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DISCIPLANA: EN101
MECÂNICA DOS SOLOS II
PROFESSOR: JOÃO BARBOSA DE SOUZA NETO
TENSÕES NO SOLO
MAIO/2007
ÍNDICE
TENSÕES NO SOLO................................................................................................................2
1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................................2
2. TENSÕES EM UM MEIO PARTICULADO ...................................................................2
3. TENSÕES DEVIDAS AO PESO PRÓPRIO DO SOLO, PRESSÕES NEUTRAS E
CONCEITO DE TENSÕES EFETIVAS...............................................................................4
4. TENSÃO SUPERFICIAL E CAPILARIDADE .............................................................12
6 CASO DE TERRENOS COM SUPERFÍCIES INCLINADAS.......................................19
7 DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES VERTICAIS DEVIDAS À CARGAS APLICADAS 21
7.1 Conceito de Bulbo de Tensões...................................................................................24
7.2 Aplicação da Teoria da Elasticidade para o cálculo das tensões devidas a cargas
aplicadas...........................................................................................................................24
7.2.1 Solução de Boussinesq............................................................................................25
7.2.2 Carga uniformemente distribuída aplicada numa faixa de largura b e comprimento
infinito (CAROTHERS) ..................................................................................................28
7.2.3 Carga distribuída sobre uma placa circular (LOVE) ..............................................30
7.2.4 Carregamento sob uma área retangular carregada por uma carga distribuída
(solução de NEWMARK)................................................................................................32
7.2.6 Carregamento Triangular (FADUM)......................................................................33
7.2.7 Força Aplicada no Interior do Maciço (MINDLIM) ..............................................34
8. TENSÕES DE CONTATO..................................................................................................35
8.1 Problemas associados à excentricidade de cargas. ....................................................37
A.1 TENSÃO NO MACIÇO DEVIDO A UMA CARGA PONTUAL APLICADA À
SUPERFÍCIE. ..........................................................................................................................43
A.2 TENSÃO NO MACIÇO DEVIDO UMA CARGA DISTRIBUIDA SOBRE UMA
PLACA CIRCULAR (CASO GERAL)...................................................................................44
A.3 Cálculo do acréscimo de tensão sob uma área retangular submetida a uma carga
distribuida (newmark)..............................................................................................................46
A.4 CARREGAMENTO TRAPEZOIDAL INFINITAMENTE LONGO..............................48
A.6 CARREGAMENTO TRIANGULAR ..............................................................................49
A.7 CARGA DISTRIBUÍDA AO LONGO DE UMA LINHA VERTICAL (ANTUNES
MARTINS). .............................................................................................................................50
1
TENSÕES NO SOLO
1. INTRODUÇÃO
2
analisá-lo consiste na consideração de que os solos são constituídos por partículas,
como de fato é, e que as forças aplicadas a eles são transmitidas de partícula a
partícula, além das que são suportadas pela água dos vazios, conforme a Figura 2.
No caso de partículas de mineral argila, sendo elas em grande número, as forças
em cada contato são muito pequenas e a transmissão pode ocorrer através da água
quimicamente adsorvida.
No caso de partículas de areias e siltes a transmissão das forças se dará,
diretamente, nos contatos entre os minerais das partículas. Em qualquer caso a
transmissão se faz nos contatos e, portanto, em áreas muito reduzidas em relação à
área total envolvida (vazios e as áreas de contato entre partículas). Considerando
uma placa interceptando uma seção transversal de um elemento de solo (Figura 2),
sobre esta placa serão transmitidas forças provenientes das diversas partículas, que
podem ser decompostas em uma componente normal e outra tangencial. Como é
impossível desenvolver modelos matemáticos com base nestas forças (é impossível
determinar a magnitude e orientação das forças individualmente), a sua ação é
substituída pelo conceito de tensões.
σ=
∑N (1)
área
3
A somatória das componentes tangenciais sobre a área total é definida como
tensão tangencial (Equação 2).
