oito diárias, respectivamente (pode haver disposição de jor-
No caso de posse, em se tratando de servidor, que esteja na nada diversa em leis especiais).
data de publicação do ato de provimento, em licença prevista Jornada do servidor (limites)
nos incisos I, III e V do Art. 81, ou afastado nas hipóteses dos ▷ Semanal - 40 horas
incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do Art. ▷ Diária - mínimo seis horas e máximo oito.
102, o prazo será contado do término do impedimento. O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança
Nessa situação, se a pessoa já for servidor e estiver go- submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, obser-
zando de determinadas licenças ou afastamentos, o tempo vado o disposto no Art. 120 (regras de afastamento ou não do
para tomar posse será iniciado após o término desse impe- cargo efetivo para exercício do cargo em comissão), podendo
dimento.
ser convocado sempre que houver interesse da Administração.
O servidor que deva ter exercício em outro município em
razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido Estabilidade e Estágio Probatório
ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no O Art. 20 da Lei nº 8.112/90 diz que ao entrar em exercício,
máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará
para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do
sujeito a estágio probatório por período de 24 meses, durante
cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslo-
camento para a nova sede. o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação
O servidor pode (facultado) declinar desses prazos se esti- para o desempenho do cargo [...].
ver em licença ou afastado legalmente, esse período conta do Entretanto, de acordo com o Art. 41 da CF o prazo para
término do impedimento. aquisição da estabilidade é de três anos, sendo esse também
o entendimento aplicado nas provas para o prazo do estágio ▷ Sentença judicial transitada em julgado.
probatório (isso está pacificado inclusive pela jurisprudência ▷ Processo administrativo disciplinar no qual lhe seja
do STJ). assegurada ampla defesa.
Tanto o prazo para o estágio probatório, como o pe- Já a Constituição Federal estabelece as seguintes hipóte-
ríodo para adquirir estabilidade, é de três anos de efetivo ses de perda do cargo pelo servidor estável:
exercício. ▷ Sentença judicial transitada em julgado.
A estabilidade é dada no serviço público, após esse prazo e ▷ Processo administrativo em que lhe seja assegurada
preenchido os requisitos, o servidor torna-se estável no servi- ampla defesa.
ço público naquela esfera (feita apenas uma vez nessa esfera). ▷ Procedimento de avaliação periódica de desem-
Para que seja adquirida, é necessária a aprovação em estágio penho, na forma de lei complementar, assegurada
probatório. Este diz respeito ao cargo. A cada nova função ele ampla defesa.
deve ser cumprido, independente de o servidor já ser estável ▷ Excesso de despesas com pessoal (Art. 169, §4º).
ou não.
Na Lei nº 8.112/90 a avaliação de desempenho (estágio 13. 1. Provimento e Vacância
probatório) observará os seguinte fatores:
▷ Assiduidade.
Provimento
▷ Disciplina. Provimento é o modo pelo qual um cargo público é preen-
▷ Capacidade de iniciativa. chido. Essas formas, assim como as de vacância, configuram um
▷ Produtividade. rol taxativo, isto é, existem apenas essas hipóteses expressa-
mente previstas em lei.
▷ Responsabilidade.
São Formas de provimento de cargo público (sete hipóte-
Quatro meses antes de findo o período do estágio ses - rol taxativo):
probatório, será submetida à homologação da autoridade ▷ Nomeação (única originária, as outras modalidades são
competente a avaliação do desempenho do servidor, rea- formas derivadas de provimento – ou secundárias).
lizada por comissão constituída para essa finalidade, de ▷ Promoção (forma híbrida - é também forma de va-
acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da res- cância).
pectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de ▷ Readaptação (forma híbrida – é também forma de
apuração dos fatores acima citados. vacância).
O servidor não habilitado em estágio probatório será exo- ▷ Reversão.
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nerado desse cargo (e não demitido). ▷ Aproveitamento.
O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer ▷ Reintegração.
cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ▷ Recondução.
ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente
poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos
Nomeação
de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Gru- Trata-se da única forma originária de provimento de cargo
po-Direção e Assessoramento Superiores (DAS), de níveis 6, 5 e 4, público, sendo feita:
ou equivalentes. Em caráter efetivo o quando se tratar de cargo isolado
Licenças e afastamentos permitidos: de provimento efetivo ou de carreira.
Licenças Em comissão (inclusive na condição de interino) o para car-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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A exoneração não é forma de punição, trata-se apenas do
e não poderá ser eventualmente reconduzido).
desligamento do servidor por algum dos motivos previstos em
lei. Ela pode ser feita: A Constituição Federal dispõe ser vedada (proibida) a
acumulação remunerada de cargos públicos. Entretanto, caso
▷ A pedido do servidor. haja compatibilidade de horários, as seguintes hipóteses de
▷ De ofício (pela própria administração). acumulação são permitidas (mas deve ser observado o teto
A exoneração de ofício será feita: remuneratório):
▷ Quando não satisfeitas as condições do estágio pro- ▷ Dois cargos de professor.
batório. ▷ Um cargo de professor com outro técnico ou científico.
▷ Quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar ▷ Dois cargos ou empregos privativos de profissio-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
em exercício no prazo estabelecido (15 dias). nais de saúde, com profissões regulamentadas.
▷ Cargos em comissão. Essa proibição de acumular estende-se a empregos e fun-
Essas hipóteses de exoneração de ofício, previstas na Lei ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, so-
nº 8.112/90, são direcionadas para o servidor não estável. En- ciedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
tretanto, a Constituição Federal prevê algumas situações de controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.
exoneração que alcançam o servidor estável:
▷ Mediante procedimento de avaliação periódica de 13. 2. Formas de Deslocamento
desempenho, na forma de lei complementar e ga- Tanto a remoção, quanto a redistribuição, não são formas de
rantida a ampla defesa (Art. 41, § 1º, III). provimento e também não geram vacância.
▷ Corte de despesas com excesso de pessoal (Art.
169, § 3º). Remoção
A remoção é o deslocamento do servidor, no âmbito do
Falecimento mesmo quadro, para ter exercício em outra unidade (não exis-
Essa forma de vacância não enseja maiores explicações, pois te nenhuma alteração no seu vínculo funcional, ele apenas
com a morte do servidor, seu cargo será declarado vago e apto exercerá suas funções em outra unidade). A remoção pode ser 389
para ser provido por outra pessoa. dada com ou sem mudança de sede.
Remoção: Ela será feita com prévia apreciação do órgão central do
390 Dentro do mesmo quadro. SIPEC (Sistema de Pessoal Civil), com observância de alguns
preceitos:
Com ou sem mudança de sede.
▷ Interesse da administração.
Modalidades ▷ Equivalência de vencimentos.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
A remoção pode ocorrer de ofício ou a pedido do servidor. ▷ Manutenção da essência das atribuições do cargo.
No caso de a pedido, temos aquela que é feita no interesse da ▷ Vinculação entre os graus de responsabilidade e
administração (ele apenas será removido se a administração complexidade das atividades.
achar conveniente e oportuno) e também hipóteses em que ▷ Mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habi-
a administração será obrigada a remover o servidor (indepen- litação profissional.
dente de interesse dela).
▷ Compatibilidade entre as atribuições do cargo e as
Remoção de Ofício finalidades institucionais do órgão ou entidade.
A remoção de ofício é realizada no interesse da Adminis- A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de
tração e, a princípio, independe de aceitação do servidor (ele lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços,
será obrigado a deslocar-se para o local determinado). inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de
Essa é a única modalidade de remoção em que o servidor órgão ou entidade.
faz jus à ajuda de custo (espécie de indenização, estudada no
A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante
tópico de direitos e vantagens).
ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e enti-
A Pedido, a Critério da Adminis- dades da Administração Pública Federal envolvidos.
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cassada, terá o prazo de 60 dias para quitar (caso não pague
ria, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as nesse prazo, implicará sua inscrição em dívida ativa).
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não O vencimento, a remuneração e o provento não serão
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se prestação de alimentos resultante de decisão judicial.
como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e
nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Vantagens
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Po- Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as
der Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do seguintes vantagens: NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte Indenizações (não incorporam nunca).
e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em Gratificações (pode incorporar - depende de lei).
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, Adicionais (pode incorporar - depende de lei).
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros
Defensores Públicos. acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idên-
tico fundamento.
Perda da Remuneração
O servidor perderá:
Indenizações
▷ A remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem São indenizações:
motivo justificado. ▷ Ajuda de custo.
▷ A parcela de remuneração diária, proporcional aos ▷ Diárias.
atrasos, ausências justificadas e saídas antecipa- ▷ Transporte.
das (mas admite-se a compensação de horário, até ▷ Auxílio-moradia.
o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabele- Os valores das indenizações, bem como as condições a se-
cida pela chefia imediata, não perdendo, nesse caso rem preenchidas para sua concessão serão estabelecidas em 391
a parcela). regulamento. A Lei 8.112/90 traz apenas as regras gerais.
Ajuda de Custo O servidor que receber diárias e não se afastar da sede
392 A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de (por qualquer motivo) fica obrigado a restituí--las integral-
instalação do servidor que, no interesse do serviço (remoção mente, no prazo de cinco dias.
de ofício), passar a ter exercício em nova sede, com mudan- Também caso ele retorne à sede em prazo inferior ao pre-
ça de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo visto para o seu afastamento, deverá restituir as diárias recebi-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o das em excesso (também no prazo de cinco dias).
cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de
servidor, vier a ter exercício na mesma sede. Indenização de Transporte
Além desse valor, também correm por conta da adminis- Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que
tração as despesas de transporte do servidor e de sua família, realizar despesas com a utilização de meio próprio de loco-
compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais. moção para a execução de serviços externos, por força das
Ajuda de Custo: atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em re-
▷ Deslocamento permanente no interesse do serviço. gulamento
▷ Com mudança de domicílio. Ex.: Oficiais de justiça que trabalham com o próprio
▷ Vedado o duplo pagamento da indenização. carro.
Se o servidor falecer na nova sede, será assegurada à fa- Auxílio-Moradia
mília dele ajuda de custo e transporte para a localidade de ori-
gem, dentro do prazo de um ano, contado do óbito. O auxílio-moradia é a indenização consistente no ressar-
Disposições sobre a ajuda de custo: cimento das despesas comprovadamente realizadas pelo ser-
▷ Calculada sobre a remuneração do servidor (não pode vidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem
exceder a importância correspondente a três meses). administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após
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▷ Não será concedida ajuda de custo ao servidor que a comprovação da despesa pelo servidor.
se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de Ele é devido ao que tenha se mudado do local de residên-
mandato eletivo. cia para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do
▷ Será concedida ajuda de custo àquele que, não sen- Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS), níveis 4, 5
do servidor da União, for nomeado para cargo em e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalen-
comissão, com mudança de domicílio. tes (apenas para deslocamentos ocorridos após 30 de junho
▷ Não é devida nos casos de remoção a pedido (o ser- de 2006).
vidor tem direito apenas no caso de ter sido removi- Para concessão do auxílio-moradia, os seguintes requisi-
do de ofício, compulsoriamente). tos devem ser observados:
▷ O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de cus- ▷ Não exista imóvel funcional disponível para uso
to quando, injustificadamente, não se apresentar na pelo servidor (nem o cônjuge ou companheiro ocu-
nova sede no prazo de 30 dias. pe imóvel funcional).
Diárias ▷ O servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja
Enquanto a ajuda de custo é feita para o deslocamento ou tenha sido proprietário, promitente comprador,
permanente, as diárias são para as hipóteses de deslocamen- cessionário ou promitente cessionário de imóvel no
to temporário. Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipó-
Essa indenização é devida em caso de afastamento da tese de lote edificado sem averbação de construção,
sede, em caráter eventual ou transitório, para outro ponto do nos doze meses que antecederem a sua nomeação.
território nacional ou para o exterior (por exemplo, uma mis- ▷ Nenhuma outra pessoa que resida com o servidor
são para transporte de detento para outra cidade). receba auxílio-moradia.
Nesse caso, o servidor fará jus a passagens e diárias destinadas ▷ O Município no qual assuma o cargo em comissão ou
a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, função de confiança não se enquadre nas hipóteses
alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regula- do Art. 58, § 3º, em relação ao local de residência ou
mento. A diária será concedida por dia de afastamento, sendo domicílio do servidor (mesma região ou limítrofes).
devida pela metade quando o deslocamento não exigir per-
noite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diver- ▷ O servidor não tenha sido domiciliado ou tenha re-
so, as despesas extraordinárias cobertas por diárias. sidido no Município, nos últimos doze meses, onde
Ela é concedida por dia de afastamento (caso não haja for exercer o cargo em comissão ou função de con-
fiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta
pernoite, ela é devida pela metade).
dias dentro desse período.
Se o deslocamento constituir exigência permanente do car-
go, o servidor não fará jus a diárias. Também não terá direito ▷ O deslocamento não tenha sido por força de alte-
a diárias o que se deslocar dentro da mesma região metropo- ração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.
litana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% do va-
municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de lor da função em comissão, atividade comissionada ou cargo
controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdi- de Ministro de Estado ocupado. Ele também não pode exceder
ção e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros a 25% da remuneração do Ministro de Estado.
considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, Independentemente do valor do cargo em comissão ou
hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para função comissionada, fica garantido a todos os que preenche-
os afastamentos dentro do território nacional. rem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00.
No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel II. A retribuição não poderá ser superior ao equiva-
funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o lente a 120 horas de trabalho anuais, salvo situação
auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. de excepcionalidade, devidamente justificada e
previamente aprovada pela autoridade máxima do
Retribuições, Gratificações e Adicionais órgão ou entidade, que poderá autorizar o acrésci-
A Lei nº 8.112/90 traz algumas espécies dessas vantagens a mo de até 120 horas de trabalho anuais.
que fazem jus os servidores. Entretanto, esse rol não é taxativo, III. O valor máximo da hora trabalhada correspon-
existem outras modalidades de gratificações e adicionais previs- derá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o
tas em leis específicas. maior vencimento básico da administração pública
Retribuição pelo Exercício de Função de Di- federal:
reção, Chefia e Assessoramento A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente
Recebido pelo exercício de uma função de direção, chefia será paga se essas atividades forem exercidas sem prejuízo
ou assessoramento (cargo em comissão ou função de confian- das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo
ça). Essa remuneração será estabelecida em lei específica. ser objeto de compensação de carga horária quando desem-
penhadas durante a jornada de trabalho (compensadas até no
Gratificação Natalina prazo de um ano).
A gratificação natalina é o equivalente ao “13º salário” para os A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se
servidores públicos (o décimo terceiro salário é para os celetistas, incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer
na Lei nº 8.112/90 utilizamos o termo gratificação natalina). efeito e não poderá ser utilizada como base de cálculo para
Essa gratificação corresponde a 1/12 (um doze avos) da re- quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos
muneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por proventos da aposentadoria e das pensões.
mês de exercício no respectivo ano. A fração igual ou superior
a 15 dias é considerada como mês integral, para cálculo dessa Adicional de Insalubridade, Periculo-
gratificação. Ela é paga até o dia 20 do mês de dezembro. sidade ou Atividades Penosas
No caso de exoneração o servidor receberá a gratificação pro- Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais
porcionalmente aos meses de exercício (calculada sobre a remu- insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxi-
neração do mês da exoneração). cas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional
A gratificação natalina não será considerada para cálculo sobre o vencimento do cargo efetivo.
de qualquer vantagem pecuniária. Insalubridade: contato permanente com substâncias tóxi-
cas ou radioativas.
Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
Periculosidade: atividade com risco de vida.
Essa gratificação é devida ao servidor que, em caráter
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eventual: Penosidade: atividades em zona de fronteira ou em locais
cujas condições de vida o justifiquem.
I. Atuar como instrutor em curso de formação, de
desenvolvimento ou de treinamento regularmente São adicionais de mesma natureza, dessa forma, não
instituído no âmbito da administração pública federal. pode receber mais de um ao mesmo tempo (o servidor
II. Participar de banca examinadora ou de comis- deve optar por um deles caso faça jus a mais de um).
são para exames orais, para análise curricular, para O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade
correção de provas discursivas, para elaboração de cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que de-
questões de provas ou para julgamento de recursos ram causa a sua concessão.
intentados por candidatos. Haverá um controle permanente da atividade de servido- NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
III. Participar da logística de preparação e de rea- res em operações ou locais considerados penosos, insalubres
lização de concurso público envolvendo atividades ou perigosos. A servidora gestante ou lactante será afastada,
de planejamento, coordenação, supervisão, exe- enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais
cução e avaliação de resultado, quando tais não previstos nestas hipóteses, exercendo suas atividades em local
estiverem incluídas entre as suas atribuições per- salubre e em serviço não penoso e não perigoso.
manentes. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalu-
IV. Participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar pro- bridade e de periculosidade, serão observadas as situações esta-
vas de exame vestibular ou de concurso público ou belecidas em legislação específica.
supervisionar essas atividades. O adicional de atividade penosa será devido aos servi-
2,2% (hipóteses I e II). dores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades
1,2% (III e IV). cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições
§ 2. Os critérios de concessão e os limites da gratifica- e limites fixados em regulamento.
ção de que trata este artigo serão fixados em regula- Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios
mento, observados os seguintes parâmetros: X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle per-
I. O valor da gratificação será calculado em horas, manente, de modo que as doses de radiação ionizante não ul-
observadas a natureza e a complexidade da ativi- trapassem o nível máximo previsto na legislação própria. Nesse 393
dade exercida. caso serão submetidos a exames médicos a cada seis meses.
Adicional por Serviço Extraordinário Interrupção das férias: apenas por motivo de calamidade
394 Esse adicional é devido quando o servidor trabalha além pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar
da sua jornada regular. Ele será remunerado com acréscimo ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela au-
de 50% em relação à hora normal do trabalho. toridade máxima do órgão ou entidade. Nesse caso, o restante
do período interrompido será gozado de uma só vez.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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Sem remuneração: durante o período que mediar três anos consecutivos.
entre a sua escolha em convenção partidária,
como candidato a cargo eletivo, e a véspera do re- Além da discricionariedade de sua concessão, essa licença
gistro de sua candidatura perante a Justiça Eleito- pode ser interrompida a qualquer tempo (no interesse do ser-
ral. Esse período não será computado como tempo viço ou a pedido do servidor).
de efetivo exercício. O período que o servidor gozar da licença para tratar de
Com remuneração: a partir do registro da candidatura interesses particulares não será considerado como tempo de
até o décimo dia seguinte ao da eleição. Entretanto, serviço para qualquer efeito.
esse período não poderá ultrapassar três meses (após Licença para tratar de interesses particulares:
esse prazo a licença não será mais remunerada). Esse
▷ Não pode estar no estágio probatório.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
segundo momento da licença será considerado como
tempo de serviço apenas para efeitos de aposentadoria ▷ Prazo: até três anos consecutivos.
e disponibilidade. ▷ Sem remuneração.
O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde ▷ Concedida no interesse da Administração.
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, ▷ Interrompida a qualquer momento.
chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele ▷ Não computada como tempo de exercício.
será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua
candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia se- Licença para o Desempenho
guinte ao do pleito. de Mandato Classista
Licença para Capacitação Essa licença é assegurada ao servidor, que não esteja em
estágio probatório, sem direito à remuneração, para que pos-
Ela entrou no lugar da antiga “licença-prêmio”, que foi ex-
tinta para os servidores regidos pela Lei nº 8.112/90. sa desempenhar mandato em confederação, federação, asso-
É devida a cada quinquênio de efetivo exercício, sendo ciação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo
que, o servidor poderá, no interesse da Administração (tra- da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão.
ta-se de um ato discricionário, a Administração opta pela sua Essa licença também pode ser concedida para participar 395
concessão ou não), afastar-se do exercício do cargo efetivo, de gerência ou administração em sociedade cooperativa cons-
tituída por servidores públicos para prestar serviços a seus produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou
396 membros. qualquer das enfermidades especificadas como graves, con-
A duração dessa licença é a mesma do mandado, admitin- tagiosas ou incuráveis.
do prorrogação em caso de reeleição. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou
funcionais será submetido a inspeção médica. Ele será sub-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
O tempo de fruição dela é considerada como período de metido a exames médicos periódicos, nos termos e condições
efetivo exercício para todos os efeitos (exceto para promoção definidos em regulamento. Para esses fins, a União e suas en-
por merecimento). tidades autárquicas e fundacionais poderão:
Além do disposto em regulamento específico, devem ser ▷ Prestar os exames médicos periódicos diretamente
observados os seguintes limites, de acordo o número de asso- pelo órgão ou entidade a qual se encontra vinculado
ciados da entidade. o servidor.
▷ Até 5.000 associados : dois servidores. ▷ Celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou
parceria com os órgãos e entidades da administra-
▷ De 5001 a 30.000 associados : quatro servidores. ção direta, suas autarquias e fundações.
▷ Mais de 30.000 associados: oito servidores. ▷ Celebrar convênios com operadoras de plano de
Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos assistência à saúde, organizadas na modalidade de
para cargos de direção ou de representação nas referidas en- autogestão, que possuam autorização de funciona-
tidades, desde que cadastradas no órgão competente. mento do órgão regulador, na forma do Art. 230.
▷ Ou prestar os exames médicos periódicos mediante
Licença para Tratamento contrato administrativo, observado o disposto na Lei
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tamentos: ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa
▷ Para servir a outro órgão ou entidade. daquela onde exerce o mandato.
▷ Para exercício de mandato eletivo.
▷ Para estudo ou missão no exterior.
Afastamento para Estudo
▷ Para participação em programa de pós-graduação ou Missão no Exterior
stricto sensu no país. A concessão desse afastamento, para estudo ou missão
oficial, somente será feita com autorização do Presidente da
Afastamento para Servir a República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Pre-
Outro Órgão ou Entidade sidente do Supremo Tribunal Federal. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro Essas disposições não se aplicam para os servidores da
órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do carreira diplomática.
Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses: Esse afastamento tem um período máximo de quatro
▷ Para exercício de cargo em comissão ou função de anos. Após o término da missão ou estudo no exterior, so-
confiança (se for cedido para entidades dos Estados, mente poderá obter nova ausência após o decurso de igual
do DF ou Municípios - o cessionário que pagará a re- tempo (quatro anos após ter retornado).
muneração). Ao servidor beneficiado por esse afastamento não será conce-
▷ Em casos previstos em leis específicas. dida exoneração ou licença para tratar de interesse particular an-
No caso de o servidor cedido, a empresa pública ou socie- tes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hi-
dade de economia mista, para exercício de cargo em comissão pótese de ressarcimento da despesa havida com tal afastamento.
ou função de confiança, nos termos das respectivas normas, As hipóteses, condições e formas para a autorização de
optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração que trata essa modalidade de afastamento, inclusive no que
do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do car- se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em
go em comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso regulamento.
das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. O afastamento de servidor para servir em organismo in-
A cessão será feita mediante Portaria publicada no Diário ternacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere 397
Oficial da União. dar-se-á com perda total da remuneração.
Afastamento para Participação vada, terá direito apenas a matricular-se em uma universidade
398 (ou faculdade) também privada.
em Programa de Pós-Graduação
Stricto Sensu no País Suspensão do Estágio Probatório
Nessa modalidade o servidor poderá afastar-se do A Lei nº 8.112/90 define que, durante a fruição as seguintes
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, licenças e afastamentos, o estágio probatório ficará suspenso:
para participar em programa de pós-graduação stricto sen- ▷ Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família.
su em instituição de ensino superior no País.
▷ Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge.
A concessão será feita no interesse da Administração (ato
▷ Licença para Atividade Política.
discricionário) e desde que a participação não possa ocorrer
simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante com- ▷ Afastamento para Participação em Programa de
pensação de horário. Pós-Graduação Stricto Sensu no País.
Por meio de ato do dirigente máximo do órgão ou enti- ▷ Curso de formação.
dade, definirá, em conformidade com a legislação vigente, os
programas de capacitação e os critérios para participação em 13. 5. Do Tempo de Serviço
pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, A Lei nº 8.112/90 dispõe que é contado para todos os efei-
que serão avaliados por um comitê constituído para esse fim. tos o tempo de serviço público federal (inclusive o prestado às
Forças Armadas).
Concessões
A Lei nº 8.112/90 trouxe três modalidades de concessões: Apuração do Tempo de Serviço
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Direito de Ausentar-se do Serviço A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que
São hipóteses em que o servidor pode ausentar-se do depois serão convertidos em anos, considerando como ano
serviço, sem qualquer prejuízo: cada 365 dias.
▷ Doar sangue: um dia. Além dos casos de concessões (doar sangue, alistamento
Pelo período comprovadamente necessário para alista- eleitoral, casamento e falecimento) são considerados como de
mento ou recadastramento eleitoral: limitado, em qualquer efetivo exercício os afastamentos em virtude de:
caso, a dois dias. Férias.
Oito dias consecutivos: ▷ Exercício de cargo em comissão ou equivalente, em
▷ Casamento. órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Esta-
▷ Falecimento (cônjuge, companheiro, pais, madrasta dos, Municípios e Distrito Federal.
ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou ▷ Exercício de cargo ou função de governo ou admi-
tutela e irmãos). nistração, em qualquer parte do território nacional,
por nomeação do Presidente da República.
Direito a Horário Especial ▷ Participação em programa de treinamento regu-
Estudante: no caso de incompatibilidade entre o horário larmente instituído ou em programa de pós-gra-
escolar e o da repartição (sem prejuízo do exercício do cargo, duação stricto sensu no País, conforme dispuser o
mas deve haver compensação). regulamento.
Portador de deficiência: necessidade comprovada por junta ▷ Desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
médica oficial (independente de compensação de horário). municipal ou do Distrito Federal, (exceto para pro-
Servidor que possua cônjuge, filho ou dependente por- moção por merecimento).
tador de deficiência física (nesse caso deve haver compen- ▷ Júri e outros serviços obrigatórios por lei.
sação).
▷ Missão ou estudo no exterior, quando autorizado o
Servidor que atue como instrutor ou esteja participando afastamento, conforme dispuser o regulamento.
de banca examinadora (nas modalidades previstas que fazem
jus à gratificação por encargo de curso ou concursos). ▷ Deslocamento para a nova sede de que trata o Art.
18 (prazo de 10 a 30 dias para retomar os serviços
Direito à Matrícula em em outro município quando removido, redistribuído
etc.).
Instituição de Ensino
▷ Participação em competição desportiva nacional ou
Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da convocação para integrar representação desportiva
administração é assegurada, na localidade da nova residência ou nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em
na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, lei específica.
em qualquer época, independentemente de vaga. Esse direito es-
tende-se ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do ▷ Afastamento para servir em organismo internacio-
servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores nal de que o Brasil participe ou com o qual coopere.
sob sua guarda, com autorização judicial. As seguintes licenças também são consideradas como
A respeito dessa concessão, o STF já se manifestou dizen- tempo de efetivo exercício:
do que se o servidor estudando vem de uma universidade pri- ▷ A gestante, à adotante e à paternidade.
▷ Para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte Requerimento e Pedido de Revisão:
e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de ser- Despachados: cinco dias
viço público prestado à União, em cargo de provimento Decididos: 30 dias
efetivo. Hipóteses em que cabe recurso:
▷ Para o desempenho de mandato classista ou par- Indeferimento do pedido de reconsideração.
ticipação de gerência ou administração em socie- Decisões sobre os recursos sucessivamente inter-
dade cooperativa constituída por servidores para postos.
prestar serviços a seus membros (exceto para efeito O recurso é dirigido à autoridade imediatamente superior
de promoção por merecimento). à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão (e sucessi-
▷ Por motivo de acidente em serviço ou doença pro- vamente, em escala ascendente, às demais autoridades). Ele
fissional. é encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver
▷ Para capacitação, conforme dispuser o regulamento. imediatamente subordinado o requerente.
▷ Por convocação para o serviço militar. Prazos para interpor Pedido de Revisão e Recurso: 30
dias (da publicação ou da ciência da decisão recorrida).
São contados apenas para efeito de aposentadoria e dis-
Efeito suspensivo ao recurso: é concedido esse efeito a
ponibilidade:
critério da autoridade competente.
▷ O tempo de serviço público prestado aos Estados,
Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou
Municípios e Distrito Federal.
do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato im-
▷ A licença para tratamento de saúde de pessoal da pugnado.
família do servidor, com remuneração, que exceder
Prescrição do direito de requerer:
a 30 dias em período de 12 meses.
Cinco anos: demissão, cassação (aposentadoria ou dispo-
▷ A licença para atividade política, no caso do Art. 86, § 2º
nibilidade) e que afetem interesse patrimonial e créditos de-
(a partir do registro da candidatura e até o décimo dia
correntes das relações de trabalho.
seguinte ao da eleição).
120 dias: demais casos (salvo outro prazo fixado na lei).
▷ O tempo correspondente ao desempenho de man-
dato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, Esses prazos são contados da publicação do ato ou da
anterior ao ingresso no serviço público federal. ciência do interessado (ato não publicado).
▷ O tempo de serviço em atividade privada, vinculada O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis,
à Previdência Social. interrompem a prescrição. Essa é de ordem pública, não po-
▷ O tempo de serviço relativo a tiro de guerra. dendo ser relevada pela administração.
▷ O tempo de licença para tratamento da própria saú- Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do
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de que exceder o prazo a que se refere a alínea “b” processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procura-
do inciso VIII do Art. 102 (24 meses). dor por ele constituído (não pode retirar da repartição).
O tempo em que o servidor esteve aposentado será conta- A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo,
do apenas para nova aposentadoria. quando eivados de ilegalidade.
O tempo de serviço prestado às Forças Armadas em ope- São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos nes-
rações de guerra será contado em dobro. se tópico da Lei nº 8.112/90 (sobre o direito de petição), salvo
É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço motivo de força maior.
prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função
de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito 13. 7. Lei nº 8.112/90 - Regime Disciplinar NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
» Às requisições para a defesa da Fazenda Pública. cios previdenciários ou assistenciais de parentes até
▷ Levar ao conhecimento da autoridade superior as o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro.
irregularidades de que tiver ciência em razão do ▷ Receber propina, comissão, presente ou vantagem
cargo. de qualquer espécie, em razão de suas atribuições.
▷ Levar as irregularidades de que tiver ciência em ▷ Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
razão do cargo ao conhecimento da autoridade su- estrangeiro.
perior ou, quando houver suspeita de envolvimento ▷ Praticar usura sob qualquer de suas formas.
dessa, ao conhecimento de outra autoridade com-
▷ Proceder de forma desidiosa.
petente para apuração.
▷ Zelar pela economia do material e a conservação ▷ Utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti-
do patrimônio público. ção em serviços ou atividades particulares.
▷ Guardar sigilo sobre assunto da repartição. ▷ Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
▷ Manter conduta compatível com a moralidade ad- cargo que ocupa, exceto em situações de emergên-
ministrativa. cia e transitórias.
▷ Ser assíduo e pontual ao serviço. ▷ Exercer quaisquer atividades que sejam incompa-
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horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior
autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. ou, quando houver suspeita de envolvimento dessa, a outra
Nessa hipótese, o servidor acumulou licitamente dois car- autoridade competente para apuração de informação concer-
gos efetivos, mas caso ele seja investido em algum em comis- nente à prática de crimes ou improbidade de que tenha co-
são, ele fica afastado dos dois. Por outro lado, havendo com-
patibilidade (horário e local), ele poderá exercer um desses nhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo,
cargos efetivos e o de comissão ao mesmo tempo (mas essa emprego ou função pública.
compatibilidade deve ser declarada pelas autoridades máxi-
mas dos órgãos ou entidades envolvidas). Penalidades Disciplinares NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Assim como as formas de provimento e de vacância, as
Responsabilidade do Servidor penalidades administrativas possuem um rol taxativo (7 mo-
Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor res- dalidades):
ponderá nas esferas: ▷ Advertência.
▷ Administrativa. ▷ Suspensão.
▷ Civil (obrigação de reparar o dano). ▷ Demissão.
▷ Penal (abrange crime e contravenções imputadas ao ▷ Cassação de aposentadoria.
servidor, nessa qualidade).
▷ Cassação da disponibilidade.
Essas esferas são independentes, podendo cumular-se.
Dessa forma, a absolvição ou condenação em uma delas, ▷ Destituição de cargo em comissão.
como regra geral, em nada influencia nas demais. ▷ Destituição de função comissionada.
Pela mesma infração ele poderá responder nas três esfe- Na aplicação das penalidades serão consideradas a natu-
ras, não havendo bis in idem (não será considerada dupla ou reza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
tripla condenação pelo mesmo fato, pois são diferentes, com provierem para o serviço público, as circunstâncias agravan-
consequências diferentes). tes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
Apesar da independência das esferas, caso o servidor seja O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o funda- 401
absolvido criminalmente (negada a existência do fato ou sua mento legal e a causa da sanção disciplinar.
Advertência Hipóteses de Suspensão:
402 Trata-se da penalidade utilizada em caso de infrações fun- ▷ Reincidência das faltas punidas com advertência.
cionais leves. Aplicada nas situações de violação de proibição ▷ Violação das demais proibições que não tipifiquem
constante do Art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância infração sujeita a penalidade de demissão.
▷ Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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aposenta (dia 15). No dia 20, um PAD é instaurado em vir- inciso anterior quando se tratar de suspensão su-
tude dessa infração. Se a consequência desse PAD for a pe- perior a 30 dias.
nalidade de demissão, ele terá sua aposentadoria cassada.
▷ Pelo chefe da repartição e outras autoridades na for-
Destituição da Função de Confiança ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos
e do Cargo em Comissão casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias.
A destituição de cargo em comissão exercido por não ocu- ▷ Pela autoridade que houver feito a nomeação, quan-
pante de função efetiva será aplicada nos casos de infração do se tratar de destituição de cargo em comissão.
sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Competência
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Caso o servidor tenha sido exonerado e seja constatada pena-
lidade punível com suspensão ou demissão, essa exoneração será Executivo Legislativo Judiciário MPU
convertida em destituição. Presidente Procurador
Demissão e Presidente Presidente
da Repúbli- Geral da
Disposições Gerais Cassação
ca
das Casas do Tribunal
República
A demissão ou a destituição do cargo em comissão, de- Suspensão
pendendo da infração praticada, também geram outras con- Autoridade imediatamente inferior das acima citadas
por +30 dias
sequências: Suspensão
Indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário (sem até 30 dias e Chefe imediato do servidor
prejuízo da ação penal cabível): advertência
Destituição Autoridade que nomeou ou designou
▷ Improbidade administrativa.
▷ Aplicação irregular de dinheiros públicos. Prescrição da Ação Disciplinar
▷ Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimô-
nio nacional. Trata-se da perda do direito que o Estado possui de punir
▷ Corrupção. o servidor pela prática de alguma infração funcional. O prazo
Incompatibilidade do servidor para nova investidura em car- prescricional não começa na data da prática do ato, mas sim na 403
go público federal (por cinco anos): que a administração teve ciência do mesmo.
Prazos Todas as modalidades de PAD têm como pré-requisito
404 indispensável a formação de uma comissão (a composição
Advertência 180 dias
depende do aspecto de PAD, mas ela é sempre formada por
Suspensão 2 anos servidores estáveis).
Demissão/Cassação/Destituição 5 anos
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Afastamento Preventivo
O prazo de prescrição começa a correr da data em que o Trata-se de uma medida cautelar cujo fim é evitar que o ser-
fato se tornou conhecido. vidor venha a influir na apuração da irregularidade. Nesse caso, a
Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determi-
às infrações disciplinares capituladas também como crime (se- nar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até
gue o tempo prescricional do crime caso aquele ato também 60 dias, sem prejuízo da remuneração (ele continua recebendo).
seja um crime). O afastamento poderá ser prorrogado por igual período,
A interrupção da prescrição: ocorre com a abertura da findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído
sindicância ou instauração de processo o processo.
administrativo disciplinar (interrompe até a decisão final pro- Essa medida é uma faculdade conferida à administração
ferida por autoridade competente). com objetivo de evitar que o servidor atrapalhe ou interfira no
Uma vez interrompida a prescrição, o prazo volta a correr andamento do processo administrativo.
(do zero) a partir do dia em que cessar a interrupção.
Sindicância
13. 8. Processo Administrativo Disciplinar Trata-se da modalidade mais simples para apuração de
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membros. mular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
Não podem participar da comissão (nem de sindicância, Vale lembrar que a assistência por advogado é faculta-
nem de inquérito de PAD): cônjuge, companheiro ou parente do tiva. Ele apenas traz advogado se quiser, não podendo ser
acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até obrigado ou proibido de constituir procurador.
o terceiro grau. O presidente da comissão poderá denegar pedidos consi-
derados impertinentes, meramente protelatórios, ou de ne-
A Comissão exercerá suas atividades com independência e
nhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do
Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com-
fato ou exigido pelo interesse da administração (as reuniões têm
provação do fato não precisar de conhecimento especial de
caráter reservado).
perito.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer mo-
relatório. mento, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos
▷ Julgamento. ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do puni-
do ou a inadequação da penalidade aplicada.
A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato
que a constituiu, termo de indiciação e promoverá a citação Na revisão serão aduzidos fatos novos ou circunstâncias
pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua che- suscetíveis de justificar:
fia imediata para apresentar defesa escrita, no prazo de cin-
co dias, sendo assegurado ao servidor vista do processo na ▷ A inocência do punido; ou
repartição. ▷ A inadequação da penalidade aplicada. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Após a apresentação da defesa, a comissão elaborará re- Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento
latório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a
do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, revisão do processo (incapacidade mental - o curador pode
opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará requerer).
o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autori-
dade instauradora, para julgamento. Ônus da prova no processo revisional: requerente (deve
No prazo de cinco dias, contados do recebimento do pro- provar esses fatos novos ou circunstâncias alegadas).
cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. A simples alegação de injustiça da penalidade não cons-
Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, titui fundamento para a revisão, que requer elementos no-
será aplicada a pena de demissão, destituição ou cassação de vos, ainda não apreciados no processo originário.
aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, em-
pregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, O requerimento de revisão do processo será dirigido ao
hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autori-
comunicados. zar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou
Conforme vimos, o processo administrativo disciplinar de entidade onde se originou o processo disciplinar. Caso deferi-
rito sumário também é aplicado no caso de abandono de car- da, a autoridade competente providenciará a constituição de 407
go ou inassiduidade habitual, com algumas peculiaridades. comissão (três servidores estáveis).
A revisão correrá em apenso ao processo originário. Na pe- Esses benefícios serão concedidos nos termos e condições
408 tição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a produção de definidos em regulamento, observadas as disposições da Lei
provas e inquirição das testemunhas que arrolar. nº 8.112/90.
Prazo para a comissão concluir os trabalhos: 60 dias. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
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para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regi- de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será
me de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos aposentado.
em leis complementares, os casos de servidores:
O lapso de tempo compreendido entre o término da licen-
▷ Portadores de deficiência. ça e a publicação do ato da aposentadoria será considerado
▷ Que exerçam atividades de risco. como de prorrogação da licença.
▷ Cujas atividades sejam exercidas sob condições espe- A critério da Administração, o servidor em licença para
ciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser
Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acu- convocado a qualquer momento, para avaliação das condições
muláveis na forma dessa Constituição, é vedada a percepção de que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência O provento da aposentadoria será calculado com obser-
acima estudado. Dessa forma, se a cumulação fosse lícita na ati- vância do disposto no § 3º do Art. 41 (o vencimento do cargo
vidade, o servidor também poderá cumular os proventos. efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é ir-
É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- redutível) e revisto na mesma data e proporção, sempre que se
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme crité- modificar a remuneração dos servidores em atividade.
rios estabelecidos em lei. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou van-
O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal tagens posteriormente concedidas aos servidores em ativida-
será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de servi- de, inclusive quando decorrentes de transformação ou reclas-
ço correspondente para efeito de disponibilidade. sificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.
Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em co- O servidor aposentado com provento proporcional ao
missão declarado em lei de livre nomeação e exoneração tempo de serviço, se acometido de qualquer das moléstias
bem como de outro temporário ou de emprego público, especificadas acima especificadas e, por esse motivo, for con-
aplica-se o regime geral de previdência social. siderado inválido por junta médica oficial passará a perceber
Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis provento integral, calculado com base no fundamento legal de
(para efeitos dessas regras): concessão da aposentadoria.
▷ Tuberculose ativa. Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento 409
▷ Alienação mental. não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade.
Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direi-
410 até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao to à licença-paternidade de 5 dias consecutivos.
respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses,
Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de a servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho,
operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos ter- a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
mos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida períodos de meia hora.
aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de crian-
anos de serviço efetivo. ça até 1 ano de idade, serão concedidos 90 dias de licença re-
munerada. No caso de adoção ou guarda judicial de criança
Do Auxílio-Natalidade com mais de 1 ano de idade, a licença será de 30 dias.
O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de
nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor venci- Da Licença por Acidente em Serviço
mento do serviço público, inclusive no caso de natimorto. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor aci-
Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de dentado em serviço.
50% (cinquenta por cento), por nascituro. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental
O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediata-
público, quando a parturiente não for servidora. mente, com as atribuições do cargo exercido.
Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
Do Salário-Família
▷ Decorrente de agressão sofrida e não provocada
O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, pelo servidor no exercício do cargo.
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valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários ▷ o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de
habilitados. acordo com a idade do pensionista na data de óbi-
O direito de requerer a pensão não prescreve, podendo ser to do servidor, depois de vertidas 18 contribuições
requerida a qualquer tempo. Somente as prestações exigíveis mensais e pelo menos 2 anos após o início do casa-
há mais de 5 anos é que irão prescrever. mento ou da união estável:
Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habilita- 1. 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de
ção tardia que implique exclusão de beneficiário ou redução idade;
de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que for 2. 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis)
oferecida. anos de idade; NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Casos de perda do direito à pensão por morte: 3. 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e
▷ após o trânsito em julgado, o beneficiário condena- nove) anos de idade;
do pela prática de crime de que tenha dolosamente 4. 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos
resultado a morte do servidor; de idade;
▷ o cônjuge, o companheiro ou a companheira se com- 5. 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quaren-
provada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no ta e três) anos de idade;
casamento ou na união estável, ou a formalização 6. vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos
desses com o fim exclusivo de constituir benefício de idade.
previdenciário, apuradas em processo judicial no Caso o óbito do servidor decorra de acidente de qualquer na-
qual será assegurado o direito ao contraditório e à tureza ou de doença profissional ou do trabalho, é aplicado essa
ampla defesa. regra, independentemente do recolhimento de 18 contribuições
Será concedida pensão provisória por morte presumida mensais ou da comprovação de 2 anos de casamento ou de união
do servidor, nos seguintes casos: estável.
▷ declaração de ausência, pela autoridade judiciária A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja
competente; preservação seja motivada por invalidez, por incapacidade ou
▷ desaparecimento em desabamento, inundação, incên- por deficiência poderá ser convocado a qualquer momento 411
dio ou acidente não caracterizado como em serviço; para avaliação das referidas condições.
O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdên- básica o implemento de ações preventivas voltadas para a
412 cia Social (RPPS) ou ao Regime Geral de Previdência Social promoção da saúde e será prestada pelo Sistema Único de
(RGPS) será considerado na contagem das 18 (dezoito) con- Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual
tribuições mensais referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou con-
do caput do Art. 222. trato, ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
No caso de morte ou perda da qualidade de beneficiário, a parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e
respectiva cota reverterá para os cobeneficiários. seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros
As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em
data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos regulamento.
dos servidores. Nas hipóteses previstas na Lei 8.112/90 em que seja exigida
Excepcionado o direito de opção, é vedada a percepção perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico
cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou ou junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou en-
companheiro ou companheira e de mais de 2 pensões. tidade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades
Do Auxílio-Funeral de atendimento do sistema público de saúde, entidades sem
O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na fins lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o Insti-
atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da tuto Nacional do Seguro Social - INSS.
remuneração ou provento. Na impossibilidade, devidamente justificada, da realiza-
No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago ção do convênio acima citado, o órgão ou entidade promoverá
somente em razão do cargo de maior remuneração. a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica,
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O auxílio será pago no prazo de 48 horas, por meio de que constituirá junta médica especificamente para esses fins,
procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver indicando os nomes e especialidades dos seus integrantes,
custeado o funeral. Se esse for custeado por terceiro, ele será com a comprovação de suas habilitações e de que não estejam
indenizado, observado acima disposto. respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscaliza-
Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do lo- dora da profissão.
cal de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte Para os fins do disposto acima, ficam a União e suas entidades
do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou autárquicas e fundacionais autorizadas a:
fundação pública.
Celebrar convênios exclusivamente para a prestação de ser-
Do Auxílio-Reclusão viços de assistência à saúde para os seus servidores ou empre-
À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos gados ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus
seguintes valores: respectivos grupos familiares definidos, com entidades de auto-
Dois terços da remuneração, quando afastado por motivo gestão por elas patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos
de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela au- efetivamente celebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006
toridade competente, enquanto perdurar a prisão (caso seja e que possuam autorização de funcionamento do órgão regula-
absolvido, o servidor terá direito à integralização da remune- dor, sendo certo que os convênios celebrados depois dessa data
ração). somente poderão sê-lo na forma da regulamentação específica
Metade da remuneração, durante o afastamento, em vir- sobre patrocínio de autogestões, a ser publicada pelo mesmo ór-
tude de condenação, por sentença definitiva, a pena que não gão regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência
determine a perda de cargo. desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios existen-
O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia tes até 12 de fevereiro de 2006.
imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, Contratar, mediante licitação, na forma da Lei nº 8.666, de
ainda que condicional. 21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de
Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão será devi- assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento
do, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do órgão regulador.
do segurado recolhido à prisão. O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendido
Emenda Constitucional nº 20 pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado
Art. 13. Até que a lei discipline o acesso ao salário-famí- de assistência à saúde.
lia e auxílio-reclusão para os servidores, segurados e seus
dependentes, esses benefícios serão concedidos apenas ANOTAÇÕES
àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a
R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que, até a publicação
da lei, serão corrigidos pelos mesmos índices aplicados aos
benefícios do regime geral de previdência social.
Da Assistência à Saúde
A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de
sua família compreende auxílio médico, hospitalar, odon-
tológico, psicológico e farmacêutico. Terá como diretriz
14. Licitação ADM. PÚBLICA UNIÃO; ESTADOS;
DIRETA DISTRITO FEDERAL;
Conceito de Licitação MUNICÍPIOS.
Art. 37, XXI. Ressalvados os casos especificados na leg-
islação, as obras, serviços, compras e alienações serão AUTARQUIA;
contratados mediante processo de licitação pública que ADM. PÚBLICA FUNDAÇÃO PÚBLICA;
assegure igualdade de condições a todos os concor- INDIRETA SOCIEDADE DE
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de ECONOMIA MISTA;
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, EMPRESAS PÚBLICAS.
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên-
cias de qualificação técnica e econômica indispensáveis Como licitar?
à garantia do cumprimento das obrigações. Em primeiro lugar, deve ser definido o objeto que se quer
Procedimento administrativo, de observância obrigatória contratar. Depois disso, é necessário estimar o valor total da
obra, do serviço ou do bem a ser licitado, mediante realização
pelas entidades governamentais, em que, observada a igual-
de pesquisa de mercado. É importante, ainda, verificar se há
dade entre os participantes, deve ser selecionada a melhor previsão de recursos orçamentários para o pagamento da des-
proposta entre as apresentadas pelos interessados e com elas pesa e se essa se encontrará em conformidade com a Lei de
travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, uma Responsabilidade Fiscal.
vez preenchidos os requisitos mínimos necessários ao bom Assim, após apuração da estimativa, deve ser adotada a
cumprimento das obrigações a que eles se propõem (preceito modalidade de licitação adequada, com prioridade especial
da Lei 8.666/93). para o pregão, quando o objeto pretendido referir-se a bens e
serviços comuns listados no Decreto nº 3.555, de 8 de agosto
Regras Gerais sobre Licitações de 2002, que regulamenta essa modalidade. Lembrando que
As regras gerais de licitação são de suma importância a modalidade pregão não está expressamente prevista na Lei
para quem fará um concurso público, pois, de forma objetiva, nº 8.666/93.
conseguimos entender as questões propostas, dessa maneira,
iniciaremos com indagações frequentes:
Princípios Explícitos
O que é licitação? ▷ Legalidade;
Licitação é o procedimento administrativo que autoriza a ▷ Impessoalidade;
execução de obras, a prestação de serviços e o fornecimen- ▷ Moralidade e Probidade Administrativa;
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to de bens para atendimento de necessidades públicas; as ▷ Igualdade;
alienações e locações devem ser contratadas mediante lici- ▷ Publicidade;
tações públicas. ▷ Vinculação ao Instrumento Convocatório;
Por que licitar? ▷ Julgamento Objetivo.
A Constituição Federal, Art. 37, XXI, prevê, para a Adminis- Estão previstos no Art. 3º da Lei nº 8.666/93:
tração Pública, a obrigatoriedade de licitar. Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a observância
do princípio constitucional da isonomia, a seleção da
O procedimento de licitação objetiva permite que a admin-
proposta mais vantajosa para a Administração e a pro-
istração contrate aqueles que reúnem as condições necessárias
moção do desenvolvimento nacional sustentável e será
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
para o atendimento do interesse público, levando em consid- processada e julgada em estrita conformidade com os
eração aspectos relacionados à capacidade técnica e econômi- princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
co-financeira do licitante, à qualidade do produto e ao valor do moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
objeto, sempre procurando atender ao princípio da isonomia administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório,
(igualdade) e objetivando a proposta mais vantajosa. do julgamento objetivo.
Quem deve licitar? O Art. 3º, que trata dos princípios da licitação, determina a
Estão sujeitos à regra de licitar, prevista na Lei nº 8.666, estrita obediência a vários princípios básicos expressos. Con-
tudo, dá relevância a um deles, ou seja, o princípio da isono-
de 1993, além dos órgãos integrantes da administração direta,
mia tem um tratamento diferenciado.
os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as
A licitação, por si só, traz uma ideia de disputa isonômica e
empresas públicas, as sociedades da economia mista e demais a finalidade é a de conseguir a proposta mais vantajosa para a
entidades controladas direta e indiretamente pela União, Esta- Administração a fim da celebração do contrato administrativo.
dos, Distrito Federal e Municípios. O propósito específico é a realização de obras, serviços, con-
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, di- cessão, permissões, compras, alienações ou locações.
retamente ou sob regime de concessão ou permissão, Devemos nos atentar, pois a competência para legislar acer-
sempre por meio de licitação, a prestação de serviços ca de licitação é privativa da União, sempre sobre normas gerais, 413
públicos. e está prevista no Art. 22, XXVII, da Constituição Federal:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: Impessoalidade
414 XXVII. Normas gerais de licitação e contratação, Esse princípio obriga a Administração a observar, nas suas
em todas as modalidades, para as administrações decisões, critérios objetivos previamente estabelecidos, afa-
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da stando a discricionariedade e o subjetivismo na condução dos
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obe- procedimentos da licitação. Aqui, o princípio obedece aos dita-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
decido o disposto no Art. 37, XXI, e para as empre- mes da Constituição Federal e tem por finalidade a obediência
sas públicas e sociedades de economia mista, nos estrita aos fins coletivos, impedindo, de qualquer modo, a pro-
termos do Art. 173, § 1º, III; moção pessoal do administrador e as chamadas “facilidades”
É de se notar que os Estados, Distrito Federal e municípios para qualquer particular envolvido no procedimento.
podem legislar sobre normas específicas acerca de licitação Moralidade e Probidade Administrativa
pública e contratos administrativos, mesmo sem autorização
Aqui devemos nos atentar, pois, de acordo com a Constitu-
da União, desde que as leis promulgadas não ofendam a Con-
ição Federal, a moralidade administrativa é tida como princípio e
stituição Federal e também não contrariem as normas gerais.
a probidade como dever. Contudo, o texto da Lei nº 8.666/93 traz
Dessa forma, é importante frisar que a Lei nº 8.666/93 insculpido os dois como sendo princípios norteadores da licitação,
é aplicável a toda Administração Pública, de acordo com os em que a conduta dos licitantes e dos agentes públicos tem que
Arts. 1º e 2º da lei: ser, além de lícita, compatível com a moral, ética, bons costumes e
Art. 1º. Esta Lei estabelece normas gerais sobre lic- com as regras da boa administração.
itações e contratos administrativos pertinentes a
obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, Igualdade
É o mais relevante princípio da lei de licitação e significa
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alínea “b” do inciso anterior. pode ser revogado pela administração antes da assinatura do
30 dias para contrato. O licitante também pode desistir do contrato caso con-
b) Tomada de preços, quando
a licitação for do tipo “melhor siga provar justo motivo.
técnica” ou “técnica e preço”.
a) Quinze dias para a tomada de Modalidades de Licitação
preços, nos casos não especifi-
15 dias para As licitações, segundo a Lei nº 8.666/93, serão efetuadas
cados na alínea “b” do inciso
anterior, ou leilão. no local onde se situar a repartição interessada, salvo por mo-
5 dias úteis para a) Convite. tivo de interesse público devidamente justificado. Essa regra,
8 dias úteis (no no entanto, não impede a habilitação de interessados que se-
a) Pregão. jam residentes ou sediados em outros locais.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
mínimo para)
Modalidade de licitação é a forma específica de conduzir
Esses prazos começam a ser contados a partir: o procedimento licitatório, a partir de critérios definidos em
▷ da última publicação do edital; lei. O valor estimado para contratação é o principal fator para
▷ da expedição do convite; escolha da modalidade de licitação, exceto quando se trata de
▷ da efetiva disponibilidade do edital ou do convite. pregão, que não está limitado a valores. Dessa forma, além do
Prevalece a data que ocorrer mais tarde. leilão e do concurso, as demais modalidades de licitação ad-
mitidas são exclusivamente as seguintes:
Vinculação ao Instrumento Convocatório
O instrumento convocatório, que pode ser edital ou Concorrência
carta convite, obriga a administração e o licitante a obser- ▷ Concorrência;
varem as normas e condições estabelecidas no ato convo- ▷ Tomada de Preço;
catório. Dessa forma, nada poderá ser criado ou feito sem ▷ Convite;
que haja previsão em relação a esse ato. ▷ Concurso;
Julgamento Objetivo ▷ Leilão;
O princípio, em tela, determina que o administrador ▷ Pregão; 415
deve observar critérios objetivos definidos no ato convo- ▷ Consulta.
Modalidade da qual podem participar quaisquer interes- especialidade que manifestarem seu interesse com ante-
416 sados que, na fase de habilitação preliminar, comprovem pos- cedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação
suir requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para das propostas.
execução do objeto da licitação. Todas as licitações para bens Modalidade realizada entre interessados do ramo de que trata
imóveis devem ser feitas nessa modalidade, também as con- o objeto da licitação, escolhidos e convidados em número mínimo
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
cessões de direito real de uso, para alienações internacionais de três pela administração.
e para as parcerias público privadas. Seja qual for o valor da O convite é a modalidade de licitação mais simples. A ad-
licitação, em tese, a concorrência pode ser utilizada. ministração escolhe quem quer convidar, entre os possíveis
A concorrência está prevista no Art. 22, § 1º, da Lei nº interessados, cadastrados ou não. A divulgação deve ser feita
8.666/93: mediante afixação de cópia do convite em quadro de avisos do
Art. 22, §1º - Concorrência é a modalidade de licitação órgão ou entidade, localizado em lugar de ampla divulgação,
entre quaisquer interessados que, na fase inicial de dispensando a publicação em Diário Oficial.
habilitação preliminar, comprovem possuir os requi- No convite, é possível a participação de interessados que
sitos mínimos de qualificação exigidos no edital para
não tenham sido formalmente convidados, mas que sejam do
execução de seu objeto.
ramo do objeto licitado, desde que cadastrados no órgão ou
Esquema: entidade licitadora ou no Sistema de Cadastramento Unificado
▷ Possui fase preliminar; de Fornecedores – SICAF. Esses interessados devem solicitar
▷ É considerada mais complexa; o convite com antecedência de até 24 horas da apresentação
▷ Admite qualquer valor; das propostas.
▷ É a mais competitiva;
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▷ O que determina a necessidade da realização da li- parcela à vista poderá ser feito em até vinte e qua-
citação é a natureza do seu objeto, não o valor do tro horas.
contrato;
§ 4º - O edital de leilão deve ser amplamente divulga-
▷ O procedimento é um tanto diverso, pois o julgamen-
to será feito por uma comissão especial integrada por do, principalmente no município em que se realizará.
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pessoas de reputação ilibada e reconhecido conheci- Limitado a bens avaliados, isolada ou globalmente, em
mento da matéria em exame, servidor público ou não. quantia não superior a R$ 650.000,00. Acima disso e para
Leilão bens imóveis, deve ser utilizada a modalidade concorrência.
É a modalidade de licitação, entre quaisquer interessados, para
venda, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da Consulta
avaliação, dos seguintes bens: A modalidade consulta não está prevista na Lei nº
▷ Bens móveis inservíveis para a Administração.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
8.666/93. Está prevista na Lei nº 9.472/97 (a mesma que criou
▷ Produtos legalmente apreendidos ou penhorados.
a Anatel); é uma modalidade prevista apenas para as agências
▷ Bens imóveis da Administração Pública, cuja aqui-
sição haja derivado de procedimentos judiciais ou de reguladoras.
dação em pagamento (Art. 19, III). A lei diz que a consulta é a modalidade de licitação ade-
O leilão, além dessas disposições, está previsto em dois quada à contratação de bens e serviços não classificados como
lugares:
comuns e que não sejam obras e serviços de engenharia civil.
Primeiro, no Art. 22, § 5º, da Lei nº 8.666/93:
Art. 22, §5º - Leilão é a modalidade de licitação entre A consulta é modalidade de licitação exclusiva de agên-
quaisquer interessados para a venda de bens móveis cias reguladoras, para aquisição de bens e serviços não co-
inservíveis para a Administração ou de produtos legal-
muns, excetuados obras e serviços de engenharia civil, na qual
mente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação
de bens imóveis prevista no Art. 19, a quem oferecer o as propostas são julgadas por um júri, segundo critério que 417
maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. leve em consideração, ponderadamente, custo e benefício.
418 Modalidade Nº de Lici-
Valor (Art. 23) Participação Objeto Forma de Divulgação (Art. 21)
(Art. 22) tantes
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Alienação de bens
Não interessa o inservíveis, produtos Edital com ênfase na localidade
Leilão Independente Sem restrição
valor apreendidos ou bens em que se realizará o leilão.
imóveis
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§ 1º - Considera-se de notória especialização o profis- c) Permuta, por outro imóvel que atenda aos req-
sional ou empresa cujo conceito no campo de sua uisitos constantes do inciso X do Art. 24 dessa Lei;
especialidade, decorrente de desempenho anterior, d) Investidura;
estudos, experiências, publicações, organização, apa- e) Venda a outro órgão ou entidade da Admin-
relhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos istração Pública, de qualquer esfera de governo;
relacionados com suas atividades, permita inferir que f) Alienação gratuita ou onerosa, aforamen-
o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais to, concessão de direito real de uso, locação ou
adequado à plena satisfação do objeto do contrato. permissão de uso de bens imóveis residenciais
§ 2º - Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos construídos, destinados ou efetivamente utiliza-
de dispensa, se comprovado superfaturamento, re- dos no âmbito de programas habitacionais ou de
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
spondem solidariamente pelo dano causado à Fazen- regularização fundiária de interesse social desen-
da Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e volvidos por órgãos ou entidades da Adminis-
o agente público responsável, sem prejuízo de outras tração Pública;
sanções legais cabíveis. g) Procedimentos de legitimação de posse de que
Os serviços técnicos profissionais especializados possi- trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de
bilitam a inexigibilidade, mas é fundamental atentar que não 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da
é o simples fato de um serviço enquadrar-se como técnico Administração Pública em cuja competência legal in-
profissional especializante que acarreta a inexigibilidade. É clua-se tal atribuição;
necessário que o serviço tenha natureza singular, ou seja, não h) Alienação gratuita ou onerosa, aforamento,
pode ser usual e corriqueiro, por essa razão, justifique, a fim concessão de direito real de uso, locação ou
de garantir a sua satisfatória prestação, a contratação de um permissão de manuseio de bens imóveis de uso
profissional ou de uma empresa de notória especialidade. comercial de âmbito local com área de até 250
A regra geral é que a contratação de serviços técnicos m2 (duzentos e cinquenta metros quadrados) e
profissionais especializados seja precedida de licitação na mo- inseridos no âmbito de programas de regular-
dalidade concurso (Art. 13, § 1º). Somente quando for serviço ização fundiária de interesse social desenvolvi-
singular, prestado por profissional ou empresa de notória es- dos por órgãos ou entidades da Administração 419
pecialização, é que a licitação será inexigível. Pública;
i) Alienação e concessão de direito real de uso, gra- IV. Nos casos de emergência ou de calamidade
420 tuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União pública, quando caracterizada urgência de aten-
na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o dimento de situação que possa ocasionar prejuízo
limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500 (mil ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
e quinhentos hectares), para fins de regularização serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
por órgãos ou entidades da Administração Pública, tivadamente, demonstre que não ocorrerá prejuízo para a
em virtude de suas finalidades; administração.
f) Venda de materiais e equipamentos para Não existe limite de valor para esse tipo de licitação, e a
outros órgãos ou entidades da Administração única exigência é que as cláusulas do contrato original sejam
Pública, sem utilização previsível por quem deles respeitadas.
dispõe. Faz-se necessário diferenciar licitação deserta de lici-
tação fracassada. Temos essa quando aparecem interessa-
Licitação Dispensável dos, mas nenhum é selecionado, em decorrência de inabili-
Na licitação dispensável, a Administração tem a facul- tação ou desclassificação das propostas.
dade de não realizar o procedimento licitatório para algumas § 3º - Quando todos os licitantes forem inabilitados ou
hipóteses determinadas na própria Lei nº 8.666/93. todas as propostas forem desclassificadas, a adminis-
As situações nas quais a licitação poderá ser dispensável tração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias
se encontram indicadas no Art. 24, I, a XXVIII da Lei Federal úteis para a apresentação de nova documentação ou
nº 8.666/93. de outras propostas escoimadas das causas referidas
Dessa forma, veremos cada uma das hipóteses de licitação neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução
dispensável, salientando que essa listagem também possui caráter deste prazo para três dias úteis.
taxativo, não cabendo ao administrador à criação de outras situ- Devemos nos atentar que, em regra, a licitação fracassada
ações. Devemos nos atentar, pois as questões de concursos nesse não representa uma forma de licitação dispensável. Assim, de-
tópico costumam ser texto de lei. Assim, ler e fazer a diferenciação vemos aplicar o disposto no Art. 48, § 3º, da Lei nº 8.666/93.
entre licitação dispensável (Art. 24) e inexigibilidade de licitação VI. Quando a União tiver que intervir no domínio
(Art. 25) é de suma importância. econômico para regular preços ou normalizar o
Art. 24. É dispensável a licitação: abastecimento;
I. Para obras e serviços de engenharia de valor até VII. Quando as propostas apresentadas con-
10% (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, signarem preços manifestamente superiores aos
do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram praticados no mercado nacional, ou forem incom-
a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda patíveis com os fixados pelos órgãos oficiais com-
para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo petentes, casos em que, observado o parágrafo
local que possam ser realizadas conjunta e concomi- único do Art. 48 desta Lei e, persistindo a situação,
tantemente; será admitida a adjudicação direta dos bens ou
II. Para outros serviços e compras de valor até 10% serviços, por valor não superior ao constante do
(dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do registro de preços, ou dos serviços;
inciso II do artigo anterior e para alienações, nos VIII. Para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
casos previstos nesta Lei, desde que não se refi- público interno, de bens produzidos ou serviços
ram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou prestados por órgão ou entidade que integre a Ad-
alienação de maior vulto que possa ser realizada ministração Pública e que tenha sido criado para
de uma só vez; esse fim específico em data anterior à vigência
III. Nos casos de guerra ou grave perturbação da desta Lei, desde que o preço contratado seja com-
ordem; patível com o praticado no mercado;
IX. Quando houver possibilidade de comprometi- de que seu valor não exceda ao limite previsto na
mento da segurança nacional, nos casos estabe- alínea “a” do inciso II do Art. 23 desta Lei:
lecidos em decreto do Presidente da República, XIX. Para as compras de material de uso pelas
ouvido o Conselho de Defesa Nacional; Forças Armadas, com exceção de materiais de uso
X. Para a compra ou locação de imóvel destinado pessoal e administrativo, quando houver necessi-
ao atendimento das finalidades precípuas da ad- dade de manter a padronização requerida pela es-
ministração, cujas necessidades de instalação e trutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos
localização condicionem a sua escolha, desde que e terrestres, mediante parecer de comissão instituí-
o preço seja compatível com o valor de mercado, da por decreto;
segundo avaliação prévia; XX. Na contratação de associação de portadores de
XI. Na contratação de remanescente de obra, deficiência física, sem fins lucrativos e de compro-
serviço ou fornecimento, em consequência de re- vada idoneidade, por órgãos ou entidades da Ad-
scisão contratual, desde que atendida a ordem de ministração Pública, para a prestação de serviços
classificação da licitação anterior e aceitas as mes- ou fornecimento de mão de obra, desde que o
mas condições oferecidas pelo licitante vencedor, preço contratado seja compatível com o praticado
inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; no mercado.
XII. Nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e out- XXI. Para a aquisição de bens e insumos destinados
ros gêneros perecíveis, no tempo necessário para exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica
a realização dos processos licitatórios correspon- com recursos concedidos pela Capes, pela Finep,
dentes, realizadas diretamente com base no preço pelo CNPq ou por outras instituições de fomento
do dia; a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim
XIII. Na contratação de instituição brasileira incum- específico;
bida regimental ou estatutariamente da pesquisa, XXII. Na contratação de fornecimento ou suprimen-
do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou to de energia elétrica e gás natural com conces-
de instituição dedicada à recuperação social do sionário, permissionário ou autorizado, segundo as
preso, desde que a contratada detenha inques- normas da legislação específica;
tionável reputação ético-profissional e não tenha XXIII. Na contratação realizada por empresa públi-
fins lucrativos; ca ou sociedade de economia mista com suas sub-
XIV. Para a aquisição de bens ou serviços nos ter- sidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação
mos de acordo internacional específico aprovado de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde
pelo Congresso Nacional, quando as condições que o preço contratado seja compatível com o prat-
ofertadas forem manifestamente vantajosas para icado no mercado.
