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Curso de Pós-Graduação em Pedagogia

TAÍS ZIMAK FIGUEIREDO

A LUDICIDADE COMO FERRAMENTA DO PROCESSO DE


APRENDIZAGEM

RESUMO

O processo de ensino-aprendizagem sofreu inúmeras modificações ao longo do


tempo. Surgiram novas abordagens, novas metodologias e a educação passou a ser
observada sob diversos aspectos, dentre eles o lúdico. Neste contexto, a ludicidade
surge como uma importante ferramenta para o processo de ensino-aprendizagem.
Os benefícios da utilização do lúdico nas escolas são inúmeros e, este tipo de
abordagem possibilita a integração dos aspectos cognitivo, físico, social e afetivo, e
o desenvolvimento de novas aprendizagens. A ludicidade permite que os alunos
explorem mundo à sua volta, interajam com outras crianças e adultos,
compartilhando experiências e permite que desenvolvam sua criatividade e
imaginação. A ludicidade em sala de aula não consiste apenas no desenvolvimento
de jogos e brincadeiras, para tal, o educador precisa transformar suas ações,
planejar, definir objetivos e métodos, e assumir uma postura lúdica durante as
ministrações. O presente estudo, por meio de revisão bibliográfica, tem por objetivo
promover a compreensão do significado e da relevância da ludicidade na educação
infantil, destacando os benefícios que o brincar gera para o desenvolvimento e à
aprendizagem infantil.

PALAVRAS-CHAVE: Ludicidade. Educação Infantil. Práticas Lúdicas. Intervenção.


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ABSTRACT

The teaching-learning process has undergone numerous changes over time. New
approaches emerged, new methodologies and education began to be observed in
several aspects, among them the ludic. In this context, playfulness emerges as an
important tool for the teaching-learning process. The benefits of the use of
playfulness in schools are numerous and this type of approach enables an
integration of cognitive, physical, social and affective aspects, and the development
of new learning. A playfulness allows students to explore the world around them,
interact with other children and adults, share experiences and allow them to create
their creativity and imagination. Classroom playfulness does not consist only of the
development of games and games, for this, the educator needs to transform his
actions, plan, set goals and methods, and take a playful stance during ministries. The
present study, through a bibliographical review, aims to promote an understanding of
the meaning and relevance of playfulness in early childhood education, highlighting
the benefits for the development of a children's experience.

KEYWORDS : Playful. Child education. Playful Practices. Intervention.


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1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que a educação tem o poder de transformar o homem e a sociedade.


As ações realizadas no âmbito escolar visam ao desenvolvimento das competências
e habilidades do indivíduo, de forma que este seja capaz de atuar nos diversos
setores da sociedade.
O processo de ensino-aprendizagem sofreu inúmeras modificações ao longo
do tempo. Surgiram novas abordagens, novas metodologias e a educação passou a
ser observada sob diversos aspectos, dentre eles o lúdico.
Neste contexto, compreende-se a ludicidade como uma importante
ferramenta para o processo de ensino-aprendizagem.
O presente estudo tem por objetivo promover a compreensão do significado e
da relevância da ludicidade na educação infantil, destacando os benefícios que o
brincar gera para o desenvolvimento e à aprendizagem infantil.
Para elaboração desta pesquisa foi realizado levantamento bibliográfico entre
os meses de junho a dezembro de 2017 na base de dados Scielo e em periódicos e
artigos especializados sobre o tema “Ludicidade e Educação Infantil”.
Foi realizada seleção prévia dos documentos, na qual foram escolhidos
artigos que abordassem questões referentes à ludicidade, educação infantil e sobre
os benefícios da utilização da abordagem lúdica no meio educacional.
Os trabalhos selecionados foram escritos no idioma português; publicados
entre os anos de 1997 e 2017 e têm como descritores “ludicidade e educação”,
“práticas lúdicas” e “o papel do educador enquanto mediador”.
O primeiro capítulo, denominado Educação Infantil e Ludicidade, traz
informações sobre esta etapa de ensino, a conceituação do termo “ludicidade” e
aborda a visão de diferentes autores a respeito da utilização de atividades lúdicas no
meio educacional.
O capítulo segundo apresenta os jogos, as brincadeiras e a brinquedoteca,
instrumentos lúdicos muito utilizados e que fazem parte da realidade infantil. Neste
texto são apresentadas definições e características destas ferramentas, além da
apresentação dos benefícios de sua utilização na prática pedagógica.
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O terceiro e último capítulo, “A Ludicidade e o Papel do Educador”, aborda o