σ=
∑N (2)
área
Deve-se registrar que as tensões, assim definidas, são muito menores do que
as tensões que ocorrem nos contatos reais entre as partículas. Estas podem chegar
a valores da ordem de 700 MPa, enquanto nos problemas de engenharia de solos,
raramente chegam a 1 MPa. As áreas de contato real entre as partículas são bem
menores do que 1% da área total, considerada na conceituação de tensões. Admite-
se, mesmo, para efeito prático, que as áreas de contato sejam despresíveis (PINTO,
2000).
γ n .V
σv = = γ n .z A (2)
área
onde:
4
Figura 3. Tensões num plano horizontal (PINTO, 2000).
Exemplo 01.
Tensão (kN/m2)
Espessura
Camada Cota (m) σvoi =σvo(i -1) + ∆σvoi ou
∆H (m)
σvoi = γn (i -1). ∆H(i -1) +γn (i). ∆H(i)
5
Figura 4. Figura referente ao Exemplo 1
Cota (m)
Compacta
258
-15 -15
-20 -20
Argila Dura
-25 -25
486
-30 -30
6
3.2 Pressões Neutras
Terzaghi ao observar a natureza das forças atuantes num plano, concluiu que
a tensão normal total (σ) atuante num plano deve ser considerada como a soma de
duas parcelas:
Logo tem-se:
σ = σ’ + u (4)
σ’ = σ - u
σ v = γ n .z w + γ sat .( z B − z w ) (5)
144424443
Tensão Total
7
u = γ w ( zB − zw ) (6)
14243
Pressão Neutra
Note que, pela Equação 8, o γsub será sempre inferior ao γn, o que pode ser
explicado pelo fato das partículas do solo submerso estarem submetidas ao empuxo
da água. A grosso modo, o empuxo é uma força vertical ascendente correspondente
ao peso de um volume de líquido deslocado por um corpo sólido imerso sobre este
líquido. Quando o peso de líquido deslocado for superior ao peso do corpo sólido,
este último ficará parcialmente imerso. Caso contrário afundará. É por isso que um
navio com centenas de toneladas flutua, enquanto um grão de areia afunda até
atingir o fundo do mar. De qualquer forma, o peso do corpo imerso será sempre
inferior quando comparado com o mesmo peso não imerso. Por isso, o γsub será o
menor de todos os pesos especícos.
PINTO (2000) descreve um experimento simples onde se pode visualizar o
conceito de tensões efetivas, imaginando-se uma esponja cúbica, com 10 cm de
aresta, colocada num recipiente, como se mostra na Figura 6. Na posição (a), com
água até sua superfície superior, as tensões resultam de seu peso e da pressão da
água. Ela está em repouso.
8
Colocando-se sobre a esponja um peso de 10 N (posição b), a tensão
aplicada será 1 kN/m2, e as tensões no interior da esponja serão majoradas deste
valor. Observa-se que a esponja se deformará sob a ação deste peso, expulsando
água de seu interior. Observa-se que a esponja se deformará sob a ação deste
peso, expulsando água de seu interior (vazios). Neste caso, é dito que o acréscimo
de tensão foi efetivo.
Se ao invés de se colocar o peso, o nível d’água fosse elevado de 10cm, a
pressão total atuante sobre a esponja seria também 1 kN/m2, e as tensões no
interior da esponja seriam majoradas deste valor. Entretanto, a esponja não se
deforma, pois a pressão da água nos vazios da esponja atuará em todas as
direções (anulando seu efeito), fazendo com que a estrutura sólida, admitida por
hipótese indeformada, não sinta os efeitos da alteração das tensões. Neste caso, é
dito que o acréscimo de tensão foi neutro, daí o termo “pressão neutra” para a
pressão hidrostática no interior dos vazios de um solo.
O exemplo da esponja é análogo ao que ocorre em um solo saturado, onde
as partículas são consideradas incompressíveis para os níveis de tensões aplicadas
na engenharia. Para melhor visualização destes efeitos, consideremos agora o
Exemplo 2.
