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Direito Penal
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Introdução
NOTAS DO AUTOR
LIVROS PUBLICADOS
•• Manual de Dicas – Delegado de Polícia Civil e Federal- Passe Em concursos Públicos- Editora
Saraiva – Coautoria;
•• Argumentação Defensiva – Teses de Defesa do Direito Penal – Editora Manaim;
•• Processo Penal Prático – Editora- Manaim; Coautoria;
•• Prova de Ingresso na Defensoria Pública- Editora Espaço Jurídico; Coautoria;
•• Lei de Violência Doméstica Contra a Mulher e Lei de Tóxicos-Lei nº 11.340/2006 e Lei
11.343/2006 – Editora Lumen Juris ; Coautoria;
•• Defensoria Pública- Carreiras DPU e DPE – Editora Saraiva; Coautoria;
•• Prova de Ingresso na Emerj – Editora Espaço Jurídico Coautoria;
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Apresentação
Ementa
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4. Pena cumprida no estrangeiro
5. Eficácia da sentença estrangeira
6. Contagem de prazo
7. Conflito aparente de normas
8. Teoria do Crime
8.1. Fato Típico
8.2. Ilicitude
8.3. Culpabilidade
9. Concurso de Crimes
10. Concurso de Pessoas
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Edital
DIREITO PENAL: 1 Aplicação da lei penal. 1.1 Princípios básicos. Princípios da legalidade e da
anterioridade. 1.2 A lei penal no tempo e no espaço. 1.3 Tempo e lugar do crime. 1.4 Lei penal
excepcional, especial e temporária. 1.5 Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal.
1.6 Pena cumprida no estrangeiro. 1.7 Eficácia da sentença estrangeira. 1.8 Contagem de
prazo. 1.9 Frações não computáveis da pena. 1.10 Interpretação da lei penal. 1.11 Analogia.
1.12 Irretroatividade da lei penal. 1.13 Conflito aparente de normas penais. 2 Infração penal:
elementos; espécies; sujeito ativo e sujeito passivo. 3 O fato típico e seus elementos. 3.1 Crime
consumado e tentado. 3.2 Pena da tentativa. 3.3 Concurso de crimes. 3.4 Ilicitude e causas
de exclusão. 3.5 Punibilidade. 3.6 Excesso punível. 3.7 Culpabilidade (elementos e causas de
exclusão). 4 Imputabilidade penal. 5.5 Concurso de pessoas.
BANCA: Cespe
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Direito Penal
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OBS: Antecedente do princípio é a Magna Carta, 1215. Em seu art. 39, estabelecia que nenhum
homem livre poderia ser submetido a julgamento senão pelos seus pares e de acordo com a lei
local (law of land).
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É preciso que a ofensa seja relevante (princípio da alteridade – não se pune atitude meramente
interna do agente).
f) Princípio da humanidade
O presente princípio decorre da dignidade humana, princípio consagrado no art. 1º, III, CF/88.
Nenhuma pena pode ser cruel, desumana ou degradante, art. 5º XLV, CF/88.
j) Princípio da insignificância/Bagatela
O princípio da insignificância, também, conhecido como princípio da bagatela dispõe que
Direito Penal não deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico
tutelado pela norma.
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2. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
Discute-se se podemos ou não interpretar em prejuízo do réu, discussão esta que gera opiniões
divergentes, mas prevalece que poderia ser feita interpretação extensiva em prejuízo do réu
(arma no crime de roubo).
Analogia não se confunde com interpretação analógica ou extensiva. Aqui há uma lacuna legal
de fato. Diante do princípio da legalidade, como não há lei regulando tal fato, a analogia só
pode ser utilizada em favor do réu, conforme vimos acima.
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Em relação a Lei penal no tempo vigora o tempus regit actum, ou seja: aplica-se a lei vigente na
data do fato.
“Art. 2º. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixar de considerar crime,
cessando em virtude dela, a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”
Consequências:
(i) Cessando em virtude dela a execução, assim extinguindo a punibilidade a qualquer tempo.
Podemos concluir que a Lei abolicionista não respeita sequer a coisa julgada;
(ii) Cessando em virtude dela os efeitos penais da sentença condenatória, porém os efeitos
extrapenais (arts. 91 e 92, CP) permanecem.
b) lex mitior (Novatio legis in mellius) Lei penal posterior ainda que não descrimine o fato,
mas favorece o agente, diminuindo a pena (art 2º, P. ún., CP) retroage, excetuando-se a
Teoria da Atividade e igualmente não respeita a coisa julgada.