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o Poder Público; XXIV. Para a celebração de contratos de prestação de
XV. Para a aquisição ou restauração de obras de serviços com as organizações sociais, qualificadas
arte e objetos históricos, de autenticidade certifi- no âmbito das respectivas esferas de governo, para
cada, desde que compatíveis ou inerentes às final- atividades contempladas no contrato de gestão.
idades do órgão ou entidade. XXV. Na contratação realizada por Instituição
XVI. Para a impressão dos diários oficiais, de for- Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fo-
mulários padronizados de uso da administração, mento para a transferência de tecnologia e para o
e de edições técnicas oficiais, bem como para licenciamento de direito de uso ou de exploração
prestação de serviços de informática a pessoa de criação protegida.
jurídica de direito público interno, por órgãos ou XXVI. Na celebração de contrato de programa com
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
entidades que integrem a Administração Pública, ente da Federação ou com entidade de sua ad-
criados para esse fim específico; ministração indireta, para a prestação de serviços
XVII. Para a aquisição de componentes ou peças de públicos de forma associada nos termos do autor-
origem nacional ou estrangeira, necessários à ma- izado em contrato de consórcio público ou em con-
nutenção de equipamentos durante o período de vênio de cooperação.
garantia técnica, junto ao fornecedor original dess- XXVII. Na contratação da coleta, processamento e
es equipamentos, quando tal condição de exclusiv- comercialização de resíduos sólidos urbanos reci-
idade for indispensável para a vigência da garantia; cláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de
XVIII. Nas compras ou contratações de serviços coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou
para o abastecimento de navios, embarcações, cooperativas formadas exclusivamente por pessoas
unidades aéreas ou tropas e seus meios de des- físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder pú-
locamento quando em estada eventual de curta blico como catadores de materiais recicláveis, com
duração em portos, aeroportos ou localidades o uso de equipamentos compatíveis com as normas
diferentes de suas sedes, por motivo de movimen- técnicas, ambientais e de saúde pública.
tação operacional ou de adestramento, quando a XXVIII. Para o fornecimento de bens e serviços,
exiguidade dos prazos legais puder comprometer a produzidos ou prestados no País, que envolvam, 421
normalidade e os propósitos das operações e des- cumulativamente, alta complexidade tecnológica
e defesa nacional, mediante parecer de comissão Formalidades da Dispensa e da Inexigibilidade
422 especialmente designada pela autoridade máxima Os atos de dispensa e de inexigibilidade de licitação de-
do órgão. vem ser obrigatoriamente motivados, e deverão ser comuni-
XXIX. Na aquisição de bens e contratação de cados, dentro de 3 dias, à autoridade superior, para ratificação
serviços para atender aos contingentes militares e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
das Forças Singulares brasileiras empregadas em como condição para a eficácia dos atos.
operações de paz no exterior, necessariamente jus- Em casos de dispensa ou inexigibilidade de licitação, se
tificadas quanto ao preço e à escolha do fornece- houver superfaturamento da obra, haverá responsabilidade
dor ou executante e ratificadas pelo Comandante solidária do agente público responsável e também do fornece-
da Força. dor ou prestador de serviços.
XXX. Na contratação de instituição ou organização,
pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, ANOTAÇÕES
para a prestação de serviços de assistência técnica
e extensão rural no âmbito do Programa Nacional
de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricul-
tura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por
lei federal.
XXXI. Nas contratações visando ao cumprimento do
disposto nos Arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de
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Licitação Deserta
Licitação Fracassada Art. 24 - VII
Art. 24 - V
ÍNDICE
1. Ética no Serviço Público ........................................................................................... 424
Ética e Moral ...............................................................................................................................424
Ética: Princípios e Valores........................................................................................................... 425
Ética e Democracia: Exercício da Cidadania ............................................................................... 426
Ética e Função Pública ................................................................................................................ 426
Código de Ética Profissional do Serviço Público (Decreto nº 1.171/1994) .................................. 427
Decreto nº 6.029/2007 ..............................................................................................................430
2. Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República ..............433
Resolução nº 01, de 13 de Setembro de 2000 ............................................................................ 433
Resolução nº 02, de 24 de Outubro de 2000 ............................................................................. 434
Resolução nº 03, de 23 de Novembro de 2000 .......................................................................... 435
Resolução nº 04, de 07 de Junho de 2001 ................................................................................. 437
Resolução nº 05, de 07 de Junho de 2001.................................................................................. 439
Resolução nº 06, de 25 de Julho de 2001 ................................................................................... 439
Resolução nº 07, de 14 de Fevereiro de 2002 ............................................................................440
Comissão de Ética Pública ..........................................................................................................440
Resolução nº 08, de 25 de Setembro de 2003 ............................................................................441
Resolução nº 09, de 20 de Maio de 2005 ...................................................................................442
Resolução nº 10, de 29 de Setembro de 2008............................................................................442
424
1. Ética no Serviço Público Em um sentido mais amplo, a ética engloba um conjunto
de regras e preceitos de ordem valorativa, que estão ligados
Nesta unidade, trabalharemos o seguinte conteúdo: Ética à prática do bem e da justiça, aprovando ou desaprovando a
e moral; Ética, princípios e valores; Ética e democracia: exercí- ação dos homens de um grupo social ou de uma sociedade.
cio da cidadania; Ética e função pública; Ética no setor público: Em suma, a ética é um conjunto de normas que rege a boa
Código de Ética Profissional do Serviço Público (Decreto nº conduta humana.
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
1.171/1994). Acrescentamos, ao final, o Decreto nº 6.029/2007, Para que uma conduta possa ser considerada ética, três
que revogou o Decreto nº 1.171/1994 em parte, e que, muito elementos essenciais devem ser ponderados: a ação (ato mo-
embora não seja mencionado no edital, tem sido cobrado. ral), a intenção (finalidade), e as circunstâncias (consequên-
O Código de Ética Profissional do Serviço Público (Decreto cias) do ato. Se um único desses três elementos não for bom,
nº 1.171/1994) contempla essencialmente duas partes. correto e certo, o comportamento não é ético.
A primeira, dita de ordem substancial (fundamental), fala A norma ética é aquela que prescreve como o homem deve
sobre os princípios morais e éticos a serem observados pelo agir. Possui, como uma de suas características, a possibilidade
servidor, e constitui o Capítulo I, que abrange as regras deon- de ser violada, ao contrário da norma legal (lei).
tológicas (Seção I), os principais deveres do servidor público A ética não deve ser confundida com a lei, embora, com
(Seção II), bem como as vedações (Seção III). certa frequência, a lei tenha como base princípios éticos. Ao
Já a segunda parte, de ordem formal, dispõe sobre a cria- contrário da lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo
ção e funcionamento de Comissões de Ética, e constitui o Capí- Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas,
tulo II, que trata das Comissões de Ética em todos os órgãos do nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas.
Poder Executivo Federal (Exposição de Motivos nº 001/94-CE). Para o autor Lázaro Lisboa, a ética tem por objeto o com-
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Este conteúdo, referente ao Código de Ética Profissional do portamento humano no interior de cada sociedade, e o es-
Serviço Público, considerando os últimos conteúdos cobrados, tudo desse comportamento com o fim de estabelecer níveis
é um dos mais relevantes e que mais deve ser estudado. aceitáveis que garantam a convivência pacífica dentro das
sociedades e entre elas, constitui o objetivo da Ética. (LISBOA;
Ética e Moral MARTINS, 2011).
O estudo da ética demonstra que a consciência moral nos
Ética inclina para o caminho da virtude, que seria uma qualidade
A palavra “ética” vem do grego ethos, que significa “modo própria da natureza humana. Logo, um homem para ser ético
de ser” ou “caráter” (índole). precisa necessariamente ser virtuoso, ou seja, praticar o bem
Ética o do grego ethos o caráter usando a liberdade com responsabilidade constantemente.
A ética é a parte da filosofia que estuda a moralidade das Segundo a classificação de Eduardo Garcia Maýnez, são
ações humanas, isto é, se são boas ou más. É uma reflexão quatro as formas de manifestação do pensamento ético oci-
crítica sobre a moralidade. dental:
A ética faz parte do nosso dia a dia. Em todas as nossas ▷ Ética empírica.
ações e também relações, em algum grau, utilizamos nossos ▷ Ética dos bens.
valores éticos. Isso não quer dizer que o homem já nasça com ▷ Ética formal.
consciência plena do que é bom ou mau. Essa consciência exis- ▷ Ética de valores.
te, mas se desenvolve a partir do relacionamento com o meio e
A Ética empírica está dividida em:
do autodescobrimento.
Ética Anarquista: só tem valor o que não contraria as ten-
A ética pode ser definida como a teoria ou a ciência do dências naturais.
comportamento moral, que busca explicar, compreender, jus-
tificar e criticar a moral ou as morais de Ética Utilitarista: é bom o que é útil.
De acordo com o autor espanhol, Adolfo Vázquez, a ética Ética Ceticista: não se pode dizer com certeza o que é cer-
representa uma abordagem científica sobre as constantes mo- to ou errado, bom ou mau, pois ninguém jamais será capaz
rais, ou seja, refere-se àquele conjunto de valores e costumes de desvendar os mistérios da natureza.
mais ou menos permanente no tempo e no espaço. Em outras Ética Subjetivista: “o homem é a medida de todas as coisas
palavras, a ética é a ciência da moral, isto é, de uma esfera do existentes ou inexistentes” (Protágoras).
comportamento humano. Já a Ética dos bens divide-se em:
Mas a Ética não é puramente teoria; é um conjunto de Ética Socrática: para Sócrates (469 - 399 a.C.), o supremo
princípios e disposições voltados para a ação, historica- bem, a virtude máxima é a sabedoria. As duas máximas de
mente produzidos, cujo objetivo é balizar (limitar) as ações Sócrates são: “Só sei que nada sei” e “Conhece-te a ti mesmo”.
humanas. Ética Platônica: para Platão (427 - 347 a.C), todos os fe-
Todavia, segundo Vázquez, não cabe à ética formular juí- nômenos naturais são meros reflexos de formas eternas,
zos de valor sobre a prática moral de outras sociedades, ou de imutáveis, sugerindo o “mundo das ideias”.
outras épocas, em nome de uma moral absoluta e universal, Ética Aristotélica: para Aristóteles (384 - 322 a.C.), a
mas deve antes explicar a razão de ser desta pluralidade e das felicidade só pode ser conseguida com a integração de
mudanças de moral; isto é, deve esclarecer o fato de os homens suas três formas: prazer, virtude (cidadania responsável),
terem recorrido a práticas morais diferentes e até opostas. sabedoria (filosofia/ciência).
Ética Epicurista: para Epicuro (341 - 270 a.C.), o bem su- quanto o primeiro trata o comportamento humano como objeto
premo é a felicidade, a ser atingido por meio dos prazeres de estudo e normatização, procurando tomá-lo de forma mais
(eudaimonismo hedonista) e os do espírito são mais eleva- abrangente possível, o segundo se ocupa de atribuir um valor à
dos que os do corpo. Seu objetivo maior era afastar a dor ação. Esse valor tem como referências as normas e conceitos do
e os sofrimentos. que vem a ser bom ou mau, baseados no senso comum.
Ética Estóica: Zenão (300 a.C.) fundou esta filosofia que No contexto da ação pública, ética e moral não são consi-
ensina a ética da virtude como fim: o estóico não aspira ser derados termos sinônimos. Portanto, não devem ser confun-
feliz, mas ser bom. didos.
Para a ética formal, segundo Kant, uma ação é boa, tem Enquanto a ética é teórica e busca explicar e justificar
valor, deve ser feita, se obedece o “princípio categórico”, que os costumes de uma determinada sociedade, a moral é
está baseado na ideia do dever (vale sempre e é uma ordem). normativa. Enquanto a ética tem caráter científico, a moral
Por fim, para a ética de valores, uma ação é boa (e consequen- tem caráter prático imediato, visto que é parte integrante
temente é um dever) se estiver fundamentada em um valor. da vida cotidiana das sociedades e dos indivíduos. A moral
é a aplicação da ética no cotidiano, é a prática concreta.
Moral A moral, portanto, não é ciência, mas objeto da ciência; e,
Os romanos traduziram o ethos grego para o latim mos, de neste sentido, é por ela estudada e investigada.
onde vem a palavra “moral”.
O termo “moral”, portanto, deriva do latim “mos” ou “mo- Ética: Princípios e Valores
res”, que significa “costume” ou “costumes (VÁZQUEZ, 2011).
Moralo do latin MOS ou MORESo Princípios
Costume ou Costumes Segundo o dicionário Houaiss, princípio pode ser conside-
A moral é definida como o conjunto de normas, princípios, rado o primeiro momento da existência (de algo) ou de uma
preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento ação ou processo. Pode também ser definido como um con-
do indivíduo no seu grupo social. A moral é normativa. junto de regras ou código de (boa) conduta, com base no qual
Em outras palavras, a moral é um conjunto de regras de se governa a própria vida e ações.
conduta adotadas pelos indivíduos de um grupo social e tem Dados esses conceitos, percebe-se que os princípios que
a finalidade de organizar as relações interpessoais segundo regem a conduta em sociedade são aqueles conceitos ou re-
os valores do bem e do mal. gras que se aprendem por meio do convívio, passados de ge-
A moral é a “ferramenta” de trabalho da ética. Sem os ração para geração.
juízos de valor aplicados pela moral seria impossível deter-
Esses conhecimentos se originaram, em algum momento,
minar se a ação do homem é boa ou má.
no grupo social em que estão inseridos, convencionando-se
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A moral ocupa-se basicamente de questões subjetivas, que sua aplicação é boa, e assim aceita pelo grupo.
abstratas e de interesses particulares do indivíduo e da socie-
dade, relacionando-se com valores ou condutas sociais. Quando uma pessoa afirma que determinada ação fere
seus princípios, ela está se referindo a um conceito ou regra,
A moral possui, portanto, um caráter subjetivo, que faz
que foi originado em algum momento em sua vida ou na vida
com que ela seja influenciada por vários fatores, alterando, as-
do grupo social em que está inserida, e que foi aceito como
sim, os conceitos morais de um grupo para outro. Esses fatores
ação moralmente boa.
podem ser sociais, históricos, geográficos etc. Observa-se, en-
tão, que a moral é dinâmica, ou seja, ela pode mudar seus juí- Valores
zos de valor de acordo com o contexto em que esteja inserida.
O conceito de valor tem sido investigado e definido em di-
Sendo assim, para Vázquez a moral é mutável e varia his-
ferentes áreas do conhecimento (filosofia, sociologia, ciências
toricamente, de acordo com o desenvolvimento de cada socie-
econômicas, “marketing” etc).
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
e egoísta, honesto e desonesto, justo e injusto. Os valores dão administração do Estado. Por meio do voto, o povo é que
“peso” à ação ou ao caráter de uma pessoa ou grupo. determina quem vai ocupar os cargos de direção do Estado.
Logo, insere-se nesse contexto a responsabilidade tanto do
Kant afirmava que toda ação considerada boa moral- povo, que escolhe seus dirigentes, quanto dos escolhidos, que
mente deveria ser universal, ou seja, ser boa em qualquer deverão prestar contas de seus atos no poder.
tempo e em qualquer lugar. Infelizmente o ideal kantiano A ética exerce papel fundamental em todo esse processo,
de valor e moralidade está muito longe de ser alcançado, regulamentando e exigindo dos governantes comportamento
pois as diversidades culturais e sociais fazem com que o adequado à função pública, que lhe foi confiada por meio do
valor dado a determinadas ações mude de acordo com o voto, e conferindo ao povo as noções e os valores necessários
contexto. tanto para o exercício e cobrança dos seus direitos quanto para
O complexo de normas éticas se alicerça em valores, nor- atendimento de seus deveres.
malmente designados valores do “bem”. É por meio dos valores éticos e morais – determinados
“Valores éticos são indicadores da relevância ou do grau de pela sociedade – que podemos perceber se os atos cometidos
atendimento aos princípios éticos”. Por exemplo, a dignidade pelos ocupantes de cargos públicos estão visando ao bem co-
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da pessoa sugere e exige que se valorize o respeito às pessoas. mum e ao interesse público.
Esses valores éticos só podem ser atribuídos a pessoas, Exercício da Cidadania
pois elas são os únicos seres que agem com conhecimento de Em se tratando do exercício da cidadania, podemos afir-
certo e errado, bem e mal, e com liberdade para agir. Algumas mar que todo cidadão tem direito a exercer a cidadania, isto
condutas podem ferir os valores éticos. é, seus direitos de cidadão; direitos esses garantidos constitu-
A prática constante de respeito aos valores éticos conduz cionalmente.
as pessoas às virtudes morais.” ALONSO, Felix Ruiz; LÓPEZ, Direitos e deveres andam juntos no que tange ao exercício
Francisco Granizo; CASTRUCCI, Plínio de Laura – Curso de Ética da cidadania. Não se pode conceber um direito que não seja
em Administração. São Paulo: Atlas, 2008. (Adaptado). precedido de um dever a ser cumprido; é uma via de mão dupla.
Os direitos garantidos constitucionalmente, individuais,
Ética e Democracia: coletivos, sociais ou políticos, são precedidos de responsa-
bilidades que o cidadão deve ter perante a sociedade. Por
Exercício da Cidadania exemplo, a Constituição garante o direito à propriedade pri-
Ética e Democracia vada, mas exige-se que o proprietário seja responsável pelos
tributos que o exercício desse direito gera, como, por exemplo,
O Brasil ainda caminha a passos muito lentos no que diz o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
respeito à ética, principalmente no cenário político. Exercer a cidadania, por consequência, é ser probo (ín-
Vários são os fatores que contribuíram para esta realidade, tegro, honrado, justo, reto), agir com ética assumindo a res-
dentre eles, principalmente, os golpes de Estado, a saber, o ponsabilidade que advém de seus deveres enquanto cidadão
Golpe de 30 e o Golpe de 64. inserto no convívio social.
Durante o período em que o país vivenciou a ditadura mili-
tar e em que a democracia foi colocada de lado, tivemos a sus- Ética e Função Pública
pensão do ensino da filosofia e, consequentemente, da ética, Função pública é a competência, atribuição ou encargo
nas escolas e universidades, e além disso, os direitos políticos para o exercício de determinada função. Ressalta-se que essa
do cidadão suspensos, a liberdade de expressão caçada e o função não é livre, devendo, portanto, estar o seu exercício su-
medo da repressão. jeito ao interesse público, ou seja, da coletividade.
Como consequência dessa série de medidas autoritárias No exercício das mais diversas funções públicas, os servi-
e também arbitrárias, nossos valores morais e sociais foram dores devem respeitar, além das normatizações vigentes nos
perdendo espaço para os valores que o Estado queria impor, órgãos e entidades públicas que regulamentam e determinam
levando a sociedade a uma espécie de “apatia” social. a forma de agir dos agentes públicos, os valores éticos e mo-
Nos dias atuais, estamos presenciando uma nova fase em rais que a sociedade impõe para o convívio em grupo. A não
nosso país, no que tange à aplicabilidade das leis e da ética observação desses valores acarreta uma série de erros e pro-
no poder. blemas no atendimento ao público e aos usuários do serviço, o
Os crimes de corrupção envolvendo desvio de dinheiro es- que contribui de forma significativa para uma imagem negati-
tão sendo mais investigados e a polícia tem trabalhado com va do órgão ou entidade e também do serviço público.
mais liberdade de atuação em prol da moralidade e do interes- O padrão ético dos servidores públicos, no exercício da
se público, o que tem levado os agentes públicos a refletir mais função pública, advém de sua natureza, ou seja, do caráter
sobre seus atos antes ainda de praticá-los. público e de sua relação com o público.
O servidor deve estar atento a esse padrão não apenas no necessários ao bom andamento do serviço e ao respeito aos
exercício de suas funções, mas também na vida particular. O usuários.
caráter público do seu serviço deve se incorporar à sua vida Os novos códigos de ética, além de regulamentar a quali-
privada, a fim de que os valores morais e a boa-fé, amparados dade e o trato dispensados aos usuários e ao serviço público
constitucionalmente como princípios básicos e essenciais a e de trazer punições para os que descumprem as suas nor-
uma vida equilibrada, sejam inseridos e se tornem uma cons- mas, também têm a função de proteger a imagem e a honra
tante em seu relacionamento com os usuários do serviço bem do servidor que trabalha seguindo fielmente as regras nele
como com os colegas. contidas, contribuindo, assim, para uma melhoria na imagem
Os princípios constitucionais devem ser observados para do servidor e do órgão ou entidade perante a população.
que a função pública se integre de forma indissociável ao di- Em se tratando da ética no serviço público, destacamos o
reito. Os princípios são: Código de Ética Profissional do Servidor Público do Poder Exe-
Legalidade: todo ato administrativo deve seguir fielmente cutivo Federal, aprovado pelo Decreto nº 1.171, de 22 de junho
os meandros da lei. de 1994, que foi revogado em parte pelo Decreto nº 6.029, de 1º
Impessoalidade: aplicado como sinônimo de igualdade – de fevereiro de 2007, que institui Sistema de Gestão da Ética do
todos devem ser tratados de forma igualitária e respeitando o Poder Executivo Federal. Ambos os Decretos seguem na íntegra.
que a lei prevê.
Moralidade: respeito ao padrão moral para não compro- Código de Ética Profissional do Serviço
meter os bons costumes da sociedade. Público (Decreto nº 1.171/1994)
Publicidade: refere-se à transparência de todo ato público, DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994. Aprova o Código de Ética
salvo os casos previstos em lei. Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
Eficiência: ser o mais eficiente possível na utilização dos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere
meios que são postos a sua disposição para a execução do seu o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da
mister (cargo ou função). Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei nº 8.112, de 11 de dezem-
bro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992,
Ética no Setor Público Decreta
As questões éticas estão cada vez mais em voga na cena Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profissional do
pública brasileira, dada à multiplicação de casos de corrupção Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que
e, sobretudo, à reação da sociedade frente a um tal grau de
com este baixa.
desmoralização das relações políticas e sociais.
Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública
Com os escândalos e denúncias de corrupção expostas
Federal direta e indireta implementarão, em sessenta
pela mídia, refletir sobre essas questões traz à tona os concei-
dias, as providências necessárias à plena vigência do
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tos éticos que envolvem a busca por melhores ações tanto na
vida pessoal como na vida pública. Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da
respectiva Comissão de Ética, integrada por três ser-
A ética é pautada na conduta responsável das pessoas. Daí
vidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou
a importância da escolha de um político com esse caráter, a
fim de diminuir o mau uso da máquina pública e evitar que se emprego permanente.
venha auferir ganhos e vantagens pessoais. Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética
Porém, as normas morais apenas fornecem orientações, será comunicada à Secretaria da Administração Fede-
cabendo ao político determinar quais são as exigências e limi- ral da Presidência da República, com a indicação dos
tações e decidir pela melhor alternativa de ação, que detém a respectivos membros titulares e suplentes.
responsabilidade em atender as demandas, no papel de repre- Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de sua pu-
sentantes democráticos, com integridade e eficiência. blicação.
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Durante as últimas décadas, o setor público foi alvo, tan- Brasília, 22 de junho de 1994, 173º da Independência e 106º da República.
to por parte da mídia quanto do senso comum vigente, de ITAMAR FRANCO
um processo deliberado de formação de uma caricatura, que Romildo Canhim
transformou sua imagem no estereótipo de um setor muito Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994.
burocrático, que não funciona e custa caro à população. Anexo
O cidadão, mesmo bem atendido por um servidor públi- Código de Ética Profissional do Servidor
co, não consegue sustentar uma boa imagem do servidor e Público Civil do Poder Executivo Federal
também do serviço público, pois o que faz a imagem de um
órgão ou entidade pública parecer boa diante da população Capítulo I
é o atendimento de seus funcionários, e por mais que os ser-
vidores sérios e responsáveis se esforcem, existe uma mino- Seção I
ria que consegue facilmente acabar com todos os esforços ї Das Regras Deontológicas
levados a cabo por aqueles bons funcionários. I. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a cons-
Nesse ponto, a ética se insere de maneira determinan- ciência dos princípios morais são primados maio-
te para contribuir e melhorar a qualidade do atendimento, res que devem nortear o servidor público, seja no 427
inserindo no âmbito do poder público os princípios e regras exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que
refletirá o exercício da vocação do próprio poder sar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano
428 estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes se- a qualquer bem pertencente ao patrimônio públi-
rão direcionados para a preservação da honra e da co, deteriorando-o, por descuido ou má vontade,
tradição dos serviços públicos. não constitui apenas uma ofensa ao equipamento
II. O servidor público não poderá jamais desprezar o e às instalações ou ao Estado, mas a todos os ho-
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que mens de boa vontade que dedicaram sua inteli-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o gência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno para construí-los.
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto X. Deixar o servidor público ou qualquer pessoa à
e o desonesto, consoante as regras contidas no art. espera de solução que compete ao setor em que
37, caput, e § 4º, da Constituição Federal. exerça suas funções, permitindo a formação de
III. A moralidade da Administração Pública não se longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser prestação do serviço, não caracteriza apenas ati-
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem co- tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
mum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, principalmente grave dano moral aos usuários dos
na conduta do servidor público, é que poderá con- serviços públicos.
solidar a moralidade do ato administrativo. (grifo XI. O servidor deve prestar toda a sua atenção às
da autora) ordens legais de seus superiores, velando atenta-
IV. A remuneração do servidor público é custeada mente por seu cumprimento, e, assim, evitando a
pelos tributos pagos direta ou indiretamente por conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso
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todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difí-
contrapartida, que a moralidade administrativa se ceis de corrigir e caracterizam até mesmo impru-
integre no Direito, como elemento indissociável de dência no desempenho da função pública.
sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como XII. Toda ausência injustificada do servidor de seu
consequência, em fator de legalidade. local de trabalho é fator de desmoralização do ser-
V. O trabalho desenvolvido pelo servidor público viço público, o que quase sempre conduz à desor-
perante a comunidade deve ser entendido como dem nas relações humanas.
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, XIII. O servidor que trabalha em harmonia com a
como cidadão, integrante da sociedade, o êxito estrutura organizacional, respeitando seus colegas
desse trabalho pode ser considerado como seu e cada concidadão, colabora e de todos pode re-
maior patrimônio. ceber colaboração, pois sua atividade pública é a
VI. A função pública deve ser tida como exercício grande oportunidade para o crescimento e o en-
profissional e, portanto, se integra na vida particu- grandecimento da Nação.
lar de cada servidor público. Assim, os fatos e atos Seção II
verificados na conduta do dia a dia em sua vida
ї Dos Principais Deveres do Servidor Público
privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom
conceito na vida funcional. (grifo da autora) XIV. São deveres fundamentais do servidor público:
VII. Salvo os casos de segurança nacional, investi- a) desempenhar, a tempo, as atribuições do car-
gações policiais ou interesse superior do Estado e go, função ou emprego público de que seja titu-
da Administração Pública, a serem preservados em lar;
processo previamente declarado sigiloso, nos ter- b) exercer suas atribuições com rapidez, perfei-
mos da lei, a publicidade de qualquer ato adminis- ção e rendimento, pondo fim ou procurando prio-
trativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ritariamente resolver situações procrastinatórias,
ensejando sua omissão comprometimento ético principalmente diante de filas ou de qualquer
contra o bem comum, imputável a quem a negar. outra espécie de atraso na prestação dos serviços
VIII. Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor pelo setor em que exerça suas atribuições, com o
não pode omiti-la ou falseá--la, ainda que contrá- fim de evitar dano moral ao usuário;
ria aos interesses da própria pessoa interessada ou c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda
da Administração Pública. Nenhum Estado pode a integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo quando estiver diante de duas opções, a melhor e
do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que a mais vantajosa para o bem comum;
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana d) jamais retardar qualquer prestação de contas,
quanto mais a de uma Nação. condição essencial da gestão dos bens, direitos e
IX. A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo serviços da coletividade a seu cargo;
dedicados ao serviço público caracterizam o esfor- e) tratar cuidadosamente os usuários dos servi-
ço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga ços aperfeiçoando o processo de comunicação e
seus tributos direta ou indiretamente significa cau- contato com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido vando as formalidades legais e não cometendo
por princípios éticos que se materializam na ade- qualquer violação expressa à lei;
quada prestação dos serviços públicos; v) divulgar e informar a todos os integrantes da
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e sua classe sobre a existência deste Código de Éti-
atenção, respeitando a capacidade e as limita- ca, estimulando o seu integral cumprimento.
ções individuais de todos os usuários do serviço
público, sem qualquer espécie de preconceito ou
Seção III
distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, ї Das Vedações ao Servidor Público
religião, cunho político e posição social, absten- XV. É vedado ao servidor público:
do-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; a) o uso do cargo ou função, facilidades, ami-
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum zades, tempo, posição e influências, para obter
temor de representar contra qualquer compro- qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
metimento indevido da estrutura em que se fun- b) prejudicar deliberadamente a reputação de
da o Poder Estatal; outros servidores ou de cidadãos que deles de-
i) resistir a todas as pressões de superiores hie- pendam;
rárquicos, de contratantes, interessados e outros c) ser, em função de seu espírito de solidarieda-
que visem obter quaisquer favores, benesses ou de, conivente com erro ou infração a este Código
vantagens indevidas em decorrência de ações de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
imorais, ilegais ou aéticas e denunciá--las; (grifo d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar
da autora) o exercício regular de direito por qualquer pes-
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas soa, causando-lhe dano moral ou material;
exigências específicas da defesa da vida e da se- e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científi-
gurança coletiva; cos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de atendimento do seu mister; (grifo da autora)
que sua ausência provoca danos ao trabalho orde-
f) permitir que perseguições, simpatias, antipa-
nado, refletindo negativamente em todo o sistema;
tias, caprichos, paixões ou interesses de ordem
m) comunicar imediatamente a seus superiores pessoal interfiram no trato com o público, com os
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse jurisdicionados administrativos ou com colegas
público, exigindo as providências cabíveis; hierarquicamente superiores ou inferiores;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber
trabalho, seguindo os métodos mais adequados à
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qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação,
sua organização e distribuição; prêmio, comissão, doação ou vantagem de qual-
o) participar dos movimentos e estudos que se quer espécie, para si, familiares ou qualquer pes-
relacionem com a melhoria do exercício de suas soa, para o cumprimento da sua missão ou para
funções, tendo por escopo a realização do bem influenciar outro servidor para o mesmo fim;
comum;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas que deva encaminhar para providências; (grifo
adequadas ao exercício da função; da autora)
q) manter-se atualizado com as instruções, as i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que ne-
normas de serviço e a legislação pertinentes ao cessite do atendimento em serviços públicos;
órgão onde exerce suas funções;
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado I. proteção à honra e à imagem da pessoa inves-
pelo Decreto 1.171, de 1994, devendo: tigada;
a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas II. proteção à identidade do denunciante, que de-
para seu aperfeiçoamento; verá ser mantida sob reserva, se este assim o de-
sejar; e
b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de
III. independência e imparcialidade dos seus mem-
suas normas e deliberar sobre casos omissos;
bros na apuração dos fatos, com as garantias asse-
c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, con- guradas neste Decreto.
duta em desacordo com as normas éticas perti-
Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídi-
nentes;
ca de direito privado, associação ou entidade de classe
d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito poderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão de
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
do órgão ou entidade a que estiver vinculada, o Ética, visando à apuração de infração ética imputada a
desenvolvimento de ações objetivando a dis- agente público, órgão ou setor específico de ente estatal.
seminação, capacitação e treinamento sobre as
Parágrafo único. Entende-se por agente público, para
normas de ética e disciplina; os fins deste Decreto, todo aquele que, por força de
III. representar a respectiva entidade ou órgão na lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços
Rede de Ética do Poder Executivo Federal a que se de natureza permanente, temporária, excepcional ou
refere o art. 9º; e eventual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão
IV. supervisionar a observância do Código de Con- ou entidade da administração pública federal, direta e
duta da Alta Administração Federal e comunicar à indireta. (grifo da autora)
CEP situações que possam configurar descumpri- Art. 12. O processo de apuração de prática de ato em
mento de suas normas. desrespeito ao preceituado no Código de Conduta da
§ 1º Cada Comissão de Ética contará com uma Secreta- Alta Administração Federal e no Código de Ética Pro-
ria-Executiva, vinculada administrativamente à instân- fissional do Servidor Público Civil do Poder Executi-
cia máxima da entidade ou órgão, para cumprir plano vo Federal será instaurado, de ofício ou em razão de 431
de trabalho por ela aprovado e prover o apoio técnico denúncia fundamentada, respeitando-se, sempre, as
garantias do contraditório e da ampla defesa, pela sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e de
432 Comissão de Ética Pública ou Comissões de Ética de ter vista dos autos, no recinto das Comissões de Ética,
que tratam os incisos II e III do art. 2º, conforme o mesmo que ainda não tenha sido notificada da existên-
caso, que notificará o investigado para manifestar-se, cia do procedimento investigatório.
por escrito, no prazo de dez dias. Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo in-
§ 1º O investigado poderá produzir prova documental clui o de obter cópia dos autos e de certidão do seu
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
além das providências previstas no Código de Condu- Conduta da Alta Administração Federal deve ser pre-
ta da Alta Administração Federal e no Código de Ética cedida de consulta da autoridade à Comissão de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executi- Pública, acerca de situação que possa suscitar conflito
vo Federal, as Comissões de Ética tomarão as seguintes de interesses.
providências, no que couber: Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar-se
I. encaminhamento de sugestão de exoneração de de proferir decisão sobre matéria de sua competência
cargo ou função de confiança à autoridade hierar- alegando omissão do Código de Conduta da Alta Ad-
quicamente superior ou devolução ao órgão de ori- ministração Federal, do Código de Ética Profissional
gem, conforme o caso; do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
II. encaminhamento, conforme o caso, para a Con- ou do Código de Ética do órgão ou entidade, que, se
troladoria-Geral da União ou unidade específica do existente, será suprida pela analogia e invocação aos
Sistema de Correição do Poder Executivo Federal princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
de que trata o Decreto nº 5.480, de 30 de junho publicidade e eficiência.
de 2005, para exame de eventuais transgressões § 1º Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comis-
disciplinares; e são de Ética competente deverá ouvir previamente
III. recomendação de abertura de procedimento a área jurídica do órgão ou entidade.
administrativo, se a gravidade da conduta assim o § 2º Cumpre à CEP responder a consultas sobre aspec-
exigir. tos éticos que lhe forem dirigidas pelas demais Comis-
Art. 13. Será mantido com a chancela de “reservado”, sões de Ética e pelos órgãos e entidades que integram
até que esteja concluído, qualquer procedimento ins- o Executivo Federal, bem como pelos cidadãos e servi-
taurado para apuração de prática em desrespeito às dores que venham a ser indicados para ocupar cargo
normas éticas. ou função abrangida pelo Código de Conduta da Alta
§ 1º Concluída a investigação e após a deliberação da Administração Federal.
CEP ou da Comissão de Ética do órgão ou entidade, os Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constata-
autos do procedimento deixarão de ser reservados. rem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de
§ 2º Na hipótese de os autos estarem instruídos com improbidade administrativa ou de infração disciplinar,
documento acobertado por sigilo legal, o acesso a esse encaminharão cópia dos autos às autoridades compe-
tipo de documento somente será permitido a quem tentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo das
detiver igual direito perante o órgão ou entidade ori- medidas de sua competência.
ginariamente encarregado da sua guarda. Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na análise
§ 3º Para resguardar o sigilo de documentos que assim de qualquer fato ou ato submetido à sua apreciação ou
devam ser mantidos, as Comissões de Ética, depois de por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com
concluído o processo de investigação, providenciarão a omissão dos nomes dos investigados, divulgadas no
para que tais documentos sejam desentranhados dos sítio do próprio órgão, bem como remetidas à Comis-
autos, lacrados e acautelados. são de Ética Pública.
Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investi- Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que
gada é assegurado o direito de saber o que lhe está tratam os incisos II e III do art. 2º são considerados re-
levantes e têm prioridade sobre as atribuições próprias
dos cargos dos seus membros, quando estes não atua-
2. Resoluções 1 a 10 da Comissão
rem com exclusividade na Comissão. de Ética Pública da Presidência da
Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Públi-
ca Federal darão tratamento prioritário às solicitações República
de documentos necessários à instrução dos procedi-
mentos de investigação instaurados pelas Comissões Resolução nº 01, de 13 de
de Ética . Setembro de 2000
§ 1º Na hipótese de haver inobservância do dever fun- Estabelece procedimentos para apresentação de informa-
cional previsto no caput, a Comissão de Ética adotará ções, sobre situação patrimonial, pelas autoridades submeti-
as providências previstas no inciso III do § 5º do art. 12. das ao Código de Conduta da Alta Administração Federal.
§ 2º As autoridades competentes não poderão alegar A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas atribui-
sigilo para deixar de prestar informação solicitada pe- ções, e tendo em vista o disposto no art. 4º do Código de Con-
las Comissões de Ética. duta da Alta Administração Federal,
Art. 21. A infração de natureza ética cometida por Resolve
membro de Comissão de Ética de que tratam os incisos
Art. 1º O cumprimento do disposto no art. 4º do Có-
II e III do art. 2º será apurada pela Comissão de Ética digo de Conduta da Alta Administração Federal, que
Pública. trata da apresentação de informações sobre a situa-
Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá banco ção patrimonial das autoridades a ele submetidas,
de dados de sanções aplicadas pelas Comissões de Éti- será atendido mediante o envio à Comissão de Ética
ca de que tratam os incisos II e III do art. 2º e de suas Pública - CEP de:
próprias sanções, para fins de consulta pelos órgãos ou I. lista dos bens, com identificação dos respectivos
entidades da administração pública federal, em casos valores estimados ou de aquisição, que poderá ser
de nomeação para cargo em comissão ou de alta rele- substituída pela remessa de cópia da última decla-
vância pública. ração de bens apresentada à Secretaria da Receita
Parágrafo único. O banco de dados referido neste arti- Federal do Ministério da Fazenda;
go engloba as sanções aplicadas a qualquer dos agen- II. informação sobre situação patrimonial espe-
tes públicos mencionados no parágrafo único do art. 11 cífica que, a juízo da autoridade, suscite ou possa
deste Decreto. eventualmente suscitar conflito com o interesse
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público e, se for o caso, o modo pelo qual pretende
Art. 23. Os representantes das Comissões de Ética de
evitá-lo.
que tratam os incisos II e III do art. 2º atuarão como ele-
Art. 2º As informações prestadas na forma do artigo
mentos de ligação com a CEP, que disporá em Resolução
anterior são de caráter sigiloso e, uma vez conferidas
própria sobre as atividades que deverão desenvolver
por pessoa designada pela CEP, serão encerradas em
para o cumprimento desse mister.
envelope lacrado.
Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Ad- Art. 3º A autoridade deverá também comunicar à CEP
ministração Federal, do Código de Ética Profissional do as participações de que for titular em sociedades de
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e do economia mista, de instituição financeira ou de empre-
Código de Ética do órgão ou entidade aplicam-se, no sa que negocie com o Poder Público, conforme deter-
que couber, às autoridades e agentes públicos neles
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Art. 7º As informações de que trata esta Resolução 5. A publicidade da remuneração e das despesas de
deverão ser remetidas à CEP, em envelope lacrado, lo- transporte e estada será assegurada mediante registro
calizada no Anexo II do Palácio do Planalto, sala 250 do compromisso na respectiva agenda de trabalho da
- Brasília-DF. autoridade, com explicitação das condições de sua par-
João Geraldo Piquet Carneiro Presidente ticipação, a qual ficará disponível para consulta pelos
interessados.
Resolução nº 02, de 24 de 6. A autoridade não poderá aceitar o pagamento ou
Outubro de 2000 reembolso de despesa de transporte e estada, referen-
tes à sua participação em evento de interesse institu-
Regula a participação de autoridade pública abrangida
cional ou pessoal, por pessoa física ou jurídica com a
pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal em
seminários e outros eventos qual o órgão a que pertença mantenha relação de ne-
gócio, salvo se o pagamento ou reembolso decorrer de
A Comissão de Ética Pública, com fundamento no art. 2º,
inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, adota a presente obrigação contratual previamente assumida perante
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da de trabalho da autoridade das condições de sua participa- I. tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou
ção, inclusive remuneração, se for o caso. A agenda de traba- artístico, destiná-lo ao acervo do Instituto do Pa-
lho ficará disponível para consulta por qualquer interessado. O trimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN para
acesso público à agenda deve ser facilitado.
que este lhe dê o destino legal adequado;
Em síntese, por meio desta resolução interpretativa, a Co-
II. promover a sua doação à entidade de caráter as-
missão procurou fixar os balizamentos mínimos a serem ob-
sistencial ou filantrópico reconhecida como de uti-
servados pelas autoridades abrangidas pelo Código de Con-
duta, sem prejuízo de que cada órgão detalhe suas próprias lidade pública, desde que, tratando-se de bem não
normas internas sobre a participação de seus servidores em perecível, esta se comprometa a aplicar o bem ou o
eventos externos produto da sua alienação em suas atividades fim; ou
III. determinar a incorporação ao patrimônio da en-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou caracterização; e na terceira (itens 8 a 10), regula-se a divul-
por ocasião de eventos ou datas comemorativas de gação das normas da resolução e a solução de dúvidas na sua
caráter histórico ou cultural, desde que não ultra- implementação.
passem o valor unitário de R$ 100,00 (cem reais); A regra geral é que as autoridades abrangidas pelo Código
II. cuja periodicidade de distribuição não seja infe- de Conduta estão proibidas de receber presentes, de qualquer
rior a 12 (doze) meses; e valor, em razão do seu cargo (item 1). A vedação se configura
III. que sejam de caráter geral e, portanto, não se quando o ofertante do presente seja pessoa, empresa ou enti-
destinem a agraciar exclusivamente uma determi- dade que se encontre numa das seguintes situações:
nada autoridade. ▷ Esteja sujeita à jurisdição regulatória do órgão a que
6. Se o valor do brinde ultrapassar a R$ 100,00 (cem pertença a autoridade;
reais), será ele tratado como presente, aplicando-se- ▷ Tenha interesse pessoal, profissional ou empresarial
lhe a norma prevista no item 3 acima. em decisão que possa ser tomada pela autoridade,
7. Havendo dúvida se o brinde tem valor comercial de em razão do cargo, seja individualmente, seja de for-
ma coletiva;
até R$ 100,00 (cem reais), a autoridade determinará
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sua avaliação junto ao comércio, podendo ainda, se jul- ▷ Mantenha relação comercial de qualquer natureza
gar conveniente, dar-lhe desde logo o tratamento de com o órgão a que pertence a autoridade (fornece-
dores de bens e serviços, por exemplo);
presente.
▷ Represente interesse de terceiros, na qualidade de
Divulgação e Solução de Dúvidas procurador ou preposto, de pessoas, empresas ou
8. A autoridade deverá transmitir a seus subordinados entidades conforme especificados anteriormente.
as normas constantes desta Resolução, de modo a que O recebimento de presente só é permitido em duas hipó-
tenham ampla divulgação no ambiente de trabalho. teses: a) quando o ofertante for autoridade estrangeira, nos
casos protocolares, ou em razão do exercício de funções di-
9. A incorporação de presentes ao patrimônio histórico
plomáticas (item 2, inciso II); b) por motivo de parentesco ou
cultural e artístico, assim como a sua doação à entida- amizade (item 2, inciso I), desde que o respectivo custo seja
de de caráter assistencial ou filantrópico reconhecida coberto pelo próprio parente ou amigo, e não por pessoa física
como de utilidade pública, deverá constar da respec- ou entidade que tenha interesse em decisão da autoridade.
tiva agenda de trabalho ou de registro específico da
Quando não for recomendável ou viável a devolução do
autoridade, para fins de eventual controle. presente, como, por exemplo, quando a autoridade tenha
10. Dúvidas específicas a respeito da implementação que incorrer em custos pessoais para fazê-lo, o bem deverá
das normas sobre presentes e brindes poderão ser ser doado à entidade de caráter assistencial ou filantrópico
submetidas à Comissão de Ética Pública, conforme o reconhecida como de utilidade pública que se comprometa a
previsto no art. 19 do Código de Conduta. utilizá-lo ou transformá-lo em receita a ser aplicada exclusi-
Brasília, 23 de novembro de 2000 vamente em suas atividades fim. Se se tratar de bem de valor
João Geraldo Piquet Carneiro histórico ou cultural, será ele transferido para o Instituto do
Presidente da Comissão de Ética Pública Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que lhe dará a desti-
Publicado no Diário Oficial de 01 de dezembro de 2000 nação legal mais adequada (item 3, incisos I e II).
Não caracteriza presente (item 4) o recebimento de prê-
Nota Explicativa mio em dinheiro ou bens concedido por entidades acadêmi-
Regras sobre o tratamento de presentes e brindes aplicá- cas, científicas ou culturais, em reconhecimento por contri-
veis às autoridades públicas abrangidas pelo Código de Con- buição intelectual. Da mesma forma, não se configura como
duta da Alta Administração Federal. presente o prêmio outorgado em razão de concurso para sele-
A Resolução nº 3 da Comissão de Ética Pública (CEP) tem ção de trabalho de natureza acadêmica, científica, tecnológica.
por objetivo dar efetividade ao art. 9º do Código de Conduta Finalmente, podem ser aceitas bolsas de estudos vinculadas
da Alta Administração Federal que veda à autoridade pública ao aperfeiçoamento acadêmico da autoridade, desde que a
por ele abrangida, como regra geral, a aceitação de presentes. entidade promotora não tenha interesse em decisão de sua
A matéria é de inquestionável relevo tanto do ponto de vista alçada. Está claro, portanto, que em nenhum caso prêmios ou
da opinião pública quanto da própria Administração, pois tem a bolsas de estudos poderão implicar qualquer forma de contra-
ver com a observância de regra ética fundamental, qual seja, a prestação de serviço.
de que a capacidade decisória da autoridade pública seja livre A Resolução esclarece que poderão ser aceitos brindes
de qualquer tipo de influência externa. Além disso, normas cla- (item 5), como tais considerados os que não tenham valor
ras sobre presentes e brindes também darão mais segurança ao comercial ou cujo valor unitário não ultrapasse R$ 100,00. Na
relacionamento de pessoas e empresas com autoridades gover- segunda hipótese, quando tiver valor inferior a R$ 100,00, o
brinde deve ser distribuído estritamente a título de cortesia, IV. apurar, de ofício ou em razão de denúncia, con-
propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de eventos dutas que possam configurar violação do Código
ou datas comemorativas de caráter histórico ou cultural (pode de Conduta, e, se for o caso, adotar as providências
incluir, por exemplo, a distribuição de livros ou discos). Além nele previstas;
disso, sua periodicidade não poderá ser inferior a um ano e o V. dirimir dúvidas a respeito da aplicação do Códi-
brinde deve ser de caráter geral, ou seja, não deve ser destina- go de Conduta e deliberar sobre os casos omissos;
do exclusivamente a determinada autoridade.
VI. colaborar, quando solicitado, com órgãos e en-
Brindes que ultrapassem o valor de R$ 100,00 devem ser con- tidades da administração federal, estadual e mu-
siderados presentes de aceitação vedada (item 6), salvo as exce- nicipal, ou dos Poderes Legislativo e Judiciário; e
ções elencadas. Brindes sobre os quais persistam dúvidas quanto
VII. dar ampla divulgação ao Código de Conduta.
ao valor – se supera ou não R$ 100,00 – a recomendação constan-
te do item 7 da Resolução é que sejam considerados presentes. Capítulo II
Tendo em vista o amplo interesse das normas sobre pre- Da Composição
sentes e brindes, as autoridades deverão divulgá-las entre
seus subordinados (item 8). Art. 3º A CEP é composta por seis membros designa-
É importante observar que a destinação de presentes, que dos pelo Presidente da República, com mandato de
não possam ser recusados ou devolvidos, deve constar de três anos, podendo ser reconduzidos.
registro a ser mantido pela autoridade, para fins de eventual § 1º Os membros da CEP não terão remuneração e os
controle (item 9). trabalhos por eles desenvolvidos são considerados
É natural que possam surgir situações específicas que sus- prestação de relevante serviço público.
citem dúvidas quanto à correta conduta de autoridade, pois, § 2º As despesas com viagens e estada dos membros
afinal, as normas são sempre elaboradas para que tenham apli- da CEP serão custeadas pela Presidência da República,
cação geral e nem sempre alcançam todos os casos particula- quando relacionadas com suas atividades.
res. Assim, é muito importante que, também nessa matéria, os
Capítulo III
abrangidos utilizem, sempre que necessário, o canal de consulta
oferecido pela própria Comissão de Ética. • Do Funcionamento
Finalmente, deve-se salientar que as normas da Resolução Art. 4º Os membros da CEP escolherão o seu presidente,
se aplicam tão somente às autoridades enumeradas no art. 2º que terá mandato de um ano, permitida a recondução.
do Código de Conduta. Caberá a cada órgão ou entidade da Art. 5º As deliberações da CEP serão tomadas por voto
administração pública regular a matéria em relação a seus de- da maioria de seus membros, cabendo ao presidente o
mais servidores e empregados. voto de qualidade.
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Art. 6º A CEP terá um Secretário-Executivo, vinculado
Resolução nº 04, de 07 à Casa Civil da Presidência da República, que lhe pres-
de Junho de 2001 tará apoio técnico e administrativo.
Aprova o Regimento Interno da Comissão de Ética Pública: § 1º O Secretário-Executivo submeterá anualmente à CEP
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com fundamento no art. plano de trabalho que contemple suas principais ativida-
2º, inciso VII, do Decreto de 26 de maio de 1999 des e proponha metas, indicadores e dimensione os recur-
sos necessários.
Resolve § 2º Nas reuniões ordinárias da CEP, o Secretário-Exe-
Art. 1º Fica aprovado na forma desta Resolução o Regi- cutivo prestará informações sobre o estágio de execu-
mento Interno da Comissão de Ética Pública. ção das atividades contempladas no plano de trabalho
e seus resultados, ainda que parciais.
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Capítulo I
Art. 7º As reuniões da CEP ocorrerão, em caráter ordiná-
• Da Competência rio, mensalmente, e, extraordinariamente, sempre que
Art. 2º Compete à Comissão de Ética Pública (CEP): necessário, por iniciativa de qualquer de seus membros.
I. assegurar a observância do Código de Conduta § 1º A pauta das reuniões da CEP será composta a partir
da Alta Administração Federal, aprovado pelo Pre- de sugestões de qualquer de seus membros ou por ini-
sidente da República em 21 de agosto de 2000, ciativa do Secretário-Executivo, admitindo-se no início
pelas autoridades públicas federais por ele abran- de cada reunião a inclusão de novos assuntos na pauta.
gidas; § 2º Assuntos específicos e urgentes poderão ser ob-
II. submeter ao Presidente da República sugestões jeto de deliberação mediante comunicação entre os
de aprimoramento do Código de Conduta e resolu- membros da CEP.
ções de caráter interpretativo de suas normas;
Capítulo IV
III. dar subsídios ao Presidente da República e aos
Ministros de Estado na tomada de decisão concer- • Das Atribuições
nente a atos de autoridade que possam implicar Art. 8º Ao Presidente da CEP compete: 437
descumprimento das normas do Código de Conduta; I. convocar e presidir as reuniões;
II. orientar os trabalhos da Comissão, ordenar os Capítulo V
438 debates, iniciar e concluir as deliberações;
• Das Deliberações
III. orientar e supervisionar os trabalhos da Secre-
taria-Executiva; Art. 11. As deliberações da CEP relativas ao Código de
Conduta compreenderão:
IV. tomar os votos e proclamar os resultados;
I. homologação das informações prestadas em
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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• Das Disposições Gerais de Julho de 2001
Art. 18. O Presidente da CEP, em suas ausências, será Dá nova redação ao item III da Resolução nº 3, de 23 de
substituído pelo membro mais antigo da Comissão. novembro de 2000.
Art. 19. Caberá à CEP dirimir qualquer dúvida relacionada A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas atribui-
a este Regimento Interno, bem como promover as modifi- ções, e tendo em vista o disposto no art. 2º, inciso V, do Decre-
cações que julgar necessárias. to de 26 de maio de 1999, que a instituiu, adotou a seguinte:
Parágrafo único. Os casos omissos serão resolvidos
pelo colegiado.
Resolução
Art. 20. Esta Resolução entra em vigor na data de sua Art. 1º O item 3 da Resolução nº 3, de 23 de novembro
publicação. de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação: “3.
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
João Geraldo Piquet Carneiro Não sendo viável a recusa ou a devolução imediata de
Presidente da Comissão presente cuja aceitação é vedada, a autoridade deverá
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.6.2001 adotar uma das seguintes providências:
II. promover a sua doação à entidade de caráter
Resolução nº 05, de 07 assistencial ou filantrópico reconhecida como
de utilidade pública, desde que, tratando-se de
de Junho de 2001 bem não perecível, se comprometa a aplicar o
Aprova o modelo de Declaração Confidencial de Informa- bem ou o produto da sua alienação em suas ati-
ções a ser apresentada por autoridade submetida ao Código vidades fim; ou
de Conduta da Alta Administração Federal, e dispõe sobre a III. determinar a incorporação ao patrimônio da en-
atualização de informações patrimoniais para os fins do art. 4º tidade ou do órgão público onde exerce a função.”
do Código de Conduta da Alta Administração Federal. Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com fundamento no art. publicação.
2º, inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, e nos termos do João Geraldo Piquet Carneiro 439
art. 4º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, Presidente da Comissão
Resolução nº 07, de 14 de autoridade deverá abster-se de participar daquela ati-
440 vidade ou requerer seu afastamento do cargo.
Fevereiro de 2002 Art. 8º Em caso de dúvida, a autoridade poderá consul-
Regula a participação de autoridade pública submetida ao tar a Comissão de Ética Pública.
Código de Conduta da Alta Administração Federal em ativida- Brasília, 14 de fevereiro de 2002
des de natureza político-eleitoral. João Geraldo Piquet Carneiro
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
A Comissão de Ética Pública, com fundamento no art. 2º, Presidente da Comissão de Ética Pública
inciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, adota a presente
resolução interpretativa do Código de Conduta da Alta Admi- Comissão de Ética Pública
nistração Federal, no que se refere à participação de autorida- O Presidente da República aprovou recomendação no sen-
des públicas em eventos político-eleitorais. tido de que se regule a participação de autoridades submeti-
Art. 1º A autoridade pública vinculada ao Código de das ao Código de Conduta da Alta Administração Federal em
Conduta da Alta Administração Federal (CCAAF) po- atividades de natureza político-eleitoral.
derá participar, na condição de cidadão-eleitor, de A Resolução CEP Nº 7, publicada no Diário Ofícial da
eventos de natureza político-eleitoral, tais como con- União de 25.2.2002, é interpretativa das normas do Código
venções e reuniões de partidos políticos, comícios e de Conduta da Alta Administração Federal e tem duplo ob-
manifestações públicas autorizadas em lei. jetivo. Primeiro, reconhecer o direito de qualquer autoridade,
Art. 2º A atividade político-eleitoral da autoridade não na condição de cidadão-eleitor, de participar em atividades e
poderá resultar em prejuízo do exercício da função pú- eventos políticos e eleitorais; segundo, mediante explicitação
blica, nem implicar o uso de recursos, bens públicos de de normas de conduta, permitir que as autoridades exerçam
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qualquer espécie ou de servidores a ela subordinados. esse direito a salvo de críticas, desde que as cumpram ade-
quadamente.
Art. 3º A autoridade deverá abster-se de:
Para facilitar a compreensão do cumprimento das referi-
I. se valer de viagens de trabalho para participar de
das normas, são prestados os esclarecimentos que seguem.
eventos político-eleitorais;
Art. 1º O dispositivo enfatiza o direito da autoridade de
II. expor publicamente divergências com outra
participar de eventos eleitorais, tais como convenções
autoridade administrativa federal ou criticar-lhe a
partidárias, reuniões políticas e outras manifestações
honorabilidade e o desempenho funcional (artigos
públicas que não contrariem a lei. O importante é que
11 e 12, inciso I, do CCAAF);
essa participação se enquadre nos princípios éticos
III. exercer, formal ou informalmente, função de inerentes ao cargo ou função da autoridade.
administrador de campanha eleitoral.
Art. 2º A norma reproduz dispositivo legal existente, apli-
Art. 4º Nos eventos político-eleitorais de que partici- cando-o de maneira específica à atividade político-eleito-
par, a autoridade não poderá fazer promessa, ainda ral. Assim, a autoridade pública, que pretenda ou não can-
que de forma implícita, cujo cumprimento dependa do
didatar a cargo eletivo, não poderá exercer tal atividade
cargo público que esteja exercendo, tais como realiza-
em prejuízo da função pública, como, por exemplo, duran-
ção de obras, liberação de recursos e nomeação para
te o honorário normal de expediente ou em detrimento de
cargos ou empregos.
qualquer de suas obrigações funcionais.
Art. 5º A autoridade, a partir do momento em que ma- Da mesma forma, não poderá utilizar bens e serviços públicos
nifestar de forma pública a intenção de candidatar-se de qualquer espécie, assim como servidores a ela subordinados.
a cargo eletivo, não poderá praticar ato de gestão do É o caso do uso de veículos, recursos de informática, serviços de
qual resulte privilégio para pessoa física ou entidade, reprodução ou de publicação de documentos, material de escritó-
pública ou privada, situada em sua base eleitoral ou de rio, entre outros. Especial atenção deve ser dada à vedação ao uso
seus familiares. de funcionários subordinados, dentro ou fora do expediente ofi-
Art. 6º Para prevenir-se de situação que possa suscitar dú- cial, em atividades político-eleitorais de interesse da autoridade.
vidas quanto à sua conduta ética e ao cumprimento das Cumpre esclarecer que esta norma não restringe a atividade polí-
normas estabelecidas pelo CCAAF, a autoridade deverá tico-eleitoral de interesse do próprio funcionário, nos limites da lei.
consignar em agenda de trabalho de acesso público: O dispositivo recomenda que a autoridade não se
I. audiências concedidas, com informações sobre valha de viagem de trabalho para participar de
seus objetivos, participantes e resultados, as quais eventos político-eleitorais. Trata-se de norma de
deverão ser registradas por servidor do órgão ou ordem prática, pois seria muito difícil exercer al-
entidade por ela designado para acompanhar a gum controle sobre a segregação entre tais ativi-
reunião; dades e as inerentes ao cargo público.
II. eventos político-eleitorais de que participe, in- Esta norma não impede que a autoridade que viajou por
formando as condições de logística e financeiras da seus próprios meios para participar de evento político-eleitoral
sua participação. cumpra outros compromissos inerentes ao seu cargo ou função.
Art. 7º Havendo possibilidade de conflito de interesse II. A autoridade não deve expor publicamente
entre a atividade político-eleitoral e a função pública, a suas divergências com outra autoridade admi-
nistrativa federal, ou criticar-lhe a honorabilida- Resolução nº 08, de 25 de
de ou o desempenho funcional. Não se trata de
censurar o direito de crítica, de modo geral, mas Setembro de 2003
de adequá-lo ao fato de que, afinal, a autoridade Identifica situações que suscitam conflito de interesses e
exerce um cargo de livre nomeação na adminis- dispõe sobre o modo de preveni-los
tração e está vinculada a deveres de fidelidade A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com o objetivo de orien-
e confiança. tar as autoridades submetidas ao Código de Conduta da Alta
Administração Federal na identificação de situações que pos-
III. A autoridade não poderá aceitar encargo de admi-
sam suscitar conflito de interesses, esclarece o seguinte:
nistrador de campanha eleitoral, diante da dificuldade
1. Suscita conflito de interesses o exercício de atividade
de compatibilizar essa atividade com suas atribuições
que:
funcionais. Não haverá restrição se a autoridade se li-
cenciar do cargo, sem vencimentos. a) em razão da sua natureza, seja incompatível
com as atribuições do cargo ou função pública da
Art. 4º É fundamental que a autoridade não faça pro- autoridade, como tal considerada, inclusive, a ati-
messa, de forma explícita ou implícita, cujo cumprimen- vidade desenvolvida em áreas ou matérias afins à
to dependa do uso do cargo público, como realização de competência funcional;
obras, liberação de recursos e nomeação para cargo ou b) viole o princípio da integral dedicação pelo
emprego. Essa restrição decorre da necessidade de se ocupante de cargo em comissão ou função de
manter a dignidade da função pública e de se demons- confiança, que exige a precedência das atribui-
trar respeito à sociedade e ao eleitor. ções do cargo ou função pública sobre quaisquer
Art. 5º A lei já determina que a autoridade que preten- outras atividades;
da se candidatar a cargo eletivo peça exoneração até seis c) implique a prestação de serviços à pessoa fí-
meses antes da respectiva eleição. Porém, se ela antes dis- sica ou jurídica ou a manutenção de vínculo de
so manifestar publicamente sua pretensão eleitoral, não negócio com pessoa física ou jurídica que tenha
poderá mais praticar ato de gestão que resulte em algum interesse em decisão individual ou coletiva da
tipo de privilégio para qualquer pessoa ou entidade que autoridade;
esteja em sua base eleitoral. É importante enfatizar que se d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de
trata apenas de ato que gere privilégio, e não atos normais informação à qual a autoridade tenha acesso em
de gestão. razão do cargo e não seja de conhecimento pú-
Art. 6º Durante o período pré-eleitoral, a autoridade blico;
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deve tomar cautelas específicas para que seus conta- e) possa transmitir à opinião pública dúvida a
tos funcionais com terceiros não se confundam com respeito da integridade, moralidade, clareza de
suas atividades político--eleitorais. A forma adequada posições e decoro da autoridade.
é fazer-se acompanhar de outro servidor em audiências, 2. A ocorrência de conflito de interesses independe do
o qual fará o registro dos participantes e dos assuntos recebimento de qualquer ganho ou retribuição pela
autoridade.
tratados na agenda de trabalho da autoridade.
3. A autoridade poderá prevenir a ocorrência de con-
O mesmo procedimento de registro em agenda deve ser
flito de interesses ao adotar, conforme o caso, uma ou
adotado com relação aos compromissos político-eleitorais da
mais das seguintes providências:
autoridade. E, ambos os casos os registros são de acesso públi-
co, sendo recomendável também que a agenda seja divulgada a) abrir mão da atividade ou licenciar-se do car-
go, enquanto perdurar a situação passível de sus-
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
pela internet.
citar conflito de interesses;
Art. 7º Se por qualquer motivo se verificar a possibili-
b) alienar bens e direitos que integram o seu pa-
dade de conflito de interesse entre a atividade político-
trimônio e cuja manutenção possa suscitar confli-
-eleitoral e a função pública, a autoridade deverá esco-
to de interesses;
lher entre abster-se de participar daquela atividade ou
c) transferir a administração dos bens e direitos
requerer o seu afastamento do cargo.
que possam suscitar conflito de interesses à insti-
Art. 8º A Comissão de Ética Pública esclarecerá as dú- tuição financeira ou à administradora de carteira
vidas que eventualmente surjam na efetiva aplicação de valores mobiliários autorizada a funcionar pelo
das normas. Banco Central ou pela Comissão de Valores Mobi-
João Geral Piquet Carneiro - Presidente liários, conforme o caso, mediante instrumento
Adhemar Palladini Ghisi contratual que contenha cláusula que vede a par-
Celina Vargas do Amaral Peixoto ticipação da autoridade em qualquer decisão de
João Camilo Pena investimento assim como o seu prévio conheci-
Lourdes Sola mento de decisões da instituição administradora 441
Miguel Reale Júnior quanto à gestão dos bens e direitos;
d) na hipótese de conflito de interesses específico Resolução nº 10, de 29 de
442 e transitório, comunicar sua ocorrência ao supe-
rior hierárquico ou aos demais membros de órgão Setembro de 2008
colegiado de que faça parte a autoridade, em se
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso de suas atribui-
tratando de decisão coletiva, abstendo-se de vo-
ções conferidas pelo art. 1º do Decreto de 26 de maio de 1999 e
tar ou participar da discussão do assunto;
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
pelos arts. 1º, inciso III, e 4º, inciso IV, do Decreto nº 6.029, de 1º
e) divulgar publicamente sua agenda de compro- de fevereiro de 2007, nos termos do Decreto nº 1.171, de 22 de
missos, com identificação das atividades que não junho de 1994, Decreto nº 4.553, de 27 de dezembro de 2002 e
sejam decorrência do cargo ou função pública. tendo em vista a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999,
4. A Comissão de Ética Pública deverá ser informada
pela autoridade e opinará, em cada caso concreto, Resolve
sobre a suficiência da medida adotada para prevenir Art. 1º Ficam aprovadas, na forma desta Resolução, as
situação que possa suscitar conflito de interesses. normas de funcionamento e de rito processual, deli-
5. A participação de autoridade em conselhos de admi- mitando competências, atribuições, procedimentos e
nistração e fiscal de empresa privada, da qual a União outras providências no âmbito das Comissões de Éti-
seja acionista, somente será permitida quando resultar ca instituídas pelo Decreto nº 1.171, de 22 de junho de
de indicação institucional da autoridade pública com- 1994, com as alterações estabelecidas pelo Decreto nº
petente. Nestes casos, é-lhe vedado participar de deli- 6.029, de 1º de fevereiro de 2007.
beração que possa suscitar conflito de interesses com Capítulo I
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o Poder Público.
• Das Competências e Atribuições
6. No trabalho voluntário em organizações do terceiro se-
Art. 2º Compete às Comissões de Ética:
tor, sem finalidade de lucro, também deverá ser observa-
I. atuar como instância consultiva do dirigente má-
do o disposto nesta Resolução.
ximo e dos respectivos servidores de órgão ou de
7. As consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública entidade federal;
deverão estar acompanhadas dos elementos pertinen- II. aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor
tes à legalidade da situação exposta. Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado
Brasília, 25 de setembro de 2003 pelo Decreto nº 1.171, de 1994, devendo:
João Geraldo Piquet Carneiro
a) submeter à Comissão de Ética Pública - CEP
Presidente propostas de aperfeiçoamento do Código de Éti-
ca Profissional;
Resolução nº 09, de 20 b) apurar, de ofício ou mediante denúncia, fato
de Maio de 2005 ou conduta em desacordo com as normas éticas
pertinentes;
O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, no uso
de suas atribuições e tendo em vista o disposto no art. 2º, in- c) recomendar, acompanhar e avaliar o desenvol-
ciso V, do Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comissão vimento de ações objetivando a disseminação, ca-
de Ética Pública, e nos termos do art. 4º do Código de Conduta pacitação e treinamento sobre as normas de ética
da Alta Administração Federal. e disciplina;
III. representar o órgão ou a entidade na Rede de
Resolve Ética do Poder Executivo Federal a que se refere o
Art. 1º Fica aprovado o modelo anexo da Declaração art. 9º do Decreto nº 6.029, de 2007;
Confidencial de Informações de que trata a Resolução IV. supervisionar a observância do Código de Con-
no 5, de 7 de junho de 2001. duta da Alta Administração Federal e comunicar à
CEP situações que possam configurar descumpri-
Art. 2º A autoridade ocupante de cargo público vincu-
mento de suas normas;
lado ao Código de Conduta da Alta Administração Fe-
V. aplicar o código de ética ou de conduta próprio,
deral deverá apresentar a Declaração Confidencial de
se couber;
Informações, devidamente preenchida:
VI. orientar e aconselhar sobre a conduta ética do
I. pela primeira vez, até dez dias após a posse; e servidor, inclusive no relacionamento com o cida-
II. sempre que ocorrer alteração relevante nas in- dão e no resguardo do patrimônio público;
formações prestadas, até trinta dias da ocorrência. VII. responder consultas que lhes forem dirigidas;
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua VIII. receber denúncias e representações contra
publicação. servidores por suposto descumprimento às normas
Art. 4º Fica revogado o Anexo à Resolução no 5, de 7 éticas, procedendo à apuração;
de junho de 2001. IX. instaurar processo para apuração de fato ou
FERNANDO NEVES DA SILVA conduta que possa configurar descumprimento ao
Presidente da Comissão de Ética Pública padrão ético recomendado aos agentes públicos;
X. convocar servidor e convidar outras pessoas a Capítulo II
prestar informação;
• Da Composição
XI. requisitar às partes, aos agentes públicos e aos
órgãos e entidades federais informações e docu- Art. 3º A Comissão de Ética do órgão ou entidade será
mentos necessários à instrução de expedientes; composta por três membros titulares e respectivos
XII. requerer informações e documentos necessá- suplentes, servidores públicos ocupantes de cargo efe-
rios à instrução de expedientes a agentes públicos tivo ou emprego do seu quadro permanente, designa-
e a órgãos e entidades de outros entes da federa- dos por ato do dirigente máximo do correspondente
ção ou de outros Poderes da República; órgão ou entidade.
