Sei sulla pagina 1di 8

Texto 1

O ato de aprender não envolve apenas competências relacionadas aos


aspectos cognitivos, mas também motivação, criatividade, persistência e
afetividade: a emoção é o motor da aprendizagem.
É provável que você já tenha ouvido falar sobre competências socioemocionais
e como elas são importantes na sala de aula, mas, afinal, o que é a
aprendizagem socioemocional?
A aprendizagem socioemocional é o processo de desenvolvimento de
competências e habilidades. É importante definir o que é competência: um
conjunto de esquemas de percepção, pensamento, avaliação, ação e
adaptação que permite que uma pessoa acesse variados recursos no momento
em que for necessário para executar uma tarefa. A competência depende de
uma série de conceitos interdisciplinares que se configuram em cada indivíduo
com base em sua experiência individual e coletiva, e considerando o mundo à
sua volta. Uma competência é composta de um conjunto de habilidades
associadas ao saber fazer, isto é, que indicam a capacidade adquirida, como
organizar informações, sintetizar, julgar e correlacionar. Esses são exemplos
de habilidades relacionadas tanto com a aquisição de competências cognitivas
quanto não cognitivas. A educação integral contempla competências de várias
ordens.
A educação integral consiste no desenvolvimento das competências cognitivas
e não cognitivas e, diferentemente do que se pensava, elas não estão
dissociadas. Ao contrário, pesquisas mostram que o desenvolvimento
socioemocional impacta o aprendizado cognitivo.
Segundo Abed (2014), não é mais possível conceber que apenas a cognição
compareça à sala de aula: os estudantes têm emoções, estabelecem vínculos
com os objetos do conhecimento, os colegas, os professores, a família, os
amigos, o mundo. Todos nós rimos, choramos, sofremos, nos encantamos,
desejamos, fantasiamos, teorizamos. Somos seres de relação, repletos de
vida; há infinitos universos dentro e fora de nós – não há como fugir disso.
Uma característica do século atual é a aceleração da propagação de
informações e as profundas mudanças nas relações com o conhecimento que
estão marcadas pelo universo digital em que estamos mergulhados. Nosso
contexto exige que uma escola esteja apta a acompanhar toda essa
transformação e volatilidade de transmissão de conhecimentos e relações, mas
o que temos é uma escola que não acompanha esse ritmo e, por isso, muitas
vezes, deixa de ser interessante para o aluno.
A busca é por alternativas que integrem o aluno e a escola, com o objetivo de
contribuir positivamente na sua formação como cidadão para um futuro que se
mostra cada vez mais incerto. Sua formação como ser pensante e atuante na
sociedade, como construtor de conhecimentos concretos e comprometido com
a criação de um mundo melhor. Nesse sentido, vemos a necessidade
emergente de práticas pedagógicas que se adequem a essa realidade do novo
estudante.
O ensino tradicional ainda é aquele pensado para atender a antigas demandas.
Se o mundo exige dos alunos que sejam protagonistas de seu próprio
desenvolvimento e espaços, principalmente diante de tamanha complexidade,
é preciso que eles se formem de maneira integral e integrada. Isso é possível
se pensarmos em incorporar estratégias de aprendizagem mais flexíveis e
abrangentes.
O desenvolvimento das competências socioemocionais é uma estratégia que
abarca essas necessidades, além de contribuir diretamente para o aprendizado
cognitivo do aluno. Práticas atuais, que buscam reconectar o indivíduo ao
mundo e ao próximo, além, é claro, de uma tentativa direta de conexão consigo
mesmo, são os objetivos da aprendizagem socioemocional.