Em resumo, temos as situações abaixo:
TEMPO DA REALIZAÇÃO DO FATO LEI POSTERIOR
Fato atípico Criação do crime. Lei irretroativa (art. 1º CP)
Era crime Aumenta a pena. Lei irretroativa (art. 1º CP)
Era crime Supressão da figura criminosa Lei retroage (art. 2º, caput, CP)
Era crime Diminui a pena. Igualmente retroage (art. 2º, § 2º, CP)
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OBS: Lei excepcional ou temporária:
a) Lei temporária (temporária em sentido estrito) – é aquela que tem fixado em seu texto o
tempo de sua vigência. Não se confundido com a Lei Excepcional ou temporária em sentido
amplo; e
b) lei excepcional (temporária em sentido amplo) – é aquela que atende a transitórias
necessidades estatais, como: guerras, calamidades, epidemias e etc., perdurando por todo
o tempo excepcional.
Trata-se de leis ultra-ativas, pois aplicam-se aos fatos ocorridos em sua vigência, ainda que não
mais vigorem.
OBS: Tempo do crime
Art. 4º CP. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro
seja o momento do resultado.
Adotou-se a teoria da ATIVIDADE.
Atenção: Se liga na música jurídica sobre “Lei Penal no Tempo” – acesse: www.
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Aplicação da lei penal no espaço refere-se à aplicação da lei penal brasileira no território, pois,
a sanção penal pressupõe atividade jurisdicional e esta atividade, precípua do poder judiciário
pressupõe, por sua vez, soberania nacional, já que nosso país não pode exercer sua força estatal
sobre outro território (Argentina, por ex.).
Vale destacar que com relação ao lugar para fins de aplicação de lei penal brasileira, aplica-se
a Teoria da Ubiquidade, pois, considera-se como lugar do crime tanto no lugar onde ocorreu a
conduta, quanto o lugar onde se ocorreu ou deveria ocorrer o resultado (art. 6º CP).
Territorialidade
A questão a ser discutida neste tema, incialmente, é o que será território nacional para fins
penais. Assim, o art. 5º do CP e seus parágrafos nos respondem, considerando território
nacional:
a) os navios ou aeronaves brasileiros públicos ou, se privados, estiverem a serviço do governo
brasileiro, aplica-se a lei penal brasileira aonde quer que estejam;
b) se privados, quando em alto mar ou espaço aéreo correspondente, seguem a lei da
bandeira que ostentam; e
c) quanto aos estrangeiros em território brasileiro, desde que públicos, não são considerados
parte de nosso território (princípio da reciprocidade).
Contudo, ainda na aplicação da lei penal no lugar ou espaço, há o princípio da extraterritorialidade
consagrado no art. 7º do CP, o qual define os casos de aplicação da lei penal brasileira fora
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Extraterritorialidade:
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4. PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO
“Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. “
“ Art. 9º CP. A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as
mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:
I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II – sujeitá-lo a medida de segurança
Parágrafo único. A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
6. CONTAGEM DE PRAZO
“ Art. 10 CP. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum.”
OBS: Contagem de prazo1:
No que diz respeito à contagem dos prazos, o art. 10 do CP estabelece uma regra diversa
daquela existente no § 1º do art. 798 do CPP.
Surge, portanto, pelo confronto dos dois dispositivos legais a distinção entre o prazo penal e o
processual penal. Todos os prazos, como regra geral, que digam respeito ao normal andamento
do processo deverão ter essa natureza, ou seja, serem considerados processuais, a exemplo
do prazo concedido ao MP para o oferecimento da denúncia, bem como aqueles destinados a
defesa prévia, as alegações finais etc. Há prazos, contudo, que dizem respeito diretamente ao
direito de liberdade dos cidadãos. Esses prazos, pela sua natureza, deverão ser considerados
prazos penais, a exemplo da contagem da decadência, do cumprimento da pena, da prescrição
etc2.
1 Lei nº 810/49 – Art. 1º Considera-se ano o período de 12 (doze) meses contado do dia do início ao dia e mês
correspondentes do ano seguinte; 2º Considera-se mês o período do tempo contado do dia do início ao dia
correspondente do mês seguinte e 3º Quando no ano ou mês do vencimento não houver o dia correspondente ao
do início do prazo, este findará no primeiro dia subsequente.