XIII. realizar diligências e solicitar pareceres de es- § 1º Não havendo servidores públicos no órgão ou na
pecialistas; entidade em número suficiente para instituir a Comis-
XIV. esclarecer e julgar comportamentos com indí- são de Ética, poderão ser escolhidos servidores públi-
cios de desvios éticos; cos ocupantes de cargo efetivo ou emprego do quadro
XV. aplicar a penalidade de censura ética ao servi- permanente da Administração Pública.
dor e encaminhar cópia do ato à unidade de gestão § 2º A atuação na Comissão de Ética é considerada
de pessoas, podendo também: prestação de relevante serviço público e não enseja
a) sugerir ao dirigente máximo a exoneração de qualquer remuneração, devendo ser registrada nos as-
ocupante de cargo ou função de confiança; sentamentos funcionais do servidor.
b) sugerir ao dirigente máximo o retorno do ser-
vidor ao órgão ou entidade de origem; § 3º O dirigente máximo de órgão ou entidade não po-
derá ser membro da Comissão de Ética.
c) sugerir ao dirigente máximo a remessa de
expediente ao setor competente para exame de § 4º O Presidente da Comissão será substituído pelo
eventuais transgressões de naturezas diversas; membro mais antigo, em caso de impedimento ou va-
d) adotar outras medidas para evitar ou sanar cância.
desvios éticos, lavrando, se for o caso, o Acordo § 5º No caso de vacância, o cargo de Presidente da Co-
de Conduta Pessoal e Profissional - ACPP; missão será preenchido mediante nova escolha efetua-
XVI. arquivar os processos ou remetê-los ao órgão da pelos seus membros.
competente quando, respectivamente, não seja
comprovado o desvio ético ou configurada infra- § 6º Na ausência de membro titular, o respectivo su-
ção cuja apuração seja da competência de órgão plente deve imediatamente assumir suas atribuições.
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distinto; § 7º Cessará a investidura de membros das Comissões
XVII. notificar as partes sobre suas decisões; de Ética com a extinção do mandato, a renúncia ou por
XVIII. submeter ao dirigente máximo do órgão ou desvio disciplinar ou ético reconhecido pela Comissão de
entidade sugestões de aprimoramento ao código Ética Pública.
de conduta ética da instituição;
Art. 4º A Comissão de Ética contará com uma Secreta-
XIX. dirimir dúvidas a respeito da interpretação das ria-Executiva, que terá como finalidade contribuir para
normas de conduta ética e deliberar sobre os casos
a elaboração e o cumprimento do plano de trabalho
omissos, observando as normas e orientações da CEP;
da gestão da ética e prover apoio técnico e material
XX. elaborar e propor alterações ao código de ética
necessário ao cumprimento das atribuições.
ou de conduta próprio e ao regimento interno da
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
apuração de prática contrária ao código de ética § 2º Poderá ser reconduzido uma única vez ao cargo de
ou de conduta do órgão ou entidade, bem como as membro da Comissão de ética o servidor público que
diligências e convocações; for designado para cumprir o mandato complementar,
III. designar relator para os processos; caso o mesmo tenha se iniciado antes do transcurso da
IV. orientar os trabalhos da Comissão de Ética, or- metade do período estabelecido no mandato originário.
denar os debates e concluir as deliberações; § 3º Na hipótese de o mandato complementar ser exerci-
do após o transcurso da metade do período estabelecido
V. tomar os votos, proferindo voto de qualidade, e
no mandato originário, o membro da Comissão de Ética
proclamar os resultados; e
que o exercer poderá ser conduzido imediatamente ao
VI. delegar competências para tarefas específicas posterior mandato regular de 3 (três) anos, permitindo-
aos demais integrantes da Comissão de Ética. lhe uma única recondução ao mandado regular.
Parágrafo único. O voto de qualidade de que trata o
Capítulo VI
inciso V somente será adotado em caso de desempate.
• Das Normas Gerais do Procedimento
Art. 9º Compete aos membros da Comissão de Ética:
Art. 12. As fases processuais no âmbito das Comissões
I. examinar matérias, emitindo parecer e voto;
de Ética serão as seguintes:
II. pedir vista de matéria em deliberação; I. Procedimento Preliminar, compreendendo:
III. fazer relatórios; e a) juízo de admissibilidade;
IV. solicitar informações a respeito de matérias sob b) instauração;
exame da Comissão de Ética. c) provas documentais e, excepcionalmente, ma-
Art. 10. Compete ao Secretário-Executivo: nifestação do investigado e realização de diligên-
I. organizar a agenda e a pauta das reuniões; cias urgentes e necessárias;
II. proceder ao registro das reuniões e à elaboração d) relatório;
de suas atas; e) proposta de ACPP;
III. instruir as matérias submetidas à deliberação f) decisão preliminar determinando o arquiva-
da Comissão de Ética; mento ou a conversão em Processo de Apuração
Ética.
IV. desenvolver ou supervisionar a elaboração de
estudos e subsídios ao processo de tomada de de- II. Processo de Apuração Ética, subdividindo-se
cisão da Comissão de Ética; em:
V. coordenar o trabalho da Secretaria--Executiva, a) instauração;
bem como dos representantes locais; b) instrução complementar, compreendendo:
VI. fornecer apoio técnico e administrativo à Co- 1. a realização de diligências;
missão de Ética; 2. a manifestação do investigado; e
VII. executar e dar publicidade aos atos de compe- 3. a produção de provas;
tência da Secretaria-Executiva; c) relatório; e
d) deliberação e decisão, que declarará improce- classe poderá provocar a atuação da Comissão de Éti-
dência, conterá sanção, recomendação a ser aplica- ca, visando a apuração de transgressão ética imputada
da ou proposta de ACPP. ao agente público ou ocorrida em setores competentes
Art. 13. A apuração de infração ética será formalizada do órgão ou entidade federal.
por procedimento preliminar, que deverá observar as Parágrafo único. Entende-se por agente público todo
regras de autuação, compreendendo numeração, ru- aquele que por força de lei, contrato ou qualquer ato
brica da paginação, juntada de documentos em ordem jurídico, preste serviços de natureza permanente, tem-
cronológica e demais atos de expediente administrativo. porária, excepcional ou eventual, ainda que sem retri-
Art. 14. Até a conclusão final, todos os expedientes de buição financeira, a órgão ou entidade da Administra-
apuração de infração ética terão a chancela de “reserva- ção Pública Federal direta e indireta.
do”, nos termos do Decreto nº 4.553, de 27 de dezembro Art. 20. O Procedimento Preliminar para apuração de
2002, após, estarão acessíveis aos interessados confor- conduta que, em tese, configure infração ao padrão
me disposto na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. ético será instaurado pela Comissão de Ética, de ofício
Art. 15. Ao denunciado é assegurado o direito de co- ou mediante representação ou denúncia formulada por
nhecer o teor da acusação e ter vista dos autos no re- quaisquer das pessoas mencionadas no caput do art. 19.
cinto da Comissão de Ética, bem como de obter cópias § 1º A instauração, de ofício, de expediente de inves-
de documentos. tigação deve ser fundamentada pelos integrantes da
Parágrafo único. As cópias deverão ser solicitadas for- Comissão de Ética e apoiada em notícia pública de
malmente à Comissão de Ética. conduta ou em indícios capazes de lhe dar sustentação.
Art. 16. As Comissões de Ética, sempre que constata- § 2º Se houver indícios de que a conduta configure, a
um só tempo, falta ética e infração de outra natureza,
rem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de
inclusive disciplinar, a cópia dos autos deverá ser enca-
improbidade administrativa ou de infração disciplinar,
minhada imediatamente ao órgão competente.
encaminhará cópia dos autos às autoridades compe-
tentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo da § 3º Na hipótese prevista no § 2º, o denunciado deverá
ser notificado sobre a remessa do expediente ao órgão
adoção das demais medidas de sua competência.
competente.
Art. 17. A decisão final sobre investigação de conduta
§ 4º Havendo dúvida quanto ao enquadramento da
ética que resultar em sanção, em recomendação ou em
conduta, se desvio ético, infração disciplinar, ato de
Acordo de Conduta Pessoal e Profissional será resumi- improbidade, crime de responsabilidade ou infração
da e publicada em ementa, com a omissão dos nomes de natureza diversa, a Comissão de Ética, em caráter
dos envolvidos e de quaisquer outros dados que per- excepcional, poderá solicitar parecer reservado junto à
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mitam a identificação. unidade responsável pelo assessoramento jurídico do
Parágrafo único. A decisão final contendo nome e órgão ou da entidade.
identificação do agente público deverá ser remetida à Art. 21. A representação, a denúncia ou qualquer outra
Comissão de Ética Pública para formação de banco de demanda deve conter os seguintes requisitos:
dados de sanções, para fins de consulta pelos órgãos I. descrição da conduta;
ou entidades da administração pública federal, em ca- II. indicação da autoria, caso seja possível; e
sos de nomeação para cargo em comissão ou de alta
III. apresentação dos elementos de prova ou indi-
relevância pública.
cação de onde podem ser encontrados.
Art. 18. Os setores competentes do órgão ou entidade da-
Parágrafo único. Quando o autor da demanda não se
rão tratamento prioritário às solicitações de documentos identificar, a Comissão de Ética poderá acolher os fatos
e informações necessárias à instrução dos procedimentos
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
nos incisos do art. 21. cado, sendo lícito à Comissão de Ética indeferi-lo nas
§ 1º A Comissão de Ética poderá determinar a colheita de seguintes hipóteses:
informações complementares ou de outros elementos de I. a comprovação do fato não depender de conhe-
prova que julgar necessários. cimento especial de perito; ou
§ 2º A Comissão de Ética, mediante decisão fundamen- II. revelar-se meramente protelatório ou de ne-
tada, arquivará representação ou denúncia manifesta- nhum interesse para o esclarecimento do fato.
mente improcedente, cientificando o denunciante. Art. 28. Na hipótese de o investigado não requerer
§ 3º É facultado ao denunciado a interposição de pe- a produção de outras provas, além dos documentos
dido de reconsideração dirigido à própria Comissão de apresentados com a defesa prévia, a Comissão de Éti-
Ética, no prazo de dez dias, contados da ciência da de- ca, salvo se entender necessária a inquirição de teste-
cisão, com a competente fundamentação. munhas, a realização de diligências ou de exame peri-
§ 4º A juízo da Comissão de Ética e mediante consen- cial, elaborará o relatório.
timento do denunciado, poderá ser lavrado Acordo Parágrafo único. Na hipótese de o investigado, com-
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tenha sido identificado seu impedimento ou sus-
peição.
Art. 33. Dá-se o impedimento do membro da Comissão
de Ética quando:
I. tenha interesse direto ou indireto no feito;
II. tenha participado ou venha a participar, em outro
processo administrativo ou judicial, como perito, tes-
temunha ou representante legal do denunciante, de-
nunciado ou investigado, ou de seus respectivos côn-
juges, companheiros ou parentes até o terceiro grau;
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
ÍNDICE
1. Arquivística: Princípios e Conceitos ......................................................................... 449
Conceitos Fundamentais ............................................................................................................449
Arquivologia ou Arquivística ......................................................................................................449
Documento .................................................................................................................................450
Documentos de Arquivo ..............................................................................................................451
Princípios Arquivísticos ...............................................................................................................451
Função do Arquivo ..................................................................................................................... 452
Características dos Arquivos ...................................................................................................... 452
Distinção entre Arquivo, Biblioteca e Museu .............................................................................. 453
Classificação dos Arquivos ......................................................................................................... 453
Classificação dos Documentos ................................................................................................... 456
Prazo de Guarda dos Documentos ............................................................................................. 458
Destinação Final dos Documentos.............................................................................................. 459
2. Gestão da Informação e de Documentos ................................................................... 459
Planejamento do Sistema de Arquivamento ..............................................................................460
Fases da Gestão de Documentos ................................................................................................460
Métodos de Arquivamento ......................................................................................................... 463
3. Tipologias Documentais e Suportes Físicos............................................................... 474
Introdução .................................................................................................................................. 474
Mudança de Suporte ................................................................................................................... 475
Automação ................................................................................................................................. 477
Preservação e Conservação ........................................................................................................ 479
4. Legislação Arquivística ............................................................................................ 480
CONARQ......................................................................................................................................480
SINAR ..........................................................................................................................................481
Arquivo Nacional ........................................................................................................................ 482
Lei nº 8.159, de 08 de Janeiro de 1991 ........................................................................................489
Lei nº 12.527, de 18 de Novembro de 2011 ...................................................................................491
Lei nº 5.433, de 8 de Maio de 1968 .............................................................................................498
Decreto nº 1.799, de 30 de Janeiro de 1996 ...............................................................................499
Decreto nº 4.073, de 3 de Janeiro de 2002 .................................................................................501
5. Documentos Eletrônicos e Digitais ............................................................................505
Documentos Eletrônicos ............................................................................................................. 505
Documentos Digitais................................................................................................................... 505
Gerenciamento Eletrônico de Documentos ou Gestão Eletrônica de Documentos - GED ......... 505
Gerenciamento de Documentos Eletrônicos - GDE ....................................................................506
Gerenciamento de Produtos Eletrônicos - GPE ..........................................................................506
Sistema de Informação ...............................................................................................................506
1. Arquivística: Princípios e Conceitos diferentes níveis hierárquicos a tomar decisões e ter acesso
rápido e fácil à documentação necessária.
Segundo o Dicionário Internacional de Terminologia Ar- Segundo o Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ)
quivística publicado pelo Conselho Internacional de Arquivos
em seu glossário, versão 2010, encontramos as seguintes
(CIA), um arquivo é “o conjunto de documentos, quaisquer
que sejam suas datas, suas formas ou seus suportes mate- definições para Arquivo:
riais, produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídi- 01. Um conjunto de documentos produzidos e acumu-
cas, de direito público ou privado, no desempenho de suas lados por uma entidade coletiva, pública ou privada,
atividades”. pessoa ou família, no desempenho de suas atividades,
independentemente da natureza do suporte;
Para a Lei nº 8.159, de 8/1/1991 – que dispõe sobre a
política nacional de arquivos públicos e privados: 02. Uma instituição ou serviço que tem por finalidade a
custódia, o processamento técnico, a conservação e o
Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei,
acesso a documento arquivístico, salientando-se, ainda
os conjuntos de documentos produzidos e recebidos que, Arquivo Digital é o Conjunto de bits que formam
por órgãos públicos, instituições de caráter público e uma unidade lógica interpretável por um programa de
entidades privadas, em decorrência do exercício de ati- computador e armazenada em suporte apropriado.
vidades específicas, bem como por pessoa física, qual-
Em suma: Arquivologia = Arquivística = Estudo dos Ar-
quer que seja o suporte da informação ou a natureza
quivos.
dos documentos.
Segundo a historiadora Heloísa Liberalli Bellotto, “a natu- ї O termo “ARQUIVO” também é utilizado para:
reza dos arquivos é administrativa, é jurídica, é informacional, ▷ Órgão de documentação – Arquivo Nacional.
é probatória, é orgânica, é serial, é contínua, é cumulativa. A ▷ Conjunto de documentos.
soma de todas essas características faz do arquivo uma insti-
▷ Móvel para guarda de documentos.
tuição única e inconfundível”.
Segundo o Arquivo Nacional, 2006, p. 27: conjunto de do-
A Arquivologia ou Arquivística é uma das disciplinas que
cumentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva
vem crescendo em importância nos últimos anos devido ao
pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas
alto grau de especialização exigido nos concursos públicos
atividades, independentemente da natureza do suporte.
atualmente.
Se fizermos uma análise superficial, facilmente percebere- O arquivo não trata somente do armazenamento de docu-
mos que matérias da área do Direito, há muito tempo, já não mentos, pois se encontra muito associado à informação nele
fazem a diferença em concursos. O nível de concorrência e contida. Os documentos de arquivo são caracterizados por se-
competição entre os concurseiros tornou o conhecimento des- rem um conjunto orgânico, resultado das atividades de uma
sas disciplinas obrigatório. entidade pública, de uma pessoa física ou jurídica.
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A informação não orgânica, existe muitas vezes nos se-
Conceitos Fundamentais tores de trabalho, mas, também, na biblioteca, no centro de
Os conceitos arquivísticos englobam uma infinidade de documentação, sob a forma de publicações, de bancos de
nomenclaturas e termos próprios, muitos desses capazes de dados ou de dossiês temáticos, etc de acordo com Jean-Yves
confundir pela similaridade. Dito isso, será esquematizado Rousseau e Carol Couture, em Os Fundamentos da Disciplina
todo o conteúdo para uma fácil e rápida assimilação, dando Arquivística, Capítulo 2: O Lugar da arquivística na gestão da
ênfase naquilo que vem sendo mais cobrado pela banca nos informação, página 65, 1998.
últimos certames. A informação orgânica arquivística é utilizada pelos se-
tores de trabalho da organização com o objetivo de decidir,
Arquivologia ou Arquivística de agir e de controlar as decisões e as ações empreendidas e,
É a ciência que tem por objetivo o conhecimento dos ar- ainda, a fim de efetuar pesquisas sobre o passado que ponham
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
quivos e das teorias, métodos e técnicas a serem observadas em evidência decisões ou ações efetuadas anteriormente. As-
na sua constituição, organização, desenvolvimento e utiliza- sim, reduzimos as incertezas e fazemos com que a tomada de
ção. As palavras destacadas constituem a chave para o enten- decisões seja mais segura devido aos aprofundamentos do
dimento dessa disciplina. conhecimento da cultura institucional e do processo decisório.
No Setor de Recursos Humanos são armazenadas uma
Pode ser entendida como um dos ramos da Ciência da
quantidade relativamente grande de informações. Temos o
Informação, que engloba também a Biblioteconomia e a Mu- registro da frequência dos empregados, o registro do paga-
seologia. Posteriormente, veremos o que as diferencia. mento de salários, encargos sociais etc. Essas informações
Apresenta-se como ciência capaz de oferecer subsídios são mantidas, produzidas, revisadas a partir das atribuições
para a realização da gestão da informação. Essa caracterís- regimentais do setor, que é de gerenciar os recursos humanos.
tica faz da arquivologia uma ciência ímpar, pois sua principal Entretanto, é possível encontrar outras informações que são
função é auxiliar o gestor, nos diferentes níveis hierárquicos, a mantidas no setor para subsidiar as suas ações, tais como: Diá-
rio Oficial da União, Coleção IOB, Manual da RAIS, CLT, dentre
tomar decisões.
outras. São, portanto, informações não orgânicas.
A disciplina de Arquivologia fornecerá subsídios para a Fonte: http://www.arquivoememoria.files.wordpress.com/Renato Tarciso
449
Gestão da Informação com a função de auxiliar o gestor nos Barbosa de Sousa.
A significação orgânica entre os documentos é caracterís- Art. 3º. Conjunto de procedimentos e operações técni-
450 tica fundamental dos arquivos, de modo que um documento cas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação
destacado de seu conjunto pode perder valor, pois o Arquivo e arquivamento do documento em fase corrente e in-
é um todo orgânico e origina-se das atividades de um órgão e termediária, visando a sua eliminação ou recolhimento
reflete o dia a dia dessas atividades. É, portanto, um organis-
para guarda permanente.
mo vivo que nasce, cresce e sofre transformações. Cada Arqui-
No livro Arquivística, Temas Contemporâneos, Vanderlei
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
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lares que podem ser comprovados a partir dessas outras entidades produtivas. Para verificar a sua
rotinas estabelecidas. organicidade enquanto documento de arquivo, é
Os documentos devem possuir marcas, sinais ou necessário fazer a vinculação do documento com a
símbolos que indicam sua origem. Não devemos estrutura da empresa e suas atividades, se o docu-
confundir com veracidade da informação, pois esta mento reflete essa estrutura ele é orgânico, se não
pode ser falsa ou verdadeira. refletir não é orgânico.
▷ Naturalidade: os registros arquivísticos não são co- Relação orgânica são os vínculos que os documentos ar-
letados artificialmente, mas acumulados de modo quivísticos guardam entre si e que expressam as funções e ati-
natural nas instituições, em função das atividades vidades da pessoa ou organização que os produziu.
desenvolvidas por elas; os registros arquivísticos se ▷ Unicidade: qualidade pela qual os documentos de
acumulam de maneira contínua e progressiva. São arquivo, a despeito de forma, espécie ou tipo, con-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
como sedimentos sobrepostos e isso os dotam de um servam caráter único em função de seu contexto de
elemento de coesão natural, embora estruturada. origem.
▷ Inter-relacionamento: os documentos estabelecem
▷ Integridade: um fundo deve ser preservado sem
relações no decorrer do andamento das transações
dispersão, mutilação, alienação, destruição não au-
para as quais foram criados; eles estão ligados por
torizada ou acréscimo indevido.
um elo que é criado no momento em que são produ-
zidos ou recebidos; os registros arquivísticos são um ▷ Cumulatividade: os documentos possuem uma
conjunto indivisível de relações. formação progressiva, natural e orgânica. Este
▷ Unicidade: cada registro documental assume um lu- princípio é fundamentado pelas ideias do italiano
gar único na estrutura documental do grupo ao qual Elio Lodolini ao afirmar que o arquivo é uma infor-
pertence. mação espontânea, natural e sedimentar já que o
▷ Imparcialidade: os documentos só servem à admi- documento de arquivo é aquele que foi produzido
nistração e são isentos de parcialidade. Os docu- no transcurso de uma atividade administrativa.
mentos são inerentemente verdadeiros, livres da O princípio da cumulatividade é um dos princípios funda-
suspeita de preconceito no que diz respeito aos mentais que rege a organização dos arquivos e serve de base 451
interesses em nome dos quais são usados hoje. Os à análise tipológica dos documentos arquivísticos. A análise
tipológica dos documentos pressupõe conhecimento dos prin- formas adequadas de acondicionamento, levando
452 cípios arquivísticos: a estrutura orgânico-funcional da insti- em consideração temperatura, umidade e demais
tuição; as reorganizações; o fluxo de informação; as funções/ aspectos que possam danificá-los os mesmos.
atividades definidas por lei e as atípicas. O Princípio da Cumu- ▷ Atendimento aos pedidos de consulta e desarqui-
latividade também pode ser conhecido por Naturalidade. vamento de documentos pelos diversos setores da
▷ Ordem original: levam-se em consideração as rela- instituição, de forma a atender rapidamente à de-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
ções estruturais e funcionais que presidem a gênese manda pelas informações ali depositadas.
dos arquivos. Além dessas funções principais, podemos destacar outras
Pelo Princípio do respeito à Ordem Original o arquivo deve de relativa importância, como a expedição da correspondên-
conservar o arranjo dado pela entidade produtora, pois a apli- cia, criação dos modelos para documentos e criação das nor-
cação deste princípio garante a manutenção da organicidade mas de gestão documental da instituição.
dos documentos de arquivo. Saliente-se que este princípio não
faz referência à ordem material, ele faz referência à ordem in- Características dos Arquivos
telectual de acumulação dos documentos.
Os Arquivos possuem as seguintes características bási-
▷ Territorialidade: jurisdição a que pertence cada do- cas:
cumento de acordo com a área territorial, a esfera de
poder e o âmbito administrativo em que foi produ- I. A exclusividade de criação e recepção por uma repar-
zido e recebido (nacional, regional e institucional). tição, firma ou instituição.
O princípio da Territorialidade, portanto, tem entre seus ob- II. A origem no curso de suas atividades, devendo os do-
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jetivos a necessidade de manter os documentos no território em cumentos servir de prova de transações realizadas e
que foram produzidos, haja vista que, alguns postulados jurídi- o caráter orgânico que liga o documento aos outros
cos de um Estado só são válidos e aplicáveis dentro dos limites do mesmo conjunto. Segundo Solon Buck, ex-arqui-
territoriais em que esse Estado exerce a sua soberania. vista dos Estados Unidos, no livro de Marilena Leite
▷ Princípios da legalidade: os registros arquivísticos Paes, Arquivo: Teoria e Prática, (...) Desse conceito,
são provas confiáveis das ações a que se referem e podemos deduzir três características básicas que dis-
devem essa confiabilidade às circunstâncias de sua tinguem os arquivos:
criação e às necessidades de prestar contas. 01. Exclusividade de criação e recepção por uma reparti-
▷ Imprescritibilidade: princípio pelo qual é assegu- ção, firma ou instituição. Não se considera arquivo uma
rado ao Estado o direito sobre os arquivos públicos, coleção de manuscritos históricos reunidos por uma
sem limitação de tempo, por serem estes conside- pessoa.
rados bens públicos inalienáveis. 02. Origem no curso de suas atividades – os documentos de-
▷ Inalienabilidade: princípio pelo qual é impedida a vem servir de prova de transações realizadas.
alienação de arquivos públicos a terceiros. 03. Caráter orgânico que liga o documento aos outros do
mesmo conjunto. Um documento, destacado de seu
▷ Pertinência Territorial: é um princípio que possui
conjunto, do todo a que pertence, significa muito me-
um conceito oposto ao do princípio da proveniência
nos do que quando em conjunto...”
e segundo o qual, documentos ou arquivos, deveriam
ser transferidos para a custódia de arquivos com juris- Para alcançar esses objetivos, é necessário que o arquivo
dição arquivística sobre o território ao qual se reporta disponha dos seguintes requisitos:
o seu conteúdo, sem levar em conta o lugar em que ▷ Contar com pessoal qualificado e em número sufi-
foram produzidos. ciente.
▷ Princípio da Pertinência: princípio segundo o qual ▷ Estar instalado em local apropriado.
os documentos deveriam ser reclassificados por as- ▷ Dispor de instalações e materiais adequados.
sunto sem ter em conta a proveniência e a classifica- ▷ Utilizar sistemas racionais de arquivamento, funda-
ção original. Também pode aparecer em suas provas mentados na teoria arquivística moderna.
com o nome de princípio temático.
▷ Contar com normas de funcionamento.
▷ Princípio da Reversibilidade: princípio segundo o
▷ Contar com dirigente qualificado, preferencialmente
qual todo procedimento ou tratamento empreendi-
formado em Arquivologia.
do em arquivos pode ser revertido, se necessário.
A importância do arquivo para a instituição está associada
Função do Arquivo ao aumento expressivo do volume de documentos que ela se
▷ Guardar e organizar os documentos que circulam utiliza no exercício de suas atividades e a necessidade de se
na instituição, tornando disponíveis as informações estabelecerem critérios de guarda e de eliminação de docu-
mantidas sob sua guarda, utilizando, para isso, téc- mentos quando estes já não são mais úteis para a organização.
nicas que permitam um arquivamento ordenado e A adoção de técnicas arquivísticas adequadas permite não
eficiente (Valor Primário). apenas a localização eficiente da informação desejada, mas
▷ Garantir a preservação dos documentos, utilizando também a economia de recursos para a instituição.
Distinção entre Arquivo, sa adquirir, com o tempo, caráter cultural, a partir do caráter
histórico que alguns de seus documentos podem adquirir.
Biblioteca e Museu A presença de peças tridimensionais em um conjunto do-
Embora arquivo, museu e biblioteca tenham a mesma fi- cumental indica tratar-se de museu e os documentos de mu-
nalidade (guardar documentos), seus objetivos são diferentes, seus são peças e objetos de valor cultural, tendo os mais varia-
tendo em vista os tipos documentais que cada instituição trata. dos tipos e dimensões e, por serem objetos, são caracterizados
Objetivos Comuns como tridimensionais.
As finalidades da biblioteca e do museu são didáticas,
Guardar documentos
culturais, técnicas ou científicas. A diferença entre os ar-
Preservar documentos quivos e as bibliotecas pode ser reconhecida na função
administrativa que os arquivos têm para uma organiza-
Dar acesso aos documentos ção pública ou privada, diferentemente da função cultural
das bibliotecas, pois o arquivo caracteriza-se por ser um
Arquivo
conjunto orgânico, resultado das atividades de uma pes-
É o conjunto de documentos criados ou recebidos (acu- soa física ou jurídica, e não uma coleção de documentos
mulados) por uma instituição ou pessoa, no exercício de sua de diversas fontes. O arquivo de um órgão é o conjunto
atividade, preservados para garantir a consecução de seus ob- de documentos recebidos ou expedidos por esse órgão no
jetivos. Os documentos não são objetos de coleção (escolha exercício de suas atividades. Esse conjunto de documentos
artificial) e sim da acumulação natural, no decurso de ativida- pode ser formado por qualquer espécie documental. A bi-
des administrativas.
blioteca é um órgão colecionador, enquanto o arquivo é um
Relembrando: os documentos de Arquivo são produzidos órgão receptor. As finalidades da biblioteca e do museu são
ou recebidos. Isto significa que são acumulados dessa forma. didáticas, culturais, técnicas ou científicas.
Sua função é guardar e organizar os documentos, tornan- Quadro comparativo entre biblioteca, museu e arquivo:
do disponíveis as informações mantidas sob sua guarda. E sua
Diferenças
finalidade é servir à Administração e secundariamente servir
à História. Biblioteca e Museu Arquivo
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blicas ou privadas, servidas pelo arquivo e são produzidos
um único exemplar ou em número restrito de cópias. Há, Provêm de várias fontes
Provém somente das ativi-
(colecionadores, doações,
assim, uma significação orgânica entre os documentos. Sa- Objetivos dades públicas ou privadas
compra)
liente-se que o Princípio da Cumulatividade afirma que os
arquivos são uma formação progressiva, natural e orgânica. Há um número de cópias
Existem vários exemplares
restritas
Dentro de sua finalidade funcional, preservam as informa-
ções que evidenciam o funcionamento da instituição ao longo
Conjunto (refere-se a uma
do tempo. Unidades isoladas
atividade)
Características
Possuem valor
prescricionais e
Empresas Públicas. administrativo Valor secundário,
precaucionais antes de
para a orga- ou seja, históri-
sua destinação final
Art. 7º, Lei 8.159/1991. Os arquivos públicos são os nização, valor co-cultural
(guarda permanente ou
conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no primário
destruição)
exercício de suas atividades, por órgãos públicos de Definido devido
a sua frequente Arquivos chamados Arquivo são aber-
Ş
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arquivamen-
da organização:
to, consulta,
Privado empréstimo,
sua origem, con-
stituição, normas
São aqueles mantidos por instituição de caráter particular. expedição
e regulamentos
Exemplos: arquivo de instituições financeiras, arquivo de gran- Arquivos Correntes
des redes de lojas, arquivo de imprensa. São os arquivos que guardam os documentos mais novos
e mais utilizados pela instituição. No arquivo corrente, os do-
Existe, ainda, na doutrina, a seguinte divisão: públicos, cumentos possuem grande frequência de uso e possuem fim
institucionais, comerciais, pessoais ou familiares. Sobre administrativo.
isso, devemos lembrar que os institucionais, comerciais, Segundo essa teoria, os documentos de arquivo passam
por três estágios distintos de arquivamento, de acordo com
pessoais ou familiares devem ser entendidos como arqui- a frequência de utilização, a utilidade administrativa para a
vos privados. instituição e o valor intrínseco do documento. Geralmente, as
questões de prova podem ser facilmente respondidas obser-
Quanto à Natureza dos Documentos vando-se as seguintes características:
Podem ser especiais ou especializados. 1ª IDADE – Arquivo Corrente – valor primário – uso restrito
aos produtores do documento. Estes arquivos também podem
Arquivos Especiais ser chamados de Arquivo Corrente, Arquivo Ativo ou Arquivo de
São arquivos cuja forma física (suporte) dos documen- Movimento. São consultados frequentemente pelos administra-
dores ou gestores, assim, devem permanecer em locais de fácil
tos exige cuidado especial, diferenciado, por causa da sua acesso. Os documentos que fazem parte desse arquivo possuem
preservação ou manuseio. Exemplos: foto, filme, negativo, elevado Valor Primário.
microfilme. 2ª IDADE – Arquivo Intermediário - documentos que
aguardam destinação final – depósito temporário – valor pri-
Especializados mário – acesso com autorização do órgão produtor. Estes ar-
São aqueles que mantêm em sua guarda documentos de de- quivos também podem ser chamados de Arquivo Semiativo,
terminada área do conhecimento, relacionados a assunto especí- Arquivo Intermediário, “limbo” ou “purgatório” e deixaram de
ser consultados com frequência, portanto, não é necessário
fico. Exemplo: arquivo médico, arquivo cartográfico, arquivos de conservá-lo próximo ao local de uso, todavia, ainda possuem
engenharia. Valor Primário. Um dos motivos que fazem com que esses ar-
quivos permaneçam distante do local de uso é em função dos Saliente-se que a transferência e o recolhimento são fei-
custos de manutenção dos mesmos. tos em razão da frequência de uso do documento e não do
3ª IDADE – Arquivo Permanente - é o arquivo propriamente seu valor. Assim, a divisão em corrente, intermediário e per-
dito – valor secundário e histórico. Estes arquivos são chamados manente são gradações de frequência de uso e não de valor
de Arquivo Inativo, Arquivo Permanente ou Arquivo de Custó- documento.
dia. Os documentos que estão neste arquivo perderam seu valor Observe, todavia, que as Bancas têm colocado em suas
de natureza administrativa, no entanto, conservam seu valor his- provas a existência de uma gradação de valor, ou seja, há uma
tórico e documental, portanto, possuem Valor Secundário: his- diminuição do valor primário, assim, os documentos serão
tórico, probatório ou informativo. É o arquivo propriamente dito. transferidos para o Arquivo Intermediário.
Arquivo Corrente - é onde se localizam os documentos O arquivo intermediário também pode ser chamado de
mais utilizados, sendo esta, a fase em que são criados os do- transitório, pois os documentos que estão no arquivo interme-
cumentos e sua tramitação é acentuada, bem como, o índice diário conservam a classificação que lhes foi dada no arquivo
de consultas elevado, assim, sua localização deve ser de fácil corrente. Aqueles que produziram o documento mantém po-
acesso. der sobre o mesmo podendo dar autorização para que outros
Os documentos com alta frequência de uso ou com grande o consultem. O arquivo deve, portanto, ser dirigido por profis-
possibilidade de uso fazem parte de um Arquivo Corrente e um sionais de arquivo conhecedores dos métodos tradicionais de
documento de elevado valor primário deve permanecer próxi- classificação e elaboração de instrumentos de pesquisa.
mo ao seu local de uso em função de constantes consultas por De acordo com Marilena Leite Paes na obra Arquivo: Teoria e
parte dos gestores ou administradores. Prática, tratando-se do arquivo intermediário: Sua função princi-
Arquivo corrente, para alguns autores, também pode ser pal consiste em proceder a um arquivamento transitório, isto é, em
denominado: arquivo de prosseguimento, arquivo imediato, assegurar a preservação de documentos que não são mais movi-
arquivo de andamento, arquivo de vigilância ou arquivo “fol- mentados, utilizados pela administração e que devem ser guarda-
low up”. dos temporariamente, aguardando pelo cumprimento dos prazos
estabelecidos pelas comissões de análise ou, em alguns casos, por
Os arquivos correntes localizam-se nos próprios setores
um processo de triagem que decidirá pela eliminação ou arquiva-
que produzem/recebem os documentos (arquivos setoriais)
mento definitivo, para fins de prova ou de pesquisa.
ou em locais próximos a estes (arquivo central/geral).
As principais rotinas que envolvem o arquivamento na fase Arquivo Permanente
corrente são: De acordo com a Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991:
▷ Inspeção: verificação se realmente o arquivo desti- Art. 8º, § 3º. Consideram-se permanentes os docu-
na-se ao arquivamento, pois pode ser apenas para mentos de valor histórico, probatório e informativo e
anexar ou apensar ou simplesmente para ser forne- devem ser definitivamente preservados.
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cida uma informação. Ou seja, são os documentos que possuem Valor Secundá-
▷ Análise: consiste em classificar e determinar como rio. São os arquivos que guardam os documentos que, já tendo
será codificado, caso não tenha sido feita a classifi- cumprido seu fim administrativo, sua função administrativa,
cação no protocolo. agora são preservados e conservados pelo seu valor histórico
▷ Ordenação: dispor os documentos conforme a co- para a Instituição (valor secundário).
dificação. ї Dicas que ajudarão a identificá-lo:
▷ Arquivamento: inserir o documento na unidade pré- ▷ É o arquivo em que os documentos já perderam seu
-estabelecida. valor administrativo e são guardados pelo seu valor
▷ Empréstimo ou consulta: retirada para empréstimo histórico, probatório ou informativo.
ou consulta. ▷ Permitem conhecer a História da Instituição.
▷ Revelam a origem e constituição da Instituição.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
Arquivo Intermediário
▷ Os documentos desta fase jamais serão eliminados.
São os arquivos que guardam os documentos utilizados
com menor frequência pela instituição. No arquivo interme- ї Processo mnemônico:
diário, os documentos possuem baixa frequência de uso, mas
1ª idade Corrente Valor primário
ainda possuem fim administrativo.
ї Devemos lembrar que: 2ª idade Intermediário Valor primário
▷ É a fase em que os documentos ainda têm valor ad-
ministrativo, mas são pouco consultados. 3ª idade Permanente Valor secundário
▷ A sua transferência para o arquivo intermediário
permite que os setores otimizem seu espaço. Valor do Documento
▷ Não há necessidade de serem conservados próximos O documento só é guardado e preservado pela instituição
aos setores. porque possui algum valor. Esse valor pode ser Administrativo
▷ Nesta fase, os documentos aguardam sua destinação ou Histórico.
final (eliminação ou guarda permanente – aqueles A Arquivologia denomina o valor administrativo como va- 455
que possuem valor histórico para a instituição). lor primário.
ї Sobre o valor primário, é preciso lembrar-se de que: ▷ Sonoros.
456 ▷ Serve à Administração dando suporte/apoio às ativi- ▷ Filmográficos.
dades da instituição. ▷ Informáticos ou digitais.
▷ É um valor temporário – em determinado momento ▷ Cartográficos.
o valor administrativo irá acabar (quando ocorre a ▷ Micrográficos.
destinação final).
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
Escritos ou textuais
▷ Todo documento nasce com valor administrativo.
Documentos cuja informação esteja manuscrita ou impres-
▷ Finalidade: servir à administração. sa. Exemplos: contrato, atas, relatórios, certidões.
A Arquivologia denomina o valor histórico como valor se- Iconográficos
cundário.
Documentos cuja informação esteja em forma de imagem
ї Sobre o valor secundário, lembre-se de que: estática. Exemplos: fotografias, negativos, diapositivos (sli-
▷ Está presente no documento que perdeu seu valor des), desenho e gravuras.
administrativo, mas adquiriu valor histórico.
Sonoros
▷ Serve de fonte de pesquisa para terceiros e/ou para
Documentos cuja informação esteja em forma de som/áu-
própria instituição.
dio. Exemplos: escuta telefônica, gravador analógico.
▷ Finalidade: servir à História.
Filmográficos
▷ O documento que possuir valor secundário será re-
colhido ao Arquivo Permanente. Documentos cuja informação esteja em forma de imagem
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A Legislação brasileira prevê apenas três graus de sigilo
– ultrassecreto, secreto e reservado – nos documentos, por- O recebimento de documento sigiloso deve ser informado
tanto, fique atento, quando questões fazem referência aos ao remetente no menor prazo de tempo possível e de acordo
documentos confidenciais. Documentos Confidenciais NÃO com o Decreto nº 7.845, de 14 de novembro de 2012 em seu
Art. 29: Cabe aos responsáveis pelo recebimento do documen-
possuem previsão em nossa legislação. Todavia, é bom ter co-
to com informação classificada em qualquer grau de sigilo, in-
nhecimento que documento confidencial não requer alto grau
dependente do meio e formato:
de segurança, mas seu conhecimento por pessoa não autori-
zada pode ser prejudicial ou criar embaraços administrativos. I. Registrar o recebimento do documento;
01. Ultrassecreto II. Verificar a integridade do meio de recebimento e
registrar indícios de violação ou de irregularidade,
Excepcional grau de segurança. Conhecimento somente
comunicando ao destinatário, que informará ime-
de pessoas intimamente ligadas ao seu estudo e manuseio.
diatamente ao remetente; e
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
secreta ou reservada.
§ 1º os prazos máximos de restrição de acesso à infor- informação, conforme a classificação prevista no caput, vigo-
mação, (...), a partir de sua produção (...): ram a partir da data de sua produção e são os seguintes:
I. ultrassecreta: 25 anos; I. ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
II. secreta: 15 anos;
III. reservada: 5 anos. II. secreta: 15 (quinze) anos; e
§ 2º as informações que puderem colocar em risco a III. reservada: 5 (cinco) anos.
segurança do presidente e vice-presidente da repúbli-
ca e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classifica- Você deve ter observado que a referida lei só traz três
das como reservadas e ficarão sob sigilo até o término graus de sigilo, excetuando-se o grau confidencial.
do mandato em exercício ou do último mandato, em
caso de reeleição. Prazo de Guarda dos Documentos
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, po- O prazo de guarda dos documentos é o período em que o
derá ser estabelecida como termo final de restrição de documento deve ser mantido nos arquivos corrente e interme-
acesso a ocorrência de determinado evento, desde que
este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de diário, e vincula-se à determinação do valor do documento, de
classificação. acordo com os seguintes fatores:
§ 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o ▷ Frequência do uso das informações contidas nos do-
evento que defina o seu termo final, a informação tornar- cumentos.
se-á, automaticamente, de acesso público. ▷ Existência de leis ou decretos que regulem a prescri-
Seção v ção legal dos documentos (prazo prescricional).
Das informações pessoais ▷ Existência de outras fontes com as mesmas informa-
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser ções (documentos repetitivos).
Centro de
Arquivo Biblioteca Museu
documentação
Manuscritos, impressos, Impressos, manuscritos, Objetos bi/tridimension- Audiovisuais (reproduções) Exemplar
Tipo de Suporte
audiovisuais, exemplar único audiovisuais, exemplares, ais, exemplar único único ou múltiplo
Coleção, documentos Coleção, documentos unidos
Fundos, documentos unidos Coleção, documentos
Tipo de Conjunto unidos pelo conteúdo ou
pela origem unidos pelo conteúdo pelo conteúdo
pela função
Atividade humana Atividade humana, a
Produtor A máquina administrativa Atividade humana
individual e coletiva natureza
Culturais, científicos,
Administrativos, jurídicos, Culturais, artísticos,
Fins de Produção técnicos, artísticos, Científicos
funcionais, legais funcionais
educativos
Fins de Produção Provar, testemunhar Instruir, informar Informar e Entreter Informar
Entrada de Passagem natural de fonte Compra, doação, permu- Compra, doação, permu-
Compra, doação, pesquisa
documentos geradora única ta de fontes múltiplas ta, de fontes múltiplas
Registro, arranjo, descrição: Tombamento, classi- Tombamento, cata- Tombamento, classificação cata-
Processamento
guias, inventários, catálogos ficação, catalogação, logação, inventários, logação, fichários ou
técnico etc. fichários catálogos computador
Grande público e pesqui- Grande público e pesqui-
Público Administrador e pesquisador Pesquisador
sador sador
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conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à
produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de docu-
mentos em fase corrente e intermediária, visando a sua elimi-
2. Gestão da Informação e de
nação ou recolhimento para guarda permanente. Documentos
As primeiras preocupações em relação à eliminação dos
documentos arquivísticos surgem em meados do século XX e, Segundo a Lei 8.159/1991, a Gestão de Documentos envolve
assim, aparecem dois modelos para o processo de eliminação o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes às
documental: atividades de produção, tramitação e uso, avaliação e arquiva-
1. Modelo Inglês mento de documentos em fase corrente e intermediária, visan-
do a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.
Estabelece que a eliminação seria responsabilidade ex-
clusiva da entidade produtora. Esta é a proposta defen- Ainda na mesma Lei: “É dever do poder público a gestão
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
dida por Hilary Jenkinson para quem “a eliminação de documental e a proteção especial a documentos de arquivo,
documentos não deveria fazer parte das atribuições dos como instrumento de apoio à administração, à cultura e ao
arquivistas”. desenvolvimento científico e como elemento de prova e infor-
2. Modelo Alemão mação”.
Sustenta que a “importância que da tarefa de eliminação A gestão de documentos é atingida por meio do planeja-
exige a intervenção do arquivista”. mento, organização, controle, coordenação dos recursos hu-
manos, do espaço físico e dos equipamentos, com o objetivo
Para o norte-americano Teodoro Roosevelt Schellenberg,
de aperfeiçoar o ciclo documental.
os documentos arquivísticos têm um valor primário, que, por
estar ligado aos motivos da criação dos documentos, diz res- É qualquer atividade que vise a controlar o fluxo de do-
peito à entidade produtora, e um valor secundário, que, por cumentos existentes, de forma a assegurar a eficiência das
estar ligado ao seu conteúdo de caráter informativo, diz res- atividades.
peito à investigação científica. Objetivos
Guarda Permanente ▷ Garantir, assegurar, de forma eficiente: produção,
Ocorre quando o documento perde o valor administrativo, administração, manutenção e destinação de docu- 459
mas apresenta valor histórico. mentos.
▷ Garantir que a informação estará disponível no mo- Produção
460 mento necessário ao usuário (instituição, estado,
pessoa). Elaboração de documentos em razão das atividades espe-
cíficas de uma instituição ou setor.
▷ Eliminação de documentos que não possuem valor
administrativo, fiscal, legal ou para fins de pesquisa Pode ser chamada de 1ª fase e possui as seguintes carac-
científica ou histórica. terísticas:
▷ Otimização na criação de documentos, evitando a
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
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administrativo, fiscal ou legal (=primário) ou infor-
ou secundário, para os documentos, assim como prazos de mativo, probatório (=secundário).
guarda e destinação final que pode ser a guarda permanente
ou eliminação. ▷ Possibilidade e custos de reprodução (e.g. microfil-
magem).
A avaliação também deve ser feita nos documentos em su-
porte digital, pois nem toda a documentação produzida possui ▷ Espaço, equipamento utilizado e custos de arquivamento.
a necessidade de ser preservada permanentemente, garantin- ▷ Prazos de prescrição e decadência de direitos, de
do assim economia de recursos materiais e financeiros. acordo com a legislação vigente.
03. Aquisição ▷ Número de cópias existentes.
É a entrada dos documentos nos arquivos corrente, inter- Art. 9º da Lei nº 8.159/91: a eliminação de documentos
mediário e permanente. Abrange o arquivamento corrente, produzidos por instituições públicas e de caráter públi-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
assim como a transferência e recolhimento da documentação. co será realizada mediante autorização da instituição
O processo de aquisição deverá ter uma atenção e cuidado arquivística pública, na sua específica esfera de com-
especial nos documentos arquivísticos digitais, pois seu con- petência.
trole é mais difícil de ser realizado e não possuem métodos Níveis de Gestão de Documentos
que assegurem questões como autenticidade e veracidade.
Segundo a UNESCO, a aplicação de um programa de gestão
04. Conservação de documentos públicos pode ser desenvolvida em quatro níveis:
É um conjunto de procedimentos que visa a manutenção 1. Nível Mínimo:
da integridade física do documento, desacelerando o processo
Estabelece que os órgãos devam contar, ao menos, com
de degradação.
programa de retenção e eliminação de documentos e esta-
A principal questão a ser levantada em relação à conservação
belecer procedimentos para recolher à instituição arquivística
dos documentos digitais é sobre a constante mudança que ocorre
nos aparelhos e softwares tecnológicos, tornando os equipamen- pública aqueles de valor permanente.
tos obsoletos e causando a perda de informações. O profissional 2. Nível Mínimo Ampliado:
responsável deve estar atento às novas tecnologias para evitar Complementa o primeiro, com a existência de um ou mais 461
que a documentação, ou parte dela, seja perdida. centros de arquivamento intermediário.
3. Nível Intermediário: Microfilmar
Aposentadoria 5 anos 95 anos Eliminação
462 Compreende os dois primeiros, bem como a adoção de após 5 anos
programas básicos de elaboração e gestão de formulários e Guarda
Greves 5 anos 5 anos -
correspondência e a implantação de sistemas de arquivos. Perm.
4. Nível Máximo: Normas Enqto.
-
Guarda
-
Internas Vig. Perm.
Inclui todas as atividades já descritas, complementadas
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
É o instrumento resultante da etapa de avaliação dos do- ▷ Verificar se cumpriram o prazo de guarda estabelecido.
cumentos. É ela, a tabela de temporalidade, que determina o » Para proceder com a destinação, é preciso veri-
prazo de guarda dos documentos nas fases corrente e inter- ficar, na tabela de temporalidade, os prazos de
mediária, bem como indica a destinação final (eliminação ou guarda estabelecidos.
recolhimento para guarda permanente). ▷ Registrar os documentos a serem eliminados.
Em uma tabela de temporalidade de uma empresa, por » As listas de eliminação, como vimos, relacio-
exemplo, poderia estar definido que os cartões de ponto de- nam os documentos a serem eliminados.
veriam ser conservados por sete anos no Serviço de Pessoal e ▷ Proceder à eliminação.
depois eliminados; ou que os contratos de prestação de servi- » O ato de eliminar os documentos também faz
ços de limpeza deveriam ser conservados em caráter definitivo parte da fase de destinação.
no arquivo permanente. ▷ Elaborar termo de eliminação.
» O termo de eliminação é o instrumento do qual
A tabela de temporalidade será elaborada pela CPAD —
consta o registro de informações sobre docu-
Comissão Permanente de Avaliação de Documentos ou Co- mentos eliminados após terem cumprido o pra-
missão de Análise de Documentos. zo de guarda.
Estrutura da Tabela de Temporalidade ▷ Elaborar lista de documentos destinados à fase in-
A Tabela de Temporalidade e Destinação deve apresentar termediária.
em sua estrutura básica os seguintes elementos: » De forma semelhante à lista de eliminação, existem
01. Código de classificação; as listas de transferência (documentos destinados
02. Prazos de guarda nas fases corrente e intermediária; à fase intermediária) e as listas de recolhimento
03. Destinação final (eliminação ou guarda permanente); (documentos destinados à fase permanente).
04. Observações necessárias à sua aplicação. ▷ Operacionalizar a passagem ao arquivo intermediário.
Deve-se elaborar um índice alfabético para agilizar a loca- » Permitir que os documentos passem ao arqui-
lização dos assuntos no plano ou código e na tabela. vo intermediário também faz parte da fase de
Tabela de Temporalidade com destinação.
exemplos hipotéticos. ї Principais rotinas e procedimentos na destinação:
Prazos de guarda ▷ Análise - são procedidos estudos dos documentos
Destinação recebidos.
Documentos Inter- Observação
final
Corrente
mediário ▷ Seleção - é feita a triagem dos documentos que de-
Legislação de Guarda vem permanecer no arquivo.
10 anos 10 anos - ▷ Avaliação - procedimento mais importante da des-
pessoal Perm.
Admissão de
tinação, pois nela ocorre a verificação do valor pro-
5 anos 47 anos Eliminação - batório (de prova) ou informativo, de pesquisa dos
pessoal
documentos e estabelecimento de prazos de vida
Férias 7 anos - Eliminação
dos documentos.
Microfilmar Esse processo está vinculado à legislação, já que deve
Frequência 5 anos 47 anos Eliminação
após 5 anos
cumprir os prazos legais de armazenamento de alguns docu-
mentos, bem como a discricionariedade da organização, quan- disseminação de normas relativas à gestão de documentos de
do falamos dos prazos precaucionais. arquivo, a racionalização da produção documental arquivística
Recomenda-se, de acordo com a doutrina, que a avaliação pública e a preservação do patrimônio documental arquivísti-
seja feita nos documentos no arquivo corrente para se evitar co da administração pública federal são finalidades do SIGA -
que documentos sejam transferidos para o arquivo interme- Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos.
diário de forma desnecessária, o que gera burocracia e dispên- ї Síntese dos pontos mais importantes da gestão de do-
dio de recursos desnecessários. cumentos:
Visando à garantia da eficiência administrativa, a avaliação Elaboração dos documentos em
deve ser precedida pela classificação dos documentos visando decorrência das atividades da insti-
ao correto arquivamento em suas classes. tuição.
Produção
ї Benefícios da avaliação documental: Criação de documentos essenciais à
▷ Eficiência administrativa. administração, evitando duplicação e
emissão de vias desnecessárias.
▷ Eliminação de documentos inúteis.
Protocolo, classificação, organização
▷ Agilidade na hora de encontrar um documento ou e arquivamento durante a idade
Gestão de
informação, pois há redução do volume de docu- Documentos Utilização corrente e intermediária.
mentos. Normas de acesso à documentação e
▷ Prévia identificação dos documentos de guarda per- à recuperação de informações.
manente. Análise e avaliação dos documentos
No fim da fase de destinação, há duas possibilidades para (valor).
o documento que perdeu o seu valor administrativo: Destinação Definição de quais serão objetos de
▷ Recolhimento: que é o deslocamento de um documen- arquivo permanente e quais serão
eliminados.
to do arquivo intermediário para o arquivo permanente,
para aqueles documentos dotados de valor histórico ou ▷ Produção
secundário. » Elaboração dos documentos em decorrência
▷ Eliminação: destruição, doação ou venda de docu- das atividades da instituição.
mentos julgados destituídos do valor permanente, » Criação de documentos essencias à adminis-
feito por uma Comissão Permanente de Avaliação. tração, evitando duplicação e emissão de vias
Comissão Permanente de Avaliação de Documentos desnecessárias.
A Comissão Permanente de Avaliação de Documentos ▷ Utilização
também é conhecida como Comissão de Análise de Documen- » Protocolo, classificação, organização e arquiva-
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tos, ou simplesmente, CPAD. E é esta Comissão quem elabora mento durante a idade corrente e intermediária.
a Tabela de Temporalidade e que deverá ser aprovada por au- » Normas de acesso à documentação e à recupe-
toridade competente do órgão para que possa ser aplicada na ração de informações.
instituição. Cada instituição cria sua Tabela de Temporalidade, ▷ Destinação
uma vez que, concluída e aplicada, as eventuais alterações ou
inclusões deverão ser submetidas à Comissão que a criou. Não » Análise e avaliação dos documentos (valor).
há prazo de guarda padrão e nem prazo máximo para os do- » Definição de quais serão objeto de arquivo per-
cumentos nas fases corrente e nem intermediária, pois cada manente e quais serão eliminados.
documento terá seu próprio prazo de acordo com o estabele-
cido na Comissão. Métodos de Arquivamento
De acordo com a legislação em vigor, a responsabilidade Arquivamento é a técnica de como serão acondicionados e
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
de orientar e realizar o processo de análise, avaliação e seleção armazenados os documentos, ou seja, o arquivamento corres-
da documentação produzida e acumulada no seu âmbito de ponde à forma como os documentos serão armazenados, visan-
atuação é pertinente à Comissão Permanente de Avaliação de do obter precisamente a sua localização no futuro. O método de
Documentos de acordo com o Decreto nº 4.073, de 3 de janeiro arquivamento é determinado pela natureza dos documentos a
de 2002 em seu Capítulo IV, DA GESTÃO DE DOCUMENTOS DA serem arquivados e pela estrutura da entidade.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL, Seção I: Das Comissões Os sistemas de arquivamento apenas fornecem a estru-
Permanentes de Avaliação de Documentos, Artigo 18: Em cada tura mecânica em relação à qual os documentos devem ser
órgão e entidade da Administração Pública Federal será cons- arranjados. Os documentos podem ser eficazmente arranjados
tituída Comissão Permanente de Avaliação de Documentos, em quase todos os sistemas de arquivamento. Qualquer sis-
que terá a responsabilidade de orientar e realizar o processo tema de arquivamento, não importa qual seja, pode apresen-
de análise, avaliação e seleção da documentação produzida e tar resultados satisfatórios se for adequadamente aplicado. A
acumulada no seu âmbito de atuação, tendo em vista a identi- insuficiência do arquivamento deve-se, com mais frequência
ficação dos documentos para guarda permanente e a elimina- às falhas humanas do que a falhas do sistema. Na escolha de
ção dos destituídos de valor. um método de arquivamento devem-se levar em consideração
Nos órgãos públicos a garantia de acesso, pelo cidadão, aos três premissas básicas: o sistema escolhido deve ser simples, 463
documentos de arquivo e informações contidas nos mesmos, a flexível e deve admitir expansões.
São duas classes – métodos básicos e padronizados – e inte- As notações nas guias podem ser abertas ou fechadas;
464 gram dois grandes sistemas – direto e indireto. simples ou compostas. Notações simples abertas: A, B, C, Ab,
Existe, ainda, um método Semi-indireto que não pertence Ac etc; notações compostas e fechadas: Aa-Al , Am-Az etc.
às classes de métodos básicos e padronizados, é o método alfa- Sua desvantagem é a alta incidência de erros de arqui-
numérico que consiste numa combinação de letras e números. vamento quando o volume de documentos é muito grande,
devido ao cansaço visual e à variedade de grafia dos nomes.
▷ Direto: ocorre quando a localização dos documentos
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
Lima, Paulo;
Dígito-terminal
Silva, Maria.
Básicos Enciclopédico
Alfabéticos Ex.: Obs.: com sobrenomes iguais prevalece a ordem al-
Dicionário
fabética do prenome.
Duplex
Ideográficos Ex.: Patrícia Melo, Jandira Melo, Inês Melo, José Melo.
Decimal
Numéricos Arquivam-se:
Unitermo ou
Indexação Melo, Inês;
coordenada Melo, Jandira;
Variadex Melo, José;
Automático Melo, Patrícia.
Padronizados Soudex 02. Sobrenomes compostos de um substantivo e um adje-
Mneumônico tivo ou ligados por hífen não se separam.
Rôneo Ex.: Heitor Villa-Lobos; Eduardo Montes Altos; Sérgio
Praia Vermelha.
Métodos Básicos Arquivam-se:
a. Alfabético ou onomástico Montes Altos, Carlos;
b. Geográfico – conforme o local de produção Praia Vermelha, Sérgio;
Villa-Lobos, Heitor.
c. Numéricos 03. Os sobrenomes formados com as palavras Santa, Santo
c.1 - Simples – é indireto. Para se encontrar os docu- ou São seguem a regra dos sobrenomes compostos por
mentos é feito um índice alfabético no qual pode se um adjetivo e um substantivo.
descobrir qual número foi conferido ao documento. Ex.: Wilmar Santo Cristo; Maria Santa Rita; Alexandre
Santo Antonio.
c.2 - Cronológico – normalmente a data da produção
(notas fiscais). Arquivam-se:
Santa Rita, Maria;
c.3 - Dígito-Terminal – conforme os dois últimos núme- Santo Antonio, Alexandre;
ros do documento, grande volume e números longos.
Santo Cristo, Wilmar.
d. Ideográfico ou Temático 04. As iniciais abreviativas de pronomes têm precedência
Conforme o assunto. Exige-se a interpretação e um vasto na classificação de sobrenomes iguais.
conhecimento da organização. Dividido em Alfabético – Enci- Ex.: R. Oliveira, Roberto Oliveira, Ricardo Oliveira.
clopédico ou Dicionário e Numérico – Duplex, Decimal e Uni- Arquivam-se:
termo ou Indexação Coordenada. Oliveira, R.;
A. Método Alfabético (método básico) Oliveira, Ricardo;
Método alfabético é o mais simples. É um método direto. Oliveira, Roberto.
Nesse método, as fichas ou pastas são dispostas em ordem 05. Os artigos e preposições, tais como a, o, de, d, do, e,
rigorosamente alfabética, respeitadas as normas gerais para um, uma, não são considerados na alfabetação. (ver
alfabetação. também regra nº 9)
Ex.: Paulo de Farias; Ricardo d’Ferreira; Roberto d’Albu- Arquivam-se:
querque. Arco y Molinero, Esteban Del;
Arquivam-se: Oviedo y Baños, José de;
Albuquerque, Roberto d’, Pina de Mello, Francisco de.
Farias, Paulo de; 11. Os nomes orientais – japoneses, chineses e árabes –
Ferreira, Ricardo d’. são registrados como se apresentam.
06. Os sobrenomes que exprimem grau de parentesco Ex.: Tetsuyuki Morita; Mao Tsé Tung; Xiang Lee Peng.
como Filho, Júnior, Neto, Sobrinho são considerados Arquivam-se:
parte integrante do último sobrenome, mas não consi- Mao Tsé Tung;
derados na ordenação alfabética.
Ex.: Marco Antônio Neto, José Maria Sobrinho, Sílvio Tetsuyuki Morita;
Martins Filho. Xiang Lee Peng.
Arquivam-se: 12. Os nomes de firmas, empresas, instituições e órgãos
Antônio Neto, Marco; governamentais devem ser transcritos como se apre-
sentam, não se considerando, porém, para fins de or-
Maria Sobrinho, José; denação, os artigos e preposições que os constituem.
Martins Filho, Sílvio. Admite-se, para facilitar a ordenação, que os artigos
Ex.: Obs.: os graus de parentesco da alfabetação só serão sejam colocados entre parênteses após o nome.
considerados quando servirem de elemento de descri- Ex.: Embratel, A Colegial, Fundação Getúlio Vargas, The
ção. Library of Congress.
Ex.: César Oliveira Filho; César Oliveira Neto, César Oli- Arquivam-se:
veira Sobrinho. Colegial (A);
Arquivam-se:
Embratel;
Filho, César Oliveira;
Fundação Getúlio Vargas;
Neto, César Oliveira;
Library of Congress (The).
Sobrinho, César Oliveira.
13. Nos títulos de congressos, conferência, reuniões, assem-
07. Os títulos não são considerados na alfabetação. São bleias e assemelhados, os números arábicos, romanos ou
colocados após o nome completo, entre parênteses. escritos por extenso deverão aparecer no fim, entre pa-
Ex.: Doutora Maria Helena, Juiz Armando Marques, Capi- rênteses.
tão Silva Monteiro. Ex.: III Conferência de Cirurgia Cardíaca, Oitavo Congres-
Arquivam-se: so de Engenharia Civil; 1º Congresso de Odontologia.
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Helena, Maria (Doutora); Arquivam-se:
Marques, Armando (Juiz); Conferência de Cirurgia Cardíaca (III);
Monteiro, Silva (Capitão). Congresso de Engenharia Civil (Oitavo);
08. Os nomes estrangeiros são considerados pelo último Congresso de Odontologia (1º).
sobrenome, salvo nos casos de nomes espanhóis e 14. As correspondências recebidas de uma unidade de
orientais (ver também regras nº 10 e 11). uma empresa ou de uma instituição (setor, seção, ge-
Ex.: Sigmund Freud; Carl Gustav Jung; Francis Coppola. rência, departamento, superintendência) devem ser
Arquivam-se: arquivadas pelo nome da empresa e não da unidade.
Coppola, Francis; Ex.: Gerência de Atendimento da TELERJ, Superinten-
Freud, Sigmund; dência Financeira da TELERJ.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
Canto dos Cisnes, Canto dos Frades, Canto Raiado, Canto- • C. MÉTODOS PADRONIZADOS
neira Alegre. • C.1. Variadex
OBS: Como se pode observar, no critério letra por letra não Há uma associação de cores designadas às letras do alfabeto
se consideram os espaços entre palavras. para facilitar a localização e arquivamento de documentos.
• B. Método Geográfico (método básico) Exemplos: A, B, C e abreviações em verde. D, E, F e abre-
É um método direto com ordenação alfabética e de fácil viações em amarelo, G, H, I e abreviações em azul. As cores são
arquivamento, a desvantagem é a utilização de mais de um atribuídas à segunda letra do nome de entrada e não do nome
dado para a pesquisa. Principais critérios utilizados: inicial, assim sendo, César Oliveira deve constar na pasta de cor
01. Nome do Estado, Cidade e Correspondente. amarela. Não há uma tabela de cores fixas
Na ordenação por estados, as capitais têm preferência na • C.2. Automático
classificação em relação aos demais municípios que seguem a Os documentos são arquivados com guias em pastas que já
ordem alfabética. indicam as divisões das letras do alfabeto.
Exemplo: • C.3. Soundex
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tal com gavetas próprias para a sua guarda sem a necessida-
Todos os documentos devem ser armazenados em instala- de de dobrá-las de acordo com suas medidas. Um móvel que
ções que ofereçam um ambiente adequado a sua preservação. atende a essa finalidade é a Mapoteca. Outra opção é enrolá-
Apesar dos avanços tecnológicos em matéria de restau- -los em tubos confeccionados em cartão alcalino e acondicio-
ração documental, é um princípio de preservação arquivísti- ná-los em armários ou gavetas.
ca quase consensual que a manutenção de um ambiente de Campos magnéticos causam a distorção ou a perda de da-
armazenamento dentro dos padrões convencionais (umidade dos em mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de
relativa e temperatura) para o material que está sendo arma- computador, que, por isso, devem ser armazenadas em locais
zenado é a medida mais eficaz, em termos de custo-benefí- onde haja proteção contra essa influência.
cio, para uma maior sobrevida dos documentos arquivísticos. O armazenamento será preferencialmente em mobiliário
Quando falamos de armazenamento de documentos magnéti- de aço tratado com pintura sintética, de efeito antiestático.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
▷ Minimizam as variações externas de temperatura e te interno. Ele deve ficar em funcionamento durante
umidade relativa. as 24 horas do dia. Os custos iniciais de instalação e
▷ Diminuem a probabilidade de danos em eventual os de manutenção são muito altos.
contato com água e fogo em casos de desastre. Histórico da Gestão Documental:
Características das Caixas de Acondicionamento 01. Comissão Hoover – Estados Unidos durante a déca-
de Documentos de Arquivo da de 1940. Apresentou-se em duas versões, a pri-
meira em 1947 e a segunda em 1955. Ocorreu, nos
▷ Devem suportar o peso dos documentos e a pressão, Estados Unidos, uma revolução na arquivologia em
caso tenham de ser empilhadas. função de três aspectos: a herança multicultural, o
▷ Devem ser limpos e conservados, de forma a prote- crescimento geométrico do volume de documentos
ger os documentos. produzidos desde a Guerra da Independência em
▷ As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem 1776 e a Guerra Civil em 1861 e o progresso tecno-
respeitar formatos padronizados, devendo exceder lógico e econômico associado ao grande interesse
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quivos públicos e privados em seu Art. 1º: O Conselho Nacional
de Arquivos - CONARQ, órgão colegiado, vinculado ao Arquivo
Diagnóstico
Nacional, criado pelo Art. 26 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de É a análise detalhada dos aspectos relacionados ao fun-
1991, tem por finalidade definir a política nacional de arquivos cionamento do arquivo da instituição, de forma a identificar as
públicos e privados, bem como exercer orientação normativa falhas ou lacunas existentes, permitindo a adoção de medidas
visando à gestão documental e à proteção especial aos docu- que visem a aumentar a eficiência dele.
mentos de arquivo. ї O diagnóstico proporciona informações como:
Manual de Gestão Arquivística de Documentos ▷ Instalações físicas (infiltrações, goteiras, poeira, luz
Deve contemplar todos os tipos de documentos necessá- solar etc.).
rios à condução das atividades do órgão ou entidade, inde- ▷ Condições ambientais (temperatura, umidade, lumi-
pendentemente do suporte, incluindo atividades-meio e ativi- nosidade).
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
gestão arquivística, como o Plano de Classificação e a Tabe- consultas e empréstimos deve ser rápido e preciso. A consulta
la de Temporalidade, é um dos objetivos do diagnóstico da por parte de terceiros só é permitida com a autorização da uni-
situação arquivística do tipo minimalista. Gabarito – CERTO. dade administrativa que transferiu os documentos.
Podemos concluir que o diagnóstico seria uma forma de en- Geralmente, os depósitos de arquivamento intermediário
contrar falhas e problemas no processo de arquivamento que pos- estão localizados fora dos centros urbanos (terrenos mais ba-
sam dificultar ou impedir o eficiente funcionamento do arquivo e ratos), mas em locais de acesso fácil e rápido.
propor soluções viáveis para o equacionamento dos problemas.