Exemplo 2:
Solução
O Quadro 2 apresenta os cálculos, com base na Equação 7
9
Figura 7. Figura referente ao Exemplo 2
A tensão efetiva no Exemplo 2 poderia também ser obtida através do γsub. O Quadro
3 Exemplifica estes cálculos.
Cota Espessura
Camada σv (kN/m2) u (kN/m2) σ’v (kN/m2)
(m) ∆H (m)
10
2 2 2
σv (kN/m ) u (kN/m ) σv' (kN/m )
0 200 400 600 0 100 200 300 0 200 400
0 0 0 0 0 0
19 0 19
-5 -5 -5
Exemplo 3
Solução:
11
Figura 8. Figura referente ao Exemplo 3
20 – 0 =
-1,0 1,0 0,0 + 1,0 x 20 = 20 0,0
Areia Siltosa 19
100 - 40 =
-5,0 (-) 4,0 20 + 20 x 4 = 100 4 x 10 = 40
60
100 – 0 =
-5,0 (+) 4,0 20 + 20 x 4 = 100 4x0=0
100
Argila Impermeável 140 - 0 =
-7,0 2,0 100 + 2,0 x 20 = 140 0
140
Areia Grossa 218-0,0 =
-11,0 4,0 140 + 4 x 19,5 = 218 4x0=0
218
350 – 60 =
-17,0 6,0 218 + 6 x 22 = 350 6 x 10 = 60
290
12
2 2 2
σv (kN/m ) u (kN/m ) σv ' (kN/m )
0 200 400 0 50 100 0 200 400
0 0 0 0 0 0
20 0 20
-2 -2 -2
-4 -4 -4
100 0 40 60100
-6 -6 -6
138 0 138
Cota (m)
-8 -8 -8
13
Figura 11. Altura de ascensão e pressão da água num tubo capilar (PINTO, 2000).
Figura 12. Forças atuantes no equilíbrio de uma coluna líquida em um tubo capilar.
Das Figuras 11 e 12 tem-se que o peso da água num tubo capilar de raio r e
atura de ascensão capilar hc é:
P = π.r2.hc.γw (9)
F = 2.π.r.Ts.cos α (10)
14
Igualando-se as Equações 9 e 10 têm-se:
2.Ts
hc = . cos α (11)
r.γ w
No solo os vazios agem como se fossem tubos capilares, ainda que com
superfícies irregulares. Dessa forma, o solo acima de um nível d’água freático estará
saturado até uma certa altura, por conseqüência da ascensão capilar. Esta altura
onde o solo estará saturado é, muitas vezes, referida como “franja capilar”. Na franja
capilar a pressão da água será sempre negativa, embora o solo esteja saturado. A
altura da franja capilar será tanto maior quanto mais fino o solo, podendo ser poucos
centímetros em pedregulhos a vários metros em argilas.
Exemplo 04
15
Figura 13. Perfis de ascensão capilar relacionados ao histórico do nível dágua
(PINTO, 2000)
Solução
O quadro abaixo apresenta os cálculos das tensões em cada cota. Ao contrário dos
exemplos anteriores, onde foram desconsideradas a franja capilar, neste exemplo a
pressão da água na superfície será negativa, e equivalente a altura capilar hc vezes
o peso específica da água. O Quadro 5 apresenta um resumo dos cálculos
16
Quadro 5. Cálculo da distribuição das tensões do Exemplo 4.
Cota Espessura
Camada σv (kN/m2) u (kN/m2) σ’v (kN/m2)
(m) ∆H (m)
hc x 10 = -1 0,0 – (-10)
0,0 0,0 0,0 x 21 = 0
x 10 = -10 = 10
Areia Fina
0,0 x 10 = 21 – 0 =
Medianamente Compacta -1,0 1,0 0,0 + 1,0 x 21 = 21
0 21
100 - 40 =
-5,0 (-) 4,0 21 + 21 x 4 = 105 4 x 10 = 40
65
Areia Fina Compacta 40 + 7 x 10 259 + 110
-12,0 7,0 105 + 7,0 x 22 = 259
= 110 = 149
2 2 2
σv (kN/m ) u (kN/m ) σv' (kN/m )
0 100 200 300 -50 0 50 100 150 0 100 200
0 0 0 -10 0 10
21 0 21
-2 -2 -2
-4 -4 -4
105 40 65
-6 -6 -6
Cota (m)
-8 -8 -8
Figura 15. Diagrama de distribuição das tensões totais, pressões neutras e tensões
efetivas referentes ao Exemplo 4.