papel do professor enquanto mediador no processo de ensino-aprendizagem e sua
postura para o desenvolvimento de atividades lúdicas durante as aulas.
O presente estudo aborda concepções de Vygotsky, Piaget, Winnicott entre
outros, buscando promover a reflexão teórica e a compreensão da importância do
lúdico no universo infantil e sua influencia no processo de aquisição de saberes.

DESENVOLVIMENTO

EDUCAÇÃO INFANTIL E LUDICIDADE

1.1 A Educação Infantil e suas Características

A educação infantil é considerada a primeira fase da Educação Básica. Nesta


fase as instituições escolares atendem crianças na faixa etária de 0 a 6 anos e suas
ações têm por objetivo promover o desenvolvimento integral destes infantes nos
campos físico, cognitivo e socioemocional.
Segundo Oliveira (2014), a educação para crianças a partir dos 04 anos é
obrigatória, um direito adquirido pela legislação vigente e, cabe ao Poder Público o
dever de disponibilizar o acesso à educação para estas crianças oferecendo ensino
gratuito nas instituições escolares e, cabe aos pais o dever de matricular seus filhos
nas escolas e de garantir que esse direito seja desfrutado pelos infantes.
O currículo da educação infantil deve englobar práticas que articulem os
conhecimentos e as vivências das crianças com os conhecimentos pertencentes ao
patrimônio cultural, artístico, científico, ambiental e tecnológico do país (MEC, 2013).
Cada instituição escolar deve elaborar seu Projeto Político Pedagógico,
documento que traz a caracterização da escola e define as práticas pedagógicas
que serão desenvolvidas por determinado período, seguindo os princípios e
fundamentos legais da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e das
resoluções e regulamentações estaduais e municipais.
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As práticas pedagógicas nesta etapa de formação devem garantir que os


pequenos estudantes tenham acesso à experiência com linguagens variadas, como
imagens, falas, sons e escritas, de forma que possa compreender o mundo no qual
está inserida (MEC, 2013).
O Ministério da Educação e Cultura do Brasil destaca que as ações
pedagógicas na educação infantil devem valorizar a cultura infantil, a ludicidade e as
brincadeiras.

1.2 Aprendizagem e Ludicidade

Atualmente existem leis que visam garantir o direito de todas as crianças à


educação. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, por exemplo, define e
regulariza a organização da educação no Brasil norteada pelos princípios da
Constituição Federal, e define o dever do Estado. As Secretarias Federal e
Estaduais de Educação elaboram os referenciais curriculares que serão trabalhados
nas escolas (CARVALHO E LORDELO, 2003).
Com base nestas leis e nas propostas elaboradas pela Secretaria da
Educação é definido o currículo a ser desenvolvido em todas as fases escolares,
inclusive na educação infantil. E, as ações realizadas com base neste currículo
devem promover o desenvolvimento da criança, preparando-a para o futuro
(CARVALHO E LORDELO, 2003).
Segundo Pimentel (2008), as aprendizagens adquiridas no ambiente pré-
escolar promovem mudanças importantes no desenvolvimento infantil. Desta forma a
metodologia utilizada para o desenvolvimento das atividades é muito importante,
especialmente nesta fase.
A educação, segundo os ideais de Vygotsky, transforma o homem e a
humanidade. Segundo o estudioso, no caso da primeira infância isso requer o
dimensionamento das bases que efetivamente possibilitem que ocorra o
desenvolvimento cognitivo, psicomotor, social, afetivo e moral (PIMENTEL, 2008).
O processo de ensino-aprendizagem sofreu inúmeras modificações ao longo
do tempo. Surgiram novas abordagens, novas metodologias e a educação passou a
ser observada sob diversos aspectos, dentre eles o lúdico.
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Segundo Almeida (2009), o termo “lúdico” se refere aos métodos e atividades