A construção e os equipamentos são simples, mas devem
Gestão de Documentos Correntes permitir a conservação adequada do acervo documental contra
O estabelecimento de normas para o tratamento de do- elementos que possam danificá-los, como incêndios, inunda-
cumentos em fase corrente permite aproveitar ao máximo a ções, poluição atmosférica, excesso de umidade e de luz solar.
informação disponível e necessária à tomada de decisões, bem
como os recursos humanos e materiais existentes. Essas nor- Gestão de Documentos Permanentes
mas visam aumentar a eficácia administrativa, facilitar a recu- Sua administração é bem mais complexa que os arquivos
peração mais rápida dos documentos e/ou informações neles Correntes e Intermediários e suas atividades principais são:
contidas e racionalizar sua guarda e conservação. 01. Arranjo:
O documento corrente é aquele necessário ao desenvol- Reunião e ordenação dos documentos em fundos, as
vimento das atividades de rotina de uma instituição e, por atividades desenvolvidas no arranjo são intelectuais –
consequência, os procedimentos realizados para a sua classifi- análise dos documentos quanto à sua forma, origem fun-
cação, registro, autuação e controle da tramitação, expedição, cional e conteúdo – e físicas – colocação dos papéis nas
e arquivamento têm por objetivo facilitar o acesso às informa- estantes ou caixas, seu empacotamento, etc.
ções neles contidas. Esse conjunto de operações técnicas ca- 02. Descrição e Publicação:
racteriza os serviços de gestão dos documentos correntes. Nas Acesso aos documentos para consulta e divulgação do
administrações pública e privada, as unidades responsáveis acervo; O processo da descrição consiste na elaboração
por tais serviços são intituladas protocolo e arquivo, arquivo de instrumentos de pesquisa que possibilitem identificar,
e comunicações administrativas, serviço de comunicações etc. rastrear, localizar dados, seja pela via sumária, seja pela
Gestão de Documentos Intermediários analítica.
03. Conservação:
Encerrado o período de arquivamento na fase corrente,
Medidas de proteção para evitar a destruição do acervo
alguns documentos podem ser eliminados imediatamente,
documental.
desde que assim definidos na Tabela de Temporalidade da
04. Referência
instituição. Mas uma parte relativamente importante destes
deverá ser conservada por um período mais longo em função Estabelece as políticas de acesso e uso dos documentos.
de razões legais ou administrativas. Nesse caso, não se justifica Marilena Leite Paes, “há considerável diferença entre o
a sua guarda junto aos organismos que os produziram, pois arranjo do arquivo corrente e o do arquivo permanente. (...).
esses documentos ocupariam um espaço em locais onde o No arquivo corrente a documentação é recente e provém de
metro quadrado é extremamente caro. Os depósitos de arma- setores próximos, que a utilizam com frequência. No arquivo
zenagem temporária constituem uma alternativa cujo objetivo permanente os documentos, procedentes dos arquivos corren-
principal é minimizar o custo público da guarda de documen- tes, já vem ordenados, (...), o arquivista se ocupa da ordena-
ção de todos os documentos sob sua guarda e que provêm de Tipos Básicos de Instrumentos de Pesquisa
múltiplos órgãos. (...). Quanto aos arquivos intermediários, não Segundo Heloísa Liberalli Bellotto, “os instrumentos de
existem métodos ou princípios específicos de arranjo (...).” pesquisa são, (...), obras de referência que identificam, resu-
As políticas de acesso a documentos de arquivo estão li- mem e localizam, em diferentes graus e amplitudes, os fun-
gadas às condições específicas de cada entidade arquivística e dos, as séries documentais e/ou as unidades documentais em
estão inseridas no contexto das políticas públicas arquivísticas um arquivo permanente. (...). Há instrumentos de pesquisa
e nas políticas públicas de informação. genéricos e globalizantes, como os guias, há os parciais, que
As políticas públicas arquivísticas, com o objetivo de preser- são detalhados e específicos, tratando de parcelas do acervo,
var a informação arquivística, tanto de natureza pública quanto como os inventários, catálogos, catálogos seletivos e índices,
privada, constituem conjuntos de premissas, decisões e ações
produzidas pelo Estado em nome do interesse social e contem- e há também a publicação de documentos na íntegra, a cha-
plam diversos aspectos relativos a produção e uso dos docu- mada “edição de fontes”. (...). Quanto aos instrumentos por
mentos. A obra Princípios de Acesso aos Arquivos, publicada definição, aqueles destinados ao público como meio de acesso
pelo Conselho Internacional de Arquivos oferece aos arquivistas ao acervo, eles devem constituir uma espécie de família hierár-
uma base de referência internacional para avaliação das práticas quica, na qual o guia ocupa o vértice.”
e políticas de acesso existentes e um quadro para uso quando do 1. Guia
desenvolvimento ou modificação de regras de acesso. Obra destinada à orientação dos usuários no conhecimen-
Fonte: http://www.conarq.arquivonacional.gov.br. to e na utilização dos fundos que integram o acervo de um
A Lei de Acesso à Informação nº 12.527, de 18 de novembro arquivo permanente. Guia é o instrumento de pesquisa que
de 2011: oferece informações gerais sobre fundos e coleções existentes
Art. 1º: Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem em um ou mais arquivos. É o instrumento de pesquisa mais
observados pela União, Estados, Distrito Federal e Mu- genérico, pois se propõe a informar sobre a totalidade dos fun-
nicípios, com o fim de garantir o acesso a informações dos existentes no arquivo.
previsto no inciso XXXIII do Art. 5º, no inciso II do § 3º
do Art. 37 e no § 2º do Art. 216 da Constituição Federal. O guia, principal instrumento de pesquisa, permite uma
visão ampla do acervo, disponibiliza dados institucionais
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
do arquivo e informações sobre a documentação. De acor-
I - os órgãos públicos integrantes da administração do com o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística,
direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluin-
guia é o instrumento de pesquisa que oferece informações
do as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério
Público; gerais sobre fundos e coleções existentes em um ou mais ar-
quivos. Guia é o instrumento mais popular, pois é encontrado
II - as autarquias, as fundações públicas, as em-
em praticamente todas as instituições arquivísticas por ser o
presas públicas, as sociedades de economia mista
instrumento mais genérico. Permite uma visão panorâmica
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e demais entidades controladas direta ou indireta-
mente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu- do acervo, com informações sobre o histórico, a natureza, a
nicípios. estrutura, o período e a quantidade de cada fundo integrante
O Decreto nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002 em seu Artigo do acervo total do arquivo.
10: O SINAR tem por finalidade implementar a política nacional 2. Inventário
de arquivos públicos e privados, visando à gestão, à preserva- Inventário é o Instrumento de pesquisa que descreve,
ção e ao acesso aos documentos de arquivo. sumária ou analiticamente, as unidades de arquivamento de
De acordo com Heloísa Liberalli Bellotto, “A atividade edu- um fundo ou parte dele, cuja apresentação obedece a uma
cativa é inerente aos arquivos públicos, mas aflora circunstan- ordenação lógica que poderá refletir ou não a disposição fí-
cialmente. (...) A aproximação estudante-documento pode ser sica dos documentos.
abordada por dois ângulos: o contato direto do aluno com as O documento que descreve conjuntos ou unidades docu-
fontes primárias e a possibilidade de selecionar documentos
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
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ї Devemos observar o fluxograma do documento a partir
da sua produção ou recebimento: desde que tenham o mesmo assunto.
▷ Recebimento da correspondência chegada à insti- » Por apensação: é uma união provisória de um
processo a outro mais antigo, visando à unifor-
tuição geralmente pelo malote e separação da cor-
midade, a dar um tratamento semelhante, com
respondência oficial da particular.
o mesmo interessado ou não.
▷ Distribuição da correspondência particular e enca-
minhamento da correspondência sigilosa aos seus De modo inverso, a desapensação é a separação física
destinatários. de um documento unido temporariamente a um processo.
▷ Separação da correspondência oficial de caráter os- ї Procedimentos adotados para a Autuação:
tensivo das de caráter sigiloso. ▷ Inserção de capa específica.
▷ Abertura da correspondência ostensiva. ▷ Numeração das páginas.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
tipos documentais, que são chamados de assuntos e recebem quais passam os documentos, para recuperá-los com agilida-
códigos numéricos. Tal Código de Classificação é derivado de de, quando necessário, auxiliando o Gestor na tomada de de-
um plano de classificação, cujo objetivo é o tornar a informa- cisão, bem como identificar possíveis atrasos na tramitação. É
ção disponível no mais breve espaço de tempo possível quan- realizado por sistemas informatizados ou manuais (livro, ficha
do solicitada pelos gestores. Por classificação entende-se a de protocolo).
organização dos documentos de um arquivo ou coleção, de ї Outros termos relacionados ao setor de protocolo:
acordo com um plano de classificação, código de classificação ▷ Protocolo central: é uma unidade ou órgão que cen-
ou quadro de arranjo. traliza as atividades de protocolo.
Pode ser, ainda, a análise e identificação do conteúdo ▷ Protocolo setorial: descentraliza as atividades do
de documentos, seleção da categoria de assunto sob a qual protocolo central, pois é instalado em cada unidade
sejam recuperados, podendo-se lhes atribuir códigos. Clas- visando a dar suporte às atividades de recebimento
sificação é também a atribuição a documentos, ou informa- e expedição de documentos.
ções neles contidas, de graus de sigilo, conforme legislação
específica. Também chamada de classificação de segurança.
A classificação, ainda, pode ser chamada de arranjo.
3. Tipologias Documentais e Suportes
• Procedimentos de Classificação Físicos
Inicialmente, analisam-se os documentos produzidos por
determinada instituição para a posterior criação de categorias Introdução
e classes genéricas que correspondam às funções e atividades O arquivo pode ser formado por documentos de qualquer
desenvolvidas pela instituição. A classificação considera a for- gênero (a configuração que assume um documento, depen-
ma e os motivos que determinaram a existência do documento dendo do sistema de signos utilizados na comunicação de seu
(como e por que foram produzidos), sendo condição precípua conteúdo). Ou seja, o documento pode ser textual, iconográfi-
para a sua compreensão plena, tanto para quem organiza como co, sonoro, audiovisual, informático etc.
para quem consulta. Esse procedimento é conhecido como ela- O arquivo também é composto de documentos que po-
boração do “plano de classificação” do arquivo na fase corrente. dem ser confeccionados por diversos tipos de materiais, sobre
Para os documentos recebidos – de origem externa à ins- os quais as informações são registradas (suporte).
tituição: a abertura daqueles que estiverem em envelopes São exemplos disso: papel, filme, disco ótico, disco magné-
fechados deverá ser procedida no setor de Protocolo, com tico etc. Para que você não confunda os gêneros de documen-
exceção dos documentos particulares e sigilosos. Já os docu- tos, vamos recordar os mais importantes:
mentos ostensivos (natureza do assunto) deverão ser abertos, ї Escritos ou textuais: textos manuscritos, datilografados
analisados, classificados e registrados, antes de serem encami- ou impressos.
nhados aos seus destinatários. ї Cartográficos: representações geográficas, arquitetôni-
Rotinas do Recebimento e Classificação cas ou de engenharia (mapas, plantas, perfis etc.).
01. Receber a correspondência; ї Iconográficos: suporte sintético, em papel emulsionado,
02. Separar a correspondência oficial da particular; como fotografias, diapositivos, desenhos etc.
03. Distribuir a correspondência particular; ї Filmográficos: películas cinematográficas e fitas mag-
04. Separar a correspondência oficial de caráter ostensivo néticas de imagens, com ou sem sonorização, contendo
daquelas que são sigilosas; imagens em movimento.
ї Sonoros: registros fonográficos (discos e fitas magnéticas). ▷ Acesso fácil e rápido.
ї Micrográficos: documentos resultantes de microrrepro- ▷ Segurança e garantia da confidencialidade das infor-
dução de imagens (microfilme, microficha, rolo etc.). mações.
ї Informáticos: tratados e armazenados em sistemas com- É regulamentada pela Lei no 5.433/68 e regulamentada
putacionais (disquete, CD-ROM, DVD-ROM, HD etc.). pelo Decreto no 1.799/96. A microfilmagem pode ser utiliza-
da com o objetivo de preservar os documentos originais de
Mudança de Suporte manuseio. Deve-se também considerar os custos dos equipa-
Muitas vezes, dentro do ciclo de vida de um documento, mentos e filmes, bem como os recursos humanos necessários
o suporte pode ser alterado devido a questões funcionais, ad- ao preparo da documentação para tal procedimento. O espe-
ministrativas ou legais. Nesse sentido, a microfilmagem é um cialista responsável pelo processo de microfilmagem deverá
processo bastante utilizado e oferece como resultado a econo- proceder um estudo sobre a viabilidade econômica de acor-
micidade de espaço e a garantia da preservação de originais do com a disponibilidade financeira da instituição. Decreto nº
passíveis de destruição. 1.799, de 30 de janeiro de 1996:
É necessário observar que a adoção de recursos tecnológi- Art. 3º: Entende-se por microfilme, para fins deste
cos para alteração do suporte da informação requer a obser- Decreto, o resultado do processo de reprodução em
vância de determinados critérios: filme, de documentos, dados e imagens, por meios
ї Questões legais concernentes à alteração do suporte, fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de
observando-se as garantias jurídicas, a normalização redução.
dos procedimentos, as especificações e os padrões de Microfilmagem pode ser:
qualidade estabelecidos pela legislação brasileira e por
01. Eletrônica
organismos internacionais.
Captura de documentos por meio da digitalização.
ї Capacidade de recuperação das informações antes e de-
02. Convencional
pois de processar a alteração do suporte.
Captação das imagens de documentos por processo foto-
ї Custo da operação. gráfico.
ї Definição da melhor técnica, de forma a assegurar a qua- As finalidades da microfilmagem são:
lidade da reprodução, a durabilidade do novo suporte e o 01. Substituição
acesso à informação. Ocorre nos arquivos corrente e intermediário quando da
ї Existência de depósitos e equipamentos de segurança necessidade de substituir os originais pelo fato destes pode-
que venham a garantir a preservação do novo suporte. rem ser eliminados.
Organizados e avaliados os documentos, deve-se proceder 02. Preservação
ao estudo da viabilidade econômica, de acordo com a dispo- Com objetivo de preservar os originais garantindo sua se-
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nibilidade de pessoal, espaço e recursos financeiros do órgão, gurança, ocorre nos arquivos permanentes.
além do cálculo dos equipamentos, materiais e acessórios ne-
cessários. A legislação que autoriza e regulamenta a microfilmagem
Deve-se, ainda, verificar as instalações dos arquivos de segu- de documentos no Brasil é a Lei no 5.433, de 8 de maio de 1968.
rança, bem como as condições de tratamento técnico, armazena- Art. 1º; § 4º - Os filmes negativos resultantes de micro-
mento e acesso às informações. filmagem ficarão arquivados na repartição detentora
Somente a partir desses procedimentos, recomenda-se do arquivo, vedada sua saída sob qualquer pretexto.
propor as eventuais alterações de suporte documental. A microfilmagem, para fins de regulamentação, é definida
como o processo de reprodução fiel de documentos e dados
Microfilmagem em filme por meios fotográficos ou eletrônicos.
A microfilmagem é um processo realizado mediante cap- De acordo com a Lei nº 5.433, de 8 de maio de 1968:
tação da imagem por meio fotográfico ou eletrônico. É uma
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
fotográfico do equipamento em uso, a microfilmagem po- III. termo de encerramento atestando a fiel obser-
derá ser feita por etapas, sendo obrigatória a repetição de vância às disposições deste Decreto;
uma parte da imagem anterior na imagem subsequente, IV. menção, quando for o caso, de que a série de
de modo que se possa identificar, por superposição, a con- documentos microfilmados continua em microfil-
tinuidade entre as seções adjacentes microfilmadas. me posterior;
O Decreto nº 1.799, de 30 de janeiro de 1996 em seu Art. 4° - V. nome por extenso, qualificação funcional e assi-
A microfilmagem será feita em equipamentos que garantam natura do responsável pela unidade, cartório ou em-
a fiel reprodução das informações, sendo permitida a utiliza- presa executora da microfilmagem.
ção de qualquer microforma” e no Artigo 5º; § 2° - “Fica veda- De acordo com o Decreto nº 1.799, de 30 de janeiro de
da a utilização de filmes atualizáveis, de qualquer tipo, tanto 1996, que regulamenta a Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968,
para a confecção do original, como para a extração de cópias. que regula a microfilmagem de documentos oficiais:
Deve-se salientar, ainda, sobre o mesmo Decreto, o seu Ar- Art. 5º. A microfilmagem, de qualquer espécie, será
tigo 9° - Os documentos da mesma série ou sequência, even- feita sempre em filme original, com o mínimo de 180 li-
nhas por milímetro de definição, garantida a segurança
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Tab-jac-cartão várias pessoas ao mesmo tempo.
tabuláveis com ▷ Maior agilidade (ao menos em tese) na busca e recu-
filme de 35mm peração da informação.
Biblioteca Livros, revistas
Rolo de 16mm e ▷ Acondicionamento e armazenamento de documen-
35mm m
tos de arquivo.
Informações volu- Cadastro do IPTU, INSS, COM microficha
mosas contidas dívida ativa, dotações Filme de 105mm x O armazenamento é a guarda ou acondicionamento de
em arquivos orçamentárias. 148mm documentos em depósitos. E o acondicionamento é a coloca-
ção de documentos em mobiliário e invólucros apropriados,
Automação que assegurem sua preservação.
Pode ser entendida como a transposição do suporte inicial Armazenamento
do documento (papel, fita magnética, etc.) para um suporte
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
digital (CD, DVD, etc.) por meio de computadores. Todos os documentos devem ser armazenados em insta-
Alteração de Suporte lações que possibilitem condições ambientais apropriadas às
Dentre as vantagens da alteração do suporte, destacam-se: suas necessidades de preservação, pelo prazo de guarda esta-
belecido em tabela de temporalidade e destinação. Apesar dos
01. Agilizar a recuperação das informações, bem como o
seu intercâmbio; avanços tecnológicos em matéria de restauração documental,
02. Garantir a preservação de documentos originais pas- é um princípio de preservação arquivística quase consensual
síveis de destruição pelo manuseio, bem como a se- que a manutenção de um ambiente de armazenamento dentro
gurança do acervo contra furto, incêndios, inundações dos padrões convencionais (umidade relativa e temperatura)
etc; para o material que está sendo armazenado é a medida mais
03. Preencher lacunas nos acervos arquivísticos; eficaz, em termos de custo-benefício, para uma maior sobre-
04. Substituir, em situações específicas, grandes volumes vida dos documentos arquivísticos. Quando falamos de arma-
de documentos destinados à eliminação, mas de pra- zenamento de documentos magnéticos ou ópticos, há que se
zos de guarda muito extensos, proporcionando melhor observar as recomendações específicas ou especiais quanto às
aproveitamento do espaço, reduzindo o custo de ma- melhores condições possíveis de armazenamento. O ambiente
nutenção, concentrando as informações e facilitando o deve ser constantemente monitorado e as leituras verificadas 477
seu manuseio. com regularidade.
Recomendações para a produção e o armazenamento de ▷ As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de
478 documentos de arquivo do CONARQ, Rio de Janeiro, 2005, computador, devem ser armazenadas longe de campos
página 8: As presilhas dos papéis devem ser de plástico ou em magnéticos que possam causar a distorção ou a perda
metal não oxidável; As práticas de grampear e de colar docu- de dados.
mentos devem ser evitadas; Os papéis das capas de processos ▷ O armazenamento será preferencialmente em mobi-
devem ser alcalinos; Os dossiês, processo e volumes devem ser liário de aço tratado com pintura sintética, de efeito
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
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ї Biológicos - insetos, fungos, roedores etc. tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua
integridade e seu caráter histórico. Tem por objetivo revitalizar
ї Ambientais - ventilação, poeira etc.
a concepção original, ou seja, a legibilidade do documento.
Assim, o arquivo permanente, além da guarda, deve se A seguir, veremos alguns métodos de restauração de do-
preocupar também com a preservação dos documentos da cumentos:
instituição, de forma a garantir que os valores secundários
(histórico e cultural, probatório e informativo), inerentes a essa • Silking
idade do arquivo, não sejam perdidos. Esse método utiliza tecido de grande durabilidade, mas
ї A preservação de documentos compreende três atividades: devido ao uso de adesivo à base de amido, afeta suas qualida-
▷ Conservação. des permanentes. Tanto a legibilidade quanto a flexibilidade, a
reprodução e o exame pelos raios ultravioletas e infraverme-
▷ Armazenamento.
lhos são pouco prejudicados. É, no entanto, um processo de
▷ Restauração.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
A durabilidade e as qualidades permanentes do papel são damente uma hora, após este período de tempo devem ser
asseguradas sem a perda da legibilidade e da flexibilidade, passados a ferro.
tornando-o imune à ação de fungos e pragas. Qualquer man-
cha resultante do uso pode ser removida com água e sabão. 4. Legislação Arquivística
A aplicação, por ser mecanizada, é rápida e a matéria-pri-
ma, de fácil obtenção. O material empregado na restauração CONARQ
não impede a passagem dos raios ultravioletas e infraverme- Fonte: \\www.conarq.arquivonacional.gov.br
lhos. O método de laminação é o que mais se aproxima do mé-
O Conselho Nacional de Arquivos - (CONARQ) é um ór-
todo ideal de restauração de documentos, dado que eleva a
gão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional do Ministério
resistência do papel.
da Justiça, que tem por finalidade definir a política nacional
Segundo Marilena Leite Paes, Laminação é um processo de arquivos públicos e privados, como órgão central de um
em que se envolve o documento, nas duas faces, (...). A dura- Sistema Nacional de Arquivos, bem como exercer orientação
bilidade e as qualidades permanentes do papel são assegura- normativa visando à gestão documental e à proteção especial
das sem perda da legibilidade e da flexibilidade, tornando-o aos documentos de arquivo.
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imune à ação de fungos e pragas. (...) não impede a passagem A Constituição Federal de 1988 e, particularmente, a Lei
dos raios ultravioletas e infravermelhos. (...) são as que mais se nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991 que dispõe sobre a política
aproximam do método ideal. nacional de arquivos públicos e privados, delegaram ao Poder
• Laminação manual Público estas responsabilidades, consubstanciadas pelo De-
Utiliza a matéria-prima básica da laminação mecanizada, creto nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002, que consolidou os
embora não empregue calor nem pressão, que são substituí- decretos anteriores - nºs 1.173, de 29 de junho de 1994; 1.461, de
dos pela acetona. Esta ao entrar em contato com o acetato, 25 de abril de 1995; 2.182, de 20 de março de 1997 e 2.942, de
transforma-o em camada semiplástica que, ao secar, adere ao 18 de janeiro de 1999.
documento, juntamente com o papel de seda. De acordo com estes dispositivos legais, as ações visando
A laminação manual, também chamada de laminação com à consolidação da política nacional de arquivos deverão ser
solvente oferece grande vantagem àqueles que não dispõem emanadas do Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ.
de recursos para instalar equipamentos mecanizados. Foi de- O Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) foi criado
senvolvida na Índia. pelo art. 26 da Lei nº 8.159/91 e regulamentado pelo Decreto
• Encapsulação nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002 e tem como competências:
Utiliza basicamente películas de poliéster e fita adesiva de 01. Estabelecer diretrizes para o funcionamento do Siste-
duplo revestimento. O documento é colocado entre duas lâmi- ma Nacional de Arquivos - (SINAR), visando à gestão,
nas de poliéster fixadas nas margens externas por fita adesiva à preservação e ao acesso aos documentos de arqui-
nas duas faces; entre o documento e a fita deve haver um es- vos.
paço de 3mm, deixando o documento solto dentro das duas 02. Promover o inter-relacionamento de arquivos públi-
lâminas. cos e privados com vistas ao intercâmbio e à integra-
A Encapsulação é considerada um dos mais modernos pro- ção sistêmica das atividades arquivísticas.
cessos de restauração de documentos. 03. Propor ao Ministro de Estado da Justiça normas legais
Velatura necessárias ao aperfeiçoamento e à implementação
Aplicável em grandes acervos é um processo de restaura- da política nacional de arquivos públicos e privados.
ção que consiste na aplicação de reforço de papel ou tecido em 04. Zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucio-
qualquer face de uma folha. nais e legais que norteiam o funcionamento e o acesso
Liofilização aos arquivos públicos.
Os volumes danificados são colocados em uma câmara a 05. Estimular programas de gestão e de preservação de
vácuo, onde é feita a extração da água, na forma de vapor, é documentos públicos de âmbito federal, estadual, do
o mesmo que secagem por congelamento ou secagem a frio e Distrito Federal e municipal, produzidos ou recebidos
consiste no tratamento de documentos molhados por conge- em decorrência das funções executiva, legislativa e ju-
lamento e subsequente secagem mediante vácuo e elevação diciária.
gradual da temperatura. 06. Subsidiar a elaboração de planos nacionais de desen-
Higienização volvimento, sugerindo metas e prioridades da política
Para gravuras e desenhos podem ser usados um pincel ma- nacional de arquivos públicos e privados.
cio ou algodão hidrófilo, sendo uma das formas mais simples, 07. Estimular a implantação de sistemas de arquivos nos
baratas e eficientes de proceder à limpeza leve de gravuras e de- Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União,
dos Estados, do Distrito Federal e nos Poderes Execu- necessárias à implementação da política nacional de arquivos
tivo e Legislativo dos Municípios. públicos e privados e ao funcionamento do SINAR.
08. Estimular a integração e modernização dos arquivos ї Desde a implantação do CONARQ foram criadas as se-
públicos e privados; identificar os arquivos privados guintes câmaras técnicas:
de interesse público e social, nos termos do art. 12 da ▷ Câmara Técnica de Avaliação de Documentos.
Lei no 8.159, de 1991. ▷ Câmara Técnica de Capacitação de Recursos Humanos.
09. Propor ao Presidente da República, por intermédio ▷ Câmara Técnica de Classificação de Documentos.
do Ministro de Estado da Justiça, a declaração de in- ▷ Câmara Técnica de Documentos Audiovisuais, Ico-
teresse público e social de arquivos privados. nográficos e Sonoros.
10. Estimular a capacitação técnica dos recursos huma- ▷ Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos.
nos que desenvolvam atividades de arquivo nas insti- ▷ Câmara Técnica de Normalização da Descrição Ar-
tuições integrantes do SINAR. quivística.
11. Recomendar providências para a apuração e a repa- ▷ Câmara Técnica de Paleografia e Diplomática.
ração de atos lesivos à política nacional de arquivos ▷ Câmara Técnica de Preservação de Documentos.
públicos e privados.
12. Promover a elaboração do cadastro nacional de ar- Câmaras Setoriais
quivos públicos e privados, bem como desenvolver A Portaria nº 2.588, de 24 de novembro de 2011, do Mi-
atividades censitárias referentes a arquivos. nistério da Justiça que aprova o recente Regimento Inter-
13. Manter intercâmbio com outros conselhos e ins- no do CONARQ, institui no Capítulo IV Da Organização e do
tituições, cujas finalidades sejam relacionadas ou Funcionamento, as Câmaras Setoriais, de caráter permanente
complementares às suas, para prover e receber ele- visando a identificar, discutir e propor soluções para questões
mentos de informação e juízo, conjugar esforços e temáticas que se repercutirem na estrutura e organização de
encadear ações. segmentos específicos de arquivos, interagindo com as câma-
ras técnicas.
14. Articular-se com outros órgãos do Poder Público
formuladores de políticas nacionais nas áreas de Câmara Setorial de Arquivos de Instituições de Saúde;
educação, cultura, ciência, tecnologia, informação e Câmara Setorial sobre Arquivos de Empresas Privatizadas ou
informática. em Processo de Privatização; Câmara Setorial sobre Arqui-
vos do Judiciário; Câmara Setorial sobre Arquivos Municipais;
O funcionamento do CONARQ é regulamentado pelo seu
Câmara Setorial sobre Arquivos de Arquitetura, Engenharia e
regimento interno aprovado pela Portaria nº 2.588, de 24 de
Urbanismo; Câmara Setorial sobre Arquivos Privados.
novembro de 2011.
O CONARQ é constituído por dezessete membros conse- SINAR
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lheiros: o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que o presidirá,
representantes dos poderes Executivo Federal, Judiciário Fe- A História do SINAR
deral, Legislativo Federal, do Arquivo Nacional, dos arquivos Fonte: \\www.conarq.arquivonacional.gov.br
públicos estaduais e do Distrito Federal, dos arquivos públicos Em 25 de setembro de 1978, o Decreto nº 82.308, instituiu
municipais, das instituições mantenedoras de curso superior o Sistema Nacional de Arquivos - (SINAR).
de Arquivologia, de associações de arquivistas e de institui-
A implementação do Sistema foi bastante prejudicada já
ções que congreguem profissionais que atuem nas áreas de
que sua área de abrangência ficou restrita aos arquivos inter-
ensino, pesquisa, preservação ou acesso a fontes documentais.
mediários e permanentes, tendo em vista os limites impostos
Cada Conselheiro tem um suplente.
na criação, pelo Governo Federal, em 1975, do Sistema de Ser-
Sua composição espelha, portanto, a convergência de in- viços Gerais - SISG, ao qual se vinculariam os arquivos corren-
teresses do Estado e da Sociedade, de modo a compatibilizar
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
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gestão de documentos de arquivo, em seu âmbito de de arquivo desenvolvidas pelos órgãos setoriais e seccionais
atuação e de seus seccionais, em conformidade com as que o integram; disseminar normas relativas à gestão de docu-
normas aprovadas pelo Ministro-Chefe da Casa Civil da mentos de arquivo; racionalizar a produção da documentação
Presidência da República. arquivística pública; racionalizar e reduzir os custos operacio-
ї Implementar e acompanhar rotinas de trabalho de- nais e de armazenagem da documentação arquivística pública;
senvolvidas, no seu âmbito de atuação e de seus sec- preservar o patrimônio documental arquivístico da Adminis-
tração Pública Federal; articular-se com os demais sistemas
cionais, visando à padronização dos procedimentos
que atuam direta ou indiretamente na gestão da informação
técnicos relativos às atividades de produção, classi-
pública federal.
ficação, registro, tramitação, arquivamento, preser-
Para efeitos de acompanhar, coordenar, controlar, orien-
vação, empréstimo, consulta, expedição, avaliação,
tar e promover a gestão de documentos de arquivo, o SIGA
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
transferência e recolhimento ou eliminação de docu- tem o Arquivo Nacional como órgão central, e uma Comissão
mentos de arquivo e ao acesso às informações neles de Coordenação, presidida pelo Diretor-Geral do Arquivo
contidas. Nacional e integrada por representantes do Arquivo Nacio-
ї Coordenar a elaboração de código de classificação de nal, dos Ministérios e dos órgãos equivalentes, cabendo aos
documentos de arquivo, com base nas funções e ativida- Ministérios e aos órgãos equivalentes a criação de Subcomis-
des desempenhadas pelo órgão ou entidade, e acompa- sões de Coordenação do SIGA que reúnam representantes
nhar a sua aplicação no seu âmbito de atuação e de seus dos órgãos seccionais de seu âmbito de atuação, com vistas
seccionais. a identificar necessidades e harmonizar as proposições a se-
ї Coordenar a aplicação do código de classificação e da rem apresentadas à Comissão de Coordenação. As normas
tabela de temporalidade e destinação de documentos emanadas e deliberadas pela Comissão de Coordenação do
de arquivo relativos às atividades-meio, instituída para SIGA serão aprovadas pela Ministra-Chefe da Casa Civil da
a Administração Pública Federal, no seu âmbito de atua- Presidência da República.
ção e de seus seccionais. É instituído por este Decreto um sistema de informações
ї Elaborar, por intermédio da Comissão Permanente de a fim de proceder à operacionalização do SIGA, visando à in-
Avaliação de Documentos e de que trata o art. 18 do De- tegração dos serviços arquivísticos dos órgãos e entidades da 483
creto n° 4.073, de 3 de janeiro de 2002, e aplicar, após Administração Pública Federal.
A reunião de instalação da Comissão de Coordenação do Com esse objetivo o Arquivo Nacional apresenta nesta se-
484 SIGA foi realizada no dia 28 de janeiro de 2004, às 9h30, no ção, um conjunto significativo de dados de interesse público,
auditório da Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidên- de forma organizada, de modo a oferecer ao cidadão um pa-
cia da República, localizado no subsolo do Palácio do Planal- drão claro e uniforme de acesso, que facilite a localização e a
to, com a participação dos presidentes ou coordenadores das obtenção das informações.
Subcomissões de Coordenação do SIGA, criadas no âmbito Aqui estão disponíveis, entre outros, dados sobre o funcio-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
dos Ministérios e órgãos equivalentes. namento, a base jurídica e a própria história da Instituição, além
daqueles referentes a diárias e passagens, licitações, relatórios de
Objetivos gestão, despesas, programas e ações, reforçando a missão do Ar-
01. Garantir ao cidadão e aos órgãos e entidades da ad- quivo Nacional de fornecer amplo acesso às informações, incluin-
ministração pública federal, de forma ágil e segura, o do aquelas que se relacionam à transparência pública.
acesso aos documentos de arquivo e às informações Neste sentido, destacam-se ainda a criação do SIC-AN
neles contidas, resguardados os aspectos de sigilo e as que se destina a atender aos pedidos de informações sobre o
restrições administrativas ou legais. acervo produzido pela Instituição de 1985 até o presente, e o
02. Integrar e coordenar as atividades de gestão de do- fácil acesso à Ouvidoria, que recebe reclamações, denúncias e
cumentos de arquivo desenvolvidas pelos órgãos se- sugestões visando aperfeiçoar a qualidade dos serviços pres-
toriais e seccionais que o integram. tados pelo Arquivo Nacional.
03. Disseminar normas relativas à gestão de documentos A Instituição também apresenta um amplo conjunto de
de arquivo. informações reunidas no item Perguntas Frequentes que, de
04. Racionalizar a produção da documentação arquivísti- modo objetivo, visa a esclarecer as dúvidas e questões enca-
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não estruturada aquela que não está armazenada em banco totalidade das implicações deve ser cuidadosamente examina-
de dados, tal como mensagem de correio eletrônico, arquivo da antes de escolher uma proposta diferente.
de texto, imagem ou som, planilhas, etc. O GED pode englobar PODE = significa que o requisito é opcional.
tecnologias de digitalização, automação de fluxos de trabalho Tanto para os requisitos considerados altamente desejá-
(workflow), processamento de formulários, indexação, gestão veis como para os requisitos facultativos, deve ser observado
de documentos, repositórios, entre outras. que uma implementação que não inclui um determinado item
Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Docu- altamente desejável ou facultativo deve estar preparada para
mentos (SIGAD) – é um conjunto de procedimentos e opera- interoperar com uma outra implementação que inclui o item,
ções técnicas, característico do sistema de gestão arquivística mesmo tendo funcionalidade reduzida. De forma inversa, uma
de documentos, processado por computador. O SIGAD é apli- implementação que inclui um item altamente desejável ou fa-
cável em sistemas híbridos, isto é, que utilizam documentos cultativo deve estar preparada para interoperar com uma outra
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
documentos ali classificados, para um outro ponto do plano 1.1.17 Um SIGAD tem que prover funcionalidades para elabo-
de classificação. Nesse caso, é necessário fazer o registro do ração de relatórios para apoiar a gestão do plano de classifica-
deslocamento nos metadados do plano de classificação. Obri- ção, incluindo a capacidade de:
gatório. ▷ gerar relatório completo do plano de classificação;
1.1.7 Um SIGAD deve permitir que usuários autorizados tor- ▷ gerar relatório parcial do plano de classificação a
nem inativa uma classe onde não serão mais classificados docu- partir de um ponto determinado na hierarquia;
mentos. Altamente Desejável. ▷ gerar relatório dos documentos ou dossiês/proces-
1.1.8 Um SIGAD tem que permitir que um usuário autoriza- sos classificados em uma ou mais classes do plano
do apague uma classe inativa. Só pode ser apagada uma clas- de classificação;
se que não tenha documentos ali classificados. Obrigatório. ▷ gerar relatório de documentos classificados por uni-
1.1.9 Um SIGAD tem que impedir a eliminação de uma clas- dade administrativa. Obrigatório.
se que tenha documentos ali classificados. Essa eliminação po- 1.1.18 Um SIGAD deve possibilitar consulta ao plano de clas-
derá ocorrer a partir do momento em que todos os documen- sificação a partir de qualquer atributo ou combinação de atri-
tos ali classificados tenham sido recolhidos ou eliminados, e
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documentos a dossiês/processos já encerrados. Dossiês/pro- devida esfera e no âmbito de competência.
cessos encerrados deverão ser reabertos para receber novos Esse procedimento deverá ser registrado nos metadados
documentos. Obrigatório. do processo. Obrigatório.
1.3.5 Um SIGAD deve ser capaz de registrar múltiplas en- 1.4.7 Um SIGAD tem que prever procedimentos para de-
tradas para um documento digital (objeto digital) em mais sentranhamento de documentos integrantes de um processo,
de um dossiê/processo ou pasta, sem duplicação física desse segundo norma específica na devida esfera e no âmbito de
documento. Quando um documento digital estiver associado competência.
a mais de um dossiê ou processo, o SIGAD deverá criar um re- Esse procedimento deverá ser registrado nos metadados
gistro para cada referência desse documento. Cada registro es- do processo. Obrigatório.
tará vinculado ao mesmo objeto digital. Altamente Desejável. 1.4.8 Um SIGAD tem que prever procedimentos para des-
1.3.6 Um SIGAD tem que impedir a eliminação de uma membramento de documentos integrantes de um processo
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
unidade de arquivamento digital ou de qualquer parte de seu segundo norma específica na devida esfera e no âmbito de
conteúdo em todas as ocasiões, a não ser quando estiver de competência.
acordo com a tabela de temporalidade e destinação de docu- Esse procedimento deverá ser registrado nos metadados
mentos; A eliminação será devidamente registrada em trilha do processo. Obrigatório.
de auditoria. Obrigatório. 1.4.9 Um SIGAD tem que prever o ence rramento33 dos
1.3.7 Um SIGAD tem que garantir a integridade da relação processos incluindo seus volumes e seus metadados. Obriga-
hierárquica entre classe, dossiê/processo, volume e documen- tório.
to e entre classe, pasta e documento em todos os momentos, 1.4.10 Um SIGAD tem que prever o desarquivamento para
independentemente de atividades de manutenção, ações do reativação dos processos por usuário autorizado obedecendo
usuário ou falha de componentes do sistema. Em hipótese al- procedimentos legais e administrativos.
guma poderá ocorrer uma situação em que qualquer ação do Para manter a integridade do processo somente o último
usuário ou falha do sistema dê origem a uma inconsistência na volume receberá novos documentos ou peças. Obrigatório.
base de dados do SIGAD. Obrigatório. 1.5 Volumes: abertura, encerramento e metadados
1.4 Requisitos adicionais para o gerenciamento de pro- Em alguns casos os dossiês/processos são compartimenta- 487
cessos dos em volumes ou partes, de acordo com normas e instruções
estabelecidas. Essa divisão não está baseada no conteúdo in- 1.6.4 Um SIGAD tem que ter mecanismos para acompanhar
488 telectual dos dossiês/processos, mas em outros critérios, como a movimentação do documento arquivístico convencional de
a dimensão, o número de documentos, períodos de tempo etc. forma que se evidencie ao usuário a localização atual do docu-
Essa prática tem como objetivo facilitar o gerenciamento físico mento. Obrigatório.
dos dossiês/processos. 1.6.5 Um SIGAD deve ser capaz de oferecer ao usuário
Os requisitos desta seção referem-se à utilização de volu- funcionalidades para solicitar ou reservar a consulta a um do-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
mes para subdividir dossiês/processos. cumento arquivístico convencional, enviando uma mensagem
1.5.1 Um SIGAD deve ser capaz de gerenciar volumes para para o detentor atual desse documento ou para o administra-
subdividir dossiês/processos, fazendo distinção entre dossiês/ dor. Obrigatório.
processos e volumes. Altamente Desejável. 1.6.6 Um SIGAD pode incluir mecanismos de impressão e
1.5.2 Um SIGAD deve permitir a associação de metadados reconhecimento de códigos de barra para automatizar a intro-
aos volumes e deve restringir a inclusão e a alteração desses dução de dados e acompanhar as movimentações de docu-
mesmos metadados somente a usuários autorizados. Alta- mentos ou dossiês/processos convencionais. Facultativo.
mente Desejável. 1.6.7 Um SIGAD tem que assegurar que a recuperação de
1.5.3 Um SIGAD tem que permitir que um volume herde um documento ou dossiê/processo híbrido permita igualmen-
automaticamente do dossiê/processo ao qual pertence, deter- te a recuperação dos metadados tanto da parte digital como
minados metadados pré-definidos, como por exemplo, proce- da parte convencional. Obrigatório.
dência, classes e temporalidade. Obrigatório. 1.6.8 Sempre que os documentos ou dossiês/processos
1.5.4 Um SIGAD tem que permitir a abertura de volumes a híbridos estiverem classificados quanto ao grau de sigilo, um
qualquer dossiê/processo que não esteja encerrado. Obrigatório. SIGAD deve garantir que a parte convencional e a parte digi-
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1.5.5 Um SIGAD deve permitir o registro de metadados tal correspondente recebam a mesma classificação de sigilo.
correspondentes as datas de abertura e de encerramento de Obrigatório.
volumes. Altamente Desejável. 1.6.9 Um SIGAD tem que poder registrar na trilha de au-
1.5.6 Um SIGAD tem que assegurar que um volume somen- ditoria todas as alterações efetuadas nos metadados dos
te conterá documentos. Não é permitido que um volume con- documentos ou dossiês/processos convencionais e híbridos.
tenha outro volume ou um outro dossiê/processo. Obrigatório. Obrigatório.
1.5.7 Um SIGAD tem que permitir que um volume seja en- Os elementos de metadados da estrutura de organização do
cerrado através de procedimentos regulamentares e somente e-ARQ Brasil são agrupados em entidades e a entidade documen-
por usuários autorizados. Obrigatório. to trata da identificação de documentos arquivísticos. Relaciona-
1.5.8 Um SIGAD tem que assegurar que, ao abrir um novo dos entre si, tais documentos formam processos ou dossiês, que
volume, o volume precedente seja automaticamente encerra- podem conter um ou mais volumes. Um volume pode conter um
do. Apenas o volume produzido mais recentemente pode estar ou mais documentos que, por sua vez, são constituídos por um ou
aberto, todos os outros volumes existentes nesse dossiê/pro- mais componentes digitais. Foram definidos metadados para as
cesso têm que estar fechados. Obrigatório. entidades: documento, evento de gestão, classe, agente, compo-
1.5.9 Um SIGAD tem que impedir a reabertura de um volu- nente digital e evento de preservação. (e-ARQ)
me já encerrado para acréscimo de documentos. Obrigatório. http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/media/publi-
1.6 Gerenciamento de documento e processos/dossiês cacoes/earq/conarq_earqbrasil_model_requisitos_2009.pdf.
arquivísticos convencionais, híbridos A pesquisa é o processo de identificação de documentos
O arquivo de uma organização pode conter documentos arquivísticos por meio de parâmetros definidos pelo usuário
ou dossiês/processos digitais e convencionais. Um SIGAD deve com o objetivo de confirmar, localizar e recuperar esses docu-
registrar os documentos ou dossiês/processos convencionais, mentos, bem como seus respectivos metadados.
que devem ser classificados com base no mesmo plano de 5.2.1 Um SIGAD tem que fornecer uma série flexível de
classificação usado para os digitais e deve ainda possibilitar funções que atuem sobre os metadados relacionados com
a gestão de documentos ou dossiês/processos híbridos. Os os diversos níveis de agregação (documento, unidade de ar-
documentos ou dossiês/processos híbridos são formados por quivamento e classe) e sobre os conteúdos dos documentos
uma parte digital e uma parte convencional. arquivísticos por meio de parâmetros definidos pelo usuário,
1.6.1 Um SIGAD tem que capturar documentos ou dossiês/ com o objetivo de localizar e acessar os documentos e/ou me-
processos convencionais e gerenciá-los da mesma forma que tadados, quer individualmente quer reunidos em grupo.
os digitais. Obrigatório. 5.2.2 Um SIGAD tem que executar pesquisa de forma in-
1.6.2 Um SIGAD tem que ser capaz de gerenciar a parte tegrada, isto é, apresentar todos os documentos e dossiês/
convencional e a parte digital integrantes de dossiês/proces- processos, sejam eles digitais, híbridos ou convencionais, que
sos híbridos, associando-as com o mesmo número identifica- satisfaçam aos parâmetros da pesquisa.
dor atribuído pelo sistema e título, além de indicar que se trata 5.2.3 Um SIGAD tem que permitir que todos os metadados
de um documento arquivístico híbrido. Obrigatório. de gestão42 de um documento ou dossiê/processo possam
1.6.3 Um SIGAD tem que permitir que um conjunto espe- ser pesquisados.
cífico de metadados seja configurado para os documentos ou 42 Os metadados de gestão são aqueles que apóiam a
dossiês/processos convencionais e tem que incluir informa- gestão arquivística do documento, tais como temporalidade e
ções sobre o local de arquivamento. Obrigatório. destinação prevista, código de classificação, entre outros.
5.2.4 Um SIGAD deve permitir que os conteúdos sob a for- Lei nº 8.159, de 08 de Janeiro de 1991
ma de texto dos documentos possam ser pesquisados.
5.2.5 Um SIGAD tem que permitir que um documento ou Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e pri-
dossiê/processo possa ser recuperado por meio de um número vados e dá outras providências.
identificador . Decreto nº 2.942, de 18.1.99, regulamenta os arts. 7º, 11 e
5.2.6 Um SIGAD tem que permitir que um documento ou 16 (revogado)
dossiê/processo possa ser recuperado por meio de todas as Decreto nº 4.073, de 03.01.02, regulamenta a Lei 8.159/91
formas de identificação implementadas, incluindo no mínimo:
Capítulo I
identificador; título; assunto; datas; procedência/interes-
sado; autor/escritor/originador e classificação de acordo com Disposições Gerais
o plano ou código de classificação. Art. 1º É dever do Poder Público a gestão documental
5.2.7 Um SIGAD deve fornecer uma interface que possibilite e a de proteção especial a documentos de arquivos,
a pesquisa combinada de metadados e de conteúdo do docu- como instrumento de apoio à administração, à cultura,
mento por meio dos operadores booleanos: “E”, “OU” e “NÃO”. ao desenvolvimento científico e como elementos de
A expressão booleano vem de George Boole, matemático prova e informação.
inglês. Operadores booleanos são palavras que têm o objetivo Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta lei,
de definir para o sistema de busca como deve ser feita a com- os conjuntos de documentos produzidos e recebidos
binação entre os termos ou expressões de uma pesquisa. por órgãos públicos, instituições de caráter público e
5.2.8 Um SIGAD deve permitir que os termos utilizados na entidades privadas, em decorrência do exercício de ati-
pesquisa possam ser qualificados, especificando-se um meta- vidades específicas, bem como por pessoa física, qual-
dado ou o conteúdo do documento como fonte de busca. quer que seja o suporte da informação ou a natureza
5.2.9 Um SIGAD pode permitir o uso de períodos típicos dos documentos.
nos pedidos de pesquisa nos campos de data, como por exem- Art. 3º Considera-se gestão de documentos o conjun-
plo: “semana anterior”, “mês corrente” etc. to de procedimentos e operações técnicas referentes
5.2.10 Um SIGAD deve permitir a utilização de caracteres co- à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquiva-
ringa e de truncamento à direita para a pesquisa de metadados. mento em fase corrente e intermediária, visando a sua
Por exemplo: O argumento de pesquisa “Bra*il“ pode recu- eliminação ou recolhimento para guarda permanente.
perar “Brasil“ e “Brazil“. Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos públicos
O argumento de pesquisa “Arq*” pode recuperar “Arqui- informações de seu interesse particular ou de interesse
vo”, “Arquivística” etc. coletivo ou geral, contidas em documentos de arqui-
5.2.11 Um SIGAD deve permitir a utilização de caracteres vos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
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coringa e de truncamento à direita para a pesquisa no conteú- responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
do do documento. imprescindível à segurança da sociedade e do Estado,
5.2.12 Um SIGAD deve proporcionar a pesquisa por proxi- bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida pri-
midade, isto é, que uma palavra apareça no conteúdo do do- vada, da honra e da imagem das pessoas.
cumento a uma distância máxima de outra. Art. 5º A Administração Pública franqueará a consulta
5.2.13 Um SIGAD deve permitir que os usuários possam ar- aos documentos públicos na forma desta lei.
mazenar pesquisas para reutilização posterior. Art. 6º Fica resguardado o direito de indenização pelo
5.2.14 Um SIGAD deve permitir que os usuários possam dano material ou moral decorrente da violação do sigi-
refinar as pesquisas já realizadas. lo, sem prejuízo das ações penal, civil e administrativa.
5.2.15 Quando o órgão ou entidade utilizar tesauros ou Capítulo II
vocabulário controlado, um SIGAD deve ser capaz de realizar
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
Art. 11. Consideram-se arquivos privados os conjuntos o Arquivo Nacional poderá criar unidades regionais.
de documentos produzidos ou recebidos por pessoas Art. 19. Competem aos arquivos do Poder Legislativo
físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades. Federal a gestão e o recolhimento dos documentos
Art. 12. Os arquivos privados podem ser identificados
produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo Federal
no exercício das suas funções, bem como preservar e
pelo Poder Público como de interesse público e social,
facultar o acesso aos documentos sob sua guarda.
desde que sejam considerados como conjuntos de fon-
tes relevantes para a história e desenvolvimento científi- Art. 20. Competem aos arquivos do Poder Judiciário
co nacional. (Por exemplo, o que dispõe o DECRETO DE Federal a gestão e o recolhimento dos documentos
9 DE MAIO DE 2012, que Declarou de interesse público e produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário Federal
social o acervo documental privado da Cúria Diocesana no exercício de suas funções, tramitados em juízo e
de Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro). oriundos de cartórios e secretarias, bem como preser-
var e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda.
Art. 13. Os arquivos privados identificados como de
Art. 21. Legislação estadual, do Distrito Federal e munici-
interesse público e social não poderão ser alienados
com dispersão ou perda da unidade documental, nem pal definirá os critérios de organização e vinculação dos
arquivos estaduais e municipais, bem como a gestão e o
transferidos para o exterior.
acesso aos documentos, observado o disposto na Cons-
Parágrafo único. Na alienação desses arquivos o Poder tituição Federal e nesta lei.
Público exercerá preferência na aquisição.
Art. 14. O acesso aos documentos de arquivos privados Capítulo V
identificados como de interesse público e social poderá Do Acesso e do Sigilo dos Documentos Públicos
ser franqueado mediante autorização de seu proprie- Art. 22. É assegurado o direito de acesso pleno aos do-
tário ou possuidor. cumentos públicos (Revogado pela Lei 12.527, de 18 de
Art. 15. Os arquivos privados identificados como de novembro de 2011)
interesse público e social poderão ser depositados a Art. 23. Decreto fixará as categorias de sigilo que deve-
título revogável, ou doados a instituições arquivísticas rão ser obedecidas pelos órgãos públicos na classifica-
públicas. ção dos documentos por eles produzidos. (Revogado
Art. 16. Os registros civis de arquivos de entidades religio- pela Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011).
sas produzidos anteriormente à vigência do Código Civil § 1º Os documentos cuja divulgação ponha em risco a
ficam identificados como de interesse público e social. segurança da sociedade e do Estado, bem como aque-
les necessários ao resguardo da inviolabilidade da in-
Capítulo IV timidade, da vida privada, da honra e da imagem das
pessoas são originariamente sigilosos. (Revogado pela
Da Organização e Administração de Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011).
Instituições Arquivísticas Públicas § 2º O acesso aos documentos sigilosos referentes à se-
Art. 17. A administração da documentação pública ou gurança da sociedade e do Estado será restrito por um
de caráter público compete às instituições arquivísticas prazo máximo de 30 (trinta) anos, a contar da data de
federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais. sua produção, podendo esse prazo ser prorrogado, por
§ 1º São Arquivos Federais o Arquivo Nacional do Po- uma única vez, por igual período. (Revogado pela Lei
der Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e do 12.527, de 18 de novembro de 2011)
§ 3º O acesso aos documentos sigilosos referente à recebam, para realização de ações de interesse públi-
honra e à imagem das pessoas será restrito por um co, recursos públicos diretamente do orçamento ou
prazo máximo de 100 (cem) anos, a contar da sua data mediante subvenções sociais, contrato de gestão, ter-
de produção. mo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros
Art. 24. Poderá o Poder Judiciário, em qualquer instância, instrumentos congêneres.
determinar a exibição reservada de qualquer documen- Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as
to sigiloso, sempre que indispensável à defesa de direito entidades citadas no caput refere-se à parcela dos recur-
próprio ou esclarecimento de situação pessoal da parte. sos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das
(Revogado pela Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011) prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas.
Parágrafo único. Nenhuma norma de organização admi- Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-
nistrativa será interpretada de modo a, por qualquer se a assegurar o direito fundamental de acesso à infor-
forma, restringir o disposto neste artigo. (Revogado mação e devem ser executados em conformidade com
pela Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011) os princípios básicos da administração pública e com as
seguintes diretrizes:
Disposições Finais
I. observância da publicidade como preceito geral e
Art. 25. Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e do sigilo como exceção;
administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele
II. divulgação de informações de interesse público,
que desfigurar ou destruir documentos de valor per-
independentemente de solicitações;
manente ou considerado como de interesse público e
social. III. utilização de meios de comunicação viabilizados
pela tecnologia da informação;
Art. 26. Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos
(Conarq), órgão vinculado ao Arquivo Nacional, que IV. fomento ao desenvolvimento da cultura de
definirá a política nacional de arquivos, como órgão transparência na administração pública;
central de um Sistema Nacional de Arquivos (Sinar). V. desenvolvimento do controle social da adminis-
§ 1º O Conselho Nacional de Arquivos será presidido tração pública.
pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional e integrado por Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
representantes de instituições arquivísticas e acadêmi- I. informação: dados, processados ou não, que po-
cas, públicas e privadas. dem ser utilizados para produção e transmissão de
§ 2º A estrutura e funcionamento do conselho criado conhecimento, contidos em qualquer meio, supor-
neste artigo serão estabelecidos em regulamento. te ou formato;
Art. 27. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. II. documento: unidade de registro de informações,
Art. 28. Revogam-se as disposições em contrário. qualquer que seja o suporte ou formato;
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III. informação sigilosa: aquela submetida tempo-
Lei nº 12.527, de 18 de Novembro de 2011 rariamente à restrição de acesso público em razão
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. de sua imprescindibilidade para a segurança da
5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição sociedade e do Estado;
Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a IV. informação pessoal: aquela relacionada à pes-
Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de soa natural identificada ou identificável;
8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. V. tratamento da informação: conjunto de ações
referentes à produção, recepção, classificação, uti-
Capítulo I lização, acesso, reprodução, transporte, transmis-
são, distribuição, arquivamento, armazenamento,
Disposições Gerais eliminação, avaliação, destinação ou controle da
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
informação;
observados pela União, Estados, Distrito Federal e Mu- VI. disponibilidade: qualidade da informação que
nicípios, com o fim de garantir o acesso a informações pode ser conhecida e utilizada por indivíduos,
previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º equipamentos ou sistemas autorizados;
do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. VII. autenticidade: qualidade da informação que tenha
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: sido produzida, expedida, recebida ou modificada por
determinado indivíduo, equipamento ou sistema;
I. os órgãos públicos integrantes da administração
VIII. integridade: qualidade da informação não
direta dos poderes executivo, legislativo, incluindo modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e
as cortes de contas, e judiciário e do ministério pú- destino;
blico; IX. primariedade: qualidade da informação coleta-
II. as autarquias, as fundações públicas, as empresas da na fonte, com o máximo de detalhamento pos-
públicas, as sociedades de economia mista e demais sível, sem modificações.
entidades controladas direta ou indiretamente pela Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso
união, estados, distrito federal e municípios. à informação, que será franqueada, mediante procedi-
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que mentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara 491
couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que e em linguagem de fácil compreensão.
Capítulo II § 3º O direito de acesso aos documentos ou às infor-
492 mações neles contidas utilizados como fundamento da
Do Acesso a Informações e da sua Divulgação tomada de decisão e do ato administrativo será asse-
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, gurado com a edição do ato decisório respectivo.
observadas as normas e procedimentos específicos § 4º A negativa de acesso às informações objeto de pe-
dido formulado aos órgãos e entidades referidas no art.
aplicáveis, assegurar a:
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
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quer outro meio de acesso universal, serão informados
acesso a informações; e ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual
II. realização de audiências ou consultas públicas, se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida in-
incentivo à participação popular ou a outras formas formação, procedimento esse que desonerará o órgão
de divulgação. ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento
Capítulo III direto, salvo se o requerente declarar não dispor de
meios para realizar por si mesmo tais procedimentos.
Do Procedimento de Acesso à Informação Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informa-
Seção I ção é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de
documentos pelo órgão ou entidade pública consultada,
Do Pedido de Acesso situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedi- valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços
do de acesso a informações aos órgãos e entidades re- e dos materiais utilizados.
feridos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos pre-
devendo o pedido conter a identificação do requerente vistos no caput todo aquele cuja situação econômica
e a especificação da informação requerida. não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento pró-
§ 1º Para o acesso a informações de interesse público, prio ou da família, declarada nos termos da Lei no 7.115,
a identificação do requerente não pode conter exigên- de 29 de agosto de 1983.
cias que inviabilizem a solicitação. Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida
§ 2º Os órgãos e entidades do poder público devem em documento cuja manipulação possa prejudicar sua
viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia,
de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet. com certificação de que esta confere com o original.
§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de có-
motivos determinantes da solicitação de informações pias, o interessado poderá solicitar que, a suas expen-
de interesse público. sas e sob supervisão de servidor público, a reprodução
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou seja feita por outro meio que não ponha em risco a 493
conceder o acesso imediato à informação disponível. conservação do documento original.
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões de-
494 decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia. negatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e
de revisão de classificação de documentos sigilosos
Seção II serão objeto de regulamentação própria dos Poderes
Dos Recursos Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informa- seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante,
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
ções ou às razões da negativa do acesso, poderá o inte- em qualquer caso, o direito de ser informado sobre o
ressado interpor recurso contra a decisão no prazo de andamento de seu pedido.
10 (dez) dias a contar da sua ciência. Art. 19. (VETADO).
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade § 1º (VETADO).
hierarquicamente superior à que exarou a decisão § 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Pú-
impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 blico informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao
(cinco) dias. Conselho Nacional do Ministério Público, respectiva-
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou mente, as decisões que, em grau de recurso, negarem
entidades do Poder Executivo Federal, o requerente po- acesso a informações de interesse público.
derá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deli- Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a
berará no prazo de 5 (cinco) dias se: Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimen-
I. o acesso à informação não classificada como sigi- to de que trata este Capítulo.
losa for negado; Capítulo IV
II. a decisão de negativa de acesso à informação
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este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de c) Ministros de Estado e autoridades com as mes-
classificação. mas prerrogativas;
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consuma- d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Ae-
do o evento que defina o seu termo final, a informação ronáutica; e
tornar-se à, automaticamente, de acesso público. e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares
§ 5º Para a classificação da informação em determi- permanentes no exterior;
nado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse II. no grau de secreto, das autoridades referidas
público da informação e utilizado o critério menos res- no inciso I, dos titulares de autarquias, fundações
tritivo possível, considerados: ou empresas públicas e sociedades de economia
I. a gravidade do risco ou dano à segurança da so- mista; e
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
de sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, soa a que elas se referirem; e
no mínimo, os seguintes elementos: II. poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso
I. assunto sobre o qual versa a informação; por terceiros diante de previsão legal ou consenti-
II. fundamento da classificação, observados os cri- mento expresso da pessoa a que elas se referirem.
térios estabelecidos no art. 24; § 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que
III. indicação do prazo de sigilo, contado em anos, trata este artigo será responsabilizado por seu uso in-
meses ou dias, ou do evento que defina o seu ter- devido.
mo final, conforme limites previstos no art. 24; e § 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não
IV. identificação da autoridade que a classificou. será exigido quando as informações forem necessárias:
Parágrafo único. A decisão referida no caput será manti- I. à prevenção e diagnóstico médico, quando a pes-
da no mesmo grau de sigilo da informação classificada. soa estiver física ou legalmente incapaz, e para uti-
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada lização única e exclusivamente para o tratamento
pela autoridade classificadora ou por autoridade hierar- médico;
quicamente superior, mediante provocação ou de ofício,
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renovação.
III. rescisão do vínculo com o poder público;
§ 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do §
IV. suspensão temporária de participar em licitação
1º deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos,
e impedimento de contratar com a administração
após a reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar
pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; e
de documentos ultrassecretos ou secretos.
V. declaração de inidoneidade para licitar ou
§ 4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão
contratar com a administração pública, até que seja
Mista de Reavaliação de Informações nos prazos pre-
promovida a reabilitação perante a própria autori-
dade que aplicou a penalidade. vistos no § 3º implicará a desclassificação automática
das informações.
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão
ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegu- § 5º Regulamento disporá sobre a composição, organi-
zação e funcionamento da Comissão Mista de Reavalia-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
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para efetuarem a microfilmagem de documentos parti- § 3° O armazenamento do filme original deverá ser fei-
culares, bem como os requisitos que a microfilmagem to em local diferente do seu filme cópia.
realizada por aquêles cartórios e órgãos públicos devem Art. 6° Na microfilmagem poderá ser utilizado qual-
preencher para serem autenticados, a fim de produzirem quer grau de redução, garantida a legibilidade e a qua-
efeitos jurídicos, em juízo ou fora dêle, quer os microfil- lidade de reprodução.
mes, quer os seus traslados e certidões originárias. Parágrafo único. Quando se tratar de original cujo
§ 2º Prescreverá também o decreto as condições que tamanho ultrapasse a dimensão máxima do campo
os cartórios competentes terão de cumprir para a au- fotográfico do equipamento em uso, a microfilmagem
tenticação de microfilmes realizados por particulares, poderá ser feita por etapas, sendo obrigatória a repe-
para produzir efeitos jurídicos contra terceiros. tição de uma parte da imagem anterior na imagem
Art 4º. É dispensável o reconhecimento da firma da subseqüente, de modo que se possa identificar, por su-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
autoridade que autenticar os documentos oficiais ar- perposição, a continuidade entre as seções adjacentes
quivados, para efeito de microfilmagem e os traslados microfilmadas.
e certidões originais de microfilmes. Art. 7° Na microfilmagem de documentos, cada série
Art 5º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. será precedida de imagem de abertura, com os seguin-
Art 6º Revogam-se as disposições em contrário. tes elementos:
I. identificação do detentor dos documentos, a se-
Decreto nº 1.799, de 30 rem microfilmados;
de Janeiro de 1996 II. número do microfilme, se for o caso;
Regulamenta a Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968, que III. local e data da microfilmagem;
regula a microfilmagem de documentos oficiais, e dá outras IV. registro no Ministério da Justiça;
providências. V. ordenação, identificação e resumo da série de
Art. 1° A microfilmagem, em todo território nacional, documentos a serem microfilmados;
autorizada pela Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968, VI. menção, quando for o caso, de que a série de
abrange os documentos oficiais ou públicos, de qual- documentos a serem microfilmados é continuação 499
quer espécie e em qualquer suporte, produzidos e re- da série contida em microfilme anterior;
VII. identificação do equipamento utilizado, da uni- ou públicos só deverá ocorrer se prevista na tabela de
500 dade filmadora e do grau de redução; temporalidade do órgão, aprovada pela autoridade
VIII. nome por extenso, qualificação funcional, se competente na esfera de sua atuação e respeitado o dis-
for o caso, e assinatura do detentor dos documen- posto no art. 9° da Lei n° 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
tos a serem microfilmados; Art. 13. Os documentos oficiais ou públicos, com valor
IX. nome por extenso, qualificação funcional e as- de guarda permanente, não poderão ser eliminados
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
sinatura do responsável pela unidade, cartório ou após a microfilmagem, devendo ser recolhidos ao ar-
empresa executora da microfilmagem. quivo público de sua esfera de atuação ou preservados
Art. 8º No final da microfilmagem de cada série, será pelo próprio órgão detentor.
reproduzida a imagem de encerramento, imediata- Art. 14. Os traslados, as certidões e as cópias em papel
mente após o último documento, com os seguintes ou em filme de documentos microfilmados, para pro-
elementos: duzirem efeitos legais em juízo ou fora dele, deverão
I. identificação do detentor dos documentos micro- estar autenticados pela autoridade competente deten-
filmados; tora do filme original.
II. informações complementares relativas ao inciso 1° Em se tratando de cópia em filme, extraída de microfil-
V do artigo anterior; mes de documentos privados, deverá ser emitido termo
próprio, no qual constará que o filme que o acompanha
III. termo de encerramento atestando a fiel obser- é cópia fiel do filme original, cuja autenticação far-se-á
vância às disposições deste Decreto; nos cartórios que satisfizerem os requisitos especifica-
IV. menção, quando for o caso, de que a série de dos no artigo seguinte.
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tem por finalidade definir a política nacional de arqui- XIV. manter intercâmbio com outros conselhos e
vos públicos e privados, bem como exercer orientação instituições, cujas finalidades sejam relacionadas
normativa visando à gestão documental e à proteção ou complementares às suas, para prover e receber
especial aos documentos de arquivo. elementos de informação e juízo, conjugar esforços
Art. 2º Compete ao CONARQ: e encadear ações;
I. estabelecer diretrizes para o funcionamento do XV. articular-se com outros órgãos do Poder Públi-
Sistema Nacional de Arquivos - SINAR, visando à co formuladores de políticas nacionais nas áreas de
gestão, à preservação e ao acesso aos documentos educação, cultura, ciência, tecnologia, informação
de arquivos; e informática.
II. promover o inter-relacionamento de arquivos Art. 3º São membros conselheiros do CONARQ:
públicos e privados com vistas ao intercâmbio e à I. o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, que o pre-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
§ 3º Os conselheiros e suplentes referidos nos inciso II Art. 11. O SINAR tem como órgão central o CONARQ.
e V a X serão designados pelo Presidente da República, Art. 12. Integram o SINAR:
a partir de listas apresentadas pelo Chefe da Casa Civil I. o Arquivo Nacional;
da Presidência da República, mediante indicações dos II. os arquivos do Poder Executivo Federal;
dirigentes dos órgãos e entidades representados. III. os arquivos do Poder Legislativo Federal;
§ 4º O mandato dos Conselheiros será de dois anos, IV. os arquivos do Poder Judiciário Federal;
permitida uma recondução. V. os arquivos estaduais dos Poderes Executivo,
§ 5º O Presidente do CONARQ, em suas faltas e impe- Legislativo e Judiciário;
dimentos, será substituído por seu substituto legal no VI. os arquivos do Distrito Federal dos Poderes
Arquivo Nacional. Executivo, Legislativo e Judiciário;
Art. 4º Caberá ao Arquivo Nacional dar o apoio técnico VII. os arquivos municipais dos Poderes Executivo
e administrativo ao CONARQ. e Legislativo.