Exemplo 5
17
Figura 16. Figura referente ao Exemplo 5
Solução:
Este cálculo pode ser feito através do peso específico submerso abaixo do nível
d’água. Logo tem-se:
σ’v = γsat (1) x ∆H1 + γsub (1) x ∆H2 + γsub (3) x ∆H2
Cálculo da tensão efetiva com o nível d’água na posição NA2. Nesta situação
admite-se que o a água retida no solo seja suficiente para mantê-lo saturado,
conforme o comentário da Figura 13. Como esta posição o NA encontra-se abaixo
do ponto A, não haverá desenvolvimento de pressão neutra positiva no solo. Logo a
tensão efetiva será igual a tensão total, dada por:
18
perfuração do solo para exploração de poços tem conduzido a movimentos de
subsidências em algumas áreas, além de outros problemas ambientais.
P = γ .b.z (12)
P
σv = = γ .z. cos β (13)
b
cos β
19
Componente Normal no plano inclinado
1
τ = σ v senβ = γ .z.sen.β . cos β = γ .z.sen.2 β (15)
2
Exemplo 6
Considere a Figura 18. Determine as tensões efetivas vertical no ponto (A) para as
duas situações do NA.
Solução
Situação 1 (NA1)
20
Situação 2 (NA2)
Como se percebe nos resultados, nas duas situações haverá uma tensão cisalhante
no sentido descendente do plano inclinado. Uma vez que há um fluxo da água
paralela ao terreno e a água não transmite tensão cisalhante, é razoável referir a
tensão paralela ao plano como tensão tangencial. No caso do terreno totalmente
submerso e sem fluxo, a pressão neutra seria a hidrostática e se anularia. Neste
caso, a tensão tangencial atuante pode ser calculada com o peso específico
submerso e ser referida como tensão cisalhante.
Caso a tensão tangencial seja superior à resistência ao cisalhamento do solo, o
maciço poderá deslizar ao longo de uma superfície bem definida. Este assunto será
tratado no tópico sobre resistência ao cisalhamento e estabilidade de taludes.
21
Na ocasião foi observado, também, que a distribuição das tensões com a
profundidade tende a se espalhar segundo um ângulo vertical que varia entre 30 e
45o. Concluiu que o somatório das tensões numa determinada profundidade,
multiplicada pela área correspondente será sempre igual a carga aplicada. Desta
conclusão surgiu um método expedito para o cálculo da distribuição das tensões
sob uma área carregada, conforme resumido na Figura 20.
Para uma área carregada com largura 2L e extensão infinita (Figura 20), a
tensão pode ser calculada conforme a Equação 16. Para outras formas de
carregamento, a tensão numa certa profundidade pode ser calculada, simplesmente
dividindo a carga aplicada pela área ampliada na profundidade considerada, Tal
como exemplificado na Figura 21 para uma área retangular. O Exemplo 7 mostra a
aplicação deste método para uma sapata retangular.
2 .L
σV = .σ o (16)
2.L + 2.z.tg .θ
Figura 21. Espraiamento das tensões para uma área retangular carregada
(CAPUTO, 1994)
22
A principal crítica deste método é o fato de não atender ao princípio da
superposição dos efeitos. Se considerarmos, por exemplo, que a faixa carregada da
Figura 20 seja substituída por duas faixas distintas, para cada faixa as tensões
numa certa profundidade determinadas pela mesma regra, se somariam,
conduzindo a um valor maior no centro da área carregada, como mostra a Figura
22. Embora esteja coerente com a distribuição das tensões mostrada na Figura 19,
é diferente da solução anterior (Figura 20) onde se considera o efeito simultâneo.
Figura 22. Espraiamento de tensões com carga dividida em duas faixas (Pinto,
2000).
Exemplo 7.