que são povoadas pela imaginação, pela fantasia, com fruição. Não
necessariamente utilizam jogos e brinquedos, mas são pautadas em atitudes lúdicas
por parte do educador, que passa a assumir uma postura com mais sensibilidade,
envolvimento, provocando mudanças afetivas e cognitivas em si mesmo e nos
estudantes.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Brasil/MEC, 1998)
afirma que o brincar é uma ferramenta para a aprendizagem e o define como um
componente da educação infantil (CARVALHO E LORDELO, 2003).
Dallabona e Mendes (2004) afirmam que grande parte das necessidades,
interesses e desejos dos infantes são satisfeitos através das brincadeiras, onde
podem expressar sua maneira de refletir, ordenar, desordenar, destruir e reconstruir
o mundo.
Os autores acrescentam que a ludicidade é uma das formas mais eficientes
de fazer com que as crianças se envolvam nas atividades propostas.
O ato de brincar se faz presente na vida do ser humano há séculos,
independente da cultura ou classe social. Através da brincadeira os indivíduos
socializam, se divertem, aprendem, trocam experiências, desafiam e são desafiados
(MODESTO E RUBIO, 2014).
Modesto e Rubio (2014) afirmam que as atividades lúdicas podem facilitar o
desenvolvimento cognitivo, psicológico e físico das crianças, além de promover o
desenvolvimento intelectual e possibilitar aprendizagens.
Pimentel (2008) afirma que a ludicidade na educação infantil, quando
mediada de maneira reflexiva, possibilita a constituição de zonas de
desenvolvimento proximal.
Modesto e Rubio (2014) afirmam que a ludicidade é de suma importância
para o desenvolvimento intelectual, emocional e social das crianças.
Segundo os mesmos autores, através do brincar a aprendizagem é facilitada,
já que durante esta prática ocorre o desenvolvimento físico, cognitivo, psicológico e
intelectual das crianças.
Por meio do brincar os infantes desenvolvem sua compreensão do mundo e
sua capacidade de socializar e interagir como meio em que está inserido. Brincando,
aprendem a ser, conviver, conhecer e aprendem a fazer, explorando suas
potencialidades integralmente (MODESTO E RUBIO, 2014).
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Segundo Modesto e Rubio (2014), a ludicidade é uma importante ferramenta


para mediação da aquisição de conhecimentos. Durante atividades lúdicas, o infante
passa a compreender e a aceitar regras e entende as funções de cada indivíduo no
mundo. Brincando aprende a superar limitações e medos, entende o mundo e
aprende a agir nele (MODESTO E RUBIO, 2014).

2 INSTRUMENTOS DO LÚDICO: JOGOS E BRINCADEIRAS

2.1 OS JOGOS

Durante muito tempo acreditou-se que a educação deveria seguir um modelo


tradicional, dentro de uma sala de aula, com carteiras alinhadas em fileiras e com a
utilização apenas de livros notáveis e previamente reconhecidos pelo sistema.
Acreditava-se também que a repetição era a chave para a aprendizagem.
Abordagens contemporâneas reconhecem que a transformação para a
aprendizagem ocorre por meio do aluno e de seus interesses. Neste sentido, os
jogos surgem como uma importante ferramenta de aprendizagem, capazes de
despertar o interesse dos estudantes, já que o gosto pelo jogo é quase inerente ao
homem (ANTUNES, 1998).
O jogo pode ter muitas definições, como “brincadeira”, “ação de jogar”,
“atividade cuja finalidade é a diversão”. Murcia (2005) apud Rodrigues (2013) define
o jogo como uma atividade que pode ser o meio para a aquisição de aprendizagens,
que pode acontecer de forma espontânea ou ser estimulada.
Kishimoto et al(2008) afirma que o jogo relacionado à educação assumiu
diferentes concepções ao longo dos séculos. Antes da Era Romântica o jogo era
utilizado para recreação, para favorecer o ensino de conteúdos escolares, para
diagnosticar personalidade infantil e como recurso para ajustar as práticas de ensino
às necessidades infantis.
Os greco-romanos utilizavam a recreação como atividade de relaxamento e a
viam como necessária para as atividades que demandavam esforço intelectual,
físico e escolar (KISHIMOTO et al, 2008).
Conforme Rodrigues (2013), o jogo constitui-se como importante ferramenta
no processo de ensino-aprendizagem, já que suas práticas lúdicas estimulam a
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descoberta de novas alternativas para resolução de seus conflitos, sua criatividade,


a tomada de decisões e desenvolvem a aquisição de novos conhecimentos.
Através do jogo a criança pode reproduzir a “vida real”, imitando ou recriando
fatos que vivenciou ou presenciou. Durante esta atividade pode explorar sua
criatividade e superar desafios imaginários.
Além de o jogo ser uma atividade natural, pode ser considerada uma
atividade essencial para o desenvolvimento da criança em sua plenitude.
O jogo possibilita que as crianças sejam capazes de pensar e agir de forma
mais complexa. Através do jogo são geradas zonas de desenvolvimento proximal
porque as crianças são estimuladas a explorar habilidades, mesmo as ainda não
dominadas, mediar suas ações e criar maneiras diferentes de refletir e agir no
mundo. Zona de desenvolvimento proximal é um conceito criado por Vygotsky para
definir a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela
capacidade de resolver um problema sem ajuda, e a gama de possibilidades,
determinada através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou
com a colaboração de terceiros (PIMENTEL, 2008).
Assim, considera-se que o jogo pode e deve ser utilizado como ferramenta
para a aprendizagem, já que o caráter lúdico é muito importante para o
desenvolvimento infantil.
Entretanto, Antunes (1998) alerta para o fato de que o jogo deve ser utilizado
apenas quando se adequar à programação pedagógica e quando constituir-se como
instrumento eficiente para o processo de aprendizagem.
A utilização do jogo aliado às práticas pedagógicas pode facilitar ou gerar
mais motivação ao processo de aprendizagem, contudo, é necessário planejar e ter
objetivos claros quanto ao seu uso em sala de aula.
Segundo Kishimoto et al (2008), uma característica marcante e presente em
todos os tipos de jogos é a existência de regras. Os diferentes tipos de jogos podem
ter regras explícitas, como no pega-pega e regras implícitas, como no faz-de-conta.
São as regras que conduzirão o desenvolvimento da brincadeira.
Há quatro elementos, condicionantes e justificativos, que devem ser
considerados quando da aplicação de jogos nas práticas didáticas: Condições
ambientais; condições psicológicas favoráveis; Capacidade de se construir em fator
de autoestima do aluno e fundamentos técnicos.
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Estes elementos englobam a conveniência e adequação do espaço onde o


jogo será realizado; adequação e definição do jogo como momento de empatia e
descontração; adequação do nível de dificuldade do jogo de forma a desenvolver as
capacidades do aluno, bem como sua autoestima; e desenvolvimento programado e
organizado das atividades, respectivamente (ANTUNES, 1998).