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Art. 5º O Plenário, órgão superior de deliberação do § 1º Os arquivos referidos nos incisos II a VII, quando
CONARQ, reunir-se-á, em caráter ordinário, no mínimo, organizados sistemicamente, passam a integrar o SI-
uma vez a cada quatro meses e, extraordinariamente, NAR por intermédio de seus órgãos centrais.
mediante convocação de seu Presidente ou a requeri- § 2º As pessoas físicas e jurídicas de direito privado, de-
mento de dois terços de seus membros. tentoras de arquivos, podem integrar o SINAR mediante
acordo ou ajuste com o órgão central.
§ 1º O CONARQ funcionará na sede do Arquivo Nacional.
Art. 13. Compete aos integrantes do SINAR:
§ 2º As reuniões do CONARQ poderão ser convocadas
I. promover a gestão, a preservação e o acesso às
para local fora da sede do Arquivo Nacional, por deli-
informações e aos documentos na sua esfera de
beração do Plenário ou ad referendum deste, sempre competência, em conformidade com as diretrizes
que razão superior indicar a conveniência de adoção e normas emanadas do órgão central;
dessa medida. II. disseminar, em sua área de atuação, as diretrizes
Art. 6º O CONARQ somente se reunirá para delibera- e normas estabelecidas pelo órgão central, zelando
ção com o quorum mínimo de dez conselheiros. pelo seu cumprimento;
Art. 7º O CONARQ poderá constituir câmaras técnicas III. implementar a racionalização das atividades
e comissões especiais, com a finalidade de elaborar arquivísticas, de forma a garantir a integridade do
estudos, normas e outros instrumentos necessários à ciclo documental;
implementação da política nacional de arquivos pú- IV. garantir a guarda e o acesso aos documentos de
blicos e privados e ao funcionamento do SINAR, bem valor permanente;
como câmaras setoriais, visando a identificar, discutir e V. apresentar sugestões ao CONARQ para o apri-
propor soluções para questões temáticas que repercu- moramento do SINAR;
tirem na estrutura e organização de segmentos especí- VI. prestar informações sobre suas atividades ao
ficos de arquivos, interagindo com as câmaras técnicas. CONARQ;
Parágrafo único. Os integrantes das câmaras e comis- VII. apresentar subsídios ao CONARQ para a elabo-
sões serão designados pelo Presidente do CONARQ, ad ração de dispositivos legais necessários ao aperfei-
referendum do Plenário. çoamento e à implementação da política nacional
de arquivos públicos e privados;
Art. 8º É considerado de natureza relevante, não en-
VIII. promover a integração e a modernização dos
sejando qualquer remuneração, o exercício das ativi- arquivos em sua esfera de atuação;
dades de Conselheiro do CONARQ e de integrante das
IX. propor ao CONARQ os arquivos privados que pos-
câmaras e comissões. sam ser considerados de interesse público e social;
Art. 9º A aprovação do regimento interno do CONARQ, X. comunicar ao CONARQ, para as devidas provi-
mediante proposta deste, é da competência do Chefe da dências, atos lesivos ao patrimônio arquivístico
Casa Civil da Presidência da República. nacional;
Art. 9º A aprovação do regimento interno do CONARQ, XI. colaborar na elaboração de cadastro nacional
mediante proposta deste, é da competência do Minis- de arquivos públicos e privados, bem como no de-
tro de Estado da Justiça. (Redação dada pelo Decreto senvolvimento de atividades censitárias referentes
nº 7.430, de 2011) a arquivos;
XII. possibilitar a participação de especialistas nas Capítulo IV Da Gestão de Documentos,
câmaras técnicas, câmaras setoriais e comissões
especiais constituídas pelo CONARQ; Da Administração Pública Federal
XIII. proporcionar aperfeiçoamento e reciclagem Seção I Das Comissões Permanen-
aos técnicos da área de arquivo, garantindo cons- tes de Avaliação de Documentos
tante atualização.
Art. 18. Em cada órgão e entidade da Administração
Art. 14. Os integrantes do SINAR seguirão as diretrizes Pública Federal será constituída comissão permanen-
e normas emanadas do CONARQ, sem prejuízo de sua te de avaliação de documentos, que terá a responsa-
subordinação e vinculação administrativa. bilidade de orientar e realizar o processo de análise,
Capítulo III Dos Documentos Públicos avaliação e seleção da documentação produzida e acu-
mulada no seu âmbito de atuação, tendo em vista a
Art. 15. São arquivos públicos os conjuntos de docu- identificação dos documentos para guarda permanen-
mentos: te e a eliminação dos destituídos de valor.
I. produzidos e recebidos por órgãos e entidades
públicas federais, estaduais, do Distrito Federal e § 1º Os documentos relativos às atividades-meio serão
municipais, em decorrência de suas funções admi- analisados, avaliados e selecionados pelas Comissões
nistrativas, legislativas e judiciárias; Permanentes de Avaliação de Documentos dos órgãos
e das entidades geradores dos arquivos, obedecendo
II. produzidos e recebidos por agentes do Poder
aos prazos estabelecidos em tabela de temporalidade
Público, no exercício de seu cargo ou função ou
e destinação expedida pelo CONARQ.
deles decorrente;
III. produzidos e recebidos pelas empresas públicas § 2º Os documentos relativos às atividades-meio não
e pelas sociedades de economia mista; constantes da tabela referida no § 1º serão submetidos
IV. produzidos e recebidos pelas Organizações às Comissões Permanentes de Avaliação de Documen-
Sociais, definidas como tal pela Lei nº 9.637, de 15 tos dos órgãos e das entidades geradores dos arquivos,
de maio de 1998, e pelo Serviço Social Autônomo que estabelecerão os prazos de guarda e destinação daí
Associação das Pioneiras Sociais, instituído pela Lei decorrentes, a serem aprovados pelo Arquivo Nacional.
nº 8.246, de 22 de outubro de 1991. § 3º Os documentos relativos às atividades-fim serão
Parágrafo único. A sujeição dos entes referidos no avaliados e selecionados pelos órgãos ou entidades
inciso IV às normas arquivísticas do CONARQ constará geradores dos arquivos, em conformidade com as ta-
dos Contratos de Gestão com o Poder Público. belas de temporalidade e destinação, elaboradas pelas
Comissões mencionadas no caput, aprovadas pelo Ar-
Art. 16. Às pessoas físicas e jurídicas mencionadas no
quivo Nacional.
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art. 15 compete a responsabilidade pela preservação
adequada dos documentos produzidos e recebidos no Seção II Da Entrada de Documentos
exercício de atividades públicas. Arquivísticos Públicos no Arquivo Nacional
Art. 17. Os documentos públicos de valor permanen-
Art. 19. Os documentos arquivísticos públicos de âm-
te, que integram o acervo arquivístico das empresas
bito federal, ao serem transferidos ou recolhidos ao
em processo de desestatização, parcial ou total, serão
recolhidos a instituições arquivísticas públicas, na sua Arquivo Nacional, deverão estar avaliados, organiza-
esfera de competência. dos, higienizados e acondicionados, bem como acom-
panhados de instrumento descritivo que permita sua
§ 1° O recolhimento de que trata este artigo constituirá cláu- identificação e controle.
sula específica de edital nos processos de desestatização.
§ 2° Para efeito do disposto neste artigo, as empresas, Parágrafo único. As atividades técnicas referidas no
caput, que precedem à transferência ou ao recolhimen-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
diante proposta do Arquivo Nacional, baixará instrução § 3o Da decisão homologatória caberá recurso das
detalhando os procedimentos a serem observados pe-
partes afetadas ao Ministro de Estado da Justiça, na
los órgãos e entidades da Administração Pública Fede-
forma prevista na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de
ral, para a plena consecução das medidas constantes
1999 . (Redação dada pelo Decreto nº 7.430, de 2011)
desta Seção.
Art. 24. O proprietário ou detentor de arquivo privado
Art. 21. O Ministro de Estado da Justiça, mediante pro-
declarado de interesse público e social deverá comuni-
posta do Arquivo Nacional, baixará instrução detalhan-
do os procedimentos a serem observados pelos órgãos e car previamente ao CONARQ a transferência do local
entidades da administração pública federal, para a plena de guarda do arquivo ou de quaisquer de seus docu-
consecução das medidas constantes desta Seção. (Re- mentos, dentro do território nacional.
dação dada pelo Decreto nº 7.430, de 2011) Vigência Art. 25. A alienação de arquivos privados declarados
de interesse público e social deve ser precedida de
Capítulo V da Declaração de Interesse notificação à União, titular do direito de preferência,
Público e Social de Arquivos Privados para que manifeste, no prazo máximo de sessenta
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Todo documento digital é eletrônico, mas nem todo docu-
mento eletrônico é digital. de Documentos - GED
Os documentos eletrônicos se mantêm autênticos por
É um conjunto de tecnologias que permite o gerenciamen-
meio de processos contínuos de cópia e migração. Tais pro-
to de documentos em forma digital, auxiliando a produção,
cessos se fazem necessários devido à fragilidade do suporte,
controle, armazenagem, compartilhamento e recuperação de
magnético ou óptico, e à obsolescência tecnológica.
suas informações.
É importante ressaltar que cópia e migração têm conse-
Tecnologias relacionadas ao GED:
quências diferentes para a autenticação dos documentos. A
01. Gerenciamento da Imagem dos Documentos (Docu-
cópia consiste em uma reprodução completa dos elementos
ment Imaging – DI):
de forma e conteúdo de um documento. Consequentemente,
os documentos copiados se constituem em reproduções fiéis Conversão de documentos do meio físico para o digital.
Não se deve confundir digitação com digitalização;
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
identificados e avaliados por meio da diplomática – estudo da de acesso à tecnologia por meio de senhas, cartões magné-
estrutura formal e da autenticidade dos documentos. Os docu- ticos, etc, e definição de regras de workflow (conjunto de
mentos podem e devem ser identificados por seus constituintes regras formais que são definidas para melhorar a eficiência
formais, e não pela informação que transmitem. de um processo específico – Sawaya, 1999) que definem o
Gerenciamento de Produtos que será feito e como será feito. Por verificação, temos a
trilha de auditoria a qual é um mecanismo que permite re-
Eletrônicos - GPE gistrar todas as intervenções feitas no documento, garante
Gestão de documentos criados em meio eletrônico e cujo a autenticidade do documento arquivístico. Segundo Mac-
original permanece neste meio, embora também englobe os Neil, 2000, “autenticidade é a capacidade de se provar que
documentos digitalizados. um documento arquivístico é o que diz ser”.
Em relação ao suporte que contem o documento
A digitalização de acervos é uma das ferramentas essen-
01. Os documentos convencionais não existem até que se-
jam afixados em um suporte. ciais ao acesso e à difusão dos acervos arquivísticos, além de
02. Nos documentos eletrônicos o suporte é uma parte fí- contribuir para a sua preservação, uma vez que restringe o ma-
sica separada do conteúdo. nuseio de documentos originais, constituindo-se como instru-
Os documentos eletrônicos não tem no suporte um ele- mento capaz de dar acesso simultâneo local ou remoto. Possui
mento significativo, mas um simples carregador físico, assim natureza complexa de um ambiente tecnológico de rápidas
sendo, em cada reprodução de um documento eletrônico em mudanças e, em geral, de custos elevados para sua implemen-
que a única alteração é o suporte, o documento continua sen- tação e manutenção.
do idêntico ao que foi reproduzido.
Sistema de Informação
Em relação ao suporte que
Conjunto organizado de políticas, procedimentos, pessoas,
contém o documento equipamentos e programas computacionais que produzem,
01. Os documentos convencionais não existem até que se- processam, armazenam e proveem acesso à informação origi-
jam afixados em um suporte. nária de fontes internas e externas para apoiar o desempenho
02. Nos documentos eletrônicos, o suporte é uma parte das atividades de um órgão ou entidade.
física separada do conteúdo.
Os documentos eletrônicos não têm no suporte um ele- Gestão Arquivística de Documentos
mento significativo, mas um simples carregador físico, assim Conjunto de procedimentos e operações técnicas referen-
sendo, em cada reprodução de um documento eletrônico em tes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento dos
que a única alteração é o suporte, o documento continua sen- documentos em fase corrente e intermediária, visando a sua
do idêntico ao que foi reproduzido. eliminação ou seu recolhimento para a guarda permanente.
Em relação à Forma ou Estrutura, sua forma física consiste
em atributos que determinam a sua forma externa e, no caso Sistema de Gestão Arquivística
dos documentos eletrônicos, esses atributos são: de Documentos
▷ O texto escrito (tipo de fonte, tamanho, formato, Conjunto de procedimentos e operações técnicas, cuja in-
cores, idioma, existência de anexos, logomarca, as- teração permite a eficiência e a eficácia da gestão arquivística
sinatura digital, etc.); de documentos.
Gerenciamento Eletrônico computacional, produzida ou recebida por pessoa física ou ju-
rídica, tratada e gerenciada em um sistema de arquivos.
de Documentos (GED) Documento digital é a informação acessível por meio de
Conjunto de tecnologias utilizadas para organização da in- sistema computacional, e são considerados como arquivísticos
formação não-estruturada de um órgão ou entidade, que pode quando são produzidos ou recebidos pelo órgão ou entidade
ser dividido nas seguintes funcionalidades: captura, gerencia- no decorrer de suas atividades, possuindo relação orgânica
mento, armazenamento e distribuição. Entende-se por infor- entre si. Os documentos digitais apresentam especificidades
mação não-estruturada, aquela que não está armazenada em que podem comprometer sua autenticidade e seu acesso, uma
banco de dados, tais como mensagem de correio eletrônico, vez que são suscetíveis à degradação física dos seus supor-
arquivo de texto, imagem ou som, planilhas, etc. O GED pode tes, à obsolescência tecnológica de hardware, software, de
englobar tecnologias de digitalização, automação de fluxos de formatos e a intervenções não autorizadas. O resultado disso
trabalho (workflow), processamento de formulários, indexa- é a sua adulteração e/ou destruição. Portanto, é fundamental
ção, gestão de documentos, repositórios, entre outras. que sejam desenvolvidas estratégias de preservação digital
que considerem as características do documento arquivístico,
Sistema Informatizado de Gestão principalmente no que diz respeito à forma fixa, ao conteúdo
Arquivística de Documentos (SIGAD) estável e à relação orgânica.
É um conjunto de procedimentos e operações técnicas, ca- Os documentos digitais devem ser armazenados de forma a
racterístico do sistema de gestão arquivística de documentos, estarem protegidos da destruição, reprodução, alteração, uso e
processado por computador. O SIGAD e aplicável em sistemas acesso não autorizados, pois de acordo com a Lei nº 12.682/2012
híbridos, isto é, que utilizam documentos digitais e documen- que dispõe sobre a elaboração e o arquivamento de documentos
tos convencionais. em meios eletromagnéticos, em seu art. 3º - “O processo de digi-
Com base nos documentos e resoluções elaborados pelo talização deverá ser realizado de forma a manter a integridade, a
Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), um documento ar- autenticidade e, se necessário, a confidencialidade do documento
quivístico digital é a informação registrada, codificada em dí- digital, com o emprego de certificado digital emitido no âmbito da
gitos binários; produzida ou recebida; tramitada e armazenada Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP – Brasil”.
por sistema computacional; dotada de organicidade e com ele- Parágrafo único. Os meios de armazenamento dos do-
mentos suficientes para servir como prova das atividades de um cumentos digitais deverão protegê-los de acesso, uso,
órgão, entidade ou pessoa. Segundo o MODELO DE REQUISITOS alteração, reprodução e destruição não autorizados.
PARA SISTEMAS INFORMATIZADOS DE GESTÃO ARQUIVÍSTICA As estratégias de preservação de documentos arquivís-
DE DOCUMENTOS - e-ARQ – Brasil – 2006, dezembro. ticos, devem ser selecionadas com base em sua capacidade
Um sistema informatizado de gestão arquivística de docu- de manter as características desses documentos e na avalia-
mentos (SIGAD), é um conjunto de procedimentos e operações ção custo-benefício. Podem incluir monitoramento e controle
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técnicas apoiado em um sistema informatizado, que, de acordo ambiental, restrições de acesso, cuidados no manuseio direto
com os princípios da gestão arquivística, visa ao controle do ci- e obtenção de suportes e materiais mais duráveis (papel, tin-
clo de vida dos documentos, desde a produção até a destinação ta, disco óptico, fita magnética). No caso específico dos do-
final. O sucesso do SIGAD, dependerá fundamentalmente da im- cumentos digitais, essas estratégias incluem a prevenção da
plementação prévia de um programa de Gestão Arquivística de obsolescência tecnológica e de danos físicos ao suporte, por
Documentos. A produção de documentos digitais levou à cria- meio de procedimentos de migração, como atualização (refre-
ção de sistemas informatizados de gerenciamento de documen- shing) e conversão. O Objetivo é identificar o originador do do-
tos. Entretanto, para assegurar que documentos arquivísticos cumento, fornecer informação sobre o contexto de produção
digitais sejam confiáveis e autênticos e que possam preservar do documento, demonstrar a autenticidade de um documen-
suas características, é fundamental que os sistemas acima refe- to, indicando o responsável legal pela sua emissão.
ridos incorporem os conceitos arquivísticos e suas implicações Credencial de segurança - Atributo ou conjunto de atri-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
no gerenciamento dos documentos digitais. butos associados a um usuário que definem as categorias de
segurança, segundo as quais o acesso é concedido.
Documento Arquivístico Marca d’água digital - Marca que serve para distinguir uma
É o documento produzido e/ou recebido por uma pessoa imagem digital com informação sobre sua proveniência e carac-
física ou jurídica, no decorrer das suas atividades, qualquer terísticas, utilizada para proteger a propriedade intelectual. As
que seja o suporte, e dotado de organicidade. marcas d’água sobrepõem, no mapa de bits de uma imagem,
um desenho complexo, visível ou invisível, que só pode ser su-
Documento arquivístico digital primido mediante a utilização de um algoritmo e de uma chave
É o documento arquivístico codificado em dígitos binários, protegida. (I) Digital watermark.
produzido, tramitado e armazenado por sistema computacio- Trilha de auditoria - Conjunto de informações registradas
nal. São exemplos de documentos arquivísticos digitais: tex- que permite o rastreamento de intervenções ou tentativas de
tos, imagens fixas, imagens em movimento, gravações sono- intervenção no documento arquivístico digital ou no sistema
ras, mensagens de correio eletrônico, páginas web, bases de computacional. (I) Audit trail.
dados, dentre outras possibilidades de um vasto repertório de Criptografia simétrica - Método de criptografia que utili-
diversidade crescente. Portanto, um documento arquivístico za uma chave simétrica, de maneira que o texto seja cifrado e 507
digital é a informação registrada acessível por meio de sistema decifrado com esta mesma chave.
Criptografia assimétrica - Método de criptografia que Governo Eletrônico (e-Gov)
508 utiliza um par de chaves diferentes que se relacionam, mate- Decreto Presidencial de 3 de abril de 2000 criou o Grupo
maticamente, por meio de um algoritmo, de modo que o texto de Trabalho Interministerial – conhecido por GTTI ou Grupo
cifrado por uma chave só possa ser decifrado pela outra que for- de Trabalho em Tecnologia da Informação com o objetivo de
ma com ela um par. As duas chaves envolvidas na criptografia examinar e propor políticas, diretrizes e normas relacionadas
assimétrica são denominadas chave pública e chave privada. com as novas formas eletrônicas de interação com ênfase na
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
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ca da instituição. cumento digital. Os documentos digitais têm duas origens
Exemplo: As fotografias e filmes que documentam eventos distintas: os que já nascem digitais e os que são gerados a
e atividades da instituição. partir de digitalização. Ambos são codificados em dígitos bi-
nários, acessíveis e interpretáveis por meio de um sistema
04. Um website pode ser considerado um documento ar-
computacional.
quivístico?
Resposta: Sim, desde que tenha sido elaborado no curso O documento digitalizado é a representação digital de um
de uma atividade, ou seja, de um processo de trabalho, como documento produzido em outro formato e que, por meio da
instrumento ou resultado de tal atividade, e retido para ação digitalização, foi convertido para o formato digital. Geralmen-
ou referência. O website deve ser contemplado pelo programa te, esse representante digital visa a facilitar a disseminação e
de gestão arquivística da instituição. o acesso, além de evitar o manuseio do original, contribuindo
para a sua preservação.Todo documento digitalizado é um do-
05. Mensagens de correio eletrônico (e-mails) podem ser
cumento digital, mas nem todo documento digital é um docu-
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
que tratam da eliminação de documentos. Caso o original seja bientes híbridos, isto é, ambientes que incluem documentos
considerado de valor permanente, este não poderá ser elimi- digitais e convencionais.
nado, conforme também determina a legislação. Um SIGAD contempla funcionalidades, tais como: gestão
No setor privado, recomenda-se a elaboração de tabela e aplicação do plano e código de classificação; captura; avalia-
de temporalidade e destinação e que se institua comissão de ção e destinação (aplicação da tabela de temporalidade); pes-
avaliação de documentos para aplicar os prazos previstos na quisa, localização e apresentação; segurança; armazenamen-
tabela e realizar os procedimentos de eliminação. to e preservação. Pode incluir ainda outras funcionalidades,
A finalidade principal da digitalização não é a eliminação, e como tramitação e fluxo de trabalho, e características, como
sim facilitar a disseminação e o acesso, além de evitar o manu- usabilidade; interoperabilidade; disponibilidade; e desempe-
seio do original, contribuindo para a sua preservação. nho e escalabilidade.
9. Posso eliminar documentos arquivísticos digitais? 12. Qual é a diferença entre o SIGAD e o gerenciamento
Como fazê-lo? eletrônico de documentos (GED)?
Sim. A eliminação de documentos arquivísticos segue o Um SIGAD tem por objeto o documento arquivístico e visa
mesmo processo, sejam eles convencionais ou digitais. a gerenciá-lo em todo o seu ciclo de vida. Portanto é capaz
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No setor público, a eliminação deve ser precedida pela de realizar todas as operações técnicas da gestão arquivística
elaboração de listagem de eliminação de documentos, que, desde a produção até a destinação final do documento.
depois de aprovada pela instituição arquivística na específi- Já o GED tem por objeto o documento sem a perspectiva
ca esfera de competência, deverá ser publicada e, quando for arquivística. Portanto não gerencia o ciclo de vida dos docu-
efetivada a eliminação, será lavrado o termo de eliminação mentos, nem é capaz de manter a relação orgânica ou contro-
de documentos, segundo a legislação vigente. Caso o original lar a temporalidade e a destinação.
seja considerado de valor permanente, este não poderá ser eli- Isso não significa que um é melhor do que outro; simples-
minado, conforme também determina a legislação. mente, eles possuem objetivos diferentes. A escolha de um ou
No setor privado, recomenda-se a elaboração de tabela de outro, ou a adoção de ambos, depende das necessidades
de temporalidade e destinação e que se institua comissão de da organização.
avaliação de documentos para aplicar os prazos previstos na Apesar das diferenças, existe, inclusive, uma tendência de
tabela e realizar os procedimentos de eliminação. GEDs incorporarem as funcionalidades de um SIGAD.
Em ambos os setores, deve-se observar ainda os seguintes 13. Qual é a diferença entre autenticidade e autenticação?
procedimentos: A autenticidade é uma qualidade do documento; a auten-
a) os documentos arquivísticos que estiverem penden- ticação é uma declaração desta qualidade.
tes sob litígio ou investigação não poderão ser des- Autenticidade é a qualidade de um documento ser autên-
truídos; tico e merecedor de aceitação, isto é, a característica de um
b) a eliminação deverá ser realizada de forma a impos- documento ser o que diz ser e de estar livre de adulteração e
sibilitar a recuperação posterior de qualquer docu- corrupção.
mento eliminado; e Autenticação é a declaração de autenticidade de um do-
c) todas as cópias dos documentos eliminados, incluin- cumento, num determinado momento, por uma pessoa física
do cópias de segurança e cópias de preservação, ou jurídica investida de autoridade para fazer tal declaração
independentemente do suporte, deverão ser destruí- (servidor público, notário, autoridade certificadora). Ela tem a
das. forma de uma declaração que se insere no documento para
10. Quando um documento digital é produzido e depois atestar que ele é autêntico.
impresso, qual deles é o original? Observação: A assinatura digital é um exemplo de auten-
Depende do contexto em que se dá a produção do docu- ticação, visto que ela identifica o emissor de um documento
mento: e permite a verificação de que seu conteúdo não foi adulte-
rado. A autoria e a integridade são alguns dos elementos do
a) Se o documento digitado em processador de texto é documento que apoiam a presunção de autenticidade de um
impresso e assinado, tramita e é arquivado em papel, documento digital, mas não são suficientes para assegurá-la.
ele será considerado original. Neste caso, o computa- 14. Como posso preservar documentos em formato digi-
dor foi utilizado como uma ferramenta para apoiar a tal?
produção do documento em papel. A instituição deve possuir um programa de preservação de
b) Se o documento é produzido em sistema informa- documentos arquivísticos que incorpore os documentos con-
tizado e, após a assinatura e a tramitação, é arqui- vencionais e digitais.
vado em meio digital, a impressão em papel será A preservação digital é o conjunto de estratégias e meto-
eventual, e o documento dela resultante será consi- dologias destinadas a preservar os documentos em formato
derado uma cópia. digital. Ela pode implicar desde transferências periódicas dos
suportes de armazenamento até a conversão para outros for- técnicas apoiado em um sistema informatizado, que, de acordo
matos digitais, bem como a atualização do ambiente tecnoló- com os princípios da gestão arquivística, visam ao controle do
gico, o hardware e o software. ciclo de vida dos documentos, desde a produção até a destina-
Tais estratégias devem alcançar todas as características ção final. O sucesso do SIGAD dependerá fundamentalmente
essenciais que definem um documento digital, que são: físicas da implementação prévia de um programa de Gestão Arqui-
(suporte / registro físico), lógicas (software e formato digital) vística de Documentos. A produção de documentos digitais le-
e conceituais (estrutura / conteúdo exibido). Além disso, elas vou à criação de sistemas informatizados de gerenciamento de
devem levar em conta os elementos necessários para a produ- documentos. Entretanto, para se assegurar que documentos
ção, a manutenção e o acesso aos documentos digitais. arquivísticos digitais sejam confiáveis e autênticos e que pos-
Deve-se compreender, ainda, que a preservação digital não sam preservar suas características é fundamental que os sis-
é a digitalização de documentos que se apresentam em outros temas acima referidos incorporem os conceitos arquivísticos e
suportes. A digitalização é uma ação que serve à captura de do- suas implicações no gerenciamento dos documentos digitais.
cumentos para sistemas de informação como forma de facilitar
seu gerenciamento e acesso, bem como auxiliar a preservação Programa AN Digital
dos originais. Já a preservação digital visa exclusivamente à Tem como objetivo implantar os procedimentos necessá-
preservação dos documentos digitais. rios e dotar o Arquivo Nacional de um repositório para receber,
descrever, armazenar, preservar e dar acesso aos documentos
Correio Eletrônico arquivísticos digitais sob sua custódia. Neste sentido o pro-
Organização das Nações Unidas – ONU grama deverá incluir: definição da abordagem de preserva-
A Organização das Nações Unidas – ONU, ao estabelecer ção digital do Arquivo Nacional; definição de procedimentos;
orientações sobre como gerenciar a mensagem de correio ele- definição de padrões; desenvolvimento e implantação de um
trônico, aponta situações em que é possível identificá-la como repositório; aquisição de equipamentos; formação de equipe
documento arquivístico; dentre elas, destacamos (UNITED NA- especializada. Fonte: www.siga.arquivonacional.gov.br. AN Di-
TIONS, 2010): gital - Política de Preservação Digital.
01. Mensagem cujo conteúdo inicia, autoriza ou completa
uma ação de um órgão ou entidade. ANOTAÇÕES
02. Mensagem trocada entre pessoas da mesma equipe ou
de outras equipes, em trabalho conjunto, e cujo con-
teúdo se refere à atividade do órgão ou entidade.
03. Mensagem recebida de fonte externa (pessoa física ou
jurídica) que compõe um documento arquivístico oficial.
04. Mensagem cujo conteúdo refere-se à pauta ou registro
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de reunião.
05. Mensagem cujo conteúdo é nota, relatório final ou re-
comendação para uma ação em desenvolvimento ou
finalizada.
As mesmas orientações da ONU apontam situações em
que a mensagem de correio eletrônico NÃO é considerada do-
cumento arquivístico; dentre elas, destacamos:
01. Mensagem cujo conteúdo é de caráter pessoal (não
tem relação com as atividades do órgão ou entidade).
02. Mensagem cujo conteúdo se refere a “correntes”, pro-
pagandas, promoções e afins.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
ÍNDICE
1. Conceitos Iniciais ...................................................................................................... 516
Conceito de Contabilidade ..........................................................................................................516
Objeto ..........................................................................................................................................516
Finalidade ....................................................................................................................................516
Usuários .......................................................................................................................................516
Funções da Contabilidade ...........................................................................................................516
Aspectos Patrimoniais .................................................................................................................516
Campo de Aplicação ....................................................................................................................516
Técnicas Contábeis ......................................................................................................................516
2. Patrimônio ............................................................................................................... 517
Conceitos ..................................................................................................................................... 517
Componentes Patrimoniais ......................................................................................................... 517
Equação Fundamental da Contabilidade..................................................................................... 517
Estados Patrimoniais ...................................................................................................................518
3. Contas......................................................................................................................520
Conta .......................................................................................................................................... 520
Tipos de Contas .......................................................................................................................... 520
Classificação das Contas ............................................................................................................. 520
Elementos essenciais da conta ................................................................................................... 521
Plano de Contas .......................................................................................................................... 521
Função da Conta – Razão de sua Existência ................................................................................ 521
Teoria das Contas ........................................................................................................................ 521
Situações das Contas: Débitos e Créditos................................................................................... 522
Razonete .................................................................................................................................... 523
Saldo das Contas......................................................................................................................... 523
Balancete .................................................................................................................................... 523
4. Escrituração .............................................................................................................524
Conceitos ................................................................................................................................... 524
Processos de Escrituração .......................................................................................................... 524
Métodos de Escrituração ............................................................................................................ 525
Funcionamento das Contas ........................................................................................................ 525
Fórmulas de Lançamento ........................................................................................................... 527
Erros de Escrituração .................................................................................................................. 528
Regimes de Escrituração ............................................................................................................ 529
Livros de Escrituração................................................................................................................. 530
Balancete de Verificação ............................................................................................................. 531
Fatos Contábeis .......................................................................................................................... 532
514 NOÇÕES DE ECONOMIA Ş
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Imobilizado .................................................................................................................................581
Depreciação ................................................................................................................................ 584
Métodos de Depreciação ............................................................................................................ 585
Alteração da Vida útil doImobilizado ......................................................................................... 589
Baixa do Ativo Não Circulante .................................................................................................... 589
Intangível ....................................................................................................................................590
Amortização ................................................................................................................................591
Exaustão ..................................................................................................................................... 592
14. Demonstrações Contábeis ...................................................................................... 594
Lei nº 6.404/76........................................................................................................................... 594
Demonstração do Resultado do Exercício .................................................................................. 596
516
1. Conceitos Iniciais dos elementos que compõem o patrimônio (bens, direitos e
obrigações).
Quantitativos: relacionados à identificação em valores
Conceito de Contabilidade monetários dos elementos que compõem o patrimônio.
Iniciaremos o estudo desta disciplina entendendo o que é
Contabilidade. Para isso, vejamos dois conceitos: o primeiro foi Campo de Aplicação
apresentado no 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade, e o O campo de aplicação da Contabilidade é a azienda (pat-
NOÇÕES DE ECONOMIA
segundo já foi abordado em prova da ESAF: rimônio considerado juntamente com a pessoa que tem sobre
Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções ele poderes de administração e disponibilidade. Patrimônio +
de orientação, controle e registro relativos aos atos e fatos da pessoa que o administra).
administração econômica. (1º Congresso Brasileiro de Contab- Muito cuidado neste item! É fácil confundir o campo de
ilidade – 1924) aplicação (azienda) com o objeto da Contabilidade (patrimô-
Contabilidade é a ciência que estuda, registra, controla e nio). O que ocorre é que muitos concurseiros pensam: “Ora,
interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades com se o objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio, então
fins lucrativos ou não. (ESAF) ele (o patrimônio) será o local onde aplicarei a Contabilidade
(campo de aplicação), certo?” Errado! A Contabilidade é apli-
Objeto cada em um patrimônio que sofre variação, e o patrimônio
Na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio de uma não sofrerá variação sozinho. Para que ele sofra variação,
entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e de é necessária a figura do gestor, capaz de administrar o pat-
obrigações. rimônio. Ou seja, para que possamos aplicar a Contabilidade, é
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Funções da Contabilidade
A Contabilidade possui as seguintes funções:
Função administrativa: controle do patrimônio. O pat-
rimônio é composto por bens, direitos e obrigações. Portanto,
a função administrativa é responsável por controlar os bens
que a entidade possui, tudo que ela tem a receber de terceiros
(direitos) e aquilo que ela irá pagar a terceiros (obrigações).
Função econômica: apurar o lucro ou prejuízo, ou seja,
calcular o resultado (rédito). O resultado será apurado por
meio do confronto entre as receitas e despesas, e poderá ser
um lucro ou prejuízo. A função econômica é responsável pela
apuração de quanto a empresa lucrou ou perdeu no período.
Aspectos Patrimoniais
A Contabilidade se ocupa de dois aspectos patrimoniais:
Qualitativos: relacionados à identificação da natureza
2. Patrimônio Ativo: é um recurso controlado pela entidade como resul-
tado de eventos passados e do qual se espera que resultem
futuros benefícios econômicos para a entidade.
Conceitos
Passivo: é uma obrigação presente da entidade, derivada
Como vimos no capítulo anterior, o patrimônio é formado
pelo conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte
uma pessoa física ou jurídica, que possam ser avaliados eco- em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.
nomicamente. Patrimônio Líquido: é o valor residual dos Ativos da enti-
Se não for possível atribuir valor ao bem, direito ou dade depois de deduzidos todos os seus Passivos.
obrigação, estes não serão registrados no patrimônio da en- A demonstração contábil responsável por organizar e
tidade.
apresentar os bens, direitos e obrigações chama-se Balanço
Patrimonial:
Componentes Patrimoniais
Ativo Passivo
Bens: são os itens que pertencem a uma pessoa (física ou
jurídica), e que podem ser avaliados economicamente, ou seja, Bens Obrigações
é possível estabelecer um valor em moeda, um preço. Direitos Patrimônio Líquido
É importante citar que bens estão ligados a direitos legais, Na coluna da esquerda, demonstramos os itens do Ativo
inclusive a direito de propriedade. Porém, ao determinar a ex- (bens e direitos), que representam Aplicações de Recursos.
istência de um Ativo, o direito de propriedade não é essencial.
Assim, um bem pode ser considerado um Ativo mesmo que a Na coluna da direita, demonstramos os itens do Passivo
entidade não tenha o direito de propriedade sobre esse bem, (obrigações e patrimônio líquido), que representam Origens
bastando que ela tenha controle e que o bem lhe seja útil. de Recursos.
Os bens podem ser classificados como tangíveis ou in- Os bens e direitos representam o aspecto positivo patri-
tangíveis. monial, e as obrigações, o aspecto negativo.
Bens tangíveis (também chamados de corpóreos) são
aqueles que têm existência física. Exemplos: máquinas, eq- Duplicatas emitidas pela
Direito. Classificação: Ativo
uipamentos, veículos, imóveis, estoques, móveis e utensílios, empresa
dinheiro, terrenos, ferramentas.
Duplicatas aceitas pela
Bens intangíveis (também chamados de incorpóreos) empresa / emitidas por Obrigação. Classificação: Passivo
são aqueles que não têm existência física, mas são regis- terceiros
trados e controlados pela Contabilidade. Exemplos: soft-
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wares, marcas, patentes de fabricação, pontos comerciais, Notas promissórias emiti-
Obrigação. Classificação: Passivo
propriedades científicas. das pela empresa
Direitos: são os valores a receber/recuperar de terceiros.
Exemplos: duplicatas a receber, clientes, aluguel a receber, im- Notas promissórias
postos a recuperar, notas promissórias emitidas por terceiros, emitidas por terceiros / Direito. Classificação: Ativo
recebidas pela empresa
duplicatas emitidas pela empresa, empréstimos concedidos,
adiantamentos a fornecedores, adiantamentos a empregados.
Adiantamento a fornece-
Obrigações: são os valores a pagar/recolher/compensar Direito. Classificação: Ativo
dores
em transações com terceiros. Exemplos: impostos a recolher,
salários a pagar, fornecedores, duplicatas a pagar, contas a pa- Adiantamento de clientes Obrigação. Classificação: Passivo
gar, duplicatas aceitas pela empresa, notas promissórias emit-
idas pela empresa, empréstimos obtidos, adiantamentos de
NOÇÕES DE ECONOMIA
ANOTAÇÕES
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NOÇÕES DE ECONOMIA
519
520
3. Contas CONTAS PATRIMONIAIS
ATIVO PASSIVO
Conta Ativo Circulante Passivo Circulante
É um título que identifica um elemento patrimonial com Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante
características semelhantes (bem, direito, obrigação ou PL) ou
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
uma variação patrimonial (receitas e despesas).
NOÇÕES DE ECONOMIA
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za credora, unilateral e dinâmica.
Um plano de contas é composto, basicamente, pelos se-
guintes elementos:
▷ Conta sintética: conta genérica. ▷ Elenco de Contas: é a estrutura do plano de contas.
▷ Conta analítica: conta específica. Compreende a relação ordenada e codificada de to-
das as contas utilizadas pela entidade (listagem das
▷ Passivo Circulante= 100 (conta sintética) contas a serem adotadas nos registros contábeis).
▷ Fornecedor = 60 (conta analítica) 1. ATIVO - Grupo
▷ Impostos a recolher = 10 (conta analítica) 1.1. Ativo Circulante – Subgrupo (primeiro grau)
▷ Empréstimos obtidos = 30 (conta analítica) 1.1.1. Disponibilidades – Subgrupo (segundo grau)
1.1.1.1. Caixa – Conta (primeiro grau)
Conta: Juros Ativos = Receita 1.1.1.1.0001 Caixa matriz – conta (segundo grau)
NOÇÕES DE ECONOMIA
Contas Integrais: bens, direitos e obrigações. CUSTO DAS MERCA- Conta de Propri-
▷ Contas Diferenciais: receita, despesa e patrimônio DORIAS VENDIDAS etário
Resultado
líquido.
DESPESAS DE ALU- Conta de Propri-
Teoria Patrimonialista: reconhece o patrimônio como objeto Resultado
GUEL etário
da Contabilidade. Distingue os elementos que compõem o pat-
Agente Correspon-
rimônio (contas patrimoniais) dos elementos que o modificam DUPLICATAS A PAGAR Patrimonial
dente
(contas de resultado).
▷ Contas Patrimoniais: bens, direitos, obrigações e DUPLICATAS A Agente Correspon-
Patrimonial
RECEBER dente
patrimônio líquido.
▷ Contas de Resultado: receita e despesa. IMPOSTOS A RECOL- Agente Correspon-
Patrimonial
HER dente
Agente Con-
Bens Conta de Propri-
signatário LUCROS ACUMULADOS Patrimonial
etário
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Receita CREDORA CREDOR
do Exercício (aumentam)
ANOTAÇÕES
Razonete
Representação gráfica de uma conta = T, em que o lado
esquerdo é o lado dos débitos, e o lado direito, dos créditos.
D C
NOÇÕES DE ECONOMIA
Ex.: Quando uma entidade efetua o pagamento de uma ITG 2.000 (R1), dispõe sobre as formalidades e estabelece
dívida, é preciso que ocorra a escrituração desse paga- critérios e procedimentos a serem adotados pela entidade
mento, para que o fato seja registrado na contabilidade para a escrituração contábil de seus fatos patrimoniais:
da entidade. ITG 2000 (R1) – Escrituração Contábil
Vejamos o que a Lei nº 6.404/76 e o Código Civil dispõem Formalidades da Escrituração Contábil
sobre esse tema: 3. A escrituração contábil deve ser realizada com ob-
Lei 6.404/76 servância dos Princípios de Contabilidade.
Escrituração 4. O nível de detalhamento da escrituração contábil
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em deve estar alinhado às necessidades de informação
registros permanentes, com obediência aos preceitos de seus usuários. Nesse sentido, esta Interpre-
da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de tação não estabelece o nível de detalhe ou mes-
contabilidade geralmente aceitos, devendo observar mo sugere um plano de contas a ser observado.
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e O detalhamento dos registros contábeis é direta-
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registrar as mutações patrimoniais segundo o regime mente proporcional à complexidade das operações
de competência. da entidade e dos requisitos de informação a ela
§ 1º. As demonstrações financeiras do exercício em que aplicáveis e, exceto nos casos em que uma auto-
houver modificação de métodos ou critérios contábeis, ridade reguladora assim o requeira, não devem
de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e res- necessariamente observar um padrão predefinido.
saltar esses efeitos. 5. A escrituração contábil deve ser executada:
§ 2º. A companhia observará exclusivamente em livros a) em idioma e em moeda corrente nacionais;
ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da
b) em forma contábil;
escrituração mercantil e das demonstrações reguladas
nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;
legislação especial sobre a atividade que constitui seu d) com ausência de espaços em branco, en-
objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a trelinhas, borrões, rasuras ou emendas; e
utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes e) com base em documentos de origem externa
ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a ou interna ou, na sua falta, em elementos que
elaboração de outras demonstrações financeiras. comprovem ou evidenciem fatos contábeis.
§ 3º. As demonstrações financeiras das companhias 6. A escrituração em forma contábil de que trata o
abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela item 5 deve conter, no mínimo:
Comissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoria- a) data do registro contábil, ou seja, a data em
mente submetidas à auditoria por auditores indepen- que o fato contábil ocorreu;
dentes nela registrados. b) conta devedora;
§ 4º. As demonstrações financeiras serão assinadas pelos c) conta credora;
administradores e por contabilistas legalmente habilitados. d) histórico que represente a essência econômica
§ 5º. As normas expedidas pela Comissão de Valores da transação ou o código de histórico padroniza-
Mobiliários a que se refere o § 3º deste Artigo deverão do, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa
ser elaboradas em consonância com os padrões inter- em livro próprio;
nacionais de contabilidade adotados nos principais
e) valor do registro contábil;
mercados de valores mobiliários.
f) informação que permita identificar, de forma
§ 6º. As companhias fechadas poderão optar por
unívoca, todos os registros que integram um
observar as normas sobre demonstrações financeiras
mesmo lançamento contábil.
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para
as companhias abertas. Processos de Escrituração
Código Civil
Os processos de escrituração contábil são os seguintes:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são
obrigados a seguir um sistema de contabilidade, me- Manual: a escrituração é feita à mão.
canizado ou não, com base na escrituração uniforme Maquinizado ou semimecanizado: a escrituração é feita
de seus livros, em correspondência com a documen- por meio de máquinas de escrever.
tação respectiva, e a levantar anualmente o balanço Mecanizado: a escrituração é feita por meio de máquinas de
patrimonial e o de resultado econômico. escrituração. São máquinas específicas, destinadas a esse fim.
Computadorizado ou por processamento eletrônico: a Pensemos na conta “caixa”, que registra os valores que a
escrituração é executada por meio de computadores. empresa tem em caixa, e suas respectivas entradas e saídas
O processo mais utilizado nos dias atuais é o computador- de dinheiro:
izado. Quando fazemos um pagamento utilizando o dinheiro do
caixa, nosso saldo de caixa aumenta ou diminui? Diminui, cer-
Métodos de Escrituração to?! Saiu dinheiro, diminuiu o saldo do caixa.
Método de escrituração é a forma utilizada para o registro E quando recebemos um valor em dinheiro e guardamos
dos fatos contábeis. esse dinheiro no caixa, o que ocorre com o saldo do caixa nes-
É nesse momento da disciplina que iniciaremos o estudo sa situação? Aumenta ou diminui? Aumenta, certo?! Se entra
de débitos e créditos. A partir daqui o estudante aprenderá a dinheiro, o saldo de caixa aumenta.
efetuar as contabilizações de fatos que alteram o patrimônio
de uma entidade. As contabilizações são feitas por meio de É importante saber que essa movimentação (entrada e
lançamentos contábeis. Lançamento nada mais é que o regis- saída de recursos) é registrada, na contabilidade, por meio de
tro de um fato contábil, utilizando débito e crédito. Um lança- débitos e créditos. Quando desejamos registrar o aumento do
mento deve conter local e data do registro, contas debitadas, saldo de caixa, debitamos; quando desejamos registrar a di-
contas creditadas, histórico da operação (descrição do evento minuição do saldo de caixa, creditamos. E isso ocorre em todas
que gerou a contabilização) e valor da operação. as contas contábeis. Todas as contas são movimentadas por
Antes de saber aplicar o débito e o crédito, é preciso saber meio de débitos e créditos.
qual é o método adotado na contabilidade para registrar tais E para que saibamos registrar as movimentações que
débitos e créditos. ocorrem em uma conta, é fundamental conhecer o funciona-
Todos os registros contábeis são feitos por meio do mét- mento das contas.
odo das partidas dobradas, mas existem outros dois métodos Já vimos que, na contabilidade, existem contas de nature-
que, apesar de estarem em desuso, podem ser cobrados em za devedora e contas de natureza credora. É essencial lembrar
prova: a natureza das contas para que seja possível movimentá-la por
Método das partidas simples: nesse método, há somente meio de débitos e créditos. Vamos relembrar:
o registro dos direitos e obrigações. Está em desuso. Contas de Ativo e Despesas: possuem natureza devedora.
Método das partidas mistas: são mantidas contas para o Contas de Passivo, Patrimônio Líquido e Receita: pos-
registro dos bens, direitos e obrigações. Está em desuso.
suem natureza credora.
Método das partidas dobradas: esse é o método ad-
Contas retificadoras: possuem natureza inversa ao grupo
otado na contabilidade. Ele determina que a soma dos
valores dos débitos deve ser igual à soma dos valores dos a que pertencem, ou seja:
! Retificadoras do Ativo possuem natureza
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créditos. Convém notar que ele não informa que teremos
apenas um débito e apenas um crédito, ou que registra- credora. Exs.: (-) PECLD (Perdas Estimadas
remos apenas direitos, ou bens. Esse método registra com Créditos de Liquidação Duvidosa), (-)
qualquer situação que modifique o patrimônio, seja um Depreciação Acumulada, (-) Amortização
bem, direito, obrigação, receita ou despesa. E uma modi- Acumulada, (-) Provisão para ajuste a valor
ficação patrimonial pode dar origem ao registro de um ou de mercado.
mais débitos e um ou mais créditos. O importante é que o ! Retificadoras do Passivo e Patrimônio Líquido
valor total dos débitos seja igual ao valor total de créditos. possuem natureza devedora. Exs.: (-) Encargos
Um lançamento contábil pode ser feito por meio do a transcorrer, (-) Capital a Integralizar, (-) Ações
chamado “razonete”. Razonete é a representação gráfica de em Tesouraria, (-) Prejuízos Acumulados.
uma conta, em que é possível registrar toda a movimentação A seguir, aprenderemos como movimentar as contas.
que ocorre (aumentos e diminuições de saldo).
ATENÇÃO!
NOÇÕES DE ECONOMIA
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creditada. (21) d) quarta fórmula, com 2 contas devedoras e 2
4ª Fórmula: duas ou mais contas debitadas e duas ou mais contas credoras.
contas creditadas. (22) e) terceira fórmula, com 3 contas devedoras e 1
conta credora.
Conta (s) Debitada (s) Conta (s) Creditada (s)
B.
1º) Identificar as contas que deverão ser utilizadas:
1ª Fórmula 1 1
Bancos;
2ª Fórmula 1 2 Duplicatas a pagar;
3ª Fórmula 2 1 Desconto obtido.
4ª Fórmula 2 2 2º) Depois de identificá-las, devemos determinar a que gru-
NOÇÕES DE ECONOMIA
Para memorizar, é importante lembrar a ordem das fórmulas: po de contas elas pertencem (Ativo, Passivo Exigível, PL,
11, 12, 21, 22. Receitas ou Despesas):
Para entender como funcionam as fórmulas de lançamen- Bancos: bens numerários no Ativo;
to, vejamos o exemplo a seguir: Duplicatas a pagar: obrigações no Passivo;
01. Compra de um veículo, à vista, no valor de R$ Desconto obtido: Receita.
30.000,00. Pagamento efetuado em cheque. 3º) Identificar se o saldo da conta aumenta ou diminui:
D: Veículos R$ 30.000,00;
Bancos: diminui o saldo pelo pagamento;
C: Bancos R$ 30.000,00;
Duplicatas a pagar: a quitação de uma dívida diminui o sal-
1 débito e 1 crédito => 11 => lançamento de 1ª fórmula.
do das obrigações;
02. Compra de veículo sendo parte à vista em dinheiro (R$
10.000,00) e parte com prazo de 30 dias. O valor do Desconto obtido: Receita.
veículo é de R$ 30.000,00. 4º) Aplicar o mecanismo de débito e crédito:
D: Veículos R$ 30.000,00; D: Duplicatas a pagar; 527
C: Caixa R$ 10.000,00; C: Bancos;
C: Desconto obtido; Lançamento em duplicidade: a entidade contabiliza duas
528 1 débito e 2 créditos ї 12 ї 2ª fórmula. vezes o mesmo fato.
Ex.:
Erros de Escrituração Lançamento correto:
Durante o processo de escrituração, podem ocorrer alguns D: Caixa R$ 1.000,00;
erros, como: C: Duplicatas a receber R$ 1.000,00;
Erro na identificação da conta debitada ou creditada:
NOÇÕES DE ECONOMIA
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métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo formação em cada alternativa da questão. Vejamos:
e registrar as mutações patrimoniais segundo o re- I. recebimento de aluguéis relativos a janeiro de 2011, no va-
gime de competência.
lor de R$ 4.800,00: os aluguéis referem-se a janeiro de 2011,
Regime de Caixa portanto, devem ser contabilizados, de acordo com o regime
O reconhecimento das receitas e despesas por esse méto- de competência, em janeiro de 2011;
do deve ser feito quando ocorre impacto nas disponibilidades
da empresa. O que importa é a efetiva entrada de recursos, no II. salários de dezembro de 2010 para pagamento apenas
que diz respeito às receitas, e do efetivo pagamento ou saída em janeiro de 2011, no valor de R$ 5.600,00: os salários
de recursos, no que diz respeito às despesas. referem-se a dezembro de 2010, portanto, devem ser con-
tabilizados, de acordo com o regime de competência, em
Regime de Competência
dezembro de 2010;
NOÇÕES DE ECONOMIA
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V. O livro de Presença dos Acionistas; 08 - Capital Social 335
VI. Os livros de Atas das Reuniões do Conselho de 09 – Clientes 120
Administração, se houver, e de Atas das Reuniões 10 - Comissões Ativas 46
de Diretoria;
11 - Custo das Vendas 200
VII. O livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
12 - Depreciação 28
§ 1º. A qualquer pessoa, desde que se destinem a defe-
sa de direitos e esclarecimento de situações de interes- 13 - Depreciação Acumulada 45
se pessoal ou dos acionistas ou do mercado de valores 14 - Descontos Concedidos 18
mobiliários, serão dadas certidões dos assentamentos 15 - Descontos Obtidos 17
constantes dos livros mencionados nos incisos I a III, e
16 - Despesas de Organização 90
por elas a companhia poderá cobrar o custo do serviço,
NOÇÕES DE ECONOMIA
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03. A empresa Pátria Ltda. prestou serviços e cobrou a o Patrimônio Líquido).
quantia de R$ 25.000,00 recebidos no ato.
D: Caixa (A) R$ 25.000,00. ANOTAÇÕES
C: Receita (Rec.) R$ 25.000,00.
▷ Essa contabilização movimentou os seguintes
grupos:
A – Rec.: Fato Modificativo Aumentativo.
04. Aquisição de equipamentos a prazo. Valor dos bens
adquiridos: R$ 12.000,00. Prazo para pagamento: em
quota única com vencimento em 90 dias.
D: Equipamentos (A) R$12.000,00.
NOÇÕES DE ECONOMIA
crituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações ma outra parte das demonstrações financeiras;
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do pat- Fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias
rimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma
▷ Balanço Patrimonial - BP. apresentação adequada; e
▷ Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ▷ Indicar:
- DLPA.
» os principais critérios de avaliação dos elemen-
▷ Demonstração do Resultado do Exercício - DRE. tos patrimoniais, especialmente estoques, dos
▷ Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC**; e cálculos de depreciação, amortização e exaustão,
▷ Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adi- de constituição de provisões para encargos
cionado.
ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas
* O exercício social terá duração de 1 ano e a data do término será fixada
no estatuto. Na constituição da companhia e nos casos de alteração prováveis na realização de elementos do Ativo;
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estatutária o exercício social poderá ter duração diversa. » os investimentos em outras sociedades, quando
** A companhia fechada com Patrimônio Líquido, na data do balanço, relevantes;
inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à
elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. » o aumento de valor de elementos do Ativo re-
As demonstrações financeiras auxiliarão a Contabilidade a sultante de novas avaliações;
cumprir sua finalidade de fornecer informações aos usuários. » os ônus reais constituídos sobre elementos do
Cada demonstração contábil fornecerá uma informação espe- Ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras
cífica. responsabilidades eventuais ou contingentes;
O Balanço Patrimonial fornecerá informações sobre a com- » a taxa de juros, as datas de vencimento e as ga-
posição do patrimônio de uma entidade (seus bens, direitos e rantias das obrigações de longo prazo;
obrigações). Veremos, no capítulo 7, as demais demonstrações
obrigatórias. » o número, espécies e classes das ações do cap-
A Lei 6.404/76 também determina que: ital social;
▷ As demonstrações de cada exercício serão publica- » as opções de compra de ações outorgadas e ex-
das com a indicação dos valores correspondentes ercidas no exercício;
das demonstrações do exercício anterior. » os ajustes de exercícios anteriores; e
▷ Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão » os eventos subsequentes à data de encerra-
ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser mento do exercício que tenham, ou possam vir
agregados, desde que indicada a sua natureza e que
a ter, efeito relevante sobre a situação financei-
não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do re-
spectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização ra e os resultados futuros da companhia.
de designações genéricas, como “diversas contas” O Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) - Apresentação das
ou “contas correntes”. Demonstrações Contábeis, que define a base para apresen-
▷ As demonstrações serão complementadas por no- tação das demonstrações contábeis, determina que o conjunto
tas explicativas e outros quadros analíticos ou completo de demonstrações contábeis inclui:
demonstrações contábeis necessários para esclare- ▷ Balanço Patrimonial ao final do período;
cimento da situação patrimonial e dos resultados do
▷ Demonstração do Resultado do período;
exercício.
▷ Demonstração do Resultado Abrangente do período;
▷ As demonstrações financeiras registrarão a desti-
nação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da ▷ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Administração, no pressuposto de sua aprovação pela do período;
assembleia geral. ▷ Demonstração dos Fluxos de Caixa do período;
▷ A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados ▷ Notas explicativas, compreendendo as políticas con-
deverá indicar o montante do dividendo por ação tábeis significativas e outras informações elucidativas;
do capital social e poderá ser incluída na demon- ▷ Informações comparativas com o período anterior;
stração das mutações do Patrimônio Líquido, se ▷ Balanço Patrimonial do início do período mais an-
elaborada e publicada pela companhia. tigo, comparativamente apresentado, quando a
entidade aplicar uma política contábil retrospectiv- parte negativa, apresentada do lado direito da demonstração,
amente ou proceder à reapresentação retrospectiva chamada de Passivo. Vimos em capítulos anteriores que o Pas-
de itens das demonstrações contábeis, ou quando sivo será composto por obrigações e Patrimônio Líquido.
proceder à reclassificação de itens de suas demon- A Lei 6.404/76, em seu Art. 178, trata do Balanço Patrimo-
strações contábeis; e nial. Vejamos:
▷ - Demonstração do Valor Adicionado do período, se Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas
segundo os elementos do patrimônio que registrem,
exigida legalmente ou por algum órgão regulador,
e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a
ou mesmo se apresentada voluntariamente. análise da situação financeira da companhia.
O CPC 26 (R1) determina que o conjunto completo das § 1º No Ativo, as contas serão dispostas em ordem
demonstrações contábeis deve ser apresentado pelo menos decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas
anualmente (inclusive informação comparativa). registrados, nos seguintes grupos:
Quando se altera a data de encerramento das demon- I. Ativo Circulante; e
strações contábeis da entidade, e as demonstrações contábeis II. Ativo Não Circulante, composto por Ativo Real-
são apresentadas para um período mais longo ou mais curto izável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado
do que um ano (exercício social), a entidade deve divulgar, e Intangível.
além do período abrangido pelas demonstrações contábeis: § 2º no Passivo, as contas serão classificadas nos se-
▷ A razão para usar um período mais longo ou mais guintes grupos:
curto; e I. Passivo Circulante;
▷ O fato de que não são inteiramente comparáveis II. Passivo Não Circulante; e
os montantes comparativos apresentados nessas III. Patrimônio Líquido, dividido em Capital So-
cial, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação
demonstrações.
Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Te-
Demonstrações Contábeis souraria e Prejuízos Acumulados.
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia
CPC 26 (R1) - Apresen-
Lei 6.404/76 tação das Demonstrações não tiver direito de compensar serão classificados
Contábeis separadamente.” (Grifo nosso)
- Balanço Patrimonial; Portanto, de acordo com a Lei, o Balanço Patrimonial será
- Demonstração dos Lucros composto pelos seguintes grupos e subgrupos:
ou Prejuízos Acumulados;
Balanço Patrimonial
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- Demonstração do Resulta- - Balanço Patrimonial;
do do Exercício; - Demonstração do Resulta-
Ativo Passivo
- Demonstração dos Fluxos do do Período;
de Caixa*; e - Demonstração do Resulta- Ativo Circulante Passivo Circulante
- se companhia aberta, do Abrangente do período;
Demonstração do Valor - Demonstração das
Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante
Adicionado. Mutações do Patrimônio
Líquido do período; - Ativo Realizável a Longo
Prazo
* A companhia fechada com - Demonstração dos Fluxos
de Caixa do período; - Investimentos Patrimônio Líquido
Patrimônio Líquido, na data
- Notas explicativas; - Imobilizado - Capital Social
do balanço, inferior a R$
2.000.000,00 (dois milhões - Demonstração do Valor - Intangível - Reservas de Capital
de reais) não será obrigada Adicionado. - Ajustes de Avaliação
NOÇÕES DE ECONOMIA
os itens que são suficientemente diferentes na sua natureza sua troca ou uso para liquidação de Passivo se en-
ou função para assegurar uma apresentação individualizada contre vedada durante pelo menos doze meses após
no Balanço Patrimonial. a data do balanço.
A entidade deve apresentar contas adicionais, cabeçalhos Todos os demais Ativos devem ser classificados como Não
e subtotais nos balanços patrimoniais sempre que sejam rele- Circulantes.
vantes para o entendimento da posição financeira e patrimo- O Ativo Não Circulante deve ser subdividido em Realizável
nial da entidade.
a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível.
7. Ativos * O ciclo operacional da entidade é o tempo entre a aquisição de Ativos
para processamento e sua realização em caixa ou seus equivalentes.
Vimos, no capítulo 2, que Ativo é um recurso controlado Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente
pela entidade como resultado de eventos passados e do qual identificável, pressupõe-se que sua duração seja de doze meses.
se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a
** Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de
entidade. Agora, detalharemos a composição desse grupo.
alta liquidez, que são prontamente conversíveis em montante conhecido
De acordo com o Art. 179 da Lei 6.404/76 as contas do Ati-
vo serão classificadas do seguinte modo: de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de
valor.
I. no Ativo Circulante: as disponibilidades, os dire-
itos realizáveis no curso do exercício social subse- Então, de acordo com a Lei 6.404/76 e com o CPC 26, o
quente e as aplicações de recursos em despesas do Ativo será composto pelos seguintes itens:
exercício seguinte; Ativo Circulante
II. no Ativo Realizável a Longo Prazo: os direitos re- ▷ Disponibilidades
alizáveis após o término do exercício seguinte, as-
Representam os bens numerários, ou seja, serão classifi-
sim como os derivados de vendas, adiantamentos
ou empréstimos a sociedades coligadas ou contro- cados em Disponibilidades os itens que representem dinheiro
ladas, diretores, acionistas ou participantes no lu- ou que possam ser convertidos imediatamente em dinheiro.
cro da companhia, que não constituírem negócios Ex.: Caixa, Bancos, Numerários em trânsito e Aplicações
usuais na exploração do objeto da companhia; financeiras de liquidez imediata (aplicações financeiras
III. em investimentos: as participações permanen- de curto prazo – até 90 dias – que não tenham quase
tes em outras sociedades e os direitos de qualquer nenhum risco de mudança de valor e que possuam alta
natureza, não classificáveis no Ativo Circulante, e liquidez).
que não se destinem à manutenção da atividade ▷ Direitos realizáveis no curso do exercício social sub-
da companhia ou da empresa; sequente
IV. no Ativo Imobilizado: os direitos que tenham por
Podemos classificar como direitos realizáveis no curso do
objeto bens corpóreos destinados à manutenção
das atividades da companhia ou da empresa ou exercício social subsequente os direitos realizáveis pessoais e
exercidos com essa finalidade, inclusive os decor- os direitos realizáveis reais.
rentes de operações que transfiram à companhia Direitos realizáveis pessoais representam os créditos da
os benefícios, riscos e controle desses bens; empresa.
Ex.: Duplicatas a receber, Adiantamento a fornecedores, Investimentos
Adiantamento a empregados. Classificaremos as participações permanentes em out-
Direitos realizáveis reais representam os bens de proprie- ras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não clas-
dade da companhia. sificáveis no Ativo Circulante, e que não se destinem à ma-
nutenção da atividade da companhia ou da empresa.
Ex.: Estoque de mercadorias, Estoque de material de
Exemplos: Ações de coligadas, Imóvel para alugar, Ações
consumo. de controladas, Obras de arte.
- Aplicações de recursos em despesas do exercício se- Imobilizado
guinte Classificaremos os direitos que tenham por objeto bens
Registraremos os itens que correspondem às despesas corpóreos destinados à manutenção das atividades da com-
pagas no exercício atual, mas os fatos geradores ocorrerão panhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclu-
apenas no exercício seguinte. São as chamadas despesas an- sive os decorrentes de operações que transfiram à companhia
tecipadas (despesas cujo fato gerador ainda não aconteceu). os benefícios, os riscos e o controle desses bens*.
Ex.: Móveis e utensílios, Máquinas e equipamentos, Imóveis,
Ex.: Prêmios de seguros a apropriar (também conhecidos
Veículos, (-) Depreciação acumulada.
como Seguros a vencer), Despesas pagas antecipadamente, * os itens que não pertencem juridicamente
Aluguéis pagos antecipadamente. à companhia, mas dos quais ela detém os
Ativo Não Circulante benefícios, os riscos e o controle, serão classifi-
▷ Realizável a Longo Prazo: cados no Imobilizado. Trataremos desses itens no
Capítulo 6, mais especificamente em Arrenda-
Classificaremos os direitos realizáveis após o término do
mento Mercantil.
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adian-
Dessa forma, podemos afirmar que Ativo Imobilizado é o
tamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou contro- item tangível que:
ladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da com- ▷ É mantido para uso na produção ou fornecimento de
panhia, que não constituírem negócios usuais na exploração mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou
do objeto da companhia. para fins administrativos; e que
Direitos realizáveis após o término do exercício seguinte ▷ Se espera utilizar por mais de um período.
são os valores cujo prazo de realização extrapole o período de Intangível
12 meses de exercício social, ou após o período operacional se- Classificaremos os direitos que tenham por objeto bens
guinte, caso o ciclo operacional seja superior a 12 meses. incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou ex-
ercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio
Ex.: Duplicatas a receber em longo prazo, Despesas an-
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adquirido.
tecipadas em longo prazo.
Exemplos: Softwares, Direitos autorais, Direitos de ex-
“Valores derivados de vendas, adiantamentos ou em- ploração de recursos minerais, (-) Amortização acumulada.
préstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, Alguns componentes patrimoniais também podem ser en-
acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não contrados em prova com as seguintes denominações:
constituírem negócios usuais na exploração do objeto da com- Bens numerários: equivalem ao disponível, como Caixa,
panhia”: estes direitos independem do prazo! Bancos e Aplicações financeiras de liquidez imediata.
Vendas, Adiantamentos Bens de venda: são os bens que a empresa vende, como
ou Empréstimos Estoque de mercadorias.
Bens de renda: são os bens adquiridos com a intenção de
obter renda para a empresa, como Imóveis para alugar e Obras
NOÇÕES DE ECONOMIA
de arte.
Feitos a Sociedades
Coligadas ou Controladas, Bens fixos: são os bens utilizados nas atividades da em-
Diretores, Acionistas ou presa, como Veículos, Máquinas e equipamentos, e Móveis e
Participantes no lucro da utensílios.
companhia
Bens imateriais: são os bens que não têm existência física,
mas podem ser traduzidos em moeda, como Softwares.
Créditos de funcionamento: valores a receber decor-
Não constituem negócios rentes das atividades da empresa, como Duplicatas a receber
usuais na exploração do e Impostos a recuperar.
objeto da companhia
Créditos de financiamento: valores a receber decorrentes
de financiamentos, como Empréstimos a terceiros.
Ex.: (ESAF) No balanço de encerramento do exercício
social, as contas serão classificadas segundo os elemen-
RLP 537
tos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a
facilitar o conhecimento e a análise da situação financei-
ra da companhia. No Ativo Patrimonial, as contas serão ▷ Espera-se que seja liquidado durante o ciclo opera-
538 dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos cional normal da entidade;
elementos nelas registrados, compondo os seguintes ▷ Esteja mantido essencialmente para a finalidade de
grupos: ser negociado;
Ativo Circulante; Ativo Realizável a Longo Prazo; ▷ Deve ser liquidado no período de até doze meses
Investimentos; Ativo Imobilizado; e Intangível. após a data do balanço; ou
Ativo Circulante; Ativo Realizável a Longo Prazo; e Ativo ▷ A entidade não tem direito incondicional de diferir
NOÇÕES DE ECONOMIA
C
Lei 6.404/76 recolher, Dividendos a pagar, Adiantamento de clientes, Alu-
Art. 178. § 1º No Ativo, as contas serão dispostas em guéis a pagar, Multas a pagar.
ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos Passivo Não Circulante
nelas registrados, nos seguintes grupos: Classificaremos nesse grupo as obrigações da companhia,
I – Ativo Circulante; e quando tiverem vencimento após o término do exercício se-
II – Ativo Não Circulante, composto por Ativo Rea- guinte.
lizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Porém, se o ciclo operacional da empresa tiver duração
Intangível.” maior que o exercício social, utilizaremos o ciclo operacional
para fazer a classificação entre Circulante e em Longo Prazo.
8. Passivos Exemplos: Duplicatas a pagar em Longo Prazo, Financia-
mentos a pagar em Longo Prazo, Empréstimos a pagar em
Vimos, no capítulo 2, que Passivo é uma obrigação pre- Longo Prazo.
sente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liq-
Alguns componentes patrimoniais também podem ser en-
uidação se espera que resulte em saída de recursos capazes
contrados em prova com as seguintes denominações:
de gerar benefícios econômicos. Assim como fizemos com o
Ativo, detalharemos a composição desse grupo. ▷ Capital de Terceiros: corresponde ao Passivo Ex-
igível, ou seja, Passivo Circulante + Passivo Não Cir-
De acordo com o Art. 180 da Lei 6.404/76, as contas do
culante.