2 Segundo GUILHERME DE SOUZA NUCCI, “Se o instituto for previsto tanto no Código Penal, quanto no de Processo
Penal, prevalece a contagem como se fosse prazo penal, o que é mais benéfico ao réu. Ex: decadência (art. 103, CO;
art. 38 do CPP).
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Além dessa distinção entre os prazos penal e processual penal, o art. 10 do CP determina que
os dias, os meses e os anos sejam contados pelo calendário comum, isto é, pelo calendário
conhecido como gregoriano.
Trata-se de conflito que se estabelece entre duas ou mais normas aparentemente aplicáveis
ao mesmo fato. Fala-se em conflito porque mais de uma pretende regular o fato, todavia é
aparente, porque, na verdade, apenas uma delas acaba sendo aplicada à hipótese.
Antes de tudo, vale observar que não se confunde Conflito Aparente de Normas com Sucessão
de Leis no Tempo, pois, no primeiro temos em tese a aplicação de duas normas vigentes, mas
no segundo, temos a aplicação de uma norma vigente em sucessão a uma norma revogada.
Desta forma, como elementos do Conflito Aparente de Normas, temos: (i) unidade de fato; e
(ii) pluralidade de normas vigentes com aparente aplicação.
A solução deste conflito se dá com aplicação de alguns princípios:
a) Especialidade (Lex specialis derogat legi generali) – Tal princípio está disposto no art. 12
do CP, determinando o afastamento da lei geral para aplicação da lei especial. Especial é a
norma que possui todos os elementos da geral e mais alguns, denominados especializantes.
Logo, a lei especial prevalece sobre a geral.
b) Subsidiariedade (Lex primaria derogat legi subsidiariae) – Um lei vigente pode ter caráter
subsidiário em relação a outra principal. Esta relação de subsidiariedade se pauta no grau
de gravidade de cada uma das normas. A subsidiariedade pode ser expressa ou tácita.
c) Consunção (Lex consumens derogat legi consumptae) – Igualmente pode ser chamado
de Princípio da Absorção. Aqui o crime previsto em uma norma se trata de fase de outro
crime, sendo assim absorvido. Aplica-se tal princípio em quatro casos:
(i) Crime Progressivo – Se dá quando o agente busca um resultado criminoso, mas não
tem como alcançá-lo sem passar por outro crime;
(ii) Progressão Criminosa – Se dá quando o agente inicialmente pretende praticar
um crime, mas no meio da execução do crime inicial busca um resultado criminoso
diferente e mais grave, o qual ofenda o mesmo bem jurídico;
(iii) Antefactum impunível – São fatos anteriores que estão na linha de execução do crime
desejado, mas não se trata de fato estritamente necessário para aquele crime final; e
(iv) Postfactum impunível – São fatos posteriores que se tratam de exaurimento do crime
inicial, já consumado.
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8. TEORIA DO CRIME
INTRODUÇÃO
No Brasil, Infração penal é gênero, o qual comporta duas espécies: crime (delito) e contravenção
penal (crime anão, delito liliputiano ou crime vagabundo).
Crime durante toda evolução do direito possuiu diversos conceitos, mas a doutrina, diante
da fração de atos e momentos dentro de um crime, adotou o conceito analítico de crime,
facilitando seu estudo, definindo-o como:
Fato típico é o primeiro substrato do crime, que se define por fato humano antissocial,
consistente em uma conduta produtora de um resultado, com ajuste formal e material a um
tipo penal.
a) Da Conduta
Espécies de conduta
A voluntariedade do crime apresenta as formas de dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva.
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Elementos do dolo:
a) Elementos volitivo: vontade; e
b) Elemento intelectivo: consciência da conduta e do resultado.
Espécies de dolo:
a) Dolo direto / determinado / intencional / imediato / incondicionado – Configura-se
quando o agente prevê determinado resultado, dirigindo a sua conduta na busca de realizá-
lo.
b) Dolo indireto ou indeterminado – O agente com sua conduta não busca resultado certo e
determinado.
