Sei sulla pagina 1di 2

GOLDSTEIN, Norma. S. Poesia e ensino de língua materna.

In: Letramento e
formação do professor: práticas discursivas, representações e construção do
saber. (Orgs.) Ângela B. Kleiman e Maria de Lourdes M. Matêncio. São Paulo:
Mercado de Letras, 2005, p. 198-204

Poesia na sala de aula


David F. Severo1

Poesia e ensino de língua materna da crítica literária Norma Goldstein


propõe refletir sobre a leitura de poesia na sala de aula, ao mesmo em que
enfatiza como a exploração do texto literário vem se revelando produtiva em
atividades de leitura e ensino de gramática. A partir dessas atividades, segundo
a própria autora, “abrem-se reflexões sobre aspectos inter-relacionados como o
diálogo entre autor e leitor; o elo entre texto e contexto; as relações entre
leitura e produção textual; o trabalho com os gêneros discursivos” (p. 198),
entre outros.
Num primeiro momento, Goldstein chama a atenção para a importância
da análise formal na leitura do poema, desde que esse exercício direcione os
alunos a alguma interpretação (as rimas, aliterações, assonâncias, refrão,
repetição etc., devem ser levados em conta). Porém, o trabalho com o texto
poético não pode ser realizado de forma superficial, pois esse “didatismo” te
criado uma série de vícios que se arraigaram na vida escolar dos estudantes
desde a escola primária, esterilizando os resultados do ensino. O que se
percebe, no decorrer da leitura de Poesia e ensino de língua materna é a
preocupação em unir forma e conteúdo, a fim de produzir vários efeitos de
sentido no texto.
Na segunda parte do artigo, a autora faz análises de alguns poemas
selecionados: “Encontro” de Mário Quintana, “A chuva” de Hardy Guedes
Alcoforado Filho, “Debussy” e “Gesso” de Manuel Bandeira, “Impressionista” de
Adélia Prado e um soneto de Camões. Além de examinar os recursos rítmicos
e sonoros dos poemas, Goldstein também ressalta a organização sintática e
os demais recursos lingüísticos que podem ser explorados no texto. No
entanto, a autora, compreendendo a complexidade do estudo analítico do
poema enfatiza que “nas séries iniciais, é válido que a leitura do poema seja
centrada em determinado aspecto, em função da programação”, já nas “séries
finais, diferentemente, as leituras devem ser abrangentes e aprofundadas,
explorando o poema na sua totalidade” (p. 200). De todo modo, o trabalho com
o texto literário deve ser feito de forma contextualizada, afirma Goldstein.
Ressalte-se que as leituras propostas no referido artigo visam, apenas,
exemplificar algumas possibilidades de leitura do texto poético sem ter a
1Graduando do 4° ano do curso de Letras da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), 2008.
pretensão de esgotar a criatividade dos alunos. A diversidade de exemplos tem
em comum a preocupação em destacar recursos lingüísticos e discursivos na
constituição dos efeitos de sentido do texto, notadamente o poema. Embora
trate de um assunto de extrema complexidade, o trabalho de Norma Goldstein
se sobressai na medida em que utiliza uma linguagem simples e terminologia
adequada e, mesmo tratando de uma questão pertinente à área de Letras,
quaisquer leitores de outras áreas humanas compreenderiam sem maiores
dificuldades o assunto, graças à leveza com que a autora trata a questão.
Ao concluir o texto, Goldstein faz um apelo para que se abra espaço
para a leitura de poesia na sala de aula, a fim de estimular a formação de
jovens leitores. De fato, esse tem sido um dos principais problemas
concernente ao ensino de literatura. Segundo Emiliana Teixeira “não se vê mais
o ensino da poesia na escola” 2. Ainda conforme a autora, os professores de
hoje não estão buscando recursos e apoio para que os alunos tenham acesso
a este conhecimento fascinante, por que não dizer, a esta bela arte que é a
poesia. Esquecem que através deste tipo de atividade em sala de aula pode-se
estar alimentando o hábito para a leitura. Além de estimular os alunos a
produzirem seus próprios poemas.
É nesse sentido que entende-se ser importante o ensino de poesia na
escola, e daí o mérito do texto de Goldstein, que embora não apresente
pesquisas efetuadas em sala de aula, destaca muito bem como o trabalho com
a leitura possibilita iniciar o aluno no universo da poesia (aliás, o valor do artigo
da autora é justamente o de criticar implicitamente a ausência desse tipo de
atividade em sala de aula).
Senti falta, apenas, de a autora apresentar estratégias para se trabalhar
com os recursos formais do poema, pois a maior parte do artigo foi dedicada a
fazer análises dos textos, sem indicar necessariamente o caminho percorrido
para tais interpretações. Goldstein poderia também ter enfatizado que no
tratamento com o texto poético nem sempre é obrigatório se prender a rima,
musicalidade, sílabas contadas etc., pois sabemos que isso já é motivo
suficiente para que os professores não queiram introduzir em suas aulas, o
estudo analítico do poema.

2 Cito o artigo intitulado “A importância do ensino de poesia na escola”, de Emiliana Maria


Teixeira. Disponível em: http:://recantodasletras.uol.com.b r”> Recanto das Letras</a>.
Acessado em 25/09/2008.

Potrebbero piacerti anche