Passivo serão classificadas do seguinte modo:
▷ Débitos de Funcionamento: correspondem às dívi-
Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive fi-
das decorrentes das atividades normais da empresa,
nanciamentos para aquisição de direitos do Ativo Não
como Fornecedores, Salários a pagar e Impostos a
Circulante, serão classificadas no Passivo Circulante,
recolher.
quando se vencerem no exercício seguinte, e no Pas-
sivo Não Circulante, se tiverem vencimento em prazo ▷ Débitos de Financiamento: correspondem às dívi-
maior, observado o disposto no parágrafo único do Art. das decorrentes de recursos obtidos para ampliação
179 desta Lei. e desenvolvimento da empresa, como Empréstimos
a pagar e Financiamentos obtidos.
Art. 179. Parágrafo único. Na companhia em que o cic-
lo operacional* da empresa tiver duração maior que o
exercício social**, a classificação no circulante ou Lon- 9. Patrimônio Líquido
go Prazo terá por base o prazo desse ciclo. Vimos, no capítulo 2, que Patrimônio Líquido é o valor re-
* O ciclo operacional da entidade é o tempo entre a aquisição de Ativos sidual dos Ativos da entidade depois de deduzidos todos os
para processamento e sua realização em caixa ou seus equivalentes. seus Passivos. Agora, detalharemos a composição desse gru-
Quando o ciclo operacional normal da entidade não for claramente
identificável, pressupõe-se que sua duração seja de doze meses.
po.
** O exercício social terá duração de 1 ano, e a data do término será fixa- De acordo com a Lei 6.404/76, as contas do Patrimônio
da no estatuto. Na constituição da companhia e nos casos de alteração Líquido serão classificadas do seguinte modo:
estatutária, o exercício social poderá ter duração diversa. Art. 178. § 2º III – Patrimônio Líquido, dividido em
O CPC 26 determina que o Passivo deve ser classificado capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação
como Circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e
critérios: prejuízos acumulados.
Art. 182. A conta do capital social discriminará o mon- a) a contribuição do subscritor de ações que ul-
tante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não trapassar o valor nominal e a parte do preço de
realizada. emissão das ações sem valor nominal que ultra-
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as passar a importância destinada à formação do
contas que registrarem: capital social, inclusive nos casos de conversão
a) a contribuição do subscritor de ações que ul- em ações de debêntures ou partes beneficiárias;
trapassar o valor nominal e a parte do preço de § 2° Será ainda registrado como reserva de capital o
emissão das ações sem valor nominal que ultra- resultado da correção monetária do capital realizado,
passar a importância destinada à formação do enquanto não capitalizado.
capital social, inclusive nos casos de conversão Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser
em ações de debêntures ou partes beneficiárias; utilizadas para:
b) o produto da alienação de partes beneficiárias I. absorção de prejuízos que ultrapassarem os lu-
e bônus de subscrição; cros acumulados e as reservas de lucros;
c) (revogada); II. resgate, reembolso ou compra de ações;
d) (revogada). III. resgate de partes beneficiárias;
§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o IV. incorporação ao capital social;
resultado da correção monetária do capital realizado, V. pagamento de dividendo a ações preferenciais,
enquanto não capitalizado. quando essa vantagem lhes for assegurada.
§ 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação Parágrafo único. A reserva constituída com o produto
patrimonial, enquanto não computadas no resultado
do exercício em obediência ao regime de competência, da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada
as contrapartidas de aumentos ou diminuições de ao resgate desses títulos.” (Grifo nosso)
valor atribuídos a elementos do Ativo e do Passivo, em Bônus de Subscrição: são títulos negociáveis, emitidos por
decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos sociedades anônimas, que conferem aos seus titulares direito
previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela de preferência para subscrever ações do capital social.
Comissão de Valores Mobiliários, com base na com- Ágio na Subscrição: a contribuição do subscritor que ul-
petência conferida pelo § 3º do Art. 177 desta Lei*. trapassar o valor nominal constituirá reserva de capital, repre-
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas sentando ágio na emissão das ações.
constituídas pela apropriação de lucros da companhia.
Partes Beneficiárias: são títulos negociáveis, sem valor
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no
balanço como dedução da conta do Patrimônio Líquido nominal, emitidos por sociedades anônimas de capital fecha-
que registrar a origem dos recursos aplicados na sua do. Esses títulos conferem aos seus titulares o direito de par-
aquisição. ticipação nos lucros da empresa emissora (máximo de 10%).
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* Art. 177,§ 3º: As demonstrações financeiras das companhias abertas Companhias abertas não podem emitir partes beneficiárias.
observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mo- - (+/-) Ajustes de Avaliação Patrimonial
biliários e serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores Lei 6.404/76
independentes nela registrados.”
Art. 182.
Então, de acordo com a Lei 6.404/76, o Patrimônio Líquido
§ 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação pat-
será composto pelos seguintes itens:
rimonial, enquanto não computadas no resultado do
Patrimônio Líquido exercício em obediência ao regime de competência, as
▷ Capital Social contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor
Lei 6.404/76 atribuídos a elementos do Ativo e do Passivo, em decor-
Art. 182. A conta do capital social discriminará o mon- rência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos
tante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de
realizada. Valores Mobiliários.
NOÇÕES DE ECONOMIA
▷ Res. Legal = 5% x Lucro Líquido de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decor-
Limite máximo obrigatório: rente de doações ou subvenções governamentais para
▷ 20% do Capital Social (a reserva legal só pode ser investimentos, que poderá ser excluída da base de cál-
constituída até esse valor) culo do dividendo obrigatório.
▷ Limite facultativo: Reserva de Retenção de Lucros
▷ A empresa poderá deixar de constituir a reserva le- Lei 6.404/76
gal quando: Art. 196. A assembleia geral poderá, por proposta dos
▷ Reserva Legal + Reserva de Capital > 30% do Capital órgãos da administração, deliberar reter parcela do
Social lucro líquido do exercício prevista em orçamento de
Ex.: capital por ela previamente aprovado.
A empresa “X” possui as seguintes contas e saldos: § 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da adminis-
Lucro líquido: R$ 4.000,00 tração com a justificação da retenção de lucros propos-
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Reavaliação de Ativos de Coligadas.
e) a Reserva Especial de Ágio na Incorporação e ANOTAÇÕES
a Reserva Legal.
B
Reservas de Lucros
Reserva Legal;
Reserva Estatutária;
Reserva de Contingências;
Reserva de Incentivos Fiscais;
Reserva de Retenção de Lucros;
NOÇÕES DE ECONOMIA
apropriar.
a transcorrer. Exemplo:
Exemplo: Uma empresa recebeu de um cliente o valor de R$
Pagamento de prêmio de seguro contra incêndio no dia 1.200.000,00 para prestar serviços de manutenção pelo prazo
30/09/x1. de um ano.
Período de cobertura: 01/10/x1 a 30/09/x2. Recebimento antecipado para prestar serviços de seguro
Valor pago: R$ 1.524,00 (à vista). pelo prazo de um ano no dia 30/09/x1.
Período para prestação do serviço: 01/10/x1 a 30/09/x.2
Lançamento:
Valor pago: R$ 1.524,00 (à vista).
Registro em 30/09/x1, data do pagamento do seguro:
Lançamento:
D- Seguros a Vencer Registro em 30/09/x1, data do recebimento do seguro:
C- Caixa------------------------------------1.524,00 D- Caixa
Apropriação da despesa com seguro mês a mês, pela C- Receita de Serviço a Apropriar---------1.524,00
fluência do prazo, conforme regime de competência: Apropriação da receita mês a mês, pela fluência do prazo,
D- Seguros conforme regime de competência:
C- Seguros a Vencer------------ 127,00 (1.524/12) D- Receita de Serviço a Apropriar
Existem casos específicos em que as despesas anteci- C- Receita de Serviço ----------- 127,00 (1.524/12)
padas não significam desembolso imediato de recursos, e Exemplo:
sim valores a pagar em curto prazo. A empresa Chaves recebeu do cliente Alfa em 01.04.X1
Exemplo: a quantia de R$ 1.000,00 para entrega de mercadorias em
Contratação de prêmio de seguro contra incêndio no 20.06.X1. A receita só será reconhecida por Chaves quando da
dia 30/09/x1. entrega das mercadorias ao cliente. Quando o cliente efetua o
pagamento à empresa, essa passa a ter a obrigação de entre-
Período de cobertura: 01/10/x1 a 30/09/x2. gar o produto ao cliente.
Valor pago: R$ 1.524,00 (a prazo, em 3 parcelas). Lançamento
Lançamento: Em 01.04.X1 - recebimento em dinheiro:
Registro em 30/09/x1, data da contratação do seguro: D – Caixa
D- Seguros a vencer C - Adiantamento de clientes ------------ 1.000,00
C- Seguros a pagar-------------------------1.524,00 No dia 20.06.X1, quando a mercadoria for entregue, deve-
Apropriação da despesa com seguro mês a mês, pela mos reconhecer a receita:
fluência do prazo, conforme regime de competência: D – Adiantamento de clientes
D- Seguros C – Receita de vendas -------------------- 1.000,00
C- Seguros a Vencer------------ 127,00 (1.524/12) Quando uma receita vier acompanhada dos seguintes ter-
Pagamento das parcelas do seguro: mos: a apropriar, a transcorrer, a realizar, a vencer significa
D- Seguros a pagar
que o fato gerador da receita ainda vai ocorrer. Portanto, não
são contas de resultado, visto que, o fato gerador não aconte-
C- Caixa-------------------------- 508,00 (1.524/3)
ceu. São contas patrimoniais, pertencentes, em geral, ao Passi- D- Receita Financeira a Apropriar
vo, por representar uma obrigação. C- Receita Financeira---------------------1.740,00
Receita a vencer Em 31/12/X1- Apropriação da Receita Financeira, pela
fluência do prazo, atendendo ao regime de competência.
Despesa Antecipada (contas Receita a apropriar
Rendimento do período: 5.400/90 = R$ 60/dia.
patrimoniais) Receita a Incorrer
Dez/X1 = 31 dias x 60 = R$ 1.860,00.
Receita a transcorrer
Apresentação no Balanço Patrimonial de Apresentação na DRE de
Aplicações Financeiras 31/12/X1 31/12/X1
ATIVO Receita financei-
APLICAÇÃO FINANCEIRA ra------3.600,00
Aplicações Financeiras de Aplicações com rendimento pré-fixado
Liquidez Imediata Aplicação Financei-
Aplicações de curtíssimo prazo, resgate em até 3 meses. ra-----------------------105.400,00
Possui alta liquidez, o dinheiro aplicado pode ser resgatado (-) Receita Financeira a Apropriar- (1.800,00)
em qualquer dia dentro desse prazo máximo. Registrada no Em 30/01/X2 – Data do resgate da aplicação financeira
grupo disponível. Apropriação do restante da Receita Financeira
Exemplo: aplicações em caderneta de poupança. Rendimento do período: 5.400/90 = R$ 60/dia.
Aplicações com Rendimento Pré- Jan/X2 = 30 dias x 60 = R$ 1.800,00.
Fixado (Rendimento Antes) D- Receita Financeira a Apropriar
C- Receita Financeira---------------------1.800,00
Quando o investidor já sabe o valor do rendimento no
próprio dia da aplicação, ou seja, na data da aplicação já sabe Cálculo do IRRF
quanto será resgatado. IRRF: 5.400 x 1,5% = R$ 81,00.
O valor da receita financeira será apropriado proporcional- D- IRRF a Compensar
mente ao número de dias da aplicação (pro rata die), excluindo C- Aplicação Financeira----------------------81,00
o primeiro dia e incluindo o último. Obs.: a conta IRRF a Compensar representa um crédito da
Exemplo: empresa contra a Receita Federal. É, portanto, uma conta de
Em 01/11/X1, a empresa Alfa efetuou uma aplicação no val- Ativo, e poderá ser compensada com o Imposto de Renda so-
or de R$ 100.000,00, com rendimento (total) pré-fixado de R$ bre o lucro real.
5.400,00. O prazo da aplicação é de 90 dias. IRRF (Imposto de Resgate:
Renda Retido na Fonte) de 1,5%.
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Saldo da conta aplicação financeira = 105.400 – 81 = R$
Obs.: como o rendimento total foi pré-fixado, independen- 105.319,00.
temente do regime de capitalização (simples ou composto),
D- Banco
o rendimento será o mesmo, então haverá a apropriação da
receita financeira de forma linear. C- Aplicação Financeira-------105.319,00
Registro da aplicação financeira (1/11/X1): Aplicações com Rendimento Pós-
D- Aplicação Financeira---------------105.400,00 Fixado (Rendimento Depois)
C- Receita Financeira a Apropriar-------- 5.400,00
Quando o investidor não sabe o valor do rendimento na
C- Banco--------------------------------100.000,00
data da aplicação. Esse rendimento somente será conhecido
ATIVO à medida que o tempo vai passando e o dinheiro permanece
APLICAÇÃO FINANCEIRA aplicado.
Aplicações com rendimento pré-fixado Exemplo:
NOÇÕES DE ECONOMIA
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conhecido ao final de cada período, pela fluência do prazo do (Grifo nosso)
empréstimo. Para a companhia emissora, as debêntures representam
Exemplo: uma espécie de empréstimos, em que os credores são os
A empresa Alfa contraiu, em 1/12/X1, um empréstimo no próprios debenturistas (essência sobre forma).
valor de R$100.300,00 que deverá ser pago em 60 dias. Os Formas de emissão de debêntures:
juros serão calculados ao final de cada mês. Emissão ao par: debêntures negociadas sem ágio ou
Em 01/12/X1: contrato empréstimo deságio.
D- Banco--------------------------------100.000,00 Valor nominal = Valor de venda.
C- Empréstimo Obtido-----------------100.000,00 Exemplo:
PASSIVO 1.000 debêntures
EMPRÉSTIMO PÓS-FIXADO Valor nominal = R$ 10,00
NOÇÕES DE ECONOMIA
ar--------------------------------------2.000,00
ATIVO PASSIVO d) reconheceu Despesa com Encargos Financei-
Caixa------------------12.000,00 Debênture a resgatar--10.000,00 ros de 1.655.000,00.
PRED a apropriar--------2.000,00
e) reconheceu Despesa com Encargos Financei-
Exemplo:
1.000 debêntures ros de 2.105.000,00.
Valor nominal = R$ 10,00 A
Valor de venda: R$ 12,00 Em 01/03/2013, o custo de transação deverá ser contabiliza-
Custo de transação: R$ 500,00 do como conta retificadora do Passivo e apropriado ao resultado,
D- Caixa----------------------------------11.500,00 mês a mês, pela fluência do prazo.
D- Custo de transação a amortizar--------500,00
C- Debênture a resgatar------------------10.000,00
Folha de Pagamento
C- Prêmio recebido na emissão de debênture a apropri- Documento elaborado ao final de cada mês contendo os
ar--------------------------------------2.000,00 valores das remunerações dos funcionários da entidade. En-
ATIVO PASSIVO
globa o nome dos empregados, seus cargos, valores que in-
Caixa-------------------11.500,00 Debênture a resgatar--10.000,00 tegram suas remunerações, categorias como contribuintes da
(-) Custo de transação a amor- Previdência.
tizar-----------------500,00
PRED a apropriar-------2.000,00 Os salários, encargos e contribuições trabalhistas e prev-
idenciárias a cargo do empregador, representam DESPESAS
CPC 08 – Custo de Transação
para empresa, conforme o regime de competência. Valores
Os custos de transação incorridos na captação de recursos
retidos dos empregados, como Imposto de Renda e con-
por meio da contratação de instrumento de dívida (emprés-
tribuição, não são despesas da empresa, e sim do próprio
timos, financiamentos ou títulos de dívida tais como debên-
tures, notas comerciais ou outros valores mobiliários) devem empregado.
ser contabilizados como redução do valor justo inicialmente No modelo de folha de pagamento, inicialmente são feitas
reconhecido do instrumento financeiro emitido, para eviden- as descrições individuais de cada empregado e, no final, o re-
ciação do valor líquido recebido. Em outras palavras, será sumo geral. Registraremos o resumo geral.
reconhecido inicialmente como conta retificadora do Passivo.
EXEMPLO
Os encargos financeiros incorridos na captação de recursos
FOLHA DE PAGAMENTO/ RESUMO MENSAL
junto a terceiros devem ser apropriados ao resultado em função
da fluência do prazo, pelo custo amortizado usando o método Empresa:
dos juros efetivos. Mês/Ano:
Código Empregado Evento Referência Provento (R$) Desconto(R$)
Cargo: Nome do Empregado Descrição individual de cada empregado
Cargo
Resumo Mensal
Salário-base 200.000,00
Auxílio-Maternidade 2.000,00
Salário-Fámilia 500,00
INSS 9.500,00
IRRF 6.000,00
202.500,00 15.500,00
FGTS: Líguido a Receber 187.000,00
16.000,00
BC-FGTS: 200.000,00 BC-INSS: 200.000,00
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mentando o montante do salário a pagar) e compensados com
1º passo: reconhecimento da despesa com salário o valor devido a título de contribuição previdenciária patronal
D- Salários (diminuindo o saldo do INSS a recolher).
C- Salários a pagar--------------------- 200.000,00 D- INSS a recolher
* Neste exemplo, os salários serão pagos no quinto dia C- Salários a pagar------------------------ 2.500,00
útil do mês subsequente. Caso o salário seja pago dentro do 4º passo: INSS patronal
próprio mês, a contrapartida será o caixa, não sendo reconhe-
Para o empregador, o INSS patronal é um tributo, visto que
cida nenhuma obrigação.
o contribuinte não recebe uma contrapartida pelos valores pa-
Salários gos. Assim, a empresa lança como despesa do período e em
a Caixa contrapartida assume a obrigação de recolher à Previdência
2º passo: INSS do segurado e IRRF no mês subsequente.
NOÇÕES DE ECONOMIA
Considerando que tenha sido este o fato ocorrido, podem- 2.2. Poderá ter seus saldos baixados no balanço de abertura,
os dizer que essa empresa deverá contabilizar uma despesa na data de transição, mediante o registro do valor contra lucros
no valor de ou prejuízos acumulados, líquido dos efeitos fiscais (CPC 13).
a) R$ 1.400,00. D- Lucros ou Prejuízos Acumulados
b) R$ 1.320,00. C- Ativo Diferido
c) R$ 1.290,00.
d) R$ 1.210,00.
Reserva de Reavaliação
A reavaliação não é mais permitida no Brasil desde a
e) R$ 1.150,00. vigência da Lei 11.638/07.
C Art. 178, Lei 6.404/76
Salário mensal do empregado....................................... §2º, d) patrimônio líquido, dividido em capital social,
R$ 1.000,00 – DESPESA DA EMPRESA
reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial,
Adiantamento salarial ................................................... reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos
R$ 250,00 - DIREITO
acumulados.
Previdência Social, parte patronal .................................
21% x 1.000 = 210 – DESPESA DA EMPRESA Os saldos existentes nas reservas de reavaliação deverão
ser mantidos até a sua efetiva realização ou estornados até o
Previdência Social, parte do segurado ...........................
final do exercício social em que esta Lei entrar em vigor.
11% - DESPESA DO EMPREGADO
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.................... CPC 13 – Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07 e da Medida
8% x 1.000 = 80 – DESPESA DA EMPRESA Provisória no 449/08
TOTAL DESPESA = 1.290,00 A Lei nº 11.638/07 eliminou a possibilidade de reavaliação
espontânea de bens.
Ativo Diferido (Extinto Assim, os saldos existentes nas reservas de reavaliação
constituídas antes da vigência dessa Lei, inclusive as reaval-
pela Lei 11.941/09) iações reflexas de controladas e coligadas, devem:
Art. 299-A, Lei 6.404/76 - O saldo existente em 31 (a) ser mantidos até sua efetiva realização; ou
de dezembro de 2008 no Ativo diferido que, pela (b) ser estornados até o término do exercício social de
sua natureza, não puder ser alocado a outro grupo 2008.
de contas, poderá permanecer no Ativo sob essa
classificação até sua completa amortização, sujeito Conclusão: a reserva de reavaliação foi extinta pela Lei
à análise sobre a recuperação de que trata o § 3o 11.638/07.
do art. 183 desta Lei. (Grifo nosso) CPC 13 – Adoção Consequências:
Inicial da Lei nº 11.638/07 e da Medida Provisória no Se optarem por manter o saldo da reserva até sua comple-
449/08 ta realização:
A Lei nº. 11.638/07 restringiu o lançamento de gastos no O valor do Ativo Imobilizado reavaliado existente no in-
Ativo diferido, mas, após isso, a Medida Provisória nº 449/08 ício do exercício social passa a ser considerado como o novo
extinguiu esse grupo de contas. Assim, os ajustes iniciais de valor de custo para fins de mensuração futura e determinação
adoção das novas Lei e Medida Provisória devem ser assim do valor recuperável. A reserva de reavaliação, no patrimônio
registrados: os gastos ativados que não possam ser reclas- líquido, continuará sendo realizada para a conta de lucros ou
prejuízos acumulados, na mesma base que vinha sendo efetu- C- Duplicatas a receber-----------------480.000,00
ada antes da promulgação da Lei nº. 11.638/07. O que fazer com a ECLD? Baixar em contrapartida do sal-
D- Reserva de reavaliação do da duplicata pois, entendemos que esse direito não será
C- Lucros acumulados exercido.
A reserva será realizada na mesma proporção que o bem D- Estimativa de Créditos de Liquidação Duvidosa
reavaliado vai sendo depreciado, amortizado, exaurido, baixa- C- Duplicata a Receber------------------ 20.000,00
do por perecimento ou venda.
2ª consequência: perda não comprovada, ou seja, todo
Se optarem por estornar o saldo da reserva até o término valor foi recebido.
de 2008:
Durante o exercício de X2, foram recebidos R$ 500.000,00
O estorno retroagirá à data de transição estabelecida pela
das duplicatas a receber, não havendo inadimplência.
entidade quando da adoção inicial da Lei nº 11.638/07. O mes-
mo tratamento deve ser dado com referência à reversão dos D- Caixa
impostos e contribuições diferidos, que foram registrados por C- Duplicatas a receber-----------------500.000,00
ocasião da contabilização de reavaliação. O que fazer com a ECLD? Reverter, reconhecendo uma re-
D- Reserva de Reavaliação ceita.
C- Bem reavaliado D- Estimativa de Créditos de Liquidação Duvidosa
D- Imposto de Renda Diferido C- Reversão de Estimativa de Créditos de Liquidação Duvi-
C- Tributo s/ Reserva de Reavaliação dosa -----------------------------20.000,00
3ª consequência: Perda > Estimativa
Estimativa de Crédito de Vamos considerar uma perda de R$ 30.000,00, como ex-
Liquidação Duvidosa emplo.
Conta retificadora dos créditos a receber de clientes, di- Durante o exercício de X2, foram recebidos R$ 470.000,00
ante da possibilidade de inadimplência deles. Pode-se afirmar do total de duplicatas a receber, sendo comprovada uma inad-
que o termo Estimativa de Crédito de Liquidação Duvidosa é implência de R$ 30.000,00, uma perda maior que a estimada.
um eufemismo para se referir aos “CALOTEIROS”. D- Caixa
O valor da provisão é obtido aplicando-se um percentual C- Duplicatas a receber-----------------470.000,00
(baseado nas perdas com clientes de períodos anteriores) so- O que fazer com o excesso de perda? Registrar direta-
bre os valores a receber existentes na época do Balanço Patri- mente no resultado como despesa, usaremos a conta perda
monial. A constituição da estimativa de perda faz com que as com clientes.
contas a receber sejam avaliadas de acordo com o critério do D- Estimativa de Créditos de Liquidação Duvidosa ------------
valor provável de realização (valor recuperável).
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ŝ#-ŝŦ
-----------------------------------20.000,00
Exemplo: D- Perda com Clientes-------------------10.000,00
Em 31/12/X1, a Cia Alfa Ltda. possuía saldo de duplicatas
C- Duplicata a Receber------------------30.000,00
e outras contas a receber no montante de R$ 500.000,00. O
departamento de crédito e cobrança estimou em 4% as perdas 4ª consequência: Perda < Provisão
prováveis no recebimento desses créditos. Vamos considerar uma perda de R$ 15.000,00, como ex-
Em 31/12/X1 – Constituição PDD emplo.
D- Perdas com Créditos de Liquidação Duvidosa Durante o exercício de X2, foram recebidos R$ 485.000,00
do total de duplicatas a receber, sendo comprovada uma inad-
C- Estimativa de Créditos de Liquidação Duvidosa ---------
-------------------20.000 (500.000 x 4%) implência de R$ 15.000,00, uma perda menor que a estimada.
Assim, no balanço patrimonial de 31/12/x1, teremos: D- Caixa
AC C- Duplicatas a receber-----------------485.000,00
NOÇÕES DE ECONOMIA
Duplicatas a Receber------------------- 500.000,00 O que fazer com a diferença? Registrar diretamente no re-
sultado como receita.
(-) Estimativa de Créditos de Liquidação Duvidosa ------------
---------------------------------(20.000,00) D- Estimativa de Créditos de Liquidação Duvidosa --------
-------------------------------------20.000
As perdas reconhecidas em um período serão confirma-
das no exercício seguinte, à medida que as duplicatas forem C- Reversão de Estimativa de Créditos de Liquidação Du-
ou não sendo recebidas. De modo que no período seguinte, vidosa ----5.000
as estimativas de perda do período anterior, podem ter quatro C- Duplicata a Receber----------------------15.000
consequências: 5ª consequência: a partir de X3
Em X2 (Exercício seguinte): Em X2 a duplicata foi considerada incobrável e, portanto,
1ª consequência: perda comprovada baixada como perda. A partir de X3, a qualquer tempo, o cli-
Durante o exercício de X2, foram recebidos R$ 480.000,00 ente resolve pagar a dívida. Neste caso, o ganho vai direta-
do total de duplicatas a receber, sendo comprovada uma in- mente para o resultado como receita.
adimplência de R$ 20.000,00, exatamente o valor estimado. D- Caixa 549
D- Caixa C- Receita Eventual----------------------20.000,00
Para reconhecermos essa receita eventual, a duplicata de- Com a aplicação do conceito da essência sobre a forma,
550 verá ter sido baixada em um momento anterior, por ser con- o desconto de duplicatas é semelhante a um empréstimo
siderada incobrável. bancário, no qual as duplicatas são entregues ao banco em
Ex.: (SEFAZ PI /FCC /2015) A Cia. Vende a Prazo S.A. garantia. Por esse motivo, a conta duplicata descontada será
apresentava em seu Balanço Patrimonial de 31/12/2013 evidenciada no Passivo e os encargos incidentes na operação
os seguintes saldos relativos às suas vendas a prazo: e cobrados antecipadamente, serão registrados como conta
▷ Duplicatas a Receber de Clientes: R$ 500.000,00 retificadora do Passivo e apropriados ao resultado pela fluên-
NOÇÕES DE ECONOMIA
▷ Estimativa para Perdas com Créditos de Liquidação cia do prazo, obedecendo ao regime de competência.
Duvidosa (EPCLD): R$ 25.000,00 Exemplo:
Em fevereiro de 2014, a Cia. Vende a Prazo S.A. foi infor- No dia 01/03/X1 a empresa Alfa efetuou o desconto de du-
mada de que um importante cliente não tinha condições de plicatas vencíveis em dois meses, no valor de R$ 20.000,00,
saldar a sua dívida no valor de R$ 20.000,00 que foi conside- junto ao Banco Sul, cobrando, este, antecipadamente juros de
rada incobrável. R$ 1.200,00 e mais despesas bancárias de R$ 300,00 pela op-
Ao reconhecer este evento, a Cia. Vende a Prazo S.A. eração. Nesta data foi creditado na conta corrente da empresa
a) reduziu o Patrimônio Líquido. o valor líquido de R$ 18.500,00.
b) reduziu o saldo de Duplicatas a Receber de 01/03/x1- Desconto da Duplicata
D- Banco--------------------------------- 18.500,00
Clientes.
D- Juros passivos a vencer-----------------1.200,00
c) reduziu o saldo total do Ativo. D- Custo de transação a amortizar----------300,00
d) reconheceu uma Perda com Clientes no resul-
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C- Duplicata descontada----------------20.000,00
tado do período. PASSIVO
e) creditou a conta EPCLD e debitou o Resulta- PASSIVO CIRCULANTE
do do período. Duplicata Descontada-----------------20.000,00
B (-) Juros Passivos a Vencer------------(1.200,00)
É confirmada uma perda de R$ 20.000,00. A Cia. deverá (-) Custo de Transação a amortizar------(300,00)
efetuar o seguinte lançamento: ATIVO
D- Estimativa para Perdas com Créditos de Liquidação Du- Banco------------------------------------18.500,00
vidosa (EPCLD) Duplicata a receber---------------------20.000,00 (saldo
C- Duplicatas a Receber de Clientes------20.000,00 inicial do Ativo)
a) reduziu o Patrimônio Líquido. 31/03/x1 – Apropriação dos encargos financeiros (adotare-
Errado. Fato permutativo no Ativo, não altera o PL. mos o método linear, a fim de simplificar os cálculos)
b) reduziu o saldo de Duplicatas a Receber de Clientes. D- Encargos financeiros -------------------750,00
Certo. A conta de duplicata a receber foi creditada. C- Juros passivos a vencer------------------ 600,00
c) reduziu o saldo total do Ativo. C- Custo de transação a amortizar--------- 150,00
Errado. Fato permutativo no Ativo, não altera o total do 30/04/x1 – Apropriação do restante dos encargos financeiros
Ativo.
D- Encargos financeiros --------------------750,00
d) reconheceu uma Perda com Clientes no resultado do
período. C- Juros passivos a vencer------------------ 600,00
Errado. Não houve excesso de perda e havia uma provisão C- Custo de transação a amortizar--------- 150,00
constituída anteriormente. 30/04/x1 – Vencimento da Duplicata
e) creditou a conta EPCLD e debitou o Resultado do pe- 1ª consequência: o banco recebe os R$ 20.000,00 refer-
ríodo. entes à duplicata. É remetido um aviso à empresa Alfa, que só
Errado. Creditou a conta Duplicata a receber de clientes e então efetua a baixa das duplicatas descontadas, mediante o
debitou a Estimativa para Perdas com Créditos de Liquida- seguinte lançamento:
ção Duvidosa. D- Duplicata Descontada
C- Duplicata a Receber-------------------20.000,00
Duplicata Descontada Quando o devedor vai ao banco e paga a duplicata, dois
O desconto de duplicatas é uma operação financeira em problemas serão resolvidos de uma só vez. Ou seja, o cliente
que a empresa entrega determinadas duplicatas para o banco resolve seu problema com a empresa Alfa (baixa do direito) e
e este lhe antecipa o valor em conta corrente, cobrando juros esta com o banco (baixa da obrigação).
antecipadamente. 2ª consequência: o banco não recebeu as duplicatas. Neste
Embora a propriedade dos títulos negociados seja trans- caso, a empresa Alfa terá que arcar com o pagamento da dívi-
ferida para a instituição, a empresa está coobrigada, juntam- da junto ao banco, e continuará com o direito de receber a du-
ente com os devedores, ao pagamento das duplicatas, isto é, plicata do cliente.
caso os devedores não paguem ao banco, a empresa assumirá D- Duplicata Descontada
a dívida. C- Banco----------------------------------20.000,00
Ex.: (AFRFB/ESAF/2014) De acordo com as normas con- Ex.: (2003/ESAF/AFRFB) Assinale abaixo a opção que
tábeis atualizadas, os juros cobrados sobre a operação de contém a asserção verdadeira.
desconto devem ser: a) A nota promissória é um título de crédito au-
a) lançados como despesa financeira após o recebi- tônomo, próprio para operações mercantis de compra
mento do último título descontado. e venda entre pessoas físicas.
b) contabilizados pelo montante total dos juros b) O sacado na nota promissória é o credor,
descontados como despesas no momento inicial da enquanto que na duplicata o sacado é o devedor.
operação. c) A duplicata é um título de crédito próprio
c) registrados como despesas financeiras no momento para transações financeiras, que só é emitido por
da quitação de cada um dos títulos descontados. pessoas jurídicas.
d) registrados como despesa financeira em três parce- d) A nota promissória e a duplicata são títu-
las iguais através de rateio do total por 90 dias. los de crédito, sendo que na primeira o emitente é
e) transferidos para o resultado como despesa finan- também chamado sacado; e na segunda, o emitente é
ceira de acordo com o regime de competência. também chamado sacador.
E e) A triplicata é um título de crédito de emissão
Os juros cobrados no início da operação de desconto ficam
em conta de juros a incorrer (despesa antecipada), e são apro- obrigatória, mas apenas quando houver o extravio da
priados como despesa com o passar do tempo, em atendimento segunda duplicata.
ao princípio da competência. D
Alternativa: A. Incorreta. A NP é um título autônomo, mas
Duplicata x Nota Promissória não é próprio para operações mercantis de compra e venda. É
um título utilizado em operações financeiras.
Duplicata: Título Comercial Alternativa: B. Incorreta. O sacado na nota promissória é o
Além da fatura, que é de emissão obrigatória nas vendas devedor, que saca (emite) o título contra si próprio.
a prazo, o comerciante pode emitir duplicata. Sua emissão é Alternativa: C.Incorreta. A duplicata é um título de crédito
comum nas vendas a prazo. próprio para transações comerciais.
Alternativa: D. Correta. Nota promissória é emitida pelo
VENDEDOR COMPRADOR próprio devedor (sacado) e a duplicata é emitida pelo credor
(credor) (devedor) (sacador).
Emite NF, Fatura e Duplicata. Aceita a duplicata.
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Alternativa: E. Incorreta. A triplicata é a 2ª via da duplicata,
Obs.: o aceite é o reconhecimento da dívida representada não é de emissão obrigatória.
pelo título de crédito, mediante a assinatura do devedor.
Duplicata emitida
Direito Ativo Duplicata a Receber
ANOTAÇÕES
(de nossa emissão)
Duplicata aceita
Obrigação Passivo Duplicata a Pagar
(de nosso aceite)
emplo, mercadorias compradas por um varejista para revenda, situação, a empresa deverá realizar uma contabilização,
ou terrenos e outros imóveis para revenda; lançando o valor de R$ 200.000,00 em uma conta do Ativo
Produtos acabados e produtos em processo de produção e e em uma conta do Patrimônio Líquido.
incluem matérias-primas e materiais aguardando utilização no Os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo (R$
processo de produção, tais como: componentes, embalagens e 900.000,00) ou pelo valor realizável líquido (R$ 700.000,00),
material de consumo. dos dois, o menor.
Como o VRL foi inferior, o custo deverá ser deduzido de
Mensuração do Estoque estimativa para ajustá-lo ao valor de mercado, por meio do
Lei 6.404/76 seguinte lançamento:
D- Perdas estimadas para ajuste ao valor realizável líqui-
Os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou
pelo valor justo, dos dois, o menor. do.
Art. 183, Lei 6.404/76 C- Estimativa de ajuste ao valor realizável líqui-
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias do--------200.000,00.
e produtos do comércio da companhia, assim A quantia de qualquer redução dos estoques para o val-
como matérias-primas, produtos em fabricação e or realizável líquido deve ser reconhecida como despesa do
bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou período em que a redução ocorrer. Portanto, o item está in-
produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao correto.
valor de mercado, quando este for inferior;
§ 1º Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se Custo do Estoque
valor justo: O valor de custo dos estoques deve incluir todos os custos
a) das matérias-primas e dos bens em almox- de aquisição e de transformação, bem como outros custos in-
arifado, o preço pelo qual possam ser repostos, corridos para trazer os estoques à sua condição e localização
mediante compra no mercado; atuais.
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o CPC 16 – Estoques:
preço líquido de realização mediante venda no O custo de aquisição dos estoques compreende:
mercado, deduzidos os impostos e demais des-
▷ o preço de compra;
pesas necessárias para a venda, e a margem de
lucro. ▷ os impostos de importação e outros tributos (exceto
os recuperáveis junto ao Fisco);
Ativo Circulante
Estoque
▷ os custos de transporte, seguro, manuseio e outros
(-) Estimativa de Ajuste ao Valor de Mercado diretamente atribuíveis à aquisição de produtos aca-
bados, materiais e serviços.
CPC 16 – Estoques * Descontos comerciais, abatimentos e outros itens sem-
Os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou elhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de
pelo valor realizável líquido, dos dois, o menor. aquisição.
Preço de compra, Operações de Compra
+ Impostos de importação e outros tributos
(-) Impostos recuperáveis junto ao Fisco Impostos Recuperáveis
+ Custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente
atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços.
De acordo com a CF/88, o IPI e o ICMS:
(-) Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes ▷ Impostos recuperáveis ou não cumulativos: o ad-
CUSTO DE AQUISIÇÃO quirente da mercadoria tem o direito de se creditar
Armazenagem de matéria-prima = CUSTO DE PRODUÇÃO do imposto cobrado em operações anteriores, para
Armazenagem de mercadorias ou produtos acabados = DESPESA compensá-lo com o imposto devido na operação
Outros Custos seguinte.
Outros custos que não são de aquisição nem de transfor- Compra = crédito = imposto a recuperar
mação devem ser incluídos nos custos dos estoques somente Venda = obrigação = imposto a recolher
na medida em que sejam incorridos para colocar os estoques
Os impostos incidentes nas operações de compras, quando recupe-
no seu local e na sua condição atuais. Por exemplo, pode ser ráveis, não integrarão o custo de aquisição.
apropriado incluir no custo dos estoques gastos gerais que não
sejam de produção ou os custos de desenho de produtos para a) ICMS
clientes específicos. Características:
Itens não incluídos no custo dos estoques e reconhecidos ▷ Competência estadual.
como despesa do período em que são incorridos: ▷ Incide sobre a circulação de mercadorias e prestação
a) valor anormal de desperdício de materiais, mão de obra de serviços de transporte interestadual e intermu-
ou outros insumos de produção; nicipal e de comunicação.
b) gastos com armazenamento, a menos que sejam ▷ Imposto “por dentro”; seu valor está incluso no
necessários ao processo produtivo entre uma e outra fase de preço da mercadoria, ou seja, faz parte da sua
produção; própria base de cálculo.
c) despesas administrativas que não contribuem para traz- ▷ Como o ICMS é um tributo não cumulativo, o valor
er o estoque ao seu local e condição atuais; e do ICMS pago ao fornecedor por ocasião da compra
d) despesas de comercialização, incluindo a venda e a en- corresponde a um direito da empresa classificado no
trega dos bens e serviços aos clientes. Ativo Circulante, caso a empresa seja contribuinte
O Pronunciamento CPC 20 – Custos de Empréstimos – es- do imposto, e não integra o custo dos estoques de
tabelece que os custos de empréstimos que são diretamente mercadorias.
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atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um Ativo ▷ Mercadoria é a coisa móvel destinada ao comércio. Para
qualificável formam parte do custo de tal Ativo, ou seja, os
efeito do ICMS a energia é tratada como mercadoria.
custos de empréstimos incorridos para financiar a con-
Exclui os bens imóveis, ainda que sejam destinados à
strução de Ativos qualificáveis são apropriados ao custo do
venda;
Ativo. Outros custos de empréstimos devem ser reconhecidos
como despesa no período em que são incorridos. ▷ Contribuinte do imposto: Comércio/ Indústria.
* Custos de empréstimos são juros e outros custos que a A compra gera CRÉDITO de ICMS – ICMS a recuperar.
entidade incorre em conexão com o empréstimo de recursos. A venda da mercadoria gera DÉBITO de ICMS- ICMS a recolher.
* Ativo qualificável é um Ativo que, necessariamente, No período de apuração da conta, os créditos e débitos de
demanda um período de tempo substancial para ficar pronto ICMS serão comparados para se conhecer a parcela do imposto
para seu uso ou venda pretendidos. Pode ser estoque, imo- a recuperar ou a recolher:
NOÇÕES DE ECONOMIA
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Vendedor: Indústria e Comércio mercadorias adquiridas. Nessa situação, o custo de aquisição
250 latas -----Cun 120,00 dessas mercadorias foi inferior a R$ 1.000.000,00.
IPI + 6,00 (120 x 5%) Compra líquida: 1.200.000(total da NF) – 155.000 (ICMS
NF 126,00 recuperado) + 1.000(frete) = 1.046.000
ICMS = 120 x 12% = 14,40 É preciso ter muito cuidado com as questões que mencio-
Comprador: Indústria e Comércio nam o “valor da nota fiscal” ou o “valor pago”, este já inclui
A tinta adquirida foi contabilizada conforme sua natureza contábil o IPI. Neste caso, já estão embutidos no valor total da nota
funcional: o ICMS e IPI.
50 latas para consumo interno: assume o papel do consumidor
final, não recupera nenhum dos impostos. Vale ressaltar que nessa PIS e COFINS
situação o ICMS seria de R$ 15,12 (126 x 12%), mas de qualquer forma Características:
não seria recuperado.
▷ contribuições Federais;
NOÇÕES DE ECONOMIA
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iciliada no País;
II - aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a Vendedor: Comércio
Comprador: Comércio
pessoa jurídica domiciliada no País. Optante do Lucro Real
O crédito não aproveitado em determinado mês pode ser
utilizado nos meses subsequentes
Vendedor: comércio
CUMULATIVO NÃO CUMULATIVO Mercadorias ---- R$ 3.000,00
PIS 0,65% 1,65% NF R$ 3.000,00
ICMS -10% x 3.000 = R$ 300,00
COFINS 3% 7,6%
Comprador: comércio
TOTAL 3,65% 9,25% PIS e COFINS não Cumulativo
Na demonstração do resultado do exercício, a COFINS in- PIS- 1,65% x 3.000 = R$ 49,50
NOÇÕES DE ECONOMIA
cidente sobre a receita bruta é apresentada como dedução da COFINS- 7,6% x 3.000 = R$ 228,00
receita bruta. Já a COFINS incidente sobre as demais receitas CL: 3.000 – 300 (ICMS) – 49,50 (PIS) – 228 (COFINS) = 2.422,50
classifica-se como despesa operacional. Lançamento:
Ex.: (FCC) São dadas as seguintes informações, em R$, D- Mercadorias---------------------2.422,50
relativas ao mês de maio de 2011, retiradas da escritu- D- ICMS a Recuperar---------------300,00
ração contábil da Cia. Monte Azul, que é tributada pelo D- PIS a Recuperar--------------------49,50
imposto de renda das pessoas jurídicas com base no Lu- D- COFINS a Recuperar--------------228,00
cro Real: C- Caixa/Fornecedor--------------3.000,00
Receita da venda de mercadorias......800.000,00
SITUAÇÃO 8: Indústria (optante do Lucro Real) adquire
Devolução de vendas..............................50.000,00
mercadorias de indústria.
Receitas financeiras...............................100.000,00
Aquisição de mercadorias para revenda.....350.000,00
Despesas de energia elétrica...................80.000,00 Comprador: Indústria
Vendedor: Indústria
Fretes sobre vendas, cujo ônus coube à companhia ............. Optante do Lucro Real 557
..........................................................40.000,00
Vendedor: indústria Seu estoque inicial de mercadorias, em maio
558 Mercadoria ------- R$ 3.000,00 (01/05/2006), era composto por 100 unidades do pro-
IPI-20%----------- R$ 600,00 (recuperável= não compõe o custo) duto “Felicidade” e estava avaliado pelo valor total de $
NF ----------------R$ 3.600,00 1.000,00.
ICMS de 10% x 3.000 = R$ 300,00 No dia 10/05/2006, a Cia. Comercial Ju-Ju adquiriu 100
Comprador: indústria unidades do produto “Felicidade”. Os dados na nota fis-
PIS e COFINS não Cumulativo cal de compra eram os seguintes:
NOÇÕES DE ECONOMIA
Comprador: comércio
_ PIS sobre o frete (2%);
Vendedor: Indústria Optante do Lucro Real _ COFINS sobre o frete (8%).
De acordo com a Instrução SRF 404/04 e com base, so-
mente, nas informações deste enunciado, apure o custo
Vendedor: indústria unitário das mercadorias adquiridas em 10/05/2006, que
Mercadoria ------- R$ 3.000,00 foi lançado no Estoque.
IPI-20%-------------- R$ 600,00 (não recuperável = compõe custo a) $ 14,00.
de aquisição)
NF -------------------R$ 3.600,00 b) $ 15,35.
ICMS de 10% X 3.000 = R$ 300,00 c) $ 15,50.
Comprador: comércio d) $ 16,00.
PIS e COFINS não Cumulativo
e) $ 21,50.
PIS- 1,65% x 3.600 = R$ 59,40
B
COFINS- 7,6% x 3.600 = R$ 273,60
CL= 3.000 + 600 – 300(ICMS) – 59,40(PIS) – 273,60(COFINS) = R$
Comercial Ju-Ju: empresa comercial, contribuinte do Lu-
2.967,00 cro Real.
Lançamento: Vendedor: empresa industrial.
D- Mercadoria-----------2967,00 1º passo: identificar o vendedor e compor a NF de venda.
D- ICMS a recuperar---300,00
Vendedor: indústria
D- PIS a recuperar----------59,40
D- COFINS a recuperar---273,60 Valor das mercadorias ---- 1.500,00
C- Cx./Fornecedor-------3.600 IPI – 10%------------------+ 150,00
IPI recuperável - Seu valor não entra na base de cálculo do: Total da Nota---------------1.650,00
▷ ICMS; ICMS já incluído – 20% x 1.500,00 = 300,00.
▷ PIS; e PIS e COFINS já incluídos – 10% x 1650,00 = 165,00 (com-
▷ COFINS. prador é optante do Lucro Real, PIS e COFINS recuperá-
-IPI não recuperável, e o bem é destinado à venda: vel).
▷ Seu valor integra a base de Cálculo do: PIS e COFINS. Nota Fiscal de Serviços do Transportador (transporte in-
▷ Seu valor não entra na base de cálculo do: ICMS termunicipal)
Ex.: (FGV) A Cia. Comercial Ju-Ju é uma empresa mer-
NFCT - 500,00.
cantil contribuinte do ICMS por movimentação econômi-
ca (alíquota = 20%), contribuinte do IR pelo Lucro Real ICMS já incluído – 20% x 500 = 100,00.
(25%), contribuinte da CS (10%), contribuinte de PIS e PIS e COFINS já incluídos – 10% x 500 = 50,00.
COFINS (2% e 8%, respectivamente), não contribuinte de 2º passo: calcular o valor da compra líquida
IPI nem do ISS. (Observe que, para facilitar os cálculos, as
Comprador: comércio
alíquotas deste enunciado não correspondem às alíquo-
tas verdadeiras. Portanto, considere as taxas apresenta- CL = 1.650 – 300 – 165 +500 – 100 – 50 = 1.535,00
das neste enunciado.) Custo unitário = 1.535,00/100 = 15,35
Fatores que alteram as Compras b) Abatimento sobre Compra
a) Devoluções (ESTORNO) Redução no valor da mercadoria concedido pelo vendedor
com objetivo de evitar uma devolução. Concedido em razão
Ato pelo qual a mercadoria retorna ao fornecedor, por de: avarias, divergência em qualidade ou quantidade entre a
estar em desacordo com o pedido inicial, por defeito de fab-
entrega e o pedido. O abatimento é concedido após o ato da
ricação, por estar fora das especificações técnicas ou por en-
venda, consequentemente, após emissão da NF, não diminu-
trega fora do prazo. A devolução poderá ser total ou parcial,
indo a base de cálculo dos impostos.
acompanhada de NF de devolução.
Em função de o abatimento ser concedido após a emissão da
SITUAÇÃO 10: empresa comercial (optante do Lucro Real)
NF, este valor não influenciará os impostos que incidiram na oper-
adquire mercadorias de indústria.
ação, prevalecendo o montante calculado quando da ocorrência
Vendedor: indústria do fato gerador.
Mercadoria ------- R$ 3.000,00 SITUAÇÃO 11: comércio (optante do Lucro Real) adquire
IPI-20%-------------- R$ 600,00 (não recuperável = compõe custo mercadorias de Indústria.
de aquisição)
NF -------------------R$ 3.600,00 Vendedor: indústria
ICMS de 10% X 3000 = R$ 300,00 Espelho da NF:
Comprador: comércio Mercadoria ------- R$ 3.000,00
PIS e COFINS não Cumulativo IPI-20%-------------- R$ 600,00 (não recuperável)
PIS- 1,65% x 3.600= R$ 59,40 NF -------------------R$ 3.600,00
COFINS - 7,6% x 3.600= R$ 273,60 ICMS de 10% X 3000 = R$ 300,00
CL= 3.000 + 600 – 300(ICMS) – 59,40(PIS) – 273,60(COFINS) = R$ Comprador: comércio (optante do Lucro Real)
2.967,00 * PIS e COFINS não Cumulativo
Lançamento: PIS- 1,65% x 3.600= R$ 59,40
D- Mercadoria-----------2967,00 COFINS- 7,6% x 3.600= R$ 273,60
D- ICMS a recuperar---300,00 Custo de aquisição:
D- PIS a recuperar----------59,40 Mercadoria (NF) – ICMS – PIS - COFINS = CL
D- COFINS a recuperar---273,60 3.600 300 59,40 273,60 2.967,00
C- Cx./Fornecedor-------3.600 Lançamento:
Devolução de 50% dessa compra: D- Mercadoria---------------2967,00
1) Estorno D- ICMS a recuperar---------300,00
D- PIS a recuperar--------------59,40
Nesse primeiro registro utilizamos a conta transitória que
D- COFINS a recuperar--------273,60
precisará ser encerrada ao final do período, para ajuste do es-
Ş
ŝ#-ŝŦ
C- Cx./Fornecedor--------------3.600
toque.
FATO: Abatimento s/ compra de R$ 500,00
Lançamento
Lançamento:
D- Cx./Fornecedor----------------------1.800,00
D- Caixa/Fornecedor
C- Devolução de compra ----------------1.483,50
C- Abatimento s/ Compra*-----------R$ 500,00
C- ICMS a recuperar----------------------150,00
* Conta transitória redutora da conta Mercadoria.
C- PIS a recuperar--------------------------29,70
AC/Mercadoria--------------------------2.967,00
C- COFINS a recuperar-------------------136,80
(- ) Abatimento sobre compra-------(500,00)
AC/ Mercadoria------------------------2.967,00
Ajuste do estoque
(- ) Devolução de Compra------ ---(1.483,50)
Lançamento
Ajuste do estoque:
D- Abatimento s/ compra
Lançamento
NOÇÕES DE ECONOMIA
C- Mercadoria-------------------------R$ 500,00
D- Devolução de compra
Saldo Final:
C- Mercadoria-----------------------------1.483,50
AC/Mercadoria--------------------------2.467,00
Saldo Final:
Ex.: (CESPE) Uma empresa comercial que adota o in-
AC/ Mercadoria------------------------ 1.483,50 ventário periódico apresentou, no início de determinado
2) Estorno mês, os seguintes saldos contábeis.
Nesse segundo registro o estorno foi realizado direta- Mercadorias - R$ 30.000,00
mente na conta mercadorias. Compras - R$182.000,00
Lançamento Vendas - R$ 224.000,00
D - Cx./Fornecedor----------------------1.800,00 Clientes - R$ 322.000,00
C- Mercadoria---------------------------1.483,50 Fornecedor – R$ 107.000,00
C- ICMS a recuperar----------------------150,00 Suponha ainda que essa mesma empresa tenha realizado
C- PIS a recuperar--------------------------29,70 duas aquisições de mercadorias no mês, uma no valor de 559
C- COFINS a recuperar-------------------136,80 R$ 18.000,00 e outra no valor de R$ 25.000,00, e que a
primeira tenha sido integralmente devolvida, por não estar SITUAÇÃO 12: desconto incondicional concedido de 10%.
560 de acordo com o pedido, e que, na segunda, obteve-se um Vendedor: indústria
abatimento de 20% em razão de problemas de qualidade Mercadoria ------- R$ 3.000,00
do produto. Considerando-se que não houve qualquer outro Desconto Incondicional (R$ 300,00)
evento e que são nulos os efeitos tributários sobre as com- IPI-20%-------------- R$ 600,00 (não recuperável)
pras, é correto afirmar que, após essas transações, os saldos NF -------------------R$ 3.300,00
ICMS de 10% X (3000 – 300) = R$ 270,00
NOÇÕES DE ECONOMIA
Ş
ŝ#-ŝŦ
Considerando os dados e informações acima, pode-se
Vendedor: indústria dizer que a empresa obteve lucro operacional bruto de
Mercadoria ------------------------- R$ 3.000,00
IPI-20%------------------------------- R$ 600,00
a) R$ 94.400,00.
NF ------------------------------------R$ 3.600,00 b) R$ 97.184,00.
ICMS de 10% X 3.000 = R$ 300,00 c) R$116.000,00.
PIS- 1,65% x 3.000 = R$ 49,50 d) R$106.570,00.
COFINS- 7,6% x 3.000 = R$ 228,00
*CMV: R$ 800,00
e) R$101.600,00.
Lançamento: E
D- Duplicata a Receber/ Caixa A empresa Expert compra e vende mercadorias; por-
C- Faturamento Bruto ------------------3.600,00 tanto, é uma empresa comercial, na venda destacou
NOÇÕES DE ECONOMIA
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ŝ#-ŝŦ
D- COFINS a Recolher--------------------------------------------114,00 = Lucro Bruto---------------------------------------------------1.122,50
C- Impostos s/ Venda------------------------------------------- 288,75
D- Mercadoria
Vendedor: comércio
C- CMV---------------------------------------------------------400,00
Mercadorias ---------------------------------------------- R$ 3.000,00
NF---------------------------------------------------------R$ 3.000,00
b) Abatimento sobre Venda ICMS -10% x 3.000 = R$ 300,00
PIS- 1,65% x 3.000 = R$ 49,50
O abatimento concedido reduz o resultado e deverá ser COFINS- 7,6% x 3.000 = R$ 228,00
Lançamento Venda:
contabilizado em uma conta redutora da Receita de Vendas, D- Duplicata a Receber/ Caixa
C- Receita Bruta----------------------------------------------3.000,00
denominada Abatimento sobre Venda. São concedidos pelo D- Impostos s/ Venda-------------------------------------------577,50
NOÇÕES DE ECONOMIA
C- ICMS a Recolher----------------------------------------------300,00
vendedor, com objetivo de evitar devoluções. C- PIS a Recolher-------------------------------------------------49,50
C- COFINS a Recolher-------------------------------------------228,00
SITUAÇÃO 17: Abatimento sobre Venda D- CMV
C- Mercadoria---------------------------------------------------800,00
Foi concedido um abatimento de R$ 500,00
DRE D- Abatimento s/ Venda
Faturamento-------------------------------------------------3.600,00 C- Caixa/Duplicata a Receber----------------------------------500,00
(-) IPI---------------------------------------------------------(600,00)
Receita Bruta-------------------------------------------------3.000,00 c) Desconto Incondicional ou Comercial
(-) Abatimento s/ Venda-------------------------------------(500,00) São concedidos no momento da venda, portanto, constam
Impostos s/ Venda-------------------------------------------(577,50)
= Receita Líquida----------------------------------------------1.922,50 na NF. Diminuem o resultado, sendo registrados em uma conta
CMV-----------------------------------------------------------(800,00) redutora da receita de vendas, denominada Desconto Incondi- 563
= Lucro Bruto---------------------------------------------------1.122,50
cional Concedido.
Não Esquecer! Desconto incondicional de R$ 300,00
564 Vendedor: comércio
Observa-se que os tributos s/ as vendas são calculados Mercadorias ----------------------------------------------R$ 3.000,00
Desconto Incondicional------------------------------------R$(300,00)
NF---------------------------------------------------------R$ 2.700,00
após a dedução do desconto comercial concedido. Exceção ICMS -10% x 2.700 = R$ 270,00
PIS- 1,65% x 2.700 = R$ 44,55
NOÇÕES DE ECONOMIA
CPV-----------------------------------------------------------(800,00) Características:
= Lucro Bruto--------------------------------------------------1.380,25 1) condicionado à antecipação do prazo de pagamento;
2) não constam da nota fiscal, são indicados apenas na fa-
tura comercial;
Desconto incondicional de R$ 300,00 3) serão tratados como Despesa Financeira quando conce-
Vendedor: indústria didos e como Receita Financeira quando obtidos.
Mercadoria ----------------------------------------------- R$ 3.000,00
Desconto Incondicional-------------------------------------—(300,00) Apuração do ICMS
IPI-20%----------------------------------------------------- R$ 600,00 No final de cada período é feito um confronto entre os va-
NF ---------------------------------------------------------R$ 3.300,00 lores a compensar do ICMS (compras) e a Recolhe r(vendas), a
ICMS de 10% X 2.700 = R$ 270,00 fim de apurarmos o saldo final do ICMS.
PIS- 1,65% x 2.700 = R$ 44,55 ICMS a Compensar >ICMS a Recolher, a empresa ficará com
COFINS- 7,6% x 2.700 = R$ 205,20 créditos para serem compensados em períodos seguintes.
*CPV: R$ 800,00 ICMS a Recolher > ICMS a Compensar, a empresa recolhe
Lançamento: a diferença.
D- Duplicata a Receber/ Caixa -------------------------------3.300,00
Obs.: o mesmo raciocínio será aplicado ao IPI e ao PIS e
D- Desconto Incondicional--------------------------------------300,00
COFINS quando não cumulativos.
C- Faturamento Bruto ----------------------------------------3.600,00
D- IPI s/ Faturamento
C- IPI a Recolher------------------------------------------------600,00
Resultado com Mercadoria (RCM)
D- Impostos s/ Venda--------------------------------------------519,75 RCM = VL - CMV
C- ICMS a Recolher----------------------------------------------270,00 Onde; VL = Vendas Líquidas e CMV = Custo da Mercadoria
C- PIS a Recolher-------------------------------------------------44,55 Vendida
C- COFINS a Recolher-------------------------------------------205,20 Se, VL > CMV = Lucro Bruto
D- CPV Se, VL < CMV = Prejuízo Bruto.
C- Mercadoria---------------------------------------------------800,00 Ex.: (AFRFB/ESAF 2010) No mercadinho de José Maria
Souza, que ele, orgulhosamente, chama de Supermerca-
do Barateiro, o Contador recebeu a seguinte documen-
SITUAÇÃO 20: tação:
Inventário físico-financeiro de mercadorias:
Elaborado em 31.12.2007: R$ 90.000,00;
DRE
Receita Bruta-------------------------------------------------3.000,00 Elaborado em 31.12.2008: R$ 160.000,00.
Desconto Comercial-------------------------------------------(300,00) Notas-fiscais de compras de mercadorias:
Impostos s/ Venda---------------------------------------------(519,75) Pagamento à vista R$ 120.000,00;
= Receita Líquida----------------------------------------------2.180,25 Pagamento a prazo R$ 80.000,00.
CPV-----------------------------------------------------------(800,00) Notas-fiscais de vendas de mercadorias:
= Lucro Bruto--------------------------------------------------1.380,25 Recebimento à vista R$ 90.000,00;
Recebimento a prazo R$ 130.000,00 fatos. Assim, tem-se a qualquer momento o valor
Os fretes foram cobrados à razão de R$ 25.000,00 so- de todas as compras do período, o valor de todas as
bre as compras e de R$ 15.000,00 sobre as vendas; o saídas do período (custo das mercadorias vendidas),
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços foi bem como o valor do estoque final e inicial.
calculado à razão de 15% sobre as compras e sobre as ▷ A cada venda é possível determinar o seu lucro, pela
vendas. Não há ICMS sobre os fretes, nem outro tipo de diferença entre a receita de venda e o custo da ven-
tributação nas operações. da.
Com base nessa documentação, coube ao Contador con- ▷ Escrituração no Livro Registro de Inventário, sem
tabilizar as operações e calcular os custos e lucros do Su- contagem física.
permercado. Terminada essa tarefa, podemos dizer que ▷ Métodos de Controle:
foi calculado um lucro bruto de vendas, no valor de » Preço específico;
a) R$ 90.000,00. » PEPS: Primeiro que Entra, Primeiro que Sai;
b) R$ 47.000,00. » UEPS: Último que Entra, Primeiro que Sai;
» MPM: Média Ponderada Móvel;
c) R$ 87.000,00.
d) R$ 62.000,00. Critério de Avaliação dos Estoques
e) R$ 97.000,00. CPC 16- Estoques
D O custo dos estoques de itens que não são normalmente
1º passo: o mercadinho Supermercado Barateiro é uma intercambiáveis e de bens ou serviços produzidos e segrega-
empresa comercial, contribuinte apenas do ICMS. dos para projetos específicos deve ser atribuído pelo uso da
2º passo: encontrar o valor da compra líquida identificação específica dos seus custos individuais.
CL = 120.000 + 80.000 – (15% x 200.000) + 25.000 = 195.000 A identificação específica do custo significa que são
(compra bruta)--(ICMS s/ compra)--(frete s/ compra) atribuídos custos específicos a itens identificados do estoque.
Este é o tratamento apropriado para itens que sejam segrega-
3º passo: calcular o CMV
dos para um projeto específico, independentemente de eles
CMV = EI + CL – EF terem sido comprados ou produzidos.
90.000 + 195.000 – 160.000 = 125.000 O custo dos estoques, que não sejam os tratados pelo cus-
4º passo: calcular o lucro bruto to específico, deve ser atribuído pelo uso do critério Primeiro a
LB = RB – Deduções - CMV Entrar, Primeiro a Sair (PEPS) ou pelo critério do custo médio
220.000 – (15% x 220.000) – 125.000 = 62.000,00 ponderado.
(receita bruta)-(ICMS s/ venda)-(CMV) a) Preço Específico
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Vale ressaltar que o frete sobre venda é despesa operacional e Segundo o CPC 16 este critério de avaliação relaciona cada
deve ser evidenciado após o lucro bruto. venda ao seu custo efetivo. Significa valorizar cada unidade do
estoque ao preço efetivamente pago para cada item especifi-
Sistema de Inventário camente determinado.
O controle das mercadorias em estoque e de sua movi- Utilizado em revenda de itens de alto valor, como veículos,
mentação nas compras e vendas pode ser realizado de duas máquinas, equipamentos pesados.
formas:
Este método é aceito pela legislação
Sistema de Inventário Periódico do IR e pelo CPC 16.
▷ Não há controle dos custos de cada venda, pois a Obs.: quando há grandes quantidades de itens de estoque
empresa não controla seus estoques (entradas e que sejam geralmente intercambiáveis, a identificação específi-
saídas) ao longo do período.Necessidade de levan- ca de custos não é apropriada. Em tais circunstâncias, um critério
tamento físico (contagem física) para a verificação e de valoração dos itens que permanecem nos estoques deve ser
NOÇÕES DE ECONOMIA
Ş
ŝ#-ŝŦ
DRE, não sendo, portanto, evidenciado na ficha de estoque. A mer-
cadoria será baixada pelo seu custo de aquisição e, como o método do preço de venda)
adotado é o PEPS, as primeiras mercadorias compradas serão as
primeiras a serem vendidas.
CMV = 20 X 50 = 1.000. Restaram 40 unidades do primeiro lote a R$
50 cada e 40 unidades do segundo lote a R$ 60 cada. CMV --------------------------------------- (2.600)
Dia 10/12 - venda de 50 unidades ao preço de venda de R$ 130. O
preço de venda será utilizado para calcularmos a receita de venda na
DRE, não sendo, portanto, evidenciado na ficha de estoque. A mer-
cadoria será baixada pelo seu custo de aquisição e como o método LB---------------------------------------------3.900
adotado é o PEPS, as primeiras mercadorias compradas serão as
primeiras a serem vendidas.
CMV = 40 x 50 = 2.000, não sendo suficiente, entramos no lote
NOÇÕES DE ECONOMIA
seguinte e retiramos mais 10 x 60 = 600. Cumpre notar que só entra- - Lucro do período?
mos no segundo lote quando baixamos todo o primeiro (PEPS).
Restaram 30 unidades do segundo lote a R$ 60 cada.
Dia 18/12 – aquisição de 50 x 70 = 3.500 (3º lote). Ao final do dia
18/12 teremos dois lotes de mercadorias, um lote adquirido a R$ 60 Receita total = 20 x 120 + 50 x 130 + 60 x140 = 2.400 +
cada, e o outro a R$ 70,00 cada.
Dia 28/12 - venda de 50 unidades ao preço de venda de R$ 130. O
preço de venda será utilizado para calcularmos a receita de venda na 6.500 + 8.400 = 17.300
DRE, não sendo, portanto, evidenciado na ficha de estoque. A mer-
cadoria será baixada pelo seu custo de aquisição e como o método
adotado é o PEPS, as primeiras mercadorias compradas serão as
primeiras a serem vendidas.
CMV----------------------------------------(7.500)
CMV = 30 x 60 = 1.800, não sendo suficiente, entramos no lote
seguinte e retiramos mais 30 x 70 = 2.100. Cumpre notar que só
entramos no terceiro lote quando baixamos todo o segundo (PEPS). 567
Restaram 20 unidades do terceiro lote a R$ 70 cada.
Lucro Bruto----------------------------------9.800
MPM - Média Ponderada Móvel
568
ENTRADAS SAÍDA SALDO
DATA
Qtd. Vr. Un. Vr. Tot. Qtd. Vr. Un. Vr. Tot Qtd. Vr. Un. Vr. Tot.
S.I 60 50 3.000
01/12 40 60 2.400 100 54 5.400
NOÇÕES DE ECONOMIA
Saldo inicial (final do período anterior)= 60 x 50 = 3.000 - Qual o valor do CMV no dia 10.12?
Resp. CMV = R$ 2.700,00
Dia 1/12 – aquisição de 40 x 60 = 2.400. Ao final do dia 1/12 teremos
dois lotes de mercadorias, o primeiro adquirido a R$ 50 cada, e o - Lucro do período?
segundo a R$ 60,00 cada. Receita total = 20 x 120 + 50 x 130 + 60 x140 = 2.400 +
Dia 5/12 - venda de 20 unidades ao preço de venda de R$ 120. O 6.500 + 8.400 = 17.300
preço de venda será utilizado para calcularmos a receita de venda CMV----------------------------------------(7.900)
na DRE, não sendo, portanto, evidenciado na ficha de estoque. A Lucro Bruto---------------------------------- 9.400
mercadoria será baixada pelo seu custo de aquisição e, como o
método adotado é o UEPS, as últimas mercadorias compradas serão Comparando os principais métodos:
as primeiras a serem vendidas. Item PEPS MPM UEPS
CMV = 20 x 60 = 1.200.
RECEITA 17.300 17.300 17.300
Restaram 60 unidades do primeiro lote a R$ 50 cada, e 20 unidades
do segundo lote a R$ 60 cada. CMV 7.500 7.620 7.900
Ş
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Dia 10/12 - venda de 50 unidades ao preço de venda de R$ 130. O RCM = LB 9.800 9.680 9.400
preço de venda será utilizado para calcularmos a receita de venda
EF 1.400 1.280 1.000
na DRE, não sendo, portanto, evidenciado na ficha de estoque.
A mercadoria será baixada pelo seu custo de aquisição e como o Obs.: a necessidade de escolha de um método de avaliação
método adotado é o UEPS, as últimas mercadorias compradas serão de estoque decorre da instabilidade de preços. Se tivermos
as primeiras a serem vendidas. uma economia com preços perfeitamente estáveis, qualquer
CMV = 20 x 60 = 1.200, não sendo suficiente, voltamos ao lote ante- que seja o método adotado, o resultado será igual.
rior e retiramos mais 30 x 50 = 1.500. Convém notar que só entramos
no primeiro lote quando baixamos todo o segundo (UEPS). INFLAÇÃO
Restaram 30 unidades do primeiro lote a R$ 50 cada. CMV PEPS < MPM < UEPS
Dia 18/12 – aquisição de 50 x 70 = 3.500 (3º lote). Ao final do dia LUCRO PEPS > MPM > UEPS
18/12 teremos dois lotes de mercadorias, um lote adquirido a R$ 50
EF PEPS > MPM > UEPS
NOÇÕES DE ECONOMIA
Ş
ŝ#-ŝŦ
Compra (15/10) 500 (4º lote) 4,50 2.250 CL = 2500 – 250 = 2250/500 = 4,5
Venda (16/10) 300 (4º lote) 4,50 1.350
Saldo final 200 (2º lote) 2,70 540
200 (4º lote) 4,50 900
ANOTAÇÕES
NOÇÕES DE ECONOMIA
571
▷ os conceitos de capital e de manutenção de capital.