Possui duas formas:
i) Dolo alternativo, que ocorre quando o agente prevê pluralidade de resultados dirigindo
a sua conduta na busca de realizar qualquer um deles, com a mesma intensidade de
vontade; e
ii) Dolo eventual, no qual o agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta
na busca de realizar algum deles, assumindo o risco de realizar os demais.
c) Dolo geral ou erro sucessivo – O agente, supondo ter produzido o resultado visado, realiza
nova conduta com finalidade diversa, sendo que esta é que acaba efetivamente produzindo
o evento do início desejado (Agente acha que matou enforcando, mas não atingiu o
resultado de fato e enterra a vítima, matando-a ao enterrá-la).
d) Dolo de 2º grau/de consequências necessárias – Todas as consequências, mesmo que
não perseguidas diretamente ou até mesmo lamentadas, o agente prevê inevitáveis. Ex.:
o agente quer matar seu desafeto que logo embarcará num voo para Londres. Para tanto,
coloca uma bomba para explodir o avião quando estiver nas alturas. Mata-se o desafeto e
os demais passageiros, assim, a morte do desafeto é do primeiro grau e dos demais é de
segundo grau.
e) Dolo direto de 3º grau (dolo de dupla consequência necessária). É a consciência e vontade
de produzir um resultado como consequência necessária do efeito colateral necessário
da conduta. Trata-se da inevitável violação de bem jurídico em decorrência do resultado
colateral produzido a titulo de dolo direto de segundo grau. Percebe-se que a existência
de dolo direto de terceiro grau pressupõe a existência de dolo direto de segundo grau.
Exemplo: o agente, para matar seu inimigo (fim proposto), coloca uma bomba no avião
em que ele se encontra, vindo a matar, além de seu inimigo (dolo direto de primeiro grau),
todos os demais que estavam a bordo como consequência necessária do meio escolhido
(dolo direto de segundo grau). Entretanto, uma das pessoas a bordo estava grávida, de
sorte que da sua morte decorreu necessariamente o aborto (dolo direito de terceiro grau).
Em resumo, a morte da gestante é um efeito colateral necessário da conduta. Por sua
vez, o aborto é o resultado como consequência necessária do efeito colateral necessário
da conduta. No exemplo, o agente deve ter consciência da gravidez para responder pelo
resultado 3.”
3 Marcelo André de Azevedo e Alexandre Salim. Direito Penal Parte Geral. 5 ed. Juspodivm.
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a.2) Crime culposo
Previsto no inciso II do art. 18, CP, consiste numa conduta voluntária que realiza um fato ilícito
não querido pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) ou lhe era previsível
(culpa inconsciente) e que podia ser evitado se o agente atuasse com o devido cuidado (art. 33
CPM).
Elementos da culpa
a) Conduta humana voluntária.
iii) Imperícia, quando o agente atua com falta de aptidão técnica para o exercício de arte
ofício ou profissão.
c) Resultado.
e) Previsibilidade.
Espécies de culpa:
a) Culpa própria – As espécies de culpa abaixo são espécies de Culpa Própria, pois o Agente
não quer e não assume o risco de produzir o resultado.
a1) Culpa consciente/com previsão/ex lascivia – O Agente prevê o resultado, mas espera
que ele não ocorra, supondo poder evitá-lo.
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Obs: crime preterdoloso – Crime doloso – agravado culposamente (ex.: lesão corporal seguida
de morte) – apenas nesta hipótese há crime preterdoloso.
Crimes omissivos
O agente infringe um tipo mandamental (o direito penal protege bens jurídicos determinando
a realização de condutas valiosas), não fazendo o que a lei determina, caracterizando o crime
praticado por omissão.
A norma mandamental que manda agir pode decorrer:
a) Do próprio tipo penal (arts. 135, 269, CP), no qual o agente tem o dever genérico de agir –
OMISSÃO PRÓPRIA ou PURA;
b) De uma cláusula geral – norma geral anuncia quando a omissão é penalmente relevante
(art. 13, CP), no qual o agente responde por crime comissivo por omissão (ex.: mãe que
deixa de alimentar o filho responde por homicídio doloso ou culposo, pois não evitou o
resultado, sendo equiparada ao causador) – OMISSÃO IMPRÓPRIA ou IMPURA.
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b) RESULTADO
Trata-se da consequência da conduta, podendo ser um resultado:
a) NATURALÍSTICO OU MATERIAL
CONCLUSÃO – Nem todos os crimes tem resultado naturalístico. Os crimes materiais têm; os
crimes formais dispensam; e os crimes de mera conduta não têm.
Causalidade – O estudo da causalidade busca concluir se o resultado é um fato que ocorreu
daquela conduta e se pode ser atribuído ao autor, inserindo-se na sua esfera de autoria, por ter
sido ele o agente do comportamento. O art. 13, caput, do CP adotou a Teoria da causalidade
simples, pois todo fato humano sem o qual o resultado não teria ocorrido é causa.