Solução
Para α = 45o a tg α =1
Na profundidade z = 1,0m
σ vo .(a.b) 100 x3 x 2
σ (1, 0 m ) = = = 30kN / m 2
(a + 2.tg 45 .z )x(b + 2.tg 45 .z )
o o
(2 + 2 x1,0) x(3 + 2 x1,0)
Na profundidade z = 2,0m
σ vo .(a.b) 100 x3 x 2
σ ( 2,0 m ) = = = 14,3kN / m 2
(a + 2.tg 45 .z )x(b + 2.tg 45 .z )
o o
(2 + 2 x 2,0) x(3 + 2 x 2,0)
23
Figura 23. Figura referente ao Exemplo 7
24
admitir certa proporcionalidade entre tensão e deformação. Além disso, as soluções
a serem apresentadas a seguir admitem hipóteses simplificadoras que são
incompatíveis com a natureza do solo. Segundo PINTO (2000), a maior justificativa
do emprego dessa teoria é o fato de não se dispor ainda de melhor alternativa e
também porque ela tem se mostrado satisfatória, com base no bom desempenho
das obras.
25
17
3.Q
σv = . cos 5 θ 18
2.π .z 2
Figura 26. Distribuição das tensões numa determinada profundidade de acordo com
Boussinesq (CAPUTO, 1994)
26
A solução de Boussinesq não incorpora o Módulo de Elasticidade nem o
coeficiente de Poisson, o que torna seu emprego simples na prática, embora
raramente nos deparemos com uma carga pontual aplicada à superfície do terreno.
A solução de Boussinesq pode também ser empregada por meio de um
ábaco, apresentado na Figura A1, em anexo.
Exemplo 8.
Solução:
Ponto 1
3x 200
σv = . cos 5 0 0 = 95 kN/m 2
2.π .1,0 2
Ponto 2 = Ponto 3
3x 200
σv = . cos 5 45 0 = 17 kN/m 2
2.π .1,0 2
Exemplo 9
Solução
Neste tipo de problema deve-se calcular a influência de cada uma das cargas no
ponto 2.
27
Figura 29. Figura referente ao Exemplo 9
3x640
σv = . cos 5 26,6 0 = 175 kN/m 2
2.π .1,0 2
3x160
σv = . cos 5 0 0 = 76 kN/m 2
2.π .1,0 2
3x 200
σv = . cos 5 26,6 0 = 55 kN/m 2
2.π .1,0 2
Esta solução se aplica ao caso de uma fundação corrida, que segue ao longo das
paredes.
p
σz = (2α + sen2α . cos .2β ) (19)
π
28
Figura 30. Parâmetros para o emprego da Equação 19.
Figura 31. Bulbo de tensões para uma faixa carregada de largura b e comprimento
infinito.
Exemplo 10
29
Figura 32. Figura referente ao Exemplo 10
Solução
Ponto 1
100 π
σv = 2 x63x + sen2 x63o x cos 2.0 0 = 96 kN/m 2
π 180
Ponto 2
100 π
σv = 2 x63x + sen2 x63o x cos 2 x630 = 55 kN/m 2
π 180
Este tipo de solução se aplica ao caso de um silo com uma fundação direta
superficial.
A solução de LOVE permite o cálculo no centro da área carregada, conforme
mostra a Figura 33. Para calcular num ponto fora do centro deve-se aplicar o Ábaco
da Figura A.2 no anexo.
30
1
σ z = q 1 − 3/ 2
[ ]
1 + ( R / z ) 2
(20)
Exemplo 11.
Considere que no Exemplo 10, ao invés de uma placa com largura B e comprimento
infinito, fosse uma placa circular. Calcular o acréscimo de tensão devido a este
carregamento.