Texto 2
O trabalho com competências socioemocionais é um processo de “mão dupla”
no qual tanto crianças como adultos aprendem a colocar em prática as
melhores atitudes e habilidades para lidar com as emoções, alcançar objetivos,
demonstrar empatia, manter relações positivas e tomar decisões de maneira
responsável, além de outras atitudes que contribuirão para o objetivo final: a
formação de um cidadão íntegro e agente passível de transformações
positivas. Contudo, a entrada das competências socioemocionais na escola é
algo recente, que está acontecendo concomitantemente com a demanda
exigida neste século. A globalização das informações, tecnologias,
organizações sociais e econômicas fez com que as inquietações e as reflexões
quanto ao processo de formação humana e o papel da escola ultrapassassem
definitivamente os muros das universidades e alcançassem praticamente todas
as camadas da sociedade (ABED, 2014).
As competências socioemocionais, em conjunto com as cognitivas, exercem
um papel importante para impulsionar o sucesso das crianças na vida, e devem
ser consideradas e trabalhadas em diferentes contextos: escola, família,
comunidade e nas contribuições culturais de cada uma delas. Para a
consolidação das competências relacionadas ao fazer e às relações
interpessoais, é necessário desenvolver um conjunto de habilidades,
comportamentos e atitudes; e a mesma habilidade pode contribuir para
diferentes competências.
A importância de a educação não se restringir somente ao desenvolvimento de
competências cognitivas, mas considerar conteúdos que combinam as
dimensões cognitivas, sociais e emocionais do aprendizado não é uma
constatação recente. Mas, diante do cenário atual, a necessidade de trabalhar
com tais competências nas escolas tornou-se urgente. Os aspectos
socioemocionais são importantes porque capacitam as pessoas a buscar o que
desejam, a tomar decisões, a estabelecer objetivos e a persistir no seu
alcance, mesmo em situações adversas, para ser protagonistas do seu próprio
desenvolvimento. Elas assistem às competências cognitivas nas funções de
interpretação, reflexão, raciocínio, pensamento abstrato, assimilação de ideias
complexas, resolução de problemas e generalização de aprendizados,
contribuindo tanto para o sucesso acadêmico quanto para o sucesso na vida.
Anos de pesquisas revelam que alunos com competências socioemocionais
mais desenvolvidas apresentam maior facilidade de aprender os conteúdos
escolares. Isso porque o ato de aprender não envolve apenas competências
ligadas à velocidade de raciocínio e à memória, mas exige também motivação
e capacidade de controlar a ansiedade e as emoções.
O Casel (do inglês Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning),
um dos principais representantes do movimento para inclusão de
aprendizagem socioemocional em grades curriculares e programas escolares,
é uma liderança mundial na organização dos estudos relacionados aos
aspectos cognitivos e não cognitivos da aprendizagem. Trata-se de um grupo
formado por entidades, pesquisadores e políticos, com o referencial mais
utilizado por programas de intervenção e estudado em práticas pedagógicas.

Para o Casel, aprendizagem socioemocional é definida como o processo pelo


qual crianças e adultos adquirem e aplicam conhecimentos, atitudes e
habilidades necessárias para entender e gerenciar emoções, sentir e
demonstrar empatia pelos outros, alcançar objetivos, estabelecer e manter
relações sociais positivas e tomar decisões responsáveis. Como parte de seu
trabalho, o Casel também selecionou algumas competências (apresentadas no
quadro a seguir, junto com as habilidades que a descrevem) capazes de
contribuir para o desenvolvimento do indivíduo e para o processo de
aprendizagem. São elas:
Atualmente existem alguns programas voltados para esse ensino no Brasil e no
mundo. Iniciativas nacionais começam a levar esses programas para escolas
particulares, municipais e estaduais em projetos que visam melhorar as
competências cognitivas e não cognitivas dos alunos e a prepará-los para
enfrentar plenamente o século XXI.
O Center for Curriculum Redesign (CCR) é um grupo que reconhece a
relevância das competências socioemocionais na preparação de um futuro de
sucesso para os alunos. Pensando numa maneira de tornar possível e prática a
integração dessas competências no currículo dos alunos, o CCR desenvolveu
uma estrutura que conta, além das socioemocionais, com uma dimensão que
envolve “caráter”. Esse recorte engloba a atuação do aluno, suas atitudes, seu
comportamento, seus valores e suas habilidades socioemocionais. A inclusão
do caráter nesse recorte específico foi justificada por dois motivos principais:
primeiro, por entenderem que o conhecimento (aspecto meramente cognitivo)
não é suficiente para preparar os estudantes para os desafios do futuro, ao
passo que as qualidades do caráter podem ser indicadores melhores do
sucesso do aluno, não somente de seu aprendizado, mas do trabalho produtivo
e da sua vida como cidadão ativo e responsável. Segundo, justificam que
estudos da neuropsicologia demonstram que diversos aspectos da qualidade
do caráter podem ser aprendidos/ensinados e desenvolvidos em diferentes
graus e, dessa forma, podem e devem ser atingidos e aprimorados por meio da
prática escolar (FADEL, BIALIK, TRILLING, 2015).
Observe a figura a seguir, elaborada pelo CCR, e os pontos de intersecção
entre as habilidades cognitivas, emocionais e o caráter.

Figura. A educação em quatro dimensões

O foco no desenvolvimento de competências dos alunos tem sido observado,


inclusive, em processos de avaliação em grande escala, como o Programme
for International Student Assessment (PISA) e o Enem. Universidades
americanas já trazem como forma de ingresso a avaliação da capacidade
socioemocional de seus candidatos.
Existe uma justa preocupação em não sobrecarregar as escolas e os
professores na tarefa de educar as próximas gerações. Defender que o
desenvolvimento das habilidades socioemocionais seja promovido no ambiente
escolar não implica isentar a família, a sociedade e as políticas públicas. É
preciso fortalecer toda a sociedade para que cada elo possa cumprir o seu
papel e colaborar com os demais em suas funções.
Por outro lado, é possível supor/perceber que os professores desejam colocar
em prática esses saberes, pois são eles que precisam lidar, no dia a dia da
sala de aula, com situações sociais carregadas emocionalmente, que, muitas
vezes, são bastante difíceis de ser administradas, como bullying, a violência na
sala de aula e no pátio. Precisa ficar claro que “o trabalho voltado para o
desenvolvimento socioemocional não deve ser considerado como ‘mais uma
tarefa do professor’, mas sim como um caminho para melhorar as relações
interpessoais na sala de aula e construir um clima favorável à aprendizagem”.
(ABED, 2014)
Com certeza, é fundamental repensar bases filosóficas e teóricas que
sustentem as práticas para que possamos, de maneira consistente e
abrangente, (re)construir o espaço escolar.