Concausas – Pluralidade de condutas e/ou eventos concorrendo para o mesmo resultado.
Podem ser:
ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES (AI) – A causa efetiva do resultado (CE) não se origina da
conduta ou do evento concorrente.
RELATIVAMENTE INDEPENDENTES (RI) – A CE do resultado se origina, direta ou indiretamente,
da conduta ou evento concorrente.
Ambas as espécies acima podem ser:
a) PREEXISTENTE – A CE é anterior à conduta ou evento concorrente.
b) CONCOMITANTE – A CE é simultânea à conduta ou evento conflitante.
c) SUPERVENIENTE – A CE é posterior à conduta ou evento conflitante.
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ERRO DE TIPO
INTRODUÇÃO – Previsto no artigo 20 do CP, dizendo:
“Art. 20 – O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei.”
CONCEITO – Falsa representação da realidade, erro que recai sobre as elementares,
circunstâncias ou qualquer dado ligado tipo.
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TIPICIDADE PENAL
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CLASSIFICAÇÃO:
a) ESSENCIAL – Pode ser Evitável ou Inevitável, o que altera suas consequências jurídicas.
SE INEVITÁVEL SE EVITÁVEL
Exclui dolo (não há consciência) Exclui dolo (não consciência)
Exclui a culpa (não há previsibilidade) Mas pune a culpa, pois há previsibilidade.
b) ACIDENTAL – erro recai sobre dados secundários do tipo penal. No erro de tipo acidental
a intenção criminosa do agente é manifesta, incidindo naturalmente a responsabilidade
penal do agente, pois não há exclusão de dolo, tampouco a culpa, não isentando agente de
pena.
CONSEQUENCIAS – Não exclui dolo ou culpa, não o isentando de pena, responde por
furto, considerando-se o objeto atingido e não o objeto visado, aplicando-se a teoria da
concretização.
b) SOBRE A PESSOA – Previsto no art. 20, § 3º, CP. Ocorre quando o agente, por erro, representa
mal a pessoa que busca ofender, ofendendo pessoa diversa (erro de representação da
vítima e não de execução).
CONSEQUENCIAS – Não exclui o dolo e culpa e logicamente não isenta o agente de pena. De
acordo com a lei o agente responde pelo crime, considerando-se as condições e qualidades
da vítima virtual (pretendida e não atingida – Teoria da Equivalência.)
ERRO QTO A PESSOA (ART. 20, § 3º, CP) ERRO NA EXECUÇÃO (ART. 73, CP)
Representa mal, mas executa bem. Representa bem, mas executa mal.
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CONSEQUÊNCIAS:
ABERRATIO ICTUS (ART. 73, CP) ABERRATIO CRIMINIS (ART 74, CP)
Apesar do erro, atinge o mesmo bem jurídico de O Agente em razão do erro, atinge bem jurídico
pessoa diversa diverso.
Resultado pretendido=resultado produzido (com Resultado produzido é diferente do pretendido
pessoa diversa)
Relação pessoa/pessoa ou coisa/coisa Relação coisa/pessoa
CONSEQUÊNCIAS:
8.2. ILICITUDE
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para alguns seria descriminante, apesar de prevalecer que a imunidade parlamentar exclui
tipicidade).
Igualmente temos uma descriminante supralegal: consentimento do ofendido.
8.3. CULPABILIDADE
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ELEMENTOS DA CULPABILIDADE:
a) IMPUTABILIDADE – É a capacidade de condições pessoais que conferem ao sujeito ativo
a capacidade de discernimento e compreensão para entender seus atos e determinar-se
conforme esse entendimento. Traz como reflexo a imputação, ou seja, possibilidade de se
atribuir a alguém a responsabilidade pela prática de uma Infração Penal.
HIPÓTESES DE INIMPUTABILIDADE – Sem definir o que seja Imputabilidade (conceito
positivo), o CP enumera as hipóteses de Inimputabilidade (conceito negativo), sendo:
I) INIMPUTABILIDADE EM RAZÃO DE ANOMALIA PSÍQUICA (art. 26, caput, CP) – O conceito de
doença mental do artigo 26 deve ser tomada na maior amplitude de sua abrangência, ou
seja, qualquer enfermidade que venha a debilitar as funções psíquicas. Como consequência,
o inimputável será denunciado, sofrerá o processo, mas será absolvido com a aplicação
de Medida de Segurança (Espécie de Sanção Penal – Absolvição Imprópria).