1
σ z = 1001 − = 29 kN/m 2
[ 3 /
1 + (1 / 2) 2 ]2
σv = σvo xIσ
σv = 100 x Iσ
onde Iσ = σvo /σv pode ser obtido a partir do ábaco da Figura A.2 no anexo
z/R = 2
r/R = ½
Iσ = 0,23
σv = 0,23 x 100 = 23 kN/m2
31
7.2.4 Carregamento sob uma área retangular carregada por uma carga
distribuída (solução de NEWMARK)
(21)
32
Figura (a)
Figura (b)
σz = σo.Iσ (23)
σz = σo.Iσ (24)
33
Figura 36. Esquema para o cálculo do acréscimo de tensão devido a um
carregamento triangular distribuído infinitamente longo.
(25)
R1 = r 2 + ( z − c) 2 (26)
R1 = r 2 + ( z + c) 2 (27)
34
Figura 37. Esquema ilustrativo dos parâmetros da Equação 25.
8. TENSÕES DE CONTATO
35
(a) Argila (b) Areia
q (28)
σ= 2
r
2 1-
R
Na prática, o solo não suportará tensões tão elevadas como as que ocorrem
nas bordas, sem que ocorra a ruptura do mesmo. Sendo assim, a distribuição das
tensões real assume a forma de uma cela, tal como se verifica na Figura 39b, que
tenderá a uma forma parabólica a medida que reduz a rigidez do solo, por exemplo
por conseqüência de um aumento do carregamento.
Evidentemente, a redistribuição das tensões de contato devida à rigidez
influenciará na distribuição dos acréscimos de tensão com a profundidade. Para
tanto, seria necessário dividir a área carregada em retângulos ou anéis, calcular o
acréscimo de tensão de cada parcela e efetuar o somatório. Tal procedimento
tornaria o cálculo demasiadamente tedioso
36
(a) (b)
Figura 39 Distribuição das tensões de contato para uma placa rígida no semi-
espaço elástico (CAPUTO, 1994).
37
o caso de um carregamento constituído de uma carga vertical centrada e um
momento (Figura 41), é possível determinar a excentricidade numa determinada
direção dividindo o momento pela carga. Em outras palavras, é como se a carga
fosse, fisicamente, transferida para uma posição fora do seu eixo de aplicação.
∑V=0
M(o)=0
38
6.Q.e x Q 6.Q.e x Q 6.Q.e x
Q − σ min .a.b = ⇒ σ min = − 2
⇒ σ min = 1 −
b a.b a.b a.b b
Logo tem-se para as duas tensões
Q 6.Q.e x
σ min e máx = 1 ±
a.b b
39
Figura 40. Distribuição linear das tensões de contato para cargas excênticas.
40
9. REFERÊNCIAS
CAPUTO, H.P (1994). “Mecânica dos Solos e Suas Aplicações”. Vol. 2, Capítulo 3.
41
ANEXO
42
A.1 TENSÃO NO MACIÇO DEVIDO A UMA CARGA PONTUAL APLICADA À
SUPERFÍCIE.
P
σz = K
z2
3 1
K= .
[
2π 1 + (r / z 2 ]
5/ 2
Figura A1. Ábaco para o cálculo das tensões no interior do maciço devido a uma
carga pontual aplicada na superfície, segundo Boussinesq
43
A.2 TENSÃO NO MACIÇO DEVIDO UMA CARGA DISTRIBUIDA SOBRE UMA
PLACA CIRCULAR (CASO GERAL)
Figura A.2. Ábaco para cálculo do acréscimo de tensões devido a uma área circular
submetida a uma carga uniformemente distribuída.
44
Figura A.3. Ábaco (bulbo de tensões) para cálculo do acréscimo de tensões devido
a uma área circular submetida a uma carga uniformemente distribuída.
45
A.3 Cálculo do acréscimo de tensão sob uma área retangular submetida a uma
carga distribuida (newmark)
Figura A.4. Ábaco para obtenção do fator de influência para solução de NEWMARK
46
Tabela A.1. Determinação dos fatores de influência para aplicação da solução de
NEWMARK.
47
A.4 CARREGAMENTO TRAPEZOIDAL INFINITAMENTE LONGO
48
A.6 CARREGAMENTO TRIANGULAR
49
A.7 CARGA DISTRIBUÍDA AO LONGO DE UMA LINHA VERTICAL (ANTUNES
MARTINS).
50