572
12. CPC 00 (R1) - Estrutura Conceitual Ex.: (Cesgranrio) O Pronunciamento Conceitual Básico
para Elaboração e Divulgação de (R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis dispõe
sobre a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divul-
Relatório Contábil-Financeiro gação de Relatório Contábil-Financeiro, aprovado pela
Deliberação CVM n° 675, de 13 de dezembro de 2011. Esse
Introdução Pronunciamento estabelece que a estrutura conceitual,
NOÇÕES DE ECONOMIA
Ş
ŝ#-ŝŦ
do ocorre o fato gerador, independentemente de recebimento nos anos anteriores. Os resultados dessas comparações podem
ou pagamento), quando cita que ele retrata com propriedade auxiliar os usuários a corrigirem e a melhorarem os processos
os efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias que foram utilizados para fazer tais predições.
sobre os recursos econômicos da entidade que reporta a in-
formação nos períodos em que ditos efeitos são produzidos, Representação Fidedigna
ainda que os recebimentos e pagamentos em caixa derivados Os relatórios contábil-financeiros representam um fenôme-
ocorram em períodos distintos. no econômico em palavras e números. Para ser útil, a informação
contábil-financeira não tem só que representar um fenômeno
Características Qualitativas da relevante, mas tem também que representar com fidedignidade
Informação Contábil-Financeira o fenômeno que se propõe representar. Para ser representação
perfeitamente fidedigna, a realidade retratada precisa ter três
As características qualitativas da informação contábil-fi- atributos. Ela tem que ser completa, neutra e livre de erro.
nanceira útil identificam os tipos de informação que muito
NOÇÕES DE ECONOMIA
provavelmente são reputadas como as mais úteis para investi- Informação Completa
dores, credores por empréstimos e outros credores, existentes O retrato da realidade econômica completo deve incluir
e em potencial, para tomada de decisões acerca da entidade toda a informação necessária para que o usuário compreenda
que reporta com base na informação contida nos seus relatórios o fenômeno sendo retratado, incluindo todas as descrições e
contábil-financeiros. Estas características devem ser aplicadas à explicações necessárias. Por exemplo, um retrato completo de
informação contábil-financeira. um grupo de Ativos incluiria, no mínimo, a descrição da na-
Se a informação contábil-financeira objetiva ser útil, ela tureza dos Ativos que compõem o grupo, o retrato numérico
precisa ser relevante e representar com fidedignidade o que de todos os Ativos que compõem o grupo, e a descrição acer-
se propõe a representar. A utilidade da informação contábil-fi- ca do que o retrato numérico representa (por exemplo, custo
nanceira é melhorada se ela for comparável, verificável, tem- histórico original, custo histórico ajustado ou valor justo).
pestiva e compreensível. Para alguns itens, um retrato completo pode considerar,
As características qualitativas fundamentais são relevân- ainda, explicações de fatos significativos sobre a qualidade e a
cia e representação fidedigna. Comparabilidade, verificabili- natureza desses itens, fatos e circunstâncias que podem afetar
dade, tempestividade e compreensibilidade são características a qualidade e a natureza deles, e os processos utilizados para 573
qualitativas que melhoram a utilidade da informação que é rel- determinar os números retratados.
Informação Neutra Comparabilidade não significa uniformidade. Para que a
574 Um retrato neutro não deve ser distorcido com contornos informação seja comparável, coisas iguais precisam parecer ig-
que possa receber, dando a ele maior ou menor peso, ênfase uais e coisas diferentes precisam parecer diferentes. A compa-
maior ou menor, ou qualquer outro tipo de manipulação que rabilidade da informação contábil-financeira não é aprimorada
aumente a probabilidade de a informação contábil-financeira ao se fazer com que coisas diferentes pareçam iguais ou ainda
ser recebida pelos seus usuários de modo favorável ou desfa- ao se fazer coisas iguais parecerem diferentes.
vorável. Verificabilidade
NOÇÕES DE ECONOMIA
Informação neutra não significa informação sem A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a infor-
propósito ou sem influência no comportamento dos usuári- mação representa fidedignamente o fenômeno econômico que
os. A bem da verdade, informação contábil-financeira rel- se propõe representar. A verificabilidade significa que diferentes
evante, por definição, é aquela capaz de fazer diferença nas observadores, cônscios e independentes, podem chegar a um
decisões tomadas pelos usuários. consenso, embora não cheguem necessariamente a um comple-
Informação Livre de Erro to acordo, quanto ao retrato de uma realidade econômica em
Um retrato da realidade econômica livre de erros significa particular ser uma representação fidedigna. A informação quan-
que não há erros ou omissões no fenômeno retratado, e que tificável não necessita ser um único ponto estimado para ser
o processo utilizado, para produzir a informação reportada, verificável. Uma faixa de possíveis montantes com suas probab-
foi selecionado e foi aplicado livre de erros. Nesse sentido, ilidades respectivas pode também ser verificável.
um retrato da realidade econômica livre de erros não significa A verificação pode ser direta ou indireta. Verificação direta
algo perfeitamente exato em todos os aspectos. Por exemplo, significa averiguar um montante ou outra representação por
a estimativa de preço ou valor não observável não pode ser meio de observação direta, como, por exemplo, por meio da
Ş
ŝ#-ŝŦ
qualificada como sendo algo exato ou inexato. Entretanto, a contagem de caixa. Verificação indireta significa checar os da-
representação dessa estimativa pode ser considerada fided- dos de entrada do modelo, fórmula ou outra técnica e recal-
igna se o montante for descrito claramente e precisamente cular os resultados obtidos por meio da aplicação da mesma
como sendo uma estimativa, se a natureza e as limitações do metodologia. Um exemplo é a verificação do valor contábil dos
processo forem devidamente reveladas, e nenhum erro tiver estoques por meio da checagem dos dados de entrada (quan-
sido cometido na seleção e aplicação do processo apropriado tidades e custos) e por meio do recálculo do saldo final dos
para desenvolvimento da estimativa. estoques utilizando a mesma premissa adotada no fluxo do
custo (por exemplo, utilizando o método PEPS).
Características Qualitativas de Melhoria Tempestividade
Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e Tempestividade significa ter informação disponível para
compreensibilidade são características qualitativas que mel- tomadores de decisão a tempo de poder influenciá-los em
horam a utilidade da informação que é relevante e que é repre- suas decisões. Em geral, a informação mais antiga é a que tem
sentada com fidedignidade. As características qualitativas de menos utilidade. Contudo, certa informação pode ter o seu
melhoria podem também auxiliar a determinar qual de duas atributo tempestividade prolongado após o encerramento do
alternativas, que sejam consideradas equivalentes em termos período contábil, em decorrência de alguns usuários, por ex-
de relevância e fidedignidade de representação, deve ser usa- emplo, necessitarem identificar e avaliar tendências.
da para retratar um fenômeno.
Compreensibilidade
Comparabilidade
Classificar, caracterizar e apresentar a informação com
As decisões de usuários implicam escolhas entre alternati- clareza e concisão torna-a compreensível.
vas, como, por exemplo, vender ou manter um investimento, Certos fenômenos são inerentemente complexos e não
ou investir em uma entidade ou em outra. Consequentemente, podem ser facilmente compreendidos. A exclusão de infor-
a informação acerca da entidade que reporta informação será mações sobre esses fenômenos dos relatórios contábil-fi-
mais útil caso possa ser comparada com informação similar nanceiros pode tornar a informação constante em referidos
sobre outras entidades e com informação similar sobre a mes- relatórios mais facilmente compreendida. Contudo, os referi-
ma entidade para outro período ou para outra data. dos relatórios seriam considerados incompletos e potencial-
Comparabilidade é a característica qualitativa que permite mente distorcidos (misleading).
que os usuários identifiquem e compreendam similaridades Relatórios contábil-financeiros são elaborados para
dos itens e diferenças entre eles. Diferentemente de outras usuários que têm conhecimento razoável de negócios e de
características qualitativas, a comparabilidade não está rela- atividades econômicas e que revisem e analisem a informação
cionada com um único item. A comparação requer, no mínimo, diligentemente. Por vezes, mesmo os usuários bem informa-
dois itens. dos e diligentes podem sentir a necessidade de procurar aju-
A consistência, embora esteja relacionada com a com- da de consultor para compreensão da informação sobre um
parabilidade, não possui o mesmo significado que ela. A fenômeno econômico complexo.
consistência refere-se ao uso dos mesmos métodos para os Ex.: (ESAF) Entre as características qualitativas de mel-
mesmos itens, tanto de um período para outro, considerando horia, a comparabilidade está entre as que os analistas
a mesma entidade que reporta a informação, quanto para um de demonstrações contábeis mais buscam. Dessa forma,
único período entre entidades. A comparabilidade é o objeti- pode-se definir pela estrutura conceitual contábil que
vo; a consistência auxilia a alcançar esse objetivo. comparabilidade é a característica que:
permite que os usuários identifiquem e compreendam Posição Patrimonial e Financeira
similaridades dos itens e diferenças entre eles nas De-
Ativos
monstrações Contábeis. O benefício econômico futuro incorporado a um Ativo é
utiliza os mesmos métodos para os mesmos itens, tan- o seu potencial em contribuir, direta ou indiretamente, para o
to de um período para outro, considerando a mesma fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade. Tal
entidade que reporta a informação, quanto para um potencial pode ser produtivo, quando o recurso for parte inte-
grante das atividades operacionais da entidade. Pode também
único período entre entidades. ter a forma de conversibilidade em caixa ou equivalentes de
considera a uniformidade na aplicação dos procedi- caixa ou pode ainda ser capaz de reduzir as saídas de caixa,
mentos e normas contábeis, em que, para se obter como no caso de processo industrial alternativo que reduza os
a comparabilidade, as entidades precisam adotar os custos de produção.
mesmos métodos de apuração e cálculo. A entidade geralmente emprega os seus Ativos na pro-
dução de bens ou na prestação de serviços capazes de satis-
garante que usuários diferentes concluam de forma fazer os desejos e as necessidades dos consumidores. Tendo
completa e igual, quanto à condição econômica e fi- em vista que esses bens ou serviços podem satisfazer esses
nanceira da empresa, sendo levados a um completo desejos ou necessidades, os consumidores se predispõem a
pagar por eles e a contribuir, assim, para o fluxo de caixa da
acordo.
entidade. O caixa por si só rende serviços para a entidade, vis-
estabelece procedimentos para a padronização dos mé- to que exerce um comando sobre os demais recursos.
todos e processos aplicados em demonstrações contábeis Os benefícios econômicos futuros incorporados a um Ativo
de mesmo segmento. podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Por exemp-
A. lo, o Ativo pode ser:
Trata-se de questão literal. Vejamos: a) usado isoladamente ou em conjunto com outros Ati-
“Comparabilidade é a característica qualitativa que per- vos na produção de bens ou na prestação de serviços
mite que os usuários identifiquem e compreendam similari- a serem vendidos pela entidade;
dades dos itens e diferenças entre eles.” (Grifo nosso) b) trocado por outros Ativos;
c) usado para liquidar um Passivo; ou
Estrutura Conceitual das d) distribuído aos proprietários da entidade.
Demonstrações Contábeis Muitos Ativos, como, por exemplo, itens do imobilizado,
As demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimo- têm forma física. Entretanto, a forma física não é essencial para
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niais e financeiros das transações e outros eventos, por meio a existência de Ativo. Assim sendo, as patentes e os direitos
do grupamento deles em classes amplas de acordo com as autorais, por exemplo, são considerados Ativos, caso deles se-
suas características econômicas. Essas classes amplas são de- jam esperados que benefícios econômicos futuros fluam para
a entidade e caso eles sejam por ela controlados.
nominadas de elementos das demonstrações contábeis. Os
elementos diretamente relacionados à mensuração da posição Muitos Ativos, como, por exemplo, contas a receber e
patrimonial e financeira no balanço patrimonial são os Ativos, imóveis, estão associados a direitos legais, incluindo o direito
os Passivos e o Patrimônio Líquido. Os elementos diretamente de propriedade. Ao determinar a existência do Ativo, o direito
relacionados com a mensuração do desempenho na demon- de propriedade não é essencial. Assim, por exemplo, um imóvel
stração do resultado são as receitas e as despesas. A demon- objeto de arrendamento mercantil será um Ativo, caso a en-
stração das mutações na posição financeira usualmente reflete tidade controle os benefícios econômicos que são esperados
os elementos da demonstração do resultado e as alterações que fluam da propriedade. Embora a capacidade de a entidade
nos elementos do balanço patrimonial. Assim, esta Estrutura controlar os benefícios econômicos normalmente resulte da
NOÇÕES DE ECONOMIA
Conceitual não identifica qualquer elemento que seja exclusivo existência de direitos legais, o item pode, contudo, satisfazer a
dessa demonstração. definição de Ativo, mesmo quando não houver controle legal.
Por exemplo, o conhecimento (know-how) obtido por meio
Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da atividade de desenvolvimento de produto pode satisfazer
da posição patrimonial e financeira são os Ativos, os Passivos e a definição de Ativo quando, mantendo esse conhecimento
o Patrimônio Líquido. Estes são definidos como segue: (know-how) em segredo, a entidade controlar os benefícios
Ativo: recurso controlado pela entidade como resultado econômicos que são esperados que fluam desse Ativo.
de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros Os Ativos da entidade resultam de transações passadas ou
benefícios econômicos para a entidade; de outros eventos passados. As entidades normalmente ob-
Passivo: obrigação presente da entidade, derivada de têm Ativos por meio de sua compra ou produção, mas outras
eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na transações ou eventos podem gerar Ativos. Pode-se citar como
saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios exemplos um imóvel recebido de ente governamental como
econômicos; parte de programa para fomentar o crescimento econômico de
Patrimônio Líquido: interesse residual nos Ativos da enti- dada região, ou a descoberta de jazidas minerais. Transações 575
dade, depois de deduzidos todos os seus Passivos. ou eventos previstos para ocorrer no futuro não dão origem,
por si só, ao surgimento de Ativos. Desse modo, por exem- serviços dão origem a contas a pagar (a não ser que pagos
576 plo, a intenção de adquirir estoques não atende, por si só, à adiantadamente ou na entrega), e o recebimento de emprés-
definição de Ativo. timo bancário resulta na obrigação de honrá-lo no vencimen-
Há uma forte associação entre incorrer em gastos e gerar to. A entidade também pode ter a necessidade de reconhecer
Ativos, mas ambas as atividades não são necessariamente in- como Passivos os futuros abatimentos baseados no volume
dissociáveis. Assim, o fato de a entidade ter incorrido em gasto das compras anuais dos clientes. Nesse caso, a venda de bens
pode fornecer uma evidência de busca por futuros benefícios no passado é a transação que dá origem ao Passivo.
NOÇÕES DE ECONOMIA
econômicos, mas não é prova conclusiva de que um item que Alguns Passivos somente podem ser mensurados por
satisfaça à definição de Ativo tenha sido obtido. De modo análo- meio do emprego de significativo grau de estimativa. No Bra-
go, a ausência de gasto relacionado não impede que um item sil, denominam-se esses Passivos de provisões. A definição
satisfaça à definição de Ativo e se qualifique para reconhec- de Passivo segue uma abordagem ampla. Desse modo, caso
imento no balanço patrimonial. Por exemplo, itens que foram a provisão envolva uma obrigação presente e satisfaça os de-
doados à entidade podem satisfazer a definição de Ativo. mais critérios da definição, ela é um Passivo, ainda que seu
montante tenha que ser estimado. Exemplos concretos in-
Passivos cluem provisões para pagamentos a serem feitos para satis-
Uma característica essencial para a existência de Passivo é fazer acordos com garantias em vigor e provisões para fazer
que a entidade tenha uma obrigação presente. Uma obrigação em face de obrigações de aposentadoria.
é um dever ou responsabilidade de agir ou de desempenhar
uma dada tarefa de certa maneira. As obrigações podem ser Patrimônio Líquido
legalmente exigíveis em consequência de contrato ou de ex- Embora o Patrimônio Líquido seja definido como algo
igências estatutárias. Esse é normalmente o caso, por exemp- residual, ele pode ter subclassificações no balanço patrimo-
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lo, das contas a pagar por bens e serviços recebidos. Entretan- nial. Por exemplo, na sociedade por ações, recursos aporta-
to, obrigações surgem também de práticas usuais do negócio, dos pelos sócios, reservas resultantes de retenções de lucros
de usos e costumes e do desejo de manter boas relações e reservas representando ajustes para manutenção do capital
comerciais ou agir de maneira equitativa. Desse modo, se, por podem ser demonstrados separadamente. Tais classificações
exemplo, a entidade que decida, por questão de política mer- podem ser relevantes para a tomada de decisão dos usuários
cadológica ou de imagem, retificar defeitos em seus produtos, das demonstrações contábeis quando indicarem restrições le-
mesmo quando tais defeitos tenham-se tornado conhecidos gais ou de outra natureza sobre a capacidade que a entidade
depois da expiração do período da garantia, as importâncias tem de distribuir ou aplicar de outra forma os seus recursos
que espera gastar com os produtos já vendidos constituem patrimoniais. Podem também refletir o fato de que determina-
Passivos. das partes com direitos de propriedade sobre a entidade têm
Deve-se fazer uma distinção entre obrigação presente e direitos diferentes com relação ao recebimento de dividendos
compromisso futuro. A decisão da administração de uma enti- ou ao reembolso de capital.
dade para adquirir Ativos no futuro não dá origem, por si só, a A constituição de reservas é, por vezes, exigida pelo estat-
uma obrigação presente. A obrigação normalmente surge so- uto ou por lei para dar à entidade e a seus credores uma mar-
mente quando um Ativo é entregue ou a entidade ingressa em gem maior de proteção contra os efeitos de prejuízos. Outras
acordo irrevogável para adquirir o Ativo. Nesse último caso, reservas podem ser constituídas em atendimento a leis que
a natureza irrevogável do acordo significa que as consequên- concedem isenções ou reduções nos impostos a pagar quan-
cias econômicas de deixar de cumprir a obrigação, como, por do são feitas transferências para tais reservas. A existência e o
exemplo, em função da existência de penalidade contratual tamanho de tais reservas legais, estatutárias e fiscais represen-
significativa, deixam a entidade com pouca, caso haja alguma, tam informações que podem ser importantes para a tomada de
liberdade para evitar o desembolso de recursos em favor da decisão dos usuários. As transferências para tais reservas são
outra parte. apropriações de lucros acumulados; portanto, não constituem
A liquidação de uma obrigação presente geralmente im- despesas.
plica a utilização, pela entidade, de recursos incorporados de O montante pelo qual o Patrimônio Líquido é apresentado
benefícios econômicos a fim de satisfazer a demanda da outra no balanço patrimonial depende da mensuração dos Ativos e
parte. A liquidação de uma obrigação presente pode ocorrer Passivos. Normalmente, o montante agregado do Patrimônio
de diversas maneiras, como, por exemplo, por meio de: Líquido somente por coincidência corresponde ao valor de
a) pagamento em caixa; mercado agregado das ações da entidade ou da soma que
b) transferência de outros Ativos; poderia ser obtida pela venda dos seus Ativos Líquidos em
c) prestação de serviços; uma base de item por item, ou da entidade como um todo,
tomando por base a premissa da continuidade (going concern
d) substituição da obrigação por outra; ou basis).
e) conversão da obrigação em item do Patrimônio Atividades comerciais e industriais, bem como outros
Líquido. negócios, são frequentemente exercidas por meio de firmas
A obrigação pode também ser extinta por outros meios, individuais, sociedades limitadas, entidades estatais e outras
tais como pela renúncia do credor ou pela perda dos seus di- organizações cujas estruturas, legal e regulamentar, em regra,
reitos. são diferentes daquelas aplicáveis às sociedades por ações.
Passivos resultam de transações ou outros eventos pas- Por exemplo, pode haver poucas restrições, caso haja, sobre
sados. Assim, por exemplo, a aquisição de bens e o uso de a distribuição aos proprietários ou a outros beneficiários de
montantes incluídos no Patrimônio Líquido. Não obstante, a Receitas
definição de Patrimônio Líquido e os outros aspectos dessa A definição de receita abrange tanto receitas propria-
Estrutura Conceitual que tratam do Patrimônio Líquido são
mente ditas quanto ganhos. A receita surge no curso das ativ-
igualmente aplicáveis a tais entidades.
idades usuais da entidade e é designada por uma variedade
Performance de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos,
O resultado é frequentemente utilizado como medida de royalties, aluguéis.
performance ou como base para outras medidas, tais como o Ganhos representam outros itens que se enquadram
retorno do investimento ou o resultado por ação. Os elementos na definição de receita e podem ou não surgir no curso das
diretamente relacionados com a mensuração do resultado são atividades usuais da entidade, representando aumentos nos
as receitas e as despesas. O reconhecimento e a mensuração benefícios econômicos e, como tais, não diferem, em natureza,
das receitas e despesas e, consequentemente, do resultado, de- das receitas. Consequentemente, não são considerados como
pendem em parte dos conceitos de capital e de manutenção de elemento separado nesta Estrutura Conceitual.
capital adotados pela entidade na elaboração de suas demon-
Ganhos incluem, por exemplo, aqueles que resultam da
strações contábeis.
venda de Ativos não circulantes. A definição de receita tam-
Os elementos de receitas e despesas são definidos como
bém inclui ganhos não realizados. Por exemplo, citam-se os
segue:
que resultam da reavaliação de títulos e valores mobiliários
▷ Receitas são aumentos nos benefícios econômicos
negociáveis e os que resultam de aumentos no valor contábil
durante o período contábil, sob a forma da entrada
de recursos ou do aumento de Ativos ou diminuição de Ativos de longo prazo. Quando esses ganhos são reconheci-
de Passivos, que resultam em aumentos do Patrimô- dos na demonstração do resultado, eles são usualmente apre-
nio Líquido, e que não estejam relacionados com a sentados separadamente, porque sua divulgação é útil para
contribuição dos detentores dos instrumentos pat- fins de tomada de decisões econômicas. Os ganhos são, em
rimoniais. regra, reportados líquidos das respectivas despesas.
▷ Despesas são decréscimos nos benefícios econômi- Vários tipos de Ativos podem ser recebidos ou aumen-
cos durante o período contábil, sob a forma da saída tados por meio da receita; exemplos incluem caixa, contas a
de recursos ou da redução de Ativos ou assunção receber, bens e serviços recebidos em troca de bens e serviços
de Passivos, que resultam em decréscimo do Pat- fornecidos. A receita também pode resultar da liquidação
rimônio Líquido, e que não estejam relacionados de Passivos. Por exemplo, a entidade pode fornecer merca-
com distribuições aos detentores dos instrumentos dorias e serviços ao credor por empréstimo em liquidação da
patrimoniais.
obrigação de pagar o empréstimo.
As definições de receitas e despesas identificam suas car-
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acterísticas essenciais, mas não correspondem a uma tentativa Despesas
de especificar os critérios que precisam ser satisfeitos para que A definição de despesas abrange tanto as perdas quanto
sejam reconhecidas na demonstração do resultado. as despesas propriamente ditas que surgem no curso das ativ-
As receitas e as despesas podem ser apresentadas na idades usuais da entidade. As despesas que surgem no curso
demonstração do resultado de diferentes maneiras, de modo a das atividades usuais da entidade incluem, por exemplo, o custo
serem prestadas informações relevantes para a tomada de de- das vendas, dos salários e da depreciação. Geralmente, tomam a
cisões econômicas. Por exemplo, é prática comum distinguir os
forma de desembolso ou redução de Ativos como caixa e equiv-
itens de receitas e despesas que surgem no curso das atividades
alentes de caixa, estoques e Ativo imobilizado.
usuais da entidade daqueles que não surgem. Essa distinção é
feita considerando que a origem de um item é relevante para Perdas representam outros itens que se enquadram na
a avaliação da capacidade que a entidade tem de gerar caixa definição de despesas e podem ou não surgir no curso das
ou equivalentes de caixa no futuro. Por exemplo, atividades atividades usuais da entidade, representando decréscimos nos
NOÇÕES DE ECONOMIA
incidentais, como a venda de um investimento de longo prazo, benefícios econômicos e, como tais, não diferem, em natureza,
são improváveis de voltarem a ocorrer em base regular. Quando das demais despesas. Consequentemente, não são consideradas
da distinção dos itens dessa forma, deve-se levar em conta a como elemento separado nesta Estrutura Conceitual.
natureza da entidade e suas operações. Itens que resultam das Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros,
atividades usuais de uma entidade podem não ser usuais em
como incêndio e inundações, assim como as que decorrem da
outras entidades.
venda de Ativos Não Circulantes. A definição de despesas tam-
A distinção entre itens de receitas e de despesas e a
bém inclui as perdas não realizadas. Por exemplo, as que sur-
sua combinação de diferentes maneiras também permitem
gem dos efeitos dos aumentos na taxa de câmbio de moeda
demonstrar várias formas de medir a performance da en-
tidade, com maior ou menor grau de abrangência dos itens. estrangeira, com relação aos empréstimos da entidade a pagar
Por exemplo, a demonstração do resultado pode apresentar em tal moeda. Quando as perdas são reconhecidas na demon-
a margem bruta, o lucro ou o prejuízo das atividades usuais stração do resultado, elas são geralmente demonstradas sep-
antes dos tributos sobre o resultado, o lucro ou o prejuízo das aradamente, pois sua divulgação é útil para fins de tomada
atividades usuais depois desses tributos e o lucro ou prejuízo de decisões econômicas. As perdas são, em regra, reportadas 577
líquido. líquidas das respectivas receitas.
Reconhecimento dos Elementos Um Ativo não deve ser reconhecido no balanço patri-
578 monial quando os gastos incorridos não proporcionarem a
das Demonstrações Contábeis expectativa provável de geração de benefícios econômicos
Reconhecimento é o processo que consiste na incorpo- para a entidade além do período contábil corrente. Ao invés
ração ao balanço patrimonial ou à demonstração do resultado disso, tal transação deve ser reconhecida como despesa na
de item que se enquadre na definição de elemento e que satis- demonstração do resultado. Esse tratamento não implica dizer
faça os critérios de reconhecimento descritos a seguir: que a intenção da administração ao incorrer nos gastos não
NOÇÕES DE ECONOMIA
▷ for provável que algum benefício econômico futuro tenha sido a de gerar benefícios econômicos futuros para a
associado ao item flua para a entidade ou flua da entidade, ou que a administração tenha sido mal conduzida.
entidade; e A única implicação é que o grau de certeza quanto à geração
▷ o item tiver custo ou valor que possa ser mensurado de benefícios econômicos para a entidade, além do período
com confiabilidade. contábil corrente, é insuficiente para garantir o reconhecimen-
O reconhecimento envolve a descrição do item, a mensu- to do Ativo.
ração do seu montante monetário e a sua inclusão no balanço Reconhecimento de Passivos
patrimonial ou na demonstração do resultado. Os itens que
satisfazem os critérios de reconhecimento devem ser reconhe- Um Passivo deve ser reconhecido no balanço patrimonial
cidos no balanço patrimonial ou na demonstração do resulta- quando for provável que uma saída de recursos detentores de
do. A falta de reconhecimento de tais itens não é corrigida pela benefícios econômicos seja exigida em liquidação de obrigação
divulgação das práticas contábeis adotadas nem tampouco presente e o valor pelo qual essa liquidação se dará puder ser
pelas notas explicativas ou pelo material elucidativo. mensurado com confiabilidade. Na prática, as obrigações orig-
inadas de contratos ainda não integralmente cumpridos de
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Probabilidade de Futuros Benefícios Econômicos modo proporcional – proportionately unperformed (Ex.: Pas-
O conceito de probabilidade deve ser adotado nos critérios sivos decorrentes de pedidos de compra de produtos e merca-
de reconhecimento para determinar o grau de incerteza com dorias ainda não recebidos) – não são geralmente reconheci-
que os benefícios econômicos futuros referentes ao item ven- das como Passivos nas demonstrações contábeis. Contudo, tais
ham a fluir para a entidade ou a fluir da entidade. O conceito obrigações podem enquadrar-se na definição de Passivos caso
está em conformidade com a incerteza que caracteriza o ambi- sejam atendidos os critérios de reconhecimento nas circunstân-
ente no qual a entidade opera. As avaliações acerca do grau de cias específicas, e podem qualificar-se para reconhecimento.
incerteza atrelado ao fluxo de benefícios econômicos futuros Nesses casos, o reconhecimento dos Passivos exige o reconhe-
devem ser feitas com base na evidência disponível quando as cimento dos correspondentes Ativos ou despesas.
demonstrações contábeis são elaboradas. Por exemplo, quan-
do for provável que uma conta a receber devida à entidade Reconhecimento de Receitas
será paga pelo devedor, é então justificável, na ausência de A receita deve ser reconhecida na demonstração do resul-
qualquer evidência em contrário, reconhecer a conta a receber tado quando resultar em aumento nos benefícios econômicos
como Ativo. Para uma ampla população de contas a receber, futuros, relacionado com aumento de Ativo ou com diminuição
entretanto, algum grau de inadimplência é normalmente con- de Passivo, e puder ser mensurado com confiabilidade. Isso
siderado provável. Dessa forma, reconhece-se como despesa a significa, na prática, que o reconhecimento da receita ocorre
esperada redução nos benefícios econômicos. simultaneamente com o reconhecimento do aumento nos Ati-
Confiabilidade da Mensuração vos ou da diminuição nos Passivos (Ex.: o aumento líquido nos
Ativos, originado da venda de bens e serviços, ou o decréscimo
O segundo critério para reconhecimento de um item é do Passivo, originado do perdão de dívida a ser paga).
que ele possua custo ou valor que possa ser mensurado com
confiabilidade. Em muitos casos, o custo ou valor precisa ser Os procedimentos normalmente adotados, na prática, para
estimado. O uso de estimativas razoáveis é parte essencial da reconhecimento da receita, como, por exemplo, a exigência de
elaboração das demonstrações contábeis e não prejudica a sua que a receita tenha sido ganha, são aplicações dos critérios
confiabilidade. Quando, entretanto, não puder ser feita estima- de reconhecimento definidos nesta Estrutura Conceitual. Tais
tiva razoável, o item não deve ser reconhecido no balanço patri- procedimentos são geralmente direcionados para restringir o
monial ou na demonstração do resultado. Por exemplo, o valor reconhecimento como receita àqueles itens que possam ser
que se espera receber de uma ação judicial pode enquadrar-se mensurados com confiabilidade e tenham suficiente grau de
nas definições tanto de Ativo quanto de receita, assim como nos certeza.
critérios probabilísticos exigidos para reconhecimento. Todavia, Reconhecimento de Despesas
se não é possível mensurar com confiabilidade o montante que
será recebido, ele não deve ser reconhecido como Ativo ou re- As despesas devem ser reconhecidas na demonstração do
ceita. A existência da reclamação deve ser, entretanto, divulgada resultado quando resultarem em decréscimo nos benefícios
nas notas explicativas ou nos quadros suplementares. econômicos futuros, relacionado com o decréscimo de um
Ativo ou o aumento de um Passivo, e puder ser mensurado
Reconhecimento de Ativos com confiabilidade. Isso significa, na prática, que o reconhe-
Um Ativo deve ser reconhecido no balanço patrimonial cimento da despesa ocorre simultaneamente com o recon-
quando for provável que benefícios econômicos futuros dele hecimento de aumento nos Passivos ou de diminuição nos
provenientes fluirão para a entidade e seu custo ou valor puder Ativos (Ex.: a alocação por competência de obrigações tra-
ser mensurado com confiabilidade. balhistas ou da depreciação de equipamento).
As despesas devem ser reconhecidas na demonstração Custo corrente: os Ativos são mantidos pelos montantes
do resultado com base na associação direta entre elas e os em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se
correspondentes itens de receita. Esse processo, usualmente esses mesmos Ativos ou Ativos equivalentes fossem adquiri-
chamado de confrontação entre despesas e receitas (regime dos na data do balanço. Os Passivos são reconhecidos pelos
de competência), envolve o reconhecimento simultâneo ou montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não desconta-
combinado das receitas e despesas que resultem direta- dos, que se espera sejam necessários para liquidar a obrigação
mente ou conjuntamente das mesmas transações ou outros na data do balanço.
eventos. Por exemplo, os vários componentes de despesas Valor realizável (valor de realização ou de liquidação):
que integram o custo das mercadorias vendidas devem ser os Ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou equiv-
reconhecidos no mesmo momento em que a receita derivada alentes de caixa que poderiam ser obtidos pela sua venda
da venda das mercadorias é reconhecida. Contudo, a apli- em forma ordenada. Os Passivos são mantidos pelos seus
cação do conceito de confrontação, de acordo com esta Es- montantes de liquidação, isto é, pelos montantes em caixa ou
trutura Conceitual, não autoriza o reconhecimento de itens equivalentes de caixa, não descontados, que se espera sejam
no balanço patrimonial que não satisfaçam a definição de pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso
Ativos ou Passivos. normal das operações.
Quando se espera que os benefícios econômicos sejam Valor presente: os Ativos são mantidos pelo valor pre-
gerados ao longo de vários períodos contábeis e a asso- sente, descontado, dos fluxos futuros de entradas líquidas de
ciação com a correspondente receita somente possa ser feita caixa que se espera sejam gerados pelo item no curso normal
de modo geral e indireto, as despesas devem ser reconhe- das operações. Os Passivos são mantidos pelo valor presente,
cidas na demonstração do resultado com base em procedi- descontado, dos fluxos futuros de saídas líquidas de caixa que
mentos de alocação sistemática e racional. Muitas vezes, isso se espera sejam necessários para liquidar o Passivo no curso
é necessário ao reconhecer despesas associadas com o uso normal das operações.
ou o consumo de Ativos, tais como itens do imobilizado, ágio A base de mensuração mais comumente adotada pelas
pela expectativa de rentabilidade futura (goodwill), marcas entidades na elaboração de suas demonstrações contábeis é
e patentes. Em tais casos, a despesa é designada como de- o custo histórico. Ele é normalmente combinado com outras
preciação ou amortização. Esses procedimentos de alocação bases de mensuração. Por exemplo, os estoques são geral-
destinam-se a reconhecer despesas nos períodos contábeis mente mantidos pelo menor valor entre o custo e o valor líqui-
em que os benefícios econômicos associados a tais itens se- do de realização, os títulos e valores mobiliários negociáveis
jam consumidos ou expirem. podem em determinadas circunstâncias ser mantidos a valor
A despesa deve ser reconhecida imediatamente na demon- de mercado, e os Passivos decorrentes de pensões são manti-
stração do resultado quando o gasto não produzir benefícios dos pelo seu valor presente. Ademais, em algumas circunstân-
econômicos futuros ou quando, e na extensão em que, os cias, determinadas entidades usam a base de custo corrente
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benefícios econômicos futuros não se qualificarem, ou deixarem como resposta à incapacidade de o modelo contábil de custo
de se qualificar, para reconhecimento no balanço patrimonial histórico enfrentar os efeitos das mudanças de preços dos Ati-
como Ativo. vos não monetários.
A despesa também deve ser reconhecida na demonstração
do resultado nos casos em que um Passivo é incorrido sem Conceitos de Capital
o correspondente reconhecimento de Ativo, como no caso de O conceito de capital financeiro (ou monetário) é adota-
Passivo decorrente de garantia de produto. do pela maioria das entidades na elaboração de suas demon-
strações contábeis. De acordo com o conceito de capital finan-
Mensuração dos Elementos das ceiro, tal como o dinheiro investido ou o seu poder de compra
Demonstrações Contábeis investido, o capital é sinônimo de Ativos líquidos ou Patrimônio
Mensuração é o processo que consiste em determinar os Líquido da entidade. Segundo o conceito de capital físico, tal
montantes monetários por meio dos quais os elementos das como capacidade operacional, o capital é considerado como a
NOÇÕES DE ECONOMIA
demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e apre- capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo, nas
sentados no balanço patrimonial e na demonstração do re- unidades de produção diária.
sultado. Esse processo envolve a seleção da base específica O conceito de capital dá origem aos seguintes conceitos de
de mensuração. manutenção de capital:
Um número variado de bases de mensuração é empregado Manutenção do capital financeiro: de acordo com esse
em diferentes graus e em variadas combinações nas demon- conceito, o lucro é considerado auferido somente se o mon-
strações contábeis. Essas bases incluem o que segue: tante financeiro (ou dinheiro) dos Ativos líquidos no fim do
Custo histórico: os Ativos são registrados pelos montantes período exceder o seu montante financeiro (ou dinheiro)
pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo no começo do período, depois de excluídas quaisquer dis-
dos recursos entregues para adquiri-los na data da aquisição. tribuições aos proprietários e seus aportes de capital durante o
Os Passivos são registrados pelos montantes dos recursos re- período. A manutenção do capital financeiro pode ser medida
cebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias em qualquer unidade monetária nominal ou em unidades de
(como, por exemplo, Imposto de Renda), pelos montantes em poder aquisitivo constante.
caixa ou equivalentes de caixa que se espera sejam necessári- Manutenção do capital físico: de acordo com esse con- 579
os para liquidar o Passivo no curso normal das operações. ceito, o lucro é considerado auferido somente se a capacidade
física produtiva (ou capacidade operacional) da entidade (ou
580 os recursos ou fundos necessários para atingir essa capaci-
dade), no fim do período, exceder a capacidade física produ-
tiva no início do período, depois de excluídas quaisquer dis-
tribuições aos proprietários e seus aportes de capital durante
o período.
O conceito de manutenção de capital está relacionado com
NOÇÕES DE ECONOMIA
ANOTAÇÕES
13. Depreciação, Amortização e Imobilizado
Exaustão Conceito
CPC 27 - Imobilizado
Conceito Ativo Imobilizado é o item tangível que:
Depreciações, Amortizações e Exaustões: reduções de (a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de
valor de Ativos, em virtude de desgaste pelo uso, ação da na- mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou para fins
tureza, superação tecnológica, exercício de direitos, ou esgot- administrativos; e
amento de reservas minerais/ florestais. (b) se espera utilizar por mais de um período.
Para bens materiais ўdepreciação Lei 6.404/76
Para bens materiais ўamortização Art. 179, IV – Ativo Imobilizado: os direitos que tenham
Para recursos minerais e florestais ўexaustão por objeto bens corpóreos destinados à manutenção
das atividades da entidade ou exercidos com essa fi-
Lei 6.404/76 nalidade, inclusive os decorrentes de operações que
Art. 183. No balanço, os elementos do Ativo serão aval- transfiram a ela os benefícios, os riscos e o controle
iados segundo os seguintes critérios: desses bens.
V - os direitos classificados no imobilizado, pelo CPC 06 (R1) Arrendamento Mercantil
custo de aquisição, deduzido do saldo da respecti- A classificação de um arrendamento mercantil como ar-
va conta de depreciação, amortização ou exaustão; rendamento mercantil financeiro ou arrendamento mercantil
VII- os direitos classificados no intangível, pelo operacional depende da essência da transação e não da forma
custo incorrido na aquisição, deduzido do saldo da do contrato.
respectiva conta de amortização; há transferência substancial dos
Financeiro
§ 2º A diminuição de valor dos elementos do Ativo Arrendamento riscos e benefícios
Imobilizado e Intangível será registrada periodica- Mercantil não há transferência substancial
Operacional
mente nas contas de: dos riscos e benefícios
a) depreciação, quando corresponder à perda do ▷ O bem objeto de leasing financeiro deve ser recon-
valor dos direitos que têm por objeto bens físicos hecido no balanço patrimonial do arrendatário como
sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, Ativo.
▷ O bem objeto de leasing operacional não deve ser
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ação da natureza ou obsolescência;
reconhecido no balanço patrimonial do arrendatário
b) amortização, quando corresponder à perda
como Ativo, e sim como despesa.
do valor do capital aplicado na aquisição de di-
Ex.: (CESPE) Com relação ao reconhecimento e à mensu-
reitos da propriedade industrial ou comercial e
ração de itens patrimoniais e de resultado, julgue o item
quaisquer outros com existência ou exercício de
subsecutivo.
duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de
Caso uma empresa realize gastos para a aquisição de um
utilização por prazo legal ou contratualmente
bem, em que se espera que os benefícios econômicos ocorram
limitado; somente ao longo do período corrente, então essa transação
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, deverá ser reconhecida como despesa na demonstração do
decorrente da sua exploração, de direitos cujo ob- resultado.
jeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens Segundo o CPC 27 – Imobilizado: para ser registrado no
NOÇÕES DE ECONOMIA
aplicados nessa exploração. imobilizado, espera-se que o bem seja utilizado por mais de
§ 3º A companhia deverá efetuar, periodicamente, um período. Caso contrário, será contabilizado com despesa.
análise sobre a recuperação dos valores registrados no Ativo Imobilizado é o item tangível que:
imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: (a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de
I – registradas as perdas de valor do capital aplica- mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou para fins
do quando houver decisão de interromper os em- administrativos; e
preendimentos ou atividades a que se destinavam (b) se espera utilizar por mais de um período.
ou quando comprovado que não poderão produzir
resultados suficientes para recuperação desse val- Reconhecimento
or; ou O custo de um item de Ativo Imobilizado deve ser reconhe-
II – revisados e ajustados os critérios utilizados cido como Ativo se, e apenas se:
para determinação da vida útil econômica esti- a) for provável que futuros benefícios econômicos associa-
mada e para cálculo da depreciação, exaustão e dos ao item fluirão para a entidade; e 581
amortização. b) o custo do item puder ser mensurado confiavelmente.
Custo de um Imobilizado fazer a remoção do equipamento e reestruturar o imóvel
582 para as condições estabelecidas no contrato de aluguel.
O custo de um item do Ativo Imobilizado compreende:
A taxa acumulada de juros projetada para o período do
a) seu preço de aquisição, acrescido de impostos de im-
contrato de aluguel é 30%.
portação e impostos não recuperáveis sobre a compra, depois
de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; O valor contábil do equipamento a ser apresentado no
b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o Balanço Patrimonial em 31/12/2013 e o valor da Despesa
de Depreciação apresentado na Demonstração do Resul-
NOÇÕES DE ECONOMIA
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Os juros de empréstimos contratados para a construção ou
aquisição de Ativo qualificável (Ativo que demanda um perío- como receita;
do de tempo substancial para seu uso ou venda pretendidos) ▷ os gastos para transferir os equipamentos de um ar-
devem ser capitalizados, ou seja, contabilizados como custo mazém antigo para esse novo armazém devem ser con-
do Ativo qualificado. Podemos citar como exemplos de Ativos tabilizados diretamente no resultado como despesa;
qualificáveis o imobilizado, o estoque, dentre outros. A enti- ▷ o empréstimo obtido será registrado no Passivo em con-
dade deve reconhecer os outros custos de empréstimos como trapartida do reconhecimento da entrada do recurso no
despesa no período em que são incorridos. banco.
Após o Ativo qualificável ficar pronto para o uso, os juros
do empréstimo serão computados no resultado como despesa Custos Subsequentes
financeira. A entidade não reconhece no valor contábil de um item
Até que o Ativo fique pronto, os juros serão contabiliza- do Ativo Imobilizado os custos da manutenção periódica do
NOÇÕES DE ECONOMIA
dos como componente do valor contábil do Ativo Imobilizado. item. Pelo contrário, esses custos são reconhecidos no resul-
Depois de pronto, os juros serão registrados diretamente no tado quando incorridos. Os custos da manutenção periódica
resultado como despesa financeira.
são principalmente os custos de mão de obra e de produtos
Ex.: (FGV) Em 01/02/x0, a Cia. Digama adquiriu por R$ consumíveis, e podem incluir o custo de pequenas peças. A
3.000.000, um terreno destinado à construção de um novo
finalidade desses gastos é, muitas vezes, descrita como sendo
armazém. De 01/02/x0 a 30/04/x0 o terreno foi utilizado
para “reparo e manutenção” de item do Ativo Imobilizado.
como estacionamento, e a companhia faturou R$ 70.000 du-
rante esse período com a locação de vagas. Em 01/05/x0, a Partes de alguns itens do Ativo Imobilizado podem requer-
companhia pagou R$ 25.000 de honorários aos engenheiros er substituição em intervalos regulares. Por exemplo, um forno
responsáveis pelo projeto do armazém e deu início à sua con- pode requerer novo revestimento após um número específico
strução. Para isso, ela tomou um empréstimo de R$ 6.000.000 de horas de uso; ou o interior dos aviões, como bancos e eq-
junto ao Banco Zeta S.A.. Até 01/12/x0, data em que foi con- uipamentos internos, pode exigir substituição diversas vezes
cluída, a Cia. Digama gastou na construção do armazém R$ durante a vida da estrutura. Segundo o princípio de reconheci-
850.000 com mão de obra, R$ 150.000 com a preparação mento, a entidade reconhece no valor contábil de um item do 583
do terreno, R$ 300.000 com frete e R$ 5.000.000 com ma- Ativo Imobilizado o custo da peça reposta.
Manutenção Não compõe o custo Obs.: um prédio registrado no grupo Investimento que es-
Despesa teja alugado a terceiros estará sujeito à depreciação. Portanto,
584 Custos e Reparo do imobilizado
Subsequentes Compõe o custo do apesar de a Lei 6.404/76 destacar a depreciação apenas no
Reposição Imobilizado imobilizado, é admitida a depreciação no investimento, como
imobilizado
▷ Manutenção e Reparo – não aumentam a vida útil do é o caso dos imóveis alugados.
bem de forma relevante. Início da Depreciação
▷ Reposição – aumentam a vida útil do bem por mais
NOÇÕES DE ECONOMIA
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Tratores 4 25%
ser depreciado.
Por sua vez, a legislação societária determina que a vida Taxa de depreciação = 100%
útil de um Ativo seja definida em termos da utilidade esperada Tempo de vida útil
do Ativo para a entidade. Os benefícios econômicos futuros
incorporados no Ativo são consumidos pela entidade prin- 2ª forma: dividindo-se o valor a ser depreciado pelo tempo
cipalmente por meio do seu uso. Porém, outros fatores, tais de vida útil.
como obsolescência técnica ou comercial e desgaste normal
Valor depreciável
enquanto o Ativo permanece ocioso, muitas vezes dão origem
Tempo de vida útil
à diminuição dos benefícios econômicos que poderiam ter
sido obtidos do Ativo. Consequentemente, todos os seguintes Exemplo 1:
fatores são considerados na determinação da vida útil de um Custo do bem: R$ 60.000,00
Ativo: Vida útil estimada: 5 anos ї tx. anual = 100%/5 anos =
NOÇÕES DE ECONOMIA
(Encargo) Despesa de Depreciação (mensal): 60.000 x porcionalmente no caso de período de apuração com
1,666% = 1.000 a.m ou prazo de duração inferior a doze meses, e de bem
60.000,00 = 1.000 a.m acrescido ao Ativo, ou dele baixado, no curso do perío-
60 meses do de apuração.
Lançamento: § 2º A depreciação poderá ser apropriada em quotas
D- Despesa com Depreciação mensais, dispensado o ajuste da taxa para os bens pos-
tos em funcionamento ou baixados no curso do mês.
C- Depreciação Acumulada----------R$ 1.000,00
Ex.: (CESPE) Cada um dos próximos itens apresenta
Exemplo 3: uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser
Custo do bem: R$ 60.000,00 julgada em relação ao reconhecimento e à mensuração
Data da aquisição: 10.04.13 (depreciação do período será contábil, de acordo com os pronunciamentos contábeis
proporcional ao tempo de uso) emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
Tempo de uso no exercício = 9 meses (abril a dezembro) Determinado bem imobilizado foi adquirido ao custo de
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em despesa crescente durante a vida útil. operação, os seguintes coeficientes de depreciação
Ano Fração Despesa Depreciação Anual
acelerada (Lei nº 3.470, de 1958, artigo 69):
I. um turno de oito horas............................1,0;
1 1/15 x 60.000,00 4.000
II. dois turnos de oito horas.......................1,5;
2 2/15 x 60.000,00 8.000 III. três turnos de oito horas.......................2,0.
3 3/15 x 60.000,00 12.000 Parágrafo único. O encargo de que trata este artigo
4 4/15 x 60.000,00 16.000 será registrado na escrituração comercial.
5 5/15 x 60.000,00 20.000 Ex.:
Tempo de uso = 3 anos Uma máquina adquirida por R$ 60.000,00 com vida útil es-
timada em cinco anos, operando durante 16 horas diárias, terá
Depreciação Acumulada: 4.000 + 8.000 + 12.000 = R$ como quota de depreciação anual:
NOÇÕES DE ECONOMIA
24.000,00
V.u = 5 anos= 20% a.a.
Valor contábil: custo de aquisição (-) dep. acumulada =
Uso = 16h/dia = coeficiente de depreciação acelerada = 1,5
60.000 – 24.000 = R$ 36.000,00
Tx. Acelerada = 20% x 1,5 = 30%
Unidades Produzidas ou (Encargo) Despesa depreciação: Despesa com Depre-
Horas Trabalhadas ciação: 60.000 x 30% = R$ 18.000
Lançamento:
Depreciação do bem em função de sua capacidade total de
D- Despesa com Depreciação
produção ou das horas totais estimadas.
C- Depreciação Acumulada----------------18.000
Unidade produzida = Quota anual de depreciação = nº de
Valor contábil: custo de aquisição (-) dep. acumulada =
unidades produzidas no ano
60.000 – 18.000 = R$ 42.000,00
Capacidade total de produção Ex.: (CESPE) Julgue o item a seguir, relativo aos procedi-
Horas de trabalho= Quota anual de depreciação = nº de mentos contábeis e à forma correta de registro das tran-
horas trabalhadas no ano sações. Uma entidade cujas atividades sejam exercidas 587
Total de horas de trabalho estimadas em dois ou mais turnos de trabalho poderá desconsiderar
essa informação ao estabelecer a vida útil de suas máqui- d) A empresa deve suspender a despesa de
588 nas, para fins de contabilização da depreciação de seu depreciação uma vez que o valor justo está maior que
imobilizado, visto que a legislação do imposto de renda o valor contábil.
determina os percentuais fixos para cada tipo de Ativo. e) A empresa deve acelerar a despesa de depre-
A Legislação do IR, no artigo 312, trata da depreciação ciação uma vez que o valor justo aumentou.
acelerada, que consiste em se lançar contabilmente parcela C
da depreciação adicional àquela que é registrada com base no Custo = R$ 10.000
NOÇÕES DE ECONOMIA
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a) período da mudança, se a mudança afetar apenas esse tituição de equipamentos e estabeleceu nova vida útil e novo
período; ou valor residual.
b) período da mudança e futuros períodos, se a mudança 2º passo: calcular o valor contábil do Ativo em 31.12.2014,
afetar todos eles. considerando as novas avaliações.
O reconhecimento prospectivo do efeito de mudança na V. útil: 5 anos = 20% aa
estimativa contábil significa que a mudança é aplicada a tran-
sações, a outros eventos e a condições a partir da data da mu- V. residual: R$ 3.500.000,00
dança na estimativa. Depreciação 2014: Custo: 11.000.000
Ex.: (FCC) Uma empresa adquiriu uma máquina pelo val- V. residual: (3.500.000)
or de R$ 11.000.000,00. A compra ocorreu em 31/12/2011, Dep. Acumulada em 12/2013: (1.800.000)
a empresa definiu a vida útil econômica em dez anos e V. depreciável: 5.700.000
estimou que a máquina será vendida ao final de sua vida
NOÇÕES DE ECONOMIA
x 20%
útil por R$ 2.000.000,00 (valor líquido das despesas es-
Desp. Depreciação 2014: 1.140.000
timadas de venda).
Em 02/01/2014, a empresa redefiniu sua política de subs- Valor contábil em 31.12.2014 = custo: 11.000.000
tituição de equipamentos e estabeleceu que utilizaria a Dep. Acumulada: (2.940.000)
máquina por apenas mais cinco anos. No final deste pe- Vr. Contábil: 8.060.000,00
ríodo adicional de cinco anos o valor líquido de venda da
máquina foi estimado em R$ 3.500.000,00. Baixa do Ativo Não Circulante
A empresa adota o método das quotas constantes para CPC 27 - O valor contábil de um item do Ativo Imobilizado
o cálculo da despesa de depreciação e sabe-se que não deve ser baixado:
houve necessidade de ajuste por redução ao valor recu-
perável (impairment). a) por ocasião de sua alienação;
O valor da despesa de depreciação apresentado na De- b) quando não há expectativas de benefícios econômicos
monstração do Resultado de 2014 e o valor contábil do futuros com a sua utilização ou alienação.
Ativo evidenciado no Balanço Patrimonial de 31/12/2014 Ex.1: baixa de uma máquina totalmente depreciada, com 589
foram respectivamente, em reais, custo histórico de R$ 10.000,00.
Ativo Imobilizado Total = 54 meses
590 Máquina 10.000 Dep. Acumulada = custo: 2.500
(-) Depreciação Acumulada 10.000 (-) V. residual: (500)
D – Depreciação Acumulada Vr. Depreciável: 2.000 x 54 meses = 900
C – Máquinas ------------------------R$ 10.000,00 120 meses
Ex.2: baixa de uma máquina obsoleta, com custo de R$ Valor contábil: custo (-) depreciação acumulada = 2.500 –
900 = R$ 1.600,00
NOÇÕES DE ECONOMIA
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tizável de Ativo Intangível ao longo da sua vida útil.
Tx. amortização: 100%/10 = 10%a.a
Aplicável aos bens imateriais (direito), intangíveis, ou
(Encargo) Despesa Amortização Anual: 600.000x 10% =
incorpóreos.
R$ 60.000,00 a.a ou
Bens Intangíveis sujeitos à 600.000 = 60.000 a.a
Amortização - Art. 325/RIR 10
Poderão ser amortizados: Amortização acumulada
I. o capital aplicado na aquisição de direitos cuja Tempo se uso: 3 anos
existência ou exercício tenha duração limitada, ou Tx. acumulada: 10% x 3 = 30%
de bens cuja utilização pelo contribuinte tenha o Amortização Acumulada: 600.000 x 30%= 180.000 ou
prazo legal ou contratualmente limitado, tais como: 600.000 x 3 = 180.000
NOÇÕES DE ECONOMIA
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por ano.
c) A taxa de exaustão será de 12,5% ao ano.
d) Ao fim do 5º ano, a exaustão acumulada será de
50% do custo da mina.
e) O custo a ser baixado no ato da venda será de R$
90.000,00.
E
Custo: R$ 300.000,00
Capacidade estimada: 500 mil m3
Capacidade de exploração: 8 anos
NOÇÕES DE ECONOMIA
a data do término será fixada no estatuto. relevantes (art. 247, parágrafo único);
Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos c) o aumento de valor de elementos do Ativo re-
casos de alteração estatutária o exercício social poderá sultante de novas avaliações (art. 182, § 3º);
ter duração diversa. d) os ônus reais constituídos sobre elementos do
Ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras
Demonstrações Financeiras responsabilidades eventuais ou contingentes;
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as
elaborar, com base na escrituração mercantil da com- garantias das obrigações a longo prazo;
panhia, as seguintes demonstrações financeiras, que f) o número, espécies e classes das ações do cap-
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio ital social;
da companhia e as mutações ocorridas no exercício: g) as opções de compra de ações outorgadas e
I - balanço patrimonial; exercidas no exercício;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumu- h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, §
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lados; 1o); e
III - demonstração do resultado do exercício; e j) os eventos subsequentes à data de encerramento
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito
V – se companhia aberta, demonstração do valor relevante sobre a situação financeira e os resultados
adicionado. futuros da companhia.
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publica- § 6º A companhia fechada com patrimônio líquido, na
das com a indicação dos valores correspondentes das data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões
de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da
demonstrações do exercício anterior. ( Demonstrações
demonstração dos fluxos de caixa.” (NR)
Comparativas)
§ 7º A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes
critério, disciplinar de forma diversa o registro de que
poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão trata o § 3o deste artigo.
ser agregados, desde que indicada a sua natureza e Ex.: (ESAF) Assinale abaixo a opção correta.
não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respecti- a) Na constituição da companhia e nos casos de
vo grupo de contas; mas é vedada a utilização de des- alteração estatutária, o exercício social não poderá ter
ignações genéricas, como “diversas contas” ou “contas duração diferente de um ano.
correntes”. b) Nas demonstrações, as contas semelhantes
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a des- poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser
tinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da agregados e é permitida a utilização dos termos “diver-
administração, no pressuposto de sua aprovação pela sas contas” ou “contas correntes”.
assembleia geral. c) As demonstrações financeiras registrarão a
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos
explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações da administração no pressuposto de sua aprovação
contábeis necessários para esclarecimento da situação pat- pela assembleia geral.
rimonial e dos resultados do exercício. d) Na determinação do resultado do exercí-
§ 5º As notas explicativas devem: cio, serão computados as receitas e os rendimentos
I - apresentar informações sobre a base de prepa- ganhos e realizados no período, além dos custos,
ração das demonstrações financeiras e das práticas despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos.
contábeis específicas selecionadas e aplicadas para e) O aumento do valor de elementos do Ativo
negócios e eventos significativos; em virtude de novas avaliações, registrado como
II - divulgar as informações exigidas pelas práti- reserva de reavaliação, poderá ser computado como
cas contábeis adotadas no Brasil que não este- lucro para efeito de distribuição de dividendos ou
jam apresentadas em nenhuma outra parte das participações.
demonstrações financeiras; C.
III - fornecer informações adicionais não indicadas Alternativa A. Lei nº 6.404/76, Art. 175. O exercício social
nas próprias demonstrações financeiras e consid- terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no
eradas necessárias para uma apresentação ade- estatuto.
quada; e Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de
IV - indicar: alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.
Alternativa B. Lei nº 6.404/76, Art. 176, § 2º Nas demons- Parágrafo único. Considera-se de grande porte, para os fins ex-
trações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pe- clusivos desta Lei, a sociedade ou conjunto de sociedades sob
quenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua controle comum que tiver, no exercício social anterior, Ativo to-
natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respec- tal superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões
tivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00
genéricas, como “diversas contas” ou “contas correntes”. (trezentos milhões de reais). (Grifo nosso)
Alternativa C. Lei nº 6.404/76, Art. 176, § 3º As demonstra- Ex.: (FGV) A alternativa que contém apenas relatórios
ções financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a que integram o conjunto completo de demonstrações
proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua contábeis exigidas pelo Pronunciamento Técnico CPC –
aprovação pela assembleia geral. 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis é:
Alternativa D. Lei 6.404/76, Art. 187, § 1º Na determinação a) balanço patrimonial, demonstração do resultado do
do resultado do exercício serão computados: exercício e relatório dos auditores independentes.
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, inde-
pendentemente da sua realização em moeda; e b) demonstração do valor adicionado, relatório de
b ) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incor- sustentabilidade e balanço patrimonial.
ridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.
c) notas explicativas, demonstração do resultado
Alternativa E. A reserva de reavaliação foi extinta.
abrangente e demonstração das mutações do patri-
Lei nº 6.404/76 x CPC 26
mônio líquido.
Demonstrações Contábeis
Lei 6.404/76 CPC 26 – Apresentação das DCs d) demonstração do resultado abrangente, relatório
Balanço patrimonial ao final do da administração e demonstração dos lucros acumu-
Balanço Patrimonial.
período. lados.
Demonstração dos lucros Demonstração do resultado do
ou prejuízos acumulados. período. e) demonstração das mutações do patrimônio líquido,
Demonstração do resultado Demonstração do resultado abrangen- demonstração do resultado do exercício e relatório da
do exercício. te do período. administração.
Demonstração dos fluxos Demonstração das mutações do C.
de caixa. patrimônio líquido do período.
CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis
Se companhia aberta, O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:
Demonstração dos fluxos de caixa do
demonstração do valor
período. (a) balanço patrimonial ao final do período;
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adicionado.
Balanço patrimonial do início do (b1) demonstração do resultado do período;
§ 6º A companhia fechada (b2) demonstração do resultado abrangente do período;
período mais antigo, comparati-
com patrimônio líquido, na
vamente apresentado, quando a (c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do pe-
data do balanço, inferior
entidade aplicar uma política contábil ríodo;
a R$ 2.000.000,00 (dois
retrospectivamente ou proceder à rea-
milhões de reais) não será (d) demonstração dos fluxos de caixa do período;
presentação retrospectiva de itens das
obrigada à elaboração e
publicação da demon-
demonstrações contábeis, ou quando (e) notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis
proceder à reclassificação de itens de significativas e outras informações elucidativas;
stração dos fluxos de caixa.
suas demonstrações contábeis.
(ea) informações comparativas com o período anterior
Demonstração do valor adicionado do (f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, com-
período. parativamente apresentado, quando a entidade aplicar uma
A CVM determina que as cias abertas devam publicar a política contábil retrospectivamente ou proceder à reapresen-
NOÇÕES DE ECONOMIA
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL, tação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou
ficando desobrigadas, portanto, de elaborar a Demonstração quando proceder à reclassificação de itens de suas
de Lucros ou Prejuízos Acumulados- DLPA. (f1) demonstração do valor adicionado do período, conforme
O CPC 26 inclui na composição do conjunto completo de Pronunciamento Técnico CPC 09, se exigido legalmente ou por
demonstrações contábeis: algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntaria-
a) notas explicativas, compreendendo as políticas con- mente.
tábeis significativas e outras informações elucidativas; A entidade pode usar outros títulos nas demonstrações em vez da-
b) informações comparativas com o período anterior. queles usados neste Pronunciamento Técnico, desde que não con-
Demonstrações Financeiras de Sociedades de Grande Porte trarie a legislação societária brasileira vigente.
Lei 11.638/07, Art. 3º Aplicam-se às sociedades de grande por-
te, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por
Escrituração
ações, as disposições da Lei nº 6.404/76, sobre escrituração e Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em
elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de registros permanentes, com obediência aos preceitos
auditoria independente por auditor registrado na Comissão de da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de 595
Valores Mobiliários. contabilidade geralmente aceitos, devendo observar
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e VII- o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu
596 registrar as mutações patrimoniais segundo o regime montante por ação do capital social.
de competência. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão
§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em que computados:
houver modificação de métodos ou critérios contábeis, a) as receitas e os rendimentos ganhos no perío-
de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e res- do, independentemente da sua realização em
saltar esses efeitos. moeda; e
NOÇÕES DE ECONOMIA
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(i) custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços
vendidos; necessariamente aquelas que já acabaram, de forma
que num determinado período presente ainda podem
(ii) lucro bruto; gerar resultados para empresa até o momento de efe-
(iii) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras tivamente acabarem.
despesas e receitas operacionais; CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Oper-
(iv) resultado antes das receitas e despesas financeiras; ação Descontinuada, item 32, define:
(v) resultado antes dos tributos sobre o lucro; Uma operação descontinuada é um componente da enti-
dade que foi baixado ou está classificado como mantido para
(vi) resultado líquido do período. venda e
Demonstração do Resultado do Exercício – CPC 26 (a) representa uma importante linha separada de negócios
ou área geográfica de operações;
RECEITA LÍQUIDA
(b) é parte integrante de um único plano coordenado para
NOÇÕES DE ECONOMIA
(-) Custo das mercadorias vendidas ou dos produtos e serviços venda de uma importante linha separada de negócios ou área
vendidos geográfica de operações; ou
(=) LUCRO BRUTO OU RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (c) é uma controlada adquirida exclusivamente com o ob-
(-) Despesas com Vendas
jetivo da revenda.
Vale ressaltar que não são as vendas normais de Ativo
(-) Despesas Administrativas Imobilizado e sim vendas relativas a divisões, produtos ou
(-) Despesas gerais atividades que a empresa abandonou que não existirão mais
no futuro.
(-) Outras Despesas Operacionais/ Outras despesas
A primeira forma de análise é o método da natureza da
(+) Outras Receitas Operacionais/ Outras receitas despesa. As despesas são agregadas na demonstração do
(=) RESULTADO ANTES DAS RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS resultado de acordo com a sua natureza (por exemplo, de-
(-) Despesas Financeiras preciações, compras de materiais, despesas com transporte,
benefícios aos empregados e despesas de publicidade), não
(+) Receitas Financeiras sendo realocados entre as várias funções dentro da entidade. 597
(=) RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA = LAIR Esse método pode ser simples de aplicar, porque não são
necessárias alocações de gastos a classificações funcionais. Ex.: (FGV) O Frigorífico Eta S.A. atua em três diferentes
598 Um exemplo de classificação que usa o método da natureza segmentos, que durante x1 apresentaram os seguintes
do gasto é o que se segue: resultados, apurados em 31/12, em milhares de reais:
Receitas X
Outras Receitas X
Variação do estoque de produtos X
NOÇÕES DE ECONOMIA
acabados e em elaboração
Consumo de matérias-primas e X
materiais
Despesa com benefícios a X
empregados Devido à baixa rentabilidade do segmento
Depreciações e amortizações X de aves, a direção do Frigorífico Eta S.A. deu início, em
Outras despesas X novembro de x1, a um plano para vender esse segmento
Total da despesa (X) de negócios, tendo iniciado um programa firme para
Resultado antes dos tributos X localizar um comprador e concluir o plano. O segmento
A segunda forma de análise é o método da função da despesa estava disponível para venda imediata em suas condições
ou do “custo dos produtos e serviços vendidos”, classificando-se
atuais, e a direção da companhia acreditava ser altamente
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Empregado – 10%----(94.500)
BC administradores----850.500
Administradores----(85.050)
Participações
Lucro-----765.450
Art. 190. As participações estatutárias de emprega- *BC = base de cálculo
dos, administradores e partes beneficiárias serão de- Os valores das participações calculados extracontabilmente serão
terminadas, sucessivamente e nessa ordem, com base transferidos para DRE.
nos lucros que remanescerem depois de deduzida a Para evitarmos esse “vai e volta” de informações, a única
participação anteriormente calculada. diferença dos valores apresentados na DRE e no cálculo
extracontábil é o prejuízo acumulado, então poderíamos
Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das partici-
chegar ao LLE da seguinte maneira: Lucro + Prejuízo acu-
NOÇÕES DE ECONOMIA
pações dos administradores e das partes beneficiárias mulada = 765.450 + 450.000 = R$ 1.215.450,00
o disposto nos parágrafos do artigo 201. (Grifo nosso)
RESPOSTA: D.
Convém observar que apesar de o Art. 190 não fazer
referência aos debenturistas, esta participação deverá ser a
Lucro Líquido
primeira a ser calculada (vide Art. 187). Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do exercí-
cio que remanescer depois de deduzidas as participações
A conta Prejuízo Acumulado não faz parte da DRE, mas de que trata o artigo 190.
ela influência na base de cálculo das participações estatutárias
Proposta de Destinação do Lucro
(vide Art. 190). A DRE evidencia as receitas e despesas do
período, o prejuízo acumulado corresponde a prejuízos de Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras
do exercício, os órgãos da administração da companhia
períodos anteriores. Por esse motivo, não devem contar na apresentarão à assembleia geral ordinária, observado o
DRE do exercício atual, fazendo-se necessários cálculos extra- disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta 599
contábeis. sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício.