CUIDADO: O art. 26, § único não traz caso de inimputabilidade, mas de imputabilidade com
responsabilidade penal diminuída (semi-imputável). Neste caso, o agente será denunciado,
sofrerá o processo, mas terá pena diminuída ou sofrerá MS (Sistema Vicariante ou Unitário).
CUIDADO 2: Outro ponto que merece destaque é o fato de que apesar de haver corrente
em sentido contrário, PREVALECE QUE A SEMI-IMPUTABILIDADE É COMPATÍVEL
COM AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (AGRAVANTES OU CAUSAS DE AUMENTO) OU
QUALIFICADORAS SUBJETIVAS DO CRIME LIGADAS AO MOTIVO DO CRIME OU ESTADO
ANÍMICO DO AGENTE, pois não interfere no dolo.
II) INIMPUTABILIDADE EM RAZÃO DA IDADE DO AGENTE (art. 27, CP) – Nesta hipótese,
adota-se o sistema biológico da culpabilidade, pois basta ser menor de 18 anos para ser
inimputável, não importando a sua capacidade de entendimento e autodeterminação no
momento da conduta.
III) INIMPUTABILIDADE EM RAZÃO DA EMBRIAGUEZ (art. 28, § 1º, CP) – Proveniente de caso
fortuito (agente ignora o caráter inebriante da substância que ingere) ou força maior (o
agente é obrigado a ingerir a substância).
OBS.: Embriaguez conceitua-se pela intoxicação aguda e transitória, causada pelo álcool ou
substancias de efeitos análogos, podendo progredir de uma ligeira excitação até o estado
de paralisia e coma.
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OBS.: Sabendo que na embriaguez completa o agente não tem capacidade de entendimento e
autodeterminação, como concluir que era imputável, pressuposto da punição, na embriaguez
não acidental ou preordenada?
A imputabilidade pressupõe a capacidade de entendimento e autodeterminação. Aplica-se,
no caso de embriaguez preordenada ou não acidental, a Teoria da actio libera in causa (ato
transitório revestido de inconsciência decorre de ato antecedente que foi livre na vontade,
transferindo-se para este momento anterior a constatação da imputabilidade).
b) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE – Trata-se do segundo elemento da culpabilidade,
representa a capacidade de consciência do agente imputável de que atua em
contrariedade ao ordenamento jurídico (o agente sabe ou tem condições de saber que o
seu comportamento é ilícito).
CAUSA DE EXCLUSÃO
ERRO DE PROIBIÇÃO – Previsto no art. 21, CP.
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CUIDADO
ii) OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA – Previsto no art. 22, 2ª parte do CP. Possui os seguintes
requisitos:
a) Ordem de superior hierárquico, que se define pela manifestação de vontade do titular de
uma função pública a um funcionário que lhe é subordinado. Nunca abrangendo outro tipo
de subordinação senão esta pública, ou seja, excluindo alguns exemplos típicos: filho e pai,
padre e bispo...
b) Ordem não manifestamente ilegal, devendo ser entendida segundo as circunstâncias do
fato e as condições de inteligência e cultura do subordinado.
CONSEQUÊNCIAS:
A consequência varia de acordo com a ordem que pode ser:
RESUMO:
CULPABILIDADE E DIRIMENTES (CAUSAS DE EXCLUSÃO)
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9. CONCURSO DE CRIMES
CONCEITO – Dá-se o concurso de crimes, quando o agente, com uma ou várias condutas
realiza pluralidades de crimes. Está disposto nos arts. 69 (concurso material), 70 (formal) e 71
(continuidade delitiva), do CP.
ATENÇÃO: pode ocorrer entre crimes de qualquer espécie, pois ocorre nos crimes comissivos,
omissivos, dolosos, culposos, consumados, tentados, simples, qualificados, delitos e
contravenções.
ESPÉCIES:
REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA – Adotamos neste caso o sistema do cúmulo material, ou seja, o
juiz primeiramente individualiza as penas de cada crime, somando todas ao final (ex.: A, depois
de furtar o veículo de B, tentou estuprá-lo, sendo impedido por populares). Neste caso, o juiz
individualiza a pena de cada crime e soma-as.
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entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam
de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único. Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.”
Esta regra foi criada com o fim de beneficiar o réu, que com uma só conduta produz vários
resultados.
REQUISITOS:
a) Unidade de conduta, que pode ser dividida em pluralidade de atos.
b) Pluralidade de crimes.
Ex.: A conduzindo seu automóvel, com manifesta negligência, perde o controle de direção e
atropela B e C, causando-lhes a morte. assim, há responde pelo art. 302 do CTB em concurso
formal, pela conduta única com pluralidade de resultados.
Ex. 2: A entre no coletivo e mediante grave ameaça subtrai os pertences pessoais dos
passageiros. a praticou roubo, em conduta única, desdobrada em vários atos.
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naquele instituto, ocorrendo o CÚMULO MATERIAL BENÉFICO (ex.: A atira para matar B.
Depois do disparo, culposamente fere C, nesse caso A responde pelo homicídio de B e
lesões leves culposas de C. Sendo a pena do homicídio De 6 a 20 anos e da lesão de 2 meses
a um ano, temos um Concurso Formal Próprio Heterogêneo, pois são crimes diferentes e
sem desígnios autônomos, caso apliquemos a exasperação, ele pode ter no mínimo 6 anos
mais 1/6 da pena mais grave, que seria 7 anos, contudo, se aplicarmos o cúmulo material,
ele responde por no mínimo 6 anos e dois meses.
b) Concurso Formal Impróprio – Nesse caso o agente atua com desígnios autônomos,
aplicando-se o sistema do cumulo material, somando-se as penas dos crimes praticados.
CONTINUIDADE DELITIVA OU CRIME CONTINUADO – Previsto no art. 71 do CP. Vale
lembrar que Zaffaroni rotula esta espécie de concursos como Concurso Material Atenuado
ou Falso Crime Continuado, por entender que sob o aspecto objetivo, o crime continuado
e o concurso material são idênticos, mas por razões de política criminal, por ficção jurídica,
criou-se tal instituto, considerando que só crime mais grave foi praticado pelo agente,
majorando a sua pena de 1/6 a 2/3.
“Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-
se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada,
em qualquer caso, de um sexto a dois terços.”
No Caput acima, temos o Crime Continuado Genérico e no § único, temos o Crime
Continuado Especifico.
REQUISITOS:
a) Pluralidade de condutas.
b) Pluralidade de condutas de crimes da mesma espécie, que são crimes previstos no mesmo
tipo, protegendo igual bem jurídico, conforme entende o STF. Logo, não é possível de
continuidade delitiva no caso de roubo e extorsão, que apesar de protegeram o mesmo
bem jurídico, não estão no mesmo tipo penal, bem como não pode haver continuidade nos
crimes de roubo e latrocínio, que apesar de estarem no mesmo tipo, o latrocínio também
protege a vida.
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10. CONCURSO DE PESSOAS
AUTORIA
CONCEITO E TEORIAS – O conceito depende da Teoria adotada, mas adotamos no CP a Teoria
Objetiva, a qual afirma que Autor é quem pratica o verbo nuclear do tipo penal.
COAUTOR – Nada mais é do que o número plural de autores.
PARTÍCIPE – Entende-se por Partícipe, aquele que é coadjuvante do crime (fato determinado
praticado por Autor conhecido e individualizado).
ESPÉCIES:
a) Partícipe Moral – Induzir ou instigar, sendo fazer nascer ideia e reforçar ideia já existente,
respectivamente.
b) Partícipe Material – Auxiliar materialmente na prática do delito.
ATENÇÃO: A adequação típica será possível graças à norma de extensão pessoal do artigo 29,
do CP.
ELEMENTOS DA PARTICIPAÇÃO:
a) Eficácia causal; e
b) Consciência de participação na ação de outrem.
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PERGUNTA DE CONCURSO – Caio, mediante coação moral irresistível, obriga Tício a matar
Mévio.
Caio é autor de Homicídio? Não, pois não realizou o núcleo do tipo.
Caio é partícipe de Homicídio? Não, pois seu comportamento não é acessório.
Conclusão: Caio é Autor mediato.
AUTOR MEDIATO – Considera-se Autor mediato aquele que sem realizar diretamente a conduta
prevista no tipo, comete o fato punível por meio de outra pessoa, usada como seu instrumento.
Apesar de aproximar-se do conceito de Partícipe, com ele não se confunde, pois não se trata de
conduta acessória.
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