2.2 BRINCADEIRAS

Atividades escolares com a utilização de brincadeiras podem contribuir para a


construção do conhecimento da criança, já que a ludicidade pode ser considerada
um instrumento do pensamento (CORIA-SABINI e LUCENA, 2004).
Brincadeira, segundo Grassi (2008), é o ato ou efeito de brincar, utilizando um
brinquedo ou objeto que sirva de suporte para a brincadeira.
Conforme Bertoldo e Ruschel (2011), a ação de brincar é uma atividade pura
e típica do homem e, por representar as necessidades e sentimentos da criança
constitui-se como elemento importante da infância.
O brincar gera benefícios afetivos, sociais, cognitivos, contribuindo para o
desenvolvimento do infante. Vygotsky apud Bertoldo e Ruschel (2011) afirma que
todos os tipos de brincadeira infantil apresentam três características em comum: a
imaginação, a imitação e a regra. O autor afirma ainda que através das brincadeiras
é possível que as crianças satisfaçam suas necessidades e desejos de forma
imediata, possibilitando que as mesmas experimentem até mesmo o irrealizável.
Brincando, as crianças conhecem a si mesmas e ao outro e têm suas
habilidades e competências potencializadas por meio de sua imaginação e
criatividade.
Segundo Winnicott apud Bertoldo e Ruschel (2011) o ato de brincar é próprio
da saúde humana, já que contribui para o crescimento. As brincadeiras exercitam a
simbolização e são uma forma de comunicação. O autor acrescenta que há muitas
motivações para o brincar, como: buscar prazer, expressar sentimentos, controlar a
ansiedade, sociabilizar, comunicar-se com as outras pessoas.
Ao brincar, os infantes interagem com objetos e com outras pessoas, adultos
ou crianças, e têm a possibilidade de refletir, explorar, e se movimentar. Durante
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esta prática, agem no mundo, exploram seus sentimentos, se desenvolvem,


aprendem e constroem conhecimentos (GRASSI, 2008).
Vygotsky apud Arruda (2011) enfatiza que as interações sociais são
fundamentais para o desenvolvimento infantil e para a aquisição de conhecimento
nesta faixa etária.
Neste sentido, as brincadeiras no ambiente escolar podem ser consideradas
instrumento de aprendizagem, já que, com a mediação do educador, através de
brincadeiras com diferentes agrupamentos é possível construir um ambiente de
grande interação e propício à troca e aquisição de conhecimentos.

2.3 BRINQUEDOTECA

Segundo Grassi (2008), há espaço e tempo para que a brincadeira ocorra. É


necessário que haja um espaço físico adequado para que as crianças desenvolvam
as brincadeiras.
O espaço, conforme o autor pode ser amplo ou pequeno, mas é necessário
que seja possível a livre movimentação dos infantes, deve ser arejado e pode ser um
espaço aberto (como pátios, parques etc.) ou fechado (como salas ou
brinquedotecas) (GRASSI, 2008).
Existem diferentes formas de espaço para a interação lúdica das crianças,
uma delas é a brinquedoteca, espaço cada vez mais comum em creches, escolas e
até mesmo em hospitais.
A brinquedoteca é um espaço organizado para promover o acesso das
crianças ao brincar e possibilita o acesso à grande variedade de brinquedos, num
ambiente estruturado de forma lúdica (WANDERLIND et al, 2006).
Estes espaços possuem diferentes jogos e brinquedos educativos que através
da ludicidade, objetivam contribuir para a aprendizagem e desenvolvimento infantil.
Grassi (2008) afirma que a brinquedoteca não é apenas um espaço físico,
mas também psicológico, já que propicia um clima favorável à ludicidade, criando
disposição para brincar. Trata-se de um espaço onde os infantes serão estimulados
a participar de atividades lúdicas, explorar sua criatividade e a construir
aprendizagens.
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Sclhee apud Grassi (2008) considera a brinquedoteca uma espécie de


“laboratório”, onde os profissionais pesquisam, estudam e elaboram atividades
lúdicas e, o público atendido as vivencia, interagindo com outros sujeitos, testando-
as sem saber.

3 A LUDICIDADE E O PAPEL DO EDUCADOR

3.1 O EDUCADOR E A AÇÃO PEDAGÓGICA LÚDICA

É de amplo conhecimento que o professor exerce muita influência sobre os


discentes. Esta influência engloba conhecimentos, habilidades, valores, hábitos e
atitudes que são compartilhadas durante as aulas e acabam modificando as ações
os alunos (RODRIGUES, 2013).
O educador atua como mediador no processo de ensino-aprendizagem e,
mesmo sendo um profissional acaba estabelecendo vínculos afetivos e emocionais
com seus alunos. Desta forma, acaba exercendo o papel de “adulto modelo”.
Segundo Rodrigues (2013), são necessárias duas características para que o
educador possa ser considerado um modelo de professor: “ser um bom professor e
bem aceito pelos seus alunos”. Para tanto, conforme o autor é preciso que o
educador domine a matéria que leciona, que se preocupe com os métodos de
ensino que utiliza, que tenha competência para ensinar e que consiga criar um
ambiente de convívio harmonioso com seus alunos.
Quanto à metodologia utilizada pelo educador, estudos afirmam que a
inserção do lúdico às práticas didáticas pode transformar e facilitar o processo de
aprendizagem dos alunos (MARTINS, 2010).
Isto não significa necessariamente, que haverá jogos ou brincadeiras na aula,
mas refere-se à forma como o professor atua. Trata-se de assumir uma postura
lúdica e, não de somente utilizar brincadeiras e jogos para ensinar.
As ações pautadas em atitudes lúdicas por parte do educador o fazem atuar
com mais sensibilidade, envolvimento, provocando mudanças afetivas e cognitivas
em si mesmo e nos estudantes (ALMEIDA, 2009).
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Para a utilização correta dos recursos lúdicos os profissionais precisam


realizar algumas ações e atitudes importantes, como realizar planejamento
previamente definindo os objetivos que almeja alcançar, organizar as atividades que
serão ministradas e selecionar os materiais necessários, organizar o ambiente, além
de mediar às ações dos alunos e intervir durante as aulas, buscando proporcionar a
reflexão dos alunos e a aprendizagem significativa (MODESTO E RUBIO, 2014).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de metodologias diferenciadas visando à melhoria do processo de


ensino-aprendizagem é um tema comumente discutido nas instituições escolares.
É de amplo conhecimento que a educação só ocorre de maneira efetiva e
com sucesso, se o trabalho desenvolvido considerar o aluno enquanto sujeito,
respeitando suas características e necessidades enquanto estudante e cidadão.
Neste sentido, o emprego de atividades lúdicas em sala de aula, surge como
uma boa ferramenta de ensino, já que o brincar faz parte do dia-a-dia dos infantes e
a ludicidade lhes é atrativa, além de ser considerada por especialistas como
necessária para o desenvolvimento cognitivo, psicológico e físico.
Os dados coletados durante o estudo revelaram que as práticas lúdicas
contribuem para que a criança compreenda melhor o mundo em que está inserida,
pois possibilita que reflitam sobre situações vividas ou presenciadas enquanto brinca
e desenvolvam habilidades e sua capacidade de solucionar questões internas.
Na medida em que possibilita que os sujeitos interajam entre si, explorem o
mundo à sua volta e construam seus conceitos e ideias, a ludicidade pode ser
considerada um importante recurso de intervenção pedagógica.
Não se trata de utilizar jogos ou brincadeiras em todas as aulas, mas refere-
se à forma como o professor atua, sua postura no desenvolvimento de sua prática
pedagógica. Para utilizar a ludicidade de forma efetiva o professor deve assumir uma
postura lúdica, atuar com mais sensibilidade.
Como toda atividade pedagógica, as atividades lúdicas devem ser
previamente planejadas e ter objetivos definidos. O espaço e o tempo também
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devem ser considerados, já que é importante que as atividades ocorram em um


lugar adequado, como uma brinquedoteca ou sala de aula, e em um tempo propício
para a exploração das capacidades e habilidades dos estudantes.
Os benefícios da utilização do lúdico nas escolas são inúmeros e, este tipo de
abordagem possibilita a integração dos aspectos cognitivo, físico, social e afetivo, e
o desenvolvimento de novas aprendizagens.
Neste sentido, conclui-se que a ludicidade pode ser entendida como uma
importante ferramenta para o processo de construção de conhecimentos, visto que
permite que os alunos explorem mundo à sua volta, interajam com outras crianças e
adultos, compartilhando experiências e permite que desenvolvam sua criatividade e
imaginação. Desta forma, pode e deve ser utilizada como instrumento pedagógico,
potencializando as ações do educador.
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REFERÊNCIAS

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