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PROCEDIMENTO DO JÚRI

Primeira fase (instrução preliminar)

Disposições preliminares

A lei processual, ao disciplinar o processo e o julgamento dos crimes de competência do


Tribunal do Júri, estabeleceu procedimento bifásico ou escalonado, no qual se distinguem
duas etapas: a instrução preparatória, realizada perante um juiz de direito, com a garantia
do contraditório, em que se objetiva verificar a admissibilidade da acusação a ser
submetida ao Júri; assim, somente depois de constatada a presença de certos requisitos
será possível a segunda fase, do julgamento em plenário, ocasião em que será examinado
mérito da causa pelo tribunal popular.

A reforma do CPP, introduzida pela Lei n. 11.689/08, prevê um rito próprio para os
processos de competência do Tribunal do Júri, com início no art. 406.

De conformidade com esse dispositivo, o juiz, ao receber a denúncia ou a queixa,


ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10
(dez) dias (art. 406, caput), contado a partir do cumprimento do mandado ou do
comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de citação
inválida ou por edital (art. 406, § 1.º).

Não é demais recordar que o juízo de admissibilidade sobre a acusação, no Júri, não
difere de qualquer outro tipo de procedimento, podendo ser negativo ou positivo, isto é, o
juiz recebe ou rejeita a inicial.

De fato, segundo o art. 394, § 4.º, do CPP, com a redação dada pela Lei n.11.179, de 20
de junho de 2008, as disposições dos arts. 395 a 398 aplicam-se a todos os
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados no Código. Na verdade,
o art. 398 foi revogado expressamente por aquela lei, mas, no momento, interessa
destacar o art. 395, que prevê a rejeição da denúncia ou queixa quando:

I - for manifestamente inepta;

II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal ou

III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

Assim como no rito ordinário, a acusação poderá arrolar até 8 (oito) testemunhas, na
denúncia ou na queixa (art. 406, § 2.º).

O acusado, na resposta, poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse a sua
defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar
testemunhas até o mesmo limite (406, § 3.º).

Se forem opostas exceções processuais, serão processadas em apartado, nos termos dos
arts. 95 a 112, do Código (art. 407).
Se a resposta não for apresentada no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la
em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos (art. 408). Sendo apresentado, o juiz
ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco)
dias, de acordo com o art. 409.

Na seqüência, o juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das


diligências requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias (art. 410). Na
audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, bem
como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e
coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate (art. 411).

O interrogatório passa a ser o último ato, ao contrário do sistema anterior, em que o


acusado respondia sobre o fato imputado, mas sem o conhecimento da prova testemunhal
que ainda seria produzida perante o Juiz, em ofensa à garantia do contraditório e da ampla
defesa.

Como se sabe, em geral, os pareceres periciais são apresentados em laudos, mas sendo
necessário, podem prestar esclarecimentos orais, em juízo, caso em que dependerá de
prévio requerimento e de deferimento pelo juiz (art. 411, § 1.º).

Como a reforma privilegiou os princípios da concentração, visando maior celeridade, essas


provas serão produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas
irrelevantes, impertinentes ou protelatórias (art. 411, § 2.º). Todavia, conforme
assinalamos nos comentários ao rito ordinário, é preciso conciliar a pretendida celeridade
com o direito à prova, evitando-se indevido cerceamento, que poderá ensejar impugnação.

Pela mesma razão de imprimir maior celeridade processual, na própria audiência,


encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o caso, o disposto no art. 384 do
CPP; portanto, havendo possibilidade de se alterar a classificação legal do crime, o juiz
somente poderá decidir pela nova imputação mediante aditamento da inicial, pelo
Ministério Público e conseqüente promoção de vista ao defensor (art. 411, § 3.º). Ficam
assegurados os princípios acusatório, ampla defesa e contraditório.

De outro lado, tendo em vista a adoção do princípio da concentração dos atos


processuais, também nessa fase, as alegações serão orais, pelo prazo de 20 (vinte)
minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), para a acusação e para a defesa (art. 411, § 4.º).
Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa de cada
um deles será individual (art. 411 § 5.º). Ao assistente do Ministério Público, após a
manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período
o tempo de manifestação da defesa (art. 411 § 6.º).

A propósito da audiência concentrada, manifestou-se René Ariel Dotti :

... é importante observar a radical mudança da instrução judicial que antecede o juízo de
admissibilidade da acusação para submeter o réu ao Tribunal do Júri. Como é sabido, uma
das usinas de prescrição nos procedimentos dos crimes dolosos contra a vida consiste na
irrazoável demora da instrução judicial, que é a mesma do processo comum. Com o novo
diploma, há sensível redução de prazos, em especial para a audiência concentrada da
instrução, que colherá, se possível, as declarações do ofendido; as testemunhas arroladas
pela acusação e pela defesa; esclarecimentos dos peritos, acareações e ao
reconhecimento de pessoas e coisas.

Como disposições derradeiras sobre a audiência, estabelecem os §§ 7.º, 8.º e 9.º, do


mesmo artigo 411, respectivamente: a) nenhum ato será adiado, salvo quando
imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva
comparecer; b) a testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da
suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida no caput
deste artigo; c) encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10
(dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

O procedimento dessa instrução preliminar deverá ser concluído no prazo máximo de


noventa (art. 412), excluindo-se a fase de investigação.

Trata-se de prazo bem razoável, mas em virtude dos problemas estruturais já conhecidos,
não será de fácil cumprimento, na maioria dos casos. A conseqüência de eventual
descumprimento desse prazo será o relaxamento ou revogação de prisão cautelar, por
excesso de prazo, o que configura constrangimento ilegal, passível, inclusive de
impetração de habeas corpus.

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