Texto 3
O professor é um dos principais mediadores da transformação do fazer do
aluno, afinal é ele que está no “aqui e agora” com os alunos. Para que os
docentes ajudem a promover as habilidades socioemocionais em seus
estudantes, eles mesmos precisam do apoio para assumir esse papel na cena
pedagógica. Um ponto de dificuldade que cerca a maior parte dos professores
é a experiência prévia, que muitos vivenciaram no seu tempo de escola, de
uma educação “tradicional”, por vezes mecânica e esvaziada de sentidos. O
desafio torna-se maior ainda ao pensar que a proposta é ser “autor de
mudanças”, pois isso exige dos professores o desenvolvimento de suas
próprias habilidades. É preciso que os professores reflitam sobre os
paradigmas que sustentam suas práticas por meio de programas de formação
consistentes, tanto do ponto de vista teórico como prático, para que eles
possam, de fato, ser os agentes de mudança na educação.
Num cenário ideal, cada professor deverá ser um pesquisador de sua própria
realidade, de seu lugar e de sua função como educador. Um construtor de
“ações” que podem e devem ser compartilhadas para disseminar as práticas
bem-sucedidas.
Algumas contribuições teóricas colaboram nas reflexões sobre o “como”
colocar em prática os novos paradigmas para transformar em ações a
concepção de ensino-aprendizagem (ABED, 2014):
Para desenvolver as habilidades socioemocionais na escola é preciso investir
no professor, para que ele construa em si as condições para realizar a
mediação da aprendizagem de forma consciente e responsável, reconhecendo
e atuando nas múltiplas inteligências e nos diferentes estilos cognitivo-afetivos
dos seus alunos e de si mesmo, escolhendo e utilizando, de maneira
intencional, ferramentas que facilitem o desenvolvimento global dos
estudantes, como jogos e metáforas.
Na sua prática de sala de aula, o professor possui uma coisa que lhe é única: a
sua vivência, o seu fazer pedagógico. O professor não é simplesmente um
técnico transmissor de informações, é um educador que cultiva a criação e a
transformação dos saberes – nos alunos e em si mesmo (ABED, 2014).
Cabe ao professor construir as melhores condições possíveis para seus alunos
desenvolverem com excelência suas habilidades. É a paixão do professor pelo
conhecimento e pela tarefa de ensinar que pode contagiar os alunos,
despertando neles o desejo de se desenvolver e de aprender.

Em 2015, uma pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e


Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que no Brasil o professor perde
20% do tempo de aula acalmando os alunos e colocando a classe em ordem
para poder ensinar (GUILHERME, 2015).
A partir do conteúdo da trilha, na sua opinião, de que forma as competências
socioemocionais podem ajudar a mudar esse panorama da bagunça em sala
de aula? Depois compare a sua resposta com a do especialista.
Referência
GUILHERME, P. Professor perde 20% da aula com bagunça na classe, diz
estudo. Disponível em:
<http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/03/professor-no-brasil-perde-20-
da-aula-com-bagunca-na-classe-diz-estudo.html (Links para um site
externo)Links para um site externo>. Acesso em: 10 jul. 2017.
Sua Resposta:

O desenvolvimento das competências sócioemocionais podem ajudar nesse


panorama da bagunça em sala de aula a partir do desenvolvimento de algumas
estratégias que utilizem ferramentas que facilitem o desenvolvimento global
dos estudantes, como jogos e metáforas.
No caso específico estimular o desenvolvimento das competências de
relacionamento e decisões responsáveis, fazendo com que os alunos
conheçam, valorizem e sintam-se estimulados a cumprir o "contrato
pedagógico"
Compare sua resposta
Alunos com habilidades e competências socioemocionais bem desenvolvidas
têm mais capacidade de estabelecer relações positivas com a escola, colegas
e professores, aumentando o sentimento de conexão e pertencimento ao
ambiente escolar, melhorando o desempenho acadêmico e o comprometimento
com o aprendizado. Além disso, alunos com altos níveis de empatia e maior
capacidade de resolução de problemas tendem a ter menos comportamentos
prejudiciais a si mesmos e ao grupo, solucionando os conflitos de maneira
responsável.

Potrebbero piacerti anche