Demonstração do Lucro ou CPC 23 - Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e
600 Retificação de Erro.
Prejuízo Acumulado – DLPA Mudança na estimativa contábil é um ajuste nos saldos
contábeis de Ativo ou de Passivo, ou nos montantes relativos
ao consumo periódico de Ativo, que decorre da avaliação da
situação atual e das obrigações e dos benefícios futuros es-
perados, associados aos Ativos e Passivos. As alterações nas
NOÇÕES DE ECONOMIA
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e) decréscimos pela aquisição de ações da própria com-
Sd. inicial + 480.000 – 410.000,00 = 0
panhia/ ações em tesouraria;
Sd. inicial + 70.000 = 0 f) acréscimo ou redução por ajustes de exercícios ante-
Sd. inicial = - 70.000,00 riores;
g) acréscimo ou redução por ajustes de avaliação patri-
C. monial.
Demonstração das Mutações Razonete do Patrimônio Líquido – DMPL
do Patrimônio Líquido Devedor Credor
A demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é Saldo Inicial
aquela destinada a evidenciar as mudanças, em natureza e valor, PLE LLE
ocorridas no patrimônio líquido da entidade, em um determina- Dividendo distribuído Aumento de capital pelos sócios
NOÇÕES DE ECONOMIA
do período de tempo.
Aquisição de ações da própria Constituição de reservas de
CPC 26 – Apresentação das DCs companhia/ ações em tesouraria capital
A demonstração das mutações do patrimônio líquido inclui Ajustes de exercícios anteriores Ajustes de exercícios anteriores
as seguintes informações: Ajustes de avaliação patrimonial Ajustes de avaliação patrimonial
(a) o resultado abrangente do período, apresentando sepa-
Saldo Final
radamente o montante total atribuível aos proprietários da enti-
dade controladora e o montante correspondente à participação Não alteram o Patrimônio Líquido
de não controladores; a) aumento de capital com utilização de reservas e lu-
(b) para cada componente do patrimônio líquido, os cros;
efeitos da aplicação retrospectiva ou da reapresentação ret- b) constituição de reservas de lucros;
rospectiva, reconhecidos de acordo com o Pronunciamento c) reversão de reservas para conta de lucros acumulados;
Técnico CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e d) compensação de prejuízos com reserva.
Retificação de Erro; Ex.: (Analista Previdenciário/CESGRANRIO) As infor- 601
(c) (eliminada); mações abaixo foram colhidas na Cia. Alvorada.
- Ocorreu um erro contábil no exercício de 2002, somente Contábeis, e que aumentaria o resultado daquele exercício
602 identificado após a publicação das Demonstrações Contá- em R$ 56. 000,00.
beis, e que aumentaria o resultado daquele exercício em Fato Modificativo Aumentativo – AEA
R$ 56. 000,00.
- Em novembro de 2003 houve um aumento de capital de
- Em novembro de 2003 houve um aumento de capital de R$ 1.000.000,00, com a seguinte origem:
R$ 1.000.000,00, com a seguinte origem: Transferência
de Reserva de Capital, R$ 500.000,00; Lucros Acumula- Transferência de Reserva de Capital, R$ 500.000,00 - Fato
NOÇÕES DE ECONOMIA
Reservas Ajuste de
exercícios 56.000 56.000
Dividen- anteriores
dos
Aumento
Saldo em 1.000.000 (500.000) (200.000) 300.000
2.500.000 150.000 174.375 268.750 230.000 295.375 3.618.500 de Capital
31.12.2003
Reversão
Tendo em vista todas as informações apresentadas, o de 50.000 -
Reservas
valor que será retirado do grupo do Patrimônio Líquido,
em reais, é: Lucro
Líquido do 487.500 487.500
a) 56.000,00 exercício
b) 176.125,00 Proposta
da
c) 195.000,00 Diretoria
e) 487.500,00 Dividen-
dos
(195.000) (195.000)
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6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM
cos, buscando apresentar, eliminados os valores que repre- TRANSFERÊNCIA
sentam dupla contagem, a parcela de contribuição que a en-
tidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Essa 6.1) Resultado de equivalência patrimonial
demonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor 6.2) Receitas financeiras
aos insumos adquiridos de terceiros e que são vendidos ou 6.3) Outras
consumidos durante determinado período.
7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR
Existem, todavia, diferenças temporais entre os modelos (5+6)
contábil e econômico no cálculo do valor adicionado. A ciência
econômica, para cálculo do PIB, baseia-se na produção, en- 8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO
(*)
quanto a contabilidade utiliza o conceito contábil da realização
da receita, isto é, baseia-se no regime contábil de competên- 8.1) Pessoal
cia. Como os momentos de realização da produção e das ven- 8.1.1 – Remuneração direta
NOÇÕES DE ECONOMIA
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lores reconhecidos no período e normalmente utilizados para todo ou em parte às Autarquias, ou quaisquer outras
conciliação entre o fluxo de caixa das atividades operacionais entidades, tais como o ISS e o IPTU.
e o resultado líquido do exercício.
Remuneração de capitais de terceiros - valores pagos ou
d) Valor adicionado recebido em transferência representa a
creditados aos financiadores externos de capital.
riqueza que não tenha sido criada pela própria entidade, e sim
por terceiros, e que a ela é transferida, como, por exemplo, ▷ Juros - incluem as despesas financeiras, inclusive as
receitas financeiras, de equivalência patrimonial, dividendos, variações cambiais passivas, relativas a quaisquer
aluguel, royalties etc. Precisa ficar destacado, inclusive, para tipos de empréstimos e financiamentos junto a in-
evitar dupla contagem em certas agregações. stituições financeiras, empresas do grupo ou outras
formas de obtenção de recursos. Incluem os valores
- Resultado de equivalência patrimonial - o resultado da
que tenham sido capitalizados no período.
equivalência pode representar receita ou despesa; se despesa,
deve ser considerado como redução ou valor negativo. ▷ Aluguéis - incluem os aluguéis (inclusive as despe-
NOÇÕES DE ECONOMIA
- Receitas financeiras - inclui todas as receitas financeiras, sas com arrendamento operacional) pagos ou cred-
inclusive as variações cambiais ativas, independentemente de itados a terceiros, inclusive os acrescidos aos Ativos.
sua origem. ▷ Outras - incluem outras remunerações que config-
- Outras receitas - inclui os dividendos relativos a investi- urem transferência de riqueza a terceiros, mesmo
mentos avaliados ao custo, aluguéis, direitos de franquia etc. que originadas em capital intelectual, tais como roy-
e) Distribuição da Riqueza alties, franquia, direitos autorais etc.
A segunda parte da DVA deve apresentar de forma detal- Remuneração de capitais próprios - valores relativos à re-
hada como a riqueza obtida pela entidade foi distribuída. Os muneração atribuída aos sócios e acionistas.
principais componentes dessa distribuição estão apresentados ▷ Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos - in-
a seguir: cluem os valores pagos ou creditados aos sócios e
Pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do acionistas por conta do resultado do período, ressal-
exercício na forma de: vando-se os valores dos JCP transferidos para conta
▷ Remuneração direta - representada pelos valores de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os 605
relativos a salários, 13º salário, honorários da ad- valores distribuídos com base no resultado do próprio
exercício, desconsiderando-se os dividendos distribuí- DESCRIÇÃO
606 dos com base em lucros acumulados de exercícios an-
1 – RECEITAS
teriores, uma vez que já foram tratados como “lucros
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e 500.000
retidos” no exercício em que foram gerados. serviços
▷ Lucros retidos e prejuízos do exercício - incluem os 2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
valores relativos ao lucro do exercício destinados às (inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS
NOÇÕES DE ECONOMIA
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R$ 80.000,00. § 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na
data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois mil-
R$ 90.000,00. hões de reais) não será obrigada à elaboração e publi-
Comentários: cação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação
dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
Segundo o CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado,
a construção de Ativos dentro da própria empresa para CPC 03 - DFC
seu próprio uso é procedimento comum. Nessa construção
diversos fatores de produção são utilizados, inclusive a I. Conceitos
contratação de recursos externos (por exemplo, materiais A DFC tem o objetivo de apresentar aos usuários a variação
e mão de obra terceirizada) e a utilização de fatores inter- do disponível de uma empresa em determinado período.
nos como mão de obra, com os consequentes custos que Variação do Disponível = SF Disponível
essa contratação e utilização provocam.
NOÇÕES DE ECONOMIA
- SI Disponível
Para elaboração da DVA, essa construção equivale à pro- Obs.: SF = saldo final; SI = saldo inicial
dução vendida para a própria empresa, e por isso seu valor As informações dos fluxos de caixa de uma entidade são
contábil integral precisa ser considerado como receita. A úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações con-
mão de obra própria alocada é considerada como distri- tábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade ger-
buição dessa riqueza criada, e eventuais juros ativados e ar caixa e equivalentes de caixa, bem como as necessidades
tributos também recebem esse mesmo tratamento. Os da entidade de utilização desses fluxos de caixa. As decisões
gastos com serviços de terceiros e materiais são apropria- econômicas que são tomadas pelos usuários exigem avaliação
dos como insumos. da capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de
Custo total do Ativo construído para uso próprio: caixa, bem como da época de sua ocorrência e do grau de cer-
teza de sua geração.
matéria-prima: R$ 40.000,00
Disponível = caixa + equivalente de caixa
+ mão de obra: R$ 25.000,00 * Equivalente de Caixa = Banco + Aplicações Financeiras de Liq- 607
+ juros sobre empréstimo: R$ 15.000,00 uidez Imediata + numerários em trânsito
Os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de Informações históricas dos fluxos de caixa são frequen-
608 atender a compromissos de caixa de curto prazo, e não para temente utilizadas como indicador do montante, época de
investimento ou outros propósitos. Para que um investimento ocorrência e grau de certeza dos fluxos de caixa futuros. Tam-
seja qualificado como equivalente de caixa, ele precisa ter con- bém são úteis para averiguar a exatidão das estimativas pas-
versibilidade imediata em montante conhecido de caixa e estar sadas dos fluxos de caixa futuros, assim como para examinar
sujeito a um insignificante risco de mudança de valor. Portanto, a relação entre lucratividade e fluxos de caixa líquidos e o im-
um investimento normalmente qualifica-se como equivalente pacto das mudanças de preços.
NOÇÕES DE ECONOMIA
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Despesas de juros
na aquisição (Nota A)
Aumento nas contas a receber de clientes e outros
Compra de Ativo Imobilizado (Nota B)
Diminuição nos estoques
Recebido pela venda de equipamento
Diminuição nas contas a pagar – fornecedores
Juros recebidos
Caixa proveniente das operações
Dividendos recebidos
Juros pagos
Caixa líquido usado nas atividades de investimento
Imposto de renda e contribuição social pagos
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
Recebido pela emissão de ações
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
Recebido por empréstimo a logo prazo
NOÇÕES DE ECONOMIA
Algumas transações, como a venda de item do imobili- Obs.: apesar de ser atividade relacionada à Ativo Imobilizado
zado, podem resultar em ganho ou perda, que é incluído na (arrendamento mercantil financeiro), o pagamento em caixa
apuração do lucro líquido ou prejuízo. Os fluxos de caixa rel- para redução de Passivo relativo a arrendamento mercantil fi-
ativos a tais transações são fluxos de caixa provenientes de nanceiro é fluxo de caixa de financiamento.
atividades de investimento. Entretanto, pagamentos em caixa C) Atividades de Investimento:
para a produção ou a aquisição de Ativos mantidos para alu-
guel a terceiros que, em sequência, são vendidos, são fluxos de Atividade Investimento: oANC + Empréstimos
caixa advindos das atividades operacionais. Os recebimentos Concedidos
de aluguéis e das vendas subsequentes de tais Ativos são tam- A divulgação em separado dos fluxos de caixa advindos
bém fluxos de caixa das atividades operacionais. das atividades de investimento é importante em função de tais
A entidade pode manter títulos e empréstimos para fins fluxos de caixa representarem a extensão em que os dispên-
de negociação imediata ou futura (dealing or trading purpos- dios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade de
es), os quais, no caso, são semelhantes a estoques adquiridos gerar lucros e fluxos de caixa no futuro. Somente desembolsos
especificamente para revenda. Dessa forma, os fluxos de caixa que resultam em Ativo reconhecido nas demonstrações con-
advindos da compra e venda desses títulos são classificados tábeis são passíveis de classificação como atividades de inves-
como atividades operacionais. Da mesma forma, as anteci- timento. Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades
pações de caixa e os empréstimos feitos por instituições finan- de investimento são:
ceiras são comumente classificados como atividades operacio- a) pagamentos em caixa para aquisição de Ativo Imo-
nais, uma vez que se referem à principal atividade geradora de bilizado, intangíveis e outros Ativos de longo prazo.
receita dessas entidades. Esses pagamentos incluem aqueles relacionados aos
custos de desenvolvimento ativados e aos Ativos capital próprio pagos podem ser classificados como com-
Imobilizados de construção própria; ponente dos fluxos de caixa das atividades operacionais, a
b) recebimentos de caixa resultantes da venda de Ativo
Imobilizado, intangíveis e outros Ativos de longo prazo; fim de auxiliar os usuários a determinar a capacidade de a
c) pagamentos em caixa para aquisição de instrumen- entidade pagar dividendos e juros sobre o capital próprio
tos patrimoniais ou instrumentos de dívida de outras utilizando os fluxos de caixa operacionais.
entidades e participações societárias em joint ven-
tures (exceto aqueles pagamentos referentes a títulos Este Pronunciamento encoraja fortemente as enti-
considerados como equivalentes de caixa ou aqueles dades a classificarem os juros, recebidos ou pagos, e
mantidos para negociação imediata ou futura);
os dividendos e juros sobre o capital próprio recebido
d) recebimentos de caixa provenientes da venda de in-
strumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida de como fluxos de caixa das atividades operacionais, e os
outras entidades e participações societárias em joint dividendos e juros sobre o capital próprio pago como
ventures (exceto aqueles recebimentos referentes aos fluxos de caixa das atividades de financiamento.
títulos considerados como equivalentes de caixa e aque- Alternativa diferente deve ser seguida de nota evi-
les mantidos para negociação imediata ou futura);
denciando esse fato.
e) adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a ter-
ceiros (exceto aqueles adiantamentos e empréstimos
Juros Recebidos ou pagos o Atividades Operacionais
feitos por instituição financeira);
Dividendos e Juros sobre o
f) recebimentos de caixa pela liquidação de adiantam- o Atividades operacionais
capital próprio recebidos
entos ou amortização de empréstimos concedidos a
terceiros (exceto aqueles adiantamentos e emprésti- Dividendos e Juros sobre o
o Atividades de financiamento
mos de instituição financeira); capital próprio pagos
g) pagamentos em caixa por contratos futuros, a termo, Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido
de opção e swap, exceto quando tais contratos forem Os fluxos de caixa referentes ao imposto de renda (IR)
mantidos para negociação imediata ou futura, ou os
pagamentos forem classificados como atividades de e contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) devem ser
financiamento; e divulgados separadamente e devem ser classificados como
h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, fluxos de caixa das atividades operacionais, a menos que pos-
de opção e swap, exceto quando tais contratos forem sam ser identificados especificamente como atividades de fi-
mantidos para negociação imediata ou venda futura,
ou os recebimentos forem classificados como ativi- nanciamento e de investimento.
dades de financiamento. Os impostos pagos são comumente classificados como
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fluxos de caixa das atividades operacionais. Todavia, quando for
- Os Empréstimos Concedidos serão classificados praticável identificar o fluxo de caixa dos impostos com uma de-
como atividade de investimento, independentemen-
terminada transação, da qual resultem fluxos de caixa que sejam
te de estarem registrados no AC ou no ANC.
classificados como atividades de investimento ou de financia-
mento, o fluxo de caixa dos impostos deve ser classificado como
Obs.: os fluxos das atividades de financiamento e de investi-
mentos são iguais nos dois métodos. atividade de investimento ou de financiamento, conforme seja
apropriado. Quando os fluxos de caixa dos impostos forem alo-
Juros e dividendos cados em mais de uma classe de atividade, o montante total dos
Os juros pagos e recebidos e os dividendos e os juros so- impostos pagos no período também deve ser divulgado.
bre o capital próprio recebidos são comumente classificados Ex.: (FGV/CGE/MA/2014) O CPC 03 – Demonstração dos
como fluxos de caixa operacionais em instituições financeiras.
NOÇÕES DE ECONOMIA
Transações de investimento e financiamento que não en- Notas Promissórias a Pagar (título financeiro) / Debêntures a
volvem o uso de caixa ou equivalentes de caixa devem ser excluí- Resgatar/ Arrendamento Mercantil Financeiro a pagar (Financiamen-
das da demonstração dos fluxos de caixa. Tais transações devem to) = Atividade de financiamento, independentemente de estarem
ser divulgadas nas notas explicativas às demonstrações contábeis, registrados no PC ou no PNC.
de modo que forneçam todas as informações relevantes sobre es-
sas atividades de investimento e de financiamento.
Exemplos de transações que não envolvem caixa ou equiva-
- efeitos de transações que não envolvem
lente de caixa são: caixa;
a) a aquisição de Ativos, quer seja pela assunção direta ex.: depreciação, amortização, exaustão,
do Passivo respectivo, quer seja por meio de arrenda- despesa de equivalência patrimonial,
mento financeiro; receita de equivalência patrimonial.
b) a aquisição de entidade por meio de emissão de in-
strumentos patrimoniais; e - efeitos de quaisquer diferimentos ou
c) a conversão de dívida em instrumentos patrimoniais. LLE ajustado
apropriações por competência sobre
recebimentos de caixa ou pagamentos em
Resumo caixa operacionais passados ou futuros.
MÉTODO INDIRETO
A = P + PL - efeitos de itens de receita ou despesa
Disponível + Outras contas do AC + ANC = PC + PNC + PL associados com fluxos de caixa das ati-
' Disponível = PC - AC + PNC + PL – ANC vidades de investimento ou de financia-
A. Operacional: 'AC A. Financiamento: A. Investimento: mento;
e 'PC 'PNC e 'PL 'ANC ex.: lucro na venda de imobilizado, prejuí-
zo na venda de investimento.
LLE ajustado n PNC nDisp. n ANC nDisp.
n PC nDisp. n PL nDisp. n ANC nDisp. Ex.: (2011 /FGV/SEFAZ-RJ) Em X9, as atividades opera-
n AC nDisp. n PNC nDisp. cionais da Cia. X consumiram R$ 3.000, as atividades de
n PC nDisp. n PL nDisp. financiamentos consumiram R$ 7.000 e as atividades
n AC nDisp. de investimento geraram R$ 12.000. Qual foi o saldo de
'Disponível = A. Operacional + A. Financiamento + A. Investimento = caixa e equivalentes a caixa da Cia. X em 31/12/X9, con-
SF Disponível - SI Disponível siderando que esse saldo em 01/01/X9 era de R$ 14.000?
Não esquecer!
a) R$ 12.000.
Obtenção/Paga- Concessão/Recebi- b) R$ 8.000.
Empréstimos mento mento
PC/PNC AC/ANC
c) R$ 2.000.
d) R$ 16.000.
Principal A. Financiamento A. Investimento
e) R$ 26.000.
Pago = A. Opera- Recebido = A. Opera-
Juros Comentário:
cional cional
'Disponível = A. Operacional + A. Financiamento + A.
Investimento
'Disponível = (3.000) + (7.000) + 12.000 = 2.000
'Disponível = SF Disponível - SI Disponível
2.000 = SF Disponível – 14.000
SF Disponível = 16.000
D.
Ex.: (2015/FCC/TCE CE) Os Balanços Patrimoniais em 31/12/2013 e 31/12/2014 e a Demonstração do Resultado do ano
2014 da empresa Armas da Paz S.A. são apresentados nos dois quadros a seguir (Valores em reais):
Ş
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NOÇÕES DE ECONOMIA
376.000 (positivo).
Conceito
c) (C) 4.000 (negativo) e 84.000 (negativo) e
336.000 (positivo). Resultado abrangente é a mutação que ocorre no patrimô-
d) (D) 44.000 (negativo), 84.000 (negativo) e nio líquido durante um período que resulta de transações e
386.000 (positivo). outros eventos que não sejam derivados de transações com
e) (E) 44.000 (negativo), 84.000 (negativo) e os sócios na sua qualidade de proprietários. Compreende to-
376.000 (positivo). dos os componentes da “demonstração do resultado” e da
Comentários: “demonstração dos outros resultados abrangentes”.
Atividade Operacional Resultado Abrangente = resultado do exercício + outros
LLE = 18.400 resultados abrangentes
Depreciação = + 48.000 Ajuste de reclassificação é o valor reclassificado para o re-
Provisão = + 80.000 sultado no período corrente que foi inicialmente reconhecido
Ş
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Ş
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no período em que os ganhos realizados são reconhecidos no
A demonstração do resultado e outros resultados abrangentes
resultado líquido do período, evitando que esse mesmo ganho
(demonstração do resultado abrangente) devem apresentar,
além das seções da demonstração do resultado e de outros seja reconhecido em duplicidade.
resultados abrangentes: Os ajustes de reclassificação podem ser apresentados na
demonstração do resultado abrangente ou nas notas explica-
(a) o total do resultado (do período);
tivas. A entidade que apresente os ajustes de reclassificação
(b) o total de outros resultados abrangentes; nas notas explicativas deve apresentar os componentes dos
(c) o resultado abrangente do período, sendo o total do resul- outros resultados abrangentes após os respectivos ajustes de
tado e de outros resultados abrangentes. reclassificação.
Se a entidade apresenta a demonstração do resultado sep- Os ajustes de reclassificação são cabíveis, por exemplo, na
arada da demonstração do resultado abrangente, ela não deve baixa de investimentos em entidade no exterior (ver Pronun-
apresentar a demonstração do resultado incluída na demon- ciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas
stração do resultado abrangente.
NOÇÕES DE ECONOMIA
ANOTAÇÕES
Ş
ŝ#-ŝŦ
Ş
ŝ#-ŝŦ
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS 617
ÍNDICE
1. Cinemática................................................................................................................ 618
Cinemática Escalar .......................................................................................................................618
Cinemática Vetorial ....................................................................................................................620
Movimento Circular .................................................................................................................... 622
2. Dinâmica ..................................................................................................................623
Leis de Newton e suas Aplicações .............................................................................................. 624
Trabalho ...................................................................................................................................... 626
Potência ...................................................................................................................................... 627
Energia ........................................................................................................................................ 627
Conservação de Energia e suas Transformações ........................................................................ 628
Impulso, Quantidade de Movimento e Conservação da Quantidade de Movimento ................. 628
Colisões....................................................................................................................................... 629
3. Estática ....................................................................................................................629
Estática dos Corpos Rígidos ....................................................................................................... 629
Estática dos Fluidos - Hidrostática .............................................................................................630
4. Ondulatórias ............................................................................................................632
Movimento Harmônico Simples (MHS)....................................................................................... 632
Ondas .......................................................................................................................................... 634
Ondas Sonoras ............................................................................................................................ 635
Efeito Doppler............................................................................................................................. 636
Ondas Eletromagnéticas............................................................................................................. 637
Frequências Naturais e Ressonância .......................................................................................... 637
5. Óptica ......................................................................................................................638
Reflexão da Luz .......................................................................................................................... 638
Refração da Luz ...........................................................................................................................641
Instrumentos Óticos ...................................................................................................................644
618
1. Cinemática A velocidade instantânea é dada em um momento especí-
fico, no qual não há variações para o tempo.
É o campo da física que estuda os movimentos realizados A medida da velocidade pode ser expressa tanto em Km/h
pelos corpos. (quilômetro por hora) como em m/s (metro por segundo).
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
Vm
t
Em que:
Vm = velocidade média;
'S = variação do espaço = espaço final (S) – espaço inicial (So);
't = variação do tempo = tempo final (t) – tempo inicial (to). Gráfico: Velocidade X tempo:
s
s
Em que:
t V = velocidade final;
Vo = velocidade inicial;
a = aceleração;
'S = variação do espaço = espaço final (V) – espaço inicial (Vo).
Movimento Uniformemente Variado (MUV) Gráficos do Movimento Uniformemente Variado
É quando um corpo se desloca com velocidade variada São três os gráficos do movimento uniformemente varia-
durante o percurso, existindo, nesse deslocamento, uma ace-
do, um do Espaço X tempo, outro da Velocidade X tempo e um
leração que produz essa variação de velocidade. É também
conhecido como movimento acelerado (ou retardado). da Aceleração X tempo.
Para calcular a aceleração média do corpo no movimento, Gráfico: espaço X tempo:
usa-se a seguinte fórmula:
s
Em que:
Dm = velocidade média; t
'V = variação da velocidade = velocidade final (V) – velo-
cidade inicial (Vo);
't = variação do tempo = tempo final (t) – tempo inicial
(to). Gráfico: Velocidade X tempo:
A aceleração instantânea é dada em um momento es- v
pecífico, no qual não há variações para o tempo.
A medida da aceleração deve ser expressa em m/s2
(metro por segundo ao quadrado).
α
Ş
ŝ#-ŝŦ
Para calcular a velocidade do corpo no decorrer do tem-
po, usa-se a seguinte equação: t
Em que:
V = velocidade final;
Vo = velocidade inicial; A tangente do ângulo formado é igual à medida da acele-
ração, e a área formada entre dois tempos é igual ao desloca-
a = aceleração;
mento (variação do espaço).
t = tempo.
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
Gráfico: Aceleração X tempo:
Já, para calcular o deslocamento (variação do espaço),
usa-se outra equação: a
at2
Em que: t
S = espaço final;
So = espaço inicial;
Vo = velocidade inicial;
a = aceleração; Obs.: A área formada entre dois tempos é igual à varia-
ção da velocidade.
t = tempo.
Movimento Vertical
Existe outra equação, usada tanto para encontrar a veloci-
dade, como para o deslocamento, que não necessita do tempo É uma variação do MUV quando os corpos são lançados
(observe que todas as equações anteriores usam o tempo), é a para cima ou para baixo. 619
chamada equação de TORRICELLI: Obs.: no movimento vertical, deve-se desprezar a resistência do ar.
As equações são as mesmas do MUV, devendo apenas tro-
620 car a aceleração “a” pela aceleração da gravidade “g”, que tem Quando temos um caso particular, no qual os vetores estão
valor de g = 9,80m/s2 (na maioria dos cálculos, usa-se o valor em posições ortogonais entre si, basta aplicar o teorema de
de 10m/s2 – por aproximação), e o espaço “S” pela altura “h”.
Pitágoras.
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
± gt b
gt2
▷ Subtração entre dois vetores
2g¨h Dados dois vetores e , o vetor resultante é dado por
, em que A é a extremidade e B é a origem.
Em que:
V = velocidade final; a R
Vo = velocidade inicial;
Ş
ŝ#-ŝŦ
g = aceleração da gravidade;
t = tempo; O B
h = altura final;
b
ho = altura inicial; Analiticamente, o vetor é dado por:
'h = variação da altura = altura final (V) - altura inicial (Vo). » Módulo:
» Direção: da reta AB
Cinemática Vetorial » Sentido: de B para A
Grandezas físicas que não ficam totalmente determinadas
com um valor e uma unidade são chamadas de grandezas ve- ▷ Produto de um número por um vetor:
toriais. Os vetores têm, além do valor numérico, a direção e o O produto de um número a por um vetor resultará em
sentido determinados. outro vetor dado por:
Um vetor pode ser representado da seguinte forma: com Módulo: | | = a .
uma seta acima da letra que o representa para indicar que se Direção: a mesma de ;
trata de uma grandeza vetorial. Sentido:
Graficamente, um vetor é representado por um segmento
▷ se a > 0 - o mesmo sentido de
orientado de reta.
▷ se a < 0 - contrário de .
▷ Cálculos com vetores.
Alguns cálculos com vetores necessitarão do conhecimen- ▷ Vetor Oposto
to sobre trigonometria. Denomina-se vetor oposto de um vetor o vetor - com as
▷ Adição de vetores. seguintes características:
Quando é feita uma operação com vetores, chama-se o seu
resultado de resultante . Dado dois vetores e , a resultan- Direção de é a mesma de
te é obtida graficamente traçando-se pelas extremidades de Sentido de é contrário ao de
cada um deles uma paralela ao outro.
A C
a R
a
O b B -a
Em que é o vetor soma.
Como a figura formada é um paralelogramo, este método
é denominado método do paralelogramo.
A intensidade do vetor é dada por:
A figura representa o vetor e o seu oposto - . ▷ Vetor soma de mais de dois vetores:
Preste atenção para dois detalhes: Quando um sistema é formado por mais de dois vetores
▷ Quando dois vetores tiverem a mesma direção e o concorrentes e coplanares, a solução analítica é possível. Para
mesmo sentido (a = 0º), o vetor resultante será: tanto, deve-se empregar o método das projeções de cada ve-
tor em dois eixos perpendiculares. Neste item, vamos conside-
Intensidade: R = a + b rar o ângulo que o vetor forma com o eixo de referência como
Direção: Mesma de e sendo um ângulo menor ou igual a 90º. O eixo de referência
Sentido: Mesmo de e será sempre o eixo x. De acordo com essa convenção, observa-
se o ângulo que cada vetor da figura forma com o eixo x.
y
▷ Quando dois vetores tiverem a mesma direção e os
sentidos opostos (a = 180º), o vetor resultante será:
c
b
Intensidade: R = a - b
d
Direção: Mesma de e 45o
30o
Sentido: Mesmo do vetor x
de maior módulo e a
45o
60o
▷ Decomposição de um vetor
h
São dados um vetor e um sistema de dois eixos ortogonais
x e y: f
g
y
P” P
Movimento em Duas Direções
ay Também conhecido como Principio de Galileu, diz que se
um corpo realiza um movimento em várias direções ao mes-
mo tempo, pode-se estudar o movimento de cada direção em
O ax P’ x separado.
Projeta-se ortogonalmente as extremidades do vetor nos
Ş
ŝ#-ŝŦ
Ex.: um barquinho se movimentando em um rio.
eixos x e y, obtendo-se suas componentes retangulares ax e ay.
Analiticamente, temos: o triângulo OP’P é retângulo, portanto: Observe que se não houvesse correnteza, a velocidade do
barquinho em relação a um observador parado na margem
seria VB, porém, com a correnteza, o movimento do barco em
relação a este observador seria uma composição do movimen-
to do rio e do próprio barco, de forma que em relação a este
observador, o barco apresentaria uma velocidade resultante
diferente da velocidade do barco, o que pode ser observado
▷ Adição de mais de dois vetores (método do polígono):
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
nos exemplos abaixo.
Neste método, o objetivo é formar um polígono com os
vetores que se deseja somar. O vetor soma ou resultante será ▷ Barco se movimentando a favor da correnteza:
aquele que tem origem na origem do primeiro e extremidade Vc
do último.
Note que:
Quando a extremidade do último vetor coincidir com a VB
origem do primeiro, isto é, quando o polígono for fechado, o
vetor resultante será nulo. (R = 0)
Sendo a velocidade do barco em relação ao observador pa-
rado na margem, B a velocidade do barco e C a velocidade da
correnteza, podemos observar que a velocidade é resultante
de B e C, e conforme a teoria, quando vetores atuam na mes-
ma direção e mesmo sentido, o módulo do vetor resultante é
dado pela soma dos módulos dos vetores, então: V = VB + VC
(o barco desce o rio mais rapidamente do que desceria se não 621
existisse a correnteza).
▷ Barco se movimenta contra a correnteza:
622 Vc
VB
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
=
Trajetória do VB V
Barco
Em que:
Vo = velocidade inicial;
Vc g = aceleração da gravidade;
Ş
ŝ#-ŝŦ
f=
X
0
A unidade da frequência é o Hertz (Hz). Em que:
Já quando um corpo descreve uma trajetória circular, mas T = ângulo final;
sua velocidade não é constante, ele está realizando um movi-
mento circular uniformemente variado (MCUV). T0 = ângulo inicial;
Equações do Movimento Circular Z= velocidade angular final;
As equações que determinam o movimento circular são as Z0 = velocidade angular inicial;
seguintes:
▷ Posição (deslocamento) angular: S = צ. R J = aceleração angular;
Em que: t = tempo;
S = espaço percorrido; 'T= variação de ângulo.
= צângulo; Para o MCUV, ainda há a seguinte fórmula:
R = raio de circunferência. t
Em que:
Z = velocidade angular; r
Ş
ŝ#-ŝŦ
V = velocidade escalar;
Z = velocidade angular;
Ra Rb
R = raio de circunferência.
▷ Aceleração angular:
Na transmissão de movimento circular, a velocidade linear
é a mesma em todos os pontos e, por isso, vale a seguinte re-
Em que: lação entre raios e frequência de rotação.
J = aceleração angular; FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
por definição é:
A 1ª lei de Newton, também conhecida como Princípio da
Inércia, diz: 1 kgf é o peso de um corpo de massa 1kg submetido à ace-
leração da gravidade de 9,8 m/s2.
“Um corpo em repouso tende a permanecer em repouso, e
um corpo em movimento tende a permanecer em movimento.” A sua relação com o Newton é:
Ex.: Você dentro de um veículo. P = mg
A 2ª lei de Newton, também conhecida como Princípio 1 Kgf = 1 kg . 9,8 m/s2
Fundamental da Dinâmica, diz: 1 Kgf = 9,8 Kg . m/s2 = 9,8 N
“A força é sempre diretamente proporcional ao produto Existe outra força que também é vertical, a Força Normal,
da aceleração de um corpo pela sua massa.” porém, essa é vertical na perpendicular ao plano em que o cor-
Em outras palavras, pode ser também: a aceleração que um po está. Trata-se de uma força de reação do plano ao corpo.
corpo adquire é diretamente proporcional à força que atua sobre ele. Quando as forças que atuam na vertical se anulam e o
Ou seja: corpo se encontra em equilíbrio, diz-se que o Peso é igual a
Normal.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Força de Atrito
Em que: É uma força que se opõe ao movimento.
F = resultante de todas as forças que agem sobre o corpo (em N);
m = massa do corpo no qual as forças atuam (em kg);
a = aceleração adquirida (em m/s2).
A unidade de força é o N (Newton).
Em que:
Ex.: Empurrar um carro.
Fat = força de atrito;
A 3ª lei de Newton, também conhecida como Princípio da
P = coeficiente de atrito;
Ação e Reação, diz:
N = força Normal.
“As forças atuam sempre em pares; para toda força de
A força de atrito pode ser estática ou dinâmica, depende
ação, existe uma força de reação, de igual intensidade, mesma
se há movimento ou não. Sempre que não tiver movimento, o
direção e sentido contrário.”
atrito será estático; agora, quando houver movimento, então o
Ex.: Para se deslocar, o nadador empurra a água para trás, e atrito será dinâmico.
esta, por sua vez, empurra-o para frente.
Força Elástica
Força de Tração
É a força que atua nas molas, calculando a sua deformi-
T F dade.
Em que:
P = força Peso (em N); Em que:
m = massa do corpo no qual as forças atuam (em kg); Fc = força centrípeta;
g = aceleração da gravidade (em m/s2). m = massa do corpo no qual as forças atuam (em kg);
ac = aceleração centrípeta;
v = velocidade escalar;
Z = velocidade angular;
ma + mb
R = raio da circunferência.
Plano Inclinado
No plano inclinado, ocorre uma decomposição de força.
y
P
0
▷ Corpos ligados por um fio ideal:
A força Peso se divide em duas outras: Px e Py. Um fio ideal é caracterizado por ter massa desprezível, ser
Logo, a força resultante no eixo “y” é: inextensível e flexível, ou seja, é capaz de transmitir totalmen-
te a força aplicada nele de uma extremidade à outra.
(na vertical há equilíbrio)
Ş
ŝ#-ŝŦ
ou
A tração no fio será calculada por meio da relação feita
(se houver força de atrito) acima:
Mas F = k · x e P = m · g, então:
B
Pa
Pb
Trabalho
Como as forças Peso e Normal no bloco se anulam, é fácil
verificar que as forças que causam o movimento são a Tração Quando se fala de trabalho, está se falando do trabalho de
e o Peso do Bloco B. uma força, que produz deslocamento de um corpo.
Utilizamos a letra grega “tau” minúscula (t) para expressar
trabalho.
A unidade de Trabalho é o Joule (J)
Ş
ŝ#-ŝŦ
Ş
ŝ#-ŝŦ
Energia Potencial
Então: Energia Potencial é a energia que pode ser armazenada
e tem a capacidade de ser transformada em energia cinética.
Conforme o corpo perde energia potencial, ganha energia
cinética ou vice-e-verso.
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
Energia Potencial Gravitacional
A unidade de potência é o watt (W).
É a energia que corresponde ao trabalho que a força Peso
realiza.
Além do watt, usa-se com frequência as unidades: É obtido quando consideramos o deslocamento de um
▷ 1kW (1 quilowatt) = 1.000W corpo na vertical, tendo como origem o nível de referência
▷ 1MW (1 megawatt) = 1.000.000W = 1.000kW (solo, chão de uma sala...).
▷ 1cv (1 cavalo-vapor) = 735W
▷ 1HP (1 horse-power) = 746W
Energia Enquanto o corpo cai, vai ficando mais rápido, ou seja, ga-
É a capacidade de executar um Trabalho. nha Energia Cinética, e como a altura diminui, perde Energia
Dentre tantas energias, aprenda sobre: Potencial Gravitacional.
▷ Energia Cinética;
▷ Energia Potencial Gravitacional; Energia Potencial Elástica 627
▷ Energia Potencial Elástica. Corresponde ao trabalho que a força Elástica realiza.
Impulso, Quantidade de
628
Movimento e Conservação da
x0
Quantidade de Movimento
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
Impulso
É a atuação de uma força em um corpo durante um perío-
x
do de tempo.
Calcula-se o impulso por:
Como a força elástica é uma força variável, seu trabalho é
calculado através do cálculo da área do seu gráfico, cuja Lei de
Hooke diz ser:
Força No gráfico de uma força constante, o valor do impulso é
numericamente igual à área entre o intervalo de tempo de in-
teração:
F Força
Ş
ŝ#-ŝŦ
A
A
x Deformação
Quantidade de Movimento
É a transferência de movimento de um corpo para outro.
Então: A quantidade de movimento relaciona a massa de um cor-
po com sua velocidade:
Ş
ŝ#-ŝŦ
po não se mova ou fique em MU.
Como a massa de um corpo, ou mesmo de um sistema, Quando o corpo está parado (v = 0), diz-se que ele está
dificilmente varia, o que sofre alteração é a velocidade deles. em equilíbrio estático, já quando o corpo está em Movimento
Uniforme (v = constante), ele está em equilíbrio dinâmico.
Colisões
Durante uma colisão de dois corpos, as forças externas são
Estática dos Corpos Rígidos
desprezadas se comparadas às internas, portanto, o sistema Para que um ponto esteja em equilíbrio, ele precisa satisfa-
pode ser sempre considerado mecanicamente isolado: zer a seguinte condição:
A resultante de todas as forças aplicadas a este ponto deve FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
ser nula.
Chamamos de corpo rígido ou corpo extenso todo o objeto
que não pode ser descrito por um ponto. Para conhecermos
o equilíbrio nestes casos, é necessário estabelecer dois con-
ceitos:
da porta? Pressão
Claramente, percebemos que é mais fácil abrir ou fechar a É a força exercida sobre a superfície de determinada área.
porta se aplicarmos força em sua extremidade, onde está a ma- Matematicamente, a pressão é igual ao quociente entre a
çaneta. Isso acontece, pois existe uma grandeza chamada Mo- força aplicada e a área desta superfície.
mento de Força , que também pode ser chamado Torque.
Esta grandeza é proporcional à Força e à distância da apli-
cação em relação ao ponto de giro, ou seja:
Em que:
▷ p = Pressão (Pa);
Como este é um produto vetorial, podemos dizer que o ▷ F = Força (N);
módulo do Momento da Força é:
▷ A = Área (m2).
A unidade de pressão é o Pascal (Pa), que é o nome ado-
tado para N/m2.
Ş
ŝ#-ŝŦ
Em que: Densidade
M = Módulo do Momento da Força; A densidade é a grandeza que relaciona a massa de um
F = Módulo da Força; corpo ao seu volume.
d = distância entre a aplicação da força ao ponto de giro; braço
de alavanca;
sen T = menor ângulo formado entre os dois vetores.
Em que:
Como sen 90° = 1, se a aplicação da força for perpendicular
▷ d = Densidade (kg/m3);
à “d”, o momento será máximo;
▷ m = Massa (kg);
Como sen 0° = 0, quando a aplicação da força é paralela à
▷ V = Volume (m3).
“d”, o momento é nulo.
O Momento da Força de um corpo é: Pressão Hidrostática
▷ Positivo quando girar no sentido anti-horário; Da mesma forma como os corpos sólidos, os fluídos tam-
▷ Negativo quando girar no sentido horário. bém exercem pressão sobre outros, devido ao seu peso. Para
obtermos essa pressão, consideremos um recipiente contendo
Condições de Equilíbrio um líquido de densidade “d” que ocupa o recipiente até uma
de um Corpo Rígido altura “h”, em um local do planeta onde a aceleração da gravi-
dade é “g”. A Força exercida sobre a área de contato é o peso
Para que um corpo rígido esteja em equilíbrio, além de não do líquido.
se mover, esse corpo não pode girar. Por isso, precisa satisfazer
duas condições:
▷ A resultante das forças aplicadas sobre seu centro de P=
massa deve ser nula (não se move ou se move com
velocidade constante).
▷ A resultante dos Momentos da Força aplicados ao
corpo deve ser nula (não gira ou gira com velocida-
de angular constante). Como:
Ş
ŝ#-ŝŦ
hQ
________ hR
Q Se o líquido em questão for ideal, ele não sofrerá compres-
________
são, então, a distância h será a mesma após a aplicação da
R força.
Assim:
As pressões em Q e R são: FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
▷ Prensa hidráulica:
S2
S1
Por meio desse teorema, podemos concluir que todos os
pontos a uma mesma profundidade, em um fluido homogê-
neo (que tem sempre a mesma densidade), estão submetidos 631
à mesma pressão.
Uma das principais aplicações do teorema de Pascal é a Assim:
632 prensa hidráulica.
Essa máquina consiste em dois cilindros de raios diferen-
tes A e B, interligados por um tubo. No seu interior, existe um
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
4. Ondulatórias
Chamamos de ondulatória a parte da física que é respon-
m sável por estudar as características e propriedades em comum
dos movimentos das ondas.
ou
-a x0 a
x0
As posições a e -a são deformações máximas que a mola
O bloco em vermelho ligado a uma mola tendo como terá quando o bloco de massa m for colocado em oscilação.
posição de equilíbrio do sistema a posição Xo. A posição X é dada em função do tempo.
Nesse sistema, desprezaremos as forças dissipativas (atri-
to e resistência do ar). O bloco, quando colocado em oscilação,
movimentar-se-á sob a ação da força restauradora elástica,
que pode ser calculada pela seguinte expressão: Em que:
▷ A = elongação máxima (m);
Z = frequência angular (rad/s);
▷ = espaço angular que um ponto projetado pelo
bloco sobre uma circunferência realiza (rad);
Ş
ŝ#-ŝŦ
Período ▷ t = intervalo de tempo.
O período de um corpo em MHS é o intervalo de tempo re- Velocidade do Móvel em MHS
ferente a uma oscilação completa e pode ser calculado através
da seguinte expressão:
Sendo:
Logo:
O período [T(s)] depende da massa do corpo colocado em
oscilação [m(kg)] e da constante elástica da mola [k(N/m)].
Frequência
Em que:
A frequência de um corpo em MHS corresponde ao número ▷ a = elongação máxima (m);
de oscilações que esse corpo executa por unidade de tempo e ▷ Z= frequência angular (rad/s);
essa grandeza pode ser determinada pela seguinte expressão: ▷ = espaço angular que um ponto projetado pelo
bloco sobre uma circunferência realiza (rad);
▷ t = intervalo de tempo.
Aceleração do Móvel em MHS
Então:
v=0
ы
-A 0 A x
Quando o objeto é abandonado na posição x = A, a
energia mecânica do sistema é igual à energia potencial
elástica armazenada, pois não há movimento e, consequen-
temente, energia cinética. Assim: m
O período de um pêndulo simples pode ser expresso por:
Ondas
No estudo da física, onda é uma perturbação que se propa-
ga no espaço ou em qualquer outro meio, como, por exemplo,
na água. Uma onda transfere energia de um ponto para outro,
Ao chegar na posição x = -A, novamente o objeto ficará
momentaneamente parado (v = 0), tendo sua energia mecâni- mas nunca transfere matéria entre dois pontos. As ondas po-
ca igual à energia potencial elástica do sistema. dem se classificar de acordo com a direção de propagação de
energia, quanto à natureza das ondas e quanto à direção de
No ponto em que x = 0, ocorrerá o fenômeno inverso ao da
propagação.
máxima elongação, sendo que:
ї Quanto à direção de propagação de energia, as ondas se
classificam da seguinte forma:
▷ Unidimensionais: propagam-se em uma única di-
mensão;
▷ Bidimensionais: propagam-se num plano;
▷ Tridimensionais: propagam-se em todas as direções.
ї Quanto à natureza, as ondas se classificam em:
▷ Ondas mecânicas: são aquelas que necessitam
de um meio material para se propagar como, por
exemplo, onda em uma corda ou mesmo as ondas
Assim, podemos concluir que, na posição x = 0, ocorre sonoras;
a velocidade máxima do sistema massa-mola, já que toda a ▷ Ondas eletromagnéticas: são aquelas que não ne-
energia mecânica é resultado dessa velocidade. cessitam de meio material para se propagarem,
elas podem se propagar tanto no vácuo (ausência É comum aos movimentos uniformes, mas, conhecendo a es-
de matéria) como também em certos tipos de ma- trutura de uma onda:
teriais. São exemplos de ondas eletromagnéticas: a ʄ
luz solar, as ondas de rádio, as micro-ondas, raios X,
entre muitas outras.
ї Quanto à direção de propagação, as ondas se classificam em:
▷ Ondas transversais: são aquelas que têm a direção
de propagação perpendicular à direção de vibração,
como, por exemplo, as ondas eletromagnéticas.
▷ Ondas longitudinais: nessas ondas, a direção de pro-
pagação se coincide com a direção de vibração. Nos
líquidos e gases, a onda se propaga dessa forma.
Para descrever uma onda, é necessária uma série de gran-
dezas, entre elas, temos: velocidade, amplitude, frequência, Temos que 'S = O e que 't = T, assim:
período e o comprimento de onda.
Componentes de uma onda
Uma onda é formada por alguns componentes básicos,
quais sejam:
Crista
Ş
ŝ#-ŝŦ
▷ A = amplitude da onda.
Ondas Sonoras
São ondas mecânicas, pois somente se propagam através
É denominada comprimento da onda, e expressa pela letra de um meio material. Diferentemente das ondas eletromagné-
grega lambida (O), a distância entre duas cristas ou dois vales ticas (como, por exemplo, a luz), as ondas sonoras não podem
consecutivos. se propagar no vácuo.
Chamamos período da onda (T) o tempo decorrido até que As ondas sonoras são consideradas ondas de pressão. Por
duas cristas ou dois vales consecutivos passem por um ponto, e exemplo, quando um músico bate em um tambor musical, a
frequência da onda (f) o número de cristas ou vales consecutivos vibração da membrana produz alternadamente compressões
que passam por um mesmo ponto, em uma determinada unidade e rarefações do ar, ou seja, produz variações de pressão que se FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
de tempo. propagam através do meio, no caso, o ar.
Portanto, o período e a frequência são relacionados por: Dependendo da fonte emitente, as ondas sonoras podem
apresentar qualquer frequência, desde poucos hertz (como as
ondas produzidas por abalos sísmicos), até valores extrema-
mente elevados (comparáveis às frequências da luz visível).
Porém, nós, seres humanos, só conseguimos ouvir ondas so-
A unidade internacionalmente utilizada para a frequência noras cujas frequências estejam compreendidas entre 20 Hz e
é Hertz (Hz), sendo que 1Hz equivale à passagem de uma 20.000 Hz, sendo chamadas, genericamente, de sons.
crista ou de um vale em 1 segundo. Ondas sonoras que possuem frequência abaixo de 20 Hz
são denominadas infrassons e as ondas que possuem fre-
Velocidade de Propagação das Ondas quência superior a 20.000 Hz são denominadas ultrassons.
Como não transportam matéria em seu movimento, é previ- A propagação do som em meios gasosos depende fortemen-
sível que as ondas se desloquem com velocidade contínua, logo, te da temperatura do gás. É possível, inclusive demonstrar experi-
estas devem ter um deslocamento que valide a expressão: mentalmente que a velocidade do som em gases é dada por:
635
Em que: Efeito Doppler
636 ▷ k = constante que depende da natureza do gás; O Efeito Doppler é a alteração da frequência sonora per-
▷ T = temperatura absoluta do gás (em kelvin). cebida pelo observador em virtude do movimento relativo de
aproximação ou afastamento entre a fonte e o observador.
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
Em que:
▷ vo é a velocidade do observador.
Como a frequência de uma onda pode ser definida como o
Então, também podemos expressar a intensidade por: número de comprimentos de onda que serão produzidos (re-
cebidos) na unidade de tempo, então, a frequência percebida
pelo observador será a seguinte:
z
Portanto, se ambos movem-se relativamente entre si, a y
expressão resultante será:
Ş
ŝ#-ŝŦ
o caso de uma ambulância com sirene ligada que passe por Assim, é possível estabelecer uma relação entre a inten-
um observador. Ao se aproximar, o som é mais agudo (maior sidade E do campo elétrico e a intensidade B do campo mag-
frequência e menor comprimento de onda), enquanto que, ao nético:
se afastar, o som é mais grave (menor frequência e maior com-
primento de onda).
Por um viés mais prático, o efeito Doppler permite a me-
dição da velocidade de objetos através da reflexão de ondas
emitidas pelo próprio equipamento de medição, que podem Em que v é a velocidade de propagação da onda eletro-
ser radares, baseados em radiofrequência, ou lasers, que magnética.
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
utilizam frequências luminosas. Muito utilizado para medir a
velocidade de automóveis, aviões, na Mecânica dos fluidos e Frequências Naturais e Ressonância
na Hidráulica, em partículas sólidas dentro de um fluido em Sempre que um corpo capaz de oscilar sofrer uma série
escoamento. periódica de impulsos, com uma frequência igual a uma das
frequências naturais de vibração do corpo, este, em geral, é
Ondas Eletromagnéticas posto em vibração com uma amplitude relativamente grande.
O resultado da interação de campos variáveis é a produ- Esse fenômeno é chamado de ressonância e diz-se que o cor-
ção de ondas de campos elétricos e magnéticos que podem po entra em ressonância com os impulsos aplicados.
se propagar até mesmo pelo vácuo e apresentam proprieda- Cada sistema físico capaz de vibrar possui uma ou mais
des típicas de uma onda mecânica, como reflexão, retração, frequências naturais, isto é, que são características do sistema,
difração, interferência e transporte de energia. A essas ondas, mais precisamente da maneira como este é construído. Como,
dá-se o nome de ondas eletromagnéticas. por exemplo, um pêndulo ao ser afastado do ponto de equilí-
As ondas eletromagnéticas têm como característica prin- brio, cordas de um violão ou uma ponte para a passagem de
cipal a sua velocidade. Da ordem de 300.000Km/s no vácuo, pedestres sobre uma rodovia movimentada.
no ar, sua velocidade é um pouco menor. Considerada a maior Todos esses sistemas possuem sua frequência natural, que
velocidade do universo, elas podem vencer vários obstáculos lhes é característica. Quando ocorrem excitações periódicas
físicos, tais como gases, atmosfera, água, paredes, dependen- sobre o sistema, como quando o vento sopra com frequência 637
do da sua frequência. constante sobre uma ponte durante uma tempestade, acon-
tece um fenômeno de superposição de ondas que alteram a ї 1ª lei da reflexão: O raio de luz refletido e o raio de luz
638 energia do sistema, modificando sua amplitude. incidente, assim como a reta normal à superfície, perten-
Conforme estudamos anteriormente, se a frequência na- cem ao mesmo plano, ou seja, são coplanares.
tural de oscilação do sistema e as excitações constantes sobre ї 2ª Lei da reflexão: O ângulo de reflexão (r) é sempre
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
ele estiverem sob a mesma frequência, a energia do sistema igual ao ângulo de incidência (i).
será aumentada, fazendo com que vibre com amplitudes cada
vez maiores. i=r
O fenômeno da ressonância é facilmente demonstrado ao
colocarmos dois diapasões idênticos no ar, quando um é posto Espelho Plano
a vibrar, naturalmente o outro poderá ser ouvido, pois iniciará
Um espelho plano é aquele em que a superfície de reflexão
uma vibração.
é totalmente plana.
5. Óptica Os espelhos planos têm utilidades bastante diversificadas,
desde as domésticas até como componentes de sofisticados
Óptica é o ramo da física que estuda os fenômenos re- instrumentos ópticos.
lacionados à luz. A óptica explica os fenômenos da reflexão, Representa-se um espelho plano por:
refração e difração. N
A C
Reflexão da Luz
Reflexão é um fenômeno físico no qual ocorre a mudança da i r
direção de propagação da luz (desde que o ângulo de incidência
Ş
ŝ#-ŝŦ
Espelho plano
não seja de 90°). Ou seja, consiste no retorno dos feixes de luz
B
incidentes em direção à região de onde ela veio, após eles en-
trarem em contato com uma determinada superfície refletora.
Quando a luz incide sobre uma superfície e retorna para o
meio em que estava se propagando, dizemos que ela sofreu
As principais propriedades de um espelho plano são a si-
reflexão. A reflexão difere da refração, pois a refração consiste
metria entre os pontos objeto e imagem e que a maior parte
no desvio de luz para um meio diferente do qual a luz estava se
da reflexão que acontece é regular.
propagando. A reflexão pode ser de dois tipos: reflexão regular,
quando os raios de luz incidem sobre superfícies totalmente poli- ї Construção das imagens em um espelho plano:
das, e reflexão difusa, quando os raios incidem sobre superfícies Para se determinar a imagem em um espelho plano, bas-
irregulares. Essa última é a responsável pela percepção do am- ta imaginarmos que o observador vê um objeto que parece
biente que nos cerca. estar atrás do espelho. Isso ocorre porque o prolongamento
É possível esquematizar a reflexão de um raio de luz, ao atingir do raio refletido passa por um ponto imagem virtual (PIV),
uma superfície polida, da seguinte forma: “atrás” do espelho.
N Nos espelhos planos, o objeto e a respectiva imagem têm
A C sempre naturezas opostas, ou seja, quando um é real o outro
deve ser virtual, portanto, para se obter geometricamente a
imagem de um objeto pontual, basta traçar por ele, através
i r do espelho, uma reta e marcar simetricamente o ponto ima-
gem.
T
ї Translação de um espelho plano:
B Considerando a figura:
Em que:
AB = raio de luz incidente;
d1 d1
BC = raio de luz refletido; x
N = reta normal à superfície no ponto B;
T = reta tangente à superfície no ponto B;
i = ângulo de incidência, formado entre o raio incidente e a ы
d2 d2
reta normal;
r = ângulo refletido, formado entre o raio refletido e a reta normal.
A parte superior do desenho mostra uma pessoa a uma
Leis da Reflexão distância “d1”do espelho, logo, a imagem aparece a uma dis-
Os fenômenos em que acontece reflexão, tanto regular tância “d1” em relação ao espelho.
quanto difusa e seletiva, obedecem a duas leis fundamentais Na parte inferior da figura, o espelho é transladado “l” para
que são: a direita, fazendo com que o observador esteja a uma distância
“d2” do espelho, fazendo com que a imagem seja deslocada x Espelhos Esféricos
para a direita.
Chamamos espelho esférico qualquer calota esférica que
Pelo desenho, podemos ver que:
seja polida e possua alto poder de reflexão.
x = 2d2 - 2d1
x = 2(d2 - d1)
É fácil observar-se que a esfera da qual a calota acima faz
Mas, pela figura, podemos ver que: parte tem duas faces, uma interna e outra externa. Quando a
superfície refletiva considerada for a interna, o espelho é cha-
l = d2 - d 1 mado côncavo, já nos casos em que a face refletiva é a externa,
o espelho é chamado convexo.
Logo:
espelho convexo
x = 2l
incidente
Ş
ŝ#-ŝŦ
refratado
Ou seja, a velocidade de deslocamento da imagem é igual
ao dobro da velocidade de deslocamento do espelho.
Quando o observador também se desloca, a velocidade ao ser
considerada é a velocidade relativa entre o observador e o espe- ї Aspectos geométricos dos espelhos esféricos:
lho, ao invés da velocidade de translação do espelho, ou seja:
Para o estudo dos espelhos esféricos, é útil o conhecimen-
to dos elementos que os compõe, esquematizados na figura
abaixo: FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
ta, é a abertura do espelho. Um objeto pode ser real ou virtual. No caso dos espelhos,
O raio da esfera R que origina a calota é chamado raios de dizemos que o objeto é virtual se ele se encontra “atrás” do
espelho. No caso de espelhos esféricos, a imagem de um ob-
curvatura do espelho. jeto pode ser maior, menor ou igual ao tamanho do objeto. A
Um sistema óptico que consegue conjugar, a um ponto imagem pode, ainda, aparecer invertida em relação ao objeto.
objeto, um único ponto como imagem é dito estigmático. Os Se não houver sua inversão, dizemos que ela é direita.
espelhos esféricos normalmente não são estigmáticos, nem Nos espelhos côncavos:
aplanéticos ou ortoscópicos, como os espelhos planos. ▷ Se o objeto estiver antes do centro de curvatura, sua
No entanto, espelhos esféricos só são estigmáticos para imagem será real, invertida e menor do que o obje-
os raios que incidem próximos do seu vértice V e com uma to e estará entre o centro de curvatura e o foco do
espelho;
pequena inclinação em relação ao eixo principal. Um espelho
▷ Se o objeto estiver no centro de curvatura, sua ima-
com essas propriedades é conhecido como espelho de Gauss. gem será real, invertida e do mesmo tamanho do
Um espelho que não satisfaz as condições de Gauss (in- objeto e estará no centro de curvatura do espelho;
cidência próxima do vértice e pequena inclinação em relação ▷ Se o objeto estiver entre o centro de curvatura e o
ao eixo principal) é dito astigmático. Um espelho astigmático foco do espelho, sua imagem será real, invertida e
Ş
ŝ#-ŝŦ
conjuga a um ponto uma imagem parecendo uma mancha. maior do que o objeto e estará antes do centro de
ї Focos dos espelhos esféricos: curvatura;
▷ Se o objeto estiver no foco, sua imagem não existirá;
Para os espelhos côncavos de Gauss, pode-se verificar que
▷ Se o objeto estiver depois do foco, sua imagem
todos os raios luminosos que incidirem ao longo de uma di-
será virtual, normal e maior do que o objeto.
reção paralela ao eixo secundário passam por (ou convergem
Nos espelhos convexos:
para) um mesmo ponto F - o foco principal do espelho.
▷ As imagens são sempre virtuais, normais e meno-
res do que o objeto.
ї Equação fundamental dos espelhos esféricos:
y
F
i
o
x C F
p p’
espelho côncavo
No caso dos espelhos convexos, a continuação do raio re-
fletido é que passa pelo foco. Tudo se passa como se os raios
refletidos se originassem do foco.
Dadas a distância focal e posição do objeto, é possível de-
terminar, analiticamente, a posição da imagem por meio da
equação de Gauss, que é expressa por:
espelho convexo
Sendo o foco do espelho aproximadamente igual ao ponto
médio do centro de curvatura ao vértice do espelho, tem-se:
Ou seja:
Refração da Luz
A refração é o fenômeno que ocorre com a luz quando ela
passa de um meio homogêneo e transparente para outro meio
também homogêneo e transparente, porém, diferente do pri-
meiro. Nessa mudança de meio, podem ocorrer mudanças na
velocidade de propagação e na direção de propagação.
Refringência
▷ Meio homogêneo: é o meio no qual todos os pontos Dizemos que um meio é mais refringente que outro quando
apresentam as mesmas propriedades físicas, como seu índice de refração é maior que do outro. Ou seja, o etanol é
densidade, pressão e temperatura. mais refringente que a água.
▷ Meio transparente: é o meio através do qual pode- De outra maneira, podemos dizer que um meio é mais
mos visualizar nitidamente os objetos. refringente que outro quando a luz se propaga por ele com
▷ Meio isotrópico: é o meio no qual a velocidade da velocidade menor que no outro.
luz é a mesma em qualquer que seja sua direção de
propagação. Leis de Refração
Observe o desenho:
Índice de Refração Absoluto
Para o entendimento completo da refração, convém a in-
Meio de incidência
Raio 1
trodução de uma nova grandeza que relacione a velocidade da
radiação monocromática no vácuo e em meios materiais. Essa v .ʄ .f
1 1 ɽ1
grandeza é o índice de refração da luz monocromática no meio
apresentado, e é expressa por: dioptro
Ş
ŝ#-ŝŦ
ɽ2
Raio 2
Em que n é o índice de refração absoluto no meio, e c é a v2 . ʄ2 . f
velocidade da luz no vácuo (300.000.000m/s ou 3.108m/s). Meio de refração
É importante observar que o índice de refração absoluto
Em que:
nunca pode ser menor do que 1, já que a maior velocidade
possível em um meio é c, se o meio considerado for o próprio ▷ Raio 1 é o raio incidente, com velocidade e compri-
vácuo. mento de onda característico;
Para todos os outros meios materiais, n é sempre maior ▷ Raio 2 é o raio refratado, com velocidade e compri-
que 1. mento de onda característico; FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
Dioptro
É todo o sistema formado por dois meios homogêneos e
transparentes.
Quando essa separação acontece em um meio plano, cha- A aplicação usual dos prismas ópticos é seu uso para sepa-
mamos, então, dioptro plano. rar a luz branca policromática nas sete cores monocromáticas
ar do espectro visível, além de que, em algumas situações, pode
refletir tais luzes.
dioptro ї Funcionamento do prisma:
Quando a luz branca incide sobre a superfície do prisma, sua
água
velocidade é alterada, no entanto, cada cor da luz branca tem
um índice de refração diferente, e logo, ângulos de refração di-
ferentes, chegando à outra extremidade do prisma separadas.
A figura acima representa um dioptro plano, na separação ї Tipos de prismas:
entre a água e o ar, que são dois meios homogêneos e trans- ▷ Prismas dispersivos são usados para separar a luz
parentes. em suas cores de espectro.
ї Formação de imagens através de um dioptro: ▷ Prismas refletivos são usados para refletir a luz.
Considere um pescador que vê um peixe em um lago. ▷ Prismas polarizados podem dividir o feixe de luz
O peixe encontra-se a uma profundidade H da superfície da em componentes de variadas polaridades.
água. O pescador o vê a uma profundidade h. Conforme mos- Lentes Esféricas Convergentes
tra a figura a seguir: Em uma lente esférica com comportamento convergente,
Observador a luz que incide paralelamente entre si é refratada, tomando
direções que convergem a um único ponto.
ɽ1 Tanto lentes de bordas finas como de bordas espessas
Ar - meio 1 podem ser convergentes, dependendo do seu índice de re-
h Água - meio 2 fração em relação ao do meio externo.
ɽ2
H O caso mais comum é aquele em que a lente tem índice
x
de refração maior que o índice de refração do meio externo.
Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento con-
vergente é o de uma lente biconvexa (com bordas finas):
Focos de uma Lente e Vergência
ї Focos principais:
Uma lente possui um par de focos principais: foco principal
n1 objeto (F) e foco principal imagem (F’), ambos localizam-se a
sobre o eixo principal e são simétricos em relação à lente, ou
seja, a distância OF é igual a distância OF’.
▷ Foco imagem (F’): É o ponto ocupado pelo foco
n1 < n2 imagem, podendo ser real ou virtual.
Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem me- ▷ Foco objeto (F): É o ponto ocupado pelo foco obje-
nor índice de refração que o meio. Nesse caso, um exemplo to, podendo ser real ou virtual.
de lente com comportamento convergente é o de uma lente ▷ Distância focal: É a medida da distância entre um
bicôncava (com bordas espessas): dos focos principais e o centro óptico, esta medida é
caracterizada pela letra f.
▷ Vergência: Dada uma lente esférica em determina-
do meio, chamamos vergência da lente (V) a unida-
de caracterizada como o inverso da distância focal,
n1 ou seja:
n2
n1 > n2
Ş
ŝ#-ŝŦ
refração maior que o índice de refração do meio externo. Nes- quem usa óculos, é o “Grau”.
se caso, um exemplo de lente com comportamento divergente
é o de uma lente bicôncava (com bordas espessas):
1di = 1grau
Veq = V1 + V2
B’
Ş
ŝ#-ŝŦ
0 i
0
ї Associação de lentes separadas: A’
Quando duas lentes são associadas de forma separada, B
utiliza-se uma generalização do teorema das vergências para
definir uma lente equivalente.
Um exemplo de associação separada é:
Lente 1 p p’
Lente 2
E.p.
d
Projetor
A generalização do teorema diz que a vergência da lente Um projetor é um equipamento provido de uma lente con-
equivalente à tal associação é igual à soma algébrica das ver- vergente (objetiva) que é capaz de fornecer imagens reais, in-
gências dos componentes menos o produto dessas vergências vertidas e maiores que o objeto, que pode ser um slide ou filme.
pela distância que separa as lentes. Desta forma: Normalmente, os slides ou filmes são colocados invertidos,
assim, a imagem projetada será vista de forma direta.
Veq = V1 + V2 - V1V2d
5mm 15mm
Ş
ŝ#-ŝŦ
Tal representação é chamada olho reduzido, e traz a repre-
sentação das distâncias entre a córnea e a lente e entre a lente
e a retina, sendo a última a distância da imagem produzida em
relação a lente (p’).
Esse microscópio composto também é chamado Microscó-
pio Óptico, sendo capaz de aumentar até 2.000 vezes o objeto ї Adaptação visual:
observado. Existem também Microscópio Eletrônicos capazes Chama-se adaptação visual a capacidade apresentada
de proporcionar aumentos de até 100.000 vezes e Microscó- pela pupila de se adequar à luminosidade de cada ambiente,
pios de Varredura que produzem aumentos superiores a 1 mi- comprimindo-se ou dilatando-se. FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS
lhão de vezes.
Em ambientes com grande luminosidade, a pupila pode
Luneta atingir um diâmetro de até 1,5mm, fazendo com que entre me-
Lunetas são instrumentos de observação a grandes dis- nos luz no globo ocular, protegendo a retina de um possível
tâncias, sendo úteis para observação de astros (luneta astro- ofuscamento.
nômica) ou para observação da superfície terrestre (luneta Já em ambientes mais escuros, a pupila se dilata, atingindo
terrestre). diâmetro de até 10mm. Assim, a incidência de luminosidade
Uma luneta é basicamente montada da mesma forma que aumenta no globo ocular, possibilitando a visão em tais am-
um microscópio composto, com objetiva e ocular, no entanto, bientes.
a objetiva da luneta tem distância focal na ordem de metros,
sendo capaz de observar objetos afastados. ї Acomodação visual:
As pessoas que têm visão considerada normal, emétropes,
têm a capacidade de acomodar objetos de distâncias de 25cm
em média, até distâncias no infinito visual.
ї Ponto próximo:
A primeira distância (25cm) corresponde ao ponto próxi- 645
mo, que é a mínima distância que uma pessoa pode enxergar
corretamente. O que caracteriza essa situação é que os múscu-
646 los ciliares encontram-se totalmente contraídos. ANOTAÇÕES
Nesse caso, pela equação de Gauss:
FÍSICA APLICADA À PERÍCIA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS